STBRS – Cr istologia istol ogia e Soteri ologi a
Pr . Chr ístopher stopher B. Har bin
Cris ristolog tologia e Soteri oteriol olog ogia Seminá nári rio o Teológ Teológico Batista do Rio Rio Grand Grande e do Sul Teolog Teologia Sistemátic ática 4
Panor Panorama ama Ge Ger al: Procura-se neste documento expor o leitor a um resumo de pesquisas referente ao estudo das passagens bíblicas fundamentais na temática de cristologia e soteriologia, bem como um tra tratam tamento ento teol teológi ógico co siste sistem mático tico dos concei conceitos pe pertine tinente ntes. s. O aluno aluno util utilizará três livros vros textos textos e a apostila, bem como leituras à parte em regime de pesquisa individual. Na apostila, estes livros textos serão assinalados por BAILLIE, BARTH, ÉRICKSON, GEOR GEORGE GE,, e GRU GRUDEM DE M , respe respectiva ctivam mente nte. Os lilivros texto textoss se serão os os se segui guinte ntes: BAILLIE, Donald M. Deus Estava raduzido por por Ja Jaci Correia M araschin. raschin. São São Paulo: A STE, STE , 196 1964. 4. (Ori (Original ginal em em Estava em Cr isto. Traduzido ingl nglês, ês, 1955). 1955). (páginas (páginas 179-239 179-239). ). “E le Mor M or r eu por Nós”: Nós”: A Compree Compr eensã nsão da Mor Mo r te de Jesus Jesus Cri sto no Novo Testame Testamento. nto. Traduzido BARTH, Gerhard. “Ele raduzido por por Nélio Nélio Schneider. Schneider. São L eopoldo: eopoldo: Editora Sinod Sinodal, al, 1997. 1997. (Ori (Original em A lemão, 1992 1992). ). (pági (páginas nas 14-165). 14-165).
ERICKSON, Millard J. I ntr traduzido do por L ucy Y amakam akami. São São Paulo: Vida Nova, ova, 199 1997. 7. nt r odu oduç ção àTeol ogi a Sistemáti ca. traduzi (Ori (Original em ingl nglês, ês, 1992 1992). ). (pági (páginas nas 275 275-340, -340, 369-433). 369-433). Reformador es. es. Traduzi GEORGE, Timothy. Teologi a dos Reformador raduzido do por Gérson Dudus e Valéria aléria Fontana. na. São Paulo: Edições Vida Nova, ova, 1994 1994.. (Ori (Original em ingl nglês, ês, 1988 1988). ). (pági (páginas nas 215-22 215-222, 2, 264-271, 264-271, 286-287, 286-287, 307-311). 307-311).
GRUDEM, Wayne. Teologi raduzido por por Nori Norio o Ya Y amakam kami, L ucy ucy Yam Y amakam kami, L uiz A. A. T. T . Sayão, Sayão, e Edua duardo Teol ogiaa Si stemáti ca. Traduzido Perreir Perreira a e Ferreira. erreira. São Paulo: Edições Vida Nova, ova, 1999. 1999. (Ori (Original em em ingl nglês, ês, 1994). 1994). (pági (páginas nas 435-529 435-529). ).
O aluno apresentará uma avaliação crítica para cada um dos textos indicados supra, seguindo as instruções nstruções do do form formulá ulário a ser ser entregue entregue pel pelo pr profe ofessor. Nesta aval avaliação, ção, far-sese-á um diá diálogo com cada autor em consideração dos posicionamentos oferecidos e a sua correlação com a apresentação dos próprios texto bíblicos.
Pre Pressupostos Te Teológ ológicos: Segue Segue uma uma lista par parcial cial dos pressupostos pressupostos inte interrpreta pretatitivos vos do autor autor desta obra. obra. É esse essenci ncial al em todo esforç sforço o inte interrpretati pretativo vo bíbli bíbl ico esta estabe bellecer cer o ponto ponto de de par partida tida do intér ntérprete. prete. Estes stes pr pressupos ssupostos tos informarão o processo deste estudo e os seus resultados finais: ♦
♦ ♦
O autor pressupõe que o enfoque bíblico é por natureza teológico e deve ser lido dentro deste enfoque. O texto bíblico é a fonte de autoridade para fé e prática (princípio essencial dos batistas). Um texto deve ser lido dentro do seu próprio contexto, procurando sua mensagem contextual. 1
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Veja KAISER, TaET., 133, 140, 187, 199.
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Somente depois de tratar o que um dado texto diz por si mesmo, deveria-se comparar sua mensagem ensagem com a de outro outro texto. texto. ♦ Um texto difícil não deve receber o peso teológico dado a um texto claro. ♦ A inter nterpreta pretação ção exata exata de todo texto texto bíbl bíbliico não não fi ficará clara, clara, mesm esmo com muito uito estudo estudo detalhado. ♦ O uso de comentários, dicionários, e outros livros é de ajuda no estudo de uma passagem, porém deve sempre tomar lugar secundário ao estudo do texto bíblico por si mesmo. 2 ♦ O tipo literário de uma passagem implica na sua interpretação apropriada. ♦ Quando se encontra com um texto que aparentemente não apóia um conceito teológico, o texto está sendo mal-interpretado, ou o conceito teológico deve ser reformulado até que esteja conforme com a mensagem bíblica. teologia a é um estudo sem sempre pre em em andam andamento, pois pois o homem homem é fi finito nito e não chega chega a um ponto ♦ A teologi de compreender plenamente o infinito. ♦ Não se deve separar teologia do conceito de revelação, pois é somente pela auto-revelação de Deus que se pode conhecer a Deus. ♦ É importante lembrar que as traduções atuais da Bíblia estão, em geral, baseados em tradições de traduções primitivas de homens bem intencionados, mas que estavam apenas começando a estudar a Bíblia e portanto deve-se sempre que possível recorrer às línguas originais. ♦ Não se deve forçar um conceito neotestamentário sobre um texto qualquer que não apresenta o mesmo ensino. ♦ O pano de fundo veterotestamentário deve ser visto como integral à compreensão do Novo Tes Testamento, se secundário em imp importâ rtância apenas às modifica ificações coloc locadas por Jes Jesus. 3 ♦ Não se deve forçar um texto bíblico dentro de um molde teológico. ♦ O texto bíblico apresenta a Deus através do que Deus faz muito mais do que em termos de descrições abstratas e proposicionais. exige ge aceitar aceitar um compr compromi omisso sso com Deus, mesmo quando quando não se conhece pl plenam enamente ♦ A fé exi todo aspecto das exigências do compromisso, nem de antemão as respostas aos questionamentos teológicos. ♦ A s per pergunta guntass esse essenci ncia ais a ser serem feitas tas ao texto texto bíbl bíbliico são “Quem “Quem é Deus?” Deus?”,, “Quem Quem sou eu?” eu?” e “O que Deus quer comigo?”. ♦
Cristol tologia, De Definição nição e Delimitação tação do Estudo: tudo: Cristologi stologia a refere-se ao estu estudo do referente referente a J esus Cristo—sua sto—sua pessoa pessoa e sua obra. Tratar tar-sese-á as temáticas da teologia sistemática bem como passagens bíblicas essenciais referentes à temática, bem bem como como o dil di lema do porquê da morte orte de J esus esus na cruz. cruz.
Soteriologia, Definição nição e Delimitação tação do Es Estudo: tudo: Soter Soteriologi ologia a refere-se ao ao estud estudo o referen referente te à sal salvação. vação. Tratar tar-sese-á passa passage gens ns bíbl bíbliicas cas esse essenci ncia ais referentes à temática, bem como os termos bíblicos principais relacionados e empregados em tratamento da questão.
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Veja SILVA, 171. “A teologia não deve reformular a Escritura, porém a exeges exegese da Escri Escritura tura sim sim deve reformular a teologia” teologi a” (NEUSNER, (NEU SNER, xii). xii ).
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Textos Básicos: Esta disciplina estudará conceitos essenciais de Cristologia e Soteriologia, bem como textos básicos do mesmo. Em especial, far-se-á um estudo do evangelho de João, Gênesis 2-4, 12-15, 22, Êxodo 12, Romanos 3-10, 1ª João, Apocalipse 1-5, 21, Filipenses 2-3 e alguns outros textos avulsos.
Anotações I ntr odutórias: Expectativa messiânica—João Batista não compreendia como seria o messías (Mateus 11.1-6 e Lucas 7.18-23) e nem mesmo os discípulos de Jesus, o que fica claro com a fuga deles no momento de sua morte4. Um profeta era aquele que falava por Deus—portavoz 5. Jesus atuava conforme o conceito de um “profeta verdadeiro, desafiando as injustiças de estruturas de poder política e religiosa” 6. Os essênios esperavam um messias filho de Aarão e outro filho de Davi. Dois conceitos de Messias emcompetição—nacional versus universal7. O Antigo Testamento utiliza o substantivo “messias” 39 vezes, mas nunca em referência direta ao messias vindouro! 29x refere-se ao rei de Judáou Israel (1Sam 2.10,35; 12. 3,5; 16.6; 24.6a, 6b,10; 26. 9,11, 16,23; 2Sam 1.14, 16; 19.21; 22.51; 23.1; 1Cr 6.42; Ps 2.2; 18.50; 20.6; 28.8; 84.9; 89.38,51; 132.10,17; Lam 4.20; Hab 3.13) 1x refere-se ao r ei da Pé r sia (I s. 45. 1) 7x refere-se ao sumo sacer dote (Lev 4.3, 5,16; 6.20, 22; 16. 32; D an 9.25-26) 2x refere-se aos patri arcas como pr ofetas (1Cr 16.22, Sal 105. 15)
“Se as pessoas do Antigo Testamento pudessem ter completamente compreendido a natureza total de Deus, a vida e o ministério de Jesus teriam sido em vão”8. Logo foi necessário a encarnação em parte para completar a revelação de Deus no Antigo Testamento. O básico do evangelho está presente no Antigo Testamento, mas Jesus teve que clarificar essa mesma mensagem, pois não estava sendo apreciado. Em Lucas 24, Jesus fala com os dois discípulos no caminho de Emaus para explicar como o Antigo Testamento ensinava sobre ele. A mensagem já estava presente, mas de uma forma obfusca. À luz do seu ministério, porém, tudo se clarifica e completa.
Cronograma de leituras de Érickson, George, Barth, Baillie e Anotações: 8/agosto Érickson 275-284; George 198-200, 215-222; Grudem 435-456 Deus agiu em Cr isto por amor par a r estaurar a humanidade ao Seu pr opósito or igi nal ( ÉRICKSON, 275). Jesus demonstr a autoconsciência de ser Deus pelas pr err ogativas divi nas que recl ama, feito cl ar o nas reações dos Seus adversários que vieram acusá-l o de fazer- se Deus (ÉRIC KSON, 276-277). João 8.58; 10. 31; 19. 7. O Novo Testamento par ece usar o termo Senhor com conotações de divi ndade, especial mente em relação a Jesus (ÉRICK SON, 280).
