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Biografia de James Hudson Taylor - O Homem que Amou o Senhor e a China "James Hudson Taylor nasceu em 1832, em Barnsley, Inglaterra, filho de um sacerdote metodista. Com dezesseis anos, creu em Cristo como seu Salvador, numa tarde em que estava sozinho em casa e entediado. A vida religiosa dos pais não o atraía e ele desejava muito os prazeres do mundo. Passando os olhos pela biblioteca do pai, procurando algo com que se distrair, pegou um livro que falava sobre o Evangelho e começou a lê-lo. No mesmo instante, sua mãe, a mais de cem quilômetros de distância, era conduzida por Deus para orar pela salvação do filho. Taylor orou e a oração de sua mãe foi respondida: ele se rendeu ao Senhor. Oração tornou-se, posteriormente, uma das mais preeminentes marcas de seu serviço e ministério. Desde então, sentiu-se chamado para pregar o Evangelho na China. Por isso, passou a preparar-se dormindo sobre uma esteira, abrindo mão de qualquer luxo, vivendo com o mínimo de alimento necessário e dependendo exclusivamente do Senhor para seu sustento. Assim, aos dezenove anos, Taylor aprendeu que poderia confiar em Deus e obedecer-Lhe em qualquer área de sua vida - aprendeu que se pode levar a sério Deus e Sua Palavra. Após estudar medicina e teologia, foi para a China em 1854 como um missionário assalariado pela Sociedade para Evangelização da China. Em 20 de janeiro de 1858, após trabalhar num hospital por quatro anos, ele casou com Maria Dyer (1837? - 1870), missionária, filha de um dos primeiros missionários para a China. Eles tiveram oito filhos, quatro dos quais morreram com menos de dez anos. Por ser ela fluente no dialeto ningpo, ajudou Hudson no trabalho de tradução do Novo Testamento, no que ele investiu cinco anos. Essa tradução foi realizada na Inglaterra e, em 1866, Taylor retornou a China com dezesseis outros missionários e fundou a Missão para o Interior da China (MIC). Em 1870, sua esposa e dois de seus filhos morreram de cólera. Maria era uma torre forte e um conforto para o marido. Nas palavras dela, ela era "mais intimamente instruída que qualquer outra pessoa com as provações, as tentações, os conflitos, as falhas e quedas e as conquistas" do marido. Em 1871, Taylor casou-se com Jennie Faulding (1843 - 1903), missionária da MIC. Eles tiveram dois filhos, incluindo Howard, o biógrafo do pai e autor de O Segredo Espiritual de Hudson Taylor (Editora Mundo Cristão). Jennie cuidou do marido em meio a injúrias e doenças, editou o periódico China’s Millions da MIC e tinha um ministério especial entre as mulheres. Nos últimos anos de vida, ela viajou com Hudson, além de falar e escrever e organizar o trabalho da Missão. Partiu para o Senhor em 1904. Hudson permaneceu na China e quando dormiu no Senhor, em Changsha, em 1905 (antes que os comunistas tomassem o país que ele tanto amava), havia lá deixado 250 pontos missionários com 849 missionários da Inglaterra e 125.000 chineses cristãos dando testemunho do Evangelho. Sua vida é um dos mais impressionantes registros da história do evangelismo e um dos maiores testemunhos da fidelidade do Senhor e a Ele."
Hudson Taylor
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O pai das missões no interior da China (1832-1905) Tiago Taylor tinha-se levantado cedo de madrugada. Chegara por fim o auspicioso e anunciado dia de seu casamento; o moço ocupava-se em arrumar tudo para receber a noiva na casa que iam ocupar. Enquanto trabalhava, estava meditando sobre as ocorrências recentes na aldeola. Duas famílias, a dos Cooper e a dos Shaw, converteram-se e convidaram João Wesley a pregar na feira. O velho discursou sobre "a ira vindoura" de tal maneira, que o povo desistiu da amarga perseguição, deixando o intrépido pregador hospedar-se na casa do senhor Shaw. Enquanto Tiago preparava a casa para a chegada da noiva, ouvia-se a voz da vizinha, a senhora Shaw, cantando. Lembrou-se de como ela, meses antes, passava todo o tempo acamada, gemendo dia após dia por causa do reumatismo que a deixara aleijada. Mas quando "confiou no Senhor", como disse, para a cura imediata, grande foi a transformação. E indizível foi a surpresa do marido ao voltar a casa: a esposa não somente estava curada e de pé, mas estava varrendo a cozinha!Tiago Taylor odiava a religião. Ainda mais: esse era o dia em que se ia casar. Depois do casamento iam dançar e beber como se fazia em tais ocasiões. Mas não podia livrar-se das palavras, talvez ouvidas do sermão do pregador: "Porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor." Sim, ia ter uma esposa e assumir as responsabilidades de marido e de pai de família. Grande tinha sido seu descuido. Resolvido, então, a entrar seriamente na vida de casado, começou a repetir as palavras: "Serviremos ao Senhor!"
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As horas se passavam. O sol subia mais e mais sobre as casas cobertas de neve. Mas o jovem Tiago, esquecido de tudo que é material, e tomado pela realidade das coisas eternas, permaneceu de joelhos, face a face com Deus. O amor do Salvador, por fim, venceu o seu coração e Tiago Taylor levantou-se com a alma cheia do Senhor Jesus. Podemos imaginar como os sinos dobraram, como a noiva e os convivas se impacientaram, nesse dia. Já havia passado a hora para o culto de casamento quando o jovem despertou do enlevo com Deus e se levantou da oração. Depois de vestir-se, venceu rapidamente os três quilômetros até o vilarejo de Royston. Sem perderem tempo em perguntar ao rapaz a razão de tanto atraso, realizou-se o culto, e Tiago e Elisabete saíram da igreja, casados. O jovem não vacilou, mas ao sair contou tudo acerca da sua conversão, ao ouvido de Bete. Ao ouvir o que ele relatava, ela exclamou em tom de desespero: "Casei-me, então, com um desses metodistas!" Não houve dança nesse dia; a voz e o violino do noivo foram usados para glorificar o Mestre. Bete, apesar de saber em seu coração que Tiago tinha razão, continuou a resistir e a queixar-se dia após dia. Então, certo dia, quando se mostrava ainda mais contrariada, o robusto Tiago levantou-a nos braços e a levou para o quarto, onde se ajoelhou ao seu lado, derramando a sua alma em oração por ela. Comovida pela profundeza da mágoa e cuidado que Tiago sentia por sua alma, ela começou a sentir também seu pecado e, no dia seguinte, de joelhos, ao lado do marido, Elisabete Taylor clamou a Deus, renunciando a vaidade do mundo e entregando-se a Cristo.É, assim, com os bisavós, que começa a verdadeira biografia do herói da fé, Hudson Taylor. mesma ordem, criaram seus filhos no mesmo temorOs deavós Deus.e os pais, na Num memorável dia, antes do nascimento de Hudson, o primogênito da família, o pai procurou a sua esposa para conversar sobre uma passagem das Escrituras que o im pressionava profundamente. Na sua Bíblia leu para ela uma parte dos capítulos 13 de Êxodo e 3 de Números: "Santifica-me todo o primogênito... Todo o primogênito meu é... Meus serão... Apartarás para o Senhor..."
Os dois conversaram muito tempo sobre o gozo que esperavam ter. Então, de joelhos, entregaram seu primogênito ao Senhor, pedindo que desde já ele o separasse para a sua obra. Tiago Taylor, o pai de Hudson, não somente orava fervorosamente por seus cinco filhos, mas ensinou-os a pedirem detalhadamente a Deus todas as coisas. Ajoelhados, diariamente, ao lado da cama, o pai colocava o braço ao redor de cada um enquanto orava insistentemente por ele. Desejava que cada membro da família passasse, também, ao menos meia hora, todos os dias, perante Deus, renovando a alma por meio de oração e estudo das Escrituras.
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A porta fechada do quarto da sua mãe, diariamente ao meio-dia, apesar das suas constantes e inumeráveis obrigações, tinha também grande influência sobre todos, pois sabiam que ela, assim, se prostrava perante Deus para renovar suas forças e para que o próximo se sentisse atraído ao Amigo invisível que habitava nela. Não é de admirar, portanto, que, ao crescer, Hudson se consagrasse inteiramente a Deus. O grande segredo do seu incrível êxito é que em tudo que carecia, no sentido espiritual ou material, recorria a Deus e recebia dos tesouros infinitos. Contudo, não devemos julgar que a mocidade de Hudson Taylor fosse isenta de grandes lutas. Como acontece com muitos, o moço chegou à idade de dezessete anos sem reconhecer Cristo como seu Salvador. Acerca disso ele escreveu mais tarde:"Pode ser coisa estranha, mas sou grato pelo tempo que passei no ceticismo. O absurdo de crentes que professam crer na Bíblia enquanto se comportam justamente como se não existisse tal livro, era um dos maiores argumentos dos meus companheiros céticos. Freqüentemente afirmava que, se eu aceitasse a Bíblia, ao menos faria tudo para seguir o que ela ensina e no caso de achar que tal coisa não era prática, lançaria tudo fora. Foi essa a minha resolução quando o Senhor me salvou. Acho que desde então realmente provei a Palavra de Deus. Certamente nunca me arrependi de confiar nas suas promessas ou de seguir a sua direção. "Quero relatar então como Deus respondeu às orações da minha mãe e da minha querida irmã, por minha conversão: "Certo dia, para mim inesquecível,... para me divertir, escolhi um tratado na biblioteca de meu pai. Pensei em ler o começo da história e não ler a exortação do fim. "Eu não sabia o que acontecia ao mesmo tempo no coração da minha querida mãe, que estava a mais de cem quilômetros de casa. Ela levantara-se da mesa anelando a salvação de seu filho. Estando longe da família e livre da lida doméstica, entrou no seu quarto, resolvida a não sair antes de receber a resposta às suas orações. Orou hora após hora, até que, por fim, só podia louvar a Deus: o Espírito Santo revelou-lhe que o filho por quem orava já se havia convertido. "Eu, como já mencionei, fui dirigido ao mesmo tempo a ler o tratado. Fui atraído pelas palavras: A obra consumada. Perguntei-me a mim mesmo: "Por. que o escritor não escreveu: A obra propiciatória? Qual é a obra consumada?" Então vi que a propiciação de Cristo era plena e perfeita. Toda a dívida de nossos pecados ficou paga e não restava coisa alguma que eu fizesse. Então raiou em mim a gloriosa convicção; fui iluminado pelo Espírito Santo, para reconhecer que eu somente precisava de prostrar-me e, aceitando o Salvador e a sua salvação, louvá-lo para todo o sempre.
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"Assim, enquanto a minha querida mãe, no seu quarto, de joelhos, estava louvando a Deus, eu também louvava a Deus na biblioteca de meu pai, onde entrara para ler o livrinho." Foi assim queque Hudson Taylor aceitou, parada a sua vida, adaobra Cristo, um ato transformou todo o resto suaprópria vida. Acerca suapropiciatória consagração,de ele escreveu: "Lembro-me bem da ocasião, quando, com gozo no coração, derramei a alma perante Deus, repentinamente, confessando-me grato e cheio de amor porque Ele tinha feito tudo - salvando-me quando eu não tinha mais esperança, nem queria a salvação. Supliquei-lhe que me concedesse uma obra para fazer, como expressão do meu amor e gratidão, algo que envolvesse abnegação, fosse o que fosse; algo para agradar a quem fizera tanto para mim. Lembro-me de como, sem reserva, consagrei tudo, colocando a minha própria pessoa, a minha vida, os amigos, tudo sobre o altar. Com a certeza de que a oferta fora aceita, a presença de Deus se tornou verdadeiramente real e preciosa. Prostrei-me em terra perante Ele, humilhado e cheio de indizível gozo. Para que serviço fora aceito eu não sabia. Mas fui possuído de uma certeza tão profunda de não pertencer mais a mim mesmo, que esse entendimento, depois dominou toda a minha vida". O moço que entrou no quarto para estar sozinho com Deus nesse dia, não era o mesmo quando dali saiu. Um alvo e um poder se apossaram dele. Não mais ficou satisfeito em somente alimentar a sua própria alma nos cultos; começou a sentir a sua tratar dos negócios de seu Pai. responsabilidade para comeobênçãos próximoindizíveis. - anelava E, Regozijava-se com riquezas como os leprosos no arraial dos siros, Hudson e sua irmã, Amélia, diziam: Não fazemos bem; este dia é de boas novas, e nos calamos. Desistiram, pois, de assistir aos cultos aos domingos à noite e saíram para anunciar a mensagem, de casa em casa, entre as classes mais pobres da cidade. Mas Hudson Taylor não se sentia satisfeito; sabia que ainda não estava no centro da vontade de Deus. Na angústia de seu espírito, como aquele da antiguidade, clamou: Não te deixarei ir, se me não abençoares. Então, sozinho e de joelhos, surgiu na sua alma um grande propósito: se Deus rompesse o poder do pecado e o salvasse em espírito, alma e corpo para toda a eternidade, ele renunciaria tudo na terra para ficar sempre ao seu dispor. Acerca desta experiência, foi ele mesmo que se expressou:
"Nunca me esquecerei do que senti então; não há palavras para descrever. Senti-me na presença de Deus, entrando numa aliança com o Todo-poderoso. Pareceu-me que ouvi enunciadas as palavras: Tua oração é ouvida; todas condições são aceitas.' Desde então nunca duvidei da convicção de que Deus me chamava a trabalhar na China." A chamada de Deus, apesar de Hudson Taylor quase nunca a mencionar, ardia como um fogo dentro do seu coração. Copiamos a seguir o seguinte trecho de uma das cartas enviada a sua irmã:
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"Imagina, centenas de milhões de almas sem Deus, sem esperança, na China! Parece incrível; milhões de pessoas morrem dentro de um ano sem qualquer conforto do Evangelho!... Quase ninguém liga importância à China, onde habita cerca da quarta parte da raça humana... Ora por mim, querida Amélia, pedindo ao Senhor que me dê maisestar da mente de Cristo... Eu E oroelenome armazém, estrebaria, em qualquer cantoesperar onde posso sozinho com Deus. concedena tempos gloriosos... Não é justo que V... (a noiva de Hudson) vá comigo para morrer no estrangeiro. Sinto profundamente deixá-la, mas meu Pai sabe qual é a melhor coisa e não me negará coisa alguma que seja boa..." A falta de espaço não permite relatarmos aqui o heroísmo da fé que o jovem mostrou suportando os sacrifícios e as privações necessárias para cursar a escola de medicina e de cirurgia para melhor servir o povo da China. Antes de embarcar, escreveu estas palavras à sua mãe: "Anelo estar aí uma vez mais e sei que a senhora quer verme, mas acho melhor não nos abraçarmos um ao outro mais, pois isso seria encontrarmo-nos para logo nos separarmos para todo o sempre..." Contudo a sua mãe foi ao porto de onde o navio se ia fazer à vela. Alguns anos depois ele assim registrou a partida:"A minha querida mãe, que agora está com Cristo, veio a Liverpool para despedir-se de mim. Nunca me esquecerei de como ela entrou comigo no camarote em que eu ia morar quase seis longos meses. Com o carinho de mãe, endireitou os cobertores da pequena cama. Assentou-se ao meu lado e cantamos o último hino antes de nos separarmos um do outro. Ajoelhamo-nos e ela orou. Foi a última oração mãe antes de eu partir para China.Despedimo-nos Ouviu-se entãoum o sinal para que todos osde queminha não eram passageiros saíssem doanavio. do outro, sem a esperança de nos encontrarmos outra vez... Ao passar o navio pelas comportas, e quando a separação começou a ser realidade, do seu coração saiu um grito de angústia tão comovente, que jamais esquecerei. Foi como que meu coração fosse traspassado por uma faca. Nunca reconheci tão plenamente até então, o que significam as palavras: Pois assim amou Deus ao mundo. Estou certo de que a minha preciosa mãe, nessa ocasião, chegou a compreender mais do amor de Deus para com um mundo que perece do que em qualquer outro tempo da sua vida. Oh! como se entristece o coração de Deus ao ver como seus filhos fecham os ouvidos à chamada divina para salvar o mundo pelo qual seu amado, seu único Filho sofreu e morreu!" Os passageiros de navios modernos conhecem muito pouco do incômodo de viajar em navio à vela. Depois de uma das muitas tempestades por que passou o "Dumfries", o nosso herói escreveu: "A maior parte do que possuo está molhado. O camarote do comissário, coitado, inundou-se..." Somente pelas orações e grandes esforços de todos a bordo é que conseguiram salvar as próprias vidas quando o navio, levado por grande temporal, estava prestes a naufragar nas pedras da praia de Gales. A viagem que esperavam realizar em quarenta dias levou cinco meses e meio! Somente em 1 de março de 1854, Hudson Taylor, com a idade vinte e um anos, Shanghai, quando entãodeele escreveu estas conseguiu impressões:desembarcar em
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"Não posso descrever o que senti ao pisar em terra. Parecia-me que o coração ia estourar; as lágrimas de gratidão e gozo corriam-me pelas faces."Sobreveio-lhe, então, uma grande onda de saudade; não havia amigos, nem conhecidos, nem qualquer pessoa em todo o país para saudá-lo bem-vindo nem mesmo alguém que conhecesse o seu nome. Nesse tempo a China era terra incógnita, a não ser os cinco portos no litoral, abertos à residência de estrangeiros. Foi na casa de um missionário em Shanghai, um dos cinco portos, que o moço achou hospedagem. A vitória em todas as variadas provações nesse tempo era devida à característica mais saliente de Hudson Taylor, talvez a de nunca ficar parado na sua obra, fosse qual fosse o contratempo. Durante os primeiros três meses na China, distribuiu 1.800 Novos Testamentos e Evangelhos e mais de 2 mil livros. Durante o ano de 1855, fez oito viagens - uma de trezentos quilômetros, subindo o rio Yangtzé. Em outra viagem visitou cinqüenta e uma cidades onde nunca antes se ouvira a mensagem do Evangelho. Nessas viagens foi sem pre prevenido do perigo que corria a sua vida entre um povo que nunca tinha visto estrangeiros. Para ganhar mais almas para Cristo, apesar da censura dos demais missionários, adotou o hábitoa de vestir-se como os chineses. Rapou cabeça nade frente, restoele dosa cabelos formar trança comprida. A calça, que atinha mais meiodeixando metro de ofolga, segurava conforme o costume, com um cinto. As meias eram de chita branca, o calçado de cetim. O manto pendendo dos ombros, sobressaía-lhe a ponta dos dedos das mãos mais que setenta centímetros. Mas uma das cruzes mais pesadas que o nosso herói teve de levar foi a falta de dinheiro, quando a missão que o enviara se achava sem recursos. Em 20 de janeiro de 1858, Hudson Taylor casou-se com Maria Dyer, uma missionária de talento na China. Desse enlace nasceram cinco filhos. A casa em que moraram primeiro, na cidade de Ningpo, tornou-se depois o berço da famosa Missão do Interior da China. As privações e os encargos de serviço em Shanghai, Ningpo e outros lugares eram tais que Hudson Taylor, antes de completar seis anos na China, foi obrigado a voltar à Inglaterra para recuperar a saúde. Foi para ele quase como que uma sentença de morte quando os médicos informaram-lhe de que nunca mais devia voltar à China. Entretanto, o fato depara perecerem de um milhão de almas todos osao meses na àChina era uma realidade Hudsonmais Taylor; com seu espírito indômito, chegar In-
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glaterra, iniciou imediatamente a tarefa de preparar um hinário e a revisão do Novo Testamento para os novos convertidos que deixara na China. Usando ainda o traje de chinês, trabalhava tendo o mapa da China na parede e a Bíblia sempre aberta sobre a mesa. Depois de alimentar-se e fartar-se da Palavra de Deus, fitava o mapa, lembrandose dos quealguma não tinham tais riquezas. Todostãoosinsignificante, problemas eleque os levava a Deus; não havia coisa demasiado grande, nem a não deixasse com o Senhor em oração. Em razão de suas atividades, estava tão sobrecarregado de correspondência e nos trabalhos dos cultos em prol da China, que após a sua chegada passaram-se mais de vinte dias antes de conseguir abraçar seus queridos pais em Bransley. Passava, às vezes, a manhã, outras vezes a tarde, em jejum e oração. O seguinte trecho que ele escreveu mostra como a sua alma continuou a arder nos seus discursos nas igrejas da Inglaterra, sobre a obra missionária. "Havia a bordo, entre os companheiros de viagem, certo chinês que se chamava Pedro. Passara alguns anos na Inglaterra, mas, apesar de conhecer algo do Evangelho, não reconhecia coisa alguma do seu poder para salvar. Senti-me ligado a ele e esforcei-me em orar e falar para levá-lo a Cristo. Mas quando o navio se aproximava de Sung-Kiang e eu me preparava para ir a terra, pregar e distribuir tratados, ouvi o grito de um homem que caíra na água. Fui ao convés com os outros - Pedro tinha desaparecido. "Imediatamente arriamos as velas, masVia alguns correnteza da marépróximos, era tal queque nãousavam tínhamos certeza do lugar onde o homem caíra. pescadores umaa rede varredoura. Angustiado clamei: - Venham passar a rede aqui, pois um homem está morrendo afogado!- Veh bin, foi a resposta inesperada, isto é, "Não é conveniente". - Não falem se é ou não é conveniente. Venham depressa antes que o homem pereça. - Estamos pescando. - Eu sei! Mas venham imediatamente e pagarei bem. - Quanto nos quer dar? - Cinco dólares, mas não fiquem conversando. Salvem o homem sem demora! - Cinco dólares não basta - responderam eles. Não o faremos por menos de trinta dólares. - Mas não tenho tanto! - darei tudo que eu tenho.
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- Quanto tem o senhor? - Não sei - porém não é mais do que catorze dólares. "Então os pescadores vieram, passaram noesforços lugar indicado. Logo à primeira vez apanharam o corpo do vida homem. Mas todos aosrede meus para restaurar-lhe a respiração foram inúteis. Uma fora sacrificada pela indiferença dos que podiam salvá-la quase sem esforço." Ao ouvirem contar esta história, uma onda de indignação passou por todo o grande auditório. Haveria em todo o mundo um povo tão endurecido e interesseiro como esse! Mas ao continuar o seu discurso, a convicção feriu ainda mais o coração dos ouvintes. - "O corpo então tem mais valor que a alma? Censuramos esses pescadores, dizendo que foram culpados da morte de Pedro, porque era coisa fácil salvá-lo. - Mas que acontece com os milhões que estamos deixando perecer para toda a eternidade? Que diremos acerca da ordem implícita: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura? Deus nos diz também: 'Livra os que estão destinados à morte, e os que são levados para a matança, se os puderes retirar. Se disseres: eis que não o sabemos; porventura aquele que pondera os corações não o considerará? e aquele que atenta a tua alma não o saberá? não pagará ele ao homem conforme a sua obra?' - "Credes que cada pessoa entre esses milhões da China, tem uma alma imortal e que não há outro nome debaixo do céu, dado entre os homens a não ser o precioso nome de Jesus, qual devamos - Credes queSeEle,Ele é o Caminho, a Verdade a Vidapelo e que ninguém vaiser ao salvos? Pai senão por Ele? assim osó,credes, examinai-vos a vóse mesmos para ver se estais fazendo todo o possível para levar seu nome a todos. "Ninguém deve dizer que não é chamado para ir à China. Ao enfrentar tais fatos, todas as pessoas precisam saber se têm uma chamada para ficarem em casa. Amigo, se não tens certeza de uma chamada para continuar onde estás, como podes desobedecer à clara ordem do Salvador, para ir? - Se estás certo, contudo, de estares no lugar onde Cristo quer, não por causa do conforto ou dos cuidados da vida, então estás tu orando como convém a favor dos milhões de perdidos da China? Estás tu usando teus recursos para a salvação deles?" Certo dia, não muito depois de haver regressado à Inglaterra, Hudson Taylor, ao completar a estatística, veio a saber que o número de missionários evangélicos na China diminuira em vez de aumentar. Apesar de a metade da população pagã estar na China, o número de missionários durante o ano tinha diminuído de cento e quinze para somente noventa e um. Começaram a soar aos ouvidos do missionário estas palavras: "Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; não avisando tu, não falando para avisar o ímpio acerca do seu caminho ímpio, para salvar a sua vida. aquele ímpio morrerá na sua maldade, mas o seu sangue da tua mão o requererei".
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Era um domingo, 25 de junho de 1865, de manhã, à beira-mar. Hudson Taylor, cansado e doente, estava com alguns amigos em Brighton. Mas não podendo suportar mais o regozijo da multidão na casa de Deus, retirou-se para andar sozinho nas areias da maré vazante. Tudo em redor era paz e bonança, mas na alma do missionário rugia uma tempestade. Portuafim, com alívio indizível, clamou: "Tu, Senhor, tu podes assumir todo o encargo. Com chamada, e como teu servo, avançarei, deixando tudo nas tuas mãos." Assim "a Missão do Interior da China foi concebida na sua alma e todas as etapas do seu progresso realizaram-se por seus esforços. Na calma do seu coração, na comunhão profunda e indizível com Deus, originou-se a missão."Com o lápis na mão, abriu a Bíblia e, enquanto as ondas do vasto mar batiam aos seus pés, escreveu as simples mas memoráveis palavras: "Orei em Brighton pedindo vinte e quatro trabalhadores competentes e dispostos, em 25 de junho de 1865". Mais tarde, recordando-se da vitória dessa ocasião escreveu: "Grande foi o alívio de espírito que senti ao regressar da praia. Depois de findar o conflito, tudo era gozo e paz. Parecia que me faltava muito pouco para voar até a casa do senhor Pearse. Na noite desse dia dormi profundamente. A querida esposa achou que a visita a Brighton serviu para renovar-me maravilhosamente. Era verdade!" O vitorioso missionário, juntamente com a família e os vinte e quatro chamados por Deus, embarcaram em Londres, no "Lammermuir", para a China em 26 de setembro de 1865. anelante alvodadeChina. todos Alguns era o dedos erguer a bandeira de Cristo nasoutros onze disseram: províncias aindaOnão ocupadas amigos os animaram, mas "Todo o mundo ficará esquecido dos irmãos. Sem uma junta aqui na Inglaterra ninguém se importará com a obra por muito tempo. Promessas são fáceis de fazer hoje em dia; dentro de pouco tempo não terão o pão cotidiano". A viagem levou mais que quatro meses. Acerca de uma das tempestades, um dos missionários escreveu: "Durante todo o temporal, o senhor Taylor se comportou com a maior calma. Por fim os marinheiros recusaram-se a trabalhar. O comandante aconselhou todos a bordo a amarrarem os cintos de salvação, dizendo que o navio não resistiria à força das ondas mais que duas horas. Nessa altura, o comandante avançou na direção dos marinheiros com o revólver na mão. O senhor Taylor então aproximou-se dele e pediu-lhe que não obrigasse dessa forma os marinheiros a trabalhar. O missionário dirigiu-se também aos homens e explicou-lhes que Deus ia salvá-los, mas que eram necessários os maiores esforços de todas as pessoas a bordo. Acrescentou que tanto ele como todos os passageiros estavam prontos a ajudá-los, e que, como era evidente, as vidas deles também corriam perigo. Os homens convencidos por esses argumentos começaram a tirar os destroços,ajudados porcom todostanta nós;força em pouco tempo conseguimos grandes mastros, que batiam que estavam demolindo umamarrar lado doosnavio".
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Foram horas de grande regozijo quando o "Lammermuir", por fim, aportou, com todos sãos a bordo, em Shanghai. Outro navio que chegou logo após, perdera dezesseis das vinte e duas pessoas a bordo! Os missionários iniciaram o ano de 1867 com um dia de jejum e oração, pedindo, como Jabez, que Deus os abençoasse e estendesse os seus termos. O Senhor os ouviu dandolhes entrada, durante o ano, em outras tantas cidades! Encerraram o ano com outro dia de jejum e oração. Um culto durou das onze da manhã às três da tarde, sem ninguém se sentir enfadado. Outro culto se realizou às 8,30 da noite quando sentiram ainda mais a unção do Espírito Santo. Continuaram juntos em oração até a meia-noite, quando celebraram a Ceia do Senhor. No início de 1867, o Senhor chamou Graça Taylor, filha de Hudson Taylor, para o Lar Eterno, quando ela completava oito anos de idade. No ano seguinte, a senhora Taylor e o filho, Noel, faleceram de cólera. Foi assim que se expressou o pai e marido: "Ao amanhecer o dia, apareceu à luz do sol o que fora ocultado pela luz de vela - a cor característica da morte no rosto da minha esposa. O meu amor não podia ignorar por mais, não somente o seu estado grave, mas que realmente ela estava morrendo. Ao conseguir acalmar o meu espírito, eu lhe disse: - Sabes, querida, que estás morrendo? - Morrendo! Achas que sim? Por que pensas tal coisa? - Posso ver, que sim, querida. As tuas forças estão se acabando. - Será mesmo? Não sinto qualquer dor, apenas cansaço. - Sim, estás saindo para a Casa Paterna. Brevemente estarás com Jesus. "Minha preciosa esposa, lembrando-se de mim e de como eu devia ficar sozinho, em um tempo de tão grandes lutas, privado da companheira com a qual tinha o costume de levar tudo ao trono da graça, disse:- Sinto muito! Então ela parou, como que querendo corrigir o que dissera, porém eu lhe perguntei: - Estás triste por causa da partida para estar com Jesus? "Nunca me esquecerei de como ela olhou para mim e respondeu: - Oh!entre não. mim Bemesabes, querido, que maispor de dez anos, não houve alguma meu Salvador. Nãodurante estou triste causa da partida parasombra estar com
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Ele, mas me entristeço porque terás de ficar sozinho nessas lutas. Contudo... Ele estará contigo e suprirá tudo o que é mister." "Nunca presenciei uma cena tão comovente" - escreveu o senhor Duncan. - "Com a última respiração queridaao senhora Taylor, o senhor Taylor caiuedeosjoelhos, o coração transbordando, e adaentregou Senhor, agradecendo-lhe a dádiva doze anos e meio que passaram juntos. Agradeceu-lhe, também, pela bênção de Ele mesmo a levar para a sua presença. Então, solenemente dedicou-se a si mesmo novamente ao serviço do Mestre. Não é de supor que Satanás deixasse a Missão do Interior da China invadir seu território com vinte e quatro outros obreiros, sem incitar o povo a maior perseguição. Foram distribuídos em muitos lugares, impressos atribuindo aos estrangeiros os mais horripilantes e bárbaros crimes, especialmente aos que propagavam a religião de Jesus. Alvoroçaram-se cidades inteiras e muitos dos missionários tiveram de abandonar tudo e fugir para escapar com vida. Quase seis anos depois de o grupo do "Lammermuir" haver desembarcado na China, Hudson Taylor estava novamente na Inglaterra. Durante esse tempo da obra na China, a missão aumentava de duas estações com sete obreiros, para treze estações com mais de trinta missionários e cinqüenta obreiros, estando separadas as estações, uma da outra, na média de cento e vinte quilômetros. Foi durante essa visita à Inglaterra que Hudson Taylor na se China. casou com Miss Faulding, também fiel e provada missionária Acerca de Hudson Taylor, nesse tempo, certa pessoa amiga, escreveu: "O senhor Taylor anunciou um hino, sentou-se ao harmônio e tocou. Não fui atraído por sua personalidade. Era de físico franzino e falou com voz mansa. Como os demais jovens, eu julgava que uma grande voz sempre acompanhava um verdadeiro prestígio. Mas quando ele disse: 'Oremos e nos dirigiu em oração, mudei de parecer; eu nunca ouvira alguém orar como ele. Havia na sua oração uma ousadia, um poder que fez todas as pessoas presentes se humilharem e sentirem-se na presença de Deus. Falava face a face com Deus como um homem com um amigo. Sem dúvida, tal oração era o fruto de longa permanência com o Senhor; era como o orvalho descendo dos céus. Tenho ouvido muitos homens orarem, mas não ouvi ninguém como o senhor Taylor e o senhor Spurgeon. Ninguém, depois de ouvir como esses homens oravam, pode esquecer-se de tais orações. Foi a maior experiência da minha vida ouvir o senhor Spurgeon, quando tomou, como se fosse a mão do auditório de seis mil pessoas e as levou ao Santo dos Santos. E ouvir o senhor Taylor rogar pela China era reconhecer algo do que significa a súplica fervorosa do justo. "
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Foi em 1874 quando, com a esposa, subiam o grande rio Yangtze e ele meditava sobre as nove províncias que se estendiam dos trópicos de Burma ao planalto de Mongólia e as montanhas de Tibete, que Hudson Taylor escreveu: "A minha alma e o coração arde pela evangelização centenas milhões de habitantes dessasanseia, províncias sem obreiros. Oh! se eu tivessede cem vidas adedar ou gastar por eles!" Mas, no meio da viagem, receberam notícias da morte da fiel missionária Amélia Blatchley, na Inglaterra. Ela não somente cuidava dos filhos do senhor Taylor, mas também servia como secretária da Missão. Grande foi a tristeza de Hudson Taylor ao chegar à Inglaterra e achar não somente os seus queridos filhos separados e espalhados, mas a obra da Missão quase paralisada. Mas isso não foi ainda a sua maior tristeza. Na sua viagem pelo rio Yangtze, o senhor Taylor, ao descer a escada do navio, levou uma grande queda, caiu sobre os calcanhares e de tal maneira que o choque ofendeu a espinha dorsal. Depois que chegou à Inglaterra o incômodo da queda agravou-se até ele ficar acamado. Sobreveio-lhe então a maior crise da sua vida, justamente quando havia maior necessidade de seus esforços. Completamente paralítico das pernas, tinha de passar todo o tempo deitado de costas! Uma pequena cama era a sua prisão; é melhor dizer que era a sua oportunidade. Ao pé da cama, na parede, estava afixado um mapa da China. E ao redor dele, de dia e de noite, estava a presença divina. Aí, de costas, mês após mês, permaneceu o nosso herói, rogando e suplicando ao Senhor a favor da China. Foi-lhe concedida a fé para pedir que Deus enviasse dezoito missionários. Em resposta aos seus apelos para oração, escritos com a maior dificuldade e publicados no jornal, sessenta moços responderam de uma vez. Dentre eles, vinte e quatro foram escolhidos. Ali, ao lado do leito, ele iniciou aulas para os futuros missionários e ensinou-lhes as primeiras lições da língua chinesa - e o Senhor os enviou para a China. Lê-se o seguinte acerca de como o missionário inutilizado em corpo, nesse tempo, ficou bom: "Ele foi tão maravilhosamente curado, em resposta à oração, que podia cumprir com um incrível número de suas obrigações. Passou quase todo o tempo das férias, com seus filhos em Guernsey, escrevendo. Durante os quinze dias que passou ali, apesar de desejar compartilhar da delícia da linda praia, com seus filhos, saiu com eles apenas uma vez. Mas as cartas que enviou para a China e outros lugares valiam mais do que ouro." Certo missionário assim escreveu acerca de uma visita que lhe fez na China:
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"Nunca me esquecerei do gozo e da amável maneira com que me saudou. Conduziu-me logo para o 'escritório' da Missão do Interior da China. Devo dizer que foi para mim uma surpresa, ou choque, ou ambas as coisas. Os 'móveis' eram caixotes. Uma mesa estava coberta lado do lume havia uma cama, Taylor bem arrumada, tendo de uminúmeros pedaço depapéis tapetee acartas. servirAo de cobertor. Nessa cama o senhor descansava de dia e de noite. "O senhor Taylor, sem qualquer palavra de desculpa, deitou-se na cama e travamos a palestra mais preciosa da minha vida. Toda a idéia que eu tinha das qualificações para ser um 'grande homem' foi completamente mudada; não havia nele coisa alguma do espírito de superioridade. Vi nele o ideal de Cristo, da verdadeira grandeza, tão evidente que permanece ainda no meu coração, através dos anos, até o presente momento. Hudson Taylor reconhecia profundamente que, para evangelizar os milhões da China, era imperioso que os crentes na Inglaterra mostrassem muito mais de abnegação e sacrifício. - Mas como podia ele insistir em sacrifício sem primeiramente praticá-lo na sua própria vida? Assim ele, deliberadamente, cortou da sua vida toda a aparência de conforto e luxo. "Nas viagens pelo interior da China, ele, invariavelmente, se levantava para passar uma hora com Deus antes de clarear o dia, às vezes, para depois dormir novamente. Quando eu despertava para alimentar os animais, sempre o achava lendo a Bíblia à luz de vela. Fosse qual fosse o ambiente ou o barulho nas hospedarias imundas, não descuidava o hábito de ler a Bíblia. Geralmente em tais viagens, as forças para permanecer tanto orava tempode debruços, joelhos.porque lhe faltavam - Qual será o assunto do seu discurso, hoje? - perguntou-lhe certo crente que viajava com ele, de trem. - Não tenho certeza; ainda não tive tempo de resolver, respondeu-lhe Hudson Taylor. - Não teve tempo! - exclamou o homem. - Ora, que faz o senhor a não ser descansar depois de assentar-se aí? - Não conheço o que seja descansar. - foi a resposta calma que ele deu. "Depois de embarcarmos em Edinburgo, passei todo o tempo orando e levando todos os nomes dos membros da Missão do Interior da China, e os problemas de cada um, ao Senhor." Está além da nossa compreensão como no meio de uma das maiores obras de evangelização de toda a história, ele podia dizer:"Nunca fomos obrigados a abandonar uma portaa nenhum aberta, por de recursos. Apesar muitas vezes gastarmos até o último pêni, dosfalta obreiros nacionais nem adenenhum dos missionários, faltou o
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prometido 'pão' cotidiano. Os tempos de provações são sempre tempos abençoados e o que é necessário nunca chega demasiado tarde." Outro segredo do seu grande êxito de levar a mensagem de salvação ao interior da China eramas a determinação de que a obra não -somente continuasse com caráter internacional, também, interdenominacional que aceitasse missionários dedicados a Deus, de qualquer nação e de qualquer denominação. Em 1878, ao regressar de uma viagem, começou a orar pedindo que Deus enviasse mais trinta missionários antes de findar o ano de 1879. Diremos, ao lembrarmo-nos do dinheiro necessário para pagar as passagens e sustentar tantas pessoas, que a sua fé era grande. Pois bem, vinte e oito pessoas, com os corações acesos pelo desejo de salvação dos perdidos na China, confiando em Deus para o seu sustento cotidiano, embarcaram antes de findar o ano de 1878 e mais seis em 1879. Conversando com um companheiro de lutas, na cidade de Wuchang, Hudson Taylor começou a enumerar os pontos estratégicos em que deviam começar logo a evangelizar os dois milhões de habitantes do vale do grande rio Yangt-ze e o do seu tributário, o rio Hã. Com menos de cinqüenta ou sessenta novos obreiros, a Missão não podia dar tal passo - e a própria Missão não tinha mais de um total de cem! Contudo, a Hudson Taylor foi dada a fé de pedir outros setenta - lembrado das palavras: "Designou o Senhor ainda outros setenta".
"Reunimo-nos hoje para- passar o dianos emabençoou jejum e oração" - escreveu Hudson Taylor em 30 de junho de 1872. "O Senhor grandemente... Alguns passaram a maior parte da noite em oração... O Espírito Santo nos encheu até nos parecer ser impossível receber mais sem morrer." Em certo culto, durante quase duas horas, louvaram ininterruptamente a Deus pelos setenta obreiros já recebidos - pela fé. E, em realidade, foram recebidos mais do que setenta, e dentro do prazo marcado. O Senhor conduziu a Missão, pouco a pouco para uma visão ainda mais larga - levou os obreiros a pedirem ao Senhor outros cem, em 1887. Assim, disse o senhor Stephenson: "Se me mostrassem uma foto de todos os cem, batida aqui na China, não seria mais real do que realmente é." Contudo, Hudson Taylor não iniciou precipitadamente o programa de orar e se esforçar para receber mais cem missionários. Como sempre, devia ter certeza da direção de Deus antes de resolver orar e se esforçar para alcançar o alvo. Seis vezes mais doa que número pediram, se ofereceram paradeclarados ir! Mas, a desde Missãoo rejeitou fielmente todoso que não que concordaram com os princípios
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início. Assim, exatamente o número pedido embarcou para a China. - Não foram cento e um, nem noventa e nove, mas exatamente cem. Depois da visita de Hudson Taylor ao Canadá, aos E.U.A. e à Suécia em 1888 e 1889, a Missão gozou de um dos maiores para avançaracerca em todos os anaisdo daInterior históriada deChina missões. Assim escreveu depois,impulsos o nosso missionário, do que lhe pesava grandemente no coração durante toda a sua visita à Suécia: "Confesso-me envergonhado de que, até essa ocasião, nunca tinha meditado sobre o que o Mestre realmente queria dizer ao mandar pregar o Evangelho 'a toda a criatura'. Esforcei-me durante muitos anos, como muitos outros servos de Deus, para levar o Evangelho aos lugares mais distantes; planejei alcançar todas as províncias e muitos dos distritos menores da China, sem compreender o sentido evidente das palavras do Salvador. "'a toda a criatura'? O número total de comunicantes entre os crentes da China não
excedia quarenta mil. Se houvesse outro tanto de aderentes, ou mesmo três vezes mais, e se cada um levasse a mensagem a oito de seus patrícios - mesmo assim, não alcançariam mais de um milhão. 'a toda a criatura'! as palavras abrasavam-lhe o íntimo da alma. Mas como a Igreja, e eu mesmo, falhávamos em aceitá-las justamente como Cristo queria! Isso eu percebi então; para mim havia apenas uma saída, a de obedecer. "Qual será a nossa atitude para com o Senhor Jesus Cristo quanto a essa ordem? Suprimiremos o título Penhor', lhe tirar foi dado, para reconhecê-lo como nosso Salvador? Aceitaremos o fatoque de Ele a penalidade do pecado,apenas e recusaremos a confessarmo-nos comprados por bom preço, e que Ele tem o direito de esperar a nossa obediência implícita? Diremos que somos os nossos próprios senhores, prontos a conceder-lhe apenas o que lhe é devido, a Ele que comprou-nos com seu próprio sangue, com a condição de Ele não pedir demasiado? As nossas vidas, os nossos queridos, as nossas possessões são somente nossas, não são dele? Daremos o que acharmos conveniente e obedeceremos à sua vontade somente se Ele não nos pedir demasiado sacrifício? Estamos prontos a deixar Jesus Cristo nos levar aos céus, mas não queremos que esse homem 'reine sobre nós'? "O coração de todos os filhos de Deus rejeitará, certamente uma afirmação assim formulada. Mas não é verdade que inumeráveis crentes, em todas as gerações, se com portaram tal como se isso fosse a base própria para suas vidas? São poucas as pessoas entre o povo de Deus que reconhecem a verdade de que, ou Cristo é o Senhor de tudo, ou então não é Senhor de coisa alguma! Se somos nós que julgamos a Palavra de Deus, e não a Palavra que nos julga; se concedemos a Deus somente o quanto quisermos então somos nós os senhores e Ele o nosso devedor e, conseqüentemente, Ele deve ser grato pela esmola que lhe concedemos; deve sentir-se obrigado por nossa concordância aos seus desejos. Se, ao contrário, Ele éSenhor, Senhoreentão tratemo-lo Senhor: 'E por que me chamais, Senhor, não fazeis o quecomo eu digo?'"
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Foi assim que Hudson Taylor, sem esperar, alcançou a mais larga visão da sua vida, a visão que dominou a última década de seu serviço. Com os cabelos já grisalhos, após cinqüenta e sete anos de experiência, enfrentou o novo sentido de responsabilidade com a mesma e confiança que o Ficou caracterizavam eraexecutar mais novo. Sua de alma ardia ao meditarfénos alvos antigos! ainda maisquando firme ao a visão outrora! Foi assim que sentiu a direção de unificar todos os grupos evangélicos, que trabalhavam na evangelização da China, para orarem e se esforçarem para aumentar o número de missionários, enviando-se à China outros mil, dentro de cinco anos. O número exato enviado à China durante esse prazo, foi de mil cento e cinqüenta e três! Não é, pois, de admitir que as forças físicas de Hudson Taylor começassem a faltar, não tanto pelas privações e cansaço das viagens contínuas, nem pelos esforços incansáveis em escrever e pregar, nem pelo peso das grandes e inumeráveis responsabilidades de dirigir a Missão do Interior da China. Os que o conheciam intimamente sabiam que era um homem gasto de tanto amar. A gloriosa colheita de almas na China aumentava cada vez mais. Mas a situação política do país piorava dia após dia até culminar na Carnificina dos Boxers, no ano de 1900, quando centenas de crentes foram mortos. Somente da China Inland Mission pereceram cinqüenta e oito missionários, e vinte e um de seus filhos. Hudson Taylor, com telegrama a sua esposa, novamente na Inglaterra, quando começaram a chegar apósestavam telegrama avisando-os dos horripilantes acontecimentos na China; aquele coração que tanto amava a cada missionário, quase cessou de pulsar. Acerca desse acontecimento assim se manifestou: "Não sei ler, não sei pensar, nem mesmo sei orar, mas sei confiar." Certo dia, alguns meses depois, Hudson Taylor, com o coração transbordante e as lágrimas correndo-lhe pelas faces, estava contando o que lera em uma carta que acabara de receber de duas missionárias, escrita um dia antes de elas morrerem nas mãos dos boxers. Eis o que ele disse: "Oh! o gozo de sair de tal motim de pessoas enfurecidas para estar na sua presença, para ver o seu sorriso!" Quando pôde continuar, acrescentou: "Elas agora não estão arrependidas. Têm a imperecível coroa! Andam com Cristo em vestes brancas, porque são dignas".
Falando acerca de seu grande desejo de ir a Shanghai, para estar ao lado dos refugiados, ele disse: "Não sei se poderia ajudá-los, mas sei que me amam. Se pudessem chegar-se a mim nas tristezas para chorarmos juntos, ao menos poderiam ter um pouco de conforto." Mas ao lembrar-setristeza de que tal viagem lhedo eraque impossível por causa da saúde, a sua parecia maior podia suportar.
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Apesar de sentir profundamente a sua incapacidade para trabalhar como de costume, achou grande conforto em estar com a sua esposa, a qual tanto amava. Findara o tempo em que deviam passar longos meses e anos separados um do outro, nas lutas em tantos lugares. Foi em 30 de julho de 1904 que sua esposa faleceu. "Não sinto nada de dor, nada de dor", dizia ela, apesar da ânsia em respirar. Então, de madrugada, percebendo a angústia de espírito do seu marido, pediu-lhe que orasse rogando ao Senhor que a levasse logo. Foi a oração mais difícil da vida de Hudson Taylor, mas por amor dela, ele orou pedindo a Deus que libertasse o espírito da sua esposa. Logo que orou, dentro de cinco minutos cessou a ânsia e não muito depois ela adormeceu em Cristo. A desolação de espírito de Hudson Taylor sentiu depois da partida da sua fiel companheira era indescritível. Todavia, achou indizível paz nesta promessa: "A minha graça te basta." Começou a recuperar as forças físicas e na primavera fez a sua sétima viagem aos E.U.A. Daí fez a última viagem à China, desembarcando em Shanghai em 17 de abril de 1905. O valente líder da Missão, depois de tão prolongada ausência, foi recebido em todos os lugares com grandes manifestações de amor e estima da parte dos missionários e crentes, especialmente dos que escaparam dos intraduzíveis espetáculos da insurreição dos Boxers. Em Chin-Kiang, o veterano missionário visitou o cemitério onde estão gravados os nomes de quatro filhos e o da esposa. As recordações eram motivo de grande gozo, isto é, o dia da grande reunião se aproximava. No meio da viagem, quando visitava as igrejas na China, sem ninguém esperar, nem ele mesmo, findou a sua carreira na terra. Isso aconteceu na cidade de Chang-sha em 3 de junho de 1905. Sua nora contou o seguinte, sobre esse acontecimento:"O querido papai estava deitado. Como sempre gostava de fazer, tirou as cartas, dos queridos, da sua carteira e as estendeu sobre a cama. Baixou-se para ler uma das cartas perto do candeeiro aceso colocado na cadeira ao lado do leito. Para que ele não se sentisse demasiadamente incomodado, puxei outro travesseiro e o coloquei por baixo da sua cabeça e assentei-me numa cadeira ao seu lado. Mencionei as fotografias da revista, Missionary Review, que estava aberta sobre a cama. Howard tinha saído para ir buscar algo para comer, quando papai, de repente, virou a cabeça e abriu a boca como se quisesse espirrar. Abriu a boca a segunda, e a terceira vez. Não clamou; não pronunciou qualquer palavra. Não mostrou qualquer dificuldade para respirar - nada de ânsia. Não olhou para mim, e não parecia cônscio... Não era a morte, era a entrada na vida imortal. Seu semblante era de descanso e sossego. Os vincos do rosto feitos pelo peso da luta de longoscriança anos pareciam desaparecido em poucos momentos. Parecia dormir no colo haver da mãe; o próprio quarto parecia cheio de indizível paz." como
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Na cidade de Chin-Kiang, à beira do grande rio que tem a largura de mais de dois quilômetros, foi enterrado o corpo de Hudson Taylor. Muitas Emocionante foram as cartas de condolências recebidasem devários fiéis filhos Deus mundo inteiro. foram os cultos celebrados países,deem suano memória. Impressionantes foram os artigos e livros impressos acerca das suas vitórias na obra de Deus. Mas as vozes mais destacadas, as que Hudson Taylor apreciaria mais, se pudesse ouvi-las, eram as das muitas crianças chineses, que, cantando louvores a Deus, deitaram flores sobre o seu túmulo. (extraido do livro hérois da fé)
MISSÕES MODERNAS: A VIDA DE J. HUDSON TAYLOR
china: um Gigante adormecido: Missão, Paixão e Sonhos J. Hudson Taylor foi um homem consagrado a Deus para obras de missões antes mesmo do seu nascimento, pois seu pai tinha grande amor pela nação chinesa, e sabendo que ele não poderia estar lá, orou a Deus que lhe desse um filho e que o chamasse para missões e que também amasse a China como ele amava. Estarei relatando fatos à respeito da vida deste homem que mudou o interior da China, abriu espaço para que o Evangelho lá entrasse. Relatarei suas viagens e experiências com Deus, sua vida de amor e gratidão.
Taylor : Um Exemplo de Abnegação e Serviço Não era um gigante no físico, era de pequena estatura, sem grandes energias, levando em conta suas limitações físicas. Tornou-se um homem de grande atividade e médico eficiente. Tanto sabia cuidar de um bebê, como preparar uma refeição, ou escriturar despesas e consolar doentes e aflitos. Com a mesma
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segurança que se lançava a grandes empreendimentos, sabia também proporcionar uma tão segura liderança espiritual aos homens e mulheres que o auxiliavam. Teve uma educação com bases fortes na Palavra de Deus, foi incentivado a viver uma vida entregue ao serviço do Senhor, sendo este o melhor caminho que um homem poderia percorrer. Porém, com toda essa bagagem, nada sentia de Deus, tinha muitas dúvidas e chegou até se envolver com livres pensadores.
A Obra Consumada de Cristo Aos seus 15 anos teve uma experiência que mudou sua vida, estava em sua casa sozinho, sua mãe não estava, e mexendo em alguns livros e folhetos de seu pai, parou para ler alguma coisa . Estava em total indiferença em relação às verdades ali contidas até que de repente algo chamou a sua atenção “... a obra consumada de Cristo.” Questionou o porque consumada e o Espírito Santo ministrou seu coração e ele entendeu que se a obra já estava consumada e a dívida inteiramente paga, só lhe restava aceitar a Cristo , a sua salvação e servi-lo de todo coração e assim o fez.
A Oração de sua Mãe e o chamado Missionário para China Enquanto tudo isso acontecia, a 120 km dali sua mãe orava incessantemente por ele, para que fosse salvo. Após esta experiência, sentiu forte desejo de colocar sua vida totalmente diante de Deus e neste momento entendeu que Deus o chamara para o seu serviço, entendeu que já não mais pertencia a si mesmo. Passou por um momento depois disto de grande necessidade da graça de Deus e ali em sua busca entendeu que fora chamado para ser missionário na China.
Estudo e Preparação para Obra Missionária A partir disso passou a ter uma vida de preparo, até na alimentação se cuidou. Evangelizava nos bairros pobres, e em vários lugares já era bem recebido. E iniciou o estudo do idioma chinês. Passou-se alguns anos e foi então para Londres, onde entrou como estudante de medicina. Seu conforto ou desconforto em Londres, os recursos ou falta deles, pareciam coisas insignificantes comparadas ao conhecimento mais profundo dAquele de quem tudo depende. Foram muitas e inconfundíveis as respostas às orações neste lugar que tornaram mais forte sua fé, dando-lhe o preparo necessário para o imprevisto desenrolar de acontecimentos que precipitariam sua ida a China em menos de um ano.
As Portas se abrem e Taylor vai para Xangai Hudson Taylor tinha apenas 21 anos quando o caminho abriu-se para embarcar para Xangai, através da Sociedade Evangelizadora da China. Xangai e quatro outros portos comerciais eram os únicos lugares onde se permitia a residência de estrangeiros; e no interior, isto é, longe do litoral, não havia um missionário qualquer. Passou algum tempo ali, evangelizando, mas para ele não era suficiente sair às ruas e vielas de Xangai, seu coração queria ir além.
Alegria em Meio a Dor Desejava aproximar-se do povo, fez uma viagem de vinte e cinco dias , sozinho pelo rio Yangtsé, visitou cinqüenta e oito vilas, muitas da quais nunca tinham recebido visita de um cristão. Foi até Tsungming com mais de um milhão de habitantes e nenhum missionário protestante e então se estabeleceu no seu primeiro lar no “interior da China”. Fez pontos de pregação, converteram-se alguns chineses de influencia e isto muito animou seu coração. Porém , logo veio uma triste notícia de que teria de sair da ilha, pois estrangeiros só poderiam permanecer em Xangai.
O Senhor William Burns e a amizade que nasceu da paixão de servir a Deus Sem que Taylor soubesse havia outro coração mais forte, mais experimentado nas coisas do Senhor e que enfrentava o mesmo problema. Este homem sentia também grande amor e responsabilidade para com os milhões de perdidos no interior da China, tratava-se de William Burns, pregador e evangelista usado por Deus no avivamento de 1839 e estava nesta época em Xangai. Veio ao encontro de Taylor e apesar da grande diferença de idade houve uma amizade que se destinara a moldar não só a vida missionária dele, mas também a natureza do empreendimento de longo alcance.
A Perseguição de Burns e Tailor
Trabalharam muito juntos evangelizando através dos barcos, mas a situação política estava em guerra, Burns foi preso e Taylor ficou só em Ningpo. E a situação ficara pior quando souberam que armaram um
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plano para massacrar todos os estrangeiros, e taylor teve que retornar a Xangai e deixar uma jovem por quem estava apaixonado e mais tarde veio a casar-se com uma mulher amava as almas tanto quanto ele.
Expositor Eloquente com alma ardente por missões Retornou então viveu um período de grandes Bênçãos. Em suas reuniões , onde pregava muitos chineses foram convertendo-se. Era uma vida bastante ocupada essa que levavam ele e seus colegas e enquanto isso jovens cristãos progrediam e cresciam em torno deles. Pois além de pregar nas ruas e na capela, receber visitas, cuidar da correspondência, escrituração, fazia também muito trabalho médico. Considerava uma tarefa principal: conversar instrutivamente todos os dias com os cristãos interessados. Assim a igreja crescia.
O Médico Dr. Taylor e Seu Amigo Dr. Parker O tratado de Tientsin desimpediu a entrada a todas as províncias do interior, e em meio a toda essa alegria da ceifa de almas, um novo e inesperado pesar trouxe novas responsabilidades a Taylor, a de ajudar seu amigo Dr. Parker que perdera esposa e com uma filha doente precisaria dele para substituí-lo no seu hospital. Assim sentindo direção de Deus foi. Mas passou-se o tempo, e um dia meditando, pois sentia insatisfeito onde estava, preocupava-se com os perdidos da China e então Deus falou-lhe ao coração. Quando pensava que morria um milhão de pessoas por mês naquela terra e sem Deus, isso fuzilava o seu espírito. Era preciso tomar uma atitude, não suportava mais o conflito.
Cinquenta dólares e a Missão do Interior da China Orar por obreiros, até certo ponto não era difícil, mas não sabia se poderia ele assumir o encargo da liderança. Pediu ao Senhor vinte e quatro companheiros de trabalho, dois para cada uma das onze províncias que estavam sem missionários e dois para a Mongólia. Abriu uma conta com seus únicos cinqüenta dólares em nome de “Missão do Interior da China”, e um a um vieram chegando atendendo a oração de Taylor.
O panfleto que se criou “A Necessidade Espiritual e o Clamor da China” este foi especialmente eficaz para convencer o povo de Deus, para muitos serem enviados, conquistar simpatizantes para a obra missionária, edificar a fé de muitos. Em meio a muitas respostas recebeu uma carta que lhe dava uma generosa oferta e incentivava-o dizendo: “Peça cem obreiros, e o Senhor lhos dará”. A tarefa a que se propunha era grande demais para ser limitada a uma só denominação e o fato de que a missão não oferecia salários já era suficiente para deter todos, menos aqueles cujas experiências lhes davam a certeza de Deus. E assim o fizeram e muita oração para os primeiros preparativos para a primeira turma que se dirigia à China. Eram então numa viagem durara quatro meses, de dezesseis missionários e quatro crianças. Antes do natal já haviam auditórios atentos de cinqüenta ou sessenta pessoas. No próximo verão houve uma triste situação: a morte de sua filha mais velha de oito anos, mas isto não os desanimou, continuaram com sua vida nas mãos de Deus. E em pouco tempo tinham visitado todas as cidades sedes do município da província de Chekiang, Nanquim, e já trabalhavam em centros distantes.
A Calúnia, notícias falsas contra o servo do Senhor e a confiança no Deus que o chamou e confiou aquela tarefa E foram alcançando outros locais e ali onde estava a missão, a igreja contava com cinqüenta membros batizados. Estabeleceram-se na grande cidade de Yangchow e alcançaram a famosa cidade do qual o lendário Marco Polo foi um dia governador. Mas o inimigo agiu e usou pessoas da elite para escreverem panfletos que atribuíam crimes horríveis aos estrangeiros, foram rejeitados, sofreram agressões morais, intimidações, incêndios. Devagar e com ajuda de alguns missionários as coisas foram acalmando, porem , na Inglaterra informações mal interpretadas deram origens a outras notícias falsas à respeito da Missão na China. E este assunto “Missão em Yangchow” continuava a pegar fogo. Muitos membros da missão desistiram na Inglaterra, alterando assim o apoio financeiro. Mas nada parava a evangelização na China.
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George Muller Movido por Deus para orar e Ajudar a Missão de Taylor Mas grande foi a bênção quando Deus moveu o coração de George Muller para ajudar em oração, mas também financeiramente cada missionário da equipe de Taylor, inclusive ele. Mandava cheques para cada um e o valor fechava exatamente com o daqueles que desistiram de ajudar. Diante de todas as adversidades e bênçãos, Taylor nunca deixava de buscar a Deus e amá-lo mais e mais.
A da Esposa que e o Vale da às Sobra de Morte FoiPerda uma experiência resistia provas, à medida que os meses e os anos passavam. O clima na China estava muito quente e trazia enfermidades, seus filhos não tinham onde estudar, o que o levou a deixá-los ir para a Inglaterra com uma grande amiga. Por causa da cólera, a Sra. Taylor veio a falecer, e para ele foi uma grande perda, que sofreu nos braços consoladores de Deus Neste ínterim não diminuíram as dificuldades externas, politicamente a situação era ameaçadora, muitos estrangeiros perderam a vida, a Europa em guerra, a China deixou de tomar as medidas necessárias para conter as agitações contra os estrangeiros. Passou também por problemas de saúde, e em cada situação sabia tirar uma lição para sua vida. Em tudo via Deus lhe ensinando e tinha um coração grato.
Uma Longa Caminhada na mesma direção Trinta anos de vida ativa como diretor da Missão do Interior da China. Viveu experiências que não foram irreais e nem emocionais apenas, mas de poder de Deus e até hoje se vê os resultados. Teve que retornar a Inglaterra para trabalhar na sede da Missão e ali recrutou pessoas fiéis para fazerem o trabalho ali e quando voltou a China depois de cinco anos encontrou tudo muito desolado e um tanto abandonado.
O Reinicio e o Amor pelas Almas Encontrou forças e seguiu novamente, casou então novamente Trabalhava incessantemente, evangelizando, como médico, não parava. Continuavam os acontecimentos, até que caiu e ficou em uma cama na Inglaterra e ali esperava em Deus. E como sempre o reabilitou, continuou enviando pessoas à China, logo que foram abertos todos os acessos à china, pelo Governo. Os pioneiros da missão viajaram nos dois anos seguintes, quarenta e cinco mil quilômetros, andaram por todas as províncias do interior da China. Iniciaram um trabalho com mulheres, missionárias que conquistaram outras mulheres ali e que também entraram no interior da China.
O Fruto de uma longa caminhada Surge um novo desafio: pediram mais setenta novos obreiros para serem enviados em três anos. E assim Deus fez, os setenta obreiros vieram neste período, e grandes e grandes coisas aconteceram; e o de
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1886 foi considerado ano de bênção, onde Taylor via só os frutos de tudo que tinha sido semeado. A partir daí começou a ter vários contatos com outras missões, sendo o trabalho de Missões no Interior da China estava conhecido por todos, e não só conhecido como estava sendo apoiado por todos os países, jovens missionários eram enviados de todos os países. Um grande passo a frente foi dado, a Missão passou de interdenominacional para internacional Taylor tornou simpático a todas as nações vizinhas, o conselho Chinês de Xangai tornou-se o centro de uma grande organização.
O martírio de vários missionários e a última viagem de Taylor até Hunan Por onde passava era um exemplo da paz de Deus. Mas depois de toda esse momento de glória, em 1900 estourou a rebelião de Bóxer que assolou o país e a Missão sofreu horrores, muitos missionários foram mortos selando seu testemunho com seu sangue. Taylor ainda antes de morrer viu dias de oportunidade para a China, fez uma última viagem até Hunan, interior e ali recebeu o bem-vindo dos novos convertidos por quem tinha orado tanto. Em 1900sem a MIC tinhapedir 750 nada missionários. Trinta anos tinha 1285 membros. Alcançou milhõesligados de dólares, nunca a ninguém, nem tevedepois, dívidas. Neste mesmo ano tinha 700 obreiros a Missão. Do início da obra até esta data o total de batizados convertidos era de 13000 mil.
Cida Soares Lopes Missionária da ADI, ex professora de Religião, Bacharel em Ciências da Contabilidade, pela Universidade do Sul (Unisul) e Bacharel em Teologia com Ênfase em Missiologia.
J. HUDSON TAYLOR Como introdução a esta série, temos que dizer que falta muito na vida familiar dos cristãos de hoje. O lar deve ser um refúgio diante das tentações do mundo e dos pecados. Deve ser um lugar onde reine o amor de Deus; cheio de paz e alegria. Mas, infelizmente, não são assim a maioria dos lares cristãos. Os pais discutem entre si, quase nunca se sentam juntos com toda a família para comer na mesma mesa, faltam membros da família em muitos dos cultos públicos da igreja e em muitos lares falta o culto diário familiar. Mas, Deus quer mudar tudo isto. E para animar aos pais no que fazer diante desta falta, são dadas estas "Histórias do Lar" de cristãos muito conhecidos. Tenho que dizer que talvez não foram boas todas as doutrinas e práticas das pessoas de quem se escreve. Da mesma forma, as denominações mencionadas não foram sempre retas quanto a suas doutrinas e práticas. Contudo, podemos aprender dos pontos corretos e descartar os demais.
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Hudson Taylor foi o fundador da Missão no interi or da China. Somente a eternidade revelará a influência que ele deixou sobre os milhões de pessoas que, antes da chegada da sua missão, não haviam sido alcançadas pelo evangelho. Na época de Hudson, as missões eram uma idéia nova e era necessário ter uma profunda dedicação a Cristo e um espírito pioneiro para começar tal santa iniciativa. Somente um homem bem fundamentado em Cristo pôde realizar esta iniciativa. Quão maravilhoso é contemplar a obra de Deus, que é um Deus missionário, assentando um alicerce sólido durante várias gerações na vida de Hudson, através de seus antepassados, que abundaram em amor fervoroso e em consagração! Oh! Que alegria saber da história de Hudson e ver ao Pai operando tudo, segundo o conselho da sua própria vontade e propósito — muito antes dele nascer! Antes de Hudson, houve três gerações seguidas de metodistas fervorosos. Deveras, o seu bisavô, Santiago Taylor, colocou um alicerce sólido em seu lar, o qual durou por várias gerações. No dia de seu casamento, Santiago Taylor esteve orando em seu sítio, sentindo uma grande convicção: Deus lhe impressionava várias vezes, quanto ao versículo de Josué 24:15: “Porém eu e a minha casa…” “Porém eu e a minha casa…” “Porém eu e a minha casa…”. Que maravilhoso versículo para determiná-lo em sua vida, no dia do seu casamento! Contudo, Santiago chegou tarde em seu casamento, mas chegou com o seu coração preparado diante de Deus. Há muito sobre a vida familiar deste homem, mas vamos enfocar o estudo sobre a influência do pai e da mãe de Hudson. É um lar singular, com respeito a todas as biografias que estudamos.
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Santiago Taylor, pai de Hudson, levou o mesmo nome do bisavô. Junto com Amélia, a mãe, chegaram no casamento com as suas vidas e corações totalmente entregues a Deus e nos propósitos dele, consagrando-se assim desde a sua juventude. Os dois foram criados por seus pais no ambiente do ardoroso metodismo Santiago ordenado ministério a idade 19 anos e encarregadoprimitivo. para pregar em um foi circuito local.noPassaram cinco anosdepara estabelecer um negócio e depois casar-se com Amélia. Parece que tiveram um namoro correto, ao estilo antigo e se casaram com a plena bênção de seus pais, familiares e igreja. Louvado seja Deus! Passado o tempo, Amélia ficou grávida. Os dois, Santiago e Amélia, se regozijavam com a idéia de ter um filho. Refletindo sobre isto, Santiago foi guiado a considerar o preceito do Antigo Testamento de dedicar o seu primogênito ao Senhor: “Santifica-me todo o primogênito”. (Êxodo 13:2) Compartilhando com Amélia as suas reflexões, se ajoelharam e o consagraram ao Senhor, que lhes havia dado o menino. Estou seguro que não entenderam na sua totalidade o que isto significaria para eles, nem para o menino, aquele que ainda estava no ventre de sua mãe. Neste ambiente santo e consagrado nasceu (Tiago) Hudson Taylor, em 21 de maio de 1832. (Tiago Hudson Taylor, o missionário, é mais conhecido como Hudson Taylor ou como J. Hudson Taylor, pois não usava muito o seu primeiro nome, James (Tiago em português). Neste artigo sempre será chamado pelo seu segundo nome, Hudson, pois é o mais conhecido.) Que exemplo inspirador para todos nós, os que ansiamos criar filhos piedosos para a glória de Deus. As misericórdias de Deus eram derramadas sobre a vida de Hudson desde a sua infância, pois os seus pais tinham sede de Deus e de Sua vontade. Assim, as recordações mais antigas que teve Hudson foram as de reunir-se cada semana com os santos, na Igreja da Colina Pinfold. Indagando a história da vida familiar de Hudson, se acha uma grande quantidade de exemplos dignos de ser imitados, tanto que não se podem ensinar todos em apenas um artigo. É uma alegria encontrar todo este material, o qual se escreveu e se guardou para transmiti-lo para as gerações futuras. Deus não faz acepção de pessoas, e desta forma as promessas e os princípios de Deus podem ser aproveitados por todos. Vamos estudar alguns destes princípios, divididos entre quatro categorias. O PIEDOSO PAI DE HUDSON
Trabalhava em sua oficina, que estava pegada a sua casa. A oficina tinha um grande vidro que lhe permitia poder ver os acontecimentos da casa todo o tempo. Desta forma pôde ter um papel ativo em guiar e treinar as crianças.
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Quando foi necessário, aplicou uma firme disciplina (isto quer dizer que usava a vara, como nos ensina o livro de Provérbios.) Quando Hudson estava ainda na sua infância, adoecia frequentemente. Por isto, seus pais foram induzidos a não aplicar-lhe da forma correta a disciplina necessária, pensando que ele não a aguentaria, por necessárias causa da suaem pouca No entanto, ea moderação são todossaúde. os filhos, e assim aseobediência lhe deu a disciplina. O pai de Hudson acreditava que uma vida indisciplinada não valia nada.
Tinha altas metas para seus filhos. Ser “normal” (segundo as medidas dos não convertidos), ou ser medíocre não era suficiente para Santiago. Era um homem que compreendia bem os seus deveres. Naquilo que se necessitava cumprir, insistia, e tiveram prioridade sobre os seus próprios desejos, prazeres e alegrias. Esta virtude foi colocada em prática no seu trabalho, ministério e nas suas responsabilidades do lar. Ocupou as vidas de seus filhos com muitas atividades que edificaram o caráter deles. Temos que ajudar aos nossos filhos a que aprendam bons hábitos, porque disto provém a temperança. “Melhor é…o que controla o seu ânimo do que aquele que toma uma cidade.” (Provérbios 16:32) Fizeram cultos familiares duas vezes ao dia: depois do café da manhã e depois de tomar chá à tarde. Estes consistiram em ler alguma parte da Escritura, explicando-a de tal maneira que as crianças puderam entendê-la. Faziam da leitura do Antigo bem como do Novo Testamento, anotando na sua grande Bíblia, a data de cada leitura. Aos domingos dedicou mais tempo nestes cultos, porque não assistiam a escola dominical. Tiago a considerava boa para aqueles que necessitavam dela, mas, ele não queria dar a outra pessoa o privilégio de ensinar aos seus filhos a respeito das coisas de Deus. Desde a tenra idade, ensinou aos seus filhos a orar e a buscar as oportunidades para aproximar-se de Deus durante o decorrer do dia. Muitas vezes levou consigo os seus filhos no andar superior da casa, para ter um tempo de oração por si mesmos. Todos se ajoelhavam e Tiago os abraçava, orando fervorosamente de uma maneira inesquecivel. Tais orações, intercedendo pela China, inspiraram a Hudson, na idade de cinco anos, a dizer com determinação: — Irei para a China.
A VIRTUOSA MÃE DE HUDSON
Desde a sua infância Amélia foi reconhecida pela sua natureza criativa. Aos quinze anos teve que deixar a escola e ajudar a sustentar a família. Isto foi uma providência de Deus, pois se ocupou como professora, durante três anos, na escola doméstica para três meninos. Isto serviu de treinamento para o seu futuro lar. Teve duas virtudes que praticou desde a sua juventude que a fizeram ser amada por muitos: pensar no bem-estar de outros e a sinceridade (uma vida sem pretensão).
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Era de linda aparência, tinha vários talentos e era inteligente. Contudo, a sua vida caritativa a ajudou a não desejar a própria proeminência; antes preferiu que outros fossem admirados. As mesmas qualidades eram demonstradas amplamente no seu próprio lar, bendizendo aos seus filhos e a seu marido. Da mesma forma, a submissão e a reverência para com seu marido adornaram o seu casamento e abençoaram os seus filhos durante seus anos de formação. A sua disciplina benévola trouxe estabilidade e felicidade aos seus filhos. Sempre foi sensata e constante em toda direção e correção que lhes deu. Dizer “sensata” não quer dizer que era inconsistente: o que ela dizia era o que realmente procurava pôr em prática. Por causa das circunstâncias de pobreza que sofreu as vezes, os Taylor não puderam contratar empregadas. Amélia tinha somente uma ajudante para os quefazeres da casa, asim os pais conseguiam cuidar por si mesmos de seus filhos. Parece que realmente não o queriam assim, mas se tornou uma grande bênção para Hudson: seus pais foram seus amigos e acompanhantes, e assim ele esteve debaixo de sua amável supervisão. A mãe trabalhava com ele e o ensinou e cuidou, chegando a ser o sol e o centro durante a sua vida infantil. Ela teve a capacidade de ensinar-lhe acerca da obediência de forma completa: uma só vez foi-lhe dado cada mandamento, de tal maneira que entendeu que deveria cumprir em absoluto. Por exemplo: se ela dizia “Apronte-se para jantar.”, queria dizer que estava incluido lavar as mãos, mudar de camisa, pentear-se e sentar-se a mesa antes que o papai se sentasse. E, não necessitou dizê-lo várias vezes; era cumprido imediatamente. Ficou conhecida por ter uma casa ordeira, como disse o refrão: “Um lugar para tudo e tudo em seu lugar.” Hudson se criou em tal santa harmonia. Os brinquedos eram sempre colocados em seus devidos lugares antes de iniciar outra atividade. O dormitório era sempre limpo e ordenado antes de sair para o café da manhã. Estas tarefas tornaram-se fáceis para os filhos, pois viram o constante exemplo de sua mãe. Somente com a prática da diligência pôde manter tal ordem em seu lar. Tinha que trabalhar todo o dia para poder cumprí-la. Deveras, ela foi uma mãe e esposa do “tipo de Provérbios 31”, o jovem soldado missionário que treinava se beneficiou grandemente de etodos os seus virtuosos caracteres. Como um sinal de submissão para com o seu marido, usou o véu todo o tempo. Estudando a sua vida e a história do primitivo metodismo, percebe-se que todas as cristãs de seu tempo fizeram o mesmo desde o dia do casamento. Tão logo se perderam os princípios bíblicos em somente duas gerações! Que Deus nos mantenha vigilantes na nossa própria época!
ALGUMAS DAS SANTAS RECORDAÇÕES DA SUA INFÂNCIA
O sorriso de seu dasTaylor. reuniões Hudson foi bastante influenciado por avô seu depois avô, João Sedominicais. Hudson se comportasse bem
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durante o culto, teria o privilégio de visitar ao seu avô depois. Este santo homem, a quem Hudson amava muitíssimo, o abençoou e lhe deu palavras de consolo. Aprendeu o alfabeto hebraico, sentado no joelho de seu pai. Isto é muito diferente das atividades de hoje, não é mesmo? Teve a sua primeira experiência de escrever um conto, a idade de quatro anos. Esta pequena estória foi um conto acerca de um velho homem que havia vivido todos os seus dias na mesquinharia, e por isto não estava preparado para morrer. Realmente, Hudson escreveu somente um capítulo, mas com isto percebe-se a seriedade da sua mentalidade em tal idade. A tenebrosidade dos pagãos impressionou a sua mente, aos quatro ou cinco anos de idade. Quando ainda era um menino, Hudson disse: — Quando eu chegar a ser um homem, quero ser missionário na China — Que santas palavras, saíram da boca de um menino! E, Deus as escutou, tomando-as em conta. A natureza. Hudson amava a natureza, e cresceu memorizando através da exploração todos os aspectos da criação de Deus. O seu pai lhe fez uma assinatura de uma revista sobre natureza, e que chegava na sua casa mensalmente. Esta revista estimulou-lhe o desejo de aprender mais a respeito do ecossistema. O calendário com as marcas vermelhas. Estas marcas indicavam as datas que a sua mãe havia indicado como dias especiais: um passeio, uma visita, um dia familiar, etc. Houve muitas destas marcas nos calendários, durante a sua infância.
Os longose as passeios que aumentaram fez com seu papai, aos sábados pela tarde. Estes passeios conversas o companheirismo que existia entre pai e filho. O papai explicou-lhe a respeito de muitas coisas durante estes tempos especiais, sobre as aves, sobre as flores e sobre as mariposas. Os dias de domingo. Estes foram dias muito especiais, mais do que o resto dos dias da semana. Ainda mais pelo fato de que se alegravam nos cultos. Nestes dias a mãe dava toda a sua atenção a sua preciosa família, sem distrações. Dedicava-se a ensiná-los a respeito da Bíblia, no dia de domingo e também todas as relações entre ela e seus filhos foram melhoradas. Amélia soube tornar diferente e encantador esse dia. Guardou as melhores coisas para da esseBíblia dia dee de descanso. Cantavam hinos, (como O conversavam a respeito outros livros edificantes Progresso do Peregrino), bem como comiam frutos; desta forma santificavam o dia do Senhor, e faziam com que fosse um dia esperado durante todo a semana. Oh, que sabedoria em tudo isto! As conversas dos adultos. Hudson teve muitas lembranças de seu pai e de outros homens piedosos, conversando sobre teologia, as missões e sobre assuntos da época. Também, acompanhou a seu pai nas viagens de evangelismo. O pai, no final de cada reunião fazia a chamada ao “altar”, e muitos dos que buscavam a Deus se dirigiam a frente para clamar por ajuda. Hudson frequentemente foi contado nesses grupos. Imagine as
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impressões recebidas nestas ocasiões; especialmente quando por fim chegou a vitória a sua própria vida, motivando aos santos a louvar a Deus. O CARÁTER SANTO
Durante as tardes de domingo, os filhos dos Taylor tinham a permissão para fazer a sua própria “reunião” em um quartinho. A cadeira de papai se tranformava no púlpito, e os filhos faziam turnos para pregar a Palavra. Brincando? Em partes, mas a brincadeira dos meninos os treinava para o futuro. Tiago ficou conhecido por todos pela sua fidelidade e honestidade quanto as ‘riquezas injustas’. Estas mesmas qualidades foram passadas a seus filhos. Um centavo teria que ser ganho honestamente, e quando fossem ganhos onze, o papai acrescentava outro para somar doze. O economizar, o dar e o cuidadoso gastar foram infundidos nas crianças desde a tenra idade. É maravilhoso ver como Deus ensinava a seu servo, que no futuro administraria grandes somas de dinheiro, e também as verdadeiras riquezas - as do reino de Deus! Enquanto os filhos eram ainda pequenos, a mãe inventou uma brincadeira chamada “quieto”. Se a criança permanecesse sentada e quieta durante dez minutos, ganhava um centavo. Claro, a mãe teve motivos especiais, mais do que apenas brincar! Mas com tal brincadeira pôde ensinar-lhes sobre o bom caráter. O pai inculcou-lhe acerca da importância de ser pontual, com o seu exemplo e com o seu ensino. A ninguém dava permissão de chegar tarde nas refeições, nem em outras ocasiões. A mãe acordava os filhos as sete horas da manhã, e todos tinham que estar na mesa, para tomar o café da manhã, as oito horas – sem outro aviso. O pai lhes dizia regularmente: - Se você fizer cinco pessoas esperar um minuto, não percebe como perdeu cinco minutos? Estudando a vida familiar dos Hudson, percebemos que os hábitos de comer foram regulados em cada filho. As refeições simples eram normais, e somente em certas ocasiões se comeram comidas especiais. Os doces e as marmeladas foram permitidas com moderação. A meta foi a de assegurar-se queprova a criança obtivessem As palavras “a que pode negá-la”temperança. foram ouvidas frequentemente na mesa, quando havia sobremesa. Ninguém era obrigado a obedecê-las, mas havia recompensas para aqueles que dissesse, — Obrigado, mas não quero sobremesa hoje. Tiago Taylor, pois, foi um homem espiritual, nunca parou de incentivar os seus filhos a manter acesa a vida interior através da oração e por estudar a Bíblia. Arrumou as coisas para que todos tivessem a oportunidade de ter meia hora, diariamente, a sós com Deus. Até mesmo os pequenos se envolviam nisto. Antes de tomar o café da manhã e depois de jantar, cada filho se dirigia ao seu quarto para ler e orar.
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CONCLUSÃO São inspiradores e desafiantes todos estes pontos. Toda a informação deste estudo foi retirada do livro Hudson Taylor, The Growth of a Soul (Hudson Taylor, o crescimento de uma alma). Este livro é uma pequena obra, com cinquenta páginas, nada mais, mas contém uma grande quantidade de instrução e inspiração. Dediquei muitas horas, meditando sobre todo o conteúdo dele. Deveras, Hudson Taylor foi criado num lar piedoso, com pais que com propósito definido se puseram ao trabalho, para a honra e a glória de Deus. Observando este lar, quanto a responsabilidade do homem, os Taylor obedeceram as Escrituras acerca do ensinar aos filhos, e assim, receberam o fruto dos seus fiéis labores: uma piedosa e poderosa semente na terra. Nunca havia lido algo igual a este livro, que consolida tão claramente as verdades dos princípios referentes a um lar piedoso. Não sei como você pensa, mas é convincente que Deus não faz diferença entre pessoas. Qualquer pai ou mãe que se proponha, pela graça de Deus, a treinar a seus filhos de tal maneira, receberá os mesmos preciosos frutos anteriormente mencionados. Que Deus nos ajude a focalizar bem as nossas prioridades, enquanto criamos aos nossos filhos para o serviço do nosso grande Rei e Salvador, O Senhor Jesus Cristo!
Matthew Henry
Comentarista bíblico Presbiteriana e alto-falante. O filho de um pastor evangélico de uma igreja da Inglaterra, nascido em Broad Oak, no condado galês de Flintshire elenco logo após o ministério de seu pai como um resultado do decreto de Homogeneidade passou pelo Rei George II. Matthew Henry foi levado por seu pai para um pequeno condado galês Iscoed, Flintshire, em outubro de 1662. Seu pai, Philip Henry, nomeado ministro da Igreja da Inglaterra, foi considerado um dissidente. Sua mãe veio de uma família com sua própria história no Parlamento.
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Ele tinha um patrimônio modesto, Philip Henry, portanto, deve ter vivido no trabalho agrícola e como um ministro sem sutiã. Mateus, como seu pai, que nasceu tão frágil foi batizado um dia de vida apenas pelo medo de que ele não iria sobreviver uma semana. Mateus era um garoto fraco fisicamente, mas mentalmente e espiritualmente muito forte. Este aspecto foi destacado para se destacar como estudante hábil e diligente. Alguém disse que ele poderia repetir em voz alta o que ele tinha lido a Bíblia quando tinha apenas três anos! Sua conversão ocorre em 1672. Philip Henry, assumiu a preparação ministerial de Mateus. Até a idade de 18 anos, sua educação foi supervisionado por seu pai. Como aconteceu a outros, seu estatuto de independente o impediu de se matricular na Oxford ou Cambridge, as universidades mais prestigiadas da época. Assim, em 1680, ele se matriculou na faculdade como "dissidentes" em Islington. A universidade logo ganhou enorme prestígio e foi considerada a maior academia presbiteriana. O rotulados como "dissidentes" eram absolutamente proibidos de expressão pública. Mas isto não era segundo o espírito de Mateus. Portanto decide voltar a Londres. Lá encontrou-se extensivamente a pregação do Dr. Stillingfleet e Dr. Tillotson. Ele se juntou a um pequeno grupo de oração e estudo da Bíblia, que iria consolidar Wesley mais tarde, como o Clube Santo em Oxford. Ele retornou à sua aldeia para definir a sua visão ministerial. Após uma análise aprofundada si mesmo, que ele escolheu para responder a sua chamada ". Alguns ministros de Londres consagrada ele em particular em 9 de maio de 1687. Não foi até 1702 que ele poderia obter uma licença oficial. A tragédia da família sofreu com a morte de sua primeira esposa e três dos seus nove filhos. Matthew usado para orar pela manhã e à tarde. Na parte da manhã estudando o Antigo Testamento e à tarde em Novo. Seus sermões eram destinadas a pessoas, não importa politicamente, embora ele nunca deixou de mencionar Fé os perseguidos e discriminados na
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Em 1704, após se recuperar de uma doença grave, que começou suas cartas para o Novo Testamento, a base de seus comentários famosos. Seis anos depois, em 1710, começou a trabalhar em sua maior obra: The Complete comentários bíblicos, um cinco monumental-obra volume. O trabalho duro alimentou a sua alma mas o corpo consumido. Em 1714, ao visitar um amigo em Chester, murió.tenía apenas 52 anos. À primeira vista, olhando para a sua volumosa obra, ninguém pode imaginar que seu autor tinha morrido com cinquenta apenas dois. Ao escrever uma peça que foi pedida à disposição de todos e, embora o comentário é cheia de esboços para sermões, é claro que Matthew Henry foi um mestre das línguas originais das Escrituras, muito mais do que os críticos mais modernos, e que, em sua teologia, não poucos cristãos evangélicos para se qualificar como intransponíveis. Sua teologia é uma fiel testemunha da verdade do evangelho, enfatizando a depravação total do homem e soberana graça e glória de Deus. Seu trabalho também mostra não só a capacidade de um fundo para a profundidade espiritual, mas a bolsa de estudos que oferece um grande conhecimento do grego e hebraico. Charles Spurgeon, entre muitos, reconheceu a importante influência que ele exerce sobre sua vida e ministério. Martin Luther King, Jr .
