Pr egandoCr i st onoAnt i go Test ame ment o I NTRODUÇÃO Ol ançame ment o,em 2006,dedoi sl i vr osdopr of essorSi dneyGr Gr ei danus pel a Edi t or a Cul t ur a Cr i st ã deu i mpor t ant e cont r i bui ção par aa di scussãosobr eapr egaçãoevangél i caem nossopaí s.Sãoel es:O :O Pr egadorCont emp mpor âneoeoText oAnt i goePr egandoCr i st oapar t i r doAnt i goTest ame ment o.El escomp mpl eme ment am eapr of undam ot r abal ho egação Cr i st ocênt r i ca,t de Br yan Chapel l ,Pr amb mbém publ i cado pel a Edi t or aCul t ur aCr i st ã,em 2002.Todosel es,em especi alosegundo, t êm como mopont ochaveapr opost adequeCr i st onãoéapenasot ema ma cent r alepr i nci paldasEscr i t ur as,masé,sobr et udo,ot emadet odaa Escr i t ur a.Assi m,segundoessesdoi saut or es,t odoser mãor eal ment e bí bl i co se desenvol ver á de f or ma a apr esent arJesus Cr i st o aos ouvi nt es.Ai nda que t alpr oposi ção par eça super di mensi onada aos ouvi doscont emp mpor âneos,essesaut or esnãoseencont r am i sol ados nahi st ór i adapr egaçãocr i st ã.Pel ocont r ár i o,el esecoam aqui l oque di sser am l umi nar esdahi st ór i adai gr ej a,i ncl ui ndoCal vi no,Lut er oe at émesmo moosapóst ol os.Gr ei danusosci t af ar t ament e. Di ant e dessa pr opost a,o ser mão bi ogr áfico no Ant i go Test ame ment o par eceserum r espei t áveldesafiopr át i coeser áof ocodopr esent e ar t i go.Pr i mei r ament ever seá,apar t i rdeum r esumodosar gument os de Gr ei danus,qualé a pr opost a her menêut i ca e homi mi l ét i ca da pr egaçãocr i st ocênt r i ca,bem comoasr azõeshi st ór i caset eol ógi cas
em sua def esa.Em segui da,di scut i r seáaf or ma de pr egação bi ogr áfica mai s comu mume ment e usada, chama mada exemp mpl ar i st a, e os pr obl ema masher menêut i cospr esent esnesset i podepr egação.Porfim, m, apr esent ar seá o model o cr i st ocênt r i co pr opost o por Gr Gr ei danus, i l ust r andosuaapl i caçãonost ext osbi ogr áficos.
1.A Pr opost a e as Razões da Pr egaçãoCr i st ocênt r i ca [ i r emosdi vi di ressaseçãoem duaspar t es.Nest apr i mei r a,vocêver áo t est emu munhodasEscr i t ur asenasema manaquevem ot est emu munho h i s t ó r i c o ] “ Deus,assi m,cumpr i uoquedant esanunci ar aporbocadet odosos pr of et as:queoseuCr i st ohavi adepadecer… Di sse,naver dade Moi sés… Et odosospr of et as,acome meçarcom Samu muel ,assi m como mo t odosquant osdepoi sf al ar am,t ambém anunci ar am essedi as”( At 3.18,22,24) Ar gume ment ando sobr ear azão pel a qualos pr egador es moder nos dever i am pr egaraCr i st o,Gr ei danusescr evequef oiessaaor dem que os di scí pul os r eceber am do pr ópr i o Jesus em sua despedi da ( Mt 28. 19, 20) ,oquemai st ar def oir ecor dadoporPedr o:“ E nosmandou pr egaraopovoet est i ficarqueel eéquem f oiconst i t uí doporDeusJui z devi vosedemor t os”( At10. 42) .Vêseomodocomo moPedr or eal i zou essemandat oem suacont undent eafir maçãonoser mãoàpor t ado porbocade p t emp mpl o:“ Deus,assi m,cump mpr i uoquedant esanunci ar a t odosospr of et as:queoseuCr i st ohavi ade padecer… Di sse,na ver dadeM Mo oi sés… Et odosospr of et as,acome meçarcom Samu muel ,assi m
em sua def esa.Em segui da,di scut i r seáaf or ma de pr egação bi ogr áfica mai s comu mume ment e usada, chama mada exemp mpl ar i st a, e os pr obl ema masher menêut i cospr esent esnesset i podepr egação.Porfim, m, apr esent ar seá o model o cr i st ocênt r i co pr opost o por Gr Gr ei danus, i l ust r andosuaapl i caçãonost ext osbi ogr áficos.
1.A Pr opost a e as Razões da Pr egaçãoCr i st ocênt r i ca [ i r emosdi vi di ressaseçãoem duaspar t es.Nest apr i mei r a,vocêver áo t est emu munhodasEscr i t ur asenasema manaquevem ot est emu munho h i s t ó r i c o ] “ Deus,assi m,cumpr i uoquedant esanunci ar aporbocadet odosos pr of et as:queoseuCr i st ohavi adepadecer… Di sse,naver dade Moi sés… Et odosospr of et as,acome meçarcom Samu muel ,assi m como mo t odosquant osdepoi sf al ar am,t ambém anunci ar am essedi as”( At 3.18,22,24) Ar gume ment ando sobr ear azão pel a qualos pr egador es moder nos dever i am pr egaraCr i st o,Gr ei danusescr evequef oiessaaor dem que os di scí pul os r eceber am do pr ópr i o Jesus em sua despedi da ( Mt 28. 19, 20) ,oquemai st ar def oir ecor dadoporPedr o:“ E nosmandou pr egaraopovoet est i ficarqueel eéquem f oiconst i t uí doporDeusJui z devi vosedemor t os”( At10. 42) .Vêseomodocomo moPedr or eal i zou essemandat oem suacont undent eafir maçãonoser mãoàpor t ado porbocade p t emp mpl o:“ Deus,assi m,cump mpr i uoquedant esanunci ar a t odosospr of et as:queoseuCr i st ohavi ade padecer… Di sse,na ver dadeM Mo oi sés… Et odosospr of et as,acome meçarcom Samu muel ,assi m
como mot odosquant osdepoi sf al ar am,t amb mbém anunci ar am essedi as” ( At3. 18, 22, 24 – gr i f os meus) .Paul of oicomi ssi onado i gual ment e segundo as pal avr as do Senhora Anani as:“ est e é par a mi m um i nst r ume ment oescol hi do par al evaromeu nomeper ant eosgent i ose r ei s,bem comoper ant eosfil hosdeI sr ael ”( At9. 15) .Di ant edor ei Agr i pa, Paul o descr eve o modo como mo a t i nha cump mpr i do: “ Mas, al cançandosocor r odeDeus,per maneçoat éaodi adehoj e,dando zendo,senão t est emu munho,t ant oapequenoscomoagr andes,nadadi oqueospr of et as eMo Moi sésdi sser am haverdeacont ecer ,i st oé,queo Cr i st odevi apadecere,sendoopr i mei r odar essur r ei çãodosmo mor t os, anunci ar i aal uzaopovoeaosgent i os”( At26. 2223–gr i f osme meus) . Tant onodi scur sodePedr ocomo monodePaul o,devesenot araênf ase dequet odooAnt i goTest ame ment oanunci aaJesuseasal vação.Tal at i t udenãodever i asur pr eender ,umavezquef oii ssomesmo mooqueos di scí pul osvi r am Jesusf azer .Nasi nagogadeNazar é,Jesusl euI saí as 61. 12,umar ef er ênci aaoAnodoJubi l eu( Lv25. 855) ,edecl ar ou: “ Hoj esecumpr i uaEscr i t ur aqueacabai sdeouvi r ”( Lc4. 1821) .E quando cami mi nhava com osdi scí pul osque i am aEmaúsfir mou:“ Ó nésci os e t ar dos de cor ação par a cr ert udo o que os pr of et as odos os di sser am! m! … E,come meçando porMo Moi sés,di scor r endo port rt espei t o const avaem t pr of et as, expunha o que a seu r odas as Escr i t ur as”( Lc24. 25, 27–gr i f osmeus) .Fi cacl ar oqueosapóst ol os apr ender am com Jesusquenãoapenascer t aspassagensdoAnt i go Test ame ment ot est emu munhavam acer ca del e,ma mas que t odo o Ant i go Test ament oof azi a.Gr ei danusconcl ui : Poresse br eve r esumo mo do Novo Test ame ment o,fica cl ar o que os apóst ol os e evangel i st as pr egavam Cr i st o a par t i r do Ant i go
Test ament o.Fi cat ambém cl ar oqueel esof azi am com i nt egr i dade, por quecr i am queoAnt i goTest ament oser ef er i aaCr i st o.Fi nal ment e, é evi dent e que el es apr ender am esse ent endi ment o cr i st ol ógi co do Ant i goTest ament odopr ópr i oJesus,poi sJesusnãosómodel ouem suavi daocumpr i ment odoAnt i goTest ament o,comot ambém ensi nou “ ascoi sasqueaseur espei t oconst avam em t odasasEscr i t ur as”( Lc 24.27).
