Como estudar, aprender a aprender, portanto pesquisar!
Prof. Ms. Jamar Monteiro
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Como estudar
As transformações no âmbito tecnológico e científico são constantes e acabam por repercutir no âmbito pedagógico. O fenômeno educativo que é humano, histórico e multidimensional apresenta explícita ou implicitamente uma visão de homem, de mundo, de sociedade e de escola que sugere uma determinada atitude em relação aos estudos e à pesquisa. As instituições educacionais passam por profundas transformações. O conteúdo, que era um fim em si mesmo, hoje é visto como um meio para desenvolver competências e habilidades. O conhecimento fragmentado, cumulativo e memorizador faz parte de um passado racionalista. Atualmente, o conhecimento deve privilegiar as posturas inter, multi e transdisciplinar que contextualizam a construção de conceitos. O currículo escolar torna-se cada vez mais dinâmico, organizado por áreas de conhecimento e temas geradores. A sala de aula, que era considerada um espaço de transmissão e recepção do saber, passa a ser um local de reflexão e de situações de aprendizagem. aprendi zagem. As atividades, antes padronizadas e rotineiras, caminham para projetos interdisciplinares que priorizam o estudo do meio, a ética, a cidadania, enfim, os temas transversais. O professor, que antes era apenas o transmissor do conhecimento, nos dias de hoje permeia 3
o sentido da ética, procurando exercitá-la na relação professor/aluno, tornando-se o “mediador do conhecimento”, “facilitador da aprendizagem”, “colaborador” e “animador”. A avaliação, aos poucos, deixa de ser classificatória e excludente e passa a ser considerada um processo dinâmico e contínuo, sendo também considerados fundamentais os resultados das observações, das coletas de dados, registros, reflexões e análises sobre o desempenho dos alunos, sempre levando-se em conta a apropriação do conhecimento e o desenvolvimento de habilidades e atitudes numa “visão global”. A atitude de pesquisa em relação ao estudo é tema central para muitos professores, sugerindo uma reflexão sobre o próprio fazer pedagógico, identificando e compreendendo as ações pessoais que acabam por refletir no desempenho escolar do aluno. Essa atitude parece estar distante da realidade da maioria dos estudantes que associa o ato de estudar ao “castigo” e não ao trabalho. O papel do professor neste contexto é o de buscar estratégias que possibilitem estimular nos estudantes o ato de estudar, enfim trabalhar. Cabe ressaltar que trabalhar não implica necessariamente prazer, prazer, mas responsabilidades sobre o fazer. Por meio de algumas regras básicas, mostraremos a diferença entre estudar e fazer tarefa, e a importância de se desenvolver o autoconhecimento, a organização e a disciplina, a fim de que o aluno enfrente suas dúvidas, reveja sua situação atual como cidadão do mundo, tendo a Internet como aliada, e possa desenvolver a atitude de pesquisa.
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O estudo deve ser encarado com naturalidade, com responsabilidade e com trabalho. O estudante deve aprender a se observar em seu universo psico-emocional e biológico, criando um método personalizado único que respeite seu movimento e ritmo.
Como se aprende a estudar
Se considerarmos que o problema do médico é diagnosticar e indicar o melhor tratamento aos seus pacientes, o problema do professor é identificar nos alunos suas dificuldades e ajudá-los a superá-las. As inúmeras concepções pedagógicas pressupõem modelos educativos que denotam uma visão de mundo, educação, sociedade, escola e relação professor/aluno. O professor, quando incorpora determinado modelo pedagógico e faz dele “seu sacerdócio”, perde a grande oportunidade de trabalhar com as diferenças. A sala de aula assemelha-se a uma floresta, que é uma unidade. Numa floresta, respeitando suas condições geofísicas, encontramos uma infinidade de plantas diferentes que necessitam de cuidados especiais. A sala de aula é uma unidade como a floresta, onde cada aluno corresponde a uma determinada planta que necessita de cuidados e de um olhar diferenciado por parte do professor. professor. Não é diferente nos lares onde cada filho apresenta singularidades e diferenças. São elas que fazem a beleza da unidade e nos obrigam a rever os 5
cuidados e as necessidades individuais dentro da diversidade. Para o pesquisador Jean Piaget, o pensamento é a base onde se assenta a aprendizagem permitindo que a inteligência se manifeste. Segundo ele, a inteligência é um fenômeno biológico, condicionado pela base neurônica do cérebro e do corpo inteiro e sujeito ao processo de maturação do organismo. Assim, a inteligência desenvolve um funcionamento que vai alterando a estrutura, pois ela não é fixa e acabada, mas dinâmica; um processo de construção contínua, mediante a interação do organismo com o seu meio ambiente. A aprendizagem é o conjunto de mecanismos que o organismo movimenta para adaptarse ao meio. Piaget afirma que a aprendizagem processase por dois movimentos simultâneos: a assimilação (quando a mente assimila o mundo exterior por um processo de percepção, interpretação e de assimilação de sua própria estrutura) e acomodação (quando o organismo transforma sua própria estrutura para adequar-se à natureza dos objetos que serão aprendidos). Existe diferença entre aprender e estudar. Aprender é um processo que acontece no aluno. A compreensão das etapas de aprendizagem permite ao professor adaptar sua ação educativa às realidades e às diferenças psicológicas. Nós aprendemos uma série de ações: falar, ler, digitar, conviver com os semelhantes, desenvolver a cidadania, etc. Pois bem, para realizar a maioria das atividades é preciso aprender a fazer. Ninguém chega ao mundo com a habilidade inata de saber como estudar. Desenvolver a própria técnica, perceber habilidades, qualidades e querer são fatores essenciais para estudar. 6
Aprender, no contexto escolar, não é somente compreender as relações entre os elementos educacionais existentes, mas desenvolver estratégias para aplicá-las de maneira a enriquecer a qualidade de vida e propiciar situações de realização pessoal. Aprendemos constantemente e muitas vezes não é o que fazemos. Aprendemos da seguinte forma: 1 - Recebendo informações – Pela construção do conhecimento, leitura, jogos lúdicos, tentativas, aulas, etc. 2 - Transformando – Desenvolvendo habilidades, relacionando informações e organizando-as. 3 - Autocrítica (análise de si mesmo) – Revendo as etapas anteriores e verificando o que se construiu. 4 - Aprendemos quando guardamos a relação entre problema – caminho – solução – De forma a poder pensar quando nova situação aparecer. Portanto, estudar é retomar o que se observou, viu e fez no cotidiano escolar, em especial, na sala de aula.
Estratégias de aprendizagem
Vários estudos, em especial nos anos 70 e 80, sugerem caminhos para essa temática, apresentando orientações metodológicas diversas. Nesse sentido, vários programas foram desenvolvidos visando criar hábitos e estratégias de estudos.
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Observa-se que todos apresentam procedimentos pessoais que colaboram para um melhor desempenho educacional, privilegiando o autoquestionamento e o diálogo entre o professor e o aluno, ou entre os estudantes que tomam consciência do próprio fazer. Tais programas priorizam a compreensão da leitura, a organização, o planejamento de horários de estudo, a atenção, a concentração na tarefa e a resolução de problemas. As estratégias de aprendizagem estão ligadas a suas aplicações, o que levou inúmeros autores a propor sistemas diferentes para a sua classificação. Podem ser aplicadas de maneira consciente ou automática. No primeiro caso, quando surgem dificuldades inesperadas no decorrer do processo ensinoaprendizagem ou quando se está empenhado em obter êxito. No segundo, quando já se realizou por várias vezes (ato mecânico) tarefas escolares com exigências idênticas visando a um suposto sucesso.
