Vidas Secas: Resumo Por Capítulo Paráfrase da obra “Vidas Secas” de Graciliano Ramos, por Bruno Alves
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ÍNDICE PARA ENTENDER A OBRA
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CAPÍTULO 1 - Mudança
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CAPÍTULO 2 - Fabiano
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CAPÍTULO 3 - Cadeia
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CAPÍTULO 4 - Sinhá Vitória
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CAPÍTULO 5 - O menino mais novo
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CAPÍTULO 6 - O menino mais velho
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CAPÍTULO 7 - Inverno
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CAPÍTULO 8 - Festa
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CAPÍTULO 9 - Baleia
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CAPÍTULO 10 - Contas
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CAPÍTULO 11 - O soldado amarelo
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CAPÍTULO 12 - O mundo coberto de penas
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CAPÍTULO 13 - O soldado amarelo
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QUESTÕES DE VESTIBULARES
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VIDAS SECAS: RESUMO POR CAPÍTULO
PARA ENTENDER A OBRA Escrito em 1938, Vidas Secas narra a saga de retirantes do sertão nordestino enquanto vítimas da natureza, da ignorância e da estrutura social à qual estão submetidos. Os capítulos tratam de temas pontuais que formam, ao final, o quadro da realidade dos retirantes. A leitura, portanto, não exige linearidade: cada capítulo é explicado por si só, sendo possível a compreensão do livro independente da ordem em que seja lido. Este resumo destina-se a contar o livro em uma linguagem mais acessível e concisa, sem deixar de lado os episódios que sustentam a obra como um todo e explicando alguns pontos que podem não ficar claros apenas com a leitura do texto original. Em alguns casos, para explanações mais completas sobre fatos históricos e expressões da época, há links que podem ser acessados diretamente no texto. Caso restem dúvidas quanto à obra ou ao próprio resumo, entre em contato pelo site ResumoPorCapítulo.com.br ou envie um e-mail para
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CAPÍTULO 1 - Mudança Fabiano, Sinhá Vitória, o filho mais novo, o filho mais velho e a cachorra Baleia, cinco figuras secas, se arrastam pela seca caatinga. Um dia antes a família era maior, pois havia um papagaio. Não havia mais alimento para mantê-lo e resolveram usá-lo de alimento. À Baleia restaram os ossos e a cabeça de seu antigo amigo. Juazeiros, juntos a uma cerca, apareceram pelo caminho e o grupo repousou em suas sombras. Fabiano explorou a propriedade que estava abandonada, provavelmente seus moradores fugiram devido à seca. A cachorra Baleia sentiu cheiro de preás e saiu à caça. Trouxe o animal nos dentes, para a alegria da família, que assou o roedor. À Baleia sobrariam novamente os ossos, talvez o couro. Ao anoitecer Fabiano percebe as estrelas sumirem em meio às nuvens. A chuva viria, a vida brotaria do chão e Fabiano seria dono daquele lugar.
CAPÍTULO 2 - Fabiano A chuva veio, e junto dela o dono da fazenda, que expulsou Fabiano. Mas o homem ofereceu seu trabalho e ficou por lá como vaqueiro. Estavam à procura de uma novilha perdida, Fabiano e Baleia, quando um dos filhos se aproximou e perguntou algo. Fabiano se incomodava com perguntas, não tinha o direito
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VIDAS SECAS: RESUMO POR CAPÍTULO de saber nem o dever de responder. Falaria com Sinhá Vitória para tratar da educação das crianças, ela não tinha tempo para isso, cuidando da casa, mas os garotos atormentavam demais Fabiano. Ele lembrou-se do Seu Tomás da bolandeira*, um homem que lia muito, falava difícil, e não resistiu à seca, morreu. De que adiantava o conhecimento? Seu Tomás era educado, não mandava, pedia. Diferente dos homens normais e de seu patrão atual, que berrava por tudo, só para mostrar autoridade. Sinhá Vitória queria uma cama como a de Seu Tomás, Fabiano achava doidice. (Será que ele pensava como a Sinhá Vitória conheceu a cama do Seu Tomás?) Fabiano olhava a caatinga e previa que a seca voltaria, o verde sumiria, ele precisaria apertar o cinto, encolhendo o estômago. Isso sempre acontecia com ele, e com o pai dele, e com o avô dele. Ele precisava resistir, ser duro. Ser homem. E quando morresse seus filhos deviam seguir o mesmo caminho. Era bom que aprendessem a ser duros como ele, para não morrerem fracos como Seu Tomás da bolandeira. *Bolandeira: 1.Máquina para descaroçar algodão. 2.Roda que aciona dispositivo de ralar mandioca.
