Sacerdotisa do Amor
Karina Lira 1
Índice Introdução CAP.1-Caminhos de sacerdotisa O Amor me visita Encontrando o caminho Sombras Escohendo meu nome da Arte O caminho !eminino
CAP.2 – Os mestres do Amor Os "estres !aam "adaena #aa $eoshua #aa "adaena #aa O Cavaeiro tem%&rio O Cavaeiro #aa A versão da 'ama
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Índice Introdução CAP.1-Caminhos de sacerdotisa O Amor me visita Encontrando o caminho Sombras Escohendo meu nome da Arte O caminho !eminino
CAP.2 – Os mestres do Amor Os "estres !aam "adaena #aa $eoshua #aa "adaena #aa O Cavaeiro tem%&rio O Cavaeiro #aa A versão da 'ama
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A (uardiã dos ivros "adaena #aa )ma reunião no %*s-vida A bru+a e o ma(o A muher a,uimista A sacerdotisa #aa
CAP.-'eusa e Sa(rado !eminino Os "istrios A /osa Canção da 'eusa )m universo de es%ehos Per#umando-se %ara a rosa Circuo da rosa 0ecessidade de A#rodite 'eusa e 'eus
CAP.-Se+uaidade Sa(rada O %ra2er sa(rado Pra2er e dor Se+uaidade #eminina As (uardiãs do #o(o sa(rado Criando em 3ee2a O ser %er#eito "a(ia se+ua 4rande rito Consehos de Shiva sobre o Amor Abstin5ncia ou Amor
CAP.6-O 4raa e o Amor na tradição do Ocidente O caminho do (raa 7ornando-se o (raa C&ice e 8mina em nossos cor%os E+caibur 4uardiãs do (raa "adaena #aa 3
A sacerdotisa #aa
CAP.9-/ituais 'e%ois da iniciação Ama: Es%irito e "istrio Eros e Psi,u5: mito e coment&rio Primeira tare#a: se%arar os (rãos; Se(unda tare#a: obter a ã dos carneiros dourados; 7erceira tare#a: encher a taça com &(ua do rio Esti(e;
CAP.=-4uia de /ituais Circuo "&(ico 7rabaho de Sombras: a iniciação de Psi,u5 0o ventre da 7erra Pre%aração Consa(ração do ventre e do #ao: a %rimeira tare#a Consa(rando-se Consa(ração em rituais coetivos Casamento de Poaridades: a se(unda tare#a Casais divinos> ?5nus e "arte: Ísis e 7oth O 4raa e a criança interior: a terceira tare#a O corte da cabeça: ,uarta tare#a
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Introdução Caro leitor este é um livro sobre a experiência do Amor. Não sobre a experiência de amar outra pessoa e sim sobre a experiência de Amar a todas as pessoas. Como se pode amar a todas as pessoas, amar quem nos ere, criminosos, corruptos, inimi!os, é al!o que você pode per!untar. Não com o mesmo amor "umano e pessoal com que amamos os que nos são queridos. #ste é condicional por nature$a. O Amor de que l"e alo e que inclui a todos incondicionalmente, é o transbordamento de uma elicidade amorosa que não precisa de motivos para existir. Ama%se porque o Amor nos preenc"e, ama%se e basta. #ste livro nasce de meu anti!o dese&o de comunicar min"a experiência com este Amor. 'as as palavras não podem comunicar o Amor, palavra nen"uma pode abarcar a experiência. O que eu procurei oram palavras para apontar um camin"o até #le porque inicialmente eu não as tin"a. O Amor c"e!ou para mim primeiro, o entendimento depois. Como um visitante urtivo ele veio de orma inesperada e da mesma orma se oi deixando%me para tentar entender o acontecido e descobrir seu paradeiro. (ue Amor é este que se comporta como um ser com vontade pr)pria* O que a$ com que nos visite, o que pode a$er com que ique são per!untas que me i$. O que vivi buscando as respostas eu busco compartil"ar. Parece%me em retrospecto que tudo que me moveu oi sempre o dese&o de a$ê%lo icar. Não sou mais que a serva do Amor. +usquei%o sem muitas ve$es saber o que buscava. escobri%me -acerdotisa pelos camin"os do eminino -a!rado e oi neles que me compreendi através do Amor -a!rado a que a eusa me condu$iu. -acerdotisa do Amor é o que "o&e entendo que eu sou, mas este entendimento oi ruto de um camin"o e este camin"o é tão importante para o sur!imento do Amor que passei a !ra/%lo também com mai0sculas, Camin"o. #star a Camin"o para dentro de si mesmo é o que permite que o Amor nas1a, se!uir por ele com "onestidade permite que cres1a e ainda ser/ preciso continuar sempre, não "/ im para esta &ornada. -e você ac"a que &/ pode 5
retirar as vendas de seus ol"os e ol"ar para dentro este é um convite para você. Camin"emos &untos.
Caminhos de Sacerdotisa O Amor me visita #u tin"a apenas oito anos quando descobri o!a e medita1ão. 3i um livro sobre os mestres do 4imalaia e decidi que seria to!ue e moraria no 4imalaia quando crescesse. eitava embaixo da cama e passava "oras em silêncio observando a respira1ão e silenciando a mente. 5ambém praticava "at"a o!a em casa com min"a mãe a partir de um livro de exerc6cios. 7ma tarde poucos meses depois eu estava andando na praia e simplesmente aconteceu, sem nen"um esor1o. 7ma ener!ia incomensur/vel subiu pela min"a coluna em ondas de pra$er que me queimavam de dentro para ora e desde então al!o mudou em min"a consciência. #u soube que tudo no universo era uma coisa s) e esta coisa também era eu mesma e tudo era 7no, uma unidade consciente. 'in"a consciência podia tocar a 5udo e tudo era parte de um 0nico tecido da realidade. -enti com enorme clare$a que nada é separado, nada é s)lido, nada é independente. 5odas as coisas existem dentro de uma coisa 8nica e a coisa 0nica em que todos somos me disse que era eus. # &unto com a sensa1ão de ser 7na com tudo que existe e de que todo o universo se movia em resposta 9 min"a consciência dele como o balan1o de uma !i!antesca 5eia que observa a si mesma "avia a elicidade embria!ante, a maior e mais inesquec6vel de toda a min"a vida. #u ainda não sabia como era o or!asmo, mas quando soube percebi que a sensa1ão de or!asmos m0ltiplos poderia ser palidamente comparada a essa sensa1ão. #u c"orava de elicidade e de um amor transbordante por aquele 5odo que me preenc"ia e que era eu mesma. urou toda a tarde e e$ com que eu dese&asse ardentemente que aquilo se repetisse e que eu pudesse de al!uma orma oertar esse maravil"amento, como eu o c"amava, 9s pessoas. Al!o tão maravil"oso não podia ser s) para mim. Ainda não tin"a sequer palavras para explicar o que tin"a sentido. 5in"a lido apenas um livro. -) depois descobri que era esta a reali$a1ão que buscavam os m6sticos, unir%se ao :limitado. #ssa consciência não durou mais que uma tarde, mas nunca mais pude ser completamente normal. As coisas do esp6rito me interessavam mais do que as da matéria, eu era movida por dois dese&os principais, voltar 9quele estado de elicidade plena e comunic/%lo 9s pessoas de al!uma maneira. 'as eu não recebi nen"uma educa1ão que me a&udasse nesses prop)sitos, min"a am6lia não tin"a nen"um preparo para me a&udar. #ra desa&ustada e se tornou abusiva. 'uitas diiculdades e sorimentos vieram, min"a &uventude oi c"eia de abusos, v/rios momentos "ouve em que supus que não sobreviveria e então quando me preparava para morrer, aquela consciência vin"a e me tomava, me preenc"ia novamente com tanta ener!ia e elicidade que eu retornava dos mortos. :sso acontecia de tempos em tempos sem que eu controlasse quando.
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5ão doce é o toque desta consciência divina que dese&ei que pudesse me tomar por completo como o abra1o de um #sposo que vem e ica. 'uitas ve$es esta ivina presen1a me visitou, mas em meu dese&o de união total ainda não tive sucesso. Percebi aos poucos que não era que a ivindade me viesse tomar porque #la sempre esteve aqui, é min"a nature$a real. ; o eu da consciência ordin/ria que se rende a #la renunciando ao controle e entre!ando%se. 'as esta percep1ão eu constru6 aos poucos. -e o primeiro encontro com o Amor oi al!o quase !ratuito, "o&e eu c"amo apenas Amor a esta consciência, os demais oram resultado da min"a camin"ada. Não que eu ten"a tido qualquer controle sobre eles, mas eu ui descobrindo como construir a min"a entre!a. +usquei a mim mesma, busquei espiritualidade, busquei o Amor e encontrei um camin"o através do eminino -a!rado.
Encontrando o caminho #u sou muito medi0nica e intuitiva. A sincronicidade sempre oi uma constante na min"a vida. #u ui !uiada por todo o camin"o. Por volta dos de$oito anos eu optei por estudar Artes Pl/sticas e lo!o comecei uma pesquisa visual com os s6mbolos do eminino a partir das <ênus primitivas. Não "avia muita literatura sobre eminino -a!rado no +rasil nesta época. Paralelamente eu estava redespertando a mediunidade que alorou na in=ncia e icou meio adormecida na adolescência. 'as ainda não "avia encontrado um lu!ar para ela na min"a vida, o que a$ia com que se desre!ulasse e incomodasse muitas ve$es. O inc>modo me a$ia buscar e nessa busca con"eci v/rias aborda!ens da espiritualidade e ui entendendo o que era tudo isso. No inal da aculdade de #duca1ão Art6stica eu requentava um centro esp6rita ?ardecista e comecei a son"ar bastante com os mestres e an&os da raternidade branca. 'as me altava al!o e eu me sentia meio perdida. 5in"a vis@es com eos"ua que me perturbavam e que eu não sabia como explicar nem onde colocar na min"a vida. 7m dia senti proundamente no cora1ão que eu !ostaria de a$er al!um trabal"o pela 5erra, pela 'ãe Nature$a. 3o!o em se!uida descobri a Bicca. escobri numa livraria um livro c"amado O Do$o das eiticeirasE. Poderia ter sido qualquer outro sobre Bicca ou bruxaria tradicional, mas para mim oi undamental que ten"a sido um sobre a rela1ão da bruxa com a sexualidade e com o !o$o da vida e da nature$a. oi a sexualidade sa!rada que me trouxe o recon"ecimento, a sensa1ão de é istoEF 'as isso s) icaria claro para mim bem mais tarde. Nesse primeiro momento o que descobri oi que a eusa não era s) um mito nem um arquétipo enquanto o eus masculino é tido como real. #la era muito real, estava viva e estivera me c"amando todo o tempo. oi como voltar para casa e tudo a$er sentido de uma ve$ s). #ssa descoberta teve um impacto curativo enorme em mim. Os an&os e sobretudo eos"ua me incentivaram a se!uir o camin"o da eusa. escobri que não "/ disputa reli!iosa na espiritualidade. 'uito depois descobri que assim é porque o 'istério do Amor é o mesmo em todos os camin"os. Comecei uma p)s%!radua1ão em arteterapia mais ou menos na mesma época em que me auto iniciei como -acerdotisa da eusa. urante o ritual a eusa me disse que eu escreveria e este seria o meu principal servi1o a #la. :sto se 7
revelou rapidamente uma verdade. No meu est/!io de arteterapia eu l evei as "ist)rias das eusas para o !rupo de mul"eres e percebi que #la era curativa independente das cren1as das pessoas. Ouvir sobre a eusa nos a&uda a p>r lentes avor/veis sobre a eminilidade e o ser mul"er. # ouvir sobre #la e -eu consorte, o eus da +ruxaria é curativo para "omens e mul"eres oerecendo também uma visão de masculinidade sadia e não violenta. #ra sobretudo a eusa do Amor que a$ia alta. Conversar com outras arteterapeutas que trabal"avam com mitosE me conirmou esse dia!n)stico. C"amei de necessidade de Afrodite essa alta, esse anseio que reclama na Alma o retorno dos encantos da eusa. Anseio por mais tempo para si, por acreditar em son"os, por mais respeito para o eminino, por mais pra$er e romance, por criatividade, bele$a e poesia na vida, por encantamento, ma!ia e autoestima. Por dividir coisas do ser mul"er. # em 0ltima inst=ncia pela experiência m6stica de ouvir a Alma e nela encontrar o êxtase. #sta 0ltima inst=ncia oi !an"ando or1a em meu entendimento aos poucos 9 medida que avancei nos 'istérios. A experiência de levar a eusa ao !rupo rapidamente se tornou um arti!o que oi publicado. Por este tempo eu estava em um relacionamento amoroso e comecei a !uiar o meu parceiro nos camin"os da eusa, nos tornamos -acerdotisa e -acerdote e compartil"amos o camin"o por três anos. urante este tempo eu descobri uma !rande "abilidade em !uiar as pessoas nos 'istérios e descobri em mim mesma uma -acerdotisa curadora e uma iniciadora. -ou uma curadora, nem tanto do corpo, mas principalmente da Alma. Os 'istérios são ainal uma alquimia da Alma. #stamos doentes por alta ela, sem #la somos incompletos. A eusa é nossa !uia para a Alma, sem #la não encontramos a n)s mesmosF 5en"o Gsis como eusa madrin"a. 7ma eusa do Amor, mas também uma iniciadora nos 'istérios e curadora. Como iniciadora Gsis é !uardiã dos 'istérios do -ol e da 3ua que di$em respeito ao autocon"ecimento nas dimens@es do #sp6rito e da Alma, 7no e individualidade. #la tem me !uiado pelos 'istérios e me ensinado a ser eu mesma também uma !uia do Camin"o. Al!umas outras ivindades tornaram%se também muito importantes no meu camin"o. <ênus e Apolo, Parvati e -"iva. -"iva particularmente est/ sempre por perto inluenciando o meu !osto pela dan1a e pela medita1ão. #le me trouxe de uma 0nica ve$ em uma de min"as medita1@es um -istema de s6mbolos sa!rados que descobri aos poucos estar relacionado com a transmissão dos 'istérios. 7m -istema que deveria se c"amar Avatar e que estava relacionado ao casamento do eminino e do masculino e ao nascimento do Amor na consciência. 7m sistema de transmissão inici/tica através da ener!ia dos que o reali$aram antes de n)s. euses e eusas, mestras e mestres vieram me a&udar na tarea de ormatar este trabal"o. 'aria 'adalena especialmente. Como uma demonstra1ão da 7nidade dos camin"os oi quando me aastei do cristianismo e me aproundei na bruxaria que min"a conexão com 'aria 'adalena e através dela com eos"ua se aproundou e que pude aos poucos compreender o que eles me tra$iam e dese&avam partil"ar através de mim. A "ist)ria do seu tão !rande Amor e do seu camin"o como um casal, duas express@es insepar/veis do 'istério em eterna aspira1ão de partil"ar a sua elicidade amorosa com todos
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n)s. 5odos eles, mestres e mestras, euses e eusas, vem sempre em casais compartil"ar seu Amor e seus ensinamentos.
Sombras Ao mesmo tempo em que aprendia a !uiar os outros, primeiro meu parceiro e depois com ami!os e pacientes ui a$endo um trabal"o de cura e retorno a mim mesma. #u sou uma curadora e como na "ist)ria de (u6ron, o curador erido, meu camin"o passou pela busca da min"a pr)pria cura. #m busca da min"a cura eu percebi que precisava mer!ul"ar nas min"as pr)prias sombras em busca das partes perdidas de mim mesma e de aspectos esquecidos da pr)pria 5radi1ão. Nada "/ nas sombras que não possa ser recuperado e reciclado. A sombra é o caldeirão da eusa onde tudo que oi esquecido permanece como potencial para um dia ressur!ir renovado. O ber1/rio de onde a
bem partil"ar da experiência "umana desta orma. #st/ claro para mim que isto oi parte da min"a escol"a de uma vida de compaixão em que eu pudesse acol"er em meu cora1ão as dores mais proundas de todos os seres. Através desta aceita1ão eu ressuscito a mim mesma, um pouco a cada dia e me preparo para !uiar outros através das trevas de si mesmos em dire1ão ao Amor.
Escolhendo meu nome da Arte #m v/rias tradi1@es, quando al!uém se torna um sacerdote, é comum que adote um novo nome que representa o papel que desempen"ar/ através de seu sacerd)cio e sua nova posi1ão espiritual. 7ma marca de ressurrei1ão espiritual, o se!undo nascimento pelo Amor que se busca alcan1ar. 7m nome possui uma vibra1ão poderosa e é capa$ de atrair determinadas caracter6sticas para quem o usa. -e&a por sua numerolo!ia, pelo seu si!niicado etimol)!ico ou simb)lico. Na Arte costumamos adotar um nome, o c"amado Nome da Arte, que nos identiica enquanto sacerdotes, com o qual nos apresentamos aos euses em nossas cerim>nias de inicia1ão. Passamos a ser con"ecidos por esse nome. Al!umas ve$es adotamos o nome de uma eidade com que nos identiicamos particularmente, outras ve$es o nome de um animal de poder ou planta. O importante é que o nome escol"ido nos complete e expresse al!o que dese&amos para nosso camin"o m/!ico. O ideal é que possamos receber esse nome por um processo intuitivo embora nem sempre se&a assim. :nicialmente eu adotei o nome da eusa de que me sentia mais pr)xima e que me orientava. epois, quando o trabal"o que eu deveria a$er come1ou a me ser revelado, outro nome veio &unto. O de um instrumento dos euses, a lira, que tanto podia acalmar as eras e dissipar as sombras quanto inspirar ideias novas e criativas. :nstrumento de 4ermes, a sabedoria, de Apolo, a consciência iluminada e das 'usas, a inspira1ão divina, utili$ado para cantar o passado, o presente e o uturo bem como para comunicar as "armonias da vontade divina. 5ambém o instrumento de Oreu, que ora presenteado pelas 'usas com o dom da m0sica e por Apolo com a lira com a qual p>de adentrar o 4ades, o mundo dos esp6ritos, para res!atar a Alma de sua amada. #u deveria continuar com meu primeiro nome, Iarina que si!niica Amada ou Dra1a ivina e substituir o sobrenome por 3ira, que é o instrumento da '0sica ivina e o som que !uia em se!uran1a no mundo da Alma para assim ser um instrumento, uma vo$ e uma !uia para o Amor ivino em a1ão sobre a 5erra. Por isso é com esse nome que me apresento. -ou Iarina, a lira, buscando em min"a entre!a ser nada mais que um instrumento a ser tocado pela vo$ do Amor. Ao Amor além das separa1@es oi onde a min"a camin"ada pelo eminino -a!rado me trouxe. Não "/ outro destino aonde c"e!ar.
O camin"o eminino 10
#u ten"o sido uma -acerdotisa da eusa, isto me deiniu por muitas vidas, tantas quantas lembro, e lembro%me de muitas, realmenteF :dentiiquei%me com #la e sori com -eu banimento da consciência coletiva. Por muitas vidas não compreendi e decidi se!ui%la para a sombra tornando%me !uardiã do -eu con"ecimento para o momento em que ele pudesse renascer. #ste momento c"e!ou, mas não da mesma orma como oi, da orma como me ape!uei que devesse ser. # a!ora que o tempo do silêncio acabou eu me dou conta de que nunca "ouve al!o a que resistir, que o eus masculino que aparentemente ocupou o lu!ar da eusa é outra ace -ua, são aces um do outro e ambos camin"os para o mesmo Amor. A ivindade tem muitas aces, todas as aces e no undo nen"uma ace, nen"uma orma. -ervi%3a tem tido muitas aces assim como #la pr)pria. #la tem muitos meios e muitos camin"os que no undo são apenas um assim como #la mesma. 5oda esta multiplicidade de camin"os é necess/ria ao desape!o da orma. #xperienciamos muitos camin"os até encontrar a essência comum a cada um deles e enxer!ar além das separa1@es. 'as este ol"ar é uma constru1ão. ; com este entendimento que re!istro aqui o ol"ar eminino sobre o Camin"o dos 'istérios do Amor. #ste livro é um pro&eto mais ela do que meu, uma tarea que muito adiei cumprir, comecei e recomecei até que pude entre!ar%me 9 compreensão de que em al!um de -eus mundos &/ estava pronto. (ue a 'usa das belas palavras o compon"a através de mim para que suas palavras se&am um ve6culo para a +ele$a da Presen1a e que a Presen1a possa envolver o leitor que se a1a dispon6vel para #la. #le trata de coisas que vivi e re!istrei nestes tempos de servi%3a e am/% 3a e também do que aprendi via&ando entre os mundos, em muitos voos da consciência a tantas dimens@es. 5odo o con"ecimento que um dia existiu e oi banido do mundo material est/ preservado em re!istros de l u$ na mem)ria dos mundos sutis. 5odos os livros queimados oram copiados em bibliotecas astrais do mundo #ncantado. 5udo isso pode ser acessado, basta que #la nos dê as c"aves e que nos !uie até onde a mem)ria est/. Al!o do que re!istro aqui oi recuperado destas bibliotecas e dos re!istros c"amados a?/s"icos onde a mem)ria de todos os seres ica arma$enada. Je!istros onde #la me levou a ver. Outro tanto oi r es!atado da min"a pr)pria mem)ria no processo de cura das min"as dores e descoberta dos meus ons e saberes. Outro tanto ainda oi simplesmente ditado se&a pela 'usa ou pelos 'estres. Nem sempre oi muito /cil saber de onde veio cada coisa, mas isto de ato não importa e sim a entre!a ao mosaico que através de mim, #la monta. -e&a eito sempre conorme a vontade do seu Amor. Possa #la dar a orma, sou como sempre apenas o instrumento desta Presen1a que ten"o c"amado de 'ãe, Josa e -en"ora do Amor, a que nos tra$ pra$er em viver e nos leva a aben1oar a
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Assim sendo partil"arei com o leitor a min"a experiência com a visão eminina do 'istério ivino. 5endo a c"amar a ivindade de #la e talve$ nem sempre ique claro se me reiro 9 ace 'ãe ou ao 5odo andr)!ino da ivindade mas não se preocupe o leitor com isso porque no undo não a$ nen"uma dieren1a. Permita apenas que eu ale ela e de -eu Amor. No Ocidente n)s alamos muito de Amor, mas apenas alamos e se!uimos adiante nos di!ladiando com o e!o e procurando eus em al!um céu distante do qual não nos ac"amos merecedores. A nossa experiência dos 'istérios oi perse!uida e tornada secreta, acess6vel apenas para muito poucos que a esconderam por necessidade de sobrevivência. 'as não oi pensado para ser assim. O pr)prio 'estre que temos "onrado no Ocidente, o bem%amado eos"ua, pa!ou um alto pre1o para romper o se!redo e tentar tornar os 'istérios acess6veis a todos n)s. #spero que eu possa "onr/%lo e 9 5radi1ão do Amor do Ocidente ao contar a "ist)ria. #u sinto que de al!uma orma ela dese&a ser contada. #m al!um momento poderemos transcender todas as "ist)rias e ser apenas Amor. 'as até l/ compreender e contar as "ist)rias é uma necessidade para que possamos compreender a n)s mesmos.
Os mestres do Amor 'uito antes de come1ar a estudar bruxaria, antes de Gsis e de redescobrir a tradi1ão das -acerdotisas, eos"ua come1ou a me rondar. -on"os, mem)rias, vis@es, vin"am nos momentos mais inesperados e indese&ados. #sses contatos eram muito perturbadores para mim. A min"a visão do Cristo era a da i!re&a cat)lica e eu absolutamente não !ostava dela. (ue espécie de idiota morreria na cru$ voluntariamente para depois alimentar a culpa al"eia, eu costumava di$er. einitivamente eu não queria este contato, mas ele me perse!uia. -empre que vin"a al!o eu aastava e classiicava de antasia, perturba1ão mental ou quem sabe até uma brincadeira de al!um esp6rito perturbador. # tratava de esquecer. (uase conse!uia e então vin"a al!o de novo. 7m ra!mento de mem)ria, uma sensa1ão de presen1a, qualquer coisa orte o bastante para me sacudir e me a$er pensar. # as vis@es oram montando a ima!em de um eos"ua bem dierente do das reli!i@es. -em querer ui !ostando dele. O mo1o é bom de sedu1ão. #le era tão "umano e ao mesmo tempo tão c"eio de lu$, doce, amoroso. #le é como um -ol, imposs6vel icar indierente. A presen1a dele é puro or!asmo. Nesses contatos oram vindo peda1os de inorma1ão e em se!uida c"e!ava al!uém ou al!o para conirmar que aquilo existia. Como a !raia ori!inal do nome e a pron0ncia com a s6laba t>nica no a inal e o e quase não pronunciado, um som como uma onda de do1ura. -) icou mais claro o que se passava quando i$ um curso em que se trabal"a o encontro com o mestre interior e de novo l/ estava ele. essa ve$ ele disse al!o comoL %#u estava te c"amando de volta para mimFE
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#u recuseiF Ainda não queria saber dele de modo al!um embora no undo &/ o amasse. -) anos depois comecei a entender esta re&ei1ão. 5in"a a ver com muitas vidas sorendo perse!ui1ão. Primeiro como se!uidora dele e depois na inquisi1ão como "ere!e por ter uma visão dierente. Ol"ar para ele era abrir a min"a caixa de Pandora que eu não suportava ol"ar. Não dava conta mais de tanto sorimento. #u queria apenas me esconder no meu bosque com as min"as po1@es de bruxa vel"a que oi como terminei uma dessas vidas de perse!ui1ão. #m total isolamento e em comun"ão com os esp6ritos da nature$a, ensinando ma!ia a uns poucos que se aventurassem a busc/%la. 'in"a Alma ainda se sente assim muitas ve$es. Como uma vel"a, cansada do mundo e pouqu6ssimo aeita 9 exposi1ão. Jealmente ele me perturbou muito para que eu escrevesse sobre ele. Não resisti pouco. 5ratei de perder o arquivo das cinco ou seis primeiras ve$es em que comecei. -) ao perceber que &amais me livraria deste antasma enquanto o !uardasse trancado num ba0 oi que me convenci a partil"/%lo. e in6cio ele tra$ia ima!ens dele, da vida dele, do que ele sentiu, partil"ando mem)rias comi!o. epois come1ou a vir 'adalena e as mem)rias dela eram ainda mais ortes. #u a sinto requentemente dentro de mim. (uente, vital, rubra, uma !rande rosa e uma !rande sacerdotisa, despertando os meus c/lices, o meu eminino. Os dois oram me mostrando que são tão insepar/veis como a rosa e a cru$, o c/lice a l=mina. Os dois são o Cristo &untos, "umanos na sua individualidade mas divinos no seu amor transbordante. #le era o Jei -a!rado e ela a sua Jain"a, sua -acerdotisa do Amor.
de.
preciso que se alasse 9s pessoas sobre a nature$a dos 'istérios, que o tempo dos se!redos e da i!nor=ncia "avia passado. 5oda a inorma1ão deve estar dispon6vel a!ora. -e esta é a contribui1ão que me cabe, assim se&a. A rosa necessita transbordar o luxo de Amor ivino. -eu perume s) pode ser pleno quando se oerece ao mundo.
Os "estres !aam 'adalena alaL #stou aqui para alar sobre os 'istérios e para !ui/%los através do Camin"o. -e compartil"o a min"a "ist)ria é apenas para que compreendam mel"or o que vivi no Camin"o do Amor. O mesmo anseia o meu Amado e por isso também se coloca aqui. C"amamos O Camin"o porque o Amor não vem pronto como um om ivino com o qual se nasce ou como al!o que se recebe. O toque do ivino existe, mas "/ um lon!o camin"o de abertura para que a entre!a ao 'istério ivino do Amor aconte1a e o om do #sp6rito possa se estabelecer em n)s. #ntão por avor, entendam nossa "ist)ria como um pre=mbulo para o que queremos alar e que o que importa não somos n)s e sim Os 'istérios, sim O Camin"o. ; eles que realmente pretendemos alar porque são para todos. alamos de n)s apenas para que entendam que somos pessoas como vocês, percorrendo um Camin"o. #stamos a$endo o mel"or poss6vel a cada momento, exatamente como cada ser "umano, o mel"or para Amar. N)s não representamos al!um tipo de modelo inalcan1/vel através do qual vocês serão &ul!ados. Não estamos aqui para &ul!/%los. 4ouve muita dor, perse!ui1ão e culpa em nossos nomes. N)s soremos por isto e dese&amos libert/%los de tudo isto.
l/bios, rerescar a Alma em presen1a do teu amor, tão 6ntimo e tão pessoal, embora tão r/pido em dar%se a todos. ui a tua esposa, con"eci a curva do teu bra1o e sobre ela repousei min"a cabe1a. Amaste%me, não em uma, mas em tantas passa!ens que vivemos sobre a 5erra. ui tua compan"eira e me amaste, mas apesar dos meus ci0mes vãos, teus amores oram ainda mais do mundo todo, de cada pessoa que encontraste e dos que sorem o mais da tua aten1ão. # não oi exatamente por seres quem és que tanto te amei* Por não &ul!ares nunca e enxer!ares em cada ser o amor divino que não v6amos e que no espel"o de teus ol"os passamos a ver. Não "aver/ amor mais doce nem que se&a mais livremente oerecido, teu cora1ão é mais /cil que as mais /ceis das mul"eres a quem acusam de dar%se em demasia. Não, não "/ palavras para descrever%te. (ueiram os poderes dos Céus e da 5erra, as 'usas das palavras e os encantos do mundo que eu possa ao menos descrever o Amor que tu me ensinaste a amar. :n0meras vidas vivi na ace desta 'ãe 5erra que, !enerosa, nos recebe sempre. -e não estavas sempre ao meu lado enquanto vivi, l/ estavas quando morri.
Guerreira Estelar
As escol"as que nos levaram a tudo isso come1aram muito antes, antes mesmo de virmos para a 5erra. #sta é uma vida de que eu não me or!ul"o nem !osto de lembrar de modo que me contento em ol"ar uma ou outra passa!em dela, o suiciente apenas para estas mem)rias. 3embro%me de ser uma !uerreira de pele a$ul, de um povo de tecnolo!ia avan1ada mas moral nem tanto. ;ramos um império que possu6a v/rios
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planetas. O império pleiadiano. 4avia um !rupo paciista, mas a princ6pio não tin"am poder pol6tico, a casta de !uerreiros liderava. 3embro%me de uma disputa, uma espécie de duelo até a morte com o "omem que era meu amante pela lideran1a do nosso clã. #u venci e o matei, era o tipo de coisa normal. Não tem import=ncia, pensei, ele renascer/. Os pleiadianos vivem muito tempo, suiciente para reencontrar um ente querido que se v/ cedo. Ocupei uma posi1ão importante dentro da "ierarquia mili tar e ui destacada como !eneral de um !rande exército supervisionando uma nova col>nia, a 5erra. #la era um ponto estraté!ico de reservas minerais e biol)!icas, um pro&eto importante da Conedera1ão onde muita diversidade estava sendo implantada. 7m mundo biblioteca como são c"amados os mundos onde a Conedera1ão a$ experimentos com diversidade biol)!ica e cultural. epois de vencer uma disputa pol6tica com o império rival dos reptilianos conquistamos o direito de !erenciar, embora mel"or eu dissesse explorar, a 5erra. #m troca desse direito a edera1ão Dal/ctica pedia que providenci/ssemos corpos para os exilados de mais de cinquenta mundos virem se encarnar aqui. Providenciamos esses corpos a partir da combina1ão de nosso pr)prio NA com o de s6mios encontrados no planeta. Colocamos nesses corpos limita1@es para que os exilados ao se encarnarem permanecessem presos 9 5erra, quase idioti$ados. ;ramos de certa orma carcereiros dos exilados que vin"am de mundos mais elevados e passavam por uma desacelera1ão vibracional para ocupar os novos corpos. Os reptilianos que ainda mantin"am uma col>nia bem !rande na 5erra não estavam satiseitos com nosso dom6nio e come1aram uma !uerra de !uerril"a e sabota!em conosco. Jecebemos ordens do !overno das Plêiades para neutrali$/%los, exterminando a todos se preciso. Cumpri as ordens 9 risca e a !uerra lo!o icou declarada com bombas cada ve$ mais potentes sendo detonadas. Os exilados em seus corpos r/!eis morriam aos mil"ares, mas não nos import/vamos com eles, eram s) !ado. (uando come1amos a amea1ar a estabilidade do planeta e a permanência dos exilados a edera1ão Dal/ctica resolveu intervir, coisa que a$em muito raramente. 5odos n)s soldados envolvidos na !uerra omos detidos e condenados 9 suprema "umil"a1ão de encarnar entre os exilados. Nossos povos receberam san1@es em rela1ão ao uso de armas e i ntererência em novos planetas até que o ciclo de evolu1ão dos exilados aqui se completasse. # a!ora nos di!ladiamos com os outros encarnados assim como costumam se di!ladiar os exilados que vem de mundos dierentes e rivais entre si. 'eus superiores que tin"am ordenado o uso da or1a me culparam pelo iasco e retiraram todos os meus car!os de "onra, oi tudo muito "umil"ante. 'as trouxe al!o de maravil"oso também. Antes de descer me levaram para um tempo de aprendi$ado na col>nia do -ol deste -istema. 7m !rupo dos nossos irmãos pleiadianos paciistas tin"a se estabelecido. #ncontrei eos"ua l/, tão lindo, na época em pele a$ul de pleiadiano assim como eu. #le era de uma casta mais baixa na nossa sociedade e não tin"a tido c"ance de se aproximar de mim. (uando c"e!uei l/, "umil"ada e desesperada por ter que descer ele me disse que sempre me amou, que a!uardava uma c"ance de c"e!ar perto e que viria comi!o, que 6amos a$er este trabal"o &untos. #ra tanto amor, eu nem ima!inava que "ouvesse tanto amor assim no universo. iquei imensamente eli$ e "o&e penso 16
que oi tudo uma ben1ão. Não me ima!ino absolutamente uma !uerreira novamente, nem posso ima!inar como detonei aquelas bombas de maneira tão inconsequente. Nem como vim a merecer tanto amor. eos"ua pensa que eu detonei as bombas com o dese&o inconsciente de parar as !uerras do nosso império. #u penso que ele é bondoso comi!o. 3embro depois de ter uma reunião com meus comandados na volta do -ol e a$er um discurso motivador di$endo que ar6amos nosso mel"or para evoluir este mundo como i$éramos nosso mel"or em toda tarea que nos ora dada e que recuperar6amos o or!ul"o da nossa ra1a. A maior parte se motivou, mas uma parte não !ostou da ideia de ter que a$er tré!ua com os reptilianos, a !uerra e o )dio eram muito anti!os. 'eu anti!o amante renascido estava entre os l6deres dos meus comandados rebeldes. #ntão lembro de mim e eos"ua numa nave transparente, ol"ando a 5erra de cima de mãos dadas, combinando nossa descida. # então entrei num daqueles terr6veis desaceleradores vibracionais que tiram a maior parte da nossa ener!ia. Assim come1ou a min"a experiência na 5erra, que não oi volunt/ria a princ6pio mas depois se tornou uma bên1ão. #ntre uma vida e outra voltamos sempre ao -ol, onde estão os que passei a amar como am6lia e onde nos encontramos para reabastecer, replane&ar. ; nossa casa, nosso lu!ar eli$. -into alta de l/. e qualquer orma como povo n)s pleiadianos aprendemos com a derrota. O !rupo paciista ascendeu politicamente e exerce inluência muito positiva sobre os demais. O equil6brio do poder se alterou e a consciência coletiva também. A!ora meus irmãos e irmãs pleiadianos estão aqui ol"ando a 5erra não mais como uma conquista, mas como um !rande aprendi$ado. #stamos aprendendo ao ensinar porque oi apenas ontem que estivemos dominados pela sede de poder como a "umanidade de "o&e est/. # oi errando com a 5erra e sendo obri!ados a consertar o erro que n)s come1amos a nossa transorma1ão. As primeiras encarnações
#stivemos em Atl=ntida e tentamos evitar a sua queda, mas não conse!uimos. #stivemos nos prim)rdios do #!ito e então tivemos al!umas vidas separadas, ele como um m6stico no deserto e eu estudando medicina e medita1ão no oriente. oram vidas relativamente an>nimas. Nos prepar/vamos para ancorar o Amor em corpos tão densos. 'esmo que os corpos da "umanidade terrestre &/ ossem bem mel"ores do que os que t6n"amos preparado para os exilados ori!inalmente porque a cada etapa de evolu1ão al!uns bloqueios são removidos eles ainda eram muito inadequados para a tarea das bodas alqu6micas. Para resolver esta questão sempre que al!uma entidade precisa se encarnar para uma missão mais p0blica como oi o caso de eos"ua na sua vida como o Cristo é eita uma transmissão de lu$ para a mãe contendo um c)di!o de NA mel"orado que acilite a tarea. A mãe recebe e interpreta esta experiência como um son"o ou visão a respeito da crian1a que vir/ e é nisto que consistem as experiências de anuncia1ão. A!ora estes bloqueios estão sendo removidos em ritmo acelerado e breve toda a "umanidade encarnada ter/ um NA compat6vel com o desenvolvimento da experiência cr6stica do Amor. :sto não si!niica que todos nascerão prontos, 17
mas que terão seu desenvolvimento !randemente acilitado. Ainda "aver/ um Camin"o a ser percorrido por cada um e é para que compreendam o Camin"o que estamos aqui.
Madel
#u era Jomana, il"a de um pai carin"oso, mas quase sempre ausente porque era soldado e de uma mãe excepcionalmente bela, devota de Arodite. #u devia ter uns seis anos quando meu pai não mais voltou da !uerra. icamos sem din"eiro e min"a mãe aceitou o pedido de um dos tantos "omens que a dese&avam. 7m &udeu rico, comerciante, que se casou com ela e nos levou para a Palestina. #u seria adotada como sua il"a, ter6amos conorto, promessas oram eitas e min"a mãe concordou. Kunto com o casamento e a ado1ão veio uma vida que podia ilustrar o inerno no qual a!ora t6n"amos que acreditar &unto com o eus exclusivamente masculino e tudo mais das cren1as patriarcais daquela casa. Nossas eusas não eram permitidas. 'eu novo pai era ciumento, possessivo e violento. +atia na min"a mãe. #u ouvia os !ritos e o odiava, apan"ei também al!umas ve$es ao tentar intererir. 5alve$ tivesse uns de$ ou on$e anos quando ap)s os !ritos de sempre vieram me di$er que min"a mãe estava morta. 3embro%me de entrar num torpor, perder um pouco a no1ão das coisas. Não sei quanto tempo depois lembro da sensa1ão das mãos de meu padrasto no meu corpo me apertando, o o!o da co$in"a, uma aca na min"a mão e em se!uida o san!ue dele. # então u!ir, uma u!a desesperada e a sensa1ão de loucura e de liberdade. (ualquer coisa era mel"or que aqueles 0ltimos anos, aquela casa. A pr)xima lembran1a é de estar com ome no mercado, bastante su&a, com as roupas ras!adas e tentar roubar uma ruta escondida. 7ma sen"ora &udia ainda &ovem, bonita e ele!ante viu e me per!untou se não tin"a medo de ser presa, morta. evo ter respondido que &/ tin"a passado coisa pior. #la me se!urava pelos pulsos, me ol"ou bem no ol"o, e$ uma cara de recon"ecimento e me arrastou com ela. Primeiro para sua casa e depois para o templo. Na sua casa além do ban"o e da comida encontrei uma ra$ão de viver. O il"o dela era a criatura mais doce, maravil"osa e encantadora que &/ con"eci em min"as vidas. 'eu eos"ua, adolescente naquela época. No templo ela me tornou sua assistente e aprendi$ e pelo seu alto car!o nen"uma per!unta mais oi eita. #la era uma 'iria, uma alta iniciada dos 'istérios emininos e a -uma -acerdotisa deles. #sses mistérios não existiam oicialmente, mas seu culto era celebrado no subterr=neo do 5emplo. 'uitos patriarcas do 5emplo não !ostavam desse culto paralelo, mas os l6deres do 5emplo não ousavam intererir porque a doutrina secreta di$ia que era no poder ela que #le estava assentado e que se #la osse esquecida #le e seus -acerdotes pereceriam. Acredito que também !ostavam de usar o poder das -acerdotisas e seus ritos de ma!ia sexual. (uem estuda ma!ia sabe que sua principal onte é o sexo sa!rado, a mais alta onte de ener!ia e conexão com a ma!ia de !era1ão da vida. 'as não ac"o que os patriarcas estavam interessados na poesia da coisa, em tra$er encantamento 9s suas vidas. #les !ostavam de Poder. 18
5en"o mem)rias doces do per6odo do meu crescimento aprender ma!ia na caverna escura do subsolo do templo, lavar os pés de eos"ua num rito que a$ia parte dele se tornar um "omem, passear com ele rindo e conversando, escapando sempre que poss6vel para estarmos &untos a s)s. # ten"o outras não tão doces. A convivência com os patriarcas era di6cil, especialmente para mim com min"as ori!ens incertas. a parte doce a mel"or lembran1a oi quando por volta de meus quin$e anos eu e eos"ua i$emos amor pela primeira ve$. :ninitamente doce. Com todo des!osto da convivência com os patriarcas e o autoritarismo de min"a iniciadora e so!ra a presen1a do meu amor me a$ia eli$. O mundo estava sempre iluminado porque o sol estava ali. Não durou muito porque ele estava se tornando adulto e todos queriam que se tornasse um l6der pol6tico e !uerreiro, queriam diri!ir suas a1@es. oi quando ele e a mãe tiveram uma bri!a terr6vel por causa disso e ele oi embora, passou anos via&ando e me deixou para tr/s. 4ouve um epis)dio com -imão Pedro nesse per6odo. #u estava na beira do rio camin"ando, triste pela ausência do meu amor. -imão veio camin"ar comi!o, estava por ali iscali$ando seus barcos que voltavam da pesca. #le ti n"a v/rios barcos e pertencia a um !rupo que se or!ani$ava em se!redo para resistir contra Joma, os "omens de pedra. Duerreiros. #m al!um ponto da camin"ada ele me abra1ou e me deixei icar no seu abra1o. #u c"orava. e in6cio ele me consolava e em se!uida me bei&ava, me tocava. Não me importei em di$er não. #stuprei%me por alta de rea1ão creio eu. No inal ele me prop>s casamento, disse que me amava, que eos"ua não voltaria, era um covarde. Corri dali sem responder. #ntão eu também deixei o templo e conse!ui uma situa1ão conort/vel de dan1arina e eventual concubina nos pal/cios. #u era "/bil na arte da sedu1ão. Dan"ei muito din"eiro e inluência, mas não era por isso. #ra pela min"a amar!ura e alta de é na vida. Ali ao menos eu era livre. Anos depois eos"ua voltou amadurecido com tudo que viveu e aprendeu na Gndia, no #!ito, lu!ares a que me levou depois. #stava mais centrado também em toda aquela espiritualidade que o envolvia em tanta lu$ e que promovia tantos eeitos extraordin/rios e a$ia com que ele osse ouvido quando alava de paciismo, de amor, de i!ualdade, quando ele ensinava ora do 5emplo coisas que s) os :niciados deveriam saber. #ssa 0ltima parte incomodou ainda mais !ente do que o paciismo. Nen"uma elite !osta que a verdade liberte as ovel"as da cren1a de que necessita dos emiss/rios de eus. eus est/ em você, o templo ele é o Amor em seu cora1ão, ele di$ia. Ol"e para si, seus sentimentos, seus atos e não para o :mperador ou para o rabino. Ame, ame livremente, ame muito, esque1a o medo. # ele conse!uia com acilidade que am/ssemos, que o am/ssemos ao menos, porque ele nos enc"ia desse sentimento e ic/vamos embevecidos por ele. a$ia%nos sentir que era o que estivéramos buscando todo o tempo e que a alta desse amor era a ra$ão de nosso desassosse!o. Nesse ponto ou ca6amos de amor por ele ou o odi/vamos por não conse!uirmos nos render ao amor e enxer!armos nossa covardia. #le também comprou muitas bri!as por me escol"er como compan"eira apesar de min"a passa!em recente pela vida palaciana e de min"as ori!ens 19
incertas. 'as ele me amava e a eusa sabe como sou !rata ao universo por isso. 'esmo que o nosso amor ten"a sido cortado da "ist)ria e eu ten"a sido mantida em silêncio. K/ a$ muito tempo e "ouve outras vidas depois disso, assim como "ouve vidas antes disso. Aquela de que tanto se ala oi apenas uma etapa do Camin"o. N)s estivemos &untos antes e t ambém depois. 'as tudo isto oi mantido em silêncio assim como o pr)prio Camin"o para o Amor -a!rado oi mantido em silêncio. (uantas vidas de silêncio desde entãoF esde 'iria 'adel. 'iria, -acerdotisa do templo, ep6teto de !rande, t6tulo das iniciadas. K/ 'adel era apelido, a orma como me c"amava o Amado de min"a Alma, aquele por quem anseio "o&e e sempre mesmo depois que o manto do tempo e do silêncio nos cobriu. 'adel ou 'adelina, um apelido que vin"a do latim e se reeria aos meus lon!os cabelos. 5odas as pessoas educadas alavam latim. 3embro%me de estar nua, sentada numa penteadeira, escovando meus cabelos ruivos que ca6am até os quadris e me ol"ando no espel"o quando meu eos"ua veio por tr/s, acariciou meus ombros, desli$ando as mãos por meus bra1os, c"eirando meu cabelo, bei&ando meu pesco1o e sussurrando em meu ouvidoL 'adel, 'adelinaEF #le amava meus cabelosF as lembran1as mais doces que ten"o, de todas as vidas, as mel"ores e mais preciosas são estas de estar nos bra1os do Amado. 3embro%me de estar deitada sobre ele com uma lembran1a tão v6vida, tão 6sica, que poderia ser "o&e. #u era pequena e ele bem alto, alto o bastante para acol"er as pessoas com a cabe1a em seu peito. Assim estava eu, encaixada em seu sexo e com a cabe1a anin"ada em seu cora1ão, ouvindo%l"e as batidas e recebendo o amor que emanava dele e de meu cora1ão por ele. Não nos mov6amos, apenas respir/vamos enquanto ele me acariciava nos centros sacro e card6aco unindo os centros do Pra$er e do Amor e eu me sentia a mais prote!ida, amada e eli$ das mul"eres deste mundo. #u me derretia no Amor e &amais "ouve nada como isto, nen"uma elicidade mais completa. i$em que n)s abdicamos do Pra$er e que o Amado nunca con"eceu o sexo, mas não é verdade. #le con"eceu todas as coisas que a$em parte da vida de um "omem porque isto é o que ele era, mas viveu todas elas através do Amor porque isto oi o que escol"eu e o Camin"o que ensinou. omos amantes, esposos, pais de dois il"os, omos criados &untos e s) nos separamos em dois momentos. urante o im da adolescência e in6cio da idade adulta quando ele se aastou em via&em para receber treinamento e tempos depois da cruciica1ão quando o nosso il"o oi roubado. #st/vamos na Gndia depois de passar pelo #!ito, ele me mostrava os ensinamentos, os mestres, os lu!ares que con"eceu em suas via!ens de &uventude. Não par/vamos muito tempo em nen"um lu!ar desde que ele escapara da morte. Pensei que morreria com ele se ele morresse naquele calv/rio, queria ser eu a estar ali. -ua mãe e eu invocamos a c"uva com toda a ma!ia que cultu/vamos nos subterr=neos do templo onde ela reinava. Conse!uimos retir/%lo antes do tempo de tortura lenta que os condenados levavam para morrer. Jespira1ão e batimentos redu$idos e ele parecia morto. 'as não estava, não completamente. -imulamos um enterro, tratamos suas eridas e escapamos.
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'in"a primeira il"a nasceu no #!ito, ten"o lembran1as boas de l/, dos templos de Gsis onde retomei meu treinamento alqu6mico de outras vidas. 'eu il"o nasceu na via!em, &/ quase na Gndia. #st/vamos l/ a três anos quando nos ac"aram. 56n"amos relaxado, pensamos que talve$ &/ estivéssemos se!uros. Não esper/vamos que ossem os ami!os a nos atacar. Anti!os se!uidores e parentes nos procuraram, estavam esperan1osos de levantar uma revolta, queriam que ele voltasse, reivindicasse o trono, inspirasse todos a pe!arem em armas. #le recusou mais uma ve$, como em tantas. #le sempre acreditou na resistência paciica, avisou que seriam esma!ados, Joma era orte demais. #stavam determinados a conse!uir um rei então levaram nosso bebê. -imão Pedro partiu com ele nos bra1os, então envenenaram meu amor e partiram meu cora1ão. Pensei que dessa ve$ ele tin"a mesmo morrido, u!i com min"a il"a e omos parar em um lu!ar no meio do nada, c"eio de bosques de carval"os. omos acol"idas por ci!anos, !ente que ainda era livre. 'in"a il"a cresceu e loresceu e passou o ensinamento adiante. Nossa "ist)ria se manteve sussurrada no silêncio de eras. K/ eu dein"ei de triste$a, sobretudo quando percebi que meu amor se aastou pra prote!er nossa il"a. Pelas pr)ximas encarna1@es não mais dese&ei ter il"os. #ntendi muito depois que precisei desse aastamento porque precisava aprender a amar sem ele, por mim mesma. 'uito deva!ar entendi que o amor que sentia quando est/vamos &untos era meu pr)prio Amor que ele despertava em mim e que eu podia e precisava vir a experienciar isto sem ele, sem nada nem motivo nen"um, incondicionalmente. # que era isto que na verdade ele tentava me ensinar, a mim e a todos n)s. #le alava deste Amor que é um 'istério porque brota !ratuito de dentro do cora1ão sem necessitar de motivo nen"um para existir. +rota como uma experiência interior e transborda como a /!ua de uma onte, a onte da Presen1a do #sp6rito ivino em n)s. 'as na época não o entendi plenamente. A" doce ami!o de meu cora1ão, tu que nos alastes de Amor, de perdão e destas coisas doces que suavi$am nossa existência e nosso entendimento. 5u és um doce mistério que não pretendo mesmo "o&e apreender. #ras como uma crian1a linda em tua é de que podias salvar o mundo e quem diria que não nos salvastes realmente de nossa pr)pria crueldade* #ras tão belo derramando tua é sobre o mundo que nos p0n"amos a amar%te e a dese&ar um mundo mel"or que abrisse espa1o para tua bele$a. (uantos esor1os i$ por prote!er%te. 5udo quanto ameal"ei com as mel"ores "abilidades de cortesã, de posses a inluência na corte, tudo usei para atrasar quanto pude o desabar sobre ti das iras que atra6ste com tua sinceridade imensa. Não medias consequências, não pensavas em ti. 3embro%me do dia doce e terr6vel em que nos reencontramos ap)s voltares de tuas pere!rina1@es. -aciadas as saudades do corpo em que não se pode alar porque a boca é mais adequada aos bei&os, ainda deitados no leito, enrolavas teus dedos em meus cac"os como tanto amavas a$er e discorrias de quanto viste, do que aprendeste. # assombro dos assombros, querias ensin/%lo aos quatro ventos. A verdade não pode ser para tão poucos 'adel, a verdade nos libertar/F #st/ errado que !uardem a verdade que liberta para o interior dos templos onde s) 21
as elites penetram e ora se enc"am as popula1@es com /bulas que !eram medo e culpaF 3embro%me que arre!alei os ol"os e exclameiL (ueres comprar bri!a a um s) tempo com os romanos e com os anci@es do templo*E # respondeste com a mesma serenidade doceL Al!uém tem de a$ê%lo, a verdade pertence a todosE. # que pre1o terr6vel pa!astes por tua ousadia e também pa!amos todos n)s que te am/vamos. (uisera eu ter pa!ado por ti o teu quin"ão, tão desesperada estava a teus pés enquanto sorias e exclamavas porque te abandonara teu Pai. Até ali a tua imensa é e teu treinamento te sustentaram mesmo sob o l/te!o. #ras mestre primeiramente de ti e de tua ener!ia e não oscilavas como o mais das !entes. Perdoa%os Pai, que não sabem o que a$em, oi o que disseste e a meu ver o mel"or que ensinaste e ainda eras sen"or de ti. Contudo ali, no derradeiro momento raque&aste e descobriste que eras "umano, que a dor te podia partir como a todos n)s. #u, que mul"er sendo, desconiei sempre desta onipotência do Pai, implorei 9 'ãe que i$esse meu o teu sorimento e tuas as min"as or1as, que tomasse meu >le!o se preciso osse, mas que os céus se abrissem e te salvassem porque eras o Amor e não era &usto. C"amei o Poder eminino como era parte destas verdades ocultas, que a -acerdotisa 'iria o soubesse a$er. # talve$ porque a 'ãe te amasse tanto como eu mesma, min"as tormentas internas convocaram as tempestades, e parecia que os céus mesmos desabariam enquanto parecias expirar. 5odos temeram e buscaram abri!o, e lo!o pudemos descer%te daquele calv/rio. (uis a eusa que não osse tarde, um 0ltimo iapo de
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e min"a parte não pretendo a perei1ão dos santos nem a imensidão e pure$a dos céus. #nxer!o bem demais a min"a alibilidade "umana. Amar e dar o mel"or de mim, isto para mim est/ bem. #nxer!o o tempo que passa e as crian1as no esp6rito que continuamos sendo e me enterne1o. Parece%me que no caos aparente a 'ãe cria e disp@e tudo 9 sua maneira e $omba de n)s quando pensamos que sabemos muito e que controlamos al!o. #la me a$ ol"ar o mistério da
eos"ua alaL Amada do meu cora1ão, doces são as tuas palavras e o amor que me dedicas. 5ens sido sempre meu alento e a min"a or1a. 5eu amor é min"a inspira1ão. 'as creia%me, não me ve&o como tudo isso de que alas nem muito menos como tudo isso de que alam. Não me ve&o no mito que i$eram de mim. -ou tão "umano e al6vel. Apenas um ser "umano que amou, despudoradamente amou. Não penso por um se!undo que eu se&a eus ou que se&a oE amor. Antes per!unto onde errei. oi culpa min"a que a transmissão que eu comecei ten"a de!enerado em coisas como a inquisi1ão, a venda de lu!ares no céu e todo esse medo de casti!o e culpa* #u dei mar!em a isto de al!um modo* 4ouve um resqu6cio de e!o que me e$ ac"ar que podia mudar o mundo compartil"ando o Amor* #u me coloquei como al!o acima dos demais para &ustiicar toda essa idolatria pela min"a ima!em e o esquecimento do Camin"o do Amor que eu quis ensinar* Onde oi que eu errei* Al!umas ve$es me torturo com estas per!untas quando ol"o o que est/ sendo eito do cristianismoE. #ntão ainda ten"o que lembrar a mim mesmo que não sou inal6vel, não sou mais do que nin!uém e não ten"o nen"um poder sobre como as pessoas recebem e entendem o que procuro ensinar. (ue não sou onipotente, sou apenas "umano, e que isto é parte da mensa!em. Nossa ivindade é parte de nossa "umanidade e não al!o distante de n)s, é al!o para todos, acess6vel. 'esmo assim eu ainda me cobro. 'esmo assim eu soro. -oro por cada violência praticada em meu nome e me per!unto se estou 9 altura da tarea. Per!untei%me desde o primeiro dia, antes de vir para a 5erra, quando me disseram que eu viria. #u era um sacerdote pleiadiano de uma casta paciista, concluindo um per6odo de treinamento em Alcon, a col>nia que "abita nosso mundo central, Alcione. #u passei bem por uma prova em que nos und6amos ao #sp6rito do Amor abrindo mão da identiica1ão com a orma "umana e então quando voltei recebi os parabéns da min"a 'estra e a not6cia. Antes de avan1ar para a pr)xima etapa você vai exercitar este con"ecimento em uma tarea de campo.