Aprendizagem mecânica e significativa
“Para aprender a aprender é indispensável que saibamos nos querer bem, que aprendamos a nos fazer respeitar e que possamos usar a cabeça, aprendendo a pensar e ser criativo.” Prof. Celso Antunes 8
Márcia tem 14 anos. É
considerada uma estudante “regular”. Está cursando a última série do Ensino Fundamental. Procura desenvolver todas as atividades propostas em sala de aula pelos professores e nunca deixou de realizar uma tarefa escolar. Os trabalhos em grupo acabam sendo feitos em sua casa e assim dirige as atividades dos demais componentes. Dona Aurora, mãe de Márcia, não compreende suas notas medianas; de um a dez sua média é seis. Vê sua filha estudar e muitas vezes “é obrigada a interferir nos estudos, pois Márcia extrapola os horários determinados”. Tem o hábito de memorizar perguntas e respostas, fórmulas e conceitos. Constantemente, demonstra insegurança na hora de realizar uma avaliação e o nervosismo dá lugar ao rendimento insatisfatório. As professoras, acostumadas com esta atitude da aluna, já não interferem e nem encaminham a família para uma orientação. Márcia não foi orientada para os estudos e acredita que deve aprender apenas para passar de ano. Normalmente, a estudante decora determinados conteúdos e logo os esquece. Por quê? Como aprendemos? Aprender é um processo contínuo que não se resume em adquirir noções, mas reter e refletir sobre o que foi aprendido, contextualizar e reconhecer uma série de experiências e pensamentos. A memória tem um papel de extrema importância nesse processo. Veremos mais adiante. 9
O processo de aprendizagem ocorre de duas maneiras: mecânica e significativa. O cérebro guarda as informações, mesmo que de maneira efêmera, mecânica ou significativamente. A mecânica é uma aprendizagem efêmera, dá-se pela repetição. Portanto, não é a mais adequada. A significativa dá-se pela construção do conhecimento e nela podemos identificar alguns fundamentos: vivemos e temos concepções de mundo diferenciado; aquilo que descrevemos não pode ser aquilo que o professor sente; para construir o conhecimento do aluno, o professor não pode aceitar que o “um” que vivemos é igual para todos os outros alunos; o professor deve resgatar aquilo que o aluno possui para assim poder construir o seu conhecimento, para que o conteúdo transforme e desenvolva suas habilidades e qualidades. Isso significa que para aprendermos a estudar é necessário estarmos motivados para o aprender.
O que você precisa saber sobre a memória É possível melhorar a memória? Os recentes avanços científicos relacionados aos estudos do cérebro sugerem a possibilidade de entender e melhorar seu funcionamento. No cérebro circulam os impulsos elétricos e químicos responsáveis por uma das funções mais vitais da mente: a memória. Os problemas de perda de memória são causados por alterações químico-cerebrais. Na esfera científica afirma-se que as pessoas podem envelhecer 10
preservando boa parte da agilidade mental e da capacidade de recordar que tiveram no auge de suas vidas. “A perda de neurônios e os danos físicos que a idade e outros fatores provocam no cérebro não têm efeito tão adverso quanto se acreditava ”, diz o neurologista americano Bruce Mcewen, da Universidade Rockefeller, de Nova York/EUA. Pesquisas mostram que o cérebro pode facilmente se reprogramar para suprir a perda de neurônios provocada pelo envelhecimento ou pelos hormônios que situações extremas de tensão liberam no organismo. Alguns mitos e verdades sobre a memória: Mito – Anotar os compromissos é o caminho mais curto para enfraquecer a memória. Verdade – O simples fato de anotar é um excelente recurso para reforçar a memorização. Mito – O cérebro guarda tudo o que ocorre. A lembrança sempre pode ser desenterrada com a ajuda da psicanálise ou da hipnose. Verdade – Boa parte de nossas percepções, como um número de telefone, transita rapidamente pela memória e simplesmente se evapora. Mito – Os afortunados com “super” memória, capazes, por exemplo, de decorar todas as músicas dos Beatles, são pessoas de inteligência e capacidade de raciocínio superior à maioria.
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Verdade – Memória nada tem a ver com inteligência ou raciocínio. Um poder extraordinário de memorização é um dom natural ou resultado de treino. Muitos dos novos conhecimentos sobre a memória decorrem dos investimentos feitos em pesquisas do mal de Alzheimer. Os pesquisadores da Universidade Rockefeller, em Nova York, recomendam com ênfase que se busque um modo de vida saudável. Observam que quanto maior a quantidade de funções cerebrais envolvidas no armazenamento de informações mais ágil será a memória. Tais estudos mostram que recordamos 10% do que lemos; 20% do que escutamos; 30% do que vemos; 50% do que vemos e escutamos; 70% do que ouvimos e discutimos e 90% do que ouvimos e fazemos. Esses estudos sugerem que bons resultados são obtidos com técnicas bem simples e quase intuitivas. Atenção e concentração são essenciais para fixar as lembranças. “Se você costuma esquecer a luz da garagem ligada, da próxima vez em que for desligá-la, descreva ação em voz alta. A vocalização forte reforça a memória” , ensina o médico Robert Goldman, no livro A Saúde do Cérebro . A memória, no âmbito educacional, pode ser aprimorada pelos seguintes meios: do sentido de organização– um material organizado e com sentido é mais facilmente retido; do sentido de compreensão– é mais fácil reter uma área quando se compreende o seu sentido geral; do sentido de participação– utilizar os vários sentidos, ler em voz alta, 12
associar, etc.; da percepção do tempo pedagógico– alternância das matérias. Alguns fatores biológicos podem impedir o bom funcionamento da memória, entre eles: pressão alta; excesso de bebida alcoólica; carência de sono; abuso de pílulas para dormir; estresse, o mal da vida moderna; inibição; interferência interna na sala e interferência externa adquirida. No cotidiano educacional, a questão da memória está ligada à idéia de reter, armazenar uma informação, um conceito ou uma idéia. A aprendizagem não poderia ocorrer se o sujeito não se recordasse de alguma coisa. Após o estudo de uma determinada matéria, nota-se que o esquecimento também trabalha, pois a mente elimina noções dispensáveis. Percebe-se a necessidade de criar hábitos disciplinares. Para facilitar o aprendizado e fixar na memória os conteúdos é necessário não só repetir o que foi “ensinado”, mas ler mentalmente e compreender o assunto; reler em voz alta; concentrar a atenção em aspectos específicos; notar semelhanças; repetir várias vezes, se necessário em voz alta; fazer esquemas ou fichas numa seqüência lógica e nunca esquecer de repousar, pois uma mente cansada pouco aprende.
Discutindo soluções Dona Maria Teresa é mãe
e está muito confusa.
