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Provérbios Introdução Telogia e comentário
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Livro de Provérbios | Introdução, Esboço e Análise
Provérbios (Pv) Autor: Salomão, Agur e rei Lemuel Data: Cerca de 950 aC
Autor Salomão, rei de Israel, era filho de Davi e de Bate-Seba. Ele reinou por quarenta anos, de 970 a 930 aC, assumindo o trono quando tinha cerca de vinte anos de idade. Sem dúvida influenciado pelos Salmos escritos por seu pai, Salomão nos deixou mais livros do que qualquer outro escritor do AT, excetuando-se Moisés. Parece provável que Cantares de Salomão tenha sido escrito quando ele era um jovem romântico; Provérbios, quando estava mais maduro e no auge de seu poder; Eclesiastes, quando já estava mais idoso, mais inclinado a conclusões filosóficas— e talvez mais cínico. Se poder não se mostrava em campos de batalha, mas no domínio da mente: meditação, planejamento, negociação e organização. A reputação de Salomão para a sabedoria provém não apenas de seus resultados práticos, como no caso da disputa de um bebê (1Rs 3.16-27), mas também de declarações diretas das Escrituras. Em 1Rs 3.12 Deus diz: “Eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual não houve, e depois de ti teu igual se não levantará.” Em 1Rs 4.31 ele é considerado “mais sábio do que todos os homens”, seguindo um citação de vários nomes de homens sábios para comparação. A respeito de Agur e do rei Lemuel (301; 31.1) nada se sabe, exceto que, pelos seus nomes, não são israelitas. A sabedoria é universal, não nacional.
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Data Uma vez que o Livro de Pv é uma compilação, sua composição estendeu-se por um longo período, com a obra principal datada de cerca de 950 aC. Os caps. 25-29 são identificados como transcritos pelos “homens de Ezequias”, o que situa a cópia em cerca de 720 aC, embora o material em si fosse de Salomão, talvez retirado de um documento separado encontrado no tempo de Ezequias.
Conteúdo Sob a liderança de Salomão, Israel alcançou sua maior extensão geográfica e desfrutou da menor violência de todos o período monárquico. “Pacifico”, o significado de seu nome, descreve o reinado de Salomão. E paz, com sabedoria, trouxe prosperidade sem precedentes para a nação, o que se tornou motivo de respeito e admiração para o rainha de Sabá (1Rs 10.6-9) e pra outros governantes da época. Palavras sábias, como música ou outras formas de arte, tendiam a florescer em tal época, e então durar pelas gerações seguintes. O livro de Pv não é apenas uma coleção de provérbios, mas uma coleção de coleções. Seu pensamento ou tema unificador é: “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria” (9.10), aparecendo de outra maneira como: “O temor do SENHOR é o principio (ou parte principal) da ciência” (1.7). Dentre a diversidade de exemplos, algumas verdades se repetem: A sabedoria (a habilidade de julgar e agir conforme as orientações de Deus) é o mais valioso dos bens. A Sabedoria está disponível para qualquer um, mas o preço é alto.
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A Sabedoria tem sua origem em Deus, não na própria pessoa e vem v em por meio da atenção à instrução. A Sabedoria e a justiça andam juntas. É bom ser sábio, e é sábio ser bom. O
homem
mau
sofre
as
conseqüências
de
seus
atos
maus.
O ingênuo, o tolo, o preguiçoso, o ignorante, o orgulhoso, o libertino e o pecador nunca devem ser admirados. Muitos contrastes se repetem ao longo do livro. A antítese ajuda a clarear o sentido de muitas palavras-chaves. Entre várias ideias que são colocadas em contraste estão:
Sabedoria em oposição a Loucura
Justiça em oposição a Impiedade
Bem em oposição ao Mal
Vida em oposição a Morte
Prosperidade em oposição a Pobreza
Honra em oposição a Desonra
Permanente em oposição a Transitório
Verdade em oposição a Falsidade
Ação em oposição a Preguiça
Amigo em oposição a Inimigo
Prudência em oposição a Precipitação
Fidelidade em oposição a Adultério
Paz em oposição a Violência
Boa Vontade em oposição a Ira
Deus em oposição ao Homem
O Espírito Santo em Ação
O ES não é mencionado diretamente no Livro de Pv. Mas a sabedoria se refere ao seu
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espírito (1.23), que é, sem dúvida, o ES. De fato, um ponto principal do livro é que a sabedoria sem Deus é impossível; assim, nesse sentido, seu espírito tem destaque em toda parte. No entanto, a palavra predominante traduzida por “espírito” no livro tem quase sempre o sentido de “atitude” ou “comportamento”, nunca implicando uma personalidade. Em nosso época, um tempo de ação especial do ES, é o Espírito que nos ajuda a garimpar as riquezas de Pv, mais do que Pv nos ajuda a entender o Espírito. Foi dito a respeito do AT e do NT. “O Novo está encoberto no Antigo; o Antigo está revelado no Novo”. No caso do Livro de Pv, o Espírito Santo no NT demonstra como a sabedoria do Livro (que vem apenas através da justiça) é colocada em prática.
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Esboço de Provérbios
I. Introdução 1.1-7 Título, propósito e introdução 1.1-6 Tema ou lema 1.7
II. Avisos de um pai e advertências da Sabedoria 1.8-8.36 Avisos de um pai, parte um 1.8-19 Advertências da Sabedoria, parte um 1.20-33 Avisos de um pai, parte dois 2.1-7.27 Advertências
da
Sabedoria,
parte
dois
III. O caminho da Sabedoria em oposição ao caminho da Loucura 9.1-18 IV. Provérbios de Salomão e palavras do sábio 10.1-29.27 Provérbios de Salomão— primeira coleção 10.1-22.16 Palavras do sábio— primeira coleção 22.17-24.22 Palavras do sábio— segunda coleção (pelos homens de Ezequias) 25.1-29.27
V. Provérbios de Agur 30.1-33 A vida de moderação temente a Deus 30.1-14 As maravilhas da vida observadas sobre a terra 30.15-31 A insensatez do orgulho e da ira 30.32,33
VI. Provérbio do rei Lemuel 31.1-31 Conselhos de uma mãe para um filho nobre 31.1-9
8.1-36
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Um poema acróstico sobre a esposa perfeita 31.10-31
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Introdução Bíblia Livro de Provérbios Proferidos por: Salomão, Agur, Lemuel Lugar da Escrita: Jerusalém Escrita Completada: c. 717 AEC
O livro de Provérbios é o de número 20 no cânon das Escrituras. Quando Salomão, filho de Davi, se tornou rei de Israel em 1037 AEC, orou a Yehowah, pedindo-lhe “sabedoria e conhecimento” para “julgar este grande povo”. Em resposta, Jeová lhe deu ‘conhecimento e sabedoria, e um coração entendido’. (2 Crô. 1:10-12; 1 Reis 3:12; 4:30, 31) Em resultado disso, Salomão chegou a “falar três mil provérbios”. (1 Reis 4:32) Parte dessas palavras de sabedoria foi assentada por escrito no livro bíblico de Provérbios. Visto que a sua sabedoria era realmente a que “Deus lhe pusera no coração”, então, ao estudarmos Provérbios, estamos estudando, com efeito, a sabedoria de Deus. (1 Reis 10:23, 24) Esses provérbios englobam verdades eternas. Têm o mesmo valor hoje como quando foram proferidos pela primeira vez. O reinado de Salomão era uma época propícia para Deus guiar seu povo. Dizia-se que Salomão ‘se sentava no trono de Yehowah’. O reino teocrático de Israel estava no seu apogeu, e Salomão foi favorecido com superabundante “dignidade real”. (1 Crô. 29:23, 25) Era época de paz, fartura e segurança. (1 Reis 4:20-25) Entretanto, mesmo sob aquele domínio teocrático, o povo tinha seus problemas e suas dificuldades pessoais em virtude das imperfeições humanas. É compreensível que o povo se voltasse para o sábio Rei Salomão em busca de ajuda para solucionar seus problemas. (1 Reis 3:16-28) Ao pronunciar julgamento nesses numerosos casos, ele proferiu ditos proverbiais que se adequavam a muitas circunstâncias da vida do dia-a-dia. Esses ditos breves, mas cheios de significado, foram muito prezados por aqueles que desejavam harmonizar seu modo de vida com a vontade de Deus.
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O livro não diz que Salomão escreveu os Provérbios. Todavia, diz que ele ‘falou’ provérbios, também que “fez uma investigação cabal, a fim de pôr em ordem muitos provérbios”, revelando assim que tinha interesse em preservar esses provérbios para uso futuro. (1 Reis 4:32; Ecl. 12:9) Na época de Davi e de Salomão, o nome dos secretários oficiais figurava na lista dos oficiais da corte. (2 Sam. 20:25; 2 Reis 12:10) Não sabemos se esses escribas da sua corte escreveram e compilaram os provérbios de Salomão, mas as expressões de um rei tão importante seriam altamente consideradas e normalmente seriam assentadas por escrito. Admite-se em geral que o livro seja uma coleção compilada de outras coleções. O livro de Provérbios pode ser dividido em cinco partes. Estas são: (1) Capítulos 1-9, iniciando com as palavras: “Os provérbios de Salomão, filho de Davi”; (2) Capítulos 1024, descritos como “Provérbios de Salomão”; (3) Capítulos 25-29, esta parte começa com as seguintes palavras: “Também estes são provérbios de Salomão transcritos pelos homens de Ezequias, rei de Judá”; (4) Capítulo 30, inicia assim: “Palavras de Agur, filho de Jaque” e (5) Capítulo 31, que abrange “Palavras de Lemuel, o rei, a mensagem ponderosa que sua mãe lhe deu em correção”. Salomão foi, pois, o originador da maior parte dos provérbios. Quanto a Agur e Lemuel, não há nenhuma informação precisa sobre a identidade deles. Alguns comentaristas sugerem que Lemuel talvez tenha sido outro nome de Salomão. Quando se escreveu e compilou o livro de Provérbios? A maior parte foi assentada por escrito, sem dúvida, durante o reinado de Salomão (1037-998 AEC), antes de seu desvio. Em virtude da incerteza sobre a identidade de Agur e de Lemuel, não é possível determinar a data da matéria deles. Visto que uma das coleções foi feita durante o reinado de Ezequias (745-717 AEC), a coleção final não poderia ter sido feita antes de seu reinado. Foram também as duas divisões finais compiladas sob a direção do Rei Ezequias? Em resposta, certa obra erudita comenta: “Algumas ed(ições) do texto hebr(aico) apresentam o trigrama, ou três letras, Hete, Zaine, Cofe (
), que representam a
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assinatura do Rei Ezequias, nas cópias feitas pelos seus escribas, para indicar que o serviço fora terminado.” Nas Bíblias hebraicas, esse livro era chamado originalmente pela primeira palavra do livro, mish·léh, que significa “provérbios”. Mish·léh é o plural, em construto, do substantivo hebraico ma·shál, substantivo este que, segundo se crê, deriva duma raiz que significa “ser parecido” ou “ser comparável”. Estes termos descrevem bem o conteúdo do livro, pois provérbios são ditos sucintos que com freqüência empregam semelhança ou comparação destinada a fazer o ouvinte refletir. A forma breve dos provérbios faz com que seja fácil seguir a linha de pensamento e entendê-los, e os torna interessantes, sendo desta forma facilmente ensinados, aprendidos e lembrados. A idéia fica gravada na memória. É também muito interessante examinar o estilo de expressão do livro. É escrito em estilo poético hebraico. A estrutura da maior parte do livro é em paralelismo poético. Não se expressa com rima no fim dos versos, ou com som igual. Consiste em versos rítmicos com repetição de idéias ou de pensamentos paralelos. A beleza e a força didática residem no ritmo de pensamento. Esses pensamentos podem ser sinônimos ou antíteses, e há neles a força do paralelismo que estende o pensamento, amplia a idéia e assegura que seja transmitido o significado do pensamento. Encontramos exemplos de paralelismo sinônimo em Provérbios 11:25; 16:18; e 18:15, e de paralelismo mais abundante de antítese em Provérbios 10:7, 30; 12:25; 13:25; e 15:8. No fim do livro, aparece outro tipo de estrutura. (Pro. 31:10-31) Os 22 versículos ali estão dispostos de forma tal que, em hebraico, cada um começa com a letra sucessiva do alfabeto hebraico, sendo este o estilo acróstico, também usado em diversos salmos. Quanto à beleza, este estilo é sem igual nos escritos antigos. A autenticidade de Provérbios é também provada pelo amplo uso que os cristãos primitivos fizeram desse livro para estabelecer as regras de conduta. Parece que Tiago estava bem familiarizado com Provérbios, e empregou os princípios básicos encontrados nesse livro para dar bons conselhos sobre a conduta cristã. (Compare Provérbios 14:29;
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17:27 com Tiago 1:19, 20; Provérbios 3:34 com Tiago 4:6; Provérbios 27:1 com Tiago 4:13, 14.) Citações diretas de Provérbios acham-se também nas seguintes passagens: Romanos 12:20—Provérbios 25:21, 22; Hebreus 12:5, 6—Provérbios 3:11, 12; 2 Pedro 2:22—Provérbios 26:11. Além disso, o livro de Provérbios revela estar em harmonia com o restante da Bíblia, provando assim que faz parte de “toda a Escritura”. Quando o comparamos com a Lei de Moisés, com o ensinamento de Jesus e com os escritos de seus discípulos e apóstolos, observamos uma notável união de pensamento. (Veja Provérbios 10:16—1 Coríntios 15:58 e Gálatas 6:8, 9; Provérbios 12:25—Mateus 6:25; Provérbios 20:20—Êxodo 20:12 e Mateus 15:4.) Mesmo quando se trata de pontos tais como a preparação da terra para ser a habitação do homem, há harmonia de pensamento com outros escritores da Bíblia. — Pro. 3:19, 20; Gên. 1:6, 7; Jó 38:4-11; Sal. 104:5-9. A exatidão científica, quer se trate de provérbios que envolvam princípios da química, da medicina, quer da saúde, atesta também a inspiração divina do livro. Aparentemente, Provérbios 25:20 fala das reações ácido-alcalinas. Provérbios 31:4, 5 concorda com as últimas descobertas científicas de que o álcool inibe o raciocínio. Muitos médicos e nutricionistas concordam que o mel é alimento sadio, o que faz lembrar o provérbio: “Filho meu, come mel, pois é bom.” (Pro. 24:13) As modernas observações psicossomáticas não são novidade para Provérbios. “O coração alegre faz bem como o que cura.” — 17:22; 15:17. Deveras, o livro de Provérbios abrange de modo tão completo as necessidades do homem, bem como todas as situações em que se pode encontrar, que certa autoridade declarou: “Não há nenhuma relação na vida que não tenha a sua instrução apropriada, não há tendência boa ou má sem o seu devido incentivo ou correção. A percepção humana é em toda a parte levada em relação imediata com a Divina, . . . e o homem caminha como na presença do seu Criador e Juiz . . . Todo o tipo de humanos se encontra neste livro antigo; e, embora esboçado há três mil anos, ainda é tão fiel à natureza como se tivesse sido tirado
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agora do seu representante vivo.” — Dictionary of the Bible, de Smith, 1890, Vol. III, página 2616.
