UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA MINTER UNOCHAPECO/UFSC UNOCHAPECO/UFSC DISCIPLINA: DIREITO E ECOLOGIA POLÍTICA PROFESSOR ROGÉRIO PORTANOVA
Eduardo Sens dos Santos 30.10.2001
TERRA-PÁTRIA – EDGAR MORIN
A história é boêmia e jamais conheceu leis – p. 147 Todas as grandes transformações ou criações foram impensáveis antes de se terem produzido – p. 188 A Terra é a placenta da humanidade – p. 56 Cada ser humano é um cosmos – p. 62 Existem três tempos: o presente do passado, o presente do presente e o presente do futuro – p. 116
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MORIN, Edgar; KERN, Anne Brigitte. Terra-Pátria. 3. ed. ed. Po Port rtoo Al Aleg egre re : Sulina, 2000. Um pensador chamado Edgar Morin
Segundo o apresentador, Morin sugere que só é intelectual aquele que trata de maneira interdisciplinar e não especializada das questões humanas, deixando de lado os chavões acadêmicos. Como o conhecimento não passa de uma percepção da realidade, trabalhada pelos sentidos humanos, não se pode ter uma noção absoluta da realidade. Tudo é incerto. “Intelectual, sugere, é quem através do ensaio, do texto de revista ou do artigo de jornal, “de maneira não-especializada”, mas com riqueza de informação, trata das grandes questões humanas” (p. 11). Edgar Morin busca destruir as certezas. Para ele, “nossas certezas não são eternas. Nenhuma teoria científica científica [...] está segura de ter certeza certeza absoluta” (p. 11). A aprese apresenta ntação ção insere insere a inform informaçã açãoo de que “leis “leis estatí estatísti sticas cas gerais gerais”” só existem em “sistemas fechados”. Todavia, não há contexto suficiente para averiguar o conteúdo da afirmação. Será que os princípios são as leis gerais? Será que os princípios só existem em sistema fechados? “Terra-Pátria
é o livro fundamental para o exame do fenômeno nacionalista
neste final de século” (p. 11). Prólogo – a história da história
A história é feita de surgimento, crescimento, multiplicação e luta entre estado estados. s. Conqui Conquista stas, s, inv invasõ asões, es, escrav escraviz izaçõ ações, es, mas mas também também resist resistênc ência, ia, revolt revolta, a, insurreição.
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Um dado importante: “Somente persistiram, durante milênios, e a despeito de invasões e mudanças de dinastias, dois núcleos estáveis de civilização, o indiano e sobretudo o chinês” (p. 17). Por que será? Qual a força têm para terem se mantido durante tanto tempo? Mais adiante o autor lembra que as “técnicas” para alcançar o conhecimento na Europa foram importadas do oriente (p. 19). É
necessária
uma
“histó stória
multidimensional”
e
individualista sta
(ant (antro ropo poló lógi gica ca), ), qu quee conc concen entr tree tudo tudo o qu quee gira gira ao redo redorr do ho home mem, m, “seu “seuss ingredientes de ruído e de furor, de desordem e de morte” (p. 17). A dúvida do autor é: podemos sair dessa História? Essa aventura é nosso único devir? A era planetária
Morin chama de era planetária o período da evolução humana no qual as interações entre o velho e o novo mundo se realizam por todo o globo. Percebe que esse esse perí períod odoo se dese desenv nvol olve ve medi median ante te mu muit itaa viol violên ênci ciaa e dest destru ruiç ição ão,, além além da “exploração feroz das Américas e da África” (p. 24). Esta seria a Idade de Ferro planetária, na qual ainda estamos. Ocidentaliza-se o mundo, posteriormente, pois o modelo de Estado-nação criado pelos europeus vem a ser a forma que se encontra para fugir da dominação. Da mesma forma, as idéias se mundializam, mas os povos não ocidentais continuam sendo considerados atrasados. Mesmo com a teoria evolucionista de Darwin, que definiu serem todos os homens descendentes do mesmo primata, o preconcei preconceito to ocidental ocidental encontrou encontrou uma saída: saída: a compartim compartimental entalizaç ização ão da espécie espécie humana, em raças hierarquicamente superiores e inferiores. A gu guer erra ra tamb também ém se mu mund ndia iali liza za.. Os fato fatore ress dete determ rmin inan ante tess seri seriam am as interações entre os grandes imperialismos europeus e os pequenos nacionalismos. A morte de um duque gera uma guerra geral entre imperialismos mundiais (I Guerra Mundial); a crise na bolsa de Nova Iorque gera danos econômicos à Alemanha já massacrada pelo tratado de Versalhes.A violência é sintoma de outras violências.
