Universidade Federal da Bahia –Instituto de Geociências
Licenciatura em Geografia (Noturno) Geografia Regional Professor: Jorge Nei Valois Aluno: Valdemir Vieira Vieira Resumo:
O CONCEITO DE REGIÃO E SUA DISCUSSÃO. (GOMES, Paulo César. da C.)
“O que é região” - Vamos evitar restringir seu conceito tentando responder em definitivo. Conheceremos inicialmente em outros domínios, fora da ciência, reconhecendo seu emprego inclusive na geografia.
Alguns importantes antecedentes Derivada do latim regere, origin originou ou outras outras palavr palavras as como como regent regente, e, regênc regência, ia, regra regra e etc. Regione, no Império Romano eram áreas com administração local, subordinadas a Roma. Com o fim do Império Romano, essas áreas fragmentadas originaram os feudos com poder próprio, na idade média. O surgimento do Estado levantou o problema dessas unidades espacia espaciais is region regionais ais,, levand levando o à união união destas destas para para legitim legitimar ar o Estado Estado contra contra os inimig inimigos os exteriores, fossem eles militares, comerciais ou culturais. O período de formação dos Estados-Modernos fez renascer as discussões dos conceitos de região, nação, comunidades territoriais, diferenças espaciais e etc. Três foram as principais consequências: - O conceit conceito o de região região implicou implicou nas discus discussõe sõess da políti política, ca, da dinâmi dinâmica ca do Estado Estado,, da organização cultural e da diversidade espacial. - O debate sobre região passou a invocar um componente espacial nas noções de soberania, autonomia, direitos e etc. - O campo privilegiado nestas discussões foi a Geografia, ao adotar a região como um de seus conceitos-chave, promovendo as reflexões sistemáticas sobre esta.
Os diversos domínios da noção de região. No senso comum, a noção de região está es tá profundamente relacionada a localização localiza ção e extensão, de um fato ou fenômeno, sem que seja exigido o emprego de critérios similares ou precisos quanto a dimensões ou escalas. O termo termo pode pode ser empreg empregado ado também também como como unidad unidadee admini administra strativ tiva, a, exercen exercendo do poder poder hierárquico e controle da administração. Nas ciências diversas a noção de região está associada a localização de certo domínio de uma propriedade científica, estando então bem próximo do seu sentido etimológico. etimológico. Na Geografia seu uso é mais complexo, pois ao tentar dar-lhe o cunho científico, encontramos enraiza enraizadas das as indefin indefiniçõ ições es do senso senso comum, comum, somada somadass às discus discussõe sõess epistem epistemoló ológic gicas as já impost impostas. as. Para Para difere diferenci nciar, ar, os geógra geógrafos fos então então procur procuram am adjeti adjetivar var esta esta noção. noção. Antes Antes da geografia se estabelecer como ciência, a geologia já havia se deparado com o problema. Da ideia que o ambiente tem domínio sobre o desenvolvimento da sociedade, surge o conceito de região natural, enfocada sob o uma visão Determinista.
Contrapondo esta visão, Le Fébvre cria o Possibilismo, afirmando que a natureza pode influenciar certos gêneros de vida, mas a sociedade ainda mantém as rédeas do desenvolvimento. As regiões são unidades fundamentais do saber geográfico, como resultado do trabalho humano sobre o ambiente, e não o contrário. Para entender certa região, devemos então inquirir as formas civilizatórias, a ação antrópica e os gêneros de vida que a marcam. Nasce assim a noção de região geográfica ou paisagem, na geografia alemã e anglo-saxônica. Esse fato dispara a produção de muitas monografias regionais, começando sempre pela descrição física, da estrutural de população e suas atividades econômicas. No final cada região deve ter uma forma diferenciada de ser diferente e particular. Na geografia francesa a busca se dá pela importância de fatores que, inter-relacionados desvendam as diferenças. Nesta vertente o trabalho de campo é essencial e foi a base universitária da geografia no Brasil, graças à vinda de muitos pesquisadores franceses nos anos trinta e quarenta do século XX. Segundo Hettner, não havia dicotomia entre geografia regional e particular, seguido por Hartshorne, que afirmava que a geografia era caracterizada por estudar as diferenças regionais, e que buscar através do método regional, na distribuição espacial dos fenômenos a caracterização de unidades regionais é a particularidade que diferencia a geografia das demais ciências. A região é um produto mental, uma maneira de enxergar o espaço evidenciando os fundamentos da organização espacial desigual. Hartshorne sugere ainda uma dissociação entre geografia e história, deixando a geografia como ciência natural no campo nomotético, e a história como ciência social no campo idiográfico. Ressalta entretanto que todas as ciências devem ter tanto os procedimentos nomotéticos quanto os idiográficos. Região era vista como o conceito capacitado à promoção da junção entre as ciências naturais e humanas, produzindo uma síntese de reflexão geográfica. Através da perspectiva regional-descritiva a geografia não chegaria ao status de ciência, sem estabelecer relações, análises e correlações entre os fatos. Um novo conjunto de regras se forma, chamado análise regional e dentro desta nova perspectiva aparecem dois tipos básicos de região: Homogêneas e Funcionais A partir dos anos setenta os modelos econômicos neoclássicos forjam duas noções fundamentais na definição de funcionalidade: Rentabilidade e Mercado. Em meados da década de setenta a impregnação do Humanismo na geografia foi trazer de volta a noção de região, vista como quadro de referência social. A noção de região sempre esteve de alguma forma sob os holofotes das discussões que ainda hoje empolgam a geografia: -As regiões naturais X regiões geográficas; -Ciência do geral e ciência do singular; -Se é possível identificar critérios gerais e uniformes que estruturam os espaços, - ou se esses critérios são mutáveis e dependem da concepção do pesquisador. Complementando o início do texto, pode-se dizer que na afirmação de uma regionalidade, sob o ângulo territorial há sempre uma proposição política. E, se a região é um conceito fundador da reflexão sobre política de base territorial, pondo na mesa elementos de objetivos ligados a determinada área e se é sempre relacionada aos limites autônomos perante um poder centralizado, estes elementos já são parte da definição de região. Referência: GOMES, Paulo César da Costa. Geografia: Conceitos e temas. 10ª Ed. – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007. Cap. 11, pág. 49 a 76