Sumário bert ura ura Créditos Crédi tos Epígrafee Epígraf Comentários Com entários desta dest a edição PRESENTA PRESEN TAÇÃ ÇÃO O
CAPÍTULO CAPÍ TULO 1 - UM BATE-PAPO SOBRE A BOLSA BOLSA DE VALORES A NOVA ERA DAS BOLSAS DE VALORES O QUE SÃO AÇÕES? AÇÕES? POR QUE AS EMPRESAS LANÇAM AÇÕES? AÇÕES? POR QUE INVESTIR INVESTIR NA BOLSA? O QUE FAZ A BOLSA OSCILAR? O QUE É HOME BROKER? O MODELO “ATIVO” “ATIVO” E “PASSIVO” DE INVESTIDOR COMO FUNCIONAM OS CLUBES CLUBES DE INVESTIMENTO RISCO × RENTABILIDADE CAPÍTULO 2 2 - O SIMPLES PROCESSO DE INVESTIR EM AÇÕES NA PRÁTICA, O QUE SIGNIFICA “INVESTIR EM AÇÕES”? EM QUANTO TEMPO POSSO OBTER LUCRO? EXISTE O RISCO DE PERDER TUDO COM AÇÕES? CAPÍTULO 3 - OS MODELOS DE ANÁLISE DE MERCADO A ANÁLISE FUNDAMENTALISTA A ANÁLISE TÉCNICA O PAPEL DOS ÍNDICES E INDICADORES OS GRÁFICOS DIZEM MUITO! IDENTIFICANDO IDENTIFICA NDO PONTOS DE SUPORTE SUPORTE E RESISTÊNCIA A VISÃO DO ÚLTIMO ANDAR CAPÍTULO 4 - COMO AS AÇÕES SÃO NEGOCIADAS ENTENDENDO OS CÓDIGOS DAS AÇÕES ORDINÁRIAS ORDINÁRI AS × PREFERENCIAIS
PADRÕES DE QUANTIDADE DAS AÇÕES OS PAPÉIS MAIS POPULARES COMO PARTICIPAR DE UM IPO CAPÍTULO 5 - CHEGOU A SUA VEZ DE INVESTIR E EM AÇÕES COMEÇANDO COM O PÉ DIREITO OS SERVIÇOS BÁSICOS A TAXA DE CORRETAGEM OS SERVIÇOS AVANÇADOS OS CUSTOS OPERACIONAIS ABRINDO UMA CONTA TRANSFERINDO SEU CAPITAL TRIBUTAÇÃO PARA O MERCADO DE CAPITAIS CAPÍTULO 6 - COMO COMPRAR AÇÕES AVALIANDO O SISTEMA: ENVIANDO ORDENS TIPOS DE ORDEM DE COMPRA COLOCANDO A ORDEM STOP TIPOS DE ORDEM STOP VALIDADE DAS ORDENS ATENÇÃO AO LIVRO DE OFERTAS A PRIMEIRA COMPRA – QUE ATIVO ESCOLHER? QUAL O SEU OBJETIVO COM ESSA COMPRA? COM QUANTO DEVO COMEÇAR? TENHA TOTAL CONTROLE DA OPERAÇÃO ELEVANDO O STOP O ACOMPANHAMENTO DIÁRIO: UM BOM HÁBITO CAPÍTULO 7 - COMO VENDER AÇÕES QUAL A HORA CERTA DE SAIR DO MERCADO? VOU VIAJAR. O QUE FAÇO COM MINHAS AÇÕES? A FORMA CORRETA DE PERDER FAZENDO A VENDA DAS AÇÕES TIPOS DE ORDEM DE VENDA CAPÍTULO 8 - O DUELO EMOCIONAL NA MENTE DO INVESTIDOR POR QUE FICAMOS ANSIOSOS? EM QUEM ACREDITAR? O EFEITO PARALISANTE
DESCONTANDO A RAIVA NO MERCADO APRENDENDO COM OS ERROS O TRADE PERFEITO × A PREOCUPAÇÃO COM O DINHEIRO EVITE O VÍCIO DE OPERAR CAPÍTULO 9 - RESPEITE SEMPRE AS LEIS DO MERCADO O PREÇO DA INEXPERIÊNCIA NÃO MANTENHA POSIÇÕES PERDEDORAS CUIDADOS AO FAZER MÉDIAS PARA BAIXO NÃO REME CONTRA A MARÉ COMPRE NO BOATO, VENDA NO FATO PALAVRA FINAL REFERÊNCIAS GLOSSÁRIO NEXOS
ISBN : 9788502106154 CIP-BRASIL CATALOGAÇÃO NA FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ P647b 9.ed. Piazza, Marcelo C. Bem-vindo a bolsa de valores / Marcelo C. Piazza. – 9.ed., rev. e ampl. – São Paulo : Saraiva, 2010. il. Apêndices Inclui bibliografia ISBN 978-85-02-09535-9 1. Bolsa de valores. 2. Ações (Finanças). 3. Investimentos. 4. Mercado de capitais. I. Título. 10-1278. 24.03.10 31.03.10 CDD: 332.6322 CDU: 336.76 018256
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O verdadeiro analfabetismo é a falta de curiosidade; a curiosidade é a essência da cultura. GOFFREDO PARISE
Comentários desta edição A cada nova edição surgem fatores e pontos de vista interessantes ou que geram maior dificuldade para os novos investidores. Nesta edição, acrescentamos alguns pontos que julgamos mais importantes, como: » a importância de escolher a corretora adequada ao perfil de cada investidor; » como definir quando ser “estopado” na operação ou simplesmente quando não usar o stop, com a intenção de continuar comprando durante as quedas para reduzir o preço médio das ações; » os cuidados a serem observados para que o investidor não tenha surpresas desagradáveis no momento de enviar à Bolsa seus recursos ou realizar suas operações; » a importância de economizar nos custos de corretagem e de alguns serviços adicionais. Ser investidor, antes de mais nada, significa fazer uso consciente e inteligente de todo o capital disponível. Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação, de impressão ou variações conceituais. Em qualquer das hipóteses, solicitamos a gentileza de entrar em contato com a editora pelo e-mail:
[email protected]. As corretoras de valores mobiliários citadas na relação oferecida no Capítulo 5 representam recomendação pessoal do autor. Este livro utiliza modelos de gráficos que foram modificados para auxiliar no aprendizado. Todos foram gerados por software gráfico independente, desenvolvido pelo próprio autor.
APRESENTAÇÃO Logo que comecei a negociar ações, pude observar as dificuldades encontradas pelo investidor iniciante ao tentar compreender o funcionamento do mercado financeiro. Cada passo representava um novo obstáculo, visto que as informações existentes eram, e ainda são, complexas, o que não auxilia o aprendizado. Existe, hoje, um grande abismo entre os que já investem e os que não têm o menor conhecimento do assunto. Embora haja várias obras apresentando em detalhes as escolas Técnica e Fundamentalista, indispensáveis para a tomada de decisões, até o momento não encontrei um guia realmente didático, voltado exclusivamente ao iniciante, para explicar como ingressar no mundo dos investimentos. Além disso, uma parcela considerável de profissionais das instituições financeiras se sente incapaz de oferecer a seus clientes as informações necessárias sobre como investir em ações. Um longo caminho ainda deve ser percorrido, já que sempre fomos ensinados que investir significa apenas aplicar nosso dinheiro em cadernetas de poupança ou, quando muito, na renda fixa. Por essas razões, reconheci a importância de desenvolver um material que facilitasse a compreensão do processo técnico do investimento em ações. O que parecia tão complicado e restrito será apresentado aqui de forma simplificada e ao alcance de todos. Você já deve ter ouvido falar que, se uma pessoa, ainda jovem, investir uma pequena quantia na poupança ou em um fundo de investimento e apenas deixar esse dinheiro rendendo ao longo dos anos, adicionando pequenos depósitos mensais, ou até mesmo esporádicos, isso, apenas isso, já será suficiente para que ela, quando adulta, acumule um capital tão grande que sequer imaginaria ter um dia. Você acha que isso é real? Acha isso possível para um cidadão comum? A resposta é sim, isso é real e funciona. Mas, se parece tão simples de fazer, por que as pessoas não fazem? Por que preferem viver limitadas a um emprego “estável”, com um salário fixo que mal garante sua sobrevivência, sendo reféns de um sistema de consumo no qual recebem salário para pagar contas? Parecem continuar fazendo questão de entregar aos seus patrões todos os dias úteis e ensolarados de suas vidas por quase nada. Sequer podem, ou melhor, sequer têm o direito de adoecer. Muito menos sabem o que acontece na cidade em um dia de semana comum, porque estão sempre trancadas dentro de escritórios fechados, trabalhando para os outros. As respostas para essas perguntas são muitas, mas entre todas elas existe uma que diz que as pessoas não aplicam seu capital porque não sabem como fazer isso, ou melhor, nem têm ideia de como começar. É verdade. Mesmo para as modalidades de investimentos mais simples, como a poupança, existem dúvidas de todos os tipos e tamanhos. Se todos soubessem com exatidão que determinada aplicação renderia, por exemplo, 1% ao mês, qual o motivo para não realizá-la, não é mesmo? Então, é mais fácil deixar o tempo passar para, quem sabe um dia, enxergar uma solução que surgirá sabe-se lá de onde e resolverá todos os seus problemas sobre as aplicações financeiras. Será mesmo que esse dia vai chegar? Por sua vez, quem preferir partir em busca do conhecimento vai descobrir que não existem uma o duas formas de aplicar com segurança seu capital, mas várias, distribuídas em diversas categorias diferentes. Mas investimentos não envolvem riscos? Sim, envolvem, mas alguns deles apresentam um risco tão previsível e controlável que se torna quase insignificante. A própria poupança, por exemplo, é
um investimento que envolve alguns riscos, e nem por isso as pessoas analisam gráficos antes de destinar a ela seu capital. Este livro vai transmitir ao leitor o conteúdo essencial para que possa participar intensamente do mercado de capitais e usufruir seus benefícios. É importante que o leitor procure aprimorar seus conceitos após a leitura deste guia inicial e se dedique a estudar os assuntos interligados, a fim de aumentar, proporcionalmente, suas chances de sucesso. Aquele que acredita que alcançará grandes resultados imediatamente pode estar enganado. Investir em ações é um trabalho como qualquer outro, que exige disciplina, múltiplos esforços e uma reeducação sobre como lidar com o dinheiro. Para aqueles que cumprirem com rigor essas etapas, a recompensa será surpreendente. Todos deveriam participar do mercado de ações!
Marcelo C. Piazza
CAPÍTULO 1 UM BATE-PAPO SOBRE A BOLSA DE VALORES
A NOVA ERA DAS BOLSAS DE VALORES O QUE SÃO AÇÕES? POR QUE AS EMPRESAS LANÇAM AÇÕES? POR QUE INVESTIR NA BOLSA? O QUE FAZ A BOLSA OSCILAR? O QUE É HOME BROKER? O MODELO “ATIVO” E “PASSIVO” DE INVESTIDOR COMO FUNCIONAM OS CLUBES DE INVESTIMENTO RISCO × RENTABILIDADE
A NOVA ERA DAS BOLSAS DE VALORES Qual a primeira imagem que vem à sua cabeça quando você ouve falar em Bolsa de Valores? Seria aquele lugar barulhento, tumultuado, onde ganha quem grita mais alto? Códigos, gestos, números, gritos! Esta é sim a Bolsa de Valores. Mas não se preocupe. Você não vai precisar passar por tudo isso. A boa notícia é que você pode investir em ações em sua própria casa, usando seu computador. Isso se tornou possível depois do surgimento do Pregão Eletrônico, que é a representação virtual do pregão ao vivo. Os investidores agora podem realizar seus investimentos pela internet, graças ao home broker, um painel de operações que interliga o investidor à sua corretora, permitindo que ele execute ordens de forma independente. Os bancos e as corretoras já se adaptaram a essa tecnologia, e basta abrir uma conta para começar a operar. Nos próximos capítulos, veremos em detalhes o seu funcionamento.
O QUE SÃO AÇÕES? Ação é um título negociável que representa uma fração mínima do capital social de uma empresa de capital aberto, ou seja, de uma empresa do tipo Sociedade Anônima (S.A.). Quando você decide comprar uma ação da Vale PN, por exemplo, isso significa que você está comprando uma parte mínima dessa empresa, tornando-se, assim, um pequeno “sócio” e tendo o direito de receber a parte correspondente do lucro da empresa (caso ela venha a ter lucro). Vale, então, uma boa
pesquisa de mercado para saber de que empresa você deseja fazer parte.
POR QUE AS EMPRESAS LANÇAM AÇÕES? Quando uma empresa está interessada em captar novos recursos para investir em crescimento e modernização a médio e longo prazos, ela pode recorrer a um empréstimo, porém essa é uma opção de custo elevado em virtude dos altos juros cobrados. O lançamento de ações na Bolsa de Valores é outra alternativa para arrecadar capital, por meio do qual a empresa fica livre dos juros dos bancos e financeiras. Cada comprador desses papéis, por menor que seja, está se tornando um novo sócio, pois está investindo capital próprio em sua estruturação. À medida que essa empresa obtém lucro, parte dele também é repassado proporcionalmente aos acionistas sob a forma de dividendos. Com esse processo, a companhia ganha, pois cresce e tem a chance de aumentar seu faturamento e conquistar novos mercados, e, claro, os investidores lucram com esse ganho. Além disso, se a companhia apresentar resultados satisfatórios, aliados à crença de boa gestão e fundamentos sólidos, suas ações tendem a caminhar para o mesmo lado, ou seja, aumentarão de valor, gerando mais lucro para seus acionistas. O exemplo citado acima explica o processo de abertura de capital de forma simplificada. Obviamente, existem muitas exigências a serem cumpridas para tal, o que garante que apenas empresas sólidas, promissoras e transparentes se lancem ao mercado.
…
POR QUE INVESTIR NA BOLSA? Essa é uma pergunta muito comum e com várias respostas. Veja algumas: » para obter rendimentos em proporções nem imaginadas, se comparados aos da atual poupança ou fundos de renda fixa; » para proporcionar uma renda extra, como se fosse um segundo emprego. No Brasil, já existem pessoas que acompanham a Bolsa em tempo integral pelo home broker e até fazem disso sua principal fonte de renda; » para aumentar suas chances de desfrutar uma aposentadoria confortável. Lembre-se de que investir em ações representa apenas uma fatia das inúmeras opções de investimentos em renda variável disponíveis atualmente no Brasil.
O QUE FAZ A BOLSA OSCILAR? Se olharmos para dentro do mecanismo de compra e venda de papéis na Bolsa de Valores, vamos notar que o que faz os preços subir ou descer (volatilidade) é a alta ou baixa quantidade de compradores e vendedores, respectivamente. Ou seja, se muitas pessoas estiverem interessadas em comprar ações da Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. (Embraer), o número de compradores será maior que o de vendedores. Esses poucos, sabendo que a procura pelo seu papel é grande, só vão aceitar abrir mão dele por um bom preço. Então, lançam preços de venda mais altos, forçando a cotação do papel para cima. O inverso também ocorre durante as quedas. É a lei da oferta e da procura. Quando a procura é maior, o preço sobe; quando a oferta é maior, o preço desce. Esse movimento é ilustrado como a briga dos touros, que representam a força compradora; e dos ursos, que representam a força vendedora. O touro tem a intenção de levantar o mercado, enquanto o urso usa as patas para derrubá-lo.
O movimento citado acima ocorre durante todo o pregão, sessão em que são realizados os negócios nas Bolsas de Valores. Os preços se movem em busca do ponto de equilíbrio, ou seja, da aproximação de interesses entre o número de compradores e vendedores. Esse é o mecanismo de funcionamento da Bolsa. E o que leva os investidores a se interessar ou não por determinada ação? Para responder a essa questão da forma mais correta, apresentaremos os dois modelos de análise de mercado existentes: fundamentalista e técnico. Resumidamente, a Análise Fundamentalista sugere que os papéis sejam estudados de acordo com os fundamentos da empresa, enquanto a Análise Técnica se direciona apenas pela análise gráfica ao longo do tempo. Vamos falar disso com mais detalhes no Capítulo 3.
O QUE É HOME BROKER ? Home broker nada mais é que um serviço semelhante ao home banking oferecido pelas agências
bancárias, que permite ao acionista realizar diversas operações a partir da sua conta pela internet, sem a necessidade de comparecer pessoalmente ao seu banco. Sua função, portanto, é executar de forma prática e rápida operações na Bolsa de Valores, como compra e venda de papéis pela internet. Além disso, o sistema possibilita uma total independência durante as aplicações financeiras e o acompanhamento do mercado, dispensando a necessidade de intermediadores. Graças ao home broker, o pequeno investidor ganhou acesso total ao mercado de capitais. Do volume financeiro total negociado na Bovespa em 2007, 23% partiram das mãos, ou melhor, dos bolsos das pessoas físicas. Apesar de parecer pouco, já que historicamente o maior fluxo de investimentos é originado dos investidores estrangeiros (34,5%), seguido dos investidores institucionais (29,7%), esses números vêm crescendo consistentemente. Os números se mostram ainda mais expressivos quando analisamos o acumulado de contas abertas com a finalidade de aplicação em Bolsa de Valores, pertencentes aos investidores pessoas físicas no ano de 2007. Para ter uma noção desse crescimento, basta acompanhar a tabela a seguir, com destaque especial para os últimos meses do ano. TABELA 1.1 • EVOLUÇÃO MENSAL NO NÚMERO DE CONTAS ABERTAS PARA INVESTIMENTO NA CBLC EM 2007 FONTE: BOVESPA INFORMA.
MÊS Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro FONTE: BOVESPA INFORMA.
TOTAL DE CONTAS 224.536 234.470 241.498 * 246.980 255.775 278.305 284.005 284.518 310.625 327.740 456.557 * DADO NÃO DISPONIBILIZADO.
O MODELO “ATIVO” E “PASSIVO” DE INVESTIDOR Há alguns anos, era mais comum encontrar os investidores que podemos caracterizar como “passivos”, ou seja, que investiam em renda variável por intermédio do gerente do seu banco, que era quem fazia a compra e a venda dos papéis. Vamos entender isso melhor:
INVESTIDOR PASSIVO não conhece os termos técnicos do mercado; não tem uma visão ampla do mercado; não sabe reconhecer a tendência atual; não sabe utilizar o home broker; não sabe a hora certa de entrar e sair do mercado; não faz uso do conhecimento passado neste livro.
INVESTIDOR ATIVO tem conhecimento dos termos técnicos do mercado; busca enxergar o mercado como um todo; sabe reconhecer a tendência atual do mercado; investe pelo home broker; utiliza a Análise Técnica e/ou Fundamentalista; investe com base em suas próprias análises; sabe a hora certa de entrar e sair do mercado; este livro será apenas a base do seu conhecimento. Qual é o problema em ser um investidor passivo? A princípio, são os seguintes: 1 Frequentemente, ele investe com base no que a mídia está dizendo, ou baseado no comentário de um conhecido que está tendo um alto rendimento com um papel. Isso faz com que, muitas vezes, acerte justamente o pico do mercado. É o ponto mais alto de preços dentro de uma tendência ou de determinado período de tempo, o que aumenta suas chances de enfrentar uma considerável redução do seu capital logo nas primeiras semanas ou meses de aplicação. Alguns especialistas costumam dizer que a mídia traz a grande massa para a Bolsa no momento errado, ou seja, no final de um período de ganhos. É aí que os grandes traders (termo comumente usado no mercado financeiro para nomear aqueles que realizam negócios entre si) aproveitam para devolver seus lotes ao mercado, “satisfazendo” o desejo dos pequenos. Os preços, então, perdem a sustentação e são os inexperientes que pagam por isso. Veja a FIGURA 1.1, na próxima página. 2 O segundo problema é que ele não conhece formas de proteger seu capital de uma queda brusca de preços. Alguns deles mal sabem que estão expostos a esse risco. O uso do stop (tipo de ordem utilizada no mercado financeiro que permite proteger automaticamente o capital investido — vamos ver detalhes sobre ele adiante) garantiria a venda automática das ações no caso de atingirem um valor predeterminado.
FIGURA 1.1 • COMPRA NO TOPO HISTÓRICO
Alguns investidores passam anos com o capital “preso” em um papel que despenco por não terem saído do mercado na hora certa. Outros jamais recuperam as grandes perdas. Veja a FIGURA 1.2. Resumindo, o investidor passivo não sabe a hora certa de entrar e sair do mercado. É justamente esse fato que faz toda a diferença entre o sucesso e o fracasso nessa profissão. Você pode ouvir por aí que comprar ações é um ótimo investimento a longo prazo e que alguém ficou rico porque passou a vida toda com os mesmos papéis. Pense bem: você quer esperar 20 ou 30 anos para colher os resultados do que está aplicando agora? Quer assistir sentado à valorização de 100% do seu capital e, em seguida, a uma perda de 150%? Quer ver isso se repetir três, quatro, cinco vezes? Claro que não!
FIGURA 1.2 • DESVALORIZAÇÃO
Você vai descobrir que pode simplesmente sair do mercado ao primeiro sinal de queda, protegendo seu lucro, e retornar somente quando as expectativas se tornarem favoráveis novamente. Por isso, é importante ser um investidor ativo, que sabe identificar oportunidades e se beneficiar delas.
COMO FUNCIONAM OS CLUBES DE INVESTIMENTO Como o próprio nome diz, um Clube de Investimento é formado por um grupo de pessoas, sejam amigos, parentes, vizinhos ou colegas de trabalho, interessadas em investir. Esse grupo se junta e seus integrantes passam a contribuir mensalmente com uma quantia, que po de ser livre ou predeterminada, para a aplicação no mercado financeiro. As operações são feitas por intermédio de um integrante experiente do grupo ou de um profissional do mercado, contratado exclusivamente para tal atividade. Como regra, um Clube pode conter, no máximo, 150 participantes. Caso seja necessário agrupar um número ainda maior de investidores, essa exceção só será aberta caso todos os participantes possuam algum tipo de vínculo, ou seja, trabalhem na mesma empresa, façam parte de um mesmo sindicato, morem no mesmo edifício e assim por diante. Cada um dos seus integrantes fica livre para sair do Clube quando bem entender, assim como a entrada de novos membros também é permitida, desde que exista o mesmo vínculo em relação aos demais. Em geral, todos têm liberdade de realizar aplicações na data e no volume que quiserem. O percentual máximo do total de cotas que um único membro pode alcançar, porém, é limitado em 40%, jamais podendo ser ultrapassado. Sobre as estratégias de investimento utilizadas na aplicação dos recursos, o Clube fica livre para adotar aquela que julgar mais adequada ao perfil dos seus participantes. Elas devem estar rigorosamente definidas no seu estatuto. Quanto ao tipo de ativo a ser negociado, é preciso manter, pelo menos, 51% dos recursos aplicados em ações para que um Clube seja válido. O restante fica a critério dos seus gestores. É importante ter um conjunto de regras bem claras sobre como deve funcionar o Clube, isto é, um estatuto que defina qual será a taxa mensal a ser rateada pelos membros para cobrir as despesas com taxas de corretagem, impressão de informativos que serão distribuídos periodicamente a todo o grupo, custos com documentos, taxas etc. No momento de abertura do Clube, esse estatuto será solicitado pela corretora que vai administrá-lo. Sempre que necessário, seus participantes podem organizar uma assembleia, a fim de decidir assuntos relacionados ao Clube, assim como discutir possíveis queixas ou desentendimentos quanto à qualidade da gestão, transparência, mudança de estratégias, entre outros. Por falar nisso, pense bem no momento de criar um Clube de Investimento para que as regras de gestão fiquem bem claras e abrangentes, a fim de tentar reduzir ao máximo os possíveis e prováveis conflitos de interesses que poderão surgir com o tempo. Quando o Clube vai bem, tudo são flores. Porém, em um momento de crise, os ânimos começam a ficar alterados, principalmente por se tratar de um dos assuntos que mais afetam as pessoas, ou seja, o bolso. A Bovespa, assim como as corretoras associadas a ela, reconhece e incentiva a criação dos Clubes, assim como auxilia na documentação e definição das regras internas para eles. Montar um Clube de Investimento pode ser uma boa opção para aqueles que desejam investir em ações, mas não dispõem de conhecimento e confiança necessários para isso. Pode ser interessante também para os pequenos investidores que já aplicam por conta própria, mas desejam contratar um especialista para cuidar do seu capital.
