Caderno Jogo Da Onça 08-06-2016

Culturas Indígenas no Curso: “Jogos da Onça e outras Brincadeiras Indígenas”

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SUMÁRIO

1.  !I"# !I"#RS RSI! I!!# !# !OS !OS $O"O $O"OS S I%!&'#%S ..................................................() Onça, Jaguar, Ming, Ponan mesmo animal para diferentes aldeias Índio: uma generalização impossível Mapa da população indígena nos municípios 200 !uadro de povos"etnias #is$es estereotipadas so%re indígenas  &uto declaração

).  O%* #M COSMO"IS+#S COSMO"IS+#S I%!&'#%S.. I%!&'#%S.......... ................ ................ ................ ................ ............... ...........1( ....1(  & onça onça na floresta tropical %rasileira  & onça onça na cosmogia 'uarani: 'uarani: vencer o (aguar para tornar o mundo mundo )a%it*vel  & onça onça na cosmogonia +aingang: +aingang: metades clnicas clnicas

,.  R#-*O R#-*O #%/R#

$O"OS $O"OS I%!&'#%S I%!&'#%S 0 M#IO MBI#%/# # OS

%IMIS...........................................................................................................1 -atureza e .ultura /elação entre Povos indígenas, meio am%iente e os animais Os enfeites da terra1 em uma terra devastada

2. S CU-/ CU-/URS I%!&'#%S I%!&'#%S #  #!UC* #!UC*O O #SCO-R #SCO-R ..................... ...........................) ......),, 

ducação indígena, ducação scolar 3ndígena ou ducação so%re os indígenas4 ducação scolar indígena: da dominação 5 emancipação4 6ist7rias e .ulturas indígenas nas escolas não indígena4 .omo 8não9 a%ordar acerca dos indígenas nas aulas

3. JO'OS # BRI%C!#IR BRI%C!#IRS S %S CU-/URS CU-/URS I%!&'#%S I%!&'#%S........ ................ ............... ...........)2 ....)2 O sentido do %rincar  Passado, presente e futuro do %rincar Jogos e %rincadeiras indígenas: nsaio de um stado da &rte

1. !I"#RSI!!# !OS $O"OS I%!&'#%S 1

Onça0 Jaguar0 Ming0 $onan 0  Acanguçu , Jaguareté  0 0 /456re0 7u6ara80 9ii0 Sini0 Sini0 /ut;: /ut;:
 & palavra onça onça”” nos remete ao imagin*rio ;ue temos a respeito desse animal, pautad pautado o pelas pelas refer< refer
>e?to >e?to construído para o .urso Jogo da Onça parceria .O.= ".OP@ -//" (un)o"20A1, so% pes;uisa do >Bcnico @aniel /ig)i, da &ssessora Pedag7gica Pedag7gica em tnomatem*tica liane liane .osta Cantos e dos Dormadores8as9 Dormadores8as9 " &rte educadores8as9 educadores8as9 na *rea de indígena : &driana 'aeta Eraga, &line &line #alentini, &na Elaser , Da%io Marcio &lFmin, Dlaviana Een(amin Een(amin dos Cantos, JGlia de  &%reu, Marcele 'arcia 'arcia 'uerra, -*dia de Couza, Couza, /oger Muniz, Hagner Hagner da /oc)a /oc)a Moraes4

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permite permite acessa acessarr um con(un con(unto to de image imagens ns e sensa sensaç$e ç$ess compar compartil) til)ada adass entre entre os falantes de uma mesma língua4  &o iniciarmos este curso falando da onça1, se d* pelo fato de tratarmos de uma formação so%re %rincadeiras e (ogos de origem indígena, no ;ual esse animal B um dos elementos determinante no Jogo da Onça. #oc< (* pensou ;ue as pessoas ;ue ;ue o dese desenv nvolv olver eram am não não o c)am c)amav ava a assi assim m ? .omo .omo )* cent centen enas as de língu línguas as indígenas ainda faladas no Erasil, )* tam%Bm centenas de formas de nomear os animais, ao e?emplo da onça... cada uma delas mo%ilizando, no imagin*rio de seus falantes, o significado ;ue este ser possui em cada uma das culturas4  & língua de um povo carrega marcas da tra(et7ria vivida nas relaç$es sociais entre as pessoas ;ue o integraram ao longo do tempo4 #*rias línguas europeias, foram incorporando o termos indígenas a e?emplo do   jaguar(on jaguar(onça), ça), a medida ;ue narrativas so%re a &mBrica c)egavam atB os europeus4 & nova palavra, usada para nomear um animal atB então descon)ecido na uropa ,vin)a das línguas indígenas do tronco >upiI'ua >upiI'uarani, rani, e era uma modificação modificação de  jaguara ,ou na pronGncia mais antiga, iaguara. Os iaguara. Os povos indígenas falantes dessas línguas, por sua vez, aca%aram alterando seu modo original de nomear a onça, incluindo o termo eté: jaguareté ;uer  dizer onça verdadeira. verdadeira. >ornouIse necess*rio dizer ;ue e?istia uma onça verdadeira, por;ue o nome normalmente usado para nome*Ila foi emprestado1 a outro animal, atB então descon)ecido dos indígenas: o cac)orro444 ;ue ainda )o(e, nas aldeias 'uarani B c)amado de jaguá. de  jaguá. &s  &s modificaç$es sofridas pelo antigo nome indígena do animal ;ue c)amamos onça deramIse em duas direç$es: para ;uem vivia )* tempos neste lado do mar na presença desse grande felino, e para ;uem c)egou do outro lado trazendo cães em seus navios4 Mas jaguareté Mas  jaguareté não B a Gnica forma de c)amar a figura central do nosso (ogo: em +ain +aing gang ang B ming  em Puri B  ponan4  ponan4  cada cada líng língua ua indí indíge gena na traz traz tam% tam%Bm Bm diferentes narrativas onde esse animal tão temido ;uanto admirado est* presente4

&ndio: uaç?o i<6ossíel Cão tantos nomes ;uantas línguas e povos indígenas e?istentes nesse país c)amado de Erasil4 stimaIse ;ue e?istam )o(e no mundo pelo menos K mil povos L

indígenas, somando mais de L0 mil)$es de pessoas 83H'3&, 20K94 -o Erasil, atB meados dos anos anos N0, alguns pes;uisadores e índices estatísticos apontavam ;ue na esca escala la de decr decrBs Bsci cimo mo,, o desa desapa pare reci cime ment nto o dos dos povo povoss indí indíge gena nass seria seria algo algo inevit*vel4 -o entanto, nos anos N0, verificouIse uma tend
Munduru8u B da etnia MunduruFu, do Par*4 @a mesma forma, @avid +openaSa  @anoupinam%* de Olivença, em luta pela  retomada de suas terras originais, em comparação com os PanFararu da cidade de Cão Paulo, ;ue constituíram ao longo do tempo uma comunidade numerosa fora de seu territ7rio de origem4 &ssim, as condiç$es de preservação de elementos culturais 

tradicionais dentro de cada povo t
Ma6a da $o6ulaç?o Indígena e< )(1( Donte: 3E', .enso @emogr*fico 2004

K

A

Donte: 3E', .enso @emogr*fico 2004

"isAes estereoti6adas sore indígenas



 & ideia ;ue a maioria dos %rasileiros faz dos indígenas B fruto de uma construção ela%orada por ;uem produziu relatos e imagens a respeito deles, num conte?to de legitimação de um processo de e?propriação de terras e de apagamento de iden identitida dade des4 s4 m outr outras as pala palavr vras as,, os livr livros os ;ue ;ue alim alimen enta tara ram m as ment mentes es de geraç$es nos %ancos escolares foram escritos com o interesse de colocar a ;uestão indígena o mais distante possível do cidadão %rasileiro mBdio, tanto no tempo como no espaço4 -o tempo, por;ue ao tomar como refer
 (aponesa ou por terem uma %ase (udaica na religião V ou mesmo por c)amarem de portugu
utodeclaraç?o Para a;ueles povos ;ue, e?pulsos de suas terras e sofrendo perseguição, conseguiram manter atB )o(e sua identidade apoiada na parte preservada da cultura e no sens senso o cole coletitivo vo de pert perten enci cime ment nto o V prot proteg egid idos os pelo pelo mane mane(o (o de elem elemen ento toss cultu cultura rais is não não I indí indíge gena nas, s, ;ue ;ue perm permititira iram m a eles eles não não sere serem m reco recon) n)ec ecid idos os e perseguidos como tal V resta ainda a acusação de alguns poucos antrop7logos de ;ue eles não são mais indígenas4 .a%e perguntar tanto so%re a pertin O3> 8Org 8Organ aniz izaç ação ão 3nte 3ntern rnac acio iona nall do >ra%a ra%al) l)o9 o9 para para Povo Povoss 3ndígenas e >ri%ais 8NN9, recon)ece como critBrios de definição do pertencimento indígena de uma pessoa a autodeclaração e consci
anteri anterior or de recon) recon)eci ecimen mento to de povos povos indíge indígenas nas no país, país, ;ue estava estava totalm totalmen ente te condicionado a laudos antropol7gicos, 5 ação da D=-&3 e trmites %urocr*ticos de v*ri v*rios os níve níveis is 8o ;ue ;ue aind ainda a ocor ocorre re,, ;uan ;uando do o assu assunt nto o B reiv reivin indi dica caçã ção o de terr terra a indígena94 #*rios povos dados oficialmente como e?tintos tem ;uestionado essa versão, num processo ;ue (* ocorria com dificuldades v*rias desde a primeira metade do sBculo UU e ;ue gan)a força a partir da .onstituição de N4

Re=erncias iliogrD=icas YMOC, M4 C4 Vocabu Vocabulário lário da !ngua "uri ("ortugu#$%"uri)4 ("ortugu#$%"uri) 4 /io de Janeiro: dição do &utor, 2024 OY3#3/&, J4 P4 8org494 & 8org494 & viagem da volta: etnicidade, politica e reelaboraç'o reelaboraç'o cultural no norde$te ind!gena. /io de Janeiro: .ontra .apa, NNN4 -&#&//O, 4 de &4 étodo moderno de tupi antigo: a l!ngua do ra$il do$ primeiro$ $éculo$. Cão $éculo$. Cão Paulo: 'lo%al, 200K4 C&6Y3-C, M4 *ultura e +a'o "rática. /io de Janeiro: Jorge Za)ar ditor, 200L4

