Planejamento e execução de projeto de interiores
janeiro/2013
Planejamento e execução de projeto de interiores Josie Panatto –
[email protected] [email protected] Master em Arquitetura IPOG - Instituto de pós-graduação Florianópolis, 21 de maio de 2012
Resumo A pesquisa engloba o planejamento e execução de projetos de interiores na região sul de Santa Catarina. Busca descobrir qual motivo que leva arquitetos e designers de interiores a utilizarem tão pouco essa ferramenta de trabalho. Através de um estudo de caso em um apartamento com 100 m², em Içara, executado por uma construtora e nos referenciais bibliográficos pesquisados, elaborar uma tabela das principais atividades com suas produtividades e um cronograma semanal e mensal que sirva de modelo para a execução de outras obras. Conclui-se que o planejamento facilita ao planejador entender melhor o funcionamento da obra e assim dimensionar o tempo total, t otal, custos e equipe para a execução da mesma com mais rapidez e eficácia.
Palavras-chave: Planejamento; Interiores; Produtividade; Cronograma.
1. Introdução Por meio de debates entre os profissionais da área de arquitetura, constatou-se que um grande problema para todos os recém-formados ou novos profissionais na área de design de interiores era a dificuldade em executar um projeto de interior. Geralmente as causas são a falta de experiência nesse ramo, desconhecimento do tempo necessário para a execução total do projeto, já que cada projeto tem suas particularidades, e planejar as atividades de uma maneira coerente e eficaz. Apesar do planejamento e do gerenciamento de obras serem frequentemente empregados empregados no ramo da construção cívil, por que na área de interiores ainda é pouco utilizada a teoria sobre planejamento? planejamento? O gerenciamento de um projeto é, portanto, a coordenação eficaz e eficiente de recursos de diferentes tipos, como recursos humanos, materiais, financeiros, políticos, equipamentos, e de esforços necessários para obter-se o produto final desejado – a obra construída – , atendendo-se a parâmetros preestabelecidos de prazo, custo, qualidade e risco. risco. (LIMMER, 1996, p. 12).
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Obra, em si, já é sinônimo de aborrecimento, por isso, ao planejar uma obra, o profissional permite-se definir a relação entre prazo, custos e equipe que for mais conveniente para executar a obra, tomar decisões antecipadamente e organizar as atividades, inclusive as que podem ser executadas em paralelo, evitando, assim, gastos extras, prazos excedidos e um cliente insatisfeito. Um projeto de interior necessita de um estudo bastante minucioso, que considere os fatores objetivos e subjetivos: O projeto de interiores visa o planejamento da decoração para resolver tanto problemas técnicos [...], quanto estéticos, abrangendo uma série de necessidades para melhorar a qualidade cotidiana. [...] Os fatores objetivos são os regidos pelas normas técnicas, medidas ergonométricas, pela topografia e clima. Já os subjetivos estão ligados à utilização do espaço e quais as atividades que serão realizadas no mesmo de acordo com as preferências pessoais de quem os ocupará. [...] Esse planejamento engloba estudo da circulação e distribuição do mobiliário, projeto de iluminação, escolha adequada de acabamentos e revestimentos, detalhamento de teto e piso, escolha de tecidos, objetos e acessórios, desenho de mobiliário e peças especiais e projeto paisagístico. (NASCIMENTO, 2011, p. 04).
O artigo pretende abordar os aspectos objetivos, a execução do projeto com o uso do planejamento e, através da tabela de produtividade que será desenvolvida, pois segundo Mattos (2010, p. 77), a “produtividade é a rapidez com que a produção foi atingida”, listar as principais atividades e assim elaborar um exemplo de cronograma para reforma de interior de um apartamento com 100 m² executado pela JR Construções com base nas atividades da Tabela 01. Não serão empregados os aspectos subjetivos e de conceitualização do projeto (cores, tecidos, estilo de decoração, etc.), detalhamentos, orçamentos e nem o prazo necessário para elaboração desse processo. Será considerada a execução da obra cívil, que é a execução do projeto executivo, os serviços em campo, aplicação de materiais e a utilização de mão-de-obra e equipamentos. Porém, antes de alcançar a etapa de concepção do cronograma, serão apresentadas as fases do planejamento e alguns conceitos necessários para facilitar e agilizar esse processo. A tabela da produtividade das atividades será desenvolvida através de um projeto executado pela JR Construções, em Içara, no estado de Santa Catarina, com um comparativo da Tabela de índice/produtividade de serviços de edificações fornecida por Mattos (2010, p. 88).
