César Aira Las conversaciones
'BE A T R1 Z
V1 TER B O E D 1 TORA
.
· ·---------
Aira. César Las conversaciones. - la ed. - Rosaiio : Beatiiz Viterbo Editora, 2007. 128 p. ; 19xl2 cm. ISBN 978-950-845-220-7 l. Narrativa Argentina. 2. Novela. l. Título CDD A863
B iblioteca: Ficciones Ilustración de tapa: Daniel Garcia
Primera edición: noviembre 2007 ©César Aira © Beatriz Viterbo Editora www.beatrizviterbo.com.ar
[email protected]. ar
R eserv ados todos los derechos. Queda rigurosamen te prohibida, sin la a utorización escrita de los tit u lares del "Copyright",
b ajo las sanciones es t ableci
das en las leyes. la r eproducción parcial o total de esta obra por cualquier medio o procedimiento, in cluidos la reprografía y el tratamiento informático.
IMPRESO EN ARGENTINA / PRINTE D IN ARGENTINA Q 11cda hecho el depósito que previene la ley 11.723
Ya no s é si duermo o n o . Si d u e rm o , e s p o r a fu e r a d e l s u e ñ o .
en ese anillo d e
asteroides d e hielo en c o n s tante movimiento que rodea el vacío oscuro e inmóvil del olvid o . Es como s i n o entrara nunca a e s e h u e c o d e tinieb l a s . D oy vu e l ta s , literalm e n t e , p o r l a zona externa , q u e e s amplia c o m o un m u n d o y es e l mundo en realidad . No pierdo la c o n ciencia . S i g o c o nmigo . Me acompaña el p e n s amiento . Tamp o c o s é si e s u n p e n s amiento distinto al d e l a vigilia plen a ; en todo caso, se le p arece mucho . Así se me va la noche . Para entretenerm e , recuerdo las c o nvers aciones qu e h e s o s tenido con mis amigo s du rante la j o rnad a , c a d a n o c h e la d e e s e día . To d o s l o s días m e d a n m a t e r i a p a r a el recuer d o . D e s d e que d ej é d e trab a jar, no tengo otra c o s a q u e h a c e r q u e reunir me con mis amigos a conversar. tardes ente
7
ras.
Me h e preguntado si la d e s o c u p a c i ó n no
será el mo tivo d e mis alteraci o n e s d e s u e ñ o , porque ante s . cuando trab aj ab a , yo d ormía normalmente , como t o d o e l m u nd o . E s muy p o sible . A l s u e ñ p r o fu n d o y re p arador siempre se lo h a visto c o m o l a re c o m p e n s a p o r una j o rnada p r o d u c tiva . ¿ P e r o qué puedo hacer? D ej é de trabaj ar c u ando mis ren tas me a s e guraron un b u e n p a s ar. Ah ora ten go plata de s obra p ara mis m o d e stas n e c e s i d ad e s, y no m e dan g a n a s d e inventarme u n trab aj o s ó l o p ara mantenerme o c u p ad o , como h a c e n otro s . Ese recurso lleva l a vida a un terreno d e irrealid ad , y yo s oy u n hombre de reali d ad e s . Además , un tra b aj o hecho sin g e n u i n a necesidad no llenaría l a función d e ago tarme y h a c e rme d o rmir. La situación s e ex plic aría m ej or si yo fu era un anciano que ha d ej a d o atrás t o d a ac tivi d a d por i m p o s i c i ó n n atural d e l a edad , c o n s u s a c h a q u e s y fati gas . Al a d e l antar mi retiro q u e d é en una p o s i c i ó n interme d i a ; t a l c o m o me p a s a e n e l s u e ñ o , no termino d e decidir s i e s toy adentro o afuera . En fin , no me quej o . Q uizás en realidad duermo . E s difícil d e c irlo. a l a mañana si gui e nte . Sea como sea. h e d e s c u b i erto , en l a
H
rc•constru cción de las conversaciones del día , una veta no cturna de a c tivi d a d mental muy gratificante . A mi e d a d . uno teme que sus fa I'Ultad e s empiecen a d e clinar. D e modo que e s útil p o n e r s e a p ru e b a . y ej ercitars e . Y e n e s t e �Je rcicio encontré una confirmación d e que m i m e m o r i a y mi a t e n c i ó n s i g u e n i n t a c t a s , l o mismo q u e mi razó n . Tengo l a s u erte d e haber creado a m i alre dedor, a lo largo de la vid a, un círculo de ami go s de c ategoría . Sin s e r p rcpiamente u n i n tele c tu al , siempre tuve g u s t o s e inter e s e s r e l a c i o n a d o s c o n l a c u ltura ; e s o s gu stos s e tra duj e ron en un a c e r c amiento a personalid a d e s d e s c ollantes e n l a s arte s , l a s humanid a d e s o las ciencias . A e l l o s a su vez no les d e b e d e h a b e r d e s agra d a d o m i c o m p añ í a , p u e s l a s ami s t a d e s q u e se fu eron c o n s olid ando c o n e l t i e m p o s i g u e n firm e s , y n u e stros encuentros menudean, sobre t o d o ahora que e stoy s i e m pre d i s p onibl e . Nue stras c o nversa c i o n e s mantienen pare j o u n alto nivel . El chism e , el fútb o l , los p r o blem a s d e s alud o l a c o m i d a n o tienen lugar en l a charla , que s e d e s liza más bien p o r c a rri l e s d e histori a o fil o s o fí a . D e m o d o q u e mi rememoración nocturna tiene un rico alimen-
to en el que hincar el diente . La temáti c a l a eleva p o r e n c i m a d e l m e r o r e c u e r d o m e c án i co , a un plano de refl exión y aprendizaj e. En la c a m a , me aplico siempre a las c o n vers aciones d e e s e m i s m o día , aunque t a m b i é n p o d ría h a c erlo con l a s d e años o d é c a d a s atrá s . Q u izás s u e n e p r e s u n t u o s o usar el alti s o nante n o mbre d e M e moria p ara algo que ha sucedido a p e n a s unas horas ante s . Pero p ara mí está bien así. Suele decirse que con l a ed ad la memoria se va distanciando del presente , y que el anciano llega a r e c o rdar mej o r lo que p a só en s u infancia qu e lo s u c e dido e l día an terior. Yo prefiero ej ercitar mi memoria d e l o inmediat o , l a más próxim a . Y realmente , e s u n ap arato prodigioso , que noche tras noche me maravill a p o r su alcance y precis ión . No sólo vue lve e l tema , y l o s t e mas s u c e sivo s , d e la c h arla , sino las répli c a s , una a u n a , y h a s ta las vacilacione s , l o s b a l b u c e o s c u a n d o no encontramos la palabra j u s t a , l a s divagaciones q u e n o s p ermitimo s . Por que hay q u e d e s tacar que nue stras conve r s a c i o n e s no son académicas ni p l anificad a s , sino charl as d e amigos (culto s , eso sí) , con el s i n
fín d e c a m b i o s d e rumb o que t i e n e t o d a char la. Sin d e m a s iado e s fu erzo llego a una d u p l i -
10
cación exa c t a , p e r o enriqu e c i d a j u s t a m e n t e p o r s e r una d u p l i c a c ión . M e p ermite a h o n d a r 1�n
las i d e a s , que e n e l curso d e la realidad
pasan demasiado rápid o . Puedo d e tener d o n
d e quiero y contemplar e l pens amiento o s u exp r e s i ó n , explicarme l o s engranaj e s que l o s articulan , descubro un defecto en la argumen tación , hago una correc ción , vuelvo atrás . Pon go l a l u p a sobre l a c o nversación tran sfo r m a da en una miniatura , y mi contemplación in somne l a vu e lve h e r m o s a y p e rfecta c o m o una j oya . S u mismo d e s or d e n , s u s redundancia s , s u fa lta d e obj e to , s e cubren d e u n nac arado artístico p o r obra y gracia d e l a repeti ción . Pongo como ej emplo l a reconstru c c ión que hice anoche d e l diálogo que había mantenido por l a tarde con u n o d e mis amigo s . N o s re unimo s , como l o hago siempre c o n él, en u n b a r d e l c e ntro , y c a fé s d e por m e d i o iniciamos el c o l o quio comentand o , al p asar, una p elícu la que habían d a d o p o r tel evisión el día ante rio r , y que casualmente l o s d o s habíamos vi s to . E r a una p e l í c u l a c o nvencional . u n mero p a s atiempo c o n algu n a s pretensiones que no n o s engañab an . C o n mi amigo c o i n c idíamos en e l hábito inofensivo d e relaj arnos por las n o c h e s mirand o alguna b analidad p o r tekvi
1 1
sión. Coincidíamos e s p e c i almente en el recha zo a los p r o gramas s u p u e s tamente " c u ltura les", que proliferan en l a s redes d e c a b l e . E n efecto , l a p o s tura d el h o mbre d e cultura e s s im é tri c a m e n t e inve r s a a l a d e l c iu d a d an o corriente que d e s p u é s d e u n d í a d e p r o s a i c a s ocupaciones práctica s . enciende el televis o r en b u s c a de a l g u n a e l e v a c ión e s p iritu al . Para nos otros e n c ambio, que n o s hemos pasado el día en c o m p añía d e H e g e l o D o s toievski , esa progra m a c ión " c ultural" n o s resulta inútil , y p o r e s o mism o , o p o r su falta intríns e c a d e mérit o s , l a e n c o ntramo s p o b re y chata , c u a n do n o fra n c amente ridíc u l a . E s t a p e l í c u l a , los d o s l a habíamos visto e n forma fragm enta d a ; el t e d i o y el zapping , s u m a d o s a l a s d i s trac c i o n e s d o m é s ti c a s . n o s h abían h e c h o v e r p a s aj e s d i s tinto s , u n o m á s el principio que el final . e l otro al revé s . Pero n o era n e c e s a r i o m á s ; e s a s p r o d u c c i o n e s e stere o t i p a d a s d e H o l lywo o d s e adivinan a p artir d e u n a s e c u e ncia o d o s , c o m o l o s p aleontól o g o s recon struyen u n dinos a urio a p artir d e u n a s o l a vérteb r a . Si uno sigue vien do, e s p ara c onfirmar l o que ya s ab e , confir mación qu e , fuerza e s r e c o n o c erlo , c omp orta. su placer.
1:2.
D e modo que n o s entendíamo s en nues tro s c o mentarios. Por s u p u e s t o , algo tan tri vial no merecía m u c h o s c o m entari o s d e nu es tra p arte , y no habríamos h e c h o ninguno si yo no hubiera mencionad o , c o n u n a s o n ri s a . un error b astante gro sero que a l o s p r o d u c t o res s e l e s h a b í a p a s a d o p o r alto . S e trataba d e l o s i g u i ent e : E l p r o t ag o n i s t a , q u e e r a u n humildísimo p a s tor d e cabras en Ucrania . . . ¡ te n í a un Rol ex e n l a muñ e c a ! S o l t é la risa al c o ntarlo , y al record arlo en l a cama segura mente en mi c ara s e dibuj ó una s onri s a . En el acto d e hacerlo , o d e hacer las d o s c o s a s , reír me en la realidad y s o nreír al r e c o r d arlo , noté q u e mi amigo tenía esa exp r e s ión n e u tra del que n o entiende d e qué le están hab land o . Aquí es p e rtinente una nota al margen : el recuerdo puede s e r idéntico a lo r e c o r d ad o , p e ro a la vez es distinto , sin d ej ar d e ser e l mismo . El g e s t o d e incomprensión d e mi amigo , al verlo d e s d e e l otro lado d e la m e s it a del b ar, no era más que e s o : u n p e d i d o d e exp l i c a c ión , q u e ni siquiera s abía . aún , que e s tab a p i d i e n d o una explicación . En el recuerd o , e n c ambio , se car g a b a c o n todo lo que había p a s a d o d e s p u és. P o r el s o l o hecho d e record ar, a s í fu era teniendo la s e c u e ncia temporal , t o d o
se
man
daba
al mismo tiemp o .
13
Me exp liqu é : el protagoni s t a , en un m o mento en q u e ha encontrado mu erta a u n a d e s u s c abras , y s e inclina p ara levantarla , j u s tamente e n e s e movimiento , a l meter una mano debaj o del c u erpo del animal muerto , se le acorta l a manga del basto chaquetón d e cuero sin curtir, y queda a l a vis t a la muñ e c a y p ar te d e l antebrazo, y s e h a c e visible u n imp o r tante Ro lex d e oro . claramente id entifi cable por su diseño y hasta p o r l a c oronita que e s l a m a r c a d e la compañía . Mi amigo salió de su e s tupor para p regun tarme : ¿qué c abra? ¿qu é c ab r a mu erta? É l n o había v i s t o ninguna cabra mu erta . Al rememorado yo s abía que poco d e s p u é s pondríamos en claro que él no h a b í a v i s t o e s a s e c u e nc i a . En la c onvers a c ión propiamente dicha t o d avía no s e m e había o c u rrido e s a p o sibilid a d , a s í que traté d e hacerlo a c o r d ar: era la cabra que él encu entra muerta c u a n d o b aj a d e la montaña p o r la tar d e , y la lleva c ar gada hasta s u c abaña . . . Era imp o s ible que a mi amigo s e le hubiera p a s a d o p o r alto el e p i sodio , p o rqu e t e n í a i m p o r t a n c i a en el argu mento, ya que e s a noche , c u ando pretendía as ar la c abra p ara la c e n a . . .
1 •1
Ahí me interrumpió: s í , l a e s c e n a en que r.vts c e raba la cabra l a había visto . pero no la anterior, la d e l hallazgo . Seguramente en ese momento había i d o a la c o cina a s e rvir s e algo de b e b e r, y s e l a había perdid o . Era un mal menor. muy fre cuente con esas películas que p a s an sin c o rt e s por l o s c anales de cable . Yo mismo debía de tener h u e c o s s e m ej ante s . To dos l o s tienen cuando ven películas p o r tele vis ión . E s a s e s c enas faltantes vuelven c o m o fant a s m a s : u n o l a s h a s u p l i d o imaginari a mente p ara c o m p l e tar la tram a . y d e s p u é s la reconstrucción y la realidad , d a d a l a poca re a lidad que t i e n e n e s as e s cenas . s e le mezclan . Aclarado e s e punto . mi amigo seguía sin entender e l s entido d e m i o b s ervación . ¿Qué tenía d e raro que e l protagonista d e l a p e l í c u la u s ara e s e reloj o c u a l q u i e r otro? ¿ N o u s á b a m o s reloj e s n o s o tr o s mismos? p regu ntó s e ñalando con el mentón l o s que teníamo s , él y yo . amarrado s a las muñecas del brazo izquier d o . Y no l o s teníamos de adorno , agregó con la s o nris a qu e yo tan bien le conocía . N o s eran muy útiles para llegar a tiemp o al c a fé en que nos c i t á b am o s , ¿no? Esta era una alu s ión autoirónica a s u inve terado hábito de ll egar tarde a las citas . Yo no se lo reprochab a. Es
taba tan a c o s tumbrado que cu and o p l a n i fi c á b a m o s un e n c u e ntro y o hacía m i s c á l c u l o s sum ando quince o veinte minuto s , a s í q u e e n c i e rto s entido p o d í a d e c i r q u e él e r a p u n tu a l . Tuve que d e cirle que no me refería al reloj en s í , sino a uno tan l uj o s o , en p o d e r d e un p rimitivo p astor d e cabras analfab eto , a i s l a d o en las montañas . Aun q u e también m e refería al reloj e n sí. Ya el hecho d e que tuvi e s e un reloj p u l s era estaba fu era d e lugar. Esa c o munid a d d e cabrero s practicaba u n a e c o n o mía d e s u b s isten c i a , aj ena a la s o c i e d a d d e c o n s u m o . Aun suponiendo q u e p a r a u n a feria o merc a d o e l c abrero b aj ara al p u e b l o m á s c e rcano , y quisiera c o m p rarse algún o bj e to , no habría elegido un reloj , cuya utilidad tenía que s e r n u l a p a r a é l . E n las c o s tu m b r e s ancestrales d e l o s p a s t o re s , el único reloj que importaba era e l Sol . Allí no había citas e n el café , ni televisores , ni trenes ni avi o n e s que tomar, sólo el p a s o d e l o s días y l a s n o c h e s y las e s t a c i o ne s . Y aun en el caso d e q u e un c o m e r c i ante astuto h u b i e ra logrado extraer unas m o n e d a s d e la ignorancia o ingenu i d a d d e e s t e montañ é s , habría s i d o a cambio d e u n a b aratij a , ¡ y no d e un R o l e x ! ( n i siquiera d e imitación) .
1 (j
El tema no d a b a p ara mucho más , según nu� pareció e n ese momento , y y a mi mente
hnnu ntaba otras d i r e c c i o n e s , que eran l o s t rmas c omunes y habituales entre n o s o tro s ,
las reflexiones en que nos gustaba internarnos 11
partir d e l e c turas o d e la c o n s i d eración del
mundo que n o s r o d e ab a . Al rememorar e n l a noche e s e punto , l o s temas que s e m e presen t uban c o m o p o s ib l e s volvieron a p r e s e ntars e , rn s u misma c o n d i c ión prenatal . sin forma ni
contenid o s d e finid o s pero con e l mismo sabor
I'On que s e agitab an en la inmine n c i a ; un s a bor de filosofí a , de regalo intelectual de élite . �uizás este s a b o r s e ac entuó , en el recuerd o , por e l hecho d e que a l fin d e c u e n t a s n o s alie ran a luz. Lo que había parecido e s tar a p u n t o d e terminar en realidad a p e n a s s i empeza ha . Mi exp licación n o había s i d o suficient e , p o r algún motivo q u e no ac erté a c o mp rend e r ; m i amigo s e g u í a p e rp l ej o .
¿Estaría distraíd o , pensando e n o tra cosa? ¡,0 s ería culpa mía? ¿ M e habría p r e c ipitado a las c o n c l u s i o n e s , s i n d a r l e t i e m p o a l a s premisas? ¿ H ab ría d a d o p o r dicho algo que no había dicho? Traté d e hacerme una c o m p o s i ción d e lugar, lo más r á p i d o p o s ib l e p o rque
sentía que la insignific ancia del asunto sólo
17
justific aba unas notas leves y sin ap oyar, como Arrau t o c a n d o a S c h u m a n . Pero a l m i s m o tiemp o , s i e r a n d e m a s i a d o l eve s , l a s c o s a s podían s eguir sin aclararse y s ería peor. D e c i dí retro c e d e r un p a s o y enfocar l a situac ión d e s d e un ángulo más general , casi c o m o s i pens ara en v o z alta , e n u n repaso h e c h o para mí mismo , d e m o d o d e evitar e l tono d i d á c ti c o que , a p l i c a d o a semej ante nimiedad , podía s o n a r ofe n s ivo . En e s a cuerda, ento n c e s , hablé de los erro res que p u e d e n cometerse durante una filma ción . Eran difíciles d e evitar, d ij e , cuando se hacía u n a r e c o n s tru c c ión d e é p o c a o d e am bientes muy e s p e cífic o s . Un caso famo s o h a bía s i d o e l d e Cleopatra, d o n d e en una e s c e n a Elizabeth Taylor, que hacía d e l a r e i n a egi p c i a , h a b í a aparecido c o n u n vestido q u e tenía un cierre relámpago . Eso era un mero ana cronismo , no muy diferente d e nuestro reloj de marras , si bien en " nu e s tra" pelíc u l a , que sucedía e n l a época contemp oráne a , era u n d e s fase s o c ial o s o c i o c u ltural más bien q u e temporal . C o n e s o s u p u s e q u e n u e s t ro p e q u e ñ o quipro quo quedaba s u p era d o , pero p ara e l i minar h a s t a la m e n o r s o s p echa de h a b e r dado
IH
una l e c ción o haberme qu e d a d o c o n l a última pal abra , s eguí ampliand o , ya en plena d i s p er sión temática d e cortesía : S u c edía qu e c o n lo compli c a d a q u e p o d í a ser u n a filmación , l a c antidad d e gente q u e po b l a b a un s e t , l a s ór d en e s q u e h a b í a q u e d a r l e a l o s técni c o s y a los a c t o re s , e l director no p o d í a estar en t o d o s l o s d e t a ll e s . S e l o h a bía notado d e s d e m u c h o tiempo atrá s , y d e ahí que e n l a s p r o d u c c i o n e s c o m er c i a l e s d e cierto fu s t e h u b i e r a p e r s o n a l e s p e c i a l i z a d o p a r a e s te tipo d e problemas , p o r ej e m p l o l o s l l amados "continuistas" , cuya función era a s e gurar q u e l o s actores siguieran c o n l a m i s m a ropa y e l mismo peinado y e l m i s m o n i v e l d e r a s u r a d o o no rasurado d e l a b arba d e u n día a otro d e filmación , s i c orres p o n d í a . Porque el registro d e las s e c u encias era d i s c o ntinu o . S i un p e rs onaj e s a l í a d e s u c a s a d e s p u é s d e d e s ayunar y d e s p e dirse d e su e s p o s a ( s e c u en c i a
1 ). y e n la calle s e encontraba c o n e l v e c i n o y se p o nía a charlar con él ( s e c u e n c i a 2). e s a s d o s s e cuencias requerían distintos e s c enarios, d i s tinta iluminación , y p o d ían filmarse a s e m a n a s d e distancia u n a d e o tra . P e r o p ara e l p e r s o n aj e , p ara l a acción , habían tran s c urri d o apenas unos segund o s , y debía estar v e s t i d o y m aquillado igual . . .
