Mais do que nunca as pessoas estão falando sobre liderança, mas muito dos discursos de hoje avançam pelos mesmos erros do passado. passado. Neste livro fica estabelecida estabe lecida a seguinte verdade; liderança não vem apenas de um certificado oficial. Não se trata de personalidade ou carisma. E não é o mesmo que exercer autoridade severa. severa. A verdadeira liderança liderança - do tipo tipo que se recusa a se dobrar diante diante de um mundo mundo inconstante - vem de uma fonte font e muito mais profunda. Tomando por base os escritos de um dos mais efetivos líderes líderes espirituais de todos todos os tempos - o apóstolo apóstolo Paulo MacArthur apresenta as “26 características de um verdadeiro líder”. líder” . Quer Que r você exerça liderança nos negócios, civil, civil, na igreja, como pai, professor ou aluno, o exemplo da vida de Paulo irá permitir que você libere sua capacidade cap acidade de liderança. liderança.
John MacArthur é pastor mestre da Grace Communíty Church e pres presid iden ente te do Master Master Coll College ege and and Seminary Seminary e do mini ministé stéri rio o Grac Grace e to mo rte de Jesus, you, you, além além de autor autor de muitos muitos bestbest-sel seller lers, s, com como o A morte Como educar educ ar seus filhos segundo a Bíblia Bíblia,, Como obter ob ter o máximo máxim o da Palavra de de Deus, Deus, Criação Criação ou evolução, evolução, Doze homens comuns comuns,, Doze integri rida dade de,, mulheres notávei notáveis, s, O caminho caminho da feli felici cidad dade e e O poder da integ
todos desta editora.
€D € D ITO IT O R R CULTURR CRISTÃ
0 livro sobre
SUMÁRIO
In tro d u ç ã o ............................................................................................................7
Parte I: Paulo em cadeias: liderança em ação 1.
Ganhando co nfiança ...........................................................................15
2.
Tomando iniciativa............................................................................... 25
3.
Criando co rage m ............................................................................... 37
4.
Assumindo o c on tro le.........................................................................47
Parte II: Paulo em Corinto: liderança sob fogo 5.
A devoção de um líder ao seu povo................................................ 59
6.
Paulo defende
a sua sinceridade...............................................69
7.
“Quem, porém,
é suficiente para estas coisas?” ...................... 79
8.
Um líder feito de ba rro.......................................................................93
9.
O combate do líder ........................................................................... 107
Parte III: Um obreiro aprovado: liderança mantida a um padrão bíblico 10.
Como não ser
des qu alific ad o...................................................125
11.
Quem é capaz
de lide rar?...................................................... 139
Parte IV: Epílogo 12. A medida do sucesso de um líder.................................................. 155
Sob re o Autor................................................................................................... 175 ApAndlcn
Nnliin
Vlnto oh o Ih característicasde um verdadeiro líder. ................... 176
................................................................................ 176
-
I N T R O D U Ç Ã O
que faz um líder? Posição? Status ? Celebridade? Casta? Influência? Estilo? A liderança é automaticamente concedida numa célula de um organograma? Onde figuram posição e poder na fórmula para liderança? E qual é o modelo ideal para líderes? E o presidente da empresa? O comandante militar? O chefe de Estado? Jesus respondeu a todas essas perguntas em poucas palavras. Suas visões sobre liderança estão visivelmente fora do passo com a sabedoria convencional da nossa era: “Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tomar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mt 20.25-28). De acordo com Cristo, então, o mais verdadeiro tipo de liderança requer serviço, sacrifício e abnegação. Uma pessoa orgulhosa e que se promove não é um bom líder de acordo com o padrão de Cristo, independente de quanta influência ela teria. Líderes que olham para Cristo como seu Líder e seu modelo supremo de liderança terão corações de servos. Eles exemplificarão sacrifício. Eu percebo que essas não são características que a maioria das pessoas associa com liderança, mas elas são qualidades essenciais de uma abordagem bíblica à liderança, que é o único tipo em que estou interessado. A propósito, observe que Jesus estava expressamente ensinando os cristãos a abordarem a liderança de uma maneira diferente e de um ponto de vista radicalmente diferente dos líderes deste mundo. E loucura para os cristãos assumirem (como muitos fazem hoje em dia) que a melhor maneira para aprenderem sobre a liderança seja de exemplos seculares. Há uma razão crucial para isso: A liderança para o cristão sempre tem uma dimensão espiritual. O dever de liderar pessoas traz certas obrigações espirituais. Isso é tão verdadeiro para o presidente cristão de uma companhia secular como é para a mãe dona de casa cuja esfera de liderança poderia chegar a nada além dos seus próprios filhos. Todos os cristãos em todo tipo de liderança são chamados para ser líderes espirituais. Eu falarei sobre a dimensão espiritual de liderança durante todo este livro, mas, por favor, não pense que estou escrevendo apenas a pastores, missionários
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). Se você verdadeiramente entender sua responsabilidade diante de Deus, llder, pode começar a ver por que Cristo retratou o líder como um ................... ■I o I U mio sugeriu, como muitos supõem, que somente a humildade é a pitxi tu iii da liderança. Existem muitos propensos a serem servos bastante IiiiihiMi submissos, compassivos, que não são líderes. Um verdadeiro líder th |>ii i m*j*11ídores. Alguém que não tem seguidores dificilmente pode ser I1<111111•....... .. iMicos de liderança e, em vez disso, voltarem-se para modelos »i 1 iilmt 1 111 Im .1.1 de fórmulas de eslilo obcecado, as quais eles acham que IhiUh 111 li nu Ilioics lideres. ( 'ontudo cxislem agora organizações inteiras para ^fllliii llili n da ifieia com lécnieas dc liderança e estilos de gerenciamento .
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di "|u‘i iin . ,ci iilnics. I i rceenlomonte um livro crislilo i | ik *analisa as leiiiicns empresai uns c iiclminislrativus usadas em Ciuoglc.com, Amazon.com, Slarbueks, Bcn & Jerry, Dell Computcrs, General l oods, e várias outras prestigiosas corporações seculares. Os autores daquele livro ocasionalmente tentam inserir um texto ou dois de prova bíblica para sustentar alguns dos princípios que ensinam, mas, em sua maioria, indiscriminadamente aceitam tudo que parece produzir “sucesso” como um bom modelo para líderes da igreja imitarem.
Então alguém me deu um artigo da Forbes. O editor daquela revista diz que um livro best-seller sobre liderança da igreja e filosofia de ministério por um pastor evangélico é “o melhor livro sobre comercialidade, negócios e investimento que eu li em algum tempo”.1O editor da Forbes diz; “qualquer que seja seu pensamento sobre [este pastor] ou suas convicções religiosas, ele tem discernido uma necessidade do consumidor lá fora”. Então ele apresenta um resumo do livro, substituindo a palavra negócio por igreja, para demonstrar que os mesmos princípios de administração atualmente produzindo megaigrejas funcionarão no mundo corporativo. Ironicamente, ele está citando um pastor que emprestou sua filosofia de empresários seculares de sucesso. A suposição feita dos dois lados é que tudo que “funciona” nas empresas é automaticamente transferível para a igreja, e vice-versa. Por exemplo, o editor da Forbes cita o pastor: “A fé e a dedicação não superarão uma falta de habilidade e tecnologia. Palavras engraçadas de um pregador, porém quão verdadeiras”.2 Mas isso é realmente verdadeiro? A fé e a dedicação estão desprovidas de algo vital que deve ser provido por habilidade e tecnologia? A teoria de administração moderna de repente destrancou princípios de liderança que eram escondidos até agora? O sucesso financeiro e crescimento incorporado do McDonald’s automaticamente fazem a abordagem deles à McGerencia um modelo bom para líderes cristãos seguirem? A influência de Wal-Mart traduz em prova que o estilo de liderança incorporado deles é certo? A liderança autêntica é meramente uma questão de técnica? Esta abordagem de imitar tudo que é atualmente da moda em teoria de administração secular pode ser possivelmente reconciliada com a declaração de Jesus de que seu reino opera num estilo de liderança notadamente diferente dos “governadores dos povos”? Claro que não pode. É um engano sério para cristãos em posições de liderança terem mais interesse com o que é atualmente popular no mundo empresarial do que com o que nosso Senhor ensinou sobre a liderança. Estou convencido de que os princípios de liderança que ele ensinou são essenciais ao sucesso autêntico em campos espirituais e seculares. E só porque uma técnica de liderança parece “funcionar” efetivamente em um ambiente incorporado ou político não significa que deva ser abraçada inquestionavelmente por cristãos. Em outras palavras, você não se torna um líder espiritual estudando as técnicas dos empresários. Você não pode exemplificar liderança bíblica e, ao mesmo
III
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pnn i > ób vio que o apósto lo Paulo teria mais para ensinar aos cristãos sobre
..... . liderar do que nós podemos aprender de DonaldTrump? Por essa mesma
in/nu esse livro em grande parte se baseia em material biográfico da vida do «I••' min Paulo, do Novo Testamento. I íesde a época em que eu cursava o primeiro grau, tenho devorado várias i i"ri,ilias de grandes líderes cristãos - pastores eminentes, pastores distintos, ' iifiiúrios preeminentes, e outros heróis da fé. Suas vidas me fascinam e me lt DIiiiui. Sou fortemente incentivado por homens e mulheres que serviram bem tá tiin Suas histórias foram um catalisador poderoso para eu avançar na minha Mi^pi In i mninhada espiritual. Juntos, eles me influenciaram tanto quanto qualquer iii 1 > ia vi va que tenha conhecido. É claro que sou a soma de muitas influências, ' 1 as menores o exemplo religioso de meu pai como pastor e pregador da Ph Ih v i i i. o padrão de oração e vida santa da minha mãe, e muitos outros mentores ..... liais pessoais que me ensinaram. Mas eu não posso descontar o impacto («ml um Io em minha vida que veio de biografias escritas sobre pessoas que eu ....... . i onhecerei face a face deste lado do céu. i Jnssa cultura hoje está clamando por soluções pragmáticas, fórmulas ■"iilmlaveis, programas de três passos, quatro passos, ou doze passos para •■ ..... . a toda necessidade humana. Certamente o anseio para respostas jii iiiii tf. nu) é completamente errado. Embora a exposição bíblica tenha sido mu ii |n iiifipal alvo e metodologia no meu próprio ministério de pregar e escrever, ItHiln de /ato ser tão prático quanto possível no meu ensino (Este livro inclui ...... li ni|’a lista.de vinte e seis princípios práticos para líderes. Veja Apêndice). Mas sempre achei a biografia cristã inerentemente prática. Um livro que ....... Iiislória ou carreira de um cristão nobre não precisa ser acentuado com i 1 li ma explícito de passos ou imperativos e advertências dirigidos ao leitor. 11i' iii iiuinho dc uma vida religiosa é por si só suficiente para motivar. E por • iu|iii i .Imio as histórias de vida e memórias dos líderes religiosos. I >i ludas as biografias que li e as vidas que deixaram sua marca no meu i iii itli i iie 1 iii indivíduo mortal deixou uma impressão mais profunda em mim ....... npnslolo Paulo. Às vezes sinto que sei mais dele do que qualquer um ........ i i filo, porque passei uma porção principal da minha vida estudando o o liilii hlliln o da sua vida, epístolas e ministério, aprendendo sobre liderança Illll tflIN pÓN ' 11ml. . , Miln i rinpirMi i iIr publicidade i' propaganda em Nova York]. Nota do tradutor. 1 11
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Passei vários unos na década do novenla pregando cm 2 Corinlios, cuja epístola inclui uma parte do material autobiográfico mais signilicante sobro Paulo cm lodoo Novo Testamento. Nenhuma epístola e nenhum trecho do livro doAtos expõe o verdadeiro coração de Paulo com a mesma clareza ou paixão como esta freqüentemente negligenciada epístola. E mais que autobiográfico; é uma visão muito pessoal nas profundidades da sua alma. E uma perspectiva de quadro janela no caráter de um cristão que é um líder e que caminha próximo a Deus. Revela o que uma pessoa que olha verdadeiramente na face de Jesus Cristo pode ser. Aqui está um modelo para aqueles que desejam ser líderes espirituais. Aqui está o padrão. Aqui está o exemplo de carne e sangue e meu mentor. Tenho fundamentado, portanto, a maior parte deste livro em material autobiográfico e biográfico tirado de Atos 27 e 2 Coríntios. Essas passagens mostram o melhor de Paulo como um líder. Alguns que apenas esquadrinham essas páginas poderiam ser a princípio tentados a pensar: “isso é tudo sobre Paulo; não é nada sobre mim”. Mas na verdade é sobre o que nós deveríamos ser. O próprio Paulo disse: “Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores” (1 Co 4.16). “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (11.1). Ele era um verdadeiro exemplo de líder à semelhança de Cristo. Vamos começar com vários capítulos examinando como a liderança de Paulo era manifesta na mais improvável das situações - num naufrágio onde ele era a menor das pessoas a bordo do navio. E, contudo, ele agiu à altura dos acontecimentos e demonstrou poderes extraordinários de liderança. A segunda parte do livro examinará princípios de liderança de várias passagens fundamentais em 2 Coríntios. Meu interesse em liderança foi elevado e minha compreensão dos princípios de liderança foi aguçada quando atravessei aquela epístola maravilhosa pregando. Como veremos, está repleto de um aguçado discernimento de como liderar as pessoas. A terceira parte do livro completa o nosso estudo de liderança com duas passagens-chave: uma de 1 Coríntios 9.24-27 e uma de Atos 6.1-7. Esses dois capítulos finais caracterizam critérios fundamentais sobre o caráter e disciplina pessoal do líder. O que aprendemos do apóstolo Paulo é a mesma coisa que Jesus ensinou: que o caráter - não estilo, não técnica, não metodologia, mas caráter - é o verdadeiro teste bíblico em relação à liderança notável. A organização empresarial é maravilhosa, porém o empresário sem caráter mais qualificado no mundo não é nenhum líder genuíno. Planejamento estratégico é importante, mas se você não tiver líderes que as pessoas seguirão, seu plano estratégico falhará. A clareza de uma declaração proposta bem traçada é crucial, mas o verdadeiro líder espiritual tem de ir além de esclarecer somente o foco das pessoas. O líder autêntico é um exemplo para seguir. E o melhor exemplo para seguir, como sabia Paulo, é aquele que segue a Cristo.
I / I I l l v i u H i ih m l i il m i i n ç t i
( oira'i|üouli'iiu'iik', ii I si riluiu, nflo o mundo empresarial ou n itioiiu Im»l11k .1. ( ii lonle com miloridadc pura a i|iml nós precisamos olhar a lim dc 11•it i11Ki a verdade sobre liderança espirilual. Essa abordagem, espero, é o t|iie ti ndiuitaiá com o a característica principal desse livro.
Nuluralinenlo, para o cristão, os princípios bíblicos deveriam ser levados paia o âmbito empresarial, para a vida familiar, para a política e para toda a .1" udude, (.ali aplicados. Princípios bíblicos sobre a liderança não são princípios iipi-nas para a igreja. Na realidade, os cristãos devem estabelecer tendência |im a Ioda liderança secular, empresarial e política, em vez de imprudentemente i mpivslar do mundo tudo o que parece “funcionar”. Escrevi esse livro pensando em todos os tipos de líder. Já escrevi outros li \ 11 c; (|iu-1ratam especificamente de liderança da igreja e filosofia de ministério. I ,m nAo é meu objetivo aqui. Em vez disso, a minha meta nesse livro é destilar " | H11k ípios bíblicos sobre a liderança de uma maneira que, espero, trará benefício I•ii ,i lideres em todos os campos - líderes de empresas, líderes cívicos, líderes il.i i|*ti-|ji, pais, professores, discipuladores pessoais, líderes da mocidade ou o 111it' •icjii.
I odas as pessoas devem ser líderes? Obviamente, nem todos são chamados i• ii i e i líder na mesma medida, ou a liderança, por definição, não existiria h i I( o I.’. 18-29). Mas todo cristão é chamado para ser uma espécie de líder, ■ iii ,iIriiina medida, porque todos nós recebemos um mandado para ensinar e mllui-iK iar outros. A Grande Comissão de Cristo é uma ordem para fazer ■li .i ipulos de todas as nações... ensinando-os a guardar todas as coisas que II ii lo | vos tenho ordenado” (Mt 28.19,20). O escritor de Hebreus repreendeu ■ii l iloros por causa da imaturidade espiritual deles, dizendo: “devíeis ser ..... i Iiv n " (S. 12). Claramente, pois, todos os cristãos são chamados para mllm iii i:u outros e lhes ensinar a verdade sobre Cristo. Então, não importa i|iiul u |n .i ii s tatus, posição, dom, ou ocupação, você é chamado para ser um liili i rin alguma medida. I'i lanlo este livro é para você, quer atualmente você se ache um líder ou ..... Minha oração é que você deseje o tipo de liderança que o apóstolo Paulo i 1111 >111ii mi: liderança espiritual corajosa, inflexível, fiel, que inspira pessoas • ii, l
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I
PAULO EM CADEIAS: LIDERANÇA EM AÇÃO
Capítulo 1
Ganhando confiança
mundo e a igreja enfrentam uma crise de liderança. Neste momento em que escrevo estas palavras, as manchetes na imprensa secular são todas sobre líderes no mundo empresarial que foram culpados de espantosa negligência moral. Eles levaram à falência grandes empresas p causa da própria ganância pessoal deles. Eles se envolveram em comércio interno ilegal. Eles mentiram, enganaram, roubaram e fraudaram. A extensão e gráfico da corrupção incorporada no mundo hoje é quase inconcebível. No campo político, o quadro pode até mesmo ser mais desanimador. ( )s escândalos morais que sacudiram a Casa Branca de Clinton mudaram o clima da política americana. A lição daquele episódio (de acordo com alguns políticos) parecia ser que uma pessoa pode mentir, enganar e falhar na integridade moral - e, contudo, não necessariamente perder sua carreira como um político. A integridade pessoal, aparentemente, não é mais uma exigência para o ofício político. Na cultura pós-Clinton, uma séria indiscrição moral parece não causar nenhum impedimento significante a candidatos para cargo público. Na igreja visível, infelizmente, as coisas são pouco melhores. Os escândalos de televangelistas dos anos oitenta parecem ser todos esquecidos. Na verdade, não mudou muita coisa após os escândalos. Se mudou alguma coisa, o estado da assim chamada televisão “cristã” está bem pior do que antes. A maioria das celebridades cristãs da televisão ainda está fazendo apelos gananciosos, ininterruptos por dinheiro. Cantores cristãos famosos continuam envergonhando a igreja com fracassos morais escandalosos. E ainda ouvimos falar regularmente de pastores que desacreditam seus ministérios e se desqualificam negligenciando a única coisa que mais importa em liderança: o caráter. Tanto a igreja quanto o mundo parecem ter negociado a noção de liderança pela celebridade. Os heróis de hoje são pessoas que são famosas por serem famosos. Eles não são necessariamente (e nem mesmo normalmente) homens e mulheres de caráter. A liderança verdadeira está seriamente em falta. Porém, de certo modo, o vazio da liderança apresenta uma tremenda oportunidade. O mundo está clamando por líderes - líderes grandes heróis
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III
I I l l VI l ) Nl l l i t l l l l l l l l l f l l i ç i l
desde lideres políticos no campo internacional a líderes espirituais na igreja e na lamilia. li a maioria das pessoas reconhece essa necessidade. Recentemente compareci a uma reunião especial de reitores na University of Southern ( ulilornia. Na mesma ocasião, uma conferência sobre liderança estava sendo nipani/ada em uma sala adjacente. Todos nós nos misturamos durante a hora iI.•almoço. Uma mesa foi posta no saguão, exibindo dúzias de livros recentes .iibre liderança. À medida que eu ouvia a argumentação e seguia em direção à m. a de livros, percebi que a severidade da crise de liderança atual é do . .iiihecimento de todos. Porém, como resolver a crise parece ser um quebra■ubeça para a maioria, até mesmo para alguns dos homens mais poderosos no mundo acadêmico. Será que as pessoas não vêem como a crise de liderança brota de uma pet da de integridade? Eu acho que não. Na verdade, os títulos naquela mesa de livros incluíam vários volumes que davam mais valor à necessidade de caráter, ■lei ência, honra e ética. As pessoas certamente parecem ter pelo menos uma uoçflo vaga de que a questão de caráter está no coração da crise de liderança. () problema é que nós vivemos numa era em que a própria definição de .. inilcr licou indistinta. As pessoas lamentam a perda de integridade em termos (HTíiis, mas poucos têm alguma idéia clara do que a “integridade” mais requer. Padrócs morais foram sistematicamente removidos. A nossa é a primeira sociedade desde o decadente império romano que regulariza a homossexuali dade. Nós estamos vivendo na primeira geração em centenas de anos que lej’,ali/ou o aborto. O adultério e o divórcio são epidêmicos. A pornografia é aj',ora uma indústria enorme e um empecilho principal no caráter moral da sociedade. Praticamente mais nenhum padrão moral ou ético claro é aceito. Náo c à-toa que é difícil encontrar integridade pessoal inflexível. Mas eu sou otimista. Estou convencido de que esta é uma era de oportunidades sem precedente para a igreja - se tirarmos proveito disto. O vazio da liderança está bradando para ser ocupado. Se homens e mulheres religiosos •.airem e liderarem, as pessoas estarão preparadas para seguir o exemplo certo, l einpos hostis e circunstâncias adversas não causam impedimento nenhum a um verdadeiro líder. Na realidade, a grande adversidade pode ser transformada numa grande vantagem pelo poder de um líder influente. Nós vemos uma ilustração dessa verdade, em microcosmo, na experiência do apóstolo Paulo em Atos 27. Sc você quer um modelo humano de liderança, não acredito que achará um modelo melhor que Paulo. Paulo é meu herói como um líder. Ele era um \ i idadeiro líder de pessoas, e sua liderança agiu à altura dos acontecimentos ■m Ioda situação concebível. Suas habilidades de liderança não tiveram nadaa i (u lílulos I l n.i eia |’ \ein d r dc nenhum território; ele não era
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eomandantc dc nenhuma tropa, ele mio em nenhum tipo dc lidaI|jo I)eus IiiiIiu concedido a de o titulo dc apóstolo, mas este era sou único titulo, e nao luilin nenhuma relevância lóra da igreja. Contudo, cm Atos 27, nós o vemos tomando conta do uma situação num ambiento hostil secular quando outros homens homens poderosos - provaram ser incapazes de liderar. Paulo não era (especialmente nessa situação) um homem de posiçáo elevada. Porém, ele era um homem de grande influência um líder natural
O que nós encontramos em Atos 27 é uma situação muito interessante. Paulo estava iniciando a longa viagem de Cesaréia a Roma, onde ele seria julgado no tribunal de César. Ele tinha que ser transportado em cadeias como um prisioneiro.
Paulo em Cesaréia Cesaréia era o principal posto avançado do exército romano na costa do Israel, a oeste de Jerusalém e ligeiramente ao norte da cidade moderna de l ei Aviv. Era o principal porto e ponto de partida para oficiais romanos durante a ocupação de Israel. Era onde Pilatos morava durante a época de Cristo. A cultura era completamente romana. O apóstolo Paulo tinha sido trazido a Cesaréia como prisioneiro. Sua vida como missionário e plantador de igrejas parecia ter acabado. Quando retornou da sua terceira viagem missionária em Atos 21.15, ele voltou a Jerusalém. I(Io havia juntado dinheiro de igrejas gentias em toda a Ásia para dar à igreja em Jerusalém porque as necessidades desta eram grandes. Em Atos 21.11,o profeta Ágabo tinha avisado Paulo que em Jerusalém ele seria tomado como prisioneiro pelos judeus e entregue aos gentios. Paulo sabia que a profecia era verdadeira, mas estava comprometido com o ministério a que Deus havia lhe chamado, e respondeu: “estou pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus” (v. 13). De acordo com Atos 21.27, Paulo foi ao templo em Jerusalém, onde foi visto por alguns judeus adoradores da Ásia que o reconheceram. Eles falsamente o acusaram de contaminar o templo. Eles sabiam que ele estava viajando com Trófimo, que era gentio, e Atos 21.29 declara que eles falsamente consideraram que Paulo havia trazido Trófimo consigo ao templo - o que era proibido aos gentios. Então eles deram início a um grande tumulto sobre aquilo que começou como um simples mal-entendido nascido do ódio deles por Paulo. Conseqüentemente, Paulo foi preso e levado a Cesaréia para julgamento. Aparentemente, os romanos não sabiam o que fazer com ele. Parece que eles o haviam prendido basicamente para acalmar os líderes judeus que estavam gritando por vingança contra ele. Paulo foi então mantido na prisão em Cesaréia por mais de dois anos (At 24.27). Primeiro ele foi julgado diante de Félix; depois, diante de Festo e de Herodes Agripa II. Dois governadores romanos e o último
II I II llv n i itulirtt lli liu .11ii it
lliln dii dinaslia herodiana pessoalmente ouviram o caso de Paulo. < mia um d' l' 'i llic julgou nflo merecedor da morte ou cadeia, mas mesmo assim o mantiveram preso, porque soltá-lo teria causado problemas políticos com os lldfivs judaicos em Jerusalém.
I oi duraule o julgamento diante de Festo que Paulo apelou diretamente a < ' mu Isto era seu direito como cidadão romano. Segundo Atos 26.32, Agripa div;r a Posto em particular: “este homem bem podia ser solto, se não tivesse n|M'liulo para César” (At 26.32). Talvez ele estivesse falando sério. Mais Iamavelmente, Herodes e Festo teriam continuado a usar Paulo como uma 1'iHiinlia. Porém, visto que Paulo havia apelado para César, ele teve que ser l' vmio para Roma. I .u- é o contexto histórico no início de Atos 27. Paulo está em Cesaréia. i I' i , prestes a ser enviado a Roma para ser julgado por Nero. Sua longa ......... cm l 'esaréia está acabada, e agora um novo capítulo começa enquanto ■| >i", nrador romano toma providências para a longa viagem a Roma. i
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i’iiulo na prisão Nesse momento, a narrativa do livro de Atos muda de marcha. Lucas i miu-ça a escrever na primeira pessoa, sugerindo que foi permitido a ele ir 11 iiiIo como companheiro de Paulo na viagem para Roma. Portanto, o que ele , .ti eve c seu próprio testemunho em primeira mão - uma crônica inspirada de i, •.lemunha ocular. E ele começa a pintar com mais detalhes. Na verdade, 1111•uir. est udiosos comentam que este capítulo de Atos contém mais informação , iIhc .i navegação antiga que praticamente qualquer outra fonte do primeiro ,i, 11Io, I, incrivelmente, há mais palavras na Escritura dedicadas a detalhar a \ lairm que Paulo fez de Cesaréia a Roma que todas as palavras sobre a criação mi ( ienesis. E, portanto, um relato importante. Quando a viagem para Roma começou, Paulo era nitidamente o menor d ih o m e n s ali. Ele não tinha nenhuma autoridade. Ele não tinha nenhuma 11 ".ponsahi Iidade. Ele não tinha nenhum direito. Como um prisioneiro, ele estava i i embaixo, física e socialmente. I passei algum tempo pregando em prisões. Na verdade, visitei i, i riilrmcnle uma prisão onde alguns homens famosos estão encarcerados. I iii di lc. cra um ex-presidente de uma das maiores companhias de seguro de \ ida n.i América. Outro era um empreiteiro de construção famoso que tinha Iii11ii n
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Sabe d que obsei vei? N 111) •11< i i i I i i i l m iclópio Nenhum deles Imliiu elului computador, lernoN listrados ou gruvula.s dc seda lilcs tinham sido despojados dc todos os atavios dc poder, líles recebiam ordens sobre quundo sc levantai, quando comcr, quando cxcrcitar c quando trabalhar na lavanderia. Ninguém linha qualquer tipo dc autoridade.
Na realidade, eu tinha levado uma Bíblia para dar a certo interno, mas me disseram que ele não tinha permissão dc recebê-la. A única maneira dele receber a Bíblia seria pelo capelão da prisão, e este teria que arrancar a capa do livro para evitar que algum prisioneiro pudesse usar as capas duras para fazer armas. Prisioneiros não têm nenhuma autoridade. Essa era a situação de Paulo. Indubitavelmente, o navio em que ele estava tinha sido escolhido por oficiais romanos. Ele foi colocado na companhia de um homem chamado Júlio, que Lucas diz ser “um centurião... da Coorte Augusta” (At 27.1) - uma coorte imperial. Como um centurião, Júlio tinha cem homens sob seu comando, e eles foram especificamente nomeados para trabalhar para César. Como centurião, ele era um dos que possuíam a mais alta posição em todo o exército romano, e seus homens teriam sido soldados da elite. A propósito, aqui está uma nota de rodapé interessante: toda vez que você encontra um centurião romano na Bíblia, você encontra um homem de integridade - um homem respeitável, inteligente, virtuoso. Os romanos não eram muito bons para escolher governadores, mas aparentemente eles tinham alguns meios de escolher centuriões que eliminavam o fraco e o incompetente. Encontramos centuriões em Mateus 8 e Lucas 7, Marcos 15, Atos 10, Atos 22, e Atos 24, e todos eles são homens cheios de decência e honra. Júlio não é nenhuma exceção à regra. Lucas escreveu: “embarcando num navio adramitino, que estava de partida para costear a Ásia, fizemo-nos ao mar” (At 27.2). O plano era para Júlio viajar neste navio com Paulo para Adramitino, e no caminho, em algum porto principal, eles apanhariam outro navio para Roma. O versículo conclui: “indo conosco Aristarco, macedônio de Tessalônica” Aristarco era um amigo e companheiro de Lucas e Paulo. Ele é mencionado em Atos 20.4 como um dos vários membros da igreja de Tessalônica que acompanharam Paulo para casa em Jerusalém depois da sua terceira viagem missionária. De acordo com Atos 19.29, Aristarco também estava com Paulo em Efeso quando toda aquela cidade ficou revoltada com a pregação do evangelho. Conseqüentemente ele tinha sido um amigo e companheiro antigo de Paulo - sem dúvida um crente e um ministro companheiro. Aparentemente, ele tinha estado com Paulo durante aqueles anos de prisão em Cesaréia. Agora ele acompanharia Paulo e Lucas na viagem para Roma. Isso estabelece a cena. Paulo é um prisioneiro. O navio teria um capitão c provavelmente um imediato. Abaixo deles estariam outros marinheiros de posiçí1( >
71) II Iivim miIimi liclnritii^i Supervisionando a eustóilia de Paulo, estava um centurião romano, c os \ . i .1» ulos 11 e 32 dizem que ele tinha alguns dos seu s soldados com ele Iropns d> dile Havia, pois, muitas pessoas com autoridade naquele navio.
Não Paulo. Ele estava abaixo de todas as coisas - talvez até no sentido literal. Ele teria sido mantido indubitavelmente no cárcere do navio.
Paulo em liberdade Mas Júlio parece ter sido um homem nobre, e Atos 27.3 diz que logo depois de um dia de viagem, durante a primeira parada, em Sidom, no primeiro
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c n iitiliulc* n k 'nliiI dc um Niiipi-nlo. l*oi que ele deixaria um prisioneiro ter liberdade depois de apeiui1, um dm na cadeia? Só exisk- umn úmai rn/rto: ele conllou cm Paulo. Aqui está o pi imeiro princípio da liderança: Um líder é confiável.
I )e alguma maneira, ou enquanto ainda era prisioneiro em Cesaréia ou na viagem de um dia ou provavelmente as duas coias - Paulo fez com que o centurião acreditasse que ele nunca faria nada que trouxesse prejuízo ao centurião pessoalmente. Júlio estava convencido de que Paulo não tomaria a liberdade que ele deu para tentar escapar. Por esta razão ele o deixou ir para seus amigos. Parece que Paulo tinha amigos em todos os lugares. E claro que ele também tinha inimigos em toda parte. Mas ele tinha alguns amigos em Sidom que, sem dúvida, haviam se beneficiado da influência do ministério de Paulo durante anos. Ele deve ter pedido permissão ao centurião para visitar esses amigos. E o centurião o deixou visitá-los. Ele obviamente não tinha nenhum medo em oferecer a Paulo este grau incomum de liberdade, e até mesmo o pôs nas mãos de um grupo que podia, se eles estivessem dispostos, tentar ajudar na sua fuga. Como Paulo ganhou tão depressa a confiança de Júlio? A Bíblia não diz. Paulo era obviamente um homem bondoso, religioso. Sua integridade pessoal era profunda. E possível que o governador Festo, que sabia da inocência de Paulo, tivesse assegurado a Júlio de que poderia confiar em Paulo, e ordenou que ele o tratasse com gentileza. Que essa confiança tinha se desenvolvido é indicado em Atos 24.23, porque o que o centurião fez é precisamente o que o governador anterior, Félix, fez: “E mandou ao centurião que o guardassem em prisão, tratando-o com brandura, e que a ninguém dos seus proibisse servi-lo ou vir ter com ele” (ARC). Tudo isso é evidência clara de que Paulo tinha ganhado uma reputação de confiança. Até mesmo os governadores sob os quais ficou preso sabiam que ele era um homem de integridade. E de alguma maneira essa confiança foi comunicada a Júlio. Júlio também poderia ver claramente que os companheiros de Paulo, Lucas e Aristarco, eram dedicados a ele. Eles não o abandonaram quando ele foi preso. Pelo contrário, eles estavam dispostos a acompanhá-lo em todo o caminho para Roma, um grande risco pessoal para suas próprias vidas. rnncí pio de Lide, Convenhamos: isto não era como UM LÍDER É COIn viajar num cruzeiro para Honolulu em um navio luxuoso. Esta era uma embarcação romana pequena, desajeitada, inóspita. Os alojamentos eram apertados e incômodos. Além disso, alguns historiadores acreditam que a única maneira pela qual Lucas e Aristarco teriam tido permissão para acompanhar Paulo nesta viagem era de irem como escravos. Qualquer que seja as condições da viagem, você pode estar seguro de que o
')'! I) lli/iii n(llllll IiiIiiiiiiiç u
('iivenio romano não arcou com as despesas. Não importa quais Ibram as
i iicuiislancias que abriram a porta para eles acompanharem Paulo; era um ic 11 l ieio pessoal essencial para Lucas e Aristarco. Mas eles fizeram isso por causa do seu amor pelo apóstolo. Eles eram claramente comprometidos com ele. ( )bviamente, os amigos de Paulo em Sidom também confiaram nele. Eles lhe abriram suas casas, embora fosse um prisioneiro. Em lugar de ver sua ptisAo como algo que lança dúvida sobre sua integridade, eles deram boasMii Ias e o confortaram. Ninguém inspira este tipo de devoção sem ser confiável. ( ertamente Paulo também teria tratado Júlio com o máximo respeito. í 11111>óm deve ter conversado com ele, mostrado interesse, e rapidamente deve ii i ilt envolvido uma simpatia para com Júlio, e este retribuiu esse respeito. ■ iin quando tinham viajado apenas um dia, Júlio já havia confiado em Paulo Ilasianle para lhe conceder liberdade. < orno um líder constrói confiança? Quando as pessoas estão convencidas i >|iie você fará tudo que está em seu poder pelo bem delas e nada para lhes i 'i ■|i ulicar, elas confiarão em você. Certamente este centurião estava convencido i• ' 11u Pau Io honestamente tinha seus melhores interesses no coração; assim ele ili' ili ii certa liberdade. Ele claramente tinha um alto grau de confiança de que i mio nao tentaria escapar. Se Júlio tivesse a menor preocupação sobre se Paulo ■iin ia .10 navio voluntariamente, ele o teria mantido sob guarda na embarcação. Iiis I'nulo tinha ganho a confiança dele. Toda liderança começa neste ponto. Paulo se preocupava com aquele homem. Ele estava ciente do dever de i'ilin sensível às suas preocupações, e ele não teria feito nada que lhe • li mel editasse ou desonrasse, muito menos colocasse em perigo sua vida. Dessa "HiiH iia o poder do caráter de Paulo influenciou Júlio. Paulo, o prisioneiro, i luva com efeito “conduzindo” Júlio, seu carcereiro. U líder não é alguém que é consumido por seu próprio sucesso e seus pio| . melhores interesses. Um verdadeiro líder é alguém que demonstra a i'"l* ri que lhe cercam que os interesses deles são o que mais ocupa seu coração, i m \ erdadeiro líder trabalhará duro para que todo mundo ao seu redor seja lu iii sui ediilo. Sua paixão é ajudar as pessoas sob sua liderança a florescerem. I / >r t|iie um verdadeiro líder tem de ter o coração de um servo. i a pessoa não pode ser um líder genuíno e agir só para desempenho ou 1111h . 11. ssoa 1.1’essoas cujos motivos são egoístas acabam não liderando ninguém, pinqiie iodo mundo as abandona. Não se pode confiar nelas. Uma pessoa em "iii posiçrto de liderança só terá êxito se as pessoas confiarem nela com seu luiiii ii l oin seu dinheiro, ou até mesmo com sua vida. Nada pode tomar o lugar i * oitliança Nada. Um líder em que você não pode confiar não é um líder • oliuli no Lie pode ser um homem poderoso, capaz de forçar as pessoas a ' ■ ........ que ele quer, mas não é nenhum exemplo de liderança verdadeira. iii
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(imiluiiiilti lam fimiçít
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Veja como você pode reconhecer fiicilincntc lideres genuínos: eles níIo aqueles cercados por pessoas talentosas, capazes, diligentes, elieazes que silo dedicadas ao seu líder. lista devoção rellelc confiança. E a conliança brota da maneira altruísta em que o líder religioso utiliza suas próprias energias e suas próprias habilidades com renúncia, abnegação. As pessoas o seguirão se você puder mostrar que está sinceramente interessado no que é melhor para elas. Aquele homem estava tão convencido de que Paulo nunca faria nada que o prejudicasse que o deixou ir encontrar seus amigos. E, claro, Paulo voltou. Ele provou ser merecedor da confiança de Júlio. Paulo estava construindo mais confiança que fortaleceria mais sua própria mão para liderança na viagem mais à frente.
Capítulo l
Tomando omando inic in iciativ iativa a
Q
uando a longa viagem de Paulo Paulo para Roma Rom a recomeçou depois daquela breve bre ve parada par ada em Sidom, o navio nav io encont enc ontrou rou o que seria ser ia a ruína ru ína da viagem inteira: ventos contrários. Lucas escreveu: “partindo dali, navegamos sob a proteção de Chipre, Chipre, por po r serem contrários os ventos; e, tendo tendo atravessado o mar ao longo da Cilícia e Panfília, chegamos a Mirra, na Lícia” Lícia ” (At 27.4,5).
As A s c o i s as s e t o r n am d i f ícei íc eiss Para ver como a liderança de Paulo lhe engrandeceu entre os homens no navio, até que ele tomasse completamente o controle e todo mundo ficasse dependente dele, precisamos examinar os detalhes dessa história. história. Chipre é uma ilha ligeiramente ao sul da Ásia Menor, norte e oeste da terra de Israel (veja o mapa). Mirra é uma cidade portuária um pouco mais a oeste e bem na ponta sulista da Ásia Menor, na hodiem hod iemaa Turquia. Assim, depois de deixar Sidom, na costa setentrional do atual Líbano, o capitão do navio virou para par a o oeste oes te em direção dire ção a Roma Ro ma e velejo vel ejouu par p araa o noro n oroest estee na n a direç d ireção ão do porto da sua terra, Adramitino. Chipre era a ilha mais próxima, e era grande. Os ventos vinham do oeste, conseqüentemente eles navegaram para o leste leste de Chipre, tentando evitar tanto quanto possível os ventos fortes.
711 l) lu/n» lu/n» -üili -üiliiiiiii llil llilw wmiçM Ohviamenle, um nuvio nfio veleja reto com um vento forte. O único modo puiu puiu avun avunçn çnii em ventos contrários é por uma manobra chamada mudança de amnras. I ste sistema envolve um curso de ziguezague na direção, primeiro perpendicular perpendicular ao vento, vento, utilizando utilizando as velas para ganhar velocidade, velocidade, depois virar pura pura o vento vento e soltando as as velas velas para permitir que a cinética do navio o leve para o vcnlo. Então as velas são elevadas no momento oportuno e o navio corre perpendicularmente perpendicularmente de novo para o vento. vento. A manobra é extremamente difícil difícil e de de in. k>-de >-de-o -obr braa intensiva, mas toma toma possível poss ível velejar velejar em um vento contrário moderado. I lavia vários tipos de navio naquela época. Alguns eram navios grandes que se arriscavam no mar aberto para transportar trans portar cargas pelas rotas prescritas pura pura navios. Outros Outr os faziam viagen via genss curtas curta s perto per to das costas e movia mo viam-s m-see de porto a porto. Este era aparen apa rentem temente ente um navio navi o da segund seg undaa varieda var iedade, de, porque porqu e I ucus descreve sua viagem de porto a porto. O navio foi de Cesaréia para Sidom, depois de Sidom para Mirra, na ponta sulista da Ásia Menor. A rota estava um pouco fora do caminho para uma viagem a Roma. Teria sido uma viagem reta de Sidom para Rodes (quase metade do caminho para Koma). Mas por causa dos ventos, em vez de viajar diretamente para Rodes, eles lizeram um desvio que os levou para o norte de Chipre, uma rota mais segura, porém menos direta. As pistas cronológicas em Atos sugerem que isso aconteceu em meados di- agosto, que é consistente consisten te com o que nós sabemos sabem os sobre so bre os padrões de vento da região. Em agosto, os ventos são ocidentais. A estação de velejar estava terminando depressa. Aproximadamente de II de novembro novemb ro até o fim de de março, ventos ven tos de inverno no mediterrâneo podem sei- traiçoeiros; assim nenhum nenhu m navio fazia qualquer qualque r cruzamento cruzamen to regular regula r durante esses meses. E até mesmo no início de outono, de 14 de setembro a 11 de novembro, novembro, viajar v iajar no mediterrâneo poderia ser um risco. risco. Por P or esta razão o tempo era curto para fazer a viagem, e a velocidade velocid ade era essencial. De acordo com historiadores marítimos, a viagem de Sidom para Mirra, em um vento contrário, leria levado aproximadamente nove dias. Quando Paulo e sua companhia chegassem a Mirra, a estação de perigo já estaria se aproximando. aproximando. Mirra tinha um porto. A cidade em si se situava a três quilômetros no interior, interior, mas o porto era ocupado e ativo, principalmen princip almente te para navios do Egito. () Eg Egito ito era a fonte principal de grãos grãos para o império romano. Navios trariam grãos do Egito para os silos de Mirra, descarregariam e retornariam para o Egilo. Egi lo. Outros navios rumo a Roma Rom a colecionariam colecion ariam os grãos e os levariam para a capitul capitul imperial. imperial. Aconteceu que em Mirra Mir ra havia um destes navios navio s rumo à Itália. Itália. I ucus ucus disse: disse: “Achando “ Achando ali o centurião um navio de Alexandria, que estava de de putlida para a Itália, nele nos fez embar em barcar car”” (At 27.6). I sie segundo segundo navio, navio, nós descobrimos, era grande grande e mais apropriado para o alio- mar que o primeiro navio, capaz de levar 276 passageiros além de sua
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|xv-.iitIn (» niivio em resistindo cm Alexandria, que está no f f il o Anmiii ern iiuliihítuvelincMile um dos navios que Imiisporliivnm grrtos. Visto que jii cru tarde no ano para cru/aro mediterrâneo, eles aparentemente nílo perderam Icmpo em Mirra. ( 'omcçaram imediatamente a viagem para Roma. () versículo 7 di/ “navegando vagarosamente muitos dias e tendo chegado com dificuldade defronte de Cnido, não nos sendo permitido prosseguir, por causa do venlo contrário, navegamos sob a proteção de Creta, na altura de Salmona”.
Os ventos ocidentais estavam aparentemente aumentando em intensidade listava ficando difícil mudar de rumo e fazer progresso. A partir da descrição de Lucas, podemos entender a rota que eles tomaram. Eles seguiram a passagem poi dentro entre Rodes e o continente da Ásia Menor. Isso os levou mais a oeste e um pouco mais ao norte. Cnido era uma cidade em uma ilha pequena na ponta de uma península comprida. Ela marca a extremidade sudoeste da Ásia Menor, ligeirarnente ao norte de Rodes. A ilha era ligada ao continente por uma calçada artificial, que proporcionou dois portos à cidade, um ao norte da calçada e o outro ao sul. O navio de Paulo normalmente teria atracado em um dos portos ali. Mas na medida em que eles se aproximavam de Cnido, a rota deles os levava para o mar aberto. Lá eles perderam a vantagem dos ventos suaves que sopram da costa. Eles mergulharam direto no vento prevalecente e o esmorecido início das águas. O vento no mar aberto se tornou tão poderoso que eles não conseguiram levar o navio para o porto em Cnido. Nesse momento, eles não tiveram outra escolha a não ser navegar ao sul, para a ilha de Creta. O plano era viajar ao longo da costa sul de Creta, onde eles estarian i um pouco protegidos dos ventos poderosos, e entrar em um porto seguro ali. Eles velejaram passando Salmona, um promontório, ou cabo, no canto nordeste de Creta. Lucas concluiu que o tempo já estava piorando: “Costeando a, penosamente, chegamos a um lugar chamado Bons Portos, perto do qual estava a cidade de Laséia” (v. 8). A brevidade das palavras de Lucas camufla o grau de dificuldade que eles teriam experimentado. Creta é aproximadamente 272 quilômetros de comprimento e apenas 56 quilômetros em seu ponto mais largo. De Salmona para Bons Portos era pelo menos 224 quilômetros. Portanto a expressão “penosamente” sem dúvida é uma indicação incompleta. Porém, o nome Bons Portos era um exagero. Era um porto pequeno, consistindo em uma baía aberta, abrigado apenas por duas ilhas pequenas. I.ucas disse: “não sendo o porto próprio para invemar” (v. 12). A cidade vizinha dc Laséia era pequena; assim, pode ser que provisões e acomodações fossem escassas. Porém, talvez mais importante, o capitão do navio estaria ansioso para chegar a Roma e vender sua carga. Invernar em Bons Portos teria significado uma demora de quatro meses, e o dono do navio teria que pagar os salários da tripulação e comprar seus suprimentos durante esse tempo. De um ponto de vista econômico, um inverno em Bons Portos teria sido desastroso.
•Ml II llVItl Nllhll llllltlJIIIÇH Aparentemente, porém, o navio Iicou incvilavcimcnie di luiu iu . porto i.ilvtv pelo clima, ou talvez pela dificuldade de conscguii suprimcnlos. i m .is disse: “ Depois de muito tempo, tendo se tornado a navegaçílo perigosa, r |íi passado o tempo do Dia do Jejum” (v. 9). “Dia do Jejum” é uma referência ,n>I >ia da Iixpiação, Yom Kippur. Este é o décimo dia do sétimo mês no calendário (udeu, sendo isso próximo ao início de outubro. Cruzar o mar aberto nesta época iln ano era um plano muito perigoso. Seria arriscar a própria vida. Mas era um risco que os marujos estavam preparados a encarar. Eles planejaram tirar o navio de Bons Portos e pensaram que poderiam invemar nu llior num porto chamado Fenice. Este estava na costa ocidental de Creta. O iii ii in linha um ancoradouro semicircular com entradas no sudoeste e noroeste, iiin mais protegido contra os ventos severos do inverno. Então o plano deles i i " di- viajar ao longo da costa de Creta até que alcançassem este porto. Paulo poderia ver o que estava para acontecer. Ele sabia que era um plano •» 11 n mio c precipitado. Ele havia passado por pelo menos três naufrágios antes li " (i I. 2 Coríntios 11.25 que foi escrito alguns anos antes deste episódio), e "I» iiimcnte não estava ansioso para sofrer outro. Lucas disse: “admoestava-os Puniu. di/,endo-lhes: Senhores, vejo que a viagem vai ser trabalhosa, com dano e ...... iii cjuízo, não só da carga e do navio, mas também da nossa vida” (w. 9,10). Admoestava-os Paulo?” Não perca o significado dessa declaração. Quem i i Paulo para aconselhar esses marinheiros? Ele era um prisioneiro. O que i i Hnnlecendo aqui? I slc é um segundo princípio fundamental da verdadeira liderança: Um Ihli i toma iniciativa. •i navio estava cheio de homens poderosos. Havia o capitão, seu timoneiro imii n. marinheiros deposição. Havia um centurião e outros soldados romanos ■ . icf.imcnto imperial. Todos eles teriam, sem dúvida, fortes opiniões sobre di i ii ISun ; Portos ou não. Sem dúvida, eles não estavam totalmente descontentes ...... i demora e ansiosos para chegarem ao seu destino. Eles certamente tinham di 11 ii idi»Iodas as possibilidades. Estavam cientes de que a viagem seria perigosa, ■11o u pei igo aumentava na medida em que esperavam. Iodos eles, cm rigor, tinham o direito de falar e de dar uma opmião sobre i puni! iii i.i da viagem. Muito estava em jogo para todos eles. Os soldados que uni..... Paulo sob sua custódia obviamente desejavam chegar a Roma quanto mii ' >s donos do navio e da tripulação queriam levar sua carga para a Itália u imii. i iipido possível, porque significava dinheiro para eles. Quase todos tinham mu i liou i.i/ao para querer avançar. Mas Ioi Paulo quem tomou a iniciativa e falou. Ele reconheceu o perigo e ....... iiuii claramente. Lie não tinha nenhuma posição. Ele não tinha nenhum in .......... particular. Lie não tinha nenhum título. Ele não tinha nenhuma mi Mas percebeu t|iic havia um problema; por isso tomou a iniciativa e ..