2. Método adotado
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Um projeto de interiores envolve várias etapas, incluindo a entrevista com o cliente para identificação das suas necessidades, o levantamento de informações do local (verificação de plantas e medidas), a apresentação do layout , plantas, perspectivas e orçamentos para aprovação por parte do cliente, como o posterior detalhamento de todas as soluções propostas e a execução do projeto propriamente dito. Para atingir os objetivos da pesquisa, o método de análise adotado foi confrontar os índices de produtividade fornecidos por Mattos (2010, p. 88) com a experiência obtida na execução de reforma de um apartamento em Içara, em Santa Catarina, no período de novembro de 2011 a março de 2012 e o banco de dados da empresa que fez a reforma, a JR Construções. Além da concepção do projeto de interiores, foram realizadas as seguintes atividades: Atividades
Qtidade 08 uni 10,20 m² 40,23 m² 9,10 m² 30 uni
Duração em horas* 02 08 16 02 40
Produção por dia 08 uni 10,20 m² 20,11 m² 9,10 m² 06 uni
Retirar as aberturas Quebrar as paredes Remoção das cerâmicas Alvenaria nova Alteração de pontos Revestimento cerâmico – parede Gesso Emassamento e lixamento Revestimento cerâmico – piso Aberturas Pintura Marcenaria fixa Rodapé em MDF Luminárias e interruptores Ar-condicionado Retoque de pintura Aparelhos sanitários Metais Limpeza Papel de Parede * estimativa aproximada
64,00 m² 39,00 m² 293,16 m² 87,50 m² 06 uni 202,35 m² 226,80 m² 36,00 m 120 uni 04 uni 146,58 03 uni 18 uni 90,18 m² 48,57 m²
32 32 80 32 16 40 320 08 40 16 16 08 08 24 10
16,00 m² 9,75 m² 29,31 m² 21,87 m² 03 uni 40,47 m² 5,67 m² 36,00 m 24 uni 02 uni 73,29 m² 03 uni 18 uni 30,06 m² 38,85 m²
Observações Somente as portas Com retirada de entulho Apenas os azulejos Com chapisco e reboco Antena, elétrica, hidráulica, gás, telefone e split Assentamento e rejunte Sem massa corrida Gesso e paredes Assentamento e rejunte Portas e ferragem Teto e paredes Peças prontas Colado Instalação e furação do gesso Instalação do Split Gesso e paredes 02 vasos sanitários e 01 pia Somente nas portas Entulhos e revestimentos Colocação
Tabela 01 – Atividades da reforma do apartamento Fonte: A autora (2012)
O tempo de execução dessas atividades são uma estimativa, já que foram realizadas sem um planejamento referencial, sem cronograma e de forma aleatória. A partir daqui, serão abordados conceitos necessários para a elaboração de um bom planejamento, índices de produtividade, dimensionamento de equipes, etc. Limmer (1996, p. 02) já afirmava que “numa época em que se fala de qualidade, [...] em produtividade, é preciso que o
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gerenciamento de um projeto [...] seja feito [...] de forma a obter-se o produto desejado [...] dentro dos parâmetros de prazos, custo, qualidade e risco previamente estabelecidos.” Para isso, é necessário fazer um roteiro do planejamento aplicado ao projeto de interiores, diferente do planejamento da construção cívil, que é complexo e destinado a grandes obras. O primeiro passo é identificar quais serão as atividades executadas no projeto e que irão compor o cronograma de obra, como descreve a Tabela 01 no item atividades. Com as atividades listadas, é necessário definir o período de duração de cada atividade que é determinado pela quantidade de serviço, tempo necessário para execução do serviço e a produtividade da mão-de-obra locada. Geralmente a unidade da duração é expressa no planejamento de obra por dia e/ou horas. Segundo Mattos (2010) e Limmer (1996), quando não se tem a duração de cada atividade é necessário utilizar uma estimativa feita através da experiência de outros projetos, mesmo que essa estimativa tenha uma falha. É importante ressaltar que, por mais criterioso que seja o planejador, a duração é sempre uma estimativa, e por isso mesmo está sujeita a uma margem de erro, que pode ser menor para as atividades repetitivas, costumeiras e bem conhecidas, ou maiores para os serviços novos ou para os quais o construtor não dispõe de dados históricos em que se pautar (MATTOS, 2010, p. 73).
