A SHIVA SAMHITA
Traduzido para o português por: Uma Yogini em seva ao Senhor Shiva Em Rio de Janeir o, Brasil Brasil Abril/2010 http://yogae htt p://yogaestudoscomplementares.blogspot.com studoscomplementares.blogspot.com
Todas as Glórias a Sri Shiva Shiva Mahadeva!
Prefácio da Edição para o Português (NT) para o texto em português: O texto entre parênteses, em itálico e na cor diferenciada do corpo do texto, são observações que incluo ao original em inglês. Também, ao editá-lo em PDF, decidi acrescentar algumas ilustrações em relação às divindades principais que são citadas no texto, de modo que o leitor possa desfrutar dessa agradável leitura com espírito de devoção pela santidade que emana desses ensi ensi namentos. amentos. Adicionei ao Texto original, um pequeno glossário dos termos em sânscrito para uma melhor compreensão do estudante. Todo o texto pode s er divulg divul gado nos diverso ivers os meios de comunicaçã comunicaçã o, sem prejuízo prejuízo de qual qual quer requisição de autoria por por minha parte, uma uma vez que s eva é uma entr entr ega ega a bnegada, bnegada, em amor devocional , ao nosso Senhor Supremo Ishvara.
Uma Uma Yogini em seva ao Senhor Senhor Shiva. Shi va. Brasil, RJ - a bril/2010 bril/2010
A SHIVA SAMHITA
Fonte d e Consulta Vedanta Spiritual Library 07 de janeiro de 2000.
_______________________ Traduzido para o inglês por: Rai Bahadur Srisa Chandra Vasu _______________________
Prefácio da Edição para o Inglês Este texto eletrônico é baseado em duas edições distintas da Siva Samhita: * A edição de 1914 traduzido por Rai Bahadur Srisa Chandra Vasu , publicado pela Apurva Krishna Bose da i mpren mprensa sa indiana; indiana; * Uma edição não-identificada com um título em falta, indica, e algumas das páginas do primeiro capítulo, mas que contenham contenham os versículos versículos do capítulo capítulo IV, I V, que não foram incluídos na edição edição i mprensa mprensa indian india na (ou seja, versículos versículos 53 a 79 no título "Vajrondi "Vajrondi Mudra"). O texto sânscrito foi omitido, devido à impossibilidade de transcrevê-lo em ASCII. Onde o texto em itálico é representado representado está fechado em <>. Onde o comentário é necess necess ário está entre entre colchet col chetes es [] . 1
Todos os direitos autorais foram mantidos. E sobre este texto de Siva Samhita: não é emitido para o domínio público. Livre distribuição é permitida, desde que este aviso completo seja deixado intacto. Toda a responsabilidade para o uso, abuso ou danos a qualquer pessoa é totalmente da responsabilidade dos responsáveis, e não da responsabilidade do responsável por este E-texto, ou os responsáveis pela sua distribuição.
Monroe P. Munro 1
Parece que pelo menos parte do texto entre parênteses é de um tradutor. Na formatação deste documento que tenho em itálico técnico termos sânscritos e transferido comentários MPM para notas de rodapé. Eu não faço nenhum comentário sobre a reivindicação dos direitos de autor é MPM sobre este documento, documento, apesa r de, pessoalmente, pessoalmente, estou estou em dúvi da sobre s e a entrada entrada de chave ASCII ASCII dá o dire dir eito de autor a utor sobre uma da tilógrafa tilógrafa eletrônico edição de um texto texto - T.S.
A SHIVA SAMHITA
Fonte d e Consulta Vedanta Spiritual Library 07 de janeiro de 2000.
_______________________ Traduzido para o inglês por: Rai Bahadur Srisa Chandra Vasu _______________________
Prefácio da Edição para o Inglês Este texto eletrônico é baseado em duas edições distintas da Siva Samhita: * A edição de 1914 traduzido por Rai Bahadur Srisa Chandra Vasu , publicado pela Apurva Krishna Bose da i mpren mprensa sa indiana; indiana; * Uma edição não-identificada com um título em falta, indica, e algumas das páginas do primeiro capítulo, mas que contenham contenham os versículos versículos do capítulo capítulo IV, I V, que não foram incluídos na edição edição i mprensa mprensa indian india na (ou seja, versículos versículos 53 a 79 no título "Vajrondi "Vajrondi Mudra"). O texto sânscrito foi omitido, devido à impossibilidade de transcrevê-lo em ASCII. Onde o texto em itálico é representado representado está fechado em <>. Onde o comentário é necess necess ário está entre entre colchet col chetes es [] . 1
Todos os direitos autorais foram mantidos. E sobre este texto de Siva Samhita: não é emitido para o domínio público. Livre distribuição é permitida, desde que este aviso completo seja deixado intacto. Toda a responsabilidade para o uso, abuso ou danos a qualquer pessoa é totalmente da responsabilidade dos responsáveis, e não da responsabilidade do responsável por este E-texto, ou os responsáveis pela sua distribuição.
Monroe P. Munro 1
Parece que pelo menos parte do texto entre parênteses é de um tradutor. Na formatação deste documento que tenho em itálico técnico termos sânscritos e transferido comentários MPM para notas de rodapé. Eu não faço nenhum comentário sobre a reivindicação dos direitos de autor é MPM sobre este documento, documento, apesa r de, pessoalmente, pessoalmente, estou estou em dúvi da sobre s e a entrada entrada de chave ASCII ASCII dá o dire dir eito de autor a utor sobre uma da tilógrafa tilógrafa eletrônico edição de um texto texto - T.S.
CONTEÚDO CAPÍTULO 1 – PRATHAMAH PAT ALAH ALAH CAPÍTULO 2 - O MICROCOSMOS CAPÍTULO 3 - NA PRÁTICA DE YOGA. OS VAYUS CAPÍTULO CAPÍTULO 4 - Yoni-Mudrá, a Sagrada Bebida dos Kaulas Kaulas CAPÍTULO 5 – (...)
CAPÍTULO 1 – 1 – PRATHAMAH PAT PA TALAH EXISTÊNCIA ÚNICA 1: Jñana (Sabedoria) é exclusivamente eterno; ele é sem início e sem fim; não existe nenhuma outra substância real. As As diferenças que vemos vemos no mundo s ão resultantes das c ondiç ondições ões dos s entidos; entidos; quando estes cessam, então Jñana é único, e nada mais permanece. permanece. 2-3: Eu, Ishvara, o Amante de meus devotos, e Doador da emancipação espiritual para todas as criaturas, criaturas, assim a ssim declaro a Ciência de Yoganasasana (a exposi ção do Yoga). Nela Nela estão descar tadas todas as doutrinas doutrinas disputantes disputantes que levam ao conhecimento conhecimento fals o. É para o desenvolvi mento mento espi ritual ritual das pessoas cujas mentes mentes são i mperturbáveis mperturbáveis e totalmente totalmente voltadas para mim. DIFERENÇAS DE OPINIÕES 4: Alguns enaltecem a verdade, outros a purificação e o ascetismo; alguns exaltam o perdão, outros a igualdade e a sinceridade. 5. Alguns exaltam a esmola, outros louvam os sacrifícios feitos em honra de seus ancestrais, alguns enaltecem enaltecem a açã o ( karma), enquanto enquanto qu e outros pensam no desapego (vairagya) como sendo sendo o melhor. m elhor. 6. Alguns sábios exaltam o desempenho desempenho das da s funções de chefe chefe de famíl ia; outras autoridades sustentam sustentam o sacr s acrifício ifício do fogo como o mais elevado. 7. Alguns enaltecem o mantra yoga, outros a ida aos locais de peregrinação. Deste modo são as formas que as pessoas pessoas procla procla mam a emancipação. emancipação. 8. Estando assim diversamente envolvidos neste mundo, mesmo aqueles que sabem quais as ações são boas e quais quais sã o más, más, embora li vres dos pecados pecados,, tornam-se tornam-se su s ujeitas à confusão. 9. Pessoas que seguem seguem essas essa s doutrinas, doutrinas, tendo tendo cometido boa s e más ações, constantemente constantemente vagam vaga m no mundo, no no ci clo de nascimentos nascimentos e mortes, obri gados por uma extrem extremaa necessida de. 10. Outros, mais mais sábios s ábios entre os muitos, muitos, e ardentemente ardentemente dedicados à invest i nvestiga igação ção do oculto, decl declaram aram que as almas são muitas, muitas, eternas e onipresentes. onipresentes. 11. Outros dizem, “somente as coisas que po dem ser percebidas pelos sentidos existem, e nada além
delas; onde é o céu ou o i nferno? nferno? Tal é a s ua firme convicção. 12. Outros acreditam que o mundo é uma ocorrência da consciência e nenhuma entidade material; prakriti ) alguns chamam de vazio como c omo o mais elevado. Outros acreditam em duas essências – Matéria Matéria ( prakriti e Espíri Espíri to (Purusha). 13 - 14. Assim, acreditando em muitas e diferentes doutrinas, com suas faces voltadas para longe do objetivo supremo, eles pensam, de acordo com sua compreensão e educação, que este universo é destituído de Deus; outros acreditam que há um Deus, baseando suas afirmações sobre vários argumentos argumentos irrefut ir refutáveis áveis , fundados fundados na diferença entre entre os textos qu e declaram decla ram a alma e Deus, e ansi osos para provar a existência existência de Deus. Deus. 15 - 16. Estes e muitos outros sábios, com várias denominações diferentes, têm declarado nos Shastras como líderes da mente humana em desilusão. Não é possível descrever completamente as doutrinas destas pessoas tão amantes da discussão e da discórdia; pessoas assim vagueiam neste universo, afastando-se do caminho da emancipação.
Yoga, o único método verdadeiro 17. Após ter estudado todos os Shastras, e ponderado muito bem sobre eles, repetidamente, este Yoga Shastr Shas traa foi foi estabelecido estabelecido como sendo a única única doutrina doutrina verdadeira verdadeira e fi rme. rme. 18. Uma Uma v ez que o Yoga, Yoga, tudo is to verdadeiramen verdadeiramente te é conheci mento, mento, tanto quanto uma convi cção, todo todo o esforço deve ser feito pa ra conquistá conquistá--lo. Que necessida de há, então, então, de quais quer outras doutrinas? doutrinas? 19. Este Yoga Shastra, sendo agora declarado por nós, é uma doutrina verdadeiramente secreta, somente é revela revela do às mais elevadas elevadas almas piedosas piedosas devotadas atra vés vés dos três mundos. Karmakanda 20. Existem dois sistemas (como encontrado nos Vedas). Karmakanda (ritualismo) e jñanakanda (sabedoria). Jñanakanda e Karmakanda sã o novamente novamente subdi vididos, ca da um, em duas partes. 21. O Kar makanda makanda é duplo duplo – consiste de prescr prescriç içõe õess e proibições. proibições. 22. Atos proibidos quando são feitos, certamente levam ao pecado; a realização dos atos prescritos, certamente certamente resultam em méri tos. 23. As prescrições são de três tipos – nitya (regulares), naimittika (ocasionais), e kamya (opcionais). Pela não realização de nitya, ou os ritos diários, advém o pecado; mas pela realização delas, nenhum mérito é adquirido. Por outro lado, os deveres ocasionais e opcionais, se feitos ou deixados de fazer, produzem produzem méritos m éritos ou deméri deméritos. tos. 24. Frutos de ações são de dois tipos – céu ou inferno. Os céus são de vários tipos, e assim também são os diversos infernos. 25. As boas ações são, na verdade, o céu, e os atos pecaminosos são verdadeiramente o inferno; a criação é o r esultado esultado natural do karma e nada mais. mais. 26. As c riaturas riaturas desfrutam de muitos muitos prazeres no céu; muitos s ofrem ofrem dores dores ins uportáveis uportáveis no inferno. 27. Os atos pecaminosos resultam em dor; os atos bondosos, em felicidade. Por causa da felicidade, os homens homens constantemente constantemente realizam real izam boas ações. 28. Quando os sofrimentos pelas más ações são expiados, então acontece o renascimento certamente; quando os frutos das boas ações têm sido esgotados, em seguida também, verdadeiramente, o result resul tado é o mesmo. mesmo. 29. Até mesmo no c éu há a experiência de dor ao ver o mai or pra prazer zer dos outros ; verda verdadeiramente deiramente,, não há dúvi da de que todo est est e universo está c heio de tris tris teza. teza. 30. Os classificadores do Karma dividiram-no em duas partes, boas e más ações. Elas são a verdadeira escravidão da alma encarnada, cada um por sua vez. 31. Aqueles que não estão preocupados em desfrutar os frutos de suas ações neste ou no próximo mundo, devem renunciar a todas as ações que são feitas com intenção em seus frutos, e tendo igualmente descartado o apego em relação às ações diárias naimittika, deve empregar-se na prática de Yoga. Jñanakanda 32. O Yogue sábio, tendo realizado a verdade de karmakanda (trabalhos ritualísticos), deve renunciar a eles; e tendo dei xado ambos, virtude e vício, vício, ele el e deve se engaj ar em jñanakanda (conhecimento).
33. Os textos Védicos, - “O espírito deve ser visto”, - “Sobre isso deve-se ouvir”, etc., são os reais salvadores e doadores do conhecimento v erdadeiro. Eles devem ser estudados com muito cuidado. 34. Eu Sou a Inteligência, o qual estimula as funções para os caminhos da virtude (mérito) ou do vício (demérito). Todo este universo, móvel e imóvel, provém de Mi m; todas as coisas são preservadas por Mim; tudo é absorvido em Mim (no tempo de pralaya, dissolução final); porque nada existe a não ser o espírito, e Eu Sou ess e espírito – não exis te nada além disto. 35. Assim como em muitas vasilhas c heias de água, muitos reflexos do sol são vistos, mas a s ubstância é a mesma; semelhantemente as pessoas, assim como as vasilhas, são inumeráveis, mas o espírito vivificante (paramatma), como o sol, é um. 36. Assi m como e m um sonho, a al ma cria muitos objetos por mera vontade, ma s ao despertar todas as coisas desaparecem, muito embora a alma seja única, assim é este universo. 37. Assim como através da ilusão, uma corda se parece com uma serpente, ou uma concha de madrepérola se assemelha c om a prata, semelhantemente todo este uni verso está s obreposto no Paramatma (o Espírito Universal). 38. Assim como, quando o entendimento da corda é obtido, a noção equivocada de que seja uma cobra não permanece, assim também pelo despertar do entendimento do eu, desaparece este universo baseado na ilusão. 39. Assim como, quando o entendimento da madrepérola é obtido, a noção equivocada de que seja prata não permanece, assim também, através do entendimento do espírito, o mundo sempre parece uma ilusão. 40. Assim como, quando um homem besunta suas pálpebras com o colírio preparado da gordura da rã, um bambu se parece com uma serpente, assim o mundo aparece no Paramatma, devido ao pigmento ilusório do há bito e da imaginação. 41. Assim como através do entendimento da corda a serpente parece uma ilusão; semelhantemente, através do entendimento espiritual, o mundo parece uma ilusão. Assim como através dos olhos icterícios, o branco parece amarelo; semelhantemente, através da doença da ignorância, este mundo aparece no espírito – um erro muito difícil de ser removido. 42. Assim como quando a icterícia é removida, o paciente vê a cor como ela é, assim também quando a ilusão da ignorância é destruída, a natureza verdadeira do espírito se manifesta. 43. Assim como uma corda não pode se tornar uma cobra, no passado, no presente ou no futuro, assim também o espírito, o qual está além de todos os gunas, e o qual é puro, jamais s e torna o universo. 44. Alguns homens sábios, muito bem versados nas Escrituras, recebendo o conhecimento do espírito, têm declarado que mesmo os Devas como Indra etc., são não-eternos, sujeitos ao nascimento e à morte, e pass íveis de destruição. 45. Como uma bolha no mar se eleva por meio da agitação do vento, este mundo transitório surge do Espírito. 46. A Unidade existe sempre. A diversidade não existe sempre; chega um momento em que ela cessa: duas vezes, três vezes, e a multiplicidade se nota s omente através da il usã o. 47. O que quer que foi, é ou será, s eja forme ou informe, em suma, todos es se universo está sobreposto no Espíri to Supremo. 48. Sugerido pelos Senhores da idéia a partir de avidya. Isto é nascido da mentira, e sua verdadeira essência é irreal. Como pode este mundo com semelhantes princípios (fundamentos) ser verdade?
O Espírito 49. Todo este universo, móvel e imóvel, originou-se da Inteligência. Renunciando a tudo, abrigue-se Nele (Inteligência ). 50. Como o espaço preenche um jarro, ambos, dentro e fora, semelhantemente, dentro e fora deste Universo em constante mutação, existe um Espíri to Universal. 51. Assim como o espaço preenche os cinco estados falsos da matéria não se misturando com eles, assim também o Espírito não se mistura com este Universo em constante mutaçã o. 52. Dos Devas até este Universo material, tudo está preenchido por um só Espírito. Há um satchitananda (Ser, Consciência, e Bem-aventurança) onipenetrante e sem um diferente. 53. Uma vez que não é iluminado por outro, pois é auto-iluminado, e visto que é auto luminosidade, a própria natureza do Espírito é a Luz. 55. Uma vez que o Espírito é distinto deste mundo, o qual é composto de cinco estados da matéria (terra, água, fogo, ar e éter), que são falsos e sujeitos à destruição, portanto, Ele é eterno. Ele nunca é destruído. 56. Exceto e além Dele, não há outra substância, portanto, Ele é único; sem Ele, todo o resto é falso; portanto, Ele é a Verdadeira Existência. 57. Uma v ez que n este mundo cri ado por ignorância, a destruição do sofrimento significa a conquista da felicidade e, através da Gnose (Conhecimento Transcendental), a imunidade de todo sofrimento se sucede; dess a forma, o Espírito é Bem-aventurança. 58. Uma vez que pela Gnose (Conhecimento Transcendental) a ignorância é destruída, o qual é a causa do universo; dessa forma, o Espírito é a Gnose (Conhecimento Transcendental); e esta Gnose conseqüentemente é eterna. 59. Desde o momento em que este universo múltiplo teve a sua origem, existe Um que é verdadeiramente o Eu, do pri ncípio ao fim, através de todos os tempos. 60. Todas estas substâncias externas perecerão no decorrer do tempo, mas Aquele Espírito o qual é indestrutível pela palavra (existirá) sem um segundo al ém Dele. 61. Nem éter, ar, fogo, água, terra, nem suas combinações, nem os Devas, são perfeitos; unicamente o Espírito é. Yoga e Maya 62. Tendo renunciado todos os falsos desejos e abandonado todos os gril hões mundanos , o yogue vê certamente em seu próprio espírito o Espírito Universal por si mesmo. 63. Tendo visto o Espírito que traz à tona a felicidades em seu próprio espírito pelo auxílio do eu, ele despreza este universo e goza a inefável Bem-aventurança do Samadhi . (li beração) 64. Maya (il usã o) é a mão do universo. De nenhum outro pri ncípio o universo foi criado; quando maya é destruída, o mundo certamente deixa de existir. 65. Para ele, a quem este mundo é s enão o prazer terreno de maya, e que portanto é despr ezível e sem valor, não pode encontrar qualquer felicida de em riquezas, corpo etc., nem com os pra zeres.
