PLANO DE AULA APOSTILADO
Escola Superior de Teologia do Espírito Santo A presente apostila é o seguimento literal de um plano de aula, lecionado através de livros escritos pelos mais renomados e Autênticos professores de Teologia T eologia do mundo contemporâneo. contemporâneo. Sistema de ensino: Open University – – Universidade aberta em Teologia
FILOSOFIA FIL OSOFIA DA RELIGIÃO I A religião estudada à luz da flosofa
A Escola Superior de Teologia do Esprito Santo – ESUTES, é amparada pelo disposto no parecer !"#$%% da &ES '&âmara de Ensino Superior( ) *E& + ensino superior distância é amparado pela lei %.-%"$% – Art/ 01 e é considerado um dos mais avan2ados sistemas de ensino da atualidade.
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SU!RIO INTRODU"ÃO A UA FILOSOFIA RELIGIÃO ########### ####################### ####################### ###################### ################$% #####
%$DA
O &UE ' RELIGIÃO ########## ##################### ####################### ######################## ######################## ####################### ###################### ################## ####### ############$% O &UE ' FILOSOFIA FILOSO FIA ########## ##################### ####################### ######################## ######################## ####################### ###################### ############### #### #############() O *ALOR DA FILOSOFIA FILOSO FIA ########## ##################### ####################### ######################## ######################## ####################### ###################### ############### #### #####+% DIS,IPLINAS DA FILOSOFIA ################################################################################## +) FORAS DE ,ETI,ISO E ARGUENTOS################ ARGUENTOS##### ####################### ######################## ######################## ##############%##%-
SEUS
ARGUENTOS ANTI. ,'TI,OS ########### ###################### ###################### ####################### ######################## ######################## ################### ####### /) ,OO PODEOS ,ON0E,ER1 ########## ###################### ####################### ###################### ####################### ######################## ################### ####### )( ,OO SÃO 2USTIFI,ADAS ,REN"AS1 #################### ################################ ######################## ######################## ############## 3/ O RELA,IONAENTO ENTRE A RA4ÃO ############## ########################## ######################## ######################## ############## ## -+
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5I5LIOGRAFIA ########## ##################### ####################### ######################## ######################## ####################### #################### ######### ########################### 6)
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1. INTRODUÇÃO A UMA FILOSOFIA DA RELIGIÃO
A religião é estudada pela história, pela psicologia, pela fenomenologia, pela psicanálise e pela sociologia. Todas essas ciências estudam metodicamente a consciência religiosa concreta e suas múltiplas o!eti"asses na história. A filosofia da religião tenta esclarecer a possiilidade e a essência formal da religião na e#istência humana. $m outras pala"ras, estuda a consciência do homem e de sua auto compreensão a partir do asoluto en%uanto ating&"el pela inteligência. A filosofia da religião é uma refle#ão reali'ada com a única a!uda da ra'ão, sendo seu o!eto a religião e as condi()es em %ue esta é poss&"el. *a mesma maneira %ue o ato filosófico não fundamenta a e#istência humana, mas tenta esclarecê+la, assim tamém a filosofia da religião não fundamenta, nem in"enta a religi rel igião, ão, mas ten tenta ta esc esclare larecê+ cê+la, la, ser ser"in "indo+ do+se se das e# e#igê igênci ncias as pro propri priame amente nte fil filosófic osóficas. as. A filosofia da religião temática a aertura do homem para o mistério %ue o en"ol"e de maneira positi"a, aceitando+o, ou de maneira negati"a, re!eitando+o. Temati'a, pois, a rela(ão do homem com o santo ou luminoso no hori'onte da autocompreensão humana. o!eto da filosofia da religião é a religião. -as pode a religião ser o!eto da filosofia %ue se entende por religião %ue se entende por filosofia fi losofia
1.1. O que é religião? A primeira primeira "ista, pode+se pensar %ue todos saiam saiam o %ue se significa com a pala"ra pala"ra reliligi re gião ão e re reliligi gios oso. o. Tal" l"e' e' ta tall pr pres essu supo posi si(ã (ão o es este te!a !a ce cert rta a en en%u %uan anto to se re refe fere re /s manifesta()es mais ostensi"as. -as %uando se trata de precisar logo surgem dificuldades sem fim fi#ar limites entre o "erdadeiramente religioso e o puramente cultural, folclórico social %ue, por e#emplo, entre nós, é da essência religiosa numa festa de primeira comunhão, de um casamento na igre!a etc, e o %ue não 0e se trata de manifesta()es, como descoriremos o %ue manifestam 0e compararmos o fenmeno religioso com o _______________________________________ ___________________ _______________________________________ ______________________________________ _______________________________ ____________ ESUTES – Escola Superior de Teologia Teologia do Espírito Santo
fenmeno social ou similar, podemos di'er %ue designamos a estrutura especial do homem definida por sistema de rela()es com os outros homens. oder+se+ia descre"er o fenmeno religioso como um mundo de estrutura estritamente relacional na religião, no fundo de toda a situa(ão "erdadeiramente religiosa encontra+se a referência aos fundamentos últimos do homem4 %uanto / origem, %uanto ao fim e %uanto / profundidade. prolema religioso toca o homem em sua rai' ontológica. 5ão se trata de fenmeno superficial, mas implica a pessoa como um todo. ode caracteri'ar+se o religioso como 'ona do sentido da pessoa. $m outras pala"ras, a religião tem a "er com o sentido último da pessoa, da história e do mundo. ara orientar nossa refle#ão filosófica precisamos, desde !á, determinar melhor o o!eto "isado. *esde a Antiguidade, por religião entende+se a rela(ão do homem com *eus ou com o di"ino. -as logo a consciência cr&tica indaga4 %ue é o homem %ue é *eus %ue "incula a amos %ue é religião 6uando se fala da rela(ão do homem com *eus designa+se, antes de tudo, uma maneira própria de ser do homem. $m rela(ão a o *eus, o homem, na religião, toma a atitude de %uem se sente desafiado, de %uem e#perimenta um apelo. A religião reali'a+se na e#istência humana. apelo de *eus como a resposta do homem "erificam+se na e#istência. homem sae+se relacionado e determinado por algo %ue é maior do %ue ele mesmo. Assim sua e#istência religiosa se constitui a partir do di"ino. or isso, na filosofia da religião, não se fala só do homem, mas tamém da%uilo %ue é diferente dele, %ue o transcende. A partir do di"ino, a e#istência humana se especifica como religiosa. Temos, porém, conceito filosófico de *eus 7omo o homem se comporta diante do mistério de *eus 5o discurso religioso ocorrem conceitos %ue se op)em / filosofia como, por e#emplo, re"ela(ão e reden(ão. $sses e#pressam uma realidade oriunda da transcendência, en%uanto religião e#pressa uma série de atos espirituais e cria()es culturais do homem. A re"ela(ão fala do di"ino, de algo %ue penetra na "ida8 na religião8 refere+se a uma realidade de "ida e a uma realidade cultural. 0urge então a pergunta4 poderá a filosofia temati'ar a re"ela(ão 6ue será da religião sem a re"ela(ão 5o cristianismo, por e#emplo, a re"ela(ão e a penetra(ão do incondicionado no mundo condicionada portanto, a filosofia da religião se confronta com a doutrina da _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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re"ela(ão. 6uem determinará os limites entre filosofia e teologia 7omo será a e"entual contradi(ão :a"erá algo em comum entre a doutrina da re"ela(ão e a filosofia :a"erá o caminho da s&ntese arece %ue a tarefa da filosofia da religião é achar este ponto comum para uma solu(ão de s&ntese interna. 0erá isso poss&"el, ao menos em rela(ão com o cristianismo or outro lado, não asta relacionar a filosofia com a teologia. Toda a ciência de"e ser situada no con!unto das ciências. A filosofia pertence /s ciências do esp&rito. oderemos detectar nela três aspectos4 a; a filosofia8 ; a história8 c; a sistemática. 5a filosofia desen"ol"e seu campo de sentido8 na história recolhe o material %ue as ciências do ser apresentam e interpreta, de maneira sistemática e criticamente, os dados. $m s&ntese, podemos di'er %ue, nos últimos séculos, para a filosofia, o fenmeno religioso, praticamente uni"ersal na humanidade, no seu con!unto tendeu+se num termo supremo4 a
1.2. Poder-se-á justificar a religião perante a razão? A filosofia nasceu, na antiga =récia, como atitude cr&tica na "ida concreta do homem. 5asceu como tentati"a de formular %uestão da "erdade desta "ida em sua gloalidade. 7omo a religião era parte desta "ida concreta, os filósofos não podiam dei#ar de formular a %uestão da "erdade da religião, de sua significa(ão para a "ida humana e a %uestão filosófica sore *eus. $ssas o %uest)es foram formuladas no hori'onte de pressuposta totalidade, Ora, a pergunta pela realidade em sua totalidade inclui a pergunta vá pela possiilidade de tal totalidade. 5este conte#to da temati'a(ão da unidade de todo o real surgiu a %uestão filosófica de *eus. A filosofia grega pensou a totalidade do real como cosmos. 5este cosmos pensou a presen(a do di"ino como fundamento originário >Ana#imandro;, como ser imutá"el >armênides;, como Logos en%uanto ordem do mundo >:eráclito;, ou ainda como noús en%uanto princ&pio do mo"imento do mundo >Ana#ágoras;. A totalidade do real ou do cosmos era pensada a partir da o!eti"idade mundana. A re"olu(ão copernicana no pensamento, no fim da ?dade -édia e no come(o dos tempos modernos, consiste na "olta para a su!eti"idade pensante. Temati'a+se o su!eito como condi(ão de possiilidade não só do _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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conhecimento, como tamém da a(ão o!eti"a do homem no mundo. homem moderno %uestiona o acesso imediato do real e passa a falar da realidade atra"és da media(ão da su!eti"idade8 desen"ol"e no"o método de in"estiga(ão e conhecimento, apoiando+se unicamente na ra'ão e na e#perimenta(ão cient&fica. A grande "irada antropocêntrica, na filosofia ocidental mo derna, tamém modificou radicalmente a prolemática de *eus. As ciências, "isando a dominar a nature'a atra"és da descoerta da regularidade dos fenmenos naturais, dispensam a hipótese de causa primeira. -as o pensamento moderno não consegue pensar a su!eti"idade humana em seu relacionamento teórico e prático com o mundo sem referência, positi"a ou negati"a, a *eus. A %uestão de *eus passa a ser temati'ada não mais a partir do mundo, e sim atra"és da media(ão do homem e de suas rela()es com o mundo, ou se!a, a partir da su!eti"idade. ?ndaga+se4 ha"erá no homem capacidade su!eti"a espec&fica ou dimensão própria %ue tenha como correlato a religião 0eria tal a priori algo como um sentimento uni"ersal e irracional u será religião algo %ue precede a todos os conteúdos categorias da consciência 5ão será %ue toda a filosofia, en%uanto autocompreensão do homem no hori'onte de uma ra'ão ontológica transcendental a priori, !á implica uma filosofia da religião, ao menos de maneira a temática A filosofia da religião, como disciplina própria, é recente. ara sua constitui(ão foi decisi"a a filosofia de ant, o idealismo alemão, a ora do cardeal 5eBman, de -. Clondel, a filosofia dialógica de D. $ner e -. Cuer, a fenomenologia de $. :usseri, -. 0cheler e a filosofia da e#istência atra"és de =. -areei, -. :eidegger e . Easpers. $ntre os católicos, em nosso século, destacam+se ainda os estudos de
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entre o pensante e o pensado. 7om isso, o pensamento "incula+se ao o!eto de sua ati"idade, sem com ele confundir+se. 0eu o!eto é a%uilo %ue se lhe oferece no mundo. Assim a lierdade do pensar está "inculada ao o!eto. pensar tem compromisso com a realidade. odemos di'er %ue o pensamento filosófico de"e ser fundado e, ao mesmo tempo, fundante. *e"e "isar com e#atidão o o!eto e e#pressá+lo em conceitos e em linguagem tão precisa %ue permitam reconhecê+lo. *esta maneira, o pensamento filosófico está "inculado ao ser e / essência do o!eto. su!eito do filosofar é o homem. *i' Deuerach %ue Ha religião assenta na diferen(a essencial %ue e#iste entre o homem e o animal, pois os animais não têm nenhuma religiãoH >A essência do cristianismo, p. ;. homem e#iste como compreensão de si mesmo e do ser. ensando, desen"ol"e+se a si mesmo. ensa e indaga a si mesmo indagando o mundo. ?ndaga / lu' do ser, como algo %ue é. Cusca o "erdadeiro ser das coisas como gloalidade. A indaga(ão filosófica temati'a, pois, o ser do ente. 5esta perspec+ ti"a, a filosofia da religião é diferente das ciências da religião. 7omo o pensamento não está limitado / pura facticidade, inclui a %uestão cr&tica do "erdadeiro ser e do ser inautêntico ou falso do o!eto. A refle#ão filosófica indaga o fáctico pelo seu ser "erdadeiro, ou se!a, pela sua "erdade. $m outras pala"ras, o pensamento filosófico não se contenta com as coisas como se apresentam. 0empre está a caminho. 5unca é definiti"o, por%ue o ser do ente manifesta+se inesgotá"el. ra, a filosofia da religião tem a religião como o!eto de seu pensar. Tenta esclarecer o ser e a essência da religião. ?ndaga, pois, o %ue é, propriamente, religião A religião é um dado %ue está a& e não se funda na filosofia. 5ão é filosofia. *esde Claise ascal, costuma+se opor o *eus dos filósofos ao *eus de Araão, ?sa%ue, Eacó, ou se!a, ao *eus de Eesus 7risto. 7ertamente há influência mútua entre a filosofia e a religião. filósofo encontra a religião como o diferente, o outro. -as a religião reali'a+se como acontecimento humano, como uma forma da "ida humana. 0ão homens %ue crêem em *eus, re'am, se reúnem em assemléia para o culto. 5a fé em *eus, os homens indagam sempre, de alguma forma, a si mesmos. $mora não produ'am a religião, cae+lhes uma lierdade responsá"el perante mesmos, ou se!a, perante a ra'ão cr&tica.
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Apresenta um aspecto histórico, mas não se redu' a ele. $#pressa+se em linguagem fáctica, mas não se redu' ao puro fáctico. 5o cidente. *e maneira generali'ada, na consciência popular, erroneamente se redu' a realidade ao fato. A religião cristã perdeu sua e"idência, assim, na sociedade moderna e na consciência cultural. Tudo isso, entretanto, não !ustifica o silêncio da filosofia na indaga(ão pelo ser e pela essência da religião. Ao contrário, se se conseguir uma "isão da essência da religião consegue+se uma >posi(ão critica em rela(ão ao próprio fato e toma+se poss&"el esclarecer o direito e o sentido da religião na "ida humana. A e#istência religiosa do homem desen"ol"e+se em muitas dimens)es, como, por e#emplo, a interior e a e#terior. 5a primeira situa+se a fé e a medita(ão8 na segunda, o culto e a prega(ão. 7omo a religião é anterior / filosofia, a refle#ão filosófica uscará refletir sore sua maneira de ser e sore sua essência. Tal refle#ão, porém, tamém terá conse%Jências, ou se!a, a religião criticamente refletida. 0egundo :egel, a religião e a filosofia tem comum a usca da "erdade4 HA filosofia tem seus o!eti"os em comum com a religião por %ue o!eti"o de amas é a "erdade, no sentido mais alto da pala"ra, isto é, en%uanto *eus, e somente *eus, é a "erdadeH. -as, segundo :egel, a religião se distingue da filosofia en%uanto e#prime a "erdade não so a forma de conceito, e sim so a forma da representa(ão e do sentimento. HA religião é a rela(ão com o Asoluto na forma do sentimento, da representa(ão, da fé8 e no seu centro %ue tudo compreende, tudo está somente como algo acidental e e"anescenteH (Princípios da Filosofia do Direito, K 2GL;. $m outras pala"ras, o %ue na religião é institu&do de modo acidental, e confuso, é demonstrado pela filosofia com caráter de necessidade.
1.3. Iluiniso e religião A religião mão é um fenmeno situado fora do tempo. 5ão esclarece prolemas eternos, mas os %ue se colocam em determinadas circunstMncias. :o!e nos defrontamos com prolemas radicados no , iluminismo ou dele deri"ados. 7om :egel, podemos caracteri'ar toda a história ocidental a maneira de processo progressi"o da tomada de posse pelo homem de sua lierdade. $sta história da lierdade entrou em no"a fase no come(o da era moderna, %uando a lierdade e o pensamento se tornaram conscientes e cr&ticos acerca de si mesmos. 7omo se sae, ant descre"eu o ?luminismo como Ha sa&da do homem da sua minoridade culpada. A minoridade é a incapacidade de ser"ir+se do próprio entendimento sem a dire(ão de outrem... Sapere aude Tem a coragem de ser"ir+te do teu _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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próprio entendimentoO Tal é o lema do ?luminismoOH (!rítica da ra"#o pura$. ?luminismo ainda não está ultrapassado. 0urge como processo %ue perpassa toda a história espiritual do cidente.
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C&lia e as concep()es próprias da época. progresso, nas ciências, e condu'iu naturalmente a certa demitologi'a(ão das concep()es religiosas. *a mesma forma o %uestionamento cr&tico da metaf&sica repercutiu nas formula()es do cristianismo, cu!as doutrinas ha"iam sido formuladas em linguagem metaf&sica. A constitui(ão dos $stados moderno como sistemas de garantias da lierdade e do direito e da sociedade moderna como sistema aseado na satisfa(ão de necessidades, le"ou ao %uestionamento de tradi()es morais, sociais, pol&ticas de institui()es sociais com as %uais a ?gre!a se ha"ia identificado em grande parte. Assim, com o mo"imento iluminista, o cristianismo tradicional e amiental entra em crise. Aumentada tensão entre a su!eti"idade cr&tica e sua interioridade, de um lado e do outro, as institui()es religiosas tradicionais. 7omo conse%Jência, dentro da própria ?gre!a católica, ho!e, cresce o número dos %ue apenas parcialmente ainda se identificam com ela, com sua doutrina e com suas orienta()es práticas. 5a atual situa(ão do processo de emancipa(ão iluminista encontramos três atitudes unilaterais a respeito do fenmeno religioso. a; 5ega(ão total da religião R a atitude %ue declara a religião como consciência falsa ou simples ideologia para, como tal, de"er negá+la. $ssa atitude encontra+se em Deuerach, 5iet'sche e Dreud e em alguns mar#istas. Trata+se de atitude com caráter mais romMntico %ue, em Deuerach, parte da concep(ão de "ida, de "ida natural não alienada do homem e da humanidade. Alimenta+ se, pois, a saudade do para&so perdido. 5a forma mais cética, como Dreud, espera %ue, no futuro, com o fim da ilusão religiosa, a humanidade este!a em condi()es de, com a a!uda da ciência e da ra'ão cr&tica, construir a harmonia total. $sta tendência condu' / li%uida(ão da religião em nome da ra'ão, %ue pretende ser a única possuidora da "erdade, considerando a religião como uma ilusão. s representantes dessa cr&tica esperam, com recurso / nature'a e / ciência e com o desmascaramento da aliena(ão religiosa, oter a transforma(ão da consciência humana. Qêem a causa dessa aliena(ão na falta de conhecimento cient&fico e na falta de dom&nio do inconsciente. $nfim, esperam a supera(ão ou o fim da religião com ase no dom&nio tecnológico sore as for(as da nature'a. $"identemente -ar# e $ngels se e%ui"ocaram. s pais da moderna cr&tica da religião tinham confian(a e#agerada na ra'ão, na ciência e no progresso. dese!o de _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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liertar a humanidade da ilusão de *eus e da tirania da fé religiosa re"erteu, ele mesmo, em ilusão. 5ão só na filosofia, como tamém na psicologia profunda e na sociologia, ho!e se uscam fundamentos para a e#istência da fé em uma realidade chamada *eus. -ar# negara a religião como ideologia, como institui(ão social e pol&tica reacionária %ue ostaculi'a o progresso da humanidade. 0egundo ele, a religião impede a lierta(ão total do homem por%ue ou !ustifica o status &uo desumano de situa()es pol&tico+sociais ou usca uma reconcilia(ão ilusória, apelando ao além para dei#ar a%ui tudo como está. $ssa forma de cr&tica da religião tinha for(a de con"encer en%uanto se espera"a a reali'a(ão de uma sociedade mais humana e mais !usta atra"és do socialismo mar#ista. $ntretanto, ho!e, os argumentos outrora adu'idos tamém perderam sua for(a. homem aumentou seu poder sore a nature'a atra"és da ciência e da técnica. -as não há ind&cios para sociedade mais humana como simples resultado de tal e"olu(ão, tanto no regime capitalista como no socialista. arl -ar#, com ase nas tens)es sociais da sociedade urguesa, acredita"a %ue transformando a filosofia hegeliana da história e o materialismo atra"és de sua análise da consciência de classe do proletariado, podia constatar tendências para transforma()es re"olucionárias, capacitando o proletariado a ser o su!eito da história. 7om o passar do tempo, tanto a teoria como a prá#is mar#istas perdem sua for(a de con"encimento. 5ada garante %ue o mar#ismo, ho!e, se!a menos manipulado a fa"or dos poderosos do %ue a religião %ue outrora criticara, ou se!a, %ue o próprio mar#ismo não se!a uma religião sem *eus. $m resumo, a nega(ão radical e total da religião ho!e se "ê em circunstMncias pouco cmodas e de"erá re"er sua posi(ão ou, pelo menos, diferenciá+la melhor, pois, no m&nimo, necessita de autocr&tica. $sta tendência confunde a e#pressão com o e#pressado, crendo ter esclarecido este %uando apenas e#plicou a%uela. ; 'ceita%#o total da religi#o *urante séculos e milênios, a religião era tema na filosofia como %ual%uer outro. or isso, todos os grandes filósofos dela trataram de uma ou outra forma. *esde o século PQ??, surgem esfor(os apologéticos para !ustificar a religião no mundo moderno por%ue esta >o cristianismo; se distanciou da e"olu(ão histórica do mundo técnico+cient&fico. s l imites de tal filosofia da religião aparecem na chamada teologia natural, na filosofia transcendental, e#istencial e personalista do nosso século. _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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A teologia natural é de grande atualidade. ?nterroga pelo lugar da fé na e#periência humana. -as %uando essa teologia %uer pro"ar demais, nada pro"a. oder+se+á perguntar até %ue ponto a distMncia de *eus ou de sua ausência não e#pressam a auto+reclusão do homem. A fé, como fundamento da religião, constitui tamém ato &ntegro e totalmente humano. Tem %ue se reconhecer como humanamente cheia de sentido e intelectualmente honesta e responsá"el. A teologia natural, marcada pela metaf&sica do século PQ???, parte da nature'a da ra'ão compreendida de maneira teleológica, dedu'indo afirma()es materiais sore a essência de *eus, do mundo e do homem. Eulga, desta maneira, poder fornecer, com os meios e métodos da ra'ão, no"o fundamento / religião. $ntretanto, isso não mais con"ence / su!eti"idade critica moderna. 6uis+se uscar "erdades asolutas, eternas, fora da história. ra, depois da aplica(ão do método histórico+cr&tico / própria C&lia, tais o!eti"os não se !ustificam mais. or sua aertura ao ser, a ra'ão condu' necessariamente / religião como e#pressão de uma dimensão transcendente da e#istência humana. -. Clondel escre"eu %ue Ha e#pectati"a de uma religião é naturalH. ra, toda a apologia da religião ho!e de"erá enfrentar o prolema da historicidade. o!eti"o do método transcendental é mostrar %ue, sem refle#ão consciente, pode+se interpretar o homem como aerto para as "erdades religiosas historicamente mediadas. A fundamenta(ão e#istencialista e personalista da religião, em nosso século, tamém assenta em pressupostos %ue perderam sua e"idência. Após as duas guerras mundiais tinham uma fun(ão cr&tica, ao menos na $uropa. 5a teologia católica, o personalismo é um correti"o necessário ao menos para a neo+escolástica. A teologia e#istencial tomou+se correti"o, entre os protestantes, para o lieralismo cultural dos séculos P?P e PP. $ntretanto limitam a religião a uma pri"ati'a(ão e a pri"am, de certo modo, do mundo socio econmico+pol&tico. Além disso, assumem atitude de critica unilateralmente negati"a para com a e"olu(ão técnico+cient&fica. $m resumo, esta tendência geralmente ocorre entre crentes %ue praticam a filosofia da religião so o sinal da concordMncia. 7om diferentes estratégias, %uerem os representantes dessa tendência mostrar a profunda solidariedade entre ra'ão e religião. c; Descri%#o empírica e análise das diferentes concep%es e institui%es religiosas 7om -a# Feer, $. *urSheim, é"U+Cruhl e . 0trauss formaram+se grupos %ue _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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estudam as religi)es do ponto de "ista histórico, psicológico, sociológico, da análise da linguagem, enfim, mediante pes%uisas emp&ricas. 7ontentam+se com descri()es e análises detectando as estruturas comuns em fenmenos diferentes. s representantes desta corrente geralmente interpretam o mundo atual como resultado do processo de seculari'a(ão, contentando+se com afirma()es meramente formais sore o fenmeno da religião.
