Este teste caracterológico provém de uma das muitas caracterologias existentes. Tal como fizemos com a de Szondi, vamos primeiro estudá-la como ela é em si mesma, tal como seus autores a formularam, para somente depois proceder à sua comparaço com a !strologia. "este caso, trata-se da caracterologia franco-#olandesa, assim c#amada por ter sido conce$ida por dois #olandeses, %. &e'mans e E. (. )iersma, e posteriormente transformada em sua forma atual por dois franceses, *. +e Senne filósofo, cuo prestgio associado fez talvez com /ue essa caracterologia sasse do anonimato0 e %. 1erger. &e'mans e )iersma começaram esta caracterologia por meio de dois processos simult2neos3 4o, pelo estudo de 455 $iografias3 6o, através de um repertório de algumas centenas de perguntas entregues a 7.555 psi/uiatras, psicoterapeutas e educadores, de forma /ue respondessem a respeito de pacientes ou alunos /ue con#ecessem $em. (estes 7.555 /uestionários, inutilizaram 855 por respostas am$guas o /ue no deixa de ser uma liço para nós3 igualmente devemos desprezar o planeta posicionado am$iguamente0. !pós desprezarem 49: de seu material, considerado am$guo e difcil de interpretar, foram gradativamente coando as respostas conforme estas expressam tend;ncias /ue parecem vinculadas a alguma constante. !s várias tend;ncias expressas nas n as respostas no compareciam aleatoriamente, no se com$inavam de uma maneira /ual/uer, mas sim, /uando aparecia uma determinada tend;ncia, apareciam associadas outras duas ou tr;s. !grupando, finalmente, as tend;ncias de comportamento, definiram o /ue c#amaram fatores do caráter. !s perguntas seguintes foram afunilando estes fatores até /ue se c#egou finalmente a tr;s /ue, conforme se verificou depois em outros /uestionários, eram realmente os decisivos. Eram fatores /ue agrupavam em si um grande n
= filósofo *ené +e Senne interessou-se pelo assunto e, com a auda de uma e/uipe, refez a pes/uisa de &e'mans e )iersma na >rança, encontrando os mesmos resultados. ! partir deste apoio rece$ido de +e Senne, esta caracterologia se propagou a ponto de constituir uma escola independente, /ue se consolidou numa sociedade ?nternacional de @aracterologia e tem inclusive uma revista /ue circula até #oe na >rança, denominada +e @aracterolo/ue. Am pouco mais tarde, o psicólogo %aston 1erger simplificou os /uestionários, /ue eram $em maiores, e deu ao teste esta forma atual, a /ual voc;s responderam. Bodemos encontrá-lo no Traité Bratii/ue dC!nal'se du @aractDre, com traduço para o portugu;s ediço pela editora !gir, *io0. "este tra$al#o, a funço de &e'mans e )iersma )iersma foi a de conce$er o teste e encontrar enco ntrar os primeiros resultados, definido os tr;s fatores. "as mos de *ené +e Senne, a caracterologia deixou de ser apenas uma pes/uisa em particular e tornou-se uma ci;ncia completa do caráter. Ele deu a definiço formal e a descriço fenomenológica dos fatores e dos tipos de caráter resultantes. Tam$ém desco$riu /ue os tr;s fatores eram insuficientes para aprender certas diferenças individuais mais finas. @ompletou o teste primeiro com dois fatores /ue ele c#amou de !mplitude !mplitude de @onsci;ncia !@0 e outro /ue c#amou Bolaridade B0. ais tarde acrescentou outros /uatro fatores /ue no diziam respeito ao caráter como um todo mas à particularizaço de determinadas tend;ncias. !os primeiros dois fatores /ue acrescentou acres centou c#amou de fatores complementares, por p or audarem a completar o perfil do caráterF aos outros /uatro fatores, mais mutáveis, c#amou fatores de tend;ncias, cuos resultados apresentam mais mudanças de tempos em tempos, sendo ade/uados portanto à verificaço do estado de determinadas tend;ncias no momento. =s /uatro
ator é a força comum /ue agrupa várias tend;ncias. Estas tend;ncias por sua vez so matrizes de comportamentos. GTend;nciaH é simplesmente a causa, /ual/uer /ue ela sea, /ue faz com /ue o indivduo, em determinadas situaçIes similares, reaa de modo similar. Járias tend;ncias, por sua vez, se agrupam tendo como causa ou fórmula