"Eu tenho um sonho: que um dia esta nação se porá de pé e viverá o verdadeiro significado de sua crença: Nós conservamos esta verdade para ser auto-declarada, que todos os homens foram criados iguais. Eu tenho um sonho, e nele, meus quatro filhos pequenos viverão em uma nação em que não serão julgados pela cor de suas peles, mas pelo conteúdo de seus caráteres."
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Martin Luther King, Jr. 15/01/1929 - 04/04/1968.
Tradução de João Cruzué Nascido Michael Luther King, Jr., mais tarde seu nome foi mudado para Martin. Seu avô começou o longo mandato da família King como pastores da Igreja Batista Ebenezer em Atlanta, servindo de 1914 a 1931; seu pai deu seqüência até 1960. E, de 1960 até 1968 quando morreu, Martin, atuou como co-pastor da igreja. Martin freqüentou as escolas públicas no Estado da Georgia nos tempos da segregação racial, completando o segundo grau aos 15 anos. Em 1948, concluiu a faculdade no Morehouse College, uma destacada instituição negra de Atlanta, na qual, tanto seu pai quanto o avô também se graduaram. Em 1951, ele concluiu o bacharelado, depois de três anos de estudos teológicos no Seminario Teológico Crozer, na Pennsylvânia, onde foi eleito presidente de uma classe de veteranos predominantemente branca. Com a amizade conquistada em Crozer, ele se inscreveu em estudos avançados na Universidade de Boston, completando sua residência para o doutorado em 1953 e se graduando em 1955. Ali em Boston, ele conheceu se casou com Coretta Scott, uma jovem de talentos intelectuais e artísticos incomuns. Dois filhos e duas filhas completaram a família. Em 1954, Martin Luther Kink foi aceito como pastor da Igreja Batista da Avenida Dexter em Montgomery - Alabama, onde sempre foi um ferrenho defensor dos direitos civis para os membros de sua raça. King era, naquele tempo, um membro do comite executivo da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor, a organização líder de seu gênero na América.
Ele estava preparado, pois, bem cedo, em dezembro de 1955, para aceitar a liderança da primeira grande demonstração negra de não violência contemporânea nos Estados Unidos - o boicote a companhia de ônibus de Montgomery. O boicote durou 382 dias. Em 21 de dezembro de 1956, a Suprema Corte amaricana decretou a incostitucionalidade do decreto que exigia segregação racial em ônibus, [e a partir dali ] negros e brancos passaram a usar o mesmo ônibus com os mesmos direitos.
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Durante os dias do boicote King foi preso, sua casa explodida, ele sofreu abuso pessoal, mas, ao mesmo tempo, emergia com um lider negro de primeira magnitude.
Em ele foi eleitoformada presidente daprover Conferência Lideranças do Sul,1957, uma organização para novas de lideranças paraCristãs o agora emergente, Movimento dos Direitos Civis.Os ideais da nova organização foram tomados do cristianismo, mas com as táticas operacionais de Gandhi. No período de 11 anos ( 1957 - 1968 ), King viajou mais de 10 milhões de quilômetros, e discursou mais de 2.500 vezes; e aparecendo sempre onde havia injustiça, protesto, ações. Neste interim, escreveu cinco livros e numerosos artigos. Naqueles anos, ele liderou um protesto maçiço em Birmingham, Alabama, que chamou a atenção do mundo inteiro, providenciando o que se chamou "coalizão de consciências", e se inspirou para escrever " Carta de um cárcere de Birmingham" um manifesto da revolução negra; ele planejou a grande carreata no Alabama pelo direito de votar dos negros, e ele dirigiu a marcha pela paz em Washington, D.C ,a frente de 250.000 pessoas para quem pregou seu mais famoso sermão, " Eu tenho um Sonho". Ele foi recebido pelo presidente Lyndon B Johnson; foi preso, depois disso, cerca de 20 vezes, e atacado no mínimo por 4 vezes, e ele foi agraciado com honrarias , etornou ele foi não nomeado o "Homem ano" pela americanos Revista Time em05 1963; e ele se apenas o símbolodo dos negros como também em uma figura reconhecida mundialmente.
Com a idade de 35 anos, Martin Luther King, Jr. foi o homem mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz. Quando recebeu a notícia da sua escolha, ele anunciou que entregaria o dinheiro do prêmio para o fomento do movimento dos direitos civis. Na tarde de 04 de abril de 1968, enquanto estava na janela de um quarto de hotel em Memphis, Tennesse onde ele fora para liderar uma marcha de protesto em apoio a greve dos lixeiros daquela cidade, ele foi assassinado.
Kathryn Kuhlman
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Em um mundo marcado pela doença e a escuridão espiritual, Kathryn Kuhlman ofereceu Esperança às pessoas. Com seus serviços de ministração, desde os anos 1950 até sua morte em 1976, milhares de pessoas entregaram suas vidas a Jesus Cristo. Kathryn nasceu em 9 de maio de 1907, em uma fazenda fora de Concordia, Missouri, nos Estados Unidos e converteu-se em uma reunião quando tinha 14 anos. Dois anos mais tarde, saiu da casa com sua irmã e cunhado, Myrtle e Everett Parrott, pregando em tendas de avivamento no noroeste e no Midwest. Permaneceu com eles até completou 21 anos, o ano onde iniciou um trabalho evangelístico por conta própria. Embora seu primeiro sermão fosse em um salão pequeno e sujo, Kathryn construiu um nome forte como pregadora de tendas em Idaho, Utá, e Colorado. Estabeleceu-se em 1933 e abriu um trabalho avivalista no altamente bem sucedido Tabernacle de Denver de Colorado. As pessoas atravessavam o país para ouvir Kathryn, e evangelistas de renome vieram pregar em seu púlpito. Por cinco anos, o ministério floresceu e promoveu um avivamento grande na área. Seu ministério promissor foi comprometido quando o Evangelista Burroughs Waltrip veio pregar. Waltrip divorciou-se de sua esposa e abandonou seus dois filhos novos logo após a reunião de Kathryn. Mudou-se para Iowa, iniciou um programa de rádio e uma igreja e manteve seu passado em segredo. Quando ele e Kathryn casaram-se em 18 de outubro de 1938, iniciou suas pregações em torno de Midwest. Entretanto, os líderes das igrejas descobriram seu passado e pediram que saísse. Kathryn ao perceber as circunstâncias que lhe fizeram parar de pregar, resolveu deixar Waltrip em 1944. Kathryn disse que “morria a cada dia por ter posto de lado os desejos de seu coração para assim poder servir inteiramente a Deus”. Encontrou finalmente um “paraíso” seguro da bisbilhotice e com pessoas famintas de se alimentar com o Evangelho quando chegou em Franklin, Pensilvânia, em 1946. Kathryn começou um programa de rádio popular e uma igreja e construiu um ministério que foi seguido por milagres, por sinais, e por maravilhas. Era em Franklin que ela veio compreender o poder do Espírito Santo e dos milagres. Kathryn mudou-se para Pittsburgh em 1948, onde viveu até o fim de sua vida.
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Prestava seus famosos cultos de milagres no Carnegie Hall por 20 anos, lotando a capacidade do grande auditório em todos os cultos. Pessoas de todo o mundo vinham às suas reuniões de milagres e assistiam seus programas de rádio e de televisão.
Kathryn no Kuhlman morreu em 20 de não fevereiro de 1976 complicadíssimos problemas coração. Seu ministério terminou, poisapós ela deixou um legado na pregação e ministração de milagres, amor e do poder do Espírito de Deus.
Joseph Alleine
Joseph Alleine (batizado 8 de abril de 1634 - 17 Novembro 1668) foi um pastor Puritano Inglês dissidente e autor de muitas obras religiosas. Alleine pertencia a uma família que havia estabelecido originalmente no Suffolk. Já em 1430 alguns dos descendentes de Alan, Senhor do Buckenhall assente no bairro de Calne e Devizes. Estes eram os ancestrais imediatos da "digno senhor Tobie Alleine de Devizes", o pai de José, que era o quarto de uma grande família, nascido em Devizes no início de 1634. 1645 está marcado na página-título de um tratado singular de idade, por uma testemunha ocular, como o ano da sua criação frente na corrida cristã.
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Seu irmão mais velho Edward foi um clérigo, mas neste ano morreram, e José suplicou ao pai que ele poderia ser educado para suceder o irmão no ministério. Em abril de 1649estudioso ele entroudeLincoln Oxford, eEm em63de dejulho novembro de 1651, tornou-se CorpusCollege, Christi College. de 1653, tomou o grau de BD, e tornou-se professor e capelão do Corpus Christi, preferindo isto a uma bolsa. Em 1654 ele tinha ofertas de preferment alta no estado, que declinou, mas em 1655 George Newton, da grande Igreja de Santa Maria Madalena, Taunton, procurou-o para assistente e Alleine aceitou o convite. Quase coincidente com a sua ordenação como pastor associado veio de seu casamento com Theodosia Alleine, filha de Richard Alleine. Amizades entre os "gentil e simples" do primeiro, com Lady Farewell, neta do testemunho protetor Somerset para a atração da vida privada Alleine's. Sua vida pública foi um modelo de dedicação pastoral, ainda encontrou tempo para continuar seus estudos, um monumento de que era a sua Theologia Philosophica (a MS perdeu.), Uma tentativa aprendeu a harmonizar a revelação ea natureza, que era admirado por Richard Baxter. Alleine era estudioso meros ou divino, mas umda homem que associados em nenhum condições de igualdade com os fundadores Royal Society. Estes estudos científicos, entretanto, foram mantidos em subordinação ao seu bom trabalho. Ele foi surpreendentemente influente para um homem tão jovem, e isso foi graças a sua seriedade e contundência. O ano de 1662 encontrou pastores seniores e juniores da mesma opinião, e ambos estavam entre os dois mil ministros ejetado. Alleine, com John Wesley (avô do célebre John Wesley), também expulso, depois viajou aproximadamente, pregando sempre oportunidade foi encontrado. Por isso ele foi preso, indiciado por ocasião das sessões, prepotências e multado. Suas cartas da prisão foi um Cardiphonia mais cedo do que John Newton. Ele foi libertado em 26 de maio de 1664, e apesar da Conventicle, ou Five Mile Act, ele retomou a sua pregação. Ele encontrou-se novamente na prisão, e outra vez um sofredor. Sua Morte
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Desgastados pela constante perseguição, ele morreu em novembro de 1668; e as rezadeiras, lembrando as palavras do seu ministro da amada, enquanto ainda com eles, "Se eu morrer cinquenta milhas de distância, deixe-me ser enterrado emmor Taunton," encontrou de Santa Maria. um túmulo para ele em Nenhum nome é tão puritano inconformado carinhosamente acalentado como o de Joseph Alleine. Sua obra literária foi chefe de um alarme para os não-convertidos (1672), também conhecido como o guia seguro para o Céu, que tinha uma enorme circulação. Seus restos apareceram em 1674.
John Knox
“Deus é minha testemunha, nunca preguei Jesus Cristo com desrespeito a qualquer homem.” 1513: Reformador escocês, Nasce em nas proximidades da cidade de Haddington (a 20 kms a leste de Edimburgo). Filho de uma família distinta seu pai se chamava William Knox e sua mãe Sinclair. Nunca teve vergonha ou se escusou de suas origens rústicas mesmo quando a providência colocou-o entre os bem nascidos de seu tempo. 1522: Prosseguiu os seus estudos na Universidade de Glasgow, onde o nome "John Knox" figura entre os matriculados em 1522 ou em St. Andrews, onde se afirma que ele tenha sido aluno do celebrado John Major, nativo como Knox da região escocesa de East Lothian, e um dos maiores
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acadêmicos dos seu tempo. Ele aprendeu Grego e Hebraico num período posterior, como indicado na sua escrita. 1540: È ordenado padre. Até 1543, Knox ainda se mantinha sob o comando de Roma. Um documento assinado a 27 de Março desse ano, guardado no castelo de Tyninghame, prova-o. 1545: Knox professou pela primeira vez a fé protestante . Antes disso já tinha mostrado sinais de simpatia pela fé, sem o ter declarado explicitamente. De acordo com Thomas Guillaume Calderwood, um nativo de East Lothian, a ordem de Blackfriars em 1543, foi a primeira a "dar ao Sr. Knox um cheirinho da verdade". A sua mudança de opinião original tem sido atribuída ao seu estudo na sua juventude ao ler Agostinho e Jerônimo em particular lhe apresentaram os grandes temas das Escrituras: graça, fé, pecado, justificação, providência. Pelo resto de sua vida sua passagem predileta era João 17, na qual Jesus às vésperas de ser traído ora por aqueles que o Pai lhe dera, e ora especificamente para que sejam sustentados em todas as tormentas pelas quais passariam – não só eles, mas por todos os Filhos de Deus em qualquer época. 1547: Ele pregou no castelo de St. Andrew, criticando duramente a guarnição do castelo por sua degradação – e assim foi surpreendido subitamente ao ser chamado de pastor da congregação. Mas isto não durou muito. Dois meses após, vinte e umapela galés francesas bombardearam o se castelo furiosamente. Já enfraquecidos peste, a guarnição do castelo rendeu. Knox e outros homens foram acorrentados a bancos, como remadores, e foram submetidos a violento esforço físico de dia, e a noite se juntavam para se aquecer sob as bancas comendo feito lobos. O rei da França, presumindo que agora poderia usar agora a Escócia como base para atacar a Inglaterra pensou que um patriota e um líder como Knox ajudaria-o a fazer isso. Ele soltou o escocês depois de 19 meses de agonia nas galés francesas. O monarca gaulês havia cometido um erro de cálculo, o escocês era qualquer coisa exceto antiinglês. Logo Knox estava na Inglaterra pregando para a crescente congregação que havia reunido. Aqui os reformadores ingleses ressaltaram os seus dons na teologia e na liturgia, incorporando seu trabalho no Livro de Orações da Igreja Anglicana. 1554-59: Deixando a Inglaterra pouco depois da morte de Eduardo, Knox dirigiu-se para o continente, uma viagem de que não temos as paragens ou datas em certeza. Em 1554, vivendo já em Genebra, ele aceitou, em acordo com João Calvino, uma posição na igreja inglesa de Frankfurt. 1555: Em 1555 regressou a Escócia, e cinco anosse depois logró que Parlamento aprovara a Confissão Scótica, donde perfilavam já oso
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princípios do presbiterianismo, movimento protestante caracterizado por uma acentuação da forma de organização eclesiástica proposta por Calvino. Knox foi um destacado opositor da rainha Maria, a sanguinária. 1572:sussurrar Faleceu em Edimburgo a 24 de Novembro. voz perto trovejante apenas agora. Enquanto a morte chegavaAmais a suapodia esposa lia e relia suas passagens favoritas da Bíblia, sempre terminando com João 17, segundo ele “o lugar onde eu primeiro pus minha âncora”. No túmulo uma pessoa que foi ao funeral afirmou “Aqui jaz um homem que nunca dissimulou com palavras ou temeu a morte”. João Calvino
João Calvino(1509-1564) “Deus sujeitou-me o coração à docilidade através duma conversão repentina”. "Ninguém pode receber sequer a mínima parcela de reta e sã doutrina se não passar a ser um discípulo das Escrituras e não as interpretar guiado pelo Espírito Santo." Jean Calvin 1509: Nasce em Noyon, na Picardia, (próximo a Paris), no dia 10 de julho. Seu pai, Gérard Cauvin, era secretário do bispado de Noyon. A transposição do nome "Cauvin" para o Latim (Calvinus) deu a origem ao nome "Calvin" pelo qual ele é conhecido. Martinho Lutero escreveu as suas 95 teses em 1517, quando Calvino tinha 8 anos de idade. Para muitos, Calvino terá sido para a língua francesa aquilo que Lutero foi para a língua alemã. 1515: Jeanne sua mãe falece, quando tinha apenas 6 anos de idade.
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1521: Aos 12 anos, devido à influência que seu pai tinha, passou a receber alguns cargos eclesiásticos na região. 1523: Ingressa na Universidade de Paris. 1528: Forma-se em Filosofia e Dialética na Universidade de Paris. Aos 19 anos recebe o grau de mestre em Teologia 1528: Na Universidade de Orleans, França, começa a estudar Direito. 1529: Muda-se para a Universidade de Bourges, França, onde inicia também os seus estudos de Grego. Seu pai mudou de planos em relação ao seu futuro e quer que ele siga Direito. A "ciência das leis torna normalmente ricos aqueles que se debatem com ela", referia o seu pai (ele próprio um advogado do bispado), segundo as próprias palavras de Calvino. Cumpriu a vontade do pai e foi estudar Direito, mas nunca deixou de preferir a teologia. Como disse mais tarde: "Se Deus me deu forças para que eu cumprisse a vontade de meu pai, determinou ele pela providência oculta que eu tomasse finalmente um outro caminho" (o da Teologia). Inicialmente Calvino preparava-se para ser padre, enveredaria pelo estudo do Direito, mas Deus trouxe-o de novo ao caminho da Teologia. 1531: Forma-se em Direito pela Universidade de Bourges. Perde seu pai, que falece neste ano. Regressa a Paris onde estuda grego e hebraico no Colégio da França. 1532: A publicação de seu Comentário ao Tratado de Sêneca sobre a Clemência, em abril, já era um indício de que sua conversão estava iminente. Neste mesmo ano converte-se à doutrina protestante. 1533: Começa a defender os protestantes contra a Inquisição. Em 1° de novembro, Nicolas Cop profere seu discurso de posse como reitor da Universidade de Paris. Cop recebe ajuda de Calvino para escrever o discurso, que continha idéias de Erasmo e Lutero. Não eram também chamados de heréticos os primeiros seguidores do cristianismo? O resultado foi a perseguição do próprio Nicolas Cop, que teve de se refugiar em Basiléia. Esconde-se junto com Cop em Angoulême, França, fugindo do rei Francisco I, opositor de todos os simpatizantes de Lutero. Entretanto, o papa Clemente VII pressionava o rei de França a reprimir os protestantes franceses. Em bulas de 30 de Agosto e de 10 de Novembro do mesmo ano, o papa exortava à "aniquilação da heresia Luterana e de outras seitas que ganham Os dois nesse mesmo ano, eminfluência Marselha,neste ondereino". discutem entreencontram-se, outras coisas então, a "guerra contra os
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turcos, lá fora, e a repressão das heresias cá dentro". 1534: Em 4 de maio chaga à Noyon afim de renunciar aos benefícios eclesiásticos que detinha. Ao chegar na cidade é preso. Escreve o seu segundo livro, que será também o primeiro sobre religião, é relativamente pouco conhecido, em comparação com suas outras obras.e Faz uma crítica severa aos anabatistas, que acusa de serem uma seita debandada. O livro coloca questões teológicas, mais do que oferece respostas. O título completo era: "Psychopannychia” - tratado pelo qual se prova que as almas permanecem vigilantes e vivas uma vez que tenham deixado os corpos, o que contraria o erro de alguns ignorantes que sustentam que elas dormem até ao último momento" - o que é, também, um ataque aos anabatistas. Apesar de escrito em 1534, o livro seria apenas publicado em 1542. Em 18 de Outubro de 1534, a história do protestantismo francês vive um dos seus momentos fundamentais. Cartazes de 37 por 25 cm que criticam a celebração da missa tal como ela é feita oficialmente pela Igreja católica são afixados em vários locais. É particularmente atacada a repetição cerimonial da morte de Cristo, simbólica, no altar. Se o sacrifício já foi consumado, por que se apoderam os sacerdotes católicos deste ritual simbólico? Os argumentos teológicos dos protestantes fundamentam-se na Epístola de São Paulo aos Hebreus. A situação tornouse particularmente crítica e descambou numa reação brutal por parte da Igreja católica e do estado francês. 1535: Protestantes franceses seriam encarcerados e assassinados. Em Janeiro , o rei Francisco I organiza uma procissão macabra pelas ruas de Paris. A procissão pára em 6 locais distintos. Em cada uma das paragens há um pódio onde o rei, os embaixadores e dignos membros do "parlement" se instalam para assistir à morte pela fogueira de 6 "heréticos" envolvidos no caso dos cartazes do ano anterior. Calvino foge para Basiléia, cidade onde vive até Março de 1536. È publicada a primeira bíblia escrita por um protestante, em francês. Tratava-se de uma tradução direta do Hebraico (o antigo testamento) e do Grego (o novo testamento) - línguas originais das escrituras - e não das versões então em uso, em latim. O autor é Olivétan, aliás Pierre Robert (1506-1538), primo de Calvino. o seu estilo de escrita foi considerado de difícil compreensão, além de uma certa falta de fluidez discursiva. O texto seria revisto (com a colaboração de Calvino) e publicado novamente em 1546.Em 16 de Julho, o rei Francisco I faz publicar o Édito de Coucy, uma medida de contemporização para com os protestantes e que corresponde também a uma nova guerra de Francisco I contra Carlos V (Guerra de 1535-1538). Necessitando do apoio dos protestantes alemães para o esforço guerraÉeprometido não convinha, necessariamente, perseguirem os "Luteranos" emde França. que se deixarão os protestantes
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paz desde que vivam como "bons cristão" e renunciem à sua fé. Mas, em Dezembro de 1538, o Édito de Coucy é suspenso e as perseguições aos protestantes retomam a intensidade anterior. 1536: é preso por doutrinas do protestantismo. breveNovamente passagem pela corte depregar Ferrara, Itália, onde tenta converterTeve sua compatriota, a Duquesa Renata. Em Março é publicada em Basiléia a primeira edição de "Institutio religionis Christianae". No prefácio menciona a sua estadia em Basiléia, "enquanto na França são queimados na fogueira crentes e pessoas santas". Fala de santos mártires. Dirige-se no livro ao Rei Francisco I, que procura convencer das boas intenções da reforma. Ao mesmo tempo, a sua teologia começa a adquirir contornos mais marcados e mais autônomos em relação ao Luteranismo. Uma tendência que se fortalecerá no futuro. Critica a vida dos mosteiros, que compara a bordéis. Calvino pretende não só a reforma da Igreja mas de todos os indivíduos. Fugindo da Inquisição Católica, se estabelece em Genebra. A cidade já estava aberta para acolher a nova fé, Em 1533 há o primeiro culto protestante de que há conhecimento nesta cidade. São então cunhadas moedas com a inscrição: "Post tenebras lux" (após a escuridão, a luz). 1537: Em Abril, por sugestão de Calvino, é constituído um "syndic" (síndico) que tem por objetivo ir de casa em casa e inquirir sobre a confissão dos moradores. A ação é contestada. Alguns moradores recusam-se a pronunciar-se sobre sua fé.Em junho,Futuramente as autoridades de Genebra decidem que o Domingo é o aúnico dia feriado. nenhum outro feriado será considerado.Em 30 de Outubro é definido como o prazo para todos os moradores de Genebra se pronunciarem quanto à sua religião. Aqueles que não reconhecem os decretos de Guillaume Farell são obrigados a deixar a cidade em 12 de Novembro.Após esta data, a situação complica-se para Farell e Calvino. Particularmente provocante é o fato de um estrangeiro (francês), como Calvino, decidir sobre a excomunhão e expulsão de habitantes naturais de Genebra. As autoridades, perante estes protestos, passam a ser mais críticas para com os líderes protestantes.1538: Junto com Farel, é expulso de Genebra acusado injustamente de arianismo. Se estabelece em Strassburgo, na França (divisa com a Alemanha). em Estrasburgo Martin Bucer será o protetor de Calvino. Durante três anos Calvino dirigiu em Estrasburgo uma igreja de protestantes franceses, a convite de Bucer. Segundo o biógrafo Courvoisier, Estrasburgo é a cidade onde Calvino se torna verdadeiramente Calvino. 1539: No outono deste ano, Calvino escreve também um comentário à carta de Paulo aos Romanos. tema aé justificação particularmente querido protestantismo, porque ali seEste encontra através da fé do como a
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base de sustentação do movimento protestante, pois somente a fé salva e justifica. Os sacramentos só recebem o seu sentido através da fé. Sem fé não têm qualquer efeito. Já Lutero tinha destacado a carta de Paulo aos romanos como o cerne do Novo Testamento e o mais alto do evangelho. 1540: Em Estrasburgo, Calvino casa-se em Agosto, com a viúva Idelette de Bure, que tinha sido previamente adepta do anabatismo. Traz duas crianças do seu prévio casamento. Calvino tem 31 anos de idade. A cerimônia do casamento foi dirigida por Guillaume Farel. 1541: O partido de seus amigos assume o poder em Genebra. A 13 de Setembro, Calvino chega pela segunda vez a Genebra. Instala-se aí definitivamente até ao fim da sua vida, tendo ali organizado a estruturação da organização de ministérios, de professores, de diáconos, de acordo com as linhas bíblicas. Estabelece uma nova Constituição, as chamadas Ordenanças Eclesiásticas, onde redefinia a ordem de poder na Igreja Suíça As "Ordonnances de 1541" dispõem a formação de 4 corpos: Pasteurs: pastores, que pregam. Docteurs: ensinam. Anciens: os mais velhos, chamam à ordem aqueles que prevaricam. Diacres: diáconos, ocupam-se dos pobres e doentes - mendigar é estritamente proibido. 1542:de Publica em c'est-a-dire, Genebra o seu livro de catecismo: de la l'Église Genève, le formulaire d'instruire"Catéchisme les enfants en chrétienté". A chave do projeto de Calvino passa pela pedagogia. Objetivo é uma profunda transformação da mentalidade. Cada resquício de superstição, de práticas de magia, qualquer resto de catolicismo é perseguido como idolatria. o filho de Calvino, Jacques, morre pouco depois de nascer em 28 de Julho. 1546: Em Janeiro, é preso Pierre Ameaux, que tinha injuriado publicamente Calvino, esse "picard" que prega uma falsa fé. 1547: A 23 de Setembro, François Favre comparece perante tribunal por ter afirmado que Calvino se auto-nomeou de bispo de Genebra e os franceses tinham escravizado a sua cidade natal. 1548: Um senhor chamado Nicole Bromet declara que os franceses deveriam ser todos colocados num barco e enviados pelo rio Reno abaixo. 1549: Morre Idellete Calvino, após doença. Calvino não voltará a casar. Dedica-se ainda mais decididamente ao trabalho.
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1550: Calvino escreve ao rei Eduardo VI de Inglaterra, um protestante, encorajando-o nas suas reformas. O rei Eduardo VI fez acolher protestantes franceses, perseguidos no país natal. Após o reinado de Eduardo VI (15471553) o catolicismo regressa à Inglaterra sob a liderança de Maria Tudor. 1551: Sofre oposição de Bolsec, que afirma: "a teoria da predestinação é falsa". Ele é expulso de Genebra, volta para a Igreja Romana e escreve uma biografia caluniosa de Calvino 1553: Ordena a morte de seu opositor, o espanhol Miguel Servet, que morre queimado. 1555: Em Janeiro, há uma procissão noturna de pessoas em Genebra, caminhando de vela na mão, ridicularizando Calvino. Todos os calvinistas são excomungados do catolicismo Também a doutrina da Predestinação foi muito atacada nestes anos. Um particular crítico foi o monge carmelita chamado Hiérome Bolsec, nascido em Paris, que se tinha estabelecido em Genebra. Ele argumenta que “uma vez que Deus é o responsável por tudo o que se passa, então Deus é também responsável pelos nossos pecados”. Calvino responde que “nunca disse isso”.( A teoria da predestinação de Calvino nasceu da sua crença na presciência absoluta de Deus, e da firma convicção, robustecida pelas suas leituras de São Paulo e Santo Agostinho, de que o homem é incapaz de se salvar pelas suas próprias ações; somente pode ser salvo pelaCalvino. imerecida decríticos Deus, livremente autoridades apoiam Emgraça Berna, de Calvino concedida). são expulsosAsda cidade. são erguidas as primeiras igrejas calvinistas em França, nomeadamente em Paris, Meaux, Angers, Poitiers e Loudun. Nos três anos seguintes surgem as comunidades de Orléans, Rouen, La Rochelle, Toulouse, Rennes e Lyon. 1559: Funda a Universidade de Genebra. Entre 26 e 29 de Maio, realiza-se em Paris um sínodo nacional protestante. Cerca de 30 paróquias estão representadas. Vão elaborar um texto de linhas de orientação, (com a participação de Calvino na sua criação), que se vai chamar Confession de La Rochelle (foi confirmado nesta cidade em 1571). 1564: Morre no dia 27 de maio, aos 55 anos. A saúde de Calvino começou a vacilar. Ele sofria de enxaquecas, hemorragia pulmonar, gota e de pedras nos rins. Por vezes foi levado carregado para o púlpito. Calvino também tinha os seus detratores. Foi ameaçado e abusaram dele. Calvino apreciava passar os seus tempos livres no lago de Genebra, lendo as escrituras e bebendo vinho tinto. Nos finais de sua vida disse a seus amigos que estavam preocupados comme o seu regimeocioso diárioquando de trabalho: "Qual ?" quê ? Querem que o senhor encontre ele chegar
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João Calvino faleceu em Genebra a 27 de Maio de 1564. Foi enterrado numa sepultura simples e não marcada, a seu próprio pedido. A influência que ele exerceu desde a cidade de Genebra, que praticamente governou a partir de 1541 atée àmais sua tarde morte,pela emAmérica. 1564, espalhou-se pela Europa inteira John Huss
John Huss (1373-1415) Nascido em Hussinec, na Boêmia, hoje Tchecoslováquia, em 1373, de uma família pobre que vivia da agricultura. Ele recebeu boa educação elementar e cursou na Universidade de Praga (capital atual da República Tcheca), onde terminou seu mestrado em Filosofia no ano de 1396. Dois anos depois, Huss começou ensinar na Universidade, e em 1401, veio a ser o seu reitor. Em 1400, Huss foi separado como padre e foi-lhe entregue a responsabilidade da prestigiada Capela de Belém. Após o casamento do rei inglês, Ricardo II da Inglaterra com Ana, filha do imperador Carlos IV da Boêmia em 1382, os ensinamentos de Wycliff foram logo introduzidos no país. Estudando-os bem de perto, Huss começou não só a pregar, como também traduzir as obras de Wycliff na língua Tcheca. Pregador e Precursor da Reforma na Boêmia Em 1403, Huss não se propôs a reformar a Igreja Romana na Boêmia, ensinando que John o papado tinha nenhuma autoridade de oferecer a remissão dos pecados através da venda de indulgências, como também questionou a legitimidade dos dois papas rivais Gregorio XII e AlexandreV. Por esta razão, em 1408, os incontentos padres e colegas da Universidade de Praga condenaram a Huss, e como resultado, foi proibido de exercer suas funções eclesiásticas em Praga. Um ano depois, ele recebe novas acusações de estar ensinando heresias; mas não para de pregar na Capela de Belém. Em 1411, Huss é excomungado de sua congregação, e todos os cultos, cerimônias de batizado e funeral foram anulados. Tal ato trouxe grande revolta nos
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cidadãos de Praga, os quais defenderam a Huss. O cúmulo da corrupção papal sucedeu em 1412, quando João XXIII lançou uma cruzada contra o Rei Ladislau de Nápoles, e ofereceu a remissão completa de pecados todos os que participassem a venda da indulgência para osa que a suportassem. Ao ouvirna talguerra, notícia ou contrária a todos os preceitos bíblicos, Huss se levanta e ataca o papado de usar sanções espirituais e indulgências para fins pessoais e políticos. Em contraataque, Jan Huss foi excomungado de Roma e obrigado a deixar Praga. A Intimidação Se Inicia Durante o seu exílio, Huss teve a oportunidade de concluir uma de suas obras mais importantes, “De Ecclesia”. No ano de 1414, os líderes da Igreja Romana se reuniram para um Concílio em Constança (atualmente na Alemanha), e John Huss foi convocado a comparecer a fim de esclarecer seus ensinos controversiais com o da Igreja. O imperador Boêmio, Sigismund, prometeu salvo-conduto, mas, após um mês em Constança, os seguidores do Papa João XXIII o prenderam, e ele foi impelido pelo Concílio de se retratar. Huss permanceceu preso durante os sete meses de seu julgamento, e pouca oportunidade foi-lhe dada de se defender. Por não voltar atrás, Jan Huss foi condenado como hereje, despido e queimado na estaca fora da cidade no dia 6 de julho de 1415. Huss morreu cantando o hino em grego “Kyrie eleeson” (Senhor, tem misericórdia). local de sualutou mortepela é marcado hoje com uma pedra memorial. Como OWycliff, Huss reforma até da Igreja pagando o preço com sua vida. Os perseguidores destruíram o corpo, mas não os ensinos de Huss, que foi espalhado por toda a Europa por seus discípulos mais radicais, conhecidos como Taboritas. Estes rejeitaram tudo na fé e na prática da Igreja Romana que não se encontrasse na Bíblia. Destes discípulos surgiu a Igreja Moraviana, a qual tornou-se mais tarde numa das igrejas de mais visão missionária da História da Igreja. O resultado do trabalho de Huss e de tantos outros foi vista um século depois, na pessoa de Lutero.
Jônatas Goforth
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«por meu espírito» (1859-1936) Certo dia, no ano de 1900, em Changte, no interior da China, passou um correio galopando à doida. Levava um despacho da imperatriz para o governador, ordenando que tomasse medidas para exterminar imediatamente todos os estrangeiros. Na horrenda carnificina que se seguiu, Jônatas Goforth, com sua esposa e filhinhos, foram cercados por milhares de Boxers, determinados a tirar-lhes a vida. O pai da família, ao cair no chão com uma tremenda pancada que quase lhe partiu o crânio, ouviu uma voz dizer-lhe: "Não temas! Teus irmãos estão orando por ti." Antes de ficar inconsciente, viu chegar a galope um cavalo que ameaçava atropelá-lo. Ao voltar a si,foram viu que o cavaloa caíra ao seudo lado, esperneando de otalmissionário. maneira queAssim os seus atacantes obrigados desistirem propósito de matar ele reconheceu que a mão de Deus o guardava maravilhosa e constantemente durante o tempo do morticínio dos boxers, no qual centenas de crentes foram mortos. Jônatas Goforth e sua família, foram sal-vos de inumeráveis situações angustiosas entre o povo amotinado, até que, por fim, vinte dias depois, chegaram ao litoral do país. Rosalind e Jônatas Goforth tinham as suas vidas escondidas com Cristo em Deus. Eis como viviam, nas suas próprias palavras: "Não é somente tolice aceitar para nós mesmos a glória que pertence a Deus, mas é grave pecado, porque o Senhor diz: 'A minha glória a outrem não darei'." Quando ainda jovem, Jônatas Goforth adotou as palavras de Zacarias 4.6 como lema da sua vida: "Não por força nem por violência, mas por meu espírito, diz o Senhor dos Exércitos." Alguém que o conhecia intimamente escreveu: "Antes de tudo, Jônatas Goforth era um ganhador de almas. Foi por essa razão que se tornou missionário para o estrangeiro; não havia outro interesse, outra atividade, outro ministério que o atraísse. Com o fogo do amor de Deus no podia coração, ele manifestava entusiasmo irresistível umaDeus energia incansável. Nada impedir os esforçosum dinâmicos na obra, para aequal o
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chamara. Era assim tanto aos setenta e sete anos como quando tinha cinqüenta e sete. Com a perda da vista durante os últimos três anos da sua vida, não diminuíram seus esforços - parece que aumentaram." Revela-se, nas suas próprias foram lançados alicerces sua vida constantemente esforçada nopalavras, serviço docomo Senhor: "Minha mãe,osquando eu da e meus irmãos éramos ainda crianças, com desvelo incessante, nos ensinava as Escrituras e orava conosco. Uma coisa que teve grande influência sobre a minha vida foi o fato de minha mãe me pedir que lesse os Salmos para ela em voz alta. Tinha apenas cinco anos, quando comecei a fazer esse exercício e achei a leitura fácil. Com a continuação, adquiri o costume de decorar as Escrituras, coisa que continuei a fazer com grande proveito". Todos podemos testificar que é fácil fazer com que a leitura das Escrituras e a oração cheguem a uma monótona formalidade. Mas, ao contrário, o semblante de Jônatas Goforth se iluminava com o reflexo da glória das Escrituras que recebia na alma. Depois da sua morte, uma criada católica romana declarou: "Quando o senhor Goforth se hospedava na casa onde trabalho, eu mirava seu rosto e dizia a mim mesma: O rosto de Deus pode ser assim!" Acerca da conversão de seu pai, Jônatas escreveu: "No tempo da minha conversão, morava com meu irmão Guilherme. Certa vez, nossos pais nos visitaram, passando conosco mais ou menos um mês. Fazia tempo que o Senhor me dirigira a fazer culto doméstico. Assim, certo dia, anunciei: Taremos o culto doméstico de hoje e peço que todos se reúnamporque depois em do jantar'. Esperava que meudar paigraças se manifestasse contrariamente, casa não costumávamos antes das refeições, quanto mais fazer culto doméstico! Li um capítulo de Isaías e, depois de falar algumas palavras, oramos juntos, de joelhos. Continuamos a realizar os cultos domésticos durante o tempo que eu estava em casa. Depois de alguns meses meu pai foi salvo." O jovem Goforth, no tempo de estudante no ginásio, visava a ser advogado, até que, certo dia, leu a inspiradora biografia do pregador Roberto McCheyne. Não somente se desvaneceram para sempre todas as suas visões de ambição, mas ele dedicou, também, a sua própria vida a levar almas ao Salvador. Nesse tempo, "devorou" os livros: "Os Discursos de Spurgeon"; "Os Melhores Sermões de Spurgeon"; "Graça Abundante" (Bunyan); e "O Descanso dos Santos" (Baxter). A Bíblia, contudo, era o seu livro predileto, e costumava levantar-se duas horas mais cedo para estudar as Escrituras, antes de se ocupar em qualquer outro serviço do dia. Acerca da sua chamada, nesse tempo, ele escreveu: "Apesar de sentir-me dirigido ao ministério da Palavra, recusava terminantemente a ser missionário no estrangeiro. Mas um colega me convidou a assistir à reunião de um missionário, o qual fez o seguinte apelo: 'Faz dois anos que passo de cidade em cidade contando a situação de Formosa e rogando que algum jovem se ofereça parasozinho. me auxiliar. Mas que nãomeus consegui transmitir a são a nenhum. Volto, então, Dentro de parece pouco tempo ossos
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estarão enbranquecendo na encosta dum morro em Formosa. Quebranta-me o coração saber que nenhum moço se sente dirigido a continuar o trabalho que iniciei'. "Ao ouvir essas palavras, senti-me vencido pela vergonha. Se o chão tivesse me engolido,a teria sido umcomo alívio. comprado Cristo, ousava planejar minha vida euEu, mesmo queria.com Ouvio precioso a voz do sangue Senhor de dizer: 'A quem enviarei, e quem há de ir por nós?' E respondi: Eis-me aqui, envia-me a mim! Desde então sou missionário. Lia avidamente tudo que podia achar acerca de missões no estrangeiro e me esforçava por transmitir aos outros a visão que eu alcançara - a visão dos milhões da terra sem oportunidade de ouvirem um pregador". Por fim chegou o tempo de iniciar seus estudos em Toronto. O primeiro domingo ele o passou trabalhando entre os prisioneiros, na prisão "Don", um costume que continuou durante todos os anos de estudos nessa cidade. Durante a semana, dedicava muito tempo a andar de casa em casa ganhando almas para Cristo. Quando o diretor do colégio onde estudava perguntou-lhe quantas casas visitara durante os meses de junho a agosto, ele respondeu: "Novecentas e sessenta." Foi nesse tempo dos estudos que Jônatas Goforth se casou com Rosalind Bell-Smith. Acerca desse ato ela escreveu: "Comecei, aos vinte anos de idade, a orar pedindo que, se o Senhor desejasse que eu me casasse, Ele me dirigisse um moço inteiramente dedicado a Ele e ao seu serviço... Certo domingo, achei-me em uma alguém reunião àdeporta obreiros da Toronto pouco antes de começar a reunião, chamou Jônatas Mission Goforth.Union. Ele, aoUm levantar-se para ir lá fora, deixou a Bíblia na cadeira. Então eu fiz uma coisa que nunca pude explicar, nem para ela achei desculpas; senti-me impelida a ir à cadeira dele, apanhei a Bíblia, e voltei à minha cadeira. Ao folhear rapidamente o livro, achei-o quase gasto pelo uso, e marcado de capa a capa. Fechei-o, e sem demora, coloquei-o de novo na cadeira. Tudo isso aconteceu em um intervalo de poucos segundos. Ali, sentada no culto, eu disse a mim mesma: 'Esse é o moço com quem seria bom que eu me casasse'. "No mesmo dia fui apontada, juntamente com outras para abrir um ponto de pregação em outra parte de Toronto. Jônatas Goforth estava também entre o grupo. Durante as semanas que se seguiram, eu tive muitas oportunidades de ver a verdadeira grandeza da alma desse homem, a qual nem seu exterior desprezível podia esconder. Assim, quando ele me perguntou: - 'Queres unir a tua vida à minha para irmos à China?' Sem vacilar um só momento, respondi: - Quero! Mas, alguns dias depois, foi grande a minha surpresa quando ele me perguntou: - 'Prometes nunca me impedir de colocar o Senhor e a sua obra em primeiro lugar, mesmo antes de ti?' Era essa mesma a qualidade de moço que eu pedira, em oração, para que Deus mo desse como marido, e firmemente respondi: Prometo fazê-lo sempre! Oh! Como fora benigno o Mestre, ao esconder-me o que essa promessa significava!
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"Poucos dias depois de eu haver prometido o que me pediu, veio a primeira prova. Eu sonhava, como mulher que era, com o bonito anel de casamento que ia receber. Foi então que Jônatas me disse: - 'Não te importas se eu te não comprar uma aliança?' A seguir explicou com grande entusiasmo, como se esforçava na distribuição de livros e folhetos sobre Ao o trabalho China. de Queria economizar essa obra. ouvi-lo,nae depois contemplar a luz onomais seu possível rosto, as para visões de importante uma aliança bonita se desvaneceram: Era a minha primeira lição sobre os verdadeiros valores!" Em 19 de janeiro de 1888, centenas de crentes se reuniram na estação em Toronto para se despedirem do casal Goforth que ia trabalhar na obra de Deus na China. Antes de sair o trem, todos baixaram a cabeça em oração e, ao partir o trem, a grande multidão cantava: "Avante, soldados de Cristo!" E, uma vez fora da estação, os dois no trem rogaram a Deus que os guardasse para viverem eternamente dignos da grande confiança que esses irmãos depositaram neles. Não muito depois de chegarem à China, Hudson Taylor lhes escreveu: "Faz dez anos que a nossa missão se esforça para entrar no Sul da província e somente agora é que o conseguimos..." Se a China Inland Mission, com missionários e auxiliares experientes na língua e nos costumes do povo sofre fracasso durante dez anos nessa província, como podia entrar ele, jovem inexperiente e sem conhecer a língua?! As palavras de Hudson Taylor, "avançar de joelhos", tornaram-se o lema da missão de Goforth para entrar no Norte de Honã. Jônatas Goforth levou mais aprender língua, do que que chegara um ano depois dele.tempo Certo adia, ao sairapara pregar, ele,seu emcompanheiro grande desespero, disse à sua esposa: "Se o Senhor não operar um milagre para eu aprender essa língua, serei um grande fracasso como missionário!" Duas horas depois voltou, dizendo: "Oh! Rosa! Que maravilha! Ao começar a pregar, as palavras e as frases tornaram-se tão fáceis que o povo me compreendeu bem." Dois meses depois receberam uma carta dos estudantes no colégio Knox, em Toronto, contando como em certo dia a certa hora eles se reuniram para orar por eles - "Somente pelos Goforth" - e ficaram convencidos de que eles foram abençoados por Deus, porque sentiram muito a presença e o poder de Deus na oração. Goforth, ao abrir seu diário, descobriu que foi no mesmo dia e hora que Deus lhe deu a habilidade de falar fluentemente. Alguns anos depois, certo patrício seu, que falava bem o chinês, disse-lhe acerca do seu estilo de falar: "Compreende-se a fala do senhor sobre uma área maior do que de qualquer outra pessoa que conheço." Um missionário veterano assim aconselhou a Goforth: "Os chineses têm tantos preconceitos do nome de Jesus que deve esforçar-se para demolir os deuses falsos e só depois mencionar o nome de Jesus, se houver oportunidade." Ao contar isso à sua esposa, Goforth exclamou indignado: "Nunca! Nunca! NUNCA!" Em nenhum tempo ele se levantou para pregar sem a Bíblia aberta na mão.
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Quando, alguns anos depois, os missionários novatos lhe perguntaram o segredo do fruto extraordinário do seu ministério, ele respondeu: "Deixo Deus falar às almas dos ouvintes por intermédio da sua própria Palavra. Meu único segredo para tocar no coração dos mais vis pecadores é mostrar-lhes a sua necessidade e pregar-lhes o Salvadore poderoso para os salvar... Esse erado o segredo Lutero, era Wesley ninguém se aproveitou mais dele que D. L.deMoody". Parao segredo manejar de a João ''Espada do Espírito" com grande execução, Goforth a "afiava", estudando-a diariamente, sem falhar. Em vez de falar contra os ídolos, ele exaltava a Cristo crucificado. Isso atraía os pecadores para deixarem as suas vaidades. Em 1896, ele escreveu: "Depois de chegar a Changté, há cinco meses, o poder do Espírito Santo se manifesta quase diariamente para nos alegrar. Durante esses meses, um total de mais de 25.000 homens e mulheres nos visitaram em casa, e todos ouviram a pregação do Evangelho. Pregamos, na média, oito horas por dia. Há, às vezes, mais de cinqüenta mulheres de uma vez no terraço. (Ele pregava aos homens, enquanto a sua esposa pregava às mulheres.) Quase todas as vezes que apresentamos Cristo como Redentor e Salvador, o Espírito Santo salva alguém e, às vezes, dez a vinte." Contudo, não se deve pensar que esses missionários escaparam de grandes tribulações. Não muito depois de chegarem à China, um incêndio destruiu todas as suas possessões terrestres. O calor do verão era tão intenso que sua primogênita, Gertrude, faleceu e foi necessário levar o cadáver a uma distância de 75 quilômetros, a um lugar onde se permitia enterrar os estrangeiros. Quando faleceu outro filhinho, Donald, foi necessário fazer de novodoze a mesma longa viagem de 75 quilômetros comquanto os restos mortais. Depois de passarem anos na China, novamente perderam tudo tinham em casa, quando as águas de uma enchente subiram à altura de dois metros dentro da casa. No ano 1900, logo após outra filha, Florença, morrer de meningite, veio a insurreição dos Boxers - acerca da qual já nos referimos. No levante dos Boxers, muitas centenas de missionários e crentes foram brutalmente mortos. Só a mão de Deus os guiou e os sustentou na fuga de Changté -uma viagem de 1.500 quilômetros, em tempo de intenso calor e de doença em um dos quatro filhos. Inúmeras vezes foram cercados pelas multidões que clamavam: "Matai-os! Matai-os!" Uma vez a multidão enfurecida arremessou pedras tão grandes que quebraram a espinha dos cavalos que puxavam a carroça, mas todas as pessoas do grupo escaparam! Goforth levou vários golpes de espada, um dos quais atingiu o osso do braço esquerdo, quando o ergueu para defender a cabeça. Apesar de o grosso capacete, que tinha na cabeça, ficar quase inteiramente cortado em pedaços, ele conseguiu manter-se em pé até que recebeu um golpe que, por pouco, não lhe partiu o crânio. Mas Deus não permitiu que a mão dos homens os destruíssem, porque ainda tinha uma grande obra para fazer na China por intermédio desses servos. Assim, sem poderem cuidar das feridas e com as roupas ensangüentadas, o grupo enfrentava as multidões furiosas, dia após dia, até alcançar Shanghai. De lá, a família embarcou em um navio para o Canadá.
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Logo que diminuiu o perigo na China, os nossos incansáveis heróis estavam novamente ocupados no trabalho em Changté. A região foi dividida em três: a parte que caiu em sorte a Goforth foi o vasto território ao norte da cidade com inúmeras vilas e povoados. O plano de Goforth era alugar umapara casaoutro em um centro importante, passar um pregasse mês evangelizando e, depois mudar-se centro. Queria que a sua esposa no pátio da casa, de dia, enquanto ele e seus auxiliares pregavam nas ruas e nos povoados ao redor. À noite, faziam os cultos juntos, ela tocando o harmonium. No fim do mês, podiam deixar um dos auxiliares para ensinar os novos convertidos, enquanto o grupo passava para outro centro. Acerca desse plano a esposa de Goforth escreveu: "De fato, o plano foi bem concebido, a não ser uma coisa: não se lembrou das crianças... Lembrei-me de como os meninos com varíola, em Hopei, me cercaram quando segurava a criança no colo. Lembrei-me das quatro covas de nossos pequeninos, e endureci o coração, como pederneira, contra o plano. Como meu marido suplicava dia após dia! 'Rosa, por certo o plano é de Deus e receio o que possa acontecer aos filhos se desobedecermos. O lugar mais seguro para ti e os filhos é no caminho da obediência. Pensas em guardar os filhos seguros em casa, mas Deus pode mostrar-te que não podes. Contudo, Ele guardará os filhos se obedeceres confiando nele!' Não muito depois, Wallace caiu doente de disenteria asiática e por quinze dias lutamos para salvar a criança; meu marido me disse: 'Oh! Rosa, cede a Deus, antes de perder tudo.' Mas parecia-me que Jônatas era duro e cruel. Então nossa filha Constância caiu enferma da mesma doença. Deus revelou-se a mim como um Pai em quem eu podia confiar para conservar osmas meusconfio filhos.emBaixei a cabeça e disse: 'Ó Deus, é tarde demais para a Constância, ti, guarda os meus filhos. Irei aonde quer que me mandes.' Na tarde do dia em que a criança faleceu, mandei chamar a senhora Wang, uma crente fervorosa e amada e lhe disse: 'Não posso contar-lhe tudo agora, mas estou resolvida a acompanhar meu marido nas viagens de evangelização. Quer ir comigo?' Com lágrimas nos olhos, ela respondeu: 'Não posso, pois a menina pode adoecer sob tais condições.' Não querendo insistir, pedi que ela orasse e me respondesse depois. No dia seguinte ela voltou com os olhos cheios de lágrimas e, com um sorriso, disse: 'Irei com vocês'." É coisa notável que não faleceu mais nenhum filho dos Goforth, na China, apesar dos muitos anos que passaram na vida nômade de evangelização. Goforth observou tão fielmente seu costume de levantar-se às 5 horas para oração e estudo das Escrituras, como quando estava em casa, em Chantgé. Geralmente, para o estudo tinha de ficar em pé diante da janela, com as costas viradas para a família. Acerca da obra em Chantgé, são de Goforth estas palavras: "Nos primeiros anos de meu trabalho na China, contentava-me com a lembrança de que sempre há sementeira antes da colheita. Mas já passavam mais de treze anos e a colheita parecia ainda distante. Tinha a certeza de que haveria uma coisa melhor para mim se eu tivesse a visão e a fé necessárias para adquirila. Estavam constantemente perante mim as palavras do Mestre em João 14.12: 'Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu
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faço, e as fará maiores do que estas; porque eu vou para meu Pai.' E sentia profundamente como no meu ministério faltavam as 'maiores obras'." No ano de 1905, Jônatas Goforth leu na Autobiografia de Carlos Finney que um lavrador podia, comde muita razão, oraraspedindo colheita material independentemente se cumprirem leis da uma natureza, assim como os crentes podem esperar uma grande colheita de almas sem se cumprirem as leis que governam a colheita espiritual. Resolveu então saber quais eram essas leis e decidiu-se a cumpri-las, a qualquer preço. Fez um estudo a fundo e de joelhos, sobre o Espírito Santo e escreveu as notas nas margens da sua Bíblia chinesa. Quando começou a ensinar essas lições aos crentes, houve grande quebrantamento, com confissão de pecados. Foi na grande exposição idólatra de Hsun Hsien que Deus primeiramente mostrou seu grande poder no ministério de Goforth. Durante o sermão, um obreiro exclamou em voz baixa: "Esse povo está tão comovido, pela pregação, como a multidão no dia de Pentecoste, pelo sermão de Pedro". Na noite do mesmo dia, num salão alugado e que não comportava toda a grande multidão pagã que queria assistir, Goforth pregou sobre o texto: "Levando Ele em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro". Quase todos mostraram-se convictos do pecado e quando o pregador fez o apelo, levantaram-se clamando: "Queremos seguir a esse Jesus que morreu por nós!" Um dos obreiros presentes assim expressou o que viu: "Irmão, aquele a quem oramos durante tanto tempo para que viesse, veio de fato esta noite." Nos dias que se seguiram, pecadores foram salvos em todos os pontos de pregação e em todos os cultos. Acerca do avivamento, que nesse tempo visitou a Coréia, um dos missionários escreveu sobre o que presenciou: "Os missionários eram como os demais crentes: não havia alguém entre eles de talento extraordinário. Viviam e trabalhavam como quaisquer outros, a não ser nas orações... Nunca senti a presença divina como a senti nos seus rogos a Deus. Parecia que esses missionários nos levavam ao próprio trono no Céu! Fiquei muito impressionada, também, ao ver como o avivamento era prático... Havia dezenas de milhares de homens e mulheres transformados completamente pelo fogo divino. Grandes templos, com assentos para 1.500 pessoas, ficavam superlotados; era necessário realizar um culto para os homens e, em seguida, outro para as mulheres, a fim de que todos pudessem assistir. Em todos ardia o desejo de espalhar as 'boas-novas'. Crianças se aproximavam das pessoas que passavam pelas ruas, rogando-lhes que aceitassem a Cristo por seu Salvador... A pobreza do povo da Coréia era conhecida em todo o mundo. Contudo, havia tanta liberalidade nas ofertas, que os missionários não queriam ensinar mais sobre o dever de contribuir. Havia grande dedicação à Bíblia, quase todos levando um exemplar no bolso. E o maravilhoso espírito de oração permeava tudo." Ao voltariniciei da Coréia, Goforth foi estava chamado a Manchúria. Mais tarde, escreveu:de "Quando a longa viagem, convicto de que eu tinha umaelemensagem
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Deus para entregar àquele povo. Mas não tinha idéia de como presidir a um avivamento. Sabia pronunciar um discurso e sabia levar o povo a orar, porém nada mais sabia do que isso..." Goforth um grandefazer desapontamento ao chegar à Manchúria: os crentesculto, não oravam como lheteve prometeram e a igreja estava dividida! Depois do primeiro ele, sozinho no seu quarto, caiu de joelhos em desespero. E Deus respondeu à sua insistência, enviando tão grande desejo de oração nas igrejas e tão profunda contrição pelo pecado, que elas não somente foram purificadas de toda a classe de pecado, inclusive dos mais horrendos crimes, mas os perdidos, em grande número, vinham e eram salvos. A senha do avivamento do ano de 1859 foi: "Necessário vos é nascer de novo" e a de 1870: "Crê no Senhor Jesus!" Mas a meta de Goforth foi: "Não por força, nem por violência, mas por meu Espírito" (Zc 4.6). Que o Espírito Santo operava em vários lugares na Manchúria, em resposta às orações insistentes e em face de embaraços de toda a sorte, vê-se claramente no que ele escreveu acerca da obra na cidade de Newchang: "Ao subir ao púlpito, ajoelhei-me um momento, como de costume, para orar. Quando olhei para o auditório, parecia como que todos os homens, mulheres e crianças na igreja estivessem com dores de julgamento. As lágrimas corriam copiosamente e houve confissão de toda a espécie de pecado. Como se explica isso? A igreja era conhecida como igreja morta e sem mais esperança, contudo, antes de enunciar sequer uma palavra, sem mesmo cantar hino e antes de orar, essa obra maravilhosa. Não há outra explicação: foium o Espírito de Deus, que começou operou em resposta às orações das igrejas de Mukden, Liaoyang e de outros lugares na Manchúria, as quais haviam experimentado a mesma qualidade de avivamento e foram induzidas a interceder por sua pobre e necessitada igreja irmã". Jônatas Goforth, quando foi à Manchúria, era quase desconhecido fora do pequeno círculo da sua denominação. Depois de algumas semanas, quando voltou, os olhos dos crentes de todo o mundo estavam fitos nele. Contudo, permaneceu o mesmo humilde servo de Deus, reconhecendo que a obra não era dele mas do Espírito de Deus. Chansi é conhecida como "a província dos mártires". Certo chinês douto contou a Goforth como presenciara nessa província, durante a Insurreição dos Boxers, em 1900, de uma só vez a morte de 59 missionários. Todos eles encararam o carrasco com a maior calma. Uma mocinha, de cabelos louros, perguntou ao governador: "Por que devemos morrer? Os nossos médicos não vieram de países remotos para dar suas vidas para servir ao seu povo? Muitos doentes sem esperança não foram curados? Diversos cegos não receberam a vista? É por causa do bem que fizemos que devemos morrer?" O governador baixou a cabeça, e não respondeu. Mas um soldado, pegou a mocinha pelos cabelos, e com com um um sorriso só golpe, a cabeça. Umcontou após outro mortos; morreram dedecepou-lhe paz. Esse mesmo chinês comoforam viu, entre eles,todos uma
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senhora falando alegremente ao filhinho. Com um só golpe ela foi prostrada, mas a criança continuou a segurar-lhe a mão; logo a seguir outro golpe, um pequeno cadáver jazia ao lado do cadáver da mãe. Foi aanos essadepois, mesmae"província mártires" DeusChuwahsien, enviou seus servos, os Goforth, oito aconteceudos o que vamos que ler: "Em não muito depois de começar a falar, vi muitos dos ouvintes baixarem a cabeça, convictos, enquanto as lágrimas corriam-lhes pelas faces. Depois do discurso, todos que experimentaram orar, estavam quebrantados. O avivamento, que começou assim, continuou durante quatro dias. Houve confissão de toda a qualidade de pecados. O delegado regional se admirou grandemente ao ouvir confissões de homicídios, de roubos e de crimes de toda a sorte confissões que ele só conseguiria arrancar deles açoitando-os até quase os deixar mortos. Às vezes, depois de um culto de três horas, ou mais, o povo voltava a casa para continuar a orar. Mesmo em horas tardias da noite, havia pequenos grupos reunidos em vários lugares para orarem até quase clarear o dia". No colégio de moças, em Chuwu, na mesma "província dos mártires", "as alunas insistiram para que lhes concedessem tempo para jejuar e orar... No dia seguinte, quando as moças se reuniram de manhã, para oração, o Espírito caiu sobre elas e ficaram de joelhos até a tarde desse dia." Das centenas de exemplos evidentes da operação poderosa do Espírito Santo nos corações, dentre muitos outros lugares, citaremos aqui apenas os seguintes: "Quase setecentas pessoas assistiram pela manhã. Havia um ferver de homens se esforçando para ir à frente, de modo que Goforth só conseguiu pregar à tarde. O culto era contínuo, prolongava-se o dia inteiro, com intervalos para as refeições." Changté:
Kwangchow: "A igreja, com assentos para 1.400 ouvintes, não comportava as
multidões. O Espírito Santo veio com poder extraordinário. Havia, às vezes, centenas de pecadores contritos chorando..." Dois endemoninhados foram libertos e se tornaram crentes fervorosos na obra de Deus. Em quatro anos o número dos salvos aumentou de 2.000 para 8.000. "Inesperadamente, uma dúzia de homens começaram a orar e a chorar... sem poderem resistir ao poder do Espírito Santo... Velhos discípulos de Confúcio, vinham à frente, quebrantados e humilhados, para confessarem a Cristo como seu Senhor. Um total de quinhentos homens e mulheres foram salvos. Foi, talvez, a maior obra do Espírito Santo que eu tinha visto." Shuntehfu:
Nanquim: "Assistiram mais de 1.500 pessoas. Centenas que também queriam assistir,
não puderam entrar e voltaram a casa. O culto da manhã durou quatro horas. O resto do tempo foi à oração e confissão de pecados. massaque de pessoas que desejava chegar ao dedicado estrado para confessar seus pecados foi tãoAgrande se tornou necessário
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construir outra escada... Subi de novo ao estrado, às 3 horas da tarde, para iniciar o segundo culto. Centenas de pessoas, nesse momento, começaram a vir à frente e por isso eu não podia pregar... Às nove horas da noite, seis horas depois de iniciar o culto, fui obrigado a me retirar e embarcar para Pequim onde os crentes me esperavam para outra série de cultos." Shantung: "O avivamento foi tão grande que cerca de 3.000 membros foram acrescentados à igreja em três anos." Acerca dos cultos entre os soldados do general Feng, a esposa de Goforth escreveu: ''Desde o início, sentimos a presença de Deus. Duas vezes, todos os dias, Goforth tinha auditórios de cerca de 2.000 pessoas, principalmente oficiais, que se mostravam grandemente interessados... A três cultos, às esposas foi permitido assistirem, e Deus me deu poder para falar-lhes. Quase todas declararam-se prontas a seguir a Cristo. O general Feng, ao experimentar orar, ficou quebrantado... A seguir outros oficiais, um após outro, começaram a clamar a Deus entre soluços e lágrimas." Assim continuou a obra, ano após ano, geralmente com três cultos por dia, apesar de grandes obstáculos. No período da seca de 1920, 30 a 40 milhões dos habitantes ao redor encararam a morte pela fome. Em 1924, Goforth assim escreveu à sua esposa, forçada por doença a voltar ao Canadá: "Completo hoje 65 anos... Oh! Como cobiço, mais que qualquer avarento cobiça o ouro, vinte anos ainda para ganhar almas!" Depois de anos deativo, idadeosedois sua esposa 62, idadespara em um quecampo a maioria dos homens se completar afastam do68serviço foram enviados inteiramente novo, na Manchúria - campo distante, vasto e frio, que se estende até as fronteiras da Rússia e da Mongólia. Acerca da sua partida, Goforth escreveu: "Certo dia, em fevereiro de 1926, a minha esposa estava deitada esperando a chegada da assistência para levá-la ao Hospital Geral de Toronto. De repente, a campainha da porta e a do telefone tocaram simultaneamente. Pelo telefone fomos avisados de que não haveria lugar no hospital antes de três dias. Na porta recebemos um cabograma do general Feng, da China, rogando que eu fosse sem demora. Nesse momento eu disse à minha esposa: 'Que farei? Não posso deixar-te'. (Todos pensávamos que ela não viveria muitos meses mais.) Minha esposa, depois de orar, disse: 'Vou contigo.' Os membros da junta estavam reunidos na ocasião; apresentei-lhes o cabograma do general Feng e concordaram que eu fosse. Mas quando os informaram de que a minha esposa queria acompanhar-me, mostraram-se horrorizados, respondendo que ela morreria no caminho. Então eu lhes disse: 'Os irmãos não conhecem essa mulher como eu. Quando ela diz que vai, ela vai!' Assim concordaram em que ela fosse." Durante muito tempo, avisados pelo cônsul do novo campo da Manchúria, viviam com as malas arrumadas, a fim de partirem imediatamente no caso deohaver uma segunda insurreição dos Boxers, como todos esperavam. Contudo, desde início, Deus honrou o
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serviço desses servos, conforme se lê no que ele escreveu na avançada idade de 70 anos: "Realizavam-se três horas de pregação de manhã pelo grupo de missionários e quatro horas à tarde... Desde o primeiro dia houve conversões; às vezes doze em um só dia. Grande foi o nosso gozo ao vermos cerca de duzentas pessoas aceitaram a Cristo durante o mês de maio." Havia muito tempo que diversos amigos insistiam em que ele escrevesse a história de como o Espírito Santo operava no seu ministério. Em tempo de intenso frio, viu-se obrigado a extrair os dentes; durante quatro longos meses sofreu dores cruciantes nos maxilares, a ponto de não poder pregar. Foi nessa época que seu filho menor chegou do Canadá. Goforth então conseguiu ditar a matéria para o filho datilografar. Dessa forma foi impresso o livro "Por Meu Espírito", obra de grande circulação e influência. Após quatro anos de serviço, foi-lhe necessário voltar ao Canadá, por causa da vista de sua esposa. Foi durante esse tempo que Goforth, também, começou a perder a vista. Enquanto convalescia das operações mal-sucedidas para restaurar-lhe a visão de um olho. Ele relatou, uma por uma, as histórias da obra na China, histórias que a sua enfermeira estenografou e que, agora, completam o famoso livro intitulado: "Vidas Milagrosas da China". Em 1931, Goforth e sua esposa, ela com 67 anos e ele com 72, com os corações ardendo pelo desejo de ganhar almas, voltaram mais uma vez à obra na Manchúria. Quatrocentos e setenta e dois convertidos foram batizados em 1932. Um dia Goforth voltou de uma viagem evangelística entrar emem casa apalpadelas. de ficar momento ao lado da sua esposa,para ele lhe disse vozàsbaixa: "ReceioDepois que a retina doum olho esquerdo tenha saído do lugar." E assim tinha acontecido. A perda completa da visão era para ele uma tristeza, uma tragédia, sentida por todos. Ao mesmo tempo chegou-lhes uma carta informando-os de uma redução tão grande no que recebiam para o sustento dos missionários e nas despesas das viagens evangelísticas, que parecia impossível continuar a obra. Foi a maior crise de toda a vida de Jônatas Goforth. Contudo, sem vacilar, olhou para Deus. A própria cegueira parecia mais uma bênção do que uma aflição: os crentes mostravam-se mais ligados a ele do que antes. Vencendo o desânimo inevitável dos que perdem a vista, não cessou de pregar com a Bíblia que amava, aberta nas mãos. No ano de 1933, setecentos e setenta e oito convertidos foram batizados. Por fim, os Goforth cederam ao apelo dos crentes do Canadá a que voltassem para animar as igrejas a enviarem mais missionários. Durante os preparativos para a viagem, souberam que novecentos e sessenta e seis convertidos foram batizados naquele ano, 1934. O culto de despedida foi um dos mais comoventes em toda a história da obra missionária. O missionário, tão amado pelos crentes, agora, por causa da cegueira, não podia ver como tinham enfeitado o templo, mas eles bondosamente e com prazer lhe descreveram tudo acerca das muitas e lindas bandeiras de seda e veludo que cobriam inteiramente as quatro paredes do templo. Os pregadores que falaram, o fizeram choran-
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do. Um deles disse: "Agora Elias está para sair de nosso meio e cada um de nós deve tornar-se um Eliseu". Na hora da despedida, na plataforma da estação estava uma multidão de crentes chorando. sentado diante da janela trem, coma ofazer-lhes rosto virado para aqueles crentes queGoforth, tanto amava, mas não podia ver,no continuava sinais com a cabeça, de vez em quando, levantando os olhos para cima, indicando, assim, a bendita esperança de uma reunião no Céu. Quando o trem partiu, os crentes com os olhos cheios de lágrimas, tentaram acompanhá-lo, correndo paralelamente, a fim de conseguirem olhar mais uma vez para o rosto desses queridos missionários. Durante dezoito meses, Goforth pregou a grandes auditórios no Canadá e nos Estados Unidos. Dia após dia, esse veterano estava em pé diante desses auditórios, com a sua amada Bíblia aberta nas mãos. Abria o livro, aproximadamente nas páginas, das quais citava as passagens de cor, durante o sermão. Isso ele fazia, tendo os olhos abertos e com tanta prática, que era difícil crer que as não lia como outrora. O ponto principal de suas mensagens descobre-se nestas palavras que ele disse certo dia à sua esposa: "Querida, acabo de fazer um cálculo mental que prova com certeza qual o resultado de dar ao Evangelho a oportunidade de operar. Se cada um dos missionários enviados à China tivesse levado tantas almas a Jesus como os seis missionários do nosso campo durante o ano de 1934, o último ano que passamos na Manchúria, isto é, 166 por cada missionário, o número de conversões na China teria alcançado a cifra de quase maior!" um milhão de almas, em vez de apenas 38.724, isto é, teria sido vinte e cinco vezes Certo dia, quando tinha de pregar somente à noite, ele disse á sua esposa: "Em vez de sairmos de casa hoje, acho melhor participarmos de um banquete da Palavra. Lê para mim o precioso Evangelho de João". Ela leu dezesseis capítulos desse livro. "Percebiase que era um verdadeiro banquete para ele, pela atenção que prestava à leitura de certas passagens." Antes de falecer, tinha lido a Bíblia, de capa a capa, mais de setenta e três vezes. Na noite do dia 7 de outubro de 1936, Jônatas Goforth, depois de um discurso fervoroso e longo, sobre o tema: "Como o Fogo do Espírito Varreu a Coréia", deitou-se tarde para dormir. Às sete horas da manhã seguinte, a sua esposa levantou-se e vestiu-se. Logo a seguir verificou que foi mais ou menos no momento em que ela se levantou que ele, "dormindo aqui na terra, num instante, acordou-se na Glória, vendo de novo." Poucos dias antes, ele tinha dito que se regozijava em saber que o primeiro rosto que ia ver, seria o de seu Salvador. Cinco anos e meio depois de Jônatas Goforth haver dormido no Senhor, Rosalind Goforth reuniu-seforam ao seuestas: amado companheiro de lutas. As últimas palavras que pronunciou, "O marido Rei me echama. Estou pronta".
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Dela também pode-se dizer, como foi dito a respeito dele: "Entregava-se à oração e ao estudo da Palavra, para saber a vontade de Deus. Foi esse amor pela leitura da Bíblia e a ininterrupta comunhão com Deus que lhe deram o poder de comover auditórios e convencê-los doprópria pecado pessoa e da necessidade arrependimento. Emdotodas as ocasiões ele dominava a sua e confiava do inteiramente no poder Espírito Santo para descobrir as coisas de Jesus aos ouvintes." Que o mesmo brado de guerra seja sempre nosso: "Não por força, nem por violência, mas por meu Espírito" - "Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo". (extraido do livro hérois da fé)
Dwight Lyman Moody
Célebre ganhador de almas (1837-1899) Tudo aconteceu durante uma das famosas campanhas de Moody e Sankey para salvar almas. A noite de uma segunda-feira tinha sido reservada para um discurso dirigido aos materialistas. Carlos Bradlaugh, campeão do ceticismo, então no zênite da fama, ordenou que todos os membros dos clubes que fundara assistissem à reunião. Assim, cerca de 5000 homens, resolvidos a dominar o culto, entraram e ocuparam todos os bancos. Moody pregou sobre o texto: " A rocha deles não é como a nossa Rocha, sendo os nossos próprios inimigos os juizes" (Deuteronômio 32.31).
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"Com uma rajada de incidentes pertinentes e comoventes das suas experiências com pessoas presas ao leito de morte, Moody deixou que os homens julgassem por si mesmos quem tinha melhor alicerce sobre o qual deviam basear sua fé e esperança. Sem querer, muitos dos assistentes tinham lágrimas nos olhos. A grande massa de homens, demonstrando o mais negrodee Moody determinado desafio a Deus estampado rostos, encarou o contínuo ataque aos pontos mais vulneráveis, istonos é, oseus coração eo lar. "Ao findar, Moody disse: 'Levantemo-nos para cantar: Oh! vinde vós aflitos! e, enquanto o fazemos, os porteiros abram todas as portas para que possam sair todos os que quiserem. Depois faremos o culto, como de costume, para aqueles que desejarem aceitar o Salvador.' Uma das pessoas que assistiu a esse culto, disse: 'Eu esperava que todos saíssem imediatamente, deixando o prédio vazio. Mas a grande massa de cinco mil homens se levantou, cantou e assentou-se de novo; nenhum deles deixou seu assento!' "Moody, então disse: 'Quero explicar quatro palavras: Recebei, crede, confiai, aceitai.' Um grande sorriso passou de um a outro em todo aquele mar de rostos. Depois de falar um pouco sobre a palavra recebei, fez um apelo: 'Quem quer recebê-lo? É somente dizer: Quero.' Cerca de cinqüenta dos que estavam em pé e encostados às paredes, responderam: 'Quero', mas nenhum dos que estavam sentados. Um homem exclamou: 'Eu não posso', ao que Moody replicou: 'Falou bem e com razão, amigo; foi bom ter falado. Escute e depois poderá dizer: Eu posso'. Moody então explicou o sentido da palavra fez o segundo apelo: 'Quem aceitando, dirá: Queromas crerum nele?' novo alguns dos homens crer que eestavam em pé responderam, dos De chefes dirigente dum clube, bradou: 'Eu não quero!' Moody, vencido pela ternura e compaixão, respondeu com voz quebrantada: 'Todos os homens que estão aqui esta noite têm de dizer: Eu quero ou Eu não quero'. "Então, levou todos a considerarem a história do Filho Pródigo, dizendo: 'A batalha é sobre o querer - só sobre o querer. Quando o Filho Pródigo disse: Levantar-me-ei a luta foi ganha, porque alcançara o domínio sobre a sua própria vontade. É com referência a este ponto que depende tudo hoje. Senhores, tendes aí em vosso meio o vosso campeão, o amigo que disse: Eu não quero . Desejo que todos aqui, que acreditam que esse campeão tem razão levantem-se e sigam o seu exemplo, dizendo: Eu não quero.' Todos ficaram quietos e houve grande silêncio até que, por fim, Moody interrompeu, dizendo: 'Graças a Deus! Ninguém diz: Eu não quero. Agora quem dirá: Eu quero? Instantaneamente parece que o Espírito Santo tomou conta do grande auditório de inimigos de Jesus Cristo, e cerca de quinhentos homens puseram-se de pé, as lágrimas rolando pelas faces e gritando: 'Eu quero! Eu quero!' Clamaram até que todo o ambiente se transformou. A batalha foi ganha. "O culto terminou sem Em demora, para cerca que sedecomeçasse a obratransferidos entre aqueles estavam desejosos de salvação. oito dias, dois mil foram dasque fileiras do
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inimigo para o exército do Senhor, pela rendição da vontade. Os anos que se seguiram provaram a firmeza da obra, pois os clubes nunca se ergueram. Deus, na sua misericórdia e poder, os aniquilou por seu Evangelho." Um Deus total de mil preciosas almas ganhas para Cristo, é o Moody. cálculo da que fezquinhentas por intermédio de seu humilde servo, Dwight Lyman R. colheita A. Torrey, que o conheceu intimamente, considerava-o, com razão, o maior homem do século XIX, isto é, o homem mais usado por Deus para ganhar almas. Não é exagero dizer que, hoje em dia, muitas décadas depois de sua morte, os crentes se referem ao seu nome mais do que a qualquer outro nome depois dos tempos dos apóstolos. Que ninguém julgue, contudo, que D. L. Moody era grande em si mesmo ou que tinha oportunidades que os demais não têm. Seus antepassados eram apenas lavradores que viveram por sete gerações, ou duzentos anos, no vale do Connecticut, nos Estados Unidos. Dwight nasceu a 5 de fevereiro de 1837, de pais pobres, o sexto entre nove filhos. Quando era ainda pequeno, seu pai faleceu e os credores tomaram conta do que ficou, deixando a família destituída de tudo, até da lenha para aquecer a casa em tempo de intenso frio. Não há história que comova e inspire tanto quanto a daqueles anos de luta da viúva, mãe de Dwight. Poucos meses depois da morte de seu marido, nasceram-lhe gêmeos e o filho mais velho tinha apenas doze anos. Mas O conselho de todos coragem os parentes foi que ela entregasse os filhos para outros criarem. com invencível e santa dedicação a seus filhos, ela conseguiu filhos no próprio lar. Guarda-se ainda, como tesouro precioso, sua Bíblia com as palavras de Jeremias 49.11 sublinhadas: "Deixa os teus órfãos, eu os conservarei em vida; e confiem em mim tuas viúvas." - "Pode-se esperar outra coisa a não ser que os filhos ficassem ligados à mãe e que crescessem para se tornarem homens e mulheres que conhecessem o mesmo Deus que ela conhecia?" - Assim se expressou Dwight, ao lado do ataúde quando ela faleceu com a idade de noventa anos: -"Se posso conter-me, quero dizer algumas palavras. É grande honra ser filho de uma mãe como ela. Já viajei muito, mas nunca encontrei alguém como ela. Ligava a si seus filhos de tal maneira que representava um grande sacrifício para qualquer deles afastar-se do lar. Durante o primeiro ano depois que meu pai faleceu, ela adormecia todas as noites chorando. Contudo, estava sempre alegre e animada na presença dos filhos. As saudades serviam para chegá-la mais perto de Deus. Muitas vezes eu me acordava e ela estava orando, às vezes, chorando. Não posso expressar a metade do que desejo dizer. Aquele rosto, como é querido! Durante cinqüenta anos não senti gozo maior do que o gozo de voltar a casa. Quando estava ainda a setenta e cinco quilômetros de distância, já me sentia tão inquieto e desejoso de chegar queSeme levantava do assento para passear carro atéver o trem à da estação... chegava depois de anoitecer, semprepelo olhava para a luzchegar na janela
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minha mãe. Senti-me tão feliz esta vez por chegar a tempo de ela ainda me reconhecer! Perguntei-lhe: -'Mãe, me conhece?' Ela respondeu: - 'Ora, se eu te conheço!' Aqui está a sua Bíblia, assim gasta, porque é a Bíblia do lar; tudo que ela tinha de bom veio deste livro e foi dele que nos ensinou. Se minha mãe foi uma bênção para o mundo é porque bebia desta fonte. A luz da viúvaAdeus, brilhoupor doum outeiro durante abençoe, mãe; ainda a amamos! pouco, mãe!"cinqüenta anos. Que Deus a Ao contemplar o êxito de Dwight L. Moody, somos constrangidos a acrescentar: Quem pode calcular as possibilidades de um filho criado num lar onde os pais amam sinceramente ao Pai celestial a ponto de chamar diariamente todos os filhos para escutarem a sua voz na leitura da Bíblia e reverentemente clamarem a Ele em oração? Todos os filhos da viúva Moody assistiam aos cultos nos domingos; levavam merenda para passar o dia inteiro na igreja. Tinham de ouvir dois prolongados sermões e, no intervalo, assistir à Escola Dominical. Dwight, depois de trabalhar a semana inteira, achava que sua mãe exigia demais obrigando-o a assistir aos sermões, os quais não compreendia. Mas, por fim, chegou a ser agradecido a essa boa mãe pela dedicação nesse sentido. Com a idade de dezessete anos, Moody saiu de casa para trabalhar na cidade de Boston, onde achou emprego na sapataria de um seu tio. Continuou a assistir aos cultos, mas ainda não era salvo. Notai bem, os que vos dedicais à obra de ganhar almas: não foi num culto que Dwight Moody foi levado ao Salvador. Seu professor da Escola Dominical, Eduardo Kimball, conta: "Resolvi falar-lhe acerca de Cristo e de sua alma. Vacilei um pouco em entrar na sapataria, não queria embaraçar o moço durante as horas de serviço. Por fim, entrei, resolvido a falar sem mais demora. Achei Moody nos fundos da loja, embrulhando calçados. Aproximei-me logo dele e, colocando a mão sobre seu ombro, fiz o que depois parecia-me um apelo fraco, um convite para aceitar a Cristo. Não me lembro do que eu disse, nem mesmo Moody podia lembrar-se alguns anos depois. Simplesmente falei do amor de Cristo para com ele, e o amor que Cristo esperava dele, de volta. Parecia-me que o moço estava pronto para receber a luz que o iluminou naquele momento e, lá nos fundos da sapataria, entregou-se a Cristo." Na história dos crentes, através dos séculos, não há crente que fosse, no zelo, menos remisso e, no espírito, mais fervoroso em servir ao Senhor, desde a conversão até o dia da morte, do que Moody de Northfield. Quantas vezes depois, o senhor Kimball dava graças a Deus por não ter sido desobediente à visão celestial; qual teria sido o resultado se não tivesse falado ao moço naquela manhã na sapataria?!Era costume das igrejas daquela época, de alugarem os assentos. Moody, logo depois da sua conversão, transbordando amor para com seu Salvador, pagou aluguel de um banco, percorrendo
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as ruas, hotéis e casas de pensão solicitando homens e meninos para enchê-lo em todos os cultos. Depois alugou mais um, depois outro, até conseguir encher quatro bancos, todos os Domingos. Mas isso não era suficiente para satisfazer o amor que sentia para com os perdidos. Certo domingo visitou uma Escola Dominical em outra rua. Pediu permissão para ensinar também, uma classe. O pode dirigente respondeu: dozeque professores e dezesseis alunos, porém o senhor ensinar todos os"Há alunos conseguir trazer à escola." Foi grande a surpresa de todos quando Moody, no domingo seguinte, entrou com dezoito meninos da rua, sem chapéu, descalços e de roupa suja e esfarrapada, mas, como ele disse: "Todos com uma alma para ser salva." Continuou a levar cada vez mais alunos à Escola até que, alguns domingos depois, no prédio não ca biam mais; então resolveu abrir outra escola em outra parte da cidade. Moody não ensinava, mas arranjava professores, providenciava o pagamento do aluguel e de outras despesas. Em poucos meses essa Escola veio a ser a maior da cidade de Chicago. Não julgando conveniente pagar outros para trabalhar no Domingo, Moody, cedo, pela manhã, tirava as pipas de cerveja (outros ocupavam o prédio durante a semana), varria e preparava tudo para o funcionamento da escola. Depois, então, saía para convidar alunos. Às duas horas, quando voltava de fazer os convites, achava o prédio repleto de alunos. Depois de findar a escola, ele visitava os ausentes e convidava todos para ouvirem a pregação, à noite. No apelo, após o sermão, todos os interessados eram convidados a ficar para um culto especial, no qual tratavam individualmente com todos. Moody também participava nessa colheita de almas. Antes de findar o ano, 600 alunos, em média, assistiam à Escola Dominical, divididos em 80 classes. A seguir a assistência subiu a 10000 e, às vezes, a 1500. O êxito de Moody na Escola Dominical atraiu a atenção de outros que se interessavam pelo mesmo trabalho.De vez em quando era convidado a participar nas grandes convenções das Escolas Dominicais. Certa vez, depois de Moody haver falado numa convenção, um orador censurou-o severamente por não saber dirigir-se a um auditório. Moody foi para a frente, e depois de explicar que reconhecia não ser instruído, agradeceu ao ministro por ter mostrado seus defeitos e pediu-lhe que orasse a Deus para que o ajudasse a fazer o melhor que pudesse. Ao mesmo tempo que Moody se aplicava à Escola Dominical com tais resultados, esforçava-se, também, no comércio todos os dias. O grande alvo da sua vida era vir a ser um dos principais comerciantes do mundo, um multimilionário. Não tinha mais de 23 anos e já tinha ajuntado 7000 dólares! Mas seu Salvador tinha um plano ainda mais nobre para seu servo. Certo dia, um dos professores da Escola Dominical entrou na sapataria onde Moody negociava.voltar Informou-o de que estava tuberculoso e que, desenganadomuito pelo perturbado, médico, resolvera para Nova Iorque e aguardar a morte. Confessou-se
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não porque tinha de morrer, mas porque até então não conseguira levar ao Salvador nenhuma das moças da sua classe da Escola Dominical. Moody, profundamente comovido, sugeriu que visitassem juntos as moças em suas casas, uma por uma. Visitaram uma, o professor falou-lhe seriamente acerca da salvação da sua alma. A moça deixou seumoças espírito começounaquele a chorar, ao seu Salvador. Todas as outras queleviano foram evisitadas diaentregando-se fizeram o mesmo. Passados dez dias, o professor foi novamente à sapataria. Com grande gozo informou a Moody que todas as moças se haviam entregado a Cristo. Resolveram então convidar todas para um culto de oração e despedida na véspera da partida do professor para Nova Iorque. Todos se ajoelharam e Moody, depois de fazer uma oração, estava para se levantar quando uma das moças começou, também, a orar. Todos oraram suplicando a Deus em favor do professor. Ao sair Moody suplicou: "Ó Deus, permite-me morrer antes de perder a bênção que recebi hoje aqui!"Moody, mais tarde, confessou: "Eu não sabia o preço que tinha de pagar, como resultado de haver participado na evangelização individual das moças. Perdi todo jeito de negociar; não tinha mais interesse no comércio. Experimentara um outro mundo e não mais queria ganhar dinheiro... Oh! delícia, a de levar uma alma das trevas deste mundo à gloriosa luz e liberdade do Evangelho!" Então, não muito depois de casar-se, com a idade de vinte e quatro anos, Moody deixou um bom emprego com o salário de cinco mil dólares por ano, um salário fabuloso naquele tempo, para trabalhar todos os dias no serviço de Cristo, sem ter promessa de receber cêntimo. Depois de tomar essa resolução, apressou-se emtodo ir à ofirma F. Jacobsum&único Cia., onde, muito comovido, anunciou: - "Já resolvi empregar meuB. tempo no serviço de Deus!" -"Como vai manter-se?" - "Ora, Deus me suprirá de tudo, se Ele quiser que eu continue; e continuarei até ser obrigado a desistir." É muito interessante notar o que ele escreveu não muito depois, a seu irmão Samuel: "Caro irmão: As horas mais alegres que já experimentei na terra foram as que passei na obra da Escola Dominical. Samuel, arranja uma classe de moços perdidos leva-os à Escola Dominical e pede a Deus sabedoria, e instrui-os no caminho da vida eterna!" Ao mesmo tempo em que Moody descrevia a sua alegria, foi obrigado a deixar a pensão, a alimentar-se mais simplesmente e a dormir num dos bancos do salão. Acerca de seu desprendimento pelo dinheiro, R. A. Tor-rey fez esta observação: "Ele (Moody) disse-me que, se tivesse aceitado lucros provenientes da venda dos hinários por ele publicados, eles somariam um milhão de dólares. Porém Moody recusou-se a tocar naquele dinheiro, embora por direito fosse seu... Numa certa cidade visitada por Moody nos últimos dias de sua vida, estando eu em sua companhia, foi publicamente anunciado que ele não aceitaria qualquer recompensa por seus serviços. O fato era que ele quase não tinha outros meios de sustento senão aquilo que recebia nas suas conferências, todavia ele não comentou o anúncio feito, mas saiu daquela cidade sem
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receber um centavo sequer pelo seu árduo trabalho; e, parece-me, que foi ele mesmo quem pagou sua conta no hotel onde se hospedara." A parte da biografia de D. L. Moody que trata dos primeiros anos do seu ministério está repleta de proezas feitas na aqui apenas isto é,àqueles o fato anos de Moody fazer 200 visitas emcarne. um sóMencionamos dia. Ele mesmo mais tardeuma, se referia como uma manifestação do "zelo de Deus, mas sem entendimento", acrescentando: Há, contudo muito mais esperança para o homem com zelo e sem entendimento do que para o homem de entendimento sem zelo." Rompeu a tremenda Guerra Civil e Moody chegou com os primeiros soldados ao acampamento militar onde armou uma grande tenda para os cultos. Depois ajuntou dinheiro e levantou um templo onde dirigiu 1500 cultos durante a guerra. Uma pessoa que o conhecia assim comentou sua ação: "Moody precisa estar constantemente em todos os lugares, dia e noite, nos domingos e todos os dias da semana; orando, exortando, tratando com os soldados acerca das suas almas, regozijando-se nas oportunidades abundantes de trabalhar no grande fruto ao seu alcance por causa da guerra." Depois de findar a guerra, dirigiu uma campanha para levantar em Chicago um prédio para os cultos, com capacidade para três mil pessoas. Quando, mais tarde esse edifício foi destruído por um incêndio, ele e dois outros iniciaram outra campanha, antes de os escombros haverem esfriado, para levantar novo edifício. Trata-se do Farwell Hall II, que se tornou um grande centro religioso em Chicago. O segredo desse êxito foram os cultos de oração que se realizavam ao meio-dia, de oração de Moody, escondido no diariamente, vão debaixo da escada. precedidos por uma hora No meio desses grandes esforços, Moody resolveu, inesperadamente, fazer uma visita à Inglaterra. Em Londres, antes de tudo, foi ouvir Spurgeon pregar no Metropolitan Tabernacle. Já tinha lido muito do que "o príncipe dos pregadores" escrevera, mas ali pôde verificar que a grande obra não era de Spurgeon, mas de Deus, e saiu de lá com uma outra visão. Visitou Jorge Müller e o orfanato em Bristol. Desde aquele tempo a Autobiografia de Müller exerceu tanta influência sobre ele como já o tinha feito "O Peregrino", de Bunyan. Entretanto, nessa viagem, o que levou Moody a buscar definitivamente uma experiência mais profunda com Cristo, foram estas palavras proferidas por um grande ganhador de almas de Dubim, Henrique Varley: "O mundo ainda não viu o que Deus fará com, para, e pelo homem inteiramente a Ele entregue." Moody disse consigo mesmo: "Ele não disse por um grande homem, nem por um sábio, nem por um rico, nem por um eloqüente, nem um inteligente, mas simplesmente porconsagrar-se um homem. Eu souEstou um homem, e cabe ao por homem mesmo resolver se deseja ou não assim.
