acordes
por cris vianna
1. Cifra
As notas musicais podem ser também representadas por letras do alfabeto. Esse sistema alfabético de identificação das notas musicais data de 540 D.C. e, mesmo depois da criação do sitema de pauta, continuou sendo utilizado. Cada uma das sete notas é representada por uma letra, da seguinte maneira:
Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si
As notas alteradas recebem o sinal logo após a letra maiúscula. Veja, por exemplo:
Sol sustenido Mi bemol
2. Acorde e cifra
Acorde é o agrupamento de três ou mais notas diferentes difere ntes que soam simultaneamente. As notas dos acordes de três e quatro notas - tríades e tétrades, respectivamente resp ectivamente - estão separadas entre si por intervalos de terça, via de regra. Os acordes são representados pela cifra, que é composta de uma letra maiúscula e um complemento. Veja o exemplo abaixo:
A letra “C” na cifra acima indica a nota fundamental do acorde - dó - que é também a sua nota mais grave. O complemento que segue à letra maiúscula indica o tipo do acorde. Se a fundamental do acorde for uma nota alterada, a letra maiúscula deve vir seguida do sinal de alteração. Veja, por exemplo, mi bemol:
3. Tríades
São acordes de três notas, separadas entre si s i por intervalo de terça maior ou terça menor. Existem quatro tipos de tríades: a tríade maior, a tríade menor, a tríade diminuta e a tríade aumentada. cifra
a. Tríade maior (terça maior + terça menor)
Formada por fundamental (1), terça maior (3) e quinta justa (5).É cifrada por uma letra l etra maiúscula, sem complemento, que indica sua nota fundamental.
b. Tríade menor (terça menor + terça maior)
Formada por fundamental (1), terça menor (b3) e quinta justa (5). É cifrada por uma letra maiúscula seguida do complemento “m” minúscula.
intervalos entre as notas do acorde
notas do acorde
w & w 5 3 1
w b & w 5 b3 1
b3 3
3 b3
w b b b & w
c. Tríade diminuta (terça menor + terça menor)
b5 b3 1
Formada por Formada por fundame fundamental ntal (1), (1), terça terça me nor (b3) (b3) e quin qu inta ta dimi diminu nuta ta (b5). (b5). É cifr cifr ada por por uma uma letr letr a maiúscul maiú sculaa seguida seguida do comple complement mento o “0” .
b3 b3
obs.: a tríade diminuta não é utilizada na prática.
Cifra alternativa:
w # & w
d. Tríade aumentada (terça maior + terça maior)
Formada por fundamental (1), terça maior (3) e quinta aumentada (#5). É cifrada por uma letra maiúscula seguida do complemento “(#5)”.
#5 3 1
Cifra alternativa:
3 3
Quadro resumo das tríades
Tríade
Cifra
Notas do acorde
maior
1 3 5
menor
1 b3 5
diminuta
1 b3 b5
aumentada
1 3 #5
4. Tétrades (acordes de sétima)
São acordes de quatro notas, separadas entre si por intervalo de terça maior ou terça menor. Existem sete tipos de tétr tétrades: ades:
a. Tétrade maior c/ sétima maior
Formada por fundamental (1), terça maior (3), quinta justa (5) e sétima maior (7). Cifras alternativas:
b. Tétrade maior c/ sétima menor
Formada por fundamental (1), terça maior (3), quinta justa (5) e sétima menor (b7).
& &
7 5 3 1
ww
bww
b7 5 3 1
3 b3 3
b3 b3 3
c. Tétrade menor c/ sétima menor
&
Formada por fundamental (1), terça menor (b3), quinta justa (5) e sétima menor (b7).
d. Tétrade menor c/ sétima maior
&
Formada por fundamental (1), terça menor (b3), quinta justa (5) e sétima maior (7). Cifra alternativa:
w bw
7 5 b3 1
& b b bbww
e. Tétrade diminuta Formada por fundamental (1), terça menor (b3), quinta diminuta (b5) e sétima diminuta (bb7).
bb7 5 b3 1
Cifra alternativa:
& b b bbww
f. Tétrade meio-diminuta Formada por fundamental (1), terça menor (b3), quinta diminuta (b5) e sétima menor (b7).
b7 5 b3 1
Cifra alternativ alternativa: a:
& #ww
g. Tétrade aumentada c/ sétima maior Formada por fundamental (1), terça maior (3), quinta aumentada (#5) e sétima maior (7).
