1
Psicologia do Destino de Szondi Adalberto Tripicchio MD PhD
Considerações históricas do conceito de destino A palavra destino costuma provocar penoso embaraço em muitos dos cientistas contemporâneos. E esta afirmação é verdadeira, quer seja abertamente confessada ou discretamente negada. A cadeia de associações condicionadora deste constrangimento segue geralmente o mesmo caminho que, em seu desenvolvimento histrico, seguiu no passado a palavra destino. !ueiramos ou não, somos obrigados a pensar nos m"ltiplos métodos dos or#culos $%ndia, &hina, 'récia etc.() depois, mais distante, no *arma como representação do determinismo interior) nas reencarnações, no +amsara $dos hindus e budistas(, ou seja, no ininterrupto ciclo da vida, do nascimento morte e renascimento) na astrologia e nos horscopos $dos caldeus(, na an#n-e e heimarméne, na moira e tche $dos gregos(, no fatum e necessitas $dos latinos(. /odemos lembrar também, por e0emplo, a /rovid1ncia &ristã $+to. Agostinho( e a individuelle fortuna $da 2enascença() +chiller e os dramas do destino, do 2omantismo, e por a3 vai. 4 ocultismo m#gico e o irracional parecem estar intimamente ligados palavra destino. A prpria filosofia do destino, do século 565, mal p7de alterar esta concepção. Assim lemos na obra de +chopenhauer, de 89:8, no trabalho ;+obre a aparente intencionalidade no destino de cada um;< ;4 fato de todo acontecimento, sem e0ceção, ocorrer com a mais rigorosa =necessidade= é uma verdad verdade e aprior aprior3st 3stica ica,, conseq> conseq>ente entement mente e inabal inabal#ve #vel.l. !uero !uero denomi denomin#?6 n#?6a a aqui aqui fatalis fatalismo mo demonstr#vel;. A isto, +chopenhauer contrapõe um outro tipo de fatalismo, o fatalismo transcendental, di@endo< ;e qualquer forma, porém, trata?se de um fatalismo de grau superior, quando recon reconhec hecem emos os que que tudo tudo o que que acont acontece ece neste neste mund mundo o é ao mesm mesmo o temp tempo o plan planej ejad ado o e inevit#vel) tem atr#s de si uma determinação fatalista, mas não cega. &om este tipo de fatalismo ? não demonstr#vel como o fatalismo puro e simples ? todos nos defrontaremos, mais cedo ou mais tarde, talve@ aceitando?o tempor#ria ou definitivamente, de acordo com nossa mentalidade. /odemos denomin#?6o fatalismo transcendental, para distingui?lo do fatalismo comum e demonstr#vel; demonstr#vel;.. E continua< continua< ;A repetida repetida ocorr1ncia ocorr1ncia da mesma predeterminação predeterminação leva pouco a pouco opinião, que muitas ve@es se transforma em convicção, de que o curso da vida de cada indiv3duo, por mais confuso que possa parecer, é um todo tão harmonioso quanto a mais bem planejada obra épica, tendo determinada tend1ncia e sentido did#tico;. 6sto foi corroborado por +chopenhauer em nota de rodapé< ;Bem nossa ação, nem o curso da vida é obra nossa, mas sim aquilo que ninguém considera como tal, ou seja, nossa ess1ncia e e0ist1ncia. Em conseq>1ncia, a vida do homem est# irrevogavelmente traçada, com todos os pormenores, j# no nascimento C...D;. Aquilo que o filsofo do século 565 e0p7s de modo puramente especulativo, com os pesquisadores do século 55 transformou?se em ci1ncia natural. A simples citação dos t3tulos de algumas obras o comprova. Em 8F foi editado o tratado de Gange, ;&rime como estino;) em 8H8, +chult@ publicou ;estino e Beurose;) em 8HF, apareceu ;A Iereditariedade como estino;, estudo caracterolgico, de /fahler) de 8HJ data ;estinos da Kida de '1meos &riminosos;, de *rans) em 8LL publicou?se ;&ar#ter e estino;, de 2udert.
2
e h# muito, car#ter e hereditariedade são considerados como destino e suas regras e leis, determinadas de modo e0ato por métodos das ci1ncias naturais. Bo presente, não s a genética se permite falar em destino, mas também a medicina interna. Em 8LM, apareceu o livro de Iollmann, ;oença, ;oença, &rise Kital Kital e estino +ocial;) e, em 8:J, escreveu escreveu Nores em seu livro livro ;4 Iomem Iomem e sua oença oença;< ;< ;Oo ;Oodo médico médico atento atento,, ao estabel estabelecer ecer um levanta levantament mento o cuidadoso dos antecedentes familiares e pessoais de seus pacientes, surpreende?se cada ve@ mais mais com com as cone0 cone0ões ões entr entre e doen doença ça,, desti destino no vital vital e dest destin ino o socia social.l. 4s tr1s tr1s fatores fatores se entrelaçam intimamente;. Ba cl3nica médica, Kon Pei@sQc-er foi o precursor destas idéias. esta forma, o destino quase se tornou uma terminologia médica.
Conceito de Destino na Psicologia Profunda I. a Psican!lise esde que, em 8MM, Rreud criou a psicologia profunda com seu livro ;6nterpretação dos +onhos;, teve que se e0plicar muitas ve@es a respeito do conceito de destino. 6sto foi feito por ele especialmente em relação ao problema +eriam as afecções neurticas de nature@a endgena ou e0genaS E pronunciou?se de forma evasiva, quando escreveu em 88F< ;A psican#lise nos advertiu a abandonar a infecunda contraposição de fatores internos e e0ternos de destino e constituição, ensinando?nos a procurar normalmente numa determinada situação ps3quica a causa dos dist"rbios neurticos, que pode manifestar?se de diversos modos;. &om refer1ncia refer1ncia a esses processos distingue, distingue, tr1s anos mais tarde, em 88:, quatro tipos dos chamados destinos pulsionais< $8( a transformação no oposto, isto é, a conversão de uma determinada pulsão da atividade para a passividade, e a conversão do conte"do de amor para o dio) $F( a reação contra si mesmo, ou masoquismo) $H( a repressão, e $L( a sublimação. Embora Rreud fale aqui de ;destinos; pulsionais, ele descobriu ainda a relevante função do ego na forma formaçã ção o do desti destino, no, atrav através és dos dos mecani mecanism smos os de defe defesa sa do ego. ego. Escr Escrev eveu eu<< ;&om ;&om refer1n refer1ncia cia aos motivos motivos que se opõem opõem a uma contin continuaç uação ão direta direta dos instin instintos tos,, podemos podemos também apontar os destinos pulsionais como uma espécie de defesa contra essas mesmas pulsões;. Em 8FL, Rreud deu uma definição mais ampla do conceito de destino< ;A "ltima imagem da série de figuras que começa com os pais $professores, autoridades, heris consagrados no ambiente social( é a pot1ncia obscura do destino. Tas, s uma minoria pode conceb1?6a impessoalmen impessoalmente. te. !uando o poeta holand1s Tultatuli Tultatuli substitui a moira dos gregos pelo par de deuses, pouco h# a objetar. Tas todos os que atribuem a reali@ação csmica /rovid1ncia, a eus eus ou a eus eus?B ?Bat atur ure@ e@a, a, desp desper erta tam m a susp suspei eita ta de aind ainda a cont contin inua uare rem m a sent sentir ir $mitologicamente( estes poderes e0tremos e long3nquos como uma espécie de pais, crendo?se ligados a eles por laços libidinosos;. &onseq &onseq>en >entem tement ente, e, para a psican psican#li #lise, se, o destin destino o indivi individual dual é condic condiciona ionado do pelo pelo confli conflito to pessoal pessoal das pulsões com o super?ego e o ego, inimigos inimigos das pulsões. 4 tipo espec3fico da e0i? g1nci g1ncia a das das pulsõ pulsões es e as funçõ funções es de defes defesa a do ego ego forma formam, m, em conju conjunt nto, o, os fato fatores res respon respons#v s#veis eis pela pela forma forma especi especial al do destin destino o indivi individual dual.. /ara /ara Rreud, Rreud, aqueles aqueles momento momentoss traum#ticos que moldam o destino individual são especialmente o &omple0o de Udipo, o Oemor da &astração e os Tecanismos de efesa de ambos. +omente em 8HV, dois anos antes de sua morte, Rreud reconheceu novamente a hereditariedade como fator importante na formação do destino. istinguiu, então, na origem das doenças ps3quicas, tr1s fatores<
3
$8( influ1ncia dos sonhos) $F( força constitucional da pulsão) $H( mutação do ego. Tas, acentuou que nem sempre se deve responsabili@ar a força da pulsão por essa mutação, pois é poss3vel que a espécie e o modo de atuação das defesas do ego sejam de origem heredit#ria. Apesar de reconhecer a importância do fator constitucional e sua con tribuição desde o in3cio da vida, para Rreud era admiss3vel, contudo, que um fortalecimento da pulsão surgido mais tarde produ@isse os mesmos efeitos que a constituição heredit#ria. 4s resultados das pesquisas psicanal3ticas relativas ao destino foram resumidos por Ellenberger na revista /sche, em 8:8, da seguinte maneira< Ratores psicanal3ticos determinantes do destino< $8( e0peri1ncias isoladas, da primeira infância) $F( formação de uma imagem paterna ou materna e seu papel na escolha no amor) $H( situações da primeira infância que, como repetições compulsivas, condicionam o destino posterior. /or e0emplo< $a( a situação de Udipo, sobre a qual Rreud escreve< ;Em "ltima an#lise, o destino também é uma projeção posterior da influ1ncia paterna;) $b( separação dos pais) L( fi0ação e regressão a qualquer grau pré?genital de desenvolvimento.
Algumas formas de destino que resultam da psican#lise< $8( quanto ao problema do 10ito ou do malogro na vida, segundo 2ei-, pode a psican#lise verificar as seguintes formas neurticas de destino< $ a( o indiv3duo não pode suportar o 10ito e, no momento de sua obtenção, renuncia ao resultado, por auto?punição) $b( no momento em que est# prestes a atingir o objetivo, procura interpor obst#culos ao 10ito) $c( na obtenção do objetivo e do resultado, a alegria e a satisfação falham ou se frustram totalmente) $d( o 10ito surge tarde demais, por e0emplo, s antes da morte) $F( com refer1ncia sa"de e doença, são pertinentes as opiniões de Rreud< ;a neurose seria uma parte do destino do indiv3duo;. I# a considerar ainda a significação da escolha de sintomas, escolha do momento de adoecer etc.) $H( destinos amorosos) $L( destinos sociais, por e0emplo, as formas de destino dos l3deres da humanidade, rebeldes, filantropos e misantropos, fundadores de seitas, traidores etc. +e bem que Rreud haja indicado em uma ;série complementar; a cooperação de momentos constitucionais e traum#ticos, em sua escola a pesquisa psicanal3tica do destino permaneceu limitada, principalmente, investigação dos efeitos traum#ticos até os primeiros meses de idade. /ara os psicanalistas, o destino ainda continuou sendo destino da pulsão e defesa.
