APOSTILA DE INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO: MATEUS, MARCOS, LUCAS, JOÃO E ATOS DOS APÓSTOLOS Seminário Teológico da Igreja Evangélica Missionária em Guiné Bissau
Introdução ao Novo Testamento
Novo Testamento é o nome que se dá ao conjunto de vinte e sete livros cristãos que fazem parte da Bíblia Sagrada. O adjetivo ³novo´ contrasta esta coleção de escritos cristãos com os trinta e nove livros da Bíblia Hebraica, que os cristãos chamam de ³Antigo Testamento´. A palavra ³testamento´ quer dizer ³aliança´. Deus havia feito uma aliança com o seu povo escolhido, o povo de Israel: eles seriam o seu povo, e ele seria o Deus deles (Gn 15.17-20; 17.1-14,21; 28.10-15). Por meio do profeta Jeremias, Deus prometeu fazer uma nova aliança com o seu povo (Jr 31.31-34), e a sua promessa se cumpriu por meio de Jesus Cristo (Lc 22.20; Hb 9.15). Fazem parte do povo da Nova Aliança todos aqueles que aceitam e proclamam Jesus Cristo como o seu Salvador e Senhor. Os primeiros seguidores de Jesus eram os judeus, a exemplo do próprio Jesus. E todos eles tinham as Escrituras do Antigo Testamento como a sua Bíblia. Os escritores dos livros do Novo Testamento (³Nova Aliança´) usavam o Antigo Testamento para mostrar que, por meio de Jesus Cristo, Deus havia cumprido as promessas que ele havia feito ao seu povo. O próprio Jesus fez isso, como se vê claramente em Lucas 24.25-37, 44-47. Todos os Livros do Novo Testamento foram escritos em grego, o grego coinê (³comum´), que era falado em todo o Império Romano. E, quando os autores citavam o Antigo Testamento, eles se valiam da Septuaginta, a tradução das Escrituras Hebraicas pra o grego que tinha sido feita no terceiro século antes de Cristo. Em vários lugares a Septuaginta diverge do texto hebraico, como mostra, por exemplo, a citação do Sl 40.6 em Hb 10.5. Os títulos ³Antigo Testamento´ e ³Novo Testamento´ só começaram a ser usados pelos cristãos no fim do segundo século depois de Cristo. Conteúdo do Novo Testamento Os livros do NT se dividem em quatro grupos: 1- Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. 2- Histórico: Atos dos Apóstolos. 3- Cartas (21):
a) Treze cartas de Paulo: Rm; 1 e 2Co; Gl; Ef; Fp; Cl; 1 e 2Ts; 1 e 2Tm; Tt e Fm. b) A carta aos Hebreus c) Sete cartas gerais: Tg; 1 e 2Pe; 1,2 e 3Jo; Jd. 4- O Apocalipse O texto do Novo Testamento
Todos os vinte e sete livros do NT foram escritos em grego, durante a segunda metade do primeiro século da era cristã. O primeiro a ser escrito foi, ao que parece, a Primeira Carta de Paulo aos Tessalonicenses, lá pelo ano 50 dC. Acredita-se que o último a ser escrito foi o Evangelho de João, perto do fim do primeiro século dC. Todos os documentos originais (chamados de ³autógrafos´, que quer dizer ³escrito pelo autor´) se perderam. O que temos são cópias de cópias, feitas à mão. As c ópias
mais antigas são do segundo século da era cristã. Ao todo, existem mais de cinco mil manuscritos gregos preservados, embora somente uns duzentos sejam cópias completas do NT. Mesmo assim, temos mais e melhores manuscritos do NT do que qualquer outro livro da antiguidade. Isso quer dizer que, no que diz respeito ao texto original, estamos certos em pelo menos 99% do NT. Para se editar um NT grego, trabalha-se com todos os manuscritos gregos disponíveis. Também se leva em conta as traduções mais antigas feitas para o latim, o siríaco, o copta, o etíope, o armênio e outras línguas. Essas traduções são importantes na medida que refletem o original grego a partir do qual foram feitas. Além disso, há milhares de citações do NT feitas por autores cristãos durante os primeiros três ou quatro séculos da era cristã. Cânon do Novo Testamento
