Curso à Distância em Manutenção de Edificações
Manutenção de elevadores
- SUMÁRIO:
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1 - Objetivo;
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2 - Funcionamento dos elevadores;
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2.1 - Introdução;
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2.2 - Dispositivos de segurança;
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2.3 - Tipos de elevadores (aplicações especiais)
3 - Importância da manutenção de elevadores; •
3.1 - Riscos provenientes da falta de manutenção em elevadores;
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3.2 - Mau funcionamentos de menor gravidade;
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3.3 - Mau funcionamentos de maior gravidade;
4 - Manutenções periódicas a serem executadas; •
4.1 - Plano de manutenção periódica preventiva;
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5 - Modernizações;
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6 - Legislação;
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7 - Conclusão;
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8 - Referências bibliográficas;
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9 - Currículo resumido do autor;
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10 - Colaboradores.
1 - OBJETIVO:
Descrever a importância da correta manutenção periódica de elevadores, evitando possíveis acidentes, otimizando seu funcionamento e atendendo as legislações vigentes.
2. - Funcionamento dos elevadores:
2.1 - Introdução
Os elevadores mais comumente encontrados em edificações são os do tipo tracionados por cabos, neste tipo de construção os passageiros são transportados em uma cabina que se desloca verticalmente dentro de uma “caixa” acessando os diversos pavimentos do edifício. Dentro da caixa e
apoiados em guias se movem, em sentidos opostos, a cabina e um contra peso (o que reduz a energia necessária para a operação) o movimento dos mesmos se dá por uma máquina de tração, situada na casa de máquinas acima da “caixa”, a referida máquina é composta por um motor elétrico ligado a um redutor do tipo “coroa e sem fim”, que desloca um conjunto de cabos de aço
ligados em uma extremidade à cabina e em outra ao contra peso (balanceado de acordo com a capacidade capacidade do equipamento). Ao receber os comandos de dentro da cabina ou de alguma das botoeiras de pavimento, um painel elétrico instalado na casa de máquinas, comanda a máquina de tração sendo que, ao deslocar-se dentro da “caixa” a cabina aciona diversos di versos sensores elétricos (chamados limites), o que enviará ao painel elétrico sinais da posição da cabina permitindo que sua velocidade diminua e pare na posição correta e nivelada ao pavimento.
As cabinas dos elevadores possuem duas portas de acesso uma delas esta fixada na própria cabina se movendo com a mesma e é acionada por um operador de porta elétrico, já a segunda é a porta de pavimento que pode ser de dois tipos a de “eixo vertical”, que é semelhante a uma porta residencial
onde o próprio usuário precisa abri-la manualmente ou a “porta de correr” que é acionada pelo próprio operador de porta da cabina, a segunda é muito mais segura, uma vez que não pode, em caso de mal funcionamento, ser aberta pelo próprio usuário sem que a cabina esteja no andar.
2.2 - Dispositivos de segurança:
Obviamente um equipamento que transporta pessoas a grandes alturas necessita de dispositivos de segurança extremamente confiáveis, sendo assim Independentemente do fabricante e da idade do elevador ele sempre terá três componentes básicos de segurança que impedem a queda da cabina:
I - O freio da máquina de tração: Instalado na máquina de tração, geralmente entre o motor e o redutor, o freio possui sapatas com lonas, que quando acionadas, atritam em contato com uma espécie de tambor ligado ao eixo, o que impede o movimento do mesmo, do conjunto coroa e sem fim, da polia e conseqüentemente do cabo de aço. É importante citar também que o freio da máquina de tração funciona normalmente fechado, ou seja, permanece travando o movimento da mesma através do efeito de uma mola, sendo liberado eletromagnéticamente apenas no momento em que o motor entra em funcionamento, o que garante que em caso de falha ou falta de energia o mesmo permaneça travado e impedindo o movimento da cabina.
Freio eletromagnético
Polia
Motor elétrico
Sapata de freio
Maquina de tração com freio eletromagnético
II - O freio da cabina: Em torno da cabina do elevador é montada uma armação que a sustenta apoiando-a por seu piso (tambem chamado de plataforma), esta armação também sustenta as corrediças (peças que entram em contato com as guias), e é nela, sob a cabina, que esta montado o seu freio. O freio da cabina tem ação sobre suas guias fechando um conjunto de garras sobre elas, o que através de atrito irá parar a cabina. O acionamento das garras do freio de cabina se dá pela ação do limitador de velocidades, que é um equipamento instalado na casa de máquinas (junto da máquina de tração) com uma polia, por onde corre um cabo de aço, preso a cabina, mais especificamente no acionamento do freio, conforme a mesma sobe ou desce o cabo se movimenta junto e gira a polia do limitador, caso este detecte uma velocidade maior do que a normal para a operação do elevador ele travará o cabo e, uma vez que a cabina continua a se movimentar, o freio é acionado.
