O A dventistA dventistA e As
Joias
Um estudo sobre o uso de adornos na igreja adventista à luz das Escrituras.
André reis
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D
esde os primórdios do movimento adventista, a abstenção do uso de joias, adornos, maquiagem e pinturas estabeleceu-se como marca registrada da identidade adventista. As razões para essa prática encontram-se primariamente em duas passagens do Novo estamento, 1 imóteo 2:9, 10 e 1 Pedro 3:3, 4. al tradição intepretativa chegou ao Adventismo através do Metodismo e John Wesley da qual Ellen White ora seguidora até sua conversão ao Milerismo em 1840. Evidência dessa inuência é que a revista ocial adventista da época, a Review and Herald publicou em 1855 o sermão completo de Wesley intitulado “Sobre o Vestuário”. 1 Na Conerência Geral de 1866 são adotados doze pontos normativos sobre o vestuário e adornos.2 O ponto número sete, por exemplo, condena inclusive o “cavanhaque e o bigode” como sendo um “grave erro contra a sobriedade cristã”. Em 1874, Ellen White escreveu: “A abnegação no vestir az parte de nosso dever cristão. rajar-se com simplicidade e absterse de ostentação de jóias e ornamentos de toda espécie está em harmonia com nossa é.”3 Quase cem anos depois, a liderança da igreja adventista mundial reunida no Concílio da Primavera de 1971 adotou três princípios sobre vestuário, renovando a proibição quanto
ao uso de “colares, brincos, braceletes, anéis ornamentais” enquanto permitiu outros tipos de adorno tais como “relógios ornamentais, broches, abotoaduras, etc.,” desde que escolhidos segundo “princípios cristãos de modéstia e simplicidade”.4 Em 1980, a codicação da doutrina adventista na orma de 27 crenças undamentais incluiu também a recomendação pela abstenção ao uso de joias (crença número 22). No território da Divisão Sul Americana dos adventistas do Sétimo Dia, a constante ênase no assunto de vestuário e ornamentos culminou com a adoção do documento intitulado Estilo de Vida adventista em 2012 cuja seção cinco e seis tratam do vestuário e joias e ornamentos respectivamente, renovando o compromisso com a abstenção do uso da joia. (rataremos desse documento mais abaixo neste artigo.) Esse artigo tratará da questão dos adornos de quatro pontos de vista: (1) pano de undo sócio-cultural das igrejas da Ásia; (2) breve análise linguística e exegese das passagens em questão; (3) Ellen White, joia e adornos; (4) o documento Estilo de Vida adventista. Textos, Contextos e Pretextos
As duas passagens principais usadas para deender a abstenção das joias na igreja adventista são 1 imóteo 2:9, 10:
é Bacharel em Teologia pela Universidade Adventista de São Paulo, Mestre em Música pela Longy School o Music e atualmente é candidato ao Ph.D. em Novo Testamento pela Universidade Adventista de Avondale. Como autor, contribuiu dois capítulos para o livro “En Espíritu y en e n Verdad” (Pacifc Press, 2013) e é moderador do site www.AdventismoHoje.com com e colunista do site Adventist Today (www.atoday.com). André Reis
Quero, do mesmo modo, que as mulheres se ataviem com traje decoroso, com modéstia e sobriedade, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos custosos, mas como convém a mulheres que azem prossão de servir a Deus, com boas obras.
E 1 Pedro 3:3, 4: O vosso adorno não seja o eneite exterior, como as tranças dos cabelos, o uso de jóias de ouro, ou vestidos, mas seja o do íntimo do coração, no incorruptível traje de um espírito manso e tranqüilo que é de grande valor para Deus.
A abordagem adventista histórica a esses poucos versos é bastante simples e baseia-se no método “texto-prova” de interpretação bíblica. Em suma, esse método requer uma leitura literal do texto bíblico, requentemente dissociada das implicações literárias (internas) e sócio-culturais (externas) do contexto da passagem, e leva à aplicação simples e direta do que está sendo dito à presente realidade do leitor. Em outras palavras, o método textoprova pode levar à criação de uma doutrina ou um dogma a partir de um ou dois versos da Bíblia. Exemplos de extremos dessa prática interpretativa são as comunidades pentecostais manuseadoras de serpentes na região da Appalachia nos EUA que aplicam Marcos 16:17-18 de orma literal bem como as igrejas pentecostais que praticam o alar em línguas (1 Cor 12-14). www.AdventismoHoje.com © André Reis, 2013.