7 #5 3 1
Quadro resumo das tétrades
Tétrade
b bww
b7 5 b3 1
Cifra
Notas do acorde
maior c/ 7ª maior
1 3 5 7
maior c/ 7ª menor
1 3 5 b7
menor c/ 7ª menor
1 b3 5 b7
menor c/ 7ª maior
1 b3 5 7
diminuta
1 b3 b5 bb7
meio-diminuta
1 b3 b5 b7
aumentada
1 3 #5 7
b3 3 b3
3 3 b3
b3 b3 b3
3 b3 b3
3 3 3
5. Inversões dos acordes
Quando a fundamental deixa de ser a nota mais grave do acorde - o baixo - para dar lugar a alguma outra nota desse acorde, diz-se que o acorde está inver tido. As inversões são cifradas na forma de fração, onde o numerador indica o acorde, propriamente dito, e no denominador está a nota que ocupa, na inversão, a posição de baixo, veja:
tríade de dó maior
nota mi no baixo
5.1. Inversões das tríades
A tríade tem duas inversões: baixo na terça ter ça e baixo na quinta. Veja, no exemplo abaixo, a tríade de fá maior e suas inversões:
&
ww
ww
ww
posição fundamental
1ª inversão (baixo na terça)
2ª inversão (baixo na quinta)
5.2. Inversões das tétrades
Os acordes de sétima têm três inversões: baixo na terça, baixo na quinta e baixo na sétima. Veja, no exemplo abaixo, o acorde ré maior com sétima maior e suas inversões: inversões:
&
## ww w
posição fundamental
## www 1ª inversão (baixo na terça)
##www
##www
2ª inversão 3ª inversão (baixo na quinta) (baixo na sétima)
6. Acordes de sexta
A sexta maior (6) e a sétima maior (7) são notas compatíveis e intercambiáveis. intercambiáv eis. Portanto, as tétrades que possuem a sétima maior, exceto a aumentada (devido ao choque de semitom), podem possuir também a sexta maior. maior. Originam-se, portanto, portant o, dois acordes de sexta:
a. Acorde maior com sexta
Formado por fundamental (1), terça maior (3), quinta justa (5) e sexta maior (6). Origina-se do acorde maior com sétima maior.
b. Acorde menor com sexta
Formado por fundamental (1), terça menor (b3), quinta justa (5) e sexta maior (6). Origina-se do acorde menor com sétima maior.
w w & w 6 5 3 1
w w & bw 6 5 b3 1
6.1. Inversão dos acordes de sexta
Os acordes de sexta permitem duas inversões, inve rsões, já que a 3ª inversão (baixo na sexta) origina um acorde de sétima com baixo na fundamental soando, portanto, como acorde de sétima. Os acordes de sexta e suas inversões coincidem com outras inversões dos acordes de sétima:
A decisão entre utilizar uma cifra ou outra - acorde de sétima ou acorde de sexta - vai depender do contexto harmônico.
Obs.: Pode acontecer de, num mesmo acorde, aparecerem sexta e sétima maiores juntas.
7. Acordes suspensos Os acordes suspensos são aqueles em que a terça é substituída pela quarta justa. Podem ser tríades ou tétrades, veja:
a. Acorde suspenso - tríade Formado por fundamental (1), quarta justa (4) e quinta justa (5).
b. Acorde suspenso com sétima menor Formado por fundamental (1), quarta justa (4), quinta justa (5) e sétima menor (b7).
c. Acorde suspenso com sétima maior Formado por fundamental (1), quarta justa (4), quinta justa (5) e sétima maior (7).
& www 5 4 1
w & www b7 5 4 1
& #wwww
Obs.1: As inversões dos acordes suspensos não têm uso na prática.
