UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UNB INSTITUTO DE ARTES - IDA DEPARTAMENTO DE DESENHO INDUSTRIAL HABILITAÇÃO EM PROGRAMAÇÃO VISUAL
ADAPTAÇÃO DO CONTO ADAPT CONTO A PEQUENA SEREIA: O DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO DE UM LIVRO POP-UP
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Nayara Brito de Almeida
BRASÍLIA, BRASIL, 2013
ADAPTAÇÃO DO CONTO ADAPT CONTO A PEQUENA SEREIA: O DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO DE UM LIVRO POP-UP
por
Nayara Brito de Almeida
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Desenho Industrial da Universidade de Brasília - UnB como requisito parcial para aprovação na Diplomação em Programação Visual.
Orientadora: Daniela Garrossini
BRASÍLIA, BRASIL, 2013
ADAPTAÇÃO DO CONTO ADAPT CONTO A PEQUENA SEREIA: O DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO DE UM LIVRO POP-UP
por
Nayara Brito de Almeida
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Desenho Industrial da Universidade de Brasília - UnB como requisito parcial para aprovação na Diplomação em Programação Visual.
Orientadora: Daniela Garrossini
BRASÍLIA, BRASIL, 2013
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UNB INSTITUTO DE ARTES - IDA DEPARTAMENTO DE DESENHO INDUSTRIAL HABILITAÇÃO EM PROGRAMAÇÃO VISUAL
A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso
ADAPTAÇÃO DO CONT ADAPT CONTO O A PEQUENA SEREIA: O DESENVOLVIMENTO DE UM LIVRO POP-UP elaborado por Nayara Brito de Almeida
como requisito para aprovação na disciplina Diplomação em Programação Visual
COMISSÃO EXAMINADORA:
Professora Daniela Garrossini
Professor André Maya
Professora Fátima Aparecida
BRASÍLIA, BRASIL, 2013
RESUMO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURSO DE DESENHO INDUSTRIAL HABILITAÇÃO EM PROGRAMAÇÃO VISUAL UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UNB ADAPTAÇÃO DO CONTO A PEQUENA SEREIA: O DESENVOLVIMENTO DE UM LIVRO POP-UP
Autora: Nayara Brito de Almeida Orientadora: Daniela Garrossini Data e Local de Defesa: Brasília, 17 de julho de 2013
O presente trabalho consiste em estudar o pop-up como ferramenta de design empregado no desenvolvimento de um livro pop-up, com enfoque na estética como potencial imersivo e como fator fundamental no auxílio da criação do contexto da narrativa. Para isso, o projeto foi dividido em quantro frentes complementares e não excludentes, o pop-up, o conto, a estética e o texto, que quando unidos de forma coerente resultarão no produto final do projeto, o livro. A frente pop-up corresponde ao estudo teórico e prático desse campo do design editorial; o conto faz referência ao conteúdo narrativo contido no livro, que no presente trabalho é uma adaptação do conto de fadas A Pequena Sereia, de Hans Christian Andersen; a frente texto refere-se ao registro tipográfico do conto; a estética é referente aos elementos empregados no projeto como forma de promover imersão;e por último, o livro, diz respeito à união de todas as frentes relatadas. O resultado deste estudo consiste no desenvolvimento de um livro pop-up altamente autoral com a imersão como fator de diferenciação. PALAVRAS-CHAVE: pop-up, estética, a pequena sereia, tipografia, Desenho Industrial, design,EngenhariadePapel, design editorial, livros pop-up.
ADAPTAÇÃO DO CONTO A PEQUENA SEREIA: O DESENVOLVIMENTO DE UM LIVRO POP-UP
Lista de Figuras
Figura 1: os quatro pilares que compõe o produto final do projeto
20
Figura 2: Astronomicum caesareum (1540), de Peter Apian
23
Figura 3: De Humani Corporis Fabrica Librorum Epítome de Andreas Vesalius
23
Figura 4: Rainha Mab ou os truques do Arlequim, 24 n ° 6, Robert Sayer, 1771
24
Figura 5: The history of Little Fanny, S & J Fuller, 1810, com trajes removíveis
24
Figura 6: Comic Actors, de Lothar Meggendorfer, em 1891, a aba movimenta o personagem
25
Figura 7: Bookano Stories N° 16. Louis Giraud. 1949. A imagem tridimensional aparece perpendicularmente à superíficie da página.
25
Figura 8: Mickey Mouse at the circus, 1934, Blue Ribbon Press para a Walt Disney
25
Figura 9: Knick Knack-paddywhack de Paulo O. Zelinksy, 2003
26
Figura 10: O Mágico de OZ e Alice no País da Maravilhas, publicações de Robert Sabuda de 2000 e 2003, respectivamente
26
Figura 13: elemento de transformação
28
Figura 11: Volvelle
28
Figura 12: réplica de volvelle da obra Chronica Majorca
28
Figura 15: mecanismo de roleta
29
Figura 14: elemento de transformação radial
29
Figura 16: livro túnel ou peep-show
29
Figura 17: abas usadas no estudo de anatomia
29
Figura 18: exemplo de abas mecânicas
30
Figura 19: imagem combinada
30
Figura 20: teia de aranha
30
Figura 22: também chamado de dobra em “v”, permite vários desdobramento, sendo o tipo de mecanismo pop-up mais usado atualmente
31
Figura 21: mecanismo paralelogramo. Este mecanismo é melhor visualizado com o livro na vertical
31
Figura 23: elemento de carrossel. É a junção de vários elementos de túnel com visualização na vertical
31
Figura 26: página do livro de David A. Carter, onde é possível ver recortes de papel compondo a página
32
Figura 24: várias camadas de paper cutting, ou recortes de papel, sobrepostas
32
Figura 25: exemplo de kirigami. Neste exemplar, foi necessário o uso de vinco
32
Figura 27: página de livro pop-up de produção gráfica. As peças foram cortadas com facas de corte
32
Figura 28: esboço à mão da ilustração a conter na cena, à esquerda, e à direita, esboço da cena em pop-up
33
Figura 29: modelo em branco feito após o esboço da cena
33
Figura 30: as die-lines são feitas de modo a orientar as ilustrações e a confecção das facas de corte
34
Figura 31: as ilustrações são feitas tendo como base as die-lines mostradas na etapa anterior
34
Figura 32: modelo após a etapa de coloração
35
Figura 34: exemplo de faca de corte usada na produção de livros pop-up
35
Figura 33: prancha para impressão
35
Figura 38: livro pop-up finalizado
36
Figura 35 e 36: mulheres destacando e empilhando as peças
36
Figura 37: a montagem do livro pop-up é manual
36
Figura 39: trabalhadoras empacotando livros pop-up para o futuro despacho
36
Figura 41: Dobra simples em “v” e seu comportamento de abertura
38
Figura 40: capa do livro Pop-up! a manual of Paper Mechanisms , de Duncan Birmingham
38
Figura 42: quando o ângulo A é menor que 90, a peça se inclina para trás
39
Figura 43: quando o ângulo A é maior que 90, a peça se inclina para frente
39
Figura 44: múltiplas dobras em “v”
39
Figura 46: simples dobra em”v” com projeções
39
Figura 45: simples dobra em “v” com projeções
39
Figura 47: simples dobra em”v” com vazado central
39
Figura 48: elemento de paralelogramo e as peças de base e pop-up
40
Figura 49: múltiplos paralelogr paralelogramos amos
40
Figura 51: múltiplos paralelogramos
40
Figura 50: paralelogr paralelogramo amo cortado a partir da base
40
Figura 52: múltiplos paralelogr paralelogramos amos
40
Figura 54: dobra em 45° e seu comportamen comportamento to quando há abertura da página
41
Figura 53: dobra em 45° e as peças base e pop-up
41
Figura 55: desdobramento da dobra em “v”
42
Figura 56: modelo pronto publicado por Robert Sabuda
42
Figura 57: outro modelo publicado por Robert Sabuda
43
Figura 58: modelo publicado por Robert Pattenden
43
Figura 59: primeiro modelo autoral. É uma dobra em “v” vazada
43
Figura 60: instrumentos de medição
46
Figura 61: demais materiais usados na confecção dos modelos
46
Figura 62: estátua em homenagem à Pequena Sereia em Copenhague, Dinamarca
47
Figura 63: painel de estilo de sereias retratadas desde o início do século XIX aos dias atuais
57
Figura 64: painel de estilo do fundo do mar, habitat das sereias
58
Figura 65: tipografia Rialto nas versões regular, caixa alta e versalete, respectivamente
60
Figura 66: tipografia Requiem em várias versões
61
Figura 67: Valentina regular versão caixa alta
62
Figura 68: Valentina regular versão caixa baixa
62
Figura 71: Numerais
63
Figura 69: Caracteres alternati alternativos vos da tipografia Valentina
63
Figura 70: Ligaturas.
63
Figura 72: Símbolos e sinais de pontuação
63
Figura 73: Fazenda Cócóri-qua Cócóri-quac! c! da editora Bicho Esperto
65
Figura 74: O que você encontrará na Rua Assombrada?, de Christine Tagg e Charles Fuge
65
Figura 75: Oceano, de Maurice Pledger
65
Figura 76: Contos de Fada Pop-up: Chapeuzinho Vermelho, da Todolivro
65
Figura 77: O Soldadinho de Chumbo, da editora Rai
65
Figura 78: O Sapo da Boca Grande, da livraria da Folha
65
Figura 79: As Aventuras de Pinóquio, da Ciranda Cultural
65
Figura 80: Bia, a fada dos dentes, de Gill Guile
65
Figura 81: Guia de Aventuras: Máquinas, da Ciranda Culturas
66
Figura 82: A História do Natal: o livro animado que conta como o menino Jesus nasceu, de Marie Greenwood
66
Figura 83: O Tesouro Perdido do Pirata Pedro, de Brenda Apsley
66
Figura 84: Segredos Mágicos - Sereias, de John Patience, pela editora Ciranda Cultural
66
Figura 85: Brilha, Brilha, Estrelina e Outras Cantigas, da Ciranda Cultural
66
Figura 86: Chapeuzinho Vermelho, de Christian Guibbaud, pela editora Companhia das Letras
66
Figura 87: Hora de Brincar - Coleção Achou!, de Dorling Kindersley
66
Figura 88: Pop-up Trem Fantasma, de Chris Mould, pela editora Ciranda Cultural
66
Figura 89: Capa do livro da coleção Contos de Fada pop-up, Chapeuzinho Vermelho: livros de histórias em pop-up, da Todo livro 67 Figura 90: Páginas 1 e 2 do livro Chapeuzinho Vermelho
68
Figura 92: Páginas 5 e 6 do livro Chapeuzinho Vermelho
68
Figura 94: Páginas 9 e 10 do livro Chapeuzinho Vermelho
68
Figura 91: Páginas 3 e 4 do livro Chapeuzinho Vermelho
68
Figura 93: Páginas 7 e 8 do livro Chapeuzinho Vermelho
68
Figura 95: Páginas 11 e 12 do livro Chapeuzinho Vermelho
68
Figura 96: A história do Natal - O Livro Animado que conta como o Menino Jesus nasceu, da Publifolha
69
Figura 97: páginas 3 e 4 do livro A história do Natal
70
Figura 98: páginas 5 e 6 do livro A história do Natal
70
Figura 99: páginas 11 e 12 livro A história do Natal
70
Figura 100: O Mengão, da editora Belas-Letras
72
Figura 101: O Colorado, da editora Belas-Letras
72
Figura 102: O Coringão, da editora Belas-Letras
72
Figura 103: The Girls Who Loved Tom Gordon, da Silver Arch Books
72
Figura 104: DC Super Heroes: the Ultimate Pop-up Book, de Matthew Reinhart
72
Figura 105: Deuses & Heróis, de Matthew Reinhart e Robert Sabuda
72
Figura 106: Peter Pan, de Robert Sabuda
72
Figura 107: The Hobbit: A 3D Pop-up Adventure, de Harper Festival
72
Figura 108: João e Maria, de Louise Rowe, por Ciranda Cultura
73
Figura 109: Chapeuzinho Vermelho, de Louise Rowe, por Ciranda Cultura
73
Figura 110: The Chronicles of Spiderwi Spiderwick, ck, de Holly Black
73
Figura 111: Frankenstein, da PubliFolha
73
Figura 112: Alice no País das Maravilhas, da PubliFolha
73
Figura 113: A Bela Adormecida, de Louise Rowe
73
Figura 114: O Mágico de OZ, de Robert Sabuda
73
Figura 115: White Star Line Titanic, da Ciranda Cultural
73
Figura 116: Star Wars: A Pop-up Guide to the Galaxy, de Matthew Reinhart
74
Figura 117: The Pop-up Book of Nightmares, de Matthew Reinhart
74
Figura 118: The Pop-up Book of Nightmares, de Matthew Reinhart, Robert Sabuda e Matthew Armstrong
74
Figura 119: O Pequeno Príncipe, da Agir
74
Figura 120: Moby Dick, da PubliFolha
74
Figura 121: Alice no País das Maravilhas, da Ciranda Cultural
74
Figura 122: A Bela e a Fera, de Robert Sabuda, pela PubliFolha
74
Figura 123: Galileu - Observações, Experiências e Invenções, da Ciranda Cultural
74
Figura 124: O Vascão, da Belas Letras
75
Figura 125: Harry Potter, de Lucy Kee, pela Salamandra
75
Figura 126: The Pop-up Book of Fobias, de Gary Greenberg e Matthew Reinhart
75
Figura 126: A Bela e a Fera, de Robert Sabuda, publicado pela PubliFolha
76
Figura 127: Páginas 1 e 2 do livro A Bela e a Fera
77
Figura 129: Páginas 5 e 6 do livro A Bela e a Fera
77
Figura 128: Páginas 3 e 4 do livro A Bela e a Fera
77
Figura 130: Páginas 7 e 8 do livro A Bela e a Fera
77
Figura 131: Páginas 9 e 10 do livro A Bela e a Fera
77
Figura 132: Neiman Marcus - Pop-up Book, de Neiman Marcus e Kees Moerbeek
79
Figura 133: The Pop-up Book of Ships, de David Hawcock e Eric Kentley
79
Figura 134: The elements of Pop-up, de David A. Carter e James Diaz
79
Figura 135: 600 Black Spots, de David A. Carter
79
Figura 136: The Pop-up Wine Book, de Hugh Johnson e Ron Van Der Meer
79
Figura 137: Angels: A Pop-up Book, de Chuck Fischer
79
Figura 138: Modern Architecture Pop-up, de David Sokol
79
Figura 139: The Human Body, de Jonathan Miller e David Pelham
79
Figura 140: ABC3D, de Marion Bataille
80
Figura 141: Popville, de Anouck Boisrobert e Louis Rigaud
80
Figura 142: Pop-up Architecture, de Anton Radevski
80
Figura 143: Visionaire edição n ° 55, de Bruce Foster
80
Figura 144: livro ABC3D
81
Figura 145: capa do livro ABC3D da artista Marion Bataille
81
Figura 146: letra “a” do livro ABC3D de Marion Bataille
82
Figura 147: letra “b” do livro ABC3D de Marion Bataille
82
Figura 148: letra “c” do livro ABC3D de Marion Bataille
82
Figura 149: letra “d” do livro ABC3D de Marion Bataille
82
Figura 150: a letra “e” do livro ABC3D de Marion Bataille
82
Figura 151: letra “f” do livro ABC3D de Marion Bataille
82
Figura 152: letra “g”do livro ABC3D de Marion Bataille
83
Figura 153: a letra “h” do livro ABC3D de Marion Bataille
83
Figura 154: as letras “o” e “p”do livro ABC3D de Marion Bataille
83
Figura 155: as letras “q” e “r” do livro ABC3D de Marion Bataille
83
Figura 156: a letra “s” do livro ABC3D de Marion Bataille
83
Figura 157: letras “v” e “w”do livro ABC3D de Marion Bataille
83
Figura 158: revista Visionaire
84
Figura 159: obra de Steven Klein
85
Figura 160: obra de Sølve Sundsbø
85
Figura 161: obra de Cai Guo-Qiang
85
Figura 162: obra de Yayoi Kusama
85
Figura 163: obra de Andreas Gursky
85
Figura 164: obra de Gareth Pugh with Nicole Formichetti & Gary Card
85
Figura 165: obra de Mario Testino
86
Figura 166: obra de Guido Modafico
86
Figura 167: obra de Guido Modafico
86
Figura 168: obra de Alasdair McLallen
86
Figura 169: obra de Sophie Calle
86
Figura 170: Geração de Alternativas para Capa
102
Figura 171: detalhe da técnica ce perfuração
102
Figura 172: técnica ce recortes de papel
102
Figura 173: cena 1
104
Figura 174: cena 2
105
Figura 175: cena 3
106
Figura 176: cena 4
107
Figura 177: cena 5
108
Figura 178: cena 6
109
Figura 179: cena 7
110
Figura 180: cena 8
111
Figura 181: cena 9
112
Figura 182: cena 10
113
Figura 183: cena 11
114
Figura 184: cena 12
115
Figura 185: cena 1
116
Figura 186: cena 1
116
Figura 187: cena 1
116
Figura 188: cena 2
116
Figura 189: cena 2
116
Figura 190: Geração de Alternativas em Embalagem
117
Figura 191: Alternativa Final para Capa
119
Figura 192: escoço da ilustração da Capa
119
Figura 193: ilustração da Capa finalizada
119
Figura 194: diagramação da capa
120
Figura 195: capa finalizada
120
Figura 196: mecanismo “mesa flutuante com suportes”
121
Figura 197: suporte do mecanismo “mesa flutuante com suportes”
121
Figura 198: ilustração da Pequena Sereia para a primeira cena do miolo
121
Figura 199: cena 1
122
Figura 200: ilustração finalizada da primeira cena do livro pop-up
123
Figura 201: último plano e peça base
123
Figura 202: segundo plano do pop-up
123
Figura 203: primeiro plano
123
Figura 204: suporte da cena 1
123
Figura 205: primeiro pop-up finalizado
123
Figura 206: página de Peter Pan, de Robert Sabuda
124
Figura 207: cena 2
124
Figura 208: cena 2
124
Figura 209: cena 2
124
Figura 210: suporte da cena 2
124
Figura 211: peça base da cena 2
125
Figura 212: construção cena 2
125
Figura 213: construção cena 2
125
Figura 214: construção cena 2
125
Figura 215: cena 2 finalizada
125
Figura 216: casco do navio pronto
126
Figura 217: cena 3
126
Figura 218: cena 4
127
Figura 219: cena 5
128
Figura 220: cena 6
129
Figura 221: cena 7
130
Figura 222: cena 8
131
Figura 223: cena 9
132
Figura 224: cena 10
133
Figura 225: cena 11
134
Figura 226: cena 12
135
Figura 227: rendering do produto final
136
Sumário
INTRODUÇÃO
19
MÉTODO
25
1. O LIVRO POP-UP
23
1.1. Classificação
28
1.2. Produção
32
1.3. Técnicas
38
1.4. Teste de técnica
42
1.5. Materiais e ferramentas
45
2. O CONTO
47
2.1. Análise e Adaptação do Conto
48
2.1.1. A Pequena Sereia, por Nayara Brito
50
3. ESTÉTICA
56
4. TEXTO
60
4.1. Rialto
60
4.2. Requiem
61
4.3. Valentina - Regular
62
5. LIVRO
64
5.1 Levantamento de livros pop-up publicados
64
5.1.1. Infantil
64
5.1.1.1. Contos de Fada Pop-up: Chapeuzinho Vermelho
67
5.1.1.2. A história do Natal
69
5.1.2. Juvenil
71
5.1.2.1. A Bela e a Fera
76
5.1.3. Adulto
78
5.1.3.1. ABC3D
81
5.1.3.2. Visionaire
84
5.2. Análise Paramétrica de Concorrentes e Similares
88
6. REQUISITOS DO PROJETO
92
6.1. Pop-up
92
6.2. Conto
94
6.3. Estética
95
6.4. Texto
96
6.5. Livro
97
6.6. Pessoais
99
7. GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS
101
7.1. Capa
101
7.2. Miolo
103
7.2.1. cena 1
104
7.2.2. cena 2
105
7.2.3. cena 3
106
7.2.4. cena 4
107
7.2.5. cena 5
108
7.2.6. cena 6
109
7.2.7. cena 7
110
7.2.8. cena 8
111
7.2.9. cena 9
112
7.2.10. cena 10
113
7.2.11. cena 11
114
7.2.12. cena 12
115
7.3. Embalagem
117
8. CONSTRUÇÃO DO PRODUTO FINAL
119
8.1. Capa
119
8.2. Miolo
121
8.2.1. Cena 1
121
8.2.2. Cena 2
124
8.2.3. Cena 3
126
8.2.4. Cena 4
127
8.2.5. Cena 5
128
8.2.6. Cena 6
129
8.2.7. Cena 7
130
8.2.8. Cena 8
131
8.2.9. Cena 9
132
8.2.10. Cena 10
133
8.2.11. Cena 11
134
8.2.12. Cena 12
135
8.3. Encadernação
135
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
137
10. REFERÊNCIAS
138
INTRODUÇÃO
Engenharia de Papel é um segmento do design que trabalha com dobras, cortes e vincos para criar estruturas, mecanismos e formas tridimensionais a partir de planos propiciados pelo papel, sendo que sua mais importante atuação é no design editorial, no projeto de livros pop-up.