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A dificuldad e continua Os instintos de Paulo e seu raciocínio estavam corretos, como mostrariam acontecimentos subseqüentes. Do jeito como Lucas reconta a história, parece que, enquanto todos ainda estavam analisando a situação, Paulo já tinha percebido tudo. Então ele falou. Isso é uma marca vital da verdadeira liderança. Um líder nunca diz: “nós poderíamos ter um problema por lá. Alguém deveria fazer algo a esse respeito”. O líder diz: “aqui está o problema, e aqui está como resolvê-lo”. Outro exemplo bíblico clássico de um líder que tomou a iniciativa foi Neemias. Quase quinhentos anos antes de Paulo, quando a nação de Israel estava começando a emergir de um cativeiro prolongado numa terra estrangeira, Neemias sozinho uniu o povo de Jerusalém e reconstruiu os muros daquela cidade em cinqüenta e dois dias. Era uma das exibições mais notáveis de iniciativa estratégica e liderança corajosa já registradas na História. Embora isso nos leve do Novo Testamento para o Antigo Testamento, o exemplo de Neemias merece nossa atenção, porque ele nos fornece um estudo de um caso rico e vivido que realça esta característica central da liderança. Neemias não era ninguém especial em relação ao povo de Jerusalém. Ele era um servo no palácio do rei da Pérsia. O cativeiro tinha terminado havia uns oitenta anos, mas Neemias tinha permanecido na Pérsia como um servo. Ele nunca tinha nem mesmo visitado sua pátria. Primeiro ele Princípio de Liderança 2 soube da condição arruinada de á UM LÍDER TOMA INICIATIVA Jerusalém por seu irmão que ^ voltou de uma visita a Jerusalém e lhe informou o que ele tinha visto: “os restantes, que não foram levados para o exílio e se acham lá na província, estão em grande miséria e desprezo; os muros de Jerusalém estão derribados, e as suas portas, queimadas” (Ne 1.3). Isso despertou algo em Neemias que ativou sua habilidade de liderança. Ele decidiu naquele mesmo instante tomar a iniciativa e reconstruir os muros. Teria sido fácil para Neemias ignorar o problema. Afinal de contas, ele morava a mais de 1.200 quilômetros de Jerusalém. Ele poderia simplesmente ter se escondido no conforto do palácio do rei, sentindo-se triste sobre o estado da sua pátria e desejando que alguém organizasse um plano para remediar a situação. Mas não é isso que os líderes fazem. Eles tomam a iniciativa. Eles se levantam e constroem.
lll II liviu Mtluii lldnrtinçfi
Um sábio mestre de obras <) modo que Neemias atendeu à sua chamada oferece um excelente estudo sobre como verdadeiros líderes tomam a iniciativa. Será um desvio quase como mrol ii que o navio do apóstolo Paulo percorreu na sua viagem para Roma, mas li.i muito para aprender dessa mudança. Deixemos, pois, Paulo e seus companheiros em Bons Portos para o momento e recordemos como Neemias administrou os esforços para reconstruir os muros de Jerusalém.
Primeiro eleidentificou oproblema A partir do momento em que Neemias soube que Jerusalém ainda estava ,111 ruínas, ele compreendeu precisamente o que isso significava, e avaliou o problema em oração diante de Deus. Ele escreveu: “Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus” (Ne 1.4). () problema não era que Deus era infiel; mas, antes, que seu povo tinha sido infiel. Eles tinham quebrado a aliança. Neemias começou sua oração ivronhecendo a fidelidade de Deus: “E disse: ah! Senhor, Deus dos céus, Deus piande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com aqueles que li' amam e guardam os teus mandamentos” (v. 5). Ientão, ele identificou o real problema: “Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para acudires à oração do teu servo, que hoje lnço à tua presença, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, os quais temos cometido contra ti; pois eu r a casa de meu pai temos pecado. Temos procedido de todo corruptamente contra ti, não temos guardado os mandamentos, nem os estatutos, nem os jiii. os que ordenaste a Moisés, teu servo’'’ (w. 6,7, ênfase acrescentada). Ele, eiitilo, ensaiou a promessa de perdão e restauração de Deus, e implorou a |)eus que o usasse para realizar a restauração de Jerusalém. / nino ele encontrou uma soluç ã o
I óbvio na oração de Neemias e suas ações subseqüentes que ele já estava Ibrmulando um plano. Encerrando sua oração, em Neemias 1.11, ele orou: “concede (pie seja bem-sucedido hoje o teu servo e dá-lhe mercê perante este homem”. “liste homem” é uma referência ao rei da Pérsia, Artaxerxes. Neemias linha decidido pedirão rei - arriscando a sua própria vida - permissão de voltar .i lemsalcm e organizar a reconstrução dos muros. A extensão do planejamento de Neemias ficou clara quando ele buscou npida do rei. A única pergunta do rei para Neemias era: “Quanto durará a tua iiiisencia? Quando voltarás?” Neemias obviamente já sabia quanto tempo era no < ..mo paia a obra, porque ele disse: “marquei certo prazo” (2.6).
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ioi Sc ao ivi parece Item, dêem sc mc eurlas paru os governadores dulóm do I u11ales, paru que mc permitam passar e entrar em Judá, como também carta para Asaíe, guarda das matas do rei, para que me dê madeira para as vigas das portas da cidadela do templo, para os muros da cidade e para a casa em que deverei alojar-me” (vv. 7,8). Ele tinha leito cálculos cuidadosos. Sabia quanta madeira precisaria para vigas, andaimes e alojamento. Previu os problumus que poderia enfrentar e, por essa razão, pediu cartas de recomendação. Ele jú estava com uma estratégia definida.
Isso era ainda mais extraordinário quando nos lembramos que Neemias nâo era nenhum pedreiro. Ele não era um empreiteiro de construção. Era um servo doméstico - um mordomo do rei. Ele não tinha nenhuma habilidado profissional particular que o teria qualificado para supervisionar um projeto dc tamanha escala como a reconstrução dos muros de uma cidade. Mas ele sabia como identificar e resolver problemas. Era um planejador cuidadoso. Ele refletiu sobre todo o empreendimento, antecipou as dificuldades e desenvolveu soluções com antecedência. Ele não estava fazendo isso com pressa. Não estava fazendo decisões rápidas no meio da viagem. Ele tinha calculado cuidadosamente o custo. Tinha um plano bem formulado e persistiu nesse plano. Tudo isso fluiu da sua vontade de tomar a iniciativa. A capacidade do plano de Neemias ficou evidente conforme o trabalho nos muros avançava. Neemias 3 é uma crônica dos nomes de todas as pessoas que trabalharam no muro. E a habilidade de Neemias como um organizador brilha através desse capítulo. Ele dividiu todo o muro em porções pequenas, manejáveis e encarregou pessoas fundamentais para cada seção. Todos participavam do trabalho, e todos tinham uma tarefa bem definida e realizável. Foi deste jeito que Neemias conseguiu terminar a obra em um tempo tão notavelmente curto. Além disso, Neemias mostra que a iniciativa efetiva não tem vida eurta. Ela vai até o final da necessidade até que todas as bases fiquem cobertas e o objetivo seja alcançado. Este é um grito distante da idéia comum das pessoas que pensam que elas têm a resposta para o dilema, mas não conseguem levai essa iniciativa a partir da idéia inicial para seu cumprimento. O único tipo de poder inicial que faz verdadeiros líderes é aquele que não apenas começa, mas também chega ao fim do trajeto, organizando e mobilizando as pessoas no caminho. Vemos isso, também, em Neemias. Observe que ele conhecia seus trabalhadores. Ele os listou por nome e registrou precisamente qual a seção do muro que cada um construiu (Ne 3). Ele permaneceu comprometido ao projeto e envolvido intimamente em cada fase até que chegou ao término.
[\'J II livi ii •min ii llditi diiçm
/ Io delsgava rosporisabilldado ( 'ontudo, Nccmias nao carregou sobre si a responsabilidade de supci do trabalho de lodo o muro. Ele designou homens confiáveis para supervisionar seções do li abalho, dividindo suas responsabilidades de acordo com suas habilidades. I ;,sse era o único modo de realizar a reconstrução dos muros de Jerusalém num período tão curto. Era um esforço em conjunto - ou melhor, o esforço combinado de múltiplas equipes. Dessa maneira Neemias pôde empregar um número máximo de trabalhadores e tirar o máximo deles. Além disso, ele inteligentemente designou pessoas para trabalhar em locais próximos às suas próprias casas. Os sacerdotes construíram a porta mais perto do Templo (3.1). “Ao seu lado, reparou Jedaías, filho de Harumafe, defronte da sua casa” (v. 10). “Ao seu lado, Hasabias, maioral da metade do distrito de Ouoila” (v. 17). “Depois, repararam Benjamim e Hassube, defronte da sua casa; depois deles, reparou Azarias, filho de Maaséias, filho de Ananias, junto à sua casa” (v. 23). “Reparou Mesulão, filho de Berequias, defronte da sua morada” (v. 30). E assim por diante. Isso deu à equipe um incentivo extra para Iàzer um trabalho excelente. Ninguém ia querer a parte do muro próxima à sua própria casa com uma aparência frágil ou malfeita. Era um plano sábio que tirou o máximo do trabalho de cada homem. Isso garantiu que eles se orgulhariam do seu trabalho. E assegurou que eles terminariam suas tarefas designadas. v i s á o
Elesabiacomomotivaraspessoas Quando Neemias chegou pela primeira vez em Jerusalém, o cativeiro já luivia acabado havia um século inteiro. Judeus voltavam para a terra em grupos, começando com Zorobabel em 538 a.C. O primeiro trabalho empreendido pelos que voltaram primeiro era a reconstrução do templo. O livro de Esdras do Antigo Testamento registra a provação que foi isso. Depois de fazer a base em 536, o templo permaneceu inacabado durante vinte e um anos. Foi finalmente completado pelo estímulo de Ageu e Zacarias, em 515. Neemias chegou em Jerusalém setenta e um anos depois, em 414 a.C. Ninguém, durante todos esses anos, tinha tomado a iniciativa para completar a reconstrução da cidade. A primeira visão que cada visitante tinha era o muro arruinado. Pilhas volumosas de entulho cercavam a cidade, testemunho mudo do julgamento divino que tinha subvertido a Judéia e tinha levado seu povo ao cativeiro. Era um embaraço como também um perigo. Mas cem anos tinham sc passado e ninguém nem mesmo tinha sugerido um projeto de reconstrução. Não é extraordinário que Neemias, um recém-chegado na cidade, poderia reunir as pessoas, desafiá-las a reconstruir os muros e obter uma resposta positiva imediata: “Disponhamo-nos e edifiquemos” (Ne 2.18)?
I ni iitin iln Inl! ii ill v n N
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I Ic* ntit» kv. islo por completo exagero, manipulaçfio ou arte dramática, Mus elr cinupaitilliou si iíi visflo clu tal maneira que as pessoas poderiam compreendei I Ir explicou com o a mela era atingível, li, nas próprias palavras dc Nerima:. “lhes declarei como a boa mão do meu Deus esti vera comigo e também as palavras que o rei me falara” (2.18). Ele os ajudou a ver que esta era uma obra de I)eus. Ele lhes mostrou a importância espiritual dela. Ele era sincero e confiante. Seu entusiasmo era infeccioso. Seu otimismo era contagioso. Eles captaram a visão.
Eletrabalhoujunto comaspessoas Neemias não era um líder passivo. Bons líderes nunca são. Eles não pedem para outros fazerem o que eles próprios não estão dispostos a fazer. Neemias arregaçou suas mangas e trabalhou tão diligentemente quanto qualquer outro. “Assim trabalhávamos na obra”, disse Neemias (4.21). Ele não tinha nenhum medo de sujar suas próprias mãos. Na realidade, conforme Neemias descreveu o trabalho, ele relatou dias longos de serivço sem parar até que a obra estava completa: “Nem eu, nem meus irmãos, nem meus moços, nem os homens da guarda que me seguiam largávamos as nossas vestes; cada um se deitava com as armas à sua direita” (4.23). Ele disse, em Neemias 5.16, “Antes, também na obra deste muro 11/ reparação, e terra nenhuma compramos”. Todos os seus outros negócios foram deixados de lado enquanto ele trabalhava. Ele era implacável. Ele era dedicado ao trabalho. E o povo de Jerusalém seguia sua liderança contra o ridículo, a conspiração, o desânimo, a decepção, e toda forma de oposição maldosa. Os capítulos 4 a 6 relatam seus registros em detalhes de como os inimigos de Neemias tentaram desesperadamente impedir seu trabalho. E, apesar de tudo isso, pela iniciativa desse único homem o muro inteiro ao redor de Jerusalém estava completo num tempo de apenas cinqüenta e dois dias (6.15). Neemias era o resumo de um líder eficaz. Ele era um iniciador. Estava fortemente motivado. Sabia como organizar e motivar seguidores. Ele superou obstáculos. Era prático, sábio e determinado. Era um homem de ação, mas cuidadoso, também. Todas essas qualidades são essenciais à liderança eficaz. Combinadas, elas fizeram de Neemias o tipo de homem - como o apóstolo Paulo - que não tinha nenhum medo de tomar iniciativa. E nisso está o segredo do sucesso desses dois homens.
Na tempestade Enquanto isso, de volta a Bons Portos, os soldados e marinheiros discutiram o conselho de Paulo e decidiram rejeitá-lo. Lucas escreveu: “Mas o centurião
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iliivn mais crédito ao piloio e ao mestre tio navio do t|uo ao que 1’aulo ili/ln, Nilo sendo o porlo próprio para invernar, a maioria deles era de opinião qiu parlissem dali, para ver se podiam chegar a Feniee e aí passar o inverno, visto ser um porto de Creta, o qual olhava para o nordeste e para o sudeste” (At 27.11,12). No que soa como um desvio incomum e absolutamente precipitado da norma, o capitão do navio parece ter solicitado a vontade da “maioria deles”. A maioria estava a favor de tentar alcançar um porto mais favorável. Apresenteme um grande líder, cuidadoso, motivado, analítico, sábio que governa com base na maioria em qualquer tempo. Mas, neste caso, eles votaram. O capitão do navio permitiu que uma urna tomasse a decisão para ele. Note que a decisão foi tomada por razões puramente pragmáticas. Ninguém quis ficar em Bons Portos. Eles estavam motivados pela conveniência e desejo egoísta, não por sabedoria. Aqui está um terceiro princípio vital da liderança: Um líder avalia corretamente. De acordo com a cosmovisão, um líder é alguém que se arrisca - um jogador de dados. Líderes são freqüentemente chamados para ter certa quantia de risco legítimo e calculado. Mas um bom líder nunca toma uma decisão que é puramente arriscada. Líderes sábios não apostam com seu povo. Eles não sujeitam seu povo a perigos desnecessários. O conselho de Paulo era um julgamento bom. Ao rejeitá-lo, a tripulação e os soldados estavam jogando com a vida de todos. Eles estavam literalmente jogando seu destino ao vento, confiando na sorte cega de que tudo daria certo. Isso não é liderança sábia. Freqüentemente falo para os jovens pastores que o modo mais rápido de perder a confiança das pessoas não é pregar um sermão ruim. As pessoas perdoarão isso. A maneira mais rápida de perder a credibilidade como um líder é tomar uma decisão tola que ~~ conduz as pessoas ladeira abaixo Princípio de Liderança 3 ou para fora do cais. Muitos ( f UM LÍDER AVALIA jo vens em ministério tomam CORRETAMENTE decisões impetuosas e impensadas. —— ' Eles se conduzem sem olhar para onde vão. Eles não calculam o custo. Não são cautelosos o suficiente. Você poderia pensar que os líderes jovens cometeriam o erro de ser muito tímidos, mas na minha experiência isso é muito mais comum: os jovens falharem porque são impetuosos. Eles não são sensíveis. Eles não buscam sábio conselho. Bons líderes são analíticos. Eles compreendem quando há um risco calculado, mas avaliam o risco cuidadosamente e planejam contingências. Se o desastre se aproxima e não há nenhuma saída, eles não insistem em avançar. Muito estava em perigo com esta decisão de viajar. A carga, o navio e a vida de todos a bordo poderiam ser perdidos. Foi exatamente assim que Paulo resumiu o perigo no versículo 10. ___
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No princípio os ventos pareciam favoráveis. “Soprando brandamente o vento sul, e pensando eles ter alcançado o que desejavam, levantaram âncora e loram costeando mais de perto a ilha de Creta” (v. 13). Um suave vento sul morno, surgindo do Norte da África. O dia parecia suficientemente agradável quando eles partiram para o mar, velejando próximo à costa do sul de Creta. Não durou muito. Lucas disse: “Entretanto, não muito depois, desencadeou se, do lado da ilha, um tufão de vento, chamado Euroaquilão” (v. 14). Este era um vento feroz do nordeste. Vem das montanhas do Líbano e sopra o ar frio de inverno em rajadas pelo Mar Mediterrâneo. Era exatamente o que Paulo havia dito que aconteceria. A sabedoria do seu conselho agora era óbvia a todos. Ficou impossível levar o navio em direção norte para Fenice, e a tempestade era tão poderosa que eles descartaram esta idéia como uma opção. Lucas escreveu, “e, sendo o navio arrastado com violência, sem poder resistir ao vento, cessamos a manobra e nos fomos deixando levar. Passando sob a proteção de urna ilhota chamada Cauda, a custo conseguimos recolher o bote” (vv. 15,16). Eles estavam agora cerca de quarenta quilômetros afastados de Creta, à mercê do vento. Cauda era uma ilha pequena fora da extremidade sudoeste de Creta. O “bote” era um barco de madeira rebocado pelo navio. Era usado para fazer manutenção no casco e nas âncoras, e no porto servia como um barco, transportando passageiros de um lado para outro na margem (Era o único meio que eles tinham para chegar seguramente na terra quando ancorados em um porto.). Também poderia servir como um barco salva-vidas, embora não seria grande o bastante para carregar mais que uns poucos passageiros alguns passageiros. Aparentemente, nos ventos fortes, o bote estava sendo danificado e em perigo de se perder. Então eles seguraram o bote puxando-o para cima sobre o convés. O próprio Lucas aparentemente ajudou a fazer isto, conforme indicado pelo seu uso do pronome nós. Sem dúvida, o bote não era muito pesado, e os ventos fortes teriam tomado a tarefa mais difícil. Eram necessárias todas as mãos numa emergência como esta. O próprio navio corria o risco de se rachar. Lucas escreveu: “levantando-o, lançaram mão de todos os meios para reforçar o navio com cordas” (v. 17 N VI).
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0 l iv r o s o b r e l id e r a n ç a
I isle era um procedimento conhecido como “amarração” . Os cascos dos navios naquela época eram feitos com construção macho e fêmea e vedados com piche. I im ondas violentas, os sarrafos estariam sob tensão tremenda, e com perigo de sc arrebentar em pontos cruciais. Portanto cabos - na verdade cordas muito grandes - eram passados por debaixo do navio e guinchados no convés para segurar o casco. Um perigo igualmente sério era a possibilidade de que eles poderiam ser impelidos para fora do curso e encalhar. Assim, “temendo que ele encalhasse nos bancos de areia de Sirte, baixaram as velas e deixaram o navio à deriva” (v. 17 NVI). As areias de Sirte eram um cemitério para navios no Golfo de Sidra, fora da costa africana no oeste de Cirene. A água ali era rasa, com recifes e bancos de areia escondidos. Assim eles “arriaram os aparelhos (ARA)”, que significa que baixaram as velas. Lucas escreveu: “Açoitados severamente pela tormenta, no dia seguinte, já aliviavam o navio. E, ao terceiro dia, nós mesmos, com as próprias mãos, lançamos ao mar a armação do navio” (vv. 18,19). Tudo o que Paulo os havia advertido estava acontecendo agora. Deixar o navio mais leve envolvia lançar a carga no mar. A armação do navio eram equipamentos e ferramentas. Isso não era uma coisa trivial, e a decisão de fazer isso não teria sido tomada se eles não I ivessem estado com medo de perder suas vidas. A carga e o equipamento eram o meio de vida deles. Mas eles jogaram tudo que podiam jogar para permitir que o navio subisse, para não encher de água e afundar com as ondas. Eles não tinham nenhum meio de navegação e nenhum modo de saber onde estavam. “E, não aparecendo, havia já alguns dias, nem sol nem estrelas, caindo sobre nós grande tempestade, dissipou-se, afinal, toda a esperança de salvamento” (v. 20). Eles se resignaram ao fato de que iam morrer. De um ponto de vista humano, parecia que tudo o que poderia possivelmente dar errado tinha acontecido. Toda a viagem estava caminhando para um grande desastre. Mas, por trás das cenas, Deus estava claramente no controle, lile tinha seu líder escolhido no lugar certo, pronto para tomar conta, e, apesar do caos da situação, Deus planejou usar isto para o bem.
Capítulo 3
Criando coragem
uando Lucas descreveu a tempestade como “grande” em Atos 27.20, ele não estava brincando. Ventos nordestes no Mediterrâneo nessa época do ano são imprevisíveis, assustadores e mortais. Eram venlos traiçoeiros com força de furacão. Eles surgiram depressa e impossibilitando uma volta para Bons Portos ou virar para o norte em direção a Fenice. Paulo e seus companheiros estavam à mercê dos ventos. Agradecido, como Paulo sabia, “o Senhor nas alturas é mais poderoso do que o bramido das grandes águas, do que os poderosos vagalhões do mm (SI 93.4). “Dominas a fúria do mar; quando as suas ondas se levantam, lu a . amainas” (SI 89.9). “Pois ele falou, e fez levantar o vento tempestuoso, que elevou as ondas do mar” (SI 107.25). Deus ainda estava no controle soberano, embora do ponto de observação dos marinheiros tudo parecia sem esperança O que começou como um cruzeiro de sessenta e dois quilômetros ao longo da costa se transformou em vários dias de terror total. Lucas disse que o sol c as estrelas estavam totalmente obscurecidos “haviajá alguns dias” (v. 20). Iiles nao tinham nenhuma forma de saber quanto ele tinha se distanciado do curso ou onde estavam. () terror dos passageiros e tripulação estava continuamente aumentando. V<>ee
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podo sentir o pânico crescendo. O dia seguinte do início da tempestade, “|elcs| aliviavam o navio” (v. 1 8 ) - querendo dizer, aparentemente, que a tripulação como i.on a descarregar a carga em massa. Uma parte da carga foi mantida para lastro o materiais essenciais, mas tudo o que possivelmente poderia ser jogado ao mar era descartado. Nós sabemos isso porque Lucas disse: “ao terceiro dia, nós mesmos, com as próprias mãos, lançamos ao mar a armação do navio” (v. I‘), ènlase neiesccntadii). <>própi io I ueas o muito provavelmente Paulo também esteve de luto envolvido em lançai enisir, ao mm <) quadro que I ucas retratou é que tudo nflo " . torço lienólico para deixai o navio i uai pic)'adoalmí\ocia I , adi i i •
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III 0 livro sobre liderança
l -U disse a vocês... I ,ucas escreveu: “Havendo todos estado muito tempo sem comer, Paulo, IKindo-se em pé no meio deles, disse: Senhores, na verdade, era preciso terematendido e não partir de Creta, para evitar este dano e perda” (v. 21). Pau Io era humano. Ele não conseguiu resistir à declaração, “eu disse a vocês”. Alérn disso, ele precisou lembrá-los neste momento da advertência de antes. <) lato de que ele tinha tido razão antes reforçou sua credibilidade. Observe que eles não comiam havia dias. Este poderia ser o resultado de Ires fatores. Primeiro, em mares desse tipo, até mesmo marinheiros maduros enjoam. A maioria deles nem sequer teria desejado comer. Segundo, com água do mar entrando no porão de carga do navio e carga sendo despejada, é provável quo a maior parte dos alimentos frescos estivesse estragada. Terceiro, e o mais prático, eles estavam tão ocupados tentando salvar o navio - correndo os cabos cm baixo para guinchar depois, lançando carga ao mar, fazendo reparos na hora, c fazendo tudo que podiam para ficar flutuando - que realmente não tinham lempo para comer. A essa altura, todos eles estavam completamente exaustos. Poderia não ter sido a audiência mais receptiva para uma palestra sobre “eu disse a vocês”. Mas há muito mais nisso que uma advertência gesticulando com o dedo. Paulo estava falando não somente para os repreender, mas os alegrar. Seu ponto não cra para zombar, mas encorajar. Paulo rapidamente deixou claro suas intenções: “Mas, já agora, vos aconselho bom ânimo, porque nenhuma vida se perderá de entre vós, mas somente o navio” (v. 22). Isso é uma confiança bastante forte. De onde Paulo conseguiu essa confiança? Ele explicou: “Porque, esta mesma noite, um anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo, di/endo: Paulo, não temas! E preciso que compareças perante César, e eis que I )eus, por sua graça, te deu todos quantos navegam contigo” (vv. 23,24). I lá uma ironia nas palavras de conforto do anjo para Paulo. Paulo não precisava temer, porque o propósito de Deus era trazê-lo ao tribunal de César. () césar cm poder na ocasião eraNero, um louco cujo ódio impetuoso e irracional dc cristãos cra legendário. Spurgeon disse: “não parece mais conforto se o anjo livesse dito: ‘Você não pode se afogar, pois você será devorado por um leão’”.' I lumanamente falando, havia toda uma expectativa de que Paulo enfrentaria uma morte cruel nas mãos do imperador. Basicamente, isso é precisamente o que iic
Mus Paulo viu isso como uma oportunidade para pregar o evangelho cm Koma. no Iribunal do próprio Nero. Hra isso que ele linha biru ndo c suplicado, iiieiáiiio mie cu .l.iv.c Mim vida. cia um picço qiu Puniu • -im u disposto a ■
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Criando co rag em
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morte” (Fp 3.10). Para ele, viver era Cristo, e morrer era ganho (Fp 1.21). Ele se descreveu como estar em aperto “tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente incomparavelment e melhor” (1.23). Seu único desejo era glorificar a Cristo na sua morte e levar o evangelho para Roma, para o próprio coração do seu adversário, e proclamar proclama r a verdade ao próprio Nero. Agora Ag ora ele tinha uma prome pro messa ssa autoriz aut orizada ada de que teria teri a esta est a opor o portuni tunidad dade. e. Aqui está uma quarta característica de toda a liderança sábia: JJ JJm líder líd er fa f a la com autoridade auto ridade.. Paulo tinha a promessa prom essa de segurança seguran ça do próprio Deus. Ele E le tinha confiança de que era verdade. verdade. Sabia que Deus ainda estava no controle co ntrole dos ventos, vento s, e que, se Deus quisesse que ele testemunhasse diante de César, um naufrágio não seria nenhum obstáculo. Além disso, se Deus prometeu a segurança de todas as almas no navio, Paulo poderia descansar descan sar na confiança confia nça de que Deus manteria manteria a sua palavra. Então Paulo pôde falar com extrema coragem e convicção. convicção . Sua segurança segurança notável não nasceu de awtoconfíança; originou-se da certeza de que Deus faria faria tal como havia dito. dito. “Pois de maneira nenhuma nenhu ma pode negar-se a si mesmo” (2Tm 2.13). Observe: quando dizemos que bons líderes falam com autoridade, não estamos dizendo apenas que eles falam com uma atitude autorizada. I Exibic Exibicionis ionismo mo e arrogân arro gância cia não são iguais igua is a autoridad auto ridade. e. O egoísm ego ísmoo ou insolência eram totalmente ausentes na firmeza firm eza extraordinária de Paulo. Não refletiu refletiu um sentimento de superioridade ou um senso de presunção e vaidade. Antes, n autoridade surpreendente com que Paulo falou vinha de uma autoridade inabalável inabalável derivada da sua certeza absoluta absolu ta de que a Palavra de Deus era verdade e suas promessas eram confiáveis. E claro que não há como negar que havia um ar dominante na maneira como Paulo agarrou o momento. Ele de fato falou definitivamente. Ele de fato parecia certo certo c afirmativo. Um verdadeiro líder é capaz de falar com essa coragem porque sabe do que está falando. Ele fala com confian con fiança ça - com autoridade porque sabe o que ó verdade. Ele Ele vê isso claramente. cl aramente. No caso cas o de Paulo, ele se levantou na própria autoridade autorid ade de Deus. leve lev e a revelação revel ação direta dir eta de Deus! Deus! I
ass ass im ta també mbé m nós nós. Deu Deu s fa fa lou c l aram aramee nte nte conosco na na su a Pa Palavra. iltirrn é n própria própria v o / de Deus, Deu s, viva e poderosa pod erosa e par paraa o crente, cren te, iluminada A I mi ilti pelo pe lo f .pin .pinto to Santo que habita habita nele. nel e. A Escritura, disse Paulo, é “a mente dc < i i n I o " ( ICo 2.16). Fia revela o que ( 'rist 'ristoo pensa e ele pensa em acordo com n pi i lei tu vontade de 1)eus, como In/ o Espírito Santo (Rm S. 26). Nilo pudemos esperai revelaçflo revelaçflo angelical, angelica l, visto que isso ern exclu ex clu sivo siv o à cru npiiiiolh npiii iolh i I le', le', nAo tinham o Novo Nov o Icslumcn Icslu mcnlo. lo. N ós temos tem os e é ní que Deus nliidn nliidn lul luliiii lodo lo do lidei que e um cilstAo tem muito mais do que qu e qualqilci qualq ilci lidei 1
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0 livro li vro sobre liderança lideran ça
Tudo isso quer qu er dizer que um líder tem de conhecer conhecer a Bíblia. Bíblia. Ele tem de acreditar com uma convicção convicção inabalável que a Palavra de Deus é verdadeira. verdadeir a. E ele tem de ser capaz de comunicar a a verdade da Palavra de Deus com confiança e convicção. Paulo também entendeu que há um elemento vocal e verbal na liderança que não pode ser deixado de fora. Alguns anos atrás, atrás, discursei na cerimônia de graduação da academia policial local. local. Depois, conversei com um u m comandante sobre a dificuldade de passar pela ~ academia. Ele me falou de um Princípio de Liderança aluno que foi rejeitado na acade- (C UM LIDER FALA FAL A mia porque sua voz era muito COM AUTORIDADE macia e aguda. Eu me mostrei um pouco surpreso com isso, mas ele explicou que você não pode aparecer íitrás de alguém e dizer com uma voz igual à de Mickey Mouse, “Mãos pra cima! Você está preso!” A voz de autoridade tem de d e transmitir força e poder. poder. Se você não sabe sobre o que está falando, não consegue falar claramente ou com autoridade. E se você não I i >r capaz de transmiti tran smitirr verbalme verb almente nte certeza, confiança confiança e coragem, fundamentado fundame ntado em conhecimento, encontrará muita muit a dificuldade para liderar li derar as pessoas pessoas.. Um líder não diz: “Bem, nós poderíamos ir por aqui, ou nós poderíamos ir por ali. Vamo m undo empresarial ou no mundo atlético, o verdadeiro Vamoss vota vo tar”. r”. No mundo líder é sempre o sujeito que puxa todas as pessoas para o círculo e diz: “Isto é 0 que nós faremos. Aqui está como nós faremos. É assim que nós ganhamos” g anhamos” . Então Então ele apresenta apresen ta um plano claro e sensato e diz: diz: “Agora, “Ago ra, cada um vá v á fazer seu trabalho” . Ele Ele sabe sobre o que está falando. Ele compreend comp reendee os problemas. 1■Ie vê as soluções. Ele comunica tudo claramente de modo que todos sejam motivados para fazer o que é necessário. No caso do apóstol apó stoloo Paulo, Paulo , ele teve uma palav pa lavra ra vind vi ndaa de Deus. E isto que separa a liderança espiritual e bíblica de todos os outros tipos. Podemos falar falar com confiança absoluta, desde desd e que nossa autoridade tenha tenh a sua origem na inabalável verdade da Palavra de Deus. A despeito do que alguns que escutam minhas fitas poderiam pensar, eu nAo falo com auto a utorida ridade de em tudo. Eu fui fui convidado muitas vezes para aparecer no t m i v King I.ive ou algum outro programa de entrevistas para dar minha opimao. Âs vezes eu recuso. Quando alguém pede minha opinião sobre a economia ou política de relações exteriores do nosso governo, normalmente nilodou nenhuma opinião. Não tenho informação válida osuliyicntesobre essas coisas para ler uma opinião autorizada. Porém, pergunte me sobre alguma qnc.lrto qnc. lrto moial ou ética, isso é outra coisa. Por quê? Poiqui m i que a Bíblia di/ di / .ol .ol>i< cv.as coisas, lenho len ho autoridade autorid ade para para dai dai mlllh mlllhnn opinlOc, cm tais tais iiiii 'íIO 'íIOi'n I munid mun idoo lenh lenhoo >i opoil po iluumdadc, ad c, icmpn icmp n ......i" >mliilni lonlc de o
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C r i an an d o c o r a g e m
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As pessoas estão procurando autoridade em quem podem confiar. E as pessoas pess oas que amam am am a verdade verda de seguirão seg uirão alguém algué m que comunic com unicaa a verdad ver dadee de Deus com autoridade. autoridade. Não Nã o há necessidade n ecessidade de cercar fatos fatos com cuidado, cuidado, esquivar-se de questões complicadas ou equivocar-se em assuntos claros. Se você souber a verdade, fale com autoridade! E isso que a verdadeira liderança faz. Você Você não ouviria Jesus dizer: “eu gostaria de compartilhar algo com você. Eu tenho um pensamento pensame nto que você poderia levar em consideração”. consideração” . Ele fascinava as pessoas com sua maneira m aneira de falar com autoridade. autoridade. Ele tinha, tinha, é claro, autoridade inerente; porque ele era Deus encarnado. Mas sua maneira maneir a de falar contrastava com a dos escribas e fariseus. Mateus disse: “estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas” (7.28,29). Os escribas eram acostumados a citar opiniões rabínicas como a fonte de autoridade deles. Eles tratavam a verdade como uma teoria, citando freqüentemente freqüentemente muitas possíveis interpretações interpretações diferentes da lei e raramente falando falando definitivamente sobre qualquer coisa. coisa. Enfim, eles substituíram a opinião humana e a tradição tradição dos homens home ns pela pe la verdade autorizada da Escritura (Mt 15.6 15.6). ). Jesus entrou em cena e, pelo contrário, não citou a opinião de ninguém. Elee disse coisas El coisas como, como, “Ouvistes “Ouvistes que que foi foi dito dito . . . Eu Eu,, porém, porém, vos digo . . . ” (Mt (Mt 5.21,22,27 5.21, 22,27,28, ,28, 31,32, 33,34, 43,44). 43,44). Ele falou com autoridade autoridade divina. Ele tinha tinha a verdade de Deus. E disse isso claramente: “Muitas coisas tenho para dizer a vosso respeito respeito e vos julgar; porém aquele que me enviou é verdadeiro, de modo que as coisas que dele tenho ouvido, essas digo ao mundo” (Jo 8.26). O líder espiritu esp iritual al sábio se levanta levan ta na mesm me smaa autoridade. autor idade. Para Par a nós, não é “ “« digo a você . . é “Assim diz o Senhor”. Mas M as é a mesma mesm a autoridade. autoridade. E quando quando você faz isso corretamente e com precisão, levanta outros e os enobrece. Foi isso que Paulo fez. Ele não era abrasivo. Não era abusivo. Não era arrogante nem se exaltava. Mas era confiante na promessa de Deus, e suas palavras transmitia trans mitiam m essa ess a confiança.
“Tende bom ânimo” Na verdade, longe de se exaltar, o objetivo objetiv o de Paulo era anim an imar ar os outros. (> objetivo c o último efeito do “eu disse a vocês” de Paulo era para alegrar c m i m a i aqueles homens que estavam sem coragem, abatidos e em desespero .ulm sua própria vida. Ele prometeu prom eteu a eles, com a própria próp ria autoridade autorid ade de Deus, •11ii■min haveria nenhuma perda dc vida com os que estavam a bordo. Aqui i- .iá i i i i i i i quinta curadciíslicu dc cada líder verdadeiro: Um líder loi hilpee hilp ee o,\ oiilni o iilniss ( ) o h | t 'l' l ! v o d c u m l l d c i i 'i'i i iii i i l n n c In In i n a i m e l h o r e s I o d o s q u e l h e c c r c a i u . Ili
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,|iic sucederá do modo por que me foi dito.” Sua confiança fortaleceu a l o r ç a dc outros. Ele os levantou. Ele os — ---------encorajou a acreditarem que Princípio de Liderar haveria um futuro. Ele lhes deu UM LÍDER FORTAL uma razão para esperança quando OS OUTROS nenhum deles tinha absolutamente ■ — nenhuma esperança. Então ele lhes contou mais um detalhe que à primeira vista não parece tão esperançoso: “Porém é necessário que vamos dar a uma ilha” (v. 26). Observe, cie não recuou em lhes contar toda a verdade. Esta não era uma notícia completamente boa, especialmente para o dono do navio. Mas ainda era um cenário melhor do que aquele que esperavam naquelas circunstâncias. A completa honestidade de Paulo lançou a base para estabelecer sua credibilidade mais adiante, depois que essas coisas passaram. Os homens que ouviram seu prognóstico sabiam que isto se realizaria ou não. Se acontecesse, cies saberiam que foi Deus quem fez acontecer. Qual era a probabilidade de parar em uma ilha nessas condições, perdendo o navio, perdendo a carga e, contudo, não perdendo nenhum passageiro? A improbabilidade matemática completa estava cambaleando. Quando acontecesse, eles saberiam que esta era uma exibição propositada do poder de Deus. Contudo, Paulo tinha certeza de que isso aconteceria, porque ele teve uma palavra clara e incontestável de Deus. I sso era a base da sua autoridade. Não demoraria a ter a prova da sua credibilidade. Apesar de todas as aparências, a mão da bênção de Deus estava naquele navio desastroso. Da mesma maneira que a viagem de Paulo ao tribunal de Nero era uma bênção disfarçada como um julgamento, assim toda esta provação ci a uma tremenda oportunidade espiritual para aqueles soldados e marinheiros pagãos. Eles estavam para ver a mão da Providência divina salvá-los de um desastre certo, e a eles seria dada uma oportunidade e incentivo para conhecer e confiar no único verdadeiro Deus e Salvador do céu e da terra. Eles veriam sua mão em ação de um modo dramático, nítido e inesquecível. -
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“Eu creio em Deus” Paulo sabia com certeza absoluta o que Deus estava fazendo e qual seria oresultado da sua viagem. Ele sabia disso porque a Palavra de Deus é infalível c suas promessas estão seguras: “Porque quantas são as promessas de Deus, Imitas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus" (2C'o 1.20). Então Paulo poderia dizer com sinceridkde, confiança e autoridade absoluta, “eu confio em Deus que sucederá do modo por que me foi dito” (At 27.25). ki;“ u" vi-mim um sexto princ ípio do liderança Ihu lidcr é otimista
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() i-nliisiiisint><>l1111isln inspira seguidores. As pessoas scf*uirfln iiiiluii i I i i u m i U * tini líder c|lic desperta suas esperanças, e cias iiii» ccrtumcnlc da mesma maneira se afastar dc alguém que é perpetuamente pessimista. Quando jogava futebol americano na faculdade, certa vez, o treinador fez um discurso do qual nunca esquecerei. Nós éramos visitantes no estádio de alguma outra escola, e não estivamos jogando bem. A contagem era 0 a 0 no fim do primeiro tempo. Uníramos no vestiário e o treinador começou a fazei um discurso animado. Ele ficou tão entusiasmado que furou o quadro-negro com seu punho, Ele começou a^ ^ nos lembrar do nosso potencial, ^ ^ ^ P r i n c í p i o de Liderança UM LÍDER É OTIMISTA pontuando suas observações ba- (jT E ENTUSIASMADO tendo portas de armário e esm agando caix as e cestas de roupa — *"***" suja. lilc fez tanto barulho que fiquei imaginando o que as pessoas em cima no estúdio pensavam que estava acontecendo. Seu discurso era feroz, emocional e eloqüente falando sobre a superioridade das nossas habilidades e a excelência do nosso time. lilc não nos repreendeu; exatamente o oposto. Suas palavras estavam cheias de otimismo e entusiasmo - e paixão veemente. Seu zelo era contagioso. Quando a porta abriu, nós saímos, incentivados com um novo entusiasmo. Eu nunca esquecerei isto. Acho que marcamos 4K pontos no segundo tempo. Os espectadores devem ter pensado que um time completamente diferente saiu daquela porta no segundo tempo. De certo modo, isso era verdade. Tínhamos compreendido o entusiasmo do nosso treinador, que por sua vez nos deu um entusiasm o totalmente novo. Foi uma grande liçáo para mim sobre o que o otimismo e o entusiasmo podem fazer. Lu admito ser indomavelmente entusiasmado. Em um concerto de Natal na nossa igreja, alguns anos atrás, estava sentado em frente de um cavalheiro cujo rosto cra familiar, mas quem eu nunca tinha encontrado. Depois do concerto, 0 cumprimentei c perguntei: “há quanto tempo você freqüenta a nossa igreja?" Lie respondeu: “freqüento há mais de um ano”. Iiii perguntei: “há quanto tempo você é cristão?” Sua resposta me pegou de surpresa. “Eu não sou um cristão”, ele disse I ii sou judeu”. Eu lhe perguntei por que ele vinha há tanto tempo. Novamente sua resposta me pegou de surpresa. Lie disse: “Porque eu liabalho com vendas e preciso ser estimulado. E você é tão entusiasmado" ( )bviamente, esse não é o meu chamado. Não sou um chele ou líder de torcida l\ Ia', c verdade que lendo a ser entusiasmado. Acredito no que diz 2 ( 'orínlios I I ( íinças. porém, a I)eus, que, em Cristo, sempre nos conduzem Iriunló”. Vocc nAo pode ser um líder eficaz e ser pessimista. Pessoas que sflo cínicas c melancólicas cnlraquecem todos com quem lalam. Srto como sanuncssuyir. 1>clx i i i n a s n c N s o a s p á l i d a s , I r a c a s c p a s s i v a s .
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I jiislniiu iilr poi isso que você nfio podo ser um bom lldcr c aborrecei as pessoas, listava uma vc/ mima conferência bíblica com um pastor que parecia pensar que o entusiasmo não era algo espiritual. O problema era que a sua 11icnsagem devia ser sobre alegria. Eu me lembro de tê-lo visto subir na plataforma c<>111 muitas anotações, que ele cuidadosamente organizou no púlpito à sua frente. Ile pausou dramaticamente, olhou por cima dos seus óculos para a audiência,
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Deus faz nascer o seu sol sobre o mau e o bom Algodeuu hm lo grande esperança e entusiasmo: I lc viu c n n i i s c í i c u i i s I í I i k i i i : . como uma oportunidade para apresentar os incrédulos ao seu I)cus. I lc mio tinha a mínima timidez sobre mencionar o “Deus, dc quem cu sou e a quem sirvo" (Al 27.23). Deus era a lonte da autoridade dc Paulo, sua sabedoria, sua esperança, seu otimismo c seu entusiasmo. Por que ele estaria apreensivo sobre dizer isso?
Paulo estava ansioso para apresentar Deus a essas pessoas. Sob essa:; circunstâncias, eles poderiam ter pensado que precisavam se preparar para encontrá-lo. Paulo queria que eles o conhecessem primeiro como Salvador, em vez de Juiz. Por esta razão ele foi corajoso. Ele sabia, claro, que a profecia dada a ele pelo anjo aconteceria. E quando aconteceu, a glória e o crédito foram para Deus. Como notamos, o cumprimento preciso de todas as predições de Paulo também estabeleceu a credibilidade dc Paulo. Mas fez muito mais do que isso. Pôs o foco onde legalmente pertenceu fez que esses homens enxergassem de um modo gráfico que Deus estava soberanamente no controle das suas vidas. Eles precisavam glorificá-lo como Deus e ser gratos. Cada um desses homens devia sua vida à misericórdia e graça de Deus. Eles tinham tomado uma decisão tola e despreocupada ao partir de Bons Portos. Mas Deus ia preservar suas vidas. E ele estava fazendo isto por causa dc Paulo. O anjo falou para Paulo no versículo 24, “Deus... te deu todos quantos navegam contigo”. Os incrédulos deste mundo não sabem quão afortunados são por terem crentes ao redor deles. Quem sabe quantas pessoas foram poupadas de julgamento c desastre por causa de pessoas piedosas? Um amigo que estava num vôo comigo, alguns anos atrás, contou-me que ele se sentia especialmente seguro naquele avião porque sabia que o Senhor ainda tinha trabalho para eu fazer. Isso não significa que seja impossível eu morrer em um acidente algum dia, mas há um sentido verdadeiro no qual esse princípio se aplica. Até mesmo o descrente às vezes recebe benefício da graça de Deus para com seu povo. Esse era exatamente o caso desses homens no navio de Paulo. Aele foi garantido total segurança porque Deus o queria em Roma. Todo mundo no navio se beneficiou disso. O mesmo princípio corre continuamente pelas páginas da Bíblia. O povo de Deus no meio de uma comunidade descrente na verdade protege aquela comunidade de desastre. Deus disse a Abraão que ele teria poupado as cidades inteiras de Sodoma e Gomorra por causa de dez pessoas justas no meio delas (Gn 18.32). Mais tarde em Gênesis, Labão implorou para Jacó não voltar ao seu próprio país: “Ache eu mercê diante de ti; fica comigo”, ele disse: “Tenho experimentado que o Senhor me abençoou por amor de ti” (30.27). O mesmo princípio está novamente evidente na experiência de José. Em Gênesis 39.5, ISFMINÂRIO PRESB. DO NORTE |
411 II Iivmi üolirii liilnrniiçn
sobre Polilhr: “o Senlioi abençoou a casa do egípcio por amoi dc losó; a bcnçflo tio Senhor estava sobre tudo o que tinha, tanto em casa como no campo”. I alé mesmo quando José foi lançado na prisão, diz o versículo 23, “nenhum cuidado tinha o carcereiro de todas as coisas que estavam nas mãos de José, porquanto o Senhor era com ele, e tudo o que ele fazia o Senhor prosperava”. Portanto, mesmo o carcereiro foi abençoado por causa de José. 11 os homens no navio de Paulo foram abençoados por causa dele. Embora eles estivessem perdidos no mar, sem uma pista de onde estavam ou aonde I >
Capítulo i
Assumindo o controle
E
ntão Paulo tinha uma notícia boa e uma notícia ruim. A notícia boa cia que nenhuma vida seria perdida. A notícia ruim era que o navio dai ia volta numa ilha. Como todos a bordo já sentiam (At 27.20), eles certamente estavam para naufragar. Eles estavam precisamente numa situação de crise que precisa de um líder lorte, lúcido, corajoso. E o único homem mais qualificado para ocupar essa posição e o mais preparado para entrar nisto era o que tinha o quarto de prisioneiro 110 fundo do porão de carga do navio. A ironia dessa situação deve ter ocorrido ao capitão do navio, a Júlio, ao centurião romano e a todos os outros a bordo que estavam em posição de autoridade. Paulo não tinha nenhuma posição oficial, mas ele certamente tinha maior autoridade do que qualquer um deles. Ele deu ordens de Deus e falou por Deus. Agora isso estava ficando claro a todos. A verdadeira liderança é testada e provada em meio a crises. O líder genuíno é aquele que pode lidar com a tensão. E aquele que pode resolver o problema, carregar os fardos, encontrar as soluções e ganhar as vitórias quando todas as outras pessoas estão apenas desconcertadas, confundidas e perplexas. E isso o que Paulo tinha feito. A essa altura ele estava efetivamente tomando conta. Ele não usurpou a autoridade de outrem; todos eles de certo modo tinham se rendido a Paulo porque ele era o único com uma idéia do que fazer. E é por isso que, embora Paulo tenha começado essa viagem como prisioneiro (menor homem no organograma do navio), todos a bordo estavam agora olhando para ele como líder. O capitão não liderava. O timoneiro não estava nem mesmo com o leme na mão. O centurião não assumiu no meio do caos; ele estava evidentemen te tão confuso e amedrontado quanto todos os outros. A única pessoa que restou com algum senso de compostura era Paulo, e ele era uma pedra. Isso ressalta a verdade de que a liderança não é algo automaticamente conferido por título ou posição. Novamente, liderança é influência. É uma questão de habilidade, não posição. E quando lemos o relato de Lucas desse naufrágio, é um quadro bem surpreendente ver todos esses homens poderosos, acostumados a dar ordens e exceder outros em importância, de repente olhando para Paulo, o prisioneiro, que ganhou o direito de liderar.
