GILCELIA MARIA DE OLIVEIRA SILVA
PEDAGOGIA DA AUTONOMIA Saberes Necessários Necessários à Prática Educativa
Fichamento - Trabalho desenvolvido na disciplina Metodologia do Ensino Religioso I do Curso de Ciências da Reli Religi gião ão – Lice Licenc ncia iatu tura ra em Ensi Ensino no Religioso da Universidade Regional de Blumenau FURB Professora: Ma Simone F Resende
Blumenau 2011
FICHAMENTO DO LIVRO ´´ PEDAGOGIA DA AUTONOMIA`` ALUNA: Gilcelia Maria de oliveira Silva CURSO: Licenciatura
De Ciências da Religião da Universidade Regional de Blumenau – PARFOR
PROFESSORA: Ma. Simone F. Rezende DISCIPLINA: Metodologia do Ensino Religioso I FICHA BIBLIOGRÁFICA PEDAGOGIA DA AUTONOMIA Saberes Necessários à Prática Educativa
Autor: Paulo Freire 25ª Edição - São Paulo: Ed. Paz e Terra, 1996. – (Coleção Leitura) PEDAGOGIA DA AUTONOMIA é um livro onde o autor destaca sua preocupação como educador, trazendo uma reflexão sobre a formação docente e a prática educativa em favor da autonomia do ser dos educandos. O autor nos traz para reflexão temas como:
Capítulo 1 Não há docência sem discência.
Não há docência sem discência; Ensinar não é transferir conhecimento; Ensinar é uma especificidade humana. .
Citações
1.2.Ensinar exige pesquisa Ser professor é ser pesquisador. O hábito da pesquisa traz ao educador e ao educando ´´Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses conhecimentos que poderão ser de grande ajuda em que fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto sua vida acadêmica e escolar. O aluno que pesquisa ensino continuo buscando,reprocurando.`` pág.30 se interessa pelo meio e pode transformá-lo. 1.3. Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos ´´Por que não estabelecer uma ``intimidade´´ entre os
O professor não é o detentor do saber, ele deve saberes curriculares fundamentais aos alunos e a procurar saber das vivências de seus alunos com experiência social que eles tem como indivíduos?´´ respeito, discutir a razão de ser desses saberes, e se pág. 32 possível associa-los com o conteúdo da disciplina.
1.4. Ensinar exige criticidade
´´Não haveria criatividade sem a curiosidade que nos move É fundamental que os educadores examine, aprecie, e que nos põe pacientemente impacientes diante do mundo mas antes de tudo saber sobre para criticar a que não fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos.`` pág.33
curiosidade dos alunos que está associada ao saber do senso comum. 1.5. Ensinar exige estética e ética
O professor não pode ser apenas um transferidor de `` Não é possível pensar os seres humanos longe, conhecimento. A estética e a ética tem que existir sequer, da ética, quanto mais fora dela.´´ pág.34 na prática educativa, assim como também o rigor metódico e a decência. 1.6. Ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo ´´Quem pensa certo está cansado de saber que as palavras a que falta a corporeidade do exemplo pouco ou quase nada Todo professor é exemplo, daí o cuidado com o valem. Pensar certo é fazer certo.´´ falar e o fazer e/ou não fazer. pág. 35
1.7. Ensinar exige risco, aceitação do novo e ´´A prática preconceituosa [...]ofende a substantividade do rejeição a qualquer forma de discriminação ser humano e nega radicalmente a democracia.`` Aqui Freire aponta um problema existente em pág. 36
relação a fatos que eliminam os sentidos da coisa mais importante da vida, o desencontro entre o velho e o novo, e de rejeitar qualquer tipo de discriminação. 1.8.Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática
´´[...]o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a O professor tem que estar aberto à mudanças, para prática. É pensando criticamente a prática de ou isso é importante que ele reflita sua prática de ontem que se pode melhorar a próxima prática``. pág. 40
criticamente sobre pois mesmo achando que está fazendo a coisa certa é sempre possível melhorar alguma coisa.