³Cânon´ vem da palavra grega ³kanon´, que quer dizer ³regra´, ³medida´, ³norma´. Os vinte e sete livros do NT foram escritos num período de mais ou menos cinqüenta anos, mas demorou bastante tempo até que houvesse um acordo geral sobre quais livros mereciam a confiança e seriam a norma para a fé e a conduta dos seguidores de Cristo. Pouco a pouco, os livros foram sendo aprovados. Já no segundo século, havia clareza quanto aos quatro Evangelhos e algumas Cartas do apostolo Paulo. No fim do terceiro século, havia um consenso geral quanto ao número dos livros, mas somente no quarto século é que houve unanimidade completa: eram vinte e sete livros, nem mais nem menos, para mostrar o que os cristãos precisam crer e como devem viver. O mundo do Novo Testamento Situação Política:
Quando Jesus nasceu, a terra de Israel fazia parte do Império Romano e era governada pelo rei Herodes, o Grande (47-4 aC). Depois da morte de Herodes (Mt 2.19-21), o reino foi dividido entre os seus filhos: Arquelau, tetrarca da Judéia e Samaria (Mt 2.22); Herodes Antipas, tetrarca da Galiléia e Peréia (Lc 3.1), e Filipe, tetrarca da Ituréia, Traconites e outras regiões orientais do norte (Lc 3.1). No ano 6 dC, Arquelau foi deposto pelo Imperador Augusto, e dali em diante a Judéia foi governada por Procuradores romanos. Um deles, Pôncio Pilatos, governou de 26 a 36 dC. Embora as autoridades romanas procurassem fazer um governo justo, para muitos judeus era intolerável que o povo de Deus fosse dominado por pagãos. Os membros do partido de Herodes (Mt 22.16; Mc 3.6; 12.13) queriam que um dos descendentes do rei Herodes governasse, em vez do Governador romano. E os nacionalistas (Lc 6.15; At 1.13) ± também conhecidos como ³zelotes´ ± queriam levar os judeus a se revoltarem contra Roma. Finalmente, em 66 dC, estourou a revolta, que durou até o ano 70, quando os romanos destruíram Jerusalém e o Templo. Diante disso, muitos judeus deixaram a Palestina e passaram a viver no mundo gentio, aumentando assim o número de judeus que faziam parte da ³Dispersão´ (a Diáspora). Em vez do Templo, as Sinagogas se tornaram o centro principal do Judaísmo, e, antes do fim do primeiro século dC, o cânon da Bíblia Hebraica (AT) foi fixado. Para os cristãos daquele tempo, o poder de Roma foi um beneficio. As excelentes estradas facilitavam as viagens dos missionários cristãos que saíram a levar o evangelho a todos os povos. As autoridades romanas tinham classificado o Judaísmo
como uma ³religião lícita´ e, por extensão, fizeram a mesma coisa com a religião cristã. Não era contra a lei romana ser um cristão. Mas, no fim do primeiro século, Roma começou a exigir que todos os cidadãos do Império confessassem que o imperador era divino. Isso os seguidores de Jesus não podiam fazer e, por isso, eles foram perseguidos e mortos. Foi nesse tempo que o último livro do NT, o Apocalipse, foi escrito. Situação Religiosa:
No primeiro século da era cristã, Jerusalém era a cidade de Deus, e o Templo era onde ele se fazia presente entre o seu povo. Ali, os judeus ofereciam os seus sacrifícios. Jerusalém era o palco das grandes festas religiosas, com destaque para a Páscoa, a Festa da Colheita e a Festa das Barracas. Nessas ocasiões, todos os homens judeus deviam ir a Jerusalém e participar dessas festas (Dt 16.16,17). O Sumo Sacerdote ocupava o mais alto cargo na hierarquia religiosa dos judeus. Ele era o presidente do Conselho Superior, integrado por setenta e um membros, inclusive o presidente. Uma vez ao ano, no Dia do Perdão, ele entrava no Lugar Santíssimo do Templo e ali oferecia sacrifícios para conseguir o perdão dos seus próprios pecados e dos pecados do povo de Israel. Na época de Jesus, o Sumo Sacerdote era Caifás (de 18-36 dC), genro de Anãs, que tinha sido o Sumo Sacerdote antes dele (Lc 3.2). Outros membros do Conselho Superior eram os ³chefes dos sacerdotes´, membros de famílias sacerdotais importantes. Os sacerdotes eram descendentes de Arão, bisneto de Levi, filho de Jacó. Eles ofereciam os sacrifícios no Templo de Jerusalém. Os levitas, auxiliares dos sacerdotes, eram descendentes de Levi, mas não de Arão. Além de ajudarem os sacerdotes a oferecer os sacrifícios, eles formavam a guarda do Templo, para manter a ordem e defender o Templo contra qualquer ataque. Partidos Religiosos e Políticos Fariseus:
Um dos principais grupos religiosos dos judeus. Eles seguiam rigorosamente a Lei de Moisés, as tradições e os costumes dos antepassados (Mt 9.11,14; 12.1,2; 19.3; Lc 18.11,12; At 15.5).Criam na ressurreição, em anjos e em espírito (At. 23.8) Eles foram contra Jesus (Mt 9.34; 12.14; 16.1-12; Jo 9.17; 11.47,48,57), mas alguns deles o trataram com respeito e cordialidade (Lc 7.36-50; 11.37; Jo 3.1; 7.50,51; 19.39,40). O apostolo Paulo foi criado fariseu (At 23.6; 26.5; Fp 3.5,6) e aluno do renomado mestre fariseu Gamaliel, de Jerusalém (At 22.3). ** Mestres da Lei:
Judeus eruditos que eram mestres das Escrituras hebraicas, especialmente dos livros da Lei de Moisés, os primeiros cinco livros da Bíblia. Estes homens esclareciam dúvidas sobre o que as Escrituras Hebraicas querem dizer, citando opiniões dos famosos mestres judeus do passado. Eram chamados de ³Rabi´ (ou ³Rabôni´), que quer dizer ³Meu Mestre´ (Mt 2.14; 5.20; 7.29; 15.1,2; 22.25; Mc 1.22; Lc 7.30; 10.25; 11.45,46,52; At 5.34). Nacionalistas:
Partido de judeus que lutavam contra o domínio romano (pagão) na terra de Israel (Lc 6.15 e At 1.13).
Nicolaítas:
Seguidores de uma seita herética que perturbavam as igrejas em Éfeso e de Pérgamo (Ap 2.6,15) Partido de Herodes:
Judeus que preferiam ser governados por um descendente do rei Herodes, o Grande,em vez de um governador romano, como Pôncio Pilatos (Mt 22.16; Mc 3.6; 12.13). Saduceus:
Um pequeno mas poderoso grupo religioso dos judeus. Faziam partes d esse partido os sacerdotes e as pessoas ricas e de influência de Jerusalém (At 5.17). Eles baseavam seus ensinamentos principalmente nos primeiros cinco livros do Antigo Testamento. Não acreditavam na ressurreição, no juízo final ou na existência de anjos e espírito (Mt 22.23-33; At 23.8). Os saduceus não se davam bem com os fariseus (Mt 22.23-32; At 23.6-9), mas às vezes se juntaram com eles contra Jesus (Mt 16.14). ** Samaritanos:
Pessoas nascidas em Samaria, região que ficava entre a Judéia e a Galiléia. Os judeus e os samaritanos n ao se davam por causa de diferenças de raça, religião e costumes (Mt 10.5; Lc 9.52,53; 17.15-18; Jo 4.7-9,20; 8.48).