RISCO × RENTABILIDADE Como você deve saber, as ações são consideradas aplicações de alto risco. Não existe forma de garantir que seu capital renda 5%, 10% ou 20% ao mês. É por isso, também, que são chamadas de renda variável. Por serem de alto risco, são também os investimentos capazes de gerar grandes rendimentos no curto, médio e longo prazos. O que você pode fazer, então, é tentar ao máximo reduzir esse risco. Existem diversas maneiras de fazer isso. Vamos citar algumas delas: » não operar contra a tendência; » procurar diversificar seu capital em dois ou mais papéis, montando uma carteira (conjunto de ativos que um investidor possui em seu poder em determinado momento), em vez de escolher apenas uma empresa para investir; » ter uma estratégia de ação bem desenvolvida e segui-la com disciplina, não mudando de opinião a cada pequena oscilação do mercado; » fazer uso incondicional do stop de proteção, evitando, assim, as grandes perdas. É provável que você esteja insatisfeito com os baixos rendimentos da poupança ou dos fundos de investimento de perfil conservador. Na atual trajetória de queda dos juros, é natural que esses modelos de investimento se tornem cada vez menos rentáveis. Com uma boa administração de riscos, o investidor terá condições de assegurar que, mesmo na pior das hipóteses, ainda se manterá com a quase totalidade do seu capital inicial. O objetivo deste capítulo inicial foi permitir um primeiro contato com os principais tópicos que serão discutidos em detalhes adiante. Vamos a eles.
CAPÍTULO 2 O SIMPLES PROCESSO DE INVESTIR EM AÇÕES
NA PRÁTICA, O QUE SIGNIFICA “INVESTIR EM AÇÕES”? EM QUANTO TEMPO POSSO OBTER LUCRO? EXISTE O RISCO DE PERDER TUDO COM AÇÕES? Antes de estudarmos em detalhes cada etapa do processo de compra e venda de ações pela internet, é interessante apresentar uma visão prática do todo, para que fique clara a importância da compreensão de cada um dos capítulos específicos que virão posteriormente.
NA PRÁTICA, O QUE SIGNIFICA “INVESTIR EM AÇÕES”? Investir em ações nada mais é que substituir (trocar) uma quantidade “x” de capital por uma quantidade “y” de ações de uma empresa qualquer por determinado período de tempo e, então, inverter a operação, transformando essas mesmas ações novamente em dinheiro quando for conveniente ao investidor, de preferência quando esses papéis se valorizarem. Quanto maior for a diferença positiva entre o preço de compra e o preço de venda, maior será o lucro na operação. É muito simples. (PV – PC) × número de ações = SALDO Imagine que você possua R$ 18 mil em sua conta corrente e resolva investir esse capital na compra de um pequeno terreno. Como seu objetivo é obter valorização sobre o bem, você só se interessará em vendê-lo quando estiver diante de uma boa proposta. A Bolsa de Valores funciona de maneira semelhante. Veja o EXEMPLO 2.1, a seguir.
EXEMPLO 2.1 • CÁLCULO DO LUCRO NA NEGOCIAÇÃO Um investidor resolve adquirir mil ações de uma empresa do setor de alimentos a R$ 2,34 por ação. Apenas duas semanas depois, decide vendê-las para encerrar sua posição. Nesse momento, a ação está custando R$ 2,78, ou seja, está obtendo valorização. Vamos calcular, então, os resultados dessa negociação. Para facilitar a compreensão, os cálculos serão feitos sem a cobrança das taxas de corretagem (esse tópico será visto em detalhes no Capítulo 5).
Preço da compra: R$ 2,34/ação Preço da venda: R$ 2,78/ação
(PV – PC) × NÚMERO DE AÇÕES = SALDO Logo, temos que: (2,78 – 2,34) × 1.000 = R$ 440,00 Em variação percentual, isso equivale a 18,80% de lucro em apenas duas semanas! Podemos dizer, então, que esse investidor, que inicialmente tinha R$ 2.340,00 em caixa, agora tem R$ 2.780,00, ou seja, teve uma valorização de 18,80% sobre o capital aplicado. Veja o gráfico dessa negociação na FIGURA 2.1.
FIGURA 2.1 • VALORIZAÇÃO
Note que, ao contrário dos imóveis, nesse mercado você estará lidando com “mercadorias” extremamente líquidas, o que significa que poderá comprá-las e vendê-las rapidamente, e até várias vezes ao dia, se assim desejar, da mesma forma que poderá se desfazer em questão de segundos de algo que está lhe trazendo prejuízos. Essa é uma das grandes vantagens do mercado de valores mobiliários.
EM QUANTO TEMPO POSSO OBTER LUCRO? Acertar o momento da compra e da venda de uma ação é o que vai determinar seu grau de sucesso na operação. Alguns papéis podem variar de preço imediatamente após a compra, enquanto outros podem permanecer estáveis durante dias ou até semanas.
O investidor consciente precisa estar preparado para todas as situações possíveis antes de executar a ordem de compra. Isso mesmo: antes! Tenha em mente exatamente o que fazer se o papel se valorizar, desvalorizar ou até mesmo permanecer estável por muito tempo, o que pode se tornar um problema. Mas por que se preocupar com isso antes da compra? Pelo simples fato de que, a partir do momento que você observar o seu dinheiro se “movimentando” em tempo real, para cima ou para baixo, entrará em campo, também, seu maior oponente: o fator emocional, que poderá comprometer toda a operação. Voltaremos a falar das armadilhas psicológicas dos investimentos adiante. A resposta para a pergunta “Em quanto tempo posso obter lucro?” é que não existe um tempo certo o padrão. O lucro virá de acordo com sua habilidade de lidar com os desafios do mercado de renda variável. Nada o impede de comprar uma ação logo na abertura do pregão, quando os preços enfrentam extrema volatilidade, e realizar a venda apenas cinco ou dez minutos depois, com um grande lucro. Tudo vai depender do perfil de investidor que você assumir, podendo variar de arrojado, como nesse exemplo que acabou de ler, moderado ou, ainda, conservador, que é aquele que opta por aplicações de médio e longo prazos. Pelas análises Técnica e Fundamentalista, que veremos no próximo capítulo, será possível “prever” o que é mais provável de acontecer com o rumo dos preços e em que período de tempo. É fato que todo especulador deseja ver seus ativos em franca e imediata ascensão, mas essa não é uma tarefa das mais simples. Saber identificar os movimentos do mercado pode lhe permitir alcançar ganhos significativos, como 10% ou mais em um único dia, por exemplo. Essa situação pode ser observada na FIGURA 2.2.
FIGURA 2.2 • VALORIZAÇÃO INTRADAY
Na FIGURA 2.2, a compra foi feita a R$ 1,02 e a venda a R$ 1,50, ambas no mesmo dia. Isso gero uma valorização bruta de 47% (sem descontar corretagem e impostos). Uma operação invejável! Variações mais consideráveis de preços, como a dessa figura, costumam ser encontradas em ativos de baixo valor nominal, em que cada movimento de preço representa uma variação percentual significativa. Existem investidores que adoram especular com esse tipo de papel, desde que a empresa apresente razões suficientes para convencê-lo de que essa será uma boa aplicação.
FIGURA 2.3 • DESVALORIZAÇÃO INTRADAY
No mercado de ações é fundamental que o investidor saiba proteger seu capital de momentos como o demonstrado na FIGURA 2.3. Os cenários “baixistas” são tão comuns quanto os “altistas”, e é preciso optar pelas negociações com maiores probabilidades de retorno e menor exposição ao risco. É importante, também, buscar manter uma trajetória estável de resultados positivos, por menores que sejam. Procure não transformar em objetivo principal somente os grandes ganhos, pois esses estarão diretamente atrelados à possibilidade de grandes prejuízos. Quanto maior for o risco assumido, maior também será a chance de um grande resultado, seja ele positivo ou negativo. Costuma ser assim. E costuma decepcionar muita gente. À medida que o leitor for adquirindo vivência no mercado e confiança em suas operações, poderá assumir riscos maiores.
EXISTE O RISCO DE PERDER TUDO COM AÇÕES? Essa é uma pergunta bastante comum nas conversas sobre o mercado de capitais. Perder tudo é realmente preocupante. “Afinal, aplicar o dinheiro na Bolsa de Valores é um investimento dos mais arriscados!”, como muitos dizem. Mas podemos afirmar uma coisa: a dor de perder tudo é igualmente proporcional à dor de pagar as contas no final do mês e continuar sem nada. Mais adiante, você vai entender o porquê disso. Sempre que o assunto é “investir dinheiro”, surge, ao mesmo tempo, o medo de “perder dinheiro”. Não há como negar que esses dois termos soam como sinônimos na mente da maioria das pessoas, quando deveriam ser antônimos. O termo “perder dinheiro” deveria estar mais relacionado às pessoas que não possuem nenhum tipo de aplicação financeira com o objetivo de fazer render seu capital. Deveria, mas não é assim que acontece. O risco, porém, pode ser visto de vários ângulos. Se todo investimento possui riscos, de diferentes níveis, deve haver uma forma de lidar com eles, caso contrário ninguém ficaria tranquilo enquanto se capital estivesse aplicado. É preciso encontrar uma maneira de aceitar os riscos dos investimentos, mesmo que, algumas vezes, estejamos em situações em que exista a possibilidade de perda de capital. A solução pode estar na forma como enxergamos o risco. Se pararmos para analisar tudo o que acontece em nossa vida, e os riscos que corremos no dia a dia,
talvez mudemos de opinião quanto ao risco que está embutido nas aplicações financeiras. Vamos observar um deles, o qual podemos denominar de “O risco de não investir”. Por incrível que pareça, talvez esse represente um dos maiores riscos à pessoa física. Apesar de não aplicar um centavo sequer, é preciso compreender que em um sistema financeiro existem forças contrárias que contribuem para que tenhamos uma leve desvalorização do nosso capital a cada dia em que vivemos. Uma delas é a inflação. Em poucas palavras, inflação equivale a um aumento no nível geral de preços e a uma depreciação da moeda, ocasionada por um conjunto de fatores socioeconômicos que faz com que haja um desequilíbrio em todo o sistema monetário e econômico do país. Assim, se não nos preocuparmos em realizar algum tipo de investimento que, pelo menos, renda o equivalente aos juros da inflação, nosso dinheiro estará perdendo seu poder de compra, mês após mês, dia após dia. Outro fator que temos de observar é o nosso consumo mensal. Por consumo entendemos tudo de que uma pessoa “depende” para viver, como aluguel ou prestação da moradia, condomínio, transporte, alimentação, telefone fixo e celular, roupas, plano de saúde, impostos, diversão, lazer, cultura etc. Se você prestar atenção, vai perceber que recebe seu salário e o gasta integralmente (ou quase) pagando suas contas. Isso quer dizer, em outras palavras, que você aplicou seu capital de uma forma que ele duro apenas 30 dias, quando, então, “virou pó”. Será que foi realizada uma boa aplicação desse capital? Se direcionássemos R$ 1 mil para uma aplicação financeira qualquer e, em 30 dias, nosso capital total fosse reduzido a zero, qual seria o risco envolvido nessa operação? Como a desvalorização foi total, ele teria um risco máximo, não acha? Agora, responda: por que você tem medo do risco se, mês após mês, “perde” tudo o que ganha sem sequer ter a chance de aplicar uma parte disso em alguma opção de investimento? Esse é o ponto que precisa ser observado. Parte desse dinheiro consumido deveria representar a fonte de água cristalina para suas aplicações no mercado de ações. Quando você faz negócios com um capital que já estaria perdido de qualquer forma, seu medo do risco é reduzido significativamente. Se já estava perdido, o que vier é lucro, não é? Por piores que sejam suas manobras com seus ativos, ainda assim você terá grande parte desse capital poupado. Então, a partir de hoje, preste mais atenção em onde foi parar seu salário do mês passado, seu último décimo terceiro, aquela bonificação pelas horas extras, o prêmio de final de ano, o dinheiro a mais que você está recebendo por ter sido promovido, entre outras “fontes”. Existem inúmeras formas de gastar nosso dinheiro. Mesmo sem perceber, temos gravado em nosso subconsciente o desejo de gastar. Não é natural termos dinheiro sobrando. As razões para consumir vão surgir, e uma vai sempre parecer mais tentadora e justificável que a outra. Que tal começar a se preocupar mais em economizar 10% ou 20% da sua renda mensal e menos em gastá-la instantaneamente? Ou que tal assumir o desafio de poupar 10% no próximo mês e ir aumentando esse percentual em 1% ao mês como forma de estimulá-lo a gastar menos, investindo cada vez mais? No primeiro mês, você economiza 10%. No segundo, 11%, no terceiro, 12%, e assim por diante, até que atinja patamares cada vez mais elevados. Uma dica é fazer a transferência dessa parcela para a sua conta na corretora no mesmo dia em que receber o seu salário, ou seja, antes mesmo de pagar as contas e começar a gastá-lo. Dessa forma, seus investimentos passarão a ser tratados como uma prioridade, em vez de ser deixados em último plano, ou sempre para o mês seguinte. Quanto antes você der importância ao jogo de poupar para investir, mais cedo verá seu dinheiro trabalhando arduamente por você. Quando você se der conta, terá acumulado uma boa quantia, que provavelmente teria sido gasta com coisas desnecessárias. E mais: se você é um daqueles que sentem prazer em consumir tudo o que ganha, desenfreadamente, pelo menos faça o sacrifício de poupar uma
parte do seu salário por um tempo, para que, no futuro, tenha ainda mais capital para destinar ao se consumo. Quem sabe até se, nesse meio-tempo, você não descobre dentro de si um talento nato para os investimentos e passa a sentir prazer em poupar para investir? Ou quem sabe ainda se, por ironia do destino, você, que era um gastador, não passa a ganhar mais do que é capaz de gastar, tornando-se, finalmente, independente financeiramente. Mas, voltando à questão “Existe o risco de perder tudo com ações?”, a boa notícia é que você não corre esse risco. Pelo menos não de uma só vez ou em um período curto de tempo, como a maioria dos leigos imagina. Pessoas que passaram pela experiência de perder tudo o fizeram porque cometeram erros grotescos ou assumiram posições extremamente alavancadas no mercado de opções de ações ou no mercado a termo, por exemplo, concentrando-se apenas em quanto poderiam ganhar com a operação, esquecendo de observar o quanto também poderiam perder. Existem, obviamente, alguns casos que podem levar o investidor a acumular prejuízos significativos, como aplicar demais, abrindo e fechando várias operações dentro de um mesmo dia, ou optar por ativos com preços muito reduzidos, beirando a faixa dos poucos centavos. Porém, o risco dessas aplicações é mais que sabido por quem opera dessa forma, ou com papéis de preços tão insignificantes. Então, desde que sejam observados alguns detalhes e tomados certos cuidados, você pode enfrentar tranquilamente um momento ruim de mercado, com um percentual pequeno de perda. Mas, vamos deixar isso para o Capítulo 6, no qual falaremos do uso do stop como forma de proteção do capital.
CAPÍTULO 3 OS MODELOS DE ANÁLISE DE MERCADO
A ANÁLISE FUNDAMENTALISTA A ANÁLISE TÉCNICA O PAPEL DOS ÍNDICES E INDICADORES OS GRÁFICOS DIZEM MUITO! IDENTIFICANDO PONTOS DE SUPORTE E RESISTÊNCIA A VISÃO DO ÚLTIMO ANDAR A partir de agora, você terá contato com informações técnicas sobre o funcionamento do mercado financeiro, que podem não parecer tão simples à primeira vista. Não se preocupe. Quando você se der conta, vai tratar desses assuntos com naturalidade. Vamos começar apresentando as duas principais formas de análise dos movimentos do mercado, a importância dos índices e dos indicadores, e ainda dar algumas noções de leitura de gráficos. Todas elas são ferramentas usadas para tentar prever, basicamente, se a Bolsa vai subir ou cair. Conhecê-las detalhadamente é fundamental nesse tipo de investimento. Você precisará de uma direção para tentar traduzir o que está acontecendo em cada momento, assim como para avaliar a tendência mais provável; afinal, não vai querer aplicar seu capital em uma ação qualquer, vai? Como foi dito anteriormente, o objetivo deste livro não é se aprofundar nos conceitos de Análise Técnica ou Fundamentalista. Não faltam obras sobre esses assuntos nas livrarias. O que queremos é ensinar, de forma simples e direta, os passos necessários para que qualquer pessoa consiga comprar e vender ações pela internet. Você poderá investir seu dinheiro por conta própria, quando quiser e sem a ajuda de intermediários. Ciente disso, vamos aos modelos de análise de mercado.
A ANÁLISE FUNDAMENTALISTA A Análise Fundamentalista sugere que os papéis sejam analisados de acordo com os fundamentos da empresa, como a relação preço /lucro, o lucro líquido, o grau de endividamento, o patrimônio líquido, o pagamento de dividendos etc. Esses fatores são capazes de dar um diagnóstico sobre a saúde financeira da companhia. Notícias sobre possíveis fusões ou venda da empresa também costumam afetar fortemente os investidores fundamentalistas. Com base nessas análises, se for possível enxergar um futuro promissor para a empresa, o papel tende a valorizar. Caso contrário, começa a dar sinais de desvalorização. Essa é a visão desse tipo de análise.
A ANÁLISE TÉCNICA A Análise Técnica é totalmente diferente e não está relacionada à situação clínica da companhia. Também não sofre grandes abalos com as notícias divulgadas pelos meios de comunicação. Ela se interessa pela análise gráfica do papel e de seu desempenho ao longo de diversos períodos de tempo. Os parâmetros básicos são a cotação atual da ação, o preço máximo, médio, mínimo, o volume do dia, o fechamento anterior, o Índice de Força Relativa (IFR), as tendências, entre muitos outros. O objetivo aqui é identificar linhas de tendências e pontos de reversão do mercado por meio dos gráficos gerados com essas informações. Alguns papéis obedecem rigorosamente a padrões gráficos bem conhecidos, enquanto outros mal podem ser entendidos pelos melhores analistas. Veja alguns exemplos (FIGURAS 3.1, 3.2 e 3.3).
FIGURA 3.1 • TENDÊNCIA DE ALTA
A FIGURA 3.1 demonstra claramente uma consistente tendência de alta. Note que o gráfico de preços testa (encosta) na linha imaginária várias vezes, mas volta a subir, sinalizando que ela está sendo “respeitada”.
FIGURA 3.2 • TENDÊNCIA DE BAIXA
A FIGURA 3.2 mostra uma tendência de queda com forte oscilação de preços, o que pode causar, em alguns momentos, a impressão equivocada de que a tendência se inverteu. A FIGURA 3.3 exibe uma variação limitada de preços. Note que eles não ultrapassam as linhas imaginárias. Podemos chamar essa região de zona de congestionamento ou de acumulação.
FIGURA 3.3 •TENDÊNCIA INDEFINIDA
Avaliando os gráficos, não fica muito difícil notar que os preços seguem ondas ou fases. Mesmo em um mercado em nítida tendência de alta, em alguns momentos será possível encontrar pequenos recuos. O mesmo se aplica à tendência de baixa. É possível que você esteja se perguntando qual dos tipos de análise de mercado citados é mais eficiente ou melhor. O que podemos dizer é que não existe melhor nem pior. Existe aquilo em que você acredita mais e menos. Cada analista tem sua opinião particular sobre esses dois métodos. Faça você mesmo sua escolha.
DICA Mesmo para os que optarem pela Análise Fundamentalista como método principal de interpretação do mercado, conhecer alguns princípios básicos da Análise Técnica pode ser muito útil. É ela que irá guiá-lo quando todos os outros sinalizadores parecerem confusos ou contraditórios.
O PAPEL DOS ÍNDICES E INDICADORES Assim como um piloto de avião precisa conhecer o sentido e a força dos ventos antes do pouso e da decolagem, o investidor precisa avaliar as condições reais do mercado antes de tomar qualquer decisão. Uma forma de fazer isso é pela observação dos índices e indicadores, que são ferramentas que servem para sugerir um provável sentido para o mercado, buscando aumentar estatisticamente a probabilidade de acerto. Existem inúmeros índices e indicadores atualmente, e cada um expressa o mercado de um ponto de vista particular. Cada investidor tem preferência por um ou outro, de acordo com seu grau de confiabilidade. Pode-se, ainda, fazer uma combinação entre duas ou mais ferramentas a fim de tentar reforçar o resultado. Entre os principais, podemos citar os seguintes:
IBOVESPA É o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo. Este índice mede a lucratividade de uma carteira hipotética, uma carteira imaginária, usada como parâmetro para calcular o rendimento que o investidor teria se a possuísse, com as ações mais negociadas, seguras e rentáveis para investimento no momento. Cada ação integrante recebe um peso em pontos que varia de acordo com sua liquidez (grau de facilidade com que se consegue transformar um ativo — ações, imóveis etc. — em dinheiro vivo novamente). A cada quatro meses, a composição e os pesos do Ibovespa são alterados para melhor representar o mercado de ações, razão pela qual é usado como indicador. Atua como ponto de referência para o mercado financeiro brasileiro.
ÍNDICE DE FORÇA RELATIVA (IFR) É um dos indicadores mais usados pelos analistas técnicos e mede a aceleração dos movimentos. Utiliza uma escala de 0 a 100 na qual se acredita que, acima de 80, o mercado está próximo de um topo
(tendendo a cair) e, abaixo de 20, está com tendência de finalizar a queda, voltando a subir. Isso é muito fácil de ser observado na prática, e a maioria dos gráficos de ações já vem com o Índice de Força Relativa visível.
