UFBA - UNIVERSIDADE FEDERAL DA D A BAHIA FACULDADE DE DIREITO – CAMPUS CANELA
PABLO VICTOR ARAUJO COSTA
A CONDIÇÃO DO ESTUDANTE
SALVADOR 2016
PABLO VICTOR ARAUJO COSTA
A CONDIÇÃO DO ESTUDANTE
Fichamento apresentado à disciplina Metodologia da Pesquisa em Direito, do curso de Direito, da UFBA – Universidade Federal da Bahia, como parte dos requisitos para conclusão da disciplina. rientador! Pro".# $arlos Freitas
SALVADOR 2016
A CONDIÇÂO DO ESTUDANTE Alain $oulon
Alain $oulon % um pro"essor, "ranc&s, soci'logo e universit(rio em ci&ncias da educa)ão, que "oi nomeado Diretor *eral do $entro +acional de Documenta)ão ducacional -$+DP. /uas o0ras t&m inspira)ão em sociologia qualitativa, no interacionismo, na etnometodologia e sociologia atual. le % autor de dois livros! 1 que eu sei21, so0re etnometodologia e outro so0re a scola de $hicago. Alain $oulon "oi diretor da UF3 em educa)ão, comunica)ão e em psican(lise, na Universidade de Paris45. Bem como, "undador e diretor do $entro de 6nvestiga)ão so0re a duca)ão /uperior -$3/ e diretor do $entro de Aprendi7agem para o nsino /uperior -$6/. Foi presidente nacional da reunião de Administra)ão, do $6/. /eus interesses de pesquisa incluem o ensino superior, mas tam0%m em quest8es de sa9de p90lica ou hist'ria pol:tica. Pesquisador so0re o import;ncia e document(rios e"etividade de aprendi7agem no tra0alho intelectual dos alunos do primeiro ciclo. Desde <==>, $oulon % um mem0ro da $omissão Francesa para a U+/$. A o0ra re"ere4se ao desenvolvimento e di"iculdades encontradas por estudantes quando ingressam na Universidade. Aponta as di"eren)as do nsino M%dio para o n:vel superior, onde se % co0rado muito mais e onde estes estudantes se encontram de "orma independente, donos do pr'prio "uturo e das pr'prias decis8es. Muitas ve7es sem amparo "amiliar, para aqueles que tiveram que se deslocar para estudar. Alain $oulon 0usca mostrar as "ases que se deve passar, para o0ten)ão de &?ito na vida acad&mica. @Desde a pu0lica)ão da primeira edi)ão deste livro no outono de C, o conte?to "ranc&s evoluiu. -p. < @ es"or)o educativo "eito ao longo dos 9ltimos quarenta anos resultou em que E= dos Govens de 5 a <> anos seGam hoGe escolari7ados, essencialmente nas "orma)8es p's40accalaureat sendo que C> dos alunos do segundo grau atingem, atualmente, o n:vel de Bac. -p. < @H...I As novas vias de acesso ao ensino superior e o desenvolvimento da "orma)ão continuada a0rem a porta das universidades a categorias de estudantes que elas não conheciam antes. -p. << @ sucesso escolar e o "uturo pro"issional dos estudantes se tornaram duas tem(ticas importantes no de0ate so0re o ensino superior. -p.
@H...I As novas categorias de "uncion(rios do ensino, criadas no "inal dos anos 5= -pro"essores tempor(rios de ensino e pesquisa, monitores, "uncion(rios do segundo grau, viram seus e"etivos do0rarem ao longo do mesmo per:odo. -p. <> @H...I +otemos que, apesar dos es"or)os empreendidos, a Fran)a ainda não desenvolveu todas as iniciativas necess(rias para se situar no n:vel das universidades norte4americanas, por e?emplo. -p.
