CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MINAS GERAIS
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Disciplina: HIGIENE OCUPACIONAL Módulo: Ruído – Fundamentos e Controle Prof.: Nereu Nunes
Higiene Ocupacional – Ruído Fundamentos e Controle
Sumário 1
A HIGINE OCUPACIONAL ...................................................................................................................................... 4 1.1
ASPECTOS HISTÓRICOS ........................................................................................................................................ 4
1.1.1
2
EVENTOS HISTÓRICOS EM SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL .................................................................. 5
1.2
AFINAL O QUE VEM A SER HIGIENE OCUPACIONAL? ........................................................................................... 9
1.3
HIGIENISTA OCUPACIONAL ................................................................................................................................. 9
1.4
RISCOS AMBIENTAIS ............................................................................................................................................ 9
MÓDULO I – RUÍDO FUNDAMENTOS E CONTROLE ..............................................................................................11 2.1
NOÇÕES BÁSICAS DE ACÚSTICA ......................................................................................................................... 11
2.1.1
DEFINIÇÃO DE SOM, RUÍDO E SUAS CARACTERÍSTICAS ................................................................................ 11
2.1.2
INTENSIDADE E POTÊNCIA SONORA ............................................................................................................. 14
2.1.3
A ESCALA DECIBEL ......................................................................................................................................... 15
2.1.4
GRANDEZAS ACÚSTICAS ................................................................................................................................ 16
2.1.5
ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DE NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA .............................................................................. 18
2.1.6
O OUVIDO HUMANO ..................................................................................................................................... 22
2.1.6.1
AUDIBILIDADE E NÍVEL DE AUDIBILIDADE .............................................................................................................. 23
2.1.6.2
CURVAS DE PONDERAÇÃO ..................................................................................................................................... 23
2.1.7
EFEITO DO RUÍDO NOS SERES HUMANOS ..................................................................................................... 25
2.1.7.1
PERDA AUDITIVA INDUZIDA PELO RUÍDO .............................................................................................................. 26
2.1.7.2
EFEITOS SENSORIAIS .............................................................................................................................................. 26
2.1.7.3
INTERFERÊNCIA NA COMUNICAÇÃO POR FALA ..................................................................................................... 26
2.1.7.4
EFEITOS PSICOFISIOLÓGICOS ................................................................................................................................. 27
2.1.7.5
EFEITOS NA SAÚDE MENTAL .................................................................................................................................. 29
2.1.7.6
EFEITOS NO DESEMPENHO .................................................................................................................................... 29
2.2
AVALIAÇÃO OCUPACIONAL DE RUÍDO............................................................................................................... 30
2.2.1
CLASSFICAÇÃO DO RUÍDO ............................................................................................................................. 30
2.2.1.1
RUÍDO DE IMPACTO ............................................................................................................................................... 30
2.2.1.2
RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE .................................................................................................................. 30
2.2.2
LIMITE DE TOLERÂNCIA (LT) OU LIMITE DE EXPOSIÇÃO (LE) ........................................................................ 30
2.2.2.1
LIMITE DE TOLERÂNCIA MÉDIA PONDERADA (LONGO PRAZO) ............................................................................ 31
2.2.2.2
LIMITE DE TOLERÂNCIA VALOR TETO OU MÁXIMO (CURTO PRAZO) .................................................................... 31
2.2.2.3
LIMITE DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE .................................................................. 31
2.2.2.3.1
2.2.2.3.1.1
CRITÉRIO DE REFERÊNCIA (CR)................................................................................................................... 33
2.2.2.3.1.2
FATOR DE DUPLICAÇÃO DE DOSE (q) ......................................................................................................... 33
2.2.2.3.2 2.2.2.4
2.2.3
DOSE DE RUÍDO OU EFEITO COMBINADO......................................................................................................... 32
NÍVEL EQUIVALENTE DE RUÍDO (Leq) ................................................................................................................ 34 LIMITE DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO DE IMPACTO ............................................................................................... 35
EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO ...................................................................................................................... 35
2.2.3.1
MEDIDORES INTEGRADORES DE USO PESSOAL ..................................................................................................... 35
2.2.3.2
MEDIDORES DE LEITURA INSTANTÂNEA ................................................................................................................ 35
2.2.3.2.1
ANALISADORES DE FREQUÊNCIA ...................................................................................................................... 36
2.2.3.3
CALIBRADORES ACÚSTICOS ................................................................................................................................... 37
2.2.3.4
INTERFERENTES AMBIENTIAIS NO DESEMPENHO DOS EQUIPAMENTOS .............................................................. 37
2.2.3.5
AFERIÇÃO E CERTIFICADOS DOS EQUIPAMENTOS ................................................................................................. 38
2.2.4
PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO ................................................................................................................... 38
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Higiene Ocupacional – Ruído Fundamentos e Controle
2.2.4.1
RECONHECIMENTO ................................................................................................................................................ 38
2.2.4.2
DETERMINAÇÃO DO GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO (GHE) ........................................................................ 38
2.2.4.2.1 2.2.4.3
EXPOSTO DE MAIOR RISCO ............................................................................................................................... 39 MEDIÇÃO DE RUÍDO .............................................................................................................................................. 40
2.2.4.3.1 2.2.4.4
PROCEDIMENTOS GERAIS DE MEDIÇÃO ........................................................................................................... 41 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ...................................................................................................................... 42
2.2.4.4.1
NÍVEL DE AÇÃO (NA) ......................................................................................................................................... 42
2.2.4.4.2
RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMINTENTE ........................................................................................................... 43
2.2.4.4.2.1 2.2.4.4.3 2.2.4.5
2.2.5
RUÍDO DE IMPACTO .......................................................................................................................................... 44 LAUDO TÉCNICO OCUPACIONAL ............................................................................................................................ 44
MEDIDAS DE CONTROLE ............................................................................................................................... 45
2.2.5.1
CONTROLE NA FONTE ............................................................................................................................................ 45
2.2.5.2
CONTROLE NA TRAJETÓRIA ................................................................................................................................... 46
2.2.5.3
CONTROLE NO HOMEM ......................................................................................................................................... 47
2.2.5.3.1
PROTETORES AUDITIVOS OU AURICULARES ..................................................................................................... 47
2.2.5.3.1.1
PROTETORES AUDITIVOS DE INSERÇÃO MOLDÁVEIS ................................................................................ 48
2.2.5.3.1.2
PROTETORES AUDITIVOS DE INSERÇÃO PRÉ-MOLDADOS ......................................................................... 48
2.2.5.3.1.3
PROTETORES AUDITIVOS TIPO CAPA DE CANAL ........................................................................................ 49
2.2.5.3.1.4
PROTETORES AUDITIVOS TIPO CONCHA .................................................................................................... 49
2.2.5.3.2
SELEÇÃO DOS PROTETORES AUDITIVOS............................................................................................................ 50
2.2.5.3.2.1
RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE ...................................................................................................... 50
2.2.5.3.2.1.1
MÉTODO LONGO ............................................................................................................................... 50
2.2.5.3.2.1.2
MÉTODO SIMPLES .............................................................................................................................. 52
2.2.5.3.2.2 2.2.5.3.3
2.3
JORNADA DIÁRIA COM DURAÇÃO DIFERENTE DE OITO HORAS ................................................................ 43
RUÍDO DE IMPACTO ................................................................................................................................... 53
VIDA ÚTIL DOS PROTETORES AUDITIVOS .......................................................................................................... 54
BIBLIOGRAFIAS RECOMENDADAS ..................................................................................................................... 56
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Higiene Ocupacional – Ruído Fundamentos e Controle
1
A HIGINE OCUPACIONAL ASPECTOS HISTÓRICOS1
1.1
A identificação da origem da prática da higiene ocupacional é difícil, ou impossível. Como antigos cronistas de riscos ocupacionais e medidas de controle, que podem ser considerados fundadores, temos:
Agricola, em 1556, descreveu as doenças e acidentes na mineração, fundição e refino de metais, com medidas de controle, incluindo ventilação.
Plinius Secundus (Plínio, o Velho), antes ainda, no século I, escreveu que os fundidores envolviam as faces com bexigas de animais, para não inalar as poeiras fatais
Outros, que (apenas) identificaram os problemas, merecem menção, como Hipócrates (séc. IV aC), com as primeiras menções de doenças ocupacionais ( intoxicações por chumbo)
Também deve ser lembrado o trabalho de Bernardino Ramazzini(1713), um tratado completo de doenças ocupacionais.
Entretanto, o reconhecimento de um vínculo causal entre os riscos dos ambientes de trabalho e as doenças foi o passo fundamental no desenvolvimento da prática da Higiene Ocupacional. As observações médicas, de Hipócrates a Ramazzini e estendendo-se ao século XX, da relação entre trabalho e doença, são o fundamento da profissão. Mas o reconhecimento de riscos sem a intervenção e o controle, isto é, sem a prevenção da doença, não qualifica um indivíduo como um higienista ocupacional. As leis reativas ao desastre ocupacional da revolução industrial trataram de tentar disciplinar o combate aos novos perigos ocupacionais. O Factory Act de 1864 requeria o uso de ventilação diluidora para reduzir os contaminantes, e o de 1878 especificava o uso de ventiladores para exaustão. O divisor de águas para higiene e a medicina industrial veio com Factory Act britânico de 1901, que iniciou a regulamentação das ocupações perigosas. As regulamentações criaram ímpeto para a investigação dos riscos dos locais de trabalho e fiscalização de medidas de controle. Tem sido sugerido, também, que a higiene industrial não emergiu como um campo individualizado de atuação até que as avaliações quantitativas do ambiente tornaram-se disponíveis. Nos Estados Unidos, destaca-se em 1910 a Dra Alice Hamilton, como pioneira no campo da doença ocupacional, campo que era totalmente inexplorado até então. O seu trabalho individual, que compreendia não só o reconhecimento da doença, mas a avaliação e o controle dos agentes causadores, deveria ser considerada como o início da prática da higiene ocupacional nos EUA. Deve ser observados que muitos dos praticantes iniciais de higiene ocupacional eram médicos, que não estavam interessados apenas na diagnose e tratamento da doença, mas também no controle dos riscos, para prevenir casos futuros. Esses médicos trabalhavam com engenheiros e outros 1
Dados extraído do artigo Higiene Ocupacional – Aspectos Históricos da Associação Brasileira de Higiene Ocupacional ABHO (www.abho.org.br). Prof. Nereu Nunes (
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Higiene Ocupacional – Ruído Fundamentos e Controle
cientistas interessados em saúde pública e riscos ambientais. Dessa forma, iniciaram um processo incubado desde Hipócrates, visando deliberadamente modificar os ambientes de trabalho com o objetivo de prevenir doenças ocupacionais. Se entendermos a filosofia básica da profissão, a proteção da saúde e do bem estar de trabalhadores e do público através da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos oriundos do ambiente de trabalho, podemos imaginar como sua presença permeou através da História. Começou quando uma pessoa reconheceu um risco e tomou providências não só para si, mas também para os companheiros. Esta é a origem e a essência da profissão de higiene ocupacional. 1.1.1
EVENTOS HISTÓRICOS EM SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL
DATAÇÃO
CONDIÇÃO OU EVENTO
1M
Australopitecus usavam pedras como Havia cortes e lesões oculares. Os caçadores de Bisões contraíam antrax.
10 K AC
O homem neolítico iniciou a produção de alimentos e a revolução urbana na Mesopotâmia. Ao final da idade da pedra, havia a confecção de ferramentas de pedra, chifre, ossos e marfim; fabricação de cerâmicas e tecidos. Inicia-se a história das ocupações
5 K AC
Idade do bronze e do cobre. Os artesãos de metais são libertados da produção de alimentos. Há uma especialidade que surge: a metalurgia
370 AC
Hipócrates cuida da saúde de cidadãos, mas não de trabalhadores; todavia, identifica o envenenamento por chumbo de mineiros e metalúrgicos
50
Plínio, o Velho, identifica o uso de bexigas de animais para evitar a inalação de poeiras e fumos
200
Galen visita uma mina de cobre, mas suas discussões sobre saúde pública não incluem doenças de trabalhadores
Idade Média
Não existe nenhuma discussão documentada sobre doenças ocupacionais
1473
Ellenborg reconhece que os vapores de alguns metais eram perigosos e descreve os sintomas de envenenamento ocupacional por mercúrio e chumbo, com sugestões de medidas preventivas
1500
No livro De Re Metallica, Georgius Agricola descreve a mineração, fusão e refino de metais, com doenças e acidentes correntes e meios de prevenção, incluindo a necessidade de ventilação. Paracelso (1567) descreve as doenças respiratórias entre os mineiros com uma precisa descrição do envenenamento pelo mercúrio. Lembrado como o pai da toxicologia, diz: " Todas as substâncias são venenos... é a dose que os diferencia entre venenos e remédios"
1665
Em Ídria, a jornada dos mineiros de mercúrio é reduzida
1700
Bernardino Ramazzini, pai da medicina ocupacional, publica De Morbis Artificum Diatriba (Doenças dos Artífices) e descreve as doenças (com excelente precisão) e "precauções ". Introduz na anamnese médica a pergunta: "Qual é a sua ocupação?"
1775
Percival Lott descreve o câncer ocupacional entre os limpadores de chaminé na Inglaterra, identificando a fuligem e a falta de higiene como causa do câncer escrotal. O resultado foi a Lei dos Limpadores de Chaminé de 1788 Os trabalhadores de chaminés alemães não apresentavam casos de câncer escrotal. Suas roupas eram melhor ajustadas ao corpo do que os colegas ingleses, e tinham escopo de EPIs.
1830
Charles Thackrah é autor do primeiro livro sobre doenças ocupacionais na Inglaterra. Suas observações sobre doenças e prevenção ajudam na criação de legislação ocupacional. A inspeção médica e a compensação assistencial do Estado
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Higiene Ocupacional – Ruído Fundamentos e Controle
1900's
Alice Hamilton investiga várias ocupações perigosas e causa tremenda influência nas primeiras leis ocupacionais nos Estados Unidos. Em 1919 ela se torna a primeira mulher em Harvard e escreve "Explorando as Ocupações Perigosas"
1902-1911
Início de legislação compensatória federal e no estado de Washington. Em 1948 todos os estados cobriam as doenças ocupacionais. Massachussets designa inspetores de saúde.
1911
Primeira conferência nacional sobre doenças industriais nos EUA
1912
O congresso cria taxa proibitiva para o uso de fósforo branco na fabricação de fósforos
1913
Organiza-se o National Safety Council. New York e Ohio estabelecem os primeiros grupos (agências) de Higiene estaduais.
1914
O serviço nacional de saúde pública (USPHS) organiza a divisão de Higiene Industrial
1922
Harvard estabelece graduação em higiene industrial
1928-1932
O Bureau of Mines conduz pesquisa toxicológica de solventes, vapores e gases
1936
A lei Walsh-Healy exige de fornecedores do Governo medidas de higiene e segurança industrial
1938
Forma-se a ACGIH, então chamada National Conference of Governmental Industrial Hygienists
1939
Forma-se a AIHA (American Industrial Hygiene Association). A ASA (American Standards Asssociation, hoje ANSI) e a ACGIH preparam a primeira lista de "Concentrações Máximas Permissíveis"(MACs) para substâncias químicas na indústria.
1941-1945
Expandem-se os programas de higiene industrial nos estados
1941
O Bureau of Mines é autorizado a inspecionar minas
1960
o American Board of Industrial Hygiene (ABIH) é organizado pela AIHA e pela ACGIH
1966
Lei de Segurança para minas metálicas e não metálicas
1970
OSHA - Occupational Safety and Health Act - lei maior de prevenção, é promulgada
Outros pontos históricos de desenvolvimento da higiene industrial:
Um estudo de trabalhadores siderúrgicos mostrou a incidência de câncer de rim nos trabalhadores de coqueria. A denominação Coal Tar Pitch Volatiles (CTPV) foi criada envolver o risco a ser controlado. O excesso de mortalidade dos coqueiristas levou à criação de lei específica para fornos de coque.