1.A PROPOSTA E AS RAZÕES DA PREGAÇÃO CRI STOCÊNTRI CA Nahi st ór i adai gr ej adeveserl embr adaabem conheci damáxi made Agost i nho:“ NoAnt i goTest ament ooNovoél at ent e;noNovo,oAnt i go é pat ent e” . El e escr eveu que há si gni ficados escondi dos nas Escr i t ur as di vi nas que devem seri nvest i gados da mel horf or ma possí vel ,mas sempr e com a cer t eza de que t odos os event os hi st ór i coseanar r at i vadel essãodeal gumaf or maapr efigur açãode event osf ut ur osedevem seri nt er pr et adossoment ecom r ef er ênci aa Cr i st oesua i gr ej a. Avançando par aaRef or ma encont r aseLut er o afir mandoconvi ct ament equeot est emunhodeCr i st oéocr i t ér i onão soment epar aaboapr egação,mas,ant esdet udo,par aaaval i ação dosl i vr osbí bl i cos.El eescr eveu:“ Em t odaaEscr i t ur anãohánadaa nãoserCr i st o,em pal avr assi mpl esoupal avr ascompl i cadas” .“ Se ol har mos seu si gni ficado i nt er i or ,t oda Escr i t ur a é soment e sobr e Cr i st o em t odo l ugar ,ai nda que super fici al ment e possa par ecer
di f er ent e. ”Par acompr eenderessesi gni ficadoi nt er i or ,Lut er opr ocur a l ero Ant i go Test ament oàl uz do Novo. Ai nda que não sej at ão enf át i co quant o à abr angênci a, Cal vi no dei xa cl ar o o seu ent endi ment o acer ca da i mpor t ânci a de buscaro conheci ment o de Cr i st onoAnt i goTest ament o: … nós devemos l eras Escr i t ur as com o expr esso pr opósi t o de encont r arCr i st o nel a.Quem querque se desvi e desse pr opósi t o, embor apossaf at i gar seport odaasuavi danoapr endi zado,nunca al cançar áoconheci ment odaver dade;poi squesabedor i apodemos t ersem asabedor i adeDeus?… PorEscr i t ur as,ésabi do,aquisequer di zero Ant i go Test ament o;poi s não f oino Evangel ho que Cr i st o pr i mei r ocomeçouasermani f est ado,mas,t endor ecebi dot est emunho daLeiedosPr of et as,el ef oiaber t ament eexi bi donoEvangel ho. Cal vi noobser vaqueacompr eensãosobr eCr i st onãoét ãocl ar ano Ant i go Test ament oquant oénoNovo,masi ssonãosi gni ficaque o t est emunhodeCr i st onãoest ej apr esent eesufici ent ement ecl ar oaos que buscam porel e.Par a Cal vi no,Cr i st o est á pr esent e no Ant i go Test ament odet r êsf or mas:comooet er noLogos,comopr omessae comot i pos,i magensefigur as.Gr ei danusapont aquenãohádúvi da dequeCal vi nocr i apr of undament enapr esençadeCr i st onoAnt i go Test ament o,masdest acaque,poral gumar azão,el enãodemonst r a sent i r seobr i gadoadest acaressapr esençaem t odoser mão.Def at o, a mai or i a dosser mõesde Cal vi no sobr e o Ant i go Test ament o são mai sbem descr i t oscomot eocênt r i cos.
A despei t odet odaessa r ef er ênci a,asegui nt ei l ust r açãoci t adapor Spur geonnospar ecepordemai schocant e. Um j ovem t i nhapr egadonapr esençadeum r espei t ávelt eól ogo,eao finalf oiat é o vel ho mi ni st r o e di sse:“ O que você achou do meu ser mão?” .“ Um ser mãomui t opobr edef at o” ,el edi sse.“ Um ser mão pobr e?” , di sse o j ovem, “ el eme cust ou um l ongo t empo de est udo” .“ Si m,di sso eu não duvi do” .“ Porquevocê não acha que mi nha expl anação do t ext o é mui t o boa?” .“ Oh,si m, ”di sseovel ho pr egador ,“ é mui t o boa de f at o” …“ Di game por que você o consi der aum ser mão pobr e?”“ Por que, ”di sse el e,“ não há Cr i st o nel e” .“ Bem” ,di sse oj ovem,“ Cr i st o não est ava no t ext o;nós não devemospr egarCr i st o sempr e,nósdevemospr egaroque est á no t ext o” .Ent ão o i doso di sse:“ Você nãosabe,r apaz,que de cada ci dade,cadavi l aouvi l ar ej onaI ngl at er r a,ondequerqueest ej a,há uma est r adapar a Londr es? … Da mesma f or ma em cadat ext oda Escr i t ur a,há uma est r ada… par a Cr i st o.E meu car oi r mão,seu t r abal hoé,quandochegaraum t ext o,di zer :‘ Ent ão,qualéaest r ada par aCr i st o?’eent ãopr egaroser mão,per cor r endoaest r adaat é… Cr i st o.E… eu nunca encont r eium t ext o que não possuí sse uma est r ada par a Cr i st o,e ai nda que eu ache um que não t enha uma est r adapar aCr i st o,euf ar i auma;eupassar i aporci madecer case val as,maseu chegar i a a meu Mest r e,poi sum ser mão não pode f azernadadebom amenosquet enhaoper f umedeCr i st onel e Essai l ust r açãonãodeveserent endi da comoseat ar ef ade pr egar Cr i st oem t odososser mõesdevesseserexecut adaaqual querpr eço, i ncl usi ve daquel as nor mas de i nt er pr et ação que são pr ezadas por
mant er em ospr egador esfiéi saoensi nopr opost opel ot ext o.Por ém, i sso deve serf ei t o como expr essão da convi cção de que essas nor masl evar ão ao t est emunho de Cr i st o.A quest ão quesei mpõe, por t ant o,éseépossí velserfielaosi gni ficadodot ext o,um bal uar t e domét odogr amát i cohi st ór i co,e,aomesmot empo,i mi t arosí cones do passado que pr egavam soment e Cr i st o. Por out r o l ado, consi der ando o t est emunho do Novo Test ament o e da hi st ór i a,é pr eci soquest i onarseospr egador escont empor âneost êm si dofiéi sao si gni ficado do t ext o do Ant i go Test ament o se,ao cont r ár i o do que di sser am Jesuse osapóst ol os,não per cebem o modo como esse t ext ot est emunhadeCr i st o.Gr ei danuscol ocaaquest ãodasegui nt e f or ma: O queéi mpor t ant epar aospr egador escont empor âneoséosegui nt e: seoAnt i goTest ament or eal ment eevi denci aCr i st o,ent ãosósomos pr egador esfiéi squandof azemosj ust i çaaessadi mensãoem nossa i nt er pr et açãoepr egaçãodoAnt i goTest ament o.A t r agédi aest áem que a exegese hi st ór i ca cont empor ânea,que pr ocur a com t ant o empenho r ecuper ar o si gni ficado or i gi naldo Ant i go Test ament o, ger al ment ei gnor a essa di mensão.Embor a Cr i st o sej ar et r at ado no Ant i goTest ament o,pr egador escr i st ãosat uai smui t asvezesdei xam denot ál o. Evi dent ement e a ampl i t ude do t ema nos i mpede de t r at ardessa quest ão sem i mpor l he l i mi t es.Par a est e est udo f oisel eci onada a pr egaçãobi ogr áficaporserum aspect or azoavel ment eespecí ficoda pr egação no quala quest ão da pr egação cr i st ocênt r i ca adqui r e evi dent ei mpor t ânci a.Ser á bast ant e expl or ado um ant i go l i vr o do
pr of essorGr ei danus,Sol a Scr i pt ur a – Pr obl ems and Pr i nci pl es i n Pr eachi ngHi st or i calText s,ondeel eexpõeumacont r ovér si a ocor r i da naI gr ej aRef or madaHol andesasobr eoqueel edenomi nou“ pr egação exempl ar i st a” .Col ocandodemanei r asi mpl es,“ adi sput aer aqueos pr egador es sobr e os t ext os hi st ór i cos apr esent avam as pessoas menci onadas nos t ext os como model os a ser em i mi t ados,como exempl osaser em segui dos–daíot er mo‘ pr egaçãoexempl ar i st a’ . ” Pr egaçãobi ogr áficaepr egaçãoexempl ar i st anãosãoamesmacoi sa, masser ãot r at adasem cor r el açãoporserper cept í vel ,comosever á na pr óxi ma seção,que a pr egação bi ogr áfica de nossos di as é pr edomi nant ement e exempl ar i st a.O i nt ui t o finalser á,ent ão,pr opor umaabor dagem cr i st ocênt r i capar aosser mõesbi ogr áficos.