19
Con un gesto muy somero de impaciencia, mi amigo me significó que eso ya lo sabía, y
hasta sugirió que no le cambiara de tema. Esa última sugerencia venía empaquetada junto con la significación anterior, gracias a la polisemia de los gestos de la que yo no cesaba de maravillarme cuando recordaba en la cama. Porque mis recuerdos, como ya creo haberlo dicho, no eran sólo auditivos sino también vi suales. Los pequeños sentidos anexos flore cían, en el tiempo sin apuros de la mente. y enriquecían lo que ya había sido rico. En cuan to a la impaciencia, n o me preocupó, ni en un tiempo ni en el otro; no era un sentimiento "en contra" sino "a favor"; yo también lo esta ba manifestando constantemente; era el an sia de desembarazarse cuanto antes del ruido de la comunicación para poder comunicar más, y sacar más provecho de nuestra mutua compañía. Tenía más de reconocimiento del valordel interlocutor que de molestia. En mi recuerdo, ese momento estuvo mar cado por un triunfal acorde de imaginarias trompetas. Era la entrada en la conversación de mi amigo, del que un veloz repaso me mos traba que hasta entonces no había participa do más que con murmullos, arqueamientos de
:.w
l'rjas, " q u é s " , "cóm o s " , " c u á l e s " , y p o c a c o s a mús. Ah ora s e d i s p onía a habl ar, y j unto c o n
t u conversa ción , que s e p o ní a en m a r c h a p l e uament e , s e p o n í a en marcha l a máquina d e
111 memori a . L o qu e d ij o m e s onó extraño . En u n pri mer momento , m e d e s concertó en grado sumo .
En la reconstruc ción nocturna , levan t a d a l a l o s a d e l d e s c o n c ierto , s u s p a l abras eran c l a ras y o s curas a l a v e z . En e s t a tercera instan
cia, l a del registro e s c rito , trataré d e mante ner el equilibrio entre clari d a d y o s c urid ad , p ara lo c u a l mi guía más s egura s e rá la s e cuencia exacta e n q u e s e ordenaron las r é plicas . Pues bien : me d ij o que s e guía sin ver e l mo tivo d e mi o b s e rvación original . É l no e n contraba e r r o r alguno en l a presencia , e n la muñeca d e l prot agonis ta , d e mi fam o s o Rolex . De cuyo precio y c o n d ición de símb o l o de s t a tus , me aclaró, e s t ab a p e r fe ctamente a l t a n to . Q uizás y o n o s abía quién e r a e s e actor. No me dio tie m p o a d e c irle que s í lo s abía : nada humano m e e s aj eno . I nclinándo s e un p o c o s obre la m e s a y b aj ando la v o z dramáticamen te , me a s eguró que a e s e actor no l e faltaba dinero p ara c o mprarse un Rolex , y otros seis
p
hec h o a l u s i ó n a
la
c o m p l ej i d a d d e l a s
filmacione s ; e s a c o m p l ej idad e s t a b a indican do la magnitud d e l negocio , en el que l o s mi l l o n e s . y l o s cientos d e millon e s , e staban a la orden d e l día . Ah ora b ien, dado el sistema en e l que H o llywo o d había b a s a d o su atracción d e c ara al público , e l llamado " star system" . l o s actores tenían u n a importancia c entral. Las p elículas s e p u b licitaban con e l nombre d e las figuras rutilantes que participaban en e l l a, y l o s e s p e ct a d o r e s p agab an la entra d a a l o s c i n e s p a ra v e r a e s o s r o s t ro s a r c h i c o n o c i d o s . De a h í que s e l e s p agara tanto , no y a p o r e l trab aj o q u e h acían , q u e al fin d e c u e n t a s no e r a más q u e el d e l último e l e c tricista del estudio, que cobrab a un s u e l d ito. sino por s u nombre . E s t e actor e n p articular e ra uno de e s o s privilegiad o s . Tenía tanta plata que no l e alc anzarían l o s años que le qu e d aban d e vida p ara contarl a . Era cierto , reconocía , qu e los imp u e s t o s se llevaban la p arte d e l león , pero l o s impu e s to s , si uno l o s p aga en térmi no.
nun ca son más que un porc entaj e d e las
ganancias , y ningún rico s e ha vuelto pobre por pagarlo s . En fi n : u n reloj d e miles d e d ó lares n o sig ulfic aba p ara él más que un café p ara n o s o1 ros . Con lo que el verosímil quedaba a s alvo .
Ant e s aun d e emp ezar a p en s ar una re s p u e s t a , y y a mientras lo oía hablar, m e r e c o rri ó una s e n s a c i ó n vaga , anunciadora de o tra mu cho más vigoro s a que vendría poco d e s p u é s . . . U n a s e n s a ción d e extrañ eza . teñida d e c i erta d e c e p c i ó n y un lej ano d e s consuelo , a l o í r a mi amigo hablar con tanto conocimiento de causa del mundo del esp ectáculo , de la pla
ta que ganaban las e s trellas d e cine , d e una materia frívola q u e e s taba tan por d e b aj o de l a esfera d e n u e s tros intere s e s . Era una s e n sación matiza d a , o con e c o , p o r q u e c o m p r o baba que yo sabía lo mismo . Pero quizás s e trataba d e una info r m ación infu s a e n el mun do moderno , algo que e s t a b a en el aire y era imposible ignorar. Pero al llegar el momento d e respond er, tuve que hacer una p au s a . I n s ensiblement e , nos habíamos internado e n un c amino d e s u tileza q u e n o s llevaba d e lo b aj o a lo alto , c a s i s i n e s c alas . L o obvio , lo que s e caía d e m a d u ro , c a b í a en u n a fra s e m u y breve y m u y s i m -
pie: "el a c t o r no e s el p ersonaj e " . Pero la in tuición m e decía, clamoros amente , que con esa generalización no bastab a . Estábamos hablan d o d e u n caso p articular y concreto , y l o ge neral no p o día sino hacer cortocircu ito . S u p e que d e b ería volver al c o mienzo , al Ro lex, a l pastor d e cabras , a las m o ntañas , c o n e l ries go d e e s t ab l e c er u n círculo vic i o s o d e razones que s e generaran unas a otras y no e n c ontra ran la s al i d a que l e s p e r m itiera avanzar. Aun con e s t o s r e c au d o s en mente , no tuve más r e m e d i o que emp ezar con la generaliza c i ó n , porque d e o tro modo no me i b a a enten d e r ni s i quiera yo m i s m o ; pero tuve e l c u i d a d o d e d arle una entonación que hiciera visible que la estaba u s ando s ó l o como punto d e par tid a : El a c tor, dije , no era el personaj e. ¡ ¿ C óm o que n o ? ! B u e n o , s í . . . L o e r a , e n c ierto m o d o . El a c tor seguía s i e n d o el a c t o r c u a n d o interpre t a b a al p e r s o n aj e , inclusive s e podía d e c i r q u e lo era más que nunc a , ya qu e e s tab a realizan d o s u oficio y j u s ti fi c á n d o s e más allá d e la b u e n a v i d a d e B e rve rly Hills y l o s d ivo r c i o s y adulteri o s y el consumo d e droga s . Pero s u b s i s tí a , o m ej or d i c h o emergía , una d i ferencia fu nd amental . Aunque fu nd amental , era impal-
pahl e . Quizás s e l a d a b a p o r s e n t a d a c o n ex I"C'siva liviandad . Era "impalp a b l e " (metáfora
d1� l a que me d i s c u l p ab a , y que trataría de meJorar) porque sólo s e l a podía p ercibir en
las his torias , y n o en l o s seres que l a s e n c ar nab a n . En e l movimiento de l a h i s t o ri a , no e n ninguno d e s u s momento s . Q uizás había que entend erlo d e acuerdo al Principio d e I n c erti dumbre , si bien en un nivel diferente al de las partículas s u b atómi c a s . Un cabezazo aprobatorio d e mi amigo s a l u d ó la emisión d e las p a l ab r a s " n ivel dife r e n te " , que él pronunciaría pronto . S e g u í : U n exito s o galán d e H o l lywo o d , d ij e , dis ponía del dinero p ara comprarse un caro reloj s uizo , lo mismo que u n a señora de la segunda mitad del siglo XX usaba prendas d e ve s tir con c ierre relámpago . E s a s eran s u s h i s torias , o su falta de historias . U n primitivo p as t o r d e cabras perdido e n l a s montañas d e U crania no u s ab a un Rolex, por un imp erativo c a s i tan fuerte como el que impedía que una reina egip cia del siglo I tuviera un cierre relámpago e n el vestid o . Ah ora bien , ¿y s i el g a l á n d e H o lly wood y el p a s tor d e Ucrani a , por u n l a d o , y la s e ñora moderna y l a reina del Nilo por o tro. eran l a misma p e r s o n a? Evidentem ente,
no
podían serl o , al menos en el mismo plano . "Pla no", p o r s u p u e s t o , también era una metáfora ,
y también en e s te c a s o me prop onía s alir d e e l l a . Y d e inmediato , porque e s e otro plano era el d e l a ficció n , que no era una metáfora sino . en cierto modo , el sustento real. perfectamente real . d e t o d a s las me táforas . La ficción creaba un mundo segundo y simultáneo . . . Aquí m e interru m p í , p o r p artid a doble . Lo hice en l a c o nversació n , p orque veía que no iba a llegar nunca a ningu n a p arte , y lo hice tamb ién al rememorar la e s c ena d e la conver sació n , p o rque veía qu e i b a a llegar demasia do rápido a la meta . El impulso d e hablar, y e l de recordar lo hablad o , a u n q u e e r a n el m i s mo , e staban c argad o s d e energías d i s tintas e incompatib l e s . Teníamos al actor, al rubio b o nito y fam o s o , en su mansión d e la Baj a California , c o n sus cu anti o s a s cuentas b a n c arias . s u s r e l o jes c a r o s . s u pis cina. su Ferrari , s u s mini tas top m o d el s . Lo llam a b a s u agente y le d e c í a qu e u n g r a n e s t u d i o l e o fr e c í a e l p a p e l protagónico e n l a nueva película d e u n presti �i o s o director, y acep taban sin chistar su ca
chet millonario . No había motivo s p ara negar se, a
priori . ¿De qué se tratab a? ¿ C u ál era s u
papel? Era u n a p el í c u l a d e ave nturas, a m lllt•I1t a d a e n l a s m o n t a ñ a s d e s é r t i c a s d e 1 kran i a , con u n argumento que utilizaba e l e
l l lt'ntos d e la b ru s c a entrada al c apitalismo d e
las e x repúblicas d e l b l o q u e s oviétic o . Su p a p d e r a e l d e un primitivo p a s tor d e cabras , ajeno a la civiliza ción m o d erna , una e s p e c i e
de buen s alvaj e , que s e v e í a súbitamente i m p lic ado en una t r a m a siniestra . . . En fin , algo más o menos p revis ib l e , con apenas l a punta
de originalidad como p ara j u s tificar la pro d u c ció n , p e r o n o tanta c o m o para e s p antar al público . Y el papel l e c onvenía en tanto le daba p o sibilid a d e s d e lucimiento y lo s a c a b a mo mentáneamente d e l a s eguidilla d e persona Jes urb an o s , yuppies y p o licías fashio n , que hab ía venido haciendo en los últim o s año s . Una renovación d e l a imag e n , h a s t a p o r la barba hirsuta que tendría que d ej arse , e l p e l o l argo . la ropa troglod ita; y e l a g e n t e no n e c e sitab a decirle . porque él l o s a b í a b i e n . q u e todo le s entaría d e maravill a , que d e su b arb a hir suta s e haría c argo un c o iffeur de e s trellas , y su ropa de cueros crudos se la cortaría el mej or diseñador disponib l e . Estas ventaj as las confirmab a el actor días d e s p u é s c u a n d o leía e l guión que l e hacían
27
l l egar. Lo leía en el vasto living de su c a s a. r e c o s t a d o en un sillón, con un gran p erro d e agu a s durmiendo en l a alfombra a su lado c o n e s e s u e ñ o tan liviano d e los animal e s : c a d a v e z que él d a b a vuelta una página, el rumor bastaba p ara que el fi e l B o b agitara l a s ore j as . M e parecía ver l a e s cena, c u a n d o s e l a contab a a mi amigo . y m u c h o m á s al revivir l a convers a c i ó n p o r l a n o c h e : tanto más q u e y a n o oía l a s p a l abras, s ó l o v e í a lo que evo c a b a n . E s e guión . segu í , era el de una " fi c c i ón " . es d e c i r el d e una historia que no había s u c e d i d o . N o h a b í a s u c e d i d o e n l a realidad, p ru e b a d e l o c u a l era q u e e n el momento d e e s cribirlo podía ser cualquier c o s a : l a historia d e u n m atrimonio d e s aveni d o , l a d e un rob o . l a d e u n a invasión d e extraterre stre s . l a vida d e u n Papa o l a del inventor d e l horno de microondas . Pero no :
de la c a s i i n fi n i t a
combinatoria d e situaciones p o s ib l e s, s e h a b í a actualizado el c u e n t o d e un p a s t o r d e c a b r a s . . . Y a c o nocíamos el resto. C o n e s e argu mento se hacía la p e lícul a . El equipo d e pro d u c c i ó n viaj ab a a Ucrania a b u s c a r l o s e s c e narios adecuado s , y cu ando todo estaba a punto p a r a comenzar el r o d aj e . allá ib a n u e s t r o galán , que en el l a p s o inte rmedio había
28
lrnlclo tiempo d e d ej arse crecer la barba y el prlo y estudiar a conciencia s u pap e l . N o e r a q u e no hub ieran p o dido filmarla e n
1111 estudio en Lo s Á ngele s . To d o s e p o dí a re p rod ucir en u n s e t , con e s c e n o grafía y algún truco d e montaj e . S i querían las montañas ��·n u i n a s , n o t e n í a n más que m a n d a r un l'llmarógrafo y d e spu é s i n s ertar sus t o m a s don d e corre s p o n d iera . P e r o l a d e c i s i ó n d e fil l l l a r en los sitios r e a l e s d e rivab a de una p o l í t ic a bien calculada d e l o s p r o d u c t o re s , y o b e decía a d i s ti n t o s fa c t o r e s c o n currente s : e n p rimer lugar había u n a c o n s i d eración finan ci era , ya que el c o s to de vida en U c rania era r.xp onencialmente m e n o r que en los EEUU. y l o s s u e l d o s d e l p e r s o n a l contratado en el l u gar p e rmitirían u n a gran r e d u c c i ó n del pre supuesto ; además , las autoridades u cranianas habían mostrado interés en el proye c t o , que c alzab a en s u pro p i a política de atracción de Invers iones e s tratégic a s ; la c o laboración d e l Ministerio d e C u l t u r a l e s permitiría filmar e n Interiores ve d a d o s al público y m o strarle al mundo riqu ezas artísticas y arquite ctónicas d e s conocid a s ; por ú l timo , estaba la renombra d a cu alidad de l a luz e n las montañas , que le d aría al film una atmó s fera p r o p i a , única e irreproducible c o n m e d i o s artific ial e s .
29
P u e s b i e n , allá i b a el actor. No iba s o l o, por supuesto, sino con su se cretario, sus gu ar d a e s p al d a s , a s i s t e n t e s , c o a c h y p e r s o n al trainer. No era él quien hacía las valij a s . p o r sup u e s to . p a r a e s o l e p agaba a s u s e rvid u m b r e , p ero s í elegía algunos d e l o s obj et o s o p r e n d a s que llevaría c o n s igo . Uno d e e s o s o b j e t o s e r a e l reloj . Ab ría el caj ón d e l armario donde guardaba sus r e l oj e s y j oyas, hacía un ráp i d o repaso d e n e c e s i d a d e s y conveniencias (no era l a primera vez que viaj ab a a filmar a lu gar e s exó ticos) y s e d e cidía p o r el s ó l i d o y confiable Rolex Daytona de oro . Este c onfiable aparato cumplía varias fu ncione s . E n p rimer lugar, u n reloj . que p o día no u s ar e n e l curso d e s u vida regal a d a , s e volvía impre scindible en l o s días frenéticos d e un ro daj e en sitios n a t u r a l e s , l o s a b í a b i e n por exp e r i e n c i a : madrugone s , trasla d o s , c ambios de p l a n e s d e último momento , citas pe rentorias . Ad emás , y p o r lo mismo . el reloj a u s ar en e s a s cir c u n s t a n c i a s d e b í a s e r d e l o s r e s i s t e n t e s al agua y los golpes, porque no sabía a qué pru e bas t e n d ría q u e s o m e terlo . Y a la v e z quería que fu era e legante y lo exp res ara e n s u ima gen d e hombre d e éxito y s ex symb o l , pues la filmación no s ería t o d o trab aj o : habría fie s -
30
hiN, sali d a s , y hasta le hab ían anticip a d o la t
ouveniencia d e que hiciera relaciones públi
' 11M
con las autorid a d e s u c ranianas, que , p o
dlu apostarlo, querrían fo tografiarse c o n é l . Y o estaba poniendo m u c h o m í o e n t o d o
r•Potlo, pero e s natural q u e en un relato s e p o n ¡.{11, además d e lo que s e h a vis t o y o íd o , la 111 1 1posición d e las c a u s a s , sin la c u al q u e d an drmasiados hilos suelto s . Me avergo nzab a un poco exhibir tanto c o n o c imiento d e l a vida y ohra de las e s trellas d e l e s p e c táculo, c o s a que p o día dar a creer que m e intere s ab a e s p ec i a l tllcnte el tema o que perdía el tiempo l eyendo revistas " e s p e c i alizad a s " . Pero , c o m o ya d ij e ,
f'i saber d e estas cuestiones p o p u l ares e stá en d aire, y más que p ara tenerlo hay que hacer un esfuerzo p ara ignorarlo . Y a m í , ya lo dij e t ambi én, n a d a humano m e e s aj eno . E l saber no ocupa lugar : l a información s obre actores o
cantantes n o le quita e s p acio a Platón o a
Nie tz s c he . S i e m p r e he d e s c o n fi a d o d e e s o s intelectuales q u e no s ab e n d e l a existencia d e l o s Ro lling Stone s . C o n mi amigo coincidía mo s en e s e punto ; en e s t a o c a s i ó n él me ha bía d a d o el ej emplo u n o s minu t o s ante s , h a bl ánd ome, c o n c o n o c i m i e n t o d e c a u s a, d e l "star system" .