Delei. 7m tremor me percorreu de cima a baixo. O treinamento todo pareceu sumir em um instante. Como assim* #7 NQO #-5O7 PJ#PAJAO, protestei quase !ritando. Não se preocupe disse a serena vo$ telep/tica da 'estra, que sendo uma bola de lu$ sem orma &amais se alterava. ; um planeta muito primitivo, você parecer/ um eus por l/. Não me senti muito convencido, eu sabia que era apenas um iniciante, que não estava 9 altura, cometeria erros, mas a mestra não se deu por vencida. ; assim que você vai aprender, ela disse, e eles aprenderão também assim como você. 5odos vocês aprenderão com os erros. Os de cada um e uns com os outros. Além disso você não vai so$in"o. 4/ al!uém que você deve encontrar antes de ir ao -ol daquele mundo para se amiliari$ar com a "ierarquia de l/. (ue &eito. ui. Primeiro para o planeta que era nosso centro de !overno encontrar a tal pessoa. Para min"a surpresa se tratava de uma diplomata de alta "ierarquia dentro do !overno, membro do consel"o interno, nosso poder le!islativo, e representante perante o consel"o da Conedera1ão Dal/tica. #ncontrei%a em seus aposentos privados da /rea residencial do pal/cio do consel"o interno. 7ma sen"ora muito alta, bem mais do que eu, muito di!na, com um ar severo "onesto e respons/vel. #u levava para ela um cristal com uma transmissão de lu$, presente de min"a 'estra e inicialmente não entendia porque al!uém tão importante me receberia. O 8tero de 3u$ de Alcone, nome do nosso 5emplo, e o consel"o interno nem sempre estavam em boas rela1@es. O consel"o deveria ouvir o templo, mas normalmente não era assim. (uase sempre o consel"o autori$ava as !uerras expansionistas que o con&unto de reis, nosso poder executivo, dese&ava empreender. Assim eu ia para o encontro com esta importante sen"ora com mil d0vidas na mente, c"eio de inse!uran1as. #ra muito mais /cil me manter sereno e desape!ado de resultados estando dentro do 8tero de lu$, no templo, lon!e do mundo, lon!e da pol6tica. Porque eu tive que me envolver nisso, pensava. O que a 'estra espera que eu possa a$er* 'as a sen"ora diplomata Alana me recebeu. # "avia al!o naquele rosto. Al!o que me iluminou por dentro. e in6cio não entendi, mas quando ativamos o cristal e ouvimos a transmissão eu soube. Ali estava min"a pessoa prometida, min"a c"ama !êmea. ; claro que a 'estra sabia e por isso me mandou ali. Ol"ei para ela com tanta ternura, com tanto Amor, quis tom/%la nos bra1os, tirar o peso de toda aquela severidade de seus ombros e de seu rosto, di$er%l"e que a amava. iquei ali, paralisado, s) ol"ando para ela, sentindo que c"oraria em breve se não i$esse al!o. Não precisei. #la se moveu primeiro. eva!ar er!ueu a vista do cristal e ol"ou para mim. Aa!ou meu rosto e meus cabelos. 'in"a crian1a, ela disse, você é tão lindo, seu rosto é a pr)pria inocência. A 'estra -"itara o mandou para roubar meu cora1ão* # bei&ou%me. #ra como se nos con"ecêssemos por eras e sab6amos que nos con"ec6amos.
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Percebi que ela era dos poucos membros do consel"o que simpati$ava com o templo, que "avia recebido treinamento. N)s nos amamos por um !rande tempo. Até que as obri!a1@es se impusessem. 'in"a -en"ora me ol"ou com certa triste$a e disse que a!ora entendia. 5odo este tempo a 'estra me cobrando uma posi1ão e eu l"e di$endo que ela não entendia as exi!ências da pol6tica. 'as era eu quem não entendia realmente o Amor e ac"ava que as coisas não podiam mudar assim de repente. # então você veio e tudo mudou. i!a%me querido, como vou ser a -en"ora diplomata a!ora*E Como assim per!untei, o que pretende a$er* O que é certo, oi toda a sua resposta. # então me bei&ou e saiu para uma reunião porque o consel"o a esperava. Nunca mais a vi porque a posi1ão que ela tomou nesta reunião custou%l"e a vida. 5raidora, oi do que a c"amaram depois de ter discursado contra mais uma expansão do império e questionado abertamente a pol6tica do Consel"o. Não ten"o palavras para di$er o quanto este acontecimento me traumati$ou quando eu soube. -enti%me respons/vel, quis desistir de tudo, ca6 num imenso des!osto. #u levei o meu amor 9 morte, que espécie de pessoa "orr6vel eu sou* 'as eu tin"a votos de obedecer a meus mestres e a 'estra me asse!urou que ela renasceria, n)s nos reencontrar6amos e que tudo isto nos traria ainda !randes mudan1as. # assim di$endo me despac"ou para o lu!ar lon!6nquo para onde eu devia ir. # eu vim inicialmente para o -ol deste sistema para mais uma lon!a etapa de prepara1ão. #studei com os casais de c"amas !êmeas que l/ se encontravam e que a$iam a tarea de ancorar o Amor naquele sistema desde muito antes de eu c"e!ar enquanto esperava pelo retorno de min"a pr)pria c"ama !êmea. evo esclarecer que os corpos que us/vamos embora ossem bastante palp/veis para n)s não eram nem de lon!e al!o tão s)lido como os da 5erra. #ram muito mais sutis podendo ser adaptados vibracionalmente para a dimensão de cada mundo que dev6amos visitar. +astava um a&uste vibracional, acelerando ou desacelerando, para que pudéssemos via&ar e nos a&ustar a um novo planeta ou estrela. Nosso pr)prio sistema de via!em era controlado pelo pensamento. Nossas naves são materiali$a1@es de nossos pensamentos. 7nimos nossas mentes e nossas vibra1@es em !rupos de, pelo menos, três e a&ustamos nossas vibra1@es para o padrão vibracional de qualquer ponto do universo então rapidamente !eramos um campo que nos leva até esse ponto. #sses corpos nascem em nossos planetas e morrem depois de um tempo que para a 5erra parece uma eternidade. 'as não se nasce nem morre em nen"uma estrela. -) se via&a até l/ e se permanece em uma col>nia a partir de um corpo de vibra1ão muito elevada que não se&a aetado por temperatura nem radia1ão. Na verdade nessa vibra1ão elevada não "/ altas temperaturas nem explos@es nem radia1ão nociva. O que é nocivo aos corpos da 5erra é exatamente o ato de a vibra1ão ser elevada demais para o padrão daqui. (uando se est/ no padrão de l/ a estrela é experienciada como um mundo 25
lindo, "armonioso, em que não existe morte, dor, doen1a, envel"ecimento, ome, sede, nem se passa necessidade de espécie al!uma. A pr)pria vibra1ão elevada nos sustenta. #la sustenta a vida na 5erra também na verdade, mas nem todos ainda conse!uem se alimentar dela diretamente por ser tão orte e tão intensa. Os ve!etais conse!uem em seu estado de receptividade natural então são eles que têm sustentado a vida na 5erra. 'as todos podem desenvolver esta capacidade de receber. 3/ estava eu me "armoni$ando com o -ol que me alimentaria enquanto eu estivesse na 5erra para que não perdesse a capacidade de receber lu$ diretamente dele quando estivesse num corpo denso. 5ambém estava aprendendo com a experiência dos que estavam aqui a mais tempo. 7m lon!o tempo se passou e então eu soube que ela renasceu. #u a recon"eci entre os exércitos que oram enviados para coordenar a c"e!ada de uma nova leva de exilados para a 5erra ap)s a queda da lem0ria. Jenasceu em uma casta um pouco mais baixa desta ve$, não entre as am6lias principais mais entre os c"ees dos clãs de !uerreiros. # l/ estava ela coordenando a divisão principal do exército que acabava de c"e!ar. Kovem e arro!ante como todos os !uerreiros. Nem ol"ava para mim porque todos os !uerreiros despre$am os paciistas. oi uma prova1ão para mim. 'uito mais tempo se passou antes que eu pudesse me aproximar dela novamente. 'as então ela e os outros comandantes cometeram um erro e usaram or1a excessiva na disputa com os reptilianos, uma col>nia anti!a que estava na 5erra muito antes de n)s. oi o modo inconsciente que ela encontrou de parar a !uerra que não conse!uiu evitar no seu tempo de diplomata. 'in"a mestra no templo ensinava a ter !rande compaixão pelos erros por que eles requentemente são a reali$a1ão de !randes prop)sitos. A conedera1ão oi comunicada imediatamente e a intererência deles a trouxe até mim. #la encarnaria na 5erra. -eria desacelerada como acontecia com os exilados. #stava arrasada é claro. :mediatamente eu soube que "avia c"e!ado o momento e que eu a prote!eria do todas as ormas que pudesse, a prote!eria como não pude a$er antes e que iria com ela. Não importava se estivesse pronto ou não, estar6amos &untos e ar6amos o mel"or poss6vel. Comuniquei aos outros no -ol e 9 mestra em Alcon que estava pronto para descer 9 5erra e eles concordaram. Concordaram também que ela osse tra$ida até o -ol e que osse preparada antes de descermos. N)s nos reencontramos e nos amamos mais uma ve$, nos preparamos e então descemos &untos. 5emos nos completado desde então e aprendido um com o outro. 5ornei%me mais !uerreiro e mais coniante &unto dela e ela tornou%se mais amorosa e mais paciente comi!o. N)s nos unimos cada ve$ mais até um ponto de estarmos tão insepar/veis que nossas mem)rias se conundem. -omos um s) e "o&e sabemos que sempre omos. #stamos assumindo &untos a re!ência de evolu1ão da "umanidade neste planeta a partir deste momento de transi1ão para a quarta idade "umana e se!unda idade planet/ria. :sto si!niica que o oco de lu$ que vem do -ol através dos re!entes -olares passa por nossos corpos e nossa ?undalini para ser enviado 9 "umanidade na 5erra. 5rata%se de um oco de lu$ "umani$ada, 26
mais /cil de receber, mais pr)xima da vibra1ão da "umanidade encarnada. ; uma tarea de responsabilidade. N)s recebemos uma !rande quantidade de lu$ e Amor através de coroas de cristal de lu$ em nossas cabe1as, as transormamos com nosso amor e enviamos 9 5erra através de aparel"os cristalinos li!ados 9 nossa coluna de c"a?ras que se assemel"am a tronos. # assim al!uns di$em que sou o !overnador da 5erra. Outros di$em que sempre ui. Não é bem assim. #stou apenas ormatando as requências de lu$ para um per6odo de evolu1ão &unto com a min"a Amada. Não é uma tarea que se a1a so$in"o, é necess/rio muito Amor e o amor das c"amas !êmeas permite que não oscilemos nesta entre!a ao Amor. 3u$ é inorma1ão, é con"ecimento. # o verdadeiro con"ecimento é Amor. 4ouve também um lon!o camin"o com v/rias encarna1@es quando viemos para a 5erra, al!umas &untos, outras separados.
:n=ncia de eos"ua #u ui criado até os oito anos em Alexandria, em meio 9 comunidade copta de !ente cosmopolita, vinda de todas as partes do mundo. Alexandria, a cidade dos s/bios. 'eu pai ose a amava, também tin"a sido educado ali e apreciava que eu tivesse a mesma oportunidade. #ruditos de diversas ascendências encontravam%se para discutir ciências e teolo!ia. 'eu pai requentava especialmente um !rupo seleto e ec"ado de s/bios que discutia a m6stica das revela1@es divinas sob o prisma de diversas reli!i@es. 'as !ostava também de astronomia e !eometria. Como convin"a a um descendente de avi e -alomão meu pai ose era um construtor de templos e estudioso da matem/tica sa!rada. #ra &/ um tanto idoso, duas décadas e meia mais que min"a mãe, severo mas &usto, sério porém bondoso. Apreciava levar%me consi!o 9s suas reuni@es de estudos e 9 biblioteca porque eu aprendia depressa. Aos cinco anos &/ dominava o !re!o, o latim e o copta além do Aramaico. #screvia e tin"a no1ão da !eometria e dos n0meros. 27
; um prod6!io o teu il"o, di$iam%l"e os ami!os de meu pai. ; um pequeno rei, di$ia meu pai, destina%se a restaurar a !l)ria de -alomão. # buscava em sua comunidade encontrar apoio para este pro&eto, de que se pudesse restaurar a nossa dinastia em Kerusalém. #ra o "erdeiro de um trono e um pedinte ao mesmo tempo. 5ratavam%no bem e nos recebiam "onrosamente, mas nin!uém se comprometia a colocar a mão na questão. Por volta de meus sete anos meu pai &/ tin"a desistido da ideia de que meus talentos precoces pudessem convencer al!uém sobre eu ser o rei predestinado. Come1ava a pensar em voltar. 5alve$ ele devesse estar em sua pr)pria terra e ser criado dentro da sua tradi1ão, pensava alto e coiava a barba. (uando ele icava assim eu ol"ava para min"a mãe, que invariavelmente estaria parada perto observando e sabia que ouviria suas vo$es discutindo a portas trancadas noite adentro sem que me deixassem nunca saber o teor da conversa. Não era propriamente uma discussão exaltada a &ul!ar pela entona1ão. 'as eu sabia que eles raramente concordavam em muita coisa e admirava a min"a mãe por não ser como a maioria das mul"eres que apenas icava calada e se submetia ao marido. #la era uma mul"er de temperamento orte que exalava uma espécie de autoridade natural. -e poderia pensar que osse ela a descendente de rain"as e reis. Nunca tin"a medo de nada nem levantava a vo$ quando queria enrentar al!uém. -eu ol"ar era suiciente. 'as era doce comi!o. Pun"a%me no colo, contava "ist)rias e cantava para mim numa idade em que os meninos &/ não tin"am muita intimidade com as mães. Não se torne um tolo como a maioria dos "omens, ela di$ia, não ique pensando que sabe tudo s) porque nasceu "omem. # me contava se!redos do mundo das mul"eres. #u a ac"ava absolutamente ascinante e a mais linda das mul"eres. escontado o ato de que eu tin"a oito anos e nessa idade os meninos todos se ascinam pelas mães ela era mesmo muito bela. #ra &ovem, es!uia, tin"a uma linda te$ morena que me coube por "eran1a e cabelos de carac)is castan"o escuros que exibiam um caimento !racioso sobre seus ombros quando estava em casa e não usava véu. 'eu pai a respeitava e eu também. Aprendi com ela a respeitar a todas as mul"eres e a vê%las como i!uais. Aprendi, ali/s, a ver todos como i!uais. #la tin"a ideias um tanto revolucion/rias, a min"a mãe. 5ambém acreditava que eu osse al!um tipo de rei predestinado porque tin"a son"ado com isso e pensava que me cabia mel"orar o mundo e que eu não seria apenas mais um. #u amava meus pais, mas não conse!uia levar muito a sério esses son"os dos dois. Para mim tudo isso era um pouco louco e me exasperava 9s ve$es, embora naturalmente eu não dissesse a eles. #ra um bom il"o. (uestionar os pais era um tabu muito !rande naqueles tempos. #ntão um dia, depois de um per6odo de muitas das discuss@es noturnas, meus pais me comunicaram que ir6amos partir. ; uma via!em lon!a e dura eos"ua, você ter/ que ser orte e ter cora!em, atravessaremos o deserto. Assim oi. #mpacotamos nossos pertences pessoais, providenciamos montarias e lu!ar em uma caravana. Não se devia cru$ar o deserto sem estar em uma caravana, era peri!oso demais. eli$mente as posses de meus pais permitiam al!uns
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conortos em uma via!em que &/ era por si s) desconort/vel o bastante. -e meu pai não era rei também não era realmente pobre. urante a via!em min"a mãe descobriu que esperava o se!undo il"o, mas &/ não "avia como voltar. oi preciso receber a crian1a durante a travessia. Pensei ter ouvido al!uns impropérios diri!idos ao meu pai quanto a este ato enquanto tentava espionar o momento do parto. Al!o sobre maldito tolo e maldito desertoE mas não ten"o certe$a. #ra muito &ovem, "avia muito vo$erio de mul"eres e o calor do deserto deixava os nossos miolos meio moles. C"e!amos ainal, em uma terra que embora osse a min"a me era descon"ecida e proundamente estran"a. Nada das amenidades cosmopolitas de Alexandria. A re!ião respirava tensão o tempo todo. Parecia que todos estavam sempre em conlito com todos o que me deixou completamente c"ocado por um bom tempo. 'eu pai aceitou um trabal"o na aldeia de Na$aré e acabamos por nos estabelecer l/. 'as 6amos a Kerusalém com toda a requência que as via!ens lon!as e cansativas da época permitiam. 'eu pai !astava !rande parte de seus recursos com min"a educa1ão e a$ia questão de que eu ti vesse acesso ao mel"or do con"ecimento. Passava "oras me mostrando pessoalmente como os se!redos das escrituras estavam todos inscritos no Drande 5emplo de -alomão. #u ouvia e como sempre entendia r/pido, mas por mais que enxer!asse a bele$a e a sabedoria em tudo aquilo, bem, altava al!o. O que, eu ainda não sabia. Al!uns anos se passaram, eu estava 9s portas de me tornar um "omem. 4o&e se diria que estava 9s portas da adolescência. 5in"a on$e anos. 'eu pai e os anciãos tin"am &/ me mostrado o con"ecimento das diversas antec=maras do 5emplo. #ra "ora de adentrar o local da inicia1ão dos reis, o recinto interno e santo. #ntrei neste recinto sa!rado na noite escol"ida, descal1o e de t0nica limpa e nova, depois de um ritual demorado de entrada passo a passo pelas salas anteriores. #ra al!o de tanta ormalidade que eu esperava que osse encontrar a sar1a ardente de 'oisés quando adentrasse o recinto sa!rado. ecep1ão é claro. Não "avia sar1a ardente. Nem "avia nada, absolutamente nada na sala pequena e nua. Ou mel"or, "avia. 'as levei um tempo para perceber que "avia de tanta que era a min"a expectativa e a rustra1ão desta expectativa. O que si!niicava aquilo* #stariam $ombando de mim* #u não passei em al!uma prova e esva$iaram a sala para me mostrar que eu não seria aceito ali* (uando dei por mim um pouco mais recuperado do c"oque de me encontrar so$in"o em uma sala pequena, escura e va$ia comecei a va!uear o ol"ar pelas paredes tentando entender até ol"ar para cima e ver uma abertura no teto alto. #strelas. -ilêncio. -ilêncio. -ilêncio. -ilêncio. -entei%me ali naquele c"ão, o que mais "avia para a$er, a porta estava trancada e eu não sabia quando abririam. -ilêncio. -ilêncio. -ilêncio.
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5empo se passou, não sei quanto. -ilêncio. -ilêncio. -ilêncio. #ra estran"o. Não tive propriamente medo, mas como um receio, um va$io, "avia al!o estran"o ali. -ilêncio. -ilêncio. -ilêncio. epois de um tempo parecia que o silêncio alava comi!o. Não com palavras, mas parecia que "avia uma espécie de Presen1a ali. # que esta Presen1a, osse l/ o que osse queria me di$er que sabia que eu sabia que ela estava ali. -inistro e calmante ao mesmo tempo. 'ais calmante do que sinistro na verdade. ui me acalmando. Comecei a ac"ar até a!rad/vel aquele lu!ar. #ra simples aquilo ali, como se as expectativas de todos ossem saindo de cima de mim. eitei e iquei contemplando as estrelas, s) deixando uma serenidade ir me tomando, uma sensa1ão de conorto. epois de um tempo era realmente bom. Adormeci. espertaram%me pela man"ã. 'eu pai me elicitando por eu não ter !ritado nem pedido para sair. Per!untando%me como ora min"a experiência. Primeiro eu quis saber o que era aquilo, porque aquele va$io* -em resposta, meu pai tin"a um ar divertido e eni!m/tico, sorria o que era raro. iquei ainda mais conuso e tive de responder%l"e o que tin"a sentido antes que me desse qualquer esclarecimento. A", prodi!ioso, disse eleF Com que rapide$ você penetrou no 'istérioF 'istério* -im il"o, o se!redo mais 6ntimo de todos sobre a ace de eus. 5oda a delicade$a do con"ecimento e toda a estrutura do ritual servem apenas para preparar a mente do "omem para o 'istério meu il"o. (uando o "omem est/ pronto ele pode perceber o que est/ por tr/s de toda a diversidade de aparências do mundo, o 'istério de onde emana toda a 4armonia, todo o equil6brio !eométrico, toda a ma!ia e a +ele$a. #le pode sentir a Presen1a de eus sem orma preenc"endo a orma, emanando a orma, sustentando o mundo. -abe por que eu !osto tanto da astronomia eos"ua* Porque as estrelas são misteriosas como a Presen1a de eus e contemplando%as nossa mente percebe mais acilmente, torna%se mais receptiva, e o 'istério do criador se revela onde sempre esteve, bem aqui no mundo natural, entre todos n)s. Pensei, pensei, releti. A Presen1a de eus, um 'istério -ilencioso* Aquela coisa que estava e não estava ali durante a noite* eus Presente na nature$a o tempo todo sustentando a tudo* 'as. +em aos poucos compreendi meu inc>modo. 'as se eus est/ na nature$a o que estamos n)s a$endo aqui dentro, entre paredes* Porque não estamos l/ ora sempre, ol"ando as estrelas* 'eu pai riu%se. Porque il"o, se isso osse de costume não teria te c"amado tanta aten1ão quando te oi mostrado. 5odas as camadas de paredes do templo servem para ol"ares para esta abertura celeste com ol"os mais atentos. Compreenda il"o que as coisas se con"ecem mel"or por contraste porque tudo neste mundo é eito de dualidades. Não me dei por vencido. O bom il"o obediente tin"a come1ado a se quebrar ali. 4avia de ser perda de tempo que 30
se constru6sse um templo tão !rande s) para que se percebesse que ele era in0til, que eus não morava ali. Ademais e quanto a todos os anciãos que passavam a vida ali entre os per!amin"os, alando sobre eus, o que estavam então ocupados a a$er* #u não via sentido. 'eu pai come1ava a icar rustrado comi!o. #sperava que eu visse a mesma bele$a que ele via naquele estrata!ema de demonstra1ão do 'istério não% racional através da arquitetura. C"e!ar ao au!e da ra$ão e então abandonar a ra$ão, aquilo l"e parecia bril"ante, poético, belo. Para mim si!niicava apenas que se a ra$ão era in0til para estar com eus, bem, ela era in0til para estar com eus. evo di$er que entristeci meu pai ose nesse dia e que se abriu uma dist=ncia entre n)s. Ac"o que ele compreendeu ali que eu não seria quem ele son"ava que eu osse. Não viveu muito depois disso e tal ato oi mais um peso a ser carre!ado. 3evou%me de volta para casa e para min"a mãe. (uando não tin"a paciência com al!uma coisa entre!ava o assunto a ela. 'in"a mãe me abra1ou, me ol"ou com bondade, não disse nada. 'ais discuss@es a portas ec"adas e lo!o um outro mundo come1ou a se abrir para mim. epois de al!uns dias ui levado novamente ao 5emplo, mas dessa ve$ por min"a mãe. #ntramos por outra porta, usamos outros camin"os, descemos escadas, abrimos um al1apão, descemos mais e mais até s) "aver lu$ de arc"otes. 4avia todo um mundo de cavernas ali em baixo que eu descon"ecia. # !enteF epois de descer al!uns n6veis encontramos mais !ente ali. Pareceu%me que eram mul"eres, mas estavam mascaradas e o lu!ar era escuro. Pareceu%me que camin"amos muito tempo antes de parar e acender os arc"otes em uma sala c"eia de !ente mascarada. einitivamente eram mul"eres. +em%vindo eos"ua, aos dom6nios de As"era", disse a min"a mãe. Aqui os 'istérios da 'ãe ainda são celebrados. 7m arrepio orte me percorreu enquanto ela alava sobre a -en"ora que é a noite e a 5erra, a 3ua e o ventre das mul"eres, o san!ue da
#u !ostava das dan1as e cantos e !ostava de estar num mundo secreto. Dostava da umidade da caverna e da sensa1ão de estar no ventre da 'ãe. 'as depois de al!um tempo comecei a per!untar a min"a mãe porque ali eus era s) 'ãe e na parte de cima do templo era s) Pai. # porque ainal a 'ãe também icava coninada 9quelas !rutas. Acabei por contar%l"e sobre min"a experiência na inicia1ão dos reis, al!o que se esperava que não i$esse. 'as eu precisava saber. 4averia mais daquele silêncio ali* #u não sabia porque aquilo era importante para mim, eu s) sabia que era. 'in"a mãe respondeu pouco, mas e$ cara de que entendia. Passaram%se meses antes de al!o novo acontecer. 7m dia ela me disse que eu deveria con"ecer al!uém. #ntramos numa das c=maras que até então eram proibidas para mim. 4aviam ossos l/, uma 0nica vela e um "omem coberto de preto da cabe1a aos pés. r im a todas estas abomina1@es aqui em baixo e de remover esta idolatria com san!ue como no tempo dos proetas. Comecemos por você, principe$in"o precioso. (uase cuspiu o preciosoE. Delei. #u sabia que mortes assim &/ tin"am acontecido. -abia que as sacerdotisas estavam no subterr=neo por causa delas. Abri a boca. Não !ritei. (uis correr, não podia. #nsaiei empurr/%lo. Drande e orte demais e eu muito pequeno e ma!ro perto dele. # eu que me &ul!ava alto para a idade. O pun"al do "omem apertou um pouco mais, senti um ilete de san!ue escorrer do meu pesco1o. Pronto, vou morrer, pensei. 7m medo !elado me apertando as entran"as. O "omem brincava com o pun"al pelo meu pesco1o, aqui e ali tirando uma !otin"a de san!ue. Comecei a perder a or1a nas pernas. O "omem notou. -e não é "omem para enrentar a morte de pé deve morrer como um edel"o, disse. #mpurrou%me para o lado al!uns passos até cair num altar de pedra. #ntão atou%me os pulsos e os torno$elos, r/pido e eica$, deixando%me tão imobili$ado como um cabrito.
3evanta !arotoF Ainda não é "o&e o teu dia. A vo$ estava mais !entil. -entei. Abri os ol"os. Cru$ei as vistas com o "omem. Onde estão os ol"os ero$es de dois minutos atr/s* 4/ bondade nesses de a!ora. 5ens cora!em il"o. -e tivesses implorado por tua vida eu nunca poderia te alar do que devo alar a!ora. 4/ camin"os que pertencem apenas aos que podem enrentar o medo, a morte e o medo da morte. -oube que tens aprendido a ciência de teu pai e a ma!ia de tua mãe e que não est/s satiseito. -oube que tens per!untas. Pois bem. ica sabendo que "/ outro camin"o. No que con"eceste est/s sempre ao abri!o do templo da constru1ão dos "omens !astando o tempo em teoria sobre o que é anterior ao "omem. Por dierentes que pare1am, como um camin"o 'asculino e um eminino, a ma!ia e a ciência são constru1@es "umanas e te tra$em a um mundo de sombras como a 3ua que não mostra diretamente a lu$ do -ol. Pouco te dirão do 'istério porque são o relexo dele e não a coisa real. Jeal oi o que tu sentiste quando pensaste que ias morrer e nada "avia que a$er a respeito. A6 est/s diante do descon"ecido. 'as é para poucos porque a lu$ do sol queima as vistas. -e decidires que podes com isto andar/s pelo deserto e te arriscar/s a en!as!ar com areia. Aprender/s a encontrar um o/sis e a passar sede. Ouvir/s o rumor do vento e aprender/s a conversar com o tempo. A morte te ar/ compan"ia a cada passo e de um lado e de outro de teus pés "aver/ abismo. Aprender/s a te !uiar pelo -ol sobre tua cabe1a e pelo -ol em teu cora1ão para não ca6res. Ouvir/s a can1ão secreta do deserto e saber/s sem palavras. (ueres vir* (uero, respondi sem precisar pensar. 4avia uma decisão em mim que brotava não sei de onde. e al!um lu!ar onde me c"amavam a liberdade e o desaio certamente. Com aquele "omem eu não era um pr6ncipe, nem rei sem reino. Não "avia pol6tica, nem eus, nem eusa, nem expectativas pesando sobre mim. Apenas a liberdade de ser um "omem e camin"ar para sobreviver sob o -ol do deserto. -) quando aceitei eu soube quem ele era. Arimateia, o mercador de caravanas. 7m m6stico do deserto como eu descobri depois, no pr)prio deserto e s) depois de ter aprendido a sobreviver e camin"ar no deserto, a encontrar meu rumo de o/sis em o/sis com muitos dias de areia escaldante entre eles. Camin"ar sempre, sem nunca parar, encontrar o Camin"o, ouvir os sinais, observar o deserto. No deserto o Camin"o era o mais importante, questão de sobrevivência, não se pode perder o Camin"o. esta ve$ oi muito dierente de uma via!em como passa!eiro numa caravana de transporte. #u era um caravaneiro e tin"a que me tornar um deles. -ou um "omem do deserto, eu pensava com pra$er e me sentia adulto e orte, enquanto observava a posi1ão do sol ou das estrelas para encontrar o Camin"o, ouvia o vento sobre se "averia tempestade de areia e sinais de animais no c"ão em busca de /!ua.
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Não eram via!ens tão lon!as como ir ao #!ito, mas eram requentes por toda a min"a adolescência. Acostumei%me 9 liberdade da vida n>made e con"eci que era uma vida boa. 5odos os "omens eram i!uais e livres ali. 4avia o!o em seus ol"os. oi no inal da min"a se!unda via!em que eu con"eci o ancião. #le não era recurvado nem r/!il como os anci@es do 5emplo. #ra orte e altivo sem ser arro!ante. Parecia muito vivo e vibrante na sua !rande tenda. #st/vamos em um acampamento de n>mades. O ancião convidou%nos a entrar e sentar, oereceu%nos vin"o e carne. Não era requente que me oerecessem vin"o. +ebe eos"ua, disse Arimateia, os "omens da min"a tradi1ão amam o vin"o, o deserto, a poesia e as mul"eres. +ebi. e ato aprendi com eles as artes da poesia e do amor, a amar o deserto e o vin"o. # ainda mais a amar o Amor. Aprendi a p>r do1ura em meus ol"os e a arte das belas palavras. As belas palavras são importantes, mas nem sempre estão nos l/bios, aprendi%o no deserto. 4avia poesia nos ol"os do ancião, como que um mel de do1ura naquela masculinidade serena. #le amava, isso era certo, podia%se ver em seus ol"os. Amava suas mul"eres e tin"a para com elas mais do1ura do que as t=maras. Amava seus compan"eiros e aprendi$es e nos ensinava com bondade simples. Amava certamente o deserto. 'as era mais do que isso. #le amava. -em precisar de motivos.
'in"a Kuventude Aprendi com os m6sticos do deserto a me saber desimportante. A me deixar desaiar pela vida e a ter respeito pelos desaios. esrespeitar o deserto si!niicava morrer e não convin"a apressar o dia de morrer. 4averia o dia certo, estava escrito, mas mesmo assim não era poss6vel desaiar o deserto. O deserto é que nos desaiava. Não "/ rei no deserto, um "omem s) é sen"or do seu pr)prio medo e s) é !rande se or sen"or de si mesmo. Aprendi que "/ vo$es no silêncio, muitas delas, ensinando sobre muitas coisas. mades a!ora parecia pouco. 34
#ntão era isso o amor* 5ra$er todo o calor do mundo no peito s) porque al!uém existe e sorriu para mim* nia com nada, que do seu &eito ela buscasse a liberdade tanto quanto eu. Dost/vamos de icar ali, &untos no &ardim que era reservado aos noivos como n)s e que um il"o de avi sempre podia usar. Kuntos a vida era leve, r6amos de tudo e de nada. ;ramos um s) ser e ao mesmo tempo éramos de mundos separados. #la cresceu, cada ve$ mais ma!n6ica. 7m arol de lu$ branca e rubra, como um perume inebriante que ascinava. 5ornou%se orte e apaixonada, c"eia de opinião pr)pria. Crescemos. #u a amei de todas as ormas. Amei a mul"er e a sacerdotisa que se tornou. Amei a sua inteli!ência e o seu corpo. Amei o esp6rito livre que compartil"ava comi!o e as discord=ncias que t6n"amos. Amei% a e me senti !rato 9 vida. Para ela eu também não era um rei nem um predestinado. Não era nem mesmo um "omem do deserto. #ra apenas eos"ua, um "omem que oi amado.
O primeiro ex6lio 'as quanto mais eu icava na cidade para estar ao lado da min"a Amada mais as press@es aumentavam. 'in"a mãe e seu !rupo, os anciãos do 5emplo, os rebeldes "omens de pedra. Pedras não se ver!am, esse era o seu lema, todos queriam que eu assumisse uma posi1ão pol6tica e reivindicasse o trono "ebreu das mãos do usurpador. Acreditavam que o povo se er!ueria pelo rei le!6timo, que eus aria mila!res. Não adiantava di$er a eles que no caso improv/vel de o povo se levantar isso s) seria um ban"o de san!ue maior do que de costume. i$er%l"es que eus é um silêncio na Alma e não um /rbitro de disputas pol6ticas então nem pensar. #stavam todos convictos de que eus tin"a orma e &ul!amento "umanos, era como um ancião do templo, uma espécie de Pai !uardião das leis mosaicas e 35
que éramos os escol"idos desse ancião. 'esmo as sacerdotisas de min"a mãe pensavam al!o parecido trocando%se Pai por 'ãe e lei mosaica pela tradi1ão anti!a. A situa1ão ervia. -empre "avia al!um !rupo de exaltados que se rebelava contra Joma e acabava executado em pra1a p0blica. Os anciãos se apressavam em &o!ar aquilo nos meus ombros. -e você tomasse o seu lu!ar de l6der isso não aconteceria. #stes queriam que eu entrasse no &o!o do poder mais para conirmar a sua autoridade do que acreditando em uma revolu1ão. #ram pol6ticos e diplomatas sobretudo. -) a min"a 'adel entendia. #u não costumava levar as min"as preocupa1@es para ela mas ela sabia. Dost/vamos de camin"ar &untos e so$in"os com demasiada requência como não era conveniente que dois &ovens prometidos mas ainda não casados i$essem. Dost/vamos de desobedecer. #la era a sucessora da min"a mão, mas questionava a sua tradi1ão assim como eu questionava a min"a. #u !ostava de contar a ela sobre o deserto e o silêncio, de tomar a sua mãe ou abra1/%la e icar em silêncio contemplando o amor que sur!ia em mim nessas ocasi@es. ic/vamos assim quietos por lon!as "oras 9s ve$es. #ntendo o que quer di$er sobre o 'istério das coisas simples. (uando você não est/ eu !osto de estar s) no meio das lores. #ntão eu as ol"o e penso em como a nature$a é simples e, no entanto, que 'istério é este que a$ com que simples lores que não duram mais que um dia se vistam da maior bele$a que "/. Parece%me ver sempre a sua Presen1a nelas, outras ve$es percebo que a levo comi!o. A6 &/ não sei se a bele$a das lores é tão absoluta em si ou se são meus ol"os. O que é dentro e ora de mim eos"ua* # se o mundo pode ser tão simples porque precisamos colocar tanto sorimento nele*E #u não tin"a resposta para essa 0ltima per!unta, é claro, nem sabia como tirar o sorimento que aparecia em seus ol"os quando me per!untava isso. #, no entanto, eu s) queria prote!ê%la. (ueria l"e dar uma vida simples e boa e me per!untava ebrilmente como poderia a$er isso. -e eu me voltasse contra os anci@es do templo nem mesmo teria uma proissão com que sustentar uma esposa e se não o i$esse poderia atrair sobre a min"a Amada, a min"a mãe e um monte de inocentes mais um ban"o de san!ue est0pido e cruel. antasiava em lev/%la para o deserto comi!o e viver uma vida de mercador, mas ela não era uma mul"er do deserto e eu sabia que não estava pronta para se tornar. No deserto aquela dor contida em seus ol"os transbordaria e a en!oliria. O deserto a mataria rapidamente se não pudesse ter uma serenidade respeitosa ao camin"ar nele e eu duvidava que ela pudesse. Não é /cil camin"ar na beira do abismo e eu tin"a &/ visto !ente nascida no deserto cair. -e "ouvesse qualquer lu!ar para onde eu pudesse lev/%la, qualquer coisa que pudesse a$er. Não se mudava de proissão naquele tempo nem se deixavam as ori!ens. As pessoas eram deinidas por ser o il"o de al!uém, eos"ua ben ose no meu caso. Não "averia lu!ar em que não osse o il"o de Kosé, da lin"a!em de avi e de -alomão, construtor de templos, "erdeiro de Kerusalém. # se voltasse as costas a tudo isso seria s) um maldito porque quem não "onrasse pai e mãe encontrava lu!ar s) entre os leprosos. #u não podia nem 36
ima!inar levar o meu amor para a sar&eta s) para estar com ela, arriscar vê%la coberta de lepra. Não, nunca. Antes deix/%la. #ntão me parecia que não tin"a lu!ar nen"um no mundo para mim. -empre "avia o deserto, mas a 0nica ve$ que tentei voltar ao deserto sem 'adel acabou sendo a min"a estada mais breve. #u s) ouvia a sua vo$ em cada sopro do vento e s) enxer!ava o Camin"o de volta até ela. Não pude ver passo por passo e nem estar satiseito com cada dia. -e não se pode ouvir o deserto mel"or não estar nele.
permitiram o sur!imento de um l6der entre os conquistados* Porque n)s não omos exterminados ainal* Para icarmos esperando como tolos o momento de restituir o "erdeiro de avi ao trono exatamente como vocês estão a$endoFE %Nos c"ama de tolos*E 'in"a mãe e o ancião ao mesmo tempo.
O Oriente #ste oi meu primeiro ex6lio. Comecei a sentir o deserto de outra orma. A maneira de um "omem que tin"a de certa orma se precipitado para a morte. Ao deixar o lar parte de mim icou para tr/s, a que pensava saber quem eu era e nutria esperan1as de uturo. 5endo%a deixado "avia apenas a !rande inc)!nita de uma sucessão de momentos presentes. No momento presente a vo$ do deserto é outra. 5ornou%se cada ve$ mais distinta e come1ou a !an"ar ormas espectrais. 3o!o as areias pareciam c"eias de esp6ritos para mim, de "umanos mortos, plantas e animais e mesmo do vento e da areia. eles era !rande parte da vo$ do deserto mas não toda, "avia sempre a vo$ do 'istério, mais sutil, mais di6cil de ouvir e mais coni/vel. # "avia a vo$ da min"a pr)pria triste$a alando com o som da vo$ da amada no sopro do vento, tra$endo mil ve$es por dia o pensamento de voltar para busc/% la. Porque não voltei* Por muito tempo não soube. #nver!on"ava%me de mim mesmo na verdade, esse suposto rei que nada tin"a a dar a nin!uém, nem reino, nem cora!em, nem sabedoria. Pensava que não tin"a um lar para dar a ela, mas depois vi que na verdade não tin"a a mim mesmo. Não sabia a que vim e o que a$ia no mundo se não encontrava meu lu!ar nele. Pensava que ela não estaria bem como mul"er do deserto, mas depois vi que era eu que não estaria bem com isso. Não para sempre. Como podia parar e construir um lar quando eu não tin"a a mim mesmo* 'as isso eu ainda não sabia. # soria ainda mais por não saber o porquê de não tê%la buscado. Acreditava ser covardia e soria por ver!on"a e remorso de 38
saber que certamente ela também soria. 7ma noite eu soria tanto que meu mestre Arimatéia abra1ou%me orte e recusou%se a soltar%me. Adormecemos assim. -enti o !rande amor que tin"a por mim e a or1a masculina que seu corpo exalava, a sua cora!em. -enti que dese&ava partil"ar essa ener!ia comi!o naquele contato. Jespirei undo de sua exala1ão, c"orei e deixei que o c"oro se osse. Jelaxei em seus bra1os e deixei que a min"a pr)pria masculinidade e cora!em acordassem. #u também era um "omem daquele deserto e encontraria um camin"o, dia ap)s dia, passo por passo. eixei que meu mestre me !uiasse mais uma ve$. 'eu an&o e meu porto se!uro. omos mais lon!e dessa ve$.
bril"o dourado emoldurado pelo rosa. #ntendi o estrelaE embora ainda ac"asse constran!edor. Passei quase um ano com este mestre. Jevelou%se um alquimista. #nsinou%me umas tantas ervas e muito mais sobre as ener!ias do corpo. A ver nas sombras do corpo as doen1as e as curas. (uando um paciente tin"a uma /rea particularmente sombria que ainda estava escurecendo ele não icaria curado. -e estava clareando ele se curaria. A doen1a &/ produ$iu o aprendi$ado, di$ia o mestre.
A surra #u ac"ava que Arimatéia me levaria até este novo lu!ar, mas desta ve$ "averia um desaio maior, era "ora de deixar a se!uran1a da presen1a do mestre. #le não tin"a ne!)cios por l/ e ademais ambos os mestres ac"avam que eu deveria ir s). Aquele bril"o era al!o a que s) a min"a pr)pria nature$a poderia me !uiar. esnecess/rio di$er que eu tive medo. 'as ui. Al!o me impelia. eram%me din"eiro e puseram%me em uma outra caravana que se!uiria para o vale dos !randes rios do oriente. 4avia um oriental nela que servia de !uia e me serviu de proessor da l6n!ua. Como sempre aprendi r/pido. 'as desta ve$ pude perceber que captava a inorma1ão das lu$es em torno dele mais do que ele di$ia. #u sabia porque ele sabia. Curioso. -a6mos do deserto em uma !rande cidade c"eia de c"eiros, sons e movimento. 5oda a !ente tin"a aquela te$ do meu proessor de l6n!ua, que se era morena como a min"a, era de um tom completamente dierente. eixou%me ele em uma esquina e pediu que esperasse porque ia tomar inorma1ão sobre como me a&udar a prosse!uir via!em. Não sei se voltou porque uns oito "omens me cercaram e arrastaram. +ateram%me até perder os sentidos e levaram tudo que eu possu6a. Creio eu que ui deixado nu e abandonado num beco qualquer, mas nunca o soube ao certo. 'in"a beneitora não o mencionou.
A prostituta Acordei num catre de uma casa muito pobre. Parecia%me ter sido acordado pela dor. 'exer qualquer coisa, mesmo os ol"os do6a, respirar do6a, pensar do6a. C"e!ou deva!ar o entendimento de onde estava. Não era bem casa na verdade, era um c>modo dividido ao meio por uma cortina improvisada. 7ma mul"er de pele muito morena, quase ne!ra, vestida em tecido simples e adornada por uma bele$a que me parecia ex)tica murmurava palavras conortantes e umedecia min"a testa com um pano.
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#u não compreendia bem o que ela di$ia porque era um dialeto um pouco dierente do que tin"a aprendido na via!em. 3evou tempo para compreender suas palavras assim como levou tempo para compreender seu cora1ão. :nicialmente entendi apenas al!o como erido, descanseE. 'eu corpo pesava e do6a. Nos primeiros dois ou três dias eu dormia, acordava, era alimentado pela mul"er e a&udado a usar o pote que servia de latrina depois adormecia novamente. -empre que acordava ela estava ali, parecia não ter sa6do do lu!ar velando o meu sono sempre com ol"ar carin"oso, c"eio de cuidados. ui mel"orando e a rotina come1ou a mudar. Al!umas ve$es acordava e min"a beneitora não estava ao meu lado. Nestas ocasi@es "aviam ru6dos vindos do outro lado da cortina. Corpos se amando. 4averia um esposo e estaria eu ouvindo a intimidade de um casal* Não "avia. A cada ve$ eram sons distintos, uns !emiam, outros não, al!uns murmuravam, outros !ritavam na "ora inal. Passado o peso das pancadas que me oprimiam a cabe1a compreendi rapidamente a situa1ão. -enti%me constran!ido mas me abstive de qualquer coment/rio ou de tentar a$er al!um que osse compreendido. O que "averia para di$er* (ue me constran!ia saber de onde vin"a o recurso com que ela tão bondosamente me alimentava* #nquanto mel"orava ui absorvendo o novo dialeto e a situa1ão. (uem seria aquela mul"er que me cuidava com tanto carin"o quando obviamente tin"a tão pouco* Per!untei%l"e assim que pude. Não respondeu de imediato senão com um ol"ar constran!ido e um pedido de que não me preocupasse, icasse mais, recuperasse as or1as, aprendesse mel"or a l6n!ua. :nsisti e aos poucos iquei sabendo que era de casta baixa e não tin"a marido, seu pai morrera quando ainda muito mo1a, não l"e restou mais nada. isse%me que quisera ser uma reli!iosa mas os !urus não costumavam aceitar mul"eres e certamente não uma de casta tão baixa. #ntão que a$er, tudo que l"e restava era reali$ar com Amor o que l"e cabia. Assim deitava%se com cada "omem que l"e cabia como se osse um eus e como se também osse o mais amado dos amantes. a$ia disso seu servi1o reli!ioso. 'uitos "omens percebendo isso voltavam, eram clientes ixos que a procuravam sempre em busca de consolo para uma amar!ura qualquer. 'as nem todos queriam esse amor que l"es tin"a. 4ouve um em especial, um que oi tão cruel que a deixou naquele mesmo catre em que eu tin"a icado em quase tão péssima condi1ão, onde convalesceu dias padecendo ome e sede so$in"a sem "aver quem l"e cuidasse, sem saber se viveria. # que então "avia &urado nunca abandonar al!uém nestas condi1@es portanto não me preocupasse em estar ali, a&udava%a a cumprir uma promessa a eus.
denunciada e combatida. Por meu !osto acabaria com tudo isto, icava sempre possesso com os poderosos que classiicavam as pessoas em castas ineriores, em sexo inerior, pessoas que muitas ve$es eram mel"ores do que eles. Pensei em di$er tudo isso e não disse nada, iquei ruminando o contraste entre a raiva que "avia em mim e o amor tão puro que "avia nela. :ria me surpreender ainda mais. Passei quase um ano com ela. epois de recuperado procurei trabal"ar, &untar novamente al!um din"eiro para continuar via!em. -endo estran!eiro e sem recursos me couberam os servi1os da casta mais baixa. 3avei latrinas, carre!uei pedras, i$ toda sorte de trabal"o pesado e todo este tempo ela insistiu que eu devia icar e nem mesmo a comida deixou%me pa!ar. 3evava%me todos os dias o almo1o onde eu estivesse e levava a mais para repartir com os outros. 5in"a sempre aten1ão a dar &unto com a comida. #sses outros que trabal"avam a meu lado naqueles servi1os eram "omens e mul"eres, idosos e crian1as, os intoc/veis que nin!uém ol"ava e que se es!ueiravam para não perturbar um transeunte de nascimento mais elevado nem mesmo com suas sombras. #ram estes que ela ol"ava, sobretudo aos idosos e crian1as e a!ora eu também ol"ava. #stava na mesma condi1ão, ali não era pr6ncipe, era mais um esquecido entre os esquecidos. #ra !ente "onesta, de muito trabal"ar e pouco alar. #u me sentava perto deles na "ora de comer, tentava puxar conversa, entender a vida deles e todo aquele sistema, porque nin!uém se revoltava. #m min"a terra todos sempre se revoltavam com al!uma coisa, sempre "avia um motivo para que san!ue osse derramado. 'as ali os meus questionamentos os a$iam me ol"ar como se além de ser estran"o por ser estran!eiro eu osse ainda mais estran"o por ter perdido o &u6$o. #ram de poucas palavras, e de muita proundidade no ol"ar. Parecia%me que alavam com os ol"os osse de dor, de resi!na1ão ou de esperan1a. 4avia em al!uns ol"ares al!o que me desconcertava, como que uma sabedoria que me lembrava dos ol"os dos "omens do deserto. 'as aqueles tin"am al!o de doce, de t=maras e amores e estes de silêncio. 7m oceano proundo de silêncio onde a mente e o questionamento podiam se ao!ar. (uando encontrava um desses ol"ares me demorava neles e deixava que me perturbassem por dentro, era uma perturba1ão que me atra6a sem entender, talve$ mesmo por não entender. Comecei a ac"ar que era para não entender e para não questionar, que "avia al!o ali para ser apreendido por outros meios, al!o que se assemel"ava mais ao camin"ar no deserto do que ao estudo no templo mas que também era novo. eixei estar, deixei%me estar e deixei de a$er per!untas. Comecei a perceber que se podia ouvir com os ol"os deixando que eles repousassem no que se via. Não como se ouvisse um di/lo!o, era um ouvir mais proundo, um ouvir da alma. eixei estar. (uanto mais deixava estarem meus ol"os mais !ostava de contemplar a min"a beneitora e mais me parecia !rande esta mul"er. #u tin"a aprendido nos ritos de min"a mãe que a mul"er podia ser a noiva divina quando se deitava com um "omem e certamente eu a via em meu amor. 'in"a 'adel era para mim como o rescor da aurora e o orval"o da man"ã, como o 42
murm0rio do mar e a suavidade das pétalas de lores. #ra a noiva divina vestida de encantamento e de primavera, c"eia de ternura e de delicade$a. elicade$a demasiada que me inspirava toda a prote1ão e me an!ustiava com requência. Parecia%me que ela também não era totalmente deste mundo e que qualquer coisa a ma!oaria, que o pr)prio estar no mundo a ma!oava e que qualquer vento a levaria. o6a%me não poder prote!ê%la de tudo e todos, não estar de todo dedicado a ela. 'in"a beneitora era também a ivina, mas de outra maneira. #ra serena e orte, exalava um amor proundo em lu!ar de encantamento, uma maturidade e uma ortale$a como a /rvore de ra6$es ortes. #sta era uma boa ima!em, ela podia bem ser uma /rvore !enerosa, orte e ecunda, plena de sombra e rutos. #ra mais maternal que min"a pr)pria mãe e era também prostituta e mais sexual que qualquer mul"er que eu tivesse con"ecido. #ntendi que ali estava uma eusa amadurecida, plena, ainda que não muito sabedora de sua divindade. Comecei a dese&ar a$ê%la saber e a sentir por ela uma !rande reverência. #ra para mim uma !rande 'estra. No templo tin"a ouvido sobre a Presen1a do noivo e da noiva dentro de n)s e no deserto tin"a ouvido sobre como o Amor pode a$er morada em um cora1ão, mas ali não "avia discurso, "avia uma realidade. ecidi que l"e daria dentro de min"as poucas posses o que pudesse dos presentes que um disc6pulo daria a seu mestre. Nada alei sobre isso nem ela, mas seu ol"ar tin"a surpresa e entendimento. 5ivemos um di/lo!o de ol"ares, meus ol"os pousados em reverência sobre seu cora1ão e ventre, min"as mãos em prece. Jespondeu%me com um sorriso e um suspiro de al6vio, como se tivesse esperado este recon"ecimento sempre sem o saber. Por al!um tempo i$emos disto nosso ritual. -ent/vamos e eu apenas a ol "ava e a reverenciava, todos os dias 9 mesma "ora, menos quando ela tin"a cliente. Nesses dias eu c"e!ava do trabal"o e ouvindo ru6dos esperava 9 porta em silêncio. (uando o cliente sa6a eu entrava e a reverenciava. ese&ava poder ban"/%la e cuid/%la, mas não ousava pedir. Não era propriamente dese&o que sentia embora osse bela. A bem da verdade até então eu não tin"a co!itado intimidades com nen"uma outra mul"er que não a min"a. #m meu cora1ão era casado com min"a 'adel e seria estran"o sequer pensar em outra. #ra reverência e carin"o, uma necessidade imensa de demonstrar a ela o quanto merecia ser amada. 7m dia apenas a&oel"ei a seus pés e trouxe /!ua para os lavar. Permitiu%me. ias depois lavei%l"e os cabelos. Come1aram desta orma as intimidades que viemos a ter. 7ma 0nica ve$ a con"eci inteiramente, lo!o antes de partir. oi depois de l"e ter dito que via nela a eusa. Contei dos ritos das mul"eres do templo de onde eu vin"a em que buscavam se tornar a eusa e de como me parecia que ela naturalmente o era, sem esor1o. Pensou nisto lon!amente antes de alar que nada sabia de templos e ao mesmo tempo l"e parecia saber, talve$ tivesse sabido al!um dia porque embora não soubesse parecia que aquilo l"e i$era alta e que o buscara em cada "omem que amou, com toda a reverência com que o e$, mesmo 9quele que a espancou, como se soubesse ser um servi1o sa!rado, o mais sa!rado, o mais pleno do Amor.
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Adornei%a com toda a reverência que ela sempre dera e não recebera. +ei&ei aquele ventre como o mais sa!rado dos altares. Nela entendi o que era este Amor que nascia nos ritos em que se encontram o eus e a eusa que moram no "omem e na mul"er. 7m Amor que est/ além do pra$er. #u o tin"a praticado antes e nada ora mais doce do que me entre!ar 9 eusa em min"a 'adel, o mundo todo se tornara doce e nunca mais coisa al!uma existiu sem bele$a, coisa al!uma existiu sem a presen1a da Amada. 'as isto era dierente. #u amava e amo 'adel, amo%a para sempre, mas somos como as duas partes de um mesmo ser que não se podem realmente separar. #star com ela é a mais prounda experiência da bele$a e do sublime. #sta mul"er em sua or1a entretanto não era o con"ecido nem o sublime. #ra a "umanidade inteira com suas dores, seus "umil"ados, esquecidos e soridos. Nela eu abra1ava o cora1ão e as esperan1as da "umanidade inteira. Não ten"o palavras para alar da !rande$a daquele cora1ão de mul"er e do que me ensinou a amar. Não era um amor pelo amiliar e sim pelo distinto, por tudo que não se ol"a no ser "umano e que "/ de universal e de belo por ser tão simples.
A mestra que renascia oi%me di6cil deix/%la, mas era necess/rio continuar. i$ia%se que "aviam !randes mestres s/bios naquela terra e que era necess/rio subir as montan"as !eladas do norte para encontr/%los. #u tin"a vindo em busca de mestres e estivera a$endo todo tipo de trabal"o para obter novos recursos para se!uir via!em. #ra tempo. Parti com as bên1ãos de min"a beneitora e a recomenda1ão de que tivesse sempre a certe$a absoluta de c"e!ar ao ob&etivo, &amais deixasse a d0vida se iniltrar em min"a mente. Não !aste suas or1as questionando oram suas 0ltimas palavras de despedida, use%as todas para se!uir em dire1ão ao ob&etivo. Parti porque era preciso, eu era no undo um pere!rino. 'esmo lon!e do deserto continuava um n>made e continuei sempre. Os "omens do deserto tem de certa orma a qualidade do vento, passam, espal"am sementes e se!uem adiante. A subida era uma &ornada lenta e silenciosa por camin"os estreitos em desiladeiros. #u se!uia com uma caravana de mercadores que levava v6veres para os respeit/veis s/bios de um monastério na montan"a. #u esperava encontrar o que quer que estivesse procurando no monastério porque não levava recursos suicientes para a via!em de volta. 'as quando c"e!amos ao monastério, um lu!ar &/ muito rio, a meio camin"o do topo da montan"a, os respeit/veis s/bios me ol"aram como mais um pedinte. Não ensinavam estran!eiros, pobres, mul"eres, nem "omens de casta inerior. Jecebi o mesmo prato de comida que era dado aos visitantes acompan"ado de uma ben1ão mais ou menos no sentido de que eu renascesse em mel"or situa1ão na pr)xima vidaE. 'in"a primeira rea1ão oi icar indi!nado e at>nito, esbrave&ar, amaldi1o/%los e me per!untar o que 44
diabos estava a$endo ali tão lon!e de casa e porque não me conormei em ser um simples mercador do deserto como Arimatéia. epois de p>r para ora toda a raiva esbrave&ando por al!um tempo do lado de ora das portas do monastério de onde tin"a sido convidado a me retirar comecei a me sentir va$io e desesperan1ado. -entei%me numa pedra e iquei ali sem saber para onde ir nem o que a$er.
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mais acima, perto da nascente. #la raramente sai da caverna, nem mesmo para beber, você quer ver onde é* (ueria e não queria. Não queria mais voltar 9 atitude de procurar coisa al!uma, mas aquilo viera espontaneamente. ui, não era lon!e, se osse o caso voltaria. A crian1a deixou a mim e 9 comida na porta da caverna da mul"er eremita. # a!ora, o que a$er* evia entrar e puxar conversa* :sso não ti n"a uncionado muito até então naquele lu!ar. evia icar do lado de ora e esperar que ela viesse buscar a comida* Podia demorar dias e então estaria de volta ao esperar al!uma coisa. ecidi entrar e deixar a comida aos pés dela. -e me expulsasse iria embora para min"a pr)pria caverna, se alasse comi!o muito bem, se não icar6amos ambos em silêncio. #ntrei. #ra uma caverna mais prounda do que a min"a, não a vi lo!o. Ac"ei que tin"a ouvido al!o raste&ar para baixo de uma pedra. 4averiam serpentes ali* Camin"ei muito deva!ar deixando meus ol"os se acostumarem ao camin"o. Ac"ei%a no undo da caverna, uma vel"in"a de uns oitenta anos, muito parecida com as demais idosas daquele lu!ar exceto pelo ato de estar quase nua. 5in"a uma manta em redor do corpo e sentava%se sobre uma outra, era tudo. #stava muito serena de ol"os ec"ados e mal se via que respirasse. #la não vai alar, pensei. eixei a comida num canto perto dela e sentei. Jesolvi também icar quieto e ver se a$ia al!uma dieren1a ser um eremita solit/rio ou acompan"ado. eixei estar. Não nos movemos até o dia se!uinte quando então ela levantou%se, comeu al!o, oi a um canto da caverna, aliviou% se, voltou. icamos assim por uns dias sem nos alarmos, de ve$ em quando um ou outro se movia para al!uma necessidade b/sica mas era tudo. Não voltei a min"a caverna porque não "avia dieren1a. #ra o mesmo que estar s). Até um dia em que retornei de uma pequena sa6da para me aliviar e encontrei% a de ol"os abertos acariciando uma serpente que tin"a enrolada ao pesco1o. Arre!alei os ol"os um tantin"o surpreso por um momento. #la tin"a al!uma compan"ia então, e eu que &/ a considerava quase uma est/tua. #u &/ ia voltar 9 contempla1ão quando ela me ol"ou bem nos ol"os com o mesmo poder "ipn)tico da serpente que acariciava.
