Àbámodá – Folha-da-Fortuna A característica principal dessa folha que a distingue de uma outra qualidade de Fortuna é o surgimento de muitos brotos nas bordas das folhas, fato associado à prosperidade, no àgbo de Xangô e lavagem dos seus objetos pessoais: Uma característica dessa planta é o surgimento de muitos brotos nas bordas das folhas, fato associado à prosperidade; Nativa das regiões tropicais asiáticas. foi introduzida a muito tempo na América tropical, ocorrendo em todo território nacional. Em Ilê Ifé, terra de Ifá, em território Yorubá no sudeste africano, nas cerimônias a Obatalá e Yemowo, após os sacrifícios, as imagens desses Orixás são lavadas com uma mistura de folhas, sendo uma delas o àbámodá, que também tam bém é conhecida pelos nomes de erú òdúndùn, kantíkantí e kóropòn. Àbámodá, segundo Dalziel, em dialeto Yorubá significa “o que você deseja, você faz”; todavia, quando chamada de erú òdúndùn (escravo de òdúndùn) é considerada como folha subordinada e afim, que pode eventualmente substituir o òdúndùn (kalanchoe crenata), segundo a cosmo visão Jêje/Nagô. Nome científico: Bryophyllum pinnatum (Lam.) Oken. Sinonímia: 1) Bryphyllum calcinun Salisb 2) Kalanchoe pinnata Pers Elementos: Água/Feminino Orixás: Xangô, Orunmilá/Ifá, Yemanjá. Òdundún Odò-Fortuna Serralha As características desse folha é o tipo serra, chamada popularmente de falsa-serralha, serralhamirim, Pincel, que popularmente é conhecida e muito confundida com Òdúndún e Abámodá. Nome científico: Emilia sagiatta (Vahl) DC., Compositae
Sinonímia: não conseguiram determinar alguma relação com as espécies acima Elementos: Água/Masculino Orixá: Exú Em alguns candomblés utilizam normalmente dessa folha nos àgbos e banhos em geral. Alguns estudiosos garante que são espécies muito parecidas confundindo até um bom conhecedor de folhas, todo cuidado é pouco porque existem muitas espécies conhecidas como saião, folha da costa, odundun. Teremos então: 1- Òdúndún- folha principal de Obatalá e que serve para todos os Orixás 2- Àbamodá – folha principal de Xangô 3- Òdundún Odò – folha de Exú e para banhos limpeza
TÈTÈRÈGÚN- Costus spicatus (Cana do brejo, cana-de-macaco, cana-do-mato, sanguelavô, ubacaia) Olóòkun é uma divindade importante da mitologia iorubana, considerada masculina no Benin e feminina em Ifé . Ele está presente em vários mitos da Criação, ocupando lugar de destaque junto a Orunmilá e Oduduwa. Olóòkun conhece o segredo da vida (e da morte), foi em suas águas que ela teria surgido e depois se espalhado pela terra firme. Isso o torna um dos orixás mais respeitados e temidos, sua natureza é imprevisível e sua fúria jamais deve ser atraída. Segundo algumas lendas, seria pai de diversas d ivindades ligadas as águas, como Iyemojá (ninfa do Rio Ògún), Òsun e Òsà, ninfa das lagoas. Um itan nos conta que em uma época muito longínqua havia uma jovem de nome Tètèrègún. A bela donzela havia se recusado a realizar oferendas a Olóòkun e por isso sofria com a seca, suas terras haviam ficado estéreis, a vida se recusava a brotar. Olóòkun proibira suas filhas de se aproximarem das terras de Tètèrègún. Foi quando a jovem resolveu consultar Ifá, o adivinho, que lhe orientou a prestar serviços a Olóòkun por alguns dias. Todos os dias a jovem saia pela manhã bem cedo e recolhia água do rio. Quando retornava para a morada de Olóòkun, quase noite, despejava toda água aos pés de Olóòkun enquanto cantava alegremente: E Tètèrègún e Tètèrègún Ojo gb’oomi wá ó Tètèrègún Ojo gb’o omi wa e jô ó Tètèrègún A chuva traz a água que molha teteregun Chuva traz água, por favor, para molhar o teteregun Jardim Botânico do Rio de Janeiro Com o tempo a mágoa de Olóòkun por não ter sido reverenciado pela jovem foi deixando o seu coração. Até que em um dia o Grande Senhor resolveu presentear Tètèrègún, transformando