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Teologia do Lívro de Provérbios
A teologia do livro de Provérbios consiste em cinco aspectos: (1) Deus tem imutavelmente estruturado tanto do cosmos e da sociedade; (2) Deus revelou a estrutura social através deste livro, (3) a estrutura social consiste em uma ação conexões que une e destino; (4) a adesão a estrutura ordenada do Senhor é uma questão do coração, e (5) as palavras são poderosamente eficaz na formação dos corações jovens.
§ 1 Uma Sociedade Estruturada.
A mulher sabedoria, uma personificação dos ensinamentos de Salomão, estava presente quando o Senhor criou o mundo com os seus vastos mares, a sua altos céus, e sua boa terra (8:22-26), e celebrou diariamente a maneira pela qual ele fixava os limites dessas entidades vastamente cósmicas, permitindo que a humanidade vivesse dentro deles (vv. 27-31). Ela encantou-se quando ele partiu o mar, estabelecendo seu limite (v. 29). A celebração da sabedoria na ordem beneficente do Senhor sobre o cósmico pelo qual ele conteve o caos no tempo primordial corresponde ao seu papel na eliminação de ordem social, restringindo o mal dentro do tempo histórico. Por seguir estes ensinamentos relativos, entre outras coisas, para a aquisição de riqueza duradoura (10:2-5), realizando atos de justiça de caridade para com os necessitados (vv. 6-7), e falando para formar relacionamentos amorosos (vv. 10 -14), os fiéis esculpem para si um reino eterno (8:1521). O sábio vive em segurança dentro dos limites desses ensinamentos, mas os insensatos, que sem disciplina desenfreadamente desejam avidamente o que está fora desses limites prescritos (10:3 b), morrem por transgressão da ordem do SENHOR (4:1019). Estas estruturas sociais não existem de forma autônoma, independente do Senhor, que os
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ordenou. Pelo contrário, o Senhor sustém a eles: “Ele tem a vitória em reserva para os retos, ele é um escudo para aqueles cuja caminhada é irrepreensível, para aquele que guarda o curso do justo e protege o caminho de seus fiéis” (2:8 - 9;. cf 3:26; 5:21-23; 16:1-5). Os provérbios são verdadeiros somente se Deus sustentá-los. A fé não está nos provérbios em si, mas no Senhor que está por trás deles (3:5; 22:19). De fato, os ensinamentos deste livro são equiparados a conhecer o próprio Deus: “Meu filho, se você aceitar as minhas palavras... então você vai encontrar... o conhecimento de Deus” (2:1, 5).
§ 2 A Estrutura Revelada.
Salomão explica por que aceitar seus ensinamentos relativos a estruturas sociais fixas é equivalente ao conhecimento de Deus: “Porque o Senhor dá a sabedoria, e de sua boca procedem o conhecimento e o entendimento” (2:6). A boca de Salomão tornou-se boca de Deus. Deus falou de várias maneiras em tempos passados aos pais (Hb 1:1). Ao contrário de Moisés, que falou com Deus face a face, e os profetas, a quem deu visões e sonhos (Nm 12:6-8), o Senhor “falou” a Salomão e outros sábios inspirados, como Agur (Pv 30:1) e o Rei Lemuel (31:1) através de suas observações da criação e da humanidade. O laboratório do sábio é o mundo. “Passei pelo campo do preguiçoso”, escreve ele, “[onde] espinhos tinham vindo em todos os lugares ... e na parede de pedra estava em ruínas. Apliquei o meu coração para que eu observasse” (24:30-32). Ao que ele escreve de seu provérbio: “Um pouco de sono, um sono pouco... e pobreza há de vir sobre vós como um bandido” (vv. 33-34). Em outras palavras, o sábio inspirado observa que, dentro da criação caída há um princípio de entropia que destrói a vida, mas com disciplina pode-se superar o caos ameaçador. É claro, o sábio é um mestre moral, não um cientista natural. Sua retirada da ordem cósmica para instruir os fiéis na disciplina pode superar o caos social.
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A teologia do livro não é uma teologia natural. A mulher sabdoria não é a ordem cósmica por si só, como muitos afirmam. Em vez disso, Salomão fala como o rei de Israel (1:1), e como tal tem-se sido cuidadosamente educado na Lei Mosaica. Neste livro Solomão consistentemente usa o nome de Deus, “Yahweh”, que significa sua relação de aliança com Israel (Êxodo 3:13-15; 6:2-8). Através da lente da aliança mosaica, o rei inspirado cunha seus provérbios (Pv 29:18). Embora o sábio não fale com o trovão profético do céu, “assim diz o Senhor”, ele fala com autoridade divina, usando o mesmo vocabulário que Moisés usou para sua revelação: torah, “lei/ensino”, e mitzvah, “mandamento” (3:1).
§ 3 A Conduta Consequente.
A estrutura social ordenada e sustentada por Deus revelada neste livro implica uma ligação inseparável entre atos e destino. Esta conexão é representada pela metáfora “o caminho”, que ocorre cerca de 75 vezes em todo o Livro dos Provérbios e trinta vezes nos capítulos 1-9, uma coleção de admoestações para abraçar o ensino do livro e a chave hermenêutica para o livro. A metáfora denota uma estrada transitável, ou o movimento em uma estrada, levando a um destino e conota ao mesmo tempo o “curso da vida” (i.e, o caráter e contexto de vida), “conduta de vida” (i.e, específicas escolhas e comportamento), e “consequências dessa conduta” (isto é, o destino inevitável de tal estilo de vida). Os sábios estão no caminho da vida (2:20-21); tolos estão a caminho de morte (1:15-19). Considerando que o cristianismo pensa nisso como uma “fé”, o Livro dos Provérbios, como a maioria da Bíblia, pensa dos fiéis como seguindo um caminho, uma halakah, um caminho de vida.
A vida neste livro refere-se à vida abundante em comunhão com o Deus vivo e eterno. De acordo com Gênesis 2:17, a ruptura do relacionamento adequado com Aquele que é a fonte da vida significa morte. A sabedoria é a preocupação de estabelecer e manter esse relacionamento adequado e assim a vida (veja 2:5-8). A perícope primeira (1:8-19)
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assume que o ímpio pode enviar sangue inocente a uma morte prematura, mesmo que prematuramente, como no caso de Cain que matou Abel, o justo (Gen 4:1-9). A promessa de vida neste livro (2:19; 3:2), como na Bíblia como um todo, deve implicar uma realidade que transcende a existência clínica e sobrevive a morte clínica. Se não, o assassinato de Abel, em Gênesis 4, do sangue inocente em Provérbios 1:8-19, e do Filho de Deus, desconstruiria tanto a Bíblia como o livro como os ímpios teriam triunfado sobre os justos. Salomão compara seus ensinamentos a uma árvore da vida (3:18). A literatura religiosa do antigo Oriente Próximo, especialmente o Egito, e 2-3 Gênesis sugerem que a árvore da vida simboliza a vida eterna, no sentido pleno do termo. O tolo seduzido em Provérbios 5 sofre depois que seu corpo é gasto e depois que ele desperdiçou a sua vida (vv. 7-14). Sem especificar como, o texto hebraico recebeu as promessas da “imortalidade” ao justo (12:28) e um refúgio seguro, mesmo em morte clínica (14:32). No entanto, ao contrário de literatura apocalíptica, que desenha uma nítida distinção entre este mundo e o vindouro, a Literatura Sapiencial diz respeito a vida como tanto esta como a ainda por vir. O sábio enfatiza
a
importância
de
abraçar
a
vida
agora.
§ 4 Foco no Fim.
“O justo pode cair sete vezes, ele se erguerá novamente, mas os ímpios são derrubados pela calamidade” (24:16). Jó e Eclesiastes, em contraste, focam na realidade atual, “sob o filho”, quando os justos parecem “nocauteados”. Até mesmo Provérbios 24:16 quase descarta a queda dos justos em uma cláusula concessivo, outros provérbios também, ao mesmo tempo que afirmam a ordem moral, também afirmam ou sugerem que os justos sofrem, enquanto os maus prosperam. Ele qualifica a consequência da conduta, pelos provérbios com o tema “melhor do que” (por exemplo, 15:16-17; 16:16, 19; 17:1; 19:22; 21:03, 22:1; 28:6). Estes pobreza ligação provérbios com retidão e riqueza com a maldade
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e assim torná-lo perfeitamente claro que a piedade e a moralidade não levam imediatamente a um fim feliz. Devido à natureza epigramática dos provérbios, cada um expressa uma verdade com a maior concentração no seu assunto. Para obter a plena verdade, no entanto, é preciso lêlos como uma coleção. Por exemplo, após as promessas maravilhosas em 3:1-10, Solomão acrescenta: “Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor” (vv. 11-12). Prosperidade e adversidade são a mistura sábia e necessária da formação do filho. A explicação de Salomão, “porque o Senhor corrige a quem ama, como o pai ao filho em quem ele se deleita,” mostra que a tutela do pai passa para o Pai celestial. O sábio qualifica as recompensas palpáveis da sabedoria que são catalogadas em 3:13-20 com a admoestação “não negues o bem daqueles que o merecem” (v. 27), uma advertência que implica boas pessoas podem estar precisando de ajuda. Seus ensinamentos sobre a riqueza em 10:2-5 não são para ser lido isoladamente, mas juntos: o versículo 2 diz respeito à riqueza e ética, versículo 3 a riqueza e religião, e os versículos 4-5 para a riqueza e prudência. Ler desta forma o livro não ensina um Evangelho rico e próspero, mas promete que o Senhor recompensará
os
Seus
servos
fiéis.
§ 5 Coração.
A adesão a estrutura social ordenada por Deus (s) é um assunto do coração, o centro emocional-intelectual-moral de uma pessoa (2:2; 4:23). Solomão não entrega os seus ensinamentos de forma fria, as proposições racionais pedindo uma resposta igualmente racional, desapaixonada. Pelo contrário, em uma bela peça de ficção literária, “a sabedoria chamou em voz alta na rua, levanta a sua voz nas praças públicas” (1:20). “Ela levanta a sua voz” que se refere a uma situação fervorosa e emocional. Salomão exorta o filho a “levantar a sua voz” (“invocar”, NVI) à sabedoria (2:3). Quando a sabedoria de Salomão é aceita com todo o coração, então a sabedoria que estava no coração de Deus entra no coração do crente: “Pois a sabedoria”, que se originou na boca de Deus (v. 6), agora
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“entrará em seu coração, e o conhecimento [de Deus e de Seus ensinamentos] será agradável à tua alma”. (v. 10). A sabedoria promete vida daqueles que a amam (8:17, 21) e pede aos seus amantes para vigiar diariamente às suas portas como uma noiva (v. 34). Para ter esta noiva, é preciso estar disposto a vender todos como dote (4:7). Ela deve ser realizada em respeito e reverência: o temor do Senhor é o primeiro princípio da sabedoria (1:7; 9:10). Pelo contrário, simplórios malformados, que passam para a idade adulta sem ter feito um compromisso com a sabedoria, o amor a sua liberdade; odiarão os insensatos o conhecimento, e os escarnecedores cobiçarão a capacidade de simulação (1:22). A escolha ou rejeição dos ensinamentos de Salomão é afetiva, não apenas cognitiva. O simplório formativo, a quem o livro é dirigido (1:4), precisa tomar uma decisão para a prudência ética e religiosa antes de entrar na cidade e se engajar em seu comércio e política (8:3). Tal decisão também é necessário para prepará-los para resistir aos homens maus e mulheres dentro dela.
§ 6 O Poder das Palavras.
Salomão ordenou que este livro para que os pais da aliança pudessem ensiná-la dentro de casa, o lugar da educação no antigo Israel. É dirigido à criança que estiver dentro da aliança para entrar na maturidade. A costura entre as gerações é mais vulnerável para pessoas de fora neste momento quando o orgulho e paixão correm na maré cheia. As vozes de ambos os pais (1:8; 31:26) competem com as vozes de homens apóstatas e mulheres infiéis. Os pais são armados por Salomão com toda sua habilidade retórica na conversa para combater os homens que lançam a tentação do dinheiro fácil, oferecidos por homens apóstatas (1:10-19; 2:12-15), e ao sexo fácil, oferecido por mulheres infiéis (2:1619; 5:1-23; 6:20-35; 7:1-27; 9:13-18).
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A menção da mãe como uma professora é único dentro de Literatura Sapiencial no antigo Oriente Próximo. No Antigo Testamento, ambos os pais são colocados em pé de igualdade diante da criança (Lv 19:3). Para a “linstrução fiel” estar na língua da mãe, ela própria deve primeiro ter sido ensinada. Embora o livro seja dirigido a “filhos” que iria assumir a responsabilidade pela casa, as filhas não são excluídas. Salomão assume todo o poder da fala: na verdade, ela tem o poder de vida e morte (18:21). Embora as crianças sejam responsáveis por suas próprias decisões (Ezequiel 18:20), a formação parental terá seu efeito (Prov 22:6,15). As crianças que fazem-no na classificação dos sábios traz a alegria aos pais, mas aqueles que não conseguem abraçar a sabedoria herdada trazem apenas a dor (10:1). Bruce K. Waltke
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Visão Geral do Livro de Provérbios
Livro de Provérbios Tema: sabedoria abundante em poucas palavras
É a sua vida livre de problemas e frustrações? Poucos diriam que é. E amiúde os empenhos para resolver os problemas são tiros pela culatra, deixando a pessoa em situação ainda pior do que a anterior. Há uma fonte de conselho em que a pessoa pode confiar para melhorar a situação? Há uma fonte particularmente excelente de orientação no livro bíblico de Provérbios. Embora escrito no Oriente Médio há mais de 2.500 anos, as máximas breves de Provérbios se aplicam a todas as pessoas e continuam ainda atualizadas. A Bíblia indica que a maioria dos provérbios são de autoria do Rei Salomão. (Pro. 1:1; 10:1; 25:1) Embora os registros bíblicos não digam diretamente que Salomão os escreveu, dão a entender, de maneira convincente, que ele o fez. Dizem que ele falou milhares de provérbios e “ponderou e fez uma investigação cabal, a fim de pôr em ordem muitos provérbios”. — 1 Reis 4:32; Ecl. 12:9.