O segundo maior estudo epidemiológico focou-se no amianto, cujos dados de doenças começaram a se acumular a partir de 1906. Em 1938 a USPHS estudou trabalhadores de tecelagens de asbestos e recomendou um limite para a indústria têxtil de 5 milhões de partículas por pé cúbico, com amostragem através de impinger. Um limite da OSHA só veio em 1971 (provisório) e 1972 (definitivo), após estudos na Inglaterra, desde 1940, sobre cânceres bronquiais em porcentagem acima da população em geral.
Hoje em dia, os esforços da Higiene Ocupacional nos EUA são guiados pela consideração dos riscos (hazards), mais do que pelas doenças. Consequentemente, a ênfase na antecipação e no reconhecimento de problemas de saúde ocupacional envolve a prática da higiene ocupacional da determinação do risco, onde o risco combina a toxicidade inerente do agente e a probabilidade de exposição.
Desenvolvimentos na Avaliação:
No início, o que havia era a avaliação qualitativa por identificação pelos sentidos (visão, olfato, gosto). A transição para uma ciência, todavia, requeria algo mais
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Higiene Ocupacional – Ruído Fundamentos e Controle
Em 1917, Harvard desenvolveu um dos primeiros métodos, que era o tubo detetor colorimétrico (dispositivo de indicação colorimétrica) para a avaliação ambiental de monóxido de carbono
Em 1922, Greenber e Smith desenvolveram o impinger. Em 1938, Littlefield e Schrenk modificaram o projeto e desenvolveram o impinger miniaturizado (midget impinger). Com uso de bombas manuais, os impingers criaram as primeiras avaliações ambientais de zona respiratória.
O filtro de membrana para a avaliação de partículas foi usado pela primeira vez em 1953, permitindo a avaliação em massa/volume, e não em contagem de partículas.
A avaliação de gases e vapores em impingers requeria uma variedade de soluções químicas adequadas, sendo também desenvolvido o uso de frita (corpo poroso capaz de micro-dividir as bolhas de ar dentro do meio reagente).
Em 1970 houve uma revolução na avaliação, com o desenvolvimento, pelo NIOSH, do tubo de carvão ativo. Também foi dado suporte financeiro para o desenvolvimento da bomba de amostragem pessoal a baterias.
Em 1973 Palme desenvolveu um monitor passivo para dióxido de nitrogênio.
Começou e desenvolveu-se em paralelo à amostragem, a aplicação de química analítica à saúde ocupacional. Nos anos 30, artigos descreviam o uso de cromatografia gasosa para vapores orgânicos.
Hoje, os higienistas usam absorção atômica, plasma, cromatografia líquida e outros métodos sofisticados e sua instrumentação.
Em 1929, vários higienistas do USPHS recomendaram valores máximos para poeira de quartzo, baseados em estudos na indústria de granito de Vermont
Em 1939, a primeira lista de valores permissíveis (MACs) é divulgada pela ACGIH e ASA(ANSI). Essa lista é publicada em obras médicas e tem 140 substâncias, possuindo também as razões dos valores adotados.
Em 1947, a ACGIH inicia a publicação das listas. Em 1948, a denominação passa a ser a atual, TLVs.
O controle dos riscos necessita da abordagem tecnológica, ou seja, medidas de engenharia complementadas por outras administrativas e pessoais.
O conceito de controle na fonte, no ambiente (trajetória) e no trabalhador foi introduzido pela primeira vez, de forma abrangente, por Ulrich Ellenborg , em 1473.
A história da ventilação industrial e da proteção respiratória é de particular interesse para os higienistas.
Agricola, em 1561, enfatizou a necessidade de ventilação das minas incluindo ilustrações de dispositivos para forçar o ar terra abaixo
O primeiro projeto de ventilação registrado foi o de D'Arcet no início dos 1800. Havia um captor em uma fornalha, ligado a uma chaminé alta que tinha uma forte tiragem (vazão por diferença natural de densidade).
A lei inglesa das fábricas de 1864 exigia ventilação "suficiente", mas só em 1867 os inspetores tiveram poder de exigir ventiladores e outros meios mecânicos.
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Em 1951 a ACGIH publica a primeira edição do "Industrial Ventilation", a bíblia da ventilação industrial de controle para a higiene ocupacional. Sua importância nunca poderá ser devidamente enfatizada.
Quanto à proteção respiratória, nota-se desde Leonardo da Vinci (1452-1519), com a recomendação de tecidos umedecidos contra os agentes químicos de guerra. Ele também criou o snorkel, com o elemento flutuante de bloqueio!
Nos 1800, a compreensão das separações entre partículas e gases permitiu avanços. Em 1814 desenvolveu-se o precursor do filtro de partículas dentro de um invólucro rígido. A propriedade de adsorção de vapores do carvão ativo foi descoberta em 1854 e quase imediatamente utilizada em respiradores.
O maior avanço nos respiradores foi, claro, conseguido na área bélica, devido aos agentes químicos da 1a. guerra. A pesquisa de máscaras militares foi intensa, não só de gases como de poeiras tóxicas usados nos campos de batalha.
Dentro do controle legal, em 1936, o USPHS recomendava que "todo grande estado industrial" deveria ter pelo menos um higienista industrial coordenador, com um salário de 6.000 dólares. As qualificações mínimas desse especialista deveriam ser: graduação em engenharia química, dois anos de trabalho em higiene industrial, 3 anos de experiência, e, além de um conhecimento bem abrangente técnico e científico, "a habilidade de estabelecer contatos com os executivos da fábricas, conseguir sua cooperação, além dos mestres e supervisores; tato; iniciativa; bom julgamento e bom endereçamento de questões técnicoadministrativas"
Outros aspectos:
A segunda guerra mundial proveu significante ímpeto para os programas de higiene (pois era necessário manter a capacidade produtiva da indústria, que era dirigida às armas, e operada por grande porcentagem de mulheres). Em 1946, havia 52 programas operando em 41 estados.
Em 1970, com a passagem do Occupational Health and Safety Act (OSHA), como marco legal, foi também criada a OSHA, onde o A final é Administration, dentro do Departamento do Trabalho, e o NIOSH, dentro do Departamento de Saúde e Serviços Públicos. Para a OSHA foi a responsabilidade de criar padrões, e o NIOSH o de realizar pesquisas e recomendar padrões à OSHA.
Os primeiros padrões adotados pela OSHA foram os Walsh-Healey existentes, que incluiam os TLVs da ACGIH de 1968, menos as 21 substâncias para as quais a ANSI já tinha padrões. Estes limites são conhecidos por PELs (permissible exposure limit).
Deve-se observar que a OSHA andou perdendo batalhas na Corte Suprema, por não ser aceito seu arrazoado para a redução de certos limites em termos de custo-benefício e redução de risco. Isto ocorreu com o benzeno em 1978 ao passar de 10 para 1 ppm.
Os riscos aceitáveis pela Corte, para morte ao nível de um certo PEL, é a sua redução até que produza um risco de 1 para 1000 durante a vida laboral, para substâncias químicas, sendo este o nível - objetivo atual.(uma discussão detalhada deste aspecto existe no documento original citado).
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Formação, Educação e Associações:
Embora o primeiro curso de higiene industrial tenha sido lecionado no MIT, a Harvard University é reconhecida como tendo desenvolvido, em 1922, o primeiro programa educacional e de pesquisa para uma graduação avançada em higiene industrial
Em 1977, o NIOSH institui o programa NIOSH Educational Research Centers, para educação interdisciplinar. Hoje há 15 centros. Uma lista completa de instituições, com ou sem apoio do NIOSH, pode ser conseguida com a AIHA
ACGIH - fundada em 1938, com 76 higienistas de 24 estados. Em 1996 possuia 5400 membros.
A AIHA foi formada em 1939. Havia 160 membros em 1940, e mais de 13.000 em 1996. Possui 93 seções locais nos EUA e em 3 outros países. A revista (AIHAJournal) apareceu em 1946.
IOHA - International Occupational Hygiene Association, é uma associação de associações, da qual faz parte a ABHO (Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais).
Reflexos atuais: em 1986, 15% dos membros da AIHA eram consultores; 30% em 1996. A sociedade americana está evoluindo para uma sociedade de serviços. Embora os riscos não sejam necessariamente menores, a conscientização para a necessidade de higiene industrial é nessa área bem menor.
1.2 AFINAL O QUE VEM A SER HIGIENE OCUPACIONAL? Também conhecida como higiene do trabalho ou higiene industrial é a ciência e a arte que se dedica ao reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais, oriundo do ambiente de trabalho, que podem ocasionar alteração na saúde, conforto ou eficiência do colaborador, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. 1.3 HIGIENISTA OCUPACIONAL Profissional, de determinada área do conhecimento, que se dedica ao reconhecimento, avaliação ou controle dos riscos ambientais oriundos do ambiente de trabalho e que podem influir sobre a saúde dos trabalhadores. 1.4 RISCOS AMBIENTAIS Segundo a Norma Regulamentador de nº 09 (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PPRA) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. São considerados agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como:
Ruído;
Vibrações;
pressões anormais;
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Higiene Ocupacional – Ruído Fundamentos e Controle
temperaturas extremas;
radiações ionizantes,
radiações ionizantes,
infra-som e o ultra-som.
Já os agentes químicos são as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de:
Poeiras;
Fumos;
Névoas;
Neblinas;
gases ou vapores;
Ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão. E por ultimo consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros.
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MÓDULO I – RUÍDO FUNDAMENTOS E CONTROLE
2.1
NOÇÕES BÁSICAS DE ACÚSTICA
2.1.1
DEFINIÇÃO DE SOM, RUÍDO E SUAS CARACTERÍSTICAS
O som é um fenômeno ondulatório que transportam energia ao longo da direção de propagação da onda, não ocorrendo o transporte de massa. Quando se tem a sensação de um som considerado desagradável ou indesejável, ele será denominado de ruído. O incômodo causado pelo ruído dependerá de suas características tais como freqüência, amplitude, duração e, também de como a pessoa reage a ela. As perturbações na superfície de uma piscina ou em uma corda, a luz e inúmeros outros fenômenos podem ser ditos de natureza ondulatória. As ondas podem ser classificadas como:
Ondas mecânicas: são aquelas que necessitam de um meio material deformável (meio elástico) para se propagarem. Como exemplo temos o som, ondas em cordas e em superfícies líquidas.
Ondas eletromagnéticas: São aquelas que não necessitam de um meio material para se propagarem, podendo existir no vácuo. A luz e as ondas rádio são exemplos deste tipo de onda.
A figura 1 representa uma corda fixa em uma extremidade sendo excitada por movimentos verticais alternados no ponto O. A onda se propaga na direção X com velocidade C. A coordenada Y do ponto P fornece a amplitude da onda. Cada ponto da região excitada da corda oscila na direção de Y. Note que não há transporte de massa na direção de propagação da onda. Ondas deste tipo, em que os deslocamentos das partículas se dão perpendicularmente à direção de propagação da onda, são ditas ondas transversais.
Todo fenômeno ondulatório apresenta um ou mais parâmetros físicos que variam periodicamente no tempo. No caso da corda, tal parâmetro é o deslocamento de cada ponto da corda na direção Y. Em uma onda luminosa, tanto o campo elétrico quando o magnético oscilam periodicamente. Já em uma onda sonora, os deslocamentos das partículas de ar é que variam periodicamente, levando a oscilações de pressão.
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Higiene Ocupacional – Ruído Fundamentos e Controle
Contrariamente à propagação de ondas em cordas, os deslocamentos das partículas nas ondas sonoras não se dão perpendicularmente à direção de propagação da onda, mas sim na mesma direção dela, como representado na figura 2. Portanto, o som não é uma onda transversal, e sim uma onda longitudinal.
De um modo prático, diz-se que o som é o resultado de flutuações de pressão em meio elástico. Uma série de compressões e rarefações do meio faz com que a energia acústica seja transportada, não havendo, portanto, nenhuma transferência de massa. As partículas do meio se movimentam ciclicamente no sentido e direção de propagação da onda acústica. O percurso completo percorrido pela partícula no movimento é conhecido por ciclo e o tempo gasto por ela para percorrer o ciclo é o período. O número de ciclos realizados por segundo será a freqüência. Nem todos os sons podem ser percebidos pelo ouvido humano, para que isso ocorra é preciso que o som tenha certas amplitudes e freqüências. O som constituído de apenas uma freqüência é denominado tom puro. As músicas são compostas de diversos tons com diferentes freqüências e pressões. A figura 3 mostra a variação na pressão causada por um diapasão, o qual produz quase um tom puro.
A variação na pressão causada pela fala, música ou ruído não será simples como a de um tom puro, pois esses sons são compostos de várias freqüências assim como a luz branca é composta de diversas cores. Quando a luz branca passa por um prisma, pode-se visualizar diversas cores, o mesmo acontece com o som quando ele passa por um analisador de espectro, o qual revela as freqüências que compõem aquele som. Os sons compostos apresentam aspectos semelhantes ao representado na figura 4.
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As ondas acústicas se caracterizam pelo seu comprimento de onda, sua freqüência e sua velocidade de propagação no meio, cujas unidades no S.I. são, respectivamente, m (metros), Hz (hertz = vibração por segundo) e m/s (metros por segundo). Para que o ouvido humano possa perceber um som é preciso que ele tenha uma freqüência que esteja entre 20 e 20000 Hz. A amplitude que será percebida dependerá da faixa de freqüência do som emitido. Sons de baixas freqüências são identificados como graves e sons de altas freqüências como agudos. A figura 5 mostra os intervalos de freqüências e comprimentos de onda correspondentes à faixa auditiva de pessoas jovens e idosas, à fala, à tessitura de um piano, a um som estéreo de alta fidelidade e a testes acústicos em laboratório.
O limiar de audição para o ser humano corresponde a um sobre um milhão da pressão atmosférica ou a uma pressão sonora de 2 x 10-5 N/m2. Do mesmo modo, existe um valor máximo no qual o ser humano começa a sentir dor no ouvido, denominado limiar da dor. Esse valor corresponde a uma pressão sonora de 200 N/m2. A figura 6 ilustra os limiares para cada freqüência audível.
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Para análise, medição ou especificação do som, as freqüências sonoras são divididas em faixas chamadas de banda de oitava. As bandas de oitava são identificadas pelos seus valores centrais. A largura das bandas de oitava são 31.5, 63, 125, 250, 500, 1000, 2000, 4000, 8000 e 16000 Hz. Quando se deseja realizar uma análise mais detalhada pode-se dividir as bandas de oitava em 1/3 de banda de oitava ou 1/10. 2.1.2
INTENSIDADE E POTÊNCIA SONORA
Conforme já foi mencionado, a onda acústica transporta energia. A taxa com que esta energia passa através de uma área unitária de normal paralela à direção de propagação da onda é definida como sendo a intensidade sonora ( I ), cuja unidade no S.I. é W/m2. Relacionada à intensidade sonora, há uma propriedade denominada potência sonora ou acústica. Contrariamente ao nível de pressão sonora, que sofre influência do meio onde se encontra devido à introdução de absorção e reflexão, a potência sonora não depende do meio, sendo uma característica exclusiva da fonte. A potência acústica de uma fonte sonora, apesar de possuir a mesma unidade no S.I. da potência elétrica (Watt), tem efeito bem diferente para um mesmo valor numérico. Por exemplo, uma lâmpada elétrica com potência de 10 W terá luminosidade insignificante (em geral, as lâmpadas domésticas têm pelo menos 40 W de potência), já uma fonte sonora de instrumentos musicais varia desde 0,05 W para um clarinete até 25 W para baterias. As ondas sonoras que se propagam a partir de uma fonte pontual sem obstrução, condições chamadas de campo livre, são esféricas, o que significa que a energia acústica é distribuída uniformemente em todas as direções. Para que uma fonte seja considerada pontual é necessário que suas dimensões sejam bem inferiores à sua distância até o receptor. A intensidade do som em um ponto a um distância qualquer de uma fonte pontual em condições de campo livre será: 𝐼=
𝑊 4𝜋𝑑2
(1)
Onde W é a potência sonora, d é a distância entre o ponto considerado e a fonte sonora e 4𝜋𝑑2 o valor da área da esfera envolvendo a fonte.
Considerando os dois pontos, posição 1 e 2 da figura 7, e trabalhando a equação 1 encontra-se a equação 2 denominada como a lei do inverso do quadrado da distância.
