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Trechos extraídos do TCC: JORNALISMO DE REVISTA
História da Revista
“Análise da comunicação que
pode abrir caminhos para o “fazer” pensar. De Talyssa Das Chagas Lima, 2010, p2333.
O primeiro relato que se tem sobre jornalismo de revista se dá na Alemanha, no ano de 1663. Isto porque foi neste ano que publicou- se o primeiro periódico de que se tem notícia: a revista intitulada Erbauliche Monaths - Unterredungen (Edificantes Unterredungen (Edificantes Discussões Mensais). Mas, segundo a autora Marília Scalzo, a revista não era bem no formato que hoje se tem conhecimento. De acordo com a autora, o periódico. “Tinha cara e jeito delivro e só é
considerada revista porque trazia vários artigos sobre um mesmo assunto. Teologia e era voltada para um público específico. Além disso, propunha se a sair periodicamente (SCALZO, 2003, p.19).”
Após esta experiência, outros trabalhos também viriam. E, exemplos semelhantes ocorreriam pós dois anos na Europa. Em 1665, na França, criou-se o Journal dês Savants e na Itália Giornali Giornali dei Literati . Já na Inglaterra, em 1680, criou se o Mercurius Librarius ou Faithfull Account off off all Books Books and Pamphlets Pamphlets . E, mesmo não utilizando o nome de revista, o trabalho pioneiro na Alemanha já deixara claro que nascia ali um novo gênero de discurso jornalístico. Assim a revista se construía. Todas estas publicações, mesmo não utilizando o termo “revista” no nome, isso só aconteceria
em 1704, na Inglaterra) e parecendo-se demais com os livros, deixam clara a missão do novo tipo de publicação que surgia: destinar-se a públicos específicos e aprofundar os assuntos, mais que os jornais, menos que os livros. (SCALZO, 2003, p.19)
Em 1672 o palco para as revistas tornava-se a França. Surge então a publicação intitulada Le Mercure Galant . O periódico possuía pequenas notícias além de poesias, fórmula que obteve sucesso e alcance popular e que logo foi copiada. Somente vinte e nove anos após isto, em Londres, no ano de 1731, foi lançado o primeiro formato de revista semelhante ao que conhecemos hoje. A revista chamava-se The Gentleman’ s Magazine . Esta revista marcou um momento importante neste ramo. Isto porque foi inspirada nos “grandes magazines m agazines-lojas que vendiam um pouco de tudo, reunia vários assuntos e os apresentava de forma leve e agradável. O termo magazine, a partir parti r de então, passava a servir para designar revistas em inglês e em francês.” (SCALZO, 2003, p.19 -
20). E, já que a primeira revista nasce sob a ótica da segmentação nota-se que, com o passar dos anos foi-se buscando novos caminhos para este formato de comunicação. O gênero que já nasce marcado pela característica da segmentação, procurava estabelecer enfoques novos para cada matéria a ser publicada.
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NOVAS FASES DE CONSTRUÇÃO DO PRODUTO Primeiramente, “As revistas nasceram monotemáticas (tratando de um único assunto por
título) e depois passaram a ser multitemáticas. Os dois modelos também foram copiados por todo o mundo. (SCALZO, 2003, p.21).” Com esta ideia, surgem também, as r evistas femininas. Assim tem-se em 1749, a Ladies Magazine, que, segundo afirma a autora Marília Scalzo, destina seus textos às mulheres. Mas foi nos EUA que as revistas começaram a ganhar espaço. E os periódicos. American Magazine e General Magazine , publicados em 1741 reafirmaram a tamanha expressividade que este gênero havia ganhado. Pois, uma nação alfabetizada começa a ler mais cedo do que as outras. A partir disso tem-se uma comparação entre Brasil e EUA. As revistas começaram a ganhar os EUA na medida em que o país se desenvolve, o analfabetismo diminui, cresce o interesse por novas ideais e a consequente necessidade de divulgá-las. Novos títulos surgem e multiplicam-se- muitos importados da Europa, dando início ao que é hoje um dos maiores mercados de revistas do mundo: cerca de 6 bilhões de exemplares por ano. Só para comparar: no Brasil, atualmente, são vendidos mais ou menos 600 milhões de exemplares ao ano. (SCALZO, 2003, p.20)
Depois de inúmeros experimentos- revistas que mais pareciam livros, mas que foram pioneiras na arte deste formato de texto, surge, em Londres, uma revista que mudaria alguns conceitos de confecção de um periódico. Tratava-se da Illustrated London News . “(...)Uma publicação que revolucionaria a forma de conceber e editar revistas. Era a
primeira revista ilustrada, e que continua a ser editada até hoje, a Illustrated London News. Tinha 16 páginas de texto e 32 de gravuras, que reproduziam os acontecimentos da época na forma de desenhos. A fórmula foi copiada em todos os países, e, no final do século XIX, foi aperfeiçoada com o desenvolvimento da fotografia e da impressão com meio-tom.” (SCALZO, 2003, p.21)
Há também, no século XIX, o desenvolvimento de revistas científicas e literárias como, por exemplo, as revistas Scientific American e National Geographic Magazine.