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Mas seria esse um método seguro de interpretação das Escrituras? Abaixo analisaremos as passagens a m de extrair princípios que possam ser aplicados de orma viável para a conduta adventista atual respeitando, contudo, a intenção original dos autores bíblicos. Contexto Sociocultural da Igreja Cristã Primitiva
O pano de undo cultural das cartas de 1 imóteo e 1 Pedro revela aspectos importantes sobre o contexto imediato das igrejas da Ásia Menor no primeiro século da era cristã. O texto Eesíaca de Xenoonte de Éeso (c. segundo século AD) contém importantes paralelos com a terminologia usada no N para o adorno eminino. Os mesmos termos gregos utilizados por Paulo em 1 imóteo para se reerir ao adorno eminino estão presentes nesse texto para descrever os adornos usados no culto a Artemis de Éeso. De ato, Paulo parece contrastar a dedicação idólatra a Artemis de Éeso (gr. eusebeia) com o serviço a Deus (gr. theosebeia, 1 im 2:10). Além disso, por serem reprimidas socialmente, as mulheres viam nas joiass a oport joia oportunid unidade ade para a libe liberaçã raçãoo social. Enquanto os homens buscavam reconhecimento público através de insígnias, as mulheres buscavam nas joias sua realização pessoal. Plínio, o Moço relata que as mulheres “gastavam mais dinheiro em brincos de pérola do que outro aspecto pessoal.”5 Outros escritores tais como Sêneca, Dio Crisóstomo, Juvenal, Plutarco e outros também demonstraram repúdio ao adorno eminino na época pois ele era caracterizado por conotações sócio-políticas e até mesmo religiosas.6 De ato, é surpreendente que as declarações de Paulo e Pedro são bastante similares ao que Plutarco escreveu em seu tomo Mo Moral ralia ia: Não é o ouro ou pedras preciosas ou escarlata que a tornam assim [decorosas], mas tudo o que a envolve
Penteado romano, romano, c. 90 AD similar ao referido no texto bíblico. (Museu Capitolino, Roma) .
O princípio da busca pelas qualidades interiores é uma faca de dois gumes: seu fio atinge àqueles cristãos que tentam fazer do exterior o centro da sua identidade através do adorno exageradamentee aparatoso, exageradament mas também atinge àqueles que tentam fazer da abstenção do adorno o centro da sua identidade. e a justiça (dikaiosynē) eram virtudes a ser imitadas pelas mulheres cristãs. As críticas ao adorno eminino do
e usar adornos; certas leis locais proibiam a mulher de usar ouro e vestidos oridos por sua associação com a prostituição.9 al tendência de controlar os avanços da eminilidade romana pode ser vista no ato de que moedas e esculturas buscavam inuenciar as esposas romanas representando os penteados modestos e simples das mulheres dos emperadores. 10 É digno de nota que em suas recomendações às mulheres de Éeso, Paulo reluta em quebrar completamente esse paradigma social, mas as insta a “submeterem-se” aos seus maridos através da moderação e decência (1 im 2:11). O mesmo ocorre em suas recomendações que as mulheres de Corinto continuem a usar o véu em lugares públicos segundo as normas sociais da época (1 Cor 11:5, 6). A extravagância nos adornos e o uso de certos trajes tinham a conotação de sensualidade mesmo para a vã e idólatra mente romana. E não era só para os romanos, essa idéia pode ser vista no texto judaico jud aico O estamento de Ruben 5 (c. 200 AD) que arma que mulheres dominadas pelo espírito de ornicação usavam do adorno para “enganar as mentes [dos homens]”. As mulheres romanas casadas deveriam usar a stola, um traje comprido que se vestia por cima de outras vestes que havia se tornado o símbolo da modéstia; enquanto as hetairai, as prostitutas, vestiam-se de orma peculiar com muita ornamentação e vestidos com tons de púrpura e dourados.11 Assim, temos que levar em consideração as grandes questões sociais presentes no mundo greco-romano e a contrastá-las com nossa realidade hoje. Como explicam Lea e Grifn, “Padrões aceitáveis de modéstia variam varia m com o lug lugar ar e a geração, geração, mas Paulo desejava que as mulheres cultivassem o temor de Deus em lugar da vaidade.”12 Não poderíamos seguir os mesmos padrões sociais de Éeso sem ter que limitar a participação eminina no culto e em cargos de liderança na igreja, já que a mulher deve primordialmente “aprender em silêncio”
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no ato de que, embora Deus tenha de ato para o correto estudo e tradução do N. A Infuência Semítica no Novo Testamento dado muitas instruções sobre “holocaustos e Exemplos da negação relativa no N estão A questão que regerá essa seção é: Ao sacriícios” desde que os Israelitas chegaram em Lucas 10:20 que diz na ARA: “Contudo, dizer “não seja o eneite exterior ” e “não com ao Sinai, estes em si não eram o centro do não vos alegreis porque se vos submetem os tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos seu relacionamento com o povo mas sim a espíritos; alegrai-vos antes por estarem os custosos” , estariam Pedro e Paulo de ato obediência do dar ouvidos à voz de Deus. Em vossos vossos nom nomes es escr escritos itos nos céus céus..” Sob Sob o pris prisma ma proibindo sumariamente uso de adornos? outra palavras, Deus está dizendo “Não alei da