1.!. "arefas da filosofia da religião A filosofia da religião atualmente se encontra em situa(ão precária dentro do con!unto. 5ão de"e ser identificada simplesmente com religião filosófica ou com filosofia religiosa. Trata+se de indaga(ão filosófica %ue usa métodos filosóficos com o!eti"os filosóficos. -as não é %ual%uer filosofia capa' de criticar corretamente o mundo humano da fé e da religião. As filosofias %ue pretendem simplesmente e#plicar a religião ou redu'i+la a elemento não religioso como li)ido ou situa(ão sócio econmica alienada não ser"em. *a mesma maneira, não ser"em para estaelecer corretamente o sentido da religião ho!e as filosofias %ue se p)em diretamente a ser"i(o da fé >são Coa "entura, santo Tomás de A%uino;, pois não se trata da simples recupera(ão de certos dogmas, p. e#., a transcendência do Asoluto, pela filosofia. 7ae in"estigar se o fenmeno religioso é ori+ ginário e irredut&"el no homem, e se le"a, por sua nature'a, a um termo supremo chamado *eus. 5a %uestão, se a religião é fenmeno originário no homem, encontramos um afrontamento de posi()es4 a; uma série de teorias %ue tendem a redu'ir o religioso como refle#o de situa(ão deficiente4 ignorMncia, impotência etc., negam sua originalidade e a irredutiilidade. Assim Deuerach "ê a religião como aliena(ão, -ar# como ópio do po"o, 5iet'sche como deilidade gregária e Dreud como sore"i"ência noci"a e patológica da imagem paterna na idéia de *eus8 ; outras filosofias redu'em o fenmeno religioso a uma perspecti"a e#clusi"amente racional, se!a moral >ant;, se!a especulati"a >0pinosa, :egel;8 c; entretanto a fenomenologia da religião ><. tto, -. 0cheler, -. $liade e outros; reconhece e come(a a descre"er as irredut&"eis estruturas do sagrado como contraposto ao profano. :á ra')es para acreditar %ue muitas formas tradicionais de religião desapare(am. 7om isso, toda"ia, não se pode concluir o desaparecimento da religião como tal. :o!e a filosofia da religião de"erá formular %uest)es %ue angustiam os indi"&duos, as igre!as e a _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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sociedade. 7omo 6uais seriam tais %uest)es 5o cidente, marcado profundamente pela religião e cultura !udaico+cristã, parece ha"er três %uest)es fundamentais4 a; *ntre a tradi%#o religiosa e as e+periências da intersu)etividade crítica moderna surgiu um a)ismo profundo. O processo do iluminismo age de maneira dialética sore a tradi(ão religiosa4 destrói e conser"a. *estrói, por e#emplo, certas concep()es de *eus como o deus %ue sanciona institui()es e regimes pol&ticos indefensá"eis por ser indigno de nossa fé. -as o processo do iluminismo tamém pode purificar o conceito de *eus e conser"ar a autêntica tradi(ão da fé. Assim a situa(ão de crise pode re"erter em no"a oportunidade. ; A rela%#o do cristianismo e das igreas para com as religies n#o crist#s modificou-se profundamente. Tamém no cidente, o cristianismo dei#a de ser a religião %ue integra a sociedade gloal. s pagãos não mais estão fora da sociedade e o cristianismo carece da e"idência racional de ser a única "erdadeira religião. Tornou+se uma religião ao lado de muitas outras. A tentati"a de interpretar todas as religi)es não cristãs simplesmente como cifras de uma fé filosófica ou declarar os não cristãos de cristãos annimos não satisfa'. c; O lugar e a fun%#o da religi#o e das igreas no novo mundo político-social modificaram-se radicalmente. iluminismo, %ue declara a lierdade de todos como princ&pio da ética e da pol&tica e e#ige institui()es %ue fa"ore(am e garantam a lierdade e o direito de todos os homens, %uestiona radicalmente a tradi(ão antiga e medie"al. 5este mundo, a filosofia da religião tem papel en%uanto dura a e#igência de conhecer criticamente a "erdade religiosa.
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O QUE É A FILOSOFIA
-uitos estudantes não têm muita certe'a %uanto ao %ue é a filosofia8 na realidade, a maioria das pessoas sae muito pouco acerca do assunto. Alguns pensam %ue é uma comina(ão astrusa e até mesmo perigosa de astrologia, psicologia e teologia. utros pensam %ue os filósofos estão entre a elite intelectual, pessoas de grande saedoria. $ste conceito e#altado da filosofia de"e+se, pelo menos em parte, ao fato de %ue é raramente estudada antes do n&"el de faculdade. s estudantes de escolas primárias e secundárias estudam matemática, literatura, ciências, e história, mas não filosofia. 6uando os estudantes entram na faculdade, fre%Jentemente procuram e"itar a filosofia por causa da sua alegada dificuldade. A%ueles %ue acaam estudando a filosofia na faculdade descorem %ue estão discutindo %uest)es técnicas de pouco ou nenhum "alor prático e"idente. $sta aparente impraticailidade parece ser moti"o suficiente para re!eitar o estudo da filosofia sem mais cerimnias. $ste cap&tulo, no entanto, procurará demonstrar %ue muitos temores e reser"as iniciais a respeito desta disciplina não têm fundamento. R "erdade %ue, de muitas maneiras, o estudo da filosofia é diferente do estudo de %ual%uer outra matéria. 5ão se pede da nossa parte %ue decoremos datas, fórmulas ou regras >ou, pelo menos, estes não são os aspectos mais importantes do estudo;. 5ão há pes%uisa de campo nem e#periências de laoratório, nem necessidade alguma de comprar %uais%uer e%uipamentos técnicos tais como uma régua de cálculo ou um microscópio. %ue é necessário para alguém ser um om filósofo $m "árias ocasi)es, todas as pessoas filosofam. $ste fato significa %ue um curso de filosofia não é uma tentati"a de ensinar alguma coletMnea incomum de fatos, ou de fornecer uma hailidade totalmente no"a. R, pelo contrário, um esfor(o no sentido de a!udar o estudante a melhorar uma capacidade %ue !á possui e %ue, de "e' em %uando, e#erce por conta própria. $ste filosofar ocorre sempre %ue alguém reflete, ou sore as pressuposi()es fundamentais do pensamento e da _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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a(ão, ou sore os fins para os %uais a conduta da "ida humana de"e ser dirigida. 0uponhamos %ue "ocê e um amigo este!am deatendo a nutri(ão. s dois e#pressam preocupa(ão por%ue o emprego generali'ado de pesticidas e aditi"os na produ(ão de gêneros aliment&cios tem efeitos sérios e danosos sore o corpo humano. Qocê oser"a %ue o aumento da ocorrência do cMncer na sociedade moderna tem cone#ão direta com o crescente emprego de produtos %u&micos. Até esta altura, sua discussão não tem sido filosófica, mas, sim, iológica. $ntão, porém, seu amigo oser"a %ue o go"erno tem a responsailidade de proiir a aplica(ão de tais agentes a gêneros aliment&cios, "isto %ue todas as pessoas são o)rigadas a preser"ar a "ida. Qocê discorda, e asse"era %ue o sumo+ em n#o a preser"a(ão da "ida. Além disto, "ocê argumenta, o go"erno não tem origa(ão alguma em rela(ão a seu po"o além da não+interferência nos seus negócios particulares. 0ua discussão agora "oltou+se a %uest)es filosóficas. Qocê está le"antando as %uest)es da Horiga(ãoH e do HfimH ou Hsignificado da "ida.H
# $atureza da Inquiri%ão &ilos'fica - O Pro(lea da )efini%ão lugar lógico para come(ar o estudo da filosofia é uma defini(ão da disciplina. 5outras disciplinas, definir a nature'a da matéria é usualmente fácil e li"re de contro"érsia. Tal não é o caso com a filosofia. Alguns filósofos têm argumentado %ue a pergunta filosófica central e mais fundamental é a própria nature'a da filosofia. As defini()es e as e#posi()es da filosofia têm sido radicalmente diferentes entre si, até mesmo entre filósofos praticantes. Dre%Jentemente, um grupo de filósofos pensa %ue outro grupo está gra"emente enganado %uanto / tarefa da filosofia. Alguns di'em %ue a filosofia é a Hrainha das ciências,H a ciência mais geral e uni"ersal em contraste com as ciências espec&ficas tais como a f&sica ou a iologia. utros negam %ue a filosofia se!a uma ciência. Alguns têm argumentado %ue a filosofia nos informa acerca das partes constituintes fundamentais do mundo, ao passo %ue outros filósofos têm re!eitado até mesmo a possiilidade de semelhante pes%uisa. Alguns di'em %ue a filosofia é asicamente uma ati"idade racional, centrali'ando+se na argumenta(ão e na a"alia(ão cr&tica das e"idências. -as ainda outros têm negado %ue o uso da ra'ão é essencial ou %ue e#istam &uais&uer argumentos con"incentes na filosofia. ogo, um relato simples, compreensi"o e e#ato da filosofia teria de incluir uma multidão de pontos de "ista e práticas aparentemente inconsistentes. Vma solu(ão poss&"el seria pedir a alguém %ue está fora da filosofia W por e#emplo, um historiador das idéias %ue simplesmente oser"asse a%uelas ati"idades %ue _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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"ários filósofos consideram filosóficas, %ue notassem suas caracter&sticas em comum, e constru&sse uma defini(ão neutra aseada nestas caracter&sticas. 0emelhante pedido certamente não seria imposs&"el para um historiador em treinado %ue tamém fosse filosoficamente astuto. -esmo assim, esta idéia sup)e %ue há algum grupo de caracter&sticas ou propriedades em comum a tudo %ue usualmente tem sido chamado de Hfilosofia.H Além disto, semelhante defini(ão somente descre"eria a%uelas ati"idades %ue tradicionalmente têm sido chamadas de HfilosofiaH, e estamos %uerendo saer mais do %ue isto %uando indagamos sore a nature'a da filosofia. $stamos procurando uma defini(ão %ue determinará o %ue é a filosofia e, além disto, a oa filosofia. utro lugar onde poder&amos come(ar em nossa usca de uma defini(ão da filosofia é o dicionário. Ali, ficar&amos saendo %ue a pala"ra filosofia deri"ada de duas pala"ras gregas %ue %uerem di'er Hamando a saedoria.H $sta idéia da saedoria era central no pensamento dos antigos. 5este conceito da filosofia, o papel primário da filosofia era a educa(ão moral. u se!a, a filosofia de"ia ensinar a "ida "irtuosa. Até mesmo os aspectos mais astratos da filosofia desempenha"am seu papel em atingir este al"o, por%ue o conhecimento e o entendimento fa'iam parte da "ida "irtuosa. *e acordo com os filósofos gregos, o homem ignorante não pode ser genuinamente feli'. 0ócrates, cu!a má#ima4 HA "ida não e#aminada não é digna de ser "i"idaH é fre%Jentemente citada, foi a concreti'a(ão do filósofo ideal, ou amante da saedoria. conceito clássico da filosofia >Hconhecer o em é praticá+loH; tamém fa'ia parte central do pensamento dos dois maiores filósofos gregos, latão e Aristóteles. -esmo assim, esta aordagem filosófica tem sido cada "e' menos influente nos séculos recentes. 0e "ocê fosse ler as re"istas de filosofia ho!e, perceeria %ue não desempenham nenhum papel de desta%ue na educa(ão ética. 0endo assim, é imposs&"el elaorar uma defini(ão da filosofia ensamos %ue não, pois é poss&"el apontar a dificuldade radical %ue le"a a tais conceitos di"ersos acerca da filosofia. Tendo
feito isto,
poderemos dar uma
defini(ão
%ue,
emora
reflita
reconhecidamente um ponto de "ista espec&fico %uanto /%uela dificuldade radical, terá utilidade geral.
&ilosofia #nal*tica e+ou ,speculatia
6ual, pois, é a dificuldade radical em definir a filosofia 7olocada em termos simples, é o desacordo entre os filósofos %uanto / %uestão se a filosofia se ocupa somente _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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com a análise de conceitos e pressuposi()es, ou se é algo mais. A maioria dos filósofos %ue traalha no ., ramo ho!e, concordaria %ue a filosofia é algo mais, mas discordaria acerca da nature'a e#ata desse algo mais. $#aminemos, mais de perto esta disputa. ' filosofia analítica ou análise conceptual. A análise conceptual é a cren(a de %ue a única preocupa(ão da filosofia, ou, pelo menos uma preocupa(ão central dela, é o estudo anal&tico dos conceitos. traalho da filosofia é definir termos filosóficos e cient&ficos, e esclarecer a linguagem das idéias. filósofo é um analista, mas não no mesmo sentido %ue um cientista. cientista procura e#plicar sistematicamente o mundo em %ue "i"emos. A fim de le"ar a efeito sua tarefa, de"e usar oser"a(ão e e#perimenta(ão cuidadosamente controladas. al"o do filósofo anal&tico, porém, é em diferente. $#amina as pressuposi()es e conceitos ásicos %ue são empregados pelo cientista, pelo moralista e pelo teólogo. filósofo procura elucidar os conceitos e princ&pios metodológicos %ue os cientistas empregam de modo não cr&tico. A filosofia anal&tica não se ocupa apenas com o cientista, o moralista, e o teólogo. 7ada uma das áreas principais de pes%uisa tem termos e princ&pios ásicos %ue precisam de elucida(ão. Dre%Jentemente, tais pes%uisas são chamadas metafilos/ficas.
O)e%es 0 filosofia analítica. $mora a filosofia anal&tica este!a na moda ho!e nos pa&ses onde se fala inglês, nem todos os filósofos estão igualmente contentes com ela. Alguns acham %ue a filosofia anal&tica enfati'a demasiadamente as %uest)es do significado e dei#a de enfati'ar as %uest)es da "erdade. Além disto, há um grande grupo de pessoas %ue sustenta a opinião %ue o princ&pio da "erifica(ão, um conceito+cha"e da filosofia anal&tica, não é um teste fidedigno nem do significado nem da rele"Mncia. 7onforme o princ&pio da "erifica(ão, uma declara(ão é significati"a somente se é puramente definidora ou, senão, a"eriguá"el por um ou mais dos cinco sentidos. Todas as demais declara()es, inclusi"e as éticas, teológicas e metaf&sicas, não fa'em sentido. 0aemos, porém, por moti"os independentes, %ue muitas proposi()es consideradas sem sentido de conformidade com os critérios da "erifica(ão são, na realidade, significati"as. Até mesmo filósofos anal&ticos !á notaram os prolemas do princ&pio da "erifica(ão, e têm traalhado para re"isá+lo. A análise e a elucida(ão das proposi()es, portanto, é, reconhecidamente, uma tarefa "ital para a filosofia. Alguns pensadores, no entanto, indicam %ue a preocupa(ão com a elucida(ão de proposi()es filosóficas pode eclipsar outras preocupa()es importantes da _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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filosofia. odemos gastar tanto tempo definindo os termos numa declara(ão %ue perdemos de "ista a "eracidade da declara(ão. ' filosofia especulativa. A filosofia especulati"a é o segundo ramo da pes%uisa filosófica. $la, tamém, tem uma história longa e nore, emora recentemente tenha chegado a ser desfa"orecida, especialmente na tradi(ão anglo+americana da filosofia. *e fato, rotula algum &tem de argumento filosófico ho!e como Hfilosofia especulati"aH é estigmati'á+lo. A filosofia especulati"a mo"imenta+se numa dire(ão em diferente da filosofia anal&tica. Ao passo %ue a filosofia anal&tica se interessa em analisar os alicerces do conhecimento, a filosofia especulati"a, pelo menos nas formas mais e#tremas, está ocupada na sinteti"a%#o dos resultados da pes%uisa conceptual, a fim de formar um conceito compreensi"o integradora da realidade. al"o final de um ramo da filosofia especulati"a é e#plicar sistematicamente as partes constituintes fundamentais do mundo e da realidade, e definir o lugar apropriado do homem e das suas ati"idades neste mundo. ogo, a filosofia especulati"a nalgumas das suas formas "ai além da mera descri(ão de como é o mundo e como os homens agem, até como o mundo deveria ser e como os homens deveriam agir. ogo, pelo menos parte da filosofia especulati"a tem duas preocupa()es %ue são estranhas / filosofia anal&tica mais se"era. rimeiramente, há uma tentati"a para integrar todo o conhecimento num único conceito da realidade, %ue arange a tudo. $m segundo lugar, há um esfor(o no sentido de formular um sistema unificado de "alores religiosos, morais e estéticos. A filosofia anal&tica e a especulati"a não são necessariamente opostas uma / outra. s "ários campos %ue comp)em a filosofia contém %uest)es tanto conceptuais &uanto especulati"as. or e#emplo, na ética temos %uest)es conceptuais %ue tratam da análise de termos+cha"es tais como Hom,H Herrado,H Hresponsailidade,H Hlierdade,H e Hlou+ "or.H *o outro lado, há as %uest)es especulati"as do sumo em, da capacidade do homem para agir altruisticamente, e de se uma mentira é HcertaH em determinada ocasião. -esmo assim, a filosofia cr&tica ou anal&tica de"e preceder a filosofia especulati"a no sentido de %ue a pessoa de"e entender os conceitos antes de poder formular princ&pios fundamentais do conhecimento, da a(ão e do destino. O)e%es 0 filosofia especulativa. ?ndependentemente da poss&"el nature'a complementar da filosofia anal&tica e da especulati"a, a filosofia especulati"a tem sido sumetida a ata%ues se"eros e consistentes, mais nota"elmente na tradi(ão anglo+ _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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americana. or %ue isso $m muitos aspectos as perguntas da filosofia especulati"a são muito mais interessantes e rele"antes do %ue a%uelas da filosofia anal&tica. As perguntas especulati"a /s Hgrandes perguntas,H as perguntas %ue são importantes a todos nós, tais como4 6uais são os al"os da educa(ão 6ual é o papel das artes numa sociedade democrática 6ual é o padrão correio da moralidade $stas perguntas afetam a todos. As perguntas da filosofia anal&tica, no entanto, fre%Jentemente parecem estéreis e sem importMncia. or %ue, portanto, os filósofos re!eitariam as %uest)es genuinamente interessantes da sua disciplina :á um número de ra')es por%ue a filosofia especulati"a tem sido sumetida a ata%ues. rimeiramente, há alguns filósofos %ue acreditam %ue a integra(ão de todo o conhecimento e todos os "alores é uma impossiilidade. 0emelhante tarefa e#ige uma mente onisciente e infal&"el, e pede demais da parte da filosofia. $m segundo lugar, um om número de filósofos sustenta %ue a filosofia especulati"a não somente é imposs&"el como tamém é um contra-senso 1 uma pseudo+ciência sem conteúdo real. $sta alega(ão é mais forte do %ue a primeira, e usualmente é aseada na asse"era(ão de %ue estas perguntas especulati"as nunca poderão ser decididas com ase na e#periência do homem. nde, pois, isto dei#a os filósofos modernos elo menos duas conclus)es podem ser tiradas. rimeiramente, independentemente de como a pessoa resol"e a %uestão especulati"a, a filosofia di' respeito / análise sistemática de conceitos fundamentais. $m segundo lugar8 a filosofia especulati"a inclui perguntas %ue tradicionalmente têm sido chamadas normativas em como genuinamente especulati"as. As perguntas normati"as pedem respostas tanto prescriti"as %uanto descriti"as W a%uilo %ue de"e ser, em como a%uilo %ue é. or e#emplo, %uando alguém pergunta se o aorto é correio, ele ou ela não dese!a simplesmente saer o %ue a maioria das pessoas defrontadas com esta situa(ão está fa'endo. $le ou ela %uer uma resposta %ue inclui um Hde"eH, independentemente da%uilo %ue os outros estão fa'endo.
aracter*sticas da Pesquisa &ilos'fica Antes de terminar a discussão sore a defini(ão, será útil declarar algumas das caracter&sticas da pes%uisa filosófica. 1. As disputas filos/ficas n#o s#o provocadas por uma falta de informa%es fatuais. *e modo geral, argumentos filosóficos surgem mesmo %uando há concordMncia %uanto a todos os fatos entre as partes em conflito. As disputas são, pelo contrário, desacordos %uanto / inter+ _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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preta(ão, ou ao valor. 7omo ilustra(ão, suponhamos %ue duas pessoas estão disputando acerca dos respecti"os méritos de dois automó"eis. $stão de acordo sore itens tais como o custo dos carros, %uilometragem por litro, e a "elocidade de acelera(ão. -esmo assim, não podem concordar sore %ual dos dois carros é o mel2or. ogo, o prolema não é diretamente, pelo menos, um prolema tatuai. 2. s pro)lemas filos/ficos raramente s#o solucionados por um apelo aos fatos. $mora se!a sempre poss&"el %ue algum fato ou grupo de fatos possa resol"er uma disputa filosófi ca, é altamente impro"á"el. Qoltemos para nosso desacordo acerca dos automó"eis. 0uponhamos %ue algum no"o estudo tatuai fosse pulicado, comparando certo número de aspectos diferentes dos dois carros. Além disto, suponhamos %ue o primeiro carro ti"esse um desempenho melhor do %ue o segundo em todos os aspectos. fã do segundo carro tal"e' achasse dif&cil continuar dando seu apoio a este carro e mudasse sua lealdade ao primeiro carro. 0emelhante re"ira"olta de e"entos, no entanto, é impro"á"el por duas ra')es. rimeiramente, é impro"á"el %ue semelhantes informa()es unilaterais surgissem. 7omo regra geral, as e"idências são mais am&guas, e fa"orecem um dos lados a%ui, e o outro lado, ali. $m segundo lugar, "isto %ue a disputa surgiu de"ido a considera()es não puramente fatuais, o fã do segundo carro ainda pode manter a superioridade do carro dele apesar das conclus)es. odemos imaginar %ue o argumento fosse do seguinte tipo4 H-inha fam&lia sempre guiou 7he"rolets, e sempre nos ser"iram em. 5ão se aandona um "elho amigo. 5ão "ou mudar de lealdade agora.H As duas caracter&sticas discutidas até esta altura demonstram %ue a filosofia não trata meramente da simples descri(ão emp&rica. 3. ' filosofia fre&3entemente se ocupa mais com o mtodo do &ue com o conteúdo teortico. 7erto número de filósofos tem argumentado %ue a filosofia não tem nenhum conteúdo e assunto dela mesma. ogo, não se preocupa primariamente com o conteúdo teorético. R, pelo contrário, uma disciplina da segunda ordem, %ue e#amina o método e os conceitos de disciplinas da primeira ordem tais como a iologia, a história, e a educa(ão. 5este sentido, a filosofia é mais o desen"ol"imento de uma perícia do %ue a a%uisi(ão de um corpo de conhecimento. . 4m dos alvos principais da filosofia a elucida%#o. Vma marca distinti"a da pes%uisa filosófica é o pensamento rigoroso %ue procura a clare'a intelectual. Alguns filósofos _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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contemporMneos anal&ticos têm feito um esfor(o para demonstrar %ue um om número de enigmas filosóficos são causados por linguagem pouco clara ou por interpreta()es erradas, e, portanto, são dissolvidos ao in"és de solucionados, ao serem analisados corretamente. 9. ' filosofia está ocupada com a refle+#o crítica so)re a ustifica%#o e a evidência. A filosofia a"alia os argumentos e a%uilata as pressuposi()es e as rei"indica()es de "eracidade. R por isso %ue o estudante com uma oa cae(a para argumenta(ão usualmente terá sucesso na filosofia. @. ' pes&uisa filos/fica centrali"a-se numa )usca da verdade 5acerca de &uestes cruciais &ue s#o perenemente discutidas por 2omens &uê pensam. $stas %uest)es são cruciais em dois aspectos. rimeiramente, são %uest)es fundamentais ou ásicas, tais como4 homem é li"re ou4 or %ual princ&pio nós agimos $m segundo lugar, as %uest)es aplicam+se a mais de um campo de pes%uisa. or e#emplo, %uando perguntamos acerca da nature'a do conhecimento, estamos interessados no relacionamento entre o conhecimento cient&fico, o conhecimento matemático, e o conhecimento religioso. $stes tipos de conhecimento precisam do mesmo tipo de !ustificati"a, ou há diferen(as importantes nas e#igências de e"idências e certe'a para os "ários campos G. ' análise e e+plica%#o filos/ficas envolvem apelos a sistemas de princípios. $sta caracter&stica dá / filosofia tanto sua profundidade %uanto sua largura. Vma resposta filosófica "isa ser consistente com um grupo de princ&pios %ue são considerados "erdadeiros e %ue se aplicam aos fenmenos em pauta. filósofo procura fornecer respostas %ue apelam a um sistema de princ&pios, / lu' dos %uais o caso em pauta possa ser e#plicado. Vm e#emplo claro disto é a e#plica(ão nomológica, ou da Hlei arangente,H na ciência. I. Parte da filosofia ocupa-se com a nature"a da 6e+istência,6 ou da realidade. A filosofia estuda não somente como saemos >epistemologia; mas tamém o &ue saemos acerca da realidade >metaf&sica;. $mora alguns filósofos sustentem %ue a usca da realidade fundamental está além do alcance da filosofia, outros insistem %ue é uma ati"idade filosófica importante, senão essencial.
