1-CONCEITUAÇÃO DE ÉTICA É de extrema importância entender o sentido implicado na palavra “ética”, para que se compreenda de forma clara o objeto dessa análise. Desta forma passamos a uma busca pela base etimolóica da palavra ética e de seus seus poss!veis sinificados. sinificados. " palavra #ética” $ethos $ethos % reo&, sinificou em primeiro momento, resid'ncia, morada. (sava%se com refer'ncia aos animais, para se referir aos luares onde criavam. )ais tarde se aplicou aos povos com refer'ncia a seu pa!s. * ser +umano separa uma parte do mundo para, moldando%a ao seu jeito, construir um abrio protetor e permanente. " ética, como morada +umana, no é alo pronto e constru!do de uma só ve-. * ser +umano está sempre tornando +abitável a casa que construiu para si. as palavras de /eonardo 0off $1232&4 5t+os6 ética, em reo6 desina a morada +umana. * ser +umano separa uma parte do mundo para, moldando%a ao seu jeito, construir um abrio protetor e permanente. " ética, ética, como morada +umana, no é alo pronto e constru!do de uma só ve-. * ser +umano está sempre tornando +abitável a casa que construiu para si. Ético sinifica, portanto, tudo aquilo que ajuda a tornar mel+or o ambiente para que seja uma moradia saudável4 materialmente sustentável psicoloicamente interada e espiritualmente fecunda.
a ética +á o permanente e o mutável. * permanente é a necessidade do ser +umano de ter uma moradia4 uma maloca ind!ena, uma casa no campo e um apartamento na cidade. 7odos 7odos esto envolvidos com a ética, porque todos buscam uma moradia permanente. * mutável é o estilo com que cada rupo constrói sua morada. É sempre diferente4 r8stico, colonial, moderno, de pal+a, de pedra. 5mbora diferente e mutável, o estilo está a servi9o do permanente4 a necessidade de ter casa. " casa, nos seus mais diferentes estilos, deve deverá rá ser ser +abi +abitá táve vel. l. :u :uan ando do o perm perman anen ente te e o mutá mutáve vell se casa casam, m, sur suree uma uma étic éticaa verdadeiramente +umana. " ética é a parte da filosofia que elabora os princ!pios e as normas que orientam a condu con duta ta +umana +umana para air bem $air $air com virtud virtudes es e no no com com vícios&. vícios&. " ética possui dois momentos4 momentos4 primeiro, primeiro, procura fundamentos fundamentos e, depois, depois, imp;e deveres. deveres. 5la é a teoria teoria sobre o comportamento moral dos +omens na sociedade6 é a filosofia moral.
Por que agir bem? 7emo 7emoss tr's tr's respos respostas tas para para esta esta que quest sto4 o4 aimo aimoss com virtud virtudes es para ser felies (éticas teleológicas) ou para seuir as leis porque somos seres racionais (éticas deontológicas) ou por seuir leis !i"i#as que nos proporcionaro a salva9o (éticas religiosas)4 religiosas)4 3. "s éticas $eleol%gi&as $telos, telos, finalidade& visam
??, @1A, expressa muito claramente este tipo de ética4 “7odos os +omens procuram ser feli-es4 no +á exce9o. =or diferentes que sejam os meios que empream, tendem todos a esse fim”.
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1. "s éticas !eo#$ol%gi&as $déontos, déontos, o que é obriatório4 a lei& se fundamentam na racion racionalid alidade ade +umana +umana.. Bomo Bomo seres seres pen pensan santes tes,, dev devemo emoss air air seund seundoo os impera imperativo tivoss que encont encontram ramos os racion racionalm alment ente. e. 7ambé 7ambém, m, seuir seuir as normas normas jur!dic jur!dicas as e as leis, leis, pois pois foram foram elaboradas racionalmente e por consenso. =or exemplo, Cant na Fundamentação na Fundamentação da Metafísica dos Costumes encontrou o imperativo cateórico “"e de tal forma que tua a9o se converta em uma lei universal”. . "s étic éticas as religi religiosa osass ou fu#!ame# fu#!ame#$alis $alis$as $as encontram fundamentos divinos, externos externos ao +omem, +omem, para orientar orientar as a9;es. a9;es. =or exemplo, exemplo, Os dez Mandamen Mandamentos tos so ordens divinas para livrar do mal ao povo israelita. 5ste decáloo, oriinalmente, contém leis escritas por Deus em tábuas de pedra e entreues ao profeta )oisés )oisés no monte Einai. =ercebemos que na ética se interiori-a a reflexo e se valori-a a subjetividade nas a9;es +umanas, da! o termo filosofia moral como sinFnimo de ética. 7ambém, 7ambém, o questionamento ético é sobre o bem $positivo& e no sobre o mal. Bom efeito, no é muito comum refletir sobre o fundamento do mal na ética, mas podemos dedu-ir porque no air mal seundo essas tend'ncias4 3. =ara a ética teleolóica as práticas neativas nos arrastam G imediata ou posteriormente ao fato G < infelicidade, infelicidade, ao sofrimento, < inutilidade de nossos nossos atos. 1. "s éticas deontolóicas censuram os v!cios porque mostram a incapacidade de fa-er uso de nossa capacidade racional $a especificidade +umana entre os outros animais&. "ssim, ae mal o inorante, aquele que no con+ece a sua condi9o de ser +umano. É viciado aquele que tende mais a sua animalidade que a sua +umanidade. . "s relii;es rejeitam o air mal porque este contesta as ordens divinas, nos desvia da salva9o eterna, condu-indo%nos ao camin+o da perdi9o e do pecado. *bservamos, pelo exposto, que a ética é a teoria que pretende condu-ir as a9;es +umanas. 5la precisa internali-ar%se H se inicia com a educa9o H para loo comandar nossa conduta na prática de nossas a9;es. " teoria ética quando é reiteradamente praticada converte%se em +ábito ou costume, constituindo o bom caráter. * air condu-ido pelos princ!pios ou fundamentos éticos é a boa moral. Da! a importância do estudo e do ensino da ética4 praticando o dever manifestamos nossa liberdade, pois percebemos cientemente a responsabilidade responsabilidade de nossos atos.
'-TEO(IA E P()TICA CO*O DI+TINÇÃO ENT(E ÉTICA E *O(A, Ee a ética e a moral encontram%se no âmbito da conduta +umana, pode%se distinuir a ética da moral desde a distin9o entre as atividades teóricas e práticas4
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1. "s éticas !eo#$ol%gi&as $déontos, déontos, o que é obriatório4 a lei& se fundamentam na racion racionalid alidade ade +umana +umana.. Bomo Bomo seres seres pen pensan santes tes,, dev devemo emoss air air seund seundoo os impera imperativo tivoss que encont encontram ramos os racion racionalm alment ente. e. 7ambé 7ambém, m, seuir seuir as normas normas jur!dic jur!dicas as e as leis, leis, pois pois foram foram elaboradas racionalmente e por consenso. =or exemplo, Cant na Fundamentação na Fundamentação da Metafísica dos Costumes encontrou o imperativo cateórico “"e de tal forma que tua a9o se converta em uma lei universal”. . "s étic éticas as religi religiosa osass ou fu#!ame# fu#!ame#$alis $alis$as $as encontram fundamentos divinos, externos externos ao +omem, +omem, para orientar orientar as a9;es. a9;es. =or exemplo, exemplo, Os dez Mandamen Mandamentos tos so ordens divinas para livrar do mal ao povo israelita. 5ste decáloo, oriinalmente, contém leis escritas por Deus em tábuas de pedra e entreues ao profeta )oisés )oisés no monte Einai. =ercebemos que na ética se interiori-a a reflexo e se valori-a a subjetividade nas a9;es +umanas, da! o termo filosofia moral como sinFnimo de ética. 7ambém, 7ambém, o questionamento ético é sobre o bem $positivo& e no sobre o mal. Bom efeito, no é muito comum refletir sobre o fundamento do mal na ética, mas podemos dedu-ir porque no air mal seundo essas tend'ncias4 3. =ara a ética teleolóica as práticas neativas nos arrastam G imediata ou posteriormente ao fato G < infelicidade, infelicidade, ao sofrimento, < inutilidade de nossos nossos atos. 1. "s éticas deontolóicas censuram os v!cios porque mostram a incapacidade de fa-er uso de nossa capacidade racional $a especificidade +umana entre os outros animais&. "ssim, ae mal o inorante, aquele que no con+ece a sua condi9o de ser +umano. É viciado aquele que tende mais a sua animalidade que a sua +umanidade. . "s relii;es rejeitam o air mal porque este contesta as ordens divinas, nos desvia da salva9o eterna, condu-indo%nos ao camin+o da perdi9o e do pecado. *bservamos, pelo exposto, que a ética é a teoria que pretende condu-ir as a9;es +umanas. 5la precisa internali-ar%se H se inicia com a educa9o H para loo comandar nossa conduta na prática de nossas a9;es. " teoria ética quando é reiteradamente praticada converte%se em +ábito ou costume, constituindo o bom caráter. * air condu-ido pelos princ!pios ou fundamentos éticos é a boa moral. Da! a importância do estudo e do ensino da ética4 praticando o dever manifestamos nossa liberdade, pois percebemos cientemente a responsabilidade responsabilidade de nossos atos.
'-TEO(IA E P()TICA CO*O DI+TINÇÃO ENT(E ÉTICA E *O(A, Ee a ética e a moral encontram%se no âmbito da conduta +umana, pode%se distinuir a ética da moral desde a distin9o entre as atividades teóricas e práticas4
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I " moral é a atividade +umana concreta $a moral é a9o, é práxis&6 é air produ-indo o bem ou o mal H por isto a moral pode ser boa ou má. " moral é orientada eralmente pelos costumes e, por isso, é frequentemente irrefletida. I " ética é a teoria da moral6 é a reflexo sobre a conduta +umana6 é a filosofia moral. " ética avalia a moral procurando o efeito das práticas morais, visando < elabora9o de reras $universais& para cimentar uma boa moral. "ssim, a ética determina racionalmente preceitos ou normas de conduta, conduta, convertendo%se na filosofia filosofia da moral. 5timoloicamente as palavras4 ética e moral possuem sinificados muito próximos, que podem confundir6 esto liados aos costumes ou +ábitos. thos +ábitos. thos ou etos G daqui derivam ética e e$ique$a H é de oriem rea e sinifica as reras de conduta consideradas como válidas numa determinada determinada !olis !olis $sociedade $sociedade%estad %estado&. o&. )oral e moralidade moralidade t'm sua rai- em more" mores de oriem latino que sinificam os comportamentos estabelecidos numa espec!fica sociedade. =ela oriem, ento, percebe se que ética é uma palavra mais antia que moral, pois aquela tem oriem no ber9o da cultura ocidental, na Jrécia. Desde "ristóteles, "ristóteles, a ética é a “filosofia prática” G junto < pol!tica e < economia. " ética avalia os atos +umanos como bons $virtudes& ou maus $v!cios&. " ética jula a partir do critério de valor dual $bem H mal, virtude H v!cio& e é requisito que o sujeito avaliado ou julado possua duas condi9;es4consci'ncia e liberdade. "ssim, "ssim, na avalia9o avalia9o ética pressup;e%se pressup;e%se um aente aente livre, livre, independen independente, te, consciente consciente em rela9o rela9o aos atos que ele pratica, pois quem possui liberdade no obedece a uma ordem externa seja por medo ou afeto6 nem aprova um u m costume oriinado por presso ou comodidade ou moda. "s reras de boas maneiras nas rela9;es quotidianas. 7ambém, é o conjunto de tratos cerimoniosos nas festas oficiais, nas solenidades e na vida formal. "ora, "o ra, estamos estamos em con condi9 di9;es ;es de distin distinui uirr os adjeti adjetivos vos aéti aético co ou am amor oral al e antiético" anético ou imoral 4 I A$i& A$i&oo ou amoral amoral é aquele que inora a ética G vive al+eio a ela G seja por descon+ecimento ou incapacidade. =or exemplo, uma crian9a de anos de idade, um doente mental etc. I A#$i$i&o, a#$ aquele ele que que,, con con+ec +ecend endoo a ética, ética, con contra traria ria a#$i& i&oo ou imo imoral ral é aqu propositalmente a boa moral. *s praticantes destes atos so censurados como pessoas viciosas, reprováveis, más. =or exemplo, so antiéticos, imorais ou anéticos os pol!ticos que recebem propinas, os padres pedófilos, pedófilos, os pastores ladr;es ladr;es etc. 7emos distinuido a ética da moral a partir da caracter!stica teórica e prática4 enquanto a ética é teórica, porque sure da reflexo dos costumes, a moral é prática. " ética sure sure que questi stiona onando ndo a moral moral impera imperante nte,, examina examinando ndo os compor comportam tamento entoss produprodu-ido idoss pelo pelo costume.