Neste livro bíblico, o estilo de expressão é poesia hebraica, que consiste não em rima de versos, mas em pensamentos paralelos. Muitas vezes as linhas de paralelo formam um contraste, como é o caso de Provérbios 10:28, que diz: “A expectativa dos justos é alegria, mas a própria esperança dos iníquos perecerá.” Em outros casos, as expressões paralelas são sinônimas, como se nota nestas palavras de Provérbios 18:15: “O coração do entendido adquire conhecimento e o ouvido dos sábios procura achar conhecimento.”
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I. PROPÓSITO SUBLIME
O propósito do livro de Provérbios é explicado logo no seu começo, onde lemos: “Os provérbios de Salomão, filho de Davi, Rei de Israel, para se conhecer sabedoria e disciplina, para se discernirem as declarações de entendimento [“palavras de significado profundo”, A Bíblia de Jerusalém], para se receber a disciplina que dá perspicácia, justiça e juízo, e retidão, para se dar argúcia aos inexperientes, conhecimento e raciocínio ao moço.” — Pro. 1:1-4. O livro de Provérbios dirige muito dos conselhos aos jovens, pessoas “inexperientes”, cujo coração está aberto para todo o tipo de influência e que são desencaminhados facilmente. Precisam chegar a estimar a “sabedoria”, que envolve ver as coisas como elas realmente são e saber dar a este conhecimento um uso prático. “Disciplina” também é necessária, tanto na forma de autodomínio como na forma de punição imposta por outros. — Pro. 1:1-4; 2:7, 10-13; 4:1, 5-7, 13. Os provérbios oferecem ajuda especial para o desenvolvimento das faculdades mentais na direção certa. Há muito incentivo para adquirir perspicácia e “argúcia”, isto é, perícia e bom juízo em todos os setores da vida. (Pro. 1:4; 8:5) Esta educação nunca termina. “O sábio escutará e absorverá mais instrução, e homem de entendimento é aquele que adquire orientação perita para entender um provérbio e uma expressão enigmática, as palavras de sábios e seus enigmas.” (Pro. 1:5, 6) Os provérbios bíblicos amiúde assumem a forma de charadas e “enigmas”, que são declarações complexas e intricadas que precisam ser decifradas. Entendê-las exige tempo e meditação. A abundante sabedoria de Provérbios é acessível somente àqueles que estão dispostos a procurá-la. Isto é deixado bem claro nestas palavras de Provérbios 2:1-5: “Filho meu, se aceitares as minhas declarações e entesourares contigo os meus próprios mandamentos, de modo a prestares atenção à sabedoria, com o teu ouvido, para inclinares teu coração ao discernimento; se, além disso, clamares pela própria compreensão e
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emitires a tua voz pelo próprio discernimento, se persistires em procurar isso como a prata e continuares a buscar isso como a tesouros escondidos, neste caso entenderás o temor de Yehowah e acharás o próprio conhecimento de Deus.” Consideremos alguns exemplos de conselhos sábios disponíveis no livro de Provérbios.
II. COISAS QUE DEUS ODEIA
Os que desejam saber o que é certo e o que é errado se deparam com uma quantidade espantosa de opiniões diferentes. Os provérbios podem ajudar a esclarecer a confusão. Por exemplo, em apenas quatro pequenos versículos que se seguem, aprendemos a respeito de certas atitudes mentais e as ações correspondentes que Deus odeia: “Há seis coisas que Yehowah deveras odeia; sim, há sete coisas detestáveis para a sua alma: olhos altaneiros, língua falsa e mãos que derramam sangue inocente, o coração que projeta ardis prejudiciais, pés que se apressam a correr para a maldade, a testemunha falsa que profere mentiras e todo aquele que cria contendas entre irmãos.” — Pro. 6:16-19. A intensificação de um número pelo número seguinte, mais alto, é usada muitas vezes pelos escritores bíblicos. (Jó 5:19; 33:29; Pro. 30:15, 16, 18, 19, 21-31; Isa. 17:6; Amós 1:3, 6, 9, 11, 13; 2:1, 4, 6) Em Provérbios 6:16-19, os números não devem ser entendidos literalmente, como se dissesse que Deus odeia apenas seis ou sete coisas. As sete categorias são básicas e abrangem todos os tipos de atos errados. As primeiras seis concentram-se em três tipos de proceder errado — em pensamento (“olhos altaneiros”, “o coração que projeta ardis prejudiciais”), em palavra (“língua falsa”, “testemunha falsa que profere mentiras”) e em ação (“mãos que derramam sangue inocente”, “pés que se apressam a correr para a maldade”). Especialmente odioso é o sétimo tipo de indivíduo mencionado. Ele deriva intenso prazer de atiçar contenda entre pessoas que de outro modo viveriam juntas pacificamente. O
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aumento de seis para sete, sugere que os humanos sempre continuam multiplicando seus atos maus. Quando alguém chega a entender que o Criador encara o orgulho, a intriga e a mentira no mesmo nível do derramamento de sangue e outros atos violentos, deve sentir-se movido a fazer mudanças vitais nele mesmo. O resultado será melhores relações com outros e maior alegria cada dia da vida.
III. LIDAR COM A IRA
Uma das causas mais frequentes do sofrimento entre as pessoas é a ira descontrolada. Muitos talvez achem que entregar-se à ira é evidência de força. Mas a Palavra de Deus declara exatamente o contrário, dizendo: “Melhor é o vagaroso em irar-se do que o homem poderoso, e aquele que controla seu espírito, do que aquele que captura uma cidade.” (Pro. 16:32) Embora os guerreiros que capturam uma cidade demonstrem muita força, controlar o temperamento exige força e coragem ainda maiores. Como pode alguém continuar a manter o seu temperamento sob controle? Provérbios oferece estas excelentes orientações: “Não tenhas companheirismo com alguém dado à ira; e não deves entrar com o homem que tem acessos de furor, para não te familiarizares com as suas veredas e certamente tornares um laço para a tua alma.” — Pro. 22:24, 25. “Uma resposta, quando branda, faz recuar o furor, mas a palavra que causa dor faz subir a ira.” — Pro. 15:1. “O princípio da contenda é como alguém deixando sair águas; portanto, retira-te antes de estourar a altercação.” — Pro. 17:14. Todas estas declarações incentivam a fugir de situações que suscitam a ira desde o começo. A razão é bem expressa nestas palavras adicionais: “Se agisse de modo insensato
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por te elevares a ti mesmo, e se fixaste nisto o teu pensamento [“se maquinaste o mal”, Almeida, atualizada], põe a mão à boca. Pois, bater o leite é o que produz manteiga, e premer o nariz é o que faz sair sangue, e premer a ira é o que produz a altercação.” — Pro. 30:32, 33. Todas as pessoas ocasionalmente tendem a se exaltar de maneira imprudente. Exigem excessivamente dos outros, ou talvez digam ou façam algo que ofenda. Em tais ocasiões a pessoa deveria ‘por a mão à boca’, reprimindo quaisquer palavras ou ações adicionais que provocariam ainda mais aquele que ficou ofendido. Assim como é necessário bater o leite para fazer manteiga e premer ou golpear o nariz para causar uma hemorragia, assim uma briga só acontece quando as pessoas soltam as rédeas dos sentimentos de furor e continuam incitando umas às outras à ira.
IV. EVITAR A PREGUIÇA
O livro de Provérbios tanto recomenda o trabalho árduo como desencoraja a preguiça. O escritor inspirado declara: “O preguiçoso disse: ‘Há um leão lá fora! Serei assassinado no meio das praças públicas!’” (Pro. 22:13) Para evitar o trabalho, o preguiçoso inventará desculpas fantásticas, tais como a que um leão entrou na cidade e que ele pode ser morto se sair. Três outros provérbios salientam como alguém não disposto a trabalhar afeta a si mesmo e a outros: “O preguiçoso mostra-se almejante, mas a sua alma não tem nada. No entanto, far-se-á que a própria alma dos diligentes engorde.” — Pro. 13:4. “Por causa do inverno, o preguiçoso não lavra; vai estar mendigando no tempo da colheita, mas não haverá nada.” — Pro. 20:4. “Como vinagre para os dentes e como fumaça para os olhos, assim é o preguiçoso para os que o enviam.” — Pro. 10:26.
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V. A NECESSIDADE DE DISCIPLINA
Visto que os humanos são imperfeitos e inclinados à lei do menor esforço, a maioria das pessoas rejeita a disciplina. O livro de Provérbios incentiva uma atitude diferente, dizendo: “Faze deveras teu coração chegar-se à disciplina e teu ouvido às declarações de conhecimento.” (Pro. 23:12) Disciplina aqui significa tanto autodomínio como correção administrada por outros. Amiúde é dada através de “declarações de conhecimento”, isto é, expressões vindas de alguém com conhecimento e que serve para informar outros. Às vezes, porém, a disciplina precisa ser mais firme do que simples palavras. “Feridas de contusões são o que expurga o mal; e os golpes, as partes mais íntimas do ventre.” (Pro. 20:30) A disciplina firme, quando aceita no espírito correto, não só contém os atos ruins mas também motiva a pessoa a fazer uma mudança íntima, para melhor. A respeito da disciplina dos filhos pelos pais, lemos: “Não retenhas a disciplina do mero rapaz. Não morrerá se lhe bateres com a vara. Tu mesmo lhe deves bater com a vara, para que livres a sua alma do próprio Seol.” (Pro. 23:13, 14) “Quem refreia a sua vara odeia seu filho, mas aquele que o ama está à procura dele com disciplina.” — Pro. 13:24. É claro que a disciplina precisa ser administrada sempre com autodomínio e não num acesso de ira. E não será necessário usar todas as vezes a punição física. Em várias ocasiões, apenas umas poucas palavras de conselho sábio são suficientes. “Uma censura penetra mais em quem tem entendimento do que golpear cem vezes um estúpido.” — Pro. 17:10.
VI. EVITAR A IMORALIDADE SEXUAL
O livro de Provérbios condena a imoralidade sexual. Considere, por exemplo, as seguintes palavras de aviso:
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“Pois o mandamento é uma lâmpada e a lei é uma luz, e as repreensões da disciplina são o caminho da vida, para guardar-te da mulher má, da maciez da língua da mulher estrangeira. Não desejes no teu coração a sua lindeza e não te cative ela com os seus olhos lustrosos, visto que por causa duma mulher prostituta fica-se reduzido a um pão redondo; mas, no que se refere à esposa de outro homem, ela caça até mesmo a alma preciosa.” (Pro. 6:23-26) Aqueles que se empenham em atos sexuais imorais com frequência terminam na miséria. Os que procuram prazer sexual com uma “mulher prostituta” ou de outra maneira praticam fornicação talvez também paguem com a perda de sua saúde quando sucumbem diante das dolorosas e mutiladoras doenças venéreas. O perigo é ainda maior quando alguém procura intimidades com o cônjuge de outra pessoa. Uma adúltera põe em perigo a “alma preciosa”, ou a vida, do seu parceiro ilícito. A respeito disso, o escritor inspirado acrescenta: “Pode um homem juntar fogo no seu seio sem se queimarem as suas vestes? Ou pode um homem andar sobre brasas sem se chamuscarem os seus pés? Assim é com aquele que tem relações com a esposa do seu próximo; ninguém que tocar nela ficará impune. . . . Quem comete adultério com uma mulher é falto de coração; quem faz isso, arruína a sua própria alma. Achará praga e desonra, e seu próprio vitupério não será extinto. Pois o furor dum varão vigoroso é ciúme, e ele não terá compaixão no dia da vingança [contra aquele que cometeu adultério com sua esposa]. Não terá consideração para com nenhuma sorte de resgate, nem consentirá, não importa quão grande faças o presente.” (Pro. 6:27-35) A infidelidade marital pode resultar em dano irreparável para as pessoas e famílias envolvidas.
VII. CUIDADO COM ‘A DOCE VIDA’
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Para muitas pessoas, através da história, a principal coisa na vida tem sido a busca dos prazeres. Embora a Bíblia não desencoraje ninguém de se divertir, enfatiza a necessidade de se obter um conceito mais equilibrado das diversões. “Achaste mel? Come o que for suficiente para ti, a fim de que não tomes demais e tenhas de vomitá-lo.” (Pro. 25:16) Assim como comer mel literal demais pode deixar a pessoa fisicamente doente, assim o excesso de diversão voltada para a ‘doce vida’ pode levar à doença tanto física como espiritual. Além disso, o excesso de prazeres amiúde conduz a circunstâncias de extrema miséria. “Aquele que ama a hilaridade será alguém em necessidade; quem ama o vinho e o azeite não enriquecerá.” — Pro. 21:17.
O que dizer da determinação de acumular riquezas? O livro de Provérbios avisa que as riquezas não são seguras e podem desaparecer subitamente. Lemos: “Não labutes para enriquecer. Deixa da tua própria compreensão. Fizeste teus olhos relanceá-la [a riqueza], sendo que ela não é nada? Pois, sem falta fará para si asas como as da águia e sairá voando em direção aos céus.” (Pro. 23:4, 5) Visto que fortunas imensas podem ser perdidas rapidamente por serem manejadas deficientemente ou por circunstâncias imprevistas, as Escrituras admoestam as pessoas a dirigir seus esforços na direção de alguma coisa mais segura do que a busca das riquezas. Observe atentamente este conselho: “Devias conhecer positivamente a aparência do teu rebanho. Fixa teu coração nas tuas greis; porque o tesouro não ficará por tempo indefinido, nem o diadema por todas as gerações. Desapareceu o capim verde e apareceu a relva nova, e ajuntou-se a vegetação dos montes. Os carneirinhos são para a tua tu a vestimenta e os cabritos são o preço p reço do campo. E há suficiência de leite de cabra para teu alimento, para alimento dos da tua casa, e os meios de vida para as tuas moças.” — Pro. 27:23-27. Nem as riquezas materiais (“tesouro”), nem uma posição de destaque (“diadema”) garantem segurança real. Tempo, esforço e dinheiro investidos em negócios amiúde se
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perdem devido ao fracasso de empreendimentos arriscados. Acontecimentos inesperados podem causar o desaparecimento súbito tanto da riqueza r iqueza como da posição respeitável. Por outro lado, esforços empregados na criação de animais domésticos não resultam em decréscimos, mas geralmente resultam em acréscimos para o proprietário. Deus provê “vegetação” abundante para alimentar os animais domésticos. Através da história humana os cuidados diligentes na criação de animais têm provado ser, de maneira constante, mais seguros como meio de se obter alimento, roupa e rendimentos do que as riquezas ou a proeminência. Daí, o sábio conselho: “Devias conhecer positivamente a aparência do teu rebanho.” O princípio nestas palavras pode ser aplicado hoje ao trabalho diligente em qualquer campo de trabalho seguro. O livro de Provérbios, embora escrito há milhares de anos, contém orientação incomparável para as pessoas que vivem hoje. Leia estas palavras inspiradas regularmente. Medite nas suas lições. Embora cada provérbio tenha apenas algumas palavras, sua sabedoria abundante pode fazer a sua vida perdurar de maneira segura e feliz.
