Informativo Informativo Papacárie é uma publicação Caravana do Sorriso e Fórmula & Ação Ano 1 - nº 1 - 2005
REMOÇÃO QUÍMICO-MECÂNICA DA CÁRIE COM PAPACÁRIE
A remoção de dentina cariada é um procedimento de grande importância durante a realização do tratamento restaurador. Os principais objetivos da remoção da dentina cariada são a eliminação dos tecidos infectados e necróticos para controlar a evolução da lesão e a remoção da dentina amolecida para suportar a restauração (HENZ, 1997). Segundo Kuboki et al. (1977), a lesão cariosa de dentina apresenta duas porções distintas. A primeira camada, mais superficial, recebe o nome de dentina infectada e apresenta características de intensa descalcificação, fibras colágenas degeneradas, ausência de processos odontoblásticos, sendo fisiologicamente incapaz de remineralização. A segunda camada, denominada dentina afetada, apresenta uma perda mineral intermediária, fibras colágenas e processos odontoblásticos inalterados, sendo passível de remineralização, e, portanto esta camada não deve ser removida. Atualmente, a Odontologia tem voltado seus esforços para tratamentos menos invasivos e mais preventivos. Com o intuito de globalizar a utilização dos sistemas de remoção química e mecânica do tecido cariado, promovendo o emprego desta técnica principalmente no âmbito da saúde pública, em 2003, uma nova formulação foi desenvolvida no Brasil e denominada Papacárie. O Papacárie é um produto, em forma de gel, composto basicamente por papaína, azul de toluidina e cloramina. A combinação desses três elementos da fórmula proporciona uma segura remoção do tecido cariado, com efeito, antiinflamatório local e bactericida. A dentina cariada tratada química e mecanicamente torna-se friável e é facilmente removida através da curetagem com instrumentos manuais sem corte.
A remoção química e mecânica da cárie foi introduzida em 1972, quando seus criadores utilizaram o hipoclorito de sódio para remover matéria orgânica da dentina. Ao colocar hipoclorito de sódio a 5% na dentina, houve a remoção do tecido cariado. O hipoclorito de sódio era muito instável e agressivo aos tecidos sadios, assim incorporou-se posteriormente a solução de Sorensen, a qual continha uma mistura de hidróxido de sódio, cloreto de sódio eglicina. Esta formulação inicial, denominada GK 101, consistia de N-monocloroglicina (NMG) e provou ser mais efetiva do que o hipoclorito de sódio sozinho e foi desenvolvida por C M Habib, J. Goldman e M Kronmann, que publicaram o primeiro artigo em 1975. Em 1984, o FDA aceitou comercialmente o Caridex (National Patent Medical Products Inc., New Jersey, USA), que foi desenvolvido a partir dos esforços para melhorar o desempenho do GK101, que era muito lento na remoção da cárie. O Caridex continha no lugar de Nmonocloroglicina, Ácido-aminobutírico-3N-monocloro-DL-2 (NMAB), entretanto seus efeitos se baseiam nos mesmos princípios do Gk101. Roth et al., (1989) avaliaram a efetividade do Caridex na remoção da dentina cariada usando 37 dentes com o material por um período máximo de trinta minutos. Foram feitos testes histológicos, nos quais os autores concluíram que o Caridex não produziu efeitos adequados. Nos achados histológicos de Scheutzel (1989) apud Med Team (1987), 90 por cento das cavidades tratadas com o Caridex (108 de 120) possuiam algum resíduo de cárie e 77 porcento apresentaram bactérias remanescentes. A utilização do Caridex na prática era limitada devido ao grande volume de solução que era necessária, o tempo do procedimento era maior, e o tempo de vida da substância era pequeno. Com o intuito de superar estas limitações, em meados dos anos 90 um novo produto para a remoção química e mecânica da cárie, denominado Carisolv foi desenvolvido. A principal diferença entre o Carisolv e os outros sistemas para a remoção química e mecânica da cárie é a utilização de três aminoácidos em vez de um (Ericsson et al., 1999). Estudos clínicos confirmaram os achados laboratoriais, e o Carisolv foi considerado seguro e efetivo para a remoção de cárie coronária e radicular (Ericsson, 1999). Em 2000, Silva e Bussadori testaram a eficiência e a facilidade de utilização deste método de remoção química e mecânica da cárie em crianças, comprovando a sua aceitação. Em 2002, Silva et al., testaram a citotoxidade in vitro do novo biomaterial em diferentes concentrações de papaína e concluiram que a papaína, em qualquer concentração, é biocompatível. Após realização da fase 1 de estudos in vitro e resultados efetivos nesses testes, em 2003, Bussadori e Miziara lançaram uma nova fórmula devidamente aprovada pela ANVISA e compatente Nacional e Internacional para ser utilizada na remoção química e mecânica da cárie, a qual é constituída, basicamente, de cloromina, papaína e azul de toluidina. Atualmente, inúmeros estudos in vitro e in vivo estão sendo realizados por pesquisadores de todo Brasil, conforme descrito nas referências. Referências Bibliográficas: ver em www.formulaeacao.com.br
ENTREVISTA
Quais foram os processos da pesquisa com o PAPACÁRIE? Sandra Kalil Bussadori Cirurgiã-Dentista e docente (UNINOVE, UNIMES e UMC)
“P APACÁRIE é um gel barato que pode ser levado a campo pelos profissionais que trabalham com saúde para a população carente, porque dispensa o micromotor e não precisa de nenhum equipamento sofisticado para desenvolver a técnica”.