66. Este mundo parece em três diferentes aspectos para os homens – amigável, hostil ou indiferente; tal como sempre é encontrado no comportamento mundano. Não há distinção também nas substâncias, conforme sejam boa s, más ou indiferentes. 67. Aquele Espírito, através da diferenciação, verdadeiramente torna-se um filho, um pai etc. As Sagradas Escrituras têm demonstrado que o universo é o fenômeno de maya. O yogue destrói este universo fenomenal pela realização de que ele é senão o resultado de adhyaropa (sobreposto) e pelos meios de aparada (refutação de uma crença equivocada). Definição de um Paramahamsa 68. Quando uma pessoa é livre das infinitas distinções e estados de existência, como casta, individualidade etc., então ela pode dizer que a inteli gência é indivisível e pura Unidade. Emanação ou Evolução 69. O Senhor desejou criar s uas criaturas; de Si proveio avidya (ignorância), a mãe deste universo falso. 70. Desse modo ocorreu a combinação entre o Puro Brahma (ParamBrahman) e avidya, do qual surgiu Brahma (o Criador), do qual proveio o akasa. 71. Akasa emanou o ar; do ar surgiu o fogo; do fogo – água; e da água veio a terra. Esta é a ordem da emanação sutil. 72. Do éter, ar; do ar e éter combinados veio o fogo; do composto triplo de éter, ar e fogo veio a água; da combinação de éter, ar, fogo e água foi produzido a terra. 73. A qual idade sutil do éter é o som; do ar, o movimento e o toque. A forma é a qualidade do fogo; e o gosto, da água. Não há como negar isto. 74. Akasa tem uma quali dade sutil; ar, duas; fogo, três; água, quatro; e terra, cinco qualida des. Ou seja, som, tato, paladar, forma e cheir o. Is to tem si do declarado pelos sábios. 75 – 76. A forma é percebida através dos olhos, o cheiro através do nariz, o gosto através da língua, o toque através da pele e o som através do ouvido. Estes são , de fato, os órgãos da percepção. 77. Da Inteligência proveio todo este universo, móvel e imóvel; queira ou não a s ua existência pode ser demonstrada , o “Todo Int eligência” é Única Causa. Absorção ou Involução 78. A terra se torna sutil e é dissolvida na água; a água é dissolvida no fogo; o fogo, igualmente, imerge no ar; o ar é absorvido no éter, e o éter é absorvido em avidya (ignorância), o qual imerge no Grande Brahma. (a prática desta visualização está descrita num tratado de tantra yoga, onde o objetivo é visualizar os bhuttas, ou elementos, sendo dissolvidos no sentido i nverso ao de sua emanação. Há também um exercício de b hutta shuddhi, cujo objetivo é a preparação do yogue para o despertar de Kundalini ).
79. Há duas forças – viksepa (a energia da expansão) e avarana (a energia transformadora) os quais são de grande potencialidade e poder, e cuja forma é a felicidade. A grande maya, quando não-inteligência e nem matéria, tem três atributos: sattva (ritmo), rajas (energia) e tamas (inércia). 80. A forma não-inteligente de maya, revestida pela energia de avarana (transformação), manifesta-se como o universo, devido à natureza da força de viksepa . 81. Quando, em avidya, tem um excesso de tamas (inércia), então ela manifesta-se como Durga: a Inteligência que preside sobre Ela é chamada Ishvara. Quando, em avidya, manifesta-se um excesso de
sattwa (equilíbrio), ela se manifesta como a doce Lakshmi ; a Inteligência que preside sobre Ela é chamada Vishnu.
82. Quando, em avidya, tem um excesso de rajas (movimento), manifesta-se como a s ábia Saraswati ; a Inteligência que preside s obre ela é conhecida como Brahma. 83. Deuses como Siva, Brahma, Vishnu e os demais, são todos percebidos no grande Espírito (Paramatma); os corpos e todos os objetos materiais são os diversos produtos de avidya. 84. O sábio assim explicou a criação do mundo – tattwas (elementos) e não-tattwas (não-elementos) sã o assi m produzidos – e não o contrário. 85. Todas as coisas são percebidas como finitas (dotadas de qualidades e outras características), e surgem várias distinções somente através das palavras e dos nomes; mas não há nenhuma diferença real. 86. Por conseqüência, as coisas não existem; o Grande e Glorioso Um, que se manifesta através delas, unicamente existe; conquanto as coisas seja m falsas e i rreais, contudo, como o reflexo do real, elas, por enquanto, parecem reais. 87. A Entidade Única , beatífica, completa e todo penetrante, existe sem outro i gual, e nada mai s; quem constantemente compreende este conhecimento, liberta-se da morte e do sofrimento da roda do mundo (samsara, o ciclo de nascimentos e mortes). 88. Quando, através do conhecimento de que tudo é uma percepção ilusória (aropa) e refutação inteligente (apavada ) das outras doutrinas, este universo é determinado em um; então, além daquele Um nada mais existe. O Karma reveste Jiva com o corpo 89. Desde o Annamiya Kosa (o veículo físico) do pai (ou dos genitores), e de acordo com seu karma passado, a alma humana reencarna. Portanto, o sábio considera este corpo bonito como um castigo, para o s ofrimento dos efeitos do karma passado. 90. Este templo de sofri mento e prazer (corpo humano), feito de carne, ossos , nervos, medula, sangue e interseção com os vasos sanguíneos e outros componentes, é somente por ca usa do sofrimento da dor. 91. Este corpo, a morada de Brahma, e composto dos cinco elementos, e conhecido como Brahmanda (o ovo de Brahma, ou microcosmos), foi feito para o desfrute do prazer ou s ofrimento da dor. 92. Desde a auto-combinação do Espírito, o qual é Siva, e da Matéria, o qual é Sakti , e, através de sua interação inerente de u m sobre o outro, todas as criaturas nascem. 93. A partir das quíntuplas combinações de todos os elementos sutis neste universo, brutos e inumeráveis objetos são produzidos. A inteli gência que está confinada neles, a gindo através do karma, é chamada jiva (ser vivente). Todo este mundo é derivado dos cinco elementos; jiva é quem usufrui dos frutos da ação. 94. Em conformidade com os efeitos do karma passado dos jivas, Eu regulo todos os destinos. Jiva é imaterial, e está em todas as coisas; mas ele entra no c orpo material para desfrutar os frutos do karma . 95. Confinado na cadeia da matéria por seu karma, os jivas recebem vários nomes. Neste mundo ele retorna sucessivas vezes para submeter-se às conseqüências deste karma. 96. Quando os frutos do karma tiverem sido desfrutados (esgotados), jiva é absorvido no Parambrahma .
CAPÍTULO II – O MICROCOSMOS 1. Neste corpo, o monte Meru – ou seja , a coluna vertebral – está rodeado por sete il has (os chakras); há rios, mares, montanhas, campos; e s enhores dos campos também. 2. Existem nele profetas e sábios, bem como todas as estrelas e planetas. Existem as sagradas peregrina ções, santuários ; e as deidades governantes dos sa ntuários. 3. O sol e a lua, agentes da criação e da destruição, também se movem nele. Éter, ar, água e terra também estão l á. (NT. o sol refere-se ao manipura cakra; a lua, ao bindu. Um exercício que reverte esse processo é chamado vipareeta karani mudrá , também chamado de posição invertida, sendo citado tanto no Hatha Yoga Pradipika, quanto no
Gheranda Samhita, e cujo objetivo é fazer com que o néctar que flui da raiz do Sahasrara, em proximidade ao bindu, constantemente, e que é queimado no fogo do manipura, produzindo a destruição do corpo, seja invertido justamente para retardar a d ecrepitude do corpo físico. Nota do Tradutor deste texto para o português.)
Os Centros Nervosos 4. Todos os seres que existem nos três mundos, são também encontrados no corpo; em torno do Meru eles estão envolvidos em suas respectivas funções. 5. (Mas normalmente os homens não o conhecem). Quem conhece tudo is to é um yogue; não há dúvi da quanto a is to. 6. Neste corpo, que é chamado Brahmanda (microcosmos, literalmente o ovo mundano), existe o néctar irradiado da lua, em seu local apropriado, no topo do cordão es pinhal ( NT. Com referência a bindu e não ao Sahasrara como algumas traduções meramente especulativas, e sem qualquer reverência pelos ensinamentos dos Swamis, sugerem. Há uma ligação, entretanto, entre Sahasrara e bindu justamente neste ponto citado.), com oito Kalas (NT. Literalmente, divisões do tempo. Mas neste caso, implicando em raio.), na forma de um semicírculo.
7. Ela tem a sua face voltada para baixo, e flui néctar dia e noite. A ambrosia mais adiante ( amrtam) subdivide-se em duas partes sutis: 8. Um deles, através do canal ( nadi ) chamado Ida, flui ao l ongo do corpo para nutri -lo, como as á guas do celestial Ganges – certamente esta ambrosia (amrtam) alimenta todo o corpo a través do canal de Ida. 9. Este raio leitoso (lua) está no lado esquerdo. O outro rai o, brilhante como o mais puro l eite e fonte de grande júbilo, entra através do canal central, cha mado sushumna , no cordão espinhal, visando criar esta lua. 10. Junto à base de Meru está o sol , tendo doze Kalas (literalmente, divisões do tempo. Mas neste caso, implicando em raio. NT ). No caminho do l ado direito (Pingala) o senhor das cria turas carrega (o fluído) a través de seus raios para a parte superior. 11. Isso certamente engole as secreções vitais, e o néctar vertido do raio. Junto com a atmosfera, o sol se move através de todo o corpo. 12. O recipiente (nadi ) do lado direito, o qual é pingala, é outra forma do sol, e é o doador de nirvana. O senhor da criação e da destruição, o s ol, move-se neste recipiente através de auspiciosos si nais elípticos. Os Nervos (as nadis) 13. No corpo de um homem existem 3.500.000 nadis; delas, as principais são catorze.
14. Sushumna, Ida , Pingala , Gandhari , Hastijihvika , Kuhu , Saraswati , Pusa, Sankhini , Payaswani , Varuni , Alumbusa , Vishwodari e Yasaswan i. 15. Entre estas , Ida, Pingala e Sushumna são as principais . 16. Dentre estas três, somente sushumna é a mais elevado e amada entre os yogues. Os outros recipientes (nadis) estão subordi nados a ele no corpo. 17. Todas estas principais nadis têm suas bocas voltadas para baixo, e são como finos filamentos de lótus. Elas estão todas sustentadas pela coluna vertebral e representam o sol , a lua e o fogo. 18. A mais i nterna dessas três é chitra (canal que fica dentro de sushumna); ela é minha amada. Nela há a mais s util de todas as cavidades, cha mada bramarandhra (canal que fica dentro de chitra). 19. Brilhante com cinco cores, puro, movendo-se no meio de sushumna , esta chitra é a parte vital do corpo e o centro de sushumna . 20. Ela foi chamado nos Shastras como o Caminho Celestial ; ela é o doadora da alegria da imortalidade; pela contemplação nela, o grande yogue destrói todos os pecados. A Região Pélvica (Muladhara Cackra) 21. Dois dedos abaixo do reto e dois dedos acima do pênis (NT. a referência é linga no original ) está locali zado o adhara lótus (muladhara), tendo uma di mensã o de quatro dedos. 22. No pericarpo do adhara lótus (muladhara) existe uma triangular e bela yoni , escondida e mantida em segredo em todos os Tantras. 23. Nele se encontra a suprema deusa Kundalini , na forma de eletricidade, em uma espiral. Ela possui três voltas e meia (como uma s erpente), e está na boca de sushumna (tapando a entrada de sushumna). 24. Ela representa a força criativa da palavra, e está sempre ocupada na criação. Ela é a deusa do discurso, cuja fala não pode s e manifestar, e que é louvada por todos os deuses. 25. A nadi chamada ida está no lado esquerdo. Enrolada em volta de sushumna , vai até a narina direita. 26. A nadi chamada pingala está no la do direito. Enrolada em torno do caminho central (sushumna), ela entra na narina esquerda. 27. A nadi que está entre Ida e Pingala certamente é Sushumna. Ela tem seis estágios, seis forças, seis lótus, conhecidos pelos yogues. 28. Os primeiros cinco estágios de Sushumna sã o conhecidos sob vários nomes; por s er necessá rio, eles foram divulgados neste livro. 29. As outras nadis partem de muladhara, vão a di ferentes partes do corpo, ou seja, a língua, pênis, olhos, pés, dedos, ouvidos, o abdômen, a axila, dedos das mãos, o escroto e o anus. Tendo se elevado de seu local apropriado, elas param em seus respectivos destinos, como acima descrito. 30. De todas estas (catorze) nadis, surgem gradualmente outros ramos e sub-ramos, pelo que eles se tornam trezentos mil e meio em número, e abas tecem seus respectivos locais. 31. Estas nadis estão espalhadas a través do corpo, em dia gonal e em comprimento. El as sã o os veículos dos sentidos e conservam a vigília sobre os movimentos do ar, ou seja, elas regulam as funções motoras . A Região Abdominal (Manipura Cakra)
32. No abdômen arde o fogo – digestão do alimento – situado no meio da esfera do sol, tendo doze Kalas. Conhecido como o fogo de Vaiswanara, ele nasce de uma porção da minha própria energia, e digere os vários alimentos das cria turas , estando dentro de seus corpos. [*]No sentido do texto, é o fogo vital. No Mandukhya Upanishad ele é assim descrito: “4: O primeiro aspecto do Eu é a pessoa universal, o símbolo coletivo dos seres criados, na sua natureza física -Vaiswanara. Ele está desperto e está consciente apenas dos objetos exteriores. Ele possui sete membros. Os céus são a sua cabeça, o Sol os seus olhos, o ar o seu alento, o fogo o seu coração, a água o seu ventre, a t erra os seus pés, e o espaço o seu corpo. Ele possui dezenove instrumentos de conhecimento: cinco órgãos dos sentidos, cinco órgãos da ação, cinco funções de respiração, junto com a mente, o intelecto, o coração e o ego. Ele é o q ue desfruta os prazeres dos sentidos.” E mais adiante, em 10: “Vaiswanara , o Eu como a pessoa universal no seu ser físico, corresponde à primeira letra: A. (do mantra AUM) Quem quer que conheça Vaiswanara , obtém aquilo que deseja e se torna o primeiro entre o s homens.” .NT, para o português.
33. Este fogo i ncrementa a vi da, e dá força e nutrição, faz o corpo completo de energia, destrói todas as doenças e dá saúde. 34. O sábio yogue, tendo acendido o seu fogo Viswanarico conforme seus próprios rituais, deve sacrificar o alimento nele todos os dias, em conformidade com as instruções de seu guru espiritual. ( NT. Clara observação quanto ao modo de se a limentar e a dieta apropriada a cada sadhana . Uma dieta especial, observada no que se pratica nos Ashramas, deveria ser adotada pelo praticante, caso realmente deseje-se obter progresso no yoga. )
35. Este corpo chamado o Brahmanda (microcosmos) tem muitas partes, mas Eu enumerei as mais importantes dele neste Livro. Sem dúvida elas devem ser conhecidas. 36. Seus nomes são vários, e inumeráveis são os locais neste corpo humano; todos eles não podem ser enumerados aqui. O Jivatma 37. No corpo assim descrito, habita o Jiva, todo penetrante, adornado com guirlandas de constantes desejos, e acorrentadas ao corpo pelo Karma. 38. O Jiva é dotado de muitas qualidades e é o agente de todos os eventos, gozando os frutos de seus vários karmas acumula dos em vidas passadas. 39. Tudo que é visto entre os homens, quer seja prazer ou dor, nasce do karma. Todas as criaturas regozij am ou sofrem, de acordo com os resultados de suas ações. 40. Os desejos etc., que causa m prazer ou dor, atuam de acordo com o karma passado do Jiva. 41. O Jiva que acumulou um excesso de boas e virtuosas ações recebe uma vida feliz; e no mundo ele consegue coisas boas e agradáveis para regozijar sem nenhum problema. 42. Em proporção à força de seu karma, o homem sofre misérias ou goza dos prazeres. O Jiva que acumulou um excess o de mal nunca fica em paz – ele não está separado de seus karmas ; excetuando o karma, nada há neste mundo. Da Inteligência , velada por maya, todas as coisas foram evolui ndo. 43. Assim como em suas próprias estações, várias criaturas nascem para desfrutar as conseqüências de seu karma; assim como através do engano uma madrepérola pode s er tomada por prata, assim também através da mancha de nossos próprios karmas, um homem confunde Brahman como sendo o universo material. 44. De todos os desejos as ilusões surgem; eles podem ser erradicados com grande dificuldade. Quando a salvaçã o, doada pelo conhecimento da il usã o do mundo chega, então todos os desejos sã o destruídos.
45. O Ser quando absorvido no Mundo Manifesto (obj etivo), surge nele a ilusão sobre o que é o manifestador – o subordinado. Não há outra (causa da ilusão). Em verdade, em verdade, vos di go a verdade. 46. A ilusão do Manifesto (mundo objetivo) é destruída quando o Criador do Manifesto se torna manifesto. Esta ilusão não cessa tão somente por um p ensamento, “ Brahma não é”. 47. Ao olhar cautelosa e profundamente a matéria, este falso conhecimento se desva nece. Caso ele não seja removido, a il usão da prata permanece. 48. Enquanto o conhecimento sobre o imaculado Manifestador do universo não chega, então todas as coisas aparecem como que separa das e como numeros as. 49. Quando este corpo, obtido através do karma, é preparado para os meios de obter nirvana (beatitude divina); então, somente a execução da obrigação s e torna frutífero – não de outra maneira. 50. Qualquer que seja a natureza, é o desejo original ( vasana) que abraça e acompanha o Jiva (através de várias encarnações); semelhantemente é a ilusão o qual ele sofre, de acordo com seus feitos e mal feitos. 51. Se o praticante de yoga desejar cruzar o oceano da vida, ele deve realizar todos os deveres de seu ashrama (local onde se ensina as práticas do yoga, dentro de uma sampradaya específica. NT .), renunciando aos frutos de seus trabalhos. 52. As pessoas ligadas aos objetos sensuais e desejosas de prazeres sensuais, descem para fora da estrada do nirvana, através do engano de muito falar, e ca em em atos pecaminosos. 53. Quando uma pessoa não vê mais nada aqui, tendo visto o Eu por si mesmo, então não há pecado (par ele e se ele) renuncia todos os trabalhos ritualísticos. Esta é a Minha opinião. 54. Todos os desejos e todo o resto são dissolvidos através do Conhecimento Transcendental, e não de outra maneira. Quando tudo (do menor) tattwas (princípios) cessam de exis tir, então Meu Tattva tornase manifesto.