O VALOR DA FILOSOFIA
de"emos responder / pergunta4 ara %ue estudar a filosofia Alguns filósofos _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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considerariam tal pergunta indigna de receer uma resposta, e a indicati"a da mentalidade pragmática, norte+americana %ue %uer saer4 H6ue "antagem tiro eu distoH e H6ue em me faráH Tais filósofos diriam %ue a filosofia tem sua própria !ustifica(ão inerente8 não precisa de %ual%uer !ustificati"a instrumental ou e#terna. 0e um não+filósofo não entende nem estima as %uest)es %ue interessam ao filósofo, o prolema é seu. As perguntas do não+filósofo indicam sua ignorMncia e falta de aprecia(ão pela sofistica(ão da mente humana. 0emelhante condena(ão com ares de superioridade é apressada e se"era. R poss&"el enumerar alguns ons moti"os para se dedicar ao estudo da filosofia.
opreender a /ociedade A compreensão e a aprecia(ão da filosofia a!udarão a pessoa a compreender sua sociedade. A filosofia tem uma influência profunda sore a forma(ão e o desen"ol"imento de institui()es e de "alores. 5ão de"emos suestimar a importMncia de idéias em moldar a sociedade. or e#emplo, o respeito com %ue se trata o indi"&duo e a lierdade são, em grande medida, o produto do pensamento ocidental. A filosofia nos a!uda a perceer o %ue está en"ol"ido nas Hgrandes perguntasH %ue indi"&duos e sociedades de"em fa'er.
0i(ertar do Preconceito e do airriso s elementos cr&ticos e a%uilatadores da filosofia podem a!udar a liertar a pessoa das garras do preconceito, do airrismo, e do racioc&nio inferior. 5a refle#ão filosófica podemos colocar+nos / certa distMncia das nossas cren(as e das cren(as dos outros, e en#ergá+las com certo ceticismo. eremos !ornais e re"istas de modo mais cr&tico, o %ue nos dei#ará menos suscet&"eis / propaganda. A filosofia pode nos a!udar a não nos dei#armos iludir pelas e"asi"as e omiss)es das técnicas pol&ticas e pulicitárias. 5uma democracia há a necessidade de desen"ol"ermos um ceticismo saudá"el acerca das nossas cren(as e das cren(as dos outros, em como a capacidade de reconhecer oa argumenta(ão e e"idência. 5ão se %uer di'er com isto %ue de"emos nos tornar totalmente céticos ou agnósticos. -uito pelo contrário, a%uelas cren(as %ue passam o escrut&nio da a"alia(ão racional de"em ser sustentadas com a má#ima confian(a.
O alor Prático - A despeito da nature'a astra&a de grande parte da filosofia, ela pode ser útil na "ida de todos os dias. *ecerto, a ênfase %ue os antigos da"am / HsaedoriaH como o al"o da filosofia era correia. 5ão ha"eria ra'ão de ser em procurarmos a clare'a em todos os _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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nossos conceitos fundamentais se esta clare'a não nos oferecesse a!uda / nossa "ida, nem contriu&sse / oten(ão da saedoria acerca da %ual falamos. or e#emplo, discuss)es éticas %ue tratam de princ&pios de a(ão tal"e' pare(am remo"idas da arena da "ida "erdadeira, mas não estão. ?maginemos %ue "ocê este!a considerando um aorto. 0ua decisão será grandemente influenciada pela sua cren(a de se a a(ão de"e ser orientada pela conveniência ou pelo dever. Até mesmo %uando *eus nos deu mandamentos diretos, podemos e#aminar a !ustificati"a %ue *eus dá destes mandamentos. Qisto %ue *eus é tanto moral %uanto .racional, 0eus mandamentos não são o resultado de uma "ontade aritraria. Além disto, "isto %ue a $scritura não preceitua toda a a(ão em termos espec&ficos, precisamos de orienta(ão a respeito da aplica(ão de princ&pios &licos e morais / a(ão. 5a realidade, a filosofia é intensamente prática.
O )esafio ristão - cristão tem interesse espec&fico pela filosofia, e a responsailidade de estudá+la. A filosofia será tanto um desafio / sua fé %uanto uma contriui(ão ao E7V entendimento da fé. Alguns cristãos sentem suspeita da filosofia por%ue ou"iram histórias acerca doutras pessoas %ue perderam sua fé atra"és do estudo da filosofia. Doram aconselhados a e"itar a filosofia como a peste. Após refle#ão séria, fica sendo claro %ue este conselho não é sáio enfrentar o desafio intelectual le"antado contra ele. resultado de tal desafio não de"eria ser a perda da fé, mas, sim, a possessão, de "alor inestimá"el, de uma fé em arra'oada e madura. Além disto, há conse%Jências sérias de uma falta de consciência de padr)es contemporMneos de pensamento. Ao in"és de ficar isenta de sua influência, a pessoa fica sendo a "&tima inconsciente deles. ?nfeli'mente, há um número grande demais de cristãos %ue sustentam cren(as %ue são hostis / fé cristã, e não têm consciência do fato. Qisto %ue toda a "erdade é "erdade de *eus, e "isto %ue a filosofia e uma usca da "erdade então, a filosofia contriuirá ao nosso entendimento de *eus e do 0eu mundo.
DISCIPLINAS DA FILOSOFIA
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7onforme "imos no cap&tulo anterior uma defini(ão da filosofia é tanto dif&cil %uanto contro"ertida. Até mesmo os HprofissionaisH do ramo discordam entre si %uanto / nature'a e#ata da filosofia. Apesar disto, a situa(ão é em diferente %uando nos dedicamos a especificar as di"is)es ou áreas da filosofia. A%ui, os filósofos estão geralmente de acordo entre si. 5este cap&tulo faremos um le"antamento destas áreas principais, para dar uma idéia de %ue tipo lê %uestão caerá a cada dom&nio. :á duas aordagens / filosofia, a anal&tica e a especulati"a.
tica Tal"e' a área mais conhecida da filosofia se!a o estudo da ética. *ificilmente passa um dia sem sermos confrontados com %uest)es da moralidade. Qou falsificar minha declara(ão de imposto de renda aorto é correto $mora a filosofia geralmente trate de coisas astratas, este certamente não é o caso da ética. As %uest)es da teoria ética são perguntas práticas, prolemas %ue tocam na "ida de todos os dias. $mora o uso %ue o filósofo fa' do termo tica se assemelhe em muitos aspectos ao uso comum da pala"ra, há, tamém, diferen(as. 6uando o homem do po"o fala da ética, usualmente se refere a uma coletMnea de regras ou princ&pios mediante os %uais é ou permitido ou proiido de comportar+se de certas maneiras. or e#emplo, %uando falamos da Hética pastoral,H geralmente nos referimos a regras ou princ&pios %ue go"ernam o comportamento do ministro para com seus paro%uianos ou para com outros ministros. u, se falamos da necessidade da Hética dos negócios,H referimo+nos a um código %ue regula, ou %ue de"e regular, as a()es dos negociantes para com seus fregueses, empregados e concorrentes. s filósofos tamém empregam a pala"ra tica neste sentido. or e#emplo, %uando o filósofo fala da Hética cristã,H comumente %uer di'er a%ueles princ&pios %ue guiam as a()es dos cristãos, princ&pios tais como a%ueles registrados nos *e' -andamentos e no 0ermão da -ontanha. filósofo, no entanto, tamém emprega a pala"ra num sentido mais amplo. -ais geralmente, emprega o termo para denotar um campo da filosofia. A%ui, a tica uma + matéria teorética. ode ser distinguida das normais di"is)es da filosofia primariamente por a%uilo acerca de %ue teori'a. Ao passo %ue o epistemólogo teori'a acerca do conhecimento, e o esteta acerca da ele'a, o filósofo moral está interessado na nature'a da "ida "irtuosa, no seu "alor último, e na propriedade de certas a()es e estilos de "ida. A ética é parcialmente uma ati"idade anal&tica ou meta+ética. A meta-tica denota a _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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usca dos significados de certos termos+cha"es %ue aparecem em declara()es éticas, declara()es estas %ue atriuem lou"or ou culpa a a()es. Vma lista parcial destes termos incluiria4 Hom,H Herrado,H Hcerto,H Hresponsá"el,H Hde"e,H e Hde"eria.H *o outro lado, há muitos filósofos %ue sustentam %ue a ética tamém é um in%uérito normati"o. $stes filósofos alegam %ue as teorias éticas recomendam, a"aliam, e ustificam a escolha de certas a()es. A"aliam al"os e, em última análise, modos de "ida como sendo moralmente "aliosos. A ética está preocupada em fa'er mais do %ue simplesmente descre"er como as pessoas agem. 6uer preceituar. u se!a4 está interessada em atriuir modos de a(ão %ue devem ser seguidos ou lou"ados.
# filosofia /ocial e Pol*tica A filosofia social e pol&tica está estreitamente relacionada com a ética. Ao passo %ue a ética di' respeito /s a()es dos indi"&duos, a filosofia especial e pol&tica está interessada nas a()es de um grupo ou sociedade. A grosso modo, as refle#)es filosóficas a respeito da sociedade encai#am+se em duas classes distintas, porém estreitamente relacionadas entre si. A primeira classe procura e#aminar por %ue a sociedade é como é. or %ue a guerra, o crime, e a pore'a e#istem 0e estas refle#)es forem seguidas e classificadas, será descoerto %ue fa'em parte das disciplinas da psicologia, da antropologia, da sociologia, da ciência pol&tica, e das ciências econmicas. A segunda classe _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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de refle#)es filosóficas sonda os al"os da sociedade e o papel %ue o estado pode desempenhar em reali'ar estes al"os. $ste segundo tipo de pes%uisa é chamado filosofia social ou pol&tica. *e"e ser notado %ue, emora os dois tipos de pes%uisa distinguidos supra se!am logicamente independentes entre si, na prática é em dif&cil estar preocupado com um dos tipos e não com o outro. Alguém pode ser um sociólogo sem se ocupar com a filosofia social e pol&tica, ou praticar a filosofia pol&tica sem ser um economista ou cientista pol&tico. filósofo social e pol&tico analisará conceitos tais como a autoridade, o poder, a !usti(a e os direitos indi"iduais. "iamente, semelhante análise tem estreito relacionamento com a teoria ética. A filosofia social e pol&tica, porém, está interessada em mais do %ue a mera teoria. Trata de perguntas tais como4 6uem de"e go"ernar a sociedade A origa(ão pol&tica é compará"el com outros tipos de origa(ão 0ão compat&"eis a lierdade e a organi'a(ão 6ual é o significado da democracia, e é ela uma forma !ustificá"el de go"erno 6ual de"e ser o papel do go"erno numa comunidade corretamente organi'ada A%ui tamém, emora estas perguntas se!am teoréticas, têm enorme i mportMncia prática.
# ,stética A estética fa' parte essencial da teoria de "alores, ou da a#iologia. 5alguns pontos toca tamém em %uest)es éticas ou sociais e pol&ticas. A análise de idéias tais como ele'a, gosto, e arte, e como empregamos estes termos é fundamental para este ramo da filosofia. Assim como nas demais áreas da filosofia, há perguntas %ue "ão além da mera análise de conceitos estéticos. 6uest)es de estilo, da inten(ão do criador, e da nature'a da criati"idade na arte são apenas uma parte da estética. Vma das %uest)es mais interessantes na estética di' respeito / cr&tica de oras de arte. %ue produ' uma oa poesia Vma ela pintura Vma sinfonia como"ente 7omo se distinguem a interpreta(ão e a a"alia(ão Alguns filósofos têm procurado e#aminar o lugar da arte numa sociedade está"el ou seu papel de transforma(ão em uma sociedade corrupta. ?nfeli'mente, a maioria dos estudantes principiantes receem pouco ou nenhum contato com esta di"isão dentro da filosofia, emora se!a uma das mais interessantes.
# 0'gica *algumas maneiras, a área mais fundamental da filosofia é a lógica, "isto %ue a filosofia é uma pes%uisa lógica, e "isto %ue a lógica e#p)e sistematicamente as leis do _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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pensamento e do argumento. A maioria das pessoas não emprega argumentos lógicos e deduti"os com premissas e conclus)es estruturadas. 5ão se %uer di'er com isto %ue seus argumentos não poderiam ser resumidos assim8 mas na discussão comum, é desnecessária semelhante formali'a(ão. ogo, há necessidade de princ&pios lógicos mediante os %uais possamos a"aliar argumentos informais. A maioria dos cursos da lógica come(a com uma discussão de falácias informais, ou se!a4 de erros de argumenta(ão em con"ersa comum. Algumas das falácias mais comuns são o apelo / autoridade ao in"és de apelar / e"idência para sustentar a posi(ão, e o ata%ue contra o homem >chamado argumentam ad 2ominem$ ao in"és de opor+se / sua !ustifica(ão ou e"idência. or e#emplo, apelar ao testemunho do meu pai para apoiar minha cren(a na rota(ão da terra ou na e#istência de apai 5oel é um e#emplo de um apelo / autoridade. Tal apelo não é "álido %uando a HautoridadeH não é %ualificada para a"aliar a %uestão em pauta4 meu pai não é um astrnomo, nem "iu apai 5oel. A falácia ad 2ominem pode ser comumente oser"ada em triunais de !usti(a. 0uponhamos %ue uma testemunha testifi%ue %ue "iu o réu assassinar o 0r. 0il"a. 3I3+322 a.7.;. -ais recentemente, a lógica aristoteliana tem sido modificada e receeu uma formali'a(ão simólica. $sta formali'a(ão assemelha+se em muito a um tipo de matemática, conforme re"elará uma leitura atenta de %ual%uer manual moderno de lógica. _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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*e muitas maneiras, o século PP, pelo menos nos c&rculos >anglo+americanos; tem sido o século da lógica. $ste fato pode ser perceido no desen"ol"imento de tipos de lógica. $mora os tipos de perguntas e %uest)es %ue as no"as lógicas le"antaram tenham sido discutidos anteriormente na história da filosofia, os filósofos "iram uma ferramenta na formali'a(ão da lógica %ue permitiria uma análise mais cuidadosa e o!eti"a. :á pelo menos três destas lógicas %ue merecem ser mencionadas. A primeira é a lógica modal. A lógica modal trata das três modalidades filosóficas principais4 a impossiilidade, a contingência, e a necessidade. Alguns filósofos interpretam estas modalidades em termos de mundos poss&"eis. H?mpossiilidadeH significa %ue uma declara(ão é falsa em todos os mundos poss&"eis. H5ecessidadeH significa %ue uma declara(ão é "erdadeira em todos os mundos poss&"eis. H7ontingênciaH significa %ue uma proposi(ão é "erdadeira em pelo menos um mundo poss&"el. As lógicas de8ntica e do+ástica são duas outras lógicas. A lógica de8ntica tem relacionamento com a ética, pois é uma tentati"a no sentido de colocar numa estrutura formal o funcionamento da pala"ra Hde"eH em conte#tos morais, especialmente em mandamentos morais. A lógica do+ástica trata de declara()es %ue come(am com Heu pensoH, Heu creio,H Hele pensa,H ou Hele crê.H 5ão é dif&cil demonstrar %ue estas atitudes preposicionais, conforme /s "e'es são chamadas, afeiam o "alor "er&dico das declara()es. or e#emplo, é "erdade %ue HFalter 0cott escre"eu 9van2o,6 mas pode ser falso %ue HEoão Donseca acredita %ue Falter 0cott escre"eu 9van2o.6 A lógica do#ástica está interessada nestas diferen(as e nas conse%Jências %ue estas diferen(as têm nas deri"a()es lógicas. Dinalmente, no século PP, desen"ol"eu+se interesse por a%uilo %ue "eio a ser chamado a filosofia da l/gica. *uas %uest)es %ue são largamente discutidas têm a "er com se negati"as e#istenciais >por e#emplo, não e#istem estrelas haitadas; podem ser declaradas dalgum modo, e com a diferen(a entre um nome logicamente próprio >0ócrates, *escartes, ou ant; e uma descri(ão espec&fica >o ardo de A"on ou o atual rei da Dran(a;. $stas %uest)es tal"e' não pare(am importantes para o homem comum, mas %uando o lógico %uer tradu'ir para uma l&ngua formali'ada e fa'er deri"a()es, estas %uest)es se tornam significantes.
# &ilosofia da 4eligião As %uest)es caracter&sticas da filosofia da religião desen"ol"em+se do escrut&nio intensi"o e intelectual das religi)es "i"as. R necessário distinguir o filósofo da religião do _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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historiador da religião, do religionista comparati"o, e do teólogo. historiador da religião procura descorir a origem e o desen"ol"imento das religi)es. 0e uma certa religião se desen"ol"esse de temores "inculados com um eclipse do sol, o historiador da religião documentaria este fato, e os efeitos deste temor sore o corpo inteiro da cren(a. -apearia a história religiosa do grupo, notando %ue, originalmente, os adoradores reconheciam de' di"indades, mas, no decurso do tempo, o ritual se centrali'ou num único *eus supremo. religionista comparati"o está interessado nas semelhan(as entre as religi)es. Acha digno de nota %ue todas as religi)es, ou a maioria delas, têm uma cren(a num poder, princ&pio ou ser supremo. ?nforma()es otidas do historiador da religião e do religionista comparati"o são significantes, amiúde, /s pes%uisas do filósofo da religião. -esmo assim, o filósofo da religião geralmente come(a sua tarefa onde estas ati"idades terminam. filósofo está interessado em analisar e a"aliar as informa()es, para descorir o %ue significam e se são "erdadeiras. A ati"idade do filósofo da religião tamém é diferente da%uela do teólogo. teólogo se interessa por %uest)es filosóficas %ue di'em respeito / sua disciplina, e %ue se ocupam com assuntos históricos, te#tuais e e#egéticos. 6uando o teólogo trata da nature'a geral da religião e do conhecimento religioso, os interesses do teólogo e do filósofo da religião são idênticos. 6uando, porém, o teólogo estuda o desen"ol"imento de uma doutrina ou a interpreta(ão de um te#to, os dois di"ergem. 6ue tipos de perguntas são a matéria profissional do filósofo da religião A primeira %uestão e#aminada na filosofia da religião usualmente é a nature'a da própria religião. :á alguma caracter&stica definidora ou Mmago de cren(as %ue se acha em todas as religi)es, e %ue é a marca distinti"a da religião Vm segundo assunto %ue o filósofo da religião a"alia criticamente são os argumentos em prol da e#istência de *eus. 5o século PQ???, ant disse %ue ha"ia três, e somente três, argumentos racionais em prol da e#istência de *eus. 0ão os argumentos ontológico, cosmológico, e teleológico. s filósofos da religião suse%uentes acrescentaram um %uarto, o argumento moral. R interessante %ue um grupo de filósofos da religião, conhecidos come Hateólogos,H desen"ol"eram "árias pro"as atéias, argumentos %ue procuram compro"ar %ue *eus não e#iste. Vm terceiro assunto do filósofo da religião é a discussão dos atriutos de *eus. _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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or e#emplo, são compat&"eis a misericórdia infinita e a !usti(a infinita A onisciência di"ina > compat&"el com a a(ão humana "oluntária A eternidade de *eus significa %ue $le e#isti fora do tempo, ou e#iste dentro do tempo para sempre e sempre $, finalmente, a onipotência de *eus significa %ue $le pode in"entar uma tarefa dif&cil demais para $le mesmoO ode criar uma pedra %ue não pode erguer $stes são alguns dos prolemas mais interessantes na filosofia da religião. :á muito traalho para ser feito ainda nesta área. Vma %uarta área em %ue o filósofo da religião tem algum interesse é a%uela da linguagem religiosa.
# 5ist'ria da &ilosofia ?nfeli'mente, a filosofia é fre%Jentemente estudada sem considera(ão pelas influências %ue le"aram / formula(ão das idéias, ou o efeito da%uelas idéias sore a sociedade, sore o decurso da história, ou a pessoa %ue as escre"eu. A dupla tarefa do filósofo é e#plicar a%uilo %ue um homem %uer di'er, e resol"er se a%uilo %ue ele disse é "erdadeiro. A história da filosofia, no entanto, é uma tentati"a no sentido de demonstrar como as influências ideológicas le"aram a certas filosofias8 de oser"ar como, por sua "e', estas filosofias influenciaram sociedades e institui()es8 e de aprender acerca dos homens por detrás das filosofias. Além disto, o historiador da filosofia procura demonstrar a formula(ão e o desen"ol"imento de escolas de pensamento, tais como o racionalismo e o empirismo. ara ilustrar4 a filosofia de 19N@+1@9L; fa' parte da história da filosofia. 5ão somente %ueremos saer o %ue *escartes disse, e se é "erdadeiro, como tamém algumas coisas acerca dele e do pensamento cartesiano suse%uente. s tempos de *escartes e#alta"am a ra'ão e deprecia"am a e#periência G conhecimento %ue *escartes tinha da matemática influenciou seu pensamento filosófico *e %ue maneira treinamento %ue *escartes receeu em a DlXche >a escola !esu&ta em %ue entrou com a idade de de' anos; foi importante no seu desen"ol"imento filosófico *e %ue maneira *escartes _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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influenciou racionalistas suse%uentes tais como 0pino'a, eini', e ant pensamento de *escartes tem sido um fator importante no desen"ol"imento da filosofia contemporMnea Todas estas são perguntas /s %uais o historiador da filosofia procura dar uma resposta.
# &ilosofia da 5ist'ria $mora a Hfilosofia da históriaH soe de modo semelhante a Hhistória da filosofia,H as duas são em diferentes entre si. A filosofia da história é a refle#ão cr&tica acerca da ciência histórica, e inclui tanto elementos anal&ticos %uanto especulati"os. filósofo da história de"e primeiramente distinguir entre o emprego de pala"ras tais como 2ist/ria e cr8nica. *epois, pode "oltar+se para os prolemas do método histórico, %ue são uma parte central e importante na filosofia da história. historiador tem um método e#clusi"o para sua disciplina, ou emprega o método cient&fico al"o da e#plica(ão histórica é predi(ão, ou meramente entendimento Qisto %ue escre"er a história en"ol"e sele(ão da matéria pelo historiador, um documento histórico de"e ser considerado o!eti"o *eclara()es históricas são da mesma nature'a %ue as cient&ficas, emora se!am a respeito doutra matéria8 ou são sui gêneris >sem igual; A história pode ser supra+histórica 6ual%uer pessoa %ue tenha estudado o desen"ol"imento da teologia protestante no decurso destes últimos cem anos, reconhece %ue estas perguntas são enormemente rele"antes para o cristão. cristianismo é uma religião profundamente arrai+ gada na história, e é por isso %ue os cristãos têm muita coisa em !ogo nestas discuss)es.
# &ilosofia da i6ncia relacionamento entre a ciência e a filosofia da ciência é muito semelhante /%uele entre a história e a filosofia da história. A própria ciência é tanto oser"á"el %uanto e#peri+ mental. or e#emplo, o iólogo oser"a a estrutura e a fun(ão da "ida, humana ou não. 7om ase em certas oser"a()es, o cientista pode reali'ar e#periências para apoiar suas conclus)es. >*estarte a iologia /s "e'es é chamada uma disciplina da primeira ordem. *o outro lado, o filósofo da ciência não está tão interessado na oser"a(ão e na e#perimenta(ão, pelo menos não nalgum sentido primário, %uanto está interessado no e#ame e a"alia(ão cr&ticos de conceitos+cha"es cient&ficos e na metodologia cient&fica. or esta ra'ão, a filosofia da ciência tem sido chamada por alguns uma disciplina da segunda ordem. _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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Algumas perguntas dentro da filosofia da ciência são as seguintes. 7omo as teorias cient&ficas de"em ser constru&das e a"aliadas 6ue !ustificati"a e %ue critérios são necessários para as teorias cient&ficas A indu(ão pode ser defendida com sucesso
# &ilosofia da ... A filosofia da religião, a filosofia da história, e a filosofia da ciência nos ensinam acerca da pes%uisa filosófica. R poss&"el, até mesmo dese!á"el, e#aminar criticamente os termo e metodologia primários de &ual&uer disciplina. or esta ra'ão, há uma filosofia do direito da matemática, da educa(ão, e de muitas outras disciplinas. s estudantes nas faculdade cristãs podem, assim, ser solicitados a fa'er um curso de filosofia da educa(ão cristã ou de filosofia da prega(ão e"angel&stica. Tudo isto é e"idência da amplitude da filosofia.
# ,pisteologia A epistemologia, ou a in"estiga(ão da origem e da nature'a do conhecimento, é um dos campos principais da filosofia 7omo conhecemos alguma coisa 6uando é !ustificada a alega(ão de %ue alguém sae R poss&"el o conhecimento induitá"el >certo; acerca de %ual%uer coisa A percep(ão sensória nos dá informa()es fidedignas acerca de um mundo de o!etos f&sicos Temos consciência direta do mundo f&sico 5ossas percep()es dos o!etos são idênticas a esses o!etos As perguntas da epistemologia não são as perguntas da psicologia ou da ciência natural, emora, tamém certos resultados destas duas ciências possam ser rele"antes ao epistemólogo.