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BARTH, 9-28. STAGG, 51 entre muitos outros autores. 6 STAGG, 55. 7 STAGG, 24. 8 CATE, 59. 5
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Que os oponentes judeus não ar gumentavam contr a o túmulo vazio evidencia par a a ressurr eição de Jesus (ÉRICKSON, 281). Her esias pr imi ti vas r eferentes a Cri sto: ebionismo (negação da divi ndade real de Jesus); ariani smo (Jesus como cri atura do Pai ) (ÉRICKSON, 282-283). Por Tr indade, não compr eende-se tr ês deuses, mas “que o Pai , e o Fi lho, e o Espírito, são um e único D eus” (GEORGE, 199). “D eus émanifesto na carne” equival e para Cal vino D eus em termo de total idade, não um entr e tr ês, “pr eferi ndo chamar [as Pessoas da Tr indade] de ‘ subsistências’ , não … divisões” (GEORGE, 200). “Não hánada que Satanás mais tente fazer do que levantar né voas par a obscur ecer Cristo” (GEORGE, 215). Conhecer a Cr isto éconhecer seus benefícios (GEORGE, 216). “[ Deus] se fez nosso Redentor na pessoa do Uni gênit o” (GEORGE, 216). Cr isto teve que ser humano par a persuadi r o homem do seu amor e sua aj uda nos mé r iots de haver passado por pr ovações humanas (GEORGE, 217). Deus manifesto em car ne, não homem elevado (GEORGE, 218). Pelo desejo própri o, Deus agiu para r esgatar-nos em Cri sto par a demonstr ar a sua bondade (GEORGE, 220). A obr a redentor a de Cristo compr eende toda a sua vida e ministé rio, r evelado compl eto pela r essurr eição (GEORGE, 221). No sermão de Estevão, ele nar r a de Abr aão atéDavi, e logo par te di retamente a Jesus (Atos 7) . Nesta passagem, encontramos um tr atamento especial concernente àexpectati va messiânica de L ucas 7.18-23 – João o Batista. No contexto maior do capítulo inteir o, o motivo pr inci pal concerne o r elacionamento dos ministé rios de João e Jesus. João, o próprio pr ecur sor e anunciador da chegada do messías encontr ava- se na pr isão, daía necessidade de enviar mensageir os. Na situação tal, pr eocupava-se de for ma natur al com a atuação do messías. Par a João, a hor a havi a chegado par a que o messí as se revelasse em poder e efetivamente o li vr asse da pr isão. Todos esperavam que o messías seri a a princípio um li bertador políti co. Havia quem esperasse doi s messías—um pol íti co e um espiritual —mas pelo menos um políti co, que reivi ndi car ia o gover no de YHWH devolta sobre Israel. Par a João, a hor a havia chegado. A sua necessidade parti cular apressava-se para ver a r esposta di vina par a sua situação. Afinal de contas, se Jesus era mesmo o messías, como João esperava, o que o fazia demorar par a reali zar a libertação anseada? A r esposta de Jesus, poré m, não par ece clar o de início. Par ece atéque Jesus responde outr a pergunta, como geralmente par ece. De fato, Jesus apar entemente tinha jei to par a responder as pergunt as que as pessoas não haviam feito. Neste caso, r emete a certas expectati vas messiânicas para r esponder a João, por é m, delimit a-se a apenas algumas expectativas: sarar o povo, li bertar os opri midos por doênças e demônios, levantar coxos, até mesmo purificar a lepr osos (qual nem era expectati va messiânica) , r estaur ar sur dos, ressucitar mor tos e pregar boas novas aos pobr es. Cur iosamente, Jesus não r eflete nenhuma expectati va de r estaur ação pol íti ca do povo de Israel , nem de julgamento sobre os seus opressores. Tal aspecto permanece ocult o na resposta a João. João não pr ecisa esperar outr o, mas pr ecisa compreender que Jesus não veio par a cumprir as expectati vas de car áter políti co. “Agüenta fir me, João, pois não vim par a li vrar -te da pri são, mas mesmo assim, sou aquele quem esperavas”! Ele era o messías, mas as expectati vas do povo estavam err adas. Na exposição de Grudem (435- 436) sobre o nascimento vir ginal , deve-se ressaltar que o texto de Mat eus não tem muito peso par a sustentar o conceito, pois depende expr essamente da citação da Septuagi nta para designar a vir gindade de Mar ia. O hebrai co do texto r efer enciado aponta para “ uma mocinha” , sem especifi cação exata. O texto de Lucas éespecífi co, mas val e mencionar que érealmente o úni co texto bíbl ico que expõe a concepção vi r ginal de Jesus. Enquanto deve ser aceito pela defi nição categórica de Lucas, o assunto não deveri a r eceber ênfase pr incipal , sendo um aspecto de interesse secundário. O enfoque da passagem e do Novo Testamento como um todo éa at uação do Sopr o do Santo e as qual ifi cações de Jesus. Gr udem remete para um víncul o de exegese agosti niano de tr ansmissão biloógica do pecado original , mesmo que ele pr ocur a distanciar -se das implicações da tr ansmissão biológica atravé s do semen (436-437). O senti do do ter mo hebrai co (adam) éde humanidade, expressando o conceito de que o homem no jar dim par aiso “sou eu”. O tr atamento expr essamente singul ar do pr imeir o indivíduo que Grudem segue desvir tua a compr eensão de que o texto r eflete a r eali dade atual, e não apenas das or igens da criação. Gr udem menciona (442-444) uma polêmica sobr e uma proposta impossibi li dade de Jesus pecar, bem negando a mesma em vir tude da tentação de Jesus ter sido r eal e não fictícia. A per gunta se baseia numa concepção de que como Jesus éDeus teria sido i mpossível que pecasse ter ia sido i mpossível sua atuação em conf lito com os pr opósit os imutáveis de Deus. Nesta vi são fal ta-se uma apr eciação de vontade real em Jesus, o qual dá val idade à s limitações físicas de sua vivênci a humana, bem como uma f alha de compr eensão do conceito bíbl ico de perfei ção e vontade divina. Ser perf eito não designa uma fal ta de atingi r uma moral idade ou lista pr é -definida de objeti vos, mas entregar -se a uma vida de amor sacri fi cial . Este padrão de vida dif erente que r ealça o entregar -se par a o ideal do outr o estabelece em conseqüência do amor de entr ega em benefício do outr o, não em benefício pr ópri o. Intr ínsico a esta defi nição éo conceito de di stanciar -se de vontade pr ópri a par a val or izar o benefício alheio. Pecado écontr ar iar esse pr incípio, não “ simpl esmente” fazer o que éda vontade de Deus. A vontade de Deus não vaga de um prazer a out ro, como faz a vontade humana. A vontade de Deus incl ue intr insicamente aspectos de amor sacr ifi cial em prol do outr o. Nestes termos, a impossibi lidade de que Jesus pecasse depende não de interi or izar de forma legalista a vontade divi na, mas de voltar a sua vida em benefício da humanidade. A luta, portanto, éreal, pois exige que se pague um pr eço par a ati ngir o objetivo—neste caso i njúr ia severa e a pr ópria mor te física. Em r elação ao cor po e aspecto físico humano de Jesus, Gr udem tr ata (447) de aspectos intermináveis da humani dade de Jesus. Deve-se lembrar, no entanto, que o corpo ressurr eto de Jesus éao mesmo tempo diferente de um corpo Doc: Cr istol ogia e Soteri ologi a.doc
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humano deste mundo. Não se sabe defini r as difer enças, mas nesse cor po Jesus como pão e peixe, mas pode ao mesmo tempo transit ar por paredes de materi al. Algo édif erente, mas nã o deve-se preocupar em oferecer explicações específi cas. Os textos citados real mente não chegam a afi r mar uma cont inui dade eterna da expr essão física de Jesus após a r essur reição, mas també m não definam forma qual quer par a a apr eciação futur a do relacionamento com Cr isto após a mort e deste mundo.
15/agosto
Érickson 285-308; George 307-311; Gr udem 457-470
“Deus estátão aci ma de nós … que a r azão humana não écapaz de conhecê-l o” , logo em Cristo D eus toma a i ni ciati va de fazer -se conhecido (ÉRICK SON, 286). É a humanidade de Cr isto que o tor na à perspectiva humana capaz de realmente compreender o ser humano (ÉRICK SON, 286). Jesus estava sujeito às limit ações pr ópri as do ser humano, incluindo as li mit ações intelectuai s (ÉRICKSON, 287-289). “Deus meu, Deus meu…” éuma ci tação do Salmo 22, logo demonstr a angústia, enquanto demonstra confiança na vitóri a em Deus. O nascimento virginal éapenas doutr ina secundária ao evangelho (ÉRICKSON, 294). “Embor a Jesus pudesse pecar, era certo que não pecar ia”, mesmo sendo as tentações r eais (ÉRICKSON, 296). Énecessário que a obr a r edentor a na cr uz seja de Cr isto humano e di vino para que seja completa (ÉRICK SON, 300). Gênesis 1. 26 não usa termi nologi a que defini ti vamente denota a i dentidade do sujeit o pl ural, pois apenas elohi m ( !yhla ) émencionado no texto, e isto delimitado com o verbo anteri or no singular . Como elohim ( !yhla ) com o verbo no pl ur al geralmente infere “ os deuses”, épr ovavelmente a esta agr upação de ser es que os verbos seguintes sugerem. Tal era a inter pr etação judaica desde a é poca de Philo, e écompatível com os conceit os hebraicos de monoteismo. Logo o “ façamos” e “ nossa” provavelmente referem-se não a um conceito de plur ali dade divina (WENH AM, 27-28), mas à“cor te celestial ” que de alguma for ma encontr a-se inclui da na obr a da criação, mesmo se apenas no papel de espectador . Basicamente o mesmo diria-se referente a Gênesis 3. 22 e 11. 7. Não háindício na Bíbl ia de que as duas nat ur ezas de Jesus se revezavam (ÉRICK SON, 301) . A kenose de Cr isto pode ser expli cado/ compr eendido em termos da adoção da for ma de servo em termos de posição, não em que se houvesse passado de ser Deus (ÉRICKSON, 305). Fundamental mente éde inter esse notar que a ênfase da passagem de Fi li penses 2 r ecai sobre a aceitação da posição ser vil em contr aste aos pr ivi lé gios divi nos. Em Jesus vemos o i deal do que éser realmente humano (ÉRIC KSON, 307). Viam o homem escr avizado pelo pecado tal que somente pela gr aça de Deus havi a salvação (GEORGE, 307-308). Pr eferiríamos um D eus que pudé ssemos entender em r elação àatuação de Sua soberani a (GEORGE, 308). Não temos um Deus que possamos expli car, manipul ar , ou domesti car (GEORGE, 309) . Jesus Cr isto éa concr etização fi nal da deci são di vina de r esgatar-nos (GEORGE, 311).
29/agosto
Barth 14-53
Os discípul os não estavam pr eparados par a a mor te de Jesus, t al que moti vou uma gr ande cr ise de fénos mesmos (BARTH, 15-16). Não sabemos como Jesus interpr etou a i mport ância de sua morte (BARTH, 20).
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A r essur reição veio a ser o ei xo central da confi ssã o de Jesus como o Cr isto, sua mor te sendo maté ria secundária par a certas corr entes teológicas primi tivas (BARTH , 24-28) . Qualquer explicação própri a para compreender a mort e de Jesus deve incl uir compr eensão da centr al idade da ressur r eição de Jesus como salvífi co. Expl icação qdequada da mor te de Jesus émais do que simpl esmente sofrimento do Justo ( BARTH , 36-38). Havi a uma convicção dif undida de que todo profeta real havia sido mor to pelo povo (BARTH, 40). O NT decl ar a que a morte de Jesus teve o r esultado de expiação, mas não explica o como, mesmo que vi ncul a conjuntamente ao conceito de expiação os conceit os de entr ega e auto-entr ega (BARTH , 42-53). BARTH r eivi ndi ca (30) que a mor te de Jesus sendo expiatório necessari amente impl ica em vicar iedade, por é m ele não sustenta a afi r mação, mesmo quando col oca os sacr ifícios veterotestamentár ios como oferecendo um desvíncul o com o conceito de vicari edade.