'iii l) livro Molini lidurançn
Aproximando de Malta à meia-n oite O navio continuou a ser impelido pelos ventos de furacão durante dias. O pânico da tripulação e passageiros se esticou com intensidade, também por dias. A luta para ficar flutuando era tão intensa que ninguém comeu durante duas semanas inteiras. Eles estavam petrificados de medo. Não tinham a mínima idéia de onde estavam, nem mesmo sabiam em que direção iam. A garantia do apóstolo Paulo de que todos iriam sobreviver era a última esperança que eles tinham para agarrar. Selecionamos o relato da luta de Lucas em Atos 27.27-29: Quando chegou a décima quarta noite, sendo nós batidos de um lado para outro no mar Adriático, por volta da meia-noite, pressentiram os marinheiros que se aproximavam de alguma terra. E, lançando o prumo, acharam vinte braças; passando um pouco mais adiante, tomando a lançar o prumo, acharam quinze braças. E, receosos de que fôssemos atirados contra lugares rochosos, lançaram da popa quatro âncoras e oravam para que rompesse o dia. O mar Adriático, claro, é o braço estreito do mediterrâneo que está entre a Itália e a península balcânica. Nos dias de Paulo, porém, o mar Jônico (a expansão grande e aberta entre o fundo da bota italiana e Sicília no lado ocidental e a Grécia ocidental no leste) era também considerado parte do Adriático. O navio de Paulo foi jogado e lançado por todo lado pelo vento naquela região vasta do mediterrâneo durante duas semanas completas. Isto é muito tempo para ser pego em uma situação desesperada. Então, por volta de meia-noite na décima quarta noite, eles pressentiram que havia terra por perto. Na escuridão de uma noite nublada, seria quase impossível ver o contorno da terra no horizonte. Por isso Lucas não disse que eles viram terra; antes, eles a “pressentiram”. Isto provavelmente significa que eles ouviram o som fraco de ondas dando numa praia perto dali. Assim eles lançaram o prumo. Esse processo envolvia abaixar uma corda com pesos até que chegue ao fundo. Então eles mediriam a corda e isso lhes relataria a profundidade do oceano. A primeira sondagem mediu a profundidade de 20 braças. Uma braça é o comprimento de dois braços estendidos (unificado a exatamente 1.83m). Vinte braças tinham aproximadamente 36.5 metros de profundidade. Fundo bastante para segurança, mas raso bastante para indicar que eles não estavam mais no mar aberto. Eles esperaram por algum tempo e lançaram o prumo novamente. Desta vez eles chegaram a 15 braças - 27 metros. Eles estavam chegando depressa à costa. Isso era motivo para pânico; não uma ocasião de alegria. Esta era uma situação altamente perigosa para encarar à meia-noite. Eles estavam literalmente sendo levados
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ii eoslu i .cm vei o que eslavil Mil lienle «Kl».. I m iiguas Iflo m,i i . Im livqüenlcmenle perto iln cosia roclins suhiiicrstis que aliiiulititi navios. lia o pioi pesadelo de um marinheiro. Eles estavam andando eegumente, no meio da noíli sabendo apenas que cada onda os levava mais próximo ao perigo. Assim eles depositaram quatro âncoras e oraram pela vinda da manhã. | >111ti
I vles não sabiam ainda, claro, mas a ilha da qual eles estavam se aproximando era Malta (Al 28.1). Malta é uma ilha pequena diretamente ao sul tia Sicília. A:, características geográficas da região estão em exato acordo com as profundidades do oceano que Lucas registrou. Peritos que estudaram a Roma marítima lambem confirmam todos os outros detalhes do registro de Lucas. Por exemplo, a distância de Cauda (onde o navio avistou terra pela última vez [27.16]) para Malta e KKI quilômetros. Vamos supor que este navio estivesse viajando cerca de 66 quilôme! n >. a cada 24 horas (Os peritos náuticos dizem que isso é o que nós esperaríamos com um navio de carga de estilo romano nessas correntes nesta época do ano, num vento muito forte.). Navegando a essa velocidade, levariam exatamente I I dias, uma hora e 21 minutos de Cauda para Malta. Acrescente um dia de Dons Portos a Cauda e isso é precisamente duas semanas. Assim, na verdade, é uma viagem de 14 dias de Bons Portos para Malta, se você consegue fazer isto em um navio de velas soprado por um furacão. Julgando a partir dos dados que Lucas oferece sobre a profundidade da água, eles estavam a menos de cinco quilômetros da ilha. Eles poderiam eslai perto da boca de uma baía grande na lateral noroeste da ilha. Em tempos modernos, esta baía é conhecida como Baía de São Paulo, embora pode não lei sido o lugar exato em que Paulo chegou à costa. Há outra baía na extremidade oriental de Malta, conhecida como Baía de São Tomé, que alguns dizem cabei mais corretamente na descrição.1 Na hora em que eles lançaram o prumo, poderiam estar velejando a uns 800 metros da costa da extremidade oriental da ilha. Foi assim que ouviram a batida das ondas. Observe que Lucas menciona que eles desceram quatro âncoras da popa , que, é claro, é a ponta traseira do barco. Isso automaticamente faria que a proa do navio apontasse para a terra. O plano, evidentemente, era que ao alvorecer eles poderiam ver a costa, caso parecesse seguro, levantariam as quatro âncoras, iriam diretamente para terra e chegariam na praia. Os ventos eram aparentemente ainda muito fortes para arriscar navegar até que eles pudessem achar um porto seguro
Uma tentativa de fuga frustrada na escuridão Na realidade, as condições do tempo ainda eram muito ruins para que alguns dos marinheiros tentassem abandonar o navio secretamente. Fingindo trabalhar com mais âncoras na extremidade da proa do navio, alguns deles ti nhan i descido o bote e planejavam usá-lo para sair do navio danificado sem ser vislos
h(l 0 livro Mobrii llilttinngn
Nilo é incoimiin i|iic passageiros llquem nervosos cm clima adverso, mas se vocc está em um navio e a tripulação se apavora, você está realmente com problemas. Foi exatamente isso que aconteceu. Esta é a descrição de Lucas: “Procurando os marinheiros fugir do navio, e, tendo arriado o bote no mar, a pretexto de que estavam para largar âncoras da proa, disse Paulo ao centurião e aos soldados: Se estes não permanecerem a bordo, vós não podereis salvar-vos” (At 27.30,31). Nesse ponto, o registro de Lucas está cheio de ironias sutis. Primeiro, observe que os homens que você mais esperaria que ficassem no navio estão tentando escapar. Obviamente, esses homens não eram o tipo de marinheiros dedicados que ficam nos seus postos mesmo que isso signifique afundar com o navio. Eles estavam interessados apenas em salvar suas próprias vidas, mesmo que isso significasse abandonar todas as outras pessoas para a morte certa. Por outro lado, é Paulo, o prisioneiro, que está tentando parar a fuga. Com efeito, Paulo está agora tomando conta de todos. Ele está até mesmo comandando o centurião romano. E o centurião e os soldados estão agora seguindo sua instrução sem questionar. Lucas contou que Paulo os advertiu para não deixar os membros da tripulação escaparem: “Então, os soldados cortaram os cabos do bote e o deixaram afastar-se” (v. 32). Esse deve ter sido um momento doloroso para Lucas que “a muito custo” trabalhou para ajudar a recolher o bote ao começo desta provação (v. 16). O bote tinha uma importância vital. Era normalmente o único modo de sair do navio para terra. Era literalmente o único barco salva-vidas deles. Mas agora eles tinham mais confiança na liderança de Paulo do que em qualquer barco salva-vidas. Eles imediatamente fizeram o que ele disse. Não apostaram sua sobrevivência em um barco que poderia levá-los para terra, mas em um homem acorrentado que não poderia carregar ninguém para fora da água. E depois de cortarem a corda, não haveria mais volta. De agora em diante, Paulo era a única esperança deles. Isto resume a liderança em seu nível supremo, em que as pessoas literalmente confiam suas próprias vidas a alguém. É um risco de vida ou morte que acontece todo o tempo em combate militar, trabalho policial e outros deveres perigosos. Aqui está outra ironia fascinante: compare o versículo 22 com o versículo 31. 0 versículo 31 diz que, a menos que os marinheiros ficassem no navio, o centurião e os soldados não poderiam ser salvos. Mas, de acordo com o versículo 22, Paulo já tinha dito antes a todos: “nenhuma vida se perderá de entre vós, mas somente o navio”. Ele recebeu essa promessa de Deus por meio de um anjo, disse ele. Era certa e definitiva. Não havia nenhuma razão para duvidar da veracidade de Deus, seu poder ou sua soberania. Deus faria acontecer o que tinha prometido. E, contudo, Paulo nem por um momento imaginou que a soberania de 1 )eus anulasse a responsabilidade humana. Ele claramente não assumiu que se
Aviiiinlmlii n i iintinln li I I )eun doeielou o Inn, simplesmente nflo é importante o tjuc homens lit/em lie mio pensou: "Sc Deus quiser salvar os passageiros neste navio, ele o\ salvará sem meus esforços". Paulo entendeu que Deus nílo decretou somente o Jim\ ele decreta os meios também. li no eurso normal dos eventos, Deus usa meios comuns para reiili/m sua vontade. Neste caso, os meios que Deus escolheu para salvar os passageiros exigiam que a tripulação ficasse no navio. Sem mãos qualificadas quando amanhecesse, chegar na praia seria praticamente impossível para os passageiros restantes. A soberania de Deus não anulou a responsabilidade dos marinheiro:. Na realidade, o decreto de Deus é exatamente o que estabeleceu a responsabili dade deles. O versículo 22 de Atos 27 (“nenhuma vida se perderá de entre vós, mas somente o navio”) e o versículo 31 (“Se estes não permanecerem a bordo, vós não podereis salvar-vos”) tocam no perfeito equilíbrio entre a soberania divina e a responsabilidade do homem. Não há absolutamente nenhuma contradiçilo entre estas duas verdades. Ambas são verdades. Nenhuma alma naquele navio ia morrer. Deus tinha decretado isto. Contudo, a menos que a tripulação ficasse no navio e o trouxesse para encalhar na ilha de Malta, os passageiros não poderiam ser salvos. Deus também tinha decretado isso. Ele ordena os meios como também o fim, e é por isso que a verdade sobre a responsabilidade humana é estabelecida e afirmada pela soberania de Deus. Desse modo, não é anulada Então, embora Paulo estivesse absolutamente certo de que era o propósito supremo de Deus salvar toda alma a bordo daquele navio, esse conhecimento não o impediu de dar uma advertência e orientação a Júlio, que precisava ser diligente para garantir seu socorro, certificando que a tripulação não abandonasse o navio. Este sétimo princípio todos os líderes sábios seguem: Um líder não abre mão dos absolutos. Quando Deus fala, não se pode fazer concessões. Uma coisa é chegar ;i um acordo sobre assuntos de preferência. É completamente diferente ceder em questões de princípio. A concessão é boa e necessária na maioria das relações humanas. No matrimônio, por exemplo, os casais freqüentemente têm de chegar a um acordo para controlar discordâncias em questões de preferência e opinião. No governo secular, a concessão é às vezes necessária para quebrar o bloPrincípio de Liderança 7 queio executivo e legislativo. Em (C UM LÍDER NÃO ABRE MAO DOS ABSOLUTOS^ negócios, a concessão é muitas vezes uma parte vital para fechar uma transação. A pessoa que se recusa a fazer concessão sob toda e qualquei circunstância é obstinada, irracional e egoísta. Esse tipo de inflexibilidade enérgicn é pecado e tem sido a ruína de muitas relações e organizações. o h
!>!/ I) livm ivm Hiihru iihru Ikl Iklurmiça urmiça Mas quando a questão é sobre princ morais c éticas, éticas, absolutos absolutos pr incíp ípio io - bases morais bíblicos, bíblicos , a doutrin dou trinaa da Palavr Pal avraa de Deus, Deus , os mandam man dament entos os claros dc Deus e a veracidade veracidade do próprio próprio Deus - nunca é correto fazer concessões. O verdadeiro Ifdcr entende isso e sabe onde permanecer firme. Nesse caso, Paulo não tinha tin ha a intenção intençã o de perm pe rmitir itir que a ingenuidade ingen uidade humana invadiss invadissee os propósitos de Deus. Alguém sem grandeza grande za talvez tivesse dito: dito: “Certo, deixe-os ir. Não vale a pena”. pena” . Mas Paulo sabia que a promessa de I )cus era absoluta. Deus livraria toda alma a bordo. Mas Paulo não ficaria de lado assistindo esses homens covardes tentarem em vão frustrar o plano e a promessa prom essa de Deus. Deus Deu s ia se pôr pô r à mostra. mostra . Ele ia se mostra mo strarr com poder pod er e íórça. Todos seriam salvos da morte, e só Deus receberia a glória e o crédito pelo que ele estava estav a prestes a fazer. fazer. Mas, Mas , enquanto enqua nto isso, Paulo Pau lo cuidar cui daria ia para par a que toda tentativa de frustrar frus trar o plano de Deus fosse fos se ela própria frustrada. E, portanto, neste exemplo, foi a rápida e decisiva liderança de Paulo que Deus usou para impedir a fuga da tripulação e no fim preservar tantas vidas. Muitas pessoas são tímidas e medrosas com confrontação confronta ção em circunstâncias como essas. Não o verdadeiro líder. Líderes genuínos têm uma compreensão clara do que é absoluto e o que é negociável, e eles permanecem firmes nos princípio prin cípioss que q ue verd v erdade adeiram irament entee têm importância. impor tância. Para o líder espiritual, os absolutos absoluto s são estabelecidos estabele cidos pela pel a Palavra Pala vra de Deus. IJm IJm líder que aplica todos os outros princípios de liderança lideran ça pode talvez atingir uma quantia de eficácia pragmática. Mas este princípio provará seu verdadeiro verdadeiro valor como um líder. Ninguém pode ser um líder espiritual verdadeiramente elicaz, a menos que entenda a verdade essencial da Escritura e se recuse a comprometer a autoridade absoluta dela. Este princípio se aplica, estou convencido, não só aos pastores e líderes da igreja, mas aos cristãos em qualquer área da vida em que desejam ser bons líderes.
Am A m an h e c e r Se esses marinheiros renegados perceberam isso ou não, Paulo estava lhes fazendo um grande favor. Abandonar um navio na escuridão espessa da meia-noite, no meio de um furacão, e tentar chegar a terra em um bote era extremamente imprudente. Eles certamente não poderiam saber o que estava na costa, ou se havia rochas entre eles e a linha da costa. costa. Estavam Es tavam simplesmente cm pânico e consideraram que suas chances de sobrevivência eram melhores sc entrassem em apuros num bote pequeno, ao contrário de bater nas rochas naquele enorme e pesado navio de carga. ('omo todos os bons líderes, Paulo estava alerta. Ele também sabia seguir i cadeia cade ia dc comando. Em vez dele próprio tentar controlar contro lar a tripulação, ele fez Júlio mandar os soldados entrarem em ação. A ação deles, cortando as cordas
Au A u n il ll ll iu ll l II l l l t l l l t l l l l
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i deixando i .111 n link', link', gnmnliu que os .solda .soldados dos licasscm licas scm no navio nav io lambem lam bem significou que, no linul, Iodos (criam dc inidiii para chegai nu priiin. Finalmente, a madrugada sc aproximou. I,ucas escreveu:
Enquanto amanhecia, Paulo rogava a todos que sc alimentas sem, sem, di/end di/ endo: o: I loje, loje, é o décimo quarto dia em que, esperando, estais sem comer, comer, nada tendo provado. Eu vos rogo que comais comais alguma coisa; porque disto depende a vossa segurança; pois nenhum de vós perderá perder á nem mesmo um fio de cab cabelo. elo. Tendo dito isto, isto, tomando um pão, deu graças a Deus na presença de todos e, depois de o partir, começou com eçou a com c omer er (At 27.33-35 27.3 3-35). ). Essas palavras identificam um oitavo princípio da liderança: Um lida foca fo cali liza za os objetivo o bjetivos, s, não os obstáculos. obstácu los. Lucas Lucas já tinha mencionado no versículo 21 o “muito tempo sem comer" dos dos passageiros e tripulação. Aqui nós nó s aprendemos aprende mos que durante as duas semanas inteiras da tempestade, eles continuaram combatendo os elementos sem sc alimentar. Mas agora tinham um trabalho duro à frente e iam precisar de um pouco de força. Paulo, Pau lo, sempre semp re o líder líd er de pensam pen sament entoo claro, lhes recomendo recom endouu com insistência que comessem alguma coisa. Seu olhar passou pela tempestade, além da urgência do momento, e viu viu que eles eles precisavam se preparar para a provação que estava para vir. ir. Enquanto todos todos os outros ainda estavam vendo obstáculos, obstácul os, Paulo tinha seus olhos fixos fixo s no objetivo. objetivo. “Porque disto depende a vossa segurança”, lhes falou Princípio de Liderança 8 Paulo, “pois nenhum de vós UM LÍDER FOCALIZA FOCA LIZA perd pe rder eráá nem mesm me smoo um fio de OS OBJETIVOS, NÃO cabelo” (v. 34). Vocês vão ser OS OBSTÁCULOS salvos; nem mesmo irão sofrer ferimentos. Mas vocês precisam de um bom café da manhã! (Novamente nós vemos o equilíbrio perfeito de soberania divina e responsabilidade humana). Paulo estava fazendo com que eles esquecessem esquece ssem dos seus medos, da d a ameaça ameaça de morte mort e na tempestade, tempestade , do desafio de um nado nad o quase impossível im possível à praia e, antes, antes, comessem uma refeição necessária e bem nutrida nutr ida que precisariam para par a fazer isso. isso. Eu me lembro, como jogador jogad or de futebol americano, como entraria no meio da desordem desordem em um momento crítico do jogo, enfrentando um esforço final final para marcar, e dizer: “Depois que marcarmos, vamos para dois! Então se posicionem rapidamente depois do touchdown (jogada (jogad a em que a bola é arremessada ao solo atrás da linha do gol do adversário) para par a os pegar pega r na troca defensiva” defen siva”.. A estratégia estratégia era fazer as pessoas passarem pelo medo do momento.
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II llvu i siilun liilm iiiii ii
Puulo lc/. isso di/mdo palavras de oncorujnmenlo <11 u obstáculos muito tcmlvcis,
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Então, Lucas disse: Paulo tomou pão, deu graças a Deus na presença de todos (reforçando assim mais uma vez sua fonte da autoridade e esperança), e começou a comer. comer. Aqui Aqu i há uma verdade que qualquer mãe religiosa sabe: Para Para servir ao Senhor são necessários oração e um bom café da manhã. Paulo não negligenciou negligenciou as necessidades físicas da d a tripulação e dissertou sobre a necessidade espiritual de suas almas. Ele equilibrou equilib rou o espiritual e o físico. Então ele mesmo começou a comer, comer, tornando-se um exemplo para todos. Este é, na realidade, o nono princípio importante da liderança: Um líder capacita p o r meio m eio do exemplo. exemplo. Observe o efeito: “Todos cobraram ânimo e se puseram também a comer” (v. (v. 36). A coragem de Paulo se tornou torno u contagiante. Todos participaram do refrigério atrasado, e teve o efeito desejado. Todos começaram a se sentir bem, mais fortes e mais esperançosos. E então todas as mãos começaram a trabalhar. Aqui Lucas registra reg istra um detalhe crucial que não tinha dado ainda: “Estávamos no navio duzentas e setenta e seis pessoas ao todo” (v. 37). Talvez tenham feito uma conta de cabeça durante o café da manhã para verificar o número exato de pessoas a bordo. Isto seria essencial posteriormente, quando eles se reagruparam em terra, terra, para ter te r certeza de que todos tinham sobrevivido. sobrevivido. Então começaram a trabalhar numa tarefa final. O navio precisava ser o mais leve possível quando eles encalhassem, então, “refeitos com a comida, aliviaram o navio, lançando o trigo ao mar” (v. 38). O resto da carga que tinha servido como lastro lastro até agora foi jogado joga do fora. fora. Assim, para o dono e a tripulação do navio, toda esperança de salvar qualquer coisa, exceto suas vidas, tinha acabado. A profecia estava sendo cumprida ao pé da letra letra.. A luz do dia finalmente finalmente apareceu: “Quando amanheceu, am anheceu, não reconheceram a terra, mas avistaram uma um a enseada, onde havia praia; então, consultaram consultar am entre si se não podiam encalhar ali o navio. Levantando as âncoras, deixaram-no ir ao mar, largando também as amarras do leme; e, alçando a vela de proa ao vento, dirigiram-se para a praia” vv. 39,40). Aqui vemos por que era essencial que a tripulação per manecesse a bordo do navio. Só marujos experientes saberiam como fazer essas coisas. O leme tinha sido sido amarrado por causa da tempestade. tempestade. Em ventos pesados como aqueles, seria impossível segurar o leme por muito tempo, e o navio teria girado em círculos. Por isso isso foi foi amarrado amarrad o com cordas esticadas e pesadas pesada s para estabelecer estabelec er um curso reto tanto quanto possível na tempestade. Agora era necessário (li :;íim :;íimar ariii iii-lo -lo para que o piloto pudesse pu desse mano m anobrar brar o navio nav io direto para a praia.
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Cela inílo
Eles “cortaram os cabos do bote e o deixaram afastar-se”, significando, provavelmente, que sim plesmente cortaram as cordas. Nâo faria sentido combater contra quatro âncoras pesadas a bordo. Já estava claro a todos que o navio seria uma perda total, como Paulo tinha predito. Eles ergueram uma vela (a palavra grega usada sugere que possa ter sido o traquete em vez da vela mestra), e direcionaram para a praia. Eles não tinham nenhuma idéia do que estava por vir. Eles estavam indo ao encontro de uma barreira: “Dando, porém, num lugar onde duas correntes sc encontravam, encalharam ali o navio; a proa encravou-se e ficou imóvel, mas a popa se abria pela violência do mar” (v. 41). São Tomé, no lado oriental de Malta, cabe perfeitamente na descrição dc um “lugar onde duas correntes se encontravam”. Correntes oceânicas convergem a Ii ao Recife de Munxar, uma península submersa projetando-se dois quilômetros c quatrocentos metros no mar. A ressaca das duas correntes vem bem em cima do recife, causando uma formação sem igual de ondas cruzadas. Especialmente em uma tempestade, as ondas se encontrando dão a impressão distinta de dois mares colidindo. Imediatamente debaixo deste lugar, o recife escondido é raso o bastante para encalhar um navio. Da posição do navio entrando na baía, parecia que eles tinham um caminho limpo até a costa, então pegaram-no. Mas o navio encalhou no recife raso. “A proa encravou rapidamente”, e a ressaca violenta continuou batendo na parte de trás do navio até que finalmente não pôde agüentar mais e começou a se romper. Então o navio encalhou um pouco afastado da costa. Os ventos e ondas furiosas continuaram batendo até que pedaços do navio desintegrando estavam llutuando em todos os lugares. Estava claro que todos a bordo não tinham nenhuma opção exceto nadar em busca de segurança.
Enfim, todos salvos A essa altura, os soldados perceberam que seria cada um por si. Eles não pretendiam entrar naquelas águas furiosas acorrentados a prisioneiros. E numa situação caótica de vida ou morte, seria praticamente impossível não perder de vista os prisioneiros nadando livremente. Mas como já observamos no capítulo 1, se um soldado romano perdesse um prisioneiro, ele pagaria com sua vida. Assim eles imaginaram um plano para matar Paulo e garantir que o resto dos prisioneiros não escapariam.
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I ,ucas cscrcvcu: “O parecer dos soldados era que matassem os presos, que nenhum deles, nadando, fugisse; mas o centurião, querendo salvar a Paulo, impediu-os de o fazer; e ordenou que os que soubessem nadar fossem os primeiros a se lançar ao mar e alcançar a terra. Quanto aos demais, que se salvassem, uns, em tábuas, e outros, em destroços do navio. E foi assim que todos se salvaram em terra” (vv. 42-44). Visto que a sábia liderança de Paulo não só o tornou estimado por Júlio, mas também o fez indispensável, o centurião alterou o plano dos seus soldados de matar os prisioneiros. Em circunstâncias diferentes, ele poderia ter autorizado a matança. Afinal de contas era, da perspectiva de sabedoria secular, a coisa prudente a fazer. “Mas o centurião, querendo salvar a Paulo . . . ” E difícil entender por quê? Se havia alguém que Júlio não queria perder, era o homem que tinha cumprido tão admiravelmente seu papel como líder. Então ele ordenou que aqueles que pudessem nadar fossem para a costa, e o restante se agarrasse em tábuas, pedaços do navio desintegrando, entulhos flutuantes - o que pudessem achar para os manter flutuando, e eles remaram para a costa. Imagine 276 pessoas mergulhando em ondas poderosas suficientes para destruir um enorme navio de carga e todos chegando seguros na praia. As vantagens contra isso são astronômicas. Mas é exatamente isso o que aconteceu. Duzentas e setenta e seis pessoas pularam na água, e duzentas e setenta e seis pessoas se encontraram na costa. Em um redemoinho. O primeiro pensamento que todos eles devem ter tido era de gratidão ao Deus que Paulo adorava. Suas promessas são seguras. Sua Palavra é verdade. O anjo de Deus tinha falado para Paulo que isto aconteceria, e aconteceu exatamente como ele disse. O triunfo de Paulo foi o triunfo de uma grande liderança. Provado numa crise severa, ele se levantou e mostrou como agem os verdadeiros líderes. Ele foi decisivo. Ele foi determinado. Ele teve um pensamento claro e razoável. Ele tomou o controle quando todas as coisas estavam fora de controle. E Deus honrou seus esforços com um sucesso surpreendente. Ele não comprometeu os absolutos, nem se desviou do seu objetivo pelos obstáculos. E ele liderou por meio do exemplo. Em circunstâncias em que homens menores teriam sido passivos ou teriam desistido, Paulo tomou conta e se tornou um exemplo para todos que são chamados para serem líderes. Era um dos excelentes episódios na vida deste nobre cristão, que pelo desígnio de Deus tem muito para nos ensinar sobre todos os rigores e recompensas da verdadeira liderança. Na parte 2, nós olharemos para algum dos próprios escritos de Paulo sobre os princípios da liderança cristã. Lá encontraremos alguns critérios maravilhosos no coração dc um verdadeiro líder, em conseqüência das batalhas do apóstolo contra diversos tipos de adversidade - as decepções e sofrimentos pessoais que um lfd i solrc quando seu próprio povo se desvia do exemplo que ele estabeleceu.
P a r t e
II
PAULO EM CORINTO: LIDERANÇA SOB FOGO
A devoção de um líder ao seu p o v o
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aímos agora da narrativa de Lucas sobre o apóstolo Paulo para uma das epístolas mais pungentes, poderosas, inspiradas do próprio apóstolo. Aqui, e nos próximos capítulos, vam os ver algumas passagens-chave de 2 Coríntios. É a mais pessoal, biográfica e apaixonada dc todas as cartas canônicas de Paulo - e o mais rico critério na qualidade da sua liderança. Na cronologia da vida de Paulo, sua relação com Corinto precedeu o naufrágio na ilha de Malta por volta de uma década. Paulo veio primeiro para ( 'orinto durante sua segunda viagem missionária, em aproximadamente 50 d.C . () episódio de destruição do navio que já examinamos aconteceu depois da sua terceira e última viagem missionária ser completada, aproximadamente, cm 60 ou 61 d.C. Portanto, como um prelúdio para nosso estudo de 2 Coríntios, voltaremos nove capítulos no livro de Atos e uma década completa no tempo. Paulo escreveu 2 Coríntios especificamente para defender seu apostolado e reagir a algumas grandes ameaças contra sua liderança na igreja em Corinto. Assim ele abriu seu coração, muito pessoalmente, na questão de liderança. Em muitas formas, esta epístola se posicionaria como um manual maravilhoso para líderes. Se examinarmos sistematicamente toda a epístola, poderemos encher um volume muito grande de conhecimento sobre liderança tirada de 2 Coríntios. Isso, porém, faria com que este livro fosse de difícil manejo.1Conseqüentemente, minha meta nos próximos capítulos é simplesmente condensar alguns dos destaques dc 2 Coríntios, recolher os princípios fundamentais que ela ensina para líderes e tentar sentir o coração de um verdadeiro líder observando como o apóstolo Paulo expôs sua própria alma àqueles que estavam sob o cuidado pastoral e apostólico dclc. Para determinar o contexto do que estamos prestes a estudar, precisamos saber algo sobre a cidade de Corinto, a igreja que Paulo fundou lá e as circunstâncias que o provocaram a escrever esta epístola particular para aquela igreja.
Como Paulo levou o evangelho para Corinto Atos 18 descreve como Paulo foi pela primeira vez a Corinto depois da sua visita à grande cidade de Atenas, onde ele tinha acabado de fazer a defesa do
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se*11 ensino paru os lilósolbs no meio tio Arcópago, local do encontro dos inlolcetimis atenienses, assim chamado por causa da colina onde estava situado, próximo ao Pártenon (At 17.22-34). Era uma viagem de setenta e dois quilômetros para o oeste ao longo da costa do Golfo Sarônico de Atenas para Corinto. Corinto está situada em um istmo estreito que liga o continente da Grécia com o Peloponeso (a grande península que define a Grécia sulista). O istmo lem uma largura de apenas seis quilômetros em seu ponto mais estreito, e é ali i|ue Corinto era estrategicamente situada. Hoje há um canal fundo perto de C'orinto que permite a passagem de navios. No primeiro século, porém, os navios eram trazidos para terra, postos em deslizadores e rolos e passavam por cima do istmo para o outro lado. Todos, menos os navios maiores, utilizando a rota do comércio entre os mares Adriático e Egeu, normalmente escolhiam esta passagem, porque a viagem de 400 quilômetros ao redor do sul da Grécia era muito traiçoeira e demorada. Nos tempos mais antigos, Corinto era um centro de comércio muito ocupado, ostentando o melhor porto no Golfo de Corinto. Mas em 146 a.C., o exército romano, comandado por Mummius, destruiu a cidade e a deixou completamente vazia, vendendo todos os habitantes sobreviventes para escravidão. Corinto ficou totalmente devastada durante um século inteiro. Porém, cem anos depois, Júlio César reconstruiu a cidade, povoando-a principalmente com escravos libertos. Dessa maneira, Corinto, no tempo de Paulo, era completamente romana em cultura. Tornou-se uma cidade de refúgio, sempre abarrotada, sempre ocupada e sempre cheia de viajantes. Ela desenvolveu uma reputação de corrupção. As principais atrações em Corinto eram os templos pagãos servidos por prostitutas. As religiões pagãs do mundo grego e romano tinham transformado a fornicação em um sacramento religioso, e Corinto se tomou o foco para este tipo de “adoração” profana. A cidade inteira estava cheia de prostíbulos. Fileiras deles ainda são visíveis hoje nas ruínas de Corinto. O ritual de fornicação tinha licado tão profundamente inveterado na cultura coríntia que, no primeiro século, “corintianizar” era um sinônimo para imoralidade sexual, e “uma menina coríntia” era um eufemismo para uma prostituta. Todos sabiam que Corinto era uma cidade de vício desenfreado. Era um análogo à Las Vegas moderna, exceto que suas principais atrações eram templos em lugar de cassinos. Talvez não fosse um lugar auspicioso para fundar uma igreja. Mas Corinto também tinha uma comunidade grande de judeus e uma sinagoga ativa e centralmente situada. Lá, Paulo encontrou uma porta aberta para o evangelho. “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5.20). Atos 18 conta a história de como a igreja em Corinto foi fundada. Quando Paulo veio para Corinto, ele conheceu Priscila e Aquila, que porventura eram habilidosos na mesma arte que o apóstolo Paulo: fazer tendas (At 18.2,3). Paulo 1'icon na casa deles; trabalhava ao lado deles durante a semana e, então, todo
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sábado iii com cies |)iiim u sinagoga o prcgiivu o evangelho (v. I) I I»•. m lormmim amigos dodicados c vitalicios dc Paulo, crislrtos c colaboriuloic. companheiros com cie no seu ministério (cf. Al IK.IS; Km l(i. i; l('o Ií>, I 2Tm 4 .19), Silas c Timóteo logo sc uniram a Paulo no trabalho missionúi io cm ( 'orinto (At I 8,5). Um momento decisivo cm Corinto veio quando a maioria dos judeus na sinagoga recusou os ensinamentos de Paulo. “Sacudiu Paulo as veslcs c disse lhes; Sobre a vossa cabeça, o vosso sangue! Eu dele estou limpo c, desde agora, vou para os gentios” (At 18.6). Ele se mudou com um gentio chamado Juslo (que por acaso morava imediatamente adjacente à sinagoga). Claro que Paulo continuou a pregar o evangelho, mas agora o foco do seu ministério era a região do mercado e as comunidades dos gentios. Alguns judeus de fato responderam, inclusive “Crispo, o principal da sinagoga, (que) creu no Senhor, com toda a sua casa; também muitos dos (gentios) coríntios, ouvindo, criam e eram batizados” (v. 8). Por isso a maioria na igreja coríntia era gentia advindos de experiência pagã (cf. ICo 12.2). Corinto já era um dos campos de missão mais frutíferos que o apóstolo Paulo havia visitado. Conforme a igreja começou a crescer, Lucas disse; “ Ié ve Paulo durante a noite uma visão em que o Senhor lhe disse: Não temas; pelo contrário, fala e não te cales; porquanto eu estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade” (At 18.9,10). O ministério evangelista de Paulo continuou por um ano e meio antes que ele encontrasse alguma resistência séria. Então, por volta de julho do ano 51, um homem chamado Gálio se tornou o novo procônsul romano de Acaia (a metade sul da Grécia). A comunidade judaica em Corinto tentou aproveitar a oportunidade de criar dificuldade para Paulo. Eles provavelmente pensaram que podiam explorar a inexperiência dc Gálio e o convencer a prender Paulo ou expulsá-lo de Corinto. “ Levantaram sc os judeus, concordemente, contra Paulo e o levaram ao tribunal (um local chamado bema no canto do agora, ou mercado coríntio), dizendo: Este persuade os homens a adorar a Deus por modo contrário à lei” (vv. 12,13). Gálio sabiamente o absolveu das suas acusações, dizendo que ele não tinha nenhum desejo de intervir em uma briga partidária sobre as nuanças da religião judaica (vv. 14,15). “E os expulsou do tribunal” (v. 16). A principal conseqüência da insurreição era que Sóstenes (que evidentemente tinha sucedido Crispo como regente da sinagoga quando este se tomou um cristão), recebeu uma surra em frente do bema das mãos da comunidade grega local (v. 17). Isso pode ter sido uma indicação da aceitação e confiança notável que o apóstolo Paulo tinha conseguido até mesmo entre os pagãos em Corinto. (Incrivelmente, algum tempo depois deste episódio, até Sóstenes aparentemente abraçou o evangelho e sc tornou um obreiro companheiro de Paulo [1 Co 1.1].)
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I n tão, disse Lucas, Paulo permaneceu "muitos dias” em Coiinlo( Al IN l K), pastoreando a igreja que ele fundou. Só em Efeso Paulo serviu mais tempo como pastor. A igreja coríntia era, portanto, exclusivamente paulina, especial e pessoalmente em dívida ao grande apóstolo pela sua liderança. Eles o conheceram bem e tinham toda a razão para confiar nele, honrar sua influência e permanecer leais a ele e a seu ensino.
Problemas na igreja de Corinto Contudo, depois que Paulo deixou Corinto, numerosos e sérios problemas se desenvolveram na igreja que necessitava de liderança qualificada e forte. Quando as notícias dos problemas chegaram a Paulo, ele não pôde voltar imediatamente a Corinto; assim ele se empenhou em os conduzir de longe com uma série de cartas. Nós sabemos que pelo menos uma carta de Paulo aos coríntios precedeu a primeira epístola canônica, porque o próprio Paulo recorre àquela carta em 1 Coríntios 5.9, dizendo: “Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros”. Essa nota de precaução pode ter sido o único ponto significativo que Paulo abordou naquela carta, porque o restante do conteúdo se perdeu. Ele também parece recorrer a outra epístola canônica em 2 Coríntios 2.4, a qual ele escreveu “no meio de muitos sofrimentos e angústias de coração”. Essas cartas (embora elas certamente devam ter contido advertên-cias apostólicas exclusivamente autorizadas para a igreja em Corinto) nunca tinham a intenção de fazer parte da Escritura para a igreja universal. A prova deste fato é que elas não foram preservadas. As cartas de Paulo aos coríntios no Novo Testamento são dois livros abrangentes que tratam da vida na igreja. Suas implicações para liderança são profundas. A primeira epístola deixa claro desde o princípio que sérios problemas de liderança surgiram em Corinto na ausência de Paulo. A igreja estava se dividindo em facções. As pessoas estavam dizendo: “eu sou dé Paulo” ou “eu, de Apoio”, ou “eu, de Cefas”, ou “eu, de Cristo” (ICo 1.12). Esse espírito de divisão e conflito dividiu a unidade da igreja, influenciado por inveja, discussão e earnalidade (ICo 3.3). O problema não se originou de algum fracasso na liderança de Paulo, Apoio ou Cefas (Pedro). Eles todos eram homens de Deus que trabalhavam como os mesmos objetivos (v. 8) e todos compartilhavam das mesmas convicções (embora eles tivessem estilos diferentes de liderança). O problema era a earnalidade na igreja, e Paulo disse isso expressamente (v. 4). Entretanto, a divisão na igreja refletiu um sério vazio de liderança que tinha surgido em Corinto. Depois da partida de Paulo, Apoio havia liderado essa igreja com capacidade por uma temporada (At 18.27,28; 19.1). Mas Apoio também tinha passado por outros campos de missão e, algum tempo depois disso, as facções surgiram.
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Aquela primeira epístola poderosa parece ter solucionado a maioria dos assuntos práticos urgentes na igreja coríntia, mas quando Paulo escreveu Coríntios, um ataque novo e até mesmo mais problemático sobre a paz da igreja em Corinto tinha surgido, sugerindo que uma falta de liderança forte continuou sendo o maior problema lá. Falsos mestres, alegando ter uma autoridade maior que a do apóstolo Paulo, tinham vindo à cidade e estavam sistematicamente minando a lealdade da igreja para com seu fundador e apóstolo de Cristo. Eles levantaram novas questões relativas às credenciais apostólicas de Paulo e começaram a atacar seus ensinamentos e sua reputação em favor dc seu interesse egoísta (2Co 11.13). Eles estavam claramente tirando proveito do vazio da liderança naquela igreja. Juntando as pistas em 2 Coríntios, aqui está o que aparentemente logo aconteceu: Paulo parece ter ouvido falar da ameaça de falsa doutrina em Corinto, então ele deixou Éfeso (onde estava auxiliando na época) e viajou para Corinto a fim de tentar ajudar a solucionar as questões lá. Ele havia lhes prometido na epístola anterior que os visitaria (ICo 4.19; 11.34; 16.5), por isso aproveitou esta oportunidade para ir. Mas a visita, devido às circunstâncias, mostrou ser uma experiência profundamente triste para Paulo (2Co 2.1). Aparentemente, alguém na igreja, influenciado pelo falso ensino, pecou contra Paulo de uma maneira pública e humilhante - provavelmente desafiando ou insultando-o. Paulo parecia se referir a este indivíduo em 2 Coríntios 2.5-8 (“Ora, se alguém causou tristeza, não o fez apenas a mim, mas ... em parte a todos vós”; [v. 5]). Em 2.4, e 7.9-12, Paulo mostrou que o episódio o incitou a escrever uma repreensão fortemente formulada em uma carta (outra epístola não canônica), a qual ele enviou através de Tito (8.6, 16; 12.18-21). Depois daquela visita desastrosa a Corinto, Paulo originalmente tinha planos para ir pessoalmente lá mais duas vezes, de Éfeso - uma vez no seu caminho para Macedônia, e uma vez a caminho para sua casa (1.15,16). Mas algo tornou impossível a primeira das duas visitas, e é por essa razão que Paulo, em vez disso. enviou a carta de repreensão com Tito (2.1-3). Ele de fato estava aliviado quando isso aconteceu, porque achava que pouparia um pouco os coríntios de aflição (1.23) - sendo uma carta menos desagradável que uma repreensão cara a cara. Além disso, o próprio Paulo não queria outra triste visita a Corinto (2.1).
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Porém, aparentemente, ele já havia comunicado sua inlcnçilo dr visilar duas vezes os coríntios, e quando teve que abandonar a visita inicial, snis críticos em Corinto se agarraram a isso como outra razão para lhe acusar, Eles alegaram que ele estava vacilando e era indigno de confiança (1.19-23). Algum tempo depois que Tito entregou a carta, Paulo ficou ansioso para ter notícias de Corinto. Então começou lá sua terceira viagem (“Esta é a terceira vez que vou ter convosco” [13.1]). Ele parou primeiro em Trôade, onde tinha esperança de encontrar Tito: “não tive, contudo, tranqüilidade no meu espírito”, escreveu em 2.13 “porque não encontrei o meu irmão Tito; por isso, despedindome deles, parti para a Macedônia”. Lá na Macedônia (provavelmente em Filipos), ele se encontrou de fato com Tito (7.6), que trouxe as boas notícias de que os coríntios tinham respondido à severa carta de Paulo com sinais esperançosos de arrependimento: “referindo-nos a vossa saudade, o vosso pranto, o vosso zelo por mim, aumentando, assim, meu regozijo. Porquanto, ainda que vos tenha contristado com a carta, não me arrependo; embora já me tenha arrependido (vejo que aquela carta vos contristou por breve tempo), agora, me alegro não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento” (7.7-9).
A fidelidad e de um verdadeiro líder Foi nessas circunstâncias que ele, imediatamente depois, ouviu o relato encorajador de Tito que Paulo escreveu 2 Coríntios. Como já notamos, é a carta mais intensamente pessoal, ardente e pastoral de todas as epístolas de Paulo. Está claro no texto que Paulo sabia que ainda havia muito trabalho a ser feito para poder pôr em ordem a confusão que os falsos mestres haviam semeado em Corinto. Ele precisava defender seu próprio apostolado e necessitava lidar com o vazio de liderança que tinha possibilitado tantas dificuldades para a comunidade coríntia. Paulo era leal à igreja coríntia, e ele queria que eles fossem leais a ele. Conseqüentemente, no tom e essência dessa grande epístola, surge um décimo princípio vital de liderança: Um líder cultiva lealdade. Esse não era nenhum desejo egoísta de reverência pessoal (2Co 12.11). Ele queria que eles fossem leais à verdade que ele os tinha ensinado (vv. 15-19). É por isso que, apesar da intensa antipatia do próprio Paulo p ela ostentação e autodefesa, ele procurou vigorosamente defender seu apostolado contra as mentiras dos falsos mestres. E, por essa razão, conforme ele expôs sua própria devoção aos coríntios, apelou abertamente pela lealdade deles também a ele. Este é um dos temas centrais de 2 Coríntios. A lealdade é uma grande virtude. Nos esquecemos com freqüência daquela simples verdade na era cínica em que vivemos. Nossa sociedade possui tantos
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lldeici eoi mplos c tem niilo Irto IionIíI iio eoneeito de verdade nuloi Hnl i vu «|iu ,i li uldmle r licqltcntemeiile compreendida como uniu lnique/u em viv de mei ilu A icbeliílo c o desafio lôm sido cunoni/ados como virtudes. “Mas o homem fidedigno, quem o achará?” (I’v 20.0).
Porem a Mfblia exalta a lealdade. A lealdade édevida, em primeiro lugar, ao Senhor e à sua verdade, mas também àqueles que representam a verdade. 2 ( Yônicas 16.9 diz: “Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda n lerra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele". A lealdade é uma coisa frágil. Davi orou: “a Salomão, meu filho, dá coração íntegro para guardar os teus mandamentos, os teus testemunhos c os teus estatutos” (lC r 29.19). O próprio Salomão incitou todo o Israel: “Seja perfeito 0 vosso coração para com o Senhor, nosso Deus, para andardes nos seus estatutos e guardardes os seus mandamentos, como hoje” (lRs 8.61). Mas a própria queda moral de Salomão veio porque “o seu coração não era de todo fiel para com o Senhor, seu Deus, como fora o de Davi, seu pai” (lR s 11.4; 15.3). A infidelidade está entre os mais repugnantes de todos os males. Judas pecou porque era um traidor. Ele não teve nenhuma lealdade a Cristo, embora 1ivesse sido um amigo privilegiado e companheiro íntimo durante anos. Nenhum pecado em toda a Escritura é mais desprezível do que o ato traiçoeiro de deslealdade de Judas. O próprio Jesus classificou a maldade de Judas como mais miserável do que a de Pilatos (Jo 19.11). O que queremos dizer com lealdade ? A lealdade autêntica não é nenhuma devoção cega a um mero homem. E, em primeiro lugar, uma submissão à verdade e ao dever. Mas isso envolve devoção às obrigações de amor e amizade também. Está entre a mais religiosa e divina das virtudes, porque o próprio Deus é eternamente fiel (2Tm 2.13; lTs 5.24; 2Ts 3.3). A lealdade é essencial à liderança. O líder sábio cultiva a lealdade sendo leal - leal ao Senhor, leal à verdade e leal às pessoas que ele conduz. Nada é mais destrutivo na liderança do que o líder que compromete sua própria lealdade. Eu tenho dificuldade em ouvir críticas das pessoas que estão sob minha liderança, porque estou comprometido, em meu coração, em ser leal com elas. Meu instinto é de as defender. Sempre procuro lhes dar o benefício da dúvida. Meu amor por elas inclui um desejo sério para assumir o melhor delas. Afinal de contas, é assim que o amor é expresso: “O amor é paciente, é benigno. . . não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (IC o 13.4-7). Você vê essa dinâmica em ação nos procedimentos de Paulo com os coríntios. “Porque zelo por vós com zelo de Deus”, ele escreveu (2Co I I ).
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I quando ele llics escreveu com uma repreensão severa, disse: "1’oi lunlo, embora vos tenha escrito, não foi por causa do que fez o mal, nem por causa do que solreu o agravo, mas para que a vossa solicitude a nosso favor fosse manifesta entre vós, diante de Deus” (7.12). A liderança é tudo sobre motivar as pessoas a seguirem. Portanto, todas as coisas em liderança dependem da relação do líder com seu povo. E possível motivar as pessoas simplesmente por mera força, mas isso não é liderança genuína; é ditadura. E nunca atinge realmente as metas de liderança. Isso pode ser realizado somente por uma terna lealdade. Isso é verdade no matrimônio (em que a lealdade e a fidelidade são obviamente tão cruciais); é verdade para pastores; e é verdade para líderes a todo nível. Eu lecionei em seminários de liderança para a polícia, o corpo de bombeiros e para centenas do pessoal de vendas na maior concessionária de automóvel da nação. No centro dos valores que tento fazer eles enxergarem, de modo que possam liderar pessoas com eficácia, está a virtude da lealdade àqueles acima, ao lado e debaixo deles na estrutura. Eu falo para os formandos da Master s’ College que eles podem ter êxito em qualquer profissão que escolherem se fizerem algumas coisas consistentemente: Sejam pontuais, mantenham-se quietos e trabalhem duro, façam o que o chefe lhes ordena, tenham uma atitude positiva e, mais importante, sejam ardentemente leais às pessoas para quem e com quem vocês trabalham. A liderança depende da confiança, e a confiança é cultivada pela lealdade. Onde nasce a confiança e é mantido o respeito, serviço sacrificial e dedicado é conferido. Outro modo de dizer isso é que nossos corações têm de estar em nosso pessoal, e nosso pessoal tem de estar em nossos corações. O Lorde Nelson derrotou a marinha de Napoleão na Batalha de Trafalgar, frustrando a invasão que Napoleão tinha planejado sobre a Inglaterra. Nelson começou aquela batalha com o famoso sinal: “a Inglaterra espera que todo homem cumpra seu dever”. Ele pôde exigir esta devoção porque tinha isto. Na verdade, aquela vitória custou a Nelson sua própria vida. Ele cultivava fidelidade e lealdade mútuas nos seus homens. Alguns anos antes, depois de uma vitória gloriosa na Batalha do Nilo, ele tinha escrito a Lorde Howe: “eu tive a feliz sorte de comandar um grupo de irmãos”. Esse é o espírito da Verdadeira liderança. Paulo era esse tipo de líder. Seu amor para com os coríntios e sua lealdade retratam tudo que ele lhes escreveu. Muitos pastores teriam sido tentados a desistir de uma igreja tão problemática. Não Paulo. Ele resumia um líder fiel.
Consolação abundante em Cristo Paulo começou sua segunda epístola aos coríntios com uma expressão Miipuvndenlc dc compaixão e interesse neles. Ele estava escrevendo na época do ii n |m111ii 11>ministério quando estava sofrendo em muitas frentes de batalha.
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I liiviu, i laro, Mia inli-nsa alliçílo n»>1>ii- oh pioblomiiN mi ( 01 min I .m . .ivainlir. ptMiiain lanlti nclc que ele próprio leslemunltai ia "mio livr Irimqtliluladr no iikmi espirito" (2.1 ?). Acima dc tudo isso, ele passava conslaiilcmcnk' poi sofrimentoe perseguição quase insuportáveis ( 11.23-33). Esses sofrimentos eram bem conhecidos pelos coríntios. Mas é possível que os lalsos apóstolos tivessem usado o próprio lato das allições de Paulo para lançar dúvida sobre sua autoridade, alegando que as dificuldades de Paulo eram a prova dc que ele eslava sendo castigado por Deus. Por isso ele deixou tudo bem claro: Deus o tinha confortado cm todas as suas aflições, e uma razão principal de que Deus tinha feito isso cia para o equipar de modo que pudesse lhes confortar nas suas tristezas. Paulo escreveu: Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação! É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus. Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo. Mas, se somos atribulados, é para o vosso conforto e salvação; se somos confortados, é também para o vosso conforto, o qual se toma eficaz, suportando vós com paciência os mesmos sofrimentos que nós também padecemos. A nossa esperança a respeito de vós está firme, sabendo que como sois participantes dos sofrimentos, assim o sereis da consolação (1.3-7). Aqui nós observamos ainda outro princípio indispensável na liderança: Um líder tem empatia pelos outros. Empatia é a habilidade de se identificar tanto com outra pessoa que você sente o que ela sente (cf. Hb 4.15). É essencial à compaixão, sensibilidade, compreensão e conforto verdadeiros. Era Paulo que estava sendo tratado injustamente pelos coríntios. Problemas naquele corpo tinham causado um pouco dos seus sofrimentos. E, contudo, Paulo sabia que os coríntios também estavam sofrendo. Alguns deles estavam sofrendo, como Paulo, por causa da justiça (“suportando vós com paciência os mesmos sofrimentos que nós também padecemos” [1.6]). Outros estavam sentindo as angústias de arrependimento (7.8-10). Paulo sentia a dor deles, e estava ansioso para os confortar em toda a aflição deles. Ele os assegurou que sua esperança por eles - sua confiança neles - era firme. E seu desejo era di que eles compartilhassem da consolação que ele desfrutava, da mesma maneira que eles tinham experimentado sua parte no sofrimento.
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Paulo tinha muito motivo para repreender os coríntios. I ele oi. repreendeu de fato com algumas palavras firmes e necessárias em numerosos pontoschave na longa epístola. Mas é significativo que ele começou essa epístola com esse tipo de expressão de empatia por eles. Apesar da falha deles, ele permaneceu leal e empático para com eles. Líderes têm de dar ao seu povo um espaço para falhar. As pessoas precisam de encorajamento em vez de desprezo quando lutam. Eles respondem àquele a quem servem quando este tiver empatia sincera na angústia e decepção deles. As pessoas precisam ser edificadas e não derrubadas quando falham. O líder sábio nunca precisa tratar seu povo com rude-za. Liderança é Princípio de Liderança enfim sobre pes-soas, não apenas ( f UM LÍDER TEM EMPATIA objetivos e estra-tégias estéreis PELOS OUTROS que podem ser es-critas em papel. Isso certamente não elimina reprovação e correção legítimas quando necessário (cf. 2Tm 3.16). Mas a reprovação e a correção podem ser feitas e devem ser feitas - num contexto de empatia e edificação, como Paulo fez. Ele era um líder fiel e compassivo, e seu amor para os coríntios é então evidente em cada versículo da epístola. Este tipo de lealdade e empatia é essencial à boa liderança. Paulo sabia disso; e, como observaremos nos próximos capítulos, isso retratou todos os seus procedimentos com a perturbada igreja coríntia.