II. a Psicologia Anal"tica de C# $%# /arado0almente a psican#lise, que foi ta0ada de ;mecanicista?materialista;, ocupou?se de modo relativamente mais intenso com o destino humano que a psicologia espiritual?demon3aca e esterico?astrolgica de Nung. Especiais são os dois aspectos sob os quais Nung considerou o destino, ou seja, o arquet3pico e o astrolgico. Arquétipos, como se sabe, são unidades de efeito operantes, intemporais, sempre presentes no inconsciente coletivo, cuja influ1ncia se estende por todo o setor da psique. Atuam ;como
4
reguladores e estimulantes da atividade criadora da fantasia;) despertam ;formações correspondentes, tornando utili@#vel para seus objetivos o material presente no consciente;. Nung por e0emplo procurava, não s no romance familiar, como Rreud, mas no arquétipo da imagem paterna, a importância do pai para o destino do indiv3duo. i@< ;+e ns, pessoas normais, pesquisarmos nossa vida, veremos que uma mão poderosa nos condu@ infalivelmente a destinos v#rios, e nem sempre essa mão pode ser chamada de bondosa. Oambém na linguagem hodierna a fonte de tais destinos aparece como um dem7nio, como um esp3rito bom ou mau;. A compulsão que modela a vida de nossa a lma tem o car#ter de uma personalidade aut7noma, ou é sentida como tal. &omo um dem7nio atuando dessa maneira, compreende Nung ;as imagens paterna e materna que, com força m#gica, influenciam a vida ps3quica da criança;. /ara ele, tanto a imagem materna, como a paterna, se apiam sobre um molde do instinto cong1nito, pré?e0istente, sobre um pattern of behaviour , e a isto ele denomina arquétipo da imagem paterna e materna. Estamos sujeitos ao poder destas imagens?arquétipo, pois orientam nosso destino. Beste destino nada mais resta a cada um de ns, senão levantar?nos contra a influ1ncia do arquétipo da imagem paterna ou materna, ou então, identificar?nos ;com o patris potestas, ou com a formiga?mãe;. ;/erigosa ? escreve ele ? é e0atamente esta identificação inconsciente com o arquétipo) não somente tem influ1ncia sugestivo?dominadora, mas produ@ também, na criança, a mesma inconsci1ncia) ela sucumbe assim influ1ncia e0terior, e por outro lado não pode se defender interiormente. /or isso, quanto mais o pai se identifica com o arquétipo, tanto mais inconsciente e irracional, ou até mesmo psictico, se torna o indiv3duo;. Nung chega seguinte conclusão< ;A força do comple0o paterno capa@ de determinar o destino provém do arquétipo, e este fato é a verdadeira ra@ão pela qual o consensus gentium coloca no lugar do pai uma figura divina ou demon3aca) pois o pai individual corporifica inevitavelmente o arquétipo, que confere sua imagem uma força fascinante. 4 arquétipo atua como um ressonador, ampliando e0ageradamente as atuações provenientes da imagem do pai na medida em que concorde com o tipo herdado;. 4 segundo aspecto do destino, o astrolgico, se manifesta na Oeoria da +incronicidade de Nung. e acordo com Nung, pode?se falar de uma ;identidade relativa ou parcial entre psique e continuidade f3sica;. Oer?se?ia que compreender a psique, sob este aspecto, como ;massa mo? vida;. e algum modo, a psique est# em contato com a matéria e inversamente tem a matéria de possuir uma psique latente. 4 arquétipo poderia conseq>entemente ser de nature@a at7mica e os #tomos de nature@a arquet3pica. Besta vaga hiptese se apia a Oeoria da +incronicidade, com au03lio da qual Nung tenta esclarecer não s os destinos, como as e0peri1ncias parapsicolgicas. Nung entende por sincronicidade o ;encontro, não raras ve@es observado, de fatores subjetivos e objetivos que não pode ser definido causalmente, pelo menos com nossos recursos atuais. +obre esta pressuposição se baseiam a astrologia e o método do 6?&hing;. &om o conceito de tempo da astrologia coincide também o conceito de ;tempo relativo; de Nung. Escreve ele< ;U como se o tempo não fosse menos que um conte"do abstrato, mas, pelo contr#rio, uma =continuidade secreta= com qualidades e condições b#sicas que podem manifestar?se em relativa sincronicidade em diferentes lugares, num paralelismo imposs3vel de ser e0plicado pelas leis da causalidade;. /or isso Nung fala de ;qualidades de tempo;, di@endo que ;tudo que neste momento nasce ou é criado tem as qualidades deste momento temporal;. E, como na astrologia, também Nung conclui destas especiais qualidades de tempo para o destino posterior. /ode?se então entender porque Nung ? esse grande alquimista e mago do século 55 ? raras ve@es iniciava um tratamento sem antes e0aminar o mapa astral do paciente.
III. a An!lise do Destino de Szondi
5
Ra@endo um retrospecto, pode?se di@er que o conceito de destino passou por muitas transformações desde os meados do século 565. e acordo com a filosofia daquela época, o destino do indiv3duo se caracteri@ava pela planificação e necessidade, pela tend1ncia concordante e sentido did#tico de um todo. 4 destino do homem estaria irrevogavelmente predestinado desde o seu nascimento. &onforme a psican#lise de Rreud, as pulsões e os mecanismos de defesa fa@em o destino. Ba psicologia anal3tica de Nung, os arquétipos do inconsciente coletivo e as qualidades, ou melhor, momentos de tempo, são as pot1ncias demon3acas, que determinam o destino. /ara estas duas tend1ncias da psicologia profunda, o destino não tem, todavia, a importância de problema central. Ambas estudam a questão perifericamente. +omente mais tarde a genética colocaria a questão do destino no centro das suas pesquisas. Ela estuda especialmente a relação concordância?discordância na vida de g1meos uni e bivitelinos, e a função da herança e do mundo circundante, mediante métodos estat3stico?heredolgicos. E, com isso, a pesquisa do destino transformou?se numa ramificação das ci1ncias naturais. 4s resultados da genética, porém, concordam com os da filosofia de +chopenhauer. /ara ambos, destino significa coação. enomina?se a este dom3nio das pesquisas sobre o destino de Arqueanancologia. A palavra an#n-e tem dois significados no grego antigo. /rimeiramente, coação, restrição da vontade por um poder e0terno $prisão, correntes, amarras( e também por circunstâncias divinas do destino. a3 seu significado de sofrimento, atribulação e miséria. Em segundo lugar significa também, como a palavra latina necessitas, parentesco consang>3neo. Esta teoria antiga do destino, a Arqueanancologia, conhece, portanto s o destino coercitivo. A idéia de apresentar o destino como hereditariedade vem igualmente deste "ltimo significado da palavra an#n-e, conforme o qual o destino é determinado pela coação de consang>inidade dos ascendentes familiares. A alt3ssima concordância dos destinos de g1meos univitelinos confirmou a impressão de que a pesquisa geral do destino houvesse estacionado no antigo conceito de destino coercitivo. +omente pesquisas posteriores ousaram ultrapassar essa suposta etapa final, fa@endo indagações que, para a genética acad1mica, soavam quase como heresia. 4 intuito de construir uma ponte vi#vel entre a genética e a psicologia profunda motivou tais indagações. Assim, surgiu uma nova teoria sobre o destino humano, a An#lise do estino. Esta neo? anancologia indagava< /ossui o homem realmente um destino "nicoS +eu destino não oferece v#rias alternativasS E, se todas essas possibilidades lhe são conferidas hereditariamente, desde o berço, não tem ele liberdade de escolhaS E0iste para o homem, ao lado do destino coercitivo heredit#rio, também um destino de escolha livreS +e de fato e0istem muitas possibilidades desde o in3cio da vida, como poderia o indiv3duo tomar consci1ncia delasS +e o homem é capa@ de conscienti@ar?se das possibilidades que o destino lhe oferece, ser# capa@ também de escolher livrementeS Em caso afirmativo, qual é a faculdade interior que possibilita essa escolhaS /odemos formular a pergunta também assim< pode o homem, uma ve@ consciente das possibilidades que seu destino oferece efetuar uma permuta livre entre essas mesmas possibilidadesS /ode ele também livrar?se de um destino coercitivo, até então aceito, trocando?o por outro, livremente escolhidoS &omo qualquer pesquisa cient3fica, esta investigação de novo tipo começou também com hipteses de trabalho, cujas premissas mais importantes eram< Entre todos os seres vivos, o homem é o "nico capa@ de tomar consci1ncia das possibilidades que seu destino oferece.