CAPÍTULO 3 - Cadeia Fabiano foi à feira da cidade comprar mantimentos. Ele era muito desconfiado de que todos lhe passavam a perna, mas não tinha vocabulário suficiente para questionar nada. Assim, rodou a feira procurando pechinchar no preço do querosene e da chita que Sinhá Vitória lhe pediu. Parou para beber uma pinga e foi chamado por um soldado amarelo para jogar cartas. Sabia que colocar o dinheiro do querosene e da chita em jogo deixaria Sinhá Vitória furiosa, mas não sabia esquivar-se do chamado de um soldado. Perdeu tudo. Fabiano saiu exaltado do bar, pensando no que dizer em casa, mas mal tinha capacidade de pensar em mentiras. Já era tarde. Tomou a rua até ser empurrado pelo soldado amarelo, que questionava porque ele saíra do bar sem se despedir. Fabiano alegava que estava quieto apenas e não devia ser provocado. O soldado continuou a atacá-lo até que Fabiano o xingou, dando motivo para chamar outros guardas que o prenderam. Na prisão Fabiano estava moído. Sentou-se, conferiu os mantimentos que comprara. Seus pensamentos variavam entre tentar entender o que se passou, por que ele estava ali, e lembrar-se de sua casa, de Sinhá Vitória, que deveria estar ansiosa aguardando por ele e pelo querosene. Fabiano ouvia os demais presos, uns em torno de uma fogueira, outros chorando numa outra sala. Estava tudo errado. Fabiano chegou à conclusão que lhe prenderam por ele não saber falar e isso lhe parecia injusto. Se soubesse falar, explicaria
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VIDAS SECAS: RESUMO POR CAPÍTULO tudo e estaria livre. Mas só esse raciocínio já era demais para Fabiano, que se perdia em seus pensamentos. No fim concluiu que estava lá por causa de sua família. Que se não fosse Sinhá Vitória, Baleia e os meninos, teria contra-atacado a soldado amarelo, poderia fazer uma asneira. E questionava se deveria continuar a carregar sua família, se aquilo tinha utilidade já que seus filhos, um dia, brutos como o pai, sofreriam os mesmos maus tratos que ele sofreu.
CAPÍTULO 4 - Sinhá Vitória Sinhá Vitória acendia uma fogueira para preparar comida. Vendo o fogo surgir, a cadela Baleia se exalta e pula ao lado de sua dona, que lhe dá um pontapé. “Arreda!” Sinhá Vitória não estava bem. Incomodava-se com a cama de varas, queria uma cama de couro, como a de Seu Tomás da bolandeira. Fabiano até tentou calcular um jeito de comprar a tal cama, mas se perdeu nos números. Propôs que se economizasse nas roupas e no querosene. Sinhá Vitória achou um absurdo a proposta, pois eles já se vestiam mal e pouco usavam o querosene, se recolhiam cedo todas noites. Ela sugeriu que o problema do dinheiro eram os gastos com pinga e jogo. Ele retrucou que muito era gasto com sapatos caros que ela usava em festas, com os quais ela mal sabia andar, parecendo um papagaio. Sinhá Vitória entristeceu-se com a comparação. Enquanto preparava a comida Sinhá Vitória pensava na seca, que poderia voltar. Rezou. Fabiano roncava, dormindo. Ela pensava no quanto era ruim seu marido: quando se arrastavam pela caatinga, deixava-a carregar sozinha o baú, o filho mais novo e papagaio. Chamou seus filhos que brincavam no barro. Consertou uma cerca quebrada. Voltou a pensar na cama. Venderia galinhas e a marrã*. Nem consultaria Fabiano, ele se entusiasmaria com a ideia e depois desistiria. Sinhá Vitória queria mesmo era a cama como a do Seu Tomás da bolandeira. *Marrã: Porca nova desmamada.
CAPÍTULO 5 - O menino mais novo Vendo o pai amansar uma égua, o menino mais novo sentiu o desejo de realizar algo semelhante, que surpreendesse seu irmão e a cachorra Baleia. Fabiano dava-lhe admiração, o menino acompanhava seu trabalho torcendo pelo seu sucesso em meio à poeira levantada como um redemoinho pelo animal, sofrendo com suas quedas. Não entendia como sua mãe, seu irmão e Baleia não davam importância para seus feitos heroicos.