APREGAÇÃO BI OGRÁFI CA 2. EXEMPLARI STA 2. 1. Defini çãoecar act er í st i caspr i nci pai s Encont r asenosi t edaAl i ançaBí bl i caUni ver si t ár i aumadefini çãoque i l ust r a cl ar ament e o que é o ser mão bi ogr áfico exempl ar i st a:“ O ser mãobi ogr áficoéum t i poespecí ficodeser mãoquet em porobj et i vo expora vi da de al gum per sonagem bí bl i co como model o de f ée exempl odecompor t ament o” .Kol l eri ndi caqueoser mãobi ogr áficoé aquel e que “ é const r uí do em t or no de uma pessoae não de uma ver dade cent r al ” .Ll oyd Per r y expl i ca que a bi ogr afia t r at a pr i mei r ament e de pessoase i nci dent al ment e de event os,enquant o
que na hi st ór i a a ênf ase se i nver t e.Assi m,o ser mão bi ogr áfico é aquel equel i dacom per sonagensbí bl i cosecom osevent osdosquai s el es são pr ot agoni st as.Vêse f aci l ment e que gr ande par t e das nar r at i vasdasEscr i t ur aspodeser vi raesse pr opósi t o,det alf or ma que,vi st aassi m,est apodet or nar seumai mpor t ant ef ont edemat er i al par aopr egador .Per r ydi z,com cer t oexager o,queháum supr i ment o i nexaur í vel de mat er i al bí bl i co par a a pr egação de ser mões bi ogr áficos,apont ando que há 2. 930 di f er ent es per sonagens na Escr i t ur a. Per r yapont aosbenef í ci osdapr egaçãobi ogr áfica: Pr egarsobr eper sonagensdaBí bl i adáaomi ni st r oaopor t uni dadede apr esent ardemanei r acl ar aoequi val ent emoder nodaexper i ênci ade um per sonagem bí bl i co.O usodesset i podet emasubj et i voaj udaa t or nara Escr i t ur a ví vi da com pessoas que enf r ent ar am si t uações r eai s,ecom cuj asvi das,di ficul dades,esper ançaser el aci onament os Deusest evei medi at ament eocupadoei nt i mament eenvol vi do. Par ael e,oser mãobi ogr áficoéumaexcel ent emanei r adedemonst r ar ar el evânci a cont empor ânea dasEscr i t ur as.Gr ei danusobser vaque essa abor dagem é f r ut o da buscados homens porsi gni ficado nos event os passados, pel ar el evânci a da hi st ór i a, daí seu apel o uni ver sal .Kol l erobser vaqueapr egaçãosobr eper sonagensbí bl i cos sej at al vez“ omodomai sf áci lde pr egaraBí bl i a,oquet em mai or pr obabi l i dade de at r ai raspessoasepr endersua at enção,eoque mai spr ovavel ment eser ál embr ado” .Não éàt oa queaabor dagem exempl a-r i st adapr egaçãobi ogr áficaét ãodi f undi da.
Gr ei danusapont aqueCl ement e,opaidai gr ej a,j áusaval ar gament e aabor dagem exempl ar i st a.Cl ement evi aaBí bl i acomoum “ l i vr ode model osét i cos” .Havi abonsmodel os,di gnosde i mi t ação,comoos pat r i ar cas,Moi sés,Jó,Raabe,Davi ;emausexempl os,cuj asat i t udes devem serevi t adas,comoCai m,aesposadeLóeEsaú. Just i noMár t i rr el at aqueospr egador esgost avam deescol herum t ext o hi st ór i coeexor t arosouvi nt esasegui robom exempl oapr esent ado. NaI dadeMédi aapr egaçãodoAnt i goTest ament oer ar ecomendada por que “ suas hi st ór i as f asci navam as pessoas e espel havam suas vidas”. At émesmoLut er oeCal vi nonãodei xar am deseri nfluenci adospel a abor dagem exempl ar i st a. Reu ci t a Lut er o: “ Est a é a cor r et a compr eensão de t odo o Ant i go Test ament o–t erem ment e os admi r ávei s di t os dos pr of et as acer ca de Cr i st o,compr eender e obser varosexempl osadmi r ávei s,eusarasl ei sdeacor docom nosso bom pr azere t or nál as em nosso benef í ci o” .De acor do com Reu, nest aquest ão al go semel hant epode serapont adosobr eZuí ngl i oe Cal vi no:“ Osser mõesde Zuí ngl i o,e especi al ment e os de Cal vi no, sobr e o Ant i go Test ament ot êm as segui nt es car act er í st i cas em comum com aquel esdeLut er o:el esapr esent am ossant osdoAnt i go Test ament o como exempl osde padr ão e adver t ênci a…” .De acor do com Huyser : Todosospr egador essubseqüent esdet r adi çãor ef or mada–l ut er anos or t odoxos,cal vi ni st as,pur i t anos,pi et i st as,met odi st as e bat i st as – andar am nospassosdeLut er oeCal vi no… El esvi r am,nãosoment e
comoseudi r ei t o,mast ambém comoseusagr adodever …i nt er pr et ar e apl i cara hi st ór i a bí bl i ca de uma manei r a“ exempl ar i st a”e assi m est abel eceral i nhadesdeopassadoat éopr esent e. Br aga expl i ca assi m o pr ocesso de conf ecção de um ser mão bi ogr áfico:“ Começando com uma passagem um t ant o ext ensa que t r at edeum per sonagem bí bl i co,podemospr ocur arout r asr ef er ênci as a essa pessoa e f or marum quadr o par a um esboço de ser mão bi ogr áfico” . Deacor docom Per r y,ar euni ãodomat er i alpar aoser mãodevei ncl ui r uma pesqui sa sobr e o si gni ficado do nome do per sonagem,sua hi st ór i af ami l i ar ,cr i sesr el i gi osasousecul ar esqueenf r ent ou,ami zades quedesenvol veu,f al t asef al hasquepossam ser vi rdeadver t ênci a, suascont r i bui çõespar asuaépocaepar aapost er i dade.El ei ndi ca que o pr egadordeve est arat ent o às i dei as que t ai si nf or mações possam suger i rebuscarat enderaodesej odacongr egaçãoporuma l i ção da vi da doper sonagem que sej a pessoal ,i ndi cat i vaepr át i ca par asuavi dadi ár i a.El eadi ci onaquei nf or maçõesext r abí bl i cassobr e oper sonagem podem seri nt er essant eseque est aéumaespeci al opor t uni dade par a o uso da i magi nação par a ampl i ficaros r el at os bí bl i cos, uma vez que el a é necessár i a par a dar vi da ao per sonagem.Na exposi ção do ser mão Kol l er r ecomenda duas abor dagens:1.Cont aseahi st ór i adaquel avi da,i ndi candoem cada f ase um pont o pr i nci pal ,segui do da l i ção der i vada;ou 2.Pr i mei r o est abel ecemse as l i ções,como pont os pr i nci pai s,e ent ão esses pont ossãodesenvol vi doscom mat er i alder i vadodahi st ór i a.
Ei s al guns exempl os de ser mões bi ogr áficos ext r aí dos do l i vr o de Br aga: 1)DePecador aaSant a–sobr eRaabe 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Seupassadot r ági co:Js2. 1;Hb11. 31;Tg2. 25 Suaf éem Deus:Hb11. 31 Suaobr adef é:Js2. 16;Tg2. 25 Seut est emunhobendi t o:Js2. 913 V.Suai nfluênci amar avi l hosa:Js2. 1819;6. 2223,25 Suapost er i dadenobr e:Mt1. 5;cf .Rt4. 2122
2)FéVi va–sobr eRaabe 1. 2. 3. 4. 5.
Umaf équesal va:Hb11. 31 Umaf équeoper a:Js2. 16;Tg2. 25 Umaf équet est i fica:Js2. 913 maf équei nfluenci a:Js2. 1819;6.2223,25 Um f équedáf r ut osper manent es:Mt1. 5;cf .Rt4. 2122
3)O Pr eçodoMundani smo–sobr eLó 1. 2. 3.
El eescol heuseumododevi da:Gn13. 113. El eper si st i uem suapr ópr i aescol ha:Gn14. 116;2Pe2. 68. El esof r euasconseqüênci asdesuaescol haer r ada:Gn19. 138
4)GanhoouPer da:AEscol haéNossa–sobr eLó 1. •
•
2.
Podemosescol hernossomododevi da.
Fazendo nossos pr ópr i os pl anosi ndependent ement e de Deus,comoLó:Gn13. 113 Nãol evandoem consi der açãoasassoci açõesaqueesse t i podevi danospossal evar ,comoLó:Gn13. 1213,2Pe2. 68 Podemosper si st i rem nossopr ópr i oest i l odevi da.
Nãodandoouvi dosàvozdaconsci ênci a,comoLó:2Pe
•
2 . 6 8 •
3.
Não dando ouvi dos às adver t ênci as que Deus gr aci osament enosf az,comoLódepoi sdesersal voporAbr aão: Gn14. 116 Devemossof r erasconseqüênci asdenossai mpi edade.
•
•
Medi ant eapossí velper da de t udo oqueconsi der amos pr eci oso,comoLó:Gn19. 1516,3035 Medi ant eaper dadenossopr ópr i ocar át er ,comoLó:Gn 19. 1,68,3038
Tendo qual i ficadoapr oposi ção do ser mão bi ogr áficoexempl ar i st ae apr esent ado exempl osde seu uso,épr eci soagor a anal i sál o mai s si st emat i cament e.