VOLUME O estudo do volume também representa um importante sinaliza-dor de mercado. Movimentos do mercado acompanhados de um volume crescente indicam a permanência ou força dessa tendência. Já a diminuição do volume indica que o movimento pode estar próximo de uma inversão de tendência. Assim como o IFR, o volume já vem exibido na maioria dos gráficos oferecidos pelas corretoras de investimentos em ações.
IBOVESPA FUTURO Este índice “sente” primeiro os impactos das notícias e antecipa o que se espera para o mercado à vista. Por isso, é visto pelos investidores como um indicador confiável.
ÍNDICE DOW JONES O índice americano representa para o mundo o que o Ibovespa representa para o Brasil. Qualquer movimentação considerável neste índice tende a carregar consigo boa parte dos mercados mundiais. Um hábito que pode contribuir para a redução do risco em suas operações é analisar com frequência a tendência do Índice Dow Jones. Para investir no mercado financeiro, é fundamental que você tenha conhecimento de alguns indicadores. É também fortemente recomendado ler um livro específico sobre Análise Técnica para se aprofundar no assunto. Existem vários disponíveis atualmente. Como dito anteriormente, cabe a cada um escolher o tipo de análise a que melhor se adapta e estudá-lo de acordo com o seu interesse. Uma coisa é certa: “Se ganhar dinheiro com ações fosse tão fácil, estaríamos cheios de novos milionários circulando por aí todos os dias”. O processo de aprendizado exige dedicação, paciência e acompanhamento constante do mercado.
DICA
Tenha cuidado para não utilizar muitos indicadores ao mesmo tempo. Isso só vai dificultar ainda mais a tomada de decisão. Escolha um por vez e avalie seu desempenho por um determinado período.
OS GRÁFICOS DIZEM MUITO! Aprender a interpretar corretamente os gráficos das ações e ler pelas linhas é outro fator indispensável ao bom operador técnico. Os gráficos dizem muito! Não se preocupe se, no início, parecerem mapas indecifráveis. Um gráfico nada mais é que um relato exato do que aconteceu com um ativo ao longo do tempo. Com a prática, você vai passar a identificar padrões e sinais que indicam que posições assumir. Você pode conseguir gráficos confiáveis acessando o site da sua corretora de valores, exclusivo para seus investimentos no mercado financeiro. Lá, você também encontrará gráficos analisados por profissionais, nos quais estarão traçadas as principais linhas de tendência, com comentários atualizados sobre a situação do mercado e de vários papéis. Trataremos sobre o tema “Corretoras” no Capítulo 5.
IDENTIFICANDO PONTOS DE SUPORTE E RESISTÊNCIA Os pontos de suporte e resistência são muito fáceis de ser encontrados e, por mais simples que pareçam, dão sinais importantes sobre as áreas de maior tensão do mercado. Podemos chamar de suporte a linha imaginária em que os preços chegam, mas não ultrapassam, voltando a subir. Isso significa que essa é uma região na qual, por alguma razão, há um interesse maior dos compradores. Veja a FIGURA 3.4. Note, também, que os preços chegam a encostar três vezes na linha de suporte, mas voltam a subir. Isso é um sinal de força do lado comprador, já que o lado vendedor tentou derrubar os preços uma vez e não conseguiu. Tentou novamente, também sem êxito. Tentou pela terceira vez, e nada! Se os preços não conseguem cair além desse ponto, não resta outra alternativa a não ser a alta. E foi justamente o que aconteceu. Você se lembra da imagem que demonstra a disputa entre o touro e o urso, apresentada no primeiro capítulo? Pois bem. Agora tente imaginar que logo abaixo da linha de suporte da FIGURA 3.4 existe um aglomerado de touros sedentos por comprar papéis que atinjam aquela faixa de preço. Toda vez que o valor da ação está se aproximando desse ponto, os touros entram em ação, o que faz com que voltem a subir quase que de imediato. Nessa faixa de preços, então, os touros vencem os ursos.
FIGURA 3.4 • PONTOS DE SUPORTE
O nível de suporte é, também, o local ideal para a compra, pois permite que o stop seja colocado imediatamente abaixo dessa linha, o que garante um prejuízo pequeno no caso de um rompimento, ou seja, se os ursos vencerem os touros. Você vai aprender mais sobre o que é e como funciona o stop adiante. Podemos chamar de resistência a linha imaginária em que os preços das ações alcançam, mas não ultrapassam, voltando a cair. Agora, isso significa que essa é uma região na qual existe um interesse maior dos vendedores, ou seja, os ursos estão com maior força. Veja a FIGURA 3.5.
FIGURA 3.5 • PONTOS DE RESISTÊNCIA
O nível de resistência é, também, o local ideal para a venda, pois oferece uma grande probabilidade de inversão do movimento, que até então era de alta. Você vai notar que esses padrões ocorrem o tempo todo no mercado e das mais variadas formas. Ambos, inclusive, podem aparecer sequencialmente, como mostra a FIGURA 3.6. Normalmente, identificamos esse movimento simultâneo durante um processo de congestionamento ou acumulação. Procure pelos próximos pontos de suporte e resistência no site da sua corretora. Essas informações são fornecidas diariamente. FIGURA 3.6 • PONTOS DE SUPORTE E RESISTÊNCIA
A VISÃO DO ÚLTIMO ANDAR Para resumir em uma única frase o que vamos comentar neste tópico, basta concordar com o fato de que “quem olha do último andar enxerga mais amplamente do que quem olha do primeiro”. A análise gráfica funciona da mesma forma. Antes de tomar qualquer decisão, é importante analisar o mercado de diferentes formas. Muitas vezes, investidores inexperientes entram no mercado justamente no topo de uma tendência. Veja a FIGURA 3.7.
FIGURA 3.7 • COMPRA NO TOPO HISTÓRICO
Uma forma comum de analisar o mercado é pelo gráfico de dias, semanas e meses. Talvez o erro do investidor, demonstrado no exemplo, tenha ocorrido pela visão de mercado de curtíssimo prazo apenas, sem se dar conta do que realmente estava acontecendo. Se o gráfico mensal ou semanal fosse consultado, ele teria a clareza de que estava entrando no mercado em um momento ruim, o que dificilmente lhe traria bons resultados. Para deixar esse conceito bem claro, vamos reformular o pensamento do investidor enquanto decidia
se deveria ou não aplicar seu capital naquela ação. Veja, então, a FIGURA 3.8.
FIGURA 3.8 • TNLP4 – GRÁFICO DIÁRIO
Esse é o gráfico diário da Telemar PN. No gráfico diário, cada barra representa a variação de preços de um dia. É uma visão mais aproximada, detalhada, ideal para operações no curto ou curtíssimo prazos. Em uma análise inicial, podemos dizer que a tendência é de alta. Agora, vamos observar o gráfico semanal na FIGURA 3.9.
FIGURA 3.9 • TNLP4 – GRÁFICO SEMANAL
Neste gráfico, notamos que o momento não é tão propício como parecia no gráfico diário. No gráfico semanal, cada barra representa a variação de preços dentro de uma semana. Todo o movimento altista que foi observado na FIGURA 3.8 aqui está embutido dentro de três ou quatro barras que, se analisadas mais amplamente, não representam uma tendência de alta tão consistente, como sugeria o gráfico anterior. Para tirarmos todas as dúvidas, vamos observar o gráfico mensal, a seguir ( FIGURA 3.10).
FIGURA 3.10 • TNLP4 – GRÁFICO MENSAL
Veja que surpresa desagradável! Neste gráfico, fica explícita a situação do mercado em plena tendência de queda. Lembre que o gráfico diário indicava tendência de alta! É bem provável que o investidor que estivesse pensando em aplicar seu capital em Telemar PN naquele momento desistisse dessa ideia ao ver seu gráfico mensal. Porém, como não o fez, achou que ainda poderia retirar algum lucro do mercado, acreditando que estivesse em alta. Procure sempre olhar abertamente para o mercado, para identificar sua tendência principal. Mesmo em uma indicação de queda do gráfico mensal, podem-se buscar oportunidades rápidas de obter bons lucros com o gráfico semanal e, na sequência, com o diário. O importante é olhar de cima e identificar o panorama geral do mercado para saber que posição assumir. Depois, sim, a visão pode ser focada em algum ponto para a realização de operações dentro das variações menores de preços, se for essa a intenção do investidor. Essa é uma maneira simples, porém eficaz, de análise de tendências. Com os conhecimentos técnicos mais apurados, você poderá calcular, por meio de Fibonacci (os números de Fibonacci representam importante ferramenta para análise da duração de um movimento gráfico), por exemplo, a projeção de alta ou baixa do mercado, ou seja, até onde se espera que chegue um movimento. E os estudos da Análise Técnica vão muito além disso. Basta se dedicar ao seu aprendizado.
DICA Antes de uma compra, imprima e analise no papel os gráficos diário, semanal e mensal da ação. Trace retas de tendência e localize os pontos de suporte e resistência. Suba até o último andar!
CAPÍTULO 4 COMO AS AÇÕES SÃO NEGOCIADAS
ENTENDENDO OS CÓDIGOS DAS AÇÕES ORDINÁRIAS × PREFERENCIAIS PADRÕES DE QUANTIDADE DAS AÇÕES OS PAPÉIS MAIS POPULARES COMO PARTICIPAR DE UM IPO
ENTENDENDO OS CÓDIGOS DAS AÇÕES Para efeito de padronização, as empresas que têm seus títulos negociados na Bovespa possuem uma nomenclatura abreviada. A seguir, você poderá observar uma relação com o código e o nome das companhias que compõem o Ibovespa que, como explicamos no capítulo anterior, é o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo e atua como uma importante referência do desempenho do mercado. O índice é composto por aproximadamente 60 empresas que, juntas, representam mais de 80% do volume financeiro negociado em todo o mercado à vista. Logo, é provável que você nem chegue a conhecer as outras empresas negociadas, devido à sua baixa liquidez e volume. O Ibovespa é atualizado de quatro em quatro meses. Os ativos listados a seguir representam o período de setembro a dezembro de 2009.
CÓDIGO ALLL11 AMBV4 ARCZ6 BTOW3 BVMF3 BBDC4 BRAP4 BBAS3 BRTP4
AÇÃO ALL AMER LAT Ambev Aracruz B2W Varejo BMF Bovespa Bradesco Bradespar Banco do Brasil Brasil T PAR
BRTO4 BRKM5 PRGA3 CCRO3 CLSC6 CMIG4 CESP6 CGAS5 CPLE6 CSAN3 CPFE3 CYRE3 DURA4 ELET3 ELET6 ELPL6 EMBR3 GFSA3 GGBR4 GOAU4 GOLL4 ITSA4 ITUB4 JBSS3 KLBN4 LIGT3 LAME4 LREN3 MMXM3 NATU3 NETC4 BNCA3 PCAR5 PETR3 PETR4 RDCD3 RSID3 SBSP3 SDIA4 CSNA3
Brasil Telecom Braskem BRF Foods CCR Rodovias Celesc Cemig Cesp Comgas Copel Cosan CPFL Energia Cyrela Realt Duratex Eletrobras Eletrobras Eletropaulo Embraer Gafisa Gerdau Gerdau MET Gol Itausa ItauUnibanco JBS Klabin S/A Light S/A Lojas Americanas Lojas Renner MMX Miner Natura NET Nossa Caixa P.Açúcar-CBD Petrobras Petrobras Redecard Rossi Resid Sabesp Sadia S/A Sid Nacional
CRUZ3 TAMM4 TNLP3 TNLP4 TMAR5 TLPP4 TCSL3 TCSL4 TRPL4 UGPA4 USIM3 USIM5 VCPA3 VALE3 VALE5 VIVO4
Souza Cruz Tam S/A Telemar Telemar Telemar NL Telesp Tim Part S/A Tim Part S/A Tran Paulist Ultrapar Usiminas Usiminas VCP Vale Vale Vivo
Note que os códigos possuem quatro letras seguidas, na grande maioria, por apenas um número, que costuma ser 3 (Ações Ordinárias — ON) ou 4 (Ações Preferenciais — PN). Existem algumas variações, porém são pouco encontradas e de fácil entendimento. Quando você for realizar suas operações pelo home broker, que é o painel de operações que será oferecido gratuitamente pela sua corretora, utilize apenas o código da ação e não seu nome completo. Você vai encontrar uma demonstração prática desse uso na FIGURA 4.1.
ORDINÁRIAS × PREFERENCIAIS As ações brasileiras podem ser divididas em dois tipos básicos: ordinárias e preferenciais.
AÇÕES PREFERENCIAIS (PN) Têm esse nome porque dão preferência aos portadores das suas ações para receber dividendos ou boa parte de seus investimentos de volta em caso de falência da empresa. Seus acionistas não dispõem do direito de voto nas reuniões da empresa.
AÇÕES ORDINÁRIAS (ON)
Ao contrário das ações PN, as ações ordinárias dão direito de voto aos seus acionistas, além de oferecerem dividendos. Geralmente possuem um valor de mercado e uma liquidez menores que as PN por estarem concentradas, em grande parte, nas mãos dos proprietários da empresa, que não as negociam com frequência. Somente para efeito didático, existem ainda ações do tipo PNA, PNB e PNC, com seus critérios correspondentes.
DICA
Procure optar pelas Ações Preferenciais (PN), pois são as mais negociadas na Bolsa de Valores. Evite papéis de baixa liquidez.
PADRÕES DE QUANTIDADE DAS AÇÕES O preço de uma ação pode variar de R$ 0,01 a pouco mais de R$ 1 mil, sendo negociada em lotes mínimos de uma, dez, cem ou mil ações, dependendo do papel. Cada ação obedece a algum desses quatro padrões. Não é necessário se preocupar tanto com essa diferença entre o número de ações por lote de um ativo e outro, pois o home broker vai exibir a quantidade-padrão referente a cada papel que você está solicitando antes da confirmação final da ordem de compra ou venda. Veja um exemplo a seguir:
EXEMPLO 4.1 • CÁLCULO DO NÚMERO DE AÇÕES Suponha que você queira comprar 300 ações da Vale PN a R$ 40,00 cada. Sabendo que o lote mínimo desse ativo é de cem ações, basta realizar a compra em quantidades múltiplas de cem, ou seja:
3 LOTES × 100 AÇÕES = 300 AÇÕES Veja também como ficaria sua ordem de compra na FIGURA 4.1. FIGURA 4.1 • BOLETA DE COMPRA
Além dos padrões demonstrados até aqui, que se encaixam dentro do mercado de lote padrão, existe uma modalidade de negociação destinada aos pequenos investidores, que desejam dar ordens menores, fora das quantidades-padrão do mercado à vista. Trata-se do mercado fracionário, em que as ações podem ser negociadas por unidade. Apesar de até ter um volume significativo de negócios, esse mercado possui a desvantagem de ter uma liquidez reduzida se comparado ao mercado de lote padrão. Outro fator que não favorece muito esse mercado é o custo de corretagem, que poderá ser cobrado várias vezes se o investidor tiver sua ordem de compra, por exemplo, atendida por cinco pequenos vendedores diferentes. Isso também pode acontecer no mercado de lote padrão. Aqui, porém, com ordens tão pequenas, a chance de “picar” a sua ordem será maior. Assim, se o investidor estiver operando por meio de uma corretora que pratica a taxa fixa de corretagem, seus custos poderão se tornar muito elevados em comparação com o pequeno volume de capital aplicado.
OS PAPÉIS MAIS POPULARES Uma das vantagens de escolher papéis mais populares na hora de investir em ações é sua liquidez, o seja, o fato de possuírem um maior número de negócios realizados no dia. Quanto mais líquida uma ação, maiores suas chances de comprar ou vender papéis rapidamente a preços de mercado, já que não faltam compradores e vendedores a todo momento. Uma ação pouco líquida requer manobras para a negociação a bons preços. Além disso, essas ações não são as mais populares à toa. Se muitos investidores as desejam, independentemente se fazem isso com a intenção de mantê-las em carteira por um longo prazo o simplesmente para especulação, é provável que essa seja uma boa escolha para direcionar seu capital. Quando lembramos que estamos em um mercado comandado pela oferta e demanda dos seus participantes, o fato de serem populares deve ser levado ainda mais em conta. Veja, a seguir, a diferença entre uma empresa com alta (FIGURA 4.2) e uma com baixa liquidez (FIGURA 4.3) por meio do livro de ofertas, que nada mais é que uma listagem dos interessados na compra e venda dessa ação. FIGURA 4.2 • LIVRO DE OFERTAS COM ALTA LIQUIDEZ
FIGURA 4.3 • LIVRO DE OFERTAS COM BAIXA LIQUIDEZ
DICA
No início do seu aprendizado, dê preferência aos papéis de empresas que compõem o Ibovespa, que é formado pelas empresas mais seguras e potencialmente rentáveis para investimento no período.
COMO PARTICIPAR DE UM IPO Desde o Initial Public Offering (IPO) da Bovespa Holding, cujas ações foram inauguradas na Bolsa no dia 30 de outubro de 2007, nunca se ouviu falar tanto no lançamento inicial de ações, e mais, nunca os investidores iniciantes, e até os que ainda não investem, tiveram tanto interesse em um IPO. Até então, isso era privilégio apenas dos que já investiam em ações. Se você é um daqueles que ficaram curiosos para saber o que é necessário para participar de um IPO, chegou a hora de aprender mais sobre o assunto. IPO é a sigla de Initial Public Offering, o que quer dizer “oferta pública inicial”, e significa que uma companhia privada está tornando pública uma parte das suas ações para que sejam negociadas em Bolsa de Valores. Esse lançamento pode ocorrer de duas formas:
OFERTAS PRIMÁRIAS Correspondem à venda de novas ações que estão em posse da empresa. O volume de capital arrecadado com o IPO fica para a companhia, que vai investi-lo em projetos com o objetivo de aumentar ainda mais seu patrimônio.
OFERTAS SECUNDARIAS Correspondem à venda de ações que já existem e estão em posse dos sócios controladores da empresa. Nesse caso, o volume de capital arrecadado vai diretamente para os sócios, e não para a empresa. As ações, porém, têm a mesma importância e funcionalidade das ações emitidas por meio de ofertas primárias.
... Para participar ativamente do lançamento de ações por meio de um IPO, basta ter uma conta aberta em uma corretora de valores ou em um banco de investimentos e informar sua intenção de compra, definindo as condições dessa compra e respeitando as datas-limite divulgadas publicamente. O investidor deve
ficar por dentro dessas datas, caso contrário não terá o direito de participar. Veja abaixo, como exemplo, alguns dados técnicos e o cronograma para o lançamento das ações da Bovespa Holding :
EVENTO Início do período de reservas Encerramento do período de reservas Fixação do preço por ação Início de negociação das ações na Bovespa Data de liquidação
REALIZAÇÃO 15/10/2007 23/10/2007 24/10/2007 26/10/2007 30/10/2007
Quais as vantagens de participar de um IPO? Historicamente, o lançamento de ações na Bolsa tem atraído a atenção dos investidores, principalmente dos investidores estrangeiros, em razão do grande potencial de valorização que essas ações podem apresentar logo no primeiro dia de negociação, ou seja, no seu lançamento real ao mercado. Isso acontece por causa da grande expectativa pela definição do preço real dos ativos, uma vez que, até esse momento, era desconhecido pela totalidade dos investidores, inclusive por aqueles que deram suas ofertas de compra durante os dias que antecederam o IPO. Mas os ganhos do primeiro dia não são a regra. O lançamento de ações deve ser visto como uma operação de alto risco, uma vez que essas companhias não têm um histórico em Bolsa para servir como parâmetro de análise. É impossível fazer um estudo técnico, por exemplo, de uma ação que sequer existe. É como adquirir um imóvel na planta. Você não sabe exatamente como vai ficar o seu apartamento, se a região vai se valorizar, se o tempo previsto para a entrega será respeitado, muito menos se a construtora vai quebrar antes disso. Espera-se, então, que o proprietário ganhe um desconto para compensar o alto risco da operação. No lançamento de ações, a situação é semelhante. Por isso, gera-se tanta expectativa quanto ao valor de abertura e, por isso também, há tantos investidores que adquirem esses ativos para vendê-los logo no primeiro dia. Esse movimento especulativo é chamado de flipp. Os flippers, como são chamados, participam do lançamento de ações com o objetivo de fazer a venda no primeiro dia de negociação, embolsando o lucro rápido. A Bovespa, por sua vez, vem estudando métodos de reduzir esse tipo de especulação, ou pelo menos controlá-la, por meio de restrições na quantidade de compra de ações permitida para aqueles que fizeram a venda dos papéis logo no lançamento em Bolsa. Essa ainda é uma posição que vem sendo debatida, uma vez que até mesmo os especuladores de um único dia têm sua importância no mercado, dando liquidez às operações. Quanto mais interessados em comprar e vender determinado papel, mais rápida será a negociação, pois não faltarão ofertas. Portanto, antes de participar de um IPO, busque o máximo de informações possível sobre a empresa, a fim de tentar, ainda que de forma simbólica, reduzir ao máximo o risco de participar de um lançamento de ações.
CAPÍTULO 5 CHEGOU A SUA VEZ DE INVESTIR E EM AÇÕES
COMEÇANDO COM O PÉ DIREITO OS SERVIÇOS BÁSICOS A TAXA DE CORRETAGEM OS SERVIÇOS AVANÇADOS OS CUSTOS OPERACIONAIS ABRINDO UMA CONTA TRANSFERINDO SEU CAPITAL TRIBUTAÇÃO PARA O MERCADO DE CAPITAIS
COMEÇANDO COM O PÉ DIREITO A escolha da corretora de valores é uma das decisões mais importantes que você vai precisar tomar nessa sua nova trajetória como investidor do mercado de capitais. É por meio dela que suas ordens de compra e venda serão enviadas à Bovespa. É nela, também, que seu capital ficará armazenado, para que esteja sempre disponível durante suas aplicações. Na data de preparação para a nova edição deste livro, tínhamos cerca de 57 corretoras autorizadas pela Bovespa a intermediar as negociações de títulos no mercado de capitais brasileiro. Existem corretoras de diversos tamanhos e especialidades, direcionadas para o pequeno, médio o grande investidor, algumas mais simples, outras com características diferenciadas, como taxa fixa de corretagem, ordens especiais, limite operacional, aluguel de ações etc. Resumindo, o leitor terá uma missão não muito simples logo no começo da sua batalha. Isso não significa que seja difícil. Trata-se apenas de um processo trabalhoso, e você deve destinar pelo menos uma semana inteira para observar o site de várias corretoras disponíveis. Mais à frente, vamos contribuir um pouco para facilitar a sua busca, indicando algumas das corretoras mais indicadas aos iniciantes. Então, não se preocupe em relação a isso ainda. Basicamente, elas variam de acordo com três fatores:
1 serviços básicos; 2 taxa de corretagem; 3 serviços avançados. É importante destrincharmos detalhadamente esses três pontos para que o leitor esteja preparado para
todo tipo de situação no momento da escolha da sua corretora. A partir de agora, então, prepare-se para saber tudo sobre o assunto.