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𝐼1 𝑑2 = 𝐼2 𝑑1
2
(2)
A equação 2 mostra que a razão entre o valor da intensidade sonora I1 em um ponto de distância d1 de uma fonte pontual, e o valor da intensidade sonora I2 em um ponto distante d2 desta mesma fonte é igual ao quadrado do inverso das distâncias dos pontos d1 e d2 à fonte. Outro tipo de fonte sonora bastante encontrada é a fonte em linha. Esta se caracteriza por apresentar uma dimensão muito maior que as outras dimensões da fonte. As longas tubulações onde ocorrem escoamentos turbulentos, rodovias ou estradas muito movimentadas. As ondas sonoras que se propagam em condições de campo livre, a partir de uma fonte em linha sem obstruções, assumem formas cilíndricas com eixo coincidente com a linha da fonte, conforme mostra a figura 8, onde AB representa a fonte sonora.
A relação entre potência sonora e intensidade sonora para fontes em linha, considerando condições de propagação de campo livre, pode ser expressa como: 𝐼=
𝑊 2𝜋𝑑𝐿
(3)
Onde L é comprimento da fonte e d a distância entre o receptor e a fonte (raio do cilindro). Semelhante a fonte pontual quando considerando dois pontos, posição 1 e 2 da figura 8, e trabalhando a equação 3 encontra-se a equação 4. 𝐼1 𝑑2 = (4) 𝐼2 𝑑1 Portanto, para fonte em linha com condições de propagação de campo livre, a intensidade sonora é inversamente proporcional à distância do receptor à fonte. 2.1.3
A ESCALA DECIBEL
Conforme já discutido, o limiar de audição e da dor para o ser humano corresponde respectivamente a pressões sonoras de 2 x 10-5 N/m2 e de 200 N/m2. Diante destes dados é possível perceber que existem infinitos valores entre os dois limiares caracterizando a alta sensibilidade do sistema auditivo humano a pequenas variações de pressão.
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Quando se deseja trabalhar com uma faixa de valores muito abrangente, a escala linear não se mostra muito adequada. Nesse caso é aconselhável o uso de uma escala logarítmica. Dois neurologistas (Webber e Fechener), trabalhando independentemente, no fim do século XIX descobriram que a magnitude da sensação auditiva cresce com o logaritmo do estímulo conforme equação 5. 𝑆 = 𝐿𝑂𝐺10 (𝐸) (5) Sendo assim para estímulos de 10, 100 e 1000, tem-se sensações auditivas de 1, 2 e 3 respectivamente. Observa-se que enquanto na escala linear ocorreu uma variação de 1000 vezes, na logarítmica a variação foi de apenas 3. Como visto uma boa divisão da escala pode ser o LOG10. Em homenagem ao cientista Alexander Graham Bell esta divisão recebeu o nome de Bel. Porém, como o Bel ainda não é uma divisão apropriada da escala, normalmente usa-se o decibel (dB) que é um décimo do Bel. Convencionouse, assim, que o limiar de audição, 2 x 10-5 N/m2, como sendo o zero decibel (0 dB) e o limiar da dor, 200 N/m2, como sendo 140 dB. Em acústica, certos parâmetros utilizam a escala decibel por dois motivos:
Os valores em acústica tem grandes variações;
A escala decibel relaciona adequadamente à audibilidade humana, pois a menor variação que o ouvido percebe é 1 dB.
2.1.4
GRANDEZAS ACÚSTICAS
Entre todas as grandezas acústicas o Nível de Intensidade Sonora (NIS), o Nível de Pressão Sonora (NPS) e o Nível de Potência Sonora (NWS) destacam-se quanto o assunto é ruído ocupacional. O NIS é expresso em decibel (dB) e corresponde a intensidade sonora em um ponto específico e à quantidade média de energia sonora transmitida através de uma unidade de área perpendicular à direção de propagação do som. O NIS é dado por: 𝑁𝐼𝑆 = 10𝐿𝑂𝐺10
𝐼 𝑑𝐵 (6) 𝐼0
Onde:
I é a intensidade acústica em W/m2.
I0 Intensidade de referência (10-12 W/m2) – Corresponde, aproximadamente, a intensidade de um tom de 1000 Hz que é levemente audível pelo ouvido humano (limiar da audição).
A fim de se obter um NIS igual a 1dB, a relação I/I0 da equação 6, deve ser igual a 100,1 o que corresponde a uma variação de intensidade de 1,26 vezes. Sendo assim quando se deseja dobrar ou dividir por dois a intensidade é necessário que exista uma variação de 3 dB. Exemplificando a aplicação do NIS imaginemos um carro, segundo ilustração da figura 9, que tem uma buzina que a 10 m, posição 1, de distância provoca um nível de intensidade sonora de 90 dB.
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Pergunta-se qual é a intensidade sonora (I) na posição 1 e qual o nível de intensidade sonora na posição 2.
A intensidade sonora na posição 1 pode ser calculada pela equação 6, ou seja: 𝑁𝐼𝑆 = 10𝐿𝑂𝐺10 90 = 10𝐿𝑂𝐺10 109 =
𝐼 𝐼0
𝐼 10−12
𝐼 10−12
𝑰 = 𝟏𝟎−𝟑 𝑾/𝒎𝟐 A fim de se determinar o NIS na posição 2 indicada na figura 9, deve-se, a princípio, calcular a intensidade sonora neste ponto através da equação 2: 𝐼1 𝑑2 = 𝐼2 𝑑1
2
10−3 80 = 𝐼2 10
2
𝑰𝟐 = 𝟏, 𝟓𝟔 𝒙 𝟏𝟎−𝟓 𝑾/𝒎𝟐 Então, o valor de NIS será dado pela equação 6: 𝑁𝐼𝑆 = 10𝐿𝑂𝐺10
1,56 𝑥 10−5 = 𝟕𝟐 𝒅𝑩 10−12
Conclui-se que quando uma pessoa se move da posição 1, distante 10 m da fonte sonora, até a posição 2, distante 80 m da fonte sonora, o nível de intensidade sonora (NIS) será reduzido em 18 dB. Note que entre 10 m e 80 m, a distância dobra 3 vezes (10m, 20m, 40m, 80m) e se a variação total no NIS foi de 18 dB então houve uma variação de 6 dB a cada vez que se dobrou a distância, conforme figura 10.
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O nível de pressão sonora (NPS) determina a intensidade do som e representa a relação logarítmica entre a variação de pressão (P) provocada pelas ondas sonoras de uma determinada fonte (vibração) e da pressão sonora do limiar de audibilidade (P0). O NPS é determinado pela equação 7. 𝑁𝑃𝑆 = 10𝐿𝑂𝐺10
𝑃 𝑃0
2
𝑑𝐵 (7)
Onde:
P é a raiz média quadrática (RMS) das variações de pressão.
P0 é a pressão de referência do limiar de audibilidade na freqüência de 1000 Hz (2 x 10-5 W/m2).
Quando se trabalhar com o NPS, deve-se observar que, como a pressão está ao quadrado, ao se multiplicar ou dividir por dois a pressão sonora, o NPS sofrerá uma variação de 6 dB. Já o nível de potência sonora (NWS) é definido pela equação 8: 𝑁𝑊𝑆 = 10𝐿𝑂𝐺10
𝑊 𝑑𝐵 (8) 𝑊0
Onde:
W é a potência sonora da fonte.
W0 é a potência sonora de referência análoga a intensidade I0 da equação 6.
O NIS e o NWS são utilizados em acústica para especificar o ruído de equipamentos, cálculos de isolamento e estimativa de ruído que uma fonte produz. Já o NPS é mais utilizado pelos fabricantes de equipamentos de medição sonora utilizados na avaliação de campo em higiene ocupacional. 2.1.5
ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DE NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA
Ao se trabalhar com a escala decibel, deve-se notar que não se pode simplesmente somar dois níveis diretamente, ou seja, a operação com decibéis não é linear e sim logarítmica (ex. 100 dB + 70 dB + 90 dB ≠ 260 dB). Sendo assim trabalhando a equação 7 obtêm-se a seguinte equação:
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Higiene Ocupacional – Ruído Fundamentos e Controle 𝑛
100,1 𝑁𝑃𝑆𝑛 𝑑𝐵 (9)
𝑁𝑃𝑆𝑇 = 10𝐿𝑂𝐺10 1
Onde n corresponde a quantidade de NPS a serem somados. O exemplo anterior (100 dB + 70 dB + 90 dB) seria resolvido da seguinte forma pela equação 9: 𝑛
100,1 𝑁𝑃𝑆𝑛
𝑁𝑃𝑆𝑇 = 10𝐿𝑂𝐺10 1
𝑁𝑃𝑆𝑇 = 10𝐿𝑂𝐺10 10
0,1 𝑥 100
+ 10
0,1 𝑥 70
+ 10
0,1 𝑥 90
𝑁𝑃𝑆𝑇 = 10𝐿𝑂𝐺10 10
0,1 𝑥 100
+ 10
0,1 𝑥 70
+ 10
0,1 𝑥 90
𝑁𝑃𝑆𝑇 = 10𝐿𝑂𝐺10 10
0,1 𝑥 100
+ 10
0,1 𝑥 70
+ 10
0,1 𝑥 90
𝑁𝑃𝑆𝑇 = 100,42 𝑑𝐵 Para simplificar os cálculos do NPST, pode-se utilizar o gráfico representado na figura 11 que relaciona o valor a ser somando ao maior NPS (LPA) e a diferença entre os dois NPS a serem somados. Portanto quando se deseja determinar o NPST produzido por duas fontes em certo ponto, pode-se medir os NPS emitidos pelas duas fontes separadamente, e determinar a diferença entre eles.
Onde LPA corresponde ao valor a ser somado ao maior NPS. A tabela a seguir contém os valores correspondentes a curva do gráfico da figura 11. Diferença entre os NPS (LP1 – LP2)
Valor a ser adicionado ao maior NPS (LPA)
0,0
3,0
0,2
2,9
0,4
2,8
0,6
2,7
0,8
2,6
1,0
2,5
1,5
2,3
2,0
2,1
2,5
2,0
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3,0
1,8
3,5
1,6
4,0
1,5
4,5
1,3
5,0
1,2
5,5
1,1
6,0
1,0
6,5
0,9
7,0
0,8
7,5
0,7
8,0
0,6
9,0
0,5
10,0
0,4
11,0
0,3
13,0
0,2
15,0
0,1
Maior que 15,0
0,0
Tabela 1 – Adição de níveis de pressão sonora a partir da diferença entre eles
Para se calcular o NPST pela regra prática do gráfico ou tabela acima deve-se seguir os seguintes passos:
Escolher dois dos NPS a serem somados e calcular a diferença entre eles.
De posse do resultado da diferença consultar a tabela acima e encontrar na primeira coluna a linha correspondente para a diferença calculada e verificar qual o valor a ser somando ao maior NPS na segunda coluna.
Adicionar ao maior NPS escolhido no primeiro passo o valor encontrado na tabela.
Repetir estes passo até que reste somente um valor, ou seja, o nível de pressão sonora total (NPST).
Considerando o exemplo (100 dB + 70 dB + 90 dB) utilizado para demonstrar a equação 9, o mesmo seria resolvido da seguinte forma pela regra prática:
Escolher dois dos NPS a serem somados e calcular a diferença entre eles. o 100 – 70 = 30.
De posse do resultado da diferença consultar a tabela acima e encontrar na primeira coluna a linha correspondente para a diferença calculada e verificar qual o valor a ser somando ao maior NPS na segunda coluna. o Maior do que 15 = Somar 0 (zero) ao maior.
Adicionar ao maior NPS escolhido no primeiro passo o valor encontrado na tabela. o
100 + 0 = 100
Repetir estes passo até que reste somente um valor o Restaram o resultado anterior 100 dB e o 90 dB (terceiro NPS). o Passo 1: 100 – 90 = 10 o Passo 2: Somar 0,4 ao maior NPS
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o
Passo 3: 100 + 0,4 – 100,4 dB.
Portanto o NPST é igual a 100,4 dB, ou seja, aproximadamente o mesmo resultado encontrado pela equação 9. Os NPS podem ser somados em qualquer ordem e o resultado poderá diferir por 1 dB, que não é um valor significante. Semelhante a adição de níveis de pressão sonora a subtração também não pode ser realizada de forma direta, pois a operação com decibéis não é linear e sim logarítmica. Sendo assim a tabela 1 poderá ser utilizada para realizar a diferença entre dois níveis de pressão sonora. Entretanto deve-se considerar uma grandeza até aqui não mencionada que é o ruído de fundo, isto é, o ruído ambiental gerados por outras fontes que não o objeto de estudo. Para que o ruído de fundo não chegue a mascarar o ruído da fonte de interesse, o nível de pressão sonora proveniente da fonte que está sendo analisada deve ser de no mínimo 3 dB acima do ruído de fundo. Por outro lado, se o NPS da fonte estiver maior que 3 dB acima do ruído de fundo, o nível de pressão sonora atribuída a fonte em estudo deve ser corrigido subtraindo-se a interferência do ruído de fundo. Portanto, para se ter o valor correto do nível de pressão sonora proveniente da fonte analisada deve-se: 1. Medir o nível de pressão total (NPST) em condições normais de operação. 2. Desligar a fonte a ser estudada a medir o ruído de fundo. 3. Obter a diferença entre o NPST e o nível de pressão do ruído de fundo (NPSRF). Se (NPST – NPSRF) < 3 dB, o ruído de fundo é superior ao da fonte, e não se pode ter uma medida confiável do ruído da fonte em questão. Se 3 dB < (NPST – NPSRF) < 10 dB, será necessária uma correção utilizando-se as equação 10 e 11 ou o gráfico da figura 12. Se (NPST – NPSRF) > 10 dB, a contribuição do ruído de fundo é menor que 0,5 dB, sendo desnecessárias quaisquer correções (utilizar tabela 1). 𝑁𝑃𝑆𝐹𝑜𝑛𝑡𝑒 = 𝑁𝑃𝑆𝑇 − ∆𝐿𝑃𝑆 𝑑𝐵 (10) ∆𝐿𝑃𝑆 = −10𝐿𝑂𝐺10 1 − 10
−
𝑁𝑃𝑆 𝑇 −𝑁𝑃𝑆 𝑅𝐹 10
(11)
Onde LPS corresponde ao valor a ser subtraído do NPST. Prof. Nereu Nunes (
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2.1.6
O OUVIDO HUMANO
Para que possamos perceber os sons ao nosso redor é necessário que tenhamos um sensor. Esse sensor é o ouvido e pode-se dizer que ele é um sensor bastante complexo. Para tentar modelar tal complexidade, já foram criados diversos circuitos eletrônicos com sensibilidade variável, pois o ouvido humano apresenta diferentes resposta para as diversas freqüências. As estruturas responsáveis pela audição humana são o ouvido externo, o ouvido médio e a cóclea. Os canais semicirculares, o sáculo e o utrículo são responsáveis pelo equilíbrio. O ouvido externo é o canal que se abre para o meio exterior na orelha, que é uma projeção da pele, de tecido cartilaginoso. O ouvido médio, separado do ouvido externo pelo tímpano, é um canal estreito preenchido com ar. Em seu interior existem três pequenos ossos (martelo, bigorna e estribo), alinhados do tímpano ao ouvido interno.
O ouvido médio possui uma comunicação com a garganta através de um canal flexível (a trompa de Eustáquio), que equilibra as pressões do ouvido e do meio externo. A cóclea é a parte do ouvido interno responsável pela audição. È um longo tubo cônico e espiralado como a concha de um caracol. No interior da cóclea há uma estrutura complexa (órgão de Corti), responsável pela captação dos estímulos produzidos pelas ondas sonoras, localizada na parede externa da cóclea (membrana basilar). Para ouvir os sons, a orelha capta os sinais sonoros e os direciona para o canal auditivo, que faz vibrar e transmite a vibração da massa de ar para o tímpano. A vibração da membrana timpânica move o osso martelo, que faz vibrar o osso bigorna que, por sua vez, faz vibrar o osso estribo, onde sua base se conecta a uma região da membrana da cóclea (a janela oval) que faz vibrar, comunicando a vibração ao líquido coclear. O movimento deste líquido faz vibrar a membrana basilar e as células sensoriais. Os pêlos dessas células, ao encostar na membrana tectórica, geram impulsos nervosos que são transmitidos pelo nervo auditivo ao centro de audição do córtex cerebral.