Desta forma, a ética jula a moral como boa ou má. 5la é boa quando contribui < cimenta9o social é má quando seue os costumes ou +ábitos irrefletidos. =or exemplo, em nossos dias a ética quer transformar a moral imperante em nossas sociedades4 a #ei de $érson, que expressa o costume das pessoas de “ostar de levar vantaem em tudo %& " ética avalia e, depois, censura a moral da “lei de Jérson”, pois não é 'om para nen+uma sociedade que seus membros se aproveitem de todas as situa9;es em benef!cio próprio. " norma enunciada na “lei de Jérson” possui um caráter +istórico e social, e é adotada de uma maneira mecânica, externa ou impessoal. É uma “lei” oriinada da irreflexo com o futuro do povo. " ética combate essa prática porque as reras de conduta moral devem ser acatadas consciente e livremente pelo ator moral. " Ética se op;e < moral viente por meio do debate sobre os costumes4 I o plano individual, recorre < indina9o e ao futuro social, promovendo a reflexo sobre nossas práticas +abituais. =or exemplo4 a ética inibe os maus +ábitos ao refletir sobre as consequ'ncias neativas dessas práticas em nossa reputa9o, com nossos familiares e nossos netos, em nosso c!rculo de ami-ades etc. I as institui9;es de uma sociedade democrática a ética influi no Direito e na =ol!tica. "través das associa9;es $as Eociedades orani-adas, *ns etc.& se promovem debates éticos sobre abandonar ou no certas práticas morais, conseuindo%se uma conscienti-a9o social que serve para a elabora9o de leis G as normas coercitivas, punitivas Gapropriadas ao bom conv!vio social. Desta maneira, a ética contribui < cimenta9o de uma boa moral na sociedade através da san9o de leis jur!dicas. "ssim, nas sociedades democráticas a ética se institucionali-a nos atos dos poderes leislativo e executivo. =or exemplo4 a #ei Maria da Penha é o conjunto de leis sancionadas para diminuir a aresso contra a mul+er, pois a cada 3K seundos uma mul+er é aredida em seu lar $a viol'ncia doméstica é um mau costume que deve ser eliminado da sociedade&. * statuto da criança e do adolescente sure para proteer da viol'ncia f!sica e moral os futuros cidados de nosso pa!s, que so ainda inconscientes de seus direitos c!vicos.
.-O+ P(INCIPAI+ PEN+ADO(E+ DA /(ÉCIA ANTI/A .01 +%&ra$es 234-.55 a0C6 Eentado numa cela carcerária e sentenciado a morte, Eócrates auardava a execu9o da senten9a que recebera depois de ser acusado de corromper a mente dos jovens e de no acreditar nos deuses que "tenas recon+ecia. "uardando o dia da execu9o da senten9a,
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recebe a visita de um amio que l+e pede que coopere com o esquema que estava sendo montado para resatá%lo e levá%lo para uma cidade estraneira onde poderá continuar sua vida. o entanto, o mestre mostra%se irredut!vel. 5le no apoiará o plano. "s decis;es dele marcam o in!cio do que +oje podemos c+amar de “ética” enquanto forma de compreender o comportamento +umano. Desde os dias de Eócrates, filósofos de todas as era9;es refletem sobre a moralidade, os problemas morais. Eócrates defende o caráter eterno de certos valores como o 0em, >irtude, Lusti9a, Eaber. * valor supremo da vida é atinir a perfei9o e tudo deve ser feito em fun9o deste ideal, o qual só pode ser obtido através do saber. a vida privada ou na vida p8blica, todos tin+am a obria9o de se aperfei9oarem fa-endo o 0em, sendo justos. * +omem sábio só pode fa-er o bem, sendo as injusti9as próprias dos inorantes. Eócrates sustentou que existe um saber universal e válido que decorre da ess'ncia +umana. Desta premissa7 se pode conceber a fundamenta9o de uma moral universal. "o enunciar sua máxima4 “Bon+ece%te a ti mesmo” tradu- que o essencial a todos é a alma racional. “* +omem é, essencialmente ra-o”. 5 deve ser por esta, que deve fundamentar as normas e os costumes morais. =or tal ra-o a ética socrática é racionalista, da! a alea9o socrática de que quem ae mal, o fa- por inorância do que é bem e do que é a ess'ncia +umana. =ara Eócrates, con+ecendo o bem, por consequ'ncia o +omem praticá%lo%á e será feli-. :uem fa- o mal é porque no con+ece o bem, pois con+ecendo%o, no airia contra “o que tem no cora9o”, para no ser infeli-3.
.0' Pla$8o 2'9-.29 a0C06 =lato no foi o primeiro filósofo reo, mas foi o primeiro a escrever extensivamente sobre os vários problemas de filosofia. “a filosofia, =lato foi um 'nio inovador numa escala sem paralelos nos séculos seuintes”1. 5le nasceu no seio das fam!lias mais ilustres de "tenas. Ma-ia parte da lin+aem do 8ltimo rei da cidade por parte de pai. Decepcionado com o servi9o p8blico por causa da corrup9o que testemun+ou no overno de "tenas, culminando com a condena9o de seu amado mestre renunciou a voca9o pol!tica. " respeito disto ele afirma4 “5nquanto no in!cio eu estava c+eio de entusiasmo pelo servi9o p8blico, aora só conseuia ser um observador e via tudo turbil+onando ao meu redor para cá e para lá. $...& B+euei < concluso de que todas as cidades dos tempos atuais so mal overnadas”.
3Jardner, L., 3NNA. p. K@. 1 Oarner, op. Bit. p. P1. "pud Oarner, op. Bit, p. QK. A
" carreira de Eócrates, marcada pelo questionamento aos pressupostos incontestados da época e pela retido moral, atraiu =lato para a filosofia. Depois da morte de seu mentor, =lato deixou "tenas para viajar, seuir a voca9o filosófica e vinar a morte de Eócrates por meio da composi9o de uma série de diáloos. =assou 31 anos no 5ito, ?tália, na Eicilia, e também na Jrécia. Depois voltou e fundou sua famosa "cademia, onde ensinou até a morte. Rá várias maneiras de caracteri-ar os ensinamentos éticos de =lato. 5m certo sentido, seria adequado di-er que ele inauurou uma ética de auto%reali-a9o. Eeundo ele, o objetivo da vida é atuali-ar nossa verdadeira nature-a, juntamente com nossas potencialidades inatas. 5ssa proposta suere uma ética teleolóica. 7odavia, talve- fosse mais apropriado denominá%la “ética de intera9o ordenada” ou “ética de +armonia”. =ara =lato, o bem supremo, quer no indiv!duo, quer na vida em comunidade, é um todo bem%ordenado que resulta da contribui9o de cada parte seundo sua capacidade. " busca de uma intera9o ordenada levou =lato ao entendimento de virtude. De um modo tipicamente reo, ele distribuiu as virtudes entre as “partes” da alma +umana $a vida mental +umana&@. Eabedoria é a virtude que correspondente < capacidade de pensar com clare-a e con+ecer a bondade. Bapacidade de exercer o poder da ra-o. "parte no racional ou passional da alma +umana está dividida entre parte animada e parte sensorial ou apetitiva& ela encontramos a Boraem " virtude correspondente ao poder da vontade, que inclui a ira perante o v!cio. =ara ele sinifica saber o que fa-er e o que no temer. 7emperan9a que é a capacidade de controlar os desejos. Lusti9a é a virtude que intera as demais. :uando a parte apetitiva está subordinada < parte animada, e as duas subordinadas < parte racional, sure < +armonia0 5nvolve o equil!brio correto entre autoridade e submisso. 5la ocasiona o funcionamento +armonioso de sabedoria, coraem, e temperan9a sob as ordens da ra-o. =lato no concebia estas virtudes em separado. Luntas elas comp;em uma vida virtuosa interada. Eabedoria e justi9a relacionam%se entre si, no pensamento de =lato, pois, o sábio é aluém no qual todos os elementos aem num conjunto +armFnico. Boraem e temperan9a so aspectos das a9;es mais sabiamente reuladas da alma, que acontecem quando a ra-o educa a vontade e elas atuam juntas para controlar os apetites. (ma tese muito importante é a de que a inorância é a principal causa das a9;es más. Eeundo esse entendimento, fa-emos o que acreditamos ser bom. 5m outras palavras nunca nos propomos a fa-er o mal. unca praticamos o mal deliberadamente. 5m resumo, a virtude é o exerc!cio da sabedoria, ao passo que o v!cio é o produto da insensate-. * conceito de justi9a
@ =lato, 3NN, @3%@@3 Q
como a virtude da a9o +armoniosa forma um elo entre a dimenso individual e a dimenso social. 5le no era um democrata. Bon+ecia as defici'ncias potenciais da democracia. =ortanto podemos v'%lo como um aristocrata coletivista. 5le visuali-ou uma sociedade estratificada. >ia tr's classes, seundo a principal fun9o de cada um na sociedade. Borrespondendo
A )"B?7TU5, "lasdair. "fter >irtue4 " EtudS in )oral 7+eorS. p. 1A Q=/"7V*, =rotáoras. /isboa. Uelóio DW"ua. 3NNN P=/"7V*,Jórias, ?ntrodu9o, tradu9o do reo e notas de )anuel de *liveira =ulquério, /isboa.5di9;es P2. K=/"7V*, Médon. (0. 1222 N =/"7V*, Milebo. 0elém. (niversidade Mederal do =ará. 3NP@ P
ou da experi'ncia dos sentidos. 5ssa é a esfera dos m8ltiplos, que inclui coisas e objetos individuais. É também o reino da mudan9a ou do “vir%a%ser”. 5sse é menos real que a seunda. a seunda encontra%se o reino das formas ou ideias, as quais so as ess'ncias eternas e imutáveis, exemplificadas pelos m8ltiplos objetos individuais que percebemos por meio dos sentidos. " 5sfera das formas é a esfera do “ser”. 5ssa esfera precede a dos objetos particulares. =lato teori-ou que as formas eternas so mais reais que os objetos que percebemos, uma ve- que precisamos pressupF%las em todas as explica9;es do mundo. * con+ecimento direspeito unicamente
" obten9o da Morma do 0em no está necessariamente ao alcance de todos. o fim, ela é prerroativa dos filósofos4 só eles so capa-es desse elevado con+ecimento. =lato dependeu de sua metaf!sica voltada para a Morma do 0em. * 8nico critério final que =lato
32 =/"7V*, " Uepublica,p A3P, b e c K
conseuiu apresentar apelava para a percep9o da Morma do 0em pelo filósofo. Bontudo com isso permanece a questo de que =lato teve dificuldade de captar o tra9o essencial da bondade. 5sse tra9o está voltado para aquilo que ainda no é.