expressão semítica em questão, o verso Para responder essa pergunta, temos que tanto de holocaustos e sacriícios aos vossos deveria ser lido da seguinte orma: “Contudo, analisar uma característica do pensamento pais mas muito mais de obediência.” Outros não vos alegreis prim primord ordial ialmen mente te porque se 13 hebraico. Vários eruditos demonstraram exemplos da negação relativa no Antigo vos submet submetem em os espíri espíritos tos;; antes muito mais de maneira convincente a existência do que alegrai-vos por estarem os vossos nomes chamam da negação dialética ou negação escritos nos céus”; João 6:27: “rabalhai, não 14 relativa , uma característica comum ao tanto pela comida que perece, mas muito mais pensamento e língua hebraicos (hebraísmo). pela comida que permanece p ermanece para a vida eterna eter na”” Zerwick explica: (Veja também Lucas 12:4; 14:12; 23:28; Mat 10:20; Mar 9:37; João 7:16; 12:44; 1 Cor. 1:17). 15 Em proposições disjuntivas , é A ênase é “não tanto A [a justicada alegria uma peculiaridade semítica expressar pela submissão dos espíritos/a alimentação] um membro de orma negativa a m de mais muito mais B [os nomes estarem colocar maior ênase no outro, dizendo escritos nos céus/a vida eterna]”. Outro “não A mas B” onde o sentido é “não tanto exemplo dessa dialética está em Mat 23:23: A mas mas B” B” ou ou “B em vez vez de de A”.16
Em outras palavras, a idéia é “não tanto [ou primordialmente] A mas muito mais [ou preerivelmente] B” ou “muito mais B do que A”. Assim a construção rasal não encapsula uma negação absoluta de A mas simplesmente prioriza B: o autor quer dar prioridade e ênase a um elemento sobre o outro sem anulação mútua. Gousset explica que essa característica denota “uma gura de linguagem, como hipérbole, um exagero a m de dar maior ênase ao ponto pretendido.” 17 Sobre esse ponto Flacius arma que tais negações encontradas no A quando lidas sem considerar-se condicionalidade ou o contexto seriam simplesmente “alsas ou absurdas”. 18 É isso que vemos em Jer 7:22-23 por exemplo quando Deus arma:
Ai de vós, escr escribas ibas e ari ariseus, seus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a é; estas coisas, porém, devíeis azerr, sem omi aze omitir tir aqu aquela elass (Mat. 23:23 ). Mulher romana do segundo século AD usando o peribolaion, o véu reerido por Paulo em 1 Cor 11. Ela também usa a stola que cobre a maior parte do seu corpo.
estamento são: Osé 6:6: “Pois misericórdia quero, e não sacriícios; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos. holo caustos.” Gên 45:8: “Assim não ostes vós que me enviastes para cá, senão Deus.” 1 Sam 8:7: “Ouve a voz do povo em tudo Pois não alei a vossos pais no dia quanto te dizem, pois não é a ti que têm rejeitado, rejeit ado, em que os tirei da terra do Egito, nem porém a mim, para que eu não reine sobre eles.” lhes ordenei coisa alguma acerca de 2 Crôn 19:6: “Vede o que azeis; porque holocaustos ou sacriícios. Mas isto lhes não julgais da parte do homem, mas da parte ordenei: Dai ouvidos à minha voz, e eu do Senhor.” serei o vosso Deus, e vós sereis o meu al semitismo está presente também povo; pov o; and andai ai em tod todoo o cam caminh inhoo que que eu vos no N pois a maioria dos seus autores eram
Podemos ver a inuência dessa característica semítica também nos escritos de Paulo. Em 1 Cor 1:17a ele diz: “Porque Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho.” Sob o prisma do pensamento hebraico, a declaração deve ser lida “Porque Cristo não me enviou prim primord ordial ialmen mente te para batizar, mas muito mais para pregar o evangelho.” A idéia aqui não é negação absoluta do chamado para batizar, já que Paulo continua armando que de ato batizou várias vári as pesso pessoas as em em Corin Corinto to (c. (c. vv vv.. 14-16) 14-16),, mas mas sim prioridade do chamado: a pregação.20 Veja também 1 ess 4:8: “Portanto, quem rejeita isso não rejeita [ prim primord ordial ialmen mente te] ao homem, mas [muito mais] a Deus, que vos dá o seu se u Espírito Santo.”
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ataviem com traje decoroso, com modéstia e sobriedade, não tanto [ou primordialmente] com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestido ves tidoss cust custosos osos,, mas muito mais como convém a mulheres que azem prossão de servir a Deus: com boas obras.” Dessa orma, sob o prisma do pensar hebraico de Paulo, não é viável a idéia de que há aqui uma proibição absoluta quanto ao uso de adorno exterior. O que vemos na verdade é a priorização do interior sobre o exterior, sem necessariamente que um seja proibido ou anulado. Esse aspecto da passagem também é reorçado quando consideramos que os termos no original grego traduzidos comumente como “modéstia, decência” (gr. aidous, latim pud pudor or ) e “respeito, discrição, moderação, auto-controle” (gr. sōphrosyn sōphrosynē, ē, latim prud prudent entia ia) não são necessariamente incompatíveis com o uso do ouro, pérolas, vestido ves tidoss e cabe cabelos los tran trançado çados. s. O prin princíp cípio io proibi ibição ção.. aqui é a moderação e não pro Assim é evidente que na segunda parte da admoestação, Paulo parte para uma ênase no ato