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VIDAS SECAS: RESUMO POR CAPÍTULO Entre sonhos e pensamentos, surgiu no menino mais novo a ideia de montar uma cabra, tal qual seu pai montava na égua, guardadas as devidas proporções. Arquitetou o plano e pôs em prática. O garoto se segurou por alguns momentos, mas o agito do bicho o jogou ao chão. Seu irmão ria descontroladamente e Baleia olhava seriamente a cena, como quem reprovava aquilo. Lembrando-se das cabras abatidas, o garoto já se sentiu vingado. O menino precisava crescer para ser como o pai, para matar cabras e montar éguas. Um dia o faria.
CAPÍTULO 6 - O menino mais velho Um dia o menino mais velho ouviu de Sinhá Terta, durante uma reza para curar uma espinhela do pai, a palavra “inferno”. Daí surgiu na cabeça da curiosa criança a dúvida: o que é “inferno”.
Perguntou à sua mãe. Dist raída, disse que era “um lugar ruim demais”. O menino insistiu, querendo mais, e foi desprezado. Perguntou ao pai, nem obteve resposta. Voltou à mãe e ela disse que havia lá espetos quentes e fogueiras. O garoto, inocente, perguntou se ela já havia visto. A mãe zangou-se e deu-lhe um cocorote. Indignado, o garoto saiu e pôs-se a chorar. A cachorra Baleia apareceu para consolá-lo, pulando e agitando o rabo. Ele não acreditava que um nome tão bonito como “inferno”
poderia significar algo ruim. Aliás, não existia para ele lugar ruim, o chiqueiro, o barreiro, o pátio, o bebedouro, tudo que conhecia era bom. Mas lembrou-se de quando sua mãe carregava o baú e seu irmão sob o sol, e quando ele desmaiou de tanto calor, e quando precisaram parar sob um juazeiro para aguentarem a viagem. Talvez aquilo fosse “inferno”.
Preferiu parar de questionar, esquecer-se do cascudo que levara da mãe, ao mesmo tempo em que outras questões surgiam-lhe à cabeça: como pode haver estrelas na Terra? A palavra “inferno”, ainda que fosse bela para ele, já havia o prejudicado o
bastante. Tinha o apoio da Baleia, o que era o suficiente. Então o garoto abraçava a cadela, que na verdade desgostava daquela carícia excessiva, pensava somente num osso que uma hora haveria de roer.
CAPÍTULO 7 - Inverno A família se reunia em torno do fogo, que mal aquecia parte do corpo dos meninos, que não conseguiam dormir por causa do vento gelado que entrava pelas frestas das paredes
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VIDAS SECAS: RESUMO POR CAPÍTULO e portas. Eles estavam deitados no colo de Sinhá Vitória que conversava com Fabiano. Baleia observava o fogo. O filho mais velho foi buscar mais lenha. Fabiano se irritou, achava aquilo um desrespeito e iria castigá-lo. A mãe o defendeu. A conversa do casal, como sempre ressalta o autor, seguia de forma não muito efetiva: cheia de urros, palavras mal faladas, sons guturais... Não havia um assunto, apenas expressões soltas, histórias sem nexo. Para compensar a dificuldade de compreensão mútua, falavam alto. Entendiam-se assim. Fabiano se exaltava, tentando contar suas peripécias imaginárias, em que enfrentava o soldado amarelo e vencia a luta. Sinhá Vitória ouvia o barulho da chuva forte, as goteiras pingando, o barulho do rio que antes parecia um trovão distante agora corria próximo aos juazeiros. Ela tinha medo de uma inundação. As vacas já se acomodavam junto à parede da casa. Sapos faziam barulho lá fora. Algo inusitado para os pequenos. Nunca havia sapos lá. E os pequenos, sem dormir, ouviam as histórias de Fabiano, se encantando com as conquistas do pai. Numa passagem, no entanto, eles discutem como teria ocorrido realmente o caso. Fabiano intercede, explicando novamente a história, com outras palavras. Os meninos percebem uma mudança na narração que tira a veracidade dos fatos. Seria melhor ele ter repetido a história do mesmo jeito. Agora tudo era desinteressante. Assim como para baleia, que cochilava a todo o momento.
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