Fonte: Bíblia de Estudo NT O Sinédrio
O sinédrio era o conselho de juízes - uma espécie de corte suprema - que operava em Israel por volta da época de Jesus. Durante o período em que o sinédrio existia, outras nações reinavam sobre Israel. Esse corpo de líderes consistia de 71 membros e fazia seus negócios em Jerusalém. O nome sinédrio vem das palavras grega sin (junto) e edrio (sentar). Esse termo é usado vinte e duas vezes no Novo Testamento. No Novo Testamento, o sinédrio aparece de uma maneira negativa. O evangelho nos diz que foi esse o grupo que colocou Jesus em julgamento. No livro de Atos vemos o sinédrio investigando e perseguindo a crescente igreja cristã. SUMO
SACERDOTES
O Sinédrio era comandado por um presidente que era conhecido como "o sumo sacerdote". Normalmente os saduceus eram os sumo sacerdotes, que eram os homens mais poderosos do Sinédrio. Um sumo sacerdote era o capitão do templo e o outro supervisionava os procedimentos e comandava o guarda do templo (Atos 5:2426). Os outros serviam de tesoureiros, controlando os salários dos sacerdotes e trabalhadores e monitorando a vasta quantia de dinheiro que vinha através do templo. OS
ANCIÃOS
A Segunda categoria principal dos membros do sinédrio eram os anciãos. Esses homens representavam a aristocracia sacerdotal e financeira na Judéia. Leigos distintos como com José Arimtéia (Marcos 15:43), dividiam a visão conservadora dos saduceus e davam a assembléia à diversidade de um parlamento moderno. ESCRIBAS Os membros mais recentes do sinédrio eram os escribas. A maioria deles eram fariseus. Eles eram advogados profissionais treinados em teologia, direito e filosofia. Eles eram organizados em grêmios e normalmente seguiam rabinos ou professores célebres. Gamaliel, um escriba famoso do sinédrio, que aparece no Novo Testamento (Atos 5:34), foi o erudito que instruiu o apóstolo Paulo (Atos 22:3). NOS
DIAS
DE
JESUS
Nós sabemos mais sobre alguns aspectos do Sinédrio nos dias de Jesus do que sabemos sobre ele antes ou depois. Uma coisa que sabemos é a extensão de sua influência. Oficialmente, o Sinédrio tinha só tinha jurisdição na Judéia. Mas na prática ele tinha influência na província da Galiléia e até mesmo em Damasco (Atos 22:5). O trabalho do conselho era basicamente julgar assuntos da lei judaica quando surgiam discórdias. Em todos os casos, sua decisão era final. Eles julgavam acusações de blasfêmia como nos casos de Jesus (Mateus 26:65) e Estevão (Atos 6:12-14) e também participavam na justiça criminal. Ainda não sabemos se o sinédrio tinha o poder de punição capital. O filósofo judeu Filo, indica que no período romano o sinédrio podia julgar violações ao templo. Isso explica as mortes de Estevão (Atos 7:58-60) e Thiago. Gentios que eram pegos ultrapassando o recinto do templo eram avisados sobre uma pena de morte automática. Porém, o Novo Testamento e o Talmude discordam de Filo nesse ponto de vista. No julgamento de Jesus, as autoridades estavam convencidas em envolver o governador romano Pilatos, que por si só poderia mandar matar Jesus (João 18:31). De acordo com o Talmude, o sinédrio perdeu o privilegio de executar punição capital "quarenta anos antes da destruição do templo" ou por volta da época da morte de Jesus. Fonte: ilumina