seu corpo em uma planta. Seus braços esguios viraram folhas. Olóòkun lhe disse que, assim como ela conseguira apaziguar sua cólera trazendo-lhe água fresca, que a partir daquele dia suas folhas seriam utilizadas para aspergir água nos seres, restituindo a calma e refrescando o espírito de todos. Tètèrègún pôde voltar para casa, sua terra voltou a ser fértil, a terra foi apazigada e a vida retornou. Agora ela cantava: Tètèrègún òjò do ( m’pa ) Tètèrègún òjò wo bí wá Teteregun é como a chuva que mata Teteregun é como a chuva que dá a vida Cana do brejo Tètèrègún, como é chamada nas casas Ketu, está ligada aos orixás funfun, ou seja, orixás da Criação, em especial Obatalá. Em alguns grupos Bantu é conhecida como muenge munjôlo, utilizada como uma insaba (ewé) de Lemba. É interessante observarmos a paridade vida-morte, frio-quente, eró-gún, frio-quente present es nessa folha. Ela é tida por muitos como uma folha que excita (gún), entretanto seu mito nos revela como f oi utilizada para apaziguar Olóòkun, revelando assim seu outro aspecto (eró). Costus speciosus variegata Costus speciosus variegata- Jardim Botânico do Rio de Janeiro É costume em algumas casas utilizar suas folhas com água ou omí eró para aspergir sobre os filhos de santo, de forma a atrair coisas boas e até mesmo como forma de restituir o equilíbrio e a paz. Mais uma alusão ao mito supracitado..
Ewé Dan- Jibóia (Epipremnum pinnatum) A Jibóia (Epipremnum pinnatum) é uma planta semi-herbácea e de hábito trepador (epífita), pertence à família das Aráceas, onde encontramos os antúrios, as costelas de adão e os filodendros. Suas folhas nascem pequenas, brilhantes e sem recortes, conforme a planta vai se alastrando e chega próxima a um suporte em que possa se sustentar, suas folhas crescem e tornam-se recortadas, lembrando muitas vezes a costela-de adão (Monstera deliciosa). Quando cultivadas dentro de casa, não chegam a atingir 2 metros, porém na natureza podem ultrapassar os 20 metros de altura. Suas folhas nesse caso podem alcançar quase 1 metro de largura. De acordo com o dicionário tupi, a palavra “mbóia” ou “mboy” designa cobra, e “y” seria água, em uma pronúncia gutural difícil de ser grafada. O nome jibóia tem origem indígena e significa literalmente “cobra d’água”. Epipremnum aureum (Folha crescendo em tronco de árvore) Segundo uma lenda indígena, a Jibóia Branca guardava o segredo do conhecimento, mistério e ciência da floresta encantada. Conta-se que um guerreiro procurando por caça acabou encontrando um encantado, a Jibóia Branca, que morava no lago grande. e se transformava em mulher, ia para a terra e depois voltava para o lago. A partir desse encontro, o guerreiro se apaixonou e pediu ela em casamento. O guerreiro e a Jibóia tiveram uma vida muito boa, tendo acesso ao conhecimento e aprendizado no mundo espiritual. Nesse lago grande, na comunidade da Jibóia Branca, viviam muitos encantados. Todos eles conheciam o segredo das plantas do poder, entre elas o cipó ayahuasca (nixi pa e) e a folha kawa. E foi dessa maneira que a utilização dessas plantas ficou conhecida entre os povos da mata. A jibóia é considerada uma planta encantada, principalmente entre os povos do Norte e Nordeste do país. Dizem que ela seria uma excelente planta para proteção, quando cultivada em casa
protegeria os moradores contra energias e pessoas negativas. Alguns acreditam que, quando uma jibóia é cultivada onde há uma mulher solteira, a planta é capaz de atrasar ou atrapalhar um futuro casamento, pois afasta possíveis pretendentes. Outra crença é que ela não deve ser cultivada dentro d’água em casa, pois atrairia fofoca, ejó, segunda a língua do povo de santo. Segundo o Feng Shui, não se deve deixar que ela se enrole dentro do vaso, e sim que ela suba pela parede. Nesse caso sua indicação seria para harmonização dos ambientes e favorecimento do crescimento profissional, utilizada nos ambientes fechados como escritórios e salas de reuniões. A jibóia encontra-se na lista divulgada pela NASA das plantas de interior campeãs na filtragem do ar. Essas plantas agiriam não só reciclando o dióxido de carbono (CO2) e liberando oxigênio, mas também retirando diversos poluentes do ar, como os gases formaldeídos, utilizados na fabricação de corantes e vidros. Filodendro e Costela-de-adão Embora possua diversos aspectos positivos, devesse ter atenção