Vale citar que caso este sistema entre em operação, muito provavelmente as guias da cabina sofrerão grandes danos ao suportar este esforço, sendo necessários reparos e até a sua substituição no trecho onde a cabina foi freada.
Longarina da armação
Limitador de velocidades
da cabina
Garras
Acionamento
do freio
das garras
III - O pára-choque no fundo caixa: Instalado no poço do elevador (área inferior da “caixa”), os elevadores
possuem um pára-choque que tem como função amortecer um possível impacto da cabina. Na prática no caso de uma queda de curta distância (quando a cabina esta muito próxima dos andares mais baixos) existe a possibilidade de que o freio da cabina não tenha tempo ou espaço para freia-la, neste momento entra em ação o pára-choque que amortecerá um possível impacto desta natureza. O pára-choque pode ser constituído de um conjunto de molas, elastômeros ou até mesmo por amortecedores hidráulicos.
Pára-choques de molas
Pára-choque no fundo do poço
Segue abaixo uma ilustração mostrando alguns dos componentes citados entre outros que compõem um elevador residencial.
2.3
- Tipos de elevadores (aplicações diferenciadas):
Algumas variações de elevadores deste mesmo conceito são encontradas em aplicações específicas, que podem ser considerados elevadores de tipos diferentes, são eles: - Elevadores panorâmicos, são aqueles cuja “caixa” esta instalada na extremidade do edifício ou fora dele, ou seja, tem uma ou mais faces abertas, o que permite que a cabina tenha uma janela panorâmica. Os elevadores panorâmicos podem ser externos, (instalados do lado de fora do edifício) ou internos (instalados dentro dos prédios em átrios ou em salões de shopping centers).
- Elevadores Hospitalares, cujas dimensões são adaptadas para transporte de macas e equipamentos hospitalares. - Elevadores de carga, estes equipamentos são projetados para ter grande capacidade de peso e tem dimensões compatíveis com sua finalidade, como por exemplo, elevadores para automóveis. - Elevadores de alta velocidade, que são usados em edifícios mais altos, facilitando o acesso aos andares superiores, em geral esses equipamentos possuem sistemas de tração mais eficientes.
3 - Importância da manutenção de elevadores
Levando em consideração os riscos envolvidos na operação dos elevadores é óbvio que a manutenção do mesmo é de extrema importância, e quando não é feita corretamente pode causar: - Mau funcionamento do equipamento, - Danos ao mesmo, - Redução de sua vida útil e, - O mais grave de todos, acidentes com vitimas.
3.1 - Riscos provenientes da falta de manutenção em elevadores
A falta de manutenção nos elevadores pode causar diversos mau funcionamentos, alguns de menor outros de maior gravidade (estes inclusive com riscos de acidentes), entretanto mesmo os de menor gravidade devem ser analisados e reparados uma vez que podem ser indícios de que uma falha mais grave possa acontecer a curto prazo , são os chamados “sintomas”.
3.2 - Mau funcionamentos de menor gravidade: - A falta de nivelamento da cabina em relação ao pavimento: A falta de nivelamento da cabina pode ser o indício de falhas nos sensores elétricos (os limites) que enviam sinais ao painel elétrico, ou do próprio painel, o que poderia causar uma serie de sinais falsos, alterando o funcionamento do elevador.
- Ruídos ou “trancos” durante o movimento da cabina: Os ruídos durante o movimento da cabina podem ser indícios de componentes atritando, ou se chocando com partes móveis do equipamento, ou até de desgaste em componentes de tração como cabos de aço, guias, polias, máquinas de tração entre outros, qualquer uma destas possíveis causas dos ruídos pode acarretar danos maiores ao elevador com o passar do tempo e até mesmo acidentes.