JESUS CRISTO, A VIDA DE VISÃO GERAL Jesus Cristo é o Messias, Salvador e fundador da igreja cristã. Para os cristãos, Ele é o Senhor de suas vidas. Embora tenha vivido na terra somente 33 anos, tem exercido grande impacto nas pessoas ± mesmo naqueles que não crêem que Ele é o Filho de Deus. Jesus Cristo é descrito em detalhe na Bíblia ± sua vida, obra e ensinamentos ± nos Evangelhos, cada um focando diferentes ângulos. Mateus o apresenta como o esperado Rei do povo judeu. Marcos o mostra como servo de todos. Lucas tende a destacar seu caráter compassivo e bondoso para com os pobres. João descreve um relacionamento amoroso com Jesus. No entanto todos concordam que Jesus é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis. A VIDA DE JESUS
A história contada nos Evangelhos abrange estágios que vão da encarnação de Cristo, ou sua entrada no mundo, até sua morte na cruz. A apresentação total da vida de Cristo está centrada na cruz e na sua ressurreição triunfal. A PRÉ-EXISTÊNCIA DE JESUS João começa o seu Evangelho com uma referência à Palavra (João 1:1), e com isso dá uma visão gloriosa de Jesus, que existia mesmo antes da criação do mundo (1:2). Jesus tomou parte no ato da criação (1:3). Entretanto, o nascimento de Jesus foi ao mesmo tempo um ato de humilhação e de iluminação. A luz brilhou, mas o mundo preferiu permanecer nas trevas (1:4-5, 10). DIFERENÇA ENTRE AS GENEALOGIAS De Abraão a Davi as genealogias são idênticas. A partir daí, Lucas segue a linhagem sacerdotal. As famílias real e sacerdotal realizaram casamentos entre si diversas vezes. A primeira fusão ocorreu quando Arão, o primeiro sumo sacerdoote, uniu-se à realeza pelo casamento. Ele casou-se com Eliseba, filha de Judá(Ex. 6.23). O irmão de Eliseba, Naasom, era de linhagem real (Mt.1.4) O NASCIMENTO VIRGINAL DE JESUS Mateus e Lucas contam que Jesus Cristo foi concebido pelo Espírito Santo e nascido de Maria, que era virgem. Para ser Deus e homem, Jesus não poderia ter sido concebido naturalmente. Profetizado por Isaías e Acaz (Isaías 7:10-14), seu nascimento miraculoso não foi um fato sem importância ± é o cerne da história de Jesus. O nascimento virginal é prova da Encarnação de Jesus e de que Cristo era realmente Deus.Jesus passou sua infância em Nazaré e aos 12 anos foi achado no templo conversando com os doutores da lei. A PREGAÇÃO DE JOÃO BATISTA João Batista andava pelo deserto conclamando o povo para o arrependimento e o batismo (Mateus 3:1-6). Falava da aproximação do reino (Mateus 3:2). Com esse mesmo tema Jesus iniciou seu ministério (4:17), o que mostra que a obra de João Batista integrava a preparação do ministério público de Jesus. O mesmo se pode dizer sobre o rito do batismo, embora João reconhecesse que Jesus batizaria com o Espírito Santo e com fogo (3:11). João foi protagonista do primeiro ato público de Jesus ± seu desejo de ser batizado (3:13-15; Lucas 3:21). O BATISMO DE JESUS Jesus veio ao mundo com uma missão e embora não fosse pecador, decidiu se submeter ao batismo para mostrar que estava preparado para levar a carga de pecados da humanidade. O batismo é um símbolo da morte do homem, sepultamento de seus pecados e ressurreição de uma nova criatura em Cristo. É uma visão externa da mudança interna de uma pessoa. A parte mais importante do batismo de Jesus foi a voz que desceu do céu, declarando prazer no Filho amado (Mateus 3:17). Esse pronunciamento de Deus foi o verdadeiro início do ministério de Jesus; o Pai lhe dava total aprovação para sua obra. Outro fato importante foi a manifestação do Espírito Santo sob a forma simbólica de uma pomba (3:16). A TENTAÇÃO DE JESUS O batismo de Jesus mostrou a natureza de sua missão. A tentação mostrou a