Diferentemente do pensamento de Limmer (1996, p. 39) uma obra de interiores não possui tantos fatores externos, pois o ambiente já se encontra coberto e fechado, assim, as intempéries do ambiente exterior não dificultam a execução da obra. A duração de cada atividade também pode ser determinada a partir de estimativas feitas por profissionais experimentados, que se baseiam na sua prática com obras semelhantes. Mas é preciso lembrar que „cada projeto é um projeto , no sentido de que cada um apresenta características particulares, além de a ambiência da sua execução também variar, principalmente em função de fatores externos ao mesmo (LIMMER, 1996, p. 39). (grifo do autor) ’
Produtividade é diferente de produção, visto que a “p rodutividade não se confunde com produção. Produção representa a quantidade de unidades feitas em certo período; produtividade é a rapidez com que essa produção foi atingida.” (MATTOS, 2010, p. 77). O principal objetivo da pesquisa era desenvolver a tabela de produtividade de cada atividade aplicada ao projeto de interiores, para facilitar o planejamento da obra. A Tabela 03 é o resultado do comparativo feito entre o banco de dados da construtora e os principais serviços da tabela de índice/produtividade de serviços de edificações fornecida por Mattos (2010, p. 88) que poderão ser empregados no projeto de interiores.
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(continua) Serviços Demolições Alvenaria Pisos cerâmicos Forros Esquadrias Revestimento Pisos cimentados Pisos ladrilhados Pisos tacos Alvenaria Tijolo maciço 10 cm Tijolo furado 15 cm Revestimento de paredes Chapisco grosso Chapisco fino Emboço Reboco Massa única Azulejos Pastilhas Revestimento de pisos Piso de madeira – taco Piso de cerâmica Piso cimentado liso Piso com ladrilhos Piso de pastilha Piso de mármore Rodapés de madeira Rodapé de cerâmicas Rodapé de mármore (10 cm) Esquadrias Esquadria metálica Porta Baténtes Porta de madeira completa Pintura Raspagem pintura antiga Emassamento e lixamento Emassamento de paredes Pintura de paredes Pintura de esquadrias de madeira Pintura em esquadrias metálicas Óleo (03 demãos) Esmalte Verniz Retoques Instalações
Índice
Produtividade
Produção por dia*
Equipe básica**
0,80 h/m² 0,53 h/m² 0,47 h/m² 0,20 h/uni 0,72 h/m² 0,80 h/m² 0,46 h/m² 0,80 h/m²
1,25 m²/h 1,88 m²/h 2,13 m²/h 5,00 uni/h 1,39 m²/h 1,25 m²/h 2,19 m²/h 1,25 m²/h
10,00 m²/dia 15,00 m²/dia 17,02 m²/dia 40 uni/dia 11,11 m²/dia 10,00 m²/dia 17,51 m²/dia 10,00 m²/dia
2p+5s 2p+2s 1op+1s 2p+1s 2p+2s 2s 2p+2s 2ta+2s
0,80 h/m² 0,53 h/m²
1,25 m²/h 1,88 m²/h
10,00 m²/dia 15,00 m²/dia
1p+1s 1p+1s
0,32 h/m² 0,40 h/m² 0,40 h/m² 0,40 h/m² 0,29 h/m² 1,00 h/m² 1,60 h/m²
3,13 m²/h 2,50 m²/h 2,50 m²/h 2,50 m²/h 3,50 m²/h 1,00 m²/h 0,63 m²/h
25,00 m²/dia 20,00 m²/dia 20,00 m²/dia 20,00 m²/dia 28,00 m²/dia 8,00 m²/dia 5,00 m²/dia
1p+1s 1p+1s 1p+1s 1p+1s 1pi+1s 1p+1s 1p+1s
1,00 h/m² 1,00 h/m² 0,80 h/m² 0,80 h/m² 1,59 h/m² 1,23 h/m² 0,23 h/m 0,80 h/m 0,80 h/m
1,00 m²/h 1,00 m²/h 1,25 m²/h 1,25 m²/h 0,63 m²/h 0,81 m²/h 4,38 m/h 1,25 m/h 1,25 m/h
8,00 m²/dia 8,00 m²/dia 10,00 m²/dia 10,00 m²/dia 5,03 m²/dia 6,50 m²/dia 35,00 m/dia 10,00 m/dia 10,00 m/dia
1ta+1s 1p+1s 1p+1s 1p+1s 1p+1s 1ma+1s 1p+1s 1p+1s 1ma+1s
2,27 h/uni 2,27 h/uni 2,27 h/uni 2,67 h/uni
0,44 uni/h 0,44 uni/h 0,44 uni/h 0,38 uni/h