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resolvido a fazer todo o possível para ser esse homem." Apesar de tudo isso, Moody, depois de voltar à América, continuava a se esforçar e a empregar métodos naturais. Foi nessa época que a cidade de Chicago foi reduzida a cinzas no pavoroso incêndio de 1871. Na noite do início do pavoroso incêndio, Moody pregou sobre este tema: - "Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo?" Ao concluir seu sermão, ele disse ao auditório, o maior a que pregara em Chicago: "Quero que leveis esse texto para casa e nele mediteis bem durante a semana e no domingo vindouro iremos ao Calvário e à cruz e resolveremos o que faremos de Jesus de Nazaré." - "Como errei!" disse Moody, depois. - "Não me atrevo mais a conceder uma semana de prazo ao perdido para decidir sobre a salvação. Se se perderem serão capazes de se levantar contra mim no dia do juízo. Lembro-me bem de como Sankey cantou e como sua voz soou quando chegou a estrofe de apelo: "O Salvador chama para o refúgio. Rompe a tempestade e breve vem a morte." "Nunca mais vi aquele auditório. Ainda hoje desejo chorar... Prefiro ter a mão direita decepada, a conceder ao auditório uma semana para decidir o que fará de Jesus. Muitos me censuram dizendo: - "Moody, o senhor quer que o povo se decida imediatamente. Por que não lhe dá tempo para consultar?" "Tenho pedido a Deus muitas vezes que me perdoe por ter dito naquela noite que podiam novo." passar oito dias para considerar, e se Ele poupar minha vida não o farei de O grande incêndio rugiu e ameaçou durante quatro dias; consumindo Farwell Hall, o templo de Moody e a sua própria residência. Os membros da igreja foram todos dis persos. Moody reconheceu que a mão de Deus o castigara para o ensinar, e isso tornouse para ele motivo de grande regozijo. Foi a Nova Iorque, a fim de granjear dinheiro para os flagelados do grande sinistro. Acerca do que se passou, ele mesmo escreveu: "Não sentia o desejo no coração de solicitar dinheiro. Todo o tempo eu clamava a Deus pedindo que me enchesse do seu Espírito. Então, certo dia, na cidade de Nova Iorque - Ah! que dia! Não posso descrevêlo, nem quero falar no assunto; é experiência quase sagrada demais para ser mencionada. O apóstolo Paulo teve uma experiência acerca da qual não falou por catorze anos. Posso apenas dizer que Deus se revelou a mim e tive uma experiência tão grande do seu amor que tive de rogar-lhe que retirasse de mim sua mão. Voltei a pregar. Os sermões não eram diferentes; não apresentei outras verdades; contudo, centenas se converteram. Não quero voltar para viver de novo como vivi outrora nem que eu pudesse possuir o mundo inteiro."
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Acerca dessa experiência, um de seus biógrafos acrescentou: "O Moody que andava na rua parecia outro. Nunca jamais bebera mosto, mas então conhecia a diferença entre o júbilo que Deus dá e o falso júbilo de Satanás. Enquanto andava, parecia-lhe que um pé dizia a cada passo, 'Glória!' e o outro respondia, 'Aleluia!'. O pregador rompeu em soluços, balbuciando: 'Ó Deus, constrange-nos andar perto de ti para todo o sempre.'" Sobre o mesmo acontecimento, ainda outro escreveu o seguinte: "O fruto da sua pregação tinha sido pequeno. Angustiado em espírito, ele andava pelas ruas da grande cidade de noite orando: 'Ó Deus unge-me com teu Espírito!' - Deus ouviu e concedeulhe lá mesmo na rua, aquilo por que rogava. Sua vida anterior era como se experimentasse puxar água dum poço que parecia seco. Fazia funcionar a bomba com toda a força, mas tirava muito pouca água. Agora Deus fez sua alma como um poço artesiano onde nunca falta água. Assim chegou a compreender o que significam as palavras: "A água que eu lhe der, virá a ser nele uma fonte de água que mana para a vida eterna." O Senhor supriu dinheiro para Moody construir um edifício provisório para realizar os cultos em Chicago. Era de madeira rústica, forrado de papel grosso para evitar o frio; o teto era sustentado por fileiras de estacas colocadas no centro. Nesse templo provisório realizaram-se os cultos, durante três anos, no meio dum deserto de cinzas. A maior parte do trabalho de construção fora feita pelos membros que moravam em ranchos ou mesmo em lugares escavados por debaixo das calçadas das ruas. Ao primeiro culto assistiram mais de mil crianças com seus respectivos pais! Esse templo provisório deem morada e Sankey, seu evangelista-cantor; eram tão pobres como osserviu outros redor,para masMoody tão cheios de esperança e gozo que conseguiram levar muitos a Cristo e se tornarem ricos, apesar de nada possuírem. Onda após onda de avivamento passou sobre o povo. Os cultos continuavam dia e noite, quase sem cessar, durante alguns meses. Multidões choravam seus pecados, às vezes dias inteiros e no dia seguinte, perdoados, clamavam e louvavam em gratidão a Deus. Homens e mulheres até então desanimados participavam do gozo transbordante de Moody, transformado pelo batismo com o Espírito Santo. Não muito depois de haver construído o templo permanente (com assentos para 2000 pessoas - e sem endividar-se), Moody fez a sua segunda viagem à Inglaterra. Nos seus primeiros cultos nesse país, encontrou igrejas frias, com pouca assistência e o povo sem interesse nas suas mensagens. Mas a unção do Espírito, que Moody recebera nas ruas de Nova Iorque, ainda permanecia na sua alma e Deus o usou como seu instrumento para um avivamento mundial. Não desejava métodos sensacionais, mas usou os mesmos métodos humildes até o fim da vida: sermão dirigido direto aos ouvintes; aplicação prática da mensagem do Evangelho à necessidade individual; solos cantados sob a unção do Espírito; apelo para que o perdido se entregasse em imediatamente; umaasala lado aondeoslevava que seentre achavam em "dificuldades" aceitar a Cristo; obranoque depois salvososfaziam
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os "interessados" e recém-convertidos; diariamente uma hora de oração ao meio-dia, e cultos que duravam dias inteiros. O próprio Moody disse estas palavras: "Se estamos cheios do Espírito, e de poder, um dia de serviço com vale cheios mais dodoque um anoungidos, de serviço sempalavras esse poder." Outra os vez acrescentou: "Sepoder estamos Espírito, nossas alcançarão corações do povo." Na Inglaterra, as cidades de York, Senderland, Bishop, Auckland, Carlisle e Newcastle foram vivificadas como nos dias de Whitefield e Wesley. Na Escócia, em Edinburgh, os cultos se realizaram no maior edifício e "a cidade inteira ficou comovida." Em Glasgow, a obra começou com uma reunião de professores da Escola Dominical, a que assistiram mais de 3000. O culto de noite foi anunciado para às 6,30, mas muito antes da hora marcada, o grande edifício ficou repleto e a multidão que não pôde entrar foi levada para as quatro igrejas mais próximas. Essa série de cultos transformou radicalmente a vida diária do povo. Na última noite Sankey cantou para 7000 pessoas que estavam dentro do edifício, e Moody, sem poder entrar no auditório, subiu numa carruagem e pregou a 20 mil pessoas que se achavam congregadas do lado de fora. O coral cantou os hinos de cima dum galpão. Em um só culto mais de 2000 pessoas responderam ao apelo para se entregarem definitivamente a Cristo. Durante o verão, pregou em Aberdeen, Montrose, Brechin, Forfar, Huntley, Inverness, Arbroath, Fairn, Nairn, Elgin, Ferres, Grantown, Keith, Rothesay e Campbel-town; muitos milhares assistiam a todos os cultos. Na Irlanda, Moody pregou nos maiores centros com os mesmos resultados, como na Inglaterra e Escócia. Os cultos em Belfast continuaram durante quarenta dias. O último culto foi reservado para os recém-convertidos, que só podiam ter ingresso por meio de bilhetes, concedidos gratuitamente. Assistiram 2.300 pessoas. Belfast fora o centro de vários avivamentos, mas todos concordam em que nunca houvera um avivamento antes desse de resultados tão permanentes. Depois da campanha na Irlanda, Moody e Sankey voltaram à Inglaterra e dirigiram cultos inesquecíveis em Shefield, Manchester, Birgmingham e Liverpool. Durante muitos meses, os maiores edifícios dessas cidades ficaram superlotados de multidões desejosas de ouvirem a apresentação clara e ousada do Evangelho por um homem livre de todo o interesse e ostentação. O poder do Espírito se manifestou em todos os cultos produzindo resultados que permanecem até hoje. O itinerário de Moody e Sankey na Europa, findou-se após quatro meses de cultos em Londres. Moody pregava alternadamente em quatro centros. Os seguintes algarismos nos servem para compreender algo da grandeza dessa obra durante os quatro meses: Realizaram-se cultos Agricultural aos quais um total de 720.000 pessoas assistiram; em 60 Bow RoademHall, 60 cultos,Hall, aos quais 600.000 assistiram; em Camberwell
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Hall, 60 cultos, com a assistência de 480.000; Haymarket Opera House, 60 cultos, 330.000; Vitória Hall, 45 cultos, 400.000 assistentes. Como é glorioso acrescentar aqui o seguinte: "As diferenças entre as denominações quase desapareceram. de todas as igrejas cooperavam numa plataforma comum para a salvaçãoPregadores dos perdidos. Abriram-se de novo as bíblias e houve um grande interesse pelo estudo da Palavra de Deus." Quando Moody saiu dos Estados Unidos em 1873, era conhecido apenas em alguns Estados e tinha fama, apenas como obreiro de Escola Dominical e da Associação Cristã de Moços. Mas quando voltou da campanha na Inglaterra em 1875, era conhecido como o mais famoso pregador do mundo. Contudo continuou o mesmo humilde servo de Deus. Foi assim que uma pessoa que o conhecia intimamente descreveu sua personalidade: "Creio que era a pessoa mais humilde que jamais conheci... Ele não fingia humildade. No íntimo do seu coração rebaixava-se a si mes-mo e superestimava os outros. Ele engrandecia outros homens, e, sempre que possível arranjava para que eles pregassem. Fazia tudo para não aparecer." Ao chegar novamente aos Estados Unidos, Moody recebeu convites, para pregar, de todas as partes do País. Sua primeira campanha (em Brooklyn) foi um modelo para todas as outras. As denominações cooperavam; alugaram um prédio que comportava 3000 pessoas. O resultado foi uma grande e permanente obra. Durante cidades um período vinte Unidos, anos, eleCanadá dirigiu ecampanhas com grandeslugares resultados maiores dos de Estados México. Em diversos as nas campanhas duraram até seis meses. Em todos os lugares Moody proclamava clara e praticamente a mensagem do Evangelho. Nas suas campanhas havia ocasiões que eram realmente dramáticas. Em Chicago, o Circo Forepaugh, com uma tenda de lona que tinha assentos para 10.000 pessoas e lugares para outras 10.000 em pé, anunciou representações para dois domingos. Moody alugou a tenda para os cultos de manhã, os donos achando muita graça em tal tentativa. Mas no primeiro culto a tenda ficou repleta. Foram tão poucos os que assistiram às representações do circo à tarde, que os donos resolveram não fazer sessão no segundo domingo. Entretanto, o culto realizou-se sob a lona no segundo domingo, o calor era tanto que dava a impressão de matar a todos, porém 18.000 pessoas ficaram em pé, banhados em suor e esquecidos do calor. No silêncio que reinava durante a pregação de Moody, o poder desceu e centenas foram salvos. Acerca de um desses cultos certo assistente deu estas impressões: "Nunca jamais me esquecerei de certo sermão que Moody pregou. Foi no Circo de Forepaugh durante a Exposição Mundial. Estavam presentes 17.000 pessoas, de todas as classes ee salvar de todas as qualificações. O texto do sermão Poisdo o Filho do homem buscar o que se havia perdido.' Grandiosa era afoi: unção pregador; pareciaveio que
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estava em íntimo contacto com todos os corações daquela massa de gente. Moody disse repetidamente: Pois o Filho do homem veio - veio hoje ao Circo Forepaugh - para procurar e salvar o que se perdera.' Escrito e impresso, isso parece um sermão comum, mas as suas palavras, pela santa unção que lhe sobreveio, tornaram-se palavras de espírito e de vida." Durante a Exposição Mundial, no dia designado em honra de Chicago, todos os teatros da cidade fecharam, porque se esperava que todo o mundo fosse à Exposição a seis quilômetros de distância. Porém Moody alugou o Central Music Hall e R. A. Torrey testificou que a assistência era tão grande, que ele só conseguiu entrar por uma janela dos fundos do prédio. Os cultos de Moody continuaram tão concorridos que a Exposição Mundial teve de deixar de funcionar aos domingos, por falta de assistência. Henrique Moorehouse, pregador escocês, dá a seguinte opinião acerca dos discursos de Moody: 1) "Crê firmemente que o Evangelho salva os pecadores, quando eles crêem, e confia na história simples do Salvador crucificado e ressuscitado. 2) "Espera a salvação de almas, quando prega, e o resultado é que Deus honra a sua fé. 3) "Prega como se nunca jamais se realizasse outro culto e como se os pecadores nunca mais tivessem oportunidade de ouvir o som do Evangelho. Seus apelos a decisão agora mesmo são
comoventes. 4) "Consegue levar os crentes a trabalhar com os interessados depois do sermão. Insiste em que perguntem aos que estão assentados ao lado se são salvos ou não. Tudo na sua obra é muito simples e aconselho os obreiros da seara do Senhor a aprenderem de nosso amado irmão algumas lições preciosas sobre a obra de ganhar almas." O doutor Dale disse: "Acerca do poder de Moody, acho difícil falar. É tão real e ao mesmo tempo tão diferente do poder dos demais pregadores, que não sei descrevê-lo. Sua realidade é inegável. Um homem que pode cativar o interesse de um auditório de três a seis mil pessoas, por meia hora, de manhã, por quarenta minutos, de novo, ao meio-dia e de um terceiro auditório, de 13 a 15 mil, durante quarenta minutos, à noite, deve ter um poder extraordinário." Acerca desse poder maravilhoso, Torrey testificou: "Várias vezes tenho ouvido diversas pessoas dizerem que viajaram grandes distâncias para ver e ouvir D. L. Moody, e que ele, de fato, é um maravilhoso pregador. Sim, ele era em verdade um maravilhoso pregador; considerando tudo, o mais maravilhoso que eu jamais ouvi; era grande o privilégio de ouvi-lo pregar, como só ele sabia pregar. Contudo, conhecendo-o intimamente, quero testificar que Moody era maior como intercessor que como pregador. Enfrentando obstáculos aparentemente invencíveis, ele sabiadovencer todas as
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dificuldades. Sabia, e cria no mais profundo de sua alma, que não havia nada demasiadamente difícil para Deus fazer, e que a oração podia conseguir tudo que Deus pudesse realizar." Certo dia, sua grande Londres, estava pregando num teatro repleto de na pessoas da altacampanha sociedade,em e entre elas Moody havia um membro da família real. Moody levantou-se e leu Lucas 4.27: "E havia muitos leprosos em Israel no tempo do profeta Eliseu..." Ao chegar à palavra "Eliseu", ele não a podia pronunciar e começou a gaguejar e balbuciar. Começou a ler o versículo de novo, mas de novo não podia passar adiante. Experimentou a terceira vez e falhou pela terceira vez. Então fechou o livro e muito comovido olhou para cima, dizendo: "Ó Deus! use esta língua de gago para proclamar Cristo crucificado a este povo!" Desceu sobre ele o poder de Deus e ele derramou sua alma em tal torrente de palavras que o auditório inteiro ficou como que derretido pelo fogo divino. Foi durante essa segunda visita às Ilhas Britânicas que fez a sua obra entre os homens das suas célebres universidades, Oxford e Cambridge. É uma história muitas vezes repetida de como ele, sem instrução, mas, com a graça de Deus e diplomacia, venceu a censura e fez entre os intelectuais o que alguns consideram a maior obra da sua vida. Apesar de Moody não ter instrução acadêmica, reconhecia o grande valor da educação e sempre aconselhava a mocidade a se preparar para manejar bem a Palavra de Deus. Reconhecia a grande vantagem da instrução também para os que pregam no poder do Santo. Ainda grandes monumentos às suas convicções nessee ponto -Espírito as três escolas que eleexistem fundou:três O Instituto Bíblico em Chicago, com 38 prédios 16000 alunos matriculados nas aulas diurnas, noturnas e Cursos por Correspondência; o Northfield Seminário, com 490 alunos, e a Escola do Monte Hermom, com 500 alunos. Entretanto, ninguém se engane como alguns desses alunos e como diversos crentes entre nós, pensando que o grande poder de Moody era mais intelectual do que espiritual. Nesse ponto ele mesmo falava com ênfase: para maior clareza, citamos o seguinte de seus "Short Talks": "Não conheço coisa mais importante que a América precise do que de homens e mulheres inflamados com o fogo do Céu; nunca encontrei um homem (ou uma mulher) inflamado com o Espírito de Deus que fracassasse. Creio que isso seja mesmo impossível; tais pessoas nunca se sentem desanimadas. Avançam mais e mais e se animam mais e mais. Amados, se não tendes essa iluminação, resolvei adquiri-la, e orai: 'Ó Deus ilumina-me com o teu Espírito Santo!'" No que R. A. Torrey escreveu aparece o espírito dessas escolas que fundou: "Moody costumava escrever-me antes de iniciar uma nova campanha, dizendo: Pretendo dar início ao trabalho no lugar tal e em tal dia; peço-lhe que convoque os estudantes para umque dia tenhamos de jejum eum oração.' lia essas cartas aospedir, estudantes e lhes dizia: Moody deseja dia deEu jejum e oração para primeiramente, as
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bênçãos divinas sobre nossas próprias almas e nosso trabalho! Muitas vezes ficávamos ali na sala das aulas até alta noite - ou mesmo até a madrugada - clamando a Deus, porque Moody nos exortava a esperar até que recebêssemos a bênção. Quantos homens e mulheres não tenho eu conhecido, cujas vidas e caracteres foram transformados por aquelasresultado noites dedaquelas oração, horas e quantos têm como gastas emconseguido súplicas a grandes Deus! coisas, em muitas terras, "Até o dia da minha morte não poderei esquecer-me de 8 de julho de 1894. Era o último dia da Assembléia dos Estudantes de Northfield... Às 15 horas reunimo-nos em frente à casa da progenitora de Moody... Havia 456 pessoas em nossa companhia... Depois de andarmos alguns minutos, Moody achou que podíamos parar. Nós nos sentamos nos troncos de árvores caídas, em pedras, ou no chão. Moody então franqueou a palavra, dando licença para qualquer estudante expressar-se. Uns 75 deles, um após outro, levantaram-se, dizendo: 'Eu não pude esperar até às 15 horas, mas tenho estado sozinho com Deus desde o culto de manhã e creio que posso dizer que recebi o batismo com o Espírito Santo.' Ouvindo o testemunho desses jovens, Moody sugeriu o seguinte: 'Moços, por que não podemos ajoelhar-nos aqui, agora, e pedir que Deus manifeste em nós o poder do seu Espírito de um modo especial, como fez aos apóstolos no dia de Pentecoste?' E ali na montanha oramos. "Na subida, tínhamos notado como se iam acumulando nuvens pesadas; no momento em que começamos a orar, principiou a chuva a cair sobre os grandes pinheiros e sobre nós. Porém houve uma outra qualidade de nuvem que há dez dias estava se acumulando sobre a de cidade Northfield - umaparecia nuvemque cheia da misericórdia, da graça e do poder divino, sortedeque naquela hora nossas orações bombardeavam essas nuvens, fazendo descer sobre nós, em grande poder, a virtude do Espírito Santo. "Homens e mulheres, eis o de que todos nós carecemos - o batismo com o Espírito Santo!"
Que Moody mesmo era um estudante incansável, vê-se no seguinte: "Todos os dias da sua vida, até o fim, segundo creio, ele se levantava muito cedo de manhã para meditar na Palavra de Deus. Costumava deixar sua cama às quatro horas da madrugada, mais ou menos, para estudar a Bíblia. Um dia ele me disse: Tara estudar, preciso me levantar antes que as outras pessoas acordem'. Ele se fechava num quarto afastado do resto da família, sozinho com a sua Bíblia e com o seu Deus. "Pode-se falar em poder, porém, ai do homem que negligenciar o único Livro dado por Deus, que serve de instrumento, por meio do qual Ele dá e exerce seu poder. Um homem pode ler inúmeros livros e assistir a grandes convenções; pode promover reuniões de oração que durem noites inteiras, suplicando o poder do Espírito Santo, mas se tal homem não permanecer em contato íntimo e constante com o único Livro, a
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Bíblia, não lhe será concedido o poder. Se já tem alguma força não conseguirá mantê-la, senão pelo estudo diário, sério e intenso desse Livro." Tudo no mundo tem de findar; chegou o tempo também para D. L. Moody findar o seu ministério aqui na auditórios terra. Em 16 novembro de pregou 1899, noseu meio de sua campanha em Kansas City, com de de 15.000 pessoas, último sermão. É provável que soubesse que seria o último: certo é que seu apelo era ungido com poder vindo do Alto e centenas de almas foram ganhas para Cristo. Para a nação, a sexta-feira, 22 de dezembro de 1899, foi o dia mais curto do ano, mas para D. L. Moody, foi o dia que clareou, foi o começo do dia que nunca findará. Às seis horas da manhã dormiu um ligeiro sono. Então os seus queridos ouviram-no dizer em voz clara: "Se isto é a morte, não há nenhum vale. Isto é glorioso. Entrei pelas portas e vi as crianças! (Dois de seus netos já falecidos). A terra recua; o céu se abre perante mim. Deus está me chamando!" Então virou-se para a sua esposa, a quem ele queria mais do que a todas as pessoas, a não ser Cristo, e disse: "Tu tens sido para mim uma boa esposa." No singelo culto fúnebre, Torrey, Scofield, Sankey e outros falaram à grande multidão comovida que assistiu. Depois o ataúde foi levado pelos alunos da Escola Bíblica de Monte Hermom a um lugar alto que ficava próximo, chamado "Round Top". Três anos depois, a fiel serva de Deus, Ema Moody, sua esposa, também dormiu em Cristo e foi enterrada ao lado do marido, no mesmo alto, onde permanecerão até o glorioso dia da ressurreição. Contemplemos de novo, por um momento, a vida extraordinária desse grande ganhador de almas. Quando o jovem Moody chorava sob o poder do alto na pregação do jovem Spurgeon, foi inspirado a exclamar: "Se Deus pode usar Spurgeon, Ele me pode usar também". A biografia de Moody é a história de como ele vivia completamente submisso a Deus, para esse fim. R. A. Torrey disse: "O primeiro fator por cujo motivo Moody foi instrumento tão útil nas mãos de Deus é que ele era um homem inteiramente submisso à vontade divina. Cada grama daquele corpo de 127quilos pertencia ao Senhor; tudo que ele era e tudo que tinha pertencia inteiramente a Deus... Se nós, tu e eu, leitor, queremos ser usados por Deus, temos de nos submeter a Ele absolutamente e sem reservas." Leitor, resolve agora, com a mesma determinação e pelo auxílio divino: "Se Deus podia usar Dwight Lyman Moody, Ele me pode usar também!" Que assim seja! Amém! Pastor Hsi
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Amado líder chinês (1836-1896) Acontecera "o impossível" e toda a população se condoía de tal "tragédia": o senhor Hsi, cidadão respeitado por todos, tornara-se crente! Fazia dois anos que um pregador da "nova religião" pregava na província de Shan-si. Enquanto se esperava que enredasse alguns dos mais ignorantes, ninguém imaginava que o senhor Hsi, homem culto, de grande influência entre o povo e destacado adepto de Confúcio, seria o primeiro a ficar "enfeitiçado" pelos "diabos estrangeiros!" Não havia entre o povo quem odiasse tanto os estrangeiros como o senhor Hsi. Mas, de repente, eis que ele estava ligado em espírito ao missionário. Abandonara todos os ídolos; dizia-se que os queimara! Deixara de adorar as tábuas ancestrais. Não havia mais o cheiro de incenso na sua casa. E o que era ainda mais estranho: o senhor Hsi desistira de fumar ópio! Os velhos recordavam que Shan-si fora uma das províncias mais prósperas da China e contavam como fora introduzido o "fumo estrangeiro", isto é, o ópio. O vício se tornara tão generalizado que todo o povo estava reduzido à maior pobreza. Nem mesmo os mais velhos se recordavam de alguém, habituado a fumar ópio, que, no decorrer dos anos, se libertasse do vício. Contudo, o erudito Hsi abandonara, por completo, seu aparelho de fumar e parecia não sentir a ânsia que sentem os que são privados da droga entorpecente. O tempo que passara outrora preparando e fumando o ópio, ele agora o empregava nas práticas, para eles estranhas, da nova religião. Dia e noite o recém-convertido se aplicava ao estudo dos "livros dos estrangeiros"; às vezes cantava de uma maneira singular e outras vezes de joelhos e, com os olhos fechados, falava ao "Deus dos estrangeiros", o Deus que ninguém via e que não tinha santuário para localizar-se. Dia após dia a senhora Hsi notava a grande transformação da vida do marido e começou a abandonar o intenso ódio que sentiu quando ele se converteu. Ao acordar-se de noite, via-o absorto, lendo o precioso Livro dos livros, ou ajoelhado suplicando ao Deus invisível, que sentia estar presente. A persistência do homem em ajuntar todos os
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membros da família diariamente para os cultos estranhos, foi tal, que ganhou, também, sua esposa para Cristo. Para o crente Hsi, Satanás era o temível adversário que realmente é, sempre incansável e constantemente espreitando para derrubar e destruir osque crentes. Contudo, para as ele o poder de Cristo era igualmente real e Hsi saía mais vencedor em todas dificuldades. Considerava a oração indispensável e não muito depois de se converter chegou a reconhecer o valor de jejuar para melhor orar. Foi então que aconteceu a coisa menos esperada: a própria natureza da senhora Hsi parecia mudada. Ao converter-se, tornara-se profundamente alegre e recebia as lições das Escrituras avidamente. O marido esperava que breve ela se tornasse uma verdadeira companheira na obra de ganhar almas. Mas, repentinamente, parecia pairar sobre ela uma nuvem do mal. Apesar de todos os esforços, sentia-se levada, contra a própria vontade, a praticar tudo quanto o Diabo sugerisse. Caía, especialmente na hora de culto doméstico, com ataques violentos de cólera. O povo então dizia: "O Hsi e sua esposa estão ceifando o que semearam! É, como afirmamos desde o começo, uma doutrina do Diabo e agora a senhora Hsi está possuída de demônios." Durante algum tempo o inimigo das almas parecia invencível. A senhora Hsi, apesar de todas as orações dos crentes, continuava a definhar, ficando quase sem forças. Nesta altura, Hsi, confiando no poder de Deus, chamou todos os membros da família para jejuarem e dedicarem-se à oração. Depois de orarem três dias e três noites seguidas, em jejum, Hsi, sentindo-se fraco no físico, mas forte no espírito, pôs as mãos sobre a cabeça da esposa e ordenou, em nome de Jesus, que os espíritos imundos saíssem para nunca mais a atormentarem. A cura da senhora Hsi foi tão notável e completa que houve grande repercussão em toda a cidade. O povo reconhecera o poder dos demônios sobre o corpo e ali, diante dos olhos, estava agora a prova de um poder maior do que o do Diabo. Mas foi o senhor Hsi, mais que qualquer outra pessoa, que se aproveitou dessa sensacional maravilha. Esforçou-se, desde então, de uma maneira nova, a proclamar o Evangelho e dedicou-se, com crescente fé em Cristo, a orar sob todas as circunstâncias. Assim, de uma maneira simples e natural, Hsi confiava que o Senhor faria o que prometera em Marcos 16.17,18: "Estes sinais acompanharão aos que crerem: Em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes;e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados."
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Em resposta à oração desse humilde crente, o Senhor cooperava com ele e confirmava a Palavra com sinais como em Samaria, Lida, e outros lugares nos tempos dos apóstolos. E, como os tempos antigos, homens e mulheres, ao verem o poder de Deus, convertiamse ao Senhor. Nunca antes houve alguém para contrariar a Satanás em toda a província de Shan-si; portanto não é de admirar que então ele se enfurecesse. Isso também foi como nos tempos antigos. A perseguição, entretanto, se tornou mais e mais severa até que, por fim, o povo planejou, ao tempo de uma grande festa pagã, passar cordas por cima dos caibros nos templos idólatras e pendurar todos os crentes pelas mãos até que se retratassem e negassem a fé na "religião dos estrangeiros". Ora, Hsi era tão prático como espiritual e levou o caso ao conhecimento das autoridades. Era novato na fé e não conhecia bem trechos das Escrituras como estes: "Não resistais ao mal" e "Minha é a vingança, eu recompensarei, diz o Senhor". Fez tão grande alvoroço perante o mandarim que este, para se ver livre do homem, mandou soldados para defenderem os crentes. A perseguição, por isso, fracassou; o povo, assombrado da "religião dos estrangeiros", submeteu-se; e grandes multidões afluíram aos cultos. Contudo, Hsi, com o passar do tempo, sentia-se descontente; os crentes não se desenvolviam como ele esperava. As pequenas apesar de todos os seus número esforçosdepara alimentá-las, nãoda cresciam e, comigrejas, qualquer perturbação, grande crentes se desviava fé. O seguinte, que se encontra entre os seus próprios escritos, mostra como, nesse tempo, viu seu erro e se deu à oração: "Por causa das investidas de Satanás, dormimos, eu e minha esposa, durante o espaço de três anos, com a roupa que vestíamos de dia, a fim de melhor podermos vigiar e orar. Às vezes, num lugar solitário, passávamos toda a noite orando e o Espírito Santo descia sobre nós... Sempre cuidávamos de pensar, falar e nos comportar de modo a agradar ao Senhor, mas então reconhecíamos como nunca, a nossa fraqueza; que de fato não éramos coisa alguma, e nos esforçávamos para saber a vontade de Deus." Não há maior prova, talvez, de verdadeira conversão do que a influência sobre o próximo. Depois de Hsi procurar estar mais perto do Senhor, foi eleito chefe pelo povo do vilarejo onde morava, cargo que recusou de início porque não podia participar dos ritos no templo pagão. Mas esse fato foi previsto pelo povo, de modo que insistiram para que aceitasse a magistratura, com a condição de ficar desobrigado de quaisquer solenidades que diziam respeito aos deuses."É somente ele nos mandar e nós faremos", dizia a multidão. Hsi orecusou, a nãotodos ser que o povopara cessasse cerimôniasPorém pagãsquando e fechasse seu templo, voltaram casa.todas as
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Grande foi, pois, a surpresa quando, alguns dias depois, o povo voltou e concordou em fechar o templo. O erudito Hsi era o único entre eles liberto do ópio e capacitado para chefiar o povo. O fervoroso crente, então, assumiu o cargo, como um serviço a ser feito perante o Senhor; houve boa safra, bom êxito na parte financeira e prevaleceram a paz e o contentamento. Foi reeleito para o segundo ano e para o terceiro. Mas quando reeleito para o quarto ano, recusou o cargo, insistindo em dizer que devia entregar todo o seu tempo na obra de evangelização, obra que aumentara grandemente. Quando o povo o elogiava pela boa maneira como servia a todos, ele respondia, com um sorriso: "Agora os ídolos por certo já morreram de fome e seria mais econômico se os não ressuscitásseis." Foi uma lição prática e que perdurou por muito tempo. O grande problema que o Pastor Hsi tinha de enfrentar era o da salvação de um povo dado a fumar ópio. Devia haver um meio para libertar os infelizes escravos do desespero indescritível, porque o Filho de Deus veio com o alvo definido de procurar e salvar os perdidos. Enquanto o Pastor Hsi orava sobre esse problema, foi dirigido a converter a sua casa em Abrigo e convidou para o ajudar um missionário que tinha um remédio para aliviar a ânsia dos viciados quando privados da droga. No início somente dois dos interessados tinham a coragem de experimentar tratamento; outros freqüentavam o Abrigo, dia após dia,opara verem oosresultado. Por fim, um dos pacientes, agonizante de corpo e mente, acordou os outros à meianoite. Em resposta à oração, o Senhor, que é o mesmo ontem, hoje e para sempre, o aliviou imediatamente. O gozo do homem que fora liberto era tanto, que um após outro dos mais interessados solicitaram permissão para começarem o tratamento imediatamente. Nessa altura faltou-lhes o remédio importado que usavam para diminuir os sofrimentos dos enfermos. Acerca disso, assim escreveu o fervoroso Hsi: "Em oração e jejum permaneci perante o Senhor, rogando que me mostrasse quais os ingredientes necessários e me fortalecesse e ajudasse a preparar as pílulas para aliviar os que sofriam." Para distrair os pacientes e aproveitar o ensejo, o missionário ensinava-lhes hinos e passagens da Bíblia; realizava cultos duas vezes por dia e fazia os interessados repetir, hora após hora, trechos das Escrituras. Quando lhes faltava outro recurso, recorriam às pílulas preparadas pelo pastor Hsi, as quais faziam o mesmo efeito do remédio im portado. Contudo o fiel não confiava pílulas, nem as fabricava e orar. Costumava, ao Hsi fabricar as pílulas,nas passar o dia inteiro jejuando.sem Às antes vezes,jejuar de
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tarde, estando demasiadamente cansado para continuar de pé, saía para passar alguns minutos perante Deus. "Senhor é a tua obra. Dá-me a tua força", era o seu pedido e sempre voltava renovado como se tivesse comido e descansado. Um dos segredos doosincrível êxito do PastordoHsi, na do obra do Abrigo, erao alevou audácia do seu amor para com infelicitados cativos vício ópio; amor que a persistir e sacrificar tudo por eles. Quando caíam em alguma falta, ou mesmo tramavam para o derrubar, suportava tudo como somente o amor sabe suportar. Quanto mais o pastor Hsi orava tanto mais Deus aumentava a obra; e quanto mais crescia a obra, tanto mais ele sentia o anelo de orar. Em vez de ficar escravizado pelas inumeráveis obrigações, deliberadamente dedicava horas e mesmo dias, freqüentemente em jejum, para orar perante o Senhor, a fim de saber a sua vontade e receber da sua plenitude. Certo dia, quando assim orava, o Senhor o impressionou profundamente acerca do povo da cidade de Chao-ch'eng, que vivia e morria sem saber o caminho da salvação. - Mas como podia ele abrir outro abrigo em uma cidade da qual não conhecia os costumes? Como podia arranjar tempo? Porém enquanto orava o Senhor lhe disse: "Todo o poder me é dado." Mas como podia ir, sem recursos; não possuía dinheiro suficiente para pagar a passagem até aquela cidade. Continuou a orar e o Senhor continuou a aplainar as dificuldades. - "Dinheiro? era de dinheiro que precisava para abrir os corações e ganhar almas? Se o Senhor chamava, não supriria Ele todo o necessário? Os muros de Jericó não caíram rentes ao chão, sem a intervenção de mãos humanas?..." "Assim, ao findar o ano de 1884, cinco anos depois da sua conversão, o pastor Hsi era o dirigente de uma obra que se estendia de Teng-ts'uen, ao sul de onde morava, até Chaoch'eng sessenta quilômetros para o norte. Havia então oito abrigos e um bom número de congregações espalhadas entre eles. Mas o pastor Hsi não podia conter-se. À distância de um dia de viagem ainda mais ao norte, estava a grande cidade do Hoh-chau. Constrangido pelo amor de Deus, suplicava ao Senhor que o usasse para abrir a obra ali. Todos os dias orava insistentemente por Hoh-chau, no culto doméstico. Por fim, a senhora Hsi não mais se conteve e perguntou: - "Já oramos durante tanto tempo, será que agora não convém agir?" - "Por certo, se tivéssemos dinheiro?", respondeu seu marido. No dia seguinte, o pastor Hsi, no culto doméstico, orou como de costume. Ao findar o culto, a esposa, em vez de retirar-se, avançou e colocou um pacotinho sobre a mesa, dizendo: "Acho que o Senhor já respondeu às nossas súplicas." Admirado e ignorando o que ela queria em fazer, comtiras aquele gesto, etomou pacote mesa. Continha algo pesado, embrulhado várias de papel, dentroo do papeldaum
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lenço. Ao abrir o lenço, encontrou os objetos mais prezados por uma senhora chinesa: anéis, pulseiras, brincos, grampos de ouro e de prata - objetos que lhe foram presenteados quando se casaram. Com os olhos cheios de lágrimas, eleenfeites olhou para a esposa, notando, casadas. pela primeira vez, a diferença na sua aparência, sem os usados pelas mulheres Nãohavia mais aliança no dedo; em vez dos enfeites de prata nos cabelos, viam-se as trancas seguras por fios de barbante! Quando ele quis recusar a oferta, ela insistia alegremente, dizendo: "Não faz mal. Posso dispensar essas coisas. Hoh-chau deve ter o Evangelho." O pastor aceitou a oferta de sua esposa, oferta que representava profundo sacrifício, mas era suficiente para abrir o abrigo, que logo se tornou um centro de luz e bênção na grande cidade. Depois de abrir o trabalho em Hoh-chau, realizou-se uma convenção na qual foram batizados setenta dos novos convertidos. O poder de Deus era tal e a assistência tão grande a essas reuniões que foi necessário realizar os cultos ao ar livre, apesar das grandes chuvas. Isso aconteceu após um grande período de seca, e os crentes não queriam orar ao Senhor que retivesse a chuva. Certo moço endemoninhado, do Abrigo de Chao-ch'eng, assistiu a essa convenção. Ao cair o poder Deus sobre os cultos, ele seo pastor tornou Hsi violento, tentando destruir-se e ferir as pessoas quedeestavam em redor. Quando se aproximou, o moço deixou de gritar e de lutar; os homens que o seguravam, disseram: "Ele está bom! Agora está bom! O espírito já saiu." O pastor, contudo, não se enganou; pondo as mãos sobre a cabeça do moço, orou com instância, no nome de Jesus. Houve alívio imediato e quando o pastor se retirou o moço parecia completamente liberto. Certo crente, comovido ao presenciar tudo isso, tirou cinqüenta dólares do bolso e disse ao pastor: "Aceite isso; sei que as despesas da obra são grandes." O pastor, surpreendido, aceitou o dinheiro, mas ao pensar sobre o caso, sentiu-se turbado; a importância era muito elevada e aceitara-a sem pedir conselho ao Senhor. Retirou-se imediatamente para levar o caso a Deus. Apenas tinha começado a orar, chegou um crente, apressadamente. O endemoninhado estava mais violento do que nunca, e os homens não podiam segurá-lo.
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Ao chegar o pastor à presença do moço, o espírito clamou: "Podes vir, mas não te temo mais. Parecias tão elevado como os céus, mas agora és baixo, vil e insignificante! Não mais tens poder para me domar!" O Pastor, reconhecendo que perdera a fé eendemoninhado o poder, ao aceitar o dinheiro, crente que lho dera, enquanto o infeliz blasfemava emdirigiu-se alta voz. ao Devolveu toda a importância, explicando como, ao receber o dinheiro, perdera seu contato com Deus. Depois, com as mãos vazias, mas com o coração cheio de gozo, voltou novamente para onde estava a multidão alvoroçada. O moço continuava furioso; porém o pastor estava em contato com o Mestre. Calmamente, e em nome de Jesus, ordenou ao espírito que se calasse e saísse. O moço, deu um grito, foi lançado ao chão pelo demônio, onde ficou alguns minutos contorcendo-se em dores agonizantes. Então se levantou, com o corpo abatido, mas completamente liberto do espírito maligno. Certo missionário escreveu o seguinte acerca de Hsi: "O pastor Hsi era perenemente alegre; servia ao próximo incansavelmente; tratava a todas as pessoas com a maior delicadeza. Nunca se comportou levianamente, nem desperdiçou o tempo em assuntos desnecessários. Ganhar almas era a paixão da sua vida... Era impossível estar com o pastor Hsi sem orar. Seu instinto em tudo era o de olhar para Deus. Muito antes de clarear o dia, ouvia-o, no seu quarto orando e cantando horas a fio. A oração se parecia a atmosfera em respostas. que vivia e ele esperava e recebia de Deuscom as mais destacadas "Lembro-me de que certa vez, quando viajava com ele, hospedamo-nos em uma pequena pensão. Foi procurado por uma mulher que tinha uma criança de colo enferma e que sofria muito. Homens e mulheres em todos os lugares por onde ele passava também o procuravam. Reconheciam que era homem de Deus e que podia socorrê-los. O pastor Hsi imediatamente ficou em pé, cumprimentou a mulher com o filhinho; tomou o mesmo nos braços e orou pedindo a Deus que o curasse. A mulher, grandemente consolada, partiu. Algumas horas depois vi o menino são, correndo e brincando. Tais acontecimentos eram comuns. "Nunca me esquecerei da convenção realizada em P'ing-vang. Ao aproximarmo-nos do local, durante a noite,ouvi os crentes chorando e orando em voz baixa. Ali estava o querido pastor Hsi juntamente com um grande número de irmãos, todos ajoelhados, clamando ao Senhor e suplicando que salvasse seus parentes e amigos... Acreditavam no poder da oração, e se dedicavam à intercessão... "Durante todo o inverno, o pastor Hsi esteve sob o poder do Espírito e transmitia esse poder ao próximo. Quando encontrava um auxiliar passando por alguma prova, jejuava,
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orava e impunha-lhe as mãos. O resultado era que, geralmente, os auxiliares recebiam o mesmo poder. "Nesse tempo, também havia grande falta de sujeição à Palavra de Deus. O pastor Hsi, porém, em tudo entregava-se à oração; decorrer dos anos, tornou-se poderoso em expor asnoEscrituras". A força e a resistência que manifestava sob provações físicas e mentais eram extraordinárias; recebia virtude de Deus para realizar a obra divina. Quando já velho, podia andar quarenta e cinco quilômetros de uma vez, e depois de jejuar por dois dias seguidos, podia ainda batizar cinqüenta pessoas sem descansar, e sem interrupção. Por fim, com a idade de sessenta anos, no meio da lida desta vida, Deus o chamou. Na mesma sala onde, antes da sua conversão fumava ópio, passou alguns meses de cama, sem qualquer sofrimento, apenas com as forças quase completamente esgotadas. Ao fechar os olhos aqui no mundo, na manhã do dia 19 de fevereiro de 1896, para ir estar na presença de seu Senhor, centenas de seus filhos na fé, que o amavam ardentemente, não puderam mais conter-se, rompendo em grande choro e fortes soluços. Durante a vida aqui entregou tudo ao Senhor. Para ele, não existia coisa demasiado preciosa, que não pudesse usá-la para o seu Jesus. Não havia labor árduo demais, se pudesse ganhar uma alma pela qual seu Salvador morrera. Nunca encontrou "cruz" pesada, se pudesse levá-la por amor de Cristo. Jamais julgou o caminho difícil, tratando-se de seguir as pisadas de seu Mestre. Assim o fiel pastor Hsi foi promovido para fazer serviço mais alto, mais sublime, para estar em mais íntima ligação com Jesus.A obra pioneira que deixou em Chao-eh'eng, Teng-ts'uen, Hoh-chau, T'ai-yuan, Ping-yang e dezenas de outros lugares, é como pujante fortaleza e como resplandecente farol, dissipando as trevas do paganismo na China. Os abrigos e as igrejas fundados nesses lugares permanecem como imponente monumento à sua memória. (extraido do livro hérois da fé) Carlos Spurgeon
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O príncipe dos pregadores (1834-1892) No período da Inquisição, na Espanha, sob o reinado do imperador Carlos V, um número elevadíssimo de crentes foram queimados em praça pública ou enterrados vivos. O filho de Carlos V, Filipe II, em 1567, levou a perseguição aos Países Baixos, declarando que ainda que lhe custasse mil vezes a sua própria vida,limparia todo o seu domínio do "protestantismo". Antes da sua morte gabava-se ter mandado ao carrasco, pelo menos, 18.000 "hereges". Ao começar esse reinado de terror nos Países Baixos, muitos milhares de crentes fugiram para a Inglaterra. Entre os que escaparam do "Concilio de Sangue", encontravase a família Spurgeon. Na Inglaterra, o povo de Deus, contudo, não estava livre de toda a perseguição "passando a maior parte do tempo sentado, por se achar fraco demais para se deitar". Os bisavôs de Carlos eram crentes fervorosos, criando os filhos na admoestação do Senhor. Seu avô paterno, depois de quase cinqüenta anos de pastorado no mesmo lugar, podia dizer: "Não passei nem uma hora triste com a minha igreja depois que assumi o cargo de pastor!" O pai de Carlos, Tiago Spurgeon, era o amado pastor de Stambourne. Carlos, quando ainda criança, interessava-se pela leitura de "O Peregrino", pela história dos mártires e por diversas obras de teologia. É impossível calcular a influência dessas obras sobre a sua vida. Que era precoce nas coisas espirituais, vê-se no seguinte acontecimento: Apesar de criança de apenas cinco anos de idade, sentiu profundamente o cuidado do avô, por causa do procedimento de um dos membros da igreja, chamado "Velho Roads". Certo dia, Carlos, a criança, encontrando Roads em companhia de outros fumando e bebendo cerveja, dirigiu-se a ele, dizendo: "Que fazes aqui, Elias?" O "Velho Roads" arrependido,
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contou, então, ao seu pastor, como a princípio se irou com a criança, mas por fim ficou quebrantado. Desde aquele dia, o "Velho Roads" andou sempre perto do Salvador. Quando Carlos era ainda pequeno, foi por Deus convencido do pecado. Durante alguns anos outro, sentia-se criaturasaber sem esperança conforto; visitava um lugar de culto após semuma conseguir como podiae sem livrar-se do pecado. Então, quando tinha quinze anos de idade, aumentou nele o desejo de ser salvo. E aumentou de tal forma, que passou seis meses agonizando em oração. Nesse tempo assistiu a um culto numa igreja; nesse dia, o pregador não fora ao culto, por causa duma grande tempestade de neve. Na falta do pastor, um sapateiro se levantou para pregar às poucas pessoas presentes, e leu este texto: "Olhai para mim e sede salvos, todos os confins da terra" (Isaías 45.22). O sapateiro, inexperiente na arte de pregar, podia apenas repetir a passagem e dizer: "Olhai! Não vos é necessário levantar um pé, nem um dedo. Não vos é necessário estudar no colégio para saber olhar; nem contribuir com mil libras. Olhai para mim, não para vós mesmos. Não há conforto em vós. Olhai para mim, suando grandes gotas de sangue. Olhai para mim, pendurado na cruz. Olhai para mim, morto e sepultado. Olhai para mim, ressuscitado. Olhai para mim, à direita de Deus". Em seguida, fitando os olhos em Carlos, disse: "Moço, tu pareces ser miserável. Serás infeliz na vida e na morte se não obedeceres". Então gritou ainda mais: "Moço, olha para Jesus! Olha agora!" O rapaz olhou e continuou a olhar, até que por fim, um gozo indizível entrou na sua alma. O recém-salvo, ao contemplar o constante zelo do Maligno, foi tomado pela aspiração de fazer todo oaproveitava possível para receber o poder divino, para frustrarfolhetos. a obra doEntregava-se inimigo do bem. Spurgeon todas as oportunidades para distribuir de todo o coração a ensinar na Escola Dominical, onde alcançou, de início, o amor dos alunos e, por intermédio desses a presença dos pais na escola. Com a idade de dezesseis anos começou a pregar. Acerca desse fato ele disse: "Quantas vezes me foi concedido o privilégio de pregar na cozinha duma casa de agricultor, ou num celeiro!" Alguns meses depois de pregar seu primeiro sermão, foi chamado a pastorear a igreja em Waterbeach. Ao fim de dois anos, essa igreja de quarenta membros, passou a ter cem. O jovem pregador desejava educar-se e o diretor duma escola superior, que estava de visita à cidade, marcou uma hora para tratar com ele acerca desse assunto. A criada, porém, que recebeu Carlos, por descuido, não chamou o professor e este saiu sem saber que o moço o esperava. Depois, Carlos, já na rua, um tanto triste, ouviu uma voz dizerlhe: "Buscas grandes coisas para ti? Não as busques!" Foi então , ali mesmo que abandonou a idéia de estudar nesse colégio, convencido de que Deus o dirigia para outras coisas. Não se deve concluir, contudo, que Carlos Spurgeon resolveu não se educar. Depois disso, ele aproveitava todos os momentos livres para estudar. Diz-se que alcançou fama de ser um dos homens mais instruídos de seu tempo. em Waterbeach apenas durante dois anos quando aSpurgeon pregar nahavia Parkpregado Street Chapei, em Londres. O local era inconveniente parafoioschamado cultos, e
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o templo, que tinha assentos para mil e duzentos ouvintes, era demasiado grande para os auditórios. Contudo, "havia ali um grupo de fiéis que nunca cessaram de rogar a Deus um glorioso avivamento". Este fato é assim registrado nas palavras do próprio Spurgeon: "No início, eu pregava somente a um punhado de ouvintes. Contudo, não me esqueço presente da insistência orações. Às vezes pareciaabençoá-los. que rogavamMais até verem realmente o Anjodas dosuas Concerto (Cristo), querendo que uma vez nos admiramos com a solenidade das orações até alcançarmos quietude, enquanto o poder do Senhor nos sobrevinha... Assim desceu a bênção, a casa se encheu de ouvintes e foram salvas dezenas de almas!" Sob o ministério desse moço de dezenove anos, a concorrência aumentou em poucos meses a ponto de o prédio não mais comportar as multidões; centenas de ouvintes permaneciam na rua para aproveitar as migalhas que caíam do banquete que havia dentro da casa. Foi resolvido reformar a New Park Street Chapei e, durante o tempo da obra, realizavam-se os cultos em Exeter Hall, prédio que tinha assentos para quatro mil e quinhentos ouvintes. Aí, em menos que dois meses, os auditórios eram tão grandes, que as ruas, durante os cultos, se tornavam intransitáveis. Quando voltaram para a Chapei, o problema, em vez de ser resolvido, era maior; três mil pessoas ocupavam o espaço preparado para mil e quinhentas! O dinheiro gasto, que alcançou uma elevada quantia, fora desperdiçado! Tornou-se necessário voltar para o Exeter Hall. Mas nem o Exeter Hall comportava mais os auditórios e a igreja tomou uma atitude espetacular - alugou o Surrey Music Hall, o prédio mais amplo, imponente e magnífico de Londres, construído para diversões públicas. As notícias, de que os cultos passaram do Exeter Hall para Surrey Music Hall, eletrificaram toda a cidade de Londres. O culto inaugural foi anunciado para a noite de 19 de outubro de 1856. Na tarde do dia marcado, milhares de pessoas para lá se dirigiram para achar assento. Quando, por fim, o culto começou, o prédio no qual cabiam 12.000 pessoas, estava superlotado e havia mais 10.000 fora que não puderam entrar. No primeiro culto em Surrey Music Hall, notaram-se vestígios da perseguição que Spurgeon tinha de encarar.Ele estava orando, e depois da leitura das Escrituras, os inimigos da obra de Deus se levantaram, gritando: 'Togo! Fogo!" Apesar de todos os esforços de Spurgeon e de outros crentes, a grande massa de gente alvoroçou-se e movimentou-se em pânico, de tal modo que sete pessoas morreram e vinte e oito ficaram gravemente feridas. Depois que tudo serenou, acharam-se espalhados em toda a parte do homens xales, e senhoras; chapéus, mangas demilhares vestidos,desapatos, pernas de prédio, calças, roupas mangasde e paletós, etc., objetos esses que os pessoas
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aflitas deixaram, na luta para escapar do prédio. Spurgeon comportou-se com a maior calma durante todo o tempo da indescritível catástrofe, mas depois passou dias prostrado, sofrendo em conseqüência do tremendo choque. As notícias as trágicas ocorrências durante o primeiro culto em Surrey Music Hall, em vezsobre de prejudicarem a obra, concorreram para aumentar o interesse pelos cultos. De um dia para outro Spurgeon, o herói do Sul de Londres, tornou-se um vulto de projeção mundial. Aceitou convites para pregar em cidades da Inglaterra, Escócia, Irlanda, Gales, Holanda e França. Pregava ao ar livre e nos maiores edifícios, em média oito a doze vezes por semana. Nesse tempo, quando ainda moço, revelou como conseguia entender, nas Escrituras, os textos difíceis, isto é, simplesmente pedia a Deus: - "Ó Senhor, mostra-me o sentido deste trecho!" E acrescentou: "É maravilhoso como o texto, duro como a pederneira, emite faíscas quando batido com o aço da oração." Quando mais velho, disse: "Orar acerca das Escrituras, é como pisar uvas no lagar, trilhar trigo na eira, ou extrair ouro do minério." Acerca da vida familiar, Susana, a esposa de Spurgeon, assim escreveu: "Fazíamos culto doméstico, quer hospedados em um rancho nas serras, quer num suntuoso quarto de hotel na cidade. E a bendita presença de Cristo, que muitos crentes dizem impossível alcançar, era para ele a atmosfera natural; ele vivia e respirava nele (em Deus). Antes de iniciar acom construção do famoso templo em Londres, o Metropolitan Tabernacle, Spurgeon, alguns dos seus membros, se ajoelharam no terreno entre as pilhas de materiais e rogaram a Deus que não permitisse que trabalhador algum morresse ou ficasse ferido durante a execução das obras de construção. Deus respondeu maravilhosamente, não deixando acontecer qualquer acidente durante o tempo da construção do imponente edifício que media oitenta metros de comprimento, vinte e oito de largura e vinte de altura. A igreja começou a edificar o tabernáculo com o alvo de liquidar todas as dívidas de materiais e pagar toda a mão-de-obra antes de findar a construção. Como de costume, pediram a Deus que os ajudasse a realizar esse desejo, e tudo foi pago antes do dia da inauguração. "O Metropolitan Tabernacle foi acabado em março de 1861. Durante os trinta e um anos que se seguiram, uma média de 5.000 pessoas se congregavam ali todos os domingos, pela manhã e à noite. De três em três meses Spurgeon pedia aos que haviam assistido neste período, que se ausentassem. Eles assim faziam, porém, o tabernáculo era superlotado por outras pessoas das massas ainda não alcançadas pela mensagem." Durante certo pregou trezentas vezes meses. maior no qual pregou, foiperíodo, no Crystal Palace, Londres, emem 7 dedoze outubro deO1857. O auditório, número exato
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de assistentes era de 23.654. Spurgeon esforçou-se tanto nessa ocasião, e o cansaço foi tal, que após o sermão da noite de quarta-feira, dormiu até a manhã de sexta-feira! Todavia, não se deve julgar que era somente no púlpito que a sua alma ardia pela salvação dos perdidos. se ocupava grandemente no evangelismo individual. Nesse sentido citamosTambém aqui o que certo crente disse a respeito dele: "Tenho visto auditórios de 6.500 pessoas inteiramente levadas pelo fervor de Spurgeon. Mas ao lado de uma criança moribunda, que ele levara a Cristo, achei-a mais sublime do que quando dominava o interesse da multidão". Parece impossível que tal pregador tivesse tempo para escrever. Entretanto os livros da sua autoria, constituem uma biblioteca de cento e trinta e cinco tomos. Até hoje não há obra mais rica de jóias espirituais do que a de Spurgeon, de sete volumes sobre os Salmos: "A Tesouraria de Davi". Ele publicou tão grande número de seus sermões,que, mesmo lendo um por dia, nem em dez anos o leitor os poderia ler todos. Muitos foram traduzidos em várias línguas e publicados nos jornais do mundo inteiro. Ele mesmo escrevia grande parte da matéria para seu jornal, "A Espada e a Colher", título este sugerido pela história da construção dos muros de Jerusalém no tempo angustioso de Neemias. Além de pregar constantemente a grandes auditórios e de escrever tantos livros, esforçou-se em vários outros ramos de atividades. Inspirado pelo exemplo de Jorge Müller, fundou e dirigiu o orfanato de Stockwell. Pediam a Deus e recebiam o necessário para levantar prédiodesamparadas. após prédio e alimentar centenas de crianças Reconhecendo a necessidade de instruir os jovens chamados por Deus a proclamar o Evangelho, e, assim, alcançar muito maior número de perdidos, fundou e dirigiu o Colégio dos Pastores, com a mesma fé em Deus que mostrou na obra de cuidar dos órfãos. Impressionado pela vasta circulação de literatura viciosa, formou uma junta de vendagem de livros evangélicos. Dezenas de vendedores foram sustentados e milhares de discursos feitos, além de muitas toneladas de Escrituras e outros livros vendidos de casa em casa. Acerca de tão estupendo êxito na vida de Spurgeon, convém notar o seguinte: Nenhum dos seus antepassados alcançou fama. Sua voz podia pregar às maiores multidões, mas outros pregadores sem fama gozavam também da mesma voz. O Príncipe dos Pregadores era, antes de tudo, O Príncipe de Joelhos. Como Saulo de Tarso, entrou no Reino de Deus, também agonizando de joelhos. No caso de Spurgeon, essa angústia durou seis meses. Depois (assim aconteceu com Saulo) a oração fervorosa era um hábito na sua vida. Aqueles assistiam cultosmais no grande Metropolitano diziam que asque orações eramaos a parte sublimeTa-bernáculo dos cultos.
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Quando alguém perguntava a Spurgeon a explicação do poder na sua pregação, O Príncipe de Joelhos apontava para a loja que ficava sob o salão do Metropolitan Tabernacle e dizia: "Na sala que está embaixo, há trezentos crentes que sabem orar. Todas as vezes que prego Na elessala se reúnem para as mãos, orandoaeexplicação suplicandodo ininterruptamente. que estáalisob os sustentar-me nossos pés é que se encontra mistério dessas bênçãos." Spurgeon costumava dirigir-se aos alunos no Colégio dos Pastores desta forma: "Permanecei na presença de Deus!... Se o vosso fervor esfriar, não podereis orar bem no púlpito... pior com a família... e ainda pior nos estudos, sozinhos. Se a alma se tornar magra, os ouvintes, sem saberem como ou por quê, acharão que vossas orações públicas têm pouco sabor." Ainda sobre a oração, sua esposa deu este testemunho: "Ele dava muita importância à meia-hora de oração que passava com Deus antes de começar o culto." Certo crente também escreveu a esse respeito: "Sente-se, durante a sua oração pública, que ele é um homem de bastante força para levar nas mãos ungidas as orações duma multidão. Isto é a idéia mais grandiosa, de sacerdote entre Deus e os homens". Convicto do grande poder da oração, Spurgeon designou o mês de fevereiro, de cada ano, no Grande Tabernáculo, para realizar a convenção anual e fazer súplicas por um avivamento na obra de Deus. Nessas ocasiões, passavam dias inteiros em jejum e oração, oração quenesses se tornava mais fervorosa. Nãoosó sentiam gloriosa presença do Espírito Santo cultos,mais mase era-lhes aumentado poder comafrutos abundantes. Na sua autobiografia, desde o começo do seu ministério em Londres, consta que pessoas gravemente enfermas foram curadas em resposta às suas orações. A vida de Spurgeon não era vida egoísta e de interesse próprio. Juntamente com sua esposa, fez os maiores sacrifícios para colocar livros espirituais nas mãos de um grande número de pregadores pobres e ambos contribuíam constantemente para o sustento das viúvas e órfãos. Recebiam grandes somas de dinheiro, mas davam tudo para o progresso da obra de Deus. Não buscava fama nem a honra de fundador de outra denominação, como muitos amigos esperavam. A sua pregação nunca foi feita para sua própria glória, porém tinha como alvo a mensagem da Cruz, para levar os ouvintes a Deus. Considerava seus sermões como se fossem setas e dava todo o seu coração, empregava toda a sua força espiritual em produzir cada um. Pregava confiando no poder do Espírito Santo, empregando o que Deus lhe concedera para "matar" o maior número de ouvintes. "Carlos Hadon Spurgeon recebia o fogo do Céu, estudando a Bíblia, horas a fio, em comunhão com Deus."
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Cristo era o segredo do seu poder. Cristo era o centro de tudo, para ele; sempre e unicamente Cristo. J. P. Fruit disse: "Quando Spurgeon orava, parecia que Jesus estava em pé ao seu lado." As suas últimas palavras, no leito de morte, dirigidas à sua esposa, foram: "Oh! querida, tenho desfrutado um tempo mui glorioso com meu Senhor!" Ela, ao ver, por fim, que seu marido passaria para o outro lado, caiu de joelhos e com lágrimas exclamou. "Oh! bendito Senhor Jesus, eu te agradeço o tesouro que me emprestaste no decurso destes anos; agora Senhor, dá-me força e direção durante todo o futuro." Seis mil pessoas assistiram ao culto de funeral. No caixão estava uma Bíblia aberta, mostrando este texto usado por Deus para convertê-lo: "Olhai para mim, e sede salvos, todos os confins da terra." O cortejo fúnebre passou entre centenas de milhares de pessoas postadas em pé nas calçadas; os homens descobriam-se à passagem do cortejo e as mulheres choravam. O túmulo simples do célebre Príncipe dos Pregadores, no cemitério de Norwood, testifica da verdadeira grandeza da sua vida. Ali estão gravadas estas humildes palavras:
Aqui jaz o corpo de CARLOS HADON SPURGEON esperando o aparecimento do seu Senhor e Salvador JESUS CRISTO João Paton
Missionário aos antropófagos (1824-1907) Perto de Dalswinton, na Escócia, morava um casal conhecido em toda a região como os velhos Adão e Eva. A esse lar veio em visita uma sobrinha, Janete Rogerson. É de supor-se que não houvesse muita coisa na casa isolada dos velhos para distrair a jovem,
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sempre viva e alegre. Mas uma coisa atraiu-lhe o interesse: um rapaz chamado Tiago Paton, que entrava, dia após dia, no matagal perto da casa. Levava sempre um livro na mão, como se fosse ali para estudar e meditar. Certo dia, a moça, vencida pela curiosidade, entrou furtivamente por entre as árvores e espiou o rapaz recitando os Sonetos Evangélicos de Erskine. suachão, curiosidade tornou-se emduma santa árvore admiração o jovem, deixando o chapéuAno ajoelhou-se debaixo paraquando derramar a alma em oração perante Deus. Ela, espírito de brincalhona, avançou e pendurou o chapéu em um galho que estava próximo. Em seguida escondeu-se onde podia, sem ser vista, para presenciar o rapaz perplexo, a procurar o chapéu. No dia seguinte a cena se repetiu. Mas o coração da moça comoveu-se ao ver a perturbação do rapaz, imóvel por alguns minutos com o chapéu na mão. Foi assim que ele, ao voltar no dia seguinte ao lugar onde se ajoelhava diariamente, achou um cartão preso na árvore. No cartão leu: "A pessoa que escondeu seu chapéu confessa-se sinceramente arrependida de tê-lo feito e pede que ore, rogando a Deus que a torne crente tão sincera como o senhor". O jovem fitou por algum tempo o cartão esquecendo-se completamente naquele dia dos sonetos. Por fim, tirou o cartão da árvore. Estava reprovando a si mesmo e à sua estupidez por não saber que fora um ser humano quem escondera o chapéu duas vezes, quando, por entre as árvores, uma moça, balde na mão e cantando um hino escocês, passou na frente da casa do velho Adão. Naquele momento, o moço, por instinto divino e tão infalivelmente, como por qualquer voz que jamais falara a um profeta de Deus, sabia que a visita angélica que invadira seu retiro de oraçãoJanete fora aRogerson, gentil e hábil dos nas velhos e Eva. Tiago Paton ainda não conhecia massobrinha ouvira falar suasAdão extraordinárias qualificações intelectuais e espirituais. E provável que Tiago Paton começasse a orar por ela -em um sentido diferente daquele que ela pedira. De qualquer forma, a moça furtara não somente o chapéu do rapaz, mas também, o seu leal coração - um furto que resultou, por fim, no casamento dos dois. Tiago Paton, fabricante de meias no condado de Dunfries, e sua esposa Janete, andavam, como Zacarias e Isabel na Antiguidade, irrepreensíveis perante o Senhor. Ao nascer-lhes o primogênito, deram-lhe o nome de João, dedicando-o solenemente a Deus, com oração, para ser missionário ao povos que não tinham oportunidade de conhecer a Cristo. Entre a casa própria, em que morava a família dos Patons, e a parte que servia de fábrica, havia um pequeno aposento. Acerca desse quarto, João Paton escreveu: "Era o santuário de nossa humilde casa. Várias vezes ao dia, geralmente depois das refeições, o nosso pai entrava nesse quarto e, 'fechada a porta', orava. Nós, seus filhos, compreendíamos, se fosseopor instinto espiritual, queentrava se derramavam por nós, como fazia nacomo antiguidade sumo sacerdote, quando no Santo orações dos Santos,
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em favor do povo. De vez em quando se ouvia o eco duma voz em tons de quem suplica pela vida; passávamos pela porta nas pontinhas dos pés, de modo a não perturbar a santa e íntima conversação. O mundo lá fora não sabia de onde vinha o gozo que brilhava no rosto de nosso pai, mas nós, seus filhos, o sabíamos: era o reflexo da presença divina, que era sempre uma realidade na vida cotidiana. Nunca num e templo, quer nas serras, quer nos para vales,elesentir Deus mais perto, maisespero, visível,quer andando conversando mais intimamente com os homens do que naquela humilde casa coberta de palha. Se, por uma catástrofe indizível, tudo quanto pertence à religião fosse apagado da memória, minha alma reverteria de novo ao tempo da minha mocidade: ela fechar-se-ia naquele santuário e, ao ouvir novamente os ecos daquelas súplicas a Deus, lançaria para longe toda a dúvida com este grito vitorioso: 'Meu pai andava com Deus; porque não posso eu também andar?'".
Na autobiografia de João Paton, vê-se que as suas lutas diárias eram grandes. Mas o que lemos abaixo revela qual a força que operava para que ele sempre avançasse na obra de Deus. "Antes, realizava-se culto doméstico na casa de meus avós somente aos domingos, mas meu pai convenceu primeiro a minha avó a orar, ler um trecho da Bíblia e cantar um hino diariamente, pela manhã e à noite; depois todos os membros da família seguiram esse costume. Foi assim que meu pai começou, aos dezessete anos de idade, o bendito costume de fazer cultos matutinos e vespertinos em casa; costume que observou, talvez sem uma única exceção, até se achar no leito de morte, com setenta e sete anos de idade, quando, último dia da suados vida, umasepassagem dasum Escrituras foinão lida,fosse e ouviu-se voz no na oração. Nenhum filhos recorda de só dia que assim sua santificado; muitas vezes havia pressa em atender a um negócio; inúmeras vezes chegavam os amigos, mas nada impedia que nos ajoelhássemos em redor do altar familiar, enquanto o 'sumo sacerdote' dirigia as nossas orações a Deus e se oferecia a si mesmo e a seus filhos ao mesmo Senhor. A luz de tal exemplo era uma bênção, tanto para o próximo, como para a nossa família. Muitos anos depois, contaram-me que a mais depravada mulher da vila, uma mulher da rua, mas depois salva e transformada pela graça divina, declarou que a única coisa que evitou o seu suicídio foi que, numa noite escura, perto da janela da casa de meu pai, ouviu-o implorando no culto doméstico, que Deus convertesse 'o ímpio do erro do seu caminho e o fizesse luzir como uma jóia na coroa do Redentor'.' Vi', disse ela, 'como eu era um grande peso sobre o coração desse bom homem e sabia que Deus responderia à sua súplica. Foi por causa dessa certeza que não entrei no Inferno e que achei o único Salvador'". Não é de admirar que, em tal ambiente, três dos onze filhos de Tiago Paton: João, Valter e Tiago, fossem constrangidos a dar suas vidas à obra mais gloriosa, a de ganhar almas. Não julgamos estar esse ponto completo sem lhe acrescentar mais um trecho dessa autobiografia:
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"Até que ponto fui impressionado nesse tempo pelas orações de meu pai, não posso dizer, nem ninguém pode compreender. Quando de joelhos, e todos nós ajoelhados em redor dele no culto doméstico, ele derramava toda a sua alma em oração, com lágrimas, não só por todas as necessidades pessoais e domésticas, mas também pela conversão da parte do mundo onde vivo não havia pregadores para servirem a Jesus, sentíamo-nos na presença do Salvador e chegamos a conhecê-lo e a amá-lo como nosso Amigo divino. Ao levantarmo-nos da oração, eu costumava olhar para a luz do rosto do meu pai e cobiçava o mesmo espírito; anelava, em resposta às suas orações, pela oportunidade de me preparar e sair, levando o bendito Evangelho a uma parte do mundo então sem missionários". Acerca da disciplina do lar, eis o que ele escreveu: "Se houvesse algo realmente sério para corrigir, meu pai se retirava primeiramente para o quarto de oração e nós com preendíamos que ele levava o caso a Deus; essa era a parte mais severa do castigo para mim! Eu estava pronto a encarar qualquer penalidade, mas o que ele fazia penetrava na minha consciência como uma mensagem de Deus. Amávamos ainda mais o nosso pai ao ver quanto tinha de sofrer para nos castigar, e, de fato, tinha muito pouco a castigarnos, pois - dirigia a todos nós, onze filhos, muito mais pelo amor do que pelo temor". Por fim chegou o dia em que João tinha de deixar o lar paterno. Sem o dinheiro para a passagem e com tudo que possuía, inclusive uma Bíblia embrulhada num lenço, saiu a pé para trabalhar e estudar em Glasgow. O pai o acompanhou até uma distância de nove quilômetros. O último quilômetro, antes de se separarem um do outro, os dois caminhavam sem orava poderem uma só por palavra - o filho sabiaao pelo movimento dospara lábios do pai que este em falar seu coração ele. Ao chegarem lugar combinado se separarem, o pai balbuciou: "Deus te abençoe, meu filho! O Deus de teu pai te prospere e te guarde de todo o mal". Depois de se abraçarem, o filho saiu correndo enquanto o pai, em pé, no meio da estrada, imóvel, o chapéu na mão e com lágrimas correndo pelas faces, continuava a orar em seu coração. Alguns anos depois, o filho testificou de que essa cena, gravada na sua alma, o estimulava como um fogo inextinguível a não desapontar o pai no que esperava dele, seu filho, que seguisse o seu bendito exemplo de andar com Deus. Durante os três anos de estudos em Glasgow, apesar de trabalhar com as próprias mãos para se sustentar, João Paton, no gozo do Espírito Santo, fez uma grande obra na seara do Senhor. Contudo, soava-lhe constantemente aos ouvidos o clamor dos selvagens nas ilhas do Pacífico e isso foi, antes de tudo, o assunto que ocupava as suas meditações e orações diárias. Havia outros para continuar a obra que fazia em Glasgow, mas quem desejava levar o Evangelho a esses pobres bárbaros?! Ao declarar sua resolução de trabalhar entre os antropófagos das Novas Hébridas, quase todos se os exprimiu: membros "Entre da sua os igreja se opuseramserá à sua saída.por Umeles!" muitoA estimado assim antropófagos! comido isso Joãoirmão Paton
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respondeu: 'O irmão é muito mais velho que eu, breve será sepultado e comido por vermes; declaro ao irmão que, se eu conseguir viver e morrer servindo o Senhor Jesus e honrando o seu nome, não me importarei ser comido por antropófagos ou por vermes; no grande dia da ressurreição, o meu corpo se levantará tão belo como o seu, na semelhança do Redentor ressuscitado". De fato, as Novas Hébridas haviam sido batizadas com sangue de mártires. Os dois missionários, Williams e Harris, enviados para evangelizar essas ilhas, poucos anos antes desse tempo, foram mortos a cacetadas, e seus cadáveres cozidos e comidos. "Os pobres selvagens não sabiam que assassinavam seus amigos mais fiéis; assim os crentes em todos os lugares, ao receberem as notícias do martírio dos dois, oraram com lágrimas por esses povos." E Deus ouviu as súplicas, chamando, entre outros, a João Paton. Porém, a oposição à sua saída era tal, que ele resolveu escrever a seus pais; pela resposta veio a saber que eles o haviam dedicado para tal serviço, no dia do seu nascimento. Desde esse momento, João Paton não mais duvidou da vontade de Deus, e assentou no seu coração gastar a vida servindo aos indígenas das ilhas do Pacífico. O nosso herói conta muitas coisas de interesse acerca da longa viagem à vela para as Novas Hébridas. Quase no fim da viagem, quebrou-se o mastro do navio. As águas os levavam lentamente para Tana, uma ilha de antropófagos, onde a bagagem teria sido saqueada e todos a bordo cozidos para serem comidos. Contudo, Deus ouvira suas súplicas conseguiram e alcançaram comprar uma outra ilha. Alguns meses depois, foram à mesma ilha de Tana, onde o terreno dos silvícolas e edificar uma casa. Comove o coração ler que construíram a casa sobre os mesmos alicerces lançados pelo missionário Turner, quinze anos antes, o qual teve de fugir da ilha para escapar de ser morto e comido pelos selvagens. Acerca da sua primeira impressão sobre o povo, Paton escreveu: "Fui levado ao maior desespero. Ao vê-los na sua nudez e miséria, senti tanto horror como compaixão. Eu tinha deixado a obra entre os amados irmãos em Glasgow, obra em que sentia muito gozo, para dedicar-me a criaturas tão degeneradas. Perguntei-me a mim mesmo: - 'É possível ensiná-las a distinguir entre o bem e o mal, e levá-las a Cristo, ou mesmo a civilizá-las? Mas tudo isso eram apenas sentimentos passageiros. Logo senti um desejo tão profundo de levá-los ao conhecimento e amor de Jesus, como jamais sentira quando trabalhava em Glasgow . Antes de completar a casa em que o casal Paton iria morar, houve uma batalha entre duas tribos. As mulheres e crianças fugiram para a praia onde conversavam e riam ruidosamente, como se seus pais e irmãos estivessem ocupados em algum trabalho pacífico. Mas enquanto os selvagens gritavam e se empenhavam em conflitos sangrentos, os missionários entregavam-se à oração porfervente, eles. Osonde cadáveres mortos foram levados pelos vencedores a uma fonte de água foram dos cozidos e
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comidos. A noite ainda se ouvia pranto e gritos prolongados nas vilas em redor. Os missionários foram informados de que um guerreiro, ferido na batalha, acabara de morrer em casa. A sua viúva foi estrangulada imediatamente, conforme o costume, para que o seu espírito acompanhasse o do marido e lhe continuasse a servir de escrava. Os missionários, então, nesse ambiente da mais repugnante superstição, da mais baixa crueldade e da mais flagrante imoralidade, esforçavam-se para aprender a usar todas as palavras possíveis desse povo que não conhecia a escrita. Anelavam falar de Jesus e do amor de Deus a esses seres que adoravam árvores, pedras, fontes, riachos insetos, espíritos dos homens falecidos, relíquias de cabelos e unhas, astros, vulcões, etc. A esposa de Paton era uma ajudadora esforçada e dentro de poucas semanas reuniu oito mulheres da ilha e as instruía diariamente. Três meses depois da chegada dos missionários à ilha, a esposa de Paton faleceu de maleita e um mês depois o filhinho também morreu. - Quem pode avaliar as saudades de Paton, durante os anos que trabalhou sem ajudadora em Tana?! Apesar de quase haver morrido também de maleita, de os crentes insistirem para que voltasse à sua terra, e de os indígenas fazerem plano após plano de matá-lo para o comerem, esse herói permaneceu orando e trabalhando fielmente no posto onde Deus o colocara.Um templo foi construído e um bom número se congregava para ouvir a mensagem divina. Paton não somente conseguiu reduzir a língua dos tanianos à forma escrita, mas também traduziu uma parte das Escrituras, a qual imprimiu, apesar de não conhecer a arte tipográfica. Acerca dessa gloriosa façanha de imprimir o livro em Taniano, assim escreveu: "Confesso que gritei de alegria quando amadrugada. primeira folha saiuo único do prelo, tendobranco todas na as páginas na ordem era uma hora da Eu era homem ilha e havia horas própria; em que todos os nativos dormiam. Contudo, atirei ao ar o chapéu e dancei como um menino, por algum tempo, ao redor do prelo". - "Terei eu perdido a razão? Não devia, como missionário, estar de joelhos louvando a Deus, por mais esta prova de sua graça? Crede, amigos, o meu culto foi tão sincero como o de Davi, quando dançou diante da Arca do seu Deus! Não deveis pensar que, depois de pronta a primeira página, eu não me tivesse ajoelhado pedindo ao TodoPoderoso que propagasse a luz e a alegria do seu Santo Livro nos corações entenebrecidos dos habitantes daquela terra inculta". Depois de Paton haver passado três anos em Tana, o casal de missionários que vivia na ilha vizinha, Erromanga, foi martirizado barbaramente a machadadas, em pleno dia. Ao completar quatro anos de estada em Tana, o ódio dos indígenas dessa ilha chegou ao auge. Diversas tribos combinaram matar o "indefeso" missionário e findar, assim, com a religião do Deus de amor, em toda a ilha. Contudo, como ele mesmo se declarava imortal até findar sua obra na terra, evitava, em pleno campo, os inúmeros golpes de lanças, machadinhas e cacetes, armados pelas mãos dos indígenas, e assim conseguiu escapar para a ilha Aneitium. Planejou então ocupar-se na obra de de tradução resto dos Evangelhos na de língua taniana, enquanto esperava a oportunidade voltar do a Tana.