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Por exemplo, a crise de 1929 e o nacionalismo alemão, detonadores o primeiro de angústias e sofrimentos e o segundo do desejo de vinganças, fazem com que Hitler chegue ao poder a ataque os judeus. A economia também se mundializa, pois as partes são dependentes do todo e vice-versa. O todo sofre as perturbações que afetam as partes. Para Morin, os problemas do terceiro mundo são sentidos em todo o mundo (crítica) e a visão ocidentalocêntrica dá lugar ao reconhecimento das “habilidades” das sociedades não-ocidentais. (Questão interessante: será que este reconhecimento das habilidades, da riqueza e da diversidade das culturas do mundo não é meramente o reconhecimento de um destino turístico?). Tamb Também ém perc perceb ebee a mu mund ndia iali liza zaçã çãoo da “civ “civil iliz izaç ação ão”, ”, mas se refe refere re à civilização ocidental. Como benefício, diz que se produzem hábitos ou costumes mundiais e melhora a compreensão entre os povos. Morin diz que não há um evento que não chegue aos lares de todo o mundo através da TV e da CNN. “Da mesma forma que cada ponto de um holograma contém a informação do todo de que faz parte, doravante cada indivíduo também recebe ou consome as informações e as substâncias vindas de todo o universo” (p. 35). A ingenuidade deste pensamento é evidente, já que há milhões de indivíduos sem acesso a TV ou a qualquer espécie de cultura. Diaristas no interior de fazendas de cana, trabalhadores braças de grandes cidades, gente que muitas vezes nem tempo tem para a televisão. Talvez o que o autor queira dizer seja: cada um, por mais distante que esteja, sofre os efeitos do que ocorre no universo, mesmo não estando consciente disso: “[...] cada um de nós, rico ou pobre, traz em si, sem saber, o planeta inteiro” (p. 36). A humanidade, para Morin, é um todo interligado e requer a mundialização, de modo a evitar provincialismos. O desenvolvimento desta mundialização tem aspectos positivos e negativos: ao passo que destroi culturas, produz hábitos e costumes comuns através das fronteiras.
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A humanidade é a unidade dos seres humanos, não apenas física ou biológica, mas histórica: a era planetária (p. 42), ou seja, a era em que a história pertence a todos e influencia a todos, independentemente do local em que estejam. A carteira de identidade terrestre
Nossa filosofia “esterilizou o espanto do qual nasceu”, porque não se tem mais aquela curiosidade por todas as coisas do mundo, como acontecia com os gregos. Ou até se tem, mas a academia acaba com isso, compartimentando o conhecimento. Não nos permite conhecer nossa própria humanidade, nossa própria essência. Desaprendemos a interagir com o mundo. Aristóteles na universidade? Impossível! O homem está ligado a tudo que ocorre no mudo, dentro e fora da atmosfera. A Terra é só a placenta da vida, a Terra é a placenta da humanidade (p. 56). Reconhece-se que o homem possui um “duplo estatuto” (p. 59), dependente, por um lado, do elemento biológico, do elemento físico e do elemento cósmico e, por outro lado, do elemento cultural. É preciso no entanto unir os conhecimentos acerca da natureza do homem, principalmente no aspecto biológico, psíquico e cultural, sem compartimentalizar cada ramo do conhecimento. O Homo guar arda da um umaa “uni “unida dade de antr antrop opol ológ ógic ica” a” com com todo todoss os Homo sapien sapienss gu repr repres esen enta tant ntes es.. Todo Todoss riem riem,, chor choram am e têm têm o cére cérebr broo orga organi niza zado do de mane maneir iraa semelhante. Para Pa ra o auto autor, r, o dese desenv nvol olvi vime ment ntoo cada cada vez vez maio maiorr da comp compai aixã xãoo e do huma hu mani nism smoo no noss leva levará rá à super superaç ação ão das das “ceg “cegue ueir iras as etno etnocê cênt ntri rica cas” s” e a trat tratar ar respei respeitos tosame amente nte os out outros ros homens homens.. E tud tudoo isso isso aconte acontecer ceráá quando quando,, atravé atravéss da desespeci desespecializa alização ção das ciências, ciências, perceberm percebermos os a identidad identidadee biológica biológica,, econômica econômica,, sociológica, histórica, psíquica e cultural do ser humano. A comunicação entre as sociedades espalhadas sobre o globo cria o que o autor chama de “pátria terrestre”, da qual cada um terá sua carteira de identidade terrestre.