A cada dia se dispun"a a alar um pouco mais e por im ensinou%me como me alimentar da respira1ão. Aprendi sobretudo a estar presente onde estava de modo muito mais intenso do que &/ tin"a experimentado no deserto. (uando não se tem nada a expectativa se vai também mais acilmente. -entia pro!ressivamente uma !rande liberdade mas icava também claro que era verdade, não tin"a desistido, não estava pereitamente sereno. Per!untei% l"e um dia o que a i$era tornar%se eremita e não uma vov) como as outras aldeãs 9s quais se assemel"ava tanto. Jespondeu%me que em crian1a acompan"ava sua mãe nos servi1os de limpe$a e prepara1ão da comida para os s/bios do monastério. -empre que podia espiava%os em suas discuss@es e contempla1@es. Dostava da atmosera serena do lu!ar, do silêncio, dos c=nticos, dos livros sa!rados que não sabia ler. ese&ava tudo aquilo. 7m dia armou%se de cora!em e pediu ao abade que a ensinasse. Obteve dele uma ben1ão semel"ante 9 que me "aviam dado, que renascesse "omem na encarna1ão se!uinte. isse%me que assim como o meu o seu cora1ão não soube desistir. Praticou o silêncio em casa porque isto podia a$er. Praticou%o mais e mais até que sua am6lia come1ou a bater%l"e porque isto não era coisa que a tornasse 0til em casa ou para um uturo marido. oi a6 que se tornou eremita. Per!untei%l"e das cobras, mas disso não respondeu, não antes do dia em que voltando de uma camin"ada encontrei%a morrendo de uma picada de serpente. -urpreendi%me imensamente, depois daquele primeiro dia em que me alara a tin"a visto diversas ve$es acariciando serpentes em ser picada. O que era isto a!ora* Ol"ei%a consternado, "avia aprendido a apreci/%la proundamente. 'as nada podendo a$er também nada disse, iquei apenas a observ/%la em atitude de reverência por aquela s/bia que ainda morrendo permanecia tão serena. -eu semblante tra6a al!uma dor e suas cores mudavam, mas não parecia sorer com isto absolutamente. 5in"a plena aceita1ão do ocorrido. eixou%se ir indando em sua respira1ão e entre!ou%se ao que aparentava ser o im. Observei enquanto a respira1ão e os movimentos cessavam. Não pensei em ir embora depois disso nem em prote!er%me para o caso de retorno da serpente. iquei. Para min"a surpresa em lu!ar de se tornar duro, r6!ido e de come1ar a c"eirar mal o corpo come1ou lentamente a recuperar as cores saud/veis. 3/ pelo se!undo dia a respira1ão voltou. (uando abriu os ol"os parecia mesmo vinte anos mais mo1a. evo di$er que a princ6pio duvidei de meus ol"os* uvidaria de min"a sanidade também se não me tivessem &/ alado dos prod6!ios dos mestres daquela terra. (uando recuperou%se de todo contou que aquilo não ora a primeira ve$. (ue o abade que a recusou no monastério "avia sido o seu undador a três séculos e que depois de al!umas décadas vivendo na caverna entrara inalmente em uma !rande aceita1ão amorosa. Perdoara o abade, isto ora o mais di6cil, perdoara seus pais, aceitara o momento presente e a eterna sucessão de momentos presentes. Aceitara todas as coisas a um tal ponto que um dia 47
decidira não mais evitar as serpentes. Percebeu que as evitava por não aceitar ainda a ideia da morte. Contemplou isto e então um dia não mais evitou nem mesmo as serpentes. (uando aconteceu de uma pic/%la aceitou a morte, aceitou a dor, aceitou o cessar da respira1ão. Aceitou dissolver%se na morte a um tal ponto que o veneno e$ o camin"o que tin"a de a$er e não encontrando resistência oi%se. A morte veio, abra1ou%a, renovou%a e não encontrando resistência modiicou%a e devolveu%a. oi como um !rande abra1o, me disse ela. 7m abra1o morno como ventre de mãe, não "avia nada a que resistir. Nesse abra1o eu aprendi mais proundamente como coniar, a morte oi a mais amorosa das mães para mim, tudo que tive a a$er oi me soltar em seus bra1os e ela me e$ renascer de seu 'istério. (ue poder era este, pensei, que tin"am esta aceita1ão e perdão de transormar até mesmo a morte* Pensei em tudo que não perdoara ainda, as cobran1as de meus pais, a barbaridade dos romanos para com meu povo, a mim mesmo por u!ir sem a$er nada. Per!untei%l"e como a$er para transormar tudo isso &/ que ela parecia saber transormar até mesmo a morte. Não é assim, não se transorma a morte, nem uma situa1ão, nem um sentimento, disse ela.
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A subida para o !elo Assim eu despac"ei%me para subir a montan"a até onde pudesse, desta ve$ so$in"o e sem mais nada que não o que aprendera. #u estava preparado para as condi1@es da caverna, podia passar lon!os dias sem alimento, camin"ar muito sem me cansar e estava bastante acostumado ao rio daquela altitude. 'ais acima, no entanto eram picos nevados de temperaturas extremas. #u morreria* # se morresse a morte me devolveria* Certamente não se eu estivesse ape!ado a isto. e orma que ui subindo deva!ar, contemplando os meus pr)prios sentimentos sobre a morte. Não sabia se "averia al!um mestre a encontrar l/ em cima ou se o pr)prio enrentamento da morte era o mestre. ui percebendo que no undo eu me sentia muito &ovem e não queria morrer sem ter estado com a min"a 'adel mais uma ve$. (uanto mais camin"ava e esriava menos me sentia pronto para aceitar. Percebi que não iria conse!uir e que de ato morreria ali. A morte não iria me devolver coisa nen"uma, eu não estava nem um pouco entre!ue para ela. :a subindo cada ve$ mais deva!ar. Nevava e meu estado mental diminu6a min"a toler=ncia ao rio. Comecei a con!elar. epois de al!um tempo não conse!uia mais camin"ar. Pedi mentalmente desculpas ao meu amor por não voltar para ela e inalmente me entre!uei. 5in"a sono. 5alve$ a morte osse um abra1o ainal. 'as não morri. Acordei no interior de uma tenda quente, envolvido em peles. 7ma mul"er muito &ovem e completamente nua me ol"ava sentada no canto oposto ao que me encontrava. isse%me que descansasse e recuperasse as or1as, alar6amos depois. e in6cio obedeci. A cada ve$ que despertava a encontrava no mesmo lu!ar, parada e serena, me ol"ando. -eu ol"ar tin"a uma espécie de calor, era como se o calor da tenda emanasse daquele ol"ar. e ato seus ol"os queimavam min"a pele provocando mesmo certas ondas de dese&o. Não porque osse bela, era%o, e não porque estivesse nua. O estran"o calor que seu ol"ar sereno emanava era muito mais perturbador do que isto de um modo que eu não podia precisar. (ueimava%me. Por im não resisti e com um impulso s0bito levantei para toc/%la. Não, disse ela, mas não "ouve tempo. 5oquei delicadamente seu bra1o e bastou. Comecei a queimar de dentro para ora com um o!o inexplic/vel. -oltei%a e arre!alei os ol"os, pareceu%me ainda mais bela e c"eia de um bril"o que não era bem 6sico. -enti ondas e ondas de amor e dese&o e uma elicidade louca como se estivesse diante da mais preciosa de todas as coisas. 5in"a uma ere1ão tão ri&a que meu pênis me parecia maior do que &amais o vira. #stava plenamente c>nscio dele e de um late&ar que vin"a dos test6culos e me tomava todo o corpo. Poderia a um tempo tê%la possu6do ali num êxtase selva!em sem pedir licen1a ou ter tido os mais loucos or!asmos s) de ol"/%la. 49
Nem um nem outro. Comecei a ter tremores e espasmos incontrol/veis com calarios e suores e lo!o me contorcia sem conse!uir nem mesmo pensar com clare$a. (ueimava%me a ebre, uma ebre estran"a que não dava rio, mas calores escaldantes como ondas que não tra$iam dor, mas espasmos de !o$o. Não podia pensar direito e pensava apenas se não seria tudo aquilo um son"o, uma loucura, se não ora lon!e demais ou se morrera e delirava como talve$ ocorresse aos que em vida u!iram de si mesmos. (ueimava e em meu torpor buscava a Amada como quem busca um b/lsamo. Aquela &ovem mul"er estran"a e seu o!o assustavam%me. Parecia%me quando vin"am as ondas que 'adel estivesse a meu lado, mas se desvanecia. e in6cio percebia pouco do que se passava em torno de mim. Percebi primeiramente uns bra1os suaves que me envolviam. -eriam os mesmos que provocaram a ebre* Não eram. #stes tra$iam rescor, tin"am uma qualidade maternal. A pouco e pouco !an"ei se!uran1a nestes bra1os. ese&ei que osse 'adel e i$ de conta que osse. Procurei%a como mul"er esquecido de todas as cortesias que aprendera. Correspondeu%me os abra1os esre!ando%me o pênis vi!orosamente e introdu$indo%me nela enquanto me esre!ava vi!orosamente a coluna na base e nos rins. Penetrei%a como apenas um mac"o a con"ecer uma êmea e a cada ve$ que o a$ia a ebre cedia para voltar em se!uida. A ere1ão não cessava. Parecia ter vida pr)pria aquele membro como se reclamasse para si toda a vida que eu quase deixara escapar. Como que uma 0ria por vida me tomava e a cada ve$ que o pun"a a uncionar me sentia mais e mais potente. Rs ve$es parecia que poderiam ser os da Amada aqueles bra1os, mas estes tin"am uma qualidade amorosa que eu nunca conundiria. #ram e não eram os dela de uma maneira que eu não entendia. Aceitei o ato de que ela estava e não estava ali. esisti de entender qualquer coisa e me entre!uei 9quela ur!ência. epois disso comecei a mel"orar. Os bra1os suaves come1aram a !an"ar uma ace. 7ma sen"ora am/vel, de meia idade que me abra1ava e aplicava massa!ens quando a ebre vin"a. 5in"a aspecto de aldeã e podia mesmo ser a eremita se tivesse remo1ado mais al!umas décadas. #ra de ato ela como vim a conirmar depois. iante disto enver!on"ei%me um tanto do estado de meu sexo e destes acessos de vol0pia, mas ela não pareceu dar import=ncia ao ato nem ao embara1o. #m ocasi@es em que saiu e entrou pude ver que "avia muita neve do lado de ora, mas dentro a temperatura continuava a!rad/vel. Como podia ser se não "avia o!o* O mundo enlouquecera &unto comi!o* Não me importava e continuava a procura%la. A ebre diminu6a e uma espécie de ternura brotava em meu cora1ão. -entia amor e !ratidão por aquela mul"er, por osse quem osse que me tirara da neve, por estar vivo e uma aceita1ão crescente de mim mesmo dentro daqueles arroubos. #ra como se uma m/scara ca6sse. (ue se danasse o sa!rado, a cortesia, a moral, a contempla1ão, a busca, o camin"o, eu estava vivo, era um "omem, tin"a um pênis e vontade de viver e estava !rato por isso. Além disso sentia a Amada a meu lado requentemente e c"orava 9 toa. 'eu cora1ão expandia e a cada dia mais eu amava. O o!o parecia ir se concentrando em meu cora1ão, meu corpo &/ não tin"a espasmos. A mente 50
ainda não pensava direito, mas não era mais como se delirasse e sim como se estivesse meio bêbado. Nada do que tin"a me tra$ido até ali tin"a import=ncia, s) que estava vivo e amava, s) aquele amor estran"o, aquela coisa que queimava, existia. evo di$er que este estado de meio bêbado nunca passou completamente. #stava neste est/!io quando a &ovem 'estra voltou. Nua, linda, radiante, como se bril"asse de dentro para ora. 'uito direta como era disse%me que estava pronto, podia &/ sair dali. Aproximou%se de mim e tocou%me, mas desta ve$ não queimei. 5ive oi uma crise de c"oro que me &o!ou a seus pés. Creio que os bei&ei, mas não sei bem. Pequena que era, carre!ou meu corpo de "omem eito e incomumente alto nos bra1os sem nen"um esor1o. 5irou%me do c"ão e me carre!ou como se eu osse uma crian1a. #stava em seus bra1os quentes quando sa6mos da tenda. #u ainda c"orava e solu1ava, toda a dor do mundo parecia sair de mim expulsa pelo Amor que vin"a dela. O rio e a neve que "avia ora não nos atin!iram. oi como se o -ol sa6sse da tenda &unto com ela. Andamos uns poucos passos, se!uidos pela sen"ora que me cuidara, entramos por uma passa!em escura entre duas pedras !randes ao que a 'estra pediu que ec"asse os ol"os. ec"ei e quando voltei a abrir t6n"amos sa6do em um vale de temperatura a!rad/vel e muito verde em que se podia ver estran"as constru1@es transparentes e pessoas de dierentes idades e etnias, umas vestidas e outras nuas. 5udo tão belo que mais parecia um son"o. Kul!uei, ali/s, que &/ tivesse son"ado com aquilo e per!untei%me mais uma ve$ se não son"ava ou se não morrera. -e!uimos até um !rupo que se reunia em c6rculo, todos sentados no c"ão de orma bastante descontra6da. Ao c"e!armos perto me saudaram pelo nome di$endo que me esperavam. -urpreendi%me ainda mais. A mestra ainda me se!urava nos bra1os embora eu &/ não c"orasse. 3evantou%se um &ovem muito belo aparentando assim como a mestra al!o como uns de$esseis anos. Jeparei que eram, na verdade, muito parecidos, com a mesma cor de pele, ol"os e cabelos. +em%vindo il"oE, saudou%me. +reve estar/s pronto a &untar%se ao nosso !rupo de estudos. # sorriu%me um sorriso de tanto amor e bondade que meu cora1ão expandiu%se ainda mais, parecendo%me por um momento que ocupava o universo inteiro. Kuntei%me de ato aos estudos que este bem%amado mestre e sua bem%amada consorte diri!iam naquele lu!ar. #st/vamos em uma dimensão mais sutil de onde enviavam sua lu$ para todos os cantos da 5erra ao mesmo tempo. Ali permaneciam e estudavam seres que se preparavam para desape!ar%se da orma "umana e sustentar a terra &unto com eles apenas através de emiss@es de amor e lu$. #stes a exemplo do Pai$in"o e da 'ãe$in"a como eram c"amados os mestres não usavam roupas porque estavam além das conven1@es do e!o "umano. # também "avia outros que não estando ainda prontos para abandonar a orma icavam por al!um tempo estudando para depois retornarem ao mundo e levar o amor e o ensinamento através de a1@es ainda dentro dos limites que a orma "umana permite. 4avia também esp6ritos de alunos que &/ tin"am estado ou ainda estariam ali al!um dia e que deixavam seus corpos durante o sono para estarem ali. #u "avia sido um deles por muito tempo antes de poder tra$er meu corpo até ali e isto i$era com que uma parte de mim sentisse que precisava c"e!ar.
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Prosse!ui em meu entendimento sobre o momento presente. esde o in6cio a sen"ora que era também a eremita das cobras me di$ia não luteE. O Pai$in"o repetidamente me di$ia a mesma coisa o que não era muito /cil para min"a nature$a combativa. (uando ac"ava que tin"a soltado a luta em min"a mente ele me mostrava que ainda tin"a o corpo tenso. #ntão me pun"a nos bra1os como i$era a 'ãe$in"a e me embalando repetia docemente não luteE. Não lute pequeno, quando lutas !astas o mais de tua ener!ia em tentar controlar o que nem mesmo est/ presente. Dastas ener!ia lutando em tua mente e quando c"e!a o momento da a1ão que antecipastes o corpo est/ raco e tenso. Abandona a luta vã em que a mente conronta o passado, o uturo e tudo que não pode mudar. Abrace o que existe e apenas o a!ora existe. Aprende a coniar no a!ora e a te entre!ar para este momento. #ntende que "/ um 'istério além de tua mente que se encarre!a do porvir e conia. Aprende a coniar com teu corpo, deixa tua é residir em teu corpo como uma prounda entre!a ao que te tra$ cada momento. a$ que assim ela crie ra6$es em teu corpo e silencie a luta da mente, esva$ie a mente, que te corte a cabe1a. 5u con"eceste é até a!ora como um discurso da mente, uma esperan1a de uturo em um eus Pai que estaria ora da experiência do teu corpo e a quem tens que contentar, mas isto não é nada. Não é real como nen"uma ima!em de uturo é real, nen"uma ima!em da mente é real, são s) tentativas de controle. eixa que a experiência dos meus bra1os se&a toda a tua experiência do Pai. 5ua é s) é real se coniares com teu corpo, permanece nele, ica no que sentes, aceita.E e ato "avia naqueles bra1os o Pai primordial que me ora ensinado mais do que antes eu sequer son"ara. ora%me dito que ele me un!iria, mas ali me dava conta de que nunca me senti conort/vel com isso. Nunca me senti como um avi, nem como um -alomão, nunca me senti 9 altura. #ra como se aquele Pai osse uma exorbit=ncia das exi!ências de meus pr)prios pais "umanos e eu tin"a l/ min"as d0vidas sobre a &usti1a e bondade real da -ua obra e da -ua 3ei mosaica. Percebi que de ato eu sequer !ostava ele e percebo a!ora que nem mesmo mencionei o ponto eus Pai até aqui. #vitei%o e evitei o papel que di$iam que ele teria para mim até descobrir um outro Pai e um outro 'asculino totalmente diversos nos bra1os do Pai$in"o. Penso que por isso ele trabal"ava comi!o muito diretamente. O eus que eu con"ecia era o eus dos exércitos e o Pai$in"o me di$ia não%luta, não%violênciaF Nos bra1os do Pai$in"o eu con"eci inalmente a ace do Pai e comecei um relacionamento com ele. 'as era também um relacionamento comi!o, meu Pai ivino não era separado de mim e pela primeira ve$ eu comecei a coniar Nele. Comecei a compreender o que si!niicava ser un!ido. -er un!ido é ser preenc"ido do Amor desta ivindade que "abita dentro de n)s e somos n)s que nos abrimos a isto através da conian1a. Com a a&uda do Pai$in"o eu come1ava a entre!ar meu corpo em conian1a. 'eu Pai, o Pai de min"a tradi1ão não era mais uma teoria ou uma Presen1a 'isteriosa, come1ou a se tornar uma realidade dentro de mim. Com seus ensinamentos meu mestre ensinava%me a arte da entre!a e da conian1a. #star presente além da mente na experiência aqui e a!ora. Não luta, 52
não resistência, não rea1ão, apenas a1ão. -e não estou em luta eu sei o momento certo de a!ir, se não estou em luta eu ten"o a m/xima eic/cia na a1ão. -e não estou em luta e meu ser est/ em repouso toda a min"a ener!ia est/ dispon6vel, todo o meu ser est/ dispon6vel. :sto é não%violência, não "/ nen"uma violência acontecendo dentro da min"a mente, nen"uma violência nas min"as células, eu não estou lutando com coisa al!uma. #nsinou%me a perdoar e a entre!ar com meu corpo. 'as os mestres não ensinavam com palavras, as palavras eram m6nimas no seu ensinamento. #nsinavam com abra1os e toques, com car6cias e bei&os. #nvolviam em bra1os de pai e mãe amorosos a cada um dos disc6pulos e respiravam &unto, acalentando, embalando, nos tra$endo a sensa1ão de amor e se!uran1a, de uma conian1a prounda em nossos corpos. #ntend6amos que a ivindade estava naquela aceita1ão e pod6amos senti%la. 5oda demonstra1ão do corpo era bem%vinda, nada era ver!on"oso. mitos enquanto todos os meus corpos eram limpos. Ainda assim me sentia bem, a cada momento mais vi!oroso. -entia%me como uma crian1a renascendo em completo rescor e inocência. Parecia%me requentemente que nada existira para mim antes nem existiria 53
depois. Apenas pa$, apenas o presente em sua plenitude meio bêbada de Amor e bem%aventuran1a. 'in"a amada existia, mas não como ausência. esde a ebre ela estava ali, estava em mim e comi!o todo o tempo, dentro de mim. Al!umas ve$es era como se tivesse son"ado que ela osse al!uém do lado de ora. Na verdade toda a luta e dor do camin"o até ali lo!o parecia um son"o, não podia mais entender porque al!uém lutaria, porque "averiam expectativas de qualquer coisa e cobran1as. Naquele lu!ar, naquele Amor, não "avia o medo e quando deixei que ele se osse de meu corpo oi como perceber que tin"a sido um son"o ruim, não era real. Atr/s da cortina deste son"o, destas nuvens de medo, descobri que "avia um -er, como que uma Presen1a, que aos poucos eu recon"eci que sempre estivera ali. Percebi que este -er abarcava tudo, estava presente em tudo e em se!uida percebi que vin"a dele o Amor, a bem%aventuran1a que sentia. Kul!uei de in6cio que osse eus. epois percebi que o -er era eu mesmo e que este eu mesmo não era separado de eus se isto osse eus, não era separado do mundo, não era separado de nada, a separa1ão era um son"o. A!ora eu &/ podia a$er amor com a 'ãe$in"a e o Pai$in"o. -er envolvido por eles, possuir e ser possu6do neste abra1o oi tornar%me em deinitivo o Amor. Nunca mais tornou a deixar%me a Presen1a deste eu que abarcava tudo e que me possuiu neste rito. +em%aventuran1a era tudo que existia. 5udo estava bem, sem nen"uma necessidade de respostas porque não "avia per!untas. (uando c"e!uei neste ponto percebi que quando est/vamos todos &untos em silêncio e bem%aventuran1a não est/vamos apenas n)s. Percebi que abra1/vamos a todo o mundo, a todas as pessoas, a todos os seres na Presen1a deles dentro de n)s. Abra1/vamos o universo inteiro, a todos os universos em nossos cora1@es e não t6n"amos orma, éramos o #terno em seu Amor, sustentando a cria1ão. #ntendi que isto era soltar a orma. (uando você não sente mais necessidade de se deender você não est/ mais identiicado com limites e separatividade. O que si!niica que uma entidade que ainda usa a orma "umana e ainda se encarna continua a ter necessidade de e!o e com e!o entenda%se medo. Não que entidades elevadas não possam atuar na 5erra mas elas o a$em por sintonia com al!uma outra que este&a no processo de soltar a orma como a$iam o Pai$in"o e a 'ãe$in"a sustentando a todos os trabal"adores da lu$ com a sua Presen1a. Por este tempo eu soube que as ormas usadas pelo Pai$in"o e pela 'ãe$in"a não eram al!o permanente que eles de ato necessitassem usar. 7savam%nas ali por al!uns per6odos com o ob&etivo de diminuir suas vibra1@es e se tornarem presen1as suport/veis 9 maior parte de seus alunos que de outra maneira seria carboni$ada por sua lu$. 5ive oportunidade de vê%los em orma de pura lu$ antes de meu retorno quando &/ estava preparado para a&ustar meu pr)prio corpo a dierentes n6veis vibracionais e mesmo assim quase não suportei. 4avia lu$ como se o pr)prio sol tivesse descido 9 terra e um calor mais escaldante do que o da ebre que me puriicou para c"e!ar até ali. 'as esse sol era puro Amor, um tal Amor que dissolveu em mim os limites do e!o e me a&udou a aprender a soltar eu mesmo a orma "umana. #xpandi%me e ao me expandir e undir com o Amor encontrei primeiro a outra parte de mim mesmo, 'adel, min"a amada 'adel. A", como a amava, como a amo. -oube naquele 54
momento que a encontraria sempre quando mer!ul"asse na experiência do #sp6rito, que éramos duas partes da mesma expressão do #sp6rito, c"amas !êmeas do mesmo Amor. Abracei esta sua presen1a e undi%me com ela a ponto de não saber mais onde cada um terminava e deixei a do1ura de nosso amor expandir mais e mais e lo!o eu era o universo inteiro e era o Amor. #ra, sem orma, e era também como que uma rede de ilamentos de Amor sustentando a vida, abra1ando cada orma de vida, abra1ando a terra como uma aura de amor. ese&ei não voltar daquele êxtase de elicidade plena, mas meus mestres me trouxeram de volta. Ainda não, eles disseram, c"e!ar/ o momento de você poder escol"er soltar a orma, mas ainda não é o tempo. 4aviam voltado 9 orma de corpos "umanos e me trouxeram também de volta. 4/ muitas coisas ainda que vi e aprendi com eles sobre como a$er vibrar meu o!o interior. Naquela dimensão sutil o dese&o mais acilmente se transormava em amor e o amor mais acilmente se expandia como lu$. 'eu corpo tornou%se male/vel o bastante para ser vibracionado pelo Amor. Aprendi a deixar%me preenc"er mais e mais por aquela espécie de ebre amorosa que passou a viver em meu cora1ão. -oltei o medo e o &ul!amento, sobretudo o de mim mesmo. Aprendi a entrar e sair da dimensão em que est/vamos para qualquer lu!ar da dimensão de onde viera. +astava%me um a&uste de vibra1ão a$endo o o!o passear pela coluna. Kul!uei por al!um tempo que ali osse o meu lu!ar. 'as quando se aproximava o tempo de escol"er se usaria ainda a veste da orma "umana ou se iria solt/%la al!o come1ou a me perturbar. Praticando ser o #terno em -eu Amor e sustenta1ão eu comecei a ouvir al!o que antes não ouvia. e in6cio oi al!o sutil maniestando%se nos momentos de medita1ão mais prounda. epois icou orte. #ram vo$es. Percebi que eram preces em mil l6n!uas dierentes e que eu entendia todas elas. No eterno eu as entendia e sentia a dor por tr/s de todas elas. Percebia o medo e a esperan1a. Comecei a me perturbar. (uestionei os mestres pela primeira ve$ desde que tin"a soltado a mente questionadora. O que era aquilo, porque não podiam aquelas pessoas soltar o medo, porque não as ensin/vamos, porque aquele pesadelo coletivo* Ali não se a$iam muitas per!untas e nem os mestres davam muitas respostas. Não se vivia através da mente e sim da experiência direta do Amor na realidade do momento. #ntão a resposta que recebi para min"a avalanc"e de per!untas oi muito sin!ela. A mãe$in"a apenas sorriu e disse estamos aqui amorosamente sustentando a capacidade de todos eles em confiar”. O pai$in"o tin"a os ol"os ec"ados e nem os abriu. 'in"a parceira de pr/tica que estava ao meu lado sussurrou pela milésima ve$ em meu ouvido lembre%se de não lutar, você est/ lutando com a realidade da dor do mundoE. #stava. 5entei continuar soltando, apenas amando e sustentando, mas tive imensa diiculdade. Come1ava a soltar então ouvia as preces e a dor do mundo, tentava apenas ampar/%las em Amor, mas al!o dentro de mim resistia. Parte de mim insinuava um al!o tem que ser eitoE e a min"a nature$a combativa do e!o voltava. # assim eu não avan1ava. iquei neste ponto por al!um tempo.
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#ntão comecei a ter son"os. Não se dormia muito nem se precisava comer ali mas eu comecei a dormir mais. -on"ava com todas aquelas pessoas orando e c"orando, com as ali1@es de todas elas em toda parte.
A visão #u son"ava e tudo que tin"a me assombrado até então come1ou a voltar. -on"ava com min"a mãe me cobrando e pensei que osse apenas al!o que eu não soltara ainda. Não li!uei muita import=ncia. #ntão comecei a son"ar com 'adel não mais a$endo amor comi!o e me apoiando como antes, mas perdida no escuro com muitos "omens querendo um peda1o dela, ras!ando a sua carne. Aquilo me assustou porque eu a &ul!ava em se!uran1a ao lado de min"a mãe, preparando%se para ser -uma -acerdotisa, talve$ até bem casada com al!um outro "omem que pudesse l"e dar mais se!uran1a do que eu. epois disso vieram son"os mais perturbadores. -on"ei que via uma multidão de cru$es com seus cruciicados ol"ando%me de orma acusadora. Onde est/s tu que nos abandonaste aqui* Não és o rei que viria salvar%nos* ;s mel"or do que n)s para i!norar%nos* #u dese&ava u!ir daqueles ol"ares, mas vin"a uma /!uia dourada dos céus e bicava%me pela altura do est>ma!o. #u acabava o son"o ver!ado sobre o peso enorme de al!o que me oprimia as costas. Os son"os vin"am e a min"a serenidade ia%se, a mente serena que eu pensava ter conquistado rebelava%se. #ntão veio uma visão em son"o que mudou tudo. -on"ei que me encontrava diante do &ovem avi com sua unda. Dolias &a$ia a seus pés e ele me disseL 4/ mais de uma maneira de ser rei. (uando o -en"or me un!iu eu não tin"a trono. 5ornar%me rei exi!iu um camin"o. oi determinante descobrir o ponto raco do advers/rio e enrent/%lo a partir da6. a$ tu o mesmo com o teuFE # vi novamente a /!uia que desceu dos céus e tornou%se um "omem que se assentava num trono de ouro e se!urava uma esera de ouro nas mãos. #u sou o il"o dos euses, disse ele, ten"o nas mãos o ouro do -ol. A vestal deu%me e me un!iu no rito sa!rado.
-ois deuses, eu l"es disse, o -en"or "abita em seus cora1@es, sois todos i!uais perante #le. Amai, perdoai e #le ar/ de v)s o -eu templo.
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c"amei a mim mesmo de inconsequente mais do que um par de ve$es em min"a vida, mas que a$er* #u era quem era. (uando comuniquei aos mestres que partiria o Pai$in"o sorriu aquele seu sorriso mais radiante e disse que então era tempo de eu lembrar. 3embrar* -im, lembrar, respondeu. 5ocou%me a testa e tudo veio. O Pai$in"o, a 'ãe$in"a e eu no -ol, sob outras ormas, preparando a min"a vinda. Jecon"eci%os como os re!entes da evolu1ão deste mundo antes de mim e min"a amada, os mesmos que me tin"am preparado para vir encarnar aqui e que voltariam em deinitivo a suas tareas no -ol quando eu e min"a amada estivéssemos prontos. Assustei%me. -e naqueles tempos não me parecia estar pronto para esta tarea a!ora muito menos. Como substituir estes seres* :mposs6vel. Porque não escol"eram al!um disc6pulo mais anti!o, al!uém mais preparado* O pai$in"o não se abalou com min"as d0vidas como nunca se abalava com nada. Não é o con"ecimento nem a experiência da mente o que conta, é a compaixão da Alma. N)s &/ quase não podemos nos maniestar &unto aos "umanos sem queim/%los, mas nem sempre oi assim. (uando assumimos o car!o aqui éramos como tu, &ovens e c"eios de boa vontade e d0vidas, inse!uros do que poder6amos de ato reali$ar. i$emos o nosso mel"or, acertamos e erramos, demos o mel"or que pod6amos pelo amor e pelo bem de todos como tu acabaste de di$er que ar/s. Não sabes se est/s pronto a dominar teu corpo para a inicia1ão da ressurrei1ão mas ainda assim ir/s e ar/s o mel"or sem saber se poder/s sobreviver. (ue é isto senão o #sp6rito do Amor que te escol"eu e te move com vontade pr)pria* ; o #sp6rito que escol"e e então capacita seus escol"idos, não são as nossas consciências "umanas que pouco sabemE. Abracei%o e como de in6cio comecei a c"orar, c"orei copiosamente sem poder parar por muito tempo e por todo este tempo ele me acol"eu. C"orava pelo amor que recebia e porque pela primeira ve$ sentia como se eu e o mundo encaix/ssemos em al!o que tin"a sentido. #u não u!ia mais, pela primeira ve$ ia de encontro a meu destino.
A volta
que então antes que a alma se desli!ue de todo do corpo ainda restem or1as em ti e a 'ãe que "abita no 'istério decida tra$er%te de volta.E i$ ainda uma parada antes de retornar ao lar, 9 min"a 'adel e ao meu povo. ui ter com min"a beneitora, a eusa prostituta que antes me acol"eu. (uis que osse ela a primeira a quem eu transmitisse os ensinamentos do o!o sa!rado do #sp6rito. #ncontrei%a no mesmo lu!ar, mas não i!ual. #sperava%me sentada em contempla1ão, sentira o meu retorno. #stava imersa em serenidade, um !rande la!o sereno onde a cac"oeira do meu entusiasmo mais uma ve$ encontrou repouso. Ali estava a eusa e ainda mais plena do que da 0ltima ve$. Amei%a, mas ao contr/rio do que pensara a$er não ui eu quem a aben1oei naquele ato. #u a!ora tin"a ol"os de ver e via. (uando a sustentei na c"ama do Amor durante o ato inici/tico que dese&ava a$er enxer!uei o !rande -er ali maniesto. 5ambém ela o enxer!ou e dissolveu%se em sua pr)pria lu$ sem ol"ar para tr/s. oi%se em sua orma ori!inal sem orma para nunca mais ser vista, aben1oando%me em seu evanescer. oi%se e icou ao mesmo tempo. oi%se da orma, mas icou sempre comi!o. #ra na verdade a emana1ão de um !rande ser nos est/!ios inais do seu camin"o para a completa libera1ão. 5ão !rande era que não precisava de ensinamentos nem de doutrinas nem de disc6pulos nem de aprender ou ensinar coisa al!uma. Amou%me e deu%me suporte sempre e de certa orma permaneceu comi!o da6 por diante. #nsinou%me desde o in6cio a ver por tr/s das aparências. Considero que oi a maior entre todos os meus mestres. Os outros me ensinaram técnicas, ela ensinou%me a essência. nia. +a!un1ava o meu cabelo com as mãos e ria de mim. Não encontrar/s esse teu eus pomposo a6 na tua cabe1a, di$ia, mel"or procurar
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nos teus undil"os. # rindo%se apalpava%me as intimidades deixando%me excitado. Não é preciso di$er como terminava. J6amos de tudo, sobretudo do que era sério, passe/vamos, cont/vamos tudo um ao outro. Namor/vamos com e sem pressa. #ra doce com a mais plena do1ura despreocupada da &uventude. ese&ei que ela osse a mesma. -e al!uém me entenderia "averia de ser ela. 'as não era a mesma, se al!uém também mudou neste tempo oi ela. #ncontrei%a vivendo num palacete, pr)spera, sen"ora de posses. Jecebia "omens 9s ve$es. Não uma prostituta comum, mas uma cortesã inluente, a preerida do pal/cio do !overnador romano para ale!rar suas estas. 'as não oi isso que me entristeceu, eu não tin"a mais qualquer desrespeito por prostitutas depois da min"a beneitora. #ntristeceu%me que aquele anti!o tra1o de pesar em seus ol"os tivesse se aproundado. #u não esperava o taman"o do estra!o que min"a partida "avia eito nela, &amais esperei vê%la entre!ue 9 descren1a. #ssa oi min"a maior dor. Abracei%a, pedi%l"e perdão por deix/%la, expliquei que em muitos momentos não sabia se teria sobrevivido. Não respondeu, c"orava apenas, desde que me viu. Jetribuiu meu abra1o e nos amamos lon!amente sem qualquer medita1ão, apenas as saudades imensas. Com ela eu normalmente era apenas "omem, mais um apaixonado como qualquer outro e era bom. 3embrava%me de min"a desimport=ncia diante do 'istério da de para me prote!er e me aconsel"ar. Jecebeu todas as inicia1@es que dei aos disc6pulos mais pr)ximos e ainda al!umas que dei apenas a ela. 'as nunca concordou comi!o inteiramente. iscordava de meu modo masculino de ver as coisas, desconiava da tradi1ão messi=nica de onde eu vin"a e di$ia que por mais que eu tivesse u!ido dela ainda a tin"a enron"ada como um v6cio na min"a cabe1a. #stava certa, é claro. #u era o descendente de avi e como tal depois de reencontr/%la ui ter com min"a mãe e com os anci@es do templo. #xpliquei%l"es que espécie de rei eu seria se ainda me dese&assem como tal. (ue dividiria o poder, o ouro e o ensinamento com todo o povo e mesmo com os !entios. (ue perdoaria os romanos e os c"amaria meus irmãos perante eus e que se dese&assem ser 60
verdadeiros sacerdotes do Amor deveriam a$er o mesmo, repartir suas posses e abandonar suas posi1@es de privile!iados. Preciso di$er que ui c"amado de louco* O privile!iado nunca quer se i!ualar ao pobre. Não que eu visse virtude na pobre$a em si ou que a pre!asse. 'as estava arto de ver sen"ores supostamente muito reli!iosos de todas as na1@es adotarem aquela atitude de superioridade diante dos pobres, estran!eiros e mul"eres. eenderem a observ=ncia estrita das escrituras num momento para no se!uinte a$erem comércio de inluências esquecidos de que os seus irmãos estavam 9 m6n!ua em suas portas. #ntão ui aos que não tin"am nada, aos leprosos, 9s ad0lteras, aos de m/ vida. Não evitava nin!uém, antes procurava primeiramente os mendi!os e doentes, os considerados impuros, aqueles que nin!uém queria. # todos se admiravam de que o il"o de avi estivesse entre eles e comesse com eles. (ue a$es tu entre n)s que és o escol"ido de eus* -e creres na min"a palavra de que sois tanto quanto eu os escol"idos do -en"or, "abitar/ ele em v)s tanto quanto comi!o, l"es di$ia. # aben1oei a todos os que creram e o o!o do #sp6rito, assim como em mim, "abitou também neles e e$ !randes curas. Não ui propriamente eu quem curou, oi o #sp6rito. (uando acreditavam que eus estava entre eles e O dese&avam seus cora1@es se abriam e Aquele que sempre tin"a estado ali -e a$ia notar. #nsinei%os a amar, a perdoar, a dominarem suas mentes, a não lutar. Aos mais pr)ximos iniciei nos 'istérios do o!o amoroso do #sp6rito. Amei%os como o Pai$in"o e a 'ãe$in"a me tin"am amado. Jeceberam dons como eu mesmo recebi e ensinei%os a passar adiante. #nsinei%os a não temer a morte e isto era importante porque se di$ia que o imperador de Joma era um eus e que era maior do que qualquer outro como provava o seu poder de vida e morte sobre todos n)s. Cruciicavam o tempo todo em pra1a p0blica por qualquer ra$ão para sempre nos lembrar disto. #nsinei%os que o 0nico eus que é real é a Presen1a do Amor que "/ dentro de n)s mesmos e que ela pode até mesmo tra$ê%los de volta da morte. 5in"am diiculdade com esta 0ltima ideia é claro. Não tin"am visto nin!uém ressuscitar nem se transormar em lu$ e depois voltar ao corpo como eu tin"a visto. Acreditavam que a matéria do corpo, a vida e a morte ossem coisas absolutas porque era o que sempre tin"am visto. -) iam até certo ponto. #u l"es alava de Amor e perdão e se reunia uma !rande ener!ia de é e então sinais aconteciam, essa ener!ia maniestava curas e bên1ãos. 'uitos acreditavam. 3o!o em se!uida ca6am em d0vidas e questionamentos, "aviam os impostos, as cruciica1@es, as rixas internas. Comecei a perceber que seria necess/rio al!o radical que não osse acilmente esquecido. 3embrei%me dos son"os em que carre!ava o peso das cru$es. Por essa época eu &/ tin"a me tornado um !rande inc>modo e muitos queriam a min"a prisão. #u tin"a capacidade de evit/%lo é claro, camin"ava apenas para estar entre as pessoas, mas podia pereitamente retornar a "ora que 61
quisesse para a compan"ia de meus mestres. 'as e se não o i$esse* Comecei a lertar com essa ideia. # se eu conse!uisse a$er o que a$ia a mestra eremita diante de todos* -e soubessem que a morte de ato não existia e que a mente e o cora1ão preenc"idos de Amor podiam até mesmo vencê%la isto não aria dieren1a* i$em que eus exi!iu%me o sacri6cio que i$ e que eu dese&ei evit/%lo. Não é verdade, eus nunca me pediu coisa al!uma muito menos que me sacriicasse. Não um eus ora de mim pelo menos. Não posso di$er que me sacriiquei propriamente na verdade. ese&ava saber se poderia retornar da morte, não queria mais u!ir de coisa al!uma e queria que tudo isso resultasse em al!o que osse para o bem de todos. No undo acreditava que se todos me cobravam o nascimento anunciado como "erdeiro de avi eu devia a$er al!o a respeito. (ueria p>r um ponto inal naquilo e icar em pa$ comi!o mesmo. oi al!o entre eu e meu #u -uperior. 'editei muito na véspera. 5in"a medo é claro, não "averia de ser uma coisa /cil de a$er. Precisava saber se estava pronto, se seria capa$ de me entre!ar, se estava preenc"ido e amparado o bastante pelo #u do Amor. Ac"ei que estava e quando me sinto c"amado por al!uma coisa eu nunca soube como di$er não. 5en"o uma certa tendência a ser compulsivo. A cruciica1ão não oi um plano s) do meu e!o, é claroF oi um plano para que o Amor vencesse e ressuscitasse nos cora1@es de todos. # ainal de contas eu era o rei e fui escol"ido como re!ente do planeta por esta era. Nada disto é /cil para mim porque eu não pedi esta posi1ão mas diante do que me oi dado eu queria a$er o mel"or poss6velF Nunca saberei se i$ o mel"or, se poderia ter evitado o ban"o de san!ue para mim e para os outros e terei que viver sempre com a lembran1a do quanto oi di6cil para todos n)s. 'as eu aceito e "onro a experiência sabendo que ainda que al/ssemos de pa$ n)s éramos !uerreiros e !uerreiras do Amor a$endo o mel"or que cada um podia e sabia para que o Jeino do Amor viesse. Ale!ra%me que o tempo a!ora este&a pr)ximo, o Amor vir/. N)s i$emos o mel"or que pod6amos com o que sab6amos e isto é sempre al!o a ser "onrado e é o bastante. 4o&e eu não aria i!ual mas "onro o que i$ e o que i$eram os que também se deixaram martiri$ar. (ue possamos todos aprender com esta experiência para que ela não se&a mais necess/ria. #ntão deixei que me prendessem, que me &ul!assem, que me batessem. Até a6 tin"a ener!ia suiciente ainda, estava de posse de mim mesmo. 'as aconteceu que eu não era o 0nico que con"ecia al!o sobre os 'istérios do o!o serpentino que corre no corpo de um ser "umano. Os sacerdotes o con"eciam também e ac"aram de su!erir aos al!o$es um ou dois modos de perurar meu corpo para que min"a ener!ia se esva6sse mais r/pido. Comecei a me ver em apuros. 'in"a ener!ia diminu6a r/pido e aquela tortura não acabava. Nada de me mandarem lo!o para morrer.
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Prolon!aram mais e mais o tormento. (uando oi o tempo de me i1arem na cru$ eu &/ não tin"a or1a al!uma. Arrependi%me amar!amente e a min"a mente se rebelava contra o meu plano de me entre!ar a tudo aquilo. (ue ui eu a$er meu eus* Onde a min"a arro!=ncia e a min"a tolice me trouxeram* Pai porque me abandonaste* Por meu !rande convencimento por certo. -alva%me -en"or, pedi em silêncio, apenas para mim mesmo. NadaF #u tin"a inalmente coniado no Pai e me entre!ado a #le depois da min"a experiência com meus mestres. 5in"a sido preenc"ido pelo seu Amor e sinais da -ua Presen1a tin"am sido eitos por este Amor. #u tin"a acreditado que este Amor me sustentaria e que a experiência da cru$ seria di6cil, mas suport/vel. #u não tin"a ima!inado que a dor pudesse ser tão excruciante, diicilmente a ima!ina1ão pode c"e!ar a isso sem ter vivido a situa1ão. # eu tive medo e vacilei na min"a entre!a, eu era apenas "umano ainal e podia ser quebrado como qualquer um. Percebi que eu ainda não era tão irme, ainda tin"a medo e que o medo é parte da "umanidade tanto quanto o Amor, tanto quanto o ivino. #u permiti que a dor me i$esse vacilar e tudo icou pior ainda porque de repente o Amor não estava mais l/. 5odas as d0vidas de repente estavam de volta, mas não "avia mais nada a a$er. A morte estava ali, eu estava r/!il e rapidamente estava quebrado e va$io. Ora, o que é que se a$ diante de uma situa1ão destas* 'orre%seF # eu estava certo de que ia ser morte bem morrida, destas sem direito a retorno, estava bem convencido, é bom que se di!aF Pois bem, tratei de entre!ar%me nos bra1os da morte, e que viesse lo!o. 'esmo com essa determina1ão e com todo o meu treinamento, nos momentos inais quase não pude manter a mente ocali$ada na entre!a. A dor era demasiada, estive perto de revoltar%me e o teria eito se min"a compan"eira e bem%amada 'adalena, não tivesse ma!icamente absorvido para si boa parte da min"a a!onia e enviado para mim o seu Amor imenso, o Amor incondicional que me devotava. Naquele momento extremo ali estava #la, min"a -acerdotisa do Amor, ro!ando 9 'ãe que a permitisse sorer em meu lu!ar e que me salvasse com -eu Amor. (ue a levasse se preciso osse, mas poupasse a mim. :sso me a&udou a permanecer naquele va$io que tin"a vindo levar os 0ltimos vest6!ios da min"a arro!=ncia masculina e a a$er a entre!a inal aos bra1os da morte.
silencioso onde "avia repouso. Nos bra1os da 'ãe escorre!amos &untos, como metades reunindo%nos em dire1ão 9 7nidade. Jetornei depois em seus bra1os, renasci transormado como me tin"a dito a mestra que o seria. Não era mais il"o de avi, nem mestre, nem rei, era um ser "umano consciente da pr)pria ra!ilidade e do quanto podia ser quebrado. #stivera nu e r/!il nos bra1os da morte e não ora eu mesmo quem me trouxera de volta. Não so$in"o pelo menos. 5rouxe%me a amada como me tin"a visto tra$er l/$aro e como a 'ãe$in"a me tin"a tra$ido do con!elamento, sempre pela or1a do Amor. Ou eu pensei que osse porque quando voltei e me ac"ei em seus bra1os me pareceu que ela osse a pr)pria eusa, a 'ãe em todo seu esplendor e miseric)rdia. Creio que i$emos isto &untos e que somos cada ve$ mais um 0nico ser. Não oi pouco o meu espanto e a min"a "umildade diante dela e diante do 'istério eminino da
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de busca e treinamento, nada me e$ dar conta daquilo, o e!o não pode dar conta da morte, a morte é que d/ conta do e!o. #ntão eu ui quebrado, eu me rendi e ainal não "avia luta. 4avia um ne!rume como uma noite silenciosa, um ne!rume como um 0tero de mãe, e aquilo era um imenso al6vio, era o repouso mais absoluto, toda a dor se oi, todo o cansa1o se oi e s) o -er icou. (ue -er* #ste que "abita no 'istério que não tem orma. #ste que é puro Amor e que sustenta a cria1ão em silêncio. #ste que pode receber tudo sem rea!ir a nada. #ste que é e sempre oi da essência da #ternidade. #ste que é 5udo e O sendo não luta contra nada. #sta noite sem orma e sem distra1ão é como um espel"o, não "/ coisa al!uma para ver então a mente vê a si mesma. 5udo que a "umanidade a$ é u!ir disso, u!ir de si mesma porque a primeira coisa que vemos é o medo. oi o que descobri em primeiro lu!ar ali naquela cru$, toda a luta é medo, não passa de medo. 5odas as nossas belas &ustiicativas para lutar não passam de medos variados encobrindo um medo maior, o medo do 'istério porque nele a mente não tem controle. (ue controle você tem sobre a morte e a eternidade*
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mau. #u não era e nem seria mais uma crian1a entusiasmada, bril"ante de amor e rebelde. Pa$ era tudo que eu tin"a e que queria ter. #stive por al!um tempo com meus disc6pulos antes de partir, deixei que se maravil"assem do meu retorno, deixei que espal"assem a not6cia. # depois permiti a mim mesmo apenas partir de bra1os dados com meu amor e tom/%la por esposa, camin"ar sem pressa, andar pela vida, desrutar de um casamento eli$, mostrar%l"e tudo que pude. ui absolutamente eli$ ao seu lado. -ilenciosamente testemun"ei com pra$er a sua descoberta de coisas que eu antes tin"a visto e também de camin"os pr)prios, o lorescer de sua Alma. #nxer!uei também os seus medos, a dor e o medo que carre!ou pelo que me aconteceu. ui pai e isto também oi bên1ão e bele$a. 'as então aconteceu o roubo de nosso il"o e icou claro que a violência que tin"a sido posta em curso sempre nos alcan1aria. #u pude ver então o quanto "avia sido quebrado pela experiência da cruciica1ão, o quanto "avia de va$io no meu silêncio interior. 7m va$io de quem de repente percebe que não sabe e não é coisa al!uma. 7m va$io de quem teve as expectativas quebradas. -e osse apenas a min"a dor eu ac"ava que teria podido acol"ê%la. 4avia uma qualidade acol"edora no silêncio que podia abarcar a experiência e que &/ vin"a acol"endo a lembran1a da dor. 'as com a dor de 'adalena eu não podia. 'eu Amor entrou em um medo proundo, medo sobretudo de me perder, de que acontecesse de novo. #la estava em sorimento tanto pela perda do il"o quanto por esta expectativa de medo. #stava em sorimento pelo medo de me perder, de que eu osse morto, que eu osse levado. # enquanto eu não me osse esse medo continuaria, ele não seria encarado e continuaria. # enquanto isso durasse "averiam mais e mais tra!édias porque o medo estava l/. A expectativa sempre atrai mais e mais do que se teme. #la não era livre, estava ape!ada a mim, estava dependente, eu era a lu$ para ela, o que aastava o medo da sombra do 'istério e ela não ia poder ser livre enquanto eu estivesse l/. # vê%la sorer tanto assim por mim também era al!o que eu ainda não podia absorver. Ainda "avia uma erida onde eu tin"a sido quebrado ainal e tudo aquilo de repente era demais. Para n)s dois o sorimento um do outro oi sempre a pior coisa poss6vel. #u parti e esta oi a coisa mais verdadeiramente di6cil e dolorosa para mim depois de mer!ul"ar no 'istério, deixar que ela estivesse s) e apenas estar presente sustentando%a com meu Amor a cada se!undo de suas vidas desde então sem que, na maior parte do tempo, ela me visse. (uando percebeu que eu tin"a me aastado de prop)sito de in6cio ela me odiou, não compreendeu, se revoltou, esteve certa de ter sido abandonada. Não oi. Nunca estive ausente para ela assim como nunca estive ausente para nin!uém que necessitou de mim desde então. #u sou parte do Amor que responde as preces de cada um, sou parte do Amor em seus cora1@es e do silêncio em suas mentes. Nunca estou desatento, ou1o as preces de todos os seres, ou1o as esperan1as e temores de todos, sustento%os com Amor para coniarem, sustento%os com Consciência. #ntendi ainal o que a$iam meus mestres quando apenas 66
permaneciam em silêncio. Acol"iam todos os seres em -eus cora1@es de Amor e suas consciências de eternidade. 'as esta orma de estar presente oi constru6da aos poucos &unto com o meu entendimento do va$io que ti n"a se apossado de mim. Como tudo o mais oi uma constru1ão. #u intencionei voltar para meus 'estres para me curar e compreender tudo aquilo mas meu novo padrão mental me levou a outro lu!ar quando eu ativei a vibra1ão em min"a coluna para mudar de dimensão. C"e!uei a um local em que s) "aviam mul"eres. 5odas morenas e vestidas com aqueles tra&es coloridos, eneitados de ouro das dan1arinas do pa6s do Oriente em que estive antes de se!uir para as montan"as !eladas. 'enos uma. #sta i cava normalmente sentada em prounda contempla1ão na beira de um rio e se vestia de maneira muito simples. oi conuso para mim ter ido parar ali e ainda mais conuso observar o contraste entre as &ovens dan1arinas que !astavam o tempo celebrando, dan1ando e se amando e aquela mul"er silenciosa. A mul"er mul"er silenciosa era muito bela mas era sobretudo muito serena. -eu silêncio me atra6a e me convidava e ui me deixando icar por ali. 3evou muito tempo antes que ela alasse comi!o e não "ouve nen"uma explica1ão mas o pr)prio silêncio oi se apoderando de mim e dando sentido ao meu va$io, ao meu pr)prio silêncio. ui compreendendo como eu tin"a sido inluenciado pelas expectativas dos meus pais em rela1ão a mim. # como tin"a me cobrado por ter decepcionado tanto o meu pai. Como na verdade eu tin"a dese&ado ser o "omem e o Jei que ele queria que eu osse e no undo não era. Como a min"a mente tin"a estado c"eia das min"as pr)prias expectativas em rela1ão a masculinidade e tradi1ão, em rela1ão a eus e a mim mesmo e como as expectativas de meus pais, de meu pai especialmente tin"am moldado tudo isso. Como avi e a ideia de ser o il"o de avi também era um marco em min"a mente e como eu tin"a sido impelido pela ima!em de avi a voltar e me "aver com aquilo. # como tudo isso tin"a desaparecido na "ora em que a dor me &o!ou de volta com toda a violência para a realidade do meu corpo. Como a dor quebrou as ilus@es da mente e a &o!ou no va$io do aqui e a!ora que é o não saber. Não saber nada que não o a!ora, que não o presente. Não ser mais do que a experiência deste momento. #sta compreensão c"e!ou de um modo doloroso. oi vindo aos poucos entremeada com ondas e mais ondas de dor que iam saindo do meu corpo. 5od oda a a dor da cruciica1ão, da perda do meu il"o, da perda do meu pai, de ter deixado 'adalena e sobretudo a dor de ter me sentido abandonado por este Pai que eu tin"a constru6do e que na verdade era eu mesmo.
a qualquer coisa que antes eu ac"asse que sabia. Porque a realidade de que s) o presente existe icava mais e mais resca para mim, mais e mais n6tida. #ra como se aquela morte tão prounda que eu tin"a vivido tivesse sido ainda mais da mente do que do corpo. As As expectativas da min"a mente tin"am sido quebradas e a!ora eu tin"a que reaprender a viver tendo apenas o momento presente. emorei um bom tempo processando toda aquela dor até experimentar o ato de que isto era uma ben1ão de liberdade e que toda aquela expectativa tin"a sido uma prisão. Apenas quando estive estive ainal no rescor do momento momento presente eu compreendi compreendi o ato de estar ali na compan"ia daquela mul"er silenciosa e a presen1a de tantas mestras em min"a vida. 5odo 5odo o conlito em min"a vida !irava em torno das expectativas em rela1ão 9 suposta autoridade exclusiva e ivina do masculino. # eu estava quebrando todas elas e descobrindo um mundo no eminino ao meu redor e um mundo de andro!inia dentro de mim. evo di$er que isso trouxe uma certa empol!a1ão aonde antes s) "avia silêncio e momento presente. #u não "avia soltado de todo ainda a capacidade da mente de criar expectativas ainal. #sta parece ser uma capacidade quase ines!ot/vel ineli$mente. 'as quando comecei a observar mel"or dentro de mim as expectativas quebradas do meu masculino e a presen1a do eminino interno a mul"er silenciosa come1ou a alar comi!o. #u soube então que ela era uma anti!a mestra, al!uém muito cultuado na reli!ião daquele pa6s onde eu tin"a estado mas que se supun"a que osse um "omem. # que ela tin"a apenas deixado que se pensasse assim e que tin"a estado na 5e 5erra na 0ltima ve$ em que a ener!ia do eminino oi dominante. # viveu o momento da transi1ão quando o masculino tratou de destruir as cidades das -acerdotisas. Antes que c"e!assem a sua cidade ela "avia encarre!ado os seus !uardiães "omens de recriarem a sua "ist)ria como a de um "omem m/rtir que teria derrotado as mul"eres ali. Ordenou aos !uardiães que se rendessem aos invasores e l"es oertassem todo o con"ecimento passado pelo suposto m/rtir e então partiu com suas disc6pulas para o plano em que a encontrei onde se dedicava a a&udar todos os que estivessem prontos para se entre!ar ao Amor e ao momento presente. #stivera me a&udando a muito tempo sem que eu o soubesse. # não se importava que seus ensinamentos tivessem sido misturados com a cultura !uerreira e o sistema de castas dos invasores. -ê como o s=ndalo que peruma o mac"ado que o ereFE oi tudo o que ela disse sobre isso. Ouvindo a sua "ist)ria compreendi mais proundamente o quanto esta separa1ão entre os modos masculino e eminino de ver as coisas nos tem eito !erar violência em nossas vidas. Pude ver o quanto eu ainda precisava aprender sobre o eminino que "avia dentro de mim e sobre a maneira eminina de condu$ir as coisas.
