INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO CAMPUS RECIFE DEPARTAMENTO DE MECÂNICA DISCIPLINA: BIOLOGIA II PROFESSOR: Dr. GILBERTO DE SOUZA E SILVA JÚNIOR
DANIEL ALVES LEYVISON JOSÉ MÁRCIO TORRES NATHÁLIA BRIANO PÁDULA SAYMON RODRIGO AUGUSTO VÁGNER SILVA
O SISTEMA RESPIRATÓRIO
RECIFE, NOVEMBRO DE 2010
DANIEL ALVES LEYVISON JOSÉ MÁRCIO TORRES NATHÁLIA BRIANO PÁDULA SAYMON RODRIGO AUGUSTO VÁGNER SILVA
O SISTEMA RESPIRATÓRIO
Trabalho apresentado ao Professor Dr. Gilberto de Souza e Silva Júnior, da matéria de Biologia, como requisito da nota da I Unidade do 2º Período do curso de Mecânica, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco.
RECIFE, NOVEMBRO DE 2010
DANIEL ALVES LEYVISON JOSÉ MÁRCIO TORRES NATHÁLIA BRIANO PÁDULA SAYMON RODRIGO AUGUSTO VÁGNER SILVA
O SISTEMA RESPIRATÓRIO
Trabalho apresentado ao Professor Dr. Gilberto de Souza e Silva Júnior, da matéria de Biologia, como requisito da nota da I Unidade do 2º Período do curso de Mecânica, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco.
RECIFE, NOVEMBRO DE 2010
SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................... INTRODUÇÃO.................................... ........................................................ ................................ ... 04 2. SISTEMA RESPIRATÓRIO................................ RESPIRATÓRIO........................................................... ........................................... ................ 05 2.1 Conceito, aspectos gerais e função..................................................... 05 2.2 Órgãos e partes do sistema respiratório............................................................................................. 06 2.2.1 Nariz............................................... Nariz........................ ................................................ .............................................. ....................... 06 2.2.2 Faringe........................................................ Faringe............................. ...................................................... .................................. ....... 07 2.2.3 Laringe................................ Laringe......................................................... .................................................... ................................. ...... 07 2.2.4 Traqueia............................... Traqueia............................................................ ...................................................... ............................ ... 09 2.2.5 Brônquios, bronquíolos e alvéolos............................. alvéolos................................................ ................... 09 09 2.2.6 Pulmões................................ Pulmões............................................................. ...................................................... ............................. 10 2.2.7 Diafragma............................. Diafragma.......................................................... ...................................................... ............................. 12 2.3 Chegada do oxigênio oxigênio nas nas células...................... células.............................................. ................................ ........ 13 2.3.1 Combinação do oxigênio com a hemoglobina............................. hemoglobina............................. 14 2.4 Respiração Intracelular.................................... Intracelular............................................................. ................................... .......... 15 2.5 Fisiologia da respiração........................................... respiração..................................................................... .......................... 15 2.5.1 Hematose.............................. Hematose............................................................ ....................................................... ......................... 15 2.5.2 Inspiração e expiração................................ expiração............................................................ ................................. ..... 15 2.5.3 Transporte dos gases........................................................ gases............................. ...................................... ........... 16 2.5.4 Controle da respiração...................................... respiração............................................................... ............................. 16 2.5.5 Utilização de O pelas células...................................................... 18 ₂
2.5.6 Combinação da Hemoglobina com o CO..................................... CO.................. ................... 18 2.5.7 Transporte do CO no sangue...................................................... 19 ₂
2.5.8 Difusão do CO pelos pulmões..................................................... 20 ₂
2.6 Capacidade Capacidade e volumes respiratórios.................................................. respiratórios...................................... ............ 20 2.7 Distúrbios do sistema respiratório..................................................... 21 2.7.1 Pneumonia................................. Pneumonia.............................................................. .................................................. ..................... 22 2.7.2 Tuberculose.................................... Tuberculose............................................................... ............................................. .................. 23 2.7.3 Bronquite Crônica............................... Crônica........................................................ ......................................... ................ 26 2.7.4 Câncer de Pulmão.............................. Pulmão......................................................... ......................................... .............. 27
2.7.5 Rinite Alérgica................................................................................ 29 2.7.6 Enfisema pulmonar........................................................................ 30 3. CONCLUSÃO................................................................................................ 33 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 34
INTRODUÇÃO Neste trabalho, solicitado pelo Professor Dr. Gilberto Júnior, iremos abordar o sistema respiratório, um dos sistemas componentes do nosso organismo; que tem como função principal as trocas gasosas entre o nosso organismo e o meio ambiente. Iremos também, além de falar sobre os órgãos, explicar sobre as doenças que implicam nestes órgãos, como a bronquite e o enfisema.
1. SISTEMA RESPIRATÓRIO 1.1 Conceito, aspectos gerais e função O sistema respiratório é um conjunto de órgãos responsáveis pelas trocas entre o meio ambiente e os seres vivos (hematose pulmonar), possibilitando a respiração celular. Estes órgãos são: nariz, faringe, laringe, traquéia, pulmões, brônquios, bronquíolos, e alvéolos pulmonares. O tipo de tecido que constitui o sistema respiratório é o epitélio pseudoestratificado ciliado não-queratinizado, isto é, uma mucosa que a reveste das fossas nasais até os brônquios. Este epitélio é responsável pela filtração, aquecimento, e umidificação do ar inspirado. A filtração é possível graças à presença de muco secretado pelas células e dos cílios, impedindo a entrada de partículas estranhas no pulmão; já o aquecimento é garantido pela rica vascularização do tecido. Bem, basicamente a função do sistema respiratório é facilitar a troca de gases do organismo com o ar atmosférico, assegurando a concentração de oxigênio no sangue, necessária para as reações metabólicas, e servindo também como via de eliminação de gases residuais, que resultam dessas reações e que são representadas pelo gás carbônico. 1.2 Órgãos e partes do sistema respiratório 1.2.1 Nariz O nariz é uma saliência situada no centro da face, sendo sua parte exterior denominada nariz externo e a escavação que apresenta interiormente conhecida por cavidade nasal (fossas nasais). O nariz externo tem a forma de uma pirâmide triangular de base inferior; já as faces laterais do nariz apresentam uma saliência semilunar que recebe o nome de asa do nariz. O ar entra no organismo através de duas aberturas chamadas narinas. Em seguida, sai pelas cavidades nasais direita e esquerda, que estão revestidas por mucosa respiratória. O septo nasal separa essas duas cavidades. Os pêlos do interior das narinas filtram grandes partículas de poeira que podem ser inaladas. Além disso, a cavidade nasal contém células receptoras para o olfato. A cavidade nasal é a escavação que encontramos no interior do nariz, ela é subdividida em direito e esquerdo. Cada compartimento dispõe de um orifício
anterior que é a narina e um posterior denominado coana. As coanas fazem a comunicação da cavidade nasal com a faringe. É na cavidade nasal que o ar torna-se condicionado, ou seja, é filtrado, umidecido e aquecido. Na parede lateral da cavidade nasal encontramos as conchas nasais (cornetos) que são divididas em superior, média e inferior. O esqueleto ósseo do nariz é formado pelo osso frontal, ossos nasais e maxilares. A cavidade nasal contêm várias aberturas de drenagem, pelas quais o muco dos seios paranasais é drenado. Os seios paranasais compreendem os seios maxilares, frontal, etmoidal e o esfenoidal. 1.2.2 Faringe A faringe é um tubo que começa nas coanas e vai até para baixo no pescoço. Sua parede é composta de músculos esqueléticos e revestida de túnica mucosa. A faringe funciona como uma passagem de ar e alimento. A faringe é dividida em três regiões: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe. A porção superior da faringe, a nasofaringe, tem as seguintes comunicações: duas com as coanas, dois óstios faringeos das tubas auditivas e com a orofaringe. A tuba auditiva se comunica com a faringe através do ósteo faríngeo da tuba auditiva, que por sua vez conecta a parte nasal da farínge com a cavidade média timpânica do ouvido. A parte intermediária da faringe, a orofaringe, situa-se atrás da cavidade oral e estende-se do palato mole até o nível do hióide. A parte da orofaringe tem comunicação com a boca e serve de passagem tanto para o ar como para o alimento. A laringofaringe estende-se para baixo a partir do osso hióide, e conecta-se com o esôfago e posteriormente com a. Como a parte oral da faringe, a laringofaringe é uma via respiratória e também uma via digestória. 1.2.3 Laringe A laringe é um órgão curto que conecta a faringe com a traquéia. Ela se situa na linha mediana do pescoço, diante da quarta, quinta e sexta vértebra cervicais.