2.A PREGAÇÃO EXEMPLARI STA
BI OGRÁFI CA
2. 2.Obj eções ao uso do ser mão bi ogr áfico exempl ar i st a Gr ei danusnol i vr oSol aScr i pt ur aapr esent aumasér i edeobjeçõesao uso do ser mão bi ogr áfico exempl ar i st a.Aquisão apr esent adas as quat r o mai s cont undent es:seu car át erant r opocênt r i co,o desvi o her menêut i co e a banal i zação da Escr i t ur a que pr omove e o est abel eci ment odepar al el osf al sosouer r ôneos. 2. 2. 1.Éant r opocênt r i co Esse t i po de ser mão t em cl ar ament e o pr opósi t o de exor t aros ouvi nt esai mi t arosbonsexempl oseevi t arosmausexempl os.Al go dot i po“ sej acomo”ou“ nãosej acomo” .J.Doumaj ust i ficaassi m esse t i podepr egação:
Nossos pai s sabi am mui t o bem que a hi st ór i ar edent i va é uma est r ut ur auni ficadacom Cr i st oem seucent r o,masel esai ndasent i amsel i vr espar at r at arsepar adament e( usandoosdadosbí bl i cos)cer t as pessoasdescr i t asnaEscr i t ur a,descr evêl aspsi col ogi cament e,f al ar deseusconfli t osedesafios,suasf or çasef r aquezas,eent ão,t r açar par al el osent r easexper i ênci asdossant osbí bl i coseosconfli t osdos cr ent es hoj e.Sem qual querhesi t ação nossos pai s exal t ar am as vi r t udesdosper sonagensbí bl i coscomoum exempl opar at odos,mas t ambém seuspecadosef r aquezascomoadver t ênci a. Ai nda assi m Gr ei danus apont a que t ai s ser mões pr omovem o desl ocament oda“ cent r al i dadedeDeus,nal i t er at ur abí bl i ca,par aa cent r al i dade,no ser mão,dosper sonagenshumanos” .Tai sser mões são ant r opocênt r i cos.Podem se desenvol ver t r anqui l ament e sem j amai smenci onaraCr i st o.E ai ndaqueDeuseJesusCr i st osej am menci onados,aat ençãodosouvi nt esédi r eci onada par ao que os homensfizer am.Chapel lobser vaque há,porcer t o,aspect os el ogi ávei s de car át er em mui t as figur as bí bl i cas,por ém aEscr i t ur apar ecet omarmui t ocui dadoem demonst r ar quãopr of undament esedet ur pout odaar açahumanapar aquet odos r econheçam adependênci adeCr i st opar aasal vação,sant i ficaçãoe vi t ór i aespi r i t ual[ …]Pr egaçãoexposi t i vafielaoi nt ent odaEscr i t ur a j amai sse espant a dosdef ei t osdossant osda Bí bl i a,nem al ar dei a suas f or ças à par t e do socor r o di vi no que t or na Deus o supr emo vi t or i osodecadapassagem.
Agl ór i adohomem éexal t adaquandoosouvi nt essãoi nst adosaagi r com a mesma compet ênci a espi r i t ualcom que agi r am os bons per sonagensbí bl i cosouat ermai scompet ênci aespi r i t ualquet i ver am osmausper sonagens.Essedesvi opodeservi st onesseser mãode Spur geonbaseadoem Mar cos16. 1420eLucas23. 612: I .Pont osposi t i vosdocar át erdeHer odes. 1.
Embor anãot i vessej ust i ça,honest i dadeepur eza,cont udoel epossuí aum pouco der espei t opel avi r t ude:Mc6. 1420. 2. El epr ot egeuJoãoBat i st aporcausadaj ust i çaesant i dadedest e:Mc6. 20. 3. El egost avadeouvi rJoãoBat i st a:Mc6. 20. 4. Suaconsci ênci a,evi dent ement e,sof r eugr andei nfluênci adamensagem deJoão: Mc6. 20.
I I .Fal hasdocar át erdeHer odes. 1.
Embor ar espei t asseaJoãoBat i st a,nãosevol t oupar aoMest r edeJoão:Mc6. 1720. 2. Nãoamouamensagem queJoãoenvi ou:Mc6. 1720. 3. Embor afizessemui t ascoi sascomor esul t adodamensagem deJoão,per maneceu sobai nfluênci adopecado:Mc6. 2126. 4. Mandoumat arohomem aquem r espei t ava:Mc6. 2627. 5. AcabouzombandodoSal vador :Lc23. 612.
A menção de Jesus é absol ut ament e secundár i a.O que est á em quest ãoéapenasanossacapaci dadedeagi rmel hordoqueHer odes em al gumasi t uaçãoexi st enci alquesej asemel hant eàapr esent adano ser mão.Par a Chapel l“ uma mensagem que mer ament e def ende a mor al i dadeeacompai xãoper manecenacondi çãodemensagem não i nt egr al ment ecr i st ã,mesmoqueopr egadorsej acapazdepr ovarque a Bí bl i a exi ge t ai sensi nament os” .A mensagem cr i st ã é subver t i da pel ai gnor ânci adacor r upção da pecami nosi dade dohomem epel a negl i gênci a da gr aça de Deus que t or na a obedi ênci a possí vele acei t ável .É ver dade que mui t os desses ser mões pr ocur am
concent r ar senohomem em suar el açãocom Deus,masai ndaassi m sãopr i mar i ament eant r opocênt r i cos. Afinal ,nenhum t ext obí bl i covi saensi naroque podemosf azerpar a quenost or nemoscompl et osouacei t ávei saDeuspornossasobr as, nem apr esent arapi edadecomoum pr odut ohumano.
2.A PREGAÇÃO EXEMPLARI STA
BI OGRÁFI CA
2. 2.Obj eções ao uso do ser mão bi ogr áfico exempl ar i st a Gr ei danusnol i vr oSol aScr i pt ur aapr esent aumasér i edeobjeçõesao uso do ser mão bi ogr áfico exempl ar i st a.Aquisão apr esent adas as quat r o mai s cont undent es:seu car át erant r opocênt r i co,o desvi o her menêut i co e a banal i zação da Escr i t ur a que pr omove e o est abel eci ment odepar al el osf al sosouer r ôneos. 2. 2. 2.Al t er aof ocoher menêut i co Tai sser mõespr omovem ai nda,dent r odopr ocessoher menêut i co,o desl ocament odabuscadopr opósi t odoaut oraor egi st r aranar r at i va par aacr i at i vi dadedopr egadoraoi nt er pr et ál a.A ar gument açãode Er nest Best , demonst r ada por Gr ei danus, é par t i cul ar ment e i nt er essant eaqui :
… a mai orpar t e do mat er i alacer ca dosper sonagensbí bl i cos “ f oi r egi st r ada par a um pr opósi t o di f er ent e de nos dari nf or mação a r espei t o da pessoa em par t i cul ar ”[ …]“ Osi nci dent es,nos quai sas f r aquezas de Pedr o são most r adas, não est ão r egi st r ados, pr i mar i ament e,par anosf al aracer cadasf r aquezasdePedr o,masdas mi ser i cór di asdeDeus,queoper doou” .Dessaf or ma,ar gument aBest , “ asel eçãodei nci dent esquet emosdadoacer cadePedr ot em si do domi nada porum i nt er esse di f er ent e do car át erde Pedr o em si mesmo.Por t ant o,ét ol i cenossausaressesi nt er essespar aconst r ui r umai magem docar át erdePedr oe,ent ão,pr ossegui reapl i cál aaos homensem ger al .Em vezdi sso,dever í amosusarosi nci dent esdas f r aquezasde Pedr opar aar gument arem f avorda mi ser i cór di aeda f or çadeDeus” . Gr ei danusar gument aquet aluso,queel echamademor al i st a,dest r ói o pr opósi t o da Bí bl i a e o subst i t ui pel a agenda do pr egador . Kr ommi nga sust ent a que “ o mor al i smo f aci l ment e negl i genci aa i nt ençãodoaut oreai nt ençãodi vi naem nar r arum dadoevent oou per mi t equeai nt ençãodesempenheum papelsoment esecundár i ona apl i cação da mensagem à vi da” .Schi l derapr esent a um exempl o cont undent econt andoquenaPáscoaseouvi am ser mõesem queas figur asaor edordeCr i st or ecebi am at ençãopr i már i a.El esf al avam dos confli t osi nt er nos,conf or t osecor açõesendur eci dosdeJudas,Pedr o, Pi l at os,Mar i a,et c. ,enquant oqueoqueCr i st of ez,opor quêDeust er l evadoseuFi l hoàquel aexper i ênci aeoqueJesusexper i ment ouem e at r avés das ações daquel es per sonagens er a esqueci do.Hoekst r a apont ouum dosmai or est emasdacont r ovér si adesuaépoca:“ Nossa
