UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES PÚBLICAS, PROGANDA E TURISMO
A CULTURA DO REMIX HIBRIDISMO E CIBERCULTURA
RAFAEL ARRAIS BIIHRER Nº USP 5133112 Curso: Publicidade e Propaganda Período: Noturno Turma: 2004 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, no Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo, para obtenção do Bacharelado em Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda.
Orientador: Prof. Dr. Sérgio Bairon
SÃO PAULO 2010
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os amigos que me ajudaram a desenvolver esse trabalho, enchendo a minha caixa de email de reerências ou nas conversas em mesas de caé. Agradeço ao Felipe Pissardo por me azer pensar o texto com mais racionalidade. Agradeço ao Rodrigo Abou pelas reerências e pelo suporte (inclusive, gastronômico). Agradeço aos meus proessores de graduação e ao meu orientador, Sérgio Bairon, que sempre me abriram horizontes. Agradeço à minha amília por toda a paciência e incentivo, meus tios, avós, primos e irmãos, que estiveram sempre ao meu lado. Mas sobretudo dedico esse trabalho aos meus pais, Carlos e Marli. Os responsáveis por essa monograa estar sendo escrita são vocês. Obrigado.
“Have you noticed? Everywhere you look, pop culture has been digitized, resequenced, and reassembled. Remixed. It started in music with hip hop samples and extended dance versions. It moved to movies, with director’s cuts and arantino-style swipes rom other lms. Now it’s spread to V, games, music videos - even cars and ashion. From Kill Bill to Gorillaz, rom custom Nikes to Pimp My Ride, this is the age o the remix.“
Revista Wired, Julho de 2005.
SUMÁRIO A CULTURA DO REMIX Hibridismo e cibercultura
RESUMO PREFÁCIO INTRODUÇÃO
pg.08 pg.10 pg.11
Parte I: CONTEXTO
pg.16
CONCEPÇÕES DE CULTURA FORMAÇÕES CULTURAIS COMO TRATAR TRANSIÇÕES CULTURAIS CULTURA DE MASSA DAS MASSAS PARA O CIBERESPAÇO O PÓS-INDUSTRIAL E O PÓS-MODERNO A POPULARIZAÇÃO POPULARIZAÇÃO DO COMPUTADOR E DA REDE MÍDIAS DIGITAIS DEFININDO CIBERCULTURA NOVOS INDIVÍDUOS E FORMAS DE SOCIALIZAÇÃO O SABER NA CIBERCULTURA
Parte II: REMIX “TUDO É REMIX” ARTE E REMIXABILIDADE CIBERARTE A RAÍZ DO REMIX: A MÚSICA REMIX E CIBERCULTURA
Parte III: O REMIX NA PLATAFORMA DIGITAL A CULTURA DO REMIX LINGUAGEM DIGITAL, METAMÍDIA E HIBRIDISMO MODULARIDADE AUTOMAÇÃO, VARIABILIDADE E DECODIFICAÇÃO ALEGORIA, RELEVÂNCIA E REPETIÇÃO
pg.17 pg.18 pg.19 pg.20 pg.23 pg.25 pg.27 pg.29 pg.29 pg.32 pg.34
pg.36 pg.37 pg.39 pg.43 pg.45 pg.47
pg.49 pg.50 pg.51 pg.54 pg.56 pg.57
6 Sumário
INTERATIVIDADE INTELIGÊNCIA COLETIVA MONTAGEM E COMPOSIÇÃO DIGITAL AMADORISMO E POLISSEMIA DEMOCRATIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE EDIÇÃO E ACESSO À PRODUÇÃO CULTURAL EXEMPLOS DE MASHUPs A PARTIR DAS MATRIZES DA LINGUAGEM PREDOMÍNIO DA MATRIZ VERBAL PREDOMÍNIO DA MATRIZ SONORA PREDOMÍNIO DA MATRIZ VISUAL EQUILÍBRIO DAS MATRIZES
Parte IV: PROPRIEDADE INTELECTUAL E WEB NOÇÕES DE PROPRIEDADE INTELECTUAL OBRA E AUTORIA LEI VS. REMIX PIRATARIA PLÁGIO A CRISE DO COPYRIGHT A LEI DE DIREITO AUTORAL BRASILEIRA ALTERNATIVAS: ECONOMIAS HÍBRIDAS ALTERNATIVAS: REVENDO A LEI ALTERNATIVAS: COPYLEFT E CREATIVE COMMONS
CONSIDERAÇÕES FINAIS ANEXOS BIBLIOGRAFIA
pg.63 pg.64 pg.65 pg.66 pg.67 pg.71 pg.71 pg.73 pg.75 pg.76
pg.82 pg.83 pg.85 pg.86 pg.90 pg.90 pg.92 pg.95 pg.96 pg.98 pg.99
pg.102 pg.108 pg.121
7 Sumário
RESUMO A orma com que o homem lida com a cultura está diretamente relacionada à tecnologia de sua época. Ao disponibilizar uma rede de acesso e compartilhamento de conteúdos e democratizar as técnicas de edição desse material, o computador e a internet revolucionaram a orma com que as pessoas se relacionam com a cultura. Essa revolução se dá pela inversão da lógica da produção da “indústria cultural de massa”, onde existe um núcleo prossional que emite conteúdo para uma massa de consumidores-receptores. Na cibercultura, todos os indivíduos podem ser tanto emissores quanto receptores de conteúdo, qualquer usuário pode produzir e reeditar material. Essa nova prática pode ser vista como uma “cultura do remix” – um processo que consiste em racionar e recombinar obras e ícones culturais para expressar-se, gerar novos sentidos