A laringe tem três funções: • Atua como passagem para o ar durante a respiração; • Produz som, ou seja, a voz; • Impede que o alimento e objetos estranhos entrem nas estruturas respiratórias. A laringe desempenha função na produção de som. Na sua superfície interna, encontramos uma fenda ântero-posterior denominada vestíbulo da laringe, que possui duas pregas: prega vestibular (cordas vocais falsas) e prega vocal (cordas vocais verdadeiras). A laringe é uma estrutura triangular constituída principalmente de cartilagens, músculos e ligamentos. A parede da laringe é composta de nove peças de cartilagens. Três são ímpares (cartilagem tireóidea, cricóidea e epiglótica) e três são pares (cartilagem aritenóidea, cuneiforme e corniculada). A cartilagem tireóidea consiste de cartilagem hialina e forma a parede anterior e lateral da laringe, é maior nos homens devido à influência dos hormônios durante a fase da puberdade. As margens posteriores das lâminas apresentam prolongamentos em formas de estiletes grossos e curtos, denominados cornos superiores e inferiores. A cartilagem cricóide localiza-se logo abaixo da cartilagem tireóide e antecede a traquéia. A epiglote se fixa no osso hióide e na cartilagem tireóide. A epiglote é uma espécie de "porta" para o pulmão, onde apenas o ar ou substâncias gasosas entram e saem dele. Já substâncias líquidas e sólidas não entram no pulmão, pois a epiglote fecha-se e este dirige-se ao esôfago. A cartilagem aritenóide articula-se com a cartilagem cricóide, estabelecendo uma articulação do tipo diartrose. As cartilagens aritenóides são as mais importantes, porque influenciam as posições e tensões das pregas vocais (cordas vocais verdadeiras). A cartilagem corniculada situa-se acima da cartilagem aritenóide. A cartilagem cuneiforme é muito pequena e localiza-se anteriormente à cartilagem corniculada correspondente, ligando cada aritenóide à epiglote.
1.2.4 Traqueia A traquéia é basicamente um tubo que liga a laringe aos brônquios. É um tubo de 10 a 12,5cm de comprimento e 2,5cm de diâmetro. Esta não se fecha graças à anéis de cartilagem em forma de C. Estes anéis estão presentes na traquéia, nos brônquios e nos bronquíolos. Também estão presentes na traquéia os cílios e um muco. Possíveis sujeiras grudam nesse muco e são levadas pelos cílios para a laringe onde são engolidos (passam para o esôfago). Inferiormente se subdivide e dá origem a dois brônquios que penetram no pulmão pelo hilo do pulmão. Internamente a traquéia é forrada por mucosa, onde abundam glândulas, e o epitélio é ciliado, facilitando a expulsão de mucosidades e corpos estranhos. 1.2.5 Brônquios, bronquíolos e alvéolos Os brônquios são resultado da divisão da traquéia, e têm basicamente a função de dividir o ar entre os pulmões. Os brônquios se dividem entre principais e lobares. Os brônquios principais fazem a ligação da traquéia com os pulmões, são considerados um direito e outro esquerdo. A traquéia e os brônquios são constituídos de aneis incompletos de cartilagem hialina, tecido fibroso, fibras musculares, mucosa e glândulas. O brônquio principal direito é mais vertical, mais curto e mais largo do que o esquerdo. Os brônquios principais entram nos pulmões na região chamada hilo. Ao atingirem os pulmões correspondentes, os brônquios principais subdividem-se nos brônquios lobares. Os brônquios lobares subdividem-se em brônquios segmentares, cada um destes distribuindo-se a um segmento pulmonar. Os brônquios dividem-se respectivamente em tubos cada vez menores denominados bronquíolos. As paredes dos bronquíolos contém músculo liso e não possuem cartilagem. Os bronquíolos continuam a se ramificar, e dão origem a microtúbulos denominados ductos alveolares. Estes ductos terminam em estruturas microscópicas com forma de uva chamados alvéolos.