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2.1.6.1 AUDIBILIDADE E NÍVEL DE AUDIBILIDADE Pode-se definir audibilidade humana como sendo a magnitude do som que é sentida ou percebida pelo ouvido. Isso é diferente da magnitude física do som que é dada pela sua intensidade. A audibilidade depende da intensidade, freqüência e duração da onda. Além da audibilidade, define-se também o nível de audibilidade, cuja unidade é o fone. A partir desses conceitos é possível traçar um gráfico do nível de pressão sonora em função da freqüência com varias curvas com valores do nível de audibilidade. Porém, cada curva terá um único valor para o nível de audibilidade, expresso em fones, que será numericamente igual ao nível de pressão sonora a uma freqüência de 1000 Hz, sendo toda a curva traçada a partir desse valor. Assim, com base na freqüência padrão de 1000 Hz, foi medida a resposta subjetiva produzidas por determinado NPS em cada freqüência e, com base nesses dados, foram traçadas as curvas de igual nível de audibilidade, conforme recomendação da ISO 226.
Para melhor entender as curvas audíveis, podemos observar no gráfico da figura 14, que o ouvido humano é menos sensível a baixas frequências, até a frequência de aproximadamente 300 Hz, tornando-se mais sensível após essa frequência até 5000 Hz, tornando-se novamente pouco sensível. Isto pode ser verificado facilmente quando se fixa, por exemplo, a curva de 80 fons. Para se ter sensação sonora de 80 fons, necessitamos de um NPS de 110 dB em uma freqüência de 0,02 KHz, de 75 dB a 0,5 KHz e de 68 dB a 5 KHz, o que comprova que a baixas freqüências necessitamos de maior estímulo para a mesma sensação sonora. 2.1.6.2 CURVAS DE PONDERAÇÃO Como foi mencionado anteriormente, o ouvido humano e a audibilidade percebida por ele são muito complexos e, portanto difíceis de serem traduzidos em números. Portanto, torna-se difícil fabricar um aparelho (medidores de ruído) simples que seja adequado para tal finalidade. Uma alternativa para contornar em parte esse problema é a utilização de alguns circuitos eletrônicos chamados de circuitos de compensação que podem ser A, B, C ou D. Os três primeiros são usados Prof. Nereu Nunes (
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pra simular o aparelho auditivo humano em condições de baixos, médios e altos níveis de audibilidade. A escala D é, em geral, usada para medir ruído emitido por aviões. Na tabela 2, estão mostrados os níveis de compensação usados para as curvas A, B e C. Para a curva A não haverá nenhuma correção para níveis de pressão sonora com freqüência de 1000 Hz, ou seja, um NPS de 80 dB(A) será percebido integralmente pelo ouvido humano se estiver a 1000 Hz, porém se a freqüência for de 100 Hz haverá uma correção de -19,1 dB e o ouvido perceberá um nível de pressão sonora igual a 60,9 dB(A). As curvas de ponderação também podem ser apresentadas em forma gráfica, como na figura 15. Freqüência (Hz)
Curva A dB(A)
Curva B dB(B)
Curva C dB(C)
10
-70,4
-38,2
-14,3
12,5
-63,4
-33,2
-25,6
16
-56,7
-28,5
-8,5
20
-50,5
-24,2
-6,2
25
-44,7
-20,4
-4,4
31,5
-39,4
-17,1
-3,0
40
-34,6
-14,2
-2,0
50
-30,2
-11,6
-1,3
63
-26,2
-9,3
-0,8
80
-22,5
-7,4
-0,5
100
-19,1
-5,6
-0,3
125
-16,1
-4,2
-0,2
160
-13,4
-3,0
-0,1
200
-10,9
-2,0
0
250
-8,9
-1,3
0
315
-6,6
-0,8
0
400
-4,8
-0,5
0
500
-3,2
-0,3
0
630
-1,9
-0,1
0
800
-0,8
0
0
1000
0
0
0
1250
0,6
0
0
1600
1
0
-0,1
2000
1,2
-0,1
-0,2
2500
1,3
-0,2
-0,3
3150
1,2
-0,4
-0,5
4000
1,0
-0,7
-0,8
5000
0,5
-1,2
-1,3
6300
-0,1
-1,9
-2
8000
-1,1
-2,9
-3
10000
-2,5
-4,3
-4,4
12500
-4,3
-6,1
-6,2
16000
-6,6
-8,4
-8,5
20000
-9,3
-11,1
-11,2
Tabela 2 – Valores das curvas de ponderação.
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Quando se expressa determinado nível de pressão sonora, deve-se dizer qual escala foi utilizada (ex.: 80 dB(A), 90 dB(B), 50 dB(C)). A escala A é, em geral, a mais utilizada por melhor representar a percepção do ouvido humano. Um dado interessante é que a 1000 Hz (1kHz) todas as curvas de ponderação apresentam valor igual a zero. Por este fato esta freqüência é utilizada pelos calibradores dos equipamentos de medição. As normas internacionais e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) adotaram a curva de ponderação A para medições de níveis de ruído contínuo e intermitente, devido à sua maior aproximação à resposta do ouvido humano. 2.1.7
EFEITO DO RUÍDO NOS SERES HUMANOS
Os sons são classificados pela maioria das pessoas como sendo música, fala ou ruído (ambiental, de tráfego, de avião, etc). Porém, a distinção entre o que é ruído e o que não o é, depende de cada pessoa, situação ou momento. As obras de um compositor clássico serão música para alguns e ruído para outros. Da mesma forma que o ambiente de uma discoteca será agradável para certas pessoas e insuportável para outras. Como foi mencionado nos tópicos anteriores, o ouvido humano apresenta maior sensibilidade nas freqüências compreendidas entre 4000 e 6000 Hz, pois para essas freqüências precisa-se de um menor nível de pressão sonora para se obter o nível de audibilidade desejado. Por esse motivo os ruídos nessa faixa de freqüência são mais incômodos. O ruído afeta o organismo humano de várias maneiras, causa prejuízos não só ao funcionamento do sistema auditivo como o comprometimento da atividade física, fisiológica e mental do indivíduo a ele exposto. Quanto a classificação dos efeitos nocivos do ruído sobre o organismo humano pode ser realizada de duas maneiras. A primeira produz danos direto ao sistema auditivo. A segunda são os efeitos não-auditivos, ou seja, resulta numa ação geral sobre várias funções orgânicas (distúrbios gastrointestinais e relacionados ao sistema nervoso como irritação, nervosismo, vertigens, entre outros). Os principais efeitos não auditivos serão discutidos a seguir.
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2.1.7.1 PERDA AUDITIVA INDUZIDA PELO RUÍDO Há séculos sabe-se que uma excessiva exposição a ruídos intensos pode conduzir a alterações temporárias no limiar de audição e, que com o passar do tempo, estas podem se transformar em uma perda de audição permanente, para a qual não há cura. As pesquisas realizadas nas últimas décadas proporcionaram um entendimento razoável do desenvolvimento da perda de audição induzida pelo ruído. Deste modo, hoje pode-se prever que quantidade de perda auditiva ocorrerá mediante exposição, por um determinado tempo, a um determinado nível de ruído, com um determinado espectro de freqüência. Todas as pessoas apresentam perda natural de audição devido à idade chamada de presbiacusia. Porém, exposições a ruídos modificam a quantidade e a taxa de perda de audição que dependem, também, de cada pessoa. A perda de auditivas induzidas pelo ruído podem ser temporárias ou permanentes. Apesar da mudança permanente do limiar de audição (MPLA) ser a mais importante, ele é mais difícil de ser avaliada com precisão porque as empresas adotam medidas de prevenção ao longo dos anos, o que modifica o ambiente nocivo. Além disso, existem as diferenças individuais que também dificultam estudos estatísticos. Algumas alternativas são adotadas para contornar este problema como, por exemplo, relacionar as mudanças permanentes no limiar de audição com as mudanças temporárias (MTLA), ou ainda realizar estudos em animais. Ambas alternativas apresentam limitações. Uma MPLA é usualmente precedida por um MTLA. A forma como isto ocorre é a seguinte: após a exposição a um nívle intenso de ruído por um certo período de tempo, ou a um baixo nível de ruído por um tempo muito mais longo, o limiar de audibilidade da pessoa é alterado para valores mais elevados. Entretano, esta mudança é apenas temporária, pois o ouvido recupera-se totalmente decorridas algumas horas. Se tais exposições forem repetidas diariamente, ou se não for permitido ao ouvido recuperar-se antes que ele se exponha novamente ao ruído, tal MTLA pode levar a uma MPLA. 2.1.7.2 EFEITOS SENSORIAIS A surdez nervosa, irreversível, pode se verificada para níveis de pressão sonora entre 110 e 130 dB(A), dependendo da sensibilidade do indivíduo e da poluição química do ambiente. A faixa de 55 a 75 dB(A) é caracterizada pelo desconforto auditivo, enquanto que a partir de 75 dB(A) já podem ser verificadas lesões auditivas. O “zumbido” causado pela exposição do indivíduo a altos níveis de ruído é um indício de que as células ciliadas do ouvido podem estar em processo de degeneração. Caso sejam recuperadas, a audição volta à normalidade, caracterizando assim o processo de perda auditiva temporária. Caso contrário poderá ocorrer a perda auditiva permanente. 2.1.7.3 INTERFERÊNCIA NA COMUNICAÇÃO POR FALA Um dos principais problemas gerados pelo excesso de ruído é interferir na comunicação verbal, pois ela é indispensável para um perfeito bem estar das pessoas. Prof. Nereu Nunes (
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As freqüências dos sons da voz estão compreendidas entre 200 e 6000 Hz, com uma flutuação de nível dinâmico em torno de 30 dB, sendo que as freqüências mais altas são as mais importantes para a diferenciação dos sons. Conseqüentemente, ruídos nesse intervalo causarão uma perda considerável da inteligibilidade, que é a perfeita compreensão das palavras. Por ser o homem um animal comunicativo por excelência, quando a comunicação oral é afetada, tem-se diversas conseqüências indesejáveis no cotidiano das pessoas, principalmente para os trabalhadores expostos a um ambiente ruidoso. Alguns dos prejuízos psíquicos que podem ser citados são: irritabilidade freqüente, frustrações, exasperações com tudo e com todos, diminuição da atenção geral, etc. Prejuízos físicos também ocorrem, visto que as alterações mentais citadas tronam a pessoa mais propensa a adquirir as chamadas doenças psicossomáticas, tais como: gastrites, úlceras gástricas, diarréias, taquicardias e outras alterações do funcionamento cardíaco. Todos esses fatores contribuem para o aumento do número de acidentes de trabalho, havendo ainda os problemas decorrentes do uso de protetores audiculares. Estes são usados para diminuir a possibilidade de que o trabalhador fique permanentemente surdo, entretanto faz co que o mesmo passe horas no sue serviço como se fosse. Desta forma, os protetores auriculares interferem ainda mais na inteligibilidade, fazendo muitas vezes com que o trabalhador não ouça apropriadamente os sinais de alerta de seus colegas ou das próprias máquinas. Tal situação é muito frequente e contribui significativamente para o aumento do índice de acidentes no trabalho. O gráfico abaixo, figura 16, mostra que para um esfornço de voz normal, haverá 100% de inteligibilidade somente se em um ambiente fechado, por exemplo, uma sala de estar típica, apresentar um nível máximo de 45 dB(A) de ruído de fundo. Por outro lado, o índice de inteligibilidade reduz para próximo de zero quando o ruído de fundo se aproxima de 75 dB(A).
2.1.7.4 EFEITOS PSICOFISIOLÓGICOS Além dos ruídos reconhecidamente causarem surdez, eles são também responsáveis por diversas outras alterações psicofisiológicas nos seres humanos.
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Os estímulos sensitivos chegam ao cérebro de duas formas distintas: a direta e a indireta. A direta ou específica vai do órgão receptor (ouvido) até o cérebro onde há a percepção do som. Na forma indireta, ou inespecífica, os estímulos são transmitidos para outras áreas do cérebro que são responsáveis pela regulação das funções biológicas (respiração, circulação, etc) e pela atenção e comportamento do indivíduo. As alterações psicofisiológicas citadas devidas aos ruídos serão decorrentes de interferências nos estímulos da via indireta. Isso será observado em diversas partes do corpo humano. No aparelho circulatório observa-se, dependendo do caso, o aumento da resistência dos vasos ou, em outros casos, a vasodilatação, além de alterações no número de batimentos cardíacos e aumento da pressão arterial. As conseqüências serão hipertensão, infarto do miocárdio e morte. Ambiente com ruídos entre 60 e 115 dB são propícios ao aparecimento dessas alterações sendo que quanto maior o tempo de exposição piores serão os resultados, independente da idade do indivíduo. No aparelho digestivo, o ruído provoca alterações nos movimentos peristálticos, que têm a função de fazer com que os alimentos ingeridos caminhem pelo tubo digestivo, e o aumento da produção de ácido clorídrico (HCL) que é normalmente secretado no estômago. As alterações peristálticas, dependendo do organismo de cada um, podem provocar diarréias ou prisão de ventre. Já o aumento na produção de HCL é responsável pelo aparecimento de gastrites e úlceras. Outra parte muito afetada é o sistema endócrino, que é o responsável pela regulação da produção de hormônios. Alguns desses são conhecidos como hormônios de estresse que têm sua produção aumentada em situações de elevada tensão, caso dos ruídos excessivos. Pode-se citar alguns:
Adrenalina e cortisol – entre outras coisas alteram a pressão arterial.
Hormônio de crescimento – sua produção excessiva causa o aparecimento de diabetes mellitus, que é o excesso de açúcar no sangue.
Prolactina – causa alterações sexuais e reprodutivas.
O ruído irá afetar também elementos que atuam no sistema imunológico, aumentando a dificuldade de cura de doença e facilitando a contração de infecções e até mesmo de algum tipo de câncer. Mulheres grávidas quando submetidas a grandes incidências de ruído podem ter filhos com anomalias congênitas sérias, muitas vezes sem a possibilidade de cura. Além disso, o feto reage ao ruído com grande movimentação do corpo e aumento de batimentos cardíacos. As funções sexuais e reprodutivas também apresentam alterações, sendo que no homem haverá diminuição da libido, impotência e/ou infertilidade. As mulheres têm alterações no ciclo menstrual, dificuldade em engravidar e maior incidência de abortos. O equilíbrio é dado pelo vestíbulo, órgão situado dentro do ouvido e, portanto, também pode ser afetado por ruídos intensos. Ainda não existe estudo que sejam conclusivos a esse respeito. Porém, relatos demonstram que pessoas expostas a ruídos próximos de 130 dB apresentam tonturas, náuseas, vômitos e desmaios. Pode haver também o aparecimento da labirintite. Esses sintomas soam preocupantes no ambiente de trabalho porque contribuem para o aumento do número de acidentes.