[Em 1855 surge a
Leslie’s Weekly , que f oi uma das primeiras revistas americanas a utilizar
ilustrações. Na segunda metade do século 19, tinha uma circulação média de 100 mil exemplares. Entretanto, esse número triplicava de acordo com o assunto tratado na edição. Durante a Guerra Civil Americana a publicação inovou, mandando 12 correspondentes para cobrir o conflito.
Em 1892 foi lançada a revista VOGUE. Inicialmente, essa revista americana, fundada por um editor aristocrata chamado Arthur Turnure, era dedicada aos luxos e prazeres da vida, além das reportagens sobre moda. O público alvo da Vogue era a rica elite da cidade de Nova York do final do século 19. Sua reputação como bíblia da moda se mantém até hoje. ] [Não fazem parte do texto original]
Mas foi no ano de 1923, nos Estados Unidos é que se deu início a produção de uma das revistas de maior expressividade que se tem até os dias de hoje. Tratava-se da Time, fundada por Briton Hadden e Henry Luce. Estes dois jovens tinham o objetivo de levar ao público notícias que aconteciam em seu país, ou do mundo, durante a semana. Buscavam informar as pessoas sobre os fatos que consideravam relevantes, o que acreditavam ser notícia. E foi então que “inventaram” a fórmula do sucesso de uma revista. Fórmula a ser copiada mais tarde por outros países. A ideia era trazer notícias da semana, do país e do mundo, organizadas em seções, sempre narradas de maneira concisa e sistemática, com todas as informações pesquisadas e checadas. Mesmo sem ter essa receita editorial definida desde o primeiro número, Hadden e Luce foram aperfeiçoando a fórmula, tendo sempre em vista a necessidade de não deixar homens ocupados perderem tempo na hora de consumir informação. Guiados ainda pela ideologia norte-americana de culto ao sucesso, acabaram inaugurando uma ideia que também daria volta ao mundo e produziria similares em todo o planeta, inclusive no Brasil, com o surgimento da Veja, em 1968. (SCALZO, 2003, p.22-23)
Após isto, novamente foi Henry Luce quem inventava uma nova forma de fazer revista. Luce desenvolveu uma nova ideia: a revista Life. Esta revista era semanal e se apropriava do desenvolvimento da fotografia, que ocorria naquele período na imprensa. Assim o periódico se torna uma espécie de parâmetro para outros que viriam, já que era feita em papel de boa qualidade, formato grande possuía novas ideias defendendo o fato de que uma boa foto era essencial a este meio de comunicação. Deste modo a revista Life teve um editorial que tornouse admirável. “Nele, a revista propunha a ver a vida; ver o mundo; testemunhar grandes acontecimentos; observar o rosto do pobre e os gestos dos orgulhosos; ver coisas estranhas (...)” (SCALZO, 2003, p.23) A revista Life influenciou muitos outros periódicos. Um exemplo disso se confirma com o nascimento, na França, da revista Match. A revista Match foi sucesso absoluto de vendas, fenômeno tal que ocorre até os dias de hoje. E enquanto nos Estados Unidos havia a Life e na França Match na Alemanha Stern foi também uma revista de grande sucesso e expressividade. Com a fórmula parecida a da Life a revista fazia história no mercado jornalístico. E logo não demoraria muito para que essa forma nova de confeccionar revistas chegasse ao Brasil. No Brasil a influência dessa nova “corrente” de revistas chegou com a invenção da Cruzeiro e Manchete. Ambos periódicos copiaram a fórmula da Life e obtiveram grande sucesso e apelo junto ao público. Dois fenômenos no mercado deste segmento. (...) Em 1922, o jornalista norte-americano De Witt e sua esposa Lila Acheson Wallace criaram uma nova maneira de se comunicar por meio de textos impressos: a Reader’ s Digest , “uma publicação que condensava artigos editados em outras revistas e jornais e oferecia ao leitor uma variedade de assuntos que ele não encontraria em nenhum outro lugar. ” (SCALZO,2003,p.23) O sucesso foi grande. A Reader’ s Digest alcançou, entre 1940 e 1950, a marca de 50 milhões de exemplares vendidos. Isto no mundo todo. E, segundo a ponta Marília Scalzo, no Brasil, “a edição em português vendia 500 mil exemplares no final da década de 1950.”