6
Wma suposição entre outras, levantada por 2udert, em 8LL, foi que o animal não tem destino. + quanto ao homem podemos falar, em sentido pleno, de destino. E cunhou a e0pressão ;relação e0istencial;, significando que ;o homem percebe o essencial de sua situação;. i@emos ns< o homem conscienti@a as caracter3sticas dessa situação. Ba opinião de 2udert, pois, o destino s tem um sentido< o homem ? ainda que restritamente ? é livre. 4 primeiro passo dessa liberdade é, parece?nos, justamente o fato de o homem saber que sua e0ist1ncia oferece diversas possibilidades e que pode, voluntariamente, tomar consci1ncia delas. Tas, s é poss3vel tomar consci1ncia daquilo que j# e0iste em ns inconscientemente. N# se constatou que o indiv3duo est# equipado com todas as suas possibilidades de e0ist1ncia. 6sto é, que no seu inconsciente devem e0istir ancestrais familiares ? quase como moldes e figuras $2il-e(, como possibilidades diversas de vida, como pattern of behaviour. O1m de estar presentes, para seu prprio destino, no inconsciente do indiv3duo, e certamente no n"cleo das células, isto é, nos genes dos cromossomos. 4s antepassados carregados no patrim7nio heredit#rio esforçam?se por manifestar?se. /sicologicamente, esse 3mpeto de manifestação é e0presso como ;pretensão dos ancestrais;. N# que tais pretensões dos ancestrais são, na realidade, dinâmicas e inconscientes, fala?se na psicologia profunda de um inconsciente familiar. U a sede e a sala de espera das figuras dos ancestrais, as quais se esforçam por retornar em nosso prprio destino. 4 sentido da hereditariedade é sem d"vida, como disse Ieidegger, a repetição< ;A repetição é a tradição e0pressa, isto é, um retorno a possibilidades da e0ist1ncia passada;. +egundo a teoria da An#lise do estino, as possibilidades familiares de e0ist1ncia $herdadas desse suposto inconsciente familiar, como pretensões dos antepassados(, deveriam penetrar na consci1ncia ? espontânea ou artificialmente ? através de uma psicoterapia. &onseq>entemente, a An#lise do estino se refere a tr1s qualidades $não camadas( do inconsciente< $8( o inconsciente pessoal $Rreud(, que inclui todas as manifestações pulsionais, pessoais e reprimidas) $F( o inconsciente coletivo $Nung(, com todos os arquétipos humanos) $H( o inconsciente familiar $+@ondi(, da An#lise do estino, com as pretensões especiais dos ancestrais. Em qualquer conduta humana $ação e omissão(, em todos os acontecimentos predestinados, funcionam estas tr1s qualidades do inconsciente. a conte0tura destas qualidades do incons? ciente, s com ajuda de métodos especiais podemos separar as funções espec3ficas das caracter3sticas individuais. 4 método que revela a qualidade dos apelos ancestrais inconscientes é e0atamente a Oécnica Anal3tica do estino. A An#lise do estino é, pois, uma tend1ncia da psicologia profunda que procura, antes de tudo, tornar conscientes os apelos ancestrais inconscientes. /or ela, a indiv3duo é levado a confrontar?se com as possibilidades que seu destino lhe oferece $das quais não tinha ainda consci1ncia( e posto diante da alternativa de escolha de uma vida pessoal mais adequada. /ortanto, conscienti@a o homem de haver vivido $inconscientemente( um destino coercitivo, repetindo o destino familiar de um de seus ancestrais) verifica que, ao lado desse penoso des? tino coercitivo, e0istem outras possibilidades de e0ist1ncia, entre as quais lhe é poss3vel escolher livremente. + então poder# ele afirmar que conquistou seu prprio destino. Oorna?se claro que a An#lise do estino $A(<
7
$8( tenta construir uma ponte entre a genética $pretensões dos ancestrais( e a psicologia profunda $conscienti@ação das pretensões inconscientes dos ancestrais() $F( distingue duas grandes categorias de destino< destino coercitivo e destino de livre escolha. Estas duas formas de destino relacionam?se numa ordem de sucessão. 4 conceito de destino não perde seu car#ter coercitivo, porém é complementado pela caracter3stica de escolha. 4 novo conceito de destino da neo?anancologia di@< estino é o conjunto das possibilidades, herdadas e livremente eleg3veis, que nossa e0ist1ncia oferece. A hiptese de trabalho e0posta em relação ao destino humano serve como guia no princ3pio das pesquisas, mas não eleva e transforma em realidade, imediatamente e sem esforço, o ;so? nho do pesquisador;. Roram necess#rios mais de F: anos $8HV a 8JH( para que a an#lise do destino encontrasse sua adequada técnica de trabalho na genética, no diagnstico, na patologia cl3nica, na egologia e na terapia do destino. + em traços amplos poderemos e0por aqui esse longo processo de reali@ação. 4s fatores que condicionam o destino compulsivo são< $8( funções heredit#rias dos genes) $F( funções pulsionais e afetivas) $H( funções sociais) e $L( ambiente mental ou cosmoconceitual em que o indiv3duo nasceu, por força do destino. As funções que condicionam o destino de livre escolha são< $:( funções do ego) $J( funções da mente. Essas funções não devem ser estaticamente separadas, mas, de modo dinâmico, devem completar?se reciprocamente, ou seja, dialeticamente, pois a concepção neo?anancolgica do destino é dialética, movimentando?se constantemente entre contradições e oposições, e não imvel e r3gida. As seis funções vitais condicionantes e configuradoras do destino movem?se normalmente de modo cont3nuo, simultâneo e oposto. /or isto, o destino se transforma também em sua forma fenom1nica com o correr do tempo. &omo as cenas de teatro sobre um palco giratrio, também assim, apro0imadamente, giram o destino no cen#rio da vida individual $+chopenhauer(. +e, o destino se paralisa numa determinada posição desse palco giratrio da vida, a ponto de petrificar?se, torna?se destino coercitivo $por e0emplo, na catatonia(. +e, pelo contr#rio, com au03lio da mente, o ego é capa@ de enfrentar vigorosamente os efeitos petrificadores das funções determinantes do destino e de continuar a mover o palco giratrio, pode sob circunstâncias favor#veis, estar em formação um destino de livre escolha. As pesquisas concernentes s funções do ego e terapia do destino comprovaram de maneira convincente que o regente mvel do palco do destino são o ego e a mente. Wm grau especial de maturidade do ego atua no destino do indiv3duo como ;conciliador dos opostos;, como pontifex oppositorum. +e o ego alcança então este grau de maturidade, oscila constantemente entre a herança, a nature@a pulsional e afetiva, os ambientes social e ideolgico e a mente. Esse ego é o e0ecutor da escolha. /ode transformar a compulsão em liberdade no destino. 4
8
ego, que se move constantemente, que concilia funções opostas, é capa@ de escolher, e, portanto muda o destino compulsivo em destino de livre escolha. &onseq>entemente, da mesma forma que o ego, também o destino est# em constante peregrinação. Tovimenta?se entre a esfera da herança ancestral, a prpria nature@a pulsional e afetiva, o ambiente scio? intelecto?ideolgico e o reino espiritual. +e o ego se paralisa em qualquer setor destas funções, com ele também se paralisa o destino. /etrifica?se em destino compulsivo, interrompendo o processo de humani@ação do indiv3duo. 4 destino se petrifica na e0ist1ncia $como, nos psicticos, delinq>entes contuma@es etc.(. A novidade da anancologia pode?se resumir do seguinte modo< o destino não é condicionado por um poder obscuro ou por um dem7nio. 4 destino humano ? como tudo no homem ? apia? se num sistema de funções que pode ser e0aminado com e0atidão na medicina e na psicologia. Assim como não se pode conceber o homem sem um sistema nervoso, também é inimagin#vel para ns um homem sem um sistema de destino. Ainda que seja imposs3vel torna r vis3vel an#tomo?topograficamente esse sistema de destino, e suas perturbações não possam ser desvendadas mediante processo an#tomo?patolgico, aps a morte, as funções fisiolgicas e as perturbações patolgicas desse sistema j# podem ser e0aminadas por métodos cl3nicos especiais. A pesquisa cl3nica das funções do sistema de destino do homem deveria $como j# acentuaram Pei@sQc-er, Iollmann, Nores e outros( fa@er parte do esquema geral de e0ame de cada paciente. /ois este sistema de destino pode também ;adoecer;, e0atamente como o sistema nervoso ou como o sistema hematolgico do homem.
A #en&tica do Destino Antes de tudo acentue?se aqui que as funções heredit#rias do destino manifestam?se especialmente em cinco setores da vida< $8( escolha no amor) $F( na ami@ade) $H( na profissão) $L( na doença) $:( no tipo de morte. +ão estes os mais importantes setores de manifestação do destino. +e bem que na vida cotidiana se fale de ;escolha;, a genética do destino descobriu funções heredit#rias latentes e ativas no inconsciente familiar.
'scolha do c(n)uge* a +ibidotropis,o /ara uma grande parte de pessoas, a escolha no amor, na ami@ade e na profissão não é livre, mas dirigida pelos genes recessivos, latentes, que e0istem em forma an#loga no patrim7nio heredit#rio dos dois parceiros. Este fen7meno é denominado genotropismo e desempenha importante função na genética do destino. &om base em centenas e centenas de an#lises matrimoniais $8HV a 8JH(, a an#lise do destino comprovou a regra genotrpica da escolha dos parceiros. 'enotropismo é a atração rec3proca ? condicionando o destino no amor, na ami@ade e na profissão ? dos condutores de genes an#logos, latentes, recessivos. Em conseq>1ncia, nestes casos, a escolha é apenas aparente, porque não é dirigida pelos prprios indiv3duos, mas pelos genes an#logos $ancestrais(. Essas pessoas que se atraem reciprocamente não são portadoras $homo@igticas( de uma predisposição recessiva que retorna) portanto, não são indiv3duos aa ou aabb, mas tra@em, em estado latente, e em doses individuais, os genes recessivos id1nticos. +ua frmula de hereditariedade mista
9
$hetero@igtica( é, por conseguinte, no processo heredit#rio mon7mero, Aa) no d3mero recessivo, AaXb. A frmula da atração é, portanto, AaXb 0 AaXb. Ba an#lise do destino, esses condutores se denominam indiv3duos parentes de genes ou eletivos $'oethe(. E seu tipo de atração rec3proca é genotrpica. Este fen7meno, que se con? firmou num n"mero muito grande de indiv3duos, condu@iu a um novo tipo de pesquisa familiar, que se denomina pesquisa familiar genotrpica. &onsiste no seguinte< $8( com a #rvore genealgica do paciente, temos constantemente que apresentar também as #rvores genealgicas de todos os indiv3duos que estão em relação mais estreita com ele, através da escolha no amor, ami@ade ou profissão) $F( além das doenças manifestadas, tem?se também que e0aminar com e0atidão as profissões, os caracteres, os curr3culos dos parentes consang>3neos e afins, sadios e doentes. estas pesquisas familiares genotrpicas resultou, então, a regra genotrpica da escolha dos parceiros. Wm e0emplo< na #rvore genealgica de uma assistente social, psiquicamente normal, a mãe figura como esqui@ofr1nica internada. A assistente social ficou noiva duas ve@es) teve, porém, que romper as duas ligações, porque nas fam3lias dos noivos havia igualmente parentes pr0imos esqui@ofr1nicos $tio e tia(, a respeito dos quais ela e seu noivo nada sabiam anterior? mente. +egundo a genética da an#lise do destino, as duas ações eletivas não foram livres, mas de tipo genotrpico. Bo primeiro livro da an#lise do destino são apresentadas centenas de escolhas de parceiros, todas semelhantes) entre elas, as de uma amostra de :8V indiv3duos que haviam reali@ado escolha genotrpica. A regra de escolha genotrpica dos parceiros foi confirmada por 2e?Ardid $8::(, em Tadri, em relação esqui@ofrenia) por Bachin $8:V(, em Gon, em relação s psicoses alcolicas) por Pagner?+imon $8JH(, em 2iehen, Xasiléia, em relação a dificuldades conjugais) e por muitos colaboradores da comunidade de trabalho da An#lise do estino, de Yurique. Ainda que a regra e o método da pesquisa familiar do genotropismo continuem a ser discutidos, podem apoiar?se em eminentes predecessores desse pensamento. Em particular, numa afirmação intuitiva de Nohannsen, que escreve< ;4s c#lculos $da difusão de genes recessivos anormais entre a população( não podem pretender nem mesmo uma e0atidão apro0imada. Apresentam, contudo, certo interesse. Wma suposição, a respeito da qual as pesquisas populacionais apresentam, talve@ maior ine0atidão, é a de que os casamentos são conclu3dos =ao acaso=, ou seja sem prévia escolha eletiva, que obedece a padrões diversos. U bem poss3vel, e até prov#vel, que a inclinação rec3proca consciente ou inconsciente de indiv3duos an#logos Aa se faça valer e, em tais casos, o c#lculo baseado no n"mero de indiv3duos reali@ados aa daria como resultado uma freq>1ncia demasiado grande do gene recessivo em questão. U de se esperar, para a humanidade como um todo, que esta consideração tenha alguma validade, e que, portanto, genes recessivos anormais não tenham tão grande difusão, como fa@em temer os c#lculos acima citados;. Nohannsen j# pressentia, portanto, a inclinação rec3proca, consciente ou inconsciente, de indiv3duos an#logos Aa. Tas tal inclinação, denominada genotropismo, s foi demonstrada pela An#lise do estino. &omo importante constatação emp3rica, mencionamos a regra biolgica dos parceiros de +tumpfl $8H:(. Escreve ele<
10
;&onstatou?se que o 3ndice de criminalidade de um grupo populacional, selecionado sob um ponto de vista sociolgico unit#rio, corresponde ao 3ndice de criminalidade dos c7njuges desse grupo, isto é, est# numa correlação numericamente definida. Acreditamos, com isto, haver enunciado uma regra, que se apia no fato de que na escolha conjugal atua uma rec3proca atração de caracteres e que ? apesar das m"ltiplas diversidades desses caracteres ? deve ser recondu@ida finalmente a uma similitude essencial, profunda e imanente. A semelhança entre essas pesquisas e as da An#lise do estino est# em haver +tumpfl estendido igualmente suas investigações s fam3lias dos c7njuges, e em considerar também a atração como um processo biolgico. A regra biolgica dos parceiros de +tumpfl apia?se, embora não definidamente, numa profunda semelhança, essencial, entre os parceiros. + em 8HV, dois anos mais tarde, p7de a An#lise do estino provar, em artigo provisrio sob o t3tulo de Analysis of Marriages, que tal ;semelhança essencial; consiste na igualdade dos c7njuges $indiv3duos Aa(, ou seja, numa analogia dos genes recessivos, latentes, dos parceiros, como j# supunha Nohannsen. Oambém Kon Kerschuer menciona, entre as pressuposições de uma an#lise genética da população, a pan?mi0ia, condição segundo a qual ;a escolha matrimonial não se d# casualmente, mas com freq>1ncia dentro de determinados grupos de pessoas $seleção de casais(;. !ue este ;grupo de pessoas; é formado por indiv3duos hetero@igotos an#logos Aa ou AaXb, e que os genes recessivos, an#logos, latentes, causam a atração, eram fatos desconhecidos também deste autor.