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Contudo, sentiu-se dirigido a aceitar a chamada para ir à Austrália. Em poucos meses, animou as igrejas ali a comprarem um navio à vela, para servir aos missionários. Despertou-as, também, a contribuírem liberalmente e a enviarem mais missionários a evangelizar todas as ilhas. Acerca da sua viagem à Escócia, depois de alguns anos nas Novas Hébridas, ele escreveu: "Fui, de trem, a Dunfries e lá achei condução para o querido lar paterno, onde fui acolhido com muitas lágrimas. Havia somente cinco curtíssimos anos que saíra desse santuário com a minha jovem esposa, e agora, ai de mim! - mãe e filhinho jaziam no túmulo, em Tana, nos braços um do outro, até o dia da ressurreição... Não foi com menos gozo, apesar de sentir-me angustiado, que, poucos dias depois, me encontrei com os pais da minha querida falecida esposa." Antes de deixar a Escócia, para nova viagem, Paton casou-se com a irmã de outro missionário. Chamada por Deus a trabalhar entre os povos mergulhados nas trevas das Novas Hébridas, ela serviu como fiel companheira de seu marido, por muitos anos. "Meu último ato na Escócia foi ajoelhar-me no lar paterno, durante o culto doméstico, enquanto meu venerando pai, como sacerdote, de cabelos brancos, nos encomendava, uma vez mais, 'aos cuidados e proteção de Deus, Senhor das famílias de Israel.' Eu tinha por certo, quando nos levantamos da oração e nos despedimos uns dos outros, que não nos encontraríamos com eles antes do dia da ressurreição. Porém ele e minha querida mãe, com corações alegres, nos ofertaram de novo ao Senhor, para o seu serviço entre os silvícolas. Maismãe, tarde, querido aguda irmão eme escreveu a 'espada' a alma da minha erameu demasiado que, depois que da nossa saída,que elatraspassara jazeu por muito tempo como morta, nos braços de meu pai." De volta às ilhas, Paton foi constrangido pelo voto de todos os missionários a não voltar a Tana, mas abrir a obra na vizinha ilha de Aniwa. Dessa forma, tinha de aprender outra língua e começar tudo de novo. Na obra de preparar o terreno para a construção da casa, Paton ajuntou dois cestos de ossos humanos de vítimas comidas pelo povo da ilha! "Quando essas pobres criaturas começavam a usar um pedacinho de chita, ou um saiote, era sinal exterior de uma transformação, apesar de estarem longe da civilização. E quando começavam a olhar para cima, e a orar Àquele a quem chamavam de 'Pai, nosso Pai', meu coração se derretia em lágrimas de gozo; e sei por certo que havia um coração divino nos céus que se regozijava também." Contudo, como em Tana, Paton considerava-se imortal até completar a obra que lhe fora designada por Deus. Inúmeras vezes evitou a morte agarrando a arma levantada contra ele pelos selvagens para o matarem. Por fim, a força dasum trevas contra Aniwa Isso satisfazer data do tempo em que cavou poçounidas na ilha. ParaoosEvangelho indígenas,em a água decedeu. coco, para
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a sede, era suficiente, porque se banhavam no mar e usavam pouco a água para cozinhar - e nenhuma para lavar a roupa! Mas para os missionários, a falta de água doce era o maior sacrifício e Paton resolveu cavar um poço. No início, os indígenas na obra, apesar considerarem plano, "do Deus de Missi dar chuvaauxiliaram-no de baixo", concepção de umademente avariada.oMas depois, amedrontados pela profundeza da cavidade, deixaram o missionário a cavar sozinho, dia após dia, enquanto o contemplavam de longe, dizendo uns aos outros: - "Quem jamais ouviu falar em chuva que vem debaixo?! Pobre Missi! Coitado!" Quando o missionário insistia em dizer que o abastecimento de água em muitos países vinha de poços, eles respondiam: - "É assim que se dá com os doidos; ninguém pode desviá-los de suas idéias loucas." Depois de longos dias de labor enfadonho, Paton alcançou terra úmida. Confiava em Deus obter água doce, em resposta às suas orações; contudo, nessa altura, ao meditar sobre o efeito que causaria entre o povo, sentia-se quase tomado do horror ao pensar que podia encontrar água salgada. "Sentia-me", escreveu ele, "tão comovido que fiquei molhado de suor e tremia-me todo o corpo, quando a água começou a borbulhar debaixo e a encher o poço. Tomei um pouco de água na mão, levei-a à boca para prová-la. Era água! Era água potável! era água viva do poço de Jeová!" Os chefes indígenas com seus homens a tudo assistiam. Era uma repetição, em ponto pequeno, dos israelitas rodeando Moisés, quando ele fez água sair da rocha. O missionário, depois passar tempo a Deus, ficoupelo mais calmo, desceu novamente, encheudeum jarro algum da"chuva quelouvando Deus Jeová lhe dava poço", e entregouo ao chefe. Este sacudiu o jarro para ver se realmente havia água dentro; então tomou um pouco na mão e, não satisfeito com isso, levou à boca um pouco mais. Depois de revolver os olhos de alegria, bebeu-a e rompeu em gritos: "Chuva! Chuva! É chuva mesmo! - Mas como a arranjou?" Paton respondeu: - "Foi Jeová, meu Deus, quem a deu da sua terra em resposta ao nosso labor e orações. Olhai e vede por vós mesmos como borbulha a terra!" Não havia um homem entre eles que tivesse coragem de chegar-se perto da boca do poço; então formaram uma fila comprida e, segurando-se uns aos outros pelas mãos, avançaram até que o homem da frente pudesse olhar para dentro do poço; a seguir o que tinha olhado passava para a retaguarda, deixando o segundo olhar para a "chuva de Jeová, mui embaixo". Depois de todos olharem, um por um, o chefe dirigiu-se a Paton e disse: "Missi, a obra de seu Deus Jeová é admirável, é maravilhosa! Nenhum dos deuses de Aniwa jamais nos abençoou tão maravilhosamente. - Mas, Missi, Ele continuará para sempre a dar chuva por essa forma?, ou acontecerá como a chuva das nuvens?" O missionário ex plicou, para gozo indizível de todos,aniwanianos. que essa bênção era permanente e para todos os
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Os nativos experimentaram, durante os anos que se seguiram, em seis ou sete dos lugares mais prováveis, perto de várias vilas, cavar poços. Todas as vezes que o fizeram ou encontraram pederneira ou o poço dava água salgada. Diziam entre si: - "Sabemos cavar, mas não sabemos orar como Missi e, portanto, Jeová não nos dá chuva debaixo!" Num domingo, depois que Paton alcançou água do poço, o chefe Namakei convocou o povo da ilha. Fazendo seus gestos com a machadinha na mão, dirigiu-se aos ouvintes da seguinte maneira: - "Amigos de Nakamei, todos os poderes do mundo não podiam obrigar-nos a crer que fosse possível receber chuva das entranhas da terra, se não a tivéssemos visto com os próprios olhos e provado com a boca... Desde já, meu povo, devo adorar o Deus que nos abriu o poço e nos dá chuva debaixo. Os deuses de Aniwa não podem socorrer-nos como o Deus de Missi. Para todo o sempre sou um seguidor de Deus Jeová. Todos vós que quiserdes fazer o mesmo, tomai os ídolos de Aniwa, os deuses que nossos pais temiam e lançai-os aos pés de Missi... Vamos a Missi para ele nos ensinar como devemos servir a Jeová... que enviou seu Filho Jesus para morrer por nós e nos levar aos céus." Durante os dias que se seguiram, grupo após grupo, alguns dos silvícolas com lágrimas e soluços, outros aos gritos de louvor a Jeová, levaram seus ídolos de pau e pedra, os quais lançaram em montes perante o missionário. Os ídolos de pau foram queimados, os de pedra enterrados em covas de quatro a cinco metros de profundidade e alguns, de maior superstição, foram lançados no fundo do mar, longe da terra. Um dos primeiros passos da vida cotidiana da ilha, depois de destruírem os ídolos, foi a invocação da bênção do Senhor às refeições. O segundo passo, uma surpresa maior e que também encheu o missionário de gozo, foi um acordo entre eles de fazer culto doméstico de manhã e à noite. Sem dúvida esses cultos eram misturados, por algum tempo, com muitas das superstições do paganismo Mas Paton traduziu as Escrituras, e as imprimiu na língua aniwaniana e ensinou o povo a lê-las. A transformação do povo da ilha foi uma das maravilhas dos tempos modernos. Como arde o coração ao ler acerca da ternura que o missionário sentia para com esses amados filhos na fé, e do carinho com que esses, outrora cruéis selvagens que comiam uns aos outros, mostravam para com o missionário! Que o nosso coração arda também para ver a mesma transformação dos milhares de silvícolas no interior de nosso querido Brasil! Paton descreveu a primeira Ceia do Senhor com as seguintes palavras: "Ao colocar o pão e o vinho nas mãos, outrora manchadas do sangue de antropofagia, agora estendidas para receber e participar dos emblemas do amor do Redentor, antecipei o gozo da glória atéantes o ponto o coração suportar mais. do É-me impossível delícia maior de eudepoder fitar onão rosto glorificado próprio Senhorexperimentar Jesus Cristo!"Deus, não
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somente concedeu ao nosso herói o indizível gozo de ver os aniwanianos irem evangelizar as ilhas vizinhas, mas também de ver seu próprio filho, Frank Paton, e esposa, morando na ilha de Tana e continuando a obra que ele começara com o maior sacrifício. Foi com a idade de 83 anos, que João G. Paton ouviu a voz de seu precioso Jesus, chamando-o para o lar eterno. Quão grande o seu gozo, não somente ao reunir-se aos seus queridos filhos das ilhas do Sul do Pacífico, que entraram no Céu antes dele, mas, também, saudar bem-vindos os outros ao chegarem ali, um por um! (extraido do livro hérois da fé) Davi Livingstone
Célebre missionário e explorador (1813-1873) Certo comerciante, ao visitar a abadia de Westminster, em Londres, onde se acham sepultados os reis e vultos eminentes da Inglaterra, inquiriu qual o túmulo, excluindo o do "soldado desconhecido", que é mais visitado. O porteiro respondeu que era o de Davi Livingstone. São poucos os humildes e fiéis servos de Deus que o mundo distingue e honra assim. Conta-se que, em Glasgow, depois de passar dezesseis anos na África, Livingstone foi convidado a fazer um discurso perante o corpo discente da universidade. Os alunos resolveram vaiar esse "camarada missionário'', fazendo o maior barulho possível. Certa testemunha do acontecimento disse: "Contudo, desde o momento em que Livingstone compareceu perante eles, magro e delgado, depois de cair trinta e uma vezes de febre nas matas da África, e com um braço descansando numa tipóia, depois do encontro com um leão, os alunos guardaram grande silêncio. Ouviram, com o maior respeito, tudo que o orador relatou e amaneira como Jesus cumprira a sua promessa: "Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos".
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Davi Livingstone nasceu na Escócia. Seu pai, Neil Livingstone, contava aos filhos as proezas de seus antepassados, por oito gerações. Um dos bisavôs de Davi, com a família, fugira dos cruéis pactuários, para os pantanais e montes escabrosos, onde podia adorar a Deus em espírito e em verdade. Mas mesmo esses cultos, que se realizavam entre os espinhos e, às vezes, no gelo, de vez quando, pela cavalaria que chegava galopando paraeram matarinterrompidos, ou levar presos, tantoem homens como mulheres. Os pais de Davi criaram seus filhos no temor do Senhor. O lar era sempre alegre e servia como notável modelo de todas as virtudes domésticas. Não se perdia uma hora durante os sete dias da semana e o domingo era esperado e honrado como o dia de descanso. Com a idade de nove anos, Davi ganhou um Novo Testamento, prêmio oferecido ao repetir de cor o capítulo mais comprido da Bíblia, o Salmo 119. "Entre as recordações mais sagradas da minha infância", escreveu Livingstone, "estão as da economia da minha mãe para que os poucos recursos fossem suficientes para todos os membros da família. Quando completei dez anos de idade, meus pais me colocaram em uma tecelagem para que eu ajudasse a sustentar a família. Com parte do salário da primeira semana, comprei uma gramática de latim". Davi iniciava o dia na tecelagem, às seis horas da manhã e, com intervalos para o café e o almoço, trabalhava até oito da noite. Segurava a sua gramática aberta na máquina de fiar algodão e, enquanto trabalhava, estudava-a linha por linha. Às oito horas da noite, sem às perder tempo, escola noturna. Depois aulas, estudava aasapagar lições apara odirigia-se, dia seguinte, vezes, até a àmeia-noite, quando a mãedas tinha de obrigá-lo luz e dormir. A inscrição no túmulo dos pais de Davi Livingstone indica as privações no lar paterno: Para marcar o lugar onde descansa Neil Livingstone, e Agnes Hunter, sua esposa e para exprimir a gratidão a Deus dos seus filhos: João, Davi, Janet, Carlos e Agnes, por pais pobres e piedosos Os amigos insistiam em que ele mudasse as últimas palavras para "pais pobres, mas piedosos". Contudo, Davi recusou porque, para ele, tanto a pobreza, como a piedade eram motivos de gratidão. Sempre considerou o fato de aprender a trabalhar longos dias, mês após mês, ano atrás ano, na fábrica de algodão, uma das maiores felicidades da sua vida.
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Nos dias feriados, Davi gostava de pescar e fazer longas excursões pelos campos e às margens dos rios. Esses passeios extensos lhe serviam tanto de instrução como de recreio; saía para verificar na própria natureza o que estudara nos livros sobre botânica e geologia. Sem o saber, ele assim se preparava em corpo e mente para as explorações científicas e para o que escreveria com exatidão acerca da natureza na África. Aos vinte anos, houve grande mudança espiritual em Davi Livingstone, que determinou o rumo de todo o resto da sua vida. "A bênção divina inundou-lhe o ser como inundara o coração do apóstolo Paulo ou de Agostinho, e outros do mesmo tipo, dominando os desejos carnais... Atos de abnegação, muito difíceis de executar sob a lei férrea da consciência, tornaram-se em serviços de vontade livre sob o brilho do amor divino... É evidente que fora movido por uma força calma, mas tremenda, dentro do próprio coração, até o fim da vida. O amor que começou a comovê-lo, na casa paterna, continuou a inspirá-lo durante todas as longas e enfadonhas viagens pela África, e o levou a ajoelhar-se, à meia-noite, no rancho em Ilala, de onde seu espírito, enquanto ainda orava, voltou ao seu Deus e Salvador. Davi, desde a infância, ouvia falar de um missionário valente na China, cujo nome era Gutzlaff. Nas suas orações, à noite, ao lado de sua mãe, orava por ele. Com a idade de dezesseis anos, Davi começou a sentir desejo profundo de fazer conhecido o amor e a graça de Cristo àqueles que jaziam em densas trevas, e resolveu firmemente no coração dar, também sua vida, como médico e missionário, ao mesmo país, a China. Ao mesmo tempo, o professor da sua classe na Escola Dominical, Davi Hogg, oe não aconselhava: "Ora, moço, faça da religião o motivo principal da sua vida cotidiana uma coisa inconstante, se quer vencer as tentações e outras coisas que o querem derribar". E Davi assentou no seu coração dirigir sua vida por essa norma. Ao completar nove anos de serviços na fábrica, foi promovido a um trabalho mais lucrativo. Conseguiu completar seus estudos, recebendo o diploma de licenciado da Faculdade de Médicos e Cirurgiões de Glasgow, sem ter recebido um tostão de auxílio de alguém. Se os crentes não o tivessem aconselhado a que falasse à Sociedade Missionária de Londres acerca de enviá-lo como missionário, ele depois declarou que teria ido por seus próprios esforços. Durante todos os anos de estudos para ser médico e missionário, sentia-se dirigido para ir a China. Certa vez, numa reunião, ouviu o discurso de um homem, de barba comprida e branca, alto, robusto e de olhos bondosos e penetrantes, chamado Roberto Moffat. Esse missionário voltara da África, um país misterioso, cujo interior era então desconhecido. Os mapas desse continente tinham no centro enormes espaços em branco, sem rios e sem serras. Falando da África, Moffat disse a Davi Livingstone: "Há uma
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vasta planície ao norte, onde tenho visto, nas manhãs ensolaradas, a fumaça de milhares de aldeias, onde nenhum missionário ainda chegou". Comovido, ao ouvir falar em tantas aldeias sem o Evangelho e sabendo que não podia mais ir à China por causa de guerra que haviapara naquele país, Livingstone respondeu: "Irei imediatamente a África". Com isso os irmãos da missão concordaram e Davi voltou ao humilde lar em Blantire para se despedir dos pais e irmãos. Às cinco horas da manhã, do dia 17 de novembro de 1840, a família se levantou. Davi leu os salmos 121 e 135com eles. As seguintes palavras ficaram gravadas no seu coração, para o fortalecerem no calor e perigos durante os longos anos que passou depois, na África: "O sol não te molestará de dia e nem a lua de noite... O Senhor guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre". Depois de orarem, despediu-se da sua mãe e irmãs e andou a pé, com seu pai que o acompanhou até Glasgow. Depois de se despedirem um do outro, Davi embarcou no navio para não mais ver, aqui na terra, o rosto nobre de Neil Livingstone. A viagem de Glasgow ao Rio de Janeiro e, por fim, à cidade do Cabo, na África, durou três meses. Mas Davi não desperdiçou o tempo. O comandante se tornou seu amigo íntimo e ajudou-o a preparar os cultos, nos quais Davi pregava aos tripulantes do navio. O novo missionário aproveitou, também, a oportunidade a bordo para aprender a usar o sextante e saber exatamente a posição do navio, observando a lua e as estrelas. Essa ciência lhe foi mais tarde de incalculável valor para orientar-se nas viagens de evangelização e exploração nomil imenso desconhecido do qual "subia a fumaça de vilasinterior sem missionário". Da cidade do Cabo, a viagem de 190 léguas foi feita aos solavancos, num carro de boi, através de campos incultos. A viagem durou dois meses, até chegar em Curumã, onde devia esperar o regresso de Roberto Moffatt. Desejava estabelecer-se em um lugar cinqüenta a sessenta léguas mais para o norte de qualquer outro em que houvesse obra missionária. Para aprender a língua e os costumes do povo, nosso pioneiro passava o tempo viajando e vivendo entre os indígenas. O seu boi de sela passava a noite amarrado, enquanto ele assentava-se com os africanos ao redor do fogo, ouvindo as lendas dos seus heróis. Livingstone, por sua vez, contava-lhes as preciosas e verdadeiras histórias de Belém, da Galiléia e da Cruz. Continuou sempre os seus estudos enquanto viajava, fazendo mapas dos rios e serras do território percorrido. Em uma carta a um amigo escreveu que descobrira trinta e duas qualidades de raízes comestíveis e quarenta e três espécies de fruteiras que davam no deserto sem serem cultivadas. De um ponto que alcançou, faltavam-lhe apenas dez dias de viagem para chegar ao grande lago Ngami, que descobriu sete anos depois.
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De Curumã, o missionário, licenciado da Faculdade de Médicos e Cirurgiões de Glasgow, escreveu a seu pai: "Tenho uma clientela grande. Há pacientes aqui que andaram mais de sessenta léguas para receberem tratamento médico. Esses, ao regressarem, enviarão outros para o mesmo fim". Estabeleceu a sua primeira missão no lindo vale de Mabotsa, na terra de Bacarla. Em uma carta, escrita de Curumã, Livingstone assim descreveu o local que escolhera para centro de evangelização: "Está situado em um anfiteatro de serras que se intitula 'Mabotsa', isto é, 'Ceia de Bodas'. Que Deus nos ilumine com a sua presença, para que, por intermédio de servos tão fracos, muito povo ache entrada para a Ceia das Bodas do Cordeiro!" Foi em Mabotsa que teve o histórico encontro com um leão. Acerca disso escreveu Davi: "Ele saltou e me alcançou o ombro; ambos fomos ao chão. Rosnando horrivelmente perto do meu ouvido, sacudiu-me como um cão faz a um gato. Os abalos que me deu o animal produziram-me um entorpecimento igual ao que deve sentir um rato, de pois da primeira sacudidela que lhe dá o gato. Atacou-me uma espécie de adormecimento, em que não senti dor nem sensação de temor". Contudo, antes de a fera ter tempo de o matar, deixou-o para atacar outro homem que, de lança na mão, entrara na luta. O ombro dilacerado de Livingstone nunca sarou completamente: ele nunca mais pôde apontar um rifle ou levar a mão à cabeça sem sentir dores. Foi na casa de Roberto Moffatt, em Curumã, que chegou a conhecer Maria, a filha mais velha desse missionário. Depois de abrir a missão em Mabotsa os dois se casaram. Seis filhos foram o fruto desse enlace. Depois de Livingstone se casar, a Escola Dominical em Mabotsa transformou-se em escola diária, tendo sua esposa como professora. Schele, o chefe da tribo, tornou-se grande estudante da Bíblia, mas queria "converter" todo o seu povo à força de "litupa", isto é, chicote de couro de rinoceronte. Schele iniciou culto doméstico em casa e o próprio Livingstone se admirou da sua maneira, simples e nata, de orar. Era o costume de Livingstone começar o dia com culto doméstico e não é de admirar que o chefe o adotasse também. Livingstone foi obrigado a mudar-se para Chonuane, dez léguas distante e, mais tarde, por falta de água, ele e todo o povo mudaram-se para Colobeng. Foi nesse último lugar que o chefe da tribo construiu uma casa para os cultos e Livingstone construiu com grande sacrifício de dinheiro e labor, a sua terceira casa de residência. Nessa casa morou cinco anos para nunca mais conseguir fixar residência em qualquer lugar na terra.
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Acerca do trabalho nesse lugar, assim se expressou: "A-qui temos um campo muitíssimo difícil de cultivar... Se não confiássemos que o Espírito Santo opera em nós, desistiríamos em desespero". Através do deserto de Calari,ochegavam boatosser deuma um grande e de um chamado ''Fumaça Barulhenta", que ele julgava grandelago cachoeira. Aslugar secas o oprimiam tanto em Colobeng que Livingstone resolveu fazer uma viagem de exploração e achar um lugar mais ideal para estabelecer a sua missão. Assim, em 1º de junho de 1849, com o chefe da tribo, seus "guerreiros", três brancos e sua família, saíram para atravessar o grande deserto de Calari. O guia do grupo, Romotobi, conhecia o segredo de subsistir no deserto, cavando com as mãos e chupando a água debaixo da areia por meio dum canudo. Depois de viajarem muitos dias, chegaram ao rio Zouga. Ao inquirir os indígenas, estes o informaram de que o rio tinha nascente em uma terra de rios e florestas. Livingstone ficou convicto de que o interior da África não era um grande deserto como o mundo de então supunha, e o seu coração ardia com o desejo de achar uma via fluvial, para outros missionários irem para o interior do continente, com a mensagem de Cristo. "A perspectiva", escreveu ele, "de achar um rio que dê entrada a uma vasta, populosa e desconhecida região, aumentou constantemente desde então; aumentou tanto que, quando, por fim chegamos ao grande lago, esse importante descobrimento, em si mesmo, parecia de pouca monta". Foi em 1º de agosto de 1849 que o grupo atingiu o lago Ngami, tão grande é esse lago que, de uma margem, não se avista a margem oposta. Sofreram longos dias de cruciante sede sem obter uma gota dágua, mas venceram todas as dificuldades e descobriram esse lago enquanto outros exploradores mais bem equipados, mas menos persistentes, falharam. As notícias do descobrimento foram comunicadas à Royal Geographical Society, o que lhe votou uma bela recompensa de vinte e cinco guinéus, "por ter descoberto uma importante terra, um importante rio e um grande lago". O grupo teve de voltar a Colobeng. Depois de alguns meses, porém, iniciou novamente viagem para o lago Ngami. Não queria separar-se da sua família e levou-a em um carro de boi. Mas, ao alcançar o rio Zouga, os filhos foram atacados pela febre e ele teve de voltar com a família. Nasceu-lhe uma filha, que morreu logo de febre. Livingstone, contudo, ficou mais firme do que nunca, na sua resolução de achar um caminho para levar o Evangelho ao interior da África. Depois de descansar alguns meses com a família, na casa de seu sogro, em Curumã, saíram com o propósito de achar um lugar saudável onde pudesse estabelecer uma
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missão mais para o interior. Foi nessa viagem, em junho de 1851, que descobriu o maior rio da África Oriental, o Zambeze, rio do qual o mundo de então nunca ouvira falar. No seguinte trecho que Livingstone escreveu, descobre-se algo do que tinham de sofrer nessas viagens:apenas "Um dos desperdiçou a água que levávamos no carro e,e àna tarde, tínhamos um assistentes restinho para as crianças. Passamos a noite angustiados manhã seguinte, quanto menos havia de água, tanto mais aumentava a sede das crianças. O pensamento de elas perecerem diante de nossos olhos, nos perturbava. Na tarde do quinto dia, sentimos grande alívio, quando um dos homens voltou trazendo tanto desse líquido como jamais antes havíamos pensado." Livingstone, convicto de que era a vontade de Deus que saísse para estabelecer outro centro de evangelização, ecom indômita fé de que o Senhor supriria todo o necessário para cumprir a sua vontade, avançava sem vacilar. Depois de descobrir o rio Zambeze, Livingstone veio a saber que os lugares saudáveis eram sujeitos a serem saqueados em qualquer tempo por outras tribos. Só nos lugares infestados de doença e febre é que se achavam tribos específicas. Resolveu, portanto, enviar a esposa para descansar na Inglaterra enquanto ele continuava as suas explorações a fim de estabelecer um centro para a obra de evangelização. Via-se forçado a estabelecer tal centro, porque os boêres holandeses invadiam o território, roubando as terras e o gado dos indígenas, pondo em prática um regime maismas vil escravatura. Livingstone crentes fiéis para evangelizar os povos emdaredor, os boêres acabaram com enviou essa obra, matando muitos dos indígenas e destruindo todos os bens que o missionário possuía em Colobeng. Livingstone levou sua família para a cidade do Cabo, de onde seus queridos embarcaram em um navio para a Inglaterra. Foi nesse tempo, quando Deus suprira todo o necessário para a família voltar à Inglaterra, que disse: "Oh! Amor divino, eu não te amo com a força, a profundidade e o ardor que convém!" A separação da família causou-lhe profunda mágoa, mas dirigiu o rosto heroicamente de novo para socorrer as infelizes tribos do interior da África. Havia três motivos que o aconselhavam a fazer uma viagem de exploração: Primeiro, queria achar um lugar para residir com a família entre os "barotses" e evangelizá-los. Segundo, a comunicação entre o território dos "barotses" e a cidade do Cabo era muito demorada e difícil e queria descobrir um caminho para um porto mais próximo. Terceiro, queria fazer todo o possível para influenciar as autoridades contra o horrendo tráfico de escravos.
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Foi nessa época da sua vida que Livingstone, por suas proezas, tornou-se conhecido no mundo inteiro. No seu ardor, desejando que Deus lhe poupasse a vida e o usasse em abrir o continente para do Evangelho, oroupouco assim: "ÓaJesus, rogo que enchas agora amoraeentrada me aceites e me uses um para tua glória. Até me agora não fiz nadacom paraoteu ti, mas quero fazer algo. Oh! eu te imploro que me aceites e me uses e que seja tua toda a glória". Escreveu mais ainda: "Não valeria coisa alguma o que possuo ou o que possuirei, a não ser em relação ao reino de Cristo. Se alguma coisa que tenho pode servir para o seu reino, dar-lha-ei a Ele, a quem devo tudo neste inundo e durante a eternidade". Livingstone atravessou, ida e volta, o continente africano, desde a foz do Zambeze a São Paulo de Luanda, façanha essa realizada pela primeira vez por um branco. Nas suas memórias que escrevia diariamente, nota-se como admirava as lindas paisagens de um continente que o mundo julgava ser um vasto deserto. Chegou a Luanda, magro e doente. Apesar da insistência do cônsul britânico para que regressasse à Inglaterra, a fim de recuperar a saúde abalada, ele voltou novamente, por outro caminho, para levar seus fiéis companheiros até em casa, conforme lhes prometera antes de iniciarem a viagem. Nessa viagem, Livingstone descobriu as magníficas cataratas de Vitória, nome que ele deu às grandesdequedas emum honra da rainhaalidaasInglaterra. Nesse lugar, Zambeze tem a largura mais de quilômetro; águas desse grande riooserioprecipitam espetacularmente de uma altura de cem metros. Levingstone continuou a pregar o Evangelho constantemente, às vezes a auditórios de mais de mil indígenas. Antes de tudo, esforçava-se para ganhar a estima das tribos hostis, por onde passava, por sua conduta cristã, em grande contraste com a dos mercadores de escravos. Sozinho, com os seus fiéis macololos, caiu trinta e uma vezes de febre nos matagais, durante um período de sete meses. Mas não era tanto o sofrimento físico. Suas cartas revelam a sua angústia de espírito ao ver os horrores do povo africano massacrado e arrebatado dos seus lares, conduzido como gado para ser vendido no mercado. De um lugar alto onde subiu, contou dezessete aldeias em chamas, incendiadas por esses nefandos mercadores de seres humanos.Prometera à sua esposa reunir-se com a família depois de dois anos, mas passaram-se quatro anos e meio antes que ela recebesse qualquer notícia dele! Por fim, após uma ausência de dezessete anos da pátria, regressou à Inglaterra. Voltou à civilização e à suapai família comoEm quem da morte. Antes de desembarcar, seu querido falecera. todavolta a história de Livingstone, não se contasoube um que
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acontecimento mais comovente do que o seu encontro com a esposa e filhos. Na Inglaterra, foi aclamado e honrado como heróico descobridor e grande benfeitor da humanidade. Os diários publicavam os seus atos de bravura. As multidões afluíam para ouvi-lo contar a sua história. "O doutor Livingstone era muito humilde... Temia passear nas ruas, receando ser atropelado pelasmultidão, massas. Certo Regentdificuldade Street, em Londres, foi apertado por tão grande que sódia, comnagrande conseguiu refugiar-se num táxi. Pela mesma razão evitava ir aos cultos. Certa vez, desejoso de assistir ao culto, meu pai persuadiu-o a ocupar um assento debaixo da galeria, em um lugar não visível ao auditório. Mas foi descoberto e o povo passou por cima dos bancos para cercá-lo e apertar-lhe a mão". Uma das muitas coisas que levou a efeito, enquanto na Inglaterra, foi a de escrever seu livro: Viagens Missionárias, obra que alcançou enorme circulação e produziu mais interesse na questão africana do que qualquer movimento anterior. Em março de 1858, com a idade de 46 anos, Livingstone, acompanhado de sua esposa e filho mais novo, Osvaldo, embarcou novamente para a África. Deixando os dois na casa do sogro, o missionário Moffatt, Livingstone continuou as suas viagens. No ano seguinte, descobriu o lago Niassa. Recebeu, também, uma carta da esposa, da casa de seus pais em Curumã, informando-o do nascimento de mais uma filha. A menina já estava há quase um ano no mundo quando o pai soube do seu nascimento. As explorações dos rios Zambeze, Tete e Shire e do lago Niassa, foram feitas com o propósito foram de saber quais osdapontos maispara estratégicos para a evangelização, e a missionários enviados Inglaterra ocuparem esses lugares.Em 1862 esposa reuniu-se a ele novamente, e acompanhava-o nas viagens, mas três meses depois faleceu, vítima da febre e foi enterrada em uma encosta verdejante na margem do rio Zambeze. Np seu diário, Livingstone assim escreveu: "Chorei-a porque merece as minhas lágrimas. Amei-a ao nos casarmos, e quanto mais tempo vivíamos juntos, tanto mais a amava. Que Deus tenha piedade dos filhos..." Um dos maiores obstáculos que Livingstone enfrentou na obra missionária foi o terror dos indígenas ao verem um rosto de homem branco. Aldeias inteiras em ruínas; fugitivos escondendo-se nos campos de alto capim, sem nada terem para comer; centenas de esqueletos e cadáveres insepultos; comboios de homens e mulheres algemados aos troncos, seguros pelo pescoço, eram conduzidos aos portos - É difícil concebermos a magnitude da desolação criada por homens cruéis que participavam do tráfico de escravos. Esses homens tentavam, também, com ódio cruel e arte diabólica, terminar com a obra de Livingstone. Finalmente conseguiram, por meio da política do seu país, induzir a Inglaterra a chamá-lo de volta à sua terra. Foi assim que Livingstone chegou de novo à sua pátria depois de uma ausência de cerca de oito anos.
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Os crentes e amigos na Inglaterra, animados pela visão de Livingstone, começaram a orar e enviar-lhe dinheiro para continuar sua obra no continente negro. O nosso herói desembarcou pela terceira e última vez na África, em Zanzibar. Na expedição que iniciou emPassou Zanzibar, os lagos Tanganyka (1867), Moero (1867) e Bangueolo (1868). cincodescobriu longos anos explorando as bacias desses lagos. A oração e a Palavra de Deus foram o seu sustento espiritual durante esses anos de provações, que sofria por parte dos negociantes de escravos. Resolveu, então, fazer o possível para descobrir as nascentes do rio Nilo e solver um problema que durante milhares de anos havia zombado dos geógrafos. Sabia que se descobrisse as nascentes do famoso Nilo, o mundo todo lhe daria ouvidos acerca da chaga aberta da África, com o comércio de escravos. É interessante conhecer o que ele escreveu: "O mundo acha que busco fama, porém eu tenho uma regra, isto é, não leio coisa alguma sobre os elogios que me fazem". Ele sabia que, ao findar a escravatura, o continente se abriria para deixar entrar o Evangelho. Durante os longos intervalos entre os períodos em que suas cartas eram recebidas na Inglaterra, vindas do coração da África, circularam boatos de que Livingstone morrera. Não só os homens que traficavam com escravos queriam matá-lo, mas também muitos dos próprios indígenas, por não acreditarem existir um homem branco que fosse amigo de coração. Ele mesmo contou muitos fatos relacionados com as ciladas na terra do Maniuema para o matarem. Nesse lugar, ele escreveu no seu diário: "Li toda a Bíblia quatro vezes, enquanto estive em Maniuema". Escrituras.Na solidão achou grande conforto nas Reconhecia sempre a possibilidade de perecer nas mãos dos inimigos, mas sempre respondia à insistência dos amigos com esta pergunta: - "Não pode o amor de Cristo constranger o missionário a ir onde a traficância leva o mercador de escravos?" Pela primeira vez, nos milhares de léguas que caminhou, os pés do pioneiro falharam. Obrigado a ficar algum tempo em uma cabana, todos os seus companheiros o abandonaram, à exceção de três que ficaram com ele. Por fim, chegou a Ujiji, reduzido a pele e ossos, por causa da grave doença que sofrera em Maniuema. Não tinha recebido cartas havia dois anos e esperava receber também as provisões que enviara para lá. Contudo, as cartas não haviam chegado. Com o corpo enfraquecido, e destituído de roupas e alimentos, veio a saber que lhe tinham roubado tudo. Nessa situação, ele escreveu: "Na minha pobreza senti-me como o homem que, descendo de Jerusalém a Jericó, caiu nas mãos de ladrões. Não tinha esperança de que sacerdotes, levitas ou o bom samaritano viesse em meu socorro. Entretanto, quando minha alma se achava mais abatida, o bom samaritano já estava bem perto de mim!"
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O "bom samaritano" era Henrique Stanley, enviado pelo New York Herald, à insistência de muitos milhares de leitores desse jornal, para saber ao certo se Livingstone ainda vivia, ou, no caso de ter morrido, para trazer seu corpo. Stanleyde passou comLivingstone Livingstone.podia Mas voltar este see recusou a ceder insistência daquele voltaro àinverno Inglaterra. descansar entre àamigos, com todo o conforto, mas preferiu ficar e realizar seu anelo de abrir o continente africano ao Evangelho. A sua última viagem foi feita para explorar o Luapula, a fim de verificar se esse rio era a nascente do Nilo ou do Congo. Nessa região chovia incessantemente. Livingstone sofria dores atrozes; dia após dia tornava-se-lhe mais e mais difícil caminhar. Foi então carregado, pela primeira vez, pelos fiéis companheiros: Susi, Chuman e Jacó Wainwright, todos indígenas. No seu diário, as últimas notas que escreveu dizem: "Cansadíssimo, fico... Recuperada a saúde... Estamos nas margens do Mililamo". Chegaram à aldeia de Chitambo, em Ilala onde Susi fez uma cabana para ele. Nessa cabana, a 1º de maio de 1873, fiel Susi achou seu bondoso mestre de joelhos, ao lado da cama - morto. Orou enquanto viveu e partiu deste mundo orando! Os dois fiéis companheiros, Susi e Chuman, enterraram o coração de Livingstone abaixo de uma árvore Chitambo, e embalsamaram o corpo, e o hostis. levaramOaté a costa - viagem queemdurou algunssecaram meses, pelo território de várias tribos sacrifício desses valentes filhos da África, sem terem qualquer propósito de remuneração, não será esquecido por Deus, nem pelo mundo. O corpo, depois de chegar em Zanzibar, foi transportado para a Inglaterra, onde foi sepultado na Abadia de Westminster, entre os monumentos dos reis e heróis daquela nação. Não havia dúvida quanto ao corpo de Livingstone; era fácil de identificar: o osso de cima do braço esquerdo tinha distintamente as marcas dos dentes do leão que o atacara. Entre os que assistiram ao enterro, estavam seus filhos e o velho missionário Roberto Moffatt, pai da sua querida esposa. A multidão consistia de povo humilde, que o amava e dos grandes, que o honravam e respeitavam.Conta-se que havia, entre as multidões que permaneciam nas calçadas das ruas de Londres no dia em que o cortejo, com o corpo de Davi Livingstone, passava, um velho chorando amargamente. Ao lhe perguntarem por que chorava, respondeu: - "É porque Davizinho e eu nascemos na mesma aldeia, cursamos o mesmo colégio e assistimos a mesma Escola Dominical, trabalhávamos na mesma máquina de fiar. Mas Davizinho foi por aquele caminho, eu por este. Agora ele é honrado pela nação, enquanto sou desprezado, desconhecido e desonrado. O único futuro para mim é oeuenterro de beberrão".
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Não é somente o ambiente, mas a escolha na mocidade é que determina o destino, não só aqui no mundo, mas para toda a eternidade. Quando Livingstone falou aosdealunos da Universidade Cambridge, empara 1857, "Por minha parte, nunca cesso me regozijar por Deusde ter-me apontado tal disse: ofício. O povo fala do sacrifício de eu passar tão grande parte da vida na África. - Será sacrifício pagar uma pequena parte da dívida, dessa dívida que nunca poderemos liquidar, do que devemos ao nosso Deus? É sacrifício aquilo que traz a bendita recompensa de saúde, o conhecimento de praticar o bem, a paz de espírito e a viva esperança de um glorioso destino? Longe esteja tal idéia! Digo com ênfase: Não é sacrifício... Nunca fiz sacrifício. Não devemos falar dos nossos sacrifícios, ao nos lembrarmos do grande sacrifício que fez Aquele que desceu do trono de seu Pai, nas alturas, para se entregar por nós". Se Livingstone não tivesse adoecido, teria descoberto as nascentes do Nilo. Durante os trinta anos que passou na África, nunca se esqueceu do seu alvo principal que era levar Cristo aos povos desse escuro continente. Todas as viagens que realizou foram viagens missionárias. Gravadas no seu túmulo podem ser lidas estas palavras: "O coração de Livingstone jaz na África, seu corpo descansa na Inglaterra, mas sua influência continua". Gravados sempre demais na história daanos Igrejadepois de Cristo estão os grandes êxitos na África durante para um período de 75 de sua morte, êxitos inspirados, em grande parte, pelas orações e persistência desse eminente servo de Deus, que foi fiel até a morte. (extraido do livro hérois da fé) Jorge Müller
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Apóstolo da fé (1805-1898) "Pela fé, Abel... Pela fé, Noé... Pela fé, Abraão..." Assim é que o Espírito Santo conta as incríveis proezas que Deus fez por intermédio dos homens que ousavam confiar unicamente nele. Foi no século XIX que Deus acrescentou o seguinte a essa lista: "Pela fé, Jorge Müller levantou orfanatos, alimentou milhares de órfãos, pregou a milhões de ouvintes em redor do globo e ganhou multidões de almas para Cristo". Jorge Müller nasceu em 1805, de pais que não conheciam a Deus. Com a idade de dez anos, foi enviado a uma universidade, a fim de preparar-se para pregar o Evangelho, não, porém, com o alvo de servir a Deus, mas para ter uma vida cômoda. Gastou esses primeiros anos de estudo nos mais desenfreados vícios, chegando, certa vez, a ser preso por vinte e quatro dias. Jorge, uma vez solto, esforçava-se nos estudos, levantando-se às quatro da manhã e estudando o dia inteiro até as dez da noite. Tudo isso, porém, ele fazia para alcançar uma vida descansada de pregador. Aos vinte anos de idade, contudo, houve uma completa transformação na vida desse moço. Assistiu a um culto onde os crentes, de joelhos, pediam que Deus fizesse cair sua bênção sobre a reunião. Nunca se esqueceu desse culto, em que viu, pela primeira vez, crentes orando ajoelhados; ficou profundamente comovido com o ambiente espiritual a ponto de buscar também a presença de Deus, costume esse que não abandonou durante o resto da vida.
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Foi nesses dias, depois de sentir-se chamado para ser missionário, que passou dois meses hospedado no famoso orfanato de A. H. Frank. Apesar de esse fervoroso servo de Deus, o senhor Frank, ter morrido quase cem anos antes (em 1727), o seu orfanato continuava a funcionar com as mesmas regras de confiar inteiramente em Deus para todo o sustento. Maisdentista, ou menos ao mesmo tempo em que Jorge Müller hospedou-se orfanato, um certo o senhor Graves, abandonou as Suas atividades que lheno davam um salário de 7.500 dólares por ano, a fim de ser missionário na Pérsia, confiando só nas promessas de Deus para suprir todo o seu sustento. Foi assim que Jorge Müller, o novo pregador, recebeu nessa visita a inspiração que o levou mais tarde a fundar seu orfanato sobre os mesmos princípios. Logo depois de abandonar sua vida de vícios, para andar com Deus, chegou a reconhecer o erro, mais ou menos universal, de ler muito acerca da Bíblia e quase nada da Bíblia. Esse livro tornou-se a fonte de toda a sua inspiração e o segredo do seu maravilhoso crescimento espiritual. Ele mesmo escreveu: "O Senhor me ajudou a abandonar os comentários e a usar a simples leitura da Palavra de Deus como meditação. O resultado foi que, quando, a primeira noite, fechei a porta do meu quarto para orar e meditar sobre as Escrituras, aprendi mais em poucas horas do que antes durante alguns meses." E acrescentou: "A maior diferença, porém, foi que recebi, assim, força verdadeira para a minha alma". Antes de falecer, disse que lera a Bíblia inteira cerca de duzentas vezes; cem vezes o fez estando de joelhos. Quando estava ainda no seminário, nos cultos domésticos de noite com os outros alunos, freqüentemente continuou orando a meia-noite. manhã, ao acordar, chamava-os de novo paraaté a oração, às seisDe horas. Certo pregador, pouco tempo antes da morte de Jorge Müller, perguntou-lhe se orava muito. A resposta foi esta: "Algumas horas todos os dias. E ainda, vivo no espírito de oração; oro enquanto ando, enquanto deitado e quando me levanto. Estou constantemente recebendo respostas. Uma vez persuadido de que certa coisa é justa, continuo a orar até a receber. Nunca deixo de orar!... Milhares de almas têm sido salvas em respostas às minhas orações... Espero encontrar dezenas de milhares delas rio Céu... O grande ponto é nunca cansar de orar antes de receber a resposta. Tenho orado 52 anos, diariamente, por dois homens, filhos dum amigo da minha mocidade. Não são ainda convertidos, porém, espero que o venham a ser. - Como pode ser de outra forma? Há promessas inabaláveis de Deus e sobre elas eu descanso". Não muito antes de seu casamento, não se sentia bem com o costume de salário fixo, preferindo confiar em Deus em vez de confiar nas promessas dos irmãos. Deu sobre isso as três seguintes razões: 1) "Um salário significa uma importância designada, geralmente adquirida do aluguel dos bancos. Mas a vontade de Deus não é alugar bancos (Tiago 2.1-6)".
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2) "O preço fixo dum assento na igreja, às vezes, é pesado demais para alguns filhos de Deus e não quero colocar o menor obstáculo no caminho do progresso espiritual da igreja". 3) "Toda a idéia de alugar osmais assentos e ter salário torna-se tropeçoespirituais". para o pregador, levando-o a trabalhar pelo dinheiro do que por razões Jorge Müller achava quase impossível ajuntar e guardar dinheiro para qualquer imprevisto, e não ir direto a Deus. Assim o crente confia no dinheiro em caixa, em vez de confiar em Deus. Um mês depois de seu casamento, colocou uma caixa no salão de cultos e anunciou que podiam deitar lá as ofertas para o seu sustento e que, daí em diante, não pediria mais nada, nem a seus amados irmãos; porque, como ele disse, "Sem me aperceber, tenho sido levado a confiar no braço de carne, mas o melhor é ir diretamente ao Senhor"O primeiro ano findou com grande triunfo e Jorge Müller disse aos irmãos que, apesar da pouca fé ao começar, o Senhor tinha ricamente suprido todas as suas necessidades materiais e, o que foi ainda mais importante, tinha-lhe concedido o privilégio de ser um instrumento na sua obra. O ano seguinte foi, porém, de grande provação, porque muitas vezes não lhe restava nem um xelim. E Jorge Müller acrescenta que no momento próprio a sua fé sempre foi recompensada com a chegada de dinheiro ou alimentos. Certo dia, quando só restavam oito xelins, Müller pediu ao Senhor que lhe desse dinheiro. Esperou muitas horas sem qualquer resposta. Então chegou uma senhora e perguntou: - "O irmão precisa de dinheiro?" Foi uma grande prova da sua fé, porém, o pastor respondeu: - "Minha irmã, eu disse aos irmãos, quando abandonei meu salário, que só informaria o Senhor a respeito das minhas necessidades". - "Mas", respondeu a senhora, "Ele me disse que eu lhe desse isto", e colocou 42 xelins na mão do pregador. Outra vez passaram-se três dias sem terem dinheiro em casa e foram fortemente assaltados pelo Diabo, a ponto de quase resolverem que tinham errado em aceitar a doutrina de fé nesse sentido. Quando, porém, voltou ao seu quarto achou 40 xelins que uma irmã deixara. E ele acrescentou então: "Assim triunfou o Senhor e nossa fé foi fortalecida". Antes de findar o ano, acharam-se de novo inteiramente sem dinheiro, num dia em que tinham de pagar o aluguel. Pediram a Deus e o dinheiro foi enviado. Nessa ocasião, Jorge Müller fez para si a seguinte regra da qual nunca mais se desviou: "Não nos endividaremos, porque achamos que tal coisa não é bíblica (Romanos 13.8), e assim não teremos contas a pagar. Somente compraremos o que pudermos, tendo o dinheiro em mãos, assim sempre saberemos quanto realmente gastar". possuímos e quanto temos o direito de
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Deus, assim, gradualmente treinava o novo pregador a confiar nas suas promessas. Estava tão certo da fidelidade das promessas da Bíblia, que não se desviou, durante os longos anos da sua obra no orfanato, da resolução de não pedir ao próximo, e de não se endividar. Um outro segredo que o levou a alcançar tão grande bênção de confiarem Deus, foi a sua resolução de usar o dinheiro que recebia somente para o fim a que fora destinado. Essa regra nunca infringiu, nem para tomar emprestado de tais fundos, apesar de se ter achado milhares de vezes face a face com as maiores necessidades. Nesses dias, quando começou a provar as promessas de Deus, ficou comovido pelo estado dos órfãos e pobres crianças que encontrava nas ruas. Ajuntou algumas dessas crianças para comer consigo às oito horas da manhã e a seguir, durante uma hora e meia, ensinava-lhes as Escrituras. A obra aumentou rapidamente. Quanto mais crescia o número para comer, tanto mais recebia para alimentá-las até se achar cuidando de trinta a quarenta menores. Ao mesmo tempo, Jorge Müller fundou a Junta para o Conhecimento das Escrituras na Nação e no Estrangeiro. O alvo era: 1) Auxiliar as escolas bíblicas e as escolas dominicais. 2) Espalhar as Escrituras. 3) Aumentar a obra missionária. Não é necessário acrescentar que tudo foi feito com a mesma resolução de não se endividar, mas sempre pedir a Deus, em secreto, todo o necessário. Certa noite, quando lia a Bíblia, ficou profundamente impressionado com as palavras: "Abre bem a tua boca, e ta encherei" (Salmo 81.10). Foi levado a aplicar essas palavras ao orfanato, sendo-lhe dada a fé de pedir mil libras ao Senhor; também pediu que Deus levantasse irmãos com qualificação para cuidar das crianças. Desde aquele momento, esse texto (Salmo 81.10), serviu-lhe como lema e a promessa se tornou em poder que determinou todo o curso da sua vida. Deus não demorou muito a dar a sua aprovação de alugar uma casa para os órfãos. Foi apenas dois dias depois de começar a pedir, que ele escreveu no seu diário: "Hoje recebi o primeiro xelim para a casa dos órfãos". Quatro dias depois foi recebida a primeira contribuição de móveis: um guarda-roupa; e uma irmã ofereceu dar seus serviços para cuidar dos órfãos. Jorge Müller escreveu naquele dia que estava alegre no Senhor e confiante em que Ele ia completar tudo. No dia seguinte, Jorge Müller recebeu uma carta com estas palavras: "Oferecemo-nos para o serviço do orfanato, se o irmão achar que temos as qualificações. Oferecemos também todos os móveis, etc, que o Senhor nos tem dado. Faremos tudo isto sem qualquer salário, crendo que, se for a vontade do Senhor usar-nos, Ele suprirá todas as
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nossas necessidades". Desde aquele dia, nunca faltaram, no orfanato, auxiliares alegres e devotados, apesar de a obra aumentar mais depressa do que Jorge Müller esperava. Três meses depois, foi que conseguiu alugar uma grande casa e anunciou a data da inauguração donenhuma orfanato órfã para foi o sexo feminino. No dia da inauguração, porém, ficou sapontado: recebida. Somente depois de chegar a casa é que se delembrou de que não as tinha pedido. Naquela noite humilhou-se rogando a Deus o que anelava. Ganhou a vitória de novo, pois veio uma órfã no dia seguinte. Quarenta e duas pediram entrada antes de findar o mês, e já havia vinte e seis no orfanato. Durante o ano, houve grandes e repetidas provas de fé. Aparece, por exemplo, no seu diário: "Sentindo grande necessidade ontem de manhã, fui dirigido a pedir com insistência a Deus e, em resposta, à tarde, um irmão deu-me dez libras". Muitos anos antes da sua morte, afirmou que, até aquela data, tinha recebido da mesma forma 5.000 vezes a resposta, sempre no mesmo dia em que fazia o pedido. Era seu costume, e recomendava também aos irmãos, guardar um livro. Numa página assentava seu pedido com a data e no lado oposto a data em que recebera a resposta. Dessa maneira, foi levado a desejar respostas concretas aos seus pedidos e não havia dúvida acerca dessas respostas. Com o aumento do orfanato e do serviço de pastorear os quatrocentos membros de sua igreja, Jorge Müller achou-se demasiadamente ocupado para orar. Foi nesse tempo que chegou reconhecer que osem crente podiaEssa fazerregra maisele ema quatro horas, depoisdurante de uma60 em oração,ado que em cinco oração. observou fielmente anos.Quando alugou a segunda casa, para os órfãos de sexo masculino, disse: "Ao orar, estava lembrado de que pedia a Deus o que parecia impossível receber dos irmãos, mas que não era demasiado para o Senhor conceder". Ele orava com noventa pessoas sentadas às mesas: "Senhor, olha para as necessidades de teu servo..." Essa foi uma oração a que Deus abundantemente respondeu. Antes de morrer, testificou que, pela fé, alimentava 2.000 órfãos, e nenhuma refeição se fez com atraso de mais de trinta minutos. Muitas pessoas perguntavam a Jorge Müller como conseguia ele saber a vontade de Deus, pois não fazia nada sem primeiro ter a certeza de ser da vontade do Senhor. Ele respondia: 1) "Procuro manter o coração em tal estado que ele não tenha qualquer vontade própria no caso. De dez problemas, já temos a solução de nove, quando conseguimos ter um coração entregue para fazer a vontade do Senhor, seja essa qual for. Quando chegamos verdadeiramente a tal ponto, estamos, quase sempre, perto de saber qual é a sua vontade.
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2) "Tenho o coração entregue para fazer a vontade do Senhor, não deixo o resultado ao mero sentimento ou a uma simples impressão. Se o faço, fico sujeito a grandes enganos. 3) "Procuro a vontade do Espírito de Deus por meio da sua Palavra. É essencial que o Espírito e a Palavra acompanhem um também, ao outro. aSegrandes eu olhar para o Espírito, sem a Palavra, fico sujeito, ilusões. 4) "Depois considero as circunstâncias providenciais. Essas, ao lado da Palavra de Deus e do seu Espírito, indicam claramente a sua vontade. 5) "Peço a Deus em oração que me revele sua própria vontade. 6) "Assim, depois de orar a Deus, estudar a Palavra e refletir, chego à melhor resolução deliberada que posso com a minha capacidade e conhecimento; se eu continuar a sentir paz, no caso, depois de duas ou três petições mais, sigo conforme essa direção. Nos casos mínimos e nas transações da maior responsabilidade, sempre acho esse método eficiente".Jorge Müller, três anos antes da sua morte, escreveu: "Não me lembro, em toda a minha vida de crente, num período de 69 anos, de que eu jamais buscasse, sinceramente e com paciência, saber a vontade de Deus pelo ensinamento do Espírito Santo por intermédio da Palavra de Deus, e que não fosse guiado certo. Se me faltava, porém, sinceramente de coração e pureza perante Deus, ou se eu não olhava para Deus, com paciência pela direção, ou se eu preferia o conselho do próximo ao da Palavra do Deus vivo, então errava gravemente". Sua confiança no "Pai dos órfãos" era tal, que nem uma só vez recusou aceitar crianças no orfanato. Quando lhe perguntavam porque assumira o encargo do orfanato, respondeu que não fora apenas para alimentar os órfãos material e espiritualmente, mas "o primeiro objetivo básico do orfanato era - afirmava -, e ainda é, que Deus seja magnificado pelo fato de que os órfãos sob os meus cuidados foram e estão sendo supridos de todo o necessário, somente por oração e fé, sem eu nem meus companheiros de trabalho pedirmos ao próximo; por isso mesmo se pode ver que Deus continua fiel e ainda responde às nossas orações". Em resposta a muitos que queriam saber como o crente pode adquirir tão grande fé, deu as seguintes regras: 1) Lendo a Bíblia e meditando sobre o texto lido, chega-se a conhecer a Deus, por meio de oração. 2) Procurar manter um coração íntegro e uma boa consciência. 3) Se desejamos que a nossa fé cresça, não devemos evitar aquilo que a prove e por meio do que ela seja fortalecida.
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"Ainda mais um ponto: para que a nossa fé se fortaleça, é necessário que deixemos Deus agir por nós ao chegar a hora da provação, e não procurar a nossa própria libertação. "Se o crente desejar grande fé, deve dar tempo para Deus trabalhar." Os cinco prédios construídos de pedras lavradas e situados em Ashley Hill, Bristol, Inglaterra, com 1.700 janelas e lugar para acomodar mais de 2.000 pessoas, são testemunhas atuais dessa grande fé de que ele escreveu. Cada uma dessas dádivas (devemo-nos lembrar) Jorge Müller lutou com Deus em oração para obter; orou com alvo certo e com perseverança, e Deus lhe respondeu. São de Jorge Müller estas palavras: "Muitas repetidas vezes tenho-me encontrado em posição muito difícil, não só com 2.000 pessoas comendo diariamente às mesas, mas também com a obrigação de atender a todas as demais despesas, estando a nossa caixa com os fundos esgotados. Havia ainda 189 missionários para sustentar, cerca de 100 colégios com mais ou menos 9.000 alunos, além de 4.000.000 de tratados para distribuir, tudo sob nossa responsabilidade, sem que houvesse dinheiro em caixa para as despesas". Certa vez o doutor A. T. Pierson foi hóspede de Jorge Müller no seu orfanato. Uma noite, depois que todos se deitaram, Jorge Müller o chamou para orar dizendo que não havia coisa alguma em casa doutor Pierson lembrar-lhe o comércio estava fechado, mas para Jorgecomer. MüllerObem sabia disso.quis Depois da oraçãoque deitaram-se, dormiram e, ao amanhecer, a alimentação já estava suprida e em abundância para 2.000 crianças. Nem o doutor Pierson, nem Jorge Müller chegaram a saber como a alimentação foi suprida. A história foi contada naquela manhã, ao senhor Simão Short, sob a promessa de guardá-la em segredo até o dia da morte do benfeitor. O Senhor despertara essa pessoa do sono, à noite, e mandara que levasse alimentos suficientes para suprir o orfanato durante um mês. E isso sem a pessoa saber coisa alguma da oração de Jorge Müller e do doutor Pierson! Com a idade de 69 anos Jorge Müller iniciou suas viagens, nas quais pregou centenas de vezes em quarenta e duas nações, a mais de três milhões de pessoas. Recebeu, em resposta às suas orações, tudo de Deus para pagar as grandes despesas. Mais tarde, ele escreveu: "Digo com razão: Creio que eu não fui dirigido a nenhum lugar onde não houvesse prova evidente de que o Senhor me mandara para lá". Ele não fez essas viagens com o plano de solicitar dinheiro para a junta; não recebeu o suficiente nem para as despesas de doze horas da junta. Segundo as suas palavras, o alvo era "que eu pudesse, por minha experiência e conhecimento das coisas divinas, comunicar uma bênção aos crentes... e que eu pudesse pregar o Evangelho aos que não conheciam o Senhor".
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Assim escreveu ele sobre um seu problema espiritual: "Sinto constantemente a minha necessidade... Nada posso fazer sozinho, sem cair nas garras de Satanás. O orgulho, a incredulidade ou outros pecados me levariam à ruína. Sozinho não permaneço firme um momento. Que nenhum leitor pense que devido à minha dedicação, eu não me possa 'inchar' ou me orgulhar, ou que eu não possa descrer de Deus!" O estimado evangelista, Carlos Inglis, contou a respeito de Jorge Müller: "Quando vim pela primeira vez à América, faz trinta e um anos, o comandante do navio era devoto tal que jamais conheci. Quando nos aproximamos da Terra Nova, ele me disse: 'Sr. Inglis, a última vez que passei aqui, há cinco semanas, aconteceu uma coisa tão extraordinária que foi a causa de uma transformação de toda a minha vida de crente. Até aquele tempo eu era um crente comum. Havia a bordo conosco um homem de Deus, o senhor Jorge Müller, de Bristol. Eu tinha passado 22 horas sem me afastar da ponte de comando, nem por um momento, quando fui assustado por alguém que me tocou no ombro. Era o senhor Jorge Müller. Houve, então, entre nós o seguinte diálogo: - Comandante - disse o senhor Müller, - vim dizer-lhe que tenho de estar em Quebec no sábado, à tarde. Era quarta-feira. - Impossível - respondi. - PoisDurante bem, se57seuanos navio nãodeixei pode levar-me, meiomedeachava transporte. nunca de estar noDeus lugarachará à horaoutro em que comprometido. - Teria muito prazer em ajudá-lo, mas o que posso fazer? - Não há meios! - Vamos aqui dentro para orar - sugeriu. Olhei para aquele homem e disse a mim mesmo: 'De qual casa de doidos escapou este?' Nunca eu ouvira alguém falar desse modo. - Sr. Müller, o senhor vê como é espessa esta neblina. - Não - respondeu ele - os meus olhos não estão na neblina, mas no Deus vivo que governa todas as circunstâncias da minha vida. O senhor Müller caiu de joelhos e orou da forma mais simples possível. Eu pensei: 'É uma oração como a de uma criança de oito ou nove anos'. Foi mais ou menos assim que ele orou: 'Ó Senhor, se for da tua vontade, retira esta neblina dentro de cinco minutos. Sabes como me comprometi a estar em Quebec no sábado. Creio ser isso a tua vontade."
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Quando findou, eu queria orar também, mas o senhor Müller pôs a sua mão no meu ombro e pediu que não o fizesse, dizendo: - Comandante, primeiro o senhor não crê que Deus faça isso, e, em segundo lugar, eu creio Conheço, que Ele jácomandante, o fez. Não há, pois,Senhor qualquer de oanos senhor orarhánesse sentido. o meu há necessidade cinqüenta e sete e não dia em que eu não tenha audiência com Ele. Levante-se, por favor, abra a porta e verá que a neblina já desapareceu. Levantei-me, olhei, e a neblina havia desaparecido. No sábado, à tarde, Jorge Müller estava em Quebec.'" Para o ajudar a levar a carga dos orfanatos e a apropriar-se das promessas de Deus em oração, lado a lado com ele, Jorge Müller tinha consigo, havia quase quarenta anos, uma esposa sempre fiel. Quando ela faleceu, milhares de pessoas assistiram ao seu enterro, das quais cerca de 1.200 eram órfãos. Ele mesmo, fortalecido pelo Senhor, conforme confessou, dirigiu os cultos fúnebres no templo e no cemitério. Com a idade de 90 anos pregou o sermão fúnebre da segunda esposa, como o fizera na morte da primeira. Uma pessoa que assistiu a esse enterro, assim se expressou: -"Tive o privilégio, sexta-feira, de assistir ao enterro da senhora Müller... e presenciar um culto simples, que foi, talvez, pelas suas peculiaridades, o único na história do mundo: Um venerável patriarca preside ao culto do início ao fim. Com a idade de noventa anos, permanece ainda cheioem daquela grandeproblemas fé que o tem habilitadoduma a alcançar tanto, e que o tem sustentado emergência, e trabalhos longa vida..." No ano de 1898, com a idade de noventa e três anos, na última noite antes de partir para estar com Cristo, sem mostrar sinal de diminuição de suas forças físicas, deitou-se como de costume. Na manhã do dia seguinte foi "chamado", na expressão de um amigo ao receber as notícias que assim explicam a partida: "O querido ancião Müller desapareceu de nosso meio para o Lar, quando o Mestre abriu a porta e o chamou ternamente, dizendo: 'Vem!'" Os jornais publicaram, meio século depois da sua morte, a seguinte notícia: "O orfanato de Jorge Müller, em Bristol, permanece como uma das maravilhas do mundo. Desde a sua fundação, em 1836, a cifra que Deus tem concedido, unicamente em resposta às orações, sobe a mais de vinte milhões de dólares e o número de órfãos ascende a 19.935. Apesar de os vidros de cerca de 400 janelas terem sido partidos recentemente por bombas (na segunda guerra mundial), nenhuma criança e nenhum auxiliar foi ferido". (extraido do livro hérois da fé)
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Carlos Finney
Apóstolo de avivamentos (1792-1875) Perto da aldeia de New York Mills, no século dezenove, havia uma fábrica de tecidos movida pela força das águas do rio Oriskany. Certa manhã, os operários se achavam comovidos, conversando sobre o poderoso culto da noite anterior, no prédio da escola pública. Não muito depois de começar o ruído das máquinas, o pregador, um rapaz alto e atlético, entrou na fábrica. O poder do Espírito Santo ainda permanecia sobre ele; os operários, ao vê-lo, sentiram a culpa de seus pecados a ponto de terem de se esforçar para poderem continuar a trabalhar. Ao passar perto de duas moças que trabalhavam juntas, uma delas, no ato de emendar um fio, foi tomada de tão forte convicção, que caiu em terra, chorando. Segundos depois, quase todos em redor tinham lágrimas nos olhos e, em poucos minutos, o avivamento encheu todas as dependências da fábrica. O diretor, vendo que os operários não podiam trabalhar, achou que seria melhor cuidassem da salvação da al-ma,see mandou A Espírito comportaSanto das águas foi fechada e os operários ajuntaramque emparassem um salãoasdomáquinas. edifício. O operou com grande poder e dentro de poucos dias quase todos se converteram. Diz-se acerca deste pregador, que se chamava Carlos Finney, que, depois de ele pregar em Governeur, no Estado de New York, não houve baile nem representação de teatro na cidade durante seis anos. Calcula-se que, durante os anos de 1857 e 1858, mais de 100 mil pessoas foram ganhas para Cristo pela obra direta e indireta de Finney. A sua autobiografia é o mais maravilhoso relato de manifestação do Espírito Santo, excetuando o livro de Atos dos Apóstolos. Alguns consideram o seu livro, "Teologia Sistemática", a maior obra sobre teologia, a não ser as Sagradas Escrituras.
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- Como se explica o seu êxito tão destacado nos anais dos servos da Igreja de Cristo? Sem dúvida era, antes de tudo, o resultado da sua profunda conversão. Nasceu de uma família descrente e se criou em um lugar onde os membros da igreja conheciam, apenas, a formalidademuitas fria dos cultos.daFinney advogado; ao encontrar, nos seus livros de jurisprudência, citações Bíbliaera comprou um exemplar com a intenção de conhecer as Escrituras. O resultado foi que, após a leitura, achou mais e mais interesse nos cultos dos crentes. Acerca da sua conversão ele relata, na sua autobiografia, o seguinte: "Ao ler a Bíblia, ao assistir às reuniões de oração, e ouvir os sermões de senhor Gale, percebi que não me achava pronto a entrar nos céus... Fiquei impressionado especialmente com o fato de as orações dos crentes, semana após semana, não serem respondidas. Li na Bíblia: 'Pedi e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-sevos-á'. Li, também, que Deus é mais pronto a dar o Espírito Santo aos que lho pedirem, do que os pais terrestres a darem boas coisas aos filhos. Ouvia os crentes pedirem um derramamento do Espírito Santo e confessarem, depois, que não o receberam. "Exortavam uns aos outros a se despertarem para pedir, em oração, um derramamento do Espírito de Deus e afirmavam que assim haveria um avivamento com a conversão de pecadores... Mas ao ler mais a Bíblia, vi que as orações dos crentes não eram respondidas porque não tinham fé, isto é, não esperavam que Deus lhes daria o que pediam... Entretanto, com isso senti um alívio acerca da veracidade do Evangelho... e fiquei convicto de que a Bíblia, apesar de tudo, é a verdadeira Palavra de Deus. "Foi num domingo de 1821 que assentei no coração resolver o problema sobre a salvação da minha alma e ter paz com Deus. Apesar das minhas grandes preocupações como advogado, resolvi seguir rigorosamente a determinação de ser salvo. Pela providência de Deus, não me achei muito ocupado nem segunda nem terça-feira, e consegui passar a maior parte do tempo lendo a Bíblia e orando. "Mas ao encarar a situação resolutamente, achei-me sem coragem para orar sem tapar o buraco da fechadura. Antes deixava a Bíblia aberta na mesa com os outros livros e não me envergonhava de lê-la diante do próximo. Mas então, se entrasse alguém, eu colocaria um livro aberto sobre a Bíblia para escondê-la. "Durante a segunda e a terça-feira, a minha convicção aumentou, mas parecia que o coração se havia endurecido: eu não podia chorar, nem orar... Terça-feira, à noite, sentime muito nervoso e parecia-me estar perto da morte. Reconhecia que, se eu morresse, por certo iria para o Inferno. "De manhã cedo, fui para o gabinete... Parecia que uma voz me perguntava: - 'Por que esperas? Não prometes-te coração Deus? O que experimentas fazer? alcançar justificação pelas obras?'dar Foio então quea vi, claramente, como qualquer vez -depois, aa
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realidade e a plenitude da propiciação de Cristo. Vi que sua obra era completa e, em vez de eu necessitar duma justiça própria para Deus me aceitar, tinha de sujeitar-me à justiça de Deus por intermédio de Cristo... Sem o saber, fiquei imóvel, não sei por quanto tempo, no meio da rua, no lugar onde a voz de dentro se dirigiu a mim. Então me veio a pergunta: 'Aceitá-lo-ás, agora, hoje?' - 'Aceita-lo-ei hojenaou me esforçarei para isso -até morrer...' Em vez de ir aoRepliquei: gabinete, voltei para entrar floresta, onde podia derramar a alma sem alguém me ver nem me ouvir."Porém, o meu orgulho continuava a se manifestar; passei por cima dum alto e andei furtivamente atrás duma cerca, para que ninguém me visse, e pensasse que ia orar. Penetrei dentro da mata cerca de meio quilômetro, onde achei um lugar mais escondido entre algumas árvores caídas. Ao entrar, disse a mim mesmo: 'Entregarei o coração a Deus, ou então não sairei daqui'. "Mas ao tentar orar, o coração não queria. Pensara que, uma vez sozinho, onde ninguém pudesse ouvir-me, podia orar livremente. Porém, ao experimentar fazê-lo, achei-me sem coisa alguma a dizer a Delis. Toda a vez que tentava orar, parecia-me ouvir alguém chegando. "Por fim, achei-me quase em desespero. O coração estava morto para com Deus e não queria orar. Então reprovei-me a mim mesmo por ter-me comprometido a entregar o coração a Deus antes de sair da mata. Comecei a pensar que Deus já me tivesse abandonado... Achei-me tomado de uma fraqueza demasiadamente grande para ficar de joelhos. "Foiabri justamente altura quefoi-me penseirevelado novamente ouvia alguém aproximando os olhos nessa para ver. Logo queque o orgulho do meusecoração era a e barreira entre mim e a minha salvação. Fui vencido pela convicção do grande pecado de eu envergonhar-me se alguém me encontrasse de joelhos perante Deus, e bradei em alta voz que não abandonaria o lugar, nem que todos os homens da terra e todos os demônios do Inferno me cercassem. Gritei: 'Ora, um vil pecador como eu, de joelhos perante o grande e santo Deus, e confessando-lhes os pecados, e me envergonho dele perante o próximo, pecador também, porque me encontro de joelhos para achar paz com o meu Deus ofendido!' O pecado parecia-me horrendo, infinito. Fiquei quebrantado até o pó perante o Senhor. Nessa altura, a seguinte passagem me iluminou: 'Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração...' "Continuei a orar e a receber promessas e a apropriar-me delas, não sei por quanto tempo. Orei até que sem saber como, achei-me voltando para a estrada. Lembro-mede que disse a mim mesmo: 'Se eu me converter, pregarei o Evangelho'. "Na estrada, voltando para a aldeia, certifiquei-me da preciosa paz e da gloriosa calma na minha mente. - 'Que é isso?' Perguntei-me a mim mesmo. - 'Entristecera eu o Espírito Santo até retirar-se de confiaria mim? Nãonasinto mais convicção...' dissera a Deus, que sua Palavra... A calma Então de meulembrei-me espírito eradein-que
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descritível... Fui almoçar, mas não tinha vontade de comer. Fui ao gabinete, mas meu sócio não voltara do almoço. Comecei a tocar a música de um hino no rebecão, como de costume. Porém, ao começar a cantar as palavras sagradas, o coração parecia derreter-se e só podia chorar... "Ao entrar e fechar a porta atrás de mim, parecia-me ter encontrado o Senhor Jesus Cristo face a face. Não me entrou na mente, na ocasião, nem por algum tempo depois, que era apenas uma concepção mental. Ao contrário, parecia-me que eu o encontrara como encontro qualquer pessoa. Ele não disse coisa alguma, mas olhou para mim de tal forma, que fiquei quebrantado e prostrado aos seus pés. Isso, para mim, foi, depois, uma experiência extraordinária, porque parecia-me uma realidade, como se Ele mesmo ficasse em pé perante mim, e eu me prostrasse aos seus pés e lhe derramasse a minha alma. Chorei alto e fiz tanta confissão quanto foi possível, entre soluços. Parecia-me que lavava os seus pés com as minhas lágrimas; contudo, sem sentir ter tocado na sua pessoa... "Ao virar-me para me sentar, recebi o poderoso batismo com o Espírito Santo. Sem o esperar, sem mesmo saber que havia tal para mim, o Espírito Santo desceu de tal maneira, que parecia encher-me corpo e alma. Senti-o como uma onda elétrica que me traspassava repetidamente. De fato, parecia-me como ondas de amor liquefeito; porque não sei outra maneira de descrever isso. Parecia o próprio fôlego de Deus. "Não existem palavras para descrever o maravilhoso amor derramado no meu coração. Chorei tanto gozoindizíveis e amor que senti;coração. acho melhor dizerpassaram que exprimi, emapós alta voz, as de inundações do meu As ondas sobrechorando mim, uma outra, até eu clamar: 'Morrerei, se estas ondas continuarem a passar sobre mim!.Senhor, não suporto mais!' Contudo, não receava a morte. "Não sei por quanto tempo este batismo continuou a passar sobre mim e por todo o meu ser. Mas sei que era já noite quando o dirigente do coro veio ao gabinete para me visitar. Encontrou-me nesse estado de choro aos gritos e perguntou: - 'Sr. Finney, que tem?' Por algum tempo não pude responder-lhe. Então ele perguntou mais: - 'Está sentindo alguma dor?' Com dificuldade respondi: - Não, mas sinto-me demasiado feliz para viver. "Saiu e, daí a pouco, voltou acompanhado por um dos anciãos da igreja. Esse ancião sempre foi um homem de espírito ponderado e quase nunca ria. Ele, ao entrar, encontrou-me no mesmo estado, mais ou menos, como quando o rapaz o foi chamar. Queria saber o que eu sentia e eu comecei a lhe explicar. Mas, em vez de responder-me, foi tomado de um riso espasmódico. Parecia impossível evitar o riso que procedia do fundo do seu coração." Nessa altura, entrou certo rapaz que começara a freqüentar os cultos da igreja. Presenciou tudo por alguns clamando: momentos, "Orem até cairpor ao mim!" chão em grande angústia de alma,
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O ancião da igreja e o outro crente oraram e depois Finney também orou e logo após todos se retiraram deixando Finney sozinho. Ao deitar-se para dormir, Finney Isso adormeceu, masrepetidas logo se vezes acordou, por causa do Sobre amor que lhe transbordava do coração. aconteceu durante a noite. isso ele escreveu depois: "Quando me acordei, de manhã, a luz do sol penetrava no quarto. Faltam-me palavras para exprimir os meus sentimentos ao ver a luz do sol. No mesmo instante, o batismo do dia anterior voltou sobre mim. Ajoelhei-me ao lado da cama e chorei pelo gozo que sentia. Passei muito tempo sem poder fazer coisa alguma senão derramar a alma perante Deus". Durante o dia, o povo se ocupava em falar na conversão do advogado. Ao anoitecer, sem qualquer anúncio do culto, ajuntou-se uma multidão no templo. Quando Finney relatou o que Deus fizera na sua alma, muitos foram profundamente comovidos; um, sentiu-se tão convicto que voltou a casa sem o chapéu. Certo advogado afirmou: "É claro que ele é sincero; mas que enlouqueceu, é evidente." Finney falou e orou com grande liberdade. Realizavam-se cultos todas as noites por algum tempo, aos quais assistiam pessoas de todas as classes. Esse grande avivamento espalhou-se para muitos lugares em redor. Finney continuou: "Por oito dias [depois da sua conversão) o meu coração permanecia tão cheio, que não sentia desejo de comer nem de dormir. Parecia-me que tinha um manjar para comer que o mundo não conhecia. Não sentia necessidade de alimentar-me nem de dormir... Por fim, cheguei a ver que devia comer como de costume e dormir quanto fosse possível. "Grande poder acompanhava a Palavra de Deus; todos os dias admirava-me ao notar como poucas palavras, dirigidas a uma pessoa, traspassavam-lhe o coração como uma seta. "Não demorei muito em ir visitar meu pai. Ele não era salvo; o único membro da família que fizera profissão de religião era meu irmão mais novo. Meu pai encontrou-me no portão e me perguntou: - 'Como tem passado, Carlos?' Respondi-lhe: - Bem, meu pai, tanto no corpo como na alma. Meu pai, o senhor já é idoso, todos os seus filhos estão crescidos e casados; e nunca ouvi alguém orar na sua casa. Ele baixou a cabeça e começou a chorar, dizendo: - 'É verdade, Carlos; entre, e você mesmo ore'. "Entramos e oramos. Meus pais ficaram comovidos e, não muito depois, converteramse. Se a minha mãe tinha qualquer esperança antes, ninguém o sabia".
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Assim, esse advogado, Carlos G. Finney, perdeu todo o gosto pela sua profissão e se tornou um dos mais famosos pregadores do Evangelho. Acerca de seu método de trabalhar, ele escreveu: "Dei grande ênfase à oração comoaindispensável, realmente um sua avivamento. Esforçava-me por ensinar propiciação deseJesus Cristo,queríamos sua divindade, missão divina, sua vida perfeita, sua morte vicária, sua ressurreição, a necessidade de arrependimento e de fé, a justificação pela fé, e outras doutrinas que se tornaram vivas pelo poder do Espírito Santo. "Os meios empregados eram simplesmente pregação, cultos de oração, muita oração em secreto, intensivo evangelismo pessoal e cultos para a instrução dos interessados. "Eu tinha o costume de passar muito tempo orando; acho que, às vezes, orava realmente sem cessar. Achei, também, grande proveito em observar freqüentemente dias inteiros de jejum em secreto. Em tais dias, para ficar inteiramente sozinho com Deus, eu entrava na mata, ou me fechava dentro do templo..." Vê-se no seguinte, a maneira como Finney e seu companheiro de oração, o irmão Nash, "bombardeavam" os céus com as suas intercessões: "Quase um quilômetro distante da residência do senhor S, morava certo adepto do universalismo. Nos seus preconceitos religiosos, recusava-se a assistir aos cultos. Certa vezmata o irmão queoração, se hospedava na casa do senhor S,conforme retirou-seseu para dentro da paraNash, lutar em sozinho,comigo bem cedo de madrugada, costume. A atmosfera era tal nessa ocasião que se ouvia qualquer som de longe. O universalista ao levantar-se, de madrugada, saiu de casa e ouviu a voz de quem orava, e, apesar de não compreender muitas das palavras, reconheceu quem orava. E isso traspassou-lhe o coração como uma flecha. Sentiu a realidade da religião como nunca. A flecha permanecia. E ele achou alívio somente crendo em Cristo". Acerca do espírito de oração, Finney afirmou que "era coisa comum nesses avivamentos, os recém-convertidos se acharem tomados pelo desejo de orar noites inteiras até lhes faltarem as forças físicas. O Espírito Santo constrangia grandemente o coração dos crentes, e sentiam constantemente a responsabilidade pela salvação das almas imortais. A solenidade da mente se manifestava no cuidado com que falavam e se comportavam. Era muito comum encontrar crentes juntos caídos de joelhos em oração em vez de ocupados em palestras". Em certo tempo, quando as nuvens de perseguição enegreciam cada vez mais, Finney, como era seu costume sob tais circunstâncias, sentia-se dirigido a dissipá-las, orando. Em vez de falar pública ou particularmente acerca das acusações, ele orava. Acerca da sua experiência escreveu: "Euoolhava Deus anelo, dia após dia, rogando que Ele me mostrasse plano apara seguir e acom graçagrande para suportar a borrasca... O
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Senhor mostrou-me, em uma visão, o que eu tinha de enfrentar. Ele chegou-se tão perto de mim, enquanto eu orava, que a minha carne literalmente estremecia sobre os ossos. Eu tremia da cabeça aos pés, sob o pleno conhecimento da presença de Deus". Acrescentamos mais um exemplo, Santo tirado operarda nasua suaautobiografia, pregação: da maneira de o Espírito "Ao chegar, na hora anunciada para iniciar o culto, achei o prédio da escola repleto e tinha de ficar em pé perto da entrada. Cantamos um hino, isto é, o povo pretendia cantar. Entretanto, eles não tinham o costume de cantar os hinos de Deus, e cada um desentoava à sua própria maneira. Não podia conter-me e lancei-me de joelhos e comecei a orar. O Senhor abriu as janelas dos céus, derramou o espírito de oração e entreguei-me de toda a alma a orar. "Não escolhera um texto, mas logo ao levantar-me dos joelhos, eu disse: Levantai-vos, saí deste lugar, porque o Senhor há de destruir a cidade . Acrescentei que havia dois homens, um se chamava Abraão, e outro, Ló... Contei-lhes como Ló se mudara para Sodoma... O lugar era excessivamente corrupto... Deus resolveu destruir a cidade e Abraão orou por Sodoma. Mas os anjos acharam somente um justo lá, era Ló. Os anjos disseram: 'Tens alguém mais aqui? Teu genro, e teus filhos, e tuas filhas, e todos quantos tens nesta cidade, tira-os fora deste lugar; porque nós vamos destruir este lugar, porque o seu clamor tem engrossado diante da face do Senhor, e o Senhor nos enviou a destruí-lo'. "Ao relatar estas coisas, os ouvintes se mostraram irados a ponto de me açoitarem. Nessa altura, deixei de pregar e lhes expliquei que compreendera que nunca se realizara culto ali e que eu tinha o direito de, assim, considerá-los corruptos. Salientei isso com mais e mais ênfase e, com o coração cheio de amor até não poder mais conter-me. "Depois de eu assim falar cerca de quinze minutos, parecia cair sobre os ouvintes uma tremenda solenidade e começaram a cair ao chão, clamando e pedindo misericórdia. Se eu tivesse tido uma espada em cada mão, não os poderia derrubar tão depressa como caíram. De fato, dois minutos depois de os ouvintes sentirem o choque do Espírito vir sobre eles, quase todos estavam ou caídos de joelhos ou prostrados no chão. Todos os que podiam falar de qualquer maneira, oravam por si mesmos. "Tive de deixar de pregar, porque os ouvintes não prestavam mais atenção. Vi o ancião que me convidara para pregar, sentado no meio do salão, olhando em redor, estupefato. Gritei bem alto para ele ouvir, apesar da balbúrdia, pedindo-lhe que orasse. Caiu de joelhos e começou a orar em voz retumbante; mas o povo não prestou atenção. Gritei: Vós não estais ainda no Inferno; quero dirigir-vos a Cristo. O coração transbordava de gozo ao presenciar tal cena. Quando pude dominar os meus sentimentos, virei-me para um bem rapazalta, queao estava perto deLogo, mim, ao consegui atrair a sua de atenção Cristo, em voz seu ouvido. olhar para a 'cruz' Cristo,e preguei ele acalmou-se por
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um pouco e então rompeu em oração pelos outros. Depois fiz o mesmo com um outro; depois com mais outro e continuei assim tratando com eles até a hora do culto da noite, na aldeia. Deixei o ancião que me convidara a pregar, para continuar a obra com os que oravam. "Ao voltar, havia tantos clamando a Deus que não podemos encerrar a reunião, que continuou o resto da noite. Ao amanhecer o dia, alguns ainda permaneciam com a alma ferida. Não se podiam levantar e, para dar lugar às aulas, foi necessário levá-los a uma residência não muito distante. De tarde mandaram chamar-me porque ainda não findara o culto. "Só nesta ocasião cheguei a saber a razão de o auditório agastar-se da mensagem. Aquele lugar cognominava-se 'Sodoma' e havia somente um homem piedoso lá a quem o povo tratava de 'Ló'. Era o ancião que me convidara a pregar."Depois de já velho, Finney escreveu acerca do que o Senhor fez em "Sodoma". "Embora esse avivamento caísse tão repentinamente sobre eles era tão empolgante que as conversões eram profundas e a obra permanente e genuína. Nunca ouvi falar em qualquer repercussão desfavorável." Não foi só na América do Norte que Finney viu o Espírito Santo cair e abater os ouvintes em terra. Na Inglaterra, durante os nove meses de evangelização, que Finney promoveu lá, multidões também se prostraram enquanto ele pregava - em certa ocasião mais de dois mil, de uma vez. Alguns pregadores confiam na instrução e ignoram a obra do Espírito Santo. Outros, com razão, rejeitam tal ministério infrutífero e sem graça; oram a Deus para o Espírito Santo tomar conta e alegram-se no grande progresso da obra de Deus. Mas, ainda outros, como Finney, dedicam-se a buscar o poder do Espírito Santo, sem desprezar a arma de instrução, e vêem resultados incrivelmente mais vastos. Durante os anos de 1851 a 1866, Finney foi diretor do Colégio de Oberlin e ensinou a um total de 20 mil estudantes. Dava mais ênfase ao coração puro e ao batismo com o Espírito Santo do que à preparação do intelecto; de Oberlin saiu uma corrente contínua de alunos cheios do Espírito Santo. Assim, depois dos anos de uma campanha intensiva de evangelismo e no meio dos seus esforços no colégio, "em 1857, Finney via cerca de 50 mil, todas as semanas, converterem-se a Deus." (By My Spirit, Jônathan Goforth, p. 183.) Os diários de New York, às vezes quase não publicavam outras notícias, senão do avivamento. Suas lições aos crentes sobre avivamento foram publicadas, primeiro em um jornal e depois em um livro de 445 páginas e que se intitulava "Discursos Sobre Avivamentos". As primeiras duas edições, de 12 mil exemplares, foram vendidas logo ao saírem do prelo. Outras edições foram impressas em vários idiomas. Uma só editora em Londres
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publicou 80 mil. Entre suas outras obras de circulação mundial, contam-se as seguintes: sua "Autobiografia", "Discursos aos Crentes" e "Teologia Sistemática". Os convertidos nos cultos de Finney eram pela graça constrangidos a andar de casa em casa para ganhar almas. EleMas mesmo se esforçava preparar o maior de obreiros em Oberlin College. o desejo que ardiapara sempre em tudo era onúmero de transmitir a todos o espírito de oração. Pregadores como Abel Câry e Father Nash viajavam com ele e, enquanto ele pregava, eles continuavam prostrados em oração. Vejamos isso nas palavras de Finney: "Se eu não tivesse o espírito de oração, não alcançaria coisa alguma. Se por um dia, ou por uma hora eu perdesse o espírito de graça e de súplica, não poderia pregar com poder e fruto, e nem ganhar almas pessoalmente." Para que alguém não julgue que a obra era superficial, citamos outro escritor: "Descobriu-se, por pesquisa empolgante, que mais de 85 pessoas de cada 100 que se convertiam sob a pregação de Finney, permaneciam fiéis a Deus; enquanto 75 pessoas de cada cem, das que professaram conversão nos cultos de algum dos maiores pregadores, se desviavam. Parece que Finney tinha o poder de impressionar a consciência dos homens, sobre a necessidade de um viver santo, de tal maneira que produzia fruto mais permanente." (Deeper Experiences of Famous Christians, p. 243.) Finney continuou a inspirar os estudantes de Oberlin College até a idade de 82 anos. Já notão fimrica da vida, permanecia tãoelúcido de mente quando e suaúltimos vida nunca foi no fruto do Espírito na beleza da suacomo santidade do jovem que nesses anos. No domingo, 16 de agosto de 1875, pregou seu último sermão. Mas de noite não assistiu ao culto. Ao ouvir os crentes cantarem "Jesus lover of my soul, let me to Thy bosom fly", saiu até o portão na frente da casa, e com estes que tanto amava, foi a última vez que cantou na terra. Acordou-se à meia-noite, sofrendo dores lancinantes no coração. Sofrera assim muitas vezes durante a sua vida. Semeara as sementes de avivamento e as regara com lágrimas. Todas as vezes que recebeu o fogo da mão de Deus, foi com sofrimento. Finalmente, antes de amanhecer o dia, dormiu na terra para acordar na Glória, nos céus. Faltavam-lhe apenas treze dias para completar 83 anos de vida aqui na terra (extraido do livro hérois da fé)
Adoniram Judson
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Missionário, pioneiro à Birmânia (1788-1850) O missionário, magro e enfraquecido pelos sofrimentos e privações, foi conduzido entre os mais endurecidos criminosos, com gado, a chicotadas e sobre a areia ardente, para a prisão. Sua esposa conseguiu entregar-lhe um travesseiro para que pudesse dormir melhor no duro solo da prisão. Porém ele descansava ainda melhor porque sabia que dentro do travesseiro, que tinha abaixo da cabeça, estava escondida a preciosa porção da Bíblia que traduzira com grandes esforços para a língua do povo que o perseguia. Aconteceu que o carcereiro requisitou o travesseiro para o seu próprio uso! Que podia fazer o pobre missionário para readquirir seu tesouro? A esposa então preparou, com grandes sacrifícios, um travesseiro melhor e conseguiu trocá-lo com o do carcereiro. Dessa forma a tradução da Bíblia foi conservada na prisão por quase dois anos; a Bíblia inteira, depois de completada por ele, foi dada, pela primeira vez, aos milhões de habitantes da Birmânia.Em toda a história, desde o tempo dos apóstolos, são poucos os nomes que nos inspiram tanto a esforçarmo-nos pela obra missionária como os nomes desse casal, Ana e Adoniram Judson. Em certa igreja em Malden, subúrbio de Boston, encontra-se uma placa de mármore com a seguinte inscrição:
Memorial
Rev. Adoniram Judson
Nasceu: 9 - agosto - 1788
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Morreu: 12 - abril - 1850
Lugar de seu nascimento: Malden
Lugar de seu sepultamento: o mar
Seu monumento: OS SALVOS DA BIRMÂNIA E A BÍBLIA BIRMANESA
Seu histórico: nas alturas
Adoniram fora uma criança precoce; sua mãe ensinou-o a ler um capítulo inteiro da Bíblia, antes de ele completar quatro anos de idade. Seu pai inculcou-lhe o desejo ardente de, em tudo quanto fazia, aproximar-se sempre da perfeição, sobrepondo-se a qualquer de seus companheiros. Esta foi a norma de toda a sua vida. O tempo que passou nos estudos foram os anos em que o ateísmo, que teve sua origem na França, se infiltrou no país. O gozo de seus pais, ao saberem que o filho ganhara o primeiro lugar na sua classe, transformou-se em tristeza, quando ele os informou de que não mais acreditava na existência de Deus. O recém-diplomado sabia enfrentar os argumentos de seu pai, que era pastor instruído, e jamais sofrera de tais dúvidas. Contudo as lágrimas e admoestações de sua mãe, depois de o moço sair da casa paterna, estavam sempre perante ele. Não muitoEste depois de "ganhar mundo", na casa dum tio,daencontrou-se com um jovem pregador. conversou comoele tão seriamente acerca sua alma, que Judson ficou muito impressionado. Passou o dia seguinte sozinho, em viagem a cavalo. Ao anoitecer, chegou a uma vila onde passou a noite numa pensão. No quarto contíguo ao que ele ocupou, estava um moço moribundo, e Judson não conseguiu reconciliar o sono durante a noite. - O moribundo seria crente? Estaria preparado para morrer? Talvez fosse "livre pensador", filho de pais piedosos que oravam por ele! O que também o perturbava era a lembrança dos seus companheiros, os alunos agnósticos do colégio de Providence. Como se envergonharia, se os antigos colegas, especialmente o sagaz compadre Ernesto, soubessem o que agora sentia em seu coração!
