I.
A construção bela:
A arquitetura está ligada ligada não somente a construção, mas também à beleza. Entretanto, a beleza é uma questão de gosto, e assim, o que para uns é belo, para outros pode não ser. Ficando difícil de separar as construções belas das outras. E por esse motivo, as construções são divididas em três grupos: y y y
As que foram construídas por um critério artístico onde todos conhecem. As levantadas sem o objetivo artístico, onde poucos admiram. As construções feitas por pessoas nas quais não possuem senso estético.
Há construções onde não houve o objetivo de d e se fazer algo bonito, belo. O melhor exemplo para isso é quando o objetivo é fornecer abrigo. No segundo grupo mencio mencionado nado acima, seria composto por obras populares, possuindo bens culturais. Atualmente, os estudiosos estão analisando esse tipo de obras (pop ular), na qual, mesmo mesmo sendo de diferentes continentes, são obras feitas pela comunidade para ser consumida ali, pelo conhecimento e recursos disponíveis. E essa arquitetura está desaparecendo desaparecendo pela comunicação cada vez maior dos povos, a chamada ¶arquitetur ¶arquitetur a vernácula· (é a arquitetura sem as influencias dos outros povos). E assim, perde a identidade cultural do local. Existe também, nesse grupo, a arquitetura que originou no contato entre os povos nativos e os colonizadores, especialmente onde houve um desenvolvimento mais retardado por não possuir tanta riqueza. Além disso, antigamente não havia toda essa tecnologia existente hoje, portanto, a arquitetura dependia dependia do que havia no meio meio ambiente. Como a terra socada nos taipais taipais , utilizada para para a construção d e todas as casas, onde tinham a mesma planta, com poucas diferenças. Analisando ainda o segundo grupo de construções, percebemos que os autores que não desejam fazer arte, criando obras onde os técnicos são dedicados para resol ver apenas os problemas práticos utilizando a tecnologia disponível na época. I sso seriam obras de engenharia, nas quais não eram muito aceitas a ceitas como trabalhos arquitetônicos. E atualmente vemos a validade artísticas nessas obras, como por exemplo o ¶Palacio de Cristal· ou a ¶Torre Eiffel·.
Com a revolução industrial, com novas soluções tecnológicas, apareceu uma postura que não se enquadrava nas definições definições correntes de arquitetura as obras utilitárias. utilitárias. E também um novo modo de percepção, onde enfatizava as novas concepções estruturais e toda a potencialidade. Houve o surgimento da ¶arquitetura paralela·, da visão ligada ao racionalismo tecnicista (que no modernismo teve certo radicalismo por alguns profissionais nos quais achavam que a beleza só podia existir com as fórmulas matemát icas corretas.)
Assim, há duas posições: a que dá mais importância à beleza, e depois, à construção; e a outra, contaria, necessitando obedecer as normas técnicas, não havendo a necess idade da beleza, só sendo possível perceber a intenção artística para qu em souber vê-la. A arquitetura seria simplesmente a intenção de fazer arte numa construção, provocando uma emoção estética para quem ver a obra. Separando a arquitetura da engenharia. E, com o surgimento do concreto armado, no final do século XIX, esse posicionamento ficou mais claro com a sistemática escamoteação da estrutura. E o arquiteto era somente para dar interesse estético às construções.
II.
A arquitetura ao longo do tempo
Há aproximadamente 400 a.C. Platão ligava a arq uitetura à lógica das construções, nas quais eram baseadas na melhor utilização dos blocos de mármore, usando a tecnologia e a intenção plástica, havendo assim a criação artística. Já, Aristóteles dizia que a arquitetura era o resultado de certo gênero de produção esclarecida pela razão. Atualmente, sabemos que os filósofos gregos não se dedicavam muito aos problemas estéticos, e vemos isso nos textos de Vitrúvio. Ele vê na arquitetura, três aspectos: a solidez, a utilidade e a beleza, respectivamente nessa ordem, deixando a beleza por ultimo. Vitrúvio também faz uma divisão para mostrar o que é arquitetura: 1. 2. 3. 4. 5. 6.