# 7etaf*sica ara o no"ato na filosofia, a metaf&sica parece ser, logo de in&cio, o mais misterioso e de mau presságio de todos os campos da filosofia. próprio nome incita imagens de doutrinas astratas e dif&ceis. 5a linguagem comum empregamos o termo para teorias imaginati"as ou m&sticas, %ue refor(a a idéia de %ue o conteúdo e assunto da metaf&sica é pura especula(ão com pouca importMncia prática. A metaf&sica, na realidade, receeu seu nome de um modo muito simples. nome provm de uma pala"ra grega %ue significa Hdepois da f&sicaY. termo foi introdu'ido no _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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século l a.7. por Andrnico de
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# &ilosofia da 7ente 7onforme acaa de ser notado, a metaf&sica transformou+se e desen"ol"eu+se durante os últimos cin%Jenta a setenta e cinco anos. s prolemas %ue ocupam a aten(ão do filósofo contemporMneo não são no"os, mas assumiram um lugar de maior desta%ue na discussão filosófica. Vma das conse%Jências deste desen"ol"imento é a maior importMncia da filosofia da mente. $sta área da filosofia tinha sido tradicionalmente uma parte da metaf&sica, e /s "e'es ainda é considerado assim. -esmo assim, com nosso conhecimento maior do cérero humano e da f&sica, a filosofia da mente tem receido maior aten(ão. Algumas das perguntas centrais são as seguintes. $#iste, na "erdade, um n&"el da realidade %ue podemos chamar de mental 0e for assim, %uais são as marcas distinti"as do mental 0enão, a consciência está meramente associada com estados do cérero 6ual é o relacionamento entre a mente e o corpo *e %uais maneiras as má%uinas são como os homens odemos construir inteligências artificiais %ue funcionam como mentes
# "eoria da #%ão Vma das áreas mais no"as de concentra(ão é a%uela da teoria da a(ão. 0ua emergência e seu desta%ue no cenário filosófico contemporMneo estão intimamente ligados com os demais campos da filosofia. 5ão se a"an(a muito longe na filosofia da mente, na filosofia da linguagem, na ética, nem em muitos outros campos sem ser confrontado com as perguntas cruciais da teoria da a(ão. Antes de ser poss&"el elucidar a nature'a da mente, é necessário entender o relacionamento entre os estados mentais e as a()es. *istin()es entre "ários tipos de a()es de fala, e seus mútuos relacionamentos, são de "alor inestimá"el na in"estiga(ão da linguagem. -as é pro"a"elmente a ética %ue tira mais pro"eito do estudo e da análise da a(ão. 6uest)es de responsailidade não podem ser tratadas ade%uadamente / parte de uma discussão da capacidade e a incapacidade, e de uma análise entre atos intencionais e in"oluntários. or e#emplo, uma teoria ética tal como o utilitarismo >o ato certo é a%uele %ue produ' o má#imo pra'er e a m&nima dor para o maior número de pessoasZ,não pode ser a"aliada apropriadamente sem um entendimento do relacionamento entre atos, conse%Jências, circunstMncias e moti"os.
s prolemas da teoria da a(ão são fascinantes. %ue é um ato, e como está _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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relacionado com um agente 6ual é a cone#ão entre o ato e o dese!o $stas perguntas são intrinsecamente interessantes, independentemente de %ual%uer importMncia %ue tenham para outros campos de pes%uisa. *estarte, emora a teoria da a(ão não se!a diretamente discutida neste li"ro, esperamos %ue o leitor prosseguirá no estudo dela por conta própria. 0e "ocê falar com o homem comum do po"o, ele lhe informará %ue os seres humanos saem muitas coisas. 0aemos %ue um mais um é igual a dois, e %ue do'e "e'es do'e é igual a 1. 0aemos %ue o mundo tem ár"ores e montanhas, %ue pessoas e cadeiras fa'em parte do nosso meio amiente. 0aemos, tamém, %uando estamos "endo "ermelho, e saemos %ue há outros homens com mentes, com os %uais con"ersamos e con"i"emos. *estarte, parece um pouco estranho ser confrontado com a pergunta deste cap&tulo4 odemos conhecer Até mesmo o cético geralmente não nega %ue os homens estão fortemente inclinados a acreditar %ue há um mundo tridimensional com o!etos %ue podem ser comprados e "endidos, usados e reutili'ados. $ste, no entanto, não é o prolema para o filósofo. $le está ocupado com a !ustificati"a para tal cren(a. A %uestão não é a%uilo em %ue cremos, mas, sim, em %ue podemos crer com !ustificati"a. R !ustamente a esta altura %ue o ceticismo ergue sua cae(a feia. 7onforme "eremos neste cap&tulo, o ceticismo assume mais do %ue uma só forma, mas todas ela adotam uma atitude célica diante de toda e %ual%uer !ustificati"a da cren(a. *e in&cio, argumentar com um cético pode ser uma e#periência re"igorante. -as, no fim, fica sendo frustrador, pois um om cético é impedido de concordar com %ual%uer premissa, em hipótese alguma, fa'endo com %ue se!a imposs&"el até mesmo come(ar o argumento. FORMAS DE CETICISMO E SEUS ARGUMENTOS
:á muitas formas de ceticismo. 7ategori'amos estas em cinco grupos4 o ceticismo radical ou asoluto8 o ceticismo mitigado8 o ceticismo limitado8 o ceticismo metodológico8 e o irracionalismo. O Ceticismo R!ic" o# A$so"#to :á dois tipos de céticos radicais ou asolutos. rimeiramente, há a%ueles céticos %ue alegam %ue não possu&mos conhecimento algum. odemos acreditar nisto ou na%uilo, _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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mas nunca somos !ustificados em rei"indicar &ue sa)emos alguma coisa. $m segundo lugar, há céticos desta classe %ue concordariam %uanto a termos conhecimento das nossas e#periências imediatas, mas o conhecimento de %ual%uer outra coisa fora destas e#periências imediatas é imposs&"el, sendo matemática e lógica, tal"e', e#ce()es. Se+to *mpírico. O ceticismo era conhecido e praticado muito tempo antes dos dias e dos escritos de 0e#to $mp&rico. -ais pro"a"elmente, o ceticismo como metodologia filosófica foi desen"ol"ido pelos l&deres da Academia de latão no século ??? a.7. s acadêmicos, conforme eram chamados, re!eita"am as doutrinas metaf&sicas e m&sticas de latão. elo contrário, concentra"am+se na%uilo %ue considera"am supremo na oser"a(ão de 0ócrates4 HTudo %uanto sei é %ue nada sei.H Além disto, procura"am desen"ol"er o método socrático e sua tática de fa'er perguntas. 5o per&odo romano, o centro de ceticismo mudou+se da Academia para a escola pirroniana, pro"a"elmente ligada com a escola de medicina em Ale#andria. $sta escola acha"a sua inspira(ão nos escritos de irro de $lis >c. de 3@L W c. de 2GL a.7.;. 5ão dei#ou escritos, mas era conhecido como um modelo do modo cético da "ida, de modo muito semelhante ao %ual 0ócrates é considerado o modelo do modo filosófico da "ida. pirronismo, no entanto, reputa+se ter sido teoricamente formulado por $nes&demo, %ue ensina"a em Ale#andria no século l a.7. A formula(ão mais plena e mais importante deste tipo de ceticismo é a de 0e#to $mp&rico, %ue "i"eu e traalhou durante a última metade do século &leo primeiro %uarto do século ??? d.7. ouco se sae acerca dele, a não ser %ue, pro"a"elmente, era grego, pois parecia saer as sutile'as da l&ngua. 7onhecia, tamém, pormenores acerca de a suspensão do !ulgamento;, e a atara+ia. A primeira etapa en"ol"ia uma apresenta(ão de _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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alega()es contraditórias acerca do mesmo assunto. $stas alega()es eram constru&das de tal maneira %ue esta"am em oposi(ão entre si, e pareciam igualmente pro"á"eis ou impro"á"eis. ara facilitar a discussão destas ant&teses, foram desen"ol"idas tropes, ou grupos de argumentos céticos. al"o destas tropes era compro"ar a necessidade de suspender o !ulgamento acerca das alega()es sore a "erdade. 0e#to $mp&rico disps as tropes pirronianas em grupos de de', oito, cinco, e dois. A mais famosa destas tropes o grupo de de'. or e#emplo, uma torre "ista / distMncia é %uadrada. -as a mesma torre "ista de perto é redonda. $stas duas alega()es, emora este!am em oposi(ão, descre"em o mesmo o!eto. Vm segundo e#emplo do grupo de de' é %ue os citas considera"am necessário sacrificar seres humanos a [rtemis. s gregos, no entanto, proiiam o sacrif&cio humano. utra "e', duas rei"indica()es opostas foram feitas para o mesmo assunto. segundo estado é epoc2=, ou a suspensão do !ulgamento. Ao in"és de ou asse"erar ou negar %ual%uer alega(ão indi"idual acerca do assunto em pauta, a pessoa de"e aranger todas as alega()es mutuamente inconsistentes e suspender o !ulgamento sore cada uma delas. A etapa final é atara+ia, um estado de imperturailidade, felicidade, e pa' de esp&+ rito. 6uando isto ocorre, a pessoa fica lierta do dogmatismo. ode "i"er de modo pac&fico e não+dogmático no mundo, seguindo suas inclina()es naturais e as leis ou costumes da sociedade. 5o Mmago do ceticismo de :ume há seu ata%ue contra os fundamentos do conhecimento emp&rico. Argumenta %ue nenhuma generali'a(ão acerca da e#periência é racionalmente !ustificada, em hipótese alguma. 5enhuma proposi(ão acerca da e#periência é necessária, nem a priori, pois alguém poderia facilmente imaginar um mundo em %ue a proposi(ão seria falsa. or e#emplo4 H sol se le"antará amanhã cedoH é uma generali'a(ão acerca da e#periência ou da realidade, mas não é necessário. odemos conceer de um mundo em semelhante ao nosso, em %ue o sol não se le"antará amanha cedo. 0uponhamos %ue respondêssemos a :ume, HA ra'ão por%ue cremos %ue o sol se le"antará amanhã cedo é %ue se le"antou todas as manhãs até ao presente momento.H :ume, porém, argumentaria contra, di'endo %ue semelhante declara(ão pressup)e %ue a nature"a uniforme. ressup)e %ue a nature'a não "ariará seu plano para o le"antar do sol. $sta pressuposi(ão tal"e' se!a "erdadeira, mas a não ser %ue tenhamos alguma ra'ão para crê+la, não temos %ual%uer !ustificati"a para asse"erar alguma coisa apoiada por ela. A uniformidade da nature'a não é necessária em si mesma, "isto %ue, mais uma "e', podemos conceer de um mundo %ue é aleatório e caótico. odemos imaginar um mundo _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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em %ue as laran!as ti"essem o gosto de ma(as num dia, e como pêras no dia seguinte, onde a água ficasse molhada num dia, e poeirenta no dia seguinte. 5ão podemos inferir %ue a nature'a estará uniforme pelo fato do %ue tem estado uniforme8 !ustificar a%uilo %ue acontecerá na ase da%uilo %ue !á aconteceu é peti(ão de princ&pio, é fa'er um argumento em c&rculo "icioso, "isto %ue amos dependem da mesma alegada pressuposi(ão. ogo, :ume conclui %ue a indu(ão >argumentar a partir de uma pressuposi(ão; não pode ser logicamente !ustificada de modo algum. ara :ume, a indu(ão não é um processo de raciocinar de modo algum, mas, sim, um 2á)ito de esperar %ue e"entos semelhantes ocorrerão em circunstMncias semelhantes. O Ceticismo Miti%!o ceticismo mitigado é caracteri'ado pela re!ei(ão de alega()es de conhecimento %ue "ão além da e#periência imediata. -esmo assim, admite certos tipos limitados de conhecimento. >ispo ?o2n @ilAins e ?osepn Blanvill. Cispo Eohn FilSins >1@1+1@G2; e Eoseph =lan"ill >1@3@+1@IL; eram memros antigos da 0ociedade 1G2+1IL; foi despertado do seu Hsono dogmáticoH ao ler os deates filosóficos na ant perceeu %ue os argumentos de :ume %ue %uestiona"am o conhecimento metaf&sico eram fortes. ant "iu _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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%ue :ume desafiou com sucesso o otimismo do ?luminismo, e com ele, a epistemologia do om+senso de ocSe, a%uilo %ue ocSe chama"a de Hfisiologia do entendimento.H ant reconheceu %ue a pergunta4 R poss&"el o conhecimento precisa"a ser ree#aminada. A solu(ão de ant foi um meio+termo radical. 7ominou um ceticismo asoluto acerca do conhecimento metaf&sico, com um otimismo de %ue o conhecimento uni"ersal, necessário >a priori; acerca das condi()es da e#periência realmente e#iste. A cren(a de ant \tinha relacionamento com a%uilo %ue chamou de Hre"olu(ão copernicanaH na filosofia. Assim como 7opérnico >1G3+193; tinha transformado o ponto de "ista cosmol/gico do homem >demonstrou %ue o sol, e não a terra, é o centro do sistema solar;, assim tamém ant transformou o ponto de "ista epistemol/gico do homem. ant afirmou %ue o conhecedor não se conforma ao o!eto conhecido W o %ue se pensa"a anteriormente >ocSe e seus segui+ dores criam %ue o o!eto esta"a HláH e o oser"ador meramente reagia /s suas %ualidades o!eti"as;. elo contrário, disse ant, o o!eto conhecido conforma+se ao conhecedor. ostulou+se %ue, para alguma coisa ser um o!eto poss&"el do conhecimento, tinha de conformar+se com a mente. *e conformidade com ant, todo o conhecimento come%a com a e#periência, mas não há conhecimento sem as contriui()es da própria mente. ant alegou %ue a mente contriui 4 as Hformas de sensiilidade,H o espa(o e o tempo, %ue são necessários para entender a e#periência. Todas as nossas intui()es >percep()es; ocorrem dentro dos limites do tempo e do espa(o, %ue são as formas pelas %uais a e#periência é organi'ada. ant tamém catalogou do'e Hcategorias do entendimento,H %ue são necessárias a fim de fa'ermos !ulgamentos acerca da e#periência. espa(o e o tempo são condi()es necessárias para a e#periência ocorrer dalgum modo8 as do'e categorias >as mais importantes das %uais são a causa e a su)stncia$ são condi()es necessárias para a a"alia(ão >análise e s&ntese; da e#periência. $stas condi()es não nos a!udam a oter conhecimento do conteúdo >em contraste com a forma; da e#periência, ou acerca da%uilo %ue transcende a e#periência. 0e, pois, um o!eto não se conforma com estas condi()es necessárias, não é um o!eto poss&"el do conhecimento. Caseado nesta tese, ant identifica três ciências %ue não são poss&"eis. 0ão4 a cosmologia emp&rica >uma ciência de um suposto mundo real;8 uma psicologia emp&rica >uma ciência de um suposto próprio+eu real %ue su!a' todas as e#periências;8 e uma teologia racional >uma ciência de *eus aseada na ra'ão pura;. Qisto %ue o o!eto destas ciências está além de toda a e#periência poss&"el, não temos modo de saer se as condi()es da e#periência se aplicam a elas. ant argumentou %ue se constru&mos um _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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argumento em prol da e#istência de *eus, partindo do efeito para a causa, pressupomos ilicitamente %ue o princ&pio da causalidade se aplica além dos limites da e#periência >*eus não é um o!eto de uma e#periência poss&"el;. O Ceticismo Limit!o ceticismo limitado está estreitamente relacionado com a%uilo %ue chamamos de ceticismo mitigado. 5o ceticismo limitado, tipos espec&ficos de alega()es de conhecimento são %uestionados pelo cético. or e#emplo, a pessoa pode %uestionar as alega()es de conhecimento feitas ou pelo metaf&sico especulati"o ou pelo teólogo. 5ão é nada fácil e#plicar como se fa' para distinguir um fato a"eriguá"el. prolema é simplesmente este. arece %ue estas duas declara()es estão fa'endo alega()es acerca da realidade4 H$stá cho"endo ho!eH8 e, Ho asoluto é pregui(oso.H -esmo assim, AUer e os positi"istas argumentam %ue a primeira di' respeito / realidade, mas a última é uma pseuda+declara(ão, ou contra+senso. ara o positi"ista, portanto, a %uestão é como discernir a%uilo %ue é uma declara(ão genu&na acerca da realidade e a%uela %ue não é. A ferramenta pro!etada para esta tarefa é chamada o princ&pio da "erifica(ão. princ&pio da "erifica(ão tem uma história importante e "ariada, e passa por numerosas formula()es e igual número de refuta()es. -esmo assim, o Mmago do princ&pio da "erifica(ão é este4 6ual%uer declara(ão para a %ual não podemos declarar as condi()es %ue contariam em prol da sua "erdade ou contra ela, não é uma declara(ão acerca da realidade e, portanto, não pode ser conhecimento. *ado o princ&pio da "erifica(ão, AUer e outros argumentam %ue a metaf&sica pode ser eliminada de uma "e' por todas. 'nton: FleE. A%uilo %ue AUer e os positi"istas fi'eram com a metaf&sica, DleB fe' com a teologia. Ao passo %ue AUer atacara a significMncia de %ual%uer alega(ão de conhecimento religioso, foi o ata%ue de DleB %ue colocou a %uestão em primeiro plano. 5uma discussão registrada no artigo HTheologU and DalsificationH DleB conta uma paráola de um !ardineiro. 7onta de dois e#ploradores %ue acham um !ardim no meio da floresta. 5este !ardim há muitas flores e muitas er"as más. Vm dos e#ploradores alega %ue de"e ha"er um !ardineiro %ue cuida do terreno, ao passo %ue o outro e#plorador o nega. 7olocam um "igia, mas nada acontece. e#plorador %ue crê ainda afirma sua cren(a num !ardineiro, mas sugere %ue o !ardineiro é in"is&"el. s dois e#ploradores estaelecem uma cerca de arame farpado eletrificado, e a patrulham com sau!os. -esmo assim, nada acontece. s fios nunca se mo"imentam e os sau!os nunca latem. %ue crê mantém sua fé no _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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!ardineiro. !ardineiro, conforme o argumento dele, é in"is&"el, intang&"el, e insens&"el a cho%ues elétricos. 5ão tem cheiro algum, e não fa' som algum, mas ama o !ardim e cuida dele. Dinalmente, o cético se desespera e pergunta ao crente de %ue maneiras seu !ardineiro é diferente de !ardineiro nenhum. DleB acha esta paráola uma ilustra(ão e#celente do argumento do te&sta. te&sta come(a com a%uilo %ue DleB chama Huma hipótese rousta %ue morre a morte de mil %ualifica()es.H 7onsidere o te&sta %ue come(a di'endo %ue *eus o ama. 5o caminho para seul ser"i(o, seu carro entra em pane. Ao chegar no ser"i(o, seu chefe o demite. A despeito de tudo isto, porém, continua a alegar %ue *eus o ama. DleB argumenta %ue %ual%uer cren(a %ue é compat&"el com %ual%uer estado de coisas não fa' sentido, ou se!a, %ual%uer cren(a %ue não é pass&"el de ser compro"ada falsa é contra+ senso. DleB declara %ue a cren(a %ue o teólogo tem em *eus não fa' sentido, "isto %ue o te&sta não permite %ue %ual%uer coisa na e#periência conte contra sua posi(ão. A implica(ão clara de DleB é %ue se o teólogo permitisse a e"idência em contrário, a cren(a em *eus seria compro"ada falsa. *estarte, de modo muito semelhante ao de AUer, DleB não aceita %uais%uer alega()es de conhecimento de *eus. 0egundo ele, tais alega()es não são apenas falsas8 são, de modo mais e#ato, destitu&das de sentido, ou contra+senso.
O Ceticismo Meto!o"&%ico o# C'tesi(o 5a filosofia de 19N@+1@9L;, o ceticismo do século PQ?? seguiu uma dire(ão em diferente. ara *escartes, o ceticismo não era a conclusão dalgum argumento, mas, sim, o método pelo %ual toda a dú"ida poderia ser "encida. *escartes alegou %ue é poss&"el chegar ao conhecimento induitá"el atra"és da aplica(ão rigorosa e sistemática da dú"ida /s cren(as da pessoa. 5as suas ;edita%es, *escartes declarou seu al"o4 ]Ar%uimedes, a fim de %ue pudesse tirar o gloo terrestre do seu lugar, e transportá+lo para outro lugar, e#igia apenas %ue um só ponto fosse fi#o e inamo"&"el8 da mesma forma, terei o direito de conceer de grandes esperan(as se ti"er a felicidade de descorir uma só coisa %ue é certa e induitá"el.Y *escartes esta"a procurando um ponto ar%uimediano %ue fosse asolutamente certo ou induitá"el. A partir dali, espera"a deri"ar todo o conhecimento. A ferramenta %ue _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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*escartes empregou para chegar a este ponto foi a dúvida metodol/gica, ou o ceticismo. rocura"a aplicar esta dú"ida a toda cren(a %ue tinha. 0e uma cren(a pudesse ser du"idada, então, não %ualifica"a como seu ponto ar%uimediano. *esde sua !u"entude *escartes detectou %ue muitas das suas cren(as %ue antes acredita"a serem "er&dicas re"elaram+se falsas na realidade. *escartes reconhecia %ue seria imposs&"el testar indi"idualmente toda cren(a %ue sustenta"a. Tudo %uanto precisa"a fa'er, ou assim argumenta"a ele, era mostrar %ue o fundamento ou a !ustifica(ão das suas cren(as esta"a aerto / dú"ida, e o edif&cio cairia em escomros. *escartes reconhecia %ue as ases da sua cren(a eram formadas ou dos seus sentidos, ou atra"és dos seus sentidos. Qisto, porém, %ue seus sentidos o enganaram no passado, não passaram o teste da induitailidade. ogo, o alicerce inteiro das suas cren(as entrou em colapso. -esmo assim. *escartes não se satisfe' em dei#ar sua dú"ida parar ali. $sta"a resoluto no sentido de le"á+la até onde pudesse. 0ugeriu %ue tal"e' seus sentidos o ti"essem enganado acerca de %uest)es %ue esta"am longes e pe%uenas, mas %ue fossem fidedignos no %ue di' respeito a coisas de perto, e grandes. *escartes, no entanto, concluiu %ue isto não era induitá"el, por%ue os sonhos tamém parecem fidedignos en%uanto estamos dormindo. 6uando sonhamos, fre%Jentemente somos enganados, e pensamos %ue nossas e#periências sonhadas são de fato reais. Todos nós conseguimos lemrar+nos do sonho do trem %ue esta"a correndo em nossa dire(ão en%uanto nosso carro esta"a encalhado nos trilhos. 7omo nos lemramos em da%uele tremO -esmo agora, parece mais real do %ue o longo trem de carga por causa do %ual "ocê parou seu carro ho!e de manha. 5ão há, portanto, nenhum modo seguro de separar o mundo dos sonhos do mundo real. u, tal"e' possa ser argumentado %ue há certos aspectos gerais de o!etos %ue são "erdadeiros tanto no caso de o!etos sonhados %uanto de o!etos reais. 5ão é "er&dico %ue tanto um elefante real %uanto um sonhado têm pelo menos forma, massa e número $stes são induitá"eis, não são 5ão, respondeu *escartes, pois pode ha"er um demnio ou um deus maligno %ue sistematicamente me engana. $stas idéias tal"e' não tenham %ual%uer e%ui"alente "er&dico na realidade. 6uando *escartes "oltou+se para si mesmo, descoriu %ue poderia du"idar de %ue tinha um corpo, ra(os e pernas. $ntretanto, não poderia du"idar de %ue e+istia en&uanto pensava. *escartes alegou %ue en%uanto esta"a pensando, nem mesmo *eus poderia enganá+lo acerca da sua própria e#istência por&ue for%osamente 2averá um 6eu6 para ser _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
enganado. $sta "erdade é chamada o cogito, de conformidade com a declara(ão de *escartes em atim4 6!ogito, ergo sum,6 %ue pode ser tradu'ida4 Henso, logo e#isto.H $ste é o ponto Ar%uimediano ao %ual a dú"ida le"ou *escartes. I''cio("ismo Vma forma final do ceticismo é a%uilo %ue chamamos de irracionalismo. R refletida no pensamento de e#istencialistas tais como Alert 7amus. pensamento de 7amus está edificado sore o ceticismo fide&sta de 0)ren ierSegaard e eon 0hesto" em como sore o ceticismo de 5iet'sche acerca da religião e dos "alores o!eti"os. 7amus re!eita o H pulo para dentro da féH feito por eles, e lan(a sua sorte !untamente com 5iet'sche, %ue aceita a insig+ nificMncia derradeira, "isto %ue *eus está morto. A situa(ão humana com sua usca constan+ te de significado num mundo essencialmente inintelig&"el e asurdo de"e ser reconhecida e aceita. O ;ito de Sísifo, de 7amus, retra&a um homem procurando medir a nature'a e o significado de um uni"erso essencialmente sem significado e asurdo. 0&sifo mitológico, eternamente empurrando uma rocha enorme colina acima, para então ela rolar de "olta ao sopé da colina, tipifica a condi(ão humana. ARGUMENTOS ANTI)CÉTICOS
$mora argumentar com um cético tal"e' se!a re"igorante de in&cio, logo reconhecemos %ue ele de"e ser respondido. *e"emos mostrar %ue os argumentos céticos são ou falsos ou inconclusi"os. or esta ra'ão, certo número de argumentos anti+céticos foram desen"ol"idos, e procuraremos passar em re"ista os mais importantes destes. O Ceticismo * i(co(siste(te Vm om número de filósofos tem argumentado %ue o ceticismo é racionalmente e^ou praticamente inconsistente. O ceticismo é racionalmente inconsistente. Agostinho em !ontra os 'cadêmicos argumentou %ue o ceticismo é racionalmente inconsistente. 0eu argumento tem duas etapas. A primeira etapa4 A asse"era(ão do cético _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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de %ue não podemos saer coisa alguma é, em si mesma, uma alega(ão acerca do conhecimento. 0e a alega(ão do cético for falsa, então não precisaremos nos preocupar com a acusa(ão do cético. *o outro lado, se for "erdade, então sua posi(ão será contraditória em si mesma, por%ue saemos pelo menos uma coisa + %ue não podemos saer coisa nenhuma. A segunda etapa4 -as suponhamos %ue o cético responda, di'endo %ue entendemos erroneamente a alega(ão dele. 5ão está alegando %ue a frase HQocê não pode saer coisa algumaH ou é "erdadeira ou é falsa. Asse"era %ue não podemos saer se "erdadeira ou falsa. $ se for assim, Agostinho argumenta %ue a causa do cético é perdida da mesma maneira. *emonstra+se %ue a posi(ão do cético é necessariamente falsa, pois a rei"indica(ão dele ainda é uma alega(ão acerca do conhecimento4 Hara todas as senten(as, saemos %ue não podemos saer se são "erdadeiras ou falsas.H ogo, o ceticismo total ou completo é racionalmente inconsistente. ceticismo praticamente inconsistente. argumento de Agostinho e os %ue são semelhantes a ele tal"e' pare(am "álidos, mas somente de interesse para a%ueles %ue se deleitam na filosofia. A seguinte cr&tica do ceticismo apela ao homem ou mulher comuns. A o!e(ão é %ue, emora o ceticismo possa ser afirmado na %uietude do gainete do filósofo, não pode ser "i"ido na pra(a. cético não pode consistentemente agir como um cético. Qocê pode imaginar o cético chegando ao cru'amento de n&"el da estrada de ferro, "endo os port)es fechados, e ainda perguntando a si mesmo se o mundo é real e se a%uele trem descendo os trilhos como o tro"ão é real *ificilmenteO $le para e espera e#atamente como todos nós fa'emos.