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Ao amanhecer o dia, disseram-lhe que o moço morrera. Em resposta à sua pergunta, foi informado de que o falecido era um dos melhores alunos do colégio de Providence, cujo nome era Ernesto! Judson, da de morte deaseu companheiro ficou estupefato. saber como, estava ao emsaber viagem volta casa. Desde entãoateu, desapareceram todas Sem as suas dúvidas acerca de Deus e da Bíblia. Soavam-lhe constantemente aos ouvidos as palavras: "Morto! Perdido! Perdido!" Não muito depois deste acontecimento, dedicou-se solenemente a Deus e começou a pregar. Que a sua consagração era profunda e completa ficou provado pela maneira como se aplicou à obra de Deus. Nesse tempo, Judson escreveu à noiva: "Em tudo que faço, pergunto a mim mesmo: Isto agradará ao Senhor?... Hoje alcancei maior grau do gozo de Deus, tenho sentido grande alegria perante o seu trono". É assim que Judson nos conta a sua chamada para o serviço missionário: "Foi quando andava num lugar solitário, na floresta, meditando e orando sobre o assunto e quase resolvido a abandonar a idéia, que me foi dada a ordem: 'Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura'. Este assunto foi-me apresentado tão claramente e com tanta força, que resolvi obedecer, apesar dos obstáculos que se apresentaram diante de mim". Judson, com quatro dos seus colegas, reuniram-se junto a um montão de feno, para orarem e ali solenemente dedicarem, perante Deus, suas vidas para levar o Evangelho "aos confins da terra". Não havia qualquer junta de missões para os enviar. Contudo, Deus honrou a dedicação dos moços, tocando nos corações dos crentes, para suprirem o dinheiro.Judson foi chamado, então, a ocupar um lugar no corpo docente na universidade de Brown, mas recusou o convite. Depois foi chamado a pastorear uma das maiores igrejas da América do Norte. Este convite, também, foi rejeitado. Foi grande o desapontamento de seu paí e o choro de sua mãe e irmã ao saberem que Judson se oferecera para a obra de Deus no estrangeiro, onde nunca fora proclamado o Evangelho. A esposa de Judson mostrou ainda mais heroísmo porque era a primeira mulher que sairia dos Estados Unidos, como missionária. Com a idade de dezesseis anos, teve a sua primeira experiência religiosa. Vivia tão entregue à vaidade que seus conhecidos receavam o castigo repentino de Deus sobre ela. Então, em certo domingo, enquanto se preparava para o culto, ficou profundamente comovida pelas palavras: "Aquela que vive nos prazeres, apesar de viver, está morta". Acerca da sua vida transformada, escreveulhe ela mais tarde: "Eu desfrutava dia após dia, a doce comunhão com o bendito Deus; no coração sentia o amor que me ligava aos crentes de todas as denominações; achei as sagradasque, Escrituras doces ao passava paladar, quase senti tão grande sedelendo". de conhecer coisasque religiosas freqüentemente, noites inteiras Todo as o ardor
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mostrara na vida mundana agora o sentia na obra de Cristo. Por alguns anos, antes de aceitar a chamada missionária, era professora e se esforçava em ganhar os alunos para Cristo. Adoniram, até depois de despedir-se de seus paismoço para iniciar sua viagemNoà Índia, foi os acompanhado Boston por seu irmão, Elnatã, ainda não-salvo. caminho, dois apearam dos seus cavalos, entraram na floresta e lá, de joelhos, Adoniram rogou a Deus que salvasse seu irmão. Quatro dias depois, os dois se separaram para não se verem mais neste mundo. Alguns anos depois, porém, Adoniram teve notícias de que seu irmão recebera também a herança no reino de Deus. Judson e sua esposa embarcaram para a Índia em 1812, passando quatro meses a bordo do navio. Aproveitando essa oportunidade para estudar, os dois chegaram a com preender que o batismo bíblico é por imersão, e não por aspersão, como a sua denominação o praticava. Não considerando a oposição de seus muitos conhecidos, nem o seu sustento, não vacilaram em informar isso àqueles que os tinham enviado. Foram batizados por imersão no porto de desembarque, Calcutá. Expulsos logo dessa cidade, por causa da situação política, fugiram de país em país. Por fim, dezessete longos meses depois de partirem da América, chegaram a Rangum, na Birmânia. Judson estava quase exausto por causados horrores que sofrera a bordo; sua esposa, estava tão perto da morte que não mais podia caminhar, sendo levada para terra em uma padiola. O império da Birmânia de então era mais bárbaro, e de língua e costumes mais estranhos do que qualquer outro país que os Judson tinham visto. Ao desembarcarem os dois, em resposta às orações feitas durante as longas vigílias da noite, foram sustentados por uma fé invencível e pelo amor divino que os levava a sacrificar tudo, para que a gloriosa luz do Evangelho raiasse também nas almas dos habitantes desse país. Agora, um século depois, podemos ver como o Mestre dirigia seus servos, fechando as portas, durante a prolongada viagem, para que não fossem aos lugares que esperavam e desejavam ir. Hoje pode-se ver claramente que Rangum, o porto principal da Birmânia, era justamente o ponto mais estratégico para iniciar a ofensiva da Igreja de Cristo contra o paganismo no continente asiático. No difícil estudo do idioma birmanês foi necessário fazer o seu próprio dicionário e gramática. Passaram-se cinco anos e meio antes de fazerem o primeiro culto para o povo. No mesmo ano batizaram o primeiro convertido apesar de cientes da ordem do rei de que ninguém podia mudar de crença sem ser condenado à morte. Ao sair da sua terra para ser missionário, Judson levava uma soma considerável de dinheiro. quantiaNão elesó a ganhara seuisto emprego parte recebeu-a de ofertas de parentesEssa e amigos. colocou de tudo aos pése daqueles que dirigiam a obra
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missionária mas, também, a elevada quantia de cinco mil e duzentos rúpias que o Governador Geral da Índia lhe pagara por seus serviços prestados por ocasião do armistício de Yandabo. Recusou o emprego de intérprete do governo, com salário elevado, escolhendo antes sofrer as maiores privações e o opróbrio, para ganhar as almas dos pobres birmaneses para Cristo. Durante onze meses, esteve preso em Ava. (Ava era naquele tempo a capital da Birmânia.) Passou alguns dias, com mais sessenta outros sentenciados à morte, encerrado em um edifício sem janelas, escuro e quente, abafado e imundo em extremo. Passava o dia com os pés e mãos no tronco. Para passar a noite, o carcereiro enfiava-lhe um bambu entre os pés acorrentados, juntando-o com outros prisioneiros e, por meio de cordas, arribava-os para apenas os ombros descansarem no chão. Além desse sofrimento, tinha de ouvir constantemente gemidos misturados com o falar torpe dos mais endurecidos criminosos da Birmânia. Vendo os outros prisioneiros arrastados para fora para morrer às mãos do carrasco, Judson podia dizer: "Cada dia morro". As cinco cadeias de ferro pesavam tanto, que levou as marcas das algemas no corpo até a morte. Certamente ele não teria resistido, se a sua fiel esposa não tivesse conseguido permissão do carcereiro para, no escuro da noite, levar-lhe comida e consolá-lo com palavras de esperança. Um dia porém, ela não apareceu; essa ausência durou vinte longos dias. Ao reaparecer, trazia nos braços uma criancinha recém-nascida. Judson, uma vez liberto da prisão, apressou-se o mais possível a chegar a casa, mas tinha as pernas estropiadas pelo longo tempo que passara no cárcere. Fazia muitos dias que não recebia notícias de sua querida Ana! - Ela ainda vivia? Por fim, encontrou-a, ainda viva, mas com febre, e próximo de morte. Dessa vez ela ainda se levantou, mas antes de completar 14 anos na Birmânia, faleceu. Comove a alma ao ler a dedicação de Ana Judson ao marido, e a parte que desem penhou na obra de Deus, e em casa até o dia da sua morte. Alguns meses depois da morte da esposa de Judson, a sua filha também morreu. Durante os seis longos anos que se seguiram, ele trabalhou sozinho, casando-se, então, com a viúva de outro missionário. A nova esposa, gozando os frutos dos esforços incessantes na Birmânia, mostrou-se tão dedicada ao marido como a primeira. Judson perseverou durante vinte anos para completar a maior contribuição que se podia fazer à Birmânia, a tradução da Bíblia inteira na própria língua do povo. Depois constantemente campo durante trintaàeAmérica, dois anos,sua para salvardea trabalhar vida da esposa, embarcouno com ela eestrangeiro três dos filhos, de volta
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terra natal. Porém, em vez de ela melhorar da doença que sofria, como se esperava, morreu durante a viagem, sendo enterrada em Santa Helena, onde o navio aportou. - Quem poderá descrever o que Judson sentiu ao desembarcar nos Estados Unidos, quarenta e cincoanos diasdadepois da morte da sua querida esposa?! Ele, da quehospedagem estivera ausente durante tantos sua terra, sentia-se agora perturbado acerca nas cidades de seu país. Surpreendeu-se, depois de desembarcar, ao verificar que todas as casas se abriam para recebê-lo. Seu nome tornara-se conhecido de todos. Grandes multidões afluíam para ouvi-lo pregar. Porém, depois de passar trinta e dois anos ausente na Birmânia, naturalmente, sentia-se como se estivesse entre estrangeiros, e não queria levantar-se diante do público para falar na língua materna. Também sofria dos pulmões e era necessário que outrem repetisse para o povo o que ele apenas podia dizer balbuciando. Conta-se que, certo dia, num trem, entrou um vendedor de jornais. Judson aceitou um e, distraído, começou a lê-lo; o passageiro ao lado chamou-o a atenção, dizendo que o rapaz ainda esperava o níquel pelo jornal. Olhando para o vendedor, pediu desculpas, pois pensara que oferecessem o jornal de graça, visto que ele estava acostumado a distribuir muita literatura na Birmânia sem cobrar um centavo, durante muitos anos. Passara apenas oito meses entre seus patrícios, quando se casou de novo e embarcou pela segunda vez para a Birmânia. Continuou a sua obra naquele país, sem cansar, até alcançar a idade de sessenta e um anos. Judson foi, então, chamado a estar com o seu Mestre enquanto viajava longe da família.mar. Conforme o seu desejo, foi sepultado em alto Adoniram Judson costumava passar muito tempo orando de madrugada e de noite. Dizse que gozava da mais íntima comunhão com Deus enquanto caminhava apressadamente. Os filhos, ao ouvirem seus passos firmes e resolutos dentro do quarto, sabiam que seu pai estava levando suas orações ao trono da graça. Seu conselho era: "Planeja os teus negócios se for possível, para passares duas a três horas, todos os dias, não só em adoração a Deus, mas orando em secreto".
Sua esposa conta que, durante a sua última doença, antes de falecer, ela leu para ele a notícia de certo jornal, acerca da conversão de alguns judeus na Palestina, justamente onde Judson queria trabalhar antes de ir à Birmânia. Esses judeus, depois de lerem a história dos sofrimentos de Judson na prisão de Ava, foram inspirados a pedir, também, um missionário e assim iniciou-se uma grande obra entre eles. Ao ouvir isto, os olhos de Judson se encheram de lágrimas, tendo o semblante solene e a glória dos céus estampada no rosto, tomou a mão de sua esposa dizendo: "Querida, isto me espanta. Não compreendo. Refiro-me à notícia que leste. Nunca orei sinceramente por umaforma coisaque semnão a receber; recebi-a demorada, de este alguma maneira, e talvez numa esperava, mas a apesar recebi.de Contudo, sobre assunto eu tinha tão
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pouca fé! Que Deus me perdoe e, enquanto na sua graça quiser me usar como seu instrumento, limpe toda a incredulidade de meu coração". Nesta história, nota-se outro fato glorioso: Deus não só concede frutos pelos esforços dos seusmorte, servos, mas, considerava também, pelos sofrimentos. Por muitos anos, até antes da sua Judson os seus longos meses de horrores da prisão empouco Ava, como inteiramente perdidos à obra missionária. No começo do trabalho na Birmânia, Judson concebeu a idéia de evangelizar, por fim, todo o país. A sua maior esperança era ver durante a sua vida, uma igreja de cem birmaneses salvos e a Bíblia impressa na língua desse país.No ano da sua morte, porém, havia sessenta e três igrejas e mais de sete mil batizados, sendo os trabalhos dirigidos por cento e sessenta e três missionários, pastores e auxiliares. As horas que passou diariamente suplicando ao Deus que dá mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, não foram perdidas. Durante os últimos dias da sua vida fazia menção, muitas vezes, do amor de Cristo. Com os olhos iluminados e as lágrimas correndo-lhe pelas faces, exclamava: "Oh! o amor de Cristo! O maravilhoso amor de Cristo, a bendita obra do amor de Cristo!" Certa ocasião ele disse: "Tive tais visões do amor condescendente de Cristo e da glória do Céu, que, creio, quase nunca são concedidas aos homens. Oh! o amor de Cristo! É o mistério da inspiração da vida e a fonte da felicidade nos céus. Oh! o amor de Jesus! Não o podemos compreender agora, mas quão grande será em toda a eternidade! Acrescentamos o último parágrafo da biografia de Adoniram Judson escrita por um dos seus filhos. Quem pode lê-lo sem sentir o Espírito Santo o animar a tomar parte ativa e definida em levar o Evangelho a um dos muitos lugares sem o Evangelho? Até aquele dia, quando todo o joelho se dobrará perante o Senhor Jesus, os corações crentes serão movidos aos maiores esforços, pela lembrança de Ana Judson, enterrada debaixo do hopiá (uma árvore) na Birmânia; de Sara Judson, cujo corpo descansa na ilha pedregosa de Santa Helena e de Adoniram Judson, sepultado nas águas do oceano Índico. (extraido do livro hérois da fé) Henrique Martyn
Luz inteiramente gasta por Deus (1781-1812) Ajoelhado na praia da Índia, Henrique Martyn a alma perante Mestre orava: "Amado Senhor, eu também andava no derramava país longínquo; minha vidao ardia noe
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pecado... desejaste que eu me tornasse, não mais um tição para espalhar a destruição, mas uma tocha brilhando por ti (Zacarias 3.2). Eis-me aqui nas trevas mais densas, selvagens e opressivas do paganismo. Agora, Senhor, quero arder até me consumir inteiramente por ti!" O intenso ardor daquele dia sempre motivou a vida desse moço. Diz-se que o seu é "o nome mais heróico, que adorna a história da Igreja da Inglaterra, desde os tempos da rainha Elisabete." Contudo, até entre seus patrícios, ele não é bem conhecido. Seu pai era de físico franzino. Depois de o seu progenitor falecer, os quatro filhos, inclusive Henrique, não tardaram a contrair a mesma enfermidade, a tuberculose. Com a morte do pai, Henrique perdeu seu intenso interesse pela matemática e se interessou grandemente na leitura da Bíblia. Diplomou-se com mais honras do que todos da sua classe. O Espírito Santo, porém, falou à sua alma: "Buscas grandes coisas para ti. Não as busques!" Acerca dos seus estudos testificou: "Alcancei o ponto mais alto que desejara, mas fiquei desapontado ao ver como, apenas, tinha agarrado uma sombra." Tinha por costume levantar-se cedo, de madrugada, e andar sozinho, pelos campos para desfrutar de comunhão íntima com Deus. O resultado foi que abandonou para sempre o plano de ser advogado, um plano que, até aí, ainda seguia, porque "não podia consentir em ser pobre pelo amor de Cristo." Ao ouvir um sermão sobre "O Estado Perdido dos Pagãos" resolveu dar a sua vida como missionário. Ao conhecer a vida abnegada do missionário Guilherme Carey, na sua grande obra na Índia, sentiu-se dirigido a trabalhar no mesmo país. O desejo de levar a mensagem de salvação aos povos que não conheciam a Cristo, tornou-se como um fogo inextinguível na sua alma pela leitura da biografia de David Brainerd, o qual morrera quando ainda muito jovem, com a idade de vinte e nove anos (sua vida fora gasta inteiramente no serviço de amor intenso aos silvícolas da América do Norte). Henrique Martyn reconhecia que, como foram poucos os anos da obra de David Brainerd, havia também para ele pouco tempo, e se acendeu nele a mesma paixão de gastar-se, inteiramente por Cristo, no breve espaço de tempo que lhe restava. Seus sermões não consistiam em palavras de sabedoria humana, mas sempre se dirigia ao povo como "um moribundo, pregando aos moribundos". Havia um grande embaraço para Henrique Martyn: a mãe da sua noiva, Lídia Grenfel, não consentiria que eles se casassem, se ele insistisse em levá-la para o estrangeiro. Henrique amava a Lídia e o seu maior desejo terrestre era estabelecer um lar e trabalhar junto com ela na seara do Senhor. Acerca disto, ele escreveu no seu diário: "Continuei uma hora eamais em ooração, que ídolo, me ligava... Cada vez que estava perto de ganhar vitória, coraçãolutando voltavacontra para oo seu e finalmente, deitei-me sentindo
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grande mágoa."Então se lembrou de David Brainerd, o qual negava a si mesmo todos os confortos da civilização, andava grandes distâncias sozinho na floresta, passava dias com fome e depois de assim se esforçar por cinco anos, voltou para falecer tuberculoso nos braços da sua noiva, Jerusa, filha de Jônatas Edwards. Por fim, Henrique Martyn, também, ganhou a vitória, obedecendo à chamada para sacrificar-se à salvação dos perdidos. Ao embarcar para a Índia, em 1805, escreveu: "Se eu viver ou morrer, que Cristo seja magnificado pela colheita de multidões para Ele". A bordo do navio, ao afastar-se da sua pátria, Henrique Martyn chorou como uma criança. Contudo nada podia desviá-lo da sua firme resolução de seguir a direção divina. Ele era "um tição arrebatado do fogo" e repentinamente dizia: "Que eu seja uma chama de fogo no serviço divino". Depois de nove longos meses a bordo, e quando já se achava perto do seu destino, passou um dia inteiro em jejum e oração. Sentia quão grande era o sacrifício da Cruz e como era, igualmente, grande a sua responsabilidade para com os perdidos na idolatria da Índia. Continuava a repetir: "Tenho posto vigias sobre os teus muros, ó Jerusalém; eles não se calarão jamais em todo o dia nem em toda a noite: não descanseis vós os que fazeis lembrar a Jeová, e não lhe deis a Ele descanso, até que estabeleça, e até que ponha a Jerusalém por objeto de louvor na terra!" (Isaías 62.6). A chegada de Henrique Martyn à Índia, no mês de abril de 1806, foi também em respostaconcordaram à oração de outros. A necessidade era tãodegrande nesse poucos a obreiros em se reunirem em Calcutá, oito em oitopaís, dias,que paraospedirem Deus que enviasse um homem cheio do Espírito Santo e poder à Índia. Martyn, logo ao desembarcar, foi recebido alegremente por eles como a resposta às suas orações. É difícil imaginar o horror das trevas em que vivia esse povo, entre o qual Martyn se achava. Um dia, perto do lugar onde se hospedara, ouviu uma música e viu a fumaça de uma das piras fúnebres de que ouvira falar antes de sair da Inglaterra. As chamas já começavam a subir do lugar onde uma viúva se achava sentada ao lado do cadáver de seu marido morto. Martyn, indignado, esforçou-se, mas não pôde conseguir salvar a pobre vítima. Em outra ocasião, foi atraído pelo ruído do címbalo, a um lugar onde o povo fazia culto aos demônios. Os adoradores se prostravam perante o ídolo, obra das suas próprias mãos, do qual adoravam e temiam! Martyn sentia-se "mesmo na vizinhança do Inferno". Cercado de tais cenas, ele se aplicava mais e mais e sem cansar, dia após dia, a aprender a língua. Não desanimava com a falta de fruto da sua pregação, reconhecendo ser de maior importância traduzir as Escrituras e colocá-las nas mãos do povo. Com esse alvo, perseverava no trabalho de tradução, aperfeiçoando a obra, pouco a pouco, e parando de vez emcuidadosamente, quando para pedir o auxílio de Deus.
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Como a sua alma ardia no firme propósito de dar a Bíblia ao povo, vê-se no seguinte trecho de um dos seus sermões conservado no Museu Britânico: "Pensai na situação do moribundo, que apenas conhecepara bastante eternidade temer a morte, triste mas não conhece bastante do Salvador olhar da o futuro com para esperança. Não pode pedir uma Bíblia para saber algo sobre o que se firmar nem pode pedir a esposa ou ao filho que lhe leiam um capítulo para o confortar. A Bíblia, ah! é um tesouro que eles nunca possuíram! Vós que tendes um coração para sentir a miséria do próximo, vós que sabeis como a agonia de espírito é mais que qualquer sofrimento do corpo, vós que sabeis que vem o dia em que tendes de morrer, oh! dai-lhes aquilo que lhes será um conforto na hora da morte!" Para alcançar esse alvo, de dar as Escrituras aos povos da Índia e da Pérsia, Martyn aplicou-se à obra de tradução de dia e de noite, até mesmo quando descansava e quando em viagem. Não diminuía a sua marcha quando o termômetro registrava o intenso calor de 70" nem quando sofria da febre intermitente, nem com o avanço da peste branca que ardia no seu peito. Como David Brainerd, cuja biografia sempre serviu para inspirá-lo, Henrique Martyn passou dias inteiros em intercessão e comunhão com o seu "Amado", seu querido Jesus. - "Parece", escreveu ele, "que posso orar para sempre sem nunca cansar. Quão doce é andar com Jesus e morrer por Ele..." Para ele, a oração não era uma formalidade, mas o meio certo de quebrantar os endurecidos e vencer os adversários. Seis anos e meio depois de ter desembarcado na Índia, enquanto empreendia longa viagem, faleceu com a idade de 31 anos. Separado dos irmãos, do resto da família, com a noiva esperando-o na Inglaterra, e cercado de perseguidores, foi enterrado em lugar desconhecido. Era grande o ânimo, a perseverança, o amor, a dedicação com que trabalhava na seara do seu Senhor! O zelo ardeu até ele se consumir neste curto espaço de seis anos e meio. É-nos impossível apreciar quão grande foi a sua obra feita em tão poucos anos. Além de pregar, conseguiu traduzir porções das Sagradas Escrituras para as línguas de uma quarta parte de todos os habitantes do mundo. O Novo Testamento em hindu, hindustão e persa e os Evangelhos em judaico-persa são apenas uma parte das suas obras. Quatro anos depois da sua morte, nasceu Fidélia Fiske, no sossego da Nova Inglaterra. Quando ainda aluna na escola, leu a biografia de Henrique Martyn. Andou quarenta e cinco quilômetros de noite, sob violenta tempestade de neve, para pedir à sua mãe que a deixasse ir pregar o Evangelho às mulheres da Pérsia. Ao chegar à Pérsia reuniu muitas mulheres e lhes contou o amor de Jesus, até que o avivamento em Oroomiah se tornou em outro Pentecoste.
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Se Henrique Martyn, que entregou tudo para o serviço do Rei dos reis, pudesse visitar a Índia, e a Pérsia, hoje, quão grande seria a obra que encontraria, obra feita por tão grande número de fiéis filhos de Deus nos quais ardeu o mesmo fogo pela leitura da biografia desse pioneiro. (extraido do livro hérois da fé) sábado, 22 de maio de 2010
BIOGRAFIA DE JOHN STOTT: SERVO, TEÓLOGO E PASTOR.
O inglês John Stott nasceu em 27 de abril de 1921. Foi um agnóstico até 1939, quando ouviu uma mensagem do reverendo Eric Nash e se converteu ao cristianismo evangélico.
Estudou Línguas Modernas na Faculdade Trinity, de Cambridge. Foi ordenado pela Igreja Anglicana em 1945, e iniciou suas atividades como sacerdote na Igreja All Souls, em Langham Place. Lá continuou até se tornar pastor emérito, em 1975. Foi capelão da coroa britânica de 1959 a 1991.
Stott tornou-se ainda mais conhecido depois do Pacto de Lausanne - grande congresso mundial de evangélicos que ocorreu em 1974 na Suíça, onde foi criado um comitê mundial das igrejas evangélicas. O teólogo se destacou na defesa do conceito de Evangelho Integral - uma abordagem cristã mais ampla, abrangendo a promoção do Reino de Deus não apenas na dimensão espiritual, mas também, na transformação da sociedade a partir da ética e dos valores cristãos. Em 1982, fundou o London Institute for Contemporary Christianity, do qual hoje é presidente honorário.
Além da vasta produção literária, Stott há 30 anos atua no apoio à formação de pastores e líderes e também facilitando o acesso à literatura nos mais diversos países, através de sua organização John Stott Ministries e o fundo Langham Partnership International. Ambos estão encarregados de perpetuar a visão de Stott. A JSM continuará sob a presidência de Chris Wright, que desde 2001 é seu principal executivo.
Em 2006, a organização apresentou seu projeto mais ousado: a publicação do Comentário Bíblico Africano. A obra conta com a inédita participação de 70 estudiosos africanos e foi elaborado com foco na realidade do continente, sem perder seu aspecto universal.
Aclamado pelo jornal The New York Times como o “papa” dos evangélicos pelo seu imenso prestígio, Stott escreveu mais de 50 livros, dentre eles Entenda a Bíblia. : Cristianismo Crer é Também Pensar; Porque Sou Entre osAseus mais Cristão; Cruz títulos de Cristo; Eufamosos Creio na estão Pregação; FirmadosBásico; na Fé; Cristianismo Equilibrado; Entenda a Bíblia; Cristianismo Autêntico; O Perfil do Pregador; Ouça o Espírito, ouça o mundo, a maioria deles disponível para empréstimo em nossa biblioteca. A sua obra mais importante, Cristianismo Básico, vendeu mais de 2 milhões de cópias e já foi traduzido para mais de 60 línguas. Billy Graham chamou John Stott de "o mais respeitável clérigo no mundo
hoje". Leia abaixo uma frase marcante de John Stott: "Alguma vez abrimos nossas portas a Cristo? Nós já o convidamos? Esta foi exatamente a questão que eu precisei ter colocado a mim. Pois, intelectualmente falando, eu tinha acreditado em Jesus toda a minha vida, do outro lado da porta. Regularmente tive dificuldades para fazer minhas orações pelo buraco da fechadura. Eu tinha mesmo empurrado tostões por debaixo da porta em uma vã tentativa de acalmálo. Eu fui batizado, sim, e confirmado também. Eu fui à igreja, li a Bíblia, tive altos ideais, e tentei ser bom e fazer o bem.
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Mas o tempo todo, muitas vezes sem perceber , eu estava afastando Cristo no comprimento do braço, e mantendo-o longe. Eu sabia que abrir a porta poderia ter consequências. Estou profundamente grato a ele por permitir-me abrir a porta. Olhando para trás agora por mais de cinqüenta anos, percebi que esse passo simples mudou toda a direção, o rumo e a qualidade da minha vida”.
Priscila Rocha com informações da editora Mundo Cristão Estaremos neste blog colocando vários estudos do Dr. John Stott, para enriquecer o leitor e a liderança da igreja evangélica brasileira. A voz de Stott deve ser ouvida por esta geraçào fascinada pelo reino aqui e agora, pelo evangelho água com açucar e pelo evangelho estranho das facilitações urbanas.
Christmas Evans
O «João Bunyan de Gales» (1766-1838) Seus pais deram-lhe o nome de Christmas porque nasceu no dia de "Christmas" (Natal), em 1766. O povo deu-lhe a alcunha de "Pregador Caolho" porque era cego de um olho. Alguém assim se referiu a Christmas Evans: "Era o mais alto dos homens, de maior força física e o mais corpulento que jamais vi. Tinha um olho só; se há razão para dizer que era olho, pois mais propriamente pode-se dizer que era uma estrela luzente, brilhando como Vênus". Foi chamado, também, "O João Bunyan de Gales", porque era o pregador que, na história desse país, desfrutava mais do poder do Espírito Santo. Em todo o lugar onde pregava, havia grande número de conversões. Seu dom de pregar era tão extraordinário, que, com toda a facilidade, podia levar um auditório de 15 a 20 mil pessoas, de temperamento e sentimentos vários, a ouvi-lo com a mais profunda atenção. Nas igrejas, não cabiam as multidões que iam ouvi-lo durante o dia; à noite, sempre pregava ao ar livre, sob o brilhar das estrelas.Durante a sua mocidade, viveu entregue à devassidão e à embriaguez. Numa luta, foi gravemente esfaqueado; outra vez foi tirado das águas como morto e, ainda doutra vez, caiu de uma árvore sobre uma faca. Nas contendas era sempre o campeão, até que, por fim, numa briga, seus companheiros cegaram-lhe um olho. Deus, contudo, fora misericordioso durante esse período guardando-o com vida para, mais tarde, fazê-lo útil no seu serviço.
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Com a idade de 17 anos, foi salvo: aprendeu a ler e, não muito depois, foi chamado a pregar e separado para o ministério. Seus sermões eram secos e sem fruto até que, um dia, em viagem para Maentworg, segurou seu cavalo e entrou na mata onde derramou a sua alma em oração a Deus. Como Jacó em Peniel, de lá não saiu antes de receber a bênção divina. Depois reconheceu a grande responsabilidade de sua regozijava-se sempre nodaquele espíritodia de oração e surpreendeu-se grandemente com osobra; frutos gloriosos que Deus começou a conceder-lhe. Antes destas coisas, possuía dons e corpo de gigante; porém, depois, foi-lhe acrescentado o espírito de gigante. Era corajoso como um leão e humilde como um cordeiro; não vivia para si, mas para Cristo. Além de ter, por natureza, uma mente ativa e uma maneira tocante de falar, tinha um coração que transbordava de amor para com Deus e o próximo. Verdadeiramente era uma luz que ardia e brilhava. No Sul de Gales andava a pé, pregando, às vezes, cinco sermões num só dia. Apesar de não andar bem vestido e de possuir maneiras desastrosas, afluíam grandes multidões para ouvi-lo. Vivificado com o fogo celestial, subia em espírito como se tivesse asas de anjo e quase sempre levava o auditório consigo. Muitas vezes os ouvintes rompiam em choro e outras manifestações, coisas que não podiam evitar. Por isso eram conhecidos por "Saltadores Galeses". Era convicção de Evans que seria melhor evitar os dois extremos: o excesso de ardor e a frieza demasiada. Porém Deus é um ser soberano, operando de várias maneiras. A alguns Ele atrai pelo amor, enquanto a outros Ele espanta com os trovões do Sinai, para acharem preciosa paz emeterna, Cristo.até Osclamarem vacilantes,pedindo às vezes, são por Deus sacudidos sobre o abismo da angústia misericórdia e acharem gozo indizível. O cálice desses transborda até que alguns, não compreendendo, perguntaram: - "Por que tanto excesso?" Acerca da censura que faziam dos cultos, Evans escreveu: "Admiro-me de que o gênio mau, chamando-se 'o anjo da ordem , queira experimentar tornar tudo, na adoração a Deus, em coisa tão seca como o monte Gilboa. Esses homens da ordem desejam que o orvalho caia e o sol brilhe sobre todas as suas flores, em todos os lugares, menos nos cultos ao Deus todo-poderoso. Nos teatros, nos bares e nas reuniões políticas, os homens comovem-se, entusiasmam-se e são tocados de fogo como qualquer 'Saltador Galês'. Mas, segundo eles desejam, não deve haver coisa alguma que dê vida e entusiasmo à religião! Irmãos, meditai nisto! - Tendes razão, ou estais errados?" Conta-se que, em certo lugar, havia três pregadores para falar, sendo Evans o último. Era um dia de muito calor; os primeiros dois sermões foram muito longos, de forma que todos os ouvintes ficaram indiferentes e quase exaustos. Porém, depois de Evans haver pregado cerca de quinze minutos, sobre a misericórdia de Deus, tal qual se vê na parábola do Filho Pródigo, centenas dos que estavam sentados na relva, repentinamente, ficaram em pé. Alguns choravam e outros oravam sob grande angústia. Foi impossível
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continuar o sermão: o povo continuou a chorar e orar durante o dia inteiro e de noite até amanhecer. Na ilha de Anglesey, porém, Evans teve de enfrentar certa doutrina chefiada por um orador eloqüente e instruído. lutanão contra erro dessa seita, começou piritualmente. Depois de algunsNa anos, maiso possuía o espírito de oraçãoa esfriar nem o esgozo da vida cristã. Mas ele mesmo descreveu como buscou e recebeu de novo a unção do poder divino que fez a sua alma abrasar-se ainda mais do que antes: "Não podia continuar com o meu coração frio para com Cristo, sua expiação e a obra de seu Espírito. Não suportava o coração frio no púlpito, na oração particular e no estudo, especialmente quando me lembrava de que durante quinze anos o meu coração se abrasava como se eu andasse com Jesus no caminho de Emaús. Chegou o dia, por fim,que nunca mais esquecerei. Na estrada de Dolgelly, senti-me obrigado a orar, apesar de ter o coração endurecido e o espírito carnal. Depois de começar a suplicar, senti como que pesados grilhões me caíssem e como que montanhas de gelo se derretessem dentro de mim. Com esta manifestação, aumentou em mim a certeza de haver recebido a promessa do Espírito Santo. Parecia-me que meu espírito inteiro fora solto de uma prisão prolongada, ou como se estivesse saindo do túmulo num inverno muitíssimo frio. Correram-me abundantemente as lágrimas e fui constrangido a clamar e pedir a Deus o gozo da sua salvação, e que Ele visitasse, de novo, as igrejas de Anglesey que estavam sob meus cuidados. Tudo entreguei nas mãos de Cristo... No primeiro culto depois, senti-me como que removido da região estéril e frígida de gelo espiritual, para as terras agradáveis das promessas de Deus. de novo os combates oração, sentindo um forte anelo pelaComecei, conversãoentão, de pecadores, talprimeiros como tinha sentido em em Leyn. Apoderei-me da promessa de Deus. O resultado foi, que vi, ao voltar a casa, o Espírito operar nos irmãos de Anglesey, dando-lhes o espírito de oração com importunação." Passou então o grande avivamento do pregador ao povo em todos os lugares da ilha de Anglesey e em todo o Gales. A convicção de pecado, como grandes enchentes passava sobre os auditórios. O poder do Espírito Santo operava até o povo chorar e dançar de alegria. Um dos que assistiram ao seu famoso sermão sobre o Endemoninhado Gadareno, conta como Evans retratou tão fielmente a cena do livramento do pobre endemoninhado, a admiração do povo ao vê-lo liberto, o gozo da esposa e dos filhos quando voltou a casa, curado, que o auditório rompeu em grande riso e choro. Alguém assim se expressou: "O lugar tornou-se em um verdadeiro 'Boquim' de choro" (Juizes 2.1-5). Outro ainda disse que o povo do auditório ficou como os habitantes duma cidade abalada por um terremoto, correndo para fora, prostrando-se em terra e clamando a Deus. Não semeava pouco, portanto colhia abundantemente; ao ver a abundância da colheita, sentia seu convicção zelo arder de amor aumentar e erapode levado a trabalhar mais.do A sua firme eranovo, de queseunem a melhor pessoa salvar-se sem aainda operação
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Espírito Santo e nem o coração mais rebelde pode resistir ao poder do mesmo Espírito. Evans sempre tinha um alvo quando lutava em oração: firmava-se nas promessas de Deus, suplicando com tanta importunação como quem não podia desistir antes de receber. Dizia que a parte mais gloriosa do ministério do pregador era o fato de agradecer a Deus pela operação do Espírito Santo na conversão dos pecadores. Como vigia fiel, não podia pensar em dormir enquanto a cidade se incendiava. Humilhava-se perante Deus, agonizando pela salvação de pecadores, e de boa vontade gastou suas forças físicas, ou mentais, pregou o último sermão, sob o poder de Deus, como de costume. Ao findar disse: "Este é meu último sermão". Os irmãos entenderam que se referira ao último sermão naquele lugar. Caiu doente, porém, na mesma noite. Na hora da sua morte, três dias depois, dirigiu-se ao pastor, seu hospedeiro, com estas palavras: "O meu gozo e consolação é que, depois de me ocupar na obra do santuário durante cinqüenta e três anos, nunca me faltou sangue na bacia'. Prega Cristo ao povo". Então, depois de cantar um hino, disse: "Adeus! Adeus!" e faleceu. A morte de Christmas Evans foi um dos eventos mais solenes em toda a história do principado de Gales. Houve choro e pranto no país inteiro. O fogo do Espírito Santo fez os sermões deste servo de Deus abrasar de tal forma os corações, que o povo da sua geração não podia ouvir pronunciar o nome de Christmas Evans sem ter uma lembrança vivida do Filho de Maria na manjedoura de Belém; do seu batismo no Jordão; do jardim do Getsêmani; do tribunal de Pilatos; da coroa de es pinhos; todos do monte Calvário; dodesde Filhoosdedias Deus altar, e do fogo em santo consumia os holocaustos, deimolado Abel aténo o dia memorável queque esse fogo foi apagado pelo sangue do Cordeiro de Deus. (extraido do livro hérois da fé) Guilherme Carey
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Pai das missões modernas (1761-1834) O menino Guilherme Carey, era apaixonado pelo estudo da natureza. Enchia seu quarto de coleções de insetos, flores, pássaros, ovos, ninhos, etc. Certo dia, ao tentar alcançar um ninho de passarinhos, caiu de uma árvore alta. Ao experimentar a segunda vez, caiu novamente. Insistiu a terceira vez: caiu e quebrou uma perna. Algumas semanas depois, antes de a perna sarar, Guilherme entrou em casa com o ninho na mão. - "Subiste à árvore novamente?!" -exclamou sua mãe. - "Não pude evitar, tinha de possuir o ninho, mamãe" - respondeu o menino. Diz-se que Guilherme Carey, fundador das missões atuais, não era dotado de inteligência superior e nem de qualquer dom que deslumbrasse os homens. Entretanto, foi essa característica de persistir, com espírito indômito e inconquistável, até completar tudo quanto iniciara, que fez o segredo do maravilhoso êxito da sua vida. Quando Deus o chamava a iniciar qualquer tarefa, permanecia firme, dia após dia, mês após mêspara e ano após ano,até acabá-la. Deixoude o Senhor suaestrangeiro, vida, não somente evangelizar durante um período quarentautilizar-se e um anosdeno mas também para executar a façanha por incrível que pareça, de traduzir as Sagradas Escrituras em mais que trinta línguas. O avô e o pai do pequeno Guilherme eram sucessivamente professor e sacristão (Igreja Anglicana) da Paróquia. Assim o filho aprendeu o pouco que o pai podia ensinar-lhe. Mas não satisfeito com isso, Guilherme continuou seus estudos sem mestre. Aos doze anos adquiriu um exemplar do Vocabulário Latino, por Dyche,. o qual decorou. Aos quatorze anos iniciou a carreira como aprendiz de sapateiro. Na loja encontrou alguns livros, dos quais se aproveitou para estudar. Assim iniciou o estudo do
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grego. Foi nesse tempo que chegou a reconhecer que era um pecador perdido, e começou a examinar cuidadosamente as Escrituras. Não muito depois da sua conversão, com 18 anos de idade, pregou o seu primeiro sermão. reconhecer queTomava o batismo por imersão é bíblico e apostólico, deixou a denominaçãoAo a que pertencia. emprestados livros para estudar e, apesar de viver em pobreza, adquiria alguns livros usados. Um de seus métodos para aumentar o conhecimento de outras línguas, consistia em ler diariamente a Bíblia em latim, em grego e em hebraico. Com a idade de vinte anos, casou-se. Porém os membros da igreja onde pregava eram pobres e Carey teve de continuar seu ofício de sapateiro para ganhar o pão cotidiano. O fato de o senhor Old, seu patrão, exibir na loja um par de sapatos fabricados por Guilherme, como amostra, era prova da habilidade do rapaz. Foi durante o tempo que ensinava geografia em Moulton, que Carey leu o livro As Viagens do Capitão Cook e Deus falou à sua alma acerca do estado abjeto dos pagãos sem o Evangelho. Na sua tenda de sapateiro afixou na parede um grande mapa-mundi, que ele mesmo desenhara cuidadosamente. Incluíra neste mapa todos os dizeres dis poníveis: o número exato da população, a flora e a fauna, as características dos indígenas, etc., de todos os países.Enquanto consertava sapatos, levantava os olhos, de vez em quando, para o mapa e meditava sobre as condições dos vários povos e a maneira de os evangelizar. Foi assim que sentiu mais e mais a chamada de Deus para preparar a Bíblia, para os muitos milhões de indus, na própria língua deles. A denominação a que Guilherme pertencia, depois de aceitar o batismo por imersão, achava-se em grande decadência espiritual. Isto foi reconhecido por alguns dos ministros, os quais concordaram em passar "uma hora em oração na primeira segunda-feira de todos os meses" pedindo de Deus um grande avivamento da denominação. De fato esperavam um despertamento, mas, como acontece muitas vezes, não pensaram na maneira em que Deus lhes responderia. As igrejas de então não aceitavam a idéia, que consideravam absurda, de levar o Evangelho aos pagãos. Certa vez, numa reunião do ministério, Carey levantou-se e sugeriu que ventilassem este assunto: O dever dos crentes em promulgar o Evangelho às nações pagãs. O venerável presidente da reunião, surpreendido, pôs-se em pé e gritou: "Jovem, sente-se! Quando agradar a Deus converter os pagãos, ele o fará sem o seu auxílio, nem o meu." Porém o fogo continuou a arder na alma de Guilherme Carey. Durante os anos que se seguiram esforçou-se ininterruptamente, orando, escrevendo e falando sobre o assunto de levar Cristo a todas as nações. Em maio de 1792, pregou seu memorável sermão sobre Isaíasnão 54.2,3: "Amplia o lugar tenda,eefirma as cortinas tuas habitações se estendam; o impeças; alonga as da tuastuacordas, bem asdas tuas estacas. Porque
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transbordarás à mão direita e à esquerda; e a tua posteridade possuirá as nações e fará que sejam habitadas as cidades assoladas." Discursou sobre a importância de esperar grandes coisas de Deus e, em seguida, enfatizou a necessidade de tentar grandes coisas para Deus. O auditório sentiu-se culpado de negar o Evangelho aos países pagãos, a ponto de "levantar as vozes em choro." Foi então organizada a primeira sociedade missionária na história das igrejas de Cristo para a pregação do Evangelho entre os povos nunca evangelizados. Alguns como Brainerd, Eliot e Schwartz já tinham ido pregar em lugares distantes, mas sem que as igrejas se unissem para sustentá-los. Apesar de a sociedade ser o resultado da persistência e esforços de Carey, ele mesmo não tomou parte na sua formação. O seguinte, porém, foi escrito acerca dele nesse tempo: "Aí está Carey, de estatura pequena, humilde de espírito, quieto e constante; tem transmitido o espírito missionário aos corações dos irmãos, e agora quer que saibam da sua prontidão em ir onde quer que eles desejem, e está bem contente que formulem todos os planos". Nem mesmo com esta vitória, foi fácil para Guilherme Carey concretizar o sonho de levar Cristo aos países que jaziam nas trevas. Dedicava o seu espírito indômito a alcançar o alvo que Deus lhe marcara. A igreja onde pregava não consentia que deixasse o pastorado: somente com a visita dos membros da sociedade a ela é que este problema foi resolvido. No relatório da igreja escreveram: "Apesar de concordar com ele, não achamos bom que nos deixe aquele a quem amamos mais que a nossa própria alma." Entretanto, o que mais sentiu foi quando a sua esposa recusou terminantemente deixar a Inglaterra com os filhos. Carey estava tão certo de que Deus o chamava para trabalhar na Índia que nem por isso vacilou. Havia outro problema que parecia insolúvel: Era proibida a entrada de qualquer missionário na Índia. Sob tais circunstâncias era inútil pedir licença para entrar. Nestas condições, conseguiram embarcar sem esse documento. Infelizmente o navio demorou algumas semanas e, pouco antes de partir, os missionários receberam ordem de desem barcar. A sociedade missionária, apesar de tantos contratempos, continuou a confiar em Deus; conseguiram granjear dinheiro e compraram passagem para a Índia em um navio dinamarquês. Uma mais Careyherói, rogouao à sua querida esposa que o"Se acompanhasse. ainda persistia na vez recusa e nosso despedir-se dela, disse: eu possuísse Ela o
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mundo inteiro, daria alegremente tudo pelo privilégio de levar-te e os nossos queridos filhos comigo; mas o sentido do meu dever sobrepuja todas as outras considerações. Não posso voltar para trás sem incorrer em culpa a minha alma." Porém, antes de o navio dos missionários foi à casa deconseguiu Carey. Grande foiaa surpresa e o regozijo departir, todos um ao saberem que esse missionário induzir esposa de Carey a acompanhar o seu marido. Deus comoveu o coração do comandante do navio a levá-la em companhia dos filhos, sem pagar passagem. Certamente a viagem a vela não era tão cômoda como nos vapores modernos. Apesar dos temporais, Carey aproveitou-se do ensejo para estudar o bengali e ajudar um dos missionários na obra de verter o livro de Gênesis para a língua bengaleza. Guilherme Carey aprendeu suficiente o bengali, durante a viagem, para conversar com o povo. Pouco depois de desembarcar, começou a pregar e os ouvintes vinham para ouvir em número sempre crescente. Carey percebeu a necessidade imperiosa de o povo possuir a Bíblia na própria língua e, sem demora, entregou-se à tarefa de traduzi-la. A rapidez com que aprendeu as línguas da Índia é uma admiração para os maiores lingüistas. Ninguém sabe quantas vezes o nosso herói se mostrou desanimadíssimo na Índia. A esposa não tinha interesse nos esforços de seu marido e enlouqueceu. A maior parte dos ingleses com Carey teve o tinham como louco; duranteaos quase anos nenhuma cartaquem da Inglaterra lhe contato, chegou às mãos. Muitas vezes faltava seusdois dinheiro e alimento. Para sustentar a família, o missionário tornou-se lavrador da terra e empregou-se em uma fábrica de anil. Durante mais de trinta anos Carey foi professor de línguas orientais no colégio de Fort Williams. Fundou também, o Serampore College para ensinar os obreiros. Sob a sua direção, o colégio prosperou, preenchendo um grande vácuo na evangelização do país. Ao chegar à Índia, Carey continuou os estudos que começara quando menino. Não somente fundou a Sociedade de Agricultura e Horticultura, mas criou um dos melhores jardins botânicos, redigiu e publicou o "Hortus Bengalensis". O livro "Flora Índica", outra de suas obras, foi considerada obra-prima por muitos anos. Não se deve concluir, contudo, que, para Guilherme Carey, a horticultura fosse mais do que um passatempo. Passou, também, muito tempo ensinando nas escolas de crianças pobres. Mas, acima de tudo, sempre lhe ardia no coração o desejo de se esforçar na obra de ganhar almas. Quandoà um de seus filhos começou a pregar,Anos Careydepois, escreveu: "Meuesse filho, Félix, respondeu chamada para pregar o Evangelho". quando filho aceitou
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o cargo de embaixador da Grã Bretanha no Sião, o pai, desapontado e angustiado, escreveu para um amigo: "Félix encolheu-se até tornar-se um embaixador!" Durante o período de quarenta e um anos, que passou na Índia, não visitou a Inglaterra. Falava, embora comelas dificuldade, mais de línguas dirigia a tradução das Escrituras em todas e foi apontado ao trinta serviço árduoda deÍndia, tradutor oficial do governo. Escreveu várias gramáticas indianas e compilou notáveis dicionários dos idiomas bengali, marati e sânscrito. O dicionário do idioma bengali consta de três volumes e inclui todas as palavras da língua, traçadas até a sua origem e definidas em todos os seus sentidos. Tudo isto era possível porque sempre economizava o tempo, segundo se deduz do que escreveu seu biógrafo: "Desempenhava estas tarefas hercúleas sem pôr em risco a sua saúde, aplicando-se metódica e rigorosamente ao seu programa de trabalho, ano após ano. Divertia-se, passando de uma tarefa para outra. Dizia que se perde mais tempo, trabalhando inconstante e indolentemente do que nas interrupções de visitas. Observava, portanto, a norma de entrar, sem vacilar, na obra marcada e de não deixar coisa alguma desviar a sua atenção para qualquer outra coisa durante aquele período."O seguinte escrito pedindo desculpas a um amigo pela demora em responder-lhe a carta, mostra como muitas das suas obras avançavam juntas: "Levantei-me às seis, li um capítulo da Bíblia hebraica; passei ocom restoosdocriados. tempo, até às sete, emhoje oração. Então assisti ao culto doméstico em bangali, Enquanto esperava o chá, li um pouco em persa com um munchi que me esperava; li também, antes de comer, uma porção das Escrituras em industani. Logo depois de comer sentei-me, com um pundite que me esperava, para continuar a tradução do sânscrito para o ramayuma. Trabalhamos até as dez horas, quando então fui ao colégio para ensinar até quase as duas horas. Ao voltar para casa, li as provas da tradução de Jeremias em bengali, só findando em tempo para jantar. Depois do jantar, traduzi, ajudado pelo pundite chefe do colégio, a maior parte do capítulo oito de Mateus em sânscrito. Nisto fiquei ocupado até as seis. Depois das seis assentei-me com um pundite de Telinga, para traduzir do sânscrito para a língua dele. Às sete comecei a meditar sobre a mensagem para um sermão e preguei em inglês, às sete e meia. Cerca de quarenta pessoas assistiram ao culto, entre as quais, um juiz do Sudder Dewany'dawlut. Depois do culto, o juiz contribuiu com 500 rupias para a construção de um novo templo. Todos os que assistiram ao culto tinham saído às nove horas; sentei-me para traduzir o capítulo onze de Ezequiel para o bengali. Findei às onze, e agora estou escrevendo esta carta. Depois, encerrei o dia com oração. Não há dia em que disponha de mais tempo do que isto, mas o programa varia." Comaosua avançar da àidade, seus amigos em quetrabalhando diminuísse os seus esforços, mas aversão inatividade era tal,insistiam que continuava mesmo quando a
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força física não dava para a necessária energia mental. Por fim, viu-se obrigado a ficar de cama, onde continuava a corrigir as provas das traduções. Finalmente, em 9 de junho de 1834, com a idade de 73 anos, Guilherme Carey dormiu em Cristo. A humildade era uma das características mais destacadas da sua vida. Conta-se que, no zênite da fama, ouviu certo oficial inglês perguntar cinicamente: - "O grande doutor Carey não era sapateiro?" Carey, ao ouvir casualmente a pergunta, respondeu: "- Não, meu amigo, era apenas um remendão." Quando Guilherme Carey chegou à Índia, os ingleses negaram-lhe permissão para desembarcar. Ao morrer, porém, o governo mandou içar as bandeiras a meia haste em honra de um herói que fizera mais para a Índia do que todos os generais britânicos. Calcula-se que traduziu a Bíblia para a terça parte dos habitantes do mundo. Assim escreveu um de seus sucessores, o missionário Wenger: "Não sei como Carey conseguiu fazer nem a quarta parte das suas traduções. Faz cerca de vinte anos (em 1855), que alguns missionários, ao apresentarem o Evangelho no Afeganistão (país da Ásia central), acharam que a única versão que esse povo entendia era o Pushtoo, feita em Sarampore por Carey." O corpo de Guilherme Carey descansa, mas a sua obra continua a servir de bênção a uma grande parte do mundo. (extraido do livro hérois da fé) Davi Brainerd
Um arauto aos peles-vermelhas (1718-1747)
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Certo jovem, franzino de corpo, mas tendo na alma o fogo do amor aceso por Deus, encontrou-se na floresta, para ele desconhecida. Era tarde e o sol já declinava até quase desaparecer no horizonte, quando o viajante, enfadado da longa viagem, avistou a fumaça das fogueiras dos índios "peles-vermelhas". Depois de apear e amarrar seu cavalo, deitou-se no chão para passar a noite, agonizando em oração. Sem ele o saber, alguns dos silvícolas o haviam seguido silenciosamente, como serpentes, durante a tarde. Agora estacionavam atrás dos troncos das árvores para contemplar a cena misteriosa de um vulto de cara pálida, sozinho, prostrado no chão, clamando a Deus. Os guerreiros da vila resolveram matá-lo, sem demora, pois, diziam, os brancos davam uma aguardente aos peles-vermelhas, para, enquanto bêbados, levar-lhes as cestas e as peles de animais, e roubar-lhes as terras. Mas depois de cercarem furtivamente o missionário, que orava,prostrado, e ouvirem como clamava ao "Grande Espírito", insistindo que lhes salvasse a alma, eles partiram tão secretamente como chegaram. No dia seguinte, o moço, não sabendo o que acontecera em redor, enquanto orava no ermo, foi recebido na vila de uma maneira não esperada. No espaço aberto entre as "wigwams" (barracas de peles) os índios o cercaram e o moço, com o amor de Deus ardendo na alma, leu o capítulo 53 de Isaías. Enquanto pregava, Deus respondeu a sua oração da noite anterior e os silvícolas ouviram o sermão, com lágrimas nos olhos. Esse cara-pálida chamava-se emfilha 20 dedum abrilpregador, de 1718.faleceu Seu pai faleceu quando Davi tinha 9 Davi anos Brainerd. de idade, eNasceu sua mãe, quando ele tinha 14 anos. Acerca de sua luta com Deus, no tempo da sua conversão, na idade de vinte anos, ele escreveu. "Designei um dia para jejuar e orar, e passei esse dia clamando quase incessantemente a Deus, pedindo misericórdia e que ele abrisse meus olhos para a enormidade do pecado e o caminho para a vida em Jesus Cristo... Contudo, continuei a confiar nas boas obras... Então, uma noite andando na roça, foi me dada uma visão da grandeza do meu pecado, parecendo-me que a terra se abrira por baixo dos meus pès para me sepultar e que a minha alma iria ao Inferno antes de eu chegar em casa... Certo dia, estando longe do colégio, no campo, sozinho em oração, senti tanto gozo e doçura em Deus, que, se eu devesse ficar neste mundo vil, queria permanecer contemplando a glória de Deus. Senti na alma um profundo amor ardente para com todos os homens e anelava que eles desfrutassem desse mesmo amor de Deus. "No mês de agosto, depois, senti-me tão fraco e doente, como resultado de aplicar-me demais que ohemorragias. diretor do colégio me aconselhou a voltar Estava tão fraco aos queestudos, tive algumas Senti-me perto da morte, maspara Deuscasa. renovou em
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mim o conhecimento e o gosto das coisas divinas. Anelava tanto a presença de Deus e ficar livre do pecado, que, ao melhorar, preferia morrer a voltar ao colégio, e me afastar de Deus...Oh! uma hora com Deus excede infinitamente todos os prazeres do mundo." Grande De fato, depois de época, voltar ao colégio,a cidade Brainerd em espírito, masdeo Yale Avivamento, dessa alcançou deesfriou New Haven, o colégio eo
coração de Davi Brainerd. Ele tinha o costume de escrever diariamente uma relação dos acontecimentos mais importantes da sua vida, passados durante o dia. É por esses diários escritos para si próprio e não para o mundo ler, que sabemos da sua vida íntima de profunda comunhão com Deus. Os seguintes poucos trechos servem como amostras do que ele escreveu em muitas páginas de seu diário e descobrem algo de sua luta com Deus, enquanto estudava para o ministério: "Fui tomado repentinamente pelo horror da minha miséria. Então clamei a Deus, pedindo que me purificasse da minha extrema imundícia. Depois a oração se tornou mui preciosa para mim. Ofereci-me alegremente para passar os maiores sofrimentos pela causa de Cristo, mesmo que fosse para ser desterrado entre os pagãos, desde que pudesse ganhar suas almas. Então Deus me deu o espírito de lutar em oração pelo reino de Cristo no mundo. "Retirei-me cedo, de manhã, para a floresta, e foi-me concedido fervor em rogar pelo avanço do reino de Cristo no mundo. Ao meio-dia, ainda combatia em oração a Deus, e sentia o poder do divino amor na intercessão. "Passei o dia em jejum e oração, implorando que Deus me preparasse para o ministério, e me concedesse auxílio divino e direção, e que ele me enviasse para a seara no dia que ele designasse. Pela manhã, senti poder na intercessão pelas almas imortais e pelo progresso do reino do querido Senhor e Salvador no mundo... À tarde, Deus estava comigo de verdade. Quão bendita a sua companhia! Ele me concedeu agonizar em oração até ficar com a roupa encharcada de suor, apesar de eu me achar na sombra, e de soprar um vento fresco. Sentia a minha alma grandemente extenuada pela condição do mundo: esforçava-me para arrebatar multidões de almas. Sentia-me mais dilatado pelos pecadores do que pelos filhos de Deus, contudo anelava gastar a minha vida clamando por ambos."Passei duas horas agonizando pelas almas imortais. Apesar de ser ainda muito cedo, meu corpo estava molhado de suor... Se eu tivesse mil vidas, a minha alma as teria dado pelo gozo de estar com Cristo... "Dediquei o dia para jejuar e orar, implorando a Deus que me dirigisse e me abençoasse na grande obra que tenho perante mim, a de pregar o Evangelho. Ao anoitecer, o Senhor me visitou maravilhosamente na oração; senti a minha alma angustiada como nunca... Senti tanta agonia que me achava ensopado de suor. Oh! e Jesus suou sangue pelas pobres almas! Eu anelava mostrar mais e mais compaixão para com elas.
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"Cheguei a saber que as autoridades esperam a oportunidade de me prender e encarcerar por ter pregado em New Haven. Fiquei mais sóbrio e abandonei toda a esperança de travar amizade com o mundo. Retirei-me para um lugar oculto na floresta e coloquei o caso perante Deus." Completados os seus estudos para o ministério, ele escreveu: "Preguei o sermão de despedida ontem, à noite. Hoje, pela manhã orei em quase todos os lugares por onde andei, e, depois de me despedir dos amigos, iniciei a viagem para o habitat dos índios." Essas notas do diário revelam, em parte, a sua luta com Deus enquanto estudava para o ministério. Um dos maiores pregadores atuais, referindo-se a esse diário, declarou: "Foi Brainerd quem me ensinou a jejuar e orar. Cheguei a saber que se fazem maiores coisas por meio de contato cotidiano com Deus do que por pregações." No início da história da vida de Brainerd, já relatamos como Deus lhe concedeu entrada entre os silvícolas violentos, em resposta a uma noite de oração, prostrado em terra, nas profundezas da floresta. Mas, apesar de os índios lhe darem a toda hospitalidade, concedendo-lhe um lugar para dormir sobre um pouco de palha e, ouvirem o sermão, comovidos, Brainerd não estava satisfeito e continuava a lutar em oração, como revela seu diário: "Continuoacerca a sentir-me angustiado. tardereceio preguei povo, mas fiquei mais as desanimado do trabalho do que Àantes; queaoseja impossível alcançar almas. Retirei-me e derramei a minha alma pedindo misericórdia, mas sem sentir alívio. "Completo vinte e cinco anos de idade hoje. Dói-me a alma ao pensar que vivi tão pouco para a glória de Deus. Passei o dia na floresta sozinho, derramando a minha queixa perante o Senhor. "Cerca das nove horas, saí para orar na mata. Depois do meio-dia, percebi que os índios estavam se preparando para uma festa e uma dança... Em oração, senti o poder de Deus e a minha alma extenuada como nunca antes na minha vida. Senti tanta agonia e insisti com tanta veemência que, ao levantar-me, só consegui andar com dificuldade. O suor corria-me pelo rosto e pelo corpo. Reconheci que os pobres índios se reuniam para adorar demônios e não a Deus; esse foi o motivo de eu clamar a Deus, que se apressasse em frustrar a reunião idólatra. Assim, passei a tarde orando incessantemente, pedindo o auxílio divino para que eu não confiasse em mim mesmo. O que experimentei, enquanto orava, foi maravilhoso. Parecia-me que não havia nada de importância em mim, a não ser santidade de coração e vida, e o anelo pela conversão dos pagãos a Deus.
Desapareceram todos os cuidados, receios e anelos; todos juntos pareciam-me de menor importância queeolhe sopro vento. Anelava Deus adquirisse para siemumque nome os pagãos fiz do o meu apelo com aque maior ousadia, insistindo ele entre
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reconhecesse que eu 'o preferia à minha maior alegria.' De fato, não me importava onde ou como morava, nem da fadiga que tinha de suportar, se pudesse ganhar almas para Cristo. Continuei assim toda a tarde e toda a noite." Assim revestido, pela manhã, da mata para enfrentar índios, certo que Deus estava Brainerd, com ele, como estiveravoltou com Elias no monte Carmelo.osAo insistir comde os índios para que abandonassem a dança, eles, em vez de matá-lo, desistiram da orgia e ouviram a sua pregação, de manhã e à tarde. Depois de sofrer como poucos sofrem, depois de se esforçar de noite e de dia, depois de passar horas inumeráveis em jejum e oração, depois de pregar a Palavra "a tempo e fora de tempo", por fim, abriram-se os céus e caiu o fogo. Os seguintes excertos do seu diário descrevem algumas dessas experiências gloriosas: "Passei a maior parte do dia em oração, pedindo que o Espírito fosse derramado sobre o meu povo... Orei e louvei com grande ousadia, sentindo grande peso pela salvação das preciosas almas. "Discursei à multidão extemporaneamente sobre Isaías 53.10: Todavia, o Senhor agradou moê-lo'. Muitos dos ouvintes entre a multidão de três a quatro mil, ficaram comovidos a ponto de haver um 'grande pranto, como o pranto de Hadadrimom'. [Ver Zacarias 12.11) "Enquanto a cavalo, antes com de chegar ao para lugarclamar para pregar, o meu restaurado eu e aandava minha alma revestida o poder a Deus,senti quase sem espírito cessar, por muitos quilômetros a fio. "De manhã, discursei aos índios onde nos hospedamos. Muitos ficaram comovidos e, ao falar-lhes acerca da salvação da sua alma, as lágrimas correram abundantemente e eles começaram a soluçar e a gemer. À tarde, voltei ao lugar onde lhes costumava pregar; eles ouviram com a maior atenção quase até o fim. Nem a décima parte dos ouvintes pôde conter-se de derramar lágrimas e clamar amargamente. Quanto mais eu falava do amor e compaixão de Deus, ao enviar seu Filho para sofrer pelos pecados dos homens, tanto mais aumentava a angústia dos ouvintes. Foi para mim uma surpresa notar como seus corações pareciam traspassados pelo terno e comovente convite do Evangelho, antes de eu proferir uma única palavra de terror. "Preguei aos índios sobre Isaías 53.3-10. Muito poder acompanhava a Palavra e houve grande convicção entre os ouvintes; contudo, não tão geral como no dia anterior. Mas a maioria ficou comovida e em grande angústia de alma; alguns não podiam caminhar, nem ficar em pé: caíam no chão como se tivessem o coração traspassado e clamavam sem cessar, pedindo, misericórdia... Os que vieram de lugares distantes foram levados logo à convicção, pelo Espírito de Deus.
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"À tarde, preguei sobre Lucas 15.16-23. Havia muita convicção visível entre os ouvintes, enquanto eu discursava; mas, ao falar particularmente, depois, a alguns que se mostravam comovidos, o poder de Deus desceu sobre o auditório 'como um vento veemente e impetuoso e varreu tudo de uma maneira espetacular. "Fiquei em pé, admirado da influência que se apoderou do auditório quase totalmente. Parecia, mais que qualquer outra coisa, a força irresistível de uma grande correnteza, ou dilúvio crescente, que derrubava e varria tudo que encontrava na sua frente. "Quase todos oravam e clamavam, pedindo misericórdia, e muitos não podiam ficar em pé. A convicção que cada um sentiu foi tão grande, que pareciam ignorar por completo os outros em redor, mas cada um continuava a orar por si mesmo. "Lembrei-me de Zacarias 12.10-12, porque havia grande pranto como o pranto de 'Hadadrimom', parecendo que cada um pranteava à parte. "Parecia-me um dia muito semelhante ao dia em que Deus mostrou seu poder a Josué (Josué 10.14), porque era um dia diferente de qualquer dia que tinha presenciado antes, um dia em que Deus fez muito para destruir o reino das trevas entre esse povo". É difícil reconhecer a magnitude da obra de Davi Brainerd entre as diversas tribos de índios, nas profundezas das florestas; ele não entendia os seus idiomas. Se lhes transmitia a mensagem de Deus ao coração, deveria achar alguém que pudesse servir como intérprete. Passava diascom inteiros orando viesseresistir sobreàele o poder do Espírito Santo tantosimplesmente poder, que esse povopara não que pudesse mensagem. Certa vez teve que pregar por meio de um intérprete tão bêbado, que quase não podia ficar em pé, contudo, vintenas de almas foram convertidas por esse sermão. Ele andava, às vezes, perdido de noite no ermo, apanhando chuva e atravessando montanhas e pântanos. Franzino de corpo, cansava-se nas viagens. Tinha que suportar o calor do verão e o intenso frio do inverno. Dias a fio passava-os com fome. Já começava a sentir a saúde abalada e estava a ponto de casar-se (sua noiva era Jerusa Edwards, filha de Jônatas Edwards) e estabelecer um lar entre os índios convertidos ou voltar e aceitar o pastorado de uma igreja que o convidava. Contudo, reconhecia que não podia viver, por causa da sua doença, mais que um ou dois anos e resolveu então ''arder até o fim". Assim, depois de ganhar a vitória em oração, clamou: "Eis-me aqui, Senhor, envia-me a mim até os confins da terra; envia-me aos selvagens do ermo; envia-me para longe de tudo que se chama conforto da terra; envia-me mesmo para a morte, se for no teu serviço e para promover o teu reino..."
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Então acrescentou: "Adeus amigos e confortos terrestres, mesmo os mais anelados de todos. Se o Senhor quiser, gastarei a minha vida, até os últimos momentos, em cavernas e covas da terra, se isso servir para o progresso do Reino de Cristo." Foiaqui nessa ocasião que escreveu: "Continuei lutando com até Deus em oração pelo rebanho e, especialmente, pelos índios em outros lugares, a hora de deitar-me. Oh! como senti ser obrigado a gastar o tempo dormindo! Anelava ser uma chama de fogo, constantemente ardendo no serviço divino e edificando o reino de Deus, até o último momento, o momento de morrer." Por fim, depois de cinco anos de viagens árduas no ermo, de aflições inumeráveis e de sofrer dores incessantes no corpo, Davi Brainerd, tuberculoso e com as forças físicas quase inteiramente esgotadas, conseguiu chegar à casa de Jônatas Edwards. O peregrino já completara a sua carreira terrestre e esperava o carro de Deus para leválo à Glória. Quando, no seu leito de sofrimento, viu alguém entrar no quarto com a Bíblia, exclamou: "Oh! o querido Livro! Breve hei de vê-lo aberto. Os seus mistérios me serão então desvendados!" Minguando sua força física e aumentando sua percepção espiritual, falava com mais e mais dificuldade: "Fui feito para a eternidade. Como anelo estar com Deus e prostrarme perante Ele! Oh! que o Redentor pudesse ver o fruto do trabalho da sua alma e ficar satisfeito! Oh! vem,Senhor Jesus! Vem depressa! Amém!" - e dormiu no Senhor. Depois desse acontecimento, a noiva de Brainerd, Jerusa Edwards, começou a murchar como uma flor e, quatro meses depois também foi morar na cidade celeste. Dum lado do seu túmulo, está o de Davi Brainerd e do outro lado está o túmulo de seu pai, Jônatas Edwards. O desejo veemente da vida de Davi Brainerd era o de arder como uma chama, por Deus, até o último momento, como ele mesmo dizia: "Anelo ser uma chama de fogo, constantemente ardendo no serviço divino, até o último momento, o momento de falecer." Brainerd findou a sua carreira terrestre aos vinte e nove anos. Contudo apesar de sua grande fraqueza física, fez mais que a maioria dos homens faz em setenta anos. Sua biografia, escrita por Jônatas Edwards e revisada por João Wesley, teve mais influência sobre a vida de A. J. Gordon do que qualquer outro livro, exceto a Bíblia. Guilherme Carey leu a história da sua obra e consagrou a sua vida ao serviço de Cristo, e nas trevas da Índia! Roberto McCheyne leu o seu diário e gastou a sua vida entre os judeus. Henrique Martyn leu a sua biografia e se entregou para consumir-se dentro de um período de seis anos e meio no serviço de seu Mestre, na Pérsia.
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O que Davi escreveu a seu irmão, Israel Brainerd, é para nós um desafio à obra missionária: "Digo, agora, morrendo, não teria gasto a minha vida de outra forma, nem por tudo que há no mundo." (extraido do livro hérois da fé) George Whitefield
Pregador ao ar livre (1714-1770) Mais de 100 mil homens e mulheres rodeavam o pregador, há mais de duzentos anos, em Cambuslang, Escócia. As palavras do sermão, vivificadas pelo Espírito Santo, ouviam-se distintamente em todas as partes que formavam esse mar humano. É-nos difícil fazer uma idéia do vulto da multidão de 10 mil penitentes que responderam ao apelo para se entregarem ao Salvador. Estes acontecimentos servem-nos como um dos poucos exemplos do cumprimento das palavras de Jesus: "Na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque vou para meu Pai" (João 14.12). Havia "como um fogo ardente encerrado nos ossos" deste pregador, que era Jorge Whitefield. Ardia nele um zelo santo de ver todas as pessoas libertas da escravidão do pecado. Durante um período de vinte e oito dias fez a incrível façanha de pregar a 10 mil pessoas diariamente. Sua voz se ouvia perfeitamente a mais de um quilômetro de distância, apesar de fraco de físico e de sofrer dos pulmões.Não havia prédio no qual coubessem os auditórios e, nos países onde pregou, armava seu púlpito nos campos, fora das cidades. Whitefield merece o título de príncipe dos pregadores ao ar livre,
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porque pregava em média dez vezes por semana, e isso fez durante um período de trinta e quatro anos, em grande parte sob o teto construído por Deus -os céus. A vida de Jorge Whitefield era um milagre. Nasceu em uma taberna de bebidas alcoólicas. de completar três anos, seu pai Suapensão mãe casou-se novamente, mas a JorgeAntes foi permitido continuar os estudos nafaleceu. escola. Na de sua mãe, fazia a limpeza dos quartos, lavava roupa e vendia bebidas no bar. Estranho que pareça e apesar de não ser salvo, interessava-se grandemente pela leitura das Escrituras, lendo a Bíblia até alta noite preparando sermões. Na escola era conhecido como orador: Sua eloqüência era natural e espontânea, um dom extraordinário de Deus, dom que possuía sem ele mesmo saber. Custeou os próprios estudos em Pembroke College, Oxford, servindo como garçom em um hotel. Depois de estar algum tempo em Oxford, ajuntou-se ao grupo de estudantes a que pertenciam João e Carlos Wesley. Passou muito tempo, como os demais do grupo, jejuando e esforçando-se para mortificar a carne, a fim de alcançar a salvação, sem compreender que "a verdadeira religião é a união da alma com Deus e a formação de Cristo em nós." Acerca da sua salvação, escreveu algum tempo antes de morrer: "Sei o lugar onde... Todas as vezes que vou a Oxford, sinto-me impelido a ir primeiro a este lugar onde Jesus se revelou a mim, pela primeira vez, e me deu o novo nascimento". Com a saúde abalada, talvez pelo excesso deinaugurou estudo, Jorge casa para la. Resolvido a não cair no indiferentismo, umavoltou classe abíblica pararecuperájovens que, como ele, desejavam orar e crescer na graça de Deus. Visitavam diariamente os doentes e os pobres e, freqüentemente, os prisioneiros nas cadeias, para orarem com eles e prestarem-lhes qualquer serviço manual que pudessem. Jorge tinha no coração um plano que consistia em preparar cem sermões e apresentar-se para ser separado para o ministério. Porém quando havia preparado apenas um sermão, seu zelo era tanto, que a igreja insistia em ordená-lo, tendo penas vinte e um anos apesar de ser regra não aceitar ninguém para tal cargo, com menos de 23 anos. O dia antes da sua separação para o ministério, passou-o em jejum e oração. Acerca desse fato, ele escreveu: "À tarde, retirei-me para um alto, perto da cidade, onde orei com instância durante duas horas, pedindo a meu favor e também por aqueles que estavam para ser separados comigo. No domingo, levantei-me de madrugada e orei sobre o assunto da epístola de Paulo a Timóteo, especialmente sobre o preceito: ' Ninguém despreze a tua mocidade'. Quando o ancião me impôs as suas mãos, se meu vil coração não me engana, ofereci todo o meu espírito, alma e corpo para o serviço no santuário de Deus... Posso testificar; perante os céus e a terra, que dei-me a mim mesmo, quando o ancião me impôs as mãos, para ser um mártir por aquele que foi pregado na cruz em meu lugar".
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Os lábios de Whitefield foram tocados pelo fogo divino do Espírito Santo na ocasião da sua separação para o ministério. No domingo seguinte, naquela época de gelo espiritual, pregou pela primeira vez. Alguns se queixaram de que quinze dos ouvintes enlouqueceram ao ouvirem o sermão. O ancião, porém, compreendendo o que se passava, respondeu"loucura" que seria antes muitodebom, se os quinzedomingo. não se esquecessem da sua chegar o outro Whitefield nunca se esqueceu nem deixou de aplicar a si as seguintes palavras do Doutor Delaney: "Desejo, todas as vezes que subir ao púlpito, considerar essa oportunidade como a última que me é dada de pregar, e a última dada ao povo de ouvir". Alguém assim escreveu sobre uma de suas pregações: "Quase nunca pregava sem chorar e sei que as suas lágrimas eram sinceras. Ouvi-o dizer: 'Vós me censurais porque choro. Mas, como posso conter-me, quando não chorais por vós mesmos, apesar das vossas almas mortais estarem a beira da destruição? Não sabeis se estais ouvindo o último sermão, ou não, ou se jamais tereis outra oportunidade de chegar a Cristo!" Chorava, às vezes, até parecer que estava morto e custava a recuperar as forças. Diz-se que os corações da maioria dos ouvintes eram derretidos pelo calor intenso de seu espírito, como prata na fornalha do refinador. Quando estudante no colégio de Oxford, seu coração ardia de zelo e pequenos grupos de alunos se reuniam no seu quarto, diariamente; eles eram movidos, como os discípulos logo depois do derramamento do Espírito Santo, no Pentecoste. O Espírito continuou a operar poderosamente nele e por ele durante o resto da sua vida, porque nunca abandonou o costume deebuscar a presença de Deus. em três partes: oito horas sozinho com Deus em estudos, oito horas paraDividia dormiroedia as refeições, oito horas para o trabalho entre o povo. De joelhos, lia, e orava sobre as leituras das Escrituras e recebia luz, vida e poder. Lemos que numa das suas visitas aos Estados Unidos, "passou a maior parte da viagem a bordo, sozinho em oração". Alguém escreveu sobre ele: "Seu coração encheu-se tanto dos céus que anelava por um lugar onde pudesse agradecer a Deus; e sozinho, durante horas, chorava comovido pelo amor consumidor do seu Senhor". Suas experiências no ministério confirmavam a sua fé na doutrina do Espírito Santo, como o Consolador ainda vivo, o poder de Deus operando atualmente entre nós. A pregação de Jorge Whitefield era feita de forma tão vivida que parecia quase sobrenatural. Conta-se que, certa vez pregando a alguns marinheiros, descreveu um navio perdido num furacão. Tudo foi apresentado em manifestações tão reais que, quando chegou ao ponto de descrever o barco afundando, alguns marinheiros pularam dos assentos, gritando: "Às baleeiras! Às baleeiras!". Em outro sermão falou acerca dum cego andando na direção dum precipício desconhecido. A cena foi tão real que, quando o pregador chegou ao ponto de descrever a chegada do cego à beira do profundo abismo, o camareiro-mor, Chesterfield, que assistia, deu um pulo gritando: "Meu Deus! ele desapareceu!"
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O segredo, porém, da grande colheita de almas salvas não era a sua maravilhosa voz nem a sua grande eloqüência. Não era também porque o povo tivesse o coração aberto para receber o Evangelho, porque era tempo de grande decadência espiritual entre os crentes. Também não foi porque lhe faltasse oposição. Repetidas vezes Whitefield pregou nos campos, porque as igrejas fecharam-lhe as portas. Às vezes nem os hotéis queriam aceitá-lo como hóspede. Em Basingstoke foi agredido a pauladas. Em Staffordshire atiraram-lhe torrões de terra. Em Moorfield destruíram a mesa que lhe servia de púlpito e arremessaram contra ele o lixo da feira. Em Evesham, as autoridades, antes de seu sermão, ameaçaram prendê-lo, se pregasse. Em Exeter, enquanto pregava a dez mil pessoas, foi apedrejado de tal forma que pensou haver chegado para ele a hora, como o ensangüentado Estevão, de ser imediatamente chamado à presença do Mestre. Em outro lugar, apedrejaram-no novamente, até ficar coberto de sangue. Verdadeiramente levava no corpo, até a morte, as marcas de Jesus. O segredo de tais frutos na sua pregação era o seu amor para com Deus. Quando ainda muito novo, passava noites inteiras lendo a Bíblia, que muito amava. Depois de se converter, teve a primeira daquelas experiências de sentir-se arrebatado, ficando a sua alma inteiramente aberta, cheia, purificada, iluminada da glória e levada a sacrificar-se, inteiramente, ao seu Salvador. Desde então nunca mais foi indiferente em servir a Deus, mas regozijava-se no alvo de trabalhar de toda a sua alma, e de todas as suas forças, e de todo seu entendimento. Só achava interesse nos cultos e escreveu para sua mãe que nunca mais voltaria seu emprego. Consagrou a vida a Cristo. Ea manifestação exterioraodaquela vida nunca excedia a suacompletamente realidade interior, portanto, nunca mostrou cansaço nem diminuiu a marcha durante o resto de sua vida. Apesar de tudo, ele escreveu: "A minha alma era seca como o deserto. Sentia-me como encerrado dentro duma armadura de ferro. Não podia ajoelhar-me sem estar tomado de grandes soluços e orava até ficar molhado de suor... Só Deus sabe quantas noites fiquei prostrado, de cama, gemendo, por causa do que sentia, e ordenando, em nome de Jesus, que Satanás se apartasse de mim. Outras vezes passei dias e semanas inteiros prostrado em terra, suplicando para ser liberto dos pensamentos diabólicos que me distraíam. Interesse próprio, rebelião, orgulho e inveja me atormentavam, um após outro, até que resolvi vencê-los ou morrer. Lutei até Deus me conceder vitória sobre eles". Jorge Whitefield considerava-se um peregrino errante no mundo, procurando almas. Nasceu, criou-se e diplomou-se na Inglaterra. Atravessou o Atlântico treze vezes. Visitou a Escócia quatorze vezes. Foi ao País de Gales várias vezes. Visitou uma vez a Holanda. Passou quatro meses em Portugal. Nas Bermudas, ganhou muitas almas para Cristo, como nos demais lugares onde trabalhou. Acerca do concedidas que sentiu em uma das viagens à colônia do da Geórgia, 'Foram-me manifestações extraordinárias alto. CedoWhitefield de manhã,escreveu: ao meio-
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dia, ao anoitecer e à meia-noite, de fato durante o dia inteiro, o amado Jesus me visitava para renovar-me o coração. Se certas árvores perto de Stonehourse pudessem falar, contariam acerca da doce comunhão, que eu e algumas almas amadas desfrutamos ali com Deus, sempre bendito. Às vezes, quando de passeio, a minha alma fazia tais incursões pelas regiões celestes, que parecia pronta ainfinita abandonar o corpo. vezes sentia-me tão vencido pela grandeza da majestade de Deus, que Outras me prostrava em terra e entregava-lhe a alma, como um papel em branco, para Ele escrever nela o que desejasse. De uma noite nunca me esquecerei. Relampejava excessivamente. Eu pregara a muitas pessoas e algumas ficaram receosas de voltar a casa. Senti-me dirigido a acompanhá-las e aproveitar o ensejo para as animar a se prepararem para a vinda do Filho do homem. Oh! que gozo senti na minha alma! Depois de voltar, enquanto alguns se levantavam das suas camas, assombrados pelos relâmpagos que andavam pelo chão e brilhavam duma parte do céu até outra, eu com mais um irmão ficamos no campo adorando, orando, exultando ao nosso Deus e desejando a revelação de Jesus dos céus, uma chama de fogo!" - Como se pode esperar outra coisa a não ser que as multidões, a quem Whitefield pregava, fossem levadas a buscar a mesma Presença? Na sua biografia há um grande número de exemplos como os seguintes: "Oh! quantas lágrimas foram derramadas, com forte clamor, pelo amor do querido Senhor Jesus! Alguns desmaiavam e quando recobravam as forças, ouviam e desmaiavam de novo. Outros gritavam como quem sente a ânsia da morte. E depois de eu findar o último discurso, eu mesmo senti-me tão vencido pelo amor de Deus que quase fiquei sem vida. Contudo, por fim, revivi e, depois de me alimentar um pouco, estava fortalecido bastante para viajar cerca de trinta quilômetros, até Nottingham. No caminho, a alma alegrou-se cantando hinos. Chegamos quase à meia-noite; depois de nos entregarmos a Deus em oração, deitamo-nos e descansamos na proteção do querido Senhor Jesus. Oh! Senhor, jamais existiu amor como o teu!" Então Whitefield continuou, sem cansar: "No dia seguinte em Fog's Manor, a concorrência aos cultos foi tão grande como em Nottingham. O povo ficou tão quebrantado que, por todos os lados, vi pessoas banhadas em lágrimas. A palavra era mais cortante que espada de dois gumes e os gritos e gemidos alcançavam o coração mais endurecido. Alguns tinham semblantes pálidos como a palidez de morte; outros torciam as mãos, cheios de angústia; ainda outros foram prostrados ao chão, ao passo que outros caíam e eram aparados nos braços de amigos. A maior parte do povo levantava os olhos para os céus, clamando e pedindo a misericórdia de Deus. Eu, enquanto os contemplava, só podia pensar em uma coisa: o grande dia. Pareciam pessoas acordadas pela última trombeta, saindo dos seus túmulos para o juízo." "O poder da presença divina nos acompanhou até Baskinridge, onde os arrependidos choravam e os salvos oravam, lado a lado. O indiferentismo de muitos transformou-se em assombro, e oAassombro, depois, em grande alegria. Alcançou todas as classes,por idades e caracteres. embriaguez foi abandonada por aqueles que eram dominados
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esse vício. Os que haviam praticado qualquer ato de injustiça foram tomados de remorso. Os que tinham furtado foram constrangidos a fazer restituição. Os vingativos pediram perdão. Os pastores ficaram ligados ao seu povo por um vínculo mais forte de compaixão. O culto doméstico foi iniciado nos lares. Os homens foram levados a estudar a Palavra de Deus e a terem comunhão com o seu Pai, nos céus". Mas não foi somente os países populosos que o povo afluiu para o ouvir. Nos estados Unidos, quando eram ainda um país novo, ajuntaram-se grandes multidões dos que moravam longe um do outro, nas florestas. O famoso Benjamim Franklin, no seu jornal, assim noticiou essas reuniões: "Quinta-feira o reverendo Whitefield partiu de nossa cidade, acompanhado de cento e cinqüenta pessoas a cavalo, com destino a Chester, onde pregou a sete mil ouvintes, mais ou menos. Sexta-feira pregou duas vezes em Willings Town a quase cinco mil; no sábado, em Newcastle, pregou a cerca de duas mil e quinhentas, e na tarde do mesmo dia, em Cristiana Bridge, pregou a quase três mil; no domingo, em White Clay Creek, pregou duas vezes (descansando uma meia hora entre os sermões a oito mil pessoas, das quais, cerca de três mil, tinha vindo a cavalo. Choveu a maior parte do tempo, porém, todos se conservaram em pé, ao ar livre". Como Deus estendeu a sua mão para operar prodígios por meio de seu servo, vê-se no seguinte: Num estrado perante a multidão, depois de alguns momentos de oração em silêncio, Whitefield anunciou de maneira solene o texto: "É ordenado aos homens que morram uma só vez, e depois disto vem o juízo". Depois de curto silêncio, ouviu-se um grito de horror, vindo dum lugar entre a multidão. Um pregador presente foi até o local da tefield, ocorrência, paraentre saberoso mortos que tinha acontecido. voltouUma e disse: "Irmão foi Whiestamos e os que estão Logo morrendo. alma- imortal chamada à eternidade. O anjo da destruição está passando sobre o auditório. Clame em alta voz e.não cesse". Então foi anunciado ao povo que um dentre a multidão havia morrido. Então Whitefield leu a segunda vez o mesmo texto: "É ordenado aos homens que morram uma só vez". Do local onde a Senhora Huntington estava em pé, veio outro grito agudo. De novo, um tremor de horror passou por toda a multidão quando anunciaram que outra pessoa havia morrido. Whitefield, porém, em vez de ficar tomado de pânico, como os demais, suplicou graça ao Ajudador invisível e começou, com eloqüência tremenda, a prevenir os impenitentes do perigo. Não devemos concluir, contudo, que ele era ou sempre solene ou sempre veemente. Nunca houve quem experimentasse mais formas de pregar do que ele. Apesar da sua grande obra, não se pode acusar Whitefield de procurar fama ou riquezas terrestres. Sentia fome e sede da simplicidade e sinceridade divina. Dominava todos os seus interesses e os transformava para glória do reino do seu Senhor. Não ajuntou ao redor de si os seus convertidos para formar outra denominação, como alguns es peravam. Não, apenas dava todo o seu ser, mas queria "mais línguas, mais corpos, mais almas a usar para o Senhor Jesus".