pr egaçãonãodeveserapr egaçãodePedr ooudeMar i a,masdeve serapr egaçãodeCr i st o” .O exempl odeSchi l derébast ant eevi dent e, masHol wer daafir maqueel eévál i dopar at odaaEscr i t ur a: A Bí bl i anãocont ém mui t ashi st ór i as,masumahi st ór i a–ahi st ór i a úni cadar evel açãoconst ant eecont í nuadeDeus,ahi st ór i aúni cada obr ar edent i vaesempr epr ogr essi vade Deus.E asvár i aspessoas r ef er i dasnaBí bl i at êm seupr ópr i ol ugarpecul i arnessahi st ór i aúni cae o seu pecul i arsi gni ficado par a el a.Nós devemos,por t ant o,t ent ar ent endert odososacont eci ment osem suar el açãoum com oout r o, em suacoer ênci acom ocent r odahi st ór i ar edent i va,JesusCr i st o. Gr ei danusr econhece que esse é um i deal ,um obj et i vo ai nda por al cançar ,masapont aque essaéumadi scussãosobr ecomoesse obj et i vopodeseral cançado.Aquest ãot ambém “ nãoépr i mar i ament e seasver dadesapr esent adassão bí bl i cas,masseessasver dades sãor eal ment er evel adasnot ext odapr egação” .El et ambém obser va queoquesequest i onanãoéousodei l ust r açõesnoser mão,nem a possi bi l i dade de r et i r ari l ust r açõesda Escr i t ur a,massi m o uso da Escr i t ur apr i mar i ament ecomoumaf ont edei l ust r ações. Ou sej a,se o pr opósi t o dasnar r at i vasbi ogr áficasé i l ust r ara vi da cr i st ã e se a pr át i ca de est abel eceruma cor r el ação di r et a ent r eo per sonagem bí bl i coeacongr egaçãoécoer ent ecom anat ur ezado t ext obí bl i co.Angl adaexpõeamat ér i adasegui nt ef or ma: O pr i ncí pi o cr i st ol ógi co ou cr i st ocênt r i co r ef or mado de i nt er pr et ação dasEscr i t ur asafir maqueCr i st oéachavepar aai nt er pr et açãoda Bí bl i a,por quant ot odael a,i ncl usi veoAnt i goTest ament o,ser ef er ea
el e,se concent r a nel e e dá t est emunho del e.O Ant i go e o Novo Test ament oapr esent am doi sat osdeumamesmahi st ór i aescr i t apor Deus,quet em Cr i st ocomopr i nci palpr ot agoni st a.Di fici l ment esepode compr eenderosi gni ficadodeumacenadessahi st ór i aouol ugarde out r os pr ot agoni st as ou ant agoni st as,i nt er pr et andoos à par t e dos seus l ugar es e papéi s no enr edo e das suas r el ações com o pr ot agoni st a pr i nci pal .[ …]o cont eúdo da Bí bl i a não consi st e em nar r at i vasdeevent osal eat ór i osousel eci onadosat r avésdecr i t ér i os pol í t i cos, econômi cos, i deol ógi cos ou soci ai s. Consi st e,si m, na hi st ór i adosat osdeDeuscom vi st asàr eal i zaçãoeconsumaçãodo pl anodar edençãopormei odeCr i st o. Hol wer daadmi t equeum per sonagem bí bl i copodeserusadocomo i l ust r açãocomoqual querout r oper sonagem dahi st ór i a,mas,umavez queum t ext oéescol hi docomot ext obasedoser mão,el edeveser t r at ado de acor do com sua pr ópr i a nat ur eza e não mai s como i l u s t r a ç ã o . 2. 2. 3.Fr agment aebanal i zaot ext obí bl i co Em decor r ênci adot ópi coant er i or ,deveseapont arqueapr egação bi ogr áfica exempl ar i st af r agment ai ndevi dament eot ext o bí bl i co e o banal i za.Ost ext osdeHol wer daeAngl adaci t adosaci mabasei amse noconcei t odequeahi st ór i ar egi st r adanaBí bl i aéumahi st ór i aúni ca e coesa.Schi l derafir ma que abor dagem exempl ar i st a di ssol ve “ a Escr i t ur a Sagr ada em uma sér i e de f r agment os espi r i t uai se edi ficant es.A Pal avr ade Deusúni caédi vi di da em mui t aspal avr as sobr eDeus,eaúni caobr adeDeusédi ssecadaem mui t aspal avr as
separ adasque est ãode al gumaf or mar el aci onadascom Deusea r el i gi ão” . Aodest acardet er mi nadoper sonagem bí bl i cot i r aseot ext odeseu cont ext oef azsesur gi rumai nfini dadedehi st ór i asquepodem ser vi ra uma mul t i dão de pr opósi t os.Gr ei danusafir ma que “ ai nt er pr et ação f r agment ár i a ext r aio ‘ sant o’bí bl i co do cont ext ot ot alda hi st ór i a r edent i vae assi mt or nao um homem” .Ou sej a,o que t or na esses per sonagensespeci ai seosacont eci ment osr ef er ent esael esdi gnos demedi t açãoésuar el açãocom ahi st ór i adar edençãoe,final ment e, com JesusCr i st o.Per di daessar el ação,poucadi f er ençapoder emos encont r arent r eest eseosper sonagensdeout r asl i t er at ur asr el i gi osas, cl ássi cas ou hi st ór i cas.Chapel ldemonst r a que “ ai nda que bem i nt enci onados, esses ser mões apr esent am uma f é que não se di st i ngue da f é dos uni t ár i os, budi st as ou hi ndus mor al ment e consci enci osos” .Kuyperapont ouquenenhum epi sódi onahi st ór i ada r edençãopodeservi st oàpar t edot odo. Um event onavi dadospat r i ar cas,um epi sódi or et i r adodosconfli t os de Davi ,um f r agment odasexper i ênci asdospr of et asde Deusnão podem apr esent arumacenai sol ada par aai gr ej acom aadi çãode cer t oscoment ár i ospr át i cos,poi s,assi m,ahi st ór i ager alenaci onal poder i af or necervar i adosmat er i ai sacer cadepessoasdequem nós t emos i nf or mações mui t o mai s det al hadas e cuj as at i vi dades e pal avr as são i gual ment e di sponí vei s par a a adi ção dos mesmos coment ár i os.Na ver dade,t odos est es f at os e acont eci ment os na hi st ór i asagr adadevem sert omadoscomopar t edeum gr andet odo, comof r agment osdagr andeobr adar evel açãodeDeus,comosendo
di st i nt os de t odas as out r as hi st ór i as porcausa daqui l o que Deus r eal i zouem eat r avésdesseshomenspar aof ut ur odasuai gr ej aea r evel açãodesuaobr adegr aça,par aagl ór i adeseunome. A consi der açãopel auni dadedaEscr i t ur aeacompr eensãodoseu val orr edent i vo são r azões sufici ent es par ar enegara abor dagem exempl ar i st adasEscr i t ur as.Essemodel ocl ar ament eat ent acont r aa supr emaci ai nt r í nsecadasEscr i t ur asel ançaai gr ej anum i mensomar de i nt er pr et ações r el at i vas e subj et i vas,ai nda que possam ser pi edosas.Veeradver t eque“ oconheci ment ode queessahi st ór i aé umaest r ut ur auni ficadadever i anospr ecavercont r aessaabor dagem f r agment ár i a.Poi soent endi ment odest auni dadedevedet almanei r a nosencherder espei t oquenãot r at ar emosmai sumapequenasubdi vi são como uma ent i dade i ndependent e” .A r evel ação bí bl i ca não est ar á sat i sf at or i ament e expl i cada at é que ospr egador esa t enham r el aci onadoàobr ar edent or adeDeus.E,por t ant o,aCr i st o.
2.A PREGAÇÃO EXEMPLARI STA
BI OGRÁFI CA
2. 2.Obj eções ao uso do ser mão bi ogr áfico exempl ar i st a Gr ei danusnol i vr oSol aScr i pt ur aapr esent aumasér i edeobjeçõesao uso do ser mão bi ogr áfico exempl ar i st a.Aquisão apr esent adas as quat r o mai s cont undent es:seu car át erant r opocênt r i co,o desvi o
her menêut i co e a banal i zação da Escr i t ur a que pr omove e o est abel eci ment odepar al el osf al sosouer r ôneos. 2. 2. 4.Est abel ecepar al el osf al sosouer r ôneos O obj et i vodeest abel ecerum par al el odi r et oent r eor egi st r obí bl i coeo pr esent et endeal evaropr egadoraest abel ecerpar al el osi l egí t i mose at é mesmo a f azerj ul gament os er r ôneos acer ca dos per sonagens b í b l i c o s . Gr ei danus apr esent a um conheci do exempl o que i l ust r a bem a di f er ençaent r eaabor dagem exempl ar i st aeaabor dagem hi st ór i cor edent i va.Umapr egaçãosobr easbodasdaCanáger al ment er ecebe asegui nt eapl i cação:“ Comoocasalnubent econvi douJesuspar ao casament o,assi mt ambém nósdevemosconvi darJesuspar a vi rà nossacasadi ar i ament e,ecomoJesust r ansf or mouaáguaem vi nho, el et ambém f ar ánossaáguacomum um del i ci osovi nho” .Ent r et ant o, Hol wer daf azasegui nt eapl i caçãodomesmot ext o: Éi mpossí velpar avocêconvi daraJesuscomoel esfizer am por queel e nãomai sest ánat er r aem suanat ur ezahumana.Por t ant o,el enão poder áserconvi dadopar anossamesacomof oipar aadel es.El enão est á aqui ;El er essusci t ou.Al ém di sso,não é per mi t i do a você convi dara Jesus como el es fizer am,poi s at é aquel et empo el es soment eoconheci am comoJesus,ofil hodocar pi nt ei r odeNazar é… Masel et em si dopr egadoavocêcomooCr i st o.[ …]Vocêémui t o mai sr i co,por t ant o.