CAPÍTULO TRÊS – NA PRÁTICA DE YOGA. OS VAYUS 1. No coração existe um lótus radiante com doze pétalas, adornada com um sinal brilhante. Ele tem letras que vão de k a th (isto é, k, kh, g, gh, n, ch, chh, j, jh, ñ, t, th), as doze letras bonitas. 2. O prana vive lá; adornado com vários desejos, acompanhado de suas obras passadas, que não tiveram princípio, e unido com o egoísmo (ahamkara). (Existem 3 tipos de ahamkara , citado no Karika Sankhya. Na filosofia hindu, Ahamkara é uma das quatro partes do Antahkarana . As outras partes são Buddhi , Citta e Manas. No BhagavadGita, o Senhor Krsna diz a Arjuna que ahamkara deve ser r emovido.)
3. Das diferentes modificações do prana, este recebe vários nomes. Todos eles não podem ser di to aqui. 4. Prana, apana, samana, udana, vyana , naga, kurma , krikara, devadatta e dhananjaya. 5. Estes são os dez nomes principais descritos por Mim nos Shastras. Eles realizam todas as funções, animados lá por suas próprias ações. 6. Novamente, dess es dez, os cinco primeiros são os l íderes e, mesmo entre estes, prana e apana são os mais elevados agentes, em Minha opinião. 7. A sede do prana é o coração ( anahata cakra); do apana , o ânus (muladhara cakra); de samana , a região acima do umbigo ( manipura cakra); de udana, a garganta ( vishuddhi cakra); enquanto que vyana move-se por todo o corpo. 8. Os cinco vayus restantes, reali zam as s eguintes funções no corpo – eructação, abrir os olhos, a fome e sede, ronco ou bocejo e, por úl timo, o soluço. 9. Quem conhece, desta forma, o microcosmos do corpo, sendo absolvido de todos os pecados, alcança o estado mais elevado. O Guru 10. Agora vou dizer como é fácil obter sucesso no Yoga, por saber que os yogues nunca falham na pratica do yoga. 11. Somente o conhecimento transmitido por um Guru, através de seus lábios, é poderoso e útil; caso contrário, torna-se inútil, fraco e muito doloroso. 12. Ele que é devotado a qualquer conhecimento, embora gentil ao seu Guru, com toda atenção, rapidamente obtém o fruto daquele conhecimento. 13. Não há dúvida de que o Guru é pai, Guru é mãe e Guru é até mesmo Deus; e como tal ele deve ser servido por todos, com seus pensamentos, palavras e ações. 14. Pelo favor de um Guru tudo de bom relativo a si mesmo é obtido. Assim o Guru deve ser diariamente servido; do contrário nada pode s er auspicioso. 15. Deixe-o saudar seu Guru após caminhar três vezes em torno dele, e tocar com sua mão direita seus pés de lótus. O Adhikari (significa literalmente: aquele que tem a qualificação necessária. NT)
16. A pessoa que tem controle sobre si mesmo verdadeiramente obtém sucesso por meio da fé; nenhum outro pode ser be m sucedido. 17. Aqueles que estão vi ciados nos prazeres s ensuais, ou andam e más companhias, que sã o descrentes, que são desprovidos de respeito para com seu Guru, que recorrem a encontros promíscuos, que são viciados em controvérsias falsas e inúteis, que são cruéis em seu discurso, e que não dão satisfação ao seu Guru, nunca alcançam sucess o. 18. A primeira condição do sucesso é a firme crença que ele ( vidya) deve ter êxito e ser frutífero; a segunda condição é tendo fé nele; a terceira é respeito para com o Guru; a quarta é o espírito de igualdade universal; a quinta é a restrição dos órgãos dos sentidos; a sexta é a moderação na ali mentação. Estas são todas; não há uma sétima condição. 19. Tendo recebido as instruções no Yoga, e obtido um Guru que conhece Yoga, deixe-o praticar com sinceridade e fé, de ac ordo com o método ensi nado pelo profess or. O Local, etc 20. Deixe o yogue ir a um bonito e agradável local de retiro, ou a uma cela. Assuma a postura de padmasana e, sentando em um assento (feito de grama kusa) comece a praticar a regulação do alento. (Também n o Hatha Yoga Pradipika e Gheranda Samhita , a prática de yoga começa pelo controle da respiração, das práticas mais fáceis às mais difíceis, evoluindo gradativa e progressivamente, a começar por nadi Shodhana pranayama , um exercício de purificação das nadis. NT).
21. O iniciante deve manter s eu corpo firme e infl exível, suas mãos juntas como se estivesse em súplica, e saudar os Gurus no lado esquerdo. Ele deve também prestar saudações a Ganesha em seu lado direito, e novamente aos guardiões do mundo e à deusa Ambika (é um aspecto da deusa também chamada Durga, Kali, Parvati e outras. NT ) que estão no l ado esquerdo. O Pranayama 22. Em seguida, deixe o sábio praticante fechar com seu polegar direito a entrada de pingala (narina direita), i nspirar o ar através de ida (a narina esquerda), e reter a respi ração – sus pendendo s eu alento – o quanto ele puder; e depois deixe-o expirar lentamente, e sem esforço, através da narina direita (pingala). (NT. Os outros tratados, Hatha Yoga Pradipika e Gheranda Samhita , ensinam que a retenção do ar deve ser gradual, até que o yogue consiga atingir naturalmente o estado de kevala do kumbhaka na retenção, ou seja, a suspensão sem qualquer esforço do alento).
23. Novamente, deixe-o inspirar através da narina direita, reter a respiração tanto quanto sua força permite. Em seguida, deixe-o expelir o ar através da narina esquerda, sem esforço, mas lenta e gentilmente. 24. De acordo com o método de yoga a cima, deixe-o praticar vinte kumbhakas (retenção da respiração). Ele deve praticar diariamente sem negligencia ou preguiça, e livre de todos os conflitos (do amor e do ódio, e dúvida e discórdia), etc. 25. Estes kumbhakas devem ser praticados quatro vezes – uma vez no iníci o da manhã, ao nascer do sol, a segunda vez ao meio-dia, a terceira vez ao pôr do sol e a quarta vez à meia-noite. (NT. O mesmo procedimento é i nstruído nos tratados acima já mencionados)
26. Quando is to tem s ido praticado diariamente, por três meses, com re gularidade, as nadis (NT. Caminhos por onde flui o prana) do corpo, rápida e prontamente sã o purificadas. 27. Quando, por esse meio, as nadis da percepção da verdade do yogue são purificadas, então seus defeitos s ão todos destruídos. Ele entra no primeiro estágio na prática do yoga, chamado Arambha . 28. Certamente os sinais são percebidos no corpo do yogue cujas nadis foram purificadas. Descreverei brevemente todos estes vários si nais.
29. O corpo da pessoa praticante do controle da respiração se torna harmoniosamente desenvolvido, emite doce aroma, e parece bonito e adorável. Em todos os tipos de yoga, existe quatro estágios do pranayama – 1: Arambha-avastha (o estági o inicial ); 2: Ghata-avastha (o estágio de cooperaçã o do ego com o mais elevado Ser; 3: Parichaya-avastha (conhecimento); 4: Nishpatti-avastha (a consumação final). 30. Nós já temos descrito o início de Arambha-avastha do pranayama; o restante será descrito posteriormente; Eles destroem todo o p ecado e tris teza. 31. As seguintes qualidades certamente são sempre encontradas nos corpos de cada yogue – forte apetite, boa di gestão, alegria, uma i magem bonita, grande cora gem, entusiasmo e força pl ena. 32. Agora vos direi dos grandes obstáculos ao yoga, os quais devem ser evitados. Como pela remoção deles, os yogues atravessam esse mar de tristeza do mundo. As coisas a serem renunciadas 33. O yogue deve renunciar o seguinte: 1 – ácido; 2 – adstringentes; 3 – substâncias picantes; 4 – sal; 5 – mostarda; 6 – coisas amargas; 7 – caminhadas longas; 8 – banhar-se cedo antes do sol nascer; 9 – coisas fritas no óleo; 10 – roubo; 11 – matanças (de animais); 12 – inimizade para com qualquer pessoa; 13 – arrogância; 14 – duplicidade; 15 – desonestidade; 16 – jejum; 17 – mentira; 18 – pensamentos que não sejam de moksha ; 19 – crueldade para com os animais; 20 – companhia de mulheres; 21 – culto do (ou com as mãos ou junto do) fogo; 22 – fal ar muito, sem levar em consi deração a simpatia ou o a borrecimento do dis curso e, por último, 23 – comer muito. Os meios 34. Agora direi os meios pelos quais o sucesso no yoga é rapidamente obtido; ele deve ser mantido em segredo pelo praticante, desta forma o s ucesso virá com certeza. 35. O grande yogue deve sempre observar os seguintes hábitos. Ele deve usar: 1 – manteiga clarificada (ghee); 2 – leite; 3 – comida doce; 4 – betel sem [lime] (NT. na definição, opto por visgo. Uma outra tradução seria limão, que é uma fruta ácida, sendo proibido a ingestão de alimentos ácidos); 5 – cânfora; 6 – palavras amáveis; 7 – monastério agradável, ou retiro em uma cela, tendo uma pequena porta; 8 – ouvir discursos sobre a verdade; 9 – sempre cumprir suas tarefas domesticas com vairagya (com afeto); 10 – cantar o nome de Vishnu; 11 – ouvir música doce; 12 – ter paciência; 13 – constância; 14 – piedade; 15 – aus teridades; 16 – purificações; 17 – modéstia; 18 – devoção; e 19 – serviço ao Guru. 36. Quando o ar perfura o sol, é o momento propício para o yogue se alimentar (ou seja, quando o ar flui através de pingala); quando o ar perfura a lua, ele deve dormir (ou seja, quando o ar flui através de ida). 37. O yoga ( pranayama ) não deve ser praticado logo após as refeições, nem quando se está com muita fome; antes do i nício da prática, um pouco de leite com manteiga ( ghee) deve ser tomado. 38. Quando s e está bem estabilizado em sua prática, então não precisa mais observar estas restrições. O praticante deve comer em pequenas quantidades, embora frequentemente, e deve praticar kumbhaka diariamente nos horários indicados. 39. Quando o yogue pode, de sua própria vontade, regular o ar e parar o alento (quando e por quanto tempo for) ele quiser, então certamente ele conseguiu o sucesso no kumbhaka ( NT. Referência ao estado de kevala do kumbhaka , suspensão natural do alento), e somente pelo sucesso no kumbhaka , quais coisas o yogue não pode comandar aqui?
O primeiro estágio do pranayama 40. No primeiro estágio do pranayama, o corpo do yogue começa a transpirar. Quando ele transpirar, ele deve esfregar bem (NT. De modo que o suor seja espalhado no corpo), caso contrário, o corpo do yogue perde seus dhatus (NT . A ciência do Ayurveda explica que os Dhatus primários são 7: Sukra dhatu – tecidos reprodutivos; Majja dhatu – tecidos nervosos; Asthi dhatu – ossos; Meda dhatu – tecidos gordurosos; Mamsa dhatu – tecidos dos músculos; Rakta dhatu – formam as células do sangue; e Rasa dhatu – o plasma. Literalmente, em sânscrito, dhatu significa “ aquele que entra na
formação do corpo ” )
O segundo e terceiro estágios do pranayama
41. No Segundo estágio o corpo começa a tremer; no terceiro, ele pula como um sapo; e quando a pratica se torna elevada, o adepto caminha no ar. Vayusiddhi 42. Quando o yogue, apesar de permanecer em padmasana, pode elevar-se no ar e sair do chão, então ele sabe que obteve vayusiddhi (sucess o sobre o ar), o qual destrói a escuridão do mundo. 43. Mas enquanto ele não obteve (vayusiddhi), deixei-o praticar observando todas as regras e restrições colocadas acima. Da perfeição do pranayama segue a di minuição do sono, dos excrementos e da urina. 44. A percepção da verdade torna o yogue livre de doenças,e tristeza ou a flição; ele nunca tem (fétida) transpiração, saliva e vermes i ntestinais. 45. Quando no corpo do praticante, não há qualquer aumento de fleuma, gases, nem bile, então ele pode impunemente ser regular em sua dieta e no resto. 46. Não há resultados prejudiciais quando se segue, quando o yogue ingere uma grande quantidade de alimento, ou muito pouco, ou não come nada. Através da força de uma prática constante, o yogue obtém bhucharisiddhi, ele se move em pulos de sapo sobre o chão quando assustado pelo bater das mãos. 47. Na verdade, há muitos obstáculos difíceis e quas e intransponíveis no yoga, no entanto o yogue d eve prosseguir com sua prática em todos os perigos, mesmo se sua vida vir a fazer a passagem. 48. Em seguida, o praticante deve, sentado em um local retirado, restringir seus sentidos, proferindo pela repetição inaudível e por longo tempo o prana va OM, a fi m de destrui r todos os obstáculos. 49. O sábio praticante certamente destrói todo o seu karma, qualquer que tenha sido adquirido nesta vida ou em seu passado, através da regulação do ar . 50. O yogue elevado destrói pelos dezesseis pranayamas as várias virtudes e os vários vícios acumulados em sua vida passada. (NT. Com referência às 16 espécies de pranayamas) 51. Este pranayama destrói o pecado, como o fogo queima uma pil ha de algodão, ele torna o yogue li vre do pecado; seguindo a isto, ele destrói os laços de todas as s uas boas ações. 52. O yogue poderoso, tendo atingido, através do pranayama, as oito sortes de poderes psíquicos, e tendo cruzado o oceano da virtude e do vício, move-se l ivremente através dos três mundos. Aumento da Duração 53. Em seguida, gradualmente, ele deve ser capaz de praticar por três gharis. Através disto, indubitavelmente o yogue obtém todos os poderes cobiçados. ( NT . Ghari = Uma hora e meia por vez. Ele deve conter a respiração por este período – isso se denomina Kevala de Kumbhaka e de modo algum deve-se reter a respiração
voluntariamente po r tanto período, pois levaria indubitavelmente à morte. O estado d e Kevala de kumbhaka chega naturalmente após um desenvolvimento progressivo nas técnicas dos pranayamas.).
Siddhis ou Perfeições 54. O yogue adquire os seguintes poderes: 1 – vakya siddhi (profecia); 2 – Kamachari (transportar-se à vontade para todos os lugares); 3 – duradristhi (cla rividência); 4 – durashruti (clariaudiência); shushmadrishti (visão s util ); parakaypravesana (o poder de entrar em outro corpo); o poder de tornar metais comuns em ouro esfregando-os com sua urina; o poder de se tornar i nvis ível e, por último, mover -se no ar. O Ghata Avasta (O Estado de Pratyahara, como obtê-lo)
55. Quando, pela prática do pranayama, o yogue alcança o estado de ghata (jarro de água), então, para ele, nada há neste círculo do universo o qual ele não possa r ealizar. 56. O ghata é dito ser o estado no qual o prana e o apana vayus, o nada e o bindu, o jivatma (o espírito humano) e o Paramatma (o Espírito Universal), combina m-se e cooperam. 57. Quando ele ( o yogue) recebe o poder de suspender a respiração (kevala do kumbhaka ), isto é, entrar em transe, por três horas, então certamente o magnífico estado de pratyahara é alcançado sem fracasso. 58. Qualquer que seja o objeto percebido pelo yogue, deixe-o considerá-lo como sendo o espírito. Quando os modos da ação dos vários sentidos são conhecidos, então eles podem ser conquistados. 59. Embora, por meio das práticas mais elevadas, o yogue possa realizar um kumbhaka por três horas inteiras, embora por oito dandas (3 horas) o alento do yogue fique suspenso, embora esse sábio possa balançar-se em seu polegar; todavia ele parece aos outros como um insano. O Parichaya Av astha 60. Depois disto, através de exercícios, o yogue alcança o Parichaya-avastha . Quando o ar, partindo do sol e da lua ( pingala e ida), permanece imóvel e fixo no éter do tubo sushumna , então ele (o yogue) está no estado de parichaya . 61. Quando ele, pela prática do yoga, adquire o poder da ação ( kriya Shakti ), e perfura completamente os s eis Cakras, e alcança a condição certa de parichaya, então o yogue, verdadeiramente, vê os efeitos triplos do karma . 62. Então, deixe o yogue d estruir a multidão dos karmas pelo pranava (OM); deixe-o realizar kayavyhua (um processo místico de organização dos vários skandas do corpo), a fim de desfrutar ou sofrer as conseqüências de suas ações em uma vi da, sem a necess idade de renascimento. (NT.
Skandas são os cinco agregados que compõem um indivíduo e que são: rupakkandha , corpo; vedanakkhanda , sensações; sannakkandha , percepções dos órgãos dos sentidos; samkarakkanda , formações mentais; e vinnanakkandha , a consciência
vinculada aos órgãos dos sentidos.)
