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MARIO FERREIRA DOS SANT
X
ONTOLOGIA
E C0SM
(À CIÊNCIA DO SER E A CIÊNCIA DO COSMOS Sign up to vote on this title
Useful
— 2." EDIÇÃO —
Not useful
ENCICLOPÉDIA DE CIÊNC
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Certas Sutilezas Humanas - Mário
Primeira edição: Outubro de 1954 Segunda edição: Fevereiro de 1957
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Programa editorial da Livraria e Editora L "ENCICLOPÉDIA DE CIÊNCIAS FILOSÓFICAS E de Mário Ferreira dos Santos. Volumes publicados: 1) 2) 3) 4) 5) 6) 7) 8) 9)
"Filosofia e Cosmovis ão" —a 3. a ed. "Lógica e Dialéctica" — 2. ed. "Psicologi a" — 2.a ed. "Teoria do Conhe cimen to" — a2.a ed. "Ontologia e Cosmologia " — 2. ed. "Tratado de Simbólica" a "Filosofia da Crise" — 2. ed. no prelo. "O Homem pera nte o Infinito" (Teologia) "Noologia Gera l" (Antropogènese, Psicogênese e
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.
A sair: Useful Concreta". Not useful 10) "Filosofia 11) 11) "Do Valor e do Belo" (Axiologia e Estética) .
COLEÇÃO TEXTOS FILOSÓFICOS — Sob a direção
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Obras de MARIO FERREIRA DOS SANTOS PUBLICADAS:
— — — — — — — — — — — — — — —
"Filosofia e Cosmovisão" — 3." ed. "Lógica e Dialéctica" — 2." ed. "Psicologia — 2. a ed. "Teoria do Conhecimento" — (Gnoseologia e Critèriologia) 2. a ed. "Ontologia e Cosmologia" — (As ciências do Ser e do Cosmos) 2. a ed. ed. -■ ' "O Homem que Nasceu Póstumo" — (Temas nietzscheanos) 2. a ed. no prelo. "Curso de Oratória e Retórica" — 5. a ed. "Assim Falava a Zaraiust ra" — Texto de Nietzsche, com análise simbólica — 2. ed. "Técnica do Discurso Moderno" — 2." ed. "Se a esfinge falasse..." — Com o pseudônimo de Dan Andersen (esgotada). "Real idad e do Home m" — Com o pseudô nimo de Dan Andersen (esgotada). "Análise Dialéctica do Marxis mo" (esg otada). "Curso de Integração Pessoal" — (Estudos caracterológicos) 2. a ed. "Tra tado de Econom ia" — (Edição mimeograf ada) — Esgotada. "Aristóteles e a s Mutações" — Reexposição Reexposição analítico-didática do texto aristotélico, acompanhada da crítica dos mais famosos co mentaristas.
ÍNDICE ONTOLOGIA I Art. 1 — Conceito e objecto da Ontologi a Art. 2 — Do Ser, do Ente, da Essên cia e d a Sistência Art. 3 — Do Ser e do Acto Sign up to vote this title Art. 4 — Das propon rie dad es do Ser Art. 5 — Ente possível e Ente act ual Useful Not useful TEMA II Art. 1 — Da disti nção Art. 2 — Síntese da Analogia TEMA III 1'F.MA
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evbW0^6 o ARTK
CONCEITO E OBJEÇTO DA ONTO
Na Metafísica, IV, 1, Aristóteles empregava e "Há uma ciência que estuda o Ser enquanto ser, e essenciais. Ela não se confunde com nenh uma das cias chamadas particulares, pois nenhuma delas Ser em geral, enquanto ser, mas, recortando um do ser, somente desta parte estudam o atributo ess up to vote on this title matemáticas. porSign exemplo, procedem as ciências •
\
Useful Not useful Mas já que procuramos os primeiros princípio mais elevadas, é evidente que existe necessariam realidade à qual tais princípios e causas pertence de de sua própria natureza. Se, pois, os filósofos
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MARIO FERREIRA FERREIRA DOS SANTOS
Por isso, modernamente, costuma-se empregar o termo ontológico, como referente ao ser elucidado, ao ser em geral, à sua razão, ao seu logos; e ôntico ao ente, tomado determinada mente, como íacto de ser. Esta divisão evita a confusão ent re realidade ontológica e realidade ôntica, que, inseparáveis na ordem do ser. são. no entanto, distintas na visualização filosó fica. fica. Note-se ade mai s que tal acei taçã o terminológica não im plica a aceitação da doutrina kantiana. mas apenas nasce ela de um desejo de clareza, ideal de quem quer verdadeiramente realizar alguma coisa na filosofia. Há outros termos empregados também neste sentido como ontal, côisico e rêico. que encontramos entre filósofos modernos. Esse modo de consider ar nã o é, porém, matéria pacífica e univers almente aceit a na filoso filosofia fia.. Os escolásticos nã o fa ziam tal distinção, e consideravam tais expressões deste modo: ôntico significa o ente ainda não descoberto pelo espírito como intelligibile in potenüa, como já examinamos na "Teoria do Co nheciment o", e ontológico, ente já esclarecido, d escobert
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ONTOLOGIA E COSMOLOGIA
sófica, mas o termo dessa ciência, o fim a ser alca e não dado como objecto a ser analisado, mas a s