05/setembro Bar th 54-81; Gr udem 471-479 OBS Barth tr ata muitos textos como estando sob cer ta “suspeita” , ger almente referente àsua histor ici dade, sua data de or igem conceit ual , ou a data de sua for mulação. Muitas vezes ele até“entr ega a toalha” cedo demais, geralmente para não se incumbi r demais em detalhes e discussões que atr apal ham a di reção pr oposta par a a obr a àmão. Dentr o dos círculos de erudi ção no qual trabal ha, éatéboa táti ca, mesmo que nem sempre as críti cas cedidas tenham a razão. O defeito écoerente com a for ma de tr atar o assunto, não chegando a ser r azão par a ignor ar o seu posici onamento. Par a ele tr atar a fundo cada texto indi cado como sendo sob “suspeit a”, teri a que escr ever o equi valente a um arti go sobr e cada r eferência para utili zá-l a como base de argumentação sustentável. Quando Bar th referenci a as col ocações de Breytenbach em termos de uma limi tação de versículos tr atando a mor te de Jesus em termos expiat óri os ele mistur a inter pr etações da morte de Jesus (BARTH, 54-55). 1 a Pedro 1.2 refer encia uma compr eensão de Jesus como sacrifício de al iança, não de expi ação. É cor r eto que o ver sícul o aponta para o conceito de Êxodo 24.8, poré m a compr eensão não étanto de expiação, como édo estabelecimento de uma aliança entre D eus e o ser humano. De for ma semelhant e, João 18.28 e 19.14-36 r etratam a morte de Jesus como sacri fício pascal, não expiatório. Deve-se lembrar que o sacrifício pascal r etomava a r edenção dos pr imogêni tos, não a expiação de pecado. Na celebr ação anual da páscoa, jánão émai s um sacr ifíci o de redenção, mas de ratificação ou apl icação pessoal da r edenção do povo. Assi m també m 1 a Pedro 1.19 també m é refer ênci a a r edenção, não expiação. Bar th parece compr eender todo sacr ifíci o como designação e função expiatóri o, quando a Bíbl ia não vêapenas um conceit o de expi ação atr ás dos sacrifícios efeti vados. Háum víncul o estr eito no Evangel ho de João entr e a morte de Jesus e a do cor deir o pascal ( BARTH , 55). O conceito da mor te de Jesus como sacri fício par ece ser desenvolvimento teológico mais tar dia do que a fórmula de entr ega (BARTH, 56). Leia- se Bar th 43-60 no contexto de 62-63, r eferente ao sentido veterotestamentário dos sacri fícios. Ele demonstr a que a idé ia de vicar iedade expiatór ia não pr ocede do texto do Anti go Testamento, nem da compr eensão j udai ca nos dias de Jesus. Logo énecessário r etomar o estudo das passagens do Novo Testamento e pesar o conceito vicar iedade para ver se realmente a questão expiatóri a (Cr isto mor reu a causa de/por /pelo pecado) realmente indi ca morte vicária (substituci onal ) ou r efere-se ao sentido de expiação por meio de ofer ta, inter cessão, apaziguamento, apr oxi mação, r epar ação, redenção, ato de obedi ênci a, r eflexão, ou outr o sentido ligado ao cor deiro pascal . Se a base doutr inária dos discípul os éo AT e aqui lo que Jesus ampli ou/ modifi cou, deve ser que a compreensão de sua morte na mente dos discípul os está mais l igada aos conceito veterotestamentárias do que as inter pr etações sobr epostas ao texto bíbl ico nos consequentes sé cul os do cristiani smo. “Isaías 53 éo único texto do Antigo Testamento que tr ata de uma morte (vi cária) pel os pecados das pessoas” ( BARTH , 65). Ai nda assim, Isaías 53 tr aça a questão de morte vicária não em termos de apaziguar ira, mas de trazer reconcil iação em meio ao reconhecimento de males cometidos entr e os ofensores e Deus (WATTS, 233). Assim, mesmo quando o conceit o de mor te vi cária éapr esentado em Isaías 53, não vem a ser igual ao conceito helenístico de mort e vicária. Como Barth conti nua comentando, Isaías 53 não par ece ser a font e base de expressã o do conceit o de morte vicár ia no cr isti anismo (BARTH , 65). Romanos 8.28 l ançar ia o conceito de que a tese “ação-decorr ência” descri ta por Bar th ( 71), ser ia cir cumverti do por YHWH r eferente ao seu povo, j á que modifica os resultados cir cumstanciais para o bem daqueles que o amam/servem. De qual quer forma, tal pr icípio não atuar ia acima de YHWH , mas a seu serviço confor me Schmid (BARTH, 72). YHWH ofer ece expiação, daísua gr aça ao pecador (BARTH, 73). A questão “ação-decor r ência” apar entemente se confunde com o conceito de teologi a da pr osperi dade, em contr a do qual o livro de Jó traça pol êmica e o qual Jesus descar ta destr ar te. Não quer dizer que todo aspecto da questão “ação-decor r ênci a” édescar tada, mas pel o menos o concei to éameni zado em consideração de seu car áter popul ar em contr aposição a r eflexões teológicas mais sé rias no mesmo cerne hebrai co. Como Bar th col oca (73- 74), ela édada um car áter de expectativa apocalípti ca, ou em outr os termos, escatol ógica, onde sua esperança de retribui ção pode ser r eivi ndi cada. O conceito de pecado no Antigo Testamento éde “fal ta contr a a reali dade”, ou seja, contr a a ordem do universo cri ado por YHWH ( BARTH, 75). Tal conceit o éconsoante entre os povos ao r edor do povo de Israel na é poca do NT, como pode ser vi sto em Atos, quando do tumulto r eferente a Di ana dos Efé sios. Algo deste conceito, ao menos em relação aos efeitos a longo prazo do pecado na própr ia sociedade, deve ser r esgatado nos dias atuai s. A questão vi car iedade não dáimpulso a fundamentar uma nova vida em Cr isto, a não ser i ndi retamente, por é m Paul o testi fi ca de que éa mor te e ressur reição de Cr isto que efetuam a nova vida, logo sua compr eensã o vai al é m de morte expiatóri a vicária (BARTH , 76). Doc: Cr istol ogia e Soteri ologi a.doc
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Ex piação ref ere-se àeli mi nação do pecado, enquanto vicar iedade r efer e-se àmor te de um em lu gar de outr o. Os dois são comumente tr atados como sendo um só conceito (expi ação vi cária), por é m perm anecem sendo doi s concei tos distin tos que podem ser uni dos em certas circum stânci as. O An ti go Testamento tr ata de expi ação, poré m só em I saías 53 tr ata a qu estão de vicar iedade. Segundo o meu parecer não háuma distin ção suf iciente f eita entr e os dois term os no tr atamento dos conceit os, pois como Bar th os trat a, em toda ocasião que o texto i ndi ca expiação, ele retoma como vicariedade—mesmo quando afirma que o Antigo Testamento desconhece o conceito de sacri f ício de mor te vicária. A f or ma f un cional básica do sacri f ício visava a aprox imação do homem par a com YH WH , possivelm ente no senti do de mediar audi ênci a. Em I saí as 6.7, YH WH concede audi ênci a dir eta aparentemente sem pr eocupar- se com a questão de cul pa e pecado, m as quando o pr of eta levanta a questão de sua cul pabili dade, uma mera br asa pôde expiar sua i mpur eza! O tratam ento do pano de f un do do An ti go T estamento of erece no míni mo a opção de um desvíncu lo entr e expiação e vicar iedade. Perde-se um a compr eensão dir eta de expi ação não-vi cária pelo sur gimento do conceito de vicar iedade. Bar th não toma o tempo par a procur ar um a explicação concebível de expi ação vin cul ada a mor te sem qu e seja mor te vicária. Par ece ser uma f alh a compl eta, poi s havia morte em sacri f ícios atr avé s do Antigo Testamento, nenhu ma das quai s era compreendida em sentido de vicar iedade. Já expiação no An tigo Testamento també m pode ser desvincu lado de mor te, par a o qual um a compr eensão de expiação sendo vicária é simpl esment e in aceitável. Pelo víncu lo de expiação com os objetos cúlt icos do templo/taber nácul o, entende-se que expi ação tinh a a ver com a restaur ação de comunhão com D eus. O sangue do an im al roseado sobre o altar e a arca da ali ança (a tampa da qual era r epr esentativo do tr ono de YHW H , ou sendo o seu tron o na terr a) e sobre o ofertan te simbol izava tal aproxi mação, jáque a vida derr amada voltava a YH WH e o ofertant e haveria colocado suas mãos sobr e o anim al, seria tambem l evado peran te YH WH , r estaur ando a pr esença de YH WH no templo e na sua vida—caso YH WH aceitasse a oferta! Como o sacri f ício era visto como dependendo da aceitação de YH WH , não é propriam ente a morte ou mesmo o sacrif ício qu e ef etua expiação, mas o própri o YH WH , o qu e leva o evento sacr if ical a ser visto mai s como um ato de obediênci a e refl exão do qu e um ato salvífico em si.
Quando Jesus Cristo mor re na cr uz, sofrendo a mor te na tr adição do sofr imento dos justos e da morte dos profetas (M ateus 23.29-31), éYH WH mesmo ofertando a sua própri a vida a Si mesmo como sacrifício pelo povo par a expi ação e em resgate par a r estaurar a humani dade àcomunh ão quebrantada a causa do pecado hu mano, motivado pelo amor de YH WH pelo homem desgarr ado. Vi cário mesmo éFi li penses 2, quan do YHWH cri a carne (conforme també m J oão 1. 14) e demonstra como deveria ser a nossa vi da como “ servos humanos”, sendo “ obediente atéa mor te, e mor te de cruz” . Vi cário não étanto a mor te de Jesus, como a sua própria vida, da qual nos édado par ticipar, sendo Jesus també m o modelo par a seguir -mos (Rom 6.1-11, Gal 2.20). matri môni o, Atos 2 crucif icar, ser cru cif icado, nova aliança … . “Na expiação vi cária, tr ata- se da eliminação do pecado humano diante de D eus, no r esgate tr ata- se da l ibertação da pessoa da escravi dão dos poder es” [mundo, impiedade, l ei com sua mal dição, poderes deste eón, pecado e mor te] (BARTH, 78). O evento do êxodo do Egi to pode ser car acter izado como resgate, e deveri a fazer parte do pensamento do cr istão judai co ao r efletir sobre resgate de escravi dão (BARTH , 80). TASKER (156) coloca r esgate em Mateus 20.28 como demarcando o conceito de morte vicária, por é m, o cont exto da passagem éde tr ansposição social e libert ação dos humildes ou negli genciados perante a sociedade. O conceito lançado por Jesus (contr ar iando HAG NER, 582-583) éde que a sua morte i naugurar ia um novo par âmetr o perante o qual o que énada passa a ter impor tância. A r edenção efetivada por Jesus oferece novas estrutur as para a sociedade sob o r einar divi no. Os liber tos da escr avidão pertencem ao libertador (BARTH , 81) . Resta a per gunta, o preço foi pago a quem? (BARTH , 81) . Mais váli do ser ia o conceito do r esgate do Egito, onde foi por for ça e i nter venção di vina o resgate, sem qual quer pagamento, poi s YHWH não deve tr ibuto a ni ngué m— “Deixa meu povo ir ”. O resgate vem, mas não hánenhum pagamento efetuado. Os textos neotestamentários, por é m falam també m de um pr eço que foi pago—a mor te de Jesus. Ser ia cogitável conclui r que foi pr eço em senti do de que a li bert ação foi de alto custo par a Deus, em lugar de preço no senti do de qualquer recebimento de pagamento, mas tal difere do tr atamento normati vo do conceito.
12/setembro Bar th 82-103; Gr udem 480-485 No texto de Romanos 6.1-11, háuma par ti cipação na morte de Cri sto, o que contradi z a idé ia de vicar iedade (BARTH, 82). Vincula-se o morr er com Cri sto e o ressucitar com Cristo (BARTH, 82). No conceito vi car iedade/ expiação, éa mor te de Cristo que impor ta, enquanto a ressur r eição també m faz par te do evento salvífi co àvista dos pri meir os cri stãos (BARTH , 83). O conceito par ti cipação i ndica que a morte de Jesus não foi vicária, mas que fomos i ncluídos em sua morte (BARTH, 83). O concei to par ti cipação j áera difundi da entr e os cri stãos na é poca de Paulo (BARTH , 86). O conceit o de par ti cipação na mor te/r essurr eição de Jesus écolocado ao l ado de outras inter pr etações no Novo Testamento (BARTH , 91). Doc: Cr istol ogia e Soteri ologi a.doc
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Nas páginas 92-93 em especial , Bar th util iza de fontes extr a bíbli cas para demonstr ar de forma mais clar a certas corr entes teológicas popular es do dia, assim mostr ando que as idé ias que ele tr ata er am divul gadas/conhecidas entre o povo. Em r esposta às col ocações de Bar th em 101, destaca-se o segui nte: Épossível sustentar uma i nterpr etação de 1ªPedr o 3. 19 como sendo uma r eferênci a àquel es que estão mor tos em seu pecado, segundo as palavr as de Jesus (João 5. 24- 25; Efé sios 2.1, 5 e Colossenses 2.13) , sem víncul o necessário ao conceit o de a uma pregação aos aprisionados no inf erno, enquanto 1ªPedro 4. 6 r efere-se ao feito de que o evangelho for a pr egado àqueles que já mor r eram em suas pr óprias é pocas, como nos dias de Noé . Atos 2.24, 27 não necessar iamente signi fi ca que Jesus visitou o inferno, mas que der rotou ou i nvali dou o seu domínio. Lembra- se que o conceit o Seol por detrás do texto refere-se ao lugar dos mor tos, o que não equivale a infer no, mas a mort e. Mt 12. 40 pode tão facilmente referi r -se a simpl esmente o túmulo no qual Jesus for a colocado. Lembr a-se també m o fato de que par a o judeu o “espírit o” não saia defini tivamente do homem atécompletar o ter ceir o di a ( BEASLEY-M URRAY, 189-190) 9 , l ogo não haveria qual quer necessidade de postular aqui o conceito da ida de Jesus ao Seol entr e sua mor te e ressurr eição, poi s não hánenhuma lacuna de tempo para ser devidamente “pr eenchido” . O teor de Romanos 10.7 quase inval ida a sua incl usão como prova do suposto descenso de Cristo, pois pr ofere perguntas tol as para encaminhar o ponto designado. Par ece ser que este conceito do descenso veio àfrente como result ado de imposição de conceitos populares entr e os povos vizinhos dos cri stãos, conf or me descri to em Bar th, 102. Not a-se que a idé ia de descenso ao infer no não éum tema comum ao Anti go Testamento, vendo-se apenas em dois versículos isolados (1ª Samuel 2.6 e Isaías 25.8), mesmo que era comum entr e os povos ao redor de Isr ael (BARTH, 102). 1ªSamuel 2. 6 não necessar iamente trata de descenso e subida do Seol, como tr ata de que YHWH éSenhor sobre a morte e també m da vida. Destaca- se que o conceito hebr aico da morte era mai s flui da do que o conceit o vigente na atuali dade, sendo que estando muito enfermo poderi a ser descrit o como morto, pela simples questão de uma fal ta de esperança de viver ( veja NELSON, 13). Isaías 25.8 em nada r efere-se a um descenso ao Seol , mas da destr ui ção do domínio da mor te.