Com o livro, a humanidade perpetuou e propagou ideias por gerações; e com o livro pop-up, elevou o processo de apreensão de conteúdo ao nível interativo. O conteúdo não é mais só absorvido por meio da leitura, ele é manipulado por meio de abas, volvelles e outros mecanismos pop-up que complementam a informação sobre a página. A possibilidade de explorar o pop-up para proporcionar interação a um suporte físico e a alta capacidade inventiva desse tipo de mecanismo corroboraram para a realização desse projeto, que é desenvolvimento de um livro pop-up da adaptação do conto de fadas A Pequena Sereia. O foco da primeira etapa do projeto é o estudo teórico e prático da Engenharia de Papel e suas aplicações no projeto de um livro pop-up. O livro pop-up é aqui compreendido como livro com elementos mecânicos, ou livro no qual o movimento de abertura da página eleva uma imagem tridimensional, e cuja narrativa é explorada por meio da manipulação da informação. O objetivo geral deste Trabalho de Conclusão de Curso é desenvolver um livro pop-up da adaptação do conto A Pequena Sereia, e para isso foi sugerida uma série de objetivos específicos para se alcançar esse fim: (I) estudar os mecanismos pop-up; (II) pesquisar o contexto em que os livros pop-up estão inseridos; (III) analisar os aspectos técnicos envolvidos no desenvolvimento de livros pop-up e IV) adaptar o conto A Pequena Sereia. O projeto tem como diferenciais proporcionar um experiência imersiva de leitura por meio da estética, e o alto caráter autoral, pois as funções de Engenharia de Papel, de editoração, de design, de ilustração e de escrita, foram desempenhados pela autora do projeto. Para compreender melhor o projeto, foi feita uma di19
visão em 5 categorias que abrangem todo o universo do projeto, que são: “ pop-up”, “conto”, “estética”, “texto” e “livro”.
Figura 1: os quatro pilares que compõe o produto final do projeto.
O “ pop-up” é a categoria que compreende os mecanismos de papel e que agrega interação ao livro. A categoria “conto” abarca tanto o roteiro da história quanto a experiência de vivenciar uma narrativa por meio da leitura e manipulação dos mecanismos pop-up. O “conto” é registrado no livro por meio do “texto”, categoria esta que envolve tanto a tipografia quanto a mancha textual. Já a categoria “estética” tem relação direta com as experiências proporcionadas ao leitor durante a manipulação do “livro”. Todas essas vertentes unidas de forma coerente resultarão no produto final do projeto, que é um “livro”.
20
MÉTODO Este relatório foi estruturado seguindo a categorização do projeto apresentado no capítulo anterior, ou seja, a partir dos grupos “ pop-up”, “conto”, “estética”, “texto” e “livro”. O conteúdo mostrado neste relatório obedece uma sequência lógica didática que não corresponde a maneira como o projeto foi executado. O primeiro capítulo deste documento aborda a categoria “ pop-up”, onde é apresentado o histórico do livro pop-up, a classificação dos mecanismos de papel e produção, Em seguida, são apresentadas as principais técnicas de construção desse tipo de publicação. Então, é apresentado um teste de técnicas, levantamento de materiais, e um levantamento de requisitos fechando esta categoria. Os capítulos seguintes focam no conto A Pequena Sereia e sua análise, onde são apresentadas palavras-chave que compreendem o universo do conto. No próximo capítulo, inicia-se o relato de como se deu a adaptação do conto A Pequena Sereia seguindo as palavras-chave como requisitos para sua construção. Uma vez determinado o roteiro, foi feita uma divisão de cenas visando a construção delas em pop-up. Determinadas as cenas para serem trabalhadas, deu-se início a um estudo estético, focado no estilo visual, de como a sereia como ser fantástico é e foi retratada ao longo dos anos. Para isso, foi confeccionado um painel de estilo levantando obras desde o século XIX aos dias atuais. Para criar um contexto imersivo por meio da estética, foi feito um segundo painel para analisar o fundo do mar como habitat das sereias e como ambiente naturalmente imersivo, o que gerou algumas palavras-chave para a construção da estética do projeto. No capítulo “texto” foi feito um levantamento tipográfico com intuito de registrar e apresentar concretamente o conto. Os capítulos seguintes apresentam os estudos referentes à categoria “livro”. A primeira etapa desta categoria apresenta um levantamento e análise de concorrentes e similares, o que acarretou em um levantamento de 21
requisitos. Terminada a etapa de levantamento de análise de dados, é apresentado um capítulo que apresenta um levantamento de todos os requsitos gerados ao longo do projeto. São mostrados requisitos das categorias “ pop-up”, “conto”, “estética”, “texto” e “livro”. Em seguida, é apresentado o capitulo de Geração de Alternativas, etapa do projeto que se deu a partir da compreensão dos Requisistos do Projeto. São mostradas alternativas de ilustração em pop-up para cada uma das 12 cenas geradas na etapa de Divisão de Cenas. O próximo capítulo mostra a construção das cenas. Compreende a ilustração arte-finalizada, a montagem das pranchas para impressão, e a montagem final do pop-up. A montagem final e a encadernação são mostradas no capítulo seguinte. No capítulo Produto Final é mostrado o produto final e verifica-se se há correspondência entre os requisitos gerados ao longo do projeto e o livro pop-up. Por último, é apresentado o capítulo de Conclusão, onde aspectos finais referentes ao projeto são apresentados.
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1. O LIVRO POP-UP
Figura 2: Astronomicum caesareum (1540), de Peter Apian.
Figura 3: De Humani Corporis Fabrica Librorum Epítome de Andreas Vesalius
Livros pop-up são caracterizados como livros que, quando abertos, revelam elementos tridimensionais ou mecânicos. Ao explorar a superfície do papel e possibilitar movimento, os livros pop-up oferecem uma nova experiência de interação ao leitor, uma vez que dispositivos como abas e volvelles apresentam informações complementares à página impressa. O texto deixa de ser uma entidade completa e rígida que o leitor recebe do autor e passa a ser um processo colaborativo de busca pelo conhecimento, no qual o autor oferece os materiais e o leitor interage com a informação por várias abordagens, como visualização, leitura, verificação e manipulação dos elementos. Segundo Ellen G. K. Rubin, no texto Pop-up and Movable books in the context of History , os elementos mecânicos foram utilizados originalmente como ferramenta de auxílio ao ensino de adultos, que tornava a experiência mais atrativa e o conteúdo mais memorável. Rubin, membro-fundadora do Movable Books Society , conheceu os livros pop-up em meados de 1980, e desde então não parou de pesquisar sobre o tema: possui cerca de 7000 livros e outros tantos não catalogados. Com intuito de compreender a história dos livros pop-up, este capítulo se baseará no texto proposto por Rubin, apresentando os principais acontecimentos. Segundo a autora, o primeiro dispositivo mecânico inventado data do século XIII, quando Matthew Paris (12001250), um monge beneditino inglês, usou um disco giratório, ou volvelle, em sua obra Chronica Majorca para calcular datas de feriados cristãos. No entanto, o primeiro livro com este dispositivo foi o Ars Magna (A Grande Arte), do poeta e filósofo catalão Raimundo Lúlio, publicado em meados de 1305. Foi projetado como uma ferramenta para responder a perguntas sobre a criação do universo e o futuro, por meio de um sistema de classificação das coisas do mundo em discos superiores e inferiores, indicadas com letras do alfabeto. Outros tipos de mecanismos, especialmente as abas, foram amplamente utilizadas no século XIV. De acordo com 23
Rubin, o ensino de anatomia foi facilitado com o uso delas, que cobriam uma seção do corpo humano e revelavam camadas de pele, músculos e órgãos. O De Humani Corporis Fabrica Librorum Epítome, de Andreas Vesalius, apresenta uma ilustração móvel em xilogravura onde a anatomia humana é mostrada em sete camadas sobrepostas. Os livros pop-up não eram destinados a crianças até o século XVIII. No entanto, após uma mudança de pensamento, quando a imagem de criança se desvincula da do adulto e ela passa a ser considerada um ser dotado de características especiais, a literatura infantil toma forma, e com ela, a produção de livros infantis. A leitura passou a ser uma experiência agradável, com apoio de ilustrações e elementos interativos. No entanto, o primeiro livro pop-up destinado a crianças foi o Harlequinade , de Robert Sayer, no estilo abas. O livro consiste em duas cenas divididas em uma série de abas, que quando levantadas, resultam em combinações da cena.
Figura 4: Rainha Mab ou os truques do Arlequim, n ° 6, Robert Sayer, 1771
Logo depois, a autora apresenta uma série de fatos que colaboraram para a proliferação da literatura infantil. São eles: o advento da Revolução Industrial no final do século XIX, que reduziu o custo da impressão de livros; a Lei da Educação de 1870, que estabeleceu o ensino obrigatório na Inglaterra; os sucessos de Robinson Crusoe (1719) e As viagens de Gulliver (1726); os contos coletados pelos Irmãos Grimm (1823), e as traduções de Hans Christian Andersen, de 1846, geraram uma onda de produção de literatura infantil que prosseguiu até o início do século XX.
Figura 5: The history of Little Fanny, S & J Fuller, 1810, com trajes removíveis.
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Figura 6: Comic Actors, de Lothar Meggendorfer, em 1891, a aba movimenta o personagem.
Figura 7: Bookano Stories N° 16. Louis Giraud. 1949. A imagem tridimensional aparece perpendicularmente à superíficie da página.
Figura 8: Mickey Mouse at the circus, 1934, Blue Ribbon Press para a Walt Disney.
Como consequência, houve uma segmentação do mercado literário infantil. A S & J Fuller lançou o The history of Little Fanny, em 1810, um livro que possibilita trocas de roupa de papel no corpo da boneca. A Dean & Sons, creditada como a criadora do livro pop-up tridimensional, lançou 50 títulos diferentes, empregando elementos como túneis e transformações. Rubin relata que nesse período livros foram amplamente traduzidos em muitas línguas. A Alemanha se tornou o principal centro de impressão e montagem; cartões e postais começaram a ser impressos com mecanismos pop-up, e o surgimento da cromolitografia alavancou de vez a produção de livros móveis e pop-up, que passaram a ser desfrutados por toda a família, fazendo do século XIX a era de ouro desses livros interativos. Nesta época, destaca-se Meggendorfer Lothar (1847-1925), na Alemanha, com o uso de abas mecânicas, que com o movimento era capaz de mover um cenário inteiro. Porém, a chegada da Primeira Guerra Mundial destruiu os centros de montagem alemães. Tornou-se difícil a reunião de mão de obra necessária para a produção de livros, assim como a oferta de papéis e pessoas com tempo livre para supérfluos. No entanto, com a escassez de produção de livros interativos durante a Guerra, Stephan Giraud (1879-1950), na Inglaterra, patenteou o modelo stand-up life-like, living models e pictures that spring to life . Em sua série Bookano , apresentou estruturas tridimensionais sobre a superfície de papel, lançando o modelo atualmente conhecido como pop-up. O uso de elementos interativos em livros definhava, mas não a ponto de se extinguir. Artistas e editoras americanas começaram a usar em maior número esses dispositivos mecânicos em livros, publicidade e cartões. Em 1932, durante o marasmo da Depressão, uma empresa de Nova Iorque, a Blue Ribbon Press, produziu uma série de livros pop-up de contos de fadas clássicos e personagens de desenhos animados, como Popeye, Dick Tracy, Mickey Mouse e Little Orphan Annie. Durante a Segunda Guerra Mundial, o americano Julian Wehrde patenteou o painel basculante de papel disposto 25
atrás da página de base que permite movimentos múltiplos com uma única aba, assim como Meggendorfer, mas sem a utilização de um rebite. Rubin relata que a história dos livros pop-up deu uma guinada em meados da década de 1960, quando Waldo Hunt acendeu a segunda era de ouro dos livros pop-ups. Após contato com livros na Europa, Hunt voltou para os Estados Unidos e fundou a Randon House - com uma equipe de pioneiros da Engenharia de Papel -, onde publicou uma série de livros nas décadas de 60 e 70, muitos dos quais são considerados clássicos desse tipo de publicação. No final, a autora relata que inovações em Engenharia de Papel continuam sendo feitas. Robert Sabuda, inovou elementos interativos em suas versões pop-up de clássicos da literatura infantil O mágico de Oz, Alice no País das Maravilhas e outros, sendo considerado um dos mais importantes Engenheiros de Papel da atualidade. O ilustrador premiado Paulo O. Zelinsky em parceria com Andrew Baron, vencedor do prêmio Meggendorfer, criaram o livro mais complexo dos últimos tempos, o Knick Knack-paddywhack , com mais de 200 partes móveis.
Figura 9: Knick Knack-paddywhack de Paulo O. Zelinksy, 2003.
Rubin conclui que é difícil dizer se a diminuição dos títulos é uma consequência das tendências de mercado, da redução de número de editoras interessadas ou do alto custo de produção. Porém, diz que a essência das obras, o artista, não mudou em 700 anos de história, e que ainda produz e encanta crianças e adultos.
Figura 10: O Mágico de OZ e Alice no País da Maravilhas, publicações de Robert Sabuda de 2000 e 2003, respectivamente.
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Analisando esse breve histórico é possível observar que a história dos livros móveis e pop-up se mescla com a própria história da literatura infantil, e que apesar dos altos e baixos, esse tipo de livro consegue se manter em um mercado editorial cada vez mais exigente. É fácil observar também, que artistas de várias épocas perceberam a potencial inventivo e exploratório desse tipo de publicação, comprovando que a elaboração de um livro pop-up é interessante em termos de projeto de design, já que aborda vários campos como a Engenharia de Papel e o editoração, por exemplo.
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1.1. CLASSIFICAÇÃO Uma vez relatado e analisado o histórico dos livros pop-up, é importante compreender que mecanismos se caracterizam como pop-up. Para tanto, uma pesquisa foi feita na internet, em sites sobre o tema, como o popuplady, da autora Ellen G. K. Rubin, e o libros pop-up, de Héctor Ugalde, que relatam os seguintes mecanismos como os principais:
VOLVELLE ou rodas giratórias são discos sobrepostos
presos ao centro por linha ou rebite, que podem ser girados de forma independente uns dos outros. Podem ser usados para mostrar conteúdo adicional, realizar cálculos por meio do alinhamento de informações e obter combinações de conteúdo. São os precursores da calculadora moderna.
Figura 11: Volvelle
Figura 13: Elemento de transformação
Figura 12: Réplica de volvelle da obra Chronica Majorca
TRANSFORMAÇÃO pode ser de três tipos: horizontal, vertical ou circular. Em padrões horizontal e vertical, duas imagens são fatiadas e sobrepostas, de modo que acionando a aba ou movimentando as lâminas, elas deslizam sobre as outras, até aparecer a imagem encoberta, conforme Figura 13. Quando o desenho é circular, dois setores deslizam um sobre o outro, criando um efeito de diafragma, em que uma imagem é dissolvida em uma outra, como ilustrado pela Figura 14.
Figura 14: elemento de transformação radial
ROLETA é um elemento mecânico no qual um disco de papel é fixado atrás da imagem visível, e que quando rotacionado, mostra desenhos através de orifícios na imagem superior.
Figura 15: mecanismo de roleta
TÚNEL OU PEEP-SHOW é uma série de ilustrações recortadas, espaçadas e suportadas por painéis laterais. A capa tem uma ou mais aberturas para permitir a visualização das ilustrações internas. A sobreposição das várias ilustrações cria uma sensação de profundidade, como em um túnel.
ABA é um pedaço de papel ilustrado ligado à página base em um único ponto, que quando levantado, revela uma ilustração escondida ou uma mensagem. Vide Figura 17.
Figura 16: livro túnel ou peep-show .
Figura 17: abas usadas no estudo de anatomia.
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ABA MECÂNICA é uma extensão que quando puxada, empurrada ou deslizada, causa movimento em um ilustração.
Figura 18: exemplo de abas mecânicas
IMAGEM COMBINADA é um conjunto de abas, que quando levantadas, mudam pedaços da imagem. A Figura 19 apresenta este mecanismo.
Figura 19: imagem combinada
TEIA DE ARANHA é um espiral com aba ou linha presa em sua zona central, que quando puxado, forma uma imagem semelhante à uma teia de aranha.
Figura 20: teia de aranha
POP-UP é uma mecanismo que, quando ativado pela
abertura ou por uma aba, se eleva sobre a superfície da página. Existem 3 tipos básicos de pop-up: o de abertura em 90° ou paralelograno, o de abertura em 180° e o de abertura em 360°, também chamado de carrossel.
ABERTURA EM 90° OU PARALELOGRAMO é o mais antigo e o mais simples estilo de pop-up. A imagem permanece paralela à página aberta e é melhor visualizado com o livro na vertical.
Figura 21: mecanismo paralelogramo. Este mecanismo é melhor visualizado com o livro na vertical.
ABERTURA EM 180° é o mais comum no mercado. A imagem tridimensional é mostrada perpendicularmente à página e é melhor visualizado com o livro na horizontal.
Figura 22: também chamado de dobra em “v”, permite vários desdobramento, sendo o tipo de mecanismo pop-up mais usado atualmente
ABERTURA EM 360° OU CARROSSEL possui imagens tridimensionais que se formam ao prender, com corda, cola ou velcro, a primeira página à última em torno da lombada.
Figura 23: elemento de carrossel. É a junção de vários elementos de túnel com visualização na vertical.
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1.2. PRODUÇÃO Durante a análise documental foram percebidas duas vertentes principais em relação à produção gráfica de livros pop-up: livros pop-up com imagens impressas e livros com ilustração em recortes de papel. Para a produção gráfica, deve-se determinar qual a forma utilizada para ilustrar o conteúdo imagético, pois conforme for, o processo pode ser diferente. Na produção gráfica com recortes, os elementos pop-up e ilustrativos são feitos em papéis já coloridos cortados em silhueta ou em perfil com ferramentas de corte, como guilhotina, tesouras, estiletes e facas de precisão; se houver produção em série, facas de corte, corte a laser e outros processos industriais são utilizadas. As principais técnicas usadas nessa vertente são o papercutting (“papel recortado” em tradução livre) e o kirigami , ambas técnicas de corte de papel, sendo que a última também envolve dobra e vinco. As Figuras 24 e 25 representam, respectivamente, as técnicas mencionadas acima. Um exemplo comercial essa categoria de produção é o livro 600 Black Spots, de David A. Carter, no qual o leitor se prende tentando achar as seiscentas manchas negras nas páginas do livro. A Figura 26 mostra uma página do livro, cuja produção industrial mescla o papercutting e a impressão gráfica.
Figura 24: várias camadas de paper cutting, ou recortes de papel, sobrepostas.
Figura 25: exemplo de kirigami. Neste exemplar, foi necessário o uso de vinco.
Figura 26: página do livro de David A. Carter, onde é possível ver recortes de papel compondo a página.
Por outro lado, a produção gráfica com imagens impressas, vide Figura 27, é o mais comum quando se trata de produção de livros pop-up. É feita em gráficas, com alta
Figura 27: página de livro pop-up de produção gráfica. As peças foram cortadas com facas de corte.