Os alvéolos são minúsculos sacos de ar que constituem o final das vias respiratórias. Um capilar pulmonar envolve cada alvéolo. A função dos alvéolos é trocar oxigênio e dióxido de carbono através da membrana capilar alvéolo-pulmonar (hematose). 1.2.6 Pulmões Os pulmões são órgãos essenciais na respiração. São duas vísceras situadas uma de cada lado, no interior do tórax e onde se dá o encontro do ar atmosférico com o sangue circulante, ocorrendo então, as trocas gasosas. Eles estendem-se do diafragma até um pouco acima das clavículas e estão justapostos às costelas. Os pulmões têm em média o peso de 700 gramas; os pulmões têm em média a altura de 25 centímetros. O pulmão direito é o mais espesso e mais largo que o esquerdo. Ele também é um pouco mais curto, pois o diafragma é mais alto no lado direito para acomodar o fígado. O pulmão esquerdo tem uma concavidade que é a incisura cardíaca. Cada pulmão têm uma forma que lembra uma pirâmide com um ápice, uma base, três bordas e três faces. Ápice do Pulmão: Tem forma levemente arredondada. Apresenta um sulco percorrido pela artéria subclávia, denominado sulco da artéria subclávia. No corpo, o ápice do pulmão atinge o nível da articulação esterno-clavicular. Base do Pulmão: A base do pulmão apresenta uma forma côncava, apoiando-se sobre a face superior do diafragma. A concavidade da base do pulmão direito é mais profunda que a do esquerdo (devido à presença do fígado). Margens do Pulmão: Os pulmões apresentam três margens: uma anterior, uma posterior e uma inferior. A borda anterior é delgada e estende-se à face ventral do coração. A borda
anterior do pulmão esquerdo apresenta uma incisura produzida pelo coração, a incisura cardíaca. A borda posterior é romba e projeta-se na superfície posterior da cavidade torácica. A borda inferior apresenta duas porções: 1 - uma que é delgada e projeta-se no recesso costofrênico; 2 - outra que é mais arredondada e projeta-se no mediastino. O pulmão apresenta três faces: a) Face Costal (face lateral): é a face relativamente lisa e convexa, voltada para a superfície interna da cavidade torácica. b) Face Diafragmática (face inferior): é a face côncava que assenta sobre a cúpula diafragmática. c) Face Mediastínica (face medial): é a face que possui uma região côncava onde se acomoda o coração. Dorsalmente encontra-se a região denominada hilo ou raiz do pulmão. pulmonar. O pulmão direito apresenta-se constituído por três lobos divididos por duas fissuras. Uma fissura obliqua que separa lobo inferior dos lobos médio e superior e uma fissura horizontal, que separa o lobo superior do lobo médio. O pulmão esquerdo é dividido em um lobo superior e um lobo inferior por uma fissura oblíqua. Anteriormente e inferiormente o lobo superior do pulmão esquerdo apresenta uma estrutura que representa resquícios do desenvolvimento embrionário do lobo médio, a língula do pulmão. Cada lobo pulmonar é subdividido em segmentos pulmonares, que constituem unidades pulmonares completas, consideradas autônomas sob o ponto de vista anatômico. Pulmão Direito * Lobo Superior: apical, anterior e posterior * Lobo Médio: medial e lateral
* Lobo Inferior: apical (superior), basal anterior, basal posterior, basal medial e basal lateral Pulmão Esquerdo * Lobo Superior: Apicoposterior, anterior, lingular superior e lingular inferior * Lobo Inferior: apical (superior), basal anterior, basal posterior, basal medial e basal lateral Pleuras: É uma membrana serosa de dupla camada que envolve e protege cada pulmão. A camada externa é aderida à parede da cavidade torácica e ao diafragma, e é denominada Pleura Parietal (reflete-se na região do hilo pulmonar para formar a pleura visceral). A camada interna, a Pleura Visceral reveste os próprios pulmões (adere-se intimamente à superfície do pulmão e penetra nas fissuras entre os lobos). Entre as pleuras visceral e parietal encontra-se um pequeno espaço, a cavidade pleural, que contém pequena quantidade de líquido lubrificante, secretado pelas túnicas. Esse líquido reduz o atrito entre as túnicas, permitindo que elas deslizem facilmente uma sobre a outra, durante a respiração. Hilo do Pulmão: A região do hilo localiza-se na face mediastinal de cada pulmão sendo formado pelas estruturas que chegam e saem dele, onde temos: os brônquios principais, artérias pulmonares, veias pulmonares, artérias e veias bronquiais e vasos linfáticos. 1.2.7 Diafragma O diafragma é um músculo estriado esquelético extenso que separa a cavidade torácica da abdominal. Ele é muito importante no processo de respiração
dos seres humanos. O diafragma é encontrado em todos os mamíferos e também em algumas espécies de aves. Nos seres humanos, o diafragma localiza-se junto às vértebras lombares, as costelas inferiores e ao esterno. Conta com três aberturas principais que possibilitam a passagem do esôfago, nervos, artéria aorta, vasos do sistema linfático e vasos do tórax. Este músculo possui aspecto rugoso e está voltado para cima, sendo que sua parte anterior está mais elevada que a posterior. Quando em estado de relaxamento, o diafragma possui formato de abóbada. Durante a inspiração, este músculo se contrai e ao distender-se aumenta a capacidade do tórax. Neste processo o ar tende a entrar nos pulmões para compensar o vazio gerado. No momento em que este músculo entra em relaxamento, o ar acumulado é expulso. Outra importante característica do diafragma é sua ajuda no processo de digestão dos alimentos. Ao contrair-se, o diafragma faz pressão sobre o abdômen. Os movimentos do diafragma também são importantes para: tosse, espirro, parto e no processo de defecação. 1.3 Chegada do oxigênio nas células O oxigênio sai dos alvéolos e se liga a células chamadas hemácias (ou glóbulos vermelhos); a hemácia possui uma substância chamada hemoglobina. O oxigênio e o gás carbônico se ligam à hemoglobina; essa ligação ocorre devido difusão, em que os meios tendem a se igualar, sendo assim, o meio mais concentrado (chamado hipertônico) vai perder parte de sua concentração para o meio menos concentrado (chamado hipotônico). Como o ar do alvéolo é mais rico em O do que o sangue, então o O do ₂
₂
alvéolo vai para o sangue onde se liga com a hemoglobina. Com o CO ocorre o ₂
contrário, o sangue é mais rico em CO do que o alvéolo né. Então o CO sai do ₂
₂
sangue entra no alvéolo (processo chamado de hematose). Quando o sangue (agora rico em O ) chega nas células, acontece o contrário: ₂
por difusão o CO sai da célula (meio mais concentrado) e vai para o sangue (meio ₂
menos concentrado). O O então sai do sangue (meio mais concentrado) e entra na ₂
célula (meio menos concentrado). Outro gás, o CO (monóxido de carbono), também
pode se ligar à hemoglobina. Quando isso acontece, temos um sério problema, porque a ligação ente o CO e a hemoglobina é mais forte. Assim, o CO dificilmente se despreende da molécula e impede que um oxigênio ou um dióxido de carbono se ligue a ela. Isso diminui a capacidade transportadora do sangue: quando mais CO você inspira, menos CO e O seu sangue pode transportar. ₂
₂
1.3.1 Combinação do oxigênio com a hemoglobina A molécula de O combina-se frouxa e reversivelmente com a porção heme ₂
da hemoglobina. Quando a PO é alta, como nos capilares pulmonares, o oxigênio ₂
liga-se com a hemoglobina, mas quando a PO é baixa, como nos capilares ₂