31
El viaj e d e n u e s tro actor no era directo . Hacía una e s c a l a en Parí s , d o n d e s e reunía c o n la coprotagonista d e l film , y los produc t o re s , y daban e n c o nj unto u n a c o n ferencia d e p r e n s a presentando el proye cto . E s t e evento tenía lugar en el s a l ó n de un gran hotel d e la capital franc e s a ; lo acribillaban los fl a s h e s de los fo tógrafo s , ansio s o s por difundir su cam bio d e look (pelo y b arba) : y a e m p ezaba a s e r el primitivo p a s t o r d e la p e l íc u l a , p e ro todavía siendo él. Y tanto era él que terminaba mol e s to p o r la insistencia d e l o s p e r i o d i s t a s e n p r e guntarle p o r s u reciente d ivorcio y p o r l a b e l l a a c triz q u e h abría s i d o su c a u s a . Tamp o c o le agradaron l a s preguntas d e trasfondo polí tic o , s obre e l acerc amiento que implicaba su p articip ación e n e s ta película a l o s gobiernos d e l ex b l o qu e s oviético. a l o s q u e había criti c a d o en su militancia e c o l o gis t a . E l orden d e mis razo n e s e r a implacable . E s tab a intro d u ciendo uno a u n o l o s elemen tos d e la d e m o s tración d e la realidad , que me s e rviría p ara h a c e r el contraste con l a ficción. C u an d o re c o n s truía l a c o nve r s a c i ó n (y ahí también era implacable porque n o me s alte a b a u n a p alabra , y hasta c r e o q u e agregab a alguna) , me d a b a cuenta de qu e e l " actor" ya
'''" "pers o n aj e " en cierto m o d o ; no el p ers o
••ulr que e n c arnaría p o c o d e s p u é s e n l a filma •·lnu d e l a p e l ícul a , p er o s í e l personaje del
l'll!'nt o qu e yo , m arginalmente , por imp erati
vos retóri c o s d e la d e m o s tración , estaba c o n lund o . Y c u a n t o s más d a t o s lanzaba p ar a re dond e ar su figura de " a c tor" , más " p er s o n aj e "
lo volvía . Esto era inevitab l e , d e s d e que l a fic dón adoptó , p ara manife s tars e , u n a e s tru c lura n arrativa q u e e s l a misma q u e u tiliza l a
rralidad p a r a h a c er s e inteligible . Pero , inevi lnb l e o no , d e b í a r e c o n o c er qu e debilitaba mi nrgumento. E s t e s e habría b eneficiado d e u n l'ontraste m á s fuerte , es d e cir d e la p o stulación
de una realidad que mi amigo y yo r e c o n o c i é ram o s c o m o más real , p or ejemplo l a n u e s tra o una equivalente . La realidad d e un a s tro de llol lywo o d e s taba muy teñida d e irre alidad y no era fácil t o m ársela en s erio . Aun a s í , creía ir por b u e n c amino , y s e guía adelante : y a e s t áb a m o s en l a s Montañas Desértic a s , y aquí n o s b a s t a b a c o n e c h ar u n a mirada s omera al pro c e s o d e factura d e l a p e lícula , las largas j ornadas d e rodaje p ara apr o ve char l o s d í a s d e b u e n a luz , l o s camb i o s d e l o cación c u a n d o s e fi l m a b a e n l a s a l d e a s o e n l a c i u d ad , las interminabl e s repeticion e s qu e
33
exigía el p e rfe c c ionismo del dire c tor, las ine vitables interrupciones p o r lluvia o d e s p erfe c t o s d e l equipo o incumplimiento d e l o s hora rios por p arte d e l o s extras l o c a l e s . También p o d í a m o s p a s ar por alto el pro c e s o n o menos imp ortante del montaj e d e l m a t e rial filmad o , que s e hacía e n l o s laboratori o s d e l estudi o , d e vuelta e n Los Ángel e s . Llegáb a m o s a l o que n o s otros h abíamo s visto l a n o c h e anterior e n n u e stro s tel evi s ores: l a histori a d e l p astor d e c abras vícti m a de l a s circunstancias . E s e per s o naje no exi s tí a ni había exi s t i d o nun c a . S u i d entificación con el actor q u e le había d a d o c u erpo y v o z e r a m omentánea y funcional . Una vez h e c h a la p elícul a , el actor p o d í a olvidarse d e é l para s i e m pre . El p a s t o r ( e l " p ersonaj e " ) era u n fan t a s m a c r e a d o c o n fin e s artís ticos y c o m ercial e s , mu cho m á s lo s e g u n d o q u e lo primero e n e s te c a s o , u n fanta s m a hecho d e i m ágenes y p al abra s , c u y a realidad prec aria e s taba a l a m erc e d d e la s u s p e n s i ó n volunta ria d e l a incredulidad d e l o s amantes del cine . Una diferencia fundamen tal residía en que la vid a del actor era biológi c a , tenía un largo " an t e s " c o m o lo p rob aba s u c arrera en las panta llas, s u s divorc ios , su p erro B ob , y tendría u n " d e s p u é s " tan largo c o m o el Destino quisiera
34
d11 rselo ; mientras que el p a s t o r s eguiría r e p i llrndo su fragmento ilus orio de v i d a no bi o l ó
IJ.II'a, h e c h a d e l u z e i m p u ls.o s e l e c tr ó n i c o s . llubían coincidido s ó l o e n l a representa ció n . Pero , c o n t o d a la precaried ad d e s u exis1 r·ncia ilusori a , el p a s t o r tarrtb i é n debía t e n e r
11na histori a , y , por fi c ticia , e s t a h i s t o r i a d e bía ser " m á s " h i s toria , e s d ecir que d e b í a s e r 111ás inteligib l e q u e l a s h i s torias reales , que P'C
presentan e n un c a o s de azar y vuel t a s y
revueltas. Para e llo a c e ntuab a un e l e m e n t o que tamb ién tenían las h i s t o ri a s reale s : e l ve rosímil . É ste era un no mbre c o nvencional q u e cub ría todo lo que h a c í a el hombre e n s u p e renne guerra c ontra e l ab surd o . En la r e a l i d a d h a b í a c o s a s que , e n un contexto d a d o , n o podían s u c e der. Para ejempli ficar con n u e s tra " realidad testigo " , l a vida d el rubio astro del cine: no p o díamos verlo en el portal d e una iglesia de Beverly Hills pidiendo moned a s , ¿no? Mi amigo arqu e ó l a s c ejas en un gesto l e vemente e s c éptic o , q u e y o esperab a . S í . p o díamos verlo , como u n a broma o e\ pago d e una a p u e st a , o inclu s o como resulta-.. do d e una d e c adencia a c elerada d e b i d a a la� drogas y e l alCo h o l . C o s a s más raras s e h a-... bían visto . Pero , precis amente , la acentuació i)
35.
d e l verosímil a l a q u e me había referido antes l o hacía i m p o s ib l e en l a fi c ción . Un p astor d e c a b r a s q u e había vivido siempre en l a s mon tañas , q u e nu n c a había pisado u n a ciudad . que s e alimentaba de l o que le daba l a tierra , e s e p a s tor i n existente , creado por la imagina ció n , con s u vid a a c o t ada a una hora y m e d i a d e d e s t e l l o s d e luz y c o l or, d e b í a m antener l a coherencia d e s u s d a to s , d e t o d o s sin exc e p ci ó n , p ara h a c e r s e creíb l e . Sobre to d o , no d e bía c o n fundirse c o n e l a c t o r q u e l o interp r e tab a . A é s t e n o p o d í a e s c ap árs e l e una fra s e , p o r ej e m p l o al reunir s u s c abritas p ara regre sar d e l c erro al ano checer, como : "Vamo s , apú ren s e , q u e esta noche c e n o con M a d o n n a " . Au nque fu era cierto que e s a noche el actor cenara c o n M a d o nn a , esa frase estaría fu era d e lugar e n b o c a del p e rsonaj e . Pues b i e n , exa ctamente tan fu era d e lugar c o m o e s a fra s e e s t a b a l a p r e s e n c i a d e l Rolex en s u m u ñeca. Pero , s i e r a imposib l e , ¿cómo s e había pro ducido? Ah í , d ij e . había qu e hacer intervenir l a imp e r fe c c i ó n que a c o mpaña a t o d a e m p r e s a humana . Había s i d o u n error. una d i s trac ció n , u n a p equeña fal l a que había e s c a p a d o a la vigila n c i a d e t o d o s l o s implicad o s , que eran
36
11111daos. Hasta c i erto p unto e r a exp li c ab l e , tl•11l11 la complej id a d de una gran p r o d u c c i ó n 'ltll'tmllográfi c a . La e s c e n a nocturna , fi l m a d a '"
'
lu l adera d e l a montañ a , c o n u n a c abra
11111rrla, el personal midiendo l o s nivel e s d e l111.. l o s ángul o s , el funcionamiento d e las c á uturas, l a s distintas t o m a s de l a s e c u e n c i a fil
lltlldas en forma d i s c o ntinua . . . E l actor, com
plrt amente olvi d a d o d e s u reloj, c o n c entrado r u la acción , en m o s trar s u mej o r p e r fil . . . En
1111 . así había s id o , y no había más que d e cir. Para mi s orpre s a , mi amigo no qu e d ó c o n vrncido . M á s aun : m e dij o enérgicamente , c o n rMe impulso típ i c o d e l o s que han e s t a d o e s
prrando q u e uno termine d e hablar p ara ex poner la opinión contrari a , que yo estaba c o m pletamente equivo cado en mi interpretación d e l a película. S ó l o atiné a responder que yo no había h e cho ninguna interpretación d e l a p elícul a , que por otro l ado había visto s a l t e a d a y sin prestar mucha atenció n . M e había limitado a señalar un error. É l no l a había visto con más continuidad ni atención que yo , dij o , p r u e b a d e lo c u al era que ni siquiera había visto l a fam o s a e s c e n a n o c turna con l a c abra muerta . A s í que n o s e
37
arriesgaría a hacer una in terpretación él tam p o c o , pero sí creía e s tar en c ondiciones d e re fu tarme. Tuve l a irrep rimible s o s p echa d e que ib a
a
s alirme con un domingo siete ; la sorpresa daba lugar a un mied o profundo . La vid a s o cial e s tá llena de e s o s mie d o s , y c a d a uno reacciona según s u c arácter. El mío e s m á s bien tímid o , defensivo , con excesos de cortesía que me vuel ven c asi p u silánim e . Soy d e los que antep o n e n l a d e l i c a d ez a a cu alquier o tra considera ció n y comprueb an una y otra vez que una seca b ru talid a d en el momento a d e c u a d o l e s h a b r í a a h o r r a d o m u c h o s d i s gu s t o s , y no aprend e n . S oy d e los que prefieren t o d a u n a vid a d e mentira a un momento in c ó m o d o d e verdad. Lo que temía en e s t e caso (y " e ste caso" fu e tanto l a o c asión del café c o m o s u exp an sión en l a memoria cuando revivía la e s c en a e n la o s c uridad d e m i dormito rio a la media noche) era que mi amigo soltara un p ar d e fra s e s , u n p a r d e p alabra s , n o s e n e c e s ita b a mucho , que m e demostraran q u e e r a un c o m p l e t o idio t a . sin remisió n . Porqu e el obj e to d e n u e s t r o p e qu e ñ o d e s a c u e r d o e r a d e u n a obviedad que estaba más allá d e l a dis c u s ió n .
"1•:1 actor no es el p ersonaj e . " ¿Quién p o d í a uegarlo? S ó l o alguien d e l nivel m e n t a l d e u n uli'i.o d e cu atro año s , y aun a u n n i ñ o d e e s a rdad no s e ría difícil c onvencerlo . En realidad
110 s e trataba de c o nvenc er, sino apenas d e dar ti e m p o a verlo ; e r a t a n evidente q u e s ó l o un momentáneo blanco mental , o la distra c l'lón , o u n a s ordera p arcial al o í r el planteo , pod ía llevar a la d u d a . L a c u l p a e r a mía . Yo me lo había b u s c ad o ,
ni lanzarme a una larga p e rorata d e sutilezas .v fi l o s o fí a s , e n lugar d e limitarme a lo b á s i c o , .v dej ar ver. Lo había h e c h o p o r infatuación Intelectual , por el gusto d e oírme hablar; era Inevitable que terminara complicando lo s i m ple y o s c u reciendo lo claro . Si ahora s e d e mostrab a , c o m o p a r e c í a inminente , que lo ob vio quedaba sin ver, yo quedaba c o lgado d e un ab i s m o, c o n t o d o mi palab rería a c u e s t a s . En el fondo d a b a lo mismo que la exp l i c a ción h u b i e r a s i d o l arga o c o rta , s alvo que con l a larga yo había creado una exp e ctativa ma yor y m e txp onía a una d e c e p ción más grave : si él no c o m p rendía la diferencia entre el a c
t o r y el perso naj e d e u n a películ a , e r a un i m bécil . Y si lo era . yo no tenía m á s remedio q u e perderle el respeto intelectual , y , m u c h o p e o r,
39
nue stras c o nvers acio n e s se extinguían en lo que tenían de bueno y gratifi cante p ara mí. No s ó l o l a s perdía a fu turo , p u e s n e c e s aria mente se me iban a ir las ganas de plantear t e m a s in t e re s an t e s o c o m p artir refl exio nes inteligentes con u n n e cio d e s e m ej ante cali bre , sin o que perdía retro s p e c tivamente las c o nvers aciones que habíamos tenido a lo lar go de l o s año s , y que c o n s tituían una p arte tan central de mi vida . La revelación d evaluaba el p a s ad o , volvía ficticia t o d a su riqu eza , y abría un aguj ero imp o sible de llenar. ¿ C ó m o l l e n a r d e s d e e l p r e s e n t e u n aguj ero del p a s a d o ? M i s c o nversacio n e s tenían de p o r s í algo d e retro s p e c tivo . La reconstruc ción n o c turna a que l a s sometía, que no eran u n a p arte me nor d e l placer que m e c a u s a b a n , las d e s p l a z a b a en e l tiempo ya mientras s u c e d í a n ; la s e g u n d a vez c o ntaminaba a l a p rimera y s e establecía u n círcu lo . Yo h a b í a e s tado vivien .
do en e s e círculo mágico , protegido en su límite , y s u disolu ción m e causaba p avor. Para apreciar la magnitud d e mi decepción , debo e n c arecer lo imp ortantes que eran las c o nvers aciones p ara mí . En e s t a etapa d e mi vid a , se h abían vuelto lo más importante . H a bía d ej ad o q u e o c u p aran e s t e lugar privil egia -
IJO
tln, y las había c u l tivad o c o m o una razón d e •u•r, casi c o m o una obra . C o n s tituían mi ú n i ' 1 1 ocupación válid a , y m e había aplicado a
111ugnificar su valor, a t e s orándolas m e d iante 111 reconstru c c i ó n y miniaturización en el re tu hlo secreto nocturno . D e m o d o que si per
dtn el día también p e r d í a la noche . En reali dud, s e m e vaciaban m á s l a s n o c h e s que los dius , p o rque e n éstos siempre existía l a p o s i bi lidad d e encontrar o t r a s d i s traccio n e s ; l a s uoches eran más exigente s ; t o d o s u s u s t ento rra la inteligencia y l a c o m p licidad en la inte
ligen cia , que mediante mi sistema de duplic a l"lón s e volvía c o mp lic i d a d c o nmigo m i s m o . Perd erla también era perderme , quedarme solo rn un insomnio sin obj eto .
Es cierto que é s te no era mi único amigo
ni mi único interl o c u t o r en las convers acio ne s . Era u n o entre otro s ; no le daba más va lor que a l o s demás . Pero s ería u n a p é r d i d a que h a b r í a i d o más allá d e la u n i d a d que r e pre s entab a . En l a r e l a c i ó n que mantengo c o n m i s amig6s h e n o t ad o , y creo que d e b e d e s e r un fenómeno universal , que cada u n o rige u n a línea distinta d e intere s e s, un t o n o d e ami s tad distinto , y hasta un lenguaj e diferente. Lo s amigo s no son intercambiables , aunque el gra-
41
do de amis tad s e a el mismo y el grado de c u l t u r a y nivel s o cial s e a equivalente . H ay s obre e n tendid o s y a c u e r d o s y c l ave s que s e van c o n s truyendo con el tiemp o . y que l o s hacen irreemplazables a t o d o s. Pero la p érdid a , como digo . iba más a l l á d e l o únic o . La· s conversa cio n e s d e las que yo ob tenía tanto placer for mab an u n sis t e m a , y l a d e s ap arición d e la "ve t a " d e temas u o pinio n e s comp artid o s c o n este amigo provo c aría un d e s equilibrio , y é s t e el d errumbe d e t o d a l a red . Sin emb argo . p o r d e b aj o de e s t a s alarmas p ersistía u n a d u d a , l a mis ma que había m o ti vado mi sorpre s a inicial : ¿era p o sib le? ¿No era u n p o c o exce sivo? La c o ntradicción tenía algo d e s o b renatural . entre mi amigo culto y civili zado y una ign orancia de d i s c ap acitado . ¿No deb ería estar p o r e n cima d e e s a s s o s p e chas? ¿No m e había dado hartas prueb as , a lo l argo d e año s . d e s u in teligencia y p ercep ción? Per día la cuenta d e l a s v e c e s que habíamos dis c u tido de igual a igual s o b re filós o fo s y artis tas y fenómenos his tóricos y s o cial e s . Mi c o n fi a n z a en s u r e s p u e s t a nunca h a b í a flaqu e a d o . Y no era u n a ilusión , d e e s o p o d í a e s t ar s eguro porque había s o metid o c a d a convers a ción a l a prueba n o c turna d e la memoria, y
12
las había examinado hasta el último replie J.llle. Gracias a las reconstrucciones había exa minado hasta lo no dicho. Este descubrimien to, si era tal, sería como descubrir de pronto,
después de años de relación, que un amigo rra manco; o ni siquiera eso, porque un man eo puede tener un brazo ortopédico y disimu lar bien su falta; sería más bien, perfeccio nando el símil, como si un marido descubrie ra, en la celebración de sus Bodas de Plata, que su esposa era china. ¿Era posible, enton ces? Lamentablemente. había que responder por la afirmativa. Era posible. En este caso las pruebas no servían de nada; la fuerza del imprevisto las destruía. Tampoco me servía postular uno de esos blancos que todos tenemos en nuestra forma ción, y que a veces son escandalosos y tan sorprendentes como el que estaba enfrentan do yo en este momento. A mí mismo me había pasado, creer saber algo y no saberlo, por ha ber adoptado en la infancia una idea errónea
y lo bastante cómoda como para no sentir nunca la necesidad de revisarla o ponerla a prueba. Hay temas con los que, por una lar guísima concatenación de azares, uno no tro pieza nunca, aun disponiendo de una mente
alerta y una curiosidad universal . Existen tan tos que e s p o sible. A veces se trata d e mera p e reza . Por ej emplo yo s é que h ay u n a exp l i c a c i ó n p ara el hecho d e que las ru e d a s d e las diligencias , en los western s , p arezcan girar h a c i a atrás c u ando el vehículo va muy ráp i d o ; h a s t a la h e visto es crita e ilustrada c o n d i agramas, p ero nunca me molesté e n ente rarme e n d e tall e . Ten er uno d e e s t o s aguj er o s d e c o mprensión o información e s lo más c o m ú n d e l mund o , y s i n emb argo aquí n o m e s e rvía, porque la diferencia entre ficción y rea lidad no era un asunto puntual d e los que o c u pan puntos ciego s ; e r a m á s bien una mancha d e ac eite , s e extendía a to d o , y hasta a lo que r o d e a b a al tod o . Alguien menos genero s o o más agres iv o p o d ría h a b e r s e s e n t i d o feliz al d e s cubrir que u n amigo suyo era un tonto . Podría h a c e rlo s e n tir sup erior, a s alvo en s u integri d a d nar c i s i s t a , más inteligente de lo que creía ser, en una p al abra : ganador. No era mi c a s o . Yo m e s entí d e p r i m i d o y angu s ti a d o , c o m o alguien a punto de perder algo valio s o . En los h e c ho s , e s e s entimiento duró algu n o s s egund o s , l o s que v a n entre una réplica y o tra en un diálogo animado . En l a cama , a l a noche , me pregun-
Ir: ¿,una d e p resión p u e d e durar u n o s s egun
dos? Evid e n t e m e nt e , no era u n a v e r d a d e r a drpresión sino s u núcleo conceptual , a p t o p ara rxpandirse en el recuerd o , y prob é , c asi c o m o
1111 juego , d e exp andirl a , p ara rego d e arme e n "11 contemplació n . C o m o m i memoria y a s abía que no había m o tivo p ara la depresió n , lo h a d a e n e l m o d o " fi c c ió n " , e s tab l e ci e n d o u n puente entre el t e m a y s u d e s arrollo . Como dij e , la re s p u e s t a de mi amigo no s e hizo e s p e r a r ; h a b í a e s t a d o tascando e l freno y rje rcitan d o la p a ciencia p ara no in terrumpir me . No m anife s taba ninguna señal d e inc o m prensión o confu s ió n ; al contrario : s e prop o nía s acarme a m í del error. Empezó diciendo algo que yo tomé como una gene raliz a ción u n tanto marginal : s egún
él, actor y p e r s o naj e p o dían co nvivir, y l a p e lícula q u e l o s d o s habíamos vis to lo probab a ; s i e s que y o realmente la había vis t o , agregó con una piz c a d e s arcasmo , porque l a l atitud de mi equivo cación s e lo hacía dudar. Para qu e co nvivieran no era n e c e sario , como yo había pr opuesto e n mis d e svarío s , una s u s p ensión del e s c e p ticismo ni ninguna o tra o p e ración psic o l ó gic a o m e tafísic a , sino simplemente u n p o c o d e inge nio . Ingenio en la invenció n , o fi-
45
cio de ingenio , quizás no mucho , s ó l o lo habi tual en e s t e tip o de p r o d u c ciones artístico comerciales: no e s t a b a l o b a s tante familiari zado con la actualid ad de H ollywo o d como para eval uar lo que habíamos vis to : p o día ser u n producto en serie , sin más mérito q u e los otros cien o mil que daba a luz anualmente la fábri ca d e s u e ño s , o podía ser la p elícula que p o r cas u alid ad h a b í a s alid o d e veras bie n . A p r o p ó sito d e lo c u a l hizo u n a digr esión para a c l arar que no s e sentía cómodo e n la disc u sión en la que n o s habíamo s embarc a d o . S u mente entre n a d a e n la filo s o fía no s e ap lic ab a sin vio len cia a un t e m a t a n b anal c o m o u n a p e lícula p a s atis t a . D e s c o n o c ía los c ó dig o s d e l rubro " entrete nimiento ma sivo " . y temía c o m e ter errores de apre ciación , no s ó l o d e la apre ciación d e l a calidad a la que s e h a b í a referid o ante s , sino hasta del signifi c a d o mism o. P e r o a la vez r e c o n o c í a que ningún obj e to era d emasiado p e queño p ara una men te inquisitiv a . Estuve d e acuerdo , y al recordar l a s p a l a b r a s c o n qu e s e lo dij e recordé tambié n . e n un relámp ago abismal. el ej ercicio d e a ñ o s q u e yo venía haciendo con las convers aciones , q u e e r a n a l a vez un obj e t o grand e y digno del v a -
-1 fi
dad o de profundid a d e s c u lturale s , y p e queño v mínimo en s u s p artes y las p artes d e sus
partes: to d o , lo gran d e y lo p e queño , s e había lmi'lado en la mism a luz imparcial d e la repe t ició n . M e advirtió q u e tendría q u e hacer s u p o si l'lone s , algunas arriesgad a s . Adelante . le dij e . Para que l o n u e s tro n o pareciera u n diálo go de s o rd o s , emp ezó , t o m a rí a mis propios concepto s . y h a s t a mis p a l abras . c o n l a in tención d e hacerme ver s u reverso . Yo había hablado del veros ímil , ¿no? D e hecho , había b as a d o m i argu mentación e n é l . Q u e u n humil d e p astor en la montai'la tuviera un fa stu o s o Rolex era invero s ímil . Lu ego , si el nuestro lo tení a , s e producía una ruptura d el verosímil , y ahí s e acababa mi silogis m o . Pensé qu e n o e r a t a n simp le , y p o r lo m e nos y o no lo había h e c h o tan simp l e p o rque me había remontado a la raíz del a s u nto , p ero como en e s e m o mento no tenía ganas d e dis cutir (quizás p o r un residuo de mi d e p resión ultrabreve) , y quería ver adónde ib a , m e limi
té a asentir c o n un cab ezazo de impacien cia . Y a d emás , p ara s e r franc o s . era así de simple.