3.3 - Mau funcionamentos de maior gravidade
I - Abertura da porta do pavimento sem que a cabina esteja naquele andar, Uma das causas mais comuns de acidentes com elevadores é sem dúvida a falha no trinco da porta de pavimento. Esta estatística mudou ha alguns anos a legislação para elevadores proibindo a fabricação de equipamentos com portas de eixo vertical nos pavimentos, ou seja, atualmente todos os elevadores devem ter portas de pavimento do tipo “de correr”. O acidente acontece pois quando a porta é de eixo vertical, o usuário deve abri-la manualmente no momento em que a cabina chega no pavimento, sendo que o único dispositivo que impede a abertura da porta é o seu trinco, este em situações extremas pode ser danificado por falha mecânica, como uma quebra, falta de lubrificação, uso indevido, oxidação entre outros, com a porta destravada, muitos usuários distraídos tentam entrar na cabina sem olhar, e não percebem que a mesma não encontra- se no andar, caindo dentro da “caixa”, g eralmente em grandes alturas, se ferindo gravemente ou até mesmo vindo a óbito. Desta forma é de extrema importância a inspeção e lubrificação regular dos trincos de portas a fim de detectar quaisquer mau funcionamentos no dispositivo, reparando-o ou substituindo quando necessário.
Trincos da porta de pavimento do tipo eixo vertical
Trinco que impede a abertura da porta de pavimento sem que o elevador esteja no andar
II - Queda da cabina, O pior tipo de acidente possível com um elevador é a queda da cabina dentro da “caixa” o que, sem dúvida, causaria ferimentos gravíssimos aos ocupantes,
porém, como vimos anteriormente o equipamento possui diversos dispositivos de segurança que impedem que isso aconteça e é por este motivo que as quedas de cabina são bastante raras. Entretanto em casos extremos de falta de manutenção, isto pode acontecer, desde que diversas falhas ocorram simultaneamente, tais como quebra do cabo de aço e falha no freio da cabina.
Indícios de problemas nos cabos de aço e no freio da cabina devem ser observados com a máxima atenção nas vistorias periódicas a fim de detectalos logo no início, substituindo cabos e reparando os freios a fim de evitar acidentes. Vale lembrar que durante a substituição dos cabos de aço do elevador, os mesmos devem ser apropriados para o uso em elevadores e terem certificado de qualidade do fornecedor.
Cabo de aço danificado (com uma de suas pernas desfiada)
Freio da cabina danificado por falta de manutenção
Exemplos de possíveis danos a cabos de aço
III - Panes no funcionamento do elevador com parada da cabina, Outra falha comum em elevadores acontece quando usuários ficam presos dentro da cabina entre dois pavimentos, o que pode ser causado por problemas elétricos, mecânicos ou até por causas mais comuns, como falta de energia. O grande risco de acidentes neste tipo de pane não esta especificamente ligado a parada da cabina, mas sim a atitude do usuário frente ao problema, uma vez que por desinformação ou pânico eles podem tentar sair da cabina por conta própria, forçando a abertura da porta, esta prática é bastante perigosa uma vez que o equipamento pode voltar a funcionar no exato momento em que a pessoa esta saindo pela porta ferindo-se com gravidade. Apesar do que os usuários possam pensar a cabina não corre o risco de cair por estar parada, danificada ou sem energia e, na verdade, ficar dentro da mesma, chamar ajuda através do botão de emergência, pelo interfone ou até usando telefones celulares é a atitude mais segura nessa situação, uma vez que o resgate de passageiros presos deve ficar a cargo de pessoal habilitado.
Possíveis causas de panes elétricas com parada da cabina
Sensores elétricos (ou limites) danificados e com instalação precária
Instalação elétrica sobre a cabina improvisada de forma precária
4 - Manutenções periódicas a serem executadas
A vida útil de um elevador assim como a durabilidade de seus componentes e freqüência de manutenções esta muito ligada ao uso, cuidados e ambiente a que ele é submetido, fatores como o excesso de peso, limpeza, lubrificação, ambiente onde esta instalado (exposto a oxidação) podem fazer grande diferença em sua vida útil e conservação.
Desta forma é extremamente importante (alem de atender a exigências normativas que veremos mais a diante) que o elevador passe por vistorias mensais, testando e revisando diversos itens importantes ao seu funcionamento e segurança a qualquer sinal de desgaste.