Aprendi a me soltar mais e mais neste neste espa1o da bem%aventuran1a bem%aventuran1a e com isto aprendi a sustentar a evolu1ão de um mundo sem esor1o. A tarea de cuidar de uma era de evolu1ão e$ sentido para mim ainal. A!ora eu estava pronto para soltar a orma "umana e não muito tempo depois eu deixei aquele corpo para a$ê%lo de orma mais plena. (ueria abra1ar a todos com meu Amor, sustent/%los em meu cora1ão. 'as ao mesmo tempo não era al!o para a$er so$in"o. -e eu sustentasse aquilo so$in"o o desequil6brio da ener!ia em uma das polaridades seria reor1ado. 'adel e eu precis/vamos estar &untos e precis/vamos avan1ar no casamento interno de polaridades.
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ale!ra na tarea de sustentar o Amor para todos vocês durante esta passa!em. Os aben1oo verdadeiramente, com todo o Amor que passa através de mim. Antes que me retire quero a$er a$er al!uns coment/rios breves breves sobre o que de ato disse, pois como mencionei, distorceu%se o conte0do. #ste ali/s, oi mais um vatic6nio de min"a 'adalena que se concreti$ou. Pouco tempo depois que nos retiramos o mundo come1ou a distorcer o que eu tin"a dito. Os que estavam prontos a dominar se apropriaram da mensa!em. Os que estavam prontos a obedecer continuaram a obedecer 9 mensa!em distorcida. Al!umas Al!umas coisas realmente mudaram para mel"or, mas não tanto. icaram valores importantes de perdão, amor e paciismo mas esva$iados do Camin"o interior para constru6%los. 5orna 5ornaram%se ram%se muitas ve$es mais motivo de culpa do que de elicidade. icaram esva$iados do verdadeiro poder que tin"am de provocar mudan1a. Assim Assim mudaram os que estavam prontos para mudar, os que teriam buscado a mudan1a de qualquer modo. #u quis oertar 9s pessoas o entendimento sobre a Presen1a de eus e -eu Amor sem &ul!amento, mas tudo tudo se transormou em mart6rio e culpa. (uis (uis alar% l"es de que era acess6vel a todos mas as pessoas necessitavam de um m/rtir pereito e divino para acreditarem no Amor. # muitas que não puderam compreender a mensa!em a deturparam !erando mais dor quando a inten1ão oi de que ela cessasse. As As pessoas simplesmente não sabiam o que a$er com o Amor. Até certo ponto era esperado, esperado, mas não que osse tão tão imensa a violência cometida em meu nome. iquei imensamente triste, icamos todos, eu, 'adel, os disc6pulos. 5rabal"amos em prote!er os con"ecimentos que aqueles que usavam o meu nome procuravam destruir, com os cora1@es c"orando por todos os que eram torturados. Continuamos ainda "o&e trabal"ando incansavelmente em preparar a "umanidade para a compreensão da sua pr)pria divindade, para os 'istérios do Amor, mas a!ora com mais paciência, o trabal"o não se e$ e não se ar/ em uma s) vida. -abemos que muitos ainda não estão prontos a crer em nossos relatos e no ato de que a ivindade repousa dentro da imperei1ão mesma de nossa "umanidade. Não importa, o relato é eito ei to o mais sinceramente e detal"adamente poss6vel para a&udar aos que estão prontos a buscar a pr)pria divindade. O tempo de calar é indo e !randes mudan1as se aproximam. #stamos c"e!ando a uma #ra da inorma1ão e isto si!niica a liberdade de uma !rande aceita1ão de n)s mesmos e da eterna verdade da nossa nature$a. Assim sendo al!umas coisas que eu disse disse na intimidade naquele tempo tempo eu as di!o novamente e para todos v)s, pois é o tempo. O divino não anula o "umano, pois necessita deste como ve6culo de maniesta1ão. Cada um de v)s não é menos do que aces de eus mesmo que muitos não este&am conscientes disto. 3ivre arb6trio não si!niica que se&am criaturas a quem se concedeu liberdade e sim que são todos i!ualmente prop)sitos de eus com tão !rande autoridade sobre si para a inte!ral
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reali$a1ão do Prop)sito 0nico que !uardam como qualquer outra maniesta1ão de eus. Assim é que nen"uma expressão ivina tem autoridade superior 9 vossa sobre v)s mesmos e que é vosso direito a liberdade de explorar e errar em dire1ão ao autocon"ecimento do prop)sito divino que é a individualidade relativa. Jelativa porque toda individualidade, todo e!o é apenas instrumento de um prop)sito e não quem sois realmente. -ois em verdade o #u -ou e sois eternos. Ao camin"ares em dire1ão 9 reali$a1ão de vossa divindade, a pr)pria ideia de arb6trio ser/ menos relevante 9 medida que vosso prop)sito se i$er cristalino a vossas consciências. (ualquer outra escol"a não ar/ sentido. # quando tiveres reinado o instrumento do prop)sito que constitui a individualidade que pensas ser, então ser/s o Avatar da expressão divina que s) tu podes ser. e modo que não adoreis a mim ou a qualquer outra maniesta1ão ivina, senão 9 ivindade de teu pr)prio cora1ão. ; no cora1ão onde podes unir tua maniesta1ão individual e a tua ivindade eterna e oerecer esta ivindade maniesta como uma d/diva amorosa ao 5odo. Não creiam, pois em qualquer suposto emiss/rio das verdades divinas que busque aastar%vos da conian1a em vosso 'estre interno, vosso cora1ão. Não creiais em verdades absolutas. #u -ou é o mais alto nome de eus, o que oi dito a todos os proetas. 5ua presen1a #u -ou é o camin"o, a verdade e a vida. Nela repousa todo o Amor.
Ame ao pr)ximo como a si mesmo tem v/rios si!niicados, mas não o que vocês parecem pensar que tem. Não si!niica um valor moral de a$er um esor1o de amar a al!uém que se considera um outro com o mesmo tanto com que se ama a si mesmo. :sso é imposs6vel. -i!niica al!umas coisas e uma delas é perceber que mesmo na perspectiva dual de eu e outro a sua experiência do outroE é condicionada por você mesmo, pelo seu ol"ar, então seu sentimento pelo outro é seu sentimento sobre você mesmo, sua experiência interna. O que si!niica que se não est/ amando e perdoando ao outro é porque não est/ amando e perdoando a si mesmo. #ntão você deve ol"ar e per!untar, porque estou sendo tão duro comi!o mesmo* Onde não estou me perdoando* Porque não sou capa$ de me amar* A6 vamos a outro si!niicado, Amar ao pr)ximo como a si mesmo inclui necessariamente um tambémE oculto. Como também a si mesmo, porque se não amar a si mesmo você não tem a experiência de amor para ativar em si quando ol"ar para o pr)ximo. 'as o si!niicado mais proundo ainda não é este. ; que não "/ um outro e um você separados e isto não é apenas porque você s) percebe você. ; porque s) existe você.
todos al!o semel"ante a !êmeos univitelinos emanados da mesma causa, !al"os da mesma /rvore ou duas mãos do mesmo ser. No undo não existe dualidade. ; s) uma percep1ão limitada que a$ parecer que existe, não é real, é s) a super6cie da mente. #ntão disto resulta que você s) pode amar verdadeiramente com o Amar do si mesmo, o Amor da 7nidade, e neste Amor não "/ outroE porque vocês são o mesmo ser. -e amar verdadeiramente a si mesmo amar/ ao outro e se amar verdadeiramente ao outro amar/ a si mesmo. -omente se puder amar com todo o -er em um !rande aceita1ão verdadeira e não mais numa prote1ão do e!o este Amor poder/ acontecer. Amar ao pr)ximo como a si mesmo é um entendimento da 7nidade primordial da
di$er a vocês que não é necess/rio se cruciicarem, que não "/ al!uém ora de vocês por quem se cruciicar.
O que vocês não parecem entender é que eu não estou preso 9quela orma e 9quela experiência, eu não estou em &ul!amento. #u nem mesmo estou ape!ado ao que icou de ensinamento sobre ela. #ntão eu não voltaria para ela, eu não a repetiria. -e osse voltar eu nasceria de novo em uma experiência totalmente nova e resca e construiria a min"a entre!a através de uma experiência de bele$a desta ve$. #u "o&e penso como a min"a amada e também !ostaria de ser um exemplo de elicidade. :sto é um acordo que n)s temos eito, todos n)s que estamos conort/veis na lu$ do Amor, n)s decidimos que qualquer um de n)s que decida voltar vai reconstruir a sua ilumina1ão na 5erra como uma experiência eli$. Não "averão mais Avatares sendo assassinados nem torturados, nen"um Avatar descendo dos céus para &ul!ar nin!uém. Avatar e &ul!amento na verdade nunca estiveram no mesmo contexto. 'as não "averão mais exemplos de austeridade e sorimento, apenas celebra1ão e entre!a. -e vocês virem al!uém muito despretensioso por a6, muito simples e eli$, pode ser que se&a um de n)s, seus vel"os 'estres, que decidiu abrir mão do ' mai0sculo e est/ entre vocês dando umas voltas e uma reciclada na experiência.
'adalena alaL A 'ãe de um novo tempo Cabe%me continuar daqui eu supon"o. 5en"o sido uma !uia silenciosa e este lu!ar do silêncio me é conort/vel. 'as até mesmo o silêncio pode se tornar ra$ão de ape!o e a!ora é preciso deixar que me ve&am de modo que muitos têm sido inspirados a alar de mim. :sto acontece pela pr)pria emana1ão da min"a ener!ia estar mais ativa, é parte da min"a tarea a!ora, da min"a sustenta1ão. 'as é mel"or que eu explique esta tarea passo a passo, que eu conte do meu Camin"o. 'eu camin"o não oi o de eos"ua, eu i$ meu pr)prio Camin"o. #le é meu esposo e amado, mas não meu mestre. #u ui sua esposa e amante, mas não propriamente disc6pula por mais que ten"a aprendido e recebido dele. Constru6 meu pr)prio Camin"o para o Amor, um Camin"o mais eminino e silencioso e nele eu voltei 9 terra muitas ve$es, al!umas ve$es como "omem, outras como mul"er. Não é necess/rio alar de todas, mas posso di$er que ui um cavaleiro duas ve$es e participei da cria1ão da ordem templ/ria e de seu im. ui bruxa e 74
alquimista, uma !uardiã sempre prote!endo o con"ecimento do Camin"o do Amor e plantando as suas sementes em silêncio para o tempo em que pudessem vir 9 lu$. Cuidei de manter o Camin"o dos 'istérios vivo no Ocidente por todo o tempo em que tentaram bani%lo. oram necess/rios muitos sacri6cios para isto, mas nunca plane&ei que ossem con"ecidos, nunca dese&ei ser m/rtir de causa nen"uma, nunca quis combater nada, este não é mais o meu Camin"o. Ao contr/rio de eos"ua que continuava uma tradi1ão de !uerreiros da lu$ e tin"a uma atitude combativa para com as "ipocrisias do mundo eu continuo uma tradi1ão de -acerdotisas do Amor cu&o ensinamento maior é entre!ar e coniar, essa "o&e é min"a contribui1ão. Não acredito em mart6rio nem em violência como Camin"o, não sinto que isto se&a necess/rio. ; curioso na verdade como n)s trocamos de papéis nesse sentido. Antes de vir para a 5erra a !uerreira costumava ser eu, mas isto é passado. O Amor pode ser um lindo entre!ar, um lindo coniarF O mart6rio não nos a&uda a coniar, ele s) é 0til se não conse!uirmos entre!ar voluntariamente a nossa cabe1a e coniar. O nascimento do Amor inclui certamente uma morte do controle e uma ressurrei1ão pelo cora1ão, mas esta morte não precisa ser dor. 'orrer é render%se, apenas isso, entre!ar%se. A dor s) é necess/ria se não renunciamos ao controle. 4/ uma maneira mel"or do que a dor de a$er a passa!em do e!o para o Amor, a conian1a. Nos momentos de passa!em da vida você pode se render e coniar. A morte não precisa ser cruciica1ão, ela pode ser a do1ura de uma rendi1ão total se você coniar. N)s precisaremos de um novo re!istro sobre o Amor para isto porque n)s aprendemos a encontrar a cruciica1ão em nossas almas, a experiência vivida pelo re!ente da era atual é orte em todos n)s. 'eu dese&o sempre oi o de oerecer um camin"o mais doce 9 "umanidade como re!istro, mesmo que osse lento. Optei pela alquimia em min"a busca de dar nascimento em mim a uma 'ãe amorosa, uma Gsis que sustentasse o nascimento de 4)rus, o Amor, no cora1ão de vocês. Procurei estabelecer uma resson=ncia na qual vocês possam coniar e soltar. 5en"o trabal"ado nisto a dois mil anos. A!ora !randes mudan1as estão acontecendo em nosso lar planet/rio e devemos viver uma !rande ruptura em rela1ão a tudo que se viu até o momento. 'eu amado colocou seu oco em prepar/%los para esta mudan1a. Os que não conse!uirem se adaptar Rs mudan1as não icarão desamparados e &/ estão sendo encamin"ados a uma morada mais adequada 9s suas necessidades de evolu1ão. Os que estão dese&osos de lorescer em amor icarão e eu trabal"arei em estabelecer um novo padrão baseado na conian1a &unto com eles. ; tempo de entenderem conscientemente para onde o 'istério do Amor os est/ levando e de se deixarem levar. Não é preciso lutar uns com os outros nem com vossa pr)pria nature$a quando "/ conian1a no Amor que vos sustenta. 5oda luta nasce do medo. (uando o medo sur!ir saibam que &/ estou sustentando essa nova ener!ia para vocês como um -ol eminino que desabroc"a rosas de ouro em seus cora1@es e dissolve o medo em seus corpos com SultraTvioleta. #u sou vossa mãe e vos acol"o em meus bra1os incondicionalmente sem &ul!amento. 75
O Amor é convosco.
O Cavaleiro Templário
O cavaleiro alaL O !uerreiro da lu$ conclui sua missão não importando o pre1o pessoal que ele deva pa!ar. Nosso -en"or Kesus Cristo oi o Jei -a!rado de seu povo, o il"o da lin"a!em de avi, o il"o do eus de seu cora1ão, o renascido da
sua montaria perder/. Contudo ele deve mont/%la sem ser montado por ela e ser sua mente e dire1ão assim como ela é seu sexo e o vi!or de suas pernas, sem ela não andar/. A busca do cavaleiro é !overnar os camin"os de sua montaria pelo cora1ão e por isto ele busca o Draal, o estado de receptividade em que o Cristo do cora1ão pode despertar. essa orma tudo em sua espada e sua masculinidade ele coloca a servi1o de sua ama, o eminino i nterno que o !uia ao cora1ão. #le é seu servo porque serve ao Amor e mais a nen"um sen"or. -e ele tem merecimento "aver/ uma dama%uma mul"er%para !ui/%lo 9 ama%a Alma%e se puder servi%3a servir/ também 9 dama de !uia para seu pr)prio Amante interior que por sua ve$ a condu$ir/ i!ualmente ao Draal do cora1ão. Cantou%se o Amor do cavaleiro como sendo casto muito embora nada l"e alte em paixão ao encontrar%se com a dama. A ama, porém, não tem corpo e assim como a dama e seu Amante, ele a Ama em sua Alma. -ua Presen1a o ar/ puro e pleno da pura lu$ branca da Alma assim como a montaria o pleniicou com o "0mus da 5erra. No C/lice da ama espera ele abri!ar o -a!rado Cora1ão do Cristo, seu -ol interior, ao im da &ornada do Draal e que "onrado se&a seu camin"o para que sirva de oerenda ao -en"or e 9 ama aos quais serve com devo1ão. -eu cora1ão vive e ama não obstante san!re pelos espin"os do camin"o e l"e serve de norte para suas escol"as, não importa onde o levem as andan1as da vida. O camin"o do cavaleiro é apenas um sempre, o camin"o do cora1ão.
A Cria1ão da Ordem A coisa mais not/vel em min"a primeira vida como cavaleiro oi a descoberta dos anti!os re!istros do 5emplo de -alomão. 'uitos oram os motivos que levaram as pessoas 9s cru$adas. Para os Jeis e nobres a cru$ada si!niicava terras e ouro, para o Papa poder, para os que se alistavam salva1ão e para o meu !rupo con"ecimento. Não que tivéssemos declarado uma !uerra para conse!ui%lo se a decisão estivesse em nossas mãos. 'as ela não estava. #ntão n)s aproveitamos a oportunidade. N)s &/ exist6amos como uma ordem secreta na ran1a, al!o que tin"a crescido desde que em min"a vida como 'adalena passei a viver l/ com min"a il"a. 56n"amos uma ra$o/vel inluência quando da conquista de Kerusalém. O que nasceu como Ordem do 5emplo oi s) um bra1o oicial para as atividades do c6rculo interno. 7m bra1o oicial e armado. N)s quer6amos recuperar tudo que osse poss6vel de con"ecimento perdido em Kerusalém, especialmente nas ru6nas do 5emplo. #u estive entre o primeiro !rupo que explorou o 5emplo e min"a mem)ria oi al!o importante nessa explora1ão.
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#st/vamos eu e um pequeno !rupo de cavaleiros descendo por subterr=neos, procurando al!o que eu intu6a que deveria estar l/. e in6cio parecia não "aver nada. #ntão uma pedra me trouxe um peda1o de lembran1a e su!eri que a empurr/ssemos para o lado. 7m buraco apareceu, apenas o suiciente para que raste&/ssemos de um por um para uma caverna escura. Ac"amos v/rias pequenas arcas l/, contendo muitos per!amin"os e muito ouro. eu trabal"o remover tudo discretamente e mais trabal"o ainda tradu$ir tudo.
:nicia1@es de Cavaleiro 'eu camin"o como cavaleiro trouxe 9 min"a Alma elementos importantes para a andro!inia necess/ria 9s bodas com o #sp6rito. Nele eu obtive a inicia1ão solar do Os6ris ressuscitado, aquela em que o iniciado oerece sua vida pelo bem de todos. Os elementos solares que obtive nesta passa!em oram de !rande a&uda para que eu pudesse completar a Obra em um corpo eminino mais adiante. 'as eu me adianto. evo situar o contexto dessa vida primeiro e discorrer sobre o verdadeiro sentido da ressurrei1ão. Como cavaleiro sou representante e il"o de uma nobre tradi1ão, os !uerreiros do -ol, !uerreiros da lu$, il"os de Os6ris, !uardiães do Draal. evo di$er al!umas palavras sobre a inicia1ão de Os6ris que marca os 'istérios -olares e o Camin"o do Draal. #nquanto estivemos sob a tutela da 3ua o Camin"o tratou%se de ol"ar para dentro de si mesmo e construir uma "onestidade 78
essencial com a qual se possa eetivamente trabal"ar para uma transmuta1ão verdadeira. O Camin"o do Draal si!niica que o e!o abdica ao controle e se torna servo do #u -uperior ou Cristo interno. O e!o é o elemento terra da psique, uma or1a or!ani$adora e deensiva de sobrevivência. Precisamos dele para lidar com a realidade material de nossas vidas. #le não pode ser perdido ou destru6do sem a perda de sanidade mental do indiv6duo. 'as pode ser expandido, lexibili$ado e, por im, tornado servo e não mais sen"or. :ndiv6duos que perdem o iltro or!ani$ador do e!o tornam%se lun/ticos, prisioneiros da 3ua e de seu mundo da Alma, sem capacidade de estabelecer comunica1ão or!ani$ada entre este mundo e o que c"amamos ordinariamente de realidade. Contudo a Alma é uma realidade com a qual é preciso e poss6vel aprender a dialo!ar e isto é eito nos 'istérios 3unares. Perde%se o ape!o e a identiica1ão com as m/scaras que o e!o utili$a para estar diante dos outros. #nxer!am%se os conte0dos arma$enados na Alma. 'as a Alma é apenas "ist)ria e o ser não é sua "ist)ria, ela é apenas al!o que l"e aconteceu, mais uma camada de ape!o. #ste ape!o também tem que ser deixado para tr/s. (uando o -ol nasce é "ora de expandir os limites do eu para o 5odo. Para o e!o isto é vivenciado como morte porque ele pro!ressivamente deixa de ser a inst=ncia de identiica1ão da consciência como si mesmo. e certa orma ele morre e "/ uma ressurrei1ão mas é o #u -uperior ou sel quem ressuscita em seu lu!ar. A un1ão or!ani$adora do e!o não desaparece mas ica submetida 9 inst=ncia superior. :sto é a inicia1ão de Os6ris, aquele que morre e cu&a morte permite o nascimento de 4)rus, o Cristo interno ressuscitado. Nesta etapa do Camin"o normalmente se perdem coisas e cren1as a que se é ape!ado, coisas importantes para a autoima!em do e!o. #le é quebradoUe na "ora em que isso acontece toda a ener!ia que sustentou seu Camin"o até aqui é retirada para que a lu$ do seu pr)prio -ol interior possa emer!ir e ocupar o lu!ar.
consertado. A cada aproxima1ão imatura da inicia1ão de Os6ris em que se escol"e o e!o o que acontece na verdade é que esta inst=ncia or!ani$adora da psique est/ sendo ortalecida para vir a suportar a ressurrei1ão. (uando por im a ressurrei1ão acontece isto si!niica que um compromisso proundo com a compaixão e o servi1o ao 5odo emer!iu espontaneamente de dentro do ser. O e!o é a!ora um servo do bem comum, um "umilde servidor e seu #u -uperior é o mestre de suas escol"as. ; a carta do carro do tar>.
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7m dia durante um desses passeios quando ela diminuiu o passo na beira do la!o e come1ou a apertar mais orte a min"a mão como de costume eu se!ui a dire1ão do seu ol"ar. #la contemplava o la!o. 4avia uma presen1a ali. #u costumava icar impaciente nessas ocasi@es querendo continuar o passeio, correr e perse!uir pequenos animais no bosque. 'as desta ve$ eu comecei a relaxar. #ntão em min"a mente eu apenas sabia que "avia uma mul"er ali conversando com mamãe. #u podia ouvi%la e também aos pensamentos de mamãe. %-en"ora, onde est/ a -on"adora* Onde est/ a menina da min"a visão*E A mul"er apenas sorria. Percebi de repente que min"a mãe não estava realmente sonolenta e relaxada como parecia. #la estava tentando obter uma resposta. O sorriso da mul"er atraiu meu ol"ar e de repente eu disse num impulso %'amãe, ela disse que você não precisa esperar mais nin!uémFE Aquilo oi um c"oque para min"a mãe, que eu tivesse acompan"ado a conversa. #la esperava por uma menina a quem ensinaria a arte eminina das vis@es e nunca "avia co!itado que deveria ensinar a mim, mesmo que a min"a presen1a a a&udasse a ter as suas pr)prias vis@es. 'as eu tin"a um eminino interno orte, tin"a um camin"o percorrido no mundo da Alma. :sso a$ia de mim um "omem e um cavaleiro não muito t6picos e "o&e ve&o que me preparava para um sacri6cio mais proundo do que o do corpo. A morte do e!o é mais di6cil do que a do corpo. -abemos que o corpo morrer/ de qualquer orma. A nossa autoima!em por outro lado costuma ser nosso maior ape!o. #u tin"a vis@es e isso me e$ receber treinamento tanto nas artes emininas quanto nas masculinas, o que c"amou aten1ão para mim dentro da ordem, coisa que eu s) soube bem mais tarde. +oa parte das min"as vis@es eram com uma mul"er ruiva que eu a princ6pio não sabia quem era. #la me revelava coisas e me ensinava a lidar com o mundo da Alma. oi no im da adolescência que eu soube que ela era o meu eminino interno, uma parte de mim mesmo e a sacerdotisa que eu tin"a sido. :sto oi quando morreu a min"a mãe e eu adoeci de uma !rande melancolia. 5ive uma espécie de ebre estran"a. #ra muito li!ado 9 mi n"a mãe e a morte dela trouxe uma espécie de morte para mim também. oi o in6cio da min"a inicia1ão, a in=ncia estava icando para tr/s. ui acometido de uma espécie de raque$a com calarios e suores. Parecia uma ebre, mas não era bem isso. A Alma me inundava na verdade e eu tin"a vis@es com muito mais intensidade do que antes. :sso durou al!um tempo e depois passou. Jecebi muita a&uda para que passasse, as mul"eres da ordem estavam acostumadas a estas crises de visão, sabia%se o que a$er. 'eu pai permanecia sempre 9 min"a cabeceira e oi a ele que contei o que via. Nesses momentos de ebre eu me lembrei de quando ui aquela mul"er ruiva. 3embrei%me de 'adalena. :sso emocionou proundamente meu pai quando l"e contei e ele come1ou a me explicar que desde al!umas décadas antes do meu nascimento as rela1@es com a i!re&a estavam icando cada ve$ mais tensas. #st/vamos em peri!o e os anci@es da ordem estavam em ora1ão constante pedindo aux6lio aos anti!os mentores da ordem, especialmente 'adalena. # se eu estava ali si!niicava que as preces tin"am sido ouvidas e que um camin"o seria encontrado para que todo o trabal"o não osse irremediavelmente perdido. Não ten"o palavras para descrever o quanto tanta expectativa e responsabilidade oram assustadoras para mim. Pedi a meu pai que não 81
contasse nada a nin!uém no que ele concordou com exce1ão do nosso Drão% 'estre. #le precisa saber, disse meu pai, você &/ estava sendo co!itado para nosso pr)ximo Drão%'estre e a!ora isso certamente ser/ conirmado. :sso oi ainda um pouco mais assustador naturalmente. 'as acabei me acostumando 9 ideia de que estava na vida a servi1o de todos e que me caberia prote!er aos que amava e ao nosso trabal"o pelo bem da "umanidade. #nim, meu e!o icou um tanto inlado. 5in"a por volta de vinte anos quando deixei nosso castelo para receber inicia1ão nos 'istérios -olares &unto ao Drão%'estre. Nosso castelo era escuro, de pedras cin$entas, não muito limpo e não muito mobiliado. 'ais uma ortale$a que uma casa com uma !rande sala de armas a que se c"e!ava descendo as escadarias e passando por um p/tio onde "avia sempre uma o!ueira acesa. 3/ icavam as armas da am6lia e nosso escudo com o desen"o do brasão da am6lia que eu passaria a usar. O escudo amarelo com cinco lores de lis vermel"as. Pe!uei a estrada para o sul, passando por terras mais quentes, com sol e campos loridos, para passar por meu rito de inicia1ão. Nele ui a&udado a entrar em desdobramento e sair do corpo. o outro lado ui recebido por um sacerdote vestido 9 maneira e!6pcia em um ambiente que parecia ser o de uma pir=mide. 4avia muita lu$ branca e dourada e este sacerdote a&udou%me a entrar em mais um n6vel de desdobramento e então eu me senti muito leve. 5udo icou muito etéreo, s) "avia lu$. A 0nica orma nesta lu$ era a de um p/ssaro dourado que veio e me levou com ele até uma lu$ intensa que eu identiiquei como o -ol. 'as este -ol era consciente, o pr)prio 4)rus, e me envolveu num Amor intenso. #u não sentia orma em mim mesmo, mas se sentisse teria c"orado de elicidade taman"o era o Amor. # o mais belo era que este -ol me mostrava como cada um de seus raios eram bei&os de lu$ conscientes sustentando toda a vida. O -ol era um ser consciente de puro Amor sustentando a vida e sustentando a mim naquele momento. Por aquele momento eu pude sentir a consciência do 3o!os, o 5odo sustentando a vida em Amor. Não se pode ser o mesmo depois disso. A proundidade desta experiência de inicia1ão me conirmou como o pr)ximo Drão%'estre, o que abria uma questão interessante. O Drão%'estre deve ter a seu lado uma -uma -acerdotisa que ten"a uma prounda li!a1ão com ele, de preerência a sua alma !êmea. :sso si!niicava que eos"ua poderia voltar num corpo eminino* iscuti a questão com meu pai e com nosso Drão%'estre. 5odos concordamos que isto seria inusitado e al!o que não poderia ser divul!ado, mas não imposs6vel. #m todo caso eu deveria estar atento porque certamente al!uém da min"a am6lia espiritual teria vindo para ser min"a compan"eira e caberia a mim recon"ecê%la. :sso aconteceu cerca de cinco anos depois durante um torneio em uma re!ião um tanto remota em que a ordem "avia se estabelecido a pouco tempo. Como estava sendo preparado para ser o pr)ximo Drão%'estre eu devia con"ecer toda a estrutura da ordem e o m/ximo poss6vel de seus membros. Não que o 'estre do c6rculo interno osse con"ecido por todos na verdade ou mesmo a existência do c6rculo interno. A ordem era al!o muito !rande a esse tempo e embora sua existência osse p0blica a sua real "ierarquia e prop)sito eram secretos. Ali estava eu para secretamente con"ecer e ser con"ecido pelos l6deres da ordem daquela prov6ncia e oicialmente para participar de um torneio
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de cavalaria. 5odas as am6lias pertencentes 9 ordem naquela re!ião estavam presentes ao torneio. 5odas as &ovens tin"am os ol"os em mim, al!umas por saber de meu car!o, a maioria porque eu novamente venci, como era de costume. 'as apenas uma delas capturou meu ol"os e imediatamente, assim que a vi. #u tin"a ac"ado a min"a dama. #la não era de uma am6lia muito importante, al!uém que por outros meios não se esperaria que viesse a ser escol"ida para mim ou o c6rculo interno, muito menos para Alta -acerdotisa. 'as era ela e eu tin"a certe$a, quanto mais me aproximava mais o sentia. A aproxima1ão não oi um problema, a am6lia icou "onrada, surpresa assim como ela, porém "onrada. Cuidei de con"ecê%la e corte&/%la. Não oi di6cil conquistar sua aei1ão. 7ma imensa atra1ão nos unia desde o in6cio. #ra bela, mas não era nen"um tra1o 6sico especialmente ascinante o que me prendia, isto não teri a sido determinante. #ra al!o em seus ol"os e no modo decidido como empinava o nari$ e encarava o mundo e as pessoas. #la exalava or1a e decisão e eu não demorei a perceber de quem este ol"ar decidido me lembrava. A mistura de or1a e do1ura, a decisão que c"e!ava 9 teimosia, o esp6rito de desaio e a cora!em de enrentar tudo e todos. Aquelas eram as marcas de eos"ua. # também al!o mais sutil do que isso, eu a con"ecia e meu corpo e meu cora1ão sabiam disso. Abra1/%la me a$ia loucamente eli$ e me tra$ia uma prounda sensa1ão de recon"ecimento. #sperei que dessa ve$ com os papéis trocados eu pudesse prote!ê%la e cuid/% la e permanecer a seu lado. #u tin"a ansiado desesperadamente prote!er eos"ua e não tin"a conse!uido. #sperava conse!uir a!ora. oi mais uma expectativa que tive que deixar para em se!uida descobrir que ela realmente não precisava ser prote!ida. 'as me adianto novamente. 'in"a dama come1ou seu treinamento de -acerdotisa tendo sido colocada aos cuidados do Drão%'estre e da Alta -acerdotisa. urante este treinamento eu deveria col"er ritualmente a sua lor de don$ela em recon"ecimento 9 presen1a da eusa do Amor que "avia nela. A elicidade plena é rara, mas poss6vel na terra. #m seus bra1os eu a con"ecia de perto. Celebramos nosso rito no castelo do Drão%'estre na Proven1a, uma r e!ião linda. O castelo era bem mais suntuoso e conort/vel que o meu, um lu!ar pereito para o amor. No dia marcado eu entrei na sala 6ntima onde era a!uardado levando uma lor violeta de cinco pétalas nas mãos e a entre!uei 9 min"a dama. #la era mais alta do que a média das mul"eres da época, tin"a lon!os cabelos ne!ros caindo soltos até os quadris, ol"os escuros expressivos e boca convidativa. 7sava um vestido branco lon!o, de tecido leve e macio. %3a leur de 3VisaE, eu disse. A lor de Gsis. #la recebeu a lor, sorriu e me condu$iu pela mão para tr/s das cortinas brancas esvoa1antes onde uma tina de ban"o, uma reei1ão e um leito nos esperavam. #la me despiu e ban"ou, depois me massa!eou com o mesmo )leo perumado que ela usava. -ua bele$a, seu perume, o movimento dos seios quando respirava, o toque macio das suas mãos, os ios do seu cabelo nas min"as costas, tudo me excitava, mas esperei que ela tomasse a iniciativa como mandava o ritual. #la me vestiu com uma t0nica solta e me levou 9 mesa. Partil"amos o vin"o e a reei1ão, mais nos ol"ando sem pressa do que conversando. #u &/ a con"ecia, parecia%me que desde sempre..
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Ap)s a reei1ão ela !uiou meus passos até o leito e min"as mão para despi%la. issemos al!umas palavras de consa!ra1ão do ato, al!o como as palavras a se!uirL %#u te recon"e1o, Cavaleiro, como o Amante -a!radoF %#u te recon"e1o, on$ela, como a Noiva ivinaF %Possam a eusa e seu consorte se amar através de n)s. eixei que brincasse com meu corpo como l"e aprouvesse, no que se demorou, os detal"es não cabe a um "omem alar. Amei esta mul"er por toda a vida, recon"eci nela o meu amor de tantas vidas, mas não pude me casar com ela. 4ouve um problema pol6tico dentro da ordem. Para tra$ê%la até n)s sem c"amar tanta aten1ão quanto 9 escol"a v/rios entre os &ovens da nobre$a da sua re!ião oram c"amados para passar por testes para serem admitidos no circulo interno da ordem. Al!uns demonstraram valor e oram admitidos em tareas menores. 'as o "erdeiro do suserano da re!ião demonstrou ser um &ovem de car/ter duvidoso e não podia ser aceito. A situa1ão rapidamente evoluiu para uma possibilidade de rac"a na ordem porque seu pai se sentiu oendido. A ordem ainda estava se estabelecendo naquela re!ião e não "avia um compromisso maior daqueles sen"ores com ela e com seus princ6pios. A idelidade principal dos sen"ores eudais ainda era para com este suserano e ele estava amea1ando ordenar aos vassalos que retirassem todos os seus il"os de n)s. Por despeito seu il"o resolveu reclamar a min"a dama para si como noiva pressionando o pai dela com os direitos de vassala!em e com d6vidas de "onra e de ouro. O ouro não seria um problema porque a ordem o tin"a em abund=ncia mas a "onra suscet6vel dos sen"ores sim. O pai de min"a dama, assim como o pai daquele &ovem desonesto, não compreendia bem o que l"e parecia uma deseita a seu suserano e lo!o o acordo do meu casamento e a presen1a da ordem na re!ião estavam em risco. 4umil"a1ão.sabor mais amar!o não "/F As quest@es de "onra naquele tempo se resolviam em duelos e lo!o eu estava em um com aquele &ovem trai1oeiro. -e eu morresse a ordem se retiraria da re!ião e todos os &ovens voltariam para suas am6lias inclusive a min"a dama o que si!niicava que ela se casaria com ele. -e ele morresse a situa1ão seria inversa. -e ele apenas me derrotasse não poderia exi!ir que a ordem se retirasse e se eu apenas o derrotasse não poderia exi!ir a palavra dada nos compromissos com a ordem e com meu casamento, cada sen"or estaria livre para decidir. 4avia um senso comum de que eus apoiava e decidia o resultado das batal"as e com isso mostrava a &usti1a das causas. No undo era a lei do mais orte e uma disputa de e!os. 'eu oponente entrou no duelo com as armas envenenadas. #u o derrubei primeiro mas ele conse!uiu provocar um erimento que e$ com que o veneno me derrubasse. No come1o do combate. Não morri, não dei a vida por min"a dama e min"a causa, não o derrotei, não travei um lon!o combate. Perdi ver!on"osamente de maneira tola, caindo numa armadil"a. oi das mais amar!as experiências e o princ6pio do im para a min"a vaidade masculina que, devo admitir, era !randeF O veneno me deixou doente por um lon!o tempo e se!undo me contaram depois não se sabia se eu viveria ou morreria. Portanto não se sabia se a vit)ria do meu oponente tin"a sido completa ou não. O modo como o combate 84
se desenrolou não tin"a deixado claro se ora veneno ou se ele tin"a me eito bater a cabe1a, mas a doen1a prolon!ada mostrou mais claramente que tin"a sido veneno. #m todo caso as not6cias não se espal"avam com rapide$ naquele tempo e muitos sen"ores se retiraram depois do iasco do combate inclusive o pai de min"a dama levando a il"a com ele. (uando voltei a mim ela estava casada com meu advers/rio. 'uitos sen"ores permaneceram iéis 9 ordem e como ainal eu não morri cada um p>de escol"er onde depositar a sua idelidade. O equil6brio do &o!o pol6tico se inverteria novamente em nosso avor em breve por três atores. A not6cia sobre o veneno inalmente correu, o pai do &ovem morreu em circunst=ncias não muito esclarecidas e o mesmo oi acometido estran"amente por uma espécie de demência, coisas que creio, min"a dama poderia contar mel"or do que eu. O ato é que ela lo!o passou a manobrar o marido e a re!ião, não precisava ser prote!ida como mencionei antes. 'ostrou%se rapidamente uma !rande l6der e assumiu seu lu!ar como Alta -acerdotisa. :sso permitiu que nos encontr/ssemos com requência, mas não com a mesma que eu !ostaria. Ainda era preciso certo res!uardo das aparências porque não éramos casados. ora do c6rculo interno não se sabia dos nossos ritos de Amor -a!rado eli$mente. Acreditava%se que tudo era pol6tica e militarismo. 4avia pol6tica e militarismo mas como apoios ao que pretend6amos de divul!ar o con"ecimento 9 medida que encontr/vamos possibilidade para isso. Criamos universidades, escolas e ordens de cavaleiros médicos. Pretend6amos tra$er de volta a leitura, a instru1ão e com ela a liberdade de pensamento e iniciativa para as pessoas. 5ratamos também de uniicar o sistema monet/rio e de estimular o comércio e de providenciar constru1@es que não mais desabassem sobre as pessoas e elevassem o esp6rito "umano. 'uitos di$em que nossas catedrais são monumentos 9 !rande$a de eus, mas, na verdade, elas são monumentos 9 !rande$a do esp6rito "umano capa$ de se elevar 9 Presen1a de eus. (uanto mais avan1amos no esclarecimento das pessoas e no retorno do con"ecimento, do comércio e da urbani$a1ão, quanto mais o pensamento e a inorma1ão circulavam, a se!uran1a aumentava e o medo diminu6a mais o anatismo das pessoas também diminu6a e mais a i!re&a se incomodava com nossa atua1ão. A situa1ão come1ou a icar mais e mais tensa 9 medida que a i!re&a percebia que n)s éramos mais um problema do que uma vanta!em. N)s percebemos que a ruptura seria para breve e inevit/vel. Come1amos a tra1ar planos para que quando acontecesse nosso trabal"o não osse completamente destru6do e pudesse continuar andando por si s). O ator econ>mico era importante porque antes da ordem cada eudo tin"a seu pr)prio sistema econ>mico e o modo como prosperavam era pil"ando os vi$in"os. 5orn/%los parceiros comerciais em ve$ de inimi!os oi importante. iminuiu a violência e o medo. # o medo é a mãe da i!nor=ncia. Nessa época ao menos para o c6rculo interno a prosperidade era um meio e n)s omos "abilidosos em us/%la em prol da liberta1ão do ser "umano. 'as as coisas se tornaram mais complicadas depois. N)s ser6amos atin!idos em breve, isso era um ato. #ntão não pod6amos mais continuar centrali$ando a inorma1ão em nossas mãos. 7m !rupo pequeno e coeso como o c6rculo interno, mesmo secreto, era vulner/vel 9 espiona!em e perse!ui1ão sobretudo depois que o bra1o armado oicial que nos dava apoio 85
osse destru6do. #ra "ora de dar al!uns passos no plano ori!inal de eos"ua, a$er a verdade que liberta c"e!ar a todos, além dos limites da nobre$a. 'in"a dama e eu ima!inamos um sistema de transmissão do con"ecimento em orma de rede descentrali$ada com a cria1ão de v/rias ordens menores, mas todas com comunica1ão entre si e com aprendi$ado em !raus que se podiam !al!ar através de mérito pr)prio e não do nascimento. Ordens mais ou menos secretas que estariam acess6veis a todos que se interessassem pelo autocon"ecimento que para n)s era o con"ecimento que verdadeiramente interessava. Pode parecer que n)s valori$/ssemos a ciência acima de tudo, mas não se tratava disso, a ciência também era um meio. O con"ecimento sobre a Alma "umana era o oco e a$er lorescer o esp6rito "umano, o ob&etivo. Plane&amos uma a!enda em que essas novas ordens cuidassem da transmissão do con"ecimento ao p0blico de orma !radual 9 medida que conse!u6ssemos diminuir a inluência das institui1@es que promoviam a i!nor=ncia. Duardi@es seriam necess/rios para cuidar do que ainda não devia vir a p0blico e !arantir o cumprimento da a!enda. #sses !uardi@es também tin"am que estar descentrali$ados. #u esperava or!ani$ar todo este processo e permanecer o m/ximo de tempo poss6vel prote!endo a ordem e a execu1ão dos planos, min"a am6lia e meus entes queridos. 'as ui escol"ido por meu pai e pelo Drão%'estre como um dos !uardiães. #u esperava lutar, mas não me oi permitido. :mplorei a meu pai que osse o !uardião em meu lu!ar, mas ele não consentiu. #u queria salv/%lo e ele queria salvar%me. #u ainda não era o Drão%'estre e nunca c"e!uei a ser de modo que não tive escol"a, tive de partir e me esconder deixando meu pai e meu 'estre para tr/s para enrentarem a morte certa. eixei min"a casa, meu nome, min"a ordem e min"a tradi1ão e levei a ver!on"a. ; terr6vel para o moral de um !uerreiro u!ir da luta. Não posso expressar o bastante "o&e o quanto isso para mim representou a morte das expectativas do meu e!o. Os valores são outros. -) posso di$er que se rompeu tudo o que eu acreditava sobre mim mesmo e que os primeiros tempos oram de uma desorienta1ão prounda. #u tive que via&ar para terras descon"ecidas, além das terras onde vivia a min"a dama, e que mudar de nome. Cada um dos !uardi@es oi para um lu!ar lon!6nquo e sen"as oram combinadas para quando o con"ecimento precisasse ser repassado 9s ordens. Cada um deveria transmitir seu ardo precioso a um 0nico "erdeiro escol"ido antes de morrer. A mim coube a !uarda dos ritos do sexo sa!rado como sempre. ui primeiro para o que é "o&e a #span"a, perto das terras de min"a dama, onde comprei um novo nome e um t6tulo de nobre$a e a se!uir para Portu!al que na época era o meio do nada onde comecei um novo eudo. Não ui o 0nico cavaleiro da ordem que u!iu para a re!ião de modo que ela prosperou em questão de poucas décadas com o ouro que n)s levamos. 'as quando via&ei era o nada e eu estava deixando todo o meu mundo para tr/s com a dor de não ter lutado por ele até o im. A ima!em dos que icaram para tr/s para servirem de m/rtires me assombrava, especialmente meu pai e meu 'estre. 5udo isso me deixou meio louco de dor por al!uns anos até que eu compreendesse que aquela era a min"a prova de ressurrei1ão. Compreendi%o s) depois de ter c"e!ado ao undo do po1o quando a not6cia sobre o im da ordem e dos assassinatos &/ tin"a c"e!ado. Ac"ei que não viveria também e adoeci como quando da morte de min"a mãe. 'as ainda não 86
era o tempo e dessa morte do e!o um novo tipo de compaixão come1ou a brotar. Não mais como uma expectativa de a$er al!o ou uma cren1a de que pudesse salvar al!uém. #ra mais como uma empatia pela dor de todos, um sentimento de irmandade e pertencimento, de ser exatamente como cada um que &/ teve seus son"os rustrados e de estar presente em cada um. #sse sentimento de li!a1ão com todos, com o 5odo, oi icando mais e mais orte e aos poucos eu reaprendi a uncionar com um novo centro para a min"a consciência. 7m oco de servi1o e amor an>nimos em que não se é nada e se doa tudo que se pode. Como !uardião eu devia casar e ter um "erdeiro e oi o que i$ quando comecei a me recuperar e me acostumar com a nova situa1ão. Casei com a il"a de um sen"or de terras e recebi de dote um pequeno eudo abandonado e pobre, o que não era problema diante da quantidade de ouro que eu levava comi!o. Japidamente meu eudo prosperou, comecei uma nova am6lia, uma nova tradi1ão. Conservei apenas o brasão, praticamente o mesmo, valori$/vamos muito esses s6mbolos, ademais a lor de lis, lor de Gsis, me lembrava dela, do meu amor. #u ainda a via, mas a!ora com muito menos requência porque nossas reuni@es não podiam dar na vista. Al!umas ve$es tive que esperar até uma década para vê%la o que era uma onte de tormento que tive que aprender a aceitar. 'as era preciso viver e cuidar de min"a nova am6lia. 'in"a esposa era muito &ovem e muito t6mida e na noite de n0pcias me esperava apavorada embaixo dos len1)is a!uardando um estupro. -entei na beirada da cama e tentei conversar, acalm/%la. Não conse!ui, ela tremia. emorei muitos dias para come1ar a toc/%la. A cada dia um pequeno carin"o, me tornando mais ousado muito deva!ar até que ela coniasse em mim e então me dese&asse. -) quando ela me dese&ou eu a possu6, do contr/rio seria violar a eusa, o sa!rado ventre de uma mul"er. #ssa lenta sedu1ão e$ com que ela não apenas me dese&asse, mas se apaixonasse muito e ineli$mente soresse muito também ao perceber que meu cora1ão tin"a outra dona. 'as quanto a isso nada "avia que eu pudesse a$er exceto trat/%la com aten1ão e delicade$a. Amor era para min"a dama, min"a -acerdotisa de Gsis. 5ive v/rios il"os com min"a esposa, comecei uma am6lia !rande e pr)spera. (uando tin"a &/ bastante idade mostrei ao mais vel"o onde estavam meus per!amin"os e contei a nossa verdadeira "ist)ria. 3evei%o para con"ecer al!uns membros da -ociedade na #span"a e para ser iniciado no Amor -a!rado, ensinei%l"e as sen"as. Aproveitei para estar com min"a ama porque essas via!ens eram lon!as e pass/vamos anos sem nos ver, cinco, 9s ve$es de$ como &/ mencionei. #ra como uma eternidade. 'as a certe$a da presen1a dela no mundo era um est6mulo e como percebi ao lon!o dos anos eu estava aprendendo a Amar e permanecer ocado no 5odo e no servi1o independente do que eu recebesse em troca. Nosso plano quanto 9s m0ltiplas ordens uncionou muito bem por al!uns séculos. #u ainda voltei mais al!umas ve$es para !arantir que uncionasse e numa delas eos"ua voltou comi!o. As ordens se espal"aram e conquistaram inluência pol6tica novamente conse!uindo estabelecer conquistas como a imprensa e a universali$a1ão da leitura, o im da inquisi1ão, do absolutismo e da escravidão. 'as quanto mais poder e inluência obtiveram mais come1aram a se tornar uma nova aristocracia em substitui1ão 9s que ca6am. A "abilidade inanceira das ordens que inicialmente oi um meio de libertar o ser "umano do 87
medo e da i!nor=ncia se tornou um novo modo de domina1ão e de separa1ão entre as pessoas. 7ma nova a!enda precisa ser eita e na verdade ela &/ oi eita e come1a a ser implementada. 'as como sempre os planos envolvem mudan1as !raduais para que não se !ere caos sem necessidade. O ser "umano parece nunca perceber que é respons/vel por criar a pr)pria realidade e que o im do sorimento que constantemente pedem em suas ora1@es exi!e mudan1as que em si causam sorimento, mudan1as que nin!uém dese&a enrentar. A&udar a "umanidade a amadurecer para enrentar mudan1as necess/rias é uma !rande parte de como se atendem 9s preces. O mundo parece pensar que n)s ten"amos a capacidade de resolver as coisas num estalar de dedos por um simples ato de vontade, mas não é assim. O poder de criar e mudar o mundo pertence a cada um, n)s somos apenas inluências que al!umas ve$es conse!uem ser positivas. :sto é livre arb6trio.
A versão da dama Eu sou a mais amada das muheres. E neste momento a mais #ei2. Ai: na soeira da %orta est& o homem da minha vida es%erando ,ue eu o mande entrar com o mais indo dos sorrisos nos &bios e os ohos cheios de %romessas de amor. Saboreio o momento. Como %ode um homem ser tão indo e tão %er#eito e me amar@ Ee me ama: veo-o. Como ,ue %ode ser isso ,ue não sei. Contem%o o so de seus cabeos de um ouro tri(ueiro: a %er#eição dos traços harmoniosos: o me nos ohos: os ombros #ortes e os membros bem %ro%orcionados. A atura %er#eita %ara ,ue descanse a cabeça em seu %eito. E sobretudo sua honrade2 e honestidade: sua amorosidade e senso de dever %ara com o bem-estar de todos os seres. Sei ,ue me amar& %ara sem%re. Sou a mais bemaventurada das muheres. "eu cavaeiro me a(uarda e me a(uardaria B %orta o dia inteiro ou ,uarenta dias ou mi dias se eu não me movesse. ?eio coher-me a #or de don2ea e deve a(uardar ,ue eu o convide: são as re(ras na Ls. 4ostaria ,ue ee invadisse o ,uarto e me tomasse com a mesma #Dria ,ue sinto em meu coração. "as ee a(uarda ,ue eu ide com todo este tumuto interno e então eu a%enas abro os braços e di(o: venha: não %osso mais es%erar meu doce amor Ee vem: me o#erece a #or da 'eusa: di2 ,ue a reconhece em mim. "a %resto atenção. O mundo são seus ohos F& e+istiu mais amor num %ar de ohos@ Ou estaria tudo isto nos meus@ 0ão sei: estou doente de amor: não %osso saber Eu des#ruto a re(ra ,ue di2 ,ue ee deve me dar a iniciativa em tudo. O dis%o e saboreio seu cor%o com meus dedos: com a %ontinha dees: reme+endo a,ui e ai: e+citando-o e dei+ando-o es%erar e es%erar. Cum%ro todas as eta%as rituais sem %restar na verdade muita atenção a eas: %ara mim ee tudo ,ue e+iste. E ee %ermanece %or um tem%o ,ue me %arece on(o demais: nu: de se+o teso e %assivo: dei+ando-me e+%orar seu cor%o e conhecer cada %oe(ada. !ico achando sem%re ,ue no %r*+imo minuto ee não su%ortar& e me tomar& como se di2 ,ue os homens #a2em: abrindo caminho a%ressadamente entre as %ernas das muheres.
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"as ee não o #a2. 4eme: sua um suor %er#umado com cheiro de homem e de (rama ao so e continua me ohando cheio de amor. 'e%ois de #ahar miseravemente em minhas %rovocaçGes eu desisto e %er(unto como ee conse(ue. HEu me %re%arei a vida toda %ara voc5: %ara #a25-a #ei2.
%ra2er: mas certamente não hei de morrer a(ora ,uando o tenho #inamente. H?oc5 não embra amor e bom ,ue não embre: mas & se es#orçou o su#iciente %or toda a humanidade 3asta de sacri#cios: dei+e ,ue eu cuide de voc5 a(ora "as então eu me embro 'e re%ente eu sou um homem e estou %reso a uma cru2 su#ocando e en(as(ando em meu %r*%rio san(ue e vendo os ohos da muher amada se encherem de &(rimas ai abai+o de mim. A(ora me %arece ,ue são os mesmos ohos. H"ade@ Per(unto. H?oc5 embrou: ee entende. HEu #aei demais.