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A agonia planetária
O desregramento do sistema econômico tem sua causa na falta de estudo da economia em conjunto com outras ciências não-econômicas. Por isso ela é alheia aos acontecimentos da sociedade (aumentos de preço e inflação). Não sabem os economistas os porquês dos problemas que a sociedade sofre. “É a relação com o não-econômico que falta à ciência econômica” (p. 70). A sociedade também acaba influenciada pela economia à medida que passa a monetarizar tudo. Ocorre uma erosão de valores e tudo passa a ser quantificado em dinheiro. Para Morin, uma consequência desta erosão é “o quase desaparecimento do não-monetário, que ocasiona a erosão de qualquer outro valor que não o atrativo do lucro, o interesse financeiro”. É interessante pensar aqui na geração pós-google, em que o não-monetário volta à importância (lembrar das ferramentas da Google, todas gratuitas e melhores que as da concorrência, e todas atualizadas pelos próprios usuários). Há também outros problemas interligados, como a explosão demográfica, o desregramento ecológico e a crise do desenvolvimento. Problemas de segunda evidência também são importantes para entender o desregramento mundial. A falta de coincidência entre a nação, a etnia e o Estado causa sérios riscos, pois o Estado é o berço protetor dos adultos, que têm seus relacionamentos baseados na etnia, na família, no clã, na tribo (p. 76). “A nação restaura no adulto a relação infantil no seio do lar protetor”. A nação é a mãe do adu dult lto. o. Os Esta stado doss qu quee não gu guar arddam cor corresp respon onddênci ênciaa com sua suas etni etniaas invari inv ariave avelme lmente nte expuls expulsam am as min minori orias as e acabam acabam permit permitind indoo a instau instauraç ração ão de conflitos. Morin parece sugerir então a criação de Uniões entre Estados para superar a crise ecológica e outros problemas planetários, como o tráfico de drogas, ecologia, êxodo êxodo rural (p. 77). Isso também também evita evita a hister histeria ia naciona nacionalis lista ta que favore favorece ce a chegada de ditaduras. Quando a economia vai mal, os nacionalismos ganham força.
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As pessoas, com a crise universal do futuro, perdem sua autonomia moral e se concentram na exaltação estética e no niilismo. A origem dos fundamentalismos é uma busca pelo passado, ante a crise do futuro, dada a miserabilidade do presente. Por isso é que o progresso não é uma certeza histórica. A tragédia do desenvolvimento leva à exaltação do consumismo. Como a busca da felicidade passa a ser a busca pelo dinheiro, as famílias trocam suas culturas de subsistência que até então as alimentava e adotam as monoculturas de produtos de necessidade oscilante (p. 84). Quando decai a importância desses produtos ocorre o êxodo rural e as cidades fica ficam m abar abarro rota tada dass de mi mise será ráve veis is.. Po Porr isso isso se diz diz qu quee o dese desenv nvol olvi vime ment ntoo é desintegrador. Morin propõe que se lute pela salvação da diversidade cultural e, ao mesmo tempo, pela cultura planetária comum. Reconhece como males da civilização a obsessão pela forma física e pelo consumo, frisando que é na adolescência que se conc concen entr tram am,, dada dada a sua sua vu vuln lner erab abil ilid idad ade, e, os male maless da soci socied edad ade. e. Aí é qu quee se potencializam. “A bibelomania se conjuga com a bugigangomania”. “O turismo é menos a descoberta do outro, a relação física com o planeta, do que um trajeto sonambúlico guiado num mundo semifantasma de folclores e monumentos” (p. 89). O desenvolvimento desregulado da tecnociência faz com que o homem se hiperespecialize em detrimento de uma cultura ou competência geral. A lógica das máquinas artificiais invade o cotidiano, formando a mcdonaldização da sociedade e trazendo o pensamento mecânico e parcelar; o homem não indaga mais da própria existência (p. 94). * Quais serão as características da googleização da sociedade e da cultura? Tudo isso dificulta a ocorrência de uma grande mutação econômica, técnica e social, pois os homens deixam de pensar o mundo como uma totalidade. Desde Marx ninguém mais soube pensar complexamente e criar algo novo e progredido.