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Diversos nervos distribuídos pelo corpo apresentam distúrbios decorrentes da exposição a elevados níveis de ruído que podem ser: tremores das mãos, diminuição da reação a estímulos visuais, crises epiléticas, mudanças na percepção visual das cores e zumbido no ouvido, como já foi citado, devido a lesão do nervo auditivo. 2.1.7.5 EFEITOS NA SAÚDE MENTAL Muitos estudos, apesar de não serem completamente conclusivos, indicam relações entre exposição a elevados índices de ruídos e o aparecimento de distúrbios mentais. Alguns sintomas já estão melhor comprovados como ansiedade, estresse emocional, dores de cabeça, dentre outros que já foram citados. Entretanto, há ainda problemas mais sérios como neuroses, psicoses e histeria que podem ter sue aparecimento relacionado ao ruído. Pesquisas realizadas em vizinhanças de aeroportos mostram que nessas regiões muitas vezes o consumo de calmantes e medicamentos para dormir é maior que em bairros mais silenciosos. Outro aspecto é o maior número de interações em hospitais de pacientes com queixas de problemas psicológicos. Esses problemas podem ser irritação, falta de vontade, sensação de falta de segurança, desconforto, exasperação, hipermotividade, indisposição, ansiedade e depressão que levam a um patologia que é chamada de neurose do ruído, que é intolerância a qualquer tipo de barulho, levando a problemas de relacionamento em casa e no trabalho. Outra questão em discussão é que pessoas que apresentam maior sensibilidade ao ruído, ou seja, que se sentem mais incomodadas por ele, podem ter uma predisposição a apresentarem problemas mentais, e o ruído pode acelerar o processo. 2.1.7.6 EFEITOS NO DESEMPENHO O ruído causa considerável diminuição de produtividade na realização de tarefas intelectuais e físicas. Fato verificado em estudos científicos realizados em testes laboratoriais e em fábricas. Ruídos impulsivos ou excepcionais mostram-se mais problemáticos que outros regulares ou habituais. Enquanto os ruídos regular são assimilados e podem não mais interferir, os ruídos impulsivos causam distrações ou sustos indesejáveis. Porém, não se tem estudos que determinem claramente quais valores de níveis de pressão sonora causam diminuição no desempenho. Em situações monótonas ou desinteressantes, o ruído pode ser motivo de entretenimento, dificultando ainda mais a concentração na tarefa a ser realizada. A distração tem se mostrado um dos principais malefícios do ruído, principalmente em locais de aprendizado, como salas de aula. O ruído também influi negativamente em atividades intelectuais que exigem memorização, planejamento ou concentração. A conseqüência é o aparecimento de erros e a diminuição da velocidade do trabalho. Para um bom desempenho de tarefas, é aconselhável que o ruído mantenha-se em torno de 55 dB, o que está muito abaixo do que é considerado insalubre pela legislação Brasileira.
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2.2
AVALIAÇÃO OCUPACIONAL DE RUÍDO
A seguir serão discutidos os principias conceitos e o procedimentos aplicados a avaliação ocupacional de ruído. 2.2.1
CLASSFICAÇÃO DO RUÍDO
2.2.1.1 RUÍDO DE IMPACTO Segundo Anexo nº 2 da Norma Regulamentadora de nº 15 (NR-15) da Portaria nº 3.214 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e da Norma de Higiene Ocupacional de nº 01 (NHO-01) da FUNDACENTRO, o ruído de impacto é todo ruído que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo e intervalos superiores a 1 (um) segundo. Como exemplo de fonte geradora deste tipo de ruído temos:
Bate estaca utilizada na construção civil.
Marretadas em uma peça metálica em empresa de caldeiraria.
Guilhotinas ou tesouras hidráulicas para corte de chapas de aço.
2.2.1.2 RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE Segundo Anexo nº 1 da NR-15 e NHO-01 o ruído classificado como contínuo e intermitente é todo e qualquer ruído que não é classificado como de impacto. As normas citadas não diferenciam o ruído contínuo do ruído intermitente, ou seja, para fins de avaliação quantitativa os dois são tratados da mesma forma. Entretanto do ponto de vista técnico o ruído contínuo é aquele que apresenta variação 3 dB em período superiores a 15 (quinze) minutos. Já o ruído de intermitente é aquele onde a variação é de até 3 dB em períodos menores de 15 (quinze) minutos e maiores que 0,2 (dois décimos) segundos. O ruído contínuo e intermitente é encontrado com maior freqüência nos ambientes de trabalho inclusive os intervalos entre os picos do ruído de impacto, o ruído existente é o ruído contínuo e intermitente. 2.2.2
LIMITE DE TOLERÂNCIA (LT) OU LIMITE DE EXPOSIÇÃO (LE)
Conforme item 15.1.5 da NR-15 limite de tolerância é definido como a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral. A American Conference of Governamental Industrial Higienists (ACGIH® 2008) define limite de exposição como sendo um nível de pressão sonora e um tempo de exposição que representam condições às quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta repetidamente, sem sofrer efeitos adversos à capacidade de ouvir e entender uma conversa normal. É importante destacar, diante destas definições, que no caso do ruído a grandeza empregada é a intensidade e que sempre deve ser levado em consideração o tempo de exposição, ou seja, uma
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exposição diária a ruído de 100 dB(A) por 20 minutos é menos prejudicial à saúde do que uma exposição de 85 dB(A) por 4 horas. 2.2.2.1 LIMITE DE TOLERÂNCIA MÉDIA PONDERADA (LONGO PRAZO) Este tipo de limite corresponde a exposição média ponderada no tempo para um dia de trabalho de 8 horas e uma semana de trabalho de 48 horas. 2.2.2.2 LIMITE DE TOLERÂNCIA VALOR TETO OU MÁXIMO (CURTO PRAZO) Este tipo de limite indica valores que não podem ser excedidos em nenhum momento da jornada, ou seja, caso seja permitido a exposição de trabalhadores a níveis de pressão sonora superiores a este limite pode ser gerado um dano imediato no sistema auditivo do trabalhador. 2.2.2.3 LIMITE DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE Os limites de tolerâncias adotados no Brasil estão definidos no Anexo nº 01 da NR-15 do MTE. Sendo que o limite de tolerância de longo prazo é determinado pela tabela 3. Nível de Ruído dB(A)
Máxima Exposição Diária Permissível
85
8 horas
86
7 horas
87
6 horas
88
5 horas
89
4 horas e 30 minutos
90
4 horas
91
3 horas e 30 minutos
92
2 horas
93
2 horas e 40 minutos
94
2 horas e 15 minutos
95
2 horas
96
1 horas e 45 minutos
98
1 horas e 15 minutos
100
1 hora
102
45 minutos
104
35 minutos
105
30 minutos
106
25 minutos
108
20 minutos
110
15 minutos
112
10 minutos
114
8 minutos
115
7 minutos
Tabela 3 – Limites de tolerância determinados pelo anexo 01 da NR-15
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Analisando a tabela é visível que a intensidade, no caso o nível de ruído, está vinculada a um tempo máximo de exposição e que níveis mais altos possuem um tempo máximo de exposição menor. Além do limite de tolerância de longo prazo existe o limite de tolerância valor teto ou máximo, que segundo Anexo nº 01 da NR-15, é de 115 dB(A), ou seja, não permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos. 2.2.2.3.1 DOSE DE RUÍDO OU EFEITO COMBINADO Quando a exposição ao ruído é composta de dois ou mais períodos de exposição a ruídos de diferentes níveis, segundo item 6 do Anexo 01 da NR-15, devem ser considerados seus efeitos combinados (DOSE), e não os efeitos produzidos por cada um isoladamente. A dose ou efeito combinado é calculado pela equação abaixo.
𝐷𝑂𝑆𝐸 =
𝐶1 𝑇1
+
𝐶2 𝑇2
+ ⋯+
𝐶𝑛 𝑇𝑛
(12)
Na equação 12, Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico, e Tn indica a máxima exposição diária permissível a este nível, segundo o Tabela 3. Quando a exposição for a um único nível de ruído o cálculo da dose diária também é feito utilizando a equação 11, ou seja, simplesmente dividindo C1 por T1. A dose ou efeito combinado é adimensional, entretanto o mesmo pode ser apresentado em porcentagem (%) quando o resultado da equação 11 for multiplicado por 100. Neste critério, o limite de tolerância diário ao ruído contínuo e intermitente corresponde a dose diária igual a 1 ou 100%, ou seja, se a dose for maior ou igual a 1 (100%) a exposição estará acima do limite de tolerância. Considerando uma situação hipotética onde o trabalhador fica exposto, durante sua jornada de trabalho, a dois níveis de ruído continuo e intermitente iguais a 90 dB(A) e 85 dB(A) durante 3 e 5 horas respectivamente. Analisando os valores de forma isolada é possível concluir erroneamente que exposição não oferece risco a saúdo do trabalhador, pois os tempos permitidos de exposição para cada nível, segundo tabela 3, são maiores que os tempos reais de exposição. Entretanto se calcularmos a dose verificamos que o valor excedeu a unidade ou 100%, o que indica que o limite foi ultrapassado existindo desta foram o risco a saúde do trabalhador.
𝐷𝑂𝑆𝐸 = 𝐷𝑂𝑆𝐸 =
𝐶1 𝑇1 3 4
+
+
𝐶2 𝑇2
5 8
𝐷𝑂𝑆𝐸 = 0,75 + 0,625 𝐷𝑂𝑆𝐸 = 1,375
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𝑥 100
137,5 %
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Neste caso C1 é igual ao tempo de exposição ao NPS de 90 dB(A); T1 é igual ao tempo permitido de exposição para um NPS 90 dB(A) segundo tabela 3; C2 é igual ao tempo de exposição ao NPS de 85 dB(A); T2 é igual ao tempo permitido de exposição para um NPS 85 dB(A) segundo tabela 3; 2.2.2.3.1.1 CRITÉRIO DE REFERÊNCIA (CR) A NHO-01 define critério de referência como sendo o nível médio para o qual a exposição, por um período de 8 horas, corresponderá a uma dose de 100%. Diante desta definição e analisando a tabela 3, determinada pelo Anexo 01 da NR-15, verifica-se que no Brasil o critério de referência é de 85 dB(A). 2.2.2.3.1.2 FATOR DE DUPLICAÇÃO DE DOSE (q) Segundo a NHO-01 da FUNDACENTRO fator de duplicação de dose, normalmente representado pela letra “q”, é o incremento em decibéis que, quando adicionado a um determinado nível, implica a duplicação da dose de exposição e a redução para a metade do tempo máximo permitido. Simplificando a tabela 3, extraída do Anexo 01 da NR-15, é possível observar o conceito acima mais facilmente. Linha
Nível de Ruído dB(A)
Dose (%)
1
80
50
16 horas
2
85
100
8 horas
3
90
200
4 horas
4
95
400
2 horas
5
100
800
1 hora
6
105
1600
30 minutos
7
110
3200
15 minutos
115
7400
7 minutos
8
Máxima Exposição Diária Permissível Critério de Referência
Tabela 4 – Fator de duplicação de dose (q)
Partindo do critério de referência linha 2 ( 85 dB(A) <> 100 % <> 8 horas) da tabela 4, é possível perceber que quando é acrescido 5 ao nível de ruído do critério (85 dB(A)) a dose é dobrada e o tempo de exposição máxima reduz a metade. Repetindo-se esta ação é possível construir a tabela 4. É importante destacar que a subtração de 5 ao nível de ruído de critério a dose reduz a metade e o tempo de exposição dobra. Diante do exposto verifica-se que o fator de duplicação de dose adotado pelo Anexo 01 da NR-15 é de 5 (q = 5). Entretanto a NHO-01, ACGIH® (2008) e outros Órgãos Internacionais adotam o fator de duplicação de dose igual a 3. O fator de duplicação de dose igual a 3 é o mais adequado, pois está fundamento na duplicação de energia sonora. A relação matemática a seguir, partindo da equação 6, demonstra este fato. Considerando I1 como sendo a intensidade sonora inicial, I2 intensidade sonora igual ao dobro de I1, temos:
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𝑁𝑆𝐼1 = 10𝐿𝑂𝐺10
𝐼1 𝐼0
𝑁𝑆𝐼2 = 10𝐿𝑂𝐺10
𝐼2 𝐼0
𝑁𝑆𝐼2 = 10𝐿𝑂𝐺10
2 × 𝐼1 𝐼0
𝑁𝑆𝐼2 = 10𝐿𝑂𝐺10
2 × 𝐼1 𝐼0
𝑁𝑆𝐼2 = 10 𝐿𝑂𝐺10 2 + 𝐿𝑂𝐺10
𝐼1 𝐼0
𝑁𝑆𝐼2 = 10 𝐿𝑂𝐺10 2 + 𝟏𝟎𝑳𝑶𝑮𝟏𝟎
𝑰𝟏 𝑰𝟎
𝑁𝑆𝐼2 = 10 𝐿𝑂𝐺10 2 + 𝑵𝑰𝑺𝟏 𝑁𝑆𝐼2 = 𝟑, 𝟎𝟏 + 𝑁𝐼𝑆1 𝑁𝑆𝐼2 − 𝑁𝐼𝑆1 = 𝟑, 𝟎𝟏 𝑑𝐵 Esta demonstração confirma que a medida que a intensidade sonora dobra é adicionado 3 dB, de forma linear, a determinado nível de intensidade, ou seja, o fator de duplicação de dose igual a 3 é mais recomendado tecnicamente. Entretanto no Brasil a legislação pertinente ao assunto utiliza o fator de duplicação de dose igual a 5. 2.2.2.3.2 NÍVEL EQUIVALENTE DE RUÍDO (Leq) O nível equivalente de ruído, cuja abreviatura é Neq2 ou Leq, conforme terminologia em português ou inglês, é um ruído uniforme que contém a mesma energia acústica que o ruído referido num dado intervalo de tempo, isto é, quando se tem exposição a diversos níveis durante a jornada de trabalho, devemos calcular os efeitos combinados ou dose equivalente, que podemos traduzir em valor único de ruído constante durante a jornada, como pode ser visualizado graficamente na figura 17.
As equações a seguir são utilizadas para se obter o Leq e a Dose a partir de um destes parâmetros. 2
Nomenclatura utilizada pela NHO-01 da FUNDACENTRO.
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𝐷𝑂𝑆𝐸 =
𝑇 8
×2
𝐿𝑒𝑞−85 5
𝐿𝑒𝑞 = 16,61 × LOG10
(13) 𝐷𝑂𝑆𝐸 × 8 + 85 (14) 𝑇
Onde: DOSE – Dose equivalente, em fração decimal, da jornada de trabalho. T – Tempo de duração, em horas, da jornada de trabalho. Leq – Nível equivalente de ruído, em dB(A), da jornada de trabalho. Quando utilizado o fator de duplicação de dose igual a 3 as equações 13 e 14 precisam ser adaptadas, ou seja, estas equações só podem ser utilizadas quando o fator de duplicação de dose for igual a 5. 2.2.2.4 LIMITE DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO DE IMPACTO Os limites de tolerâncias adotados no Brasil estão definidos no Anexo nº 02 da NR-15 do MTE. Sendo que limite de tolerância de longo prazo é de 130 dB(linear) ou 120 dB(C) e o limite de tolerância valor teto ou máximo é de 140 dB(LINEAR) ou 130 dB(C). 2.2.3
EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO
As informações a seguir foram extraídas a NHO-01 da FUNDACENTRO. 2.2.3.1 MEDIDORES INTEGRADORES DE USO PESSOAL Os medidores integradores de uso pessoal, também denominados de dosímetros de ruído, a serem utilizados na avaliação da exposição ocupacional ao ruído devem atender às especificações constantes da Norma ANSI S1.25-1991 ou de suas futuras revisões, ter classificação mínima do tipo 2 e estar ajustados de forma a atender aos seguintes parâmetros:
Circuito de ponderação "A".
Circuito de resposta lenta (slow).
Critério de referência de 85 dB(A), que corresponde a dose de 100% para uma exposição de 8 horas.
Nível limiar de integração igual a 80 dB(A)
Faixa de medição mínima igual a 80 a 115 dB(A)
Incremento de duplicação de dose igual a 5 (valor adaptado segundo Anexo 1 da NR-15).
Indicação da ocorrência de níveis superiores a 115 dB(A).
2.2.3.2 MEDIDORES DE LEITURA INSTANTÂNEA Os medidores de leitura instantânea, também denominados de medidores de pressão sonora, a serem utilizados na avaliação da exposição ocupacional ao ruído contínuo ou intermitente, ou de impacto, devem ser no mínimo do tipo 2, segundo especificações constantes das Normas ANSI S1.4-1983 e IEC 651, ou de suas futuras revisões.