natureza do ambiente em que exerceria seu ministério (Mateus 4:1; Lucas 4:1-2). A confrontação com forças espirituais adversas ocorreram em várias situações e a todas Jesus rebateu com as Escrituras. O MINISTÉRIO DE JESUS Desenvolvido num período curto de 3 anos, o ministério de Jesus foi intenso, marcado por uma convivência rica com os discípulos que escolheu (Mateus 4:18-22; Marcos 1:16-20; Lucas 5:1-11) e que compartilharam de momentos muito especiais em que foram testemunhas de seus milagres (João 2:1-10), curas (Mateus 8:1-9:34), sermões (Mateus 5:1-7:29), encontros inusitados com pecadores (João 2:13-16; João 4:1-42; João 3) e líderes religiosos (Mateus 21:23-22:45), encontros e visitas a amigos (João 11; Mateus 26:6), de sua perseguição (Mateus 12:1-14; Lucas 13:1017; João 5:9-18), sofrimento (Mateus 27: 27-44) e morte (Mateus 27: 45-50). OS DIAS FINAIS EM JERUSALÉM Incomodados com a crescente popularidade de Jesus, os líderes religiosos procuravam achá-lo em falta. Jesus começou a preparar seus discípulos, instruindo-os sobre eventos futuros, especialmente o fim do mundo. Reafirmou-lhes a certeza de sua volta e mencionou vários sinais que a precederiam (Mateus 24-25; Marcos 13; Lucas 21). Desafiou-os a estarem vigilantes (Mateus 25:13) e diligentes (25:14-30). Com isso preparava o caminho para os eventos da prisão, julgamento, sofrimento e crucificação que se seguiram. Na noite anterior à sua prisão, porém, tomou com eles a Ceia do Senhor e lhes explicou o significado da sua morte (Mateus 26:26-30; Marcos 14:22-25; Lucas 22:19-20; 1 Coríntios 11:23-26). Através do pão e do vinho, que simbolizavam seu corpo partido e seu sangue derramado pelos pecadores, instituiu um memorial que selava uma nova aliança. TRAIÇÃO E PRISÃO Naquela mesa estava também o traidor, Judas, que o entregaria aos soldados e autoridades (Mateus 26:21-25; Marcos 14:18-21; Lucas 22:21-23; João 13:21-30). Depois de cear, Jesus se retirou para o Jardim do Getsêmani (Mateus 26:36-46; Marcos 14:32-42; Lucas 22:40-46) onde orou intensamente e em agonia, mas ao mesmo tempo submetendo-se à vontade do Pai. Por isso, não ofereceu resistência quando o prenderam. JULGAMENTO E CRUCIFICAÇÃO Levado à presença das autoridades, Jesus foi interrogado (Mateus 27:1-2; Marcos 15:1; Lucas 23:1; João 18:28; Lucas 23:7-12) e julgado inocente por Pilatos. Mas seus inimigos escarneciam dele e incitavam a multidão pedindo sua morte. Pilatos entregou-o para ser crucificado. Foi pregado numa cruz, sofreu zombarias, açoites e humilhações, mas ainda assim expressou compaixão pelo criminoso arrependido crucificado ao seu lado (Lucas 23:39-43). Também comoveu-se por sua mãe (João 19:25-27), orou ao Pai pelo perdão daqueles que o crucificaram (Lucas 23:34) e com um grande grito, expirou (Marcos 15:37). Naquele momento houve escuridão e um terremoto, como se a natureza reconhecesse o significado daquele evento. O véu do templo de Jerusalém se partiu ao meio, não mais servindo como barreira ao lugar Santo dos Santos. A morte de Jesus abriu o caminho para todas pessoas chegarem livremente à presença de Deus e adorá-lo. Ele pagou por nossos pecados e nos trouxe de volta para o Pai. SEPULTAMENTO, RESSURREIÇÃO E ASCENSÃO