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Provérbios 1 1.1 — O prólogo do livro de Provérbios (Pv 1.1-7) tem três partes: (1) título (v. 1), (2) objetivo (v. 2-6) e (3) tema (v. 7). O título, Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel (v. 1), pode sugerir três coisas: (1) Salomão é autor do livro, (2) Salomão foi autor das principais contribuições ao livro, ou (3) Salomão é o patrono da sabedoria em Israel, então seu nome esta neste título como honorífico. Como há outros autores (ex.: Agur [cap. 30] e Lemuel [Pv 31.1-10]), e algum material de Salomão foi editado muitíssimo depois de sua morte (Pv 25.1), parece mais sensato interpretar as palavras de abertura do livro como uma combinação da segunda e terceira opções. Salomão não pode ser o autor de todo o livro, mas é seu contribuinte mais notável e o modelo do ideal de sabedoria de Israel.
1.2,3 — Os versículos 2 a 6 explicam o objetivo do livro de Provérbios. Os verbos “conhecer”, “entenderem” e “receber” referem-se as formas de adquirir sabedoria. A palavra sabedoria se refere à capacidade, o que pode ser adquirida em sua vida quando se põe em pratica os ensinamentos dados por Deus. O termo instrução também pode ser traduzido como “disciplina” [NVI]; refere-se ao processo de recepção de conhecimento e posterior
aplicação
a
sua
vida
diária.
1.3 — A expressão traduzida como “instrução do entendimento”, assim como a sabedoria, s abedoria, denota uma habilidade em prática, tal como a de um artesão ou músico. Ou seja, a sabedoria afeta a vida como a habilidade dos artistas afeta a prática de sua arte. As palavras justiça, juízo e equidade dão um contexto moral a sabedoria, instrução e palavras que dão entendimento. A sabedoria bíblica permeia a vida inteira; exige uma mudança de comportamento e comprometimento com a justiça. jus tiça.
1.4 — Os simples ou ingênuos são os jovens inexperientes, com tendência ao erro. Os
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termos “prudência” e “bom senso” incluem os fatos mais duros da vida. O sábio já aprendeu com a experiência a distinguir o que e verdadeiro, louvável e bom do que e falso, vergonhoso e ruim (Rm 12.1,2).
1.5,6 — A expressão crescer em sabedoria vem destacar que o homem que adquiriu alguma compreensão deve continuar desenvolvendo-se em discernimento; sempre há mais o que aprender. O versículo 6 fala das lições que a pessoa pesso a mais madura obtém por meio do estudo de provérbios, interpretação, palavras dos sábios e adivinhações.
1.7 — O temor do Senhor é o ingrediente mais básico da sabedoria, uma virtude que só pode ser alcançada quando se conhece Deus e submete-se a Sua vontade. Ter conhecimento sobre algo e nenhum de Deus aniquila o valor de possuir esse conhecimento. Só os loucos rejeitaram o temor ao Senhor. O verbo “desprezar” tem uma forte carga negativa e dá mais peso ao fato de que não temer a Deus equivale a rejeitar toda
sabedoria
(Dn
11.32;
Jo
17.3).
1.8,9 — As palavras de abertura deste trecho bíblico soam como o apelo de um pai ao seu filho, um tema que esta presente em todo o resto do livro. O versículo 8 destaca a responsabilidade de instruir tanto do pai como da mãe.
1.10-14 — Aqui está a primeira passagem de advertência. Neste trecho bíblico, o autor alerta que não devemos misturar-nos com os criminosos. Isto espelha uma situação desregrada da sociedade atual em que é comum ver jovens fracos se deixarem envolver pela rede de violência.
1.15-18 — Nestes versículos, o autor aconselha cautela. Ele destaca que cada passo no caminho perigoso é um passo em direção à destruição ao ilustrar com o ato de estender
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uma rede para capturar uma ave. Neste caso seria uma tarefa inútil, pois a ave, espiando a armadilha sendo preparada, desvia-se dela. Só que existe o louco, que e mais tolo do que o pássaro; ele vê a armadilha ser montada e ainda assim cai nela.
1.19 — Prendera a alma. Estas palavras concluem a advertência do autor aos jovens e apresentam um tema que os trechos seguintes abordarão: o estudo da sabedoria é uma questão de vida ou morte.
1.20,21 — A palavra Sabedoria aqui esta com letra maiúscula porque não foi traduzida da mesma palavra hebraica que deu origem ao termo sabedoria no versículo 2, mas sim do vocábulo hebraico hokhmoth (que também e encontrado em Pv 9.1; 14.1; 24.7; Sl 49.4). Neste caso, a palavra hebraica provavelmente e a forma plural de hokhmah (Pv 1.2), e não um substantivo abstrato separado, apontando para as multiformes excelências da sabedoria.
1.22-27 — Este trecho bíblico se dirige aos néscios aqueles que pouco sabem sobre o temor do Senhor e ainda não encontraram uma direção certa na vida. São ensinamentos que repreendem o que e mal e apontam para o que e bom, ressaltando que os que rejeitaram a sabedoria serão ridicularizados quando chegar a hora de enfrentarem o juízo inevitável de sua insensatez (Sl 2.4). Ainda assim, a Sabedoria da risadas de júbilo diante da obra de Deus e deleita-se por causa do povo de Deus (Pv 8.30,31).
1.28-33 — Eu não responderei. Esta e a consequência que enfrentara aquele que escolheu desprezar a sabedoria; o Senhor não atendera as orações. O louco costuma rejeitar os sábios conselhos do Senhor porque se recusa a temer a Deus (v. 29). Os versículos 31 e 32 retomam o tema do versículo 19 sobre a orientação dos pais: os loucos atraem sua própria destruição. Rejeitar a sabedoria os destruirá. Este tenebroso alerta termina com a promessa
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de vida aos poucos que derem ouvidos as palavras de sabedoria; estes encontrarão segurança e paz.
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Provérbios 2 2.1-4 — Este capítulo descreve os frutos produzidos pela busca de sabedoria e atrelam os conceitos de sabedoria e conhecimento de Deus com mais propriedade.
2.5-8 — Quando se busca a sabedoria, entende o temor do Senhor e encontra o conhecimento de Deus. Quem conhece Deus teme (reverência) a Ele. Os versículos 6 a 8 se assemelham as palavras dos Salmos (compare ao Sl. 91). A expressão “a verdadeira sabedoria” usa outro sinônimo para sabedoria, uma palavra que pode ser traduzida como “sucesso permanente” ou “vitória”.
2.8-13 — A expressão “veredas do juízo” (v. 8) contrasta fortemente com caminhos das trevas (v.13). Este contraste apresenta um dos principais temas de Provérbios, o contraste entre dois caminhos. Jesus falou de dois caminhos, um estreito e outro largo (Mt 7.13,14). A estrada certa é marcada pelas demandas da justiça, do juízo e da equidade (v. 9). Estas são as demandas da lei de Deus.
2.10,11 — Entrará no teu coração. Estas palavras ressaltam a internalização da sabedoria. Os conhecimentos ensinados pelos provérbios devem ser aprendidos e praticados.
2.12-15 — A expressão “mau caminho” (v. 12) contrasta diretamente com o caminho da sabedoria, e caracteriza-se pelas coisas perversas, por mentiras e distorções, por deformações e enganações, e por trevas e desvios.
2.16-22 — A expressão mulher estranha faz referência a mulher adultera, sedutora, imoral. O adultério é incompatível com o ideal da lei de Deus. A palavra estranha também conotava prostituição, porque a mulher estrangeira dos antigos cultos de fertilidade do Oriente Médio participava de praticas sexuais nos seus ritos de adoração.
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Provérbios 3 3.1,2 — Lei e mandamentos são palavras que, como no Provérbio 1.8, chamam a atenção para a ligação entre a sabedoria e a Lei mosaica. Os provérbios são a Lei aplicada.
3.3,4 — Benignidade e fidelidade são duas palavras de peso dentro da Bíblia, pois descrevem o caráter de Deus (Sl 100.5) e os valores que Ele exige de Seu povo. O apóstolo João empregou o equivalente grego destas palavras, graça e verdade, para descrever o caráter de Jesus (Joao 1.14).
3.5,6 — As palavras “confia no Senhor” ecoam a ordem de Deuteronômio 6.5 para amar Deus com todo o nosso ser. O verbo “confiar” e complementado pelo verbo “estribar-se” (“sustentar-se”). Confiar em Deus e depender conscientemente Dele, da mesma forma que e preciso apoiar os pés no estribo para não perder o equilíbrio ao andar a cavalo. A ideia e reforçada com a exortação para reconhecê-lo em todos os teus caminhos, o que significa observá-lo e conhecê-lo enquanto se vive. Ao fazê-lo, a pessoa percebera que, cada vez mais, Deus facilita os seus caminhos.
3.7-10 — As promessas destes versículos tratam de padrões genéricos, e não de regras sem exceções. São os resultados típicos de quem assume um compromisso com Deus. A ordem para louvar ao Senhor com a tua fazenda [recursos, na NVI] e dar-lhe as primícias de toda a tua renda e uma parte do significado de adorar ao Senhor. Sendo assim, da mesma forma que no pacto de Deus com Israel, Ele prometeu, entre tantas coisas, manter seus celeiros e lagares cheios.
3.11,12 — A correção do Senhor é o outro lado da Sua graça. Devemos apreciar a correção de Deus em nossas vidas, porque Ele só disciplina aqueles a quem ama (Hb 12.710).
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3.13-18 — Confira as bem-aventuranças proferidas por Jesus no Sermão da Montanha (Mt 5.2-12). O termo hebraico traduzido como “bem-aventurado” [feliz, na NVI] possui uma ideia explosiva de múltipla felicidade (Sl 1.1). Fica implícito, então, que Deus fica muito contente ao ver Seus filhos seguindo os princípios da sabedoria. A pessoa que encontra sabedoria descobre um tesouro incalculável. Adão e Eva foram expulsos do jardim do Éden e proibidos de tocar na árvore da vida (Gn 3.22-24), mas a sabedoria e outra árvore da vida, que começara a restaurar a felicidade perdida no Paraiso.
3.19, 20 — A expressão “com sabedoria, fundou a terra” revela um dos temas centrais de Provérbios, que é a associação de sabedoria e criação. O capítulo 8 é dedicado a este assunto.
3.21 — Este versículo estimula a conservar tanto a fé como a sabedoria. O intuito e semelhante ao de Shemá Israel [Ouça Israel] (ver comentário em Dt 4.39; 6.4). Também se assemelha as ideias básicas do Salmo 91 (compare o v. 26 com o Sl 91.10-13).
3.22-26 — Boa parte do capítulo 3 contem conselhos parecidos com as da parte posterior do livro. Estes conselhos soam como aperitivo do que virá depois, mas no momento aparecem no contexto da benção concedida ao homem que se aproximou da Sabedoria. Tais provérbios revelam-nos um grande senso de orientação, que não estão distantes do contexto teológico. Concentram-se no conhecimento de Deus; baseiam-se no caminho para a sabedoria. Conforme lemos estes provérbios, vamos situando-nos para os que começam no capitulo 10.
3.27-30 — Este trecho bíblico se refere ao tratamento respeitoso para com o nosso próximo, um dos principais ensinamentos de Jesus (Lc 10.25-37). Da mesma forma, não
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se deve evitar fazer o bem ao nosso próximo quando se tem o poder de fazê-lo (Pv 3.27). E falta de caráter poder pagar uma dívida e não fazê-lo (v. 28), e não há piedade para tramoias interesseiras (v. 29) ou palavras de intriga (v. 30) contra companheiros pacíficos.
3.31-35 — De nada vale a pena ter inveja do homem violento, porque Deus abomina a perversidade. Só um tolo desejaria ser detestável aos olhos do Senhor! Este trecho bíblico termina com um contraste da benção de Deus para os justos com Sua maldição sobre os ímpios (Gn 12.3).
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Provérbios 4
4.1-4 — A expressão correção do pai deixa implícita ternura e afeição, bem como preocupação e disciplina por parte dos pais. A introdução do capítulo 4 lembra o início da primeira orientação por parte dos pais feita em Provérbio 1.8 [Filho meu], mas o interlocutor agora é plural, “filhos”. Assim como seu pai o instruiu, o filho ensinara aos seus filhos, uma geração apos a outra. O apelo aos pais para ensinarem as coisas de Deus aos seus filhos baseia-se em Deuteronômio 6.7 e reflete os Salmos (ex.: Sl 78.3,4).
4.5-7 — Os versículos 5 a 9 apresentam um apelo apaixonado do pai aos filhos para que adquiram a sabedoria a qualquer custo. A introdução dos primeiros capítulos de Provérbios segue um padrão: afirmativa, repetição e embelezamento. Fazendo amplo uso da reafirmação criativa, as ideias são entendidas bem claramente. As palavras do versículo 7 são particularmente fortes: a sabedoria é a coisa principal. A palavra principal é traduzida como “o princípio” está em Proverbio 1.7, mas aqui tem o valor de primeira em importância.
4.8,9 — Estes versículos ressaltam o valor absoluto da sabedoria. A pessoa que tem a sabedoria e lhe obedece sem hesitar será exaltada e honrada; sua presença se tomará um diadema de graça e uma coroa de glória. Estas metáforas são apelos eficazes por uma resposta do coração (Pv 1.9; 3.3).
4.10-19 — Estes versículos apresentam um novo apelo de pai para filho para andar no caminho da sabedoria e evitar a vereda dos ímpios a todo custo. O contraste entre essas duas carreiras [veredas, na NVI] e profundo. O caminho da sabedoria e reto, sem obstáculos e seguro. O caminho dos ímpios é tortuoso, perigoso e marcado por violência.
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Uma estrada é um caminho de luz, a outra, de escuridão; uma conduz a promessa, e outra, a uma estrondosa destruição.
4.20-27 — Este trecho bíblico orienta a cuidar das vontades e das emoções, e a manter a fala honesta, o olhar atento e o bom senso no proceder. Adentrar o caminho da sabedoria não é um acaso. Boa parte deste capitula reforça e refina os temas encontrados nos capítulos 1 a 3. A ênfase na virtude nos prepara para as advertências do capitulo 5.