63. Nesse momento, deixe o grande yogue praticar cinco vezes formas de dharana da concentração em Vishnu, pelo qual o comando sobre os cinco elementos é obtido, e o medo das lesões de qualquer um destes é removido. (terra, água. Fogo, ar, akasa não podem feri -lo) Nota do tradutor para o inglês: Ele deve executar 5 kumbhakas em cada cakra. 64. Deixe o sábio yogue praticar dharana assim – cinco ghatis (2h e meia) no muladhara lótus ; cinco ghatis no assento do linga (swadhisthana); cinco ghatis na região acima dele ( manipura); o mesmo no coração (anahata); cinco ghatis na garganta (vishuddha) e, por último, ele deve dobrar o dharana por
cinco ghatis no espaço entre as sobrancelhas (anjapur ). Por esta prática os elementos (os cinco elementos) deixam de causar qualquer prejuízo ao grande yogue. 65. O sábio yogue, que continuamente pratica a concentração ( dharana), nunca morre por centenas de ciclos do grande Brahma. O Nishpatti Av astha 66. Depois disto, através de um exercício gradual, o yogue atinge o Nispatti-avastha (a condição de consumação). O yogue, tendo destruído todas as sementes do karma, os quais existem deste o princípio, bebe as á guas da i mortalidade. 67. Quando o jivan-mukta (entregue nesta vida presente), o yogue tranqüilo, tiver obtido, através da prática, a consumação do samadhi , e quando esse estado de samadhi consumado puder ser voluntariamente evocado, então deixe o yogue tomar posse de chetana (inteligência consciente), junto com o ar, e com a força de ( kriya-sakti ) conquistar as seis rodas, e absorvê-la na força chamada jñanasakti . Vayu-sadhana 68. Agora vamos descrever a conduta do ar a fim de remover os problemas (os quais aguardam o yogue); através deste conhecimento d e vayu-sadhana desaparecem todos os s ofrimentos e pra zeres no círculo deste universo. 69. Quando o hábil yogue, pela colocação da língua na raiz do palato, puder beber o prana vayu, então ocorre a completa dissolução de todos os yogas (ou seja, ele não necessita mais de yoga). ( NT. Referência ao kechari mudrá) 70. Quando o hábil yogue, conhecendo as leis de ação do prana e do apana, puder beber o ar frio através da concentração da boca, na forma de um bico de corvo, então ele se torna autorizado à liberação. (NT. Referência ao shitali pranayama) 71. O sábi o yogue, que dia riamente bebe o ar ambrosial ( amrtam), de acordo com as regras prescritas, destrói a fadiga, o ardor (febre), a decadência e a velhice, e as i njúrias. 72. Apontando a língua pa ra cima, quando o yogue pode beber o n éctar que flui da lua (situado entre as duas s obrancelhas), dentro de um mês ele certamente i rá conquistar a morte. 73.
Ao ter fechado firmemente o glote pelo método yóguico próprio, e contemplando a deusa Kundalini , ele bebe (o fluído da lua da imortalidade – amrtam), ele se torna como um sá bio ou como um poeta dentro de seis meses. 74. Quando ele bebe o ar através do bico de corvo, tanto na manhã quanto no entardecer, meditando que ele (o ar) vai para a boca de Kundalini , a destruição dos pulmões (tubercul ose) é curada. 75. Quando o sábio yogue bebe o fluído dia e noite através do bico de corvo, suas doenças são destruídas: ele a dquire certamente os poderes da claria udiência e da clarividência. 76. Ao fechar firmemente os dentes (pressi onando a parte superior com o maxilar inferior), e colocando a língua para cima, o sábio yogue bebe o fluído muito lentamente, dentro de um pequeno período ele conquista a morte. 77. Quem diariamente pratica este exercício por seis somente, torna-se livre de todos os pecados e destrói todas as doenças. 78. Se ele continua r este exercício por um ano, ele se torna um Bhairava (NT. Uma forma terrificante de Shiva); ele obtém os poderes de anima e tantos outros , e conquista todos os elementos e os elementais.
79. Se o yogue puder permanecer por meio segundo com sua língua dobrada para cima, ele se torna livre das doenças, morte e da velhice. 80. Em verdade, em verdade, Eu voz digo a verdade que a pessoa nunca morre, quem contempla, pelo pressionar da língua, combinado com o fluído vital do prana. 81. Através deste exercício e do yoga, ele se torna como Kamadeva (NT. Na tradição Gaudiya Vaishnava é o Sr. Krsna , pois conta a história que ele foi fundido em Vasudeva-Krsna logo depois de ter sido queimado por Shiva. Há muitas
historias ligadas a ele, mas em particular, Kamadeva é associado ao amor ), sem um rival. Ele não sente fome, nem
sede, nem sono, nem desmai o. 82. Atuando sobre estes métodos o grande yogue se torna no mundo perfeitamente independente; e livre de todos os obstáculos, ele pode ir para qualquer lugar. 83. Praticando assim, ele nunca renasce, nem é maculado pela virtude e pelo vício, mas desfruta (por eras) com os bons. As posturas 84. Existem oitenta e quatro postura de modos diferentes. Destas, quatro deverão ser adotadas, como segue abaixo: 1 – siddhasana; 2 – padmasana; 3 – ugrasana ; e 4 – swastikasana. 1. Siddhasana 85. O siddhasana que dá sucesso ao praticante é como se segue: pressionando com cuidado pelo calcanhar a yoni , o outro calcanhar o yogue deve colocar sobre o linga; ele deve fixar seus olhos para cima no espaço entre as duas sobrancelhas, deve ser constante e restringir seus sentidos. Seu corpo, especialmente, deve permanecer reto e sem qualquer curvatura. O local deve ser um aposento sem qualquer ruído. 86. Aquele que deseja obter uma consumação rápida no yoga, pelo exercício, deve adotar a postura siddhasana, e praticar o controle do alento. 87. Através dessa postura, o yogue deixando o mundo, atinge o mais elevado fim e, em todo o mundo, não há postura mais secreta que esta. Por ass umir e meditar nesta postura, o yogue é li vre de pecado. 2. O Padmasana 88. Agora descreverei o padmasana, o qual afasta todas as doenças (ou cura): - Tendo cruzado as pernas, cuidadosamente coloque os pés em oposição às coxas (ou seja, o pé esquerdo na coxa direita e vice versa); cruzando ambas as mãos e col ocan do-as s emelhantemente nas coxas, fixe os olhos na ponta do nariz, pressione a língua contra a raiz dos dentes, (o qu eixo deve ser elevado, o peito expandi do), em seguida inale o ar lentamente, preencha o tórax com toda a sua força e exale lentamente, em um fluxo desimpedido. 89. Isso não pode ser praticado por todos; somente o sábi o obtém sucesso nele. 90. Pela pratica e desempenho desta postura , indubitavelmente o ar vital do praticante torna -se completamente equilibrado e fl ui harmoniosamente através d o corpo. 91. Sentando na postura de padmasana , e conhecendo a ação do prana e apana, quando o yogue executa a regulação do alento, ele é emancipado. Eu vos digo a verdade. Verdadeiramente, Eu vos digo a verdade. 3. O Ugrasana
92. Estique ambas as pernas e mantenha-as separadas; firmemente segure a cabeça com as mãos e coloque-a entre os joelhos. Isto é chamado ugrasana (postura rígida), ela excita o movimento do ar, destrói o embotamento e a inquietação do corpo, e é também chamado paschima-uttana (a postura cruzada posterior). O sábio que dia riamente pratica esta nobr e postura pode certamente induzir o fluxo de ar para cima através do ânus. 93. Quem pratica isto obtém todos os siddhis ; portanto, aqueles desejosos de obterem poderes, dev em praticar i sto diligentemente. 94. Is to deve ser mantido em segredo com grande cuida do, e não deve ser dado a qual quer um e nem a todos. Através dela, vayu-siddhi é facilmente obtido, e ele destrói a multidão de misérias. 4. O Swastikasana 95. Coloque as solas dos pés totalmente sob as coxas, mantenha o corpo em linha reta e sente-se à vontade. Isto é chamado Swastikasana . 96. Desta forma o s ábio yogue deve praticar a regulação do ar. Nenhuma do ença pode atacar seu corpo, e ele ob tém vayu-siddhi . 97. Isto também é chamado Sukhasana, a postura fácil. Isto é doador de saúde, o swastikasana benéfico deve ser mantido em segredo pelo yogue.
CAPÍTULO 4 – Yoni-Mudrá, a Sagrada Bebida dos Kaulas 1. Primeiro, com uma forte inspiração, fixe a mente no adhara lótus ( muladhara cakra). Em seguida, concentre-se na contração da yoni , o qual está situado no espaço peri neal. 2. Deixe que ele contemple que o Deus do amor resi de neste Brahma Yoni , e que ele é belo como a flor Bandhuk (Pentapetes pheanicia) – brilhante como dez milhões de sóis, e frio como dez mil hões de luas. Acima desta yoni existe uma chama pequena e sutil, cuja forma é a inteligência. Em seguida, deixe-o imaginar que a união acontece neste local, entre ele mesmo e aquela chama ( o Siva e a Sakti ). 3. Em seguida, imagine que – neste ponto sobe, através do canal de sushumna, três corpos em suas respectivas ordens (ou seja, os corpos etérico, o astral e o mental). Naquele lugar é emitido em todo o cakra o néctar, a característica que é grande Bem-aventurança. Sua cor é rosa esbranquiçada (rosa), cheia de esplendor, derramando jatos do imortal fluido. Deixe-o beber este vinho da imortalidade, o qual é divino, e, então, novamente penetre o Kula (ou seja, o espaço perineal). Nota do tradutor para o inglês: Enquanto este corpo sutil sobe, ele bebe em todos os estágios este néctar, chamado kulamrtam. 4. Em seguida, deixe-o novamente ir para o Kula através da prática do mantra yoga (ou seja, pranayama ). Esta yoni tem sido chamada por Mim nos Tantras como igual à vida. ( NT. O mantra yoga não é pranayama como o texto original no inglês sugere, porém sim a repetição de um mantra. Na primeira meditação o yogue utiliza o pranayama aliado à m editação na yoni; na segunda, ele utiliza um mantra).
5. Novamente deixe-o ser absorvido naquela Yoni , onde habita o fogo da morte – a natureza de Shiva, etc. Assim foi descrito por Mim o método da pratica da grande yoni mudra. Do sucesso em sua prática, não há nada que não possa ser realizado. 6. Mesmo aqueles mantras que são deformados ( chhinna) ou bloqueados (kilita), queimados (stambhita ) por fogo, ou cuja chama se torna atenuada, ou são escuros, e deveriam ser abandonados, ou que são mus, ou também velhos, ou que s ão orgulhosos de sua j uventude, ou que foram para o lado do inimigo, ou fracos e essencialmente sem vitalidade, ou que foram divididos em centenas de partes, mesmo eles se tornam férteis através do tempo e desse método. ( NT. Os mantra, chhinna, kilita e stambhita, citados neste texto, e dessa forma, referem-se aos que foram inutilizado, ou pela retirada de uma letra, ou por outros meios - pelo mau uso que se fez no passado através deles -, tornando-os, por este meio, improdutivos.). Todos estes podem dar poder e emancipação quando dados ao discípulo pelo Guru, depois de tê-lo iniciado de acordo com os ritos próprios, e o banha do umas mil vezes. Esta yoni mudra foi descrita com o propósito de que o es tudante
possa merecer (ser i niciado dentro dos mistérios dele) e receber os mantras. 7. Quem pratica yoni mudra não é poluído pelo pecado, mesmo que ele tenha assassinado milhares de Brahmanas ou matado todos os habi tantes dos três mundos. 8. Mesmo que ele mate seu professor ou beba vinho, ou viole a cama de seu preceptor, ele não é manchado por es tes pecados em virtude desta mudra. 9. Portanto, aqueles que desejam a emancipação devem praticar isto diariamente. Através da prática (abhyasa), o sucess o é obtido; através da prática obtém-se a li beração. 10. A perfeita consciência é obtida através da prática. O yoga é atingi do através da prática; o sucesso n a mudra vem pela prática, e o homem se torna o conquistador da morte pela prática.
11. Através da prática obtém-se o poder do vach, profecia, e o poder de ir a qualquer lugar pelo mero esforço da vontade. Esta yoni mudra deve ser mantida em grande segredo, e não deve ser revelada a todo mundo. M esmo quando ameaçado de morte, nã o deve ser revelada ou dada aos outros. O Despertar de Kundalini 12. Agora vos falarei do melhor meio de se alcançar sucesso no yoga. Os praticantes devem manter em segredo. Ele é o mais i nacessível yoga. 13. Quando o sono da deusa Kundalini é despertado através da graça do Guru, então todos os lótus e nós são facilmente perfurados do começo ao fim. ( NT . Os nós a que o texto se refere, são os Granthis , a saber: Brahma Granthi no muladhara cakra , Vishnu Granthi no vishuddhi cakra e Shiva Granthi no ajña cakra. Os granthis são representados em cada cakra por um triângulo invertido, trikona , e por um linga , símbolo do poder criador, que está dentro do trikona. O linga do Brahma Granthi se chama Savyambhu e é de pedra negra; o do Vishnu Granthi é chamado Bana Linga e é de
ouro; e o do Shiva Granthi é chamado Itara Linga e é de fogo.).
14. Por esse motivo, a fim de que a deusa, que está dormindo na boca do Brahmarandhra (o mais profundo da concavidade de sushumna) seja despertada, as mudras devem ser praticadas com grande cuidado. 15. Além dos muitos mudras, as seguintes são as melhores: 1 – mahamudra; 2 – mahabandha ; 3 – mahavedha ; 4 – khechari ; 5 – jalandara; 6 – mulabandha; 7 – viparitkarana; 8 – uddana; 9 – vajrondi ; e 10 – shaktichalana . 16. Meu querido, descreverei agora a mahamudra, de cujo conhecimento os antigos sábios Kápila e outros obtiveram sucesso no yoga. 1 – Mahamudra
17. De acordo com as instruções do guru, pressione gentilmente o períneo com o calcanhar do pé esquerdo. Estique o pé direito para fora, segure-o firme com as duas mãos. Tendo fechado os nove portões (do corpo), encoste o queixo no peito. Então, concentrado nas vibrações da mente, inspire o ar e retenha-o por meio de kumbhaka (tanto quanto puder confortavelmente fazê-lo). Esta é a mahamudra, mantida em segredo em todos os Tantras. O yogue de mente estável, tendo prati cado -a no lado esquerdo, deve então pra ticá -la no l ado direito; e em todos os casos deve ser firme no pranayama – a regula ção do alento. 18. Desta forma, mesmo o mai s infeliz dos yogues pode obter sucesso. Por este meio , todos os canais do corpo são despertados e postos em ativi dade; a vida é a mpliada e sua decadência é restringida , e todos os pecados são destruídos. Todas as doenças são curadas, e o fogo gástrico aumentado. Dá beleza perfeita a o corpo e destrói a decadência e a morte. Todos os frutos do desejo e do prazer são obtidos, e os sentidos são conquistados. O yogue, fixado em meditação, adquire todas as coisas acima menciona das através desta prática. Não deve haver nenhuma hesi tação em fazê-lo. 19. Ó adorado dos deuses! Sabemos que esta mudra é para ser mantida em segredo com grande cuidado. Obtendo isto o yogue cruza o oceano do mundo. 20. Este mudrá, descrito por Mim, é doador de todos os desejos ao praticante; ele deve ser praticado em segredo e nunca deve ser dados a todo mundo. 21. Em seguida (depois da mahamudra), tendo estendido o pé direito, coloque-o sobre a c oxa esquerda; contraia o períneo, e puxe o apana vayu para cima, unindo-o com samana vayu; prenda o prana vayu abaixo e, então, deixe o sábio yogue ligá-lo em três no umbigo (ou seja, o prana e o apana devem ser unidos com s amana no umbigo, manipura cakra). Eu tenho explicado como o mahabandha mostra o caminho da emancipação. Por este meio, todos os fluídos nos canais do corpo do yogue são i mpelidos à cabeça. Isto deve ser pra ticado com grande cui dado, alternadamente com ambos os pés.
22. Através desta prática, o vento ( os vayus) penetra o meio do canal de sushumna, o corpo se torna revigorado por ele, os oss os são firmement e reforçados , o coração do yogue se torna cheio (de alegria). Por meio deste bandha , o grande yogue realiza todos os seus desejos. 3 – Maha-Vedha 23. Ó, Deusa dos três mundos!, quando o y ogue, ao executar o mahaba ndha, provoca a união de prana e apana vayus, e preenchendo as vísceras com ar lentamente em direção aos portais, isto é chamado mahavedha. 24. O melhor dos yogues tendo, através da ajuda do vayu, perfurado com este perfurador o nó que está no caminho de sushumna, deve então perfurar o nó de Brahma . 25. Quem pratica este mahavedha com grande segredo, obtém o vayu-siddhi (sucesso sobre o vento). Ele destrói a decadência e a morte. 26. Os deuses residentes nos Cakras tremem devido ao suave influxo e refluxo de ar no pranayama; a grande deusa, Kundalini Maha Maya, também é absorvida no monte Kailasa . 27. A mahamudra e a mahabandha se tornam infrutíferas se elas não forem seguidas pela mahavedha. Portanto, o yogue deve praticar todos estes três sucessivamente com grande cui dado. 28. Quem praticar estes três diariamente, quatro vezes, com grande cuidado, indubitavelmente conquista a morte dentro de seis meses. 29. Somente o siddha conhece a i mportância desses três e ninguém mais ; conhecendo isto, o prati cante obtém todo sucess o. 30. Isto deve ser mantido em grande s egredo pelo pra ticante desejoso de obter poder, cas o contrário, é certo que os poderes cobiçados nunca poderão ser obtidos através das práticas de mudras. 4 - Kechari 31. O yogue sábi o, sentado em vajrasana, em um loca l livre de perturbações, deve firmemente fixa r seu olhar no ponto no meio das duas s obrancelhas; e invertendo a língua para trás, fixá -la no espaço oco sob a epiglote, colocando-a com grande cuidado na boca do poço de néctar, (ou seja, fechando a passagem de ar). Esta mudrá, descrita por Mim a pedido de meus devotos, é a khecharimudra. 32. Ó, meu amado!, sei que isto é a fonte de todo o sucesso, sempre praticando, deixe-o beber a ambrosia diariamente. Por este meio ele obtém vigraha-siddhi (poder sobre o microcosmo), como um leão sobre o elefante da morte. 33. Quer seja puro ou impuro, em qualquer condição que alguém possa estar, em caso de êxito obtido em khechari , ele se torna puro. Não há dúvida quanto a isso. 34. Aquele que praticá-lo ainda que por um momento, atravessa o grande oceano de pecados, e tendo desfrutado os prazeres no mundo do Deva , nasce em uma família nobre. 35. Quem praticar esta khecharimudra cal mamente e sem preguiça , conta como segundos o per íodo de centenas de Brahmas. 36. Quem conhece esta Khecharimudra , de acordo com as instruções de seu Guru, obtém o mais elevado fim ainda que mergulhado em grande pecados . 37. Ó, vós, adorado dos deuses!, esta mudra, querida como a vida, não deve ser dada a todas as pessoas; ela deve ser mantida esc ondida, com grande cuidado.