teciduais, o oxigênio é liberado da hemoglobina. A porção polipeptídica da molécula de hemoglobina normal do adulto (HbA) é composta por 4 cadeias de aminoácidos: 2 cadeias alfa e 2 cadeias beta. A seqüência desses aminoácidos é extremamente importante para determinar as propriedades da hemoglobina. A hemoglobina fetal (HbF) é formada por 2 cadeias alfa e 2 cadeias gama e apresenta uma afinidade muito maior pelo O , em comparação com a HbA. Já as ₂
hemoglobinas anormais diferem da HbA por um único aminoácido na cadeia alfa ou beta. A mais conhecida é a HbS, presente nos indivíduos portadores de anemia falciforme, um distúrbio de origem genética. Na anemia falciforme, há a substituição de um único aminoácido nas cadeias beta. A doença recebe esse nome porque a hemoglobina adquire a forma de foice quando se desoxigena e, anormalmente, cristaliza-se. Além das 4 cadeias polipeptídicas, a hemoglobina apresenta um grupamento heme ligado a cada uma das 4 cadeias. O grupamento é formado por uma protoporfirina e um átomo de ferro. A esse íon ferroso que o O se associa, formando a oxiemoglobina (HbO ). ₂
₂
Cada molécula de hemoglobina, é capaz de transportar no máximo 4 moléculas de O2. É também neste ponto que o monóxido de carbono se liga a hemoglobina formando a carboxiemoglobina (HbCO). A afinidade da hemoglobina pelo CO é cerca de 200 a 300 vezes maior do que pelo O , por isso, a intoxicação pelo CO ₂
(fumaça de cigarro, gases de motores à explosão, etc) é extremamente grave, pois o CO ocupa o heme, impedindo a ligação do O . ₂
1.4 Respiração Intracelular Uma vez dentro da célula, o oxigênio vai reagir com a glicose (dentro da mitocôndria) e vai surgir a energia e o gás carbônico. A energia é aproveitada e o CO sai da célula, vai pro sangue, pro pulmão e por fim para o ambiente. ₂
Equação da respiração: O2 + C6H12O6 (glicose) -> CO2 + H2O + ENERGIA (em forma de ATP) 1.5 Fisiologia da respiração 1.5.1 Hematose A hematose pulmonar é um processo químico-molecular que visa a estabilização das trocas gasosas - oxigênio x gás carbônico - a fim de manter o equilíbrio ácido básico. É, portanto, o intercâmbio de oxigênio e dióxido de carbono nas paredes dos alvéolos pulmonares, entre o ar e o sangue, permitindo a oxigenação do sangue venoso, que se torna arterial. A hematose é uma consequência da respiração aeróbia. É as trocas gasosa que ocorrem nos alvéolos. Como existe pulmão em todos os vertebrados, logo em todos ocorre a hematose pulmonar. A trajetória do oxigênio pelas vias respiratórias do ser humano inicia-se na boca ou fossas nasais, seguindo-se para a faringe, laringe, traqueia, brônquio, bronquíolo e, finalmente, alvéolo pulmonar. 1.5.2 Inspiração e expiração A inspiração, que promove a entrada de ar nos pulmões, dá-se pela contração da musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma abaixa e as costelas elevam-se, promovendo o aumento da caixa torácica, com conseqüente redução da pressão interna (em relação à externa), forçando o ar a entrar nos pulmões. A expiração, que promove a saída de ar dos pulmões, dá-se pelo relaxamento da musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma eleva-se e as costelas abaixam, o que diminui o volume da caixa torácica, consequentemente há o aumento da pressão interna, forçando o ar a sair dos pulmões.
1.5.3 Transporte dos gases O transporte de gás oxigênio está a cargo da hemoglobina, proteína presente nas hemácias. Cada molécula de hemoglobina combina-se com 4 moléculas de gás oxigênio, formando a oxi-hemoglobina. Nos alvéolos pulmonares o gás oxigênio do ar difunde-se para os capilares sangüíneos e penetra nas hemácias, onde se combina com a hemoglobina, enquanto o gás carbônico (CO ) é liberado, para o ar (processo chamado ₂
hematose). Nos tecidos ocorre um processo inverso: o gás oxigênio dissocia-se da hemoglobina e difunde-se pelo líquido tissular, atingindo as células. A maior parte do gás carbônico (cerca de 70%) liberado pelas células no líquido tissular penetra nas hemácias e reage com a água, formando o ácido carbônico, que logo se dissocia e dá origem a íons H+ e bicarbonato (HCO3-), difundindo-se para o plasma sangüíneo, onde ajudam a manter o grau de acidez do sangue. Cerca de 23% do gás carbônico liberado pelos tecidos associam-se à própria hemoglobina, formando a carboemoglobina. O restante dissolve-se no plasma. 1.5.4 Controle da respiração Em relativo repouso, a freqüência respiratória é da ordem de 10 a 15 movimentos por minuto. A respiração é controlada automaticamente por um centro nervoso localizado no bulbo. Desse centro partem os nervos responsáveis pela contração dos músculos respiratórios (diafragma e músculos intercostais). Os sinais nervosos são transmitidos desse centro através da coluna espinhal para os músculos da respiração. O mais importante músculo da respiração, o diafragma, recebe os sinais respiratórios através de um nervo especial, o nervo frênico, que deixa a medula espinhal na metade superior do pescoço e dirige-se para baixo, através do tórax até o diafragma. Os sinais para os músculos expiratórios, especialmente os músculos abdominais, são transmitidos para a porção baixa da medula espinhal, para os nervos espinhais que inervam os músculos. Impulsos iniciados pela estimulação psíquica ou sensorial do córtex cerebral podem afetar a respiração. Em condições normais, o centro respiratório (CR) produz, a cada 5 segundos, um impulso nervoso
que estimula a contração da musculatura torácica e do diafragma, fazendo-nos inspirar. O CR é capaz de aumentar e de diminuir tanto a freqüência como a amplitude dos movimentos respiratórios, pois possui quimiorreceptores que são bastante sensíveis ao pH do plasma. Essa capacidade permite que os tecidos recebam a quantidade de oxigênio que necessitam, além de remover adequadamente o gás carbônico. Quando o sangue torna-se mais ácido devido ao aumento do gás carbônico, o centro respiratório induz a aceleração dos movimentos respiratórios. Dessa forma, tanto a freqüência quanto a amplitude da respiração tornam-se aumentadas devido à excitação do CR. Em situação contrária, com a depressão do CR, ocorre diminuição da freqüência e amplitude respiratórias. A respiração é ainda o principal mecanismo de controle do pH do sangue.
O aumento da concentração de CO desloca a reação para a direita, ₂
enquanto sua redução desloca para a esquerda. Dessa forma, o aumento da concentração de CO no sangue provoca ₂
aumento de íons H+ e o plasma tende ao pH ácido. Se a concentração de CO
₂
diminui, o pH do plasma sangüíneo tende a se tornar mais básico (ou alcalino). Se o pH está abaixo do normal (acidose), o centro respiratório é excitado, aumentando a freqüência e a amplitude dos movimentos respiratórios. O aumento da ventilação pulmonar determina eliminação de maior quantidade de CO , o que ₂
eleva o pH do plasma ao seu valor normal. Caso o pH do plasma esteja acima do normal (alcalose), o centro respiratório é deprimido, diminuindo a freqüência e a amplitude dos movimentos respiratórios. Com a diminuição na ventilação pulmonar, há retenção de CO e maior produção de ₂
íons H+, o que determina queda no pH plasmático até seus valores normais. A ansiedade e os estados ansiosos promovem liberação de adrenalina que, freqüentemente levam também à hiperventilação, algumas vezes de tal intensidade que o indivíduo torna seus líquidos orgânicos alcalóticos (básicos), eliminando grande quantidade de dióxido de carbono, precipitando, assim, contrações dos músculos de todo o corpo.