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Para a medição de ruído contínuo ou intermitente, os medidores devem estar ajustados de forma a operar no circuito de ponderação "A", circuito de resposta lenta (slow) e cobrir uma faixa de medição mínima de 80 a 115 dB(A). Para a medição de ruído de impacto os medidores devem estar ajustados de forma a operar no circuito "linear", circuito de resposta para medição de nível de pico, e cobrir uma faixa de medição de pico mínima de 100 a 150 dB. 2.2.3.2.1 ANALISADORES DE FREQUÊNCIA Equipamento utilizado para determinar as freqüências do ruído. Como vimos anteriormente, a variação na pressão causada pelo ruído não será simples como a de um tom puro, pois esses sons são compostos de várias freqüências assim como a luz branca é composta de diversas cores. Quando a luz branca passa por um prisma, pode-se visualizar diversas cores, o mesmo acontece com o som quando ele passa por um analisador de freqüência, o qual revela as freqüências que compõem aquele som. Quando se pretende fazer um completo programa de controle de ruído ambiental, a análise das freqüências desse ruído se torna de grande importância. O conhecimento das freqüências de maior nível sonoro do ruído vai nos facilitar o projeto de atenuação dos níveis sonoros, como a escolha de superfícies tratadas acusticamente, o enclausuramento de fontes de ruído, a escolha de protetores auriculares, entre outros. A análise de freqüência do ruído poderá ser realizada utilizando-se diferentes larguras de faixas de freqüência, sendo que, no caso de avaliação ocupacional, as mais utilizadas são as de banda de oitava e de terça de oitava que possuem valores normalizados pela ANSI 1.11.
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É importante lembrar que normalmente os analisadores de freqüência são integrados aos medidores de leitura instantânea e que a análise das freqüências do ruído se faz apenas em ruídos contínuos e intermitentes, ou seja, não se faz a análise de freqüência de ruídos de impacto. 2.2.3.3 CALIBRADORES ACÚSTICOS Os equipamentos utilizados na aferição dos medidores de nível de pressão sonora, devem atender às especificações da Norma ANSI S1.40-1984 ou IEC 942-1988. Os calibradores, preferencialmente, devem ser da mesma marca que o medidor e, obrigatoriamente, permitir o adequado acoplamento entre o microfone e o calibrador, diretamente ou por meio do uso de adaptador. 2.2.3.4 INTERFERENTES AMBIENTIAIS NO DESEMPENHO DOS EQUIPAMENTOS O uso de protetor de vento sobre o microfone é sempre recomendável a fim de evitar possíveis interferências da velocidade do ar e proteger o microfone contra poeira.
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Os medidores só poderão ser utilizados dentro das condições de umidade e temperatura especificados pelos fabricantes. Se os medidores forem utilizados em ambientes com a presença de campos magnéticos significativos, devem ser considerados os cuidados e as limitações previstas pelo fabricante. 2.2.3.5 AFERIÇÃO E CERTIFICADOS DOS EQUIPAMENTOS Os medidores e os calibradores deverão ser periodicamente aferidos e certificados pelo fabricante, assistência técnica autorizada, ou laboratórios credenciados para esta finalidade. Alguns profissionais e instituições padronizaram, de forma errônea, que os medidores de ruído devem ser aferidos anualmente. O prazo de aferição é determinado pelo usuário pois somente ele conhece a freqüência de uso e a variação no resultados do seus equipamentos. Outro ponto relevante é que os equipamentos de medição devem ser aferidos por laboratórios credenciados pelo INMETRO, ou seja, os padrões utilizados pelo laboratório possuem rastreabilidade segundo Rede Brasileira de Calibração RBC/INMETRO. 2.2.4
PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO
A avaliação ocupacional ao ruído tem como principal objetivo verificar a exposição do trabalhador a esse agente durante sua jornada de trabalho de forma a prevenir possíveis doenças ocupacionais. Além disso, os dados obtidos nas avaliações fornecem subsídios para aposentadoria especial e insalubridade, porventura existentes. Desse modo, os procedimentos a seguir deverão ser adotados, antes do início das medições propriamente dita. 2.2.4.1 RECONHECIMENTO Antes de se realizar qualquer estudo na área ocupacional, deve-se proceder o reconhecimento de todo o processo produtivo, de modo a facilitar a identificação das principais fontes geradoras de ruído, forma de exposição a esse agente (exposição contínua, intermitente, eventual), duração da jornada de trabalho, dentre outros. A análise do organograma da empresa também se faz necessária, pois é essencial para que esta etapa seja realizada com sucesso. 2.2.4.2 DETERMINAÇÃO DO GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO (GHE) A NHO-01 da FUNDACENTRO define Grupo Homogêneo de Exposição (GHE) como um grupo de trabalhadores que experimentam exposição semelhante, de forma que o resultado fornecido pela avaliação da exposição de parte do grupo seja representativo da exposição de todos os trabalhadores que compõem o mesmo grupo. Sendo assim a avaliação de ruído não exige que todos os trabalhadores da empresa em estudo sejam monitorados, vez que muitos deles apresentam as mesmas características de exposição. Nesse caso, poderão, então, serem agrupados no mesmo GHE, isto é, o resultado fornecido pela avaliação de parte do grupo é representativa da exposição da totalidade de trabalhadores que compõem o mesmo grupo.
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A escolha dos GHE ocorre durante a fase de estudo e levantamento de dados (fase de reconhecimento), quando se processam as etapas de reconhecimento e estabelecimento de metas e prioridades de avaliação. As variáveis que influem nessa escolha são:
Tipo do processo/ operação;
Atividades/tarefas dos trabalhadores;
Fontes, trajetórias, meios de propagação;
Intensidade do ruído;
Identificação e número de trabalhadores;
Agravos à saúde dos trabalhadores;
Horários das exposições;
Freqüência das ocorrências;
Interferência de tarefas vizinhas;
Dados das prováveis exposições, levantados na fase de antecipação;
Metas e prioridades de avaliação adequadas a realidade da empresa.
Como se observa, a escolha do GHE decorre de um estudo altamente complexo, envolvendo a análise de muitas variáveis. Conforme o critério de utilização dessas variáveis, poderemos dar ao GHE um caráter extensivo ou restritivo. Se, por exemplo, incluirmos no mesmo grupo trabalhadores expostos a diversas fontes de ruídos, em diferentes locais, estaremos ampliando o GHE, tendo, com isso, resultado menos precisos. Se admitirmos, no mesmo grupo, apenas os expostos às fontes de um só local de trabalho, estaremos restringindo o universo de amostragem, mas garantiremos maior credibilidade aos resultados. Portanto, pequenas alterações introduzidas na escolha da base, podem modificar substancialmente os resultados, chegando a deturpar as conclusões. Após a análise das variáveis presentes no ambiente de trabalho, deve ser escolhido o parâmetro, que servirá como base para estruturação do GHE. Normalmente a escolha recairá sobre um dos parâmetros a seguir:
Tarefas dos trabalhadores;
Funções/atividades.
2.2.4.2.1 EXPOSTO DE MAIOR RISCO O exposto de maior risco (EMR) é o trabalhador de um GHE que se julga possuir a maior exposição relativa em seu grupo. O entendimento de “mais exposto” do grupo é dado no sentido qualitativo. O conceito de EMR é importante para a otimização de ações de avaliação, ou seja, GHE inteiros podem ser caracterizados a partir da avaliação da exposição do EMR, sob circunstâncias adequadas. Este conceito é originado da NIOSH, em seu manual de estratégia de amostragem de agentes ambientais. A caracterização do EMR, na grande maioria das vezes, é realizada por julgamento profissional, ou seja, é feito por observação de campo, sendo importante o conhecimento detalhado das operações
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e atividades, assim como a experiência e o conhecimento do profissional relativamente ao agente e a forma de exposição vinculada ao mesmo. O EMR será determinado por possuir uma ou mais das seguintes características:
Executar suas atividades o próximo da fonte geradora.
Atua em área onde o agente é aparentemente mais intenso.
Expõe-se por mais tempo ao ambiente (agente)
Faz suas rotinas de forma a se expor mais ao agente.
Será relativamente fácil identificar os EMR dentro dos grupos homogêneos. Entretanto, se as características do agente ou das atividades não permitirem essa identificação com razoável segurança dentro de um julgamento técnico com boa solidez, então poderemos lançar mão de uma ferramenta estatística. Para maiores detalhes consultar o manual da NIOSH de estratégia de amostragem de agentes ambientais. 2.2.4.3 MEDIÇÃO DE RUÍDO Após a determinação de cada GHE, é importante que seja decidido qual a estratégia a ser utilizada na avaliação de ruído. Na legislação brasileira e nem na NHO-01 da FUNDACENTRO são estabelecidos o número mínimo de avaliações de ruído por GHE. No entanto, a NHO-01 estabelece que as medições devem ser representativas da exposição para ocupacional do grupo de trabalhadores objeto do estudo, devendo fazer parte da avaliação todas as variáveis operacionais e ambientais que envolvem o trabalhador no exercício de suas funções. Desse modo, a avaliação de ruído deverá cumprir, no mínimo, um ciclo completo de trabalho, por exemplo, um operador de caminhão que realiza transporte de minério da mina ao britador e retorna à mina para buscar mais material. Um ciclo completo de trabalho se completa quando esse operador retorna à mina e esse ciclo se repete diversas vezes durante a jornada. No caso, de avaliação de ruído nesse operador, pelo menos, um ciclo de trabalho deverá ser avaliado para que seja representativo da exposição. No entanto, o ideal é que vários ciclos sejam englobados na medição para que o erro seja minimizado. Nesse caso, é necessário se projetar a dose para 8 horas. Quando se há dúvida sobre a representatividade da exposição, a avaliação deverá englobar uma jornada completa de trabalho. Nos locais, onde o trabalhador executa atividades itinerantes e/ou onde há variação considerável nos níveis de pressão sonora ao longo da jornada e também ao longo da semana, diversas dosimetrias deverão ser executadas para que obtenhamos dados mais representativos da exposição. No caso de realização de mais de uma dosimetria dentro do mesmo GHE, deve-se procurar realizá-las em turnos e trabalhadores diferentes das já executadas, devendo os trabalhadores monitorados serem escolhidos aleatoriamente.
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2.2.4.3.1 PROCEDIMENTOS GERAIS DE MEDIÇÃO 3 Os equipamentos de medição, quando em uso, devem estar calibrados e em perfeitas condições eletromecânicas. Antes de iniciar as medições deve-se:
Verificar a integridade eletromecânica e coerência na resposta do instrumento;
Verificar as condições de carga das baterias;
Ajustar os parâmetros de medição, conforme o critério a ser utilizado;
Efetuar a aferição de acordo com as instruções do fabricante.
As medições devem ser feitas com o microfone posicionado dentro da zona auditiva do trabalhador, de forma a fornecer dados representativos da exposição ocupacional diária ao ruído a que submetido o trabalhador no exercício de suas funções. No caso de medidores de uso pessoal, o microfone deve ser posicionado sobre o ombro, preso na vestimenta, dentro da zona auditiva do trabalhador. Quando forem identificadas diferenças significativas entre os níveis de pressão sonora que atingem os dois ouvidos, as medições deverão ser realizadas do lado exposto ao maior nível. O direcionamento do microfone deve obedecer às orientações do fabricante, constantes do manual do equipamento, de forma a garantir a melhor resposta do medidor. O posicionamento e a conduta do avaliador não devem interferir no campo acústico ou nas condições de trabalho, para não falsear os resultados obtidos. Se necessário, deve ser utilizada avaliação remota, por meio do uso de cabo de extensão para o microfone, a fim de permitir leitura à distância. Antes de iniciar a medição o trabalhador a ser avaliado deve ser informado:
do objetivo do trabalho;
que a medição não deve interferir em suas atividades habituais, devendo manter a sua rotina de trabalho;
que as medições não efetuam gravação de conversas;
que o equipamento ou microfone nele fixado só pode ser removido pelo avaliador;
que o microfone nele fixado não pode ser tocado ou obstruído;
sobre outros aspectos pertinentes.
Os dados obtidos só serão validados se, após a medição, o equipamento mantiver as condições adequadas de uso. Deverão ser invalidados, efetuando-se nova medição, sempre que:
a aferição da calibração acusar variação fora da faixa tolerada de 1 dB;
o nível de tensão de bateria estiver abaixo do mínimo aceitável;
houver qualquer prejuízo à integridade eletromecânica do equipamento.
Quando ocorrer a presença simultânea de ruído contínuo ou intermitente e ruído de impacto, a avaliação da exposição ao ruído contínuo ou intermitente. Quando forem utilizados medidores integradores, o ruído de impacto será automaticamente computado na integração. No caso de 3
Informações extraídas da NHO-01 da FUNDACENTRO.
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utilização de medidores de leitura instantânea, as leituras que coincidirem com a ocorrência dos picos de impacto deverão ser normalmente computadas nos dados da medição. 2.2.4.4 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS A interpretação dos resultados deve levar em consideração os limites de tolerância. Do ponto de vista legal os critérios a serem adotados são os determinados pelo Anexo 1 e 2 da NR-15, ou seja, os limites de tolerância para ruído contínuo e intermitente e de impacto. 2.2.4.4.1 NÍVEL DE AÇÃO (NA) Antes de discutir a interpretação dos resultados é necessário conhecer o conceito de nível de ação (NA). Segundo item 9.3.6 da NR-09 considera-se nível de ação o valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição. As ações devem incluir o monitoramento periódico da exposição, a informação aos trabalhadores e o controle médico. Deverão ser objeto de controle sistemático as situações que apresentem exposição ocupacional ao ruído quando a dose for superior a 0,5 (dose superior a 50%), conforme critério estabelecido pelo Anexo 01 da NR-15. Entretanto o conceito do NA foi criado pelo NIOSH, no ano de 1977, em seu manual de estratégia de amostragem. O principal agente motivador da criação do nível NA foi responder a seguinte questão: Como posso fazer afirmações sobre as exposições experimentadas ao longo dos dias por um GHE, a partir de uma dada determinação da exposição de um integrante do grupo, em um dia atípico, e concluir sobre ações complementares necessárias? Para responder isto, os estatísticos e higienistas da época, assumiram certas premissas, ou seja, a distribuição estatística que se conforma às exposições inter-dias (ao longo dos dias) de um grupo homogêneo, considerada como uma distribuição lognormal, e sua variabilidade, expressa pelo desvio padrão geométrico da mesma, o qual foi fixado em 1,22. Também foi pré-definido que o coeficiente de variação dos métodos de medição da exposição, que exprime sua precisão (variabilidade dos procedimentos e instrumentos), em 0,1 ou 10%. A partir daí, resultou um nível de ação de 0,5, tal qual determinado pela NR-09, com um significado bem específico, ou seja: Se o nível de ação for excedido em um dia típico, existe uma probabilidade maior do que 5% de que o limite de exposição será excedido em outros dias de trabalho. Ou seja, colocado de outra forma: Se o nível de ação for respeitado em um dia típico, existe uma probabilidade maior que 95% de que o limite de exposição será respeitado, em outros dias de trabalho.
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Agora fica clara a utilidade deste conceito, pois, resguardadas as premissas, a conclusão vale para todo GHE. Este grupo terá 95% de probabilidade de suas exposições respeitarem o limite de exposição em outros dias de trabalho. Deve-se ainda chamar atenção de que o teste em si tem um nível de confiança estatístico de 95%, ou seja, GHE´s com NA excedido devem ser estudados até um conhecimento, com adequado detalhe, de sua exposição e os GHE´s com NA respeitado, podem ser considerados como adequados, pois não implicam em excedência do limite de exposição segundo critérios estatísticos. 2.2.4.4.2 RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMINTENTE Segundo Anexo 1 da NR-15: Dose diária (%)
Leq dB(A)
Considerações técnicas
Ação
x ≤ 50
Leq ≤ 80
Aceitável
Manutenção das condições existentes
50 < x ≤ 100
80 < Leq < 85
Acima do nível de ação
Adoção de medidas preventivas e corretivas visando a redução da dose diária
x ≥ 100
Leq ≥ 85
Acima do limite de exposição
Adoção imediata de medidas corretivas
-
Leq > 115
Risco grave e iminente
Paralisação das atividades e adoção de medidas preventivas e corretivas
Tabela 5: Análise da exposição a ruído contínuo e intermitente.
2.2.4.4.2.1 JORNADA DIÁRIA COM DURAÇÃO DIFERENTE DE OITO HORAS É comum no Brasil jornadas com duração diferentes de oito horas. Nestes casos a tabela 5 não poderá ser utilizada da análise do resultado das medições. Sendo assim deverá ser calculado anteriormente o Nível Equivalente Normalizado (NEN). Segundo a NHO-01 0 NEN corresponde ao nível de exposição, convertido para uma jornada padrão de 8 horas diárias, para fins de comparação com o limite de exposição. Sendo assim o NEN é determinado pela seguinte equação:
𝑁𝐸𝑁 = 𝐿𝑒𝑞 + 16,61 log10
𝑇 8
(15)
Onde Leq corresponde ao nível equivalente de ruído, em dB(A), da jornada diária de trabalho e T ao tempo de duração, em horas, da jornada diária de trabalho.