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Provérbios 5
5.1-6 — O capítulo 5 volta ao tema da mulher estranha (Pv 2.16-19). Este trecho fala veementemente a favor da fidelidade conjugal. Se você quer conservar a discrição, ouça estas palavras, senão seus pés descerão a morte.
5.7-14 — A Bíblia ensina em varias partes que a tentação como um todo é inevitável, mas algumas devem ser evitadas a qualquer preço. A pessoa ajuizada sabe disso e não se aproxima da mulher estranha [imoral]. As instruções do apóstolo Paulo a Timóteo para fugir dos desejos da mocidade (2 Tm 2.22) ensinam o mesmo tema. Envolver-se com tal pecado desonra e consome aqueles que tombam nele.
5.15 — Em um país árido como Israel, um poço era um bem valioso e um privilégio a ser resguardado. O cônjuge também era (e e). A expressão “bebe a água” é uma referencia oblíqua a conjunção sexual (Pv 9.17), e “da tua cisterna” é um claro apelo a fidelidade conjugal — um homem e uma mulher juntos pelo matrimônio. Os autores da Bíblia, às vezes, falam da salvação como uma fonte (Is 12.3); chamar o cônjuge de fonte d’agua era um gesto afetivo (Ct 4.15).
5.16,17 — Nestes dois versículos, há uma pequena “virada de mesa”. Como seria, pergunta o professor, se sua própria esposa se tornasse a mulher estranha de outros homens? Por acaso sua “fonte d’agua” deveria correr pelas ruas? Ou “sua água” estar em praça publica? “Não!”, diz o professor. Faça com que estas águas sejam só suas, e não algo que partilha com estranhos (v. 17).
5.18-20 — As palavras “alegra-te com a mulher da tua mocidade” compreendem uma
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ordem e um estímulo para se achar alegria na felicidade mutua do casamento. De fato, ter prazer no leito conjugal é bendito por Deus (Cantares; Hb 13.4).
5.21-23 — Na expressão “os olhos do Senhor” reside um ponto decisivo: o que se faz em secreto não passa despercebido aos olhos de Deus, que tudo vê. Nisto, incluem-se também as praticas de adultério, que só leva a ruína. Uma vida insensata termina em morte amarga. O caminho secreto do perverso e um escândalo as claras no céu; termina com a solidão de um inferno particular.
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Provérbios 6 6.1-5 — Estes versículos alertam sobre o perigo de ser fiador (Pv 11.15) ou coassinar um empréstimo. Isto não significa que nunca devamos ser generosos ou ajudar os outros caso possamos, mas que não devemos prometer o que não podemos cumprir. No tempo de Salomão, um cossignatário que não pudesse pagar perderia tudo o que tinha e, ainda por cima, seria reduzido a escravidão. Mesmo que as leis de hoje sejam diferentes, a incapacidade de quitar uma divida é ainda uma forma de escravidão e pode ser um problema sério.
6.6-11 — Este trecho alerta contra a armadilha da preguiça. O preguiçoso érefém do lazer. Tudo de que ele precisa para sobreviver pode ser aprendido com a formiga, uma criatura humilde que se ocupa em armazenar comida no verão para enfrentar o inverno que virá. Como a formiga, a pessoa sábia trabalha duro. Por outro lado, o preguiçoso é viciado em dormir e perdeu todo o interesse em trabalhar (Pv 26.13-16).
6.12-15 — O homem vicioso é criador de casos. Diferentemente do preguiçoso, cujo único desejo é encontrar outro lugar para cochilar, o criador de problemas mal pode esperar para se meter em novos apuros. Diferentemente do preguiçoso (v.6), ele se ocupa até demais, mas planejando coisas erradas. Ele se alegra em semear a intriga. Mas como o preguiçoso, ele não percebe que a destruição estápróxima.
6.16-19 — Este trecho é um provérbio numérico (Pv 30.15-31) que descreve sete coisas que aborrece o Senhor. O uso de progressão numérica — seis coisas aborrece o Senhor, e a sétima... — nestes provérbios é um mecanismo retorico que embeleza a poesia, ajuda a memorizar e constrói um clímax. Dá a impressão de que há mais a ser dito sobre o assunto. A progressão incorpora não apenas os números, mas também as palavras que descrevem a resposta divina; o vocábulo aborreceprogride para abomina. O termo
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“abomina”é a expressão mais forte da Bíblia de “ódio” pela perversidade(compare com Lv 18.22). Em uma lista desse tipo, o último item é o mais importante.Assim, o leitor saberá que o que semeia contendas entre irmãos(v. 19) é o que mais desagrada Deus.Compare com a benção de Deus aos irmãos que vivem juntos em paz (Sl 133.1).
6.20-24 — Este trecho vincula os ensinamentos do pai com os da mãe(Pv 1.8). A instrução materna deve estar atada ao coração e ao pescoço da pessoa, como companhia permanente e guiaconfiável — como a Lei de Deus (compare com Dt 6.4-9; 11.18-21). (Para as palavras lâmpadae luz, veja Sl 119.105.)
6.25 — O termo “olhos” refere-se aos olhares sedutores.
6.26 — O contraste ressalta a terrível devastação que uma adúltera traz à vida de um homem. Comparada a confusão causada por uma prostituta, a adúltera consome a vida de sua vítima.
6.27-35 — Furta para saciar-se, tendo fome. Este trecho não apoia o roubo. Simplesmente compara o roubo, que poderia ser uma ação até compreensível se a razão for a fome, com o adultério, que nunca faz sentido. Jogar fora o compromisso com sua companheira da vida inteira é loucura. Para os antigos israelitas, fidelidade conjugal era sinal de fidelidade à Deus. Mas vale ressaltar que naquela época se um homem roubasse alimento era condenado a restituir sete vezes o valor roubado.
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Provérbios 7
7.1-5 — O problema da imoralidade (Pv 2.16-19; 5.1-23; 6.20-35) tem solução: “Guarda os meus mandamentos [...] como a menina dos teus olhos.” As pessoas devem guardar as palavras sábias como protegem a pupila dos seus olhos. Deus cuida do Seu povo com o mesmo
zelo
(Dt
32.10).
7.14-21 — Tudo o que a adúltera faz é perverso. Ela procura seduzir e mostrar suas ações supostamente boas, fazendo um convite ao jovem que ele não consegue recusar. Uma das estratégias dela é convidá-lo para um banquete, que teria como cardápio parte da oferta que ela apresentara ao Senhor como sacrifícios pacíficos [de comunhão, na NVI]. Afinal, este tipo de oferta era realizado para agradecer por uma misericórdia alcançada, e a carne do sacrifício tinha de ser comida no mesmo dia. Estes preparativos e convite seriam aceitáveis entre uma esposa e seu marido; seriam honrados por Deus. Porém, no caso da mulher
imoral,
e
nada
menos
do
que
pura
perversidade.
7.22,23 — Este trecho emprega varias metáforas desfavoráveis para descrever como um jovem tolo recai na imoralidade. A expressão “como o louco ao castigo das prisões” poderia ser traduzida “como um cervo que pateia até se ver preso”. A ideia é de que o jovem não tem noção do seu destino. Ele é tão insensato que nem tem noção de sua insensatez.
7.24-27 — O capítulo 7 termina com um epílogo (v. 24-27) no qual se arremata a lição: “Agora, pois, filhos, dai-me ouvidos.” Em outras palavras, fique longe da mulher imoral! Ela é fatal, e já fez muitas vítimas.
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Provérbios 8
8.1-11 — Este capítulo é um hino de louvor à maravilha de possuir sabedoria. A expressão,“não clama, porventura, a sabedoria?” atesta que a sabedoria deseja chegar a todos; por isso, dissemina sua mensagem publicamente, diferentemente da mulher imoral, que busca seus objetivos as ocultas e com mentiras. Pode-se confiar nas palavras de sabedoria; seus conselhos são gratuitos e benignos. Suas palavras de verdade contrastam com as mentiras da impiedade (Pv 7.21-23). A sabedoria cumpre as suas promessas; ela não é uma provocadora espalhafatosa. O que a sabedoria oferece tem valor inestimável, muito mais rico do que prata e ouro; não há pedra preciosa nem nada de valor que se compare
a
ela
(uma
expressão
parecida
se
encontra
em
Pv
3.14,15).
8.12,13 — As palavras “eu, a sabedoria, habito com a prudência” abrem a segunda parte deste trecho sobre a excelência da sabedoria (v. 12-21). Novamente, neste contexto, vemos a sabedoria atada diretamente ao temor do Senhor. A oferta de sabedoria só está aberta aos que temem a Deus. Aproximar-se da sabedoria requer aproximar-se do Altíssimo, o que significa afastar-se de tudo o que Ele abomina — o mal, o orgulho, a arrogância, o mau comportamento e a fala perversa. Jesus disse que a verdade está nele (Jo
8.32).
8.14-21 — Neste trecho bíblico, fala-se de príncipes, nobres e juízes. Para que as autoridades possam exercer seu poder com idoneidade é preciso o uso da sabedoria, um de seus apelos mais requintados. Além disso, a sabedoria leva aqueles que a seguem a riquezas e honra (Pv 9.1-6). É um contraste chocante com o destino do tolo (Pv 6.33,35).
8.22-31 — Esta parte do capítulo 8 descreve o papel da sabedoria na criação. O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos. Nesta expressão, o termo “possuiu” em hebraico pode significar “trouxe” ou “criou”. Melquisedeque usou a mesma palavra para
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identificar Deus como o Criador do universo (Gn 14.19). O Senhor, sempre sábio, produziu a sabedoria; O Senhor, dono de todo conhecimento, criou o conhecimento. A sabedoria só teve um princípio no sentido de que Deus, naquele momento, separou-a para exibi-la; na medida em que é uma das perfeições de Deus, ela sempre existiu (v. 23). Estes versículos fornecem parte do contexto para o retrato de Cristo no NT como a Palavra divina (Jo 1.1-3) e como a sabedoria de Deus (1 Co 1.24,30; Cl 2.3).
8.30,31 — Usando de sabedoria, Deus criou o universo. Logo, um estudo devido sobre o universo é uma descoberta progressiva da sabedoria de Deus (Rm 1.20). A palavra “delicias” expressa a exuberância brincalhona e infantil da Sabedoria, como um filho querido. E sua maior alegria está no ápice da obra de Deus — os filhos dos homens — ou seja,
na
humanidade.
8.32-36 — Esta parte é o epílogo do hino de louvor do capítulo 8. Apela para que todos o ouçam: “Agora, pois, filhos, ouvi-me.” A sabedoria oferece bênçãos e vida a todos os que lhe seguem, mas amaldiçoa e mata os que a odeiam. O gentil convite da sabedoria e mais desejável do que qualquer coisa e leva-nos a uma vida bem-aventurada.
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Provérbios 9 9.1 — Aqui reside o contraste definitivo entre loucura e sabedoria. Cada uma delas oferece um banquete para a vida (v. 1-6) e outro para a morte (v. 13-18). Entre essas duas seções há uma parte (v. 7 -12) que fala das consequências da vida de sabedoria versus a de insensatez. Assim como em Provérbio 1.20, no versículo 1 do capitulo 9 o termo hebraico traduzido como “sabedoria” esta no plural, e não no singular, para chamar a atenção. “Sete colunas”. Nesta expressão, o número sete representa a completude, conforme é comum na poesia semítica. Ou seja, não é que houvesse literalmente sete colunas, mas sim que a casa da sabedoria tinha firmeza e caráter substancial.
9.2,3 — Dentre os alimentos do banquete da sabedoria constavam carne e vinho, servidos sobre uma bela mesa (Pv 7.14). A carne recém-abatida era o diferencial do banquete nos tempos bíblicos. Já o vinho era um gênero precioso no antigo Israel; mas em banquetes especiais, o anfitrião acrescentava temperos aromáticos ao vinho, acentuando o aroma e melhorando o gosto (Ct 8.2). Tudo isso contrasta com a atitude da mulher insensata. Enquanto a sabedoria ocupa-se em cuidar de cada detalhe como uma anfitriã zelosa, a insensatez se senta a porta de casa sem ter o que fazer (v. 14) A sabedoria manda suas criadas
correrem
a
cidade
para
convidar
as
pessoas
para
o
jantar.
9.4-6 — A sabedoria faz questão de convidar para o seu banquete os simples, quer dizer, aqueles que ainda não se decidiram pelo caminho que tomarão na vida (Pv 1.4; 7.6). Com as palavras “pão e vinho”, a sabedoria promete vida. A pessoa que se aproxima da sabedoria não tem nada a perder senão sua ingenuidade. Leia Hebreus 5.14, onde fala da pessoa madura como aquela que é capaz de desfrutar bem do alimento sólido e alcançar o crescimento espiritual, enquanto a ingênua só consegue beber leite e continuar sendo menino na fé (Hb 5.13).
9.7-9 — “Escarnecedor” ou “zombador” é quem se opõe frontalmente a sabedoria (Pv
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1.22), escarnecendo do que é de Deus (SI 1.1). Como a pessoa deve reagir ao zombador? O melhor é nem dar resposta. O sábio, por sua vez, aceita ser corrigido e reage com gratidão ao que apontou o seu erro. O sábio sempre aceita criticas construtivas; fica implícito que ele é uma pessoa humilde (Pv 3.7; 9.10; 11.2).
9.10-12 — O temor do Senhor é o tema central do livro dos Provérbios (Pv 1.7). A única maneira apropriada de aproximar-se do santo Deus é com temor, ou seja, reverência. O termo “Santo” é um nome plural e majestoso da palavra hebraica que poderia ser traduzido como o Santíssimo ou a quintessência da santidade. A expressão para ti mostra que você mesmo sentirá os efeitos de sua sabedoria ou insensatez; é impossível escapar deles.
9.13-18 — Esta parte faz uma paródia dos versículos 1 a 6. Nos seis primeiros versículos deste capítulo, a sabedoria personifica o valor da sabedoria. Já nesta segunda parte (v. 1318), é a vez de a insensatez ser personificada, comparada neste caso com uma mulher louca. Ela fala em voz alta, e inconsequente, estridente, indisciplinada e não sabe coisa alguma (Pv 7.10-12). Ela grita as mesmas palavras que a sabedoria usa (compare o v. 16 com o v. 4), mas com uma diferença: ela não tem nenhum banquete maravilhoso para seus convidados, mas apenas comida ordinária, furtada e escassa. Embora receba muita atenção, seu convite só faz sentido para os faltos de entendimento.