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A maior parte de suas viagens à América do Norte foram feitas a favor do orfanato que fundara na colônia da Geórgia. Vivia na pobreza e esforçava-se para granjear o necessário para o orfanato. Amava os órfãos ternamente, escrevendo-lhes cartas e dirigindo-se a cada um pelo nome. Para muitas dessas crianças, ele era o único pai, o únicoosmeio de elas terem o sustento. Fez umacrentes grandefiéis, partesendo da suaque obra entre órfãos e quase todos permaneceram umevangelística bom número deles se tornaram ministros do Evangelho. Whitefield não era de físico robusto: desde a mocidade sofria quase constantemente, anelando, muitas vezes, partir e estar com Cristo. A maior parte dos pregadores acham impossível pregar quando estão enfermos como ele. Assim foi que, aos 65 anos de idade, durante sua sétima viagem à América do Norte, findou a sua carreira na Terra, uma vida escondida com Cristo em Deus e derramada num sacrifício de amor pelos homens. No dia antes de falecer, teve de esforçar-se para ficar em pé. Porém, ao levantar-se, em Exeter, perante um auditório demasiado grande para caber em qualquer prédio, o poder de Deus veio sobre ele e pregou, como de costume, durante duas horas. Um dos que assistiram disse que "seu rosto brilhava como o sol". O fogo aceso no seu coração no dia de oração e jejum, quando da sua separação para o ministério, ardeu até dentro dos seus ossos e nunca se apagou (Jeremias 20.9).Certo homem eminente dissera a Whitefield: "Não espero que Deus chame o irmão, breve, para o lar eterno, mas quando isso acontecer, regozijar-me-ei ao ouvir o seu testemunho". O pregador respondeu: "Então ficará desapontado; morrerei calado. A vontade de Deus é dar-me ensejosoutros para testificar dele durante minha vida, que não metantos serão dados na hora da morte". E sua morte ocorreu como predissera. Depois do sermão, em Exeter, foi a Newburyport para passar a noite na casa do pastor. Ao subir para o quarto de dormir, virou-se na escada e, com a vela na mão, proferiu uma curta mensagem aos amigos que ali estavam e insistiam em que pregasse. Às duas horas da madrugada acordou. Faltava-lhe o fôlego e pronunciou para o seu companheiro as suas últimas palavras na Terra: "Estou morrendo". No seu enterro, os sinos das igrejas de Newburyport dobraram e as bandeiras ficaram a meia-haste. Ministros de toda a parte vieram assistir aos funerais; milhares de pessoas não conseguiram chegar perto da porta da igreja, por causa da imensa multidão. Conforme seu pedido, foi enterrado sob o púlpito da igreja. Se quisermos os mesmos frutos de ver milhares salvos, como Jorge Whitefield os teve, temos de seguir o seu exemplo de oração e dedicação.
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- Alguém pensa que é tarefa demais? Que diria Jorge Whitefield, junto, agora, com os que levou a Cristo, se lhe fizéssemos essa pergunta? (extraido do livro hérois da fé) João Wesley
Tocha tirada do fogo (1703-1791) O céu, à meia-noite, era iluminado pelo reflexo sombrio das chamas que devoravam vorazmente a casa do pastor Samuel Wesley. Na rua, ouviam-se os gritos: "Fogo! Fogo!" Contudo, a família do pastor continuava a dormir tranqüilamente, até que os escombros ardentes caíram sobre a cama de uma filha, Hetty. A menina acordou sobressaltada e correu para o quarto do pai. Sem poder salvar coisa alguma das chamas, a família foi obrigada a sair casa a fora, vestindo apenas as roupas de dormir, numa temperatura gélida.
A ama, ao ser despertada pelo alarme, arrebatou a criança menor, Carlos, do berço. Chamou os outros meninos, insistindo que a seguissem, desceu a escada; porém, João, que então contava cinco anos e meio, ficou dormindo.
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Três vezes a mãe, Susana Wesley, que se achava doente, tentou, debalde, subir a escada. Duas vezes o pai tentou, em vão, passar pelo meio das chamas, correndo. Sentindo o perigo, ajuntou a família no jardim, onde todos caíram de joelhos e suplicaram a favor da criança presa pelo fogo. Enquanto a família orava, João acordou e, depois de tentar descer pela escada, subiu numa mala que estava em frente a uma janela, onde um vizinho o viu em pé. O vizinho chamou outras pessoas e conceberam o plano de um deles subir nos ombros de um primeiro enquanto um terceiro subia nos ombros do segundo, e alcançaram a criança. Dessa maneira, João foi salvo da casa em chamas, apenas instantes antes de o teto cair com grande fragor. O menino foi levado, pelos intrépidos homens que o salvaram, para os braços do pai. "Cheguem, amigos!", clamou Samuel Wesley, ao receber o filhinho, "ajoelhemo-nos e agradecemos a Deus! Ele me restituiu todos os meus filhos; deixem a casa arder; os meus recursos são suficientes." Quinze minutos depois, casa, livros, documentos e mobiliários, não existiam mais. Anos depois, em certa publicação, apareceu o retrato de João Wesley e embaixo a representação de uma casa ardendo, com as palavras: "Não é este um tição tirado do fogo?" (Zacarias 3.2). Encontra-se nos "Em escritos Wesley, de a seguinte referência interessante, histórico sinistro: 9 dedefevereiro 1750, durante um culto de vigília,desse cerca das onze horas da noite, lembrei-me de que era esse o dia e a hora, havia quarenta anos, em que me tiraram das chamas. Aproveitei-me do ensejo para relatar a maravilhosa providência. Os louvores e as ações de graças subiram às alturas e grande foi o regozijo perante o Senhor". Tanto o povo, como João Wesley, já sabiam naquele tempo porque o Senhor o poupara do incêndio. O historiador Lecky, nomeia o Grande Avivamento como sendo a influência que salvou a Inglaterra de uma revolução, igual à que, na mesma época, deixou a França em ruínas. Dos quatro vultos que se destacaram no Grande Avivamento, João Wesley era o maior. Jônatas Edwards, que nasceu no mesmo ano de Wesley, faleceu trinta e três anos antes dele; Jorge Whitefield, nascido onze anos depois de Wesley, faleceu vinte anos antes dele; e Carlos Wesley continuou o seu itinerário efetivo somente dezoito anos, enquanto João continuou durante meio século. Mas a biografia deste célebre pregador, para ser completa, deve incluir a história de sua mãe, Susana. De fato, é como certo biógrafo escreveu: "Não se pode traçarsem a história dogrande Grandeparte Avivamento do século passado nae Inglaterra, dar uma da herança merecida à mãe(1700), de João
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Carlos Wesley; isso não somente por causa da instrução que inculcou profundamente aos filhos, mas por causa da direção que deu ao avivamento." A mãe de Susana era filha de um pregador. Esforçada na obra de Deus, casou-se com oSusana eminente vinte e cinco filhos deste enlace, era ministro, a vigésimaSamuel quarta.Annesley. Durante aDos vida, seguiu o exemplo da sua mãe, passando uma hora de madrugada e outra à noite, orando e meditando sobre as Escrituras. Pelo que ela escreveu certo dia, vê-se como se dedicava à oração: "Que Deus seja louvado por todos os dias em que nos comportamos bem. Mas estou ainda descontente, porque não desfruto muito de Deus; sei que me conservo demasiadamente longe dele; anseio ter a alma mais intimamente ligada a Ele pela fé e amor". João era o décimo-quinto filho dos dezenove filhos de Samuel e Susana Wesley. O que vamos transcrever, escrito pela mãe de João, mostra como ela era fiel em "ordenar a seus filhos e a sua casa depois" dela (Gênesis 18.19): "Para formar a mente da criança, a primeira coisa é vencer-lhe a vontade. A obra de instruir o intelecto leva tempo e deve ser gradual, conforme a capacidade da criança. Mas o subjugar-lhe a vontade deve ser feito de uma vez, e quanto mais cedo tanto melhor... Depois, pode-se governar a criança pela razão e piedade dos pais, até chegar o tempo de a criança poder, também exercer o raciocínio." Acerca de Samuel e Susana Wesley e seus filhos, o célebre comentador da Bíblia, Adão Clark, escreveu: ouvi efalar família; nãode conheço nem existe outra, desde"nunca os diaslidenem Abraão Sara,duma de José e Maria Nazaré,e à qual a raça humana deve tanto." Susana Wesley acreditava que "aquele que poupa a vara, aborrece a seu filho" (Provérbios 13.24), e não consentia que seus filhos chorassem em voz alta. Assim, apesar de a casa estar repleta de crianças, nunca havia tempos tristonhos nem balbúrdia no lar do pastor. Um filho jamais ganhou coisa alguma chorando, na casa de Susana Wesley. Susana marcava o quinto aniversário de cada filho como o dia em que deviam aprender o alfabeto; e todos, a não ser dois, cumpriram a tarefa no tempo marcado. No dia seguinte, a criança que completava cinco anos e aprendia o alfabeto, começava o estudo da leitura, iniciando-o com o primeiro versículo da Bíblia. "Os meninos no lar de Samuel Wesley aprenderam o valor que há em observar fielmente os cultos. Não há em outras histórias fatos tão profundos e atraentes como o que consta acerca dos filhos de Samuel e Susana Wesley, pois antes de saberem ajoelhar-se ou falar, Logo eram que instruídos a daragraças pelo alimento, por meio de acenos apropriados. aprendiam falar, repetiam a Oração
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Dominical de manhã e à noite; e eram ensinados, também, a acrescentar outros pedidos, conforme o seu desejo... Ao chegarem à idade própria, um dia da semana era designado a cada filho, para conversar sobre as 'dúvidas e dificuldades'. Na lista aparecem os nomes de João, para quarta-feira, e o de Carlos, para o sábado. E para filhos, o dia de cada umanos tornou-se e memorável... comovente ler os o que João Wesley, vinte depoisprecioso de sair da casa paterna É disse à sua mãe: "Em muitas coisas a senhora tem intercedido por mim e tem prevalecido. Quem sabe se agora também, na intercessão para que eu renuncie inteiramente o mundo, terá bom êxito?... Sem dúvida será tão eficaz para corrigir o meu coração, como era então para formar o meu caráter." Depois do espetacular salvamento de João do incêndio, sua mãe, profundamente convencida de que Deus tinha grandes planos para seu filho, resolveu firmemente criá-lo para servir e ser útil na obra de Cristo. Susana escreveu estas palavras nas suas meditações particulares: "Senhor, esforçar-meei mais definitivamente em prol desta criança, a qual salvaste tão misericordiosamente. Procurarei transmitir-lhe fielmente ao coração os princípios da tua religião e virtude. Senhor, dá-me a graça necessária para fazer isso sincera e sabiamente, e abençoa os meus esforços com grande êxito!" Ela era tão fiel, em cumprir sua resolução, que João foi admitido a participar da Ceia do Senhor, com a idade de oito anos. NuncaFosse se omitia cultoa doméstico do programa no lar Wesley. qualofosse ocupação dos membros do da dia, família, oude dosSamuel criados, todos se reuniam para adorar a Deus. Na ausência do marido, Susana, com o coração aceso pelo fogo dos céus, dirigia os cultos. Conta-se que, certa vez, quando ele prolongou a ausência mais do que de costume, trinta e quarenta pessoas assistiram aos cultos no lar dos Wesley e a fome pela Palavra de Deus aumentou, a ponto de a casa ficar repleta das pessoas da vizinhança que assistiam aos cultos. A família do pastor Samuel Wesley vivia rodeada de pobreza, mas pela influência do Duque de Buckinghan, conseguiram um lugar para João na Charterhouse, em Londres. Assim, o menino, antes de completar onze anos, deixou a atmosfera fragrante de oração ardente, para enfrentar as porfias de uma escola pública. Contudo, não cedeu ao ambiente de pecado de que estava rodeado. Conservava, também, as suas forças físicas, obedecendo fielmente o conselho de seu pai, que corresse três vezes, de madrugada, em redor do grande jardim da Charterhouse. Tomou como regra da sua vida, dali em diante, manter o vigor do corpo. Aos 80 anos, apesar de seu físico franzino, considerava coisa insignificante andar de pé uma légua e meia, para pregar.
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Conta-se um exemplo da influência que João exercia sobre seus colegas de Charterhouse. Certo dia o porteiro sentiu falta dos meninos no terraço de recreio e foi achá-los em uma das salas, congregados em redor de João. Este contava-lhes histórias instrutivas, as quais atraíam mais do que o recreio. Acerca deste tempo, João Wesley escreveu: "Eu participava de várias coisas que reconhecia como sendo pecado, embora não fossem escandalosas aos olhos do mundo. Contudo, continuei a ler as Escrituras e a orar de manhã e à noite. Baseava a minha salvação sobre os seguintes pontos:1) Não me considerava tão perverso como o próximo. 2) Conservava a inclinação de ser religioso. 3) Lia a Bíblia, assistia aos cultos e fazia oração". Depois de estudar seis anos na Charterhouse, Wesley cursou em Oxford, tornando-se proficiente no latim, grego, hebraico e francês. Mas seu interesse principal não era o intelecto. Sobre esse assunto ele escreveu: "Comecei a reconhecer que a religião verdadeira tem a sua fonte no coração... reservei duas horas, todos os dias, para ficar sozinho com Deus. Participava da Ceia do Senhor de oito em oito dias. Guardei-me de todo o pecado, quer de palavras, quer de atos. Assim, na base das boas obras que praticava, eu me considerava um bom crente". João se esforçava para levantar-se todos os dias às quatro horas. Por meio de anotações que escrevia diariamente de tudo que fazia durante o dia, conseguia dar conta de seu esse tempo para não um momento. Continuou a observar costume atédesperdiçar quase o último dia da sua vida. Certo dia, quando ainda jovem, assistiu a um enterro em companhia de um moço, e conseguiu levá-lo a Cristo, ganhando, assim, a primeira alma para seu Salvador. Alguns meses depois, com a idade de 24 anos, e depois de um período de oração, foi separado para o diaconato. Enquanto estudava em Oxford, ajuntava-se ali um pequeno grupo dos estudantes para orar, estudar as Escrituras juntos diariamente, jejuar às quartas e sextas-feiras, visitar os doentes e encarcerados e confortar os criminosos na hora da execução. Todas as manhãs e todas as noites cada um passava uma hora orando sozinho em oculto. Nas orações paravam de vez em quando para observarem se oravam com o devido fervor. Sempre oravam ao entrar e ao sair dos cultos na igreja. Três dos membros desse grupo, mais tarde tornaram-se famosos entre os crentes: 1) João Wesley, que talvez tenha feito mais que qualquer outro para aprofundar a vida espiritual, não somente de então, mas também de nosso tempo; 2) Carlos Wesley, que chegou a ser um dos mais espirituais e famosos escritores de hinos evangélicos; e 3) Jorge Whitefield, que se tornou o comovente pregador ao ar livre.
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Naquele tempo, sentia-se a influência de João Wesleyem muitas partes das Américas, e hoje ainda é sentida. Contudo, passou menos que dois anos neste continente, e isto durante o período da sua vida, quando se achava perturbado por causa de dúvidas. Aceitou a chamada para pregar o Evangelho aos silvícolas na colônia devaidade Geórgia,e desejoso demundana ganhar sua salvação por meio de obras. Pensou que ostentação não se encontrariam nasboas matas da América. Como era característico em sua vida, a bordo do navio em viagem à América do Norte, observava, com outros de seu grupo, um programa para não desperdiçar um momento durante o dia; levantava-se às quatro horas e deitava-se depois das vinte e uma. As primeiras três horas do dia eram dedicadas à oração e estudo das Escrituras. Depois de cumprir tudo que estava indicado no programa do dia, o cansaço era tanto que, não obstante o bramido do mar e o balanço do navio, dormiam sem perturbação, deitados sobre um cobertor estendido no convés. Na Geórgia, a população inteira afluía à igreja para ouvir a sua pregação. A influência de seus sermões foi tal que, depois de dez dias, uma sala de baile ficou quase inteiramente abandonada, enquanto a igreja se enchia de pessoas que oravam e eram salvas. Whitefield, que desembarcou na Geórgia alguns meses depois de Wesley voltar àindizível. Inglaterra, que viu: "O êxito João Wesley na América Seuassim nomedescreveu é preciosooentre o povo, ondedelançou os alicerces que nemé os homens nem os demônios podem abalar. Oh! que eu possa segui-lo como ele seguiu a Cristo!" Contudo, a Wesley faltava uma coisa muito importante, conforme se vê pelos acontecimentos que o levaram a sair da Geórgia, como ele mesmo escreveu: "Faz dois anos e quase quatro meses que deixei a minha terra natal para pregar Cristo aos índios da Geórgia; entretanto, o que cheguei eu â saber? Ora, vim a saber o que eu menos esperava: fui à América para converter outros, mas nunca fora realmente convertido a Deus." Depois de voltar à Inglaterra, João Wesley começou a servir a Deus com a fé de um filho e não mais com a fé dum simples servo. Acerca desse assunto, eis o que ele escreveu:"Não reconhecia que esta fé era dada instantaneamente, que o homem podia sair das trevas para a luz imediatamente, do pecado e da miséria para a justiça e gozo do Espírito Santo. Examinei de novo as Escrituras sobre este ponto, especialmente Atos dos Apóstolos. Fiquei grandemente surpreendido ao ver quase que somente conversões instantâneas; quase nenhuma demorada comoe asede de Saulo de Tarso". Desde entãopela começou sentirtão mais e mais fome de justiça, a justiça de Deus fé. a
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Fracassara na sua primeira tentativa de pregar o Evangelho na América, porque, apesar de seu zelo e bondade de caráter, o cristianismo que possuía era uma coisa que recebera por instrução. Mas a segunda etapa de seu ministério destacou-se pora um êxito fenomenal. E Deus porque o fogo Deus ardia na sua alma, chegara ter contato direto com por uma de experiência pessoal. Relatamos aqui, com suas próprias palavras, a sua experiência na qual o Espírito testificou ao seu espírito que era filho de Deus. Essa experiência transformou completamente a sua vida. "Eram quase cinco horas, hoje, quando abri o Novo Testamento e encontrei estas palavras: 'Ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas para que por elas fiqueis participantes da natureza divina" (2 Pedro 1.4). Antes de sair, abri mais uma vez o Novo Testamento para ler estas outras palavras: 'Não estás longe do reino de Deus...' (Marcos 12.34). À noite, senti-me impelido a assistir em Aldersgate... Senti o coração abrasado; confiei em Cristo, somente em Cristo, para a salvação: foi-me dada a certeza de que Ele levara os meus pecados e de que me salvara da lei do pecado e da morte. Comecei a orar com todas as minhas forças... e testifiquei a todos os presentes do que sentia no coração." Depois dessa experiência em Aldersgate, Wesley aspirava a bênçãos ainda maiores do Senhor, conforme ele mesmo escreveu: "Eu suplicava a Deus que cumprisse as suas promessas na minha alma. SenhorWhitefield honrou este anelo, em parte, todas não muito depois, enquanto eu orava comOCarlos, e cerca de sessenta outros crentes em Fetter Lane". São de João Wesley também estas palavras: "Cerca das três horas da madrugada, enquanto perseverávamos em oração (Romanos 12.12), o poder de Deus nos sobreveio de tal maneira, que bradamos impulsionados de grande gozo e muitos caíram ao chão. A seguir, ao passar um pouco o temor e a surpresa que sentimos na presença da majestade divina, rompemos em uma só voz: 'Louvamos-te, ó Deus, aceitamos-te como Senhor'". Essa unção do Espírito Santo dilatou grandemente os horizontes espirituais de Wesley; o seu ministério tornou-se excepcionalmente frutuoso e ele trabalhou ininterruptamente durante 53 anos, com o coração abrasado pelo amor divino. Um pastor prega, em média, cem vezes por ano, mas João Wesley pregou cerca de 780 Vezes por ano, durante 54 anos. Esse homenzinho, com a altura de apenas um metro e sessenta e seis centímetros e pesando menos de sessenta quilos, dirigia-se a grandes multidões e sob as maiores provações. Quando as igrejas lhe fecharam as portas, levantou-se para pregar ao ar livre.
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Apesar de enfrentar a apatia espiritual quase geral nos crentes, a par de uma onda de devassidão e crimes no país inteiro, multidões de 5 mil a 20 mil afluíam para ouvir seus sermões. Tornou-se comum, nesses cultos, os pecadores acharem-se tão angustiados, que gritavam e gemiam. Se célebres materialistas, tais como Voltaire e Tomaz gritaram decentenas convicçãodeaopecadores se encontrarem com Deus no leito de morte, nãoPaine, é de admirar que gemessem, gritassem e caíssem ao chão, como mortos, quando o Espírito Santo os levava a sentir a presença de Deus. Multidões de perdidos, assim, tornavam-se novas criaturas em Cristo Jesus, nos cultos de João Wesley. Muitas vezes os ouvintes eram levados às alturas de amor, gozo e admiração; recebiam também visões da perfeição divina e das excelências de Cristo, até ficarem algumas horas como mortos. (Ver Apocalipse 1.17.) Como todos que invadem o território de Satanás, os irmãos Carlos e João Wesley, tinham de sofrer terríveis perseguições. Em Moorfield os inimigos do Evangelho acabaram com o culto, destruindo a mesa em que João subira para pregar e o insultaram e maltrataram. Em Sheffield, a casa foi demolida sobre a cabeça dos crentes. Em Wednesbury, destruíram as casas, roupas e móveis dos crentes, deixando-os desabrigados, expostos à neve e ao temporal. Diversas vezes João Wesley foi apedrejado e arrastado como morto, na rua. Certa vez foi espancado na boca, no rosto e na cabeça até ficar coberto de sangue. Mas a perseguição da parte da igreja decadente era a sua maior cruz. Foram denunciados como "homens destros na "falsos astúcia profetas", espiritual","paroleiros", "fanáticos","impostores etc. Ao voltararrogantes", para visitar Epworth, onde nascera e se criara, João assistiu, no domingo, ao culto da manhã e ao culto da tarde, na igreja onde seu pai fora fiel pastor durante muitos anos, mas não lhe foi concedida a oportunidade de falar ao povo. Às dezoito horas, João, em pé, sobre o monumento, que marcava o lugar em que enterraram seu pai, ao lado da igreja, pregou ao maior auditório jamais visto em Epworth - e Deus salvou muitas almas. - Qual a causa de tão grande oposição? Entre os crentes da igreja dormente , alegava-se que eram as suas pregações sobre a justificação pela fé, e a santificação. Os descrentes não gostavam dele porque "levou o povo a se levantar para cantar hinos às cinco da madrugada." João Wesley não somente pregava mais que os outros pregadores, mas os excedia como pastor, exortando e confortando os crentes, e visitando de casa em casa. Nas suas viagens, andava tanto a cavalo, como a pé, ora em dias ensolarados, ora sob chuvas, ora em temporais de neve. Durante os 54 anos do seu
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ministério, andou, em média, mais de 7 mil quilômetros por ano, para alcançar os pontos de pregação. Esse homenzinho que andava 7 mil quilômetros por ano, ainda tinha tempo para a vida literária. Leu nãouma menos de 1.200 tomos, outra a maior andava a cavalo. Escreveu gramática hebraica, departe latim,enquanto e ainda outras de francês e inglês. Serviu durante muitos anos como redator dum jornal de 56 páginas. O dicionário completo que compilou da língua inglesa era muito popular, e seu comentário sobre o Novo Testamento ainda tem grande circulação. Revisou e republicou uma biblioteca de cinqüenta volumes, reduzindo-a para trinta volumes. O livro que escreveu sobre a filosofia natural teve grande aceitação entre o ministério. Compilou uma obra de quatro volumes sobre a história da Igreja. Escreveu e publicou um livro sobre a história de Roma e outro sobre a da Inglaterra. Preparou e publicou três volumes sobre medicina e seis sobre música para os cultos. Depois da sua experiência em Fetter Lane, ele e seu irmão Carlos, escreveram e publicaram 54 hinários. Diz-se que ao todo escreveu mais que 230 livros. Esse homem de físico franzino, ao completar 88 anos, escreveu: "Durante mais de 86 anos não experimentei qualquer debilidade de velhice; os olhos nunca escureceram, nem perdi o meu vigor". Com a idade de 70 anos, pregou a um auditório de 30 mil pessoas, ao ar livre, e foi ouvido por todos. Aos 86 anos fez uma viagem à Irlanda, na qual, além de pregar seis vezes ao ar livre, pregou cem vezes era em tão sessenta cidades. ouvinte assim se referiupela a Wesley: "Seu espírito vivo como aos Certo 53 anos, quando o encontrei primeira vez". Atribuiu a sua saúde às seguintes regras: 1) Ao exercício constante e ar fresco. 2) Ao fato de nunca, mesmo doente ou com saúde, em terra ou no mar, haver perdido uma noite de sono desde o seu nascimento. 3) À habilidade de dormir, de dia ou de noite, ao sentir-se cansado. 4) Ao fato de observar a regra por mais que sessenta anos de se levantar às 4 horas da manhã. 5) Ao costume de sempre orar às 5 da manhã, durante mais que cinqüenta anos. 6) Ao fato de quase nunca sofrer de dor, desânimo ou cuidado durante a vida inteira. Não nos devemos esquecer da fonte desse vigor que João Wesley manifestava. Passava duas horas diariamente em oração, e muitas vezes mais. Iniciava o dia às quatro horas. Certo crente que o conhecia intimamente, assim escreveu acerca dele: "Considerava a oração a coisa mais importante da sua vida e eu o tenho visto sair do quarto com a serenidade de alma visível no rosto até quase brilhar". A qualquer história da vida de João Wesley faltará o ponto principal, se não se fizer menção doscultos cultossede vigília que uma vez por entredaos crentes. Esses iniciavam às se 20realizavam horas e continuavam atémês depois
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meia-noite - ou até cair o Espírito Santo sobre eles. Baseavam tais cultos sobre as referências no Novo Testamento, de noites inteiras passadas em oração. Foi assim que alguém se referiu ao sucesso: "Explica-se o poder de Wesley pelo fato de ele ser 'homo unius libri', isto é, um homem de um livro, e esse Livro é a Bíblia". Pouco antes da sua morte, escreveu: "Hoje passamos o dia em jejum e oração para que Deus alargasse a sua obra. Só encerramos depois de uma noite de vigília, na qual o coração de muitos irmãos foi grandemente confortado". No seu diário, João Wesley escreveu, entre outras coisas, sobre oração e jejum, o seguinte: "Enquanto cursava em Oxford... jejuávamos às quartas e às sextasfeiras, como faziam os crentes primitivos em todos os lugares. Escreveu Epifânio (310-403): 'Quem não sabe que o jejum das quartas e das sextas-feiras é observado pelos crentes do mundo inteiro?"' Wesley continuou: "Não sei porque eles guardavam esses dois dias, mas é boa a regra; se lhes servia, também me serve. Contudo, não quero dar a entender que o único tempo de jejuar seja esses dois dias da semana, porque muitas vezes é necessário jejuar mais do que dois dias. É necessário permanecer sozinho e na presença de Deus, enquanto jejuamos e oramos, para que Deus possa mostrar-nos a sua vontade e dar-nos direção. Nos dias de jejum devemos afastar-nos, o mais possível, de todo serviço, de fazer visitas e das diversões, apesar dessas coisas serem lícitas em outras ocasiões". Seu gozo em pregar ao ar livre não diminuiu na velhice: Em 7 de outubro de 1790, pregou pela última vez fora de casa, sobre o texto: "O reino de Deus está próximo, arrependei-vos, e crede no Evangelho". "A palavra manifestou-se com grande poder e as lágrimas do povo corriam em torrentes". Um por um, seus fiéis companheiros de luta, inclusive sua esposa, foram chamados para o descanso, mas João Wesley continuava a trabalhar. Com a idade de 85 anos, seu irmão, Carlos, foi chamado pelo Senhor e João sentou-se perante a multidão, cobrindo o rosto com as mãos, para esconder as lágrimas que lhe corriam pelas faces. Seu ir-mão a quem amava tanto durante tão longo tempo, partira e ele, agora, tinha de trabalhar sozinho. Em 2 de março de 1791, com a idade de quase 88 anos, completou a sua carreira terrestre. Durante toda a noite anterior, não cessaram em seus lábios o louvor e a adoração, pronunciando estas palavras: "As nuvens distilam a gordura". Sua alma saltou de alegria com a antecipação das glórias do lar eterno e exclamou: "O melhor de tudo é que Deus está conosco". Então, levantando a mão, como se fosse o sinal da vitória, novamente repetiu: "O melhor de tudo é que Deus está conosco". horas da manhã, enquanto ospara crentes rodeavam leito, em oração, Às ele10 disse: "Adeus!", e assim passou a presença do oSenhor.
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Um crente que assistiu à sua morte, assim relatou o ato: "A presença divina pairava sobre todos nós; não existem palavras para descrever o que vimos no seu semblante! Quanto mais o fitávamos, tanto mais víamos parte dos indizíveis céus". Calcula-se que dez mil pessoas em desfile passaram diante do ataúde para ver o rosto que ainda retinha um sorriso celestial. Por causa das grandes massas que afluíram para honrá-lo, foi necessário enterrá-lo às cinco horas da manhã. João Wesley nasceu e criou-se em um lar onde não havia abundância de pão. Com a venda dos livros da sua autoria ganhou uma fortuna, com a qual contribuía para a causa de Cristo; ao falecer, deixou no mundo "duas colheres, uma chaleira de prata, um casaco velho" e dezenas de milhares de almas, salvas em épocas de grande decadência espiritual. A tocha em Epworth foi arrebatada do fogo, em Aldersgate e Fetter Lane começou a arder intensamente, e continua a iluminar milhões de almas no mundo inteiro. (estraido do livro hérois da fé)
Jônatas Edwards
Grande despertador (1703-1758) Há dois séculos que o mundo fala do famoso sermão: Pecadores nas mãos de um Deus irado e dos ouvintes que se agarravam aos bancos pensando que iam cair no fogo eterno. Esse fato foi, apenas, um dos muitos que aconteceram nas reuniões em que o Espírito Santo desvendava os olhos dos presentes para eles contemplarem as glórias do Céu e a realidade do castigo que está bem perto daqueles que estão afastados de Deus.
Jônatas Edwards, entre os homens, era o vulto maior nesse avivamento, que se intitulava O grande despertamento. Sua vida é um exemplo destacado de consagração ao Senhor para o desenvolvimento maior do intelecto e, sem qualquer interesse próprio, de deixar o Espírito Santo usar o mesmo intelecto como instrumento nas suas mãos. Amava a Deus, não somente de coração e alma, mas também de todo o entendimento. "Sua mente prodigiosa apoderavase das verdades mais profundas". Contudo, "sua alma era, de fato, um santuário
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do Espírito Santo". Sob aparente calma exterior, ardia nele o fogo divino, como um vulcão. Os crentes atuais devem a esse herói, graças à sua perseverança em orar e estudar sob aGrande direçãoé do Espírito, a volta àsdo várias doutrinas e práticas da igreja primitiva. o fruto da dedicação lar em que Edwards nasceu e se criou. Seu pai foi o amado pastor de uma só igreja durante um período de sessenta e quatro anos. Sua piedosa mãe era filha de um pregador que pastoreou uma igreja durante mais de cinqüenta anos. Dez das irmãs de Jônatas, quatro eram mais velhas do que ele e seis mais novas. "Muitas foram as orações que os pais ofereceram a Deus, para que o único e amado filho fosse cheio do Espírito Santo, e que se tornasse grande perante o Senhor. Não somente oravam assim, fervorosa e constantemente, mas mostravam-se igualmente zelosos em criá-lo para Deus. As orações, à volta da lareira, os estimularam a se esforçarem, e seus esforços redobrados os moti varam a orarem mais fervorosamente... O ensino religioso e permanente resultou em Jônatas conhecer intimamente a Deus, quando ainda criança". Quando Jônatas tinha sete ou oito anos, houve um despertamento na igreja de seu pai, e o menino acostumou-se a orar sozinho, cinco vezes, todos os dias, e a chamar outros da sua idade para orarem com ele. Citamos aqui asdesuas palavras sobrea esse assunto: "Aeprimeira experiência, que me lembro, sentir no íntimo delícia de Deus das coisas divinas, foide ao ler as palavras de 1 Timóteo 1.7: 'Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível; ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém'. Sentia a presença de Deus até arder o coração e abrasar a alma de tal maneira, que não sei descrevê-la... Gostava de passar o tempo olhando para a lua e, de dia, a contemplar as nuvens e os céus. Passava muito tempo observando a glória de Deus, revelada na natureza e cantando as minhas contemplações do Criador e Redentor... Antes me sentia demasiado assombrado ao ver os relâmpagos e ouvir a troar do trovão. Porém mais tarde eu me regozijava ao ouvir a majestosa e terrível voz de Deus na trovoada". Antes de completar treze anos, iniciou seu curso em Yale College, onde, no segundo ano, leu atentamente a famosa obra de Locke: Ensaio sobre o entendimento humano. Vê-se, nas suas próprias palavras acerca dessa obra, o grande desenvolvimento intelectual do moço: "Achei mais gozo nisso do que o mais ávido avarento, em ajuntar grandes quantidades de ouro e prata de tesouros recém-adquiridos". Edwards, antes de completar dezessete anos, diplomou-se no Yale College com as maiores honras. Sempre estudava com esmero, mas também conseguia tempo para em estudar Bíblia, diariamente. Depois diplomar-se, seus estudos Yale,adurante dois. anos e foi entãode. separado para ocontinuou ministério.
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Foi nessa altura que seu biógrafo escreveu acerca de seu costume de dedicar certos dias para jejuar, orar e examinar-se a si mesmo. Acerca da sua consagração, come idade de vinte anos, Edwardsaescreveu: "Dediquei-me solenemente a Deus o fiz por escrito, entregando mim mesmo e tudo que me pertencia ao Senhor, para não ser mais meu em qualquer sentido, para não me comportar como quem tivesse direitos de forma alguma... travando, assim, uma batalha com o mundo, a carne e Satanás até o fim da vida". Alguém assim se referiu a Jônatas: "Sua constante e solene comunhão com Deus, em secreto, fazia com que o rosto dele brilhasse perante o próximo, e sua aparência, semblante, palavras e todo o seu comportamento eram acompanhados por seriedade, gravidade e solenidade". Aos vinte e quatro anos casou-se com Sara Pierrepont, filha de um pastor, e desse enlace nasceram, como na família do pai de Edwards, onze filhos. Ao lado de Jônatas Edwards, no Grande Despertamento, estava o nome de Sara Edwards, sua fiel esposa e ajudadora em tudo. Como seu marido, ela nos serve como exemplo de rara intelectualidade. Profundamente estudiosa, inteiramente entregue ao serviço de Deus, ela era conhecida por sua santa dedicação ao lar, pelo modo de criar seusque filhos e pela economia praticava, pelas palavras de Cristo: "Para nada se perca". Masque antes de tudo,movida tanto ela como seu marido eram conhecidos por suas experiências em oração. Faz-se menção destacada especialmente dum período de três anos, durante o qual, apesar de gozar de perfeita saúde, ficava repetidas vezes sem forças, por causa das revelações do Céu. A sua vida inteira foi de intenso gozo no Senhor. Jônatas Edwards costumava passar treze horas, todos os dias, estudando e orando. Sua esposa, também, diariamente o acompanhava na oração. Depois da última refeição, ele deixava toda a lida, a fim de passar uma hora com a família. - Mas, quais as doutrinas de que a igreja havia esquecido e quais as que Edwards começou a ensinar e a observar de novo, com manifestações tão sublimes? Basta uma leitura superficial para descobrir que a doutrina, à qual deu mais ênfase, foi a do novo nascimento, como sendo uma experiência certa e definida, em contraste com a idéia da Igreja Romana e de várias denominações. O evento que marcou o começo do Grande Despertamento foi uma série de sermõessentirem feitos pora Edwards sobre a doutrina fé, que fez os ouvintes verdade das Escrituras, deda quejustificação toda a bocapela ficará fechada no
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dia de juízo, e que "não há coisa alguma que, por um momento, evite que o pecador caia no Inferno, senão o bel prazer de Deus". É impossível avaliar o grau do poder de Deus, derramado para despertar milharesdas de igrejas almas, da para a salvação, semeprimeiro nos lembrarmos das condições Nova Inglaterra, do mundo inteiro, nessa época. Quem, até hoje, não se admira do heroísmo dos puritanos que colonizaram as florestas da Nova Inglaterra? Passara, porém, essa glória e a igreja, indiferente e cheia de pecado, se encontrava face com o maior desastre. Parecia que Deus não queria abençoar a obra dos puritanos, obra que existiu unicamente para sua glória. Por isso, no mesmo grau que havia coragem e ardor entre os pioneiros, houve entre seus filhos, perplexidade e confusão. Se não pudessem alcançar, de novo, a espiritualidade, só lhes restava esperar o juízo dos céus.O famoso sermão de Edwards, ''Pecadores nas mãos de um Deus irado", merece menção especial. O povo, ao entrar para o culto, mostrava um espírito leviano, e mesmo de desrespeito, diante dos cinco pregadores que estavam presentes. Jônatas Edwards foi escolhido para pregar. Era homem de dois metros de altura; seu rosto tinha aspecto quase feminino, e o corpo magro de jejuar e orar. Sem quaisquer gestos, encostado num braço sobre a tribuna, segurando o manuscrito na outra mão, falava em voz monótona. Discursou sobre o texto de Deuteronômio 32.35: "Ao tempo em que resvalar o seu pé". Depois de explicar a passagem, acrescentou que nada evitava, por um momento, que os pecadores caíssem no Inferno, a não ser a própria vontade de Deus; que Deus estava mais encolerizado com alguns dos ouvintes do que com muitas pessoas que já estavam no Inferno; que o pecado era como um fogo encerrado dentro do pecador e pronto, com a permissão de Deus, a transformar-se em fornalhas de fogo e enxofre, e que somente a vontade do Deus indignado os guardava da morte instantânea. Prosseguiu, então, aplicando o texto ao auditório: "Aí está o Inferno com a boca aberta. Não existe coisa alguma sobre a qual vós vos possais firmar e segurar. Entre vós e o Inferno existe apenas a atmosfera... há, atualmente, nuvens negras da ira de Deus pairando sobre vossas cabeças, predizendo tempestades espantosas, com grandes trovões. Se não existisse a vontade soberana de Deus, que é a única coisa para evitar o ímpeto do vento até agora, serieis destruídos e vos tornaríeis como a palha da eira... O Deus que vos segura na mão, sobre o abismo do Inferno, mais ou menos como o homem segura uma aranha ou outro inseto nojento sobre o fogo, durante um momento, para deixá-lo cair depois, está sendo provocado em extremo... Não há que admirar, se alguns de vós com saúde e calmamente sentados aí nosnhã..." bancos, passarem para lá antes de ama-
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O resultado do sermão foi como se Deus arrancasse um véu dos olhos da multidão para contemplar a realidade e o horror da posição em que estavam. Nessa altura o sermão foi interrompido pelos gemidos dos homens e os gritos das mulheres; quase todos ficaram de pé, ou caídos anonoite chão. Foi como se um furacão soprasse e destruísse uma floresta. Durante inteira a cidade de Enfield ficou como uma fortaleza sitiada. Ouvia-se, em quase todas as casas, o clamor das almas que, até aquela hora, confiavam na sua própria justiça. Esperavam que, a qualquer momento, o Cristo descesse dos céus com os anjos e apóstolos ao lado, e que os túmulos entregassem os mortos que neles havia. Tais vitórias, contra o reino das trevas, foram ganhas de joelhos. Edwards não abandonara, nem deixara de gozar os privilégios das orações, costume que vinha desde a meninice. Continuou a freqüentar, também, os lugares solitários na floresta onde podia ter comunhão com Deus. Como um exemplo citamos a sua experiência com a idade de trinta e quatro anos, quando entrou na floresta, a cavalo. Lá, prostrado em terra, foi-lhe concedido ter uma visão tão preciosa da graça, amor e humilhação de Cristo como Mediador, que passou uma hora vencido por uma torrente de lágrimas e pranto. Como era de esperar, o Maligno tentou anular a obra gloriosa do Espírito Santo no "Grande Despertamento", atribuindo tudo ao fanatismo. Em sua defesa Edwards escreveu : "Deus, conforme as Escrituras, faz coisas extraordinárias. Há motivos para crer, pelas profecias da Bíblia, sua obra maravilhosa seria feita nas últimas épocas do mundo. Nada que se pode opor mais às manifestações físicas, como as lágrimas, gemidos, gritos, convulsões, falta de forças... De fato, é natural esperar, ao lembrarmo-nos da relação entre o corpo e o espírito, que tais coisas aconteçam. Assim falam as Escrituras: do carcereiro que caiu perante Paulo e Silas, angustiado e tremendo; do Salmista que exclamou, sob a convicção do pecado: 'Envelheceram os meus ossos pelo meu bramido durante o dia todo' (Salmo 32.3); dos discípulos, que, na tempestade do lago, clamaram de medo; da Noiva, do Cântico dos Cânticos, que ficou vencida, pelo amor de Cristo, até desfalecer..." Certo é que na Nova Inglaterra começou, em 1740, um dos maiores avivamentos dos tempos modernos. É igualmente certo que este movimento se iniciou, não com os sermões célebres de Edwards, mas com a firme convicção deste, de que há uma "obra direta que o Espírito divino faz na alma humana". Note-se bem: Não foram seus sermões monótonos, nem a eloqüência extraordinária de alguns, como Jorge Whitefield, mas, sim, a obra do Espírito Santo no coração dos mortos espiritualmente, que, "começando em Northampton, espalhou-se por toda a Nova Inglaterra e pelas colônias da América do Norte, chegando até a Escócia e a Inglaterra". De uma época de maior decadência, a Igreja de Cristo,
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entre a população escassa da Nova Inglaterra, despertou e foram arrebatadas de trinta a cinqüenta mil almas do Inferno durante um período de dois a três anos. No meio das suas lutas, sem ninguém esperar, a vida de Jônatas Edwards foi tiradade daFiladélfia Terra. Apareceu a varíola PrincetonOenosso um hábil médico foi de chamado para inocular os em estudantes. pregador e duas suas filhas foram também vacinados. Na febre que resultou, as forças de nosso herói diminuíram gradualmente até que, um mês depois, faleceu. Assim diz um de seus biógrafos: "Em todo o mundo onde se falava o inglês, era considerado o maior erudito desde os dias do apóstolo Paulo ou de Agostinho". Para nós, a vida de Jônatas Edwards é uma das muitas provas de que Deus não quer que desprezemos as faculdades intelectuais que Ele nos concede, mas que as desenvolvamos, sob a direção do Espírito Santo, e que as entreguemos desinteressadamente para o seu uso. (estraido do livro hérois da fé) João Bunyan
Sonhador imortal (1628-1688)
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"Caminhando pelo deserto deste mundo, parei num sítio onde havia uma caverna (a prisão de Bedford): ali deitei-me para descansar. Em breve adormeci e tive um sonho. Vi um homem coberto de andrajos, de pé, e com as costas voltadas para a sua habitação, tendo sobre os ombros uma pesada carga e nas mãos um livro". Faz três séculos que João Bunyan assim iniciou o seu livro, o Peregrino. Os que conhecem as suas obras literárias podem testificar de que ele é, de fato, "o Sonhador Imortal" - "Estando ele morto, ainda fala". Contudo, enquanto miríades de crentes conhecem o Peregrino, poucos conhecem a história da vida de oração desse valente pregador.
Bunyan, na sua obra, Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, nos informa que seus pais, apesar de viverem em extrema pobreza, conseguiram ensiná-lo a ler e escrever. Ele mesmo se intitulou a si próprio de "o principal dos pecadores"; outros atestam que era "bem-sucedido" até na impiedade. Contudo, casou-se com uma moça de família cujos membros eram crentes fervorosos Bunyan era funileiro e, como acontecia com todos os funileiros, era paupérrimo; ele não possuía um prato nem uma colher apenas dois livros: O Caminho do Homem Simples para os Céus e A Prática da Piedade, obras que seu pai, ao falecer, lhe deixara. Apesar de Bunyan achar algumas coisas que lhe interessavam nesses dois livros, somente nos cultos é que se sentiu convicto de estar no caminho para o Inferno. Descobre-se nos seguintes trechos, copiados de Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, como ele lutava em oração no tempo da sua conversão: "Veio-me às mãos uma obra dos 'Ranters', livro estimado por alguns doutores. Não sabendo julgar os méritos dessas doutrinas, dediquei-me a orar desta maneira: 'Ó Senhor, não sei julgar entre o erro e a verdade. Senhor, não me abandones por aceitar ou rejeitar essa doutrina cegamente; se ela for de ti, não me deixes desprezá-la; se for do Diabo, não me deixes abraçá-la!' - e, louvado seja Deus, Ele que me dirigiu a clamar; desconfiando na minha própria sabedoria, Ele mesmo me guarda do erro dos 'Ranters'. A Bíblia já era para mim muito preciosa nesse tempo." "Enquanto eu me sentia condenado às penas eternas, admirei-me de como o próximo se esforçava para ganhar bens terrestres, como se esperasse viver aqui eternamente... Se eu pudesse ter a certeza da salvação da minha alma, como se sentiria rico, mesmo que não tivesse mais para comer a não ser feijão."
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"Busquei o Senhor, orando e chorando e do fundo da alma clamei: 'Ó Senhor, mostrame, eu te rogo, que me amas com amor eterno!' Logo que clamei, voltaram para mim as palavras, como um eco: 'Eu te amo com amor eterno!' Deitei-me para dormir em paz e, ao acordar, no dia seguinte, a mesma paz permanecia na minha alma. O Senhor me assegurou: 'Amei-te enquanto vivias notodo pecado, amei-te antes, amo-te depois e amar-teei por o sempre'." "Certa manhã, enquanto tremia na oração, porque pensava que não houvesse palavra de Deus para me sossegar, Ele me deu esta frase: 'A minha graça te basta'."O meu entendimento foi tão iluminado como se o Senhor Jesus olhasse dos céus para mim, pelo telhado da casa, e me dirigisse essas palavras. Voltei para casa chorando, transbordando de gozo e humilhado até o pó." "Contudo, certo dia, enquanto andava no campo, a consciência inquieta, de repente estas palavras entraram na minha alma: 'Tua justiça está nos céus.' E parecia que, com os olhos da alma, via Jesus Cristo à destra de Deus, permanecendo ali como minha justiça... Vi, além disso, que não é o meu bom coração que torna a minha justiça melhor, nem que a prejudica; porque a minha justiça é o próprio Cristo, o mesmo ontem, hoje e para sempre. As cadeias então caíram-me das pernas; fiquei livre das angústias; as tentações perderam a força; o horror da severidade de Deus não mais me perturbava, e voltei para casa regozijando-me na graça e no amor de Deus. Não achei na Bíblia a frase: 'Tua justiça está nos céus.' Mas achei 'o qual para nós foi feito por Deus sabedoria e justiça, e santificação, e redenção' (1 Coríntios 1.30) e vi que a outra frase era verdade. "Enquanto eu assim meditava, o seguinte trecho das Escrituras penetrou no meu espírito com poder: 'Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou.' Assim fui levantado para as alturas e me achava nos braços da graça e misericórdia. Antes temia a morte, mas depois clamei: 'Quero morrer.' A morte tornou-se para mim uma coisa desejável. Não se vive verdadeiramente antes de passar para a outra vida. 'Oh!' - pensava eu - 'esta vida é apenas um sonho em comparação à outra!' Foi nessa ocasião que as palavras 'herdeiros de Deus' se tornaram tão cheias de sentido, que eu não posso explicar aqui neste mundo. 'Herdeiros de Deus!' O próprio Deus é a porção dos santos. Isso vi e disso me admirei, contudo, não posso contar o que vi... Cristo era um Cristo precioso na minha alma, era o meu gozo; a paz e o triunfo por Cristo eram tão grandes que tive dificuldade em conter-me e ficar deitado." Bunyan, na sua luta para sair da escravidão do vício e do pecado, não fechava a alma dos perdidos que ignoravam os horrores do inferno. Acerca disto ele escreveu:
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"Percebi pelas Escrituras que o Espírito Santo não quer que os homens enterrem os seus talentos e dons, mas antes que despertem esses dons... Dou graças a Deus, por me haver concedido uma medida de entranhas e compaixão, pela alma do próximo, e me enviou a esforçar-me grandemente para falar uma palavra que Deus pudesse usar para apoderarda consciência despertá-la. Nisso o bom Senhor respondeu de seu servo,do e osepovo começou a emostrar-se comovido e angustiado de espíritoao aoapelo perceber o horror seu pecado e a necessidade de aceitar a Jesus Cristo." "De coração, clamei a Deus com grande insistência que Ele tornasse a Palavra eficaz para a salvação da alma... De fato, disse repetidamente ao Senhor que, se o meu enforcamento perante os olhos dos ouvintes servisse para despertá-los e confirmá-los na verdade, eu o aceitaria alegremente." "O maior anelo em cumprir meu ministério era o de entrar nos lugares mais escuros do país... Na pregação, realmente, sentia dores de parto para que nascessem filhos para Deus. Sem fruto, não ligava importância a qualquer louvor aos meus esforços; com fruto, não me importava com qualquer oposição." Os obstáculos que Bunyan tinha de encarar eram muitos e variados. Satanás, vendo-se grandemente prejudicado pela obra desse servo de Deus, começou a levantar barreiras de todas as formas. Bunyan resistia fielmente a todas as tentações de vangloriar-se sobre o fruto de seu ministério e cair na condenação do Diabo. Quando, certa vez, um dos ouvintes lhe disse que pregara um bom sermão, ele respondeu: "Não precisa dizer-me isso, o Diabo já cochichou a mesma coisa no meu ouvido antes de sair da tribuna." Então o inimigo das almas suscitou os ímpios para caluniá-lo e espalhar boatos em todo o país, a fim de induzi-lo a abandonar seu ministério. Chamavam-no de feiticeiro, jesuíta, cangaceiro e afirmavam que vivia amancebado, que tinha duas esposas e que os seus filhos eram ilegítimos. Quando o Maligno falhou em todos esses planos de desviar Bunyan do seu ministério glorioso, os inimigos denunciaram-no por não observar os regulamentos dos cultos da igreja oficial. As autoridades civis o sentenciaram à prisão perpétua, recusando terminantemente a revogação da sentença, apesar de todos os esforços de seus amigos e dos rogos da sua esposa - tinha de ficar preso até se comprometer a não mais pregar. Acerca da sua prisão, ele diz: "Nunca tinha sentido a presença de Deus ao meu lado em todas as ocasiões como depois de ser encerrado... fortalecendo-me tão ternamente com esta ou aquela Escritura até me fazer desejar, se fosse lícito, maiores provações para receber maiores consolações".
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"Antes de ser preso, eu previa o que aconteceria, e duas coisas ardiam no coração, acerca de como podia encarar a morte, se chegasse a tal ponto. Fui dirigido a orar pedindo a Deus me fortalecesse com toda a força, segundo o poder da sua glória, em toda a fortaleza e longanimidade, dando com alegria graças ao Pai. Quase nunca orei, durante o ano antes de ser preso, sem que essa Escritura me entrasse na mente e eu compreendesse que para sofrer com toda a paciência devia ter toda a fortaleza, especialmente para sofrer com alegria." "A segunda consideração foi na passagem que diz: 'Mas nós temos tido dentro de nós mesmos a sentença de morte para que não confiássemos em nós mesmos, porém em Deus que ressuscita os mortos'. Cheguei a ver, por essa Escritura que, se eu chegasse a ponto de sofrer como devia, primeiramente tinha de sentenciar à morte todas as coisas que pertencem à nossa vida, considerando-me a mim mesmo, minha esposa, meus filhos, a saúde, os prazeres, tudo, enfim, como mortos para comigo e eu morto para com eles. "Resolvi, como Paulo disse, não olhar para as coisas que se vêem, mas sim, para as que se não vêem, porque as coisas que se vêem, são temporais, mas as coisas que se não vêem, são eternas. E compreendi que se eu fosse prevenido apenas de ser preso, poderia, de improviso, ser chamado, também, para ser açoitado, ou amarrado ao pelourinho. Ainda que esperasse apenas esses castigos, não suportaria o castigo de desterro. Mas a melhor maneira para passar os sofrimentos seria confiar em Deus, quanto ao mundo vindouro; quanto a este mundo, devia considerar o sepulcro como minha morada, estender o meu leito nas trevas, dizer à corrupção: Tu és meu pai', e aos vermes: 'Vós sois minha mãe e minha irmã' (Jó 17.13,14). "Contudo, apesar desse auxílio, senti-me um homem cercado de fraquezas. A separação da minha esposa e de nossos filhos, aqui na prisão torna-se, às vezes, como se fosse a separação da carne dos ossos. E isto não somente porque me lembro das tribulações e misérias têm deneste sofrer; especialmente a filhinhapedirás cega. Minha pobre filha, que quãomeus tristequeridos é a tua porção mundo! Serás maltratada, esmolas; passarás fome, frio, nudez e outras calamidades! Oh! os sofrimentos da minha ceguinha quebrar-me-iam o coração aos pedaços!" "Eu meditava muito, também, sobre o horror ao Inferno para os que temiam a Cruz a ponto de se recusarem a glorificar a Cristo, suas palavras e leis perante os filhos dos homens. Além do mais, pensava sobre a glória que Ele preparara para os que, em amor, fé e paciência, testificavam dele. A lembrança destas coisas serviam para diminuir a mágoa que sentia ao lembrar-me de que eu e meus queridos sofriam pelo testemunho de Cristo".
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Nem todos os horrores da prisão abalaram o espírito de João Bunyan. Quando lhes ofereciam a sua liberdade sob a condição de ele não pregar mais, respondia: "Se eu sair hoje da prisão, pregarei amanhã, com o auxílio de Deus". Mas se alguém pensar que, afinal de contas, João Bunyan era apenas um fanático, deve ler e meditar sobre as obras que nos deixou: Graça Abundante ao Principal dos Pecadores; Chamado ao Ministério; O Peregrino; A Peregrina; A Conduta do Crente; A Glória do Templo; O Pecador de Jerusalém é Salvo; As Guerras da Famosa Cidade de Alma-humana; A vida e a Morte de Homem Mau; O Sermão do Monte; A Figueira Infrutífera; Discursos Sobre Oração; O Viajante Celestial; Gemidos de Uma Alma no Inferno; A Justificação é Imputada, etc.
Passou mais de doze anos encarcerado. É fácil dizer que foram doze longos anos, mas é difícil conceber o que isso significa - passou mais da quinta parte da sua vida na prisão, na idade de maior energia. Foi um quacre, chamado Whitehead, que conseguiu a sua libertação. Depois de liberto, pregou em Bedford, Londres, e muitas outras cidades. Era tão popular, que foi alcunhado de "Bispo Bunyan". Continuou o seu ministério fielmente até a idade de sessenta anos, quando foi atacado de febre e faleceu. O seu túmulo é visitado por dezenas de milhares de pessoas. - Como se explica o êxito de João Bunyan? O orador, o escritor, o pregador, o professor da E scola Dominical e o pai de família, cada um conforme o seu ofício, pode lucrar grandemente com um estudo do estilo e méritos de seus escritos, apesar de ele ter sido apenas um humilde funileiro, sem instrução. - Mas como se pode explicar o maravilhoso sucesso de Bunyan? Como pode um iletrado pregar como ele pregava e escrever num estilo capaz de interessar à criança e ao adulto; ao pobre e ao rico; ao douto e ao indouto? A única explicação do seu êxito é que "ele era um homem em constante comunhão com Deus". Apesar de seu corpo estar preso no cárcere, a sua alma estava liberta. Porque foi ali, numa cela, que João Bunyan teve as visões descritas nos seus livros - visões muito mais reais do que os seus perseguidores e as paredes que o cercavam. Depois de desaparecerem os perseguidores da terra e as paredes caírem em pó, o que Bunyan escreveu continua a iluminar e alegrar a todas as terras e a todas as gerações. O que vamos citar mostra como Bunyan lutava com Deus em oração:
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"Há, na oração, o ato de desvelar a própria pessoa, de abrir o coração perante Deus, de derramar afetuosamente a alma em pedidos, suspiros e gemidos. 'Senhor', disse Davi, 'diante de ti está todo o meu desejo e o meu gemido não te é oculto' (Salmo 38.9). E outra vez: 'A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus? mea lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma!' (Salmo 42.2-4). Note:Quando 'Derramo minha alma!' é um termo demonstrativo de que em oração sai a própria vida e toda a força para Deus". Em outra ocasião escreveu: "As melhores orações consistem, às vezes, mais de gemidos do que de palavras e estas palavras não são mais que a mera representação do coração, vida e espírito de tais orações".
insistia e importunava em oração a Deus, é claro no trecho seguinte: "Eu te Como digo: ele Continua a bater, chorar, gemer e prantear; se Ele se não levantar para te dar, porque és seu amigo, ao menos por causa da tua importunação, levantar-se-á para dar-te tudo o que precisares".
Sem contestação, o grande fenômeno da vida de João Bunyan consistia no seu conhecimento íntimo das Escrituras, as quais amava; e na perseverança em oração ao Deus que adorava. Se alguém duvidar de que Bunyan seguia a vontade de Deus nos doze longos anos que passou na prisão de Bedford, deve lembrar-se de que esse servo de Cristo, ao escrever O Peregrino, na prisão de Bedford, pregou um sermão que já dura quase três séculos e que hoje é lido em cento e quarenta línguas. É o livro de maior circulação depois da Bíblia. Sem tal dedicação a Deus, não seria possível conseguir o incalculável fruto eterno desse sermão pregado por um funileiro cheio da graça de Deus! (extraido do livro hérois da fé) Martinho Lutero
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O grande reformador (1483-1546)
No cárcere, sentenciado pelo Papa a ser queimado vivo, João Huss disse: "Podem matar o ganso (na sua língua, 'huss' é ganso), mas daqui a cem anos, Deus suscitará um cisne que não poderão queimar". Enquanto caía a neve, e o vento frio uivava como fera em redor da casa, nasceu esse "cisne", em Eisleben, Alemanha. No dia seguinte, o recém-nascido era batizado na Igreja de São Pedro e São Paulo. Sendo o dia de São Martinho, recebeu o nome de Martinho Lutero. Cento e dois anos depois de João Huss expirar na fogueira, o "cisne" afixou, na porta da Igreja em Wittenberg, as suas noventa e cinco teses contra as indulgências, ato que gerou a Grande Reforma. João Huss enganara-se em apenas dois anos, na sua predição. Para dar o valor devido à obra de Martinho Lutero, é necessário notar algo das trevas e confusão dos tempos em que nasceu. Calcula-se que, pelo menos, um milhão de albigenses foram mortos na França, a fim de cumprir a ordem do Papa, para que esses "hereges" fossem cruelmente exterminados. Wyclif, "a Estrela da Alva da Reforma", traduzira a Bíblia para a língua inglesa. João Huss, discípulo de Wyclif, morrera na fogueira, na Boêmia, suplicando ao Senhor que perdoasse aos seus perseguidores. Jerônimo de
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Praga, companheiro de Huss e também erudito, sofrera o mesmo suplício, cantando hinos, nas chamas, até o último suspiro. João Wessália, notável pregador de Erfurt, fora preso por ensinar que a salvação é pela graça; seu frágil corpo fora metido entre ferros, onde morreu quatro anos antes do nascimento de Lutero. Na Itália, anos de foi Lutero nascer,e Savonarola, homema dedicado a Deus e fielquinze pregador dadepois Palavra, enforcado seu corpo reduzido cinzas, por ordem da Igreja Romana. Em tempos assim, nasceu Martinho Lutero. Como muitos dos mais célebres entre os homens, era de família pobre. Dizia ele: "Sou filho de camponeses; meu pai, meu avô e meu bisavô eram verdadeiros camponeses". A isso acrescentava: "Há tanta razão para vangloriarmo-nos de nossa ascendência, quanto há para o Diabo se orgulhar da sua linhagem angélica". Os pais de Martinho, para vestir, alimentar e educar seus sete filhos, esforçavam-se incansavelmente. O pai trabalhava nas minas de cobre; a mãe, além do serviço doméstico, trazia lenha às costas, da floresta. Os pais, não somente se interessavam pelo desenvolvimento físico e intelectual dos filhos, mas também do espiritual. O pai, quando Martinho chegou à idade de compreender, ensinou-o a ajoelhar-se ao lado da sua cama, à noite, e rogava a Deus que fizesse o menino lembrar-se do nome de seu Criador (Eclesiastes 12.1).. A sua mãe era sincera e devota; ensinou seus filhos a considerarem todos os monges como homens santos, e a sentirem todas as transgressões dos regulamentos da igreja como transgressões das leis de Deus. Martinho aprendeu os Dez Mandamentos, o "Pai Nosso", a respeitar a Santa Sé na distante e sagrada Roma, e a olhar, tremendo, para qualquer osso ou fragmento de roupa que tivesse pertencido a algum santo. A base da sua religião formava-se mais em que Deus é um juiz vingativo, do que um amigo de crianças (Mateus 19.13-15). Quando já era adulto, Lutero escreveu: "Estremecia e tornava-me pálido ao ouvir alguém mencionar o nome de Cristo, porque fui ensinado a considerá-lo como um juiz encolerizado. Fomos ensinados que devíamos, nós mesmos, fazer propiciação por nossos pecados; que não podemos fazer compensação suficiente por nossa culpa, que é necessário recorrer aos santos nos céus, e clamar a Maria para desviar de nós a ira de Cristo." O pai de Martinho, satisfeitíssimo pelos trabalhos escolares do filho, na vila onde morava, mandou-o, aos treze anos, para a escola franciscana na cidade de Magdeburgo.
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O moço apresentava-se freqüentemente no confessionário, onde o padre lhe impunha penitências e o obrigava a praticar boas obras, para obter a absolvição. Esforçava-se incessantemente para adquirir o favor de Deus, pela piedade, desejo esse que o levou mais tarde à vida de convento. Para conseguir a sua subsistência em Magdeburgo, Martinho era obrigado a esmolar pelas ruas, cantando canções de porta em porta. Seus pais, achando que em Eisenach passaria melhor, mandaram-no para estudar nessa cidade, onde moravam parentes de sua mãe. Porém esses parentes não o auxiliaram, e o moço continuou a mendigar o pão.
Quando estava a ponto de abandonar os estudos, j)ara trabalhar com as mãos, certa senhora de recursos, D. Ursula Cota, atraída por suas orações na igreja e comovida pela humilde maneira de receber quaisquer restos de comida, na porta, acolheu-o entre a família. Pela primeira vez Lutero sentira fartura. Mais tarde, ele referia-se à cidade de Eisenach como a "cidade bem amada". Quando Lutero se tornou famoso, um dos filhos da família Cota cursava em Wittenberg, onde Lutero o recebeu na sua casa. Domiciliado na casa da sua extremosa mãe adotiva, D. Ursula, Martinho desenvolveu-se rapidamente, recebendo uma sólida educação. Seu mestre, João Trebunius, era homem culto e de métodos esmerados. Não maltratava os alunos como os demais mestres. Conta-se que, ao encontrar os moços da sua escola, cumprimentava-os tirando o chapéu, porque "ninguém sabia quais seriam dentre eles os doutores, regentes, chanceleres e reis..." O ambiente da escola e no lar era-lhe favorável para produzir um caráter forte e inquebrantável, tão necessário para enfrentar os mais temíveis inimigos de Deus. Martinho Lutero era mais sóbrio e devoto que os demais rapazes da sua idade. Acerca deste fato, D. Ursula, na hora da morte, disse que Deus tinha abençoado o seu lar grandemente desde o dia em que Lutero entrara em sua casa. Logo depois, os pais de Martinho alcançaram certa abastança. O pai alugou um forno para fundição de cobre e depois passou a possuir mais dois. Foi eleito vereador na sua cidade e começou a fazer planos para educar seus filhos. Mas Martinho nunca se envergonhou dos dias da sua provação e miséria; antes reconhecia que fora a mão de Deus dirigindo-o e qualificando-o para a sua grande obra.
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- Como poderia alguém, depois de homem feito, encarar fiel e destacadamente as vicissitudes da vida, se não aprendesse por experiência enquanto era jovem? Aos dezoito anos, Martinho ansiava estudar numa universidade. Seu pai, reconhecendo a idoneidade do filho, enviou-o a Erfurt, o centro intelectual do país, onde cursavam mais de mil estudantes. O moço estudou com tanto afinco que, no fim do terceiro semestre, obteve o grau de bacharel em filosofia. Com a idade de vinte e um anos, alcançou o segundo grau acadêmico e o de doutor em filosofia. Os estudantes, professores e autoridades prestaram-lhe significativa homenagem. Havia dentro dos muros de Erfurt, cem prédios que pertenciam à igreja, inclusive oito conventos. pertencia à universidade, e aíHavia, Luterotambém passavauma todoimportante o tempo debiblioteca, que podia que dispor. Sempre suplicava fervorosamente a Deus que o abençoasse nos estudos. Dizia ele: "Orar bem é a melhor parte dos estudos." Acerca dele escreveu certo colega: "Cada manhã ele precede seus estudos com uma visita à igreja e uma prece a Deus".Seu pai, desejoso de que seu filho se formasse em direito e se tornasse célebre, comprou-lhe a caríssima obra: "Corpus Juris". Mas a alma de Lutero suspirava por Deus, acima de todas as coisas. Vários acontecimentos influenciaram-no a entrar para a vida monástica, passo que entristeceu profundamente seu pai e horrorizou seus companheiros de universidade. Primeiro, achou na biblioteca o maravilhoso Livro dos livros, a Bíblia completa, em latim. Até aquela ocasião, supunha que as pequenas porções escolhidas pela igreja para serem lidas aos domingos, constituíssem o todo da Palavra de Deus. Depois de uma longa leitura, exclamou: "Oh! se a Providência me desse um livro como este, só para mim!" Continuando a ler as Escrituras, o seu coração começou a perceber a luz, e a sua alma a sentir ainda mais sede de Deus. A essa altura, quando se bacharelou, os estudos custaram-lhe uma doença que o levou às portas da morte. Assim, a fome pela Palavra de Deus ficou ainda mais enraizada no coração de Lutero. Algum tempo depois da sua doença, em viagem para visitar a família, sofreu um golpe de espada, e duas vezes quase morreu antes de um cirurgião conseguir pensar-lhe a ferida. Para Lutero, a salvação da sua alma ultrapassava qualquer outro anelo.
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Certo dia, um de seus íntimos amigos na Universidade foi assassinado. "Ah!" exclamou Lutero, horrorizado, "o que seria de mim se eu tivesse sido chamado desta para a outra vida tão inopinadamente!" Mas, de todos esses acontecimentos, o que mais o abalou em espírito, foi o que experimentou durante uma terrível tempestade, quando voltava de visitar seus pais. Não havia abrigo próximo. Os céus estavam em brasa, os raios rasgavam as nuvens a cada instante. De repente um raio caiu ao seu lado. Lutero, tomado de grande susto, e sentindo-se perto do Inferno, prostrou-se gritando: "Sant'Ana, salva-me e tornar-me-ei monge!" Lutero chamava a esse incidente "A minha estrada, caminho de Damasco" e não tardou em cumprir sua promessa a Sant'Ana. Convidou os seus colegas para cearemacom ele. Depoisfeita da refeição, enquanto elesentão se divertiam com palestras e música, repentinamente anunciou-lhes que dali em diante poderiam considerá-lo como morto, pois ia entrar para o convento. Debalde os seus companheiros procuraram dissuadi-lo do seu plano. Na escuridão da mesma noite, o moço, antes de completar vinte e dois anos, dirigiu-se ao convento dos agostinianos e bateu. A porta abriu-se e Lutero entrou. O professor admirado e festejado, a glória da universidade, aquele que passara os dias e as noites curvado sobre os livros, tornara-se irmão agostiniano! O mosteiro dos agostinianos era o melhor dos claustros de Erfurt. Seus monges eram os pregadores da cidade, estimados por suas obras entre os pobres e oprimidos. Nunca houve um monge naquele convento mais submisso, mais devoto, mais piedoso, do que Martinho Lutero. Submetia-se aos serviços mais humildes, como o de porteiro, coveiro, varredor da igreja e das celas dos monges. Não recusava mendigar o pão cotidiano para o convento, nas ruas de Erfurt. Durante o ano de noviciado, antes de Lutero ser feito monge, os seus amigos fizeram tudo para dissuadi-lo de confirmar esse passo. Os companheiros, que convidara para cearem com ele, quando anunciou a sua intenção de ser monge, ficaram no portão do convento dois dias, esperando que ele voltasse. Seu pai, vendo que seus rogos eram inúteis e que todos os seus anelantes planos acerca do filho iam fracassar, quase enlouqueceu. Assim se justificou Lutero: "Fiz a promessa a Sant'Ana, para salvar a minha alma. Entrei para o convento e aceitei esse estado espiritual somente para servir a Deus e ser-lhe agradável durante a eternidade."
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Quão grande, porém, era a sua ilusão. Depois de procurar crucificar a carne pelos jejuns prolongados, pelas privações mais severas, e com vigílias sem conta, achou que, embora encarcerado na sua cela, tinha ainda de lutar contra os maus pensamentos. A sua alma clamava: "Dá-me santidade ou morro por toda a eternidade; leva-me ao rio de água pura e não a estes mananciais de águas poluídas; traze-me as águas da vida que saem do trono de Deus!"Certo dia Lutero achou, na biblioteca do convento, uma velha Bíblia latina, presa à mesa por uma cadeia. Achara, enfim, um tesouro infinitamente maior que todos os tesouros literários do convento. Ficou tão embevecido que, durante semanas inteiras, deixou de repetir as orações diurnas da ordem. Então, despertado pelas vozes da sua consciência, arrependeu-se da sua negligência: era tanto o remorso, que não podia dormir. Apressou-se a reparar o seu erro: fê-lo com tanto anseio que não se lembrava de alimentar-se. Então, enfraquecidíssimo por tantos jejuns e vigílias, sentiu-se oprimido pelas apreensões até perder os sentidos e cair por terra. Aí os outros monges o acharam, admirados novamente de sua excepcional piedade! Lutero somente voltou a si depois de um grupo de coristas o haver rodeado, cantando. A suave harmonia penetrou-lhe o coração e despertou o seu espírito. Porém ainda assim lhe faltava a paz perpétua para a alma; ainda não havia ouvido cantar o coro celestial: "Glória a Deus nas maiores alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens!" Nessa altura, o vigário geral da ordem agostiniana, Staupitz, visitou o convento. Era homem de grande discernimento, e devoção enraizada; compreendeu logo o problema do jovem monge; ofereceu-lhe uma Bíblia na qual Lutero leu que "o justo viverá da fé". Por quanto tempo tinha ele anelado: "Oh! se Deus me desse um livro destes só para mim!" - e agora o possuía!
Na leitura grande consolação, a obra não podia se em um da dia.Bíblia Ficouachou mais determinado do quemas nunca a alcançar pazcompletarpara a sua alma, na vida monástica, jejuando e passando noites a fio sem dormir. Gravemente enfermo, exclamou: "Os meus pecados! Os meus pecados!" Apesar da sua vida ter sido livre de manchas, como ele afirmava e outros testificavam, sentia sua culpa perante Deus, até que um velho monge lhe lembrou uma palavra do Credo: "Creio na remissão dos pecados". Viu então que Deus não somente perdoara os pecados de Daniel e de Simão Pedro, mas também os seus.
Pouco tempo depois destes acontecimentos, Lutero foi ordenado padre. A primeira missa que celebrou foi um grande evento. O pai, irreconciliável, desde
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o dia em que o filho abandonara os estudos de advocacia até aquela ocasião, assistiu à primeira missa, vindo a cavalo de Mansfield, com uma boa oferta para o convento, acompanhado por vinte e cinco amigos. Depois de completar vinte e cinco anos de idade, Lutero foi nomeado para a cadeira de filosofia em Wittenberg, para onde se mudou para viver no convento da sua ordem. Porém a sua alma anelava pela Palavra de Deus, e pelo conhecimento de Cristo. No meio das ocupações do professorado, dedicou-se ao estudo das Escrituras e no primeiro ano conquistou o grau de baccalaureus ad bíblia. Sua alma ardia com o fogo dos céus; de todas as partes acorriam multidões para ouvir os seus discursos, os quais fluíam abundante e vivamente do seu coração, sobre as maravilhosas verdades reveladas nas Escrituras. Um dos mais afamados professores de Leipzig, conhecido como a "Luz do Mundo", disse: "Este frade há de envergonhar todos os doutores; há de propalar uma doutrina nova e reformar toda a igreja, porque ele se baseia na Palavra de Cristo, Palavra à qual ninguém no mundo pode resistir, e que ninguém pode refutar, mesmo atacando-a com todas as armas da filosofia. Um dos pontos iluminantes da biografia de Lutero é a sua visita a Roma. Surgiu uma disputa renhida entre sete conventos dos agostinianos e decidiram deixar os pontos de dissidência para o Papa resolver. Lutero, sendo o homem mais hábil, mais eloqüente e altamente apreciado e respeitado por todos que o conheciam, foi escolhido para representar o seu convento em Roma. Fez a viagem a pé, acompanhado de outro monge. Nesse tempo Lutero ainda continuava a dedicar-se fiel e inteiramente à Igreja Romana. Quando, por fim, chegaram ao ponto da estrada onde se avistava a famosa cidade, Lutero caiu em terra e exclamou: "Saúdo-te, santa cidade!" Os dois monges passaram um mês em Roma, visitando os vários santuários e os lugares de peregrinação. Lutero celebrou missa dez vezes. Lastimou, ao mesmo tempo, que seus pais ainda não tivessem morrido a fim de poder resgatá-los do Purgatório! Um dia, subindo a Santa Escada de joelhos, desejando a indulgência que o chefe da igreja prometia por esse ato, ressoaram nos seus ouvidos como voz de trovão, as palavras de Deus: "O justo viverá da fé". Lutero ergueu-se e saiu envergonhado. Depois da corrupção generalizada que viu em Roma, a sua alma aderiu à Bíblia mais que nunca. Ao chegar novamente ao seu convento, o vigário geral insistiu em que desse os passos necessários para obter o título de doutor, com o qual teria o direito de pregar. Lutero, porém, reconhecendo a grande
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responsabilidade perante Deus e não querendo ceder, disse: "Não é de pouca importância que o homem fale em lugar de Deus... Ah! Sr. Dr., fazendo isto, me tirais a vida; não resistirei mais que três meses." O vigário geral respondeu-lhe: "Seja assim, em nome de Deus, pois o Senhor Deus também necessita nos céus de homens dedicados e hábeis". O coração de Lutero, elevado à dignidade de doutor em teologia, abrasava-se ainda mais do desejo de conhecer as Sagradas Escrituras e foi nomeado pregador da cidade de Wittenberg. Os livros que estudou e as margens cheias de anotações que escreveu em letras miúdas, servem aos eruditos atuais como exemplo de como cuidadosa e minuciosamente estudava tudo em ordem.
Acerca da grande transformação da sua vida, nesse tempo, elecomecei mesmo escreve: "Desejando ardentemente compreender as palavras de Paulo, o estudo da Epístola aos Romanos. Porém, logo no primeiro capítulo consta que a justiça de Deus se revela no Evangelho (vv. 16,17). Eu detestava as palavras: a justiça de Deus, porque, conforme fui ensinado, eu a considerava como um atributo do Deus santo que o leva a castigar os pecadores. Apesar de viver irrepreensivelmente, como monge, a consciência perturbada me mostrava que era pecador perante Deus. Assim odiava a um Deus justo, que castiga os pecadores... Senti-me ferido de consciência, revoltado intimamente, contudo voltava sempre para o mesmo versículo, porque queria saber o que Paulo ensinava. Contudo, depois de meditar sobre esse ponto durante muitos dias e noites, Deus, na sua graça, me mostrou a palavra: 'O justo viverá da fé.' Vi então que a justiça de Deus, nesta passagem, é a justiça que o homem piedoso recebe de Deus pela fé, como dádiva." A alma de Lutero dessa forma saiu da escravidão; ele mesmo escreveu assim: "Então me achei recém-nascido e no Paraíso. Todas as Escrituras tinham para mim outro aspecto; perscrutava-as para ver tudo quanto ensinam sobre a 'justiça de Deus'. Antes, estas palavras eram-me detestáveis; agora as recebo com o mais intenso amor. A passagem me servia como a porta do Paraíso." Depois dessa experiência, pregava diariamente; em certas ocasiões, pregava até três vezes ao dia, conforme ele mesmo conta: "O que o pasto é para o rebanho, a casa para o homem, o ninho para o passarinho, a penha para a cabra rnontês, o arroio para o peixe, a Bíblia é para as almas fiéis. " A luz do
Evangelho, por fim, tomara o lugar das trevas e a alma de Lutero abrasava por conduzir os seus ouvintes ao Cordeiro de Deus, que tira todo o pecado.
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Lutero levou o povo a considerar a verdadeira religião, não como uma mera profissão, ou sistema de doutrinas, mas como vida em Deus. A oração não era mais um exercício sem sentido, mas o contato do coração com Deus que cuida de nós com um amor indizível. Nos seus sermões, Deus revelou o seu próprio coração a milhares de ouvintes, por meio do coração de Lutero. Convidado a pregar durante uma convenção dos agostinianos, não deu uma mensagem doutrinai de sabedoria humana, como se esperava, mas fez um discurso ardente contra a língua maldizente dos monges. Os agostinianos, levados pela mensagem, elegeram-no diretor sobre onze conventos! Lutero não somente pregava a virtude, mas praticava-a, amando verdadeiramente o próximo. tempo, do Oriente, visitou Wittenberg. Calcula-se que aNesse quarta parte adopeste povovinda da Europa, inclusive a metade da população alemã, foi ceifada pela morte. Quando professores e estudantes fugiram da cidade, instaram que Lutero fugisse também, porém ele respondeu: - "Para onde hei de fugir? O meu lugar é aqui: o dever não me permite ausentar-me do meu posto até que Aquele que me mandou para aqui me chame. Não que eu deixe de temer a morte, mas espero que o Senhor me dê ânimo". Assim ele ministrava à alma e ao corpo do próximo durante um tempo de aflição e de angústia. A fama do jovem monge espalhou-se ate longe. Entretanto, sem o reconhecer, enquanto trabalhava incansavelmente para a igreja, já havia deixado o rumo liberal que ela seguia em doutrina e prática. Em outubro de 1517, Lutero afixou à porta da Igreja do Castelo em Wittenberg, as suas 95 teses, o teor das quais é que Cristo requer o arrependimento e a tristeza pelo pecado e não a penitência. Lutero afixou as teses ou proposições para um debate público, na porta da igreja, como era costume nesse tempo. Mas as teses, escritas em latim, foram logo traduzidas em alemão, holandês e espanhol. Antes de decorrido um mês, para surpresa de Lutero, já estavam na Itália, fazendo estremecer os alicerces do velho edifício de Roma. Foi desse ato de afixar as 95 teses da Igreja de Wittenberg, que nasceu a Reforma, isto é, que tomou forma o grande movimento de almas que em todo o mundo ansiavam voltar para a fonte pura, a Palavra de Deus. Contudo Lutero não atacara a Igreja Romana, mas antes, pensou fazer a defesa do Papa contra os vendedores de indulgências. Em agosto de 1518, Lutero foi chamado a Roma para responder a uma denúncia de heresia. Contudo, o eleitor Frederico não consentiu que fosse levado para
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fora do país; assim Lutero foi intimado a apresentar-se em Augsburgo. "Eles te queimarão vivo", insistiram seus amigos. Lutero, porém, respondeu resolutamente: "Se Deus sustenta a causa, ela será sustentada". A ordem do núncio do Papa em Augsburgo foi: "Retrate-se ou não voltará daqui". Contudo Lutero conseguiu fugir, passando por uma pequena cancela no muro da cidade, na escuridão da noite. Ao chegar de novo em Wittenberg, um ano depois de afixar as teses, era o homem mais popular em toda a Alemanha. Não havia jornais nesse tempo, mas fluíam da pena de Lutero respostas a todos os seus críticos para serem publicadas em folhetos. O que escreveu dessa forma, hoje seriam cem volumes.