O eticiso não faz sentido As duas o!e()es discutidas neste t&tulo di'em respeito / contro"érsia %ue cerca o positi"ismo lógico. argumento do contraste n#o-ocioso. ara fa'er sentido, %ual%uer declara(ão de"e e#cluir alguns estados de coisas. 5outras pala"ras, uma asse"era(ão não de"e ser compat&"el com todo estado de coisas. *estarte, Hnão saendoH de"e distinguir um estado de coisas %ue é diferente de Hsaendo.H 0e, porém, todos os estados de coisas são Hnão saendo,H conforme alega o cético, então sua alega(ão inteira carece de significado. H5ão saendoH não e#cluiria %ual%uer estado de coisas. _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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ata&ue contra o princípio da verifica%#o. 5as suas formas limitadas, o princ&pio da "erifica(ão é fre%Jentemente usado contra um tipo espec&fico de conhecimento, especialmente a metaf&sica e a teologia. _ medida em %ue se desen"ol"ia o princ&pio da "erifica(ão, alguns filósofos argumenta"am %ue os critérios positi"istas de"essem ser aplicados ao próprio princ&pio da "erifica(ão. Asse"era"am %ue, para o princ&pio da "erifi+ ca(ão ser "álido, ele, tamém de"e ser ou puramente definicional, ou empiricamente "erificá"el. -as como se pode "erificar o princ&pio sem peti(ão de princ&pio 0e o princ&pio for testado contra declara()es metaf&sicas e teológicas acerca do mundo, o princ&pio da "erifica(ão será re"elado falso. 0e, porém, a metaf&sica e a teologia forem e#clu&das, o prin+ c&pio parece "álido. -as em %ue ase estas podem ser e#clu&das, a não ser %ue a pessoa !á tenha decidido %uais declara()es são significati"as *estarte, tem sido alegado %ue o pró+ prio princ&pio da "erifica(ão em si mesmo não fa' sentido.
O eticiso é ontra o (o senso 7onforme foi indicado anteriormente em nossa discussão, o homem do po"o acha o cético filosófico claramente em conflito com o om+senso. Tomando este fato como sua dei#a, alguns filósofos desen"ol"eram argumentos do om+senso. 2omas Geid e o )om senso. Thomas 1G1L+1GN@;, um contemporMneo de *a"id :ume, reconheceu %ue, dadas as pressuposi()es de :ume, a lógica de :ume era inaalá"el. Ao mesmo tempo, 1; %ue os o!etos da percep(ão realmente são idéias ou impress)es na mente >teoria esta %ue é chamada, de forma "ariada, a teoria das idias ou da percep%#o representativa$H e >2; %ue nossas cren(as mais ásicas de"em ser !ustificadas pelos argumentos filosóficos ou racionais. cada !ustifica(ão precisaria, por sua "e' de uma !ustifica(ão racional, ad infinitum$. elo contrário, refletem a própria constitui(ão da nossa racionalidade, e, portanto, são conhecidas mediante a intui(ão, e não pela demonstra(ão. $stas cren(as formam a ase de todas as outras pro"as, mas elas mesmas não podem ser compro"adas. _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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?o2n PollocA e o )om senso. -ais recentemente, Eohn ollocS, em CnoEledge and ?ustification, deu um argumento mais formali'ado. Argumenta %ue não podemos aceitar o argumento do cético por%ue Hop)e+se ao om senso.H assa, então, a apresentar uma análise do ceticismo %ue apoia o om senso. *i' %ue toda alega(ão de conhecimento consiste em e"idências e uma conclusão. cético asse"era, em essência, %ue a e"idência %ue é contida nas premissas de um argumento é sempre "er&dica, mas %ue a conclusão é sempre falsa. odemos estruturar o argumento como segue4 Premissa IJ 0into água caindo na minha cae(a. Premissa KJ -eus amigos di'em %ue está cho"endo. Premissa J O !ornal de ho!e di' %ue cho"eu. Premissa MJ noticiário da TQ di' %ue está cho"endo. !onclus#oJ $stá cho"endo ho!e. A alega(ão do cético é %ue as premissas 1 até são "er&dicas, mas %ue a conclusão é falsa. A resposta de ollocS é %ue se o argumento é sempre falso, de"emos decidir %ual das proposi()es nas premissas ou na conclusão é falsa. $m tal caso, ollocS alega %ue é sempre mais ra'oá"el re!eitar uma das premissas do %ue sempre re!eitar a conclusão.
O eticiso está e conflito co a linguage 7erto grupo de filósofos, primariamente na tradi(ão anal&tica, tomou sua inspira(ão de =. $. -oore e udBig Fittgenstein em formular o %ue tem sido chamado o argumento do caso paradigmático. >*u"ida+se, no entanto, %ue ou -oore ou Fittgenstein propuseram, em %ual%uer tempo, semelhante argumento;. $sta aordagem procura opor+se / dú"ida por meio de indicar casos paradigmáticos, ou se!a, ocorrências claras e indisputá"eis. Argumenta+se %ue a própria linguagem a!uda esta causa contra o ceticismo. argumento do caso paradigmático tem sido proposto contra uma grande "ariedade de posi()es céticas. primeiro passo no argumento é focali'ar a aten(ão num caso espec&fico. cr&tico pode come(ar com uma doutrina cética. or e#emplo, di' ele, se não podemos perceer o!etos materiais, conforme alegam alguns céticos, logo, não podemos "er esta página. $m seguida, o cr&tico se op)e por meio de descre"er uma situa(ão claramente anti+tética / posi(ão célica. A lu' é suficiente. 5ossa "ista não está impedida. Vm li"ro está diretamente em nossa frente. erceemos letras pretas no papel _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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ranco, e assim por diante. cr&tico eso(a a situa(ão em termos tão ásicos e ó"ios %ue não hesitamos em afirmar %ue realmente "emos a página. R importante reconhecer %ue o argumento nos le"a a fa'er mais do %ue apenas não sentir dú"ida8 está asse"erando, na realidade, %ue "emos uma página. 0e não fi'esse uma alega(ão espec&fica, simplesmente seria um apoio psicológico, uma reno"a(ão de confian(a de %ue, %uando não temos dú"idas estamos, de fato, com a ra'ão. 0e fosse só isso %ue o argumento fi'esse, seria filosoficamente inútil. 5este caso o argumento asse"era %ue há e#emplos indisputá"eis de "er uma página W indisputá"eis por causa do seu relacionamento com o significado da e#pressão H"er uma página.H 0e esta circunstMncia ou situa(ão é e#atamente o %ue significamos %uando di'emos4 H$stou "endo uma página,H como é %ue a situa(ão pode dei#ar de ser um caso de "er uma página cético está se recusando a aplicar a e#pressão /s próprias circunstMncias /s %uais a frase se refere. 0e o cético concorda %ue o paradigma é um caso genu&no, então é derrotado. 0e, porém, o cético persiste, o cr&tico indica seu dilema. 6uando o cético du"ida, decerto as pala"ras empregadas para e#pressar a dú"ida de"em ser entendidas no seu sentido natural ou usual. -as se for assim, como pode ha"er um sentido usual, "isto %ue, ao negar o caso paradigmático, o cético nega o sentido usual 0e, do outro lado, o cético di' %ue suas pala"ras estão sendo usadas num sentido no"o ou diferente, então, sua alega(ão perde sua mordacidade.
O eticiso não é ua conseq86ncia da indu%ão ceticismo de :ume é aseado em nossa incapacidade de !ustificar a indu(ão de modo racional. Três respostas muito claras a esta cr&tica humana foram desen"ol"idas. Pela aceita%#o do Aantismo. Alguns filósofos a"an(am para algo como o Santismo, e alguns alegam um conhecimento a priori de um Hprinc&pio de indu(ão.H Argumentam %ue certas proposi()es sintéticas acerca da nature'a >aseadas no princ&pio da indu(ão; de"em ser "er&dicas a fim de %ue se!a poss&"el a e#periência. 5outras pala"ras, nossa e#periência emp&rica pressup)e certos princ&pios sintéticos. Alguns filósofos chamaram este tipo de pro"a uma pro"a transcendental. Pela )usca de uma solu%#o dentro da l/gica ou a teoria da pro)a)ilidade. *iscuss)es desta aordagem são necessariamente muito técnicas, mas procuraremos e#plicá+la tão asicamente %uanto poss&"el. ?lustrando4 0uponhamos %ue saemos %ue _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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todas as de' pedras numa !arra são rancas. Qisto %ue saemos %ue as pedras não alteram sua cor ao serem tiradas de uma !arra, segue+se necessariamente %ue as sete primeiras pedras %ue tiramos da !arra serão rancas. *o outro lado, se não saemos de antemão a distriui(ão das cores das de' pedras, o fato de %ue tiramos sete pedras rancas uma após outra nada nos dirá necessariamente acerca da nossa oita"a pedra. ode ser "ermelha ou preta. A teoria da proailidade, no entanto, alega %ue pode nos contar com alto grau de certe'a %ual será a pró#ima pedra tirada, e como é o con!unto inteiro de pedras. 0uponhamos %ue determinamos o número de con!untos poss&"eis de sete pedras %ue poderiam ser formados de de' pedras, e suponhamos, além disto, %ue temos um con!unto de no"e pedras rancas e uma pedra não+ranca. 7oncluiremos %ue o número poss&"el de con!untos contendo a pedra não+ranca seria maior do %ue o número contendo somente pedras rancas. fato de %ue tiramos sete pedras rancas em seguida re"ela a alta proailidade de %ue o con!unto inteiro é ranco. Tem sido argumentado %ue os !ulgamentos de proailidade %ue são necessários para !ustificar nossas predi()es acerca do futuro podem ser estaelecidos pela lógica e#clusi"amente. Pela nega%#o de &ue a indu%#o um pro)lema genuíno. Ainda outro grupo de filósofos re!eita a ideia de %ue ha!a %ual%uer prolema de indu(ão. 0egundo o ponto de "ista deles, chamar a indu(ão de prolema é Ho escMndalo da filosofia moderna.H *ois destes filósofos são DredericS Fill e AntonU DleB. Argumentam, por e#emplo, %ue o fato de %ue laran!as sempre parecem, crescem e têm gosto como laran!as, é uma oa ra"#o para supor %ue terão o gosto de laran!as amanhã. u se!a4 a ra"#o para pensar %ue a laran!a %ue "ocê comer amanhã pro"a"elmente terá o gosto igual / laran!a %ue "ocê comeu ho!e, é %ue as laran!as no passado sempre ti"eram a%uele gosto. ara negar isto, o cético de"e usar as pala"ras ra"#o e provavelmente de maneiras segundo as %uais usualmente não as usamos. *e"e estar usando a pala"ra ra"#o para significar Hra'ão logicamente conclusi"a.H Vma ra'ão logicamente conclusi"a, "ocê de"e lemrar+se, é uma em %ue as premissas garantem a "eracidade da conclusão. 5o entanto, a "eracidade de um argumento não é uma conse%Jência necessária das suas premissas. cético, pois, segundo este ponto de "ista, é infeli' simplesmente por%ue a indu(ão não é dedu(ãoO
O alor do eticiso _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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A maioria dos epistemologistas, tanto os antigos %uanto os contemporMneos, tiraram a conclusão de %ue o ceticismo é insustentá"el por ra')es tanto racionais %uanto práticas. *a"id :ume disse4 H$le `o ceticismo não admite resposta, e não produ' con"ic(ão alguma.H 0eria, no entanto, errneo pensar %ue o ceticismo não tem "alor algum. A fortale'a do ceticismo depende da for(a dos seus argumentos contra o dogmatismo em áreas em %ue a pessoa não tem oas e"idências. ceticismo le"anta duas perguntas muito fundamentais. $m primeiro lugar, o epistemologista tem ases ade&uadas para suas alega()es de %ue sae *e"e ha"er !ustificati"a suficiente para as cren(as da pessoa, senão, o cético triunfa. $, em segundo lugar, há contradi()es ou asurdos no sistema da pessoa 0e hou"er, n#o pode ha"er possiilidade
de
o
sistema
ser
"er&dico.
*estarte,
os
argumentos
céticos,
independentemente de %uais se!am, indicam dificuldades ásicas. 0e o epistemologista %uiser demonstrar %ue suas alega()es %uanto ao conhecimento são "er&dicas, o cético de"e receer uma resposta. *estarte, a partir do tempo dos gregos, o ceticismo tem funcionado como uma mosca importuna para desafiar as alega()es do epistemologista. R o escor"ador da oma epistemológica. COMO PODEMOS CON+ECER,
7omo "imos em nosso cap&tulo anterior, há um grupo pe%ueno porém significante de filósofos %ue sustentam %ue asolutamente nenhuma alega(ão de conhecimento pode ser !ustificada. rocuramos demonstrar por %ue tais alega()es céticas são in!ustificadas em si mesmas8 este é o lado negati"o da tarefa epistemológica. Agora nos "oltamos ao lado positi"o, para mostrar %uando e como o conhecimento é poss&"el. 0ó por%ue algumas alega()es %uanto ao conhecimento são !ustificadas, no entanto, não é garantia de %ue todas as alega()es são genu&nas. Aliás, saemos isto pela nossa própria e#periência. 7ada um de nós /s "e'es tem sido in!ustificado ao alegar %ue sae coisas %ue acaaram re"elando+se falsas. 5este cap&tulo %ueremos e#aminar as fontes ou a origem das nossas cren(as e do _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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nosso conhecimento. As seguintes fontes serão analisadas4 o testemunho doutras pessoas, a intui(ão >usada a%ui no sentido de instintos, sentimentos, e dese!os;, o racioc&nio, e a e#periência sensória. $stas fontes le"am a cinco lógicas ou critérios para "alidar as cren(as. 0ão4 a fé ou o autoritarismo, o su!eti"ismo, o racionalismo, o empirismo, e o pragmatismo.
# &é ou o #utoritariso Exposição da Lógica do Autoritarismo
A fonte mais comum, de longe, de nossas cren(as é o testemunho doutras pessoas. 7ome(amos nossa aprendi'agem ao aceitar as cren(as da nossa fam&lia. 6uando "amos para a escola, aceitamos o %ue é dito por nossos professores e nossos colegas de estudos. -esmo depois da formatura, dependemos do testemunho de li"ros, !ornais, do rádio e da tele"isão para uma por(ão e#tremamente grande do nosso conhecimento. Aceitamos as cren(as como sendo !ustificadas %uando nos parece %ue ad"êm de fontes oas. 5ão é dif&cil entender por %ue a fé é uma fonte tão importante do conhecimento. rimeiramente, como indi"&duos estamos confinados tanto no tempo %uanto no espa(o. Qi"emos no século PP e não temos acesso a mir&ades de e"entos %ue ocorreram em séculos anteriores. 0e %uisermos ter %ual%uer conhecimento destas coisas, de"emos depender do testemunho doutras pessoas. Além disto, não temos acesso direto a e"entos contemporMneos ocorrendo noutros lugares, pois somente *eus é onipresente. $stamos limitados pelo espa(o, e não podemos saer o %ue está acontecendo em aris neste momento, a não ser %ue tenhamos fé no testemunho doutras pessoas. $m segundo lugar, temos uma disposi(ão prima fade para aceitar o testemunho doutras pessoas.
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A Avaliação da Lógica do Autoritarismo
$mora o autoritarismo se!a necessário e útil, não pode ser"ir como o único critério de !ustifica(ão do conhecimento. :á duas ra')es decisi"as para isto. ' impossi)ilidade da autoridade como o critrio definitivo. N sempre poss&"el perguntar por %ue de"emos acreditar em %ual%uer autoridade. ara apoiar a primeira autoridade, a pessoa pode apelar para uma segunda autoridade. -esmo assim, é poss&"el %uestionar esta segunda autoridade e %uais%uer autoridades suse%uentes %ue por"entura se!am in"ocadas. *e"emos, portanto, apelar para algo além das autoridades. A esta altura o critério da "alida(ão e da fonte da nossa cren(a cessou de ser autoridade. odemos di'er %ue alguma autoridade sae alguma por(ão do conhecimento por%ue a "iu, ou por%ue a testou e funcionou, ou por%ue a própria informa(ão é um postulado da ra'ão %ue de"e ser aceito por todos os seres racionais. -as estas !ustificati"as são pragmáticas ou emp&ricas mais do %ue autoritárias. 's autoridades conflitam entre si. As autoridades discordam entre si, e dei#am pontos de "ista conflitantes e incompat&"eis. :á, por e#emplo, homens e mulheres inteligentes e honestos %ue são considerados peritos no assunto da religião %ue sustentam %ue *eus nato e#iste. utros, igualmente inteligentes e honestos, sustentam %ue $le e#iste mesmo. 0e a !ustificati"a for aseada e#clusi"amente no testemunho, então teremos inconsistências internas sore a matéria. $sta é uma situa(ão %ue a lei mais fundamental da lógica, a lei da não+contradi(ão, não permitirá. *e"e ser notado %ue o prolema da consistência interna é le"antado para cada metodologia. 5as demais lógicas, no entanto, há a possiilidade do apelo e#terno, tal como para os fatos ou para a e#periência. $ste não é o caso da lógica autoritária. 6uando as autoridades conflitam entre si, há dois modos de a(ão %ue o autoritário pode seguir. rimeiramente, pode apelar para a ra'ão ou a e#periência para resol"er a disputa. R mera peti(ão de princ&pio e#igir %ue a autenticidade de uma autoridade se!a aceita por sua própria autoridade. A maioria dos epistemologistas estaria indisposta a argumentar num c&rculo "icioso assim. ogo, há fre%Jentemente um apelo / ra'ão, / e#periência, ou a algum outro critério. 6uando isto é feito, no entanto, a fonte da cren(a e do método da !ustifica(ão !á não é o autoritarismo. $m segundo lugar, o autoritário pode procurar resol"er a disputa mediante o uso do _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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próprio critério autoritário. arece ha"er três maneiras de medir as autoridades4 o prestígio da autoridade original8 o número da%ueles %ue sustentam a cren(a8 a persistência da cren(a. prest&gio da autoridade de origem regula parcialmente a nossa fé. 0e nossa autoridade é em conhecida, honesta e inteligente, então ficaremos mais dispostos a acreditar nela. :á, porém, uma fra%ue'a em semelhante apelo. prest&gio de"e ser estreitamente limitado, %uanto / sua "alide', / matéria acerca da %ual a autoridade é famosa. Vma pessoa %ue é uma autoridade em matemática pode ser totalmente indigna de confian(a em otMnica8 os escritos de alguém %ue era considerado uma autoridade na f&sica no século Q??? seriam desesperan(osamente anti%uados ho!e. número de autoridades %ue sustentam um ponto de "ista tamém é usado, /s "e'es, como &ndice de e#celência. or e#emplo, pode+se argumentar %ue "inte milh)es de cientistas não podem estar enganados acerca da causa dalguma doen(a. -as esta aordagem, emora se!a con"incente, não é fidedigna. Qinte milh)es de pessoas educadas podem estar + e têm estado + erradas. ?sto é poss&"el especialmente se estão agindo com oa fé sem, porém, poderem a"eriguar suas informa()es contra a ra'ão ou a e#periência. Dinalmente, o uso mais comum do critério autoritário para resol"er conflitos é apelar / antigJidade de uma cren(a. A%ueles %ue sustentam este ponto de "ista alegam %ue se uma cren(a persistiu por um longo per&odo de tempo, logo, de"e ser !ustificada. :á, decerto, algum mérito nesta aordagem. 0e alguma cren(a continuou durante muito tempo, é provável, "isto %ue não foi considerada falsa, e %ue compro"ou+se útil. -esmo assim, a longa história de uma cren(a não pode garantir %ue não será declarada falsa no futuro. Além disto, há a%ui pelo menos um apelo sofisticado e sutil ao pragmatismo. A%ueles %ue empregam esta aordagem autoritária dei#aram de lado a fé ou o testemunho como sendo o único critério da !ustifica(ão e, na realidade, estão !ulgando a "erdade na ase da utilidade.
O /u(jetiiso su!eti"ismo é uma categoria grande %ue inclui métodos di"ersos de epistemologia. -esmo assim, há semelhan(as importantes entre estes métodos %ue !ustificam o classificá+los !untos. Vsualmente, %uando ou"imos falar no su!eti"ismo, imediatamente pensamos no su!eti"ismo ou relati"ismo éticos, a falta de asolutos. -as não e assim %ue o termo é empregado a%ui.