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tiragem, com corte a laser ou a facas de corte. Os passos usuais de construção de livros pop-up segundo Iain Smyth, da Papersmyths, e com complementação do texto de David Hawcock, da David Hawcock Books, são mostrados a seguir: Conceito
Figura 28: esboço à mão da ilustração a conter na cena, à esquerda, e à direita, esboço da cena em pop-up.
É a fase inicial onde uma proposta de livro pop-up é esboçada. É feita uma investigação sobre o tema, uma coleta de informações e de imagens de referência para o projeto. A partir do esboço inicial, o Engenheiro de Papel desenvolve um novo esboço do que ele acha possível criar com papel, para assim, ir para a fase de execução. Modelo e Engenharia de Papel
Figura 29: modelo em branco feito após o esboço da cena.
Esta é a fase mais crucial, onde o livro e os mecanismos são projetados. Um primeiro modelo é feito e ajustado até que o efeito desejado seja obtido, e em seguida, um modelo funcional é feito em papel branco, também conhe33
cido como working white. Este modelo é também usado para se obter cálculos de custos de impressão e de montagem, podendo haver mudança no projeto caso os custos sejam muito altos. Die-lines
Figura 30: as die-lines são feitas de modo a orientar as ilustrações e confecção das facas de corte
A partir do working white as die-line são feitas. São guias feitas primeiramente à mão e transfomadas em arquivos vetoriais que servem de base para as facas de corte. Arte e texto
Figura 31: as ilustrações são feitas tendo como base as die-lines mostradas na etapa anterior
O ilustrador desenvolve as ilustrações para adequar-se à área das die-lines e às imagens da base, e o escritor elabora o texto levando em conta a área restrita. As ilustrações prontas são mescladas às die-lines eletronicamente. É feito um outro modelo em tamanho real para a aprovação do cliente.
Modelo colorido Colorem-se as ilustrações, confecciona-se um modelo completo para conferência das cores, do correto funciona34
mento dos mecanismos e da coincidência entre os mecanismos pop-up e as imagens da base. A Figura 32 representa esta etapa. Nesting sheet Figura 32: modelo após a etapa de coloração.
Figura 33: nesting sheet ou prancha para impressão.
Preparam-se as imagens e montam-se as folhas para impressão visando o máximo aproveitamento do papel. Produção Os arquivos digitais do livro são enviados a gráficas, geralmente no oriente (Tailândia, Singapura e China) e na América do Sul (principalmente Equador). Provas são feitas e conferidas, para, então, inciar a impressão das nesting sheet.
Corte As nesting sheet são vincadas e cortadas com facas de corte. As peças são destacadas e enviadas à área de montagem; as sobras são recolhidas para reciclagem. As facas de corte são armazenadas caso haja a possibilidade de uma nova edição. Figura 34: exemplo de faca de corte usada na produção de livros pop-up.
Montagem As peças semelhantes são empilhadas e levadas à área de montagem, onde são constantemente abastecidas. O processo de montagem obedece uma linha de produção, ou seja, cada trabalhador é encarregado de uma única função, por exemplo, cortar ou dobrar. Não é raro haver mais 35
de 100 trabalhadores envolvidos na produção de um exemplar. O livro pop-up é montado à mão, usando um guia de montagem enviado junto ao arquivo digital à gráfica. Finalização
Figura 35 e 36: mulheres destacando e empilhando as peças
Figura 37: a montagem do livro pop-up é manual.
Os livros finalizados são despachados e armazenados nos armazéns das editoras, de onde são enviados às livrarias.
Figura 38: livro pop-up finalizado.
Figura 39: trabalhadoras empacotando livros pop-up para o futuro despacho.
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Analisando as duas vertentes apresentadas e focando na melhor alternativa de viabilidade para a produção do livro pop-up do conto A Pequena Sereia, determinou-se que a mescla das duas vertentes: a impressão e o recorte de papel como meios de ilustrar o livro são interessantes, cada um de seu modo, para agregar valor ao projeto. O recurso de impressão foi escolhido para os textos, assim como para algumas ilustrações finalizadas digitalmente. Já os recortes em papel, foram escolhidos por questões de custo e por ser uma técnica que permite exploração. Sobre a produção industrial de livros pop-up, viu-se a importância e a eficácia dos passos, já que é usada pelos dois artistas citados.
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1.3. TÉCNICAS Para se conhecer as técnicas utilizadas para elaborar elementos interativos e tridimensionais em livros pop-up, uma pesquisa foi feita na internet usando as palavras-chave “ pop-up+mechanisms” e “ pop-up+techniques ” na ferramenta de busca Google, chegando ao livro Pop-up! a manual of Paper Mechanisms , de Duncan Birmingham. O livro apresenta mecanismos básicos que podem ser modificados e combinados entre si possibilitando a representação de uma grande variedade de ideias. Com quase 100 páginas, o livro também mostra os materiais necessários para confecção de mecanismos de papel, além de vocabulário específico, ordem apropriada para execução da atividade e dicas importantes. O autor apresenta cerca de 60 mecanismos, dentre eles a dobra simples em “v”, o paralelogramo e a dobra em 45°, considerados por ele os três elementos básicos de todo pop-up. Esses três mecanismos quando combinados ou modificados desdobram em muitos outros, comprovando o comportamento mutável do pop-up. Ele também apresenta mecanismos como o discos giratório, a forma abaulada, transformação, aba mecânica e túnel. No entanto, esta etapa referente a técnicas se focará nos três mecanismos básicos, não excetuando os outros elementos no desenvolvimento do projeto, que podem ser consultados no livro Pop-up! a manual of Paper Mechanisms .
Figura 40: capa do livro Pop-up! a manual of Paper Mechanisms, de Duncan Birmingham.
DOBRA SIMPLES EM “V”
Figura 41: Dobra simples em “v” e seu comportamento de abertura.
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É um mecanismo simples que suporta grandes variações. Com a abertura da página, a peça pop-up se posiciona sobre a superfície aberta. A Figura 41 representa o comportamento das peças de base e da peça pop-up quando ocorre o movimento. Esse mecanismo sofre mudanças de comportamento de acordo com a angulação da peça base e da peça pop-up. As imagens abaixo ilustram essa situação.
Figura 42: quando o ângulo A é menor que 90, a peça se inclina para trás.
Figura 43: quando o ângulo A é maior que 90, a peça se inclina para frente.
As imagens a seguir mostram a variação de uso da dobra simples em “v”.
Figura 44: múltiplas dobras em “v”.
Figura 46: simples dobra em”v” com projeções.
Figura 45: simples dobra em “v” com projeções.
Figura 47: simples dobra em”v” com vazado central.
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PARALELOGRAMO
Figura 48: elemento de paralelogramo e as peças de base e pop-up.
Diferentemente da dobra em “v”, o paralelogramo é um mecanismo em que a peça pop-up se dispõe paralelamente à superfície da página. A visualização se dá com a abertura em 90° da página. A Figura 48 mostra a peça pop-up e a peça de base, respectivamente. A seguir, imagens que mostram a variação de uso do paralelogramo:
Figura 49: múltiplos paralelogramos
Figura 50: paralelogramo cortado a partir da base
Figura 51: múltiplos paralelogramos
Figura 52: múltiplos paralelogramos
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DOBRA EM 45°
Um pequeno triângulo de 90° dobrado ao meio (45° para cada lado) funciona como uma alavanca que permite movimento automático quando ocorre a abertura da página, conforme mostrado na Figura 53. O ângulo A na peça de base e no triângulo duplo, na Figura 53, têm 45°. As abas B do triângulo devem ser coladas à peça base, se certificando de que a linha C (dobrada em montanha) fique sobre a dobra (em vale) da página base. A peça móvel (o cavalo), indicada na Figura 53 com a letra D, deve ser colada sobre a superfíce D no triângulo duplo. A Figura 54 mostra como acontece a movimentação.
Figura 53: dobra em 45° e as peças base e pop-up.
Figura 54: dobra em 45° e seu comportamento quando há abertura da página.
Um vez estudado, na teoria, os três mecanismos basais da construção do pop-up, foi percebida a necessidade de testá-los para conhecer seu funcionamento na prática. Para tanto, um teste foi feito, executando os principais mecanismos pop-up e suas variações, os quais são apresentados no capítulo seguinte.
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1.4. TESTE DE TÉCNICA Com base nas explicações de Birmingham no livro Pop-up! a manual of Paper Mechanisms , e do artista Robert Sabuda em seu site robertsabuda.com, além de tutoriais de confecção de “ pop-up cards” (palavra-chave pesquisada no site de hospedagem de vídeos Youtube), alguns testes foram feitos. As fotos a seguir mostram as primeiras experiências de confecção de pop-us:
Figura 55: desdobramento da dobra em “v”.
Seguindo os passos explicados por Birmingham sobre dobra simples em “v”, foi possível elaborar o pop-up mostrado pela Figura 55. Foram usadas sobras de papel Canson 180g/m², cola branca extra forte da marca Cascorez, além de ferramentas de corte, como faca de precisão, estilete e tesoura. No entanto, problemas de medição e falhas de execução comprometeram o bom funcionamento do mecanismo, que exigia uma abertura maior de 180° para que a estrutura se alavancasse sobre a página. Por outro lado, o pop-up apresentado na Figura 56 não apresentou problemas de acionamento, visto que foi montado usando um modelo pronto publicado no site do Engenheiro de Papel Robert Sabuda. É um desdobramento da técnica de dobra em “v” usado para construir um barco.
Figura 56: modelo pronto publicado por Robert Sabuda.
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Figura 57: outro modelo publicado por Robert Sabuda.
O terceiro teste, mostrado na Figura 57, tem construção igual à anterior, pois também foi montado a partir de um modelo pronto publicado no site dde Robert Sabuda. É uma cena do livro O Mágico de Oz, publicado no Brasil pela Publifolha, executado partir de uma combinação de várias dobras em “v”.
Figura 58: modelo publicado por Robert Pattenden.
O pop-up mostrado na Figura 58 é um galeão montado a partir de um modelo pronto publicado no site do artista Roger Pattenden. Foi o mais trabalhoso dos pop-up para construir, porque possui cerca de 20 partes. E por último, a Figura 59 mostra o primeiro pop-up original elaborado. Foi baseado na técnica de dobra simples em “v” explicado no livro de Birmingham e ilustra uma cena do conto A Pequena Sereia, de Hans Christien Andersen.
Figura 59: primeiro modelo autoral. É uma dobra em “v” vazada.
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A partir da execução desses primeiros exemplares, foi possível perceber que a Engenharia de Papel é um trabalho bastante minucioso, que precisa de certeza, pois erros de dimensão acarretam no mal funcionamento do mecanismo. Visando essa precisão em relação a confecção dos mecanismo, uma pesquisa sobre ferramentas e materiais foi feita de forma a melhorar a eficiência da atividade. Algumas considerações apresentadas são fruto de análise documental, principalmente da leitura do livro Pop-up! a manual of Paper Mechanisms, de Duncan Birmingham, e outras do resultado do primeiro teste de confecção de mecanismos. As considerações serão mostradas no capítulo seguinte.
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1.5. MATERIAIS E FERRAMENTAS O primeiro capítulo do livro de Duncan Birmingham apresenta uma lista de materiais e ferramentas recomendadas por ele para a confecção de mecanismos pop-up. O item papel encabeça a lista, seguido por tesoura, vincador, cola, lápis e régua, base para corte, faca de carta e instrumentos de desenho, materiais esses ditos básicos pelo autor. Em relação ao item papel, Birmingham relata que a gramatura ideal para a confecção de mecanismos de papel é 220 g/m², no entanto, ele afirma que não deve ser inferior a 135g/m². Para a confecção dos modelos do capítulo anterior, foi usado papel Canson de 180g/m² de gramatura, o que não se mostrou muito eficiente, pois não sustentou o peso das estruturas de papel. Diante deste fato, um requisito de projeto na categoria “ pop-up” é o uso de papel de gramatura superior a 220g/m² para a confecção de mecanismos pop-up. Sobre o segundo item relatado, tesoura e ferramentas de corte, o autor diz que a tesoura é adequada para cortar a maioria dos mecanismos pop-up, mas que se houver necessidade de maior exatidão, uma faca de precisão é a melhor escolha, o que foi comprovado pelo teste do capíulo anterior. No que se refere a ferramenta vincador, terceiro item relatado, é muito importante o seu uso, pois diferentemente da dobra manual, onde as fibras do papel são rompidas, o vincador comprime a fibra, evitando futuros rasgos. Quanto à cola, o autor frisa o uso de cola isenta de ácido, pois cola com PH alto tende a amarelar a área com o tempo. Ele também sugere o uso de colas em gel em detrimento da cola à base de água, já que esta última demora para secar e pode enrugar o papel. A cola em gel, no entanto, “pode ser mais facilmente controlada”, fala do autor em tradução livre. Acerca do quinto item, lápis e régua, o Engenheiro de Papel aconselha o uso de réguas plásticas para medições e réguas metálicas para o uso combinado com instrumentos de corte, para não danificar a ferramenta. Sobre lápis, ele diz que é importante o seu uso para fazer marcações e 45
linhas guia. Base para corte, o próximo item, o autor diz que é necessário para preservar a superfície das bancadas, dado que é fabricada com material de alta dureza, propriedade que confere alta resistência a riscos. Em relação ao item faca de carta, o autor sugere seu uso para auxiliar a aderência de cantos e bordas difíceis de se alcançar. Sobre o último item, instrumentos de desenho, o autor aconselha o uso de esquadros diversos, transferidores e compasso para o desenho técnico dos mecanismos pop-up. Diante essa explanação sobre Materiais e Ferramentas, uma pesquisa de preços foi feita em diversas papelarias e lojas de arte do Distrito Federal com intuito de adquirir o arsenal básico para o desenvolvimento do projeto. As Figuras 60 e 61 mostram os materias e ferramentas usados:
Figura 60: dois esquadros de 60 ° e 45 °; uma régua metálica para corte, uma régua plástica para medição e uma base para corte.
Figura 61: três rolos de fita adesiva, sendo duas duplaface, e a outra do tipo crepe; um estilete com vincador embutido; dois tubos de cola, sendo que um frasco é reaproveitado de embalagem de tintura de cabelo. A mudança de frasco se deu pela facilidade do bico da embalagem de tintura em conferir precisão na vazão de cola; um kit de faca de corte; uma pinça metálica longa, usada para aderir cantos de difícil acesso; um boleador; uma lixa de unha para dar acabamento às arestas; lapiseiras e borracha.
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2. O CONTO
Figura 62: estátua em homenagem à Pequena Sereia em Copenhague, Dinamarca.
A história escolhida para guiar a narrativa de interação do projeto é o conto de fadas A pequena Sereia, de Hans Christian Andersen. Esta seleção se deu por se tratar de um clássico da literatura infantil, e por ainda não ter sido trabalhada em um livro pop-up recentemente; Robert Sabuda, no entanto, pretende lançar um livro pop-up com esta história na segunda metade do ano 2013. A Pequena Sereia tem trama baseada na vida de uma jovem sereia, caçula de seis irmãs, que, após emergir à superfície, em um ritual de passagem, se apaixona por um príncipe. Mesmo tendo natureza diferente da humana, a protagonista se dispõe a dar sua voz e sua identidade como sereia a fim de conseguir uma alma humana, pernas e ter a chance de viver um grande amor com o príncipe. Ao fim da história, a Pequena Sereia não atinge o seu objetivo, e por isso, se transforma em espuma do mar, como maldição posta por uma feiticeira. Para melhor entendimento, o conto A Pequena Sereia, de Andersen, está disponível no anexo deste relatório. A Pequena Sereia foi publicada em 1837, Copenhague, pela C. A. Reitzel e sofreu várias críticas pelo seu término triste, levando Andersen a acrescentar uma cena ao final do conto mudando o destino da personagem. Nesta cena, a Pequena Sereia é salva pelas Filhas do Ar, seres semelhantes a anjos, que a levam para o céu, para assim, adquirir a alma imortal tão almejada por ela. O conto teve várias adaptações desde sua publicação, incluindo o famoso filme A Pequena Sereia (1989), da Walt Disney; além de uma estátua, na Dinamarca, de Edvard Eriksen, de 1913, que se tornou importante ponto turístico da capital.
2.1. ANÁLISE E ADAPTAÇÃO DO CONTO Após a leitura de A Pequena Sereia, de Hans Christian Andersen, cerca de 40.000 caracteres em português, algumas palavras-chave foram listadas por realçarem o universo proposto pelo autor e por serem importantes para compor a estética do projeto. São elas: CURIOSIDADE INOCÊNCIA DESCONHECIDO INDIFERENÇA AMOR SERENIDADE SELVAGEM ALMA
SACRIFÍCIO TRISTEZA ETERNIDADE LEVEZA CONTRASTE FLUIDEZ NATUREZA MISTÉRIO
Após o levantamento de palavras-chave, foi feita uma análise aprofundada do conto para a divisão das cenas fundamentais do enredo, para, assim, se propor uma solução de composição para cada uma elas usando mecanismos pop-up. Foram definidas 24 cenas primordiais com média de 1600 caracteres cada, o que daria uma lombada muito alta e uma mancha textual muito grande para ser trabalhada em conjunto com os demais elementos visuais da página. Então, foi proposta uma adaptação do conto visando a redução dos caracteres e a síntese do enredo, seguindo as palavras-chave levantadas anteriormente como guia para manter o mesmo universo proposto por Andersen. Para a adaptação, algumas mudanças foram feitas em relação ao original, a começar pela protagonista. No conto de Andersen, a história é narrada em terceira pessoa e tem como protagonista a Pequena Sereia - personagem que abanona a sua família e sua identidade como sereia, além de sua voz e de seu dom de cantar para ter a chance de viver um grande amor - ; já na adaptação, definiu-se o Príncipe como protagonista, pois no original o rapaz desconhecer os sentimentos da Pequena Sereia e tudo que ela abriu mão para estar ao seu lado. Para que a história da Pequena Sereia não fosse em vão, decidiu-se tra48
balhar o Príncipe como personagem onisciente, que conhece todos os fatos do enredo, inclusive o sacríficio da sereia, e que ele fosse o responsável pela disseminação de sua história. Além de ser narrada a partir do ponto de vista do Príncipe, o modo de narração é em primeira pessoa, outro ponto que difere do original. A história é uma reminiscência onde o protagonista narra em uma carta a vida que ele imagina que a sereiazinha viveu antes de encontrá-lo, até o momento em que ela se desmancha em espuma do mar. A história chega até o leitor por meio de uma carta em uma garrafa que o Príncipe escreveu, como simbolismo à devolução da alma da Pequena Sereia ao mar, que é o seu lugar de direito. O processo de adaptação do conto foi dispendioso, haja vista a falta de experiência da autora do projeto com a escrita criativa, o que acabou demandando cerca de três semanas do cronograma do projeto para sua conclusão. A adaptação do conto foi feita como exercício da oficina Escrita Criativa ministrado por Marco Antunes promovido pelo Tribunal de Contas da União - TCU, onde a autora do projeto estagia.