5 – Jalandhara
38. Tendo contraído os músculos da garganta, pressione o queixo no peito. Isto é Jalandhara mudra. Até mesmo os deuses consideram-na como inestimável. O fogo na região do umbigo (ou seja, o suco gástrico) bebe o néctar que emana do lótus de mil pétalas. A fim de prevenir que o néctar seja consumado, ele deve praticar este bandha. 39. Através deste bandha, o s ábi o yogue bebe ele própri o o néctar, e, obtendo a imortalida de, desfruta dos três mundos. 40. Este jalandhara bandha é o doador de sucesso ao praticante. O yogue desejoso de sucesso deve praticá-lo diariamente. 6 – Mula-bandha
41. Pressionando bem o ânus com o calcanhar, forçosamente empurre lentamente para cima o apana vayu por meio desta prática. Isto é descrito como mula bandha – o destruidor da decadência e da morte. 42. Se, no curso da prática desta mudra, o yogue puder unir o apana com o prana vayu, então ele se torna do curso da yoni mudra. 43. Aquele que tiver realizado yoni mudra, o que ele não pode realizar neste mundo? Sentado em padmasana , livre de preguiça, o yogue, deixando o solo, move-se através do ar, pela virtude deste mudra. 44. Se o sábio yogue está desejoso de cruzar o oceano do mundo, deixe-o praticar este bandha em segredo em um local retirado. 7 – Vipareeta Karani, ou viparit-karana 45. Apoiando a cabeça no chão, deixe-o esticar suas pernas para cima, movendo-as em torno e completamente. Este é o viparit-karana, guardado em segredo em todos os Tantras. 46. O yogue que o pra tica diariamente, por três horas , conquis ta a morte e não é destruído nem mesmo no pralaya. (NT . Em poucas palavras , Pralaya, é a dissolução do universo, o fim do dia de Brahma e início da noite, pelo mesmo período). 47. Quem bebe o néctar se torna igual aos Siddhas; quem praticar este bandha se torna um adepto entre as criaturas. (NT . Parece que a explicação da execução c ompleta desta mudra foi s uprimida aqui. Talvez para que não houvesse uso indevido do exercício, como muito aconteceu a té mesmo com os mantras ao longo dos séculos. Contudo, no l ivro de Swami Satyananda Saraswati , Kundalini Tantra, ele está muito bem explicado.)
8 – Uddana b andha 48. Quando os intestinos acima e abaixo do umbigo são trazidos para o lado esquerdo, isto se chama uddana bandha – o destruidor de todos os pecados e tristezas. As vísceras do lado esquerdo da cavidade devem ser trazidas acima do umbigo. Isto se cha ma uddana bandha, o leão sobre o elefante da morte. (NT. Estas contrações, bandhas, nada mais são do que processos que ocorrem naturalmente com a subida de Kundalini ; ou seja, o corpo do praticante passa automaticamente por esses bandhas, como por e xemplo, em jalandhara, o queixo encosta no peito sem qualquer esforço, permitindo assim a passagem por sushumna acima do bulbo espinhal. Também a língua dobra para trás e alcança a epiglote sem qualquer esforço do praticante durante o transe. Os bandhas nada mais são do que a repetição intencional, em estado ordinário de consciência, dessas contrações que ocorrem automaticamente, em estado de transe do samadhi, na subida de Kundalini .)
49. O yogue, que pratica isto quatro vezes ao dia, purifica rapidamente seu umbigo (sede de manipura cakra), através do qual os ventos ( vayus) são purificados.
50. Praticando isto por seis meses, o yogue certamente conquista a morte, o fogo gástrico é aceso, e ocorre um aumento de fluído no corpo. 51. Através disto, conseqüentemente, o vigrahasiddhi , também é obtido. Todas as doenças do yogue sã o certamente destruídas . 52. Tendo o método do Guru, o yogue sábio deve praticá-lo com grande cuidado. Este mais inacessível mudrá deve ser praticado em um local retirado e i mperturbável. 9 – Vajrondi mudra (NT . Esta técnica da
vajrondi mudrá, citada aqui, refere-se ao ritual do maithuna , para ser realizado por um casal tântrico, devidamente qualificado no caminho. Existe outra técnica do Vajrondi mudra , não citada aqui, mas que está descrita no livro , que é propícia ao renunciante, ou seja, aos que não mantêm intercurso “ Kundalini Tantra” de Swami Satyananda Saraswati sexual e g uardam abstinência.)
53. Impulsionado pela compaixão de meus devotos, vou agora expl icar a Vajrondi mudra, a destruidora da escuridão do mundo, a mais secreta entre os s ecretos. 54. Mesmo quando seguir todos os seus desejos, e sem obedecer aos regulamentos do Yoga, um chefe de família se torna emancipa do se ele pra ticar a Vajrondi mudra. 55. Esta prática de Vajroli yoga outorga a emanci pação mesmo quando se está i merso na s ensualidade; portanto, ele deve s er praticado pelo yogue com grande cuidado. 56. Primeiro deixe o praticante talentoso trazer para o seu próprio corpo, de acordo com os métodos próprios, as células germinativas do órgão feminino da geração, pela sucção através do tubo da uretra; restringindo seu próprio sêmen, deixe-o praticar a cópula. Se, por acaso, o sêmen começar a se mover, deixe-o interromper esta emissão pela prática de yoni mudrá. Deixe-o coloca r o sêmen no duto da mão esquerda e interromper o intercurso. Depois de um tempo, deixe-o continuar novamente. De acordo com as instruções de seu preceptor e por meio da pronúncia do som hum, deixe-o forçosamente puxar através da contração de Apana Vayu as células geminai s do útero. 57. O Yogue, adorador dos pés de lótus de seu Guru, deve, por este meio, obter rapi damente sucess o no yoga, beber o leite, ou n éctar desta forma. 58. Conhecendo que o sêmen é como a lua, e as células germinativas o emblema do sol; deixe o yogue fazer esta união em seu próprio corpo com grande cuida do. 59. Eu sou o sêmen, Shakti é o fluído embrionário; quando ambos são combinados, então o yogue realiza o estado de sucesso, e seu corpo se torna brilha nte e divino. 60. A ejaculação do sêmen é a morte, preservando-o no interior é a vida; portanto, deixe o yogue preservar seu sêmen com grande cuidado. 61. Em verdade, em verdade, os homens nascem e morrem através do s êmen. Conhecendo is to, deixe o yogue praticar s empre a preservação de seu sêmen. 62. Quando, através de grande esforço, o sucesso na preservação do sêmen é obtida, o que então não pode ser realizado neste mundo? Através da grandeza de sua preservação, a pessoa se torna como a Mim em glória. 63. O bindu (sêmen) causa o prazer e a dor de todas as criaturas viventes neste mundo, que estão enfeitiçadas (apaixonadas) e estão sujeitas à morte e à decadência. Para o yogue, esta preservação do sêmen é o melhor de todos os yogas, e é o doador de felicidade.
64. Embora imersos nos prazeres, os homens obtêm poderes através desta prática. Através da força de sua prática, ele se torna um adepto no devido tempo , em sua presente vida. 65. O yogue certamente obtém, através desta prática, todos os tipos de poderes, ao mesmo tempo em que desfruta todos os i numeráveis prazeres do mundo. 66. Este yoga pode ser praticado junto com os muitos prazeres; portanto, o yogue deve praticá -lo. 67. Existem duas variações do Vajrondi, chamado Sahajoni e Amarani . Independente das variações, deixe o yogue preservar o sêmen. 68. Se, no momento da copula, o bindu for emitido, e não ocorrer uma união do sol e da lua, então, deixe-o absorver esta mis tura através do tubo do órgão masculino (uretra). Isto é Amarani . 69. O método pelo qual o bindu, no momento da emissão pode ser retido por yoni mudrá, é chamado Sahajoni . Ele deve ser mantido em segredo em todos os Tantras. 70. Embora, em última instância, a ação deles ( Amarani e Sahajoni ) seja a mesma, existem diferenças devido a diferentes nomencl aturas. Deixe o yogue praticá-las com grande cuidado e preserverança. 71. Através do amor por meus devotos, Eu revelei este yoga; ele deve ser mantido em segredo com grande cuidado, e não deve ser da do a todo mundo. 72. Este é o mais secreto de todos os segredos, que já foi ou será; portanto, deixe o yogue prudente mantê-lo em si gilo tanto quanto possível. 73. Quando, no momento de urinar, o yogue puxar forçosamente, por intermédio de apana vayu, e mantê-la (a urina), descarregando-a devagar e lentamente, praticando isto diariamente, de acordo com as i nstruções de seu Guru, ele obtém o bindu siddhi (poder s obre o sêmen) que doa grandes poderes. 74. Quem praticar isto diariamente, de acordo com as instruções de seu Guru, não perde seu sêmen, ainda que desfrute de centenas de mulheres de u ma só vez. 75. Ó, Parvati !, quando o bindu siddhi é obtido, o que mais não pode ser realizado? Mesmo a glória inacessível da Minha divindade pode ser a tingida através dele. 10 – Shakti chalan 76. Deixe o sábio yogue, com força e firmeza, atrair a deusa Kundalini, dormindo no adhara lótus, por meio de apana vayu. Is to é Shakti chalana mudra, a doa dora de todos os poderes. 77. Quem pratica esta Shakti chalana diariamente, obtém aumento da vida e destruição das doenças. 78. Deixando o seu sono, a serpente (ou seja, Kundalini), vai para cima; portanto, deixe o yogue, desejoso de poder, praticar isto. 79. Quem pratica s empre a suprema s hakti chalana, de acordo com as instruções de seu Guru, obtém o vigraha siddhi, o qual é o doa dor dos poderes de ani ma etc., e não tem medo da morte. 80. Quem pratica a Shakti chalan apropriadamente por dois segundos, e com cuidado, está muito próximo do sucesso. Esta mudra deve ser praticada pelo yogue em uma postura própria. 81. Estas são as 10 mudras, cuja igualdade nunca houve e nem haverá jamais: através da prática de qualquer uma delas, uma pessoa se torna um siddha e obtém sucesso. (NT. Todas estas mudras estão descritas detalhadamente no livro Kundalini Tantra , de Swami Satyananda Saraswati .)
Capítulo V 1. Parvati: Ó, Senhor, Ó amado Shankara!, diga-me, pra o bem daqueles cujas mentes indagam acerca do supremo fim, os obs táculos e os i mpedimentos ao yoga. 2. Shiva: Ouça, Ó Deusa!, Eu Vos direi de todos os obstáculos que estão no caminho do yoga. Para a realização da emancipação, os prazeres (bhoga) são os maiores de todos os i mpedimentos. Bhoga (prazeres) 3. Mulheres, camas, assentos, roupas e riquezas são obstáculos ao yoga. Betel , pratos requintados, carros, reinos, altivez e poderes; ouro, prata, bem como cobre, pedras preciosas, pau de aloé e vacas. (NT. do original “kine”, no plural de vacas.). O conhecimento dos Vedas e dos Shastras; danças, canções e ornamentos; harpa, flauta e tambor; andar sobre elefantes e cavalos; esposas e filhos, prazeres mundanos. Todos estas são os muitos impedimentos. Estes são os obstáculos que surgem de bhoga (prazeres). Ouça a gora os impedimentos que surgem da religião ritualística. Dharma (ritualismo da religião) 4. Os seguintes são os obstáculos os quais o dharma interpõem: abluções (banhos de purificação), adoração às deida des, observação aos sagrados dias da lua , sacrifício do fogo, ânsia por moksha, votos de penitência, jejuns, celebrações religiosas, silêncio, práticas ascéticas, contemplação e o objeto da contemplação, mantras, doações de esmolas, fama em todo o mundo, escavação e doação de tanques, poços e reservatórios, conventos e bosques, sacrifícios, votos de fome, Chandrayana , e peregrinações. (NT. Chandrayana é um jejum que dura um mês i nteiro). Jñana (obstáculos do conhecimento) 5. Agora descreverei, Ó, Parvati , os obstáculos que surgem do conhecimento. Sentado na postura gomukh e praticando dhauti (lavar os intestinos por meio do hatha yoga). O conhecimento da distribuição (NT . quantos em número e como se localizam no corpo) das nadis (os canais do corpo humano), o aprendizado de pratyahara (subjugação dos sentidos), tentando despertar a força de Kundalini pelo movimento rá pido da barriga (um processo de hatha yoga), entrando no caminho dos i ndriyas (NT. Existe uma prática do yoga que vincula a meditação com a observação dos indriyas , isto é, os sentidos, intencionando alcançar a verdadeira natureza pela compreensão da independência do Eu real às ações a aos sentidos), e o entendimento da ação
das nadis; estes sã o os obstáculos. Agora ouça as noções equivocadas da dieta, Ó, Parvati. 6. Que o samadhi (transe) pode ser i nduzido pela ingestão de s ubstâncias químicas, algumas essências e pela ingestão de certos tipos de alimentos, é um erro. Agora ouça acerca da noção equivocada da influência da companhia . 7. “Manter a companhia dos virtuosos e evitar a dos viciosos”, é uma noção errada. Medir o peso e a
leveza do ar inspirado e expirado (é uma i déia errada). 8. Brahman está no corpo ou Ele é o criador da forma, ou Ele tem uma forma, ou Ele não tem uma forma, ou Ele é tudo – todas essas doutrinas consoladoras são obstáculos. Tais noções são impedimentos de Jñana (conhecimento). Os quatro tipos de yoga 9. O yoga é de quatro tipos: primeiro o mantra yoga; segundo o hatha yoga ; terceiro o laya yoga; e quarto o raja yoga, os quais descartam a duali dade. Sadhakas (aspirantes)
10. Saiba que os aspirantes são de quatro tipos – suave, moderado, ardente e os mais ardentes – o melhor que pode cruzar o oceano do mundo.
Suave – autorizado ao Mantra Yoga 11. Os homens de pouca inicia tiva, esquecidos , enfermos e que inventam falhas nos professores; a varos, pecadores da gula e afeiçoados e dependentes de suas esposas; inconstantes, tímidos, doentes, não independentes e cr uéis; aqueles, cujo caráter é mau e que são fracos – saiba que todos estes acima são sadhakas sua ves. Com grande esforço tais homens obtêm sucess o em doze anos; os profess ores devem ajustá-los no mantra yoga. Moderado – autorizado ao Laya Yoga 12. Pessoas i nclinadas à independência (generosas), desejosas de vir tudes, doces em seus discursos; que nunca vão aos extremos em qual quer cometimento – estes são os medianos. Estes devem ser iniciados, pelo professor, no laya yoga. Ardente – autorizado ao Hatha Yoga 13. Pessoas inclinadas à firmeza, conhecendo o Laya Yoga, independentes, cheias de energia, magnânimas, cheias de simpatia, clementes, v erdadeiras, corajosas, cheias de fé, adoradoras dos pés de lótus de seus Gurus, ocupadas sempre na prática de yoga – saiba que tais homens são adhimatra (praticantes ardentes). Eles obtêm sucesso na prática de yoga dentro d e seis anos, e devem ser i niciados no Hatha Yoga e seus ramos. O mais ardente – autorizado a todos os yogas 14. Aqueles que têm uma maior quantida de de energia, são empreendedores, cati vantes, heróicos , que conhece os Shastras, e são perseverantes, livres dos efeitos das emoções cegas, e não são facilmente confundidas, que estão no auge de sua juventude, moderados em suas dietas, regras e seus sentidos, destemidos, purificados, hábeis, caridosos, um socorro para todos; competentes, firmes, talentosos, contentes, sempre dados ao perdão, bons em sua natureza, religiosos, que mantêm seus esforços em segredo, de dis curso doce, pacíficos, que têm fé nas escrituras e são adoradores de Deus e do Guru, que sã o avess os a desperdiçar o seu tempo na sociedade, e sã o livres de quais quer doenças graves, que sã o conhecidos com os deveres do adhimatra, e são praticantes de todos os tipos de yoga, sem qualquer hesitação. Invocação da sombra – pratikopasana ( NT. “ Durante o período do fogo védico, o sol, o ar, a mente etc., foram tratados como pratikas (símbolos) para representar o Brahman. Como os pratikas foram relacionados com Brahman? Havia duas maneiras de fazer isso e, portanto, era pratikopasana védica de dois tipos: sampad e adhyasa. Em sampad upasana um objeto inferior é usado como um símbolo para representar a realidade superior. O símbolo é importante, os atributos da realidade superior dominam o campo de meditação. (Para dar um exemplo moderno, quando um ídolo de pedra ou salagrama é adorado como Visnu , o adorador se esquece da pedra e pensa apenas no esplendor luminoso de Visnu. Isto pode ser considerado uma forma moderna de sampad upasana. Em adhyasa upasana o símbolo upasana escolhido é, em si, um objeto superior e domina o campo de meditação. Após este símbolo os atributos da realidade se sobrepõem, mas o símbolo é tão importante quanto os a tributos. Meditação sobre o sol (uma das mais belas meditações jamais concebidas) é um exemplo disso. O Upanisad ensina: "O sol é Brahman , esta é a instrução". O sol, com seu brilho ofuscante, tem uma notável semelhança com Brahman e pode-se diretamente ser meditado como Brahman. Tudo o que se tem a fazer é sobrepor sobre o sol os atributos do Brahman como o infinito, a consciência, a felicidade, a causalidade final, etc... Com o desaparecimento da tradição védica essas meditações Pratikas antigas não estão mais em voga... O Brahma-Sutra ensina claramente que o Pratika deve ser encarado apenas como um símbolo de Brahman. Deus não deve ser reduzido a símbolos, mas os símbolos devem ser exaltados por Deus. Em outras palavras, a propósito de um pratima é servir apenas como uma ajuda visual ( saukaryam Dristi ) para a concentração. Swami Bhajanananda , Extraído de Prabuddha Bharata de 1979 a 1986)
15. A invocação de Pratika (sombra) dá ao devoto os objetos aparentes, bem como os não aparentes; indubitavelmente, por esta visão real, um homem se torna puro.