Juliano, 12 anos, seu filho caçula, vem apresentando um comportamento inadequado em sala de aula. Não 13
presta atenção às aulas, não leva material, não faz atividades e nunca tem “tarefa” a ser feita em casa. Dona Maria Teresa pensa ter esgotado todos os recursos estratégicos possíveis para motivar Juliano aos estudos. Já usou de chantagem, cortou dinheiro da mesada, deixou de castigo e recentemente o surrou. Apavorada e com um sentimento de impotência, solicitou ajuda à Orientação Educacional da escola, que a atendeu. Foram realizadas várias entrevistas que abordaram assuntos de interesse mútuo, entre eles: planejamento familiar, meios de comunicação de massa, disciplina, organização, responsabilidade e, por fim, o rendimento escolar de Juliano. O que se descobriu? Desde pequeno, Juliano foi “poupado” de pequenos afazeres como, por exemplo, guardar os brinquedos que utilizou, lavar o copo em que bebeu água, recolher roupas esparramadas por toda a casa, etc. Dona Maria Teresa achava que esse tipo de “coisa” deveria ser feito pela empregada ou por ela mesma. A Orientação Educacional da escola sugeriu à dona Maria Teresa que repensasse essas questões e desenvolvesse com o filho as pequenas noções de organização e responsabilidade, iniciando com ele uma “realidade vivencial”. Juliano é um dos muitos adolescentes perdidos em si mesmo, que não descobriu suas verdadeiras habilidades e qualidades. Apresenta dificuldade em 14
conhecer-se e não encontra motivação para aprender a aprender. Porém, para todo problema existe uma solução. Há alguns anos, quando a escola tinha um caráter seletivo e poucos tinham acesso, os problemas de aprendizagem baseavam-se em casos esporádicos que culminavam na maioria das vezes em exclusão do aluno do ambiente escolar. As necessidades da época eram bem diferentes das atuais. Isso não significa que as famílias participavam mais ativamente do processo de ensino/aprendizagem e estavam presentes na escola. As crianças aprendiam baseadas em métodos pedagógicos que valorizavam a memorização. A construção do conhecimento era um sonho utópico de alguns poucos educadores. No entanto, com os avanços tecnológicos e científicos que se intensificaram nas últimas décadas, com os meios de comunicação de massa, percebe-se que os interesses de nossas crianças e adolescentes não são os mesmos de outrora. O que é mais importante: ficar lendo um capítulo de história ou assistir a um filme de ação? Viajar pela Internet ou elaborar uma pesquisa? O jovem deve ser educado, mas essa educação deve refletir a realidade em que vive, a fim de que desenvolva a consciência crítica, exerça a cidadania e seja feliz. Não podemos ter a pretensão de solucionar todos os problemas educacionais, mas podemos discutir com a comunidade soluções viáveis e retomar o papel da família dentro desse processo. 15
Dicas para melhorar os estudos
Colocar no “mapa de estudos” todas as atividades que já são habituais e que obedecem a um horário, por exemplo, almoço, jantar, inglês, computação, ginástica, etc.; especificar o horário das aulas; reservar, pelo menos, duas horas de estudos diários; procurar estudar as matérias dadas pelo professor, o mais cedo possível, após a aula; fazer um intervalo de 10 minutos a cada 50 minutos de estudo; ao estudar uma matéria, esquecer por completo as demais; não esperar sentir vontade para começar a estudar na hora marcada; só terminar de estudar quando esgotar o tempo estabelecido, mesmo que aparentemente tenha aprendido tudo; seguir o plano de estudo até criar hábito; não estudar em seqüência as matérias com raciocínios semelhantes; procurar estudar alternadamente matérias onde haja mais ou menos dificuldade; procurar utilizar o domingo como dia de descanso, no máximo usá-lo para leitura. Curioso é observarmos que à medida que o estudante vai sistematizando seu estudo, isto é, fixando metodicamente cada conteúdo visto em sala e rememorando cada assunto às vésperas das aulas, ele vai, aos poucos, diminuindo o tempo de que necessita para estudar cada disciplina. Desse modo, com a regularidade da prática, ele observa dentro de pouco tempo que não necessita mais de uma hora de estudo diária para cada disciplina. Depois de algum tempo, com a matéria em dia e tendo assistido com a devida atenção às aulas, necessitará algo em 16
torno de meia hora para dedicar-se ao estudo de cada disciplina no dia em que teve aula sobre ela. Um equívoco muito freqüente em alunos desavisados é estudar somente as matérias das quais gostam. Se estudarmos apenas as que temos mais afinidade, iremos aumentar cada vez mais a distância entre nós e as disciplinas com as quais nos afinamos. Ao organizar seu horário de estudos, não se esquecer de colocar tempo para leitura de revistas e jornais. É aconselhável reservar também uma faixa de horário para assistir a um telejornal. Julgamos necessário insistir na importância de seguir à risca a programação de estudo estabelecida pelo próprio estudante. Caso ele comece a relaxar no cumprimento do mapa de estudos, a tendência será desrespeitá-lo sempre. É preciso não esquecer de deixar espaço para o lazer. Algumas atividades lúdicas, como passeios e jogos, são importantes para manter o equilíbrio físico e mental necessário ao nosso intelecto. O cumprimento dessa prática de estudos produz resultados saudáveis em curto prazo. Vale a pena vivenciá-la. Regras básicas Até agora procuramos mostrar que ninguém é incapaz e que todos possuem habilidades e qualidades a serem estimuladas no processo de ensino/ aprendizagem. Nada melhor do que ter as questões emocionais bem resolvidas e estar ciente de que estudar para compreender o mundo e os que nos cercam é uma necessidade. É preciso considerar algumas regras 17
básicas que servem para o estudo de qualquer disciplina. São elas: A) Relaxamento Pedro é aluno de uma determinada escola particular de Santo André/SP. Cursa a 4ª série do Ensino Fundamental e é conhecido entre os amigos como o Zangado. Por ser muito irrequieto não procura desenvolver a paciência, conseqüentemente não consegue articular todo pensamento para expressar-se. Seus pais não são diferentes. Nunca têm tempo para uma conversa e quando, a muito custo, vão à entrevista com o orientador educacional ou professor, ficam entediados e logo arrumam uma desculpa “furada” para retirarem-se. Diante desse quadro, a professora Rita foi estimulada pela orientação a desenvolver com os alunos pequenos exercícios de concentração e posteriormente de relaxamento físico e mental. No início, Pedro não compreendia o porquê dessa atividade, mas com o passar do tempo seu comportamento foi se alterando, deixando a impulsividade de lado e fazendo surgir um novo estudante. O que é relaxamento? “O corpo humano é um universo em miniatura, de fundo essencialmente dinâmico, formado de energia condensada em células vivas e inteligentes, agrupadas em colônias de hierarquia vibratórias diferentes, que se especializam para formar órgãos diferentes, aparelhos e sistemas, cada qual com suas características, movimentos e finalidades próprias, e todos ligados entre si pelo sistema nervoso.” 18
A palavra relaxar significa afrouxar, diminuir a força. Técnicas de relaxamento são estratégias direcionadas que levam o indivíduo a um estado de paz e equilíbrio interior, proporcionado pela harmonização dos corpos físico, mental e espiritual, permitindo uma melhor concentração e conseqüentemente um melhor desempenho escolar. O pensar construtivamente requer relaxamento, educação, treino diário e assiduidade. Para que o estudante possa captar mais facilmente os ensinamentos, é necessário que seu corpo esteja em sintonia com a mente. Os exercícios propostos ajudarão o estudante a entrar em contato consigo mesmo, melhorando seu desempenho biológico e emocional. Existem vários métodos para alcançarmos o equilíbrio interior. Devemos, no entanto, escolher a técnica que mais nos convier. As energias emanadas pela música, por exemplo, são captadas pelo corpo, refletindo de modo benéfico em todos os órgãos. Todos nós, sem exceção, identificamo-nos com determinado tipo de som, pois nossos corpos possuem receptores de vibração energética musical. Essa técnica já foi abordada anteriormente. Refaça-a sempre que necessário. Existem também outras técnicas de relaxamento, entre elas, a massagem, o toque, a captação de energia cósmica universal, a abraçoterapia, as imagens, etc. Procure a que melhor você se adapte.