@H...I e, por "im, o tempo da a"ilia)ão que % o do maneGo relativo das regras identi"icado especialmente pela capacidade de interpret(4las ou transgredi4las.. -p. J< @H...I nas condi)8es de e?ist&ncia, o que pode gerar, às ve7es, ansiedade e comportamentos que "avorecem o "racassoO. -p. J> @H...I/e o tempo do ensino m%dio % aquele do tutelamento, o tempo do ensino superior % o do anonimato, tam0%m em rela)ão aos outros estudantes. 6sto provoca comportamentos muito di"erentes por parte dos novos estudantes, cuGas re"er&ncias ha0ituais "oram todas su0vertidas ao mesmo tempo. -p. J> @H...I s alunos do ensino m%dio não estão preparados para se a"iliar ao ensino superior, especialmente porque l( eles devem suportar uma orienta)ão o0rigat'ria que lhes "a7 acreditar que estão no lugar que merecem. sses processos de orienta)ão, 4 e?ist&ncia dos $6, o papel das su0(reas do baccalauréat, o todo4 poderoso conselho de classe 4 que atri0ui um lugar a cada um, mascaram os "enmenos de a"ilia)ão que, entretanto, e?istem no ensino m%dio, mas passam desaperce0idos. -p. JE @H...I As estrat%gias dos indiv:duos são, dessa "orma, ocultadas pelo pr'prio dispositivo institucional de orienta)ão que impede que os alunos seGam con"rontados com esse tipo de aprendi7agem, como seria o caso em um sistema escolar mais "le?:vel em mat%ria de orienta)ão. -p. JE @@Kornem4se estudantes pro"issionais, eu digo isso aos novos que aca0aram de chegar à universidade. -p. JE @H...I Di7er que se % um pro"issional, como se pode di7er em algumas atividades esportivas, signi"ica que dei?amos de ser amadores, que não e?ercemos mais essa atividade somente por pra7er e que decidimos que ela vai nos permitir ganhar nossa vida. -p. JC @A o0ra de N. BecQer e seus cola0oradores mostra que o primeiro ano % decisivo para @aprender a institui)ão! mesmo que não seGa o mais importante do ponto de vista do conhecimento estritamente m%dico, ele % essencial por ser aquele onde se "ormam as perspectivas dos estudantes. -p. J @H...I Ruando estão no primeiro ano, ao contr(rio, eles devem aprender tudo, como indica 0em a e?pressão americana que os designa! eles são instados a desco0rir, não apenas o conte9do acad&mico da medicina, mas, so0retudo, a encontrar solu)8es para o pro0lema principal que os atormenta, a sa0er, como aprender tanta coisa em tão pouco tempo. -p. J @H...Iu chamei essa "ase o tempo do estranhamento . +ele, o que % importante % o ponto de encontro entre a universidade e o "uturo estudante, dei?ando para tr(s o tempo da separa)ão e a viagem reali7ada entre esta e a porta da universidade. Diante dessa porta que se a0re para a estranhe7a, o iniciante perce0e um mundo que não % mais "amiliarO. -p. >=
@H...I S necess(ria desestrutura)ão que acompanha o esquecimento de seu passado, não sucede, imediatamente, a reestrutura)ão que o "ar( passar, de"initivamente, para a terceira "ase. -p. > @H...I en"im, vem o momento da admissão, aquele da passagem de"initiva para seu novo estado! o estudante % agora um dos @veteranos. -p > @H...I T preciso e?i0ir sua compet&ncia, mostrar que ele se tornou um @igual, que atri0ui o mesmo sentido às mesmas palavras, aos mesmos comportamentos. -p. >< @H...I squemas culturais devem ser desenvolvidos, % preciso @esquecer sua cultura anterior de estudante de ensino m%dio, na qual ele viveu durante sete anos, para su0stitu:4la por uma nova cultura, mais comple?a, mais so"isticada, tão mais di":cil de decodi"icar e adquirir na medida em que ela % mais sim0'lica. -p. >< @s estudantes devem tornar4se nativos desta nova cultura universit(ria, tornarem4 se mem0ros dela, pois, para eles, isso % uma questão de so0reviv&ncia. -p. >J @H...I Kornar4se mem0ro, não % apenas tornar4se nativo da organi7a)ão universit(ria, % tam0%m ser capa7 de mostrar aos outros que agora possu:mos as compet&ncias, que possu:mos os etnom%todos de uma cultura. -p. >J te?to tra7 uma realidade 0astante presente no cotidiano dos calouros e, at% mesmo, em estudantes de outros semestres iniciais! a incerte7a acerca da realidade acad&mica, o processo de transi)ão do m%todo escolar para o m%todo universit(rio. Algumas dicas contidas nele, di7endo como não "racassar, o recomend(vel a se seguir, a dedica)ão que devemos ter. A cita)ão que mais me chamou aten)ão e procurarei seguir à risca % que devemos viver a universidade, não apenas passar o tempo nas aulas, mas vive4la em sua totalidade, pois, assim, nos acostumaremos e não teremos di"iculdades e, consequentemente, não desistiremos. 3ecomendo a leitura, pois o autor tra7 dados de pesquisa 0astante elucidativos so0re a realidade acad&mica "rancesa, mas que, de nada se dist;ncia da realidade 0rasileira, pois, % percept:vel os :ndices de desist&ncias ao decorrer dos cursos, devido a este processo de transi)ão não ter sido completado de "orma e?itosa.