'scolha na A,izade* o Sociotropis,o Apia?se, como a escolha dos c7njuges, na mesma igualdade dos genes recessivos latentes.
'scolha da Profiss-o* o pero ou 'rgotropis,o &omo uma forma especial de genotropismo, possui uma alta importância, tanto na sociologia como em relação ao fen7meno da heterogeneidade no homem. Ba escolha da profissão, um grupo de pessoas procura uma atmosfera de trabalho na qual possa colaborar com indiv3duos portadores manifestos em forma latente e em doses individuais ? de genes an#logos. E0emplo cl#ssico é a semelhança das #rvores genealgicas de psiquiatras, psicanalistas e psiclogos com as de seus pacientes. Bas #rvores genealgicas de famosos psiquiatras e psicanalistas encontrou?se, uma porcentagem acima da média de parentes consang>3neos e de escolha psicticos e s ve@es esqui@ofr1nicos. Bo c3rculo familiar e seletivo de indiv3duos Homo sacer $sacer do latim< sagrado) sacerdotes, monges, monjas, pastores, rabinos() a freq>1ncia do morbus sacer $parentes consang>3neos epiléticos( é quase 8M ve@es maior entre casamento de parentes por afinidade, e quase L ve@es mais freq>ente que na média da população. Este fato foi constatado em estat3stica baseada numa pesquisa sobre hereditariedade, a qual englobou VMV parentes consang>3neos e V8F por afinidade de F: sacerdotes) portanto, um total de 8L8 pessoas. Assim ficou também confirmada, de modo significativo, a e0atidão do libidotropismo e, portanto, da forma mais freq>ente de genotropismo. U interessante notar que, nas #rvores genealgicas de bombeiros, foram achados piroman3acos) nas de juristas, paranicos com compulsão de querela, e por a3 vai. Estes resultados da An#lise do estino provam, pela primeira, ve@, que a heterose desempenha relevante função também no homem. enomina?se heterose ao fen7meno verificado nos indiv3duos hetero@igotos de hereditariedade mista, portadores ? em doses individuais ? de genes letais ou de grave morbide@, que apresentam uma força vital, tanto som#tica quanto germinativa, aumentada. A vitalidade acima da média desses hetero@igotos foi verificada, sobretudo em determinadas espécies de cereais e, parcialmente, também no reino animal.
11
'scolha da Doença* o Morbotropis,o Assim designa?se o fen7meno em virtude do qual o indiv3duo reage s ve@es com uma perturbação a surtos infecciosos ou a traumas) sendo que esta perturbação, sem infecções ou traumas, j# e0istia, de forma endgena, na fam3lia. /ode?se conseq>entemente presumir uma atuação dirigente dos genes latentes. Em uma fam3lia, a s3filis cong1nita condu@iu surde@) nessa fam3lia, porém, a surde@ heredit#ria j# e0istia em diversos membros. Bum outro caso, a s3filis transmitida por herança levou epilepsia numa fam3lia em que esta ? sem s3filis ? j# e0istia hereditariamente. 6nteressante também é o caso daquela fam3lia onde cinco membros tinham dificuldades auditivas. Essas dificuldades apareceram, num deles, aps um surto de tifo) num outro, aps um ferimento na cabeça) num terceiro, depois de uma inflamação cerebral) em dois outros, aps acessos de mal#ria.
'scolha da Morte* o Tanatotropis,o +ignifica, como destino, a escolha e o tipo do suic3dio. Besse ponto, a An#lise do estino pode confirmar as estreitas ligações entre epilepsia latente e suic3dio, entre homosse0ualidade egodist7nica, esqui@ofrenia paranide, mania e suic3dio, através de pesquisas sobre a fam3lia. 4s suicidas do grupo heredit#rio paranide?homosse0ual preferem veneno ou revlver) os do grupo de s#dicos utili@am de prefer1ncia a corda, a navalha, a faca, o punhal, o machado ou a espada. As formas de suic3dio preferidas pelo grupo heredit#rio epileptiforme são o salto em profundidade, da janela ou torre, da ponte, do trem, e a morte pelo fogo ou a autocombustão $com ben@ina, petrleo(. 4 tipo mais freq>ente de suic3dio no grupo catat7nico?esqui@omorfo é a morte pela fome $por e0emplo, na anore0ia nervosa(, ou atirando?se sob as rodas de um carro. +uicidas do tipo circular escolhem freq>entemente tipos de morte por via oral< ingestão de morfina, #lcool, barbit"ricos, raticidas etc. Beste "ltimo caso h# um relato sobre a e0ist1ncia de oito suicidas na mesma fam3lia.
/ Diagnóstico '0peri,ental do Destino A An#lise do estino tentou evitar as dificuldades que se apresentam na pesquisa genotrpica do destino de certas fam3lias, de modo que fe@ os pacientes escolherem, de uma coleção de L9 fotografias, as 8F mais simp#ticas e as 8F mais antip#ticas. As fotografias são e0postas em J séries de oito fotografias. &ada série consta de 9 fotografias que reprodu@em< $8( um hermafrodita $h() $F( um s#dico $assassino( $s() $H( um epilético genu3no $e() $L( um histérico $h() $:( um catat7nico $-() $J( um paranico $p() $V( um depressivo $d() $9( um man3aco $m(.
12
/ela escolha das 8F fotografias mais simp#ticas e das 8F mais antip#ticas é estabelecido um perfil de primeiro plano do paciente) as restantes FL fotografias são e0postas novamente em J séries qu#druplas, e de cada série devem ser escolhidas as F fotografias mais simp#ticas e as F mais antip#ticas. Assim se origina um segundo perfil, o perfil complementar e0perimental, que torna vis3veis as funções do plano de fundo das pulsões e do ego. Essa e0peri1ncia de fase dupla é então repetida 8M ve@es, em dias diferentes e ? aps a aplicação de um determinado método de c#lculo ? verificam?se os resultados. 4 processo relativo pesquisa e0perimental das funções pulsionais e do ego apia?se num sistema de oito fatores de pulsão. Oodos eles condicionam, em grupos de dois, tend1ncias pulsionais dialeticamente opostas. +ão eles< $8( fator do amor pessoal humanit#rio) $F( fator do sadismo e masoquismo) $H( fator da intenção assassina de &aim e da justiça de Toisés, ou da ética) $L( fator do e0ibicionismo e do retraimento, da moral< $:( fator de possuir?tudo ou negar?tudo) $J( fator do ser?tudo e do ser?nada) $V( fator da procura e do apego< $9( fator do agarramento e da separação $os dois "ltimos fatores originam?se de Iermann(. A An#lise do estino d# aos oito fatores pulsionais o nome de ra3@es ou radicais da vida instintiva, porque através de mil1nios permaneceram essencialmente iguais. 4s radicais pulsionais heredit#rios possuem efetivamente algo de não histrico, algo de conte"do ainda não especificado totalmente, que atravessa toda viv1ncia, comportamento e reali@ação, estando continuamente presentes para cada indiv3duo $Naspers(. 4 sistema dos oito fatores pulsionais comprovou?se bem no "ltimo quarto do século 55, em especial por ser capa@ de analisar e0perimentalmente os fen7menos em apar1ncia unit#rios da vida pulsional, quase através de uma ;an#lise espectral; nas suas ra3@es nutritivas radicais. &om base em milhares de e0ames $na Iungria e na +u3ça(, pode?se di@er o seguinte sobre essas pesquisas e0perimentais do destino< $8( o teste revela as doenças ps3quicas e0tremas de tipo familiar, cujo portador é o e0aminando) $F( torna vis3veis, pois, de modo especial, as funções latentes das pulsões e do ego, que pela hereditariedade ameaçam o portador) $H( além disso, o teste pode revelar 8V estruturas diferentes de pulsões e do ego, que podem ser avaliadas como ;possibilidades de destino; ou formas de e0ist1ncia) 8F entre as 8V são diagnostic#veis como formas e0istenciais de perigo) as : restantes, como formas e0istenciais de defesa) $L( determinando as proporções das e0ist1ncias perigosas e protetoras, pode?se indicar um tratamento psicoterap1utico. Através de um c#lculo especial e também do julgamento social das reações individuais escolha das fotografias, conseguiu Xeeli elaborar um prognstico bastante "til do destino.