1.9. Ensinar exige o reconhecimento e a assunção ´´Assumir-se como sujeito porque capaz de da identidade cultural. reconhecer-se como objeto. A assunção de nós Reconhecer a qualidade do outro, facilitar o mesmos não significa a exclusão dos outros``. Pág 42 crescimento é um ato afetivo, é um de amor e de dedicação, e isto é fundamental no processo de ´´ É a ``outredade´´ do ``não eu ``, do tu, que me faz assumir e de assumir-se. Faz parte da prática do assumir a radicalidade do meu eu.`` pág. 42
educador propiciar condições em que os educandos em suas relações uns com os outros adquire experiências de assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador. Capítulo 2 Ensinar não é transferir conhecimento. Ensinar não é somente transmitir ou transferir ``Saber que ensinar não é transferir conhecimento, conhecimento, pois não há um conhecimento pronto, mas criar possibilidades para a sua própria produção acabado. Também o professor não precisa ser ou a sua construção.´´ pág 47 arrogante por saber e sim de humildade de ser inconcluso e que a verdade se desvela no seu processo. A atitude de humildade significa a espera tolerante do movimento do educando. 2.1 Ensinar exige consciência do inacabamento. O conhecimento nunca está acabado. Assim como ``Onde há vida, há inacabamento. Mas só entre nós podemos desenvolver os nossos potenciais, da mulheres e homens o inacabamento se tornou mesma forma, o acesso à verdade será sempre consciente.`` pág.50 inacabado. Paulo Freire destaca que o inacabamento se tornou consciente nos homens e nas mulheres, por isso a experiência muda de qualidade em relação à dos animais . 2.2 Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado. Freire, afirma que consciente do seu inacabamento o ``Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser homem sabe que pode ir para além dele. Existe uma condicionado, mas, consciente do inacabado, sei que posso grande diferença entre o ser condicionado e o ser ir mais além.´´ pág 53 determinado. 2.3 Ensinar exige respeito a autonomia do ser do educando. Freire aqui destaca a ética com respeito. A ´´o respeito à autonomia e à dignidade de cada um é dignidade, e o respeito a autonomia é um um imperativo ético, e não um favor que podemos ou imperativo ético e não um favor para com os outros não conceder uns aos outros.`` pág.58 e nem a mim mesmo.
2.4 Ensinar exige bom censo. O bom censo se constitui no cuidado, no zelo, na “A vigilância do meu bom senso tem uma importância coerência. Isto implica na própria prática do enorme na avaliação que, a todo instante devo fazer de educador e também com respeito à dignidade e minha prática”. Pág. 60 identidade do educando. 2.5 Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos do educadores. Não se deve aceitar discurso acomodado, a luta em ´´O combate em favor da dignidade da prática docente é tão parte dela quanto dela faz parte o respeito que o professor defesa de direitos deve ser entendida como deve ter à identidade do educando à sua pessoa, a seu importante na prática docente do educador. È preciso que os educandos lute pelos seus direitos e direito de ser.`` pág.65 protestem contra as injustiças. 2.6. Ensinar exige apreensão da realidade. Segundo Freire, não é somente aprendendo sobre a realidade que podemos mudá-la,mas fazê-la melhor, ´´A capacidade de aprender, não apenas para nos mais justa e mais humana..O professor não deve adaptar, mas sobretudo para transformar a realidade, impor aos alunos as suas convicções, mas deve para nela intervir, recriando-a``. pág.67 assumi-las para que assim os educandos escolham o melhor caminho de acordo com suas convicções. 2.7. Ensinar exige alegria e esperança.
“Há uma relação entre a alegria necessária à pratica educativa e a esperança.” Pág. 70
O envolvimento do professor com sua prática educativa deve ser feito com alegria e com ´´A esperança que [...]podemos aprender, ensinar, esperança. A esperança de que juntos, professor e inquietar-nos, produzir e juntos igualmente resistir aos alunos, podem aprender, ensinar,e produzir . obstáculos a nossa alegria. Pág.70 2.8. Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível.
A existência humana não se dá no domínio da ´´A mudança do mundo implica a dialetização entre a determinação, se não, não faria sentido em falar de denúncia da situação desumanizante e o anúncio de sua opções, de decisão, de liberdade, de ética. Ninguém superação, no fundo, o nosso sonho.`` pág. 77 pode estar no mundo de forma neutra. A acomodação do ser humano deve ser somente caminho para a sua inserção, que implica decisão, escolha, intervenção na realidade, isto implica em mudança, que é difícil mas não impossível. para
tanto, é preciso programar nossa ação político pedagógica, a partir da leitura de mundo.
2.9. Ensinar exige curiosidade A curiosidade que move o educador é a mesma que “Satisfeita uma curiosidade, a capacidade de inquietar-me e buscar continua em pé. Não haveria existência humana sem inquieta, e esse exercício da curiosidade convoca a a abertura de nosso ser ao mundo, [...]. pág.85 imaginação, a intuição, as emoções, a capacidade de adivinhar, imaginar, julgar, de comparar.
