A literatura Medieval. A Poesia. 1. Introdução O início do que podemos chamar literatura de língua portuguesa se dá juntamente com a própria formação de Portugal. Assim que o Condado Portucalense passa a ter uma unidade linguística, o galego-por tuguês, no século XII, temos as primei ras manifestações escritas nessa língua. Eram poesia e documentos jurídicos, sendo a pri meira mais notável, uma vez que no plano judicial ainda havia muito atrelamento a formas latinas. Desse modo, a língua portuguesa surgirá da poesia. (nas outras línguas como isso se dá?) 2. A Poesia Não é de assombrar que as primeiras manifestções literárias sejam de poesia, geralmente são, dado seu caráter musical e oral. (É de se assombrar que a língua surja na poesia então?) As primeiras poesias serão assim: palavras do galego-português modeladas à música. 2.1 âmbito cronológico e geografico do lirismo galego-portugues As poesias que temos desse tempo são tardias (já se ompunha tempos antes... só não se ti nha como escrever para que chegas sem até nós) e incompletas (só temos três volumes de poesias). Deve-se ter em mente aind a que não são apenas de portugue ses, mas de galegos tabém e de castelhanos, devido às fragmentações e laços políticos vivido s na época. (O que nos permite chamá-las de literatura portuguesa?) 2.2 As Origens Com a Galiza liberta cedo da intervenção moura, tem-se um espaço para o aparecimento d os jograis (artistas itinerantes que faziam verso na corte e, sobretudo, nas suas viagens recolhiam cantigas popu lares), que posteriormente serão influen ciados pelos trovadores franceses (artistas que viviam nas cortes fazendo versos de amor, de acordo com as regras do amor cortês. As poesias surgidas do encontro foram reunidas em livros, os cancioneiros. 2.3 Os cancioneiros galego-portugueses Esses cancioneiros se encontram em bibliotecas hoje e apresentam o que se veio c hamar de cantigas de amor, amigo, escár nio e mal dizer 2.4 os poetas Dos autores dessas poesias quase nada sabemos, a não ser quando ocupavam cargos im portantes. 2.5 os gêneros Amor/ Amigo/ Escárnio e mal dizer 2.5.1 Amor Essencialmente divergem por na primeira falar um homem e na segunda uma mulher q ue canta a um amigo (namorado). Entretan
to, além dessa diferença já posta pelos cancioneiros, há outras. NAs cantigas de amor, temos grande influência da cansó provençal. Daí a pouca originalid ade no tema e nos termos. (Isso também se deve à concepção de arte da época?) Mas a cantiga de amor galego-portugues a se afasta das cansó por não registrar o exterior como espelhamento da felicidade de amar a donzela, mas colo car em seu lugar uma mágoa e um sofrer sem tamanhos. Nelas, as mulheres não não bem descritas e se tem uma parte do corpo s obre a qual dizem alguma coisa é dos olhos. Também se afasta da cantiga provençal, à medida que investe em recursos sonoros e musi cais, tais como refrão, repetições, assonâncias, aliterações, etc. 2.5.2 Amigo Além de ter uma voz feminina, a cantiga de amigo galego-portuguesa apresenta vários elementos de uma poesia tradicional extremamente antiga como ritos, passagens e elementos da natureza animados. Em questão de forma apresenta paralelismo (verso ou versos do dístico inicial se rep etem), leixa-pren (o primeiro verso da estrofe é o último da anterior, excetuando o paralelo), refrão (sempre presente no final), rimas toantes em i e a. Podem ser divididas, pois apresentam grande diversificação, em: tradicionais, fatura individual, marinhas ou barcarolas, bailias, romaria, albas e pastorelas. 2.5.3 Satíricas (de escárnio e mal dizer) Diferem por ter o sentido encoberto pelas palavras e ter críticas feitas abertamen te, respetivamente, embora isso nem sem pre seja fácil de diferenciar. Também se distancia da influência provençal à medida que fala mais de defeitos individua is e de condutas pessoais que de política e sociedade.