16. Em um céu claro e iluminado pelo sol, com um olhar firme, fixe em seu próprio reflexo divino; sempre quando isto é visto, mesmo por um único segundo no céu, você observa Deus imediatamente no céu. 17. Quem diariamente vê sua sombra no céu, tem os seus anos aumentados e nunca morrerá de morte acidental. 18. Quando a sombra é contemplada completamente, r efletida no céu, então ele obtém vitória ; e conquistando vayu, ele vai a todos os lugar es. Como invocar 18b. No momento do nascer do sol (aurora), ou pela lua (entardecer), deixe-o fixa r firmemente um ol har fixo no pescoço da sombra que ele reflete. Então, depois de algum tempo, deixe-o olhar para o céu. Se ele vir uma sombra cinza no céu, is to é auspicioso. 19. Quem sempre pratica isto e conhece o Paramatma (Ser Supremo), torna-se plenamente feliz, através da graça de sua s ombra. 20. No momento do início de uma viagem, casamento, ou de um trabalho auspicioso, ou quando em dificuldade, isto é de grande auxílio. Esta invocação da sombra destrói os pecados e aumenta as virtudes. 21. Ao praticá -lo continuamente, ele co meça fi nalmente a contemplá -lo (Paramatma) em seu coraçã o, e o yogue perseverante obtém a li beração. Raja Yoga 22. Deixe-o fechar os ouvidos com seus polegares, os olhos com os dedos indicadores, as narinas com os dedos médios, e com os quatro dedos restantes (os 2 anelares e os 2 mínimos), deixe-o pressionar juntos os lábios superior e o inferior. O yogue, tendo por esse meio, confinado firmemente o ar, contempla sua alma na forma de luz. (NT. Este é um exercício também chamado yoni mudrá, que leva o praticante a ouvir os sons místicos). 23. Quando se contempla, sem obstrução, esta luz mesmo por um momento, torna-se livre de pecados e ele alcança o mais elevado fim. 24. O yogue, li vre de pecados, e praticando isto continuamente, esquece-se de seus corpos físico, sutil e causal e se torna um com aquela alma (Paramatma). 25. Quem praticar isto em segredo, é absorvido no Brahman, mesmo que ele tenha se envolvido em trabalhos pecaminosos. 26. Isto deve ser mantido em segredo; uma vez que produz convicção, ele concede o nirvana à humanidade. Este é o meu mais elevado yoga. Com a pra tica disto, gradualmente o yoga começa a ouvir os sons (nadas) místicos. Sons do Anahad (NT . Anahad = vibrações sutis) 27. O primeiro som é como o zumbido de abelhas intoxicadas de mel, o próximo é a de uma flauta, em seguida uma harpa; depois disto, pela prática gradual de yoga, o destruidor da escuridã o do mundo, ele ouve os sons do repique de sinos; então, os sons parecem como o rugido de trovão. Quando fixar sua total atenção neste som, estando livre de medo, ele ob tém a absorção, Oh, minha amada! 28. Quando a mente do yogue está extremamente ocupada neste som, ele esquece todas as coisas externas, e ele é abs orvido neste som.
29. Pela prática do yoga ele conquista todas as três qualidades (ou seja, bom, mau e indiferente); e estando livre de todos os estados, ele é absorvido em chidakas (o éter da inteligência) (*NT. extremamente sutil ). Um Segredo 30. Não exis te postura como aquela da Siddhasana, nem poder como aquele do kumbhaka , nem mudra como aquela de kechari , e nem absorçã o como aquela do nada (o som místico). 31. Agora vou descrever a Ti, Oh, Querida , a antecipação da salvação, o qual conhecendo, até mesmo o as pirante pecador pode obter a salvação. 32. Tendo adorado o Senhor Deus apropriadamente, e tendo completamente realizado o melhor dos yogas, e estando em uma postura firme e calma, deixe que o sábio yogue inicie-se neste yoga junto de seu amável Guru. 33. Após ter doado todo o seu gado e propriedades ao Guru que conhece yoga, e tendo satisfeito -o com grande cuidado, deixe o homem sá bio receber esta iniciação. 34. Tendo satisfeito os Brahmanas (e sacerdotes), pela doação a eles de todos os tipos de coisas boas, deixe o homem sábio receber este yoga auspiciosa em minha casa (ou seja, o templo de Siva) com pureza de coração. 35. Tendo renunciado, pelos métodos acima, todos seus corpos anteriores (o resultado de seu karma passado), e estando em seu corpo espi ritual, deixe o yogue receber est e mai s elevado yoga. 36. Sentado na pos tura de padmasana , renunciando a sociedade dos homens, deixe o yogue pressionar as duas vijnana nadis com seus dois dedos. (NT. Os pontos das
vijnana nadis são por onde passam as artérias carótidas, responsáveis por oxigenar o cérebro, mais especificamente a carótida externa. Tais a rtérias (carotídeas) passam pelo pescoço, descrito muito bem no l ivro “ A. Van Lysebeth, Pranayama, a dinâmica da respiração, tr.it., pp.162- 164”, e devem ser feitos com cuidado sob o risco de causar dano cerebral e até mesmo a mo rte. Esse conhecimento não foi d etalhado aqui, mas estudando um pouco do a ssunto, descobri que pressionando levemente a artéria correta, em cada lado do pescoço, o p raticante entra num estado de transe, nem sono e nem desmaio, mas um estado propício para o samadhi, sendo que o jalandhara tem efeito semelhante, porém não i nduzindo o tal estado. Nos t ratados de acupuntura, esses pontos de pressão que p rovocam desmaios são citados como os fu (LI_18) Renying (E-9) e SHUITU (D-10.)).
37. Ao obter sucesso nisto, ele se torna inteiramente felicidade e imaculado; portanto, deixe-o se empenhar com toda s ua força, com o propósito de garantir o sucesso. 38. Quem pratica is to constantemente, obtém sucess o dentro de um curto espaço de tempo; ele rec ebe também vayu siddha no decorrer do tempo. 39. O yogue, que faz isto mesmo que uma vez, verdadeiramente destrói todos os pecados, e indubitavelmente nele os vayus penetram o cana l do meio (NT. sushumna). 40. O yogue que pratica isto com preserverança é adorando até mesmo pelos deuses; ele recebe os poderes psíquicos de anima, laghima etc., e pode ir a qualquer lugar, por toda parte, nos três mundos, ao s eu prazer. 41. De acordo com a força de um praticante em comandar o va yu, ele obtém o poder s obre seu corpo; o sá bio, permanecendo no espíri to, desfruta o mundo no presente corpo. 42. Este yoga é um grande segredo, e não deve ser dado a todo mundo; pode ser revelado somente a ele, em quem todas as qualificações de um yogue sã o percebidas . Vários tipos de Dharana
43. Deixe o yogue sentar-s e em padmas ana e fixar sua atenção na cavida de da garganta, deixe-o colocar sua l íngua a té a base do palato; por este meio ele irá extinguir a fome e a sede. 44. Abaixo da cavidade da garganta há uma bela nadi chamada kurma; quando o yogue fixa sua atenção nela, ele adquire grande concentração do princípio do pensamento (chitta). 45. Quando o yogue constantemente pensa que ele tem um terceiro olho – o olho de Shiva – no meio de sua testa, ele então percebe um fogo brilhante como relâmpago. Por meio da contemplação nesta luz, todos os pecados são destruídos, e mesmo a mais perversa pessoa obtém o mai s elevado fi m. 46. Se o experiente yogue pensa nesta luz dia e noite, ele vê os Siddhas (adeptos), e certamente pode conversar com eles. 47. Quem contempla r em sunya (vazio), enquanto caminha ou parado, sonhando ou acordado, torna-se completamente etér eo e absorvi do no chid -akasa (NT. Chidakasa está além de todos esses planos de existência. Não tem formas nem at ributos. É o Atma em si ) 48. O yogue, desejoso de sucesso, deve sempre obter este conhecimento; pelo habitual exercício ele se torna i gual a Mim. Através da força deste conhecimento, ele se torna amado por todos. 49. Tendo conquistado todos os elementos, e sendo vazio de todas as esperanças e li gações mundanas, quando o yogue senta em padmasana, fixa firmemente o seu olhar na ponta do nariz, sua mente se torna morta e ele obtém o poder espi ritual chamado khechari . 50. O grande yogue contempla a luz, pura como a sagrada montanha Kailas, e através da força de seus exercíci os, ele se torna o senhor e guardião da luz. 51. Esticando-se no chão, deixe-o contemplar esta luz; ao fazê-lo, todo o seu cansaço e fadiga são destruídos. Contemplando na parte de trás de sua cabeça ( NT. Em bindu), ele se torna o conquistador da morte. (Descrevemos anteriormente o efeito de fixar a atenção no espaço entre as duas sobrancelhas, por isso não precisa s er enumerado aqui). 52. Dos quatro tipos de comida (ou seja, que é mastigado, o que é sugado, o que é lambido e o que é bebido), que um homem toma, o fluído é convertido em três partes. A melhor parte (ou o mais fino extrato da comida) vai para a nutrição deste corpo denso, c omposto de s ete dhatus (humores). 53. O terceiro, ou a parte mais inferior, vai para fora do corpo em forma de excremento e urina. As primeiras duas essências da comida são encontradas nas nadis, e sendo carregados por eles, nutrem o corpo da cabeça aos pés. 54. Quando o vayu se move através de todas as nadis, então, devido a este vayu , os fluídos do corpo obtêm ex traordinária força e energia. 55. O mais i mportante destas na dis s ão catorze, distribuídos em diferentes partes do corpo e real izando várias funções. Elas são ambas fracas ou fortes, e o prana flui a través delas. Os seis Cakras
1 – Muladhara Cakr a 56. Dois dedos abaixo do reto e dois dedos acima do linga, quatro dedos de largura, existe um espaço semelha nte a uma raiz bul bosa. 57. Entr e est e espaço está a , tendo sua fa ce voltada para trás ; aquele local é chamado de raiz; lá habita a deusa Kundalini . Ela circunda todas as , e tem três voltas e meia; e prendendo a sua cauda em sua própria boca, repousa na entrada de sushumna.
58. Ela dorme lá como uma serpente, e é luminos a por meio de sua própria luz. Como uma s erpente ela vive entre a junção; é a deusa do discurso, e é chamada a semente ( Bija). 59. Plena de energia, e semelhante ao ouro ardente, saiba que esta Kundalini é o poder (shakti ) de Vishnu; ela é a mãe das três qualidades – sattwa (ritmo), rajas (energia) e tamas (inércia). 60. Lá, bela como a flor Bandhuk , está colocada a semente do amor, LAM; ela é brilhante como o ouro polido, e está descrito no yoga como eterna. 61. A sushumna também a abraça, e a bela semente está lá; lá ela repousa rebrilhante como a lua outonal, com a luminosidade de mil hões de sóis, e a frieza de mil hões de luas. A deusa Tripura Bhairavi tem estes três (fogo, s ol e l ua) j untos, e, em conjunto, ela é chamada de bija . Ela também é chamada de a Grande Energia. (NT. Tripura Bhairavi é um aspecto feroz e terrificante da Deusa Kali ; é uma das 10 mahavidyas , ou aspectos da mã e divina). 62. Ela (bija) é dotada com os poderes da ação (movimento) e sensação, e circula através de todo o corpo. Ela é sutil, e tem uma chama de fogo; às vezes ela sobe, e outras vezes ela desce e cai na água. Esta é a grande energia, a qual repousa no períneo, e é chamada de swayambhu-linga (o automanifestado). 63. Tudo is to é chamado de adhara padma (o l ótus de apoio), e as qua tro pétalas dela , estão designadas pelas letras (v), (d), (s), (s). 64. Junto deste Swayambhu-linga existe uma região dourada, chamada kula; é presidido pelo deva chamado Dviranda, e ele preside a deusa chamada Dakini . No centro daquele lótus, está a yoni onde Kundalini reside; a energia circulando brilhante sobre este local é chamada kama bija (a semente do amor. O sá bio que sempre contempla neste Muladhara, obtém Darduri siddhi (o poder de saltar como um sapo); e, gradualmente, ele pode deixar o solo totalmente (ou seja, elevar-se no ar) ( NT . Sobre Kula: “ Ku” significa a terra absoluta pruthvi ( ) como elemento, e “ la” significa a fusão. Kula , significa neste contexto, portanto, fundir-se ou destruir o elemento terra presente em Muladhara cakra. Num outro sentido, Kula significa “família”; porém, não devemos crer que o termo “família”, como seu significado, esteja implícito nesta citação como o original em inglês sugere). (NT. Sobre Dakini: A Dakini de muladhara é conhecida como Shakti Dakini , correspondendo à Rasa Dhatu , ou plasma ).
65. O brilho do corpo é incrementado, o fogo gástrico se torna poderoso, e livre de doenças, inteligência, resultando em onisciência. 66. Ele sabe o que foi, o que é e o que será, juntamente com suas causas; ele domina as ciências desconhecidas juntamente com seus mis térios. 67. Em sua língua constantemente dança a deusa do aprendizado. Ele obtém o mantra siddhi (sucesso nos mantras), s omente através da constante repetição. 68. Este é o lema do Guru : “Ele destrói a velhice, a morte e inumeráveis problemas”. O praticante de pranayama deve sempre meditar sobre ela ( Kundalini ); por sua real contemplação, o grande yogue se torna livre de todos os pecados. 69. Quando o yogue contempla este muladhara lótus – o Swayambhu-linga – então, indubi tavelmente, naquele exato momento, todos seus pecados são destruídos. 70. O que quer que a mente deseje, ele recebe. Através do exercício habitual ele o vê, aquele que dá a salvação, que é o melhor bem, tanto dentro quanto fora, e que é ad orado com grande cuida do. Melhor que Ele, não conheço ni nguém. 71. Aquele que deixando Shiva, que está dentro, adorar o que está fora (ou seja, adorar as formas externas), é semelha nte aquele que joga fora o doce em sua mão, e se afasta em busca de comida .
72. Deixe-o, assim, meditar diariamente, com negligência, em seu próprio Swayambhu-linga ; e não tendo dúvidas de que disto virão todos os poderes. 73. Pelo exercício habitual, ele dá sucesso em seis meses; e indubitavelmente seu vayu perfura o canal do meio (sushumna). 74. Ele conquista a mente, e pode restringir seu alento e seu sêmen; então, ele obtém sucesso neste, bem como nos outros mundos, sem dúvida. 2 – Swadhisthana C akra 75. O segundo chakra está situado na base do pênis. Ele tem seis pétalas designadas pelas letras (b), (bh), (m), (y), (r), (l). Sua has te é chamada Swadhisthana , a cor do lótus é vermelho sangue, é presidido pelo deva Bala, e sua deusa é Rakini . 76. Quem, diariamente, contempla neste Swadhisthana lótus, torna-se um objeto do amor e da adoração a todas as belas deusas . 77. Ele que coraj osamente recita os vários Shastras e as ciências antes desconhecidas para ele, torna-s e livre de todas as doenças, e se move através de todo o universo corajosamente. 78. A morte é devorada por ele, ele não é devorado por ninguém; ele obtém o mais elevado poder psíquico como anima, laghima , etc. O vayu se move em equilíbrio através de todo o seu corpo; os humores (dhatus) de seu corpo são também aumentados; a ambrosia que flui do lótus etéreo também é incrementado nele. 3 – Manipur a Cakra
79. O terceiro cakra, chamado manipura, está si tuado junto ao umbigo; ele é da cor dourada, tendo dez pétalas, designadas pelas letras (d), (dh), (n), (t), (th), (d), (dh), (n), (p), (ph). 80. O deva que o preside é chamado Rudra – o doador de todas as coisas auspiciosas, e a deusa que preside este local é chamada a mais sagrada Lakini . 81. Quando o yogue contempla no Manipura lótus, ele obtém o poder chamado patala siddhi – o doador de constante felicidade. Ele se torna o senhor dos desejos, destrói as tristezas e as doenças, engana a morte e pode entrar no corpo de outro. 82. Ele pode fazer ouro etc., ver os deuses (clarividência), descobrir remédios para as doenças e encontrar tesouros escondidos. 4 – Anahata C akra 83. No coração está o quarto chakra, o Anahata. Ele tem doze pétalas designadas pelas letras (k), (kh), (g), (gh), (n), (ch), (chh), (j), (jh), (ñ), (t). sua cor é de um vermelho sangue profundo; ele tem a semente de vayu , YAM , e é um local muito agradável. 84. Neste lótus está uma chama chamada van linga; pela contemplação disto, obtêm-se objetos vistos e o universo invisível. 85. Ele está presidido pelo deva Pinaki , e Kakini é sua deusa. Quem sempre contempla neste lótus do coração, é ansiosamente desejado por donzelas celestiais. 86. Ele obtém imensurável conhecimento, conhec e o passado, o presente e o futuro; tem cl ariaudiência, clarividência e pode andar s obre o a r, sempre que deseja r.
87. Ele vê os deuses, e a deusa conhecida como yoginis; obtém o poder conhecido como khechari , e conquista tudo que s e move no ar. 88. Quem diariamente contempla o mais elevado Banalinga (vanlinga , citado acima), indubitavelmente obtém os poderes psíquicos chamados khechari (movimento no ar) e Bhuchari (ir à vontade sobre todo o mundo). 89. Eu não pos so descrever completamente a i mportância da meditaçã o neste lótus, mesmo os Deuses Brahma etc., mantêm este método de contemplação em segredo. 5 – Vishuddha Cakra
90. Este chakra, situado na garganta, é o quinto, é chamado Vishuddha lótus . Sua cor é como o ouro brilhante, está a dornado com dezesseis pétalas e é o as sento do som das vogais, ou seja, suas dezesseis pétalas são designadas por dezesseis vogais, (a), (a), (i), (i), (ri), (ri), (lri), (lri), (e), (ai), (o), (au), (am), (ah). Ele é presidi do pelo deva chamado Chhagalanda, e sua deusa presidente é chamada Sakini . 91. Quem sempre o contempla, é verdadeiramente o senhor dos yogues, e merece ser chamado de sábio; pela meditação deste vishuddha lótus , o yogue compreende os quatro Vedas, com seus mistérios, de uma só vez. 92. Quando o yogue, fi xando s ua mente neste local secreto, sente rai va, então, indubi tavelmente todos os três mundos começam a tremer. 93. Mesmo se por ventura a mente do yogue for absorvida neste local, então ele se torna inconsciente do mundo externo e desfruta certamente o mundo interno. 94. Seu corpo nunca cresce fraco, e ele ret ém sua força plena por mil ênios, ele se torna mais duro que o diamante. 95. Quando o yogue abandona sua contemplação, então, para ele, neste mundo, milhares de anos se assemelha m como muitos momentos. 6 – Ajña Cakra 96. O chakra de duas pétalas , chamado Ajña, está situado entre as duas sobrancelhas, e tem as letras (h) e (ksh); é presidido pelo deva chamado Shukla Mahakala (o Grande Tempo Branco); é presidido pela deusa chamada Hakini . (NT. Shukla Mahakala também é conhecido como Ardhanarishvara , metade homem, metade mulher. A forma Ardhanari ilustra bem a união Shiva-Shakti . Em muitas murtis e desenhos é representado como a parte esquerda sendo feminina, e a direita masculina.)