de que são as “boas obras” e não tanto na aparência exterior que devem marcar a índole da mulher cristã. A passagem torna-se uma ênase no serviço a Deus (gr. theosebeia) , , sem que haja necessariamente um descuido com a aparência. Acima de tudo, diz Paulo, que haja sōphrosyn sōphrosynēē, “auto controle, moderação”, a virtude por excelência da mulher romana. O conceito é tão importante que Paulo o repete no verso 15 instando as mulheres a “permanecerem na é, no amor e na santicação com sobriedade [ sōphrosyn sōphrosynēē].” Marshall explica que “as duas palavras [modéstia e moderação] expressam o decoro próprio da mulher cristã e que se contrapõe à sedução e ostentação de riqueza da mulher mundana.”21 Era a alta de sōphrosyn sōphrosynēē no adorno e no vestir que abria as portas à sensualidade e indecência. Sob este prisma, a leitura correta da passagem revela que devemos evitar proibições taxativas sobre adorno que pretendem azer do exterior uma marca registrada do testemunho cristão. Essa ênase no exterior é justamente o
A leit leitura ura cor corret reta a dess desses es textos tex tos rev revela ela que dev devem emos os evitar proibições taxativas sobre adorno que pretendem fazer do exterior a marca registrada do testem tes temunh unho o cris cristão tão.. Ess Essa a ênfase é justamente o oposto da intenção do texto bíblico, pois torna o exterior e a aparência um teste de fé. Paulo teria dificuldades com a preocupação exagerada com o exterior no afã de manter a “identidade”
Advent Adv entist ista. a. da sua identidade. O ponto chave é simples: o exterior não é o que deve marcar a vida do cristão, mas sim o seu testemunho. A razão de Paulo também é bem mais prounda: usar ou não usar não az dierença se s e meu testemunho, o que ocorre dentro do meu ser é destituído do poder do Espírito. A proibição do adorno inverte a intenção do texto bíblico ao tornar o exterior e a aparência um teste de é. (Veja 1 Sam 16:7; Atos 10:34; iago 2:-3, 4). Anal, seria contraproducente que Paulo quisesse enatizar o interior e ao mesmo tempo criasse proibições quanto ao exterior! A modéstia, embora importante, não deve se tornar um m em si mesma. Além disso, a idéia de que Paulo estivesse proibindo algo taxativamente é estranha ao pensamento Paulino. Anal oi o mesmo Paulo que escreveu contra aqueles que impunham um “rigo ascético” através de regras como “não toques, não proves, não manuseies” o que Paulo chamou de “preceitos e doutrinas dos homens as quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria em culto voluntário,
1 Pedro 3:3, 4
1 Pedro 3:3, 4 também é um caso da negação relativa.22 Assim o verso deveria ser lido: “O vosso adorno não seja primord prim ordial ialmen mente te o eneite exterior, como as tranças dos cabelos, o uso de joias de ouro, ou no colocar vestidos, mas muito mais seja o do íntimo do coração, no incorruptível traje de um espírito manso e tranqüilo.” No livro de Atos, Pedro utiliza o mesmo artiício ao armar: “Não mentiste primord prim ordial ialmen mente te aos homens, mas muito mais a Deus.” (Atos 5:4). A mentira oi sim aos homens, mas a ênase da declaração é na a seriedade de um mentira contra Deus. Assim, a tradução da Nova Versão Internacional de 1 Pedro é mais coerente ao dizer: “A beleza de vocêss não deve estar nos ene você eneite itess exte exterior riores, es, como cabelos trançados e joias de ouro ou roupas [nas]. Ao contrário, esteja no ser interior...” alvez a evidência mais contundente de que não há uma proibição por parte de Pedro é o ato de que, ao contrário de Paulo que diz “vestidos custosos”, custosos”, o original grego de 1 Pedro 3:3 traz literalmente “vestir roupa” (gr. hē endyseōs himatiōn) ou simplesmente “roupa”. (A versão Al Almei meida da Revi Revista sta e At Atual ualiza izada da diz “luxo dos vestidos” e a Nova Versão Internacional “roupas nas”, ambas traduções incorretas). Assim, o texto original de 1 Pedro reorça a idéia da negação relativa semítica, a título de contraste apenas entre o exterior e o interior, já que seria incoerente a proibição de “vestir roupa”. Em outras palavras, para Pedro, o mesmo que ele diz sobre joi joias as e pen pentea teados dos podem ser dito sobre a roupa: não é nestes que reside o valor da mulher cristã. Pelo contrário, era “assim que também t ambém costumavam adornarse as santas mulheres do passado, que colocavam sua esperança em Deus”, através da beleza de uma vida dedicada a Deus. E assim como Paulo, Pedro segue as convenções sociais da época ao associar a moderação no adorno à submissão da mulher ao seu marido (c. 1 Ped 3:1, 5). A idéia de que vestir-se bem e usar