-in8s )ttp:""ca%ocloeducador4 )ttp:""ca%ocloedu cador4%logspot4com %logspot4com4%r"20A"0"auto 4%r"20A"0"autodeclaracaoIre declaracaoIreatandoIosIfiosI atandoIosIfiosIdaIteia4)tml daIteia4)tml )ttp:""%i%lioteca4i%ge4gov )ttp:""%i%lioteca4i %ge4gov4%r"visua 4%r"visualizacao"peri lizacao"periodicos"NK"cd[2 odicos"NK"cd[200[indige 00[indigenas[univers nas[universo4pdf  o4pdf  )ttp:""SSS4iSgia4org"cu )ttp:""SSS 4iSgia4org"cultureIandIid ltureIandIidentit\"identifica entit\"identificationIofIindige tionIofIindigenousIpeople nousIpeopless )ttp:""SSS4portalFaingang4org"lgua[Faingang4pdf  )ttp:""SSS4planalto4gov4%r"ccivil[0L"[ato200I200A"200"decreto"dK0K4)tm

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). O%* #M COSMO"IS+#S I%!&'#%S)

 onça na =loresta tro6ical rasileira

Ce por vício de reprodução da;uilo ;ue B veiculado pela mídia pode ecoar em nossas mem7rias a ideia de ;ue o leão B o rei da floresta1, no Erasil B a onça ;ue deveria ter esse status4 &final, na Dloresta tropical Erasileira, a onça B o predador ;ue ocupa o topo da c)amada cadeia alimentar4 O ser )umano I en;uanto animal ;ue desenv desenvolv olve e tBcnic tBcnicas as e tecnol tecnologi ogias as engen engen)os )osas as de )a%it )a%itar ar os espaço espaços, s, cultiv cultivar  ar  alimentos, caçar animais, etc4,I se coloca tam%Bm no topo da cadeia alimentar4  &ssim, esse felino de %eleza e?u%erante B a;uele entre os animais ;ue possui relativa igualdade com o )umano, portanto poderia efetivamente ameaç*Ilo4 3sso gera situação am%ígua, pois a onça pode ser uma ameaça e ao mesmo tempo um aliado poderoso4 >alvez por isso ad;uira fre;uente importncia nas culturas e nos mitos de origem indígenas, 5s vezes tida como um ser perigoso e maligno e outras como um irmão ou parente4

2>e?to >e?to construído para o .urso Jogo da Onça parceria .O.= ".OP@ -//" (un)o"20A1, so% pes;uisa do >Bcnico @aniel /ig)i, da &ssessora Pedag7gica Pedag7gica em tnomatem*tica liane liane .osta Cantos e dos Dormadores8as9 Dormadores8as9 " &rte educadores8as9 educadores8as9 na *rea de indígena : &driana 'aeta Eraga, &line &line #alentini, &na Elaser , Da%io Marcio &lFmin, Dlaviana Een(amin Een(amin dos Cantos, JGlia de  &%reu, Marcele 'arcia 'arcia 'uerra, -*dia de Couza, Couza, /oger Muniz, Hagner Hagner da /oc)a /oc)a Moraes4

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-a condição de ameaça a um determinado povo e o%rigandoIo a se proteger, a onça contri%ui para uma atitude de união e cola%oração entre as pessoas, e para uma atitude de respeito em relação ao am%iente ao redor o ser )umano entende ;ue ele não B o ser mais poderoso e nem o mais importante da natureza, mas sim ;ue ele B um ser ser inte integr grad ado, o, em rela relaçã ção o de inte interd rdep epen end< d
 onça na cos
princípios, míticos, espiritualistas e?plicam e influenciam a visão de mundo4 &s &s cos
 Jaguar  ou jaguara  ou jaguara B  B o termo de origem tupiIguarani para nomear a onça4 K Cu%stncia original, princípio feminino ativo do universo, fluido vital do ;ual se originou o universo4 m%lema da feminilidade, orval)o, *gua, *rvore da vida4 ` fonte de vida, uma espBcie de motor1, .apaz de recompor as pessoas, om\at\r$4 JasuFa ou JasuF*v\ B a %ase espumante da cruz, de onde procede a vida4

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pelo papagaio da %oa palavra14 le B o primeiro personagem ;ue cria a protoIroça e cultiva o mil)o, alimento fundamental nas culturas 'uarani4

Os &papoFuva &papoFuva contam ;ue 5 medida ;ue W-osso PaiX avançava, derru%ando a mata, a roça atr*s dele plantavaIse sozin)a4 &s sementes %rotavam e, ;uando ele retornou para casa, as espigas (* começavam a madurar1 8-3M=-@&J^, N, p4  apud .6&MO//O, 200, p4L094

-ande / 8-ossa 8-ossa Mãe9, cu(o um dos nomes sagrados sagrados B tam%Bm Ja$u0áv/ , aparec aparece e nesse nesse ciclo ciclo narrat narrativo ivo como result resultado ado da ação ação de -ande +u4 +u4 m alguns relatos coletados entre os c)irip*, apapoFuva e FaioS* ela B desco%erta1 88 jejou)  jejou) dentro ou de%ai?o de uma panela tradicional en;uanto entre os paItav\terã ela B levantada1 81emopu2' 81emopu2'9, 9, ver%o ;ue faz refer
L

vers$es bande C\ tem relaç$es com ba2e0uaa3 , &;ueleI;ueIsa%e, logo depois de ter sido encontrada por bande /u4

 & versão dos &papoFuva, &papoFuva, ;ue con)ecemos graças a -imuenda(u, -imuenda(u, diz o seguinte: c)egando 5 casa, -osso Pai1 teria pedido a sua mul)er ;ue fosse col)er mil)o da roça4 & mul)er, irritada com a solicitação do marido, não o levou muito a sBrio, pois ele aca%ara de fazer a sementeira4 Ofendido com a atitude da protoImul)er, -osso Pai1 decidiu dei?ar a terra4 Cua esposa teria agravado seu desacato acrescentando maldosamente: -ão estou gr*vida de ti, mas de M%aXeFuaa 8dX&;ueleI;ueIsa%e91 8-imuenda(u, N, p4 LK94 & reação reação de -osso -osso Pai1 Pai1 B tran; tran;uil uila, a, e revel revela a a atitud atitude e de um verda verdadei deiro ro 'uarani: -ão responde, e muito menos castiga diretamente a deso%edi
bande C\ estava gr*vida de g
Os irmãos viveram na casa dos (aguares atB ;ue o papagaio l)es disse ;ue eles moravam com os assassinos de -ossa Mãe14 @epois dessa revelação, eles saíram 5 procura dos restos da sua finada f inada mãe4 &p7s &p7s t


levar a o%ra a termo por uma imprud
Para Para )uma )umani niza zarr o mund mundo, o, os 3rmã 3rmãos os tive tivera ram m ;ue ;ue derr derrot otar ar o (agu (aguar ar V representado tam%Bm como &a, uma espBcie de dem]nio V, o Gnico animal ;ue pode comer o ser )umano e rivalizar com ele4 3nicialmente não )avia diferença entre os seres )umanos e o (aguares, uma vez ;ue os g
!uando os dois irmãos finalmente c)egaram 5 casa de -ossa Mãe1, foram rece%idos pela arara, ;ue l)es ofereceu frutas, pão, mel silvestre e %e%ida feita

K

de mil)o4 -ossa Mãe1 os cumprimentou com a saudação lacrimosa típica dos >upiI'uarani e l)es disse: -a terra, a morte B o fim de voc
 onça na cos
O mito de origem dos +aingang tam%Bm remete a uma dupla de )er7is culturais, +amB e +airu8+aeru94 Cegundo os relatos coletados por #3'& 8 200A9, os primeiros +aingang saíram do c)ão, em dois grandes grupos4 sses grupos não são espacialmente localizadas, como os 'uaranis, isto B, não tem posiç$es definidas da moradia no espaço geogr*fico da aldeia4 .omo tam%Bm, não constroem aldeias circulares ou semicirculares, comuns a todos os outros J< e aos Eororo, e portanto não demarc demarcam am a oposiç oposição ão espaci espacial al entre entre centro centro " perife periferia ria,, mascul masculino ino"fe "femin minino ino,, pG%lico"privado, individual"coletivo ;ue se t
0

Os +&M` +&M` estã estão o rela relaci cion onad ados os ao Oest Oeste e e 5 pint pintur ura a faci facial al com com motiv motivos os compridos 8 r4 téi 9, e os +airu relacionados ao Yeste e 5 pintura facial com motivos redondos 8 r4 ror 94 &s pessoas c)efiada c)efiada por +airu era de corpo corpo fino, peludo, peludo, pBs pe;uenos, ligeiros tanto nos seus movimentos como nas suas resoluç$es, c)eios de iniciativa, mas de pouca persistodos os elementos do mundo natural 8com e?ceção da terra, do cBu, da *gua e do fogo9 se relacionam com essa dualidade conforme sua forma e aparOYOM`, E&/>OYOM`, NN, p4 LIKN, apud  .6&MO//O,  .6&MO//O, 200, p4L4 0 Ceeger et alii Nj Np42I2L Np42I2L apud #eiga #eiga , 200A4 A

clnicas: o casamento se d* de maneira cruzada 8e?ogamia9 e a lin)agem clnica se define patrilinearmente4

O ;ue pertence ao clã +aeru B mal)ado, o ;ue pertence ao clã +amB B riscado4 O +aingang recon)ece essas pintas tanto no couro dos animais como nas nas penas penas dos dos passar passarin) in)os, os, como como tam%B tam%Bm m na casca, casca, nas fol)as fol)as,, ou na madeira das plantas4 @as duas ;ualidades da onça pintada, o acanguçu B +aeru , o (aguaretB B +amB 4 & piava B +aeru , e por isso ela vai tam%Bm adiante na piracema4 O dourado B +amB4 8-3M=-@&J^ NLj NNLp4KN apud veiga , 200A9

Os FamB tra%al)avam durante o dia, 5 luz do Col 8elemento ;ue tam%Bm pertence a essa metade9, na criação dos animais, en;uanto os FairG, durante a noite, 5 luz da Yua4 @essa forma, as criaç$es FamB tendem a ser perfeitas e perigosas, en;uanto as criaturas da metade FairG são, em geral, imperfeitas e inaca%adas4 Por  e?emplo, ;uando +airG tenta fazer um animal para com%ater o ming  8onça9  8onça9 criado por  +amB, faltavaIl)e ainda os dentes, língua e algumas un)as, ;uando (* estava prestes a aman)ecer4 Para resolver o pro%lema, +airG apressadamente colocouIl)e uma varin)a fina na %oca e disse: voc<, como não tem dente, viva comendo formigas14  assim, foi feito o iot/ , tamandu*4 8 #eiga, #eiga, 200A94