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2.2.4.4.3 RUÍDO DE IMPACTO Segundo Anexo 2 da NR-15: NPS
Considerações técnicas
NPS < 130 dB(linear) ou NPS < 120 dB(C) NPS > 130 dB (linear) ou NPS > 120 dB(C) NPS > 140 dB(linear) ou NPS > 130 dB(C)
Ação
Aceitável
Manutenção das condições existentes
Acima do limite de exposição
Adoção imediata de medidas corretivas
Risco grave e iminente
Paralisação das atividades e adoção de medidas preventivas e corretivas
Tabela 6: Análise da exposição a ruído de impacto conforme Anexo 2 da NR-15.
Segundo NHO-01 da FUNDACENTRO: NPS (linear)
Considerações técnicas
Ação
NPS ≤ NP-3
Aceitável
Manutenção das condições existentes
Np - 3 < NPS < Np
Acima do nível de ação
Adoção de medidas preventivas
NPS ≥ Np
Acima do limite de exposição
Adoção imediata de medidas corretivas
NPS > 140
Risco grave e iminente
Paralisação das atividades e adoção de medidas preventivas e corretivas
Tabela 7: Análise da exposição a ruído de impacto conforme NHO-01.
Sendo que o Np é calculado pela equação a seguir, sendo que Np corresponde ao nível de pico máximo permitido e n ao número de impactos ocorridos durante a jornada de trabalho.
𝑁𝑝 = 160 − 10LOG10 𝑛 (16) 2.2.4.5 LAUDO TÉCNICO OCUPACIONAL Após a análise e validação dos dados encontrados, o laudo técnico deverá ser elaborado contendo no mínimo:
Introdução, incluindo objetivo do trabalho, justificativas e datas ou períodos em que foram desenvolvidas as avaliações.
Critério e metodologia adotados;
Instrumentos utilizados;
Metodologia de avaliação;
Descrição das condições de exposição avaliadas;
Dados obtidos;
Interpretação dos resultados;
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2.2.5
MEDIDAS DE CONTROLE
Segundo item 9.3.5 da NR-09 deverá ser adotado medidas necessárias suficientes para a eliminação, a minimização ou o controle dos riscos ambientais sempre que forem verificadas uma ou mais das seguintes situações:
Identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde;
Constatação, na fase de reconhecimento de risco evidente à saúde;
Quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR-15 ou, na ausência destes os valores limites de exposição ocupacional adotados pela ACGIH, ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos;
quando, através do controle médico da saúde, ficar caracterizado o nexo causal entre danos observados na saúde os trabalhadores e a situação de trabalho a que eles ficam expostos.
As medidas de controle são classificadas em medidas de proteção coletiva, administrativo ou de organização do trabalho e individual. As medidas de proteção coletiva são ações que favorecem mais um grupo de trabalhadores (ex. isolamento acústico de um motor elétrico). Já as administrativas ou de organização do trabalho estão ligadas a logística de produção e podem favorecer um grupo de trabalhadores ou somente um (ex. redução da jornada de trabalho). As individuais estão ligadas diretamente ao fornecimento do Equipamento de Proteção Individual (EPI) (ex. utilização de protetor auditivo). A NR-09 determina que deve-se primeiramente tentar implementar as medidas de proteção coletiva e existindo, através de comprovação por parte do empregador, a inviabilidade técnica da adoção das proteções coletivas ou quando estas não forem suficientes ou encontrar na fase de estudo, planejamento ou implantação ou ainda em caráter complementar ou emergencial poderão ser adotados as medidas administrativas e por ultimo as individuais. As medidas de controle ao ruído podem ser consideradas basicamente de três formas: na fonte, na trajetória e no homem. As duas primeiras se enquadram na classificação de medidas de caráter coletivo enquanto que a ultima pode ser de caráter administrativo e individual segundo classificação da NR-09. 2.2.5.1 CONTROLE NA FONTE O controle na fonte é a maneira mais recomendada para controle do ruído, embora, muitas vezes, não seja possível a sua adoção por motivos técnicos. Deve-se salientar que para atuar sobre a fonte emissora é importante projetar as plantas industriais e demais atividades, visando a necessidade de um ambiente controlado. Modificar uma máquina ou um processo de produção já em andamento é uma tarefa mais difícil do que projetar um ambiente silencioso, antes de colocá-lo em atividade. Dentre as medidas mais comuns para controlar o ruído na fonte, destacam-se:
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Aquisição de equipamentos que emitem baixos níveis de ruído;
Organização do layout da empresa, evitando que equipamentos ruidosos sejam instalados em locais inadequados;
Evitar vibração de peças e painéis, promovendo o aperto dos mesmos;
Recobrir superfícies com materiais emborrachados, reduzindo ruído de impacto, no caso de quedas de materiais;
Utilizar engrenagens helicoidais ao invés e retas;
Promover equilíbrio de partes em rotação;
Evitar descontinuidades (cotovelos) e bordas vivas em tubulações;
Instalar silencioso nas tubulações e na expansão de gases;
Instalar silencioso e redução de velocidade de saída, no caso de jatos de ar;
Substituir engrenagens metálicas pelas de plástico;
Regular alertas dos ventiladores;
Aumento da distância da fonte emissora;
Redução da concentração das máquinas;
Alteração no ritmo de funcionamento;
Melhoria ou adequação da manutenção preventiva.
2.2.5.2 CONTROLE NA TRAJETÓRIA Caso as medidas de controle na fonte sejam inviáveis e/ou insatisfatórias, devemos tentar controlar o ruído na sua trajetória. Quando um som incide sobre uma barreira, somente uma pequena proporção de energia sonora atravessa esta barreira. A maior parte deste som é refletido com um ângulo de incidência ou absorvido a depender do coeficiente de absorção do material que forma a barreira. Assim, podemos adotar as seguintes medidas para controle do ruído:
Enclausuramento do homem - Consiste em construir barreiras que separem a fonte geradora do ruído e o homem;
Utilização de blindagem e barreiras na fonte.
Quando se utiliza blindagem de determinada máquina ou equipamento, redução considerável do nível de ruído poderá ser conseguida e poderá ser realizada das seguintes formas independentes ou combinadas:
Montagem de máquina sobre um amortecedor de vibração;
Blindagem com utilização de material isolante de som- utilizar metal na blindagem exterior (chapa metálica, grossa e pesada);
Dupla blindagem com isolamento e montagem antivibratória;
Utilização de material absorvente de som, vez que a energia sonora é absorvida todas as vezes que a onda sonora se encontra com um material poroso. Utilizar material absorvente de som no interior, como por exemplo, lã de vidro, lã de rocha, espuma de poliuretano ou borracha. Os materiais utilizados para esta finalidade são chamados de materiais absorventes e podem absorver de 50 a 90% da energia sonora incidente, conforme a freqüência.
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Instalar na blindagem portas de visita fáceis de abrir para facilitar a manutenção.
A tabela 8 tem alguns exemplo de valores médios de coeficientes de absorção acústica em função da freqüência de alguns materiais. Materiais
Freqüência (Hz) 125
250
500
1K
2K
4K
Reboco áspero, cal 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,07 Reboco liso 0,02 0,02 0,02 0,02 0,04 0,06 Superfície de concreto 0,02 0,03 0,03 0,03 0,04 0,07 Tapetes de borracha 0,04 0,04 0,10 0,12 0,03 0,10 Tapete de veludo 0,05 0,05 0,05 0,24 0,42 0,60 Feltro de fibra natural de 5mm, diretamente na parede 0,09 0,12 0,18 0,30 0,55 0,59 Madeira compensada de 3mm, a 50mm da parede, 0,25 0,34 0,18 0,10 0,10 0,06 Espaço vazio Lã mineral de 50mm, coberta de papelão denso 0,74 0,54 0,36 0,32 0,30 0,17 Vidro plano de 3-4mm com 50mm de espaço e 0,23 0,11 0,09 0,01 0,01 0,03 amortecimento nas bordas Caixões de chapa perfurada com chapas de feltro de lã 0,30 0,43 0,61 0,62 0,85 0,86 de vidro de 30mm suspensos a 180mm Tabela 8: Coeficientes de absorção acústica em função da freqüência de determinados materiais
Desse modo, é imprescindível que se faça a análise de freqüência da fonte poluidora para que se possa projetar um isolamento acústico eficaz. 2.2.5.3 CONTROLE NO HOMEM O controle no homem só deverá ser adotado quando as medidas na fonte e trajetória sejam inviáveis tecnicamente ou como complementação às medidas anteriores. As principais medidas de controle no homem são a limitação do tempo de exposição e a utilização de protetores auriculares. A Limitação do tempo de exposição pode ser conseguida através de rodízio de pessoal junto à fonte ruidosa, tomando-se o cuidado para que a exposição aos níveis de ruído não ultrapasse dose igual a um, ou seja, nível de pressão sonora igual a 85 dB(A). Já a utilização de protetores auriculares demandam indicações bem precisas e necessitam ser bem indicadas e conhecidas as suas limitações. 2.2.5.3.1 PROTETORES AUDITIVOS OU AURICULARES Os protetores auditivos, segundo NR-06, são classificados em de inserção, semi-auricular e circumauricular. Nos protetores de inserção a vedação ocorre dentro do canal, ou seja, a pressão exercida pelo material do protetor com o canal auditivo externo criará uma barreia a passagem do ruído. Já nos protetores semi-auricular a vedação ocorre na entrada do canal auditivo e o para os circum-auriculares a vedação é feita ao redor da orelha. Os protetores de inserção são classificados como moldáveis, pré-modados e personalizadas. Já os semi-auriculares são conhecidos como capa canal e os circum-auricular como de concha.
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2.2.5.3.1.1 PROTETORES AUDITIVOS DE INSERÇÃO MOLDÁVEIS Feitos em espuma moldável, com superfície lisa que evita irritações no conduto auditivo. Contornam-se ao canal auditivo do usuário, independentemente do tamanho ou formato do canal. As vantagens dos protetores de inserção moldáveis são:
De espuma macia, não machucam o ouvido;
Podem ser utilizados por pessoas com cabelos longos, barba e cicatrizes, sem interferência na vedação. Ajustam-se bem a todos os tamanhos de canais auditivos; Compatíveis com outros equipamentos como capacetes, óculos, respiradores, etc;
Descartáveis e de baixo custo;
Pequenos e facilmente transportados e guardados; Relativamente confortáveis em ambiente quente;
Não restringem movimentos em áreas muito pequenas Quando colocados corretamente, proporcionam excelente vedação no canal auditivo.
As desvantagens são:
Movimentos (fala e mastigação) podem deslocar o protetor, prejudicando a atenuação; Necessidade de treinamento específico para colocação; Bons níveis de atenuação dependem da boa colocação; Não é recomendado o manuseio se o usuário estiver com as mãos sujas; Só podem ser utilizados em canais auditivos saudáveis; Fáceis de perder.
2.2.5.3.1.2 PROTETORES AUDITIVOS DE INSERÇÃO PRÉ-MOLDADOS São aqueles cujo formato é definido, por exemplo, três flanges ou protetores não roletáveis. Podem ser de diferentes materiais: borracha, silicone, PVC. As vantagens dos protetores auditivos prémoldados são:
Diversos modelos;
Compatíveis com outros equipamentos, como capacetes, óculos, respiradores, etc.;
Reutilizáveis ou descartáveis; Pequenos e facilmente transportados e guardados; Relativamente confortáveis em ambiente quente;
Não restringem movimentos em áreas muito pequenas;
Podem ser utilizados por pessoas com cabelos longos, barba e cicatrizes, sem interferência na vedação.
As desvantagens são:
Movimentos (fala, mastigação) podem deslocar o protetor, prejudicando a atenuação;
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Necessidade de treinamento específico; Bons níveis de atenuação dependem da boa colocação;
Só pode ser utilizado em canais auditivos saudáveis;
Fáceis de perder; Menor durabilidade.
2.2.5.3.1.3 PROTETORES AUDITIVOS TIPO CAPA DE CANAL São formados por uma haste plástica de alta resistência à deformação e rompimento, utilizadas abaixo do queixo ou atrás da cabeça, com plugues de espuma substituíveis em suas extremidades. Acomodam-se na entrada do canal auditivo, possuem formato definido, não entrando em contato com o canal auditivo do usuário. As vantagens dos protetores tipo capa de canal são:
Boa durabilidade dos plugues;
Plugues descartáveis Podem ser utilizados com a haste atrás da cabeça ou debaixo do queixo.
Podem ser usados com capacetes, óculos e outros equipamentos sem que reduza a Atenuação e mantendo a eficiência da vedação;
Possuem haste que pode ser regulada para não incomodar o usuário, ainda Oferecendo certa pressão dos plugues, mantendo a atenuação. Excelente opção para usos intermitentes
As desvantagens são:
Não é recomendado o manuseio dos plugues com as mãos sujas. Pode ser desconfortável para 8 horas de trabalho.
A atenuação depende da boa acomodação dos plugues na entrada do canal auditivo
2.2.5.3.1.4 PROTETORES AUDITIVOS TIPO CONCHA Formado por um arco plástico ligado a duas conchas plásticas revestidas internamente por espuma, que ficam sobre as orelhas. Possuem as almofadas externas para ajuste confortável da concha ao rosto do usuário, ao redor da orelha. Podem ser do tipo “acopláveis à capacetes”, não apresentando, neste caso, a haste de interligação das conchas. As vantagens em relação ao uso dos protetores tipo concha são:
Único tamanho - serve para todos os tamanhos de cabeça; Utilização simples / Colocação rápida;
Pode ser utilizado mesmo por pessoas com infecções mínimas no canal auditivo;
Atenuação uniforme nas duas conchas; Partes substituíveis: possuem várias peças de reposição;
Higiênicos – podem ser utilizados em canais auditivos doentes, desde que permitido pelo médico responsável.
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Suas desvantagens são:
Desconforto em áreas quentes; Dificuldade em carregar e guardar devido ao seu tamanho; Pode interferir com outros equipamentos de proteção como óculos, capacetes, máscaras; Pode restringir movimentos da cabeça;
Pressão das conchas pode ser desconfortável para 8 horas de jornada de trabalho;
2.2.5.3.2 SELEÇÃO DOS PROTETORES AUDITIVOS A escolha do protetor para determinada exposição deve levar em consideração os seguintes parâmetros:
As vantagens e desvantagens de cada protetor.
As atividades desenvolvidas pelos colaboradores e a necessidade de utilização de outros EPI´s.
Qual tipo de ruído (contínuo ou impacto).
Fator de proteção (atenuação) condizente com o nível de ruído do ambiente ou da atividade.