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2.1.1. A PEQUENA SEREIA, POR NAYARA BRITO
PODERIA COMEÇAR ESSA CARTA dizendo que lamento o que ocorreu, mas não o farei; não por não lamentar, mas para não perder o objetivo com que escrevo. Contarei uma história da qual tive participação fundamental, mesmo não sabendo de meu papel à época; mas não será por vaidade, tampouco por remorso. Contarei porque cabe a mim, e somente a mim, rememorar partes esquecidas e esclarecer trechos inventados ao longo do tempo, porque sou a única parte vivente dela que pode reclamá-la para si. Essa é uma história famosa, que você já ouviu falar, mas de tanto que foi repetida, perdeu o seu real significado. Para mostrar o que ela significa para mim, contarei, em seu nome, como nos conhecemos. Esta é a história de como conheci uma pequena sereia. Uma criatura das águas que veio a mim numa tempestade, em um pedido de socorro que fiz aos céus e que depois retornou a meu lado como minha confidente e irmã. Foi embora assim como veio, de repente, pelo mar, já deixando saudade. Antes não tivesse vindo... Sinto-a na brisa que toca o rosto, no sal que impregna a roupa, no gosto da lágrima, na espuma, no ar e em mim. *** Ela vivia no oceano, no fundo, junto de suas seis irmãs. Talvez fosse numa caverna, numa fenda ou num palácio, mas deixemos como palácio, é mais digno da memória dela. Lá a sereiazinha passava seus dias, nadando nos grandes salões, dando de comer a peixes, afagando golfinhos e trabalhando nos jardins. Nada de muito interessante, você poderia pensar; mas se você soubesse como ela era boa em jardinagem, mudaria de opinião. O seu jardim era redondo como o sol, repleto de flores amarelas como o brilho dele, e ao centro repousava uma estátua, esculpida à imagem de um rapaz. Não havia nada de âncoras quebradas ou talheres de prata como foi difundido em canções e histórias, somente sua estátua e suas plantas. Por lá ela trabalhava, descansava, trabalhava mais um pouco e conversava com o jovem de mármore, se perguntando o que existiria no mundo dos seres humanos. Mas isso ela só descobriria aos quinze anos, quando lhe era permitido ir à superfície e se sentar nos rochedos à luz do luar. Como a sereiazinha ansiava por esse dia! Mal sabia ela que quando chegasse, sua vida mudaria completamente. Para você que está acostumado com as belezas mundanas é difícil imaginar a curio50
sidade da Pequena Sereia em conhecer tais coisas, mas a culpa é de suas irmãs que a encheram de expectativas. Por terem a oportunidade de emergir a superfície, elas contavam-lhe sobre cidades e suas luzes que brilhavam como estrelas; sobre as horas de repouso nos bancos de areia; sobre colinas verdejantes que se estendiam por milhas; icebergs e o canto dos pássaros. Enchiam sua cabeça com imagens do céu, que se abobadava em volta da água; nuvens em tons de violeta e carmesim; golfinhos e baleias esguichando água como chafarizes; trovões roucos e relâmpagos agudos, e ondas escuras dançando no mar. A caçula desconhecia todas essas coisas, e fadada a suportar a mais longa espera, se postava na janela e fitava suas irmãs subindo à superfície do oceano. Ficava para trás, sozinha, acompanhando-as com os olhos. Teria chorado, mas sereias não têm lágrimas, e por isso, sofrem muito mais que nós. Então, finalmente, a Pequena Sereia completou quinze anos. Enfeitou-se com uma coroa de lírios minúsculos e ostras presas em sua cauda e nadou em direção à superfície, deixando um leve rastro de bolhas a seguirem. O sol acabara de se pôr quando ela ergueu a cabeça sobre as ondas. Viu um grande navio de três mastros à deriva tão distante que parecia uma gaivota. Nadou em sua direção, curiosa, se deixando levar pelo balanço das águas. Finalmente veria os seres humanos pela primeira vez. Aproximou-se da escotilha da cabine e, cada vez que uma onda levantava, podia ver através do vidro homens bem trajados e entre eles o jovem príncipe, que lhes conta esta história. Eu não a havia visto do lado de fora, entenda bem. Nunca poderia imaginar como nosso encontro afetaria sua vida. Mas voltemos ao fato. Neste momento da história, a Pequena Sereia me via pela primeira vez. Não sou nenhum pouco especial, tampouco admirável, mas ela ficou encantada com a minha visão. Eu apertava a mão dos marinheiros, ria e sorria com eles e acompanhava a música que rodopiava pelos céus. Ela passou muito tempo me observando, até que anoiteceu e o mar tornou-se revolto. Ondas cresciam, nuvens negras pesavam no céu e relâmpagos faiscavam, preparando uma terrível tempestade, que chegou mais rápido que seu anúncio. O navio se rompeu ao baque das ondas pesadas. O mastro partiu-se em dois, a embarcação mergulhou e voltou a surgir nas cristas espumosas como um cisne. Um clarão iluminou todos que estavam a bordo, e a Pequena Sereia me viu cair no mar momentos antes de o navio se partir. Meus pulmões queimaram sem ar, bolhas me cercaram em um turbilhão e meus membros fraquejaram. Tentei lutar por algum tempo, mas por fim, me entreguei ao mar. Eu afundei por tanto tempo que me pareceu uma eternidade. Por fim, uma calma se apossou de meu corpo, e o senti como uma extensão do oceano. Por um instante, senti o sol me acariciando. Em meio à escuridão, um brilho ama51
relo me cercava. Parecia o sol, pareciam fios, parecia alguém. Voltei a fechar os olhos e quando os abri, estava na praia deitado sobre um travesseiro de areia, cercado de moças que me pareceram vir de um templo. Fui acudido por uma delas. Sorri para todas, em especial para a moça que me salvara. Nem sequer notei uma sereiazinha escondida atrás de uma larga pedra, tão infeliz que mergulhou de volta para casa. A Pequena Sereia passou muito tempo triste e pensativa, mas ninguém ousava lhe perguntar o que acontecera. Em muitas manhãs e entardeceres, ela subia até a margem na esperança de me ver, mas voltava para casa ainda mais cheia de tristeza. Seu único consolo era ficar em seu jardim, com os braços em torno da estátua que achava tão parecida comigo. Vamos perdoá-la por um momento. Ela era ingênua e jovem, ainda não sabia o que era tristeza de verdade. Por muito tempo fiquei pensando em como fui salvo no naufrágio. Às vezes eu ficava contemplando o oceano da sacada de meus aposentos quando percebia uma pequena onda se formar na superfície da água ou uma rápida agitação de fios dourados próximo à escadaria. Na época pensei que fossem peixes adejando na superfície ou reflexos do sol, mas agora sei que era a Pequena Sereia. Ela queria explorar o mundo superior, conhecer os seres humanos e ansiava profundamente pela companhia deles. Por isso foi conversar com sua avó, que entendia tudo sobre os países de cima. Ela lhe revelou que os seres humanos, diferentemente do povo do mar, possuem alma imortal. Depois que seus corpos perecem, suas almas atingem os reinos desconhecidos dos céus e por lá ficam para sempre. Pobre das sereias que jamais conhecerão essas regiões! Por mais que atinjam facilmente a idade de trezentos anos, quando a vida chega ao fim, seus corpos simplesmente se transformam em espuma do mar. Mas não havia nada que a Pequena Sereia pudesse fazer para conseguir uma alma imortal? Havia sim. Somente se um homem a amasse a ponto de casar-se com ela sob a promessa de ser fiel por toda a eternidade. Nesse caso, parte da alma dele deslizaria para o corpo da sereia, e assim ela obteria uma parcela da felicidade humana. Seria de se supor que esta descoberta a deixasse feliz, mas não deixou; nenhum homem seria capaz de amar um ser metade mulher e metade peixe. Por isso, naquela noite a Pequena Sereia cantou. Cantou de coração, de alma imortal que não tinha, desejando que sua voz atravessasse a água e alcançasse o príncipe. Ela sentiu emoções saírem do corpo, mas só restou dor, e isso era demais para aguentar. Então, cantou mais alto, mas a dor não saiu; ficou presa na garganta, e ela sabia que tinha de tirá-la de lá. Só uma pessoa em todos os mares conseguiria arrancar a dor da Pequena Sereia, a feiticeira do mar. Ela vivia nos charcos lodosos, nas profundezas do oceano, e lá não era lugar para uma sereiazinha ir, mas ela estava determinada. Torço 52
para que minhas palavras sejam o suficiente para dar-lhes a ideia da podridão do brejo da bruxa: cobras d’água ondeavam ao lado de ossos presos no lamaçal. Bolhas grossas e oleosas se desprendiam do chão; pólipos estendiam seus braços buliçosos para cima, como vítimas pedindo socorro, e ao lado do esqueleto de uma sereia, havia uma construção capenga de ossos humanos naufragados, onde a feiticeira do mar deixava um sapo se alimentar em sua boca e uma asquerosa cobra rastejar sobre seu peito. Vou direto ao ponto porque é um assunto desagradável de se tratar: a Pequena Sereia fez um trato com a bruxa, mesmo sabendo que não se barganha com elas. Ofereceu sua voz (e língua) em troca de um elixir para dividir sua cauda em duas pernas. Todos que a vissem diriam que era a mais graciosa humana, dotada dos mais graciosos movimentos. Mas ia doer. E como! A cada passo que desse, sentiria como se uma faca afiada perfurasse seus pés e seus passos ficariam gravados no chão com sangue. Deveria, também, se casar com o príncipe, porque se não o fizesse, a Pequena Sereia se dissolveria em espuma na manhã seguinte ao casamento dele. Este último detalhe, nem os anteriores, fizeram-na desistir de sua meta. Não hesitou. Estirou a língua para fora, e entregou sua parte do trato. Agora começa o relato do que eu presenciei. Chega de suposições e trechos indefinidos. Ela estava desmaiada na escadaria do palácio, com os cabelos dourados cobrindo o corpo e um frasquinho vazio pendendo na mão. Ela tinha duas pernas, não que isso fosse importante para uma pessoa ignorante à sua história como eu era à época. Eu a via pela primeira vez, mas a memória de seu rosto já estava comigo antes. Não sei explicar se a vi em um sonho, se cheguei a vê-la no naufrágio ou se a tinha vislumbrado da sacada. Sua imagem era muito natural para mim, como uma irmã ou uma sobrinha presente. Eu a tomei pela mão e a encaminhei para o castelo. Fiz algumas tentativas de comunicação, mas tomei como se ela estivesse assustada demais para falar. Aos poucos fui me convencendo de que ela era muda, mas isso não importava, porque eu conseguia ler seu olhar tão claramente como quem lê um livro. Providenciei para que ela fosse bem recebida. Ganhou vestidos suntuosos de seda, instalou-se em um dos aposentos, participou de cavalgadas e escalou montanhas; acompanhou-me em longas caminhadas e dançou. Este último detalhe vale mais explicação. Como dançava! Erguia seus lindos braços finos e deslizada pelos salões com elegância e graça. Seu rosto encantava a todos, mas seus olhos mostravam angústia como jamais vi. Ela acabou se tornando muito quista para mim, e eu sempre lhe deixava claro o quanto, sempre que seus olhos pareciam mostrar sinais de dúvida. Ela se parecia com uma certa jovem que me acudiu no naufrágio, uma garota que vivia em um templo sagrado à beira do mar. A moça do templo era a única que eu poderia amar, mas a mudinha era tão parecida com ela, que quase troquei a imagem de minha salvadora de minha mente. 53
Não entendia muito bem porque algumas vezes a pequena ia refrescar os pés no mar. Ficava por muito tempo balançando-os na água, contemplando o oceano com uma certa nostalgia. Pensava que poderia estar sentindo saudade de casa, talvez se lembrando de alguém, mas eu não poderia estar mais errado: eram seus pés que doíam. Algum tempo depois, meus pais insistiram que eu fosse a um reino vizinho – mas para conhecimento geral, queria dizer que eu iria conhecer minha noiva. Contei tudo à pequena e lhe disse que a queria comigo na viagem, e ela não se importou. Sabia que eu a amava demais para desposar de qualquer moça, mas amava ainda mais a moça do templo. Beijei-lhe os lábios e disse que se fosse forçado a escolher uma noiva, escolheria minha mudinha, que era tão devota a mim. Juntamo-nos à comitiva e fomos conhecer o reino vizinho. Fomos saudados por uma quantidade de soldados maior de que do reino de meu pai. Os sinos das igrejas tocavam e das torres podia-se ouvir o toque dos trompetes. Todos os dias havia festejos, e a Pequena sempre a meu lado me apoiando. Bailes e espetáculos se sucederam até a princesa aparecer, pois estava sendo criada e educada fora do reino; só não disseram que era em um templo sagrado. Finalmente minha noiva apareceu. Ela era minha salvadora, foi a primeira coisa que notei. A segunda foi que tinha de me casar com ela. E assim fiz. Casei-me com ela no mesmo dia. Eu estava tão feliz, que achei que todos estivessem felizes também, mas me enganei. Quando minha mudinha beijou minha mão, senti angústia em seu olhar. O dia de meu casamento significava sua morte. No dia de meu casamento, eu não percebi nada senão seu amor e sua bênção. Naquela mesma noite embarcamos para casa. Os canhões troavam, as bandeiras brandiam e no centro do navio fora erguida uma enorme tenda púrpura para os recém-casados. Ao anoitecer, acenderam lanternas de várias cores e os marinheiros dançavam alegremente. Todos estavam felizes, menos uma pequena garota, debruçada sobre a amurada do navio contemplando o mar. Precisava chorar, mas não derramava lágrimas. Precisava desabafar, mas não falava; por isso, dançou. Nunca antes ela dançara com tanta elegância. Ela riu e dançou com os outros, embora seu coração ruminasse a morte. Retirei-me com minha esposa para a tenda e o navio ficou silencioso e tranquilo. A Pequena Sereia se inclinou na amurada aguardando a aurora. O primeiro raio de sol traria sua morte. Contudo, ao invés de luz, viu suas irmãs emergindo. Elas estavam pálidas e afoitas, e já não tinham os cabelos longos que antes ondulavam na água, porque os haviam dado à feiticeira do mar em troca de salvação para a irmã. O punhal que a feiticeira lhes deu deveria ser usado pela Pequena Sereia para cravá-lo em meu peito. Quando meu sangue lhe tocasse os pés, eles se uniriam e minha pequena voltaria a ser sereia de novo. 54
Vou contar-lhes esta parte da história o mais breve possível, pois não quero reviver momentos dolorosos. A pequena sereia afastou a cortina da tenda e me viu dormindo junto de minha esposa. Ela ficou parada nos contemplando por algum tempo, até que me beijou a fronte e jogou o punhal na água, que se tornou vermelha onde caiu. Depois subiu na amurada, e se jogou do navio para o mar. Foi assim que seu corpo se dissolveu em espuma. Belas criaturas do ar pairaram ao redor do sol. Elas não possuíam asas, mas a leveza as fazia flutuar no ar. A pequena sereia notou que agora tinha um corpo como o delas e que estava se elevando cada vez mais acima da espuma. A sereia agora estava entre as Filhas do Ar. Pesquisei o que isto quer dizer e descobri que as filhas do ar são seres que como as sereias, não possuem alma imortal, mas podem consegui-la através de boas ações. Devem levar brisas frescas, espalhar a fragrância das flores através do ar e enviar consolo e cura, praticando bondade para assim conquistar a alma eterna. A Pequena Sereia levantou seus braços para o céu e pela primeira vez sentiu o gosto das lágrimas. Eu e minha esposa fitávamos a espuma perolada, e de repente, sabia o que havia acontecido. Quando senti uma brisa tocar meu rosto, eu soube que ela era minha salvadora.
A partir da análise do conto A Pequena Sereia, de Nayara Brito, uma divisão de cenas foi feita para definir os momentos fundamentais do enredo, totalizando 12 cenas a serem trabalhas como miolo do livro. 1- Apresentação da rotina da Pequena Sereia. 2- Ouve as maravilhas do mundo dos humanos. 3 - Pequena Sereia vê o Príncipe. 4- Pequena Sereia salva o Príncipe. 5 - Pequena Sereia vê Príncipe ser acudido pela Moça do Templo. 6 - Pequena Sereia espreita Príncipe. 7 - Pequena Sereia conversa com bruxa. 8 - Pequena Sereia desmaia na escadaria do castelo do Príncipe. 9 - Príncipe conta a Pequena Sereia que está noivo. 10 - Pequena Sereia desiste de matar Príncipe. 11 - Pequena Sereia vira espuma do mar. 12 - Pequena Sereia vira Filha do Ar. 55
3. ESTÉTICA A estética tem relação direta com as experiências proporcionadas no leitor durante a manipulação do livro. É nela que são tratados os elementos visuais, sensitivos, cognitivos, auditivos, palatáveis e olfativos, que auxiliam na construção do contexto da narrativa, além de atrair o leitor e de proporcionar imersão no universo fictício. Por meio da exploração desses elementos estéticos, que se propõe o diferencial do projeto: trazer imersão por meio da estética. De posse das 12 cenas, que são o principal material de trabalho do projeto, e haja vista a importância da estética no projeto, dado o diferencial imersivo, sentiu-se a necessidade de entender como a sereia como ser fantástico é e tem sido retratada ao longo dos anos. Para tanto, uma pesquisa foi feita na internet usando as palavras-chave “sereia”, “ mermaid ”, “the little mermaid book illustrations”, “náiades” e “ syrene”, onde foram coletadas imagens de obras com sereias desde 1837 aos dias atuais.
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Figura 63: painel de estilo de sereias retratadas desde o início do século XIX aos dias atuais.
Analisando as imagens do painel desde seus aspectos estéticos aos simbólicos, algumas palavras-chaves foram percebidas. São elas: 57
CURIOSIDADE CONTRASTE LEVEZA LIBERDADE
BRILHO INOCÊNCIA FLUIDEZ SELVAGEM
Ao analisar o painel contendo as imagens da sereia, foi percebida a necessidade de observar o habitat natural desse ser fantástico, e para isso uma novo painel foi feito, com imagens referentes ao fundo do mar, o qual pode ser visto na Figura 64:
Figura 64: painel de estilo do fundo do mar, habitat das sereias.
Observando e analisando as imagens, as seguintes características foram percebidas: CORES SATURADAS GRADIENTE MOVIMENTO FLUIDEZ CONTRASTE
LUMINOSIDADE VIVACIDADE FLUORESCÊNCIA PRESSÃO TRANSLUCIDEZ 58
Dado à importância das palavras-chave geradas tanto pela análise do painel das sereias, quanto do painel do fundo do mar, definiu-se essas características como Requisitos do Projeto, por auxiliarem o leitor a imergir na narrativa do Produto Final. Esses e outros requisitos serão listados e analisados no capitulo Requisitos do Projeto mais à frente.
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4. TEXTO O texto é o último elemento que compõe a cena, depois da ilustração e do mecanismo pop-up. É por meio dele que o conto será registrado no livro, e por isso é importante que a família tipográfica escolhida seja coerente com os demais elementos do projeto. O conteúdo que será registrado no livro são as cenas divididas na etapa de Divisão de Cenas. Esta divisão gerou uma mancha textual com média de 970 caracteres por cena, um tamanho mais flexível para se trabalhar, em relação à possível divisão do conto original, que daria cerca de 1700. Além de o texto não repetir a informação imagética, é importante que ele seja parte da cena, um elemento integrado às demais informações, para manter o diferencial imersivo do projeto. Para tanto, uma pesquisa sobre o tema foi feita, chegando-se no livro Elementos do Estilo Tipográfico, de Robert Bringhurst, onde algumas famílias tipográficas foram levantadas, visando, principalmente, seu caráter estilístico, mas não excluindo outros aspectos fundamentais, como contraste, leiturabilidade e legibilidade, por exemplo. Após a consulta no livro de Robert Bringhust, duas famílias tipográficas em potencial para o projeto foram analisadas:
4.1. RIALTO
É um trabalho conjunto de Giovanni de Faccio e do tipógrafo Lui Karner, editada em 1999 pela df Type. Segundo o autor, a Rialto é uma de “extraordinária amabilidade caligrafica”e “[...] é forte o bastante para suportar textos de livros substanciais”. Além da romana e itálica, há tam-
Figura 65: tipografia Rialto nas versões regular,caixa alta e versalete, respectivamente.
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bém os versaletes e um alfabeto semibold , um conjunto completo de ligaturas e caracteres itálicos alternativos. A escolha da Rialto como possível família tipográfica do projeto, se deu pelo seu baixo contraste; por seu aspecto caligráfico, que convém com o fato de a história ser apresentada como uma carta; pelas longas caudas, que remetem ao corpo longilíneo e à própria cauda da sereia; por ter aparência feminina e pela organicidade, remetendo a elementos do fundo do mar. A Rialto apresenta boa legibilidade, uma vez que as letras são facilmente identificadas, e boa leiturabilidade, pois a leitura é de rápida assimilação, fator facilitado pelas longas ascendentes e descendentes.
4.2. REQUIEM
Figura 66: tipografia Requiem nas versões romana, itálico, small caps e itálico com ligatura. Imagem retirada do site www.typography. com, de Jonathan Hoetler e Tobias Frere-Jones.