ORDENAÇÃO: sendo o dimensionamento justo das partes que compõe o edifício, não se esquecendo das necessidades do programa e do conjunto em se tratando da modulação e das unidades de medida. DISPOSIÇÃO: seria o arranjo conveniente de todas as partes, colocando segundo a qualidade de cada uma e onde são considerados os critérios de composição, necessitando de uma representação gráfica do projeto. EURITMIA: segundo Borissavlievitch, euritmia seria a harmonia. SIMETRIA: seria o calculo das relações, entre as partes das construções, tendo uma medida em comum, criada por Vitruvio: ´MODULUSµ. CONVENIÊNCIA: trata da disposição conveniente das partes do edifício segundo as necessidades do programa. DISTRIBUIÇÃO: seria um principio onde nada deve empreender fora das possibilidades daquele que faz a obra e observando a comodidade do lugar.
Na Idade Média, os pensadores estavam sempre preocupados com a decoração magnificiente. A arquitetura gótica, época onde tudo girava em torno de Deus (Teocêntrico), teve uma grande integração entre a ciência e a arte, já que a estereotomia era a perfeição, utilizando bastante conhecimento interdisciplinar.
O cristianismo nessa época não deixava com que a cultura clássica se espalhasse entre a população, mas mesmo assim, criou uma arquitetura impar. Mais tarde, surgiu na Itália, o Renascimento, onde ressurgiu a estética de Vitrú vio e seus textos. Houve um despertar geral, em todas as área s do conhecimento. Criou-se uma nova arquitetura, utilizando as velhas regras de composição, como as colunas, intercolúnios, e relações entre diâmetros de tambores e alturas de vãos livres adaptadas a um novo modelo arquitetônico. Já, com a revolução industrial, tiveram alterações no modo de vida, no modo de encarar os acontecimentos sociais e no modo de julgar a arte, na qual somente os ricos tinham acesso e agora pode ser observada por um numero maior de pessoas. Nessa época, houve a separação do arquitet o com o engenheiro. Na França, Eugêne Emmanuel Viollet-Le-Duc (1814-1880) demonstrou a beleza nas relações geométricas, e construiu também a sua ´Teoria do trianguloµ, sendo contrario aos raciocínios de Vitrúvio. No final do século XIX e no inicio do XX, s urgiram novas definições de arquitetura, surgindo um elemento importante: o espaço.
III. O partido arquitetônico Arquitetura seria uma mudança no meio ambiente, criando assim, novos espaços, quase sempre com intenção de fazer algo belo, atendendo a necessid ades e expectativas, sendo caracterizada pelo partido (conseqüência derivada de condicionantes ou determinantes). Principais determinantes (ou condicionantes) do partido: y
y y y
y y
A técnica construtiva, que depende dos recursos que possuem no local, como mão de obra ou materiais, incluindo também a intenção plástica. O clima As condições físicas e topográficas do lugar. O programa de necessidades, observando os usos, costumes populares ou conveniências do empreendedor. As condições financeiras do empreendedor A legislação regulamentadora, as normas sociais e as regras de funcionalidade
Esses determinantes mantêm relações entre si.
Atualmente, há uma arquitetura que podem ser vistas mundialmente, estando presente em vários países, chamada de arquitetura internaci onal. Isso acontece normalmente em metrópoles que possuem uma mesma tecnologia e que é espalhada pelo mundo com a globalização.