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Ee ri mais ainda e me beia o nari2. HSeu nari2 era indo e continua sendo. E voc5 a criadora de %robemas mais cheia de Amor ,ue & e+istiu
%ossa %Mr um %ouco de u2o nessa cabecinha: di2 tocando a minha testa. HAh: a%enas me beie: o ,ue eu res%ondo Eu começo o meu reato %or ee %or,ue ee #oi a %rimeira e %rinci%a coisa di(na de nota nesta vida ,ue tive como a dama da ordem tem%&ria.
v&cuo da aus5ncia de maridos ou herdeiros mascuinos. )ma muher ser a herdeira natura era im%ens&ve na,uees tem%os. "as n*s %assamos a #a2er %arte do o(o %otico de um modo ,ue evou B diminuição %ro(ressiva do miitarismo e ao aumento da %artici%ação da sociedade nas decisGes. 0a verdade no incio aconteceu uma centrai2ação do %oder com a #ormação dos estados nacionais mas isso #oi dese&ve %or,ue trou+e o #im das (uerras constantes entre os #eudos. O ouro tem%&rio #oi determinante %ara a iderança ,ue Portu(a e Es%anha %assaram a ocu%ar a(uns %oucos scuos de%ois. A nossa ca%acidade de or(ani2ação tambm: uma articuação %otica estava #eita. 'urante meu tem%o de vida e atuação as minhas reuniGes de muheres deram incio a um certo #aat*rio sobre bru+as se reunindo nos bos,ues da Es%anha. O ,ue %osso di2er: era verdade. 0*s visit&vamos u(ares onde se tinha cutuado a 'eusa na anti(uidade: es%eciamente nas noites de ua cheia e sim: n*s danç&vamos nuas. Eu estava trabahando em construir uma reação mais %ro#unda com o !eminino %ara mim e %ara o mundo. Javia %5nis em e+cesso na maneira como o mundo %ensava e isso si(ni#icava ,ue havia (uerra em e+cesso em nossas mentes e ao nosso redor. Jouve reação da i(rea ,uanto a isso: a in,uisição #oi criada %ara tentar destruir todo o trabaho da nossa ordem: incusive as tentativas de iberdade #eminina e isso retardou muito as nossas con,uistas: mas não as destruiu. Jouve na verdade a necessidade de se criar um trabaho siencioso de transmissão ora em rede dos ideais de iberdade. O trabaho o(o #oi minado na Es%anha e n*s tivemos ,ue votar em outra vida %ara retom&-o e a%oiar a criação de uma nação %rotestante: (overnada %or uma /ainha: mas esta & #oi uma outra hist*ria. 7udo isso evou vidas %ara ,ue as sociedades ,ue criamos evassem o deseo e o idea da iberdade: autoconhecimento e res%onsabiidade na construção dos rumos coetivos %ara am dos imites da nobre2a. As sociedades ,ue audei a criar estabeeceram a arte da ne(ociação como a(o im%ortante. 0a,uee tem%o a %o%uação tinha mentaidade in#initamente servi. !oi uma construção enta %ara ,ue as %essoas entendessem ,ue tinham %oder sobre si mesmas e unidas %odiam in#uenciar decisGes %oticas mesmo não sendo o rei ou o sacerdote: mesmo não sendo nobre. Pode-se achar estranho ,ue eu tenha me interessado %or %otica ,uando a%arentemente eu #ui avesso a ea ,uando era $eoshua: mas: na verdade: eu sem%re ,uis ,ue o ser humano acreditasse em seu direito B vida: B iberdade: B i(uadade. As sociedades secretas #oram o incio da mobii2ação da sociedade or(ani2ada e da mobii2ação %ac#ica. Eu sem%re acreditei na mobii2ação %ac#ica de indivduos não %assivos e auto-res%ons&veis. Acredito em mentes ivres. 'emorou mas a ideia da i(uadade de direitos e o%ortunidades %ara todos inde%endente de se+o: raça: nascimento e credo um vaor am%amente reconhecido hoe. 0ão am%amente res%eitado: mas reconhecido. At este %onto a a(enda vem sendo im%antada com sucesso embora entamente. "as #ata a(o essencia ,ue começou a ser im%antado recentemente. )m scuo ou dois dentro desta a(enda si(ni#ica %ouco tem%o. /e#iro-me ao conhecimento do ser humano ,uanto ao mundo interior ,ue ee carre(a e ,ue normamente he desconhecido. O conhecimento do ser humano ,uanto B %r*%ria mente e Bs %r*%rias emoçGes #undamenta %ara ,ue %ossa e+istir verdadeira %a2 e verdadeira iberdade. N a servidão interna ,ue %ermite a tirania e a (uerra interna ,ue (era a vio5ncia. 93
Eu sem%re ,uis ensinar esta res%onsabiidade ,uanto B %r*%ria criação: o #ato de ,ue somos todos os deuses criadores de nossa reaidade: mas %ara com%reender isto necess&rio saber caminhar nas &(uas da Ama. N dito ,ue #ui um %escador de Amas. Eu sem%re (ostei de %ei+es: &(uas e %escadores. Adotei-o como smboo %or,ue o %ei+e nada bem nas &(uas da subetividade. Pei+e si(ni#ica conhece-te a ti mesmo. Primeiro o %ei+e: de%ois o cordeiro. Sem o %ei+e o cordeiro do sacri#cio do e(o não mais ,ue #asidade e hi%ocrisia: sem o %ei+e não h& cordeiro. 'ois mi anos de%ois começa a haver a(um es%aço %ara o %ei+e no entendimento da coetividade sobre a vida e o ser humano. Com o %oder e a iberdade nas mãos o ser humano se %er(unta %or,ue não conse(ue criar #eicidade e as doenças da Ama começam a emer(ir. A atenção #inamente se vota %ara a trans#ormação do ser humano a %artir da consci5ncia. Este um (rande momento. !oi construdo com muito es#orço e %eo trabaho de muitos. "ehor dei+ar ,ue minha "ade #ae um %ouco mais sobre a %arte dea nisso tudo a#ina estou a,ui tentando tirar a ima(em de oni%ot5ncia ,ue #oi coocada sobre mim e desconstruir a ideia de ,ue eu de a(uma #orma (overne o mundo so2inho. Estive sem%re tentando tirar o %oder das mãos de ,ua,uer su%osto rei sa(rado: o ,ue incui a mim mesmo e devov5-o Bs mãos de ,uem de direito: cada ser humano. Eu nunca %retendi (overnar e nunca me %retendi mais ,ue humano e se #oi entendido de #orma di#erente %ea necessidade ,ue tem ainda o ser humano de ser (overnado. A guardiã dos livros
"adaena #aa> !aar %eri(oso. Saber tambm. 'e%ois das vidas como cavaeiro eu tive duas encarnaçGes como muher em ,ue me dedi,uei a (uardar conhecimentos: savar da #o(ueira todos os ivros ,ue %udesse e com%iar tudo. Isso ,uase me evou %ara a #o(ueira unto com os ivros. !ui %resa %ea in,uisição e não morri a%enas %or intervenção e %roteção es%iritua reamente. 0ão estava na %ro(ramação ,ue eu morresse: mas #ui muito torturada. Os torturadores ,ueriam saber sobre re(istros e conhecimentos ,ue meu (ru%o tivesse mas eu não %odia #aar. 7odos %ass&vamos %or um %rocesso de auto-hi%nose ,ue nos im%edia de #aar: mesmo ,ue ,uisssemos: mesmo sob tortura. Em a(um momento da tortura %erdi a consci5ncia e ,uando acordei o torturador me ohava a%avorado e então começou a (ritar ,ue eu era o demMnio e mandou me sotar no meio da via. 7ave2 a(uma entidade %rotetora incor%orou em mim e disse a(o ,ue o assustou muito: a(o ,ue s* ee deveria saber. !ui sota e tive uma vida recusa de%ois disso em contato a%enas com as ener(ias do bos,ue onde morava e com as %ou,ussimas %essoas ,ue me %rocuravam e me entre(avam seus ivros %ara não se tornarem tambm vtimas. !oram vidas de soidão e se(redo em ,ue tomei %arte na #ormatação do ,ue se tornou a bru+aria mais tarde. Eu cuidava de não dei+ar morrer a tradição do !eminino 'ivino e o Caminho inici&tico.
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Em meu isoamento eu vivia o si5ncio e a meditação. A%rendi a ouvir a sabedoria da "ãe 7erra e a honr&-a. Isso im%ortante em meu Caminho %or eu ter che(ado B 7erra como che(uei. Jonrar e servir B sabedoria da 0ature2a se tornou minha redenção e minha b5nção. Jouve a(uns ,ue se a%ro+imaram não s* %ara dei+ar seus ivros mas %ara obter conhecimentos em se(redo e uma transmissão #oi estabeecida. As sementes ,ue %antei em todas as minhas vidas tiveram 5n#ase no !eminino mas nosso (ru%o %antou muitas outras. Procuramos estimuar a diversidade rei(iosa e a toer8ncia. Outros membros da %e,uena #amia de disc%uos de $eoshua tambm votaram a(umas ve2es e novas tradiçGes rei(iosas #oram criadas. A cada ve2 ,ue a humanidade estava %ronta %ane&vamos tra2er um %ouco mais. 0os reunimos sem%re no mundo es%iritua entre estas encarnaçGes avaiando ,uanto sucesso tivemos em cada uma dessas tentativas de evar o Amor B humanidade. Creio ,ue sea interessante com%artihar um %e,ueno reato de uma reunião ,ue tivemos no %*s-vida em ,ue começamos a %anear a criação do %rotestantismo.
Uma reunião no pós-vida
Est&vamos eu e $eoshua o observar nosso amado Foão ,ue retorna de sua vida como !rancisco e de sua tentativa de re#ormar a i(rea de $eoshua e ev&-a a retomar o caminho do encontro interior com 'eus. Ee vem se a%ro+imando de n*s: #ei2: caminhando %enamente des%erto e consciente uma ve2 ,ue #oi totamente ca%a2 de cuidar de sua desencarnação so2inho. 0*s o es%eramos de braços abertos e o estreitamos num abraço a tr5s ,uando che(a at n*s. Estamos numa cam%ina %r*+ima a uma coMnia es%iritua: a meio caminho do oca ,ue nos %r*%rio onde #uncionam as atividades da !raternidade. ?iemos at a,ui a(uard&-o e recondu2i-o conosco ao ar. Antes %orm do retorno %aramos: a%*s os %rimeiros momentos de abraços a%ertados e beios da #amia ,ue se reencontra: %ara um %rimeiro momento de reavaiação dos nossos es#orços. Ohamos %ara bai+o: %ara a 7erra #sica. Onde Foão esteve h& uma suave u2 dourada ,ue se abriu e tambm onde eu mesma estive recentemente h& essa mesma u2 dourada de uma es%irituaidade renascida. Contudo são %e,uenos crcuos de u2 ,ue & ameaçam ser tra(ados %eas sombras da mentaidade dominante na i(rea. Os ,ue deveriam ser e+em%os da Presença de 'eus são os mentores da de(radação e da i(nor8ncia. 0*s nos %reocu%amos com isto. A i(rea cat*ica %arece estar am de savação: di2 $eoshua contra#eito. Ee torce o nari2 ,uando di2 isso em uma e+%ressão des(ostosa: tinha tido a es%erança de ,ue se %udesse re#ormar a instituição %or dentro ou ao menos ,ue a u2 se #i2esse sentir de2 ve2es mais #orte no mnimo. 0o entanto: a u2 #oi evada mas %ouco %Mde ser ancorada. A resist5ncia #oi muito (rande: %oucos a se(uiram em reação ao ,ue seria necess&rio %ara haver um %onto de transição. Eu disse a voc5 ,ue era %ouco %rov&ve ,ue obtivssemos sucesso: #aei. "eu %a%e unto a $eoshua sem%re #oi o da desa(rad&ve %essoa reaista ,ue tra2 as coisas %ara a base da ,uestão. !ei2mente ee não me ama menos %or isso. E sem%re %Mde me #a2er sonhar a%esar deste meu es%rito %r&tico. N o %a%e dee: nos #a2er sonhar com um mundo mehor. F& Foão um reai2ador: um estrate(ista. En,uanto $eoshua e eu %aneamos: ee & est& %er(untando Hmas ,uando eu começo. Somos uma e,ui%e am de uma #amia: unida e bem sintoni2ada. 95
Foão #aa. 0ão se %ode di2er ,ue não tivemos sucesso nenhum: ee di2. 7rou+emos a(uma %ro#undidade mstica %ara dentro da i(rea: as %essoas #oram embradas ,ue o encontro com 'eus uma experiência e não um do(ma. E: no entanto: voc5 teve ,ue esconder ,uase tudo sobre os caminhos %ara che(ar a essa e+%eri5ncia e eu tambm ou não nos teria sido %ermitido #a2er coisa a(uma e o trabaho teria se %erdido de todo. 'evo embr&-o ,ue voc5 manteve em se(redo a nature2a das suas reaçGes com Cara@ 0ão acha ,ue as %essoas tinham o direito de saber ,ue se amavam #isicamente como %arte do seu caminho es%iritua@ Eu o disse tão caramente ,uanto era %ossve ao chamar a n*s dois de irmão So e irmã Lua: voc5 conhece o simboismo mehor do ,ue eu: se de#ende ee. E caro ,ue eu conheço mas a necessidade da hi%ocrisia me im%acienta: me irrita. $eoshua interrom%e nossa %e,uena discord8ncia e se %ronuncia de #orma cate(*rica> Caro ,ue não se %ode di2er ,ue #oi %erda de tem%o. )m certo %recedente %ara a visão mstica #oi aberto mas o resutado ento e insatis#at*rio como sabamos ,ue haveria de ser. 'evemos a%roveitar essa u2 ,ue #oi aberta e %re%arar o terreno %ara o #orescimento de novas visGes do cristianismo ,ue ata,uem a ri(ide2 a(ora de #ora %ara dentro. In#ei2mente não creio ,ue %oderemos es%erar ,ue seam visGes de muita %ro#undidade num %rimeiro momento. A 7erra mais uma ve2 se mostra imatura %ara o encontro interior com 'eus ,ue se #a2 necess&rio %ara a realização do Amor. Isso es%erado: se assim não #osse as coisas teriam sado di#erente ,uando eu mesmo desci. 0in(um os chamou mais ao encontro mstico com 'eus do ,ue eu. E criaram novos do(mas em meu nome ,uando hes disse ,ue es,uecessem os anti(os.
a%e(a e ,ue tudo ,ue se %ro%Ge a abaar a(um a%e(o cria %robemas e en#renta resist5ncias. $eoshua costuma di2er ,ue ee sente ,ue no #undo não %assa de um encren,ueiro. 'i2 isso %or,ue absoutamente detesta ser endeusado. 'i2 ,ue he cheira a coisa de ,uem não ,uer #a2er o trabaho necess&rio %or si mesmo a #im de reai2ar a consci5ncia de 'eus. E re%ete sem%re o ,ue (osta de di2er: eu não sou nada demais: nada ,ue ,ua,uer um não %ossa #a2er com um %ouco de boa vontade. A Dnica coisa sobre mim ser um bessimo de um encren,ueiro: rebede e incon#ormado. Isso reamente ee . E eu o amo %or isso. A bruxa e o mago
'e%ois disso tivemos uma vida untos $eoshua e eu: #inamente uma on(a e boa vida de casados em ,ue %udemos des#rutar de tran,uiidade e da com%anhia um do outro. Nramos nobres em uma In(aterra em transição %ara o Protestantismo. "eu amado es%oso usava de seus conhecimentos e in#u5ncias %ara ,ue o %rotestantismo %udesse se estabeecer e diminuir o %oder e a vio5ncia do catoicismo. Os anos o audavam a #a2er isso e uma sociedade de %e,uenos nobres e comerciantes: todos estudiosos de ocutismo e ma(ia an(eica #oi estabeecida %ara a%oiar o %rotestantismo e tra2er o #im do absoutismo. 0osso trabaho %ea iberdade e consci5ncia da humanidade nunca acaba. Eu o acom%anhava em %arte nos seus interesses mas meu maior interesse era %rote(er os nossos cam%oneses e com%artihar de seus conhecimentos. Passava muito tem%o a%rendendo com a senhora ,ue servia de curandeira e %arteira na nossa terra. Cuidei de ,ue as tradiçGes !emininas e %o%uares advindas das reminisc5ncias %a(ãs não morressem na In(aterra o ,ue %ermitiu ,ue a bru+aria renascesse a %ara a vida %Dbica scuos de%ois. !oi uma vida discreta mas muito atuante de n*s dois. 0ão tivemos #ihos mas dei+amos nosso e(ado de %osses e conhecimentos a um de nossos estudantes ,ue se tornou bem mais conhecido ,ue n*s e evou nosso obetivo adiante.
A muher A,uimista. 'e%ois disso eu votei so2inha B 7erra mais uma ve2. ?im como uma muher de nascimento nobre nas terras da 3aviera. !i,uei *r#ã muito cedo: ainda criança e #ui criada untamente com meu irmão (5meo na %ro%riedade interiorana ,ue nossos tios %ossuam. Ees nunca estavam %resentes e #omos educados %or um casa de %rece%tores em um (rande isoamento. "eu irmão (ostava da caça: dos cavaos e da vida ao ar ivre. Eu (ostava dos ivros. 0osso %rece%tor a%reciava a minha curiosidade e deu-me uma educação %ouco comum %ara uma ovem. 0a adoesc5ncia eu & dominava matem&tica: astroo(ia: astronomia: mDsica e bot8nica. 0a verdade recebi toda a instrução ,ue se destinava ao meu irmão ,ue amais se interessou %or ea. 7endo demonstrado imensa a%tidão %ara o conhecimento #ui tambm a%resentada %or meu %rece%tor ao conhecimento hermtico e aos tomos escondidos em com%artimentos secretos na nossa imensa bibioteca. )m dia: %or vota de meus ,uator2e anos: eu estava s* na bibioteca tentando deci#rar um da,uees te+tos ,uando comecei a entrar em uma es%cie de transe. !ui #icando meio sonoenta como se a (ravura ,ue eu observava me hi%noti2asse. "inhas %&%ebras 97
,uase se #echavam ,uando um rudo me #e2 er(uer a vista. Era como se houvesse um sibiar de vento mas não havia vento. Senti uma tontura e não %ude o(o #ocai2ar a vista. E então havia um homem ai onde antes não havia nin(um. Era um desconhecido: ato: moreno: vestido de uma #orma ,ue me era estranha e cheio de uma di(nidade tran,uia. Senti sur%resa mas não medo: havia uma aura %ro#undamente camante nee e eu ainda estava entor%ecida. Ee sorria %ara mim. Es%erou ,ue eu %iscasse os ohos v&rias ve2es e me acostumasse a sua %resença. 'e%ois se a%resentou como Jermes e %er(untou o ,ue entendia do ivro ,ue estava endo. Fu(uei a %rinc%io ,ue ee #osse uma visão ou um es%rito e %er(untei-he isso assim ,ue %ude #aar. /es%ondeu ,ue isso não im%ortava %or hora e %er(untou se a#ina eu ,ueria ou não ,ueria auda %ara com%reender o ivro. Eu ,ueria: caro. Ee me ensinou %or horas antes de desa%arecer me causando a mesma tontura estranha de ,uando a%areceu. A,uio me causou enoos e verti(ens %or dias e uma certa con#usão menta ,ue me manteve a#astada da bibioteca %or duas semanas. Ao mesmo tem%o uma curiosidade intensa me consumia deseando saber se o encontraria novamente ,uando votasse B bibioteca e aos ivros. O ,ue #ora a,uio e ,uem era ee a#ina@ Eu não soube o(o. ?otei B bibioteca assim ,ue me senti %enamente recu%erada mas de incio nada aconteceu. Procurei embrar e escrever tudo ,ue ee me tinha dito. 'e%ois votei a me debruçar sobre os te+tos e as (ravuras a,umicas ohando-os sob a %ers%ectiva do ,ue me tinha dito. 7udo %arecia ter um sentido muito di#erente a(ora. "as s* avancei at certo %onto. O %r*+imo encontro aconteceu: %ara minha sur%resa: em um dia em ,ue me cansando de não conse(uir avançar eu desisti e #ui dar um %asseio ao ar ivre. Eu Bs ve2es tambm (ostava de estar ao ar ivre: mas não %ara es%ortes de caça e e,uitação como meu irmão. 4ostava de caminhar bem deva(ar em contem%ação. E de deitar na reva ,uando me cansava sentindo o ar: o so e o soo debai+o de mim: observando as sensaçGes do cor%o. 0in(um me tinha ensinado a #a2er a,uio: eu a%enas (ostava. 0ão eram coisas ,ue uma ovem educada #i2esse B,uea %oca mas n*s não tnhamos %ais nem tios %or %erto e nossa educação corria um tanto #rou+a. 0ossos %rece%tores eram bastante toerantes conosco. Eu estava assim deitada ,uando senti a,uee misto de sono5ncia e tontura novamente. Pensei ,ue #osse s* cansaço mas em se(uida ee estava ai. !oi uma sur%resa %or,ue no #undo eu %ensava ,ue ee #osse a(um e#eito ius*rio: a(uma ma(ia im%ressa nos ivros anti(os %eos ancestrais a#eitos ao ocutismo ,ue os ad,uiriram. 'essa ve2 ee disse ,ue eu %recisava estar mais ao ar ivre e %re%arar meu cor%o %ara a,uees encontros: ,ue não me era tão Dti assim ser uma rata de bibioteca. E %assou a #aar de res%iração e e+erccios. Eu não res%ondi coisa a(uma: atMnita ,ue estava. "as (uardei a,uio. 'esta ve2 não #i,uei tão enoada ,uando ee se #oi. E tratei de %raticar o ,ue me tinha recomendado. 0ão dei+ei de #re,uentar a bibioteca caro: mas tomava mais tem%o a(ora com estas %r&ticas cor%orais. O encontro se(uinte aconteceu em meu ,uarto. )m dia eu a%enas acordei e ee estava &. !ui me acostumando com o tem%o a esta im%revisibiidade e ao #ato de ,ue mais cedo ou mais tarde ee a%areceria novamente. Jouve uma (rande sur%resa novamente um dia em ,ue est&vamos na bibioteca e ee tocou em minhas mãos %ea %rimeira ve2. Ee era rea então: era de carne e osso a menos ,ue eu tivesse %erdido a ra2ão. Ainda 98
mais sur%reendente #oi o obetivo da,uee to,ue. A%ertava a(uns %ontos em meus %usos de #orma ritmada e me instrua a res%irar acom%anhando seu ritmo de ohos #echados.
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O 7em%o não estava na mesma reaidade de %erce%ção da vida comum. !icava nas montanhas (eadas do Oriente: mas dentro da %erce%ção suti a ,ue meu "estre me havia a%resentado. 0essa %erce%ção a,uees %icos não eram (eados nem desertos. 0ão ,ue eu os tenha visto com os ohos da %erce%ção norma: a%enas soube ,ue %areceriam assim. O mestre mostrou-me nessa ocasião ,ue o cor%o ao ser desocado entre as #ormas de %erce%ção %odia se desocar tambm no es%aço %or,ue o es%aço tambm era uma %erce%ção. Assim ee nos desocou do mundo comum na Aemanha direto %ara a versão suti do cume do mundo. Era um u(ar %e,ueno: destinado s* Bs muheres. Eram orientais todas eas: eu era a Dnica e+ceção. "eu mestre me dei+ou a uns cem metros do muro e disse ,ue ,uando eu estivesse %ronta a votar ee estaria ai mesmo ,ue então eu & não #osse %recisar de auda. Pea %rimeira ve2 me deu um abraço o ,ue me dei+ou sur%resa e um tanto con#usa. 0ão estava acostumada a intimidade #sica. Isso o(o mudaria. Jouve muita intimidade todo o tem%o em ,ue estive ai. Era %reciso a%render mais sobre o cor%o e como mover a sua ener(ia. Era %reciso estar no cor%o e atravs dee estar no %resente. "as ao mesmo tem%o a,uio tudo muitas ve2es %arecia um sonho %or,ue os cor%os de ,uem estava ai a mais tem%o tambm mudavam de #orma e não s* de u(ar no es%aço. Ensinaram-me a mover meu cor%o %ara reaidades ainda mais sutis do ,ue a,uea e a cada de(rau ,ue se subia em uma es%cie de escada o ,ue era rea se tornava menos #i+o. A%rendi de#initivamente ,ue o rea mut&ve e de#inido %ea consci5ncia. O rea uma criação da mente. "as o cor%o tem de ser %re%arado %ara dar su%orte B consci5ncia. Ee tem de ser am%arado e ter os seus canais de ener(ia des%ertos e im%os. Era no ,ue trabah&vamos untas ,uando nos entre(&vamos a intimidades constantes. A,uio era estranho %ara mim de incio. 7endo sido criada numa #amia com tradição em estudos hermticos eu tivera uma educação muito mais ibera do ,ue o comum da %oca mas ainda assim não tinha havido nada como uma educação se+ua. Eu não tinha sido %re%arada %ara ser uma Sacerdotisa: su%unha-se ,ue #osse o meu irmão a ser iniciado. Ai entre a,ueas muheres #oi ,ue descobri o !eminino: ou mehor: redescobri: %or,ue de a(uma #orma eu embrava. A,uea irmandade e con#iança entre muheres: o tocar e ser tocada: o %ra2er sa(rado. Eu sabia ,ue de a(uma #orma conhecia a,uio: ,ue eu & tinha sido %arte dessa irmandade. A%rendi mais do ,ue mover minha ener(ia atravs da couna es%inha: a%rendi a desear ardentemente a,uea iberdade es%ont8nea %ara todos. 0ão e+istia o conceito de ver(onha ai e isso era o %araso. Eu entendi ,ue deseava #a2er o ,ue #osse %ossve %ara ibertar a humanidade de tantos %reconceitos mentais e sociais ,ue a im%ediam e im%edem de e+%erimentar a iberdade ,ue eu e+%erimentei. Sim%esmente ser e amar: a%enas con#iar. Como isso di#ci no mundo ,ue nos acostumamos a chamar de rea. Como nos acostumamos a acreditar ,ue essa reaidade s*ida e a Dnica %ossve. Ea a Dnica %ossve %ara este %adrão menta em ,ue acreditamos. A outros %adrGes mentais corres%ondem outras reaidades e em muitas deas #&ci ver ,ue o rea criação da mente tanto ,uanto um sonho. A dure2a: dor e triste2a do nosso mundo não %assam de um %esadeo coetivo materiai2ado %or nossas mentes. Por isso tão di#ci audar a humanidade: n*s estamos usando a nossa %r*%ria #orça e autoridade sobre n*s mesmos %ara criar o so#rimento ,ue %edimos com as nossas %reces %ara ,ue tenha um #im. Pedimos a uma 'ivindade e+terna e acreditamos ,ue tave2 se #ormos mais bon2inhos %oderemos dei+ar de 100
merecer a %unição. Ou então nos desiudimos disso e não acreditamos mais em nada como o caso de muita (ente nos dias de hoe. !oi um tem%o on(o em ,ue #i,uei ai a%rendendo a dominar minha mente e a entre(ar e con#iar com meu cor%o. A ca%acidade de #oco e criação da mente %recisa de um cor%o rea+ado ,ue he d5 su%orte e o Amor e a con#iança ,ue dão su%orte ao cor%o.
#uidos %ara meus %re%arados: o ,ue #i2: eu tanto amava ,ue ao ,ue me %arecia: era a 4rande "ãe. Ao #ina do %rocesso meu cor%o era totamente d*ci e mod&ve ao Amor. Isso si(ni#ica ,ue ee não %recisava mais envehecer e ,ue eu %odia mod&-o como as mais vehas do tem%o !eminino onde #ui treinada. Javia com%etado a Obra e %oderia ir a in#initas dimensGes sutis e a uma diversidade de mundos #ei2es com este mesmo cor%o. Poderia ter vivido mi5nios com ee evouindo mais e mais meu %adrão vibrat*rio at o %onto de não necessitar mais da #orma humana: a%enas treinando os disc%uos mais %r*+imos. N isto o ,ue os a,uimistas costumam #a2er nos casos raros em ,ue obtm sucesso: era isto o ,ue meu "estre #a2ia a mi5nios. "as eu era mãe: era "ãe e ,ueria #a2er mais: ,ueria #a2er a(o rea %or todos os meus #ihos: a humanidade. E então a%enas a(umas dcadas a%*s esta reai2ação: dcadas em ,ue me dedi,uei a %re%arar meus aunos a continuarem a minha obra o mehor %ossve: eu dei+ei a,uee cor%o. 'ei+ei-o rituamente: abrindo chara %or chara conscientemente e o#ertando tudo ,ue eu tinha acumuado na,uee cor%o de e+%eri5ncia #sica e anmica aos charas da 7erra. 'oei rituamente meu cor%o e %arte da minha Ama B 7erra e B humanidade. Eu o #i2 em meio B nature2a: em um u(ar em ,ue haviam (randes %edras e %edi ,ue ,uando a cerimMnia terminasse a,uee cor%o #osse ,ueimado e as cin2as #ossem es%ahadas sobre as %edras. Ordenei a minha Ama ,ue toda a minha mem*ria e todo o Amor de "ãe ,ue eu tinha acumuado #ossem doados Bs rochas e charas da "ãe 7erra %ara serem trans#eridos %or a#inidade vibraciona aos ossos e aos inconscientes de toda a humanidade. Isso si(ni#ica ,ue em a(um momento eu terei ,ue votar em um novo cor%o B 7erra e retomar v&rios %assos da minha e+%eri5ncia e ,ue at ,ue o #aça não serei ca%a2 de avanços si(ni#icativos. "as si(ni#ica tambm ,ue o avanço da humanidade %or um caminho mais amoroso: eve e !eminino de Amor e com%ai+ão #oi %ro#undamente #aciitado. ?oc5s todos tem a minha ener(ia materna am%arando voc5s. Este ato de com%ai+ão #e2 com ,ue ao retornar ao ar es%iritua eu recebesse um convite (randemente honroso do conseho &rmico da 7erra. Per(untaram-me se estaria dis%osta a ser a (uardiã do %orta de chama vioeta ,ue (uiaria a transição %ara a %r*+ima eta%a de evoução da humanidade e com isso ancorar em de#initivo o retorno das ener(ias da "ãe na consci5ncia %anet&ria. Aceitei. N uma tare#a de muita res%onsabiidade: tanta ,ue assusta. "as o meu deseo de contribuir de todas as #ormas %ossveis a meu acance %ara ,ue todos os seres %ossam encontrar a %a2 e a bem-aventurança maior do ,ue o receio. "esmo sabendo ,ue esse ti%o de tare#a normamente si(ni#ica descer B 7erra em e+%eri5ncias desa#iantes. 0ão im%orta. 7ave2 a #or vioeta dos &bios ntimos da 4rande "ãe "isericordiosa nos tenha mudado o bastante at & e eu %ossa vir a o#erecer a voc5s a(um dia uma embrança #ei2 do Amor. Isso sem%re #oi o ,ue eu ,uis hes dar. "as sea como #or voc5s & tem o meu Amor e o terão sem%re. "adaena-Saint 4ermain 'e2embro de Q1
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A Sacerdotisa #aa> A Ama do "undo J& a(um tem%o: uma %erce%ção muito curiosa che(ou at mim: de re%ente: do nada: ,uando estava em meditação. A ideia veio %ronta de ,ue n*s não reencarnamos e+atamente e não somos e+atamente amas individuais assim como tambm não somos mDti%os es%ritos e sim a%enas )m. 'e certa #orma somos uma Dnica Ama: uma Anima "undi: mani#estando-se em mDti%as e+%eri5ncias ,ue se identi#icam e %assam a acreditar em sua individuaidade mas ,ue comunicam ao todo da Anima "undi a sua e+%eri5ncia. Assim a e+%eri5ncia de um %assa a ser de todos %or,ue na verdade todos somos )m. Somos uma teia: uma mandaa em ,ue as individuaidades com%Ge um todo. E a Anima "undi reor(ani2a essas e+%eri5ncias e retoma de novo e de novo os %ontos a serem desenvovidos mas de certa #orma os mistura uns com os outros como os #ios de uma teia ,ue vão se misturando mais e mais B medida ,ue ea cresce. Em a(um %onto: como um centsimo macaco: uma e+%eri5ncia %assa a ser universa. Imbricada em todos os #ios. 0ão ,uer di2er ,ue a,uea e+%eri5ncia individua se diua: desa%areça: ou ,ue os reatos es%ritas sobre a sobreviv5ncia da individuaidade seam #asos. A individuaidade sobrevive e retorna a um cor%o ,uando che(a o tem%o: mas não retorna e+atamente i(ua %or,ue ea vai se misturando em uma dimensão muito suti em ,ue transmite B Anima "undi a sua e+%eri5ncia e tambm recebe dea a e+%eri5ncia das outras individuaidades. Esse interc8mbio de e+%eri5ncias %ermite o amadurecimento da mandaa como um todo im%rimindo certo ritmo ao amadurecimento das coetividades. A e+%eri5ncia de um im%ressa em todos %or isso a individuaidade não costuma embrar ,uando retorna B matria. A(umas ve2es embra: mas mesmo assim não e+atamente a mesma %ersonaidade. São mem*rias de tare#as ,ue vieram ativas %ara serem continuadas e recicadas atravs de novos desa#ios. 0*s não %erdemos a n*s mesmos: mas nos desa%e(amos da #orma do ,ue %ens&vamos ,ue #osse n*s mesmos ao %erceber ,ue somos a(o in#initamente maior.
Sinto ,ue acabamos %or tra2er em n*s a(uns #ios de e+%eri5ncia de #orma mais consciente: #ios ,ue nos sentimos chamados a desenvover: e+%eri5ncias ,ue buscamos continuar ou recicar. 'e certa #orma n*s somos continuação ou reencarnação destas e+%eri5ncias. Eas #a2em %arte do nosso inconsciente %essoa. "as tra2emos sem%re tambm a e+%eri5ncia anti(a e atua de todos os seres e todo o conhecimento ,ue e+iste e chamamos a isto de inconsciente coetivo e a ,ua,uer momento a(o destes #ios %ode ser tornar ativo e %odemos mesmo a%render a %u+ar deste inconsciente coetivo as e+%eri5ncias ,ue desearmos e os #ios ,ue nos #i2erem #ata. 'e certa #orma o ,ue #a2emos ao ceebrar um ritua com uma certa deidade ou ao invocar o au+io de um certo mestre. Estamos invocando %ara n*s uma ,uaidade da nossa %r*%ria e+%eri5ncia ,ue não estava ativa em nossa consci5ncia anteriormente. Ao (anharmos ci5ncia deste %rocesso em a(um momento nos %er(untaremos a#ina ,uem somos n*s reamente e nos ,uestionaremos sobre a nature2a da Ama. Joe tenho care2a de ,ue estas mem*rias são ?o2es da Ama ,ue deseam ser ouvidas e estavam B es%era de uma o%ortunidade. Eas são reais: %ois ,uando #ao de inconsciente coetivo não ,uero di2er ,ue sea a(o do reino da #antasia. A Ama rea. Ea toda a e+%eri5ncia do Ser Dnico ,ue a%rende com a viv5ncia de cada #io. 0a verdade não somos continuidades de e+%eri5ncias se%aradas. Somos este Ser /ea onde toda a e+%eri5ncia e+iste.
O Cristo em n*s Assim eu acredito ,ue tomos n*s somos o Cristo e somos "adaena e somos o 3uda e somos o mendi(o: o criminoso. ?oc5 at mesmo o vi2inho com ,uem voc5 #ica bri(ando o tem%o todo. A%arentemente ee est& em um outro cor%o: a(o se%arado de voc5: mas voc5 não s* este cor%o. N caro ,ue voc5 este cor%o tambm: mas voc5 não s* isto. ?oc5 7udo. Então as %essoas #aam sobre um Cristo interior e um 3uda interior como se isto #osse di#erente do Cristo e do 3uda hist*ricos. "as eu sinto ,ue não : eu não encontrei esta se%aração ,uando mer(uhei na )nidade: não encontrei nenhuma se%aração. Para mim a,uee Cristo o Cristo ,ue voc5 : a,uee 3uda o 3uda ,ue voc5 : não h& nenhuma necessidade de um novo Cristo ou de um novo 3uda. ?oc5 & os tem dentro de si: %ode %e(ar a,uea sua e+%eri5ncia e #a2er dea a(o totamente novo e #resco. Por,ue a Ama do "undo ,uereria re%etir o Cristo ou o 3uda@ Ea & teve essa e+%eri5ncia !oram boas e+%eri5ncias ,ue ea %ode ,uerer a%roveitar e recicar: mas não vai ,uerer #icar %resa a eas. Ea vai ,uerer criar a %artir da sua e+%eri5ncia e se(uir no #u+o. E: no entanto: n*s #icamos todos a%risionados a nossas e+%ectativas sobre os "estres es%irituais. 0*s achamos ,ue devamos ser como ees: ,ue tnhamos ,ue re%etios. 0*s ocidentais es%eciamente estamos obcecados sobre o Cristo como se ee si(ni#icasse a(um %adrão de com%ortamento inatin(ve %eo ,ua dev5ssemos nos sentir cu%ados. Então eu sinto ,ue a Ama do "undo ,uer se ibertar do Cristo. Ea não %recisa de nenhuma e+%ectativa sobre si mesma então ea %ode ter decidido tra2er a(umas embranças sobre o Cristo %ara ,ue n*s %ossamos nos abrir %ara a ideia de recicar esta e+%eri5ncia. Para ,ue %ossamos nos dar conta de ,ue a e+%eri5ncia nos %ertence: ressoa 104
em n*s: est& em n*s %ara #a2er o ,ue ,uisermos dea. S* assim %odemos nos ivrar dea e de ,ua,uer cu%a sobre ea. Jouve um mestre budista ,ue disse Hse voc5 encontrar o 3uda %eo caminho mate-o E tave2 não tenha sido um ma tão sur%reendente assim terem deseado matar o Cristo. Por,ue os Cristãos #icam cheios de e+%ectativas em torno de Cristo e os 3udistas em torno do 3uda e assim %or diante. "ate-as. ?oc5 não %recisa re%etir as suas e+%eri5ncias: est& a,ui %ara ser a(o totamente novo: um novo Presente do universo a si mesmo. A d&diva de um a,ui e a(ora a ser vivida em %enitude. Permita-se viver o "istrio de seu %r*%rio caminho.
Deusa e Sagrado Feminino Os "istrios N um "istrio ,ue tenhamos dentro de n*s tantas nature2as e a ca%acidade de harmoni2ar todas eas. O humano territ*rio de encontro entre #orças o%ostas e com%ementares: somos terra e cu: anima e divino e #re,uentemente um %oço de deseos con#itantes. O ,ue o%osto %ode estar em con#ito e em n*s (eramente est&. N todo o nosso con#ito interior ,ue mani#esta o mundo con#ituoso em ,ue vivemos. "as o %ro%*sito dos %oos o%ostos não o con#ito e sim a com%ementaridade: a união amorosa e criadora. O ,ue n*s devemos ser um casamento entre o cu e a terra e isso si(ni#ica Amor. O Amor o %onto de encontro da conciiação e da com%ai+ão ,ue trans#orma o con#ito em o%ortunidade criativa. O caminho de construção da harmonia interior atravs do autoconhecimento um caminho em direção ao "istrio do Amor. Acredito ,ue o Amor sea a nature2a %rimordia de onde viemos e %ara onde votamos: a nossa verdadeira nature2a %resente: mas encoberta B ,ua deseamos votar mesmo sem ter muita care2a do ,ue estamos buscando. 0ão um u(ar: mas uma consci5ncia onde estar em )nidade com o todo de n*s mesmos. N %ara a bem-aventurança desta consci5ncia ,ue ansiamos votar: este nosso rumo e nosso caminho. )m caminho ,ue tem sido chamado sim%esmente Os "istrios e ensinado %or a,uees ,ue o triharam aos ,ue estão %rontos %ara entrar nee conscientemente. O caminho dos "istrios on(o e não %ode ser abarcado em um Dnico ivro. "as tem certamente uma %orta de entrada muito bem estabeecida. Este %orta %or onde se tem necessariamente de entrar conhecido como A /osa e constitui o nascer %eo *r(ãos ntimos da 'eusa %ara um estado novo de a%ai+onar-se %ea ?ida onde tudo em nossa e+%eri5ncia torna-se mais %eno de 3ee2a: Pra2er e Encantamento. N um %orta de morte e renascimento. "orte %ara o medo e nascimento %ara a entre(a ao momento %resente ,ue %ermite a #ruição da ?ida. Passar %or este %orta e+i(e o contato com as #orças instintivas do se+o: da morte e da sombra. N o incio de uma on(a ornada de autoconhecimento.
A /osa 105
Através da Jos/cea dos l/bios 6ntimos da eusa é que se tem que passar para renascer. A eusa é a !uia no processo de inicia1ão para o mundo da Alma. Não é poss6vel c"e!ar ao casamento com nossa nature$a de Amor escondendo partes de n)s mesmos. Antes de reali$ar o -ol do Amor que é a nature$a de nosso #sp6rito precisamos da clare$a que a 3ua pode tra$er sobre as sombras em nossa Alma. A Alma deve ser orte e 6nte!ra para receber e conter a pr)pria 3u$. -e queremos nos tornar inteiros em n)s mesmos e alcan1ar a vir!indade de nossas almas, a inte!ridade em que podemos dar nascimento ao nosso ser de Amor devemos deixar que a deusa nos !uie através da Josa da sexualidade sa!rada, dos 'istérios da 3ua e da noite. A bruxa, sacerdotisa da eusa, é !uardiã tradicional desses con"ecimentos, dan1ando nua e a$endo amor sob a lu$ da lua, voando em sua vassoura o voo da Alma em dire1ão ao autocon"ecimento. Ol"ar para dentro de si mesmo é um dom do eminino. #ste é o livro da Josa, o livro da -acerdotisa do Amor e da sexualidade sa!rada. A ener!ia sexual é a vassoura que nos permitir/ voar em dire1ão a n)s mesmos.
Can1ão da eusa , Can1ão da eusa Na reli!ião da eusa acreditamos que tudo que existe é parte de uma 0nica ivindade que cria a tudo a partir de -i mesma, uma onte criadora como uma Drande 'ãe que d/ 9 lu$ ao universo a partir de -i mesma. #la é 0nica, mas também contém em si todas as possibilidades, que #la cria ao mover%se em dierentes dire1@es e ao maniestar%-e em todas as suas dierentes aces. #la ama a diversidade e por isso assume mil, in0meras, incont/veis aces. A primeira dieren1a que #la criou oi tornar%-e a -i, eminina e masculina, para que pudesse a$er amor consi!o mesma. # então, em -eu pra$er, #la cantou, e do som de -ua vo$ emanaram mir6ades de
#sta visão das coisas me a!rada por v/rios motivos. Por mais que a verdadeira ori!em e nature$a da cria1ão e de sua onte se&a 'istério e este&a além do entendimento da nossa mente n)s temos a necessidade de contar "ist)rias para n)s mesmos. 5emos necessidade de explicar e de crer. Penso que toda "ist)ria tem sempre mais elementos de mito do que de ato. Com mito não quero di$er mentira mas "ist)ria carre!ada pelo ol"ar de quem conta, narrativa poética, mais arte que l)!ica porque a arte é necess/ria sempre que a palavra é pobre para expressar a vida. #u entendo que podemos escol"er os nossos mitos e que eles são constru1@es do nosso ol"ar para a vida. Por isso escol"o sempre os que me tra$em bele$a. Dosto de pensar que a nossa ori!em é uma "ist)ria de Amor, "armonia e bele$a, que somos al!o ale!re e especial como uma can1ão, que somos todos divinos e especiais. Dosto do ato de que a sexualidade este&a inclu6da na ivindade porque !osto sempre de escol"er pensamentos e cren1as que nos empoderem e nos autori$em a ser o que somos. 5en"o muito cuidado com isto por saber que a mente cria a partir das cren1as que ela acol"e. Para mim esta é a !rande d/diva do camin"o que escol"i, a aceita1ão amorosa da nature$a "umana, a valori$a1ão do que é natural. 'esmo a sombra, mesmo a raiva e o medo, tudo é apenas solo értil que pode se transormar em vida e a vida pode sempre lorescer. Além disso, é uma visão que exalta o verbo, a can1ão, e o som que l"e d/ poder. O som é o que "/ de mais acilmente percept6vel em nossa dimensão sobre o poder, que tanto pode ser criativo como destrutivo, das requências vibracionais. 5udo que parece matéria densa na verdade é vibra1ão, apenas mais lenta do que aquilo de aparência sutil. N)s somos vibra1ão, somos como can1@es e can1@es são importantes c"aves de ma!ia.
cora1ão, o som da nossa Alma. # se pudermos ouvir bem o nosso pr)prio som em breve poderemos apreciar o som dos demais também porque todos existimos dentro de uma !rande e bela sinonia. # assim saberemos cada ve$ mel"or onde é o nosso lu!ar espec6ico no concerto de orma muito "armoniosa e natural e poderemos nos p>r a dan1ar ao som da nossa pr)pria m0sica. :sto de ouvir os sons tem me acontecido de orma bastante espont=nea e curiosamente reparei que se tento contar 9s pessoas sobre o que ouvi de suas Almas isto l"es causa imensa resistência. requentemente elas estão adoecidas exatamente por esta resistência quanto ao seu pr)prio som porque a Alma se p>s a !ritar para ser ouvida. Parece%me cada ve$ mais importante a&udar as pessoas a ouvirem por elas mesmas 9s suas Almas, ao seu som. 7ma "abilidade que é parte do mundo xam=nico e da parte instintiva do nosso ser, si!niica receber a n)s mesmos enquanto partes da Alma do mundo e ao nosso lu!ar no mundo. O nosso lado animal nos a&uda nisso e nossos animais !uias nos a&udam a relembrar como ouvir os sons da Alma. 5emos o nosso lu!ar no 5odo enquanto o animal "umano que somos, parte da Drande 5eia da
7m universo de espel"os 4/ outra versão da "ist)ria, da -tar"aH?, que di$ que a eusa enxer!ou a -i mesma no espel"o curvo do espa1o, apaixonou%se e a$endo Amor com -eu relexo criou o mundo. Dosto muito desta versão com sua ênase no amor e no espel"amento das realidades, na cria1ão pela consciência. Não diere muito do que escrevi, ou sem querer apenas reescrevi com outro oco. #la ilustra a lei "ermética de que criaremos ora o que tivermos dentro e acima se dar/ como abaixo. e orma que se a eusa criou o masculino ela o tin"a em si mesma, portanto era andr)!ina. # poder6amos di$er o mesmo se partirmos da ideia de um eus masculino, é claro. Dênero &/ é al!o do mundo da maniesta1ão e da dualidade. O importante é que n)s somos eitos da ivindade, somos emana1@es, e como #la criamos com a matéria de nossa pr)pria essência. -on"amos os son"os das "ist)rias que contamos a n)s mesmos e acreditamos que são r eais. -e dese&armos mudar a realidade que vivemos então devemos contar novas "ist)rias para n)s mesmos. #sse é um dos motivos porque escol"i c"am/%3a min"a 'ãe e meu Pai e vê% 3a i!ualmente na terra e no céu, no corpo e no esp6rito e c"am/%3a min"a Amante, -en"ora do Amor e Pra$er. -endo todas as aces do 'istério #la pode ser 'ãe e Pai,
nosso êxtase, compartir com #la uma vida con&u!al e abri!ar%me em -eu 0tero c/lido. Não que o Amor não saiba erir, corri!ir e ensinar. O Amor não exclui a 3ei. ; apenas uma questão de oco. Com que ol"os a procuro, como 3"e a1o meu convite, que lu!ar eu 3"e reservo. Preparo com ininito cuidado o lu!ar de meu enamorado, o Amor, com ansiedade o espero. -e ele tarda corro a busc/% 3o, quero%o sempre, todo lu!ar ser/ mais bonito com ele. 7nir%me a ele é o êxtase. -e tanta do1ura "/ em enamorar%se do "umano, mais "aver/ em se enamorar do ivino e não ser/ menos vi/vel ou menos er)tica a comun"ão.
Perumando%se para a Josa ; certo que a ivindade est/ em todas as coisas, não s) transcendente, mas também imanente em toda a -ua cria1ão. #la é o !rande 'istério, a Presen1a ine/vel que anima todas as coisas, eminina e 'asculina, terrena e celeste, "umana, animal, ve!etal, mineral e ainda além de tudo que é con"ecido.
rendermo%nos a -eu Amor. #la é nossa 5ecelã, criadora, 'ãe e Pai, mas é sobretudo nossa Amante, onte do Pra$er de existir. Pode ser eminina e 'asculina ao nosso !osto, e ter o nome que soar mais 6ntimo ao sussurrar%se em nosso ouvido. Ouvi de um se!uidor de ?ris"na uma ve$ que a rela1ão mais 6ntima e verdadeira com a ivindade é semel"ante a uma apaixonada rela1ão extracon&u!al, uma coisa arrebatada e apaixonada, sem re!ras nem limites, al!o que vira a cabe1a e nos tira do e!o. Dostei desta ima!em. #les c"amam Iris"na de o 3adrão de Cora1@es. Dostei disso também, é isto que o Amor é. #sta amant6ssima ivindade é a Pr)pria Consciência do Amor e -eu toque é de ato um deleite embria!ante que nos possui e nos a$ romper os tabus, al!o de muito embria!ante. # assim vivem os que c"amamos santos, como bêbados de eus. # se não vivemos todos é porque se #la &amais nos deixa e em verdade &amais se separa de n)s, ainda assim nos respeita. O 5odo cuida em não ao!ar a -ua pequenina parte em tão ininitas va!as de Amor, então espera. Como boa Amante espera o convite de um pombo correio, o perume da sedu1ão que acompan"a um ol"ar de convite, as doces palavras que A c"amemL
C6rculo da Josa
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C6rculos são a primeira coisa que uma crian1a pinta quando sua coordena1ão motora l"e permite al!o mais que um rabisco. ; sua primeira expressão do eu, de identidade. o c6rculo de um ventre ela veio e um novo c6rculo, um novo mundo, a!ora completo em si mesmo ap)s o desmame, ela se torna. C6rculos estiveram presentes na Arte de todos os povos convidando os ol"os a contemplarem a orma m/xima de "armonia das eseras. as eseras dos planetas, das espirais da via l/ctea, das bordas de um universo curvo, dos limites do si mesmo que se pro&eta sobre o mundo. 4ori$onte curvo de visão. C6rculo é completude e "armonia. Não tem come1o nem im, maior nem menor, não tem "ierarquia, é união. esde o come1o do mundo as -acerdotisas celebram em c6rculo, os xamãs, "omens e mul"eres celebram em c6rculo. entro de um c6rculo estamos em i!ualdade e no tempo da eternidade. -omos um c6rculo, dentro de um c6rculo, sem um come1o e sem um im, di$ a can1ão. 5odos os se!redos do tempo estão acess6veis e todos os véus de se!redo podem ser desvelados. #stamos no
0ecessidade de A#rodite (uando perdemos a eusa do Amor, Gsis, Arodite, <ênus, :nana, :s"tar e a pr)pria Daia, perdemos a percep1ão da sacralidade de nossos corpos e do sexo. omos desli!ados do -a!rado que passou a ser visto como estando ora de n)s. or, culpa, violência e abusos de todos os tipos são o resultado dessa desconexão com o -a!rado. Nossos corpos, nossos cora1@es e especialmente nossos ventres e alos estão eridos por essa separa1ão imposta pelo patriarcado. 3imitar a sexualidade de uma pessoa é limitar a sua vitalidade e escravi$/%la. A ener!ia do sexo é a or1a de vida. 5odos os nossos impulsos para pra$er, sobrevivência, criatividade, autoairma1ão e toda a or1a que alimenta nossas un1@es mais sutis est/ contida no c"a?ra b/sico, o centro da sexualidade. ; uma s) e mesma ener!ia, como uma serpente de o!o que sobe pela coluna e alimenta os v/rios aspectos de nossa existência. Para "aver sa0de este o!o deve estar aceso e orte e encontrar camin"o livre. Os tabus e abusos que soremos sobre a nossa sexualidade enraquecem esse o!o nos deixando d)ceis e manipul/veis. Condenar o sexo não é uma questão de moralidade ou espiritualidade e sim de poder. 111
O mais proundo êxtase espiritual acontece quando cultivamos o o!o do pra$er aceso por tempo suiciente para que ele suba por nossa coluna e estimule o centro coron/rio no alto da cabe1a quando então o ivino pode descer sobre n)s. 5rata%se de uma união sexual, em que convidamos o ivino a a$er amor conosco. Oertamos nosso pra$er ao -a!rado, elevamos nosso o!o em entre!a e devo1ão. :sso nos abre para que o -a!rado possa descer sobre n)s. (uando o -a!rado desce estamos imersos na ilumina1ão, no êxtase amoroso que queima o e!o e elimina a separa1ão. 5odos os atos cotidianos podem ser oerecidos ao ivino, que se torna convidado em nossas vidas como o mais doce Amante que se dese&a ter sempre ao lado e cu&a presen1a é naturalmente dese&ada com especial ardor em nossa cama. Nos templos anti!os aprendia%se o mistério de preenc"er com esse doce amante os nossos encontros amorosos. Aprendia%se a Arte do -exo -a!rado sob as bên1ãos da eusa do Amor e sob as instru1@es de suas sacerdotisas. As espiritualidades que recuperam a i!ura da eusa recuperam também a -exualidade -a!rada e o pra$er de viver. A eusa cria a vida a$endo amor com o eus, seu consorte divino. #la cria pelo pra$er da sua vulva, seu c/lice sa!rado. #la cria pelo #ncantamento. N)s perdemos essa conexão com o -a!rado em nossos corpos então perdemos o #ncantamento de
eusa e eus #la, a 'ãe 5ecelã da 5eia da
&untos a vida é criada, nutrida e prote!ida e porque se distanciam em um breve passo de dan1a a vida é destru6da para ser recriada na pr)xima volta do movimento espiral. -ua união é mais estreita nos mundos sutis onde a morte é menos necess/ria. #m nosso mundo eles deixam mais espa1o entre si para que suas crian1as possam aprender com a dan1a das dualidades. Celebrar suas n0pcias dentro de n)s é a c"ave para casar céu e terra e perceber a unidade, o que nos permite viver em bele$a e vibrar "armonia. Celebramos as n0pcias em n)s mesmos porque o casal divino não est/ l/ ora em al!um lu!ar, trata%se das nossas pr)prias polaridades. #sta é a visão eminina sobre o -a!rado em 0ltima inst=ncia. N)s somos o -a!rado, o 'istério est/ dentro de n)s. # o sexo é a c"ave.
Sexualidade Sagrada A sensa1ão de pra$er, ori!inada do ritmo natural e sem perturba1ão da vida, abran!e todas as nossas atividades e rela1@es. No estado de sa0de o or!anismo se alterna entre car!a e descar!a, excita1ão e repouso. Os ritmos que !overnam a vida são inerentes 9 vida Não podem ser impostos de ora. 5odo indiv6duo con"ece quais são seus ritmos, percebendo, através das sensa1@es de dor ou alta de pra$er, se os seus ritmos estiverem alterados.E Alexander 3oHen in Pra$er, uma aborda!em criativa da vida
O Prazer Sagrado O sexo é a c"ave e isto ica claro pelo ato de que todas as reli!i@es tem que ter uma postura a respeito dele. e al!uma orma ele é central em todas elas se&a qual or o posicionamento que tomem em rela1ão a ele. 'as antes de discutir esses posicionamentos devemos deixar claro que sexo não é apenas con&un1ão carnal, é bem mais que o encontro !enital entre duas ou mais pessoas. -exo é pra$er. -exo é tudo que nos d/ pra$er e a$ com que a ener!ia do pra$er e do encantamento pela
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# assim você é treinado para que até possa ter uma con&un1ão carnal, assim mesmo como o termo su!ere, uma coisa apenas de carnes se tocando, sem bele$a, sem poesia. -em nen"uma explosão de pra$eres er)ticos, sem nen"uma entre!a amorosa maior. -em nunca se derreter no Amor. -obretudo sem o Amor porque mesmo que você deixe todas as reli!i@es de lado e se&a um materialista que ac"a que est/ livre para se divertir no sexo 9 vontade você ainda ter/ sido treinado desde muito pequeno para ter muito medo do amor.
Pra$er e or #ste permitir é uma !rande entre!a que você pode viver com seu corpo. ; uma entre!a ao que vier, uma aceita1ão coniante, um ato de é. As reli!i@es alam de é, mas não costumam nos ensinar a viver a é em nossos corpos e assim n)s icamos c"eios de tensão apenas alando sobre é e lutando com n)s mesmos. N)s não aceitamos naturalmente o que sur!e de dentro de n)s porque não omos ensinados a ter é também com nossos corpos, com nosso ser completo. ; claro que todo tipo de experiência pode levar 9 entre!a, tanto o pra$er quanto a dor. Os ascetas tem escol"ido provocar a dor, mas não se pode 114
provocar muita dor, nem suport/%la por muito tempo sem provocar sérios danos ao corpo e em al!uns casos mesmo 9 sanidade mental. -e!uir por este camin"o é uma busca de não identiica1ão com o corpo para o despertar da consciência do esp6rito eterno. Contudo se o -er é muito mais do que o corpo e este é transit)rio, o -er completo o inclui também. Ne!ar o corpo não a&uda a ser completo. Ne!ar o corpo é ainda estar preso 9 separatividade, você est/ deixando o corpo de ora do que você acredita que é. Considero que é 0til aceitar a dor quando ela vem naturalmente e que isso desinla o e!o e a&uda a perceber onde "/ ri!ide$ e é necess/rio a mudan1a. A dor nos a&uda a questionar a n)s mesmos exatamente por ser tão di6cil de suportar. #la é um aviso. Neste mundo é inevit/vel experienciarmos dor. ; bom não u!irmos dela, mas também não é necess/rio provoc/%la nem exalt/%la. (uando ela vier aceite%a como um aprendi$ado, uma puriica1ão ou apenas como parte da vida. Aceite que "/ muita coisa na vida da qual você não tem controle e volte sua consciência para dentro de si. eixe que se&a uma inicia1ão e que a dor l"e ensine sobre você mesmo.
me remetem ao -a!rado e me vitali$am enquanto camin"os de disciplina e austeridade s) me deixam irritada e tensa. ; importante saber que camin"o unciona para você individualmente. #ntenda que não me reiro a excessos, nem ao tipo de pra$er que se usa para anestesiar a dor e evitar a consciência. alo do pra$er que brota do luxo natural de existir quando "/ uma permissão para a
Se+uaidade !eminina O sexo oi o aspecto da eusa mais violentamente reprimido. 5emos uma ima!em de eminino -a!rado no Ocidente com 'ãe 'aria, mas ela é considerada uma vir!em no sentido 6sico e não tem o mesmo status divino de seu il"o ou do pai de seu il"o. Não é uma eusa propriamente e não tem sexualidade. Cabe comentar que vir!em nos tempos anti!os si!niicava que al!uém é pleno de si mesmo, que conquistou a sua pr)pria Alma, ou se&a, que é um !rande iniciado. Nascer da vir!em si!niica dar nascimento ao Amor na pr)pria Alma, tornar%se um iluminado. 'ãe 'aria era certamente uma iniciada como su!ere a "ist)ria da visita do an&o mas não é isso que nos oi dito. oi ensinado que ela não tin"a sexualidade porque dese&aram nos a$er crer que isso não a$ia parte das coisas sa!radas. # que não "ouve sexo na concep1ão deste ser que nos oi dito que era muito mais sa!rado do que n)s, que era sem pecado. (ue triste ima!em de todos n)s que somos seres sexuais isto orma. # de n)s mul"eres sobretudo que icamos por milênios divididas entre dois papéis, santa ou puta. 'as nosso papel na verdade é sermos as santas prostitutas, as prostitutas sa!radas do Amor, como eram c"amadas as mul"eres s/bias dos tempos anti!os. #ssa separa1ão, como todas, também é artiicial.