A Requiem é um trabalho de Jonathan Hoefler, iniciado em 1990 e finalizado em 1999. Apresenta características semelhantes à Rialto, como longas caudas, baixo contraste e aparência feminina, no entanto, é menos orgânica que a Rialto. Apresenta boa leiturabilidade e boa legibilidade, como a anterior. No entanto, nenhuma das duas fontes foi encontrada gratuitamente na internet, o que acarretou na necessidade de uma busca mais aprofundada por uma nova família tipográfica para ser empregada no projeto. Por meio de uma sugestão da professora orientadora deste projeto, tomou-se conhecimento da família tipográfica Valentina, uma fonte opentype do designer Pedro 61
Arilla, que apresenta um conjunto mais amplo de caracteres. A Valentina está disponível para download na versão regular, com cerca de 450 caracteres, entre caixa baixa, caixa alta, versaletes, ligaturas, caracteres alternativos, numerais maiúsculos e minúsculos, além de sinais de pontuação e símbolos, no site do autor. A família apresenta alto contraste, aspecto feminino e organicidade, além de caudas longas, ascendentes e descendentes longos, que facilitam a leiturabilidade, além de os tipos serem facilmente identificados individualmente. Esses e outros aspectos, como a gratuidade da tipografia, corroboram para a escolha da Valentina como principal família tipográfica do projeto. A Valentina está disponível para download gratuitamente pelo site do designer, pedroarilla.com/es/valentina.
4.3. VALENTINA - REGULAR
Caixa Alta
Figura 67: Valentina regular versão caixa alta. Foto retirada do site www.pedroarilla.com/es/
Caixa Baixa
Figura 68: Valentina regular versão caixa baixa. Foto retirada do site www.pedroarilla.com/es/
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Caracteres Alternativos Figura 69: Caracteres alternativos da tipografia Valentina. Foto retirada do site www.pedroarilla.com/es/
Ligaturas Figura 70: Ligaturas. Foto retirada do site www.pedroarilla.com/es/
Numerais
Figura 71: Numerais. Foto retirada do site www.pedroarilla.com/es/
Símbolos e sinais de pontuação
Figura 72: Símbolos e sinais de pontuação. Foto retirada do site www.pedroarilla.com/es/
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5. LIVRO O livro, segundo a definição do projeto, é a junção coerente das categorias pop-up, conto, estética e texto, apresentados nos capítulos anteriores. Uma vez levantados e analisados esses componentes, é importante entender como o livro pop-up de comporta.
5.1. LEVANTAMENTO DE LIVROS POP-UP PUBLICADOS Com intuito de analisar as peculiariedades e compreender o universo em que os livros pop-up estão inseridos, um levantamento dos principais títulos foi realizado. A pesquisa foi feita por meio da internet, usando a ferramenta de busca Google Imagens, e por meio de visitas a livrarias físicas, como a Saraiva, Leitura e Cultura. Para complementar a pesquisa, foram vistos vídeos de resenhas de livros pop-up publicados em sites de compartilhamento. Após esta pesquisa, foram selecionados cerca de 50 títulos de livros pop-ups que abrangem o universo desse tipo de publicação. Percebeu-se a formação de três grandes grupos distintos, de acordo com a faixa etária do leitor, sendo Infantil, Juvenil e Adulto. Elegeu-se dois representantes de um cada desses grupos, os quais foram analisados seguindo parâmetros pré-estabelecidos, como: capa, dimensão, ilustração, texto, grid, cores, mecanismos, papel, estilo e objetivo, que podem ser vistos a seguir. 5.1.1. Infantil Compondo este grupo, encontram-se 16 títulos selecionados, que corresponde a publicações destinadas ao primeiro contato do leitor com a língua até o domínio da leitura. São livros com gravuras ou desenhos bem delineados e coloridos, com animais e objetos conhecidos, além de narrativas lineares, com frases simples, em ordem direta, explorando situações engraçadas e inesperadas. São livros com menos de 20 páginas, que exploram grandes áreas com imagens, além de recursos de abas e dobras em 45 °. Apresentam pouco texto por página, além de fonte grande, e personagens estilizados, animais ou humanos. 64
Figura 73: Fazenda Cócóri-quac! da editora Bicho Esperto. Foto retirada do sítio www. livrariacultura.com.br
Figura 74: O que você encontrará na Rua Assombrada?, de Christine Tagg e Charles Fuge. Foto retirada do sítio blogs.estadao.com.br
Figura 77: O Soldadinho de Chumbo, da editora Rai. Foto retirada do site www.americanas.com
Figura 78: O Sapo da Boca Grande, da livraria da Folha. Foto tirada do sítio www1.folha.uol. com.br
Figura 75: Oceano, de Maurice Pledger. Foto retirada do sítio www.eticapedagogica.com.br
Figura 79: As Aventuras de Pinóquio, da Ciranda Cultural. Foto de www.livrariacultura.com.br
Figura 76: Contos de Fada Pop-up: Chapeuzinho Vermelho, da Todolivro. Foto retirada do sítio www.todolivro.com.br
Figura 80: Bia, a fada dos dentes, de Gill Guile. Foto retirada do sítio www.livraria.folha.com.br
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Figura 81: Guia de Aventuras: Máquinas, da Ciranda Culturas. Foto retirada do sítio www. grupocirandacultural.com.br
Figura 85: Brilha, Brilha, Estrelina e Outras Cantigas, da Ciranda Cultural. Foto retirada do sítio www.livrariacuritiba.com.br
Figura 82: A História do Natal: o livro animado que conta como o menino Jesus nasceu, de Marie Greenwood. Foto de www.casasbahia.com.br
Figura 86: Chapeuzinho Vermelho, de Christian Guibbaud, pela editora Companhia das Letras. Foto retirada do sítio www.sinopsedolivro.net
Figura 83: O Tesouro Perdido do Pirata Pedro, de Brenda Apsley. Foto retirada do sítio compare.buscape.com.br
Figura 87: Hora de Brincar - Coleção Achou!, de Dorling Kindersley. Foto retirada do sítio www.americanas.com.br
Figura 84: Segredos Mágicos - Sereias, de John Patience, pela editora Ciranda Cultural. Foto retirada do sítio www.livrariasaraiva.com.br
Figura 88: Pop-up Trem Fantasma, de Chris Mould, pela editora Ciranda Cultural. Foto retirada do sítio www.tricae.com.br
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Para uma análise mais aprofundada do grupo Infantil apresentado acima, foram escolhidos dois livros por representarem bem a categoria e por serem de fácil acesso nas livrarias. Para isso, os livros Contos de Fada Pop-up: Chapeuzinho Vermelho, da Todolivro e A História do Natal: o livro animado que conta como o menino Jesus nasceu , de Marie Greenwood foram selecionados. A análise desses exemplares de seu durante uma visita à livraria Cultura, cujas principais características podem ser vistas a seguir:
5.1.1.1. CONTOS DE FADA POP-UP : CHAPEUZINHO VERMELHO O livro pop-up Chapeuzinho Vermelho, da coleção Contos de Fada Pop-up, editado pela Todolivro, é composto por 12 páginas com grandes ilustrações sangradas e poucas linhas de texto, se adequando ao público destinado. A capa, apresentada na Figura 89, é um elemento de túnel com cinco camadas perfiladas sobrepostas, encimadas por uma folha de acrílico, simulando profundidade ao caminho de Chapeuzinho Vermelho à casa da Vovó. Este artifício foi bem empregado por reforçar a ideia de perspectiva, não tão bem assimilada pelo público-alvo. A estrutura utilizada para apresentar a narrativa é semelhante em todas as páginas: o texto, em poucas linhas com frases simples e diretas, é mostrado no topo da página da esquerda, se mesclando com a ilustração. A ilustração é grande e sangrada nas duas páginas, com personagens estilizados e simpáticos ao público-alvo. Os elementos pop-up usados em todas as páginas são o paralelogramo e o mecanismo de dobra em 45°, que confere movimento automático conforme a abertura da página. As figuras a seguir mostram as páginas 1 e 2, 3 e 4, 5 e 6, 7 e 8 , 9 e 10 e 11 e 12 respectivamente.
Figura 89: Capa do livro da coleção Contos de Fada pop-up, Chapeuzinho Vermelho: livros de histórias em pop-up, da Todo livro.
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Figura 90: Páginas 1 e 2 do livro. O cenário é mostrado por meio do elemento pop-up paralelogramo. A abertura da página confere movimento à mão da Chapeuzinho Vermelho por meio de uma dobra em 45°.
Figura 91: Páginas 3 e 4 do livro. Similarmente à páginadupla anterior, a abertura confere movimento ao Lobo, que surge de trás da árvore mostrada na página da direita.
Figura 92: Páginas 5 e 6. A cama é apresentada por meio do elemento pop-up paralelogramo. Uma dobra em 45° é usada para suspender a cabeça do lobo conforme o movimento de abertura da página. O texto é mostrado na parte superior da página esquerda, se mesclando com a ilustração sangrada.
Figura 93: Páginas 7 e 8. Cenário mostrado por meio do elemento paralelogramo. Não há uso de elementos pop-up de movimento automático nestas páginas.
Figura 94: Páginas 9 e 10. O Lobo Mau é representado com o artifício do paralelogramo; duas dobras em 45° escondidas são usadas para movimentar seus braços.
Figura 95: Páginas 11 e 12. Vovó, Chapeuzinho Vermelho, Lobo Mau e caçador são representados com o elemento paralelogramo. No Lobo Mau são empregadas duas dobras em 45° para movimentar suas pernas.
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O livro analisado apresenta elementos pop-up como um reforço ao texto, pois o público infantil a que a obra se destina se encontra nos primeiros estágios de leitura e precisa de auxílio para a compreensão do conteúdo textual. Em cada página-dupla há repetição da mensagem, pois o texto escrito e os elementos imagéticos - incluindo o pop-up - representam a mesma a cena, ou seja, não há informação inédita por parte dos elementos pop-up. O livro apresenta a mesma estrutura em todas as suas páginas, variando somente o uso de dobras em 45°, que pode aparecer somente em algumas páginas-duplas. Entretanto, o livro A história do Natal - O Livro Animado que conta como o Menino Jesus Nasceu apresenta uma estrutura mais versátil, como pode ser visto a seguir.
5.1.1.2. A HISTÓRIA DO NATAL O livro A história do Natal - O Livro Animado que conta como o Menino Jesus nasceu , da Publifolha, possui 16 páginas com ilustrações, texto e mecanismos de papel variados. As ilustrações são estilizadas e sangradas em ambas as páginas, reforçando a informação textual. O texto se mescla com as ilustrações e pode vir tanto na página direita quanto na esquerda, evidenciando um grid mais versátil. Elementos pop-up como paralelogramo, dobra em 45° e abas compõem o rol de mecanismos pop-up; elementos como envelopes e peças destacáveis, conferem mais interatividade ao livro. Não foi possível fotografar as páginas da publicação, por isso uma busca foi feita na internet de modo a encontrar registros das páginas; foram encontradas somente fotografias das páginas 3 e 4, 5 e 6 e 11 e 12.
Figura 96: A história do Natal - O Livro Animado que conta como o Menino Jesus nasceu, da Publifolha
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As páginas 1 e 2 mostram uma ilustração sangrada em ambas as páginas com um anjo em dobra em 45° na página da direita. As páginas 3 e 4, indicado pela Figura 97, mostram três personagens em paralelogramo ao centro. Na página da direita há uma aba da altura da página que esconde dezenas de pequenas abas que formam um jogo da memória. As páginas 5 e 6, mostrada na Figura 98, mostram um elemento de dobra em “v” na parte superior. Há texto nas duas páginas, se mesclando com a ilustração. Páginas 7 e 8 mostram uma grande ilustração sangrada e uma dobra em 45°, que confere movimento automático ao abrir a página. Páginas 9 e 10 mostram uma estrutura semelhante à outras páginas: dobra em “v”, texto em ambas as páginas e ilustração sangrada. As páginas 11 e 12, conforme Figura 99, mostram um elemento de dobra em “v” com origami de estrela ao centro. Na página da direita, há um passo-a-passo para montar a estrela. Páginas 13 e 14 apresentam aba na página da esquerda, igual às das páginas 4 e 12, além de personagens com contorno picotado destacável. O último par de páginas possui um envelope na direita com peças para montar um presépio.
Figura 97: páginas 3 e 4
Figura 98: páginas 5 e 6
Figura 99: páginas 11 e 12
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O livro A História do Natal explora elementos pop-up variados para narrar a história do Menino Jesus. O livro se difere dos demais por apresentar outros elementos interativos além do pop-up, como é o caso do jogo da memória, dos personagens destacáveis, do envelope na última página, que contém peças para montagem de um presépio e do passo-a-passo de montagem de um origami. Os elementos pop-up mostram conteúdo diferente da informação textual, não havendo repetição - o que acontece em todas as páginas do livro Chapeuzinho Vermelho analisado anteriormente.
5.1.2. Juvenil Este grupo é formado por 27 livros, agrupados pela exigência mais aprofundada de leitura. Correspondem a adaptações de clássicos e contos de fadas, além de edições de colecionadores. Apresentam, em sua maioria, mais de 20 páginas, grandes áreas de texto nos extremos externos das páginas, assim como mecanismos de abas, dobras em “v” e paralelogramos. Formando este grupo, estão:
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Figura 100: O Mengão, da editora Belas-Letras. Foto retirada do sítio www.travessa.com.br
Figura 104: DC Super Heroes: the Ultimate Pop-up Book, de Matthew Reinhart. Foto retirada do site www.barnesandnoble.com
Figura 101: O Colorado, da editora Belas-Letras. Foto retirada do sítio www.internacional.com.br
Figura 105: Deuses & Heróis, de Matthew Reinhart e Robert Sabuda. Foto retirada do site www.almedina.net
Figura 102: O Coringão, da editora Belas-Letras. Foto retirada do sítio www.livrariasaraiva.com.br
Figura 106: Peter Pan, de Robert Sabuda. Foto retirada do site www.submarino.com.br
Figura 103: The Girls Who Loved Tom Gordon, da Silver Arch Books. Foto retirada do site www. abebooks.com
Figura 107: The Hobbit: A 3D Pop-up Adventure, de Harper Festival. Foto retirada do site www. amazon.com
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Figura 108: João e Maria, de Louise Rowe, por Ciranda Cultura. Foto retirada do sítio www. livrariasaraiva.com.br
Figura 112: Alice no País das Maravilhas, daPubliFolha. Foto tirada do site compare.buscape. com.br
Figura 109: Chapeuzinho Vermelho, de Louise Rowe, por Ciranda Cultura. Foto retirada do sítio www.livrariasaraiva.com.br
Figura 113: A Bela Adormecida, de Louise Rowe. Foto tirada do site www.grupocirandacultural. com.br
Figura 110: The Chronicles of Spiderwick, de Holly Black. Foto tirada do site www.ebay.com
Figura 114: O Mágico de OZ, de Robert Sabuda. Foto tirada do site www.submarino.com.br
Figura 111: Frankenstein, da PubliFolha. Foto retirada do sítio www.casasbahia.com.br
Figura 115: White Star Line Titanic, da Ciranda Cultural. Foto tirada do site www.grupocirandacultural.com.br
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Figura 116: Star Wars: A Pop-up Guide to the Galaxy, de Matthew Reinhart. Foto retirada do site www.amazon.com
Figura 120: Moby Dick, da PubliFolha. Foto retirada do site publifolha.folha.com.br
Figura 117: The Pop-up Book of Nightmares, de Matthew Reinhart. Foto retirada do site www. amazon.com
Figura 121: Alice no País das Maravilhas, da Ciranda Cultural. Tirado de www.grupocirandacultural.com.br
Figura 118: The Pop-up Book of Nightmares, de Matthew Reinhart, Robert Sabuda e Matthew Armstrong. Foto retirada do site www.amazon.com
Figura 119: O Pequeno Príncipe, da Agir. Foto retirada do site www.submarino.com.br
Figura 122: A Bela e a Fera, de Robert Sabuda, pela PubliFolha. Retirado do site www.livrariacultura.com.br
Figura 123: Galileu - Observações, Experiências e Invenções, da Ciranda Culturak. Foto retirada do site www.livrariasaraiva.com.br
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Figura 124: O Vascão, da Belas Letras. Foto retirada do site www.belasletras.com.br
Figura 126: The Pop-up Book of Fobias, de Gary Greenberg e Matthew Reinhart. Foto retirada do site www.ebay.com.br
Figura 125: Harry Potter, de Lucy Kee, pela Salamandra. Foto retirada do site www.livrariasaraiva.com.br
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Para analisar mais profundamente o grupo, foram selecionados dois títulos, o A Bela e a Fera, de Robert Sabuda por representar bem a categoria e por ser de fácil acesso nas livrarias.
5.1.2.1. A Bela e a Fera
Figura 126: A Bela e a Fera, de Robert Sabuda, publicado pela PubliFolha
O livro A Bela e a Fera, de Robert Sabuda, publicado pela Publifolha, explora com bastante diversidade o pop-up ao longo de suas 10 páginas. São dobras em “v”, dobras em 45°, túneis, vazados e outras técnicas usadas para narrar o conto. O texto é explorado em grandes áreas, sempre na frente de uma aba, que revela um elemento pop-up quando aberto. Essa aba é geralmente da altura da página, e se posiciona nos extremos das páginas, mas também pode aparecer no canto inferior, como acontece nas páginas 9 e 10. Os elementos pop-up principais são bastante altos, reforçando a identidade do artista, e vem acompanhados de elementos pop-up menores, mas não menos desenvolvidos. As imagens a seguir ilustram as cinco páginas-duplas abertas:
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Figura 127: Páginas 1 e 2. Pop-up principal em dobra em”v”. Na página da direita, há três túneis sanfonados presos com abas de texto. O texto se encontra na página da esquerda em duas abas, que quando abertas, mostram pop-ups menores.
Figura 128: Páginas 3 e 4. Igual à dupla anterior, o texto é apresentado em duas abas no extremo esquerdo. O pop-up principal é apresentado na técnica “boca” (tradução livre), um desdobramento da dobra em “v”.
Figura 129: Páginas 5 e 6. Texto em aba na página esquerda. A cena é mostrada com a técnica caixa, tradução livre.
Figura 130: Páginas 7 e 8. A cena é mostrada com uma dobra em “v” inclinada para frente. As abas da esquerda mostram o texto e elementos pop-up menores
Figura 131: Páginas 9 e 10. O texto é mostrado em abas na parte inferior da página, sendo que um deles, quando aberto, revela um pop-up menor. O pop-up principal é uma dobra em “v” vazada e com projeções.
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O livro A Bela e a Fera, de Robert Sabuda, explora com engenhosidade variadas técnicas pop-up para ilustrar a história, mostrando mais uma vez a inventividade inerente ao pop-up. O estilo bem definido das ilustrações e a paleta de cores restrita ajuda a reforçar a identidade visual do livro que poderia ser comprometida com a diversidade de elementos pop-up, podendo tornar a narrativa confusa ou desconexa. O livro compartilha a identidade visual com outras publicações do mesmo autor, como O mágico de OZ, Peter Pan e Alice no País das Maravilhas.
5.1.3. Adulto O grupo é formado por uma coletânea de 12 obras com temas adultos, com exploração de recursos pop-up mais elaborados ou que exigem um trabalho mais aprimorado de Engenharia de Papel. Notam-se livros de artistas e exemplares de auxílio à aprendizagem, como o The Human Body, de Jonathan Miller e David Pelham, e livros para aficionados, como o The pop-up wine book, de Hugh Johnson e Ron Van Der Meer e o The Pop-up Book of Ships, de David Hawcock e Eric Kentley. É possível perceber que há uma preocupação em relação à inovação quanto à embalagem e à forma como o livro é apresentado ao público.
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Figura 132: Neiman Marcus - Pop-up Book, de Neiman Marcus e Kees Moerbeek. Foto retirada do site www.amazon.com
Figura 136: The Pop-up Wine Book, de Hugh Johnson e Ron Van Der Meer. Foto retirada do site www.amazon.com
Figura 133: The Pop-up Book of Ships, de David Hawcock e Eric Kentley. Foto tirada do site www.amazon.com
Figura 137: Angels: A Pop-up Book, de Chuck Fischer. Foto retirada do site www.barnesandnoble.com
Figura 134: The elements of Pop-up, de David A. Carter e James Diaz. Foto retirada do site www.scholastic.com
Figura 138: Modern Architecture Pop-up, de David Sokol. Foto retirada do site www.livrariacultura.com.br
Figura 135: 600 Black Spots, de David A. Carter. Foto retirada do site www.barnesandnoble.com
Figura 139: The Human Body, de Jonathan Miller e David Pelham. Foto retirada do site www.amazon.com
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Figura 140: ABC3D, de Marion Bataille. Foto retirada do site www.amazon.com
Figura 141: Popville, de Anouck Boisrobert e Louis Rigaud. Foto retirada do site www. amazon.com
Figura 142: Pop-up Architecture, de Anton Radevski. Fotoretirada do site www.rakennustietoshop.fi
Figura 143; Visionaire edição n ° 55, de Bruce Foster. Foto retirada do site www.visionaireworld.com
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Com intuito de analisar as particularidades desse grupo, foram escolhidos duas publicações: ABC3D de Marion Bataille e Visionaire edição n ° 55, por Bruce Foster.