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como vestida “de linho no e de púrpura” “Há alguns dos meus irmãos (Prov 31:22, 24). Já no Novo estamento, e irmãs que, assim como eu, lemos sobre a cristã Lídia, “vendedora de púrpura, da cidade de iatira, e que temia a mantêm a simplicidade no Deus” (Atos 16:14). Como ornecedora dos vestuá tuário rio.. Meus Meus esc escrit ritos os são custosos tecidos cor de púrpura na cidade ves de iatira, Lídia muito provavelmente claros sobre esse assunto, também era consumidora desses tecidos e tornou-se um grande acréscimo à igreja mas eu não o coloco à frente. cristã primitiva, assim como várias mulheres Ele não deve assumir maior ricas de essalônica (Atos 17:4). Não há nesses casos nenhuma incompatibilidade importância do que as solenes entre o vestir-se com tecidos caros e joias e e cruciais verdades para este o serviço ao Senhor. Como concluiu Portela, tempo. tem po.” ” “Mas o contraste continua existindo, e esse contraste é entre uma beleza exterior e uma Ellen G. White beleza interior ou entre um adorno inerior e um adorno muito superior. odavia, não homens com relógios de bolso cujas correntes é interditando o primeiro que iremos chegar eram visíveis e ormavam um adorno no a plena realização do segundo.”23 Essa é colete. As mulheres das otos utilizam broches, comuns da época. rês rês também posição da maioria dos comentários chapéus e acessórios comuns 24 das otos em close-up mostram dierentes tipos evangélicos. t ranças e redes no cabelo. Se por outro lado, expandirmos o de broches, um laço e tranças Apesar de ter de ato usado adornos conceito presente em 1 imóteo e 1 Pedro substituindo joias, tranças e ouro por “carros, comuns na época, Ellen White não estava casas, bens materiais”, será que leríamos essas sendo “extravagante”. Mas ao mesmo tempo, passagens como proibições a estes? Como não podemos negar que há adornos em seu vestuário rio que poder poderiam iam ser con consid siderad erados os isso impactaria nosso entendimento da vestuá “moderação” que é o centro dessas passagens? “supéruos”. É melhor aceitar que Ellen É inegável que o uso exagerado de White aquiesceu a alguns aspectos do adorno ornamentos tinha uma conotação negativa eminino da era vitoriana sem considerá-los na sociedade greco-romana. Mas devemos inapropriados. Nossa parte hoje é continuar nos perguntar se o uso do adorno discreto, a manter a mesma moderação demonstrada com bom gosto e bom senso de joias e por Ellen White em seu tempo. Ela explica: adornos como vemos em vários exemplos Há alguns dos meus irmãos e nas Escrituras realmente caracterizam alta de irmãs que, assim como eu, mantêm a “moderação”. Ellen White e o Adorno
Embora Ellen White tenha dito: “rajarse com simplicidade e abster-se de ostentação de joias e ornamentos de toda espécie está em harmonia com nossa é”27, ela não era completamente avessa ao seu uso. Em uma oto datada de 1878 (veja p. 6), Ellen White está em pé com uma corrente de metal decorativa (provavelmente de seu relógio de bolso), com um broche na gola e um adorno no cabelo. Em
simplicidade no vestuário. Meus escritos são claros sobre esse assunto, mas eu não o coloco à rente. Ele não deve assumir maior importância do que as solenes e cruciais verdades para este tempo.28
Ellen White também advertiu contra os “extremos” na questão do vestuário e adornos e contra torná-los um “teste de é”. 29 ambém temos que lembrar que, apesar de ter armado que a abstinência absoluta do adorno está em “harmonia com a nossa é”, ela teve palavras
preocupações sobre o uso da joia e adornos era seu custo rente às diculdades econômicas vivida viv idass pela pela maio maioria ria dos pri primei meiros ros adv advent entist istas as e a necessidade premente de apoiar nanceiramente o movimento. Mas cada geração tem seus desaos, e o que era realidade reali dade para os pioneiros adventistas na era vitoriana pode não se aplicar a nós hoje. Os escritos de Ellen White necessitam ser lidos de acordo com o tempo e lugar em que oram escritos. Acima de tudo, apesar da importância dos escritos de Ellen White para a teologia adventista, é prática salutar mantê-la sempre em seu lugar de subordinação em relação às Escrituras (Veja Mens M ensag agens ens Esco Escolh lhid idas as, vol. 3, p. 33). Assim não deveria nos causar espécie se a devida exegese de uma passagem diere da interpretação de Ellen White, já que ela nunca assumiu a posição de intérprete inalível das Escrituras. O Documento “Estilo de Vida Adventista” O recém votado (2012) Estilo de Vida adventista para o território da Divisão Sul
Americana trata entre muitas coisas, do vestuá ves tuário rio,, joia joiass e orna ornamen mentos. tos. Há mui muitos tos pontos positivos no documento de orma geral, como por exemplo, o chamado a um mais alto padrão de conduta e testemunho cristão perante a sociedade no que tange à conduta moral, sexualidade e saúde, por exemplo. Há, no entanto, pontos preocupantes no ponto de vista de interpretação bíblica os quais não nos cabe analisar de orma completa aqui.30 Na questão do vestuário, basta dizer que, apesar das diculdades de se extrair uma proibição taxativa quanto à questão dos adornos das Escrituras os proponentes do documento concluem que Pedro e Paulo “deixam bem claro” a proibição quanto a esses. De ato, não podemos negar que “para o cristão, a autoestima e a valorização social estão undamentadas no ato de o ser humano ter sido criado à imagem de Deus” (p. 10) e também que o adorno não deve ser onte de “de autoestima e valori val orizaç zação ão social social”” (p (p.. 11). 11). Mas Mas é probl problemá emátic ticaa a conclusão de que o uso de joia “conita com a
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Fotos © Ellen White Estate Inc.