As !uardiãs do o!o -a!rado 4ier)dulas ou vestais, assim eram c"amadas as -acerdotisas do Amor. Ainda "/ re!istros de sua existência em v/rias sociedades anti!as. Na -uméria, no #!ito, na Drécia, mesmo no 5emplo de Kerusalém pode ter "avido prostitutas sa!radas de um culto 9 eusa As"era". #stas -acerdotisas cuidavam de manter viva a conexão com a
A -acerdotisa é a iniciadora nos mistérios do Amor e deve condu$ir os iniciados e iniciadas por todas as etapas do despertar do Amor através das c=maras do 5emplo. A c=mara mais interna onde o o!o que nunca apa!a é mantido representa a consciência, onde "abita a ivindade. #m redor da c=mara do o!o da consciência "aviam c=maras onde as sacerdotisas eram treinadas nas artes do Amor e onde o rito do casamento sa!rado era celebrado com aqueles que as procuravam para acender o pr)prio o!o sa!rado. 7ma mul"er não se casava antes de aprender como levar o o!o sa!rado para o seu lar, um rei não !overnava sem casar%se com a 5erra através de -ua -acerdotisa que também un!iria seus pés para que se lembrasse que pisava sobre a 'ãe e devia prote1ão a todos os seus il"os. -e "ouvesse !uerra os "omens não retornavam 9 sociedade com a morte na Alma. #les deviam ser cuidados antes no 5emplo do Amor e recebidos nos bra1os da eusa por -uas -acerdotisas ap)s o dever sa!rado de prote!er idosos e crian1as. #les eram "onrados e recon"ecidos, amorosamente acol"idos de modo que não sentissem necessidade de levar a !uerra para dentro de seus lares. 'as a nossa sociedade não dese&a depor as armas. N)s estamos viciados em poder e luta. oi este dese&o de poder que e$ com que cada ve$ mais a usão amorosa, o êxtase de união com a ivindade, sabedoria da nature$a eminina da ivindade osse oculta e reservada apenas para as elites e que apenas a Kusti1a ivina, d/diva da nature$a 'asculina da ivindade osse exposta. 5udo isto e$ parte de uma estraté!ia de domina1ão social. Nada mais de sacralidade do pra$er. Nada mais de eusa do Amor. #m seu lu!ar violência e medo. Porque para manter o poder é preciso reprimir o pra$er, caso contr/rio viver6amos vidas livres e criativas, ale!res como uma esta de ioniso entremeada com saraus de Apolo. Jeprimidos em nossa capacidade para o pra$er somos mais obedientes e manipul/veis. Não é por acaso que se castram cavalos para a sela e bois para o arado. A castra1ão !era obediência. A ciência do Ocidente &/ escreveu lar!amente sobre o papel da repressão sexual para o estabelecimento da nossa neurose coletiva que se maniesta como poder, violência e acumula1ão, ter em ve$ de ser. -e ol"armos pela visão oriental não ser/ dierente. Ol"emos para a Gndia, com sua teoria dos c"a?ras, e encontraremos a mesma ideia. ; o c"a?ra b/sico, locali$ado no per6neo, respons/vel pela sexualidade e instintos de sobrevivência individual e coletivos, o c"a?ra respons/vel por alimentar ener!eticamente os demais. A6 est/ ?undalini, a serpente de ener!ia que sobe pela coluna de c"a?ras alimentando o sistema com vida, ener!ia, pra$er e espiritualidade. #sta rela1ão de espiritualidade com ?undalini é important6ssima. #la é a c"ave a que me reeri até a!ora.
um dia você se&a bon$in"o o suiciente, bem comportado o suiciente, e eus tra!a a elicidade a você. 'as você esperar/ e esperar/ e ela não vir/, porque você perdeu a c"ave e condenou a si mesmo e terminar/ acreditando que eus não existe e é tudo uma !rande piada de mau !osto e você não sabe o que est/ a$endo aqui nesta vida. Porque você não pode ac"ar eus ora de você, você s) pode ac"ar dentro. Iundalini é o pr)prio o!o da Presen1a de eus dentro de você. # você abriu mão dela, você disse a eus eu não quero toda esta vidaE, então o que espera a!ora, que eus o estupre* mica e que ritos sexuais ocupavam papel importante. 'atriocal não si!niica todo poder 9s mul"eres, não é um patriarcado de saias. Não podemos ter certe$a dos detal"es quando se ala de sociedades muito anti!as mas "/ ind6cios de ter "avido um compartil"amento do poder e um oco em valores emininos, uma lideran1a eminina. 5alve$ a lideran1a não precise esma!ar e suocar. Pode ter "avido experiências "umanas em que a lideran1a soube como a$er o ser "umano lorescer. Não sabemos com certe$a. K/ não temos re!istro disso. -) temos a lembran1a de viver em sociedades patriarcais, baseadas em modelos de euses exclusivamente masculinos, !uerreiros e punitivos. -ociedades que costumam ser violentas e desi!uais em que a pr/tica sexual costuma estar sob r6!ido controle. #sta ordem de coisas, os tabus sexuais, o poder exclusivamente masculino e piramidal, e tantas outras estruturas de poder oram por bastante tempo &ustiicadas como sendo parte da nature$a "umana. Ol"ares ideol)!icos interpretam os ac"ados da pré%"ist)ria como sendo ind6cios de uma coisa ou de outra, do poder masculino ou do poder eminino, porque ol"amos sempre para o que queremos ver. #u penso "o&e que não importa tanto e que nosso passado não necessariamente nos deine. (ue se "/ al!o que se pode di$er, com certe$a, sobre o ser "umano é que somos seres criativos. N)s nos reinventamos, n)s evolu6mos e nos transormamos. -e quisermos vidas de amor e i!ualdade, bem, acreditemos nisso e o criaremos. Porque ao contr/rio do poder sobre o outro que tem de ser constru6do, nosso poder de criar é intr6nseco a n)s, a$ parte de nossa "eran1a divina, o o!o 118
sa!rado de ?undalini que nos pertence como emana1@es de eus. 3embre%se de que é dito que somos il"os de eus e um il"o participa da nature$a de seus pais. #ntão se eus é o criador supremo n)s também criamos. Criamos nosso pr)prio mundo se!undo nossas cren1as e valores e temos criado se!undo uma !rande separa1ão. 'as podemos escol"er criar se!undo a !rande 7nidade de todas as coisas que é a nossa Nature$a de Amor. :sso passa por escol"ermos novas lentes para ol"ar a ivindade e a n)s mesmos.
Criando em +ele$a As reli!iosidades que recon"ecem a ivindade em seu aspecto imanente são c"amadas pa!ãs onde pa!anus si!niica o que é li!ado 9 5erra, e veem a cria1ão como a maniesta1ão imanente da ivindade, parte do -eu corpo. Portanto tudo que é da 5erra, nosso lar na cria1ão, é sa!rado. Não "/ despre$o pelos pra$eres da terra. -ão reli!i@es do erotismo em que o pra$er é vivenciado como onte de transcendência. +ruxaria, que oi min"a porta de entrada para os 'istérios, é uma reli!ião pa!ã. 5oda a celebra1ão dos 'istérios deriva desta ideia pa!ã de que a ivindade est/ presente em n)s. -omos deuses como di$ia eos"ua. K/ somos o +uda diria o budismo. -omos um casamento entre o Céu e a 5erra diria o taoismo, sem "ierarquia de import=ncia entre o Céu e a 5erra. #m todas essas vis@es somos parte de uma Drande 5eia viva e consciente em que 5udo é interli!ado, uma Drande 'andala em que o 'istério da meno da maniesta1ão. ; bom alar do primeiro princ6pio "ermético para entender a necessidade primordial do trabal"o das -acerdotisas de !uardar a visão da +ele$a sobre a nossa pr)pria Nature$a. Nossa visão deine a nossa realidade. O 5odo é menteE% O ?aiballion. . 'entalismo ou a maniesta1ão das aparências do mundo pela consciênciaL A intera1ão das consciências cria toda maniesta1ão.
mente enoca. 'aniesta1ão é a aparência criada pelas pro&e1@es das consciências umas sobre as outras. Cada consciência é uma esera de inluência. As intera1@es entre consciências ains umas com as outras criam espa1os ener!éticos em orma de vesica piscis, onde a maniesta1ão acontece pela or1a ener!ética da pro&e1ão de uma na outra, nada mais que um espel"amento mental.
e onde vem um s/bio consel"o "ermético "o&e bastante comentado como 3ei da Atra1ão. oque a sua mente naquilo que dese&a maniestar. +uscamos sempre a elicidade ora quando ela est/ dentro de n)s, nas lentes que colocamos em nossos ol"os com as quais deinimos nosso mundo. O ser "umano é capa$ tanto de criar uma vida conort/vel em situa1@es adversas quanto de transormar um para6so num inerno. nicas dentro de n)s. :sso é i!ualmente verdadeiro para os sons que ouvimos e para os pensamentos que cultivamos. ; bom que nossa maneira de pensar sobre n)s e sobre o mundo crie um belo quadro sobre a existência para contemplarmos, c"eio de poesia e encantamento. #ste é o material com que maniestaremos nosso mundo. evemos escol"er com cuidado os nossos mitos. O mito é um sistema simb)lico de interpreta1ão da realidade. (ualquer cren1a é um mito, uma certa interpreta1ão de dados. Per!unte a um 6sico qu=ntico sobre o ator determinante do observador sobre a experiência. Pensamento, visão e audi1ão são un1@es com que impressionamos e alimentamos nossa consciência intuitiva. -e a alimentamos com ima!ens, pensamentos e sons "arm>nicos, de +ele$a, a$emos com que vibre
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"armonicamente e ressoe no sétimo c"a?ra, onde podemos experimentar a consciência da 7nidade, a união com a ivina presen1a em n)s. Nada vibra mais proundamente em +ele$a "arm>nica do que o Amor. Naturalmente é preciso compreender a nature$a do Amor. oi%nos ensinado que Amor é dor, sacri6cio, ren0ncia, ne!ar a n)s mesmos. e orma que todos consideram que se&a al!o muito nobre, mas, no undo, nin!uém o dese&a de ato. eli$menteF Porque esta não é a nature$a do Amor. Não se pode amar ne!ando coisa al!uma porque Amor é aceita1ão e entre!a. ala%se em morte do e!o e acredita%se que se&a poss6vel abandon/%lo em prol da compaixão com pr/ticas de disciplina e austeridade. Per!unto%me se a ivindade criaria al!o sem un1ão que precis/ssemos matar em n)s. Não temos visto os mosteiros se transormarem em pequenos inernos onde aqueles que tentam assassinar seus e!os se di!ladiam uns contra os outros* Não, o amor não pode nascer a )rcepsF #le nasce da liberdade, e esta é conquistada no e!oF (uando ele nasce o e!o se dilui naturalmente cada ve$ mais e perde import=ncia porque estamos amando, pensar no outro se torna naturalF -e não tivéssemos necessitado aprender sobre a individualidade a ivindade teria eito com que camin"/ssemos por este camin"o* Claro que abusamos disto, temos abusado de tudo que nos oi dado, simplesmente porque somos imaturos, adolescentes espirituais, ainda concluindo a vivência do terceiro c"a?ra do individualismo em que devemos romper com as estruturas e criar nosso pr)prio mundo. 4/ uma correspondência entre o desenvolvimento de uma pessoa e o desenvolvimento da "umanidade. 7ma crian1a se desenvolve em ciclos de sete anos em que ela tem um dos sete c"a?ras mais ativo do que os outros. (uando nasce ela vai passar os sete primeiros anos aprendendo sobre a sobrevivência e se encarnando plenamente em seu corpo. #la ainda est/ em intimidade muito estreita com sua 'ãe, ainda est/ em 7nidade com seu corpo. #ste é o primeiro c"a?ra. os sete aos quator$e anos ela descobre a dualidade e o outro, o pai e o limite, as ami$ades, a escola, um eu separado come1a a sur!ir, é uma ase de encantamento e de contos de adas. O terceiro ciclo, dos quator$e aos vinte e um, é a desassosse!ada ase da adolescência. #la quer romper com pai e mãe, testar os limites e criar um mundo pr)prio e valores pr)prios. #la ac"a que pode tudo e que vai mudar o mundo. # são realmente os &ovens dessa idade que tra$em as mudan1as sociais, depois se acomodam. #sta tem sido a nossa ase de aprendi$ado coletivo. Jompemos com a ideia de euses controladores ora de n)s, questionamos os tabus sexuais e as reli!i@es do!m/ticas, derrubamos as monarquias e as ditaduras, destru6mos os privilé!ios de nascimento da nobre$a, airmamos nosso direito 9 liberdade de expressão e inorma1ão. Criamos a internet para nos comunicarmos uns com os outros. Por al!um tempo não acreditamos em mais nada exceto em n)s mesmos, em nosso pr)prio poder. :sso tudo oi importanteF Como pod6amos estar preparados para saber que somos euses se não tivéssemos tomado o poder de nossas vidas* 'as a ase adulta c"e!a. O poder cobra responsabilidade. #stamos come1ando a perceber que temos usado mal o poder que nos pertence. O quarto per6odo dos vinte e um aos vinte e oito anos é a "ora de aprender a usar a liberdade para a$er escol"as 121
com o cora1ão. ; quando a maioria das pessoas encontra uma proissão, um relacionamento mais sério e come1a a aprender sobre o Amor. #sta é uma ase muito especial do desenvolvimento pessoal e coletivo. ; a ase do casamento e do Amor e de encontrar a sa!rada capacidade de a$er escol"as no cora1ão. 5udo que oi destru6do na ase anterior pode ser reconstru6do a!ora, a partir da nossa ivindade interna onde podemos estar pereitamente alin"ados 9 nossa verdade. Podemos come1ar a compreender e estar em contato com a Presen1a da ivindade dentro de n)s, o nosso -er Pereito.
O -er Pereito A ivindade é tanto eminina quanto 'asculina, tendo as duas nature$as em pereito equil6brio o que A a$ tanto nutridora quanto protetora. Nen"um dos papéis é mais anti!o, sublime ou importante e ambos estariam desequilibrados um sem o outro. #m seu princ6pio eterno a ivindade é 7na, pereitamente andr)!ina, mas maniesta%se em 'ãe e Pai para que o movimento possa existir pela copula1ão de seus princ6pios. (uando a$emos Amor a 'ãe e o Pai a$em Amor conosco movendo a ener!ia ivina cocriadora que permite a cria1ão de uma nova vida e de uma nova consciência. #nxer!ar a 'ãe e o Pai em nossos corpos e intencionar acender o o!o sa!rado convida o Amor ao nosso leito e ao nosso 5emplo interno do cora1ão. O Amor é a ener!ia emanada da essência 7na e uniicadora da ivindade. O Amor enxer!a 5udo com ol"os de bele$a e 7nidade e permite que a cura aconte1a. -a0de é nosso estado natural de 7nidade com n)s mesmos, com a 5eia da
Magia Sexual 7ma deini1ão corrente é que 'a!ia é transormar a realidade se!undo a vontadeE. Pode ser uma boa deini1ão desde que se entenda que estamos alando da realidade maniesta, da aparência de realidade e não da essência eterna das coisas. A realidade aparente é, na verdade, sempre moldada pela vontade, n)s &/ a$emos isso o tempo todo apenas não temos consciência. #ntão ma!ia é a$er isso conscientemente. Aprender a direcionar a nossa mente e a nossa ener!ia com inten1ão para criar o que dese&amos. Criamos muitas maniesta1@es com nossas mentes, mas normalmente não temos oco então nossas cria1@es aparecem na orma de conusão e coisas conlitantes em nossas vidas. #ntão a um certo momento come1amos a perceber que estamos criando e tratamos de aprender a a$er isto conscientemente. (ueremos entender este processo, esta ma!ia que é sermos capa$es de criar. Passamos a nos interessar por ma!ia e pelas nossas capacidades ditas ocultas. #sta palavra, ma!ia, sore muito preconceito porque você lo!o pensa em pessoas em busca de poder manipulando as coisas em proveito pr)prio. e 123
certa orma isto é verdade. (uem busca a ma!ia est/ mesmo em busca de poder. 'as de que tipo de poder* Pode "aver respostas tão diversas quanto são diversos os seres "umanos. -e você ac"a que ma!ia é al!o assustador você tem ra$ão. ; sempre arriscado assumir o pr)prio poder porque então você ser/ totalmente respons/vel pelo que i$er dele. Não é um camin"o para esp6ritos inantis. 'as se você ac"a que a ma!ia é al!o ascinante você também tem ra$ão. nia atentando sempre ao prop)sito a que os destina. Porque 9 media em que percorre o Camin"o você ter/ que a$er uma escol"a.
O universo é m/!ico, o autocon"ecimento e o autodom6nio são a Drande Obra da ma!ia. 'as sim, você pode a$er al!um eiti1o, pode direcionar uma coisa ou outra na vida pr/tica. 'as muito cuidado com isso. O e!o sempre quer direcionar, quer controlar tudo e pode ac"ar motivos para &ustiicar toda a sua necessidade de controle. 'as quanto mais tentar direcionar e controlar mais estar/ se aastando da entre!a que você precisa para avan1ar no 'istério. #ntão ten"a muita parcim>nia e critério. -e i$er um eiti1o se&a absolutamente espec6ico no que pretende materiali$ar mas pense bem antes de decidir materiali$ar al!o. eixe espa1o para ser !uiado pelo 'istério. evo di$er que a ener!ia sexual é a mais poderosa para materiali$ar qualquer coisa porque é a or1a da cria1ão, materiali$adora de universos.
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A ener!ia sexual é a or1a capa$ de !erar vida em n)s. 5anto a sa!rada possibilidade de dar in6cio a outra vida quanto a i!ualmente sa!rada capacidade de sentir vida, or1a, ale!ria e Amor em n)s mesmos. ; o cerne de toda ma!ia, é a or1a que anima nossos corpos e nos d/ poder. ; preciso liber/%la e aprender a us/%la se queremos tomar posse de nossas vidas e de nosso poder pessoal. -obretudo se queremos c"e!ar a uma comun"ão mais prounda com a Nature$a da
Drande Jito A ideia no Drande Jito é ocar a consciência no Amor e no Pra$er, expandir%se a ponto de sentir que nos tornamos o pr)prio Amor, que dilu6mos nosso ser no 5odo, em um êxtase de comun"ão. Comun"ão com o parceiro, conosco e com o universo. Comun"ão, por im, com a ivindade e o mais sublime dos poderes que #la nos concede, o poder de criar a vida, tanto a de nossos il"os como a nossa. Poder de a$ermos com que a nossa ener!ia este&a livre e dispon6vel para criar nossa realidade como dese&armos, em liberdade. 3iberdade para a comun"ão com o Amor que mantém a teia da
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No Drande Jito procuramos nos render ao Amor e nos tornar o Amor. ; uma celebra1ão de n0pcias. A orma tradicional é através do Amor -a!rado entre um casal que busca se tornar o Amor através do ato de amor. A eusa na mul"er se casa com o eus no "omem, ambos estão em busca de se tornar o -er Pereito, a Pura Nature$a do Amor, então o eus na mul"er também se casa com a eusa no "omem e ambos podem perceber que são andr)!inos. ; por esta busca da andro!inia que o "omem deixa que a mul"er tome a iniciativa. O "omem convencional est/ muito identiicado com seu papel masculino e com seus impulsos masculinos que o devoram muito r/pido e o consomem então ele quer consumir a mul"er como um ob&eto e terminar tudo muito r/pido. O o!o do "omem est/ nos !enitais então o encontro !enital para ele tende a ser uma coisa r/pida. #le tem o!o nos test6culos e /!ua no cora1ão. #le é r/pido para o sexo e lento para o cora1ão. A mul"er é o contr/rio, ele tem /!ua no sexo, ela é lunar a6 e por isso san!ra com a lua. #ntão ela é lenta no sexo, ela entra no sexo deva!ar. -eu o!o est/ no cora1ão então ela é r/pida no cora1ão, é quente e apaixonada em Amar. 'as o Drande Jito é um encontro com a andro!inia, com o "omem que est/ dentro da mul"er e com a mul"er que est/ dentro do "omem, então o "omem deixa que a mul"er ten"a o o!o e que ela tome a iniciativa no sexo. A mul"er deixa que o "omem a envolva no sentimento dele em lu!ar de buscar absorvê% lo no dela. O "omem entre!a 9 mul"er a condu1ão do sexo e a envolve com o cora1ão. Assim o "omem descansa no sexo da mul"er e a mul"er descansa no cora1ão do "omem e isto é uma !rande medita1ão e uma !rande troca de ener!ia que não se parece em nada com a busca renética de or!asmo que é a masturba1ão m0tua da orma convencional de a$er sexo. #ste é um !rande receber amoroso que d/ espa1o e verdadeiramente est/ ali para o outro. # se você est/ ali conscientemente presente, respirando e recebendo amorosamente aquele ser lo!o você se dissolve, você deixa seu e!o escapulir e então você não est/ mais fazendo amor com al!uém, você é o Amor e não "/ mais você e um outro, apenas o ser, apenas o Amor e você pode nem mesmo sentir mais a ronteira entre a sua pele e a do outro, não "/ mais ronteira.
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5ambém é mel"or celebrar o !rande rito mer!ul"ando uma ada!a num c/lice de vin"o e us/%la para aben1oar pães como se a$ em rituais p0blicos de bruxaria do que não celebrar. A ada!a é seu aspecto penetrante, mental, e o c/lice é seu aspecto receptivo.
Consel"os de -"iva sobre o Amor -"iva tem sido uma presen1a espiritual constante para mim "/ muitos anos. alou%me sobre muitas coisas. -obre dan1a e desape!o, sobre medita1ão e sobre o Amor. Considero que ele deve ser ouvido com muita aten1ão quando se ala de Amor, que é o 'estre dos 'estres. Aqui e ali escrevi al!umas coisas inspiradas por ele de modo que deixarei que ele e sua consorte alem por si mesmos sobre a atitude dese&/vel para o Amor -a!rado.
Pre%ara-te %ara o encontro com o outro encontrando-te a ti mesmo. 7oca o teu cor%o com o mesmo carinho ,ue o#erecer&s a teu mais doce amante. E+%ora-te e descobre tuas re(iGes sensveis e ,ue maneiras de tocar as des%ertam. A%rende a evar-se ao 5+tase e %ratica-o. Comunica-te consi(o o#erecendo aceitação a como e ,uem reamente s. A ,ua,uer u(ar e ,ua,uer encontro s* %oder&s ir a %artir da tua verdade. Cutiva os teus momentos de dar-se %ra2er: mesmo ,uando tenhas um %ar com ,uem %artihar o %ra2er. 0enhum dos dois substitui o outro e ambos se #ortaecem mutuamente. Se amas a ti mesmo ter&s mais amor a com%artihar com o outro e se com%artihas o amor com o outro sentir&s mais amor %or ti mesmo. 7ocar-se #a2er amor consi(o e isso necess&rio. !a2er amor com a(um com%artihar o amor e isso tambm necess&rio. 'eveis amar a todas as %essoas incusive a ti mesmo. !a2er amor não a Dnica #orma de amar: a%enas a mais ntima. 7ocar não a Dnica #orma de %resentear: a%enas a mais %ro#unda. 'oar: a(radar: acariciar: tocar: são movimentos instintivos do amor ,ue busca %enetrar o es%aço do outro e dei+ar-se %enetrar %or ee. Amar #undir-se e criar a(o como uma terceira entidade: o reacionamento: ,ue %or si s* aimenta e vibraciona a ener(ia de dois sistemas. )m mais um sendo mais ,ue dois. Assim se %odes dar-se amor: %oari2as a ti mesmo: s o amante e o amado e en,uanto intera(em os dois: crias em ti a coisa terceira: de vibração su%erior: o Amor. Então ,uando estais %rontos em teu autoconhecimento e o encontro a dois acontece toma a tua amante sa(rada: acohe-a no re(aço do teu coo: aninha teu se+o a%enas de encontro ao %Dbis da amada. 3eia-a com ternura e %ermitam ,ue suas mãos %ercorram 128
a couna um do outro: desde as orehas at o c*cci+: acarinhando %ara bai+o en,uanto as n(uas se encontram. /es%irem untos neste %rimeiro reconhecimento da vitaidade um do outro. 'ei+em os coraçGes e os h&itos se harmoni2arem antes ,ue os se+os se acordem. 0ão tenham %ressa em in#amar o deseo. "ais im%ortante ,ue a %enetração o des%ertar dos sentidos %or inteiro e envov5-os na troca do ohar e do coração. Antes de tocar o outro as%ire-o e então so%re-o: abençoando cada %arte %e,uenina com seu Amor e seu h&ito divino. 'a mesma maneira em se(uida to,ue insu#ando vida e amor: %rimeiro nos contornos do cor%o de seu %ar. 'ei+e o deseo crescer en,uanto se demora a che(ar Bs &reas de intimidades. 'ei+e seus &bios e+%erimentarem os sabores diversos ,ue tem o outro e entre(uem-se %ara serem conhecidos da mesma #orma. Permitam-se estar entre(ues e im*veis en,uanto são e+%orados. 'ei+em ,ue o amor: o deseo e a con#iança os des%ertem e %ossuam. Aternem entre a%enas oharem-se e a%enas tocarem de ohos vendados. R medida ,ue o deseo cresce %ermitam-se a e+%oração da oni e do in(am. Esta demanda e+%oração mais detahada e atenção ao seu botão de %roa: o cit*ris. E+%orem di#erentes #ormas de tocar e as reaçGes do amado a eas. Conversem sobre o ,ue sentem e o ,ue (ostam: mas não s* com as %aavras. ?oc5s estão e+ercitando as mDti%as maneiras da comunicação amorosa. 'ei+e ,ue sua 'eusa sinai2e o momento da #usão mais ntima. 0ão h& re(ras %ara o amor: sobretudo ,uando o Amor toma %osse dos Amantes e este o obetivo. Para isto costuma ser dese&ve ,ue a oni tome %osse do in(am en(oindo-o aos %oucos e a%reciando-o em contraçGes rtmicas ,ue muito estimuam a shati e o shiva. A%enas ,uando ea se d& %or satis#eita do reconhecimento ee inicia movimentos ,ue se austam ao ritmo dea. F& haver& muita ener(ia de #usão neste momento. Se %uderem se demorar um %ouco mais e brincar com os ritmos do movimento e da res%iração en,uanto massa(eiam a couna um do outro: desta ve2 %ara cima: os e#eitos da #usão or(&stica mais %ro#unda inundarão seus centros vitais com 5+tase. Contudo não se %reocu%em se isto não #or #&ci a %rinc%io. 0ormamente os centros vitais estão bo,ueados de incio e não su%ortam conter muita ener(ia. 'ei+em ,ue o Amor os ibere %ara conter mais a cada encontro. 0ão tenham %ressa. 0ão se %reocu%em tambm se acontecer uma catarse de im%e2a a%*s essa iberação. Entendam ,ue o Amor os est& curando e %ermitam ,ue a dor ,ue est& saindo a%enas %asse em ve2 de %roet&-a sobre o %arceiro ,ue audou na iberação. Acaente seu %arceiro en,uanto ee chora sua dor. 0ada disso tem muita im%ort8ncia. O Amor curar& a dor B medida ,ue sua chama cutivada. Se%arem-se entamente a%*s o 5+tase: tão entamente ,uanto tiverem se a%ro+imado %ara ,ue o Amor sea corretamente inte(rado a voc5s. Evitem cho,ues de ru%tura ener(tica. 7enham a(o a(rad&ve %ara dar de comer e beber ao outro %r*+imo ao eito en,uanto se acariciam a%*s o amor. Cuidem de ter momentos individuais e uma vida %r*%ria com tanto cuidado como cuidam de aimentar a chama do amor. Isto os manter& aimentados de mistrio e %ermitir& ,ue a troca continue viva. O obetivo não tornar-se um com o outro e sim com o Amor. ?oc5s não estão se aimentando um do outro e sim servindo untos ao Amor em um sacerd*cio com%artihado. A%enas assim o Amor crescer& em u(ar de consumir-se: de e+tin(uir-se em #o(os moment8neos de %ai+ão. Shiva e Parvati
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Abstinência ou Amor 4/ muita conusão sobre o uso mais adequado da ener!ia sexual para a ascensão de ?undalini pela coluna de c"a?ras. 'uitos creem que é preciso preservar a ener!ia de ?undalini evitando utili$/%la nos primeiros c"a?ras e enviando%a toda para o sexto e sétimo c"a?ras como se ela existisse em quantidade limitada dentro de n)s. :sso parte de uma premissa alsa e constitui um !rande peri!o para os buscadores. A premissa alsa é que a ener!ia dispon6vel a n)s em ?undalini se&a limitada. #sta ener!ia vem da ivindade, e a ener!ia da ivindade é ilimitada. 3imitada é apenas nossa capacidade de receber esta ener!ia, e limitada apenas de acordo com nossa capacidade de amar, ou se&a, a$er bom uso dela. -e constatarmos que não temos ainda suiciente amor para que a ivindade nos preenc"a com ener!ia abundante para ban"ar%nos desde a base até o vértice de nossa pir=mide seria s/bio usarmos de atal"os para envi/%la ao topo mesmo assim* #xplicitando um pouco mais a divindade nos dotou com este o!o sa!rado de cocriadores de realidades em nossa base e com capacidade de pra$er além da procria1ão exatamente para que cri/ssemos. Para que cri/ssemos em cada um dos n6veis de expressão da coluna de c"a?ras. e v6nculo com a 5erra a v6nculo com o céu, mas tudo equilibrado desde o nosso centro, o que administra os v6nculos, o Amor. Amor é exatamente v6nculo, união, não pode "aver Amor em separatividade. (uando se ala em abstinência como camin"o Se não me reiro aqui em per6odos de abstinência e solidão para o autocon"ecimento, o que é 0til e pode ser necess/rio de tempos em temposT se est/ ne!ando a li!a1ão com a 5erra e com o pra$er, portanto ne!ando a essência do amor%li!a1ão, na base da pir=mide e da coluna de c"a?ras. -e não "/ Amor na base como ele poderia subir até o topo* -em Amor como poderia nascer a +ele$a* Não poderia. Ou1o muito alar em não deitar a preciosa e sa!rada pérola de ?undalini 9 5erra ou 9s paix@es, como se a 5erra e a paixão%leia%se pra$er%ossem menos sa!radas. +em isto é exatamente a separatividade na base da pir=mide. 5rata% se de retirar ener!ia da base da pir=mide e or1ar sua subida para inundar os c"a?ras%céu. #ste pode ser um modo r/pido de c"e!ar 9 loucura. A "umanidade est/ mesmo enlouquecida por estas expectativas de uma santidade separativa em rela1ão 9 Nature$a vital e instintiva do -er. Al!uns seres que avan1am neste camin"o conse!uem mesmo certos poderes mentais &unto a uma ri!ide$ bastante neur)tica que pode até c"e!ar 9 loucura. Na verdade isto a$ com que a ener!ia que deveria prover aprendi$ado e puriica1ão nos c"a?ras de base suba para a cabe1aE alo&ando%se no sexto c"a?ra e levando esta puriica1ão a acontecer no n6vel mental. :sto amea1a a sanidade mental do indiv6duo e pode lev/%lo a abrir os portais da terceira visão para contactar com entidades e miasmas de baixo padrão vibrat)rio, ains com a puriica1ão que ainda deve processar. requentemente este estado de coisas leva a sentimentos persecut)rios pois o indiv6duo não compreende a ra$ão de sua ainidade com estas ener!ias, ainidade nascida do medo e desamor a si mesmo. # quanto maior a tensão de suprimir os dese&os maior a consequência
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persecut)ria pois o individuo pro&eta a tensão interna em ontes exteriores de tenta1ão e impure$aE. :sto não é a ilumina1ãoF 7m iluminado est/ totalmente 9 vontade consi!o mesmo, totalmente relaxado e conort/vel com sua nature$a. #le pode ser amoroso para com todos a partir do Amor com que acol"e a si mesmo. #le est/ em pa$ consi!o e não em luta. N)s estamos sempre em luta com n)s mesmos então não entendemos como o iluminado pode estar em pa$. Como ele pode ter encontrado esta autoaceita1ão tão !rande* Por que porta estreita da consciência ele entrou* Para explicar isto eu preciso explicar o sentido da pir=mide e a ale!oria da porta estreita. Porque alo em pir=mide ao alar de ?undalini* Porque a pir=mide é a !eometria sa!rada da estabilidade e se!uran1a. entro dela a vibra1ão é naturalmente elevada de orma sadia, nen"uma ne!atividade subsiste, nada de!enera e cada de!rau da coluna de c"a?ras é acessado naturalmente. A ener!ia sobe com acilidade desde a base até o vértice. Contudo vale observar que a base é muito maior do que o vértice. O vértice é este ponto estreito, esta porta estreita da consciência que é sustentada pela base. A pir=mide é como uma onte, din=mica, porém em pereito equil6brio. (ualquer diminui1ão na ener!ia da base comprometer/ este equil6brio, alterar/ seu centro de !ravidade. Centro é Amor, lembram* #is porque tentar or1ar a subida de ?undalini através de abstinência ou outros meios que retirem ener!ia da base é realmente peri!oso e pode causar loucura em maior ou menor !rau dependendo do sucesso de tais exerc6cios. A pessoa torna%se uma constru1ão sem base, o que atalmente torna%se inst/vel, desequilibrado e sem bele$a, pois bele$a é "armonia. esconie de qualquer proessor espiritual que não ten"a bril"o no ol"ar e um sorriso que irradie +ele$a. Como o nome di$, um iluminado bril"a, ele est/ c"eio de Amor pela
exercitamos isso de repente não corresponde mais porque pensamos que ele retirou o luxo de amor de n)s. 5ambém não é assim. Apenas n)s ao nos sentirmos abandonados ec"amos a porta que t6n"amos aberto ao coniar e dessa orma n)s mesmos ec"amos o nosso luxo de amor. Para sair desta armadil"a do nosso padrão de possessividade nas rela1@es, desta dependência do outro é que são 0teis per6odos de solidão. -e conse!uirmos enrentar seriamente a autopiedade inicial que pode sur!ir com a solidão podemos c"e!ar a perceber que o Amor é uma ener!ia presente na Nature$a de nossos cora1@es e somos n)s mesmos que abrimos e ec"amos o portal para ela. N)s nos abrimos através da conian1a que permite a entre!a. A ivina Consciência espera a nossa entre!a para tomar%nos. A entre!a é o convite que nos a$emos, vem, estou pronta, possua%me. Al!uém conceberia uma divindade que estupra* #star consi!o é um exerc6cio desta entre!a 9 ivina Presen1a que é nossa Nature$a Jeal. :sto nos permite estar inteiros com os outros de orma que nosso amor se&a pleno e incondicional. Porque é nosso, é para a nossa plenitude, e ao se derramar sobre o outro o a$ porque esta é a nature$a do Amor. Amor é ben1ão e ben1ão que não se d/ torna%se um peso e rapidamente uma maldi1ão. Não a$ sentido amar so$in"o dento de uma caverna ou eremitério. A caverna s) a$ sentido para ol"ar bem dentro de si em busca do Amor. 7ma ve$ encontrado, o Amor quer se dar em plenitude. # que bom saber que a Presen1a nos preenc"e de Amor e que não precisamos esperar que al!uém o a1a. # que a Presen1a tampouco &ul!a se merecemos, apenas espera que A convidemos sinceramente. Assim é. ; uma !rande dan1a que acontece, ol"amos para o Amor em n)s e em se!uida compartil"amos com o outro, de novo para n)s, de novo para o outro, até a 7nidade onde não "/ mais eu e outro. ; este camin"o, de dan1ar com o Amor, e cultiv/%lo com nossos corpos, nosso pra$er, nossa vontade, nosso cora1ão, nossa mente, nossa é, é o camin"o natural para usarmos lentes de +ele$a em nossos ol"os que enxer!arão e criarão um mundo iluminado. :sto é a ivina Presen1a na consciência, naturalmente elevada ao 5opo da pir=mide. #ste é um bom camin"o.
O Graal e o Amor na tradição do Ocidente . O Camin"o do Draal O Draal sur!e nos textos da idade média, inicialmente descrito como uma terrina e mais tarde como um c/lice. #m qualquer caso é um recipiente para l6quidos, uma retomada do s6mbolo do caldeirão da eusa. O C/lice, assim como o caldeirão, é um s6mbolo da eusa e de suas /!uas primordiais, dos espa1os receptivos e emininos do -er, a vulva, o 0tero e o cora1ão, com seus poderes de criar vida, amor e pra$er . 7m dos maiores s6mbolos de poder da eusa, ele é tanto o eminino e seu ventre 0mido, pleno
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de !o$o e ertilidade, quanto a união do eminino e do 'asculino, porque o Amor e a concilia1ão são dons do eminino. Draal portanto se reere a receptividade e eminilidade, mas não é s) um ob&eto 6sico. Não se trata apenas de um c/lice a ser usado como instrumento m/!ico em rituais nem de um c/lice com poderes especiais porque teria pertencido a eos"ua. O Draal se reere a uma atitude interna que permite a experiência direta do -a!rado. O Draal é uma rendi1ão do e!o. O e!o deve render%se 9 ivina Presen1a assim como o !uerreiro 'arte se rende aos abra1os de <ênus . O Draal é vivenciado com um estado de entre!a amorosa que permite o despertar divino do cora1ão onde todas as polaridades são reconciliadas e undidas no Ouro -olar alqu6mico, a 3u$ dourada amorosa que espera para ser desperta dentro de n)s. (uando esta usão amorosa principia sentimos de ato que o -ol come1a a bril"ar de dentro para ora de n)s, com o o!o de um êxtase que bril"a dentro das /!uas da alma sem apa!ar. 7ma lu$ c/lida que bril"a de dentro para ora com o luxo de um Amor !ratuito que não necessita de motivo para existir, é pura bem%aventuran1a. #ste é o ouro espiritual do -ol interior, o ouro da consciência, ob&etivo de toda busca pelo Draal. Assim sendo, como c/lice de Cristo, o Draal representa o estado do cora1ão de Cristo a ser reali$ado por todos n)s como resultado de nossas pr)prias n0pcias alqu6micas. Como instrumento ritual é o s6mbolo do camin"o a ser percorrido para a reali$a1ão destas n0pcias e de sua porta de entrada, o sexo e o 0tero da mul"er e da eusa, o cora1ão de cada ser, sa!radas aberturas para o Amor -a!rado. O c/lice c"eio de vin"o, representando o l6quido da vida, é casado ritualmente com o pun"al, s6mbolo do poder ertili$ador e penetrante. O pun"al representa o alo do "omem e do eus mas também representa o poder de oco da mente e o direcionamento da a1ão. Com um ol"ar mais proundo c/lice e l=mina são poderes andr)!inos presentes no 'asculino e no eminino. A1ão e receptividade, mente e consciência. (uando os unimos estamos celebrando a 7nidade de nossa pr)pria nature$a. #m nosso modo de vida ocidental costumamos viver apenas através da mente e a!ir de orma muito pouco eica$ e por ve$es violenta. 3utamos todo o tempo sem necessidade obtendo muito pouco resultado. Aprender receptividade e entre!a permite um estado relaxado onde se pode identiicar a "ora e a dire1ão exatas em que usar nossas or1as e a medida exata de or1a a ser empre!ada. Por outro lado saber direcionar as ener!ias para a a1ão exata e necess/ria permite uma !rande autoconian1a e uma maior entre!a 9 !uian1a da percep1ão interior. O cavaleiro do Draal é um "omem em prounda conexão com seu eminino interior, cu&a a1ão é sempre "onrada e orientada para o bem de todos. #le pode ser um !uerreiro sem ser violento, &amais usar/ or1a desnecess/ria. Não é escravo das emo1@es. 4onra acima de tudo a sua ama, seu eminino que o !uia. A ama do Draal é uma mul"er orte, em prounda conexão com seu poder pessoal e com sua capacidade de direcion/%lo. #la est/ de posse de seu masculino interior e de sua espada espiritual. -abe que é uma !uia para os 'istérios. Na mul"er a espada é sutil e o c/lice é aparente e no "omem a espada é aparente e o c/lice é sutil. (uando se amam as ener!ias do que é 6sico em um despertam o que é sutil no outro. O "omem busca a eusa e seu pr)prio c/lice na mul"er e a mul"er busca o eus e sua pr)pria espada no 133
"omem. #nxer!am o sa!rado um no outro e em si mesmos para encontrar a 7nidade
7ornando-se o 4raa #vocar esta consciência na união sexual é um rito muito poderoso porque é a ener!ia sexual que desperta o luxo de ener!ia de todos os c"a?ras e permite a ascensão de ?undalini através da coluna. Para experienciar unidade com o universo e com a ivindade precisamos estar em unidade com nossa coluna de c"a?ras, ou se&a, todos devem estar desbloqueados, vitali$ados e inte!rados. Não se trata de enviar toda a ener!ia do b/sico para os c"a?ras superiores como &/ dissemos. Não se trata de abrir mão da sexualidade pela espiritualidade. 4o&e se conunde bastante sexo com vul!aridade mas ainda é mais sadio para o corpo e a alma viver uma sexualidade vul!ar do que nen"uma. Contudo é incompleto e imaturo e ruto de uma educa1ão que nos deixou em prounda separatividade e i!nor=ncia. As reli!i@es tem nos ensinado a reprimir o sexo, embora conservem o Drande Jito para suas elites, e que casamento é al!o que serve para ter e criar il"os. #m sua busca por liberdade os &ovens atuais rompem com essas reli!i@es, o que é sadio naturalmente, mas icam sem reerenciais de relacionamento e espiritualidade. #spiritualidade e relacionamento não deveriam servir para restrin!ir, mas para enriquecer a vida. Não são incompat6veis com a liberdade em sua essência. Naturalmente temos necessidade de escol"as e compromissos, mas escol"er com o cora1ão é a verdadeira liberdade. A verdadeira espiritualidade é um casamento com a ivindade e não com qualquer do!ma, embora a&ude pertencer a uma e!ré!ora. # o verdadeiro casamento é sadio para os il"os, mas tem como ob&etivo na verdade permitir a intimidade de duas Almas em um camin"o compartil"ado em dire1ão ao Draal. 'as não nos oi ensinado nada sobre o Draal e sobre este n6vel mais proundo de troca entre um casal. -em o sa!rado o encantamento da sexualidade entre um casal rapidamente se es!ota. A paixão vai embora e não sabemos mais o que buscar, o que se pode criar ali, como ir além das pro&e1@es do e!o neste ponto. Não sabemos nada sobre como criar um relacionamento com o outro e com n)s mesmos. Não nos oi ensinado nada sobre o poder criativo de nossa sexualidade e por nossa educa1ão estamos muito ansiosos para nos permitir experimentar. Para viver o Draal n)s precisamos ir além disto. A ener!ia sexual é este imenso poder que nos oi concedido para que cri/ssemos em v/rios n6veis. -obrevivência, il"os, sexo no primeiro c"a?ra. Ale!ria, o pra$er de viver, sensualidade, abund=ncia e crescimento no se!undo. #scol"as no terceiro. Jelacionamentos e aeto no quarto. Comunica1ão no quinto. :ntui1ão e son"os no sexto e consciência no sétimo. O sexo é mais pleno e mais poderoso como experiência de entre!a e mais capa$ de condu$ir 9 consciência de unidade quanto mais envolver outros c"a?ras além do primeiro. -e envolvermos apenas o primeiro c"a?ra usaremos apenas os )r!ãos !enitais um do outro e cairemos na vul!aridade de tratar o ser "umano como ob&eto quando "/ tanta rique$a no encontro de dois seres divinos. 134
-exo pode envolver não s) todo o corpo 6sico, despertando mais completamente o se!undo c"a?ra da sensualidade como todos os c"a?ras. #le é m/!ico e ininitamente poderoso se envolve e desperta o pra$er dos corpos, com sensualidade, com al!uém escol"ido por ser especial, entre pessoas que se amam, que partil"am conversas 6ntimas, compartil"am seus son"os e plane&am um uturo &untas e que se disp@e a a$er de seu encontro um momento de união espiritual entre elas e com a ivindade. :sto desperta a ener!ia m/!ica mais poderosa que "/ e amadurece a Alma com o poder imenso do Amor a&udando%a a dar !randes passos em dire1ão 9 sua união com o ivino. Por isso o Drande Jito é também c"amado Casamento -a!rado e o osso da /rea pélvica se c"ama sacro. Porque essa re!ião é nossa c"ave para o sa!rado. O Drande instrumento do Draal é o nosso pr)prio corpo, a !rande celebra1ão do Draal é uma celebra1ão da
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C&ice e 8mina em nossos cor%os O Draal é o c/lice de receptividade, a entre!a 9 ivindade que nos "abita. ; i!ualmente a or1a da eusa, da ace eminina do 'istério, que molda e d/ orma ao esp6rito sem orma para que se manieste. Os c/lices de receptividade permitem que o o!o do esp6rito queime com or1a dentro das /!uas da orma. 5emos c/lice e l=mina em nossos corpos nos nossos pr)prios c"a?ras. #mbora cada c"a?ra possua as ener!ias de eminino e masculino, pois nunca estas ener!ias estão separadas, três dos principais têm un1ão de c/lice e três têm un1ão de l=mina. O sétimo é totalmente andr)!ino. O primeiro c/lice é o do ventre. 'ora no se!undo c"a?ra, da sensualidade e é respons/vel por despertar os demais. ; o c/lice do pra$er sa!rado onde a eusa cria vida e a perpetua através do dese&o de permanecer e criar. ; o espa1o sa!rado da bele$a que concede cor e encantamento 9 vida e permite que a vida se&a mais do que sobrevivência. O se!undo c/lice é o do cora1ão, o espa1o sa!rado onde c/lice e l=mina se encontram para o casamento do noivo e da noiva e do céu e da terra. O ventre é o local do encontro e do pra$er da sedu1ão e o cora1ão é o local do amor e do compromisso. Ao unir as polaridades o cora1ão prepara o camin"o para a percep1ão da andro!inia plena do sétimo c"a?ra onde não existe mais qualquer polaridade. 4/ uma estreita rela1ão entre o cora1ão e o coron/rio. 135
O terceiro c/lice é o da mente superior ou terceiro ol"o, a mente da unidade, receptiva 9 mente de eus, para a maniesta1ão dos planos do esp6rito. #ssa mente não é a do e!o que pula de !al"o em !al"o na tentativa de controle. ; a que recebe das eseras superiores do -i mesmo os c)di!os divinos e os ormata com os s6mbolos da maniesta1ão. Cada c/lice tem a boca aberta para cima, para receber o #sp6rito na coroa do sétimo c"a?ra. Não é uma ener!ia apenas das mul"eres, das -acerdotisas ou dos iluminados. ; al!o que pode ser ativado por todos.
#xcalibur A espada é a or1a do masculino, o alo ecundante e o oco da vontade que abre camin"o e reali$a na matéria. ; uma or1a de aterramento necess/ria 9 sobrevivência e 9 conquista. -i!niica a!ressividade, mas não violência e "/ uma !rande dieren1a entre ambas. A!ressividade é a capacidade de dar respostas aos desaios e enrent/%los.
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A terceira espada é a da palavra. ; a or1a do
A Coroa O sétimo c"a?ra é a coroa do rei e da rain"a. ; coroado com a Consciência 7na de toda a 5eia da existência. Não "/ separa1ão nesta consciência e sim plenitude. (uando esta coroa é ativada o rei e a rain"a estão unidos, o eminino e o 'asculino estão casados em n)s, estamos de posse de nossa inte!ridade. #ste casamento permite que a lor da consciência possa se abrir para receber a pr)pria lu$ vinda de c"a?ras mais sutis. ; o lu!ar onde a onipresen1a pode se a$er sentir, o não%lu!ar além do tempo onde o -er Jeal pode ser experienciado além do pequeno eu do e!o. Para permanecer a6 o e!o tem de consentir em se dissolver no todo, soltar o controle, se abrir e soltar os ape!os, deixar%se ir nesta experiência da Presen1a sem orma. #ste soltar não é exatamente uma ren0ncia a qualquer coisa espec6ica, é mais como uma ren0ncia ao controle para ruir a experiência do aqui e a!ora exatamente como ela se apresenta. Pode%se di$er também que o -er é coroado pela bem%aventuran1a de um eterno Presente em que tudo é d/diva e tudo est/ acess6vel, onipresente. 5odos os seres são 7m e todas as consciências se encontram aqui. #ntão se você tem acesso a este n6vel você tem acesso a todos os seres, a todas as suas mem)rias, a toda a sua experiência, a todo o seu Amor. Porque na verdade todos eles são aspectos do mesmo -er que você é. As pessoas, 137
animais, plantas e pedras que estão encarnados por a6 são tanto as suas outras vidas quanto qualquer lembran1a que você possa ter de uma vida passada. # todas as vidas que &/ "ouveram são as suas vidas passadas. (uando a lor no seu sétimo c"a?ra se abre você sabe disso.
4uardiãs do 4raa 'adalena ala Smeio estran"o esse textoT #u sou a Josa e o Draal de min"a -en"ora, a 'ãe 3u$, a que expande os universos. #m mim a 'ãe expande as pétalas de suas Josas m6sticas e se a$ con"ecida. No C/lice receptivo que 3"e oere1o #la transborda a -ua 3u$ e mostra a -ua Presen1a. #m 'im o -en"or das Almas -ementes vem se deitar e ertili$ar seus Planos ivinos. No 5emplo de 'eu
4averão também inst=ncias para a maniesta1ão da 3=mina dos prop)sitos, também c"amada #xcalibur, que deve ertili$ar os prop)sitos divinos da alma semente em seu 5emplo encarnat)rio e maniestar a qualidade divina da vit)ria para que o Prop)sito de cada Alma se cumpra e o Jeino ivino se estabele1a. Coisa al!uma pode abalar uma alma que oereceu plena encarna1ão 9 Presen1a através da Alquimia do c/lice e da l=mina em seu 5emplo :nterno e mesmo a morte pode ser vencida, pois em verdade ela não é real. 7ma ve$ que a Presen1a tem pleno poder sobre tudo, pois 5udo ela ;, não "/ qualquer limite para sua Potência na consecu1ão do Prop)sito. K/ dese&ou a Presen1a demonstrar que mesmo a 'orte 3"e pertencia e assim o e$ para que tal ato não osse esquecido e demonstrou também que nen"uma dor inli!ida ao corpo atin!iria a Alma "abitada por #la, pois esta se aria de ato inabal/vel, inquebrant/vel por tão Plena de 3u$. Assim realmente oi demonstrado porque #la, a Presen1a sem nome, o quis. Nomes l"e podem ser dados e todos são ela, pois o que não pertenceria a 5udo que ;* Preenc"er%se por #la, no entanto, é além dos nomes pois nomes são separa1@es, ainda que se&am portais. Além dos portais não "/ nomes. Alma, se dese&as ser bem%vinda ao meu 5emplo, onde "abita o Onipresente, tudo de que necessitas é alimentar a c"ama do altar que vos oi oertado ao nasceres como um prop)sito na mente de eus, c"ama esta que nunca se extin!ue enquanto maniesto ores. Não deixes, porém que de labareda vire brasa e que se cubra de cin$a como acontece 9queles que esquecidos do Prop)sito perdem o bril"o do Ol"ar. Como poderia a :nocência bril"ar em teus ol"os se não vos consumir a labareda de eus* Porque teriam tanta lu$ os pequeninos* ; que ao adentrarem novos 5emplos 6sicos esquecem que se l"es ensinara não ter é e permitem 9
a Presen1a. Pois que apenas pela 3u$ da Noiva con"ecereis o Prop)sito que o Noivo semeou em v)s e essas são ormas da #ternidade.
A Sacerdotisa !aa #u ve&o com requência 'adalena e -eu cabelo rubro, eu ve&o corais e sua c"ama rubi. #u sinto o c/lice e sua rosa rubra de cinco pétalas dentro de mim. #u sinto meu ventre e meu cora1ão se expandirem. #u percebo que a l=mina em min"a !ar!anta calou%se porque não podia expressar a Jubra Josa. -into que de al!uma orma ui parte disso. #u ou1o sua vo$ na 7nidade e sinto a necessidade de alar de todas as coisas que deviam ter sido ditas e ensinadas e tiveram de ser caladas. -into que aquela tarea ainda não p>de ser completada. -into que também a tarea de eos"ua oi desvirtuada. Não ve&o sentido em toda a violência e intoler=ncia que o cristianismo se tornou. -into a triste$a de eos"ua ao contemplar tudo isto e um remorso proundo por qualquer ser ter sorido em seu nome. -into a necessidade dele de alar que nunca quis nada disso, que dese&ou sempre ser um instrumento de bem aventuran1a para todos e per!untar a si mesmo se teve qualquer responsabilidade, se errou em al!uma coisa, se ainda "avia nele qualquer coisa que pusesse tudo isto em movimento. -into%o entre!ar%se ainda mais ao Amor, vibrando na Onipresen1a da Ale!ria, -ananda, e enviar para n)s esta ale!ria sem esor1o, esta não violência. Penso que procuraram matar o Amor e quebrar o esp6rito de -ananda e a$ê% lo rene!ar a si mesmo. (uando al"aram devido 9 invulnerabilidade do seu esp6rito, mesmo sob a mais extrema perse!ui1ão, distorceram a sua mensa!em de Amor para atribuir os tormentos que inli!iram ao seu proeta 9 nature$a da mensa!em. Para que onde "avia Amor e 3iberdade passasse a ser visto sorimento e culpa, escravidão. Para que assim a or1a imensa, revolucion/ria, libertadora do Amor osse esva$iada. Onde de in6cio o Amor di$iaL O Amor de eus vos sustenta de dentro do 5emplo de vossos cora1@es, não necessitais temer mal al!um, pois nen"uma dor externa pode abalar este santu/rio onde eus ; convosco neste lu!ar passou%se a ler, Penitenciai a v)s mesmos, pois sois culpados do supl6cio do Cordeiro. # os que torceram a mensa!em oram os que eram verdadeiramente culpados do supl6cio, pois que condenaram o Amor e a!ora se apropriavam de sua mensa!em para esva$i/%la. alo de Joma e tudo que representa de império e =nsia pelo poder sobre os "omens. Joma é c"eia de medo por isso ala em pecado e condena1ão eterna. (uando o ser não se entre!a para ser sustentado pelo Amor da ivina Presen1a teme até mesmo a sua sombra e anseia por controle pois não conia. Aquele que é sustentado pelo Amor conia, e por isso nada teme, mesmo diante da perse!ui1ão daquele que teme. O que teme perse!ue o destemor porque este é livre e não se curva ao seu controle. # esta liberdade assusta acima de tudo porque de dentro de si sente seu pr)prio #sp6rito clamar por ela. ; contra este anseio que o assusta que rea!e com violência, pois pressente que, se permitir, o Amor o tomar/ e o
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transormar/, e substituir/ todo o poder e controle que levou tanto esor1o e violência para adquirir por al!o mais simples elicidadeF 3evei tempo para perdoar Joma por toda a perse!ui1ão que causou 9 5radi1ão das -acerdotisas, ao Amor -a!rado e por tudo que torceu o le!ado de eos"ua. 'as perdoei e assim pude aceitar a presen1a amorosa de eos"ua perto de mim e mel"or compreender a 7nidade dos 'istérios. Perdoei%os ao compreender que a min"a intoler=ncia para com eles não era dierente da deles para comi!o. Assim pude "onrar os seus rituais e a Presen1a do 'istério na sua missa, na sua comun"ão. #ste perdão libertou%me de um medo proundo, resqu6cios da inquisi1ão. Perdoei não porque o perdão apa!ue o que "ouve, não apa!a, mas porque me liberta para se!uir em rente. Perdoei e libertei a mim mesma para o Amor. -i!o livre em prepara1ão de n0pcias, em dire1ão 9s min"as bodas com o Amor, assim como na "ist)ria de Psiquê, alme&ando casar com #ros, o Amor.
