Vida: Nasceu na cidade de João Pessoa, Paraíba, no dia 16 de junho de 1927, é um dramaturgo, romancista e poeta brasileiro.
Algumas de suas obras: Uma mulher vestida de Sol, (1947); Cantam as harpas de Sião ou O desertor de Princesa, (1948); Os homens de barro, (1949); Auto de João da Cruz, (1950); Torturas de um coração, (1951); O arco desolado, (1952); O castigo da soberba, (1953); O Rico Avarento, (1954) Auto da Compadecida, (1955); O casamento suspeitoso, (1957); O santo e a porca, (1957); O homem da vaca e o poder da fortuna, (1958); A pena e a lei, (1959); Farsa da boa preguiça, (1960); A caseira e a Catarina, (1962); As conchambranças de Quaderna, (1987); Fernando e Isaura, (1956).
Romance: A História de amor de Fernando e Isaura, (1956) O Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai -e-
Volta, (1971). História d’O Rei Degolado nas caatingas do sertão/Ao sol da Onça
Caetana, (1976).
Poesia: O pasto incendiado, (1945-1970), Ode, (1955), Sonetos com mote alheio, (1980) Sonetos de Albano Cervonegro, (1985), Poemas (antologia), (1999).
Introdução: Em 1957, Ariano Suassuna escreveu uma peça teatral chamada “O santo e a porca” (imitação nordestina da obra Aululária, do escritor romano Plauto), do gênero comédia abordando o tema da Avareza. Composta por três atos: o primeiro apresenta o problema e os personagens, o segundo começa a sequência dos acontecimentos e o terceiro com a grande decepção. Traz consigo todas as características do Movimento Armorial (movimento valorizador do Nordeste) criado pelo autor.
Resumo da Obra : A fábula narra a história de um velho avarento devoto de Santo Antônio, conhecido como Euricão Árabe, que esconde em sua casa uma porca lotada de dinheiro. Os fatos acontecem na sala da casa de Eurico onde há uma estátua de Santo Antônio ao lado de uma antiga porca de madeira recheada de dinheiro, mas cujo conteúdo ninguém conhece ou desconfia, pois Eurico sempre se fazia de pobre e coitado. Em sua casa vivia sua filha Margarida, sua irmã Benona, a empregada Caroba e, há algum tempo, Dodó, filho do rico fazendeiro Eudoro, que se fingira de coitado para ficar próxima a sua amada Margarida, a quem namorava as escondidas. Toda a confusão inicia-se com uma carta enviada a Eurico por Eudoro, através de Pinhão, noivo de Caroba, dizendo que iria visitá-lo para pedir seu bem mais precioso.
Eurico fica apreensivo imaginando que Eudoro vem em busca de sua porca enquanto Caroba, percebendo que o fazendeiro viria pedir a mão de Margarida, engendra um plano para ganhar um dinheiro extra para se casar com Pinhão, para Margarida e Dodó se casarem e para Eudoro casar com Benona, pois, os dois foram noivos no passado. Caroba convence Eurico, em troca de uma comissão, a tirar vinte contos de reis de Eudoro antes que este lhe peça qualquer dinheiro e convence Benona de que Eurico irá pedir sua mão em casamento. Quando Eudoro chega para pedir a mão de Margarida, Caroba a tranca no quarto e corre para também trancar Benona. Caroba sai vestida de Margarida e recebe Eudoro. Dodó vê a empregada, mas pensa que é Margarida, então, sem explicar-lhe nada, Caroba o tranca no quarto junto com Margarida.
Em seguida Caroba se veste com as roupas de Benona e recebe Eudoro, insinuando-se para ele que, novamente, fica interessado na antiga noiva. Caroba então o leva para o quarto de Benona e o tranca junto com a ex-noiva. Caroba e Pinhão se trancam em outro quarto e Dodó e Margarida ao sair são surpreendidos por Eurico que acredita que o rapaz está querendo lhe roubar a porca. Com o barulho, Benona e Eudoro e Caroba e Pinhão saem do quarto juntos e felizes, enquanto Eurico expulsa os três casais ao descobrir que o dinheiro da porca não tem mais valor.
Características da obra : Ariano Suassuna faz parte do pós-modernismo, o Santo e a porca tem como características: religionalismo, linguagem cotidiana e humor. Cada personagem apresenta uma classe social e faz uma critica a vida difícil no Nordeste que ao mesmo tempo em que valoriza a cultura da região. Cita um dos setes pecados capitais, a avareza. Euricão com seu desejo descontrolado pela porca tem seu triste fim, que se torna pobre e solitário quanto aos outros personagens estão felizes junto ao seu par. Ariano reforça o lado religioso, que menciona o Santo Antônio, além de ser o santo casamenteiro e estar associado aos diversos casamentos que acontecem na obra e está relacionado à procura de objetos perdidos, quando Euricão perde sua porca. A obra é típica da cultura nordestina, apresenta linguagem simples e direta, chama a atenção do leitor, por apresentar uma seqüência de acontecimentos e pelo fato de Euricão não desfrutar de sua riqueza, o que mantém o interesse até o fim do texto.
Curiosidade: Movimento Armorial O Movimento Armorial surgiu sob a inspiração e direção de Ariano Suassuna, com a colaboração de um grupo de artistas e escritores da região Nordeste do Brasil e o apoio do Departamento de Extensão Cultural da Pró-Reitoria para Assuntos Comunitários da Universidade Federal de Pernambuco. Foi lançado oficialmente, no Recife, no dia 18 de outubro de 1970, com a realização de um concerto e uma exposição de artes plásticas realizados no Pátio de São Pedro, no centro da cidade. Seu objetivo foi o de valorizar a cultura popular do Nordeste brasileiro, pretendendo realizar uma arte brasileira erudita a partir das raízes populares da cultura do País. O Movimento tem interesse pela pintura, música, literatura, cerâmica, dança, escultura, tapeçaria, arquitetura, teatro, gravura e cinema.
Fim...