dentro dos padrões sociais de sua cultura. ais declarações no documento pendem para o juízo
tatuagem no contexto de rituais aos mortos. Isso não signica que o cristão deva abraçar prática
joias, o text joias, textoo bíb bíblico lico deixa deixa claro que o seu abandono caracteriza um movimento de total reavivamento e reorma espiritual do povo de Deus (Gn 35:2-4; Êx 33:5, 6)” (p. 11). Mas a associação do abandono da joia a movimentos de reavivamento e reorma é questionável por várias razões. Primeiramente, os textos usados não apoiam tal conclusão. A única joia mencionada em Gên 35:2-4 oram brincos os quais, juntamente com os ídolos podem ter tido mais conotação idólatra e ritualística do que de simples adorno pessoal. pesso al. Ademais, se o texto é uma condenação à joia, somente brincos de ouro seriam proibidos, anéis, colares e maquiagem e ans seriam permitidos. O segundo texto, Êx 33:5, 6 tampouco indica um contexto de “reavivamento e reorma”; a retirada dos atavios por parte de Israel azia parte de um processo de preparação para castigo e risco de perda da presença de Deus por sua transgressão no Sinai. ambém não há nenhuma indicação que houve um abandono universal desses; não lemos que estes oram destruídos ou retirados do povo. Eles simplesmente não os puseram naquele período. Que o uso dos adornos retornou a Israel em tempos de prosperidade espiritual pode ser visto no lamento de Davi pela morte de Saul, que vestiu as donzelas “de rubros ornamentos, e suas roupas eneitava com adornos de ouro” (2 Sam 1:24). Mas mesmo que a retirada das joias por parte de Israel tivesse conotação de “reavivamento e reorma” em algum momento, isso não signica que tal prática deveria ser esperada da igreja hoje. Anal, Êxo 19:10-15 contém uma lista de preparações que o povo deveria seguir para o encontro com Yahweh no monte Sinai, inclusive a abstinência sexual. Lev 14:89 e Núm 8:7 exigem a remoção de todo o pelo e cabelo em sinal de puricação. Se vamos vam os insistir insistir num sup supost ostoo para paralelo lelo entre entre o povo de Israel e a igreja, o que impediria de que a abstenção sexual e e a proibição da barba e pelo corporal sejam um requisito para o reavivamento e reorma? Além disso,
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passagem, Deus promete retirar de Jerusalém, dentre muitas coisas, os seus adornos. Segundo estudiosos, a lista de adornos é bastante diícil de decirar do ponto de vista do hebraico mas tudo indica que esses itens estão relacionados à idolatria e unções políticas, tanto de homens quanto das mulheres.31 O contexto da passagem é castigo e perda do relacionamento com Deus e não “reavivamento e reorma” (c. Eze 16:39; 23:26; Osé 2:13). Além disso, não eram só os adornos que Deus iria retirar de Jerusalém mas também o “pão”, “água”, “perumes”, “cinto” e o “cabelo” (Isa 3:1, 24). Se vamos conectar o adorno com apostasia com base em Isaías 3, então sejamos coerentes e associemos à apostasia o pão, a água, o cabelo, os cintos e o perume também. Além disso, a leitura literal dessa passagem ignora aspectos simbólicos no texto. A prosperidade e os adornos simbolizam o orgulho e corrupção de Jerusalém já que, após ser despida de tudo, é a cidade de Jerusalém que “desolada, se sentará no pó” (Isa 3:26; compare com Eze 16:1-17). A armação de que o abandono das joias é sinal de “reavivamento e reorma” ignora que joias, adornos e vestuário suntuoso são justamente símbolo de restauração e a aprovação de Deus em várias passagens do Antigo estamento. Em Isaías 61:10 a grinalda do noivo e as joias da noiva são símbolo do agrado de Deus (c. 49:18). Ezequiel 16:3-17 apresenta um sério problema para o argumento de que a joia é um sinal de apostasia. Nesse texto, as joias de Jerusalém, no sentido gurado obviamente, lhe oram dadas pelo próprio Deus num contexto de escolha, privilégio e restauração e não de apostasia. Vejamos:
por ele para adorná-la oram convertidas em ídolos de ouro e de prata (v. 17). ambém tomaste as tuas belas joias eitas ei tas do meu meu ouro ouro e da minha minha prat prataa que eu te havia dado, e te zeste imagens de homens, e te prostituíste com elas.
Obviamente, a passagem é baseada em linguagem simbólica e não é prescritiva. Mas, ao mesmo tempo, não podemos negar que a conotação dada às joias aqui não poderia ser mais positiva: elas simbolizam o íntimo relacionamento de Deus com seu povo. p ovo. A Nova Jerusalém representa uma reversão do que ocorre em Isaías 3 e Ezequiel 16 pois a cidade desce do céu como uma noiva adornada com todo tipo de pedra preciosa, ouro e pérolas (Apoc 21:18-21). Lá, os santos usarão coroas, adorno real associado ao reino de Deus sete vezess no Apo veze Apocali calipse pse (c. (c. 2:10 2:10;; 3:11; 3:11; 4:3; 4:3; 10; 10; 6:2; 6:2; 12:1; 14:14). Outros textos que tratam positivamente do uso das joias como adornos são Gên 2:1012. Cant 1:10, 11; Jó 42:11, 12; Prov 1:8, 9; 25:12. Jóias Jói as unci unciona onais is X joia joiass orname ornament ntais? ais?