19/setembro Bar th 104-126; Grudem 489-496 Como Romanos 5.8 testi fica, a mor te de Jesus demonstra o amor de Deus pelo pecador(BARTH, 103-104). O conceit o de demonstração de amor estávincul ada clar amente com expi ação ( BARTH , 104), por é m ai nda discorda-se de Bar th de que expi ação necessar iamente évi cária. O amor de Deus revelado na encar nação e supremamente na cr uz, r evela o car áter de Deus em quer er salvar o homem. Essa tal compr eensão éindispensável àsalvação (Heb. 11.6), pois salvação écondi ci onada a pr ior i na di sposi ção de YHWH em salvar o homem. A cr uci fi cação éa pr ova suma da di sposição desse amor . É necessário manter em mente o aspecto da morte de Jesus como exemplar e modelo, mesmo que tal não expl ique a razão da mor te de Jesus (BARTH, 110). Os pr imeir os cristão der am várias expli cações pela mor te de Jesus, não uma única r azão (BARTH , 111). Par a Paul o, par ece que os vários elementos explicati vos da morte de Jesus sã o compl ementar es, nenhuma sendo de importância exclusiva (BARTH, 113). Em Romanos 8, Paulo tr ata de pecado em sentido de poder per sonificado que manté m cativo o indivíduo, declar ando que este mesmo poder écondenado e desti tuído de atuação ( BARTH, 116). Mesmo que Bar th i ndi ca que o conceito de par ti cipação éde certa for ma contrária ao conceito de vicar iedade, não é necessário entendê-l o como contr ário às fr ases uti lizando uper hmon (por nós: hyper hemôn). Que Cr isto morr eu uper hmon (por nós: hyper hemôn) não necessariamente indi ca que sua morte éde essê ncai vicária. O que signi fi ca éque sua morte éum evento a nosso favor , geralmente contextuali zado àexpiação do nosso pecado, mesmo se o como dessa expiação não seja clar o. De for ma substancial, sua morte pode ser vincul ada ao conceito par ti cipação, mesmo na uti lização da fr ase uper hmon (por nós: hyper hemôn) poi s na morte de Jesus temos par ti cipação, o que estávi ncul ado ànossa desvincul ação da escravi dão do pecado. Com a colocação de que a fór mul a com uper (por : hyper) nem sempre deve designar a idé ia de vicar iedade, Bar th mesmo defi ne que em 2ª Coríntios 5. 14 o t ermo évincul ado dir etamente com a i dé ia de par ti cipação e logo no senti do de morr er “em favor de” (BARTH, 118) no versículo 15. Retomando o conceito levantado por Barth de que a própr ia f rase uper hmon (por nós: hyper hemôn) éjáuma fórmul a, destaca-se que se r efere a alguma expli cação que não pr ecisava ser r etomada em detal he pelo f ato de ser ampl amente reconhecida e facilmente concebível entr e os pr imeir os cri stãos (BARTH , 48) . Como o conceito vicar iedade foi mais difundi da a parti r da é poca de Anselmo do que anter ior mente (BARTH , 43-44), hácom probabi lidade outr a expli cação no qual se baseava a fór mula uper hmon (por nós: hyper hemôn), que não seja de efeito vi cário. Como Paulo r etr ata em 2ªCor íntios 5.18- 19, par ece ser que o conceito exposto de expiação tem víncul o com a i dé ia de que Cr isto fez por nós o que não podíamos fazer por nós mesmos de Romanos 5.6-11. Nesse caso éo pr ópri o Deus que deveri a r eceber sacri fício que alé m de aceitá-l o o pr ovê(Gênesis 22. 9-14) e ainda mais of erece-se a si mesmo—oferta duplamente ir rejeitável e eterno. Jáque todo o pano de fundo sacri fical do Antigo Testamento dependia sempre da aceitação di vina do sacri fício, o que se expr essa aqui de for ma substancial éde que este sacrifício não éde aceitação questi onável. Igualmente, col oca- se em destaque que YHWH inter essa-se em restaur ar o homem em comunhão consigo. Aquele que rejeitar tal demonstração do amor de Deus em efeito
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“Por três dias a alma torna ao sepulcro pensando que voltará (a entrar no corpo); quando, porém, vê que a cor do rosto se há transformado, parte e o deixa” (Bar Qappara em Genesis Rabbah 100 (64a), por citação de Strack e Billerbeck, Komm entar zum N euen Testament 2:544545, citado em BEASLEY-MURRAY, 189-190).
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despreza tant o o amor de Deus, como Sua pr ovi são, como t ambé m o per dão, e estáem senti do r eal associándo-se aos que crucifi car am a Jesus, uni ndo-se ao clamor de “não queremos mais saber deste—‘ caia o seu sangue sobre nós e sobr e nossos fil hos’ , pois não queremos nada com o D eus que ele proclama ser”. Deus reconcilia o mundo par a consigo, sendo que o homem éo al vo desta reconcil iação, sendo o homem que rompeu a comunhão e pr ecisa ser r estaur ado (BARTH, 121). Poder ia-se pensar em sentido de que o pecado éo que destancia o homem de Deus em senti do de inter esse humano, não de inter esse divi no! O tr atamento normati vo equivale a um Deus irado com o homem, enquanto a mensagem mais abrangente bíbli ca par ece ser de que o ir ado éo ser humano que não quer r elaci onar -se com o Cr iador (Gênesis 2-4), foge de sua pr esença, e logo reclama dos efeitos de seu pecado, mesmo não pr ocur ando r eintegrar -se ao pr opósito di vino, como també m se coloca em João 3.17-21. “A cruz de Jesus éo julgamento de Deus sobr e toda busca humana de orgul ho, coisas gr andes, de poder, pr estígio e sabedori a” (BARTH, 124). “Se Deus se revelou na cr uz de Cri sto…, ele entrou na maior profundeza e perdi ção do mundo e al i, na pr ofundeza, estápr óximo do ser humano” (BARTH, 126).
26/setembro Bar th 127-150; Grudem 496-504 A pai xão de Jesus éo cerne teológico do Evangelho de Mar cos (BARTH , 127). Par a M ar cos, os mil agr es não dão a compr eender cor r etamente a i dentidade de Jesus, poi s os discípul os não entenderam quem era pela observância de sinais (BARTH , 130). Somente após a páscoa éper miti do aos discípul os pregar que Jesus éo Cr isto (BARTH, 131) . Mar cos par ece definir as or dens de silenciar os discípul os e demoníacos em relação a um conceito de ident ifi cação de Jesus como divi no operador de mil agr es, não tanto com questões de messianismo políti co (BARTH, 131). O sofr imento de Jesus tor na em Mar cos a ser visto àluz de polêmica em contr a do conceito da salvação ser vi sta em termos de bênçãos mater iais e li bert ação de t oda e qual quer difi culdade (BARTH , 132). Em M ar cos 10.42-45, Jesus tr ata em pol êmica contr a a soberba de Jacobo e João que quer em posições de senhor io, pr ivilé gio e domínio. Como usa de l inguagem de servidão e escravatura, logo no ver sículo 45 ele fecha o discurso em li nguagem r elaci onada em ter mos de extrair seus discípulos de tais confi ns de opressã o. O versículo deve ser visto sob a perspectiva do tr atamento por Bar th r efer ente ao conceito r esgate (77-81) e não como agora o coloca como expr essão de expiação vicária. Par ece tratar mai s a questão de inval idar a pr ocur a por poder e posi ção. Em M ar cos 14. 24, Jesus coloca que seu sangue, sua vida, éderr amada por muitos, por é m não éespecificado que tal morte deve ser compr eendi da como tendo efei to vi cário. A implicação éde que a vida der r amada estávincul ada a salvação, mas o modo não éespecificado. A troca da vi da de Bar rabás em rel ação àmorte de Jesus certamente pode ser visto como evento vi cário, mas tem ao mesmo tempo um i mpacto de realçar o nível de pecado do povo, como se vêa pr ogr essão de pecado nas nar rativas de Gênesis capítulos 2 a 6. As colocações por Bar th (133-134) referentes àsuposta vi cari edade, portanto, podem ser expli cados de for ma simples em sentido de destacar e enfati zar a impi edade, i njustiça e óbvia cul pabi lidade da cr ucifi cação. Há, por é m, outr a expli cação da fórmul a expressa por Jesus nesta passagem, ger almente ignor ada. Os judeus da é poca de Jesus costumavam pagar uma quantia acer tada entre os pais de um jovem casal, chamada o pr eço da noiva. Quando a quantia for a acertada, o jovem pretendente enchia um copo de vinho e oferecia àdonzela com as seguintes palavr as “Este cáli ce éo novo pacto no meu sangue, que ofer eço a ti” , as mesmas palavr as refer idas por Jesus—a expressão do compromisso por parte do noi vo em oferecer sua vida e pr oteção àsua noiva, caso ela aceitasse a pr oposta (LAAN, 1-2). A questão do “por quê” e “par a quê” érelevante em termos do conteúdo do Salmo 22. També m a colocação de Bar th (135) refer ente ao mal-entendido do povo das palavr as de Jesus ecoam o pano de fundo histórico de Jesus ter pr onunci ado sua exclamação em hebr aico, expressamente de Salmo 22, certo senti do do qual sendo pr eservado ou enfatizado por Mar cos, mesmo partindo da tr adução nor mativa, enquanto a fr ase em aramaico seri a mais faci lmente compreensí vel pelo povo. Lembr a-se que Mar cos era o inté r pr ete de Pedro, homem não-culto, e teri a com freqüência seguido a for ma tr aditiva passado por Pedro. De M ar cos ter mudado a citação par a o ar amaico não infere muita coisa referente àprocura do origi nal, tanto como levanta perguntas sobre o propósit o dele fazer tal ênfase. Enquanto M ar cos diverge a atenção de uma cit ação “pi edosa” do Sal mo, ênfase r ecai sobre a distância que M arcos quer colocar entre Jesus como o M essí as, Salvador sofredor e o tal di vino oper ador de mil agr es. A modificação de Mar cos enfati za a sua própri a ênfase literária, sem realmente afetar o tr atamento autênti co do Jesus sendo apr esentado—r ealça o que éde mais inter esse ao pr opósito marqui no. Lucas não fundamenta o per dão de pecados na mor te de Jesus em qual quer passagem de seus dois volumes (BARTH, 140). Pela questão modelar do tr atamento do sofrer de Jesus e dos discípul os (BARTH , 140-141), pode ser que Lucas visa mais usar o conceito model o par a enfatizar em Atos a conti nuação de tudo “o que Jesus começou a fazer ” (At os 1.1). Lucas simplesmente não se preocupa muito em expl icar a mor te de Jesus em termos salvífi cos por ver a efeti vação salvífi ca de Deus na r essur r eição e exaltação de Jesus. El e trata a sua morte, por tanto, em termos de car áter é ti co e moral —um modelo para o cr istão (BARTH , 141-143). Deve-se levar em conta, portanto, que uma devida expli cação da mor te de Jesus a for ças deve consider ar o “ descaso” que Lucas leva ao assunto em termos soteriológicos. O Evangel ho de João éo que al ude mai s àiminente paixão de Jesus (BARTH , 146). Par a João, a morte de Jesus apar entemente vem a ter o senti do do confr onto culmi nante entr e o homem pecaminoso e Deus (BARTH, 147). Doc: Cr istol ogia e Soteri ologi a.doc
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Enquanto temos na morte de Jesus o conflit o entre pecado e justi ça, tem-se ainda um aspecto gl orif icador (gl ória em si designa “ revelar a essência de”) da vera i denti dade de Jesus. “A i nfâmia [ da traição] éa gl or ifi cação de Jesus”, qual r ejeição culmina na sua morte sobre a cr uz (BARTH, 147). A mor te de Jesus na cr uz revela de for ma concr eta tanto o juízo de Deus como o amor de Deus em oferecer-se par a reconcili ar o mundo (BARTH, 148). Nota-se que em geral as passagens que Bar th identi fi ca de João como expressões de vicar iedade sã o expr essamente vicários, mas nada indi ca forçosamente que tenham víncul o com conceit os de expiação. João 1.26 tr ata de expiação, mas não necessariamente de vicar iedade. A i dé ia do Batista éde que esse cordeiro tr ar ia expiação, mas nem tanto tr oca de mor te por mor te, enquanto as frases de vicar iedade em geral apontam para demonstr ação de amor pr ofundo, confor me as citações r eferenciadas por Bar th (148- 149). A missã o básica de Jesus (de acor do com João) érevelar o Pai (BARTH , 150). “Como o mundo ama as tr evas mais do que a luz, a r evelação da l uz necessar iamente leva ao confr onto com o mundo das tr evas, ou seja, leva àcruz…é a r evelação do amor no sofr imento” (BARTH, 151). Êxodo 19.5 – ali ança r ota, cf. 2ªCr ônicas 7.14. ver Jer 31/ 65. Per dão de pecados – par al íti co M r. 2 e Lc. 2 sem víncul o de mor te. Per dão em Gênesis 3-4 sem víncul o sacr ifi cal . Di vindade, uni dade divina – “O maior mandamento éeste: Ouve.. O Senhor teu Deus éum.. ” cf. Mr . 12. 29-30. Resgate – víncul o com aliança/matr imônio e o preço da noi va em contraste ao pr eço da t r aição? (Mr. 14. 10-25; Lc. 22.1-22). Quem não honr a o Fil ho não honr a o Pai . Pão do cé u que dávida. Comer/beber do sacri fício (João 5). “Par a r eunir em um só corpo t odos” (João 11) – matrimônio?. “atrai rei todos a mim”. “Amar am mais a gl ória dos homens/tr evas que a de Deus” (João 3/ 12). “O mundo me odiou pr imeir o a mim” (João 12). Contudo não estou só, pois o Pai comigo –não foi abandonado. “Que conheçam a Ti” ( João 17. 3, 24-26). “A si mesmo se fez Deus” (João / Atos). “Nenhum de seus ossos” (João). Ali ança (Atos 3). “Pedr o, cheio do Espírit o Santo”. Mostra-se com cl ar eza a maldade na acusação de Jesus com testemunhas fal sas que não for am mor tos confor me designação da l ei. “Quem éeste que atémesmo o mar e os ventos o obedecem” l ogo o demoníaco gadar eno (M r. 4-5) . Assim, M ar cos tr ata de que Jesus éSenhor atésobr e as foças do mal . “Ni ngué m vem ao Pai senão por mim” (João 14.6). “M ostra-nos o Pai” ( João 14.9-10). João 6 “comer e beber” sacri fício pascal, aliança?. João 14-16 mi ssão e identidade Jesus/Pai /Espírito.