OS SER SE RVIÇOS VIÇOS BÁSICOS B ÁSICOS De alguns anos para cá, com a popularização da Bolsa de Valores no Brasil e a crescente demanda de novos investidores, as corretoras estão enxergando a melhoria na qualidade dos seus serviços como um grande diferencial competitivo na conquista de novos clientes. Apesar de ainda representarmos um mercado imaturo, se comparado ao mercado de capitais americano, por exemplo, pode-se dizer que já demos o pontapé inicial, e em grande estilo, diga-se de passagem, para o desenvolvimento de um mercado mais profissional. No início da negociação de ações pelo home broker, em abril de 1999, os serviços básicos oferecidos não passavam de meros paineizinhos para a compra e venda direta, sem grandes caprichos ou recursos para os clientes. Para sorte do investidor e do mercado de capitais brasileiro, muita coisa mudou. Os serviços básicos, hoje, vão além alé m do que se podia podi a imaginar imaginar como como mais mais avançado a vançado naquela naquela época. Dentre os serviços básicos oferecidos, sua nova corretora vai precisar ter:
UM HOME HOME BROKER CONFIÁVEL É fundamental poder contar com ele durante todo o pregão eletrônico. Alguns home brokers são instáveis, apresentam lentidão ao efetuar o login e ao enviar ordens, desconectam-se com muita facilidade, trazem atrasos nas cotações de preços, permitem que o usuário envie ordens repetidas ao clicar, por engano, duas vezes no botão “enviar ordem”, não informam rapidamente se a ordem foi encaminhada ou não à Bovespa, entre outros problemas. Além disso tudo, tudo, observe se o home broker possui uma visualização amigável e intuitiva. Você não vai querer ficar lendo o tópico de “ajuda” enquanto estiver tomando suas decisões no mercado, vai? Algumas corretoras oferecem um período de testes no home broker (as cotações terão atraso de 15 minutos) antes do cadastro formal, formal, o que é de grande grande valia vali a para que o investidor investidor possa pos sa avaliá-lo aval iá-lo na prática. Mas atenção! Não confunda o home broker, que sempre será gratuito, com a plataforma de negociação profissional, que também costuma ser oferecida para um período de demonstração, por 15 ou 30 dias, e é destinada aos clientes com grande número de operações. Nesse caso, o sistema será pago e liberado mediante assinatura de um novo contrato, exclusivo para o uso do sistema.
MODELO GRFICO COMPLETO A maioria das corretoras vai disponibilizar, pelo menos, um gráfico em tempo real dentro da própria plataforma do home broker. Mesmo que futuramente você se torne um investidor 100% fundamentalista, é imprescindível saber como o mercado está se comportando no dia. As melhores corretoras podem
disponibilizar, inclusive, a opção de abrir vários pequenos gráficos em tempo real ao mesmo tempo, um para cada ativo ou indicador que o cliente queira acompanhar. Então, dê preferência às corretoras que ofereçam fácil acesso ace sso aos gráficos. gráficos.
FERRAMENTAS PARA A ANÁLISE TÉCNICA Com a evolução na qualidade dos serviços oferecidos, não se faz mais necessário, como pequeno investidor, tornar-se assinante de um sistema independente para a Análise Técnica das ações, visto que as corretoras permitem a elaboração de análises completas dentro do site. Nessas análises, é possível traçar retas, calcular projeções, localizar pontos de continuidade, reversão ou congestionamento, enfim, aprofundar aprofundar o estudo dos gráficos de preços.
CONTEÚDO DE ANÁLISE FUNDAMENTALISTA As melhores corretoras também oferecem todas as informações sobre os fundamentos das empresas, além de análises setoriais e macroeconômicas, acroeconômicas, para pa ra facilitar facili tar e justificar justificar a tomada tomada de decisões. d ecisões.
CARTEIRA RECOMENDADA Este serviço vai va i muit muitoo além das “dicas” de ações que estão disponíveis. disponíveis. Trata-se de indicações i ndicações feitas por analistas experientes da corretora. Apesar de não terem nenhuma garantia de retorno, as corretoras que prestam esse serviço sabem da importância de ter seu nome ligado a essas recomendações e empenhamse ao máximo para acertá-las, sugerindo sempre papéis com grande possibilidade de retorno no curto, médio ou longo prazos.
ALERTAS ALERTAS POR E-MAI E -MAIL L Nem sempre o investidor pode acompanhar o mercado até o momento em que todas as suas ordens, enviadas pelo home broker, são executadas. Alguns, então, preferem deixar suas ordens programadas para ser disparadas disparada s automaticam automaticament ente. e. Para casos como como esses, esse s, é importan importante te que o investidor seja sej a avisado, avi sado, de alguma forma, quando uma ordem foi executada. A maioria das corretoras envia um aviso por e-mail. As mais sofisticadas permitem o alerta pelo celular. Dependendo da sua necessidade, leve ou não esse item em consideração. Existe, também, outro tipo de alerta que informa quando o preço de um ativo, selecionado pelo cliente, atinge um valor predeterminado. Essa facilidade vai mantê-lo atento sempre que o mercado oferecer boas oportunidades oportunidades para suas negociações. negociações.
TIPOS TIPOS DE ORDENS PERMI PE RMITI TIDAS DAS Como você vai aprender a seguir, existem diversos tipos de ordem de compra e venda oferecidos pelas corretoras. Além disso, existem as ordens stop, importantes para a proteção do seu investimento. Nunca se sabe quando o preço de uma ação vai despencar, e não custa nada estar prevenido. Então, antes de abrir sua conta, apenas confira no site da corretora os tipos de ordem permitidos. Geralmente, você vai encontrar uma imagem do modelo de home broker adotado, seguida de todos os benefícios e vantagens oferecidos aos clientes que se associarem a ela.
ATENDIMENTO DO CORRETOR Quando você vai a uma imobiliária em busca de um imóvel, procura o corretor de imóveis, que é a pessoa apta a dar todo tipo de informação sobre o assunto, não é mesmo? No mercado de ações, isso não é diferente. Cada corretora encaixa um grupo de clientes para cada um dos seus corretores. Logo que você abrir sua conta, seu novo corretor poderá lhe enviar um e-mail apresentando-se e colocando-se à disposição para tirar dúvidas, sugerir uma carteira de ações com bom potencial de valorização, ou até mesmo esmo para realizar reali zar suas suas operações opera ções pelo pel o home broker, caso você não queira fazê-las por cont c ontaa própria. própri a. Mesmo que o corretor não o procure, saiba que existe um à sua disposição, sendo mais que recomendado, então, que você o procure, ligando para sua corretora. Conheça-o e tenha sempre à mão seu telefone e e-mail. Não esqueça de gravar o telefone dele no seu celular também. Acredite, você vai precisar disso um dia. Depois disso, mantenha contato com ele semanalmente para tirar dúvidas, saber sobre um ou outro detalhe de algum ativo, obter mais informações sobre um IPO, entre outras coisas. Você também vai precisar dele sempre que o home broker apresentar instabilidade, o que pode acontecer até com as melhores corretoras. corr etoras. Nesses casos imprevistos, imprevistos, basta bas ta ligar para par a ele. el e. Você Você vai va i se sentir sentir um verdadeiro verdadeir o operador de pregão à moda antiga, negociando pelo telefone.
DICA investimentos os que precisa preci sa acreditar acr editar em Não é porque agora você dispõe de um corretor de investiment todas as “sugestões” que ele lhe dá. Aplique com cautela, e sempre baseado no que você acredita que vai acont a contecer. ecer.
A TAXA DE CORRETAGEM
Finalmente, chegamos ao ponto em que é preciso dar grande ênfase. Você precisa acertar na escolha do melhor plano de corretagem. Esse é um ponto-chave porque essa escolha vai depender muito do se perfil de investidor e do volume de capital aplicado por operação. A maioria dos investidores erra nessa escolha simplesmente porque não faz uma boa pesquisa entre as opções disponíveis. É impossível separarmos aqui um tipo de corretora para cada tipo de investidor porque cada um realiza suas operações de forma distinta. Mas vamos tentar clarear ao máximo as diferenças entre as taxas para que não restem dúvidas na hora de decidir. Vamos começar com o microinvestidor, que é aquele interessado realmente em adquirir experiência, participando do mercado com ordens pequenas, que não ultrapassam os R$ 1 mil. Para esse caso, tornase interessante optar por uma corretagem que siga a tabela padrão Bovespa, que vai ser apresentada em detalhes mais à frente. A tabela Bovespa é proporcional ao volume de capital aplicado em cada ordem de compra ou venda e vai gerar custos bem reduzidos de corretagem ao microinvestidor, dando total tranquilidade para que se divirta com suas pequenas ordens. Esse tipo de ordem também é a melhor opção para quem opera no mercado fracionário. Contudo, por emitir ordens de pequeno valor não significa que ele seja um investidor iniciante. O mercado de opções de ações, pertencente à classe dos derivativos financeiros, por exemplo, é outro caso em que investidores um pouco mais experientes podem enviar pequenas ordens ao mercado, já que os preços desses ativos, ou melhor, desses derivativos, são bem mais baixos que os preços das ações. Seus valores variam de alguns poucos centavos a alguns poucos reais, dificilmente ultrapassando os R$ 10,00 por opção de ação. Investidores que operam somente opções, então, podem preferir uma corretora que ofereça a taxapadrão Bovespa de corretagem. Em seguida, estão os investidores pequenos e médios, que dão ordens de compra e venda entre R$ 1 mil e R$ 100 mil. Para esse tipo de investidor, que representa a grande maioria, haverá maior economia em corretoras que trabalham com a taxa fixa de corretagem. Essas taxas independem do volume financeiro aplicado. Com a variedade de corretoras que oferecem essa opção atualmente, vai ser preciso fazer as contas e analisar qual delas oferece a menor taxa fixa, desde que, claro, contenha um bom conjunto de serviços básicos para o cliente. Não são poucas as situações, porém, em que o operador pode preferir uma corretora com uma taxa um pouco maior justamente porque ela oferece um diferencial exclusivo nos serviços básicos ou avançados, o que, para seu perfil de investidor, se torna indispensável. Existem também aqueles que aplicam um volume ainda maior de recursos, ou realizam muitas operações por mês, ou até mesmo por dia. Quando o volume aplicado vai aumentando, vai aumentando também a dificuldade em executar a totalidade de uma ordem em uma única operação, ou seja, o investidor que quiser comprar, imediatamente, 5 mil ações da empresa Vale PN, por exemplo, pode ter de adquirir esse lote em partes, consumindo assim algumas ordens de corretagem, e não mais apenas uma. Para esses casos, existem as corretoras que oferecem um plano de corretagem em que o cliente paga somente as primeiras “x” ordens do dia, ou somente as primeiras “y” ordens no mês, e todas as outras são gratuitas. Investidores que operam diariamente adoram esse tipo de plano, que permite uma redução imensa em seus custos.
OS SERVIÇOS AVANÇADOS
No Brasil, ainda são poucas as corretoras que oferecem um tratamento eficiente ao investidor mais experiente e de nível técnico mais aprimorado. Esse tipo de cliente se interessa em executar operações especiais, como travas, vendas a descoberto, operações de financiamento, alavancagem, entre outras, que visam, ao contrário do que muita gente pensa, reduzir o risco de uma carteira de ativos, e não aumentá-lo. Mesmo nessas poucas opções que oferecem serviços mais profissionais, dificilmente existem vantagens reais ao grande investidor. Existem, por exemplo, as plataformas profissionais para operações, que são uma evolução do atual home broker. Porém, para ter direito ao seu uso é necessário arcar com seu alto custo, ou realizar um alto consumo de corretagens no mês, o que vai distanciar a ótima eficiência desse produto do pequeno investidor, que pode até ter um enorme potencial, porém não dispõe ainda do giro de capital suficiente para poder utilizá-las. Empecilhos como esses só serão exterminados daqui a alguns anos, com o crescimento do mercado de capitais no país e uma maior concorrência entre as instituições que oferecem esse tipo de serviço. Como foi dito até aqui, são diversos os fatores que irão influir na busca da corretora ideal. Vale a pena dedicar alguns dias estudando a melhor opção para o seu caso. Nada o impede, depois, de trocar de corretora assim que você encontrar uma de maior agrado ou que forneça maiores benefícios. Mas, começar errando por pura falta de pesquisa também não vai ajudar em nada. Outra opção para o investidor seria manter uma conta aberta em duas corretoras, simultaneamente, o que vai lhe permitir operar em uma ou outra, de acordo com o tipo de ordem ou o volume de capital utilizado em cada operação. Somado a isso, você vai poder usufruir os melhores recursos que cada uma delas oferece. Para algumas pessoas, o simples fato de ter de abrir uma conta em uma corretora e transferir se capital para lá já é motivo suficiente para desistir de investir na Bolsa de Valores. Não há razão para esse bloqueio, portanto não deixe isso acontecer com você. As corretoras são empresas sérias, autorizadas e constantemente fiscalizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pelo Banco Central e pelas Bolsas de Valores. Elas não vão fazer nada com seu dinheiro que não seja previamente solicitado por você. São como simples contas em bancos, só que otimizadas para as operações no mercado de capitais. Além disso, caso ocorram situações em que o investidor desconfie que houve má-fé ou falha de conduta por parte da corretora ou do seu corretor, ou prejuízo decorrente de problemas no próprio home broker, pode procurar um dos órgãos responsáveis em busca de informações para o caso, que, se confirmado, poderá ser reparado. Os órgãos são: » Ombudsman Bovespa
Serviço de esclarecimento implantado pela Bovespa. 0800 770 0149 |
[email protected] » Programa de orientação e defesa do investidor (PRODIN) Serviço de esclarecimento implantado pela CVM. 0800 726 0802
» Superintendência de proteção e orientação aos investidores (SOI) Serviço de esclarecimento implantado pela CVM. 0800 24 1616 |
[email protected]
Agora você já dispõe de conhecimento mais que suficiente para iniciar suas aplicações na corretora certa, escolhida a dedo por você e ajustada ao seu perfil. Isso vai fazer diferença na hora de calcular os resultados de suas aplicações. Então, informe-se e associe-se a uma boa corretora. Vamos em frente.
OS CUSTOS OPERACIONAIS As taxas de corretagem são cobradas tanto na compra quanto na venda dos papéis, ou seja, em cada ordem enviada à Bovespa e executada. Cada corretora pode aplicar um modelo próprio de cobrança dessa corretagem. Para simplificar, vamos expor aqui o modelo-padrão Bovespa, percentual, que é calculado da seguinte forma: Taxas de corretagem • Modelo-padrão
VALOR NEGOCIADO Até 135,07 135,08 a 498,62 498,63 a 1.514,69 1.514,70 a 3.029,39 Acima de 3.029,39
PERCENTUAL 2,0% 1,5% 1,0% 0,5%
PARTE FIXA R$ 2,70 R$ 2,49 R$ 10,26 R$ 25,21
Além dessas taxas, temos os emolumentos (pequena porção taxativa cobrada sobre as movimentações financeiras, tanto na compra como na venda dos ativos), que representam uma porcentagem mínima do capital aplicado. A taxa varia de acordo com dois tipos de operação, que são as Operações Normais e as Operações Daytrade (operações em que a compra e a venda de um mesmo ativo são realizadas no mesmo pregão, ou seja, em um único dia). Os valores dos emolumentos podem ser vistos a seguir. A Taxa ANA (Aviso de Negociação de Ações), cobrada pela Bovespa, é isenta no Brasil. Emolumentos • Operações normais Taxa de negociação (Bovespa) Taxa de liquidação (CBLC) Total
0,027% 0,008% 0,035%
Emolumentos • Operações Day Trade Taxa de negociação (Bovespa) Taxa de liquidação (CBLC)
0,019% 0,006%
Total
0,025%
Veja, a seguir, um exemplo da aplicação das taxas de corretagem padrão (EXEMPLO 5.1) e outro comparando a taxa-padrão e a taxa fixa (EXEMPLO 5.2).
EXEMPLO 5.1 • CÁLCULO DA TAXA DE CORRETAGEM O lote mínimo da Telesp Celular PN (TSPP4) é de cem ações, e cada ação custa R$ 9,00. Para calcular o valor da corretagem para comprar mil ações, deve-se fazer o seguinte cálculo: Valor da operação:
R$ 9,00 × 1.000 AÇÕES = R$ 9.000,00 Valor da corretagem:
0,5% + PARTE FIXA DE R$ 25,21 = R$ 70,21 Valor dos emolumentos:
0,027% + 0,008% = R$ 3,15 Logo, o valor total dessa corretagem será R$ 73,36. Algumas corretoras já exibem o valor da taxa de corretagem no momento do preenchimento da boleta de compra e venda.
EXEMPLO 5.2 • COMPARAÇÃO DAS TAXAS DE CORRETAGEM Vamos fazer uma comparação dessas taxas utilizando o mesmo exemplo citado anteriormente: a compra de mil ações da Telesp Celular PN (TSPP4). Ordem submetida à corretagem-padrão:
Valor da ordem: R$ 9.000,00 Corretagem: R$ 70,21 | Emolumentos: R$ 3,15
Total de taxas cobradas: R$ 73,36 Ordem submetida à corretagem fixa de R$ 16,00 (média aproximada das corretagens de valor fixo):
Valor da ordem: R$ 9.000,00 Corretagem: R$ 16,00 | Emolumentos: R$ 3,15 Total de taxas cobradas: R$ 19,15 Podemos observar, então, que a corretagem fixa é bem mais econômica que a corretagempadrão para o valor da ordem em questão, que é R$ 9 mil. Vale a pena prestar atenção nesses valores antes de fazer qualquer aplicação. A importância de escolher uma corretora que utilize taxas de corretagem que se adaptem ao seu perfil de investidor pode representar uma porcentagem significativa no lucro, caso a operação seja positiva, o no custo, caso seja negativa. A partir do que foi exposto, fica fácil observar a diferença entre as taxas de corretagem aplicadas. Note que você estará gastando mais se fizer uma pequena compra de R$ 300,00 com uma corretora de taxa fixa que com uma de taxa-padrão.
ABRINDO UMA CONTA Se você chegou até aqui, está preparado para transformar sua noção teórica em prática. A primeira atitude a tomar será abrir uma conta em uma corretora. Provavelmente tudo o que você vai ver de agora em diante estará vendo pela primeira vez. Como tendemos a não aceitar o novo de imediato, ou pelo menos a desconfiar dele, se você ficar pensando antecipadamente em cada etapa que será necessária ultrapassar apenas para dar a primeira ordem real de compra, vai consumir um tempo enorme. Quando terminar, vai descobrir como todo o processo é simples e rápido. Então, não pense demais nesse momento. Assim que encontrar a melhor corretora, abra uma conta! Depois, sim, você poderá decidir se está ou não pronto para investir no mercado financeiro. Abrir uma conta é bem simples. Basta imprimir o contrato, reconhecer sua assinatura em cartório e enviar pelo correio. A liberação da conta é feita rapidamente, logo após a conferência dos dados. Todo o processo leva menos de uma semana para ser concluído. Escolha a corretora de sua preferência pela relação completa oferecida no site da Bovespa (www.bovespa.com.br). Na página 92 você encontra, uma pequena lista de algumas corretoras bem populares para auxiliar em sua busca. Todas as opções apresentadas foram avaliadas cuidadosamente e são as mais recomendadas aos iniciantes. Foram levados em conta diversos fatores, como a disponibilidade e clareza das informações fornecidas pelo site de cada uma delas, a qualidade e confiabilidade do home broker, a presteza no atendimento por telefone e e-mail, o custo das taxas de corretagem, a disponibilidade de módulos
gráficos e fundamentalistas e a possibilidade de uso de alguns tipos de ordens e estratégias especiais. Apesar de a maioria das corretoras estar empenhada na evolução constante da qualidade dos seus serviços, existem, como em qualquer setor, exceções. Corretoras com informações desatualizadas em se site (seu principal cartão de visitas nesse ramo) e que ocultam dados fundamentais, como o valor da taxa de corretagem adotada, que não dão a devida atenção ao atendimento por telefone ou e-mail, ou que não respeitam as regras de conduta ética para com o cliente, entre outros fatores, foram deixadas de lado, o foram retiradas da relação que virá a seguir. Isso não significa dizer que todas as outras corretoras que estão ausentes não estão aptas a prestar um bom serviço ao investidor iniciante, uma vez que é impossível avaliar todas elas. Apenas quisemos indicar, aqui, um ponto de partida seguro para que esse momento inicial não fique totalmente às escuras. Importante: As condições e promoções oferecidas pelas corretoras a seguir são referentes aos investimentos em ações e foram coletadas no período de preparação deste livro. Portanto, podem ser atualizadas a qualquer momento. Recomenda-se a pesquisa prévia. Relação das Corretoras de Valores Mobiliários Ágora Senior CTVM S.A. Alpes CCTVM S.A. (Win) Ativa S.A. CTVM Coinvalores CCVM LTDA. Concórdia S.A. CVMCC Cruzeiro do Sul S.A. CV Fator S.A. CV Hedging Griffo CV S.A. Magliano S.A. CCVM Novinvest CVM LTDA. Planner CV S.A. Solidez CCTVM LTDA. Souza Barros CT S.A.
Taxa de corretagem fixa de R$ 20,00. www.agorainvest.com.br Taxa de corretagem fixa de R$ 20,00. www.wintrade.com.br Taxa de corretagem fixa de R$ 15,00. www.ativatrade.com.br Taxa de corretagem padrão Bovespa. www.coinvalores.com.br Taxa de corretagem padrão Bovespa. www.concordia.com.br Taxa de corretagem fixa de R$ 14,00. www.apregoa.com Taxa de corretagem padrão Bovespa. www.fatorcorretora.com.br Taxa de corretagem padrão Bovespa. www.griffo.com.br Taxa de corretagem padrão Bovespa. www.magliano.com.br Taxa de corretagem fixa de R$ 15,00. www.novinvest.com.br Taxa de corretagem fixa de R$ 15,00. www.planner.com.br Taxa de corretagem fixa de R$ 14,99. www.solidez.com.br Taxa de corretagem fixa de R$ 20,00. www.souzabarros.com.br
Spinelli S.A. CVMC TOV CCTVM LTDA.