[Em 1928, Gio Ponti, um famoso designer e arquiteto italiano publicou a primeira edição da revista Domus, que tinha foco em design e arquitetura. A revista era bilíngue com artigos tanto em italiano quanto em inglês. Em 1940 a revista mudou a sua linha editoria quando Ponti a abandonou para criar a revista de arquitetura e design de interiores Lo Stile.]
Já na década de 30, as revistas tomavam outro rumo. A ideia era de confeccionar quadrinhos nestes periódicos. Isto deu origem às publicações de histórias em quadrinhos que depois seriam divididas em: histórias para crianças e para adultos. E, foi nessa época que o mundo era cenário ideal para a indústria cinematográfica. Em consequência disso, em Hollywood começava-se a nascer as primeiras revistas destinadas a fãs e, que tiveram, grande apelo ao público e sucesso. Assim enquanto que na Itália inventava-se mais um modelo de publicação, e que também seria copiado pelo mundo é que surgem histórias românticas escritas pela luz. (?) Tratava-se das fotonovelas. E desta vez, aqui no Brasil, foi a revista Capricho quem observava este novo jeito de fazer revista. “A Revista Capricho chegou a vender cerca de 500 mil exemplares por quinzena nos anos de 1950. Em sua capa, vinha estampado o slogan ‘A maior revista da América do Sul.’” (SCALZO, 2003, p.24)
[Em 1986 foi lançada a revista
Creativity nos Estados Unidos, rapidamente a revista ganhou
grande prestígio nas áreas de design, publicidade e entretenimento. A publicação, recolhe as melhores ideias na cultura de consumo, explorando os talentos e técnicas na área da criatividade. A revista promove anualmente a lista Creativity 50 que inclui pessoas que impõem uma marca significativa na consciência criativa da indústria e cultura, lançando um novo olhar sobre determinados métodos instituídos. As 50 pessoas selecionadas provêm de diversas áreas, desde pioneiros de novas tecnologias a diretores de cinema, artistas e arquitetos.]
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REVISTAS NO BRASIL Segundo a autora Marília Scalzo: A história das revistas no Brasil, assim como a da imprensa em qualquer lugar do mundo, confunde-se com a história econômica e da indústria no país. As revistas chegaram por aqui no começo do século XIX junto a corte portuguesa, que vinha fugindo da guerra e de Napoleão. Quer dizer, chegaram junto com o assunto que iriam tratar e com os meios para serem feitas. Antes disso, proibida por Portugal, não havia imprensa no Brasil. (SCALZO, 2003, p.27)
Todavia, após as primeiras revistas lançadas ainda em formato de livro, houve no Brasil em 1812, após a chegada da imprensa no país, a invenção da revista As Variedades ou Ensaios de Literatura. A revista foi feita na Bahia.