Se a concentração de gás carbônico cair a valores muito baixos, outras conseqüências extremamente danosas podem ocorrer, como o desenvolvimento de um quadro de alcalose que pode levar a uma irritabilidade do sistema nervoso, resultando, algumas vezes, em tetania (contrações musculares involuntárias por todo o corpo) ou mesmo convulsões epilépticas. Existem algumas ocasiões em que a concentração de oxigênio nos alvéolos cai a valores muito baixos. Isso ocorre especialmente quando se sobe a lugares muito altos, onde a concentração de oxigênio na atmosfera é muito baixa ou quando uma pessoa contrai pneumonia ou alguma outra doença que reduza o oxigênio nos alvéolos. 1.5.5 Utilização de o pelas células ₂
Em condições normais, a taxa de utilização de O pelas células é controlada ₂
pela taxa de gasto de energia no seu interior, e não pela quantidade de O oferecido ₂
à célula. Mínimas pressões de O são necessárias nas células para que se efetuem ₂
as reações químicas intracelulares normais. Como já foi visto em respiração celular, quando o ATP (trifosfato de adenosina) é utilizado pelas células para fornecer energia, ele é convertido em ADP (difosfato de adenosina). A concentração crescente de ADP aumenta a utilização metabólica tanto do O como dos outros ₂
nutrientes que se combinam com o O para liberarem energia. ₂
1.5.6 Combinação da hemoglobina com o CO O CO combina-se com a hemoglobina no mesmo local em que a molécula de hemoglobina se combina com o O . Além disso, o CO combina-se com a ₂
hemoglobina com uma afinidade aproximadamente 200 vezes maior do que o O . ₂
Uma pressão alveolar de CO de, por exemplo, 0,5 mmHg (a PO nos alvéolos é de ₂
100 mmHg, possibilita ao CO competir igualmente com o O para se combinar com a ₂
hemoglobina, fazendo com que metade da hemoglobina do sangue se ligue com CO ao invés de ligar-se ao O . Uma PCO de 0,7mmHg é letal. Um indivíduo envenenado ₂
com CO pode ser tratado com a administração de oxigênio puro, porque o O em ₂
altas pressões alveolares desloca o CO da sua combinação com a hemoglobina com mais rapidez do que se estivesse com a pressão atmosférica.
Podem ser administrado simultaneamente pequenas quantidades de CO , ₂
pois este estimula o centro respiratório. O aumento da ventilação alveolar reduz a concentração de CO, permitindo sua liberação do sangue. Com uso intensivo de O2 e de CO , o CO pode ser removido do sangue 10 a ₂
20 vezes mais rápido do que sem qualquer ajuda. 1.5.7 Transporte do CO no sangue ₂
O CO pode, em geral, ser transportado pelo sangue em quantidades maiores ₂
que o O . A variação da quantidade de CO no sangue tem influência no equilíbrio ₂
₂
ácido-básico dos líquidos dos organismos. O CO difunde-se para fora das células ₂
na forma gasosa, porém uma quantidade muito pequena difunde-se sob a forma de bicarbonato, pois a membrana plasmática é menos permeável ao bicarbonato do que ao gás dissolvido. O CO pode ser transportado de três formas químicas diferentes: ₂
1 - uma pequena quantidade (cerca de 7%) de CO é transportada no estado ₂
dissolvido na água plasmática para os pulmões. 2 - O CO pode ser transportado na forma de bicarbonato (HCO -). A partir da ₂
₃
combinação reversível do CO2 com a água no interior das hemácias e sob a ação da enzima anidrase carbônica, 60 a 90% de todo o CO2 é transportado dos tecidos para os pulmões. Este meio de transporte do CO é, sem dúvida, o método mais ₂
importante de transporte. No interior das hemácias, a anidrase carbônica catalisa a reação entre o CO
₂
e a água, tornando-a muito mais rápida. Isto permite que grandes quantidades de CO dos tecidos reajam com a água das hemácias antes mesmo que o sangue deixe ₂
os capilares teciduais. O ácido carbônico (H CO ) formado nas hemácias dissocia-se em íons de ₂
₃
hidrogênio (H -) e bicarbonato (HCO -). ₃
A maior parte dos íons de hidrogênio formados reage rapidamente com a hemoglobina, formando um poderoso tampão ácido-base. Os bicarbonatos formados difundem-se para o plasma, enquanto íons de cloro (Cl -) se difundem para o interior das hemácias. Esse movimento do Cl- para equilibrar o movimento do bicarbonato é
denominado "fuga de cloreto". Ele impede o acúmulo de HCO - dentro das ₃
hemácias, e, se não fosse por isso, impediria a dissociação de mais CO2. 3- Transporte do CO pela Hemoglobina: além de reagir com a água, o CO também ₂
₂
reage diretamente com a hemoglobina. A combinação do CO com a hemoglobina é ₂
uma reação reversível que ocorre com uma ligação muito frouxa. O composto formado por esta reação é chamado carbaminoemoglobina. Contudo, esta reação é bem mais lenta que a reação entre o CO e a água ₂
dentro das hemácias. Por este motivo, somente uma pequena quantidade de CO
₂
reage com a hemoglobina, cerca de 30% da quantidade total transportada. O CO não se liga à hemoglobina no mesmo ponto do O , por isso a hemoglobina ₂
₂
pode combinar-se ao mesmo tempo com o O e o CO . ₂
₂
1.5.7 Difusão do CO pelos pulmões ₂
Nos pulmões, a PCO dos alvéolos é levemente menor que a do sangue, o ₂
que faz com que o CO se difunda do sangue para o interior dos alvéolos. ₂
Com isso, diminui a PCO das hemácias, de forma que o ácido carbônico das ₂
células, sob a ação da anidrase carbônica, volta a transformar-se em água e CO , ₂
sendo que a carbaminoemoglobina libera o CO . Ou seja, reações diversas ocorrem ₂
nos capilares pulmonares, já que todas as reações para o transporte de CO são ₂
reversíveis. 1.6 Capacidade e volumes respiratórios O sistema respiratório humano comporta um volume total de aproximadamente 5 litros de ar – a capacidade pulmonar total. Desse volume, apenas meio litro é renovado em cada respiração tranqüila, de repouso. Esse volume renovado é o volume corrente Se no final de uma inspiração forçada, executarmos uma expiração forçada, conseguiremos retirar dos pulmões uma quantidade de aproximadamente 4 litros de ar, o que corresponde à capacidade vital, e é dentro de seus limites que a respiração pode acontecer.