3,52 uni/dia 3,52 uni/dia 3,52 uni/dia 3,00 uni/dia
1s+1a 1ca+1a 1ca+1a 1ca+1a
0,40 h/m² 0,40 h/m² 0,50 h/m² 1,20 h/m² 1,40 h/m² 0,90 h/m² 0,64 h/m² 1,06 h/m² 1,06 h/m² 0,27 h/m²
2,50 m²/h 2,50 m²/h 2,00 m²/h 0,83 m²/h 0,71 m²/h 1,11 m²/h 1,56 m²/h 0,94 m²/h 0,94 m²/h 3,75 m²/h
20,00 m²/dia 20,00 m²/dia 16,00 m²/dia 6,67 m²/dia 5,71 m²/dia 8,89 m²/dia 12,50 m²/dia 7,55 m²/dia 7,55 m²/dia 30,00 m²/dia
1s 1pi ------------1pi+1a 1pi+1a 1pi+1a 1pi+1a
6
Hidráulica Elétrica Peças hidráulicas
0,47 h/pto 0,89 h/pto
2,13 pto/h 1,13 pto/h
17 pto/dia 09 pto/dia
1en+1a 1e+1a
(conclusão) Serviços Tanque de louça com coluna Bacia de louça com caixa acoplada Chuveiro Vidros Vidros Limpeza final Limpeza de pisos e revestimentos Limpeza de pisos Limpeza geral * equivale a 8 horas** legenda em anexo
Índice
Produtividade
Equipe básica**
0,17 uni/h 0,17 uni/h 1,00 uni/h
Produção por dia* 1,33 uni/dia 1,33 uni/dia 8,00 uni/dia
6,00 h/uni 6,00 h/uni 1,00 h/uni 0,60 h/m²
1,67 m²/h
13,33 m²/dia
1v+1a
0,40 h/m² 0,60 h/m² 0,70 h/m²
2,50 m²/h 1,67 m²/h 1,43 m²/h
20,00 m²/dia 13,33 m²/dia 11,43 m²/dia
2s 2s 2s
1en 1en 1en
Tabela 02 – Índice/produtividade de serviços de edificações Fonte: Mattos (2010, p. 88)
Na comparação das tabelas 01 e 02, ficou evidente que alguns índices, produtividade e equipe ficaram com valores bem distintos e outros bem próximos, tornando-se necessário, em algumas atividades da Tabela 03, fazer os cálculos para dimensionar os valores de produtividade e equipe referente à realidade apresentada na região de Içara. Outro fator importante que justifica alguns valores diferenciados é a região onde se encontra a obra. Uma obra realizada em São Paulo não teria a mesma execução em Santa Catarina por diversos fatores que podem ser desde climáticos, modo de execução da obra, quantidade de pessoas na equipe, etc. Assim, o planejador poderá alterar a Tabela 03, de acordo com o ritmo de sua equipe, parceiros e colaboradores ou região onde trabalha. É necessário reforçar que em se tratando de projeto de interiores e com a falta de recurso sobre planejamento e gerenciamento nessa área, a experiência em outras obras foi fator determinante para a elaboração da Tabela 03. O item Observações da Tabela 03 traz alguns comentários que facilitarão ao planejador entender o modo de execução da atividade ou o que ela engloba. (continua) Atividades Revestimento de pisos Cerâmico/porcelanato Carpete Piso cimentado Laminado Mármore
Produção do dia 8h
Produtividade
Equipe*
Observações
15m²/dia 65m²/dia 10m²/dia 50m²/dia 07m²/dia
1,875m²/h 8,125m²/h 1,25m²/h 6,25m²/h 0,875m²/h
1p+1s ---1p+1s ---1ma+1s
---------com manta ----
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Madeira – taco Lixamento – taco
08m²/dia 25m²/dia
1,00m²/h 3,125m²/h
1ta+1s 1ta+1s
---sem sinteco
(continuação) Atividades Revestimentos de paredes Cerâmico Pastilha Chapisco grosso Emboço Reboco Massa única Forro Gesso Furação do gesso Emassamento e lixamento Esquadrias internas Madeira (porta) Marcenaria fixa Montagem no local Rodapé Madeira MDF Cerâmico Aparelhos sanitários Vaso sanitário Pia Banheira Ferragens Portas Metais Torneiras Registros e válvulas Chuveiros Pintura Emassamento e lixamento Pintura 2 demãos Raspagem pintura antiga Retoques Esmalte ou verniz Pintura esquadria de madeira Ar-condicionado Instalação do equipamento Luminotécnica Luminárias, interruptores e tomadas Alteração de pontos Hidráulico Elétrico Gás Antena (TV) Telefonia Ar-condicionado Construção