47
Pues b i e n , d ij o . mi error c o n s i s tía en limi tarme a una c o n c e p c i ó n e s tática del vero sí mil . É l m e p r o p o nía o tra , dinámi c a . S egún é s ta , tomado en el movimiento d e la c re a c i ó n , el vero símil p o día s er, y era , u n genera d o r d e historia s . E s a cualidad s alía d e su misma r a zón d e s e r, que era la d e e n m e n d a r u n error. Un error real . o virtu a l . p o r q u e no importaba que n o s e hubiera c o m e ti d o ni s e l e hubiera cruzado ni a mil leguas de la c abeza del autor cometerl o : b a s taba con l a po sibilidad del error o el anacronismo o el d i s p arate , y los autores d e histori a s , aunqu e n o lo s u p ieran , cu ltiva ban esta p o sibilidad. l a p r o te gía n . la atesora ban , c o m o su bien más p r e c i a d o . C o n un gesto de la mano ataj ó mi p e d i d o d e explicación , a u n q u e n o era t a n s eguro q u e fu era a p r o d u c i r s e ( y o mismo no lo s abía) . H abía que remontarse un p o c o más atrás t o d avía , d ij o . p ara p o n e r en fo co la c u e s tió n . Las historias que s e c o n taban o e s c ribían o filmaban . ya pertenecieran al reino de lo real o al de la fic ción . d ebían tener cualidades que las hicieran valer la p e n a , p o rque no eran he c h o s o c o s a s natural e s . Una piedra a la vera del c amino. o una nu b e , o un p l aneta , no ne c e sitaba j u s tificarse por s u b e lleza o s u in te-
rés o su nove d a d , p e r o una histori a s í . Al ser grat u i t a s y no s e rvir p ara nada e s p e c í fi c o , como no fu era para p a s a r el tiempo , l a s histo rias d e p endían de su c a l i d ad . Había que ex tre mar la invención c a d a vez , c a d a vez había que s a c ar un nu evo c o n ej o de l a galera . Un recurso a prop ó s ito era el vero s ímil . Pero no el vero símil chato y e s tático , el que venía d a d o por l a r e a l i d a d mis m a , sino el " d e emergen cia " , el que venía a último momento , como los bomberos haciendo sonar l a sirena , a s alvar una situación comprometida . Ah ora sí, s e ntada e s t a premis a , volvía a mí . Yo e s ta b a e quivo c a d o al c o n s i d erar e s e Rolex un error o anacronismo o u n a d i s trac ción en el r o d aj e . Completamente equivo c ad o . Pero aun así, s e l o p o día tomar como u n error " p o s i b l e " , e s d e cir p o s tularlo como u n error en l a generación original de la histori a . N o era difícil h a c e rlo . Yo había p l ante a d o b i e n las condiciones d e e s a p o s tulación: ¿de dónde iba a s a c ar un Ro lex un p rimitivo p a s t o r d e ca bras d e l a s montañas u cranian a s ? Muy bien . Pero si en la his toria el p astor tenía un Rolex , y p o stulando que el " e rror" se había c o m e t i d o , había que arreglarlo, e s d e c ir había que veros imilizar. D e e s a o p eración podía s alir el
49
interés y la novedad de la histori a . Sólo a p artir de ahí s e podía lograr que valiera la p e n a c o n tar la h i s t o ri a . Sin el " e rror" , l a s c o s a s s e a c h ataban s e nsiblemente . ¿ A quién le intere saba la vid a d e un p as t o r d e cabras c o h e r e n te? ¿O la d e un magnate coherente c o n su gran reloj de oro? El interés s u rgía , a priori , de la convivenc i a . ¿ C ó m o p o d ía j u s ti fi c a r s e el Ro lex e n l a m u ñ e c a d e l p a s tor? N o e r a t a n difícil . Aquí el autor p o d í a lamentar qu e el " erro r" n o hubie ra s i d o m á s grave , por ej emplo que e l p a s tor, que se d e s p l azaba por l o s senderos r o c o s o s d e la montaña s ó l o a p t o s p a r a c a b r a s . . . ¡ tu viera u n a Ferrari ! E s o habría exigid o u n a ex tensión mucho mayor del verosímil y habría d a d o p o r resultado una historia con m á s inte rés , ¿ n o ? Hizo una p a u s a , d e s p u é s d e la pr eguntita retóri c a , que n o era ni s iquiera e s o sino una especie d e tic lingüístico suyo que yo l e c o n o cía b i e n . T a n b i e n que ni siquiera lo registra ba e n las c o nvers a c i o n e s ; p e ro r e a p a r e c ía cuando yo me las servía en la mesa d e l o s s u e ñ o s . L o que m e llevab a a p e n s ar, o m á s b i e n a s e ntir, que mis reconstru c ciones n o c tu r n a s tenían a l g o que me superab a .
�o
Su mirada se p erdió en la lej an í a , aunque
In pausa no duró mucho , porque ya s abía l o c 1 u e iba a d e c ir a c o n tinuació n . Q u izás l a hizo Nólo p o r el efecto . M i entras tanto yo , en la c am a , ap rove ché para h a c e r a m i vez una p au s a , aunque y o podía h a c e rlas d o n d e quisiera, e n t r e cuale s quiera pregunta y r e s p u e s t a , o , s i s e me d a b a
l a g a n a o me as altaba una reflexión súbit a , e n medio d e u n a fra s e, y h a s t a e n medio d e una p alabra . En mi p au s a p e n s é algo q u e d e b ería haber p e n s a d o en l a p a u s a d e é l ( e n l a m í a s e vo lvía anacrónica) : hasta e s e p u n t o s u razonamiento había s i d o s u t i l e inteligente, l o q u e me tranquilizaba r e s p e c t o d e mis alarmas anteriore s : no era un idiota c o m p l e to , ni m u cho menos . S e e s tab a ganando un amplio c r é dito , y h a s t a parecía en condiciones d e amor tizarlo . Au nque era cierto que no s e r un i d i o t a no le imp edía s e r a l g o p e o r, p o r ej emplo u n l o c o . Pero no abundé p o r e s t a líne a ; t e n í a c o s a s m á s realistas q u e pens ar. Además , él y a seguía . ¿ C ó m o j u s tificar el Rolex en la muñeca d e l p a s t o r d e cabra s , entonces? ¿ C ómo j u s tificar l o , no d e s d e el punto de vista d e l e s p e c t a d o r ( d e s d e d o n d e , c o m o yo lo h a b í a d e m o s trad o ,
51
era inj u s tifi c ab le ) , sino d e s d e el creador de l a his toria? M u y fácil . S e caía d e maduro . H abía que h a c e r de él un fal s o p a s t o r d e cabra s . P o r ej emplo un millonario que renunciab a a s u s millo n e s p o r hartazgo d e la civilización y s e ib a a l a montaña a vivir en comunión c o n l a naturaleza , o un e & p í a d e l a C IA disfrazado p ara averigu ar el trazado s e creto d e l o l e o d u c to B a kú - Kiev , o un fugitivo d e !a j u s ticia , o u n científico e s tudiando el comportamiento d e l as c a b ra s . . . Se abría un gran ab anic o d e p o sibi lid a d e s , que se iría c erran d o rápid a m e nt e , p r e s i o n a d o p o r l a s cláusulas inflexib l e s d e l realism o . Ya en el e s t a dio d e l abanico abiert o , dij o , s e p l anteaban algu n a s restric cion e s , que e m p e z a b a n a d ar pista s . L a distancia entre el Rolex y el pastoreo art e s anal d e cabras era u n a . La distancia , más literal , entre los c e n tros d e civilización donde p u diera h a b e r g e n te que u s ara Ro lex y las r e m o t a s montañas agr e s t e s , era o tra . Amb a s c oincidían e n indi car una cierta "importancia" del asunto . N a d i e renunciab a p orque sí a l o s beneficios d e l c o n fort p ara irs e a sufrir l a s inc lemencias d e l a vid a montaraz . Sobre t o d o si tenía l o s m e dio s p ara p agarse e s o s b e neficio s , c o m o e r a e l
52
• ·u s o d e l propietario d e un reloj de ric o s . D e
b í a haber una m o tivación de p e s o . El ab aní •·o,
ya algo reducido , seguía tenien d o u n arco
u mplio . Para s eguir c e rrán d ol o , s e podía re l " l l rrír, y era muy prudente h a c e rlo , al género
ul que ib a a s e rvir l a his t o ria . N o era lo mismo una novela s ería que u n c o m í c , o un cuento r m rre alis ta que una película d e nínj as . Aqu í Me trataba de u n a p elícula d e las e tiqu etadas
" a c ción y s u s p e n s o " , c o n trasfondo p o lític o . U n a vez que dis p oníamos d e e s a d e t ermin a c i ó n , h a b í a que revisar el c atálogo d e las p r o d u cciones más o m e n o s r e c i e n t e s en el géne ro , y tratar d e enc ontrar algo que n o s e h u biera hecho y a . C o m o e s t á b a m o s en el rubro del cine c o mercial p ara e l c o n s u m o m asivo , c o nve nía no exc e d e r s e en originalid a d , que podía d e s embocar e n l o exc é ntric o y limitar el target . Lo original n o d e b í a ir más allá d e lo convencional , ¿no? Para entrar e n m a t e ria, siguió , ya tenía mos al héroe norteam eric an o , tras ladánd o s e
a l a problemátic a C rí m e a s u p e rior c o n u n a misión s e cr e t a . L a e l e c ción d e l sitio e s t a b a dictada p o r dis tintas c o nsid eracio ne s , y a su vez dictaba otras . c o n l a s que, sumadas , l a his toria ya e s t a b a e n m a rc h a .
53
D e s d e la d e sintegración d e l b l o qu e s ovié tic o , Ucrania había venid o m o s trando g e s tos de alej amiento re s p e c to de Ru sia . El fu erte lobby d e l a oligarquía d e l arrabio p r esion aba por una mayor in d ep end encia de las dir e c ti vas d e M o s c ú , p ara nego ciar sus s a l d o s ex p o rtable s . Pu tin a su vez pre sionab a c o n la amenaza de cortar la provisión energétic a . La situación inte r n a se c o m p lic ab a p o r c onflic tos é tnic o s de viej a d a t a . El o dio de tártaros y c o s a co s , man tenid o durante siglo s en e s t a d o latente p o r l a exc lu sión d e los p rimeros en
1 5 9 0 , había resurgid o exp lo sivamente tras la anexión d e C rim e a e n l a d é c ad a d e 1 9 6 0 ; la p e nínsula había c o n s ervad o encapsulada una p o b l a ción tártara que p o r s u contacto , turis mo me diante , c o n las franj as progresistas d e l yeltsinismo , a h o r a s e d e n o minab a n e o tártara y d enunciab a dis c riminaciones pasadas y pre s entes por p arte de las influyentes minorías lituana y m o l d av a . E l cald ero racial u c ranio . recalentado p o r las ínfu l a s de la aris t o c racia p o l a c a y por los sinu o s o s intelectuales ruma n o s fu gitivos d e los p atíb u l o s d e C e au c e s c u p ropiciab a l a emergencia d e una nueva c l a s e d e p o lítico s o p o rtunista s . Con la exc u s a d e la m o d ernizació n , u n a Legis latura d e m agógic a
54
r� prob aba el p e d i d o de cuanti o s o s créditos d e l
I1' M I y el B anco Mundial . Washington o b s erva I Ht con interé s , esp eculando c o n la creación d t' un aliado e stratégico en l a regió n . El I mp e r i o estaba empeñad o , d e s p u é s d e l fin d e l a
( i u erra Frí a . en la misión un tanto p aradój ic a
d e ampliar la globalizac ión . L a oportunidad d e c l avar u n a p i c a en Flandes s e l e p r e s entó c o n
r.l c a s o d e las algas tóxi c a s y la S e ñorita S a l vaj e . Un a c u e s ti ó n t o p o gráfi c a q u e c o nv e n í a a c l arar antes d e p a s ar a "tu bendito Ro lex" . d ij o con u n a sonri s a . era la siguiente : Ucrania era una inmensa pradera d e tierras negras asentadas sobre l a meseta p o d ó l i c a . que s e inclinaba s u avemente h a c i a e l Mar C aspio . S u m e d i o millón d e kilómetros cuadrad o s era c u l tivab l e e n l a totalidad , y volvía al país un pro veedor cere alero de primera magnitu d . Por e s e gigan t e s c o tobogán s e d e slizaban l o s t r e s río s nacionales , el Dniép er. el Dniéster y el D niérer. Regadas por ellos , las llanuras ucranianas flo recían e n ricas alfa l fa s que alimentaban e l s t o c k vac u n o , o tra d e s u s fu entes d e riqueza . _ Pu e s bien , siendo a s í las c o s a s . ¿ d ó n d e estaban las montañas? Las montañas q u e eran la sede inmemorial d e las leyendas u cranianas ,
55
las fam o s a s montañas de carbón p o b l a d a s d e d e m o n i o s n o c t u r n o s y anacoretas y r a z a s p e r d i d a s y b e s tias sin oj o s , ¿dónde e staban? A e s t a pregunta r e s p ondía , con llamativa puntualid ad . el c a s o de las algas tóxi c a s . E s t o s peligrosísimos vegetales marinos mutantes habían aparecido recientemente en e l fo n d o del C a s p i o , a t a l profundidad d e s u s fo s a s que nadie pudo verlas . H u b o que d e d u c i r s u exi s tencia y s u s c aracterísticas d e la mortandad d e p e c e s a b i s a l e s q u e aparecieron flo t a n d o p anza arri b a e n l a s o l a s . ellos m i s m o s d e s c o n o c i d o s h a s t a entonce s . L o s ictiólogos q u e l o s catalogaron y estudiaron hallaron en sus tractos digestivos fragmentos micro s c ópicos de las algas que les habían producido la muerte , a v e c e s c é l u l a s s u e l ta s . A p artir de e s o s re s t o s míni m o s , pudieron d i agramar el alga . Por s i m p l e aplicación de un h e c h o b i e n conocid o , l a s algas que h a c í a n s u h o g a r d e las profu n d i d a d e s del mar debían hallarse tam bién en l a s c u mbres de las montaña s . C o n l o c u a l la existencia d e éstas quedaba asegura d a . A q u í m i amigo hizo u n r á p i d o p u n t o y ap arte y empezó sin más c o n el tema siguien te . presuro s o p o r llegar a "mi Ro lex" . que ya debía d e e star avizorando e n el h o rizonte d e s -
!'> 6
de la cresta d e la ola argumentativa en l a que Me d e s lizab a : L a Señorita S alvaj e . . . Pero lo interrumpí en s e c o , c o n la palabra
y el gesto . M e e c h é atrás en l a silla y levanté las dos manos como s i tanteara una pare d . ¡ M omento , momento ! S u s p iré fu ert e , y a l recordarlo , en l a cama , no p u d e contener u n s uspiro , más d ébil , como u n a maqueta d e l que h abía soltado e n el café . ¿ C ó m o podía p a s ar de l argo , le pregunt é , u s and o . de puente una parodia tan crasa d e silogismo? Lamentaba tener que d e s i l u s i o n a rl o , pero p ara m í l a s montañas s e guían sin existir. É l volvió atrás sin m o s qu e ars e : ¿ a c a s o yo no s abía que e n las altas cumbres s e habían hallado fó siles d e animales marino s , de los que los geólogos han sacado imp ortantes c o n c l u s i o n e s sobre l a his toria d e l planeta? Por supuesto que lo sabía. ¡ Pero e s o no hacía brotar montañas ! D e acuerd o , d ij o , no las hacía brotar . . . en la realidad . Pero ya habíamos p u e s to en cla ro , o mej or dicho yo había p u e s t o en c l aro , larga y eficien temente , si no exc e sivamente , que había u n a diferencia entre fic ción y reali dad . Y estáb a m o s en el c a m p o de la ficción ,
57
¿no? Yo mismo lo había dicho , él no e s taba inven tando na d a . En todo c a s o , él había i n tro d u c i d o una p r e c i s i ó n : e l t e r r e n o q u e holláb a m o s n
p n s ión . Por e s o mismo me detuve c o n e s p ecial c o mplacencia en l a obj e ción que le pres enté t o da vía , y en s u respu e s t a : ¿ C ómo era p o s i b l e , le p r e g u n t é , que la m u tación intemp e s tiva d e las algas fu era c o n l e m p o r á n e a d e fó s i l e s que d eb í a n d e tener
millones de año s? Otro "pequeño anacronismo" , ¿no? respon dió c o n una sonrisa astuta que indicaba que h abía e s p erado la obj e ción , y que me la agra d e c í a . En efecto , era otro d e esos errores que exigían un trab aj o de verosimilización . Q u e las algas hub ieran mutado recientemente no sig nificaba que no hubieran existido d e s d e las eras más remotas . y ya entonc e s h abían teni do , latentes , l o s m e c anismos que h arían p o s i b l e la mutación . P a r a un paleobió logo aveza d o , e s o s mecanis mos s erían visib l e s en l o s fó sile s . y estudiarlo s s ería muy útil no s ó l o para c o m p r e n d e r l a h i s t o ri a g e n é ti c a . sino para prevenir las amenazas que a c e c h ab an a las fo rmas vivientes en la actualid ad . P e r o é s a era u n a v e r o s i m i l i z a c i ó n muy chata , muy funcional . Había otras mej o res , que s i yo tenía la paciencia d e e s c u charlo me acl ararían el panoram a .