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Após o colapso do marxismo o pensamento político é incapaz de praticar um pensamento complexo e de considerar um grande projeto (p. 97). Em suma, o problema maior é a “aventura descontrolada da tecnociência” (p. 98). A busca por tecnicizar a ciência, especializando-a e compartimentando-a. O caminho a trilhar é aquele que encontrar um freio ao avanço técnico sobre as culturas, para evitar a implosão da própria cultura. É preciso uma parada para pensar, para respirar, para “preparar a mutação” (p. 100). Nossas finalidades terrestres
O ser humano tem duas finalidades na Terra. A primeira é a de preservá-la e conservar a vida e suas manifestações culturais. A segunda é a de criar condições para a realização do homem, como humanidade, numa comunidade de ações. O desenvolvimento deve ser concebido como o desenvolvimento intelectual, psíquico, cultural e social, não apenas econômico. A acepção inicial que teve a doutrina socialista abarcava esta idéia. E quanto maior desenvolvimento econômico, maior o subdesenvolvimento moral, psíquico e cultural (p. 106). A conclusão é a de que o problema do subdesenvolvimento psíquico é o problema da hominização. “O verdadeiro desenvolvimento é o desenvolvimento humano” (p. 108). A finalidade do desenvolvimento, em última instância, é a dignidade humana, é o viver verdadeiramente e o viver melhor, sem ser explorado, o que pressupõe a ética do desenvolvimento. Obse Observ rvaa Mori Morinn o qu quee cham chamaa de fenô fenôme meno no chav chavee da era era plan planet etár ária ia:: “o [miséria ia mental mental,, escass escassez ez de amor] amor] dos desenvolvi subdesenvolvimento [misér desenvolvidos dos aumenta aumenta
precisamente com seu desenvolvimento tecno-econômico” tecno-econômico” (p. 110 e p. 112). É preciso também reencontrar a relação entre presente, passado e futuro, pois a crise do futuro (falta de perspectiva) cria a hipertrofia do presente (viver o agora), fazendo o ser humano regredir ao passado. Daí os fundamentalismos. A restauração do futuro é muito importante.
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No entanto, não se deve querer o melhor dos mundos, mas apenas um mundo melhor – deve-se caminhar aos poucos. Um passo para isso é a luta por uma democracia civilizadora, na qual não haja uma imposição da maioria à minoria, mas pela qual se tenha a possibilidade de expressar idéias desviantes e heréticas; a minoria não prevalece, mas tem vez. Para esse objetivo é prejudicial o desenvolvimento das tecnoburocracias, que tendem a excluir dos meios democráticos decisões que caberiam, num sistema democrático, ao povo ou aos parlamentares (p. 120). É preciso também “federalizar a Terra”, reconhecendo a ela a característica de mátria e pátria do homem – daí o título do livro: Terra-Pátria. Deve-se buscar umaa asso um associ ciaç ação ão mais mais ampl amplaa qu quee o Esta Estado do-n -naç ação ão.. A luta luta é pela pela un unid idad adee da diversidade, ou seja, pela preservação das multiplicidades culturais, a “mestiçagem generalizada” e diversificada (p. 126). Em suma, é preciso ser cosmopolita. “É somente quando nos tornarmos de fato cidadãos do mundo, isto é, cosmopolitas, que seremos vigilantes e respeitosos das heranças culturais, bem como compreensivos das necessidades de retorno às fontes” (p. 127). O impossível realismo
A realidade é incerta porque é formada de múltiplas incertezas e o que comumente se diz ser realidade comporta dois elementos variáveis: o elemento factual e o elemento temporal. Pelo elemento temporal percebe-se que aquilo que era verdade ontem já não é mais hoje, e também não será a realidade amanhã. O elemento factual remete à necessidade de se conhecerem os fatos para definir a realidade; mas os fatos, além de não estarem sempre bem visíveis, ainda têm têm qu quee passa passarr po porr um umaa inte interp rpre reta taçã ção. o. Essa Essa inte interp rpre reta taçã ção, o, cont contud udo, o, requ requer er o conhecimento de complexas e variadas realidades, porque o tradicional pensamento
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reduzido separa os diferentes aspectos da realidade e não permite um entendimento completo. Para saber a realidade realidade do futuro futuro é preciso preciso apostar, porque, pelo princípio princípio da ecologia da ação, uma ação começa a se afastar da idéia que a criou assim que entra no jogo das interações do meio. Daí a metáfora do efeito borboleta, pela qual uma batida de asas na Austrália pode causar terremotos nos EUA. Nessa perspectiva, ficam prejudicadas as possibilidades de aceitar que os fins justifiquem os meios, porque os meios ignóbeis podem prejudicar os fins (já que não estão deles afastados) ou então tomar rumo próprio e se autofinalizar. É preciso apostar que determinados meios levarão a um fim, reconhecendo os riscos. Por isso, não basta que a idéia vá ao real, é preciso que o real vá à idéia, formando uma multidimensionalidade, um realismo complexo, que compreende a incerteza do real. A antropolítica