7
5 4 1
tríades
por cris vianna
1. maiores
3 5
3
1 3
X
3 1 5
1
X X
1
3
1
1 5
1 3
5
1
1 5
1
1 5 1 5
5 3
1
1 5
1
1 5
5
3 1 5
1
3
3 1 5
1
casaIV
Obs.1: O acorde de fá maior é feito com o auxílio da pestana, ou seja, todas as cor das devem estar presas por um único dedo, o indicador (dedo 1). O mesmo ocorre com sol#/Láb e si. Obs.2: As demais tríades maiores são obtidas ao se deslocar os “shapes” acima ao longo do braço do instrumento (lembre-se (lembre-se que cada casa corresponde a meio-tom). Portanto, toque os acordes acima na seqüência C, C#/Db, D, D#/Eb, E, F, F#/Gb, A, A#/Bb, B, C, arrastando-se cada “acorde natural” meio-tom acima a fim de obter o “acorde alterado”. Depois faça o caminho inverso.
2. menores
5
X
1
b3
b3
1 5
5
1
1 5
1
b3
X X
1
5
1 5
b3
1
1 5
1
b3
1 5
b3
1 5
1
5 1 5 X
1
b3
1 5
1 5
Obs.1: Os acorde de dó menor, fá menor, sol menor e si menor são feitos com o auxílio da pestana. Obs.2: As demais tríades menores são obtidas ao se deslocar os “shapes” acima ao longo do braço do instrumento (lembre-se que cada casa corresponde a meio-tom). Portanto, toque os acordes acima na seqüência Cm, C#m/Dbm, Dm, D#m/Ebm, Em, Fm, F#m/Gbm, Am, A#m/Bbm, Bm, Cm, arrastando-se cada “acorde natural” meiotom acima a fim de obter o “acorde alterado”. Depois faça o caminho inverso, inverso, ou seja, desloca-se cada acorde meio tom descendente.
tétrades
por cris vianna
X^7 X7 Xm7 Xm^7 X0 XØ X^7(#5)
inversões
por cris vianna vianna
1ª inversão
2ª inversão
3ª inversão
1ª inversão
2ª inversão
3ª inversão
1ª inversão
2ª inversão
3ª inversão
1ª inversão
2ª inversão
3ª inversão
1ª inversão
2ª inversão
3ª inversão
1ª inversão
2ª inversão
3ª inversão
1ª inversão
2ª inversão
3ª inversão
campo harmônico
por cris vianna
1. Campo harmônico maior Os acordes construídos sob cada grau da escala maior e constituídos apenas dos sons dessa escala formam o campo harmônico maior. maior.
1.1. Campo harmônico maior em tríades
w w w w & ww ww ww w w w w Os números romanos grafados acima da cifra de cada acorde são chamados de cifra analítica ou análise harmônica. A análise indica in dica a localização do acorde - em relação à tônica (grau I) - e o seu tipo: maior, maior, menor ou diminuto. Sendo assim, a tríade maior é encontrada en contrada sob os graus I, IV e V; a tríade menor sob os graus II, III e VI; e sob o grau VII encontra-se a tríade diminuta. Veja, por exemplo, como construir o campo harmônico de lá maior:
A armadura de clave (teoria musical - parte III) de lá maior tem três sustenidos: fá#, dó# e sol#. Portanto, o campo harmônico de lá maior fica assim:
1.2. Campo harmônico maior em tétrades
& ww
ww w
ww w
ww
ww
ww w
ww
A tétrade maior com sétima maior encontra-se sob os graus I e IV; a tétrade maior com sétima (menor) sob o grau V; a tétrade menor com sétima (menor) sob os graus II, III e VI; e a tétrade meio-diminuta sob o grau VII.