Figura 144: livro ABC3D
5.1.3.1. ABC3D O livro ABC3D de Marion Bataille explora o alfabeto latino como tema central em suas 35 páginas. Apesar de tratar do alfabeto, o livro não explora texto em seu interior. São as letras o destaque da obra, as quais são representadas em variadas técnicas pop-up, em área de destaque na página. A letra pode ser impressa na superfície do papel ou pode ter seu arquétipo formado pela estrutura do elemento pop-up. A paleta de cores reduzida garante que a obra não fique desconexa ou confusa, uma vez que os resultados obtidos pela manipulação dos elementos pop-up são bastante variados. As imagens seguintes mostram algumas páginas do livro ABC3D.
Figura 145: apa do livro ABC3D da artista Marion Bataille, onde as letras que intitulam a obra surgem conforme o ângulo de visão
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Figura 146: letra “a” do livro ABC3D de Marion Bataille. Pop-up em dobra em “v”. A própria estrutura do pop-up compõe a forma da letra.
Figura 147: letra “b” do livro ABC3D de Marion Bataille. Os círculos que compõe as barrigas do “b” aparecem quando ocorre a abertura da página.
Figura 148: letra “c” do livro ABC3D de Marion Bataille. A letra é mostrada em uma das faces de uma aba quando aberta em 90°.
Figura 149: letra “d” do livro ABC3D de Marion Bataille. Quando ocorre a abertura total da página, a outra face da aba é virada automaticamente, compondo a letra “d”
Figura 150: quando a página está aberta em 90°, a letra “e” é visível.
Figura 151: letra “f” do livro ABC3D de Marion Bataille. Quando aberta em 180°, uma aba automática esconde a última barra da letra “e”, formando a letra “f”.
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Figura 152: letra “g”. Dobras em 45° garantem que a letra gire quando há a abertura total da página.
Figura 153: a letra “h”é estruturada na técnica caixa, tradução livre.
Figura 154: as letras “o” e “p” são impressas em uma das páginas do livro.
Figura 155: quando a página da esquerda é virada, as letras “q” e “r” são formadas com auxílio de duas pernas impressas no papel vegetal.
Figura 156: a letra “s” é impressa na página da direita com dois vazados nas aberturas superior e inferior. Quando a página é aberta, os dois círculos giram automaticamente.
Figura 157: letras “v” e “w”. A letra “v” é impressa na página da esquerda e é espelhado com auxílio de um papel laminado, compondo a letra “w”.
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O livro ABC3D de Marion Bataille apresenta diversas técnicas pop-up e soluções criativas para guiar a narrativa. São usados diferentes tipos de papéis, que quando manipulados, mudam a estrutura da letra, ou da informação. É bastante evidente tanto a exploração da impressão gráfica quanto o pop-up como elemento formador da estrutura.
5.1.3.2. Visionaire
Figura 158: revista Visionaire, composta por uma embalagem em pop-up e 11 fascículos individuaias. Para manter a aleatoriedade da narrativa, não houve preocupação em unir linearmente os fascículos, como numa encadernação, por exemplo.
Visionaire é uma publicação sobre moda e arte que apresenta na edição de número 55 obras obras dos artistas artistas Cai Guo-Qiang, Andreas Gursky, Steven Klein, Mario Testino, Yayoi Yay oi Kusama, Sølve Sundsbø, Alasdair McLellan, Guido Mocafico, Gareth Pugh with Nicole Formichetti & Gary Card, Steven Meisel e Sophie Calle transformad transformadas as em pop-up pelo Engenheiro de Papel Bruce Foster. No total de 11 livretos, a coleção foi vendida em 2008 como artigo de luxo em parceria com a casa de champanhe Krug. Os 11 livretos serão analisados a seguir.
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Figura 159: obra de Steven Klein. O elemento pop-up se concentra no centro da página dupla formando um esferoide.
Figura 160: obra de Sølve Sundsbø. A cabeça central fecha a boca conforme a abertura da página; os perfis laterais não se alteram com o movimento.
Figura 161: obra de Cai Guo-Qiang. Elemento de dobra em “v” vazado.
Figura 162: obra de Yayoi Kusama. Elemento pop-up derivado da dobra em “v” com círculos corrediços.
Figura 163: obra de Andreas Gursky. Esferoide no centro da página dupla, elemento de transformação na página da direita e pequenas abas na página da esquerda.
Figura 164: obra de Gareth Pugh with Nicole Formichetti & Gary Card. Esfera e demais formas geométricas geométricas em pop-up.
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Figura 165: obra de Mario Testino. Testino. Múltiplas dobra em “v”.
Figura 166: obra de Steven Meisel. Elemento de túnel.
Figura 167: obra de Guido Modafico. Multiplas dobras em “v”.
Figura 168: obra de Alasdair McLallen. Múltiplas teias de aranha.
Figura 169: obra de Sophie Calle. Quatro abas.
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Diferentemente das demais obras analisadas, a revista Visionaire explora a aleatoriedade da narrativa ao apresentar fascículos independentes, renovando a experiência a cada leitura. Pelo fato de cada fascículo ser uma obra de um artista plástico, a revista acaba se tornando desconexa e não-coesa, uma vez que não mantém identidade com o restante dos fascículos. A paleta de cores ampla também favorece a sensação de dispersão, fato que deve ser atentado para não ocorrer com o produto final deste projeto.
Para comparar os resultados obtidos na observação dos exemplares dos grupos Infantil, Juvenil e Adulto, uma análise paramétrica foi feita para entender as particularidades dessas publicações e gerar requisitos para o projeto. O tópico a seguir apresenta a Análise Paramétrica de Concorrentes e Similares, e o seguinte, os Requisitos do Projeto gerados em todo o levantamento e anáise de dados.
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5.2. ANÁLISE PARAMÉTRICA DE CONCORRENTES E SIMILARES
EMBALAGEM
-
CAPA
capa dura em elemento de túnel formado por 5 camadas de papel e uma de acrílico
-
-
capa dura
capa lenticular
DIMENSÃO
21x26,5 cm
25,5 x 20,5cm
18,5x15,5cm
PÁGINAS
12
10
36
ILUSTRAÇÃO
ilustração estilizada e colorida
contorno contrastante e estilo marcante
-
TEXTO
cerca de 6 linhas para cada dupla de páginas, geralmente na página da esquerda e no canto superior
mancha gráfica extensa em abas localizada nos extremos das páginas
-
ilustração sangrada com área específica para texto
é percebida uma tentativa de estruturação, uma vez que os textos se encontram geralmente nos extremos das páginas
-
cores fortes reforçando a identidade
paleta de cores reduzida para dar coesão à obra
GRID
CORES
ampla paleta de cores
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MECANISMOS
paralelogramo e dobra em 45° paralelo à superfície da página
dobra em “v”, túneis, abas, caixa e dobra em “v” vazada
dobra em “v”, dobra em 45°, abas, abas mecânicas e discos giratórios
PAPEL
Cartonado
-
-
OBJETIVO
manter a atenção do pequeno leitor; por isso, a utilização de pop-up e ilustrações grandes
entreter e colecionar
livro de artista
DIFERENCIAL
não apresenta diferencial bem definido
ENCADERNAÇÃO
brochura, sendo que cada página é composta por duas folhas coladas
brochura
brochura
EMOÇÃO
descoberta, curiosidade e aventura
mistério e encantamento
descoberta
PRODUÇÃO
impressão gráfica
impressão gráfica
impressão gráfica e recorte de papel
as ilustrações reforçam paleta de cores reduzida a identidade do livro para dar coesão à obra
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A Pequena Sereia
EMBALAGEM
-
caixa coberta por tecido violeta
embalagem remetendo ao fundo do mar
CAPA
capa dura
fascículos com capa dura
capa dura
DIMENSÃO
23 x 23 cm
31,7 x 28,2 cm
25,5x20,5 cm
PÁGINAS
16
11 fascículos
12 cadernos, 24 páginas
ILUSTRAÇÃO
ilustração estilizada e colorida
fotografia
ilustração detalhada
TEXTO
cerca de 7 linhas em cada página
ausência de texto
pode vir na área na base ou no próprio pop-up
GRID
ilustração sangrada com área específica para texto
sem estrutura
sem estrutura rígida
paleta de cores pastel
ampla paleta de cores
paleta de cores reduzida em tons pastel
CORES
90
MECANISMOS
paralelogramo, dobra em 45° e abas
esferoide, dobra em “v”, transformação, túnel, teia de aranha e abas
dobra em “v” e seus desdobramentos e elementos de túnel
PAPEL
cartão 240g/m²
-
acima de 220g/m²
entreter e reforçar o conteúdo narrativo
representar obras de artistas em outra plataforma, o pop-up
reforçar esteticamente emoções sentidas durante a leitura de A Pequena Sereia
artigo de luxo e colecionável
Altamente autoral e com recursos estéticos para trazer imersão
OBJETIVO
DIFERENCIAL
apresentar elementos como envelopes, jogos e peças desmontáveis
ENCADERNAÇÃO
brochura, sendo que cada página é composta por duas folhas coladas
livreto com capa dura
brochura
EMOÇÃO
diversão
encantamento
submersão, encantamento e beleza
PRODUÇÃO
impressão gráfica
impressão gráfica
impressão gráfica e recortes de papel
A ferramenta Análise Paramétrica de Concorrentes e Similares serviu para definir alguns requisitos em relação à categoria Livro. O última coluna do quadro acima apresenta tais considerações observadas.
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6. REQUISITOS DO PROJETO Os requisitos listados a seguir são resultado do levantamento de dados das vertentes Pop-up, Conto, Estética, Texto e Livro, e de suas consequentes análises, gerando requisitos para a etapa de Geração de Alternativas. Os requisitos foram dividos em seis categorias diferentes: pop-up, conto, estética, texto, livro e pessoais.
6.1. POP-UP A primeira listagem de requisitos são os da categoria pop-up, que são os requisitos gerados a partir de toda o seu levantamento e análise de dados. Dessa forma, fazem parte dessa listagem de requisitos, considerações a respeito do conceito de pop-up, do Teste de Técnicas, da análise documental do livro Pop Up!: a Manual of Paper Mechanisms, de Duncan Birmingham, da classificação dos mecanismos e do estudo de materiais e ferramentas. Papel O uso de papel como suporte é o primeiro requisito do projeto, pois é um requisito conceitual da própria Engenharia de Papel e consequentemento do pop-up. Caderno Como o pop-up é alavancado pela abertura da página, é necessário que haja um caderno (como unidade básica de uma encadernação e com um vinco ao centro) para a estruturação do pop-up em sua superfície. Gramatura acima de 220g/m² Este é um requisito gerado a partir da leitura do livro de Duncan Birmingham e comprovado pelo Teste de Técnicas. Segundo o autor, a gramatura adequada para a construção de mecanismos pop-up é acima de 135g/m², no entanto, ele afirma que a gramatura ideal é de 220g/m². Como requisito do projeto, tem-se como requisito, grama-
tura acima de 220g/m². Abertura em 180° Esse é um requisito referente à etapa de classificação dos mecanismos pop-up feito durante o Levantamento e Análise de dados dessa categoria. O mecanismo pop-up de abertura em 180°, a dobra em “v” e suas variações, é o tipo de pop-up que suporta mais exploração, portanto, foi escolhido como principal mecanismo empregado no livro pop-up. Se trabalhado de forma inovadora, não trará monotomia ao produto final do projeto. Túnel O elemento de túnel é um mecanismo pop-up que em seu conceito sugere profundidade e imersão, que reforçam o universo fictício da história e auxiliam a experiência imersiva do leitor. Por isso, o uso do mecanismo de túnel foi escolhido como requisito do projeto. Instrumentos precisos Diante da leitura do livro do autor Duncan Birmingham e atestado pelo Teste de Técnicas, definiu-se como requisito o uso de instrumentos precisos de corte e medição, haja vista o caráter preciso de construção dos mecanismos pop-up para seu ótimo funcionamento. Compõe a cena O último requisito levantado da categoria pop-up é que o mecanismo seja parte da cena. Esse junto dos outros elementos como o texto e a ilustração, devem compor a cena narrada de forma coerente e sem repetição da informação, para não desvirtuar a atenção do leitor.
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6.2. CONTO A segunda listagem de requisitos é proveniente da análise da adaptação do conto a Pequena Sereia, apresentada no capítulo Análise e Adaptação do Conto. Poucas Cenas A quantidade de cenas define a altura da lombada, haja vista que cada cena é apresentada em um caderno, unidade básica que compõe um livro. Então, para que a lombada não fique alta, e comprometa o manuseio do produto final, é importante que a quantidade de cenas seja reduzida; a etapa de Adaptação do conto, portanto, foi feita com essa finalidade, e mostrou-se efetiva ao reduzir em 50% a quantidade de cenas em relação à possível divisão do conto original. Trazer imersão Os substantivos concretos e abstratos usados na adaptação do conto A Pequena Sereia remetem ao fundo do mar e ao universo marítimo, trazendo imersão e auxiliando a reforçar o universo da narrativa. Profundidade A profundidade aqui apresentada refere-se à densidade e profundidade das emoções e reflexões mostradas na adaptação do conto, trazendo imersão à obra. Universo do autor Como requisito para a adaptação do conto, tentou-se manter o máximo possível o universo proposto pelo autor, ao se empregar palavras e frases usadas no original, como “charco” e “Filhas do ar“, por exemplo.
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6.3. ESTÉTICA A categoria estética refere-se aos requisitos gerados a partir da análise dos painéis de sereias e do fundo do mar, mostrados no capítulo Estética, além de todo o levantamento de dados, pois todo o desenvolvimento do projeto gerou requisistos nesta categoria. O principal intuito dos requisitos em estética é trazer imersão e reforçar o universo do conto. Detalhismo O primeiro requisito da listagem da frente estética é o detalhismo. Esta característica, quando empregada no estilo, garante fidelidade na representação das ilustrações, o que aumenta a imersão, que é o principal diferencial do projeto. Olhos expressivos Este requisito surgiu após a análise do conto A Pequena Sereia, de Andersen, já que em determinado momento da história, a protagonista se comunica com o Príncipe através do olhar, porque fica muda. Como requisito em estética, mais precisamente, em estilo, definiu-se ilustrar a Pequena Sereia com olhos expressivos para realçar esta característica incomum. Complementar ao texto Assim como no pop-up, as ilustrações apresentadas no produto final deste projeto devem fazer parte da cena e devem complementar a informação textual e não repeti-la. Características geradas nos painéis As características geradas a partir da análise dos painéis de Sereias, como como curiosidade, contraste, leveza, liberdade, brilho, inocência, fluidez e selvagem; além das palavras-chaves retiradas do painel do fundo do mar, como cores saturadas, gradiente, movimento, con95
traste, luminosidade, vivacidade, fluorescência, pressão e translucidez, tornaram-se requisitos do projeto, já que realçam o universo da história.
6.4. TEXTO A classe texto compreende requisitos gerados a partir da análise das famílias tipográficas e do levantamento e análise de dados das outras frentes do projeto. Os requisitps listados abaixo foram fundamentais para a escolha da família Valentina, de Pedro Arilla, como única tipografia empregada no projeto. Leiturabilidade A leiturabilidade corresponde a como a tipografia se comporta em uma coluna de texto e é caracterizada pela rapidez em que as palavras são identificadas, dada a natureza da tipografia. Quando uma linha é rapidamente lida, quer dizer que a tipografia tem uma boa leiturabilidade, característica esta que é aumentada por ascendentes e descendente longas, pelo corpo da fonte, pelo comprimento da linha e pelo entrelinhamento, por exemplo. Dada a importânica da leiturabilidade principalmente para conteúdo textual longo, como é o caso da adaptação do conto A Pequena Sereia, definiu-se como requisito do projeto a escolha de uma família tipográfica onde a mancha textual apresente uma boa ou ótima leiturabilidade. A Valentina, família escolhida no capítulo Texto, corresponde a esse requisito, pelas longas descendentes e ascendentes e pela fácil identificação das palavras. Legibilidade Legibilidade corresponde à característica de como as letras são rapidamente identificadas. Longas ascendentes e descendentes, ajudam a distinguir tipos de arquétipo semelhante, como o “n” e o “h”, por exemplo. A Valentina, como mostrado no parágrafo acima, tem essas características, que auxiliam tanto na leiturabilidade quanto na legibilidade. Como a caixa alta é ainda mais identificável que 96
a caixa baixa, optou-se por utilizar a Valentina em caixa alta no título do livro, por apresentar boa legibilidade. Organicidade A organicidade, aqui apresentada, corresponde às formas orgânicas da tipografia. Este requisito foi gerado a partir da análise do painel das imagens do fundo do mar, que retratam formas orgânicas inerentes a este ambiente. A Valentina apresenta formas orgânicas, principalmente na letra “Q” em caixa alta e na “S”, também em caixa alta, que são letras usadas no título da obra “A Pequena Sereia”. A organicidade, atrelada à feminilidade ( que é um requisito gerado pela análise do painel das sereias) inerente à formas orgânicas, afetaram a escolha da caixa alta para compor o título do livro.
6.5. LIVRO O livro é a junção de todas as categorias relatadas anteriormente - pop-up, conto, estética e texto - e tem seus requisitos retirados principalmente da Análise Paramétrica de Concorrentes e Similares e de toda a pesquisa do projeto. Embalagem remetendo ao fundo do mar Este requisito foi gerado na etapa de Análise Paramétrica de Concorrentes e Similares, após analisar os outros livros pop-up analisados. Capa A escolha da capa dura se deu pelo fato de proteger melhor o livro e de estruturar os caderno em uma superfície lisa. Dimensão A dimensão escolhida para o livro pop-up A Pequena Sereia, por Nayara Brito, é de 20,5x25,5cm. É um tamanho 97
próximo ao usado por Robert Sabuda em seu livros, mas houve uma adaptação para melhor aproveitamento nos papéis de 96x66 cm, tão comum em gráficas. Página A quantidade de páginas definida para o produto final é de 24 páginas, num total de 12 cadernos com 12 pop-up. Ilustração Como falado na lista de requisitos em estética, a característica referente às ilustrações é o detalhismo. Texto Uso da família Valentina, que compõe a cena e complementa a informação imagética. Grid Não foi determinado um grid para a diagramação do livro para não comprometerem a fluidez, a leveza, o movimento e a liberdade, que são requisitos do projeto levantados a partir da análise estética dos painéis das sereias e do fundo do mar. Paleta de cores Como requisitos para as cores usadas no estilo do livro, foram consideradas as características constraste, brilho, cores saturadas, gradientes, fluorescência, translucidez e vivacidade, também geradas pela análise dos painéis. Restringiu o rol de cores para manter a identidade e coerência com os demais elementos que compõe o livro. Mecanismos pop-up Esta categoria já foi explicada anteriormente, mas vale frisar o uso da dobra em “v” e suas variações e o elemento
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de túnel, pela capacidade inventida do primeiro, e a imersão inerente ao segundo. Papel Em relação ao papel, tem-se como requisito a gramatura acima de 220g/m² , já relatado na listagem de requisitos em pop-up. Encadernação A história é uma junção de cenas; como cada cena é um pop-up, viu-se a necessidade de unir os pop-up linearmente para compor a história. A encadernação mais eficaz para unir cadernos pop-up é a brochura, pois permite a abertura em 180° do caderno, que é fundamental para o projeto, uma vez que foi definido o uso de mecanismos de dobra em “v”. Emoções As emoções pretendidas para o leitor durante a manipulação do livro pop-up são encantamento, imersão e beleza, proporcionados pelos requisitos de estética apresentados anteriormente. Produção Pretende-se usar a impressão gráfica e os recortes de papel como métodos de produção do produto final deste projeto, visto o valor que cada um deles têm a agregar ao livro pop-up.