Dessa f or ma,ao i nvésde uma apl i cação do t i po “ ent ão”éi guala “ agor a” ,t emos uma “ ent ão”não é i guala “ agor a” .Um mar cant e cont r ast e deve serest abel eci do par af azerj ust i ça t ant o ao t ext o quant oaot empopr esent e. Asi t uaçãoset or namai scr í t i caquandoaabor dagem exempl ar i st ase vêobr i gadaanegarseupr ópr i opr i ncí pi oquant osedepar acom t ext os como o de Samuelcor t ando Agague em pedaços,o sui cí di o de Sansão ou Jer emi aspr egando a deser ção.Todosessessãobons exempl os,poi sf or am r espost asàsexi gênci asda pal avr a de Deus. Por t ant o,nãopodem sercondenadosaomesmot empoem quenão podem serapont ados como model os a ser em apl i cados a t oda a i gr ej a.Gr ei danus apont a sobr e aquel es que usam a abor dagem exempl ar i st a: El es si mpl esment e não podem ser est r i t os i mi t ador es [ dos per sonagensdaEscr i t ur a]por quear eal i dadedadi st ânci ahi st ór i case i mpõe sobr e seu pont oi ni ci alde que as pessoas no t ext o são exempl os e espel hos par a nós hoj e:a f or ça da hi st ór i a quebr ao espel hoexempl ar i st a.Daísur geat ensãonapr egaçãoexempl ar i st a. Porum l ado,um mar code equação hi st ór i caé apl i cado:“ osf at os sobr epessoasdopassadosãot r anspor t adospar aonossot empo” ; el essãonossosexempl os.Porout r ol ado,adescont i nui dadehi st ór i ca se i nt r oduz nest e esquema i deal : as pessoas no t ext o não se adequam exat ament e à nossa si t uação;nós não podemos f azer l i t er al ment eascoi sasqueel esfizer am.
Sur ge daía t endênci a de espi r i t ual i zação dost ext oshi st ór i cos.Ao i nvés de exi gi ro ár duo t r abal ho de i dent i ficaras ci r cunst ânci as hi st ór i casdot ext o,seul ugarna hi st ór i adar edençãoe,ent ão,sua apl i caçãoaol ei t orcont empor âneo,ousodaespi r i t ual i zaçãoof er eceo at al homui t omai ssi mpl esdebuscarver dadesespi r i t uai sport r ásdos f at os.Gr ei danusapont a que,em essênci a,a espi r i t ual i zação nada mai s é do que al egor i zação,a busca de ver dades espi r i t uai s si mbol i zadasem cer t aspassagensdot ext o. Mesmo aquel esque est ão compr omet i doscom a apr esent ação de Cr i st onost ext oshi st ór i cosf aci l ment esevêem enr edadosporuma pr át i casi mi l ar ,queéat i pol ogi zação( di f er ent edet i pol ogi a) .Buscase not ext oum at al hopar aJesusCr i st o,suahumi l hação,seumi ni st ér i o, seusacr i f í ci oesuagl or i ficação.Ai ndaqueai nt er pr et açãot i pol ógi ca sej a apr opr i ada par a al guns t ext os,a t i pol ogi zação não é uma t ent at i val egí t i madedescobr i rcomoot ext odoAnt i goTest ament ose r el aci ona com Cr i st o.El a é,mui t as vezes,apenas um at al ho que despr ezao pr opósi t oe o cont ext o em que ot ext of oiescr i t o.Veer apont aqueesset i podear t i f í ci opar at or narum ser mãocr i st ocênt r i co, aocont r ár i odoquesupõeseuut i l i zador ,sebasei anof at odequeo pr egadornãoper cebeuocar át ercr i st ol ógi codedet er mi nadapor ção hi st ór i ca.El eafir maqueocar át ercr i st ol ógi co deum t ext ohi st ór i co nãoésal vopel adescober t ade um t i po.I ssonãosi gni ficaquenão exi st am t i posdeCr i st onaEscr i t ur a,masquedevese,vi ader egr a, l i mi t ar seaost i posquef or am est abel eci dospel opr ópr i oSenhorenão mul t i pl i cál osar bi t r ár i aei ndi scr i mi nadament e.
Podese,por t ant o,obser varaquant i dadedepr obl emasr el aci onados à pr egação bi ogr áfica exempl ar i st a. Apesar de t ão comum e l ar gament e di f undi da,essa abor dagem ao t ext o bí bl i co se most r a i ncompat í vel com os pr i ncí pi os r ef or mados de her menêut i ca e homi l ét i ca bí bl i cas.El a é essenci al ment e ant r opocênt r i ca em sua abor dagem eem suai nt er pr et açãodot ext obí bl i co.Aoi nvésdeexpor osat os,pensament osepr opósi t osdoDeust r i úno,col ocaof oconos at os,pensament oseper sonal i dadedosper sonagenseseapoi ana cr i at i vi dade e i magi nação do pr egadorem est abel ecerospar al el os quel hesãomai sconveni ent esent r eot empobí bl i coeoat ual .El a banal i zaaEscr i t ur aaot or nál aum depósi t odei l ust r açõespessoai s que poder i am ser encont r ados em qual quer l i vr or el i gi oso ou per sonagem hi st ór i co.Tor na assi mi ndi st i nt o o val ordasEscr i t ur as comor egr adef éepr át i ca.Desconsi der at ambém oval orhi st ór i codos t ext os,uma vezque se concent r a apenas naqui l o que i nt er essa à apl i cação moder na e busca f azêl o at r avés de at al hos como a mor al i zação,a espi r i t ual i zação e a t i pol ogi zação.Aci ma de t udo,a pr egaçãobi ogr áficaexem-pl ar i st anegaopr essupost oapost ól i code queoobj et i vopr i már i odapr egaçãoéapr esent arCr i st oaosouvi nt ese dequeesseobj et i vopodeseral cançadoem t odasaspassagensdo Ant i go Test ament o, i ncl ui ndo assi m as nar r at i vas hi st ór i cas bi ogr áficas. Fazse, por t ant o, necessár i a a pr oposi ção de uma abor dagem di f er ent e par a os ser mões bi ogr áficos.Talabor dagem podeseral cançadaat r avésdomét odocr i st ocênt r i cohi st ór i cor edent or pr opost oporGr ei danus.