Se a política se incumbe do devir do homem no mundo, o desenvolvimento, que também significa a incumbência política do devir humano, deve ser tratado com mult mu ltid idis isci cipl plin inar arie ieda dade de,, mu mult ltid idim imen ensi sion onal alid idad ade. e. “A po polí líti tica ca deve deve trat tratar ar da multidimensionalidade multidimensionalidade dos problemas humanos” (p. 143). Há duas duas espéci espécies es de pol políti ítica: ca: a tot totali alizan zante, te, que deveri deveriaa encont encontrar rar boas boas soluções para tudo; e a totalitária, que quer controlar tudo, mas por não conseguir tenta se impor pela força. O certo é que uma política, sozinha, não pode assumir nem resolver todos os problemas. Mas o problema é levar a uma política fragmentada, que recorra a experts que trabalham de forma compartimentada. Por exemplo, deixa-se a política econômica de um país inteiro nas mãos de um economista que nunca foi político. O resultado é um pacote econômico sem respaldo público e sem eficácia. Isso tudo faz com que a
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pol polít ític icaa se “afa “afast stee das das gran grande dess idéi idéias as”” e tome tome como como “pri “prior orid idad ades es ob obje jeti tivo voss econômicos” (p. 144). A gran grande de difi dificu culd ldad adee é ser ser mu mult ltid idim imen ensi sion onal al sem sem ser ser tota totali litá tári riaa ou fragme fragmenta ntada. da. Deve Deve int integr egrar ar a admini administr straçã ação, o, a técnic técnica, a, o econôm econômic ico, o, sem se despolitizar (p. 145). O ideal é que a política assuma problemas fundamentais globais. A política, todavia, não pode pretender ser soberana: “a política que envolve tudo deve ser ela própria envolvida pelo todo que ela envolve” (p. 146). A consequência do alcance dessa política é a chamada política de caráter planetário e antropológico, que permita a tomada de consciência global. A complexidade na base antropológica
O que se pode esperar? Dentro dessa visão complexa de política, não se pode pretender encontrar leis históricas para o desenvolvimento humano, porque pelo princípio da ecologia da ação, as conseqüências das ações só obedecem às próprias ações por pouco tempo, quando obedecem. “A história é boêmia e jamais conheceu leis” (p. 147). Para o autor, não se pode permitir que “as ciências físicas, biológicas e humanas deem a última palavra no saber antropobio-cosmológico” (p. 147). O pensamento complexo tem que assumir sua posição e “ligar o que estava separado, ao mesmo tempo que mantém as distinções e diferenças”, porque “a antropologia complexa é capaz de iluminar a antropolítica” (p. 147). Complexidade no comando: ecologia da política e estratégia
Princípio da ecologia da política: “A política não tem soberania sobre a sociedade e sobre a natureza; ela se desenvolve de maneira autônoma/dependente num nu m ecos ecossi sist stem emaa soci social al,, ele ele próp própri rioo situ situad adoo nu num m ecos ecossi sist stem emaa natu natura ral, l, e as consequências de suas ações, que entram imediatamente no jogo das inter-retroações do conjunto social e natural, só obedecem por pouco tempo e raramente à intenção ou à vontade de seus atores. Isto é ainda mais verdadeiro na era planetária,
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na qual a interdependência generalizada faz que ações locais e singulares tenham consequências gerais, longínquas e inesperadas. O princípio da ecologia da ação política deve portanto estar presente sem descanso no pensamento antropolítico e no pensamento planetário” (p. 148). Resumindo: a política é autônoma em relação à sociedade. As consequências da política são imprevisíveis. As ações só inicialmente obedecem à vontade dos atores. A interdependência generalizada da era planetária torna isso mais evidente. A solução para esse caos é a estratégia de condução permanente, que leva em conta os diversos roteiros possíveis no desenrolar de uma ação. O problema se torna então uma questão de escolhas: prudência com audácia. A prudência deve ser usada mais, mas a audácia é boa para “sacudir inércias” (p. 149). É também preciso “promover o princípio moral segundo o qual os meios devem estar de acordo com as finalidades”, mas “meios maus [por vezes] tornam-se indispensáveis para salvar do pior”. * Eis aqui talvez uma contradição no texto do autor: se a política obedece ao princípio da ecologia da ação, não há como prever “roteiros possíveis”, não há como escolher entre uma e outra. Não há como minimizar riscos se lutamos contra um inimigo invisível e totalmente imprevisível: a falta de obediência das consequências às ações iniciais. E é no mínimo estúpido afirmar que os meios devem estar de acordo com os fins, mas que “em casos limites” os meios podem ser maus... A subjetividade vai evidentemente tornar a exceção (casos limites) em regra. Entre os princípios estratégicos para lidar com a ecologia da política também podemos notar o da solidariedade e da globalidade, que determina que os problemas de nível planetário sejam trabalhados globalmente; e o da subsidiariedade, que manda tratar problemas locais nos locais mesmo. O novo motor da história, por isso, deve ser o da associação (norma 1, p. 150) e da solidarização, pelo qual os países respeitem etnias, mas não percam contato par paraa alca alcanç nçar ar cone conexõ xões es econ econôm ômic icas as e cult cultur urai aiss sadi sadias as.. Outra Outra no norm rmaa é a da