13
A respeito do sistema de pulsões de 'all, escreveram Geibbrand Z Pettle em sua conhecida obra, A Goucura< ;Antes de Rreud, 'all reconheceu a se0ualidade precoce da criança. Admitiu uma espécie de senso de estrangulamento ou de assassinato, cuja legitimidade, no homem, provém de sua participação no g1nero carn3voro. 'all identificava um senso de furto, uma faculdade de imitação, um senso ling>3stico, lé0ico, crom#tico, tonal. Acentuava, de novo, não se tratar abso? lutamente de predisposições fi0as, mas de possibilidades. U justamente esse =conceito de possibilidade=, em sua multiplicidade combin#vel, que estabelece o fundamento pr#tico para pedagogos e ju3@es. 'all pensava poder utili@ar essa teoria no sentido de uma psicoterapia e psiquiatria sociali@ada. Achou, portanto, o mesmo que hoje +@ondi espera conseguir com sua teoria das pulsões, isto é, que o conhecimento das possibilidades das pulsões v# levar compreensão do ego. Além disso, acreditava, assim como +@ondi, que estaria em condições de fa@er prognsticos pulsionais que pudessem ser utili@ados juridicamente.; Esse interessante retrospecto médico?histrico, destacando a Oeoria das /ulsões de 'all $8V:9?89F9(, prova mais uma ve@ que nada é novo debai0o do sol.
A Patologia do Destino N# foi discutido que o destino humano é dirigido por um sistema de funções. Essas funções criativas e dirigentes do destino, como, por e0emplo, as funções heredit#rias pulsionais, afe? tivas do ego e da mente, podem em parte e ? algumas ve@es na totalidade ? sofrer perturbações ou ;adoecer;. &onforme as modalidades das ligações funcionais perturbadas, originam?se diversas formas patolgicas de destino. /ergunta?se< que ligações funcionais espec3ficas podem ser e0perimentalmente descobertas atr#s dos transtornos psicopatolgicos fenomenicamente diversificadoS Beste ponto, evitando e0posições individuais, fa@emos refer1ncia ao livro Oriebpathologie $/atologia das /ulsões( no qual, para todas os transtornos ps3quicos, foram prescritos tratamentos em relação s latentes ligações funcionais das pulsões. as pesquisas comparativas, englobando casos de psicoses diversas, neuroses, psicopatias, anomalias se0uais, como também de crimes e v3cios $relacionando?se os diagnsticos cl3nicos e os resultados das an#lises e0perimentais de pulsões e do ego(, tiram?se as seguintes conclusões< $8( os resultados das pesquisas relativas s pulsões e ao ego de doentes mentais mostram que a idéia de uma unidade patolgica $na concepção de *raepelin( não seria simplesmente ;caça a um fantasma;, como acentuaram os e0tremistas das s3ndromes, entre eles 2oche, +chneider e Oripicchio) $F( verificou?se e0perimentalmente que predisposições especiais vetoriais, do ego e das pulsões, funcionam no homem, dinamicamente, como radicais biolgicos, que determinam se, sob certas circunstâncias, poderia o indiv3duo adoecer antes, de forma esqui@ofr1nica ou na forma circular) $H( finalmente, as funções pulsionais e do ego, em conjunto, como associações de função, condicionam o rumo da doença< $a( pelo tipo especial de cisão, hereditariamente determinado, das funções pulsionais e do ego) $b( pelo setor, pulsional e do ego, onde o perigo é maior) $c( pelo tipo especial de defesa do ego. $L( segundo essas pesquisas e0perimentais, a idéia de unidade patolgica se apia num fato biolgico< cada indiv3duo possui uma disposição individual, pulsional e do ego, que determina onde ? sob dadas circunstâncias ? poderiam ocorrer os maiores riscos. &onseq>entemente, apenas nesse sentido se pode afirmar a idéia de unidade patolgica. 4 car#ter da catatonia condu@ o ego psicologicamente negação, aniquilação de todos os valores) o da parania
14
resume?se numa ilimitada ego?di#stole, num impulso de projeção e de inflação. Ba depressão destaca?se o impulso insaci#vel de busca) na mania, o impulso imoderado de desligar?se de toda ligação com o mundo) $:( o resultado mais importante dessas pesquisas é o seguinte< cada ser humano é portador $em seu inconsciente familiar( de uma disposição pulsional e do ego para todos os quatro grandes grupos de doenças, compreendendo as formas circulares esqui@ofr1nicas, paro03sticas ou h3stero?epiléticas e da possibilidade de doença se0ual. Assim sendo, não h# duplicidade, mas quadruplicidade dos grupos doentios do destino. As diferenças individuais caracteri@am?se tão somente pela graduação proporcional dessas quatro disposições fundamentais. A disposição para as psicoses heredit#rias é sempre condicionada pelas proporções heredit#rias. Estas proporções são evidenciadas nas e0peri1ncias, através das proporções de lat1ncia das ligações funcionais) $J( a psiquiatria funcional e a psicologia da profundidade distinguem?se, em conseq>1ncia, da escola de psiquiatria cl#ssica cl3nica, principalmente em dois pontos< $a( procura nas disposições pulsionais e do ego os radicais biolgicos das unidades patolgicas) $b( considera as doenças mentais sempre nas proporções, nas relações potenciais dos diversos conjuntos funcionais. + do aspecto proporcional é poss3vel, em nossa opinião, entender, de modo multidimensional a nature@a dos doentes, em todas as direções de suas possibilidades de destino) $V( em lugar de diagnsticos cl3nicos, deveriam ser especificadas, em cada caso, as proporções individuais das funções pulsionais e do ego, como conjuntos ocultos. Bisto vemos o fundamento mais importante de uma psiquiatria funcional. Estes resultados das pesquisas e0perimentais relativas a conjuntos funcionais de doentes mentais concordam com os conceitos da genética. Gu0emburger, um dos representantes desta escola, escreve< ;U poss3vel que um esqui@ofr1nico possua, junto ao gentipo esqui@ofr1nico pleno, disposições parciais man3aco?depressivas ou epiléticas e vice?versa.; E continua< ;+ou até de opinião que um mesmo indiv3duo pode tornar?se primeiramente epilético, depois esqui@ofr1nico e, finalmente, ainda, man3aco?depressivo, como proposto pela concepção de /sicose [nica. &om o grau atingido pelas pesquisas relativas hereditariedade, não h# ra@ão para supor que as psicoses heredit#rias se e0cluam reciprocamente. /esam contra tal visão, justamente ao lado de tão freq>ente combinação familiar de diversas psicoses heredit#rias $também em irmãos de ambos os se0os(, o grande n"mero de esqui@ofrenias at3picas, ciclotomias e epilepsias, assim como aqueles casos dificilmente diagnostic#veis que foram denominados =psicoses mistas= Cmelhor di@er, associadas e\ou en0ertadasD;. Este ponto de vista é plenamente confirmado pelas pesquisas e0perimentais sobre o destino. Até agora, porém, não p7de a genética verificar as proporções individuais e atuais das predisposições heredit#rias. Ioje, entretanto, podemos consegui?6o com a ajuda do Oeste de Escolha de Rotografia. 4 destino de um homem, como indiv3duo, é habitualmente marcado pelas proporções pessoais de sua predisposição heredit#ria, e especialmente através de suas predisposições pulsionais e de seu ego. &onseq>entemente, deve também cada doente mental ser apresentado nas proporções de suas predisposições funcionais, nunca por um "nico diagnstico cl3nico. &om estas considerações esclarecemos que a An#lise do estino construiu seu sistema sindr7mico e0perimental sobre os transtornos dos conjuntos de funções, invis3veis latentes) e não, como fa@em Ioche, +chneider e Oripicchio, sobre sintomas cl3nicos manifestos. &omo estes conjuntos heredit#rios invis3veis constam de funções do destino coercitivo, a An#lise do estino fala em uma patologia do destino, referindo?se a esses quadros psicopatolgicos e heredit#rios.
15
A 'gologia do Destino 1 A Doutrina do 'u A importante ação das manifestações do ego no destino de cada indiv3duo manifesta?se de muitas maneiras< $8( na conscienti@ação e na capacidade de conscienti@ação das pretensões ancestrais inconscientes do inconsciente familiar. 6sto acontece parcialmente através da conscienti@ação, isto é, da projeção inconsciente das imagens ancestrais, em conseq>1ncia da qual se efetuara até aquele momento a busca e a escolha de um parceiro) parcialmente através da conscienti@ação do fato de que a pessoa fica obsedada por tend1ncias ancestrais opostas, isto é, da inflação) $F( o ego deve tomar posição quanto s possibilidades de destino herdadas< deve ou afirm#? 6as, incorpor#?6as ao prprio ego, identificando?se, com elas, ou neg#?las e, em casos e0tre? mos, até mesmo destru3?las) $H( como j# foi mencionado no in3cio da parte 6, o ego pode em circunstâncias favor#veis desenvolver?se tanto que fica incapa@ de conciliar os antagonismos da e0ist1ncia. 6sto é, o sonho e a vig3lia) o inconsciente e o consciente) os mundos subjetivo e objetivo) a onipot1ncia e a impot1ncia) o corpo e a alma) a feminilidade e a masculinidade) a mente e a nature@a) o aquém e o além. N# mencionamos que a An#lise do estino denomina esse ego altamente desenvolvido de Pontifex Oppositorum. Esse ego, capa@ de supervisionar e conciliar todas as antinomias, tem o poder de escolher, entre as possibilidades do destino com pulsivo herdado, um destino de livre escolha.
/ Destino de +i2re 'scolha /reliminarmente foi feita a pergunta< que instância tem então o poder de eleger um destino de livre escolha, em lugar do destino compulsivoS Essa instância é o Ego /ontife0, em outras palavras, as funções do ego, conciliando os antagonismos conscienti@ados. /ara poder construir conscientemente um destino de livre escolha, o ego deve e0ercer as seguintes funções< $8( a integração< o ego deve dominar e dirigir soberanamente suas funções elementares. 6sto implica, psicologicamente, que o ego e0amina as diversas pretensões ancestrais até o momento projetadas para fora $projeção( e as conscienti@a $inflação(, com a medida da realidade) e, se uma, das muitas possibilidades de e0ist1ncias herdadas, lhe oferecer a oportunidade de um destino melhor, ele a confirma, a incorpora $introjeção(, e nega $negação( o destino coercitivo até então vivido, seja uma anormalidade se0ual, uma neurose afetiva do ego ou de contato, ou até mesmo uma pré?psicose) $F( a transcend1ncia< 4 ego deve poder transcender até a mente. eve procurar uma ligação com uma idéia superior $humanidade, arte, ci1ncia ou religião( e ativar a função de crença na humanidade) $H( a participação mental< 4 ego deve unificar?se de maneira duradoura com esta idéia superior, isto é, o ego deve poder participar. 6ntegração, transcend1ncia e participação ideal super personali@ada, dão ao ego a força de negar o destino compulsivo e, entre as possibilidades familiares conscienti@adas, escolher livre? mente seu prprio destino, e viver de acordo com tal opção.