+an\erG fez co%ras, +amB, onças4 ste fez primeiro uma onça e a pintou, depois +an\erG fez um veado4 +amB disse 5 onça: W.ome o veado, mas não nos comaX4 @epois ele fez uma anta, ordenandoIl)e ;ue comesse gente e %ic)os4 & anta, porBm, não compreendeu a ordem4 +amB repetiuIl)e ainda duas vezes em vão depois l)e disse, zangado: W#ais comer fol)as de urtiga, não prestas para nadaX4 +an\eru fez co%ras e mandou ;ue elas mordessem )omens e animais1 8-3M=-@&J^, NA, p49

@iferentemente da visão 'uarani em ;ue a onça B a personificação do mal, para os +aingang ela B vista como um parente ou amigo4 Mesmo ;ue 5s vezes esse 

parente ten)a ;ue ser com%atido, os Faingang t
Re=erncias iliogrD=icas EO/E EO/E& &, >4 M4 reve reve not!ci not!cia a $obre $obre o$ !ndio$ !ndio$ *ainga *aingang$ ng$,, acomp acompan5 an5ada ada de um  pe6ueno vocabulário da l!ngua do$ me$mo$ ind!gena$ e da do$ *a/guá$ e *5avante$4 *5avante$4 /evista Mensal da Cecção da Cociedade de 'eograp)ia de Yis%oa4 /io de Janeiro, L, n4 2:20ILA4  [[[[[[[ "e6ueno vocabulário da$ lingua$ portugue$a e *aingang$ ou *oroado$.  &lmanac) do Paran*4 .uriti%a, .uriti%a, N0L4  [[[[[[[ &ctualidade  [[[[[[[ &ctualidade 7nd!gena 7nd!gena4 .uriti%a: 3mpressora Paranaense, N04 .6& .6&MO/ O//O /O,, '4 89++& 89++& &;+& &;+& unda >undamen mento to da "alav "alavra ra =uarani. @ourados: =uarani. @ourados: ditora =D'@, 200 MY3 MY3k k  '/ '/hh-E E/' /',, '4 '4 '/ '/hh-E E/' /',, D4 tno tnogr graf afia ia guar guaran aníí del del Para Paragu gua\ a\ contempor*neo: los PaI>av\ PaI>av\terã4 terã4 uplemento &ntropolgico &ntropolgico,, &sunci7n, .&@=.,  8I29:KI2NK, NA4 -3M=-@&J^, .4 9tnogra@ia e indigeni$mo: $obre o$ Aaingang, o$ O@aié%Bavante e o$ !ndio$ do "ará4 "ará 4 NLj4 .ampinas: d4 da =-3.&MP, NNL4  [[[[[[[[[[[  &$ lenda$ da criaç'o e de$truiç'o de$truiç'o do mundo como como @undamento da religi'o do$ &papocCva%=uarani  &papocCva%=uarani 4 >rad4 .)arlotte mmeric)  duardo E4 #iveiros de .astro4 Cão Paulo, @=CP"6ucitec, N4 8.i


P/&CCO, J4 &4 &va &4 &va gu/ra 0ambi  0ambi  8notas  8notas so%re la etnografia de los &vaIFueIc)iripa &vaIFueIc)iripa del Paragua\ Oriental94 &sunci7n, &sunci7n, NA4 #3'&, J4  &$pecto$ @undamentai$ da cultura Aaingang 4 .ampin .ampinas: as: ditor ditora a .urt .urt -imuenda(G, 200A4

-in8s:)ttp:""SSS4portalFaingang4org"inde?[cultura[2[4)tm )ttp:""pi%4socioam%iental4org"pt"povo"Faingang"2N )ttp:""SSS4antropologiasocial4com4%r"+aingang4pd

,.R#-*O ,.R#-*O #%/R# #%/R# $O"OS $O"OS I%!&'#%S I%!&'#%S00 M#IO MBI#%/# # OS %IMIS11

%ature>a e Cultura ` uma discussão delicada e comple?a a ;ue se d* em torno dos termos natureza1 e cultura14 m certo sentido B possível dizer ;ue B da natureza )umana produzir cultura4 Ce tomarmos isso como verdade, se produzir cultura B algo natural e intrínseco 5 espBcie )umana, então ca%e perguntar ;ual B o sentido em opor esses dois conceitos4 &final, em um uso %astante corrente da palavra, a ideia de cultura1 aparece em contr*rio 5;uilo ;ue B considerado natural1 ou selvagem1 e ainda im%uído em uma noção de evolução14 Mas se produzir cultura consiste %asicamente na atitude interferir e modelar1 a natureza ;ue nos rodeia, adaptando o meio 5s necessidades e dese(os de nossa espBcie, então essa atitude não apenas participa da ideia de natural1, como tam%Bm B adotada por animais e outros seres4 =ma o%servação mais atenta de sistemas naturais nos mostra ;ue os seres ;ue )a%itam determinado am%iente atuam pela manutenção e mel)oria do sistema como como um todo todo,, afin afinal al a vida vida de indi indiví vídu duos os e espB espBci cies es inte inteira irass depe depend nde e dess desse e e;uilí%rio4 &ssim, presas e predadores convivem no mesmo am%iente e o predador  escol)e %em as suas presas, no sentido de o%ter o necess*rio a sua so%revive?to >e?to construído para o .urso Jogo da Onça parceria .O.= ".OP@ -//" (un)o"20A1, so% pes;uisa do >Bcnico @aniel /ig)i, da &ssessora Pedag7gica Pedag7gica em tnomatem*tica liane liane .osta Cantos e dos Dormadores8as9 Dormadores8as9 " &rte educadores8as9 educadores8as9 na *rea de indígena : &driana 'aeta Eraga, &line #alentini, #alentini, &na Elaser , Da%io Marcio &lFmin, &lFmin, Dlaviana Een(amin dos Cantos, JGlia de &%reu, Marcele 'arcia 'uerra, -*dia de Couza, /oger Muniz, Hagner da /oc)a Moraes4 N

sem causar dano 5 manutenção da outra espBcie as formigas cortadeiras fazem uma espBcie de poda em algumas plantas, mas nunca destruiriam todos os indivíduos de uma *rea de floresta a cotia come uma parte das castan)as de um ouriço e enterra as demais, plantando assim o alimento para os seus descendentes4  &s sociedades ameríndias das terras %ai?as, dada sua característica de a@lu#nciaDE  e de $ub$i$t#nciaDF 8C&6Y3-C, N29, operam em consonncia com essa l7gica de manutenção da vida como um todo nos ecossistemas4 >al atitude revela uma cultura ;ue se esta%elece com a com a natureza, valendoIse das oportunidades ;ue o am%iente oferece e cola%orando para otimiz*Ilas4 m sentido radicalmente oposto, as sociedades de acumulação de %ens em geral produzem produzem uma cultura contra a contra a natureza, tomando a esta como mera fonte de matBria prima4 >al atitude B dispendiosa dado o gasto e?cessivo e constante de energia e"ou tra%al)o ;ue demanda para sua manutenção: por e?emplo, ao desmatar  )ectares de floresta nativa para esta%elecer um monocultivo ;ual;uer, a necessidade de insumos, ma;uin*rio e defensivos ;uímicos B imensa ao contr*rio, a coleta, a caça e o cultivo semin]made e rotativo, são pr*ticas culturais ;ue operam em consonncia com os ritmos naturais4

 relaç?o entre 6oos indígenas0
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.ada sociedade indígena ela%ora suas pr7prias e?plicaç$es a respeito do mundo4 mundo4 &ssim, &ssim, por e?emplo, e?emplo, entre os povos povos 'uarani, 'uarani, cada elemento elemento da natureza natureza possui um jára um  jára 8pode ser traduzido como guarda, dono, ou espírito9 com o ;ual B possível se comunicar atravBs de cantos e danças específicos4 Mantendo uma %oa rela relaçã ção o com com os  jára a  jára a )umanidade pode cultivar o %em viver so%re a terra4 -em sempre conseguimos en?ergar esses  jára pois,  jára pois, segundo a cosmogonia desse povo, temos teia de aran)a so%re os ol)os, algo como um vBu de Maia, ;ue nos permite en?ergar a realidade apenas parcialmente4 -o Erasil, Erasil, as ocupaç$e ocupaç$ess indígenas indígenas estão estão localizada localizadass em sistemas sistemas ecol7gicos ecol7gicos com caract caracterí erísti sticas cas pr7pri pr7prias4 as4 .ada .ada um desses desses ecossi ecossiste stemas mas gera gera um proces processo so específico de adaptação, desenvolvimento e tBcnicas de mane(o4 & diversidade de ecossi ecossiste stemas mas,, influe influenci ncia a a organi organizaç zação ão social social dos agrupa agrupamen mentos tos indíge indígenas nas,, sua distri distri%ui %uiçã ção o espac espacial ial e o desenv desenvolv olvime imento nto de metodo metodolog logias ias de so%rev so%reviv< iv
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sta%elecer a roça atravBs da pr*tica da coivara , realizar a rotação de *reas de cultivo, a domesticação de determinadas plantas e o transporte de sementes são e?emplos de pr*ticas culturais ;ue )umanizam1 o am%iente natural ao mesmo tempo em ;ue promovem mel)orias4 >rataIse de uma ecologia e economia coerentes de ocup ocupaç ação ão dos dos espa espaço ços, s, nas nas ;uai ;uaiss o ser ser )uma )umano no esta esta%e %ele lece ce uma uma rela relaçã ção o de cooperação mGtua com os outros seres em vez de simplesmente coloc*Ilos a seu serviço4  & natureza segundo o ol)ar indígena B pren)e de significado, as coisas tem sua razão de ser e a o%servação dos fen]menos tem muito a nos ensinar4 &ssim B possível, por e?emplo, ao o%servar uma luta entre um lagarto e uma co%ra venenosa, aprender ;ue determinada planta ;ue o lagarto sempre come para retornar 5 pele(a B o remBdio ade;uado para o veneno da;uela co%ra4 -os ca%e tam%Bm c)amar a atenção entre os indígenas do tronco tupiIguarani e a natureza, B a relação linguística I B impossível utilizar o pronome possessivo para nomear animais e vegetais ou ;uais;uer outros seres4 -ão e?iste meu cac)orro1 nem min)a *rvore14 C7 B possível se referir assim ao ;ue faz parte do nosso corpo, ao ;ue foi feito por mão )umana ou ao status de uma relação )umana conosco 8como ;uando se diz min)a mãe194 ssa marca linguística e?pressa uma visão de mundo, na ;ual os seres )umanos não podem ser donos da;uilo ;ue não integra o universo )umano I se(a %iologicamente ou culturalmente4 -o tocante 5 relação entre seres )umanos e animais, B interessante notar ;ue, antes do contato com os europeus, não )* registro de ;ue )ouvesse entre indígenas o confinamento de animais para consumo )umano I pela mesma razão não integrava os )*%itos alimentares de nen)um desses povos o consumo de leite de algum animal4 & caça era a Gnica via de acesso para a carne dos animais e o ;ue mais pudesse vir deles, e mesmo essa via estava su(eita 5 influ
>rataIse de uma tBcnica agrícola ;ue consiste em ;ueimar uma *rea delimitada da floresta, a%rindo uma clareira para esta%elecer a roça , uma vez ;ue a maior parte dos alimentos consumidos pelos )umanos demanda grande ;uantidade de luz ;ue para seu cultivo4 & efici
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 & presença de animais de estimação entre os povos indígenas sempre foi comum, mas a relação com eles não se assemel)a 5;uela ;ue )o(e vemos com os c)amados pets14 & apro?imação do animal costumava se dar naturalmente, pela oferta de alimento ou por %rincadeira, como ainda )o(e as crianças indígenas fazem com fil)otes de mamíferos I na maioria das vezes I mas tam%Bm com rBpteis e p*ssaros4  &ssim como o ser )umano indígena v< a si pr7prio, v< tam%Bm aos demais seres: fazendo parte de uma cadeia onde a supressão de um dos elementos afetaria todos os outros4 @esse modo, a conviv
Os “en=eites da terra” e< u
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de progresso1 se fundamenta em uma atitude destrutiva em relação aos sistemas naturais e integracionista, K em relação aos povos indígenas4 Mesmo ;uando uma terra indígena B recon;uistada, fre;uentemente o lugar foi desmatado, os animais foram em%ora e a terra ficou esgotada pela monocultura e pelo uso intensivo de agrot7?icos4 &tualmente temos o e?emplo da tragBdia causada no /io @oce pela mineração e o impacto ;ue isso gera so%re os +renaF da região4 & construção da usina de Eelo Monte B outro e?emplo do impacto causado so%re os usos e costumes de diversas populaç$es indígenas e ri%eirin)as4 /eprod /eproduz uzimo imoss a seguir seguir o depoi depoimen mento to de @avi @avi +open +openaSa aSa Tanoma anomami mi ;ue e?plica a relação dos Tanomamis com meio am%iente: O antepassado ;ue criou a floresta, Omama, nos criou tam%Bm para cuidar dela4 le não ;uis ;ue a destruíssemos4 -7s somos seus fil)os e por isso não podemos estrag*Ila4 -7s, )a%itantes da floresta e de suas colinas, de seus rios e de seus igarapBs, ;ue vivíamos nela inteira antes ;ue os %rancos se apro?imassem, n7s cuidamos dela com atenção4 Os pa(Bs estão sempre atentos ao seu %emIestar4 !uando a floresta est* doente, tomam o p7 de \ãF$ana e curam seus males41