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“universalidade concreta”, segundo a qual “o interesse geral não é nem a soma nem a negação dos interesses particulares” (p. 151). Em suma suma,, a estr estrat atég égia ia da po polí líti tica ca comp comple lexa xa deve deve ter ter cons consci ciên ênci ciaa das das interações entre os setores e os problemas tratando tudo de forma completa e interagindo entre os espaços. “Necessita a consciência das interações entre os setores e os problemas e não pode tratar isoladamente esses problemas e setores” (p. 151). Deve-se agir não sobre causas isoladas, mas sobre interações entre os problemas que levam à causa. Exemplo do pesticida: ataca as pragas mas também a qualidade do alimento. É preciso um tratamento ecológico. Assim ocorre com a política, que precisa de uma ecologia entre suas causas e efeitos. Metá Metáfo fora ra do mo moto tori rist staa no trân trânsi sito to:: às veze vezess é prec precis isoo até até pega pegarr um umaa contramão para chegar ao objetivo. Mas essa estratégia política deve operar em três tempos. Os três tempos devem ser tratados conjuntamente, de modo a permitir não ocorrer descontinuidades entre cada período (curto, médio e longo prazo). O mais importante é o imediato e o pre prese sent nte, e, qu quee requ requer er um umaa po polí líti tica ca prag pragmá máti tica ca do meno menorr mal, mal, às situ situaç açõe õess de urgência. Se o doente está muito mal, devem ser tratados os sintomas primeiro, e depois as causas. A multiplicação do tratamento dos sintomas acaba com o foco nas causas. A política de médio prazo tem por objetivo as finalidades terrestres, ou seja, o associativismo e o “interesse geral”. É uma política de transição. A política de longo prazo busca as ideias guias, a utopia, as ideias farois. Há também três espaços, que normalmente não são considerados pela política tradicional: o espaço das relações pessoais, das relações étnicas, e das relações planetárias. A antropolítica deve considerar essas três escalas homogeneamente. A reforma de pensamento
O maior aior prob probllema ema do pen pensame sament ntoo é o do doggma de qu quee qu quan anto to mai mais espe especi cial aliz izad adoo e abst abstra rato to,, melh melhor or.. Mas Mas o conh conhec ecim imen ento to semp sempre re deve deve ser ser
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contextualizado. É preciso acabar com aquele dogma. A economia, por exemplo, se abstraiu de condições sociológicas, políticas e históricas, sendo hoje humanamente atrasada. Obviamente, é impossível conhecer a fundo tudo. Conhecer os problemaschave e contextualizá-los é que é importante. Aque Aquele le pens pensam amen ento to avul avulso so é efic eficaz az em setor setores es do conh conhec ecim imen ento to não não complexos, como o das máquinas artificiais; mas a lógica desse sistema acaba não permitindo considerações afetivas, subjetivas e criadoras. O resultado é um círculo vicioso, pois os que se dizem cientistas não reconhecem aos não-cientistas o direito de pens pensar ar e elab elabor orar ar teor teoria ias, s, qu quee só nele neless enco encont ntra ram m aque aquela la subj subjet etiv ivid idad adee e afetividade. A verd verdad adei eira ra raci racion onal alid idad adee trab trabal alha ha no camp campoo empí empíri rico co e cons consid ider eraa racionalmente mitos, afetos, amores e mágoas. A síntese do pensamento complexo requer um pensamento radical (que vá à raiz dos problemas); um pensamento multidimensional, organizador e sistêmico, que reconheça a relação todo-partes-todo; um pensamento ecologizado, que considere a relação do objeto de estudo com seu ambiente cultural, social, econômico, político e natural; um pensamento que conceba a ecologia de ação e a dialética da ação, e que estrategicamente permita modificar e até mesmo anular a ação empreendida; e um pensamento que reconheça suas deficiências e negocie com a incerteza. Em suma, o pensamento complexo parte da premissa de que é impossível conhecer o todo sem conhecer as partes, e é impossível conhecer as partes sem conhecer o todo. O evangelho da perdição
A aventura desconhecida é a consciência da finitude do ser humano, a consciência da inconsciência humana. O conceito de itinerância representa um constante retorno ao presente, ao passado e ao futuro, revalorizando momentos poéticos, extáticos e autênticos.