A Terapia do Destino Oalve@ seja v#lido afirmar que as tr1s condições j# mencionadas, das quais depende o surgimento do Ego Pontifex , são também pass3veis de condicionamento heredit#rio. /ois é im? poss3vel negar que uma elite humana, nem sempre constitu3da de intelectuais, pode alcançar espontânea e naturalmente esse alto grau do Ego Pontifex .
16
/orém, a An#lise do estino comprovou que também em muitas doentes mentais estas mesmas condições e0istem em estado latente, embora vivam seu dif3cil destino compulsivo como neurticos ou psicticos. Esta circunstância forçou a An#lise do estino a e0perimentar métodos artificiais, psicoterap1uticos, com a ajuda das quais é poss3vel transformar o destino compulsivo em destino livre. o ponto de vista ;rumo?efeito; da psicoterapia anal3tica, podemos classificar as curas em processos diretos e indiretos. &omo paradigma do processo direto, deve ser mencionado a psican#lise. Beste método, o terapeuta visa diretamente as tend1ncias pulsionais, reprimidas $comple0o de Udipo etc.(, os quais são respons#veis pelo surgimento dos sintomas. A terapia da An#lise do estino não pode aplicar esses métodos diretos de tratamento nos casos em que as pretensões ancestrais herdadas e causadoras da doença, nunca foram conscientes e, em conseq>1ncia, não foram também reprimidas) contudo, apesar disso, ameaçam de modo latente o destino do indiv3duo através do inconsciente familiar. /or e0emplo, uma predisposição familiar para a autodestruição ou para a epilepsia. A An#lise do estino deve, portanto, com freq>1ncia, escolher meios indiretos de tratamento. +ão eles< $8( inversão dos destinos pulsionais dialeticamente constru3dos da forma social?negativa para a social?positiva do destino. /aradigma< piromania latente ??] bombeiro) esqui@ofrenia latente ??] cl3nico psi) mania processual latente ??] advogado) mania religiosa latente ??] psicologia da religião etc. Bestes casos, o operotropismo atua terapeuticamente, depois do paciente tomar consci1ncia de que seu destino compulsivo est# intimamente ligado possibilidade de escolha de uma determinada profissão) $F( inversão das partes cindidas $e, portanto, dos destinos complementares do ego( em determinadas doenças que acarretam uma cisão. Alguns e0emplos< a parania projetiva ? mania de perseguição como uma parte cindida do ego pode, sob determinadas circunstâncias, inverter?se na outra parte cindida complementar, a e0ist1ncia de trabalho compulsivo. 4u< a megalomania $parania inflativa( pode desaparecer se, pela inversão, a outra parte cindida do mesmo ego $o ego evasor( continuar a viver como viajante profissional, glob?trotter etc. $H( permuta de uma forma de e0ist1ncia doentia por outra mais inofensiva, para a qual e0istia uma predisposição que ser# descoberta no patrim7nio heredit#rio do paciente através do teste e do e0ame da #rvore genealgica. Assim, é poss3vel que o paciente consiga permutar a parania esqui@ofr1nica por uma cefalalgia paro03stica, ou por paro0ismos de outro tipo) ou a parania e a mania por uma compulsão. /ara promover essas permutas das formas de destino, a terapia anal3tica do destino elaborou métodos especiais $método do martelamento, do psicochoque(. Apresentamos as transformações do conceito de d estino na psicologia profunda, e chegamos a uma psicoterapia que ousa até transformar as normas de destino do indiv3duo. U nova essa ousadiaS Bo livro j# citado, A Goucura, de Geibbrand Z Pettle estes salientam que) em 89LH, Kon +truve elaborou uma Rrenologia /rofunda destinada, sobretudo, a tornar?se a base do tratamento das doenças ps3quicas. U poss3vel, e até prov#vel, que h# mais de cem anos a Rrenologia /rofunda tivesse os mesmo objetivos que tem hoje a /sicologia /rofunda. Atualmente, porém, qual dos adeptos da /sicologia /rofunda conhece o nome de Kon +truve e sua Rrenologia /rofundaS /rovavelmente o mesmo destino aguarde, daqui a cem anos, os atuais representantes da /sicologia /rofunda.
o2a orientaç-o ao proble,a da Cis-o do 'go Considerações gerais 4 fen7meno a que, em 888, Eugen Xleuler deu o nome heur3stico de cisão do e go, j# figurava na literatura com denominações diferentes, tais como ;dissociação;, ==desintegração da consci1ncia; $'ross(, ;disjunção; $Pernic-e(. Esses termos hoje desapareceram. Oambém com a e0pressão hom7nima ;cisão da auto?consci1ncia; $Roersterling(, que significava um aumento
17
da perturbação psicomotora, não se podia iniciar muita coisa. /or uma determinação conceitual mais clara devemos agradecer em primeiro lugar a Xleuler que, rebati@ando a dementia praecox $*raepelin( de esqui@ofrenia, como psicose de cisão, obteve fundamento slido para a idéia de cisão ego. Xleuler discriminou duas classes de cisão< uma prim#ria, na qual associações de pensamentos concretos, firmemente ligados, separam?se) .outra secund#ria na qual um comple0o de idéias, acentuadamente afetado, se define cada ve@ mais e, com firme@a, alcança na vida ps3quica uma autonomia sempre crescente. &om a denominação de esqui@ofrenia queria Xleuler atingir as duas classes de cisão porque freq>entemente se fundem numa s. As caracter3sticas da esqui@ofrenia são especialmente, na opinião de Xleuler< $8( a falta de inibição) $F( o autismo, em conseq>1ncia da falha da inibição, idéias incompat3veis podem coe0istir. /or e0emplo, o esqui@ofr1nico pode ver simultaneamente numa mesma pessoa seu inimigo ^ e o médico 5) como conseq>1ncia do autismo, o paciente substitui a realidade, desagrad#vel para ele, por um mundo irreal do desejo. uas outras importantes afirmações de Xleuler ficaram quase esquecidas. Afirmou em primeiro lugar que os fen7menos de cisão não são prprios somente da esqui@ofrenia) também a psique sadia, tanto na vig3lia, quanto no sonho pode cindir seu ego. Ba opinião de Xleuler, a cisão esqui@ofr1nica deveria ser definida simplesmente como e0agero de um fen7meno fisiolgico que separa $cindente(. isse ainda Xleuler que, em certas circunstâncias, a cisão fisiolgica dos comple0os pode acarretar indistintamente cisões histéricas, epiléticas, aut3sticas e paranides. Ren7menos de cisão podem, conseq>entemente, surgir também em outras afecções. +egundo Xleuler, é de supor que o esqui@ide venha a cindir?se demais) o sint7nico, na medida e0ata) o epilético, pelo contr#rio, insuficientemente. &om base nessas duas not#veis afirmações de Xleuler $que, na opinião de +@ondi, ainda não teriam sido bem analisadas(, de 8HV a 8JH +@ondi estudou a cisão do ego em indiv3duos sadios e em doentes mentais, em primitivos e civili@ados. E isso por meio da An#lise E0perimental do Ego, da observação cl3nica e, em parte, também pela psicoterapia anal3tica e an#lises on3ricas. 4 e0ame dos casos cl3nicos, em 8:J, deu?nos a oportunidade de verificar para que grau anterior de cisão costuma regredir muito freq>entemente o ego dos pacientes dos diferentes grupos. Essas an#lises e0perimentais do ego, reali@adas em HHL8 casos, nos estimularam a ideali@ar uma Oeoria Runcional do Ego e a tornar e0eq>3vel, com au0ilio dessa teoria, uma nova orientação para o problema das cisões do ego.
Cisões do 'go 3 luz da Teoria 4uncional do 'go e conformidade com essa teoria, o ego não é um rgão anatomicamente locali@#vel, nem um aparelho ps3quico $Rreud(, mas um conjunto de quatro funções elementares que denominamos ;radicais do ego;. Esses quatro radicais cong1nitos do conjunto ego?funcional são< $8( a participação, isto é, a tend1ncia a formar com o outro o ser?uno, o ser?igual. &ondu@, por projeção do poder prprio do ego, formação de unidades duplas. 6sto é, vida do ego no outro $unidade mãe?criança, clã?solidariedade(. Aps a desintegração dessa dupla unidade participante, a mesma tend1ncia funciona como projeção secund#ria, como e0trava@amento do poder prprio do ego sobre outras pessoas que, depois, prejudicam ou até perseguem o indiv3duo projetante. U também o estado de impot1ncia prprio do ego na parania projetiva $mania de perseguição()
18
$F( a inflação, isto é, a tend1ncia do ego duplicação de seu poder, portanto, o querer ser ambos?e?tudo, a ;ambitend1ncia;, na definição de Xleuler. Oambém se chama inflação obsessão, por duas tend1ncias opostas, que agem ao mesmo tempo, mas sem se unir, nem e0cluir?se. Oal estado corresponde cisão prim#ria $Xleuler(. /oder3amos também denominar de ;autismo no ser; a conseq>1ncia da inflação) cujo conte"do pode variar de objeto e de intensidade. /or e0emplo, desejar ser simultaneamente homem e mulher, diabo e anjo, senhor e servo, criança e l3der, homem e animal. A isso denominamos inflação, segundo Nung. omina na parania inflativa $megalomania() $H( a introjeção, isto é a primitiva tend1ncia do ego tomada de posse, incorporação e capitali@ação dos objetos de valor, das idéias de valor e de todos os conte"dos de valor e de poder do mundo e0terior e interior. Em resumo< a urg1ncia de tudo possuir e de tudo saber. A função fisiolgica da introjeção é de servir de ponte para a percepção e0terna e interna. A forma doentia e o autismo, em relação posse, isto é, a alucinação, o ;pensamento m#gico;, na qualificação de Xleuler para a esqui@ofrenia) $L( a negação, ou tend1ncia elementar do ego para esquivar?se, para a negação, a inibição, o recalcamento. A forma doentia se chama negativismo, desvalori@ação total, desespero, encarceramento do ego, a autodestruição na catatonia e o suic3dio. As quatro funções radicais da psicopatologia não se restringem a um conjunto de funções cognominado ;o ego;, mas foram sempre consideradas isoladamente, de modo independente. A An#lise E0perimental do Ego provou, porém, que essas quatro funções elementares se interligam em sucessão regulada num movimento circulatrio. 2epresentam quase que ;estações;, tanto no desenvolvimento quanto na vida posterior do ego. Estações que t1m de ser percorridas por todas as manifestações instintivas, percepções internas ou e0ternas e re? presentações que afloram ao psiquismo. N# em 8LV, pod3amos comprovar que também a evolução fisiolgica do ego segue caminho id1ntico ao da circulação< $8( participação?projeção) $F( inflação) $H( introjeção) $L( negação ou adaptação. 4 citado movimento circulatrio tem, na patologia do ego, uma importância especial. /oder3amos demonstrar que cada cisão do ego se produ@ devido parada do movimento circulatrio numa ;estação;, ou seja, numa função elementar do ego. Telhor di@endo< cisões do ego não se originam da divisão de ;conte"dos;, mas da falha, da paralisação de determinadas funções elementares. A nature@a especial das funções do ego restantes, aps o desligamento e uso e0agerado, determina sempre, também, a nature@a espec3fica dos sintomas psicopatolgicos. +e queremos definir melhor a e0pressão ;cisão;, devemos falar de ;cisão das funções elementares ou das tend1ncias elementares do ego;. As funções cindidas, porém, desaparecem e0clusivamente do primeiro plano. Em verdade permanecem ilesas no plano de fundo e podem, ocasionalmente, reintegrar?se ao movimento circulatrio ou, através da inversão da rotação das peças cindidas, ocupar solit#rias o cen#rio da vida do ego. Bessa teoria do movimento circulatrio das quatro funções elementares do ego, t1m lugar muito importante a integração e desintegração. lntegração é um estado em que as funções elementares perfa@em seu circuito conforme a regra, sem parada demasiado longa, ou seja, sem falha) melhor e0plicando< independentemente da qualidade do conte"do ps3quico e0istente. 6sto significa que a vida do ego é integrada se todos os seus conte"dos $sejam manifestações instintivas ou representações e idéias( percorrem seu circuito, da projeção e da introjeção negação. Ba integração, nenhuma das quatro funções elementares falta. Oodas são capa@es de ação. esintegração, pelo contr#rio, indica um estado no qual as quatro funções elementares estacionaram e, conseq>entemente, os conte"dos do ps3quico percorrem o circuito compulsiva? mente, ;sem ego;, ou seja, no estado crepuscular $por e0emplo, ataques crepusculares e epiléticos(.