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B) Atenção às aulas O professor Roberto acabava de expor um conteúdo novo de História aos seus alunos da 7ª série do Ensino Fundamental. Felipe tomou um choque ao perceber que o assunto havia encerrado e que não prestara atenção. Estava com a cabeça “na lua”. Ficou envergonhado em pedir nova explicação e foi para casa, repleto de dúvidas. É muito importante lembrar que o conteúdo principal de uma matéria é dado em sala de aula. Nesse momento, o estudante deve estar completamente atento às novas informações que serão elucidadas pelo professor. Deve anotar em um caderno as principais colocações do professor e fazer uma comparação com a leitura que realizará em casa. Agindo dessa maneira, reterá mais facilmente as informações e relacionará os assuntos com a exposição do professor. C) Não fique com dúvidas Carlos anda muito agitado e não tem paciência em expor seus problemas. Sua mãe, dona Vitória, procurou orientação para ajudar o filho que cursa a 6ª série do Ensino Fundamental. O rendimento escolar de Carlos em Matemática está de mal a pior. Não presta mais atenção às explicações da professora e não faz as tarefas em casa. Questionado, diz que não gosta da professora e que ela “não explica nada”. A professora, por sua vez, está desanimada com as atitudes de Carlos, já conversou e orientou-o. Após uma seqüência de entrevistas, a Orientação Educacional detectou que o problema de aprendizagem estava relacionado com alguns pré-requisitos não entendidos pelo aluno. 20
O professor é também facilitador da construção do conhecimento e terá prazer em esclarecer qualquer tipo de dúvidas. O estudante em hipótese alguma deve ter receio em perguntar, tirar dúvidas e questionar. Ninguém é o dono do saber. Se a dúvida surgir em casa, o aluno deverá procurar ajuda e esclarecer seus questionamentos, seja com os pais, amigos e até vizinhos, se for o caso. Se a dúvida persistir, deverá tirála na próxima aula ou em um encontro com o professor na escola. O importante é entender, para que o estudo não fique prejudicado. D) Material sempre em ordem Aula de Desenho Geométrico e, novamente, Samuel “esqueceu o compasso”. A professora Maria já enviou vários bilhetes e solicitou uma entrevista com os pais do estudante, porém o encontro só ocorreu porque o orientador educacional convocou a presença de dona Neuza e seu Antônio, informando que o aluno não entraria em sala, sem antes uma conversa com os responsáveis. Foi assim que a Orientação entrou em contato com um problema que tem sua origem na falta de organização e administração do lar. Samuel entrava em sua casa sem a mínima preocupação em guardar adequadamente seu material escolar. Costumava, literalmente, jogar a mala em qualquer lugar. Certo dia, após ter se comprometido com a professora em se organizar, foi procurar o compasso e só o descobriu dias depois debaixo da estante da sala. Após várias entrevistas, Neuza e Antônio perceberam a necessidade de rever certos valores e conseqüentemente administrar noções de organização 21
como: pegou, guardou; sujou, limpou; emprestou, devolveu, etc. O estudante deve manter seu material sempre em ordem e organizá-lo por grau de necessidade, dando prioridade às matérias que sente mais dificuldade. As chances de sucesso profissional estão relacionadas às questões de organização pessoal, ou seja, o estudante que adquirir o hábito de se organizar, mais facilmente encontrará soluções para os problemas e, com certeza, saberá achar respostas para as suas dúvidas. E) Local adequado para o estudo Renato às vezes estuda no quarto, outras na sala ou na cozinha, e recentemente prefere ficar no quintal de sua casa onde pode olhar o céu. Após duas horas de estudo no quarto, deitado sobre a cama, com dois travesseiros de encosto, sente uma dor na coluna quase insuportável. É comum ligar o aparelho de som baixo e de vez em quando assistir a um filme de ação. Quando estuda na sala é um “Deus nos acuda”. Seus irmãos não param de passear, a empregada parece não ter o que fazer e atrapalha-o com perguntas sem sentido. Na cozinha, encontra certa paz, mas é muito pequena e dificulta o acesso ao material necessário para os estudos. Já no quintal, sentado no chão, tudo parece fluir nos dez primeiros minutos, mas depois o barulho da rua, o sol, a chuva, o vento e as pipas acabam atrapalhando a fixação dos conteúdos . O exemplo acima reflete a falta de orientação para os estudos. Para que haja uma melhor assimilação e concentração para o desenvolvimento das atividades é necessário que o espaço físico esteja devidamente 22
preparado, ou seja, que se evite lugares com pouca claridade e que o estudante sinta-se confortável. O estudante deve providenciar um local adequado para os estudos, de preferência tranqüilo, sem barulho externo e sem muitos enfeites que possam distraí-lo. Caso haja necessidade, poderá dividir o local com outra pessoa, tendo o cuidado de organizar um horário adequado. Deve sentar-se com a coluna ereta, apoiado em uma cadeira confortável e usar uma escrivaninha adequada à sua altura e tamanho. Isso significa que a postura para estudar é fundamental. Não se estuda deitado e muito menos com televisão e som ligados. É necessário estar com o corpo e a mente preparados para estudar. Não adianta apenas querer, é necessário informar ao corpo físico esse processo de reeducação. F) Horário especial para os estudos Filho, você não tem avaliação de Matemática amanhã, por que não está estudando? Sabe como é, né mã! Essa matéria eu manjo! Fica fria, tá bom? Como ficar tranqüilo diante dessa situação? Alguns pais pensam que os filhos não gostam de disciplina e determinação de horários para as atividades. Engano! Quem não gosta de disciplina e respeito? De ouvir um “não” de vez em quando? 23
É muito importante que o aluno reeduque seus hábitos para o estudo, que defina horários e prioridades. Ele deve fazer um horário especial para o estudo, colocando todas as atividades extracurriculares, deixando-as de preferência para o fim do período, quando, teoricamente, terminou as suas lições. Deve reservar no mínimo duas horas para os estudos, se necessário fazendo um intervalo no meio. Cada um de nós sabe de suas necessidades. É importante que o estudante siga rigorosamente o horário por ele estipulado. Só assim o organismo irá se habituar às novas necessidades, caso contrário não dará continuidade ao que se propôs a cumprir. G) Saiba pedir ajuda Maria Alice, mãe de Ana Paula, estranhava o comportamento da filha nos últimos dias. Ana Paula é um amor, os vizinhos adoram-na e tem muitos amigos. Porém, em casa estava se transformando em um “bicho”. Maria Alice não compreendia tamanha agressividade em relação aos irmãos mais novos e por que se escondia do pai, Alberto. Num determinado final de tarde, Maria Alice convidou Paula para uma conversa, longe de casa. Aproveitaram para passear em um determinado Shopping da cidade. Após andarem por alguns minutos, resolveram sentar em um banco e a conversa transcorreu com muita tranqüilidade. Paula estava com problemas em Matemática. Não conseguia compreender o raciocínio do professor e por ser uma aluna conceituada na classe, estava envergonhada de solicitar ajuda. 24
Bastaram alguns minutos de conversa para que Paula percebesse que não somos os donos do saber e que não podemos ter a pretensão de conhecer tudo. A única verdade é a dita por Sócrates, o filósofo grego : “Tudo que sei é que nada sei!” Muitas vezes, achamos que sabemos como resolver determinado problema ou atividade e quando nos deparamos com eles, as dificuldades aparecem. É nesse momento que devemos fazer a intervenção o mais rápido possível. Telefonamos para um colega, perguntamos ao responsável mais próximo, porém o estudante não deve esquecer de que o problema é dele e somente ele poderá solucioná-lo. Se ele demonstra algum tipo de dificuldade em assimilar determinado conteúdo, deve solicitar ajuda a um colega, alguém que possa realmente contribuir para solucionar o problema, pois o colega também ouve as explicações dadas pelo professor e provavelmente tenha condições de ajudá-lo. Os pais não têm a obrigação de dominar determinado conteúdo que seus filhos estejam aprendendo, mas ajudar os filhos a encontrar as respostas aos seus questionamentos, informando-os verdadeiramente que não são detentores “de todo saber.” H) Estude diariamente “Não deixe para depois o que você pode fazer agora” Alguns alunos pensam que: “Estudar só é válido um dia antes de uma determinada avaliação”. 25
Esse é o grande engano da maioria dos estudantes. Todos nós sabemos que o conteúdo deve ser trabalhado, nunca esquecendo de integrá-lo ao cotidiano, aos fatos reais da vida. Quando os estudantes deixam para estudar na última hora, acumulam os conteúdos e acabam aprendendo mecanicamente: “decoram” e logo esquecem. Quando aprendemos a aprender, pesquisamos e conseqüentemente desenvolvemos nossas capacidades nas diversas áreas de ensino, transformando um tema central em ação interdisciplinar. O aluno, motivado por uma situação-problema, busca resposta e aprende por meio dela a transformar problemas em obstáculos a serem ultrapassados. “Alguns conteúdos trabalhados em sala de aula nunca serão utilizados na vida prática”. Esse é outro grande equívoco. Todo conteúdo, independentemente da sua utilização, leva o estudante a desenvolver seu raciocínio, consciência crítica, organização e disciplina. “Algumas matérias deveriam ser optativas”. Novamente informamos que todas as áreas são de extrema importância no processo da construção do conhecimento, pois possuem características próprias determinantes na formação de nossos estudantes. “Mais importante é o diploma”. O mercado de trabalho exige apenas diploma ou competência? Em verdade, o mercado de trabalho está muito exigente e com certeza tornar-se-á muito mais com o passar dos anos. É importante que o estudante 26
fique atento a esse processo e perceba que o profissional do século XXI deve ter as questões emocionais bem resolvidas, ser criativo, dinâmico e possuir conhecimentos globalizantes. Ele deve ter em mente que o mais importante não é decorar, mas estar realmente por dentro de todas as transformações decorrentes da nova ordem mundial, que exige qualificação para uma colocação no mercado de trabalho. I) Diversifique o material didático O estudante não pode prender-se somente a livros adotados na escola. Sempre que possível, deve consultar enciclopédias, assistir a vídeos ou a filmes sobre tema específico, ou mesmo a aulas que costumam ser ministradas nos canais educativos da televisão. Quanto mais o estudante informar-se, maiores serão seus conhecimentos sobre a questão e maiores as possibilidades de descobrir um novo interesse profissional ou um grande prazer. J) Como obter sucesso em provas, exames e trabalhos A preparação para provas e exames não deve ser feita por “viradas” de última hora, varando madrugadas, mas antecipadamente, com um estudo consciente e continuado, distribuído racionalmente pelo tempo disponível. Observe as seguintes normas de ação: prepare-se tranqüila e conscientemente para as suas avaliações, provas, exames, etc.; seja persistente! Estude com técnica, com interesse e com paciência. O bom resultado final é conseqüência natural de sua boa preparação. 27
Trabalhe com persistência e calma; uma preparação intensiva próxima da prova é útil. Às vésperas das avaliações, os programas de todas as disciplinas já devem ter sido suficientemente estudados e aprendidos. Reserve essa etapa final para as revisões e a realização de exercícios especiais; faça a sua revisão tecnicamente. Nesse período, você não deve estudar tudo de novo. Não há tempo para isso e nem é necessário. Faça a revisão, lendo nos textos as partes sublinhadas e as anotações feitas. Complete esse trabalho estudando por resumos; encare a prova com calma, otimismo, coragem e fé. Nada de ansiedade, isso provoca tensão e diminui suas possibilidades de sucesso. Concentre-se, esteja atento a tudo. Leia com atenção e seja cuidadoso na resolução das questões propostas. Ouça atentamente cada instrução; leia a prova como um todo. Avalie as questões. Veja as que você conhece bem, as que conhece regularmente e as que parecem ser difíceis. Não se afobe em hipótese alguma, mesmo que o número de questões julgadas “difíceis” seja grande; inicie a resolução pelas questões do primeiro grupo (mais fáceis), passe depois para as do segundo grupo (dificuldade média) e só então resolva as do terceiro grupo (difíceis); aproveite bem todo o tempo da avaliação. Os momentos que lhe restarem devem ser usados relendo as suas respostas.