Taxa de corretagem fixa de R$ 16,90. www.investbolsa.com.br Taxa de corretagem fixa de R$ 5,00. www.tov.com.br
TRANSFERINDO SEU CAPITAL Antes de mais nada, lembre-se de que transferir dinheiro para sua nova conta não significa assumir uma posição no mercado. Você pode, tranquilamente, fazer a transferência e deixar seu capital parado por um tempo, enquanto avalia quais as melhores oportunidades de negócio. Só não exagere e esqueça desse capital por um período superior a dois meses, pois a conta criada na sua corretora, assim como a conta investimento que você tem no seu banco, é específica para movimentações financeiras, diferentemente de uma conta corrente comum. As corretoras e os bancos de investimentos não prestam esse serviço, que cabe aos bancos comerciais. Se isso acontecer, você receberá uma ligação do seu corretor, perguntando se ainda há interesse em manter a conta ativa. Caso a inatividade tenha ocorrido por um motivo específico e você ainda tenha interesse em operar no mercado de ações com essa corretora, informe isso a ele para que a conta seja mantida em funcionamento. Assim que o seu contrato de abertura for recebido pela corretora, ela poderá realizar o processo de cadastro de duas formas. A primeira delas é criando uma conta exclusiva para cada cliente, o que facilita muito a vida do investidor no momento de realizar um depósito, já que essa conta terá seu CPF, isentando-o da CPMF1, sem a necessidade de justificar a finalidade da operação. A segunda forma é mantendo todos os clientes dentro de uma única conta bancária, em nome da própria corretora, o que é mais comum. Quando isso acontecer, você precisará tomar o cuidado de especificar, no momento da transferência dos recursos, que terá como finalidade a operação em Bolsa de Valores, garantindo, assim, seu direito à isenção da CPMF. Alguns bancos podem disponibilizar essa especificação no momento de fazer a transação, o que permite que o processo seja feito pela internet o no terminal de autoatendimento. Mas certifique-se de encontrar a justificativa exata, que informa claramente “operação em Bolsa de Valores”, ou algo do tipo. Já para o caso de a movimentação ser feita pessoalmente, com o seu gerente, não esqueça de informálo do seu direito de isenção da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), mesmo que se trate de uma transferência para uma conta que não tem seu CPF. É importante dar ênfase a esse ponto pelo simples fato de que, acredite se quiser, grande parte dos gerentes e responsáveis pelo atendimento nos bancos o desconhece. Alguns deles insistem em negá-lo, afirmando que a isenção só existe quando o capital vai para o mesmo CPF, ou quando é originado da conta investimento. Em uma situação comum, ele estaria absolutamente certo, mas para as transferências com essa finalidade específica existe sim a isenção. Portanto, explique isso a ele e não aceite pagar a contribuição. Resolvido o impasse, vamos aos detalhes da transferência em si. Se seu capital estiver na conta corrente do seu banco, você deverá transferi-lo diretamente para sua nova conta corrente na sua corretora. Já se o seu capital estiver na conta investimento você deverá transferi-lo diretamente para a conta investimento da sua corretora. Desde 1º de outubro de 2004, data em que foi criada a conta investimento, ficou possível realizar as
operações isoladamente, usando tanto o capital disponível em conta corrente como aquele pertencente à conta investimento. Isso favoreceu, e muito, a mobilidade dos recursos, que agora podem transitar, isentos da CPMF, entre as várias opções de ativos para investimentos disponíveis no mercado de capitais. Sua corretora vai estar preparada para identificar essa distinção entre as contas e vai mantê-la, como acontecia no seu banco. A CPMF só poderá ser cobrada se você misturar esses recursos, querendo enviar capital da sua conta corrente para sua conta investimento. Estando isso bem claro e explicado, vamos aos prazos. Se você efetuar um DOC (valores até R$ 4.999,99) para sua nova conta, seu depósito estará visível na sua corretora no dia útil seguinte. Se for feito o TED (valores iguais ou superiores a R$ 5 mil), o dinheiro será transferido quase que de imediato. Basta aguardar uma hora, aproximadamente, e informar à sua corretora que a transferência foi efetivada. Vale lembrar que, para que os novos recursos sejam alocados rapidamente em sua conta, você precisa informá-los sempre que fizer um depósito. Assim que isso for feito, seu crédito estará disponível para as aplicações na Bolsa de Valores.
TRIBUTAÇÃO PARA O MERCADO DE CAPITAIS Tão importante quanto dominar as técnicas de negociação na Bolsa de Valores é saber como e quando cumprir com as obrigações do imposto de renda. O mercado de ações possui algumas características distintas dos investimentos de renda fixa e dos fundos de investimentos em relação ao recolhimento de impostos, em que as alíquotas cobradas iam sendo reduzidas de acordo com o tempo em que o capital estava aplicado. Quanto maior era o tempo de aplicação, menor era o imposto a pagar. A periodicidade da cobrança era realizada duas vezes ao ano, sempre nos meses de maio e novembro. No mercado de ações, o método de cobrança será outro, bem diferente. Não é fácil encontrar uma explicação clara e completa sobre como é feito o cálculo do imposto de renda sobre as aplicações no mercado de capitais. Até mesmo os contadores desconhecem as taxas e normas desse mercado, devido à popularização ainda recente dos investimentos de renda variável para a pessoa física no Brasil. E mais: até as próprias corretoras dão informações diferentes, umas das outras, sobre como fazer esses cálculos. Quando querem ajudar, sugerem algum material de apoio que, em alguns casos, não ajuda muito. Vamos, então, decifrar como o imposto de renda é calculado. Não é tão complicado como parece no primeiro momento. Aqui, vamos explicá-lo passo a passo. Para o mercado de renda variável, a alíquota é fixada em 15% e deve incidir sobre o lucro líquido obtido, sendo paga mensalmente. Mas não é só isso. Só devem ser tributadas as vendas de ações que ultrapassarem os R$ 20 mil por mês, o que significa que existe a isenção total do imposto de renda até esse limite. Existe, ainda, mais uma isenção, que acontece quando o imposto a ser pago é inferior a R$ 10,00 (dez reais). Nesse caso, também não é necessário fazer o recolhimento. Essas isenções foram criadas como forma de estimular o crescimento do mercado de capitais, oferecendo benefícios reais ao pequeno investidor. Os valores de corretagem e emolumentos devem ser mantidos no cálculo na operação de compra e retirados do cálculo na operação de venda. Assim, você só pagará o imposto sobre o lucro líquido e, ainda, se as suas vendas ultrapassarem os R$ 20 mil no mês.
A responsabilidade pelo recolhimento desse tributo é do próprio investidor, que deve fazê-lo mediante emissão do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), pelo seu home banking, pelo terminal de autoatendimento ou, ainda, diretamente em uma agência bancária. O código a ser informado (Código da Receita) é o 6015. A obrigação deve ser paga até o último dia útil do mês seguinte em que for realizada a venda dos ativos. Caso esse prazo seja ultrapassado, haverá a incidência de multa e juros. A corretora, por sua vez, tem a obrigação de reter na fonte 0,005% do valor total das vendas, mas só se elas ultrapassarem os R$ 20 mil, repassando isso à Receita Federal que, assim, terá o controle de quanto foi movimentado, da mesma forma que ocorria até 31 de dezembro de 2007 com a CPMF. Então, quando você for calcular o imposto de renda devido, não se esqueça de abater esses 0,005% que já foram retidos na fonte. No home broker fornecido pela sua corretora, você vai encontrar detalhes do valor do imposto a pagar e também quanto está sendo retido na fonte. Basta procurar a opção “Financeiro” ou “IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte)”. Para o caso das operações de daytrade, o procedimento é um pouco diferente. Mudam as taxas e não há mais o benefício da isenção total do imposto até o valor de R$ 20 mil. Isso significa que todo o ganho com daytrade deverá ser tributado. O valor desse tributo passa a ser de 20%, sendo que 1% deve ser a porção retida na fonte, mas agora calculada diretamente sobre o ganho líquido da operação, e não mais sobre todo o volume vendido. Mas restam ainda alguns detalhes referentes às situações em que haja prejuízos nas aplicações. Esses prejuízos podem ser compensados tanto no mês atual como nos meses subsequentes. Para fazer isso, basta subtrair dos ganhos o valor das perdas. É importante, portanto, não misturar ganhos e perdas de operações normais com os de operações daytrade. Ambos permitem a compensação, porém cada um deve ser calculado de forma distinta. Então, sempre que você realizar a venda dos seus ativos, é importante ficar de olho no volume de capital acumulado, também disponível na seção “Financeiro” do seu home broker. Já para o caso das operações daytrade, caso não existam prejuízos acumulados, toda operação com lucro deverá ser tributada. Apesar de o cálculo do imposto ser um assunto um tanto quanto complicado para o investidor, principalmente quando são realizadas várias operações dentro do mesmo mês, a maioria das corretoras á exibe esses valores automaticamente no próprio home broker, poupando-lhe, com isso, um árduo trabalho. •
CAPÍTULO 6 COMO COMPRAR AÇÕES
AVALIANDO O SISTEMA: ENVIANDO ORDENS TIPOS DE ORDEM DE COMPRA COLOCANDO A ORDEM STOP TIPOS DE ORDEM STOP VALIDADE DAS ORDENS ATENÇÃO AO LIVRO DE OFERTAS A PRIMEIRA COMPRA – QUE ATIVO ESCOLHER? QUAL O SEU OBJETIVO COM ESSA COMPRA? COM QUANTO DEVO COMEÇAR? TENHA TOTAL CONTROLE DA OPERAÇÃO ELEVANDO O STOP O ACOMPANHAMENTO DIÁRIO: UM BOM HÁBITO
AVALIANDO O SISTEMA: ENVIANDO ORDENS A partir de agora, começaremos o processo de aprendizado prático. Uma forma simples de driblar a insegurança, natural nos iniciantes, é por meio do envio de ordens de compra reais à Bolsa, porém com valores bem inferiores ao preço atual da ação, apenas para conhecer o funcionamento do home broker da sua nova corretora. Mantenha o hábito de acompanhar o livro de ofertas para verificar o preço da ponta compradora (é a primeira ordem visível na lista de interessados em comprar um ativo, ou seja, quem está disposto a pagar mais por ele) e da ponta vendedora (é a primeira ordem visível na lista de interessados em vender um ativo, ou seja, quem está disposto a receber menos por ele) e ver se sua ordem será ou não executada imediatamente. Nesse caso, você poderá acompanhá-la na coluna esquerda da lista de ofertas, como será demonstrado adiante. Vamos fazer uma simulação enviando uma ordem de compra de mil ações da Telesp Celular PN a R$ 7,21. Veja a boleta de compra (FIGURA 6.1) que representa a tela de compra e venda exibida pelo home broker em que são informados os detalhes das operações. Confira rapidamente os dados. Quando clicar em “Enviar”, uma tela de confirmação será exibida, mostrando o cálculo total do valor da operação. Algumas corretoras pedem que a senha ou assinatura eletrônica (senha usada para dar ainda mais segurança nas transações eletrônicas, geralmente envolvendo assuntos financeiros) seja digitada.
Aproveite também para se certificar de que não errou na quantidade de ações por lote. Isso é fácil de ser notado, pois o valor da operação vai estar muito superior ou inferior ao desejado. Basta clicar em “voltar” e ajustar a quantidade. FIGURA 6.1 • BOLETA DE COMPRA
Cada corretora apresenta essas funções da sua maneira. Algumas permitem que não seja exibida a tela de confirmação ou de digitação da senha, a fim de ganhar um tempo precioso no envio da ordem. Tomados esses cuidados simples, envie a ordem de compra. Veja a FIGURA 6.2 e identifique sua ordem, que estará em destaque. Nesse caso, o destaque é meramente ilustrativo e não vai aparecer no momento de uma negociação real. Após vê-la aparecer na lista dos compradores, você terá a comprovação de que sua ordem foi enviada. Isso não significa que você é obrigado a comprar esse papel. Você apenas se colocou na lista de interessados pela compra. Se o preço do papel atingir o valor escolhido e existir um vendedor nesse preço, aí sim sua ordem será executada automaticamente. FIGURA 6.2 • LIVRO DE OFERTAS
Para cancelá-la, procure a opção “Status”, ou “Acompanhamento de ordens”, no seu home broker, e selecione a opção “Cancelar ordem”. Note que, em poucos segundos, ela não estará mais visível. Repita a operação até ter certeza de que compreendeu o funcionamento do home broker. Experimente diversificar, colocando ordens de venda com stop até que a operação se torne familiar. Você vai aprender mais sobre o livro de ofertas e o que são ordens com stop nas próximas páginas.
TIPOS DE ORDEM DE COMPRA Os principais tipos de ordem de compra são:
ORDEM DE COMPRA A MERCADO O investidor apenas especifica a quantidade a ser comprada. A compra é feita a preço de mercado, o seja, de acordo com a cotação do papel no momento.
ORDEM DE COMPRA LIMITADA O investidor especifica a quantidade e o preço desejado (preço máximo) para a compra.
ORDEM DE COMPRA COM START O investidor especifica a quantidade e o preço para a compra, porém ele deve ser superior à cotação atual. A compra somente será feita caso a ação alcance o valor predeterminado. Geralmente, é posicionada para disparo um pouco acima de uma forte resistência, ou usada como stop para liquidar uma venda a descoberto, que nada mais é que uma operação feita de forma contrária, ou seja, primeiro faz-se uma venda para depois fazer a compra, em um valor mais baixo, lucrando na queda do mercado. Esse tipo de operação também é permitido no mercado financeiro e muito utilizado em estratégias para a proteção das posições.
ORDEM DE COMPRA TUDO OU NADA O investidor especifica a quantidade e o preço para a compra, e a ordem só é executada se toda a quantidade desejada estiver disponível para venda. Caso isso não seja possível, a ordem é cancelada
automaticamente.
DICA Tenha o cuidado de clicar apenas uma vez no botão “Enviar ordem” quando estiver executando suas operações de compra e venda de ações. Vários cliques seguidos podem resultar em várias ordens repetidas, enviadas à Bolsa sem que você perceba, e aí o prejuízo pode ser grande.
COLOCANDO A ORDEM STOP O motivo pelo qual a colocação da ordem de venda com stop é apresentada ao leitor logo após a compra, e não mais à frente, no capítulo de venda de ações, é simples: inadiavelmente, deve-se colocar o stop em todas as ações imediatamente após comprá-las. Isso garante que você não vai ser pego de surpresa quando for olhá-las nas horas, dias ou semanas seguintes. Você precisa proteger seu capital para o caso de uma situação inusitada. A ordem stop, além de evitar surpresas desagradáveis, impede também que o fator emocional interfira na tomada de decisões. Quando você está diante de uma oscilação negativa de preços, situação que acontecerá com frequência, tende a acreditar que a queda está próxima de acabar e que sua pequena perda vai ser devolvida com a recuperação do papel. Cuidado! É assim que surgem as grandes perdas. Não aposte nisso. Coloque o stop sempre. Veja o EXEMPLO 6.1, que demonstra de forma prática como colocar um stop com preço de disparo predeterminado.
EXEMPLO 6.1 • USO DO STOP Imagine que você acabou de comprar mil ações da empresa Acesita PN (ACES4) a R$ 2,90 por ação. Nesse momento, seus papéis estão completamente desprotegidos para o caso de uma grande oscilação negativa de preços. Então, você decide que, se o papel chegar a R$ 2,80, desejará vendê-lo imediatamente para limitar sua perda. Se você for “estopado” (significa que a ordem stop foi ativada, tirando o investidor da operação), terá um prejuízo limitado em apenas 3,44%, mais taxas de corretagem proporcionais. Para fazer isso, você enviou uma ordem de venda stop limitada por meio do home broker, cujas características serão demonstradas na FIGURA 6.3. FIGURA 6.3 • BOLETA DE VENDA STOP LIMITADA
Agora, imagine que seus papéis estão obtendo valorização e atingiram o preço de R$ 3,05. Como está com lucro, não faz sentido arriscá-lo. Opte, então, por elevar o stop, cancelando a ordem anterior e enviando uma nova (FIGURA 6.4): FIGURA 6.4 • BOLETA DE VENDA STOP LIMITADA
O que você acabou de fazer foi proteger seu lucro na operação. Independentemente do que venha a acontecer, você não corre mais o risco de sair no prejuízo. Se ocorrer uma queda, sua venda será feita automaticamente a R$ 2,98, com um pequeno lucro de 2,75% (menos corretagens), e não mais a R$ 2,80. Quando você chega nesse ponto, basta aguardar e deixar o próprio mercado dizer o quanto você deve ganhar. Você ainda poderia optar por fazer a venda a preço de mercado para liquidar a operação de imediato, mas estaria limitando seus ganhos, já que o papel poderia subir muito mais. Nesse caso, seu lucro seria de 5,17% (menos corretagens), o que não é nada mal. Já que você dispõe da opção de ampliar seu ganho, sem sequer elevar o risco, não pode desperdiçá-la. Apenas para deixá-lo curioso e instigá-lo a pensar um pouco sobre a gama de possibilidades sem fim que envolvem esse mercado, há uma forma de operar sem o uso do stop sem que, com isso, o risco da operação seja aumentado, muito pelo contrário. Isso pode ser conseguido com a combinação das ações e das opções. De forma introdutória, as opções são uma espécie de seguro para as suas ações negociadas em Bolsa. São, também, instrumentos derivativos porque derivam das ações, ou melhor, o valor de uma opção depende do preço de uma ação no mercado. São parasitas destas, razão de serem chamadas de opções de
ações. A magia das opções está naquilo que se pode fazer com elas ao aplicá-las no lugar do stop, que você acabou de conhecer. Apenas para citar um exemplo, será possível obter ganhos mensais sobre o capital aplicado mesmo durante as quedas de preços. E essa é apenas a mais básica de suas funções. Se são complicadas? De forma alguma, muito pelo contrário. Mas o nome assusta um pouco, não é mesmo? Lembre-se de que, antes de começar a aprender um pouco mais sobre as ações, investir nesse mercado também lhe parecia assustador. Agora, você está percebendo o quanto tudo isso é simples. Então, acostume-se a experimentar primeiro e a avaliar o grau de dificuldade depois. Esse mercado é assim: assusta no início, mas tudo não passa de um conjunto de termos “chiques” e “difíceis” utilizados para tornar o negócio todo um pouco mais sofisticado do que realmente é. Então, agora que você sabe que algo ainda melhor o espera, concentre-se em absorver o máximo dessa leitura para avançar rapidamente até o uso das opções em suas operações rotineiras com ações.
TIPOS DE ORDEM STOP Existem vários tipos de ordem stop. Veja os mais comuns a seguir.
ORDEM STOP LIMITADA OU STOP LOSS O investidor especifica a quantidade e o preço para venda. Assim que o preço do ativo atingir o valor especificado, a ordem será enviada. Quando você usar esse tipo de ordem, vai notar que deve informar dois valores. » Valor de disparo: quando a cotação atingir esse valor, sua ordem será lançada à Bolsa. O valor de disparo deve ser um pouco maior que o valor exato para venda. » Valor de venda: é o valor desejado para a venda das ações. Esse valor deve ser um pouco menor que o valor do disparo, para que a ordem seja executada imediatamente, passando à frente das outras ordens do livro de ofertas.
ORDEM STOPAGAIN O investidor especifica a quantidade e o preço para venda em um patamar superior, imaginando uma alta do papel. Assim que a cotação atingir o valor predeterminado, a ordem de venda será disparada, garantindo o lucro.
ORDEM STOP LOSS E STOP AGAIN SIMULTÂNEAS
O investidor especifica a quantidade e o preço para venda, tanto em uma situação de queda como em uma possível alta do papel. Dessa forma, delimita o espaço livre para oscilação dos preços, protegendo-se caso o mercado caia e garantindo o lucro, caso suba.
ORDEM STOP MÓVEL É uma variação da Ordem Stop Loss e Stop Again simultâneas. Aqui, o investidor especifica a quantidade e o preço para venda em uma queda, mas permite a movimentação para cima do stop no caso de uma possível alta. Dessa forma, o lucro não fica limitado a um valor fixo. Enquanto o mercado sobe, leva com ele o valor do stop. Deve-se informar, portanto, a distância em centavos entre a cotação atual e o stop para que, no caso de uma alta seguida de uma queda, a maior parte do lucro seja assegurada. Perfeito, não acha?
VALIDADE DAS ORDENS Fique atento à validade da ordem que você vai enviar ao mercado. Se você quer se livrar de um ativo quando este atingir certo valor, lembre-se de modificar a data de validade da sua ordem, já que, como padrão, seu home broker vai estar configurado para manter as ordens válidas por apenas um dia. Basta, então, alterar para o tipo de prazo desejado. É muito simples. Veja a seguir a variedade de prazos possíveis para a configuração das suas ordens.
PARA O DIA A ordem só será válida no dia em que for enviada ao livro de ofertas. No fim do dia, se não tiver sido executada, ela será cancelada automaticamente.
PARA 30 DIAS A ordem ficará ativa por 30 dias corridos.
ATÉ A DATA A ordem pode ser configurada para que fique ativa até uma data específica.
TUDO OU NADA A ordem só terá validade naquele momento e, ao ser enviada, vai tentar executar a quantidade total da compra ou venda. Se não for possível atender a ela integralmente, ela será cancelada automaticamente, sem realizar nenhum negócio.
EXECUTA OU CANCELA É parecida com a ordem “Tudo ou nada”. A ordem só terá validade naquele momento e, ao ser enviada, vai tentar executar a quantidade máxima possível da compra ou venda no preço solicitado. Quando não for mais possível atender ao preço-alvo, ela será cancelada automaticamente, mantendo apenas os negócios já realizados. Sempre que você abrir uma conta em uma corretora, fique atento à nomenclatura adotada para essas ordens. Algumas delas podem sofrer pequenas variações no método de execução ou validade da ordem. É prudente fazer um teste, ou checar com o seu corretor os detalhes, caso necessário.
ATENÇÃO AO LIVRO DE OFERTAS Como você aprendeu no Capítulo 5, as taxas de corretagem exercem uma considerável influência no custo final da operação. Alguns cuidados podem ser tomados para evitar falhas no envio de ordens, ou que uma ordem seja dividida em duas ou mais partes, o que acarretará em valores ainda maiores de corretagem, no caso da taxa fixa. Uma forma simples de fazer isso é pelo acompanhamento do livro de ofertas, que exibe de forma resumida a lista de compradores e vendedores interessados em negociar determinada ação. A maioria das corretoras disponibiliza essa opção aos seus clientes. Jamais abra uma conta em uma corretora que não o forneça. Veja uma demonstração de como funciona o livro de ofertas (FIGURA 6.5). Note que, por exemplo, se você enviar uma ordem de compra de 2 mil ações da Telesp Celular PN (TSPP4) a R$ 7,39, ela não será executada imediatamente, pois não existem vendedores interessados nesse valor. Se você quiser que sua ordem seja executada no momento em que for enviada, deverá aceitar o preço oferecido pelo vendedor na ponta de venda, ou seja, R$ 7,40, caso contrário sua ordem ficará visível no lado comprador até que um vendedor se interesse pelo seu preço. Outro fator importante, que também pode ser observado na FIGURA 6.5, é a quantidade do papel. Se você deseja comprar 2 mil ações, precisa encontrar um vendedor com essa quantidade, ou mais, do papel, a fim de evitar que sua ordem seja dividida em partes até que alcance a quantidade desejada. Isso realmente seria um problema, mas pode ser facilmente evitado somente com um pouco de cuidado no momento do envio das ordens.