19
&om essa teoria puramente funcional, que e0amina em primeiro lugar as cisões das funções do ego, e não os conte"dos deste $ao contr#rio de Rreud( tenta?se responder s per guntas que a seguir formulamos< como se d# a cisão das quatro funções elementares do ego nos indiv3duos primitivos $negros selvagens(, nos civili@ados e nos doentes mentaisS
Cisões do 'go nos Pri,iti2os 4 arquivo da lnternationale Forschungsgemeinschaft für Schicsalspsychologie $+ociedade 6nternacional de /esquisa da /sicologia do estino( de Yurique, dispõe de mais de 8MM an#? lises e0perimentais do ego com o teste +@ondi, referentes a negros selvagens da _frica Equatorial. Roram reali@adas por /erc, então médico?chefe da 6nstituição Albert +ch`eit@er, mediante e0ames feitos nos acompanhantes sadios dos doentes tratados no hospital da floresta virgem, em Gambarne. 4s e0aminandos vinham da selva e eram selvagens. Estavam entre eles membros das tribos primitivas de Rang, 'aloa, A-ele, Tassango, B=-omi e Esfiha. e 8MM negros, LF eram portadores de uma cisão projetiva de participação, total) VF deles apresentavam uma combinação de cisões, predominando a projeção. A cisão do ego desses primitivos era id1ntica quela encontrada $entre os civili@ados( nos paranicos com mania de perseguição, del3rio egoc1ntrico, del3rio de interpretação e del3rio de reivindicação. Entretanto, os 8MM negros e0aminados $também na condição de membros da primitiva sociedade aldeã( eram indiv3duos totalmente sadios, não esqui@ofr1nicos, apresentando cisões psicolgicas $do ego( justamente porque viviam com e0agero a função sob forma de uma e0trema solidariedade com o clã. E, sobretudo em unificação total $do ego( com seus animais tot1micos, suas plantas tot1micas, como era prprio de sua religião. A anulação das tr1s outras funções do ego, a saber inflação, introjeção e negação ? tão importantes para o homem civili@ado ? não fa@ia adoecer sua psique prim#ria. Esses resultados provam duplamente< $8( que Xleuler tinha ra@ão quando admitia serem fisiolgicas as cisões, mesmo nos homens primitivos) $F( que nos primitivos uma projeção total pode levar a uma sadia solidariedade com o clã e religião tot1mica, enquanto em povos cultos, a mesma cisão do ego condu@ a del3rios fantasmagricos e alucinações. 4 julgamento das conseq>1ncias de uma projeção est#, portanto, ligado a determinada época da civili@ação.
Cisões do 'go e, Ci2ilizados /or car1ncia de espaço) temos de desistir da e0planação sobre o processo de evolução das cisões do ego nas diversas fases cronolgicas da vida humana. Beste momento, tratamos so? mente dos tipos de cisão do ego de dois grupos de adultos< o do homem comum e o dos homens mentalmente sublimados< $8( !ualquer indiv3duo adulto pode cindir o fei0e das quatro funções do seu ego, de tal modo que, em vig3lia, atue apenas a parte cindida constante de projeção e negação. Essa parte cindida caracteri@a?se como ;adaptação social;. Ba consist1ncia ps3quica do ego, essa adaptação significa um estado de ren"ncia $negação( s e0trapoladas $projetadas( pretensões do desejo. A outra parte cindida, posta fora de ação, compreende o ser?tudo $inflação( e o ter?tudo $introjeção(. /ara ser um homem socialmente adaptado é indispens#vel renunciar ao ter?muito e ao ser? muito. Rreq>entemente tal adaptação tem in3cio no ao 8M ano de vida. Ba média da popu? lação, porém, s paulatinamente atinge sua freq>1ncia m#0ima $:L,F(. freq>1ncia da adaptação apresentam curva sempre ascendente< entre 8H e FM anos de idade, FF) F8?HM anos, F9,H) H8?LM anos, F,8) L8?JM anos, LM,H) J8?VM anos, LH) V8?9M anos, :L,F.
20
Ba evolução do homem primitivo a civili@ado, o passo decisivo consiste, portanto, em por em ação a função de negação, a ren"ncia s projeções do desejo. 4 homem selvagem, supostamente sem pretender renunciar a essas projeções, as satisfa@ completamente, em vig3lia, pela participação e unificação com seu totem e seu clã. 4 civili@ado, ao contr#rio, s no sonho as satisfa@. $F( 4 homem sublimado põe em ação, num movimento circulatrio cont3nuo, todas as funções elementares do ego) todos os conte"dos da psique as percorrem) os conte"dos do ego, porém, s passageiramente, durante uma breve pausa, permanecem numa das quatro estações. Esses grupos humanos sem cisões do ego são raros. &om maior freq>1ncia, encontramos o denominado ;trabalhador intelectual compulsivo; que cinde somente a função de projeção e, pela sujeição ao trabalho, d# um cheque?mate em sua obsessão $inflação( ou a contenta parcialmente.
Cisões do 'go e, doentes ,entais Bossas pesquisas confirmaram e0perimentalmente a tese de Xleuler relativa e0ist1ncia de uma cisão fisiolgica do ego em homens tanto primitivos, quanto civili@ados sadios. Tas, con? firmaram igualmente sua opinião de que os fen7menos de cisão podem ocorrer não apenas no grupo das esqui@ofrenias, mas também em afecções ps3quicas de outro tipo. /elo e0ame cl3nico?psicopatolgico, relativamente numeroso, de 8M9V casos de diversos pa3ses, pudemos separar oito tipos diferentes de cisões do ego e verificar a relação especial dessas cisões com determinados quadros mrbidos. Ba enumeração dessas oito formas de cisão, procedemos de modo a indicar sempre, em relação s duas partes cindidas do ego, tanto as funções clinicamente atuantes quanto as cindidas, com suas respectivas manifestações cl3nicas e fisiolgicas.
4or,as de Cis-o no #rupo das 's5uizofrenias este grupo fora, encontradas 5uatro for,as diferentes de cis-o do ego6 8 forma< cisão projetiva?paranide< $a( a parte cindida, clinicamente atuante, põe em ação somente a projeção total) o quadro cl3nico indica uma parania projetiva, isto é, mania de perseguição, del3rio de observação, del3rio de reivindicação) parania de base epilética, segundo Xuchhol@ $89:( e +eidel. $b( a parte cindida, situada no plano de fundo, põe fora de ação a inflação, a introjeção e a negação) essa parte condiciona o chamado ;ego do trabalhador compulsivo;, que pode aparecer aps um acesso projetivo?paranide) com certa freq>1ncia, pode acontecer uma r#pida permuta das duas partes cindidas, de modo que mal pode ser notada a fase paranide) a cisão projetivo?paranide apresenta?se em seu desenvolvimento como ego precoce ;participativo;, em forma de unidade mãe\criança) outrora, quando ainda e0istia o ;homem selvagem;, encontr#vamos em LF dos primitivos, como dissemos atr#s, a cisão projetivo? paranide do ego. F forma< cisão do ego inflativo?paranide, inflativo?epileptiforme, histérico?inflativa e hebefr1nica< $a( a parte cindida clinicamente atuante põe em ação somente a obsessão, a inflatividade) os sintomas cl3nicos são< $8( megalomania, del3rio religioso, erotomania, del3rio de reivindicação) $F( obsessão epileptiforme do tipo de ataques com idéias delirantes sobre a morte ou a religião)
21
$H( obsessão saltitante, incoerente, histeriforme, teatral?patética, freq>entemente retalhativo? hebefr1ncia com idéias megaloman3acas) $L( escroqueria hebefr1ncia, falsificação) $:( mania inflativa. $b( a parte cindida põe fora de ação a projeção, a introjeção e a negação) essa parte cindida costuma freq>entemente fa@er as ve@es da obsessão, apresentando os sintomas cl3nicos da evasão epileptiforme $fuga(, da dromomania $ou, poriomania(, da epilepsia retrofle0iva, ou também de genu3nos ataques epiléticos. A forma inflativa de cisão pode aparecer fisiologicamente, enquanto evasão, em crianças de : a J anos de idade) mais tarde, na adolesc1ncia $8V a 89 anos de idade(. H forma< cisão do ego aut3stica, introprojetiva e introjetiva< $a( a parte cindida, clinicamente atuante, é o ego introprojetivo que põe em ação a projeção e a introjeção) na psicopatologia, isto se chama autismo) psicologicamente acontece o seguinte< os desejos inconscientes não são transferidos a pessoas do meio?ambiente ? como na parania projetiva ? mas, ao prprio ego) todas as pretensões do desejo são incorporadas, introjetadas, ou seja, afirmadas) em conseq>1ncia, o doente ultrapassa os limites da realidade, tem alucinações, age de maneira autista, indisciplinada $Xleuler() no in3cio da melancolia, o ego também sofre uma cisão autista, porém, enquanto o esqui@ofr1nico autista é onipotente em relação a ;ter;, o melanclico torna?se impotente por uma autodesvalori@ação, auto?inculpação e del3rios de auto?acusação e de indig1ncia) contudo, é tão autista quanto o esqui@ofr1nico, s que forma idéias delirantes negativas com as quais se coloca igualmente acima dos limites da realidade. $b( a parte cindida põe fora de ação a inflação e a negação) essas duas funções do ego condicionam a ;inibição;. Autismo e inibição são sintomas cl3nicos de partes cindidas opostas. A An#lise E0perimental do Ego p7de também a3 confirmar as afirmações de Xleuler. A forma autista aparece fisiologicamente no per3odo infantil de obstinação, e porque freq>entemente a cisão introjetiva pura, sem projeção, pode levar ao autismo, é também chamada de tipo introjetivo de cisão ? o oposto dela é a despersonali@ação. L forma< cisão do ego negativo?catat7nica< $a( a parte cindida clinicamente atuante põe em ação, nas psicoses, somente a e0agerada negação e a destruição) nas neuroses, ao contr#rio, o recalcamento e a evitação neurtica) o grave negativismo aparece clinicamente na esqui@ofrenia catat7nica, na mania e no suic3dio) $b( a parte cindida põe fora de ação a introjeção, isto é, as idéias delirantes projetivas, inflativas e introjetivas) supostamente, a negação catat7nica dos psicticos é uma espécie de tentativa de cura espontânea da parania e do autismo) nos neurticos, o recalcamento assegura certa proteção contra a aceitação da homosse0ualidade egodist7nica e a solidão. Risiologicamente, a cisão de negação aparece, sobretudo como recalcamento da primeira infância $H a J anos de idade(, depois, na pré?puberdade $ a 8F anos(. As quatro formas de cisão mencionadas permitem distinguir, no grupo das esqui@ofrenias, quatro formas nosolgicas< $8( a parania projetiva) (2) a parania inflativa) (3) a esqui@ofrenia introjetivo?autista)
$L( a esqui@ofrenia negativo?catat7nica.