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Como agir no período de avaliações
Cultive o desejo de ir bem , pense positivo!. Obtenha a informação antecipada sobre o tipo de prova a ser aplicada – teste ou dissertação; substitua a preocupação e o medo pela autoconfiança; tente compreender o significado das questões para dar respostas coerentes; antes da prova, se houver tempo, ajude os colegas. A melhor maneira de aprender uma matéria é ensinála aos outros; na hora “h”, sente-se com a coluna ereta, respire fundo e relaxe completamente; se estiver nervoso, aceite como natural. Não use recursos proibidos na prova; a própria tensão gerada pelo ato de “colar” pode provocar esquecimentos; quando receber a prova, leia as instruções; responda primeiro as questões fáceis; quando ler a pergunta, coloque-a no contexto; analise os termos usados e procure palavras-chave para descobrir a “verdade” da questão; administre o tempo de tal modo que possa responder a todas as questões; em se tratando de testes, revise o gabarito antes de entregá-lo; faça sua redação com letra legível. Isso ajuda e não tira o humor de quem for corrigi-la; reserve um tempo para o preenchimento do gabarito (se for teste). A pressa, nesse momento, pode acarretar erros irreparáveis; uma alimentação bem equilibrada é importante para o bom funcionamento do seu cérebro. Procure consumir açúcar e fósforo, mas não exagere.
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Aprendendo a aprender – Elaborando trabalhos Alguns passos para a elaboração de um trabalho: – Reflexão sobre o tema proposto por meio de perguntas – O quê? Como? Quando? – Seleção dos livros e dos capítulos selecionados – Fontes bibliográficas. – Fichamento ou resumo – Organizar as principais idéias do autor. Perceba que a elaboração de um trabalho tem por finalidade iniciar o estudante numa prática metódica e organizada, portanto deve possuir a seguinte estrutura: – Sumário – É uma apresentação resumida do próprio trabalho, contendo as propostas, idéias básicas e conclusão. – Introdução – Caso seja necessário, deve conter: justificativa do tema, objetivo do trabalho, um resumo da estrutura do trabalho. – Corpo do trabalho - Abrange o conteúdo organizado. – Conclusão – Deixar claras suas conclusões a respeito do tema. – Bibliografia – Relação clara e simples das fontes utilizadas. O estudante não deve se esquecer de que a apresentação do trabalho é muito importante e que 30
deverá ser feita mediante a padronização que o professor solicitar. Porém, sugerimos a seqüência abaixo: Nome do aluno, série e número
Título
Nome da escola
O trabalho poderá ser ou não digitado, ficará a critério do professor. Nunca use corretivo (branquinho) ou semelhante. Não o rasure e procure dar-lhe uma boa aparência a fim de valorizar seu conteúdo. Princípios estruturais de um trabalho acadêmico Todo trabalho acadêmico é composto de elementos obrigatórios e opcionais, sugerimos: – Pré-texto – Capa, página de rosto, folha de aprovação (opcional), dedicatória (opcional), agradecimentos (opcional), resumo abstract , sumário, lista de figuras, lista de tabelas, lista de abreviaturas e lista de símbolos. – Texto – Introdução, corpo e conclusão. – Pós-texto – Anexos, lista de referências, apêndices, glossário (opcional). Capa é a proteção externa do trabalho, sobre a qual se exprimem as informações indispensáveis, como 31
nome do autor, título do trabalho, grau pretendido, instituição à qual é submetido, local e ano. Página de rosto – Apresenta os elementos essenciais à identificação do trabalho: nome do autor, título do trabalho, grau pretendido, instituição à qual é submetida, área de concentração, nome do orientador, indicação de volume, se houver, local e ano. Errata – Lista de erros tipográficos ou de outra natureza. Pagina Página Linha Onde se lê Leia-se 13
13ª
15
18ª
uma clã método cientifico
um clã método científico
Dedicatória – O autor dedica a sua obra ou inclui um pensamento ou citação (página opcional). Agradecimentos – Onde são registrados agradecimentos ao orientador, instituições ou pessoas (página opcional). Resumo – Apresenta pontos relevantes e devem ser indicados: a natureza do problema, estudos, material e métodos utilizados, os resultados mais significativos e as principais conclusões. Abstract –
Versão em inglês.