.0. Aris$%$eles .92-.'. a0C6 asceu na cidade-in+a de 5staira, no norte da Jrécia $7rácia&, na fronteira entre o “bárbaro” império )acedFnio em expanso e as “civili-adas” cidades%estados da Jrécia em decl!nio, fil+o de icFmaco, médico da Borte )acedFnia, "ristóteles também aprendeu a medicina. Depois da morte do =ai se transferiu para "tenas aos 3K anos para estudar na "cademia de =lato, frequentou a "cademia por quase 12 anos, estudando, escrevendo e no fim também ensinado. :uando =lato morreu e outra pessoa foi indicada para diriir a "cademia, ele deixou "tenas. =assou vários anos viajando, ensinando e fa-endo pesquisas em 0ioloia e por fim recebeu o convite para ser o tutor do Lovem "lexandre fil+o do Uei Milipe da )acedFnia onde ficou por tr's anos. Uetornando para "tenas um ano após a morte de Milipe $A&. 5m "tenas fundou sua própria escola o /iceu. Eeu estilo de ensinar camin+ando de um lado para outro l+e redeu o apelido de peripatos $o camin+o percorrido ou camin+ar ao léu&. Bom a morte de "lexandre, a situa9o ficou cr!tica, pois a associa9o de "ristóteles com a corte )acedFnia l+e rendeu perseui9o e para fuir do mesmo fim de Eócrates, deixou a cidade exilando%se na cidade de Bálcis na 5usébia onde morreu um ano depois aos Q anos de idade. * pensamento ético de "ristóteles está firmemente assentado em suas conclus;es referente < metaf!sica, < qual se referia como “primeira filosofia”. 5m sua opinio, ela é fundamental para o empreendimento cient!fico, pois fornece os princ!pios das ci'ncias. 5le propFs uma altera9o ao entendimento platFnico da realidade. 5le concordava com seu mentor em que as formas eternas e imutáveis so mais perfeitas que os objetos mutáveis. 7ambém acreditava que o objetivo de todas as coisas naturais é exemplificar perfeitamente as formas que l+es correspondem. 7ambém declarou que a contempla9o das ess'ncias imutáveis é a atividade +umana mais elevada. Uejeitou, porém, a suesto de seu mentor de que as formas existem fora dos objetos espec!ficos. =ara ele os objetos individuais so uma unidade de forma e matéria. " rejei9o de "ristóteles a =lato aumentou em parte por causa do seu modo de entender acusa9o e, depois, as substancias. "cusa9o foi crucial, porque a descoberta das causas forneceu os primeiros princ!pios que o filósofo estava procurando. "s conclus;es que "ristóteles tirou nesse ponto desempen+aram um sinificativo papel na reflexo filosófica desde a ?dade )édia até a era moderna.
N
=ara "ristóteles, tudo existe ra9as a quatro causas. " causa material que consistia nos elementos que compun+am um objeto6 a Bausa formal, mais importante que a anterior, pois era a forma ou padro que molda o material e o transforma no objeto. É o que fa- uma tiela de cerâmica ser uma tiela, e no apenas uma massa informe de arila6 a causa eficiente, ou seja, o aente real, aquele através de cuja atividade se produ- o objeto. Bomo o oleiro cuja atividade produ- o objeto e por fim a causa final, pois é o que determina o telos, ou a finalidade, a sua ra-o de ser. "ristóteles também procurou explicar a mutabilidade dos objetos no mundo dos sentidos, embora observasse certa durabilidade própria. =or isso distinuiu no objeto substância e acidentes& " Eubstância é o substrato permanente por trás das qualidades mutáveis4 cor, textura, taman+o, etc., que podemos perceber pelos sentidos e a Morma que é um elemento com determinado fim que molda um objeto e l+e confere exist'ncia real. "ristóteles rejeitou a asser9o de =lato de que a reflexo moral pressup;e um “bem” com exist'ncia independente. 5m ve- disso, o “bem”, é inerente as atividades da vida. =ortanto, ele só pode ser descoberto pelo estudo diliente da vida +umana. Eua ética é teleolóica e aponta para o objetivo de tudo o que existe. 7udo tem um propósito, pois cada ser existe para uma causa final. Eua proposta ética come9a com a questo acerca do propósito ou fun9o da pessoa +umana $nossa causa final&. =ara descobrir a resposta a esta questo ele peruntou4 “* que é desejável como um fim em si, e no como meio para alum fim ulteriorX :ual o objetivo auto% suficiente de nossos desejos4 aquilo que, se conquistado, satisfaria todos os nossos outros desejosX " Uesposta a que c+eou foi que desejamos a eudamonia e no o pra-er & " felicidade é ento a mel+or, a mais nobre e a mais aradável coisa do mundo. " felicidade envolve o bem% estar. 5nvolve o viver $comportar%se&, assim como o sentir%se bem. 5le descreveu o bem%estar vinculando%o ao intelecto. " felicidade é uma atividade. " perfeita atividade produ- a perfeita felicidade. " suma felicidade nasce daquela atividade vinculada ao nosso sumo bem.33 * bem refere%se primeiramente a excel'ncia na prática de qualquer atividade essencial < nature-a de seu praticante. "ssim, a atividade essencial < nature-a do professor é ensinar. Bonsequentemente, o bom professor é aquele que ensina de modo excelente e assim pratica o bem. =ara "ristóteles a atividade caracteristicamente +umana é a reflexo ou contempla9o. * ser +umano é o animal racional, para citar sua famosa defini9o. 5 consequentemente nosso propósito esta no exerc!cio da racionalidade ou ra-o. "ssim a
33 "U?E7*75/5E, Ética a icFmaco, 1223, 1@%1A 32
felicidade que todos os seres +umanos procuram está na excel'ncia da prática do ato de pensar. 5nvolve o bom desempen+o da fun9o própria de seres racionais. "ristóteles declarou que a felicidade +umana ou o bem +umano é a .atividade da alma /ue mostra e0cel1ncia (virtude)%" o que sinifica que a felicidade é o exerc!cio efetivo da ra-o31. * conceito de virtude do filósofo é de que ela é uma qualidade que permite a quem a possuir funcionar bem H cumprir sua fun9o com efici'ncia H e assim conquistar seu bem%estar e felicidade. 5la inclui todas as várias boas qualidades de caráter, até mesmo os tra9os como espirituosidade e cordialidade $ou amabilidade&, assim como as virtudes mais tradicionais como coraem, temperan9a e autenticidade. Bomo =lato associou as virtudes < alma +umana e dividiu em duas partes, a racional e no racional. Uacional é a esfera das virtudes intelectuais. ?nclui a dimenso “cientifica” ou “inteliente” $contempla9o&. " vida virtuosa envolve sa'edoria teórica ou con+ecimento das realidades eternas. 5sta também é a dimenso calculativa $delibera9o&. " virtude correspondente é a sa'edoria !rtica ou prud'ncia, que para ele era a +abilidade de escol+er os meios adequados para atinir os objetivos certos. " o racional envolve as virtudes morais e consiste na dimenso apetitiva ou emocional, em que operam as disposi9;es virtuosas de caráter e a dimenso veetativa, ou seja, crescimento f!sico. " diviso da alma concebida por "ristóteles suere como a virtude é fundamental para conseuirmos o objetivo da exist'ncia e, consequentemente, o bem%estar. " virtude facilita a tarefa de atuali-ar nossa forma de seres +umanos. De fato, atinimos esse objetivo por meio do desenvolvimento da virtude. " vida ideal inclui acima de tudo o exerc!cio da sabedoria teórica na contempla9o das realidades eternas por meio da aquisi9o da sabedoria intuitiva dos primeiros princ!pios e do con+ecimento cient!fico dos teoremas que nascem desse con+ecimento. " vida ideal envolve também o exerc!cio da sabedoria prática na tomada de decis;es corretas seundo a ra-o. ?ualmente necessário nessa empreitada é o desenvolvimento das virtudes morais, mantendo desejos e emo9;es em +armonia coma ra-o. 5ssa ultima tarefa é o tópico espec!fico da ética. "s virtudes morais pertencem ao aspecto no racional da alma e precisamos desenvolv'%los. =ara "ristóteles o mau comportamento também resulta da inorância, pelo menos em aluns casos. Distinuindo a virtude moral da virtude intelectual, ele mostrou que a vida ética exie mais que con+ecimento.
31 "U?E7*75/5E, Ética a icFmaco, 1223, 3Q%3P 33
o só devemos saber o que é certo, devemos sim, escol+er pF%lo em prática. ?sto requer a presen9a de disposi9;es de caráter adequadas, e estas no pertencem diretamente < parte racional da alma. o fundo a vida virtuosa nasce da coopera9o da ra-o e da vontade. "s virtudes morais so dom!nios espec!ficos da vontade. Eo, porém, reidas pela ra-o, ou seja, o intelecto. Desse modo, viver bem exie tanto excel'ncia intelectual quanto moral. "ristóteles estava convencido de que podemos nos tornar pessoas virtuosas. ?sso é poss!vel por causa da for9a da vontade. “" virtude também está ao nosso alcance, assim como o v!cio. =ois onde está ao nosso alcance o air, também está o no air, e vice%versa” 3& "lém da vontade, temos a capacidade moral para a virtude, que seundo "ristóteles, possibilita%nos o desenvolvimento como pessoa virtuosa. =ara atuali-á%la, exie%se o exerc!cio adequado da vontade, isto é, exie%se que a vontade seja diriida para o fim correto por princ!pios morais racionais. (ma a9o correta no produ- a vida virtuosa. 7ampouco nossa vontade pode permanecer livre para sempre. "o contrário, os +ábitos que desenvolvemos com o passar do tempo disp;em a vontade em uma ou outra dire9o. " vida de felicidade exie o cultivo das disposi9;es virtuosas do caráter, o que se dá por meio do treinamento e pela forma9o de bons +ábitos < medida que praticamos repetidamente a9;es corretas. "s virtudes morais so simplesmente os +ábitos positivos formados em nós. Uesumindo, a virtude é um +abito que nasce das qualidades naturais da alma e se forma < medida que aimos deliberadamente sob a orienta9o de princ!pios morais racionais. osso potencial inato para desenvolver a virtude moral, torna poss!vel a instru9o moral. " virtude envolve a excel'ncia. " excel'ncia das virtudes morais consiste na modera9o +abitual, isto é no meio%termo áureo. “" virtude é um estado de caráter preocupado com a escol+a, residindo no meio%termo H o meio relativo para nós %, o que é determinado por um princ!pio racional e por aquele princ!pio pelo qual o +omem de sabedoria prática o determinaria”3@. " virtude está sempre no meio de dois extremos, um v!cio por defici'ncia e um v!cio por excesso, que nos levam a praticar o erro e acabam contribuindo para nossa infelicidade. (m bom exemplo é a coraem que em sua viso é o meio termo entre a covardia e a temeridade. =ara "ristóteles a justi9a é a soma de todas as virtudes e a sua aus'ncia a soma de todos os v!cios. 5la é uma virtude social. Bonsiste em praticar deliberadamente o que é bom para os outros e evitar o que l+es é prejudicial. 5la envolve a equidade e a lealidade.
3 "U?E7*75/5E, Ética a icFmaco, 1223 333b, 3@ "U?E7*75/5E, Ética a icFmaco, 1223, 332Qb%322Pa1 31
"ristóteles via o fundamento da vida virtuosa do individuo na dimenso social da exist'ncia +umana. 5m sua classifica9o dos ramos das ci'ncias, ele situou a ética como subdiviso de uma ci'ncia abranente que rotulou de “pol!tica”, que por sua ve- inclui os estudos da 5conomia e da =ol!tica propriamente dita. =ara ele as comunidades +umanas comp;em%se de indiv!duos, portanto se as partes no forem boas, o todo no pode ser perfeito. " ética como ci'ncia do bem individual, constitui o fundamento para a investia9o dos princ!pios da sociedade +umana. =ara 5le o ser +umano é reário e por isso forma comunidades. Eó podemos reali-ar adequadamente nosso potencial +umano se vivermos em comunidade. esse sentido, a vida ética deve ser social, e as virtudes envolvem a boa conduta com rela9o aos outros3A.
