Resumo e análise do conto: "O Tesouro" de Eça de Queirós O conto “O Tesouro” baseia-se na vida de Rui, Guanes e Rostabal, três irmãos que viviam nas Ast Astúri úrias as e era eram m uns fid fidalg algos os “ma “mais is fam famint intos os e mis miseráv eráveis eis do rei reino” no”,, uns pel pelint intras ras.. Passavam os dias no Paço de Medranhos junto à lareira, que não acendiam há muito. Passavam fome e, dormiam no estábulo. Certo dia, quando passeavam na mata de Roquelanes, acharam numa cova de rocha um velho cofre de ferro com palavras palavras árabes. árabes. Este tinha três chaves e três fechaduras. fechaduras. Com isso, Rui decidiu que o tesouro irá ser dividido pelos três irmãos. Decidiram que Guanes iria à vila mais próxima (Retortilho) e traria comida e alforges para carregar o tesouro, enquanto isso Rui tentou convencer o seu irmão Rostabal a matar Guanes, porque este gozava com ele, iria gastar o dinheiro mal gasto e deste modo dividiriam o tesouro apenas por dois. E assim se passou. Guanes foi morto e, à primeira oportunidade, Rui matou Rostabal, ficando assim com o Tesouro só para si. Enquanto Rui "saboreava" a vitória sobre os seus irmãos, imaginava como seria ser o novo Senhor de Medranhos e reparara que o seu irmão só trouxera duas garrafas de vinho para três irmãos, mas não quis pensar no assunto. Começou a beber o vinho e a comer o Capão que o irmão trouxera e quando estava a carregar o ouro do tesouro para os alforges começou a sentir um mal estar, como se uma chama se acendesse acend esse dentro dele e, quant quanto o mais ele a tentav tentavaa apagar, mais a senti sentia. a. Rui tenta pedir ajuda aos seus irmãos mortos e apagar o fogo com a frescura da água, mas esta revela-se como metal derretido, queimando-o.
Assim, o tesouro ainda continua na mata de Roquelanes. Síntese da acção
Rui, Guanes e Rostabal, irmãos e fidalgos arruinados que viviam nos Paços de Medranhos, no Reino das Astúrias, encontraram, na mata de Roquelanes, um cofre cheio de moedas de ouro. Decidiram dividir o tesouro e como o cofre tinha três chaves ficou cada um com sua. Guanes foi comprar comida a Retortilho e, durante a sua ausência, Rui convenceu Rostabal a matá-lo assim que regressasse. Após a emboscada e morte de Guanes, Rui assassinou Rostabal e, enquanto se preparava para regressar a Medranhos, bebeu o vinho que Guanes trouxe da vila. Passado pouco tempo sentiu-se mal e percebeu que tinha sido envenenado. “O tesouro ainda lá está, na mata de Roquelanes.” Estrutura da acção Introdução/ situação inicial: inicial : dois primeiros primeiros parágrafos - apresentação das personagens, tempo e ambiente - Rui, Guanes e Rostabal, irmãos e fidalgos arruinados que viviam no Paço de Medranhos, no Reino das Astúrias. Desenvolvimento( Desenvolvimento( peripécias/indícios trágicos): do 3º até ao antepenúltimo parágrafo – descoberta do cofre, decisão de o dividir pelos três, emboscada e assassinato de Guanes, assassinato de Rostabal e envenenamento de Rui. Conclusão/desenlace: dois últimos parágrafos – situação final - descrição do espaço onde Rui e Rostabal estão mortos e onde o tesouro permanece.