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Paulo defende a sua sinceridade
desonestidade e a artificialidade são incompatíveis com a verdadeim liderança. O líder que se envolve em falsidade ou decepção perderá rapidamente seus seguidores.'Lembre-se que o primeiro princípio de liderança que observamos no capítulo um é que um líder deve ser confiável. A insinceridade, a indecisão, a infidelidade, e até a ambigüidade sabotam a conliança e subvertem a liderança. E com toda a razão. A insinceridade não é uma qualidade que as pessoas boas deveriam tolerar em líderes. Como consideramos brevemente no capítulo anterior, os falsos mestres em Corinto tinham se agarrado na mudança de planos de viagem do apóstolo Paulo (ele tinha cancelado a metade de uma dupla visita planejada a Corinto), e eles estavam evidentemente explorando esse incidente para poder retratar Paulo como vacilante, incerto, de duas faces, manhoso e insincero (cf. 1Co 4 .1X, 11>). Iintão a primeira coisa do interesse de Paulo em 2 Coríntios (depois de assegm ai aos coríntios da sua devoção pessoal a eles) era responder a essa acusação. Ele faz isso de um modo completo e compassivo. Em primeiro lugar, nega completamente a alegação de que tinha sido insincero: “Porque a nossa glória ó esta: o testemunho da nossa consciência, de que, com santidade e sinceridade de Deus... temos vivido no mundo” (2Co 1.12). Ele os assegura que nunca falou uma palavra ou escreveu qualquer coisa a eles que foi expressa cm decepção, escondida em sentido duplo, ou de outra forma deliberadamente enganosa: “Não com sabedoria humana, mas, na graça divina... e mais especialmente para convosco. Porque nenhuma outra coisa vos escrevemos, além das que ledes e bem compreendeis” (vv. 12,13). E então ele os assegura do seu amor sincero e compromisso para com eles: “E espero que o compreendereis de todo, como também já em parte nos compreendestes, que somos a vossa glória, como igualmente sois a nossa no Dia de Jesus, nosso Senhor” (vv. 13,14). Ele os reassegura que, quando planejou originalmente seu itinerário, era sua mais determinada intenção e sincero desejo vir duas vezes a Corinto uma vez no seu caminho para a Macedônia e novamente no seu caminho de volta:
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( 'oinesln confiança,resolvi ir, primeiro,cncontrur me hiiiviimh , para que livésseis um segundo benelício; e, por vosso intermédio, passar à Macedônia, e da Macedônia voltar a encontrar-me convoseo, e ser encaminhado por vós para a Judéia. Ora, determinando isto, terei, porventura, agido com leviandade? Ou, ao deliberar, acaso delibero segundo a carne, de sorte que haja em mim, simultaneamente, o sim e o não? Antes, como Deus é fiel, a nossa palavra para convosco não é sim e não. Porque o Filho de Deus, Cristo Jesus, que foi, por nosso intermédio, anunciado entre vós, isto é, por mim, e Silvano, e Timóteo, não foi sim e não; mas sempre nele houve o sim (vv. 15-19). Paulo estava dizendo que, quando ele expressou inicialmente a sua intenção de visitar Corinto (ICo 16.5; cf. 4.19; 11.34), não havia nenhum fingimento nas suas palavras. “Como Deus é fiel”, ele disse (com efeito, reforçando assim sua garantia com um juramento), sua comunicação com eles era um bemintencionado “sim”. Ele sinceramente pretendia vir. E ainda viria. Mas as circunstâncias tinham mudado o tempo da visita planejada. Então no que parece quase um desvio, ele reforça a verdade da própria fidelidade de Deus e a veracidade absoluta da mensagem do evangelho. Note como ele invoca todas as três pessoas da Trindade para fazer esta observação: “Porque o Filho de Deus, Cristo Jesus, que foi, por nosso intermédio, anunciado entre vós, isto é, por mim, e Silvano, e Timóteo, não foi sim e não; mas sempre nele houve o sim. Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio. Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração” (ICo 1.19-22). Paulo estava mostrando que sua própria sinceridade como mensageiro do evangelho estava arraigada na veracidade e confiabilidade do próprio evangelho. __ E isso por sua vez reflete a fidelidade inabalável da Trindade. Em seguida, Paulo explicou por que houve uma mudança nos seus plaijos. Uma vez mais ele invoca um juramento solene para atestar sua sinceridade: Eu, porém, por minha vida, tomo a Deus por testemunha de que, para vos poupar, não tomei ainda a Corinto; não que tenhamos \ domínio sobre a vossa fé, mas porque somos cooperadores de vossa alegria; porquanto, pela fé, já estais firmados. ' Isto deliberei por mim mesmo: não voltar a encontrar-me convosco em tristeza. Porque, se eu vos entristeço, quem me
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iile^rnrA, semio aquele que está entristecido poi niini mesmo? I isto escrevi pura que, quando Ibr, nílo tenha triste/,h da parle daqueles que deveriam alegrar-me, confiando em Iodos vós de que a minha alegria é também a vossa. Porque, no meio de muitos sofrimentos e angústias de coração, vos escrevi, com muitas lágrimas, não para que ficásseis entristecidos, mas para que conhecêsseis o amor que vos consagro em grande medida ( 1.23 2.4, ênfase acrescentada). Em outras palavras, qualquer que fosse a combinação das circunstâncias que possa ter contribuído para o cancelamento da visita de Paulo, seu próprio motivo por adiar sua visita era nada mais que sua compaixão sincera para com os coríntios. Ele não quis chegar a eles em tristeza (2.1). Ele tinha adiado a visita para os poupar da vara de disciplina (1.23; cf. ICo 4.2). Ele não tinha sido insincero; ele tinha agido meramente por amor a eles. Nessa passagem vital, Tmas freqüentemente negligenciada da Escritura, vemos destacados três pontos para a sinceridade de Paulo. Primeiro, ele sempre operava com uma consciência clara. Segundo, ele sempre procurava se mostrai seguro em palavras e ação. E terceiro, como os próprios coríntios bem sabiam, seus procedimentos com eles nunca foram egoístas ou autoritários, mas sempre impulsionados por um afeto genuíno e carinhoso por eles. Aqui está por que os inimigos de Paulo foram enfim malsucedidos em retratá-lo como insincero ou de duas caras.
A integ ridade que as seg ura uma consciên cia limpa Observe que a primeira testemunha que Paulo chama em defesa da sua sinceridade é sua própria consciência. Ele nunca tinha iludido deliberadamenlc os coríntios, enganando-os com artifício verbal, ou até mesmo tinha sido propositalmente vago com eles (“Pois nada lhes escrevemos que vocês não sejam capazes de ler ou entender” [1.13 NVI]). Até onde diz respeito às acusações dos seus inimigos, de que ele era inconsistente, a consciência de Paulo estava completamente limpa. Isso, também, é absolutamente essencial à boa liderança: Um líder mantém uma consciência limpai Lembre-se: a boa lideranç/é uma questão de caráter, e um caráter íntegro depende de uma consciência saudável. Para ver o papel da consciência na liderança, precisamos olhar de perto para esta capacidade fascinante do coração e mente dada por Óeus. / A consciência é um sistema de advertência embutido que nos sinali/a quando algo que fizemos estiver errado. A consciência é para nossas almas o
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que os sensores dc dor são paia nossos corpos: ela inflige angústia, na loi ma dc culpa, sempre que violamos o que nossos corações nos dizem estar eerlo.
A consciência dá testemunho à realidade que algum conhecimento tia lei moral de Deus está inscrito em todo coração humano desde a criação (Km 2.15). Tanto a palavra grega para “consciência” (suneidesis) como a raiz latina da qual o termo da língua portuguesa é derivado têm a ver com conhecimento de si próprio - especificamente, uma autoconsciência moral. Esta capacidade de reflexão moral é um aspecto essencial daquilo que a Bíblia quer dizer quando fala que nós somos feitos à imagem de Deus. Nossa sensibilidade à culpa pessoal é, portanto , uma característica fundamental da nossa humanidade que nos distingue dos animais. Tentar su-primir a consciência é efetiva-mente diminuir a própria huma-nidade de uma pessoa. A consciência não é de maneira alguma infalível. Uma consciência maculada ou pobremente instruída poderia nos acusar quando não somos de fato culpados ou nos absolve quando estamos, na realidade, errados. Paulo disse em 1Coríntios 4.4, “de nada me argúi a consciência; contudo, nem por isso me dou por justificado”. Ele também reconheceu que as consciências de algumas pessoas são desnecessariamente fracas e muito facilmente ofendidas (ICo 8.7), por isso a própria consciência deve ser instruída pelo padrão perfeito da Palavra de Deus e deve ser ajustada a este padrão (SI 119.11, 34, 80). Suprimir a consciência ou violá-la deliberadamente são mortais ao nosso bem-estar espiritual. Desobedecer à consciência é em si um pecado (Rm 14.14, 23; Tg 4.17), mesmo que a consciência seja ignorante ou mal-informada. E suprimir a consciência é equivalente a queimá-la com um ferro quente (lTm 4.2), deixando-a insensível e, assim, removendo perigosamente uma defesa vital contra a tentação (ICo 8.10). Paulo colocou, pois, um prêmio muito alto no valor de uma consciência clara. Seu discurso de adeus aos anciãos em Efeso começou com estas palavras: “Varões, irmãos, tenho andado diante de Deus com toda a boa consciência até ao dia de hoje” (At 23.1). Ele disse a Timóteo: “Dou graças a Deus, a quem, desde os meus antepassados, sirvo com consciência pura” (2Tm 1.3). Na sua defesa diante de Félix, ele disse: “também me esforço por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos homens” (At 24.16). Ele caracterizou o benefício positivo da lei de Deus deste modo: “Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa” (lTm 1.5). Uma consciência maculada, se tolerada ou suprimida, impossibilita a verdadeira integridade. Até que a consciência ferida seja limpa e restabelecida, a culpa agredirá a mente. Reprimir a culpa pode aliviar as dores agudas da
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consciência, miiN uflo elimina n lnln (In iMitpu A culpa c ti iliciilpuliiIichuli' silo miiluam cnleexclusivas Im o u lip a la v ra s, n pessoa t|iu* desonra e depois iy.noi a sua própria consciência nrto c, poi dcliinçrto, uma pessoa de integridade. Enlrto, uma consciência manchada arruina a e.xigôneia mais básica de Ioda a liderança
1’aulo assegurou aos coríntios que sua própria consciência eslava completamente sem culpa. I lle não tinha mentido para eles. Ele não os linha enganado. Ele não havia falado da boca para fora. Ele não poderia citar nenhuma autoridade maior do que sua própria consciência para provar isto, por isso ele corajosamente fez exatamente assim. Isso não foi nenhum tipo egoísta de “ostentação” (2Co 1.12). Era uma declaração sincera e direta de um coração sincero. Tal “ostentação” era em si ;i prova do próprio ponto que Paulo estava tentando fazer marcar: Ele tinha sido correto com eles sempre. Suas palavras eram sempre claras, honestas, francas, i11llexíveis e categóricas - tal qual o próprio apóstolo.
A confiança que brota de convicções claras Em seguida, Paulo, baseado na própria experiência deles, os lembrou que eles não tinham nenhum fundamento para acusá-lo de ser indeciso ou incerlo. Ele não só escreveu e falou sempre com eles em palavras que eram claras c sem ambigüidade (2Co 1.13); ele, de modo constante, também tinha sustentado suas palavras com uma vida que era segura e completamente em harmonia com o que ele ensinava. Na verdade, disse Paulo, a doutrina que ele ensinava era toda a base para sua constância e firmeza. Da mesma maneira que Deus é fiel a todas as suas promessas, o próprio Paulo sempre se esforçou para imitar essa firmeza sendo decisivo, distinto, definitivo e sincero com sua palavra. Paulo era o próprio resumo de um homem transparente. Então, novamente, ele se expressou abrupta e diretamente a eles: “Ora. determinando isto, terei, porventura, agido com leviandade? Ou, ao deliberar, acaso delibero segundo a carne, de sorte que haja em mim, simultaneamente, o sim e o não?” (v. 17). Alguma vez ele falou sim para cies quando de fato quis dizer nâo? Na própria pergunta não há nenhuma restrição e nenhum equívoco. Eram eles que precisavam falar claramente: estariam eles na realidade acusando-o de falsidade? Paulo, de maneira caracteristicamente corajosa, atacou assim a insinuação dos liilsi >:. mestres de frente, e confrontou os coríntios com o absurdo da acusação. Aqueles que conheceram pessoalmente Paulo certamente sabiam melhor Ele sempre tinha pregado a Cristo sem equívoco (v. 19). “As promessas dc Deus”, as quais Paulo tinha proclamado fielmente, são em si sem ambigüidade e certas (v. 20). O próprio Paulo tinha sido constantemente tão definido e decisivo quanto à suh§tância da sua mensagem. Assim ele mais uma vez afirmou essa ÍS
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verdade cm linguagem corajosa, com um juramento: "como I)cii,*i c licl, a nossa palavra para convosco nâo c sim e não” (v. 18).
Paulo estava ansioso para responder até mesmo à sugestão dc que ele tinha sido falso ou indeciso. Ele sabia que este tipo de fraqueza - até mesmo a mera suspeita disso - pode seriamente arruinar a confiança das pessoas em um líder. A liderança não pode se dar ao luxo da dúvida alongada e indecisão prolongada. Isto é outro princípio em nossa longa lista de fundamentos da liderança: Um líder é determinado e decidido. Bons líderes devem ser capazes de tomar decisões de uma maneira lúcida, inteligente e conclusiva. Eles também devem ser capazes de comunicar objetivos de uma maneira articulada, enfática e distinta. Afinal de contas, um líder é alguém que lidera. Qualquer um pode divagar. Qualquer um pode ser tímido e ambivalente. O líder, pelo con-— — ------trário, tem de dar direção clara. Princípio de Lideranç, As pessoas não seguirão se elas UM LÍDER É DETERMII não tiverem certeza de que seu E DECIDIDO líder está certo. . jg — Para resumir, então, Paulo era sempre determinado e decisivo nos seus procedimentos com os coríntios. Ele proclamava uma mensagem que era clara e sem ambigüidade. Ele servia a um Deus que é verdadeiro e fiel. E ele sempre os ensinava que todas as promessas divinas são Sim e Amém. Mais do que ninguém, os coríntios sabiam muito bem disso. Com um pouco de reflexão, eles veriam que as acusações dos falsos mestres contra Paulo não tinham absolutamente nenhum mérito.
Ternura que é expressa na comunicação clara E, contudo, Paulo tinha mudado de idéia e adiado a visita que ele planejara originalmente para Corinto. Então ele explicou por quê. Ele tinha feito a mudança de planos por boas razões - não porque estava sendo insincero ou falso quando disse que ele viria, mas totalmente o oposto. Seu afeto profundo por eles - que não era de jeito nenhum insincero - fez com que ele desejasse poupá-los da aflição de uma visita que teria sido dominada por tristeza, repreensões, castigo, controvérsia e outros pontos negativos. Paulo não estava de forma alguma receoso ou com medo de tal con frontação, mas desta vez ele escolheu comunicar seu desgosto aos coríntios, que os amava como seu pai espiritual, por correspondência escrita, em palavras medidas e cautelosas - para que sua próxima visita a Corinto pudesse ser uma ocasião alegre. Foi isso que afinal fez com que ele mudasse seus planos. Aqui está outro princípio essencial de liderança que eu me apresso a acrescentar o mais rápido possível depois do anterior: Um líder sabe quando mudar de idéia.
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MHrN ( I d í n p i i n c i p i o N i i i h I i i i i i dc* m f l O N diidus. Enquanto lldcrcs devem determinados c*d ecisivos, eles 11ÍÜ0 devem sei lolalmenle inflexíveis. A nicllioi prova da sabedoria de um líder nem sempre é a primeira dceisfln c|iie ele loma Todo mundo loma decisões ruins ás vezes. Um líder bom nílo perpetuará timn decisão ruim. Circunstâncias também mudam, e um líder bom tem de saber quando adaptar as circunstâncias. I
No caso de Paulo, sua mu dança dc planos foi forçada por uma mudança dc circunstâncias. A ironia da falsa acusação contra ele é que Paulo não era aquele que estava sendo vacilante e hesitante, mas os coríntios, por darem crédito indevido aos críticos de Paulo. Notícias tinham chegado de alguma maneira a ele sobre o que os falsos mestres estavam dizendo. Ele ficou tão transtornado quanto desapontado ao saber que,os coríntios - que deviam a salvação deles ao ministério fiel e à proclamação clara, corajosa e intransigente do evangelho de Paulo - estavam sendo influenciados por meio de tal difamação forçada A situação precisava ser corrigida. Repreensões, reprimendas severas c até castigo eram necessários. Paulo não quis que sua próxima visita a Corinto fosse caracterizada por uma interação negativa assim. Então ele disse: “para vos poupar, não tomei ainda a Corinto” (2Co 1.2 1, ênfase acrescentada). Embora disposto, se necessário, a encará-los pessoalmente, Paulo não quis que sua interação pessoal com eles fosse dominada por repreensão e conflito. Ele queria que a reunião deles fosse numa atmosfera de alegria. Ele os respeitava e estimava a relação que teve com eles. Então, em vez de imediatamente ir a eles “com vara” (cf. ICo 4.21), ele decidiu ver se podia corrigi-los primeiro por carta. E imediatamente nós encontramos outro princípio fundamental que todos os líderes precisam ter em mente: Um líder não abusa da sua autoridade. Paulo tinha autoridade apostólica legítima sobre os coríntios. Era autoridade clara, espiritual, determinada por Deus, confirmada por sinais e maravilhas inegáveis (2Co 12.11,12). Mas ele usou aquela autoridade em um estilo pastora I não autoritário. Ele bem poderia ter escrito aos coríntios a mesma coisa que ele escreveu para a igreja em Tessalônica: ' Embora pudéssemos, como enviados de Cristo, exigir de vós a nossa manutenção, todavia, nos tornamos carinhosos entre vós, qual ama que acaricia os próprios filhqs; assim, querendo-vos muito, estávamos prontos a oferecer-vos não somente o evangelho de Deus, mas, igualmente, a própria vida; por isso que vos tornastes
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mui Io anuulo.N dc nós. Porque, vos recordiiis, irmfloN, do iionno labore fadiga; ode como, noiteedia labutando para nao vivermos à custa de nenhum de vós, vos proclamamos o evangelho de I)cus. Vós e Deus sois testemunhas do modo por que piedosa, justa e irrepreensivelmente procedemos em relação a vós outros, que credes. E sabeis, ainda, de que maneira, como pai a seus filhos, a cada um de vós exortamos, consolamos e admoestamos (lTs 2.7-12a, ênfase acrescentada). Ele de fato disse aos coríntios: “Não vos escrevo estas coisas para vos envergonhar; pelo contrário, para vos admoestar como a filhos meus amados. Porque, ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus” (ICo 4.14,15). E aqui em 2 Coríntios 1, ele escreveu: “não que tenhamos domínio sobre a vossa fé, mas porque somos cooperadores de vossa alegria; porquanto, pela fé, já estais firmados” (v. 24). Ele não tinha nenhum interesse em dominar os coríntios. Ele se recusou a arriscar deteriorar sna^ relação com eles por discordâncias pessoais repetidas. Nas palavras de Agostinho: “Como a severidade está pronta para castigar as faltas que pode descobrir, assim a caridade é relutante em descobrir as faltas que tem que castigar”.1 Lembre-se de que Jesus disse que a liderança no seu reino é diferente da liderança secular precisamente por esta razão: “Os reis dos povos dominam sobre eles, e os que exercem autoridade são chamados benfeitores. Mas vós não sois assim; pelo contrário, o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve” (Lc 22.25,26). Paulo era o resumo de um líder com o coração de um servo. Ele cumpriu perfeitamente o que o apóstolo Pedro disse que todo pastor deveria ser: pastor do “rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho” (1 Pe 5.2,3). O próprio Paulo sabia que “ao servo do Senhor não convém brigar mas, sim, ser amável para com todos, apto para ensinar, paciente. Deve corrigir com mansidão os que se lhe opõem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento, levando-os ao conhecimento da verdade, para que assim voltem à sobriedade e escapem da armadilha do Diabo, que os aprisionou para fazerem a sua vontade.” (2Tm 2.24-26 - NVI). Paulo havia colocado suas advertências para os coríntios numa carta clara e cuidadosamente formulada, e ele a enviou em vez
1'iilllu iliilnillln nhimnIiii iiiIiIiiiIii TI ii i chesse noticia tlr 111ii* eles linlinm respondido bem a conmnicin,'flo cuci Ha, dc iiilo ctirnu|ucccria siin relaçflo com o Ic n com oulni trintc visita pessoal. I.ra umii abordagem sábia. I Ia resumiu as melhorcN cnraclcrlslicas do ostilodü liderança de Paulo: lealdade, empatia, compaixão, ternura, comuiiicaçrto clara e honestidade desarmada, li por isso que era especialmente irônico que seus inimigos tivessem se apegado neste incidente para o acusar de insince rIdade, dc todas as coisas.
Paulo estava ferido. Sua dor pessoal era real e intensa. Talvez o ponto mais baixo da vida dc Paulo tenha sido quando ele escreveu essa epístola. Ile disse também em 2 Coríntios 2.12,13 que, quando foi para Trôade, encontrou uma porta aberta para o evangelho, mas ele estava tão preocupado em espirito em relação aos coríntios que deixou Trôade e foi para Macedônia, com esperanças de se encontrar com Tito e receber dele um bom relatório sobre a igreja em Corinto. Na realidade, o livro inteiro de 2 Coríntios é retratado por uma paixão que surgiu da decepção pessoal de Paulo relativa à resposta dos coríntios a ele. Paulo havia sido severamente ferido na casa dos seus amigos. Ele tinha sido destruído pelas mesmas pessoas às quais ele tinha se entregado ao máximo. Próximo ao final da epístola, ele escreveu: “Eu de boa vontade me gastarei e ainda me deixarei gastar em prol da vossa alma. Se mais vos amo, serei menos amadoT (12.15, ênfase acrescentada). Ele estava oprimido pela dor e depressão através da infidelidade que havia experimentado nas mãos das pessoas que amava e às quais tinha dado sua vida. Isso é o preço de liderança. É uma vocação cara, solitária e freqüentemente ingrata. Jonathan Edwards pastoreou fielmente em Northampton durante vinte e quatro anos. Ele pastoreou seu povo através do reavivamento notável do Grande Despertar (o qual a própria pregação e escrita de Edwards ajudaram grandemente a\acender). Então sua igreja o despediu por votação esmagadora, porque ele ensinou que apenas aqueles que fizeram uma profissão de fé em Cristo digna de crédito deveriam participar da Mesa do Senhor. Ao término da sua vida, Charles Spurgeon, possivelmente o pastor batista mais eficaz que já viveu, foi censurado pela União Batista na Inglaterra porque ele se opôs à invasão do modernismo naquela organização. Mas o líder, contudo, tem de permanecer gentil, compassivo, empático e humilde. Se ele se tornar ressentido, repressivo ou cruel no tratamento com seu povo, perderá sua eficácia como um líder. 7 Quem pode fazer tudo isso? Quem tem caráter suficiente para cumprir os altos padrões que a Escritura estabelece para líderes? No próximo capítulo exploraremos como Paulo respondeu esta questão. \
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Oapiliilo
“ Quem, porém, é suficiente para estas coisas?”
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e você quer ver uma prova de quão importante a liderança é, não deixe escapar o fato de que Satanás freqüentemente direciona seus ataques mais ferozes a líderes principais. Entre todas as artimanhas más que o maligno emprega, algumas das suas armas bem favoritas são meias-verdades e mentiras deliberadas que criam rebelião e tentam arruinar a confiança que as pessoas colocaram em líderes religiosos. Contra os melhores líderes, Satanás invariavelmente tentará incitar um Corá (o rebelde que organizou uma revolta contra Moisés) ou um Absalão (o filho desobediente que liderou uma rebeliiio contra a regência de Davi). É por isso que a Bíblia diz que “a rebelião é como o pecado de feitiçaria” (ISm 15.23). Desafiar um líder que é chamado por Deus e crê na verdade é um pecado peculiarmente satânico. É, pois, apropriado o que Paulo disse: que os falsos mestres que haviam confundido a igreja em Corinto eram emissários satânicos - “ministros” de Satanás (2Co 11.13-15). Isso é exatamente o que eles eram: ferramentas do diabo, agentes maus na sua campanha contra a causa da verdade. Eles tinham deliberadamente focalizado sua ofensiva principal contraPaulo e sua liderança. Era uma agressão estratégica e bem colocada, porque, se os poderes da escuridão pudessem anular a influência de Paulo em Corinto, aquela igreja já perturbada estaria completamente à mercê dos falsos mestres. Paulo não estava ansioso para se defender pessoalmente, mas ele também níüi > estava disposto a abandonar a igreja coríntia nas mãos de lobos. Conseqüentemente . ele gastou um tempo considerável em 2 Coríntios fazendo algo que achava desagradável: defendendo o próprio caráter e credenciais. A competência de Paulo como líder e apóstolo estava debaixo dfc ataque direto. Nós já vimos como sua sinceridade estava sendo questionada. ( falsos mestres também estavam tentando provocar dúvidas sobre sua suficiência de liderar. Eles atacaram seu-earáter, sua influência, sua chamada e sua humildade. Alegaram que Paulo não esfava qualificado para liderai Disseram que ele era inadequado. Paulo respondeu magistralmente àquela acusação virando-a conlra m u críticos. Ele disse: “Quem, porém, é suficiente para estas coisas?” (2Co .’ I<>)
III) II livio sohrn lnl itijiiirn
Nesse mesmo eontexto, Paulo comparou o ministério do evangelho a uma procissão triunfal. Quando um general romano ou um César conseguiam uma vitória militar fundamental e decisiva, um “triunfo” formal era dado para honrar e comemorar a vitória. O triunfo era um maciço desfile de celebração, uma das pompas mais importantes e coloridas na cultura romana. O líder vitorioso era conduzido pelas ruas com seu exército marchando atrás, segurando no alto os espólios capturados e outros símbolos de vitória. Sacerdotes acompanhavam a parada, balançando incensários poderosos, difundindo um cheiro agradável pela cidade inteira. Quando Tito Vespasiano saqueou Jerusalém em 70 d.C., ele teve um triunfo. Figuras de alto relevo no Arco de Tito em Roma retratam aquele evento. Tais celebrações eram extremamente raras, reservadas somente para as vitórias mais cruciais. Era algo que acontecia uma vez na vida. Mas Paulo disse que o ministério do evangelho é como um triunfo perpétuo. Ele se comparou a um incensário por meio de quem Cristo “manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento” (2.14). A maioria dos triunfos romanos também apresentava uma procissão de presos algemados. Eles seriam guerreiros inimigos que eram condenados a morrer no final da procissão. Eles, naturalmente, cheirariam o aroma do incenso fragrante, mas para eles significava derrota e morte, não vitória e vida. Paulo disse que o incenso do evangelho (“a fragrância de Cristo” [v. 15]) é exatamente como esse. Tem um significado duplo semelhante. Para aqueles que acreditam (“os que estão sendo salvos”), é um aroma de vida; mas entre aqueles “que se perdem”, significa morte e condenação (v. 15). Assim ele escreveu: “Para com estes, cheiro de morte para morte; para com aqueles, aroma de vida para vida” (v. 16). E aí, então, que ele levantou a questão: “Quem, porém, é suficiente para estas coisas?” Quem é adequado para participar da parada triunfal de Cristo e ser um instrumento pelo qual é difundido o incenso da mensagem do evangelho a todos? Quem em si é qualificado para receber louvores do Deus todo-poderoso para serviço feito a ele em nome de Jesus Cristo? Ele estava virando a mesa sobre os falsos mestres - pondo em questão a alegação deles de que eles eram adequados. Na realidade, ele disse que eleseram culpados de estar “mercadejando a palavra de Deus” (v. 17). Eles eram insinceros, fazendo mercadoria do evangelho. Eram mercenários, vigaristas, estando nisso pelo dinheiro. Estavam dispostos a torcer ou reformular enganosamente sua mensagem para aumentar seus lucros. Se significasse atacar os temores do povo, eles fariam isso. Se significasse tentar desacreditar um apóstolo como Paulo, eles fariam isso também. Se significasse estimular de modo agradável os ouvidos das pessoas lhes dando qualquer mensagem que i-xif.isscm, aqui estavam alguns mestres prontos. Eles eram o equivalente do
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III
piimciro séi ulo tlii,s IÍIo s o Iíiin "dirigidas pelo merendo" sobre ti lldeiiinçn tlu nliud iy.rcjn e do ministério de hoje. Paulo respondeu a pergunta retórica de versículo 16 ("Quem, porém, é suficiente para estas coisas?”) nos primeiros cinco versículos do capítulo Ires. lile disse, cm essência, que a única pessoa realmente adequada para liderar é aquele que Deus lez líder. Líderes que se fizeram são totalmente incompetentes. Pelo contrário, Paulo disse: “a nossa suficiência vem de Deus” (3.5). Essa declaração é a chave a esta breve passagem e um resumo de toda a autodefesa de Paulo. Paulo estava sendo atacado em várias frentes: seu caráter, sua inlluêncm, sua chamada e sua humildade. Os falsos apóstolos que prosperamente se inflltiai am na igreja coríntia o tinham atacado implacavelmente batendo repetidamente em cada um desses alvos. Observe quão habilmente o apóstolo respondeu.
Seu caráter Paulo estava numa alternativa embaraçosa quando se defendia. Ele sabia que não importava o que dissesse na sua autodefesa, os falsos apóstolos tentariam usai isto como prova de que ele era orgulhoso, egoísta, ou jactancioso. Eles tentariam transformar tudo que ele dissesse em outra acusação contra ele. Contudo ele linha que se defender, porque era o íundador e líder que Deus havia escolhido, equipado e designado para a igreja em Corinto. Se não o escutassem, eles não ouviriam n verdade. Ele não estava disposto a abandonar essas pessoas que amava aos lidei es maus, falsos, espiritualmente incompetentes. A resposta de Paulo aos seus críticos destaca outro princípio fundamental de liderança. Um líder não abdica da sua função em face de oposição. O apóstolo tinha pouco interesse em autopromoção; conseqüentemente, pouco interesse em autodefesa. Ele realmente odiava ter que falar em deli .a do seu caráter. Ele preferia ser contemplado como um escravo de galé dc baixo nível ao fundo de um navio, puxando um remo. Ele desprezava ajactâiu ia sobre ele próprio, em vez de Cristo. Mas ele tinha que responder à agressão on entregar a igreja a falsos mestres. Não importa quão intragável era para Paulo se ocupar em autodefesa; ele precisava se opor à ameaça desses falsos apóstolos por causa dos coríntios Eles estavam em perigo de ser enganados pelas falsas acusações contra ele Se eles se virassem contra Paulo e abandonassem sua liderança, seriam deixados completamente expostos e suscetíveis às condenadas heresias doutrinai:, dos falsos mestres. Uma verdade que todo líder eventualipente descobrirá é que as pessoas são escandalosamente inconstantes. É surpreendente quão facilmente elas podem ser influenciadas por mentiras sobre um líder que conhecem e amam. Nós vemos isto todo o tempo na vida contemporânea. As vezes parece que quanto
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mais um líder tio governo tenta ser uma pessoa de integridade, Princípio de Lidomn UM LÍDER NÃO AB mais desprezado ele será na DA SUA FUNÇÃO mídia. Tablóides de fofoca FACE DE OPOSIÇ existem para publicar mentiras deliberadas sobre pessoas famosas. Até mesmo a imprensa popular parece inclinada a desacreditar líderes que parecem ser especialmente merecedores de respeito. Todas as vítimas de tais mentiras sabem quão frágil a verdadeira lealdade pode ser. É por isso que o coração humano caído está inclinado à rebelião (cf. Dt 31.27; At 7.51). Isso também era verdade nos dias de Paulo. Os falsos mestres tinham colocado Paulo em uma posição que parecia impossível. Se ele se defendesse, isso só forneceria até mesmo mais acusações contra ele. Mas se ele ignorasse a ameaça, estaria efetivamente abdicando sua liderança. Então, Paulo sabiamente respondeu aos seus acusadores de tal maneira que antecipou todas as suas objeções: Começamos, porventura, outra vez a recomendar-nos a nós mesmos? Ou temos necessidade, como alguns, de cartas de recomendação para vós outros ou de vós? Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens, estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações. E é por intermédio de Cristo que temos tal confiança em Deus; não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus (2Co 3.1-5). Agora, siga a linha do seu argumento: Ele começou com duas perguntas dirigidas aos corações e consciências dos coríntios. Era realmente necessário que ele começasse desde o início se provar a eles? Ele precisava de cartas de recomendação para estabelecer credibilidade com eles? Ambas as perguntas são formuladas de tal modo que antevêem uma resposta negativa. O “nós” (usado ao longo de toda a epístola) é um “nós” editorial. Não é empregado para ser pomposo, como um “nós” real, mas precisamente o oposto. Paulo usou-o como um substituto humilde para o pronome singular da primeira pessoa. Ele era sensível à acusação de que era autoritário, recomendando a si mesmo e se exaltando. Assim, em vez de dar munição aos seus críticos que linham feito aquela acusação, ele apelou aos próprios coríntios. Por acaso ele precisava justificar sua liderança elogiando-se desta maneira?
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Ele <111 ni coisas semelhantes cm 5.12, ("Nilo nos recomendamos novamente íi vós outros; pelo contrário, do mo-vos ensejo dc vos glorinrdes por nossn causa") c 10, IK ("Porque não ó aprovado quem a si mesmo sc louva, e sim aquele a (|iicm o Senhor louva”). Portanto, essa mesma linha de argumento segue poi toda a epístola. Claramente, Paulo não tinha nenhuma ordem para se recomendar. Nilo cm isso que ele estava tentando fazer. Ele não estava se apresentando como um lldn perfeito. Na verdade, em 1 Coríntios 15.9,10 ele tinha dito: “Porque eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a igreja de Deus. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou” . I em 2 Coríntios, seu único objetivo foi pedir aos coríntios que procurassem em seu:, próprios corações e enfrentassem eles mesmos o desafio que tinha sido levanladt > contra ele pelos falsos líderes. Eles realmente precisaram de prova sobre o caríilci de Paulo? Os falsos mestres tinham evidentemente insinuado que havia intenções ocultas na liderança de Paulo A^um lado escuro, uma motivação pecaminosa ou uma vida secreta que os outros não sabiam. Eles tinham atacado seu carólci e estavam tentando destruir sua credibilidade. Então ele respondeu, em efeito, “Vocês querem dizer que não me conhecem bem o bastante para saber que isso é uma mentira?” A frustração do coração de Paulo se apresenta na pergunta que ele faz. Todos os seus trabalhos, seu ensino, sua pregação, suas orações, sua comunhão com os coríntios e seu ministério no meio deles, seu amor para com eles, as lágrimas que tinha derramado por eles - tudo isso não significava nada? Era necessário voltai lá para o começo e estabelecer credibilidade novamente com eles? Observe: aqui ele nem apelou ao elemento milagroso no seu ministério que havia sido clara e repetidamente exibido em Corinto. Depois, em 2 Coríntios 12.12, ele mencionou: “as credenciais do apostolado foram apresentadas no meio de vós, com toda a persistência, por sinais, prodígios e poderes miraculo sos”. Mas o ponto de partida na sua defesa era um apelo ao conhecimento deles sobre seu caráter. Eles o conheciam. O conheciam muito bem. Tinham observado sua vida Eles tinham visto seu caráter religioso em primeira mão e bem de perto Conheceram o seu interior. Se defender neste ponto seria totalmente supérll uo. Dessa maneira Paulo deixou a pergunta com eles. Ele não se gabou da sua própria virtude. Ele não tinha nenhuma necessidade de fazer isso.
Sua influência A segunda pergunta desarma tanto quanto a primeira: “temos necessidade, como alguns, de cartas de recomendação para vós outros ou de vós?” (2Co VI).
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( I :. di' recomen reco mendnç dnçtlo tlo silo úlei. úlei.ss some so ment ntee i|iiiindi i|iiiindi>> >i |n *u de curtas dc recomendação para ir a Jerusalém e reconstruir o muro (Ne 2.7). Essas cartas eram essenciais para provar sua legitimidade. legitimidade. Elas Elas o apresentaram apresentaram onde ele ele era antes desconhecido e mostraram que ele tinha o apoio do rei para seu projeto projeto.. () próprio Paulo Paulo - antes antes de se tomar um cristão cristão - havia uma vez buscado buscado cartas dc recomendação para propósitos sinistros. De acordo com Atos 9.1,2, Suulo Suulo dc Tarso foi ao sumo sacerdote a fim de conseguir conse guir cartas de recomendação recomenda ção provando prov ando às pessoa pes soass nas n as sinagog sin agogas as de Dam D amasc ascoo que ele tinha tin ha autoridad auto ridadee para p ara levar levar de volta cristãos como prisioneiros para Jemsalém. Jem salém. Paulo Paulo também escreveu uma um a recomendação para Febe, diaconisa diaconisa da igreja de Cencréia (Rm 16.1). Sua carta de referência é uma parte permanente do registro bíblico. Quando os coríntios coríntios enviaram uma oferta para satisfazer as necessidades dos santos em Jerusalém, Paulo disse que ele esperou que viesse uma carta de recomendação de Corinto com o mensageiro que entregaria as ofertas para Jerusalém (ICo 16.3). Cartas de recomendação são legítimas em seus lugares. Aplicações modernas de trabalho incluem freqüentemente um pedido de referências referências escritas. escritas. As igrejas igrejas requerem tais cartas para transferências de membros. Até hoje, cartas cartas de referências são comuns na vida cotidiana. Aparentemente, quando os falsos mestres originalmente apareceram em Corinto, eles tinham cartas de recomendação. Eles provavelmente vieram de ju daiza izante ntess (falsos mestres que Jerusalém para Corinto. Atos 15.5 indica que juda quiseram transformar a circuncisão em uma um a exigência para salvação) salvação) era uma seita de fariseus que tinha se identificado com a igreja de Jemsalém. Esses homens são chamados de crentes, crentes, sem dúvida, dúvida, porque porq ue alegaram al egaram ser cristãos, mas eles tinham trazido trazido para a igreja o mesmo tipo de legalismo pelo qual Jesus condenou c ondenou os fariseus (cf. Lc 11.46; At 15.10). Jerusalém era própria para o desenvolvimento rápido daquele tipo de erro, e muitos que ensinavam ensina vam isso tinham saído da igreja de Jerusalém para semear confusão nas igrejas gentias por todo o império (At 15.2 15.24) 4).. Com toda tod a probabilidade, probabilidade, isso era a fonte do problema em Corinto. Corinto. Contudo, parece que os falsos falsos mestres tinham vindo para Corinto com algumas credenciais bem impress imp ression ionante antes, s, inclusive inclu sive cartas de recom rec omend endação ação,, que possi po ssivel velme mente nte pretendiam preten diam ser de oficiais oficia is da igreja ig reja de Jerus J erusalém além.. Quand Qu andoo chegaram cheg aram prime pri meiro iro em Corinto, eles puxaram das suas bolsas essas cartas de referência. referência. Era E ra sobre isso q ue Paulo indubit i ndubitavelmente avelmente se referiu referi u em 2 Coríntios Corín tios 3.1: “temos necessidade, necessida de, como algum, de cartas de recomendação?” (ênfase acrescentada). Os falsos mestres tinham entrado na igreja em Corinto como intrusos, mas eles buscaram e acharam entrada porque evidentemente tinham documentos impressionantes, especificamente endereçados à igreja em Corinto (“para vós iii
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()bscrvc que Paulo lambem sc rclcre a “cartas de roeomendaçfio paia vós outros ou dc vós" (v. (v. I, ênfase ênfas e acrescentada). acrescenta da). Talve alvezz os falsos mestres já tivessem buscad bus cadoo c cons co nseg eguid uidoo referên refe rência ciass da igreja em Corin Co rinto to para lhes dai mnioi mnioi credibilidade quando levaram seu engano para outro lugar. Era assim que lar; liereges manipulavam seu negócio. Eles eram sempre itinerantes. Não podiam se instalar ins talar por muito tempo em um u m lugar, porque eram era m corruptos. corrupto s. Eles nfio nfio eram verdadeiramente regenerados. Cedo ou tarde, o verdadeiro caráter se manifestaria. Então eles sempre se mudavam. Mas estavam em Corinto o tempo suficiente para confundir confund ir e separar a igreja - e tempo tempo bastante para obtei obtei algumas cartas de recomendação dos coríntios. Paulo estava perguntando: “Estou eu no mesmo barco? Preciso eu de pa ra vocês ou de vocês?” referências escritas ou para O pensamento pensam ento era absurdo. A autenticidade autenticid ade de Paulo era evidente, não não apenas da sua própria próp ria vida, vida, mas também da sua influência na vida dos coríntios coríntios.. Vocês querem uma carta? ele pergunta. Eu lhes darei uma carta. “Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens, estando já manifestos ma nifestos como carta de Cristo, produzida prod uzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações” (vv. 2,3). A epístola de recomendação de Paulo era melhor do que qualquer carta que os falsos mestres poderiam puxar pux ar das suas bolsas. Paulo era um testemunho vivo, ambulante, de carne e sangue. Suas credenciais como um líder estavam escritas na vida dos próprios coríntios. A influência do seu ministério nas suas vidas era ampla prova da legitimidade e eficácia da sua liderança. Em 1 Coríntios 6.9,10, Paulo tinha escrito: escrito: “não sabeis que os os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: engan eis: nem impuros, impuro s, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbado bêb ados, s, nem maldi ma ldize zente ntes, s, nem ne m rouba rou bado dores res herda he rdarã rãoo o reino re ino de Deu D eus” s”.. Então ele acrescentou: “ Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santific santificados ados,, mas fostes fos tes justificados justificado s em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (v. 11, ênfase acrescentada). Lembre-se: a eficácia da liderança é medida em termos de influência. Quando você vê a influência de alguém refletida tão profundamente na vida de outras pessoas, você identificou alguém que é por definição um líder. O único testemunho que Paulo precisou preciso u fora da virtude evidente da sua sua próp pr ópria ria vida vid a era o fato de que qu e Deus Deu s tinha tin ha usado u sado seu ensin en sinoo e sua lider li deranç ançaa dessa maneira. O próprio Deus tinha entrado na vil culturá coríntia e esculpido uma igreja para sua glória e seu louvor. louvor. Os próprioà coríntios eram um testemunho eloqüente eloqüe nte da influência de Paulo. Eles eram a validação viva da sua liderança liderança
Illl I) livm siiluo lidoriinç lidoriinçoo
A propósito, essa carta não eslava socada cm bolsa Não estava estav a dobrada e escondida em um bolso. Seria vista em todos os lugares. Poderia ser lida lida por qualquer qualque r um, a qualquer hora e em qualquer idioma idiom a (2Co 3.2). 3.2). Paulo Paulo também levou a carta consigo, mas não na n a sua bagagem. Os coríntios coríntios estavam escritos no seu coração (v. 2). Eles eram preciosos a ele. “Estais em nosso nosso coração para, juntos, morrermos e vivermos” vivermo s” (7.3). Se os falsos falsos mestres haviam levantado questões sobre seu afeto para com eles, Paulo aqui afastou essa incerteza com uma declaração explícita. Críticos que procuram um argumento de auto-serviço de Paulo não achariam nada nad a aqui que poderia ser negado. Cristo, não o próprio Paulo, Paulo, tinha escrito a carta de recomendação de Paulo na vida dos coríntios. coríntios. Era uma carta de Cristo, escrita sem tinta e caneta pelo Espírito do Deus vivo (2Co 3.3). Poderiam os falsos mestres apresentar uma carta de recomendação assinada por Cristo? Cris to? Certam Ce rtament entee não. Qualquer um pode escrever uma carta com tinta. Somente Cristo pode escrever uma carta como Paulo fez. Os próprios coríntios eram sua carta, guardada em seu coração, composta por Cristo e escrita pelo Espírito Santo. Que prova mais pura pur a havia da sua autêntica influência? influência? iiiiiíi
Sua chamada Os falsos mestres tinham feito tudo que puderam para par a arruinar a influênc influência ia de Paulo em Corinto. Eles tinham questionado sua aptidão para liderar, e até certo ponto tiveram êxito conseguindo que os coríntios questionassem sua competência também. Paulo, enquanto defendia vigorosamente sua própria suficiência, estava ansioso para explicar que sua confiança não era meramente aw/oconfiança. Assim, em 2 Coríntios 3.4, ele explicou a fonte da sua certeza: “É por intermédio de Cristo que temos tal confiança em Deus”. Paulo tinha certeza da sua chamada. Esta é a razão po p o r que ele recusou abdicar sua liderança em favor dos falsos mestres. Sua chamada era uma responsabilidade recebida de Deus. Afinal de contas, “o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel” (ICo 4.2). Dessa maneira, Paulo não teve outra escolha a não ser responder respond er a este este ataque sobre sua autoridade. Nov N ovam ament ente, e, Paulo Pa ulo não estav es tavaa se defen de fende dend ndoo para pa ra sua próp pr ópria ria causa. caus a. Ele não desejava a afirmação coríntia para razões egoístas. E ele certamente nâo precisava se convencer. Mas foi Deus que o chamou para o papel de liderança, e Paulo nunca nunc a vacilou sobre sua chamada. chamada . Este é outro princípio vital em toda a liderança sábia. Um líder tem certeza do seu chamado. Aqueles que são inseguros da sua própria vocação não têm a possibilidade de serem líderes eficazes. Nada é mais debilitante para a liderança do que
"Ilutim, piniim, A mificInnlH pura iinIw» ciiInmn7" 11/
duvidai dc ni próprio. As pessoas que lóm rcccio sobic sm próprio ilom 011 chamado nunca serílo bons lideres porque, no nlvcl mins básico, clns sflo nu ei lie. sobre sc o que cslilo fazendo c cerlo. Serão nalurnlmenle alormciiliulas com indecisão, hesitação, timidez c covardia cm toda escolha que lem que la/ei ('01110 vimos, essas coisas são opostas às qualidades essenciais da boa liderança, Paulo nunca oscilou 11a sua confiança dc que Deus o tinha chamado para ser um apóstolo.
()utros 0 questionavam o tempo lodo. Afinal de contas, ele não era 11111 dos Doze. Ele era relativamente um recém-chegado à fé em Crislo. Na realidade, ele tinha sido um notório perseguidor da igreja (At 9.13). O próprio Paulo confessou que se sua vida passada fosse a única consideração, ele não seria “digno de ser chamado apóstolo” (ICo 15.9). Mas a chamada pela graça de Deus na sua vida, apesar do seu passado, estava clara (At 9.15; 13.2). OsX^utros apóstolos 0 receberam sem reserva (G1 2.7-9). Portanto, embora ele se considerasse “o menor de todos os santos" (Ef 3.8), também sabia que não era nada “inferior a esses tais apóstolos” (2Co 11.5; cf. 12.11). Isso não era arrogância da parte dele; Deus o havia chamado de fato para esse ofício. Tal confiança é uma força grande e nécessária na liderança - ser tão seguro sobre seu dom, tão enfático sobre sua chamada que nenhuma provação, por mais severa que seja, poder fazer questionar seu trabalho vital. A liderança eficaz depende desse tipo de resolução, coragem, ousadia e determinação. As pessoas me perguntam freqüentemente o que eu faria se não estivesse no ministério. Acho impossível responder a essa pergunta, porque não posso conceber fazer qualquer outra coisa. Eu sei, sem qualquer sombra de dúvida, que fui chamado para pregar a Palavra de Deus. Disseram-me que eu seria um bom advogado, porque discussões não me incomodam. Várias pessoas disseram que eu poderia ser um bom treinador, porque gosto de motivar as pessoas. Outros me disseram que eu poderia ter uma carreira frutífera em vendas, porque sei como ser persuasivo. Honesta mente, nunca considerei quaisquer dessas coisas nem por um milésimo de segundo. Não há nenhuma alternativa para mim. Deus me chamou para pregai e eu simplesmente não consigo me ver fazendo qualquer outra coisa. Não escolhi uma carreira porque pensei que era o melhor entre várias opções. Posso entender completamente o que Paulo quis expressar quando disse: “pois sobre mim pesa essa obrigação; porque al.de mim se não pregai' o evangelho!” (ICo 9.16). Ou, nas palavras do salmista, “Cri; por isso, falei" (SI 116.10ARC).
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Os que estão em posiçOes seculares cie liderança precisam inualmenle abraçar seu chamado e ser dedicados de lodo o coração às tareias que lhes foram dadas. Nas palavras do sábio do Antigo Testamento, “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças” (Ec 9.10). Nenhum líder que considera o dever presente um degrau pode verdadeiramente ter êxito. Você não pode ser distraído pelo futuro e eficaz no presente. O treinador diz ao time que está prestes a representar um oponente mais fraco, a caminho de um jogo crítico, contra um rival forte, “não olhe além deste jogo ou nós perderemos”. Times ainda perdem assim. Eu sempre acreditei que se um líder cuidar da incumbência atual com lodo seu poder, o futuro se abrirá para maiores oportunidades. Viver na fantasia dessas oportunidades futuras, porém, nos debilita no presente. Paulo era uma pessoa de via única. Não havia nenhuma opção ou alternativas na sua vida. É por isso que ele nunca duvidou da sua chamada ou do seu dom. Pessoas em liderança que se perdem em duvidar de si mesmas sempre irão se debater, porque sempre que as coisas se tomam difíceis elas questionam a validade do que fazem. Eu deveria estar aqui? Eu deveria ir para outro lugar? Eu deveria cair fo ra completamente? A menos que você tenha confiança absoluta de que foi chamado e dotado para o que está fazendo, toda prova, todo sofrimento ameaçará impedir o seu objetivo. Eu nunca conheci um líder eficaz que não fosse competitivo. Líderes genuínos querem desesperadamente ganhar. Ou, antes, eles esperam vencer alcançar o objetivo. Essa paixão de ganhar o prêmio é o que o próprio Paulo descreveu em Filipenses 3.14, e repare que isso se originou do seu chamado. “Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” Paulo sabia que “os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (Rm 11.29). Ele acreditava nos dons que Deus tinha lhe dado. Ele confiava no poder de Deus na sua vida. Ele sabia, sem qualquer dúvida, que Deus o tinha separado para liderança, desde seu nascimento (G1 1.15). Dessa maneira ele podia fixar os seus olhos firmemente no prêmio. Paulo não estava só. Todos os apóstolos ministraram com o mesmo tipo de confiança que Paulo tinha. Atos 4 descreve como Pedro e João foram trazidos diante do Sinédrio (o corpo governante do Judaísmo em Jerusalém) para falar sobre a cura de um homem manco no portão do templo que eles proporcionaram. I )cpois que eles deram testemunho, o versículo 13 diz: “Ao verem a intrepidez dc Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles sstado com Jesus”. A confiança extraordinária dos apóstolos não veio de treinamento formal. Veio do fato que Cristo os tinha escolhido, treinado e autorizado com seu Espírito. Até mesmo em face da morte a confiança deles permaneceu inabalável.