.02 Epi&uro .21-'34 a0 C06 5picuro é fil+o de éocles, colono enviado para il+a de Eamos em meados do Eéc. ?> a.B. =assou os primeiros 12 anos de sua vida na il+a saindo de lá quando da expulso dos "tenienses após a morte de "lexandre. 5studo filosofia em "tenas e nas cidades litorâneas da Ysia )enor $+oje 7urquia&. 5m 33.a.B. reuniu aluns disc!pulos e acabou voltando a "tenas $2Q&, onde residiu até morrer. Mundou uma escola em "tenas, a qual situava em um jardim. 5le se tornou recluso e era sóbrio, evitando a aparecer em p8blico preferindo a serenidade do jardim. Moi recon+ecido e saudado como o “filosofo do senso comum”. Eua escola continuou a existir por mais de A22 anos. * princ!pio da ética epicurista é atara0ia, que consiste na atitude de desvio da dor e a busca do pra-er espiritual através da pa- de esp!rito e o autodom!nio, bem como, encarar todas as coisas com serenidade de esp!rito. )inimi-ando os fatores exteriores e sua influ'ncia sobre o bem%estar espiritual. "ssim 5picuro asseverava4 “* essencial para nossa felicidade é nossa condi9o !ntima e dela somos sen+ores”. 5le formulou seus pontos de vista baseado em dois importantes pensadores da época de Eócrates4 Demócrito $@Q2% P2& e "ristipo $@A%AQ&, com base nas ideias deles, 5picuro desenvolveu uma ética que abra9ava a serenidade ou a pa- de esp!rito. * ponto inicial da ética dele estava no +edonismo de "ristipo. =ara este a nature-a +umana é tal que todas as pessoas procuram muito naturalmente o que acreditam que l+es dará pra-er e evitam o que resultará em dor. * pra-er, entendido como o sentimento que resulta da satisfa9o dos apetites, é o bem mais alto. Eeu consel+o foi maximi-ar os pra-eres f!sicos do
3A 0*O5, 0orden, =rinciples of 5t+ics, 3KN, p.v. 3
momento, pois eles, e no a memória de pra-eres passados ou a expectativa de experi'ncias futuras so os 8nicos reais3Q. " virtude por sua ve-, está a servi9o do pra-er, pois ela é simplesmente a capacidade de escol+er os pra-eres certos. 5picuro foi um completo +edonista. * pra-er é o 8nico bem fundamental e a dor, o 8nico mal. " virtude é a “arte do pra-er”. 7oda a conduta virtuosa é va-ia e in8til, a no ser que contribua para tornar a própria vida pra-erosa3P. 7odavia, as concordâncias entre eles acabam aqui. 5picuro vira o +edonismo de "ristipo de ponta cabe9a. 5le se fixou na vida mental e no no estado de felicidade. Eendo assim, ter pra-er no sinifica4 ficar sempre bebendo e dan9ando, fa-endo sexo ou saboreando um belo pescado ou qualquer outro prato que uma mesa farta oferece $...& mais propriamente, o pra-er é produ-ido pela ra-o, que ae com sobriedade, examina os motivos de todas as escol+as e rejei9;es e afasta todas aquelas opini;es por meio das quais a confuso toma conta da mente” 3K
>arias considera9;es ponderadas levaram 5picuro a essa surpreendente concluso no desenvolvimento de seu austero +edonismo. =ara ele mais importante que a intensidade do pra-er é a sua duração& " busca pelo pra-er f!sico acaba levando < frustra9o. *s pra-eres f!sicos muitas ve-es veem acompan+ados de uma cara de dor maior. 5le rejeitou a tese de "ristipo de que o pra-er sensorial mais intenso do momento é o critério para jular o que é bom. * corpo é a fonte de todo o pra-er. *s pra-eres e dores da mente so mais sinificativos que os do corpo. =referia a dura9o que a intensidade. 5xperi'ncias f!sicas so momentâneas e fua-es, os poderes da memória e da expectativa prolonam as experi'ncias mentais6 :uando a sensa9o termina, a dor mental que nasce após a experi'ncia pra-erosa muitas ve-es supera o próprio pra-er. =referia o pra-er passivo ou neativo ao ativo ou positivo. =referia a remo9o da dor < estimula9o da sensa9o e pra-er. ossa busca deve ser pela serenidade ou pa- de esp!rito, descrita como a liberta9o da tribula9o mental e da dor f!sica. "s considera9;es futuras so muito 8teis ao desenvolvimento da serenidade no presente. Ee as experi'ncias do presente produ-em mais dor que pra-er, o verdadeiro sábio deve ser capa- de compensá%la por meio de pra-eres mentais que a superem. "o observar que as expectativas mais perturbadoras com rela9o ao futuro nascem do terror da morte e do medo de desaradar os deuses, e que o combate a essas supersti9;es
3Q7"T/*U, Jood and 5vil, 3NP2, p. PK%PN. 3P E?DJO?BC, R. *ut+lines of t+e RistotS of Ét+ics. 3NQ2, p. KQ. 3KBarta sobre a felicidade4 a )eneceu, p. 31a.
3@
exie um verdadeiro entendimento do universo, voltou%se para Demócrito, $> a.B.&, o qual ensinava o que se poderia c+amar de “atomismo materialista”. Demócrito procurou uma explica9o racional do mundo em termos puramente materiais, sem apelar para os deuses ou para os conceitos supra%sens!veis. 5le teori-ou que o universo consistia em part!culas de matérias eternas e indestrut!veis $átomos&, que se combinam e recombinam para construir tudo o que existe3N. 5picuro ento neou que aluma providencia divina overne o mundo. =ara ele, até mesmo os deuses so feitos de átomos. 5les no overnam e nem controlam a vida +umana, nem se interessam por ela. " explica9o para os acontecimentos é f!sica e no teolóica. " serventia dos deuses era como exemplo de vida serena. 5ra poss!vel falar sobre o bem e o mal sem apelar para conceitos metaf!sicos, como vontade dos deuses, leis sobrenaturais, ou ideia de conduta +umana imposta por eles. o devemos temer a morte, pois no +á retribui9o dos deuses. 5nto, rejeitou qualquer ideia de sobreviv'ncia após a morte, pois acreditava que até a alma é feita de átomos. :uanto a isso afirma4 " morte, o mais temido dos males, no é, portanto, uma preocupa9o para nós, pois enquanto existimos a morte no está presente, e quando ela está presente ento já no existimos. 5la, portanto, no é nada H nem para os vivos e nem para os mortos, uma ve- que na está presente para os vivos, e os mortos já no existem 12.
Eeu +edonismo consistia na busca de uma exist'ncia pacifica, sem dor. "través do estudo e do esfor9o pode%se obter as virtudes necessária para uma vida serena. " prud'ncia tin+a a máxima importância na sua lista de virtudes, a qual é a aplica9o de uma verdadeira compreenso do mundo < vida pessoal13. * prudente sabe que nós somos quem controlamos nossa felicidade pessoal. " prud'ncia leva o sábio a evitar a dor que aflie e escol+er os pra-eres certos, isto é, tudo que facilita a serenidade e a pa- de esp!rito. Defendeu o cultivo da ami-ade, que era a coroa9o da vida aperfei9oada. * sábio exemplar no se apaixona, no constitui fam!lia, no participa da vida pol!tica. 0uscar a vida da serenidade e pa- de esp!rito e desfrutar a compan+ia de bons amios. * epicurista e a ética
3N =ara mel+or entendimento do assunto, ver os filósofos pré%socráticos C?UC, J. E. e U">5, L. 5. Os filósofos !ré2socrticos& 1Z edi9o. /isboa4 Munda9o BalousteJulben[ian, 3NK1. 12Barta sobre a felicidade4 a )eneceu, p. 31A 13Barta sobrea felicidade a )eneceu, p. 33b%31b. 3A
Bontrário ao determinismo absoluto dos estoicos, os epicuristas concebem no universo certo rau de liberdade. *s epicuristas afirmam que o universo inteiro está formado de átomos. a &li#:me#, na queda no vácuo dos átomos, estes mostram certo rau de liberdade, de indetermina9o. o existe um determinismo r!ido nos epicurista, ainda mais, no existiria nen+uma interven9o divina nos fenFmenos f!sicos nem na vida do +omem. /ibertado assim do temor pelos castios divinos, o +omem pode buscar o bem neste mundo4 o pra-er. 5ntre todos os pra-eres esto os do esp!rito que nos proporciona os mais duradouros e estáveis e que contribuem a pa- da alma, a ataraxia $a tranquilidade&. *s pra-eres corporais so fua-es e imediatos e perturbam o esp!rito. (m epicurista percebe o estado de ataraxia quando está retirado da vida social ou com um pequeno c!rculo de amios, em cont!nuo autocon+ecimento e sem nen+um temor dos castios divinos. Bomo percebemos, na ética epicurista e estoica a moral se afasta dos assuntos p8blicos, a ética se desinteressa da pol!tica.
.0; Os Es$%i&os en+uma tradi9o filosófica foi mais abra9ada no ? século que o estoicismo. 5stóico deriva de stoa!oi3ile" expresso usada para desinar o pórtico pintado na parte norte do mercado de "tenas, onde se reuniam os filósofos. Moi ali que \eno de B!tio $A%1Q@ a.B.& disseminou as ideias que vieram a ser c+amadas “estóicas”. o era reo, era semita, fil+o de um mercador fen!cio. (m naufráio for9ou%o a fixar%se em "tenas. 5le fundou esta filosofia que ensina a ética da virtude como fim. * estóico no aspira ser feli-, mas ser bom. * princ!pio da ética estóica é a!athéia $a atitude de aceita9o de tudo que acontece, porque tudo fa- parte de um plano superior uiado por uma ra-o universal que a tudo abrane&. =ara RenrS Eid]ic[, eticista do século ^?^, “juntava no9;es de dever num sistema aparentemente completo e coerente, usando uma formula que abrania toda a vida +umana e mostrava sua rela9o com o processo ordenado do (niverso” 11. \eno ensinava que o objetivo primeiro da vida é a sabedoria. Definia sabedoria como viver seundo a nature-a, mais que contemplar as formas eternas. " realidade é racional, pois a nature-a é reida pelas leis da ra-o. " vida é uiada pela providencia e o sábio se submete a sua vontade. Boncep9o determinista da realidade. *s primeiros estóicos eram materialistas como Demócrito. =ara eles tudo que existe foi feito de substancias materiais $ !hisis)& 5mbora talve- ten+a aceitado a teoria dos quatro elementos, estavam interessados no terceiro, que consideravam ser a substância básica $foo&.
11 E?DO?BC, =. P3. 3Q
7udo que existe é diriido por um propósito racional e todas as coisas esto ordenadas seundo uma racionalidade subjacente e determinante. a sua viso o universo foi criado pela for9a difusa do esp!rito divino e ordenado pela lei divina. Eendo assim, é material e divino1. * conceito de viver bem deles nasce da preocupa9o da virtude pela virtude, principalmente aquela vinculada < sabedoria prática, a aplica9o do con+ecimento < vida. " c+ave para viver bem está na conforma9o com a ra-o universal. >iver bem é viver seundo a nature-a. ?sto consiste em permitir que a ra-o +umana, como ponto de lia9o com a ra-o divina que permeia o (niverso, overne nossa vida. *s estóicos opuseram a ra-o ao aspecto no racional ou irracional da alma. " nature-a, bem como tudo no universo é fundamentalmente racional. Lá as dimens;es afetivas da alma +umana, em especial o pra-er, a máoa, o desejo e o medo, so irracionais, e desta forma, incompat!veis com a nature-a +umana. Eendo assim, a norma da ra-o envolve controle rioroso dos desejos, de modo que nos liberte desses aspectos irracionais e até os elimina. Bontrolando os desejos e as emo9;es, a ra-o, por sua ve-, determina a concep9o de virtude dos estóicos. " virtude consistia para eles, no exerc!cio do controle de nossas rea9;es, ou seja, na prática do auto controle. "cima de tudo, a pessoa virtuosa mantém as emo9;es sob controle. >iver seundo a ra-o num mundo determinista sinifica buscar o contentamento dentro de si mesmo. " pessoa virtuosa encontra a felicidade no próprio intimo mais do que no mundo exterior. 5ntretanto, os estóicos tin+am um senso de dever muito intenso. * ser +umano é moralmente obriado a conformar%se coma ra-o universal. Lá que os seres +umanos formam uma comunidade com uma lei comum, a lei da ra-o, é mister que se cumpra os deveres m8tuos exiidos pela cidadania comum e universal. * estoicismo e a ética * estoicismo concebe o mundo, ou cosmos" interado por um princ!pio divino, alma ou ra-o que o dirie. o universo tudo está predeterminado, acontece somente os planes do princ!pio divino. 7udo está reido por uma necessidade radical. o mundo no existe liberdade nem acaso, existe a fatalidade absoluta. * +omem está no mundo e a 8nica coisa que l+e resta é aceitar o seu destino e air consciente dele. 5sta é a atitude do sábio. * sábio vive de acordo com a nature-a, que é seu bem supremo. >ive com consci'ncia de seu destino e de seu luar no universo. o se deixa levar por paix;es ou afetos interiores ou pelos interesses das coisas exteriores. =ratica a apatia e a imperturbabilidade. Mirma%se em cada momento contra suas paix;es e contra as adversidades do mundo exterior. * sábio desenvolve sua ética sem necessidade da rela9o com outros +omens, o estoico vive
1 )"B?75TU5, op. Bit., p. 32@. 3P
moralmente como cidado do cosmos G o “cidado do mundo” G, no da polis, porque conquistou a sua autossufici'ncia.