O célebre Erasmo, Holanda, assim escreveudaa Inglaterra Lutero: "Seus livros despertando todo oda país... Os mais eminentes gostam deestão seus escritos..." Quando a bula de excomunhão, enviada pelo Papa, chegou em Wittenberg, Lutero respondeu com um tratado dirigido ao Papa Leão X, exortando-o, no nome do Senhor, a que se arrependesse. A bula do Papa foi queimada fora do muro da cidade de Wittenberg, perante grande ajuntamento do povo. Assim escreveu Lutero ao vigário geral: "No momento de queimar a bula, estava tremendo e orando, mas agora estou satisfeito de ter praticado este ato enérgico". Lutero não esperou até que o Papa o excomungasse, mas deu logo o pulo da Igreja Romana para a Igreja do Deus vivo. Porém, o imperador Carlos V, que ia convocar sua primeira Dieta na cidade de Worms, queria que Lutero comparecesse para responder, pessoalmente, aos seus acusadores. Os amigos de Lutero insistiam em que recusasse ir. -Não fora João Huss entregue a Roma para ser queimado, apesar da garantia de vida da parte do imperador?! Mas em resposta a todos que se esforçavam por dissuadilo de comparecer perante seus terríveis inimigos, Lutero, fiel à chamada de Deus, respondeu: "Ainda que haja em Worms, tantos demônios quantas sejam as telhas nos telhados, confiando em Deus, eu aí entrarei". Depois de dar ordens acerca do trabalho, no caso de ele não voltar, partiu. Na sua viagem para Worms, o povo afluía em massa para ver o grande homem que teve coragem de desafiar a autoridade do Papa. Em Mora, pregou ao ar livre, porque as igrejas não mais comportavam as multidões que queriam ouvir seus sermões. Ao avistar as torres das igrejas de Worms, levantou-se na carroça em que viajava e cantou o seu hino, o mais famoso da Reforma: "Ein Feste Berg", isto é: ''Castelo forte é nosso Deus". Ao entrar, por fim, na cidade, estava
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acompanhado de uma multidão de povo muito maior do que a que fora ao encontro de Carlos V. No dia seguinte foi levado perante o imperador, ao lado do qual se achavam o delegado do Papa, seis eleitores do império, vinte e cinco duques, oito margraves, trinta cardeais e bispos, sete embaixadores, os deputados de dez cidades e grande número de príncipes, condes e barões. É fácil imaginar que o reformador era um homem de grande coragem e de físico forte para enfrentar tantas feras que ansiavam despedaçar-lhe o corpo. A verdade é que passara uma grande parte da vida afastado dos homens e, mais ainda, achava-se fraco da viagem, na qual foi necessário que um médico o atendesse. Entretanto mostrou-se corajoso, não na sua própria força, mas no poder de Deus. Sabendo que tinha de comparecer perante uma das mais imponentes assembléias de autoridades religiosas e civis de todos os tempos, Lutero passou a noite anterior de vigília. Prostrado com o rosto em terra, lutou com Deus, chorando e suplicando. Um dos seus amigos ouviu-o orar assim: "Oh! Deus todo-poderoso! a carne é fraca, o Diabo é forte! Ah! Deus, meu Deus, que perto de mim estejas contra a razão e a sabedoria do mundo! Fá-lo, pois somente tu o podes fazer. Não é a minha causa, mas sim a tua. - Que tenho eu com os grandes da terra? É a tua causa, Senhor, a tua justa e eterna causa. Salva-me, oh! Deus fiel! Somente em ti confio, oh! Deus! meu Deus... vem, estou pronto a dar, como um cordeiro, a minha vida. O mundo não conseguirá prender a minha consciência, ainda que esteja cheio de demônios, e, se o meu corpo tem de ser destruído, a minha alma te pertence, e estará contigo eternamente..." Conta-se que, no dia seguinte, na ocasião de Lutero transpor a porta para comparecer perante a Dieta, o veterano general Freudsburgo, colocou a mão no ombro do Reformador e disse-lhe: "Pequeno monge, vais a um encontro diferente, que eu ou qualquer outro capitão jamais experimentamos, mesmo nas nossas conquistas mais ensangüentadas. Contudo, se a causa é justa, e sabes que o é, avança no nome de Deus, e não temas nada! Deus não te abandonará" - O grande general não sabia que Martinho Lutero vencera a batalha em oração e que entrava somente para declarar-lhes que a havia vencido de maiores inimigos. Quando o núncio do papa exigiu de Lutero, perante a augusta assembléia, que se retratasse, ele respondeu: "Se não me refutardes pelo testemunho das Escrituras ou por argumentos - desde que não creio somente nos papas e nos concílios, por já muitas vezes setem enganaram e se contradisseram uns ser aosevidente outros - aque minha consciência de ficar submissa à
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Palavra de Deus. Não posso retratar-me, nem me retratarei de qualquer coisa, pois não é justo nem seguro agir contra a consciência. Deus me ajude! Amém." De volta ao seu aposento, Lutero levantou as mãos ao Céu e exclamou com o rosto todo iluminado: "Está cumprido! Está cumprido! Se eu tivesse mil cabeças, preferiria que todas fossem decepadas antes de me retratar". A cidade de Worms, ao receber as notícias da ousada resposta de Lutero ao núncio do papa, alvoroçou-se. As palavras do reformador foram publicadas e espalhadas entre o povo que afluiu para honrá-lo. Apesar de os papistas não conseguirem influenciar o imperador a violar o salvoconduto, para que pudessem queimar numa fogueira o assim chamado herege, Lutero teve de enfrentar outro grave problema. O edito de excomunhão entraria imediatamente em vigor; Lutero por causa da excomunhão, era criminoso e, ao findar o prazo do seu salvo-conduto, devia ser entregue ao imperador; todos os seus livros deviam ser apreendidos e queimados; o ato de ajudá-lo em qualquer maneira era crime capital. Mas para Deus é fácil cuidar dos seus filhos. Lutero, regressando a Wittenberg, foi repentinamente num bosque por um de cavaleirosconmascarados que, depois rodeado de despedirem as pessoas quebando o acompanhavam, duziram-no, alta noite, ao castelo de Wartburgo, perto de Eisenach. Isto foi um estratagema do príncipe de Saxônia para salvar Lutero dos inimigos que planejavam assassiná-lo antes de chegar a casa. No castelo, Lutero passou muitos meses disfarçado; tomou o nome de cavaleiro Jorge e o mundo o considerava morto. Fiéis servos de Deus oravam dia e noite pelo reformador. As palavras do pintor Alberto Durer, exprimem o sentimento do povo: - "Oh! Deus! se Lutero fosse morto, quem agora nos exporia o Evangelho?" Contudo, no seu retiro, livre dos inimigos, foi-lhe concedida a liberdade de escrever, e o mundo logo soube, pela grande quantidade de literatura, que essa obra saía da sua pena e que, de fato, Lutero vivia. O reformador conhecia bem o hebraico e o grego e em três meses tinha vertido todo o Novo Testamento para o alemão - em poucos meses mais a obra estava impressa e nas mãos do povo. Cem mil exemplares foram vendidos, em quarenta anos, além das cinqüenta e duas edições impressas em outras cidades. Era circulação imensa para aquele tempo, mas Lutero não aceitou um centavo de direitos.
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A maior obra de toda a sua vida, sem dúvida, fora a de dar ao povo alemão a Bíblia na sua própria língua - depois de voltar a Wittenberg. Já havia outras traduções, mas escritas em uma forma de alemão latinizado que o povo não compreendia. A língua alemã desse tempo era um agregado de dialetos, mas Lutero, ao traduzir a Bíblia, deu ao povo a língua que serviu depois a homens como Goethe e Schiler para escreverem as suas obras. O seu êxito em traduzir as Sagradas Escrituras para o uso dos mais humildes, verifica-se no fato de que, depois de quatro séculos, a sua tradução permanece como a principal. Outra coisa que contribuiu para o êxito da tradução de Lutero, é que ele era erudito em hebraico e grego e traduziu direto das línguas originais. Contudo, o valor da sua obra não se baseia tão-somente sobre seus indiscutíveis dotes literários. O que lhe deu realidade é que ele conhecia a Bíblia, como ninguém podia conhecê-la, sem primeiro sentir a angústia eterna e achar nas Escrituras a verdadeira e profunda consolação. Lutero conhecia intimamente e amava sinceramente o autor do Livro. O resultado foi que o seu coração abrasou-se com o fogo e poder do Espírito Santo. Foi esse o segredo de ele traduzir tudo para o alemão em tão pouco tempo. Como todo mundo sabe, a fortaleza de Lutero e da Reforma foi a Bíblia. Escreveu de Wartburgo para o seu povo em Wittenberg: "Jamais em todo o mundo se escreveu um livro mais fácil de compreender do que a Bíblia. Comparada aos outros livros, é como o sol em contraste com todas as demais luzes. Não vos deixeis levar a abandoná-la sob qualquer pretexto da parte deles. Se vos afastardes dela por um momento, tudo estará perdido; podem levar-vos para onde quer que desejem. Se permanecerdes com as Escrituras, sereis vitoriosos." Depois de abandonar o hábito de monge, Lutero resolveu deixar por completo a vida monástica, casando-se comé Catarina von Bora,defreira também saíra do claustro, por ver que tal vida contra a vontade Deus.que O vulto de Lutero sentado ao lume, com a esposa e seis filhos que amava ternamente, inspira os homens mais que o grande herói ao apresentar-se perante o legado em Augsburgo. Nos cultos domésticos, a família rodeava um harmônio, com o qual louvavam a Deus juntos; o reformador lia o Livro que traduzira para o povo e depois louvavam a Deus e oravam até sentirem a presença divina entre eles.
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Havia entre Lutero e sua esposa profundo amor de um para com o outro. São de Lutero estas palavras: "Sou rico, Deus me deu a minha freira e três filhos; não me importo das dívidas: Catarina paga tudo." Catarina von Bora era estimada por todos. Alguns, de fato, censuravam-na porque era demasiado econômica; mas que teria acontecido a Martinho Lutero e à família ela tivesse ele? Dizia-se que ele, aproveitando-se da doença dela,secedeu o seu feito pratocomo de comida a certo estudante que estava com fome. Não aceitava um kreuzer dos seus alunos e recusava vender seus escritos, deixando todo o lucro para os tipógrafos. Nas suas meditações sobre as Escrituras, muitas vezes se esquecia das refeições. Ao escrever o comentário sobre o Salmo 23, passou três dias no quarto comendo somente pão e sal. Quando a esposa chamou um serralheiro e quebraram a fechadura, acharam-no escrevendo, mergulhado em pensamentos e esquecido de tudo em redor. É difícil concebermos a magnitude das coisas que devemos atualmente a Martinho Lutero. O grande passo que deu para que o povo ficasse livre para servir a Deus, como Ele mesmo ensina, está além da nossa compreensão. Era grande músico e escreveu alguns dos hinos mais espirituais cantados atualmente. Compilou o primeiro hinário e inaugurou o costume de todos os assistentes aos cultos cantarem juntos. Insistiu em que não somente os do sexo masculino, mas também os do feminino fossem instruídos, tornando-se, assim, o pai das escolas públicas. Antes dele, o sermão nos cultos era de pouca importância. Mas Lutero fez do sermão a parte principal do culto. Ele mesmo serviu de exemplo para acentuar esse costume: era pregador de grande porte. Considerava-se como sendo nada; a mensagem saía-lhe do íntimo do coração: o povo sentia a presença de Deus. Em Zwiekau pregou a um auditório de 25 mil pessoas na praça pública. Calcula-se que escreveu 180 volumes na língua materna e quase um número igual no latim. Apesar de sofrer de várias doenças, sempre se esforçava dizendo: "Se eu morrer na cama será uma vergonha para o papa." Os homens geralmente querem atribuir o grande êxito de Lutero à sua extraordinária inteligência e aos seus destacados dons. O fato é que Lutero também tinha o costume de orar horas a fio. Dizia que se não passasse duas horas de manhã orando, recearia que Satanás ganhasse a vitória sobre ele durante o dia. Certo biógrafo seu escreveu: "O tempo que ele passa em oração, produz o tempo para tudo que faz. O tempo que passa com a Palavra vivificante enche o coração até transbordar em sermões, correspondência e ensinamentos".
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A sua esposa disse que as orações de Lutero "eram", às vezes, como os pedidos insistentes do seu filhinho Hanschen, confiando na bondade de seu pai; outras vezes, eram como a luta de um gigante na angústia do combate". Encontra-se o seguinte na História da Igreja Cristã, por Souer, Vol. 3, pág. 406: "Martinho Lutero profetizava, evangelizava, falava línguas e interpretava; revestido de todos os dons do Espírito". Nos seus sessenta e dois anos pregou seu último sermão sobre o texto: "Ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos". No mesmo dia escreveu para a sua querida Catarina: "Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e Ele te susterá. Amém". Isso foi na última carta que escreveu. Vivia sempre esperando que não o papa executar a repetida queimá-lo vivo. Contudo eraconseguisse essa a vontade de Deus: Cristo oameaça chamoudeenquanto sofria dum ataque do coração, em Eisleben, cidade onde nascera.São estas as últimas palavras de Lutero: "Vou render o espírito". Então louvou a Deus em alta voz: "Oh! meu Pai celeste! meu Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, em quem creio e a quem preguei e confessei, amei e louvei! Oh! meu querido Senhor Jesus Cristo, encomendo-te a minha pobre alma. Oh! meu Pai celeste! em breve tenho de deixar este corpo, mas sei que ficarei eternamente contigo e que ninguém me pode arrebatar das tuas mãos". Então, depois de recitar João 3.16 três vezes, repetiu as palavras: "Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito, pois tu me resgataste, Deus fiel". Assim fechou os olhos e adormeceu. Um imenso cortejo de crentes que o amavam ardentemente, com cinqüenta cavaleiros à frente, saiu de Eisleben para Wittenberg; passando pela porta da cidade onde o reformador queimara a bula de excomunhão, entrou pelas portas da igreja onde, há vinte e nove anos, afixara suas 95 teses. No culto fúnebre, Bugenhangen, o pastor, e Melancton, inseparável companheiro de Lutero, discursaram. Depois abriram a sepultura, preparada ao lado do púlpito, e ali depositaram o corpo. Quatorze anos depois, o corpo de Melancton achou descanso do outro lado do púlpito. Em redor dos dois, jazem os restos mortais de mais de noventa mestres da universidade. As portas da Igreja do Castelo, destruídas pelo fogo no bombardeio de Wittenberg em 1760, foram substituídas por portas de bronze em 1812, nas quais estão gravadas as 95 teses. Contudo, este homem que perseverou em
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oração, deixou gravadas, não no metal que perece, mas em centenas de milhões de almas imortais, a Palavra de Deus que dará fruto para toda a eternidade. (estraido do livro: Hérois da fé) Jerônimo Savonarola
Precursor da Grande Reforma (1452-1498)
O povo de toda a Itália afluía, em número sempre crescente, a Florença. A famosa Duomo não mais comportava as enormes multidões. O pregador, Jerônimo Savonarola, abrasado com o fogo do Espírito Santo e sentindo a iminência do julgamento de Deus, trovejava contra o vício, o crime e a corrupção desenfreada na própria igreja. O povo abandonou a leitura das publicações torpes e mundanas, para ler os sermões do ardente pregador: deixou os cânticos das ruas, para cantar os hinos de Deus. Em Florença, as crianças fizeram procissões, coletando as máscaras carnavalescas, os livros obscenos e todos os objetos supérfluos que serviam à vaidade. Com isso formaram em praça pública
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uma pirâmide de vinte metros de altura e atearam-lhe fogo. Enquanto o monte ardia, o povo cantava hinos e os sinos da cidade dobravam em sinal de vitória. Se o ambiente político fosse o mesmo que depois veio a ser na Alemanha, o intrépido e devoto Jerônimo Savonarola teria sido o instrumento usado para iniciar a Grande Reforma, em vez de Martinho Lutero. Apesar de tudo, Savonarola tornou-se um dos ousados e fiéis arautos para conduzir o povo à fonte pura e às verdades apostólicas registradas nas Sagradas Escrituras. Jerônimo era o terceiro dos sete filhos da família. Nasceu de pais cultos e mundanos, mas de grande influência. Seu avô paterno era um famoso médico na corte do duque de Ferrara e os pais de Jerônimo planejavam que o filho ocupasse lugar do No colégio, era aluno esmerado. Mas os Foram, estudossem da filosofia deoPlatão e deavô. Aristóteles, deixaram-lhe a alma sequiosa. dúvida, os escritos de Tomaz de Aquino que mais o influenciaram (a não ser as próprias Escrituras) a entregar inteiramente o coração e a vida a Deus. Quando ainda menino, tinha o costume de orar e, ao crescer, o seu ardor em orar e jejuar aumentou. Passava horas seguidas em oração. A decadência da igreja, cheia de toda a qualidade de vício e pecado, o luxo e a ostentação dos ricos em contraste com a profunda pobreza dos pobres, magoavam-lhe o coração. Passava muito tempo sozinho, nos campos e à beira do rio Pó, em contemplação perante Deus, ora cantando, ora chorando, conforme os sentimentos que lhe ardiam no peito. Quando ainda jovem, Deus começou a falar-lhe em visões. A oração era a sua grande consolação; os degraus do altar, onde se prostrava horas a fio, ficavam repetidamente molhados de suas lágrimas. Houve um tempo em que Jerônimo começou a namorar certa moça florentina. Mas quando ela mostrou ser desprezo alguém da sua orgulhosa família Strozzi, unir-se a alguém da família de Savonarola, Jerônimo abandonou para sempre a idéia de casar-se. Voltou a orar com crescente ardor. Enojado do mundo, desapontado acerca dos seus próprios anelos, sem achar uma pessoa compassiva a quem pudesse pedir conselhos, e cansado de presenciar injustiças e perversidades que o cercavam, coisas que não podia remediar, resolveu abraçar a vida monástica. Ao apresentar-se no convento, não pediu o privilégio de se tornar monge, mas rogou que o aceitassem para fazer os serviços mais vis, da cozinha, da horta e do mosteiro.Na vida do claustro, Savonarola passava ainda mais tempo em oração, jejum e contemplação perante Deus. Sobrepujava todos os outros monges em humildade, sinceridade e obediência, para lecionar filosofia, posição que ocupou sendo até sairapontado do convento.
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Depois de passar sete anos no mosteiro de Bolongna, frei (irmão) Jerônimo foi para o convento de São Marcos, em Florença. Grande foi o seu desapontamento ao ver que o povo florentino era tão depravado como o dos demais lugares. (Até então ainda não reconhecia que somente a fé em Deus salva o pecador.) Ao completar um ano no convento de São Marcos, foi apontado instrutor dos noviciados e, por fim, designado pregador do mosteiro. Apesar de ter ao seu dispor uma excelente biblioteca, Savonarola utilizava-se mais e mais da Bíblia como seu livro de instrução. Sentia cada vez mais o terror e a vingança do Dia do Senhor que se aproxima e, às vezes, entregava-se a trovejar do púlpito contra a impiedade do povo. Eram tão poucos os que assistiam às suas pregações, que Savonarola resolveu dedicarse inteiramente à instrução dos noviciados. Contudo, como Moisés, não podia escapar à chamada de Deus! Certo dia, ao dirigir-se a uma feira, viu, repentinamente, em visão, os céus abertos e passando perante seus olhos todas as calamidades que sobrevirão à igreja. Então lhe pareceu ouvir uma voz do Céu ordenando-lhe anunciar estas coisas ao povo. Convicto de que a visão era do Senhor, começou novamente a pregar com voz de trovão. Sob a nova unção do Espírito Santo a sua condenação ao pecado era feita com tanto ímpeto, que muitos dos ouvintes depois andavam atordoados sem falar, nas ruas. Era coisa comum, durante seus sermões, homens e mulheres de todas as idades e de todas as classes romperem em veemente choro. O ardor de Savonarola na oração aumentava dia após dia e sua fé crescia na mesma proporção. Freqüentemente, ao orar, caía em êxtase. Certa vez, enquanto sentado no púlpito, sobreveio-lhe uma visão, durante a qual ficou imóvel por cinco horas, quando o seu rosto brilhava, e os ouvintes na igreja o contemplavam. Em toda a parte onde Savonarola pregava, seus sermões contra o pecado produziam profundo terror. Os homens mais cultos começaram então a assistir às pregações em Florença; foi necessário realizar as reuniões na Duomo, famosa catedral,meia-noite onde continuou a pregar durante oito anos. O povo se levantava à e esperava na rua até a hora de abrir a catedral.
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O corrupto regente de Florença, Lorenzo Medici, experimentou todas as formas: a bajulação, as peitas, as ameaças, e os rogos, para induzir Savonarola a desistir de pregar contra o pecado, e especialmente contra a perversidade do regente. Por fim, vendo que tudo era debalde, contratou o famoso pregador, Frei Mariano, para pregar contra Savonarola. Frei Mariano pregou um sermão, mas o povo não prestou atenção à sua eloqüência e astúcia, e ele não ousou mais pregar. Nessa altura, Savonarola profetizou que Lorenzo, o Papa e o rei de Nápoles morreriam dentro de um ano, e assim sucedeu.
Depois da morte de Lorenzo, Carlos VIII, da França, invadiu a Itália e a influência de Savonarola aumentou ainda mais. O povo abandonou a literatura torpe e mundana para ler os sermões do famoso pregador. Os ricos socorriam os pobres em vez de oprimi-los. Foi neste tempo que o povo fez a grande fogueira, na "piazza" de Florença e queimou grande quantidade de artigos usados para alimentar vícios e vaidade. Não cabia mais, na grande Duomo, o seu imenso auditório. Contudo, o sucesso de Savonarola foi muito curto. O pregador foi ameaçado, excomungado e, por fim, no ano de 1498, por ordem do Papa, foi queimado em praça pública. Com as palavras: "O Senhor sofreu tanto por mim!", terminou a vida terrestre de um dos maiores e mais dedicados mártires de todos os tempos. Apesar de ele continuar até a morte a sustentar muitos dos erros da Igreja Romana, ensinava que todos os que são realmente crentes estão na verdadeira Igreja. Alimentava continuamente a alma com a Palavra de Deus. As margens das páginas da sua Bíblia estão cheias de notas escritas enquanto meditava nas Escrituras. Conhecia uma grande parte da Bíblia de cor e podia abrir o livro instantaneamente e achar qualquer texto. Passava noites inteiras em oração e foram-lhe dadas revelações quando em êxtase, ou por visões. Seus livros sobre "A Humildade", "A Oração", "O Amor", etc., continuam a exercer grande influência sobre os homens. Destruíram o corpo desse precursor da Grande Reforma, mas não puderam apagar as verdades que Deus, por seu intermédio, gravou no coração do povo. (extraído do livro: Heróis da fé)
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Pr Bernhard Johnson (1931-1995)
Nasceu em Alameda, Califórnia - EUA, em 20/06/1931. Iniciou seu profícuo ministério, em 1952, pastoreando duas igrejas nos Estados Unidos da América.
Pr Bernhard Johnson
Em 1957, chegou ao Brasil onde pastoreou igrejas no sul de Minas Gerais e fundou a Convenção Estadual das Assembléias de Deus daquele estado.
Em 1964, recebendo uma chamada especial de Deus para o evangelismo em massa, fundou a "Cruzada Boas Novas", que mais tarde passou a se chamar "Cruzada Bernhard Johnson". Esse trabalho resultou em 225 cruzadas evangelísticas no Brasil e em mais de 70 países do mundo. Em 1972, fundou, no Brasil, o ICI - Instituto por Correspondência Internacional. Em 1973, foi co-fundador do Desafio Jovem do Brasil, ocupando a presidência até 1979. Em 1976, através de uma visão especial dada por Deus, deu início ao arrojado projeto da EETAD - Escola de Educação Teológica das Assembléias de Deus, com sede em Campinas, SP, o qual se consolidou em 1979, com o lançamento do Curso Básico de Teologia. Em 1980, lançou um programa evangelístico na televisão brasileira, mantido no ar por 7 anos. Em 1981, fundou a ABEM - Associação Beneficente Evangélica para Menores,em Campinas um trabalho em favor de crianças carentes. Em 1984, fundou o IBICAMP - Instituto Bíblico de Campinas, para atender as necessidades das mais diversas denominações evangélicas da região. Em 1987, a FAETAD - Faculdade de Educação Teológica dasrecentemente, Assembléias de Deus, emfundou Campinas, lançando o Curso Médio em Teologia e, mais o Bacharel em Teologia. Em 1993, o IBP - Instituto Bíblico Pentecostal, no Rio de Janeiro(RJ), passou a integrar o Ministério Bernhard Johnson. Pastor Bernhard Johnson foi alvo de diversas honrarias, com títulos honoríficos e de cidadania, tendo, dentre muitos, recebido em 1983, o título de "Doctor of Humane Letters", concedido pela Faculdade Betânia das Assembléias de Deus de Santa Cruz, Califórnia - EUA. Foi também orador oficial em duas Conferências Mundiais Pentecostais: Inglaterra e Quênia. Pastor Bernhard Johnson, tendo sido chamado para a eternidade em 16/02/1995, deixou para o Brasil um legado inestimável de trabalho em favor do reino de Deus, tanto na área de
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evangelismo, como nas áreas de ensino teológico e assistência social. O Senhor o levou. Seu exemplo ficou. Bendito seja o nome do Senhor! William Wilberforce
No século 18, a Inglaterra detinha o monopólio do comércio de escravos negros. Os meios de transporte eram os mais cruéis imagináveis. Boa parte da população inglesa tirava proveito desse comércio, e o povo, de maneira geral, aceitava a escravidão. Havia aqueles que enriqueciam e, por isso, defendiam com veemência o escravagismo. Mas Deus graciosamente ergueu uma geração de políticos cristãos para lutar contra o que William Carey chamou de "maldito comércio de escravos". Preciosa graça É surpreendente que nenhum grande reformador da história ocidental seja tão pouco conhecido como William Wilberforce. Ele nasceu numa família nobre da Inglaterra, na cidade portuária de Hull, em Yorkshire, em 24 de agosto de 1759. Naquela época, como hoje, a aristocracia vivia em meio a contradições: nela se encontravam alguns dos grandes benfeitores da nação e alguns de seus maiores corruptores. Wilberforce era fruto dessas ambigüidades. Após estudar em uma escola em Pocklington, foi aceito em 1776 no St. John's College, na Universidade de Cambridge, onde decidiu dedicar-se à carreira política, tendo sido eleito representante de seu povoado aos 21 anos de idade. Além de repartir o dinheiro que possuía, mandou fazer um grande churrasco para todo o vilarejo, o que lhe valeu um bom número de votantes. Aos 24 anos, já era um político famoso por sua eloqüência e acabou por ser eleito representante de Yorkshire, o maior e mais importante condado da Inglaterra, chegando a Londres cheio de popularidade.
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Em 1784, ainda aos 24 anos de idade, partiu para uma viagem a Nice, na França, que traria grande transformação em seu caráter. Levou consigo a mãe, Elizabeth, a irmã Sally, uma amiga dela e Isaac Milner, seu antigo professor primário, e que veio a se tornar do viu Queen's College, Universidade de Cambridge. bagagempor de Milner,presidente Wilberforce uma cópia do na livro de Philip Doddridge - maisNa conhecido ter escrito o famoso hino "Oh! Happy Day" [Oh! Dia Feliz!] -, The Rise and Progress of Religion in the Soul [O começo e o progresso da religião na alma]. Ele perguntou para seu amigo o que era aquilo e recebeu a resposta: "Um dos melhores livros já escritos". Os dois concordaram em lê-lo juntos na jornada. A leitura desse livro e das Escrituras, acompanhada de conversas com Milner, levaram o jovem político à conversão. Ele declarou em seu diário, em fins de outubro daquele ano: Assim que me compenetrei com seriedade, a profunda culpa e tenebrosa ingratidão de minha vida pregressa vieram sobre mim com toda sua força, condenei-me por ter perdido tempo precioso, oportunidades e talentos [...]. Não foi tanto o temor da punição que me afetou, mas um senso de minha grande pecaminosidade por ter negligenciado por tanto tempo as misericórdias indescritíveis de meu Deus e Senhor. Eu me encho de tristeza. Duvido que algum ser humano tenha sofrido tanto quanto eu sofri naqueles meses. Wilberforce começou um manhã programa que toda sua vida, separar os domingos e um intervalo a cada para se durou dedicar à oração e àsde leituras espirituais. Uma longa e dura luta Já de volta a Londres, a vida de Wilberforce tomou novos rumos. Ele considerou suas opções, inclusive o ministério cristão, mas foi convencido por John Newton que Deus o queria permanecendo na política, em vez de entrar para o ministério. "Espera e crê que o Senhor te levantou para o bem da nação", escreveu Newton. Depois de muito pensar e orar, Wilberforce concluiu que Newton estava certo. Deus o chamara para defender a liberdade dos oprimidos como parlamentar. "Minha caminhada é de vida pública. Meu negócio está no mundo, e é necessário que eu me misture nas assembléias dos homens ou deixe o cargo que a Providência parece ter-me imposto", escreveu em seu diário, em 1788. Outro que o influenciou fortemente foi JohnWesley. Newton e Wesley tinham, além de uma fé vibrante no evangelho, uma forte convicção de que não havia maior pecado pesando sobre as costas do Império Britânico do que o terrível e abominável tráfico de escravos, que Wesley batizara de "execrável vileza".
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Bruce Shelley diz que os ingleses entraram nesse comércio em 1562, quando Sir John Hawkins pegou uma carga de escravos em Serra Leoa e a vendeu em São Domingos. Então, depois que a monarquia foi restaurada em 1660, o rei Carlos II deu uma concessão especial para uma companhia que levava 3 mil escravos por ano para as Índias A partir daí, o comércio e atingiu enormes proporções. Emda 1770, os Orientais. navios ingleses transportavam maiscresceu da metade dos cem mil escravos vindos África Oriental. Muitos ingleses consideravam o tráfico de escravos inseparavelmente ligado ao comércio e à segurança nacional da Grã-Bretanha. John Wesley escreveu sua última carta a Wilberforce, em 24 de fevereiro de 1791, seis dias antes de morrer, encorajando-o a executar o plano da abolição da escravatura. Um parágrafo dessa carta diz o seguinte: "Oh! Não vos desanimeis de fazer o bem. Ide avante, em nome de Deus, e na força do seu poder, até que desapareça a escravidão americana, a mais vil que o sol já iluminou". Foi por conta dessas influências que Wilberforce decidiu dedicar toda a força de sua juventude e todo o talento que tinha a um único objetivo que consumiria toda sua vida: a abolição do tráfico negreiro. Algum tempo depois, num domingo, 28 de outubro de 1787, ele escreveu em seu diário as palavras que se tornaram famosas: "O Deus todopoderoso tem colocado sobre mim dois grandes objetivos: a supressão do comércio escravocrata e a reforma dos costumes. Uma fonte de estímulo nessa luta foi sua participação ativa no chamado Grupo de Clapham (Clapham Sect), constituído de pessoas ricas cujas ficavam em Clapham, um elegante bairro localizado a 8 quilômetros deresidências Londres, que apoiava muitos líderes leigos na busca de uma reforma social, liderados por um humilde ministro anglicano, John Venn. Como destacam Clouse, Pierard & Yamauchi, o Grupo de Clapham foi, de longe, a mais importante expressão anglicana na esfera da ação social. Esse grupo de leigos geralmente se reunia para estudar a Bíblia, orar e dialogar na biblioteca oval de Henry Thornton, um rico banqueiro que todo ano doava grande parte de seus rendimentos para a filantropia. Outros que participavam do grupo eram: Charles Grant, presidente da Companhia das Índias Orientais; James Stephens, cujo filho, chefe do Departamento Colonial, auxiliou bastante os missionários nas colônias; John Shore, Lorde Teignmouth, governadorgeral da Índia e primeiro presidente da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira; Zachary Macauley, editor do Observador Cristão; Thomas Clarkson, famoso líder abolicionista; a educadora Hannah More, além de outros líderes evangélicos. Dentre várias atividades, eles ajudaram a fundar a colônia de Serra Leoa, onde escravos libertos poderiam viver livres. Clouse, Pierard & Yamauchi dizem: Este grupo uniu-se numa intimidade e solidariedade incríveis, quase como uma grande
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família. Eles se visitavam e moravam um na casa do outro, tanto em Clapham, como na própria Londres e no campo. Ficaram conhecidos como 'os Santos' por causa de seu fervor religioso e desejo de estabelecer a retidão no país. Vários comentaristas observaram que eles planejavam e trabalhavam com um comitê que estava sempre reunido em 'conselhos de gabinete' suas residências discutir que precisava ser consertado e estratégias queem poderiam usar parapata alcançar seuso objetivos. Neste grupo, discutiam os erros e as injustiças de seu país, e as batalhas que teriam de travar para estabelecer a justiça. Os membros do Grupo de Clapham demonstraram a diferença que um grupo de cristãos pode fazer. Eles elaboraram 12 marcas que nortearam seu esforço pela reforma social na Inglaterra do século 19: 1. Estabeleça objetivos claros e específicos. 2. Pesquise cuidadosamente para produzir uma proposta realista e irrefutável. 3. Construa uma comunidade comprometida que apóie uns aos outros. A batalha não pode ser vencida sozinha. 4. Não aceite retiradas como uma derrota final. 5. Comprometa-se a lutar de forma contínua, mesmo que a luta demore décadas. 6. Mantenha o foco nas questões; não permita que os ataques malignos de oponentes o distraiam ou provoquem resposta similar. 7. Demonstre empatia com a posição do oponente, de forma que diálogo significativo 8. Aceite ganhos parciais quando tudo oaconteça. que é desejado não puder ser obtido de uma só vez. 9. Cultive e apóie suas bases populares quando outros, que estiverem no poder, se opuserem a seus projetos. 10. Transcenda à mentalidade simplista e direcione-se às questões maiores, principalmente as que envolvem questões éticas! 11. Trabalhe através de canais reconhecidos, sem lançar mão de táticas sujas ou violentas. 12. Prossiga com senso de missão e convicção de que Deus o guiará providencialmente se estiver verdadeiramente a seu serviço. Em 1797, Wilberforce publicou um livro intitulado Practical View of Real Christianity [Panorama prático do cristianismo verdadeiro], amplamente lido e ainda publicado, que evidenciava o interesse evangélico na redenção como a única força regeneradora, na justificação pela graça por meio da fé e na leitura da Escritura em dependência ao Espírito Santo, ou seja, numa piedade prática que redundasse em serviço relevante para a sociedade. Nessa obra, ele disse sobre o cristianismo verdadeiro: Eu a marca prática e essencial dos verdadeiros a seguinte: quecompreendo os pecadoresque arrependidos, confiando na promessa de seremcristãos aceitosé[por Deus],
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mediante o Redentor, têm renunciado e abjurado todos os outros senhores, e têm de maneira integral se devotado a Deus. Agora, seu propósito determinado é se dedicar integralmente ao justo serviço do legítimo Soberano. Eles não mais pertencem a si mesmos: todas as faculdades físicas e mentais, sua herança, sua essência, sua autoridade, seu tempo, sua influência, tudoaoDeus que desconsideram sendo seus [...] devem ser consagrados em honra e empregados acomo seu serviço. E sobre o poder e o direito: Eu devo confessar [...] que minhas próprias [e sólidas] esperanças pelo bem-estar do meu país não depende de seus navios e exércitos, nem da sabedoria de seus governantes, ou ainda do espírito de seu povo, mas sim da [capacidade de] persuasão de todos aqueles que amam e obedecem ao evangelho de Cristo. No tempo de Deus Wilberforce e seus amigos do Grupo de Clapham também ajudaram a fundar escolas cristãs para os pobres, a reformar as prisões, a combater a pornografia, a realizar missões cristãs no estrangeiro e a batalhar pela liberdade religiosa. Mas Wilberforce acabou por se tornar mais conhecido por seu compromisso incansável pela abolição de escravidão e do comércio de escravos. Sua luta começou por volta de 1787 - ele já era parlamentar desde 1780. Haviam pedido a os Wilberforce que propusesse a abolição do comércio de escravos, embora quase todos ingleses achassem a escravidão necessária, ainda que desagradável, e que a ruína econômica certamente viria ao acabar com a escravidão. Apenas uns poucos achavam o comércio de escravos errado. A pesquisa de Wilberforce o pressionou até conclusões dolorosamente claras. "Tão enorme, tão terrível, tão irremediável aparentou a maldade desse comércio que minha mente ficou inteiramente decidida em favor da abolição", disse ele à Casa dos Comuns. "Sejam quais forem as conseqüências, deste momento em diante estou resolvido que não descansarei até efetuar sua abolição." Wilberforce falou primeiramente sobre o comércio de escravos na Casa de Câmara dos Comuns em 1788, num discurso de três horas e meia, que concluiu dizendo: "Senhor, quando nós pensamos na eternidade e em suas futuras conseqüências sobre toda conduta humana, se existe esta vida, o que esta fará a qualquer homem que contradisser as ordens de sua consciência e os princípios da justiça e da lei de Deus!". Sua luta custou-lhe dezoito anos de trabalho incansável. Os feitos de Wilberforce foram realizados em meio a tremendos desafios. Ele era um homem de constituição fraca e com uma fé desprezada. Quanto à tarefa, enquanto a prática da escravatura era quase universalmente aceita, o comércio de escravos era tão importante para a economia do Império Britânico quanto é a indústria de armamentos para os Estados Unidos hoje. Quanto como à sua oposição, incluía poderosos mercantis e coloniais e personalidades o famoso Almirante Horaciointeresses Nelson e a
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maior parte da família real. E quanto à sua perseverança, Wilberforce continuou incansavelmente, anos a fio, antes de alcançar seu alvo. Sempre desprezado, ele foi duas vezes assaltado e surrado. Certa vez, um amigo lhe escreveu, dizendo-lhe que, do jeito que as coisas andavam, "eu espero ouvir dizer que foste carbonizado por algum dono de fazenda das Índias Ocidentais, churrasco mercadores comido por capitães da Guiné, mas nãofeito desanime - eupor escreverei o seu africanos epitáfio!"e O comércio de escravos foi finalmente abolido em 25 de março de 1806. Quando a lei foi aprovada, todo o Parlamento se pôs de pé e aplaudiu Wilberforce por vários minutos, enquanto ele, já desgastado pelos anos, chorava com o rosto entre as mãos. Ele continuou a campanha contra a escravidão em todos os territórios britânicos, e o voto crucial da famosa Lei de Emancipação chegou quatro dias antes de sua morte, em 29 de julho de 1833. Por conta da decisão parlamentar, poderosa como era e não querendo ser lesada em seus interesses, a Grã-Bretanha declarou ao mundo que nem ela nem ninguém mais poderia traficar escravos. Além disso, tornou-se a guardiã dos mares. Logo, Portugal e Bélgica, as duas nações rivais, tiveram também de parar com o tráfico, por força do poderio naval inglês. Um ano depois da morte de Wilberforce, em julho de 1834, 800 mil escravos, principalmente na Índia Ocidental britânica, foram libertos. Em pouco tempo, a maior parte dos países ocidentais aboliria a escravidão em definitivo. Aimee Semple Macpherson
(9 de outubro de 1890 - 27 de set de 1944)
Havia muita coisa que uma mulher não podia fazer na primeira metade do século XX, mas boa parte delas Aimee Semple McPherson fez. Não é a toa que ela foi citada pela revista Time, junto com Billy Graham, como uma das 100 pessoas mais importantes do mundo durante o século XX.
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Quando mulheres não podiam subir em púlpitos para pregar a palavra de Deus, ela liderou reuniões para milhares de pessoas em diversos continentes. Sua fama se espalhou por todo o mundo. Centenas de milhares foram salvos, curados e tocados pelo Espírito Santo de Deus. Ela realizou milhares de campanhas, construiu o “Angelus Temple”, promoveu a abertura de mais de 400 igrejas no país, diplomou 3000 alunos pelo “Life Bible College”, inaugurou a primeira rádio evangélica e foi a primeira mulher a pregar a palavra de Deus em uma rádio nos Estados Unidos. Com todo esse currículo, porém, em uma lição de humildade, que faz com que qualquer um de nós sinta que não fez nada por Deus, ela termina sua vida dizendo: "...sinto que fiz muito pouco, embora tenha pregado ao redor do mundo e visto milhares de pessoas serem salvas. Sinto não ter feito virtualmente nada. Se fosse homem, poderia ter feito muito mais. Mas sou apenas uma mulher que se entregou a Deus para ser usada por Ele. Toda glória por qualquer coisa realizada pertence completa e unicamente ao Senhor, a quem amo e rendi toda a minha alma..."
A HISTÓRIA DE SUA VIDA Aimee Semple McPherson, desde a sua adolescência, sentia o forte chamado de Deus que a impulsionava em busca da verdade.
Em suaquase caminhada, comoaJesus, ela foi caluniada, e perseguida; chegou à morte,assim mas Deus resgatou, porque aquelaenganada enfermidade era para a glória de Deus. Ela venceu a morte, venceu suas necessidades humanas, os seus esforços contribuíram para que Deus agisse de forma maravilhosa em seu ministério. O seu amor pelas almas era maior que as dificuldades que encontrava pelo caminho, sua vida foi dedicada, quase que por completo, ao ministério. Sua prioridade era levar a salvação, a cura e a restauração, através do poder do nome de Jesus Cristo.
O SEU NASCIMENTO
Em Salford, próximo a Ingersoll, em Ontário, Canadá, viviam o Sr. James Morgan Kennedy e sua esposa, a Sra. Elizabeth Kennedy. A senhora Elizabeth ficou muito doente e James publicou um anúncio para contratar alguém para cuidar dela. A Srta. Mildred Ona simplesmente que tinha 14 de idade, aceitouda o emprego. Ela Pearce, era órfãou e filha adotiva de"Minnie", um casal metodista queanos atuava no "Exército
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Salvação", um movimento evangelista da Igreja Metodista. Algum tempo depois, a Sra. Elizabeth Kennedy veio a falecer e o Sr. Kennedy, já com 50 anos de idade, tomou à jovem Minnie em casamento. Isso gerou muita confusão no lugar onde moravam, e se da sentiram forçados a mudar para Michigan, nos Estados Unidos América, amenizando o escândalo. Em nove de outubro de 1890, de volta ao Canadá e agora morando em uma fazenda perto de Ingersoll, nasce a filha única do casal James e Minnie, a qual recebeu o nome da falecida esposa de James, Elizabeth Kennedy. Com o passar dos anos, a menina, muito desenvolta, adotou para si mesma o nome de Aimee Elizabeth Kennedy para diferenciar-se da falecida Elizabeth Kennedy. Aimee passou sua infância e mocidade em Ingersoll, formando-se no colégio com honras especiais.Entre 14 e 16 anos, Aimee tornou-se muito ativa. Ela tinha um profundo desejo de ser atriz e interessou-se cada vez mais pelos programas sociais e recreativos da Igreja Metodista que ela freqüentava, usando seus talentos criativos nas apresentações teatrais da igreja. Cinema, patinação no gelo, romances e bailes foram as diversões que a traíram até o ponto de seu coração ficar cada vez mais frio e longe de Deus.
Com a idade de dezessete anos, conheceu a Teoria da Evolução, de Darwin, o que muito a fascinou. Sendo muito perspicaz, conseguiam debater com ela e vencer. Mesmo sendo criada num larpoucos cristão,religiosos Aimee começou a duvidar da veracidade de suas crenças religiosas e até da existência de Deus. Nessa condição de indiferença ateísta, Aimee sentia-se infeliz. Entre as dúvidas e a tristeza por ter discutido com a sua mãe, tendo-a magoado com sua descrença, a luta em seu coração era muito grande. A CONVERSÃO DE AIMEE Uma noite ela foi para seu quarto, determinada a achar uma solução para suas dúvidas.
Sem acender a lamparina, ajoelhou-se em frente à janela aberta onde contemplava a paisagem branca, toda coberta de neve. Levantando seus olhos aos céus, vendo a lua e as estrelas, pensou: "Certamente deve existir um grande Criador que fez tudo isto". De repente, ergueu os seus braços para o céu e clamou: "Ó Deus… se há um Deus... revele-se a mim!” “Suponho que o Pai Celestial responda a essa oração para cada ente humano que envie sua petição desesperada em direção aos céus. Pelo menos, Ele respondeu à minha antes da meia-noite seguinte", disse Aimee.
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Depois das aulas daquele dia, enquanto esperava o horário para o ensaio da peça de Natal no salão da prefeitura, Aimee saiu andando pela rua de neve com seu pai e notou um aviso no salão de Missões que dizia: "Reunião de Avivamento, Robert Semple, evangelista irlandês. Todos são bem vindos". O pai de Aimee sugeriu que entrassem e ela aceitou sem discutir, pois notícias desse reavivamento haviam chegado ao seu conhecimento e a curiosidade a impulsionava a estar ali. Tudo era interessante, os cânticos eram bastante animados, todos cantavam levantavam as mãos e Aimee se divertia com isso. A seriedade tomou conta do semblante de Aimee ao ver o evangelista entrar com a Bíblia debaixo do braço. Moço alto, tinha um topete de cabelo crespo castanho que teimava em cair sobre os olhos azuis irlandeses. Era possível rir com ele, pois sua mensagem borbulhava com um humor claro e sadio, mas não se podia rir dele: "Nem pensar!", comenta Aimee. "Leiamos Atos 2:38-39", Robert disse e leu…” Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados e recebereis o dom do Espírito Santo“. E começou. Arrepios correram pelas costas de Aimee, pois ela jamais ouvira um sermão destes. Usando a Bíblia como espada, ele dividiu o mundo em dois. De um lado, colocou os cristãos, do outro, os pecadores. Segundo o seu evangelho, todos estavam destinados ao céu ou ao inferno. Ao ouvi-lo pregar, a pessoa entendia haver diferença visível entre o pecador e o membro da igreja. O pregador passou a falar do Espírito Santo e, de repente, a falar numa língua desconhecida. Aimee diz que, para ela, este pronunciamento, inspirado pelo Espírito Santo, era como a voz de Deus trovejando em sua alma palavras terríveis de juízo e condenação. Apesar da mensagem falada em línguas, ela entendia perfeitamente Deus dizer “que ela era uma pecadora, perdida no caminho do inferno…". Aquela noite mudou a vida de Aimee. Jamais alguém disse tamanha verdade a ela. Era como se mãos invisíveis houvessem se estendido sobre ela e começassem a sacudir sua alma. Uma convicção genuína a envolveu e ela sabia que havia um Deus e ela atuava como uma pecadora. Ainda assim, Aimee tentou fugir procurando pôr três dias, se distrair das palavras do evangelista ouvindo músicas de jazz. Mas numa tarde de dezembro de 1907, três dias após aquela pregação, voltando para casa fossem de trenó, Aimee mais suportar. Eraseria comodemasiado se os céustarde. de bronze cair sobrenão elaconseguiu e que em poucos momentos
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"Deus, tenha misericórdia de mim, sou uma pecadora!", tudo mudou em sua volta e uma grande paz invadiu a sua vida. DizoAimee: “Foi como se o sangue do calvário, ainda quente, seenluvadas derramasse sobre todo meu ser. Grandes lágrimas escorriam sobre minhas mãos enquanto segurava as rédeas. Quando entrei em casa, senti Aquele que é invisível bem próximo de mim. Meus pais estavam no estábulo e me alegrei pôr estar só. A casa inteira parecia inundada de uma glória cor de ouro. Levantando a tampa do fogão de metal, na sala de estar, queimei minhas sapatilhas de dança, minhas partituras de jazz e meus romances. Meu pai quis saber o que estava acontecendo e expliquei: Converti-me e não tenho mais necessidade dessas coisas!" BUSCA DO ESPÍRITO SANTO
Depois de sua conversão, Aimee passou duas semanas numa alegria impossível de descrever. Deste dia em diante, Aimee passou a buscar a presença de Deus. Não perdia tempo para orar e ler a Bíblia. Diz Aimee que, quando orava, falava com Cristo, e, quando lia a Sua Palavra, Ele falava com ela. Um dia, em oração, esta serenidade foi abalada ao analisar: “O Senhor me dá tudo e eu só recebo. O egoísmo é um traço de caráter abominável. Senhor, que posso fazer em troca?” Aimee abriu a Bíblia e leu “... o que ganha almas é sábio e ... resplandecerão como as estrelas sempre e eternamente." Era como se uma voz poderosa falasse em tom de clarim: "Agora que você foi salva, vá e ajude a salvar os outros." Começou a procurar almas. Desde aquele momento ela começou incessantemente a buscar o Espírito Santo, perdendo muitos dias no colégio para assistir reuniões na casa de uma senhora, já batizada com Espírito Santo, que pertencia à Missão Pentecostal onde Aimee ouvia o Evangelho. Quando a mãe de Aimee recebeu uma carta do diretor do colégio comunicando o fato dela estar perdendo muitas aulas, proibiu-a de freqüentar os cultos, chamando o povo da missão de fanáticos. Na segunda-feira seguinte resolveu não ir ao colégio, mas passar o dia em oração na casa da irmã da missão. Elas oraram juntas, pedindo ajuda a Deus para que Aimee ficasse na cidade até receber o batismo. O Senhor ouviu a oração e a neve começou a cair numa tempestade forte. Ela orou dia todo e quando foi pegar o trem para voltar à sua casa, descobriu que todos osotrens estavam parados, as linhas telefônicas interrompidas e as estradas
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intransitáveis. Essas condições prevaleceram uma semana e Aimee ficou na casa da irmã, passando a maior parte do tempo ajoelhada e orando horas a fio, comendo e dormindo pouco, levantando na madrugada, e, embrulhada em cobertores, continuava em oração. Na sexta-feira ela ficou na presença do Senhor até a meia noite. Levantando bem cedo no sábado, antes que qualquer pessoa da casa estivesse acordada, foi à sala, ajoelhouse, levantou as mãos e começou a orar pedindo ao Espírito Santo, para melhor servir ao Senhor, contando o seu amor para os outros. Num momento, uma alegria maravilhosa encheu o seu coração e Aimee com os olhos fechados, viu o mundo como um vasto campo de trigo, já branco para a ceifa. Ainda em oração, o trigo começou a se transformar em rostos humanos; a folhagem, em mãos levantadas; e sobre tudo apareceram as palavras do Senhor: “Os campos já estão brancos para a ceifa. A ceara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai ao Senhor da ceara que mande ceifeiros para a sua ceara.” Naquela hora, o Senhor colocou na sua mão uma foice de dois gumes (A Palavra Deus) e no seu coração soaram estas palavras: “Vais recolher o trigo, mas lembre sempre que a foice te é dada para cortar o trigo. Muitos ceifeiros usam-na corretamente apenas poucas horas, e depois começam a cortar e marcar os seus colegas. Aplica-te a tarefa que está perante ti, corte somente o trigo e recolhe os molhos preciosos.“ Esta foi uma lição que a irmã Aimee nunca esqueceu. Apesar das críticas, perseguições e mesmo calúnias terríveis, não procurava se defender, criticando ou ferindo os outros. Naquele mesmo sábado inesquecível, Aimee Elizabeth Kennedy recebeu o batismo no Espírito Santo, louvando e glorificando ao Senhor numa língua que ela nunca aprendeu, “Segundo o Espírito lhe concedia que falasse.” Era quase meio dia quando se levantou com o rosto radiante, após ter ficado muito tempo na presença do Senhor em oração. Fora, a tempestade havia cessado, os irmãos da casa entraram na sala e regozijaram-se com Aimee. Ela escreveu mais tarde: “Dentro do meu coração ficaram duas convicções: a primeira, que o Consolador tinha entrado para ficar e eu deveria viver em consagrada obediência à Sua vontade; a segunda, que eu tinha recebido uma chamada para pregar o evangelho eterno.” CASAMENTO, VIAGEM PARA CHINA E VIUVEZ.
Certaapanhado noite, enquanto Aimee estava vizinho com oduas crianças surgiu que tinham febre tifóide, a portana se casa abriudee um Robert Semple, evangelista,
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diante dela. Um impulso de alegria a envolveu. Robert disse-lhe que havia chegado de Stratford e, sabendo que as crianças adoeceram, viera fazer-lhes companhia. Naquela noite, as crianças tiveram das os dois como Aimee e Robert conversaram por algum tempo a respeito cartas queenfermeiros. trocavam entre si, sobre o batismo do Espírito Santo que ela havia recebido, e do grande desejo que ela tinha de ser ganhadora de almas. Enquanto ele falava, Aimee percebia os grandes olhos azuis de Robert fixos nela. Ele falava de sua estada em Stratford, de suas realizações como homem de Deus, de suas reuniões, salões cheios e milhares de homens e mulheres aceitando a Cristo. Aimee não escondia o seu contentamento e não negava o seu desejo de ser uma missionária. Ao olhar os livros espalhados sobre a mesa, Robert deparou com o livro de geografia e, folheando as páginas, abriu no mapa do Oriente. "A China será o meu desafio, o meu destino". "Que maravilha", suspirou Aimee. Gostaria de dedicar a minha vida a uma causa como esta. Foi então que Robert disse: “Aimee sei que tem apenas 17 anos, mas eu a amo de todo coração. Logo vai fazer 18. Quer casar-se comigo e ir em minha companhia para a China?" Aimee ficou olhando estarrecida para ele. O rosto honesto, não conseguia falar, mas um desejo irreprimível de ajudá-lo nasceu em seu coração. Ela sabia que o amava profundamente. Amava seu ministério, seu Cristo, seu ensino, sua mensagem. Não foi preciso respondê-lo imediatamente. Oraram juntos. Enquanto oravam, Aimee, numa visão, viu uma estrada longa e brilhante se estendendo em direção á Cidade Celestial, Robert e ela estavam subindo pôr um caminho ladeado de anjos que levava ao trono de Deus. Aimee o aceitou. Robert falou com os pais de Aimee, pedindo consentimento, e de maneira simples e franca tiveram sua bênção. No dia 22 de agosto de 1908 se casaram. E, segundo Aimee, ele foi o seu Seminário Teológico, seu mentor espiritual, seu marido terno, paciente e dedicado. Juntos entraram no campo evangelista, seguindo um programa de trabalho intensivo. Foi nessa fase do seu ministério que Aimee recebeu o dom de interpretação de línguas. Um dia, enquanto estava orando em seu quarto, começou a falar em línguas pelo Espírito Santo.
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Logo ela ficou consciente pelo fato de poder entender o significado das palavras dadas pelo Espírito Santo. Durante o culto daquela mesma noite, Reverendo Durham deu uma mensagem em línguas e Aimee recebeu a interpretação, mas, por causa da timidez, não deu a interpretação. Porém, na reunião seguinte, quando uma mensagem de línguas foi dada, com medoSanto de apagar Aimeeatravés foi obediente, Espírito desseoaEspírito, interpretação dela. deixando que o Algum tempo depois, assistindo a uma série de conferências, Aimee caiu numa escadaria e fraturou o osso de um dos pés, ficando com quatro dos ligamentos completamente soltos, a ponto dos dedos serem puxados para baixo apontando a direção do calcanhar. Depois de colocar o gesso, o médico deu pouca esperança de recuperação dos ligamentos e da flexibilidade do pé e do tornozelo. Com os dedos do pé inchados, pretos e com muita dor, Aimee foi assistir ao culto à tarde, dirigido pelo Reverendo Durham. Não suportando mais a dor, deixou o culto, resolvendo descansar no seu quarto, que ficava a um quarteirão de distância do salão dos cultos. Chegando ao quarto ela ouviu uma voz dizendo: “Se tu embrulhares o sapato do pé fraturado, e voltares ao culto, e pedires ao Reverendo Durham para orar por ti, levando consigo o sapato para calçá-lo na volta, eu curá-la-ei.” A principio ela estranhou a idéia, mas a voz no seu coração insistiu tanto que finalmente, com a ajuda de muletas, voltou ao culto levando o sapato. Chegou tremendo e atormentada porque, no caminho, a muleta entrou num buraco na calçada, causando aos dedos, já sensíveis, uma dor terrível por haverem tocado o chão. Contando aos irmãos reunidos o que Deus tinha falado e após uns momentos de oração silenciosa, o Reverendo Durham colocou suas mãos no tornozelo dela e disse: “No nome de Jesus receba a cura.” Instantaneamente, ela sentiu que fora curada; o gesso foi tirado e num salto ela colocou-se em pé e começou a andar, louvando ao Senhor. O testemunho de Aimee foi este: “Desde aquela vez o poder de cura divina se manifestou na minha vida e na daqueles que eu tive privilégio de oferecer a oração da fé. Pouco tempo depois disso, o casal Semple seguiu em viagem para a China, passando antes pela Irlanda para conhecer a família de Robert. Na viagem, enfrentaram uma forte tempestade e, em meio a enjôos, medos e temores, Aimee conta ao marido que está grávida. Depois da Irlanda, seguiram para a Inglaterra para encontrar Cecil Polhill, um milionário cristão que os ajudaria a chegar a China. Ali, Aimee fez a sua primeira pregação, numa convenção onde estavam reunidas cerca de 15 mil pessoas.
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Na China, Aimee foi acometida de uma malária tropical, ficando um mês, dia e noite, no leito. A sua única preocupação era a criança. Robert logo caiu doente, tentou relutar, mas a cada dia foi piorando e a malária levou sua vida sepultando-o em Hong Kong. Aimee disse ao ver o marido falecer: "O Senhor deu e o tomou. Bendito seja o nome do Senhor". Aimee teve uma menina a quem chamou de Roberta Star Semple. Menos de um mês depois da morte de Robert, Aimee voltou aos EUA para morar em Nova York
AS DIFICULDADES PESSOAIS E MINISTERIAIS
Com a morte de Robert Semple, Aimee passou pôr dificuldades financeiras e também necessitou dedicar mais tempo a sua filha, pois ela estava com a saúde muito fragilizada e os problemas pessoais a cada dia dificultavam mais sua vida ministerial. Em meio a tantas dificuldades pessoais e ministeriais, Aimee conheceu e se apaixonou por Harold McPherson, um contador de Nova York, com quem reconstruiu um lar seguro para ela e sua filha. Durante algum tempo o marido de Aimee passou pôr dificuldades financeiras; ela começou a arrecadar ofertas para o exercito de Salvação, com isso conseguia ajudar nas despesas da casa. Neste período engravidou; quando seu filho Rolf McPherson nasceu teve que parar de trabalhar. Aimee começou a dedicar-se aos filhos e à rotina do lar, porém, não estava feliz, porque, na intensa chamada de Deus e o dever com a sua família, Aimee caiu num estado de depressão pós-parto, adoecendo gravemente e sendo levada a um hospital. Aimee pedia a cura a Deus, mas a cada pedido ouvia o Senhor dizendo: "Tu irás? Pregarás a palavra?". Mas somente depois de um ataque repentino de apendicite, que a levou a cinco operações em um mesmo dia chegando ao ponto de pedir a morte, durante a madrugada ouviu a voz do Senhor: "Agora tu irás?"; quase sem forças respondeu-lhe; "Sim, Senhor, eu irei". Em 15 dias ela estava totalmente recuperada. Sentindo-se fraca para entrar em discussão com seu marido e sogra, quanto ao seu chamado divino, Aimee resolveu partir com seus filhos para o Canadá, buscando o apoio de seus pais, que se ofereceram para cuidar de seus filhos. Telegrafou então para seu marido, pedindo que fosse ao seu encontro. Aimee participou de um encontro Pentecostal em Ontário, onde teve um novo encontro com Deus, assim iniciandomulher, o seu ministério no Canadá; de naque época seroperava raro encontrar pregadora foi respeitada e aceitaapesar pelos sinais Deus atravésuma de sua
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vida. O INÍCIO DO SEU MINISTÉRIO
Na primeira a irmã McPherson, comoassistindo era conhecida, ficou ao encontrar umnoite, número reduzido de pessoas ao culto. Nadesapontada segunda noite pregou àquelas mesmas pessoas, que durante ou por quase dois anos haviam freqüentado os trabalhos. Na terceira noite, antes do culto, ela pegou uma cadeira e dirigiu-se à esquina principal da pequena cidade, a apenas um quarteirão do salão de culto. Subiu na cadeira e, com os braços erguidos, começou a orar em silêncio. Logo após, ouviu vozes ao seu redor comentando o fato. Ela parou de orar e abrindo os olhos viu um grupo grande de pessoas. Pegando a cadeira, saiu correndo e gritando "depressa, venham comigo". Todos correram atrás dela, e, chegando ao salão, ela disse ao porteiro: "Quando todos estiverem dentro, feche a porta e não deixe ninguém sair". Realmente ninguém procurou sair da pregação que durou quarenta minutos. Na noite seguinte, o salão ficou lotado e muitos não puderam entrar. O problema só ficou resolvido com a remoção do culto para a grande área gramada que ficava atrás do salão. O número de pessoas que assistia às reuniões cresceu tanto que ultrapassou a quinhentos e, como resultado muitas almas se entregaram a Jesus. Harold McPherson mandou-lhe um telegrama para que voltasse para sua casa, mas Aimee recusou-se a voltar. Ele veio então ao seu encontro e ouvindo uma de suas pregações reconheceu o chamadocontinuar. de Deus na vida de Aimee, estimulando-a a No fim da primeira semana de trabalho ela recebeu uma oferta do povo e, com o dinheiro, foi à cidade vizinha e comprou uma tenda de lona já usada. O vendedor (homem desonesto) "abaixou" o preço com a condição que não seria necessário tirar a tenda da sacola antes de vendê-la. Quando ela voltou a Mount Forest e abriu a "catedral de lona", descobriu que estava mofada e rasgada. Foi necessário remendar e limpar a tenda, que com muito esforço finalmente ficou pronta. No primeiro culto realizado na tenda, quando Aimee ia começar a pregar, a lona começou a rasgar-se e vinha caindo sobre o povo ali presente, devido ao forte vento; irmã McPherson levantou os braços e orou: "Em nome do Senhor Jesus, ordeno que não caia até depois do culto". Naquele instante a lona ficou presa num prego e não caiu. No dia seguinte, um grupo de senhoras da congregação ajudou a remendar a tenda. Depois de trabalhar o dia todo, irmã McPherson sentiu-se tão cansada que resolveu cancelar o culto daquela noite. Deixando um aviso na tenda, foi para casa descansar. Antes de deitar-se, tomou a Bíblia e ajoelhou-se para orar e meditar nas Escrituras. A
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Bíblia caiu da cama e quando ela foi pegá-la no chão, percebeu que estava aberta neste versículo: "Qualquer que procurar salvar sua vida, perdê-la-á, e qualquer que perder a sua vida por amor de mim, esse a salvará." (Mateus 16:25). Ela entendeuseque Deus tinha uma vez ao seu coração. e imediatamente preparou para falado pregarmais na tenda. Ainda sentia grandeLevantou-se cansaço quando subiu ao púlpito, mas, na hora em que se levantou para cantar o primeiro hino, todo o cansaço a tinha deixado. Depois de muitos anos no ministério ela escreveu este maravilhoso testemunho: "Tem sido assim desde aquela vez. Não importa o que seja, o labor ou os apuros do dia a dia, nem importa a fadiga física e mental que eles produzem em mim, estou sempre refeita no instante em que fico em pé no púlpito." O resultado glorioso de sua obediência veio naquela noite, quando dezoito fazendeiros se converteram a Cristo. As campanhas em tendas de lona nas cidades de orla marítima do Atlântico continuaram até 19l8, com o povo em número sempre crescente, reunindo-se para ouvir esta extraordinária evangelista. Em junho de 1917 foi lançada a primeira edição da sua revista, "Bridal Call", contendo testemunhos e notícias das campanhas, sermões, poesias e outros artigos. Em de três meses, a revista foi aumentada de uma edição simples de quatro páginas somente, para uma revista mensal de dezesseis páginas. Atualmente a revista é publicada sob o nome "The Foursquare World Advance", contendo notícias da Igreja Quadrangular no mundo inteiro, com uma tiragem mensal de mais de 50.000 exemplares. As campanhas evangelistas desses primeiros anos foram marcadas com grandes experiências de fé e maravilhosas vitórias. Foi nesse período que Deus começou a usar irmã McPherson no ministério da cura divina. Uma noite ela pregou sobre o tema "Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente", mostrando que Ele vive hoje para curar e batizar com o Espírito Santo. A fé foi despertada e ela viu uma figura patética vindo voluntariamente à frente: uma moça auxiliada por duas pessoas, estava curvada, com o queixo puxado para baixo tocando no peito, pernas e mãos deformadas pela artrite reumatóide, chegava apoiando-se em muletas. A moça foi carregada até o púlpito e assentada numa cadeira. Em poucos minutos, ela aceitou Jesus e, em seguida, foi batizada com o Espírito Santo. Depois de orar pela sua cura, irmã McPherson disse-lhe que levantasse as mãos e louvasse ao Senhor. Assim ela o fez, e louvando ao Senhor começou a levantar os braços e as mãos
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deformadas começaram endireitar-se. Com os braços libertos e erguidos, ainda louvando ao Senhor, o queixo e o pescoço, há tanto tempo endurecidos, foram-se tornando livres ao ponto dela poder olhar para o céu. Com se levantou e, apoiando-se com asSaiu mãos, começou a andar através da força queisso suasela pernas receberam para sustentá-la. andando e glorificando ao Senhor. Numa campanha em Durant, Flórida, novamente Deus provou o Seu poder na vida de Aimee Semple McPherson. As reuniões foram realizadas num tabernáculo de madeira em local onde não havia eletricidade. A luz de lampiões a querosene e gasolina era muito fraca para o tamanho do tabernáculo, então, colocaram um aparelho de luz a gás para iluminar o lugar. Uma noite, antes do culto, enquanto irmã McPherson estava fazendo uns ajustes no aparelho, houve uma pequena explosão no mesmo e as chamas atingiram seu rosto. A dor foi tão aguda que ela, sem pensar nas conseqüências, saiu correndo e colocou o rosto numa bacia com água fria. Ao tirá-lo da água, a dor, já intensa, aumentou e bolhas brancas começaram a se formar. Irmã McPherson ficou andando de um lado para outro sob as árvores, esperando em Deus sempre, enquanto alguém consertava o aparelho danificado. O povo continuava a chegar, mas a hora de iniciar o culto já estava atrasada, devido ao imprevisto que acontecera com o aparelho. Um senhor, que estava combatendo as reuniões e a pregação de cura divina, aproveitando a oportunidade, levantou-se para avisar ao povo que não haveria reunião porque a pregadora da cura divina tinha queimado o rosto. Quando a irmã McPherson soube disso, orando e pedindo força, subiu ao púlpito e, em nome de Jesus, anunciou um hino com os lábios tão endurecidos por causa da queimadura que quase não pode pronunciar as palavras. Terminando a primeira estrofe, ela levantou sua mão e disse pela fé: "Louvado seja o Senhor que me cura e me tira toda a dor." O povo começou a louvar a Deus e, instantaneamente, o sofrimento intenso foi aliviado e, perante os olhos de todos, o vermelhão do rosto começou a diminuir e as bolhas desapareceram. No final do culto, a sua pele estava completamente normal e Deus foi glorificado. Na cidade de Filadélfia, em 1917, a campanha realizada numa tenda grande, trouxe pessoas de muitas cidades vizinhas que acamparam em tendas pequenas ao redor de cultos. Na primeira noite, o poder do Espírito Santo caiu sobre o povo que clamava Deus pedindo um avivamento. Na segunda noite, o inimigo começou a atacar a obra.aO
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terreno alugado para levantar a tenda, antes era utilizado como campo de futebol por um colégio vizinho e os jovens, ressentidos por terem perdido o campo, começaram a perturbar o culto. Centenas deles cercaram tenda e, cadaOvez que havia uma manifestação Espírito, eles zombavam e davamagargalhadas. barulho tornou-se tão forte que do dentro da tenda era impossível ouvir a voz dos solistas e dos dirigentes que falavam ao povo. Mais tarde foi descoberto que os jovens esconderam latas de querosene e gasolina para incendiar tudo que havia no terreno. Enquanto o povo cantava hinos, irmã McPherson orava pedindo a orientação do Senhor. A resposta veio pelo Espírito Santo de Deus, dizendo-lhe: "Começa a louvar, porque a alegria do Senhor é a tua força." Ela começou em voz baixa, com os olhos fechados; mas aos poucos, a sua voz tornou-se mais forte, então clamou: "Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga ao Seu Santo nome." O povo sentindo o Espírito, também levantou a voz louvando ao Senhor. Irmã McPherson relata o que aconteceu depois: "Enquanto eu louvava ao Senhor, vi muitos demônios com asas estendidas, semelhantes às de morcego, entrelaçadas uma a uma, lado a lado, ao redor do tabernáculo. Mas cada vez que eu dizia: Louvado seja o Senhor, eu percebia que as forças diabólicas davam um passo para até que, finalmente, desapareceram entre as trás, árvores." Ela continuou clamando: "Glória a Jesus! Aleluia! Louvado seja o Senhor." De repente viu que, no lugar onde as forças diabólicas haviam desaparecido, um grande bloco de anjos, vestidos de branco, estava avançando, também com asas estendidas e entrelaçadas, e cada vez que se expressava: "Louvado seja o Senhor", eles davam mais um passo à frente. Sem parar, avançavam ao ponto de cercar completamente a orla exterior da tenda de lona. Quando irmã McPherson abriu os olhos, os jovens que perturbavam o culto ainda estavam presentes, mas todos quietos, com os olhos atentos e olhando para ela. Houve uma atenção perfeita durante a pregação, muitos aceitaram Jesus como Salvador e nos outros cultos eles voltaram trazendo os doentes e aflitos para que recebessem a oração da fé. Sua primeira viagem transcontinental foi em 1918, quando atravessou o continente em seu carro com as frases escritas: “Carro do Evangelho” e "Jesus voltará, prepare-se!”. Viajava acompanhada casal filhos, sua mãe echuva, uma secretária; irmã McPherson corajosamente pegou a pelo direção dode carro e enfrentou neve, tempestades terríveis,
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lama e montanhas na sua viagem de 6.400 km, pregando e distribuindo milhares de folhetos, ela se dirigiu a cidade de Tulsa, no estado de Oklahoma, ponto intermediário no seu itinerário para a Califórnia. Antes de lá chegar, recebeu um telegrama avisandoa que todas as igrejas de Tulsa estavam fechadas por causa de muitas mortes, resultantes da epidemia de gripe. Em oração, o Senhor com ela dizendo: "Não temas. Continues a viagem, e quando chegares ali, asfalou igrejas estarão abertas". Quando chegou em Tulsa, num domingo pela manhã, ouviu os sinos de muitas igrejas. Perguntando a razão de tudo isso, irmã McPherson descobriu que a cidade de Tulsa estava regozijando-se pela reabertura de suas igrejas naquele mesmo dia. Entre 1918 e 1923, irmã McPherson atravessou os Estados Unidos oito vezes, realizando trinta e oito campanhas evangélicas nos maiores auditórios do país. Esses auditórios tinham capacidades entre 3.000 a 16.000 pessoas sentadas, e muitas chegaram para receber a salvação e a cura em Jesus, e para serem batizadas com o Espírito Santo. Durante a grande campanha na cidade de Oakland, na Califórnia, no ano de 1922, Aimée Semple McPherson foi inspirada a chamar sua mensagem de "QUADRANGULAR". Esta lhe foi revelada enquanto pregava sobre a visão de Ezequiel, dos quatro querubins com quatro rostos que simbolizavam o quádruplo ministério do Senhor Jesus Cristo: 1 – O Salvador 2 – O Batizador com o Espírito Santo 3 – O Grande Médico 4 – O Rei que há de Voltar Aimee começou a proclamá-la com o nome dado por Deus: " O EVANGELHO QUADRANGULAR" AS CORES DA BANDEIRA ESCARLATE – O Sangue de Jesus para salvação da humanidade AMARELO OURO – O Poder Ofuscante do Espírito Santo AZUL CELESTE – A Cura Divina que vem do céu PÚRPURA – A vestimenta do Rei Eterno (Jesus Cristo) No dia 1 de janeiro de 1923, foi inaugurado o templo Sede Internacional da Igreja Quadrangular, o “Angelus Temple” com capacidade para 5000 pessoas. Aimee dirigia 21 cultos por semana; nos primeiros meses 7000 pessoas encontraram a Salvação em Jesus Cristo.
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Trinta e três dias depois, foi inaugurado o Instituto de Treinamento Evangélico e Missionário; Aimee também consagrou uma sala de oração baseada no versículo "Orar sem Cessar". Em 06 de fevereiro 1924 econsagrou primeiraem rádio a uma igreja nos Estados de Unidos a terceira aemissora Lospertencente Angeles a KFSG. Aimee também foi autora de vários livros, 105 hinos e 13 óperas sagradas. Aimee não conseguiu conciliar sua vida de evangelista com a sua vida de esposa e, em 1921, sentindo-se preterido devido às muitas viagens de Aimee, Harold pede o divórcio alegando abandono do lar. Seu casamento durou perto de 9 anos. Uma das grandes campanhas dessa época foi realizada na cidade de Denver, no estado de Colorado, no auditório municipal com capacidade para 15.000 pessoas. O auditório estava sempre lotado e, cada noite, milhares de pessoas que chegavam não podiam entrar; uma noite, o número de excedentes chegou a 8.000. Muitos se esconderam nos banheiros após o culto à noite, como garantia de que, no dia seguinte, haveria um lugar para assistir ao culto matinal. O número de conversões era tão grande que houve cultos nos quais quase a metade dos ouvintes se levantava para aceitar Jesus. Havia sempre um lugar especial para os cegos e paralíticos, cento e cinqüenta pessoas sobre macas foram colocadas numa área que ficava em frente ao grande palco. Por duas horas e quarenta e cinco minutos, irmã McPherson foi de maca em maca, orando pelos doentes, individualmente. Um repórter escreveu o seguinte relatório do culto: "Foi literalmente um reavivamento de corpos doentes. Pessoa por pessoa, uma após outra, levantou-se da maca, e erguendo as mãos e o rosto para o céu, declaravam sua cura." Outra campanha de grandes dimensões aconteceu em San Diego, na Califórnia. Os cultos foram realizados num ginásio de esportes reservado para lutas de boxe onde, na véspera da campanha, irmã McPherson conseguiu, no intervalo da luta, licença para fazer o aviso da campanha. Durante cinco semanas a cidade foi abalada e o número cresceu tanto que foi necessário reservar uma parte do ginásio para pessoas com convites especiais. Isto foi feito para dar oportunidade a mais pessoas assistirem aos dois cultos por dia. Grandes lojas pediram convites para os seus funcionários, entidades civis e militares também fizeram o mesmo. Cada noite era um grupo diferente que assistia ao culto. Não era possível orar por todos os doentes que chegavam, porque o ginásio, com capacidade para 3.000 pessoas, ficou pequeno demais. Finalmente conseguiram um lugar para a realização dos cultos de cura dias), divinaum ao lugar ar livre, na exposições grande concha acústica do Parque de Balboa (somente por dois para e feiras, semelhante ao Parque do Anhembi, em
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São Paulo. Após marcada a campanha especial, a cidade foi convocada para oração e jejum. Na véspera, setecentos carros chegaram e seus ocupantes aguardavam o início dos trabalhos, nosospróprios Muitos a pé,McPherson empurrando cadeiras de rodas oudormindo carregando doentescarros. em macas. As chegaram 10:30 hs, irmã deu início ao culto; depois de alguns hinos e testemunhos maravilhosos, ela pregou sobre a cura dupla – do pecado e da doença. Daí, ela e um grupo de ministros começaram a orar pêlos enfermos. Foi uma fila contínua o dia todo. Eles oraram desde cedo até o pôr-do-sol, ocupando apenas quinze minutos para um lanche. A polícia estimava que, conforme a hora, havia uma assistência que variava entre 10.000 a 30.000 pessoas durante o dia todo. No dia seguinte, Deus continuou os milagres de salvação e cura em nome de Jesus. O ministério de Aimee Semple McPherson tornou-se internacional em 1922 quando ela realizou uma campanha na Austrália. Mais tarde, ela levou o evangelho a muitas outras nações. O ministério da irmã McPherson foi marcado por uma paixão imensa pelas almas. A mensagem de salvação recebeu ênfase, seguida de sinais prodigiosos ou sinais e prodígios. Nessas campanhas de salvação e cura divina, a mensagem do Espírito Santo também foi proclamada. No final dos cultos, outro culto de ooração era realizado que estavam buscando o batismo comum o Espírito Santo, qual, muitas vezes, àqueles durou até as cinco ou seis horas do dia seguinte. O SEQÜESTRO Em 18 de maio de 1926, Aimee e sua secretária, Emma Schaffer foram à praia. Aimee foi ao mar e não mais foi vista. Inicialmente, achou-se que tinha-se afogado e grande rebuliço aconteceu em todos EUA, especialmente em Los Angeles, centro de suas atividades evangelistas ou evangelizadoras ou evangélicas. Equipes de busca foram organizadas e incansavelmente buscaram o corpo da Sra. Aimee Semple Mcpherson.
Uma jovem, devota de Aimee, mergulhou em sua busca e acabou morrendo afogada. Aimee contou que foi abordada por uma senhora que chorava muito e pedia para que fosse orar por sua filha que estava morrendo no carro. Chegando ao carro, percebeu que era uma cilada e foi seqüestrada. Chegando ao cativeiro, indagou aos seqüestradores o porquê do seu seqüestro; eles disseram que pediriam um resgate e ficariam com o Templo. Ela ficou presa por quase um mês em uma casa, depois foi levada para uma cabana primitiva por dois ou três dias; quando se viu sozinha pulou janela,perigos. conseguindo paraquando o deserto, onde andou o dia inteiro, passando pôr amuitos Já eraescapar madrugada avistou
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uma casa, aonde foi pedir ajuda. O senhor Gonzáles, dono da casa, chamou a policia do Arizona para registrar o seqüestro e avisar sua mãe; a policia registrou o seqüestro e a encaminhou para o hospital. Não acreditando que se etratava McPherson, chamaram para identificá-la; ele confirmou assim da ela senhora pode entrar em contato com suaum mãeeditor pelo telefone. Todos, quando souberam da noticia, no Templo, ficaram muito felizes com a volta da irmã McPherson; nesta época ela foi muito perseguida pelos jornalistas e autoridades que não acreditaram em sua história. Depois de terem esgotado esta história, resolveram acrescentar algo mais picante, como se esse tempo de cativeiro fosse desculpa para encontros amorosos, denegrindo sua imagem de evangelista, inventaram até um possível aborto. Mais uma vez, Deus esteve com ela e nada foi provado, desta forma foi encerrado o inquérito por falta de provas. A VOLTA AO MINISTÉRIO
Aimee voltou às suas viagens evangelistas. Uma parada nessa viagem foi na cidade Baltimore, onde os jornais divulgaram-na como “Mulher Milagrosa”. Através desse anúncio, o teatro ficou repleto de paralíticos e doentes e Aimee foi orar ao Senhor porque tinha o poder curá-los; e oum Senhor respondeu-lhe quem tem osabia poderque denão curar e salvar é Elepara e que ela seria instrumento em suasque mãos. Naquela noite muitos milagres aconteceram. Durante as viagens evangélicas, sua mãe cuidava com eficiência do Templo em Los Angeles; com a morte de sua mãe, Aimee assumiu o Templo, tendo um desgaste físico e mental, adoecendo gravemente e seu filho Rolf, que havia voltado de uma viagem evangélica, assumiu a liderança. O SEU ÚLTIMO CASAMENTO E SUA MORTE
Após os casamentos de seus filhos, Aimee sentiu-se muito sozinha; foi quando conheceu um cantor, David Hutton e apaixonou-se, casando-se novamente. Mais uma vez foi enganada pelos seus sentimentos, logo descobriu que ele não a amava, somente a usou para obter sucesso em sua carreira, assim divorciaram-se. Na noite de 26 de setembro de 1944, Aimee pregou o seu último sermão perante uma multidão na Califórnia. Esta foi a mesma cidade emterreno que, 22de anos atrás, ela recebera a visãocomo do Evangelho Quadrangular. O ministério Aimee terminou incansável começara.
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Quando seu filho Rolf encontrou-a na manhã seguinte, ele soube que o desejo dela fora concedido. E assim ela partiu para o Senhor.
terça-feira, 7 de junho de 2011 A.W. Tozer - Uma Curta Biografia
"Nascido em Newburg, Pensilvânia, Estados Unidos, em 21 de abril de 1897. Sua pregação e seus livros concentraram-se inteiramente em Deus. Ele não tinha tempo para mercenários religiosos que inventavam novas formas para promover suas mercadorias e subir nas estatísticas “Penso que minha filosofia seja esta: tudo está errado até que Deus endireite.”
Esta afirmação do Dr. A. W. Tozer resume perfeitamente a sua crença e o que ele tentou realizar durante seus anos de ministério. Tozer marchou ao ritmo de uma batida diferente e, por esta razão, normalmente não acompanhava os passos de muitas das pessoas que participavam de desfiles religiosos. No entanto, foi esta excentricidade cristã que nos fez amá-lo e apreciá-lo. Ele não tinha receio em apontar o que era errado. Nem hesitou em dizer como Deus poderia endireitar todas as coisas. Se é que um sermão pode ser comparado à luz, então, A. W. Tozer emitia raios laser do púlpito, um feixe de luz que penetrava o nosso coração, exauria nossa consciência, expunha nossos pecados e nos fazia clamar: “O que devo fazer para ser salvo?” A resposta era sempre a mesma: entregar-se a Cristo; procurar conhecê-lo de forma pessoal; crescer para tornar-se como Ele. Aiden Wilson Tozer nasceu em Newburg (naquele tempo conhecida como La Jose), Pensilvânia, Estados Unidos, em 21 de abril de 1897. Em 1912, sua família deixou a fazenda e foi para Akron, Ohio; e, em 1915, ele se converteu a Cristo. No mesmo instante passou a levar uma vida fervorosa de devoção e testemunho pessoal. Em 1919, começou a pastorear a Alliance Church, em Nutter Fort, West Virginia. Também pastoreou igrejas em Morgantown, West Virginia; Toledo; Ohio; Indianapolis, Indiana; e, em 1928, foi para a Southside Alliance Church, em Chicago. Ali, ministrou até novembro de 1959, quando tornou-se pastor da Avenue Road Church, em Toronto, no Canadá. Um ataque cardíaco, em 12 de maio de 1963, pôs fim àquele ministério, e Tozer foi chamado para a Glória. Tozer alcançou um número maior de pessoas por intermédio de suas obras do que por suas pregações. Grande parte do que escreveu era refletido na pregação de pastores que alimentavam a alma com as palavras de Tozer. Em maio de 1950, foi nomeado editor de The Alliance Weekly, agora conhecida como The Alliance Witness, que
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provavelmente foi a única revista religiosa a ser adquirida graças, sobretudo, aos seus editoriais. Certa vez, o Dr. Tozer, em uma conferência na Evangelical Press Association (Associação da Imprensa Evangélica), censurou alguns editores que praticavam o que ele chamava de “jornalismo de supermercado” – duas colunas de propagandas e uma nota de material para leitura. Era um escritor exigente e tão duro consigo mesmo quanto com os outros. O que há nas obras de A. W. Tozer que nos prende a atenção e nos cativa? Primeiro, ele Tozer escrevia com convicção. Não estava interessado nos cristãos superficiais de Atenas que estavam à procura de algo novo. Tozer mergulhou novamente nas antigas fontes e nos chamou de volta às veredas do passado, tendo plena convicção e colocando em prática as verdades que ensinava. Tozer era um místico cristão em uma época pragmática e materialista. Ele ainda nos convida a ver aquele verdadeiro mundo das coisas espirituais que transcendem o mundo material que tanto nos atraem. Suplica para que agrademos a Deus enos esqueçamos da multidão. Ele nos implora que adoremos a Deus de modo que nos tornemos mais parecidos com Ele. Como esta mensagem é desesperadamente necessária em nossos dias! A. W. Tozer recebeu a dádiva de compreender uma verdade espiritual e erguê-la para a luz para que, como um diamante, cada faceta fosse observada e admirada. Ele não se perdeu nos pântanos da homilética; o vento do Espírito soprava e ossos mortos reviviam. Suas obras eram como graciosos camafeus cujo valor não se avalia por seu tamanho. Sua pregação se caracterizava pela intensidade espiritual que penetrava no coração do ouvinte e o ajudava a ver Deus. Feliz é o cristão que possui um livro de Tozer à mão quando sua alma está sedenta e ele sente que Deus está longe. Tozer, em suas obras, nos entusiasma tanto sobre a verdade que nos esquecemos de Tozer e tratamos de pegar a Bíblia. Ele mesmo sempre dizia que o melhor livro é aquele que faz o leitor parar e pensar por si mesmo. Tozer é como um prisma que concentra a luz e depois revela sua beleza. (Adaptado da Introdução do livro O Melhor de Tozer, vol. 2. © CCC
Kabú O jovem africano que ensinou aos seus mestres acerca do Espírito Santo
Kabú era oriundo da África, mais precisamente da tribo Kru. Ele era um puro africano. Também era filho de um rei, mas isto não quer dizer que a sua família era rica. Um rei naquela terra podia ser um homem que guiava a um pequeno grupo de famílias.