03/outubro
Bar th 151-165
Tr atando o texto de Bar th r eferente àfor ma de argumentação do autor de Hebr eus, ébom lembr ar que o argumento é di rigi do aos cri stãos, não aos judeus incr é dul os. É, por tanto, uma l embr ança ao cr istão da centr al idade da ação redentor a de Cristo em contraste às obras do sistema legali sta judai co e vetero- testamentário. A car ta di rige-se, por tant o, a chamar o cr istão a fideli dade a D eus mediante a féem Cristo desvincul adamente às questões de mé ritos legais do sistema sacr ifi cal anti go. Não éde se esperar que um judeu da é poca teri a aceito a ar gumentação exposta, poi s for a elabor ada par a os pr ópri os cristãos, incluindo pressupostos cri stãos que não necessari amento o j udeu ter ia acol hido (i.é .— Jesus éo Cr isto). Ao tr atar a passagem de Hebr eus 9.13s, éimpor tante lembrar que a passagem tr ata do sacri fício par a pur gar impur ezas ritualísticas, não pr opr iamente de pecado. O tr atamento vincul a-se també m com o sacr ifício da promul gação de ali ança confor me sacri fícios tai s retr atados em Gênesis 15. 9-21, Êxodo 24. 3-8; Salmo 50.5; Jeremias 31.. 31-34; 34.17-20 10 . O sacrifício de Êxodo 24 r efletido na passagem de Hebreus 9. 13s era vi sto como símbolo da r ati fi cação da al iança. O sangue arr ojado sobre o alt ar indi cava a presença de YHWH , enquanto o sangue arr ojado sobre o povo, indi cando sua aceitação da pr oposta (D URH AM, 339 e 343). Lembr a-se que o sacr ifício “ pelo pecado” (L evíti co 15. 15, 30) não éa melhor tr adução do conceito hebr aico, sendo melhor tr aduzido por “sacri fício de pur ifi cação”, especial mente em vista de que em certos casos a oferta não tem víncul o com a questão pecado (HARTL EY, 55-57, 210). Tal não denota necessar iamente a expiação de pecado em si, mas é par te do pr ocesso expiatór io, como pode-se ver em Levíti co 15. 15. Lembra- se que o termo santifi car (H ebreus 9.13 e Bar th, 155) t em a idé ia de separar , o que volta a lembrar em ví nculo com a idé ia de pur ifi cação ritual a questão da apr opr iação da al iança sendo pr omul gada por YHWH. O povo
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LANE, 239-242 .
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aceita a proposta e ésepar ada par a serviço a YHWH , conforme Êxodo 19. 5-6, ondo o povo échamado par a ser separado par a pertencer a YHWH. Bar th não pr ecisa escapar de conceitos veterotestamentários par a fal ar de um “mur o cósmico” (BARTH , 157), pois j áo hebreu pensavo no fir mamento como tal mur o, aci ma do qual estavo o mero tr ono de YHWH ( Veja “Conceito Hebrai co do Uni ver so” em HARBIN, Teologia das Narr ativas, 22). “Como vimos, o Novo Testamento não dásomente uma resposta, mas uma sé r ie de r espostas àpergunta por que Jesus teve que sofr er essa morte” (BARTH, 159). Nossa li nguagem éfal ha por par ti r de ser es fi nitos e fal hos, por é m, énecessário fal ar de Deus, mesmo em for mas um tanto fal has. Ao mesmo tempo énecessário lembr ar as limitações de nossas conceit uações teol ógicas (BARTH , 161). “Que o signi fi cado sal vífi co da morte de Jesus vai alé m do nosso entendimento, tor na-se visível j ustamente na justaposição de di versas i nterpr etações e no uso de dif erentes conceitos e esquemas, que não coinci dem inteiramente” 11 . Bar th coloca como necessário escol her entr e as inter pr etações neotestamentárias par a dar explicação da mor te de Jesus (163), por é m o pr ópri o NT não di vor cia as várias interpretações lançadas uma da outr a. Ela as coloca como ingr edientes ou par tes do quadr o completo. Deus não foi at éa cruz apenas par a mostr ar seu amor, nem apenas par a mostrar o âmbito do pecado humano, nem apenas par a tr atar a expiação de pecado, nem apenas par a efetivar resgate ao homem escravi zado pelo pecado, nem apenas para r evelar a j ustiça de Jesus, nem apenas para dar um exemplo par a os discípulos. Cada um desses elemento trabalho em conjunto com os demais para explicar o agir de Deus na cruz de Jesus Cr isto. A mor te de Jesus éelemento necessário par a uma compr eensão e val idação do mini sté rio de Jesus—o seu mini sté r io não pode ser desvincul ado de sua morte (BARTH, 163). A sal vação do homem depende da ação aproximador a di vina, sendo que éa pr ópri a cul pa do ser humano que o f az necessitado de sal vação (BARTH , 163). Como énecessário tentar compr eender a mor te de Jesus, a sua morte també m i nter pr eta a compr eensão cr istãda identidade de Deus e conceitos de cri stologi a, soteri ologia, antropol ogia (BARTH, 165)..
10/outubro
Recesso acadêmi co.
17/outubro Érickson 311-325; Grudem 509-522 Na encar nação, “Jesus renunciou ao exercício independente de seus atributos divi nos, … [ tal que podi a] exercê-l os apenas na dependênci a do Pai e em associação com a posse de uma natur eza plenamente humana” (ÉRICK SON, 313). A transfor mação das vidas dos discípul os étestemunho sufi ciente da ressur r eição de Jesus, poi s deram suas vi das em testemunho de sua esper ança e do seu testemunho (ÉRICKSON, 314). Ér ickson tr ata do cor po r essurr eto de Jesus como ainda não ascendido ao Pai (ÉRICKSON, 314), por é m Jesus pediu a Toméque o tocasse, mesmo que a Mar ia M agdal ena par a não o tocar por razão de não ter ascendido ao Pai . Fi ca difícil aceitar , por tanto, a expli cação de Érickson de que o seu cor po ai nda não ti nha sido t ransfor mado em corpo espiri tual. “A ascenção de Jesus não foi uma mera mudança física e espaci al , mas també m espir itual” (ÉRICK SON, 315). O sentar de Jesus àdir eita do Pai “éum sí mbolo de autor idade e governo at ivo” (ÉRIC KSON, 316). O r einar de Cr isto não éapenas uma questão de exaltação fi nal , poi s já r eina nas vidas dos seus di scípul os (ÉRICK SON, 318). Jesus atua em reconci liação em ter mos de intercessão e expi ação ( ÉRICK SON, 319). No t ratamento de Érickson das teor ias de expiação ele realça as posi ções extr emas de cada conceito, cada qual élevado em for ma isolada par a explicar a expiação realizada em Cri sto. A teori a socini ana (320) tem alguns elementos positivos e bíblicos que devem ser manti dos, mas não a for mulação exptr ema isolada. A teor ia de infl uência mor al tem peso de cer tos elementos bíbl icos e aspectos posi ti vos que devem ser r espeitados, por é m não a for mulação extrema, como o pecado ser apenas “uma doença da qual pr ecisamos ser cur ados” ( 321). No t ratamento de Or ígenes citado por Érickson (323-324) háum descaso da temáti ca do Êxodo do povo das mãos de Far aó (ou aparente ignor ância da apl icabi li dade do termo r esgate ao evento). Essa temáti ca teri a sido de extr ema impor tância ao j udeu em sua reflexão sobre a ação di vina em resgatar o povo. “Em sua mort e, Cristo (1) deu-nos um exemplo perf eito do ti po de dedicação que Deus deseja de nós, (2) demonstrou a gr ande extensã o do amor de Deus, ( 3) Sali entou a seri edade do pecado e a severi dade da justiça de Deus, ( 4) tr iunfou sobre as forças do pecado e da mort e, l ibertando-nos de seus poderes, e (5) ofereceu satisfação ao Pai por nossos pecados” (ÉRICK SON, 325). Em Gênesis 2.4b-4.26, encontr amos uma seqüência nar r ati va tr açando r eflexões teológicas r eferentes ao pecado—sua defi nição, suas conseqüênci as, sua extensão—bem como a r esposta de Deus ao pecado. Nestas nar rativas temos o cerne dos pressupostos teológicos veterotestamentários sobr e o pecado e a atitude di vina fr ente ao mesmo. Não deve-se supor que estas nar r ati vas for am compr eendidas e suas impl icações aceitas entr e todo o povo hebr eu em toda a sua históri a, mas formam o cerne teológico par a o r edactor fi nal do Pentateuco, mesmo que este às vezes
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SCHLIN K citado em BARTH , 162.