.0< Plo$i#o ( '4;-'346 * neo!latonismo pode ser considerado como o 8ltimo e supremo esfor9o do pensamento clássico para resolver o problema filosófico, que tin+a encontrado um obstáculo intranspon!vel no dualismo e racionalismo reos % dualismo e racionalismo que nem sequer o 'nio sintético e profundo de "ristóteles conseuiu superar. * neoplatonismo jula poder superar o dualismo, mediante o monismo estóico, na qual o aristotelismo fornece sobretudo os quadros lóicos6 e jula poder superar, completar, interar a filosofia mediante a reliio, o racionalismo reo mediante o misticismo oriental, proporcionando o racionalismo reo especialmente a forma, e o misticismo oriental o conte8do. Eua tese aparece como ant!tese do materialismo de 5picuro e dos estóicos. Uetorno ao platonismo. “ Plotino !arecia se envergonhar de ter um cor!o%& É provável que ten+a nascido em icópolis, no 5ito. 5studou em "lexandria. ?nvestiou as tradi9;es intelectuais do *riente. 7ransferiu separa Uoma após a morte do ?mperador Jordiano em 1@@. /ecionou e serviu de consel+eiro espiritual. =órfiro foi o seu aluno mais famoso que se opFs mais tarde a vários =ais da ireja inclusive a LerFnimo. Bom =lotino o neoplatonismo floresceu. Milósofos que sucederam =lato inauuraram a tend'ncia de ir além do mestre liando o divino _ Morma do 0em4 concep9o filosófica da realidade com mati-es teolóicas e até m!sticos. 5sta inova9o carreava implica9;es éticas4 alterou a concep9o do bem +umano. =ara eles viver bem envolve a fua do mundo material e da experi'ncia sensorial para um relacionamento cada ve- mais intenso com o princ!pio fundamenta. =assaram a ver a matéria como má em si mesma. =ara =lotino4 a matéria informe era o .!rimeiro mal%" de que advém o seundo mal .o cor!o%& =lotino afirmava que todo pensamento, envolve uma dualidade H a dualidade de pensador e de objeto pensado. =ortanto a unidade por trás de toda realidade no pode ser apreendida pela for9a do pensamento, apenas quando perdemos toda a consci'ncia do eu numa unio m!stica ou extática com o princ!pio unificador. * fundamento da viso filosófica dele é o conceito de (*4 ponto de orienta9o, sendo este completamente inefável e indescrit!vel, uma ve- que transcende todos os predicados, até o predicado “é”. o é uma ess'ncia $ousia&, mas está além das ess'ncias e do ser. "o mesmo tempo, ele é, em certo sentido, divino. Monte eterna de todo ser, medida de todas as coisas. " realidade é serie de emana9;es do (* que so mais lóicas que temporais. ?nteli'ncia $nous)4 é de certa forma comparável ao reino das formas de =lato. "lma $ !si/ue)4
3K
=odemos situar no mesmo n!vel do princ!pio da vida que anima o (niverso f!sico e do qual participamos por meio de nossa alma pessoal. )atéria4 =or ser desprovida de forma, está mais próxima do no%ser. * ser +umano pertence em parte a esfera do esp!rito e em parte da matéria. * verdadeiro ser está na dimenso intelectual, ou seja, na dimenso espiritual. * verdadeiro objeto do desejo de nossa alma é o (*6 desejamos como perfei9o que nos falta6 * uno é a fonte da alma. O retorno ao 56O4 7oda a cria9o é um movimento c!clico do () e para o (*. " "lma é um microcosmo do (niverso, e o ciclo r!tmico percept!vel no (niverso está inserido em nossa estrutura ontolóica. " alma está destinada a voltar para o (no. * retorno envolve o ato de voltar para dentro H uma introspec9o, uma jornada para o centro da alma que se dá em tr's estáios4 (ma separa9o do eu deslocando%se da esfera da multiplicidade H da experi'ncia sensorial H para dentro da esfera inteliente. "bandono do mundo da matéria para o mundo interior do pensamento. (ma separa9o de uma multiplicidade mais elevada. (m afastamento da ra-o em si mesma. " alma aprofunda%se mais numa esfera em que até o pensamento desaparece. (ma interioridade em que a alma já atiniu o ponto )aximo de simplicidade dentro de si mesma. =lotino comparava isto com a embriaue-6 5nvolve o intelecto saindo de si mesmo para entrar no ininteli!vel no 'xtase $fora de si&. o contemplativo é de s8bito arrebatado pela onda da ?nteli'ncia, que o apan+a aqui embaixo e o transporta
Defendeu o cultivo da vida virtuosa6 o propósito era a ascenso da alma para o (*. a busca de fuir do mal a alma procura tornar%se como a “ divindade%4 7usta" santa" !rudente 8 numa palavra “virtuosa”. Eubordina a busca da moral < atividade intelectual, e aconduta externa passou a servir < interioridade. Uecon+eceu a importância de cultivar as virtudes “civis”. 7ra9os como a sabedoria prática $prud'ncia&, a coraem, a temperan9a e a retido $justi9a& so necessários para viver bem em sociedade. 5m certo sentido a posse das virtudes civis nos fa- “semel+antes a Deus”. =ara facilitar a vida no mundo da multiplicidade, as virtudes civis formam apenas o substrato da vida ética. a principal preocupa9o da alma no é viver bem em sociedade, e sim superar a “mistura” má com o corpo. =lotino estava mais interessado nas
3N
virtudes liadas < purifica9o da alma, que podem levá%la a tornar%se realmente semel+ante a Deus. Eabedoria4 no é a capacidade de jular bem as quest;es práticas da vida. 5 envolve a contempla9o das formas eternas. 7emperan9a4 o se limita ao controle do pra-er, mas a pessoa virtuosa desenvolve uma espécie de temperan9a que leva ao isolamento da alma, separando%a do corpo e de seus pra-eres. "penas esse entendimento mais elevado das virtudes pode facilitar a verdadeira divini-a9o da alma. =or ?sso =lotino escreveu sobre o verdadeiro m!stico4 uma palavra, no vive a vida de aluém que, seundo a virtude c!vica, é um bom +omem. 5le abandona essa vida e escol+e outra em seu luar4 a vida dos deuses, pois seu desejo é tornar%se como os deuses, e no como os +omens bons. " semel+an9a com os +omens bons é a similitude com outra imaem que provem do mesmo modelo. )as a semel+an9a com Deus é a semel+an9a com o modelo em si .
5le influenciou "ostin+o e outros6 =ropiciou um fundamento filosófico para o novo misticismo cristo. =ropiciou uma interiori-a9o pessoal. É importante ressaltar que os filósofos cristos +erdaram aluns destes elementos da tradi9o filosófica rea, reconfiurando%os na concep9o crist. " purifica9o da alma suerida inicialmente por =lato foi retomada e repainada por Eanto "ostin+o $séc. ??& na ideia de eleva9o ascética para compreender os des!nios de Deus. 7ambém a imortalidade da alma é retomada sob a perspectiva crist, pois no reino de Deus vie a eternidade.
.03 É$i&a Cris$8 !a I!a!e *!ia * cristianismo se converte na reliio oficial de Uoma no séc. ?>. Durante um mil'nio ela arante a unidade social exercendo um poder espiritual que monopoli-a toda a vida intelectual. "demais, adquire o dom!nio pol!tico. este contexto a moral possui o conte8do reliioso que encontramos em todas as manifesta9;es da vida medieval. " filosofia e a ética crist partem de verdades reveladas por Deus, que indicam a conduta do +omem com o ser supremo. "demais, reulamentam o modo de vida que se deve seuir para obter a salva9o no outro mundo. Deus é o criador do mundo e do +omem, ele possui todos os atributos positivos. * fim da criatura +umana é Deus, que exie obedi'ncia e cumprimento dos mandamentos. " rela9o +umana primordial é com Deus e no com as comunidades +umanas ou com outras rela9;es mundanas. " ordem sobrenatural tem a prima-ia sobre a ordem natural ou social. =or isso, a beatitude $a ess'ncia da felicidade& é a contempla9o de Deus. "s virtudes crists so4
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a&fundamentais4 a prud'ncia, a fortale-a, a temperan9a e a justi9a. Eo virtudes em escala +umana, pois reulam as rela9;es entre os +omens. b& supremas ou teoloais4 fé, esperan9a e caridade. Eo virtudes em escala divina, pois reulam as rela9;es entre o +omem e Deus. * cristianismo prop;e uma ética teoc'ntrica, que parte de Deus e estabelece princ!pios morais com caráter imperativo absoluto e incondicionado. 5sta ética pretende salvar o +omem das imperfei9;es, desiualdades e injusti9as terrenas. *ferece o para!so, no qual os +omens possam viver feli-es e eternamente. Eanto "ostin+o $A@%@2& transforma a compreenso das ideias platFnicas na eleva9o ascética até Deus, culminando no 'xtase m!stico ou felicidade $beatitude&. "ostin+o enfati-a que o cristianismo é amor. =or esta ra-o, "ostin+o é o filósofo que oriina a ética crist do amor e da caridade.
.09 A É$i&a *o!er#a " ética moderna é antropoc'ntrica, tem ao +omem como centro de reflexo, em oposi9o < ética teoc'ntrica e teolóica da idade média. Bompreende o século ^>? até o come9o do século ^?^. esse per!odo aparece a ci'ncia moderna $Jalileu e e]ton&, incorpora9o de "mérica. a ordem espiritual, a reliio deixa de ser a forma ideolóica dominante e a ?reja Batólica perde a sua fun9o de uia4 a filosofia e a ci'ncia se separam da teoloia, surem na9;es que se afastam do poder eclesiástico, ademais, acontecem movimentos de reforma. Bom o +umanismo, o +omem aparece no centro da pol!tica, da ci'ncia, da arte e também da moral. Desloca%se o centro de reflexo de Deus para o +omem, este acabará por apresentar%se como o absoluto, ou como o criador ou leislador em diferentes dom!nios, incluindo a moral. " ética de Cant Cant $3P1@%3K2@& inicia sua reflexo ética com os fatos da moralidade. É na vida quotidiana que o +omem percebe a responsabilidade de seus atos e da consci'ncia de seu dever. 5ste tipo de experi'ncia fa- supor < ra-o prática que o +omem é livre, mas o +omem emp!rico é determinado casualmente e no é livre. Desta reflexo, Cant admite um postulado4 a exist'ncia de um mundo da liberdade ao qual pertence o +omem como ser moral. Eeundo Cant o problema da moralidade está em responder o seuinte4 a& qual é o fundamento da bondade no ato6 b& em que consiste o bomX Cant responde que a primeira é a questo moral e merece ser tratada.
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" bondade de uma a9o no se deve procurar em si mesma, mas na boa vontade com que se fe-. )as quando é que uma vontade é boaX É boa a vontade que ae por puro respeito ao dever e pelo mandamento < lei moral. =or isso Cant4 “o 8nico bom em si mesmo, sem restri9o, é uma 'oa vontade%. * mandamento ou dever é incondicionado e absoluto. ?sto é, a boa vontade ordena universalmente em sua forma, mas tem um conte8do concreto4 refere%se a todos os +omens em todo o tempo e em todas as circunstâncias e condi9;es. Cant c+ama de “imperativo cateórico” esse mandamento, formulando%o assim4 “"e de maneira que possas querer que o motivo que te levou a air se torne uma lei universal”. * +omem é “leislador de si mesmo” quando ae por puro respeito ao dever ou obedecendo < lei que l+e dita a sua consci'ncia moral. :uem ae assim é um ser racional puro ou uma pessoa moral. Cant afirma que “os +omens so fins em si mesmos”, so pessoas morais, que formam parte do mundo da liberdade ou do reino dos fins. =or isto, considerar o +omem como meio é profundamente imoral.