Mesmo no final de uma expiração forçada, resta nas vias aéreas cerca de 1 litro de ar, o volume residual. Nunca se consegue encher os pulmões com ar completamente renovado, já que mesmo no final de uma expiração forçada o volume residual permanece no sistema respiratório. A ventilação pulmonar, portanto, dilui esse ar residual no ar renovado, colocado em seu interior O volume de ar renovado por minuto (ou volume-minuto respiratório) é obtido pelo produto da freqüência respiratória (FR) pelo volume corrente (VC): VMR = FR x VC. Em um adulto em repouso, temos: FR = 12 movimentos por minuto VC = 0,5 litros Portanto: volume-minuto respiratório = 12 x 0,5 = 6 litros/minuto Os atletas costumam utilizar o chamado “segundo fôlego”. No final de cada
expiração, contraem os músculos intercostais internos, que abaixam as costelas e eliminam mais ar dos pulmões, aumentando a renovação. 1.7 Distúrbios/doenças do sistema respiratório Doenças respiratórias são aquelas que atingem órgãos do sistema respiratório (pulmões, boca, faringe, fossas nasais, laringe, brônquios, traquéia, diafragma, bronquiolos e alvéolos pulmonares). As doenças mais frequentes são: bronquite, rinite, asma, faringite, enfisema pulmonar, câncer de pulmão, tuberculose e pneumonia. As causas destas doenças podem ser diversas. Fumo, alergias (provocada por substâncias químicas ou ácaros), fatores genéticos, infecção por vírus e respiração em ambientes poluídos estão entre as principais causas destas doenças. O monóxido de carbono e o dióxido de carbono são gases poluentes originados da queima de combustíveis fósseis (gasolina e diesel) e são muito prejudiciais ao
aparelho respiratório do ser humano. A inalação destes gases pode provocar o surgimento de algumas destas doenças. 1.7.1 Pneumonia A pneumonia é uma doença infecciosa que provoca inflamação dos pulmões. Geralmente é causada por bactérias, vírus e fungos. A pneumonia bacteriana clássica inicia abruptamente, com febre, calafrios, dor no tórax e tosse catarro que pode ter um pouco de sangue misturado à secreção. A tosse pode ser seca no início. A respiração pode ficar mais curta e dolorosa, a pessoa pode ter falta de ar e em torno dos lábios a coloração da pele pode ficar azulada, nos casos mais graves. Em idosos, confusão mental pode ser um sintoma freqüente, além da piora do estado geral (fraqueza, perda do apetite e desânimo, por exemplo). Nas crianças, os sintomas podem ser vagos (diminuição do apetite, choro, febre). Outra alteração que pode ocorrer é o surgimento de lesões de herpes nos lábios, por estar o sistema imune debilitado. Em alguns casos, pode ocorrer dor abdominal, vômitos, náuseas e sintomas do trato respiratório superior como dor de garganta, espirros, coriza e dor de cabeça. O diagnóstico pode ser feito apenas baseado no exame físico alterado e na conversa que o médico teve com seu paciente que relata sinais e sintomas compatíveis com a doença. Os exames complementares são importantes para corroborar o diagnóstico e ajudarão a definir o tratamento mais adequado para cada caso. Normalmente, o médico utiliza-se dos exames de imagem (raios-X de tórax ou, até mesmo, da tomografia computadorizada de tórax) e de exames de sangue como auxílio para o diagnóstico. O exame do escarro também é muito importante para tentar identificar o germe causador da pneumonia. Com isso, o médico poderá prever, na maioria dos casos, o curso da doença e também definir o antibiótico mais adequado para cada caso. A pneumonia bacteriana deverá ser tratada com antibióticos. Cada caso é avaliado individualmente e se definirá, além do tipo de antibiótico, se há ou não necessidade de internação. Nos casos graves, até mesmo a internação na UTI
poderá ser necessária. Os antibióticos e demais medicações podem ser utilizados por via oral ou através de injeções, que podem ser na veia ou no músculo. Além das medicações, podemos utilizar a fisioterapia respiratória como auxiliar no tratamento. Os fisioterapeutas podem utilizar exercícios respiratórios, vibradores no tórax e tapotagem (percussão do tórax com os punhos) com o intuito de retirar as secreções que estão dentro dos pulmões, agilizando o processo de cura dos pacientes. Na maioria dos casos de pneumonias virais o tratamento é só de suporte. Visa melhorar as condições do organismo para que este combata a infecção. Utilizase uma dieta apropriada, oxigênio (se for necessário) e medicações para dor ou febre. Nos casos de pneumonia por parasitas ou fungos, antimicrobianos específicos são utilizados. Como já foi mencionado anteriormente, muitas vezes uma gripe ou resfriado podem preceder uma pneumonia. Para tentar evitar isso, vacinas foram criadas. Existe no mercado a vacina contra o vírus influenza e outra contra o pneumococo, que podem diminuir as chances do aparecimento das doenças causadas por estes germes. Devemos lembrar que estas vacinas devem ser feitas antes do início do inverno, preferencialmente. A vacina contra o vírus influenza deverá ser feita anualmente em idosos e naquelas pessoas com maior risco de ter uma pneumonia. A vacina contra o pneumococo deverá ser feita em idosos e naquelas pessoas com o vírus do HIV, doença renal, asplênicos (pessoas que não tem o baço, órgão que também ajuda na defesa do corpo), alcoolistas ou outras condições que debilitem o sistema de defesa do organismo. Esta vacina tem a duração de aproximadamente cinco anos. Medidas simples para prevenção de pneumonias incluem cuidados com a higiene, como a lavagem de mãos com sabonetes simples. Uma dieta rica em frutas e vegetais, que possuem vitaminas, ajudam a reforçar o sistema de defesa do organismo às infecções. 1.7.2 Tuberculose
É uma infecção causada por um microorganismo chamado Mycobacterium tuberculosis , também conhecido por bacilo de Koch. A doença costuma afetar os pulmões, mas pode, também, ocorrer em outros órgãos do corpo, mesmo sem causar dano pulmonar. Esta doença ocorre em todo mundo. A Organização Mundial de Saúde estimou a presença de 8 milhões de novos casos de tuberculose ativa no mundo somente no ano de 1990, com aproximadamente 2,6 milhões de mortes naquele ano. Com o surgimento da Síndrome da Imunodeficiência Humana (SIDA) no início da década de 80, o número de casos da doença aumentou bastante. A tuberculose é mais comum nas áreas do mundo onde há muita pobreza, promiscuidade, desnutrição, má condição de higiene e uma saúde pública deficitária. Geralmente, pega-se a doença pelo ar contaminado eliminado pelo indivíduo com a tuberculose nos pulmões. A pessoa sadia inala gotículas, dispersas no ar, de secreção respiratória do indivíduo doente. Este, ao tossir, espirrar ou falar, espalha no ambiente as gotículas contaminadas, que podem sobreviver, dispersas no ar, por horas, desde que não tenham contato com a luz solar. A pessoa sadia, respirando no ambiente contaminado, acaba inalando esta microbactéria que se implantará num local do pulmão. Em poucas semanas, uma pequena inflamação ocorrerá na zona de implantação. Não é ainda uma doença. É o primeiro contato do germe com o organismo. Depois disso, esta bactéria pode se espalhar e se alojar em vários locais do corpo. Se o sistema de defesa do organismo estiver com uma boa vigilância, na maioria dos casos, a bactéria não causará doença, ficará sem atividade. Se, em algum momento da vida, este sistema de defesa diminuir, a bactéria que estava no período latente poderá entrar em atividade e vir a causar doença. Mas, também há a possibilidade da pessoa adquirir a doença no primeiro contato com o germe. Devemos lembrar que a intensidade do contato é importante. A pessoa de baixa renda que vive no mesmo quarto de uma casa pequena e mal ventilada com uma pessoa com tuberculose pulmonar, está mais propensa a adquirir a doença do que outra que tem contato eventual ou ao ar livre com um doente.