Já tivemos oportunidade, em outros trabalh nos referirmos à classificação dada por Andrôni aos trabalhos de Aristóteles que deveriam ser edita os livros sobre a física, que êle intitulou de ta ( physiká, de ond e latinizou-se o termo metaph ysic cuidadoso da obra aristotélica nos mostra à soci se trata apenas de uma classificação, mas da co tinha Aristóteles Aristóteles des sa ciência. Com a escolástic estudados na obra famosa e fundamental de Ari rigoros tafísica"), passam a constituir uma ciência Signque up estudará to vote on thisnatitle tada, o ser sua imanência e na dência (post physicam supra phyaicam), indep Useful Notetuseful sica experimental. Não é o estudo do ser separ do sensível, como de per si subsistente, como po cer-se, fundando-se numa posição platônica ou p
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MARIO FERREIRA FERREIRA DOS SANTOS
disassociando-se, pela actividade noética, mas jamais esque cendo (e assim procede a boa metafísica) de devolver à sua concreção o que, por aphairesis. foi separado. O termo ontologia foi cunhado propriamente por Johannes Clauberg e popularizado por Wolf. Conseqüentemente se pode dizer que a próte philosophia de Aristóteles, a philosophia prima dos escolásticos, a Ontologia, ou a Metafísica Geral, e em al gumas vezes a Metafísica, referem-se à mesma ciência do ser enquanto ser, que é a Ontologia. No modo de considerar a Ontologia, houve, entre os escolás ticos, uma dualidade de posição. Os que seguem a linha tomista, consideram-na como o coroamento da filosofia, e deve ser pre cedida pela lógica, pela cosmologia, pela psicologia e pela fi losofia matemá tica. Outros, porém, consi deram -na como ciên cia fundamental, gestada na Gnoseologia, subdividindo-a em metafísica geral e numa metafísica especial, referindo-se esta à metafí sica do home m, a Antro polog ia filosófica, filosófica, e à metafísica
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ONTOLOGIA E COSMOLOGIA
"Por qu e os sere s que existem existem?" É escolásticos.
Modernamente, Heidegger considera que a mental da Ontologia é: por que, em suma, há vez do Nada? Esta pergu nta surgiu várias v do pro cess o histórico d a filosofia.
Nasce a Ontologia da meditação do home bilidade, a variabilidade, a finitude, o devir m mador das coisas. Tudo muda, mas o que m muda. Mas esse algo que conhece mutações, táculo, não muda , é imutável. O mund o do Em face tempo a afirmação do mund o do ser. Sign up to vote on this title estruetura-se a Ontologia, ou Metafísica Gera a generalidade temas metafísicos, qu elaUseful Notdosuseful ontológicos.
Se claro ficar ficar ao leitor o conceito de Me
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ONTOLOGIA E COSMOLOGIA
Uma análise cuidadosa da obra dos pre-socráticos nos dará uma visão clara do pensamento genuinamente científico e genui namente metafísico, que vem desde Hesíodo até Platão.
Mas a necessidade de distinguir-se o acto psicológico, como já vimos em nossos livros ant samento, que é o ser, então a penetração no a captação deste, dependerão do funcioname pensar. Há, assim, razão por parte dos real-id afirmam qu e o mund o objectivo é model ado caso, a nossa capacidade de assimilação, que d sos esquemas acomodados, nos dará uma capt da do ser. Conhecemo s e descon hecemo s. nhecemos, podemos decadialècticamente const conhec emos. E se do que desconhe cemos nã uma intuição de ordem puramente intelectual, dispensar dad as na intelectualidade, mas sem Sign up to vote on this title de nossa afectividade, que se podem conquista Useful já nos Not useful dialéctica mostrou.
A visão hilozoísta dos gregos, a divinização do existir como predicado do ser, impelia-os a buscar os referentes que a simbó
Entretanto, ainda cabe dizer que não se ainda, não se deve encarar a Ontologia den
Cosmovis ão". É erro pens ar que existisse existisse aí ap en as uma fí fí sica e não uma metafísica. O não clarear- se o conceito de metafísica levou a muitos a ver nas especulações dos pre-socráticos apenas uma finalidade: a de compreender o mundo físico. E tal se dá por uma deficiente apreciação das estructuras esquemáticas da cultura grega e, sobretudo, da sua simbólica, não compreendendo que o helénico costumava apontar, com concei tos de conteúdo concreto, o que se refere ao ontológico. A de ficiência dè um vocabulário filosófico estructurado, levou-os, na turalmente, a usar termos das experiências existenciais-concretas para formular o que as ultrapassava: o mundo transfísico.