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A Exposição da Lógica do Subjetivismo
R fundamental a esta aordagem o argumento de %ue o conhecedor tem algum tipo de contato direto com o %ue é conhecido, ou se!a, com o o!eto da cren(a. 1I9N+1N1;. $m %ual%uer destes casos, nossas cren(as acerca, da realidade não têm sua origem em dados dos sentidos ou coisas semelhantes, mas, sim, atra"és do nosso contato imediato com o conhecido. $ste contato imediato %ue o conhecedor possui tem conse%Jências importantes para o prolema de !ustificar as cren(as da pessoa. A%ueles %ue sustentam este ponto de "ista alegam %ue a mera consciência do contato com os o!etos é a única !ustificati"a neces+ sária. 5outras pala"ras, a e#periência da consciência é auto+autenticante, e a !ustificati"a para uma cren(a não de"e ser procurada fora desta e#periência. $#igir mais !ustificati"a é tanto desnecessário %uanto imposs&"el. oder&amos ressaltar a mesma li(ão ao di'er4 H0e "ocê o e#perimenta, "ocê o conhece.H 0egundo a posi(ão su!eti"a, a consciência da %ual surgem estas cren(as não está inteiramente so o controle do conhecedor. realista ingênuo, %ue acredita %ue nossas cren(as rotam do nosso contato direto com a%uilo %ue é conhecido, alega %ue a e#periência da realidade não está so nosso controle. 6uando olhamos pela !anela da ilioteca, não podemos dei#ar de "er ár"ores, pessoas, e constru()es. A "ista é a mesma, %uer %ueiramos assim, %uer não. m&stico tamém alega %ue a fonte da cren(a não está so o controle do conhecedor. -as este %uer di'er algo diferente com esta declara(ão do %ue o realista ingênuo. 6uer di'er %ue a e#periência m&stica, ou se!a, a "isão unificada da realidade, ou a asor(ão do indi"&duo na totalidade, não é algo %ue pode ser reali'ado simplesmente como o resultado dalgum procedimento fi#o. $mora o m&stico possa fa'er algumas coisas %ue o preparam para a e#periência, ou %ue fa'em a e#periência mais pro"á"el, nada pode ser feito para garanti+la. ensamos %ue é útil suclassificar a metodologia su!eti"a a fim de distinguir entre as formas racionais e supraracionais do 0u!eti"ismo. A forma mais comum, em muito, do 0u!eti"ismo racional é o realismo direto ou do )om senso, conforme /s "e'es é chamado. $sta aordagem receeu este nome por%ue geralmente tem sido argumentado %ue este é o ponto de "ista do homem comum antes da refle#ão filosófica. $sta é uma forma e#trema do 0u!eti"ismo, em %ue o conhecido é _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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considerado diretamente perceido Hconforme ele é.H A fonte das cren(as do conhecedor é o resultado do contato pelos sentidos, direto ou imediato, com coisas e pessoas. Vma forma mais sofisticada de 0u!eti"ismo racional pode ser achada na fen8menologia de $dmund :usser? >1I9N+1N3I;. ara :usser?, o homem comum olha o mundo do ponto de "ista Hnatural.H A partir deste ponto de "ista do mundo, o homem comum sup)e %ue realmente e#istem o!etos materiais, tais como ár"ores, automó"eis, e constru()es, em como pessoas. prolema com este ponto de "ista natural é %ue não pode ser"ir de fonte inerrante das nossas idéias. Dre%Jentemente sustentamos cren(as acerca da realidade %ue suse%Jentemente descorimos ser falsas. :usser?, portanto, sugere duas redu()es, ou epoc2s >suspens)es da cren(a;, chamadas a redu(ão eidética e a fenomenológica. $stas resultam no acesso / Hconsciência pura,H de acordo com :usserl. A consciência pode, então, ser e#aminada ou analisada como sendo a fonte das nossas cren(as. Ali, achamos o ego >o HeuH; transcendental, o!etos transcendentais %ue :usserl chama de noma >automó"eis, pessoas, edif&cios, como o!etos da consciência, não os o!etos de um mundo HrealH;, e maneiras pelas %uais o ego transcendental pode ser relacionado com estes o!etos transcendentais. *estarte, :usserl considera %ue a fonte das nossas cren(as W e sua !ustificati"a W é a consciência ou a mente. Atra"és da intui(ão >uma capacidade da mente ou da ra'ão;, a pessoa pode chegar a conhecer a essência destes o!etos transcendentais. Tanto no realismo do om senso %uanto na fenomenologia, o su!eito é "isto como estando em contato com seus o!etos, e chega a conhecê+los atra"és da ra"#o. Agora nos "oltamos a formas supra+racionais do su!eti"ismo. *e"e ser notado %ue empregamos o termo supra-racional ao in"és de irracional, pois estas formas não empregam a !ustifica(ão contrária / ra'ão, mas, sim, a !ustifica(ão alm da ra'ão. misticismo, uma forma comum do su!eti"ismo supra+racional, fre%Jentemente di"ide+se em categorias e#tro"ertidas e intro"ertidas. 5o misticismo e#tro"ertido o m&stico olha para uma multiplicidade de o!etos e os "ê transfigurados numa unidade "i"a, sendo %ue seu aspecto distinti"o é, dalguma maneira, oliterado. Vm e#emplo deste tipo de m&stico é o m&stico da nature'a, %ue "ê o mundo e#terno com "i"ide' incomum como sendo a opera(ão de uma só mente. m&stico intro"ertido, do outro lado, torna+se progressi"amente menos consciente do seu meio amiente e do seu próprio+eu como entidades separadas. Dala de ser imergido em Ho umH, identificado com ele, ou asor"ido nele. A distin(ão entre su!eito+o!eto desaparece totalmente. Vma segunda forma de su!eti"ismo supra+racional, %ue tem a "er especialmente _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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com o conhecimento de *eus, é a teologia da crise ou do encontro. 5a teologia da crise a ênfase não recai sore a identifica(ão como no misticismo, mas, sim, na confronta(ão. A semelhan(a entre as duas formas é sua alega(ão de %ue pelo menos alguns conhecimentos estão além da ra'ão. A filosofia de -artin Cuer >1IGI+1N@9; utili'a este tipo de teologia. *istingue entre dois tipos de relacionamento4 $u+?sso e $u+Tu. 5os relacionamentos $u+?sso o conhecedor trata a%uilo %ue é conhecido como um o!eto ou uma coisa. Analisa+o, e o!etifica a coisa %ue é conhecida. ara semelhantes relacionamentos, o método cient&fico é apropriado. s relacionamentos $u+Tu, do outro lado, são em diferentes. 5este caso, o %ue é conhecido é em si mesmo um su!eito, e, portanto, não está so o controle do conhecedor. 0e o conhecedor %uiser conhecer o su!eito, o su!eito de"erá re"elar+se ao conhecedor. $m semelhante situa(ão de re"ela(ão, o Tu fica em contraste com o su!eito, ou o confronta. 0egundo Cuer, o conhecimento não é proposicional, mas, sim, pessoal. Aliás, este tipo de conhecimento desafia a proposicionali'a(ão. R inefá"el, ou indi'&"el, e está além da ra'ão. 5a melhor das hipóteses, a ra'ão pode ser"ir negati"amente, demonstrando %ue é incapa' neste Mmito. conhecimento acerca de *eus pertence / classe $u+Tu.
#alia%ão da 0'gica do /u(jetiiso $sta metodologia parece indicar duas coisas %ue parecem ser correias. rimeiramente, a pessoa sente intuiti"amente %ue a alega(ão de se ter acesso direto ao conhecido é intrinsicamente certo. $m segundo lugar, é realmente correto %ue a necessidade de !ustificar alega()es de conhecimento de"em parar nalgum lugar. *outra forma, a pessoa será apanha da num regresso infinito de !ustifica(ão. A pergunta, no entanto, é se a própria e#periência é auto+autenticante ou se de"e ha"er um apelo a algo e#terno. :á algumas ra')es decisi"as contra a considera(ão do su!eti"ismo por si só come sendo uma e#plica(ão ade%uada da origem da cren(a. $m primeiro lugar, o su!eti"ismo %uase sempre termina no solipsismo. $m todo tipo de su!eti"ismo a não ser o realismo ingênuo, a pessoa acaa tendo um mundo %ue é simplesmente seu mundo. $ste mundo é a cria(ão da consciência da pessoa >como na fenomenologia;, ou simplesmente não é su!eito a critérios racionais >como no misticismo;. $stas alega()es le"am a conceitos radical mente diferentes do mundo. -as, "isto %ue a própria e#periência é auto+autenticante, não há esperan(a de !ulgar entre estes mundos ri"ais. $mpregando somente as rei"indica()es do _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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su!eti"ismo, o su!eti"ismo não pode considerar um tipo de su!eti"ismo mel2or de %ue outro, ou melhor do %ue outros pontos de "ista. ogo, o su!eti"ismo le"a ao solipsismo e ao relativismo. $m segundo lugar, o su!eti"ismo tem dificuldade em e#plicar como %uais%uer da4 nossas cren(as podem ser erradas. 0aemos %ue as pessoas têm cren(as diferentes, incompat&"eis, e até mesmo inconsistentes acerca do mundo. 7omo pode ser assim, se o conhecedor está em contato imediato com o conhecido mediante uma e#periência auto+ autenticante ara o realismo ingênuo, há um prolema adicional4 como é poss&"el pensarmos ter "isto um lago a certa distMncia, %uando, na realidade, não o "imos $m terceiro lugar, a e#periência por si só é insuficiente para a cren(a ou o conheci+ mento. conhecimento e#ige não somente a e#periência como tamém um elemento conceptual. ant e#pressou em este fato %uando disse %ue as sensa()es sem conceitos são cegas.
O 4acionaliso 5o decurso da história da filosofia, muitos filósofos têm confiado na ra'ão para a origem e a !ustifica(ão das cren(as.
,9posi%ão do 7étodo do 4acionaliso 5o Mmago do racionalismo, há a afirma(ão de %ue a fonte e a !ustifica(ão das nossas cren(as pode ser achada na ra'ão somente. racionalista procura chegar a "erdades ou princ&pios primários apod&cticos >incontestá"eis;. :á duas aordagens diferentes para se chegar ao Hponto de partidaH do sistema. *escartes come(ou com idéias di"ersas e desorgani'adas e as analisou até %ue chegasse a uma idéia única, clara e distinta, o cogito. utros, tais como Cenedito 0pino'a > 1@32+1@GG;, tomaram como seu ponto de partida um con!unto de a#iomas ou postulados muito semelhantes /%ueles %ue se acham nos sistemas da matemática ou da lógica. 0ae+se da ra'ão e#clusi"amente, faculdade esta %ue fre%Jentemente é chamada intui%#o pelos racionalistas. ponto de partida para o racionalista de"e ser certo. A mera proailidade não o satisfará. ogo, a maioria dos racionalistas adota uma metodologia %ue é modelada de conformidade com a matemática >*escartes até chama"a sua metodologia de Hmatemática uni"ersalH;. A partir deste ponto de partida apod&ctico, ou certo, os racionalistas aplicam as técnicas deduti"as, crendo %ue podem dedu'ir a totalidade da realidade. or%ue o método é deduti"o, os passos anteriores garantem a presente conclusão. _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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R muito comum para um racionalista empregar o argumento ontológico como pro"a da e#istência de *eus nalguma parte do seu sistema. Vsualmente o argumento tem um emprego funcional, conforme pode ser muito claramente "isto no sistema de *escartes. *escartes precisa"a dalguma garantia de %ue as idéias simples %ue eram o o!eto imediato da sua consciência, realmente representa"am o!etos, ou se!a, coisas ou pessoas no mundo real. $sta"a preocupado com a possiilidade de estar sendo sistematicamente enganado por um demnio malé"olo ou uma di"indade maligna. $ste temor, no entanto, foi acalmado pelo argumento ontológico. *escartes concluiu %ue *eus é um ser perfeito, e, portanto, não o enganaria.
#alia%ão do 7étodo do 4acionaliso racionalista realmente indica certas coisas %ue de"em caracteri'ar uma epistemologia ade%uada. A ra'ão é, pelo menos, um teste negati"o para a !ustificati"a de %ual%uer cren(a. 5enhuma cren(a %ue é contrária / ra'ão tem %ual%uer possiilidade de ser !ustificada ou "er&dica. Além disto, a mente desempenha um papel importante no processo do conhecer. u se!a8 há um elemento conceptual no conhecimento. 0em conceitos, estar&amos dei#ados com e#periência não diferenciada. mundo pareceria ser uma Hconfusão de 'unidos e flores,H conforme a descri(ão %ue Filliam Eames fe' da perspecti"a de crian(as muito pe%uenas. Qárias cr&ticas têm sido feitas contra o racionalismo. Vm grupo grande de filósofos tem argumentado %ue um ponto de partida apod&ctico nunca poderia ser a ase para uma teoria compreensi"a do conhecimento "isto %ue de"e ser ou >a; uma tautologia ou >; incapa' de elaora(ão por técnicas deduti"as. A classe de declara()es tautológicas conteria proposi()es tais como H1 b 1 2,H 6' ',6 e H0olteiros são homens não casados.H Tem sido argumentado %ue tais declara()es, emora se!am "er&dicas e asolutamente certas, não são informati"as acerca dó mundo. 0e assim for, então tais proposi()es nunca poderiam ser a ase do conhecimento emp&rico. :á, tamém, um prolema com uma segunda classe de declara()es, declara()es na primeira pessoa acerca da sua e#periência particular. $#emplos deste tipo de proposi(ão são4 HTenho dores no meu lado,H ou HTenho dor de cae(a.H *e"e ser notado %ue nem todos os filósofos concordam %ue tais declara()es são ou declara()es de conhecimento ou apod&cticas. -esmo assim, no entanto, se supusermos como hipótese %ue o se!am, é muito dif&cil "er como tais proposi()es poderiam ser elaoradas num relato completo do conhe+ _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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cimento, usando técnicas deduti"as. :á alguma dú"ida se um ponto de partida geralmente concorde possa ser achado de modo algum. or e#emplo, os três grandes racionalistas clássicos. *escartes, 0pino'a e eini', todos têm pontos de partida em diferentes. -as o prolema não termina a&. Ainda %ue fosse poss&"el concordar sore algum ponto de partida e, além disto, se semelhante ponto de partida pudesse ser elaorado por técnicas deduti"as, não incluiria necessariamente as con"ic()es religiosas nem, %uanto a isto, %ual%uer conhecimento religioso. or e#emplo, aceitemos os a#iomas da geometria euclidiana ou algum outro sistema a#iomático da lógica como nosso ponto de partida. assemos a elaorar este sistema pelo uso das técnicas da dedu(ão até chegarmos a conclus)es %ue são asolutamente certas. 0emelhante sistema teria alguma coisa para di'er acerca da epistemologia religiosa ro"a"elmente não. Cem, não seria poss&"el adotar o sistema de *escartes, e procurar estendê+lo até %ue arangesse a totalidade do conhecimento A maioria dos filósofos ho!e não pensaria assim. =eralmente acham %ue sua pro"a em prol de *eus e do mundo e#terno não con"ence. Vm om argumento contra o racionalismo é %ue a ra'ão somente é capa' de demonstrar o %ue é possível, mas não real. A ra'ão somente e#clui cren(as ou sistemas %ue são inerentemente inconsistentes. -as a pessoa é e#clu&da de apelar / e#periência. ogo, não há nenhuma maneira para um racionalista determinar o %ue é, de fato, a "erdade. ?lustremos. u Hum QolSsBagen amarelo está no estacionamentoH ou Hum QolSsBagen amarelo não está no estacionamentoH é "erdade. Vma das duas declara()es é "erdadeira8 as duas não o são. -as %ual delas é "erdadeira 6ual delas posso, com !ustificati"a, alegar %ue sei A ra'ão, por si só, é incapa' de guiar+me nesta situa(ão.
O ,piriso Alguns filósofos procuram confirmar as cren(as em termos da e#periência. $stes filósofos têm sido chamados de empiristas.
,9posi%ão do 7étodo do ,piriso Todos os empiristas sustentam %ue a e#periência, mais %ue a ra'ão, é a fonte do conhecimento. $sta tese muito geral tem receido ênfases e refinamentos muito diferentes, e, como tal, le"a a tipos muito diferentes de empirismo. -esmo assim, os empiristas estão _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
@L
unidos na alega(ão de %ue o conhecimento, em última análise, depende dos nossos sentidos, e da%uilo %ue descorimos com eles. *e"emos distinguir entre as formas mais fraca e mais forte do empirismo. A forma mais fraca é a doutrina %ue nossos sentidos realmente nos dão HconhecimentoH nalgum sen+ tido da pala"ra.
@1
apenas pro"á"el, na melhor das hipóteses.
#alia%ão do 7étodo do ,piriso empirismo tem um forte apelo para muitos filósofos, por duas ra')es. rimeiramente, acreditam %ue dá um conceito mais realista do conhecimento. conhecimento não precisa ser confinado /%uilo %ue é induitá"el. $m segundo lugar, argumentam %ue o empirismo não impede a pessoa de apelar / e#periência para conhecimento acerca do mundo. empirismo torna poss&"el irromper para fora do Mmito do teorético ou poss&"el e entrar no real. Ao a"aliar o empirismo, no entanto, achamos mais uma "e' %ue fracassa como e#plica(ão da totalidade do conhecimento. empirismo tem fracassado, mais fre%Jentemente do %ue não, como resposta ao ceticismo. $mora, pois, o empirismo tenha admitido a proailidade como critério ade%uado da !ustificati"a do conhecimento %ue é inferido da e#periência, tem mantido %ue os fundamentos a serem achados na e#periência imediata são certos. Vm número considerá"el de filósofos não se con"ence %ue todos os conceitos possam ser deri"ados da e#periência. s mais prolemáticos, em muito, são a%uelas idéias chamadas universais >os termos ou caracter&sticas gerais tais como o HhomemH ou a HcorH, distinguidos de casos ou e#emplos indi"iduais, tais como H0ócratesH ou H"erdeH;. Vm empirista geralmente argumenta %ue o uni"ersal é otido mediante a astra(ão de casos espec&ficos. não+empirista argumenta %ue a pessoa não saeria %uais casos dos &uais se de"eria astrair se não ti"esse conhecimento pré"io do conceito. Além disto, certas idéias tais como HigualH ou HparaleloH nunca são achadas na e#periência8 logo, o conceito não pode ter sido deri"ado da e#periência. :á, em estreito relacionamento com esta cr&tica, a o!e(ão de %ue até mesmo o conhecimento dos particulares >e.g. um certo homem, som, cor, e assim por diante; é imposs&"el sem um elemento conceptual. conhecedor de"e "ir e%uipado com conceitos, senão, a e#periência sempre permanecerá sendo uma confusão de 'unidos e de cores.
O Pragatiso pragmatismo tem sido proposto como método de distinguir entre disputas genu&nas e as meramente "erais, como uma teoria do significado, e como uma teoria da _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
@2
"erdade. A%ui, é nosso dese!o e#aminá+lo como poss&"el fonte e meio de !ustifica(ão para nossa cren(a acerca do mundo.
,9posi%ão do 7étodo do Pragatiso 5o Mmago do pragmatismo há uma reinterpreta(ão radical da nature'a do conheci+ mento. Tradicionalmente, o conhecimento tem sido definido em termos estáticos, eternos, e Hespectador.H conhecimento é, na realidade, em diferente, conforme o pragmático. R dinMmico. *esen"ol"e+se da intera(ão entre um organismo >neste caso, o homem; com seu meio amiente. or%ue o pragmático considerou %ue os seres humanos constantemente es+ tão interagindo com seu meio amiente e adaptando+se a ele, considera %ue todo o conhe+ cimento se!a prático. >$sta aordagem prática tem le"ado muitos a chamar o pragmatismo de anti+intelectual;. ara o pragmático, o método epistemológico apropriado de"e ser achado nas ciências naturais. homem aplica o método cient&fico para ad%uirir conhecimento. >*e"e ser lemrado %ue, para o racionalista, o método epistemológico consistia na ado(ão de um modelo matemático;. pragmático considera hipóteses ou .sistemas de idéias como instrumentos para a!udar o homem a a!ustar+se ao seu meio amiente. racioc&nio do homem é usado da sua maneira mais alta e apropriada na solu(ão dos prolemas da e#istência humana. racioc&nio procura solucionar estes prolemas por tentati"a e erro.
#alia%ão do 7étodo do Pragatiso pragmatismo é uma e#plica(ão prática, em uso, da origem e da !ustificati"a das nossas cren(as. 5ão fa' tentati"a alguma no sentido de astrair o conhecimento do seu conte#to. Além disto, como o empirismo, aceita a proailidade como um re%uisito ade %uado para o conhecimento. Além disto, não corta a epistemologia fora da e#periência. ermite %ue o homem procure na sua e#periência a !ustificati"a das suas cren(as. -esmo assim, há algumas deficiências sérias do pragmatismo. rimeiramente, o pragmatismo en"ol"e o aandono de ases o)etivas para testar cren(as. Tudo é "isto como estando em flu#o constante, e como um meio ao in"és de ser um fim ulterior. resultado é o tipo mais radical de su!eti"ismo e relati"ismo. $m segundo lugar, o pragmatismo tem um conceito por demais restriti"o da _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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nature'a do conhecimento. ara o pragmatista, somente o conhecimento prático é considerado conhecimento "erdadeiro. ?sto significa %ue muita coisa %ue tem sido tradicionalmente considerada parte da epistemologia de"e ser re!eitada ou e#clu&da. pragmatismo reconhece somente a metodologia das ciências naturais como sendo "álida. Vma pessoa pode %uestionar a asoluti'a(ão do método cient&fico até mesmo para as ciências naturais, e há ainda mais moti"os para %uestionar a e#tensão do método para todas as áreas do conhecimento e pes%uisa humanos. pragmatismo prop)e uma teoria da "erdade %ue muitos filósofos consideram falsa. pragmatismo alega %ue a "erdade é definida como sendo a%uilo %ue é útil, %ue funciona, ou %ue tem ons resultados práticos. R poss&"el, no entanto, demonstrar %ue certas declara()es %ue saemos ser falsas por ra')es independentes, são H"erdadeirasH por ra')es pragmáticas. Tem sido argumentado, tamém, %ue se H"erdadeiroH e HútilH são sinnimos, então, depois de a pessoa di'er4 HP é útil,H de"e fa'er sentido di'er4 HP é "erdadeiro.H -as, o"iamente, não fa' sentido8 os termos não são sinnimos. COMO SÃO -USTIFICADAS AS CRENÇAS,
Tradicionalmente >desde latão;, para alguma coisa ser conhecida tinha pelo menos de ser crida por alguém, e tal cren(a tinha de ser "erdadeira. s filósofos, no entanto, reconheceram %ue a cren(a é a "erdade, por si sós, não eram suficientes para o conheci+ mento. Algo mais tinha de ser acrescentado. 5o m&nimo, de"eria ha"er e"idência, ou se!a, apoio ou !ustificati"a para sustentar a cren(a. s epistemologistas modernos falam nisto como sendo a l/gica ou estrutura da !ustificati"a epistemológica. :á uma certa independência entre os conceitos da "erdade, do conhecimento, e da !ustificati"a. A "erdade e a !ustificati"a podem ser "istas como conceitos diferentes nisto4 alguém pode ser !ustificado em acreditar nalguma proposi(ão p, mas p pode ser falsa, na realidade. *e modo semelhante, alguém poderia ser !ustificado em acreditar em p, e mesmo assim, poder&amos negar %ue ele con2ecesse p, "isto %ue p é falso. 5outras pala"ras, a !ustificati"a é uma condi(ão necessária de uma cren(a ser "er&dica e contar como conhecimento, mas não é isoladamente uma condi(ão suficiente. $m termos gerais, há duas lógicas ou estruturas de !ustificati"a epistemológica alternati"as, a fundamenta%#o, e o coerentismo, ou conte+tualismo. _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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# &undaenta%ão
A maioria dos filósofos, até em recentemente, sustenta"a alguma forma de fundamenta(ão, %uer falassem nesses termos acerca do seu procedimento de !ustificati"a epistemológica, %uer não. Definição e Exposição
A fundamenta(ão é o ponto de "ista de %ue há uma estrutura de conhecimento cu!o8 fundamentos, emora sustentem todo o resto, não precisam, por sua "e', de apoio algum. A !ustificati"a epistemológica, portanto, é piramidal. As cren(as ou proposi()es na camada inferior são cridas de modo !ustificá"el sem apelo a %ual%uer outra ra'ão, e, portanto, constituem+se em fundamento para o conhecimento. 7ada cren(a ou proposi(ão nas camadas mais altas é !ustificada na ase das proposi()es ou cren(as em posi()es mais ai#as na pirMmide. A
fundamenta(ão,
portanto,
usualmente
consiste
em
duas
alega()es.
rimeiramente, há cren(as diretamente !ustificadas. $, em segundo lugar, %ual%uer pessoa tem um número suficiente destas cren(as para edificar pirMmides !ustificatórias %ue têm, no ápice, cren(as indiretamente !ustificadas. !ren%as epistemologicamente )ásicas. Tal"e' se!a útil e#aminar mais de perto cada um destes n&"eis. 7ren(as ou proposi()es epistemologicamente ásicas constituem+se na camada inferior da pirMmide da !ustificati"a. A caracter&stica mais importante destas cren(as é %ue sua !ustificati"a n#o é inferida >alguns filósofos até mesmo têm argumentado %ue n#o podem ser inferidas; de %uais%uer outras cren(as ou proposi()es. or esta ra'ão, di'+se %ue sua !ustificati"a é direta, e %ue se constituem em conhecimento direto ou imediato. ' ustificativa indireta ou mediata. Todas as cren(as %ue são apoiadas por cren(as epistemologicamente ásicas são, segundo se di', !ustificadas mediatamente, ou indireta+ mente. conhecimento %ue da& resulta é chamado conhecimento mediato, ou indireto. Agora podemos passar a e#plicar mais claramente como a !ustificati"a mediata é relacionada, conforme se pensa, a>s; cren(a>s; imediatamente !ustificada>s;. A idéia é %ue, _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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emora algumas cren(as tal"e' se!am apoiadas por outras cren(as com !ustificati"a mediada, se descermos suficientemente a pirMmide da !ustificati"a, mais cedo ou mais tarde chegaremos
a
cren(as
diretamente
!ustificadas
>cren(as
ou
proposi()es
epistemologicamente ásicas;. relacionamento entre cren%as mais altas e )ai+as na estrutura da pirmide. $#pli%uemos agora o %ue pretendemos %uando di'emos %ue as cren(as fundamentais apoiam as cren(as mediatas. $stas cren(as epistemologicamente ásicas funcionam de dois modos. Algumas cren(as ásicas ser"em de ra')es logicamente conclusi"as para certas cren(as não+ásicas. A cone#ão é anal&tica e é conhecida a priori. >Alguns filósofos argumentam %ue o relacionamento tamém poderia ser a posteriori;. 0em alegarmos %ue %ual%uer das declara()es %ue se seguem se!a uma cren(a ásica, o relacionamento é análogo ao relacionamento entre a declara(ão4 HTomás é um homem solteiroH e a declara(ão4 HTomás é um homem não casado.H $m segundo lugar, certas cren(as epistemologicamente ásicas >cren(as mais ai#as na pirMmide; podem funcionar como ra')es de um modo muito mais frou#o e menos conclusi"o. Tais ra')es são chamadas ra')es contingentes, logicamente oas, ou prima fade. Todas estas são )oas ra')es para algum conhecimento mediato, mas n#o garantem de modo lógico a%uele conhecimento. Apoio para a Fundamentação
s fundamentacionistas tipicamente citam o argumento de regress#o a fa"or da sua estrutura de !ustificati"a epistêmica. argumento de regressão procura demonstrar %ue as únicas alternati"as / fundamenta(ão são a !ustificati"a circular ou a regressão infinita da !ustificati"a, %ue é igualmente inaceitá"el. Qoltando para a idéia da ár"ore na !ustificati"a, há apenas %uatro términos conce&"eis para cada ramo4 >a;
Termina
numa
cren(a
imediata,
diretamente
!ustificada
>uma
cren(a
epistemologicamente ásica;. >; Termina numa cren(a in!ustificada. >c; A cren(a original ocorre de no"o dentro da corrente da !ustifica(ão, de modo %ue o ramo forme um la(o. >d; ramo continua infinitamente. R poss&"el %ue em %ual%uer determinada ár"ore, um galho assumisse uma forma, _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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ao passo %ue outro galho assumisse outra, ainda diferente. argumento da regressão, no entanto, toma por certo %ue a !ustificati"a e, portanto, o conhecimento apenas é poss&"el se cada galho assumir a forma >a; supra.
r*ticas e O(je%:es A estratégia recente para atacar a fundamenta(ão é alegar ou %ue é um ideal incapa' de ser reali'ado ou %ue em certo sentido é incoerente. 1.
