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artigo científico
3. O PAEL DA TERIA NA sÉICA MüRRIS WEITZ
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teoria tem sido central na estética e é ainda a preocupação da losoa da arte. O seu principal interesse declarado continua a ser a determinação da natureza da arte, passível de ser formulada numa denição de arte. A teoria interpreta a denição como uma asserção acerca das propriedades necessárias e sucientes do que está a ser denido, asserção essa que pretende ser uma armação verdadeira ou falsa acerca da essência da arte, daquilo que a caracteriza e a distingue de tudo o mais. grandes eorias eorias da arte o formalismo, formalismo, o voluntarism voluntarismo, o, o emocionalis emocionalismo, mo, o intelectu intelectualism alismo, o, o intuicio intuicioismo ismo,, o organici organicismo smo converge convergem m na entativa de formular as propriedades que deem a arte. Cada uma delas arma ser a teoria verdadeira, verdadeira , porque formulou correctamente, numa denição real, a natureza da arte, e que as ouras são alsas, porque deixaram d� rte alguma propriedade necessária ou suciente. Muitos teóricos armetam que o seu empreendimento não é um mer exercício intelectual, mas uma necessidade absoluta e qualquer compreensão da arte e da nossa própria avaliação dela. A menos que saibamos o que é a arte, dizem, qais são as suas prriedades necessárias e sucientes, não podemos pensar em e m reagir dequadamente dequadamente a ela, nem dizer por que motivo uma obra é boa ou Morrs Weitz, <>, Thejoual ofAesthetics ofAesthetics and Art Criticism, 15 ( 1956), pp. 27-35. 61
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QUE É A ARTE?
melhor do que outra. Por conseguinte, a teoria estética é importante não apenas e si, mas também para fundamentar a apreciação apreciação e a crítica. Os lósofos, os críticos e até os artistas que têm escrito sobre a arte concordam em armar que o que é primordial na estética é uma teoria acerca da natureza da arte. Será uma teoria estética, no sentido de uma denição verdadeira ou conjunto das propriedades necessárias e sucientes da are, realmente possível? Se nada mais o faz, a própria história da estética deveria fazer aqui uma pausa enorme porque, apesar das muitas teorias propostas, parece que não estamos hoje mais próximos do nosso objectivo do que o tempo de Platão. Todas as épocas, todos os mov�mentos artísticos, todas as losoas da arte tentam, uma vez e outra, realizar o ideal armado, para serem imediatamente sucedidas por teorias novas ou revistas, enraizadas, pelo menos em parte, no repúdio das precedentes. Mesmo hoje, quase todos os interessados pelas questões estéticas mantêm uma esperança profunda de que a eoria correcta aparecerá em breve. Basta examinar examina r os incontáveis livros sobre arte em que são propostas novas denições ou, especialmente especialmente nos Estados Estad os Unidos Unid os da érica, érica, os compêndios e as anologias fundamentais, para reconhecermos quão forte é a prioridade de uma teoria da arte. Neste ensaio, pretendo advogar a rejeição deste problema. Pretendo mostrar que nunca irá aparec aparecer er uma teoria teoria no senti senti do clássico clássico exigido em estética estética e que, como lósofos, lósofos, faríamos faríamos melhor em substituir a questão <> por outras, cujas respostas nos darão toda a compreensão das artes que é possível ter. Pretendo mostrar que as insuciências das teo rias não são ocasionadas, de modo preponderante, por qualque diculdade legítima, como, por exemplo, a grande complexidade da arte, passível de ser superada mediante análises e nvestigações adicionais As suas insuciências básicas residem, pelo contrário, numa fundamental concepção errónea da arte. A teoria esté tica tica tod todaa ela comete comete o erro erro de fundo fundo de consid considera erarr que é 62
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possível construir uma teora correcta, correcta, porque interpreta de forma for ma adicalmente errónea a lógica do conceito de arte. É falsa a sua armação mais mais importante importante de qe <> pode submeterse a uma denição real ou a qualquer tipo de denição verdadeira. A sua entativa entativa de descobrir as propriedades prop riedades necessárias e sucientes da rte é logcamente absurda, absurda, pela simples razão de que tal conjunto e, em cosequência, tal fórmula acerca dele, nunca irão aparecer. ' arte, como a lógica do conceito evidencia, ão tem m cnjuto de propriedades ecessárias e sucientes; é por isso que uma teoia da arte é logicamente impossível, e não apenas factualmente difícil de constituir. A teoria estética tenta denir o que não pode er denido na acepção exigida. Todavia, Tod avia, ao recomedar o repúdo da teoria estética, não pretenderei deduzir daí, como tantos outros êm feito, que as