redobra da com relação a essa planta, principalmente em ambientes com crianças e animais domésticos, pois como outros representantes de sua família (comigo-ninguém-pode e o filodendro, por exemplo) acumulam cristais de oxalato de cálcio em seus tecidos, tornando-se tóxicas quando mastigadas ou ingeridas. Esses cristais podem afetar a orofaringe, causando irritação oral e inchaço das mucosas do trato gastrointestinal. Talvez esse seja um dos motivos pelo qual a jibóia também é conhecida como era-do-diabo.. Nas casas de Candomblé a jibóia é tida como uma ewé apa òsí, estando ligada t anto ao elemento água como a terra, embora também transite pelo ar. Em seu nome ioruba também trás alusão a cobra mítica, ewé dan, folha da serpente. Costuma ser empregada com certa freqüência em alguma casas de Jeje, nos processos de iniciação e em baixo das esteiras (enim/zocré) do vodunsi. Essa folha é consagrada ao orixá Oxumare. Oxumare. By Patrick de Ayrá Oxumarê é o grande orixá da transformação, do movimento e das mudanças. Nas casas de tradição Jeje é conhecido pelo nome de Bessem, Dambará ou simplesmente Dan, o que justifica seus filhos serem chamados dansí. Dan é o vodun senhor de tudo que é sinuoso e curvo. As trepadeiras estão sob a sua guarda. Oxumare. Arte de Patrick de Ayrá Recordo-me com saudades de sempre que recebíamos a visita de babá de Oxumare ele puxava essa cantiga durante a Sassaiyn: Ewe dandan Dara ma da o Ewe dandan Dara ma da Ewe da orun Baba da orun Ewe dandan Dara ma da ò
JEQUIRITI 2 (Abrus precatorius (Wérénjéjé, Ewé jéjé)) Jequiriti, olho-de-pombo, tento-miúdo, olho de saci, olho- de-exú. Trepadeira nativa da Mata Atlântica e de Florestas do Caribe, essa folha possui imenso prestígio entre os adeptos do Candomblé, pois é uma das principais folhas de Esú e Osaiyn. Algumas pessoas costumam brincar que enquanto Ogún se veste com o mariwo, Ossaiyn se veste com o owérenjèjé. Outro nome que recebe é Ewé Àse (folha do poder), denotando assim sua grande força e motivo pelo qual merece destaque. Embora seja considerada a primeira folha do orò, durante o ritual da Asà Òsányìn é a folha que deixamos para cantar por último, momento em que, logo após, se canta para Esú Odara. O tento miúdo guarda muitos mistérios consigo pois, ao mesmo tempo que permite que o Esú individual (Bara) dê caminhos aos homens também pode trazer muita confusão e discórdia, quando empregada de forma incorreta. É muito usado dentro da Santeria na forma de Omí eró, os negros cabinda a chamam pelo nome de Nfingu e utilizam suas folhas para acalmar a tosse, maceradas com vinho de palma ou simplesmente mastigando-as. Entretanto, o jequiriti é extremamente tóxico, uma vez que de suas sementes é extraída uma grande quantidade de proteínas venenosas, entre elas a abrina, que possui ação parecida com o veneno da víbora. Por isso está incluída entre as plantas mais venenosas do mundo. Suas propriedades toxicológicas e fisiológicas são capazes de aglutinar hemácias impedindo assim a circulação do sangue, sendo altamente letais em pequenas quantidades. Essa planta ficou muito conhecida no filme “A Lagoa Azul”, pois teria sido a “planta proibida” que após ser ingerida pelo casal de amantes levou os mesmos a morte. Na fitoterapia, suas folhas costumam ser aplicadas em solução sobre a pele, em caso de eczemas cutâneos e para tratar conjuntivite (1 mL de líquido da semente em 100 mL de água). As sementes servem como contraceptivo oral, misturadas com outros ingredientes. É importante observar que a ingestão de suas sementes cruas pode causar dor abdominal, náusea, vômito, diarréia, calafrios, vertigem, desmaios e sangramento retal. Alguns estudos revelaram que a
abrina quando aplicada na forma de injeção subcutânea pode causar convulsão e morte devido à paralisia cardíaca. Por isso devemos ter muito cuidado com a utilização desse poderoso ewe, que é extremamente quente (gún). Wérénjèjé, Kan kan ma obarìsà Ìbá ni bàbá Ìbá ni yeye Ìbá nba tun so Ma so ku arò A fi ipa nla d’àsé Omo Obàtalá Bàbá ye Oba alaiyé Eurenjeje, eurenjeje Adoramos orixá somente A benção é do pai A benção é da mãe A benção direi de novo Direi bom dia Aquele que usa grande força para ordenar Filho de Obatalá Pai, por favor, Rei do Mundo Bàbà ere ije je Bàbà ere ije je Gba akòrò agbá òrìsà Igba eyín bàbà Igba eyín yeye Igba eyín bàbà da koso lo ma arò A fi pa Ada asé Omo Obàtàlà E bàbà e araiyè