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retrata conceit os de é pocas posterior es ou níveis teológicos superi or es ao tr atamento dado em outr as passagens veterot estamentárias. YHWH vem sendo apr esentado nestas narr ativas como justo e miser icor dioso, agindo de acor do com a sua graça par a com o homem. Este mesmo YHWH tr ata o homem caido não em vingança ou i r a, mas em busca de r econcil iação. Enquanto Cai m teme o que os demais homens far ão em retr ibui ção, YHWH age em sua pr oteção. Enquanto o homem procur a apontar o dedo a qualquer lado par a escapar de sua culpa, YHWH atua par a r estaurar -l he o que épossível em sua nova condi ção, pr ovendo ao mesmo tempo alertas da nova condi ção e fazendo por ele o que não lhe épossível sem ajuda, atuando atépar a pr otegê-l o de vi ver par a sempre na condi ção de pecador . Ao mesmo tempo, as narr ati vas r evelam o efeito cumulat ivo do pecado sobre a humanidade, for necendo o pano de fundo para a narr ati va do di lúvio nos capítulos que seguem. Na nar r ati va do dilúvio, o narr ador começa com a col ocação de que o homem havia destuído a cr iação de YHWH, por tanto YHWH resolve dar àcr iação um novo começo—uma segunda chance e um novo começo (re-cr iação) em face da dor que sente ao ver a destr uição lavr ada pela humanidade. Assim, YHWH age para r estaur ar e consertar aquil o que o homem havia destr uído.
24/outubro Érickson 327-340; Grudem 523-529 Er ickson tr ata que D eus pode ser descrito como “ alé rgico ao pecado.. .compeli do a af astar-se do pecado” (328), por é m, não éisso que se vêno mi ni sté rio de Jesus no seu comer com “ publicanos e pecador es” especial mente em r elação a Zaqueo, nem em Gênesis 3 e 4 quando YHWH se apr oxima ao homem pecador par a r econstit uí-l o a um relaci onamento de comunhão, mesmo estabelecendo pr oteção sobr e a vida de Caim. Obvi amente o pecado não Lhe agr ada, mas nem por isso exerce qualquer contr ole sobre o Al tíssimo. Os textos que Ér ickson cita em apoio ao conceito do “ Deus alé r gico” (ÉRICK SON, CT, 285-286) refer enciam homens pedindo distancia de Deus fr ente a sua pecaminosidade (I saí as 6.5 e Lucas 5.8), não D eus criando tal distância. Em Êxodo 20.19, encontra- se as pal avr as do povo que não quer que YHWH lhe fale diretamente, mas que Moisé s lhe seja por tavoz. De certo, no contexto hátambé m registr os de YHWH f azer demarcar limit es par a que o povo não se apr oximasse demais ao monte, por é m, entende-se que fosse igual mente a vontado do pr ópri o povo ter distância de YHWH por causa de seu sentimento de culpa. A lei (tor á—“instr ução” cf. HOU TM AN em WOLD E, 166 e LASOR, 3) deve ser concebido em termos de ensinar o homem a relacionar -se com Deus (ÉRICK SON, 328). A punição i nevitável do pecado (ÉRICKSON, 329) pode ser concebido em ter mos de conseqüência natur al, de acor do com as “leis natur ais” que Deus estabel eceu par a reger o uni verso. Assim també m, a i nstrução da lei—os mandamentos do Cr iador —for necem ao homem explicação r eferente a como viver no mundo cr iado por YHWH. O homem écompletamente incapaz de fazer qualquer coisa para efetivar a sua própri a salvação (ÉRICKSON, 329), logo depende expressamente de Deus. O ani mal de sacri fício ideal no sistema sacri fical veter otestamentário era o boi , sendo que esse deveri a ser o melhor . Pelo val or e uso considerável desse, considerar ia- se que tal animal podia ser apr esentado apenas por aqueles gr andes fazendeir os em ocasiões de fartur a (GERSTENBERGER, 27), conseqüentemente o valor imensurável de tal sacr ifício éapontado. “Isaías 53 éo único texto do Antigo Testamento que tr ata de uma morte (vi cária) pel os pecados das pessoas” ( BARTH , 65). Ai nda assim, Isaías 53 tr aça a questão de morte vicária não em termos de apaziguar ira, mas de trazer reconcil iação em meio ao reconhecimento de males cometidos entr e os ofensores e Deus (WATTS, 233). Assim, mesmo quando o conceit o de mor te vi cária éapr esentado em Isaías 53, não vem a ser igual ao conceito helenístico de mort e vicária. Como Barth conti nua comentando, Isaías 53 não par ece ser a font e base de expressã o do conceit o de morte vicár ia no cr isti anismo (BARTH , 65). O tr atamento do pano de fundo do Antigo Testamento ofer ece no míni mo a opção de um desvíncul o entre expiação e vicar iedade. Perde-se uma compreensão di r eta de expiação não-vi cária pelo surgimento do conceito de vicar iedade. Bar th não toma o tempo par a pr ocur ar uma explicação concebível de expiação vi ncul ada a morte sem que seja mor te vicária. Par ece ser uma fal ha compl eta, pois havia mor te em sacri fícios atravé s do Antigo Testamento, nenhuma das quai s era compr eendida em senti do de vicar iedade. Já a expiação no Antigo Testamento també m pode ser desvincul ado de mor te, par a o qual uma compr eensão de expi ação sendo unicamente de car áter vicária ésimplesmente inacei tável. Pelo víncul o de expi ação com os objetos cúlti cos do templo/ tabernácul o, entende-se que expiação ti nha a ver com a restaur ação de comunhão com Deus. O sangue do animal r oseado sobr e o altar e a arca da aliança (a tampa da qual era repr esentativo do tr ono de YHWH, ou sendo o seu tr ono na terr a) e sobre o ofertante simbol izava tal apr oximação, jáque a vida der ramada vol tava a YHWH e o ofertant e haveria colocado suas mãos sobr e o ani mal, ser ia tambem levado perante YHWH , restaur ando a pr esença de YHWH no templo e na sua vida—caso YHWH aceitasse a ofer ta! Como o sacri fício era vi sto como dependendo da aceitação de YHWH, não épr opr iamente a morte ou mesmo o sacri fício que efetua expiação, mas o própr io YHWH , o que leva o evento sacri fi cal a ser visto mai s como um ato de obedi ênci a e refl exão do que um ato salvífi co em si. Veja o tr atamento de Bar th, nas páginas 62-63 r eferente ao conceito veterotestamentário referente ao sacri fício. Er ickson tr ata sacr ifício em termos de vicar iedade (ÉRICKSON, 330), por é m, esse não par ece ser o conceito do Anti go Testamento. Enquanto Er ickson denota a oferta da vi da de Jesus como resgate de escravi dão (ÉRICKSON, 331), os textos citados não referenciam necessar iamente escravi dão. Pode ser que a impl icação de Jesus seja do r esgate da noi va da casa de seu pai, em lugar de escravidão em si. Por outr o lado, a especificação de resgate da escravidão pode ser visto no contexto do Êxodo. Doc: Cr istol ogia e Soteri ologi a.doc Impresso: 2002-08-14 página 12 de 20
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As colocações de Er ickson r efer ente ao conceito de substi tuição ou vi car iedade (ÉRICK SON, 331), podem ser també m compr eendidas em senti do de uma mor te a favor do povo que possibilita salvação, sem necessidade de ser interpr etado em sentido vi cário. “O amor do Pai e o do F il ho são i ntercambi áveis” (ÉRICK SON, 332). A ir a de Deus referenciado por Er ickson no texto de Romanos 1.18 (ÉRICK SON, 332) par ece denotar a for ma de conseqüência natur al do pecado, conforme a lei da cr iação. Isso se dáao notar que a passagem descreve um crescimento de conseqüências do pecado dando fr uto natur al, sendo essa pr ogr essão definida como a ira de Deus. Em Cr isto, Deus inter vé m par a ti r ar o homem dessa pr obl emáti ca. Eri ckson tr ata o tema da ir a de Deus de forma muito estr eita, com sentido equivalente àir a ou r aiva humana (ÉRICK SON, 333-334). A ir a de Deus na Bíbli a aparece mais em senti do de justiça do que raiva. No dilúvio, a ira de Deus r evelada não foi em sentido de raiva, mas em senti do de cor rigir a destruição ou r uína efeti vada pelo homem par a r e-estabelecer a cr iação. Ali—Gênesis 6.11-12—a mesma pal avr a hebr aica éusada par a descrever o que o homem háfeito com o mundo e o que YHWH estáprestes a fazer (WENH AM, G. , 172 e WOLD E, 122). Em r esposta àpergunt a de Erickson r eferente a propi ciação (335) , primeir amente ressalta-se que o própri o texto mencionado i ndica a disposição de YHWH em perdoar . No caso de Caim, YHWH vem ao seu encontr o, explicando que o seu sacri fício não foi aceito por fal ta de arrependimento. Nesse sentido, o sistema sacrifici al do Anti go Testamento vi sava for necer as bases par a uma expr essão de ar rependimento e apr oximação do pecador par a com YHWH. O homem expressa a sua dependência e necessidade de for ma humil de em arr ependimento no sacri fício veterotestamentário, tal como o faz perante Jesus nos moldes do Novo Testamento. Quando Er ickson cit a Robertson em apoio ao conceito subsit uti vo (ÉRICK SON, 336), éváli do l embrar que estudo do sistema sacrif ici al do Anti go Testamento (como mostr a BARTH, 62-63) não uti li za-se de conceitos de mor te vicária. Robertson não ti nha acesso a tal compr eensão veterotestamentária, o que inval ida sua concl usão gramatical apontada por Eri ckson. Há outr a forma gramati calmente apr opriada de compreender a passagem quando se tr ata de um sistema sacri fi cial diferente do conceito vi cário. Deus não éobr igado a exigir pagamento pelo pecado, mas a questão per dão depende de ar r ependimento par a que possa haver uma r estaur ação de comunhão. Não i mpor ta se Deus per doar ou não, se o homem não se dispõe a um relacionamento com o seu Cri ador. Deus, por é m, age para trazer o homem a um relacionamento que inclui o perdão de todo e qualquer pecado. Isso, por que Deus quer um relacionamento com o homem, mesmo que o homem tem se distanciado de Deus.
31/outubro Érickson 369-379 João 3.1-16—no encontr o com Nicodemo, Jesus uti liza várias forma de expli car uma única verdade, r eferente à necessidade de estabelecer um r elaci onamento de fépar a salvação. Como Nicodemo não compr eendia, havi a a necessiadade de usar mais de uma for ma para expli car . Não lhe era possível fal ar sem usar fi gur as, poi s o celesti al éal é m da compr eensão humana. João 3.17-21ss. “Jáestáj ulgado” … Jesus veio par a li vrar da condenação. “E o jul gamento éeste, que os homens amar am mais as trevas do que a luz, poi s a suas obras eram más”. O julgamento e a condenação jáestavam realizadas e atuantes na humani dade, como també m são atéhoj e. Não havia de se esperar a chegada de um dia de juízo, mas apenas a efetivação da sentença. No i nterino antes da mor te do i ndi víduo, por é m, existe a possibi li dade de ser inocentado por Cr isto. Em outr as passagens trata-se de um juízo vindour o, mas aqui de outr a perspectiva, qual tr ata o j ulgamento como fato j áno passado, qual t emáti ca serárepetida em 5.24-25. Em João 5. 5-14, Jesus vincul a a cur a do par alíti co com questões de fée pecado. Jesus não cur ou a todos, mas curou a este. Logo, a cura deste paral íti co vincula- se com o ensino de Jesus referente ao morto ambulante (5.24- 25). Já hácondenação e juízo, o homem apenas estáaguardando cumpr ir a sentença, mas existe a possibilidade de ser inocentado, mesmo que jáfoi jul gado culpado. A salvação incl ue tr ês aspectos: justifi cação, santifi cação e gl or ifi cação (ÉRI CK SON, 370). A salvação pode ser concebido em termos verti cais, hor izontais como també m inter nos (ÉRIC KSON, 370), jáque o relaci onamento com D eus infl ue conseqüentemente nos r elaci onamentos com os demai s e també m em mudanças no interi or do i ndivíduo. Como étr atado que o movi mento da sal vação pode par ti r do social ao i ndi víduo ou do i ndi víduo ao social (ÉRICKSON, 371-372) , deve-se manter atento às impl icações da salvação no r elacionamento ent r e o indivíduo e a sua sociedade. “D eus era muito capaz de resgatar -nos das incomensur áveis profundezas da morte de outr a maneir a, mas desejou mostr ar os tesouros de sua bondade inf ini ta quando não poupou o Fi lho único” (Cal vino em GEORGE, 220). Lembr a-se ao tratar o encontr o de Jesus com Nicodemo que Jesus viu a necessidade de empregar várias simbologi as para explicar uma única verdade a Ni codemo. Como este não compreendeu o primeir o, Jesus utizou outro r etrato par a comuni car a necessidade de regeneração, e logo outr o. É necessário r essal tar que a salvação conté m dois aspectos essenciais que l ogo se mostr am em várias pol ar idades. Somos salvos “de” certas coisas e “par a” out r as. É comum tratar mos mais o aspecto negativo (salvos de …), por é m esse não éo quadro compl eto. O r esto do quadr o r essalta tant o o compr omisso do cr istão como a promessa que lhe éfeita. Como nova cri atur a, o crente agor a tem outra possibil idade de ativi dade, embuído de um novo propósit o e referencial . O quadr o que se segue não pretende ser completo, mas il ustrati vo das conseqüê nci as de vi da da salvação.