/ituais epois da inicia1ão #ste livro se prop@e a preenc"er uma lacuna na literatura pa!ã em que "/ pouca ou nen"uma inorma1ão dispon6vel a respeito do que acontece depois da ase inicial. 5oda a literatura dispon6vel somente leva até o momento da inicia1ão em que você d/ 9 eusa a permissão de a!ir em você e transormar a sua consciência. O meu relato é sobre o mer!ul"o interior de autocon"ecimento que acontece depois que você a$ isso. Acredito que é importante neste tempo de autoiniciados. #m qualquer caso você não estar/ so$in"o. A eusa estar/ com você e se dese&ar a min"a ener!ia também estar/ com você para !ui/%lo pelos 'istérios. #u mesma sou uma autoiniciada e tril"ei este camin"o até aqui tendo a eusa como !uia. Não duvide da eiciência ela. #u sempre tive =nsia por saber e oi esta =nsia que me condu$iu até aqui pelos camin"os da Alma. 5alve$ você ten"a esta mesma =nsia então eu a!ora vou alar com você leitor como quem est/ ao seu lado neste exato momento partil"ando da sua camin"ada. -aiba que se você estiver no prop)sito de praticar estes rituais, para con"ecer a si pr)prio, e oerecer o mel"or de si, para o bem de todos , eu de ato estarei a seu lado, a min"a ener!ia estar/ dispon6vel para você, para a&ud/%lo e !ui/%lo. Pode mesmo ser que em al!um momento este&amos isicamente presentes um para o outro. ; sempre uma ale!ria para mim encontrar e acol"er os buscadores. 'as se isso não acontecer saiba que eu estarei a6 para você da mesma maneira se precisar de mim. #u vou trat/%lo como a um ami!o querido 141
e quero que você saiba que tem um lu!ar especial em meu cora1ão s) para você. (uero que você se sinta amado e apoiado em sua &ornada.
Alma, #sp6rito e 'istério Psique e #ros não representam um par de polaridades no sentido de masculino e eminino. #ste na verdade é um par de andr)!inos que representam partes internas do ser. -ão representados como um casal porque a Alma deve realmente casar%se com o #sp6rito e ser receptiva a ele. A Alma é esta sensa1ão de individualidade que n)s temos, o resultado de termos vivido uma "ist)ria. No entanto, ela vai além do con"ecimento que n)s temos no e!o da nossa "ist)ria dessa vida. A Alma !uarda todo o con"ecimento, toda a "ist)ria. Coisas que não lembramos de nossa in=ncia e !esta1ão. Coisas de outras vidas que ressoam em n)s e que se n)s acessarmos temos a 142
percep1ão de que são nossas outras vidas. # são, as experiências de cada vida retornam, de certa maneira realmente reencarnam embora não da mesma maneira. Porque se pudermos nos aproundar perceberemos que a Alma não é al!o individual como parece a princ6pio. #la tem um componente individual mais acilmente acess6vel. 'as esse componente individual é parte da mandala da Alma de todos os seres, a Alma do 'undo, que também se torna acess6vel quando avan1amos em dire1ão 9 consciência de unidade. 5emos em n)s o oceano de experiência de todos os seres que existiram e existem. Oceano por ser repleto de emo1ão e orma. -ão as /!uas primordiais que dão orma e que condu$em as emo1@es e vibra1@es no plano da orma. A /!ua é o ve6culo da Alma, o mundo da orma1ão. 5emos todas estas experiências que embora este&am menos ativas em n)s também são nossas, também a$em parte da Alma. Note que uso o termo experiência. A experiência de todos os seres est/ l/, a "ist)ria dos universos est/ l/, não s) a da "umanidade. A Alma é um oceano proundo onde toda a inorma1ão existe. 'as ela é apenas a "ist)ria do ser, não o ser real e "/ uma !rande dieren1a nisto. Ainda é apenas mais uma persona, al!o como uma m/scara que reveste o #sp6rito, ou um vaso servindo%l"e de vestimenta e ve6culo de expressão. #la é eita de "ist)ria, cultura, emo1ão e identiica1ão. Ainda é um modo bastante limitado de autocon"ecimento. Ainda é uma constru1ão. O #sp6rito é a 3u$ que emana do -er ivino real. O #sp6rito não é dierente nem separado da ivindade nem de nada do que parece externo 9 Alma. O #sp6rito é uma parte do 'istério que é a ivindade, a parte imanente, maniestando%se por um prop)sito. 5udo que é imanente é um prop)sito maniesto, é #sp6rito, expressão do 'istério. N)s "umanos nos per!untamos requentemente sobre esse prop)sito, porque a cria1ão existe, porque existe sorimento e evolu1ão, qual a necessidade da ivindade ter criado as coisas desse modo. Porque este Drande 'istério que n)s c"amamos de eus ou eusa precisa maniestar, porque n)s omos lan1ados para ora da Consciência da 7nidade e da beatitude* #xistem mil"ares de explica1@es, mas nen"uma realmente satisat)ria. Acredito que a mente não alcan1a o 'istério embora a consciência o experimente. #nquanto procurarmos respostas com a mente &amais poderemos experimentar o -er que vive em n)s como o #sp6rito da ivindade imanente. O prop)sito est/ em n)s, parte da ivindade que somos, al!o que #la decidiu desenvolver, investi!ar. A ivindade reservou uma parte de -ua ener!ia para este prop)sito assim como n)s reservamos tempo na a!enda para uma nova atividade a que nos propomos sem que isso si!niique que esse tempo se&a al!o 9 parte de tudo mais. 5oda a atividade a$ parte de n)s e toda maniesta1ão do #sp6rito continua sendo a ivindade. Apenas os prop)sitos maniestos se especiali$am revestindo%se dos aparatos de atua1ão de que ven"am a necessitar. (uando decidimos por uma proissão come1amos toda uma ase de estudos preparat)rios e da mesma orma um prop)sito divino reali$a toda uma 143
orma1ão de seus ve6culos de atua1ão e assim temos a sensa1ão de que evolu6mosE, quando na verdade somos pereitos, somos a pr)pria ivindade, apenas os equipamentos que plane&amos estão sendo preparados, al!umas novas experiências na Alma e novos corpos. Não é o #sp6rito que evolui de vida em vida e sim a Alma que cresce expandindo as suas experiências de sementes de individualidade até seres plenamente maduros, com ener!ia suiciente para atuar como recept/culos para o #sp6rito que as !erou. Assim como acontece com o corpo. 'esmo uma experiência madura, al!o que c"amamos de uma Alma anti!a, ainda tem de renascer no corpo de um bebê que cresce desde uma pequena semente até estar maduro o suiciente para abri!ar a consciência da Alma que o !erou. # ainda tem de redespertar toda a maturidade que &/ teve, tem de relembrar o que &/ oi. Por isto os budistas treinam os que consideram seus mestres reencarnados desde criancin"as. #les precisam ser treinados novamente porque mesmo que ten"am aquele anti!o ser ativo dentro deles ainda se trata de um novo ser, uma nova experiência da Alma do 'undo. ierentemente do corpo, a Alma necessita de muitas vidas para o amadurecimento. 'as para o tempo do #sp6rito isto não é nada, um suspiro da sua eternidade apenas. -eu tempo é o não%tempo da -ua ivindade e seu estado é o da pereita beatitude. #stado que se torna o da Alma i!ualmente quando ela passa a receber em si a consciência do #sp6rito no devido tempo. 7ma crian1a não poderia correr antes de andar. O #sp6rito, divindade imanente, é da nature$a do o!o e da lu$, Amor transbordante e incondicional, sabedoria eterna e plena e ima!em da perei1ão. 5oda a cura, elicidade e Amor que não encontramos na Alma estão no #sp6rito. 5oda a bem% aventuran1a é dom do #sp6rito. #le também é c"amado de il"o de eus ou Cristo interior por ser a ivindade emanada diretamente do 'istério. O #sp6rito é capa$ de alimentar a Alma e o corpo com tanta lu$ que prod6!ios tornam%se poss6veis. elicidade e amor incondicionais são poss6veis. 'as isso ainda é um aspecto maniesto e portanto limitado do -er #terno, o 'istério. O que se pode di$er do 'istério* Apenas que é um Nada e que ao mesmo tempo é 5udoF ; um !rande abismo que parece inicialmente terr6vel para o e!o, mas onde se pode inalmente encontrar a nossa verdadeira nature$a e a pa$ de estar de volta ao lar. #ste é eus propriamente dito e nossa verdadeira nature$a. Parece terr6vel porque diante deste abismo é preciso abandonar toda a orma, toda a expectativa, todo o controle, todo o prop)sito. ; preciso abandonar tudo e estar nu. escal1ar as sand/liasE diante de eus e permitir ser redu$ido a nada. Para então ser 5udo. ; um 0ltimo e !i!antesco desaio do Camin"o. Pessoas supericiais que estão em contato apenas com a personalidade, identiicada com a realidade material de seus corpos, são almas &ovens e imaturas ainda com pouco contato consi!o mesmas. #stão no #!o que é da nature$a da 5erra, al!o que serve 9 manuten1ão do corpo e ao instinto de sobrevivência. Não di!o e!o ou supericial como &ul!amento, apenas como uma reerência 9 inst=ncia mais aparente da existência. O e!o é necess/rio, a 144
sobrevivência da espécie é dese&/vel. -ão or1as de manuten1ão da vida que devem ser ortes para poder conter as demais. Cada etapa da identidade de um ser precisa ser nutrida e ortalecida para que os n6veis se!uintes do autocon"ecimento possam acontecer. Pessoas com alto n6vel de sub&etividade e sensibilidade estão em estado intermedi/rio de desenvolvimento da Alma em que ela passa a estar mais em contato consi!o mesma. escobriram que "/ todo um mundo dentro delas, mas ainda tem pouco controle da comunica1ão com o #sp6rito. #sse pouco controle em !eral as perturba e as torna inst/veis, a Alma tende a ser inst/vel. 'as isso é parte de um processo sadio de crescimento, al!o como uma adolescência da Alma. :luminados que estão em estreita comunica1ão com eus e podem Amar incondicionalmente de orma est/vel são Almas que &/ se tornaram o Draal, o vaso sa!rado, para seus #sp6ritos. #stão aptas a maniestar o prop)sito que as move desde o in6cio quando conceberam a si mesmas a partir da ivindade que são. -ão muito poucos os seres que estão estabili$ados neste plano de consciência aqui na 5erra. N)s costumamos c"am/%los de santos porque são 3u$ para todos n)s. 'uitas ve$es os adoramos porque são Amor. Outras ve$es os odiamos e até mesmo os assassinamos porque desaiam e denunciam o nosso e!o6smo. # assim os empurramos também para o pr)ximo passo, para o 'istério. Ainda menos seres estão estabili$ados no -er do 'istério. #stes são os +udas, que não tem nen"uma expectativa, dese&o, ape!o, desaio. #les são apenas pa$ e plenitude. Não "/ nen"uma violência e dramaticidade em um +uda. Não "/ um +uda m/rtir nem qualquer tipo de sorimento poss6vel de ser atra6do neste estado. Não "/ nada. # "/ 5udo. Assim é que o -er a$ um movimento semicircular de descida ao mundo material para a constru1ão de seus ve6culos que então completam o c6rculo buscando rea$er a conexão com a dimensão de onde vieram. Ainda pode "aver mais adiante, mas nada que este&a condicionado 9 orma "umana de modo que para n)s "umanos é apenas 'istério. O que sabemos n)s das dimens@es da Consciência C)smica* NadaF e orma que comentaremos as etapas de inicia1ão que representam os desaios mais pr)ximos de n)s, "umanidade encarnada na 5erra. Nosso camin"o desde a individualidade do e!o que nos limita até a ivindade de n)s mesmos. #ros e Psiquê nos conta a "ist)ria desta &ornada de abandono da identiica1ão com o e!o até a estabili$a1ão da ivindade interior. No mito #ros é ao mesmo tempo o il"o do Amor, Arodite, e a ivindade primordial. #le é al!o que nasce na Alma, mas que é anterior a ela. Nasce apenas quando ela est/ madura para ser tocada pela essência dos céus. Arodite não é exatamente a /!ua da Alma. #la é a quintessência que sur!e na Alma quando esta é tocada pelo Céu como nos di$ o mito de sua ori!em que conta que ela nasceu quando os test6culos de 7rano, o Céu, ca6ram sobre o mar.
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Assim ela é a eusa do Amor, aquela que pode dar a lu$ 9 ivindade que vira a cabe1a dos "umanos, o eus de nature$a misteriosa que destr)i o controle do e!o. Arodite e Apolo condu$em Psiquê até #ros através de !randes desaios porque soltar o e!o para n)s "umanos é o que "/ de mais desaiante. Os desaios com requência nos parecem cruéis, mas esta é a crueldade do crescimento, a oportunidade da crise, a necessidade que tra$ criatividade. -e Arodite é a Alma amadurecida pelo toque da sua nature$a celestial quem é Apolo cu&o or/culo inicia o mito* # sobretudo quem é #ros* Apolo neste mito é a vo$ do or/culo que tudo sabe. -endo o eus do -ol é o ser iluminado pelo #sp6rito e a Presen1a do #sp6rito, o !uia interior da &ornada. K/ #ros parece ser da Nature$a do 'istério. Per!untei%3"e diretamente em ritual. Andr)!ino -en"or, ladrão de cora1@es quem és tu*E -enti todo o ambiente ao meu redor vibrar em Presen1a bem como meu pr)prio corpo, o Pra$er de ?undalini acordando e despertando os centros de ener!ia em mim. #u -ouE, ouvi o pensamento em min"a mente. -ou #sp6rito e 'istério porque imanente e transcendente são 7mE. Compreendi que nas dimens@es de #sp6rito e 'istério não existe mais a preposi1ão ouE, apenas eE. -em separa1ão, apenas 7nidade. A mente ica conusa, mas que a$er, é da nature$a do 'istério ser misterioso, como não poderia deixar de ser.
#ros e Psique 'ito e coment/rioL O rei, pai de Psiquê, cuo nome é desconhecido, preocupado com o fato de á ter casado duas de suas filhas, que nem de longe eram belas como Psiquê, quis saber a raz!o pela qual esta n!o conseguia encontrar um noi"o. #onsulta ent!o o Oráculo de Apolo, que pre"ê induzido por $ros e Afrodite, ser o destino de sua filha casar com um ente monstruoso. #ste Jei é o #!o ou a personalidade que &/ casou suas il"as menos belas, ou se&a, que &/ viveu seus aspectos terrenos e come1a a sentir uma insatisa1ão, um c"amado da il"a mais bela, Psiquê, a Alma. #ros exi!e que a Alma desperte porque apenas através dela poder/ ser inte!rado ao Jei e conquistar o seu Jeino que si!niica o cumprimento de seu prop)sito. Assim como as or1as de crescimento da Alma também a empurram no sentido do casamento com o #sp6rito para que possa retornar ao lar, ao 'istério. 146
#ste casamento com o ser monstruoso é o encontro com a pr)pria sombra que marca o sur!imento do contato com a Alma. # assim é que o despertar da espiritualidade acontece na maioria das ve$es através de al!uma !rande perda, um desastre ou evento traum/tico providenciado pelas or1as destrutivas interiores cu&a un1ão é arouxar o dom6nio dos aspectos terrenos do e!o. O or/culo de Apolo é aquela vo$ interior, intuitiva e não racional que nos aponta o camin"o e que não conse!uimos i!norar embora não compreendamos os camin"os que nos aponta. Apolo é aquele que conquistou a p6ton, a !rande serpente ?undalini e tornou%se sen"or do or/culo. Jepresenta o elemento ivino do #sp6rito na consciência e a consciência plena, o -ol interior que nos move ao crescimento e como crescer é o destino de todas as coisas e nada pode ser est/tico no universo atalmente obedeceremos ao que nos di$ Apolo sobre nosso destino. Ap%s muito pranto, mas sem ousar contrariar a "ontade de Apolo, a o"em Psiquê foi le"ada ao alto de um rochedo e deixada & pr%pria sorte, até adormecer e ser conduzida pelo "ento 'éfiro a um palácio magn(fico, que daquele dia em diante seria seu. )á chegando a linda princesa n!o encontrou ninguém, mas tudo era suntuoso e, quando sentiu fome, um lauto banquete esta"a ser"ido. * noite, uma "oz sua"e a chama"a e, le"ada por ela, conheceu as del(cias do Amor, nos bra+os do pr%prio eus do Amor. Os dias se passa"am, e ela n!o se entedia"a, tantos prazeres tinha. Acredita"a estar casada com um monstro, pois $ros n!o lhe aparecia e s% fica"am untos no escuro de modo que n!o podia "ê-lo. $le n!o podia re"elar sua identidade e apesar disto Psiquê ama"a o esposo, que a fizera prometer-lhe que amais tentaria descobrir seu rosto. Passado um tempo, a bela o"em sentiu saudade de suas irm!s e, implorou ao marido que permitisse que elas fossem trazidas ao seu encontro. $ros resistiu e, ante sua insistência, ad"ertiu-a para que amais tentasse "ê-lo. # aqui estamos no reino da sombra. Psiquê é deixada impotente e so$in"a, sobre uma roc"a%a dimensão terrena diante de um destino que não compreende até adormecer, ou se&a, abrir mão do controle e entrar na dimensão da Alma. #sta é uma primeira morte inici/tica necess/ria para que se adentre o aspecto lunar dos 'istérios. Aqui ela é iniciada enrentando o medo, a solidão, o monstro interior. #st/ so$in"a diante da verdade sobre si mesma. epois de dormir e penetrar no mundo on6rico da Alma seu primeiro encontro é com o lado instintivo dos pra$eres. A un1ão do monstro é retirar as m/scaras e a!ora ela pode con"ecer seus verdadeiros dese&os e impulsos col"endo as or1as instintivas de si mesma com as quais ir/ trabal"ar. #la deve aprender sobre as partes de si mesma que vivem na sombra. #ros a adverte que não tente passar aos pr)ximos est/!ios antes de estar preparada. O bril"o do #sp6rito é intenso demais e destruiria a Alma despreparada. Assim ele a nutre com banquetes e com a -ua pr)pria presen1a velada. # ela se arta de todos os pra$eres poss6veis.
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'as apenas estes pra$eres instintivos não podem tra$er a plenitude e um novo elemento catalisador de crise entra em cena. As duas irm!s foram, enfim, le"adas ao palácio. A princ(pio mostraram-se apiedadas do triste destino da sua irm!, mas "endo-a feliz, num palácio muito maior e mais luxuoso que o delas, foram sendo tomadas pela in"ea. #onstataram, ent!o, que a irm! nunca tinha "isto a face do marido. isseram ter ou"ido falar que ela ha"ia se casado com uma monstruosa serpente que a esta"a alimentando para depois de"orá-la, ent!o lhe sugeriram que, & noite, quando este adormecesse, tomasse de uma lmpada e uma faca/ com uma iluminaria o seu rosto0 com a outra, se fosse mesmo um monstro, o mataria. Psiquê resistiu aos conselhos das irm!s o quanto p1de, mas o efeito das pala"ras e a curiosidade da o"em tornaram-se fortes. P1s em execu+!o o plano que elas ha"iam lhe dito/ Ap%s perceber que seu marido entregara-se ao sono, le"antou-se tomando uma lmpada e uma faca, e dirigiu a luz ao rosto de seu esposo, com a inten+!o de matá-lo. Aqui voltam 9 cena as irmãs menos belas, mais terrenas, de Psiquê, com sua inve&a representando novamente a insatisa1ão do e!o que pressente, mais do que sabe, que a vida l"e reserva al!o maior do que apenas a satisa1ão dos instintos e assim se precipita para as crises que trarão crescimento. ; importante comentar que +ele$a tradicionalmente é um sin>nimo para Amor e Psiquê é a Alma que pode receber o Amor de #ros, por isto é bela. As irmãs são aquela parte sombria de n)s, raivosa, e!o6sta, inve&osa e destrutiva que a$ com que nossas emo1@es oscilem, mas que são parte necess/ria de n)s porque nos empurram para o crescimento. #las são a insatisa1ão e o inc>modo constante que não deixam que nos acomodemos a uma elicidade parcial no meio do camin"o. Podem parecer mesquin"as, mas na verdade são a parte da or1a de crescimento que reside na sombra, sem a qual não podemos ir adiante. Assim ap)s encontrar as pr)prias sombras a Alma ir/ inalmente acender o o!o no interior de si mesma e por ainidade este o!o a permitir/ vislumbrar a nature$a do o!o amoroso do #sp6rito. A o"em, espantada e admirada com a beleza de seu marido, desastradamente deixa pingar uma gota de azeite quente sobre o ombro dele. $ros acorda - o lugar onde caiu o %leo fer"ente de imediato se transforma numa chaga/ o Amor está ferido. Percebendo que fora tra(do, $ros enlouquece, e foge, gritando repetidamente/ O amor n!o sobre"i"e sem confian+a2 Psiquê fica sozinha, e desesperada com seu erro, no imenso palácio. 3abe que precisa reconquistar o Amor perdido. $ros "oa pela anela e Psiquê tenta segui-lo, cai da anela e fica desmaiada no ch!o. $nt!o o castelo desaparece. Psiquê "olta para a casa dos pais, onde reencontra as irm!s que fingem piedade para com a irm!. Acreditam que o lindo $ros, solteiro, as aceitaria e seguem em dire+!o ao belo palácio. #hamam por 'éfiro e, acreditando estar seguras pelo mordomo in"is("el, se ogam e caem no precip(cio.
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Novamente a +ele$a. #ros é o mais belo de todos os seres por ser o mais alto n6vel de consciência amorosa acess6vel 9 Alma. Psique se deslumbra totalmente e o dese&a mais do que tudo, mas não pode ainda mantê%lo a seu lado. #la &/ entende o seu destino, mas ainda não est/ madura e entre!ue o suiciente para receber a lu$ do #sp6rito de orma constante. #la ainda não conia e isso ere #ros no ombro, o lu!ar do corpo onde se ixam as asas. Psiquê ainda não é capa$ de voar com o #sp6rito. No entanto, diante deste primeiro encontro com o Amor a atra1ão de pra$eres apenas 6sicos empalidece. Jeencontrar #ros torna%se a prioridade e assim o pal/cio da inconsciência, antes tão atraente, desaparece e com ele se vão as irmãs. Não é dito que elas morrem e sim que passam a "abitar o abismo, as prounde$as misteriosas do ser, o lu!ar onde serão apenas or1as de crescimento sem qualquer poder de escravi$ar a consciência. Psiquê &/ as con"ece e as domina sem ser dominada por elas. A!ora ela sabe o que busca e onde encontrar/ a satisa1ão permanente. Psiquê caminha noite e dia, sem repouso nem alimenta+!o. A"ista um belo templo no cume de uma montanha e acreditando lá encontrar seu amor escala a montanha. Ao chegar ao topo depara-se com mont4es de trigo, espigas de milho, ce"ada e ferramentas todas misturadas e ela os separa e organiza. O templo pertencia & eusa #eres 5eméter6. 7rata pelo fa"or da bela mo+a, #eres lhe diz o que fazer para reconquistar o marido. Primeiro ela precisaria conseguir o fa"or da sogra Afrodite 58ênus6. Psiquê "aga pelo mundo, desesperada, até que resol"e consultar-se num templo de Afrodite. A eusa, que tinha $ros sob seus cuidados, decide impor a ela uma série de tarefas. A!ora conscientemente em busca do Amor, a Alma deve adentrar no territ)rio da eusa que é Aquela que !uarda os 'istérios. eméter preside os 'istérios de #lêusis, ela é a eusa 'ãe nutridora e a Alma necessita aterrar%se e nutrir% se, aprender a or!ani$ar e prover as suas necessidades materiais, discernir sobre o que a alimenta e sobre o seu corpo, como um primeiro passo. Aqui ela aprende a ver a eusa em seu corpo e em si mesma e então eméter a leva a <ênus. O mito em sua versão exotérica, para os não iniciados, di$ que <ênus é uma eusa capric"osa que pede a Psiquê tareas imposs6veis porque inve&a a sua bele$a. 'as <ênus é a eusa do Amor e da +ele$a, a mãe de #ros, a pr)pria essência da +ele$a da Alma. ; dela que nasce #ros e a bele$a da pr)pria Psiquê. #la tem #ros a seus cuidados e não esque1amos que #ros, Arodite e Psiquê são inst=ncias do mesmo ser. Assim sendo quem mais poderia !uiar Psiquê e test/%la para saber se est/ pronta a dar nascimento 9 consciência de #ros em si mesma* As provas de <ênus são duras, mas assim tem que ser. Psiquê seria destru6da se não estivesse adequadamente preparada e madura para casar%se com o Amor em deinitivo. essa orma o que parece crueldade da eusa é uma etapa necess/ria ao crescimento assim como ouvir as vo$es sombrias das irmãs o oi anteriormente.
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Primeira 9arefa/ A princesa foi colocada num quarto onde uma montanha de grãos de diversos tipos tinham sido misturados. Psiquê devia separ!los" conforme cada esp#cie" no espaço de uma noite. A $ovem começou a trabalhar" mas mal fizera alguns mont%culos adormeceu extenuada. &urante seu sono" surgem milhares de formigas que" grão a grão" os separam do monte e os re'nem consoante sua categoria. Ao acordar" Psiquê constata que a tarefa fora cumprida dentro do prazo.
-eparar os !rãos Psiquê continua seu aprendi$ado sobre a d/diva de abund=ncia da 'ãe 5erra, eméter, para quem o corpo e o !rão são sa!rados. As ormi!as, pequeninas e !rupais trabal"adoras da 5erra a a&udam a lidar com as sementesL da 5erra, do relacionamento e da consciência. Aprender sobre sobrevivência, pra$er e identidade. -abemos quem somos apenas ao ser tocados, com nosso corpo que é o elemento terra em n)s nos relacionamos e dentro das intera1@es com nosso !rupo deinimos quem somos. Nessa tarea ela lida com as capacidades relacionadas 9 5erra, separar, or!ani$ar e discernir. #la est/ em busca da sua identidade. #sta primeira tarea exi!e que Psique aprenda a amar seu corpo e a 'ãe 5erra, que ela se ve&a com "umildade de ormi!a e aceite a sua condi1ão de ser animal e terreno desenvolvendo internamente a conexão com a 5erra e todos os seres da 5erra. (uando ela adormece abre mão dos controles da racionalidade e do or!ul"o "umano que se considera superior ao aspecto animal. Assim ela pode receber aux6lio do aspecto 5erra de si mesmo representado pelas ormi!as.
3egunda tarefa/ (ênus pede" então" que a moça lhe traga a lã dourada do velocino de ouro. Após longa $ornada" Psiquê encontra os ferozes animais" que não deixavam que deles se aproximasse. )ma voz surge de $uncos num rio" e lhe aconselha* ela deve procurar um espinheiro" $unto a onde os carneiros vão beber" e nas pontas dos espinhos recolher toda a lã que ficara presa. +umprindo o ditame" Psiquê realiza a tarefa" enfurecendo a &eusa.
Obter a 3ã dos carneiros dourados. O carneiro é um s6mbolo por excelência do Poder do o!o, do 6mpeto, da vontade e da batal"a. Carneiro si!niica desenvolver a or1a a!ressiva do e!o, a individualidade, a a1ão e obter nosso lu!ar no mundo, conquist/%lo. O carneiro de ouro representa a a1ão &usta, orientada pelo Amor, !uiada pelo #sp6rito. Ouro é sempre reerência para #sp6rito. 'as este o!o Psiquê s) pode obter através da sabedoria da /!ua. A Alma deve dominar os seus impulsos e 150
tornar%se sen"ora das suas a1@es e rea1@es. eve aprender a a!ir em lu!ar de rea!ir. Assim o &unco, uma planta aqu/tica, aqu/tica, adverte Psiquê sobre sobre a nature$a indom/vel e a!ressiva do carneiro. ; mais se!uro recol"er apenas um pouco da sua lã. Precisamos da or1a do #!o e do instinto, mas não convém que nos domine. Psiquê compreendeu e aceitou a si mesma servindo a eméter e a!ora é o momento de aprender a assumir responsabilidade sobre si mesma e seus impulsos. #la não ir/ matar o carneiro, mas recol"er a lã que ica sobre os espin"os do camin"o. #spin"os do camin"o é uma expressão que mesmo "o&e usamos para nos reerirmos a prova1@es e diiculdades. Psiquê aceita os seus limites e aprende com eles. 7sar/ uma atitude aqu/tica e receptiva diante do o!o. #la precisa aprender o equil6brio entre os opostos, entre a a1ão e a receptividade, para que possa a!ir apenas no momento certo e apenas com a or1a exata de maneira a não ser mais dominada pelo impulso e capa$ de !erir suas ener!ias com a eiciência m/xima. Jecol"er desta orma a lã do carneiro também é encontrar a contraparte interna, unir o masculino e o eminino interior, etapa essencial para a interiori$a1ão das or1as da Alma que l"e permitir/ enxer!ar em si mesma tudo que l"e parece outro outro e e externo externo para para que então ela pare de pro&etar em coisas e pessoas externas os seus dese&os e conlitos, as suas expectativas e medos.
9erceira 9arefa/ (ênus então lhe pede um pouco da gua da nascente do ,io -stige. as a nova tarefa logo revela!se imposs%vel* o -stige nascia de uma alta montanha" tão %ngreme que era imposs%vel escalar. /evando /evando um clice numa das mãos" a princesa queda!se ante a escarpa que se erguia 0 sua frente quando a guia de 1eus surge" toma!lhe o clice e voa com ele at# o alto" enchendo!o. 2 trabalho" mais uma vez " foi realizado.
#nc"er a ta1a com /!ua do #sti!e O Jio #sti!e é a passa!em para o 4ades, o outro mundo, onde vivem as Almas dos mortos. 7ma travessia travessia que tra$ o esquecimento esquecimento quando reencarnamos e a mem)ria quando voltamos para o mundo dos mortos. 'as também é a /!ua que conere poderes ivinos aos seres "umanos. Na sua nascente "/ uma po1a batismal onde uma crian1a poderia ser ban"ada e receber a invulnerabilidade. Apenas crian1as poderiam poderiam ser ban"adas ali, ali, esta /!ua especial é reservada reservada aos inocentes, 9s Almas puras. Psiquê tem que enc"er um c/lice com esta /!ua. 5em de enc"er seu Draal com a /!ua da inocência e encontrar em si a Crian1a ivina, invulner/vel 9 maldade "umana.
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#sta tarea corresponde 9 busca do Draal que somente Parsial, o ladrão de cora1ão puro, conse!ue completar. Assim Assim como ao tesouro da "ist)ria de Aladim, outro ladrão, que o ma!o ma!o não pode pe!ar. pe!ar. Parsial e Aladim não são puros apesar de de ladr@es. -ão puros por serem ladr@es. Porque não é poss6vel res!atar esta crian1a inocente no cora1ão sem ter abra1ado as pr)prias sombras e res!atado as /!uas da Alma do nosso pr)prio &ul!amento e também porque o Amor do #sp6rito, o cupido, é c"amado requentemente de ladrão de cora1@es. 5rata%se aqui do autocon"ecimento que amadurece a Alma para ser a ta1a que conter/ o esp6rito. Psiquê vai em busca do con"ecimento de outras vidas e de partes perdidas da Alma. ; a /!uia de Xeus que socorre Psique nesta tarea. A /!uia é o animal que voa alto e enxer!a de cima. Jepresenta a capacidade da Alma de enxer!ar a si mesma, mesma, de enxer!ar o ser eterno que que é e a sua capacidade de sair do corpo e do mundo 6sico, de voar pelos mundos espirituais. A /!uia /!uia é o animal sa!rado dos xamãs que os leva na &ornada xam=nica de via!em entre os mundos. #la é semel"ante 9 vassoura da bruxa que a ensina a voar. Psiquê precisar/ de intimidade com o outro mundo, o mundo da Alma, para a sua pr)xima tarea e de uma inocência primitiva e amoral, onde reinam as or1as 6nte!ras e criativas do instinto vital. O modo de ser dos animais e das crian1as.
:uarta tarefa/ (ênus pede a Psiquê que v ao ,eino dos ortos" o Pa%s de 3ades" pedir 0 sua rainha" Pers#fone" um pouco de seu unguento unguento de beleza. A &eusa estava certa de que ela não voltaria viva. Psiquê convence Pers#fone a encher uma caixa com seu unguento de beleza para (ênus. Psiquê est saindo do 3ades de volta a (ênus" quando pensa que sua beleza havia se desgastado depois de tantos tantos trabalhos" não resiste resiste e resolve abrir a caixa. +ai em sono profundo. -ros $ curado de sua queimadura vai ao socorro de sua amada" p4e de volta o conte'do dentro da caixa" desperta Psiquê e ordena!lhe que entregue a caixa 0 mãe dele. -nquanto Psiquê entrega a caixa a (ênus" -ros 5+upido6 vai a 1eus 57'piter6 e suplica que advogue em sua causa. 1eus concede esse pedido e posteriormente consegue a concord8ncia concord8ncia de Afrodite Afrodite 5(ênus6. 3ermes 5erc'rio6 leva Psiquê 0 Assembleia celestial e ela # tornada imortal. 9inalmente 9inalmente Psiquê ficou unida a -ros e mais tarde tarde tiveram uma filha" cu$o nome nome foi Prazer. -m grego :psiquê; :psiquê; significa tanto
Obter o un!uento de +ele$a de Perséone Perséone é tanto a eusa do 4ades quanto da Primavera exatamente por seu car/ter c6clico. 5odos 5odos os anos ela morre e tra$ o inverno, reinando por um per6odo de três meses no 4ades. # então renasce com todo o rescor novamente tra$endo a Primavera. 152
O se!redo da +ele$a de Perséone é exatamente morrer todos os anos, renovar%se sempre. A eusa eusa do Amor ordena que Psique v/ buscar a sabedoria da morte. Jepresenta o est/!io da inicia1ão em que a Alma encara a morte e abre mão do controle para poder ser tomada pelo #sp6rito, o eus do Amor. #la #la se &o!a no abismo para para se entre!ar nas mãos do 'istério e inalmente conia que ele a sustentar/. -ua conian1a devolve as asas a #ros e no 'istério ela encontra a si mesma, encontra o #sp6rito. Psiquê a!ora pode voar por si mesma, pelo Amor de seu #sp6rito e os amantes se unem no Olimpo. #la é uma eusa entre os euses e a eusa do Amor est/ satiseita. O Amor é a or1a que une todas as coisas e a bem%aventuran1a é de direito do #sp6rito, pois este é naturalmente unido a todas as coisas. -omente ao render% se a esta morte espiritual Psique poderia ser tomada completamente por #ros. Antes ele não podia realmente realmente ser visto por ela, exceto de de orma passa!eira, porque o o!o amoroso da Alma era apenas uma l=mpada inconstante. #sta l=mpada são as nossas primeiras experiências m6sticas com o Amor que mesmo que não durem alimentam a nossa busca. Psique precisava abrir a caixa de Perséone e <ênus precisava impor%l"e as tareas inici/ticas. A eusa eusa da +ele$a, do Amor e do Pra$er é a or1a que empurra a Alma para a totalidade do encontro com sua ivindade porque a reali$a1ão deste casamento é o maior Pra$er que esta pode con"ecer como indica o ato de que exatamente Pra$er é o nome dado 9 il"a de #ros e Psique. 5od odas as estas etapas do mito correspondem a dierentes rituais do trabal"o m/!ico de Alquimia da Alma. #stes rituais não acontecem necessariamente necessariamente em uma ordem linear de in6cio, meio e im. requentemente você precisar/ voltar ao que praticou no come1o e morrer/ muitas ve$es como indica o mito pelo n0mero de ve$es em que Psiquê adormece se aproundando mais e mais no autocon"ecimento através de inicia1@es de morte e ressurrei1ão. Os camin"os da Alma são como labirintos espiralados. 3embre%se de pedir 9 eusa que l"e !uie e l"e conceda o io de Ariadne e vamos se!uir em rente, para dentro deles.
Duia de Jituais C6rculo '/!ico ; importante lembrar que todo ritual deve acontecer dentro de um c6rculo m/!ico. O c6rculo pode ser desen"ado no c"ão com !i$, pode ser eito com pedras 9 maneira xam=nica, delimitado por um cordão ou apenas visuali$ado como a /rea em que se vai trabal"ar. Jeservado o espa1o 6sico do c6rculo e estando este devidamente puriicado com /!ua, sal !rosso e incenso, ele deve 153
ser preenc"ido com ener!ia para ser uma prote1ão eetiva e um espa1o em que se pode acessar o plano astral e mesmo os planos superiores, um espa1o entre os mundos.
5rabal"o de sombras, a inicia1ão de Psiquê O trabal"o de sombras é undamental para o autocon"ecimento e a porta de entrada dos 'istérios 3unares da Alma. Assim como a 3ua lan1a uma lu$ suave e acol"edora sobre a noite o nosso ol"ar levar/ acol"imento e aceita1ão para as re!i@es descon"ecidas da Alma. evemos aprender a nos enxer!ar com clare$a. #ste per6odo inicial de aproundamento nas sombras corresponde 9 estada de Psiquê no roc"edo em que ela a!uarda o marido monstruoso e a cada um dos momentos em que ela necessita adormecer mais uma ve$. Apenas con"ecendo as suas sombras você poder/ retirar delas a or1a e a ertilidade para emer!ir em dire1ão 9 lu$. A /rvore precisa de ra6$es ortemente ancoradas no ventre escuro e 0mido da 5erra para elevar seus !al"os. O que atrapal"a a 3u$, seu oposto, não é a sombra e sim a i!nor=ncia. A sombra é apenas o que você não con"ece ou não quer con"ecer sobre si mesmo, o lu!ar onde residem as or1as criativas da Alma sem as quais ela não pode crescer. Por isto todo trabal"o inici/tico come1a por con"ecer nossas sombras e aprender a lidar com elas. Na bruxaria c"amamos o ano anterior ao ritual de inicia1ão de per6odo de dedica1ão que é quando você di$ 9 eusa que quer aprender bruxaria e se compromete a praticar todos os rituais, esbats e sabats, durante ao menos um ano e um dia. #ste ano e o primeiro ano ap)s a inicia1ão constituem o per6odo de sombras porque durante este tempo a eusa tratar/ de l"e mostrar quem você é além das m/scaras sociais. ; s/bio ir ao encontro dela conscientemente neste momento.
JitualL #stes são bons trabal"os para a$er 9 noite e ao ar livre.
medrosa ou destrutiva, impre!nada na sua casa. 5rabal"e ao ar livre e conte com a&uda dos poderes naturais para transmutar essa ener!ia. a1a seu c6rculo e invoque os !uardi@es dos elementos, comunique seu prop)sito e pe1a a&uda aos seus poderes de prote1ão e cura. :nvoque uma divindade que trabal"e com transmuta1ão, cura e inicia1ão. A Gsis sombria que prote!e os mortos e !uarda os véus dos mistérios e CeridHen, a anciã do caldeirão da transmuta1ão, são min"as avoritas. No meu per6odo de dedica1ão trabal"ei muito com Cibele. #u a invocava e pedia liberta1ão de meus medos. ec"ava os ol"os e ela me levava a uma caverna subterr=nea c"eia de seres raste&antes, seres da 5erra como cobras e aran"as e me mostrava meus problemas com o medo, a terra, o corpo, o san!ue, o sexo, a vida e a morte, ou se&a, com tudo que !era ma!ia. K/ trabal"ei com al!umas eusas ne!ras mais ero$es também, como Iali e 4écate, mas oi al!o di6cil de lidar e al!umas ve$es um tanto assustador. oram trabal"os eitos em momentos em que precisei de !randes transmuta1@es internas, mudan1as radicais, e oi sempre di6cil. O resultado oi de um !rande crescimento, obtido ap)s um mer!ul"o breve em min"as sombras mais densas. +reve porque não é uma dimensão onde a sanidade de uma pessoa possa sobreviver intacta por muito tempo. e modo que recomendo cuidado ao lidar com as sombras. #xplicite sempre antes de come1ar que seu prop)sito é de inte!ra1ão e cura. # se poss6vel escol"a como !uia uma divindade que também ten"a aspectos de curadora ou transmutadora. i!o se poss6vel porque as eusas podem se apresentar espontaneamente quando se a$ necess/rio. -e você precisar de uma !rande ruptura que não conse!ue a$er ou de um espel"o poderoso para se enxer!ar é bem prov/vel que se encontre com a ceieira, a eusa Ne!ra da 'orte. Não u&a dela, al!umas ve$es a morte é exatamente a bên1ão de que necessitamos. # se você acredita que é ou dese&a ser a pessoa mais boa$in"a do mundo, não se surpreenda ao descobrir em seu interior a ima!em sombria da bruxa, a me!era, dotada dos piores dese&os e!o6stas e da raiva mais sombria. Não se surpreenda ao descobrir que as irmãs de Psiquê a$em parte de você.
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5en"a materiais 9 mão que possam ser 0teis antes de come1ar o trabal"o e execute esta transmuta1ão da ener!ia tra$ida 9 tona ainda dentro do c6rculo m/!ico. Não esque1a de se despedir das ivindades, dos !uardi@es e dos poderes das sombras assim que encerrar. :sto sempre é importante, mas neste caso é primordial.
No
O mito di$ que <ênus nasceu das sementes de 7rano, o céu, que ca6ram sobre as /!uas do oceano. Assim ela é o elemento celeste da Alma que a a$ receptiva ao #sp6rito, a compan"eira de Apolo no sarau das musas. 'as ela também é aquela que desceu dos céus como semente ertili$ando os mares da Alma e então desa!uou na terra como a espuma branca, unindo pelo Amor todas as partes do ser. Por viver em todas as ases #la é aquela que con"ece o camin"o de volta para casa, para a inte!ra1ão das partes de n)s mesmos. Assim sendo Psiquê deve renascer de sua primeira passa!em pelo reino sombrio aprendendo a amar a 5erra, o corpo e o Pra$er. Ao acender seu primeiro o!o, a l=mpada com que vislumbra #ros, ela dever/ encontrar%se com a <ênus terrena, a 'ãe 5erra, e come1ar a enxer!ar a eusa em si mesma. A!ora estamos entrando no terreno do Pra$er -a!rado e dese&o compartil"ar al!o de min"as primeiras experiências neste sentido. Como -acerdotisa do Amor, <ênus est/ sempre presente para mim em -uas v/rias aces. 5en"o uma enorme reprodu1ão do nascimento de <ênus no meu altar. Outras ve$es estou mais conectada ao lado !re!o e me li!o a Arodite. Os parceiros dela variam como suas aces. A maioria das ve$es Apolo como o o!o que se casa com a /!ua de 7r=nia, a Arodite celeste. Outras ve$es #ros como o An&o do Amor. Rs ve$es ioniso como eus do vin"o e do pra$er, o 'asculino da 5erra e o eus do c/lice. 7ma ou duas ve$es veio 'arte, o !uerreiro. 'arte é um aspecto que eu sempre preciso buscar, é desaiador para mim. 5en"o muita ainidade com o Panteão Dreco%romano por min"a ascendência italiana, mas não é al!o exclusivo. Gsis e Os6ris, Parvati e -"iva também são mestres de Pra$er -a!rado para mim. 5ive al!umas )timas experiências solit/rias com Os6ris e son"os er)ticos curiosos com -"iva. Na min"a auto% inicia1ão na bruxaria, ap)s todo o ritual terminado eu estava deitada exausta no c"ão da co$in"a quando me apareceu Os6ris e disseL Ainda não terminou, você precisa de um !o$oFE Jespondi que estava cansada demais e não conse!uiria ao que ele retrucou que sabia como me excitar e come1ou a alar as coisas que povoam as min"as antasias er)ticas. #u que na época ainda ac"ava que sexo sa!rado era al!o bastante ormal me espantei e per!untei, 'as pode isso no Drande Jito* Pode, o que não pode é você não !o$ar na sua inicia1ãoEF 7sei meus dedos e !o$ei proundamente em menos de de$ minutos. 5in"a a n6tida sensa1ão de que ele me abra1ava por tr/s e que o dedo com que me penetrava osse o seu pênis. 'ais ou menos na mesma época eu tive um son"o em que estava em um templo e tin"a sido preparada como oerenda a -"iva. #le vin"a, também por tr/s como Os6ris, me abra1ando com incont/veis membros serpentinos, me penetrava e então morria como se tivesse esva$iado toda a sua essência dentro de mim. Curioso isto que ambos ten"am me abra1ado por tr/s para penetra1@es va!inais. :sso a$ com que eu não os ten"a visto ace a ace neste primeiro momento assim como Psiquê não vê o marido a princ6pio. A posi1ão de costas também permite que o eus ten"a abra1ado a min"a coluna acendendo o luxo do o!o bem como os encontros 9s escuras levaram Psiquê a acender sua l=mpada. # claro, a posi1ão por tr/s evoca o nosso instinto animal, um modo ancestral de a$er sexo. A!rade1o a Gsis e a Parvati o empréstimo dos maridos. #stas oram experiências espont=neas em que os euses me condu$iram a inicia1@es no 157
Pra$er -a!rado antes que eu tivesse um parceiro m/!ico com quem acender conscientemente a min"a l=mpada. #ntão não se surpreenda quando ao tril"ar o camin"o da sua Alma você encontrar a sua sexualidade com uma or1a instintiva muito maior do que você pensava ter.
Prepara1ão Aterramento Psiquê deve encontrar eméter antes que esta a envie a <ênus e também você deve aterrar%se antes de se aventurar nos camin"os do Amor. 7ma /rvore é tão orte quanto suas ra6$es e isto é o que buscamos ser, uma /rvore da vida plena e s/bia com nossos potenciais amadurecidos. Não "/ nada além do que é pr)prio ao "umano no que tratamos aqui. #stes são os camin"os da Alma e são comuns a todos. #stamos tratando apenas de re!ar a semente que somos para que cres1a por seus camin"os normais. Adube%a no ventre da 'ãe, aterre%se. N)s ocidentais passamos a ac"ar que vivemos em nossas cabe1as e levamos lon!as "oras em atividades mentais esquecendo nossos corpos. #ste estado de coisas o impedir/ de obter qualquer resultado m/!ico importante porque para isso a ener!ia precisa poder circular livremente. O exerc6cio que se se!ue restitui o luxo e permite que você receba ener!ia da 'ãe 5erra para usar em seus rituais.
de come1ar o seu ritual. :sto vai permitir que você receba ener!ia da 5erra e desbloqueie o seu luxo para que possa mover a ener!ia durante o ritual. 5udo que ortale1a suas pernas e seu c"a?ra b/sico é 0til como prepara1ão. 7ma de min"as mel"ores experiências de aterramento oi camin"ar so$in"a na mata enquanto escurecia. Prepare%se, conecte%se 9 'ãe 5erra e então v/ para o lu!ar que escol"eu para o seu rito, puriique%se e ao seu espa1o e dispon"a o c6rculo m/!ico em que você vai acumular a ener!ia.
'0sica #u aprecio come1ar estes ritos, e quase todos os ritos, com can1@es sa!radas. Podem ser !rava1@es, mas se eu as cantar tanto mel"or. A m0sica e a dan1a nos conectam 9 parte emocional e inantil em n)s que pode entre!ar%se e deixar luir e que é a onte da ma!ia que nos conecta ao #sp6rito. 3embre%se que se não ores como os pequeninos não entrareis no reino dos céusE. Além disso, cantar libera a respira1ão de maneira pra$erosa e você est/ tentando levar pra$er e vitalidade a todo o seu corpo. #scol"a can1@es de que você !oste e as oere1a ao Amor. Não é isso que a$emos instintivamente ao nos apaixonarmos* #m rituais solit/rios eu escol"o qualquer tipo de m0sica que me emocione no momento. Al!umas ve$es toco tambor ou maraca, outras coloco um cd. #ntão eu deixo o meu corpo se mover como quiser, com movimentos o mais espont=neos poss6vel, soltando o e!o e acumulando ener!ia para o ritual, me movendo sempre no sentido "or/rio que permite que a ener!ia cres1a. A dan1a do ventre é especialmente boa para conectar com a ener!ia sexual e a 5erra. Não é preciso muita técnica nem coreo!raia. O importante é mover a pélvis para que ?undalini desperte.
O o!o sa!rado e in6cio o o!o é aceso através do Pra$er -a!rado e então deve queimar lento na pira do Pra$er para despertar o Amor -a!rado no cora1ão. O Pra$er e o Amor -a!rado são duas ases da mesma obra ou dois lados da mesma moeda. Alimentamos o o!o do Amor com as /!uas do Pra$er. #ntão você deve sensibili$ar seus sentidos com tudo que l"e dê pra$er. '0sica, dan1a, odores a!rad/veis, toques suaves.
O mais importante e nobre dos prop)sitos é render%se 9 Presen1a ivina em n)s através da eleva1ão da ener!ia ao cora1ão e em se!uida ao coron/rio. Assim você deve tocar%se ou a$er amor se tiver um par, para praticar o uso da ener!ia transmutada em ormas mais sutis, elevando o Pra$er ao Amor e então 9 7nidade.
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pelo tempo que puderem, não tem import=ncia se depois passarem a suas posi1@es avoritas. -ão exerc6cios que se aproundam com o tempo. 7ma varia1ão também cl/ssica é a posi1ão em que um deita sobre o outro e quem est/ por baixo abra1a o sacro e o cora1ão do parceiro com as mãos em suas costas. Nesta posi1ão deve%se alternar quem ica por cima e um parceiro por ve$, o que est/ em baixo, acol"e o outro em seu cora1ão. (uem est/ por cima apenas relaxa e se entre!a. #xistem muito mais técnicas, com posi1@es e mantras, e eu estou sempre em pesquisa sobre o que pode ser 0til. 'as simplesmente observar, tocar, sentir e tomar consciência unciona bem comi!o. 4/ al!uns bons livros que tra$em descri1ão detal"ada de técnicas para a&udar a mul"er a ter controle da musculatura va!inal e o "omem a controlar a e&acula1ão então também não me deterei nisso. e modo !eral os livros para Ocidentais tem um oco em a&udar as pessoas a con"ecerem seus corpos e mel"orarem a sua vida sexual o que é um ponto de partida importante. 'as eu vou apenas assumir que o meu leitor &/ os leu e escol"eu al!umas técnicas para praticar. # sobretudo que est/ pronto a voltar a sua aten1ão mais para a sua consciência do que para a técnica. (uero que você perceba bem esta import=ncia de ocar em sua capacidade de sentir e receber a si mesmo e ao outro porque se ainda pode "aver al!uma técnica para o Pra$er -a!rado não se pode di$er o mesmo do Amor -a!rado. Não "/ técnica al!uma, apenas espontaneidade porque o Amor é um sentimento e a 0nica coisa que você pode a$er é se entre!ar e deixar que ele sur&a quando tiver que sur!ir.
Consa(ração do ventre e do #ao: a %rimeira tare#a s. Nos curamos 9 medida que recuperamos os valores de Pra$er e
Consagrando-se a1a seu c6rculo sa!rado consciente de que ele é o 0tero da eusa. Aben1oe o seu corpo e se conscienti$e da ivindade presente nele, em você. Cubra%se de pétalas de rosas e aben1oe seu corpo pela presen1a da eusa. Aben1oe seu corpo, sua pele, seu sexo, seu pra$er, recon"ecendo em si a eusa. O trabal"o de cura do ventre é eito reconectando o nosso ventre ao ventre da 'ãe. R 'ãe 5erra que cura nossas dores e nos reener!i$a e 9 'ãe <ênus que liberta o nosso Pra$er -a!rado. #xperimentamos o sentimento de ser acol"idos novamente no ventre quentin"o de uma 'ãe amorosa e nutridora onde podemos nos entre!ar, plenamente coniantes. C"amamos a 'ãe na ace de -en"ora das Josas, -en"ora do Amor, para reconectar 9 capacidade do corpo para o Pra$er. 5omar um ban"o de pétalas de rosas é uma prepara1ão importante para este ritual.
bên1ão 9 realidade 6sica do corpo que nos oi doado. Nossa abertura para o Amor depende de termos sido nutridos por nossas mães e de coniarmos em ser nutridos pela Drande 'ãe. ; importante saber que mesmo que nossa mãe "umana não nos ten"a dese&ado e nutrido ainda podemos sempre ser nutridos pela Drande 'ãe e encontrarmos Nela a aprecia1ão de n)s mesmos. evemos a n)s mesmos e 9 'ãe a aprecia1ão e o respeito pela expressão 6sica de nosso ser. #sta é a semente necess/ria do Amor, sem a qual não se pode evoluir. Consa!ramos então o pra$er de nossos corpos ao Amor da <ênus 5erra, a 'ãe ct>nica de quem os recebemos e a quem um dia os devolveremos para que possamos receber ela toda a or1a de viver e que possamos também aben1o/%la com nosso amor e com os luidos de nosso pra$er. O mel"or seria a$ê%lo deitado na 5erra, se poss6vel em uma !ruta ou caverna. 5ive uma ve$ a experiência de me ban"ar em um la!o de uma !ruta em que não "avia lu$ e oi realmente como voltar ao 0tero, absolutamente maravil"oso. Nem sempre podemos a$er isso então se o i$er na cidade, você pode a$ê%lo em quatro etapas. Na primeira, com o elemento 5erra, pode colocar ar!ila medicinal em seu corpo e envolver%se em len1)is como em um casulo e c"amar a 'ãe 5erra e seus encantados para aben1oar e "armoni$ar seu corpo. (uando a1o isso com as pessoas normalmente a 'ãe me usa como canal para acarin"ar e dar colo a quem c"ama por #la. ; um momento muito re!ressivo de volta ao 0tero da mãe, al!o muito nutridor. #m se!uida o elemento /!ua, rosas, a mãe <ênus e as adas das rosas para um ban"o de Pra$er. Pode permanecer a ar!ila aplicada nos pés e no p0bis. #u costumo di$er al!o comoL #u te Sou a mim dependendo para quem estiver a$endoT aben1oo e te consa!ro aos poderes da 5erra, da
ortalece ao partil"ar%se. #ste porém é um rito 6ntimo que não estamos prontos a partil"ar com todos, sobretudo com os )culos do preconceito que omos acostumados a usar. +usca descartar esses )culos o quanto possas e encontrar pares com quem servir ao altar do Amor. epois de amar é bom partil"ar o pão e o vin"o enquanto as velas queimam e nos acariciarmos rea$endo%nos dos mer!ul"os no Amor. epois de ter aberto nosso c6rculo é importante oertar as lores que utili$amos e os luidos 6ntimos do Amor ao local de nature$a mais pr)ximo em !ratidão 9 'ãe 5erra. Consolidaremos nosso recon"ecimento 9 Presen1a do -a!rado na 5erra, dimensão 6sica da existência e selando as n0pcias entre os aspectos da 5erra e do Céu, da 'ãe e do Pai, do o!o e da W!ua que vivem em n)s.
Consa!ra1ão em Jituais coletivos 5udo que est/ descrito acima unciona muito bem para uma ou duas pessoas porque o tabu sexual da masturba1ão e do sexo entre um casal de adultos envolvidos em um relacionamento amoroso &/ diminuiu consideravelmente. 'as não era assim que os rituais eram eitos tradicionalmente e não é assim que a ener!ia atin!e o seu /pice. As sociedades tradicionais em que os 'istérios eram praticados abertamente inclu6am ritos de sexualidade !rupal que talve$ uncionassem também como um elemento a!re!ador social além do provimento de experiência reli!iosa. 'oralidade 9 parte, a espécie "umana tem uma atra1ão por sexo !rupal, "a&a vista a proliera1ão da pr/tica da troca de casais e de casas noturnas especiali$adas nisso. No entanto, temos ainda um !rande tabu em rela1ão a isso. As pessoas o a$em quase sempre meio escondidas e !eralmente reali$am o seu dese&o sem qualquer n6vel de troca mais prounda, al!umas ve$es sem nem mesmo per!untar o nome das pessoas com quem a$em sexo. #u sou simp/tica ao sexo !rupal, mas não dessa orma. Para mim isso não passa de uma masturba1ão em !rupo e uma masturba1ão bem va$ia. O que me interessa são as rela1@es aetivas a mais que duas pessoas. # sobretudo a possibilidade do trabal"o m/!ico de sexo sa!rado vivida por um !rupo com la1os aetivos e de conian1a ortes entre todos os membros. 5en"o menos experiência pr/tica nisso do que !ostaria porque é di6cil encontrar pessoas com ainidade suiciente e interessadas nos 'istérios que também este&am dispostas a experimentar ir além deste tabu. 'as todas as experiências que tive oram muito satisat)rias e s) tive a !an"ar com elas, em pra$er, amor e ma!ia. :ma!ino que al!uns de vocês leitores possam ter o mesmo interesse que o meu de ir além dos tabus e investi!ar, o que encora&o irmemente, então eu propon"o a se!uir um passo a passo de rituais de consa!ra1ão em !rupo que a&udem as pessoas a constru6rem intimidade e sintonia para c"e!ar ao Drande Jito. -inta%se 9 vontade leitor para se!uir o seu dese&o e respeitar os seus limites quanto ao que aproveitar desta se1ão. :ma!inei um aproundamento em 164
cinco etapas sendo que cada uma delas pode ser desenvolvida em um ou em v/rios rituais dependendo do tempo necess/rio para construir a intimidade.