59
Aria era una b e l l a j oven tártara , s e c r e t a r i a del Patronato d e l Arrab i o , c u y a Pre s i d e n cia h a b í a q u e d a d o a c argo d e l siniestro Forión Larionov tras la mu erte del presidente ante rior, un b o n d a d o s o cab allero tío de Ari a . Ella s o s p echaba que el accid ente que le h abía c o s t a d o l a v i d a a s u t í o no e r a t a l accidente , sino una maquinación d e Larionov, y trataba d e encontrar pruebas e n e l p o c o tiempo d e qu e d i s p o n í a , p u e s el n u evo p re s i d e n t e e s t a b a reemplazando el personal por adictos a sus p o líticas , y sus días c o m o secretaria estaban con t a d o s . C u an d o e n c o ntrab a l a s p ru e b a s (no necesitaba más qu e qued arse después d e hora , meterse en l a oficina d e su j efe y abrir un c a j ón , con e s a facilidad q u e tenían las c o s a s e n el cine) d e s cubría q u e n o p o día u s arlas , p u e s los impli c a d o s en el c rimen incluían a altos funcionarios del gobierno y las Fuerzas Arma d a s . Es más : d e s cubría que ella misma esta b a marcada como la próxima víctim a . E s a n o c h e no vo lvía a su c as a , que ya d e b í a d e e s t a r vigilad a . E r a imperativo huir. Sus a ñ o s d e tra b aj o en el Patronato le h abían hecho conocer los muchos recurs os d e que disponía esta com plej a y p o d e r o s a ins titu c ión , y d e c idía u s ar uno de ello s , en un golpe de audacia que re -
60
1m l taría mucho más cinematográfico que t o m a r un tren : s e d irigía en taxi al aeropu erto p r iva d o del Patronato , con l a i n t e n c i ó n d e n b ordar u n o d e l o s aviones q u e p artían todas l a s n o c h e s c a r g a d o s de a r r a b i o r u m b o a M o l d avia. Su p a s e p ersonal la au torizab a a tm trar. Pero una vez en el aeropuerto , la o s c u ridad y la p ri s a d e unas maniobras furtivas que tardaba en comp render hac ían que la con fu ndieran c o n otra , y terminaba emb arc a d a en u n p e q u e ñ o j e t que p artía s in más . Antes del despegue s e escondía entre el último asien to y l a pared p o s terior d e la cabin a ; cuando ya e s taban e n e l aire s e asomaba y podía ver qu ién era l a o tra p a s aj era : l a j oven y b e l l a Varia O s trov , l a amante d e Larionov , extraor dinariamente p arecida a ella (las repre senta b a l a m i s m a ac triz) . Varia e s c a p aba también . pero por otro m otivo : llevab a valio s a documen tación robada a s u amante , que s e proponía ven d e r al Servicio Secreto m o l d avo . U n a tormenta s orprendía al avioncito fu gitivo sobre l a s M o ntañas d e C a rb ó n , y se e s trellaban en l a s cumbres tenebro sas . Era tal la fu ria del viento que el avió n rodaba por los farallon e s y ladera s . dando infinitas vueltas , ya sin alas , hasta quedar enganchado entre
61
d o s peñas . Milagrosamente , Ari a estaba ile s a . S e arras trab a p o r e l tu b o retorcido a l q u e h a b í a quedado re d u c i d o el avión , echaba una mirada d e s p avorida a l o s c a d áveres d e Varia y los piloto s , y salía al exterior. Una vez afuera , se alej ab a rápidamente , temiendo una exp l o sió n . D a d o lo abrupto del terreno en que s e enc ontrab a , e l alej amiento era accidentad o : trop ezab a , caía , rodab a , l a arrastraba e l vie n to , s e hundía e n la nieve , l a tiniebla le imp e d í a ver dónde pisab a . Era un segundo milagro en la misma noche que n o s e matara , pero al fin caía en una e s p e c i e d e nicho seco d o n d e p e r d í a e l conoc imiento . Ahí la encontrab a , a la mañana siguiente . el a p u e s to pastor, que llevaba a s u s c a b ritas rumbo a las s al u d a b l e s agu a d a s d e altura , c o m o todas las mañanas . La alzab a , la lleva b a a s u choza , le curaba unos cortes y more tones (pocos) . la abrigab a con sus toscas man tas , y cuando ella se desp ertab a , todavía atur di d a , le daba de beber un caldo caliente . Ari a se recuperab a c o n notable rapi d e z . Se inicia ba entonces una d e esas relaciones tan típ i cas del cine s egún mi amigo (y yo le d a b a l a razón) , entre d o s m u n d o s distinto s , d e los que hace d e puente el amor. Que eran mun d o s d i s -
62
1 in tos e s tab a acentu ado p o r el hecho de que
no podían comunicarse mediante el habl a . Ella s uponía que él debía d e hablar uno d e e s o s rl i al e c t o s cerril e s que en realidad no tienen n a d a e n c o m ú n c o n el r u s o . L a b a r r e r a idiomática e r a tanto m á s impenetrable cuan do que e n l o s h e c h o s ella, y todos los demás , hablaba en ingl é s , p o r tratarse de una pro ducción norteamericana . Aun a s í , s e enten dían . O al menos e l l a entendía algunas cues tiones práctic a s , l a principal d e las c u al e s era que estaban aislados en la altura , por un tiem po previsiblemente largo , p u e s por d e b aj o d e l nivel en e l que s e encontrab an , intratab l e s d e s fi l a d e r o s d e h i e l o y nieve h a c í a n imposible el d e s c e n s o , hasta l o s d e shielos primaverales . All á en lo alto , una combustión tectónica del carb ó n que rellenaba l a s montañas creaba un micro clima templado i d e a l p ara l a inve rnada de c ab ra s . Eso explicab a . d e p a s o , l a soledad del p a s tor. É ste , en su ignorancia s u p ersticio s a , creía que l a b e l l a d e s c o n o c i d a era l a Señorita Sal vaj e , personaj e legend ario d e l a s montañas ucranianas . Esta c o n s ej a tradicional no era antigu a , pero tenía s u s buenos año s , s e s enta o s e tenta p or lo meno s : d atab a d e l comienzo
de los certámenes de b e lleza bolcheviques , que llegaron a ser p asión p o p u l ar, y fu eron alen tad o s p o r M o s c ú c o m o un medio d e id entific a c i ó n d e nacionalid a d e s y eugenesia comunis ta . Según la leyen d a , en el primero d e esos certámenes que s e realizó en Ucrani a , p o r l o s a ñ o s veinte , l a s d o s fi n a l i s t a s fu eron M i s s S alvaj e y M i s s C iviliz a d a , d ej ando atrás en l a contienda a las repre s e ntantes d e las p rovin cias y etnias del país . En la reñida votación final ganó l a señ orita Civilizad a , y l a señorita S alvaj e , d e s p e c h a d a , huyó a las m o n t a ñ a s donde vivió en adelante , sola y en e s tado c e rri l . ( E l cambio de " M i s s " a " S eñorita" e s taba regi d o p o r el doblaj e que había sufrido la c o p i a d e la p e lícula, para p asarla p o r televisión . ) Por supue sto , nadie medianamente culto daba crédito a esta fáb u l a , que podía explicarse en términ o s d e metáfora nacional : era el eterno enfrentamiento , que s e daba en los albores de toda comunidad nacional . entre Civilización y Barbarie . El triunfo de la Civilización era ine vitab l e , p o r p o c o o p timistas que fu eran los pueblos , pero , aun extremando e s te optimi s mo , había q u e reconocer q u e l a Barbarie qu e daba latente , a s í fu era en estado d e ficción o po sibilidad .
() 1
Seguían unas escenas que ilustraban l a v i d a cotidiana d e los d o s j óvenes en l a monta1\ a , un idilio accid ental , remanso n e c e s ario en
I n trama pero tamJ;:>ién excusa para el lucimien t o fo tográfi co d e los m agnífi c o s p a i s aj e s , en t o das las grad aciones d e la luz . Esas vagas s e c u encias d e contenido e s tétic o , enriqu e c i das p o r l a m ú s i c a , d a b a n t i e m p o a los e s p e c t a d o r e s p ara h a c e r refl exi o n e s ( s ab i amente I n d ucidas p o r algunos detalles d e las tomas) sobre la gran d i stanc ia que cubría e s e puente eróti c o . P u e s los miemb r o s d e l a p arej a n o p o d í a n provenir de mund o s más dis tinto s , él de la naturaleza agreste , ella d e la cultura de l a s corporaciones globalizadas y l a alta t e c n ología . A l c ontraste le agregaba un picante extra la inversión de atrib utos en la realidad , ya q u e a él l o repre s entab a un a s tro d e H o l l yw o o d , y a e l l a u n a a c t r i z n o v a t a y ucranian a . A Aria la atraía en el p astor s u auto s u fi c i e n c i a , s u simplicid a d , s u v i g o r p rimitivo , características que res altaban tan favorab l e m e n t e al comp ararlo con l o s hombres que h a bía tratado en s u trab aj o y vid a s o c ial . egoís tas , ambiciosos , sup erficiales . Sin c o ntar con que era mucho más ap u e s t o . En el fo n d o , t e -
6 ,) r::
nía que s o s p e char que este amor qu e e s tab a naciendo no tenía futuro : ella no podía renun ciar a su carrera d e secretaria p o r las cabras y las peñas , él no p o dría ad aptarse a la vi d a urbana . P e r o a u n así se d ej ab a llevar. O bien el s e ntimiento era más fu erte qu e la razó n , o Aria anticipaba la dulzura de la melancolía d e la s e p aració n , con lo q u e d e m o straba q u e la frivolidad de s u vida pasada había calado hon d o . Mientras tanto , aprendía a ordeñar. se extasiaba en l a contemplación del firmamen to nocturno , descubría los secretos de la m o n taña . É l p o r su p a rte s eguía convencido de h a ber encontrado a l a Señorita Salvaj e d e l o s cuento s , y estaba encantad o . E r a u n a culmi nación d e s u s anhelos . Aunque primitivo , era u n soñador, con alma de p o e t a . La fu gitiva de la leyenda había ocupado sus fantasías d e s d e l o s primeros año s , y había s i d o el motivo d e q u e eligiera en su adolescencia el ingrato y s olitario trab aj o de pastor hiemal , defrau d a n d o las exp ec tativas de s u p adre qu e quería hacerlo herrero como él . All á en las cumbres s e s entía más cerca de su figura ideal d e m u j er. ideal aunque en el fondo s abía que n o exi s tía . Y ahora , c ontra t o d a e s p eranz a , la había e n c o ntrado .
66
La p arej a se s o s tenía en equilibrio inesta ble sobre el frágil hilo d e araña con el que la fi cción ata la realid a d . Ari a , que es tab a del lado de l a realid ad , l o c o mpre ndía , y no d e s mentía a su enamorad o . No s ó l o conocía la leyend a , sino que ésta la tocaba de muy cer c a . Su bisabuela había s i d o la primera Miss Ucrani a , en pleno s t alinis m o . Los detalles do cumentales s e habían perdido en las sucesi vas p u rg a s ide o l ó g i c a s y e n l a fraud ulenta rees c ritura de la Hi storia que fue una de las marc as d e fábrica del régimen soviéti c o . D e ahí la pro liferación d e fi cciones q u e venían a llenar la n e c e s i d a d de explicaci ones gene a lógicas q u e siente todo pueblo . Y una d e l a s versiones del c u e n t o d e c í a q u e la gana dora e n realidad no h a b í a sido l a S eñorita C ivilizada sino su rival , pues la noche anteri or a la gran final las dos habían tro c a d o id entid a d e s (eran muy parecidas) . Con lo c u al la verdadera S e ñorita S alvaj e s e había q u e d a d o e n Kiev r e presentando a la civilización y la m o d erniza ció n , y sembrando en el seno de é stas la s e milla d e l s alvaj i smo que h a b í a impedido que Ucrania s e s u m ara al coro del D e s arrollo S u s tentabl e . E l regr e s o tan azar o s o d e s u d e s c endiente a las Montañas d e C arb ó n , p e n s a b a Ari a , t e -
67
nía algo de consumación de un d e stin o . Sen tía en carne propia l a j us t i c i a p o étic a , que
es
uno d e los pilares en l o s que s e asienta el arte del cin e . Lo s entía tanto más porque s abía que . si fu era una p elícul a , su b i s abuela y ella s e rían representadas p o r la misma ac triz ( s i e m pre lo hacen así) . Pero . en e s t a p e l í c u l a e n p arti c u lar, dij o mi amigo alzando la v o z en un Finale triu nfante d e "yo te lo d ij e " , ¡ ella s abía que era una p elícu l a ! A l recons truir e s tas p alabras , en la c a m a . me di c u enta de que a las p al abras se les h a bían unido l a s imágenes , c o m o s u c e d e s i e m pre que s e evo c a el cine . Pero debía record ar. y me lo recordé entonce s , en retrospectiva , que lo n u e s tro eran las p alabra s , no las imáge n e s ; era con p alabras que s e resolvería n u e s t r o p e queño intrínguli s ; l a s imágenes q u e m e invadían en l a bruma mental d e l entre s u e ñ o no p o dían sino alej arme d e l a s o lución . Esto último lo comprobaba a mis exp ensas al ver que no había captado el sentido d e la última afirmación d e mi amigo . Pensándolo un p o c o , me di cuenta de que no lo entendía porque no s e podía entend er. Era un evidente absurd o . con e l que volvíamo s al punto d e parti d a . Yo sabía lo que era una refutación p o r el absur -
d o , pero no concebía , p o r el momento , que s e p u diera d ar la razón mediante el absurd o . La 1 i nica posibilidad que qu edaba era que , al cabo
de un largo círculo , mi p obre amigo regres ara u su confusión inicial . ahora por el lado d e la
psicología , y creyera haberme convencido de que el actor era lo mismo que el personaj e , después d e todo . Lo cual significaba qu e s í era un idiota , y que yo debía recaer en mis alar mas y tri s tezas . Ya el s o l o hecho de que hubiéramos segui do hablando del tema , d e s p u é s d e que yo ad virtiera que él no sabía cuál era la diferencia entre fi c ción y realidad , era una aberrac i ó n . Pero la c u l p a no e r a d e é l : e r a mía , por haberlo adverti d o . En la charla normal d e gente como nos otro s . e s a clase d e errores o ignorancias se mimetizaba en el d i s c u r s o inteligente , no se los veía , p a s aban inadvertid o s , o uno creía haber oído mal . Una vez que s e los había no tado , no había vuelta atrá s . Y a d e m á s , yo n o t e n í a g a n a s d e volver atrás . Las imá.ge nes me habían hecho alzar vuelo , y prefería intentar una s alida por el otro lad o . Ento n c e s dij e : "To d o es ficció n " . Y é l . que tamp oco era de los qu e retro c e d e n : "0 : todo es realid ad . E s lo mismo . "
69
P a r a d e m o s trar e s t a a p a r e n t e p a r a d oj a volvió a l mundo d e las imágene s , p e ro ahora con más cautela. E l i d ilio salvaj e n o p o d í a e t e rnizarse , y efec tiva mente un escuadrón de mercenarios desemb arcab a d e un helicóptero en uno d e los pic o s y s e dispe rsaba e n una b u s c a urge nte y criminal . Los enviab a el siniestro Larionov , a re c u p e r a r l o s d o c u m e n t o s r o b a d o s p o r s u amante Vari a , y , p o r supuesto , a matarla s i no había m u e rto en l a c a íd a . ¿ N o e r a l a ley del r e l a t o m o d e r n o , re s u c i ta r l o s t i e m p o s muertos c o n u n a puerta que se abría y d a b a paso a u n ho mbre c o n u n revólver? A p artir de ahí las c o s a s recuperaban su ritm o , en una perse c u c i ó n que llevab a a héro e s y villan o s a c i u d ad e s , ríos , h o te l e s , tre n e s , r a s c a c i e l o s , tenía u n a e s c ena culminante e n la Gran S i nagoga d e O d e s s a , y e l d e s enlace en l a fro nte ra m o l d av a . . . Pero antes d e todo e s o había un episodio que c o m p licaba y transformaba la acción sub s i g u i e n t e , y l a anterior t a mb i é n : e n c i e r t o m o m e nt o , s i m u l t á n e o a c u a l q u i e r otro por la magia d e l montaj e , la S e ñ o rita S alvaj e salía d e s u s inexpugnables e scondite s , cuando na die la veía , para curiosear en los restos d e l avi ón estrellad o . C o m o un animal humano ( u n
70
bello animal : la r e p r e s e n taba la misma a c triz que a Aria) h u s m e aba , mirab a , toc aba . . . Pero . . . ¡ u n m o m e n t o ! exclamaba mi amigo con el gesto teatral del que s e sorpre n d í a a s í m i s m o c o n l o q u e e stab a dicien d o : ¿ c ó m o era posib l e que i n t e rviniera un p e r s o n aj e q u e no existía, o que n o existía fu era d e l a fan t a s í a popular? ¿En q u é quedábamos? ¿Era fi c c i ó n o era realidad? Eran p regu n t a s retórica s , pero sólo a m e dias . M e l a s d irigía a m í , y b i e n a p u n t a d a s . Por el momento n o s u p e qué d e c ir, a s í que emprendió , c o n u n d e sgano mal simula d o , el trab aj o d e re s p o n derse é l mismo . S u c e d í a , d ij o , q u e entre ficción y realidad había u n a in s t a n cia intermedia que l a s arti culab a : el realis m o . Ahí iban a parar todas las maniobras d e veros imilización d e l a s que m e hacía , b u r l o n a m e n t e , e s p e c i a l i s t a . P e r o m e advertía qu e e n e st e c a s o n o d ebía e s p e rar maniobras muy sutile s , pues se trataba d e una pelíc u l a d e H o llywo o d , y d e un H o llywoo d que ya no era el d e John Ford o Hitchco c k , s i n o d e u n a indu stria infiltrada a fon d o p o r u n p ú b li c o j uv e n i l d e c o m i c s y fan t a s m agorí a s , u n público
con
el
p al a d a r
e s trag a d o
por
extrate rrestres y s u p erhéro e s . Así q u e u n a ru ptura d e l realismo e r a l o men o s que p o d í a
71
esperarse. Después de todo , estaban en s u derecho : l a película la hacían ellos y podían hacer lo que les diera la gana. Y había que reconocer que esta introducción inopinada de un elemento fantástico valía la pena, si uno no se ponía muy exigente, por las sugestivas simetrías que propiciaba. Porque la busca de la Señorita Salvaj e en el fuselaje destrozado del avió n , entre los ca dáveres, se detenía en la maleta Vuitton de Varia , que había quedado intacta. Después de varios esfuerzos con los cerrojos lograba abrir la. El contenido era elocuente respecto de la sofisticación de Varia , y de lo caros que le ha bía hecho pagar al villano sus favores sexua les. Vestidos de Prada , de Chanel, j oyas de Cartier y Boucheron, lencería de encaj es , za patos italianos . . . ¡Y yo que me hacía proble mas por un Rolex !
A pesar del siglo pasado en las breñas , la Señorita Salvaj e no había perdido el instinto de la moda. Había que recordar que su histo ria había comenzado en un concurso de belle za. De modo que elegía, se probaba , se queda ba con lo más sentador, complementaba con el maquillaj e adecuado , que tampoco faltaba en la maleta, y terminaba como una exquisita
72
mannequin p o s ando para
Vogue.