2. Campo harmônico menor São os acordes construídos sob cada grau da escala menor harmônica/menor natural e constituídos apenas dos sons dessas escalas. O campo harmônico menor resulta da combinação dos acordes gerados pelas escalas menor harmônica e menor natural:
&
b bww
bww
b bwww
bbww
ww
bbwww
bww
A tétrade menor com sétima (menor) encontra-se sob os graus I e IV; a tétrade maior com sétima (menor) sob o grau V; a tétrade maior com sétima maior sob os graus III e VI; a tétrade meio-diminuta sob o grau II; e a tétrade diminuta sob o grau VII.
funções harmônicas
por cris vianna vianna
Cada acorde, num determinado contexto harmônico, nos dá a sensação de repouso, tensão ou afastamento do centro tonal. Cada uma dessas sensações é estabelecida por uma função harmônica diferente, também chamada de função tonal. Existem três tipos de funções harmônicas: A) Tônica: Tônica: é uma função de sentido conclusivo e estável que remete à sensação de repouso. Geralmente é o acorde que finaliza uma música. m úsica. O principal acorde da função tônica é o grau I; B) Dominante: Dominante: é uma função de sentido suspensivo e instável que pede resolução no acorde de tônica. O principal acorde da função dominante é o grau V; C) Subdominante: Subdominante: é uma função de sentido meio-suspensivo que dá a idéia de afastamento da tônica. O principal acorde da função subdominante é o grau IV. Veja a seguir quais são as funções tonais atribuídas aos acordes/graus dos campos harmônicos maior e menor:
1. Maior
Tônica Dominante
Subdominante fraca
fraca fraca
meio-forte forte
forte
fraca
meio-forte forte
r o i a m ó d
2. Menor
Tônica Dominante
Subdominante fraca
fraca fraca
meio-forte forte r o n e m ó d
forte
fraca
meio-forte forte
harmonía funcional (I)
por cris vianna
1. O trítono
A música tonal é feita, principalmente, de preparações pre parações (tensão) e resoluções (repouso). As preparações são desempenhadas por acordes que possuem em sua estrutura um intervalo que cria essa sensação de tensão: o trítono. Existem três tipos de acordes que possuem o trítono em sua estrutura: o acorde maior com sétima menor, o acorde diminuto e o acorde meio-diminuto. meio- diminuto. Porém, apenas os acordes maiores com sétima menor são denominados acordes dominantes. O trítono é um intervalo de três tons (quarta aumentada/quinta diminuta), que caracteriza a tensão existente nos acordes diminutos, meio-diminutos e maiores com sétima menor. Veja, por exemplo, os acordes sol maior com sétima menor e si meio-diminuto:
ww w &
trítono
ww &
trítono
O som do trítono é uma dissonância que pede resolução, uma tensão que necessita de repouso. A associação de um acorde dominante, que possui o trítono em sua estrutura, com outro que lhe ofereça o repouso requerido constitui numa n uma das cadências mais típicas da música tonal: tensão resolução.
2. Dominantes secundários
Cada acorde do campo harmônico, desde que tenha a quinta justa em sua estrutura, pode servir como resolução resolução de um acorde dominante. dominante. Cada gr au pode ser precedido por um acorde dominante, chamado dominante secundário.
resolução maior
ww &
5j
ww
resolução menor
w bw w & b w 5j
Os dominantes sempre alcançam o acorde de resolução por movimento de quinta descendente, como no exemplo anterior, ou quarta ascendente do baixo. Esse movimento é sinalizado por uma seta contínua que parte do dominante e segue até o acorde de resolução. Como já foi dito, cada acorde de resolução pode ser preparado por um acorde dominante, ex ceto os diminutos e meio-diminutos, devido à presença da quinta diminuta. Portanto, veja a seguir os dominantes secundários para o campo harmônico de fá maior e dó menor:
Fá Maior
dominante primário Obs.: A seta contínua indica movimento de quarta ascendente ou quinta descendente do baixo.
Dó Menor
dominante primário Obs.: Os graus II e VII do campo harmônico menor não servem como resolução por serem acordes meio-diminutos e diminutos, respectivamente.
3. II cadencial
O II cadencial é uma cadência típica da música popular, popular, onde o dominante que prepara o acorde de resolução é precedido por um acorde menor ou meio-diminuto, dependendo da resolução. Observe o exemplo abaixo:
resolução maior
resolução menor
Veja como ficam os II cadenciais para o campo harmônico de sol maior: Sol Maior
Obs.: Assim como a seta, o colchete indica movimento de quarta ascendente ou quinta descendente do baixo. Obs.2: Antes da resolução maior aparece um acorde menor com sétima e antes da resolução menor um acorde meio-diminuto. Na prática, é comum isso acontecer, pois o grau II do campo harmônico maior é um acorde menor com sétima, enquanto que o grau II do campo harmônico menor é um acorde meiodiminuto. Como o II cadencial é analisado em função do tom secundário, ou seja, o tom do acorde de resolução, os acordes acordes que o compõem são extraídos do campo harmônico maior, se a resolução for for maior, ou do campo harmônico menor, se a resolução for menor.