Re=erncias iliogrD=icas .6& .6&MO/ O//O /O,, '4 89++& 89++& &;+& &;+& unda >undamen mento to da "alav "alavra ra =uarani. @ourados: =uarani. @ourados: ditora =D'@, 200 DY=CC/, #4 Gatural:mente % vário$ ace$$o$ ao $igni@icado de naturea. Cão naturea. Cão Pauulo:  &nna%lume, 204 204 MO/&-, 4 D4: & D4: & 9cologia Humana da$ "opulaçIe$ da &mania4 &mania 4 Petr7polis: #ozes, NN0 -&#&//O, duardo de &lmeida4 étodo moderno de tupi antigo: a l!ngua do ra$il do$ primeiro$ $éculo$. Cão $éculo$.  Cão Paulo: 'lo%al, 200K4 K @urante muito tempo, a atitude declarada do stado %rasileiro e de muitos ;ue pensavam a ;uestão indígena era de fazer com ;ue esses povos a%andonassem sua cultura para a%raçar os )*%itos de matriz europBia, e assim assimil*Ilos a um todo1 )omog
2

/&MOC, &4 /4 ociedade$ 7nd!gena$4 7nd!gena$ 4 ktica, NA C&6Y3-C, Mars)all4 & Mars)all4  & primeira $ociedade da a@lu#ncia 3n: a@lu#ncia 3n: .&/#&Y6O, 4 &4 8org494 Cão Paul Paulo: o: dit ditor ora a .i
2. CU-/URS CU-/URS I%!&'#%S I%!&'#% S # #!UC*O #!UC *O #SCO-R 1G

#ducaç?o Indígena0 #ducaç?o #scolar Indígena ou #ducaç?o sore os indígenasH  &o falar so%re educação indígena B preciso antes de tudo distinguir  ade;uadamente as similitudes e diferenças das modalidades e"ou concepç$es entre educaç'o ind!gena, ind!gena , educaç'o e$colar ind!gena e educaç'o $obre o$ ind!gena$4 ind!gena$ 4 -a o%ra  margem dos K00 anos1, pu%licada no anivers*rio de K00 anos da c)egada da armada de Pedro klvares .a%ral ao Erasil, encontramos o artigo de .irce Eittencourt e &driane .osta da Cilva, em ;ue as autoras %uscam trazer os possíveis significados para o conceito de educação indígena1 e mostram preocupação em diferenci*Ilo de educação escolar indígena1: A>e?to >e?to construído para o .urso Jogo da Onça parceria .O.= ".OP@ -//" (un)o"20A1, so% pes;uisa do >Bcnico @aniel /ig)i, da &ssessora Pedag7gica Pedag7gica em tnomatem*tica liane liane .osta Cantos e dos Dormadores8as9 Dormadores8as9 " &rte educadores8as9 educadores8as9 na *rea de indígena : &driana 'aeta Eraga, &line #alentini, #alentini, &na Elaser , Da%io Marcio &lFmin, &lFmin, Dlaviana Een(amin dos Cantos, JGlia de &%reu, Marcele 'arcia 'uerra, -*dia de Couza, /oger Muniz, Hagner da /oc)a Moraes4

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8444 844499 B nece necess ss*r *rio io dist distin ingu guir ir os proc proces esso soss trad tradic icio iona nais is de socialização e de reprodução de uma ordem social vividos pelas sociedades indígenas, a educação indígena1, dos processos educativos decorrentes das situaç$es de contato, a educação escolar indígena1 ou ainda de uma educação para o indígena14 8E3>>-.O=/>, 8E3>>-.O =/>, C3Y# C3Y#&, &-O, p4 AL9 O Parecer "NN do .onsel)o -acional de ducação considera ;ue todos os povos povos indíge indígenas nas possue possuem m mecani mecanismo smoss de transm transmiss issão ão de con)e con)ecim ciment entos os e de socialização de seus mem%ros, independentemente da instituição escolar, e ;ue a escola B fruto )ist7rico do contato desses povos com segmentos da sociedade nacional4  & educação indígena  se caracteriza, portanto, pelos processos tradicionais de aprendizagem e a;uisição dos sa%eres peculiares de cada etnia, con)ecimento ;ue B transmitido de forma oral e tam%Bm mimBtica, no diaIaIdia, nos rituais e nos mitos4 -esse sentido B preciso recon)ecer sempre ;ue os povos indígenas mant
Min)a vida escolar iniciouIse na Missão vangBlica .aiu*, uma escola religiosa ;ue atua na aldeia4 !uando c)eguei perto da escola, no primeiro dia, min)a mãe me arrastou pelos %raços por;ue eu não ;ueria entrar na sala de aula, c)orava muito e, en;uanto eu c)orava, a aula parou para me ver, situação ;ue me fez ficar ainda mais envergon)ado4 Doi um momento ;ue nunca es;uec es;ueci4i4 84449 84449 & partir partir desta desta sBrie, sBrie, comec comecei ei a ter dificu dificulda ldades des por;ue as disciplinas eram muito compartimentalizadas e não conseguia compreender o ;ue a professora e?plicava4 >odas as min)as professoras eram não indígenas ;ue vin)am da cidade para dar aulas na aldeia4 Min)a formação inicial foi na escola prim*ria da pr7pria reserva, de NK a NN0, cu(o modelo escolar  seguia seguia polític políticas as integr integraci acioni onista stas, s, ;ue %uscav %uscavam am fazer fazer o índio índio dei?ar de ser índio4 !uan !uando do term termin inei ei de estu estuda darr a  sBri sBrie, e, como como era era c)am c)amad ada a na;uela Bpoca, comecei a fre;uentar a escola na cidade 84449 &li inic inicie ieii a K sBrie sBrie,, inau inaugu gura rand ndo o um perí períod odo o ;ue ;ue marc marcou ou com com grande impacto a min)a vida4 -este período comecei a conviver  com não indígenas, 84449 essas pessoas, ao cruzarem os ol)os so%re o%re mim, mim, rev revelav elava am

sent sentim ime entos ntos de

coi coita tad din) in)o1, de

discriminação e indiferença4 Centia a re(eição por toda parte e, então, ficava muito isolado4 .om isso nascia a não aceitação da min)a identidade, e ac)ava ;ue o erro era meu e não dos outros4 >in)a a necessidade de me adaptar a um am%iente ;ue não era o meu e, nesse processo, negar o meu valor era uma saída4 !uanto mais me envolvia com a sociedade não indígena, atravBs da escola e da igre(a, nascia, no meu interior, a necessidade de me adaptar a ela, a partir da negação da min)a identidade, da língua materna e, principalmente, negar o lugar onde moro4 8E-3>C, 209 