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FiiMo, quando o Ninédi i(t os íiiNtniiii, debaixo clu dor dc morte, pnni tli*( s mi tli- talai di' .Icsiin, cIcn rcspondcrum simplesmente: "nós nrto podemos deixai dc lalni dn.s coisas que vimos e ouvimos" (v. 20). I ,ogo cm seguida eles oraram "ugora, Senhor, olha para as suas ameaças e eoneede aos (eus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra” (v. 29).
Isso era a força de todos os líderes na igreja primitiva. A conllança deles nílo era baseada nas suas habilidades pessoais. Não era nenhuma at/toconllança. A autoconfiança é arrogância. Mas era uma convicção forte e inabalável de que eles foram chamados. I ,embre-se das palavras de Paulo, “Tal é a confiança que temos diante dc I )eus por meio de Cristo” (2Co 3.4 NV1). Os falsos mestres vieram com autoconfiança. Alegaram que eles eram adequados. Eles não eram; eram mercadores da Palavra de Deus (2Co 2.17) corruptos, mercenários, insinceros. Quem é próprio para a tarefa de influenciar outros homens e mulheres? Quem é o líder autêntico, qualificado, aceitável? E o homem cujas únicas credenciais são escritas em um pedaço de papel? Ou é aquele que tem uma reputação de imaculada integridade, aquele que tem uma carta viva de recomendação escrita na vida das pessoas que ele influenciou, e aquele que tem lal confiança corajosa na sua própria chamada que não oscila, não imporia quão severa seja a oposição? Fazer a pergunta é respondê-la.
Sua humildade Então, Paulo fez outra declaração que leva o mesmo argumento um passo adiante e deixou explícito o que ele tinha dado a entender ao longo da sua autodefesa. Novamente, esse é o tema e um próprio resumo de toda sua defesa: “não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus” (2Co 3.5). Embora Paulo estivesse supremamente confiante do seu chamado e bastante seguro do seu próprio dom, ele também se lembrou de onde esses dons haviam procedido e sabia que eles não eram de dentro dele. A fonte da sua suficiência era Deus. Paulo nem por um momento imaginou que era adequado para o oficio apostólico em e de si mesmo. Pelo contrário, ele sabia que sozinho era inadequado. Quanto a isso, seus críticos tinham razão. Jesus disse: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). O oposto é igualmente verdade. “Tudo posso naquele que me fortalece”, Paulo escreveu em Filipenses 4.13. Ambos os lados dessa verdade são igualmente importantes. “Trabalhei muito mais do que todos eles”, Paulo escreveu em 1 Coríntios 15.10, “ todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo” (ênfase acrescentada); “Pela graça dc Deus, sou o que sou” (v. 10).
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(III
II llv ill Hollltl Ik I i i i IMIUI
l)e maneira nenhuma Paulo imaginou que era inlrinsecamenle adequado para o dever para o qual Deus o tinha chamado. Li essa percepção o manteve
dependente da graça divina em todo o aspecto da sua liderança. Assim cie exemplifica outro princípio básico de toda liderança sábia: Um líder conhece suas próprias limitações. Aqueles que o mundo tem como líderes freqüentemente transpiram arrogância, presunção, egoísmo e vaidade. Essas coisas não são qualidades da verdadeira liderança; elas são de fato obstáculos a ela. O líder que se esquece da sua própria fraqueza falhará inevitavelmente. Paulo, pelo contrário, tirava força ao se lembrar das suas próprias fraquezas, porque essas coisas o fizeram mais dependente do poder de Deus. Ele escreveu: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte” (2Co 12.10). Quando ele chegou ao fim dos seus recursos humanos, foi quando o /poder de Deus fluiu / í r M . Principio de Liderança 18 UM Lj DER CONHECE SUAS por meio dele. Deus, e somente ( f Deus, era a única fonte verdadeira ^ ^ ^ J ^ r ó P R I A S LIMITAÇÕES da suficiência de Paulo. _______ As pessoas não são eficazes em liderança somente por serem comunicadoras naturalmente talentosas, porque têm mentes criativas, porque têm um faro para persuadir pessoas ou por causa de qualquer outro talento natural. Na verdade, se suas próprias habilidades são tudo de que você depende como um líder, suas próprias limitações serão sua queda. De uma perspectiva espiritual, a ingenuidade humana e a inteligência do homem tendem a corromper mais do que ajudar. O apóstolo Paulo tinha uma grande mente, mas ele não dependia dela. Ele tinha treinamento maravilhoso e ele fez uso disso (ou antes, Deus usou isso poderosamente). Mas ele não tinha nenhuma confiança que fosse no poder da sabedoria humana quando usado para seus próprios fins. Ele lembrou aos coríntios o que a Palavra de Deus diz: “Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos instruídos” (ICo 1.19). Por essa mesma razão, a pregação de Paulo em Corinto tinha sido simples e clara: Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do I spírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, c sim no poder de Deus (ICo 2.1-5).
' Illimi l. Illllrtlll, li Hllllüllll lllt InuII lINlllli l olltd lV"
III
1‘inilt) li i i I i i i liul>iI iilnilc c oralói ia pniu cnltentai os maiores Ii lósolos I vciiiON evidencia disso em Atos 17, em que ele ministrou em Alcims cnlrc os filósofos. Mus isso nfio cru a base do seu ministério nem cm Alcnas nem cm Corinto. (> coraçSo da sua mensagemera sempre Cristo, proclamado com dare /a e direção, e ele confiava no poder do próprio evan gelho nflo na sua própria inteligência para penetrar corações e influenciar pessoas. Isso c alf.o que muitos líderes da igreja hoje fariam bem de se lembrar.
A verdade não era algo que residia em Paulo. O poder para o ministério não estava nas suas habilidades. Tirando dele a Palavra de Deus, não teria nada a dizer. Removendo o Espírito de Deus da sua vida, ele não poderia la /u nada que valesse a pena. Ele sabia disso. Sua reivindicação de apostolado nrto era em qualquer sentido ligada ao fato de que ele era um orador inteligente, um pensador brilhante ou escritor poderoso. Ele era um apóstolo porque Deus o linha chamado e autorizado. Tire isso fora e ele não teria sido suficiente paia o trabalho, apesar de suas habilidades naturais e seu treinamento formal. E por isso que Paulo recusou se defender ostentando sobre sua habilidade como um teólogo ou como um orador. Não há uma palavra em toda sua autodefesa sobre seus talentos ou seu treinamento. A única suficiência dele era de I )ciis Conseqüentemente, Paulo poderia se defender com humildade extrema. Aqui está um princípio para se ter em mente: Nenhum líder competente estará ansioso para impressionar pessoas com suas credenciais. Líderes que são verdadeiramente capazes são qualificados por causa do caráter deles. I les silo identificados facilmente, não por cartas de recomendação, mas por causa da influência que têm nos outros. Eles são pessoas confiantes do chamado deles, e, ainda ao mesmo tempo, sabem que são totalmente dependentes dc Deus como a fonte do seu verdadeiro poder.
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Capítulo H
Um líder feito de barro
s falsos mestres em Corinto podem ter sido conhecidos do apóstolo Paulo. No mínimo, eles tinham observado seu ministério de uma posição bem vanta jo sa. De algum a m aneira, eles tinham ficado com pletamente familiarizados com sua personalidade, seu maneirismo, sua aparência e seu estilo de pregar. Como sabemos isso? A agressão deles contra Paulo incluiu o tipo mui', selvagem de ataque pessoal imaginável. Eles relacionaram todos seus deleilos pessoais. Eles o denegriram pelas suas imperfeições físicas, suas Iraque ' humanas, sua aparência e o modo de falar. Em 2 Coríntios 10.10, o próprio PíiiiIh citou algumas das coisas difamatórias que os falsoá mestres estavam dizendo sobre ele: “a presença pessoal dele é fraca, e a palavra, desprezível”. Fisicamente, parece, o apóstolo Paulo não era uma pessoa imponente De qualquer ponto de vista que fosse, ele não impressionava positivamente, mas talvez negativamente. O próprio Paulo sabia que era qualquer coisa menos atraente em aparência. Na realidade, ele desfazia tanto da sua falta de cncanlo físico que alguns até mesmo sugeriram que ele era um baixinho corcunda com olhos tão deformados que era difícil olhar para ele. Isso pode ser lido muito no relato bíblico da descrição que Paulo Icz dele mesmo, mas ele de fato indicou em Gálatas 4.14,15 que sofreu de uma afliçílo física que aparentemente teve algo a ver com seus olhos. Ele agradeceu aos gálatas por não o detestarem ou o evitarem por causa desta enfermidade l'ísie;i “E, posto que a minha enfermidade na carne vos foi uma tentação, contudo, não me revelastes desprezo nem desgosto; antes, me recebestes como an jo di Deus, como o próprio Cristo Jesus . . . Pois vos dou testemunho de que, se possível fora, teríeis arrancado os próprios olhos para mos dar”. Não esta y completamente claro se ele estava descrevendo uma doença temporária ou uma deformidade permanente. Mas Paulo indicou no versículo 13 que esta aflição era o motivo providencial pelo qual ele tinha pregado o evangelho primcn o na Galácia, assim eu estou inclinado a pensar, que era uma doença tempoi át ia para a qual ele tinha ido lá buscar tratamento. O que está claro como cristal na totalidade dos escritos de Paulo, porém, é que ele tinha f üente sofriment doenç que f elacionados à sua | ó| >ií
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Iraqueza tísica. Ele nâo ora do maneira alguma um exemplo nolávol do csplcndoi corporal ou um modelo de perfeição de força llsica. Os falsos apóstolos em Corinto tinham acrescentado os defeitos físicos dc Paulo à longa lista das coisas que eles alegaram fazê-lo impróprio para liderança. Paulo era impopular, eles disseram, porque lhe faltava carisma pessoal. lile ora muito simples. Ele não tinha a estatura física, força e personalidade atraente necessárias para comandar as pessoas. Isso, eles alegaram, era a própria razão pela qual ele escreveu uma carta aos coríntios em vez de os visitar pessoalmente. Eles também o impugnaram como um pastor. Eles disseram que sua fala era “desprezível” (2Co 10.10). Isso pode ter sido um comentário sobre o timbre e tenor da sua voz, suas habilidades retóricas e oratórias, seu estilo ao discursar, o nível acadêmico do seu conteúdo - ou tudo isso que foi mencionado. Claro que Paulo já tinha reconhecido que o estilo de pregar que ele havia trazido para Corinto era intencionalmente destituído de refinamentos artificiais e sofisticação filosófica (ICo 2.1,2). Mas os falsos apóstolos retrataram isso como algo negativo, de tão determinados que eles estavam em diminuir a estima dos coríntios em relação ao pai espiritual deles. Eles alegaram que a aparência e o estilo de Paulo eram tão pobres e desfigurados que ele tinha se tornado um prejuízo à mensagem do evangelho. Era provavelmente verdade que Paulo não tentou impressionar ninguém com sua inteligência, seu intelecto ou sua aparência. Sejam quais forem as mentiras que os falsos apóstolos tinham espalhado sobre Paulo, nesse ponto eles certamente tinham razão: nada em relação ao seu estilo ou sua aparência contribuiu com algum poder à mensagem dele. Por essa razão, eles tentaram transformar isso em uma desculpa para o escarnecer e o desprezar. Foi um ataque horrível, impertinente, danoso, embaraçoso e indevidamente pessoal num homem nobre. Em um nível puramente particular, ele sem dúvida teria preferido ignorar isso e sofrer esse tipo de abuso pela causa de Cristo (cf. lPe 2.20-23). Mas, novamente, por causa da preocupação para com os coríntios, ele não tinha nenhuma escolha a não ser responder. Por causa da verdade, ele precisou defender seu apostolado expondo^e opondo o artifício dos falsos apóstolos. Caso contrário, os coríntios seriam devorados pelo falso ensino deles. De que jeito Paulo trataria esse ataque sem parecer que estava se autoengrandecendo ou sendo egocêntrico? Ele certamente não podia alegar que eles estavam errados e que ele era realmente todo atraente. Ele não podia escrever de volta e dizer: “Olhe, eu acabo de encontrar três pessoas que me acham atraente”. Suas fraquezas físicas não eram novidades a ele. Na realidade, ninguém conhecia melhor sua própria fraqueza do que o apóstolo Paulo. Mas,/francamente, ele estava sendo criticado por pessoas que eram muito mais pecadoras e fracas do que ele. Como ele poderia se defender contra esse tipo de difamação intensamente pessoal sem parecer orgulhoso?
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I le u poiulcu u esse uluque exatamente eomo jíi huviu ii .pondido i)s tmliu uílieas ilos lalsos upóslolos: reconhecendo honcslii e liiiini UIciihmiIi- mui própi In himiIiciencia inerente. A essência da sua resposta é resumida em < orliilios I “Dc boa vontade, pois, mais me gloriarei nas Iraque/as".
Isso era, bem francamente, um assunto de perplexidade constante pura o próprio Paulo: que, no início, fora chamado à liderança. I Ie disse a Timóteo: "Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério, a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, c perseguidor, e insolente” (lTm 1.12,13). Sc a verdade fosse contada, ele tinha que concordar com a alegação de seus acusadores. Com eleito, ele reconheceu que eles tinham razão precisamente neste aspecto. Tudo o que eles disseram sobre suas fraquezas humanas era verdade. Ele não era atrueiili Ele não tinha nada especial. Mas, afinal de contas, ele lembrou aos coríntios: “Porque não nos pregumi >s a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vosso:, servos, por amor de Jesus” (2Co 4.5). Em outras palavras, não era sobre Paulo em primeiro lugar. Ele era apeiur um escravo e mensageiro cuja função era proclamar a grandeza, a majestade e a maravilha da nova aliança - o “conhecimento da glória de Deus, na fai e de Cristo” (v. 6). Paulo livremente admitiu que, no caso dele, a mensagem estava empacoI ada em um recipiente humilde, delicado, imperfeito, comum. Lembre-se da imagem que ele empregou em 2 Coríntios 2. Ele era um in cen sário - um recipiente pai a segurar o incenso do evangelho. Ele era somente um instrumento pelo qual Deus “manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento” (2.14). E que vaso humilde ele era! Não um incensário extravagante, estampado, feito de metais preciosos e revestido com jóias finas, mas um vaso dc barro comum, cotidiano. Isso é precisamente o que ele disse em 4.7: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós" Um vaso de barro. Um recipiente de terracota. A imagem é tirada de uma passagem do Antigo Testamento familiar em Jeremias 18, em que Deus é retratado como um oleiro soberano, fazendo-e refazendo suas criaturas em recipientes próprios para qualquer uso que ele escolhesse. Jeremias escreveu: Desci à casa do oleiro, e eis que ele estava entregue à sua obra sobre as rodas. Como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão, tomou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu. Então, veio a mim a palavra do Senhor: Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? - diz o Senhor; \
nn n iivni Niiiim iiiiuitini o cis que, como o burro na mão do oleiro, assim sois vós nu minhu mão, ó casa de Israel (18.3-6).
Paulo se apropriou da mesma imagem familiar em Romanos 9.21: “nâo tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra?” O barro representa a humanidade caída - de pouco valor, sujo, desordenado e sem qualquer virtude inerente ou excelência própria. Como o oleiro divino, Deus de modo soberano molda vasos diferentes “do mesmo barro” para qualquer uso que ele julga próprio. A utilidade deles é derivada do trabalho do oleiro, certamente não devido a nenhuma qualidade no barro. Até mesmo os vasos de barro prontos não têm nenhuma virtude ou poder próprio. Eles são simplesmente instrumentos nas mãos do oleiro, formados por ele de acordo com o seu próprio prazer. Isaías escreveu: “Ai daquele que contende com o seu Criador! E não passa de um caco de barro entre outros cacos. Acaso, dirá o barro ao que lhe dá forma: Que fazes?” (Is 45.9). Portanto, Paulo não negou seu estado como um humilde jarro de barro; ele admitiu isto. Entretanto, isso não era nenhuma razão para o rejeitar. Na realidade, sua posição humilde como um vaso de barro era uma das credenciais do seu apostolado. Conseqüentemente ele virou o jogo mais uma vez contra seus acusadores. Todos os líderes são, na melhor das hipóteses, vasos de barro. Alguns podem ter melhor aparência que outros. Mas nenhum líder genuíno pode se gabar de ter alcançado sua posição somente por causa de talentos superiores, atributos físicos, habilidades de comunicação ou o que seja. Se Deus não usasse vasos de barro simples, comuns, não haveria absolutamente nenhum líder espiritual, porque não há pessoas que não são cobertas de máculas e fraquezas humanas. Os maiores de todos os líderes nas Escrituras eram fundamentalmente falhos. Abraão cedeu ao seu medo e vergonhosamente mentiu (Gn 12.13; 20.2). Moisés reconheceu livremente que ele era “pesado de boca e pesado de língua” (Ex 4.10). Ele também tinha problemas repetidos com um temperamento colérico (Êx 2.11,12; Nm 20.11,12). Davi cometeu adultério e assassinato (2Sm 11). Elias sucumbiu ao temor e depressão (1 Rs 19.3 -10). Isaías confessou que tinha uma boca impura (Is 6.5). Jonas tentou fugir da sua comissão profética porque ele odiava as pessoas às quais Deus o chamou para servir (Jn 4.1-3). A maioria dos Doze que Cristo escolheu era pescador imaturo. Na noite da traição de Cristo, “os discípulos todos, deixando-o, fugiram” (Mt 26.56). Pedro, seu líder e porta-voz, tinha se envergonhado repetidamente dizendo e fazendo coisas impetuosas. Então, naquela noite terrível, ele verbalmente negou Cristo com maldição e juramentos (Mt 26.69-74). O próprio Pedro ^onfessou que ele era um homem pecador (Lc 5.8). O apóstolo João e seu irmão, Tiago, no espírito de Jonas, quiseram chamar fogo do céu para destruir as pessoas que Cristo tinha
Ilm llilm Itillu ilu liniiii 11/ vnulo salvui ( I f *>, ’*I V>). Tiago c torto (cm uniu e\lb íçflo ilcm aiMila dc orgulho pecador) tumbém conspiraram com n mflc deles para pcdii u .Icsus que Ilu , concedesse Ironos á inflo direita o A mflo esquerda dc Cristo (Ml .’() ’() ,’-l) Iodos cies eram homens frágeis, imperfeitos dc barro.
( 'orno lodo vaso dc barro desse tipo, Paulo linha imperfeições também l lc graficamente descreveu sua própria luta com o pecado que morava nele especialmente o pecado dc desejo maligno (Rm 7.8-23). Ele até sc referiu a si mesmo como um homem desventurado (v. 24). Mas as fraquezas pelas quais ele estava sendo atacado em Corinto nflo eram tendências pccadoras. Elas eram limitações humanas normais fragilidade:, tísicas, faltas supostas no seu estilo de liderança, defeitos alegados sobre a lorma da sua comunicação, o baixo desempenho do seu quociente de inteligência c outras coisas semelhantes. Paulo não tinha nenhuma necessidade de negar tais acusações. Antes, ele abraçou suas próprias fraquezas e mostrou como essas mesmas fraquezas eram credenciais adicionais da sua legitimidade como um líder. Observe que ele não viu nenhuma necessidade para defender seu apostokuli > citando suas próprias realizações passadas, defendendo seus talentos naturais ou se promovendo de outra maneira aos olhos dos coríntios. Em vez disso, ele explicou como as mesmas qualidades que lhe fizeram um humilde vaso de barro também o equiparam para liderar.
Vasos de barro são humildes Há um paradoxo deliberado em 2 Coríntios 4.7: “tesouro em vasos de barro”. Tesouro é normalmente armazenado em recipientes mais elaborados do que em vasilha de barro, naturalmente. Jóias são colocadas em ouro. O ouro c freqüentemente exibido em recipientes de marfim ou alabastro, enfeitado com fino trabalho manual. Poucos pensariam que um simples vaso de terracota c um recipiente satisfatório para algo inerentemente inestimável. É muito modesto, muito comum, muito humilde. “Temos, porém”, Paulo escreveu, “este tesouro em vasos de barro" O “tesouro” do qual ele falou é a promessa da nova aliança (2Co 3.7-18), a mensagem do evangelho (4.3), a “iluminação do conhecimento da glória dc^. Deus, na face de Cristo” (4.6). Por que um tesouro tão inestimável é contido em vasos de barro? “Para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (v. 7). Quanto maior a fraqueza do recipiente, mais evidente fica que o poder é de Deus. Paulo não estava afim de entrar em debate com os falsos apóstolos sobre quem possuía aparência ou habilidade oratória superior. Ele disse em 10.12: “não ousamos classificar-nos ou comparar-nos com alguns que se louvam a si /
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mesmos; mas elos, medindo-se consigo mesmos e comparando se consigo mesmos, revelam insensatez”. Ele não tinha o menor interesse em se comparar com homens que se mediam por tais padrões superficiais. “Aquele, porém”, ele disse (parafraseando Jeremias 23.9) “que se gloria, glorie-se no Senhor. Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, e sim aquele a quem o SenTior louva” (2Co 10.17,18). O Senhor tinha recomendado Paulo, apesar do modo como era sua aparência ou sua fala. Paulo estava bastante satisfeito por ser um vaso de barro a serviço do Senhor. Ele não estava buscando a aprovação de homens, mas o eterno “muito bem” do Juiz divino. Considere novamente a natureza de um vaso de barro. E simplesmente barro queimado. Terra duramente queimada. Deus sabe que isso é o que todos nós somos - embora tenhamos uma tendência para esquecer. “Ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó” (SI 103.14). Ele disse a Adão: “tu és pó e ao pó tomarás” (Gn 3.19). Paulo disse, de fato, “isso é tudo que eu sou: lama secada no forno”. Vasos de barro eram comuns nos dias de Paulo. Eles tinham muitas funções. Todo tipo de recipiente doméstico era feito de barro, de vasilhas de mesa a bacias para lavagem e recipientes de lixo. Barro queimado era barato, quebrável, substituível e sem atrativo. Em 2 Timóteo 2.20, Paulo escreveu: “Ora, numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de prata; há também de madeira e de barro. Alguns, para honra; outros, porém, para desonra”. Recipientes honrados incluiriam bons talheres, vasilha decorativa de barro, cálices, panelas com água, cântaros e outros utensílios reservados para refeições e ocasiões formais. Recipientes desonrosos incluiriam penicos, lixeiras e outros artigos de usos imundos. A maioria dos recipientes desonrados era feita de barro. Nenhum deles tinha algum valor intrínseco. Ocasionalmente, vasos de barro eram usados como caixa forte simples, barata, especialmente quando havia a intenção de esconder um tesouro. Jóias inestimáveis, ouro, prata, título de ações, documentos valiosos ou outros artigos entesourados poderiam ser lacrados em um/jarro de barro e enterrados no chão para serem mantidos seguros e escondidos. É dessa maneira que o homêm arando um campo, na famosa parábola de Mateus 13.44, poderia ter descoberto um tesouro escondido. Seu arado poderia ter quebrado um recipiente de barro e assim revelado o tesouro. Na verdade, é precisamente assim que os Rolos do Mar Morto foram descobertos nas cavernas de Qumrã. Um jovem pastor de ovelhas, trabalhando nessas colinas, lançou uma pedra em uma caverna e ouviu um vaso de barro quebrar. Dentro estavam manuscritos inestimáveis. Mas Paulo estava descrevendo um tesouro que era para ser mostrado, não escondido. Sua ênfase estava na importância trivial do recipiente, comparado
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villoi inestimável dl> que niiiill llilin Mc estava admitindo que n c i i m c i 11U'< •:« podei min bem dencfu11 sun aparência, vilipendiai sua maneira de laiai ou ii|ioiiliu s i i i i s oulras frui|iic/as. lílc nfio tentaria se defender nessas áreas, <) que ele-, esperavam do um cesto de lixo? Paulo disse que ele era o principal dos pecadores ( Min I 15). Pelo que ele pensava, seus próprios méritos eram inúteis. 1,1c <>s contava como esterco, excremento, o tipo mais baixo de sujeira (I p 3.8). Sc nfio fosse pelo tesouro inestimável que Deus tinha lhe conliado, cie nfio teria absolutamente nenhum valor.
Isso é verdadeira humildade, e é uma das chaves à eficácia dc Paulo como um líder. Desde o dia da sua conversão na estrada para Damasco, ele nunca linha pensado nele mesmo como alguém especial. Totalmente o contrário. Como observamos no capítulo anterior, ele se considerava “o menor dos apóstolos" ( ICo 15.9); “o menor de todos os santos” (Ef 3.8); “noutro tempo, era blasfe mo, e perseguidor, e insolente” (lTm 1.13); um homem “desventurado” (Rm 7.2-1) Mas Deus se agrada em escolher pessoas servis, simples, tolas, comuns, menosprezadas, que a sociedade poderia considerar inúteis. Os próprios corínt i<>;; sabiam disso muito bem. Alguns deles tinham sido fornicadores, idólatras, ladrões, bêbedos e coisas piores (ICo 6.9-11). Paulo poderia facilmente se apresentar a eles como prova de que Deus chama pessoas desprezíveis c humildes. Na realidade, Paulo já havia feito isso: Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus (ICo 1.26-29). Usando vasos de barro comuns, ordinários, Deus coloca sua glória à mostra em nítidos relevos. Todas as pessoas de Corinto sabiam que isso era verdade Eu ocasionalmente ouço os cristãos dizendo: “não seria maravilhoso se aquela pessoa famosa ali, ou esta beleza atordoante daqui, ou algum grande gênio no mundo acadêmico se tomasse um cristão? Não seriam estes porta vozes estupendos para Cristo? Que impacto eles poderiam causar!” Deus, dc fato, usa ocasionalmente tais pessoas, mas como diz Paulo, “não muitos” Ele geralmente ignora esta estratégia e emprega simples vasos de barro dc modo que fica claro a todos que o poder é de Deus e não nosso. Até mesmo a celebridade e o talentoso deste mundo têm de aprender a se tornar vaso dc barro para ser usado por Deus na eficácia máxima.
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Nos d ias de ( 'risloo mundo estava cheio dc intelecluai.se pessoas inlluentcs. I lavia os célebres filósofos em Atenas, estudiosos insuperáveis na Alexandria, os mais poderosos líderes políticos que o mundo alguma vez conheceu em Roma, e alguns dos rabinos mais meticulosos de todo o tempo em e ao redor de Jerusalém. Cristo evitou todos esses e chamou da Galiléia pescadores simples, imaturos, desconhecidos e sem estudos para ser seus discípulos. Assim Paulo disse: “Sabe o quê? Você tem razão. Sozinho eu não sirvo para nada a não ser pegar o lixo”. Nas palavras de Romanos 7.18, “eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum”. Mas pela graça de Deus, ele era um vaso feio que continha um imenso tesouro. O próprio poder de Deus foi manifesto em Paulo porque ele não entrou no caminho. E por isso que ele disse: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte” (2Co 12.9,10). Deus ainda está evitando a elite. Ele está deixando os intelectuais orgulhosos em universidades e seminários, e ele está procurando vasos de barro que levarão com humildade o tesouro da verdade da salvação. Usando pessoas frágeis e comuns, Deus deixa claro que o poder é dele, não nosso. O fato de que Deus pode fazer líderes espirituais desse tipo de vasos de barro pouco apresentáveis é a prova da grandeza do seu poder. Poder espiritual não é o produto do gênio humano ou da técnica humana. O poder é de Deus. E a coisa maravilhosa é que a nossa fraqueza não é fatal para a causa da verdade. Na realidade, é vantajosa, porque nos tira do caminho e deixa o poder de Deus fazer seu trabalho. A grande e encorajadora realidade do nosso chamado como líderes espirituais é esta: conhecer nossa fraqueza não é uma desvantagem; é essencial ao que fazemos como líderes. E por essa razão, com Paulo, podemos nos alegrar nessa fraqueza. E importante lembrar que não estamos falando sobre o pecado; estamos falando sobre limitações humanas normais. Por causa da fraqueza da nossa carne, nós pecamos (1 Jo 1.8) - mas o pecado em si nunca pode ser tolerado ou glorificado. O pecado - especialmente o pecado voluntário ou pecado não arrependido - é seriamente prejudicial à liderança. Como veremos no capítulo 10, o pecado pode até mesmo desqualificar permanentemente uma pessoa da liderança espiritual. A humildade que se origina do conhecimento das nossas fragilidades humanas deveria nos motivar a odiar o pecado e constante e continuamente nos arrepender. Esse era o espírito do próprio apóstolo Paulo, conforme observamos cm Romanos 7. Todo verdadeiro líder espiritual cultivará um ódio divino pelo pecado e um coração humilde e arrependido do pecado em sua própria vida. Isso é uma parte essencial da vida de todo vaso de barro humilde.
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III I
Vasos do barro sâo fortes lmlioni vasos tio barro sejam burnlos, coinnns e disponíveis, eles também .ilo surpreendentemente duráveis. liles podem suportar grande quanl idade de len.iin e manipulação indelicada. Mesmo lascados^ eles ainda podem sei úleis. Voe»* pod<' poli los quanto quiser e eles simplesmente não gastarão. () ealor prolongado de um forno não os danifica de jeito nenhum. Claro, eles podem no final das eonlas sei quebrados, mas, sem isso, não há muito que possa daniliear um vaso de barro. A liderança de Paulo tinha essas mesmas características. I le descreveu sua vida de provações constantes em 2 Coríntios 4.8,9: “Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados, perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos”. Sim, ele era um vaso de barro - de algumas maneiras frágil, quebrável, substituível, sem valor. Mas também não o subestime. Ele era um forte vaso de barro, não uma porcelana fina. Esta qualidade é absolutamente essencial a qualquer um em liderança: Um líder é resistente. Este é um parceiro maravilhoso à virtude da humildade. O líder, emboia sabendo da sua própria fraqueza, deve ser forte e firme. Líderes são perpetuamente atacados por provações. Afinal de contas, a liderança é sobre pessoas, e as pessoas causam problemas. Algumas pessoa:. são problemas. O líder, enquanto estando completamente ciente da sua própria fragilidade, tem de achar, contudo, força para suportar todo tipo de provação inclusive pressão, perplexidade perseguição e dor. Observe que Paulo fala dessa mesmas provações em uma série de quatro vividos contrastes (atribulados, não angustiados; perplexos, não desanimados; perseguidos, não desamparados, abatidos, não destruídos). Àqueles que alegaram que as fraquezas de Paulo incapacitaram seu ministério, ele respondeu que tinha sido forte o bastante para suportar toda provação que tinha enfrentado. Tudo que não lhe matasse só lhe faria mais forte. Paulo (como um vaso de barro comum) era humilde, porém durável Ele era bastante ciente de todas as suas próprias fraquezas. Mas, ao mesmo tempo, nessas fraquezas ele era poderoso (cf. 2Co 12.10). Nada é mais completamente cristão que esse tipo de força na fraqueza. “Porque, de fato, foi crucificado em fraqueza; contudo, vive pelo poder de Deus. Porque nós também somos fracos nele, mas viveremos, com ele, paia vós outros pelo poder de Deus” (2Co 13.4). Novamente vemos que a força por trás da nossa resistência é o poder de Deus. O líder que é chamado e autorizado por Deus e totalmente dependente dele para ter força, tem de onde tirar reein sos infinitos. Durável ? Um líder assim é praticamente invencível. Paulo não era o tipo de cerâmica decorativa que ficava em uma estante em algum lugar; ele era um jarro impiedosamente batido. Ele foi martelado durante toda sua vida por pessoas que teriam ficado bastante contentes de vê Io
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quebrarem mil pedaços como areia. As circunstâncias da sua vida assediada e ministério passageiro também acrescentaram muitos sofrimentos sobre a tensão de se lidar com pessoas.
“Os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor”, cie escreveu (2Co 1.5). “A natureza da tribulação que .. foi acima das nossasIbrças, a ponto de desesperarmos até da própria vida. Contudo, já em nós mesmos, tivemos a sentença de morte” (vv. 8,9). “Pelo contrário, em tudo recomendando-nos a nós mesmos como ministros de Deus: na muita paciência, nas aflições, nas privações, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns” (6.4,5). Isso não era nada novo para ele. Na sua primeira epístola para a igreja em Corinto, ele tinha escrito: “Até à presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez; e somos esbofeteados, e não temos morada certa, e nos afadigamos, trabalhando com as nossas próprias mãos. Quando somos injuriados, bendizemos; quando perseguidos, suportamos; quando ;— —: caluniados, procuramos conciliação; rrm cípio de Lideram, até agora, temos chegado a ser UM LÍDER É RESIST considerados lixo do mundo, escória de todos” (ICo 4.11-13). — **" Essa era a vida de Paulo. As provações eram profundas e aparentemente infinitas: Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; fui três vezes fustigado com varas; uma vez, apedrejado; em naufrágio, três vezes; uma noite e um dia passei na voragem do mar; em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez (2Co 11.24-27). E, ele acrescentou, “além das coisas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas” (v. 28). Tudo que Paulo realmente conhecia na sua vida era tribulação. Mas embora sendo constantemente atacado, esfregado e arranhado, pressionado, posto nas chamas, e de outras maneiras abusado, nada disso poderia destruí-lo. Ele era um tipo de resistência invencível, porque o poder de Deus estava em ação dentro dele. Seus críticos eram, pois, deixados para enfrentar o impacto inegável da sua vida. lira uma refutação poderosa. Como alguém poderia explicar a influência
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sru /e lo, mui ikmsIhIíMh iii, siiii durabilidade e miiii lldelidade? Sr o |>i<‘>pi m Puniu fosse Iraco e comum (conforme os lalsos apóstolos eNtnvam 111o nnsiusus
apontando) sc ele cia som ente um humilde vaso dc barro entilo a linicn explicnçflo possível para uma vida tão notável cra o poder dc Deus. Isla cia a prova inegável dc que Paulo era um servo verdadeiro dc I)eus, e seus acusadores eram falsos apóstolos.
Vasos de barro são descartáveis Porque sua produção custa pouco e não têm nenhum valor intrínseco, vasos de barro são praticamente descartáveis. Como um líder feito de barro, Paulo não se importava em se dar. Ele não temia a morte, difamação, perseguição, ou sofrimento. Ele escreveu: “[Nós levamos] sempre no corpo o morrer dc Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo. Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal. De modo que, em nós, opera a morte, mas, em vós, a vida” (2Co 4.10-12). Os versículos precedentes 8 e 9 eram uma curta invocação dos sofrimentos que ele suportou. Os versículos 10-12 explicam o significado do sofrimento. A carne mortal de Paulo - este vaso de barro sem jmportância - era um tipo de vasilha na qual os sofrimentos de Cristo estavam sendo continuamente derramados. Assim Paulo elevou seu sofrimento a um nível alto, nobre, espiritual Realmente não era Paulo que os inimigos da verdade quiseram matar; era o Senhor Jesus. O mesmo ódio maligno que pôs Cristo na cruz ainda está em ação no mundo, mas agora procura pelos seus servos fiéis. Paulo estava agüentando todo aquele abuso diariamente - “sempre entregues à morte por causa de Jesus ” (v. 11, ênfase acrescentada). Observe a palavra sempre. Não havia nenhum alívio do sofrimento. Era um tipo de morte perpétua e diária. Em 1 Coríntios 15.31, ele disse: “dia após dia, morro”. Em Romanos 8.36 ele tirou a mesma verdade do Salmo 44.22: “Por amor de ti, somos entregues à morte continuamente, somos considerados como ovelhas para o matadouro”. Em Gálatas 6.17 ele disse: “eu trago no corpo as marcas de Jesus”. Tal sofrimento é inevitável para qualquer líder que é fiel a Cristo. Jesus fez um longo discurso sobre esse assunto em Mateus 10: “Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos” (v. 16). Ele os lembrou: “O discípulo nílo está acima do seu mestre, nem o servo, acima do seu senhor. Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor. Se chamaram Bel/.cbii ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos? Portanto, não os temais" (vv. 24-26, ênfase acrescentada). Ele prosseguiu, acrescentando: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode
IIM I) llviii kiiIi i i i lliluriin(:n lu /u perecer no inferno Innlo n alma com o o corpo” (v. 28). I ni João 15 .18 I, o Senhor também lalou para seus discípulos:
Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, mc odiou a mim. Se vós fósseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Tudo isto, porém, vos farão por causa do meu nome, porquanto não conhecem aquele que me enviou. Paulo disse para Timóteo: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente cm Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm 3.12). Walter Chalmers Smith, um poeta, autor de hino e ministro na Free Church da Escócia durante o século 19 (o autor do famoso hino “Immortal, Invisible, God Only Wise”), escreveu estas linhas: Mas por toda vida eu vejo uma cruz Onde os filhos de Deus entregam sua respiração; Não há nenhum benefício a não ser a perda, Não há nenhuma vida exceto por meio da morte, E nenhuma visão plena, mas pela fé, Nem glória, exceto pela humilhação, Nem justiça, a não ser levar a culpa; E onde a Paixão Eterna diz: Seja esvaziado de glória, direito e nome. Este é um manifesto próprio para líderes cristãos. Cristo chama a todos nós para o tipo de sacrifício que é melhor caracterizado (segundo o retrato de Paulo) como morrer perpetuamente. Paulo mencionou a morte umas quarenta e cinco vezes no Novo I estamento. Normalmente, ele usava o substantivo grego thanatos, que fala dar morte como um fato. Porém, em 2 Coríntios 4.10 ele usa um particípio, nekrosis (“morrendo”), que fala do processo da mortalidade humana. Paulo contemplava toda sua vida como um processo de morte. Ele não estava sendo mórbido; estava simplesmente reconhecendo a verdadeira natureza da sua existência terrestre. Era uma perspectiva esperançosa, não sombria: “para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fp 1.21). Como um mero vaso de barro, Paulo sabia que era descartável e estava disposto a ser sacrificado. Em Colossenses 1.24, ele escreveu: “Agora, me regozijo
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nus mkmis snli iinciiliis por vós; e preencho o que ivsln das adições dc ( i rito. nn inin)ui carne, n liivoi do sou corpo, que c n igreja". I le nflo eslava sugei indo que os sofrimentos de ( Visto nflo eram suficientes para comprar toda a redençAo, ou que as próprias alliçõesd e Paulo acrescentavam algo à obra completa da expiaçUo de Cristo, lile não imaginou que havia qualquer mérito de salvação na sua doi Mas, como ele já havia dito em 2 Coríntios 1.5,6, seus sofrimentos tiveram um beneficio temporal profundo, até mesmo para os coríntios: “Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo. Mas, se somos atribulados, é para o vosso conforto e salvação; se somos confortados, é também para o vosso conforto, o qual se torna eficaz, suportando vós com paciôncia os mesmos sofrimentos que nós também padecemos”.
Em outras palavras, seu sacrifício era, no final das contas, para o beneficio deles. em nós, opera a morte, mas, em vós, a vida” (4.12). “Porque todas as coisas existem por amor de vós, para que a graça, multiplicando-se, torne abundantes as ações de graças por meio de muitos, para glória de Deus” (v. 15). “Por esta razão, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles obtenham a salvação que está em Cristo Jesus, com eterna glória. Fiel é esta palavra: Se já morremos com ele, também viveremos com ele; se perseveramos, também com ele reinaremos; se o negamos, ele, por sua vez, nos negará” (2 Tm 2.10-12). Não era nenhum tipo de amor masoquista pela dor que ntiovia Paulo, mas o amor pelos coríntios. No entanto, conforme o pensamento de Paulo, as provações eram bem vindas. Ele expressou seu desejo principal em Filipenses 3.10: “para o (Cristo) conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte”. Lembre-se que os sofrimentos terrestres de Jesus não eram limitados às dores da cruz. Ele também foi implacavelmente espiado e sem piedade caçado pelos seus inimigos. Ele vivia em face da morte até que morreu na cruz. Nenhun i de nós jamais sofrerá uma fração do que ele sofreu. Poucos de nós seremos chamados para agüentar até mesmo um décimo do sofrimento que Paulo suportou. Mas todo líder que é fiel a Cristo terá alguma parte do seu sofrimento. O verdadeiro líder deve estar disposto a participar de “meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus” (2Tm 2.3). E um privilégio suportar tais coisas por causa de Jesus (Rm 8.17,18). “Porque anossa leve e momentânea tribulaçüo produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação” (2Co 4.17). Quando aprendemos a abraçar provações, angústia e aflição como amigos (Tg 1.2-4; Rm 5.3-5) e como lembranças da nossa própria fraqueza (2Co 12.7 10), ficamos mais dependentes do poder de Deus e então mais eficazes como líderes e testemunhas para ele. Sua vida é liberada na nossa morte. “Estou
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quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, lenho nu carne, vivo pela lc no Filho dc Deus”.
() testemunho de uma vida assim é poderoso além da medida. Para Paulo, a vida de Jesus estava sendo manifestada na sua própria carne mortal (2Co 4.1Y). Aqui estava esse homem abatido, contundido, socado, difamado, perseguido que não era nada mais do que um recipiente de barro. Mas na insignilicância dele estava sendo manifestada a vida de Cristo. De que outra maneira poderia ser explicada a coragem da pregação de Paulo e a transformação de tantas vidas sob sua influência? Ali mesmo em Corinto, pessoas totalmente pagãs, sem qualquer conhecimento do verdadeiro Deus, tinham adquirido a fé em Cristo depois de ouvir Paulo pregar na praça da cidade delas. O que poderia responder por isso, além do poder de Deus? Paulo estava constantemente exposto a forças que tinham a intenção de matá-lo. Contudo, ele era mais que um vencedor (Rm 8.37), porque o Senhor Jesus Cristo infundiu sua vida com tal poder que sua influência como um líder espiritual transtornou o mundo. Ainda hoje é sentida a influência poderosa da vida e escrita de Paulo, como tem sido pelos séculos. Ele disse aos coríntios: “Eu de boa vontade me gastarei e ainda me deixarei gastar em prol da vossa alma” (2Co 12.15). Aos filipenses, ele semelhantemente falou: “entretanto, mesmo que seja eu oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, alegro-me e, com todos vós, me congratulo” (Fp 2.17). Era uma utilidade valiosa para um vaso de barro descartável. Uma vida de sacrifício agradava muito a Paulo, porque o retorno no investimento valia muito a pena.
0 combate do líder
relacionamento do apóstolo Paulo com a igreja coríntia tinha sido deliberada e sistematicamente sabotado pelas mentiras dos lalsos mestres. Paulo gastou os primeiros sete capítulos de 2 Coríntios respondendo ponto por ponto a várias coisas que ele sabia que haviam sido ditas contra ele em Corinto. Entremeado nesses capítulos estão algumas seções doutrinárias, mas, em sua maioria, esses capítulos são intensamente pessoais, altamente emocionais e completamente pastorais. Paulo estava procurando uma maneira de consertar a relação danificada. Ao final do capítulo 7, ele parecia estar completamente aliviado. Ele fechou aquela seção com estas palavras: “Alegro-me porque, em tudo, posso confiar em vós” (2Co 7.16). Leia-se como um grande, extenso e inclusivo suspiro dc alívio. Então, em dois capítulos, ele mudou para a questão da caridade dos coríntios para com a igreja em Jerusalém. Os santos na Judéia estavam sofrendo grandemente sob a perseguição romana. As igrejas macedônias, sob a liderança de Paulo, tinham organizado generosamente uma oferta para ajudar a satisfazei as necessidades financeiras dos seus irmãos na Judéia (2Co 8.1-7). Os coríntios tinham ofertado para participar (vv. 10,11). Paulo escreveu os capítulos 8 c (> encorajando-os graciosamente a cumprirem aquele compromisso. Nesses dois capítulos, ele estava gentil, encorajador e muito moderado no modo de falai Mas então, quando Paulo começou a seção final da sua epístola (capítulos 10-13), todo seu comportamento parecia mudar de um modo abrupto, marcado e surpreendente. Ele se tomou firme e combativo. Ele incluiu várias repreensões propositais dirigidas direta e especificamente'a pessoas simples e desobedientes da igreja coríntia que tinham ingenuamente pegado uma cafona com os lalsos mestres(11.4, 19-21; 12.11; 13.2,3). Para aqueles que, lendo a epístola, poderiam pensar que ele tinha acabado de tratar da ameaça dos falsos apóstolos, veri ficou se que ele tinha guardado as reprovações mais severas de todas para o final Em partes dessa seção final da epístola, a linguagem de Paulo é muito severa. Aqui está Paulo veemente, combatendo ferozmente ao máximo aqueles que estavam enganosamente arruinando sua liderança.