2-PO+IÇ=E+ >UNDA*ENTAI+ +O(E A O(I/AÇÃO ÉTICA 201 Casu@s$i&a e &os$umes !omi#a#$es &omo pa!res morais =ara educar, orientar e enfrentar os problemas sociais e morais exie%se con+ecimento fatual e clare-a conceptual. :uando se carece destes critérios, aparecem duas defici'ncias frequentes na orienta9o ética4 aceita9o < falta de clare-a e admisso < inorância. (m moralista com essas defici'ncias tentará orientar relacionando m8ltiplas situa9;es espec!ficas, descrevendo%as e di-endo, a seuir, o que deve ser feito em cada caso, é o que se c+ama &asu@s$i&a " procedimento comum no século ^>??. " pretenso do casuísmo ou da casuística é G tomando como base o estudo de uma multido de casos reais G c+ear a ter em mos a solu9o de todos os casos poss!veis, e, por conseuinte, saber com antecipa9o o que se deve fa-er em cada caso. " casu!stica no se conforma em dispor de normas morais G que possam reular de determinada maneira nosso comportamento G, ela pretende tra9ar de antemo reras de reali-a9o do ato moral, de concreti-a9o de nossos fins ou inten9;es, nelienciando as peculiaridades e as vicissitudes que cada situa9o real imp;e ao ato moral. " casu!stica empobrece imensamente a vida moral do sujeito4 oferece a deciso, apresentada por antecipa9o, do ato moral, isto é, redu- a responsabilidade pessoal, a deciso e a elei9o dos meios adequados para reali-ar o fim desejado. "ssim, o sujeito se refuia numa deciso já tomada previamente, abdica de sua responsabilidade, situando%se num n!vel moral inferior.
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" atitude do filósofo da moral é elaborar teorias, muito amplas, a respeito do que é correto ou obriatório. " mel+or forma de c+earmos a desenvolver uma teoria dessa espécie é estudar as principais teorias de Ética normativa.
20' As $eorias $eleol%gi&as " teleoloia $teleoloismo ou finalismo& é qualquer doutrina que identifica a presen9a de metas, fins ou objetivos 8ltimos uiando a nature-a e a +umanidade. Bonsidera a finalidade como o princ!pio explicativo fundamental na orani-a9o e nas transforma9;es de todos os seres da realidade. a moral, as teorias teleolóicas afirmam que o critério 8ltimo para decidir o moralmente certo e obriatório é um "alor #8o-moral praer7u$ili!a!e, etc.&. " deciso final deve ter em conta a propor9o da preval'ncia do bem sobre o mal4 um ato será 'om" se e somente se tiver o objetivo de produ-ir uma /uantidade de 'em su!erior 9 /uantidade de mal& :ssim" o ato deve ser !raticado se e somente se ele ou a rera, a que ele se prende, tiver por objetivo produ-ir maior /uantidade de 'em em relação ao mal em qualquer poss!vel alternativa. =ara o teleoloista a qualidade ou valor moral de a9;es, pessoas ou tra9os de caráter, depende do valor no%moral que procuram ou oriinam. Ee a qualidade ou valor moral de alo dependesse do valor moral, estar!amos num c!rculo vicioso. =or isso mesmo, as teorias teleolóicas colocam o certo, o obriatório e o moralmente bom na depend'ncia com o no% moralmente bom ou valor no moral.5nto, para saber se alo é certo, ou que deve ser feito ou saber se é moralmente bom, deve%se4 a& primeiro, indaar qual é o bem no sentido no%moral6 b& seundo, seuir indaando, se o alo em questo promove, ou se destina a promover, o bem naquele sentido. "preciando a teoria teleolóica da obria9o percebemos que4 a& os teleoloistas t'm sido +edonistas4 identificando o bem ao pra-er e o mal < dor, concluindo que, em qualquer alternativa, a rera de a9o correta é a que asseura a preval'ncia do pra-er sobre a dor6 b& os teleoloistas podem ser no%+edonistas4 identificando o bem ao poder, ao con+ecimento, < autorreali-a9o, perfei9o etc. esses teleoloistas percebemos que ambos t'm um ponto de vista a propósito do que é bom, estabelecendo o que é obriatório em fun9o desse ponto de vista. os teleoloistas existem diver'ncias pelo tipo de bem que se deve tentar promover4 a& * egoísmo ético sustenta que o aente sempre deve fa-er aquilo que l+e proporcione o maior bem pessoal $5picuro, Robbes e iet-sc+e&.
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b& * utilitarismo, ou universalismo ético" sustenta a posi9o seundo a qual o fim 8ltimo é “o maior bem eral” $a rera de a9o é correta se, e somente se, condu-irá a conseuir% se G no universo como um todoG, maior quantidade de bem relativamente ao mal&. 5, é obriatória por acrescentar no universo maior quantidade poss!vel de bem sobre o mal. *s utilitaristas podem ser +edonistas e idealistas. LeremS 0ent+am e Lo+n Etuart )ill foram +edonistas4 o objetivo moral é o de conseuir a maior quantidade poss!vel de pra-er em rela9o < dor. Jeore )oore $3KP%3NAK& e Rastins Uas+dall so os utilitaristas do “?deal”. )oore afirma que o bem é uma entidade no natural, dotada de um tipo peculiar de subsist'ncia autFnoma, por isso, para ele, os afetos pelas pessoas e o pra-er estético abranem todos os bens, muito maiores do que podemos imainar.
20. O ego@smo $i&o * eo!smo ético, ou a ética do amor%próprio, é considerada a posi9o mais extremada de rea9o < ética das reras tradicionais. a ética, o eo!smo é uma teoria na qual os fatos a ser executados dependem de racioc!nios sobre vantaens a lono alcance. :uais so os princ!pios do eo!smo éticoX "o considerar o indiv!duo como aente moral, o eo!sta ético sustenta que4 3& a 8nica e básica obria9o de um indiv!duo é conseuir, para si mesmo, a maior propor9o poss!vel de bem em rela9o ao mal6 1& mesmo formulando ju!-os morais em seunda e terceira pessoas, um indiv!duo deve orientar%se pelo que redunda em sua própria vantaem. 5xistem os “eo!stas esclarecidos” que consideram a modéstia, os outros, a +onestidade como4 a “mel+or pol!tica a seuir” na sociedade(.o !oliticamente correto%&. o eo!smo ético, o aente orienta sua vida pela teoria. )as, sabemos que o amor% próprio $mesmo no eo!sta “esclarecido”& é consideradoG na tradi9o judaico%crist G como a ess'ncia da imoralidade. =ara destacar o eo!sta ético, podemos anotar que ele no é4 a& um padro de a9o ou tra9o de caráter $é compat!vel com o ser +umilde e altru!sta na prática&6 b& necessariamente um ego$is$a, ou um +omem no sentido comum desses termos6 c& compelido a praticar atos que +abitualmente consideram os ego@s$i&os, eocentristas ou narcisistas. *s eo!stas éticos, eralmente defendem teorias que sustentam o bem individual4 a& revelam%se +edonistas, como 5picuro, identificando o bem < felicidade e o pra-er6 b& inclinam%se por identificar o bem ao con+ecimento, ao poder, < autorreali-a9o. =lato aludia a uma vida feita de pra-er, con+ecimento e outras coisas desejáveis.
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Eure uma dificuldade na teoria do eo!smo ético4 como aconsel+ar e jularX * consel+eiro e o jui- sempre consideram seu próprio interesse, portanto, é insatisfatória a orienta9o e ju!-o desta teoria moral.
202 O u$ili$arismo $i&o " teoria teleolóica denominada utilitária enfati-a que a obriatoriedade e o certo é corresponder nosso air com a promo9o do bem eral. o é, ento, nem nosso interesse $teorias eo!stas& nem as reras $teorias deontolóicas& os fundamentos da obriatoriedade. * !rincí!io de 'enefic1ncia é, para os utilitaristas, o padro 8ltimo para decidir o que é certo, errado ou obriatório4 o fim moral a ser buscado em tudo o que fa-emos é a maior por9o poss!vel de bem em rela9o ao mal. 5m outros termos, procurar a menor por9o poss!vel de mal em rela9o ao bem. 5sse princ!pio implica que bem e mal podem ser avaliados e postos em propor9o, de forma quantitativa ou, pelo menos, matemática. 5sse ponto foi explicitamente recon+ecido por Berem e#$am $3P@K%3K1& que tentou elaborar uma tabela para avalia9o de pra-eres e dores, recorrendo a sete elementos4 intensidade, dura9o, certe-a, proximidade, fecundidade, pure-a e extenso. 5m parte como uma rea9o a 0ent+am, Etuart )ill $3K2Q%3KP& procurou introdu-ir elementos qualitativos, a par dos quantitativos, na avalia9o dos pra-eres.
Dois $ipos !e u$ili$arismo Devemos distinuir dois tipos de utilitarismo4 ato%utilitarismo e normo%utilitarismo. a& *s ato%utilitaristas no permitem reras, nem enerali-a9;es a partir da experi'ncia passada Mrente a cada situa9o, devemos avaliar de novo os efeitos das alternativas poss!veis em rela9o ao bem eral. 5les afirmam que, antes de air, questionemos sobre o efeito, o ato e a situa9o particular, air preferindo o maior bem em rela9o ao mal. Ueras erais podem ser 8teis como orienta9;es, mas interessa vivenciar a particularidade do momento e do espa9o para perceber o maior bem eral. o podemos adotar reras definitivas ou universais, como “no mentir” ou “jamais mentir”, pois so con+ecimentos a priori que no surem das circunstâncias. 5xiste a possibilidade que mentir como se fosse o maior bem eral. =odemos perceber que esta teoria é impraticável como fundamento da obriatoriedade.
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b& * normo%utilitarismo enfati-a que é prefer!vel uma atitude em fun9o de uma rera moral como, por exemplo, “no mentir” que atender
20; As $eorias !eo#$ol%gi&as "s teorias deontolóicas $deonto, dever& sustentam que a obriatoriedade provém de reras ou normas que servem para orientar os atos morais. 5les no aceitam os arumentos das teorias teleolóicas. eam que o obriatório $o certo e o moralmente bom& seja fun9o exclusiva do que é no%moralmente bom $aquilo que promove a maior propor9o de bem em rela9o ao mal&. 5las sustentam que +á outras circunstâncias, além das consequ'ncias boas ou más, que podem tornar correta ou obriatória uma a9o ou uma rera, por exemplo4 a& a circunstância de que o ato leva a “manter uma promessa”6 b& a circunstância de que “o ato é justo”6 c& é ordenado pelo 5stado6 d& é ordenado por Deus. =elos exemplos, os deontoloistas sustentam a possibilidade de que rera de a9o G moralmente certa ou obriatória G pode no promover a maior quantidade poss!vel de bem relativamente ao mal, para a própria pessoa, para a sociedade ou para o universo $pode ser em fun9o de Deus&. "ssim, a a9o pode ser correta ou obriatória por outra ra-o qualquer ou por sua própria nature-a6 seue%se que um deontoloista pode também adotar qualquer posi9o relativamente ao que seja bom ou mau no sentido no%moral.
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1. "e%se voluntariamente com base numa rera ou máxima que pode ser formulada. . 5xpressa o desejo que a rera pela qual atua seja observada por todos os que ven+am a encontrar%se em situa9o semel+ante, @. (ma a9o é moralmente correta e`ou obriatória se aluém desejar que a rera seja observada por todos os que ven+am a enfrentar circunstâncias semel+antes sendo a a9o moralmente má, se isso no ocorrer. Cant na Fundamentação da Metafísica dos Costumes fornece exemplos de aplica9o desse imperativo como “estando em dificuldade todos podem fa-er uma promessa falsa”, aqui o ?mperativo cateórico se destruiria “necessariamente to loo se eriisse em lei universal”. De fato, Cant censura que é errado fa-er promessas falsas. )as o enunciado no está errado. * resultado das falsas promessas é autodestrutivo, pois se a rera ou máxima universal é válida se destruiria a obriatoriedade do compromisso.