4.1 - Plano de manutenção periódica preventiva
Manutenção periódica é a palavra chave para manter um elevador residencial em boas condições de uso, e é por isso que as empresas que executam estes tipos de serviço devem ter um plano de manutenções periódico, com um cronograma de atividades a serem realizadas em cada visita a fim de manter todos os componentes sempre checados e em perfeitas condições de funcionamento. Segue um exemplo de manutenção preventiva com vistorias mensais para verificação dos componentes básicos e revisões periódicas para os manutenções dos componentes mais complexos:
Local
Descrição
Frequência
Cabina
CABINA:
Checar: nivelamento - aceleração - retardamento - (s inalização) Verificar: rampa - coxins - polias - lubrificação - limpeza intercomunicador - ventilador - iluminação - alarme - sub teto
MENSAL BIMESTRAL BIMESTRAL
Porta da Cabina
Testar: carretilhas - grafos - perfil Verificar: barras de portas - corrediças
TRIMESTRAL TRIMESTRAL
Painel / Quadro d e Comando
Checar: contatores - reles - disjuntores
CASA DE MÁQUINAS Inspeção: contatos - laminas - reles de segurança Verificar: janelas - iluminação - extintor Testar: limites - atuação ( superiores / inferiores)
TRIMESTRAL MENSAL MENSAL MENSAL
Local
Descrição
Frequência
Máq u in a d e Tr ação
Checar: nível do óleo - vazamento Verificar: rolamentos - acoplamento - vibrações F r ei o d a M áq u i n a d e T ra o CASA DE MÁQUINAS Checar: sapata - lona - tambor - pinos - disco - pressão da mola
Verificar: livre movimentação
MENSAL MENSAL MENSAL MENSAL
Lim itador de Velocidade
Testar: contatos - limpeza e lubrificação
MENSAL
Boto eira de Manobra
Testar: botoeira de manobra
MENSAL Sobr e a Cabina
Checar: Equalização dos cabos - Polia Intermediária - Sensores de Poço Limpeza: Geral - Teto da cabina Lubrificar: Guias da Cabina - Guias do Contrapeso - Polia Intermediária
MENSAL BIMESTRAL MENSAL
Contra Peso
CAIXA:
Checar: Tirantes - Polia Intermediária - Coxins Limpeza: Geral Verificar: Situação das Pedras - Alinhamento
BIMESTRAL TRIMESTRAL TRIMESTRAL
Operado r de Porta / Porta da Cabina
Checar: Movimentação - Recolhimento - Rampa - Rampa Retrátil - Arraste Limpeza / Lubrificar: Geral / Roldanas e Articulações Verificar: Alinhamento - Faceamento - Livre Movimentação - Folha de Porta Correia - Corrente - Cabinho de Aço - Excêntrico - Corrediça - Roldanas
MENSAL BIMESTRAL BIMESTRAL BIMESTRAL
Porta de Pavimento
Checar: Desgaste - Quebras - Cabos - Cordão de Nylon - Gancho da Porta Testar: Trinco (Fecho Eletromecânico) - Mola Hidráulica (Fecho Hidráulico) Verificar: Carretilhas - Garfos - Perfil
MENSAL MENSAL MENSAL
Po ço
POÇO:
Limpeza: Geral Checar: Movimentação - Contatos de segurança - Polia Tensora Testar: Botoeira de PAP - Contatos e Limites Eletromecânicos Verificar: Para Choques - Integridade - Nível de Óleo - Vazamentos
BIMESTRAL MENSAL MENSAL BIMESTRAL
5 - Modernizações
Assim como qualquer equipamento o elevador pode ter sua vida útil prolongada de acordo com o uso e a manutenção periódica, podendo chegar a vários anos se bem conservado, entretanto, com o passar do tempo seja pelo desgaste normal do elevador, mau uso ou até mesmo vandalismo, os seus componentes vão se desgastando e as manutenções começam a ficar mais freqüentes e caras. Para os equipamentos nesta condição diversas empresas oferecem pacotes de atualizações para elevadores mais antigos são as chamadas Modernizações. A modernização de um elevador antigo pode ser feita de duas maneiras, somente funcional (substituindo os componentes eletro-mecânicos do elevador) ou completa (substituindo também seus itens de aparência), conforme descrito abaixo: Modificações executadas em modernizações funcionais: - Substituição dos sistemas de tração, incluindo maquina de tração completa e cabos de aço; - Substituição dos comandos eletro-eletrônico, como o painel de comando, sensores elétricos (ou limites), operadores de porta, botoeiras de cabina e pavimento; - Adequação do elevador as normas atuais, conforme veremos adiante as legislações mais modernas exigem uma série de itens de proteção aos usuários e técnicos que não eram obrigatórios no passado e estes itens podem ser acrescentados durante a modernização; - Substituição dos sistemas de segurança, como freios da máquina de tração, cabina e limitadores de velocidades.