Primeira etapa ; importante ter sempre preservativos dispon6veis para o caso de precisar. Preservativo pode não ser o ideal ener!eticamente, mas é essencial por questão de sa0de. Antes de come1ar é importante a$er uma rodada de conversas em que cada um relata al!o sobre como est/ sua rela1ão com a sexualidade e até onde se sente 9 vontade para c"e!ar. #ntão decidem um plano de a1ão que pode ou não aproveitar as su!est@es a se!uir. As divindades propostas se reerem a ener!ias de sensualidade, instinto e aterramento, consciência e libera1ão de tabus. #stando todos de acordo quanto ao que se vai a$er e até onde se vai no primeiro momento deve%se preparar o ambiente e as consciências de todos para i r entrando no modo m/!ico e relaxado de encantamento. Os passos que listo a se!uir podem ser 0teis.
Prepara1ão do ambiente com incensos e )leos essenciais de rosas :nvoca1ão a <ênus%invocamos sua or1a no caldeirão S!raalT c"eio com /!ua e lores vermel"as com a qual nos aben1oaremos :nvoca1ão a #ros%O convidamos para tra$er amorosidade ao nosso !rupo e o!o a nossos corpos Oerenda do o!o sa!rado de uma vela a #rosSuma para cada pessoaT.
#m duplas lavar os pés do outro e o ventre, o cora1ão e o terceiro ol"o, na /!ua da eusa. As pessoas devem usar o m6nimo de roupa com que se sintam 9 vontade e di$er eu recon"e1o as /!uas de <ênus em você, eu A ve&o no seu san!ue, A escuto nas batidas do seu cora1ão e A sinto no seu ventreE. 5ambém nas duplas acender a vela vermel"a do outro e di$er, eu recon"e1o o o!o de #ros em você, eu O ve&o no bril"o dos seus ol"os, eu O escuto no som da sua vo$ e O sinto no calor da sua peleE. Ol"ar o outro em sua ivindade, respirar o seu "/lito, sentar com a coluna ereta, coxas entrela1adas. 'assa!ear a coluna um do outro do c)ccix até o alto da cabe1a, quando c"e!ar ao alto da cabe1a acariciar cabelos e orel"as encostando as testas, respirar tranquilamente. Alternar esse exerc6cio para a$er experimentando a ivindade em si e no Outro com al!uém do mesmo sexo e do sexo oposto. eitar as pessoas e oertar lores sobre o ventre convidando a eusa para nossos corpos, e consa!rar o Pra$er 9 or1a de
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Cada um deita, ec"a os ol"os, sente o sa!rado e toca 9 vontade em si mesmo até onde quiser ir, recon"ecendo o seu corpo e sentimentos até que as velas e os incensos se apa!uem. A!radecer num abra1o coletivo. Pode "aver conversa depois ou icar para o pr)ximo encontro para preservar ao m/ximo o estado de entre!a não racional !erado pela experiência.
Acariciamentos -e dese&armos colocar nosso limite por aqui e icarmos em acariciamentos de sensualidade e aetividade recomendo explorar os sentidos menos utili$ados do tato, paladar e olato e promover exerc6cios em que se abre mão da visão. 5odos podem se sentar em c6rculo, ec"ar os ol"os e colocar as mãos para o centro. 5odas irão se encontrar e ser/ natural que se toquem, acariciem e explorem. e ol"os ec"ados você não saber/ quem toca e quem é tocado, viver/ o pra$er do tato sem a censura da visão. 7ma m0sica suave e terna pode a&udar a descontrair e envolver o emocional. Ou o silêncio pode aproundar a sensa1ão do tato se &/ temos al!uma pr/tica. (uando somos iniciantes a m0sica a&uda a sair do racional. Come1ar apenas com as mãos evita que as pessoas se assustem e acabem reor1ando suas deesas. 5ambém sensibili$a e carre!a as mãos de ener!ia para tocar com mais consciência. Nin!uém deve ser or1ado a ir além do que se sente 9 vontade e todos devem atentar ao limite do outro. 3imites não precisam ser expressos verbalmente. Nossos corpos sinali$am todo o tempo até onde estamos dispostos, se dese&amos o toque ou não. -ensibili$ar as mãos também é o exerc6cio de aprender a sentir e respeitar até onde "/ receptividade. 7ma varia1ão interessante deste exerc6cio é eita com os pés em que todos icam deitados com os pés para o centro tocando uns nos outros. 5ambém é muito sensual e tem o eeito adicional de levar consciência aos pés que em !eral não são devidamente estimulados. Podemos ampliar a /rea de toque para incluir os bra1os e as pernas depois de al!um tempo de exerc6cio. epois de tê%lo eito al!umas ve$es é um desenvolvimento natural. 5ocar e ser tocado torna%se bem mais intenso pela sensibili$a1ão prévia. (uanto mais demorarmos em cada est/!io de exerc6cio mel"ores os eeitos. #ntre um e outro est/!io, antes de passar para a pr)xima etapa pode ser 0til cantar al!umas can1@es que despertem o sentimento de amor e união do !rupo. Cantar aprounda e libera a respira1ão e a$ vibrar todo o corpo.
5ato 4/ um tipo de acariciamento que é o meu preerido e que aprendi com um !rupo de que participei. ;ramos al!o como seis ou oito pessoas, a$6amos um c6rculo e nos reve$/vamos colocando um de n)s de cada ve$ deitado no centro, primeiro de bru1os, s) com roupas de ban"o e todos acariciavam suas costas, bra1os, pernas, nuca, n/de!as, s) com a pontin"a dos dedos ou com 166
as un"as, bem de leve e bem deva!ar. C"am/vamos isso de lã$in"a e pass/vamos bastante tempo nisso. #ra tão bom que marc/vamos de rel)!io cinco minutos para cada um porque nin!uém queria que terminasse a sua ve$. a$6amos na parte da rente do corpo também, mas de modo !eral as costas são mais sens6veis, assim como a parte interna dos bra1os e das coxas. 5er seis pares de mãos a$endo lã$in"a no seu corpo é uma experiência simplesmente maravil"osa. Jecomendo irmemente esta pr/tica que produ$ excelentes resultados e não precisa a!redir os pudores dos mais recatados. 'esmo evitando%se /reas como n/de!as, sexo e seios a sensa1ão ainda é bastante intensa.
Olato e Paladar 4o&e em dia as pessoas estão ra$oavelmente acostumadas ao sexo oral, mas em !eral vão direto com a boca aos )r!ãos !enitais e mamilos o que não carre!a muito o corpo de ener!ia e costuma icar reservado a parceiros sexuais. Podemos tentar explorar os odores em !rupo e se ormos um pouco mais dispostos também al!uns sabores. Podemos nos concentrar na re!ião da nuca, por exemplo, ou percorrer todo o corpo do outro Sou dos outrosT captando odores, respirando o odor do outro de ol"os ec"ados e excitando a pele &/ sens6vel com a sutile$a do ar quente da respira1ão que passeia sobre a pele. Os c"eiros variam de pessoa para pessoa e em cada parte do corpo. -em perume é mel"or para sentir e ativar a produ1ão natural de "orm>nios cu&a percep1ão ica pre&udicada com a nossa desconexão dos odores naturais. 7ma parte do porque dan1ar &untos é tão sedutor é que o corpo tem tempo de produ$ir e absorver os "orm>nios enquanto aspiramos a nuca de nosso par na pista de dan1a. eito o recon"ecimento dos odores podemos explorar os sabores, mas evitando a obviedade de ir direto ao sexo. 'el"or come1ar pelos cantin"os onde o suor acumula sabor. A nuca, a dobra interna dos &oel"os, a parte interna do bra1o, a curva das saboneteiras, os dedos dos pés e das mãos, a lin"a da coluna descendo até o c)ccix.
Seunda etapa As pessoas devem estar preerencialmente nuas ou no m/ximo com a parte de baixo de roupas de ban"o. :nclui tocar a todos e toques de ol"os ec"ados em situa1ão !rupal em que não se sabe quem toca e quem é tocado. Al!uns !rupos podem evoluir r/pido de uma etapa para outra e outros podem necessitar de v/rios encontros para se aproundar. 'anten"am o di/lo!o sempre, deixando muito claro a todos sobre o quanto cada um est/ disposto a se aproundar. Jespeitar o ritmo de todos é undamental. -e!uem al!umas su!est@es.
:nvocar Daia e o Corn6ero e ativar a ener!ia do corpo em duplas massa!eando abdome, pélvis, pernas e pés com ar!ila medicinal. 167
Com m0sica de tambores e batidas de pés no c"ão tra$er a ener!ia !erada para os pés e )r!ãos sexuais. an1ar em c6rculo de ol"os ec"ados encontrando uns aos outros ao se mover num espa1o restrito demarcado por travesseiros e então encostar e abra1ar cada um ao encontr/%lo para uma massa!em de abdome com abdome e pélvis com pélvis. epois de certo tempo, di!amos ao inal de uma m0sica, podem todos deitar e explorar os corpos de todo o !rupo ou estar em duplas para explorar. No caso de duplas é importante que as duplas se alternem com requência. eixar luir até onde dese&arem e se sentirem conort/veis. Consa!rar o vin"o com o c/lice e o at"ame Sada!a ritualT e partil"ar. Oerenda da ar!ila e de poss6veis luidos corporais 9 'ãe Daia.
Terceira etapa Aqui podemos come1ar a tocar as partes 6ntimas de nossos compan"eiros de c6rculo e a explorar as ormas de toc/%las e os pontos especiais.
:nvocar -"a?ti e -"iva vestir apenas sete len1os de tecidos vaporosos. Cantar o Om Y ve$es e despir um véu para cada Om an1ar de ol"os ec"ados com !uirlandas de lores pedindo 9 mãe que corte nossa cabe1a tabus Consa!rar e beber o vin"o e comer carne #ntrela1amento da !rande teia % todos se tocam de ol"os ec"ados, costas com costas, velas acesas, colunas se massa!eando para acender ?undalini depois de rente trocam bei&os e car6cias num abra1o coletivo. Abrir os ol"os e ol"ar aben1oando a nude$ de todos com os ol"os da inocência e do sa!rado #m duplas a$er a explora1ão dos pontos de poder internos com os dedos. e in6cio com respira1ão e aten1ão, depois livre podendo c"e!ar a condu$ir o par até o or!asmo.
-obre os pontos internos é importante explorar a pr)stata no "omem vencendo o tabu da penetra1ão anal. Na mul"er "/ diversos pontos a explorar. 5ocar as paredes internas da va!ina ao mesmo tempo em que se estimula o clit)ris costuma ser recomend/vel. As laterais da uretra e o =nus também são muito inervados e sens6veis. A sensibilidade varia muito de pessoa para pessoa de modo que é recomend/vel não ter pressa em recon"ecer as /reas mais sens6veis e aprender como tocar cada um.
!uarta etapa Nesta quarta etapa &/ pode "aver sexo com penetra1ão do pênis na va!ina ou =nus. 168
:nvocar uma deidade andr)!ina como #ros, "ermarodito ou Ard"anariSo andr)!ino -"iva%-"a?tiT Constru1ão de uma mandala com corpos, lores e !rãos Ativa1ão dos c"a?ras com massa!em sutil na coluna com a ponta dos dedos e a l6n!ua :nvoca1ão do eus na mul"er e invoca1ão da eusa no "omem invocando as contrapartes internas +ei&o qu6ntuplo Sbei&ar pés, &oel"os, sexo, mamilos e bocaT Penetra1ão em três posi1@es de Poder o primeiro mul"er em cima invocando a deusa o mul"er deitada, "omem de &oel"os ela o enla1a com as pernas, invocando o eus o Posi1ão sentada, ele por baixo, pernas dela por cima, invocando a eidade andr)!ina. 'editar nesta 0ltima o m/ximo de tempo poss6vel. o Posi1ão livre até o !o$o. o Para !rupos "omossexuais as duplas se alternam nas posi1@es de ativo e passivo e terminam em uma posi1ão que permita a mesma quantidade de movimento para ambos.
!uinta etapa Podemos evoluir para uma or!ia propriamente dita e também explorar a possibilidade do "omossexualismo ritual. :ma!inando que se&a um !rupo de pessoas "eterossexuais naturalmente. -e or o contr/rio talve$ se&a o caso de come1ar com contatos "omoer)ticos e depois explorar contatos "eterossexuais para ampliar os limites a menos que o !rupo se&a composto apenas de pessoas do mesmo sexo.
.invocar Arodite e ion6sio Consa!rar o vin"o e compartil"/%lo 'aquiar o rosto com m/scaras de animais, colocar !uirlandas de lores nos cabelos e despirem%se todos. an1ar com m0sicas de carnaval, renascentistas ou célticas. +ei&os coletivos, &o!os er)ticos diversos em !rupo. #xplora1ão sensorial livre em !rupos de mul"eres com mul"eres e "omens com "omens ou mistos se o !rupo or prioritariamente !a. Or!ia propriamente dita com sexo entre todos
O !rupo pode nunca c"e!ar até este n6vel de proundidade. -ão muitos tabus a serem rompidos para que uma experiência assim possa ser vivida em um n6vel de troca si!niicativo sem culpa ou ansiedade. -e o !rupo não estiver 9 vontade é mel"or colocar o limite muito antes disso. 169
Al!umas técnicas atuais de terapia promovem diversos tipos de acariciamento em !rupo que podem ser bastante satisat)rios e sensuais para pessoas de mente ra$oavelmente aberta. Al!o por volta da sensualidade proposta para o primeiro tipo de encontro e de ato me inspirei em al!umas delas para os acariciamentos das etapas iniciais. 'uitos !rupos de autocon"ecimento &/ estabelecem seus limites por a6 e os exploram sem susto. 'in"a esperan1a é que a desmistiica1ão dos tabus a respeito da li!a1ão do sexo com o sa!rado que este livro tra$ possa estimular as pessoas a expandirem os seus limites. -e você estiver aberto 9 experiência é preciso cuidar de que o !rupo este&a bem ainado para que nin!uém se&a exclu6do nem se sinta violentado e que a ener!ia se&a bem direcionada. -e bem eito, com intimidade !radualmente aumentada, é uma poderosa experiência m/!ica e de cura. :ma!inei estas etapas alternando momentos mais sensuais e meditativos com momentos de entre!a 9 or1a instintiva e abandono dos tabus. Ambos são parte da sexualidade "umana e estamos buscando acol"er a nossa nature$a com Amor e criar um ambiente de acol"imento da nossa nature$a para o nascimento do Amor. A maioria de n)s ainda não conse!ue vibrar so$in"o um amor muito intenso. Nosso amor costuma ser com aE min0sculo de modo que precisamos das experiências de toque em !rupo para a$er com que nossos corpos possam vivenciar entre!a e conian1a. -e em seu !rupo vocês c"e!arem ao ponto de vivenciar um intenso Amor coletivo, usem%no para curar, aben1oar e perdoar a coletividade "umana. #sta doa1ão prounda dissolver/ !radualmente seus pr)prios bloqueios e atrair/ bên1ãos sobre vocês porque é pura ener!ia divina em a1ão. 5ão poderosa que muitos seres poderão ser curados por ela. A ener!ia sexual é poderosa, um alimento vital. 'uitos acreditam que or!ias atraem ener!ias vampiras involu6das. :sto poderia acontecer num !rupo que operasse ao n6vel do c"a?ra b/sico. Contudo ter !erado amor, conian1a e intimidade, estabelecido o c6rculo m/!ico, c"amado as divindades, cantado os c=nticos sa!rados e mais importante de tudo, estabelecido uma inten1ão nobre para o direcionamento da ener!ia antes do in6cio do ritual !arantem a se!uran1a. 3embre%se de intencionar antes de come1ar porque depois estaremos trabal"ando o abandono da mente e a entre!a. :ntencionem apenas ob&etivos de cura individual ou coletiva e de entre!a ao Amor porque a inten1ão deine a vibra1ão que atrairemos. #xatamente por isto o ideal é c"e!ar ao sexo coletivo apenas quando tivermos alcan1ado a vibra1ão coletiva de Amorosidade. O amor atrair/ o Amor e sua pr)pria nature$a de doa1ão ar/ com que ao ser doado brote mais e mais para doar. Ao contr/rio da vitalidade, o amor não se es!ota ao ser doado, não pode ser roubado e preenc"e os que o canali$am em uma vibra1ão poderosa que seres de baixa requência não suportam.
Casamento de Polaridades, a se!unda tarea 170
A se!unda tarea de Psiquê , obter a lã do velocino de ouro, di$ respeito 9 sabedoria de vencer desaios usando os obst/culos Sespin"osT a seu avor, a ouvir a /!ua e obter o o!o. A Alma precisa encontrar as suas or1as criativas e inte!rar seus opostos para relacionar%se com o mundo e consi!o. Nos trabal"os de consa!ra1ão &/ estivemos trabal"ando o casamento de polaridades masculino%eminino através do sexo sa!rado. 'as polaridade não é s) masculino e eminino nem envolve apenas sexo. evemos tratar também de quest@es como receptividade S/!uaT e or1a de vontade So!oT, aterramento SterraT e transcendência SarT. Jitualmente n)s trabal"amos com casais divinos que reconciliam as nossas polaridades internas. Ao invocarmos e trabal"armos com as eidades somos capa$es de nos relacionar com os poderes divinos que elas representam. :!ualmente quando buscamos esses poderes dentro de n)s acabamos encontrando as eidades que atuam como !uardiãs desses poderes.
Casais ivinos ?5nus e "arte: a &(ua e o #o(o Jitual individual Purifque o ambiente e a si mesmo com os quatro elementos contidos em água com sal(o sal é a terra) e incenso(brasa é ogo e umaa ar) e dis!onha o c"rculo mágico# tenha $ m%o água em uma banheira# bacia ou caldeir%o e !étalas de rosas bem como uma onte de ogo# &elas ou uma ogueira# uma adaga ou es!ada ritual e algo &oc' queira destruir como uma lista do que n%o quer mais# !a!éis &elhos sem ser&entia# obetos que re!resentem lembranas dolorosas# etc *n&oque +'nus e consagre a água ,iga algo como .Estas s%o as águas de +'nus# com elas a ,eusa me banha em Sua bele/a e me enche de autoestima Com elas me abenoo e me encho de 0mor1 2anhe-se de&agar e delicadamente comeando !elos seus !és 0 cada !arte que banhar diga !ala&ras de b'n%o como as seguintes 0benoados s%o meus !és e os caminhos que !ercorri Com o !oder de +'nus eu os cubro de amor e aceita%o 0benoadas s%o minhas !ernas e as estruturas que eu constru" Com as águas da ,eusa eu as !reencho com 2ele/a 0benoado é meu sexo e todo o deseo que há dentro de mim Com estas !étalas eu o !erumo com alegria e satisa%o E assim !or diante es!ecifcando o que &oc' &i&encia em cada !arte de si mesmo e o que sente que necessita 3e&e tanto tem!o quanto necessitar até sentir-se !leno de Pra/er e sensualidade ,eclare ormalmente
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Eu aceito !lenamente quem sou e onde estou e a !artir daqui eu abrirei o meu caminho Esta aceita%o !lena é im!ortante !orque &oc' s4 !ode !artir de onde está Se esti&er em luta consigo mesmo os es!inhos n%o ser%o seus aliados# &oc' n%o será seu aliado# a criati&idade n%o &irá Mas se isto ainda n%o soar &erdadeiro !ara &oc' diga Eu intenciono aceitar !lenamente quem sou e onde estou e a !artir daqui abrir o meu caminho Ent%o in&oque Marte e acenda suas &elas ou sua ogueira e oerea o ogo ao ,eus Con&ide-o a acender o seu !r4!rio ogo interior ,ance com sua es!ada ou !unhal 5asgue# quebre e de!ois queime os !a!éis e obetos !re&iamente se!arados !ara serem destru"dos Caso sinta que tem muita rai&a guardada !ode ser adequado ter uma almoada $ m%o em que !ossa bater !ara descarregá-la inclusi&e a/endo-a em !edaos se or o caso Pea a Marte que o aude a aceitar e liberar sua rai&a e n%o tenha medo de xingar e bater Em seguida coloque o que restar no ogo e !ea ao ,eus que de&ol&a a &oc' a ora que esta&a re!resada em toda a rai&a guardada 6%o estamos aqui obeti&ando atingir a ninguém com a emiss%o de nossa rai&a 7 a rai&a guardada e acalentada que se torna destruti&a Estamos in&ocando o Senhor da bra&ura !ara liberar e transmutar os excessos guardados !ara que !ossamos usar nossa agressi&idade de orma construti&a 8 guerreiro com honra ser&e a um !ro!4sito maior e torna-se !rotetor da &ida 7 agressi&o# n%o &iolento 9enha em mente desde o in"cio o !ro!4sito do seu ritual e de sua !rática mágica e declare-o aos ,euses# $s oras dos 0ntigos que in&ocar 3embrar-se que está buscando a totalidade de si mesmo o audará a ocar e direcionar suas oras :uando sentir que a rai&a er&ilha dentro de &oc' e que sua agressi&idade se ex!ressa de orma inustifcada# excessi&a e desnecessária (&iolenta) !ergunte a si mesmo o que está re!resando dentro de si +oc' !ode estar sim!lesmente descarregando a rai&a no lugar errado em lugar de enrentar o que de ato o incomoda 9rabalhe com a rai&a até sentir que ela &eio e libertou o que esta&a a!risionado Se conseguimos realmente liberar# em seguida nos sentimos muito serenos e integrados# !lenos de &italidade 6%o se !reocu!e se isso n%o acontecer na !rimeira &e/ +oc' !ode necessitar re!etir &árias &e/es o ritual ,e qualquer orma agradea a Marte !ela energia que conseguiu liberar ,iga ormalmente
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-Eu aceito e uso !lenamente a minha agressi&idade# tomo !osse de mim e da minha &ida# da minha ora# dos meus deseos# das minhas escolhas# da minha coragem 9odos os meus caminhos est%o abertos 8u Eu intenciono aceitar e usar !lenamente a minha agressi&idade# tomar !osse de mim e da minha &ida# da minha ora# dos meus deseos# das minhas escolhas# da minha coragem :ue todos os meus caminhos esteam abertos 0 !rimeira orma de afrmar é sem!re mais !oderosa !orque é um decreto# uma afrma%o no !resente Mas !ara ser eeti&a de&emos !oder acreditar nela e senti-la# !reenchendo-a com energia e !oder# de orma que se nos soar alsa será mais !oderoso afrmar com con&ic%o que estamos nos !ondo a caminho desta reali/a%o e mentali/ar que estamos cada &e/ mais cheios desta confana 8 sentimento que a rase des!erta é o ator determinante 0 seguir !asse a sua l;mina no ogo e ent%o a mergulhe na água e diga !ala&ras como Este é o casamento de +'nus e Marte# da água e do ogo# da serenidade e do "m!eto Eu me aceito e me transormo# &i&o !lenamente e morro a cada dia# eu acolho em mim as oras que me tornam o que sou e o que &irei a ser Coloque água no segundo# quarto e sexto cha
Gsis e 5ot", a 5erra e o Ar Gsis é a 5erra no sentido de que a 5erra é o elemento que cristali$a e d/ orma aos demais. A 5erra contém e d/ suporte aos outros três elementos. Neste sentido a 5erra representa também a totalidade dos elementos quando &/ maniestos em sua orma 6sica. -eu dom é maniestar, conceber, !erar, a$er crescer e rutiicar. A 5erra é o elemento da abund=ncia e o Jeino, ou se&a, o 173
mundo maniesto, os limites, conquistas e prop)sitos de al!uém. Gsis, como eusa Alquimista da totalidade e da ertilidade encarna, também, este princ6pio que nos a&uda a reali$ar quem realmente somos. 5ot" é o doador de con"ecimento, o que abre portas dos mundos sutis e conversa com os an&os. #sta é uma d/diva do elemento Ar. #nquanto a 5erra concentra ener!ia para maniestar um prop)sito, o Ar espal"a ideias pelo vento. -uas un1@es são o plane&amento e a comunica1ão, a clare$a mental e a ilumina1ão. 7m necessita do outro. -em o Ar a 5erra não teria um prop)sito a reali$ar nem o necess/rio intercambio de ideias que são como as sementes que a ertili$am. -em a 5erra nada do que o Ar plane&a se reali$aria e toda a sua ener!ia se dispersaria sem un1ão.
Jitual Puriique o ambiente e a si com os quatro elementos contidos em /!ua com sal e incenso e dispon"a o c6rculo m/!ico :nvoque 5ot", unte velas a$uis com )leo essencial de lavanda e acenda. Oere1a incenso de 'irra ao eus e unte a sua pr)pria testa com o )leo de 3avanda. Pe1a a 5ot" que abra os portais de seus corpos desde o 6sico até o corpo mais sutil que você puder alcan1ar com a c"ave do An?" e vibracione os seus corpos, se poss6vel até o seu #u -uperior que vive no plano an!elical. #sta é a dimensão do ser encarre!ado de lembrar a você o seu verdadeiro prop)sito ativando a sua verdadeira vontade em seu cora1ão. Pe1a a ele uma ima!em bem irme e clara do seu prop)sito. eixe sua mente aberta ao que vier. (uando tiver uma ima!em clara com que possa trabal"ar a!rade1a ao seu #u -uperior e a 5ot" e se prepare para retornar. :nvoque Gsis e pe1a que o tra!a de volta &unto com seu prop)sito ec"ando os portais. ; importante ec"/%los adequadamente para que possa voltar em se!uran1a ao modo de uncionamento da vi!6lia e ainda mais importante tra$er o prop)sito &unto com você para ancor/%lo na terceira dimensão. 5ra!a sua ima!em com você. Pe1a 9 eusa que o a&ude a construir essa ima!em na realidade 6sica e a maniest/%la como o seu Jeino, o espa1o sa!rado onde a vontade do seu prop)sito divino reina. Construa uma contraparte 6sica da ima!em que trouxe consi!o, um desen"o, texto ou de preerência uma modela!em em ar!ila para maniestar seu prop)sito na 5erra. Ative a ener!ia e celebre com c=nticos, dan1a e sexualidade sa!rada para a reali$a1ão do seu prop)sito. 5en"a em mente que ele &/ aconteceu, que &/ é real, &/ est/ vindo desde o mundo do esp6rito se maniestar na 5erra. 5ra!a a ener!ia !erada para a ima!em que construiu e este&a consciente da or1a deste rito porque você estar/ unindo sua vontade da terceira dimensão 9
#neite a sua ima!em com lores e sementes e oere1a 9 eusa para que manieste a abund=ncia em seu prop)sito. Coma pão ou bolo e beba vin"o em "omena!em 9 eusa e ao eus. A!rade1a e despe1a%se dos poderes anti!os, disperse o c6rculo e encerre o ritual. Não se preocupe se de in6cio você não puder ter contato com corpos muito sutis e dimens@es muito elevadas de você mesmo. Os corpos 6sico, etérico, astral e mental inerior precisam se acostumar 9 vibra1ão elevada que essas partes de n)s "abitam para que possamos ter contato com elas sem pre&u6$o. A cada contato n)s recebemos a quantidade de lu$, a nossa pr)pria lu$, que &/ podemos suportar e inte!rar e isto provoca sempre uma limpe$a posterior nos corpos mais densos por isto é importante pedir e permitir que as divindades nos !uiem até onde estivermos prontos a ir. 4/ muitos trabal"os com polaridades poss6veis de serem eitos para reconciliar as partes de n)s que podem estar em luta umas com as outras. :nvesti!ue em si mesmo o que est/ separado e necessita ser reunido e que outras divindades poderiam a&udar com estes aspectos.
O Draal e a crian1a interior, a terceira tarea #nc"er o c/lice com /!ua da nascente do #sti!e é a terceira tarea de Psiquê. #ste é o renascimento pelo Draal, a Crian1a ivina interior. Apenas a crian1a interior pode ser receptiva ao #sp6rito em sua curiosidade inocente. A crian1a sabe ser vulner/vel e aberta e pode deixar luir a ener!ia e os sentimentos. A crian1a é o !rande dep)sito de vitalidade em nossas Almas e eli$mente ela vive para sempre dentro de n)s. #la é tanto a Crian1a ivina quanto a crian1a erida e normalmente precisamos acol"ê%la em sua dor antes que se mostre a n)s em plenitude e revele a sua natural capacidade de li!a1ão com o #sp6rito porque ela costuma !uardar !randes eridas. #xatamente por sermos tão vulner/veis na in=ncia nossas dores podem ser proundas demais para lidarmos e então n)s as separamos de nossa consciência. Ao a$er isso inconscientemente isolamos partes de nossa Alma e assim icamos como que mutilados de partes de nossas or1as. Os anti!os c"amavam isso de perda da Alma. eli$mente a Alma pode ser res!atada e a crian1a erida pode ser cuidada. ; preciso ir até onde a alma icou presa e liberar os sentimentos e la1os que a mantém l/. ; preciso via&ar entre as dimens@es, entre os mundos e os tempos. Al!umas ve$es é preciso voltar a situa1@es de dor que n)s mantemos isoladas da nossa consciência. O trabal"o de via&ar entre os mundos, tra$er a Alma de volta e reinte!r/%la c"ama%se Jes!ate de Alma, um modo de cura tradicional de culturas xam=nicas. Jes!ate de Alma não di$ respeito apenas ao acol"imento da crian1a erida, podemos perder partes da Alma em muitos tipos de situa1@es di6ceis ao lon!o da vida e mesmo em situa1@es mal resolvidas de outras vidas. 'as a in=ncia da vida presente tem sempre um papel especial6ssimo porque sem a crian1a perdemos a espontaneidade e a ale!ria de viver. Jes!ate de Alma é um trabal"o muito delicado que não se pode a$er sem um !uia coni/vel que nos a&ude a nos mover em se!uran1a entre os mundos, nos leve até as partes perdidas de n)s mesmos, nos a&ude a solt/%la dos n)s que a prendem e a voltar em se!uran1a com elas. 175
#u conto com dois !uias principais neste trabal"o, a Gsis que busca as partes perdidas e meu animal !uia. -e você ainda não tiver desenvolvido um orte contato com as ivindades e com os animais sa!rados é mel"or não tentar mexer nisto so$in"o. Procure al!uém coni/vel, um xamã, uma bruxa que trabal"e com isto, até mesmo um terapeuta. 4/ boas terapias que lidam com a crian1a erida embora eu sempre sinta que o elemento do -a!rado a$ alta. Al!umas dores são proundas demais para o e!o dar conta, s) a parte ivina de n)s conse!ue porque o #sp6rito pode curar qualquer coisa. #m rela1ão 9 min"a crian1a especiicamente eu preciso sempre da presen1a do c6rculo m/!ico, da conian1a que meu animal exala, do cuidado maternal de Gsis e sobretudo do colo amoroso do #sp6rito &unto comi!o a cada ve$ que a procuro e a acol"o. #la oi muito erida e sua dor é muito prounda então procuro a$ê%lo com requência. A cada ve$ ela se mostra um pouco mais. -empre que a1o isso eu tra1o o c6rculo m/!ico e c"amo a eusa na ace de !uia entre os mundos e o eus na ace de !uardião dos portais e pe1o licen1a e prote1ão para a via!em. #ntão c"amo os meus !uias e pe1o que me se&a mostrado o que precisa ser visto e s) o que pode ser visto. -) o que "/ condi1ão de ser inte!rado. -e estiver !uiando outra pessoa pe1o a permissão e a&uda dos protetores espirituais dela. 5en"o !uiado v/rias pessoas nesse trabal"o nos 0ltimos anos com )timos resultados. Por isso mesmo sei o quanto é delicado desatar os n)s que prendem a Alma e tra$e%la de volta. 'uito mais delicado do que c"e!ar ao n). Por isso eu enati$o que não recomendo este trabal"o para iniciantes. Nada neste livro é para iniciantes mas esta etapa especialmente. Para os iniciantes recomendo estabelecer e ortalecer o contato com seus !uias de via!em entre os mundos porque eles serão essenciais para o seu trabal"o m/!ico. 3eve o tempo que precisar criando intimidade com eles e com a via!em em si.
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porque ele é 3u$ #terna e est/ além de qualquer coisa que se ten"a vivido. Por isso pro!ramas de recupera1ão baseados na entre!a a um Poder -uperior a n)s mesmos podem ser tão eetivos para curar dores, v6cios e compuls@es que de outra orma não teriam cura. O #sp6rito que é a parte de n)s que comun!a diretamente com a ivindade pode dar conta da nossa crian1a, ou de qualquer parte nossa erida, mesmo quando a dor dela é devastadora para o e!o. Nessas ocasi@es realmente apenas ele pode dar conta. 'as a cura da dor é apenas um b>nus em um camin"o que nos prepara para receber o tesouro da 3u$ espiritual e requentemente a dor é apenas al!o que escol"emos antes de vir a esta vida para nos c"amar a aten1ão para este camin"o. Como na "ist)ria de (u6ron, o curador erido, a &ornada para o nosso interior requentemente come1a com uma erida, uma espécie de doen1a do xamã que nos obri!a a ol"ar para dentro e reconstruir a nossa inocência e inte!ridade. #m verdade vos di!o, se não vos i$erdes como um destes pequeninos, &amais entrareis no reino dos céusE. O ritual que su!iro é uma prepara1ão para encontrar a conian1a e a receptividade necess/rias. #ncora&o irmemente também a pr/tica de trabal"o volunt/rio, com crian1as ou qualquer outro que o sensibili$e particularmente, para aquecer o cora1ão. #sta é a "ora de deixar que o Amor leve seu e!o6smo embora, permita que ele transborde. Pensar apenas em você o manter/ escravi$ado ao e!o e você pode ter muito mais do que isso. oe%se para que seu cora1ão possa lorescer.
Jitual a1a%o preerencialmente ao acordar, se puder ser ao nascer do -ol tanto mel"or. Prepare%se com al!um tipo de sauda1ão ao sol. #u a1o a anos uma prece para Gsis com as mãos elevadas em dire1ão ao sol quase todas as man"ãs. #ste&a em seu c6rculo e deixe que o sol o ban"e e aque1a seu corpo e seu cora1ão. ispa%se se puder e se não puder use roupas de ban"o que permitam receber sol no plexo solar, no cora1ão e no coron/rio. #ste&a em contato com a 5erra, sinta o contato dela em seus pés e pe1a a ela que o receba, ancore e a&ude a transmutar tudo que você estiver disposto a soltar. Abra a boca e lembre que a lu$ do sol é o leite de uma 'ãe 3uminosa. e Gsis, de 5éa, de 'adalena e da -"e?ina. eixe que a lu$ o nutra, que o aben1oe e o 178
vista. eixe que ela ven"a como uma pomba de lu$ "abitar em sua mente e em seu cora1ão, se entre!ue e conie. Coloque uma mão em seu cora1ão e outra em seu plexo solar. Pe1a que o p/ssaro solar limpe os sentimentos anti!os para você. #m seu plexo estão o 6!ado do lado direito e o ba1o do lado esquerdo. O 6!ado lida com a ener!ia da !ratidão e iltra a raiva então você precisa permitir que a /!uia devore toda a raiva em seu 6!ado. A lu$ ar/ a su&eira !uardada nos c"a?ras e nos )r!ãos vir 9 tona. O ba1o lida com a ener!ia da conian1a e arma$ena a preocupa1ão. O cora1ão lida com o amor e arma$ena o ressentimento. Como prometeu em busca do o!o divino é preciso deixar que a visão da /!uia tra!a consciência sobre o que temos !uardado em nossas entran"as. eixe vir 9 tona todos os sentimentos que o escravi$am ao passado, deixe se maniestar, se transormar e então ir. O sentimento s) precisa ser sentido e expresso para se transormar. Acol"a a si mesmo com compaixão durante este processo. Pense em todas as coisas tolas que n)s "umanos a$emos por termos medo e perdoe tudo que or capa$. Perdoe a si mesmo quando não puder perdoar. Primeiramente perdoe a si e então quando estiver pronto aos demais. Perdoe quando estiver pronto. Não como uma obri!a1ão em que a mente acredita, mas como uma soltura em seu corpo. Perdoe quando puder soltar os sentimentos e deixar ir. Perdoar si!niica deixar ir. Perdoe e se abra para a compaixão por nossa condi1ão "umana. O que quer que você ten"a passado serve para que possa compreender e ser compassivo com a dor de todos os demais e com as al"as de todos n)s.
capa$ e então oere1a todo este sentimento 9 Crian1a ivina que vive dentro de você, deixe%a vir se anin"ar em seu cora1ão. #la vir/ quando ele estiver aquecido. (uanto mais você praticar a soltura das raivas e m/!oas e a ativa1ão do amor e da !ratidão mais poder/ receber da sua pr)pria lu$ e do direito de abund=ncia que pertence ao il"o de eus que somos todos n)s. O ritual completo leva tempo, mas uma versão resumida poderia ser uma boa pr/tica para se a$er todas as man"ãs, especialmente em per6odos em que precisamos multiplicar as bên1ãos em nossas vidas. O poder do amor e da !ratidão nunca deve ser subestimado.
O corte da cabe1a, (uarta tarea Psiquê entra no reino dos mortos para receber o un!uento de Perséone, abre a caixa e cai num sono de morte sendo res!atada por #ros. ; levada para o Olimpo, une%se a #ros e torna%se uma eusa. C"e!amos ao cl6max da "ist)ria e ao cl6max do camin"o da Alma quando ela se une em deinitivo ao #sp6rito ou ixa o ouro como diria um alquimista. K/ não sou eu quem vive, mas o Cristo quem vive em mimE nas palavras de Paulo de 5arso. Para reali$ar esta tarea Psiquê tem que entrar no reino do 'istério e se entre!ar a6. O que é a 'orte senão a ace do 'istério* (uem &/ oi não volta, não na mesma pele, não sem uma !rande transorma1ão. #la adormece mais uma ve$, mas dessa ve$ com um sono de morte. O controle do e!o se rende ainal, ela se perde, não "/ camin"o de volta, não como "umana. #ntão ela morre, cortam%l"e a cabe1a So controle do e!oT, e #ros a res!ata do outro lado da sua passa!em. Os anti!os tin"am ritos de passa!em em que o iniciado era colocado rente a rente com a morte. #ra colocado em situa1@es de peri!o aparente e se convencia realmente de que iria morrer. #m al!umas sociedades o peri!o c"e!ava a ser real e al!uns al"avam em suas provas inici/ticas e morriam. Não acontece mais assim. -obretudo no caso de autoiniciados. Como eu vou surpreender a mim mesma* 'as a vida providencia sempre uma quota de situa1@es desaiantes para todos n)s em que um mer!ul"o no 'istério pode acontecer e eu ten"o al!uns bons exemplos para compartil"ar. (uando me aproximei da bruxaria eu iquei receosa ao saber que o momento da inicia1ão me traria um contato com a morte e relutante em se!uir adiante. #u inalmente decidi que não precisava mais dessa coisa de morte e inicia1ão, que &/ tin"a tido a min"a cota disto por uma vida e então eu ui assaltada e vi a morte de rente. 5ive um rev)lver apontado para min"a cabe1a. epois disso o medo passou e meu processo de dedica1ão e inicia1ão luiu muito r/pido. Passei por muitas andan1as e mudan1as de cidade também. Nos 0ltimos meses de trabal"o com este livro eu comecei a pensar em me mudar mais uma ve$. -air da cidade$in"a onde tin"a morado no 0ltimo ano e meio, um lu!ar com apenas cinco mil "abitantes onde a maior parte do tempo escrever era a 180
0nica ocupa1ão dispon6vel. 'as para onde ir* #u não estava certa de querer voltar para a min"a cidade natal, ac"ava que não "avia muita coisa para mim por l/. Passei por muitas perdas se!uidas nos dois anos anteriores 9 mudan1a, um aborto espont=neo, o im de um casamento, im de contrato de trabal"o, morte da min"a mãe. Para completar ainda precisei vender a min"a casa. #ntão ac"ei que eu podia c"orar tudo isso ou me mudar para aquela cidade$in"a tranquila e cercada de lu!ares de nature$a intocada do &eito que eu !osto e escrever meu livro. Não oi r/pido assim, é claro. O primeiro momento oi de pavor absoluto, me vi no abismo do nada, me reconstru6 aos poucos. Cerca de um ano depois das perdas comecei a ac"ar que podia ser uma oportunidade para uma mudan1a. # então tudo conspirou para a mudan1a e eu c"e!uei ao meu pequeno para6so &/ com empre!o certo. Ac"ei que seria para icar. Não oi bem assim. Posso di$er que meu e!o levou uma surra impiedosa no Para6so. Pois é, a cidade$in"a se c"ama Alto Para6so. Nada aconteceu como eu esperava, o empre!o não deu certo, nen"um novo romance aconteceu, até mesmo as ami$ades oram poucas. 'as meu cora1ão loresceu. -empre quis a$er voluntariado e inalmente i$. 5ornei%me médium de um centro esp6rita e volunt/ria num abri!o de crian1as. Nos espin"os da adversidade eu constru6 meu livro e meu cora1ão. 5ive muitas experiências em todo este per6odo com a ener!ia do -ol e com a descoberta do Amor incondicional. #ntão para onde ir* #u estava &/ perto do im do meu texto e comecei a me sentir muito incomodada por estar em uma cidade tão pequena. Nada do que eu tentava de trabal"o ia adiante. Ac"ei que era "ora de uma nova mudan1a. Al!umas novas sincronicidades aconteceram. O ami!o de um ami!o me oereceu a sua casa de campo, a cerca de duas "oras da se!unda maior cidade do pa6s, para icar pelo tempo que eu quisesse e terminar de escrever. Aceitei. Pensei que poderia ac"ar al!um lu!ar a!rad/vel não muito lon!e da cidade !rande que me desse maiores c"ances de trabal"ar e divul!ar o livro. Antes de come1ar a via!em tive uma visão curiosa. #u era um alcão e voava ol"ando o sol, mas o sol não estava acima e sim abaixo de mim. iquei curiosa sobre o que estaria acima de mim neste caso. Ol"ei para cima e não "avia ima!em nen"uma, s) uma sensa1ão de que al!o despertou no topo da min"a cabe1a, al!o que não tin"a ima!em apenas uma espécie de Presen1a. #ste al!o ormou os se!uintes pensamentos em min"a menteL #u -ou o 'istério, estou do outro lado do abismo, salta e vem me encontrarFE #ra noite quando isso aconteceu. -em pensar sa6 andando até sair da cidade e deitei no c"ão debaixo de um céu estrelado numa estradin"a de terra. Não aconteceu nada propriamente, s) uma sensa1ão de plenitude, de Presen1a. epois disso cru$ei o pa6s de carro so$in"a, levando uma mala, o noteboo?, um cac"orro, a cara e a cora!em. 'as não tanta cora!em na verdade depois que o suposto para6so de para6so mesmo não teve muito. O primeiro dia oi um tormento mental. # se eu estivesse a$endo uma loucura !astando as min"as reservas de din"eiro com mais uma via!em in0til* Ainda por cima demorei mais do que o previsto em uma das paradas e anoiteceu antes que eu c"e!asse ao "otel a$enda que tin"a reservado para a primeira noite. O tal "otel era aastado do$e quil>metros da pista por uma estrada de c"ão que eu não con"ecia. Não é /cil ac"ar um "otel que aceite al!uém com um cac"orro. 181
#ntão eram oito "oras da noite e l/ estava eu ainda uma cidade antes da que plane&ei parar, procurando um "otel que me aceitasse com o cac"orro. Per!untei em v/rios. Nada. O &eito era tentar ac"ar o tal "otel rural e torcer para não me perder. Q #ui caminhar. Pe(uei es%eci#icaçGes de um caminho ,ue circuava a casa com o vi2inho. O caminho incua duas %assadas dentro da mata: se(undo ee muito r&%idas e #&ceis: Hnão tem como errar. ?oc5 circua a casa e em uma hora est& de vota. 3ee2a: %ensei: che(o ainda com dia caro e a Dtima %arte do caminho de toda #orma na estrada. 3om: %rimeira %arte do caminho o: essa %arte eu tinha #eito com o dono da casa onde estou. Entro: %eço %ermissão e %roteção aos encantados da mata %ara entrar e atravesso ra%idinho: bem de boa. Se(unda %arte do caminho: um %edacinho de %ista se(undo o vi2inho. Ando: ando: não era %ara ser s* um %edacinho@ Acho a entrada da se(unda triha: ainda %enso se não ia #icar muito tarde: mas se(undo o desenho ,ue o vi2inho me entre(ou %ara se(uir eram s* ,uin2e minutos de caminhada na mata e eu ainda tinha uns ,uarenta minutos de u2 do dia. Entro: caminho: caminho: caminho. Che(o numa bi#urcação. Put2: o cara não me #aou de bi#urcação nenhuma. ?eo os bambus todos na direita: um caminho ,ue acho ,ue #oi o ,ue %assei outro dia com o meu an#itrião. 0ão embro ,ue ee che(ue no hote ,ue o marco de votar %ra estrada. O caminho da es,uerda mais caro: mais iuminado. Sinto um e outro e decido %eo da es,uerda: uma subida. Se não #or eu voto. ?ou subindo: ando uns ,uin2e a vinte minutos: começa a escurecer deva(ar. Penso em votar: começo a ter medo. 7ento #icar no %resente e %enso ,ue se votar vai escurecer na triha e ,ue devo estar %ertinho de che(ar: mehor ir em #rente. Ando mais: mais e mais. O medo aumenta: & não consi(o i(nor&-o. Paro e oro: %eço ao "istrio ,ue me %rotea e me (uie. Por #avor. Ouço caramente em minha mente o %ensamento: H?ote %eo caminho ,ue veio. S* vai escurecer ,uando voc5 che(ar B estrada. E eu voto: começo a votar %eo caminho %or ,ue vim decidida a votar at a estradinha e me manter nea at achar o u(ar em ,ue ea encontra com outra estrada ,ue vota %ara casa. Intuo mais do sei ,ue ea encontraria a estrada ,ue eu %reciso %ara votar: uma bi#urcação de estrada um %ouco abai+o da casa %ea ,ua eu não %assei %or,ue cortei caminho %ea %rimeira triha. Começo a votar ainda %ea mata: est& anoitecendo: mas assim ,ue começo a votar o medo %assa e me d& uma sensação de con#orto interno e de am%aro. 7enho a certe2a de ,ue estar& caro at ,ue eu che(ue B estradinha do mesmo modo ,ue eu soube ,ue tinha ,ue votar. 7enho a certe2a de ,ue dar& tudo certo. Estou am%arada. ?oto andando r&%ido: mas não correndo %or,ue tenho ,ue ir testando o terreno onde %iso: ,uase não d& mais %ra ver o chão. Sinto cheiros e escuto rudos de animais se a#astando B medida ,ue 182
vou andando e batendo o chão B minha #rente com o caado de madeira ,ue evei. Est& tudo bem. Penso na %ossibiidade de ter ,ue dormir na mata. Penso ,ue o vi2inho %ode estar me %rocurando. Penso no ,uanto #ui im%rudente de ter entrado so2inha na mata num caminho ,ue não conheço: sem &(ua: sem anterna: sem %re%aro de estar na mata: con#iando s* no "istrio e na intuição. Penso ,ue devia #a2er mehor a minha %arte %ara ,ue o "istrio tambm #aça a dee. 1. ?ou descendo %or ea: cinco minutos de%ois: no m&+imo: a noite termina de cair: veo um indo cu estreado. A noite est& cara %ara ser o começo da ua crescente.
Ainda teve o con!estionamento !i!ante em que iquei presa quando tentei sair desta mesma casa para outra cidade mais perto da cidade !rande. Poderia colocar aqui outro relato detal"ado de como iquei presa nele das três da tarde até de$ da noite tendo andado nesse tempo s) uns de$ quil>metros, se muito. # de como conse!ui quase mila!rosamente sair dele ap)s perder o retorno, mais uma cortesia do 'istério. 'as basta. O importante é que o 7niverso conspira. 4/ uma inst=ncia 'isteriosa nele, uma inst=ncia que nos a&uda, um passo de cada ve$, se pudermos coniar nela.
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#u retornei ao meu pequeno para6so depois de todas essas andan1as para concluir a etapa inal deste livro e praticar a entre!a meditativa que descobri na via!em. essa ve$ mais preparada eu subia uma outra montan"a onde não "/ on1as e acampava so$in"a para estar comi!o mesma e me deixar transormar pelo Amor. -o$in"a no alto da montan"a eu podia c"orar e !ritar 9 vontade enquanto a /!uia puriicava min"as emo1@es. Al!uns meses de dedica1ão quase exclusiva 9 escrita e 9 medita1ão depois eu ui assaltada novamente como na min"a primeira inicia1ão. e orma ainda mais inesperada e surpreendente do que na primeira que &/ tin"a sido 9 lu$ do dia em um lu!ar que não deveria ser peri!oso. essa ve$ estava c"e!ando em casa, durante o dia, naquela cidade$in"a min0scula. 'as l/ estava o susto da possibilidade da morte para me cortar a cabe1a. -obrevivi mais uma ve$. # pensei no dia se!uinte quando parei de tremer e me dei conta de que estava viva no quanto era !rata por ter mais um dia para viver e para amar. # comecei a sentir o quanto eu queria aproveitar cada dia que eu tivesse da6 por diante para amar e como o passado não tin"a import=ncia. Ainda estava sob o impacto dessa morte inici/tica quando subi de novo 9 montan"a al!uns dias depois. Ainda estava abalada mas quando comecei a subir veio o sentimento de estar tudo bem novamente. -enti como se todos os seres li!ados 9 ener!ia da compaixão estivessem subindo comi!o. Acampei e quando anoiteceu iquei deitada do lado de ora da barraca ol"ando o céu estrelado e sentindo uma enorme !ratidão, bem%aventuran1a e um Amor transbordante. -enti claramente que dese&ava que a compaixão osse a min"a prioridade e meu !rande ob&etivo a partir dali. O Amor em toda a sua intensidade ainda não icou e eu continuo tril"ando o Camin"o. 'as o dese&o sincero do compromisso com a compaixão permanece. #stou deixando que ele me transorme. epois disso retornei 9 min"a cidade natal porque me dei conta do tesouro de pessoas queridas que ainda "/ nela para mim e de repente estar com as pessoas era tudo para mim. A ase do isolamento tin"a passado.
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presente na liberdade deste rescor. r escor. esde que este&a bem ancorado e desperto na terra aqui e a!ora e abra mão dos devaneios mentais. 5rabal"ar com o 'istério envolve estas duas coisas, aterrar em seu corpo e na 5rabal"ar 5erra e soltar sua cabe1a e toda a ta!arelice nela.
entrar sem deesas no mundo de Perséone para que ela me tra!a o que quer que eu precise receber para estar inteira. :sto é um pouco dierente de um trabal"o de sombras. Perséone não é apenas uma eusa sombria embora se&a a rain"a do mundo da 'orte e de certa orma se&a a pr)pria morte. #la também é a eusa da primavera. ; o seu retorno 9 terra que permite que a vida volte a vice&ar depois do inverno. A morte que ela tra$ é a liberdade necess/ria de abrir mão do que não serve a cada momento para abra1ar o rescor do momento novo. A sua dimensão é c"eia de vida e a sua bele$a é a de se renovar sempre. Perséone nos a&uda a deixar o passado passar e o uturo vir a ser quando ele c"e!ar, acol"endo a liberdade de simplesmente ser sem expectativas e recebendo o potencial do momento presente. O di6cil sobre estar presente aqui e a!ora é que isso nos a$ sentir com muita clare$a tudo aquilo que a ta!arelice da mente na verdade procurava ocultar. Costuma "aver muita emo1ão com que lidar. N)s aprendemos a u!ir da emo1ão porque ela é tão poderosa e nos toma completamente se n)s deixarmos. # u!imos do corpo porque é nele que sentimos a emo1ão e desse modo nos viciamos a viver na mente. 'as a emo1ão não precisa ser nada de amea1ador,, ela s) é amea1adora quando se luta contra ela. #ntão ela cresce e amea1ador cresce e se torna destrutiva porque tudo com que se luta cresce. (uando você não luta com a emo1ão ela rapidamente se transorma. e orma que "/ ainda um terceiro tipo de ritual para quando Perséone me corta a cabe1a em mais um n6vel e al!uma emo1ão di6cil vêm 9 tona. #u tra1o um c6rculo, c"amo por -"iva, o !rande transmutador e então deixo que a emo1ão me tome inteiramente. (uase sempre ela se tr ansorma bem r/pido. Al!umas ve$es preciso preciso de a&uda e recorro a um ami!o, ami!o, um terapeuta ou 9 ener!ia dos pr)prios mestres. Os s6mbolos que -"iva me trouxe "/ al!uns anos servem também como portais para receber esta ener!ia. #sses s6mbolos "o&e a$em parte do trabal"o de cura e alquimia da Alma que eu ten"o praticado e ensinado. -"iva, 4ermes, -aint Dermain, são todos mestres de uma ordem de alquimistas da Alma a que me ilio c"amada 3)tus P0rpura. O ensinamento de todos eles di$ que a verdade liberta então não é preciso combater as trevas de nossa alma, não é preciso combater coisa al!uma. Apenas observe, deixe que se manieste, se transorme e a ori!em saud/vel dessa ener!ia se mostrar/. -i!a além da ori!em e encontrar/ a quem isto se maniesta, quem você realmente é. O -er não é a emo1ão nem a ori!em da emo1ão, é o espa1o onde ela acontece. #mo1ão é como ondas que s) existem no mar. #las são impermanentes e supericiais, o oceano é a realidade. essa orma o ob&etivo da alquimia não é a liberta1ão de emo1@es destrutivas por mais que isso se&a um al6vio, nem a elimina1ão de toxinas t oxinas 6sicas e ener!éticas por mais que isso se&a curativo. O ob&etivo é o despertar da consciência do -er real a quem tudo isto acontece porque nisto reside a verdadeira liberdade. As ondas são sempre a!itadas e nunca têm repouso,
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mas o oceano é tranquilo. As ondas indam na impermanência, mas o oceano é eterno. Ondas tra$em conlito, mas o oceano é pac6ico. O oceano pode dar suporte 9s ondas, ele não se abala por elas, pode sustent/% las amorosamente, é um !i!antesco espa1o de liberdade. ; este espa1o de liberdade que se busca com a alquimia interior que leva da emo1ão 9 consciência, o oceano de cristal da consciência, um oceano em que se enxer!a, oceano desperto. #ste também é o si!niicado do ol"o de eus "ermético, a consciência desperta e da pérola do dra!ão oriental, a &oia do oceano, a consciência. Consciência é tudo que importa por isso a verdade é o maior valor na espiritualidade, nen"uma consciência consciência pode ser criada a partir de mentiras, mentiras são m/scaras para a consciência. A moral não importa, a verdade importa. A moral é uma cria1ão da ética e da mente, a verdade é o que existe na experiência real. A verdade é o real e a consciência é o terreno do real não da m/scara. O ivino s) pode ser experienciado através do real, nunca pela m/scara, nunca pelo e!o. O e!o e a moral são 0teis para or!ani$ar a rela1ão com os "omens, nunca para estar diante de eus. Com eus é preciso estar nu, descal1ar as sand/lias e retirar as m/scaras. Kamais um "ip)crita entrar/ no reino de eusE que é a consciência. oi para permitir e incentivar esta verdade para consi!o mesmo e a entre!a 9 experiência de si mesmo que as "ist)rias nesse livro oram contadas. (ue eu compartil"ei partes da min"a "ist)ria, meus medos e buscas e que os mestres 'adalena e eos"ua eos"ua compartil"aram al!o da sua pr)pria "umanidade aqui. oi s) para aprender a se permitir icar proundamente em contato com a verdade da experiência, da emo1ão e do corpo que i$emos todos os rituais listados até aqui. Porque não é /cil para n)s entre!ar a cabe1a. oi um dia quando éramos crian1as inocentes e sab6amos coniar e estar presentes mas desde então nos oi ensinado a desconiar do que sent6amos e passamos a viver no medo, na mente e na d0vida. A crian1a não tem medo da emo1ão, da sexualidade, não tem medo da sua pr)pria ener!ia, da sua serpente ?undalini. #la vive a experiência do aqui e a!ora muito plenamente e é por isso i sso que temos de recuper/%la e ao seu rescor r escor espont=neo.
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se tornar toda a prote1ão de que você precisa porque você pode receber o que vier sem se abalar. 5udo até aqui preparou você para este receber amoroso. 'as trace o c6rculo se precisar. #scol"a um lu!ar tranquilo e exercite apenas parar e sentir o 'istério. Assim você vai ter mais c"ance de conse!uir a$er o mesmo quando as circunst=ncias externas orem adversas. -e você não se desesperar a atitude correta a tomar pode sur!ir e a a&uda também pode sur!ir. Apenas este&a atento, receba as situa1@es. :sto a$ parte de receber a
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