97. Dentro daquela pétala existe um bija eterno (a sílaba tham), brilhante como a lua outonal. O sábio eremita, pelo conhecimento di sto, nunca é puxado para baixo. 98. Esta é a grande luz mantida em segredo em todos os Tantras; pela contemplação disto, obtém-se o mais elevado sucesso, não há dúvida disto. 99. Eu sou o doador da salvação, Eu sou o terceiro linga no turiya (o estado de êxtase, bem como o nome do lótus de mil pétalas). Pela contemplação nisto, o yogue se torna, certamente, como a Mim. ( NT . No Mandukiya Upanishad , sob a interpretação de Shankaracharya , existem 4 estados de consciência. O primeiro é Vaishvanara , é o estado de vigília; o segundo é Taisaja , é o estado de sono; o terceiro é o Prajna , o estado do sono profundo; o quarto estado é Turya , aquela que “não é consciência que está voltada para fora, nem voltada para d entro, nem a s duas coisas reunidas”, ou seja,
é o samadhi ).
100. Os dois canais chamados ida e pingala são os reais Varana e Asi . O espaço entre eles, chamado Varanasi (Benares, a cidade sagrada de Siva). Naquele lugar é dito que o Vishwanatha (o Senhor do universo) habita.
101. A grandeza deste local sagrado foi declarada em diversas Escrituras pelos sábios percebedores da verdade. Seu grande segredo tem si do muito eloqüentemente ponderado por eles. 7. O Lótus de Mil Pétalas 102. Sushumna vai ao longo do cordão espinhal até onde Brahmarandhra (a boca de Brahma) está situada. Em seguida, por certa curvatura, vai para o lado direito de Ajña lótus, de onde procede para a narina esquerda, e é chamado o Ganges. 103. O lótus que está situado no Brahmarandhra é chamado Sahasrara (o mil pétal as). No centro d este espaço, habita a lua ( chandra ). A partir do espaço triangular o elixir exsuda continuamente. Este fluído lunar da imortalidade flui incessantemente através de ida. O elixir flui em um córrego – um contínuo córrego. Indo para a narina esquerda, ele recebe dos yogues o nom e de “ Ganges ”.
104. Da porção do lado direito do Ajña lótus e indo para a narina direita, flui o canal ida. Aqui ele é chamado Varana (fluindo para o norte do Ganges). 105. Deixe o yogue contemplar no espaço entre os dois ( ida e pingala) como Varanasi (Benares). Pingala também vem do mesmo modo do lado esquerdo da porção do Ajña lótus, e segue para a narina direita, e tem sido chamado por nós de Asi . 106. O lótus que está situado no Muladhara tem quatro pétalas. No espaço entre elas , habita o sol. 107. Daquela esfera do sol, o veneno exsuda continuamente. Aquele aquecimento excessivo do veneno flui através de pingala. 108. O veneno (fluído s olar da mortalidade) que flui continua mente lá , em um córrego, vai para a narina direita, assi m como o fluído lunar da imortalidade vai para a esquerda. 109. Subindo do lado esquerdo do Ajña lótus e indo para a narina direita, este fluxo para o norte em pingala tem si do chamado do antigo Asi . 110. O Ajña lótus de duas pétalas tem sido descrito como a morada do Deus Maheshwara. Os yogues descrevem mais três estágios sagrados acima deste. Eles são chamados bindu, nada e shakti, e estão situados no lótus da testa. 111. Quem sempre contempla no oculto Ajña lótus, destrói todos os karmas de sua vida passada, sem qualquer oposição. 112. Permanecendo neste local, quando o yogue medita constantemente, então para ele todas as formas, adorações e orações parecem inúteis . 113. Os Yakshas, Rakshashas , Gandharvas , Apsaras e Kinnaras, todos servem aos seus pés. Eles se tornam obedientes a o seu comando. 114. Ao inverter a l íngua e colocá -la no poço do palato, deixe o yogue entrar em meditação que destrói todos os medos. Todos os seus pecados, de quem cuja mente permanece aqui firmemente, mesmo que por um segundo, são todos destruídos de uma só vez. 115. Todos os frutos que tem sido descritos acima como resultantes da contemplação dos outros cinco lótus, são obtidos a través do conhecimento deste único Ajña lótus sozinho. 116. O sábio que continuamente pratica a contemplação deste Ajña lótus, torna-se livre da cadeia poderosa de desejos , e desfruta felicidade. 117. Quando, no momento da morte, o yogue contempla este lótus, deixando sua vida, aquele santo é absorvido no Paramatma.
118. Quem contempla isto, parado ou andando, dormindo ou acordado, não é tocado pelo pecado, mesmo que fosse possível para ele cometer atos pecaminosos. 119. O yogue se torna livre da cadeia por seu próprio esforço. A importância da contemplação do lótus de duas pétalas não pode ser totalmente descrita. Mesmo os deuses como Brahma etc., aprenderam somente uma porção desta grandeza de Mim. 120. Acima disto, na base do palato, está o lótus de mil pétalas, naquela parte onde a cavidade de sushumna está. 121. Da base, ou raiz do palato, sushumna se estende para baixo, até que alcança o Muladhara e o períneo: todos os canais rodeiam-na ou estão suportadas por ela. Estas nadis são as sementes do mistério, ou a fonte de todos os princípios que constituem o homem, e mostram o caminho para Brahma (ou seja, doam a salvação). 122. O lótus que está na raiz do palato é chamado Saha srara (o de mil pétal as); neste centro exi ste uma yoni (sede, ou centro da força) que tem sua face voltada para baixo. 123. Nela (yoni ) está a raiz de sushumna, junto com sua cavidade; isto é chamado Brahmarandhra (a cavidade de Brahma), que se estende até o Muladhara padma. 124. Naquela cavidade de sushumna habita, com a sua força interior, a Kundalini . E m sushumna existe também uma contínua corrente de força, chamada chitra , suas ações ou modificações devem ser chamadas, em Minha opinião, como Brahmarandhra etc. 125. Pela simples recordação disto, obtém-se o conhecimento do Brahma, todos os pecados são destruídos e ninguém nasce novamente como homem. 126. Deixe-o introduzir o polegar em sua boca: por este meio, o ar, que flui através do corpo, é parado. (NT . Muito provável “boca” faz referência à cavidade de Sushumna) 127. Devido a este vayu, o homem vagueia no ciclo do nascimento; os yogues, portanto, não desejam manter esta circulação (de vayu); todas as nadis são limitadas pelos oito nós. Somente Kundalini pode perfurar estes nós e passar através de Brahmarandhra, e mostrar o caminho da salvação. 128. Quando o ar ( vayus) está completamente confinado nas nadis, então a Kundalini deixa ess es nós e força seu caminho para fora do Brahmarandhra. 129. Então, o ar vi tal flui continuamente em sushumna . No lado direito e esquerdo de Muladhara estão situados ida e pingala . Sushumna passa através do meio deles. 130. A cavidade de sushumna , na esfera do adhara, é chamada de Brahmarandhra. O sábio que conhece isto é emanci pado de todas as cadeias do karma. 131. Todos estes três canais encontram-se, certament e, na boca de Brahmarandhra; ao banhar-se neste local, certamente obtém-se a salvação. O Sagrado Triveni (Prayaga) (NT. Triveni é o local de junção das três nadis. Simbolicamente é o encontro dos rios sagrados,Ganges (ida), Jamuna (pingala) e Saraswati (sushumna). Prayaga é a confluência destes três rios.) (NT . A Kumbhamela é uma peregrinação que se realiza quatro vezes a cada doze ano, quando os três rios sagrados se encontram, e tem por turno os seguintes locais: Prayag , o nome indiano de Allahabad (em Uttar Pradesh ), Hardwar (em Uttaranchal ), Ujjain (em Madhya Pradesh ) e Nasik (em Maharashtra ). O último maha kumbhamela (realizado em 2001) reuniu cerca d e 70 milhões de pessoas.)
132. Entre o Ganges e Jamuna , flui o saraswati : ao banhar-se neste encontro, o afortunado obtém a salvação. 133. Dissemos antes que ida é o Ganges, e pingala é a filha do sol ( Jamuna ); no meio, sushumna é saraswati ; o local onde todos os três se unem é o mais i nacessível. 134. Quem realizar o banho mental no encontro da Branca ( ida) e da Preta ( pingala), torna-se livre de todos os pecados, e alcança o eterno Brahma. 135. Quem realizar os ritos funerários de seus ancestrais na união destes três rios ( Triveni ), adquire a salvação de s eus ancestrais, alcançando ele próprio o mais elevado fi m. 136. Quem diariamente realizar os triplos deveres (ou seja, o regular, ocasional e opcional) por mental mente meditar neste local, recebe a recompensa inalterável. 137. Quem se banha neste local sagrado, desfruta da felicidade celestial, seus múltiplos pecados são queimados; ele se torna um yogue de mente pura. 138. Quer seja puro ou impuro, qualquer que possa ser o estado, pela realização de ablução neste local místico, ele s e torna indubitavelmente sagrado. 139. Na hora da morte, deixe-o banhar-se na água desta Triveni : quem morre pensando nisto, então alcança a sal vação neste local. 140. Não há segredo mai or do que este em todos os três mundos. Is to deve ser ma ntido em segredo com grande cuidado. Ele não deve nunca ser revelado. 141. Se a mente se tor na fi rmemente fixa da, mesmo qu e por meio s egundo, em Brahmarandhra, tornase livre de pecados e alcança o mais elevado fim. 142. O sagrado yogue, cuja mente está absorvida nisto, é absorvido em Mim depois de ter desfrutado dos poderes cha mados anima, laghima etc. 143. O homem que conhece este Brahmarandhra torna-se meu amado neste mundo; conquistando pecados, ele adquire direito à salvação; pela propagação do conhecimento, ele salva milhares de pessoas. 144. O Quatro-faces ( NT . Referência a Brahman) e os deuses dificilmente podem obter este conhecimento, ele é o mais valioso tesouro dos yogues; este mistério de Brahmarandhra deve ser mantido em grande segredo. A Lua do Mistério 145. Tenho dito antes que existe um centro de força ( yoni ) no meio do Sahasrara; abaixo é que está a lua; deixe o sá bio contemplar isto. 146. Pela contemplação disto, o yogue se torna adorado neste mundo, e é respeitado pelos deuses e adeptos. 147. No seio da testa, deixe o yogue contemplar o oceano de leite; deste local, deixe-o meditar na lua, que está no Sahasrara. 148. No seio da testa existe a lua contendo o néctar, tendo seis kalas completos. Deixe-o contemplar nesta única imaculada. Pela prática constante, ele a vê em três dias. Pela mera visão dela, o praticante queima todos os seus pecados.
149. O futuro se revela a ele, sua mente se torna pura; e embora ele possa ter cometido os cinco grandes pecados, no momento da contempla ção disto, ele os destrói. 150. Todos os corpos celestiais (planetas etc.) se tornam auspiciosos, todos os perigos são destruídos, todos os acidentes são desviados, o sucesso é obtido na guerra; os poderes de khechari e d e bhuchari sã o adquiridos pela visão da lua que está na testa. Pela mera contempla ção dela, todos os resultados s e sucedem, não há dúvida disto. Pela constante prática do yoga, verdadeiramente a pessoa se torna um adepto. Em verdade, em verdade, novamente em muita verdade, ele se torna, certamente, Meu igual. O contínuo estudo da ciência do yoga, concede sucesso a os yogues. Aqui termina a descrição do Ajñapura Cakra. O Místico Monte Kailash
151. Acima disto (ou seja, da esfera lunar), está o brilhante lótus de mil pétalas. Ele está fora deste corpo micro cósmico e é o doador da salvação. 152. Seu nome é verdadeiramente o monte Kailash, onde habita o grande Senhor Shiva, que é chamado Nakula, e é indestrutível, e não a umenta ou di minui. 153. Homens, a ssi m que descobrirem este mais secreto local, tornar-se-ão livres de renascimentos neste universo. Pela prática deste yoga, ele obtém o poder da criaçã o ou destruição da criação deste agregad o de elementos. 154. Quando a mente está fi rmemente fixada neste local, que é a resi dência do Grande Swan ( NT . Swan = literalmente, Cisne), e é chamada Kailash, então, aquele yogue, desprovido de doenças e subjugando todos os acidentes, vi ve por l ongos anos, livre da morte. 155. Quando a mente do yogue está absorvida no Grande Deus, chamado Kula, então a plenitude do samadhi é al cançada, em seguida o yogue obtém imutabi lidade. 156. Pela constante meditação, esquece-se o mundo e, então, de fato o yogue obtém maravilhoso poder. 157. Deixe o yogue, continuamente, beber o néctar que flui para fora dele; através disto, ele dá regra (lei) à morte, e conquista o kula. Aqui a Kula Kundalini forçosamente é absorvida, depois disto a criação quádrupla é absorvida no Paramatman.
O Raja Yoga 158. Por este conhecimento, as modificações da mente são suspendidas, não obstante ela possa ser ativada; portanto, deixe o yogue, incansavelmente e desinteressadamente, tentar obter este conhecimento. 159. Quando as modificações dos princípios mentais estão suspensas, então certamente alguém se torna um yogue; em seguida, conhece-se o I ndivisível, sagrado e puro Conhecimento Transcendental . 160. Deixe-o contempla r, em seu próprio reflexo no céu, como al ém do Ovo Cósmico, da forma descrita anteriormente. Através dis to, deixe-o pensar no Grande Vazio incessantemente. 161. O Grande Vazio, cujo princípio é vazio, cujo meio é vazio, cujo fim é vazio, tem o brilho de dez milhões de sois, e a frieza de dez mi lhões de luas. Pela contempla ção contínua disto, ele obtém sucess o. 162. Deixe-o praticar com energia diariamente esta dhyana, dentro de um ano ele obterá todo o sucesso, indubitavelmente.
163. Ele, cuja mente está absorvida naquele local, mesmo que por um segundo, é certamente um yogue, e u m bom devoto, e é reverencia do em todos os mundos. 164. Todos os seus pecados acumulados são, de uma úni ca vez, verdadeiramente destruídos. 165. Por vê-lo, a pessoa nunca retorna ao caminho deste universo mortal; deixe o yogue, portanto, praticar isto com grande cuida do pelo caminho de Swadhisthana. 166. Eu não posso descrever a grandeza desta contemplação. Quem praticar, saberá. Ele se torna respeitado por Mim. 167. Pela meditação uma única vez, conhece-se os maravilhosos efeitos deste yoga (ou seja, da contemplação do vazio); indubitavelmente ele alcança os poderes psíquicos, chamados anima e laghima etc. 168. Assim eu tenho descrito o Raja Yoga, ele é mantido em segredo em todos os Tantras; agora vou descrever para você brevemente o Rajadhiraj Yoga. ( NT . Rajadhiraj Yoga é uma forma mais ampla e mais abrangente de Asthanga Yoga. O Rajadhiraj Yoga , “o yoga do rei dos reis”, tem algumas variâncias em relação ao Asthanga , como o texto a seguir irá definir).
O Rajadhiraj Yoga 169. Sentando em Swastikasana, em um bonito mosteiro, livre de todos os homens e animais, tendo sa udado ao seu Guru, deixe o yogue praticar esta contempla ção. 170. Conhecendo, através dos argumento do Vedanta, que o Jiva é independente e auto manifestado, deixe-o fazer sua mente também auto manifestada; e não permita que ele contemple nada mais. 171. Indubitavelmente, por esta contemplação, o mais elevado sucesso ( maha-siddhi ) é obtido; tornando a mente sem função, ele se torna perfeitamente Completo. 172. Quem sempre pratica isto, é o autêntico yogue impassível. Ele nunca usa a palavra “Eu”, mas
sempre encontra a si mesmo completo de Atma. 173. O que é a escravidão? O que é a emancipação? Para ele, sempre, tudo é Um; sem dúvida, quem pratica sempre isto, é o autêntico emanci pado. 174. Ele é o yogue, ele é o verdadei ro devoto, ele é adorado em todos os mundos , aquele que contempla o Jivatma e o Paramatma relacionando-os como “Eu” e “Sou”; aquele que renuncia “Eu” e “Tu” e contempla o indivisível; o yogue livre de todo apego, tomando abrigo naquela contemplação, no qual, através do conhecimento da s uper afirmação e negação, tudo é di ssolvido. 175. Deixando aquele Brahma, que é Manifesto, que é Conhecimento, qu e é Bem-aventurança , e que é Consciência Absoluta, os iludi dos vagueiam em vão, discutindo o Manifesto e o Imanifesto. 176. Quem medita neste universo móvel e imóvel, que é realmente imanifesto, mas abandona o supremo Brahma – diretament e manifesto – está verdadeiramente absorvido neste universo. 177. O yogue, livre de todo apego, esforça ndo-se constantemente em manter esta prática que leva ao Conhecimento Transcendental , de tal modo que não poderá s er novamente perturbado pela i gnorância. 178. O sábio, pela restrição dos sentidos dos seus objetos, e estando livre de toda companhia, permanece no meio destes objetos, como se em um sono profundo, ou seja, não os percebe. 179. Assim, constantemente praticando, o Eu luminoso torna-se manifesto: aqui terminam todas os ensinamentos do Guru, (ele não pode mai s auxiliar o estudante). Dora vante, ele tem que auxili ar a si
mesmo, ele não pode mais aumentar sua razão, ou poder. De agora em diante, pela mera força de sua própria pratica, ele deve obter o Conhecimento Transcendental . 180. Aquele Conhecimento Transcendental, o qual as palavras tornam a mente frustrada (confusa), é somente para ser obti do através da prática; visto que este Conhecimento puro i rrompe do Eu. 181. O hatha yoga não pode ser obtido sem o raja yoga, nem o raja yoga pode ser obtido s em o hatha yoga. Portanto, deixe o yogue pri meiro aprender o hatha yoga pelas i nstruções de seu sábio Guru. 182. Quem, enquanto viver no corpo físico, não pratica yoga, vive meramente por causa dos prazeres sensuais. 183. A partir do momento em que ele começa, até o momento em que ele obtém perfeita maestria, deixe o yogue comer moderadamente e abstêmio, caso contrário, por mais inteligente, ele não obterá sucesso. (NT . Já foram explicados anteriormente os procedimentos que devem ser adotados pelo chefe de família, para o seu sucesso no yoga. A abstemia aqui é indicada para os solteiros.). 184. O sábi o yogue, em uma a ss embléia, deve proferir palavras de elevada bondade, mas não deve falar muito: ele come um pouco para manter seu corpo; ele renuncia a companhia dos homens, ele renuncia a companhia das mulheres; verdadeiramente, ele renuncia a todas as companhias: caso contrário, ele não pode obter mukti (salvação); em verdade, eu di go a você a verdade. 185. Deixe-o praticar isto em segredo, l ivro da companhia dos homens, em um loc al retirado. Por causa da aparência, ele deveria permanecer na sociedade, mas não deve tê-la em seu coração. Ele não deve renunciar aos deveres de sua profissão, casta ou categoria; mas ele deve realizá-los meramente, como um instrumento do Senhor ( NT . Como um sacrifício ao Senhor Supremo, como o Bhagavad-Gita ensina, sem esperar os frutos desse trabalho. Sem se alegrar com os resultados bons e sem se entristecer com os maus resultados), sem qualquer pensamento sobre o evento. Ao fazer assi m, não há pecado. 186. Mesmo o dono de casa ( Grihastha ), por sabiamente seguir este método, pode obter sucesso; não há dúvi da disto. 187. Permanecendo no meio da família, sempre cumprindo os seus deveres de chefe de família, quem está livre dos méritos e dos deméritos ( NT . Ou seja, que não almeja nada na realização dos deveres), e tem restringido os seus sentidos, alcança a salvação. O chefe de família, praticando este yoga, não é tocado por pecados . Se, ao proteger a humanidade, ele comete qual quer pecado, ele não é pol uído por ele. O Mantra (Om, Aim, Klim, Strim)
188. Agora vou dizer a você a melhor das práticas, o japa do mantra: disto, obtém-se felicidade neste, bem como no mundo al ém deste. 189. Pelo conhecimento deste mais elevado dos mantras, o yogue certamente alcança sucesso: isto dá todo poder e prazer ao indicado yogue. 190. Nas quatro pétalas do muladhara lótus, está o bija do discurso, brilhante como o relâmpago (ou seja, a sílaba AIM. 191. No coração está o bija do amor, belo como a flor Bandhuk (ou seja, a sílaba KLIM). Neste espaço, entre as duas sobrancelhas, no Ajña lótus, está o bija de Shakti (STRIM), brilhante como dez milhões de luas. Existem três sementes que devem ser mantidas em segredo – elas doam prazer e emancipação. Deixe o yogue repetir estes três mantras (ou seja, Om, Aim, Klim e Strim) e tentar alca nçar sucess o. (NT. O pra nava OM , estaria incluso nestes três mantras, uma vez que ele é a fonte d e todos os mantras).