#ducaç?o escolar indígena: da do
2

Cegund Cegundo o Derrei Derreira ra 82009 82009,, a )ist7r )ist7ria ia da educaç educação ão escola escolarr entre entre os povos povos indígenas no Erasil pode ser dividida em ;uatro fases4 & primeira, mais e?tensa, inicia no Eras Erasilil .ol] .ol]ni nia, a, ;uan ;uando do a esco escola lari riza zaçã ção o dos dos índi índios os este esteve ve nas nas mãos mãos de mission*rios cat7licos, especialmente (esuíta4 O segundo momento B marcado pela criação do CP3 8Cerviço de Proteção ao Índio9, em N0, e se estende 5 política de ensino da D=-&3 8Dundação -acional do Índio9, assim como 5 articulação com o C3Y 8Cummer 3nstitute of Yinguistics9 e outras miss$es religiosas4  & terceira fase vai do fim dos anos A0 aos anos 0, ;uando surgiram grupos e organizaç$es não governamentais em apoio 5 causa indígena: .onsel)o 3ndigenista Miss Missio ion* n*ri rio o 8.3M 8.3M39 39,, Oper Operaç ação ão &maz] maz]ni nia a -ati -ativa va 8OP 8OP&-9, -9, .ent .entro ro de >ra%a ra%al) l)o o 3ndigenista 8.>39, .omissão Pr7IÍndio 8.P39, .entro cum
repres represent entant antes es do govern governo4 o4 Os índios índios recorr recorrem em 5 educaç educação ão escolar, )o(e em dia, como instrumento conceituado de luta4  8D//3/&, 200, p4 94 ntr ntre e as con; con;ui uist stas as da luta luta indí indíge gena na est* est* a noss nossa a atua atuall .ons .onstititu tuiç ição ão,, promulgada em outu%ro de N, a ;ual dedica um capítulo 8@os Índios9, inserido no >ítulo 333 W@a Ordem CocialX, ao esta%elecimento dos direitos dos povos indígenas4 /econ)eceIl)es o direito 5 diferença, ou se(a, 5 alteridade cultural, asseguraIl)es o uso da língua materna e processos pr7prios de aprendizagem4 .ontudo, entre os preceitos legais e a realidade vivida )* um espaço enorme, ;uase ;ue um a%ismo, com e?ceção de algumas con;uistas consolidadas na pr*tica4 8.&/#&Y6O, 8.&/#&Y6O, NN9  &ssim vemos ;ue a )ist7ria da educaç'o e$colar ind!gena mostra uma política indi indige geni nist sta a %ras %rasililei eira ra ;ue ;ue atB atB N N esta estava va cent centra rada da nas nas ativ ativid idad ades es volt voltad adas as 5 incorporação dos índios 5 sociedade nacional 8presentes na .onstituição de NL, A, A e AN94 & .onstituição de N suprimiu essa diretriz, finalmente recon)ecendo aos indígenas sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradiç$es, %em como os direitos so%re as terras ;ue tradicionalmente tr adicionalmente ocupavam e 5 educação %*sica em sua língua materna4 -a dBc dBcada ada de N0, N0, a educa educaç'o ç'o e$cola e$colarr ind!ge ind!gena, na, fundamentada em aç$es pr*ticas ;ue decorreram das dBcadas anteriores, caracterizouIse pelo fortalecimento do Movimento 3ndígena como protagonista de sua pr7pria )ist7ria4 Curgiu então o Movimento dos Professores 3ndígenas e foram realizados encontros em diversas regi$es do Erasil4 -esses espaços coletivos eram e continuam sendo ela%orados os princípios e diretrizes para as escolas indígenas4 m fevereiro de NN foi sancionado pelo Presidente da /epG%lica o @ecreto n2A, ;ue atri%ui ao MinistBrio da ducação a compet4349 foram criadas em NNN e fazem parte dos sistemas de ensino do país4 stas devem se localizar em terras )a%itadas por  2N

comunidades indígenas, possuir organização escolar pr7pria e regimentos escolares pr7prios4 Ceus pro(etos pedag7gicos devem ser ela%orados (unto com a comunidade, sendo sendo necess necess*ri *ria a a utiliza utilização ção de materi materiais ais did*ti did*ticoI coIpe pedag dag7gi 7gicos cos produ produzid zidos os de acordo com o conte?to sociocultural de cada povo4 ntr ntre e as comp compet et
ist5ria e Cultura Indígena na escola n?o indígena @ura @urant nte e a dBca dBcada da de NN0 NN0,, )ouv )ouver eram am muda mudanç nças as na educ educaç ação ão naci nacion onal al %rasileira a partir da Yei de @iretrizes e Eases da ducação -acional 8Y@E-9, decretada em NNA, marcando o início de uma nova fase da política, gestão e L0

legislação do ensino no Erasil4 Mais tarde a Yei 04ALN"0L e sua complementar, Yei 4AK 4AK"0 "0, , alte altera rara ram m o artig artigo o 2AI& 2AI& da Y@EY@E- 8Yei 8Yei N4LN N4LN" "NA NA99 ao esta esta%e %ele lece cerr a o%rigatoriedade do estudo da )ist7ria e cultura afroI%rasileira e indígena no m%ito de todo o currículo escolar4  &rt4  O art4 2AI& da Yei n N4LN, de 20 de dezem%ro de NNA, passa a vigorar com a seguinte redação:  &rt4 2AI&4 -os esta%elecimentos de ensino fundamental e de ensino mBdio, pG%licos e privados, tornaIse o%rigat7rio o estudo da )ist7ria e cultura afroI%rasileira e indígena4 i ndígena4  o O conteGdo program*tico a ;ue se refere este artigo incluir* diversos aspectos da )ist7ria e da cultura ;ue caracterizam a formação da população %rasileira, a partir desses dois grupos Btnicos, tais como o estudo da )ist7ria da kfrica e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Erasil, a cultura negra e indígena %rasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgat resgatand ando o as suas suas contr contri%u i%uiç$ iç$es es nas *reas *reas social social,, econ]m econ]mica ica e política, pertinentes 5 )ist7ria do Erasil4  2o Os conteGdos referentes 5 )ist7ria e cultura afroI%rasileira e dos povos indígenas %rasileiros serão ministrados no m%ito de todo o currículo escolar, em especial nas *reas de educação artística e de literatura e )ist7ria %rasileiras 8E/&C3Y, 20094  &pesar dos significativos avanços na legislação, entre a lei e a sua realização sempre foi amplo o descompasso no Erasil4 -o entanto a pressão popular por  recon)ec
# co
 & tem*tica da 6ist7ria e .ultura 3ndígena na escola deve ser tratada de modo a não reforçar alguns preconceitos presentes na sociedade, os ;uais veiculam uma repres represent entaçã ação o genBri genBrica ca dos indíge indígenas nas,, contr contri%u i%uind indo o para para uma padron padroniza ização ção do imagin*rio coletivo4 Pres Presen ente te )* dBca dBcada dass no cale calend nd*r *rio io esco escola larr, o N de a%ri a%ril,l, ;uan ;uando do B comemor morado1 o dia dia do índ índio1, io1, pode ser um mom momento propício para a pro%lematização da tem*tica indígena, se nos distanciarmos de uma a%ordagem folcl7rica, ;ue reproduz sempre o mesmo estere7tipo do ser índio1: viver nu na mata, pintado, carregando o arco e a flec)a4 ssa imagem não d* conta da comple?idade cultural encontrada nas centenas de povos ;ue ainda vivem no Erasil, %em como não atenta para as mGltiplas realidades vividas por eles na contemporaneidade4  & criação do ia do Lndio não Lndio não representou uma mudança de atitude do stado %rasileiro em relação aos povos indígenas, pois na;uele mesmo ano de NL foi iniciada a Marc)a para Oeste, visando 5 ocupação e e?ploração econ]mica da região .entroIOeste do país4 Os grupos indígenas mais uma vez viram seus territ7rios diminu diminuíre írem m e foram foram forçad forçados os a so%re so%reviv viver er em pe;uen pe;uenas as *reas *reas defini definidas das como como reservas, en;uanto o territ7rio original das aldeias era loteado entre propriet*rios rurais incentivados pelo governo4 &s lutas dos povos indígenas na atualidade visam, entre outras pautas, 5 retomada desses territ7rios ancestrais, %em como ao direito 5 reprodução de seu modo pr7prio de viver4  &tualmente, muitos indígenas e pessoas pessoas ligadas 5 luta pelos direitos direitos dos povos origin*rios tem dado mais desta;ue ao dia (K de agosto L !ia Internacional dos

$oos Indígenas. -o tocante ao tra%al)o pedag7gico, entretanto, a orientação B ;ue se v* alBm das datas de referrazemos >razemos a;ui, cinco e;uívocos muito fre;uentes fr e;uentes ;uando se a%orda a ;uestão indígena em sala de aula, apontado no livro: O ;ue B importante lem%rar no dia do índio1: Cu%sídios para a discussão da 6ist7ria e .ultura 3ndígena, produzido pelo -Gcleo de ducação `tnicoI/acial da Cecretaria Municipal de ducação pag4 2I

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DM e6u!voco: KO$ !ndio$ $'o todo$ iguai$” DN  ssa ideia reduz a diversidade dos povos indígenas a um %loco Gnico1, ou se(a, culturas tão diversas e comple?as são reduzidas ao termo índio14 ?emplo disso B referirIse 5 moradia dos indígenas como a Oca1, ;ue B, na realidade, uma denominação de origem >upiI'uarani para as construç$es destinadas 5 )a%itação4 Outros grupos, como os Uavante por e?emplo, c)amam sua moradia de o /í14 ?plor ?plorar ar essas essas especi especific ficida idades des nas aulas aulas oportu oportuniz niza a aos alunos alunos a discus discussão são e compreensão da diversidade linguística e cultural4 EM e6u!voco: KLndio$ t#m cultura atra$ada e primitiva”   &s tradiç$es indígenas são ricas no ;ue se refere 5 produção cultural e, em nada ficam devendo para a tradição ocidental4 O preconceito em relação aos sa%eres indígenas remonta 5 atitude tipicamente colonizadora de impor uma )ierar;uia de con)ecime con)ecimentos, ntos, tecnolog tecnologias ias e discursos discursos,, na ;ual a cultura cultura indígena foi relegada relegada 5 posição de inferioridade4 >rataIse de estratBgia e argumento de dominação cultural: usurpar e e?propriar con)ecimentos e tecnologias, eliminando a cultura do outro da orde ordem m do disc discur urso so44 Pode Podemo moss de%a de%ate terr o ;ue ;ue temo temoss apre aprend ndid ido o com com os povo povoss origin*rios, os ;uais atravBs do contato com a natureza desenvolveram sa%eres referentes 5s plantas medicinais, agricultura, mane(o do solo, mel)oramento genBtico de espB espBci cies es,, astr astron onom omia ia,, etc4 etc4,, cont contri ri%u %uin indo do ampl amplam amen ente te para para a prod produç ução ão do con)ecimento científico4 FM e6u!voco: K*ultura$ congelada$”  !ual;uer cultura ;ue se manten)a viva no tempo o faz por;ue B dinmica e constantemente se transforma4 & ideia de uma tradição ;ue permaneça imut*vel atravBs das geraç$es B uma ilusão na ;ual nos enredamos com fre;u
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perderiam sua identidade todavia, em um mundo glo%alizado, partimos do princípio ;ue n7s podemos nos apropriar dos %ens culturais de outros povos 8se(a no campo da culin*ria, arte, língua, religião ou outros9 sem dei?ar de ser %rasileiros por conta disso4 >al atitude revela ;ue os critBrios aplicados para medir a autenticidade e identidade dos povos indígenas são in(ustamente diferentes da;ueles aplicados 5s sociedades não indígenas4  & troca de influupinam%*, Uavante, >erena, +aigang, +renaF, +uru*\a, Pata?7, DulniI], PanFararu, +ariri, +aririIUoc7, &tiFum e YaFãn$ 8UoFlBng94 O recon)ecimento desta presença L