Um ano depois, em 1813, no Rio de janeiro, há a estreia da segunda revista publicada em nosso país: O Patriota. Como o próprio nome do periódico diz, a revista tratava de assuntos referentes à divulgação de autores intelectuais da época e demais temáticas sobre a exaltação da cultura local. Depois do Patriota, surgem novas publicações. Daí se oferece espaço para a primeira publicação especializada, na área de saúde, que ocorreria em 1827. A revista chamava-se O Propagador Das Ciências Médicas. Também aparece no mercado brasileiro de revistas e, no mesmo ano, a pioneira das revistas destinadas à mulheres do nosso país: Espelho Diamantino. Periódico de política, literatura, belas artes, teatro e modas antigas dedicados às senhoras brasileiras, que trazia textos leves e didáticos sobre política nacional e internacional, trechos de romances estrangeiros, críticas de literatura, música, belas artes e anedotas. Tudo isso para deixar a mulher “à altura da civilização e dos seus progressos”. (SCALZO, 2003, p.28)
Muito embora estas publicações sejam relevantes ao público elas sofrem com a falta de apoio. Assim sendo, não conseguem manter-se no mercado. O problema, de acordo com Marília Scalzo, torna-se a falta de assinantes e de recursos. Mas, é com o lançamento da revista Museu Universal é que o jornalismo de revista começa a se revigorar. Fórmula tão bem aceita que começa a impulsionar outros periódicos. Surgem então, impulsionados pela Museu Universal, periódicos intitulados: Gabinete da Leitura, Ostensor Brasileiro, Museu Pitoresco, Histórico e Literário, Ilustração Brasileira, O Brasil Ilustrado e Universo Ilustrado. Uma curiosidade também se dá a partir da elaboração de revistas eruditas, como Íris, Guanabara e O Espelho. Também surge, A Marmota na Corte, em 1849, que colabora para uma era de revistas que tratavam de variedades. Segundo Scalzo a revista também impulsionava uma nova forma de fazer revista. Isto porque buscava conter um ingrediente diferente das outras: o humor. Além de que trazia à tona grandes nomes que tratariam das notícias de um novo jeito. Com o lançamento de A Marmota na Corte, em 1849, começa a era das revistas de variedadesque abusam das ilustrações, dos textos mais curtos e do humor. As caricaturas são a febre seguinte nas revistas brasileiras. Nomes como Henrique Fleuiss, de Semana Ilustrada, e Ângelo Agostini, de Revista Ilustrada, fazem escola e inauguram por aqui um jeito divertido de dar notícias e fazer crítica social e política. Henrique Fleuiss também é responsável pela publicação das primeiras fotos nas revistas brasileiras. Sua Semana Ilustrada publica, em 1864, cenas de batalhas da Guerra do Paraguai. (SCALZO,2003 p.28)
Já no início do século XX, na Belle Époque há uma “explosão” de títulos lançados. Com a sociedade sofrendo notórias transformações, tanto culturalmente quanto na área científica e tecnológica, as revistas caminham junto a essa euforia: No início do século XX, na chamada Belle Époque, ocorre uma série de transformações científicas e tecnológicas, que vão se refletir na vida cotidiana e na remodelação das cidades. As revistas acompanham essa euforia -centenas de títulos são lançados - e, com as inovações na indústria gráfica, apresentam um nível de requinte visual antes inimaginável. Nesse momento, o Rio de janeiro, capital da República, possuía o maior parque gráfico do país, onde vão proliferar publicações de todos os gêneros. A imprensa começa a se profissionalizar, acompanhado a evolução da nascente industrialização do país. Para fundar e manter uma revista, passa a ser necessário unir, a um só tempo, técnica e capital. (SCALZO, 2003)
Assim, ainda nessa época, segundo a autora Marília Scalzo, as publicações se dividem entre variedades e cultura. E, portanto, surgiam diversos títulos na época. Um exemplo de novas publicações vem com a Semana de Arte Moderna que traz junto com sua chegada a revista Klaxon. Uma revista modernista que continha artigos assinados por Mário de Andrade e que contava piadas além de publicar, basicamente, artigos sobre cultura e crítica literária e anúncios irônicos. E, nessa época também surge a Revista da Semana, que foi uma das primeiras a utilizar ensaios fotográficos Após estes títulos surgem, no século XIX e no início do XX as revistas destinadas aos homens. Chamadas “galantes” , eram voltadas para o público masculino e traziam notas políticas e
sociais, piadas e contos picantes, caricaturas, desenhos e fotos eróticas. O Rio Nu foi a primeira em 1898, mas o auge do gênero vem em 1922, com o lançamento de A Maçã, que se propõe a “dizer com graça, com arte, com literatura, o que costumava dizer por toda parte sem literatura, sem arte e muitas vezes sem graça”. (SCALZO, 2003, p.28-29).