192. Deixe-o aprender este mantra de seu Guru, deixe-o repetir, nem muito rápido, nem muito lento, mantendo a mente livre de todas as dúvidas, e compreendendo a relação mística entre as letras do mantra. 193. O sábio yogue, atentamente fixando sua atenção neste mantra, executando todos os seus deveres peculiares à sua casta, deve realizar cem mil homas (sacrifícios ao fogo), e, então, repetir este mantra trezentas mil vezes na presença da Deusa Tripura. ( NT . Tripura Bhairavi é uma das dez mahavidyas). 194. Ao final desta sagrada repetição ( japa), deixe o sábio yogue novamente realizar homa, em uma cavidade triangular, com açúcar, leite, manteiga ( ghee) e flor de karari (NT. É a flor do oleandro, também conhecida como loandro-da-índia, loureiro-rosa, espirradeira, flor-de-são-josé. Nome científico: Nerium oleander ). 195. Pela execução de Homa-japa-homa , a deusa Tripura Bhairavi , que tem sido propiciada pelo mantra acima, torna-se satisfeita, e concede todos os desejos ao yogue. 196. Tendo satisfeito ao Guru, e tendo recebido este mais elevado dos mantras, de forma adequada, e realizando as repetições da forma prevista, com a mente concentrada, até mesmo os mais sobrecarregados com karmas passados, obtêm sucesso. 197. O yogue que, tendo controlado s eus sentidos , repete este mantra cem mil vezes, obtém o poder de atrair os outros. 198. Ao repeti-lo por duas lacs de vezes, ele pode controlar todas as pessoas – que chegam junto dele como as mulheres vão para uma peregrinação. Eles dão-lhe todas as suas posses, e permanecem sempre sob controle. (NT . Lacs , a que se refere o texto, é o equivalente a laque, no singular “ lakh”, que significa cem mil rúpias, moeda da Í ndia). 199. Pela repetição deste mantra por três lacs de vezes, todas as deidades que presi dem as esferas , bem como as esferas, são trazidas sob o seu domínio. 200. Pela repetição deste, por seis lacs de vezes, ele se torna o veículo do poder – sim, o protetor do mundo -, cercado por serviçais. 201. Pela repetição disto, doze lacs de vezes, os senhores de Yakshas, Rakshas e Nagas ficam sob seu controle; todos obedec em o seu comando c onstantemente. 202. Pela repetição disto, por quinze lacs de vezes, os Siddhas, os Viddyadharas, os Gandharvas, os Apsaras, ficam sob o control e do yogue. Não há dúvi da dis to. Ele obtém imedia tamente o conh ecimento de toda a audição e, conseqüentemente, todo o sa ber. 203. Pela repetição disto por dezoito lacs de vezes, ele, em seu corpo, pode se levantar do chão: ele atinge verdadeiramente o corpo luminoso; ele vai a todo o universo, onde quer que queira; ele vês os poros da terra, ou seja, ele vê os espaços e as moléculas da terra sólida. 204. Pela repetição disto, por 28 lacs de vezes, ele se torna o senhor dos Viddyadharas, o sábio yogue se torna Kamarupi (ou seja, assume qualquer forma que ele desejar). Pela repetição disto por 30 lacs de vezes, ele se torna igual a Brahma e Vishnu. Ele se torna um Rudra. Por 60 lacs de repetições, por 80 lacs de repetições, ele se torna todo desfrutador. Pela repetição por 10 milhões de vezes, o grande yogue é absorvido no Pram Brahman. Tal praticante dificilmente é encontrado em todo os três mundos. 205. Oh, Deusa ! Shiva , o destruidor do Tripura, é o Único Primeiro e a mais elevada Causa. O sábio O alcança, quem é imutável, indecadente, todo paz, imensurável e livre de todos os males – o Mais Elevado Sucesso. 206. Oh, Grande Deusa!, esta ciência de Shiva é a Grande Ciência (mahavidya); ela sempre foi mantida em segredo. Portanto, esta ciência revelada por Mim, o sábio deve manter em segredo.
207. O yogue, desejoso de sucesso, deve manter o hatha yoga como um grande segredo. Ele se torna fruitivo quando mantido em segredo; revelado ele perde o poder. 208. O sábio, que lê isto diariamente, do início ao fim, sem dúvida, gradualmente, obtém sucesso no yoga. Ele atinge a emancipação a que honra diariamente. 209. Deixe esta ciência ser recitada para todos os homens santos que desejam a emancipação. Pela prática o sucess o é obtido, sem ele como pode o sucess o suceder? 210. Portanto, o yogue deve realizar yoga de acordo com as regras da prática. Quem está contentado com o que ele dá, quem restringe seus sentidos, sendo um chefe de família, que não é absorvido nos dever es do lar, certamente obtém a emanci pação pela prática do yoga. 211. Mesmo os senhores, proprietários de casas, obtêm sucesso pelo japa se eles executarem seus dever es de yoga apropriadamente. Deixe, portanto, os pr oprietários de casas também empregar o yoga (sua riqueza e condição de vida não são obs táculos nisto). 212. Vivendo no meio de uma ca sa, com espos a e filhos , mas livres de apegos pa ra com eles, praticando yoga em segredo, um chefe de família ainda encontra marcas de sucesso (l entamente coroando os seus esforços), e assim seguindo estes Meus ensi namentos, ele s empr e vive em Bem-aventurança feliz.
GLOSSÁRIO DAS PALAVRAS EM SÂNSCRITO A: partícula negativa. Abhaya: ausência de medo. Abhaya Mudra: o gesto que afasta os temores. Abhayapada: o passo c orajoso do sábio. Adhama: inferior. Adhara: suporte, base. Adhi: sobre, em cima. Adhikara: qualificação. Adhikari: aquele que têm a qua lificação necessária. Adho: para baixo. Aham: eu. Ahamkara: ego (noção do eu). Airavata: Rei dos elefantes. Ajna Chakra: 6º Chakra, significa mando, comando. Akasa: espaço. Amrtam: imortal idade ou o néctar da imortalid ade. Anahata Chakra: 4º Chakra, significa som místico. Ananda: pl enitude. Ananta: sem fim, eternidade. Anga: disciplinas secundárias, membro ou parte de um corpo. Angi: corpo, a quele que possui membros. Antah-kara na: instrumento i nterno de conhecimento. Antara: estar dentro. Anuloma: ordem natural. Apah: água. Apana: o prana do Mula dhara Chakra encarregado da eliminação. Ardha: meia, metade. Artha: objetos e também objetivo. Asanas: posturas. Ashtanga: oito membros (astha = oito, anga =membros). Asuras: demônios . Asva: cavalo. Ati: acima. Atma-jnana: o conhecimento do Ser (Atma = eu, o Ser, jnana = conhecimento). Avyakta: nuvem original de energia e matéri a indiferenciada,não manifesto. B Bahya-karana: instrumentos externos de conhecimento e a ção (bahya = externo, karana = instrumento). Baddha: retido, preso. Bhadram: prosperidade. Bahya: suspender a respiração após a expiração. Bandha: apertado, corrente, nó, preso, amarrado. Bhava: atitude, temperamento, di sposição mental , i nclinação. Bhedana: di vidi do, alternado. Bija: semente. Brahma: o criador da trindade Hindu. Brahman: o Absoluto. Brahma-Dvara: porta de Brahma (Cria dor da trindade Hindu). Buddhi: i ntelecto.
C Chakras: roda, centros de energia com características da personalidade. Chakshu: olho. Chit: consciência. Chittam: memória . D Dakini: Senhora das lanças brilha ntes. Dakshina Tantra: Tantra da mão direita. Damaru: tambor. Danda: cajado, vara, bastão. Danta: dente. Darshana: visão. Dattatreya: três rostos (representando Brahma, Vishnu e Shi va). Daya: compaixão. Deha: corpo. Devadatta: dado por Deus. Devas: deuses. Devata: deidade. Dhananjaya: conquis tador de riqueza. Dharana: concentração. Dhatus: elementos cons tituintes ou ingredientes essenciais do corpo humano. Dhrti: firmeza. Durga: a di fícil de ser alcançada, a que não s e curva para ninguém. Dhyana: meditaçã o. Dvandvatitha: além dos opostos (dvandva = opostos, atitha = além de). G Gada: maça de guerra. Gaja: elefante. Gajanana: que tem cara de elefante. Ganesha: Senhor de todos os seres. Garuda: águia, veículo de Vishnu. Ghi: manteiga clarificada no fogo. Go: vaca. Govinda: que cuida das vacas ou das escrituras (Krshna). Granthi: nó. Gunas: características. Guru: mestre, (aquele que elimina a i gnorância). H Hala: arado. Hansa: cisne ou pássaro mitológico. Hari: salvador. Hasta: mão. Hatha: força. Himalaya: morada da neve. I Iccha: vontade. Ida: canal que vai contornando todos os Chakras desde o testículo direito até a narina esquerda.
Indra: o Senhor dos Deuses. Indriyas: instrumentos externos de conhecimento e ação. Is hta Devata: Deus pessoal. Is hvara: corpo total, o Senhor (Deus pessoal). J Jagrat: estado de vigília. Jala: água. Janu: joelho. Jathara: estômago, abdome. Jihva: língua. Jiva: o indi víduo; corpo individual, a quele que está identificado com o corpo, a mente e com o i ntelecto. Jnana: conhecimento. Jnana-indriyas : órgãos de percepção. K Kailasa: pico mais alto dos Himalaias, residência de Shiva . Kaka: corvo. Kakini: a sempre existente. Kali: a negra. Kapota: pombo. Kama: desejo. Kamandalu: cabaça, o pote do Sannyasi . Kapala: crânio, cabeça. Karana: causal. Karma-indriyas : órgãos de ação. Karttikeya: filho de Shiva e Par vati que foi cuida do pelas Krttikas. É conhecido como deus da guerra e irmão de Ganesha. Kesha: cabelo. Khadga: espada. Khatvanga: cajado encimado por uma caveira. Kona: ângulo. Kosha: invólucro, bainha. Krttikas: as pl êia des (estrelas da constelação). Kriyas: ação, exercíci os de limpeza dos condutos sutis de energia (Nadis). Krkara: pássaro. Krodha: rai va Krshna Saranga: antílope negro. Kumbha: pote. Kurma: tartaruga. L Lakini: a benfeitora de todos. Lobha: cobiça. M Mada: arrogância. Madhyama: meio. Manduka: sapo. Mahabhutas: os cinco elementos perceptíveis que constituem a criação. Mahadeva: o grande Deus. Mahamaya: a grande il usão.
Mamakara: noção do meu. Mananam: refletir sobre o ensi namento. Manas: mente. Manasa-puja: culto mental . Mandala: círculo, diagrama dotado de profundo si mbolismo. Mandir: templo. Mangalam: a uspiciosidade. Manipura Chakra: 3º Chakra, que significa cidade das j óias. Matsarya: inveja. Matsya: peixe. Maya Shakti: poder da criação. Maya: ilusão. Mayura: pavão. Merudanda: col una vertebral. Mitratvam: amizade. Modaka: doce. Moha: ilusão. Mohini: filha da ilusão. Moksa: liberação. Mukha: boca, face. Mukta-triveni: l ugar da junção de três (Nadis) para a li beração. Mula: base, raiz. Muladhara: 1º Chakra que si gnifica básico ou raiz. Murali: flauta de Krshna. N Nabhi: umbigo. Nabhi Chakra: círculo do umbigo. Nadichakras: gânglios ou plexos existentes nos corpos gross o, sutil e causal. Nadikas: pequenos condutos aonde circula a energia vital. Nadis: canais através dos quais circula a energia vital. Naga: serpente. Nakha: unha. Namaskara: saudações com as mãos unidas na frete do peito. Namaste: saudações a você. Nandi: touro, representa Jiva (o indivíduo), sempre perto e co m saudade do Atma (Eu). Nauka: barco. Niralamba: sem suporte. Niyama: disciplinas específicas para a purificação do estudante. P Pada: sílabas, pé. Padma: lótus. Pancha-prana: cinco pranas . Panchikaranam: processo através do qual os elementos sutis vão se grossificando. Parashu: machado. Parivartana: vi rado. Parsva: lateral do corpo. Pashchimottana: grande estiramento pos terior. Pavana: vento, ar. Pingala: canal que vai contornando todos os Cha kras desde o testículo esquerdo até a na rina direita. Prajna: ignorante. Prakrti: natureza, matéria perecível. Pramoda: alegria.
Prana: energia sutil. Pranayama: disciplina da respiração para a harmonia da energia sutil ou vital. Prasada: presente. Prasarita: esticado. Pratyahara: abstração dos sentidos. Pratyaya: pensamentos, cognição. Preman, Prema: amor. Prthivi: terra. Puraka: pulmão cheio (inspiração). Purnam: pl enitude. Purusha: ser. Puroshottama: o mais al to Ser. Purva : a nterior. Purvottana: gra nde estiramento anteri or. Pushpa: flor. R Rajas: ação, movimento, atividade. Rajju: corda. Rshis: sábios. Rudra: um aspecto de Shiva, que é considerado o devorador do poder cósmico. Rudraksha: “olhos de Shiva ”. Semente de uma deter minada á rvore com que se faz um colar .
S Shabda: som. Shabda-prapanca: mundo do s om. Sadhaka: buscador. Sadhana: disciplina. Sadhya: objetivo. Sah: ele. Sahasrara: lótus de mil pétalas. Salambha: com s uporte. Samadhi: absorção mental, quando se reconhece que não há diferença entre a c riatura a criação e o Criador. Samana: o pra na do Manipura Chakra encarregado da assimilação. Samatvam: capacidade de estar s empre o mesmo, tranqüilo. Sanmukha: que tem seis faces (cinco órgãos de percepção e a mente). Nome que é dado a Karttikeya. Sannyasa: renúncia. Sannyasi: renunciante. Sarasvati: Deusa do conhecimento e das artes, esposa de Brahma. Sarva: todo. Sarvanga: todos os membros do corpo. Sat: existência. Sattva: tranqüilidade, conhecimento, clareza, pureza. Satyam: verdade. Shalabha: gafanhoto. Shankha: concha. Shariram: corpo, veículo de mani festação do indivíduo. Shakti: poder, energia , força. Shama: disciplina mental . Shanti: paz. Shasha: coelho. Shastras: escrituras. Shava: ca dáver.
Shodhana: purificação. Shraddha: fé. Shravanam: escutar o ensinamento. Simha: leão, veículo de Durga. Snayu: múscul os. Sneha: apego. Sthiti: estabilidade. Sthula: grosso. Sukshma: sutil. Supta: dormindo, deitado. Shula: la nça. Sukham: felicidade. Sushumna: canal central, que parte do Muladha ra e sobe até o Sa hasrara atravessando todos os Chakras. Sushupti: estado de sono. Svadhisthana: 2º Chakra que si gnifica suporte do sopro da vida. Svapna: estado de sonho. Svasthya: tranqüilidade, paz. Svast:i boa sorte. Svayambhu: a uto-exis tente. T Tada: montanha. Taijasa: luminoso. Tamas: inércia, ausência de atividade e clareza mental. Tanmatras: elementos s utis originais. Tantra: governar, controlar, manter através de disciplina. Tara: estrela. Tattva: elemento. Teja s: fogo. Tola: balança. Trigunatmika: possui três caracterís ticas. Trikona: triângulo Tvak: pele U Udana: o prana do Visuddha Cakra encarregado da ação inversa. Upavish: sentar. Urabhra: carneiro. Urdhva: para cima. Utkata: poderoso. Uttha: l evantar. Uttama: superior. Uttana: grande esticada . Utthi ta: levantado. V Vahana: veículo. Vaikuntha: céu. Vajra: raio. Vakra: dobrado. Vakya: frases. Vama: lado esquerdo.