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No começo da epístola, Paulo tinha tomado grande cuidado para deixai claro i|ue sua autodefesa não era incentivada por orgulho ou egoísmo. Hle continuou a deixar isso evidente, comentando repetidam ente que toda sugestão de ostentação parecia totalmente repugnante para ele (10.8,13-16; 11.10,1618,30; 12.1,5,6,9,11). E, contudo, não importa quão humilde Paulo era, ele não entregaria alegremente os coríntios aos mentirosos. Ele era manso e modesto, mas não era de maneira alguma indiferente. Um líder apático é uma contradição em termos. Nenhum líder verdadeiro ficará despreocupado com o sofrimento alheio. Na realidade, este é outro princípio fundamental de toda liderança: Um líder é apaixonado. A pessoa que é desligada e indiferente não é um líder genuíno. Todos os líderes têm de ter paixão, e os líderes espirituais especialmente devem ser diri gidos por uma intensa paixão pela verdade, como também um amor profundo, fervente e duradouro por Cristo. E impossível manter tais afetos e ser passivo ou não emotivo. Em sua obra clássica intitulada Liderança Espiritual, Oswald Sanders até incluiu a ira na sua lista de qualificações para liderança. Ele escreveu: Isto parece uma qualificação bastante estranha para liderança. Em outro contexto, isso poderia ser citado como um fator desqualificado. Mas não estava presente esta qualidade na vida do Líder supremo? “Jesus olhou para eles com raiva” (Jo 2.15-17). A ira justa não é menos nobre que o amor, uma vez que ambos coexistem em Deus. Cada um necessita do outro. Era o amor de Jesus pelo homem com a mão mirrada que despertou sua cólera contra aqueles que lhe negariam a cura (Mc 3.5). Era seu amor pelo seu Pai e o zelo pela sua glória que acendiam sua ira contra os comerciantes mercenários que tinham transformado sua casa de . oração para todas as nações em um covil de salteadores (Mt 21.13). Grandes líderes que viraram a maré em dias de declínio nacional __ e espiritual eram homens que poderiam se encolerizar com as injustiças e abusos que desonram a Deus e escravizam os homens.1 Outros afetos fortes também - inclusive alegria, contentamento, tristeza, compaixão, medo e amor - são igualmente essenciais em liderança. A pessoa que é fria, insensível, indiferente, ou apática nunca pode ser um líder verdadeiramente eficaz. Paixões humanas, naturalmente, apresentam certos perigos. Elas são sujeitas a abuso e mau uso. Elas podem nublar as faculdades racionais severamente. Líderes, embora nunca destituídos de sentimento ou intensidade, tem de subjugar as suas paixões em vez de serem subjugados por elas. Nosso
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/vlo 1I0 VCNCI llll lliln, i lllllillloNII monle c.ovcimulo r u.mlo para propósitos ivli^.iusoti. Aiilocon (role é um Irulo do I•spírilo ((11 5.23). O autocontrole religioso nflo apenas envolve a mortificação de desejos pecadorcs (Cl 3.5), mas também um grau de restrição na expressão de paixões legítimas. Salomão escreveu: “( 'omo cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio” (Pv 25.28); e: “Melhor é o longânimo do que o herói da guerra, e o qur domina o seu espírito, do que o que toma uma cidade” (16.32). Contudo, há “tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear c tempo de saltar de alegria. . . tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo dc guerra r Icmpo de paz” (Ec3.4, 8). O tempo para a guerra tinha vindo contra as mentiras tios falsos apóstolos, e Paulo não tentou esconder sua paixão séria quando concluiu essa segunda epístola para a igreja em Corinto. Ele até mesmo comcçini aquela seção de conclusão introduzindo um motivo de guerra: E eu mesmo, Paulo, vos rogo, pela mansidão e benign idade de \ Cristo, eu que, na verdade, quando presente entre vós, sou humilde; mas, quando ausente, ousado para convosco, sim, eu vos rogo que não tenha de ser ousado, quando presente, servindo-me daquela firmeza com que penso devo tratar alguns que nos julgam como se andássemos em disposições de mundano ptoceder. Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo, e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa submissão (2Co 10.1-6). Em toda a guerra que o apóstolo suportou - incluindo várias revoltas, apedrejamentos e golpes dos quais ele escapou por pouco com vida - nada u a mais difícil ou mais inexorável do que a guerra que ele empreendeu pda preservação da igreja coríntia. Pouco Paulo sabia, durante aqueles primeiros vinte meses, mais ou menos quando ele iniciou o seu ministério em Corinto, que no final das contas ele teria mesmo de entrar numa batalha de anos para preservar a verdade do evangelho naquela igreja. Mas os falsos mestres apareceram quase na mesma hora em que Paulo partiu Eles tinham atacado diretamente a liderança de Paulo. E eles conseguiram um grau chocante de sucesso virando aquela igreja contra seu fundador e pai espiritual
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Paulo revidou. Suas epístolas para os coríntios suplicaram polo arrependimento deles e expressaram seu profundo amor e compromisso permanente para eles (2( o 2.1-4). O registro bíblico parece sugerir que a maioria em Corinto defatcr sc arrependeu da sua infidelidade. É por isso que o coração de Paulo mudou do desespero para a alegria quando Tito lhe informou que os coríntios tinham recebido sua carta severa (a repreensão não canônica que ele aparentemente tinha enviado depois de 1 Coríntios, mas antes de 2 Coríntios) com tristeza e arrependimento (7.6-16). Isso era um momento decisivo principal e uma grande vitória. No entanto, é significativo que a resposta imediata de Paulo era de escrever 2 Coríntios - outra carta longa cheia de apelos para arrependimento, advertências suaves, palavras de correção e até mesmo fortes repreensões. O conflito ainda não tinha acabado. Paulo sabia o que todo bom líder sabe: A rebelião sempre lança sementes para mais rebelião. Vemos isso vividamente no relato do Antigo Testamento sobre a rebelião de Corá. Este tinha incitado os israelitas contra a liderança de Moisés. Eles exigiam que Moisés descesse. O próprio Deus julgou Corá e seus seguidores do modo mais vivido e imediato: O chão se abriu e os engoliu vivos (Nm 16.23-33). O povo de Israel era testemunha ocular do que aconteceu a Corá e seus seguidores. Eles viram o chão milagrosamente se abrindo, consumindo literalmente os rebeldes e depois se fechando por cima deles. Eles também viram um fogo do céu incinerar 250 dos seguidores mais próximos a Corá (v. 35). Você poderia pensar que um julgamento dramático como esse acabaria com a rebelião em Israel para sempre. Longe disso. Ainda havia fumaça do fogo e o chão ainda estava se fechando quando a próxima rebelião principal começou. E, desta vez, era até pior. A nação inteira foi apanhada nela. A Bíblia diz: “Mas, no dia seguinte, toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão, dizendo: Vós matastes o povo do Senhor” (v. 41, ênfase acrescenta da). Eles culparam Moisés pelo que tinha acontecido a Corá! Deus respondeu enviando uma praga. O versículo 49 diz: “Ora, os que morreram daquela praga foram catorze mil e setecentos, fora os que morreram por causa de Coráü. Paulo sabia que a insurreição dos falsos apóstolos em Corinto tinha sido apenas enterrada, mas não tão profundamente. Ou, para trocar em metáforak, Paulo sabia que ainda havia algumas brasas do fogo ardente de acusação contra ele. Em algum lugar na igreja em Corinto, talvez em algum canto obscuro, aquelas faíscas, embora em condição latente, estavam prontas para ser abanadas é se tornarem em chamas na primeira oportunidadç. Os falsos mestres ainda estavam por ali. Simpatia para com os falsos mestres ainda estava sendo nutrida aparentemente por alguns na congregação. Arebelião e o falso ensino tinham somente sido escondidos, esperando por um momento oportuno para se romper novamente. Paulo entendeu ainda mais que os efeitos de difamação são sempre duradouros Uma vez circuladas mentiras sobre você, é extremamente difícil de
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limpai ncii nome I mmlo paia ulo com lenlai lecupciiii scitlriiles dc dciili il> lerto depois i|iit* chis lorem lançadas no vcnlo. As mciilnus eonlrn 1’nulo liiihiiin sido iiivcnliicliiN com grande inteligência c sutileza. I las cNlavnm misImadnN com liilos suficientemente válidos (cf. 2C'o 10.9,10) para as la/cr acreditáveis. lilus lórnm disseminadas por pessoas que estavam convincentcmentc disfarçadas como mensageiros da verdade anjo(s) da luz (11.13,14). Paulo sabia que os inventores dessas mentiras continuariam a guerra que linham começado contra ele. Mesmo que fossem dominados, os falsos mestres simplesmente adotariam táticas de guerrilha e continuariam com a contenda 1des se tornariam efetivamente terroristas espirituais. Conseqüentemente, Paulo não deixou de dar murros nessa última parte dc 2 Coríntios. Ele queria deixar os coríntios com algumas palavras finais que revelav;im a profundidade da sua paixão. Ele queria que eles soubessem que, para ele, oconllilo com os falsos mestres não era menor que uma guerra. Ele queria advertir qualquei um que ainda poderia ser simpático aos falsos apóstolos que ele estava vindo agora para cumprir sua promessa de uma visita pessoal (12.14; 13.1). Ele não tem certeza absoluta do que esperar na sua chegada em Corinto: “Temo, pois, que, indo ter convosc< >, não vos encontre na forma em que vos quero” (12.20). Mas quando viesse, ele estaria armado para o conflito, se necessário. Se pessoas rebeldes e falsos mèslrcs ainda estivessem causando problemas quando ele chegasse, seria guerra total ( 13.2). Lembre-se, Paulo era o pai espiritual deles (ICo 4.15). Por isso ele lhes falou com muito rigor, igual a um pai descontente. Aqueles capítulos finais são um ultimato extenso para os deixar conscientes de que ele estava falando sério sobre todas as coisas com que ele tinha lidado. Sua paciência paternal tinha sido gasta em cima destes assuntos. Ele estava preparado, se necessário, para executar um pouco de disciplina paternal. “Digo aos que, outrora, pecaram c a todos os mais que, se outra vez for, não os pouparei” (13.2). Ele está preparado “para punir toda desobediência” (10.6). Portanto, esta era uma advertência paternal aos coríntios. Mais criticamente, ele tinha de afastar a ameaça dos falsos apóstolos. Queria que soubessem que ele estava voltando com armas de guerra que eram divinamente poderosas para derrubar sua fortaleza de mentiras. Ele planejava encontrar c destruir tudo que se exaltava contra o conhecimento de Deus. Foi por isso que ele mudou dos apelos tranqüilos e temos dos capítulos I a para palavras fortes, duras, de autoridade. Tito entregaria 2 Coríntios representando Paulo (8.16-24). Algum tempo dcpi)i de eles terem recebido a carta, o próprio Paulo viria para sua terceira visita. Iile já estava se preparando para a viagem (12.14). Assim eles teriam algum tempo depor. de ler a epístola para se prepararem para a vinda do apóstolo. Eles precisavam usar aquele tempo para lidar com as questões que Paulo tratou na epístola. Aqueles que ainda poderiam estar em cima do muro precisavam se arrepender.
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ü li vi ii sobro lido riinçu
Com eleito, os quatro capítulos finais de 2 Coríntios repercutiram e
expandiram o que Paulo escreveu em 1 Coríntios 4.21. “Que preleris? Irei a vós outros com vara ou com am or e espírito de mansidão?” Isso dependia dos coríntios. E se as coisas jáeram tão urgentes quando Paulo escreveu sua primeira epístola, agora elas eram mais ainda. Paulo tinha três grupos de pessoas em mente quando escreveu essa parle da sua carta. Havia os coríntios fiéis, que tinham agora reafirmado seu compromisso para com Paulo. Havia alguns que ficavam em cima do muro, que aparentemente eram simpatizantes dos falsos apóstolos e queriam permanecer indecisos. E depois havia os próprios acusadores. Paulo sabia que eles ainda eram uma grande ameaça. A resposta de Paulo a todos os três grupos revela a profundidade e extensão da sua paixão. Ele se dirigiu aos fiéis com compaixão meiga e sincera. Advertiu com vigor e com coragem os que permaneciam em cima do muro. E de modo combativo informou seus acusadores que eles não estavam seguros. Todos os três grupos são vistos claramente nesses primeiros seis versículos de 2 Coríntios 10.
Sua compaixão Paulo estava a ponto de aplicar um pouco da linguagem poderosa e combativa nos versículos 3 a 6. Então para pôr isso em seu contexto próprio, ele começou com uma expressão de compaixão tema e sincera: “Eu mesmo, Paulo, vos rogo, pela mansidão e benignidade de Cristo” (v. 1). Paulo sabia, claro, que ser falseado, caluniado, insultado, perseguido e acusado injustamente é uma parte inevitável de ser cristão. Temos que esperar sofrer injustamente. Nossas vidas confrontam a cultura na qual vivemos. Nós vivemos como estrangeiros no mundo, e não deveria nos pegar de surpresa quando o mundo for hostil conosco (lJo 3.13). Fomos chamados para este propósito. Nesse mundo teremos tribulação (Jo 16.33). Faz parte do chamado. Mas lembre de que a autoridade de Paulo tinha sido colocada em discussão pelos falsos mestres. Seu direito de falar por Deus havia sido questionado. Suas credenciais apostólicas tinham sido atacadas. Isto não era somente uma ofensa pessoal contra Paulo| era uma agressão total contra a própria verdade. Paulo já havia respondido completamente ao ataque às suas credenciais apostólicas. Ele tinha estabelecido o fato de que não precisava de nenhuma carta de recomendação para justificar o poder de liderança apostólica sobre eles (2Co 3.1). Assim, ele começou a se pôr clara e vigorosamente no lugar de autoridade. O que ele estava para dizer seria dito com toda sua autoridade como um apóstolo de Jesus Cristo - “eu mesmo, Paulo”. Ele estava invocando ;i autoridade do seu ofício.
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iim!<> ele Itv isso, cm com deliberada bondade e
humildade (“vif. rojío, pela mnnsiilflo e benignidade de Ciislo"). líle nflo linlui nenhum desejo pjini conllilo. líle nâo tinha nenhuma satisfação em guerrear. ICie nâo era ineenlivado por veneno, sarcasmo ou ira. Ele reconheceu que os coríntios haviam sido enganados e corrompidos, e tinha motivo para acreditar que a maioria deles já havia se convertido. Então ele os assegurou que o que estava prestes a dizer era de um coração cheio de compaixão, mansidão e ternura po r eles. Ele certamente não estava procurando uma guerra com a igreja em Corinto. “M ansidão” é uma atitude hum ilde que se expressa na resistência paciente das ofensas. Paulo estava livre de toda a amargura. Ele não tinha nen hum a sede pela vingança. “B en ignidad e” é praticamen te um sinônimo. Im plica leniência e longanimidade. Paulo não tinha nenhum a malícia ou vontade m aldosa para com os coríntios. Antes, ele estava d izendo que sua atitude de com paixão p ara com eles era um espelho fiel da própria com paixão de Cristo (“mansidão e benignidade de Cristo”). A mansidão não é fr a q u eza ; é poder sob controle. Afinal de contas, ninguém era mais poderoso que Cristo; contudo ele disse: “sou manso e humilde de coração” (Mt 11.29). Paulo sem elhantem ente estava manten do sob controle sua autoridade apostólica. Ele não estava à procu ra de uma opo rtunidade para brandir sua autorida de como u m bastão. Não estav a no seu co raçã o castiga r os coríntios. Ele faria isso se fosse necessário, m as seria a sua última escolha. O próprio Jesus exemplificou esse tipo de paciência, e todos os cristãos são ordenados a seguir seu exemplo. Pedro escreveu: Porque isto é grato, que alguém suporte tristezas, sofrendo injustamente, por motivo de sua consciência para com Deus. Pois que glória há, se, pecando e sendo esbofetea dos por isso, o suportais com paciência? Se, entretanto, quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com paciência, isto é grato a Deus. Porquanto para isto mesm o fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando ultrajado, não revidav a com ultraje; quando m altratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julg a retamente ( lP e 2.19-23). Ningu ém no mundo jam ais sofreu mais injustamente do que Cristo. Ele era sem pecado, totalmente inocente, completam ente sem dolo. E, contudo, quando foi insultado não retrucou. Quão misericordioso era Cristo? Isaías falou dele profeticamente, dizendo: “não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fiimega” (Is 42.3; cp. Mt 12.
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(I llvm lo lii n liiliiitini.il
() que sigmíica isso? A eniui ora uma planta dura que cie:;em próxima anua rasa. Pastores cortariam canas em simples tubos musicais. Quando um liibo de cana se danificasse ou quebrasse, o pastor o racharia em dois, descartaria e liiria um novo. “Torcida que fiimega” falava de um pavio de candeeiro queimado, inútil para iluminar. Ambos representam algo inútil, algo que qualquer um normalmente apenas jogaria fora. Mas o ministério de Cristo era para resgatar pessoas que eram de outra sorte inúteis, não destruir e descartá-las. Esta compaixão estabeleceu o espírito para toda a sua missão terrestre (cf. Lc 9.51-56; 19.10; Jo X. 10,11). “Deus enviou o seuFilho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo 3.17; cp. Jo 12.47). Lembre-se que até a mais severa denúncia de Jesus - uma diatribe devastadora contra os líderes religiosos de Jerusalém em Mateus 23 - terminou com Cristo chorando sobre Jerusalém (v. 37). A compaixão retratou todas as coisas que ele fez. Paulo disse, na verdade: “Eu venho a vocês com a mansidão e benignidade de Cristo. Eu estou disposto a ser paciente. Eu quero ser suave e brando. Não cultivo raiva ou malícia por vocês”. Os coríntios sabiam que isso era uma expressão do seu verdadeiro coração, porque eles conheciam muito bem o apóstolo. Mas os inimigos de Paulo também tinham observado sua mansidão, e eles já tinham tentado pôr uma impressão negativa nela. Eles alegaram que Paulo só parecia brando porque lhe faltava a verdadeira coragem. Ele fingia ser corajoso de longe. Mas pessoalmente era medroso. Cara a cara, ele era covarde. Como observamos no capítulo anterior, eles disseram: “As cartas, com efeito . . . são graves e fortes; mas a presença pessoal dele é fraca” (2Co 10.10). Eles estavam dizendo, claramente, que ele era como um cachorro atrás do portão que late sem parar, mas quando você abre o portão ele corre para outra direção. “Deixe Paulo bastante longe e ponha uma caneta na sua mão e ele fica feroz. Traga-o aqui e ele é fraco; ele necessita de coragem.” Eles tinham interpretado mal tanto sua coragem quanto sua compaixão. I ira uma acusação muito inteligente, porque era difícil de responder por carta. Se ele tentasse defender sua força de longe, eles poderiam dizer que ele provou o que eles tinham dito. Se ele lhes escreveu uma resposta suave, eles diriam que isso mostrou que eles tinham razão sobre sua “fraqueza”. Ao contrário, ele reconheceu a acusação, mas apenas como uma linha de diálogo sarcástico. (Na verdade, ele mais ou menos dispensou a acusação sem responder diretamente a ela em muitas palavras). “Eu mesmo, Paulo . . . que, na verdade, quando presente entre vós, sou humilde; mas, quando ausente, ousado para convosco” (10.1). Depois ele respondeu de uma maneira que consolidou sua força e sua ternura. Ele começou com uma clara expressão de compaixão; entretanto, imediatamente começou a falar com uma firmeza tranqüila que logo subiu a um tom militante. A nota de suave sarcasmo sinalizou a mudança de compaixão para firmeza.
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Sua coragom Kiilflo sim atnnçfio foi direcionada aos que lieavam em cima do muro, aquele s que haviam m ostrado simpatia para com os falsos apósto los e que eram. talvez, ainda ind ecisos sobre com o responder a Paulo.
Se eles acreditassem nas mentiras dos falsos mestres e confundissem Paulo com um covarde, eles estavam prestes a receber um despertar súbito de uma situação desagradável. Ele não era fraco. Se todas suas propostas compassivas fossem rejeitadas, ele estava preparado para lhes mostrar quão corajoso cie poderia ser pessoalmente: “Eu vos rogo que não tenha de ser ousado, quando presente, servindo-me daquela firmeza com que penso devo tratar alguns que nos julgam como se andássemos em disposições de mundano proceder” (2Co 10.2). ANova Versão Internacional traduz esse versículo dessa maneira: “Rogo-lhes que, quando estiver presente, não me obriguem a agir com audácia, tal como penso que ousarei fazer, para com alguns que acham que procedemos segundo os padrões humanos”. Quanto aos esforços de Paulo para manter a paciência, ele faria tudo que fosse necessário para defender a verdade contra esses rebeldes impenitentes e inflexíveis. Se somente a confrontação preservaria a verdade, Paulo não fugiria dela. Deveras, ele disse que esperava que isso seria o caso com alguns. Se eles quisessem severidade, eles conseguiriam. A propósito, Paulo não era sempre humilde em situações de confrontos cara a cara. Lembre-se, em uma ocasião, ele reprovou até mesmo Pedro. Ele fez isto publicamente e “face a face, porque se tomara repreensível” (G1 2.11). O registro da coragem pessoal de Paulo enche o livro de Atos, começando com o capítulo 13. Ele corajosamente se levantou contra tribunais, conselhos, líderes religiosos, turbas, governadores, reis e especialmente falsos mestres. Ele não era de jeito nenhum fraco ou covarde. Isso teria violado um dos princípios fundamentais da liderança: Um líder é corajoso. Ninguém a quem falta a coragem de convicções básicas pode ser um líder eficaz. As pessoas não seguem covardes. As vezes, a coragem do líder é expressa em confrontação. Esse é o caso aqui. Nós vimos a coragem de Paulo em ação ao longo do nosso estudo. Agora entra no centro de nosso foco, conforme ele respondeu a esta falsa acusação ridícula de que ele era muito tímido para ser firme em situações face a face. Como vimos no capítulo anterior, os inimigos de Paulo também tinham reclamado que ele tinha fraquezas físicas e não tinha elegância oratória. Paulo tinha simplesmente reconhecido a verdade dessas acusações. Mas esta acusação de que faltava coragem era uma grande mentira. Paulo exemplificou a intrepidez. Nenhuma vez no registro bíblico ele mostra sequer um pingo de covardia. Não surpreende o fato dele ter ficado indignado quando ponderava como responder a esta acusação tola.
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“Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação”, ele disse para Timóteo (2Tm 1.7). Timóteo evidentemente lutou com lalta de coragem, porque Paulo freqüentemente o admoestava a ser forte e não envergonhado ou tímido (1.8; 2.1, 3; lTm 1.18; 6.12). Mas o próprio Paulo nunca mostrou qualquer sinal de medo ou timidez. Na realidade, sua coragem adiantou dramaticamente aqui em 2 Coríntios 10.2 quando respondeu a seus críticos. Ele os advertiu que “não tenha de ser [completamente] ousado” para com alguns. A palavra grega traduzida como “ousado” é tolmao, que significa “ser corajoso, ousado, intrépido”. Fala de agir sem medo das conseqüências. Se eles realmente quisessem ver a coragem de Paulo, ele mostraria. E ele faria isso servindo-se “daquela firmeza” . Esta expressão traduz a palavra grega tharrheo, que é um sinônimo para coragem. Havia um claro crescendo em seu tom quando ele escreveu. Ele estava ficando mais agressivo. Se os falsos mestres ou seus seguidores quisessem uma briga, ele lhes daria uma briga. “Se outra vez for, não os pouparei” (13.2). _________ Nesse momento, Paulo deixou clara a verdadeira natureza das acusações dos falsos ^mes Princípio de Liderar tres. Eles tinham feito com que UM LÍDER É CORA as pessoas o julgassem como se ele andasse “em disposições de humano proceder” (2Co 10.2). Eles estavam aparentemente alegando que Paulo era controlado por meio de desejos pecaminosos. E exatamente isso que significa andar “em disposições de mundano proceder” (cf. Rm 8.1,5). Paulo escreveu em outro lugar: “Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impu reza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas” (G1 5.19-21). Aparentemente, a acusação específica dos falsos apóstolos era de que Paulo se movia pelo amor ao dinheiro (2Co 11.9-13; 12.13-19) - ou talvez até maiores luxúrias imundas. Eles queriam que os coríntios pensassem que Paulo estava totalmente desqualificado para a liderança espiritual (13.6,7). Isso nos leva ao próprio cerne da conspiração contra Paulo. Aqui está o que repousa no centro de todas as falsidades. Toda acusação, toda insinuaçilío e toda difamação com que eles tinham tentado cobrir Paulo somente era uniu maneira de sustentar esta suspeita de que ele era umn liiiude e que em moralmente falido c dirigido por luxúrias carnais. ( )s inimigo'' d. r . m l o linhnui deliberadamente plantado esta suspeita. N:lo linhiun n e n l i i i i i M lu.< que l o v . i em nenhum fato. 1’ n i i l n i n I n i v i n s e d e f e n d i d o c o n l i M i v . i i n l e n l h H
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testemunho da nossa consciência, de que, com santidade e sinceridade de I)eus . . . temos vivido no mundo”. Em 7.2, disse ele: “a ninguém tratamos com injustiça, a ninguém corrompemos, a ninguém exploramos”. Assim ele linha respondido à difamação sem dignificá-la com nenhum reconhecimento expl ícito Mas agora ele tira a acusação e coloca-a na mesa para todos verem Para que ninguém pense que ele estava reagindo além do normal, aqui está o que havia despertado tal coragem nele. Esta era a verdadeira essência dos ataques feitos a ele: Eles tinham falsamente retratado Paulo como um impostoi e mercenário. Eles alegaram que ele estava puramente incentivado por egoísino, desejos corruptos, concupiscência e motivos secretos. Paulo não quis ser severo. Ele não estava procurando nenhum conflito. Mus a menos que os rebeldes que inventaram tais falsidades malignas se arrependessei 11 ou partissem antes que Paulo chegasse, seria guerra. Ele prometeu.
Sua militância
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Conseqüentemente, a intensidade crescente de Paulo culminou em umn declaração total de guerra. A compaixão do líder não cancela sua vontade de lutar. Sua coragem é igual à sua paixão. Os inimigos tinham acusado Paulo de andar “em disposições de mundano proceder” (2Co 10.2) - de uma maneira carnal. Ele direta e vigorosamente negou a acusação de que seria moralmente corrupto. Também ameaçou cxibii sua coragem contra qualquer um que impugnasse seu caráter daquele jeilo. Contudo, no versículo 3, reconheceu que havia um sentido verdadeiro em que ele “[andasse] em disposições de mundano proceder” - ele era, afinal, um mortal, feito de carne humana. Ele estava fazendo um jogo de palavras, Ele ainda negou, claro, que andasse “em disposições de mundano proceder" no sentido moral. Mas ele também admitiu que ainda estava “em disposições (Ir mundano proceder” no sentido humano. Em outras palavras, ele não eslava alegando ser sobrenatural. 15, contudo, ele estava preparado para travar uma batalha realmente sobrenatural. Ele disse: “embora andando na carne, não militamos segundo a earne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento a obediência de Cristo” (vv. 3-5). I .se e um desafio incrivelmente corajoso aos inimigos da verdade I)e lato. Paulo e .lava di/endo; “Voee ipiei la/er guerra comigo? Vamos nessa. Mus me deiva te udvcrlii. quando voi i1olliiu para mim, liulo que verá é um homem nitiilul Mas quando eulinimn • tu batalha, mio vou nldi/ai anuas Immana'. i.i
I lll li livm niiImn lldniniiça convencionais". Ura guerra em outro Amliilo. Paulo lutava “un palnvra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, quer olensivas, quer defensivas" (2Co 6.7).
Paulo sabia que a verdadeira batalha não era somente contra os falsos mestres humanos que tinham confundido os coríntios. Não era nada menos que guerra total contra o reino da escuridão. “A nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef 6.12). Estamos lutando pela preservação e proclamação da verdade. Estamos lutando pela honra de Jesus Cristo. Estamos lutando pela salvação de pecadores e pela virtude dos santos. Na realidade, para todo esforço bom e nobre de líderes cristãos em negócios, política, educação, exército ou qualquer outra atividade legítima, há compromisso inevitável com o reino da escuridão. Visto que todos os cristãos, em tudo que fazem, devem se ocupar com o avanço do reino de Cristo, eles enfrentam oposiçãojdos poderes malignos. Paulo usou todo o tempo a linguagem de guerra. Ele começou e terminou 1 Timóteo estimulando Timóteo a se esforçar muito na batalha: “Combate... o bom combate” (1.18); “Milita a boa milícia” (6.12 ARC). Ele disse: “sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança da salvação” (lTs 5.8). Em 2 Timóteo 2.3, ele disse: “participa dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus”. Quando Paulo se aproximou do fim da sua própria vida, ele escreveu: “Combati o bom combate” (2Tm 4.7). Toda sua vida era uma guerra espiritual contra qualquer coisa e tudo que vem contra a verdade. Você não pode lutar nesse nível com armas carnais. Ferramentas mundanas não têm absolutamente nenhum poder contra o reino da escuridão. O arsenal humano mais poderoso é totalmente impotente contra principados e potestades, contra os que governam a escuridão deste mundo ou contra a maldade espiritual nas regiões celestiais. Instrumentos terrestres nãopodem lutar nesse nível. Armas humanas não têm nenhum poder que seja contra Satanás. Elas não podem libertar almas do reino da escuridão. Elas não podem transformar pecadores. Elas não podem santificar os santos. Elas não têm nenhum efeito no reino espiritual ou no reino da escuridão. O que Paulo quis dizer com armas “carnais”? Obviamente, ele inclüiria cada instrumento usado na guerra humana normal. Paulo não estava planejando literalmente uma invasão com espadas e carruagens no arraial do inimigo. Ele não estava de fato pensando em usar força física em Corinto. Mas a reflexão de um momento revelará que todo tipo de dispositivo mundano e invenção humana que alguma vez foi trazido em batalha contra os poderes da escuridão é também somente um tipo diferente de arma carnal.
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liluiinlia liiiiiniiui. uigiiitiLMilON riicioiiiilisliiN, estuité^m carnal, ingenuidadecnnial inlelíjj.íneia luimima, entretenimento, produção dc espetáculo o Iodas í i s oulras inovaçfteN que silo tidas como aumento a favor do poder do evangelho, listes tipos de estratégia estão completamente na moda nesses dias. Mas todas elas são armas impotentes. Elas representam tentativas vãs de batalhas espirituais em um nível humano.
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Você pode usar esses esquemas para vender sopa e carros. Você pode usá-los em campanhas políticas ou para propósitos de relações públicas. Mas na guerra espiritual eles são totalmente inúteis. Eles são como espingardas de plástico com bolas de pingue-pongue. Eles nunca serão eficazes contra as fortalezas do maligno. Mesmo se seu trabalho for vender carros ou produtos alimentares, se você é um cristão, é um soldado em uma batalha espiritual, e para essa batalha, você precisa ser perito no uso das armas certas. Paulo disse que as armas que ele levava para batalhar eram “poderosas em Deus” (2Co 10.4); “divinamente poderosas” (NASB). Ele estava dizendo que essas armas vieram do céu - do próprio arsenal pessoal de Deus. Ele certamente não estava falando sobre esquemas e novidades projetadas para fazer sua mensagem mais comerciável. O que Paulo tinha claramente em mente não eram armas de invenção humana, mas armas divinamente ordenadas, espiritualmente poderosas. Por quê? Porque o inimigo causa pavor e, francamente, esquemas e inteligência do homem não farão o que precisa ser feito. Precisamos de armas divinamente poderosas “para destruir fortalezas” (v. 4). As fortalezas espirituais que Paulo estava descrevendo não podem ser atingidas por armas carnais. Os coríntios teriam tido um quadro claro nas suas mentes quando Paulo mencionou “fortalezas”. Ligeiramente ao sul da cidade deles e elevando-se sobre ela uma montanha volumosa, uma torre natural de pedra com uma altura acima de 548 metros, conhecida como Acrocorinthus. Nesta montanha estava uma fortaleza inconquistável, flanqueada pelo Templo de Afrodite. Desta fortaleza elevada, a acrópole de Atenas era visível a mais de setenta e dois quilômetros. A fortaleza no topo do Acrocorinthus era onde toda população de Corinto se retiraria no caso de um ataque. De lá eles poderiam facilmente se defender. Eles conheciam o valor estratégico daquela fortaleza. Era um baluarte volumoso, alto que não podia ser facilmente subvertido. Aliás, ainda hoje se eleva sobre as ruínas de Corinto. Paulo disse que as fortalezas espirituais dos poderes da escuridão são semelhantes a esta - salvo as que são espirituais e sobrenaturais. Esse tipo de fortificação obviamente não pode ser atacada com\ armas mundanas. Observe também que a estratégia de Paulo não era meramente fazer alguns tiros lentos à altura baixa nas fortalezas, mas as demolir. A expressão “destruir fortalezas” fala de trazê-las totalmente a ruínas, fazendo com que elas sejam esmigalhadas e desintegradas. SEMINÁRIO PRESB. DO NORTE I
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ü que são essas fortalezas? C) que Paulo I alaeimdo tlc lato? Ele deu a resposta muito claramente nos versículos 4 c 5: "Anulando nós solismas c toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus”. A Míblia de Jerusalém fala de destruir “raciocínios presunçosos”. A Almeida Revista e Corrigida diz: “destruindo os conselhos”. A palavra grega é logismos, que significa opiniões, cálculos ou raciocínio. O único outro lugar em que a palaVra se encontra no Novo Testamento é Romanos 2.15, em que é traduzida como “pensamentos” e descreve o processo de raciocinar para dar uma desculpa. Em outras palavras, as fortalezas que Paulo estava descrevendo são sistemas de convicção corruptos, filosofias sinistras, falsas doutrinas, cosmovisõcs malignas e todo sistema maciço de falsidade. Obviamente, se estivermos em uma batalha pela verdade, as fortalezas que precisamos demolir são os bastiões das mentiras - pensamentos errôneos, idéias más, falsas opiniões, teorias imorais e falsas religiões. Estes são fortes ideológicos - fortes filosóficos, fortes religiosos - fortalezas espirituais feitas de pensamentos, idéias, conceitos, opiniões. Neste tipo de fortaleza ideológica, as pessoas pecadoras tentam se esconder e se fortaleceij contra Deus e contra o evangelho de Cristo. A guerra espiritual segundo a descrição de Paulo é então ideológica em vez de mística. Nossos inimigos são demoníacos, mas a guerra contra eles não é empreendida comandando-os, traçando a localização física deles, invocando palavras mágicas para subjugar, reivindicando autoridade sobre eles, ou quaisquer das outras táticas comuns às quais algumas pessoas normalmente se referem como “guerra espiritual”. Nós não estamos lutando contra demônios em uma confrontação face a face, ou numa conversa de espírito para espírito, ou numa comunicação verbalizada. Nós os atacamos demolindo suas fortalezas de mentiras. O inimigo inventou fortalezas sólidas de falsidade. Nós atacamos essas ideologias. Nossa guerra é contra “espíritos enganadores” e “ensinos de demônios” (lTm 4.1). Nós empreendemos essa guerra atacando os sistemas dc mentiras primorosamente construídos dos demônios - demolindo as fortalezas, não tentando comandar os próprios espíritos. Em 1 Coríntios 3.19,20 as fortalezas inimigas são chamadas “sabedoria deste mundo” e “pensamentos dos sábios”. Estes são os vários sistemas de pensamento que as pessoas levantaram contra o conhecimento de Deus. Romanos 1 descreve o curso que a humanidade seguiu pelo pecado. Embora a verdade da existência e do poder infinito de Deus esteja claramente visjvel na criação (Rm 1.20), a humanidade pecadora se vírou contra Deus, suprimiu o conhecimento de Deus, aceitou pensamentos tolos e fúteis, “pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira” (vv. 21-25). Toda ideologia mundana que se opõe a Deus, a Cristo e à Bíblia está arraigada nessa mesma rebelião e é gerada do inferno. É contra isso que nós guerreamos. Falsas religiões. Filosofias humanísticas. Racionalismo secular. Essas são as coisas elevadas o s
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Isso levanta uma pergunta crucial: quais, precisamente, silo nossas ai i i i i i n V Sc as lorlnlczas silo construídas dc "solismas e toda altivez que se levante conlin
0 conhecimento de Deus” (v. 5; pensamentos, conceitos, opiniões, ideologias, filosofias), parece óbvio que o único poder que destruirá tais coisas é o podei da verdade. Deveras, quando o apóstolo Paulo listou a armadura da guerra espiritual em Efésios 6.13-17, ele nomeou apenas uma arma ofensiva na panóplia: “a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (v. 17). O podei dc 1)eus para salvação é somente o poder do evangelho (Rm 1.16; cf. 1Co I I ) Em outras palavras, “as armas da nossa milícia” são os instrumentos da verdade. A Palavra de Deus. evangelho. A sã doutrina. A verdade da Iiseritui a O fato simples é que voce não pode empreender nenhuma batalha espiritual com frases mágicas e palavras secretas. Você não subjuga demônios somente gritando com eles. A propósito, não tenho nada para dizer a um demônio. Não tenho interesse em falar com eles. Deixe que o Senhor faça isso (cf. Jd Por que eu desejaria mesmo comunicar com espíritos maus? Mas eu tenho muito que dizer a pessoas que se entrincheiraram em fortalezas de mentira:; demoníacas. Eu quero fazer tudo que posso para demolir esses palácios de mentiras. E a única coisa que me equipa para fazer isso bem é a Palavra de Deus A guerra espiritual é tudo sobre demolir mentiras malignas com a verdade l Jti lize a autoridade da Palavra de Deus e o poder do evangelho para dar às pess()as a verdade. E isso que vai derrubar as fortalezas da falsidade. Esta é a natureza real da guerra espiritual. E exatamente isso que Paulo descreveu em 2 Coríntios 10. O que todo isso tem a ver com liderança? Uma das qualificações fundamenlais para liderança espiritual é um conhecimento da verdade, uma habilidade de reconhecer men- , Princípio de Liderança 22 LIDER SABE DISCERNIR Iiras, e a perícia de usar a verdade para refutar as mentiras. Um líder sabe discernir. Uma das exigências fundamentais que Paulo listou para os anciões na igreja era que eles estivessem muito apegados “à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenhafmj poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencei os que o contradizem” (Tt 1.9). Uma pessoa que não tem condição de entrar numa guerra espiritual desse nível simplesmente não é equipada para liderar bem. Além disso, você não pode ser um bom líder e evitar a guerra. Conforme a vida que Paulo demonstrou, quanto mais eficaz você é como um líder, mais o inimigo trará a batalha a você. Esta é a natureza da liderança. Nós não podemos, pois, liderar bem ou lutar bem a batalha a menos que aprendamos a Escritura e adquiramos a habilidade de usar a verdade de Deus para responder às mentiras
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Mentiras se rendem somente í\ verdade. A relvliflo termina quando a verdade prevalece. Se você for um líder que também c um cristSo, pode nílo perceber isto, mas está engajado em uma guerra espiritual. Você precisa estai armado. Precisa conhecer a Palavra de Deus. E precisa desenvolver habilidade para utilizá-la contra as mentiras do maligno.
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UM OBREIRO APROVADO LIDERANÇA MANTIDA A UM PADRÃO BÍBLICO \I
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Como não ser desqualificado
estes capítulos finais, contemplaremos o que qualifica alguém pina liderar. Porém, começaremos olhando para uma armadilha comum que pode desqualificar facilmente uma pessoa de ser líder mesmo depois dela ter feito um bom começo. Esta é uma armadilha que provave 1men causou a queda de mais líderes do que qualquer outro perigo: a falta ile disciplina pessoal. Pessoas naturalmente talentosas acham às vezes difícil manter a disciplina O músico que tem habilidade superior poderia tocar bem sem muita prátic a O atleta talentoso poderia jogar bem sem trabalhar tão duramente quanto o:, colegas da sua equipe. Um artista com habilidades extraordinárias poderia não ter que trabalhar muito para sobressair. Por esta razão, alguns dos mais talentos»>s indivíduos no mundo também são os mais indisciplinados. Freqüentemente observamos a evidência chocante disso nos estilos de vida de celebridades e heróis do esporte. Paulo era um líder natural supremamente talentoso. Podemos deduzirIsso do fato que, até mesmo como um jovem, foi-lhe designada a superintendêneia da campanha do Sinédrio contra os cristãos (At 7.58). Em Atos 26.10, recontando sua oposição feroz ao evangelho antes de conhecer Cristo, ele disse: “I lavendo eu recebido autorização dos principais sacerdotes, encerrei muitos dos santo:, nas prisões; e contra estes dava o meu voto, quando os matavam”. O fato de que ele pudesse votar sugere fortemente que provavelmente fosse um membro do Sinédrio, o mais alto conselho governante em todo o Judaísmo. Atingir tal estatura sendo tão jovem fala de um intelecto fascinante e dons superiores. E, contudo, nós já vimos prova abundante que o apóstolo Paulo não era alguém para se basear nas suas próprias habilidades naturais, coragem intelectual ou dons da liderança. “Trabalhei muito maiâ do que tódos eles”, eli disse em 1 Coríntios 15.10, “todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo”. E, conseqüentemente, Paulo realçou para nós outra qualidade crítica, indispensável e supremamente importante que todo líder tem de preservar: I hn líder é disciplinado.
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() autocontrole é absolutamente vilnl ao ê\ilo duimloiiro cm c|iiuli|iiei empenho de vida. Muitas pessoas atingem um grau de piec-minôncia só pela força do talento natural. Mas os líderes reais, inlluentes sflo aqueles c|ne se dedicam à disciplina pessoal e tiram o máximo de seus dons. Àqueles que falta totalmente o autocontrole invariavelmente falharão, e eles perdem o exemplo de integridade tão essencial ao melhor tipo de verdadeira liderança. O apóstolo Paulo, como já vimos muitas vezes, estava absolutamente certo do seu chamado. Ele defendia com confiança seu apostolado quando outros atacavam sua autoridade. Ele não tinha nenhuma dúvida que fosse sobre seu lugar legítimo como um líder. Afinal de contas, ele foi chamado de um modo extraordinário para uma função sem igual. Paulo indicou que o Cristo ressuscitado até mesmo apareceu a ele em forma física (1 Co 15.8; cf. At 23.11). Aliás, o encontro pessoal de Paulo com o Senhor glorificado foi tão notável e tão singular que ele apontou para isto na defesa do seu apostolado (ICo 9.1). Paulo também tinha a mesma habilidade que Jesus deu aos Doze para produzir milagres, sinais e maravilhas (2Co 12.12; cf. Mt 10.1). Não surpreende que Paulo estivesse tão seguro do seu chamado. Deus o havia separado e ordenado especificamente para sua função missionária e seu ofício apostólico. O chamado e aprovação de Paulo por Deus ficaram claros a todos. Na verdade, a comissão apostólica de Paulo era repetidamente confirmada de tantos modos poderosos e dramáticos que até mesmo os mais determinados esforços de muitos falsos apóstolos intrigantes não puderam ter êxito em desqualificá-lo. E, mesmo assim, o próprio Paulo falava com grande apreensão sobre a possibilidade dele ainda ser desqualificado. Poderíamos esperar que Paulo fosse tão confiante na sua chamada, que ele nunca levaria em consideração qualquer medo de fracasso final. Paulo, como todas as pessoas, não deveria ser imune de ansiedade sobre o risco de ser declarado inelegível? Mas ele escreveu sobre esta preocupação do modo mais honesto e explícito. Paulo retratava a vida freqüentemente como uma competição atlética com a execução de uma corrida (At 20.24; G12.2; 5.7; Fp 2.16; 3.13,14; 2Tm 2.5). Ele estava determinado a ganhar a corrida. Ele não queria tropeçar ou se desmoronar antes de alcançar a linha da chegada. Em 1 Coríntios 9.24-27, ele escreveu estas palavras, que dão compreensão clara e maravilhosa ao coração de um verdadeiro líder: Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o
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illewiccHs. lodo allotn em 11uIo hc domina; aqueles, puni nleiiiiçni uma coro» corruptível; nós, porém, n Incorruptível. Assim corro também eu, nílo sem meta; assim luto, nflo como desferindo golpes no ar. Mas esmurro o meu corpo e o redu/o ;1 escravidAo, paia que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a sei desqualificado.
A palavra grega traduzida “desqualificado” no versículo 27 é adokimos I ala de ser rejeitado, eliminado por uma violação dc regra, desaprovado. I .1 mesma palavra traduzida “réproba” na versão K.ing James de Romanos I ’H (“Deus os entregou a uma mente réproba”). Paulo estava descrevendo o tipo de eliminação vergonhosa, infame, pessoal que acontece quando um atleta é encontrado deliberadamente trapaceando ou violando de outra maneira a:, regras da corrida. Obviamente, Paulo não tinha nenhum medo de que seus inimigo:, pudessem desqualificá-lo com seus ataques sobre as credenciais apostólica:, dele. Ele resistiu a todos esses ataques com suprema confiança e convicção, como já observamos. Mas ele estava falando sobre um tipo completamente diferente de desqualificação. Ele estava dizendo que não queria.se/’inelegível Ele não queria cair com estrépito, queimar-se moralmente e sei espiritualmente desqualificado. Esse é um perigo sério para todos na liderança. A confiança do líder na sua própria chamada deve ser emparelhada e equilibrada por um medo sagrado de fracasso espiritual pessoal. Líderes são expostos a tentações singulares e sem igual. Por causa da posição crítica que têm, eles enfrentam ataque:, extraordinários dos poderes da escuridão. O orgulho tem sido uma armadilha característica para muitos; uma falta de pureza e autocontrole levou outros a r afundarem. A falta moral e pessoal tem sido a queda de muitos em liderança, Tudo isso tem sua origem na falta de disciplina. A força de Sansão foi superada por causa da sua própria falta de autocontrole. A sabedoria de Salomão foi comprometida pela sua luxúria. I .e Davi, um homem segundo o próprio coração de Deus, pôde sucumbir à luxúria dos olhos e cometer adultério e assassinato, nenhum líder jamais deveria :;e sentir imune a fracasso pessoal. Paulo certamente não sentia. Para falar a verdade, essa foi a grande preocupação de Paulo sobre seu próprio papel como um líder. Ele não queria se desqualificar da,corrida. Iínlao se disciplinou, conteve seus desejos carnais e trouxe seu próprio corpo à sujeiçai t, de modo que o tempo nunca viria, depois de ter pregado a outros, quando ele próprio seria desqualificado. Ele mantinha seu olhar no prêmio (Fp 3.13,14), Ele se exercitava na religiosidade (1 Tm 4.7). E correu a corrida com resistência (Hb 12.1).
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Competindo pelo prêmio Por que, afinal, participar de uma corrida, a menos que você esteja correndo para ganhar? Nenhum verdadeiro competidor quer terminar em segundo lugar. Hoje em dia rjós temos muitas “corridas divertidas” e maratonas que atraem milhares de corredores amadores cuja única meta é terminar a corrida. O prêmio, que eles estão tentando conseguir é a satisfação de completar a corrida (mesmo que terminem bem ou não). Não há nada errado em uma corrida para pura recreação. Mas em uma verdadeira competição atlética, a meta é ganhar. E Paulo retratava tudo da vida e do ministério como uma competição de verdade, não uma corrida divertida. Ele levava a competição seriamente e vivia adequadamente. Os coríntios entendiam a competição atlética tão bem quanto qualquer viciado por esporte hoje. Desde o tempo de Alexandre, o Grande, o atletismo tinha dominado a sociedade grega. Os dois eventos atléticos mais importantes eram os jogos olímpicos acontecendo a cada quatro anos em Atenas e os jogos istmianos, que aconteciam de dois em dois anos (na primavera do segundo e quarto anos da Olimpíada), em Corinto. Os jogos istmianos estavam entre as atrações mais famosas da cidade. Todos em Corinto sabiam algo sobre o atletismo. E uma coisa que todos sabiam era que, para conseguir o prêmio, a pessoa tinha de ganhar a corrida. Nos jogos istmianos, o prêmio era uma coroa feita de folhas de pinheiro. Mas junto com isso vinha a fama e grande honra. Os vencedores eram venerados acima de todos os outros na sociedade, exatamente como acontece hoje na nossa sociedade com os heróis do esporte. Todos os jovens em Corinto sonhavam em ganhar o prêmio. Eu era um atleta no colégio e na faculdade. Fazia parte do time de futebol americano, beisebol e corrida. Eu sempre competi para ganhar. Isso era minha vida inteira naquela época. E consegui alcançar um degrau moderado de sucesso atlético. Quando penso nos sacrifícios que estava disposto a fazer para correr em um campo de futebol americano com um pedaço de porco debaixo do braço, parece quase inconcebível para mim hoje. Observe o que Paulo disse sobre atletas terrestres: “Eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível” (ICo 9.25 ARC). Uma coroa de folhas de pinheiro. Algo que não era nem mesmo confortável. Hoje, o prêmio mais prestigiado para um corredor é uma medalha olímpica de ouro. Informaramme que o material do qual elas são feitas vale aproximadamente 110 dólares. Estes prêmios são perecíveis. Eles têm pouco valor intrínseco. Até a& recompensas intangíveis são efêmeras. E mesmo assim os atletas fazem sacrifícios surpreendentes para os ganhar. Quando eu estava na faculdade, os atletas escolares não recebiam nenhum pagamento. Na minha escola não havia nem mesmo qualquer amenidade que acompanhasse uma bolsa de estado atlética. Mas havia quadro de recordes no ginásio da escola, e era o desejo de todo atleta colocar seu nome naquele quadro.
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Mas então apenas um ano depois voltei para um evento dc bacharéis e eu olhei para o quadro e notei que vários dos meus recordes já tinham sido quebrados. Isso teria despedaçado suficientemente o coração, mas quando voltei alguns anos depois, o quadro havia sido retirado. Não muito depois, a escola não existia mais. O sopro final para minha glória como uma atleta veio em 197 1, quando um forte terremoto derrubou meu troféu de futebol americano da estante e o quebrou de modo que não havia conserto. Minha esposa, Patrícia, varreu os pedaços e sem cerimonia os jogou no lixo. Louvores terrestres são passageiros e transitórios. E mesmo assim os atleta;; são dispostos a fazer sacrifícios surpreendentes, a longo prazo, confirmados para ganhar o prêmio. Paulo disse que se o atleta secular estiver disposto a se disciplinar a fim de ganhar uma coroa, qual preço você pagaria para conseguir “uma coroa incorruptível” (v. 25) - um que é “incorruptível, sem mácula, imarcescível” (lPe 1.4)? Paulo descreveu sua própria busca desse prêmio em Filipenses 3.1.1,14. “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço. esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” A corrida não havia terminado. Ele ainda não tinha alcançado aquilo pelo qual se esforçava. Ele estava determinado a não parar antes da marca de chegada. Olhar para trás, ainda que por um momento apenas, reduziria a velocidade desnecessariamente. Ele então manteve seu objetivo à vista se movem l(> em direção do prêmio. E isso que todo corredor tem de fazer. Durante a faculdade eu participava da corrida de revezamento, lira de 1.500 metros. Uma de nossas corridas mais importantes do ano veio no ()rany.c Country Invitational. Havia cerca de trinta e cinco faculdades e universidade . representadas, e nosso time conseguiu chegar nas finais. Era uma equipe de quatro homens. O primeiro homem precisava ser um forte corredor. Sua função era adquirir logo a liderariça. O segundo homem ei a o menos estratégico. Se ele perdesse a liderança, nós tínhamos dois corredores para compensar isto. Assim o terceiro e quarto corredores tinham que ser rápidos e resistentes. Eu era essencialmente um jogador dc futebol americano acrescentado para completar o time da corrida, então era o segundo homem Nessa corrida em particular, nosso primeiro homem fez uma corrida espetacular e me deu o bastão com uma passagem perfeita, fiz a corrida da
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iiiinlia vidn c consegui terminai minha volta num «'iii|>nl« |ttun o primeiro lugai liu l i/ uma passagem ile bastão perfeita ao terceiro corredor, que saiu de lá, já ganhando na competição. Nosso quarto homem era insuperável, então, neste momento, parecia que já tínhamos ganhado a corrida.
Mas conformè7assistimos o terceiro homem na curva do fundo, ele reduziu a velocidade de repente, parou, caminhou fora da pista e sentou na parte central7 do campo. A corrida continuou. Naturalmente, estávamos fora dela. Eu e os outros homens da equipe ficamos horrorizados. Achávamos que nosso terceiro homem tivesse tido um problema no tendão da perna ou algo parecido. Corremos pela grama central até onde ele estava se sentando, indiferentemente ajustando suas meias. “O que aconteceu? O que aconteceu?” Gritamos. Eu nunca vou esquecer da sua resposta: “Não sei; eu simplesmente não tinha mais vontade de corrér”. Confesso que meus pensamentos foram bem carnais naquele momento. Estávamos prontos a aniquilá-lo. Queríamos ganhar! Tínhamos nossos olhos no prêmio. Estava ao nosso alcance. Como poderia alguém que tinha treinado e trabalhado muito para entrar na corrida decidir naquele momento que simplesmente não sentia mais vontade de correr - e decepcionar uma equipe e uma escola inteiras? Ele obviamente não era um líder. Tenho observado ao longo dos anos que todos os líderes talentosos parecem ter um impulso inato para ganhar. Aqueles a quem falta o instinto premiado não serão líderes muito eficazes. Mas se vamos ganhar esta corrida, virá com um preço, ou seremos desqualificados.
Treinando para a competição O preço da vitória é a disciplina. Isso significa autocontrole, sacrifício e trabalho duro. Atletas nos dias de Paulo treinavam duro só para poder participar na competição. Para entrar nos jogos istmianos, os atletas tinham de se provar num treinamento durante dez meses em tempo integral. Durante trinta dias antes do evento, os atletas treinavam juntos diariamente, à vista do povo. Eles seguiam um regime inacreditável de exercício e disciplina que eliminava todos, exceto o mais dedicado. Naquela época, como agora, ser um atleta de classe mundial era um sério compromisso. Foi precisamente assim como Paulo retratou a disciplina que ele seguia como um líder do povo de Deus. Isso não era nenhum simples jogo para ele. Ele era mais sério do que qualquer atleta de corrida e campo. Desejava ganhar uma corrida que tinha muito mais significado do que qualquer esporte de arena. Portanto, precisava de mais diligência e disciplina.
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"lodo iillelu cm tildo se doniinu |mndcniçfln, autodomínio, nfto ilmln u e,uess o|", ele disse em I C'oiinlios ‘>.25. Você nflo pode interrompei oie gim e de treinamento e ganhar. Isso é verdade nflo apenas no allotismo. li verdade cm liulo. l i especialmente verdade em liderança.