Produção do dia 8h
Produtividade
Equipe*
Observações
12m²/dia 05m²/dia 25m²/dia 20m²/dia 20m²/dia 28m²/dia
1,50m²/h 0,625m²/h 3,125m²/h 2,50m²/h 2,50m²/h 3,50m²/h
1p+1s 1p+1s 1p+1s 1p+1s 1p+1s 1p+1s
-------------------
30m²/dia 04 ptos/dia 20m²/dia
3,75m²/h 0,50ptos/h 2,50m²/h
1ge+1a 1e 1pi
----------
03uni/dia
0,375uni/h
1ca+1a
batente, porta e vistas
06m²/dia
0,75m²/h
----
peça pronta
35m/dia 30m/dia 20m/dia
4,375m/h 3,75m/h 2,50m/h
1ca+1a 1op+1a 1p+1a
Parafusado Colado Rejuntado
02uni/dia 02uni/dia 03uni/dia
0,25uni/h 0,25uni/h 0,375 uni/h
1en 1en 1 op
com tubulação com tubulação com tubulação
03uni/dia
0,375uni/h
1ca+1a
----
08uni/dia 16uni/dia 08uni/dia
1,00uni/h 2,00uni/h 1,00uni/h
1en 1en 1en
com tubulação com tubulação ----
20m²/dia 20m²/dia 30m²/dia 30m²/dia 08m²/dia 06m²/dia
2,50m²/h 2,50m²/h 3,75m²/h 3,75m²/h 1,00m²/h 0,75m²/h
1pi 1pi 1pi 1pi 1pi 1pi
------------com lixamento com lixamento
02ptos/dia
0,25ptos/h
1op
tubulação pronta
17ptos/dia
2,125ptos/h
1e+1a
Instalação
17ptos/dia 09ptos/dia 17ptos/dia 09ptos/dia 09ptos/dia 03ptos/dia
2,125ptos/h 1,125ptos/h 2,125ptos/h 1,125ptos/h 1,125ptos/h 0,375ptos/h
1en+1a 1e+1a 1op+1a 1e+1a 1op+1a 1op+1a
alvenaria e tubulação alvenaria e tubulação alvenaria e tubulação alvenaria e tubulação alvenaria e tubulação alvenaria e tubulação
8
Reforma de alvenaria
10m²/dia
1,25m²/h
1p+1s
Demolição
(conclusão) Atividades Alvenaria nova Cerâmica (piso e azulejo) Esquadrias Piso cimentado Piso – taco Concreto Limpeza Geral, revestimentos e vidros Papel de parede Colocação Vidro Colocação * Legenda em anexo
Produção do dia 8h 20m²/dia 15m²/dia 40uni/dia 10 m²/dia 10 m²/dia 05 m²/dia
Produtividade
Equipe*
Observações
2,50m²/h 1,88m²/h 5,00uni/h 1,25m²/h 1,25m²/h 0,63m²/h
1p+1s 1p+1s 1p+1s 1p+1s 1p+1s 1p+1s
até no reboco Retirada Retirada Retirada Retirada Retirada
30m²/dia
3,75m²/h
2s
----
35m²/dia
4,37m²/h
1op
----
15m²/dia
1,875m²/h
----
peça pronta
Tabela 03 – Atividades e produtividade para interiores Fonte: A autora (2012)
Para se determinar o tempo necessário para a execução de algumas atividades que são poucos usuais, existe o cálculo da duração esperada ou probabilística. Esse cálculo permite ter uma média ponderada, com grandes chances de acerto. Essa fórmula foi desenvolvida em 1957 nos Estados Unidos e com base em durações probabilísticas, chama-se técnica PERT (Program Evaluation and Review Technique). E = O + 4M + P 6 Para Mattos (2010, p. 211), “a abordagem probabilística recorre à noção de três durações: a otimista, a pessimista e a mais provável.” Ele define que a duração otimista (O) de uma atividade “é aquela que uma atividade terá se todas as condições para sua realização forem ideais. É a duração relativa ao melhor cenário.” (p . 211) A duração pessimista (P) de uma atividade “é aquela que ocorre quando existem adversidades e as coisas não andam como foram realizadas. É a duração relativa ao pior cenário.” (p . 211) E a duração mais provável (M) de uma atividade “é aquela mais plausível levando -se em conta as circunstâncias em que ela ocorre. É a duração que, em tese, ocorreria mais comumente se a atividade fosse repetida um grande número de vezes.” (p. 212).