3. A PREGAÇÃO CRI STOCÊNTRI CA APLI CADA AOS PERSONAGENSBÍ BLI COS 3. 1.O mét odocr i st ocênt r i co O mét odo cr i st ocênt r i co hi st ór i cor edent or ou, si mpl esment e, cr i st ocênt r i co,posi ci onaseent r eomét odot eocênt r i codeCal vi noeo mét odocr i st ol ógi codeLut er o.Gr ei danusdefineassi m suapr oposi ção: O mét odo cr i st ocênt r i co compl ement a o mét odo t eocênt r i co de i nt er pr et açãodoAnt i goTest ament opr ocur andof azerj ust i çaaof at ode queahi st ór i adeDeusdet r azerseur ei nosobr eat er r aécent r adaem Cr i st o:Cr i st o,ocent r odahi st ór i adar edenção,Cr i st oocent r odas Escr i t ur as.Napr egaçãodequal querpor çãodasEscr i t ur as,devese ent endersuamensagem àl uzdessecent r o:JesusCr i st o. Deveserdei xadocl ar oqueopr opósi t odomét odonãoéi mporar ef er ênci a a Cr i st oat odos os t ext os,mas vert odas as nar r at i vas bi ogr áficasàl uzdeJesusCr i st o,porcompr eenderserest eomodo cor r et o de ent enderde t oda a Escr i t ur a em seus ensi nos,l ei s, pr of eci asevi sões. Gr ei danusexpl i caqueopr i mei r opassoéent enderapassagem dent r o deseupr ópr i ocont ext ohi st ór i cocul t ur al .Apassagem deveserouvi da domodocomoI sr aelaouvi u,par asódepoi ssercompr eendi danos cont ext osmai sampl osdo cânon eda hi st ór i ada r evel ação.Nesse passo,opr egadordevef azerj ust i çaat r êsaspect oscar act er í st i cosdo
t ext o:o l i t er ár i o,o hi st ór i co e o t eocênt r i co.Tai s aspect os ser ão cont empl ados na apl i cação dos cânones da exegese hi st ór i cogr amat i cal .Par aosnossospr opósi t os,devesedest acar ,comoof az Gr ei danus,ai mpor t ant eper gunt asobr e“ oqueessapassagem r evel a ar espei t o de Deuse suavont ade” .Esse quest i onament o chama a at enção par aof at o de que Deus r evel ouse e f ez r egi st r aressa r evel açãonaEscr i t ur a.Fazopr egadordesvi ar sedat ent açãodef ocar sua at enção si mpl esment e no per sonagem,ou mesmo na r el ação ent r e o per sonagem e Deus,mas,pr i mar i ament e,na r el ação ent r e Deuseoper sonagem.Deacor do com Chapel l ,“ porconcent r arno queDeusest áef et uandomedi ant eor egi st r odecadaevent o,or el at o de cadaper sonal i dade,eospr i ncí pi osem cadaensi no,opr egador pr ot egeamensagem desedegener arem ador açãodemer oher ói humano” . Em segui da devese compr eenderque os t ext os não podem ser ent endi dos i sol adament e,mas devem serent endi dos dent r o do cont ext odet odaaBí bl i aedahi st ór i ar edent or a. Um ser mãocr i st ãosobr eoAnt i goTest ament onecessar i ament ei r ána di r eçãodoNovoTest ament o.I ssoéóbvi oquandoot ext ocont ém uma pr omessaqueécumpr i daem Cr i st o:opr egadornãopodepar arna pr omessa,mas,nat ur al ment e,i r ápr ossegui rcom oser mãoat éoseu cumpr i ment o.O mesmoocor r equandoot ext ocont ém um t i poqueé cumpr i doem Cr i st o:oser mãovaidot i popar aoant í t i po.I ssot ambém acont ecequandoot ext or el at aum t emaqueémai sdesenvol vi dono Novo Test ament o:no ser mão,o pr egadorvaido t ema do Ant i go
Test ament o par a seu desenvol vi ment o mai s compl et o no Novo Test ament o. Talnecessi dadepodeserest endi daat odosost ext os,poi sfir maseno pr i ncí pi o de que a Escr i t ur ar egi st r a a hi st ór i a úni ca da r edenção. Cadaepi sódi onãoest ái sol adoem simesmo,masconduzol ei t orem di r eçãoaocl í max,nocasodoAnt i goTest ament o,oudecor r edel e,no casodoNovoTest ament o.Essapr ogr essãopodeserobser vadat ant o comocont i nui dadequant ocomodescont i nui dade,massempr ehaver á cor r el ação.Sendo Cr i st o o cl í max da hi st ór i ar edent i va,devese per gunt arporqualcami nho esse t ext o pode chegara Cr i st o? De acor do com Gr ei danus: “ O cami nho da pr ogr essão hi st ór i cor edent or a? Da pr omessacumpr i ment o? Da t i pol ogi a? Da anal ogi a? Dost emasl ongi t udi nai s?Oudocont r ast e?… [ ou]asr ef er ênci asdo NovoTest ament o[ ?] ” .
3. A PREGAÇÃO CRI STOCÊNTRI CA APLI CADA AOS PERSONAGENSBÍ BLI COS 3. 2.Cami nhospar apr egarCr i st o Noqueser ef er eàspassagensbi ogr áficasquat r odessescami nhos par ecem sermai sadequadosàpr egação:odapr ogr essãohi st ór i cor edent i va,odat i pol ogi a,odaanal ogi aeodocont r ast e.
3. 2. 1.Pr ogr essãohi st ór i cor edent i va A hi st ór i adar edençãoéor egi st r odosat osdeDeuspar ar edi mi ro seupovoer est aur arsuacr i ação.Assi m,t odael aécent r adaem Deus. Asnar r at i vassãodescr i çõesdessesgr andesat osef ei t osdeDeus.“ O r econheci ment o de que ahi st ór i ar edent or a écent r adaem Deusé i mpor t ant epor queest abel eceal i gaçãocom oat ocul mi nant edeDeus em Cr i st o. ”Assi m, devese per cebernas nar r at i vas o pul sar escat ol ógi co da sal vação de Deus em cur so e r econhecero seu cumpr i ment ona pr i mei r aesegunda vi ndasde Cr i st o. Local i zando a passagem dent r odessahi st ór i a,podeset r açarumal i nhaconsi st ent e esegur aent r eor el at obi ogr áficoeJesusCr i st o. Porexempl o,aoapl i caromét odocr i st ocênt r i coaor el at odoenf r ent ament o ent r e Davie Gol i as em 1 Samuel17,não i sol ar emos a passagem apr esent ando “ Davià congr egação como um her óicuj a cor agem devemosi mi t araol ut arcont r anossos‘ Gol i as’par t i cul ar es” .É óbvi oqueot ext or egi st r aahi st ór i apessoaldeum j ovem quemat ou um gi gant efil i st eucom apenasumaf undaeumapedr a.Umahi st ór i a úni caeext r aor di nár i a.Ent r et ant o,oi nt er essedoaut orbí bl i conãoest á aí .El equermost r arqueesseenf r ent ament oéuma par t ei mpor t ant edahi st ór i anaci onaler ealdeI sr ael :Samuelacabar a deungi rsecr et ament eoj ovem past orcomor eidet odooI sr ael( 1Sm 16) .Em segui da ( 1Sm 17) ,o j ovem past or r eisal va I sr aelde seu ar qui i ni mi go,mat ando Gol i as.A mensagem é:Davi ,or eiungi do de Deus,l i vr aI sr aelegar ant esuasegur ançanat er r apr omet i da.
Passase, ent ão, à consi der ação do r el at o dent r o da hi st ór i a r edent or a.Per gunt aseo que essapassagem ensi na sobr e Deuse seusat os.Nesset ext odevesenot arque Davinãodependedesuapr ópr i af or çaoudear masoudehabi l i dade [ …]( 1Sm 17. 4547) .A essênci adessahi st ór i a,por t ant o,émai sque I sr ael[ si c]venceroi ni mi godeseupovo;aessênci aéqueopr ópr i o Senhorder r ot a os i ni mi gos do seu povo.Esse t ema l ocal i za a passagem naest r adapr i nci paldahi st ór i ador ei nodeDeusquel eva di r et ament eàvi t ór i adeJesussobr eSat anás[ …]Assi m,abat al ha ent r eDavieGol i asémai squeumal ut apessoal ;émai squeor eide I sr aelvencendo um poder oso i ni mi go – é um pequeno capí t ul o na bat al haent r easement edamul hereasement edaser pent e. A par t i rdaí ,podese f azerdi ver sas apl i cações dependendo das condi ções da i gr ej a moder na. Ent r et ant o, a mensagem deve per manecerem t or nodoconf r ont oent r eDeuseosi ni mi gosdeseu povo,venci do pel a obr a de Cr i st o na cr uze a serconsumada na segundavi ndadeCr i st o.Essemesmoconfli t obási copodeservi st o nosconfli t osent r eAbeleCai m,I saqueeI smael ,JacóeEsaú,Moi sés eFar aó. 3. 2. 1.Ti pol ogi a O desvi odat i pol ogi zaçãonãodevei nvi abi l i zarousodat i pol ogi ana i nt er pr et ação dasnar r at i vasbí bl i cas.A di scussão sobr e o que é a t i pol ogi aecomopodeserusadaébast ant eaci r r ada,maséevi dent e queest ef oium dosmodospel oqualosaut or esdoNovoTest ament o i nt er pr et ar am oAnt i go.Chapel ldefinet i pol ogi acomo“ oest udodas