Nos determinantes do partido, o mais importante é o sistema construtivo, por ter dados de interesse cultural e uma definição de personalidade. Um dos problemas é a disponibilidade dos materiais no meio ambiente e no comércio. O programa de necessidades são as determinações e expectativas que o interessado deseja, e que o edifício seja capaz de exercer sua função. A maioria dos pro gramas sofrem mudanças com o tempo, graças ao progresso constante, os novos modos de planejar, entre outros. Somente as igrejas católicas não sofreram grandes mudanças, e na maioria das cidades sempre restam as igrejas como parte do passado.Assim, enquanto o edifício estiver satisfazendo o programa, o local será conservado. O clima não tem tanta influência hoje em dia pela tecnologia existente. Entretanto, na arquitetura vernácula dos esquimós, com um clima rigoroso, e somente gelo, conseguiu construir um abrigo ideal, o iglu. No Brasil, com um clima mais variado, exigiu com que os colonizadores selecionassem partidos e técnicas construtivas, e utilizaram recursos de varias partes do mundo.
Pelas condições de higiene do local, houve a criação de leis e códi gos interferindo na arquitetura. E a partir da segunda metade do século XIX, houve leis obrigando a modernização das construções, não somente pela segurança, mas também pelo conforto. Mais tarde, houve uma reunião de especialistas para racionalizar a ventilação, iluminação e a insolação nos ambientes internos. Assim, os quartos tinham que ser bem iluminados com os raios vindos do nascente. Por isso, a prefeitura promulgou no inicio de 1930, um código que exigia a insolação calculada por método cientifico ² o Código de Obras Artur Sabóia. Porém, esse código inibia a verticalização da cidade. E quando o concreto armado substituiu os tijolos, iniciaram a construção de prédios comerciais, e mais tarde, de apartamentos. O problema era nos lotes pequenos localizados no meio da quadra, surgindo mais criticas contra os artigos da insolação. Assim, em 1960, criaram novas formulas mais convenientes.
IV. Arquitetura Moderna Uma arquitetura será moderna quando a intenção plástica e os condicionantes do partido estiverem de acordo com os mais recentes critérios de abordagem.
Há obras que se passam de modernas, mas que na verdade não são, tendo uma qualificação imerecida. No final do século XIX, com a profusão de estilos, que pode ser vista em apenas uma obra. Surgiu também um novo estilo, a Art Nouveau , sendo uma tendência arquitetônica inovadora. Em um meio pobre, não há necessidade de a arquitetura ser plenamente moderna. Se não for possível, deve ser evitado o formalismo moderno, utilizando materiais tradicionais. Quando procuramos uma técnica construtiva moderna, existe uma ênfase na intenção plástica. Entretanto, há programas que não são compatíveis com a realidade social, sem observar o clima e fazem duas plantas, uma para ganhar a aprovação dos poderes públicos e a outra que será o projeto original a ser erguido. Antigamente, as casas dos ricos e pobres eram distinguidas por grande ou pequeno, respectivamente. Atualmente, a qualidade da casa do rico é bem melhor, mostrando uma personalidade diferente.
O arquiteto Oscar Niemeyer ´quebravaµ as regras das construções, para uma melhor intenção plástica. Utilizava bastante concreto armado, pela grande maleabilidade do material. E em Brasília, Oscar Niemeyer fez o que quis, onde só possuía intenção plástica, sem nenhum condicionante ou determinante. Os programas bem elásticos, clima seco, topografia plano, possuía recursos financeiros, sem leis ou códigos a obedecer e submissão do empreendedor (o governo). A segunda corrente arquitetônica é oposta a intenção plástica, v alorizando as condições programáticas. Como por exemplo nas refinarias de petróleo, que possui intenção racional distribuindo as etapas para o processamento do óleo, etc. Sendo belo para engenheiros e especialistas. Outro exemplo são as tubulações , os fio s, cabos, aparelhos das industrias, hospitais e laboratórios, que deixam a mostra por facilitar a reposição de peças e consertos. Já, no cetro cultural parisiense Georges Pompidou, o edifício está com as estruturas a mostra, e mesmo assim, há uma beleza nessa obra. Assim, a conclusão é que todos querem fazer uma construção bela, porem o caminho para tal é diferente.