A Criança e o Desenho
Introdução Para que os professores auxiliem melhor seus alunos e entendam o porquê de certos comportamentos, elaborei essa pequena apostila com dicas e comentários sobre o comportamento infantil. Que Deus abençoe cada professor que baixou essa apostila, pois se mostra interessado em não apenas dar uma aula a seus alunos, mas a compreendê-los e ajudá-los a se desenvolver no crescimento e conhecimento sobre o Amor de Cristo.
- O que é o desenho para a criança? O desenho é como um espelho, capaz de refletir algumas vezes o que carrega dentro de si, não captado pelas outras pessoas no dia a dia. O desenho infantil expressa o mundo interno da criança, sua personalidade. No desenho, especialmente naqueles de tema livre, ou sobre família e até sobre si mesmos podemos encontrar mais facilmente coisas que podem afetar as crianças no dia a dia e que passam despercebidas. É claro que a análise dos desenhos infantis é sempre subjectiva, tal como é único o perfil de uma pessoa. No entanto, existem sempre características fundamentais nos desenhos que em norma são interpretadas do mesmo modo. Além disso, através do desenho podemos ter uma noção do nível de maturidade da criança. Significado de Alguns Desenhos Casa: Desenho de uma casa grande, gr ande, demonstra grande emotividade, emotividade, se for uma casa pequenina seu filho demonstra que é uma criança retraída. Uma porta pequena na casa sinaliza uma criança que é seletiva com os amigos e parentes, não gosta que lhe façam muitas perguntas e nem que a observem. Uma porta grande, em contrapartida, é sinal de boas-vindas para quem quiser fazer parte de seu cotidiano. Barco: Desenhar barco significa que a criança adapta-se facilmente a imprevistos. Barcos grandes, revela que seu filho não gosta de mudanças e aprecia ter controle da situação, se for barco pequeno seu filho é sensível, e tem grande intuição. Flores: desenhar flores significa que seu filho é uma criança alegre e feliz.
As Cores As cores, de acordo com a especialista Nicole Bédard, também fornecem pistas sobre o que vai pela cabeça dos pequenos desenhistas. A preferência pelo vermelho revela uma natureza enérgica, espírito esportivo e, por outro lado, pode sinalizar algum tipo de agressividade. Já o amarelo representa “o conhecimento, a curiosidade e a alegria de viver”. A criança que usa essa cor com freqüência é generosa, extrovertida, otimista e ambiciosa. O preto, avisa a autora, costuma ser uma cor mal interpretada pelos pais, associada a maus pensamentos ou tristeza. Não necessariamente é assim. O preto representa o que vai pelo inconsciente e mostra que a criança tem confiança em si
mesma e no dia de amanhã, além de ser adaptável às circunstâncias. Quando o preto vem acompanhado do azul, no entanto, talvez revele um sentimento de depressão e derrota. É preciso notar a frequência de desenhos tristes.
Desenho de uma criança da cidade de Sderot, alvo de conflitos contra judeus. Repare na bomba explodindo, as pessoas tristes e assustadas, tapando os ouvidos. Abaixo uma pessoa ferida.
Geralmente uma criança nervosa ou que passa por situações de pressão apresenta um traço forte, como se apertasse o lápis contra o papel. De modo inverso, a criança que pinta com exagerada leveza, pode demonstrar ser uma criança inibida.
Ajudando seus Alunos Em todos casos, é importante que a igreja ofereça palestras com psicólogos cristãos para que os pais possam compreender seus filhos e ajudá-los. Não é aconselhável que o professor fale diretamente aos pais sobre os desenhos da criança, pois somente um especialista poderá analisar com maior detalhe a situação e saberá lidar com os pais. Por isso sugerimos Palestras. Durante o planejamento dessas palestras os professores podem apresentar os problemas encontrados, pois assim, o palestrante poderá abordar dentro do tema o assunto sem que algum pai ou mãe se sinta ofendido. Ele orientará os pais para que analisem os desenhos de seus filhos e prestem atenção em seu comportamento. Dessa maneira, os professores ficarão aliviados por ajudar a criança e saberão que os pais foram orientados sem se sentirem lesados de alguma forma. Nessas palestras, os pais devem ter um espaço para se expressarem também, seja através de perguntas abertas, ou de bilhetes enviados ao palestrante, caso estejam acanhados e pouco a vontade. É importante que o Departamento Infantil respeite o tempo e personalidade de cada pai e mãe, sem forçá-los, para que se sintam a vontade. Através de palestras, pode-se abrir convite á comunidade, atraindo assim pessoas que não conhecem a Cristo e que possam ver na igreja um local de ajuda, onde serão bem recebidas e acolhidas.
Devemos refletir em nossas vidas a compaixão que Cristo sente por cada um de nós, sofrendo ao nos ver em sofrimento. - Crie um tema a ser abordado na palestra - Procure um psicólogo ou pedagogo verdadeiramente cristão - Faça uma programação, com pausa para lanche - Separe pessoas para distribuir papeizinhos, recolhê-los e levá-los até o palestrante em uma cesta, sem que seja necessário se identificar. No final da programação, o palestrante juntará os papéis e sanará as dúvidas sem que seja necessária a identificação de quem escreveu. - Veja o que será preciso com antecedência para realizar a palestra - Não deixe as coisas para a última hora.
Erros que os Professores cometem - Nunca diga a uma criança que o desenho não está bom. Quando fazemos isso repetidas vezes, a criança passa a achar e a alegar que “não sabe desenhar”, quando é chamada para fazê-lo. Deixe-a livre para pintar ou desenhar da maneira e com as cores que desejar, pois assim o professor poderá analisar melhor o desenho infantil. O professor geralmente espera que a criança crie “o desenho perfeito” e que a representação do objeto seja fiel ao original. Por exemplo: considera-se errado um desenho com os cabelos azuis, pois o professor sabe que não é algo natural ter o cabelo azul. Mas a criança coloca no papel não somente aquilo que lhe pedem, mas também a sua própria interpretação do objeto e até o que sente em relação a ele. Deixe-as livres para se expressar.