6.6. PESSOAIS Os requisitos pessoais são aqueles definidos ainda na etapa de Proposta do Projeto, anterior a esta monografia Altamente autoral Uso da estética para proporcionar imersão Ilustração digital 99
Este tipo de ilustração foi definido como requisito por a autora deste projeto já possuir uma certa habilidade com esta técnica em detrimento de outras, como a pintura tradicional, por exemplo. Pelo mesmo motivo, foi definido o software Paint Tool SAI como ferramenta, também pela habilidade da autora em operar o programa.
Conhecendo os requisitos do projeto é possível passar para a próxima etapa, a Geração de alternativa, com objetivos definidos e requisitos a serem cumpridos, gerando alternativas mais coerentes e respeitando os objetivos do projeto.
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7. GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS A Geração de Alternativas foi feita a partir da análise dos Requisitos do Projeto listadas no capítulo anterior e com base nas cenas estipuladas na etapa de Divisão da Cenas. Dividiu-se a Geração de Alternativas em Capa, Miolo e Embalagem. A categoria Capa, engloba toda esboços para a capa, desde escolhas referentes à tipografia à ilustração. Já a categoria Miolo, aborda a geração das 12 cenas do livro, tanto o esboço quando aos modelos pop-up. O terceiro item, Embalagem, apresenta alternativas para uma embalagem que proteja o produto final deste projeto. Para a geração de alternativas da cenas, tentou-se conciliar texto, ilustração e pop-up para ilustrar cada uma delas, atentando-se para a não-repetição da informação imagética e textual, e já definindo a dimensão dos elementos, assim como a proporção e a composição deles na página. A seguir, serão apresentadas os esboços e a alternativa final da Capa, depois os esboços das cenas que compõe o Miolo e seus modelos em pop-up, e por último, as alternativas de Embalagem. 7.1. Capa A capa é extremamente importante em qualquer produto, porque ela é o primeiro contato do público com uma obra. Ela deve exportar o conteúdo interno e se mostrar atrativa, pois uma capa atraente é um importante fator de escolha por um cliente em potencial. Com base nessas informações e com todos os requisitos gerados durante a Pesquisa Bibliográfica deste projeto, a imagem abaixo mostra alternativas feita à mão de capas para o livro A Pequena Sereia, por Nayara Brito.
O esboço superior esquerdo apresenta uma alternativa de capa com pequenos furos para simular a textura de um coral, vide Figura 171; o esboço à sua direita foi pensado usando essa mesma técnica. O terceiro esboço superior, foi gerado visando a construção usando a técnica de recortes de papel, como mostrado na Figura 172. O esboço a seu lado direito, foi feito visando a técnica de ilustração digital, e tem sua composição como forma de exteriorar um pouco do fundo do mar tão presente no conteúdo do miolo. Pensando um pouco em trazer a Pequena Sereia para a capa, esboçou-se uma ilustração onde a personagem se encontra em perfil, em um formato de bolha, remetendo ao fundo do mar. Já a imagem central na parte inferior, retrata espuma do mar em recortes de papel se transformando no nome da personagem, como uma alusão à cena final da história, onde a Pequena Sereia se desmancha em espuma do mar. E por último, o esboço inferior direito, onde é apresentada uma ilustração minimalista de bolha sob o título do livro. Para a ilustração da capa, optou-se pela alternativa onde a personagem da história é apresentada, para conectar o título do livro à uma imagem. A construção da Capa e dos demais elementos deste capítulo serão mostrados na etapa de Construção do Produto Final.
Figura 170: Geração de Alternativas para Capa
Figura 171: detalhe da técnica de perfuração.
Figura 172: técnica de recortes de papel em que alternativa foi inspirada.
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7.2. Miolo O miolo apresenta as alternativas de composição das 12 cenas do miolo do livro propostas na etapa de Divisão de Cenas. Cada alternativa será apresentada em um página diferente, onde conterá o texto referente à ela, assim como a ilustração e o mecanismo pop-up usado para compô-la. Após a apresentação dos esboços das 12 cenas, serão apresentados os primeiros modelos confeccionados para ilustrá-las. A seguir, será mostrada a primeira cena e sua consequente alternativa.
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7.2.1. Cena 1 Ela vivia no oceano, no fundo, junto de suas seis irmãs. Talvez fosse numa caverna, numa fenda ou num palácio, mas deixemos como palácio, é mais digno da memória dela. Lá a sereiazinha passava seus dias, nadando nos grandes salões, dando de comer a peixes, afagando golfinhos e trabalhando nos jardins. Nada de muito interessante, você poderia pensar; mas se você soubesse como ela era boa em jardinagem, mudaria de opinião. O seu jardim era redondo como o sol, repleto de flores amarelas como o brilho dele, e ao centro repousava uma estátua, esculpida à imagem de um rapaz. Não havia nada de âncoras quebradas ou talheres de prata como foi difundido em canções e histórias, somente sua estátua e suas plantas. Por lá ela trabalhava, descansava, trabalhava mais um pouco e conversava com o jovem de mármore, se perguntando o que existiria no mundo dos seres humanos. Mas isso ela só descobriria aos quinze anos, quando lhe era permitido ir à superfície e se sentar nos rochedos à luz do luar. Como a sereiazinha ansiava por esse dia! Mal sabia ela que quando chegasse, sua vida mudaria completamente.
Figura 173: cena 1. Castelo situado na página da esquerda, Pequena Sereia e estátua localizada na página da direita. Mecanismo escolhido para compor a cena: elemento de túnel com abertura em 180 °. O texto encontra-se mesclado com a ilustração, localizado entre as duas imagens.
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7.2.2. Cena 2 Para você que está acostumado com as belezas mundanas é difícil imaginar a curiosidade da Pequena Sereia em conhecer tais coisas, mas a culpa é de suas irmãs que a encheram de expectativas. Por terem a oportunidade de emergir a superfície, elas contavam-lhe sobre cidades e suas luzes que brilhavam como estrelas; sobre as horas de repouso nos bancos de areia; sobre colinas verdejantes que se estendiam por milhas; icebergs e o canto dos pássaros. Enchiam sua cabeça com imagens do céu, que se abobadava em volta da água; nuvens em tons de violeta e carmesim; golfinhos e baleias esguichando água como chafarizes; trovões roucos e relâmpagos agudos, e ondas escuras dançando no mar. A caçula desconhecia todas essas coisas, e fadada a suportar a mais longa espera, se postava na janela e fitava suas irmãs subindo à superfície do oceano. Ficava para trás, sozinha, acompanhando-as com os olhos. Teria chorado, mas sereias não têm lágrimas, e por isso, sofrem muito mais que nós.
Figura 174: cena 2. Pequena Sereia, triste, imagina o mundo dos seres humanos. Texto localizado na página da esquerda. Mecanismo de dobra em “v” sob vários planos.
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7.2.3. Cena 3 Então, finalmente, a Pequena Sereia completou quinze anos. Enfeitou-se com uma coroa de lírios minúsculos e ostras presas em sua cauda e nadou em direção à superfície, deixando um leve rastro de bolhas a seguirem. O sol acabara de se pôr quando ela ergueu a cabeça sobre as ondas. Viu um grande navio de três mastros à deriva tão distante que parecia uma gaivota. Nadou em sua direção, curiosa, se deixando levar pelo balanço das águas. Finalmente veria os seres humanos pela primeira vez. Aproximou-se da escotilha da cabine e, cada vez que uma onda levantava, podia ver através do vidro homens bem trajados e entre eles o jovem príncipe, que lhes conta esta história. Eu não a havia visto do lado de fora, entenda bem. Nunca poderia imaginar como nosso encontro afetaria sua vida. Mas voltemos ao fato. Neste momento da história, a Pequena Sereia me via pela primeira vez. Não sou nenhum pouco especial, tampouco admirável, mas ela ficou encantada com a minha visão. Eu apertava a mão dos marinheiros, ria e sorria com eles e acompanhava a música que rodopiava pelos céus. Ela passou muito tempo me observando, até que anoiteceu e o mar tornou-se revolto. Ondas cresciam, nuvens negras pesavam no céu e relâmpagos faiscavam, preparando uma terrível tempestade, que chegou mais rápido que seu anúncio.
Figura 175: cena 3. Pequena Sereia em dobra em “v” olha o navio - baseado no navio de Robert Pattenden, mostrado no capítulo de Teste da Técnica
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7.2.4. Cena 4 O navio se rompeu ao baque das ondas pesadas. O mastro partiu-se em dois, a embarcação mergulhou e voltou a surgir nas cristas espumosas como um cisne. Um clarão iluminou todos que estavam a bordo, e a Pequena Sereia me viu cair no mar momentos antes de o navio se partir. Meus pulmões queimaram sem ar, bolhas me cercaram em um turbilhão e meus membros fraquejaram. Tentei lutar por algum tempo, mas por fim, me entreguei ao mar. Eu afundei por tanto tempo que me pareceu uma eternidade. Por fim, uma calma se apossou de meu corpo, e o senti como uma extensão do oceano.
Figura 176: cena 4. Elemento de túnel visualizado na vertical. O texto encontra-se na parte inferior do mecanismo.
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7.2.5. Cena 5 Por um instante, senti o sol me acariciando. Em meio à escuridão, um brilho amarelo me cercava. Parecia o sol, pareciam fios, parecia alguém. Voltei a fechar os olhos e quando os abri, estava na praia deitado sobre um travesseiro de areia, cercado de moças que me pareceram vir de um templo. Fui acudido por uma delas. Sorri para todas, em especial para a moça que me salvara. Nem sequer notei uma sereiazinha escondida atrás de uma larga pedra, tão infeliz que mergulhou de volta para casa. A Pequena Sereia passou muito tempo triste e pensativa, mas ninguém ousava lhe perguntar o que acontecera. Em muitas manhãs e entardeceres, ela subia até a margem na esperança de me ver, mas voltava para casa ainda mais cheia de tristeza. Seu único consolo era ficar em seu jardim, com os braços em torno da estátua que achava tão parecida comigo. Vamos perdoá-la por um momento. Ela era ingênua e jovem, ainda não sabia o que era tristeza de verdade.
Figura 177: cena 5. Múltiplas dobras em “v”. Texto se encontra na página da esquerda no canto superior.
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7.2.6. Cena 6 Por muito tempo fiquei pensando em como fui salvo no naufrágio. Às vezes eu ficava contemplando o oceano da sacada de meus aposentos quando percebia uma pequena onda se formar na superfície da água ou uma rápida agitação de fios dourados próximo à escadaria. Na época pensei que fossem peixes adejando na superfície ou reflexos do sol, mas agora sei que era a Pequena Sereia. Ela queria explorar o mundo superior, conhecer os seres humanos e ansiava profundamente pela companhia deles. Por isso foi conversar com sua avó, que entendia tudo sobre os países de cima. Ela lhe revelou que os seres humanos, diferentemente do povo do mar, possuem alma imortal. Depois que seus corpos perecem, suas almas atingem os reinos desconhecidos dos céus e por lá ficam para sempre. Pobre das sereias que jamais conhecerão essas regiões! Por mais que atinjam facilmente a idade de trezentos anos, quando a vida chega ao fim, seus corpos simplesmente se transformam em espuma do mar. Mas não havia nada que a Pequena Sereia pudesse fazer para conseguir uma alma imortal? Havia sim. Somente se um homem a amasse a ponto de casar-se com ela sob a promessa de ser fiel por toda a eternidade. Nesse caso, parte da alma dele deslizaria para o corpo da sereia, e assim ela obteria uma parcela da felicidade humana. Seria de se supor que esta descoberta a deixasse feliz, mas não deixou; nenhum homem seria capaz de amar um ser metade mulher e metade peixe.
Figura 178: cena 6. Elemento de túnel com abertura em 180 °. Texto se encontra na página da direita.
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7.2.7. Cena 7 Por isso, naquela noite a Pequena Sereia cantou. Cantou de coração, de alma imortal que não tinha, desejando que sua voz atravessasse a água e alcançasse o príncipe. Ela sentiu emoções saírem do corpo, mas só restou dor, e isso era demais para aguentar. Então, cantou mais alto, mas a dor não saiu; ficou presa na garganta, e ela sabia que tinha de tirá-la de lá. Só uma pessoa em todos os mares conseguiria arrancar a dor da Pequena Sereia, a feiticeira do mar. Ela vivia nos charcos lodosos, nas profundezas do oceano, e lá não era lugar para uma sereiazinha ir, mas ela estava determinada. Torço para que minhas palavras sejam o suficiente para dar-lhes a ideia da podridão do brejo da bruxa: cobras d’água ondeavam ao lado de ossos presos no lamaçal. Bolhas grossas e oleosas se desprendiam do chão; pólipos estendiam seus braços buliçosos para cima, como vítimas pedindo socorro, e ao lado do esqueleto de uma sereia, havia uma construção capenga de ossos humanos naufragados, onde a feiticeira do mar deixava um sapo se alimentar em sua boca e uma asquerosa cobra rastejar sobre seu peito. Vou direto ao ponto porque é um assunto desagradável de se tratar: a Pequena Sereia fez um trato com a bruxa, mesmo sabendo que não se barganha com elas. Ofereceu sua voz (e língua) em troca de um elixir para dividir sua cauda em duas pernas. Todos que a vissem diriam que era a mais graciosa humana, dotada dos mais graciosos movimentos. Mas ia doer. E como! A cada passo que desse, sentiria como se uma faca afiada perfurasse seus pés e seus passos ficariam gravados no chão com sangue. Deveria, também, se casar com o príncipe, porque se não o fizesse, a Pequena Sereia se dissolveria em espuma na manhã seguinte ao casamento dele. Este último detalhe, nem os anteriores, fizeram-na desistir de sua meta. Não hesitou. Estirou a língua para fora, e entregou sua parte do trato.
Figura 179: cena 7. Múltiplas dobras em “v”. Texto sobra peça base.
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7.2.8. Cena 8 Agora começa o relato do que eu presenciei. Chega de suposições e trechos indefinidos. Ela estava desmaiada na escadaria do palácio, com os cabelos dourados cobrindo o corpo e um frasquinho vazio pendendo na mão. Ela tinha duas pernas, não que isso fosse importante para uma pessoa ignorante à sua história como eu era à época. Eu a via pela primeira vez, mas a memória de seu rosto já estava comigo antes. Não sei explicar se a vi em um sonho, se cheguei a vê-la no naufrágio ou se a tinha vislumbrado da sacada. Sua imagem era muito natural para mim, como uma irmã ou uma sobrinha presente. Eu a tomei pela mão e a encaminhei para o castelo. Fiz algumas tentativas de comunicação, mas tomei como se ela estivesse assustada demais para falar. Aos poucos fui me convencendo de que ela era muda, mas isso não importava, porque eu conseguia ler seu olhar tão claramente como quem lê um livro. Providenciei para que ela fosse bem recebida. Ganhou vestidos suntuosos de seda, instalou-se em um dos aposentos, participou de cavalgadas e escalou montanhas; acompanhou-me em longas caminhadas e dançou. Este último detalhe vale mais explicação. Como dançava! Erguia seus lindos braços finos e deslizada pelos salões com elegância e graça. Seu rosto encantava a todos, mas seus olhos mostravam angústia como jamais vi.
Figura 180: cena 8. Dobra em “v”. Texto se encontra na peça base.
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7.2.9. Cena 9 Ela acabou se tornando muito quista para mim, e eu sempre lhe deixava claro o quanto, sempre que seus olhos pareciam mostrar sinais de dúvida. Ela se parecia com uma certa jovem que me acudiu no naufrágio, uma garota que vivia em um templo sagrado à beira do mar. A moça do templo era a única que eu poderia amar, mas a mudinha era tão parecida com ela, que quase troquei a imagem de minha salvadora de minha mente. Não entendia muito bem porque algumas vezes a pequena ia refrescar os pés no mar. Ficava por muito tempo balançando-os na água, contemplando o oceano com uma certa nostalgia. Pensava que poderia estar sentindo saudade de casa, talvez se lembrando de alguém, mas eu não poderia estar mais errado: eram seus pés que doíam. Algum tempo depois, meus pais insistiram que eu fosse a um reino vizinho – mas para conhecimento geral, queria dizer que eu iria conhecer minha noiva. Contei tudo à pequena e lhe disse que a queria comigo na viagem, e ela não se importou. Sabia que eu a amava demais para desposar de qualquer moça, mas amava ainda mais a moça do templo. Beijei-lhe os lábios e disse que se fosse forçado a escolher uma noiva, escolheria minha mudinha, que era tão devota a mim. Juntamo-nos à comitiva e fomos conhecer o reino vizinho.
Figura 181: cena 9. Dobra em “v”. Texto se encontra na peça base.
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7.2.10. Cena 10 Fomos saudados por uma quantidade de soldados maior de que do reino de meu pai. Os sinos das igrejas tocavam e das torres podia-se ouvir o toque dos trompetes. Todos os dias havia festejos, e a Pequena sempre a meu lado me apoiando. Bailes e espetáculos se sucederam até a princesa aparecer, pois estava sendo criada e educada fora do reino; só não disseram que era em um templo sagrado. Finalmente minha noiva apareceu. Ela era minha salvadora, foi a primeira coisa que notei. A segunda foi que tinha de me casar com ela. E assim fiz. Casei-me com ela no mesmo dia. Eu estava tão feliz, que achei que todos estivessem felizes também, mas me enganei. Quando minha mudinha beijou minha mão, senti angústia em seu olhar. O dia de meu casamento significava sua morte. No dia de meu casamento, eu não percebi nada senão seu amor e sua bênção. Naquela mesma noite embarcamos para casa. Os canhões troavam, as bandeiras brandiam e no centro do navio fora erguida uma enorme tenda púrpura para os recémcasados. Ao anoitecer, acenderam lanternas de várias cores e os marinheiros dançavam alegremente. Todos estavam felizes, menos uma pequena garota, debruçada sobre a amurada do navio contemplando o mar. Precisava chorar, mas não derramava lágrimas. Precisava desabafar, mas não falava; por isso, dançou. Nunca antes ela dançara com tanta elegância. Ela riu e dançou com os outros, embora seu coração ruminasse a morte. Retirei-me com minha esposa para a tenda e o navio ficou silencioso e tranquilo.
Figura 182: cena 10. Aba para revelar o casal dormindo. Texto sob aba da página da direita.
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7.2.11. Cena 11 A Pequena Sereia se inclinou na amurada aguardando a aurora. O primeiro raio de sol traria sua morte. Contudo, ao invés de luz, viu suas irmãs emergindo. Elas estavam pálidas e afoitas, e já não tinham os cabelos longos que antes ondulavam na água, porque os haviam dado à feiticeira do mar em troca de salvação para a irmã. O punhal que a feiticeira lhes deu deveria ser usado pela Pequena Sereia para cravá-lo em meu peito. Quando meu sangue lhe tocasse os pés, eles se uniriam e minha pequena voltaria a ser sereia de novo. Vou contar-lhes esta parte da história o mais breve possível, pois não quero reviver momentos dolorosos. A pequena sereia afastou a cortina da tenda e me viu dormindo junto de minha esposa. Ela ficou parada nos contemplando por algum tempo, até que me beijou a fronte e jogou o punhal na água, que se tornou vermelha onde caiu. Depois subiu na amurada, e se jogou do navio para o mar. Foi assim que seu corpo se dissolveu em espuma.
Figura 183: cena 11. Túnel. Texto mesclado com a ilustração.
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7.2.12. Cena 12 Belas criaturas do ar pairaram ao redor do sol. Elas não possuíam asas, mas a leveza as fazia flutuar no ar. A pequena sereia notou que agora tinha um corpo como o delas e que estava se elevando cada vez mais acima da espuma. A sereia agora estava entre as Filhas do Ar. Pesquisei o que isto quer dizer e descobri que as filhas do ar são seres que como as sereias, não possuem alma imortal, mas podem consegui-la através de boas ações. Devem levar brisas frescas, espalhar a fragrância das flores através do ar e enviar consolo e cura, praticando bondade para assim conquistar a alma eterna. A Pequena Sereia levantou seus braços para o céu e pela primeira vez sentiu o gosto das lágrimas. Eu e minha esposa fitávamos a espuma perolada, e de repente, sabia o que havia acontecido. Quando senti uma brisa tocar meu rosto, eu soube que ela era minha salvadora.