Por outro lado, os bacilos que são depositados pelo doente em toalhas, roupas, copos, pratos e outros não representam um risco para transmissão da doença. Fatores que ajudam na contaminação da doença: Ser negro – a raça negra parece ser mais suscetível à infecção pelo bacilo da tuberculose; Predisposição genética; Desnutrição; Alcoolismo; Uso de drogas ilícitas; São sintomas da tuberculose: pode ter sangue no escarro ou tosse com sangue puro febre perda de peso perda do apetite fraqueza O diagnóstico presuntivo é feito baseado nos sinais e sintomas relatados pelo paciente, associados a uma radiografia do tórax que mostre alterações compatíveis com tuberculose pulmonar. O exame físico pode ser de pouco auxílio para o médico. Já o diagnóstico de certeza é feito através da coleta de secreção do pulmão. Encontrando o Mycobacterium tuberculosis está confirmada a doença. O tratamento inicial (preferencial) chama-se RHZ e inclui três medicações: rifampicina(R), isoniazida(H) e pirazinamida(Z). É muito eficaz. A cura usando o esquema RHZ por 6 meses, que é preconizado pelo sistema público de saúde, aproxima-se de 100% quando a medicação é utilizada de forma regular, ou seja, todos os dias. Antes da existência de medicamentos efetivos para o combate da doença, 50% dos indivíduos morriam sem tratamento, 25% tinham cura espontânea e 25% tornavamse doentes crônicos.
Para uma boa prevenção, o mais importante é detectar e tratar todos os pacientes bacilíferos, ou seja, todos aqueles com o bacilo de Koch nos pulmões. Para isso, é muito importante um bom sistema público de controle da doença, para identificar precocemente os doentes, evitando que novos casos apareçam. O doente durante as duas primeiras semanas de tratamento pode contagiar ainda outros indivíduos. Portanto, deve proteger a boca com a mão ao tossir ou espirrar. Também deverá procurar não ficar próximo, principalmente em lugares fechados, às pessoas sadias. Estes são cuidados simples para que a doença não contamine outros indivíduos. 1.7.3 Broquite Crônica Esta doença é definida quando há presença de tosse com catarro na maioria dos dias do mês, em 3 meses do ano, por dois anos sucessivos, sem outra doença que explique a tosse. Quase todos os casos da doença ocorrem pelo efeito nocivo do fumo nos pulmões por vários anos, o que determina uma inflamação da mucosa dos brônquios (tubos que espalham o ar dentro dos pulmões). A bronquite crônica pode preceder ou acompanhar o enfisema. Ela afeta pessoas de todas as idades, mas, geralmente, aquelas com mais de 45 anos. Na bronquite crônica , ocorre uma hipertrofia (aumento) nas glândulas que fazem o muco e uma inflamação nos bronquíolos que limita o fluxo de ar. Atualmente, usamos mais o termo doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) quando nos referimos à bronquite crônica e ao enfisema pulmonar, pois elas, geralmente, coexistem no mesmo doente e apresentam obstrução ao fluxo de ar. Todas estas alterações determinam os sintomas e sinais da doença. Sintomas da bronquinte: tosse; expectoração de muco (catarro); encurtamento da respiração (falta de ar); febre pode ocorrer quando a pessoa com bronquite crônica estiver com uma infecção respiratória associada;
inchaço nos pés e nas pernas pode ocorrer pela piora nas condições de trabalho do coração, em decorrência de uma bronquite muito grave. Além disso, o médico poderá solicitar uma radiografia do tórax que costuma demonstrar alterações compatíveis com a bronquite crônica, além de excluir outras doenças. Exames de sangue podem auxiliar no diagnóstico da doença, além de também poder indicar a sua gravidade. A espirometria também pode fazer isso. É o exame mais importante, pois naquela pessoa que fuma há vários anos e não nota nenhuma alteração no seu dia-a-dia e possui uma radiografia normal (ou praticamente normal), a espirometria pode acusar uma diminuição no fluxo de ar. Com isso, pode-se evitar o surgimento de casos da doença, se o indivíduo abandonar o fumo quando ficar constatado no exame a perda de função pulmonar em curso. Parar de fumar para aquelas pessoas com uma bronquite crônica bem estabelecida, não fará com que a doença melhore, mas, certamente, ajudará a desacelerar sua progressão. Alguns pacientes podem beneficiar-se com o tratamento com corticóides, que são medicamentos utilizados na tentativa de controlar a inflamação crônica dos brônquios e, assim, minimizar os sintomas da doença. A oxigenoterapia (uso de oxigênio em casa), quando necessária, também poderá melhorar os sintomas dos doentes, além de aumentar a expectativa de vida. Além disso, o grande número de antibióticos disponíveis ajudam muito nos casos de exacerbação da doença, quando resultam de uma infecção nos brônquios. Entre 80% e 90% dos casos de bronquite crônica, resultam do tabagismo. Assim, a principal medida preventiva é não fumar. O médico deverá oferecer ao seu paciente auxílio neste sentido, podendo ou não usar medicações auxiliares. A reposição de nicotina seja por gomas, adesivos ou outros recursos podem ser utilizados. Na bronquite crônica, é importante a vacinação anual contra o vírus causador da gripe, uma vez que esta pode piorar a doença. 1.7.4 Câncer de Pulmão
O câncer de pulmão é o mais comum dos tumores malignos, apresentando um aumento por ano de 2% na sua incidência mundial. A mortalidade por esse tumor é muito elevada e o prognóstico dessa doença está relacionado à fase em que é diagnosticada. O tabagismo é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão. Ele é responsável por 90% dos casos desse tumor. Mais homens que mulheres desenvolvem o câncer de pulmão, mas o número de casos em mulheres está aumentando, enquanto que o número de casos em homens está caindo. O risco de morte por câncer de pulmão é 22 vezes maior entre os fumantes do que entre os não fumantes. Às vezes, essa doença se desenvolve em indivíduos que nunca fumaram e a causa é desconhecida. Os cânceres de não pequenas células representam 80% de todos os casos. Esses incluem o adenocarcinoma, o carcinoma de células escamosas e o carcinoma de grandes células. Os não pequenas células geralmente se disseminam lentamente para outros órgãos no corpo e pode ser difícil detectá-los em estágios precoces. Já os cânceres de pequenas células são responsáveis por 20% dos casos de câncer de pulmão. Eles se disseminam muito rapidamente nos pulmões e para outros órgãos. Existem muitos sintomas de câncer de pulmão. Entretanto, algumas vezes, os sintomas poderão se tornar óbvios apenas quando a doença estiver bem avançada. Os sinais e sintomas de câncer de pulmão podem incluir: tosse persistente ou mudança na tosse usual do fumante, encurtamento da respiração, dor torácica persistente ou aguda quando o indivíduo respira profundamente, pneumonias de repetição, Às vezes, as pessoas afetadas podem sentir mal-estar ou cansaço. Poderá haver também perda de peso ou apetite.