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Salvos De… Arrogância Condenação Derrota Desconfiança Desesperança Desobediência Despreparo Dominância Escravidão Falsidade/Erro Falta de propósito/rumo Ignorância Imagemdeturpada/depravada Impureza Individualismo Inferno Infidelidade Ira Legalismo Luta/Conflito Medo Mortandade Morte Ódio Pecado Reinar do ego Separação de Deus Sermos surpreendidos Trevas Vida infrutífera
Salvos Para… Humildade Justificação Vitória Confiança (Fé) Esperança Obediência Estarmos preparados Serviço Liberdade real Verdade Missão Conhecer a Deus Semelhança de Deus Purificação Comunhão com outros/mundo/Deus Céu Fidelidade Recompensa Graça Paz Confiança Regeneração Vida das eternidades Amor Boas obras Reinar de Deus Relacionamento com Deus Sermos vigilantes Luz Fruto/produtividade
A salvação vem pela fé —de gr aça como fr uto do amor de Deus, dado a todos que acei tarem. Há, por é m, uma for te demanda sobre o receptor em relação ao compr omi sso que ele assume com Deus. El e ésalvo em gr aça, mas també m par a gr aça. El e ésalvo do pecado par a viver confor me a instr ução e pr opósit o de Deus. Ésimplesmente impossível ser salvo sem que haja a conseqüência de cumpr ir com as “boas obras”, poi s somos salvos para uma nova vi da. O que tem fépr oduz fr uto—fr uto de uma vida de comunhão com Deus (Gálatas 5. 22-23), que éuma conseqüência natur al da salvação. Confor me Efé sios 2. 8-10, somos salvos par a r eali zar as boas obras que for am estabel ecidas par a o nosso caminhar . É necessário realçar o fato de que a fétem como objeti vo tr ansfor mar vidas, não um escape do inferno. Par a tal , hácomo condi ção sumária o relaci onamento de entrega a Cristo, que efetúa um novo pr oceder, uma nova vida, uma tr ansformação r adical que faz de Cr isto Senhor absoluto. É para tal que somos salvos—de nós mesmos para D eus. Em Gênesis 22, 1ª Reis 18.21-39 e Mateus 6.5- 8 encontr a-se textos que r efletem um contr aste entr e o culto devi do a Deus e a for ma cúlt ica pagã, junto com os seus conceit os de deuses que pr ecisavam ser convencidos a ouvir o cultuante. Abr aão foi ensinado que YHWH não quer ia sacrifícios humanos para demandar sua atenção par a que abençoasse o sacri fício supremo do ofert ante. Éo pr ópri o YHWH que oferece o animal para o sacri fício que deve ser -l he entr egue. No monte Car melo, os profetas de Baal fazem de tudo para ser em ouvidos, mas YHWH não pr ecisa ser insti gado a r esponder —a or ação de Elias ébem simpl es e dir eta, sem repeti ção, nem atos que r evelam qual quer qual idade pessoal alé m de confi ança. Jesus ensina os seus discípul os que Deus estápronto par a ouvi r , mesmo r econhecendo suas necessidades de antemão. Logo não énecessário fazer qual lquer coisa par a agar rar sua atenção—“cr êtu somente”. No texto de Hebr eus 9, encontr a-se també m o conceito de que pelo sistema sacr ifi cal expiação não éefeti vado pelo sacr ifício, poi s no sacr ifício “faz-se recor dação de pecado” . O pecado não éeliminado, mas lembrado. Neste lembrar , o ofertante era impli cado referente a sua falha, que em arr ependimento o i nstigava a voltar -se a YHWH.
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07/novembro Érickson 381-390 Ér ickson defende que a pr edesti nação pr ecisa ser compr eendi da e estudada a fundo, sendo obr igação do cristão cumprir com tal por definição de que a Bíblia menciona o conceito (Ér ickson, 381). No entant o, a Bíblia menciona mui tas coisas que não car ecem de enfoque detalhado, poi s um enfoque detalhado sobre elas resultar ia apenas em desviar a atenção do cr istão daquilo que érealmente impor tante. Par a um teólogo, pode ser necessário fazer uma análise de questãoes com os quais seus alunos, di scípul os, e leit or es se pr eocupam. Ér ickson mesmo não dárazão par a val idar a sua col ocação. Empr ega-se o ter mo pr edestinar em rel ação àsal vação apenas em Romanos 8. 29- 30 e Efé sio 1.5. Deuter onômio 4. 7 fala de Deus ter escolhido o povo de Israel por ser um povo insigni ficante, conseqüentemente, par a mostr ar sua grandeza ao mundo, não par a salvar apenas Israel (Deut 10. 15). Nehemias 9.8 menciona a escolha de Abrão (I saí as 51.2 e Ezequiel 20. 5 a escolha de Isr ael (I saías 41.8-9; Atos 13.17). Marcos 13.20 referente aos escolhidos em Jerusalé m. Lucas 6.13 e João 15. 16 refer ente àescolha dos 12. Efé sios 1. 4 refere-se aos crentes como escolhidos. 1ªTessalonicenses 2.3 cr istãos como pr imeir os frutos. Deuteronômio 28. 10 fal a do povo como sendo chamado povo de YHWH ( 2ªCr ônicas 7.14; Isaí as 43.1-7; 44.5; 48. 1,12,15; 49. 1; Jeremias 14.9; 15.16; Amós 9.12; Atos 15.17; 1ªCor íntios 1.24 usa o termo em sentido de pertencer a YHWH, seguindo o conceito de que domí nio érefletido no nomear o outr o—Gênesis 1.5,8,10; 2.19-20; 3.16, 20). Romanos 1.6-7 usa o termo chamado em senti do de convocação a um pr opósito (1ª Cor ínti os 1.2, 9; 7. 15; Gálatas 5. 13; Efé sios 1. 18; 4. 4; Colossenses 3.15; 1ª Timóteo 6.12; Hebr eus 5.4; 1ª Pedro 2. 21; 3. 9; 5. 10). Romanos 9.24,26 refere-se ao povo sendo chamado a existi r como povo de YHWH . É usado o termo chamado em sentido de ser r edimi do (1ª Cor ínti os 7.17-24; Gálatas 1. 6, 15; Efé sios 1. 14; 2ª Tessaloni censes 2.14; 2ª Ti móteo 1.9; Hebreus 9.15; 11. 8; 1ªPedro 1. 15; 2. 9). Propr iamente, o termo grego proorivz w quer dizer “ decidir de antemão”, podendo ser tr aduzido no sentido estr it o de pr edesti nar nos termos calvi nistas mais severos, como també m pode ter o mesmo sentido apontado por War fi eld (cf. E, 381) de uma inter cambiabi li dade com outros termos de Romanos 8.29. A for ças, o termo não vem carr egado de senti do fatalista, mesmo que possa compor tar tal conceito. Deve-se cuidar , por tanto, para não impor uma i nter pr etação teológica sobr e o texto de Romanos e Efé sios a par ti r de for mulações teológicas externas ao texto. Por esta ótica, deve-se també m lembrar que o estil o hebrai co de usar par aleli smo pode bem apli car-se nesta passagem de Paul o. Se a construção lingüí stica r eflete realmente um uso de paraleli smo, pode-se optar entre usos de sinônimos complementar es ou por um desenvolvimento conceitual gradati vo. Pelo tanto, não há base suficiente aqui par a compr eender que o texto demanda uma compr eensão fat alística em rel ação à pr edesti nação de D eus. A posição de Érickson sobre pr edesti nação depende do conceit o que ele elabor a da soberani a compl eta de D eus. Confor me descri to, Deus seri a o único agente de vontade independente no universo criado. Tudo o que Deus realmente quer acontece, e tudo que acontece éobr a e vontade de Deus. Par ti ndo desta ótica, a única solução possível éde pr edestinação dupla. Ér ickson coloca ( p. 388) que o ser humano éincapaz não apenas de salvar -se, mas de desejar ser sal vo. Par a ele, é apenas quando D eus inter vé m par a modifi car a vontade humana que o indivíduo pode desejar ser r esgatado por Deus. Entr etanto, Ér ickson não sustenta as afi rmações com base definiti va. Os tr echos aos quai s aponta tratam do ser humanos em sentido gené rico, não pr ocur ando ser categóri cos ao ponto de negar mesmo um ato decisivo voluntário par a pr ocur ar salvação em Deus. É definiti vo que o ser humano não pode se salvar , mas o que não pode ser definido com tanta asseveri dade éque o homem não possa por si mesmo querer desvencil har -se de sua escr avidão ao pecado. É necessário que o homem tenha vontade pr ópri a real , no entant o, par a que tal possibi li dade fosse real.
14/novembro Baill ie 179-205; Érickson 391-402 Veja o ensino de Lucas 9.57-62 que revela um chamado de Jesus r ejeitado pelo ouvinte em contraste ao tr atamento de Er ickson (392) de que o chamado de Deus não pode ser r ejeitado. A posição de Eri ckson (394) reivindi ca par a Deus uma soberani a absoluta r eivindi cada de forma completa, o que logo é incompatível com passagens como 1ªTi móteo 2.4. “Às vezes, a i greja se esquece de que hávari edade na maneir a de Deus agir ” (ÉRICK SON, 394). Em Gênesis 6.6, encontra-se o termo hebrai co nacham ger almente traduzido como “ar rependeu-se”. No entanto, este termo estácol ocado no contexto de um par aleli smo de duas frases do mesmo versículo, o que aponta par a uma compr eensão do termo mais em senti do de “condoeu-se”. Logo, “ar rependeu-se YHWH ” e “pesou-l he o cor ação” tem o mesmo signfi cado--l amentar . Em passagens como esta, YHWH évisto como sofrendo por causa do pecado humano, tal que alter a seus pl anos em resposta àação humana. Neste uso, não hánenhuma conotação mor al , mas sim alter ação de planos. É nessa al ter ação de planos que vincul a-se o concei to com aspectos mor ai s de tr ansfor mação de vi da ao tr atar do ser humano. No contexto humano, por é m, a necessidade da al ter ação é conseqüência de uma necessidade mor al, enquanto a ação di vina segue de forma coer ente com o car áter mor al e é ti co de YHWH . O ter mo mai s usado no Novo Testamento em ter mos de arr ependi mento par a salvação també m denot esta tr ansfor mação de mente ou ati tude. “Quando [o ar rependimento] édo pecado e par a Deus, o cami nho da sal vação hácomeçado” (M OODY, 312). Out ro aspecto de féque éessencial a ser tr atada éo seu car áter relacional. Fééum r elacionamento de confiança, não apenas uma aceitação pr oposit al ou cr ença. Fédenota a for ma adequada de rel acionar -se com Deus e a forma conseqüente de viver neste relacionamento (MOOD Y, 309 e 327). Doc: Cr istol ogia e Soteri ologi a.doc
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“A r egeneração éo início de um pr ocesso de cr escimento que continua ao longo da vi da” (ÉRIC KSON, 401). “A fésalvador a exige…que a pessoa se compr ometa de modo ativo com Deus” (ÉRICKSON, 402). “Intenção e sentido nunca estão numa relação de cor respondênci a exat a com os símbol os audio-visuais que chamamos palavras e linguagem” (STAGG, 76). Gênesis 2. 24; 2ª Samuel 17. 3; 1ª Reis 11. 2; Isaías 61. 10; 62. 5; Jeremias 2. 2, 32; 7.34; Osé ias 9. 1; 1ª Cor ínti os 6,7, 9,10,11; 2ªCor ínti os 11.2; Efé sios 5.21-33; Apocali pse 19.7- 9; 21.2, 9 e 22.17 entre outr as passagens tratam do r elacionamento entre Deus e o povo como refl etindo o compr omisso de matri mônio. Nas passagens de 1ª Cor íntios, este compr omisso estáligado àcelebr ação da cei a do Senhor como expressão de aceitar a pr oposta matrimoni al de Cr isto. Neste contexto, a salvação exige o compromisso de fideli dade matr imoni al, pois fomos compr ados por Cr isto como també m a noiva era compr ada da casa de seu pai. Passamos, então a pert encer a Cri sto, de certo sentido como propr iedade mater ial . “[A l ei moral e a consciência mor al] são abstr ações e a reali dade concr eta éDeus, cuj o amor que sempre nos busca éo que chamamos tão inadequadamente de lei mor al. É o amor que não abandona mesmo quando o tr aímos. E se chegamos a nos orientar na di reção de Deus de modo que ele nos interessa mais do que o nosso pr ópri o car áter , então poderemos aceitar o seu perdão e encontr ar libertação e novo começo” (BAI LL IE, 188). “…Procur ar a reconcil iação com Deus par ti ndo de um pr incípio err ado. Descobr iu que o amor de Deus por nós não depende de nossa digni dade par a recebê -l o. Nunca poderemos conqui star o amor de Deus atravé s do nosso própri o esforço de bondade e, quando assim pr etendemos, fazemos mau negocio com a nossa própr ia bondade, convertendo-nos em ‘ far iseus’ exatamente como aqueles que Jesus tanto detestou” (BAI LL IE, 194) . “A iniciati va da reconci liação procede dele. Foi feita em Cr isto, e estáànossa disposição como dom gratúito que jamai s poderíamos conquistar ou mer ecer ” (BAI LL IE, 195). “Deus perdoar ágratui tamente mesmo os maior es pecados se os pecador es se ar repender em e voltarem dos seus maus caminhos. Nada mais épr eciso, nem expiação, nem oferendas, poi s Deus játem todas as coisas. Basta o arrependimento sincero e a r ejeição r eal dos pecados; assim o pecador poderácontar com a misericórdi a de Deus” (BAIL LIE, 201). “O perdão de D eus como agor a éentendido no Novo Testamento, excede a todos os i ntentos humanos de expiação, por que a expi ação éfeita no cor ação e na vida do pr ópri o D eus, o di vino Pastor, que vai ao deserto em busca da ovelha perdida” (BAILLI E, 204).