contri%ui para localizar a população indígena no presente, como su(eitos ativos da sociedade %rasileira contempornea e não relegados a um passado colonial, restrito ao contato entre indígenas e colonizadores portugueses4 PM e6u!voco: Kra$ileiro n'o é !ndio”  O povo %rasileiro %rasileiro se formou formou a partir da contri%uiç contri%uição ão de tr
Re=erncias iliogrD=icas E-3>C, 4 & 4 & 5i$tria da min5a vida: o camin5o de um =uarani 4 3n: +evi$ta ;rbania nM P , p4KN4 Cão Paulo: ditora Pressa, 204 E3>>-.O=/>, .4M4D4 e C3Y#&, &4 .4 da4 Perspectivas )ist7ricas da educação indígena no Erasil14 3n: P/&@O, M4 Y4 #3@&Y, @4  Q margem do$ PRR ano$: re@leSIe$ irreverente$. Cão irreverente$. Cão Paulo: @=CP, 20024 .&/#&Y6O, 34 M4 "ro@e$$or ind!gena: um educador ou um !ndio educador.  educador.   .ampo 'rande: =.@E, NN4 @X&@X&-' 'Y3 Y3C, C, H4 /4  &pri$ionando on5o$: & educaç'o e$colar ind!gena no ra$il 4 .ampinas: .urt -imuenda(G, 2024 D//3/&, M4+4Y4 & ducação scolar 3ndígena: um diagn7stico crítico da situação no Erasil14 3n: C3Y#&, C3Y#&, &4Y4 da4 D//3/& e M4+4Y4 &ntropologia, M4+4Y4  &ntropologia, Hi$tria e 9ducaç'o: a 6ue$t'o ind!gena na e$cola. Cão e$cola.  Cão Paulo: 'lo%al, 2004 D/3 D/3/ /,, JosB JosB /i%a /i%ama marr Eess Eessa4 a4 & )era )eranç nça a cult cultur ural al indí indíge gena na,, ou cinc cinco o ideia ideiass e;uivocad e;uivocadas as so%re os índios41 índios41 3n: *inea$ta$ ind!gena$: um outro ol5ar : guia para

LK

 pro@e$$ore$ e aluno$. Olinda, "9: V!deo na$ &ldeia$, ERDR. i$pon!vel em TTT.videona$aldeia$.org TTT.videona$aldeia$.org.brUdoTnload$Uvnag .brUdoTnload$Uvnaguia[email protected]@  uia[email protected]@  C./>&/3& M=-3.3P&Y @ @=.&qO @ CqO P&=YO4 @iretoria de Orientação >Bcnica" -Gcleo @e ducação `tnicoI/acial4 O 6ue é importante lembrar no Kdia do !ndio”: ub$!dio$ para a di$cu$$'o da Hi$tria e *ultura 7nd!gena. 204 C3Y#&, /464@4 da4 O 9$tado bra$ileiro e a 9ducaç'o (9$colar) 7nd!gena: um ol5ar $obre o "lano Gacional de 9ducaç'o. @isponível 9ducaç'o.  @isponível em: )ttp:""SSS4anped4org4%r"reunioes"2 )ttp:""SSS4 anped4org4%r"reunioes"2">0K22A ">0K22A4doc 4doc44 &cesso em: 2K nov4 2004

3.JO'OS # BRI%C!#IRS %S CU-/URS CU-/URS I%!&'#%S I%!&'#% S1K

O rincar te< sentido

 & ludicidade B uma característica )umana intrínseca na formação individual e coletiva, estando intimamente ligada 5 produção de prazer, corporeidades, relaç$es e afetos4 -esse sentido, B importante perce%er o (ogo e a %rincadeira, para alBm do con( con(un unto to de suas suas regr regras as,, da mane maneira ira como como essa essass regr regras as são são cump cumpri rida dass e do resultado final mas, de maneira mais ampla, como parte elementar do et5o$ social no ;ual se insere, em uma relação de mGtua influ
N >e?to >e?to construído para o .urso Jogo da Onça parceria .O.= ".OP@ -//" (un)o"20A1, so% pes;uisa do >Bcnico @aniel /ig)i, da &ssessora Pedag7gica Pedag7gica em tnomatem*tica liane liane .osta Cantos e dos Dormadores8as9 Dormadores8as9 " &rte educadores8as9 educadores8as9 na *rea de indígena : &driana 'aeta Eraga, &line #alentini, #alentini, &na Elaser , Da%io Marcio &lFmin, &lFmin, Dlaviana Een(amin dos Cantos, JGlia de &%reu, Marcele 'arcia 'uerra, -*dia de Couza, /oger Muniz, Hagner da /oc)a Moraes4

LA

Os (ogos criam mundos de entretenimento4 les instituem ordens ;ue os regulam, e ;ue estão envolvidos, de forma elementar, na ordem da respectiva cultura4 Muitos (ogos estão situados em uma relação mimBtica com um uso regrado de corpo de uma pr*?is social4 les representam um agir regrado no interior de configuraç$es sociais4 444j são muito simples as concepç$es nas ;uais os (ogos são entendidos como mera e?ecução de regras e?plícitas4 Para podermos (ogar, B necess*rio não somente o con)ecimento das regras do  (ogo, mas tam%Bm um Wsentido de (ogoX, ;ue pode ser conce%ido em analogia ao conceito de Eordieu de um $en$ prati6ue4 prati6ue4 ste sentido mostra o (ogo como um mundo entendido em si pr7prio4 -os elementos do (ogo perpassam aç$es )umanas em todos os níveis4 les são parte da ação e do comportamento corporal, dão forma 5 linguagem e ao falar, e participam da criação de novos mundos4 Os (ogos são a mimese da pr*?is social e criam novas relaç$es sociais de poder e estruturas sociais4 8'E&=/ e H=YD, 200, p4K94

=ma sociedade em ;ue o esporte B a forma de (ogo mais valorizada I como B o caso das sociedades ocidentais euroc
 & vida em comum B instituída com %ase no princípio da separação e da delimitação das pessoas4 &s *reas sociais agonísticas t
-esse sentido, B possível o%servar a analogia ;ue se esta%elece entre a preval
verdadeiroIfalso, %omIruim, euIoutro I atravBs da ;ual interpretamos o mundo e ;ue aca%a por esfumaçar as nuances e comple?idades das relaç$es operantes no pr7prio  (ogo, assim como na sociedade, sociedade, ao focar e?cessivamente e?cessivamente no resultado4 @ife @iferrente enteme men nte, te,

os

(og (ogos

prati ratica cado doss

pela pelass

popul opulaç aç$e $ess

indí indíge gen nas

fre;uentemente são de car*ter coletivo e estimulam a relação entre as pessoas, uma vez ;ue oport portun uniz iza am a reun reuniã ião o da comun omunid ida ade e adota dotam m um car*t ar*ter er de confraternização e cele%ração4 &legrarIse com alguma coisa ou com alguBm B o sentido de (ogo1 nesse caso4 O indígena feste(a com o outro, e o (ogo B instrumento para a interação lGdica coletiva4 m consonncia com o ;ue afirmam 'e%auer e Hulf82009, em certos casos, a regra do (ogo e?plicita a função social de cada individuo, o ;ue ele pode ou não pode fazer4 6* (ogos ;ue s7 os )omens podem participar e outros ;ue são e?clusivamente femininos4 O aspecto cognitivo e afetivo desses (ogos faz pensar e demonstra o respeito ao mais vel)o, ao meio am%iente, aos animais4  & importncia dos (ogos e %rincadeiras nesses conte?tos vai alBm da mera manifestação de )a%ilidades, pois tem em vista a formação integral 8física, motora, cognitiva e social9 dos su(eitos, atuando no seu desenvolvimento em relação a si mesm mesmo o e ao meio meio em ;ue ;ue vive vive44 @ess @essa a form forma, a, gan) gan)ar ar e perd perder er são são situ situaç aç$e $ess efornaIse necess*rio o%servar o papel ;ue essa dimensão lGdica assume na estruturação das pessoas e das relaç$es em cada povo4

$assado0 6resente e =uturo do rincar: 6rocesso 6ara re=le?o L

-os dias de )o(e, em cada *rea minimamente ur%anizada do país em ;ue vivemos, testemun)amos um gradual a%andono das formas tradicionais do %rincar  ;ue estiveram presentes por geraç$es entre as crianças %rasileiras4 Muitas dessas form formas as carr carreg egam am uma uma ineg ineg*v *vel el orig origem em indí indíge gena na ,com ,como o ocor ocorre re nos nos (ogo (ogoss e %rin %rinca cade deira irass a e?em e?empl plo o do Jogo Jogo da onça onça 8 Eoro Eororo ro,, Manc Manc)a )aFe Feri ri,, 'uar 'uaran ani9 i9,, do 'avião8>iFuna " &M9 nas %rincadeiras de perna de pau 8 Uavante " M>9, &rranca mandioca8' mandioca8'uaran uaranii " CICP9, CICP9, .a%as8> .a%as8>iFun iFuna"&M9 a"&M9 'avião 'avião e 'alin)a8> 'alin)a8>iFu iFuna na " &M9, &M9, .urupira8>iFuna " &M9, >ucunarB 8 Panar* " P&9 , !uei?ada8Panar* " P&9, 6einB +uputisu8+alapalo " M>9, Marim%ondo 8Eororo " M> e +amaiur* " M>9, >id\mure 8 Paresi " M> e /O9, Peteca8>upi 'uarani, Uavante9, Eoneca 8'uarani9, Pião, entre outros4 & reiteração dessas pr*ticas corporais a(udou a formar I durante o tempo e nos lugares em ;ue predominou I certo perfil de pessoa, em ;ue a dimensão corporal e o senso de coletividade , se fizeram muito mais presentes do ;ue no conte?to ur%ano atual4 >alvez se(a %astante elucidativo pensarmos de ;ue forma se desenvolveram  (ogos e %rincadeiras no passado e no presente4 Os (ogos eletr]nicos, em franca e?pansão no mundo ur%ano contemporneo, trazem a possi%ilidade de (ogar $em o outro, de colocar a m*;uina no lugar do ser )umano, ou (ogar com uma outra pessoa atB mesmo de outro continente sem ;ue se sai%a se;uer o nome, ou mesmo se ten)a uma imagem da pessoa4 ssa forma de (ogo gan)a cada vez mais adeptos, e faz sentir seus efeitos na socia%ilidade de crianças e adolescentes, %em como em sua percepção do mundo4 n;uanto as formas lGdicas origin*rias foram moldadas a partir das relaç$es sociais e do imagin*rio das pessoas envolvidas, os (ogos de Gltima geração são pro(etados por uma indGstria, seguindo uma l7gica de mercado4 & refle?ão so%re o papel dos (ogos e %rincadeiras na vida de uma sociedade Ise B ou não de mero entretenimento IB fundamental para o entendimento das vis$es de mundo ;ue essas e?press$es da cultura carregam4  & possi%ilidade de ela%orar os pr7prios %rin;uedos a partir de materiais relativamente simples e facilmente encontrados na natureza representa uma enorme li%e li%erd rdad ade e para para a cria crianç nça: a: B poss possív ível el inve invent ntar ar %rin %rin;u ;ued edos os novo novos, s, assi assim m como como aperfe aperfeiço içoar ar a;uele a;ueless (* con)ec con)ecido idoss e, se deter determin minado ado %rin;u %rin;ued edo o se ;ue%ra ;ue%ra ou se LN

perde, %asta fazer outro4 & seguir seguir descrevemos como confeccionar alguns %rin;uedos de origem indígena4