C u ando p oc o
d e s p u é s s e enco ntrara c o n l o s amantes d e l a montaña, s e haría visible l a inversión completa que s e había produc i d o : Ari a l a c ivilizad a , l a secretaria ej e c u tiva , e s taba v e s t i d a d e ru d o s hara p o s d e s alvaj e , y l a Señ o rita S alvaj e p r o piamente dicha era l a i m a g e n misma d e l a C i vilizac ión. E s a inversió n , c o n t o d o s l o s malen tend i d o s a los que d a b a lugar en l a mira de l o s pistolero s , y l o que movilizaba en e l c o ra z ó n d e l a p u e s to pastor, era e l c ombustible que llevaba a l a trama a buen p u e rto , e s d e c i r al clásic o " h appy en d " . E n e s e momento d e l a c onve rsación , y tam bi én del recuerdo que s e d e s e n r o l l a b a por l a noche , m e di cu enta d e algo . Y o había veni d o d a n d o p o r sentado q u e mi amigo inventaba u n argumento c ualquiera, con fi n e s d e m o s trati vo s ; p e r o entonces recordé d e pronto que una d e l a s imágen e s invo c a d a s , yo l a había visto en l a pantalla d e l televisor. E l p a s to r y l a b e l l a j oven tártara , viendo s u rgir entre l a s nie b l a s d e l amanecer en l a s cumbres a otra j o ven tártara i d éntica a l a que s e abrazaba a su enamorado p rimitivo , amb o s hirsutos y vesti d o s como trogl o d itas , y l a o t r a , e l d o b l e , ata via d a como p ara una recepción en l a E m b aj a -
73
da de Francia. Imagen ligeramente surrealista . sin gran d e s explic acione s , y p o r ello muy apta para grab ars e en la memori a . N o sólo p o r eso la recordaba bien , sino por ser l a primera que vi al regre sar del baño donde me había lleva do un imperativo de la vej ig a . La recordaba sobre t o d o p o r las asociacione s . Había p e n s a d o que en e s as películas d e a c c i ó n modernas las situ aciones c ambiaban rápid o , y que b a s t a b a un p arp adeo p ara perder el hilo . E s e recuerdo visual arra s tró o tro s , todos coincidentes (más o menos) c o n lo que había e s ta d o e s c u c h a n d o d e l a b i o s d e mi amigo . Ah ora bien , las imágenes mnémicas tienen la p e c uliaridad d e e s t ar s i e m p re en tran c e de invenció n , y s e hace d ifícil decidir cuáles s o n reales y cuáles ficticias . Y o h a b í a e s t a d o t a n c o n c entrado en las palabras d e mi amigo , m e había c o m p e n e trado tanto c o n el relato , q u e casi p o d í a d e cir que no oía p alabras s i n o q u e veía figura s . D e modo que las o tras imágen e s , las que no venían ancladas al recuerdo de vol ver a hundirme en el sillón después d e la visi ta al b añ o , no tenía modo d e s ab e r si pertene cían a la película o las había ido generando yo al oír a mi amigo . Lo más probable era que se s u p erp u s i eran unas a otras , o que mi genera-
74
ción visual se hubiera beneficiado del recuer do inconsciente de lo visto en la p antall a . El único modo d e dis criminar con precisión ha b ría sido reconstruir el argu mento d e la pelí cula, y para e s o había dificultades que pare cían insuperables . Era evidente que a la pelí cula ninguno d e los d o s le habíamos prestado la debida atenc ión . M á s grave qu e e s o : n u e s tra conversación no la había t o m a d o en tanto pelícu l a , o relato cinematográfico , sino a par tir d e u n e l e m e nto a i s l a d o ( e l R o l e x ) y a l internar n o s en la teoría d e l error, habíamos desarticulado la materia narrativa p ara usar la como prueba de c onvi c c i ó n en el razona miento . Y d e b o a g r e g a r q u e e l ej e r c i c i o m n e motécnico al que yo me libraba en la o s curi dad d e mi do rmitorio no arreglab a las c o s a s . El recuerdo en general es una op ortunidad de ordenar los hecho s , poner las causas antes que los efectos y racionalizar la crono logía . Yo obe decía con gu sto a e s t a s generales d e l a ley, y hasta era muy e s tricto en h a c e rlo , c o m o que d e ahí derivab a el mayor placer d e mis re cons truccione s . Pero lo que r e c o n s truía eran las convers acione s , no l o s relatos que éstas c o n tuvieran . E r a comprensib l e , y hasta lógic o . Lo s
75
d o s órdenes no tenían p o r qué coincidir y las más d e las veces divergían ampliamente , y si yo quería hacerme c argo d e l o s d o s a la vez p o d í a lle gar a hacerme u n lío fen omenal . Si había que s acrificar uno , s alvaba el d e la c o n vers ación , y dej ab a q u e el o tro se desintegrara en el c ao s . ¡ Q u é me importaban los relato s ! Mi tarea s ó l o le concernía a l a amistad , a l j u e g o d e l a s réplicas y e l entendimiento , l o s ge s t o s y tonos d e voz, en u n a p alabra t o d o lo que fu era exp resión de un p e n s amiento que c o m p e tí a y s e comp artía . En realidad , el problema de e l egir no s e m e h a b í a pres entado n u n c a ante s . Nunca h a b l á b a m o s d e p elículas o novelas , o d e ningu na historia qu e no fu era l a de n u e s tros inte reses comunes en el c ampo de la cu ltura . Esta vez me e staba internando en terreno d e s c o nocid o . Cuando tomé l a p alabra , d e s p u é s d e una b reve p au s a , fue p ara d e cirle qu e si bien apre ciaba su fino trab aj o de persuasión , yo s eguía l ej o s d e estar c o nvenci d o . N o por pertinaci a , s ino p orque m e d a b a cuenta d e que é l había entendido todo mal en l a p e líc u l a . Y no era que yo l a hubiera entendido mucho mej or, de eso sí me había conve ncid o ; por ej emp l o , yo
76
h abía creído que las dos muchachas repre sen ! a das p o r la misma actriz eran una s o l a , se
g u ramente p o r haberme p e rdido las s e c u en c i a s intr o d u c torias y no haber prestado l a d e b i d a atención c u a n d o aparec ían l a s d o s j un t a s en cuadro . S u relato me ponía en claro ese punto , y yo p o r mi p arte confe s a b a mis distrac cione s . Pero aun a s í , l o d e é l era más grave por q u e había tomado como argumento de la p elí cula lo que en realidad era un episodio margi nal . que se prolongab a , por lo visto , inter c a lad o , a todo lo l argo d e la historia princip a l . Yo me había c o n c entrado en é s t a , e n la m e d i d a en que u n a m e n t e entrenada en la Filo s o fía p o d í a ( o quería) concentrars e e n u n p a s a tiempo fu ncional apenas al relaj amiento ve s pertino . Liviano y todo , e l asunto m e había intere s a d o , aunque más no fu era por l a habi lidad con que s e verosimilizaba el ab surdo fo lletines c o . Eso en el aspecto formal . Pero siem pre tenía que haber u n a coincidencia c o n e l contenid o , y a é s t e s e aplicaba lo d e " n o hay temas insignific ante s " . E s a s c o n s p irac i o n e s p a r a dominar el m u n d o d e c ían m u c h o s o b r e el e s p íritu d e la é p o c a , y si bien infantil e s en el fondo , t o c ab an una cuerda s ensible e n mí .
77
La trama sentimental , si bien artificio s a m e n t e interp u e s t a , e r a secundari a , y quizás obligada por l o s gurú e s mercadológicos que a s e s o raban al estudio , respecto d e l a trama de "acción y suspenso " , que era la d ominante . Las d o s comp artían , empero , el e s quema d e l enfrentamiento entre la civilización y sus mar gina d o s , o entre el pres ente y el p a s a d o , o , si s e quería p onerlo en términ o s más concreto s , entre el canibalismo suicida d e l p o d e r y e l equilibrio idílico d e l a Naturaleza. C o n Señorita S alvaj e o sin S eñorita S a l vaj e ( p orque e s a p a r t e e r a a c c e s oria) el p astor era la enc arnación visible e inteligib l e d e l a vi d a inoc ente que s e sustentaba d e la v i d a y no sabía de ambiciones ni progre s o s . Pero ya no quedaban Edenes en el mund o , y ha sta su rin c ó n perdido llegaban las maniobras d e la c o d i c i a y la d o m i n a c i ó n .
El c o n fi c t o l o
i nvolucrab a , y é l s e p onía a l a altura d e las circuns tancia s ; su ventaj a relativa era que "j u g a b a d e l o c al " , p e r o las reglas d e l fair play s e mantenían , c o m o en t o d a película p ara el gran públi c o . Un equipo c o m ando de la C IA había e s c a l a d o la montaña en busca d e las fam o s a s a l gas tóxicas , c uya importancia p a r a el equili-
78
b rio e c o lógico y h a s ta para la s alvación de la vida en el planeta se revelaba esencial . El gru po era numeroso , d e unas veinte o treinta per sonas , hombres y muj er e s , con complej o equi po técnico . Al frente s e encontraba un agente veterano d e nombre Bradley . (El actor qu e lo repre sentab a , le dij e a mi amigo en un p arén tesis p orque no creía que él lo hubiera nota do , era el director d e l a p elícula . Asintió . Lo sabía . ) Este hombre , un auténtico caballero . encontrab a en el pastor a un auxiliar provi dencial , p u e s los aparatos d e rastreo y c o m u nicación qu e l l evab an no p o dían suplir al c o no cimiento vivido d e l a m o ntaña y s u s s e c r e tos m á s recóndito s . Lo s d o s hombres , t a n d i s tinto s , e s tablecían una relación d e afecto viril y c o nfianza qu e se p o n d r í a a prueba en la aventura . La C IA había d e s c u b i erto que un grupo terrori sta u craniano estaba exp erimentando con fines d e s c o n o c i d o s c o n estos mutante s , y enviaba a su gru p o de tare a s a recoger m u e s t r a s p ara inve stigarlas y evaluar la amenaza p o tencial que p u d i e ran representar. S e trata b a de una operación encub ierta . llevad a a cabo en el máximo s e creto , aunque no les habría costado nada h a c erla p a s a r por una exp e d í -
79
ción científica o inclu s ive p o r un grup o de t u r i s m o d e aventur a . El mo tivo d e e s t a s p r e c a u c i o n e s s e i r í a d evelando progresivamente , a m e d i d a que sali eran a luz las conexi o n e s y ramifi c a c i o n e s corre s p ondiente s . E l primer indicio d e l o extraño l o tenía el p a s t o r : una tard e al recoger a s u s c abras para volver a la cabañ a , d escubría qu e faltaba u n a . La b u s c ab a , apremiado por la caída de la n o c h e , q u e a l l á arri b a s e d emoraba conve n i e n temente , pero no tanto . A l fin la enc ontrab a , muerta . Q u e d a b a p erplej o , porque e s o s ani males eran la salud personific a d a . Pero la i n triga c r e c í a c u ando la levantaba p a r a llevár s e l a , c o n el o s tensible propó sito de e s qu i l ar su vali o s a lana y quizás , s i no había muerto d e una enfermedad contagi o s a , a s ar l o s c u a r t o s y comérselo s . Se inclinab a , metía las m a n o s b aj o el c a d áver, predisponía la m u s c u l a t u r a p ara e l e s fu erzo , y d a b a el tirón . . . L a s o r presa se materializaba en un s alto hacia atrás , que lo hacía caer de e s p ald a s . En lugar de l o s cincuenta kil o s q u e esperab a , l a c abra muer ta p e s ab a d o s o tres , si no men o s . Parecía n o p e s ar n ad a , cuando ella también , m o v i d a p o r el tirón exc e s ivo , s altaba p o r el aire y c a í a encima d e l p a s tor, q u e h a b í a qu edado b o c a
HO
arrib a en el suelo . En el arco que recorría en el aire el viento la hacía o n d u l ar, y de pronto era como una c abra recortada en tela p e l u d a , de pronto un bollo informe . Al p o s arse ( s u a vemente , como una h oj a en o t o ñ o ) sobre la cara y el p e c h o del p as tor, recobraba l a silue ta de c abra . ¿ Q u é había p a s ad o ? La primera explicación era que s e trataba d e una piel va ciada d e c o ntenid o , pero c u ando el pastor, re puesto de la s orpre s a , inves tigab a , p o d í a ver que no era a s í . Estaba entera . La plegab a , s e la ponía b aj o el brazo y l a llevaba a s u caba ñ a , donde e s a noche , a la luz d e una vel a , la abría con un cuchillo y comprobaba que to d o s l o s órganos estaban en su lu gar, p ero s u s tej i d o s habían t o m a d o l a c o n s i stencia de un finísimo papel d e s e d a . Bradley s e hacía cargo . A él le bastaba una mirada a ese vestigio blando p ara saber de qué s e tratab a . Y aunque no s e lo d ecía d e inme diato al p a s tor, éste s e enterab a , oyendo las p a l abras que interc a m b i a b a Bradley con e l científico del grupo . La c a b r a h a b í a b e b i d o el " agua d e s hi d ratan t e " , q u e era l a verdadera amenaza que había movilizado a l o s espías norteameri c ano s .
81
Había que rastrear exactamente el itin e rario d e e s a c abra e n l a vís pera , p ara encon trar l a fu ente d e l a que h abía b e b id o . E s a ta re a , nadie más que e l p a s tor podía realizarl a , por lo que lo mandaban a dormir para que e stuviera fresco y dispuesto al amanecer. Ello s d e d i c aban el resto d e la noche a prep arar el equipo que u s arían e n la busca, y en el trata miento d e las m u e s tras que tomaran . Y algo más . Porque ahora tenían la prueba d e que el enemigo ya había l o grado la síntesis del agua d e shidratant e , y era urgente neutralizar s u s maniobras . lo que exigiría el u s o d e la fu erza . E s o s prep arativos n o c turnos duraban un rato , y d e s p u é s los miembros j óvenes del gru po se iban retiran d o uno a uno , a d ormir. El camp amento que habían improvisado consis t í a d e v a r i a s c a r p a s d e m a t e r i a l i n fl a d o , interc onectadas por pas adizo s tubulare s . todo iluminado por una tenue luz platead a . Una toma exte rna y a é r e a m o s traba el c o mplej o como una excre cencia globular d e l a monta ña, b aj o el cielo e s trellado . Al fin qu e d a b an s o l o s en la s al a de mando Brad ley y el asesor científic o , que también era un hombre mayor. Bradley , con m arc ados sig nos d e agotamiento e n el r o s tro , s a c ab a de un
H2
b aúl una botella de whisky , la abría y s e rvía d o s vas o s . En la intimidad así creada y repre sentad a , el tono d e l a charla s e hacía m e n o s práctic o . La b e b i d a los relaj ab a ; y no era p ara m en o s , p orque al primer whisky s u c e d ía un s egund o , y un tercero . D e rivab an al tema de l a p r o fesión que amb o s h abían elegido y ej er c i d o d u rante todas s u s vid a s , la profesión que l o s había traído a este remoto rin c ó n del p l a n e t a c o m o los h a b í a l l e v a d o a t a n t o s o t r o s ante s . Pero , s e preguntab an , ¿la h a b í a n e l e gid o ? El a s e s o r científico d e c í a que su v o c a ción había sido la ciencia , y s i h a b í a termina d o espía era p orque las circunstancias lo h a bían querid o ; entre t a l e s circunstancias h a b í a que c o ntar los rec ortes p r e s u p u e s tarios a l o s l ab oratorio s y centros de inve stigación , la s u b a vertigin o s a d e sueld o s e n las agencias o fi c i al e s , l a responsabilidad que s e ntía e l ciu d a d an o ante las amenazas que sufría e l mun d o libre , y , p ara n o externalizar todas las cul p a s , la falta d e talento cre ativo con el que re s p al d ar l a vocació n . B radley a s entía : s u c a s o ofre cía u n p aralelo casi p e r fe c t o . L o s u y o o r i ginal h a b í a s i d o el arte . y tamp o c o h a b í a s a b i d o s o stenerlo c o n e l heroísmo necesari o . Pero se c on s o l a b a p e n s ando que no l o había hecho
mal . Y, ya con la lengua tartaj o s a p o r la b e b i d a , d e s arrollaba una teoría s o b r e el espionaj e c o m o arte y cienci a . Según é l , era una activi dad cu alitativ a . N o importaba tanto que se hiciera mucho o p o c o , e s decir que s e recogie ra mucha o p o c a información , sino la c a l i d a d d e e s a informació n ; podía ser un mínimo , u n a p a l abra , una letra , un número , p e ro t e n í a q u e ser b u eno . Ellos recorrían el mundo en b u s c a d e e s e e l e m e n t o preci o s o , como eval u a d o r e s exp ertos , afinando el oj o con l o s añ o s . N o e r a la b u s c a d e una v e t a d e oro , s alvo como metá fo ra . La diferencia e s taba en que ellos b u s c a b a n algo aloj ad o en u n a mente , así hubiera quedado registrado en un papel o un obj e to . Y c o m o la mente p articipaba d e otras mente s , y é s t a s de otras más , la b u s c a se prolongaba . . . Podía ilustrarlo con una situación cotidia na, c o m o lo era la elección d e un peluquero . Para el hombre me dianamente intere s a d o e n l u c i r b i e n , e s d ecir t o d o el mund o , la e l e c c i ó n d e l s i t i o donde cortarse el pelo era un p e q u e ñ o g r a n problema , que en la ignorancia d e l o s a r c a n o s del gremio s e resolvía al azar, c o n re sultados en general ins ati sfactorio s . Una guía p ara perplej o s podía surgir d e la r e s p u e s t a a la siguiente pregunta : ¿quién le cortab a el p elo
84
a un peluquero? Aun el más hábil tendría cier ta dificultad en c o rtarse a sí mismo , y aunque esto no era del todo imposible , los p e l u queros eran enemigos j urad o s del " autocort e " . y se guram ente querrían tener el mej o r c o rte posi ble para c au s ar buena impresión en s u clien tel a . Y c o m o un p eluquero s í conocía el rubro , y conocía a s u s c o l e ga s , e legiría al mej or d i s p o n i b l e en la c i u d a d o el b arrio . N o el m á s c a r o o e l más fam o s o , c o m o h a r í a un ignoran te en la materi a , sino al más realmente b u e n o , aunque a t e n d i e s e en u n sucio tugurio y le hiciera obras maestras por tres p e s o s a c a mioneros y j ubila d o s . D e modo que b a staba con averigu ar dónde s e c o rtaba el pelo un p e luquero cu alquiera , p a ra t e n e r una p i s t a s e gura . Ahora bien , seguía Bradley. a u n a pista s e la s eguía ; no era un punto d e llegada sino d e p a rtid a . La lógica indicaba qu e e s e s egun do peluquero s e iría a cortar con u n tercero , y el tercero c o n un c u arto , y la c a d e n a s eguiría prolongán d o s e porque lo ó p timo e n materia humana siempre estaba u n p a s o más a ll á . Para e s tablecer la c a d e n a había que par tir de un p e luquero cualquiera , preferiblemen te u n humilde peluquero d e b arri o , no dema-
85
s i a d o j oven (todavía n o sabría lo suficiente) ni d e m a s i a d o viej o (habrí a perdi do interés en s u p e l o ) . S e p o d í a entabl ar una r e l a c i ó n c o n é l , h a c e r s e cliente , d arle charl a , y l l e g a d o el m o mento o p ortuno preg untarl e , como al p a s ar, quién le cortaba el p e l o . Era el único m é t o d o razonable y factible , p ero , según Bradley , h a b í a que rech azarlo d e entrad a , por d ivers o s mo tiv o s . C l aro q u e si rech azáb amos el único m é t o d o razonable y fac tibl e , ¿qué nos qued a b a ? L a vigilanci a , e l segv.imiento . Bastaba pen sarlo u n minuto p ara v er qu e a quí las dificu l t a d e s prácticas eran insuperable s . ¿Qu ién l e d e d i c aría m e s e s d e tra b aj o a la obtención d e u n d a t o tan trivial? H ab ría que p agarle a un d e t e c tive p rivado , que n e c e sitaría asistente s , quizás tamb ién habría qu e gastar e n s o b o r n o s , y ademá s habría qu e tomar precauciones p o rque el espía e s taría eJCp u e s to a repre s alias legale s p o r violación d e la privaci dad . Y el re s u l t a d o , laborio s o y c arís imo , s ería apenas el primer eslabón; h abría q u e recom enzar todo c o n e l s egund o , y después con el tercero , e l c u arto . . . Y sin emb argo , había qu e reconocer que e s p o s ib l e . Ellos dos , con su experie ncia , y con la exp erie ncia d e haber sobrevivid o , eran l a
H6
prueb a . E s e hombre c o m ú n que recorría el laberinto d e la ciudad tras el Graal d e las tij e ras , era l a imagen d e l d e s tino que ellos h a b í a n elegido , o que l o s había elegi d o . L a fugi tiva calidad d e la información saltaba d e c a b e z a en cab eza , y la resignación a lo imp e r fecto e r a apenas u n a maniobra m á s e n la b u s ca de l a p er fección . ¡ Q u é a s c étic a , el espio naj e ! E l símil , como to d a alegoría bien plantea d a , admitía una extensión m ayor. Porque esa cadena , que condu ciría p o r la sucesión d e sus eslabones humanos al m ej o r d e los peluque ros posibl e s , podía c o rtars e . Podía cortars e , ( ¡ " cortars e " , j ustamente ! ) sin i r más lej o s , s i uno d e l o s p eluqueros d e l a s erie era c alvo y no nece sitaba de los s e rvi c i o s de un co lega . O por mo tivos más a c c i d e n t al e s , por ej emplo s i el peluquero número X h a b í a descubierto a un colega qu e hacía verd a d e r o s d e s astres en la cabeza d e s u s clientes p e ro a él , y s ó l o a é l , p o r l a fo rma de s u c ab ez a o la d i s p o sición d e s u s ondas , s e lo c o rtab a p e r fecto . (Aunque en este caso la cadena no n e c e sitaría cortars e , porque e s e peluquero d e fe c t u o s o y q u e acer taba p o r c a s u alidad tamb ién tendría que cor tars e , y el egiría a un p e luquero p ara que lo
87
haga . ) O p o d ía c o rtars e simplemente si d o s p e l u queros s e c o r t a b a n mutuamente , con lo que l a cadena s e terminaba en un p e queño círcul o , o en u n " rizo " , p ara hablar el idioma del oficio . (El círculo también p o día ser más gran d e , y llevan d o l a s c o s a s a sus últimas c o n s e c u encias podía " en c a d e nar" a todos los peluqueros d e l mund o . ) To d a s estas p o sibili d a d e s , le recordaba Brad ley a s u amigo , que as entía con una s onrisa triste , ellos las ha bían vivi d o , y e s o s " c ort e s " los tenían marc a d o s c omo cicatri c e s en e l cerebro . A p e s ar de mi intención de ir rápido y re sumir, p ara llegar al punto lo antes p o s ible , me d e moré en el relato pormenorizado de esta convers ación , y c u a n d o r e c o n s truía la nues tra p o r la noche vo lví a r e p a s arla p alabra por palabra . Había s i d o mi momento favorito d e la p elícul a , el que la j u stifi c ab a , aunque l o s p r o d u c t o r e s l a hubieran i n c l u i d o a p e n a s de relleno , o p ara hacer u n contraste d e calma en el vértigo d e l a acción que para ellos y el gran público j us tificaba la pelícu l a . La lógica que e sgrimía Bradley, aunque ingeni o s a , era bastante traída d e los pelo s . Pero a mí me gu s taba que hubiera habido u n a conversación, u n ej ercicio d e l a intelige ncia entre amigo s , que
R8
se parecía al nues tro . El whisky era un b u e n detalle . Ponía las cosas en otra dimensión , q u e e r a d o n d e d e b í a n estar. Rápi d o , lento , ¿qué s ignificaban e n e s t e con texto? Los h e c h o s s u c e dían a la velocidad a la que la realidad les mandaba s u c e d er. Era s ó l o s u relato el que podía ac elerar o frenar s u marc h a , y d e b ía d e haber gente que tran s formaba s u vida en relato p ara p o d e r c ambiar las velocid a d e s . Pero el pensamiento avanza b a a marcha e s tátic a , siempre e s taba volvi e n d o s obre s í m i s m o p ara d e tenerse mej or, o s e a p ara encontrar mej ores razones p a r a detener s e . Los que habíamos hecho de la volup t u o s i d a d del pens amiento la razón de n u e s tras v i d a s , c o m o mi amigo y yo , veíamos las v e l o c i d a d e s d e s d e afuera , como un espectáculo . D e ahí que p u d iéramos g o z a r , s i q u i e r a p o r un momento . del e s p e c táculo b arato del cine por televisió n . En cierto m o d o podía d ecirse que e n la cima del prej uicio c o ntra l a cultura p o p u l ar, u n o d ej ab a d e tener prej uicios y ya n o l e importaba na d a . Bradley y s u viej o amigo no d i s frutaban por mucho tiempo l a calma d e la c o nve r s a c i ó n . A e l l o s también la precipitación de la lk ción venía a interrumpirl e s l o s s i l o gi s m o s d e -
11' 1
la re alid ad . Un ruidito prove niente de las tu b e rías de nyl on les advertía que l o s e s taban atacando con armas eléctricas . Y efectivamen te, l o s j óvenes agentes que dormían s e d e s p ertaban u n o tras otro c o n cargas d e c i e n mil voltios en la s angre , y morían erizad o s . Ellos d o s organizaban un s alvataj e d e urgenci a , que ya n o s alvaría a l o s muerto s . C o n e c taban un c o nversor p o rtátil d e fibra ó p tic a , cargaban el s o ftware , y c u a n d o activaban l a b o c i n a (la maniobra había durado un par d e s egun d o s ) t o d a l a electricidad s u e l t a en la atm ó s fera s e d e s c argab a generando imágenes inofensivas . Las c arpas e s tallaban en una nube de tran s parencias , p e r o e l l o s lograban e s c ap ar. Ro d a ban en la tinieb l a , y cuando s e p onían d e pie emprendían una carrera d es e sperada p o r l a s laderas . Los perseguían gigant e s c o s c o s a c o s barb u d o s montad o s en trine o s , d e s d e donde l e s d i s p araban chorros d e fu ego líquid o . El asesor científico , que ya estaba j adeando como u n a perra labrador excedida d e p e s o , s e hacía tiempo p ara d e cirle a su amigo que s e trataba d e b alas d e exofósforo , un c arb urante incen diario d e última generación qu e quemaba s ó l o por fu era , no por de ntro , lo
qu e
no lo h a c í a
menos d e s tructivo , todo lo contrario .