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Provérbios 10
10.1 — Os provérbios de Salomão concentram-se no filho sábio, como nos capítulos 1 a 9, e o comparam com o filho louco. O termo “filho” é genérico — a questão central não é ser filho em vez de filha, mas sim se ele (a) é sábio (a) ou louco (a). O comportamento de um filho afeta ambos os pais. Os pais têm sua fonte de alegria ou tristeza no filho que demonstra capacidade para a vida.O tempo dos verbos sugere que o filho sábio alegra seus pais continuamente e que o filho louco traz contínuos dissabores aos seus pais.
10.2 — Este versículo é um alerta contra confiar na riqueza, e não na retidão pessoal. Os perversos podem ser ricos, mas essa riqueza não lhes adiantará de nada depois de mortos. Neste caso, a morte é algo a temer — se a pessoa não conhece Deus. O fato de a integridade libertar da morte pressagia certa esperança de vida após a morte.
10.3 — Este versículo fala de como Deus generosamente provê as necessidades da alma dos justos, mas retribui com Sua justiça aos ímpios. Provérbios assim ressaltam (1) as circunstâncias como deveriam ser e (2) o fim dos ímpios (SI 73.17). Não indicam necessariamente a vida como ela sempre é, nem o que os ímpios estão vivendo neste momento.
10.4 — Muitas vezes os Provérbios vinculam preguiça à pobreza, e trabalho duro à riqueza (v. 2). Este provérbio determina a norma.
10.5 — A expressão “ajunta no verão” compara a pessoa habilidosa a vergonhosa, baseando-se no quanto trabalham durante a época da colheita. A descrição da segunda pessoa é particularmente dura: o que dorme na sega.
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10.6 — A ideia apresentada por este provérbio põe em contraste uma aura abençoada que paira sobre o justo com o cheiro pútrido da violência que emana do ímpio.
10.7 — Naquela época, o nome da pessoa era significativo e importante. Quando o nome da pessoa era lembrado pelas gerações futuras como bom, atribuía-se grande valor a vida dessa pessoa. Mas quando a memória de um nome era poluída, era como se esta pessoa jamais tivesse vivido.
10.8 — O termo hebraico traduzido como “será transtornado” significa “está arruinado”, e provem da mesma raiz de “apodrecerá” no versículo 7. Este tipo de paralelismo poético deve ter agradado os israelitas da Antiguidade.
10.9 — Muitos provérbios comparam dois caminhos na vida. A expressão “anda em sinceridade”significa obedecer a Lei de Deus como um plano de vida. Escolher caminhos tortuosos e desdenhar do propósito da Lei que Deus generosamente nos apresentou.
10.10 — Embora muitos provérbios comparem dois comportamentos, as duas partes deste provérbio falam de más ações. Além disso, a segunda parte deste provérbio é idêntica a segunda parte do versículo 8. Trata-se de um vínculo que dá liga ao trecho.
10.11 — Aqui há mais um provérbio tratando da boca (Pv 10.6,8,10). Este versículo apresenta a fala como produto externo da realidade interna. A expressão manancial de vida é praticamente uma imagem divina, uma antítese bastante forte a palavra “violência”.
10.12 — Este versículo trata das relações interpessoais, e não da salvação. O ódio é uma arma do diabo para gerar contendas, mas a pessoa sábia reage às transgressões ou
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desentendimentos com amor, tolerância e desejo forte de fazer o bem. Caso o indivíduo revidasse as ofensas de forma negativa, o ódio seria despertado no coração de ambas as pessoas envolvidas na situação, configurando em uma atitude sem sabedoria.
10.13 — Este provérbio declara que as palavras podem ter um papel positivo — o de comunicar sabedoria. A palavra “vara” se refere ao castigo, neste caso, merecido. As palavras “falto de entendimento” vem da expressão idiomática hebraica “falto de coração”. Aquele a quem “falta coração” e é comparado desfavoravelmente ao que e sábio de coração (v. 8).
10.14,15 — A expressão “escondem” [“acumulam”, na NVI] a sabedoria é um tema forte nos textos de orientação dos capítulos 1 a 9 (Pv 1.1-3; 3.1). O versículo 14 compara a busca de conhecimento do sábio com a fala vazia do tolo. Já no versículo 15, a fazenda [“riqueza”, na NVI] é comparada a uma fortaleza. Neste caso, quer dizer que uma cidade rica terá maior segurança para suportar os ataques inimigos do que uma cidade pobre. Naquela época, só as cidades muradas estavam preparadas para resistir às forcas adversarias.
10.16,17 — Estes versículos apresentam a doutrina dos dois caminhos: o do justo, que leva a vida; e o do ímpio, que conduz ao pecado. A expressão “as produções do ímpio” assemelha-se com o que Paulo escreveu em Romanos 6.23: o salario do pecado e a morte.
10.18-21 — Estes versículos falam dos perigos da fala, especialmente a mentira e a difamação. Para evitar estes pecados é preciso praticar a autocontenção.
10.22 — O vínculo da riqueza com a benção do Senhor é explicitado neste versículo. Nesta sentença, Yahweh concede ausência de tristezas e fartura de riquezas. Que benção!
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10.23,24 — A palavra traduzida como “divertimento” geralmente significa “riso alegre” (Sl 126.2).As vezes, quer dizer “risada vazia”(Pv 14.13; Ec 7.3,6). Aqui, o provérbio emprega a palavra de forma completamente negativa. Para o tolo, a perversidade não passa de um jogo. Ele inventa as regras conforme progride. Para ele, só perderia se fosse pego. Mas quem tem entendimento tem uma perspectiva de longo prazo. No fim, ele consegue o que deseja, enquanto a justiça se abate sobre o ímpio.
10.25 — A natureza breve dos perversos é comparada a estabilidade dos justos. Assim como o Salmo 1.3,4, onde os justos são comparados a uma árvore, e os ímpios, a moinha, neste provérbio a tempestade sopra e espalha os ímpios, mas não tira os justos do lugar. O perpetuo fundamento dos justos é a fé em Deus, assim como as águas que alimentam a árvore do Salmo 1.3.
10.26 — O preguiçoso é uma figura cômica nos provérbios. Aqui o preguiçoso (hb. ‘asei) irrita aquele que o mandou cumprir uma tarefa. Ele é como o sabor ácido do vinagre na boca, como uma fumaça que irrita a vista.
10.27 — Este versículo contem a primeira aparição da expressão temor do Senhor nos capítulos 10 a 22 (Pv 1.7,29; 2.5; 8.13; 9.10). O vinculo da devoção com a vida longa e da perversidade com a morte precoce é outro tema comum em Provérbios (3.1,2).
10.28 — O justo tem algo por que esperar com alegria; o ímpio não (v. 24)
10.29 — Cada pessoa vê o caminho do Senhor de forma diferente. Quem é inocente o vê como refugio da tempestade e do calor do dia. Os iníquos o veem somente como fonte de
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terror. A perspectiva de quem vê faz toda a diferença; o caminho do Senhor continua sempre o mesmo, puro.
10.30 — Este provérbio demonstra forte confiança na sobrevivência definitiva dos justos e no juízo final dos ímpios. Em nossa experiência limitada, podemos ver os ímpios com sucesso e os justos batalhando para sobreviver. Mas no juízo final (Sl. 73) inverterão os seus destinos.
10.31, 32 — Estes versículos formam outro par de sentenças sobre a fala verdadeira e a falsa. Podem ser comparados a Provérbio 10.11,13,20,21 e Tiago 3. Esta repetição com variações indica a importância da verdade e da mentira tanto naquela época como no mundo moderno.
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Provérbios 11
11.1 — Tratar o próximo de forma justa é um prolongamento do mandamento para amar o próximo como a si mesmo (Lv 19.18), que, por sua vez, é um prolongamento do mandamento principal a Israel: amar somente a Deus (Dt 6.4-9). É por isso que balança enganosa é uma abominação para Deus, um termo que descreve uma aversão de revirar o estômago.
11.2 — Muitos provérbios comparam o arrogante ao humilde, assim como podemos ver aqui. A palavra “soberba” em hebraico provem de uma raiz que significa “ferver”; referese a uma arrogância ou insolência exagerada. Esta imagem é da postura presunçosa ou arrogante da pessoa sem Deus. Esta postura conduz sempre a afronta.
11.3-6 — Estes versículos formam uma série de provérbios que comparam os resultados da retidão com os da perversidade na vida das pessoas. Assim como se compara o orgulho a humildade no versículo2, a sinceridade e a perversidade são comparadas no versículo 3.
11.4-6 — Ocasionalmente, os provérbios falam da morte como uma época de recompensa e castigo. As riquezas não tem qualquer poder sobre isto. Somente a retidão tem sentido e poder
após
a
morte.
11.7 — Enquanto a pessoa viver, há razão para esperança. Mas se a pessoa viveu sem Deus, quando sua vida acaba, a esperança também cessa.
11.8 — Neste versículo, talvez também se esteja falando de questões mortais; os problemas do qual o justo escapa são aqueles que o ímpio terá.
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11.9 — O homem profano pode jogar o nome de seu vizinho na lama com suas palavras, assim como o justo é liberto pelo conhecimento. Os poderes negativos e positivos da fala são dos mais impressionantes conceitos destas sentenças.
11.10,11 — Os verdadeiros justos trazem justiça a todos da cidade, e a cidade vivencia a verdadeira paz — isto e, shalom, que traz o sentido de “ser completo”, “ser cheio” ou “ser pleno”. Muitos salmistas clamavam pela redenção dos justos e pelo fim do mal (SI 69.2228). (Leia a historia de Sodoma e Gomorra em Genesis 18.22-33 para saber o que acontece com uma cidade em que não há justos.)
11.12 — A paciência e o controle fazem parte da sabedoria. Alguém falto de sabedoria, a quem “falta coração” (Pv 10.13), despreza o seu próximo. Mas a pessoa que possui entendimento tem juízo para controlar seu lado passional e ficar calada (Pv 17.28).
11.13 — O amigo fiel encobre os assuntos delicados que o infiel revela. O amor cobre todas as transgressões (Pv 10.12; Tg 5.20; 1 Pe 4.8).
11.14 — Tanto na Antiguidade como na atualidade, os líderes das nações precisam de conselheiros. Na verdade, todas as pessoas precisam de conselhos de pessoas sabias e confiáveis.
11.15,16 — Estes provérbios equilibram um ao outro. O primeiro alerta contra ficar por fiador ou dar aval a estranhos. O segundo elogia a generosidade, de onde provem a honra. Uma das maiores virtudes é não ser possessivo. Os membros da igreja do primeiro século doavam generosamente aos necessitados (At 2.44,45; 4.32-35).
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11.17 — Mais um versículo sobre generosidade fala do bem que volta para o benfeitor. A avareza, por sua vez, tende a reduzir a pessoa cruel ao mesmo tamanho de seu coração mesquinho.
11.18 — O trabalho fraudulento provem da iniquidade; o bom trabalho, da retidão. O justo faz por merecer seu salário; o ímpio apenas rouba.
11.19 — Provérbios como este nos recordam que a busca da retidão é uma questão de vida ou morte.
11.20 — Os conceitos contrastantes de abominação e deleite de Yahweh (Pv 11.1) reaparecem aqui com respeito aos valores contrastantes da perversidade e benignidade da alma e da trajetória do homem na vida. E possível fazer o Senhor sorrir pela forma como se viveu a vida. Também é possível causar-lhe revolta.
11.21 — A expressão “junte mão a mão” é literal; significa “juntar forças”. Opor-se coletivamente aos propósitos de Deus é completamente sem sentido (Sl 2.1-4).
11.22 — Uma joia de ouro no focinho de uma porca não teria sentido. Os antigos israelitas julgavam os porcos sujos e repelentes. A pessoa imoral e comparada a este animal, não importa qual seja a aparência externa.
11.23 — O termo “desejo”é usado em alguns provérbios num sentido negativo (Pv 13.12,19; 18.1; 19.22), mas aqui ele é usado em sentido positivo. O justo deseja o bem.
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11.24-27 — Estes provérbios precisam ser modelos da nossa postura em relação a riqueza: deve ser repartida. A mesquinharia pode levar a perda. Já a generosidade tem o efeito oposto. Ser egoísta é insensatez, porque só cria inimigos e desonra Deus.
11.28 — Este provérbio fala da insensatez de confiar nas riquezas. A segunda parte deste versículo pode ser às vezes mal-interpretada como se dissesse que a retidão sempre leva ao sucesso. O provérbio na verdade fala da postura de uma pessoa em relação a riqueza. É tolice por a confiança em riquezas em vez de confiar em Deus.
11.29 — Certos atos insensatos prejudicam ativamente a família. Eis ai uma estrada certa para a ruína para herdar o vento.
11.30 — Conforme Provérbio 3.18, a imagem da árvore de vida denota a árvore do jardim do Éden (Gn 2; 3). A retidão e a sabedoria são formas de recuperar a árvore da vida perdida.
11.31 — Como os justos vão receber sua recompensa no final (2 Co 5.10), deduz-se que os ímpios, que desafiam Deus e entram em conflito com Sua obra, certamente serão julgados.
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Provérbios 12
12.1 — O sábio sabe que a disciplina e a orientação são a sua própria recompensa. Mas quem abomina ser repreendido é um bruto (literalmente, imbecil).
12.2 — Este versículo fala sobre a repreensão de Deus aos homens de pensamentos perversos. O Evangelho de João fala de alguém já condenado por ter feito o mal, e que se agarra propositalmente a escuridão embora a luz já tenha chegado (Jo 3.16-21).
12.3 — Este provérbio fala sobre o fim definitivo do ímpio e do justo. O que seguir a impiedade terminara em ruína, mas os justos restarão de pé, como a imagem da árvore em Salmo 1.3.
12.4 — A mulher virtuosa [“mulher exemplar”, na NVI] e a mesma expressão hebraica empregada no famoso acróstico de Proverbio 31.10-31. O homem que se casa com uma mulher virtuosa deve agradar-se, porque o caráter nobre dela é uma honraria para ele.
12.5,6 — Devemos estar atentos aos pensamentos que rondam nossa mente, pois são eles que determinam o que falamos e dizemos. Por isso, no mínimo, precisam não ser enganosos e perversos. O versículo 6 lembra que as palavras dos ímpios são como uma tocaia mortal, pois elas provem de pensamentos perversos.
12.7 — Aqui, o poeta mostra o fim dos ímpios e dos justos. Os perversos estão com os dias contados e serão totalmente derrotados, mas os justos resistem às adversidades e permanecem eternamente com o Senhor.
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12.8 — Eis aqui um elogio adequado a quem demonstra ser sábio, especialmente quando usa esta sabedoria para o bem do próximo. Em contrapartida, o ímpio não merece qualquer louvor, a não ser o desprezo por seu coração desviado.