cor r espondênci as ent r e pessoas,event os e coi sas que pr i mei r o apar ecem no Ant i go Test ament o[ …]par apr epar arouexpr essarde modo mai s compl et o as ver dades de sal vação do Novo Test ament o” .O aspect opr i már i odadi scussãoéseoaut ordot ext o vet er o-t est ament ár i ocompr eendi aosent i dot i pol ógi codor el at o.Em al gunscasos,especi al ment enossal mosenospr of et as,épossí vel di zerquesi m.Ent r et ant o,Gr ei danusafir ma:“ Suspei t oqueamai or i a dos t i pos não sej a pr of ét i co, mas pessoas e acont eci ment os especí ficossãovi st osmai st ar decomot endosi gni ficadot i pol ógi co” . Ou sej a,a mai or i a dos t i pos bí bl i cos não são pr edi t i vos,mas descober t os soment eàl uz de sua r eal i dade neot est ament ár i a em Jesus Cr i st o. I sso não si gni fica que devemos i mpor um novo si gni ficadoaot ext o,mas“ si mpl esment eent enderesseacont eci ment o noseupl enocont ext ohi st ór i co-r edent or ” .I ssopor que,ai ndaquea r el açãosót enhasi dovi st apost er i or ment e,naper spect i vadeDeusel a sempr eest eveal ieot ext of oir egi st r adocom opr opósi t oi mpl í ci t ode est abel ecêl a. Par aqueseevi t eoper i godat i pol ogi zação,Gr ei danusapont aquat r o car act er í st i casbási casde um ver dadei r ot i po.Um t i po aut ênt i co é hi st ór i co,se r ef er e a acont eci ment os,pessoas ou i nst i t ui ções.É t eocênt r i co,i st oé,r ef er e-seaosat osde Deusem e pormei ode pessoaseacont eci ment os.Exi beumaanal ogi asi gni ficat i vacom seu ant í t i po:deveseevi t arest abel ecerar el açãoat r avésdedet al hes.Por úl t i mo,ar el açãodeum t i poaut ênt i cocom seuant í t i poémar cadapel a pr ogr essão.Di ssodecor r equenãosedevedi spensarai nt er pr et ação hi st ór i col i t er ár i a,poi s est a ser vi r á de base i ndi spensávelpar aa
i nt er pr et ação t i pol ógi ca cor r et a. Out r o aspect o i mpor t ant e é est abel ecero car át ersi mból i co da pessoa nos t empos do Ant i go Test ament o.Seest esi gni ficadonãoest i verpr esent enãoépossí vel apl i carai nt er pr et açãot i pol ógi ca. Comoexempl odaapl i caçãodat i pol ogi apodeseci t ar pessoascomoMoi sés,Josué,osj uí zeseosr ei s,medi ant eosquai s Deusl i vr ouoseupovoebuscouest abel ecerseur ei nado( t eocr aci a– gover nodeDeus) .Essaobr ar edent or adeDeuspormei odeseus l í der esungi dososqual i ficacomot i posdeCr i st o,pormei odequem Deus,nofinal ,l i ber t ar i aseupovoeest abel ecer i aseur ei nosobr ea t er r a.Também descobr i mossumossacer dot esesacer dot esquesão t i posdeCr i st oaoof er ecersacr i f í ci osem expi açãopel ospecadosdo povo,ei nt er cederporel es. Em cadaumadessassi t uações,ousodat i pol ogi amost r aseum mei o adequadodei nt er pr et areapl i carot ext obí bl i co.Nel as,opr egadorde ser mõesbi ogr áficost er áaopor t uni dadedemonst r aroscomponent es da obr a de Cr i st o,bem como apr esent arosaspect os di st i nt i vos e super l at i vosdeCr i st oem r el açãoàobr adaquel esquei l ust r ar am seu mi ni st ér i o. 3. 2. 2.Anal ogi a Aanal ogi at ambém podeserut i l i zadanaabor dagem det ext osbi ogr áficos.Jáf oivi st oquenãosedeve,si mpl esment e,est abel ecerr el ação di r et aent r e oper sonagem eocr ent e.Par ar espei t arauni dade da hi st ór i ar edent or aeacont i nui dadeent r eI sr aeleaI gr ej a,opr egador
deveper gunt arqueaspect ossemel hant esháent r ear el açãodeDeus com oper sonagem ear el açãodeDeuscom oscr ent esdaat ual i dade. Oi nt er essenãodeveest arapenasnaapl i caçãor el evant edot ext o, masem est abel eceropont odecont i nui dadef undadoem Cr i st o.“ … pormei odeCr i st o,I sr aeleaI gr ej aset or nar am omesmopovode Deus:dest i nat ár i os da mesma al i ança de gr aça,par t i l hando da mesma f é,vi vendo a mesma esper ança,pr ocur ando demonst r aro mesmoamor ” .Assi m,osat osdeDeusem f avordosper sonagens, seusensi nose exi gênci as são,em mui t os aspect os,apl i cávei sàs pessoasdaat ual i dade.Chapel lor i ent aqueépr eci sodefini roobj et i vo pl anej adopel oEspí r i t oSant oei dent i ficaranecessi dadebí bl i caque osouvi nt escompar t i l ham com aquel esque“ vi vi am nasi t uaçãobí bl i ca quer equer euoescr i t oi nspi r ado”eapr esent aosegui nt epr ocedi ment o her menêut i co: I .I dent i ficarospr i ncí pi osr edent or esevi dent esnot ext o. 1. 2.
Aspect osr evel adosdanat ur ezadi vi naqueconcedem r edenção Aspect osr evel adosdanat ur ezahumanaquenecessi t am der edenção
I I .Det er mi narque apl i cação esses pr i ncí pi os r edent or es hão de exer cernavi dadoscr ent esnocont ext obí bl i co. I I I .À l uzdoscar act er í st i coshumanoscomunsoudascondi çõesque oscr ent escont empor âneospar t i l ham com oscr ent esbí bl i cos,apl i car ospr i ncí pi osr edent or esàvi dacont empor ânea. Gr ei danus exempl i fica que ao se pr egarsobr e Jacó em Bet el( Gn 28. 1022) ,podese“ r essal t arqueenquant oI sr aelapr endi aar espei t o dapr esençapr ot et or adeDeuspormei odaexper i ênci adeJacóem
Bet elant es de sua per i gosa vi agem,assi m Cr i st o pr omet e est ar conosco”em t odososdi asdenossavi da( Mt28. 20) . 3. 2. 3.Cont r ast e O pr ópr i oconcei t odepr ogr essãodahi st ór i ar edent or ai mpl i canocont r ast eent r eoAnt i goeoNovoTest ament o,eat émesmoent r eest eea at ual i dade.Cont udo,i sso não i nvi abi l i za o t r abal ho do pr egador . Soment equet ai spassagensdevem serpr egadasàl uzdar evel ação finaldeDeusem Cr i st o,demonst r andooscont r ast espr esent es.Esses cont r ast essão cent r adosem Cr i st o,“ poi sé el e or esponsávelpor quai squermudanças ent r e as mensagens do Ant i go e do Novo Test ament o” . Gr ei danus apr esent a doi s exempl os do uso do cont r ast e em passagensbi ogr áficas.Gi deãof oiobedi ent eaDeusdest r ui ndooal t ar deBaalesal vandoI sr aeldosmi di ani t as,por ém,mai st ar de,f ezuma est ol asacer dot aledesvi ouI sr aeldoSenhor( Jz68) .Cr i st o,por ém,é oSal vadorper f ei t oquenosl i ber t adenossospecadosedenossos i ni mi gos,i ncl ui ndoamor t e,enosapr oxi madoPainumaal i ançaque j amai sser áquebr ada( Jo10. 2730) .Esdr aseNeemi asl ut ar am par a queasant i dadef ossepar aal ém dosl i mi t esdot empl oei ncl uí sset odo opovodeJer usal ém.Zel ar am t ambém par aexcl ui rt odososquenão per t enci am a I sr ael .Cr i st o,por ém,desf aza di vi são ent r ej udeuse gent i osef azdeambosum sópovosant oaoSenhor( Ef2. 1418) . Essasquat r oabor dagensper mi t em aopr egadort r at arot ext ocom fidel i dade hi st ór i ca e l i t er ár i a,sem abr i rmão de seu compr omi sso t eol ógi coder econheceracent r al i dadedeDeusedeseuCr i st oem
cada passagem da Escr i t ur a.Também não o i mpedi r á de ser r el evant e,umavezqueexpõeaseusouvi nt esver dadespr eci sase bem f undament adassobr eapessoa,mi ni st ér i oeensi nodeCr i st o.
Encer r amoshoj eest apr eci osasér i esobr ecomopr egaraCr i st ono Ant i goTest ament o,com aconcl usãodeDar i odeAr aúj oCar doso: Osest udosdeGr ei danuseChapel lt or nam i mper at i voaospr egador es evangél i cos o dever de r eaval i ar t eol ogi cament e a her menêut i ca apl i cadaàpr epar açãodeser mões.O ensi nobí bl i coapost ól i coeos per sonagens da or t odoxi a ecl esi ást i ca, como Lut er o, Cal vi no e Spur geon,ensi nam anecessi dadedor econheci ment odacent r al i dade deJesusCr i st o,suapessoa,obr aeensi noem t odasaspassagensda Escr i t ur a e não soment e naquel as especi ficament e consi der adas messi âni cas.Noquet angeàpr egaçãobi ogr áficaessedevert or nase ur gent e uma vez que a her menêut i ca exempl ar i st a, quase que uni ver sal ment eapl i cadaaessesser mões,most r aseant r opocênt r i ca, desvi a o pr egadore sua congr egação do f oco e do pr opósi t o da Escr i t ur a,despr eza a uni dade hi st ór i ca da r edenção e banal i za as por çõesbí bl i casequi par andoasa qual querout r ol i vr o hi st ór i co ou r el i gi oso.Al ém di sso,f al sei aoensi nocr i st ãoest abel ecendopar al el os i nconsi st ent es,eat émesmoer r ôneos,ent r eosper sonagensbí bl i cos e os ouvi nt es da at ual i dade,r ef ugi andose na mor al i zação,na espi r i t ual i zaçãoenat i pol ogi zaçãopar aat r i bui rr el evânci aaosr el at os bí bl i cos.Pori sso,o r et or no à cent r al i dade de Deusem Cr i st o,de modo especi alnos ser mões bi ogr áficos,é uma exi gênci a que não