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Como a maioria das tabelas e índices existentes é focada para a construção cívil, as seguintes fórmulas facilitarão ao planejador dimensionar a quantidade de recursos , que é o número de pessoas ou equipe necessária para executar determinada atividade; a duração das atividades, que pode ser em dias ou horas; a quantidade de serviço a ser executado (m, m², m³, etc.) e a jornada, que é a quantidade de horas trabalhadas, no caso, será considerado que um dia trabalhado equivale a 8 horas. Para saber quanto tempo irá durar certa atividade em função da equipe disponível, usando a produtividade, Mattos (2010, p. 82-83) sugere o emprego da seguinte fórmula: DURAÇÃO =
QUANTIDADE PRODUTIVIDADE x QTIDE RECURSOS x JORNADA
Já o cálculo para saber a equipe em função da duração, também utilizando a produtividade é a seguinte fórmula: QTIDE DE RECURSO =
QUANTIDADE PRODUTIVIDADE x DURAÇÃO x JORNADA
E para determinar o cálculo de horas de trabalho para definir a relação entre prazo e equipe é a seguinte fórmula: HORAS =
QUANTIDADE PRODUTIVIDADE
Com a duração e a produtividade já determinadas para cada atividade, o passo seguinte é estabelecer a sequência lógica das atividades. Algumas atividades, para serem começadas, precisam que outras sejam finalizadas, mas nem todas necessitam estar finalizadas para dar início às outras. É preciso estabelecer a sequência das atividades, a ordem em que elas ocorrem e que tipo de dependência existe entre elas. A sequência lógica das atividades do projeto recebe o nome de precedência [...] atividade predecessora é a atividade antecessora à atividade em questão. (MATTOS, 2010, p. 97).
A colocação da armação em uma forma é um exemplo de uma atividade predecessora da concretagem, pois sem a armação não se pode colocar concreto na forma. Primeiro, a armação e depois o concreto. No projeto de interior, pode-se mencionar que o emassamento e o lixamento das paredes são atividades predecessoras à pintura. Questionar essa sequência
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facilita a montagem do cronograma, para que se saiba qual atividade depende de qual atividade ou qual atividade precisa ser finalizada no começo ou no final da obra e assim por diante. Outro objetivo da pesquisa é desenvolver um cronograma da obra com base nas atividades da Tabela 01, mas com a produtividade da Tabela 03, que possibilitará ao planejador programar as atividades e suas predecessoras, dimensionar a equipe, fazer pedidos de compras, monitorar possíveis atrasos no acompanhamento da obra, etc. “O cronograma é a representação gráfica da execução de um projeto, indicando os prazos em que deverão ser executadas as atividades necessárias, mostrada de forma lógica, para que o projeto termine dentro de condições previamente estabelecidas. ” (LIMMER, 1996, p. 68). No planejamento do projeto de interiores, é necessário empregar cronogramas de diferentes programações de serviços: a programação de médio prazo, para uma visualização prática, contendo as atividades apresentadas por meses, e a programação de curto prazo, para uma situação cotidiana de organização, contendo todas as