12.9 — Este é mais um provérbio que usa a comparação com a expressão “melhor é... do que”.Este versículo ressalta que o homem humilde que trabalha para se sustentar (e não tem servos) é melhor do que o que exalta a si mesmo achando ser superior aos outros e não coloca o alimento na mesa. A pretensão e a arrogância destroem o ser humano.
12.10 — O homem bom é sensível para respeitar e cuidar do bem-estar dos animais, mas o ímpio, mesmo sendo sensível, não se preocupa e é cruel ate mesmo com os seres humanos.
12.11 — Muitos provérbios destacam o contraste do trabalho duro com a preguiça. O sábio trabalha duro, enquanto que o tolo perde tempo.
12.12,13 — A perversidade faz mal aos ímpios; a retidão ajuda os justos (v. 14). Isto é outra forma de dizer que tudo o que o homem semear, isso também ceifara (G1 6.7). A expressão “a raiz dos justos” também aparece no versículo 3.
12.14 — A satisfação não vem por causa do exotismo ou estranheza de alguma coisa, mas sim por falar e agir com retidão. Sentir que realizou um trabalho bem-feito e recompensa suficiente para os sábios.
12.15 — O autoengano do tolo é notório. Ele gosta de estar do lado errado e não procura
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conselhos quando precisa. Afinal, buscar ajuda e admitir uma necessidade, algo que o tolo nunca é capaz de assumir por ter um ego extremamente inflado.
12.16 — Um homem insensato não tem autocontrole e deixa-se provocar facilmente, externando afrontas. Cuidado com as palavras descuidadas, pois podem tornar-nos tolos. Então é aconselhável pensar antes de falar. O rei Davi demonstrava esta preocupação (2 Sm 16:5-12).
12.17 — Justiça e engano são características presentes na testemunha fidedigna e na mentirosa, respectivamente.
12.18,19 — Muitos provérbios elogiam aqueles que falam cuidadosa e verdadeiramente. A fala espelha o caráter da pessoa. As palavras do justo são confiáveis e verdadeiras (v. 17), e apaziguam quem as ouve.
12.20 — O modo como as pessoas agem ou se expressam reflete o que há no coração delas. Os que planejam o mal tem engano no seu coração; os que advogam a paz tem alegria.
12.21 — O medo do castigo só vale para os ímpios. O justo não tem nada a temer. Apesar de também enfrentar calamidades, o justo pode sempre contar com a provisão e intercessão divina para superar os problemas da vida cotidiana. Outra possível interpretação deste versículo é que nenhum agravo se refira a realidade última [quando os salvos em Cristo desfrutarão da vida eterna e não mais sofrerão as dores deste mundo], e não a nossa experiência enquanto vivemos aqui na terra.
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12.22,23 — O termo “abominável” significa ódio extremo, e isto enoja o Senhor (Pv 11.20). Portanto, é melhor ficar em silencio do que ter lábios mentirosos.
12.24 — Qualquer um que procure obter um alto cargo não pode dar-se ao luxo de ser enganador (v. 11,14).
12.25 — A solicitude [“coração ansioso”, na NVI] perde um pouco de sua força em face de uma palavra positiva de incentivo. As palavras de encorajamento de Barnabé a Paulo são um grande exemplo disso (At 4-36; 9.27; 11.2-30; G1 2.1).
12.26 — Nossos amigos ajudam-nos a determinar quem havemos de tornar-nos (1 Co 15.33).
12.27 — O preguiçoso trabalha, mas não termina aquilo que começa. A cura para a preguiça é ser diligente — seguir em frente até terminar.
12.28 — Adequadamente, o último provérbio deste capítulo fala outra vez em questões de vida ou morte.
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Provérbios 13
13.1 — O filho sábio ouve a instrução (Pv 10.1,17) e é melhor do que o escarnecedor — o pior tipo de insensato (Sl 1.1). Alguns tolos são ingênuos e inexperientes, mas abertos a sugestões; às vezes até os que já são insensatos há tempos repensam sua posição. O escarnecedor, porém, ri da justiça e não gosta de censuras.
13.2,3 — É destacado aqui o uso apropriado da fala, tornando-se assim um recurso valioso. Entretanto, quando a fala não é usada de forma adequada, pode gerar contendas e dissensões. Às vezes, dizer a palavra errada pode até por uma vida em risco.
13.4 — O preguiçoso é consumido por desejos insaciáveis porque nunca são realizados. A pessoa laboriosa pode conseguir seus objetivos e encontrar a satisfação.
13.5 — A pessoa que aborrece a palavra de mentira não se sente simplesmente mal com isso, mas a evita a todo custo.
13.6 — Nos provérbios, a justiça é retratada como amiga e a impiedade como inimiga (Pv 11.27). A impiedade nos fere, mas a justiça nos ampara.
13.7 — Há quem se faça rico, não tendo coisa nenhuma. Este paradoxo de a ganância levar à pobreza e a generosidade conduzir à riqueza é um tema recorrente nas Escrituras (Pv 11.24; Mt6.19-21). A questão não é quanto dinheiro se tem, mas como é usado.
13.8 — Uma pessoa muito rica pode ter de gastar essa riqueza para pagar um resgate. Porém, o pobre tem pouca probabilidade de passar um apuro pelo qual tenha de pagar um
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resgate. Boa parte dos pobres poderia querer correr este risco, mas há algum valor de proteção pessoal na pobreza.
13.9 — Para o antigo israelita, a candeia era a única fonte de luz a noite. Sem ela, a pessoa não tinha como enxergar o caminho a sua frente (Pv 20.20; 24.20).
13.10 — A palavra soberba (Pv 11.2) não se refere a autoestima ou a uma postura mental positiva, mas a arrogância e a recusa de adorar a Deus. Este tipo de orgulho é egoísta e leva a conflitos.
13.11 — Este provérbio descreve as consequências naturais a longo prazo de trapacear. As pessoas que comprometem sua honestidade para ficarem ricas simplesmente adiam a necessidade inevitável de trabalhar para ganhar o seu pão. Chega o dia em que sua trapaça é exposta, momento em que, provavelmente, os colegas honestos já obtiveram algo digno e duradouro por meio da labuta.
13.12 — A árvore de vida (Pv 11.30) simboliza o alcance de um desejo profundamente sentido. É como retornar ao jardim do Éden.
13.13 — Uma pessoa pode desprezar a instrução ou reagir com reverencia a ela, compreendendo que o Orientador maior é Deus. A correção só existe para o bem de cada um.
13.14 — Seguir a sabedoria é algo que nos conduz direto para a fonte de vida (Pv 10.11). Se pesquisarmos sobre a antiga Judá, descobriremos que em sua terra árida havia uma fonte para saciar a sede das pessoas e dos rebanhos. Era uma necessidade — uma fonte de
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vida —, assim como a sabedoria é indispensável ao ser humano. A fonte também servia como ilustração da salvação (Is 12.1-3).
13.15 — A graça de Deus e de outras pessoas — a boa reputação — é altamente desejável, porque ela assegura que você não estará só em sua vida. A graça provem do bom entendimento.Uma boa reputação era a primeira qualificação listada pelos apóstolos para os diáconos da igreja do primeiro século (At 6.3).
13.16 — Mais um provérbio em que coloca o prudente e o tolo frente a frente. Neste versículo, destaca-se que o primeiro costuma agir com entendimento, o que é adquirido no estudo da Palavra, e que o segundo vive segundo a sua insensatez.
13.17 — Naquela época, era comum contratarem mensageiros particulares quando os serviços postais do governo não estavam funcionando. Esses homens tinham de ser diligentes e fieis em seu ofício. Só que, durante a viagem, o mensageiro era surpreendido por imprevistos ou envolvia-se com coisas prejudiciais. Assim, ele se desviava de seu propósito principal e não cumpria sua missão com êxito, prejudicando quem o contratou. Por isso, este versículo faz uma retaliação ao mau mensageiro. É preciso ser um mensageiro fiel, bem-sucedido.
13.18 — Este é mais um provérbio sobre o desprezo a instrução (Pv 13.1). Fala da pobreza como consequência logica daquele comportamento inconsequente.
13.19 — Poucas coisas agradam tanto quanto a realização de um desejo. Entretanto, a insensatez dos tolos é tão profundamente enraizada que, se ele abandonar seu caminho autodestrutivo, sente-se enfermo. O termo usado para esta sensação ruim, “abominação”,
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é o mesmo usado para falar do sentimento do Senhor diante das atitudes tolas em outras passagens (Pv 11.1).
13.20 — A escolha de amigos (Pv 12.26) é extremamente importante, pois a influência destes sobre nossa vida é muito mais forte do que a maior parte das pessoas percebe.
13.21 — O mal é inimigo do pecador (v. 6), e não amigo; ele é seu perseguidor, e não companheiro.
13.22 — No livro dos Provérbios, riqueza é um tópico com muitos desdobramentos. Dentre as diversas abordagens, vemos que a riqueza pode ser um beneficio da vida reta (Pv 13.11; 10.22), mas isso não é garantido (Pv 28.6); notamos que ela não pode tornar a pessoa boa (Pv 11.4), e, no fim, importa menos do que alcançar graça aos olhos de Deus (Pv 11.28). O homem de bem sabe disso e confia no Senhor para suprir suas necessidades. Em contrapartida, o pecador tenta amealhar e conservar a riqueza, mas no fim fracassa.
13.23 — Este provérbio aborda a injustiça; observa que alguns pobres até têm bens, mas estes lhe foram tomados por falta de juízo [falta de justiça, na NVI].
13.24 — Este é o primeiro de vários provérbios sobre disciplina familiar. Quando os pais disciplinam os filhos com amor, estão copiando o exemplo da correção com amor exercida por Deus (Pv 3.11,12).
13.25 — A satisfação genuína esta ligada a retidão; o fracasso abjeto está ligado a perversidade.
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Provérbios 14
14.1 — A mulher sábia edifica a sua casa, ou seja, ela cria um ambiente pacífico para zelar por sua família.
14.2 — A expressão “teme ao Senhor” contrasta fortemente com “despreza-o”. O amor pela sinceridade coincide naturalmente com o amor e o respeito pelo mais sincero de todos, o próprio Deus. Por outro lado, o apreço pela perversidade resulta em ódio por Ele. O temor ao Senhor como princípio da sabedoria é o tema central de Provérbios (Pv 1.7).
14.3 — Este versículo alerta para o perigo da fala impulsiva e as compensações por se pensar antes de falar. As palavras do tolo tomam a forma de uma vara pronta para seus inimigos aplicarem contra ele. Este provérbio recorda que há muita gente que é a pior inimiga de si mesma.
14.4 — O fazendeiro precisa tolerar um pouco de bagunça no celeiro se quiser criar boi para ajuda-lo na colheita ou servir de fonte de alimento. Não se trata de uma desculpa para ser desleixado, mas de um incentivo para trabalhar com afinco.
14.5 — Este versículo reafirma a lei de Deus: “Não dirás falso testemunho contra seu próximo” (Ex 20.16; Dt 5.20).
14.6 — A imagem do escarnecedor retorna neste versículo (Pv 13.1) como um truque poético para demonstrar a validade da busca por sabedoria pelos prudentes.
14.7 — O tolo não é um mero incomodo; ele é um risco para a alma. A insensatez não é
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simplesmente desagradável; é um perigo para a vida. Assim, a reação prudente a insensatez enraizada é evita-la como o perigo que é. Só o tolo corteja o desastre brincando com a insensatez.
14.8 — Este provérbio põe em contraste as pessoas prudentes e as tolas. Os sábios sabem o que estão fazendo e por que. Têm motivos sábios para suas ações, baseados no conhecimento que têm de suas opções. Os tolos, por sua vez, enganam com tanta frequência que se enrolam na própria mentira. Não sabem para aonde estão indo.
14.9 — A profundidade da estultícia é vista quando o tolo zomba do pecado e de suas consequências; é a pior forma de autoengano. O sábio, por sua vez, concentra-se em agradar ao Senhor.
14.10 — Um dos provérbios mais significativos sobre os sentimentos e as reações do individuo é este: ninguém conhece as dores ou alegrias do outro. A empatia é uma ciência de aproximação, jamais exata. Ainda assim, devemos recordar as palavras do hino maravilhoso: “Ninguém sabe..., a não ser Jesus!”
14.12 — Só quando é tarde demais, a pessoa iludida descobre que esta na engarrafada estrada que leva a morte. Não está implícito que ela tenha sido enganada, mas que ela confiou demais na sua própria sabedoria, em vez de recorrer, humildemente, a Deus. Diversos provérbios apresentam sua mensagem em termos de dois caminhos — um que leva a vida, e outro que conduz a morte (Pv 16.25).
14.13 — Raramente, as emoções mais profundas são simples. Sãoinúmeras as complexidades da maravilhosa configuração da personalidade humana.
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14.14 — A pessoa que tiver o coração desleal (hb. sug leb) saciar-se-á com os produtos de suas perversões. Da mesma forma, o homem de bem se saciara com os produtos de sua sinceridade. O bem triunfara, e o mal será julgado.
14.15 — Uma característica da pessoa ingênua é a facilidade de acreditar em qualquer coisa.
A
pessoa
prudente
tem
mais
cuidado.
14.16 — A expressão “teme e desvia-se do mal”sugere temor de Deus (v. 2).
14.17 — Tanto os irritadiços [NVI] como os que tencionam o mal são tolos. Os sábios não se misturam com eles para que não tenham parte em suas loucuras.
14.18 — Os contrastes entre o ingênuo e o prudente (Pv 14.15) continuam neste versículo. A pessoa simples ou ingênua tem um legado de tolices que ela pensa que vai ajuda-la a melhorar sua vida. O prudente está como que coroado pelo seu conhecimento; ou seja, a característica que mais chama atenção nele é a sabedoria que ele compartilha.
14.19 — Dentro das antigas cidades muradas, a área do portão seria normalmente a parte mais frágil da muralha. Os engenheiros da antiga Canaã elaboraram estruturas complexas para fortificar este ponto. Controlar o portão da cidade significava controlar a cidade; ser subjugado pelo portão significava incapacidade de derrotar suas defesas. No fim das contas, os perversos se submeterão as portas do justo.
14.20 — Este é outro provérbio espirituoso (Pv 14.11; 12.27). Neste caso, fala ironicamente de como o dinheiro atrai vários amigos.
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14.21 — Jesus assinalou que o mandamento de amar os outros e não odiá-los só é menos importante que o de amar Deus (Mt 22.39). (Veja Lv 19.13,17, para a lei que adverte o não desprezo ao próximo.)