Existem outros procedimentos que têm o objetivo de fazer o diagnóstico da doença ou esclarecer a extensão dessa. Por exemplo, a fibrobroncospia, que é um exame em que um aparelho flexível dotado de fibras ópticas e canal de instrumentação, por onde passam pinças e escovas, é introduzido pela boca ou pela narina, chegando até o pulmão. Dentro do pulmão, é realizada uma lavagem da área da lesão (lavado brônquico) e uma pequena escova é esfregada na lesão ou próxima dessa. São feitas lâminas com o esfregaço desse material da escova. Através de pinças, são obtidos pequenos pedaços da lesão. Todo esse material obtido (lavado, escovado e biópsia brônquica) é enviado para exame no laboratório de patologia. O rendimento da fibrobroncoscopia é maior nos casos de tumores centrais. Os tumores malignos do pulmão podem ser tratados com cirurgia, quimioterapia ou radioterapia. Ou, então, essas modalidades terapêuticas podem ser combinadas. A radioterapia é freqüentemente utilizada em conjunto com a cirurgia. Há vários casos em que, ao invés de se fazer a cirurgia, a radioterapia é combinada com a quimioterapia. A quimioterapia - tratamento com medicações que combatem os tumores também é utilizada em conjunto com a cirurgia, seja para tornar os tumores menores, facilitando a cirurgia, seja para ajudar a destruir as células cancerosas no local do tumor. O médico decidirá o tratamento de acordo com o tipo celular do tumor, seu estágio e com as condições do paciente. A única maneira eficaz de prevenir é a cessação do fumo. Uma pessoa que nunca fumou poderá, em algum momento da vida, desenvolver um tumor maligno do pulmão. 1.7.5 Rinite Alérgica A rinite alérgica é uma inflamação das mucosas nasais e pode ser considerada uma reação exagerada a fatores ou substâncias geralmente não muito nocivos. No entanto para pessoas alérgicas, o organismo interpreta tais fatores ou substâncias como agressores. A rinite alérgica é uma doença imunológica, com
grande particiapação genética, não contagiosa e bastante comum: cerca de uma em cada sete pessoas sofrem com esse mal, em diversos graus. A rinite alérgica não tem cura, mas com o tratamento adequado pode ser controlada. Ás vezes são necessárias várias tentativas até encontrar a medicação ideal. Se não for bem cuidada, ela pode causar outros problemas, como otites (inflamação dos ouvidos), sinusites (inflamação dos seios da face) e roncos (devido ao nariz obstruído), por isso, é recomendado sempre tentar evitar uma crise alérgica do que começar um tratamento quando ela já começou a ocorrer. Os sinais e sintomas da rinite normalmente são: • Olhos ardentes e lacrimejantes, • Coceira no nariz, nos olhos e no céu da boca, • Tosse irritativa, • Dor de cabeça frontal, • Obstrução e prurido nasal, • Espirros sucessivos. A obstrução nasal bloqueia a passagem do agente agressor, e os espirros e secreções surgem para tentar remover a substância. • Evite tapetes, carpetes e cortinas pesadas, pois facilitam o alojamento de ácaros (principais causadores da rinite); • Procure limpar a casa com um pano úmido com frequência; • Utilize capa protetora no colchão e nos travesseiros; • Evite animais de estimação com pêlo, como gatos e cachorros, por exemplo; O tratamento da rinite alérgica é feito com antialérgicos orais e tópicos que ajudam a cortar e prevenir crises. 1.7.6 Enfisema Pulmonar É uma doença crônica, na qual os tecidos dos pulmões são gradualmente destruídos. Esta destruição ocorre nos alvéolos, onde acontece a troca gasosa do oxigênio pelo dióxido de carbono. Como resultado, a pessoa passa a sentir falta de ar para realizar tarefas ou exercitar-se. Os pulmões também perdem a elasticidade,
tornando mais difícil a saída do ar após cada inspiração. A quase totalidade dos casos é causada pelo tabagismo. Cerca de 10-15% dos fumantes mais suscetíveis ao efeito nocivo do fumo é que desenvolvem a doença. À medida que vão fumando, vão piorando a sua capacidade pulmonar. Os fumantes, na maioria das vezes, passam a sentir as alterações causadas pela doença só após vários anos. Na maioria das vezes, são tabagistas de longa data, que, em torno dos 65 anos de idade, passam a sentir falta de ar para fazer esforços. A falta de ar no início só é notada para os grandes e médios esforços (subir escadas ou caminhar são exemplos). Mantendo o hábito do fumo, poderão chegar a uma fase mais avançada da doença, em que falta de ar surge com tarefas simples como tomar banho, se vestir ou se pentear, por exemplo. Neste momento, muitos tornam-se incapacitados para o trabalho e passam a maior parte do tempo na cama ou sentados para não sentir falta de ar. A pessoa poderá também experimentar a necessidade de dormir com travesseiros mais altos por causa da falta de ar. A tosse e o chiado no peito também podem ocorrer, mas são mais freqüentes nos fumantes, nos quais predomina a bronquite crônica, e não o enfisema pulmonar. O médico faz o diagnóstico, na maioria dos casos, baseado na longa exposição ao tabaco referida pelo paciente, associada às queixas e às alterações detectadas no exame físico. Pode haver o auxílio de exames complementares, como exames de imagem (radiografia e tomografia computadorizada do tórax), exames de sangue e espirometria. Este é um teste de função pulmonar que mede a capacidade de ar de pulmões, dando uma boa idéia do seu funcionamento. A meta do tratamento é aliviar os sintomas do doente e prevenir a progressão da doença. Alguns casos podem ter melhora parcial com o uso de medicações. Nas emergências, as medicações através de injeções também podem ser utilizadas. A terapia com oxigênio (oxigenoterapia) também beneficia muitas pessoas, melhorando a expectativa de vida em vários casos, especialmente naqueles com doença avançada. Em casos selecionados, poderão ser realizadas as cirurgias redutoras de volume pulmonar. São removidas áreas mais comprometidas de um ou ambos pulmões, com o intuito de melhorar a mecânica respiratória, resultando numa melhora dos sintomas e no dia a dia das pessoas.
Não há maneira, até agora, capaz de definir os indivíduos que serão suscetíveis ao desenvolvimento da doença com o hábito do fumo. Só podemos, através da espirometria, identificar a perda de função pulmonar nas pessoas que fumam e aconselha-las a parar. Além de evitar o tabagismo, outra forma de se prevenir é reduzir a exposição a poluição do ar.
CONCLUSÃO Podemos concluir neste trabalho que o sistema respiratório, assim como os demais sistemas, tem o seu papel fundamental em nosso organismo, afinal o que seria de nós sem a respiração? Cada órgão, cada característica é de extrema importância para o bom funcionamento deste sistema. É de importância também saber um pouco mais sobre algumas doenças envolvidas nesse sistema, porque assim teremos mais informações, e possivelmente cuidado para evitá-las.