Aspecto de uma casa de máquinas modernizada
ANTES
DEPOIS
Modificações executadas em modernizações completas: - As mesmas descritas anteriormente; - Modificações estéticas, estas visam modernizar visual do elevador adequando-o, inclusive, a reformas feitas no edifício, estas modificações consistem na troca da própria cabina (ou de seu revestimento interno), batentes e portas de pavimento e demais revestimentos visíveis aos usuários.
Com a substituição de vários dos componentes principais do elevador por outros novos e que agregam inovações tecnológicas indisponíveis na época da fabricação do elevador original, este se torna mais confiável, seguro, e com menor probabilidade de quebras, alem de estar de acordo com as novas legislações vigentes. Estas modernizações acabam por compensar o seu investimento financeiro com a redução do custo de manutenção e economia de energia, em até trinta porcento, uma vez que as máquinas de tração mais modernas são muito mais eficientes .
6 - Legislação
Diversas normas regulamentam as atividades relativas a elevadores, tratando de Manutenção, Responsabilidade técnica, recolhimento de ARTs, itens necessários em equipamentos mais modernos e acessibilidade e algumas delas em especial, devem ser citadas por sua relevância.
I - Segundo a Decisão Normativa n. 36 de 31 de julho de 1991 do Confea os serviços de manutenção de elevadores serão executados sob responsabilidade técnica de profissional ou empresa registrado no CREA e este serviço será de atribuição do profissional habilitado no nível superior na área de mecânica resolução n. 218/73 (Engenheiro Mecânico) ou profissional habilitado na resolução 278/83.
II - Segundo a mesma resolução anterior os contratos de manutenção de elevadores estão sujeitos a ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) com recolhimento de sua taxa, sendo que no caso de contratos com duração superior a um ano, será recolhida a taxa anualmente com parcelas proporcionais ao período do contrato.
III - Segundo a Deliberação Normativa do CREA DN-24/2000 do CEEMM cada profissional de nível superior poderá ser responsável téc nico pela manutenção de no máximo 150 elevadores por ano e que cada uma delas deverá passar por uma vistoria mensal e uma inspeção trimestral.
IV - Segundo a ABNT em sua norma NBR 15597 de 19 de setembro de 2008, levando em consideração a norma de segurança em máquinas e equipamentos NR-12, tornou obrigatórios para todos os elevadores os seguintes itens de segurança descritos abaixo:
- Protetor para polia de tração e demais elementos móveis: Segundo a NR-12 todos os elementos móveis de máquinas devem ter proteções a fim de evitar lesões por contato, isso se aplica aos elevadores, na casa de máquinas, à máquina de tração e ao limitador de velocidades.
Máquina de tração com
Limitador de velocidades
proteção em sua polia
com proteção em sua polia
- Tapa vista sob a cabina: Normalmente quando se efetua o resgate de passageiros presos em cabinas de elevadores, é necessário abrir as porta do equipamento (porta da cabina e de pavimento) com a cabina parada entre dois andares, o que pode ser potencialmente perigosos tanto para a equipe de resgate como para os resgatados, uma vez que as pessoas envolvidas podem escorregar no piso do pavimento e cair no vão debaixo da cabina e por dentro da “caixa” do elevador
ferindo-se gravemente. Para evitar acidentes como este a cabina do elevador deve ter um tapa vista abaixo do seu piso voltado para a porta que quando o elevador para entre dois andares tapa a fresta que dá acesso ao poço protegendo assim os usuários e caso de resgate.
Porta de pavimento protegida pelo tapa vista impedindo o acesso ao poço por debaixo da cabina
Vista esquemática do tapa vista (posição 29 no desenho) montado debaixo da cabina e voltado para sua porta
- Etiquetas braile nas botoeiras: A fim de garantir a acessibilidade à pessoas com deficiência visual, torna-se obrigatória para elevadores a instalação de etiquetas braile nas botoeiras de cabina e pavimento.