Sucesso genuíno vem sempre com um preço alto. lodo atleta sabe disso íi por isso que os atletas ajustam o sono, o que comem e como treinam. Nilo c um esforço de meio período. Para aqueles que querem sobressair, c uma responsabilidade constante e ininterrupta. A disciplina tem de se tornar uma paixão. Não é uma questão simplesmente de fazer tudo que é obrigatório e evitar tudo que é proibido. Ela envolve abnegação voluntária. Um atleta tem todo direito de comer um jantar reforçado logo antes de fazer uma corrida^de cem metros. Isso é seu privilégio. Mas nrio é inteligente. E se ele não sacrificar esse direito, não vai ganhar. Paulo começou 1 Coríntios 9 fazendo essa mesma observação. Ele tinlui todo o direito a ser financiado por aqueles que ele servia (vv. 1-15). Ele tinha renunciado a esse direito por causa deles (vv. 12, 15), escolhendo tirar seu sustento como um fabricante de tendas enquanto estava vivendo entre eles (At 18.3). “Nesse caso, qual é o meu galardão? E que, evangelizando, proponha, de graça, o evangelho, para não me valer do direito que ele me dá” (1 Co 9 .18). “Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edifícam” (10.23). Ele tinha renunciado voluntariamente seus direitos apostólicos por causa dos coríntios. Por outro lado, eles estavam tão preocupados em reivindicar seus próprios direitos que estavam processando um ao outro em tribunais seculares (6.1 7). Eles estavam contaminando a Ceia do Senhor transformando-a em Tuna com petição sobre quem chegou primeiro e poderia pegar mais ( I 1.2 I ). Eles estavam tão ocupados se apegando aos seus direitos que estavam perdendo o prêmio; estavam destruindo seu testemunho e fragmentando a comunhão da igreja. Praticamente todo problema naquela igreja refletia uma falta de disciplina - uma inabilidade para se controlar e uma repugnância para renunciar aos seus próprios direitos. Eles precisaram desesperadamente seguir o exemplo de Paulo e mostrai um pouco de autocontrole. Afinal de contas, se os atletas podem se disciplinai por causa de um prêmio perecível, os cristãos certamente deveriam estai dispostos a fazer o mesmo “para alcançar uma coroa ... incorruptível” (9.25). Por que a disciplina é importante? Ela nos ensina a bperar pelo princípio em lugar do desejo. Dizer não para nossos impulsos (até mesmo aqueles que não são inerentemente pecadores) nos põe no controle de nossos apetites, e não o contrário. Isso destitui nossa luxúria e permite a vprdade, a virtude e a
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I 'urtcncemos a uma sociedade indisciplinada. () muiuloem que nós vivemos reverencia a noção dc direitos pessoais e í'az que a restrição pareça algo mau. Mas mesmo nessa cultura, aqueles que sobem à liderança normalmente são os que têm certa medida de autocontrole. Como os líderes podem desenvolver a autodisciplina em um mundo indisciplinado? Com o passo apressado da vida moderna e as camadas dé complexidade que foram acrescentadas à vida por tantas “conveniências” modernas, é possível disciplinar a si mesmo como um líder? Estou convencido de que é possível, e encontrei várias sugestões práticas que serão pessoalmente úteis para desenvolver a autodisciplina. Quando sou solicitado para discursar a líderes sobre a liderança e a autodisciplina, muitas vezes apresento esta lista:
Organize-se Comece onde você está. Limpe seu espaço. Coloque sua escrivaninha em ordem. Guarde as coisas que estão fora de lugar e jogue fora coisas que são inúteis. Deixe tudo limpo em seu ambiente. Faça uma lista de prioridades e as coloque em ordem. Então programe seu tempo de modo que tudo seja feito. Programe as tarefas mais difíceis e indesejáveis primeiro; assim você pode cumpri-las quando estiver com mais energia. Divida tarefas complexas em etapas menores, e programe cada fase do processo. Organizadores pessoais são muito úteis, caso você prefira o estilo de alta tecnologia de gerenciamento de informações pessoais baseado em computação ou a variedade de um simples caderno ou calendário. Use a sua preferência (mesmo que seja papel de rascunho), mas mantenha as coisas em um local só e siga seu plano. Se você não tem controle do seu tempo, não terá controle de nenhum aspecto da sua vida. E se você não produzir deliberadamente, no horário que planejou, sua vida será regida por crises e pessoas-problema. Você não pode ser um líder eficaz se está sempre à mercê das coisas fora do seu próprio controle.
Use o tempo sabiamente Tendo feito um plano de como você utilizará seu tempo, siga-o. Não adie. Trabalhe duro. Não desperdice tempo. Esteja ocupado. Seja pontual (Chegar atrasado nos compromissos é um desperdício irrefletido do tempo de outras pessoas bem como o seu próprio). Não permita interrupções ou diversões desnecessárias para lhe distrair das suas verdadeiras prioridades. O resumo da tolice é desperdiçar o tempo. Paulo escreveu: “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o
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lí claro que você prccisa ilc Icmpo livro também. () próprio Jesus rcconhcccu i|uc o descanso c essencial (Mc 6.31). Mas seja ory.um/ado c disciplinado nessa parte da sua vida também.
Encontre maneiras de ser edificado em vez de apenas ser entretldo Quando você tiver tempo de descanso e relaxamento, faça coisas que alimentem sua alma em vez de seus apetites carnais. Escute fitas de boa:; pregações. Encontre música que enaltece e enobrece, em vez de enchei sua mente de vaidade e tolice. Leia um bom livro. Desenvolva um passatempo qur tem real valor. Tenha uma conversa edificante com alguém que você ama. Este é um componente fundamental da verdadeira religiosidade: ()l'ci cça sua vida íntima a Deus. Especialmente em seu tempo livre se dedique á (areia de cultivar a humildade, o arrependimento, a santidade e o temor a Deus.
Preste atençã o em coisas pequenas Se você vai ser disciplinado, precisa desenvolver um hábito de pôr as coisas no seu devido lugar. Quando você vê uma armação de quadro que está torta, endireite-a. Quando vê uma erva daninha, arranque-a. Quando vê algo fora de lugar, não importa quão insignificante possa parecer, guarde-o. Coisas pequenas são muitas vezes importantes. Jesus contou uma parábola na qual o mestre elogiou um servo “porque foste fiel no pouco” (Lc 19.17). Uma falta de disciplina em questões pequenas causa com freqüência fracasso nas coisa:, grandes também. Conforme o verso infantil familiar nos lembra, reinos inteiros foram perdidos pelo desejo de um cravo de ferradura. Reciprocamente, na minha experiência, aqueles que são fiéis em coisas pequenas são as mesmas pessoas qm também são disciplinadas em questões mais importantes.
Aceite responsabilidade extra Quando você vê algo que precisa ser feito, seja voluntário. Satisfaça i necessidades de outros sempre que puder. Se apresente como um líder diligcnlt Procure maneiras de usar seus dons e recursos para o bem de outros. Isso llu ajudará a focar suas energias. Isso também lhe ajudará a cultivar o coraçílo um servo. Você provavelmente ouviu o velho provérbio: “Se você quiser que alp> seja feito, peça a alguém que esteja ocupado”. Isso é porque as prssoa • trabalhadoras são aquelas que resolvem as coisas. Apatia cria uma vidn desorganizada e indisciplinada, e aprender a abraçar responsabilidade c\li.i < uma boa cura para apatia.
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Se vocêcomeçar algo, lormine Sc você tem o hábito de começar projetos que nunca termina, isso é um sinal segurode uma vida indisciplinada. Isso volta à questão do planejamento. A boa organização inclui calcular o custo. Jesus disse que é digno de repreensão começar algo e não poder terminar (Lc 14.28-32). Por que multiplicar projetos quando você não terminou o que começou primeiro? Este hábito arruinará rapidamente a confiança que as pessoas têm em você como um líder.
Mantenha seus compromissos Da mesma maneira não diga que fará algo que você não pode fazer, e não faça uma promessa que não pretende cumprir. Jesus disse: “Seja, porém, a tua palavra: sim, sim; não, não” (Mt 5.37). Em outras palavras, sua palavra é seu juramento. E a Bíblia diz: “Quando fizeres algum voto ao Senhor, teu Deus, não tardarás em cumpri-lo; porque o Senhor, teu Deus, certamente o requererá de ti, e em ti haverá pecado. Porém, abstendo-te de fazer o voto, não haverá pecado em ti. O que proferiram os teus lábios, isso guardarás e o farás, porque votaste livremente ao Senhor, teu Deus, o que falaste com a tua boca” (Dt 23.21-23). Uma pessoa que nem mesmo guarda seus próprios compromissos é invariavelmente indisciplinada em outras áreas da vida.
Diga nã o a si mesmo de vez em quando Tenha controle de seus próprios apetites negando-se aos prazeres a que você tem direito. Pule a sobremesa. Dê um passeio em vez de tirar uma soneca. Faça alguma coisa por seu cônjuge em vez de agradar a si mesmo. Esse tipo de abnegação é precisamente o que Paulo estava descrevendo em 1 Coríntios 9.27: “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão”. Ele usou uma expressão grega que significa literalmente “golpear debaixo do olho” . Em termos figurativos, ele estava dizendo que fez do seu próprio corpo um saco de pancadas para cultivar a disciplina. Repare como Paulo retratou este quadro de autodisciplina em claros termos atléticos. Ele escreveu: “assim corro também eu, não sem meta” (v. 26). Ele sabia onde estava a meta. Ele sabia onde estavam os limites da pista. Dessa maneira, ele correu para o prêmio com determinação absoluta. Um corredor sem meta e sem limite correrá à toa e apaticamente. O líder cristão tem de manter a meta à vista e correr com persistência e com toda a sua energia. Este, a propósito, é outro princípio integral de liderança. E um parceiro perfeito para o princípio de disciplina: Um líder é enérgico. Eu nunca conheci um líder eficaz que fosse preguiçoso ou inativo. Líderes têm de ser operosos e diligentes. Isto vai de mãos dadas com muitos dos
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— Principio d e Liderança 24 UM LÍDER É ENÉRGICO
O líder, como qualquer bom atleta, não pode abandonar a pista 110 meio da corrida. Ele avança para o alvo. Na realidade, como todo atleta sabe, muitas vezes temos que avançar em meio a dores, a despeito de cansaço, sem considerar danos, contra toda a oposição, e entre todos os tipos de provação. Embora às vezes pareça esgotar toda energia do reservatório humano, o sucesso do esforço enche 0 espírilo O bom líder, semelhante ao bom atleta, às vezes tem que cavar bem no fundo e descobrir um modo de perseverar quando a perseverança parece ser impossível Paulo sabia exatamente de onde ele podia tirar essa energia: “tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.13). É por isso que ele pode dizer: “Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez” (v. 12). Ele tinha se disciplinado para correr e perseverar em todas as dificuldades, de tal modo que pudesse alcançar 0 prêmio. Aqui Paulo acrescentou outra metáfora. Ele não era apenas um atletn; era também um pugilista: “Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar” (ICo 9.26). Observe que ele não estava lutando contra um oponente imaginário. Ele estava em uma briga séria. Enquanto estava correndo, estava lutando também. Ele tinha um adversário 0 qual tinha de manter permanentemente afastado a socos, porque senão 0 oponente lhe tiraria da pista. „ Esse oponente, lembre-se, era sua própria carne - dizendo sobre as tendên cias pecadoras que são tão freqüentemente associadas com apetites corporais e luxúrias carnais. Agora sabemos por que ele tratava seu próprio corpo como um saco de pancadas. Caso contrário, sua própria carne 0 faria perder a corrida Ele estava correndo para ganhar e lutando para não perder. Em termos posil ivos, estava cultivando a disciplina de firmeza mental para manter seus olhos no prêmio e seus pés movendo na direção certa. Em termos negativos, ele eslav;i cultivando a disciplina de autocontrole para impedir que sua própria carne pecaminosa lhe custasse a corrida. Todo atleta sabe como é esta luta. Todo bom atleta tem de manter seu corpo sob controle. Ele não pode estar acima do peso e tem de_ser saudável Ele nutre seu corpo, exercita-o para manter a forma e o trabalha para criar músculo. Ele fica no controle do seu corpo. A maioria das pessoas, pelo contrário, é controlada pelos seus corpos: Seus corpos ditam a suas mentes o que fazer. “Alimente-me mais. Não me canse. Me dê prazer. Me dê descanso”. E por isso que 0 princípio do pecado é
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chamado “u carne” ao longo das epístolas pauliiuis. Não c qm- o próprio corpo seja inerentemente maligno. Mas desejos maus são muitas vc/cs associados com o corpo. Então Paulo nos admoestou dizendo: “pelo Espírito, mortificardes os feitos dô corpo” (Rm 8.13) e “[crucifique] a carne, com as suas paixões e concupiscências” (G1 5.24). O atleta tem duas coisas ao seu lado: Primeira, ele sabe subjugar o corpo;7 e segunda, ele tem a firmeza mental para continuar a buscar sua meta. Paulo estava dizendo que a disciplina que faz um grande atleta é a mesma necessária para um líder eficaz. Porém, disse ele, isso é uma disciplina perpétua. Se você afrouxar ou se render antes de chegar à marca do final, tudo será perdido. E por isso que nós temos de avançar (Fp 3.13,14) e correr com resistência (FIb 12.1).
Terminando a corrida Para Paulo, a paixão para terminar bem a corrida nunca esteve longe da vanguarda dos seus pensamentos. Ele falou para os anciãos de Efeso, “me esperam prisões e tribulações. Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério” (At 20.23,24 ARC). Quando escreveu para as igrejas na Galácia, ele os repreendeu com estas palavras: “Vocês corriam bem. Quem os impediu de continuar obedecendo à verdade?” (G1 5.7 NVI). Ele também lhes recontou como tinha defendido o evangelho seriamente, “para, de algum modo, não correr ou ter corrido em vão” (G1 2.2). Ele encorajou os filipenses a perseverarem na Palavra da vida, “para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente” (Fp 2.16). Ele lembrou a Timóteo que “nenhum atleta é coroado como vencedor se não competir de acordo com as regras” (2Tm 2.5 NVI). E em 1Coríntios 9, Paulo explicou que esta era a mesma coisa que motivava sua autodisciplina cuidadosa, inexorável: “para que... não venha eu mesmo a ser desqualificado” (v. 27). Isso é verdade para qualquer líder, não somente pastores. A maior das ironias é o líder que se desqualifica depois de ter procurado influenciar outros. Paulo tirou esta metáfora de desqualificação diretamente dos jogos istmianos. No início dos jogos, um arauto entrava no estádio com grande esplendor. Uma trombeta soava a fim de chamar a atenção de todos. Então o arauto se levantava numa plataforma. Ele anunciava a competição, lia os nomes de todos os concorrentes e proclamava as regras. E claro que as regras eram absolutas e comprometedoras. Qualquer infração significava desqualificação imediata. Paulo disse que ele não desejava ser a pessoa que proclamava as regras para depois ser desqualificado violando-as.
(itiitiii niiu mu iluni|iinlilli iiiIii IM Não liillnm l l i l c Hi ir,l.lo:. que li/ciiim piiH l-. imciiU' i.v.o Mc. |imi >( m começai hem, e alguns ate apresentam sinais dc excelência durante um tempo Mas nflo Icrniinam bem. I les deixam sua própria carne entrai no enminho, «síio desqualificados, até mesmo depois de pregarem a outros. Alguns caem lóra porque preferem uma vida sossegada em ve/, de provações da lidei ança Outros são colocados 110 banco por intermédio da providência divina. Muito:, são publicamente desonrados depois de terem envergonhado a causa de ( i isto de maneiras repreensíveis. Eles são quase sempre desqualificados por oun.su da sua própria falta de disciplina. Paulo não queria que isso acontecesse com ele. Aliás, o anseio para terminai bem se tornou a obsessão principal da sua vida. Ele queria ganhar a corrida para a glória e honra de Cristo^
E ele de fato terminou bem. Ele viveu uma vida triunfante apesar de todas as suas muitas provações. Pela maioria dos relatos, ele foi decapitado por ordem de Nero na estrada ostiana perto de Roma. Paulo sabia que seu martírio em iminente, e, logo antes de morrer, escreveu esta despedida clássica ao seu discípulo Timóteo: Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda (2Tm 4.6-8). Que essa possa ser nossa herança também.
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Capfiiilo 11
Quem é capaz de liderar?
lmejando ser fiéis ao Novo Testamento, temos de reconhecer qm o Senhor estabeleceu líderes na sua igreja - pastores e presbíteros. I-le são os exemplos de liderança espiritual para todas as pessoas; c se eles não forem líderes exemplares, algo está seriamente errado. As qualificações para presbíteros e líderes da igreja não são somente pani eles. Essas qualidades são designadas especialmente para eles porque estabelecei i> os padrões para todos. “Como é o povo, assim é o sacerdote” (Os 4.9). O que o pastor e os presbíteros devem ser é o modelo para todos os cristãos. E os princípio-que são verdades para líderes na igreja também são princípios bons para todos os cristãos aplicarem em qualquer posição de liderança. Portanto, temos de olhar para o que Deus requer desses líderes-modelo para saber o que afinal é requerido de todo líder. Começamos o primeiro capítulo deste livro observando que a sociedade moderna está sofrendo uma escassez severa de verdadeiros líderes. O problema está intimamente relacionado ao declínio moral dramático que tem corroído sistematicamente as bases da nossa cultura desde (pelo menos) os anos sessenta. A sociedade ocidental já não valoriza mais o caráter - integridade, decência, honra, lealdade, veracidade, pureza e outras virtudes. Uma olhada na programaçãi > típica da televisão no horário nobre mostra imediatamente o que o mundo pensa a respeito de tais qualidades. Elas foram descartadas. No lugar delas, a sociedade moderna tem abrigado valores novos e diferentes: egoísmo, rebelião, rude/a pronunciamentos profanos, irreverência, licenciosidade, intemperança e quase todo o tipo de decadência. Não é à toa que é difícil encontrar a integridade. Tristemente, neste momento, o que é verdade no mundo é também verdade na igreja. Isto não é nenhum segredo. Eu estava olhando recentemente um catálogo de um varejista de livro cristão e notei quantos títulos foram publicados durante última década, que tratam da crise de integridade em liderança cristã. A capa do catálogo esboça meia página de livros no assunto. Está claro que há um sentimeiiU> geral entre os cristãos de que o fracasso é epidêmico entre seus líderes. Alguns segmentos da igreja visível parecem ter abandonado o esforço para encontrar homens de integridade para os liderar. Li recentemente um
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artigo no jornal secular sobre um pastor famoso que renunciou, sob prossflo, quando suas,falhas morais e financeiras se tornaram notícias da primeira página na sua comunidade. Quatrocentas pessoas da sua igreja saíram e começaram uma nova congregação para poder chamá-lo para ser novamente o pastor deles. Eles disseram que amavam o fato dele ser tão “humano”. Uma mulher disse que ela achou que o escândalo o tinha equipado para ser um pastor melhor. 7 Essa não é uma situação única. Alguns anos atrás, outro pastor preeminentc que deixou sua igreja depois de um escândalo sexual sórdido foi contratado imediatamente por uma das maiores igrejas no país para fazer parte do seu corpo docente. Dentro de duas semanas depois que o escândalo chegou às notícias nacionais, ele estava novamente pregando no púlpito de uma megaigreja. Padrões mundanos estão entrando gradualmente na igreja. A moda prevalecente na comunidade cristã hoje é que ninguém é realm ente desqualificado da liderança cristã, mas o líder desonrado que está disposto a fazer um espetáculo público de remorso deve ser restabelecido para uma posição de preeminência o mais rápido possível. Isto significa que em alguns círculos a imoralidade sexual e a infidelidade matrimonial já não são julgadas como pecados desqualificados para um pastor. Conheço homens que arrastaram suas igrejas através de tipos mais grosseiros de escândalo público sem perder uma única semana no púlpito. Outros se afastam um pouco para “reabilitação” e “conselho”, mas então retomam a função de liderança. Tristemente, isto se tornou trivial, porque muitos na igreja têm reagido à crise de liderança diminuindo as expectativas em relação aos seus líderes. A que distância estamos do padrão do Novo Testamento! Repare que em todas as listas de qualificações que o apóstolo Paulo apresentou aos líderes da igreja, a primeira e mais indispensável qualificação para homens em liderança era que eles fossem “inculpáveis” (lTm 3.2,10; Tt 1.6,7). Paulo empregou uma palavra grega que significa “acima de repreensão” - inculpável, puro, irrepreensível. Literalmente, significa “não sujeito a nenhuma acusação”. É claro que o termo não fala de impecabilidade; ou ninguém estaria qualificado (1Jo 1.8). Não desqualifique as pessoas de liderança com base nos pecados que elas cometeram antes da conversão; ou o próprio Paulo seria desqualificado (lTm 1.12-16). Mas descreve uma pessoa cujo testemunho cristão é livre de manchas escandalosas - alguém que é reto, sadio em caráter e sem nenhuma marca moral séria. Simplesmente posto, significa que líderes têm de ter uma reputação de integridade inatacável. A igreja primitiva via nos líderes os mais altos padrões de ética. Em nenhum lugar isso está mais claro na Bíblia do que em Atos 6, em que Lucas registrou como os primeiros líderes eram marcados e escolhidos pelos irmãos crentes para assistir no trabalho dos apóstolos. O próprio Cristo, é claro, já havia escolhido e designado os apóstolos (Jo 15.16). Mas lembre-se que, apenas no Pentecostes, três mil pessoas foram
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acieseenladas Ai|'H-|ii (Al .VII ). ( hilros tiiicii mil homouN'(e picsiimivelincnle muito mais das suas famílias) loram acrescentiuloN cm Atos 4.4 Vlslo que sabemos que muitos ostavam sondo acrescentados á igreja diariamente, pmvi e que a igreja em Jerusalém cresceu rapidamente incluindo pelo menos dtv mil crentes (e muito provavelmente mais que duas vezes isso). Obviamente, o tempo logo veio quando as responsabilidades de liderança na igreja eram mais do que os doze apóstolos puderam suportar. Alguém disse uma vez que os cristãos ficam muito não-eristíios quando se organizam. As vezes isso parece ser verdade. Mas Atos 6 revela como as coisas devem ser na igreja. Obviamente, a igreja primitiva estava tendo um impacto principal na comunidade judaica em Jerusalém. Multidões estavam se convertendo A !é em Jesus Cristo. Um espírito fascinante de amor e harmonia existia entro os cristrtos Porque na Jerusalém do primeiro século havia pessoas sem posse o que estavam de passagem, a comunidade dos crentes era a dos que “tinham tudo em comum Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, a medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânime', no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração” (At 2.44-46). A primeira sugestão de qualquer controvérsia na igreja aparece cm Alo 6.1, em que Lucas escreveu: “Ora, naqueles dias, multiplicando-se o mimem dos discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária”. Havia dois grupos de pessoas na igreja primitiva. Considerando que a igi e ja começou em Jerusalém, praticamente todos os primeiros crentes eram jtideus Mas alguns eram hebreus e outros eram helenistas. Os hebreus Calavam aramaico, derivado do hebraico. A maioria deles eram nativosjudeus. ( )s holemslas eram judeus que tinham adotado o idioma e estilo de vida dos gregos. A maioi ia deles era da Ásia Menor, África do Norte e diversos lugares ao longo do impei io romano. Mas eles permaneciam leais à religião judaica e voltavam em massa para Jerusalém todos os anos para o período da Páscoa e Pentecostcs. Muitos que foram convertidos sob a pregação de Pedro no Pentecostcs ciam então helenistas. Muitos deles aparentemente permaneceram em Jerusalém pai a se tomar parte da comunidade cristã. Uma das principais razões práticas pelas quais a igreja primitiva se tornou um corpo tão afetivo e altruísta cra a obrigação de satisfazer as necessidades coletivas desta grande comunidade imigrante Obviamente, com tantos crentes de dois principais grupos de cultura, as pessoas tenderiam a se associar com o grupo de seu próprio idioma Além disso, os hebreus foram ensinados a considerar os judeus helenísticos com um grau de suspeita, porque cies achavam que estos tinham sido poluídos pela cultura estrangeira. O apóstolo Paulo disso que, antes da sua eonvcisao, uma
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ilas coisas que mais lhe davam orgulho é que ele era “hcliieu de hehreus" ( I p .5.5) não um judeu helenístico. Embora tivesse nascido em Tarso, na ( ilíeia (uma nação pagã), ele foi criado em Jerusalém, aos pés de Gamaliel, um i íf ido rabino fariseu e hebreu. Os hebreus tinham uma tendência a pensar que
0 , hclenistas não eram verdadeiros judeus, porque não tinham permanecido leais à terra e às tradições de Israel. Conseqüentemente, naquele atrito cultural 1 lavam as criações de um conflito potencialmente sério. “A distribuição diária” se refere à prática dos apóstolos de distribuir comida, dinheiro e outros recursos àqueles em necessidade (At 4.35), especialmente às viuvas. Os judeus gregos eram, sem dúvida, a minoria; e Lucas disse que alguns deles começaram a sentir que as necessidades das viúvas do seu grupo estavam sendo negligenciadas. Obviamente, uma reclamação desse tipo pode se tomar uma cunha que divide a igreja com facilidade. Segundo testemunhará qualquer líder da igreja, uao importa quão insignificantes tais murmurações podem parecer, sempre têm o potencial para grandes danos. Nesse caso, pode ter sido verdade que algumas das viúvas gregas estavam sendo negligenciadas. Obviamente, não era intencional, mas a situação precisava ser corrigida. Então os apóstolos responderam depressa. Lucas descreveu o que aconteceu: Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas. Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra. O parecer agradou a toda a comunidade; e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. Apresentaram-nos perante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé (At 6.2-7). A igreja havia crescido demais para doze líderes. Uma comunidade tão grande necessitava desesperadamente de mais superintendência e mais organização. Assim os apóstolos propuseram um plano para o povo designar homens religiosos com reputação excelente a se juntarem e “servir às mesas”, querendo dizer que esses homens agora supervisionariam a distribuição de comida e dinheiro àqueles em necessidade. Sete homens seriam separados para servir em uma posição de liderança subordinada. Eles foram designados a servir, que normalmente é a função de um
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Pluralidade O padrão claro do Novo Testamento para o governo da igreja é uma pluralidade de homens ordenados pelo Senhor, que lideram juntos o povo dc Deus. A igreja não será dirigida por ditadores, autocratas ou regentes solitários. Desde o começo, a supervisão era compartilhada por doze apóstolos e vemos aqui que, quando eles designaram os líderes subordinados, esses homens também funcionaram como um time.
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Quando Paulo c Barnabé fundaram igrejas na Ásia Menor, I ucus disse que eles promoveram “em cada igreja, a eleição de presbíteros” (Al 14.23). Paulo igualmente instruiu Tito que, “em cada cidade, constituísse presbíteros, conforme havia prescrito” (Tt 1.5). Ao término da terceira viagem missionária de Paulo, “mandou a Éfeso chamar os presbíteros da igreja” (At 20.17). Em Jerusalém, Paulo se encontrou “com Tiago, e todos os presbíteros” (At 21.1X). Praticamente toda vez que se fala em presbíteros na Escritura com relação a uma igreja, o substantivo está no plural, indicando claramente que a prática padronizada no Novo Testamento era de múltiplos presbíteros supervisionando cada igreja. Todo ministério descrito no Novo Testamento era um esforço em equipe. Jesus chamou doze discípulos. Depois da traição e suicídio de Judas, Matias foi escolhido para assumir o lugar dele (At 1.16-26). Esses doze, como apóstolos, obviamente compartilharam a supervisão na fundação e no início do ministério da igreja de Jerusalém. Quando eles começaram a levar o evangelho para “toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8), fizeram isso em grupos (At 15.22-27; G12.9). Pedro e João, juntos, dominam os primeiros doze capítulos de Atos. O foco muda para Paulo e Bamabé em Atos 13. Então Bamabé foi com Marcos e Paulo foi com Silas ao término de Atos 15. Timóteo se uniu a Paulo e Silas em Atos 16. Quando Paulo voltou a Antioquia, em Atos 18, ele levou Áquila e Priscila. Como vimos, Paulo levou Lucas e Aristarco com ele na sua viagem para Roma, embora fosse na ocasião prisioneiro do governo romano. Uma lista ampla de todos os vários companheiros e irmãos ministros de Paulo encheria uma página ou mais. Em outras palavras, o ministério da forma descrita no Novo Testamento nunca foi uma demonstração de um homem só. Isso não impede o papel de um líder dominante em cada grupo. Dentro da estrutura de pluralidade, haverá invariavelmente aqueles que têm mais influência. A diversidade dos nossos dons (IC o 12.4) significa que todas as pessoas são equipadas diferentemente. Sendo assim, uma pluralidade de líderes não necessita de uma igualdade absoluta em toda função. Até mesmo no grupo mais religioso de líderes, alguns serão naturalmente mais influentes do que outros. Alguns terão dons pedagógicos cujo brilho excede os outros. Outros serão mais talentosos como administradores. Cada um pode cumprir um papel diferente, e não há nenhuma necessidade de tentar obrigar uma igualdade absoluta de função. Por exemplo, os Doze sempre são listados em ordem semelhante na Bíblia (Mt 10.2-4; Mc 3.16-19; Lc 6.14-16; At 1.13). Eles parecem se dividir naturalmente em quatro grupos. Os primeiros quatro nomes listados sempre sSo Pedro, Tiago, João e André. O nome de Pedro sempre encabeça a lista, e os outros três são listados em ordem variada. Esses quatro dominam as narrativas
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ilos oulros nove (Ml I /, I , Mi V 17; I,?,3; 14, n ). () segundo grupo uu liii lillpe, Bartolomeu, lomé c Muteus. <) nomr «l< Filipe sempre vem primeiro na lisla, mas os outros s3o ordenados difeicntemonlc em três lugares diferentes. O terceiro grupo consiste em Tiago, ladeii (ou Lebeu, também conhecido como Judas, o filho de Tiago), Simão e Judas Iscai iotes, O nome de Tiago sempre encabeça esta lista.
Assim cada grupo parece ter tido seu líder não oficial. Pedro ora geralmente o líder e porta-voz de todos os doze. O ofício e os privilégios deles eram iguais, mas a influência e importância deles variaram de acordo com seus dons e personalidades. Nada sugere que Pedro tivesse um ofício maior que os outros. I le certamente nunca é retratado como um papa na Bíblia. Em Atos 15.19, poi exemplo, foi Tiago (“o irmão do Senhor”, de acordo com Gálatas 1.19, nflo um dos Doze) que anunciou a decisão do Conselho de Jerusalém, embora Pedro estivesse presente e testemunhado. E em Antioquia, o apóstolo Paulo resistiu a Pedro “face a face, porque se tomara repreensível” quando ele chegou a um acordo com osjudaizantes (G12.11). Claramente Pedro não tinha mais autoridade e nenhum ofício maior que os outros doze, embora fosse claramente o lidei mais forte no grupo. Como observamos, Pedro e João dominam juntos o primeiros capítulos de Atos. Mas Pedro era sempre o porta-voz e pregadoi João, claro, tinha autoridade igual, e (em parte porque ele viveu muito mais tempo) ele escreveu mais do Novo Testamento que Pedro, inclusive o evangelhi > que tem seu nome, três epístolas e o Apocalipse. Mas quando João e Pedro estavam juntos, era Pedro que sempre falava. Da mesma maneira, embora Barnabé obviamente tivesse dons pedagógicos notáveis, Paulo era sempre o membro dominante da dupla. Deve ser aparente, então, que o conceito bíblico de liderança de equipe não exige uma igualdade artificial ou absoluta. Em outras palavras, não há nada errado com uma igreja designar um pastor titular ou pastor-professm Aqueles que afirmaram de outra maneira entenderam mal a abordagem bíblica à liderança pluralista. Ainda, o padrão bíblico inegável é de múltiplos presbíteros, liderança de grupos e responsabilidade repartida-nunca governo de um homem só. E liderança por uma pluralidade de homens religiosos tem várias vantagens fortes. Provérbii 11.14 diz: “Não havendo sábia direção, cai o povo, mas na multidüo de conselheiros há segurança” . O compartilhamento do fardo de liderança também aumenta a responsabilidade e ajuda assegurar que as decisões da liderança nao são legadas ou servidas a um ego. A liderança de um homem só e governo autocrático são carimbos oficiais de cultos e falsas religiões. Embora bem apropriado para homens como
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FJorlanto, ó apropriado dizer que, quando os apóstolos primeiro designaram líderes subordinados na igreja de Jerusalém, eles designaram um time de sete.
Prioridade O fardo da necessidade pessoal na igreja de Jerusalém tinha crescido a tais proporções que os Doze, para servir a todos, tiveram de abandonar “a palavra de Deus” (At 6.2). Em outras palavras, da necessidade completamente pragmática eles foram forçados a reduzir o tempo que passavam estudando e proclamando as Escrituras. Mesmo assim, ainda não conseguiram administrar o processo de distribuição bem o suficiente para manter todos felizes. Eles sabiam que precisavam delegar o serviço a outros que pudessem supervisionar aquela tarefa e organizar melhor o processo. Eles entenderam algo a que todo líder sábio tem de se apegar, antes cedo do que tarde: você simplesmente não consegue fazer tudo sozinho. Um líder sabe como delegar. Simplesmente não é uma liderança sábia tentar administrar tudo com as próprias mãos. Líderes que adotam esta abordagem invariavelmente frustram seu povo pela microadministração, e eles sabotam sua própria eficácia se atolando em detalhes. Algumas coisas exigem sua atenção pessoal, mas a boa liderança demanda que você delegue o restante. Não há nenhum outro jeito de fazer todo o trabalho e manter sua atenção nas suas prioridades. Moisés aprendeu a arte de delegar com seu sogro. Êxodo 18.14 diz: “Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, disse: Que é isto que fazes ao povo? Por que te assentas só, e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até ao pôr-do-sol?” Moisés explicou que as ... pessoas vieram a ele para resolver Princípio de Liderar todas as suas disputas: “quando UM LÍDER SAE tem alguma questão, vem a mim, COMO DELEG/ para que eujulgue entre um e outro ~ — ~ e lhes declare os estatutos de Deus e as suas leis” (v. 16). Então o sogro de Moisés disse a ele: “Não é bom o que fazes. Sem dúvida, desfalecerás, tanto tu como este povo que está contigo; pois isto é pesado demais para ti; tu só não o podes fazer. Ouve, pois, as minhas palavras; eu te aconselharei, e Deus seja contigo; representa o povo perante Deus, leva as suas causas a Deus, ensina-lhes os estatutos e as leis e faze-lhes saber o caminho em que devem andar e a obra que devem fazer. Procura dentre o povo homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e chefes de dez; para que julguem este povo -----
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principal trahulho cia igreja, o entflo determina .1 urdem do clia pura Iodos os lideres de igreja. A ordem é clara. () ministério de serviço, embora decisivo, não é para superar a oração e o ministério da Palavra. Esse simples fato parece perdido em muitos hoje em dia. Pergunte ao típico comitê do púlpito o que eles estão procurando em um pastor e você praticamente pode garantir que a oração não estará no topo da lista. Até mesmo' à pregação não é dada sempre uma prioridade muito elevada. Submeta uma lista de candidatos para a igreja típica e ela provavelmente escolherá o candidato mais afável, gregário e sociável - alguém que está disposto a fazer muita visitação e ser anfitrião de muitas reuniões sociais da igreja, em vez de um homem que se dedica a oração e estudo. Outros procurarão um homem com talentos admi nistrativos ou empresariais, porque eles pensam na igreja como um empre endimento secular. As prioridades apostólicas foram conseqüentemente ofuscadas por outros negócios em muitas igrejas. Olhe individualmente para essas prioridades:
A oraçã o Não somos propensos a pensar em oração como trabalho. Nós tendemos a pensar em oração como inatividade. Mas não é. Orar bem é trabalho duro, e a oração é o primeiro e mais importante trabalho de todo o ministério. Todas as outras atividades ministeriais são totalmente fúteis se não forem banhadas com oração. Afinal de contas, a própria oração é um reconhecimento implícito da soberania de Deus. Sabemos que não podemos mudar os corações das pessoas, então oramos para Deus fazer isto. Sabemos que é o Senhor que acrescenta pessoas à sua igreja, por isso oramos a ele como Senhor da colheita. Sabemos que, “se 0 Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (SI 127.1). Podemos plantar e podemos regar, mas nenhum aspecto do ministério pode no final ser frutífero, a menos que 0 próprio Deus dê o progresso (cf. 1Co 3.6,7). Nossos esforços nunca podem dar fruto, a menos que sejam santificados por Deus. Jesus disse: “sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5 ). Visto que isso é verdade, não é óbvio que tudo o que nós fazemos deve ser banhado com oração? É por isso que a nossa primeira e mais essencial prioridade é a oração. Paulo escreveu: “cintes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças” (1 Tm 2.1, ênfase acrescentada). Devemos orar “sem cessar” (ITs 5.17). Somos ensinados pela Bíblia a orar seriamente, persistentemente, freqüentemente e sobriamente. Pedro disse: “Ora, o fim de todas as coisas está próximo; sede, portanto, criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações” (lPe 4.7). Esta é a primeira prioridade em todo 0 nosso trabalho.
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< >1111 Item i* liaballio duro mio eomela nenhum ei io i|iianto n i .!• > I >111 lKm loeali/ndo. Nilo e nenhuma tarefa liu il intercedei pelos outros, Mas o Il«l< i sábio nilo negligenciará esta primeira ordem de trabalho. Nada, mio imporia quilo vilal possa parecer, é mais urgente. li, portanto, nós 11CL0 devemos ileixai qiu qualquer outra coisa atropele a oração em nossa já agitada agenda díát ia
Meu conselho é começar cada dia com um tempo especifico dc oração Não deixe que interrupções ou compromissos distraiam você da sua prnm-iiu ocupação. Vá para o Senhor quando sua mente estiver Iresca. A oraçilo e trabalho bastante duro, não deixe para depois, quando sua mente estiver cansada Não desperdice suas horas mais luminosas fazendo coisas menos importantes Mas não limite suas orações às manhãs. “ [Ore] com toda oração e siíplu .1 orando em todo o tempo no Espírito e para isto vigiando com toda a persevci ai n, .1 e súplica por todos os santos” (E f 6.18).
O ministé rio da Palavra Paulo falou para Timóteo: “prega a palavra, insta, quer seja oportuno, qm 1 não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm I ' > Este dever, como a oração, é trabalho árduo. Dedicar-se ao ministério da Pala vi 1 significa passar tempo em estudo. E uma dedicação total. “Nos consagnm'mas a oração e ao ministério da palavra” (At 6.4, ênfase acrescentada). Isso pode exigir, ocasionalmente, que o pastor fiel negligencie o que paru e urgente para fazer o que é realmente essencial. Isso pode ser difícil, porque .1 demanda de ministério e liderança é muito grande. Mas nós devemos manln clara esta prioridade. Foi precisamente por isso que os apóstolos viram a necessidade de designai líderes para uma função de apoio. O tempo dos apóstolos estava sendo consuni id<> por necessidades legítimas, urgentes na igreja. Eles passavam tanto tempo servil uh > a mesa que estavam negligenciando as prioridades mais essenciais, mais eK \ .h Ia da oração e do ministério da Palavra. Algo tinha de mudar.
O ministé rio de serviço Observe que os apóstolos não consideraram a tarefa de servir mesas com< 1 alguma coisa que era dispensável. Eles não estavam dispostos a deixai poi fazer a distribuição de caridade. E não estavam sugerindo que servir as mesa estivesse abaixo deles porque eles tinham alcançado o grau de apóstolo. Ma havia muito trabalho para fazerem sem negligenciar seus deveres m a r . importantes. E por isso eles designaram homens num papel de apoio lionn n que poderiam servir ao lado deles a fnn de satisfazer todas estas necessidadi Esse é o ponto integral da liderança de servo. Nós somos servos, lidei amli > e treinando outros servos; conseqüentemente, o ministério se torna uma escola
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pnrn servos que s ü perpetua. Jesus modelou esle llpo de diseipuliulo dunmle sua vida terrestre, e ele sempre manteve o equilibi io pei leilo, nunca ncgligcn ciando a oração ou o ministério da Palavra por causa do cumprimento das ne cessidades seculares, mas nunca permitindo que as necessidades das pessoas fossem deixadas de lado.
Seguindo o próprio exemplo do seu Senhor, os apóstolos então delegaram 7 a supervisão dos ministérios de servo para “sete homens de boa reputação, eheios do Espírito e de sabedoria” (At 6.3).
Pureza Observe que os homens escolhidos para administrar essa terceira prioridade vital foram escolhidos pelo caráter e pela reputação, não por causa da sua posição social, sua experiência no mundo empresarial, suas habilidades rústicas, ou quaisquer dos outros critérios que as igrejas de hoje muitas vezes empregam ao selecionarem seus líderes. Um escravo humilde de caráter inatacável é mais satisfatório para liderança espiritual que um magnata empresarial cuja integridade é questionável. Um homem é qualificado para esta posição por causa do que ele é, não meramente por causa do que ele faz. A ênfase está sempre no caráter mais do que na habilidade. A pureza, não a personalidade, é a questão fundamental. Por que esse alto padrão? Porque tudo o que os líderes são as pessoas se tomam. Líderes espirituais estabelecem o exemplo para outros seguirem. Como disse Oséias: “como é o povo, assim é o sacerdote” (Os 4.9). Jesus disse: “todo aquele, porém, que for bem instruído será como o seu mestre” (Lc 6.40). As pessoas não subirão acima do nível espiritual da sua liderança. Era para os novos líderes serem então homens de “boa reputação” (At 6.3). Paulo disse: os líderes na igreja devem ter bom testemunho tanto dentro da igreja como entre incrédulos também (1 Tm 3.7). Os homens escolhidos para ajudar os apóstolos na liderança também tinham de ser “cheios do Espírito e de sabedoria” (At 6.3). Isso significa que eles tinham de ser controlados pelo Espírito Santo (cf. Ef 5.18) e homens de juízo sóbrio e íntegro. Todos os homens que foram escolhidos tinham nomes gregos, sugerindo que eles eram predominantemente, se não exclusivamente, da comunidade helênica. Nicolau era “prosélito de Antioquia” (At 6.5) - um pagão que havia se convertido ao Judaísmo antes de se tomar um cristão. Esta era uma expressão graciosa da unidade da igreja primitiva. Com toda a probabilidade, a maioria na igreja de Jerusalém era de hebreus e, contudo, eles reconheceram a liderança religiosa dos seus irmãos helenísticos. Assim, uma brecha potencial foi tratada, e a igreja voltou a operar com suas prioridades em ordem.
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< >s sete homens lomm postos clinnlc dos apóstolos, loi i i i mIi i h ii U- ordenad e colocados 110 trabalho (v. 6). Os apóstolos sc dedicaram novamente AoraçAo c ao ministério da Palavra. Entâo, “crescia a palavra dc Deus, o, em Jei usalem, sc multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé” (v. 7). O zelo da igreja parece ter sido revigorado c sua iniluôncia expandida pela eficiência da nova organização. Afinal de contas, isso deu aos apóstolos uma nova liberdade para fazer o que foram chamados a fazer. Desencadeou se a Palavra de Deus. Não é à toa que houve crescimento surpreendente, I o impacto do ministério evangélico da igreja atingiu diretamente o templo Uma renovação começou entre os sacerdotes. Como resultado, muitos (los mesmos homens que foram os oponentes mais amargos de Cristo durante seu ministério terreno foram convertidos à fé cristã. Tudo isso enfatiza a importância suprema de ter o tipo certo dc líderes Mero talento nunca poderia ter uma influência tão poderosa. Isto não ci a sobre estilo, estratégia ou fluxogramas. Era sobre escolher homens de caráter paia liderar o povo de Deus, de modo que o trabalho do ministério fosse executado da maneira correta, pelas pessoas certas, dedicadas às prioridades certas. Voltamos ao nosso ponto de — - — partida. A liderança é tudo sobre Princípio de Lideran caráter — honra, decência, UM LÍDER É integridade, fidelidade, santidade, SEMELHANTE A CF pureza moral e outras qualidades ~ — _ semelhantes a estas. Todas essas virtudes podem ser unidas e resumidas em uma deelaraçAo final. Isso preenche e perfeitamente resume toda exigência fundamental de um verdadeiro líder: Um líder é semelhante a Cristo. Omodelo perfeito de verdadeira liderança, naturalmente, é o Grande Pasloi. o próprio Cristo. Se isso não o faz se sentir desmerecedor, você perdeu toda .1 questão. Como Paulo, deveríamos dizer: “Quem, porém, é suficiente para eslas coisas?” (2Co 2.16). Nós já sabemos a resposta: “A nossa suficiência vem de Deus” (3.5),
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IV
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EPÍLOGO
Capítulo 12
A medida do sucesso de um líder
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e julgássemos o sucesso por padrões mundanos, alguns poderiam m -i inclinados a avaliar a carreira de liderança de Paulo como um Ii .k .i i > desprezível e uma decepção amarga. Nos dias finais da sua vida, qimiul< ■ Paulo escreveu 2 Timóteo, Lucas era praticamente seu único contato com o mundo externo (4.11). Paulo estava preso em um calabouço romano, lumciult o frio feroz do inverno vindouro (vv. 13, 21), e sem qualquer esperança dc 1 livrar da pena de morte que tinha sido imposta a ele. Ele sofreu por causa do desprezo sádico dos seus inimigos. Ele foi até mesmo abandonado ou notado por alguns dos seus amigos mais íntimos. Ele escreveu: “estás ciente dc- qtn todos os da Ásia me abandonaram” (2Tm 1.15). “Ásia” se refere à Ásia Menor onde Paulo tinha focalizado seu trabalho missionário. Efeso, onde Timóteo pastoreava, era a capital daquela regirto Portanto Paulo não estava dizendo a Timóteo nada que este já não soubesse em primeira mão. Naquele período de perseguição feroz, a associação com Paulo tinha ficado tão custosa que todos, exceto alguns dos próprios filhos cspii iluar. do apóstolo, o haviam na verdade rejeitado e abandonado. E por isso que as pessoas que vêem coisas superficialmente podei iam pensar que o fim da vida de Paulo seria trágico. À primeira vista, podei ia ah parecer como se seus inimigos o tivessem finalmente derrotado. Um fracasso? Na verdade, o apóstolo Paulo não foi um fracasso como líder, nem um pouco. Sua influência continua igualmente no mundo hoji Pelo contrário, Nero, o imperador romano corrupto mas poderoso que ordenou a morte de Paulo, é uma das figuras mais menosprezadas da História I ;h ainda é outro lembrete que a influência é a verdadeira prova da liderança di uma pessoa, não o poder ou a posição por si mesma. Na realidade, uma olhada cuidadosa mostra como a vida e o ministério de Paulo chegaram num pon Io c| ur pode nos ensinar muito sobre como medir o sucesso ou fracasso dc um lidei A primeira longa prisão e o julgamento de Paulo diante de Nero aparentemente terminaram na liberação do apóstolo algum tempo unles de 6*1 d.< porque ele escreveu as epístolas de I Timóteo e Tito como um homem li\ ir
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iH>64, sotc dos catorze distritos dc Roma foram queimados. Quando o logo
ip.iiuil eslava quase apagado, outro logo, abanado por ventos ferozes, começava cm outro distrito. Rumores circularam de que o próprio Nero tinha ordenado a queima da cidade a fim de abrir espaço para alguns projetos ambiciosos de construção, inclusive um palácio dourado para ele. I entando desesperadamente se desviar da suspeita, Nero culpou os cristãos por começar os incêndios. Ah começou a primeira de várias campanhas grandes e agressivas pelo governo romano para destruir a igreja. Os cristãos em Roma eram reunidos e executados de maneiras cruéis indizíveis. Alguns foram costurados em peles de animais e rasgados até a morte por cachorros. Outros foram empalados em estacas, cobertos com piche e queimados como tochas Immanas para iluminar as festas que Nero mantinha no seu jardim. Muitos foram decapitados, jogados a leões como alimento, ou, de outro modo, colocados .1 disposição do comando de Nero, cujos hábitos eram igualmente cruéis. Durante essa perseguição, Paulo foi levado novamente prisioneiro pelas autoridades romanas, trazidas para Roma, sujeito a perseguição e tormento (2Tm 4.17), e finalmente executado como um traidor por causa da sua devoção inexorável ao senhorio de Cristo. Durante toda sua primeira detenção em Roma, Paulo foi mantido em prisão domiciliar (At 28.16,30). Ele tinha a liberdade para pregar e ensinar àqueles que o visitavam (v. 23). Ele estava sob a guarda constante de um soldado romano, mas era tratado com respeito. A influência do seu ministério havia, desta forma, chegado direto na casa de César (Fp 4.22). Porém, a segunda prisão de Paulo era notadamente diferente. Ele foi praticamente cortado de todo contato externo e mantido encarcerado em um ca labouço (2Tm 1.16). Ele foi provavelmente guardado no subterrâneo na Prisão de Mamertine, adjacente ao foro romano, em um calabouço pequeno e escuro de pedra cuja única entrada era um buraco no teto grande o suficiente para uma pessoa passar. O próprio calabouço não era grande; aproximadamente a metade do tamanho de uma garagem para um carro pequeno. Contudo, às vezes, era usado para guardar até quarenta prisioneiros. O desconforto, a escuridão, o fedor e a miséria eram quase insuportáveis. Aquele calabouço ainda existe e eu estive nele. Os limites abafados, claustrofóbicos daquele buraco escuro são sinistros e deprimentes até hoje. Foi ali (ou em um calabouço igual àquele) que Paulo passou os últimos dias da sua vida. Não há nenhum registro seguro sobre a execução de Paulo, mas ele obviamente sabia que o fim da sua vida era iminente quando escreveu sua segunda epístola para Timóteo. Evidentemente ele já tinha sido julgado, culpado e condenado por pregar a Cristo, e talvez o dia da sua execução já estivesse marcado. Ele escreveu a Timóteo: “Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado” (2Tm 4.6). 01
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Nuliii illliu iili lia iinhi dr pioluiulu triste/,a na epfNlola linal de l‘milo, Ma:; seu lema dominante é li mulo, nílo derrota. Paulo escreveu essa úllima emln a Timóteo para encorajai o jovem pastor a ser valente e corajoso, e eonlinuai a seguir o exemplo que ele havia aprendido do seu mentor apostólico, I .onp.c de escrever uma concessão de fracasso, Paulo soa a nota da vitória na trombela: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a le. .lá agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; c não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda” (2Tm 4.7,8) Enfrentando seu próprio martírio iminente, Paulo não tinha medo, nem desalento e nem desejo de permanecer neste mundo. Ele desejava eslar com Cristo e avidamente antecipava a recompensa que receberia no próximo mundo. Então, quando revisou o curso da sua vida, não expressou nenhum pesar, nenhum senso de insatisfação e nenhum sentimento de imperfeição. Não havia o menor dever que não tivesse sido cumprido. Ele havia acabado o trabalho que o Senhor havia lhe ordenado, da mesma maneira que em Atos 20.24 ele havia desejado e orado que faria: “contanto que cumpra com alegria a minha carreira”. Paulo mediu seu próprio sucesso como um líder, como um apóstolo c como um cristão por um único critério: ele tinha guardado “a fé” - significando tanto que ele tinha permanecido fiel a Cristo como mantido a mensagem do evangelho de Cristo intacta, da mesma maneira que ele a havia recebido. Ele tinha proclamado a Palavra de Deus fiel e intrepidamente. E agora estava passando o bastão para Timóteo e para outros, que seriam “idôneos para instruir a outros" (2Tm 2.2). Conseqüentemente, Paulo enfrentou sua própria morte com um espírito triunfante e com um senso profundo de alegria. Ele tinha visto a graça de I)eus realizar tudo que Deus projetou nele e por ele, e agora estava pronto para conhecer Cristo face a face. Na seção final de 2 Timóteo, quando Paulo terminou o último capítulo da sua última epístola - quando ele escreveu o que seria literalmente o parágrafo conclusivo da sua vida - o que encheu o coração e mente deste grande lidei eram as pessoas que ele serviu e ao lado de quem trabalhou. Ele falou de vária:, pessoas que tinham feito parte da sua vida. Elas eram o legado mais visível e imediato da sua liderança. Embora ele fosse deixado praticamente sem anu;-.., na prisão, embora tivesse sido abandonado à sua defesa diante de um tribunal romano, ele claramente não estava só na vida. Na realidade, o verdadeiro caráter da liderança de Paulo ■• \ ....... i ......... .