DICA Se você optar pela taxa fixa de corretagem, jamais lance ordens de compra e venda que não sejam executadas imediatamente. Você corre o risco de ter sua ordem atendida por vários investidores diferentes, o que vai elevar muito o custo da corretagem. Abra essa exceção apenas durante o uso do stop. No nosso caso, temos três vendedores a R$ 7,40. Se lançarmos uma ordem de compra nesse preço ela será executada, porém será dividida em três partes, pois nem o primeiro nem o segundo vendedores, somados, atendem à quantidade solicitada. FIGURA 6.5 • LIVRO DE OFERTAS
Algumas corretoras com taxa fixa de corretagem cobrariam o valor de três ordens para essa operação. Outras levariam em consideração a intenção do comprador e cobrariam apenas uma ordem. Informe-se sobre isso com seu corretor. Para corretoras com a taxa padrão Bovespa, ou seja, percentual, essa quebra de ordens não faria nenhuma diferença, já que a taxa cobrada é proporcional ao volume de capital negociado. Como você vê, o simples fato de observar a ponta de compra e venda pode evitar que seu dinheiro seja desperdiçado, assim como garantir que sua ordem seja mesmo executada. Em alguns papéis de alta liquidez, pode ser até difícil acompanhar os preços das pontas devido à velocidade com que os negócios são realizados. Isso é comum nas ações da Vale PN (VALE5) e Petrobras PN (PETR4), por exemplo, que representam um dos papéis de maior liquidez e volume
financeiro negociados na Bovespa. Com um pouco de prática, você vai passar por isso facilmente, além de achar tudo muito empolgante. O livro de ofertas costuma, também, dar dicas importantes e valiosas sobre a formação de pontos de concentração de compradores e vendedores. Lembrando do que já observamos sobre suporte e resistência, podemos concluir que esses locais de maior destaque podem, sim, ser considerados pequenos pontos de suporte e resistência também. Veja o exemplo a seguir. … FIGURA 6.6 • LIVRO DE OFERTAS
Na FIGURA 6.6, fica visível uma concentração elevada de compradores da ação Vale PN a R$ 50,00. Isso significa que os preços do ativo podem ter dificuldade de cair abaixo dos R$ 50,00, já que, até esse momento, essa grande quantidade de compradores está disposta a comprá-la nesse valor. Assim, podemos fazer dele um pequeno ponto de suporte para os preços. Da mesma forma, agora no lado dos vendedores, podemos notar uma maior concentração de interessados em se desfazer do papel quando este alcançar os R$ 50,20. Isso pode gerar certo grau de dificuldade para que os preços ultrapassem essa barreira, o que sugere que tratemos esse ponto como um pequeno ponto de resistência para os preços. Apesar de termos usado no exemplo um preço redondo de R$ 50,00, isso não é regra. Normalmente, os valores redondos representam maior grau de dificuldade para ser rompidos, tanto para cima como para baixo. Porém, as concentrações de investidores podem demarcar seu território de acordo com diversos fatores, como a máxima ou a mínima do dia anterior, um topo histórico, um topo ou fundo anterior, entre outros. Esse tipo de observação é muito útil aos investidores que negociam papéis no daytrade, ou também para aqueles que estão negociando uma ação com baixa liquidez, em que o livro de ofertas não se altera com tanta frequência, como acontece com os papéis mais líquidos.
Mas não é só isso. O bom observador do livro de ofertas pode perceber, também, momentos que demonstram a força do mercado. Na FIGURA 6.7, a seguir, veja se você é capaz de interpretar o que diz a coluna dos vendedores.
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FIGURA 6.7 • LIVRO DE OFERTAS
Pois bem. Se você observar com atenção, vai notar que o caminho está livre para uma arrancada nos preços. Os sinais disso estão demonstrados no pequeno tamanho das ordens de venda em relação às ordens de compra, assim como no distanciamento maior dos preços de venda. Com um número reduzido de interessados em vender o papel, é muito mais provável que ele seja oferecido a valores cada vez mais elevados. Note também como o lado comprador está presente e forte na disputa, já que está com um volume bem maior de ofertas e, ainda mais importante, está oferecendo um valor acima do preço atual da ação, que é de R$ 50,04 no momento. Isso mostra a dominância da tendência altista para aquele momento. Sinais como esses acontecem o tempo todo, durante o vaivém dos preços no mercado.
DICA Gaste um pouco de tempo observando o movimento do livro de ofertas. Qual o lado mais forte? Onde estão as maiores ordens? Pistas do que vai acontecer no mercado podem ser encontradas aí.
A PRIMEIRA COMPRA – QUE ATIVO ESCOLHER? A partir de agora, você está tecnicamente preparado para investir na Bolsa de Valores. Quando dizemos tecnicamente, queremos dizer que você sabe “como” investir. Apesar de não ser um processo tão complicado, você já imaginou quanto tempo levaria para chegar até aqui sozinho? O próximo passo, então, será identificar as melhores opções de investimento do momento. Você se lembra das duas formas de analisar o mercado citadas no Capítulo 3, que são a Análise Técnica e a Análise Fundamentalista? Muito bem. A partir de agora, quanto mais tempo você dedicar ao aprendizado de um dos tipos de análise, maiores serão suas chances de sucesso nos investimentos de renda variável, como fundos de ações, ações, opções, dólar, mercados futuros etc. Durante sua jornada em busca desse conhecimento, você ouvirá inúmeros depoimentos afirmando que uma ou outra forma de análise é contraditória ou inválida. Alguns, ainda, dirão que nenhuma funciona. Isso é normal e sempre existiu no mercado. Cabe a você escolher critérios para avaliar qual delas se adapta melhor ao seu perfil e aos seus objetivos como investidor.
DICA Você pode solicitar informações à sua corretora sobre quais setores do mercado apresentam as maiores perspectivas de ganho no curto, médio ou longo prazos.
QUAL O SEU OBJETIVO COM ESSA COMPRA? Você já abriu uma conta em uma corretora e aprendeu os conceitos básicos necessários para comprar e vender ações. Pela Análise Fundamentalista ou Técnica, vai escolher um papel que lhe chame a atenção. Antes de dar uma ordem de compra, tente imaginar o que você espera dessa ação. Faça a si mesmo as
seguintes perguntas: » Tenho um plano bem definido para essa posição, ou seja, sei quanto posso ganhar e quanto posso perder nessa compra? » As chances de essa ação subir são realmente maiores que as chances de cair? » Sei onde vou colocar o stop, para o caso de uma queda significativa? Você tem de levar em conta essa hipótese, já que é muito difícil assumir uma posição que só avance positivamente. Podemos dizer que é quase impossível saber em que ponto exato uma ação parou de cair e vai começar a subir. » Qual a tendência principal do momento? Você não deve comprar qualquer ação quando o cenário for desfavorável. É comum que a maioria dos papéis andem juntos, ou seja, se a tendência é de queda, grande parte deles vai estar oscilando no campo negativo. É difícil se sair bem nesses momentos. A melhor coisa a fazer é aguardar a inversão do mercado. Você deve escolher suas próprias perguntas e lembrar de repeti-las sempre, antes de tomar uma decisão.
DICA Não compre uma ação simplesmente porque ela não para de subir. Verifique, primeiro, se existem razões concretas que a tornam interessante a partir desse momento.
COM QUANTO DEVO COMEÇAR? A resposta é simples: com uma quantia de que você não vai precisar usar tão cedo. O ideal é que você esqueça que esse dinheiro está disponível, ou melhor, disponível para uso. Se você investe com o objetivo de sacar no mês seguinte, essa data pode coincidir justamente com um momento de baixa do mercado, o que, consequentemente, obrigará você a sair da operação com prejuízo. Veja o EXEMPLO 6.2, na próxima página. Aos iniciantes, é sempre recomendado que comecem com quantias pequenas, entre R$ 1 mil e R$ 10 mil, e só passem ao estágio seguinte quando puderem obter mais retornos positivos que negativos. Se você não se sair bem dessa forma, dificilmente vai conseguir operar um montante maior, o que exige mais habilidade. Além do fator tempo, existe o fator emocional envolvido nessa negociação. Por isso, manter-se tranquilo diante das oscilações do mercado é um exercício que leva tempo para ser aprendido. Alguns nunca conseguem. O fato de investir com um capital de que você vai precisar em breve contribui em muito para aumentar a tensão diante de uma possível perda, reduzindo suas chances de sucesso na operação. Lembre-se: ações são investimentos de renda variável. Se não puder correr riscos, simplesmente não aplique nesse mercado.
EXEMPLO 6.2 • VENDA COM PREJUÍZO Suponha que você recebeu uma pequena bonificação da empresa na qual trabalha e resolveu aplicá-la na compra de mil ações da Sadia PN (SDIA4). Na data em questão, o valor do papel é de R$ 1,40 por ação, o que dá um total de R$ 1.400,00. Dois meses depois, você decidiu fazer uma viagem ou reformar o apartamento. Como você não possuía reservas suficientes para tal, optou por vender todas as suas ações e sacar o dinheiro. Nesse dia, o valor do papel era cotado a R$ 1,30. Fazendo as contas, temos: EM 05/08: 1.000 AÇÕES × 1,40 = R$ 1.400,00 EM 05/10: 1.000 AÇÕES × 1,30 = R$ 1.300,00 Logo, você teve uma perda de R$ 100,00, mais as taxas de corretagens de R$ 23,49 e de R$ 21,99, respectivamente, totalizando uma perda de R$ 145,48. Foi aplicada nessa operação a taxa-padrão Bovespa de corretagem. É importante repetir que o investidor consciente deve iniciar sua jornada com pouco capital. O quanto é pouco ou muito nesse setor vai depender do poder aquisitivo de cada um. A partir do momento em que sua confiança for aumentando, vá se permitindo acrescentar alguns lotes em sua carteira. Quer descobrir uma forma prática de analisar se o volume de dinheiro aplicado em uma ação foi muito ou pouco para você? Basta verificar seu comportamento logo após ter feito a compra. Se estiver ansioso para saber, de hora em hora, o que está acontecendo com seu novo papel, provavelmente deveria ter investido menos. Não permita que uma aplicação financeira tire sua concentração nas outras tarefas diárias. A última coisa que você vai ganhar com isso é dinheiro. Por último, não caia na tentação de achar que tem absoluta certeza de que um papel vai subir e apostar tudo nele. Como já dissemos, se fosse fácil ganhar nas Bolsas, estaríamos cheios de milionários por aí.
TENHA TOTAL CONTROLE DA OPERAÇÃO Uma situação muito comum aos investidores de mercados muito voláteis é a de se sentirem paralisados. É o que acontece quando não estamos preparados para uma queda ou até uma grande alta e, claro, não colocamos um stop protetor. Sem um plano de ação, o operador se vê “travado”, sem conseguir pensar e tomar uma atitude. Fica simplesmente sem ação. Correr esse risco realmente não vale a pena, e não há lucro que pague essa sensação. É bem provável que todos os iniciantes passem por esse efeito paralisante. Não damos a devida importância ao stop até que temos uma grande perda. Lembre-se: uma perda de 1% ou 2%, mesmo ocorrendo várias vezes seguidas, é perfeitamente recuperável. Mas um único prejuízo de 10%, 15% o 20% torna a situação bem mais complicada. Em poucas palavras, para manter o controle da operação é necessário que você: » use sempre o stop protetor; » esteja seguro do motivo da sua compra; » esteja ciente se está aplicando no curto, médio ou longo prazos;
» tenha a visão do último andar; » aplique uma pequena porcentagem do seu capital; » garanta, mesmo estando errado, que seu prejuízo não vai comprometer mais do que 1% o 2% do seu capital; » tenha uma estratégia operacional; » tenha um plano de ação, ou seja, saiba exatamente quando sair do mercado e qual o objetivo a ser atingido; » deixe as emoções de lado!
ELEVANDO O STOP Uma técnica comumente usada pelos investidores é a de ir “subindo” o stop à medida que os preços vão caminhando no sentido esperado, ou seja, proteger o lucro obtido até aquele momento. Na prática, essa é uma tarefa um pouco difícil, já que é preciso saber o momento exato de fazer a troca do stop. Normalmente, o que acontece é que o “apertamos” demais, não dando uma margem suficiente para a oscilação dos preços, o que acaba nos tirando do mercado cedo demais. Pode parecer excelente sair da operação com um pequeno lucro e realmente é, mas lembre-se de que para ter sucesso você precisa dar liberdade aos grandes ganhos e manter os prejuízos pequenos. Se for “estopado” a cada pequeno lucro, além de não estar comprando nas grandes altas, seu número permitido de perdas também terá de ser reduzido. Entendido isso, a manutenção do stop para cima é o melhor caminho para obter grandes lucros. Sintase privilegiado se conseguir realizar essa estratégia, pertencente à Análise Técnica.
O ACOMPANHAMENTO DIÁRIO: UM BOM HÁBITO Não há nada de errado em acompanhar diariamente o mercado, assim como buscar ficar por dentro do que acontece na economia e nas empresas de que agora você poderá fazer parte. Escolha uma ação que ache promissora e passe a olhar seus resultados a cada pregão. Tente se tornar um especialista nessa empresa. Com o tempo, você vai notar que até consegue antecipar seus movimentos gráficos mais frequentes. Sinta-se, também, totalmente à vontade para mudar de opinião. Você pode achar que as coisas mudaram e não mais acreditar em uma alta. Se isso acontecer, encerre a posição ou, se restar dúvida, apenas reduza-a de tamanho. É um erro esperar que o preço de uma ação chegue a um valor “x” para, só aí, fazer a venda. Provavelmente, você vai ter de esperar muito tempo. Muitos investidores sofrem grandes prejuízos porque resolvem “dar um tempinho” para que os preços subam um pouco, antes de fazer a venda. O que veem, portanto, é seu papel desvalorizar mais e mais, até que atinja um nível de total desconforto. Existe uma regra muito citada no mercado, que diz o seguinte: “A primeira perda é sempre a menor!” Se você perdeu a confiança em uma ação, liquide-a ou aproxime seu stop. Se você seguiu os conceitos passados anteriormente, terá um prejuízo de, no máximo, 2% em relação
ao capital total. Vamos, agora, bater um papo sobre o fechamento do processo, ou seja, a venda das ações.
CAPÍTULO 7 COMO VENDER AÇÕES
QUAL A HORA CERTA DE SAIR DO MERCADO? VOU VIAJAR. O QUE FAÇO COM MINHAS AÇÕES? A FORMA CORRETA DE PERDER FAZENDO A VENDA DAS AÇÕES TIPOS DE ORDEM DE VENDA
QUAL A HORA CERTA DE SAIR DO MERCADO? Vamos imaginar que você não foi “estopado” e continua no mercado. Seu papel subiu e você até já elevo seu st op. Está mais que ansioso para abocanhar o lucro que está obtendo. Por sua cabeça já passaram os famosos ditados “Quem muito quer, nada tem”, “É melhor ter um pássaro na mão que dois voando”, “Lucro bom é aquele que está no bolso” etc. Chega a ser engraçado, mas isso acontece com a maioria dos investidores. Mas quando devemos vender nossas ações que se valorizaram para transformar nosso lucro em dinheiro? A resposta é simples: não devemos! Isso parece estranho, não? Então, tente responder racionalmente a essas perguntas: por que vender um papel que está subindo? Qual o objetivo de um investimento de risco senão que os preços subam? Não é melhor ter um lucro grande que um pequeno? Parabéns por ter escolhido um bom papel para aplicar seu capital! Como resultado disso, você chego ao ponto de poder decidir se sai da operação com lucro ou continua no mercado. A melhor forma de fazer isso, indiscutivelmente, é não vender e ir apenas subindo mais e mais seu stop. Pense bem. Você não tem nada a perder, senão alguns poucos centavos por ação. A empresa pode estar apenas iniciando um longo e enriquecedor período de altas. Se você acredita que seu papel está perdendo força e está se sentindo desconfortável com ele, apenas vá aproximando seu stop do preço atual, cada vez mais, porém sempre deixando alguns poucos centavos de distância para que ele possa se movimentar. Assim que os preços sofrerem uma pequena queda, se stop será ativado e a venda será feita automaticamente. Dessa forma, você aproveitará a maior parte do lucro que o mercado pode lhe oferecer nesse momento. Algumas ações mantêm a trajetória positiva por anos. Não desperdice essa chance incrível!
VOU VIAJAR. O QUE FAÇO COM MINHAS AÇÕES?
Todos nós precisamos nos ausentar por algum tempo. Isso não é problema, pois existem várias formas de se sair bem nessa situação. Antes de viajar, aproxime um pouco o stop no caso de estar participando de uma posição vencedora. Você estará garantindo uma boa parte do lucro e ainda deixará margem para que os preços possam avançar mais. Tenha o telefone do seu corretor e consulte-o quando quiser. Todas as corretoras estão acostumadas a receber ligações de seus clientes, interessados em saber detalhes sobre suas posições, e ainda executar ordens pelo telefone. Uma ordem por telefone é até mais simples que uma ordem por home broker. Basta você perguntar o valor do papel e de algum indicador que ache importante, como o Ibovespa, e passar a ordem de venda ou de ajuste do stop. Esse processo não leva mais que três minutos. A maioria das corretoras possui o serviço 0800 para que o cliente não tenha despesas com a ligação. Aproveite e desfrute essa comodidade.
A FORMA CORRETA DE PERDER Infelizmente, temos de falar a verdade: você vai perder sim, e várias vezes. Até os melhores profissionais passam por isso. Você precisa entender que a perda faz parte desse negócio e deve estar preparado para passar por ela sem grandes ressentimentos. Uma perda de R$ 100,00 não é significante quando você é capaz de ganhar R$ 1 mil, ou quando dispõe de um capital de R$ 10 mil. É provável, também, que você esteja um tanto quanto assustado ao chegar até aqui. Até agora, parece que só foi dito que o mercado pode se desvalorizar desse modo ou daquele outro. Parece que, para ganhar dinheiro com ações, são necessários anos de experiência e estudo. Mas onde estão os 90 e tantos por cento de lucro da Bolsa em 2003? E aqueles investidores que dobraram ou triplicaram seu capital em 2004? E os rompimentos, quase que constantes, dos topos históricos em 2006 e 2007? Calma! Tudo isso é verdadeiro e existiu mesmo. Mas a ideia é a seguinte: você precisa estar preparado para agir no caso das situações desfavoráveis, para poder ter condições de obter lucro nas favoráveis. De nada adianta aprender somente a ganhar na alta se, na primeira queda, você devolver tudo ao mercado. O objetivo aqui é que você aumente seu capital de forma consciente. Investir na Bolsa de Valores é um investimento de risco, e só ganhar é impossível. Mas existem algumas formas de obter um saldo positivo, mesmo perdendo várias vezes. E o que é melhor: podemos sair no lucro mesmo errando mais vezes que acertando. Como? Aí vai a resposta: você precisa saber perder pouco nos erros e ganhar bastante nos acertos. Assim, mesmo perdendo várias vezes, você ainda terá lucro. É importante que o investidor não se permita abrir exceções, deixando uma ação sem stop, por exemplo, imaginando que tal movimento é diferente dos outros. Lembre que basta uma grande perda para atrapalhar toda uma sequência organizada de pequenas perdas e bons lucros. Vejamos, então, uma comparação entre um stop mal colocado (FIGURA 7.1) e um colocado corretamente (FIGURA 7.2).
FIGURA 7.1 • USO INCORRETO DO STOP
Note, também, que durante as perguntas que você deve fazer a você mesmo antes de investir está a que fala de quanto você pode ganhar e quanto pode perder. Você deve optar por papéis que tenham um potencial de ganhos pelo menos duas vezes maior que o de perdas, ou seja, subir duas e cair uma. Agindo assim, você pode perder duas vezes e ganhar apenas uma para continuar com aproximadamente o mesmo capital. Uma sugestão é operar com a proporção 3×1 ou 4×1. Dizer isso implica que, pela Análise Técnica o Fundamentalista, ou ambas, verificou-se que o papel “x” apresenta a chance de subir três ou quatro reais para cada real de queda. Isso pode ser conseguido facilmente se você realizar uma compra próxima de um suporte de preços, o seja, em um nível em que os preços caem, mas não conseguem ultrapassar e voltam a subir. Você vai compreender facilmente a utilização dos suportes e resistências se fizer uma pesquisa no site da sua corretora. Veja um exemplo na FIGURA 7.2. Outro fator, tão ou mais importante que o primeiro, é definir o quanto uma perda representa do se capital total. Tente fazer de tudo para que cada prejuízo não ultrapasse 1% ou 2% do seu capital bruto. Supondo que cada perda represente 1% do seu capital, você poderá errar três ou quatro vezes seguidas (momento em que deve começar a se preocupar) antes de acertar uma única operação. Permita-se ter uma margem para erros.
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FIGURA 7.2 • USO CORRETO DO STOP
FAZENDO A VENDA DAS AÇÕES Em alguns casos, será necessário realizar a venda imediata das ações, abrindo mão até do uso do próprio stop, que era fortemente indicado até então. A venda do papel é um processo simples, porém você pode tomar alguns pequenos cuidados, principalmente se operar por intermédio de corretoras com taxas fixas de corretagem, como já foi explicado no Capítulo 6. Vamos relembrá-los. Ao fazer a venda, você deve, antes de qualquer coisa, observar quais as ofertas de compra disponíveis no livro de ofertas. Para que sua ordem seja executada imediatamente, seu preço deve corresponder exatamente ao preço do comprador que está na ponta de compra. Caso deseje vender a um preço maior, sua ordem ficará visível na lista de vendedores até que um comprador se interesse por ela.
DICA No momento que decidir fazer uma venda, não se esqueça de, primeiro, fazer o cancelamento da ordem stop, para só depois dar a nova ordem de venda. Seu home broker pode não permitir ordens simultâneas. A vantagem em optar pelo preço da ponta compradora é saber que sua ordem será executada de uma única vez. Lembre-se de que, para corretoras com taxa fixa, partir uma ordem em dois pedaços implicará pagar o dobro da corretagem. Não se esqueça, também, de conferir se sua ordem de venda foi enviada corretamente e foi executada. Você pode verificar isso clicando na função “Atualizar” na tela em que ficam visíveis as quantidades de papéis existentes em sua carteira. Pode também conferir a seção de acompanhamento de ordens.
TIPOS DE ORDEM DE VENDA Para finalizar, os principais tipos de ordem de venda utilizados no mercado financeiro são os seguintes:
ORDEM DE VENDA A MERCADO O investidor apenas especifica a quantidade a ser vendida. A venda é feita a preço de mercado, ou seja, de acordo com a cotação do papel no momento.
ORDEM DE VENDA LIMITADA O investidor especifica a quantidade e o preço desejado (preço mínimo) para venda.
DICA Feita a venda, compare seus resultados positivos e negativos a fim de criar seu índice médio de acertos que pode ser, por exemplo, 2×3 (um acerto para cada três erros) de chance de lucro por operação.