Doto: /oger Muniz

Doto: /oger Muniz

Jogos e rincadeiras indígenas: nsaio de um stado da &rte

Cão infind*veis os (ogos e %rincadeiras praticados pelas as diversas etnias indígenas, tanto por crianças ;uanto por adultos4 Ca%emos o ;uanto essa )erança influenciou e segue influenciando na formação da população %rasileira como um todo4 m gera gerall as %rin %rinca cade deira irass são são insp inspir irad adas as nas nas pr*t pr*tic icas as da vida vida coti cotidi dian ana a e os %rin;uedos são ela%orados a partir de elementos do am%iente4 &ssim, B comum ;ue %rinca %rincade deiras iras indíge indígenas nas lancem lancem mão de person personage agens ns anima animais is ou de met*fo met*foras ras agrícolas, por e?emplo4 Mas B importante lem%rar sempre ;ue toda cultura )umana B dinmica e est* constantemente se reinventando atravBs dos tempos4 @a mesma forma, as %rincadeiras são criadas e recriadas a cada vez e novas %rincadeiras e 0

 (ogos surgem em todas as Bpocas4 O o%(etivo maior B desfrutar da compan)ia dos amigos amigos e entender entender ;ue %rincar B uma maneira de aprender: aprender: as dinmicas dinmicas sociais, sociais, o uso uso do pr7p pr7pri rio o corp corpo o e cogni ogniçã ção o na reso resolu luçã ção o de desa desafifios os,, o manu manuse seio io de ferramentas para construção de %rin;uedos, etc4 Para Para eluc lucida idar fare faremo moss um ensai nsaio o de um sta stado do da &rte rte de Jog Jogos e %rincadeiras indígenas, encontradas pelo Erasil e ;ue podemos recon)ecer em nosso cotidiano de diferentes formas4

JO'O ! O%*

Jogo da Onça, B um (ogo de ta%uleiro praticado pelos indígenas Eororo no Mato 'rosso, pelos Manc)aFeri no &cre e pelos 'uarani em Cão Paulo4 O ta%uleiro pode ser desen)ado na terra e pedras e sementes podem ser usadas como peças4 ` praticado entre dois (ogadores4 =m (ogador fica com a Onça e o outro  (ogador fica com as  peças de cac)orro4 O o%(etivo de ;uem est* com a Onça B capturar cinco peças do cac)orro4  o o%(etivo de ;uem est* com os cac)orros B encurralar a Onça em sua toca4

Doto:  &r;uivo gnon #iana

$#R% !# $U Uavante I M>



 &s crianças Uavante gostam de %rincar de perna de pau4 Caem em grupo para a mata, carregando seus fac$es 5 procura de madeiras ade;uadas para construir  seus %rin;uedos4 @ois troncos retos são o suficiente para a construção da perna de pau4 -o meio ou na altura dese(ada, colocaIse uma for;uil)a I nem muito curva, nem muito a%erta I em cada um dos troncos para encai?ar os pBs da criança4 O desafio da %rincadeira B permanecer em pB e"ou camin)ar pelo espaço pelo m*?imo de tempo sem perder o e;uilí%rio4

RR%CR  M%!IOC 'uarani I C e CP

 Doto: /oger Muniz " Muniz " Pro(eto: -ossa &ldeia o Erincar " Programa Mais .ultura nas scolas

` uma %rincadeira ;ue ainda )o(e os 'uarani do spirito Canto e de Cão Paulo praticam4 Os participantes se sentam no c)ão, um atr*s do outro4 O primeiro da fila 2

ser* o dono da roça1 e deve agarrarIse a uma *rvore ou poste4 O segundo entrelaça seus %raços pela %arriga do compan)eiro da frente, e assim sucessivamente, atB ;ue todos este(am firmemente agarrados um aos outros e prontos para começar4 =m dos participantes 8precisa ser alguBm forte9 B escol)ido para arrancar, uma a uma, as crianças mandiocas1, começando pela Gltima da fila4 PorBm, B necess*rio primeiro consultar o dono da roça1 ;ue B ;uem d* autorização para ;ue cada uma das mand mandioc iocas1 as1 se(a se(a col)i col)ida4 da4 ntre ntre os 'uaran 'uaranii vale vale usar usar divers diversas as estrat estratBgi Bgias as para para conseguir arrancar a mandioca, atB mesmo fazer c7cegas ou pedir a(uda para alguBm ;ue (* saiu da fila4 ssa %rincadeira B %astante divertida e faz alusão ao uma pr*tica corri;ueira entre povos agricultores, ;ue B o cultivo da mandioca, assim como desenvolve e valoriza a )a%ilidade da força4

Doto: /oger Muniz" Muniz" Pro(eto: -ossa &ldeia o Erincar " Programa Mais .ultura nas scolas

JO'O !O '"IO >iFuna I &M

ssa ssa %rinca %rincadei deira ra B pratic praticada ada entre entre os >iFuna, iFuna, na região região centro centroIoe Ioeste ste do  &mazonas, no <o /io Colim$es4 m fila, as crianças seguram o corpo do colega da L

frente com as mãos4 & primeira primeira criança criança da fila postaIse como como o gavião gavião e emite um som de piu14 O som ;uer dizer estou com fome14 & pr7?ima criança da fila estende a perna ofertando ao gavião, dizendo ;uer isso1 e o gavião responde negativamente atB c)egar 5 Gltima criança, a ;ue o gavião finalmente diz sim1 e segue perseguindo sua presa4 Os outros participantes impedem ;ue o gavião alcance sua presa, o ;ue faz a fila pender de um lado ao outro, na imagem de um .14 .aso o gavião consiga capturar sua presa, a leva para o nin)o e sai em %usca de novas presas atB ;ue toda a fila se(a capturada4

CBS N Ma >iFuna I &M

Para %rincar as crianças se dividem em dois grupos, sendo ;ue um representa as ca%as e o outro, os roçadores4 &s crianças do grupo das ca%as sentamIse frente a frente fazendo um círculo, dei?ando as palmas da mãos viradas para cima4 Os roçadores se apro?imam do grupo de ca%as fazendo movimentos com as mãos ;ue simulando um plantio e tomando cuidado para não tocar na palma das mãos do grupo das ca%as, ;ue estar* cantando e %alançando os %raços para cima e para %ai?o4 &o tocar o nin)o das ca%as essas voam para picar o grupo de roçadores4 Permanece no  (ogo a criança ;ue não for picada pelas ca%as4 ca%as4

'"IO '"IO # '-I% L OPta i in;u >iFuna I &M

-essa %rincadeira uma criança B escol)ida para ser o gavião, ;ue alme(a capturar os pintin)os da galin)a4 & criança ;ue representa a galin)a permanece, dura durant nte e a %rin %rinca cade deir ira, a, de %raç %raços os a%er a%erto toss prot proteg egen endo do outr outras as cria crianç nças as ;ue ;ue representam seus pintin)os4 & regra para capturar os pintin)os B ;ue o gavião s7 poder* pegar o Gltimo4 &ssim, a criança ;ue representa a galin)a d* voltas impedindo 

a captura do gavião4 -esse movimento cíclico o gavião s7 pode capturar suas presas pelas laterais4 &s crianças ;ue são capturadas saem do (ogo, aguardando a pr7?ima rodada4

CURU$IR >iFuna I &M

sta %rincadeira faz parte da infncia de muitas crianças, com diferentes nomes a %rincadeira se repete em muitos locais do Erasil4 -a etnia >iFuna ela rece%e o nome de .urupira4 #endaIse os ol)os de uma das crianças, en;uanto outra se apro apro?i ?ima ma e faz faz com com ;ue ;ue a cria crianç nça a vend vendad ada a d< volt voltas as44 &o tBrm tBrmin ino o das das volt voltas as,, pergunta: o ;ue voc< perdeu14 & criança vendada responde, por e?emplo, perdi uma agul)a14 Outras perguntas podem ser feitas a partir do imagin*rio de cada %rincante e, assim ;ue todos tiverem feito suas perguntas, a Gltima pessoa indaga: o ;ue o curupira ;uer comer14 &o tirar a venda a criança ;ue representa o curupira não encontra a comida sugerida e dispara atr*s das crianças ;ue fogem para não serem pegas4 &s ;ue forem apan)adas aguardam a pr7?ima rodada no papel de curupira ou de presa4

/UCU%RQ Panar* V P&

.erta vez PeranF], professor Panar* da scola 3ndígena MatuFre, perce%eu ;ue os pei?es menores do rio preferiam viver nas *guas mais rasas, ao passo ;ue o >ucunarB, pei?e grande, permanecia no fundo4 !uando este Gltimo tentava pegar os pei?es menores, assim ;ue eles c)egavam ao raso, o >ucunarB voltava para o seu lugar no fundo4 & %rincadeira surgiu então dessa o%servação4

K

O espaço do %rincar B delimitado por paus fincados no c)ão e amarrados por  %ar%ante, separando o raso1 do fundo14 Cão dois ;uadrados, um dentro do outro4 -o de dentro fica o fundo1, fundo1, onde )* ;uatro >ucunarBs >ucunarBs ;ue ;ue tucunarBs, ;ue por sua vez não podem sair pelas portas por ser raso demais e precisam voltar ao fundo4 .ada pei?in)o capturado entra no ;uadrado menor 8fundo9 e permanece l* atB ;ue todos ten)am sido pegos4