Sumário – Relação das principais seções do trabalho, na ordem em que se sucedem, numeradas com algarismos arábicos e indicação da página inicial. Lista de figuras – Elaborada para facilitar a localização da figura no texto. 32
Lista de tabela – Facilita a localização das tabelas no texto. Lista de abreviaturas ou símbolos – Relação, em ordem alfabética, das abreviaturas ou siglas utilizadas. Elementos do texto – O conteúdo é apresentado da seguinte forma: introdução, revisão da literatura, materiais e métodos, resultados, discussão e conclusões. Introdução – Apresentação do assunto, tema e finalidade da pesquisa. Justificativa do assunto, métodos empregados e delimitação do problema de pesquisa. Revisão da literatura– Levantamento bibliográfico com análise, discussão sobre as idéias, fundamentos, problemas e sugestões. Materiais e métodos – Descrição dos métodos, materiais, equipamentos utilizados de modo que os pesquisadores possam repetir os ensaios. Resultados – Devem ser apresentados em ordem cronológica. Discussão – Objetiva a consideração dos resultados apresentados anteriormente, e que conduza às principais conclusões. Conclusões – Devem ser apresentadas da maneira lógica, clara e concisa, fundamentadas nos resultados e na discussão. Citações – São menções de informações obtidas em outra fonte e indicam a documentação que serviu de base para a pesquisa. 33
Citações diretas ou transcrição – Transcrição exata de palavras ou trechos de um autor. Exemplo: “As citações são os elementos retirados dos documentos pesquisados durante a leitura da documentação e que se revelaram úteis para corroborar as idéias desenvolvidas pelo autor no decorrer do seu raciocínio ” (Severino, 1984, p.126) Citações indiretas Exemplo: Segundo Severino (1984), citações são elementos, em que se produz... Sugestões para o preparo dos originais e reprodução – Papel A4; margens esquerda 4,0 cm, superior 3,5cm, direita 2,5 cm e inferior 2,5 cm; espaçamento 1,5 entre linhas; fonte 12 Times New Roman; paginação canto superior direito somente a partir da introdução. LIVROS – No todo AUTOR. Título. Edição. Local de publicação: Editora, data da publicação. Nº de páginas ou volumes. (coleção ou série). Descrição física do meio ou suporte. Exemplo: MONTEIRO, J. O poder da felicidade. São Paulo. Intersubjetiva, 2003, 40p. Como fazer um seminário O seminário é um recurso rico e importante, porém deve ser feito de maneira a envolver todos os integrantes, considerando três aspectos básicos:
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Objetivo da exposição – O que quero apresentar, esclarecer e demonstrar? Até onde pretendo chegar? Que meio posso usar? Descrição – experiências – recursos audiovisuais. Que idéias pretendo destacar? Seqüência das idéias – Deve ser dedutiva. Primeiro o núcleo central, e a conclusão com “chave de ouro”, ou seja, formulada numa frase curta, simples e rica. Apresentação - O grupo pode dividir as leituras e fazer uma prévia exposição oral interna. É recomendável que a apresentação seja feita apenas por um elemento do grupo, evitando dispersão da classe. Lembramos da necessidade de se fazer uma boa preparação. Se for o caso, ensaie. Como fazer uma redação Em primeiro lugar recomendamos uma leitura atenta do que foi proposto e em seguida o tratamento do assunto de acordo com o que foi pedido (descrição, dissertação ou narração). Descrição – Descrever é caracterizar. Você apresenta características de alguma coisa: de uma pessoa, de um objeto, de uma paisagem, de um bicho, de uma planta, de um ser imaginário, etc. Características que você percebeu e que, com o seu texto, leva o leitor a perceber. A redação descritiva trabalha com a nossa capacidade de percepção, como sujeitos que estamos em contato sensível com o mundo. A descrição desenvolve, assim, a nossa sensibilidade. Dissertação – Dissertar é debater, discutir e questionar. Expressar o nosso ponto de vista, qualquer que seja. Desenvolver um raciocínio, argumentos que fundamentem nossa posição. Polemizar, inclusive, com 35
opiniões e argumentos contrários aos nossos. Estabelecer relações de causa e conseqüência. Dar exemplos. Tirar conclusões. Narração – Narrar é contar. Nas narrações somos chamados a contar as nossas histórias (vividas, imaginadas, ouvidas, lidas, sonhadas, as que poderão acontecer, etc.). Existem inúmeras histórias no mundo e em cada um de nós. Ao narrar, criamos personagens, construímos enredos. A narração exige de nós muita imaginação criadora: o que acontece, com quem, quando. Além disso, geralmente contém também descrições: como é a personagem, como é o lugar, como acontece o fato, etc. Após o primeiro contato com o tema, o estudante deverá deixar a mente tranqüila e logo em seguida fazer os questionamentos abaixo: Este tema me lembra... Passei por esse tipo de situação? Que leitura ou fato poderia ajudar-me ... Vamos às etapas: 1º- Leitura atenta do tema (assunto); 2º- Esboço da redação; 3º- Análise e seleção das melhores idéias; 4º- Elaboração de um plano coordenado, com seqüência lógica; 5º- Rascunho; 36
6º- Crítica e avaliação desse esboço; 7º- Revisão da linguagem; 8º- Uso dos conhecimentos de gramática, relendo o trabalho. Estratégias de leitura Trabalhando com o texto em sala de aula Fazer primeiramente uma leitura, sem anotações, a fim de adquirir compreensão global do significado do texto. No final dessa leitura, o aluno deverá ser capaz de responder à pergunta genérica: qual o assunto do texto; fazer uma segunda leitura (e outras mais, se julgar necessário), anotando à margem, a lápis, o temaproblema, a idéia central e as idéias secundárias de uma unidade bem delimitada (um parágrafo, um capítulo, uma seção, uma parte, etc., sempre um trecho com um pensamento completo); sublinhar as palavras-chave que marcam as idéias fundamentais para a compreensão (essas palavras estão quase sempre na parte reflexiva ou teórica); sublinhar as palavras cujos significados sejam desconhecidos. Na maioria das vezes, o próprio sentido do texto esclarece. Procurar no dicionário, se necessário; buscar esclarecimentos relativos ao autor, ao vocabulário específico, aos fatos, reflexões e autores citados que sejam importantes para a compreensão da linguagem; refazer a linha de raciocínio do autor, evidenciando a estrutura lógica do texto e esquematizando a seqüência das idéias e sua estrutura redacional; desenvolver algumas habilidades e conceitos específicos: analisar/ 37
interpretar; conceituar/exemplificar; sintetizar/ desenvolver; essencial/secundário; conotação/ denotação; fato/opinião; fornecer instrumentos para o trabalho de produção de texto como paráfrases (explicação mais detalhada do texto), resumos, resenhas, relatórios, fichamentos, etc. Trabalhando em grupo O trabalho em grupo pode ser definido como uma atividade que envolve vários alunos com o propósito de desenvolver trabalhos, projetos, seminários, aulas, etc. Significa ser capaz de trabalhar com as diferenças, ou seja, com as idéias, recursos e capacidades dos “outros”. A eficácia do trabalho em grupo está ligada à capacidade de lidar com o outro e concentrar-se não apenas nos resultados finais, mas também no como chegar lá. Sugerem-se regras básicas para elaboração de trabalhos de grupo: estar presente nas reuniões; concordar com uma agenda para as reuniões; não falar mais do que três minutos seguidos; não interromper; não atacar os outros (criticar as idéias, não a pessoa); encorajar todos a falar; começar e acabar as reuniões na hora prevista; estabelecer prazos e cumpri-los; fazer o que ficou acordado. O comportamento individual contribui para a harmonização e eficácia do trabalho. No entanto, é necessário ter os objetivos claros para evitar mal-entendidos. Planejar ações e distribuir tarefas evita esforços desnecessários e problemas. Para tanto, sugerimos algumas questões que devem ser pensadas pelo grupo: 38
Como o trabalho pode ser subdividido em tarefas? Quando deve estar completa cada tarefa? Quem pode fazer cada uma das tarefas? O que fazer em relação às tarefas que ninguém quer? A carga de trabalho parece estar justa e equilibrada? Se acabarem todas as tarefas no tempo acordado, estarão cumprindo todos os objetivos? É imprescindível aprender a lidar com os problemas e identificar as capacidades do grupo no qual se está inserido. Como trabalhar com projetos Um projeto é uma atividade intencional – O envolvimento dos alunos é uma característica-chave do trabalho de projetos, o que pressupõe um objetivo que dá unidade e sentido às várias atividades, bem como um produto final que pode assumir formas muito variadas, mas procura responder ao objetivo inicial e reflete o trabalho realizado. Num projeto, a responsabilidade e a autonomia dos alunos são essenciais – Os alunos são co-responsáveis pelo trabalho e pelas escolhas ao longo do desenvolvimento do projeto. Em geral, fazemo-lo em equipe, motivo pelo qual a cooperação está também sempre associada ao trabalho. A autenticidade é uma característica fundamental de um projeto – O problema a resolver é relevante e tem um caráter real para os alunos. Não se trata de mera 39
reprodução de conteúdos prontos. Além disso, o problema não é independente do contexto sociocultural e os alunos procuram construir respostas pessoais e originais. Um projeto envolve complexidade e resolução de problemas – O objetivo do projeto constitui um problema ou uma fonte geradora de problemas que exige uma atividade para a sua resolução. Um projeto percorre várias fases – Escolha do objetivo central, formulação dos problemas, planejamento, execução, avaliação e divulgação dos trabalhos. A partir dessas características, podemos situar os projetos como uma proposta de intervenção pedagógica que “dá à atividade de aprender” um sentido novo, onde as necessidades de aprendizagem afloram nas tentativas de resolverem-se situações-problema. Um projeto gera situações de aprendizagem ao mesmo tempo reais e diversificadas. Possibilita, assim, que os alunos ao decidirem, opinarem e debaterem construam sua autonomia e seu compromisso com o social, formando-se como sujeitos culturais. A Pedagogia de Projetos traduz uma determinada concepção de conhecimento escolar, trazendo à tona uma reflexão sobre a aprendizagem dos alunos e os conteúdos das diferentes disciplinas. Não é com o simples fato de projetos gerarem necessidades de aprendizagem que se esteja garantindo tal aprendizagem.