<#o
2á
declara%es
incorrigíveis
&ue
possam
servir
de
proposi%es
epistemologicamente )ásicas para o con2ecimento preceptivo. Para entendermos esta cr&tica, de"emos passar em re"ista um pouco de história da epistemologia. 7onforme dissemos em nossa discussão sore a induitailidade, alguns epistemologistas sustenta"am %ue para %ual%uer alega(ão contar como conhecimento, de"e ser induitá"el ou incorrig&"el. 5o decurso do tempo, foi considerado necessário %ue pelo menos as proposi()es ásicas >fundamentos; fossem incorrig&"eis. Assim seriam garantidos fundamentos infal&"eis para nosso conhecimento. :ume argumenta"a %ue %ual%uer conhecimento do mundo e#terno >o %ue chama"a de matérias de fato; era, em princ&pio, fal&"el. u se!a, sempre seria conce&"el %ue o contrário pudesse ser a "erdade. -as mesmo depois de :ume, alguns epistemologistas procura"am fundamentos infal&"eis. AUer, por e#emplo, os procura"a nos dados dos sentidos, e :usseri, numa análise da estrutura da consciência. A maioria dos epistemologistas não ficaram con"ictos, no entanto, pelas tentati"as de AUer e de :usseri, pois argumenta"am %ue os candidatos para serem proposi()es ásicas infal&"eis acerca do mundo e#terno ou não eram conhecimento de modo algum, ou não eram incorrig&"eis. A resposta a esta cr&tica tem sido de dois tipos. rimeiramente, podemos continuar a sustentar %ue e#istem proposi()es ásicas suficientes para edificar uma epistemologia compreensi"a. 5este caso, estar&amos re!eitando a cr&tica de :ume. $m segundo lugar, poder&amos aceitar a análise de :ume e tomar por certo %ue não é necessário %ue todas Has proposi()es epistemologicamente ásicas se!am incorrig&"eis. s filósofos sustentam, caracteristicamente, %ue algumas cren(as ásicas são incorrig&"eis >e. g., a matemática e a lógica; e %ue algumas não o são >e. g., o mundo e#terno;. *estarte, o fundamentacionista contemporMneo Eohn ollocS di"ide proposi()es epistemologicamente ásicas entre as %ue são incorrig&"eis e as %ue são prima fade !ustificadas >estas não são incorrig&"eis;. utros _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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filósofos chamam esta classe de intrinsecamente aceitá"eis ou cr&"eis. or e#emplo, come(amos com a con!ectura da "eracidade de uma cren(a. 5a ausência de %ual%uer ra'ão para re!eitar esta cren(a %ue é !ustificada prima fade, estamos !ustificados em crer nela. ?sto não %uer di'er %ue semelhante cren(a não poderia esta errada nem não será re"isada. A aceita(ão de cren(as !ustificadas prima fade é simplesmente um reconhecimento de %ue >1; a !ustificati"a de"e realmente parar nalgum lugar e >2; nem todo o conhecimento é incapa' de fundamentos incorrig&"eis. ollocS chama de derrotadora %ual%uer cren(a %ue funciona como uma ra'ão para re!eitar uma cren(a !ustificada prima fade, por%ue demonstra %ue a cren(a está errada. As duas respostas dos fundamentacionistas afirmam %ue pelo menos algum conhecimento apoia+se em fundamentos induitá"eis. 2. 5ão há cren(as diretamente !ustificadas %ue possam ser"ir como proposi()es ou cren(as epistemologicamente ásicas. A segunda o!e(ão tem uma semelhan(a / primeira, mas é um ata%ue mais sério contra a fundamenta(ão;. emora esta não fosse a única maneira de defender a fundamenta(ão;. *o outro lado, esta segunda cr&tica "isa diretamente uma das alega()es centrais, de %ue há proposi()es imediata ou diretamente !ustificadas. A o!e(ão é do seguinte tipo. 6ual%uer alega(ão espontMnea, se!a oser"acional, se!a introspecti"a >e.g., HAparece a mim, de modo "ermelhoH;, não le"a consigo %uase nenhuma suposi(ão da "erdade, %uando consideramos a alega(ão por si mesma. Vsualmente aceitamos as alega()es como sendo "er&dicas, por causa de nossa confian(a num grupo inteiro de suposi()es do meio amiente situacional. 5estas suposi()es estão inclu&das a fidedignidade do oser"ador, as condi()es segundo as %uais as oser"a()es foram feitas, e o tipo de o!etos acerca dos %uais as alega()es foram feitas. ainda %ue não se!a conscientemente;, a inferência a partir destas condi()es. ogo, não há cren(as ou proposi()es diretamente !ustificadas. $sta o!e(ão parece ser incorreta por "ários moti"os. Ainda %ue fosse "er&dica, atacaria somente o conhecimento do mundo e#terno. $mora esta se!a reconhecidamente uma parte importante do nosso conhecimento, há outros tipos de fundamentacionistas. -ais delieradamente, Filliam A?ston argumentou %ue esta o!e(ão contém uma confusão. A?ston di' %ue, segundo parece, confirma a alega(ão de %ue não há cren(as diretamente !ustifica+ _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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das, mas, na realidade, não fa' assim. Ao e#aminá+la de perto "emos %ue a cr&tica não está dirigida contra o oser"ador %ue fa' uma alega(ão introspecti"a ou oser"acional, mas, sim, contra nós por aceitarmos sua alega(ão. u se!a4 há uma mudan(a sutil da perspecti"a na primeira pessoa para a terceira pessoa. Tudo %uanto nossa segunda o!e(ão mostra é %ue ter&amos moti"os diferentes para aceitarmos as alega()es do oser"ador do %ue ter&amos para fa'ermos nós mesmos tais alega()es. Vm oser"ador em poderia ser diretamente !us+ tificado em aceitar uma cren(a, ao passo %ue nós, na melhor das hipóteses, ser&amos mediatamente !ustificados em acreditarmos na%uela alega(ão. 3. ' fundamenta%#o, afinal, leva ou a uma regress#o infinita, ou ao dogmatismo, Além disto, os oponentes argumentam %ue a fundamenta(ão será culpada de uma regressão infinita de !ustifica()es se di'emos %ue precisamos saer as ases em %ue nossas proposi()es são !ustificadas. 0empre, pois, será poss&"el e#igir %ue tenhamos ases para conhecer as ases, e assim por diante. *o outro lado, se não é necessário saer as ases sore as %uais nossas proposi()es ásicas estão !ustificadas, então acaamos ficando com o dogmatismo. dogmatista simplesmente asse"era + sem a possiilidade de ra')es !ustificantes W %ue os fundamentos >i.é., as proposi()es epistemologicamente ásicas; são !ustificados. :á, no entanto, duas respostas a esta o!e(ão. A primeira é alegar %ue há cren(as ou proposi()es auto+autenticantes ou auto+!ustificantes %ue se constituem nos fundamentos do conhecimento. Vma segunda resposta é sugerida por Filliam A?ston, e Eohn ollocS dá um ind&cio dela. A?ston distingue entre dois tipos de fundamenta(ão, a fundamenta(ão iterativa e a fundamenta(ão simples. A?ston re!eita a fundamenta(ão iterati"a >repeticiosa; por%ue ela pode realmente le"ar / regressão infinita, conforme a o!e(ão feita. *o outro lado, argumenta %ue a fundamenta(ão simples escapa / acusa(ão de uma regressão infinita sem cair na armadilha do dogmatismo. $"ita a regressão infinita ao fundamentar o conhecimento em proposi()es ásicas imediatamente !ustificadas, sem e#igir %ue saiamos %ue estas cren(as fundamentais são !ustificadas. A ase lógica para dar semelhante passo é %ue a !us+ tificati"a de"e parar algum lugar. A?ston asse"era %ue a acusa(ão de dogmatismo pode ser e"itada, tamém. 5a maioria dos casos, nossas cren(as ásicas não são desafiadas, nem por alguma outra cren(a, nem pela o!e(ão doutra pessoa. ogo, usualmente a %uestão do dogmatismo ou da aritrariedade não "em ao caso. arece %ue ollocS concorda, %uando chama algumas proposi()es epistemologicamente ásicas de !ustificadas prima fade. Vma _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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cren(a é !ustificada até %ue se!a compro"ada in!ustificada. -as, e se 2á algum desafio contra uma cren(a ásica 7omo poderemos e"itar o dogmatismo em tal caso A?ston responde %ue, emora se!a "erdade %ue os fundamentacionistas simples re%uerem %ue algumas cren(as se!am imediatamente !ustificadas, o conceito reconhece %ue todas as cren(as re%uerem alguma !ustificati"a mediata. ara as cren(as fundamentais, esta !ustificati"a mediata será algum princ&pio epistemológico "álido %ue define as condi()es para a !ustificati"a, mas não inclui a asse"era(ão doutras cren(as !ustificadas. %ue crê será imediatamente !ustificado em manter a%uela cren(a por%ue pensa %ue a%uele princ&pio é "álido, e a cren(a em ep&grafe en%uadra+se na%uele princ&pio. 0uponhamos, por e#emplo, %ue cremos ser um princ&pio epistemológico "álido %ue as aparências numa ilumina(ão normal, perceidas por um oser"ador fidedigno, são geralmente corretamente relatadas. $ntão, seremos imediatamente !ustificados em crer %ue "emos uma cor "ermelha se a ilumina(ão for oa e nós formos ons oser"adores. argumento de A?ston é este W as ra')es %ue temos para aceitar cren(as imediatamente !ustificadas são necessariamente diferentes da%ueles %ue temos para aceitar cren(as mediatamente !ustificadas. A?ston chama as ra')es dadas para as cren(as imediatamente !ustificadas de Hmeta+ra')esH8 têm a "er com as ra')es para considerar uma cren(a !ustificada. *esta maneira, a acusa(ão de dogmatismo é e"itada. utra maneira poss&"el de responder / acusa(ão de dogmatismo, %ue nos le"a muito perto da primeira resposta, é simplesmente indicar %ue a premissa>s; ustificadaH auto- !ustificante por%ue sua "eracidade é e"idente em si mesma. $ sua "eracidade é e"idente em si mesma por%ue, %uando alguém e#aminar o significado do predicado, descore %ue é o mesmo significado do su!eito. utros alegam %ue algumas premissas são auto+!ustificantes, por%ue não podem ser negadas sem contradi(ão ou inconsistência. . As cren%as fundamentais ou epistemologicamente )ásicas n#o se constituem em ra"es logicamente necessárias para crer em proposi%es num nível superior. $sta o!e(ão é muito semelhante / nossa primeira cr&tica, %ue alega"a %ue não há cren(as ásicas incor+ rig&"eis ou epistemologicamente incorrig&"eis. A%ui, o argumento é %ue as cren(as epistemo+ logicamente ásicas, ou as cren(as mais ai#as na estrutura, não se constituem em ra')es logicamente conclusi"as para sustentar cren(as mais altas na pirMmide. 5outras pala"ras, não garantem a "erdade das cren(as num n&"el mais alto. A resposta a esta cr&tica pode adotar uma de duas aordagens. rimeiramente, podemos atacar a cr&tica diretamente ao alegar %ue a o!e(ão é falsa. *e modo geral, o _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
GL
prolema centrali'a+se no nosso conhecimento acerca do mundo e#terno. or e#emplo, argumenta+se %ue a cren(a de %ue parece %ue "emos uma casa não é uma ra'ão logicamente conclusi"a para alegar %ue há uma casa. odemos estar errados acerca da sensa(ão %ue pensamos %ue estamos tendo. ode+se responder, no entanto, %ue há ra')es logicamente conclusi"as mais para ai#o na estrutura. Vma segunda resposta é aceitar a alega(ão de %ue nem todas as ra')es %ue se constituem em !ustificati"a mediata são logicamente conclusi"as, mas, ao mesmo tempo, asse"erar %ue ra')es logicamente conclusi"as não são necessárias em todos os casos. Alguém poderia alegar %ue tudo %uanto é necessário é %ue as ra')es se!am )oas ra')es. $#igir %ue toda a !ustificati"a se!a logicamente conclusi"a é re%uerer %ue todos os nossos conhecimentos se!am induitá"eis. 9. <#o 2á suficientes cren%as ou proposi%es epistemologicamente )ásicas ou imediatamente ustificadas para uma epistemologia compreensiva. As cr&ticas discutidas até esta altura podem ser respondidas fa"ora"elmente ao fundamentacionista, especialmente se nos dispusermos a adotar a posi(ão mais moderada. $stas últimas duas o!e()es, no entanto, são menos decisi"as a fa"or ou da fundamenta(ão ou dos seus oponentes. A maneira segundo a %ual a pessoa !ulga a e#atidão e a se"eridade destas cr&ticas determinará se ela é uma fundamentacionista ou uma coerentista. A posi(ão pode ser resumida da seguinte maneira. A estrutura defendida pelo fundamentacionista pode ser sustentá"el. A fundamenta(ão simples pode e"itar tanto a regressão infinita %uanto o dogmatismo. ode ha"er cren(as imediatamente !ustificadas, e cren(as numa posi(ão mais ai#a na estrutura epistêmica %ue possam ser"ir de ra')es para cren(as mais altas na estrutura. -as é argumentado %ue não há cren(as epistemologicamente ásicas ou imediatamente !ustificadas para ser"ir de fundamento para todos os tipos do conhecimento. *estarte, alega+se, a fundamenta(ão fracassa como estrutura compreensi"a para a !ustificati"a epistemológica. ara !ulgar esta cr&tica, ter&amos de formular uma epistemologia para cada área do conhecimento >e.g., a matemática, a lógica, a ciência natural, a história, etc.; segundo um modelo fundamental e a"aliar sua eficácia. 0emelhante tarefa ultrapassa as limita()es de espa(o deste cap&tulo. -esmo assim, Eohn ollocS fe' esta tentati"a no seu li"ro CnoEledge and ?ustifícation. R seu argumento %ue fundamentos suficientes podem ser achados. @. ' so)recarga de teorias torna impossíveis as proposi%es )ásicas. $sta cr&tica rota, em grande medida, das idéias dos filósofos da ciência tais como Thomas uhn e aul _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
G1
DeUeraend. Argumentaram %ue nada e#iste como a pura e#periência ou o puro fato contra os %uais tal"e' tenhamos %ue testar nossas cren(as para "er se são !ustificadas ou "er&+ dicas. elo contrário, é a teoria >um %uadro do mundo; %ue opera em todos os n&"eis da e#periência. $stes filósofos argumentaram %ue a teoria determina a%uilo %ue será considerado um fato8 teorias alternati"as acerca do mundo produ'irão fatos diferentes. A aplica(ão desta tese / fundamenta(ão é a seguinte. A fundamenta(ão re&uer %ue ha!a proposi()es ásicas %ue são diretamente !ustificadas. 5o entanto, se for "erdade a so+ recarga de idéias, então parecerá %ue todas as nossas cren(as são afetadas pela teoria. *a&, a distin(ão entre os n&"eis inferiores e superiores da pirMmide desmorona.
O RELACIONAMENTO ENTRE A FÉ E A RAÃO
Vma das %uest)es mais ásicas %ue confrontam o cristão na filosofia é como relacionar a fé com a ra'ão. 6ue papel tem a re"ela(ão em determinar a "erdade filosófica, se é %ue tem algum papel ?n"ersamente, %ue papel, se ti"er algum, a ra'ão desempenha em determinar a "erdade di"ina $stas não são perguntas fáceis, e os cristãos têm respondido a elas de maneiras diferentes. Antes de ser poss&"el entender estes pontos de "ista, os termos revela%#o e ra"#o de ser definidos. A Hre"ela(ãoH é um des"endamento sorenatural por *eus de "erdades e não poderiam ser descoertas pelos poderes da ra'ão humana, sem a!uda. A Hra'ãoH é a cidade natural da mente humana descorir a "erdade. As solu()es / %uestão de %ual método é uma fonte fidedigna da "erdade são di"is&"eis em cinco categorias ásicas8 >1; a re"ela(ão somente8 >2; a ra'ão somente8 >3; a re"ela(ão sore a ra'ão8 >; a ra'ão sore a re"ela(ão8 e >9; a re"ela(ão e a ra'ão.
# 4eela%ão /oente Alguns filósofos têm alegado %ue somente a re"ela(ão pode ser considerada uma _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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fonte leg&tima do conhecimento do homem. Tais pensadores re"elam uma desconfian(a na ra'ão nana como uma a"enida / "erdade.
/;ren 1I13+1I99;, o pai do e#istencialismo moderno, a mente humana é totalmente incapa' de descorir %ual%uer "erdade di"ina. :á "arias ra')es para a incapacidade da ra'ão humana. estado caído do 2omem - O homem está alienado, pelo pecado, de um *eus santo. o t&tulo de uma das suas oras;. A própria nature'a do pecado do homem torna imposs&"el para ele conhecer a "erdade acerca de um *eus pessoal, "isto ser este o próprio *eus a %uem está apai#onadamente desconsiderando ou re!eitando. ' transcendência de Deus. homem não pode conhecer %ual%uer "erdade acerca de *eus por%ue *eus é HTotalmente utro.H *eus não somente é uma ofensa / "ontade do homem, como tamém $le é um Hparado#oH / ra'ão do homem. $mora ierSegaard não alegue %ue o próprio *eus é asurdo ou irracional, mesmo assim, *eus é supra+racional8 a "erdade de *eus é parado#al ou parece contraditória a nós. or%ue *eus transcende totalmente a ra'ão, ou está HalémH dela, não há !eito da ra'ão ir além de si mesma para *eus.
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um amante %ue insiste em compro"ar a e#istência da sua amada a outras pessoas en%uanto a pessoa amada está presente. -arcos 1L4 21;. 's evidências 2ist/ricas n#o audam. ierSegaard perguntou4 A felicidade eterna pode ser aseada em e"entos históricos 0ua resposta era um HnãoOH enfático e ressoante. eterno nunca pode ser aseado no temporal. melhor %ue o histórico pode fornecer é a proailidade W mas o crente precisa da certe"a antes de poder fa'er o %ue aul Tillich chama"a Huma entrega definiti"a ao ulterior.H 0omente pela fé no Transcendente é %ue a pessoa pode transcender a proailidade humana e histórica e encontrar a *eus. 7omo cristão, ierSegaard acredita"a %ue *eus entrou no tempo em 7risto. Acredita"a, tamém, %ue os e"entos da "ida de 7risto eram históricos, inclusi"e 0eu nascimento "irginal, 0ua crucifica(ão, e 0ua ressurrei(ão corpórea. -esmo assim, ierSegaard acredita"a %ue não ha"ia meio algum de ter asoluta certe'a %ue estes e"entos realmente ocorreram. Além disto, ierSegaard acredita"a %ue a historicidade destes e"entos não era nem %uer importante. fato significante não é a 2istoricidade de 7risto >em tempos passados; mas, sim, a contemporaneidade de 7risto >no presente; dentro do crente, pela fé. $scre"eu4 ]0e a gera(ão contemporMnea não ti"esse dei#ado nada de si para a pró#ima, senão estas pala"ras4 HTemos crido %ue em tal ano *eus apareceu entre nós na figura humilde de um ser"o, %ue "i"eu e ensinou em nossa comunidade, e finalmente morreu,H seria mais do %ue suficiente.Y
Vm dos teólogos mais famosos da ?gre!a 7ristã contemporMnea é ar? Carth. 7omo ierSegaard, Carth argumenta"a %ue *eus é HTotalmente utroH e %ue pode ser conhecido somente atra"és da re"ela(ão di"ina. ' necessidade da revela%#o so)renatural. Carth, tamém, acredita"a %ue o homem ca&do é incapa' de conhecer um *eus transcendentemente santo. Carth sustenta"a %ue todas as tentati"as de se chegar a *eus mediante a ra'ão eram fúteis. R por isso %ue Carth se sentia confortá"el ao escre"er uma introdu(ão a um li"ro escrito pelo ateu udBig _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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Deuerach >1IL+1IG2;, %ue argumenta"a %ue *eus não é nada mais %ue uma pro!e(ão da imagina(ão humana. Carth, no entanto, sustenta"a %ue a%uilo %ue o homem não pode fa'er Hde ai#o para cimaH mediante a ra'ão, *eus fe' Hde cima para ai#oH mediante a re"ela(ão sorenatural. ara Carth, a C&lia é a localidade da re"ela(ão de *eus. R o instrumento atra"és do %ual *eus fala. *e si só, a C&lia é apenas o registro preposicional da re"ela(ão pessoal de *eus ao 0eu po"o, mas a C&lia fica sendo a ala"ra de *eus para nós / medida em %ue *eus fala atra"és das suas pala"ras humanas. 6n#o6 de >art2 0 revela%#o natural. *eus não nos fala atra"és da nature'a, por%ue o homem está ca&do e, portanto, oscureceu e distorceu completamente a re"ela(ão de *eus na nature'a. Até mesmo a Himagem de *eusH no homem não é um Hponto de contatoH mas, sim, um ponto de conflito entre *eus e o homem. Carth era enfático no sentido de a mente humana não ter capacidade alguma para conhecer a *eus. 5a realidade, Carth respondeu / pergunta de se o homem por"entura tem a capacidade para receer a re"ela(ão sorenatural de *eus, com um li"ro chamado
# 4azão /oente *o outro lado do espectro da fé e da ra'ão há os racionalistas, %ue alegam %ue toda a "erdade pode ser descoerta pela ra'ão humana. 5a realidade, alguns "ão ao ponto de alegar %ue nada é "erdadeiramente conhecido, de modo algum, pela re"ela(ão. utros concedem alguma posi(ão / re"ela(ão, mas fa'em da ra'ão o teste suficiente e final da%uilo %ue é, e da%uilo %ue não é "erdadeiro na re"ela(ão alegadamente sorenatural.