Figura 184: cena 12. Dobra em “v” vazada.
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Com base nas soluções propostas acima, foi possível gerar alternativas físicas, ou seja, o modelo pop-up para cada uma das cenas. As fotos abaixo mostram as primeiras tentativas de estruturação das cenas 1 e 2 em mecanismo pop-up:
Figura 185: cena 1. Tentativa falha da construção do elemento de túnel. O elemento não suporta abertura em 180 °.
Figura 187: cena 1. Mecanismo “mesa flutuante com suportes”testado com camadas na dimensão da cena 1.
Figura 186: cena 1. O elemento de túnel proposto para a solução da primeira cena não foi viável, pois não é possível construí-lo para abertura em 180 °, por isso outra solução com esse fim foi pesquisada. O mecanismo testado na Figura é chamado “mesa flutuante com suportes”
Figura188: cena 2. Tentativa falha de execução do mecanismo dobra em “v” sob planos paralelos.
Figura 189: cena 2. Tentativa eficiente da execução do mecanismo de dobra em “v” sob planos paralelos.
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Os modelos em branco das cenas 3 a 12 serão mostradas na etapa Construção do Produto, porque elas não foram concluídas devido a problemas no cronograma. Os modelos das cenas 1 e 2 do livro A Pequena Sereia, foram finalizados usando os materiais e ferramentas apresentados no capítulo Materiais e Ferramentas. O papel escolhido para a confecção dos modelos foi o Ap 250g/m², ou Sulfite, pela facilidade de adquirir em gráfica e papelarias, assim como o Canson creme 180g/m² e sobras de papéis adquiridos em gráficas do Distrito Federal.
7.3. Embalagem
A Figura acima mostra a Geração de Alternativas da Embalagem que comporta o Produto Final. A primeira alternativa à esquerda retrata um saco remetendo a redes de pesca com um nó em corda e itens marítimos presas à ela, como conchas e estrelas do mar. Já a segunda alternativa mostra uma caixa de madeira balsa com recortes em negativo simulando uma espuma do mar, como se a espuma do mar estivesse envolvendo a Pequena Sereia, aqui entendido como o próprio livro. A terceira e quarta alternativas a contar da esquerda, mostram um baú, que quando aberto, revela o livro e uma garrafa, com uma carta dentro, onde a história do livro seria contada. É uma alusão à entrega da sereia ao mar que é seu lugar de origem. A partir dessa alternativa que concilia livro e garrada, outras com a mesma linha de pensamento foram geradas, como é o caso da penúltima e última alternativas. A penúltima a copla o livro e a garrafa, que é apresentada como a própria lombada do livro, enquanto a última insere em seu interior a garrafa.
Figura 190: Geração de Alternativas para a Embalagem
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Como alternativa final, optou-se pela segunda, que mostra um livro envolto por uma caixa de madeira balsa. Esta escolha se deu pelo fato de trazer uma poética interessante ao projeto e auxiliar na imersão, que é o principal diferencial do projeto. A construção da alternativa da embalagem será mostrado no capítulo Construção do Produto final, assim como a capa, a finalização dos modelos das cenas 1 e 2 e os modelos em branco das cenas 3 a 12.
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8. CONSTRUÇÃO DO PRODUTO FINAL Este é o capítulo onde será apresentada a construção do Produto Final do projeto, o livro pop-up. Será dividido como o anterior, em Capa, Miolo, Embalagem e posteriormente Encadernação. O requisito Embalagem, assim como Encadernação, não foram contemplados nesta etapa, por problemas de cronograma, embora a embalagem tenha sido definida na etapa anterior de Geração de alternativa. 8.1. Capa Com base na alternativa final de capa mostrada na Figura 191, foi feito uma ilustração detalhada com base no esboço da ilustração, e definindo o uso da tipografia Valentina em caixa alta, por ser de fácil assimilação, ou seja, boa legibilidade, e por possuir as letras “Q” e “S” com curvas e caudas orgânicas, remetendo ao corpo da sereia e à organicidade do fundo do mar. A ilustração foi feita no software Paint Tool SAI e pintada com a ferramenta mesa digitalizadora Intuos 4 da Wacom. As imagens a seguir mostram o passo a passo da construção da capa.
Figura 192: esboço da ilustração da Capa
Figura 191: Alternativa Final para Capa
Figura 193: ilustração da Capa finalizada
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Figura195: capa finalizada Figura 194: diagramação da capa. Para a determinação do grid, foi usada uma estrutura medieval de Villard de Honnecourt, que funciona para qualquer página ou bloco de texto. Cruza-se uma diagonal em cada página convergindo para um ponto em comum, e duas diagonais na página-dupla. Ascende-se uma linha reta sobre a intersecção da diagonal da página da direita com a diagonal da página dupla; a partir do ponto em que ela toca o topo da página, a liga ao ponto de em que as diagonais inteira e meia se cruzam na página da esquerda. As margens medem 25,5mm, que é 10% da altura da capa. A cabeça da personagem, e ponto de destaque da capa, situa-se entre a linha vertical ascendida da intersecção das diagonais na página da direita e o centro dessa página. Tanto o título quanto a ilustração e o nome do autor situam-se no centro da capa.
Para a execução da capa, definiu-se como linha de pensamento a estabilidade, caracterizado pelo alinhamento central dos componentes, e a instabilidade, conferida pela base arredondada da ilustração da protagonist protagonista. a. Essa contradição se dá para realçar o impasse em que a Pequena Sereia vivenciou durante a história. O fundo branco foi definido pelo requisto contraste, obtido após a análise dos painéis de estilo. Já no título, foi usado a família Valentina em caixa alta, por garantir rápida assimilação, e por apresentar longa cauda na letra “Q” e pela espinha sinuosa do “S”, remetendo ao corpo da sereia. A ilustração tem como objetivo apresentar discretamente a cena final do conto, onde a Pequena Sereia se torna espuma do mar, por isso seus cabelos se mesclam com um onda, também mostrando a natureza selvagem da personagem.
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8.2. Miolo A apresentação da construção do miolo será divida em 12 cenas, onde será apresentado o modelo em branco do pop-up seguido da etapa de ilustração e definição de pranchass de for o caso. A cena abaixo inicia-se o processo prancha de construção do miolo. 8.2.1. Cena 1 Para a construção da cena 1, onde é retratado a rotina da Pequena Sereia, pensou-se em utilizar um elemento de túnel com abertura em 180° para conferir profundidade, já que é o primeiro contato do leitor com o fundo do mar. Na etapa de construção, não conseguiu-se chegar ao resultado desejado, fazendo com que uma nova alternativa fosse pensada. O mecanismo pop-up usado para estruturar a cena em pop-up é o “mesa flutuante com suportes”, em tradução livre, onde a abertura da página mostra uma série de camadas sobrepostas, semelhante ao túnel, mas de abertura em 180°. As imagens ao lado mostram o mecanismo aberto e a peça suporte, enquanto as imagens abaixo mostram as ilustrações e o modelo da cena 1.
Figura 196: mecanismo “mesa flutuante com suportes”. Foto e tutorial por extremecards.blogspot. com.
Figura 197: suporte do mecanismo “mesa flutuante com suportes”. Foto retirada do site extremecards. blogspot.com. Figura 198: cena 1. ilustração da Pequena Sereia para a primeira cena do miolo.
Para a definição da paleta de cores usada na Figura 198, foi levada em conta a definição de requisitos, inclusive o requisito “olhar expressivo”, que não foi muito bem contemplado no rosto da personagem, levando a uma nova proposta de ilustração da Pequena Sereia. A Figura abaixo mostra a alteração. 121
Figura 199: cena 1. Ilustração da Pequena Sereia cumprindo o requisito “olhar expressivo”.
Atendido o requisito, a ilustração foi finalizada, a qual pode ser vista abaixo.
Figura 200:cena 1. Ilustração artefinalizada da primeira cena do livro pop-up.
Para a construção do pop-up, algumas mudanças em relação à ilustração foram feitas: o conjunto Pequena Sereia e estátua foram reduzidos e levados para o lado esquerdo, para aumentar a área para texto; foi aumentada a área de areia e algas no primeiro plano. Depois dessas mudanças, mudanças, foram mostadas quatro pranpranchas para impressão, uma contendo o fundo; a outra, o segundo plano, compreendido pela Pequena Sereia, estátua e castelo; o primeiro plano, compreendido pelas algas, e a última prancha, com o suporte para a cena. 122
Figura 201: cena 1. Ultimo plano e peça base. A mancha textual se encontra no canto superior esquerdo, com margem de 25,5mm, como na capa. Foi escolhido a cor branca para compor o texto, para aumentar o contraste com o fundo e aumentar a leiturabilidade. A capitular inicia a mancha, como um ponto de destaque na página.
Figura 202: cena 1. Segundo plano do pop-up. Como a imagem será cortada à mão com ferramentas precisas de corte, não foi necessário acrescentar sangria ao contorno do segundo plano.
Figura 203: cena 1. Primeiro plano, impresso em papel AP 240g/m² tamanho 32x47cm assim como os outros planos, obedendo o requisito da frente pop-up definido.
Figura 204: cena 1. Suporte para a cena impresso em papel a4 AP 240g/m².
A construção deste pop-up foi rápida uma vez que já havia sido feito dois modelos em branco com este mecanismo pop-up. A fotografia abaixo mostra o pop-up pronto.
Figura 205: cena 1. Primeiro pop-up baseado no mecanismo “mesa flutuante com suportes”.
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8.2.2. Cena 2 A cena 2 refere-se ao momento em que a Pequena Sereia ouve as maravilhas do mundo dos seres humanos. A confecção do pop-up foi feita com base no modelo em branco mostrado anteriormente, que teve influência da primeira cena do livro Peter Pan, de Robert Sabuda. As imagens abaixo mostram as pranchas de impressão das peças do pop-up, inclusive da peça suporte, que é uma dobra em “v”. Este foi o mais trabalho de todos os pop-ups feitos, devido à grande quantidade de ilustrações e peças para montagem. Durou cerca de três dias do cronograma do projeto para sua completa execução.
Figura 206: página de Peter Pan, de Robert Sabuda, que serviu de inspiração para construção do pop-up da cena 2 do lirvo.
Figura 207: cena 2. Primeira prancha de peças pop-up para cena 2. Foi impresso em papel AP 240g/m ².
Figura 208: cena 2. Cada prancha foi impressa na frente e espelhada para ser impressa no verso, uma vez que o verso das peças é mostrado quando a página é aberta.
Figura 209: cena 2. A impressão foi feita em pranchas de 32x47cm.
Figura 210: cena 2. Estrutura do pop-up impresso em papel A4 AP 240g/m².
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Figura 211: cena 2. Prancha para impressão do suporte do pop-up da segunda cena.
As fotos abaixo mostram o momento da montagem e o pop-up finalizado.
Figura 212: cena 2. Depois de as pranchas serem impressas, passou -se para a etapa de corte. Primeiramente foi cortado com tesoura e posteriormente com faca de precisão, para definir detalhes.
Figura 214: cena 2. Montagem com fita crepe.
Figura 213: cena 2. O modelo foi primeiramente colado com fita crepe para depois ser desmontado e colado com cola. Houve um problema nesta etapa, pois a estrutura da parte superior foi colada na inferior, e vice-e-versa. A montagem foi um pouco comprometida por esse fato.
Figura 215: cena 2.Pop-up da cena 2 pronto. Houve uma preocupação em não tampar o texto com muitos elementos.
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A partir desse momento, não foi possível finalizar totalmente as cenas, por questões de cronograma. No entanto, modelos de grande fidelidade foram confeccionados em dois dias, tornando-se a etapa mais dispendiosa de todo o projeto. Para a completa finalização dessas cenas, falta ainda as etapas de coloração, motagem das prachas para a impressão e a consequente montagem delas. Serão apresentadas a seguir, as cenas e as fotografias dos modelos em branco delas. 8.2.3. Cena 3 A cena 3 retrata o momento em que a Pequena Sereia emerge e vê o Príncipe pela primeira vez. Foi escolhido a dobra em “v” como mecanismo para compor a cena dado o seu comportamento mutável.
Figura 216: casco do navio pronto.
Figura 217: cena 3. Não foi possível encontrar o papel AP 240g/m² avulso no mercado, por isso foi escolhido o papel Supremo de 250g/m² de gratura, por se assemelhar ao AP, mesmo com 10g/m² a mais de gramatura, o que aumentará a lombada consequentemente.
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8.2.4. Cena 4 A cena 4 mostra o momento em que a Pequena Sereia salva o Príncipe de um naufrágio. O mecanismo escolhido para retratar esta cena é o elemento de túnel, com visualização na vertical e abertura menor que 180°.
Figura 218: cena 4. Não foi possível encontrar o papel AP 240g/m² no mercado e com venda a varejo, por isso foi escolhido o papel Supremo de 250g/m ² de gratura, por se assemelhar ao AP, mesmo tenho 10g/m² a mais de gramatura.
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8.2.5. Cena 5 A cena 5 mostra o momento em que a Pequena Sereia observa o Príncipe ser salvo por uma moça de um templo. Foi escolhida a múltipla dobra em “v” para compor a cena.
Figura 219: cena 5. Não foi possível encontrar o papel AP 240g/m² no mercado e com venda a varejo, por isso foi escolhido o papel Supremo de 250g/m ² de gratura, por se assemelhar ao AP, mesmo tenho 10g/m² a mais de gramatura.
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8.2.6. Cena 6 A cena 6 retrata a o momento em que a Pequena Sereia espreita o Príncipe na sacada. por uma moça de um templo. Foi escolhida o mecanismo “mesa flutuante com suportes”.
Figura 220: cena 6: Para o mecanismo “mesa flutuante com suporte” escolheu-se os suportes com 1cm de altura para não ficar alto o mecanismo e para diferir do pop-up da primeira cena, que também usa esse mecanismo.
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8.2.7. Cena 7 A cena 7 mostra a cena onde a Feiticeira do Mar é introduzida à história. Foi feita em dobra em “v” e suas variações, como o vazado.
Figura 221: cena 7. Para a construção dessa cena, foi usado o mecanismo básico dobra em “v” e suas variações vazada e múltipla.
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8.2.8. Cena 8 A cena 8 apresenta a Pequena Sereia desmaiada na escadaria do castelo após ter trocado a sua voz por pernas e pela chance de viver ao lado do Príncipe.
Figura 222: dobra em “v”. Este é o pop-up mais volumoso dos 12, já que possui mais de 8 dobras para montar a escadaria.
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8.2.9. Cena 9 Esta é a cena onde o Príncipe conta à Pequena Sereia que está noivo. O mecanismo usado para a execução é o múltiplas dobras em “v”.
Figura 223: mecanismo de múltiplas dobras em”v”.
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8.2.10. Cena 10 Cena em que a Pequena Sereia desiste de matar o Príncipe e desfazer a maldição de virar espuma do mar. Esta cena foi construída com o mecanismo “mesa flutuante com suporte” de um único plano.
Figura 224: mecanismo de “mesa flutuante com suportes”.
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8.2.11. Cena 11 Esta cena retrata o momento em que a Pequena Sereia vira espuma do mar. Foi feita com o mecanismo “mesa flutuante com suportes” vazada, remetendo à decomposição da Pequena Sereia em espuma do mar.
Figura 225: mecanismo de “mesa flutuante com suportes” de um único plano.
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8.2.12. Cena 12 Última cena do livro onde mostra a Pequena Sereia tornando-se Filha do Ar e dando a bênção ao recém casal. Foi construída com uma dobra em “v” vazada e suas dobras em “v” simples.
Figura 226: dobras em “v” variadas.
Terminada a etapa de construção dos caderno do livro, passa-se para a etapa de encadernação, que é a união linear dos cadernos, consequentemente das cenas que compõe a história. Definiu-se a encadernação manual para a junção das partes por causa do caráter artesanal e de autoral do livro, portanto o grupo As papeleira, do Sudoeste-DF, foi contactado por trabalharem com encadernação manual. 8.3. Encadernação O primeiro encontro com o grupo aconteceu durante o período de escrita deste relatório, quando foram conver135
sados assuntos referentes ao projeto. No entanto, como ainda não haviam sido finalizados os modelos em branco mostrado no tópico anterior o encontro não foi muito efetivo, no que concerne a encadernação. Tereza, integrante do grupo, revelou que precisava dos 12 modelos para o cálculo da altura da lombada, e do consequentemente cálculo da dimensão da capa, mas alguns quesitos foram adiantados, por exemplo. A capa foi definida como dura, feita de papel Paraná de 5mm de espessura e revestida da ilustração da capa. Quanto ao miolo, foi sugerida a confecção de uma folha de guarda, para proteção e embelezamento do livro, no entanto, por questões de cronograma, este último quesito não foi concluído. Foi combinado que assim que fossem concluídas as 12 cenas, seria marcado uma oficina onde o livro seria finalmente encadernado, porém esta estapa não porderá ser relatada no presente relatório porque este encontro está marcado para depois da sua entrega. Para que o produto final não fique sem registro, um mockup foi usado para simular o produto final do projeto.
Figura 227: rendering de alta fidelidade de como o produto final se assemelhará após a etapa de encadernação.
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9. CONSIDERAÇÕES FINAIS O projeto Adaptação do conto A Pequena Sereia: o desenvolvimento de um livro pop-up mostrou-se um importante aprendizado de design, que abrangeu variados campos de atuação, desde a Engenharia de Papel, passando pela editoração e ilustração. Mostrou-se também um importante aprendizado pessoal, pois tornou-se um projeto desafiador no que tange à superação e ao trabalho fora da zona de conforto, haja vista a necessidade de se desempenhar papéis em áreas desconhecidas, como o da escrita criativa, da revisão e edição de textos. Em relação aos quesitos de design, a metodologia empregada mostrou-se efetiva, – embora tenha havido problemas de cronograma –, uma vez que o produto final do projeto corresponde aos requisitos gerados ao longo do Levantamento e da Análise de dados. O produto final cumpre com os objetivos apresentados e afirma a todo momento o diferencial pretendido, que é o caráter autoral e imersivo proporcionado por meio da estética. A propriedade mutável e a capacidade de desdobramentos do pop-up mostrou-se uma característica favorável ao projeto, tornando o livro bastante diverso, mas coerente, apesar de ter sido construído usando basicamente duas técnicas, a dobra em “v” e o mecanismo de “mesa flutuante com suportes”. O sucesso do produto final é evidenciado pela amplitude de cumprimento dos requisitos do projeto. As ilustrações feitas para o livro foram muito importante para o meu crescimento técnico, pois para a sua execução, foram pesquisadas técnicas de pintura digital, que acabaram sendo incorporados em outros projetos pessoais. Não só um Trabalho de Conclusão de Curso, mas um projeto de superação, onde eu aprendi a me conhecer e a entender o meu potencial.
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10. REFERÊNCIAS
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FLIPBOOK. History. Disponível em DUFOUR ADVERTISING. Take the tour with Bo Beep . Disponível em < http://www.makingofapopup.com/tour/> PAPER MARK HINNER ENGINEERING. From idea of publication . Disponível em SANTOS, Belinda. Volvelle: do pop-up medieval à hipermídia. Disponível em SMYTH Iain. 10 stages to creating a Pop-Up. Disponível em < http://www.papersmyths. com/how-we-make- pop-ups.php> LIBROS POP-UP . Libros Pop-Up Books Cards. Disponível em < http://librospopup.blogspot.com.br/> EXTREME CARDS AND PAPER CRAFTING. How to Make Pop Up Cards. Disponível em < http://extremecards.blogspot.com.br/p/ pop-up-lessons-how-to-books.html> HAWCOCK, David. How we do it. Disponível em < http://176.32.230.17/hawcockbooks. co.uk/wp-content/uploads/2013/03/howitsdone.pdf> PATTENDEN, Robert. Pop Up Galleon. Disponível em < http://home.clara.net/rogerpattenden/galleon.html> ROBIN, Ellen G. K. Pop-up and Movable Books In the Context of History . Disponível em SABUDA, Robert. Make Your Own Pop-Ups. Disponível em BARELLI, Uibirá. Engenharia de Papel no Mercado Editorial: o desenvolvimento de um livro pop-up. Disponível em
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