22
4or,as de Cis-o no #rupo das 'pilepsias &omo nota preliminar, frisamos que as perturbações epileptiformes do ego podem também aparecer nos tipos de cisão esqui@ofr1nica, pela inversão do movimento de rotação das partes cindidas. 4s dois tipos de cisão paro03stica seguintes possuem uma conotação especial, pois prim#ria é a perturbação epileptiforme do afeto e não a perturbação do ego. A mentalidade assassina de &aim e o conte"do dessas perturbações do afeto causa, secundariamente, as cisões do ego. : forma< despersonali@ação paro03stica, condicionada pelo afeto< $a( a parte cindida clinicamente atuante põe em ação, sincronicamente, tr1s funções do ego< a negação, a inflação $com inibição( e a projeção) o fen7meno que resulta desse fato é a despersonali@ação epileptiforme e h3stero?epileptiforme) caso a negação se transforme em autodestruição, forma?se o quadro cl3nico da despersonali@ação caracteri@ado por crises de dipsomania episdica, pelo suic3dio e freq>entemente também pela histeria e depressões cr7nicas) $b( a parte cindida põe fora de ação a importante função do ego que escapa ao mundo da percepção< a introjeção) na psicologia do ego, a despersonali@ação é definida como conseq>1ncia de um desligamento da introjeção condicionado pelo afeto) portanto, como conseq>1ncia do desligamento da ponte da percepção ligando o e0terior ao interior) com o desligamento da introjeção, falham também todos os conte"dos incorporados< conhecimento, memria, imagens mnésicas motoras e senso?motoras) j# em 888 se referia Xleuler cisão dos afetos como proteção na esqui@ofrenia) é efetivamente uma proteção, pois, caso a introjeção domine so@inha o quadro cl3nico, surge certamente o autismo) fisiologicamente, aparece a despersonali@ação e0atamente nas fases de transição< jardim de infância ? idade escolar $: a V anos( ? idade juvenil ? adulto. J forma< cisão desintegrada, epileptiforme, com estados crepusculares< $a( a parte cindida clinicamente atuante é totalmente separada do ego) todas as quatro funções elementares são provisoriamente desligadas) clinicamente surge um estado crepuscular, pequeno mal oral, freq>entemente a pura desorientação ou mutação do ego) $b( a parte cindida situada no plano de fundo mantém em seu 3ntimo as quatro funções do ego desligadas no primeiro plano. Esse ego aparece, freq>entemente, antes e depois do ataque crepuscular como um pressentimento de cat#strofe $fobia(. Risiologicamente, pode essa desintegração surgir de modo passageiro, como mutação do ego, dos 8V aos FM e dos JM aos VM anos de idade. V forma< cisão do ego de forma compulsiva, ananc#stica< $a( a parte cindida clinicamente atuante põe em ação simultânea, com igual intensidade, a introjeção e a negação) cada ato de afirmação $di@er sim, introjeção( é imediatamente bloquea? do por um ato de negação $di@er não() assim tem origem o quadro cl3nico da ambival1ncia, do desespero, da incapacidade de ação na neurose e na psicose compulsivas) $b( a parte cindida põe fora de ação a inflação e0tremamente perigosa e a projeção) melhor di@endo, põe fora de ação a parania) conseq>entemente, a cisão compulsiva serve de proteção contra a parania de fundo, porém, a compulsão pode também assegurar proteção contra a homosse0ualidade egodist7nica latente) fisiologicamente, a cisão compulsiva atinge sua freq>1ncia m#0ima dos aos 8H anos, isto é, na puberdade $ou, pré?adolesc1ncia(. 9 forma< cisão de adaptação do ego< j# dissemos que, em adultos civili@ados sadios, domina a forma de cisão do ego denominada ;de adaptação;) com a finalidade de e0aurir o assunto, mencionamos aqui, ainda uma ve@, essa forma de cisão para e0por em sua totalidade o sistema dos oito tipos de cisão<
23
$a( a parte cindida atuante põe em ação as funções de projeção e negação) desse modo tem origem a adaptação) $b( a parte cindida põe fora de ação as tend1ncias para tudo?ser $inflação( e tudo ter $introjeção() essa parte cindida se denomina também ;narcisismo total;) em indiv3duos sadios de formação acad1mica, ocupantes de altas posições, essa parte cindida atua no primeiro plano com caracter3sticas de narcisismo) enquanto a adaptação fisiolgica cresce constantemente até a idade senil, a cisão de narcisismo total é muito freq>ente entre FM e HM anos, e mais rara na puberdade. Ba pré?puberdade e na idade avançada, esse tipo de cisão quase nunca ocorre.
Aplicaç-o da Teoria da Cis-o do 'go Interpretaç-o da Mutaç-o de 7uadros Mórbidos Antag(nicos A sistem#tica relativa teoria funcional da cisão pode prestar ao psicopatologista boa assist1ncia para a compreensão, tanto de aparentes antagonismos que surgem no decurso da moléstia, quanto de casos mistos. &omo primeiro e0emplo, mencionamos a discutida cone0ão entre a esqui@ofrenia e epilepsia. Alguns psicopatologistas defendem a tese da e0ist1ncia de um antagonismo biolgico entre as duas moléstias. 4utros falam de combinação, ou seja, de casos mistos. N# em 89:, Xuchhol@ aventou a hiptese da parania de base epilética. rries e +elbach também são de opinião que as esqui@ofrenias paranides, catat7nicas e hebefr1nicas podem ter base epilética. Alajouanine Z cols., afirmam que a ação da epilepsia desencadeia os surtos psicticos. as formas de cisão esqui@ofr1nica e epilética identificadas empiricamente pela e0peri1ncia, e não por especulação terica, resulta visivelmente que a esqui@ofrenia e a epilepsia podem ser duas diferentes manifestações de duas partes cindidas do mesmo ego. Tas, tendo ambas suas prprias predisposições heredit#rias, raramente surge essa combinação. Wrna das partes cin? didas provoca a perturbação do ego na epilepsia. E0plicando melhor< se a parte esqui@ofr1nico? paranide atua no primeiro plano, a parte cindida epileptiforme se coloca no plano de fundo. As duas partes cindidas podem, porém, trocar de lugar pela inversão de sua rotação, corno num palco giratrio. A observação cl3nica das duas partes cindidas nas formas de cisão H e : evidencia a possibilidade de um aparecimento sucessivo das duas formas por meio da inversão do movimento rotatrio das partes cindidas. 4 segundo e0emplo relativo s formas de cisão 8 e V destaca a relação entre obsessão e esqui@ofrenia. Essas duas formas são partes cindidas do mesmo ego. A obsessão protege freq>entemente da esqui@ofrenia paranide. Este segundo e0emplo nos condu@ terapia.
Aplicaç-o da Teoria da Cis-o 3 Terap8utica +e a parte cindida for condicionante da perturbação paranide esqui@ofr1nica do ego, é sempre contra?indicado anular a compulsão por meio de qualquer psicoterapia. Em certas cir? cunstâncias, ao contr#rio, pode?se deslocar a parania com ações coercitivas, pela inversão artificial do movimento de rotação das partes cindidas. Tas, s através de uma an#lise e0perimental do ego podemos verificar se é poss3vel fa@1?6o. Ba Oerapia Anal3tica do estino e0pusemos uma série de métodos denominados artificiais para a inversão do movimento das partes cindidas, destacando o psico?choque. /orém, antes de inverter artificialmente a rotação das partes cindidas, é preciso saber se a parte cindida que se pretende tra@er para o primeiro plano é mais dif3cil de suportar que a outra, aquela que desejar3amos colocar no plano de fundo. A3 a An#lise E0perimental do Ego pode novamente ser o guia de nosso roteiro. A teoria da cisão desempenha um importante papel na escolha da terap1utica ocupacional. U fundamental saber que através de uma ocupação adequada pode?se reintegrar paulatinamente as partes cindidas na movimentação do ego. Wm e0emplo cl#ssico é a ligação da introjeção
24
através da aprendi@agem cont3nua e da acumulação de conhecimentos $estudo da medicina, de idiomas(, nos casos de despersonali@ação. Oambém a vida doentia das partes cindidas do primeiro plano pode ocasionalmente sociali@ar?se. Assim, a obsessão pode ser tratada com o manuseio de fich#rios) a parania com a atividade e0ercida por detetives $contra?espionagem, psicologia(. Tuitos conseguem através do trabalho de sanitarista $enfermeira, cirurgião, presb3tero, analista( sociali@ar a parte cindida $de mentalidade assassina, epileptiforme(, ainda que apareça em cena episodicamente, como um encoleri@ado &aim. A cl3nica do &o /si é espec3fica das perturbações do ego. /acientes com perturbações da pulsão e do afeto na maioria das ve@es procuram o cl3nico psi apenas depois que seu ego j# est# perturbado. Bo centro de todas as psicoses e neuroses est# o ego. epois vem a vida pulsional e afetiva. isso tudo, resulta que a cl3nica psi tem tanta necessidade de uma psicologia e an#lise do ego adaptadas a ela, quanto a oftalmologia precisa da tica e do oftalmoscpio.