atividades e apresentada por semanas e/ou dias. Assim, o planejador consegue administrar melhor a execução das atividades, prever início e término das atividades, facilitando a inserção de novas atividades sem prejudicar o cronograma no geral. (MATTOS, 2010, p. 311). A melhor maneira e mais fácil de representação é o cronograma em gráfico ou gráfico de Gantt. Abaixo, encontra-se a Tabela 04 com os cálculos da produtividade de cada atividade, seus períodos de duração em horas e dias. Com esses dados, o cronograma já pode ser preenchido. (continua) Atividades Retirar as aberturas Quebrar as paredes Remoção das cerâmicas - paredes Alvenaria nova Alteração de pontos Ar-condicionado Elétrico Hidráulico Antena Gás Revestimento cerâmico – parede Gesso Emassamento e lixamento
Qtidade 08 uni 10,20 m² 40,23 m² 9,10 m²
Produtividade da Tabela 3 5,00 uni/h 1,25 m²/h 1,88 m²/h 2,50 m²/h
Duração em horas 1,60 h 8,16 h 21,40 h 3,64 h
04 uni 19 uni 01 uni 05 uni 01 uni 64,00 m² 39,00 m² 293,16 m²
0,375 pto/h 1,125 pto/h 2,125 pto/h 1,125 pto/h 2,125 pto/h 1,50 m²/h 3,75 m²/h 2,50 m²/h
10,67 h 16,89 h 0,47 h 4,44 h 0,47 h 42,66 h 10,40 h 117,26 h
Duração em dias 01 dia 01 dia 02 ½ dias 01 dia 04 ½ dias
05 ½ dias 02 ½ dias 07 dias*
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Revestimento cerâmico – piso Aberturas
87,50 m² 06 uni
1,875 m²/h 0,375 uni/h
46,66 h 16,00 h
06 dias 02 dias
(conclusão) Atividades
Qtidade
Pintura Marcenaria fixa Rodapé em MDF Luminárias e interruptores Ar-condicionado Retoque de pintura Aparelhos sanitários Pia Vaso sanitário Metais Chuveiro Torneiras Válvulas e registros Limpeza geral Papel de Parede * duas equipes
202,35 m² 226,80 m² 36,00 m 120 pto 04 uni 146,58 m²
Produtividade da Tabela 3 2,50 m²/h 0,75 m²/h 3,75 m/h 2,125 pto/h 0,25 uni/h 3,75 m²/h
Duração em horas 80,94 h 302,40 h 9,60 h 56,47 h 16,00 h 39,09 h
02 uni 01 uni
0,25 uni/h 0,25 uni/h
08 h 04 h
Duração em dias 06 dias* 38 dias 01 ½ dia 07 dias 02 dias 05 dias 01 ½ dias
01 ½ dias 02 uni 05 uni 12 uni 90,18 m² 48,57 m²
1,00 uni/h 1,00 uni/h 2,00 uni/h 3,75 m²/h 4,37 m²/h
02 h 05 h 06 h 24,05 h 11,12 h
03 dias 01 ½ dias
Tabela 04 – Produtividade e duração da reforma do apartamento Fonte: A autora (2012)
O cronograma mensal revela que para executar todas as atividades relacionadas precisa-se de 14 semanas úteis (de segunda a sexta-feira), no caso, três meses e meio no total. Percebe-se, também, que algumas atividades foram intercaladas com outras, pois são equipes de trabalho diferentes e que podem trabalhar juntas. Figura 01 - Cronograma mensal
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Fonte: A autora (2012)
No cronograma mensal, as atividades são vistas de uma forma geral, e os dados da obra, quem está executando, nome e telefone do profissional responsável, precisam estar presentes para a identificação da obra e o fácil contato em momentos de dúvidas. Na representação do cronograma semanal, pode-se verificar e demarcar o período de tempo que uma atividade pode dispor, além da sua duração, que seria a folga (F). No caso do atraso de uma atividade, é possível saber a quantidade de tempo ainda disponível para a
execução dela.
