Fichamento O que é Cidade – Raquel Rolnik Planejamento Urbano
Aluno: Giulianne Bressan Matricula nº 105029 Professor: Pierre Franca Correa SOBRE A AUTORA.
Raquel é urbanista, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e relatora especial da Organização das Nações Unidas para o direito à moradia adequada.
INTRODUÇÃO. O que é cidade de Raquel Rolnik define o conceito de cidade desde a sua formação até uma futura perspectiva de crescimento da cidade, percorrendo pelas dificuldades e conflitos apresentados nesse demorado processo de sua formação e a relação do homem com seu espaço físico.
DEFININDO A CIDADE. O espaço habitado, com o seu crescimento sem precedente e interrupta urbanização, características da cidade contemporânea, fazem o contraponto das características da cidade antiga, onde se tinha claramente suas limitações territoriais, não diferem na questão de funcionamento quanto a atração que a cidade exerce nas pessoas. A cidade surge quando o homem passa a querer transformar a natureza, e modelar a paisagem a seu querer e necessidades. Citação:
“O Espaço Urbano deixou assim de se restringir a um conjunto denso e definido de edificações para significar, de maneira mais ampla, a predominância da cidade.” (Pag. 03)
A CIDADE COMO UM IMÃ.
Estruturas maiores pressupõem trabalhos organizados. Nesta organização, a cidade atrai as pessoas, seja por uma vida melhor, o sonho de crescimento e até mesmo necessidade. Ela cria essa mística em seu entorno o que faz muitos povos migrarem para a cidade, abandonando o campo para tentar uma vida nova.
A CIDADE COMO ESCRITA. Lê-se a história de uma cidade, não apenas por documentos e registros, e sim em sua própria estrutura e formação. Conforme a cidade vai crescendo, ela vai se escrevendo, ponto a ponto, rua a rua, edificação em edificação. Ficando essa historia cravada pra sempre, mesmo que a cidade venha a não existir mais. Citação:
“ dimensão que permite que o próprio espaço da cidade se encarregue de contar sua historia” (Pag. 05)
“CIVITAS”: A CIDADE POLÍTICA A flexibilidade entre o cidadão e o seu poder urbano faz a relação variar em cada caso, mas o que fica impregnado é a maneira de organização do território em relação a politica. O morador passa a ser envolvido nas questões urbanas através de sua vida pública desde que tenha o direito a ela, seja diretamente ou indiretamente. No caso da Polis ou civitas, era reconhecido cidadão apenas os de famílias abastadas e que poderia exercer esse direito politico, diferente aos que estavam a margem das escolhas politicas da cidade. Citação:
“...o conceito de cidadão não se refere ao morador da cidade, mas ao indivíduo que , por direito, pode participar da vida politica.” (Pag. 07)
A CIDADE COMO MERCADO A cidade começa e se transforma a partir do comercio, onde esse vai e vem de povos de diversas culturas se encontram nela (a cidade como um imã). Com isso surge a necessidade de divisão e organização do trabalho, onde ela começa a atuar como um centro de produção e consumo diário. Citação:
“Sem dúvida, é possível dizer que hoje o mercado domina a cidade.” (Pag. 09)
A CIDADE DO CAPITAL. A cidade do capital toma corpo como unidade autônoma, tendo como base fortificadora suas instituições, ela não é mais uma “semi-cidade”, apagando os traços feudais quase por completo. A cidade cresce e vai se agrupando a outras, e nesse crescimento sufocante, o território passa a ser o que se tem de mais valor. Citação:
“É com a força deste trabalho livre e despossuído, com lucro gerado pelo grande comércio e com o mercado que as cidades criavam que a atividade manufatureira começa a se multiplicar” (Pag. 12).
SEPARAR E REINAR: A QUESTÃO DA SEGREGAÇÃO URBANA.
Começa uma transformação marcante da cidade contemporânea, a segregação espacial, onde esses comerciantes e produtores, que são de fato empregadores na cidade, começam a dividir de maneira separada o espaço urbano, criando essas barreiras invisíveis separando os empregadores dos empregados territorialmente e socialmente. Citação:
“...estes muros visíveis e invisíveis que dividem a cidade são essências na organização do espaço urbano contemporâneo” (Pag. 14)
ESTADO, CIDADE, CIDADANIA. A cidade torna-se vitima do seu próprio sistema capitalista, sendo que o poder público se equipara ao poder capitalista, quando se trata de interesses no mercado, muitas vezes, perdendo para interesses capitalistas. A cidade é moldada por esses interesses, mudando seu loteamento e sua malha urbana, fazendo da cidade um grande mercado. Os cidadãos produzem a maior parte da riqueza da cidade, e por muitas vezes, não é devolvida em forma de equipamentos a fim de facilitar a vida do próprio citadino. O poder público controla o cidadão, por ser um intermediador, mas por sua vez, cedem as pressões no sistema capitalista.
CIDADE E INDÚSTRIA. A industrialização apresenta a cidade novos questionamentos. Ela intensifica o fluxo da cidade na questão territorial, e também fortifica o ideal capitalista, ideologia essa enraizada na cultura popular da cidade. Ela cria, faz, e desfaz ao seu querer, tanto para o bem ou não. Na atualidade, a indústria age como algo sem paredes, devido a globalização
desencadeada pela tecnologia, encurtando o espaço físico de cidade em cidade. A Industria continua sendo a base mais forte da cidade impulsionando seu crescimento, porém, infelizmente sempre voltado para o pensamento capitalista. Citação:
“com a industrialização da produção assistimos a um processo de urbanização numa escala jamais conhecida. A Gross-stadt, grande cidade, aglomeração urbana de centenas de milhares, de milhões de habitantes, é produto deste processo.” (Pag. 26).