Veja como fica a análise harmônica harmônic a para o trecho inicial de “Sampa”: “Sampa” :
Sampa Caetano Veloso Dó Maior
Alguma coisa acontece
Que só quando cruza
no meu
coração
a Ipiranga e a avenida
São João...
4. Dominantes substitutos
Para cada acorde dominante existe um substituto que possui exatamente o mesmo trítono que o original. Veja, por exemplo, os acordes G7 e Db7:
ww & w
trítono (si-fá)
&
b bww b w
trítono (fá-dób=si)
Sub Portanto, a cadência...
pode se substituída por...
Os dominantes substitutos alcançam o acorde de resolução por movimento de fi tom descendente do baixo. Veja como ficam os dominantes substitutos para o campo harmônico de ré maior: Ré Maior
Sub
Sub
Sub
Su b
Sub
Sub
Obs.1: A seta tracejada indica movimento descendente de fi tom do baixo. Obs.2: O subV7 não aceita em sua estrutura as tensões b9 ou b13.
5. II cadencial substituto
Assim como V7 pode ser substituído por II V7, o subV7 também pode ser substituído por II subV7. Veja, portanto, os II subV7 par para a o campo harmônico de sol menor:
Sol Menor
Sub
Sub
Sub
Sub
Sub
Obs.1: Assim como a seta tracejada, o colchete tracejado indica movimento de fi tom descendente do baixo. Obs.2: Geralmente, antes da resolução maior aparece um acorde menor com sétima e antes da resolução menor um acorde meio-diminuto. Obs.3: A análise dos acordes que compõem o II cadencial (II V) é feita em relação ao acorde de resolução, e este é sempre analisado em rel ação ao tom principal, dado pela armadura de clave.
Veja como fica a análise harmônica par a o trecho de “Samba de uma nota só”:
Samba de uma nota só Tom Jobim e Newton Mendonça
Sol Maior
Eis aqui esse
sambinha,
Sub
Outras notas vão
entr ar ar,,
feito numa nota
só
Sub
mas a base é uma só...
* Resolução deceptiva - quando o acorde dominante não é resolvido no lugar esperado, coloca-se o grau de resolução após uma barra.
6. Acordes dominantes sem função dominante São acordes de estrutura dominante - maiores com sétima menor -, mas que não criam a expectativa de resolução. Esses acordes não são cifrados como V7, mas sim como um dos sete graus do campo harmônico em questão. São eles:
Obs.: Esses acordes serão melhor investigados na parte de “acordes de empréstimo modal”.
7. Dominantes estendidos São acordes dominantes que preparam e resolvem em outros dominantes. Observe os exemplos abaixo:
etc...
Sub
Sub
Sub
Sub
Sub
Sub etc...
Há também a possibilidade de substituir cada dominante por um II cadencial:
etc...
Uma progressão de dominantes estendidos pode também ser construída com II subV7’s.
harmonía funcional (II) (II)
por cris vianna
1. Acordes diminutos Os acordes diminutos podem ser de três tipos: dominante - devido à presença do trítono em sua estrutura -, de passagem ou auxiliar. auxiliar.
1.1. Diminutos dominantes
São aqueles que alcançam acorde em posição fundamental - não invertido ( veja “inversão dos acordes”) - por movimento de fi tom ascendente do baix o. Veja, no exemplo abaixo, os diminutos dominantes para o campo harmônico de sol maior: Sol Maior
1.2. Diminutos de passagem São aqueles que alcançam acorde invertido (veja “in versão dos acordes”) por movimento de fi tom ascendente ou descendente do baix o. Veja, no exemplo abaixo, os diminutos de passagem para o campo harmônico de dó maior : Dó Maior
movimento ascendente (semitom)
Dó Maior
movimento descendente (semitom)
ou
ou
1.3. Diminutos auxiliares São aqueles em que o baixo se repete no acorde seguinte. Veja o exemplo abaixo:
ou
Essa progressão causa o efeito de adiar a resolução.