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Figura 02 – Cronograma semanal de janeiro
Fonte: A autora (2012)
Figura 03 – Cronograma semanal de fevereiro Fonte: A autora (2012)
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Figura 04 – Cronograma semanal de março Fonte: A autora (2012)
Figura 05 – Cronograma semanal de abril Fonte: A autora (2012)
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No cronograma semanal, no campo Observações, o planejador pode utilizá-lo para anotar quando outras atividades relacionadas aos aspectos subjetivos podem ser iniciadas. Por exemplo, quando comprar as luminárias, providenciar tecidos para cortinas, escolher as cores da pintura, etc. Poucas atividades tiveram alguma folga (F), pois deixar muitas folgas pode estender o prazo da obra. Então se subentendem que, se alguma atividade atrasar, toda obra terá o prazo de execução estendido. Após a inserção do cronograma no campo de obra, é necessário fazer o seu acompanhamento para futuros ajustes. Para um planejador iniciante, este acompanhamento servirá para aprimorar sua tabela de produtividade; conhecer o ritmo de trabalho da equipe e/ou parceiros; saber quais são as atividades mais críticas e que exigem um tempo maior de execução, com uma folga de segurança e o principal aspecto que é dimensionar melhor o tempo para a obra ficar concluída. O acompanhamento físico de uma obra é a identificação do andamento das atividades e a posterior atualização do cronograma. [...] É preciso monitorar o avanço das atividades e averiguar se o cronograma é obedecido ou se há variação entre o que foi previsto e o que vem sendo realizado. [...] uma vez apropriado o progresso das atividades, passa-se à atualização da rede, que é a reprogramação geral que falta ser feito. É nessa etapa que se ajusta o cronograma para as condições reais do andamento da obra e, como consequência, algumas atividades são “empurradas” para frente (aquelas que ficaram atrasadas) e outras “puxadas” para trás (aquelas que podem ser realizadas antes do previsto). (MATTOS, 2010, p. 285).
Limmer (1996) também confirma que o acompanhamento da obra, além de ajudar a corrigir erros cometidos, ainda permite ao planejador obter dados para seu banco pessoal de dados. Em paralelo com tudo isso é preciso coletar dados durante a execução do projeto, transformá-los em informações e com elas alimentar o sistema de controle do projeto. Comparar o que foi planejado com os resultados obtidos e, se necessário, corrigir os desvios por meio de ordens de alteração às partes envolvidas. Tais correções de desvios são feitas nos cronogramas como também nos orçamentos planejados, tantas vezes quantas forem necessárias para manter o projeto em rumo desejado. (LIMMER, 1996, p. 03).
Com base no acompanhamento, havendo necessidade de se alterar o cronograma, o planejador precisará ter cuidado com os prazos e quais consequências isso poderá afetar a
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continuidade da obra. Caso seja necessário, o correto seria reformular todo cronograma com nova situação.
3. Conclusão Os conceitos apresentados são dados resumidos da teoria do planejamento para construção cívil, entretanto existem ainda outros conceitos, fórmulas e gráficos complexos. Com a pesquisa fica evidente o porquê da pouca utilização na área de interiores. Porém, para o planejamento de interior, o que foi revisado até o momento permite ao planejador gerenciar uma obra com grandes chances de êxito. Outro aspecto importante observado durante a pesquisa é que as referências bibliográficas encontradas são direcionadas a obras da construção cívil. O planejamento destinado ao projeto de interiores ainda não tem referenciais que sirvam de base para o planejador, devido a isso existe uma grande dificuldade de interpretar quais desses conceitos são importantes e os dispor a pequenas obras ou reformas de apartamentos. O bom planejamento de uma obra evita custos adicionais com horas-extras, mobilização de pessoal e equipamentos como também extrapolar o tempo total de execução. E o tempo está diretamente relacionado ao custo. Ele causa boa impressão e inspira confiança. Esse processo ajuda também a elaboração de proposta de orçamentos com prazos mais apurados. É conveniente salientar ainda que, além de permitir uma melhoria no processo de elaboração de um orçamento, o planejador tem controle da execução da obra, pois a mesma encontra-se organizada, assim o cliente se sente seguro e satisfeito ao mesmo tempo. Enfim, considera-se que os valores relativos à produtividade e os cronogramas possam contribuir como instrumentos úteis a diversas fases do planejamento e execução da obra. De qualquer maneira, acredita-se que o uso direto ou indireto da tabela de produtividade vá criando uma crescente familiaridade com o profissional, podendo ele atualizar os valores de acordo com a produtividade das empresas ou prestadores de serviços que habitualmente o profissional tem parceria.
Referências MATTOS, Aldo Dórea. Planejamento e Controle de Obras . São Paulo: Pini, 2010. LIMMER, Carl Vicent. Planejamento, Orçamentação e Controle de Projetos e Obras . Rio de Janeiro: LTC, 1996.
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NASCIMENTO, Lúcia Moreira do. Apostila de Projeto de Interiores I – Ambiente Residencial. 2011. Disponível em:
. Acesso em: 27 fev. 2012.
Anexo Legenda das Tabelas 02 e 03: a – ajudante ca – carpinteiro e – eletricista en – encanador ge – gesseiro ma – marmorista op – operador p – pedreiro pi – pintor s – servente ta – taqueiro v – vidraceiro