90
U n a ayu d a i n e s p e r a d a l e s venía de l o s b ú h o s monte s e s , unos fantasmone s d e gran tamaño que levantaban vuelo a s u s t a d o s por el ruido d e los trin e o s , e inte r c e p tab an e l exofósforo . Como e l fu ego no interesaba a s u s órgano s internos s eguían voland o , a menor altura (las llamas debían d e p e s arles) . Era tan d e s lumbrantes que los ogros ucranianos se enceguecían y c h o c aban contra l o s árb o le s , dándole u n a ventaj a extra a l o s fugitivo s . Bradley encontraba por casualidad l a boca de una an tigu a mina de c arb ón abandonad a . S e internaban p o r s u s galería s , s i n p e n s arlo más . Usaban p ara iluminarse una pluma de búho rociada d e exofó s foro , que d e sprendía una intensa luz blan c a . S e restablecía la cal m a ; allí e stab an a s alvo . Era como si p u d i e r a n r e a n u d a r l a c o nvers ación interrump id a , y a no en u n a tienda infl a d a , rodeados d e t e c nología
de
e s p i o n aj e ,
sino
en
galerías
carbonífe ras cargadas d e fe l d e spatos y viej o s líquen e s . E s a s e n s a c i ó n también m e había gustado , p o rque sugería que en realidad la conversación nunca se interrumpía sino que apenas cambiaba d e e s c e n ario , y cambiaba d e tema , y para efe c tuar e l c ambio l o s interl o cutores d ebían arriesgar la vi d a .
91
D e s emb o c aban en una caverna de la que no alc anzaban a ver los límit e s , y se acerca ban al b o rde de una laguna d e aguas quietas . En la oril l a , el p olvo de magnetita había fo r m a d o c ú m u l o s d e e s p u m a negra . U n " g l o p g l o p " d e cad encia irregul ar, en el profundo s i l e n c i o sub terráneo , l o s hacía bus car más l e j o s s o b r e l a superficie d e l agu a ; había unos medallones flo tantes de sustancia vis c o s a , que p are cían res pirar. C o n el mayor cuid ado , le vantaban uno y l o examinaban a l a luz d e la p l u m a d e búho . Eran las algas tóxicas , que habían buscado en vano hasta ahora , y la ca sualidad l e s hacía enc ontrar d o n d e m e n o s lo e s p e rab an . Excitado , por completo olvidado del peligro que acab an de enfrentar, el asesor cien tífi c o a n alizab a la materia vis c o s a , revi s a b a m e n t almente la bibliografí a , r e s o p l a b a un " ¡ no -p u e d e s er ! " que s e negaba a cruzar los límites d e la racionalid ad , y s e resignaba a un " ¡ pero e s ! " p e r p l ej o y m aravill ad o . Al entregar s u s e cre t o . las algas tóxicas abrían un c amino hasta e n t o n c e s v e d a d o p ara la cienci a . S u secreto d a b a p a s o a l o s s e cretos m ej o r gu ardados del u n iv e r s o . Porque en realidad no eran algas sino r e troalga s , vegetales mutantes con s i s t e m a n e rvio s o , que tendían u n p u ente entre l a
92
vida y la muerte . Se preguntaba si no e s taría s oñando . Con un p e queño e s fu e rzo de p arte d e l e s p e ctador, dij e , el clima onírico s e hacía p a l p a ble . L e hice no tar a m i amigo , y perfe c cioné ligeramente el argumento a solas en l a c am a , q u e cuando u n o veía las p elículas en el cine , la concentració n , estimulada por la o s c urid ad
y por la situación misma d e haber ido al cine , hacía que uno entrara p o r completo en la fic ció n , y d ej ara de p e n s arla c o m o fic c i ó n . En cambio al verla s en s u c as a , cuando las p a s a ban por televisión , e r a inevitab le no entrar d e l todo . Una p arte d e l a c o n c i encia s e mantenía afuera , contemplando el j u ego de ficción y rea lidad , y entonces lo que era inevitable era que surgiera una consideración c ríti c a . D ej ab a d e ser un sueño que uno s o ñ a b a y s e volvía el sueño que estaban soñando otro s . No era tanto que s e le enco ntraran fallas d e c o n s trucción o d e lógica ( e s o era d e m a s i a d o fácil) sino que nacía una ci erta no stalgia , d e mundos entre visto s , al alcance d e l a mano y sin emb argo inaccesib l e s . . . ¿ Q u é c l a s e d e m u n d o s ? quiso s ab e r mi amigo .
93
No quise decirle que yo e s taba p e n s ando en mis "revisione s " nocturnas , p orque hasta entonces había mantenido en secreto mi pe queño teatr o solitario d e la duermevel a , y no era e l momento de revelarlo (nunca lo sería) . Salí del p a s o diciéndole que quería ter minar con mi exp o sición , a ver s i nos p oníamos en claro d e una buena vez y p o díamos volver a conversar civilizadamente , sin retroalgas ni exofó s foros . . . Ni Señoritas S alvaj e s . . . ¡ U f! M e había o lvid a d o . E s o tamb i é n , y muchas c o s a s más . ¡ C u án t a s vueltas había que dar p ara llegar al Ro lex! To d a una vid a , ¿no? , d ij o mi amigo , y al llegar a esa réplica en el recuerd o , y sólo en tonc e s , recordé algo que también c ambiaba s u tilmente el tono y el signific a d o d e nuestra convers ación . Ant e s dij e que no le había con tado nunc a , ni me proponía hacerlo , sobre mi hábito d e rememorar p o r l a noche las conver s aciones que teníam o s p o r l a tard e . Tamp oco s e lo había contado a l o s otros amigo s con los que me reunía a convers ar, a ninguno . Pero a cada uno de ellos les había c o ntado en alguna ocasió n , al azar de la charl a , alguna d e mis manías o c aprichos o pequeñas rarezas , p o r -
94
que p u e d o d e c ir que soy un hombre sin s e c r e t o s . D e m o d o que a alguno d ebía d e haberle contado que tenía desde chico e l sueño d e ser propietario d e un Rolex. Era algo por comp l e to gratuito , y n u n c a me lo había t o m a d o e n s erio , al punto que nunca había p e n s a d o s i q u i e r a en comprarme uno , ni siquiera en ave riguar e l precio . Además , no i b a conmigo , n o p egaba c o n m i pers onalid a d ; y de ahí , p r e c i s amente , debía d e venir la i d e a : de e s e vago anhelo que t o d o s tenemos d e ser otro . Lo que n o re cordaba era habérselo dicho a e s te ami go e n p articular. Si l o había hecho (y en mi reflexi ón n o c turna no tenía más motivo para s o s p e c h arlo q u e e l tonito que l e d i o a e s e " ¿ n o ? " s uyo) . entonces toda la convers ación , d e s d e q u e yo s aqué el tema de la pelíc u l a , empezaba a tener u n doble fo nd o , y s e abrían p e r s p e c tivas nuevas p ara l a interpretación d e c a d a répli c a . E r a un p o c o demasiado obvio c o m o p ara ponerse a e s p e c ular d e dónde me venía e s a viej a fantasía , n u n c a examinad a ; t o d o s t e n e m o s fantasías , viej a s o nuevas , y e s e p e q u e ñ o obj e to d e luj o debió de ser, en algún momento d e mi infanc i a , un buen vehículo p ara mi ima gin a c i ó n . C o m o s e a , le di un vistazo d e lej o s
95
(a la fant a s í a , al trabaj o siempre p o s t e rgado de analizarme y tratar d e entender mi vida) . y la distrac ción , s u m a d a a las reflexiones ante r i o r e s , me retra s ó r e s p e c t o d e l a p e l í cu l a . Quiero d e c i r : en l a c o nvers ación r e a l . en el café , yo había seguido adelante c o n l a p elícu la; t o d o e l paréntesis había tenido lugar en l a reconstrucción no cturna . Y deb ería haber sido r e a l m e n t e u n p a r é n t e s i s , nada l o imp e d í a , pero , n o s é s i por c o n taminación c o n el c i n e y con l a s p elículas que s iguen c u an d o u n o s e distrae y piensa e n o tra c o s a o v a al baño , lo cierto es que era como s i la convers ación h u b i e r a progresado mientas tanto y yo m e había quedado atrás . Así que p ara alc anzarl a tuve que r e s umir y s altar, c ontraviniendo mi nor ma d e p a s o - a - p a s o riguro so de la memoria . El p astor no había podido conciliar el s u e ño y h a b í a salid o . A l a l u z d e l a gran Lu n a u c r a n i a n a s e h a b í a alej ad o , s i g u i e n d o un ex traño hilo d e agu a que b aj ab a entre las r o c a s . S u s c abritas tamb ién d ebían de sufrir de in somni o , porque s e habían escapado d e l c o rral y ahora flotaban en e l aire d e la noche , livia n a s c o m o b arriletes , b l ancas y fo sfores centes . Eran fáciles de divi s ar, y por un momento é l tratab a d e s eguirlas en su deriva , p ero s e d i s -
96
p ersaban , a s í que s eguía remontando e l hilo d e agu a , que l o llevaba hasta el lab oratorio s ecreto d e l o s s e p aratis tas . Lograb a infiltrar s e , aprovechando el relaj amiento de la vigi lancia que producía la salida de un escu adrón d e c o s a c o s en trine o s motorizad o s . Re c o rría furtivo inmensas instalaciones mod ernísimas excavadas en la montañ a , en las que trab aj a ban cientos de técnic o s de guardapolvo o con mamelu c o s con c a p u c h a y vi s or, a pru e b a d e radiaciones . Re ducía a uno y s e p o n í a s u tra j e , con e l que podía llegar hasta l a s al a d e m a n d o s que c o n t r o l a b a e l reac tor, y a l l í s e li mitab a a apretar un b o tón , uno cualquiera . S onaban las alarmas , los altavoces ordenaban la evacuación , había c arreras en todas direc ciones a las que él s e sumab a . Como no cono cía los c aminos s e equivo c a b a d e rumb o , y lo chupaba un acelerador d e p artículas d e agua deshidratant e , que l o llevaba hasta ignoradas profundid ades de la tierra , d e donde emergían , montados en un átomo d e prop orciones fen o menales , Bradley y el Profe s or, envueltos en electrones giratori o s . Lo s tres c aían en p o d e r del enemigo . D e s d e una pantalla d e p l a s m a d e diamante , Larionov l o s s aludaba con i r o nía y con e l clásico " n o s volvemos a e n c o n -
97
trar, caballer o s " . En medio de la c a t á s tr o fe generalizad a , l o s gu ardias de seguridad lleva b an a los tres p r i s i o n e r o s al d e s p a c h o d e Larionov: b o i s e rie o s c u r a , una gran biblio t e c a c o n e s c alerillas d e b r o n c e q u e c o rrían p o r riel e s , sillones d e cuero , t o d o en un e s tilo i n glé s eduardiano q u e hacía contraste c o n la alta t e c n o l ogía aerodinámica del resto del comple j o . En l o s nichos de la bibliotec a , cuadros d e m a e s tro s . Bradley s e acercaba a u n o y lo c o n t e m p l ab a c o n c o n o c i m i e n t o d e c a u s a : " e l G auguin robado " . S e sentab a n . E l dueño d e c a s a l e s s e rvía whisky a l o s d o s mayore s , y a l j oven pastor, c o n sorna: "¿qué le ap etece? ¿un vaso d e leche d e cabra?" La atención d e los visitante s , y c o n ella l a c ámara , s e fij ab a en un bibelot posado en el e s critori o . Era una cab eza d e p aya s o , que hacía muecas sin ce s ar. " ¿ Les gusta mi j ugu ete?" decía Larionov. C o n la punta d e un dedo le hundía la n ariz al p ayas o , produciendo una cascada d e gestos c ó m i co s . Les explicaba que era arrab i o líqu i d o . El m u n d o no tard aría en s aber lo que era . Pero s u s fanfarronadas no tenían un fo n d o d e c o nvicció n , n i p o d ían tenerl o . E l laboratorio s e e s tab a d errumbando a s u alre d e d o r, las s i renas d e alarma s eguían sonand o , l o s c o s a c o s
98
de su guardia p e r s o n a l . qu e s eguían en l a puerta del d e spacho , intercamb iab an miradas preocupadas . Bradley, que los vigilaba de reoj o mientras mantenía u n desenvuelto diálogo con el villano , aprovechaba una s a c u d i d a (la ex plosión de alguna c a l d era) p ara s altarl e s en cima , quitarle la ametralladora a uno , dispa rarle a l o s otro s , m i entras el p a s tor, arroj án d o l e su vaso de l e c h e d e c abra a Larionov, l e imp edía s a c ar l a p i s t o l a d e l c aj ó n d e l e s crito rio . El c ombate se p o tenciaba p o r la caída d e las pared e s , la v o l a d u r a d e l o s miles d e libros vueltos proyectile s , y l a violenta d e s ap arición del tec ho . Larionov, que había terminado en un cuerpo a cuerpo c o n el Profe s o r , s e escu rría d e entre los b razo s d e éste y trepaba por una d e las e s c a l erillas d e bronc e ; e n lo alto l o e s p eraba un h e l i c ó p te r o , a c uyo p u e sto d e mando s e acomodaba y lo ponía en march a . C o n u n a carcaj ad a sinie stra c o m e nzaba a ele vars e , p ero el pastor había i d o tras é l y logra b a colgarse de uno d e los patines d e aterriza j e d e la máquin a . El lab oratorio s e hundía d efinitivamente , y s obre la meseta resultante qu e d aban los únicos s obreviviente s , Bradley y el Profe s or, mirando ansio s o s c ó m o s e ele vab a el helicóptero , con el pastor c o lgad o . Pero
99
no s eguía colgado mucho tiemp o , p u e s a fu e r za d e m ú s c u l o s e izab a a l a cabina y s e tren zab a en una lucha c o n Larionov . El e sp e c tá c u l o que s e veía desde l a cima de l a montaña era curio s o : recortados s obre e l cielo negro tachonado d e e s tr e l la s , una constelación d e c ab ras fo sforescentes flotan d o , y una banda d a d e búhos encendid o s . Uno de l o s búhos tocaba las a s p a s d e l h e l i c ó p tero , y l a rompía . El helicóptero e s ta l l ab a , pero no antes de que e l p astor hubiera s a l t ad o . Su caída libre era interrumpida por una d e las cabritas flotan te s , en l a que s e montaba y p artía , l l evado por e l viento , hacia e l h orizonte , o quizás hacia la Lun a . E l desfase d e l recuerdo p ersistía , tanto que cuando yo en la c a m a s eguía complaciéndome con e l espectáculo un poco surrealista d e l fir mamento e s trellado y s u s p a s aj e ros lumino s o s , mi amigo ya me e s tab a preguntando , en la convers ación , " qu é h abía querido d e m o s trarl e " . ¡ Na d a ! fu e la r e s p u e s t a que me salió d e golpe , automáti c a . En e s e p u n t o el desfa s e s e anu l ó , y yo ya e s taba o t r a v e z en e l p as o - a p a s o d e nuestra c o nversación y s u rep resen tación noctur n a , sin más imágenes que e l ros-
1 00
tro de mi amigo frente a m í , y al fo n d o el café . ¡ N a d a ! S e l o había contado para d e m o s trarle que no d e m o s trab a nada . No p o d í a h a c erlo . ¿ Q u é p o día demostrar? ¿El agotamiento de la épi c a , en u n mundo que había vendido l a he rencia d e l a p alabra p o r el p lato d e lentej as d e la imagen? Y eso no era ninguna nove d a d , ya lo s abían todo s , todos estábamos d e acuer d o , n o s o tros d o s también . Sólo había querido r e c o rdárselo , por si lo había olvida d o . Mi amigo , con una s onri s a compl aciente . me agra d e c i ó que s e lo hubiera r e c o rd a d o , p o rqu e en realidad , más que recordárs e l o , lo había e nterado d e d e t alles que ignorab a . Le había comp letado el p anoram a , afirmó con un d ej o b u r l ó n , p o r qu e d e b í a c o n fe s a r que su atención a l a película había sido p arcial : ha bía tenido que atend er d o s llam a d o s telefóni c o s , uno l argo y uno c o rto . Y aun así, algo le decía que la his toria no había qu e d a d o c o m pleta d e verd ad , to d avía le p arecía que queda b a n hilos sueltos . . . Tuve que confe s arle que mi vi s i ó n tam b i é n había sido parci a l . No s ó l o p o r el teléfo n o , cuyas solicitaciones tamb ién había debi d o atender. sino porque to d o , o c a s i tod o , el p a s aj e que le había contad o , lo había visto sin
101
s o ni d o . Había apretado el botón "mute " d e l c o n trol remoto , p orque mi e sp o s a , entran d o y saliendo d e la c o cina , se había puesto a c o n t a r m e algo . A s í que el " s onido " , e s d e cir l o s diálogo s , los h a b í a imaginad o . Era b a s tante asombro s o , e n e s o estáb a m o s d e acuerd o , q u e en d o s horas d e c i n e p a s aran tantas c o s a s . L a p alabra q u e lo explica b a era " c o n d e n s a c i ó n " , p e ro a las p alabras también había que exp licarlas . Y además , en u n movimiento inverso al d e la c o n d e n s ación , l o s h e c h o s p arecían tantos por la fragmenta c i ó n con que s e los percibía . Mi amigo , seguramente tomando en c u e n ta l o qu e yo a c ababa d e d e cirle s o b r e el b o tón d e enmudecer el televi s or, cosa que indicab a u n a manip u l ación p ermanente d e l control re moto , me preguntó si al hablar d e fragmenta ción me e s tab a refiriendo a la maldición del zapp ing . Sin esp erar la re s p u e s t a , que debía d e d a r por sentad a , me preguntó s i había a d verti d o q u e e s a película la habían p a s a d o p o r d o s canales al mismo tiemp o . Aunque no exac tamente a l mismo tiemp o . se corrigi ó , sino con un d e sfase de media hora , más o meno s , creía . É l había p a s a d o de una a o tra un p ar d e ve c e s , sin más b eneficio que ver algunas e s c e n a s dos v e c e s y perderse otras .
1 02
No , yo no me había dado cuenta , pero aho ra que m e lo d e cía s e m e hacía menos a s o m b r o s a l a c a s u alidad d e que habiendo s e s enta y cu atro c anales hubiéramos a c ertado a sin tonizar e l mismo independientemente . Podía m o s no haber s intonizado el mismo , sino dos canales d i ferente s , y aun a s í ver l a misma p elíc u l a . E n fin , n o s abía s i entonces l a ca s u alidad era mayor o menor. Y. aunque no se lo d ij e , el hecho explicaba algo más : que los dos, quizás , hubiéramos vis to la totalidad de la película a p e s a r de las interrupciones debidas al teléfono . A éstas nos habíamos referido más d e una vez en e l curso d e l a c o nvers ació n , pero sin d e c ir, y quizás sin r e c o rd arlo , que l a más prolonga d a había sido una c o municación telefónica entre n o s o t r o s d o s , c u a n d o n o s llamamo s , precisamen te , para h a c e r la cita en el café a la tarde d e l día siguiente , y l a extendimos c o n comenta r i o s d e l e c tu r a s r e c i e n te s , como h a c í a m o s siempre , anticipando l a charla propiamente dicha o proponiéndole temas . Esta distracción compartida deb ería haber provo c a d o u n blan co tamb ién c o m p arti d o , pero la existencia d e l d e sfa s e ( qu e , s i e r a realmente d e media hora , coincidía c o n el tiempo que habíamos estado al teléfono) . anulab a el blanc o .