Obs.1: As notas que compõem o acorde diminuto estão separadas entre si p or intervalos de terça menor (1 tom e meio), espaçadas simetricamente dentro da oitava. Por isso, qualquer inversão do acorde diminuto gera um novo acorde diminuto, por exemplo: lá diminuto=dó diminuto=mib diminuto=solb diminuto. Portanto, quando o baixo do acorde diminuto alcançar o próximo acorde por um salto maior que fi tom, trata-se de inversão disfarçada. Ne sse caso, o acorde diminuto deve ser analisado de acordo com a intenção, ou seja, movimento de fi tom ascendente ou descendente do baixo, ou ainda, nota rep etida, no caso dos diminutos auxiliares. Veja o exempl o abaixo, no tom de sol maior: Sol Maior
intenção
Obs.2: A análise do diminuto é feita de acordo com o tom principal, definido pela armadura de clave, e não vinculada ao tom secundário, como no caso dos acordes dominantes.
2. Acordes meio-diminutos
Os acordes meio-diminutos, também conhecidos por “menores com sétima e quinta diminuta - m7(b5)”, só diferem dos diminutos pela sétima menor (b7), ao invés da sétima diminuta (bb7). Esses acordes podem ser do tipo dominante - devido à presença do trítono -, subdominante ou cromático. 2.1. Meio-diminutos dominantes
São aqueles que alcançam o próximo acorde, em posição fundamental, por movimento de fi tom ascendente do baixo. Veja os exemplos abaixo, no tom de fá maior:
Fá Maior
2.2. Meio-diminuto Meio-diminutos s subdominan subdominantes tes
São aqueles que antecedem os dominantes no II cadencial para as resoluções menores (veja na parte sobre “acordes dominantes” o tópico “II cadencial”). Veja o exemplo abaixo, no tom de sol maior: Sol Maior
2.3. Meio-diminutos cromáticos
São aqueles alcançam acordes invertidos por movimento de fi tom ascendente do baixo. Se o movimento do baixo for de fi tom descendente, poderá também alcançar acordes não invertidos. Veja os exemplos abaixo, no tom de fá maior: Fá Maior
harmonía funcional (III) (III)
por cris vianna
1. Modulação A modulação acontece quando, num determinado trecho musical, torna-se impossível analisar um ou mais acordes dentro do tom inicial. Em outras palavras, modulação é a passagem de um tom para outro. Veja o exemplo abaixo:
Mi Maior Sol Maior
Obs.1: Na progressão acima, o acorde de mi maior com sétima maior não pode ser analisado no tom de sol maior ou tom secundário. Conclui-se, portanto, que trata-se de modulação.
2. Modos naturais (ou modos gregos) São escalas geradas pela escala maior, maior, tomando-se cada uma de suas notas como sendo a tônica (grau I) de uma nova escala. Veja como ficam os modos naturais n aturais para a escala de dó maior:
Jônico (escala maior) Dórico Frígio Lídio Mixolídio Eólio (escal (es cala a menor menor nat natur ur al) Lócrio
& w w w w w w w w & w w w w w w w w w w w w w & w w w
w & w w & w w & w w & w
w w w w
w w w w
w w w w
w w w w
w w w w
w w w w
3. Acordes de empréstimo modal Quando, numa progressão harmônica, um acorde não pertence ao campo harmônico em questão (maior ou menor), não é um diminuto ou meio-diminuto e nem um dos clichês V7, subV7 ou II cadencial, há a possibilidade de ser uma modulação ou um acorde de empréstimo modal. Se o acorde em questão for gerado por algum dos modos naturais, então é um acorde de empréstimo modal. Veja, na tabela abaixo, os acordes de empréstimo modal gerados pelos modos naturais:
Modo
Acordes gerados gerados
Jônico Dórico Frígio Lídio Mixolídio Eólio Lócrio
No exemplo dado no tópico 1 (modulação), o acorde seria analisado, no tom original sol maior, como . Consultando a tabela acima, v erifica-se que nenhum modo natural gera o acorde . Portanto, trata-se realmente de uma modulação. Veja a análise para o trecho inicial de “O trem azul”:
O trem azul
Lô Borges e Ronaldo Bastos
Dó Maior
AEM
AEM
AEM
(eólio)
(eólio)
(dórico)
Coisas que a gente se esquece de dizer AEM
AEM
AEM
(eólio)
(eólio)
(frígio)
Frases que o v ento vem às v ezes me lembr lembrar ar... ...