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lista das pessoas nas quais ele tinha derramado sua vida I I» p* nniiilit a........ equipe que ele construiu, a deslealdade que suportou, a ; pm\ u,
o triunfo que finalmente obteve. Esta lista de pi-.:.»*a < ■.......... amii i t>*n>i avaliar por que a liderança de Paulo não Ibi um li. ......... l > ........... influência continua a ser um exemplo paia m111uu . d> ............... i ......
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A eq uipe que ele edlflcou () que temos no parágrafo final de 2 Timóteo é uma amostra abreviada da equipe de pessoas de quem Paulo dependeu no seu ministério. Aqui somos lembrados que nenhum de nós que sirva a Cristo pode fazer isso sozinho. Nós nflo somos ilhas. Embora a liderança às vezes seja uma chamada solitária, o verdadeiro líder nunca deve estar isolado das pessoas. Da mesma maneira que as pessoas precisam de líderes, os líderes precisam das pessoas. A própria Iiderança é, por definição, um processo de construção de equipe. Moisés precisou de Arão e Hur para manter suas mãos levantadas (Ex 17.12). Quando Davi foi banido, ele juntou homens que estavam aflitos, em dívida e descontentes, e fez um exército deles (1 Sm 22.2). Até mesmo o início do ministério terrestre de Jesus foi dedicado a treinar alguns homens, e, na hora da agonia mais profunda da sua alma, ele pediu a três deles para vigiar com ele em oração (Mt 26.37-41). Quanto mais cultivarmos,pessoas das quais podemos depender, e quanto mais aprendemos a delegar, melhor vamos poder liderar. Quanto mais um líder investe sua vida em pessoas, mais eficaz aquela pessoa será no serviço do Senhor. O mundo empresarial moderno ilustra quão vital o estabelecimento de equipes é para o sucesso em liderança. O mundo de comércio depende de equipes sofisticadas de provedores, clientes, agências de governo, acionistas, empregado e administração. A Bíblia compara a igreja a um corpo a fim de lazer essa mesma observação (ICo 12.14-27). O corpo humano talvez seja a demonstração visual mais gráfica do trabalhar em equipe enquanto vivemos e nos movimentamos numa equipe incrível de órgãos, músculos, tecido, sangúe e ossos funcionando, todos em perfeita harmonia. Paulo havia construído uma equipe de pessoas ao seu redor. Ele tinha uma equipe grande e eficaz. Ele tinha muitas pessoas das quais dependia, pessoas para as quais ele delegava responsabilidade e pessoas nas quais ele confiava. Entre elas havia alguns que eram constantemente fiéis, alguns que se provaram infiéis, alguns que permaneceram amigos, sem importar o quê, alguns que abandonaram Paulo em provações; alguns que se tomaram parceiros vitalícios, alguns que foram cúmplices por pouco tempo; alguns que eram consistentes, alguns que eram inconsistentes; alguns que estavam sempre prontos a ser voluntários e alguns que nunca estavam prontos a ser voluntários. Todos eles eram uma parte da sua vida e todos foram influenciados de uma maneira ou de outra por sua liderança. No momento em que Paulo enfrentou o machado que cortaria sua cabeça e sabendo que sua vida estava a ponto de acabar, essas pessoas estavam no seu pensamento. Lembre-se, ele escreveu suas duas epístolas para Timóteo a fim de passar o manto da liderança da igreja ao seu jovem protegido. E um passo vital naquele processo requereu que ele informasse Timóteo sobre o que estava acontecendo com todas as pessoas no grupo. Nesse parágrafo de despedida, ele
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Procura vir ter comigo depressa. Porque Demas, tendo amado o presente século, me abandonou e se foi para Tessalônica; ( 'reseente foi para a Galácia, Tito, para a Dalmácia. Somente Lucas está comigo Toma contigo Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério. Quanl( > a Tíquico, mandei-o até Efeso. Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos. Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhoi lhe dará a paga segundo as suas obras. Tu, guarda-te também dele, porque resistiu fortemente às nossas palavras. Na minha primeira defesa, ninguém foi a meu favor; antes, todos me abandonaram. Que isto não lhes seja posto em conta! Mas o Senhor me assistiu c me revestiu de forças, para que, por meu intermédio, a pregação fosse plenamente cumprida, e todos os gentios a ouvissem; e fui libertado da boca do leão. O Senhor me livrará também de toda obra mal igna e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele, glória pelos séculos dos séculos. Amém! Saúda Priscila, e Áqüila, e a casa de Onesíforo. Erasto ficou em Corinto. Quanto a Trófimo, deixei-o doente em Mileto. Apressa-te a vir antes do inverno. Êubulo te envia saudações; o mesmo fazem Prudente, Lino, Cláudia e os irmãos todos. O Senhor seja com o teu espírito. A graça seja convosco. Amém (2Tm 4.9-22). Algumas das pessoas que Paulo mencionou naquela passagem eram a 111 ig( >■, íntimos que ele queria que estivessem com ele em seus últimos dias, tanto pai a conforto mútuo quanto para o ajudar no ministério que continuaria até mesmo depois da sua morte. Esses incluíam Timóteo, Lucas c Marcos. Alguns eram parceiros no ministério que ele mencionou simplcsmcule para cumprimentai * compartilhar seu amor e seu interesse porque eles também eram amiy.o'. vitalícios. Esses incluem Priscila, Áqüila e a família de ( )nesílõro. Alj-un . qiii Paulo mencionou, ele já havia dado adeus c enviado para scrvii ciii Iii/mi. estratégicos a fim de manter firme a obra. l isses incluem < n <. ni. fiin, ih | Eraslo e Trófimo. Alguns que ele mencionou r.i.n .......... i.indu .11,1 |>i • >11 1 saudações a Timóteo. Estes eram crentes Ií c i m |iu nn mo um >m Muniu m< luuidn Êubulo, Prudente, Lino, Cláudia c oulro'. Mc laml>...........................I|mih | >..1 causa da intensa aflição que eles Ihccatr.: num I .......... .......I....... .. \|. ,h h Io e vários desertores anônimos. Pessoas, não programas, eslavam mii iiicnlt d. 1'mtli •i|iiiind< • • iipiiiMimmi o fim da sua vida. As pessoas :.Ao o 1 ci 111 ........ 11nt • >d ........ •|ii«tI»111>• ......
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pode i t i l l I viu 1' i u i i n leve o l e l l / privilégio de vivi i i l i n i l V l l ll l que eiimpi III íi s palavras dc I Samuel 10.26 que di/ isso sobre Sunl I foi com ele uma tropa de homens cujo coração Deus tocara”. Paulo tinha uma equipe de homens e mulheres cujos corações I)eus lambem havia tocado. Ele queria que Timóteo soubesse quem eram eles, onde estavam e o que estavam fazendo enquanto Timóteo assumia as rédeas da liderança. / Observe quem ele mencionou, começando com o próprio Timóteo. lidei
Timóteo Paulo desejava ver Timóteo cara a cara mais uma vez. No versículo 9 ele escreveu: “Procura vir ter comigo depressa”. Paulo considerava Timóteo um “verdadeiro filho na fé” e um “amado filho” (lTm 1.2; 2Tm 1.2). Timóteo era de certo modo uma reprodução do apóstolo, e era por isso que ele devia ser o herdeiro do manto da liderança de Paulo. Ao escrever para os coríntios sobre sua tremenda preocupação para com eles, Paulo disse em 1 Coríntios 4.17: “Por esta causa, vos mandei Timóteo, que é meu fdho amado e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo Jesus, como, por toda parte, ensino em cada igreja”. Ele considerava Timóteo como uma cópia dele, uma xerox da sua liderança. Ele confiava no ensino de Timóteo e sabia que o jovem pastor ensinaria às pessoas exatamente o que ele tinha ensinado. Timóteo era sem igual a esse respeito. Paulo igualmente tinha escrito aos fílipenses: “Espero, porém, no Senhor Jesus, mandar-vos Timóteo, o mais breve possível, a fim de que eu me sinta animado também, tendo conhecimento da vossa situação. Porque a ninguém tenho de igual sentimento que, sinceramente, cuide dos vossos interesses” (Fp 2.19,20). Timóteo mais do que qualquer outro tinha o coração de Paulo. Ele tinha os hábitos de Paulo. Ele tinha a teologia de Paulo. Ele era reprodução de Paulo - o filho fiel. Então, quando Paulo estava naquele calabouço frio, escuro, ele desejava ver seu querido amigo e amado filho na fé. Ele começou 2 Timóteo escrevendo: “sem cessar, me lembro de ti nas minhas orações, noite e dia. Lembrando das tuas lágrimas, estou ansioso por ver-te, para que eu transborde de alegria” (1.3,4). Embora o trabalho de Paulo tivesse acabado, ainda havia muito trabalho a ser feito nas igrejas. Sem dúvida Paulo teve muito mais para dizer a Timóteo pessoalmente antes que Timóteo tomasse o manto da liderança. Ele tinha coisas para dizer que não poderiam ser colocadas numa breve epístola. Então insistiu que seu filho fiel viesse. Ele disse: “procura vir ter comigo depressa”. Há uma urgência no apelo. O tempo era da essência. Paulo seria executado logo. O invemo estava se aproximando
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Uma das alegrias mais ricas que iremos conhecer como um lí(|ri nil ministério acontece quando Deus dá o privilégio de levantar timóteos, aqueles que não apenas desejam ouvir o que dizemos, mas que também emulam no . u exemplo. Como um jovem, Timóteo tinha lutado com medo e timidez, mii.-, eli se mostrou ser um filho fiel em todos os sentidos. Como Paulo, ele ate loi preso por causa da sua fidelidade (Hb 13.23). Ele se tornou tudo o que Putilo tinha esperado. Todo verdadeiro líder pode agradecer a Deus quando pela sua graçu ( I. lhe der filhos espirituais que são como Timóteo, reproduções dc si mesmo Nos melhores casos, eles se tomam até melhores do que são, mais dedii mios do que são, mais religiosos do que são. Mas eles pegam a visão dc seus eorm, oes e fazem o compromisso de viver para a glória de Deus e continuar o trabalho para o qual eles dedicaram sua vida. Timóteo contrastava totalmente com Demas, sobre quem discutiremos brevemente. Demas, como veremos, provou ser tão infiel quanto I imóleo loi fiel. Praticamente todos os que estão em liderança por qualquer quantidude di tempo sofrerão eventualmente a decepção de um Demas. Mas almas In r como Timóteo são a verdadeira coluna vertebral da equipe. Deixando Demas de lado por um momento, observe os próximos dois nomes que Paulo menciona: “Crescente foi para a Galácia, Tito, para a I)alinikia" (2Tm 4.10).
Crescente Nada é conhecido sobre Crescente com exceção dessa mençílo do ,.*n nome. Nada assume porque ele é mencionado no mesmo versículo com I), m,r que entra na mesma categoria de deslealdade. Se esse fosse o caso, l ito na,, , agruparia com eles também. Sabemos que Tito, como Timóteo, era consicK-i .i
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A cpislola de Paulo aos gálatas revela que as igrejas naquela icgiflo linliam ado assoladas subseqüentemente por falsos mestres legalistas, conhecidos como « judai/.antes, que corromperam o evangelho ensinando que a circuncisão e milias práticas emprestadas da lei cerimonial do Antigo Testamento eram i sscnciais à salvação. A epístola de Paulo aos gálatas respondeu a esses erros, mas também revelou que o falso ensino já havia se arraigado profundamente nas igrejas da Galácia. () lato de que Crescente tinha sido enviado para um campo de ministério iao estratégico e difícil como a Galácia provavelmente indica que ele era um I lomem de grande força e experiência espiritual. Paulo confiou nele para liderar, ensinar e representá-lo naquela região onde falsos mestres já tinham feito muito para arruinar a sua influência. \ Mesmo assim, Crescente é praticamente desconhecido. Não havia dúvidas de que muitos como ele eram irmãos trabalhadores confiáveis por trás da cena com Paulo, que nunca foram mencionados explicitamente nas Escrituras, mas “cujos uoníes se encontram no Livro da Vida” (Fp 4.3). Hoje ninguém se lembra dos seus nomes, mas Deus sabe, e eles serão recompensados completamente pelo trabalho deles. I)essa maneira, Crescente representa aquele herói quieto, desconhecido que vem com maturidade religiosa e força espiritual para se posicionar atrás de alguém como Paulo e trabalhar fielmente sem louvores humanos. Eu agradeço ao Senhor pelas multidões como eles que são talentosas, chamadas por Deus e que fazendo seu dever estão contentes por serem desconhecidas.
Tito l ito, pelo contrário, é famoso. O nome dele aparece treze vezes no Novo Testamento. Uma das epístolas pastorais de Paulo foi escrita para ele e carrega seu nome. Lembre-se (como vimos em um capítulo anterior) que foi Tito que representou Paulo em Corinto quando o apóstolo não pôde ir lá. Paulo escreveu sobre cie: “quanto a Tito, é meu companheiro e cooperador convosco; quanto a nossos irmãos, são mensageiros das igrejas e glória de Cristo” (2Co 8.23). Tito parecia florescer em circunstâncias novas e desafiadoras. Paulo tinha plantado muitas igrejas pela região mediterrânea, e, quando ele partiu para a próxima região, passou a liderança da igreja para alguém como Tito. Tito era um provedor, construtor e um homem que poderia treinar outros líderes. Aliás, quando Paulo escreveu a epístola a Tito, este estava na ilha de Creta onde Paulo tinha plantado uma igreja e a deixado nas mãos competentes de Tito. Paulo escreveu a ele: “por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísses
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I ii li i i i iiiiliiilliiido 1'inn Paulo tliiranlo anos I Ir eslavil em oiiniiinhíl lnlinni i "iii •' 111Mi inlu I ilu V 12 indica que I ito deixou ( 'rela pina se encontrar i mu r,ii iln i iii Nu u|mlin (provavelmente a noroeste da ( irécia). Lie aparentemente miiii ilo Ia |> ji ia Dalmáeia mais ou menos na mesma época cm que Paulo eslava sendo levado para Roma na sua última detenção. Dalmáeia cra parte do llírico, uma região na costa oriental do mar adriático, norte da Mucedônia (A Dalmáeia faz parte da atual Croácia e Albânia). Paulo tinha pregado no llírico, de acordo com Romanos 15.19. Era exatamente o tipo de colocação em que Tito podia ir e seguir o trabalho missionário de Paulo, Ibrlalecer a igreja e levantar líderes. Cada pessoa que está no serviço espiritual não apenas precisa de ajudantes quietos, por trás das cenas iguais a Crescente, mas também aqueles (como Tito) que podem tomar um lugar de preeminência. Pessoas como Tito silo fortes edificadores de outros líderes, provedores, reprodutores.
Lucas O próximo nome na lista de Paulo é Lucas, o companheiro permanente e fiel de Paulo. Em 2 Timóteo 4.11 Paulo escreveu: “Somente Lucas está comigo”. Não tenha a idéia de que Paulo estava de alguma forma depreciando o caráter ou a importância de Lucas. Totalmente o contrário. Lucas era um tios mais íntimos e mais amados dos obreiros de Paulo. Em Colossenses 4.14, Paulo se referiu a ele como “o médico amado”. Embora o nome de Lucas apareça apenas três vezes no Novo Testamento, ele é um personagem dominante na igreja primitiva e especialmente no ministério de Paulo. Ele escreveu o evangelho que leva seu nome, que é o mais comprido de todos os quatro Evangelhos (O evangelho de Lucas tem somente vinte e quatro capítulos e Mateus tem vinte e oito, mas Lucas tem mais versículos e mais palavras que Mateus.). Lucas também escreveu todo o livro de Atos. Portanto cinqüenta e dois capítulos do Novo Testamento foram escritos por esse médico fiel, que também era um historiador competente. Ele registrou a vida de Cristo e depois narrou a vida da igreja primitiva, tudo sob a inspiração do Espírito Santo. , Mas Lucas obviamente era humilde e por isso estava contento cm andar ao lado de um grande apóstolo e trabalhar na sua sombra. He era um companheiro constante para Paulo, fielmente ao lado dele. Estava com Paulo na sua segunda viagem missionária a Trôade e Filipos. Elo so uniu i Paulo ao término da terceira viagem missionária e foi com ele para lenr.ili m. Como vimos ao longo da primeira parte do nosso estudo, Lucas eslava «mu Paulo no naufrágio registrado em Atos 27. Ele permaneceu com 1’aiilodin.iiii' |u asduas
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I I l i v m s o b r e l l d u r an ç a
Embora Lucas losse um homem articulado, religioso, educado, talentoso, ele se fez servo de Paulo. Seu ministério principal era caminhar ao lado de Paulo e servir as suas necessidades pessoais. E se alguém já precisou de um médico pessoal, Paulo precisou. Abatido, apedrejado, chicoteado, náufrago, preso e sofrendo tanto, Paulo precisou de um médico de primeira categoria c um amigo íntimo. Esta era a função que Lucas alegremente abraçou. Lucas aparentemente não era um pregador. Não há nenhum registro de que ele ensinou alguma vez, exceto pelo que escreveu. Ele não parece ter sido um teólogo. Era um amigo que agiu como um ajudante pessoal e secretário de Paulo e como historiador sob a inspiração do Espírito Santo. Assim a expressão “somente Lucas” não diminui de maneira alguma seu valor, mas simplesmente significa que Paulo estava sozinho com seu atendente pessoal. Para o trabalho que precisava ser feito, ele precisava de Timóteo também. A liderança e o ministério são grandemente enriquecidos por um confidente pessoal. Provavelmente não havia nada na vida de Paulo que Lucas não sou besse. Lucas atendeu a Paulo quando o apóstolo estava doente. Ele ficou com Paulo em cada provação. Ele tinha visto a resposta de Paulo em todo o tipo de situação. A sociedade deles não era como trabalho de oito horas diárias; juntos eles tinham viajado e trabalhado durante anos. Lucas era o companheiro de Paulo e seu amigo mais íntimo. Todos esses homens eram peças-chave na equipe que Paulo tinha reunido. Eles, e outros como eles, representavam o próprio cerne da equipe de pessoas amadas de Paulo.
As provações que ele sofreu Na medida em que Paulo prosseguiu na sua lista de pessoas que ocupavam posições significativas na sua vida e no seu ministério, ele nomeou algumas que, de uma maneira ou de outra, eram remanescentes de várias provações que ele havia sofrido.
Marcos O primeiro desses, Marcos, tinha sido uma vez uma decepção pessoal, severa e uma fonte de grande aflição para Paulo, mas ele tinha recuperado seu relacionamento importante e proveitoso com o apóstolo, e era agora um obreiro irmão. Paulo disse a Timóteo: “Toma contigo Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério” (2Tm 4.11). Marcos é mencionado primeiro em Atos 12.12 (em que ele é chamado “João, cognominado Marcos”). Lucas registrou que muitos crentes tinham se reunido na casa da sua mãe para orar por Pedro que tinha sido preso por Herodes.
A i i i i h Ii i I m itu m ii i ii i n n i i iln um lliliti
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(> piópi In M u mmi n ii innu dns lu/v.s jovens, bnl limites, bem ent uininhuda nu i)Mi |.i dl l>11i i l< in I le loi es co lhido pura acom panhai Pmilo e lliirnubr na primeira viu>*« 111 mission ária. Porém, logo que a viagem começou, de neoido com A lo s I l I (, ele ubundono uo grupo. Aparentemente, o sofrim ento em niuilu para ele. Ivle ainda era imaturo e não tinha a coragem ou o temperamento pum os rigores da vida missionária; por esta razão, voltou para casa. Paulo tinha pouca tolerância para com homens fracos, covardes ou m iii
compromisso. Conseqüentemente, alguns anos depois, quando Paulo e Iiuniulu' estavam se preparando para partir na segunda viagem missionária, Paulo nn< • tinha nenhum interesse em levar Marcos novamente com eles. Ele mio qiuu iu alguém que fosse bagagem extra, alguém que tivesse de empurrar ou euiivfui e que poderia reduzir a velocidade. Isso resultou em uma disputa afiada enlie Paulo e Barnabé (De acordo com Colossenses4.10, João Marcos era um puivnii de Barnabé). Lucas registrou o que aconteceu: E Barnabé queria levar também a João, chamado Marcos. Mus Paulo não achava justo levarem aquele que se afastara desde a Panfília, não os acompanhando no trabalho. Houve entre eles tal desavença, que vieram a separar-se. Então, Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre. Mas Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu encomendado pelos irmãos à graça do Senhor (At 15.37-40). Em outras palavras, Paulo e Barnabé se separaram por causa de Marcos Barnabé foi com Marcos e Paulo levou Silas. Providencialmentc, isso m abou sendo uma bênção porque resultou em duas equipes missionárias frutíferas i vez de uma, mas, na ocasião da separação com Barnabé, Paulo claramente não antecipou que Marcos se provaria útil algum dia. Aproximadamente doze anos depois, quando Paulo estava em pnsuo domiciliarem Roma, ele escreveu para a igreja em Colossos. Naquela epíslolu, Paulo enviou esta saudação: “Saúda-vos Aristarco, prisioneiro comigo, e Mai o is. primo de Barnabé” (Cl 4.10). Além disso, ele acrescentou: “os quais silo os únicos da circuncisão que cooperam pessoalmente comigo pelo reino de I)eus Eles têm sido o meu lenitivo” (v. 11). Aparentemente Marcos havia se provaif • e estava de volta nas boas graças de Paulo - um companheiro restaurado. Depois disso, de acordo com 1 Pedro 5.13, Marcos também passou algum tempo com Pedro. Provavelmente foi durante esse período, a pedido da igreja romana, que ele escreveu seu evangelho, que fortemente icllete ,i perspectiva de Pedro. iii
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1miólco o «.'oiihcciu bem. I cerca de vinte anos depois do neu li m n u oi Iminui, Mureos ainda em liei. Por esta razão, Paulo disse a Timóteo qiu n liouxesse: “pois me é n 111para o ministério”. Útil, porque embora uma vez ele tivesse sido a causa de deeepçfto e conflito para o apóstolo Paulo, ele já tinha se provado confiável havia muito tempo, repetidamente. Agora ele era uma lembrança viva do triunfo que vem até mesmo por intermédio de provações. Ele tinha nascido em Roma. Conhecia a igreja romana e tinha sido parte desse rebanho desde o princípio. Ele poderia ser de grande ajuda a Paulo nos dias finais da vida do apóstolo. I)e fato, uma das grandes alegrias no ministério cristão e na liderança espiritual é ver alguém restabelecido à utilidade depois de sofrer fracasso.
Tí quico O próximo nome na lista de Paulo é Tíquico. “Quanto a Tíquico, mandei-o até Éfeso” (2Tm 4.12). Tíquico é mencionado mais quatro vezes na Bíblia. Somos informados em Atos 20.4 que ele era da Ásia Menor e acompanhou Paulo a Jerusalém com a oferta para os santos carentes de lá. Ele também é mencionado em Efésios 6.21, Colossenses 4.7 e Tito 3.12. Em cada caso, sua tarefa especial era entregar as epístolas que Paulo escreveu. Ele levou o manuscrito da epístola aos efésios a Éfeso, aos colossenses para Colossos e a de Tito para Creta. Nesse caso, é bem provável que foi ele também que entregou 2 Timóteo em Éfeso. Três dessas quatro epístolas foram escritas na prisão. Dessa maneira, Tíquico era, aparentemente, como Lucas, um daqueles que desempenharam um papel que se tomou necessário pelas provações que Paulo sofreu. Porque os pés de Paulo foram algemados com cadeias, Tíquico se tomou os pés de Paulo, entregando mensagens pessoais vitais para igrejas que o próprio Paulo' não poderia visitar pessoalmente. Mas elas eram mais do que mensagens pessoais; elas eram os manuscritos de alguns dos livros mais importantes no cânon do Novo Testamento. Tíquico demonstrou grande responsabilidade, entregando a Palavra de Deus às igrejas; portanto, ele deve ter sido um homem leal e confiável. Ele próprio, evidentemente, não era um pregador, mas era, no entanto, um mensageiro importante da verdade. A equipe de meu próprio ministério está repleta com pessoas como Tíquico. liu agradeço a Deus pelas pessoas ao meu redor que trabalham a fim de disseminar a pregação da Palavra de Deus. A maioria deles não faz o que eu faço, mas eles fazem que a mensagem chegue até o canto mais remoto do mundo, por meio de páginas impressas, por fitas e no rádio. Todos os líderes precisam de pessoas como Tíquico. Essas pessoas são um apoio maravilhoso
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Carpo
(> |>i• >s n,i lista dr Paulo é Carpo. Paulo instruiu limótoo: <>naiuI(> vieres, iiíi t ii iiipa (|uc deixei em Trôade, cm casa de ( arpo, bem com o os livros, i" peeialmente os pergaminhos” (2Tm 4.13). Enquanto Tfquieo era o homem 1'iel que viajava para Paulo, Carpo era aquele fiel que ficava em casa o servia como anfitrião para o apóstolo. iiiiii
Carpo viveu aparentemente em Trôade e deu a Paulo um lugar para fiem durante suas viagens. Paulo queria que Timóteo apanhasse Marcos, parasse em Trôade a caminho de Roma e trouxesse os bens pessoais que Carpo linha guardado para ele. Trôade ficava ao noroeste de Éfeso, na Ásia Menor. Paulo evidentemente esperava que Timóteo viajasse por terra para a Grécia, depois pegasse um navio através do Adriático para a Itália. Por que as Escrituras mencionam que Paulo queria sua capa? Repare que o versículo 21 diz que o inverno estava chegando. A capa era um artigo de vestuário de lã pesado, quadrado com um buraco ou um corte no meio onde passava a cabeça. Poderia ser usada como um poncho ou como uma manta. Paulo precisava da capa naquele calabouço para se manter aquecido. Isso nos conta algo sobre a condição econômica pessoal de Paulo e a pobreza da igreja naqueles dias. Você poderia pensar que não havia nenhuma necessidade de viajar pela Europa com uma capa para Paulo. Mas isso era obviamente possível de ser realizado do que comprar uma nova. Além disso, Paulo queria os livros também. Por que ele tinha deixado sua capa na casa de Carpo? Talvez ele nâo quisesse levar durante o verão. Ou talvez ele tenha sido preso de repente e não teve uma oportunidade sequer para pegar seus bens pessoais. De qualqut i modo, Carpo se toma outra lembrança viva das provações que Paulo sofreu, porque ele era aquele que guardava amorosamente os bens terrestres mais preciosos de Paulo enquanto o apóstolo estava preso. Quais são os livros e pergaminhos aos quais Paulo também se refere? “Pergaminhos” seriam escritos importantes preservados em rolos caros de pele de animais. Os “livros” provavelmente eram rolos de papiro. Alguns deles eram certamente cópias pessoais raras de livros do Antigo Testamento. Outros podei 11 ter sido as próprias cartas de Paulo, das quais ele mantinha cópias. Alguns deles poderiam até mesmo estar em branco, nos quais ele escreveria outras coisas O ponto é claro: Paulo não tinha parado de ler, escrever e estudar; e ele quis seus livros e documentos de modo que poderia compensar o tempo durante seus últimos dias na terra. A equipe de Paulo não incluiu apenas pessoas que formaram o coraçflo dela, mas também pessoas que o auxiliaram e o encorajaram nas suas provações Tristemente, havia também algumas pessoas em quem ele tinha investido sua
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A des lealdad e que ele suportou Kart» é o líder que não experimenta a infidelidade e a deserção. Alé mesmo Jesus teve de suportar a deslealdade de Judas. Normalmente, a traição vem dc onde você menos espera. A experiência de Paulo não foi nenhuma exceção a essa regra. Aliás, as feridas da deserção de um bom amigo ainda estavam doendo quando ele escreveu essa epístola a Timóteo.
Demas Voltaremos agora para Demas, que Paulo mencionou em 2 Timóteo 4.10. “Demas, tendo amado o presente século, me abandonou e se foi para Tessalônica”. Na realidade, Paulo mencionou Demas como uma das razões pelas quais ele queria que Timóteo viesse rapidamente: “Procura vir ter comigo depressa. Porque Demas . . . me abandonou”. Por que a deserção de Demas era uma razão para pedir que Timóteo se apressasse? Poderia ser que Demas tivesse ocupado uma posição tão estratégica no ministério de Paulo que somente Timóteo poderia tomar seu lugar? A implicação é que Timóteo precisava vir não apenas para encorajar Paulo, mas também por causa de qualquer trabalho que poderia ter sido antes da responsabilidade de Demas. Não sabemos muito sobre Demas, exceto que ele tinha estado com Paulo durante algum tempo. Ele é mencionado junto com Lucas, em Colossenses 4.14, como um dos companheiros estimados e íntimos de Paulo. Quando Paulo estava escrevendo a Colossos durante sua primeira prisão em Roma, Demas estava lá. Paulo, provavelmente, escreveu Filemom por volta da mesma época, e Demas é mencionado no versículo 24 daquela breve epístola também. Junto com Marcos, Lucas e Aristarco, Paulo o mencionou como um obreiro irmão. Dessa maneira, Demas esteve com Paulo pelo menos desde aquela primeira prisão em Roma. Ele deve ter recebido algum tipo de ministério importante ou estratégico. Ele não foi, sem dúvida, alguém em quem Paulo tinha investido muito. Ele seguramente sabia muita verdade. E quando abandonou Paulo, ele deixou um vazio que Paulo precisava que Timóteo ocupasse. O verbo traduzido “abandonou” é a palavra grega egkataleipo. E uma palavra forte que fala de deserção. Sua raiz (leipo) significa “partir”. E composto com duas preposições (eg e /cata, tendo o sentido de “contra” e “sozinho”), fazendo-^ duplamente intenso. Neste contexto, ele transmite a idéia de “deixando-me em apuros”. Realmente, Demas não tinha só abandonado Paulo, mas ele também o (inha deixado em uma situação terrível, no momento mais impróprio.
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Talvez Demas tivesse se unido primeiro a Paulo em razão da causa nobre Mas ele nunca tinha de fato calculado o custo. Ele bem poderia ter sido como a terra rochosa, onde a semente não tem nenhuma raiz em si mesma, mas quando a tribulação chega, ela murcha (Mc 4.16,17). Ou, mais provável, Demas era um exemplo clássico do chão cheio de ervas daninhas onde “os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições, concorrendo, sufocam a palavn ficando ela infrutífera” (v. 19). Ele provavelmente nunca foi de fato um verdadei io cristão porque Paulo falou dele como “tendo amado o presente século”. E “a amizade do mundo é inimiga de Deus” (Tg 4.4). Como o apóstolo João escrev a i “Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele” (lJo 2.15). Demas tinha muito em comum com Judas. Ele se apaixonou pelo mundo porque aparentemente nunca teve um amor genuíno por Cristo. Como Judas, ele parecia seguir durante algum tempo, mas seu coração esteve sempre neste mundo. Por que Demas foi para Tessalônica? Provavelmente, ali era sua casa Paulo o uniu com Aristarco em Filemom e, de acordo com Atos 20.4, Aristareo era um tessalonicense. Qualquer que fosse a razão pelo lugar, a razão para sua deserção está clara: Ele amou este mundo mais do que amou a Cristo. Praticamente todo líder cristão enfrentará eventualmente a deserção de um Demas - alguém em quem você coloca sua vida; você pensa que ele está na equipe; está exteriormente seguindo a Cristo; mas ele trará dor profunda e um senso de traição quando finalmente ficar aparente que ele ama o mundo presente. Esta não era nenhuma reflexão na liderança de Paulo, mais do que Judas rellet iu negativamente sobre a liderança de Jesus.
Alexandre, o latoeiro Em 2 Timóteo 4.14,15, Paulo mencionou outro homem cuja deslealdade tinha causado grande aflição: “Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras. Tu, guarda-te também dele, porque resistiu fortemente às nossas palavras”. Alexandre era um nome comum no mundo antigo, dessa maneira nflo precisamos assumir que este Alexandre era o mesmo mencionado em I Timóteo 1.20, junto com Himeneu, como um falso mestre. Nem precisamos assumir que este é o mesmo Alexandre mencionado em Atos 19.33, cujo testemunho brotou uma revolta. Na verdade, referindo-se a ele como “Alexandre, o latoeiro", Paulo parecia querer distingui-lo dos outros Alexandres. liste homem era um artesiloquc trabalhava com metais. Talvez ele fosse um fabricante de ídolos I embre :.<■que
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inu latoeiro chamado Deniclrio tinha causado uma revolta cm lileso, porque* íi pregação dc Paulo era uma ameaça ao seu negócio de fazer ídolos (At 1l).24-2(>).
Qualquer que seja a história de Alexandre, ele tinha causado grande aflição a Paulo, e, por causa disso, Timóteo também precisava ser advertido para se guardar contra ele. A natureza da aflição que ele causou também está clara: I Ic se opôs ao ensinamento de Paulo (2Tm 4.15). Isso significa que ele se levantou contra a verdade do evangelho. Observe a resposta de Paulo: “o Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras” (v. 14). Paulo não estava pedindo a Timóteo que tomasse alguma providência contra Alexandre; apenas que tomasse cuidado com ele. Paulo não buscava vingança pessoal. Ele não revidou ameaçando ou insultando Alexandre. Seguindo o exemplo de Cristo, ele simplesmente “entregava-se àquele que julga retamente” (lPe 2.23). Todos em liderança e ministério encontram pessoas que se posicionam contra a verdade de Deus e procuram causar dano. Eles querem desacreditar professores fiéis e os fazer parecer bobos, mentirosos, charlatães ou o que for. Alexandre, como Demas, foi um exemplo vivo da deslealdade que Paulo tinha suportado.
Os crentes medrosos de Roma Havia muito mais. No versículo 16, Paulo descreveu como ele foi abandonado por todos logo depois da sua apreensão: “Na minha primeira defesa, ninguém foi a meu favor; antes, todos me abandonaram. Que isto não lhes seja posto em conta!” Podemos juntar as peças em relação ao que tinha aparentemente acontecido dos poucos detalhes que Paulo apresentou. Ele provavelmente foi perseguido e capturado em algum lugar no império romano, possivelmente longe de Roma. Paulo pode ter sido separado por Nero, pessoalmente, porque ele já havia aparecido diante do imperador, e era bem conhecido como um líder da igreja. Então, quando Nero começou a perseguir os cristãos, ele teria mirado especificamente em Paulo. Uma vez preso, Paulo teria sido imediatamente transportado a Roma para o julgamento. Desta vez, provavelmente, não foi permitido a Lucas acompanhálo; o médico teria que organizar sua própria viagem e chegar depois. Assim que Paulo chegou em Roma, ele teria sido processado. O sistema judiciário romano exigiu que fosse dada uma oportunidade de se defender naquela primeira audiência. E provável que foi isso que ele descreveu na sua “primeira defesa”. Aconteceu aparentemente antes que Lucas ou Onesíforo (2Tm 1.16), ou quaisquer dos companheiros habituais de Paulo pudessem chegar a Roma. Mas a igreja em Roma estava cheia de crentes que conheciam Paulo muito
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Imlu 11 mabandonaram." Ele usou o mesmo verbo pnni faliu da dc.en,ilo de Demas «a\luiltilcipo. Eles o deixaram em apuros. O abandonaram num momcnlo crucial. listavam indubitavelmente envergonhados 011 com medo dc serem identificados com Paulo por causa da perseguição. Esta negligência deliberada do grande apóstolo, que tinha dado tanto para eles, era inconcebível Observe a oração de Paulo por eles: “Que isto não lhes seja poslo cm conta” (v. 16). Isto faz um contraste total com as palavras dele sobre Alexandn Isso é porque a deslealdade de Alexandre foi estimulada por maus molivo. As pessoas que não apareceram para a defesa de Paulo foram provavclmenle levadas pelo seu próprio medo e fragilidade. Elas eram covardes, não l ai a. O desejo de Paulo para com eles é remanescente a Estêvão que disse daquele:; que estavam lhe apedrejando até a morte: “Senhor, não lhes imputes este pec ado!" (At 7.60). E reflete o espírito de Cristo que da cruz orou: “Pai, perdoa-llies, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34).
O triunfo que ele conquistou Abandonado por seus amigos, odiado por seus inimigos, Paulo poderia tci tido vontade de se render em desespero. Mas, em vez disso, ele escreveu Mas o Senhor me assistiu e me revestiu de forças, para que, por meu intermédio, a pregação fosse plenamente cumprida, e todos os gentios a ouvissem; e fui libertado da boca do leão. () Senhor me livrará também de toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele, glória pelos séculos dos séculos. Amém! (2Tm 4.17,18) Cristo prometeu: “De maneira alguma te deixarei, nunca jamais lc abandonarei” (Hb 13.5). De fato, quando todos abandonaram Paulo, Cn .Io c manteve ao seu lado. Paulo teria julgamento em uma grande basílica cheia de pessoas Iio s Iín O próprio Nero pode ter supervisionado os procedimentos, considerando a importância do prisioneiro. Lá estava Paulo, sem advogado, sem qualquei testemunha ao seu lado e sem ninguém para defendê-lo. Ele estava abso lutamente só e desamparado em frente a um tribunal imperial que, do ponto de vista humano, tinha a vida dele em suas mãos. Mas o Senhor estava com ele e o fortaleceu. O verbo grego para “ Ibrlaleeeu" fala de uma infusão de poder. Paulo começou a sentir o fortalecimento de ( 'rislo no seu espírito, permitindo-o ser o instrumento humano pelo qual o evangelho foi completamente pregado, de modo que todos os gentios pudessem ouvii
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At|m li momento cm, nu verdade, o ponto alto do minisléi 10 dc Paulo c o cumprimento do seu mais profundo desejo. Ele foi chamado para ser o apóstolo dos gentios. Roma era o centro cosmopolita do mundo pagão. Paulo tinha buscado por muito tempo uma oportunidade de pregar o evangelho numa jurisdição como essa diante dos mais importantes líderes políticos e filósofos do mundo. A oportunidade havia chegado. No meio disso, Paulo foi fortalecido pelo I.spírito de Cristo para falar corajosa e completamente. "Tui libertado da boca do leão”, ele escreveu (v. 17). Isso é provavelmente linguagem figurativa (cf. SI 22.21; 35.17) significando que ele foi poupado da execução imediata. Deus o libertou desse tribunal perigoso e transformou em uma oportunidade para pregar uma estratégica mensagem do evangelho. Mas isso não acabou com sua prisão ou pôs um fim permanente ao perigo da vida de Paulo. Eventualmente ele seria executado. E ele sabia disso. Mas observe que até mesmo reconhecendo que sua morte era iminente, o apóstolo Paulo pôde escrever: “O Senhor me livrará também de toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial” (v. 18). A libertação que ele procurava era uma realidade eterna, não um resgate de tribulações temporais ou terrestres. Quando Paulo pensou na certeza daquela libertação, ele não pôde resistir a uma expressão feliz de adoração: “A ele, glória pelos séculos dos séculos. Amém!” (v. 18). Este era um triunfo autêntico. E Paulo poderia desfrutar disso completamente, apesar das suas circunstâncias. Finalmente, Paulo fechou a epístola e o capítulo final da sua vida com algumas saudações variadas a velhos amigos, notícias sobre parceiros fundamentais do ministério e saudações a pessoas seletas na igreja em Roma: Saúda Priscila, e Áqüila, e a casa de Onesíforo. Erasto ficou em Corinto. Quanto a Trófimo, deixei-o doente em Mileto. Apressa-te a vir antes do inverno. Êubulo te envia saudações; o mesmo fazem Prudente, Lino, Cláudia e os irmãos todos. O Senhor seja com o teu espírito. A graça seja convosco (2Tm 4.19-22). Observe os nomes restantes das pessoas que também fizeram parte da extensa equipe de Paulo.
Priscila e Áqüila Priscila e Áqüila são familiares para nós. Era o casal que trabalhou com Paulo no negócio de fabricação de tendas durante a primeira visita dele a Corinto (Al 18.2,3). Eles deixaram Corinto com Paulo e viajaram com ele para Éfeso (vv. 18,19). Tendo aprendido tanto de Paulo, eles pacientemente ensinaram Apoio (v. 26). Assim a influência de Paulo se estendeu para Apoio por meio do ministério deste casal. Eles foram os instrumentos que Deus usou para trazer
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(,>iiiiiidii 1'nulo escreveu Romanos aproxinuidumcnlc depois do sris unos, Áqüilu r 1'rÍNrilu rsluvnm morando em Roma (Km 16.3). Eles aparentemente deixaram Roma durante a perseguição brutal dos judeus a mando do impriadoi Cláudio. De lá eles voltaram para Efeso e hospedaram a igreja de Hleso rni sim casa, porque quando Paulo escreveu 1Coríntios (de Efeso), ele enviou saudações a velhos amigos em Corinto em nome de Áqüila e Priscila e “a igreja que está na casa deles” (ICo 16.19). Portanto, esse casal tinha viajado extensivamente com Paulo durante anos. Eles foram velhos amigos e obreiros irmãos por muito tempo. Paulo lhes enviou saudações.
A casa de Onesí foro Onesíforo pode ter estado em Roma com Paulo quando este o mandou dc volta com saudações à casa dele em Efeso. Em 2 Timóteo 1.16,17, Paulo mencioiíou que Onesíforo freqüentemente o animou e nunca ficou envergonhado da sua prisflo. Além disso, quando Onesíforo tinha vindo primeiro para Roma, ele zelosamenli procurou Paulo. Ele chegou, aparentemente, depois daquela experiência amai julgamento de Paulo quando ninguém tinha estado com ele. Assim Paulo agrackrei i, obviamente, a bondade singular de Onesíforo para com ele.
Erasto Paulo, então, informou que “Erasto ficou em Corinto” (2Tm 4.20). Iíste c mais provável que seja o mesmo Erasto mencionado em Atos 19.22, que o tinha auxiliado ao lado de Timóteo na Macedônia. Aqui estava outro velho amigo, um irmão obreiro de muitos tempos, com quem Paulo ainda tinha uma ligação íntima. Agora Erasto estava aparentemente ajudando a liderar a igreja em Corinto, e Paulo queria que Timóteo ficasse em contato com ele.
Trófimo próximo na lista de Paulo é outro velho amigo amado, Trófimo. I)o ac( >rdo O com Atos 20.4, Trófimo era da Ásia Menor. Ele também tinha deixado sua rasa para poder viajar com Paulo e trabalhar ao seu lado. Ele tinha ajudado a ira/.n a oferta dos gentios para os cristãos pobres em Jerusalém. No caminho, ele passou por Trôade com Paulo e estava lá quando Eutico caiu da janela e lôi ressuscitado. Quando eles chegaram em Jerusalém, os judeus tomurum conhecimento de Trófimo porque ele presumivelmente era um gentio. Quando viram Paulo no templo, eles admitiram injustamente que Trólimo eslava eom ele, e esse foi o incidente que levou à primeira prisão de Paulo (Al 2 I,.’0),
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I) II v m i ' i i il i n i l l i l i i i m n n
Agora I rói imo eslava doente, c Paulo o tinha deixado cm Mllcto I■Ic devei in estai hastunte c seriamente doente, porque Milcto estava aproximadamente upi-nas cinqüenta e sete quilômetros da sua casa em Éfeso. Podemos admitir seguramente que Paulo o teria curado se fosse possível. Mas aqui está uma cvidencia bastante dramática até mesmo antes da morte do apóstolo Paulo: os dons apostólicos de cura e milagres (“as credenciais do apostolado” [2Co 12.12]) estavam começando a cessar, ou já tinham cessado. Obviamente não era o plano de I)eus curar Trófimo, mas Paulo não tinha esquecido do seu Querido amigo.
Alguns novos amigos fié is Concluindo, Paulo enviou saudações de alguns crentes em Roma que não lóiam espalhados na perseguição: “Eubulo te envia saudações; o mesmo fazem Prudente, Lino, Cláudia e os irmãos todos”. Nada sabemos sobre essas pessoas, mas elas fornecem evidência de que até mesmo em seu momento final, a influência do a póstolo Paulo ainda era poderosa e ativa. Até mesmo no pior tipo de perseguição, as pessoas ainda estavam vindo a Cristo e Paulo ainda ministrava a elas. Finalmente, aqui estava a soma da situação de Paulo: Ele estava em um ledorento buraco no chão. Demas foi embora. Crescente estava ministrando cm outro lugar. Tito estava na Dalmácia. Tíquico tinha sido enviado a Éfeso. I Yiscila, Áqüila, Onesíforo e família, Erasto e Trófimo estavam todos espalhados, continuando o trabalho que Paulo tinha começado. Apenas Lucas ainda estava com o apóstolo. Alguns crentes na igreja em Roma também vinham ultimamente sc juntando a ele. Mas ele desejava ver seu filho na fé mais uma vez, para encerrar passando o bastão de liderança. Então ele disse no versículo 21: “Apressa-te a vir antes do inverno”. () apelo está cheio de compaixão e melancolia, embora o próprio Paulo fosse triunfante. Ele sabia que o dia da sua partida estava próximo. Contudo ele também sabia que, se Timóteo demorasse, eles nunca veriam um ao outro, cara a cara na terra novamente, e Paulo ainda tinha muito mais no seu coração para dizer. Conseqüentemente, o apelo temo que totaliza e finaliza essa epístola. Paulo foi um fracasso como líder? Nem um pouco. Sua influência contínua na vida de tantas pessoas apresenta vasta prova da eficácia da sua liderança até o fim. Ele tinha guardado a fé. Tinha lutado um bom combate, l inha terminado seu percurso com alegria. Esse era o seu legado nesta vida, e por toda a eternidade.
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Apêndice
Vinte e seis características de um verdadeiro líder 1. Um líder é confiável 2. Um líder toma iniciativa 3. Um líder avalia corretamente
14. Um líder sabe quando mudar de idéia 15. Um líder não abusa da sua autori-dade
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16. Um líder não abdica da sua função em face dc oposição
4. Um líder fala com autoridade 5. Um líder fortalece os outros 6. Um líder é otimista e entusiasmado 7. Um líder não abre mão dos absolutos 8. Um líder focaliza os objetivos, não os obstáculos 9. Um líder capacita por meio do exemplo 10. Um líder cultiva lealdade 11. Um líder tem empatia pelos outros 12. Um líder mantém uma consciência limpa 13. Um líder é determinado e decidido
17. Um líder tem certeza do seu chamado 18. Um líder conhece suas próprias limitações 19. Um líder é resistente 20. Um líder é apaixonado 21. Um líder é corajoso 22. Um líder sabe discernir 23. Um líder é disciplinado 24. Um líder é enérgico 25. Um líder sabe como delegar 26. Um líder é-semelhante a Cristo
N O T A S Introdução 1. Rich Karlgaard, “Purpose Driven”, Forbes (16 de fevereiro de 2004), 39. 2. Ibid.
Capítulo 3: Criando coragem 1. Charles Spurgeon, “The Church the World’s Hope”, The Metropolitan Tabernacle PulpitâX (Londres: Passmore & Alabaster, 1905).
Capítulo 4: Assumindo o controle 1. Para um relato fascinante da busca deste local em Malta e até mesmo a descoberta de quatro âncoras, veja Robert Cornuke, The Lost Shipwreck o fPaul (Bend, Ore: Global, 2003).
Capítulo 5: A devoção de um líder ao seu povo 1. Eu já escrevi um comentário de quinhentas páginas sobre 2 Coríntios, portanto não precisamos repetir esse exercício aqui. Mas para aqueles que desejam seguir este livro com uma olhada até mais profunda da abordagem de Paulo à liderança em Corinto, veja The MacArthur New Testament Commentary: 2 Corinthians (Chicago: Moody, 2003).
Capítulo 6: Paulo defende a sua sinceridade 1. Letter CCXI em Philip Schaff, The Confessions and Letters o f St. Augustine, with a Sketch o f his Life and Work.
Capítulo 9: O combate do líder 1. J. Oswald Sanders, Spiritual Leadership (Chicago: Moody, 1967'
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