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ONTOLOGIA E COSMOLOGIA 18
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MARIO FERREIRA DOS SANTOS
Basta colocarmo-nos na história do pensamento grego e no nosso, p ar a logo evidencia r-se que o processo filosóíi filosóíico co dos temas ontológicos tiveram muitas vezes oportunidade de oferecer caminhos novos. Quando os primeiros gregos, do período cosmológico, pro curavam a arque, fundados na experiência sensível e na decor rência das análises físicas, tentavam eles descobrir a natureza profunda das coisas e do cosmos, a realidade fundamental, o gra nde incondic ionado. Para Tales foi foi a águ a, símbolo da arque da vibração, princípio plástico, capaz de manifestar todas as formas, ou.para Anaximandro, o apeiron, o indeterminado, que se determina nas coisas finitas, ou, para Heráclito, o fogo, símbolo do princípio fluídico, dinâmico e activo. etc. Se esses primeiros tacte ament os ontológicos fundav am-se nos fados físicos, aí não pretendiam permanecer, enquanto tais, mas procu rar o que fosse fosse a origem, fonte fonte e princípio deles. Com
sitividades da filosofia grega, sob a influência d mentos, um ace ntu ada men te introvertido, o vivament e extrovertido, tend endo port anto intelectualista, como o de Aristóteles.
Não vamos repetir aqui o que já tantas ve Mas é fácil, desde já verificar que os caminhos especulação ontológica são vários, segundo o a versas posições que pertencem ao processo filos repetem, corr espond enteme nte, é verd ade, nos culturais elevados.
A antinomia entre o Um e o Múltiplo, entre o que patentemente Signencontramos up to vote on this title na obra dos que serviu de estudo e tema em nosso "Teoria do Useful Not e que permanece, pelo useful menos aparentemente, nica, que estabelece um dualismo metafísico e o mundo do devir, mundo da aparência, é conc unidade, em Aristóteles, ao incorporar os eide
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MARIO FERREIRA DOS SANTOS
ocidente, em diversas posições filosóficas até nossos dias, como no pensamento nietzscheano do eterno retomo). Na escola de Alexandria, vemos a presença desse pensa mento, e através de uma simbólica alegórica, na filosofia de Filon e Plotino, e no pensamento judaico, a busca do simbo lizado, pela construção de uma estética do simbolizado, que é a mística (de influência egípcia, inegavelm ente), que admi te, pela captação do simbolizado através dos símbolos, uma união mais íntima, uma visio essentíae Dei. do intelecto humano ao captar a divindade. Em Plotino, influído influído pelo pensa mento platônico, Deus é Um, simples e único, perfeito e omnipotente. Anarchós , abs o lutamente livre, cria livremente, e o cosmos surge por emanação desse Um, através de suas hipóstases, como Inteligência e Alma do Mundo, o que o coloca numa posição perigosamente panteísta. É grande a influência plotiniana no pensamento posterior
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ONTOLOGIA E COSMOLOGIA
alcançar a síntese tomista, que é intelectualista r aristotélico, com a especulação alegórica, fund religiosa do cristianismo. Não pararam ai os métodos empregados. vimento da filosofia, após o século XII e já n fluxo da escolástica, no século XIV, quando o nom ge sob novas cores, as análises ontológicas estão empirismo e do agnosticismo, fases corresponde céptico no ciclo cultural grego, e que na "Teo mento" tivemos oportunidade de examinar.
O empirismo, que surge alimentado pelos es ameaça subverter as especulações ontológicas, no pensamento de on Locke, Stuart Mill, Sign up to vote this Berkeley, title como já examinamos. useful Useful Not Surgem, então, os movimentos evolucioni tas, numa alternância de posições posições díspares, qu as constantes adversas de todo o pensamento f
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ONTOLOGI ONTOLOGIA A E COSMOLOGIA COSMOLOGIA
TEMA I
ARTIGO 2
OBJECTO DA ONTOLOGIA Ante a constante imutabilidade do devir, ante a fugaz ex periência dos factos. que sucedem na permanente transmutação das coisas, na heterogeneida de do acontecer, acontecer, tudo quanto percebo é alguma coisa, e esse algo positivo é uma experiência de ser, e não uma experiência de nada: porque se fosse de nada, como seria alg uma coisa? Como poderia ser uma experiência de não-ser o que já é alguma coisa? Quer na experiência que a intuição sensível me dá de mundo exterior, que na experiência Intima de mim mesmo, al guma coisa capta sempre alguma coisa, que é alguma coisa. Não seria difícil, portanto, desde logo concluir que a mi
sas, tais modalidades são. Não sei ainda por que poderia, ou não, não ser assim. Mas já Não se alegue que esse é é uma mera cópula, desprezar, por ex. numa língua que não o ausência não poderia ser considerada como um do ser, objecto primeiro da nossa experiência desde início: pois como o nada poderia captar o
E se a língua não tivesse ainda um term sar o ser, se a sua conceituação ainda não se f exigente de um termo que o apontasse, a expe usassem essa língua estaria afirmando sempre o predicado afirmado a um sujeito qualquer.
SignPortanto, up to vote on this titledesd e a intuição a experiência, mais profunda das intuições, afirma que o p de Useful Noté useful toda experiência o ser, com sua compl
com sua complexa divers idade de aspectos . mas diversas, sucessivas ou simultâneas, sob d e relações, mas sempre ser.
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