Observações gerais
1. Se a tonalidade principal for maior, o acorde é emprestado de um dos do s modos menores: eólio, dórico ou frígio, nessa ordem. Se a tonalidade for menor, o acorde é emprestado de um dos modos maiores: jônico, lídio ou mixolídio, nessa ordem. 2. É muito raro algum acorde ser emprestado do modo lócrio. 3. Os acordes de empréstimo modal também podem ser preparados por dominantes, chamados de dominantes auxiliares.
acordes com notas de tensão e suas escalas escalas
por cris vianna
Um acorde é constituído de notas que o caracterizam, denominadas notas de acorde (1-35-7), e notas de tensão (9-11-13), que enriquecem a sua sonoridade. As notas de acorde e as de tensão, reunidas, formam uma escala de seis, sete ou oito notas, dependendo do a corde. As notas de acorde serão grafadas como notas brancas e as notas de tensão como notas pretas. Obs.: As notas entre parênteses devem ser evitadas.
1
& w
t9
3
œ w
(4)
5
6
7
6
7
œ w w w
Aplicação: maior no grau I (jônico)
1
& w
t9
3
t#11
5
w w w œ # œ w
Aplicação: maior no grau V (lídio)
1
& w
t9
b3
œ bw
t11
5
œ w
b7
œ bw
Aplicação: maior no grau bIII (eólio)
1
& w
t9
b3
œ bw
t11
5
t13
b7
œ w œ bw
Aplicação: maior no grau bVII (dórico)
1
& w
b3
t9
t11
6
5
7
œ w œ w
œ bw
Aplicação: menor melódica no grau I (menor melódica)
1
& w
t9
3
t#11
#5
(6)
7
w
œ # w œ # w œ
Aplicação: menor melódica no grau VI (lídio#5)
1
t#9
3
t#11
5
7
6
w
& w #œ w #œ w œ
Aplicação: menor harmônica no grau III (lídio#9)
1
& w
b3
t9
t11
b5
b7
tb13
œ b w bœ b w
œ bw
Aplicação: menor melódica no grau bIII (lócrio 9)
1
t9
b3
t11
b5
tb13
bb7
7
& w œ bw œ b w bœ bbw w Aplicação: escala diminuta
1
& w
t9
3
5
b7
t13
b7
œ b w
œ w
œ w
t13
Aplicação: maior no grau IV (mixolídio)
1
& w
t9
3
t#11
5
œ w #œ w
œ b w
Aplicação: menor melódica no grau V (lídiob7)
1
tb9
3
(4)
5
tb13
b7
œ w b œ b w
& w b œ w
Aplicação: menor harmônica no grau IV (frígio3M)
1
& w
t9
3
(4)
5
tb13
b7
œ w b œ b w
œ w
Aplicação: menor melódica no grau IV (mixolídiob13)
1
tb9
t#9
3
t#11
tb13
b7
& w b œ #œ w œ b œ b w Aplicação: menor melódica no grau bII (escala alterada)
1
tb9
t#9
3
t#11
& w b œ #œ w œ
Aplicação: escala diminuta no grau bII
1
t9
& w œ
3
t#11
t13
b7
œ b w
(escala diminuta-dominante)
5
tb13
b7
5
t13
b7
w b œ b w œ w
Aplicação: escala de tons inteiros
1
t9
& w œ
( 3)
4
w b œ w œ w
Aplicação: maior no grau IV (mixolídio 4)
1
tb9
& w bœ
( 3)
4
5
tb13
b7
w b œ b w w œ
Aplicação: menor harmônica no grau IV (frígio 3M)