A primeira fase do estudo foi realizada in vitro, porque precisaríamos testar para ver se haveria viabilidade para usar o material clinicamente. Conversei com a farmacêutica Marcia Miziara para desenvolver o gel, porque tanto a papaína como a cloramina são encontradas somente em pó, logo, nós precisávamos viabilizar a utilização desenvolvendo na forma de gel. Sugeri a composição e a farmacêutica responsável desenvolveu o produto. Em uma segunda fase, testamos a biocompatibilidade. Este trabalho foi feito em fibroblastos de ratos, e desenvolvido na disciplina de Patologia d a Universidade de São Paulo (USP). Depois, toda a par te clínica de laboratório e microbiologia foi desenvolvida na Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), que apoiou o projeto e incentivou a pesquisa. Nesta fase averiguamos que o gel era efetivo, e não tóxico. A próxima fase da pesquisa foi a análise clínica, realizada em Santos (SP), Mogi das Cruzes (SP), na APCD e uma par te no Sindicato dos Odontologistas do Estado de São Paulo, no curso de especialização. Fez-se a avaliação longitudinal clínica em crianças e adolescentes, e obtivemos resultados efetivos em relação à remoção das cáries. É impor tante ressaltar como o produto só pode ser utilizado pelo cirurgiãodentista que deve fazer o isolamento relativo da região, esperar em torno de 30/40 segundos para lesões com características mais agudas, em torno de 40/60 segundos para lesões crônicas. Depois disso perceberá que há um amolecimento da dentina infectada, quando então, o profissional começa a raspar. Outro diferencial é o de que o cirurgião-dentista não cor ta a dentina, e sim raspa a dentina, preservando tecido afetado, isto é, tecido sadio e passível de reparação. Isso significa que utilizando o produto que apresenta uma ação anti-inflamatória local por causa da papaína e não cor tando tecido, os pacientes não sentirão dores.
Quais as vantagens apresentadas por essa técnica ? Márcia Bouças Miziara Farmacêutica-Bioquímica e Diretora da Fórmula & Ação
“O método de remoção químico-mecânica da cárie é muito interessante porque dispensa, na maioria das vezes, o uso do motor e da anestesia. Assim, torna o procedimento de remoção da cárie rápido e com custo menor do que o método convencional. Além disso, preserva melhor os tecidos sadios do dente, uma tendência da odontologia atual”.
Ela é uma excelente alternativa para os programas de saúde bucal desenvolvidos pelo governo, onde baixo custo e facilidade de manuseio são requisitos indispensáveis para que se possa atingir o maior número de pessoas atendidas. Apesar de existir desde os anos 70, esta metodologia de remoção da cárie não era acessível para o nosso país. O produto impor tado chegava às mãos dos profissionais por um custo tão alto para os nossos padrões que ficava restrito a muito poucos pacientes. A Dra. Sandra Kalil Bussadori foi uma das primeiras profissionais no Brasil a utilizar o produto importado e comprovar a eficiência deste método. Ligada a causas sociais, ela constatou a impossibilidade que o alto custo do produto trazia para que fosse utilizado em programas sociais. Quando me procurou, há cinco anos atrás, ela buscava um produto com as características do impor tado, mas de custo acessível à população brasileira. Testamos inúmeras formulações e quando, por fim conseguimos chegar a uma formulação que removia com eficiência o tecido cariado, começaram os testes de biocompatibilidade da fórmula. Após três anos de testes, obtivemos o registro do Papacárie na Anvisa, orgão do Ministério da Saúde. Hoje, o Papacárie é um produto patenteado e fabricado com exclusividade pela Fórmula & Ação. Géis de papaína sendo vendidos para a remoção químico-mecânica da cárie por farmácias de manipulação, não são o Papacárie. O Papacárie tem um histórico de trabalhos que comprovam a sua eficiência e inocuidade. Se um profissional vai à uma farmácia de manipulação e compra um gel de papaína com a finalidade de remover cárie, ele não está comprando o Papacárie, e a responsabilidade do uso indevido é apenas dele pois a farmácia faz sob encomenda o que ele solicitou. Ele estar á fazendo uso de um produto sem qualquer comprovação científica da efetividade e segurança.
A REMOÇÃO SIMPLES DA
CÁRIE!
Papacárie é um gel que remove a cárie Elimina a cárie preservando o tecido sadio Na maioria das vezes sem a utilização de anestesia local e do motorzinho Indicado para todas as idades Indispensável para pacientes com necessidades especiais: bebês, crianças, adolescentes e idosos
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a Caravan Sandra Kalil Bussadori
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