Awùrépépé (Spilanthes acmella – Jambú/treme treme) Hoje vou falar sobre uma folha muito importante dentro do culto aos orixás, o jambú. Nas casas de Candomblé Ketú recebe os nomes de awùrépépé, éurépepe ou ainda oripépe. Pela sua importância é tida como uma planta de oro, ou seja, de fundamento. Folha ligada aos mistérios da Deusa da Fertilidade, Oxum. Às vezes é confundida com o bánjókó (Acmella brasiliensis), erva também consagrada a Senhora dos Rios. Suas flores são consagradas a Exú, orixá da procriação, aquele que promove as uniões. O jambú costuma crescer em regiões úmidas, estando também, de certa forma, associado a Oxalá, o Senhor da Criação. Quando observamos esses três aspectos ligados a essa planta (Fertilidade/Procriação/Criação) conseguimos entender porque ela é tão importante no processo de iniciação de um iyawo. Oxum é o grande útero que povoa o mundo. Exú é aquele que faz o possível (e o impossível) para que esse útero seja fecundado, cabendo a Oxalá permitir que possamos ser criados no mundo espiritual (orun) e assumir o nosso papel no ayé (mundo dos vivos). Podemos dizer que essa folha carrega em si essa força, que permitirá o nascimento do iyawo dentro do culto aos orixás. O jambú é uma planta tipicamente brasileira, sendo conhecido por vários nomes dentro da cultura popular: abecedária, agrião-bravo, agrião-do-brasil, agrião-do-norte, agrião-do-pará, botão-deouro, erva-maluca, jabuaçú, jaburama, jambu-açú, jamaburana, mastruço, nhambu. Dentro do mundo científico são conhecidas diversas espécies que recebem a denominação de jambú, as principais são: Spilanthes acmella e Blainvillea acmella. Dentro da medicina popular costuma ser utilizada para diversos fins, como: antifúngico, anti-séptico, antibacteriano, anestésico, antigripal. É comum entre alguns povos da Amazônia a m astigação das folhas e flores do jambú para aliviar dores nos dentes. É interessante notar que esse conhecimento, acumulado principalmente pelas populações tradicionais como ribeirinhos, grupos indígenas e quilombolas, vem sendo comprovado por diversos estudos científicos. Alguns desses estudos indicam a presença de alcalóides com propriedades inseticidas, podendo ser utilizados no combate do Aedes aegypti. Um dos principais compostos químicos presentes no jambú é o espilantol. Infelizmente para nós, brasileiros, essa substância (espilantol) já foi patenteada por Norte Americanos e Europeus. Com isso, se quisermos produzir e comercializar remédios e cosméticos a base do nosso jambú teremos que pedir permissão e pagar a esses países. Por exemplo, já existem laboratórios
estrangeiros trabalhando na produção de cosméticos anti-rugas a base de espilantol. Esse produto seria aplicado na musculatura subcutânea do rosto, inibindo as contrações musculares de forma muito semelhante ao botox. Porém teria a vantagem de apresentar um grau de toxicidade menor. É realmente uma situação lastimável, principalmente se lembrarmos que o conhecimento para se chegar a esse cosmético provavelmente veio de nossas comunidades tradicionais.. Quando iremos acordar hein? Dentro da culinária da Amazônia e do Pará essa folha é muito apreciada, servindo como base para diversos pratos, como o pato no tucupi e o tacacá. Ambos são herança de nossos povos indígenas. O tucupi é um caldo retirado da raiz de mandioca brava, e que leva horas para ficar pronto, tempo necessário para que perca todo o ácido cianídrico, extremamente tóxico. Já o tacacá é um prato composto com o tucupi bem quente e misturado com farinha de tapioca, camarão e folhas de jambú. Quando se come essa iguaria é normal que a língua fique dormente e os lábios comecem a tremer, fato que justifica o outro nome dessa folha “treme treme”. Outro fato interessante em relação a esse ewé é a sua utilização