1 03
Pero volviendo a su pregunta anterior, que había quedado sin respuesta : no , al hablar de la fragmentación no m e refería al zapping. o no excl u s ivamente a a . La exp eriencia m i s ma , la exp eriencia d e la realidad , ya prop onía u n modelo d e fragmentación . Sin n e c e s i d a d d e p o n e r n o s filosófico s , p o díamos decir q u e c o n l a vida p as a b a lo m i s m o que c o n e s t a p e lícula . Humano s , reales , imperfectos y parcia l e s p o r humanos y por reale s , todo el tiempo n o s e stáb a m o s perdiendo cosas importante s , e s l a b o n e s e s e nc i a l e s p ara entender e l gran relato general ; d e s p u é s los reponíam o s , c o n titu b e o s y errore s . E r a el recuerdo e l que e s tablecía el c ontinu o ; y como e l recuerdo tam bién era u n a realidad d e l a exp erienc i a , tam bién él e s t a b a fragmentad o . Según u n constru ctivismo bien c o n c e b i d o y b i e n realiza d o , con v e r la mitad d e u n c u a dro d e b ería ser p o sible s a b e r c ó m o e s la otra mitad que no s e ha visto . Y con leer l a mitad d e una novela o un poema , lo mismo . Y con l a m i t a d d e una sinfonía . O la mitad d e u n a p e líc u l a , ¿ n o ? Aunque hablar d e "mita d e s " p o dría hacer p e n s ar e n u n a s imetría bilateral . de lo que no se trata . Podría tratars e de un fragmento c u alquiera , de la traj inada vérte bra d e l d i n o s aurio .
1 04
¿Pero ento n c e s no caíamos en lo conven cional y previsible? S í . p o d í a s e r. P e r o se t r a t a b a de u n a previsibilidad e s p ecial , p u e s o b e d e c í a a u n a convención c r e a d a p ara e s a obra y q u e no ser vía p ara ninguna otra . Al fin de cuentas . e l arte e r a convenció n , y . s i m e apurab an , t o d o e r a convenc i ó n . E l a r t e era creación , y lo pri mero que creaba era s u c o nvención . Pensé fugazm ente , y volví a p e n s arlo c o n m e n o s apuro mientras r e c o n s truía e s t e p a s o d e l a convers a c i ó n , e n mis c o nversacione s , precis amente . ¿No restablecía yo el continuo de lo que por naturaleza era fragmentario y entrec ortado? Porque u n a c o nvers ación , p o r civiliza d a y artic u l a d a que s e a , s iempre e s t á hecha d e s a l t o s y digr e s i o n e s y v u e l t a s atrás y "no te entendí" y "te entendí demasiad o " . El recuerdo que las ordena y c o mpleta es una excrecencia casual . que s e d a como s e d ab a e n mí: d <;! un m o d o s e creto , c a s i vergonzante . Aunque n o debía d e s e r tan c a s u a l , a j uzgar por el hecho d e qu e l a m e m o ri a e s tab a llena d e conversacione s . ¿Una conversación podía c o mpletars e . por d e d u c c ión d e c o nve n c i o n e s r e c i é n nacid a s , tras haber oído s ó l o u n a mitad? H abría que p o s tular qu e una c onvers ación era una obra
1 05
de arte , lo que no e s ta b a lej o s de lo que yo pensab a . ¿Pero qué mitad? Porque p o d í a ser una mitad temporal . p o r ej emplo s u primera hora , o l a s egund a , s i había durado d o s h o ras . O l a m i t a d que c o rre spondía a las répli cas d e uno s o l o d e l o s interl o c u tore s . En e s t e último c a s o s ería e s e tipo d e reconstru c c i ó n , tan c o rriente , que s e d a cuando uno o y e a a l g u i e n hablando p o r teléfo n o . A todo esto , mi amigo había puesto un g e s to s o ñador, l o s oj o s entrec erra d o s fij o s en e l vacío . D ebía d e e s t a r h a c i e n d o u n r e p a s o ge neral d e nuestras divagacion e s , y la c o n c l u sión a la que l l e g ó fu e que no h a b í a m o s avan zado nada . S eguíam o s en el m i s m o " t i c " o e l mismo " t a c " d e l Rol ex. N o , n o era tan así. D e b í a retractarme d e mi e s c e pticismo anteri o r ; p o r q u e en realidad s í había d e m o s tr a d o algo , c a s i sin querer, o "sin querer queriend o " : había demostrad o , por el absurdo p o s itivo , que la fi cción era fic ción . C abalgar u n a c a b ra d e s hi d r a t a d a entre l o s astro s , ¿no era fi c ción? ¿ P o d í a p e dir m á s que eso? Por simple d e d u c ción , e l actor que inter pretab a al pastor . . . ¿ N o e s taba clarísimo? En cierto modo habíamos llegado al p unto d o n d e morían las p alabra s .
1 06
E s t a mención al silencio pareció d e s p e r tar a mi amigo , exactamente como p a s a cuan d o s e h a e s tado oyendo un ruido cons tante durante mucho tiemp o , hasta dej ar d e no tarlo , y de pronto el ruido c e s a y el contraste se hace atronador. M e mirab a como si no me recono ciera , o al revé s , como si reconociera al fin a alguien que hubiera venido creyendo un d e s c o n o c id o . E l gesto e r a tan p e culiar q u e al tra tar d e reprod ucirlo mentalmente en mi r e m e m o r a c i ó n c a s i no encontraba recurs o s repre s e ntativos p ara hacerlo c reíb le . Lo que d ij o cuando salió d e s u estado d e perplej id a d fu e tan asombroso (p ara mí) que me e l e c tricé y p a s é al p r e s ente . El recuerdo tamb ién p a s ó al pres ente , como un drama escrito que s e re p r e s entara . Pero entonces . . . ¿vos h ablabas del actor real-real? ¿Y d e quién si no? ¿Y qué quiere decir e s o ? ¿Ac a s o h ay un "real" d o b l e y un " r e a l " s i m ple? No empieces otra vez con tus lógicas re torcid a s . Hablemos d e l a película que vimo s , por favor. E s taba el actor que repre sentaba al p astor, y el actor que representab a al actor que representab a al p astor, ¿no?
1 07
¡ U n momento ! Ahora s o s vos el que retuer ce las lógic a s . ¿A qué viene e s e regre s s u s a d infinitum? ¡ Q u é infinitum ni qué ocho cu arto s ! ¿Vo s vi ste la película , o no la viste? ¡ C l aro que la vi! ¡ La vi más que vo s ! N o pare c e . Parece como s i t e hubieras p e r d i d o t o d a la p arte d e l a c t o r. . . P e r o me consta que n o te l a perdiste . Vo s mismo me lo c o n - . taste , lo de su mansión en B everly Hill s , el p erro Bob , la conferencia d e prensa en París . . . Yo e s t a b a atónito . ¿Pero e s o qué tiene que ver? ¿ C ó m o que qué tiene que ver? ¿Lo viste o no lo viste? Lo vi . . . S í . . . Ahora que m e lo decís , recuer do que lo vi , pero no s é qu é tiene que ver con l a p elícul a . ¿Entonces no era . . . ? ¿Vo s creíste que era . . . ? ¿Y vos creíste que yo había pensado . . . ? Las preguntas y r e s p u e s t a s se cruzaban s o b re la m e s a del café a la velocidad d e l a luz , tan to que l a s preguntas s e transformaban en r e s p u e s t a s y las resp u e s t a s en pregunta s . En l a c a m a . revolviéndome nervi o s o , no acertaba a h a c e rl a s s u c e d e rse e n el orden c o rrecto . E l quid d e l a c u e stión era que yo h a b í a creíd o
1 08
que interc alaban en la proye cción de la p e l í cula uno d e e s o s d o c u m entales que s o n t a n frecuentes h o y d í a , s o b r e la filmaci ó n , lo que s e llama el " b ackstage " . C u a n d o en realidad era p arte d e la película m i s m a . No habría caí d o en l a confusión s i m e hubiera c o n c entra d o debidamente , p e r o uno no s e concentra en e s a c l a s e d e p a s atiemp o s . P o c o a p o c o y t o d o d e golp e , c o n e s a lenti tud maj e s t u o s a que s u e l e tener lo instantá neo , las cosas s e aclararon . El argu mento de base d e l a dichosa p e l í c u l a , l a que l o s d o s habíamo s visto , e r a l a filmación d e u n a p e l í cula . La C IA quería inves tigar la s u p u e s t a p r o ducción d e uranio enriqu e c i d o por l o s s ep ar a t i s t a s u c raniano s , y envi aba a s u s a g e n t e s a investigar al área b aj o s o s p e c h a , p e r o lo h a c í a b aj o l a fachada d e l a filmación in situ d e u n a c o p r o d u c ción d e a c c i ó n y s u s p e n s o . Para d arle credibilidad c o ntrataban a un fam o s o actor, imaginario por s u p u e s to , aunque repre sentado p o r un fam o s o actor r e a l . Y realmen te filmab an , perfeccionando la fa chad a , aun que s in p r e o c u p arse mucho por l a calidad o e l verosímil y a q u e e r a apenas u n a exc u s a para seguir haciendo espionaj e ; algunas s e c u encias d e esa d i s p aratada filmación ( cuyo argu m e n -
1 09
to era el de la Señorita S alvaj e y el Pastor) s e interc alaban s i n mucha exp l i c a c ió n , creando p ara l o s espectadores un segundo plano , in d e p e ndiente del primero , p e r o n o tanto p o r que l o s personaj e s en el plano "real" s eguían v e s t i d o s y c aracteriza d o s como e n el plano de " fi c ci ó n " . Yo directamente no h a b ía percib i d o qu e h a b í a d o s plano s : l o s h a b í a fundido c o m o m ej or pud e , poniendo parches y h a ciendo c o s t u r a s laterales y transvers al e s , a l a b arto l a . Mi amigo e n cambio , más atento q u e yo p o r u n l a d o p ero más dis traíd o p o r otro , h a b í a d i s c riminado correctamente l o s d o s nivele s , p e r o s e había equivo c a d o s obre l a j erarqu í a r e s p e c tiva d e e s t o s nive l e s : había c r e í d o qu e la h i storia de la S e ñ o rita S alvaj e y el Pastor era l a "real " , y l a del Lab oratorio S e creto la " fi c ti c i a " . Error d i s c ulpable , p o rque aun d e s p u é s d e hacer e s t e e s c l arecimiento a d ú o n o logramos decidir a c u ál d e l o s d o s planos c o rre s p ondía el agua d e s hidratante . L o m á s d e s o rientador e r a q u e t o d a l a p elícula s eguía el hilo d e la progresiva toma d e c o n c iencia d e l a c t o r , al q u e c ontratab an engañad o , p ara u n a s u p u e s t a verd adera p e lícula d e aventuras e n l a s montañas d e Ucrani a , y p o c o a p o c o , al ritmo d e l o s h e c h o s extrañ o s que s u c e d ían
1 10
durante el r o d aj e , s e i b a d ando cuenta d e que e s t ab a en medio d e una trama d e e s p i o n aj e y política n a d a fictici a , y terminab a a c e p tando s u papel d e héroe real . El ú n i c o c o m e n t a r i o que atiné a h a c e r cuando terminamos , exhausto s , de d e s atar los nudos que n o s o tros mismos habíamos h e c h o , fue que h abría que prohibir e s e r e c u r s o de la ficción d e n tro d e la fi c c i ó n . Ese a s unto d e los nivel e s ya había s i d o s o b reexplotad o , y e mp e z a b a a m o s trar l a hilacha d e facilongo , d e " a s í c u alquiera " . Podía l l e g a r a s o s p echarse que , en n u e s tro e s tadio tecnológico de civilización glob alizad a , y a no quedaban histori a s , y p ara hacer funcionar u n a , o los restos de u n a , ha b í a que c ontar las historias d e l a s historia s . ¿Pero no había s i d o a s í siempre? L a reali d a d , a la que a s p iraban todas l a s h i storias , ¿no era la histori a de l a s historias? Con una s ensación d e d e s aliento , que nos contagiamo s mutuamente y que debía d e ser p r o d u c to d e la fatiga mental , yo sacudí l a ca beza y dij e que m e negaba a s e guirlo p o r ese camino d e s u tilezas . M e negaba a d ifam ar l a realid a d . Le r e c o r d é mi lema , t o m a d o d e la obra d e C o n stancia C. Vigi l : "Simplifi c a , hij o , simplifi c a " . La realidad era simple . N o tenía
1 1 1
nivel e s . E s a tonta película nos había l l evad o un p o c o demasiado lej o s , y ya era hora de vol ver a l punto d e p artida . Vo lver a l punto d e p artid a , e n l a práctic a , significaba cambiar de tem a . Y e fec tivamente , n o s d i s p oníam o s a hacerlo cuando n o s dimos cuenta d e que s e nos había ido e l tiempo y ya era hora de d e s p e dirno s . Junto con el tiemp o , s e n o s habían i d o las ganas d e cambiar d e tema . M i amigo dij o qu e , haciendo u n balance general , podía afirmar que l a película l e h a b í a gustado . O al meno s , rectificó d e s p u é s d e p e n s arlo un momento , emp ezab a a gustarle ahora , d e s p u é s d e la revisión a la que l a h a b í a m o s sometido . En la conversación le di l a razón a m e di a s , p e r o a la n o c h e ya había t e n i d o tiempo p ara dársela p o r completo . Sobre todo po rque n o había nada en que darle o negarle l a ra zón : é l no había dicho que l a p e lícula fu era b u e n a , sino que le había gusta d o ; sólo s e p o d í a e s tar o n o d e acuerdo con su gusto . E l mío no había sido tan compl aciente , p e ro e n las r e fl e x i o n e s
que
envolvían
mi
ej e r c i c i o
mnemotécnico s e hizo más flexib le . Yo e s t ab a experimentando e n carne propia l o s beneficios d e l a repetició n . No e s que comp arara esa ri-
1 12
dícula película sin s u stancias c o n nuestras convers aciones , que eran p ura sustancia . Pero el mecanismo era semej ante . Lo que se impro visaba y b albu c e a b a y tartamudeab a , a vec e s s i n s intaxis cuando n o s transportab a el entu siasmo de la d i s c u s i ó n , yo lo pulía y redon deaba y b arnizab a e n la repetición n o c turna . Por un supremo azar, mi amigo había tenido u n atisbo d e las s e n s aciones estéticas d e las que me proveía mi a ctivi dad s e creta ; y esta última volvía a p o nerlo a él y a s u gusto en u n a p e r s p e c tiva d e arte y p e n s amiento , e s d e cir una perspectiva d e transfiguració n . D e m o d o qu e , anticipándome a mi memo ria , no tuve inconveniente en d e c irle que a mí también me había gustad o , o por lo menos no me arrep entía d e h ab erla visto . Era ingenio sa, y daba p i e a diversas ensoñacione s . La aventura nunca s e d e s p e rdiciaba del todo . Su estallido s o l tab a fragmentos qu e , por exc ep ción entre to d o s l o s o bj e tos del univers o , no o b e d e cían a la ley d e la gravedad ; s e p arecían más bien a univers o s en miniatura , exp andién d o s e en e l vacío mental , y en d e finitiva enri que ciendo el tiemp o . Mi amigo m e ponderó l a metáfora, p ero por s u p arte opinaba que s í actuab a una ley de
1 13
gravedad , siquiera metafóric amente : porque l o s creadores d e la película s e las arreglaban p ara redirigir todos los episodios hacia un cen tro , y en e s e logro é l encontrab a su principal m érito . No sólo en esta película en p articular, sino en todas las que veía . No era que viera tanta s ; eran un subproducto d e la fatiga ve s p erti n a , d e la b u s c a d e u n relaj amiento d e s p u é s d e u n a j or n a d a d e emp e ñ o s intel ectua les d e alto nive l . Ap enas un p a s atiemp o , pero e n e l que reb o t a b a n , enriqu e c i é n d o l o , e s o s empeño s . Y a u n c o n l a p o c a atención q u e l e s d e d i c ab a , no p o d í a d ej ar de maravill arse d e l a habilidad con que anudaban todos los hilos sueltos y trab aban las distintas mo tivaciones de l o s p e r s o n aj e s y h a c í a n c o i n c i d i r l a s sub tramas divergente s . E l cine d e e ntreteni miento era u n negocio , y s in emb argo aprove chaba los recursos del arte s e rio , y por una s u erte d e milagro , le s alía bien . Lo más s o r prend ente era la ingente c antidad de pelícu las que hacían (que habían hecho y que se guían haciendo) . y que todas sin exc epción ar m aran cada vez el romp ecabeza s . ¿ C ó m o lo hacían? Yo e s taba más preparado para exp licarle cómo había hecho Kant p ara e s cribir s u s tres
1 14
C ríticas que p ara d e cirle cómo s e hacía una película d e aventu ras . Aun así, una i d e a te nía . H abía leído e n alguna p arte que nunca era u n guionista s o l o e l que elaboraba el libro d e una películ a , sino que l o hacía u n grup o , y numero s o . Era comprensible que fu era a s í , debido a l a s grandes inversiones d e c apital que se p onían en j u ego . Los estudios no p o d ían co nfiar e n la inspiración o el talento d e un solo e scritor, p orque sería j ugarse enteramente a una sola cart a . y los b u s inessmen norteame ricanos preferían j ugar sobre s eguro . En pri mer lugar, por s u p u e s t o , porque l a creación d e uno s o l o tenía que inclinarse demasiado a lo personal o i d i o s incrático , limitando nece s ariamente el targe t . Pero el mo tivo principal era el más práctico d e lograr un c o m p a cto de atrac ciones , llenando los tiemp o s muertos que son inevitab l e s en el relato que hace uno solo . Afina d a c o n décadas de práctica , l a organiza ción d e e s o s grup o s d e guionistas s eguía una rep artición bien p e n s ad a : un miembro s e es p e cializab a en chiste s , otro en e l c o stado ro mántic o , o tro en l a c u e stión científi c a , otro en la p o líti c a , había un exp erto en verosímil , uno en procedimientos policiaco s , uno en p s i cologí a , y así s u c e s ivam ente . D e s d e e l p unto
1 15
de vista artístic o , el método tenía s u s venta j a s y d e sventaj a s . Se perdía la unidad p erso nal d e l a imaginación y s e corría el riesgo d e ach atar e l vuelo d e la fantasía h a c i a un nivel m e d iano de c o n s e n s o o conformismo . S e ga naba una u n i d a d s u p e r i o r , tran s p e r s o n a l . D e s p u é s de t o d o , la mente s o litari a también e s taba s uj e ta a multip l i c i d a d e s que hac ían c o n s e n s o , a c onvenciones o conformismos in c o n s ciente s , y era muy p o s ible que una mul tip licidad real lib erara energías que d e otro m o d o qued arían dormid a s . D e b í a m o s m o s trarnos s e n s i b l e s a e s t o s argumento s , p o rque en alguna m e d i d a s e n o s aplic aban . El atrac tivo d e las convers aciones estaba ahí : en que el otro fuera realmente otro . y s u p e n s amiento fuera impenetrab le para el interlo c u tor. C u ando yo vo lvía a ellas de no che , a s o l a s , m e transformab a en el arti sta o el filósofo que trabaj ab a a su gu sto los mate riale s . como el director d e l a p e lícula que ha cía lo que quería o p o d í a con e l guió n . Yo tam bién tenía que hacer frente a la unidad s u p e r i o r d e la creación c o l e c tiva . Aunque el símil d e l a película no era completo porque yo no trab aj aba con c ámaras y actores y d e corados sino s ó l o c o n el pens amiento , y el p e n s amien to estaba hecho s ó l o d e palabra s .
1 16
Todo estaba hecho de palabras , y las p a labras habían h e c h o s u trab aj o . H a s t a p o d í a decir que lo habían hecho bien . S e h abían e l e vado en un enj ambre confu s o y h a b í a n girad o e n e s p iral e s , c a d a v e z más alto , entre c h o c á n d o s e y s e p aránd o s e , insectos d e oro , m e n s aj eras d e l a a m i s t a d y del sab er, más alto , más alto , hasta las zonas d e l cielo d o n d e el día s e vo lvía noche y la realid a d s u e ñ o , p a l a bras Re inas en s u v u e l o nupcial , s i e m p r e más alto , hasta c o n s u m ar sus b o d a s al fin en l a cima d e l mundo .
2
de febrero de 2006
1 17