reescrevendo, reeditando, recompondo constantemente usando como base o que antes não possibilitava a intererência do receptor. Porém, essa dinâmica abala os conceitos de obra, autoria e propriedade intelectual que o homem vem estruturando desde a invenção da imprensa e da consolidação da indústria cultural. Hoje a lei tenta regular a internet da mesma orma que regulava os meios de comunicação de massa, e acaba por criminalizar os hábitos de toda uma geração. Cabe às instituições, particulares e públicas, o desao de azer a antiga e a nova orma de se relacionar com a cultura conviverem em uma dinâmica econômica e legalmente viável.
PALAVRAS-CHAVE: Cibercultura, Remix, modularidade, hibridismo, direito autoral.
8 Resumo
ABSTRACT Te way that a man comes up against the culture is directly related to the technology o his time. By providing a network to access and share content and democratize the editing techniques o this material, the computer and the Internet revolutionized the way people relate to culture. Tis revolution bealls beal ls by reversing the logic lo gic o production o “mass culture industr y,” where there is a proessional core that sends contents to a mass o consumers-receptors. In the cyberspace culture, all individuals can be both sender and receiver o contents, any user can produce and re-edit material. Tis new practice can be seen as a “remix culture” - a process that is to ractionate and recombine works and cultural icons to express themselves, generating new meaning by rewriting, recasting, rebuilding and constantly using it as a oundation - something that could not be interered by the receptor. However, this dynamic aects the concepts o work, authorship and intellectual property that men has been building buil ding since the invention o the press and the consolidation o cultural industries. Nowadays the law attempts to regulate the Internet the same way it used to regulated the means o mass communication, and ultimately criminalize the habits o an entire generation. It is or institutions, private and public, the challenges o make the ormer and the new manner o relate to culture cohabit in a practicable economic and legally dynamic.
KEY-WORDS: Cyberculture, Remix, modulariry, hybridism, authors’ rights.
9 Abstract
PREFÁCIO Cursar Comunicação só ez sentido se ntido para mim depois de alguns anos de curso. cur so. Percebi que a grande revolução social que a nossa geração está presenciando é baseada, sobretudo, nos novos paradigmas da comunicação. Me sinto privilegiado por ter visto a popularização do computador pessoal nos anos 90, e por acompanhar essa evolução como observador e ator ao mesmo tempo. A necessidade de escrever sobre remix veio da observação de uma tendência na vivência estética diária como usuário. Veio da experiência, da verdade desvelada, da qual senti a necessidade de conhecer mais para reconhecer melhor. Por isso escolhi alar dessa revolução da orma que mais gosto: alando de cultura. Agora, me proponho a aproveitar a oportunidade de azer a monograa como uma tentativa de entender melhor como se dão as práticas culturais e a criatividade na era digital. A primeira parte do tabalho se preocupa com a contextualização do tema, enquanto as duas partes seguintes vão se aproundar na questão do remix. A última das partes é um pouco destoante do resto do texto, pois deixa um pouco de lado a teoria para encontrar um ponto tátil onde se possa aplicar a deesa teórica e gerar uma discussão sobre o papel sociocultural da remixagem, levantando a bandeira da concepção de “cultura livre”. Para reunir as reerências que ui colhendo durante a montagem do CC em um espaço de ácil acesso, criei o tumblr “ aculturadoremix.tumblr.com”, até mesmo para conseguir gerar links mais simples para o material sonoro e audiovisual de suporte. E a idéia é que os posts os posts não parem quando a monograa or concluída. E da mesma orma que a linguagem digital, essa monograa também oi constituída em ormato modular, em pequenos capítulos ou temas, que podem inclusive ser acessados individualmente. Você que está lendo está convidado a copiar, colar e readaptar esse trabalho também. Fique a vontade para remixar essa monograa.
10 Prefácio