As crianças que rabiscam são as maiores prejudicadas: o rabisco é visto como algo sem sentido, coisa feia e sinônimo de atraso. Costuma ser grande a frustração do professor que dá aula para crianças que “não sabem desenhar” ou “só rabiscam”. Pobres crianças! Muitas se esforçam para desenhar um rabisco, achando que está perfeito (segundo sua interpretação) e chamam o professor para olhar, pensando receber um elogio quando mostram o desenho e dizem: “Fiz a mamãe” ou “Esta é a minha casa”. Em troca, porém, são desvalorizadas e até corrigidas erradamente pelo professor.
As Fases do Desenho • De 1 a 3 anos É a idade das famosas garatujas: simples riscos ainda desprovidos de controle motor, a criança ignora os limites do papel e mexe todo o corpo para desenhar, avançando os traçados pelas mesas e chão. As primeiras garatujas são linhas longitudinais que, com o tempo, vão se tornando circulares e, por fim, se fecham em formas independentes, que ficam soltas na página. No final dessa fase, é possível que surjam os primeiros indícios de figuras humanas, como cabeças com olhos. • De 3 a 4 anos Já conquistou a forma e seus desenhos têm a intenção de reproduzir algo. Ela também respeita melhor os limites do papel. Mas o grande salto é ser capaz de desenhar um ser humano reconhecível, com pernas, braços, pescoço e tronco. • De 4 a 5 anos É uma fase de temas clássicos do desenho infantil, como paisagens, casinhas, flores, super-heróis, veículos e animais, varia no uso das cores, buscando um certo realismo. Suas figuras humanas já dispõem de novos detalhes, como cabelos, pés e mãos, e a distribuição dos desenhos no papel obedecem a uma certa lógica, do tipo céu no alto da folha. Aparece ainda a tendência à antropomorfização, ou seja, a emprestar características humanas a elementos da natureza, como o famoso sol com olhos e boca. Esta tendência deve se estender até 7 ou 8 anos. • De 5 a 6 anos Os desenhos sempre se baseiam em roteiros com começo, meio e fim. As figuras humanas aparecem vestidas e a criança dá grande atenção a detalhes como as cores. Os temas variam e o fato de não terem nada a ver com a vida dela são um indício de desprendimento e capacidade de contar histórias sobre o mundo. • De 7 a 8 anos A realidade é a marca desta fase, em que surge também a noção de perspectiva. Ou seja, os desenhos da criança já dão uma impressão de profundidade e distância. Extremamente exigentes, muitas deixam de desenhar, se acham que seus trabalhos não ficam bonitos. O importante é respeitar os ritmos de cada criança e permitir que ela possa desenhar livremente, sem intervenção direta, explorando diversos materiais. Para tentarmos entender melhor o universo infantil muitas vezes buscamos interpretar os seus desenhos, devemos, porém, lembrar que a interpretação de um desenho isolada não faz sentido. É aconselhável, ao professor, que ofereça às crianças o contato com diferentes tipos de desenhos, que elas falem sobre o que desenharam e escutem a de outros e também sugira à criança desenhar a partir de observações diversas (cenas, objetos, pessoas) para ajudá-la a nutrir-se de informações e enriquecer o seu desenho. Assim elas poderão reformular suas idéias e construir novos conhecimentos.
Observações e Cuidados Finais A especialista Nicole Bédard chama a atenção para o fato de que não se deve avaliar a personalidade, os pontos altos e baixos e as necessidades de uma criança com base em apenas dois ou três desenhos. O ideal é utilizar vários deles feitos num determinado espaço de tempo. “A cada nova informação que recebe, a criança reestrutura a sua forma de ver o mundo e, por isso, na análise do desenho, é preciso levar em consideração o momento que ela vive”, pondera a educadora Thereza Bordoni, mãe de Samuel e
Humberto, diretora da ABC Pesquisa e Desenvolvimento em Educação, de Belo Horizonte, e que tem nos desenhos infantis uma de suas especialidades pedagógicas. “A criança costuma colocar perto de si, no papel, as pessoas com quem ela mantém os laços mais fortes, mas se a mãe dela, naquele dia, a proibiu de comer um chocolate, poder ser retratada de forma menos afetuosa, o que é eventual e não corresponde à realidade de seus sentimentos” , conclui Thereza.
Bom senso e por fim, um conselho importante aos pais: jamais interfiram nos desenhos das crianças, alegando que não existem árvores com peixes nos galhos ou casas suspensas no céu. Por trás desses bem intencionados “conselhos”, dessa carinhosa objetividade, repousa o temor de que seu filho não se integre à realidade do mundo e, portanto, não vá em frente na vida. Engano. A criança provavelmente irá responder que sua árvore é diferente das outras porque vem de Marte e que a casa pertence a um super-herói capaz de voar. Dê um sorriso e tranqüilize-se: ela está sendo original e, portanto, desenvolvendo a capacidade de afirmar as próprias opiniões e de desbravar seus caminhos.
Não é isso que todos queremos?
“Instrui a criança no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer, não se desviará dele.”Provérbios 22:6
Fontes: http://www.profala.com/arteducesp62.htm http://sopensardf.blogspot.com/2008/06/o-desenho-infantil.html http://www.portalis.co.pt/119/ http://www.scribd.com/doc/507243/desenho-infantil http://textosetrechos.blogspot.com/2008/03/desenho-infantil.html
Iniciativa de: Blog Trabalhinhos: www.trabalhinhos.blogspot.com