Capítulo 3 Ensinar é uma especificidade humana `` Segura de si, a autoridade não necessita de, a cada A autoridade não precisa discursar sobre sua instante fazer o discurso sobre sua existência, sobre si legitimidade e existência, ela por si só expressa mesma.`` pág. 89 segurança na sua atuação. 3.1.Ensinar exige segurança, profissional e generosidade.
competência
O professor deve levar a sério sua formação, ``A segurança com que a autoridade docente se move estudando, buscando, se esforçando para coordenar implica uma outra, a que se funda na sua competência suas atividades com segurança e competência. A profissional.`` pág. 89 autoridade deve vir com generosidade, pois a arrogância que nega a generosidade também nega a humildade. 3.2 Ensinar exige comprometimento. O professor deve ser verdadeiro em sua prática, ter "Não posso ser professor sem me pôr diante dos alunos, responsabilidade e Comprometimento, e acima de sem revelar com facilidade ou relutância minha maneira de tudo gostar de ser educador. Ser verdadeiro também ser, de pensar politicamente.`` pág. 94 implica em ser honesto com seus educandos, mostrando interesse de buscar respostas quando esta está ausente, respeitando-o em não falhar com a verdade, agindo de maneira natural para servir de exemplo. 3.3 Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo. A educação não pode ser neutra, o professor tem que perceber que sua prática exige uma definição, uma tomada de decisão. Um professor a favor da liberdade contra o autoritarismo, da democracia contra ditadura, da autoridade contra a licenciosidade, um professor a favor da luta contra qualquer forma de discriminação, e dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais.
´´A educação, ´´indiferente`` a qualquer destas hipóteses, a da reprodução da ideologia dominante ou a de sua contestação, a educação jamais foi, é, ou pode ser.´´ pág. 96
3.4 Ensinar exige liberdade e autoridade O educador deve exercer sua autoridade e sua liberdade. Liberdade essa que deve ser vivida com a autoridade em uma relação dialética, centrada em experiências estimuladoras de decisão e responsabilidade.
´´[...]uma pedagogia da autonomia tem de estar centrada em experiências estimuladoras de decisão e responsabilidade, vale dizer, em experiências respeitosas da liberdade.`` pág. 105
3.5 Ensinar exige tomada consciente de decisões A educação não pode tudo, mas alguma coisa fundamental ela pode. O educador crítico demonstra ``[...] sua experiência na escola é apenas um momento, que é possível mudar inclusive o país e isto reforça mas um momento importante que precisa ser nele saber da sua importância de sua tarefa político- autenticamente vivido.`` pág. 110 pedagógica. Ele sabe o valor que tem sua presença no mundo e que sua experiência na escola é um momento importante que precisa ser vivido. 3.6 Ensinar exige saber escutar O professor não é dono da verdade, mas aprende a falar quando escuta. Mas esse falar tem de ser de forma crítica e não como objeto do seu próprio discurso. O professor que recusa escutar os alunos, impede a afirmação do educando como sujeito de conhecimento.
´´Somente quem escuta pacientemente e criticamente o outro, fala com ele[...]O que jamais faz quem aprende a escutar para poder falar com é falar impositivamente.``
Pág. 111
3.7 Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica Ideologia tem a ver com a ocultação da verdade dos ´´Como professor, devo estar advertido do poder do fatos. Outra possibilidade é a de aceitar que o que discurso ideológico, começando pelo que proclama a morte das ideologias.`` pág. 129 vemos e ouvimos é o que na verdade é, e não a verdade distorcida Os avanços científicos e tecnológicos devem ser colocados a serviço dos seres humanos. O professor tem que estar atento do poder do discurso ideológico. Ele tem o poder de anestesiar a mente, de confundir a curiosidade, e de distorcer a percepção dos fatos e das coisas.
3.8 Ensinar exige disponibilidade para o diálogo Freire salienta que o diálogo é exigido pelo ato de ensinar. O saber emite segurança mas sempre se pode conhecer melhor o que já se sabe. O importante é não se envergonhar por não saber. Afinal ninguém sabe tudo, e nem se pode querer achar que é melhor que o outro, porque antes de sabermos um pouquinho, não sabíamos totalmente de nada.
´´Minha segurança não repousa na falsa suposição de que sei tudo, de que sou o ´´maior``. Minha segurança se funda na convicção de que posso[...]conhecer o que ainda não sei.`` pág. 132
3.9 Ensinar exige querer bem aos educandos O educador deve querer bem aos educandos, de uma forma que a afetividade não interfira no seu dever ético como professor. Querer bem significa ter disponibilidade a alegria de viver, mas ao mesmo tempo seriedade junto aos educandos.
Conclusão Quem ensina aprende e quem aprende ensina pois o aprender vem antes do ensinar. É importante que exista dentro do educador o desejo de sempre aprender, acompanhada de vontade, de garra, e imaginação. Ensinar é preparar o caminho para quem aprende, fazendo dele um cidadão consciente de seus deveres e direitos. Para isso o profissional de educação tem que estar capacitado através de cursos, oficinas e seminários, pois assim ele estará pronto para se adequar ao mundo tecnológico.
´´A minha abertura ao querer bem significa a minha disponibilidade à alegria de viver. [...]não permite que me transforme num ser ´´adocicado`` nem tampouco num ser arestoso e amargo.`` pág. 138