,anuel teorética; a fim de Hcriar um lugar para a fé.H ' ra"#o e+ige &ue vivamos 6como se e+istisse um Deus.6 A despeito do fato de %ue não podemos saer >mediante a ra'ão especulati"a; se *eus e#iste, de"emos "i"er como se _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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hou"esse um *eus, por%ue nossa ra'ão prática >moral; assim e#ige. u se!a4 a ra'ão e#ige %ue postulemos a e#istência de *eus a fim de %ue o nosso de"er moral nesta "ida fa(a sentido. A não ser, pois, %ue "i"amos como se *eus e#istisse, não há maneira de cumprir o mandamento no sentido de galgar o em supremo. ' ra"#o e+ige &ue vivamos 6como se os miagres n#o ocorressem. 6 A essência da%uilo a %ue ant reali'ou, no entanto, é retratada no t&tulo do seu li"ro, A prática somente.H 0ustenta"a, por e#emplo, %ue a ra'ão e#ige %ue aramos mão da cren(a na ressurrei(ão de 7risto e, de fato, em %ual%uer ensinamento &lico contrário a esta Hra'ão.H A respeito desta aordagem racional, ant reconheceu %ue Hfre%Jentemente esta interpreta(ão pode, / lu' do te#to `da re"ela(ão, parecer for(ada + tal"e' muitas "e'es realmente se!a for(ada.H 6uanto a %ual%uer milagre &lico, ant insistiu %ue se o milagre Hdiretamente contradi' a moralidade, não pode, a despeito de todas as aparências, ser da parte de *eus >por e#emplo, %uando um pai é ordenado a matar seu filho `como no caso de Araão em =ênesis 22;.H
enedito /pinoza Vm e#emplo ainda mais radical do conceito da Hra'ão somenteH é o filósofo !udeu, 0pino'a. Acredita"a %ue a totalidade da "erdade é conhecida somente por meio de a#iomas e"identes em si mesmos. 6ual%uer coisa contrária a estes a#iomas, ou %ue não pode ser redu'ida a eles, de"e ser re!eitada como irracional + %uer este!a na C&lia, %uer não. racionalismo geomtrico. 7ome(ando com o %ue 0pino'a considera"a os a#iomas irredut&"eis do pensamento humano, Hdedu'iuH todas as "erdades necessárias acerca de Leus, do homem, e o mundo. rimeiramente, segundo 0pino'a, é racionalmente necessário concluir %ue há apenas uma HsustMnciaH no uni"erso, da %ual todas as coisas, inclusi"e todos os homens, são meros modos ou momentos >trata+se claramente de um tipo de pante&smo;. 0emelhantemente, o HmalH é apenas uma ilusão do momento particular. uni"erso como um todo é om, assim como um mosaico como um todo é elo, a despeito da aparente feiura de uma pe(a indi"idual. _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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0pino'a não confia"a nas percep()es dos sentidos8 não são, disse ele, a fonte da "erdade. A "erdade reside somente em idéias mais precisamente, na ?déia perfeita. A "erdade é conhecida apenas pela intui(ão racional. racionalismo anti-so)renatural. oucos escritores no mundo moderno eram mais militantemente anti+sorenaturalistas do %ue 0pino'a. Aplicando seu racionalismo / C&lia, 0pino'a concluiu %ue -oisés não escre"eu os primeiros cinco li"ros do Antigo Testamento nem os receeu em re"ela(ão da parte de *eus. 7onsidera"a HirracionalH acreditar nos milagres registrados na C&lia, ou em %ual%uer milagre %ue fosse. *isse4 Hodemos, portanto, ter asoluta certe'a de %ue todo e"ento %ue é corretamente descrito na $scritura necessariamente aconteceu, como tudo o mais, de acordo com leis naturais.H
0pino'a tinha certe'a de %ue Ho curso da nature'a é fi#o e imutá"el.H 5ão aceita"a meios+termos na sua insistência de %ue Hum milagre, se!a uma contra"en(ão / nature'a, ou além da nature'a, é coisa meramente asurda.H ?sto significa, naturalmente, %ue 0pino'a insistiria em %ue os relatos da ressurrei(ão nos $"angelhos se!am re!eitados. $m resumo4 %ual%uer parte da re"ela(ão &lica %ue não esta"a de acordo com o racionalismo naturalis ta de 0pino'a tinha de ser considerada não+autêntica.
# 4azão /o(re a 4eela%ão :á outros cu!a ênfase sore a ra'ão não é de modo algum tão radical como a de 0pino'a. 0eu conceito da ra'ão e da re"ela(ão poderia ser definido mais apropriadamente como sendo ra'ão so)re a re"ela(ão. $ste ponto de "ista é atriu&do a alguns dos ais cristãos primiti"os, tais como Eustino -ártir e 7lemente dá Ale#andria.
Os Pais #le9andrinos Eustino -ártir acredita"a na re"ela(ão di"ina, mas, além da C&lia, sustenta"a %ue Ha ra'ão está implantada em todas as ra(as humanas.H 7om isto em mente, sustenta"a %ue a%ueles entre os gregos antigos %ue H"i"eram racionalmente são cristãos, ainda %ue tenham sido considerados ateus.H $sta categoria inclu&a homens tais como :eráclito e 0ócrates. 7lemente da Ale#andria elogia"a ainda mais a ra'ão humana. 5uma passagem _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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famosa na sua ora Stromata escre"eu4 HAntes do ad"ento do 0enhor, a filosofia era necessária para os gregos para a !usti(a.H A filosofia, pois, Hera um pedagogo para tra'er \a mente helênica\ como a lei, os hereus, \para 7risto.\ H 5ão somente 7lemente e#alta"a a ra'ão humana, como tamém, /s "e'es até mesmo a identifica"a com a re"ela(ão di"ina. Acredita"a %ue latão falara Hmediante a inspira(ão de *eus.H 5ão hesita"a em reinterpretar a re"ela(ão di"ina / lu' do seu próprio tipo platnico de raciocinar. *esta maneira, estes filósofos cristãos primiti"os armaram o palco para racionalistas cristãos posteriores, até mesmo modernos, %ue e#altaram a ra'ão sore a re"ela(ão di"ina.
# #lta r*tica 7oderna Tal"e' o melhor e#emplo da%ueles %ue sustentam o conceito da Hra'ão sore a re"ela(ãoH são os %ue são chamados HlieraisH ou Hadeptos da alta cr&tica.H *e modo geral, trata+se de um mo"imento teológico %ue rotou do pensamento europeu dos séculos PQ?? e PQ???. Doi influenciado por 0pino'a, ant, e :egel, %ue conclu&ram mediante a ra'ão humana %ue partes da C&lia, ou a totalidade, não são uma re"ela(ão da parte de *eus. Tais cr&ticos têm inclu&do homens tais como Eean Astruc >1@I+1G@@; e Eulius Fe?lhausen >1I 1N1I;. $m contraste com o conceito histórico e ortodo#o %ue a C&lia é a ala"ra de *eus, os lierais acreditam %ue a C&lia meramente contm a ala"ra de *eus. 6uando aplicam os cMnones da ra'ão humana ou da erudi(ão moderna / C&lia, sentem %ue algumas partes dela são Hcontraditórias,H e %ue outras simplesmente são mitos ou fáulas. Algumas histórias do Antigo Testamento são re!eitadas por estes cr&ticos por%ue os e"entos pareciam Himorais.H utro grupo de homens %ue e#alta"a a ra'ão acima da re"ela(ão foram os de&stas dos séculos PQ?? e PQ???. :omens tais como :erert de 7herurU >19I3+1@I;, 7harles Count >1@9+1@N3;, e Eohn Toland >1@GL+1G22; minimi'a"am ou nega"am os elementos sorenaturais da C&lia. 5o n&"el mais popular ha"ia o norte+americano, Thomas aine >1G3G+1ILN;, %ue no seu li"ro famoso, 2e 'ge of Geason, fe' um ata%ue amargo contra numerosas passagens da $scritura %ue, segundo lhe parecia, contradi'iam a ra'ão humana. $ Thomas Eefferson literalmente cortou os milagres dos %uatro $"angelhos e colou os remanescentes dessorenaturali'ados num li"ro para recortes. Doi pulicado mais tarde como ' >í)lia de ?efferson. Termina assim4 HAli dei#aram Eesus, rolaram uma grande pedra para a porta da sepultura, e partiram.H restante da história W a ressurrei(ão de 7risto W é _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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um milagre %ue não pode, pensa"a Eefferson, ser aceito pela sã ra'ão. Tanto o alto cr&tico %uanto o *e&sta, portanto, colocam a ra'ão acima da re"ela(ão. $stes pensadores determinam por conta própria %uais partes de uma alegada re"ela(ão realmente não são re"ela()es de modo algum. $sta atitude ainda é sustentada ho!e por teólogos, especialmente a%ueles %ue negam %ue a C&lia se!a totalmente "erdadeira em tudo %uanto afirma. 6ual%uer coisa na C&lia + se!a o mandamento de *eus aos israelitas no sentido de matarem os cananitas ou o ensino de aulo acerca do papel das mulheres W %ue não este!a de acordo com os HcMnones aceitá"eis da ra'ão humanaH é re!eitada por eles.
# 4eela%ão #cia da 4azão $m oposi(ão /%ueles semi+racionalistas %ue e#altam a ra'ão sore a re"ela(ão, há a%ueles fortes re"elacionistas %ue e#altam a re"ela(ão acima da ra'ão. 5esta última categoria há homens como o ai da igre!a primiti"a, Tertuliano e 7ornelius Qan Til.
"ertuliano Tertuliano /s "e'es é estereotipado como um proponente da Hre"ela(ão somente.H $sta classifica(ão é aseada na declara(ão isolada4 H7reio por%ue é asurdo.H 5a realidade, Tertuliano nunca empregou a pala"ra latina a)surdum. Ao in"és disto, emprega"a a pala"ra ineptum, %ue não suentende a contradi(ão mas, sim, simplesmente Hestult&cia.H ro"a"elmente não esta"a alegando mais do %ue aulo alegou em ? 7or&ntios 1, %ue o e"angelho parece Hestult&ciaH ao descrente. 5outras ocasi)es, Tertuliano fala"a da necessidade de empregar Ha regra da ra'ão.H Dala"a, tamém, contra a%ueles %ue esta"am Hsatisfeitos por terem simplesmente crido, sem um completo e#ame das ases das tradi()esH %ue acredita"am. R "erdade, mesmo assim, %ue Tertuliano e#alta"a a re"ela(ão acima da ra'ão humana. $m certa passagem famosa e#clamou4 H %ue mesmo tem Atenas a "er com Eerusalém 6ue concordMncia há entre a academia e a igre!aH "iamente, os filósofos não eram e#altados por Tertuliano. $ste declarou4 ?nfeli' AristótelesO %ue in"entou para estes homens a dialética, a arte de edificar e de demolir8 uma arte tão e"asi"a nas suas proposi()es, tão for(ada nas suas con!eturas, tão áspera nos seus argumentos, tão produtora de contendas... retraindo tudo e realmente não tratando de nadaO _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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5o %ue di' respeito / opinião de Tertuliano, os filósofos eram Ha%ueles patriarcas de toda a heresia.H Tertuliano não somente considera"a a filosofia inútil, mas tamém sustenta"a %ue não é de modo algum essencial ao crente. A re"ela(ão é tudo %uanto realmente conta. *isse, de fato4 Hde"e tanto mais ser crida se seu aspecto mara"ilhoso se!a a ra'ão por%ue n#o é crida.H crente raciocina acerca da re"ela(ão, mas nunca contra ela. A re"ela(ão fica acima da ra'ão8 a ra'ão não fica acima da re"ela(ão. Tertuliano, diferentemente de ant, não acredita"a na Hre"ela(ão dentro dos limites da ra'ãoH mas, sim, na Hra'ão dentro dos limites da re"ela(ão.H
ornelius an "il Tal"e' o melhor e#emplo entre os pensadores e"angélicos contemporMneos dalguém %ue e#alta a re"ela(ão sore a ra'ão se!a o teólogo e apologista reformado, 7ornelius Qan Til >nasc. 1IN9;. 0eu conceito é fre%Jentemente chamado pressuposicionalismo por%ue ressalta fortemente a necessidade de HpressuporH a "eracidade da re"ela(ão a fim da ra'ão poder funcionar. ois se não e#istisse *eus W o *eus cristão W %ue criou e sustentou as próprias leis e processos da ra'ão, então o próprio pensar seria imposs&"el. A ra'ão, para Qan Til, é radical e realmente dependente da re"ela(ão. pro)lema com o racionalismo crist#o. 7onforme Qan Til, a dificuldade com outros conceitos cristãos da fé e da ra'ão é %ue e#altam a ra'ão acima de *eus. Dundamentam *eus na ra'ão, ao in"és de reconhecerem a "erdade de %ue a ra'ão é aseada em *eus. A e#istência do *eus soerano do cristianismo é a suposi(ão mais ásica num sistema cristão de filosofia. *eus é o criador da ra'ão humana. ogo, toda a ra'ão de"e ser 0eu humilde ser"o, não 0eu mestre. A ra'ão é su!eita ao !ulgamento de *eus, mas nunca pode colocar+se como !ui' de *eus. A re"ela(ão de *eus, portanto, sempre estará acima da ra'ão do homem, nunca o in"erso. Deus n#o está sueito 0s leis da l/gica. conceito sustentado por muitos cristãos de %ue *eus está su!eito / lei da não+contradi(ão é re!eitado por Qan Til. A lógica se aplica somente /%uilo %ue é criado, não ao 7riador. *eus é soerano sore tudo W até mesmo sore as leis do pensamento. 7onforme Qan Til, o cristão nunca de"e capitular a transcendência de *eus a %ual%uer coisa, até mesmo /s regras mais fundamentais do _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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racioc&nio humano. emprego apropriado da ra"#o 2umana. 0e de"emos pressupor a "eracidade da re"ela(ão e sustentar %ue a lei da não+contradi(ão não se aplica a *eus, como Qan Til escapa / posi(ão da Hre"ela(ão somenteH 6ue regra e#iste para a ra'ão no seu relacionamento com a re"ela(ão di"ina Qan Til alega %ue a re"ela(ão de *eus não é *eus. Qisto %ue *eus transcende 0ua re"ela(ão, não é inconsistente sustentar %ue a lógica se aplica / re"ela(ão mas não ao próprio *eus. Além disto, Qan Til emprega a ra'ão como uma ser"a da re"ela(ão e até, citando o t&tulo de um dos seus li"ros, H5a *efesa da Dé.H 5um resumo sucinto da sua posi(ão, chamado H-" 7redoH, Qan Til argumenta"a %ue outros pensadores cristãos não eram suficientemente racionais. u se!a4 não le"a"am a ra'ão suficientemente longe. *eclarou4 H método tradicional... compromete o próprio *eus ao sustentar %ue a e#istência é somente \poss&"el\ emora se!a \altamente pro"á"el,\ ao in"és de ser ontologicamente e \racionalmente\ necessária.H Tendo isto em "ista, muitos seguidores de Qan Til "êem seu sistema como sendo um tipo de argumento transcendental %ue sustenta %ue é asolutamente necessário pressu+ por a re"ela(ão di"ina na C&lia antes da pessoa, consistentemente, pensar, comunicar+se, praticar a ciência, ou "er %ual%uer sentido na "ida ou no mundo em %ue "i"e.
# 4eela%ão e a 4azão A última categoria consiste na%ueles cristãos %ue acreditam %ue há um interrelacionamento entre a re"ela(ão e a ra'ão. *ois grandes pensadores estão dentro desta tradi(ão4 Agostinho e A%uino. A diferen(a entre eles é, em grande medida, uma %uestão de ênfase.
/anto #gostin>o Agostinho >39+3L; "eio ao cristianismo de uma tradi(ão de filosofia platnica, ao passo %ue A%uino escre"ia numa tradi(ão aristoteliana. s dois homens, no entanto, _________________________________________________________________________________________ ESUTES – Escola Superior de Teologia do Espírito Santo
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acre ac redi dita ta"a "am m na in in!u !un( n(ão ão C& C&l lic ica a >d >da a 0e 0ept ptua uagi gint nta, a, ?s ?sai aias as G4 G4N; N;,, H0 H0e e nã não o cr crer erde des, s, nã não o entendereis.H relacionamento ásico da ra'ão e da re"ela(ão é %ue o cristão pensati"o procura tornar o cr&"el intelig&"el. rocura raciocinar acerca da sua re"ela(ão, e dentro dela. :á até um sentido em %ue a pessoa pode raciocinar a fa"or da re"ela(ão, mas nunca contra ela. ' f o camin2o do entendimento. entendimento. 5as 5as pala"ras de Agostinho, Ha fé é o caminho do entendimento.H 0em ter fé primeiramente, a pessoa nunca "iria a um pleno entendimento da "erdade de *eus. A fé inicia a pessoa no conhecimento. 5este sentido, Agostinho acredita"a plenamente %ue a fé na re"ela(ão de *eus é pré"ia / ra'ão humana. *o outro lado, Agostinho tamém sustenta"a %ue ninguém em tempo algum acredita nalguma coisa antes de ter alguma compreensão da%uilo em %ue de"e crer. 5a realidade, Agostinho asse"erou %ue ninguém de"eria acreditar numa re"ela(ão %ue não ti"er primeiramente !ulgado digna de cren(a / lu' l u' da oa ra'ão. *isse4 HA H A autoridade autoridade e#ige a cren(a e prepara o homem para a ra'ão... -as a ra'ão não está inteiramente ausente da autoridade, por%ue temos de considerar em %uem de"emos crer, e a mais alta autoridade pertence / "erdade %uando é claramente conhecida.H -as "isto %ue Agostinho acredita"a %ue a fé é antes da ra'ão, parece melhor chamar seu ponto de "ista de Hre"ela(ão e ra'ão.H entendimento o galard#o da f. Ao f. Ao passo %ue Agostinho acredita"a %ue Ha fé é o caminho do entendimentoH tamém acredita"a %ue Ho entendimento é o galardão da fé.H galardão da aceita(ão da re"ela(ão de *eus, *eus, mediante a fé, é %ue a pessoa tem um entendi + mento mais pleno e completo da "erdade do %ue poderia ter doutra forma. 5a realidade, tomando da re"ela(ão o entendimento da nature'a do *eus imutá"el, e da mente mutá"el do homem, pode+se elaorar uma pro"a "álida em prol da e#istência de *eus %ue não toma emprestada nenhuma premissa da re"ela(ão de *eus. A pro"a Hfica firme nos seus próprios dois pésH filosoficamente, emora a pessoa tal"e' nunca "iesse a entender esta pro"a / parte da re"ela(ão de *eus na $scritura. A Hpro"aH segue uma forma mais ou menos assim4 >1; -inha mente entende algumas algumas "erdades imutá"eis imutá"eis >tais como G b 3 +1L;. >2; -as minha mente não não é imutá"el. >3; Vma mente mutá"el não pode pode ser a ase de "erdades "erdades imutá"eis. >; ogo, de"e ha"er ha"er uma -ente ?mutá"el >ou se!a4 *eus;. *eus;. HentendimentoH filosófico de *eus %ue "em atra"és desta pro"a não é de modo algum o único tipo de entendimento no %ual a pessoa é inaugurada pela fé, mas é um dos _______________________________________ ___________________ _______________________________________ ______________________________________ _______________________________ ____________ ESUTES – Escola Superior de Teologia Teologia do Espírito Santo
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tipos. 0egundo Agostinho, a fé é uma condi(ão pré"ia para o pleno entendimento da re"e re "ela la(ã (ão o de *e *eus us.. Vm en ente tend ndim imen ento to pa parc rcia iall do co cont nteú eúdo do á ási sico co do e" e"an ange gelh lho o é, naturalmente, necessário antes de se poder crer nele, mas o pleno entendimento da "erdade cristã é suse%uente / fé sal"&fica. A pecaminosidade do homem ca&do oscurece sua capacidade de "er a "erdade antes da fé sal"&fica ter sido e#ercitada.
"oás "o ás #quino #quin o A%uino >122+12G; considera"a+se um seguidor fiel de Agostinho. -uitos filósofos sust su sten enta tam m %u %ue e a di dife fere ren( n(a a á ási sica ca en entr tre e el eles es é %u %ue e A%u %uin ino o to tomo mou u a verdade verdade cristã de Agostinho e a colocou na terminologia de Aristóteles >ao in"és da terminologia de latão, %ue Agostinho empregou;. Além disto, realmente parece ha"er uma mudan(a de ênfase, por%ue A%uino ressalta o papel da ra'ão mais do %ue Agostinho8 pelo menos fala mais acerca deste papel. ' e+istência de Deus pode ser comprovada. comprovada. A%uino A%uino reconhecia %ue nem todos os homens podem compro"ar a e#istência de *eus. Assim Assim é por muitas ra')es. rimeiramente, a mente é finita, e em segundo lugar, é fal&"el. Além disto, a maioria dos homens não tem tempo nem inclina(ão para dedicar+se / tarefa árdua de elaorar uma pro"a filosófica. or estas est as ra' ra')es )es,, dis disse se A% A%uin uino, o, é nec necess essári ário o aos hom homens ens pri primei meiram rament ente e acr acredi editar tarem em na e#istência de *eus W senão, poucos homens possuiriam o conhecimento de *eus. *e acordo com A%uino, a cren(a de %ue *eus e#iste é necessária por%ue Ha in"estiga(ão do intelecto humano tem, na sua maior parte, a falsidade presente com ela ... R por isso %ue foi necessário %ue a certe'a inaalá"el e a "erdade pura a respeito das coisas di"inas fossem apresentadas aos homens por meio da fé.H
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A%uino sustenta"a %ue, com a a!uda da re"ela(ão, o homem pode chegar a entender certas "erdades de *eus e até mesmo Hcompro"á+lasH filosoficamente. Tomás fe' uma lista de H7inco QiasH pelas %uais a e#istência de *eus pode ser compro"ada, sendo %ue a mais importante é o HArgumento 7osmológicoH %ue se segue. >1; $#istem coisas finitas e mutá"eis. >2; 7ada coisa finita e mutá"el de"e de"e ser causada causada por outra. >3; 5ão pode pode ha"er ha"er uma regressão infinita destas destas causas. causas. >; og ogo, o, de" de"e e ha"er ha"er uma pri primei meira ra causa n#o causada de causada de toda coisa finita e mutá"el %ue e#iste. A%uino acredita"a %ue este argumento se asea"a em premissas filosoficamente !ustificá"eis %ue não foram tiradas da re"ela(ão. fato é, no entanto, %ue nenhuma filosofia !á elaorou semelhante pro"a do *eus cristão cristão sem antes ter sido influenciado pela re"ela(ão de *eus na C&lia. 5ão somente a fé 's verdades so)renaturais s#o con2ecidas somente pela f. f. 5ão prvia / ra'ão ou ao entendimento da nature'a de *eus, como tamém algumas "erdades de *eus, tais como a Trindade e outros mistérios da fé, podem ser conhecidas somente somente pela pela fé. 0aemos mediante a ra'ão %ue *eus e#iste, mas é somente pela fé %ue saemos %ue há três pessoas num pessoas num só *eus. Somente a revela%#o )ase para a cren%a em Deus. A%uino é enfático em di'er %ue %u e a ún únic ica a a ase se "e "erd rdad adei eira ra pa para ra cr crer er em em *eus é a di"ina autoridade ou re"ela(ão. 7onforme Tomás4 HR necessário para o homem receer pela fé não somente as coisas %ue estão acima da ra'ão, como tamém a%uelas %ue podem ser conhecidas pela ra'ão ...H melhor %ue a ra'ão pode fa'er é demonstrar &ue &ue *eus *eus e#iste8 a autoridade di"ina é o único fundamento para crer em em *eus. *eus. A ra'ão e a e"idência têm aplica(ão / Hcren(a &ue,6 mas não / Hcren(a em.6 A%uino A%uino sustenta"a %ue a pessoa Hnão acreditaria `na%uilo a não ser %ue `a re"ela(ão se!a digna de cren(a na ase de sinais e"identes ou algo deste gênero.H *o outro lado, nem >descrentes >descrentes nem os dem demnios nios crêem em *eus, ainda %ue acreditem &ue em *eus, *eus e#iste. ' evidência ra"oável apoio para a cren%a. cren%a. A A fé em *eus não é aseada na e"idência mas sim, na autoridade do próprio *eus mediante 0ua re"ela(ão. -esmo assim, o crente crent e tem apoio apoio ra'oá"el ra'oá"el para sua fé nas e"idências e milagres e#perimentais e históricos. _______________________________________ ___________________ _______________________________________ ______________________________________ _______________________________ ____________ ESUTES – Escola Superior de Teologia Teologia do Espírito Santo
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A fé é mais merit/ria >: 114@; mas a ra'ão é mais no)re para o crente >At 1G4 11;. Ainda merit/ria >: no)re para %ue a pessoa não possa raciocinar até a fé em *eus, pode achar ra')es para ela. *e fato, a fé pode ser definida como sendo Ha capacidade de arra'oar com assentimento.H *esta mane ma neir ira, a, A%u %uin ino o ap apar aren ente teme ment nte e es esta ta"a "a de ac acor ordo do co com m Ago gost stin inho ho a re resp spei eito to do interrelacionamento entre a ra'ão e a re"ela(ão. Dilosoficamente, a fé é anterior / ra'ão8 nenhum não+cristão !á ofereceu pro"as para o *eus crist#o. -es -esmo mo assim, assim, a ra' ra'ão ão é an anter terior ior / fé pessoalmenteH pessoalmenteH a pessoa não acredita em um *eus ou na 0ua alegada ala"ra se não ti"er e"idências de %ue é "er&dico.
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_______________________________________ ___________________ _______________________________________ ______________________________________ _______________________________ ____________ ESUTES – Escola Superior de Teologia Teologia do Espírito Santo
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##0I#@O )O 7A)B0O )I/IPI0I$#C &I0O/O&I# )# 4,0IDI@O I s. aluno de"erá en"iar esta a"alia(ão com as respostas para o endere(o4
5ome4 1. 0aemos %ue o significado da pala"ra religião "em do grego ]religareY8 porém, como podemos caracteri'ar o processo religioso no sentido ontológico >humano; 2. 6uais idéias sore a filosofia "ocê pode e#trair dos seguintes te#tos &licos4 7l.2.I+1L8 ?? 7o.1L.+@8 At. 1G.22+3L 8 ? e. 3.19 3. %ue estuda a Dilosofia da
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