O corpo de Jesus foi colocado numa tumba emprestada (Mateus 27:57-60; João 19:39) que, depois de 3 dias foi encontrada vazia (João 20:2-10). Cumprira-se a Escritura: Jesus ressuscitara. Seu aparecimento aos discípulos causou dúvida (João 20:24-29) e espanto. Jesus ressuscitou glorificado em forma humana, porém não foi reconhecido de imediato. (João 20:15-16). Seus aparecimentos foram ocasiões de alegria e ensinamentos (Lucas 24:44 e Atos 1:3). A ressurreição transformou a tragédia em vitória. Sua ascensão aos céus aconteceu 40 dias depois da ressurreição. Jesus foi juntar-se ao Pai em glória (Lucas 24:51; João 20:17; Atos 1:9-11). Atos dos apóstolos O início da congregação cristã e um registro do seu zeloso testemunho público em face de feroz perseguição. Tempo abrangido: 33 a c. 61 dC. Antes de ascender ao céu, Jesus comissiona seguidores a ser testemunhas dele como o Messias de Deus. (1.1-26) Depois de receberem Espírito Santo, os discípulos testemunham com denodo em muitas línguas. (2.14:47)
Judeus em Jerusalém, procedentes de muitas terras, recebem testemunho na sua própria língua; cerca de 3.000 são batizados. Pedro e João são presos e levados perante o Sinédrio; declaram destemidamente que não pararão de dar testemunho. Cheios de Espírito Santo, todos os discípulos proclamam a palavra de Deus com denodo; multidões tornam-se crentes. Apóstolos são presos; um anjo os liberta; levados perante o Sinédrio, declaram: ³Temos de obedecer a Deus como governante antes que aos homens.´ A perseguição resulta na expansão do testemunho. (6:19:43)
Estêvão é preso, dá destemido testemunho, morre como mártir. A perseguição espalha todos, menos os apóstolos; testemunho dado em Samaria; eunuco etíope é batizado. Jesus aparece ao perseguidor Saulo; Saulo é convertido, batizado, começa ministério zeloso. Sob direção divina, o testemunho atinge gentios incircuncisos. (10:12-25)
Pedro prega a Cornélio, sua família e seus amigos; estes crêem, recebem Espírito Santo e são batizados. O relatório do apóstolo sobre isso promove adicional expansão entre as nações. Viagens evangelizadoras de Paulo. (13:4 - 21:16)
Primeira viagem: A Chipre, Ásia Menor. Paulo e Barnabé com denodo dão testemunho em público e nas sinagogas; expulsos de Antioquia; atacados por turba em Icônio; em Listra, primeiro tratados como deuses, depois Paulo é apedrejado. Questão da circuncisão decidida pelo corpo governante em Jerusalém; Paulo e Barnabé designados para informar os irmãos que a circuncisão não é exigida, mas que crentes têm de abster-se de coisas sacrificadas a ídolos, de sangue e de fornicação. Segunda viagem: De novo atravessam a Ásia Menor, indo para a Macedônia e a Grécia. Encarcerados em Filipos, mas carcereiro e sua família são batizados; judeus
instigam dificuldades em Tessalônica e Beréia; em Atenas, Paulo prega na sinagoga, na feira, daí no Areópago; ministério de 18 meses em Corinto. Terceira viagem: Ásia Menor, Grécia. Ministério efésio frutífero, daí, levante dos prateiros; o apóstolo admoesta os anciãos. Paulo é preso, dá testemunho a autoridades, é levado a Roma. (21:17-28:16)
Depois de atacado por turba em Jerusalém, Paulo perante o Sinédrio. Paulo, como preso, dá testemunho denodado perante Félix, Festo e o Rei Herodes Agripa II, também no navio em caminho para Roma. Preso em Roma, Paulo continua a achar meios de pregar sobre Cristo e o Reino.
BIBLIOGRAFIA Bíblia de Estudo do Novo Testamento Ilúmina Gold SHEDD, Russel, Curso Intensivo de Teologia ± Vol. 1, 1999