UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas- FAFICH Ciências Sociais – Meodolo!ia III" #$ofesso$ Leona$do F%!oli& Lau$ene Ma$'uesane (li)ei$a da Sil)a Fichamento do texto O trabalho do antropólogo: olhar, ouvir, escrever . escrever .
OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. O trabalho do antropólogo. 2 edi!"o. #"o $a%lo& Editora '(E#$, 2))). Olha Olhar, r, o%*ir o%*ir e escre* escre*er er,, seg%n seg%ndo do o a%to a%tor, r, s"o os tr+s tr+s pont pontos os dos dos %ai %aiss a constr% constr%!"o !"o do conhec conhecime imento nto na antrop antropolo ologia gia - constit constit%d %do. o. #"o as tr+s tr+s /ormas /ormas de apreender os /en0menos sociais. #obre o olhar, o próprio a%tor 1 come!a rea/irma o %e La*ille 3ionne di4em em se% 5A Constr%!"o do #aber6& %e o antropólogo 1 tem s%a própria maneira de enxergar o ob1eto. Ele cita ent"o o exemplo de %m etnógra/o %e come!aria a pes%isar os Tukuna os Tukuna na Ama40nia e di4 %e esse pes%isador ao chegar na tribo 1 teria %ma no!"o pr- estabelecida, atra*-s de descri!7es anteriores de tribos indgenas, de como essa essa Tukuna seria. Tukuna seria. E posteriormente, %m antropólogo %e /osse 8 essa essa trib tribo o nos nos dias dias at%a at%ais is,, imag imagina inari riaa algo algo parec parecid ido o com com a tribo tribo %e %e o prim primeir eiro o antropólogo %e 8 essa mesma tribo /oi, escre*e%. 9as ent"o, Oli*eira problemati4a a %est"o do 5olhar6 ao mostrar %e se /icarmos presos apenas a isso, n"o conheceremos, por exemplo, as rela!7es sociais : %m dos sistemas simbólicos mais importantes das sociedades gra/as ;OLIVEIRA, p. 2<=: 2<=: dessa tribo. Ent"o ele nos nos apresenta o seg%ndo ponto& o o%*ir. o%*ir. Olhar e o%*ir n"o s"o etapas independentes de %ma pes%isa& elas se completam. 9as o o%*ir o%*ir permit permitee %e tenhamos tenhamos in/orma!7 in/orma!7es es as %ais %ais n"o teramos teramos se apenas apenas obser*ssemos. OLIVEIRA incl%si*e cita Radcli//e:>ro?n %ando o mesmo di4 %e de*emos obser*ar os rit%ais religiosos para aprendermos sobre eles, para depois nos concentrarmos nas cren!as. 9as ent"o se chega ao ponto em %e de*emos descobrir o %e o rito signi/ica para o po*o. 3a ent"o %e a com%nica!"o com eles se torna importante& o o%*ir - essencial. 9as h modos de se saber o%*ir. O primeiro problema, /ora a própria %est"o do idioma, - a 5di/eren!a entre idiomas @c%lt%rais, a saber, a di/eren!a entre o m%ndo do pes%isador e o do nati*o6 ;OLIVEIRA, p. 2B=. amb-m amb-m h o problema da rela!"o entre pes%isador e pes%isado. D%ando tratados apenas como 5in/ormante6 acaba por se estabelecer %ma rela!"o de poder m%ito /orte do pes%isador em rela!"o ao entre*istado. 3e*e:se estabelecer %ma rela!"o de interloc%!"o, o%*ir e ser
o%*ido, %ma rela!"o entre ig%ais, at- mesmo por%e a s%posta 5ne%tralidade6 - apenas il%s"o. Assim, essa intera!"o pode ser categori4ada como 5obser*a!"o participante6. 9%itos acabam por red%4ir essa obser*a!"o 8 algo como apenas 5geradora de hipóteses6, mas Oli*eira /ala %e essa obser*a!"o acaba por reali4ar %m ineg*el ato cogniti*o, desde %e a compreens"o Verstehen: %e lhe - s%b1acente capta a%ilo %e %m hermene%ta chamaria de 5excedente de sentido, isto -, as signi/ica!7es6 ;OLIVEIRA, p.2= O ponto em %e o trabalho se torna mais crtico, por assim di4er, - %ando come!amos a escre*er. Oli*eira cita Cli//ort Geert4 %e di4 %e o trabalho pode ser separado em d%as partes& being there e being here, respecti*amente, 5estar l6, o% se1a, o trabalho de campo, e 5estar a%i6, o% se1a, 5a experi+ncia de *i*er, trabalhar, estando a%i6 ;OLIVEIRA, p. 2H=. O a%tor, ainda %sando Geert4, explica %e o processo no gabinete se /a4 t"o importante %anto o campo, 1 %e - a %e context%ali4amos a experi+ncia. A etnogra/ia seria 5a representa!"o do trabalho de campo em textos6, de*ido ao modo como - escrita. 9as Oli*eira aponta os problemas dessa cita!"o de George 9arc%s e 3ic C%shman seg%ndo esses a%tores e o%tro. $rimeiro come!a apontado as di/eren!as entre a a escrita no caderno de campo, a escrita de %m artigo e o trabalho /inal, concl%do %e seria a monogra/ia. 3epois classi/ica as monogra/ias em B tipos& primeiro ele /ala das monogra/ias clssicas, 5concebidas de con/ormidade com %ma @estr%t%ra narrati*a concebida6. Logo após ele /ala do seg%ndo tipo %e seria g%iado por meio de %m tema. J o terceiro tipo seriam as 5pós modernas6, as %ais teriam por problema principal, seg%ndo o a%tor, a po%ca aten!"o ao controle dos dados etnogr/icos. Oli*eira tamb-m /ala %e apesar de o tipo de texto dessa monogra/ia ser em primeira pessoa isso n"o necessariamente implica em %m texto intimista, mas sim %e o a%tor deixo% de lado o 5*-%6 impessoal sob o %al ele teria %e se esconder. $or-m, apesar dessas crticas, esse terceiro tipo de monogra/ia acabo% por reali4ar %m importante papel pra teoria social ao permitir %e inKmeras anlises /ossem /eitas d%rante o processo de escrita. $or /im, o a%tor /ala %e a boa etnogra/ia - a%ela %e parte do olharo%*ir e %e n"o se perde 5na inters%b1eti*idade do a%tor6.