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O evangelho é a boa nova de que não há salvação se não cultivarmos o jardim terrestre. O problema é que a esperança de salvação em vida ou além da vida impede que se observe e que se acredite na perdição. Aliás, a própria idéia de salvação é um recalque da consciência da perdição. O apelo à fraternidade é uma das ferramentas de cultivo do jardim terrestre e diz respeito diretamente à quebra de nossas normas e tabus. Daí poderá o homem viver e habitar a Terra de modo poético, mas sem deixar de lado a prosa, que é o lado funcional da literatura. O evangelho da perdição é, portanto, uma religião, no sentido de re-ligar o homem ao homem e os problemas uns aos outros. Só que é uma religião com os objetivos racionais de salvar o planeta, civilizar a Terra, realizar a unidade humana e salvaguardar a diversidade. “O reconh reconheci ecimen mento to da TerraTerra-Pát Pátria ria conflu confluii com a religi religião ão dos mortai mortaiss perdi perdidos, dos, ou melhor melhor,, desemb desemboca oca nessa nessa religi religião ão da perdiç perdição. ão. Não há portan portanto to salvação se a palavra significa escapar à perdição. Mas se salvação significar evitar o pior pior,, enco encont ntra rarr o melh melhor or po poss ssív ível el,, entã entãoo no noss ssaa salv salvaç ação ão pess pessoa oall está está na consciência, no amor e na fraternidade, nossa salvação coletiva é evitar o desastre de uma morte prematura da humanidade e fazer da Terra, perdida no cosmos, nosso ‘porto de salvação’” (p. 182) Conclusão – Terra-Pátria
São várias as tomadas de consciência que se complementam, entre elas a tomada de consciência da unidade e da diversidade da biosfera, que é a consciência ecológica; a da unidade e diversidade do homem, que é a consciência antropológica; e a tomada de consciência do dasein, do estar no mundo sem saber porquê. É preciso fundar a solidariedade humana centrada na consciência da perdição, na consciência dos problemas comuns.
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Não se trata de o homem dominar a Terra, pilotando-a. É preciso agora cuidar dela, co-pilotando-a, porque a Terra tem poderes não reguláveis ou controláveis pelo homem. A civilização produz a insatisfação com as satisfações e, por isso mesmo, não traz a salvação. Os princípios da esperança na desesperança apontam principalmente a que toda todass as gran grande dess cria criaçõ ções es ou tran transf sfor orma maçõ ções es fora foram m inco inconc nceb ebív ívei eiss ante antess de acontecerem. Tudo que aconteceu de bom na história foi a priori improvável. Também aponta para o princípio do salvamento a tomada de consciência, pois só se busca a salvação diante do perigo.
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Aristóteles na universidade... Por Eduardo Sens dos Santos, novembro de 2001
— Aristóteles passou no vestibular! — O filho da Maria Alice? — Isso, da Maria Alice da padaria! — Coitado, nunca vai ser ninguém na vida... Essa infelizmente seria a conclusão mais acertada que alguém poderia tirar da assertiva do primeiro compadre. Coitado do Aristóteles, tinha tudo para ser alguém na vida: um filósofo quem sabe; ou então ser médico; se não o tivessem obrigado a isso poderia virar botânico, ou biólogo; talvez continuasse a se dedicar à poesia; ou então mudasse o rumo e passasse a se concentrar em matemática, astronomia; imaginem ele veterinário, tinha tinha tant tantoo jeit jeitoo para para isso. isso... .. pode poderi riaa escre escreve verr sobr sobree polít política ica ou étic ética, a, sobr sobree veterinária e anatomia animal, imaginem... Mas Aristóteles não vai ser nada disso. Prestou vestibular para aquilo que mais o agradava com seus dezessete anos e vai seguir a vida inteira fazendo a mesma coisa, mesmo que sua paciência se esgote, ou que ele mesmo esgote o assunto, ou que o assunto o esgote... — Por que isso, compadre? Porque ele foi obrigado a contrariar sua natureza inteligente e ilimitada. Forçaramno a voltar seus olhos, os radiantes olhos que todo garoto de dezessete anos tem nessa idade quando descobre algo novo, para um só dos quadros do museu, para um só dos livros da biblioteca. O crime é tão violento quando o do malandro que mostra cinquenta pirulitos para uma criança e diz a ela que escolha apenas um sabor pelo resto da vida, mesmo sem conhecer c onhecer esse sabor... Mas, e se Aristóteles não tivesse vivido em nosso tempo? Digamos que tivesse nascido há muitos anos, talvez até mesmo antes de Cristo? O que teria acontecido a ele? Teria sido alguém na vida? Provavelmente alguém com a curiosidade de Aristóteles, com sua perspicácia e determinação, teria feito o que bem quisesse na vida; teria aproveitado ao máximo todos os momentos fazendo aquilo que gostava e, como fazia o que gostava, cada vez mais o fazia melhor, e assim melhorava tudo até ser definitivamente o melhor entre os melhores no assunto.