O documento também arma que “joias uncionais, usadas segundo o contexto sociocultural, também devem seguir os mesmos princípios” (p. 10). Em outras palavras, acessórios tais como o relógio ou a aliança não erem nenhum princípio porque têm uma unção especíca e prática: marcar a hora e expressar compromisso matrimonial. Há dois problemas aqui. O primeiro é que a distinção entre joias ornamentais e joias uncionais é inexistente nas Escrituras. al
A supo supost staa dist distinç inção ão ent entre re joi joiaa funcio fun cional nal e joia joia orn ornam ament ental al nada mais é do que uma tentat ten tativa iva par paraa just justifi ificar car o fatoo de fat de que que os adv advent entist istas as em realidade não são contra todo o tipo de adorno, apenas alguns tipos de adorno. Mas a convenção que considera a gravata e seu prendedor, o colete, as abotoaduras, o enfeitado relógio de pulso, a aliança de ouro, o salto alto, o pintar o cabelo e as luzes como adornos aceitáveis para o cristão
precisa tornar-se coerente e considerar também como aceitável o bom gosto e a
moderação no uso de joias ornamentais tais como brincos, anéis, colares, o esmalte e a maquiagem. decisão sobre o assunto? E por que não aplicar o conceito de uncionalidade à roupa em si? Por esse prisma, não seria o pano-de-saco o tecido uncional por excelência? Ele cumpre
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alvez o maior problema com a distinção articial entre joias ornamentais e joiass uncion joia uncionais ais é que ela ela pende pende ao lega legalism lismoo extremista, semelhante ao judaísmo cujo zelo desvairado criara centenas de regras paralelas ao decálogo. Ela se torna uma grande distração da real intenção dos autores bíblicos cuja ênase está no adorno interior e não em qual adorno ere ou qual não ere algum princípio de modéstia. A suposta distinção entre joia uncional e joia ornamental nada mais é do que uma tentativa de justicar o ato de que os adventistas em realidade não são contra todo o tipo de adorno, apenas alguns tipos de adorno. Mas a convenção que considera a gravata e seu prendedor, o colete, as abotoaduras, um eneitado relógio de pulso, a aliança de ouro, o salto alto, o pintar o cabelo e as luzes (e a lista continua) adornos aceitáveis pressupõe o princípio que há o adorno aceitável ao cristão desde que esteja alinhado com as melhores virtudes sociais da sociedade contemporânea em geral. O que é necessário na posição adventista, além de um melhor método hermenêutico nessa questão, é a coerência de aceitar que certas joiass orna joia ornamen mentai taiss tais como brin brincos, cos, anéis, colares e o uso do esmalte também podem ser aceitáveis para o cristão. Anal, Deus criou joias e pedras preciosas para o deleite
A pre preocu ocupaç pação ão exa exager gerada ada com joias e adornos pode ser um sintoma de problemas mais graves com a psiquê adventista atual: o legalismo, a confusão sobre a salvação e o perfeccionism perfeccionismo. o. de suas criaturas (Gên 2:10-12). Assim é que as Escrituras não apoiam a dierenciação entre “joias uncionais” e “joias ornamentais”. A distinção é entre a beleza interior e a exterior . A interior é mais importante que a exterior, mas a exterior não necessita ser repudiada. Conclusão
Nosso breve estudo demonstrou que não há no texto bíblico uma proibição absoluta do uso da joia e adornos. O que os escritores bíblicos pedem é que as coisas sejam colocadas coloca das no seu lugar certo. Em estilo característico da mente semítica, Pedro e Paulo não proibiram o uso do adorno e da joia antes enatizaram que estes não devem ser a “vitrine” do caráter da mulher cristã. O método “texto-prova”, que caracteriza a posição adventista sobre o adorno, é insustentável pois ignora aspectos
linguísticos e culturais presentes no texto bíblico de 1 imóteo e 1 Pedro. Em última instância, porém, apesar da ausência da proibição nas Escrituras quanto ao uso de joias e adornos, as evidências analisadas aqui apontam para a necessidade de equilíbrio e bom gosto na escolha dos adornos para que eles apenas emoldurem as qualidades interiores da mulher adventista moderna. Nosso estudo mostra que ela pode adornar-se dentro do que é socialmente aceitável no seu contexto. Assim, o argumento de que usar joias “prejudica” o testemunho adventista é also, já que o usar joias joias para embelez embelezar ar-se -se e é em si uma característica comum e moralmente aceitável da sociedade moderna. Esperar que o nosso testemunho dependa da ausência de adornos é uma inversão da intenção dos autores bíblicos que colocam ênase no testemunho através do adorno interior que se expressa no exterior pela demonstração de um caráter transormado. Pior ainda, o testemunho baseado meramnte no exterior é um barateamento do Evangelho. No que tange à prática adventista mundial, a igreja em vários lugares (América, Europa, Índia) tem abandonado as restrições quanto ao uso de joias e adornos por alta de um claro respaldo bíblico. O uso de joias é prática comum às igrejas da Índia; no Caribe,
omanos 14 (P aRáfR aRáfRase ase) R omanos estuáRio, Joias e a doRnos doRnos e a a libeRdade libeRdade cRistã V estuáRio
Ora, ao que é fraco na fé, acolhei-o, mas não para condenar-lhe os escrúpulos. Um crê que de tudo se pode vestir e enfeitar, e outro, que é fraco, se veste modestamente. Quem usa adornos não despreze a quem não usa; e quem não usa não julgue a quem usa; pois Deus o acolheu. Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai; mas estará rme, porque poderoso é o
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pregadores são conrontados com um oceano de grandes chapéus caros e eneitados das nossas irmãs aos sábados, é impensável ir à igreja sem ele; na Europa, apresentadores e participantes do canal adventista Hope Channel usam joias, maquiagem e outros adornos. Por m, a preocupação exagerada com joiass e ado joia adornos rnos pode ser sin sintom tomáti ática ca de problemas mais graves da psiquê adventista atual: o legalismo, a conusão sobre a salvação e o pereccionismo. A boa notícia é que, pararaseando o dizer de Paulo, “o reino de Deus não consiste em vestuário, adornos e joiass, mas na justiça, na paz, e na alegria no joia Espírito Santo. Quem serve a Cristo assim é agradável a Deus e aceito aos homens.” (Rom. 14:17, 18).