Organização/articulação das seq sequên uência ciass nar narrat rativa ivas: s: enc encade adeame amento nto – ord ordena enadas das cronologicamente Sequências narrativas • • • •
Descrição da vida miserável dos três irmãos Descoberta do cofre na mata Decisão da partilha do tesouro Distribuição das chaves pelos três
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Partida de Guanes para Retortilho Conspiração de Rui e Rostabal para matar Guanes Chegada de Guanes, emboscada e morte Assassínio de Rostabal, por Rui, enquanto se lavava Preparativos de Rui para usufruir da comida e do tesouro Rui bebe o vinho que Guanes trouxe Sintomas de envenenamento Morte de Rui por envenenamento Personagens
Relevo 3
Personagens principais
Não há personagens secundárias nem figurantes Caracterização
personagens RUI GUANES ROSTABAL
física
psicológica social
gordo e ruivo.
“avisado”, calculista, traiçoeiro.
fidalgos arruinados
pele negra, pescoço de grou.
desconfiado, calculista, traiçoeiro.
fidalgos arruinados
alto, cabelo comprido, barba longa, olhos raiados de sangue.
ingénuo, impulsivo.
fidalgos arruinados
Processos de caracterização: Predomina o processo de caracterização directa, visto que a maior parte das informações são-nos dadas pelo narrador.
No entanto, os traços de traição e premeditação de Rui e Guanes são deduzidos a partir do seu comportamento (caracterização indirecta). Concepção/ composição – personagens planas.
Inicialmente os três irmãos parecem uma personagem colectiva pela forma como são descritos – “senhores mais bravios que lobos”. Depois da descoberta do cofre são personagens individuais.
Espaço
Físico – Astúrias ------> serra ------ > Paço de Medranhos ------ >Mata de Roquelanes
Paço de Medranhos – cozinha, pátio, estrebaria Mata de Roquelanes – moita dos espinheiros, clareira, cova na rocha, silvados, fonte Psicológico – pensamento de Rui após a morte dos irmãos – pensa em Medranhos e no tesouro só para si. Tempo
Tempo histórico – século IX – Reino das Astúrias/ Maravedis - moeda árabe - os árabes invadiram a península ibérica no século VIII (no século X encontramos já constituído o Reino de Leão, que sucedeu ao das Astúrias)
Tempo da história - a acção inicia-se no Inverno ----- > Primavera - manhã de
domingo -----> tarde – a tarde descia – a sombra se adensava ----- >noite – anoiteceu. A acção passa-se durante alguns meses, pelo menos dois, ou três. Tempo do Discurso- A acção passa-se durante alguns meses, pelo menos dois, ou três, (três parágrafos iniciais) mas o cerne da acção passa-se em apenas 1 dia – manhã, tarde e noite – a que corresponde a maior parte da narrativa. Para que isto aconteça numa narrativa curta como é o conto t em de haver elipses e sumários Sumário – 2º parágrafo – todo o inverno se passa num só parágrafo. Elipse – tardes de Inverno – situação inicial e o início do desenvolvimento – ora, na Primavera… Analepse - quando o narrador recorda o que Guanes fez quando foi a Retortilho – final do desenvolvimento. Prolepse - Início do da 3ª parte – quando Rui imagina ou conjectura o que fará quando chegar a Medranhos. Narrador
Ciência - observador – quase até ao final do conto. conclusão. Presença - não participante – heterodiegético
Torna-se omnisciente na
Simbologia
Número 3 – 3 irmãos, 3 chaves, 3 fechaduras, 3 alforges, 3 empadões de carne, 3 garrafas de vinho – símbolo da totalidade, da perfeição, da família. Água – símbolo da pureza, purificação, vida… Inverno e noite – morte Primavera – renascimento, vida Ouro – perfeição e beleza Indícios trágicos
Cantiga de Guanes Duas garrafas para três irmãos Bando de corvos que grasnava Modos de apresentação/ representação/expressão
Descrição ( pausa na acção) – situação inicial – caracterização das personagens, do paço de Medranhos, da mata de Roquelanes, da fonte… Narração – (avanço na acção) – caça na mata, descoberta do cofre, decisão da divisão do tesouro…( sequências narrativas). Diálogo – conversas entre os irmãos – decisão da divisão do tesouro, distribuição das chaves, conspiração de Rui e Rostabal… O diálogo é reproduzido em discurso directo, indirecto e indirecto livre.