CAPÍTULO 8 O DUELO EMOCIONAL NA MENTE DO INVESTIDOR
POR QUE FICAMOS ANSIOSOS? EM QUEM ACREDITAR? O EFEITO PARALISANTE DESCONTANDO A RAIVA NO MERCADO APRENDENDO COM OS ERROS O TRADE PERFEITO × A PREOCUPAÇÃO COM O DINHEIRO EVITE O VÍCIO DE OPERAR
POR QUE FICAMOS ANSIOSOS? Assim que você fizer seu primeiro investimento real na Bolsa de Valores, vai notar como suas emoções interferem na tomada de decisões. Ganância, esperança, raiva, medo, orgulho etc. Quando os preços caem, você começa a torcer para que voltem, pelo menos, ao preço de compra. Quando despencam, justamente naquele dia em que você resolveu tirar o stop porque acreditava que iriam voltar a subir, você reza e implora para que subam, pelo menos um pouco, para que possa fazer a venda. E, claro, jura que nunca mais vai retirar o stop. Então, o mercado se recupera e lá está você orgulhoso, se achando até mais inteligente, por ser capaz de “ganhar” dinheiro por conta própria na Bolsa de Valores. Sobe mais um pouco e, quando você já está planejando o que comprar com seu lucro, ele desce novamente e vem a raiva por não ter vendido próximo da máxima do mercado. As emoções fazem parte dos mercados de risco e podem aumentar ou diminuir, tanto quanto o investidor permita. Lidar dessa forma com o dinheiro gera uma inversão muito rápida de sentimentos e pensamentos, muito acima do nível que estamos biologicamente acostumados a aceitar como normal. Controlar o lado emocional é uma das tarefas mais difíceis e, talvez, um dos principais motivos pelos quais se perde dinheiro nesse mercado. Vários livros enfatizam esse assunto, dada sua importância. Infelizmente, você vai passar muitas vezes por todas essas sensações, até que, com a experiência, desenvolva suas próprias regras e estratégias de investimento. A disciplina será sua melhor arma para enfrentar essa volatilidade nos seus sentidos. Esse é o preço que é pago nesse tipo de trabalho. Por isso, você precisa aprender a lidar com suas emoções.
DICA Não cometa o erro de comprar ações quando estiver apressado ou puder ser interrompido. Você precisará se concentrar para analisar com segurança os riscos da operação e decidir qual o valor ideal para o stop.
EM QUEM ACREDITAR? Em alguns momentos anteriores, foi citada a influência da televisão na opinião dos investidores. Ela representa apenas uma das várias fontes de informação, previsões e “dicas” que o investidor vai encontrar no seu ambiente. A verdade é que tanto a televisão quanto as revistas, sites, jornais, analistas, corretores, entre outros, apresentam apenas uma ideia do que é mais provável que aconteça futuramente. Perceba como todos eles também são vítimas da volatilidade dos mercados. Quando as coisas vão bem nas Bolsas, eles se apoiam aos fatos positivos e fazem previsões otimistas. Basta o mercado iniciar uma sequência de baixas para que as notícias mais desanimadoras virem destaque. Um detalhe: essas notícias negativas muitas vezes já existiam antes, desde o período das altas, porém só fizeram sentido agora, como possíveis “justificativas” para os movimentos baixistas. E o problema disso tudo é que essas ideias vão se misturando e formando uma nuvem que envolve o investidor indeciso, não levando-o a lugar algum. Logo, muitos investidores preferem se isolar de notícias de qualquer meio, a fim de analisar o mercado o mais racional e tecnicamente possível. E dá certo, pois faz com que apliquem com base em uma opinião própria, que é a forma mais recomendada de agir.
O EFEITO PARALISANTE O efeito paralisante, como citado rapidamente no capítulo anterior, é uma das piores sensações que se pode experimentar. Ocorre quando o investidor, já dentro de uma posição, tem a razão bloqueada pela emoção e não consegue tomar uma atitude consciente para proteger seu capital. Pode acontecer tanto durante uma queda, como em uma alta. As razões que levam a isso são sempre as mesmas: » não utilizar o stop de proteção; » não estar seguro do motivo da compra; » não ter em mente o prazo para essa aplicação, ou seja, curto, médio ou longo; » não olhar o mercado de forma ampla, tomando decisões precipitadas; » aplicar uma parte muito grande do seu capital;
» investir com um grau de risco maior que 2% do seu capital total; » não ter um plano de ação, ou seja, não saber exatamente quando sair do mercado e qual o objetivo a ser buscado; » deixar que suas emoções se envolvam na operação. Como apresentado em detalhes no capítulo anterior, esses itens são indispensáveis para que você possa obter sucesso nos mercados. Uma vez deixados de lado, todo o lucro de várias operações bemsucedidas pode se tornar apenas lembrança rapidamente.
DICA Uma maneira simples de diminuir a tensão durante suas primeiras negociações é optar por papéis de preço menor, ou seja, que custem entre R$ 0,50 e R$ 5,00. Apesar de ativos nesses preços dificilmente representarem boas opções para investimento, eles serão úteis para o treino de aplicação das estratégias e o desenvolvimento da disciplina.
DESCONTANDO A RAIVA NO MERCADO Uma das formas mais rápidas de perder dinheiro nos mercados é deixar que as emoções tomem completamente o controle das operações. Acredite: ganhar dinheiro no mercado de ações é algo fantástico! Os primeiros ganhos, então, são melhores ainda! A sensação é de independência total, entre muitas outras. É algo como se tivéssemos descoberto o mapa que leva direto à mina de ouro e, o que é melhor, por um atalho. “Como não fiz isso antes?”, você vai dizer. Tanta euforia e autoconfiança são combustíveis dos mais voláteis para um mercado repleto de fósforos acesos. Isso mesmo. O investidor empolgado arrisca-se mais que deve, abre mão dos dispositivos de segurança, como o stop, e parte para o ataque. Até que, então, tem seu primeiro prejuízo, relativamente modesto, mas, lá está ele, acontecendo de verdade. Um pequeno prejuízo gera a esperança de que, com uma tacada maior, poderá ser recuperado todo o capital. Então, o prejuízo se repete e entra a raiva por ter perdido duas vezes seguidas. Novamente, aumenta a posição, por acreditar que agora “tem de dar certo”. E lá se vão mais algumas centenas o milhares de reais. Uma boa estratégia para manter o controle emocional é reduzir o volume do capital investido à medida que ocorrerem perdas e aumentá-lo cautelosamente à medida que obtiver ganhos. Lembre que você deve tratar as pequenas perdas como etapas para alcançar os grandes ganhos. Muito dificilmente existirão vários lucros seguidos sem nenhuma perda. É interessante lembrar que as ações representam apenas uma pequena fatia no bolo de investimentos de renda variável. Você precisa exercitar suas habilidades de autocontrole para que possa evoluir,
futuramente, para as fatias mais voláteis e rentáveis, como o mercado de opções, que é um modelo de investimento de renda variável extremamente volátil em que são negociados direitos e deveres futuros, de compra e venda. Nele, a possibilidade de perder tudo, assim como a oportunidade de dobrar o capital em apenas algumas horas, existe e ocorre quase que diariamente. É claro que isso exige um nível de conhecimento mais elevado, mas nada impossível ao investidor disciplinado.
APRENDENDO COM OS ERROS Como Edwin Lefèvre citou em seu livro Reminiscências de um especulador financeiro, “Não há nada como perder tudo o que você tem no mundo para lhe ensinar o que não fazer. E quando você sabe o que não fazer com o objetivo de não perder dinheiro começa a aprender o que fazer a fim de ganhar. Entende isso? Você começou a aprender!” A observação é uma das qualidades presentes no investidor de sucesso. Uma análise dos erros cometidos, assim como dos acertos, vai garantir que eles sejam percebidos com antecedência em uma futura situação semelhante. Uma sugestão é que você faça anotações das principais razões que o levaram a ter um prejuízo e dê pontos a elas cada vez que se repitam. Com o tempo, você vai ter uma ideia dos seus pontos fortes e fracos nas operações. No final deste livro, você vai encontrar um modelo de tabela para sua análise e acompanhamento de operações. Use-a. Pode parecer ineficaz anotar as razões que, aparentemente, o fizeram ter ou não o resultado desejado, mas não é. Com a prática, você vai desenvolver um arquivo mental com seus pontos fortes e fracos.
O TRADE PERFEITO × A PREOCUPAÇÃO COM O DINHEIRO A partir do momento que o investidor destina parte do seu capital para aplicar na Bolsa de Valores, deve pensar da seguinte forma: se possui R$ 1 mil, imagine que tem mil pontos. Essa é uma das formas de aliviar a pressão psicológica que o dinheiro exerce sobre todos nós. Assim, fica menos difícil aceitar que as pequenas perdas fazem parte do sucesso de qualquer operador. Você sabe que pode perder 20, 30, 40 pontos antes de ganhar 100, 150, 200. Alguns investidores costumam relacionar o lucro ou prejuízo nas aplicações a coisas materiais, como livros, compras de supermercado etc. Por exemplo: » “Acabei de perder dez CDs nesta operação.” » “Acabei de faturar quatro meses de supermercado.” » “Acabei de perder dois livros da universidade.” Tente não cometer esse erro. Isso faz com que sua atenção fique voltada para o dinheiro, como unidade de valor, enquanto você deveria estar interessado somente em fazer um trade benfeito. O dinheiro é apenas a consequência!
EVITE O VÍCIO DE OPERAR Adquirir experiência nos investimentos de risco é um processo caro. Isso porque, para conseguir isso, você vai precisar ter vivência de mercado, o que, por sua vez, só se consegue passando por cada um dos possíveis eventos com ações, e isso por algumas vezes repetidas. Quanto mais situações enfrentar, mais inteligência financeira desenvolverá para esse tipo de atividade. Isso não significa, porém, que é preciso operar diariamente e tentar aproveitar todas as oportunidades que o mercado lhe oferecer, que serão muitas, muitas mesmo. Investir pode ser, sim, algo intenso para aqueles que dispõem de tempo, capital e disposição para tal, mas não um vício, com um comportamento descontrolado e impulsivo. Muitos investidores que acompanham o mercado diariamente não conseguem resistir a dar, pelo menos, algumas ordens por dia. Isso não vai levá-lo aos melhores resultados, principalmente se você ainda não é um investidor experiente ou um profissional. Uma boa técnica para controlar a ansiedade e evitar o excesso de exposição ao mercado é limitar em apenas uma hora por dia o tempo de acompanhamento dos ativos. Passado esse tempo, simplesmente feche sua tela de gráficos e seu home broker e retorne às suas atividades normais. A vantagem desse método tão simples é que, aos poucos, você desenvolverá uma análise mais fria e racional do movimento dos preços, o que vai elevar o número de operações bem-sucedidas. Nesse mercado, por incrível que pareça, menos pode também significar mais.
CAPÍTULO 9 RESPEITE SEMPRE AS LEIS DO MERCADO
O PREÇO DA INEXPERIÊNCIA NÃO MANTENHA POSIÇÕES PERDEDORAS CUIDADOS AO FAZER MÉDIAS PARA BAIXO NÃO REME CONTRA A MARÉ COMPRE NO BOATO, VENDA NO FATO
O PREÇO DA INEXPERIÊNCIA É fato. Todo investidor iniciante vai cometer os erros que são mais citados e não indicados nos livros e artigos sobre o assunto. É como se algumas regras tivessem de ser aprendidas na prática para só então ser respeitadas. Apesar de termos repetido diversas vezes ao longo deste livro conceitos como “Coloque o stop logo após a compra”, “Não opere contra a tendência” ou “Tenha a visão do último andar do mercado antes de investir”, é quase certo que o investidor iniciante deseje arriscar justamente nessas situações, da mesma forma que uma criança teima em colocar as mãos no fogo para conferir se realmente queima. Por sua vez, é também verdade que o ensinamento prático pode se tornar uma grande lição, algumas vezes até mais eficaz que o obtido na teoria. Então, se você decidir analisar os resultados, por exemplo, de operar sem o stop, faça-o, porém com uma porção menor do seu capital. Não desanime se, no início, achar que não leva jeito. Essa é uma atividade que exige paciência e dedicação para dar resultados. Em alguns poucos anos, você vai evoluir tanto no assunto que vai rir de suas operações e técnicas mal aplicadas do passado. A partir desse momento, estudar um pouco mais sobre a Análise Técnica é a sugestão mais importante que pode ser dada. Esse será seu próximo passo. Agora que você está tendo um passeio por todo o ambiente operacional por trás do funcionamento das Bolsas de Valores, vai ser capaz de escapar intuitivamente de muitas armadilhas que tornam o lucro real cada vez mais distante do investidor principiante. Já com o aprimoramento de algumas das ferramentas técnicas mais utilizadas pelos investidores técnicos, você vai aumentar muito suas chances de sucesso.
NÃO MANTENHA POSIÇÕES PERDEDORAS Muito enfatizado nos capítulos anteriores, aprender a aceitar as perdas como naturais é um processo difícil, porém necessário. Não há por que segurar um papel que está “caindo”. Um vício muito comum, inclusive entre os investidores profissionais, é retirar o stop de venda assim que os preços estão próximos do valor de disparo, pelo fato de acreditarem que a queda chegou ao fim e os preços vão se recuperar. Mesmo que isso aconteça, é mais seguro comprar novamente que correr o risco de ter de vender seus papéis desesperadamente, a qualquer preço, em um nível bem mais baixo. Os prejuízos acumulados com esse tipo de operação servem de assunto para as grandes histórias de fracassos na Bolsa de Valores. Se, como alguns, você fizer questão de operar sem o stop, pelo menos faça-o com uma proporção menor do seu capital. Existe, porém, uma forma estratégica de abrir mão do stop, que é fazendo a proteção do capital por meio das opções de ações, que são derivativos financeiros, e que serão tratados em detalhes em um próximo volume, específico sobre essa ferramenta simples e fantástica. Como você ainda não domina o uso das opções, é prudente, por enquanto, continuar utilizando o stop e ir aprimorando cada vez mais se estudo da Análise Técnica das ações.
CUIDADOS AO FAZER MÉDIAS PARA BAIXO Comprar uma ação que está em queda, a fim de baixar o preço médio do papel na carteira, é um ponto polêmico e gera opiniões diversas e até controversas entre os investidores profissionais. Esse tipo de operação pode ser tanto desastrosa como também uma das mais rentáveis e seguras estratégias do mercado de ações. Explicar essa ambiguidade tão grande seria assunto para um livro inteiro, mas vamos tentar entender um pouco a razão disso neste tópico. Esse é um ponto muito contraditório porque envolve a essência dos investimentos, ou seja, os pilares que regem qualquer operação: o prazo da aplicação, a qualidade da companhia, a disponibilidade de capital e o retorno esperado. A princípio, o investidor pode pensar: “Ora, mas se eu comprei antes, quando os preços eram maiores, qual o problema em comprar mais agora, com preços mais baixos?” Então, ele decide dobrar sua posição, afinal ele vê em sua frente uma verdadeira “liquidação” de ações. Mas quem garante que o papel não continuará caindo? Sair agora do mercado começa a ficar cada vez mais penoso, uma vez que quanto mais comprado estiver, mais espera-se dessa posição, e maiores também serão as perdas se for “estopado”. O investidor passa, aqui, a alimentar uma ligação emocional com esse ativo. E o mercado continuará seu trajeto, buscando sempre o equilíbrio entre os lados comprador e vendedor, configurando o duelo eterno entre o touro e o urso. Quando isso acontece, o investidor não vê outra saída a não ser manter a posição e aguardar semanas, meses ou anos até que os preços voltem a subir, se isso chegar a acontecer. Então, para que seja certeiro o momento de fazer ou não a média para baixo, vamos detalhar como deve pensar o investidor, de acordo com as variáveis envolvidas na operação. Você pode fazer a média para baixo quando:
» estiver absolutamente interessado em adquirir papéis dessa empresa, mesmo que tenha de mantê-los em carteira por alguns anos; » perceber que o ativo está apenas em uma correção de curto ou médio prazos, e não em uma longa ou até definitiva tendência de queda, rumo a valores insignificantes, o que representa o pesadelo para as companhias de capital aberto e, claro, para seus acionistas; » tiver capital suficiente para fazer compras periódicas desse ativo, seja mês após mês, o sempre que os preços estiverem atrativos, a fim de baixar cada vez mais seu preço médio; » estiver negociando com empresas líderes, blue-chips, com grande volume de negócios, e que são as preferidas dos investidores; » o papel possuir benefícios adicionais que apresentem vantagens reais ao investidor, mesmo quando seus preços estiverem em queda, como dividendos e juros sobre capital próprio, e, principalmente, opções de ações. Isso vai reduzir drasticamente o número de ativos disponíveis para as médias para baixo, pois são pouquíssimos os ativos que têm negociação de opções. A Vale PN (VALE5) e a Petrobras PN (PETR4) são as principais companhias com negociação de opções atualmente no Brasil; » não for precisar do dinheiro aplicado, o que não significa que você vai poder perdê-lo. Você não deve fazer a média para baixo quando: » estiver interessado no ativo apenas para operações no curto e médio prazos, visando aproveitar uma oportunidade; » perceber que o ativo está passando por uma longa tendência de queda, sem sinais evidentes de que será capaz de reverter esse quadro; » não tiver uma boa disponibilidade de capital para manter aplicações constantes nessa ação, a fim de baixar o preço médio; » estiver negociando com companhias pequenas, as small caps, que apresentam risco elevado e baixa liquidez; » o papel não tiver a prática de pagar bons dividendos e juros sobre capital próprio, e, pior, não possuir negócios com opções de ações. Sem isso, não há o que fazer para remunerar periodicamente o capital aplicado nas ações durante as quedas de preços; » pretender utilizar o dinheiro investido em breve, ou no próximo ano, por exemplo, para ser aplicado na troca do carro ou do apartamento.
NÃO REME CONTRA A MARÉ A não ser que você queira se dedicar integralmente ao mercado de capitais e se aprofunde nas operações de curtíssimo prazo ou nas vendas a descoberto, é muito difícil obter sucesso operando qualquer ação em plena tendência de baixa. Como foi dito anteriormente, o mercado segue tendências que podem ser primárias, secundárias e terciárias, e o investidor precisa estar ciente de qual é a situação atual e de se corresponde ao prazo de investimento (longo, médio ou curto) de sua preferência. Com certa prática, é possível desenvolver estratégias diferentes para atuar do longo ao curtíssimo prazo, aproveitando o que o mercado oferece em cada uma delas. E lembre-se sempre: o bom operador é aquele que acompanha os movimentos do mercado sem querer tirar dele o que ele não pode dar naquele momento.
COMPRE NO BOATO, VENDA NO FATO É fato que os preços das ações sofrem grande influência de acordo com o panorama das notícias que são divulgadas pelos meios de comunicação, ou simplesmente circulam no mercado. Afirmar que os preços dependem só disso, porém, pode ser considerado exagero, uma vez que, se isso acontecesse, os mercados só se moveriam quando surgissem notícias relevantes sobre determinada empresa, e até o investidor menos experiente é capaz de enxergar que não é isso o que acontece na prática. Tomar decisões com base somente em notícias, portanto, mostra-se um tanto quanto irracional, uma vez que os preços se movem de acordo com um algo a mais que, definitivamente, não é composto só de fatos. Ao que tudo indica até o momento, sob certo consenso no mercado, e dos dois tipos de investidores, fundamentalistas e técnicos, esse “algo a mais” é representado, sim, pelas expectativas. Importantíssimas, mesmo que muitas vezes absolutamente subjetivas, elas acabam sendo mais eficientes que os fatos, que já são reais. Ao observarmos o que acontece assim que uma nova expectativa é instaurada nos bastidores do mercado, e compararmos com o preço das ações assim que o fato é confirmado ou definitivamente negado, veremos um movimento de elevação dos preços durante essa tensão antecedente, mas que se desfaz logo após a confirmação, positiva ou não, do fato. Um exemplo muito recente foi a conquista do Grau de Investimento pelo Brasil, o que elevou o país ao nível de país “confiável e seguro” para receber o capital dos investidores estrangeiros. Acredita-se que os preços vinham sendo inflados lentamente no último ano devido à grande expectativa de que tal nível de classificação fosse conquistado. No momento em que a primeira agência internacional deu essa certificação ao Brasil, surgiram as novas expectativas para que fosse também confirmada por uma segunda agência de risco, fato que seria fundamental para que os fundos de pensão norte-americanos pudessem, agora sim, destinar parte de seus volumosos recursos ao mercado financeiro brasileiro. Porém, ao conquistarmos tal prêmio, o que se viu foi um desânimo generalizado do mercado de ações que, de alguma forma, ficou sem combustível para dar sequência à trajetória altista. Se todos querem ganhar e todos teoricamente recebem notícias semelhantes dos meios de comunicação, antecipar-se de alguma forma passa a ser mais importante que simplesmente aguardar dados concretos. Nesse ponto, os investidores mais bem relacionados passam a fazer projeções sobre o que pode acontecer no futuro próximo e a tomar suas decisões em cima disso. Por isso, criou-se o ditado de que o mercado se antecipa aos fatos. Faz todo sentido, e prestar mais atenção às expectativas que estão se formando mostrou-se mais importante que os próprios fatos reais. Então, fique de olho!
PALAVRA FINAL
Prezado leitor,
Espero que este livro tenha atingido seu objetivo principal, que é apresentar de forma clara a você, iniciante, o básico sobre este universo chamado Bolsa de Valores. A partir de agora, comece a descobrir seu lado negociador. Obrigue-se a, pelo menos, tentar se envolver com o mercado de ações. Não se preocupe se precisar se distanciar dele por um período o outro. O importante é que tenha em mente um “sim” para a Bolsa, ao invés de um “não” solidificado, como muitos, simplesmente por desconhecer o assunto. Acompanhe diariamente o resultado do Ibovespa. Assista ao resumo diário sobre o mercado financeiro na televisão. Quando se deparar com um artigo sobre o assunto, leia-o, em vez de pular para a página seguinte. Procure mais. Informe-se mais. Busque novos livros, revistas, vídeos. Fique por dentro! Você descobrirá que o mercado de ações é, simplesmente, um ambiente repleto de oportunidades que estão disponíveis todos os dias. Com o passar do tempo, sua visão ficará mais refinada e cada vez mais apta a enxergar as inúmeras chances de realizar bons negócios, tanto no curto como no médio e longo prazoss. Se você me perguntasse, agora, qual o melhor conselho que eu poderia lhe dar nesse momento, já que concluiu a leitura deste livro, eu lhe daria não um, mais dois conselhos que julgo valiosíssimos. primeiro é: aprenda um pouco sobre a análise técnica e gráfica das ações. Por quê? Isso fará com que você opere com vantagens reais sobre os outros participantes do mercado. Se é difícil? Imagine, você aprenderá a traçar linhas e a fazer alguns desenhos tão simples que parecem brincadeira de criança. Basta começar para descobrir o quanto intuitivas podem ser as técnicas adotadas para a interpretação dos gráficos de preços das ações. O segundo conselho, e ainda mais importante, é: você precisa aprender a fazer uso das opções de ações como forma de reduzir o risco das suas operações com ações. Eu não teria outra palavra mais adequada para descrever essa ferramenta do que “indispensável”. A combinação das ações e das opções é o que permitirá que você obtenha bons resultados mesmo diante de mercados em queda, ou seja, você poderá obter ganhos mensais com suas ações mesmo que os mercados só caiam, todos os meses, sem exceção. Você é capaz de compreender isso? Nesse momento, provavelmente não, porque ainda não conhece o mecanismo prático dessa ferramenta. Eu também não compreendia como isso era possível, no início. Por isso, me dediquei de forma especial ao preparar um livro sobre opções que realmente fosse acessível ao pequeno investidor. Foi assim que surgiu o livro Ganhe mais investindo em opções. Trata-se de um livro único e de leitura obrigatória para todo investidor. Ele completa esta coleção, e tenho certeza de que você irá se surpreender com o que vai aprender lá. Convide e encoraje seus amigos e familiares para que também conheçam mais sobre o assunto e participem com você desse mercado. Todos merecem desfrutar os seus benefícios. Desejo a você muito sucesso nas operações!