Assim, no início do século XX vem ao mercado brasileiro de títulos periódicos que falam sobre a indústria nacional. E, em 1911 nasce a primeira revista de automóveis a intitulada Revista de Automóveis e, caminhando para este rumo, nasce também, em 1915 Aerofólio, que trazia como assunto o meio de locomoção avião. Outras revistas também nasceriam. Assim em 1905 o Brasil foi palco para o nascimento de histórias em quadrinhos. Tico-Tico marcou história. Foi, por mais de 50 anos, uma revista que fez parte do universo de muitas crianças brasileiras. Assim, em 1939, nascem outros títulos como Gibi que trazia histórias do Popeye, SuperHomem, Zorro e outros super-heróis. Mas foi em 1950 que importou se, dos EUA, as histórias de Walt Disney e passa-se a conhecer os personagens e as histórias contidas na revista Pato Donald. Na história das revistas em nosso país se faz necessário apontar aquelas que foram consideradas como fenômenos editoriais. E, Assis Chateaubriand criara uma das revistas de maior apelo de todos os tempos: O Cruzeiro. O periódico sobrevive até a década de 70. Depois de O Cruzeiro, Manchete é quem alcança maior tempo no mercado jornalístico de revistas. Manchete que “(..)valorizava, ainda mais que O Cruzeiro, os aspectos gráfico e fotográfico”. (SCALZO,2003, p.30) E, após O Cruzeiro e Manchete surge Realidade, em 1966 que dura a penas dez anos, fechando em 1976. Segundo o Almanaque de Comunicação da Editora Abril, Realidade era: “(...) uma revista de grandes reportagens, tratando de temas que eram tabus no Brasil dos anos 60. Desapareceu quando os temas deixaram de ser tabus, e passaram a ser tratados normalmente pela imprensa brasileira. ” (Disponível em: http://www.almanaquedacomunicacao.com.br/artigos/213.html - NÃO EXISTE MAIS) Após este período, conforme diz a autora Marília Scalzo, “A editora Abril investiu em Veja”. (SCALZO, 2003, p.31). De acordo com a autora, Veja tornou-se a revista mais lida e mais vendida do Brasil:
Veja é hoje a revista mais vendida e mais lida do Brasil, a única revista semanal de informação no mundo a desfrutar de tal situação. Em outros países, revistas semanais de informação vendem bem, mas nenhuma é a mais vendida, esse posto geralmente fica com as revistas de tevê. Lançada em 1968, nos moldes da norte-americana Time, Veja lutou com dificuldade, durante sete anos, contra os prejuízos e contra a censura do governo militar, até acertar sua fórmula. As vendas começaram a melhorar quando a revista passou a ser vendida por assinatura, em 1971. Hoje, as assinaturas correspondem a 80% da venda dos cerca de 1.200.000 exemplares semanais. (SCALZO, 2003, p.31)
Depois de Veja nasce sua primeira concorrente: Visão. Esta revista propunha um jornalismo de análise dos fatos por meio da clareza destes. Após isto tem-se as concorrentes do mercado contemporâneo de revistas, nomes tais como: Época e Exame. Nesse momento, década de 1950, também nasciam revistas específicas que buscavam analisar a economia do país como Dirigente Rural, Transporte Moderno e Máquinas e Metais. Em 1964, surgem outros periódicos: O Bondinho. Uma experiência destinada aos jovens brasileiros: O Bondinho publicava reportagens sobre movimentos de liberação sexual, medicina alternativa, música... - tudo com diagramação criativa e experimental. Convivendo com o regime militar, a revista seria apreendida algumas vezes das bancas, sob acusação de “subversão da ordem ” ou “atentado aos bons costumes ”. (SCALZO, 2003, p.33)
Entre as décadas de 50 e 60, nascem também, revistas em quadrinhos, e, ainda nestas décadas as revistas “abrem” espaço para a publicidade em suas páginas. Já nos anos 60 e 70, surgiam, no Brasil, títulos que traziam temáticas como: música, comportamento, arte e cultura. Mas foi após isto que percebeu-se, na população brasileira, que havia uma lacuna a ser preenchida. Esta lacuna tratava-se da falta de publicações específicas à jovens. Na contemporaneidade, anos 2000, há uma gama enorme de revistas circulando no mercado jornalístico. Calcula-se, que, hoje, o Brasil conta com cerca de 17.63916 revistas. Os títulos vão desde revistas segmentadas no ramo musical até ciência, tecnologia, esportes, cultura, casa e revistas de fofocas. E o mercado abre um leque enorme de opções para todos os gostos e afinidade de cada cidadão. Revistas como Super Interessante, Atrevida, Capricho, Época, Exame, Isto É, Cláudia, Ana Maria, Revista Caras e tantas outras integram o mercado de comunicação brasileiro de periódicos.
Lucas Araújo | Milena Material de apoio destinado apenas para leitura no