Etiquetas braile a serem
Botoeira mais nova já com
coladas nas botoeiras
a etiqueta incorporada
- Botoeira do tipo “caixa de inspeção” sobre a cabina: Durante a manutenção os técnicos de elevadores, devem ter acesso a diversos componentes tais como sensores elétricos (ou limites) que estão instalados dentro da caixa, e a única forma de fazer isso é posicionar-se sobre a cabina e opera-la manualmente dali, para facilitar essa manobra tornou-se obrigatória a instalação de botoeiras sobre a mesma, at ravés das quais o técnico utiliza a própria cabina para mover-se verticalmente até o componente em manutenção.
Botoeira do tipo “caixa de
Técnicos posicionados sobre a
inspeção” instalada sobre a cabina
cabina e operando-a manualmente
- Chave PAP no poço do elevador: Uma vez acessando o poço do elevador o técnico de manutenção pode se deparar com a cabina descendo em sua direção, o que caso, fuja de seu controle, pode causar-lhe ferimentos graves, para isso a norma exige a chave PAP que nada mais é do que um botão de parada de emergência para o movimento da cabina.
- Escada marinheiro: Em muitos casos o acesso ao poço do elevador possui um desnível considerável o que dificulta o acesso ao mesmo podendo causar acidentes com os técnicos durante a sua manutenção, para evitar isso a norma obriga a instalação de uma escada do tipo marinheiro (vertical) para acessar esta área .
Escada marinheiro para acesso ao poço do elevador
- Guarda corpo sobre a cabina: Como foi explicado anteriormente, em muitos momentos os t écnicos de manutenção devem se posicionar sobre a cabina para manobra-la, usando o equipamento para chegar até componentes do elevador inacessíveis de outra forma, sendo assim a norma obriga a instalação de um guarda corpo sobre a cabina para protege-los durante o movimento da mesma.
Guarda corpo protegendo os técnicos durante a manutenção
- Iluminação do passadiço: O poço do elevador é um ambiente geralmente escuro e sujeito a acidentes pela falta de visão, para evitar isto, a norma exige a instalação de iluminação em seu passadiço.
- Interfone dentro da cabina: A maioria dos acidentes com usuários de elevadores acontece em função do medo e nervosismo envolvido em estar-se preso dentro do equipamento, para minimizar esta sensação a norma exige a instalação de um interfone dentro da cabina ligado a portaria, a fim de que no caso de falha do equipamento os passageiros possam pedir ajuda.
- Iluminação de emergência dentro da cabina: Pelos mesmos motivos descritos no item anterior as luzes de emergência tornaram-se obrigatórias através da norma
- Placas de sinalização e advertência nas portas de pavimento: A fim de evitar acidentes causados por atitudes inseguras por parte dos usuários a norma obriga a sinalização dos pavimentos com avisos de segurança
- Nivelamento preciso da cabina: Para evitar acidentes como “tropeços” ao entrar na cabina a norma exige que a mesma fique precisamente nivelada como o pavimento durante sua parada.
- Aviso sonoro informando o andar: Tambem voltado para a acessibilidade de pessoas com deficiência visual a norma exige um aviso sonoro informando o andar onde o elevador estiver parado.
Vale lembrar que diversos itens descritos nesta norma referem -se a segurança dos técnicos de manutenção o que também deve ser observado uma vez que os condomínios também são co-responsáveis pela segurança de terceiros em suas instalações.
7 - Conclusão
Através do que foi exposto durante o treinamento fica claro a importância e responsabilidade envolvidas na manutenção preventiva e corretiva dos elevadores e os riscos de trabalhos feitos de forma incorreta e em desacordo com a legislação vigente, o que visa acima de tudo a segurança dos usuários neste tão difundido meio de transporte vertical.
8 - Referências bibliográficas
- NBR15597: Requisitos de segurança para construção e instalação de elevadores; - NBR NM207: Elevadores elétricos de passageiros requisitos de segurança para construção e instalação; - Arquitetura um olhar vertical Editora Antonio Bellini; - Manuais de utilização e segurança de fabricantes de elevadores e escadas rolantes; - Decisão Normativa n. 36 de 31 de julho de 1991 do CONFEA; - Deliberação Normativa do CREA DN-24/2000 do CEEMM
9 - Currículo resumido do autor
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Autor: Roberto Leonessa
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Currículo resumido:
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Graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Mackenzie em São Paulo (1998),
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Atuando, a quatorze anos, em diversas Empresas nas áreas de Engenharia de Processos (inclusive na fabricação de elevadores), Produtividade, Projetos de sistemas de ar condicionado residencial e automotivo, refrigeração automotiva e manufatura em Indústrias metalúrgicas.
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Contato:
[email protected]