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Quando ele ainda era muito pequeno, outra tribo africana fez guerra com a tribo de seu pai e esta outra tribo venceu. Levaram ao pequeno Kabú como prisioneiro. Os seus captores realmente não o queriam para fazer dele um escravo, mas antes, o fizeram um refém, com a esperança de que o seu pai ou outros parentes pagassem para libertá-lo. Nos anos posteriores, que alguém havia pago o preço, (embora, sendo ele aindaKabú muitosupôs pequeno, não podia certificarse do que ocorria) pois, passando o tempo, foi restaurado a sua própria gente, permanecendo com ela até os onze anos. Nesta idade, foi sequestrado outra vez. Desta experiência ele podia lembrar-se muito bem, visto que já era maior um pouco. Em certa ocasião, seu pai foi até os captores para resgatá-lo. Mas, não tinha o suficiente para cumprir com o seu propósito. O seu “dinheiro” consistia de marfim, goma e outras coisas semelhantes, pois não se utilizava o dinheiro naquela terra assim como o conhecemos oferecer estas do coisas, o seu paitroca. ofereceu dar a irmã de hoje. Kabú Além ─ quedeera mais jovem que ele ─ em Mas os seus captores não quiseram, pensando que um menino valia muito mais do que uma menina. Ao tomar conhecimento disto, Kabú exclamou a seu pai para não fazer tal coisa, dizendo-lhe que ele próprio era mais maduro do que ela, e poderia aguentar as dificuldades melhor do que a sua irmanzinha. Mas os dois reis não puderam chegar a um acordo, e Kabú foi deixado no cativeiro. Depois, o dono de Kabú começou a abusar de Kabú muito mais do que antes. Ele pensava que por agir assim, o pai de Kabú voltaria e pagaria o preço desejado, pois o captor informou ao pai sobre os sofrimentos do filho. Numa conversação que ocorreu anos depois, Kabú comentou a respeito desta época da sua vida, dizendo: — Aquele homem tão cruel me açoitava cada dia sem motivo algum, e a cada dia o fazia com mais força. — Com o que te açoitava? — Com algo parecido a uma corda. — E ele fazia você tirar a blusa para isto? —Oh, senhor Reade! — respondeu Kabú com um sorriso — Tirar a blusa? No meu país não tínhamos blusas, nem camisas, nem calças compridas! Desta forma era Kabú açoitado sem compaixão pelo cruel homem, com o objetivo de poder conseguir um pouco daquilo que é material deste mundo passageiro. Mas um dia, os açoites chegaram a ser tão duros que Kabú já não podia aguentar mais. De repente, enquanto recebia um açoite, Kabú saiu correndo para a mata, sem saber para onde se dirigia. Mas, Deus ─ Que cuidou de Ismael quando a sua mãe o lançou sob uma árvore, abandonando-o para não ver o seu sofrimento ─ cuidou de Kabú também. Deus tinha uma obra para Kabú realizar, e, mais tarde, os seus sofrimentos se converteriam em bênçãos para outros. Assim...a senda da sua vida foi marcada desde o princípio.
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Deus o guiou através da selva, de um lugar para o outro, até que chegou na costa. Não se sabe o quão longe Kabú havia viajado, tampouco ele mesmo o soube. Sabia somente que levou muitos dias, e que havia muitos perigos pelo caminho. Kabú era um pagão, e não sabia nada a respeito do Deus verdadeiro. Contudo, o Deus que cuida das aves providenciou a sua comida, e o Poder que guiou os magos a Belém, guiou a este pobre menino para a costa e depois ao próprio Cristo. Depois de chegar na costa, começou a trabalhar numa plantação de café, recebendo como pagamento, comida e alguma roupa. Mas Deus estava mostrando a Sua misericórdia a Kabú, mesmo sendo muito provável que ele não reconhecesse isto naquela ocasião. Havia outro jovem que trabalhava na mesma plantação, que havia se convertido a Cristo. Este jovem falou da sua fé a Kabú, e o levou a um culto da sua igreja ─ apesar de que Kabú não podia entender nem sequer uma palavra na igreja (pois sabia o idioma inglês), e nãosópodia compreender o queainda era anão igreja, a Bíblia ea pregação. Anos depois, Kabú testificava que sentiu a presença de Deus naquele lugar. Enquanto ele estava ali, reconheceu a sua perdição e a sua pecaminosidade. Desta forma saiu daquele culto ─ o seu primeiro ─ com um coração ansioso e uma mente desejosa. Sem saber, era como o estudioso eunuco Etíope, que necessitava de um Filipe para que o guiasse. Depois de escutar o seu amigo orar, Kabú perguntou-lhe o que estava fazendo. O seu companheiro lhe disse que falava com Deus. — E, quem Deus? — É oémeu Pai——continuou disse-lhe perguntando o seu amigo. Kabú. — Então — argumentou Kabú —, está falando a teu Pai. A partir deste momento, Kabú sempre chama a oração “falar ao Pai”. E, ao sentir a convicção do pecado naquele culto, ele, também, começou a “falar ao Pai”. A convicção que sentiu não foi a do tipo que é tão comum hoje: foi forte e constante, tanto... que foi impulsionado a “falar ao Pai” em voz alta, em horas “fora de tempo”, segundo pensaram alguns. As vezes os seus gritos eram ouvidos a meia-noite. Por fim, os que trabalhavam com ele o declararam que ele os perturbava e lhesair disseram que Então, se não saiu pudesse em─silêncio então que teria que do quarto. paraficar a mata noite após noite ─ para continuar a sua luta, assim como Jacó em Peniel. Certa noite, permaneceu na mata até muito tarde, e por fim voltou para o seu humilde quarto para dormir, já todo cansado e afligido. Mas ele não podia dormir. Ainda que a sua língua ficasse em silêncio, mas o seu coração continuava orando até que, de repente... o seu quarto pareceu iluminar-se! A princípio, Kabú pensou que era o amanhecer, mas todos os outros continuavam dormindo. A luz iluminava mais e mais, até que o quarto se encheu da glória de Deus. Por sua vez, o peso do seu coração desapareceu e em seu lugar reinou grande paz. Ele sentiu o seu corpo tão leve como uma pluma, tanto... que Kabú pensou que poderia voar!
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Tanta glória não podia ser contida. Kabú começou a louvar e a saltar como o homem que foi curado na porta Formosa (Atos 3:8). Em seguida, todos os que estavam no quarto despertaram e não puderam dormir pelo resto daquela noite, mas muitos creram que Kabú havia enlouquecido. Assim foi a sua conversão: simples, definitiva e poderosa. Normalmente, Kabú não era muito emotivo nem muito aberto: Ao contrário, ele era considerado como uma pessoa muito calma. Mas quando falava da sua conversão, os seus olhos reluziam como o fogo e todo o seu corpo tremia de emoção. A sua aparência era a de um poeta quando cantava: Oh, momento sagrado! Oh, sacrossanto lugar! Não importa o que me aconteça, Meu coração sempre pensará em ti. E quando me levantar para ir, Acima no meu lar celestial, Olharei uma vez mais, Ao lugar onde fui perdoado. Não se sabe por quanto tempo ele ficou trabalhando naquela plantação de café. Somente se sabe que foi suficiente para aprender o inglês, e para aprender a ler e a escrever um pouco. Enquanto trabalhava ali, uma missionária apelidou-o de ‘Samuel Morris’. E, por este nome o conhecia dos que falavam este idioma. Além de ensinar-lhe a ler e aa maioria escrever, a mesma mulher ensinou-lhe o básico do evangelho. Com o passar do tempo, deixou a plantação de café e se mudou para um povoado, onde aprendeu a pintar casas. Em tal ocupação trabalhou por alguns anos. Mas, em seu coração, sentiu um crescente desejo de pregar para a sua própria gente a respeito do bendito Salvador que havia lhe dado tão gloriosa salvação. Foi assim que um dia visitou a um missionário, e compartilhou com ele o que sentia em seu coração ─ sobre o desejo em seu coração de pregar para a sua própria gente.sendo que o mesmo ainda O que ocorreu causa grande tristeza, ocorre muitas vezes. Aquele missionário disse a Kabú que para poder pregar o evangelho, necessitava educar-se. E, para educar-se, teria que ir aos Estados Unidos. Além disso, para ir aos Estados Unidos, lhe custaria US$100.00. [Hoje em dia, poderia ser uns US$1000.00: uma grande quantia para um jovem tão pobre.] Que conselho errado! Mas tal atitude é muito comum, isto é, a idéia de que um homem tenha a necessidade de estudar numa universidade ou num seminário para poder pregar. A Bíblia não ensina tal coisa. Na verdade, muitos dos apóstolos eram homens pobres e sem estudo: exatamente como Kabú!
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Mas apesar de receber um conselho equivocado, Deus o usou. Deus na Sua grande sabedoria e misericórdia, permitiu que Kabú seguisse tal conselho... para demonstrar quão errado o mesmo realmente era! Ao receber este conselho, Kabú se retirou para a mata ─ o lugar que usava para conversar com o seu Pai ─ para falar-lhe a respeito da situação. Ele orou desta maneira: — Agora, Pai meu... Tu me chamou para pregar para a minha própria gente. Mas, o missionário disse que não posso pregar sem ser educado, e para educar-me, tenho que ir para os Estados Unidos. Pai meu, Tu sabes que não tenho nem sequer um centavo. Agora, por favor, abra-me o caminho. A partir daquela oração em diante, Kabú sempre acreditou que Deus já havia determinado que o caminho fosse aberto. Desta maneira, estava esperando que viesse uma embarcação que o levaria até o país tão distante de seu lar. Durante este tempo, houve uma jovem missionária que havia chegado dos JUL. para trabalhar na África. Esta jovem havia nascido do Espírito Santo e havia aprendido a diariamente andar debaixo da Presença Divina. Seus co-missionários pensavam que ela não poderia conseguir nada no seu campo de trabalho, visto que, muitas vezes, ela preferia estar sozinha. Mas, parece que ela estava desfrutando da íntima comunhão com o Pai. Quando Kabú escutou a respeito da chegada dela, caminhou muitos quilometros para visitá-la. Cheia do Espírito Santo, ela ficou muito alegre, com Kabúacerca sobre odo que experimentava. Não se sabe compartilhando se era por falta de ensino Espírito Santo ou não, mas Kabú sentiu um grande desejo de saber mais sobre Ele. Ele visitou e escutou a missionária várias vezes para aprender mais, mas, por fim, ela, cansada pelas muitas perguntas de Kabú, disse-lhe que se desejasse saber mais, teria que perguntar a Estevam Merritt, pois este homem havia ensinado a ela tudo o que ela sabia acerca do Espírito Santo. Ao escutar este conselho, Kabú lhe disse: —Então, irei. Aonde ele vive? —Em Nova York — respondeu ela sorrindo. Outra vez percebe-se que deram a Kabú outro conselho errado. Por que não o aconselharam a procurar na Bíblia ou que se valesse da oração? Contudo, a missionária não viu a Kabú outra vez: ele já havia empreendido a sua viagem aos Estados Unidos! Ele viajou muitos quilometros, até que por fim viu uma embarcação, e logo um barquinho desceu com alguns marinheiros. Kabú se aproximou do capitão e lhe pediu que o levasse para Nova York. Com maldições e maus-tratos ... foi-lhe negado. Mas, Kabú tinha a plena segurança que era a vontade que ainda fosse. Depois dena receber uma resposta negativade naDeus sua segunda tentativa, dormiu areia da praia nesta noite.
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Na manhã seguinte, Kabú pediu pela terceira vez que o levassem a Nova York. O capitão lhe perguntou: — Em que podes trabalhar? Em qualquer — dizer respondeu Kabú. O capitão— pensou que issocoisa queria que Kabú sabia fazer qualquer trabalho de um navio, mas, realmente, o que Kabú queria dizer era que estava disposto a fazer qualquer tipo de trabalho. E, visto que dois marinheiros recentemente haviam abandonado as suas posições, o capitão mandou que Kabú entrasse no navio. — E, o que deseja? — perguntou o capitão, referindo-se ao salário de Kabú. — Quero ver a Estevam Merritt — explicou Kabú. Dessa forma, Kabú começou a sua viagem pelo mar, não sabendo nada sobre com navios e nem sobre o mar.Mas, No terceiro dia,a Kabú encontrou-se outra prova: o enjôo. outra vez, fé dele venceu. Ele se ajoelhou e orou, dizendo ao Pai: — Pai, Tu sabes que prometi trabalhar para o capitão todos os dias até que cheguemos a América. Mas não poderei se estiver doente. Retire de mim, então, esta enfermidade. — E, daquele momento em diante, sempre esteve bem e pôde cumprir com os seus quefazeres. A sua ignorância lhe causou muitos sofrimentos ─ ele foi golpeado, malfalado e maltratado muito. Mas, a sua paz era como um rio, a sua confiança era grande e a sua segurança era doce. Tanto...que o capitão convenceu-se denavio, seu pecado ea semetade converteu! E, o fogo do avivamento correu pelo até que dos marinheiros também se entregaram a Cristo! Ao chegar a Nova York, os marinheiros deram-lhe roupas (pois começou a viagem com muito pouca roupa e sem sapatos) e o despediram. Kabú desceu do navio e se aproximou do primeiro homem que viu; um transeunte. — Onde está Estevam Merritt? — Kabú perguntou-lhe. Deus estava guiando a Kabú, porque Estevam Merritt vivia na outra parte da grande cidade ─ a uns 5 ou 6 quilometros deste lugar. No entanto, o homem lhe respondeu: — Eu o conheço; ele mora na Oitava Avenida, do outro lado da cidade. Guiarei você até lá se me pagar um dólar. — Vamos — disse Kabú; apesar de que não tinha nem sequer um centavo. Ao chegar ao lar de Estevam, este estava saindo de sua casa para ir ao culto. — Ali está — disse o guia. Kabú se aproximou de Estavam e lhe perguntou: — Você é Estevam Merritt? — Sim — respondeu Estevam.
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— Meu nome é Samuel Morris ─ Kabú usou o seu nome inglês da América ─ Acabo de chegar da África para falar com você a respeito do Espírito Santo. —Muito bem — disse Estevam — vou ao culto de oração na rua Jane. Entre na missão aí na próxima porta. Quando eu voltar, prepararei para você o teu alojamento. Estevam pagou ao guia e foi para o culto. Kabú entrou na missão. Ao voltar para a sua casa, as dez e meia da noite, Estevam se lembrou de Kabú. Apressou-se em direção a missão para preparar-lhe o seu alojamento. Mas, ao entrar pela porta da missão, o que viu? Kabú já tinha 17 homens ajoelhados ao redor dele! Ele os havia guiado a Jesus, e todos estavam regozijando-se em Seu perdão. Depois, Estevam testemunhou que ele nunca havia visto tal coisa em toda a sua vida. O Espírito Santo havia operado por meio de um pobre jovem africano, que não tinha muita educação e nem tinha “cultura”. No entanto, ficou claro que o poder Espírito Santo morava nele. Kabú havia chegado a Nova Yorkdonuma sexta-feira. Dois dias depois, no domingo, Estevam convidou a Kabú a acompanhá-lo na Escola Dominical. Kabú nunca havia visitado uma Escola Dominical, mas consentiu em ir. Assim, Estevam introduziu a Kabú como alguem que havia chegado da África para escutar acerca do Espírito Santo. Muitos dos que estavam ali riram ao escutar isto. Não obstante, Estevam deu a Kabú a oportunidade de falar. Estevam nunca soube o que Kabú disse, pois ele teve que atender a outra situação enquanto Kabú falava. Mas ao regressar outra vez, Estevamchorando! se maravilhou: muitos jovens se aproximado ao “altar”, A presença eo poderhaviam do Espírito Santo haviam enchido o lugar. Alguns dias depois, Estevam teve que ir a outra parte da cidade para oficiar um funeral. Ele convidou a Kabú para que o assistisse, dizendo-lhe: — Samuel, quero mostrar-te algo da nossa cidade e do Parque Central. Kabú nunca havia entrado em um carro puxado por cavalos, e a sua ignorância sobre tais coisas quase fez com que Estevam sorrisse. Passaram ruase ecomeçou por fim chegaram na Grande Ópera. Estevam mostrou-apelas a Kabú a lhe explicar sobre ela. De repente, Kabú lhe perguntou: — Estevam Merritt, você ora as vezes em um carro? — Sim — respondeu Estevam — muitas vezes tenho sido abençoado enquanto viajava no carro. Ao receber esta resposta, Kabú pôs a sua mão sobre a mão de Estevam, guiou-o para que se ajoelhasse e disse: — Vamos orar. Esta era a primeira vez que Estevam havia se ajoelhado em um carrovindo para da orar. Kabú falou ao com Espírito Santo dizendo-lhe havia África para falar Estevam acerca dEle,que masele que
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Estevam sempre falava de outras coisas, e, que, além disso, queria mostrar-lhe a igreja, a cidade e as pessoas; e que, enquanto isto, ele tinha grandes desejos de escutar e aprender acerca do Espírito Santo. Kabú continuou orando, pedindo que o Espírito Santo tirasse do coração de Estevam todas estas coisas e que o enchesse muito de Si Mesmo... Estevam nãosomente escrevesse, pregasse e nem falassede demodo outraque coisa a não ser do Espírito Santo. Sobre aquele dia, Estevam escreveu depois: “Realmente, havia três pessoas no carro neste dia. Nunca conheci outro dia igual; fomos cheios do Espírito Santo, e Ele fez de Kabú o canal pelo qual eu fui instruido e capacitado mais do que nunca. Muitos bispos colocaram as suas mãos sobre mim várias vezes e até fui ordenado pelos anciãos da igreja: mas estes eventos não podem ser comparados com o poder que me sobreveio quando Kabú orava. Santiago Caughey pôs as suas santas mãos sobre a cabeça de Tomás Harrison e sobre a minha, orando que o Espírito de veio. Elías Não caísse sobre nós, os Eliseus: sim,para o fogo caiu e o poder obstante, recebi poder E, permanente no carro, ao lado de Kabú. Desde então, não tenho escrito nem falado nem sequer uma palavra, senão por e no Espírito Santo. Kabú foi um instrumento nas mãos do Espírito Santo para o meu crescimento e desenvolvimento nas extraordinárias coisas de Deus. Kabú foi a Fort Wayne, Indiana, e alvoroçou a Universidade dali (Atos 17:6). Ele viveu e morreu no Espírito Santo, após terminar a sua obra. E, visto que um homem ou mulher ungidos nunca morrem, a vida de Kabú continua dando testemunho hoje em dia. Enquanto eu viver, as memórias dele nunca morrerão. Para mim, esse humilde jovem era uma maravilha ─ um milagre da graça de Deus. Aprendi a amá-lo como a um irmão, e dele aprendi lições de fé e de consagração, as quais eu nunca antes conheci.” Então podemos ver que Kabú, aquele jovem africano, ensinou ao seu mestre Estevam Merritt ─ que era reconhecido por muitos como um homem muito espiritual ─ acerca do Espírito Santo. Alguns dos jovens da Escola Dominical haviam formado uma sociedade missionária chamada “Sociedade Missionária Samuel Morris”. Planejaram prover todas as necessidades de Kabú até que ele entrasse na universidade, se esta provesse uma educação gratuita a Kabú. Destaoforma, Estevam uma carta a Universidade, pedindo mesmo. ApesarMerritt de queescreveu a Universidade havia sido formada recentemente e tinha uma grande dívida, foram dadas as boas vindas a Kabú. E, no mês de dezembro, chegou a Fort Wayne, Indiana para começar os seus estudos. Imediatamente, Kabú tornou-se uma curiosidade para os outros estudantes. Não sabia comer muitas das comidas americanas e tinha que aprender os costumes e a cultura de seu novo lar. Além disso, havia coisas estranhas para ele, como a neve; tal coisa nunca é vista na sua terra nativa tão quente! Mas,um repentinamente, porrelato meio seguinte, da sua vida consagrada, aceito como filho de Deus. No pode-se ver umfoi exemplo
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de como pôde ganhar o respeito de seus novos amigos. Ao entrar para a universidade, um dos mestres perguntou-lhe: — Samuel, qual dos quartos deseja usar como dormitório? — Oh, Senhor Reade — respondeu Kabú — qualquer quarto estará bem para mim. Se houver um quarto que ninguém quer, dê-me este. Ao escutar esta resposta... o mestre teve que chorar. Depois deu testemunho de que, em todos os seus anos como mestre nessa universidade, havia perguntado a mais de mil estudantes cristãos sobre qual quarto preferiam; mas Kabú foi o único que respondeu que queria o quarto que ninguém quisesse. Outra vez, Kabú ensinou a seu mestre acerca do Espírito Santo. Apesar da sua incapacidade de falar bem o idioma inglês, as vezes pregou na igreja. A sua maneira simples, quieta, natural e eficaz de falar cativou a audiência. Mas as suas “conversas com seu Pai” foram as que ganharam o respeito de seus co-estudantes e mestres. Enquanto outros dormiam, Kabú orava: nas manhãs, a meia-noite; onde e quando queria. Tão absorto ficava em suas orações, que, as vezes, muitos entravam para ver a cena, mas Kabú não percebia. Se escutasse um toque na porta enquanto orava, continuava orando até terminar a sua conversa com seu Pai. Depois, com um sorriso, abria a porta ao visitante, dizendo-lhe: — Entre. Já terminei de falar com meu Pai, por enquanto. Além de ser amante da oração, Kabú se converteu em um amante da Palavra, apesar de que a leitura era difícil para ele. No entanto, quando tinha a oportunidade, fazia a leitura, ou, se alguém estivesse visitando-o, lhe pedia que fizesse a leitura de um capítulo. Para Kabú, a Bíblia era outro meio de escutar a voz de seu Pai. Kabú gostava de viver nos Estados Unidos. Mas o seu desejo era voltar para o seu próprio país para pregar para a sua própria gente. O seu amor a Cristo era mais forte do que o amor a comodidade. Contudo, o desejo de Kabú nunca se tornou realidade. O forte frio de Indiana, com temperaturas de 20 graus abaixo de zero, era demasiado para o seu corpo africano, e no mês de janeiro do ano de 1893, sofreu um forte resfriado. Durante os meses seguintes, pôde estudar, mas não pôde vencer a enfermidade por completo. pouco, o seu corpo perdendo as forças. Kabú soubeuma que o Pouco seu fima se aproximava; masfoi dele não se escutou nem sequer queixa. Quando lhe perguntaram de seu desejo de voltar ao seu país para pregar, disse: — Outros podem fazer a obra melhor do que eu. Não é a minha obra, é de Cristo; Ele tem que escolher a seus próprios obreiros. Vendo que a sua morte estava muito próxima, perguntaram-lhe se temia a morte. Kabú sorriu e respondeu: — Oh não, Senhor Reade. Depois que eu conheci a Jesus, a morte se converteu em minha amiga. Depois, Kabú passou para a eternidade num dia do mês de maio do ano de 1893.
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O seu funeral foi presenciado por centenas de pessoas, e muitos homens fortes choraram sem ter vergonha alguma. Por quê? Não era Kabú somente um pobre jovem africano? Sim, Kabú era somente um pobre jovem africano. Mas esse jovem sem educação, sem dinheiro e sem criação cristã tinha algo que muitos ─ seus mestres, inclusive ─ não tinham: uma íntima relação com o Deus Vivente. Kabú falava com Deus, e Deus com ele. Kabú caminhava com Deus. Pouco depois da sua morte, durante uma reunião, várias pessoas estavam compartilhando de como a vida de Kabú havia afetado as suas vidas. De repente, um jovem se colocou de pé e disse que sentia que Deus o estava chamando para ir a África para pregar para o povo de Kabú, no lugar dele. Quando este jovem se sentou, outro se colocou de pé e disse o mesmo. E, ao sentar-se o segundo, o terceiro jovem se colocou de pé e proclamou que ele também sentia o chamado de Deus. três jovens começaram para Assim, ir para os a África no lugar de Kabú. a preparar-se O segredo da vida de Kabú está na sua consagração, humildade e fé. Deus é o mesmo hoje em dia. Deus não está buscando a educação, a riqueza, a sabedoria humana nem a personalidade atrativa; Ele busca uma entrega total e uma fé simples. Qualquer um que se render a Ele, receberá o mesmo que Kabú recebeu: o derramamento do Espírito Santo na sua alma.
Glikhikan Glikhikan é um nome que poucos, mas muito poucos, conhecem. Já é tempo para isto mudar. Não se deseja glorificar ao homem mais do que ao Deus que o renovou. Mas por meio de uma vida transformada, alguém pode ver ao Deus Eficaz. Assim, a seguir é narrada a triste, mas triunfal história de um cristão: um verdadeiro seguidor de Cristo. Glikhikan nasceu em tempos tempestuosos para o seu povo. A Leni Lenape [1] era uma tribo entre as várias que existiam no leste do que é atualmente os Estados Unidos. Pela sua natureza, essa tribo não era tão guerreira, como os seus vizinhos, os iroqueses. Não obstante, a natureza humana que se encontra em todo o ser humano não renascido se manifestou nos Leni Lenape também. Havia guerras, reféns e homicídios, junto com cada pecado nomeado. Além disso, nas décadas antes do nascimento de Glikhikan, homens estranhos apareceram desde o outro lado do oceano: homens altos, com peles brancas e barbudos. A princípio, haviam poucos, e esses diziam que fugiam da perseguição de seus governantes, quanto a sua religião. E, os antepassados de Glikhikan venderam-lhes terra [2], pois a terra que ocupavam era uma terra ampla, e, principalmente, viviam em paz com eles. Passando o tempo, chegaram maisosdesses homens brancos. E, além de introduzir as suas ferramentas de mais ferroeentre nativos, trouxeram as suas típicas
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guerras ao ‘novo mundo’. Os ingleses, os franceses e os espanhóis lutavam para controlar a terra; não somente a terra dos Leni Lenape , mas também terras desconhecidas por eles, em todas as partes deste mundo. Certamente, os nativos sentiam um crescente ressentimento para com todos. Muitos dos primeiros colonizadores os haviam tratado mais ou menos justamente; mas com o passar do tempo, seagora encontravam mais e mais apertadosdesde entre omercadores os franceses, em aliança com os espanhóis, Norte até oenganosos: Oeste, e osentre ingleses, pelo lado do Leste. Os dois grupos pagavam a vários grupos nativos para lutar do seu lado. A tribo de Glikhikan fez aliança com os ingleses, e, no final, estes ganharam, terminando assim os sete anos das chamadas “Guerras dos Franceses e Índios”. Os exércitos franceses voltaram para o seu próprio país, deixando a América do Norte nas mãos inglesas e espanholas. Entre tais eventos revolucionários, nasceu e cresceu Glikhikan. E, certamente, ele aprendeu como lutar e fazer a guerra. Sabia esfolar bem o crânio de seu inimigo e, depois, secardooclã couro cabeludo levá-lo ,pendurado comoe um troféu.abriu-lhe Além de caminho chegar a ser capitão Lobo dos Lenie Lenape a sua valentia sabedoria para ser conselheiro do grande cacique Custaloga. De fato, a sua fama entre os Leni Lenape estabeleceu-o como sendo um grande orador nos conselhos. A sua habilidade para expressar-se foi o que permitiu contato com os “mantos negros”: missionários jesuitas que chegaram com os franceses para “converter” aos selvagens”. Glikhikan estudou o que eles proclamavam, e concluiu que era verdade: mas, somente para os que viviam do outro lado do oceano, não para os Leni Lenape . Dessa forma, determinou Glikhikan, que aquilo que diziam os Shaman[3] dos Leni Lenape não deveria ser desprezado. Em certa ocasião, Glikhikan foi convidado a debater publicamente com os ‘Mantos Negros’ quanto a religião. Foi no lugar indicado e, segundo os outros nativos que assistiram ao debate, Glikhikan venceu ao sacerdote jesuita por completo. Com o passar do tempo, chegaram outros ‘mantos negros’ para pregar entre os Leni Lenape. E, outra vez, os Leni Lenape chamaram a Glikhikan para que fosse a outro debate público contra a nova religião. Junto com alguns shamanes, ele viajou ao acampamento dos missionários as margens do rio Allegheny, pensando vencê-los outra vez com a sua sabedoria. Que surpresa encontrou! Em vez de um sujo acampamento de ingleses ou de franceses, encontrou somente com outras pessoas indígenas, como ele próprio. Em vez de soldados ociosos, flertando com as mulheres, e mercadores vendendo rum a todos, encontrou gente quieta e atarefada vivendo cabanas construidas com troncos. A rua estava varrida. As mulheres, vestidas comem vestidos longos sem adornos e um amplo véu, que cuidavam das crianças. Por todos os lados, Glikhikan achou sinais de paz e de ordem. Milhos e abóboras cresciam nos campos bem ordenados e cuidados atrás das cabanas. E, quando um grupo de homens guiado por um ancião chamado Antonio, da tribo Monsi, se aproximou e lhes convidaram para comer com eles um banquete de companheirismo com a comunidade, Glikhikan se impressionou profundamente. Esta religião não era igual a dos ‘Mantos Negros’ de Quebec![4] Chegou o tempo do debate, mas os argumentos e raciocínios de Glikhikan já não pareciam válidos, e assim pediu que Antonio falasse primeiro.
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Antonio se colocou de pé e falou acerca do Criador de todas as coisas e depois se sentou. Depois de um longo silêncio, Glikhikan ainda não sabia o que dizer. Fez sinal a Antonio para que falasse outra vez. Assim, Antonio continuou com a história do Filho do Criador de todas as coisas, e como ele permitiu que outros o matassem para que pudesse dar vida a todos os homens. — Creio que fala a verdade — disse Glikhikan. Depois, se levantou, e juntamente com todos os seus companheiros seguindo-o em silêncio, voltou ao acampamento dos Leni Lenape, localizado a alguns dias de viagem para o sul. Ao chegar ao seu próprio povo, Glikhikan pediu ao cacique que este convidasse aos indígenas cristãos, junto com seus mestres, para que viessem a sua comunidade para que ensinassem aos Leni Lenape como deviam viver. Glikhikan conhecia muito bem as vidas degeneradas e violentas de seu povo e das superstições que os escravizavam. Custaloga, embora com reservas, consentiu, e logo uma nova comunidade chamada Langunto Utenuenk [5] foi construida não muito longe deles. Muitos dos Leni Lenape resistiram aos ensinos dos cristãos nativos. Compraram rum e organizaram degeneradas festas e bailes próximo de Langunto Utenuenk , com o intuito de atrair aos cristãos a seus pecados outra vez. Mas com um categórico propósito os cristãos continuaram firmes. Em vez de ir as festas e embriagar-se, cuidaram de seus semeados, pagaram as suas dívidas, compartilharam os seus bens materiais com outros e assistiram as reuniões nas noites para orar e cantar. Tal era a sua firmeza, que os demais pensavam que os convertidos estavam enfeitiçados! Depois de observar aos cristãos durante alguns meses, Glikhikan decidiu mudar-se para Langunto Utenuenk. E, depois de chegar numa das reuniões celebradas na igreja, escutou a um dos ministros: David Zeisberger da Morávia, quando este pregava. Comovido profundamente em seu coração, começou a chorar e voltou para o seu quarto. Ali, se entregou ao Filho de Deus, e uma grande paz encheu todo o seu ser ao ser batizado. Era o ano de 1770. O grande guerreiro Glikhikan já havia deixado o reino das trevas e havia entrado em outro: No reino do Príncipe da paz! De acordo com o costume da época, ele recebeu um nome bíblico no seu batismo: Isaque. Mas nesta biografía, continuarei usando o seu nome nativo. No decorrer de alguns meses, depois do seu batismo, Glikhikan começou a sua primeira viagem missionária, juntamente com Antonio da tribo Monsi, Jeremias um cacique Mingo, David Zeisberger da Europa e um outro homem dos Leni Lenape . Em cada comunidade que visitavam, Glikhikan, por causa do respeito que todos tinham por ele, encontrou pessoas atentas para escutar o seu testemunho. No entanto, o cacique Custaloga não gostava da idéia de que Glikhikan havia se convertido, e disse-lhe — O que quer? Será que pensa que irá receber uma pele branca por ter recebido a religião dos homens brancos? Mas Glikhikan respondeu dizendo que não queria uma pele branca, mas sim, queria conhecer ao Filho de Deus e viver com Ele para sempre. Outro capitão Leni Lenape , que se chamava Koquethagakhton (Olhos Brancos) que era muito amigo de Glikhikan desde a sua juventude, perguntou-lhe a respeito da sua conversão. Ao escutar a pergunta, Glikhikan lhe perguntou de volta, — Lembra-se quando coloquei a minha bolsinha de tabaco[6] entre nós e lhe permiti servir-se a qualquer momento dela, para o resto da tua vida? Lembra-se como prometemos um ao outro compartilhar todas as coisas, e se caso algum de nós encontrasse algo bom que
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deveria informar ao outro? Bem, eu encontrei aquela coisa boa, e a quero compartilhar com você. Encontrei uma nova vida com o Filho de Deus. Depois de converter-se, Glikhikan se encontrou com o perigo. Mas, igual ao seu Mestre, enfrentou-o sem armas mundanas. Alguns dos indígenas convertidos construiram novos povoados no vale Tuscarawas no que atualmente é o estado de Ohio. Sem demora outra tribo muito guerreira do Norte, os Wyandot, atacou-os. Glikhikan saiu para enfrentá-los, mas com dádivas e palavras pacificadoras. E, o cacique dos Wyandot, Pomoacan, escutou-o e não fez dano aos irmãos. Mas, logo chegaram mais problemas. Durante a guerra revolucionária dos Estados Unidos, uma jovem cristã (que anteriormente era prostituta) se foi da comunidade dos Wyandot. Pois a moça era parente de Glikhikan, e seus captores, irados, rodearam a casa de Glikhikan durante a noite, gritando que o crânio de Glikhikan merecia ser esfolado. Glikhikan abriu a porta, iluminando-se com a luz de um lamparina. O silêncio tomou a todos. — Eu lutaria contra vocês — disse Glikhikan — Sei como lutar e esfolei os crânios deo muitos guerreiros Porém, antes denunca que vocês soubessem diferença o seu pé direito e seu pé esquerdo. mais lutarei com aarco e com entre o machado guerreiro. Agora luto ajudado com o poder do Grande Espírito. Não luto mais contra os fazedores de maldade, mas, luto contra a própria maldade. Aqui estou. Podem levar-me cativo e levar-me ao seu cacique! O cacique Wyandot o libertou. Porém, mais problemas vieram depois. Os indígenas convertidos colocaram em prática os ensinos de Jesus quanto a amar aos seus inimigos. A guerra de independência da União Americana estava para estourar, e ambos os lados, os britânicos e os colonizadores, olhavam para os indígenas com desconfiança. De fato, os cristãos não se encontravam em nenhum dos dois lados dos inimigos, e hospedaram a ambos. Por último, o general britânico ordenou que os Wyandot levassem os crentes bem ao Norte de Ohio. As ordens chegaram no final de agosto. No hemisfério Norte, esta é a época do final de verão, um pouco antes das plantações amadurecerem. Assim, o milho e as abóboras não estavam no ponto de colheita quando as ordens de partir chegaram. Com muita tristeza, os crentes abandonaram os seus prósperos povoados: Gnadenhütten (Refúgios da Graça), Schönbrun (Fonte Formosa) e Salém (Paz). A marcha para o Norte foi longa e dura, e enquanto viajavam, algumas das crianças morreram. A escassa comida que puderam levar consigo, logo se acabou, e antes da chegada do inverno (o mês de dezembro geralmente), os Wyandot começaram a sofrer de fome no seu novo acampamento. Durante vários meses, os crentes puderam comprar milho de seus captores. Mesmo estando no cativeiro, os negociantes notaram que os irmãos pagavam as suas dívidas e não gastavam de maneira errada o seu dinheiro. Mas, na chegada do mês de fevereiro, o dinheiro deles se acabou. Haviam comido todas as raízes comestíveis existentes na região e haviam caçado todos os animais silvestres das redondezas. Desta forma, Glikhikan e quase outros cem irmãos e irmãs decidiram regressar aos seus povoados abandonados. Seus amigos, tanto europeus como indígenas, lhes avisaram quanto aos perigos de voltar para aquela parte do país, pois a guerra prosseguia nesse lugar. Mas as necessidades eram tão grandes que Glikhikan e os outros irmãos pensaram que não haveria outra opção melhor. Foi destadebaixo maneiradaque voltaram e começaram a desenterrar as espigas de milho que estavam neve, no povoado de Gnadenhütten.
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Em poucas semanas, um dos lados colonizadores os encontrou, isso foi no começo do mês de março. Os irmãos os receberam como sempre; como amigos e com hospitalidade. A princípio, eles fingiram ter interesse na fé dos indígenas. Glikhikan e outro ancião ministro chamado Tobías falaram com muito zelo aos jovens soldados brancos. Os soldados responderam: — Vocês são bons cristãos! — e, pediram que todos eles se reunissem no dia seguinte. Depois de dois dias de hospedagem entre eles, os soldados revelaram as suas reais intenções. Até este ponto haviam somente decepcionado aos indígenas, dizendo para eles que existia um novo lugar pacífico, onde iriam guiá-los para que lá fossem viver. Mas, então, quando estavam reunidos por volta de noventa homens, mulheres e crianças, os soldados mudaram o seu tom de voz e começaram a acusar aos indígenas crentes. — Vocês são guerreiros —disseram — Além disso, sabemos que são ladrões. Olhem as panelas, as ferramentas e as roupas dos europeus que vocês usam. Roubaramnas de nossos colonizadores! Os irmãos indígenas estavam tão surpresos que não sabiam o que fazer. — Já não praticamos a guerra —explicou prejudicamos Glikhikan — Somos seguidores do Filho de Deus e não a ninguém. Mas os colonizadores não fizeram caso das suas palavras, e fizeram uma votação entre si sobre o que fazer com eles. O coronel Williamson ordenou que todos os soldados que quisessem perdoar aos irmãos, que dessem um passo a frente. Somente 16 deles o fizeram, deixando a grande maioria a favor de matar a todos. Glikhikan, o guerreiro convertido, olhou nos olhos dos colonizadores. — Somos de Cristo — disse — Estamos prontos para morrer. Mas, podem permitir-nos que tenhamos uma noite mais para nos reunir neste lugar? A permissão foi dada, e trancaram todos os homens crentes dentro de uma das casas de troncos, e as mulheres crentes dentro de outra. Ali, confessaram os seus pecados, oraram e cantaram toda a noite, animando-se um ao outro e clamando a Cristo. A matança começou na manhã seguinte. O primeiro que os colonizadores golpearam de morte foi a Abraham[7], um ancião, irmão da tribo Mohicana, que havia crido em Cristo por muitos anos. Depois, mataram aos cinco ministros: Jonas, Christian, João Martín, Samuel e Tobias. Depois, a sete homens casados: Adão, Enrique, Lucas, Felipe, Ludwig, Nicolas e Israel. Depois, aos jovens: José, Marcos, João, Abel, Paulo, Enrique, Hans, Miguel, Pedro, Gottlob e David. Ao terminar com estes, golpearam com a morte as crianças: Christian, José, Marcos, Jonatan, Christian Gottlieb, Timóteo, Antonio, Jonas Gottlieb, Benjamín e Tomás. Morreram com nomes bíblicos. Mas, o mais importante de tudo, foi que morreram como Cristo, não resistindo a seus inimigos, em vez de lutar nas guerras com os homens. Da mesma forma, as irmãs morreram, sem resistir aos colonizadores. Amelie, esposa de Jonas, Augustina, esposa de Christian, e sete das outras irmãs casadas: Cornélia, Ana, Joana Salomé, Lucia, Lorel, Rute e Joana Sabina foram golpeadas de morte. Os nomes das irmãs solteiras, de cujas cabeças os soldados retiraram os véus brancos antes de quebrar-lhes as cabeças, foram Catalina, Judit, Christiana, Maria, Rebeca, Raquel, Maria Susana, Ana Rosina, e Salomé. Depois, onze meninas receberam golpes: Cristina, Léa, Benigna, Gertrud, Ana Cristina, Ana Salomé, Maria Elizabet, Sara, Ana e Ana Elizabet.
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Além de todos estes (e cinco pessoas que não haviam sido batizadas) os soldados golpearam mortalmente com um martelo a doze bebês. Não destruíram as cabeças destes, pois eram muito pequeninos. Um dos homens mais jovens pôde escapar, escondendo-se sob o piso[8] de madeira de uma das “casas de matança”. Enquanto acima os soldados golpeavam as cabeças dos crentes com um grande martelo, Jacob permanecia embaixo do piso, até que tanto sangue fluiu sobre ele que se viu forçado a sair do seu esconderijo e fugir para o bosque. Pôde escapar, foi um dos dois sobreviventes que puderam voltar aos outros crentes, aos que não haviam vindo a Gnadenhütten para colher o que fora semeado. O outro que sobreviveu foi um menino chamado Tomás. Os soldados o golpearam e o deixaram como morto em um monte de corpos. No entanto, durante a noite, depois que todos haviam ido embora, voltou a Neuschönbrunn, já consciente se arrastando, meio morto e sangrando muito, onde achou ajuda. Glikhikan, o líder dos irmãos, não foi o primeiro a ser morto. Não se sabe o porquê. Mas quando os soldados agarraram a ele e a sua esposa, Ana Benigna, morreu como Cristo: amando seus inimigos. A data deste acontecimento foi em 10 deamarço de 1782, o dia da última batalha de Glikhikan…e o dia de seu mais notável triunfo. Morreu amando a Deus e a seus inimigos: uma prova indiscutível de que o reino de Deus havia chegado na terra dos indígenas norte-americanos. Glória a Deus! ______________________________________________
[1] São mais conhecidos pelo seu nome inglês: Delaware. Este nome originou-se pelo fato de que muitos dos Leni Lenape viviam próximo do rio Delaware. [2] Segundo alguns, foram os Leni Lenape que venderam a ilha Manhattan aos holandeses no ano de 1624, pela soma de $ 24. O próprio nome Manhattan é uma palavra indígena que quer dizer “ilha da enconsta”. E, provavelmente foram os Leni Lenape a quem o quacre Guillermo Penn lhes comprou a terra, para estabelecer a sua nova colônia [No atual Estado da Pensilvânia]. O trato de Penn com os indígenas é muito merecedor de nota. Tratou aos originários como iguais, pagando-lhes um preço justo pela terra, ainda que o próprio rei da Inglaterra previamente havia dado a referida terra a Penn, paradapagar-lhe umae os dívida. consequência, houve lutas entre os colonizadores Pensilvânia povosComo originários durante não os seguintes cinquenta anos, até que outros homens começaram a tirar a terra dos nativos injustamente. [3] Os ‘Shaman’ foram homens que praticavam o espiritualismo entre os indígenas. Talvez a palavra ‘bruxo’ seja a que os descreve melhor. [4] Referente aos jesuítas anteriormente mencionados. Este novo grupo era o dos cristãos chamados ‘irmãos morávios’. As vezes este grupo usava o nome Unitas Fratum [Irmãos Unidos], mas são mais conhecidos como ‘os morávios’, pois muitos saíram de Hernnhut, uma comunidade cristã do referido país. Alguns dos ‘irmãos morávios’ fizeram parte de um remanecente do antigo grupo chamado ‘os irmãos boêmios’, que tem as suas raízes naé reforma promovidaepor John Hus. Esta A história dosde missionários irmãos morávios muito interessante comovedora. biografía Glikhikan édos somente um exemplo das suas muitas realizações.
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[5] Este nome quer dizer, ‘cidade de paz’. [6] Parece ser uma forma de fazer compromissos entre aquelas pessoas. [7] Deve-se lembrar que os nomes relacionados dos crentes aqui em diante são seus nomes bíblicos. Todos foram crentes indígenas. [8]30 Ascentímetros casas de madeira Estados Unidos muitas vezes tem um madeira uns acima nos do nível do solo, dando assim espaço parapiso quede possa entrar alguém por debaixo do mesmo.
A obra de Deus através de Samuel Heinrich Fröhlich A fundação dos “Cristãos apostólicos” na Suíça para a obra (pregação) de S. H. Fröhlich, nascido em 4 de julho de 1803, em Brugg (Argóvia)
Samuel Heinrich Fröhlich era descendente de uma antiga família de huguenotes[1]da França, cujo sobrenome era DeJoyeau. Quando o rei Luis XIV da França revogou o edito de Nantes, segundo o qual era permitido aos huguenotes viver tranqüilamente na França, e quando naquela noite de São Bartolomeu, foram assassinados mais de 40.000 deles, os sobreviventes escaparam por todas as direções. A família DeJoyeau buscou refúgio na Suíça e ali traduziu o seu sobrenome para Fröhlich (que significa a mesma coisa).[2] O pai de Fröhlich ere sacristão em Brugg, e por obediência aos pais, o jovem Fröhlich estudou Teologia. A educação humanista, ele cursou no Ginásio de Zurique, para passar depois para a nova Universidade de Basiléia. Naquela época, a doutrina do racionalismo e a lógica, desempenhavam uma parte importante na Teologia. Fröhlich também a aceitou a princípio, mas esta doutrina não pôde preservar a Fröhlich de erros e de pecados. Mas estes pecados não pesavam em sua consciência, graças a referida doutrina, e até chegou a enganar a si próprio dizendo: “O que eu faço não é pecado”; e por último se transformou em um enganador, caluniador e blasfemador, e neste estado estava quando fez a sua estréia como pregador. Contudo, esta ocasião foi ao mesmo tempo, a última pregação que ele fez estando em tais condições. Pela força da Palavra de Deus pelaconta piedade de Cristo, levado ao arrependimento e see deu de seu estadofoi
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calamitoso e perdido. Ele tinha calafrios somente em pensar nisto. Parece que uma voz suave, mas persuasiva e penetrante, dizia-lhe: “Desta forma não poderá prosseguir. Terá que mudar.” E se sentia para atraído, dobrar os joelhos silêncio, orarpela paraprimeira aquele vez, Deusem desconhecido, o qualem prometeu mudar-lhe a a vida (abril de 1825). A partir deste dia, verificou-se nele uma grande mudança; já não estava tranqüilo e nem se encontrava a vontade em nenhuma parte, e procurava algo para preencher o vazio que havia nele. A sua vida inteira tornou-se em anseio, amargura e temor; e buscava ao Senhor Jesus com muitas lágrimas e com ardor. O Salvador transformou-se no ponto central de seus pensamentos e assim escreveu: “ Todo o meu ser foi mantido constantemente debaixo da disciplina do Espírito Santo, pois a luta contra a natureza antiga, contra a lei do pecado que vivia em meus membros, logo tornou-se difícil, mas em todas as fraquezas que ainda chegaram a me vencer, jamais fiquei desamparado pela fidelidade do Senhor. Tanto os meus pecados, como também a piedade do Senhor me humilhavam de igual modo. Neste forno purificador eu permaneci por muito tempo, até que por fim, firmada a minha fé completamente em Cristo, o Crucificado, me concedeu a paz, tranqüilidade e luz, e me transformou em um novo ser.” (Outubro de 1825) Nem sequer o seu corpo ficou ileso naquela ocasião, pois sobreveio-lhe uma enfermidade do peito da qual padeceu durante um ano. Mas nunca se lhe apresentou mais viva a benignidade do Senhor em seu coração, do que naquela temporada (1826). No diafoi27confirmado de maio decomo 1827, depois de exames, Fröhlich pregador darepetidos igreja protestante, concebendo depois de uma prolongada espera um lugar de representante interino em Wagenhausen (Turgóvia) e depois de pastor em Leutwill na costa do lago Hallwil (Argóvia) O poder do Senhor o acompanhava e deu as suas palavras tal força, que a sua pregação do Cristo ressuscitado passava como uma espada de dois gumes pelos corações dos ouvintes e originou uma grande incitação, tanto que muitos se prostraram aos pés de Jesus. Também dos povoados vizinhos recorriam pessoas ansiosas da sua salvação, para escutar a sua Palavra, tal era a situação que a igreja, antes pouco freqüentada, tornou-
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se depois muito pequena. Mas aqueles que eram contra o evangelho, procuravam motivos para eliminar a este novo pregador da Verdade, que lhes era muito incômodo. O próprio ancião e enfermo pregador dessa igreja se converteu, ao escutar a doutrina evangélica de Fröhlich. No serviço funeral dele, Fröhlich pregou que esse recém convertido, havia recebido o perdão de pecados nas suas horas finais, através de colocar a sua fé em Cristo: o qual não agradou aos outros pregadores protestantes. Nos dias da páscoa de 1830, o conselho eclesiástico substituiu o anterior catecismo de Heidelbern por um novo de tendência racionalista, para os ensinos religiosos das crianças. Depois de um minucioso exame, Fröhlich não podia determinar o uso deste novo compêndio porque: “em vez de guiar para a verdadeira fé de Cristo, continha os racionalista”. fundamentos da doutrina da lógica Por este motivo e por outros, segundo os quais Fröhlich se permitiu opor certa resistência, foi chamado a prestar contas perante o conselho eclesiástico (27 de setembro de 1830). Defendeu-se bem e se impôs com os fundamentos da sua persuasão de modo que despediram-lhe sem resultados, depois de submetê-lo a várias perguntas. Mas os eclesiásticos de Argóvia resolveram censurar, pelo decano Frikart, as suas futuras pregações. Certamente, uma doutrina que ensinava o renascimento por arrependimento, fé e batismo era obrigado a lutar contra o consistório; o qual exercia uma doutrina de fórmula sem vida. Depois do envio de dois pastores de Basiléia que tiveram a missão de examinar e convencer a Fröhlich, e que não tiveram êxito, persuadiu-se o conselho eclesiástico da inutilidade de seus esforços. A respeito da transferência do seu posto na igreja Leutwil, com cujos componentes se havia apegado carinhosamente, escreveu uma carta: “A minha transferência me foi comunicada prontamente no dia 22 de outubro de 1830, pelo Conselho, de modo que nem sequer permitiu-me realizar uma pregação de despedida aos meus amigos tão queridos. Acompanhado de milhares de lágrimas e bênçãos, seguia o meu caminho no dia 25 de outubro.” No dia 4 de julho de 1831, o chefe de departamento de Brugg, convocou-o para comunicar-lhe as seguintes resoluções do governo de Argóvia:
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a) Fica apagado o seu nome da lista dos pastores da província de Argóvia. b) Qualquer função, como ensinar, batizar e repartir a Santa Ceia, lhes são proibidas. c) A todas as dependências e católicas província, foi-lhes comunicada aprotestantes ordem severa, em casoda de desobediência, de prendê-los pela policia e enviá-lo, depois de duras repreensões, ao seu povoado natal. Depois, a ruptura com a igreja oficial foi um ato consumado. O que fazer agora?... Submeter-se a lutar contra o poderio das trevas? Procurando esclarecimento destas perguntas, entregase em suas aflições a Deus. Depois, foi para a sua casa paterna em Brugg, onde preparava em silêncio durante um ano, a sua como vida para obra para a qual Deus o tinha destinado. Sentia-se que asacudido e como Josué na prisão, esperando que Deus o livrasse dela. Mas não podia estar ocioso tampouco, pois uma vertente viva e forte não se esconde tão facilmente. Aceitou como uma providência divina a um convite de Wilhelmsford em Wurtemburg (Alemanha) para pregar a um grupo de crentes (1831) que havia se separado da igreja estatal. Não obstante, a estes também não se agradavam da doutrina de Fröhlich, pois apoiavam o batismo de crianças e somente por causa das fórmulas da liturgia batismal haviam se separado da igreja oficial. Mas a convicção interna de Fröhlich não lhe permitia batizar as criancinhas, na qual se acostumava (segundo a liturgia antiga) chamá-las pelo seu nome e formular-lhes cinco perguntas, as quais deviam ser respondidas por testemunhas. As perguntas e respostas eram as seguintes: 1) Você se opõe a Satanás e a todas as suas obras? Resposta: “Sim, oponho-me!” 2) Você crê em Deus, o Pai Celestial? Resposta: “Sim, creio!” 3) Você crê em Jesus Cristo? Resposta:“Sim, creio!” 4) Você crê no Espírito Santo? Resposta: “Sim, creio!” 5) Quer ser batizado, pois, nessa fé? Resposta: “Sim, quero!” Fröhlich escreveu a respeito disto: “Este jogo com o sagrado, eu não permitiria que se tornasse minha convicção”. Por este motivo, tornou-se impossível solicitar ou aceitar um posto como pregador em qualquer parte. Através de um pregador de Frankfort-am-Main, conheceu a Sociedade Continental em Londres, a qual sustentava a missionários e pregadores. Um destes, o também transferido
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pastor Bost, já havia conseguido um posto em Genebra. Por intermédio dele, solicitou e conseguiu Fröhlich um posto de pregador-diáspora nas margens do rio Reno. Primeiramente Fröhlich ocuparia um posto como mestre particular em diferentes famílias e em dos diferentes povoados. Ao mesmo tempo freqüentava os círculos “Antigos Batistas”[3] (Menonitas), aos quais também pregava. Também ficava ainda em comunicação com a sua igreja anterior de Leutwil (Suíça). Em fevereiro de 1832, foi batizado por Bost em Genebra e começou outra vez a pregar em comunhões privadas aqui e acolá, mas agora pregava o verdadeiro evangelho. Dirigia os seus ouvintes para Cristo por meio do arrependimento, fé e batismo, segundo a palavra do Senhor e assim como o faziam os primeros cristãos. No dia 9 de janeiro de 1836, Fröhlich escreve em uma carta: “ Jamais tive a intenção de fundar uma seita, mas o meu fim era e é ajuntar aos filhos de Deus. Se eu não tivesse colocado a minha confiança no Senhor, meu Deus, convencido de que ele me havia ordenado para pregar o Evangelho, teria que me lamentar de ter começado uma obra sem contar com a bênção divina ou contra a vontade de Deus. Mas agora eu lhe encomendava toda a obra em suas mãos, para que ele a guie conforme a sua vontade.” A evangelização
Em abril de 1831, Fröhlich começou com a sua missão naquela igreja Leutwil, onde já atuou anteriormente como pastor protestante. Nem bem havia se divulgado a notícia da sua chegada, juntavam-se diariamente (ao entardecer) de 200 a 300 pessoas para escutar dele o Evangelho de Cristo. E ainda que a maioria estava ansiosa, havia entre eles também espiões. Decorrido 8 dias, solicitaram-lhe muitos ouvintes, que mesmo antes haviam recebido os seus ensinos, aos quais Deus já havia preparado, que os batiza-se. os examinava primeiro com profundidade, para ficar Fröhlich completamente convencido da sinceridade da sua fé e de seu conhecimento da Palavra, e pedia-lhes que pensassem bem no que estava envolvido e também nas conseqüências, antes de carregar a cruz de Cristo. Logo depois, os batizava segundo as instruções do Senhor; e no dia de Pentecostes do ano de 1831, tomou pela primeira vez a Santa Ceia com 38 membros. Mas, enquanto isto, os inimigos não ficaram com os braços cruzados ou melhor dizendo, Satanás. No dia de 13 de abril de 1831, ao entardecer, havendo-se reunido muitos, apareceu um policial, ordenando que todos os que haviam dado hospedagem
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a Fröhlich aparecessem diante do prefeito. Não obstante, Fröhlich continuava sem temor pregando a Boa Nova, o que teve como conseqüência de ter que apresentar-se também ao prefeito. Ali ordenaram-lhe que abandonasse imediatamente o povoado e que fosse para o seu povoado natal, Brugg. Sem resultados apelava para a última instância provincial, apresentando-se pessoalmente. Sob ameaças, foi despedido. Em 6 de maio, um policial arrancou-o do meio de uma reunião e levou-o para Lenzburg para dar contas do seu proceder. Quanto a pergunta: Quem te ordenou que pregasse?, Fröhlich respondeu tranqüilamente: — Cristo! O irado prefeito levantou a mão para pegar-lhe, mas a segurou e lançou-lhe uma torrente de insultos. Por último, abriulhe a sua roupa e esvaziou os seus bolsos, procurando os seus livros e depois ordenou ao policial que o colocasse no calabouço. Mas como Fröhlich alegava que o prefeito da província de Argóvia não o havia prendido, então soltaram-no. Do lado de fora, esperavam-lhes dois irmãos que o haviam seguido até ali para ver o que fariam com ele. Saudou-os como se fossem anjos, e os três voltaram juntos até Brugg. Visto que parecia impossível poder continuar pregando na província de Argóvia, Fröhlich dirigiu-se outra vez ao pastor Bost em Genebra com as palavras:
— Aqui em Argóvia sou declarado proscrito. Aonde devo
dirigir-me? E considerava a si mesmo em sua missão como “principiante ou aprendiz”. De fato, desejava que pudesse ter acompanhado a São Paulo para aprender “como se divulga o Evangelho com simplicidade e sabedoria”. Quando Fröhlich apelou para as autoridades alegando a “liberdade de confissões”, responderam-lhe: — Pode crer no que quiser, mas não divulgá-lo. Em julho de 1832, Fröhlich viajou para Berna onde planejava encontrar-se com o pastor Bost, mas este já havia ido outra vez, pois haviam-lhe dito que Fröhlich não viria, porque estava preso em Argóvia. E com a intenção de não desperdiçar a longa e cara viagem que fez, Fröhlich decidiu iniciar desde a própria Berna em viagem missionária. O seu caminho o conduziu a Thun, onde encontrou amável acolhida na casa do Governador Goumoens, sendo que na sua casa já celebravam reuniões de culto cristão, e por isto, este já havia sido acusado publicamente. No dia 21 de julho, Fröhlich pregava ali, na presença de uns 30 irmãos, sobre Lucas 14:25-27. No domingo seguinte, pregou em uma
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aldeia próxima e também para as crianças. Ali entendeu que justamente aqueles que parecem ter bom fundamento no Evangelho são os que mais se opõem a pura verdade, e disse a respeito: “ Tenho adquiridojáasuficientemente experiência de que não é bom a seus semelhantes instruídos, poisensinar assim se corre o perigo de edificar sobre fundamento alheio, e que convém muito mais colocar primeiro, bom alicerce para poder construir com toda confiança.” Em Lauterbrunnen, encontrou-se com outro pastor crente, o qual também esperava a sua transferência, e juntos pregaram ali o Evangelho. Estas reuniões foram muito abençoadas. Em 4 de agosto de 1832, caminharam estes dois evangelistas a uma distância de oito léguas, sendo surpreendidos no caminho por uma forte chuva, mas por fim chegaram, na entrada de Wengernalps, a Grindelwald (província de Grisón). Ali justamente estava sendo celebrada a festa tradicional dos montanheses, ou seja a “luta suíça”. Portanto, pouco era o desejo das pessoas de escutar as palavras de Fröhlich, que dirigiu-lhes algumas palavras do Evangelho. No dia seguinte, no caminho para Interlaken, Fröhlich ficou gravemente enfermo com um resfriado e com febre, vendo-se obrigado a passar a noite em Gsteig, onde, apesar de tudo, falou diante de uma
reunião que sepregava, formou se ali.sentia E ocorreu-lhe de sempre, dizer: enquanto regular, omas nem bemquer havia terminado, abandonaram-lhe as forças. Contudo, se levantou no outro dia, mas muito doente, e como não podia ficar ali, caminhou como pôde para Unterseen, onde embarcou para Thun. O já mencionado Governador Goumens, assustou-se ao vê-lo tão decaído e enviou-o imediatamente a um médico cristão em Berna que se chamava Dr. Niehms; e ali recuperou as suas forças depois de duas semanas. Em 11 de agosto de 1832, Fröhlich se comunicou por escrito com Cristian Gerber, Langnau (Enmenthal), que dirigia ali uma congregação de Batistas; ainda que nunca o havia visto, mas havia ouvido falar deste Gerber, e sabia que ele pensava do mesmo modo que ele a respeito do batismo. Dez dias mais tarde, foi pessoalmente a Langnau para visitálo. Gerber era um ancião de barba longa e branca, e se aproximava dos 70 anos de idade. Numa reunião de todos os diáconos (dos Batistas) daquele lugar, Fröhlich apresentou como legitimação [4] a cópia daquela carta que continha as respostas a seis lheOs haviam sido pareciam apresentadas no diacom 14 de maioperguntas do mesmoque ano. presentes satisfeitos
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isto, somente observaram que na carta não havia tocado no tema do serviço militar.[5] Fröhlich pregava diariamente naqueles lugares, quase sempre acompanhado de Gerber. O interesse nestas reuniões crescia constantemente e no dia de domingo, 2 de outubro, oscilou o número de crentes e ouvintes entre 400 e 500, em Laugnau. Segundo o costume da época, a pregação durou 3 horas, e o tema foi o de São João 16:7. A palavra não ficou sem resultados, não obstante, o inimigo advertiu o perigo para ele. Na manhã seguinte, o pastor da igreja protestante levantou a voz, prevenindo o povo do “perigo”. Apesar da defesa que um diácono presente se animou a fazer a favor do acusado Fröhlich, este foi convidado a apresentar-se ao Governador, o qual resolveu, depois de um breve interrogatório, que o acusado deveriao abandonar dentro de 24 horas. O ancião Gerber levou com o a povoado sua própria carruagem por 4 léguas no caminho e dali seguiu a pé, o valente pregador Fröhlich. Chegando ao seu povoado natal, Brugg, não pôde resistir a tentação, mesmo estando proibido de visitar as congregações perseguidas em Argóvia. Em Leutwil, onde havia 45 almas batizadas, havia sido aplicado multas a aqueles que tolerassem reuniões nas suas casas. Naquela ocasião Fröhlich escreveu: Temos em redor uma grande nuvem de testemunhas, as quaisliberdade sacrificaram o seu sangue e os seussegui-los bens para em Cristo; e nós devemos na conseguir fé e na a paciência. (24-9-1832) Em outubro começou a sua missão em Zurique, onde viviam duas irmãs suas. Ainda que estas se recusassem a segui-lo em seu caminho, pelo menos já não se escandalizavam dele. Entre os seus conhecidos de antes, não encontrou quem o ouvisse, sendo que ao contrário, se encontrou com um humilde operário: Adolf, que o ajudou na sua obra. Além disso, em Winterthur conheceu a um homem jovem que havia se convertido em Genebra, e que agora havia se desviado do evangelho. Grande foi a alegria quando voltou a ver os seus conhecidos de Wagenhausen (Turgóvia), onde há 4 anos ocupava o posto de vigário, e visto que não compartilhava a sua opinião a respeito do batismo, despediu-se deles na confiança de que o entenderiam no futuro. Também na província São Galo, encontrou obstáculos, por causa do batismo, enquanto que em Ferisan (província de Appenzell) encontrou a muitas almas receptivas. No dia 21 deaquele novembro de 1832, em Wattwill, onde havia atuado operário Adolfchegou de Zurique, que tendo sidojá
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expulso pelas autoridades de Zurique, espalhou a palavra e deixou ali (Watwill) várias almas ansiosas. Neste lugar, Fröhlich ficou durante várias semanas, pregando e firmando os conhecimentos dos crentes do batismo da fé. Depois voltou a Herisan e São Galo. Em Hautwil (Turgóvia) onde nunca esteve antes, conheceu a certa Família Brunschwiler que estava desejosa para achar a verdade divina, e que se emocionou muito pela palavra de Fröhlich e sua interpretação do batismo de fé. Com uma das filhas desta família, Fröhlich se casou, no ano de 1836. Em Hauptwil, ele recebeu um convite da Sociedade Continental de Londres, para uma temporada de três meses. Ficou surpreendido pela oferta, mas resolveu aceitá-la. Mas antes de sair, terminou com as suas visitas e visitou ao seu povoado natal. Em Argóvia, havia um recusou permitir que batizassem a seu filhinho. Porirmão isso, que o levaram preso e batizaram a criaturinha a força. Algumas recaídas de crentes aumentavam a aflição, pela prosperidade da obra. No final de janeiro de 1833, Fröhlich foi para Londres, onde permaneceu quase cinco meses. Esta viagem, que se projetou do Reno para Antuérpia, o levou em vez disso, para Paris. Nos arquivos da “Strict Baptist Church” (Igreja Batista Estrita), a qual era partidária do batismo da fé, há anotações sobre a estadia de Fröhlich em Londres. Mas, se sentia nesta grande cidade como Elias em cima do monte Horebe e escreveu: “O que estou fazendo aqui em Londres? Não sei bem o porquê desta viagem por aqui. Sei somente que foi pela vontade do Senhor e guiado por ele que vim; e aqui estou esperando o que tenho que fazer.” Ainda que Fröhlich tivesse apreciado muito ter um forte respaldo econômico, se deu conta da difícil situação que se apresentava , pois também a Sociedade encontrava-se em dificuldades econômicas, e de tal modo que já nem podia sustentar ao pastor Bost em Genebra. Por conselho da Sociedade, voltou para o continente para trabalhar onde o Evangelho não era ainda conhecido e onde houvesse mais consideração e tolerância. Contudo, a indicação de Fröhlich de continuar a obra em Estrasburgo (porque a França era naquela época o único país que permitia a pregação livre do Evangelho) fracassou, pois o translado, certamente por motivos políticos, tornava-se impossível. E assim voltou para Brugg. Tempo de luta
Com nova coragem, sua viagem a Londres, Fröhlich prosseguiu a sua obradepois na suadapátria. Durante a sua ausência,
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dois irmãos administraram, desde Wurttemberg (Alemanha), as congregações em Argóvia. A um deles, a polícia levou do meio da reunião, e ao outro quando visitava a um enfermo; assim os dois estiveram durante semanas no calabouço de Lenzberg. Em setembro de 1833, foram levados para a fronteira, e seus bens foram vendidos em leilão, “para gastos”. Um irmão de Berna: Matias Hauptm, foi exilado da província de Argóvia e foi para Toggemburg, de onde fez um chamado urgente a Fröhlich, pois havia várias almas que pediam para ser batizadas. Contudo, Fröhlich escreveu em seu diário (setembro de 1833): “Não se aflija tanto nisto, pois a experiência tem me ensinado, e vários se voltam para trás quando Satanás os perseguia demasiadamente. Todos aqueles que se permitem batizar-se, devem estar dispostos não somente a participar das bênçãos da cruz de Cristo, mas também devem carregar esta cruz.” No princípio de outubro, chegou a notícia de Londres (do Dr. Cose) que se havia dissolvido a Sociedade Continental por falta de condições. Mas Fröhlich não se desanimou com esta má notícia. Com grande coragem, iniciou uma viagem por Argóvia, passando pelos povoados: Luhr, Rupperwil, Hunzenschil, Schafisheim, Aesch, e Teufenthal. Em todas as partes, organiza reuniões e prega, apesar da terrível dor deA um dente molar que o incomodava constantemente. perseguição se levanta. Disse Fröhlich: “Enquanto eu me calava, me deixavam em paz; mas nem bem comecei a falar e testemunhar de Cristo, veio a perseguição.” Pela primeira vez, foram nomeados três anciãos (obispos) para cuidar das congregações (dos Batistas) na província de Argóvia. Também em Hauptwil (Turgóvia), onde Fröhlich continuou a sua obra, aceitação Palavra. As reuniões compostas de havia até 200 pessoasda e já no começo do ano eram de 1834, havia aumentado o número dos batizados para 60. Este progresso forçosamente tinha que preocupar ao opositor. Em público e até nos jornais, admoestava-se e advertia-se as pessoas quanto a cuidarem-se destes “sectários ou idealistas”. O resultado era que muitos dos que iam as reuniões foram espancados com paus e apedrejados. Doze pastores (Protestantes) solicitaram a expulsão de Fröhlich de Hauptwil. No final de fevereiro, foi derrubada e destruida uma casa (usada pelos irmãos batistas) por um bando de várias centenas de
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exaltados e mal-informados, sendo que os habitantes puderam escapar a duras penas. E já estourou a tormenta! Todos os jornais publicaram notícias de modo que Fröhlich tornou-se célebre em toda a Suíça, sendo caluniado efigurava contestado. que fugir damodo Turgóvia, e no seu passaporte comoTeve sectário; deste foi vigiado em todas as partes com a maior atenção das autoridades. As perseguições o levaram várias vezes a Zurique, onde viviam os seus irmãos, e se hospedava por algum tempo. Neste lugar, conheceu a Jacques Jacot, com o qual manteve ativa correspondência a partir desse tempo. Em Zurique, a verdade ganhou terreno. Jacot se converte e encontra a outros que se harmonizam com ele e que trabalhavam na obra, não somente nos arredores, mas também em toda a província. Os irmãos se juntam principalmente em Rohr, próximo de Kloten, lugar que durante anos era “ponto de encontro” não somente para reuniões dominicais, mas para assembléias gerais. O movimento foi divulgado, graças ao incessante labor de Fröhlich, sempre mais e mais, e se estendeu assim também a outras províncias. E isto nem os jornais conseguiam impedir com a sua propaganda contrária: “Os Batistas aumentam nas províncias de São Galo, Appenzell, Turgóvia e Zurique”. E na Argóvia, qualificaram a Fröhlich como “sectário perigoso” e recomendaram colocar um final nas suas andanças. Em Appenzell, castigaram a alguns crentes até sangrar e os condenaram, além disso, a pagar uma elevada multa (100 florins). Um irmão colocou o Novo Testamento diante do juiz com as palavras: — Esta é a doutrina da nossa fé, e se esta é uma doutrina de sectários, então nós somos sectários. Em 26 de dos fevereiro de em 1836, Fröhlich escreveu comitê da Associação Batistas Londres sobre o bomao efeito de se conseguir a união das diferentes congregações partidárias do batismo de fé. Mas, convencendo-se da impossibilidade da sua iniciativa, teve que conformar-se com as diferentes congregações fundadas por ele. Mais tarde (16 de agosto de 1836), se dissolveu também a Associação dos Batistas em Londres por motivos econômicos, e como Fröhlich estava a serviço desta Associação, depois de extinguir-se a “Sociedade Continental”, agora ficou completamente assistido pelos seus próprios meios. E nesta situação, ele escreveu:
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“Parecia-me que se queria edificar uma casa, sem fazer antes o orçamento. E quanto a mim, eu esperava e confiava em Deus, sem cuja vontade não caía nem um cabelo da minha cabeça. Jamais depositava a minha confiança somente nestas Associações, mas no Deus vivente: e aquele que sabe o que significa isto não deve temer a nada, ainda que o seu caminho passe pelo vale das trevas. O Senhor ao qual sirvo, me ensinou desde o princípio que o seu caminho é estreito e onde se originam gastos que somente a piedade de Cristo pode salvar, assim como Paulo experimentou em 2ª Coríntios 12:9; que na sua fraqueza se manifesta o poder de Cristo.” A Jos Curney em Londres, Fröhlich escreveu: “O Senhor me dê sabedoria e piedade para administrar fielmente esta parte da sua casa e para que eu saiba como andar em qualquer situação. Além disso, é possível que o Senhor separe ainda um grande povo para si, e é possível que para este fim chegue a utilizar amigos e inimigos.” Aflições
No ano de 1837, Fröhlich se convenceu da impossibilidade de permanecer por mais tempo no seu povoado natal de Brugg. Até a esposa do pastor o advertiu “amistosamente” que não era bom que os adeptos de Fröhlich se separassem todos da igreja oficial, o que ocorria até com os do povo. Preparando-se para a sua peregrinação, lhe chega uma má notícia de Zurique: O sínodo eclesiástico proibiu (11 de fevereiro de 1837) as reuniões dos Batistas, admoestando seriamente ao principal, Jacot. Com o trem do correio expresso, Fröhlich se desloca a Zurique e observa em todas as partes aversão e perseguição. Participantes de uma reunião noturna foram castigados. Em Rumlang, retiraram do meio de uma reunião ao irmão Huni e o castigaram. Em seu diário pessoal, Fröhlich ilustra com todos os detalhes as aflições daquela época. Em Zurique, intencionou-se conseguir uma revisão do artigo sobre liberdade religiosa da Constituição (26 de fevereiro de 1837), a fim de anular esta liberdade e impor a proibição das reuniões dos Batistas. Aplicava-se multas em abundância. Em Berna, foi assaltada uma reunião e castigados os pregadores. Um mestre de escola, Marti, que se converteu em Batista, foi suspenso de seu cargo e expulso da província. Em Turgóvia, mergulharam a recém batizados uma infinidade de vezes na água, quase afogando-os. Lutador imutável como era Fröhlich, viajava sem cessar de uma parte para outra, para consolar aos casamento irmãos na fé, encontrando-se emfortalecer constanteeperigo. O seu com
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Susana Brunschwiler, o qual não foi realizado pela igreja estatal, ficou também anulado por causa disto, pelas autoridades civis. Surgiram transtornos sem fim para ele. Durante meses, Jacot tentou procurar, na parte francesa da Suíça, cidadania para Fröhlich, mas sem êxito, pois se exigia estadia de vários anos naqueles lugares. Enquanto isto, as autoridades de Argóvia se apoderaram dos documentos matrimoniais dos noivos, os quais se achavam em Zurique, e os substituiram por uma legitimação para Fröhlich somente. Deste modo, ficou definitivamente ilegal o seu casamento. Nem sequer permitiram-lhe estar presente (no povoado dela) ao nascer o seu primeiro filho, e o pastor do povoado requereu da esposa (9 de fevereiro de 1841) que impetrasse ação judicial a Fröhlich por delito de paternidade. Em 8 de julho do mesmo ano, a sua filhinha gravemente, e quando o aflito tentoue socorrê-la, nãoadoeceu lhe permitiram permanecer junto a suapai esposa da filhinha por uma só noite sequer. Em 3 de julho, a filhinha faleceu, na ausência obrigada do pai. Em 10 de outubro, foi aplicada uma multa de 500 Francos para a esposa de Fröhlich. Em 14 de abril de 1842, nasceu um filho de Fröhlich, e ao chegar para uma breve visita por causa deste acontecimento, foi encarcerado em Hauptwil, e a sua esposa foi-lhe aplicada outra multa de 150 Francos. Desde então, ficou cruelmente separado da sua família, em Zurique, onde ele se radicava. Em 6 de fevereiro, em Rhor, realizou-se uma assembléia geral dos irmãos, para discutir a situação originada por uma nova lei, a qual aplicava uma pena de 3 anos no presídio correcional para pais que não batizassem os seus filhos, e 9 anos para os que se negassem a casar-se na igreja oficial. Pouco tempo depois, uma grande reunião em Freienstein foi assaltada por um grupo de zombadores e de trabalhadores (várias centenas), com gritos e brutalidades. Mas, quando os assaltantes quiseram apoderar-se de Fröhlich, originou-se uma confusão e os intrusos espancaram-se mutuamente, enquanto que os irmãos reunidos permaneciam tranqüilos, dispersando-se depois cada qual para a sua casa. Em 20 de março de 1843, Fröhlich foi expulso da cidade de Zurique por ser “sectário”. Uma apelação dele foi rejeitada, e se lhe concedeu um prazo de 5 dias para abandonar a cidade. Em 18 de abril, se despede de Zurique, falando aos irmãos sobre o Salmo 22:15, e apesar de tudo, com muita alegria. Viaja para Wil, depois a São Galo, onde um dia a sua família o visitou. Uma permanência Hauptwil nãoEm lhe27foidepossível, pois haviam colocado prêmioem a sua captura. junho, foi
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expulso também de São Galo. Fugiu a noite e chega a Rapperswil, procurando refúgio em Hirzel. Em Rhor, resolveu-se, em outra assembléia geral dos irmãos (10 de julho de 1843) solicitar novamente a aprovação dos Batistas pelofiéis Governador, e além todos em permanecer e firmes na sua fédisso, e em concordaram seus propósitos, “custe o que custar”. Concordaram que os filhos devem ser retirados do ensino religioso oficial e em vez disso, devem ser instruídos na fé verdadeira. Depois viaja o tão perseguido peregrino Fröhlich, para Hoochfelden, Freinstein, Hirzel, Wadenwil, Mannedorf, Oetwil, Binzikon, Hziken, Ehrenstick, Abis e Danikon; pregando nas reuniões. E como havia sido expulso também, em setembro de 1843, de todo o território da província de Zurique, não podia permanecer em nenhuma parte por muito tempo se não quisesse correr o risco de ser preso e espancado. Nestas aflições, ele se lembrou do conselho que lhe deram em Londres de estabelecer-se em Estrasburgo, onde existia liberdade da palavra. E assim começou a fazer os preparativos necessários, durante os quais chegou ainda três vezes em Zurique. Em 13 de novembro de 1843, participou na Assembléia Geral em Rohr e dali se transferiu para Lenzburgo. Em Basiléia, solicitaram-lhes os crentes que permanecesse empedido São Luis, que assim estivesse próximo deles; mas um parapara as autoridades neste sentido foi rejeitado, e nisto Fröhlich viu um sinal para seguir até Estrasburgo. Em fevereiro de 1844, voltou a Suíça para examinar os seus preparativos da sua transferência definitiva a Estrasburgo. E outra vez, teve nesta ocasião um conflito com as autoridades. Em 11 de junho de 1844, o irmão Jean Leuthold em Wadenswil faleceu. A comunidade se encarregou do cadáver e negou aos Batistas o direito de sepultá-lo segundo os seus costumes. Nesta ocasião, Fröhlich foi acusado outra vez por causa da sua presença, e escreve: “De todas as partes me importunam e por isso devo ir embora. Minha luta interior também é grande e o meu caminho me parece oculto.” Mas, se assegurou da sua decisão de emigrar e a sua partida estava muito próxima. Em 14 de junho, abandonou Zurique, passando pelo seu povoado natal, Brugg, onde tentou novamente recuperar os seus documentos matrimoniais. Mas foi em lhelhe declararam que somente permitindo batizar osvão, seuspois filhos,
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seria concedida a sua solicitação. Não obstante, como a sua consciência não lhe permitia isto, não lhe restou outra alternativa a não ser sacudir o pó de seus pés da sua pátria terrena e ir para Estrasburgo, onde esperava encontrar uma segunda pátria. No início, não lhe foi possível levar consigo a sua família e em 3 de junho de 1846 (depois de uma separação forçada de 7 anos) conseguiu definitivamente a autorização correspondente para reunir-se em Estrasburgo com a sua família. A ausência de Fröhlich da Suíça significava para seus irmãos daquele país uma prova muito dura. Nas tribulações daqueles anos, teria sido para eles de muita utilidade a sua experiência. Abundante era a correspondência que o unia com os seus irmãos suíços e para este fim foram utilizados muitas vezes os serviços de irmãos viajavam à Suíça na ocasião qualidade de de turistas. Relata-se que que um deles levou em uma cerca 70 cartas escritas por Fröhlich. Pelas mútuas visitas, permaneceram também intactas as comunicações e principalmente as excursões do próprio Fröhlich à Suíça proporcionavam muitas bênçãos a seus irmãos daquele lugar. Ele empreendeu a sua primeira visita a Zurique em março de 1845, a segunda em agosto, as duas originadas por graves aflições internas das congregações. Outras visitas foram efetuadas de abril a julho de 1850, as quais o levaram a Zurique, Oberrieden, Meilen, Oetwil, Bachanbulach, Eglisan, Seglingen, Tossriedern, Lenzburg, Schaffhausen, Giebel, Berna, Diessbach, Reiben, Buren no Vale do Aar, Wil e Hauptwil; e em setembro participou na inauguração da nova sala de reunião em Tapetenhof, Zurique. No verão de 1854, voltou a Zurique, onde os mórmons faziam viva propaganda. Dali, foi para Berna onde havia uma epidemia de cólera e adoeceu. Felizmente, não era a cólera que o atacou, pois o seu corpo debilitado não teria resistido. Pela última vez, de julho a outubro de 1856, fez uma volta pela Suíça. Enquanto isto, asextrema perseguições continuaram, principalmente na província de Argóvia, onde somente era possível aos irmãos reunir-se em lugares separados e em bosques, muitas vezes de noite (23 de setembro de 1846). Na já mencionada viagem do ano de 1853 de Fröhlich, se juntaram quase todos os irmãos, uma manhã no bosque de Rupperswil. Fröhlich relata aquela reunião em seu diário: “Que reunião no meio do bosque! Foi um dia de alegria e de bênção, junto ao Senhor. Por último, tomamos a Santa Ceia e cada qual se retirou para a sua casa.”
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Várias vezes foram interrompidas as reuniões pela polícia, a qual os colocavam em grilhões e os levava junto com delinqüentes comuns. Durante os agitados anos em meados do século XIX, muitas conversões foram registradas, apesar dasnotícias perseguições. E durante as turbulentas políticas, chegaram favoráveis de Mulhausen (Alsácia) Miedereggenen (Baden), Nagold (Wurttemberg), Pest (Hungria) e de Pruntaut (Suíça francesa), além de muitos outros lugares. A partir do ano de 1850, foi introduzido na Suíça o casamento por registro civil, o qual significava um grande alívio para os Batistas. E ainda que os pastores da igreja oficial ainda exercessem este cargo, a cerimônia era limitada a pergunta sobre fidelidade matrimonial. Deste modo, se realizou o casamento do irmão Enrique Geistlich, em Greifensee (5 de janeiro de 1852). Em junho de 1854, foi introduzida esta inovação na província de Zurique. Em julho de 1854, foi outorgado ao pastor de Frankendorf (Basiléia) na ocasião de um enterro, falar algumas palavras pelo falecido, seguido por uma oração. Depois ao irmão Fröhlich, foilhe concedido falar sobre o túmulo, sobre São João 1:51; e por último cantaram entre todos o canto Nº 104, do hinário “Arpa de Sião” . Mas(1850-1860), estando ainda em perigo e perseguições anosa ruins, muitas famílias optaram por naqueles emigrar para América, onde havia completa liberdade religiosa e onde tinham a esperança de melhorar a sua situação econômica. O diário de Fröhlich, datado de 28 de fevereiro de 1855, relata: “Esta manhã chegou a irmã Bárbara Ingold (Brunner) de Niederwil (Argóvia) em minha casa com o seu esposo e cinco filhos menores e com outras 33 pessoas, informando-me que emigrariam para a América do Norte, pois ficaram tão pobres que as autoridades do seu povoado tinha que sustentá-los. O Conselho Superior custeria a viagem por meio de Nova Orleans a São Luis. O seu destino era (Estado de) Illinios e eu lhes deu os endereços dos irmãos que viviam ali. (Ela não sabia ler.) Fim da obra de Fröhlich
A última pregação de Fröhlich (antes da enfermidade que o levou para a sepultura) foi realizada em Estrasburgo, no dia 28 de dezembro de 1856, tendo por texto Isaías 24:21-23. Estas palavras foram como um presente espiritual para os seus queridos irmãos, as que são compartilhadas a seguir: “E será que naquele dia o SENHOR castigará os exércitos do
alto nas alturas, e os reis da terra sobre a terra. E serão
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ajuntados como presos numa masmorra, e serão encerrados num cárcere; e outra vez serão castigados depois de muitos dias. E a lua se envergonhará, e o sol se confundirá quando o SENHOR dos Exércitos reinar no monte Sião e em Jerusalém, e perante os seus anciãos gloriosamente.” As últimas palavras de Fröhlich foram: “Eu estou morrendo ó Senhor, meu Deus; te rogo que preserves aos teus santos da corrupção que reina no mundo, para que não pereçam, mas que fiquem contigo, para que tu lhes dê a vida eterna. Pois o rei deste século se preparou com o seu tenebroso poderio e com os pregadores de injustiça, e procura destruir a tua obra e procura enganar aos teus eleitos. Mas, tu sabes que eu não busquei a honra da parte de homens, mas somente a tua honra eu procurava ampliar e preguei o teu nome diante de todos, não envergonhando-me de ti e lutando até esta hora.” Depois de falar ainda com o irmão Weiler da sua experimentação na fé e de seus temores por ela, ele encomendou a sua família e as congregações em geral ao amparo do Senhor e disse: “Quando eu chegava em um certo ponto de repouso, montava a minha tenda; mas de repente estourava uma grande tormenta e lançava abaixo o meu refúgio, vendo-me obrigado de novo a peregrinar. Não devemos arrepender-nos do nosso caminho, não devemos nemequilíbrio queremosem assustar-nos por nada; e se todos unem com Deus, não haverá lugar para os se inimigos e tampouco se poderá infiltrar um espírito estranho. Não conheço nada melhor. Minha alma está salva e estou consolado no Senhor.” No dia 15 de janeiro de 1857, Fröhlich fecha os seus olhos, tendo 53 anos e meio de idade. Demasiadamente cedo, ao parecer de seus queridos; não obstante ficamos admirados com a gigantesca obra de um corpo tão fraco e afligido por tantas enfermidades, perseguições e privações. Em um só ano, presidia até 450 reuniões, começando em suas pregações do princípio do Evangelho, capítulo por capítulo e versículo por versículo. As vezes se encontrava tão debilitado que tinha que ser conduzido para a reunião, onde recobrava as forças e satisfação ao pregar a Palavra de Deus. Além disso, pregava em reuniões infantis, fez viagens fortalecedoras e escrevia e copiava por ano de 200 a 300 cartas, além do seu diário. Estes diários foram conservados até a atualidade (os anos de 1827 a 1856, exceto um ano) e foram à nossa disposição pela sua família, a qual somoscolocados muito agradecidos.
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A Deus seja toda a glória. Amém.
[1] Nome dado a certos cristãos “Protestantes” franceses. [2]Os dois sobrenomes significam “alegres, felizes, afortunados” cada qual em seu idioma. [3]Melhor dizendo, “anabatistas” (palavra que significa “aquele que batiza de novo”, pois não valorizavam o batismo infantil). [4]Ou seja, como prova da sua ortodoxia doutrinal. [5]Estes “Batistas” podem ser os “Antigos”, que, de acordo com o Sermão do monte de Cristo, não usavam armas nas guerras terrenas.
Fonte da Matéria: www.elcristianismoprimitivo.com Os textos bíblicos citados neste artigo fazem parte de: A Bíblia Sagrada - Tradução de João Ferreira de Almeida, (ACF) Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil - Copyright © 1994,1995 CDNeyra – Maio/2007
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