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Digamos que aos dezesseis anos gostasse de, por exemplo, medicina: escreveria aos vinte um tratado; e se fosse biologia: pesquisaria e catalogaria milhares de espécies; política ou ética: talvez escrevesse os textos mais importantes sobre o assunto; digamos, quem sabe, literatura: não chegaria a ser o melhor, mas sua contribuição para o mundo seria importante; e na astronomia: andaria a passos largos; e se se metesse a falar de lógica, matemática ou, podemos pensar em algo completamente distinto como... veterinária: deixaria, mesmo assim, suas marcas para o resto do mundo. Mas, desafortunadamente, não foi esta a sina de Aristóteles. Viu-se obrigado a matricular-se numa faculdade qualquer e a esquecer tudo o que não dissesse respeito ao novo curso. Até a forma com que se expressava teve de mudar: fale de acordo com a gramática; não escreva fora dos padrões científicos; não dê idéias suas, suas, apenas apenas cite cite autore autoress import important antes, es, de preferê preferência ncia europe europeus; us; limite limite-se -se ao conteúdo da disciplina... Aí, quando quis estudar anatomia e escrever um tratado, teve que ficar seis anos num curso maçante cheio de memorizações para dizerem que sabia do que falava; depois, precisou de mais três anos de mestrado e cinco de doutorado para escrever um tratado, que não foi aceito porque não estava nos padrões científicos... Lá se foram quatorze anos. Resolveu estudar biologia, por gostar e sentir-se à vontade com os animais. Precisou de cinco anos para dizerem que, finalmente, poderia observar animais e estudá-los como pretendia. Entediado, resolveu estudar a política das cidades próximas à sua e escrever um livro. Informou-se sobre como levar adiante esse trabalho e, novamente, lá se foi para a faculdade de ciências sociais estudar tudo o que não lhe interessava até chegar à ciência política. Mais cinco anos e pensou que agora estaria apto a escrever o que desejava. Que nada, ainda não tinha conseguido o tal reconhecimento público e precisou escrever diversas outras pequenas obras, sobre assuntos que não lhe interessavam tanto para, somente então, tentar lançar o grande livro. Agora, contudo, o trabalho passava do limite de páginas estabelecido pela banca de dout doutor orad adoo para para apro aprova vaçã ção. o... .. Com Com a astr astron onom omia ia,, com com a vete veteri riná nária ria,, com com a matemática e a lógica, com a literatura e a poesia, com tudo foi a mesma história: não aceitavam o que escrevia porque não se encaixava nos padrões ou não tinha ainda o “perfil” para tratar do assunto. Essa mania de dividir os assuntos, de compartimentalizar e de ver o mundo do modo mais específico possível acabou com Aristóteles, que agora não é mais ninguém. Aliás, Aristóteles agora se chama joão. Isso mesmo, joão assim com letra minúscula, de tão minúsculo que é o tal. Não vai escrever nada de útil ao mundo,
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não vai descobrir nada de novo nem desafiar regra alguma. Vai ser somente joão, o aluno de número 4.563 a ter passado pela faculdade... É evidente que não podemos transportar a figura de Aristóteles para os dias de hoje, assim como não podemos exigir da educação a liberdade de tempos remotos. Mas, da mesma forma, não é possível manter o exagero de tornar os conteúdos das disciplinas herméticos em si mesmos, como se tem feito nas últimas décadas; não é possível colocar tantos obstáculos à criatividade e à curiosidade; não se pode acreditar na seriedade de um sistema que se propõe a estimular o estudo de temas cada cada vez vez mais mais espe especí cífi fico coss sem sem conf confro ront ntáá-lo loss com com o âmbi âmbito to mais mais gera gerall do conhecimento de forma multidisciplinar. Permitamos ao menino do museu e da biblioteca todo o tempo do mundo para se deliciar o quanto quiser com seus quadros e livros; permitamos ao garoto a escolha de qualquer pirulito e, caso não goste do sabor do primeiro, que tente o segundo e o terceiro e o quarto, e assim por diante. Caminhemos para o futuro e não para o passado. Abramos, enfim, os olhos de joão e façamos dele um Aristóteles!