suas confusões lógcas lhe retiram o sentido ou o alor. alor. Pelo contrário, pretendo reavaliar o seu papel e a sua sua contri uição, sobretudo para mostrar que ela tem a maior importância para a nossa compreensão das artes. Examinemos agora, certamete com brevidade, algumas das mais famosas teoras estéticas existentes, para vermos se de facto incluem asserções correctas e adequadas acerca da natureza da rte. Todas elas assentam no pressuposto de que são a enumeração erdadera das propriedades denidoras da arte, o que implca que s teorias anterores a cada uma delas deram êfase a denções correctas. Nestes termos, onsderemos, para começar, uma verão famosa da teoria Forma sta, sta, a versão proposta por Bell e F. É verdade que, nos seus ecros, ec ros, eles falam sobretudo da pntura, mas ambos armam que o· que encontram nessa forma de arte pode ser generalizado generalizado ao que, nas outras formas, é também <> . A essência da pintura, armam ees, são os elementos plástcos em elação. A sua prpriedade dendora é a forma sgnicante, sto , certas certas combin combinaç ações ões de linhas, linhas, cores, cores, formas formas,, volumes tudo quilo que está presente na tela, excepto os elementos urativos que susctam uma reacção únca. A pntura é denível como 63
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organização plástica. A natureza da are, o que ela realmente é, prossegue a teoria, é a singular combinação de certos elemenos (os especicáveis como plásticos) nas suas relações. Tudo o qu é are é uma instância da forma' signicante e nada do que nã é arte possui tal forma. A isto, o emocionalisa responde que a propriedade vera essencial da arte foi omitida. Tolstoi, Ducasse e qual quer dos defensores desta eoria consideram que a propriedde denidoa requerida não é a forma sigicante, mas ane a expressão da emoção um medium sensorial público. Sem a po jecção da emoção numa obra em peda, em palavr pal avras, as, em sos, etc., não pode haver re. Na realidade, a arte é esta encarnaço. encarnaço. É isso que a caracteriza de forma singular e qualquer denião verdadei verd adeira ra e real de are, ar e, incluíd incl uídaa numa teoria teo ria ade adequad quada, a, dve apresentála desse modo. O inuicionista rejeita, quer a emoção, quer a forma, coo propiedades denidoras. Na versão de Croce, por exempl a arte é identicada não com um objecto físico e público, mas cm uma arte criativa, cogniiva e espiritual especíca. A ate é, a realidade, uma primeira fase do conhecimento, na qual detrminados seres humanos (os artisas) claricam ou dão expresão lírica às suas imagens e intuições. Enquanto tal, é uma consciênia de carácter não conceptual da individualidade única das coisas; e, como existe abaixo do nível de conceptualização e de acção, ão tem conteúdo cientíco nem moral. Croce destaca esta primeira fase da vida espiritual como a essência denidora da arte e cosi dera a sua identicação com a arte como uma teoria ou denio losocamente verdadeira. O organicista responde a tudo isto que a arte é, na realidade, realidade, uma classe de todos orgânicos, formados por elementos distingí veis embora embor a inseparáveis em relações causalmente ecazs, apresentados num medium sensorial. O que o Organicismo defene, seja em A. C. Bradley, em versões fragmentárias que ocorrem a 64
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crítica literária, ou na adaptação generalizada de'sta tese que eu próprio apresentei em Philosophy ofthe Arts, é que tudo aquilo qe é uma obra de arte é por natureza um complexo único de partes inter interrel relaci acionad onadas as na pintu pintura, ra, por exemplo, exemplo, linh, linh, cores, volumes, temas, etc., interagindo numa qualquer superfície pintada. Evidentemente, durante algum tepo, pelo menos, pareceume que esta teoria orgânica constituía a verdadeira e real denição da arte. O meu exemplo nal é, do ponto de vista lógico, o mais interessante de todos: é a teoria Voluntarista de Parker. Nos seus escritos sobre arte, Parker põe constantemente em dúvida as denições simplistas tradicionais da estética. <>1 <> ante>>,, <> ão>>,, <> <>,, <> obje ctivado>> são falaciosas, quer que r porque, embora e mbora verda deiras no que respeita à arte, são também verdadeiras a respeito de muitas coisas que não são obras de arte, não conseindo por isso distinguil distinguilaa de outras coisas; quer porque negligenciam algum aspecto essencial da arte.>>2 arte.>>2 Todavia, em vez de d e invectivar a própria tentativa de denir denir a arte, Parker insiste insiste em que o que é preciso é uma denição complexa, e não uma denição simples. <>3 A sua própria versão ver são do Voluntarismo Vol untarismo é a teoria de que a arte é essencialmente três coisas: a encarnação de vontades e desejos imaginariamente satisfeitos; satisfeitos; a linuagem, que caracteriza o medium público da arte; e 1 D