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Bruce W. Winter, Roman Wives, Roman Widows:
Te Appearance o New Women and the Pauline Communities (Grand Rapids: Eerdmans, 2003), p.
104-106. 10 Juvenal explica que havia penteados extremamente complexos, com várias camadas (Veja Sátiras, 6:5013). 11 Diodoro , XII.21.1. 12 Tomas D. Lea and Hayne P. Grifn, vol. 34, 1, 2 imothy, itus. Te New American Commentary
(Nashville: Broadman & Holman Publishers, 1992), p. 96. 13 Veja Heinz Kruse, “Dialektische Negation” als semitisches Idiom,” Vetus estamentum no. 4 (Out 1, 1954): 386; Veja Max Zerwick, Vol. 114, Biblical Greek Illustrated by Examples . English ed., adapted rom the ourth Latin ed. Scripta Ponticii Instituti Biblici (Rome: Ponticio Istituto Biblico, 1963), 150. 14 Veja “Das Idiom der “relativen Negation” im N”, ZNW, 43, (1950-1951), p. 263; c. “negationes ___________ improprietas” em Jacob Gousset, Commentaria Reerências : Linguae Hebraicae (Amsterdã, 1702), 422 citado por 1 Veja Gerald Wheeler, “Te historical basis o Kruse, p. 387. Ministry istry , Out 1989, p. 12, 15 Adventist standards,” Min Proposições disjuntivas se reerem à analogia de disponível em português no link http://www. dois elementos em que um é preerível ao outro. AdventismoHoje.com 16 Zerwick, p. 150. 2 Veja Review and Herald , 22 de maio de 1866. 17 Clavis Scripturae, Vol. 2 (Frankurt 1719), p. 385, 3 An Appe Appeal al to the You oung ng , 1874; c. Testemunhos citado por Kruse, 387. para a Igreja, 366. 18 Gousset, p. 422. 4 Veja http://www.adventistreview.org/2000-1551/ 19 Veja Steve Tompson, Semitic Syntax in the story5-2.html Apocaly Apo calypse pse (Cambridge: Cambridge University 5 Naturalis Historia, 11.50.136. Press, 1985). 6 Juvenal escreve: “Não há nada que uma mulher não 20 Do ponto de vista da gramática grega, a idéia da se permita a si mesmo azer, nada que acredite ser expressão semítica de negação relativa é construída vergonho verg onhoso, so, quan quando do ela env envolve olve seu pescoço pescoço com pelo uso da partícula de negação mē seguida das esmeraldas verdes e prende pérolas às suas longas conjunções adversativas de e alla. orelhas; não há nada mais intolerável do que uma 21 L. H. Marshall, Te Pastoral Epistles 9 (Edinburgh: mulher rica.” (Sátiras 6.457-60). & Clark, 1999), p. 448-49. 7 Coniugalia Precepta 141. 22 Veja Kruse, 389. 8 Ad Helvi Helviam am, 16.3-5.
Elizabeth Zekveld Portela, “O ‘Adorno’ da Mulher Cristã: proibição ou privilégio?” Fides Reormata 3/2 (1998). 24 George W. Knight, Te Pastoral Epistles: A Com Commen menta tary ry on the Gre Greek ek ext , New International Greek Testament Commentary (Grand Rapids, MI; Carlisle, England: W.B. Eerdmans; Paternoster Press, 1992), p. 136; J. Ramsey Michaels, 1 Peter . Word Biblical Commentary . (Dallas: Word, Incorporated, 1998). Comentando sobre 1 Pedro 3, Ángel Manuel Rodríguez afrma em seu livro O Uso de Joias na Bíblia (Casa Publicadora Brasileira, 2005) que não encontrou “um único caso em que a órmula [“não...mas”] signifca “não tanto... mas” em casos de imperativo presente (p. 76). Rodríguez está equivocado já que há decalrações no Novo Testamento que utilizam a órmula “não... mas” no imperativo presente e que devem ser entendidas como negações relativas (e.g., Mat 6:33, Lucas 10:20; 12:4, 5; 23:28; João 6:27; Fil 4:6). Ademais, não existe imperativo presente em 1 Tim 2:9-10. 25 Manuscript Releases, vol. 5, p. 405. 26 Conselhos aos Pais, Proessores e Estudantes , p. 367. 27 estemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 366. 28 Lie Sketches, p. 123. 29 estimonies or the Church, vol. 1, 458; vol. 4, 637. 30 Uma dessas diculdades encontra-se já na introdução do documento sob o cabeçalho A missão proéti pro ética ca da Igreja advent adventista ista (p. 5) onde lemos que a Igreja adventista é o cumprimento da “voz que clama no deserto” de Isaías 40:1-5. Mas não há nada no contexto que permita essa interpretação. 31 Veja Elizabeth Platt, “Jewelry o Bible imes and Andrews rews Un Univer iversity sity the Catalog o Isa 3:18-23. Part I,” And Seminary Studies 17(1), 71-84; Ibid., “Jewelry o Bible imes and the Catalog o Isa 3:18-23. Part 2,” Andrews And rews Un Univer iversity sity Semi Seminary nary Stu Studies dies, 17(2), 189-202. 23