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É preciso que os alunos se apropriem de novos conteúdos, e para isso a intervenção do professor é fundamental no sentido de criar ações para que essa apropriação se faça de forma significativa. Isso poderá ser feito a partir da organização de módulos de aprendizagem, quando o professor irá criar atividades visando a um tratamento mais detalhado e reflexivo do conteúdo. Nem todos os conteúdos disciplinares surgidos nos projetos são objetos de um estudo mais sistematizado, em módulos de aprendizagem. O que se transformará em módulos de aprendizagem não pode ser definido antecipadamente, sem se considerar o processo vivido pelo grupo, suas experiências e seus conhecimentos prévios. Os projetos de trabalho geram necessidades de aprendizagem de novos conteúdos que poderão ser aprofundados/sistematizados em módulos de aprendizagem que, por sua vez, irão repercutir sobre as atuações e intervenções dos alunos em outras situações da vida escolar. A organização dos projetos de trabalhos Ao se pensar no desenvolvimento de um projeto, a primeira questão colocada diz respeito a como surge esse projeto e, principalmente, a quem proporá o tema. Diante dessa questão, surgem posições diferenciadas. Alguns profissionais defendem a posição de que o projeto deva partir necessariamente dos alunos, pois senão, ele seria imposto. Outros defendem a idéia de que os temas devem ser propostos pelo professor, 41
de acordo com a sua intenção educativa, pois de outra forma cair-se-ia em uma postura espontaneísta. O que se desconsidera nessa polêmica é o ponto central da Pedagogia de Projetos: o envolvimento de todo o grupo com o processo. Um tema pode surgir dos alunos, mas isso não garante uma efetiva participação destes no desenvolvimento do projeto. O que caracteriza o trabalho com projetos não é a origem do tema, mas o tratamento dado a esse tema, no sentido de torná-lo uma questão do grupo como um todo e não apenas de alguns alunos ou do professor. Portanto, os problemas ou temáticas podem surgir de um aluno em particular, de um grupo de alunos, da turma, do professor ou da própria conjuntura. O que se faz necessário garantir é que esses problemas passem a ser de todos, com um envolvimento efetivo na definição dos objetivos e das etapas para alcançá-los na participação, nas atividades vivenciadas e no processo de avaliação. Para isso, ao se pensar no desenvolvimento de um projeto, três momentos devem ser configurados: I. Problematização É o ponto de partida, o momento detonador do projeto. Nessa etapa inicial, os alunos irão expressar suas idéias, crenças e conhecimentos sobre o problema em questão. Esse passo é fundamental, pois dele depende todo o desenvolvimento do projeto. Os alunos não entram na escola como uma folha em branco, já trazem em sua bagagem hipóteses explicativas e concepções sobre o mundo que os cerca. 42
E é dessas hipóteses que a intervenção pedagógica precisa partir, pois dependendo do nível de compreensão inicial dos alunos o processo toma um ou outro caminho. Nessa fase de problematização, o professor detecta o que os alunos já sabem e o que ainda não sabem sobre o tema em questão. É também a partir das questões levantadas nessa etapa que o projeto é organizado pelo grupo. II. Desenvolvimento É o momento em que se criam as estratégias para buscar respostas às questões e hipóteses levantadas. Aqui, também, a ação do aluno é fundamental. Por isso, é preciso que os alunos se defrontem com situações que os obriguem a comparar pontos de vista, rever suas hipóteses, colocar novas questões, deparar com outros elementos postos pela ciência. Para isso, é preciso que se criem propostas de trabalho que exijam a saída do espaço escolar, a organização em pequenos e/ou grandes grupos, o uso de biblioteca, a vinda de pessoas convidadas à escola, entre outras ações. Nesse processo, os alunos devem utilizar todo o conhecimento que têm sobre o tema e defrontar-se com conflitos e inquietações que os levarão ao desequilíbrio de suas hipóteses iniciais. III. Síntese Em todo esse processo, as convicções iniciais vão sendo superadas e outras mais complexas vão sendo construídas. As novas aprendizagens passam a fazer parte dos esquemas de conhecimento dos alunos e vão servir de conhecimento prévio para outras situações de aprendizagem. 43
Apesar de serem destacados nesse esquema três momentos no desenvolvimento de um projeto, é importante frisar que são momentos de um processo e não etapas estanques. Os projetos são processos contínuos que não podem ser reduzidos a uma lista de objetivos e etapas. Refletem uma concepção de conhecimento como produção coletiva, onde a experiência vivida e a produção cultural sistematizada se entrelaçam, dando significado às aprendizagens construídas. Por sua vez, essas aprendizagens são utilizadas em outras situações, mostrando que os educandos são capazes de estabelecer relações e utilizar o conhecimento apreendido, quando necessário. Assim os projetos de trabalhos não se inserem apenas numa proposta de renovação de atividades – tornando-as mais criativas – e sim numa mudança de postura, o que exige um repensar da prática pedagógica e das teorias que a estão informando.
Entendida nessa perspectiva, a Pedagogia de Projetos é um caminho para transformar o espaço escolar em um espaço aberto à construção da aprendizagem significativa para todos que dela participam. *** Projeto não é um percurso descrito por um tema. Uma apresentação do que o professor sabe que é o protagonista sobre a informação e o único que tem a verdade do saber. Uma trajetória expositiva sem 44
problemas. Uma apresentação linear de um tema, baseada em uma seqüência estável e única de passos, vinculada a uma tipologia da informação (que se encontra nos livros didáticos) Uma atividade em que o docente dá as respostas sobre o que ele já sabe. O professor pensa que os alunos devem aprender o que ele deseja ensinar. Uma apresentação de matérias escolares. Converter em matéria de estudo o que os alunos gostam. *** Projeto é um percurso por um tema-problema que favorece análise, interpretação e crítica (como contraste de ponto de vista). Atitude de cooperação onde o professor é um aprendiz e não um “expert ” (visto que precisa aprender sobre temas que vai estudar com os alunos). Um caminho que busca estabelecer conexões e que questiona a idéia de versão única da realidade. Cada trajeto é singular e trabalha-se com diferentes tipos de informação. O professor ensina a escutar, pois aprendemos com o que os outros dizem. O que queremos ensinar possui diferentes formas de aprender (não sabemos se aprenderão isso ou outras coisas). Um entrosamento atualizado dos problemas das disciplinas aos saberes.