O fator de proteção dos protetores auriculares são fornecidos pelos fabricantes, em um número único e/ou por banda de freqüência e são dados constantes do certificado de aprovação (CA) de cada equipamento. Esses dados são obtidos através de ensaios em laboratórios especializados, através da utilização de procedimentos, normalmente, da ANSI e ISO, e posteriormente são submetidos ao MTE para emissão do CA. 2.2.5.3.2.1 RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE Torna-se necessário saber qual é o nível de pressão sonora no ouvido quando o trabalhador está utilizando determinado protetor auditivo, garantindo assim sua eficiência. Basicamente existem dois métodos para o da eficiência dos protetores auditivos, ou seja, o método longo e o simplificado. 2.2.5.3.2.1.1 MÉTODO LONGO Para o cálculo de atenuação por esse método, primeiramente, é necessário que seja feita a análise de freqüência do ruído que atinge o trabalhador a ser protegido. Suponhamos que um trabalhador esteja exposto a um nível de ruído global de 101,8 dB(A) e feita a análise de freqüência do mesmo em banda de oitava obteve-se os dados descritos na linha 1 da tabela abaixo. O NPS Global foi obtido da soma dos NPS´s das freqüência através da equação 9. ID
Frequência (Hz)
125
250
500
1K
2K
4K
8K
NPS Global dB(A)
01
NPS (dB(A))
73,2
79,9
86,3
93,2
98,2
97,0
90,0
101,8
Prof. Nereu Nunes (
[email protected] )
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Para o cálculo da eficiência do protetor deve-se seguir os seguintes passos:
ID 01 02
ID 01 02 03 04
ID 01 02 03 04 05
ID 01 02 03 04 05 06
ID 01 02 03 04 05 06
Obter junto ao fabricante do protetor auditivo a atenuação e o desvio padrão do protetor a ser testado (linha 2 e 3). Freqüência (Hz) NPS (dB(A)) Atenuação (protetor) Desvio Padrão (protetor)
125
250
500
1K
2K
4K
8K
NPS Global dB(A)
73,2 12,0 1,7
79,9 20,0 2,4
86,3 28,9 2,4
93,2 31,4 1,5
98,2 32,9 2,4
97,0 38,1 2,5
90,0 40,2 2,6
101,8 -
Multiplicar o desvio padrão do protetor por dois (linha 4); Freqüência (Hz)
125
250
500
1K
2K
4K
8K
NPS Global dB(A)
NPS (dB(A))
73,2
79,9
86,3
93,2
98,2
97,0
90,0
101,8
Atenuação (protetor) Desvio Padrão (protetor) 2 X Desvio padrão
12,0 1,7 3,4
20,0 2,4 4,8
28,9 2,4 4,8
31,4 1,5 3,0
32,9 2,4 4,8
38,1 2,5 5,0
40,2 2,6 5,2
-
Calcular a atenuação efetiva do protetor através da subtração dos valores da linha 2 pela linha 4 (linha 5). Freqüência (Hz)
125
250
500
1K
2K
4K
8K
NPS Global dB(A)
NPS (dB(A))
73,2
79,9
86,3
93,2
98,2
97,0
90,0
101,8
Atenuação (protetor) Desvio Padrão (protetor) 2 X Desvio padrão Atenuação efetiva
12,0 1,7 3,4 8,6
20,0 2,4 4,8 15,2
28,9 2,4 4,8 24,1
31,4 1,5 3,0 28,4
32,9 2,4 4,8 28,1
38,1 2,5 5,0 33,1
40,2 2,6 5,2 35,0
-
Calcular o NPS com uso do protetor através da subtração da linha 1 pela linha 5 (linha 6). Freqüência (Hz)
125
250
500
1K
2K
4K
8K
NPS Global dB(A)
73,2
79,9
86,3
93,2
98,2
97,0
90,0
101,8
Atenuação (protetor) 12,0 Desvio Padrão (protetor) 1,7 2 X Desvio padrão 3,4 Atenuação efetiva 8,6 NPS com uso do 64,6 protetor
20,0 2,4 4,8 15,2
28,9 2,4 4,8 24,1
31,4 1,5 3,0 28,4
32,9 2,4 4,8 28,1
38,1 2,5 5,0 33,1
40,2 2,6 5,2 35,0
-
64,7
62,2
64,8
70,1
63,9
55,0
-
NPS (dB(A))
Calcular o NPS Global com uso do protetor através da equação 9. Freqüência (Hz)
125
250
500
1K
2K
4K
8K
NPS Global dB(A)
73,2
79,9
86,3
93,2
98,2
97,0
90,0
101,8
Atenuação (protetor) 12,0 Desvio Padrão (protetor) 1,7 2 X Desvio padrão 3,4 Atenuação efetiva 8,6 NPS com uso do 64,6 protetor
20,0 2,4 4,8 15,2
28,9 2,4 4,8 24,1
31,4 1,5 3,0 28,4
32,9 2,4 4,8 28,1
38,1 2,5 5,0 33,1
40,2 2,6 5,2 35,0
-
64,7
62,2
64,8
70,1
63,9
55,0
73,7
NPS (dB(A))
O protetor será eficiente se o NPS Global com o uso do protetor for menor que o limite de tolerância adotado, no caso do Brasil segundo Anexo 01 da NR-15. Entretanto é recomendado que Prof. Nereu Nunes (
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o valor do NPS Global com uso do protetor seja menor ou igual a 80 dB(A). Este método tem um nível de confiança de 98%. 2.2.5.3.2.1.2 MÉTODO SIMPLES Existem vários números únicos para representar os dados de atenuação do protetor auditivo. Os principais são o Noise Redution Rating (NRR), norma ANSI S3.19-1974, e o Noise Redution Rating Subjetic Fit (NRRsf), norma ANSI S12-1997 método B. Comparando com o método longo o método simples transforma os dados de atenuação média e o desvio em um único número, possibilitando uma forma simples, eficiente e rápida para comparação e seleção dos protetores. É importante salientar que o NRR é um valor obtido em condições ideais de laboratório, realizando testes com pessoas treinadas para a sua utilização. No entanto, nas condições reais de utilização nos locais de trabalho, verifica-se que esse valor poderá ser reduzido sensivelmente, devido a falta de treinamento, ajuste inadequado, dentre outros. Assim, a NIOSH recomenda que os valores de NRR fornecidos pelos laboratórios sejam corrigidos da seguinte maneira: Tipo de Protetor Concha Inserção moldável Outros protetores de inserção
Fator de Correção (fc) Multiplicar o NRR fornecido pelo fabricante por 0,75 (75%) Multiplicar NRR por 0,50 (50%) Multiplicar o NRR por 0,30 (30%) Tabela 9: Fator de correção do NRR
Sendo assim a eficiência do protetor, segundo método simplificado NRR, é calculada pela equação 17.
𝑁𝑃𝑆𝑃 = 𝑁𝑃𝑆𝑑𝐵 𝐶 − 𝑁𝑅𝑅 × 𝑓𝑐 𝑑𝐵(𝐴) (17) Onde:
NPSP corresponde ao nível de pressão sonora protegido em dB(A).
NPSdB(C) corresponde ao nível de pressão sonora do ambiente medido na ponderação “C”.
NRR corresponde ao valor único fornecido pelo fabricando do protetor ou pelo Certificado de Aprovação do MTE.
Fc corresponde ao fator de correção da tabela 9.
Não sendo possível a medição do ruído na ponderação “C” a equação 18 pode ser empregada. O fator 7 (sete) na equação 18 corresponde a diferença entre a escala dB(A) e dB(C) além de outros fatores.
𝑁𝑃𝑆𝑃 = 𝑁𝑃𝑆𝑑𝐵 𝐴 − 𝑁𝑅𝑅 × 𝑓𝑐 − 7 𝑑𝐵(𝐴) (18) Já o NRRsf também é um valor único de atenuação fornecido pelos fabricantes dos protetores e obtido em laboratórios especializados, através de testes com pessoal não treinado, apenas procedendo a leitura das instruções da embalagem. Para o cálculo da eficiência do protetor, a equação 19 deverá ser utilizada.
𝑁𝑃𝑆𝑃 = 𝑁𝑃𝑆𝑑𝐵 𝐴 − 𝑁𝑅𝑅𝑠𝑓 𝑑𝐵(𝐴) (19) Prof. Nereu Nunes (
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Note-se que, nesse caso, a avaliação do ruído deverá ser em dB(A) e não será necessária qualquer outra correção. O método NRRsf apresenta um nível de confiança estatístico igual a 84%. Devido ao fato do cálculo dos índices do método simples ser baseados no espectro do ruído rosa4 como ambiente padrão, que não é o caso para todos os usuários, recomenda-se sempre que possível o método longo para seleção e determinação da eficácia do protetor auditivo. 2.2.5.3.2.2 RUÍDO DE IMPACTO5 Avanços vendo ocorrendo para o entendimento técnico e elaboração de normas de ensaios para protetores auditivos usados em ambiente de ruído contínuo e ruído impulsivo. Existem normas internacionais para ensaios de atenuação de ruído oferecido por protetores auditivos em ambiente de ruído contínuo, usando ouvido real (método de REAT), tais como a última norma ANSI S12.6 1997 (parte A e B) e os trabalhos em andamento do grupo ISO para finalizar texto de norma similar da ANSI S12.6 -1997(B - colocação pelo ouvinte). Também existem métodos para avaliar a eficiência dos protetores auditivos em ambiente de ruído contínuo, por exemplo usando método longo (por bandas de freqüências), método simples e/ou método de HML [ver referência]. Não existem normas em nível internacional sobre ensaios de protetores auditivos para ruído impulsivo e ainda não existem métodos para avaliar a eficiência dos protetores em ruído impulsivo. É fato conhecido tecnicamente, que a maior e mais rápida perda auditiva é causada por ruído impulsivo. O ruído impulsivo é definido como aquele que permanece dentro de um intervalo de tempo menor que um segundo e repetição entre um impulso e outro maior que um segundo. O nível de pressão sonora de pico de ruído impulsivo pode chegar a 170 dB (pico). Este nível pode ultrapassar o limite de nível de dor no ouvido e até danificar a membrana timpânica. O perigo de ruído impulsivo é que ele existe em intervalo tempo curto, que significa ele tem energia em banda de freqüência larga que cobre a toda faixa de freqüências audível de 20 Hz a 20 KHz. O ruído impulsivo é muito comum na maioria dos ambientes industriais e é causado por máquinas de impactos, prensas, queda de objetos pesados, explosões, descarga de alta pressão do ar ou gases, entre outras. Os protetores auditivos para ruído impulsivo devem ter conchas de grande volume para atenuar a parcela de ruído de baixas freqüências. Neste caso é recomendado usar dupla proteção6; isto é usar dois protetores simultaneamente sendo um tipo concha (de grande volume) e outro tipo plug. A falta de normas internacionais de ensaio dos protetores auditivos para ruído impulsivo coloca em risco os trabalhadores neste ambiente de alto nível. Neste caso os protetores auditivos não podem ser ensaiados com ouvido real (ensaio subjetivo). Existem vários trabalhos técnicos desenvolvendo métodos objetivos para ensaios de atenuação de ruído dos protetores auditivos em ambiente de ruído impulsivo. Alguns dos ensaios são feitos usando uma cabeça artificial ou manequim simulando cabeça humana como por exemplo o trabalho que está sendo realizado na Universidade 4
Classificação dada ao ruído que apresenta o mesmo nível de pressão sonora em todo espectro sonoro da banda de oitava. 5 Artigo escrito pelo Prof. Samir N. Y. Gerges, Ph. D. (http://www.lari.ufsc.br/publicacoes/cipa_262.pdf). 6 Não existe método teórico ou empírico confiável para predição da atenuação da utilização de dois protetores simultaneamente. Entretanto segundo a NIOSH deve-se somar 5 e 6 dB ao maior NRR e NRRsf respectivamente. Prof. Nereu Nunes (
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Federal de Santa Catarina (UFSC) no Laboratório de Ruído Industrial (LARI), onde foi desenvolvida um fonte sonora de ruído impulsivo por rompimento de membrana com reservatório de ar de alta pressão gerando níveis de pico estável e repetido de até 158 dB(pico). Este ruído impulsivo é gerado dentro de um tubo de 500 mm de diâmetro atingindo uma cabeça construída conforme norma ISO, por vários ângulos de incidência. O nível de pressão sonora é medido no ouvido desta cabeça, com microfone especial, sem protetor e depois com protetor. Este trabalho está em andamento e está sendo desenvolvido com participação de uma equipe internacional multidisciplinar na UFSC - Brasil. O objetivo deste é elaborar uma proposta para o grupo de trabalho da ISO para possível norma internacional futura. 2.2.5.3.3 VIDA ÚTIL DOS PROTETORES AUDITIVOS7 Qual é a vida útil de um protetor auditivo. Uma pergunta que está sendo colocada de forma intensa nos últimos dois anos pelos responsáveis pelo Programa de conservação de Audição e usuários, e até advogados e Juízes sem ter uma resposta que convença. Estive em Berlin, Alemanha representando o Brasil na reunião do grupo de trabalho WG 17 de ISSO Protetores Auditivos, é aproveitei a presença de 15 participantes de todo o mudo e fiz esta pergunta para eles. Infelizmente não tem resposta. Será que existe um período da vida útil do protetor Auditivo para todas as marcas e modelos e para todos os usuários? Vamos fazer a seguinte pergunta similar; Qual é a vida útil de seu sapato. Por exemplo: João tem pé torto e anda depressa batendo nas pedras e quando volta para casa tira o sapato e joga no canto sujo e molhado. Mas nosso amigo elegante Batista, anda com pé reto correto e cuida de sua postura, mantendo seu sapato sempre limpo e bem guardado. O Batista é pão duro, não quer gastar para comprar sapato novo, ele engraxa o sapato dele todos os dias à noite, ele ate não acelera o carro, para não freiar e gastar a pastilha de freio. O sapato de Batista dura anos, enquanto o sapato de João só dura 6 meses. Agora vamos para nosso assunto. Um trabalhador que cuida de seu protetor auditivo, lava ele (tipo pluge), troca almofadas (tipo concha), guarda ele em lugar limpo vai ter vida útil mais longa do que sem cuidado, como por exemplo; deixar o protetor cair no chão sujo, não lavar, guardar em lugar úmido e sujo, não colocar ele em contato com produtos químicos para evitar a perda das características, etc. Será que nos temos a resposta para a pergunta Qual é A vida útil do Protetor Auditivos ? NÂO TEMOS, porque não existe resposta. Existem algumas pesquisas e trabalhos muitos limitados em estatísticas e feitos para certas pessoas usando poucos tipos de protetores auditivos. Então, apenas temos idéia do período de tempo de uso do protetor. Mesmo como, por exemplo, falamos que um sapato pode durar um período entre 6 meses a 2 anos. Um protetor tipo concha pode durar de 6 meses a 3 anos, tipo plug de espuma expandida com superfície selado (não deixa liquido penetrar) pode ser usado até 15 dias. Pluge de espuma expandida descartável com superfície porosa apenas um a dois dias. Pluge de silicone ou borracha pode ser usado de um mês a dois anos. São períodos na qual deve-
7
Artigo escrito pelo Prof. Samir N. Y. Gerges, Ph. D. (http://www.lari.ufsc.br/publicacoes/cipa_288.pdf).
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se considerar que as características que o protetor pode perder até 3 dB de sua atenuação original (quando era novo). É recomendado que o trabalhador leve seu protetor quando vai fazer teste audiométricos periódicos (cada 6 meses a um ano) e mostrar para o fonoaudiólogo(a) como ele usa e coloca o protetor e receber aula particular sobre a colocação, uso e manutenção do protetor, além de que o fonoaudiólogo(a) pode ajudar na decisão de trocar ou não o protetor ou até só trocar a almofada (tipo concha). Agora podemos fazer mais levantamentos e pesquisas em uma determinada empresa em ambiente específica, usando certas marcas e modelos de protetores auditivos, com uma população de trabalhadores específicos para determinar período de troca dos protetores auditivos.
Prof. Nereu Nunes (
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2.3
BIBLIOGRAFIAS RECOMENDADAS
ARAÚJO, Giovanni Morais de. Normas Regulamentadoras Comentadas: Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho. 6 ed. Rio de Janeiro: Gerenciamento Verde, 2007. American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH), Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais. Limites de exposição para substâncias químicas e agentes físicos e índices biológicos de exposição. Trad. ABHO. Campinas, 2008. ARAÚJO, G. M.; REGAZZI, R. D. Perícia e Avaliação de Ruído e Calor: Passo a Passo. 2. ed. Rio de Janeiro: [s.n], 2002. 75 - 300 p. FUNDACENTRO, São Paulo. Avaliação da exposição ocupacional ao ruído: NHO-01. São Paulo, 2001. GERGES, S. N. Y. Ruído: Fundamentos e Controle. 2. ed. Florianópolis: NR Editora, 2000. GERGES, S. N. Y. Protetores Auditivos. 1. ed. Florianópolis: NR Editora, 2003. MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho: Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977. 63. ed. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2009. SALIBA, T. M. Manual Prático de avaliação e controle de ruído. 4. ed. São Paulo: LTR Editora, 2008. SALIBA, T. M. Manual Prático de Higiene Ocupacional e PPRA: Avaliação e controle dos riscos ambientais. 2. ed. São Paulo: LTR Editora, 2009. 11-58 p. SESI, Brasília. Técnicas de avaliação de agentes ambientais. Brasília, 2007. 119-156 p.
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