21/novembro Baill ie 206-230; Érickson 403-415 “M uita confusão foi causada por que a palavra ‘ expiação’ perdeu o sentido que ti nha quando a Bíbli a foi tr aduzida, isto é , o senti do de reconcil iação. A pal avr a hebr aica … nada ti nha a ver com a pr opi ciação de um Deus ir ado. …A pal avr a gr ega empr egada (kat allagé ) que cor r espode à‘expi ação’ do Antigo Testamento, signi fi ca simpl esmente ‘ r econcili ação’ ” (BAIL LI E, 213-214). “Nos sacri fícios do Anti go Testamento não era a mor te da víti ma que se supunha efeti va, mas a vida, libertada pel o ato do sacri fício sobre o altar e assim oferecida a Deus…. E assim a morte sacr ifi cial de Cr isto sobr e a Cr uz não éo fim da sua obra expiador a, mas torna possível a sua entr ada na esfera celestial onde a sua oferta própria continua para sempre” (BAI LLI E, 224). Somos salvos para espelhar o exemplo de Cri sto de autoentr ega para ser viço a Deus e aos demais. Sua obediência é regra par a o cr istão, pois revela o car áter devido do mesmo. A salvação, por tant o, deve operar tr ansfor mação na vida do indi víduo tal par a que seja apar ente a nova vida de obediência a Deus. Nesta vida de obediência, o exemplo ésempr e Cri sto, por tant o há necessidade de prosseguir ao alvo—ao chamado supr emo de Deus de ser mos como Jesus (Fi li penses 2-3). A união com Cr isto éingr ediente essencial de uma compr eensão da salvação (ÉRICK SON, 404). O matrimônio ideal també m reflete o conceito da união do cr ente com Cr isto em termos do alvo a ser al cançado (ÉRICK SON, 407), tal para tor nar o crente “uma só carne” com Cristo (Ef é sios 5.31-32) . “A j ustif icação éuma ação for ense ou decl ar ati va de D eus, como a de um j uiz absolvendo o acusado” (ÉRIC KSON, 410).
28/novembro
George 264-271, 286-287
“O bati smo [entr e os anabatistas] às vezes acontecia como o clímax da conversão, um pr ocesso que fr eqüentemente envolvia uma intensa batalha emocional ” (GEORGE, 264) . Logo, no conceit o de alguns, a conver sã o podia ser compreendido em sentido de um processo, compreendendo “os dois momentos inter-relacionados de fée arr ependimento” (ibid. ). Menno ci tou 10 exemplos de féverdadeir a, os quai s “tinham em comum uma féviva que as l evou a uma ação decisiva e ao ser viço de Deus” (GEORGE, 265). Menno pr ocur ou oferecer um equil íbr io entr e posições católicas da idade mé dia e posici onamentos de refor mador es determi nistas. “A salvação épela gr aça, não pelas obras; contudo, é‘de minha pr ópri a escolha’ que eu aceito os meios da graça divi na oferecidos” (GEORGE, 270) . Em 1ª João 1. 5-7, encont ra-se uma exor tação par a que não apenas seja r econheci do que Deus éluz, mas par a viver nessa luz de Deus, seja vi ver uma vida confor me a identi dade de Deus (SMALL EY, 26). “Não podemos negar o fat o do pecado, mas podemos negar a sua práti ca” (SMALL EY, 41). “A genuinidade da experi ência cr istãépr ovada e estabel ecida negativamente pela ausência do pecado, e positi vamente pela pr esença do amor ( obediente)” (SMAL LEY, 64). Doc: Cr istol ogia e Soteri ologi a.doc
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João lança um desafi o ao seu público: “ser um cristão genuino deve signi fi car o conhecimento de Deus, um relacionamento com Cri sto e for ça para conquistar o mal (2. 12-14). Deve també m signi fi car, negativamente, a rejeição de atit udes mundanas e, positivamente, uma obediência amorosa a Deus (2. 15-17)” (SMALLEY, 89). O ver dadeir o cri stão pode andar na l uz, e, portanto, deve (SMALLEY, 137) . Renúncio do pecado, ser obediente, r ejeitar ser como o mundo, ser amor oso, manter a fésão l ançadas por João como condi ções para viver como fi lhos de Deus, o que ger am em conseqüência uma confi ança em Deus (SMALL EY, 310).
05/dezembro
Bail li e 231-239
Compreendendo a Morte de J esus: Ao considerar o estabelecimento de algumas conclusões sobre a morte de Jesus, lembre-se em primeiro lugar definir as distinções entre certos conceitos. A Declaração de Fé dos Batistas argumenta de forma clara que a morte de Jesus deve ser compreendida em termos de expiação. De alguma forma a morte de Jesus traz expiação de pecados para aqueles que aceitam a sua eficácia dentro dos parâmetros de fé. Expiação refere-se expressamente à eliminação do pecado. Vicariedade refere-se à morte de um em lugar de outro. Os dois termos são comumente tratados como sendo um só conceito (expiação vicária), porém permanecem sendo dois conceitos distintos que podem ser unidos em certas circunstâncias. O Antigo Testamento trata de expiação, porém só em Isaías 53 trata-se a questão de morte vicária. O Antigo Testamento desconhece o conceito de sacrifício de morte vicária, a não ser na morte vicária de Zerubabel em Isaías 53 e o cordeiro que redime Isaque, o primogênito de Abraão (e em decorrência o cordeiro pascal nos mesmos moldes de redenção do primogênito). Na redenção do primogênito, temos o conceito de substituição, mas não vinculado ao conceito de expiação. A compreensão básica do sacrifício de expiação no Antigo Testamento visava a aproximação do homem para com YHWH , provavelmente no sentido de mediar uma audiência. No entanto, no texto de Isaías 6.7, YHWH concede audiência direta aparentemente sem preocupar-se com a questão de culpa e pecado, mas quando o profeta levanta a questão de sua culpabilidade, uma mera brasa pôde expiar sua impureza! Aqui há expiação desvinculada de sacrifício, porém num contexto de audiência com Deus. Deve-se, portanto, fazer uma distinção entre expiação em si e em teorias de expiação—ou seja, as formas de compreender o evento da expiação (perdão) de pecado. Expiação no Antigo Testamento estava voltado à restauração de comunhão com Deus. O sangue do animal aspergido sobre o altar e a arca da aliança (a tampa da qual representava o trono de YHWH , sendo o seu trono na terra) e sobre o ofertante simbolizava tal aproximação, já que a vida derramada voltava a YHWH . Como o ofertante haveria colocado suas mãos sobre o animal antes da morte do mesmo, seria também levado perante YHWH , restaurando a presença de YHWH no templo e na sua vida— caso YHWH aceitasse a oferta! Como o sacrifício era visto como dependendo da aceitação de YHWH , não é propriamente a morte nem mesmo o sacrifício que efetua expiação, mas é o próprio YHWH , mediante uma atitude de graça, que torna o sacrificio eficaz. Esta compreensão leva o evento sacrifical a ser visto mais como um ato de obediência e reflexão do que um ato salvífico em si. Quando Jesus Cristo morre na cruz, sofrendo a morte na tradição do sofrimento dos justos e da morte dos profetas (Mateus 23.29-31), é YHWH mesmo ofertando a sua própria vida a Si mesmo como sacrifício pelo povo para expiação e em resgate, com fins de restaurar a humanidade à comunhão quebrada por causa do pecado humano, motivado pelo amor de YHWH pelo homem Doc: Cr istol ogia e Soteri ologi a.doc
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desgarrado. Jesus morreu, mas vive e intercede por nós eternamente. Jesus é vicário conforme Filipenses 2, no sentido de YHWH criar carne (J oão 1.14) e viver em nosso lugar, demonstrando como deveria ser a nossa vida de “servos humanos”, sendo “obediente até a morte, e morte de cruz”. Jesus não é tanto vicário em sua morte, como é na sua própria vida, da qual nos é dado participar, sendo Jesus também o modelo para seguirmos, e assim Jesus vive vicariamente naquele que crê (Rom 6.1-11, Gal 2.20). A morte de Jesus, portanto, tem vários sentidos que não se reduzem a uma só expressão. De certo, o evangelho pregado por Jesus já está embutido no Antigo Testamento, mas na encarnação, ministério e morte de Jesus o evangelho é clarificado e o ser humano é forçado a se posicionar. Foi necessário que Deus “criasse carne”, vivesse entre nós, sofresse, morresse e fosse ressucitado para nos salvar. Isso porque: 1) foi necessário o homem perceber de forma clara o grande amor de Deus; 2) foi necessário o homem reconhecer de forma clara a seriedade do seu pecado; 3) foi necessário clarificar que nenhum sacrifício animal (nem humano) poderia ser eficaz para a expiação do pecado; 4) foi necessário para revelar que a aliança dependia completamente da ação de Deus, quem oferece e é o próprio sacrifício para a ratificação do pacto; 5) foi necessário para a comprovação definitiva que Jesus era tanto o messías esperado como a própria encarnação de YHWH , ratificado na ressurreição; 6) foi necessário para revelar a importância dada por Deus (clarificado no custo da paixão) às exigências da aliança (reinar de Deus no indivíduo—reino de Deus); 7) foi necessário para convencer o ser humano que a aliança é muito mais do que o estabelecimento de uma sociedade (governo) justa aqui na terra; 8) foi necessário para definir categoricamente a importância e a necessidade de um posicionamento definitivo em termos de aceitar ou rejeitar a oferta de Deus. Para quem se opõe às exigências do evangelho da cruz teria que encontrar uma maneira de ser valorizado por Deus, mesmo rejeitando o amor de Deus expresso no ato de Deus em entregar-se a uma morte cruel expressamente para o resgatar. Portanto, quem rejeita a Jesus Cristo desvaloriza tal expressão do amor de Deus, incluíndo-se com aqueles que o crucificaram. Para esse, que outro sacrifício pode existir que valeria para retificar a sua posição perante Deus? Jesus Cristo, portanto, é o messías não-esperado. O povo esperava um messías, mas Jesus foi bem diferente do que se esperava. O evangelho já fora comunicado através do Antigo Testamento, mas não fora amplamente compreendido, nem a sua mensagem completamente desenvolvida. Agora com a vinda, morte e ressurreição de Jesus, a mensagem é mais clara e mais confrontativa. É necessário fazer uma escolha—aceitar por completo as exigências de uma vida completamente entregue a Deus em Jesus ou categoricamente desvincular-se de Deus. Não existe outra opção: ou é tudo, ou nada.
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