em pomadas para aumentar a libido feminina, servindo assim como estimulante sexual para mulheres. Essa ação se daria principalmente através do aumento da contração (peristaltismo) da região genital feminina. Um estudo realizado pela Universidade Federal do Ceará constatou que a pomada de jambú utilizada em um grupo de homens e mulheres conseguiu aumentar significativamente o desejo sexual e a excitação feminina, assim como o desejo e a satisfação sexual masculina durante a atividade sexual. Mais um fato que comprova que nossos mais velhos sabiam muito bem o porquê da sua utilização. Embora muitos considerem essa folha como eró (que apazigua) o awùrépépé também pode ser considerada uma folha gún (que acorda, desperta). Fo lha poderosa, que cantamos na sassayin: Ti éwerépepe Omi pére pe Éwerépepe Okò ni pere pe Éwerépepe Omi pére pe Éwerépepe Ewerepepe Água na dosagem certa Eurepepe Você não tem na dose certa Eurepepe Água na dose certa Você não tem na dose certa Ou ainda: Awùrépépé pèlépèlé beó
Awùrépépé Aurepepe sensatamente nos abençoe E também: Òsányìn Aláwo wa Sawùrépépé orisá ewé Òsányìn, Guardião de nosso culto Suplicamos sua benção, orixá das folhas
Igí Okinkan (Oriká)- Caja mirim/Spondias lutea Árvore de força, local de morada de Ogún e de diversos voduns, é considerada um importante àtinsá vodun, chamada pelos Jeje akikon’tin. Aos seus pés são reverenciados os voduns Gun, Fá e Azanadò (Bessén). Durante a festa do Gbòitá essa árvore costuma ser adornada com ojás brancos, recebendo diverssas homenagens. É interessante lembrar que durante o Kpólè, ritual que faz parte da festa e ocorre por vários dias, todos os voduns irão saudar as árvores sagradas Oriká (àtinsá) do barracão. Na ocasião da procissão do Gbòitá cabe a Gun carregar a oferenda do Gbòitá, seguido dos demais voduns. É uma cerimônia emocionante. Outro fato interessante com relação a cajazeira é que ela também é conhecida como Igí Eyé (Árvore do Pássaro) ou Igí Ìyeyè (Árvore da Mãe (ou das Mães)). Segunda uma lenda, essa foi uma das árvores escolhidas pelas Iyá Mí Eleyé para pousarem e descansarem . Alí elas decidiram que concederiam felicidade ou infelicidade, conforme fosse o desejo de cada um. Suas folhas têm o poder de afastar as coisas ruins e atrair a sorte. A ela cultuamos e para elas cantamos: E Ogun mo lo mo Irè Ogun mo mo Ewé òkiká kiki Ogun mo lo mo Irè Ogun mo Òkiká kiki Ogun mo lo mo
Òdúndún-A folha universal Conhecida popularmente por Folha da Costa, saião, folha ou erva grossa. De origem brasileira, esta folha é encontrada em várias lugares de clima tropical e até aclimatada em outros países. Tanto no Brasil como na África, esta planta é dedicada a todos os Orixás ligados a mito da criação, conhecidos como òrìsà-funfun, e por extensão, é utilizada para os demais Orixás. Nos candomblés brasileiros é usada nos rituais de iniciação e obrigações em geral, ligada aos banhos de àgbo, as oferendas de Eborí, nos sacrifícios de animais cobrindo os olhos dos animais para não ver Ikú, etc. Òdúndún, é a folha que acalma, esfria o Ori, saudada no ritual de sasányìn, é a principal folha dos filhos de Oxalá. Folha que participa juntamente com outras folhas, do orô da lavagem das vistas e dos búzios dos sacerdotes confirmados por Orunmilá na obrigação de sete anos com direito a utilizarem o Merindilogun. Verger, dá a fórmula de um “omieró” onde constam várias folhas, entre elas òdúndún, utilizados por babalawos africanos para lavarem os olhos antes de abrirem o Igbádú. Verger ainda cita que em Ilésin de Ideta-Ilê, no culto a Obàtálá e Yemowo, este vegetal é utilizado, em conjunto com outros para lavar objetos rituais após os sacrifícios, é conhecido ainda pelo nome de elétí. Nome científico: kalanchoe brasiliensis Camb., Crassulaceae Sinonímia: Kalanchoe crenata (Andr.) Haw Elementos: Água/feminino Orixá: Oxalá Ewé Òdúndún Òdúndún Bàbá t’èrò re Òdúndún Bàbá t’èrò re Bàbá t’èro lé
Monlé t’ero re Òdúndún Bàbá t’ero re Tradução: Odundun Pai espalhe sua calma Odundun Pai espalhe sua calma Grande espírito, espalhe sua calma Odundun Pai, espalhe sua calma