14.22 — As duas palavras de devoção mais importantes da Bíblia são beneficência e fidelidade. Juntas, elas significam fidelidade constante ou lealdade verdadeira. No Novo Testamento, o equivalente grego desta expressão é traduzido como “graça e verdade” (Jo 1.14) e é usado para se referir ao Senhor Jesus. Quem trama o mal nada conhece destas virtudes.
14.23 — Falar que vai fazer não é a mesma coisa que fazê-lo. Apenas falar leva a pobreza. Só o agir leva as vantagens tão procuradas.
14.24 — Este versículo precisa ser balanceado por outros que aconselham mais prudência. Uma coisa é certa: insensatez só gera mais insensatez, e esta proliferação se dá em alta velocidade.
14.25 — Não devemos esperar mais de uma falsa testemunha do que a falsidade (Pv 14.5), mas podemos descobrir que a verdadeira testemunha não apenas diz a verdade, como também pode salvar inocentes.
14.26, 27 — Estes versículos contem a ideia central do livro de Provérbios — o temor do Senhor (Pv 14-2). O temor de Deus proporciona tanto proteção como fonte de vida (Pv 13.14; 18.10) para as pessoas, uma imagem que relembra o jardim do Éden.
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14.28 — Não há muito a dizer de um rei sem súditos, exceto, talvez, que ele é um impostor no trono. Quanto maior o povo, maior a glória do rei.
14.29 — Trabalhar para não ter “pavio curto” não é sinal de letargia, mas de sabedoria. O tolo perde a calma sempre, confirmando sua estultícia.
14.30 — Da mesma forma pela qual um coração sadio garante a saúde do corpo todo, a inveja pode apodrecer os ossos [que representam a parte física e psicológica].
14.31 — Por vezes, as Escrituras ressaltam que a forma como você trata as pessoas é a mesma com a qual lida com Deus (Ex 22.22-24; Mt 25.31-46; 1 Jo 4.20).
14.32 — Alguns provérbios descrevem a libertação da própria morte (Pv 11.4). O ensinamento da vida após a morte não é muito disseminado no Antigo Testamento, mas também não foi completamente deixado de lado.
14.33 — Este provérbio observa que a sabedoria não é totalmente desconhecida pelos tolos, porque, de vez em quando, ela se deixa perceber de relance por eles. No entanto, o verdadeiro lar da sabedoria é junto daquele que possui um coração compreensivo. O contraste de um relance ocasional de sabedoria com o repouso permanente dela junto a pessoa que possui entendimento é gritante.
14.34 — Embora cada indivíduo seja o responsável por suas próprias ações, os efeitos destas se estendem a sua comunidade.
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14.35 — Quando o servo trabalha direito, o rei se agrada extremamente dele. No entanto, o rei também demonstra raiva e animosidade pessoal contra aquele que o envergonha.
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Provérbios 15
15.1 — Muitas vezes não e pelo que dissemos, mas como dissemos, que damos azo as reações mais variadas, de aceitação a ira. (Para conhecer as palavras gentis de Abigail a Davi quando ele estava irado, veja 1 Sm 25.12-34.)
15.2 — Vemos neste versículo outra comparação dos usos contrastantes da fala. Este provérbio coloca a língua dos sábios em contraposição a boca dos tolos. Um emprega bem o conhecimento; o outro arrota sua estultícia.
15.3 — O fato de os olhos do Senhor estarem em toda parte, observando tudo, arrepia os perpetradores do mal e conforta os súditos de Deus (Ec 12.14).
15.4 — A resposta branda do versículo 1 pode ser considerada de língua saudável, e a palavra dura do versículo 1, perversidade. A primeira é como uma árvore da vida, devolvendo-nos um pouco do Éden (Pv 3.18; 11.30; 13.12); a outra quebranta o espírito, recordando a expulsão do Jardim (G n 3.23,24).
15.5 — A pessoa verdadeiramente sábia tira proveito da correção. O termo traduzido como “prudentemente” na segunda parte deste versículo significa “ser astuto”. A astúcia pode ser maldosa, mas, aqui, tem o sentido positivo de ter jogo de cintura (Pv 1.4).
15.6 — Vemos aqui que uma casa é uma benção e a outra esta arruinada. O motivo disso é como a casa foi adquirida e como está sendo usada. A casa do justo contem grandes tesouros porque esta fundada na sabedoria e no respeito a Deus. Por outro lado, a dos
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perversos está destruída. Estes nunca terão ganho algum que os satisfaça, e perdem o que já tem por tratarem de forma desonesta.
15.7 — As pessoas revelam quem são através do que dizem. O tolo não consegue deixar de falar besteiras.
15.8,9 — Ocasionalmente, os provérbios tocam no tema da adoração (Pv 16.6). A adoração proveniente dos que não são contritos nem humildes é abominável a Deus (P v ll.2 0 ). De Gênesis 4 a Joao 4, as Escrituras comparam a adoração positiva a negativa (Is 1.11-15). Provérbio 15.9 fala de mais uma coisa abominável ao Senhor: a forma de vida escolhida pelos ímpios.
15.10 — Este provérbio promete correção molesta [severa lição, na NVI] a pessoa que deixa a vereda de Deus. Ou seja, disciplina é um meio de correção, e não de punição. Só a pessoa que aborrece a repreensão — a que teimosamente se recusa a escutar, vez apos vez — morrerá.
15.11 — Este é um provérbio do tipo “quanto mais” (Pv 11.31), que estampa a claridade com que o Senhor sonda os corações das pessoas. A palavra hebraica sheol, traduzida como “inferno”, neste versículo denota o medo do desconhecido (Pv 9.8). Quando empregada junto a palavra que significa “perdição”, sheol significa o misterioso reino da morte, uma condição negra e assustadora. Entretanto, a morte não tem mistérios para o Senhor. E se o reino misterioso dos mortos é conhecido por Ele, certamente o coração das pessoas lhe é transparente. Argumentos como este, que procedem do grande para o pequeno, aparecem em ambos os Testamentos.
15.12 — A palavra “escarnecedor” (Pv 14.6) é empregada como recurso poético ou
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comparativo em provérbios para expor com mais clareza o caráter do sábio. Se o preguiçoso é uma figura cômica em Provérbios, por outro lado o escarnecedor e um vilão. Ele se deleita em zombar das coisas de Deus (Pv 1.22) e é incapaz de aceitar disciplina (Pv 9.7), repreensão (Pv 9.8) ou censura (Pv 13.1). Ele não é capaz de achar a sabedoria (Pv 14.6) e deve ser evitado (Sl 1.1). Seu grande problema é demonstrado por sua reação a correção. Ele não aprende com ela nem procura obtê-la. O escarnecedor e insensato com convicção.
15.13 — O objetivo deste versículo é relembrar que o sentimento interior transparece no rosto da pessoa. Logo, o homem de coração alegre resplandece essa felicidade.
15.14 — A pessoa que tem coração sábio nunca está satisfeita com o que já sabe. A busca da sabedoria e do conhecimento é uma tarefa para a vida toda — nunca está terminada nesta vida. Os tolos, porém, que não sabem o tamanho de sua ignorância, continuam a ir atrás da insensatez.
15.15 — A pessoa de coração alegre de Provérbio
15.13 Retorna neste versículo — um duro contraste entre as percepções das pessoas quanto ao seu fardo na vida. Para a pessoa alegre, a vida é um eterno banquete. Para o oprimido, cada dia é uma aflição.
15.16 — Este é outro versículo que usa a expressão “melhor é... do que” (Pv 12.9). Neste caso, põe em contraste o valor real do pobre com o do rico em matéria de presença ou ausência de temor ao Senhor (Pv 14.26,27). O rico indolente pode estar tomado de inquietudes, enquanto que o pobre devoto e capaz de habitar em paz.
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15.17 — O ódio arruína até o banquete mais fino. O amor enobrece até a refeição mais simples.
15.18 — Uma pessoa iracunda pode criar problemas onde eles não existem; mas a pessoa que não tem “pavio curto” — que é longânime — apazígua brigas (v. 1).
15.19 — Comparada a estrada do justo, o caminho do preguiçoso é cheio de espinhos, sempre cercado por dores agudas. Como o caminho é extremamente difícil, o preguiçoso por vezes hesita trilhar seu caminho esperando que algum dia ele se torne mais fácil de seguir.
15.20 — Este provérbio é parecido com o quinto mandamento: Honra a teu pai e a tua mãe (Ex 20.12; Dt 5.16). “Honrar” e “ouvir” os pais é um assunto frequente nos provérbios de Salomão. O início deste versículo e o mesmo usado em Provérbio 10.1.
15.21 — O problema todo da insensatez é que ela se alimenta de si própria. Onde houver estultícia, haverá tolos deslumbrados, haverá também um homem de entendimento andando na direção oposta.
15.22 — Quanto maior a decisão, maior a necessidade de aconselhamento. Até mesmo tomadores de decisões sábios e experientes — sejam eles pessoas comuns ou governantes — precisam de conselheiros (Pv 13.10).
15.23 — As palavras têm poder para edificar ou destruir. Salomão escreveu muitos provérbios sobre as consequências da fala (Pv 15.4; 14.23). Assim como palavras tolas
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podem trazer a derrocada da pessoa (Pv 14-3), da mesma forma a palavra sábia pode alegrar todos os que a ouvirem. O apóstolo Tiago escreveu sobre o poder destrutivo das palavras (Tg 3.5,6). O autor de Hebreus também nos exortou a incentivarmos uns aos outros (Hb 10.24,25).
15.24 — A assustadora palavra “inferno” (hb. sheol, Pv 15.11) é empregada aqui como o destino do tolo, mas não do prudente e trabalhador. Enquanto que o caminho da estultícia (do tolo) tem uma inclinação pronunciada, descendo ao abismo, o caminho da vida (do prudente) conduz para cima, para a glória, e seu destino final e Deus.
15.25 — Deus fará justiça no fim dos tempos. Aos soberbos, o Senhor servirá uma dose de humildade. Mas a viúva, pessoa completamente indefesa na Antiguidade, Ele concederá proteção. Em muitos pontos, as Escrituras descrevem Deus como Protetor dos indefesos (Dt 10.18; SI 68.5; 146.9; Jr 49.11).
15.26 — Diversos provérbios tratam do que Deus abomina (v. 8,9). Maus pensamentos, por exemplo, enojam o Senhor. Não existem pensamentos ocultos a Ele. Devemos orar como Davi para que nossas palavras e a meditação de nosso coração sejam aceitáveis aos olhos de Deus (SI 19.14).
15.27 — O mal do suborno está em perverter a justiça, ser uma distorção que, com o tempo, semeia a desconfiança e a desonra entre a população.
15.28 — Uma pessoa justa (sabia) pondera como melhor responder; a pessoa impia (tola) simplesmente emitira alguma tagarelice malévola. O louco atrai mais loucura pelo comportamento que tem e e levado, por companhias também tolas, a praticar mais perversidade e loucura.
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15.29 — Deus mantem distância dos ímpios, aproximando-se deles vez por outra apenas para punir ou fazer justiça. No entanto, o Senhor tem prazer de estar perto dos justos. As preces destes são sempre bem-vindas.
15.30 — Os efeitos das boas ações e dos sentimentos positivos são apresentados ainda com mais ênfase neste versículo do que em Provérbio 15.16.
15.31,32 — A disciplina é essencial para o aprendizado. Logo, o instinto natural de autopreservação é perigoso quando chega a hora de ouvir uma censura necessária. (Para aprender sobre a relação entre disciplina e sabedoria, consulte Pv 1.7.)
15.33 — Somente o conhecimento não torna ninguém mais sábio. É preciso também o temor do Senhor. O mesmo vale para a honra, que necessita ser acompanhada da humildade.
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Provérbios 16
16.1,2 — Estes versículos comparam as limitações humanas com a soberania de Deus. O homem pode planejar, sonhar e ter esperanças, mas o resultado final vem do Senhor. Em vez de entregarmos o nosso destino à própria sorte, devemos confiar no Pai. Nosso amoroso Senhor tem controle de nossas situações aparentemente caóticas, uma questão apontada pelo versículo 2. Além de ser soberano, Deus é o Juiz dos juízes. Todas as injustiças deste mundo serão remediadas num glorioso dia.
16.3 — O termo “confia” provem de uma palavra que significa “rolar”. A ideia é rolar seus problemas na direção do Senhor. Confiar nossas decisões a Deus nos libera da preocupação com as adversidades (Pv 3.5,6).
16.4 — Este versículo fala sobre a criatividade da obra do Senhor de forma abrangente e confiante. Depois, inclui até mesmo os ímpios como tendo sido feitos para fins de julgamento de Yahweh. Assim como o Faraó foi instrumento para o Seu plano de libertação do povo de Israel e para a justificação de Sua glória, também os ímpios como um todo estão sob Sua soberania absoluta.
16.5 — Ser altivo de coração significa orgulho, no sentido pejorativo da palavra. Uma pessoa com orgulho no coração rouba o crédito do Provedor que abençoa com tanta generosidade e não agradece pela provisão recebida. E por isso que Deus o considera uma abominação, uma palavra que em todo o livro de Provérbios se refere aquilo que deixa o Senhor enojado (Pv 15.26).
16.6 — A expressão “pela misericórdia e pela verdade” também pode ser traduzida como pela devoção genuína. A expressão se purifica provavelmente se refere a uma oferta
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sacrificial, mas realizada com um coração contrito (como em Sl 40.6-8). A palavra “temor” aqui é empregada para ressaltar que o respeito ao Deus faz a pessoa afastar-se do mal (Pv 3.7).
16.7 — O deleite de Deus para com o justo não tem limites, beneficiando não só o homem que teme ao Senhor, como também os amigos deste e, em certos casos, até os inimigos. Este versículo apresenta uma esperança de paz entre Deus e os homens.
16.8,9 — O livro dos Provérbios costuma falar da riqueza como recompensa da sabedoria e da virtude (Pv 14.11), mas nem sempre. A justiça é o verdadeiro tesouro.
16.10 — Aqui começa uma seção de versículos sobre a realeza (v. 10-15). Neste caso, a palavra adivinhação não tem um sentido negativo, pois denota que o rei tomava decisões inspiradas por Deus para saber como falar e agir no seu reino. Como a nação estava nas mãos do rei, sua responsabilidade máxima era obedecer a Deus (a reparação de Israel pelo rei Josias, 2 Rs 22; 23). Ate mesmo o rei precisava submeter-se aos ditames da justiça de Deus.
16.11 — O peso e a balança justa importam para Deus porque Ele é totalmente verdadeiro. A falsidade e a desonestidade não são meras trapaças que prejudicam as pessoas; também ofendem ao Senhor.
16.12 — Um rei justo imita o exemplo do divino Yahweh. Um rei perverso não respeita nem obedece a voz do Senhor e, portanto, não possui.