Marcelo C. Piazza
REFERÊNCIAS
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LEBOEUF, Michael. Você milionário. Trad. Cássia Maria Nasser. Rio de Janeiro: Campus, 2002. LEFRÈVE, Edwin. Reminiscências de um especulador financeiro. São Paulo: Makron Books, 1995. MATSURA, Eduardo. Comprar ou vender?: como investir na Bolsa utilizando análise gráfica. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. NILSON, Steve. Japanese candlestick charting techniques. New York: N.Y. Institute of Finance, 1991. NORONHA, Márcio. Análise técnica: teorias, ferramentas, estratégias. Rio de Janeiro: Editec, 1995. OLIVEIRA, Gilson; PACHECO, Marcelo. Mercado financeiro. São Paulo: Fundamento Educacional, 2006. PEREIRA, Glória Maria Garcia. Talento: nova linguagem do dinheiro para realização pessoal. São Paulo: Futura, 2002. PIAZZA, Marcelo C. Ganhe mais investindo em opções. São Paulo: Saraiva, 2010. PIAZZA, Marcelo C. O melhor da análise técnica de ações. São Paulo: Saraiva, 2010. PISTOLESE, Clifford. Technical analysis for the rest of us. São Paulo: McGraw-Hill, 2006. RHEA, Robert. The Dow Theory. Burlington: Fraser, 1993. SCHWAGER, Jack D. Magos do mercado. Trad. Márcio Noronha e Edward Steinberg. Rio de Janeiro: Livros Técnicos, 2001. SECURATO, José Cláudio. Economia: história, conceitos e atualidades. São Paulo: Saint Paul, 2007.
SLATER, Robert. Estratégias de investimentos de George Soros. Trad. Ricardo Inojosa. Rio de Janeiro: Campus, 1999. TAVARES, Miguel Dirceu Fonseca. Análise técnica: gráfico de barras. Rio de Janeiro: IBMEC, 1987.
Referências na internet
www.advfn.com www.bovespa.com.br www.cblc.com.br
GLOSSÁRIO
» AÇÕES ORDINÁRIAS Ações que dão direito de voto aos seus acionistas, além de também oferecerem dividendos. Geralmente, possuem um valor de mercado e uma liquidez menores que as ações preferenciais por estarem concentradas, em grande parte, nas mãos dos proprietários da empresa, que não as negociam com frequência.
» AÇÕES PREFERENCIAIS Ações que dão preferência aos portadores para receber dividendos ou boa parte de seus investimentos em caso de falência da empresa. Seus acionistas não dispõem do direito de voto nas reuniões da empresa.
» ADRs Recibos de ações que servem para que empresas sediadas em outros países possam negociar seus papéis no mercado norte-americano.
» AFTER MARKET Sessão do pregão eletrônico que ocorre após o fechamento do pregão regular, com duração aproximada de uma hora.
» ALAVANCAGEM
Investimento em que o acionista utiliza capital extra de terceiros para aumentar as proporções de lucro e, consequentemente, também o risco da operação.
» ANBID Sigla de Associação Nacional dos Bancos de Investimentos, representa as instituições financeiras que participam do mercado de valores mobiliários no Brasil. Sua principal atuação é no mercado de fundos de investimentos, como órgão regulador.
» ATIVO Termo utilizado para representar os bens, pertencentes a uma empresa ou pessoa, que gerem renda passiva, como imóveis, dinheiro aplicado, ações etc. Em inglês, asset .
» BEAR MARKET Termo usado para representar um mercado baixista (“mercado de urso”).
» BETA Coeficiente de volatilidade de uma ação, que compara o preço ao Índice Bovespa, usado como ponto de referência para o mercado brasileiro, com beta igual a 1.
» BLUE CHIP Jargão utilizado no mercado financeiro para representar o grupo das ações mais líquidas, seguras e potencialmente lucrativas negociadas na Bolsa de Valores.
» BOOM Aumento acentuado das cotações e dos volumes operados em determinado mercado.
BULL MARKET
Termo usado para representar um mercado altista (“mercado de touro”).
» C-BOND (CAPITALIZATION BOND) Um dos títulos da dívida externa brasileira com vencimento em 2014, emitido dentro do plano Brady e que possui grande liquidez no mercado de dívidas de países emergentes.
» CALL Representa uma “opção de compra” de uma ação no mercado de opções.
» CARTEIRA Conjunto de ativos que um investidor possui em seu poder em determinado momento.
» CASH-YIELD Índice de retorno anual do pagamento de dividendos em relação ao preço da ação da companhia.
» COMMODITIES
Palavra inglesa que significa “mercadoria”. No mercado financeiro é utilizada para indicar um tipo de produto, como café, algodão, soja, cobre, petróleo. Existem Bolsas de Valores específicas para negociar commodities, como a BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros).
» COPOM Sigla de Comitê de Política Monetária do Banco Central. O Copom é o encarregado de formular a política monetária do país. Estabelece diretrizes de política monetária e define a meta da taxa de juros primária (Selic) que remunera os títulos da dívida pública federal.
» CUSTÓDIA Local onde os títulos e as ações são registrados em nome de quem os comprou, garantindo a sua propriedade.
» CVM A Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia federal responsável por regular e fiscalizar o mercado de valores mobiliários no Brasil.
» DAYTRADE Operação em que a compra e a venda de um mesmo ativo são realizadas no mesmo pregão, ou seja, em um único dia.
» DEBÊNTURES Títulos de crédito, semelhantes aos títulos públicos emitidos pelo governo, porém emitidos por empresas.
» DERIVATIVOS Ativos mobiliários que derivam de outro ativo, ou seja, estão amarrados a eles. Como exemplo, temos as opções de compra das ações da Telemar.
» DESCOBERTO Expressão usada em conjunto com o termo “venda”, que representa a estratégia de investimento em que o investidor vende um papel de que não dispõe na carteira comprometendo-se a comprá-lo posteriormente, apostando na queda do mercado.
» DIVIDENDOS Bonificações pagas periodicamente ao investidor que mantém papéis da empresa pagadora em sua carteira de investimentos.
» ESPECULAÇÃO Operação comercial em que o negociador aceita assumir um risco considerável com o intuito de obter lucro.
» FED Sigla de Federal Reserve Bank, o Banco Central Americano.
» FIBONACCI
Os números de Fibonacci representam importante ferramenta para análise da duração de um movimento gráfico.
» FIEX Sigla de Fundo de Investimentos no Exterior, que é um fundo de investimento doméstico, porém, que aplica no mínimo 80% de seus recursos em títulos da dívida externa brasileira.
» FUNDO DE INVESTIMENTO Comunidade aberta de pessoas com o objetivo comum de aplicar seu capital, seguindo regras próprias e preestabelecidas, que se unem com o propósito de obter vantagens no mercado.
» HEDGE Corresponde a uma estratégia do mercado financeiro, que pode ser realizada de diversas maneiras, em que o investidor busca diminuir o nível de risco de determinada posição.
» HOME BROKER Painel de operações que interliga o investidor à sua corretora, permitindo que execute ordens de forma independente.
» HOT MONEY Capital originário de investidores estrangeiros, cujo destino são as aplicações no mercado financeiro nacional.
» IBOVESPA Índice da Bolsa de Valores de São Paulo. Este índice mede a lucratividade de uma carteira hipotética com as ações mais negociadas, seguras e rentáveis para investimento no momento. Cada ação integrante recebe um peso, em pontos, que varia de acordo com sua liquidez.
» IBOVESPA FUTURO Contrato da BM&F em que o investidor compra ou vende a pontuação do Índice Bovespa à vista em uma data futura.
» IBX Significa Índice Brasil e mede o retorno de uma carteira hipotética composta por cem ações selecionadas entre as mais negociadas na Bovespa, em termos de número de negócios e volume financeiro.
» IGP-M Significa Índice Geral de Preços do Mercado e mede a variação de preços no mercado de atacado, de consumo e construção civil. O IGP-M considera todos os produtos disponíveis no mercado, inclusive o que é importado.
» INDICADOR Por indicador entende-se qualquer ferramenta de análise gráfica que possa oferecer indicações úteis para a identificação das tendências dos preços de um ativo.
» IPC Significa Índice de Preço ao Consumidor e mede a variação dos preços de uma cesta de consumo média de determinada população.
» IPO Sigla de Initial Public Offering, é o termo utilizado para representar a entrada de uma empresa no mercado de valores mobiliários.
» LIQUIDEZ Grau de facilidade com que se consegue transformar um ativo (ações, imóveis etc.) em dinheiro vivo.
» LOTE Representa uma quantidade padronizada de ativos financeiros, a fim de arredondar as quantias de papéis negociados.
» MARGEM Garantia, em dinheiro ou ativos do mercado financeiro, que atua como proteção para a execução de operações de alto risco por parte do investidor.
» MEGABOLSA Sistema de negociação na Bovespa que engloba o Pregão Viva Voz e o Pregão Eletrônico. Pelos terminais
eletrônicos do Megabolsa, as corretoras podem enviar suas ordens de compra ou venda diretamente de seus escritórios, em qualquer parte do território nacional.
» MERCADO A TERMO Mercado em que se determinam a quantidade, o preço e a data da liquidação de uma operação, que geralmente é de 30, 60 ou 90 dias depois de executado o negócio.
» MERCADO À VISTA Negócio com ativos, títulos e valores mobiliários que se liquida à vista.
» MESA DE OPERAÇÕES Local físico, instalado nas corretoras de valores, responsável pelo envio de ordens ao pregão da Bolsa de Valores.
» OPÇÃO DE AÇÃO Direito de compra ou venda de determinado papel, em data futura, por preço preestabelecido, em que o investidor paga um valor chamado de prêmio para ter esse direito.
» ORDEM Pedido de compra ou venda de um papel no mercado financeiro enviado do investidor para sua corretora de valores.
» POP Sigla de Programa de Investimento com Participação, é um novo produto do mercado de renda variável cujo objetivo é reduzir os riscos durante o investimento em ações.
» PREGÃO Representa uma sessão em que são realizados negócios nas Bolsas de Valores.
» PREGÃO ELETRÔNICO Sistema eletrônico de negociação por terminais que permite a realização de negócios nos mercados à vista, a termo e de opções com papéis e horários definidos pela Bovespa.
» PRÊMIO Valor pago antecipadamente pelo investidor para adquirir um direito de compra ou venda de uma ação a um preço preestabelecido, em data futura.
» RENTABILIDADE Taxa de retorno de um investimento, expressa em termos percentuais.
» RESGATE
Equivale ao saque bancário em que o investidor faz a retirada do total ou de parte dos recursos investidos na aplicação.
» RESISTÊNCIA Corresponde ao nível de preços em que se acredita que haverá dificuldade em dar continuidade ao aumento dos preços, devido à proximidade de um forte ponto de vendas.
» RISCO Possibilidade de algo não acontecer como o esperado. Representa um grau de incerteza.
» RISCO BRASIL Índice criado para representar o grau de risco de investir no país em determinado momento. Age como um termômetro indicador da confiança do mercado em relação à economia do país.
» SELIC Sigla de Sistema Especial de Liquidação e Custódia, serve como referência para muitas taxas de juros adotadas no país. A taxa Selic representa a média de juros pagos pelo governo às instituições que lhe emprestam capital, como os bancos, pela compra desses títulos.
» SPREAD Diferença entre o preço de compra e o preço de venda de um ativo, da qual é possível gerar o lucro da operação financeira. financeira.
» STOP Tipo de ordem utilizada no mercado financeiro que permite proteger automaticamente o capital investido.
» STREAMER Plataforma criada na linguagem Java, na qual informações são atualizadas sem a necessidade de ativar seguidamente seguidamente a função função “Atu “ Atuali alizar”. zar”.
» SUPORTE Corresponde ao nível de preços em que se acredita que haverá dificuldade em dar continuidade à queda dos preços, devido à proximidade de um forte ponto de compras.
» TIMING Termo utilizado no mercado financeiro para se referir ao melhor momento para comprar ou vender. O investidor busca busca “acertar “ac ertar o timing”, o tempo do mercado.
» TR Sigla de Taxa Referencial de Juros, representa a média mensal dos juros pagos pela captação de depósitos a prazo (CDBs e RDBs) RDBs) das 30 maiores maiores institu instituições ições financeiras financeiras do país.
» TRADE
Expressão comumente usada no mercado financeiro para designar a realização de um negócio.
» TRADERS Nomenclatura comumente usada no mercado financeiro para aqueles que realizam negócios entre si.
» VALOR DE MERCADO Valor que um um proprietário receberia re ceberia por um ativo ativo se s e desejasse dese jasse vendê-lo de imediato. imediato.
» VENCIMENTO VENCIMENTO Data em que ocorre a liquidação dos contratos contratos no mercado mercado de opções opçõe s de ações.
» VOLATILIDADE Indica o grau médio de variação dos preços de um ativo em determinado período. Alta volatilidade significa significa que o valor da cota apresent aprese ntaa forte oscilação. oscilaçã o.
» VOLUME Quantidade de dinheiro envolvida na negociação de determinado papel.
ANEXOS I • GARANTA QUE TUDO VAI FUNCIONAR Uma das situações que mais geram o desgaste emocional do investidor pessoa física ocorre quando algo não funciona como deveria. Aqui, não estamos nos referindo a uma operação mal planejada ou às reviravoltas do mercado, mas a algo que, acredite, pode ser ainda pior que isso: as falhas ou o mal funcionamento dos sistemas, como o home broker ou seu provedor de gráficos, por exemplo. É provável que todo investidor com pelo menos alguns meses de experiência já tenha passado por alguma das situações que vamos descrever aqui. E quando acontecem, podem vir sem aviso, despertando não só a fúria ou o desespero do operador, mas também gerando um prejuízo financeiro desnecessário. Há, porém, algumas formas de se precaver dos acontecimentos mais comuns, enfrentando-os sem maiores transtornos. Então, não deixe de checá-las sempre que for assumir uma posição importante no mercado.
INTERNET Como o investidor bem sabe, toda negociação realizada por meio do home broker necessariamente depende do bom funcionamento da internet. Tanto a interrupção repentina do sinal como a conexão lenta são suficientes para gerar problemas e/ou instabilidade na plataforma de negociações. Não são raros os casos em que o investidor passa horas acompanhando os gráficos à espera do momento ideal para a montagem ou o encerramento de uma posição quando, justamente no instante do envio de uma ordem ao mercado, ele não vê uma resposta instantânea, como deveria acontecer. Para evitar transtornos com esse tipo de problema, o investidor dispõe de duas alternativas. A primeira, mais simples, é manter em local visível o número de telefone da sua corretora ou, ainda melhor, o telefone direto do seu corretor, caso ela disponibilize esse tipo de serviço. Ele poderá realizar sua operação rapidamente a seu pedido. Outra solução, e que hoje se tornou bastante viável, seria dispor de uma conexão extra, que pode ser feita tanto por meio de uma linha discada ou, bem melhor, por uma conexão móvel, como essas que são divulgadas pelas operadoras de telefonia móvel, direcionadas aos notebooks . Grande parte dos usuários de computadores portáteis, hoje, já dispõe de uma assinatura residencial e uma móvel, para maior mobilidade. Com a instabilidade de uma, utilize a outra rapidamente.
BANCOS
Apesar de atualmente os home brokers estarem incomparavelmente mais dotados de recursos e benefícios para o pequeno investidor que o ambiente de negociação de ações dos bancos, ainda precisaremos destes últimos no momento inicial de nossas operações, ou seja, quando quisermos transferir recursos para nossa conta na corretora. Então, temos de estar atentos a alguns detalhes técnicos referentes ao nosso banco. Há aproximadamente um ano, quando ainda éramos explorados com a cobrança da CPMF sobre as movimentações bancárias, a incidência de erros durante as transferências de recursos feitos por meio da operação especial com “finalidade em aplicação em Bolsa de Valores” era enorme. Atualmente, com o fim da cobrança da contribuição, o investidor conta com um empecilho a menos. Mas restaram alguns detalhes que surgiram recentemente, devido à necessidade de os bancos intensificarem suas medidas de segurança contra fraudes, geradas pelo roubo de senhas bancárias por meio da internet, entre outras situações de risco. Com essas novas medidas, convencionou-se que, primeiro, todo computador deve estar previamente cadastrado, ou seja, ao tentar realizar uma transferência on-line, seu computador exibirá uma senha eletrônica que deverá ser digitada pelo usuário em um terminal de autoatendimento, ou direto em sua agência, por meio do seu gerente. Feito isso, o computador está autorizado a efetuar qualquer tipo de transferência de recursos. Tanto esta quanto as próximas regras podem variar de banco para banco, e você poderá obter mais detalhes em uma simples ligação, ou em um e-mail enviado a seu banco. Após esse primeiro passo, surge a necessidade de cadastrar a conta bancária à qual serão enviados os recursos para operação em Bolsa. Sua corretora irá lhe fornecer os dados de sua nova conta, e você deve cadastrá-los, seguindo as normas do seu banco. Não se esqueça de checar com seu gerente se algumas dessas regras possuem prazo de validade. Isso é muito comum e, claro, vai atrapalhá-lo justamente quando você quiser realizar uma transferência com urgência a fim de aproveitar aquela excelente oportunidade que está enxergando nos mercados. É nesses momentos que lembramos como é importante manter uma boa relação com nosso gerente. Ele é quem pode agilizar tudo para que o dinheiro chegue a tempo na corretora. Por último, e tão importante quanto, existe a necessidade de autorizarmos o aumento do limite de transferências da nossa conta. Devido às regras de segurança, esses valores são bem baixos. Assim que pedir esse aumento do limite de transferência para as contas cadastradas, certifique-se de que tudo está correto. Lembre-se de que você pode transferir o volume de recursos que quiser se estiver pessoalmente em sua agência. Aqui, estamos nos referindo às transferências on-line que, com sua conta devidamente configurada, lhe permitirão transferir até aproximadamente R$ 30 mil por dia para sua corretora. Esse limite também vai variar de acordo com seu banco. Há investidores que transferem, mensalmente, parte do seu salário para sua conta de negociação em Bolsa, e poder fazer isso on-line vai tornar tudo mais simples e seguro. Vale lembrar que, se você efetuar um DOC (valores até R$ 4.999,99) para sua nova conta, se depósito estará visível na sua corretora no próximo dia útil. Se for feito o TED (valores iguais o superiores a R$ 5 mil), o dinheiro será transferido quase que de imediato. Basta aguardar uma hora, aproximadamente, e informar à sua corretora que a transferência foi efetivada.
CORRETORA
Uma vez que seus recursos chegam à sua conta na corretora, não há mais a burocracia e lentidão dos bancos. Agora, tudo será feito na hora. Novamente lembrando, para que os novos recursos sejam alocados rapidamente em sua conta, você precisa informá-los sempre que fizer um depósito. Assim que isso for feito, seu crédito estará disponível para as aplicações na Bolsa de Valores. Mas o primeiro detalhe a que devemos ficar atentos nesse momento é de mantermos atualizados nossos dados financeiros. Suponhamos que, no espaço existente no site da sua corretora destinado às informações básicas (são bem básicas mesmo) em relação ao seu patrimônio, você informar que tem uma renda média de R$ 3 mil, e, de repente, tentar transferir para essa conta uma quantia de R$ 50 mil, essa movimentação será momentaneamente bloqueada, uma vez que esse valor “não condiz” com a renda advinda do seu rendimento mensal. Isso pode ser resolvido imediatamente pela atualização on-line, no próprio home broker, dos valores correspondentes ao seu patrimônio financeiro. Você pode tirar dúvidas quanto a isso com o seu corretor. Ainda dentro do tópico das corretoras, outro problema que pode acabar com o sossego do investidor é o mau funcionamento do home broker. É fundamental poder contar com ele durante todo o pregão eletrônico. Alguns home brokers são instáveis, apresentam lentidão ao efetuar o login e ao enviar ordens, desconectam-se com muita facilidade, trazem atrasos nas cotações de preços, permitem que o usuário envie ordens repetidas ao clicar, por engano, duas vezes no item “Enviar ordem”, não informam rapidamente se a ordem foi encaminhada ou não à Bovespa, entre outros problemas. Além disso tudo, observe se o home broker possui uma visualização amigável e intuitiva. Você não vai querer ficar lendo o tópico de “Ajuda” enquanto estiver tomando suas decisões no mercado, vai?
SISTEMA DE COTAÇÕES Mesmo com uma boa conexão de internet, pode ocorrer de as cotações dos ativos fornecidas por se servidor gráfico estarem com um pequeno atraso em relação aos dados reais do pregão. Se isso não for percebido a tempo pelo investidor, suas operações poderão ser executadas fora da realidade do mercado, ocasionando grandes prejuízos. Normalmente, assim que é detectado o atraso nas cotações, o responsável por esse serviço emite um alerta visual, para que os investidores tenham ciência do fato. É importante dizer que o atraso nas cotações pode ocorrer tanto no home broker quanto na própria Bovespa ou no sinal que alimenta se servidor gráfico, caso você utilize algum sistema gráfico além daquele fornecido pela corretora. Esse tipo de problema pode ser facilmente resolvido ficando atento a possíveis avisos de alerta exibidos no fornecedor dessas cotações ( home broker, Bovespa ou servidor gráfico), ou pela comparação de informações entre o home broker e seu software gráfico independente, caso você tenha esse tipo de serviço.
ERROS HUMANOS
Após se certificar de que tudo está funcionando conforme o esperado, cuide para que não seja você o responsável pelo mau andamento das coisas, evitando os erros mais comuns cometidos até pelos investidores mais experientes. Entre esses erros, um dos principais se resume à inversão do objetivo da ordem, ou seja, ao invés de fazer uma compra, o investidor acaba clicando em “Vender”, ou vice-versa. Por incrível que pareça, esse é um dos erros mais comuns. Outra ocorrência frequente consiste em errar a quantidade de ativos a ser negociada. Devido à pressa no momento do envio da ordem, enganos tão simples e que podem ser facilmente detectados acabam pegando de surpresa os operadores. Há, também, aqueles que clicam duas vezes no botão “Enviar”, o que, em algumas corretoras, pode gerar uma ordem dupla, executando duas vezes a mesma ordem. Quando for realizar suas aplicações em Bolsa, então, tome os cuidados necessários para garantir que tudo vai funcionar como deve.
II • TABELA PARA CONTROLE DE OPERAÇÕES CONTROLE DE OPERAÇÕES