O%* Panar* I P&

-a aldeia -aserra 3ndígena Panar*, muitas %rincadeiras estã estão o rela relaci cion onad adas as com com os anima animais is da regi região ão,, send sendo o ;ue ;ue uma uma das das prin princi cipa pais is %rincadeiras B a da onça4 -esse (ogo e?iste um p*ssaro, o  pe0',  pe0', ;ue avisa o perigo da onça aos porcos, ;ue logo fogem do felino4 =ma criança faz o papel do  pe0' e fica em cima de um lugar alto ;ue ;ue sim%oliza o .Bu4 Outra criança B escol)ida escol)ida para ser a onça4 Os outros participantes sentam em fila, um atr*s do outro, representando os porcos4 & Gltima criança da fila, deve sair de seu lugar com o o%(etivo de sentar na frente da fila sem ser pega pela onça4 onça4 O p*ssaro d* o aviso para o porco sair4 sair4 Cem esse aviso, o porco não pode correr em direção ao começo da fila4 Ce a onça consegue pegar o porco, o leva para um canto e a fila de porcos vai diminuindo4 & %rincadeira aca%a ;uando a onça consegue capturar todos os porcos4

U#I9! %%7IT Panar* I P&

Para os Panar*, os %ic)os no passado tam%Bm eram gente4 &ssim, os animais faziam aldeias, festas, caçadas4 ssa etnia aprendeu com seus antepassados a %rincadeira da ;uei?ada4 &s ;uei?adas da aldeia gostam de %agunçar tudo4 &s A

crianças são pintadas com (enipapo ou urucum e saem enfileiradas cantando a mGsica da ;uei?ada ;uei?ada atB c)egar em alguma casa casa no centro da aldeia4 aldeia4 Y* os meninos, assim como as ;uei?adas ;uei?adas ;ue são caçadas, caçadas, são dispostos um a um em roda como organizam as caças, em um (irau, para serem assadas no calor da %rasa e fumaça4 -essa %rincadeira, as crianças viram ;uei?adas e recriam o modo como os antigos viviam ;uando os %ic)os eram )umanos4 &s crianças vivem em seu corpo toda a  ancestralidade do seu povo4

#I%Q 7U$U/ISV +alapalo I M>

-essa %rincadeira, compartil)ada por crianças e adultos +alapalo no centro da aldeia, aldeia, os participant participantes es formam uma fila na )orizonta )orizontal4l4 MarcaIse MarcaIse uma lin)a lin)a no c)ão, determinando o ponto de largada, e outra lin)a mais 5 frente, ;ue ser* o ponto de c)egada4 .ada pessoa ter* de correr da lin)a de partida atB a de c)egada, em um pB s7, sem trocar de pB4 Os participantes ;ue conseguirem ultrapassar a lin)a de c)egada serão considerados vencedores4 Ce ninguBm conseguir c)egar l*, vence ;uem for mais longe4 6* uma variante da %rincadeira: podem ser formados dois times e a corrida B feita em duplas, um de cada time4 -o final, vence o grupo ;ue teve mais participantes a ultrapassar a lin)a de c)egada

MRIMBO%!O Eororo I M> e +amaiur* I M>

Os grupos se dividem entre meninos e meninas4 =m grupo representa a comunidade e deve simular as atividades cotidianas da aldeia 8a caça, a pesca, a 

confecção do artesanato, entre outras atividades9 en;uanto o outro grupo representa os marim%ondos, devendo construir um nin)o na areia e reproduzir a;uele zum%ido característico4 .a%e ao primeiro grupo tentar destruir o nin)o dos marim%ondos para ;ue eles não invadam as casas4 Os marim%ondos por sua vez defendem seu nin)o, correndo atr*s das crianças do outro grupo e tentando pic*Ilas4 -esse momento todos se divertem, pois acontecem muitos tom%os e muitas m uitas crianças rolam na areia

/I!@MUR# Paresi I M>, /O

sse sse (ogo (ogo B prat pratic icad ado o e?cl e?clus usiv ivam amen ente te por por mul) mul)er eres es44 las las defin definem em um retngulo de K metros de comprimento por  metro de largura4 m cada ;uina desse retngulo, elas fincam na areia um pino de %am%u ;ue contBm na parte de cima, uma semente de mil)o4 .om uma %ola feita da fruta do marmeleiro, elas tentam tocar os pinos4 'an)a a e;uipe ;ue (untar mais pontos, ao atingir os pinos4

$#/#C Peteca1 B um nome de origem >upi ;ue significa tapear1, golpear com as mãos14 Muitos povos usam esse %rin;uedo, de diferentes formas4 Por e?emplo, entre os Uavante o (ogo se parece um pouco com a nossa ;ueimada1 e B (ogado com v*rias petecas ao mesmo tempo 8;uatro ou seis9 e com dois (ogadores a cada vez4  &s demais crianças aguardam sentadas, assistindo4 & um sinal do coordenador do  (ogo, os dois (ogadores da partida arremessam as petecas, na direção do advers*rio, tentando atingiIlo e, ao mesmo tempo, cuidando para não ser atingido4 !uem for  atingido por uma das petecas, sai do (ogo, cedendo seu lugar para outro (ogador, ;ue B uma das crianças ;ue estão sentadas e a disputa recomeça, sucessivamente, atB ;ue todos ten)am tido a oportunidade de (ogar4 J* entre ntre os 'uar 'uaran anii a %rinc rinca adeira eira B gir* gir*Il Ila a como como um )elic7 lic7p ptero tero,, arremessandoIa %em o mais alto e longe l onge possível4 

ateriai$ nece$$ário$: pal)a nece$$ário$:  pal)a de uma espiga de mil)o4

*omo @aer:  @aer:  retire a pal)a da espiga, evitando rasg*Ila4 @o%re a primeira fol)a, enrolandoIa atB formar um ;uadrado de mais ou menos  centímetros de lado4 sta ser* a %ase da peteca, ;ue deve ser envolvida com as demais fol)as4 /epita esse em%rul)o atB c)egar ao taman)o dese(ado4 @ei?e as e?tremidades soltas para cima, formando as penas da peteca4 Por fim, tire um pedaço mais fino da pal)a ;ue

N

so%rou, formando uma tira e com ela amarre o %rin;uedo, unindo a parte das fol)as ;ue estão soltas4

Variaç' Variaç'o: o: tam%Bm podem ser feitas com a casca da %ananeira ou com penas de galin)a e um sa%ugo de mil)o dividido ao meio4

BO%#C 'UR%I

K0

Dotos: /oger Muniz ateriai$ nece$$ário$: ca%aça em formato de %oneca

*omo @aer: com @aer: com algum instrumento de ponta, raspar a ca%aça para formar os pontos dos ol)os e a %oca4 m seguida misturar cinza com 7leo e *gua para produzir uma tinta1 pastosa, ;ue ser* usada para preenc)er os pontos com a tinta pintando os detal)es do rosto4

K

$ÁSSRO !# BRI%U#!O

Doto: /oger Muniz

ateriai$ nece$$ário$: espiga de mil)o, fol)as, graveto, lin)a e tesoura sem ponta4

K2

*omo @aer: escol)er uma das pontas da espiga de mil)o para a%rir um orifício onde ser* inserido a fol)a para a cauda do p*ssaro4 &p7s isso, partir e espiga ao meio e  (untar as partes com um graveto4 &%rir um orifício nas laterais para inserir as asas do p*ss p*ssar aro4 o4 &o fina final,l, amar amarra rarr as pont pontas as da espi espiga ga com com lin) lin)a a e no grav gravet eto o ;ue ;ue suspender* o p*ssaro4

Re=erncias iliogrD=icas

.&Y@/&/O, +4 .4 .4 & .4  & ludicidade da criança 8i0una4 8i0una 4 Manaus: 'overno do stado  &mazonas Cecretaria de stado da .ultura ..P&, ..P&, 2004  [[[[[[[[[ O ;niv niver$o er$o Cdic Cdico o da$ *ria riança nça$ 7nd! 7nd!g gena ena$ 4 Manaus V &M, Devereiro"200A4 @isponível em 8acesso em 2K"0K"20A9: )ttp:""SSS4povosdamazoni )ttp:""SSS4 povosdamazonia4am4gov4 a4am4gov4%r"pdf"uni[lud4pdf  %r"pdf"uni[lud4pdf 4 .&YYO3C, /4 O$ jogo$ e o$ Homen$ % & má$cara má$cara e a vertigem. Yis%oa: vertigem.  Yis%oa: .otovia, NN04 'E& 'E&= =/, /, '4 e H=YD H=YD, .4 ime$e na *ultura % &gir $ocial % +ituai$ e jogo$ % "roduçIe$ e$tética$4 e$tética$4 Cão Paulo, &nna%lume, 2004 6/// 6///O, O, M4 e D/-&D/-&-@C @C,, =4 Jogo$ e brincadeira$ na cultura Aalapalo. Cão Paulo, diç$es CC., 2004 +3C63MO>O, >4 M4 rin6uedo$ e brincadeira$ ind!gena$4 ind!gena$ 4 &rtesanias de &mBrica, ed4, n4 , p4 IN, ago4 NN4  [[[[[[[[[[ *riança$ ind!gena$ brincam a$$im4 a$$im 4 -ova scola, Cão Paulo: Dundação Y3M&, Mauricio E&//>O, &ntonio4 &ntonio4 O Jogo da onça e outra$ rincadeira$ 7nd!gena$4 7nd!gena$ 4 .ol4 3nfanto Juvenil4 &no: 200K4 Y3M&, Mauricio E&//>O, &ntonio4 &ntonio4 O jogo da onça4 onça 4 Cão Paulo: Panda EooFs, 200K4 M&.@O, M&.@O, &4#4Y &4#4Y4C4, 4C4, -=-C, -=-C, &4  C3Y# C3Y#&, &4Y4 8org49 *riança$ 7nd!gena$: 9n$aio$  &ntropolgico$4  &ntropolgico$4 Cão Paulo: 'lo%al, 20024 KL

CO&/C, &4 de &4 rincadeira$ e jogo$ da criança ind!gena da &mania % alguma$ brincadeira$ da criança 8i0una4 8i0una 4 @isponível em 8acesso em 2K"0K"20A9: )ttp:""SSS4motricidade4com"inde?4p)p"repo )ttp:""SSS4 motricidade4com"inde?4p)p"repositorioIa%erto"0Idocencia" sitorioIa%erto"0Idocencia"NI NI %rincadeirasIeI(ogosIdaIcriancaIindigenaIdaIamaz %rincadeirasIeI(ogosIda IcriancaIindigenaIdaIamazoniaIalgumasI%rincade oniaIalgumasI%rincadeirasIdaI irasIdaI criancaItiFuna

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