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a forma de aprendizagem levando em conta que todos os alunos podem aprender e encontram-se num lugar apropriado para isso. Aprendizagem vinculada ao fazer, à atividade manual e à intuição. *** A denominação “projeto” é atribuída ao conjunto de ações que visam à concretização de objetivos específicos. Os projetos individuais ou coletivos podem ser propostos pelos alunos ou pelos professores. Nascem de uma discussão provocada, de uma questãoproblema ou de um conflito. O ponto de partida, ou seja, as idéias que os alunos têm sobre a temática a ser estudada, é a base através da qual eles formam e dão sentido às novas informações. O caminho a seguir é constituído de atividades individuais e em grupo, orientadas pelos professores que visam atribuir características de utilidade a um conhecimento e sua aplicabilidade real. Ao participar de um projeto, o aluno estará envolvido em uma experiência educativa em que o processo de construção do conhecimento estará integrado às práticas vividas. Esse aluno deixa de ser apenas aprendiz do conteúdo de uma área de conhecimento qualquer, passando a desenvolver, com o ser humano, uma atividade complexa e, nesse processo, estará se apropriando ao mesmo tempo de um determinado objeto de conhecimento 46
cultural e se formando como sujeito cultural – o ponto de chegada. Vale ressaltar que os projetos vão além dos limites curriculares (tanto das áreas quanto dos conteúdos). Implicam a realização de atividades práticas. Os temas selecionados são apropriados aos interesses e ao estágio de desenvolvimento dos alunos. Realização de experiências, como visitas e presença de convidados na classe. Realização de algum tipo de investigação. Necessidade de trabalhar estratégias de busca, ordenação e estudo de diferentes fontes de informação. Implicam atividades individuais, grupais e de classe, em relação às diferentes habilidades e conceitos que aprendem. Instruções para modelo de um projeto
Identificação do projeto – Título, Área, Segmento e Onde ocorrerá Identificação do proponente – Identificar Quem propõe o projeto Objetivo – Informar o que pretende realizar. Lembrese de que os objetivos devem ser expostos de maneira clara e sucinta e expressar o(s) resultado(s) que se pretende atingir, o(s) produto(s) final (is) a ser (em) alcançado(s), período e local da realização. Um projeto pode ter mais de um objetivo, mencione todos. Exemplo: Objetivo Geral – Abordar o Movimento Surrealista e suas manifestações artísticas. Objetivos específicos: Promover uma exposição de artes plásticas com obras representativas do Movimento pertencentes a coleções 47
particulares e de museus, em cinco capitais brasileiras, uma em cada região, no período de julho a dezembro de 2004; Promover um ciclo de debates composto de 15 palestras, três em cada uma das cidades onde a exposição se realizará. Justificativa – Explicar por que se propõe o projeto. Na justificativa, responda às seguintes perguntas: Por que tomou a iniciativa de realizar o projeto? Que circunstâncias favorecem sua execução? Quais os benefícios para a população quanto aos aspectos culturais, sociais e econômicos? Qual o diferencial desse projeto? (ineditismo, pionerismo, resgate histórico, etc.). Qual o histórico? Outros aspectos que julgue pertinente mencionar. Estratégia de ação – Detalhar como e quando será realizado. Estratégia de Ação é o detalhamento das etapas de trabalho. Enumere e descreva as atividades necessárias para atingir o(s) objetivo(s) desejado(s) e explique como pretende desenvolvê-las. Uma boa estratégia de ação é aquela que demonstra a capacidade do proponente em viabilizar o projeto, detalha os objetivos e mostra claramente a ordem da realização, prevê o tempo de duração de cada etapa, lista os profissionais envolvidos, demonstra coerência com o orçamentoe informa ações que não serão subsidiadas pelo mecanismo de apoio escolhido, mas que são importantes na compreensão geral do projeto. Neste caso é necessário indicar como essas ações serão custeadas. Realização do projeto – Quantificar os conteúdos e para quem se destinam Orçamento físico financeiro – Calcular quanto custa. 48
Bibliografia Professor responsável Avaliação Série Data prevista/início – Data prevista/duração
PCNs – Um pequeno histórico O processo de elaboração dos PCNs teve início, a partir do estudo de propostas curriculares de estados e municípios brasileiros, da análise realizada pela Fundação Carlos Chagas sobre os currículos oficiais e do contato com informações relativas a experiências de outros países. Foram analisados subsídios oriundos do Plano Decenal de Educação, de pesquisas nacionais e internacionais, dados estatísticos sobre desempenho de alunos do ensino fundamental, bem como experiências de sala de aula difundidas em encontros, seminários e publicações. A versão preliminar dos PCNs passou por um processo de discussão de âmbito nacional durante os anos de 95 e 96. Participaram docentes de universidades públicas e particulares, técnicos de secretarias estaduais e municipais de educação, de instituições representativas de diferentes áreas do conhecimento e educadores.
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Foram recebidos cerca de quatrocentos pareceres sobre a proposta inicial, que serviram de referência para a sua reelaboração. Ao longo desse processo, inúmeros encontros regionais, organizados pelas “delegacias” do MEC nos estados da federação, contaram com a participação de professores do ensino fundamental e técnicos de secretarias municipais e estaduais de educação, membros de conselhos estaduais de educação, representantes de sindicatos e entidades ligadas ao magistério. Os pareceres recebidos, em sua quase totalidade, apontaram a necessidade de uma política de implementação da proposta educacional explicitada nos PCNs e sugerem diversas possibilidades de atuação das universidades e das faculdades de educação para a melhoria do ensino nas séries iniciais, as quais estão sendo incorporadas na elaboração de novos programas de formação de professores, vinculados à implantação dos PCNs. Os PCNs podem representar um norte para as ações na busca pela qualidade educacional, mas não podem ser entendidos como solução dos problemas educacionais. É necessário investir na melhoria de condições de trabalho do professor, considerando em primeira instância a melhoria salarial e posteriormente programas eficazes de formação inicial e continuada do professor. Os Parâmetros Curriculares não são obrigatórios, como o próprio nome diz propõem orientações gerais sobre o básico a ser ensinado e aprendido em cada etapa.
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Os professores devem adaptar os parâmetros à realidade de suas escolas e alunos. Os PCNs se prestam a orientar o planejamento escolar, as ações de reorganização do currículo, as ações de reorganização e as reuniões com professores e pais. Os Parâmetros Curriculares Nacionais reforçam a importância de que cada escola formule seu projeto educacional, compartilhado por toda a equipe, para que a melhoria da qualidade da educação aconteça de fato através de uma ação docente que envolva participação, debate e cumplicidade. Ao reconhecer a complexidade da prática educativa, os PCNs buscam auxiliar o professor na sua ação diretiva pedagógica. Os PCNs podem ser utilizados com objetivos diferentes, de acordo com a necessidade de cada realidade e de cada momento, pois se encontram subsídios para reflexão e discussão de aspectos do cotidiano da prática pedagógica. Os PCNs possibilitam rever objetivos, conteúdos, formas de encaminhamento das atividades, expectativas de aprendizagem e maneiras de avaliar; refletir sobre o porquê, o para quê, o quê, como e quando ensinar e aprender; refletir sobre a prática pedagógica tendo em vista uma coerência com os objetivos propostos; preparar um planejamento que possa de fato orientar o trabalho em sala de aula; discutir com a equipe de trabalho as razões que levam os alunos a terem maior ou menor participação nas atividades escolares; identificar, produzir ou solicitar novos materiais que possibilitem contextos mais significativos de aprendizagem; subsidiar as discussões de temas educacionais junto aos pais e responsáveis.
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Os PCNs se destinam ao Ensino Fundamental e Ensino Médio. É sugerida uma reorganização em ciclos de aprendizagem. Todos já foram distribuídos pelo MEC. Os PCNs tratam das áreas de Português, Matemática, Ciências Naturais, História, Geografia, Educação física, Arte e temas transversais, que abrangem Ética, Saúde, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural e Orientação Sexual. Os temas transversais atravessam as áreas do currículo e exigem do professor uma postura transdisciplinar, falam de assuntos que ajudarão a escola a cumprir o papel de formar alunoscidadãos.
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Pontos importantes
Cabe ressaltar que o livro Como estudar, aprender a aprender, portanto pesquisar, apresenta instrumentos metodológicos que podem auxiliar alunos, pais e professores para a atitude de pesquisa. Verificou-se que o autoconhecimento, organização e autodisciplina diária são instrumentos indispensáveis para desenvolver-se o hábito de estudo. As regras foram desenvolvidas e aplicadas com sucesso em salas de aula de Ensino Fundamental, Médio e Superior. O importante é aprender a gostar de si. Por meio de regras básicas, suscita o estudante a modificar os hábitos incorretos de estudo, estimulandoo e motivando-o num constante desafio, que é proporcionar-lhe estratégias motivadoras que o ajudarão a tornar-se um futuro pesquisador. O estudante que desenvolve o hábito de estudo é um agente pesquisador que terá melhores condições de desenvolver uma visão de mundo, de sociedade, de educação e homem no mundo e para o mundo.
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