;-A+ ÉTICA+ CONTE*PO(FNEA+ estes tempos a ética está de moda. " ci'ncia e a tecnoloia condu-em a uma unifica9o do mundo. "s novas correntes de pensamento ético promovem debates e tomada de posi9o sobre esta realidade. "inda, em todos os pa!ses, os novos setores sociais demandam por quest;es do que deve ser. Desta maneira, a reflexo sobre os valores $axioloia& éticos é fomentada incessantemente pelo desenvolvimento4 a& da lobali-a9o, que demanda a vi'ncia dos direitos +umanos no mundo6 b& da democracia, que exie a incluso de todas as pessoas na sociedade6 c& técnico e cient!fico, que responsabili-a ao +omem pelo futuro do planeta. " ética contemporânea responde a essa nova realidade apresentando%se como éticas “filosóficas” e “aplicadas”."s éticas filosóficas contemporâneas privileiam as i deias concretas, determinadas $o +omem, as pessoas, os povos& sobre as ideias abstratas e universais. =or exemplo, o “5stado ético” de Reel, exposto no século ^?^, era a encarna9o da ra-o universal. * racionalismo do pensamento moderno exaltava a ra-o4 a ci'ncia e a tecnoloia condu-iriam os +omens ao proresso e < pa- mundial. )arx respondeu a Reel afirmando que o 5stado representava os interesses da classe buruesa e no os do proletariado. * 5stado no é uma ideia abstrata, universal. 5sta compreenso do racionalismo moderno como “ra-o instrumental” e de seus efeitos na pol!tica de Ritler foi exposta na ;ialética do sclarecimento de "dorno e Ror[+eimer. "s éticas aplicadas respondem
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do meio ambiente, ética dos neócios, ética nas m!dias, ética na pol!tica, códios de ética esto presentes em todas as institui9;es e profiss;es liberais. "ssim, as éticas aplicadas ressaltam os deveres enquanto as éticas filosóficas enfati-amos princ!pios da filosofia moral. "s éticas filosóficas 5ntre as éticas filosóficas podemos anotar o marxismo, o existencialismo, o pramatismo, a psicanálise e a filosofia anal!tica. 7ais so as orienta9;es principais da ética contemporânea. >ejamos brevemente cada uma delas. Ética marxista * método dialético aplicado < +istória permite conceber a sociedade numa dinâmica na base econFmica e que se manifesta como luta de classes. "ssim, a +istória apresenta%se conflitante, pois cada sociedade mostra uma luta entre as partes ávidas por overnar, por exercer o poder social. * marxismo pretende refletir sobre o +omem concreto e no o +omem em abstrato. Carl )arx $3K3K% 3KKK& criticava as morais do passado, pois redu-iam o +omem seja como mero predicado da ?deia $Reel& ou como “+omem universal” de Meuerbac+. )arx considerava o +omem real, concreto, como unidade indissol8vel entre4 a& esp!rito e corpo $sensibilidade&6 b& animal $fundamento dos interesses eo!stas& e +umano $fundamento da ética&6 c& teórico e prático $oriina o trabal+o criativo&. * +omem concreto é, por um lado, aquele que trabal+a e se adapta transformando a nature-a exterior. * +omem é o art!fice de seu mundo, ele é o criador da cultura, das artes, dos valores. =or outro lado, o +omem concreto é o ser social que oriina as formas de produ9o que determinam as rela9;es na sociedade que se manifestam numa superestrutura de ideias $a ideoloia& da qual fa- parte a ética. * +omem é concebido como um ser +istórico, dinâmico, determinado no tempo e que muda sob o impulso das contradi9;es sociais. 5xiste um otimismo impl!cito, uma teleoloia, nesta concep9o do +omem4 existe a marc+a ascendente do movimento +istórico. Dessas considera9;es surem umas reflex;es sobre ética4 a& "té +oje toda moral tem um caráter de classe, ela fa- parte da superestrutura ideolóica, ela cumpre uma fun9o social. 7oda ética do passado consolidou os interesses da classe dominante. b& o existem éticas universais. "s éticas que se expressam de forma universal, na realidade, visam interesses particulares. =or isso, numa sociedade podem coexistir várias morais. c& 5xiste um caráter relativo na ética. " moral proletária é a moral da classe que está destinada a extinuir o 5stado. " sociedade sem classe e sem 5stado $o comunismo& oriinará a ética universal.
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d& *s +omens devem intervir na transforma9o da sociedade capitalista que se fundamenta na mais%valia, que é a fonte de lucro que o capitalista obtém do trabal+o dos operários4 da “explora9o do +omem pelo +omem”. * +omem deve inressar a militar no =artido Bomunista. " participa9o ativa na mudan9a social é um dever ético. "qui ree uma moral para os membros dos =artidosBomunistas, que é uma moral de uerra4 5 o moralista insiste ainda4 5nto, na luta das classes contra o capitalismo, todos os meios so permitidosX " mentira, a falsidade, a trai9o, o crime etc.X 5 nós respondemos%l+e4 so admiss!veis e obriatórios todos os meios que aumentem a coeso do proletariado,que l+e insuflem na alma um ódio inextinu!vel pela opresso, que l+e ensinem a despre-ar a moral oficial e os seus partidários democratas, que o imprenem da consci'ncia da sua própria misso +istórica, que aumentem a sua coraem e a sua abnea9o $7U*7ECT, 3NP, p. 32P%32N&. Ética no existencialismo de Eartre $3N2A%3NK2& A existência precede a essência
" célebre senten9a sobre o +omem em Eartre “a exist'ncia precede a ess'ncia” afirma a prioridade da viv'ncia +umana sobre as elabora9;es abstratas e universais do ser +umano. " exist'ncia enfati-a a liberdade +umana. Eer livre a cada momento possibilita a responsabilidade dos atos. 5nquanto as coisas e os animais so predeterminados, somente o +omem pode ser responsável de sua exist'ncia. Bom o existencialismo encontramos uma nova forma de valori-a9o do indiv!duo4 “* +omem nada mais é do que aquilo que ele fa- a si mesmo4 é esse o primeiro princ!pio do existencialismo” $E"U7U5, 3NKP, p. Q&. * +omem é concebido como um constante “tornar%se”, um “vir%a%ser”que nunca se completa. "inda que Deus exista, o +omem experimenta a indetermina9o de seu existir, por isso delibera incessantemente seus atos4 “* existencialismo no é tanto um ate!smo no sentido em que se esfor9aria por demonstrar que Deus no existe. 5le declara,mais exatamente4 mesmo que Deus existisse nada mudaria, eis nosso ponto de vista. o que acreditamos que Deus exista, mas pensamos que o problema no é de sua exist'ncia, é preciso que o +omem ser e encontre e se conven9a de que nada pode salvá%lo dele próprio, nem mesmo uma prova válida da exist'ncia de Deus $E"U7U5, 3NKP, p. 11&. O inferno são os outros!
)as, se no é Deus quem avalia diretamente nossos atos, quem nos julaX *s outros4 “O i#fer#o s8o os ou$ros”. 5u e o *utro. Bada pessoa tem um projeto para suas vidas, elas transformam o mundo visando adaptá%lo a seus planos, isto produ- conflitos quando os projetos se percebem inconvenientes. Bom a percep9o do *utro abandonamos o solipsismo que nos fixa a liberdade. 5stamos condenados a viver com outros, estamos entre outros seres livres, e por isso, devemos fa-er nossos planos de vida respeitando os projetos de vida dos
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outros. Eem o *utro, a pessoa no pode se perceber interalmente, no se pode evitar a conviv'ncia, somos seres sociais. Eartre foi um marxista. 5le acreditava que faltava o existencialismo no pensamento marxista. Moi um militante ativo do comunismo e critico ua postura ditatorial do =artido Bomunista da (nio Eoviética.
=ramatismo e ética * pramatismo caracteri-a%se por enfati-ar que o princ!pio de utilidade é a fonte que ajuda a viver e a conviver bem. 5sta filosofia aprecia o sentido utilitário nos conceitos e seus efeitos práticos, instrumentais e funcionais. 5m eral, a verdade radica na utilidade e na obten9o de 'xito, portanto, todo con+ecimento é prático se serve para alo, se é poss!vel de reali-ar. * pramatismo é uma filosofia que se oriinou nos 5stados (nidos onde se percebe um avan9ado proresso cient!fico e tecnolóico, aliado ao desenvolvimento na esto empresarial e mar[etin. " alt!ssima especiali-a9o das atividades +umanas nesse pa!s criou as condi9;es para a apari9o e difuso do pramatismo. *s principais representantes so Oilliam Lames $3K@1%3N32&, Lo+n De]eS, B+arles =eirce e Uic+ard UortS. "fastado dos problemas abstratos da antia )etaf!sica, o pramatismo valori-a a reflexo das quest;es práticas, entendidas no sentido utilitário4 “O i#fer#o s8o os ou$ros” 5sta frase de Eartre está na sua pe9a de teatro4 5ntre quatro paredes$3N@A&. Eartre foi eleito o obel de /iteratura 3NQ@, mas recusou o pr'mio4 #nen+um escritor pode ser transformado em institui9o#. * solipsismo $concep9o filosófica4 a 8nica realidade é o próprio 5(& que parece determinar a exist'ncia é abandonada por Eartre4 “" filosofia é obriada a descer em pra9a p8blica” $E"U7U5, 3NKP, p. 1&. * pramatismo representa uma atitude perfeitamente familiar em filosofia, a atitude emp!rica, mas a representa, parece%me tanto em uma forma mais radical quanto em uma forma menos contraditória,em rela9o a que já ten+a assumido aluma ve-. * pramatista volta as costas resolutamente e de uma ve- por todas a uma série de +ábitos inveterados, caros aos filósofos profissionais. "fasta%se da abstra9o e da insufici'ncia, das solu9;es verbais, das más ra-;es a !riori" dos princ!pios firmados, dos sistemas fec+ados, com pretens;es ao absoluto e olta%separa o concreto e o adequado, para os fatos, a a9o e o poder $L")5E, 3NKN, p. 12&. " consequ'ncia imediata do pramatismo na ética é considerar 8til o “'xito pessoal”. "o redu-ir o comportamento moral
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* substantivo “thelooser ” $o perdedor, o fracassado, aquele que no atine o 'xito pessoal& implica uma moral relativa que valori-a talento individual, educa9o formal e compet'ncia, no interessam as diferen9as como classe social, etnia ou sexo. * pramatismo exaltando o 'xito pessoal pretende oriinar uma sociedade pela meritocracia4 os exitosos no comando da +ierarquia social diriiram a mel+or sociedade.
=sicanálise e Ética " psicanálise fundada pelo médico neuroloista Eimund Mreud $3KAQ%3NN& iniciou%se com uma concep9o naturalista do +omem. 5ric+ Mromm $3NN2%3NK2&, psicanalista e marxista, tentou completar as ideias de Mreud interando os fatores sociais no estudo +umano. 0asicamente Mreud afirmava que a personalidade do +omem possui uma -ona inconsciente da qual o sujeito no tem consci'ncia. " atividade inconsciente é de nature-a sexual, a li'ido& 5sta -ona dinâmica quando no pode ser canali-ada ou adaptada % quando é reprimida H oriina perturba9;es ps!quicas como a neurose, que afeta a personalidade do ?ndiv!duo. =ara Mreud a personalidade é composta de tr's -onas4 a& o id " o inconsciente como conjunto de for9as e impulsos que influem no comportamento do sujeito burlando a “censura” exercida pela consci'ncia. "qui se arma-enam recorda9;es, desejos ou impulsos reprimidos que lutam para escapar desse fundo obscuro. b& o eo, a consci'ncia em sentido estrito6 c& o supereo, uma espécie de consci'ncia inconsciente que entra em conflito com o eo. É o conjunto de normas morais que foram impostas ao sujeito infantil de maneira autoritária e inconsciente pela fam!lia ou pela escola. 5ssa teoria contribui no julamento ético, pois considera os motivos do ator em seu air. ?sto é, no ju!-o ético de uma a9o deve ser considerado se o individuo ae consciente e livremente. Ee os atos praticados so oriinados por motiva9;es inconscientes o ju!-o deve se exclu!do do campo moral. =or outro lado, a psicanálise ajuda a colocar fora da moral aquelas normas que foram impostas na infância de forma autoritária. 5ric+ Mromm considerava que faltava < explica9o subjetiva e instintiva do comportamento +umano de Mreud os fatores objetivos e externos ao sujeito. 5stas determina9;es so as rela9;es com objetos e as rela9;es com as outras pessoas. Bom estas considera9;es Mromm privileiava os fatores sociais e no os subjetivos na explica9o do +omem. " base de seu estudo era os efeitos da sociedade capitalista no +omem4 Dou%te tanto quanto me dás, em bens materiais assim como em amor, eis a máxima ética predominante na sociedade capitalista. =ode%se mesmo di-er que o desenvolvimento da ética da probidade é a peculiar contribui9o ética da sociedade capitalista.
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"s ra-;es deste fato esto na própria nature-a da sociedade capitalista. as sociedades pré%capitalistas,a troca de bens era determinada pela for9a direta, ou pela tradi9o, ou por la9os pessoais de amor e ami-ade.o capitalismo, o fator que tudo determina é a troca no mercado $MU*)), 1222, p. 3Q2.&.* sistema capitalista, seundo Mromm, converte o +omem em autFmatos e em voSeurs, inibindo a sua liberdade e corroendo seus sentimentos e o amor nas rela9;es sociais etc. A. Milosofia anal!tica e ética " filosofia anal!tica pretende emancipar a ética do dom!nio da metaf!sica, focando sua aten9o na análise da linuaem moral. Jeore 5. )oore $3KP%3NAK& é considerado o fundador da filosofia anal!tica a partir da 'nfase que fa- sobre a falG&ia #a$uralis$a4 uma demonstra9o que pretende concluir ju!-os de valor a partir de ju!-os de fato, isto é, do ser no se seue nen+um dever. )oore denunciava toda ética que pretendia definir o bom como uma propriedade natural, quando se trata de alo que no pode ser definido. (m exemplo, quando apreendemos o adjetivo “bom” na frase4 “* pra-er e a inteli'ncia so bons”. " falácia consiste em se tentar dar uma defini9o de “bom” em termos de um objeto natural, como se “bom” fosse um objeto natural. " concluso que c+ea )oore sobre esta demonstra9o é que o “bom” se apresenta indefin!vel e existindo como uma propriedade nonatural. "crescenta ele, o “bom” só pode ser captado por meio da intui9o, de maneira imediata e direta. 5nto, podemos perceber que para )oore o erro consiste em buscar arumentos e ra-;es para determinar o que é bom e o que se deve fa-er, quando isso é alo percebido somente pela intui9o. * intuicionismo condu- ao emotivismo ético. 5stender o caráter vivencial aos conceitos éticos como bom, dever, obria9o etc. é considerar que os termos éticos t'm um sinificado emotivo, so somente express;es de emo9;es do sujeito, pois os conceitos éticos no descrevem nem representam nada. " tarefa espec!fica dos filósofos anal!ticos é o estudo da linuaem emotiva que expressa emo9;es e produ- emo9;es nos outros. 5sta tarefa contribui para considerar que esta linuaem reflete a moral existente na vida social. "s éticas aplicadas 5ntre as éticas aplicadas destacam%se a bioética, a ética do meio ambiente, a ética dos neócios, a ética e a m!dia, a ética e a pol!tica. 7ais so as orienta9;es principais da ética aplicada, vejamos brevemente cada uma delas. “)as a verdade é que um n8mero excessivo de filósofos t'm pensado que ao enumerar todas essas outras propriedades $que t'm as coisas que so boas& estavam de facto a definir bom, que essas propriedades no eram #outras#, diferentes, mas se identificavam total e
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absolutamente com bondade. " esta posi9o propomos que se d' o nome de #falácia naturalista#”. $)**U5, 3NN, p. N1&. " bioética " bioética trata de quest;es como4 existe a leitimidade moral do aborto ou da eutanásiaX É justificado utili-ar os seres vivos nos experimentosX :uais as implica9;es profundas da pesquisa e da prática no campo da enéticaX etc. :uest;es que exiem no somente uma tomada de posi9o moral, mas uma interroa9o ética. Uespondendo a estas quest;es, a bioética possui um discurso normativo, pois como toda ética tenta orientar através de normas de conduta. um primeiro momento, a bioética questiona, debate, analisa, esclarece e explica quest;es éticas, indica métodos de reflexo, destaca valores e princ!pios sobre determinados problemas espec!ficos. um seundo momento, a análise ética condu- a uma tomada de deciso prática acompan+ada de recomenda9;es precisas. 5stas decis;es sobre a vida, o interesse do +omem por prolonar sua exist'ncia e o futuro da +umanidade fa-em que a bioética interesse a todos os setores da sociedade. =or sua abran'ncia, a bioética é uma das disciplinas que alcan9ou maior difuso no come9o de mil'nio. a atualidade existem Bomit's de Ética em quase todos os pa!ses do mundo. " bioética é uma disciplina recente, no tem mais de cinquenta anos e é o estudo dos problemas éticos suscitados pelas pesquisas, manipula9;es com seres vivos e, suas aplica9;es feitas principalmente por bióloos e médicos. "ssim, na bioética se fa- uma reflexo cr!tica sobre as situa9;es e consequ'ncias da manipula9o +umana no referente < vida. esta ética surem várias tend'ncias que abarcam diversos setores da sociedade, da! sua caracter!stica interdisciplinar, pois a bioética envolve outras disciplinas como a ecoloia, a antropoloia, a bioloia, a ética, a psicoloia, a socioloia, o direito, a educa9o, a teoloia etc. *s fundamentos da bioética t'm nature-a pramática, 8til e so, a no malefic'ncia, a benefic'ncia, a autonomia e a justi9a. " bioética considera%os em todos os casos submetidos a sua avalia9o. *s fundamentos da bioética constituem o referencial teórico para justificar suas normas. a) O fundamento da não malefic1ncia& Moi extra!do do
a medicina para o bem dos doentes, seundo o saber e min+a ra-o”. 5ste
fundamento da bioética sinifica airem beneficio dos outros, em fa-er o bem de outrem. o contexto médico, é um dever air no interesse do paciente.
c) O fundamento da autonomia0 Uefere%se ao livre arb!trio das pessoas4 cada indiv!duo é soberano sobre seu corpo e sua mente& =ela "utonomia exie%se que os indiv!duos devam ser tratados como aentes autFnomos e, em seundo luar, que os indiv!duos sejam proteidos quando ten+am autonomia diminu!da $crian9as, doentes, ancios etc&. d) O fundamento da 7ustiça 0 Desde "ristóteles a Lusti9a é considerada a maior das virtudes porque envolve todas as a9;es. " Lusti9a exie que se trate aos seres +umanos de maneira equitativa, no sentido de dar a cada qual o que l+e corresponde. =odemos afirmar < maneira de concluso, que o fundamento da bioética é a reflexo riorosa da atualidade, é uma das partes mais importantes da Milosofia em nosso tempo. " bioética é a reflexo sobre a vida, sem pretender c+ear a uma discusso conclu!da ou 8ltima. Bomo a filosofia, ela tenta encontrar a mel+or fundamenta9o revendo sempre seus arumentos. " bioética, como a filosofia, é de caráter problemático e questionador, reflete sobre o futuro da +umanidade,questiona os objetivos e os métodos da ci'ncia, respeita a dinidade e a interidade dos +omens. * meio ambiente : nova ordem ecológica de /uc MerrS, tica Prtica de =eter Einer, O contrato natural de )ic+el Eerres e O !rincí!io de res!onsa'ilidade de Rans Lonas so as refer'ncias da ética que defendem uma “ecoloia profunda”, isto é, repelem objetivos parciais com rela9o ao meio ambiente, apresentando%se revolucionárias em seus fundamentos, com propostas de princ!pios e novos valores centrados na vida e na nature-a. 5, se a nature-a tivesse direitos, se ela nos abrisse a uma concep9o inédita da éticaX Bomo compreender a ideia de um direito ético da nature-a, da “p+Ssis”, concebida como realidade dina de respeitoX "s atuais reflex;es sobre ética do meio ambiente possuem antecedentes na +istória do pensamento ocidental, vejamos brevemente4 a) O universo como animal vivo em Platão. É interessante perceber que desde sua oriem as éticas ocidentais refletiram sobre a unidade do mundo $holismo4 do reo holos" totalidade. * +omem formando parte da totalidade +armFnica do universo&. =or exemplo, no >imeu7 =lato explica que o universo era um animal vivo, um sistema, na qual as suas diferentes partes $uma delas é o +omem& formam a totalidade bela e orani-ada de4 “* mundo, esse animal dotado de alma e de ra-o” $=/"7V*, 1223, 2c&. * universo é um sistema vivo, nas quais todas as partes aparentemente isoladas $+omens, animais, veetais e meio ambiente& esto relacionadas formando o todo. * mundo para =lato é um animal, mas muito diferente dos seres vivos que con+ecemos. 5le di-4 * mundo, esse animal vivo de ol+os no necessitava, pois do lado de fora nada ficou vis!vel6 nem de ouvidos, porque fora dele, também, nada +avia para ser percebido. Do mesmo modo, ar
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respirável no o envolvia, no necessitando ele, iualmente de nen+um óro, ou fosse para receber alimentos, ou para expeli%los $=/"7V*, 1223, 2c&. =lato concebe o mundo como uma totalidade na qual a vida resulta da composi9o e coordena9o das fun9;es particulares dos óros que o comp;em. "ssim, o +omem é parte interante do universo, ele deve compreender e respeitar a nature-a vivendo em +armonia com ela. ') : natureza en/uanto !aradigma ético. "s fábulas so um antecedente da ética por ilustrar preceitos em forma breve. 5stas so narra9;es que na sua parte final apresentam uma “moral”,um ensino de normas de conduta. *s personaens das fábulas de 5sopo eralmente so os animais e os fenFmenos naturais, por exemplo4 a formia, o leo, o sol, o vento etc. * objetivo das fábulas é transmitir a ordem da nature-a e da! extrair preceitos, normas e reras de conduta para nossas a9;es4 “sejamos trabal+adores como a formia e no indisciplinados como as ciarras”, “con+e9amos a ast8cia para no cair na preda9o das raposas” etc. a modernidade, 0aruc+ 5spinosa identificava Deus com a nature-a, ambos possu!am id'ntico estatuto e, portanto, respeitar a nature-a era respeitar Deus. David Rume, o maior empirista britânico, afirmava que os +omens so animais que t'm sentidos, paix;es e ra-o. =ara Rume, os animais domésticos, comparados como os +umanos, eram como crian9as antes dos dois anos, totalmente dependentes dos pais e com falta da linuaem. a) : fraternidade universal de ?ão Francisco& a reliio crist, Eo Mrancisco de "ssis $33K1%311Q& apreoava a irmandade com os animais e a nature-a, “irmo sol, irm lua, irmo lobo”. O C@ntico das Criaturas é um +ino da irmandade universal4 “/ouvado sejas, meu Een+or, com todas as tuas criaturas, especialmente o sen+or irmo Eol, que clareia o dia e com sua lu- nos alumia”. 7odos estes pensadores4 =lato, 5sopo, Epino-a, Rume e o m!stico Eo Mrancisco viam que o comportamento +umano precisa do respeito < nature-a, aos animais e ao meio ambiente. Ética dos neócios _ primeira vista parece paradoxal que exista “ética nos neócios”, onde o lucro e a sobreviv'ncia so os objetivos de toda empresa, onde todos os olpes parecem permitidos. 7ambém, os códios de ética nas empresas se apresentam simplesmente como uma soma de deveres $deontoloia&. 5nto, “ética nos neócios” é impostura ou realidadeX a década de 3NQ2 sure nos 5stados (nidos a necessidade de uma reflexo sobre as responsabilidades da empresa. 5m momentos de estabilidade comercial, sure a vontade de preservar a interidade da nature-a e o futuro do +omem. " ética nos neócios se apresenta desde seus in!cios com fundamentos éticos da responsabilidade e comunica9o transparente da empresa. os anos oitenta, a ética dos neócios con+ece sua flora9o e as empresas adotam códios de conduta e se instauram comit's de ética.
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" deontoloia, apresentada nos códios de ética das empresas, no está isenta de sentido ético. " vontade de obedecer a reras, de praticar o respeito ao outro, de subordinar os neócios < arte do 'xito a lono termo e considerar os parceiros, so mostras que assinalam um compromisso com o futuro, que no está despojada de sinifica do ético. " ética dos neócios reencontra aqui uma rela9o com o tempo, que convere com o projeto lobal do futuro, mostrando autenticamente axiolóica. 5, visando conciliar a necessidade do produtor e do consumidor, visa o bem de todos. "ssim, a moderna ética de empresa se apresenta comunicativa e responsável com o futuro. Ética na m!dia e na pol!tica * “quarto poder” como é denominada a m!dia, o conjunto dos meios de comunica9o, apresenta uma deontoloia que no está isenta de princ!pios éticos. " democracia está intimamente liada < informa9o da m!dia. =a!ses totalitários ou tirânicos controlam a m!dia para exercer o controle social. " m!dia ética, necessária na democracia, é responsável com as informa9;es que transmitem < pessoa e ao cidado. este sentido, a m!dia H a televiso, a internet H no pode ser abandonada ao mercado publicitário, < procura ávida pelo lucro e o sensacionalismo * descrédito crescente que afeta a pol!tica leva +oje a uma interroa9o sobre os fins e os meios da a9o. " democracia exie transpar'ncia na esto p8blica e incluso dos setores sociais, enfim respeito aos direitos do +omem < lu- da ética. " op9o pela democracia é uma imposi9o cada ve- mais sólida entre a ética e a pol!tica.
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