@om isso, talvez sem sa$er os caracterólogos franceses estavam o$edecendo à fórmula de Klages - o fundador da caracterologia em nosso século, cuo tra$al#o Elementos de @aracterologia contava á uns 75 anos por ocasio do surgimento desta caracterologia de &e'mans e )iersma, na década de L5 - /ue dizia /ue o caráter deve ser descrito em torno de dois eixos /ue c#amava de elementos a matéria do caráter0 e os fatores /ue so a forma /ue esses elementos ad/uirem, diferente de indivduo para indivduo0. &e'mans e )iersma enfocam ustamente o centro da /uesto /ue é ustamente a forma, ou sea, os fatores. Estes tr;s fatores esto presentes em todos os seres #umanos3 todo ser #umano tem algum tipo de emotividade, de atividade e de resson2ncia. Borém, esto presentes em /uantidades ou intensidades diferentes. !s sucessivas experi;ncias, tanto no lado #oland;s /uanto no lado franc;s, demonstraram /ue o próprio indivduo, respondendo so$re si mesmo, é uma fonte fidedigna de con#ecimento o$etivo. (efinindo os fatores, temos3 E=T?J?(!(E *eaço interna aos estmulos externos. Barticularmente so$ a forma de reagir a diferenças ou conflitos. = /ue /uer dizer /ue o indivduo denominado emotivo sente mais as diferenças do /ue um outro indivduo no-emotivo. (efine %aston 1erger3 GSer emocionado é ser pertur$adoH, ainda /ue esta pertur$aço no apareça no comportamento imediato visvel, por/ue a emotividade no é o
indivduo para determinadas doenças e no para outras. (iz +e Senne /ue no #á nada no caráter /ue no ten#a uma correspond;ncia fisiológica ou anatMmica /ual/uer, de maneira /ue, con#ecendo em detal#e a constituiço do indivduo, seria possvel sa$er /ual é o seu caráter. Ná na !ntigOidade, !ristóteles associava a maior ou menor acuidade dos sentidos a determinados traços de caráter. (izia /ue as pessoas /ue so mais agudas intelectualmente tam$ém so as /ue t;m o sentido do tato mais desenvolvido. +e Senne prossegue ento uma idéia /ue é vel#ssima. !T?J?(!(E "o é a /uantidade de aço dispendidaF no é o n
*ESS="Q"@?! Todas as informaçIes rece$idas pelo organismo psicofsico #umano, se so rece$idas, é por/ue alteram a pessoa por dentro, interferem no ogo de forças interno. Se no #ouver alteraço nen#uma, nen#uma informaço #ouve. Esta alteraço é imediata3 a informaço dos sentidos provoca alteraço no organismo psicofsico no instante em /ue ocorre. Borém, além de provocar alteraço no instante em /ue surge, ela tam$ém pode ser retida na memória e continuar a provocar alteraço mais tarde. Bode sair do campo da consci;ncia ser es/uecida0 e retornar ou agir por vias su$conscientes, provocando novas alteraçIes muito depois. Esta segunda forma de alteraço pode ocorrer ou no. as a primeira tem ocorrer necessariamente, seno no #ouve informaço. !o primeiro tipo de alteraço c#ama-se funço primáriaF ao segundo tipo, funço secundária. Todas as informaçIes t;m a funço primária necessariamente. &á um fator moderado /ue seleciona as alteraçIes, tornando secundário o caráter das informaçIes. >azendo com /ue as informaçIes rece$idas seam retidas mais tempo. "este
= indivduo ento pode ser emotivo ou no emotivo, ativo ou no ativo, primário 40 ou secundário 60, o /ue gera as seguintes com$inaçIes3 ER !R 4F ER !R 6F ER ! - 4F ER ! 6 grupos dos emotivos0F E - !R 4F E- ! 6F E- !- 4F E- !- 6 grupo dos no emotivos0. =s nomes a /ue correspondem estas com$inaçIes so altamente e/uvocos e pro$lemáticos. "en#um dos nomes significa o /ue se entende por esses mesmos nomes na linguagem corrente. @ada termo expressa um conceito muito definido, particular a esta caracterologia, e deve ser entendido só e somente neste sentido, o /ue a seguir daremos, e no nas acepçIes correntes. Bara c#egar aos mencionados tipos, e/uipes inteiras tam$ém foram acionadas para estudar os diários, memórias, cartas, depoimentos de personalidades #istóricos falecidos. E por isso mesmo costuma #aver pe/uenas diverg;ncias entre os autores, en/uadrando às vezes o mesmo personagem em tipos diferentes. So poucas porém essas diverg;ncias, ocorrendo num pe/ueno n
ER ! - 6 sentimental "o emotivos E - !R 4 sangOneo E - !R 6 fleumático E - ! - 4 amorfo E - ! - 6 apático Jeamos os perfis dos dois primeiros, traçados por %aston 1erger3 @=+P*?@= ER !R 40 %eneroso, cordial, c#eio de vitalidade, exu$erante, otimista, em geral de $om #umor. >alta-l#e gosto e senso de medida, sendo às vezes grosseiro sem se dar conta. >alta-l#e refinamento. !tividade intensa e fe$ril mas m
Exemplo de um colérico famoso é 1alzac. (urante anos a fio, a vida dele resumiu-se no seguinte3 começava a tra$al#ar às 4# e escrevia como um louco até # da man#. = prato de refeiço /ue l#e era servido, ele comia en/uanto tra$al#ava. (e repente, parava tudo e só pensava em festas, em gastar din#eiro, em mul#eres e $e$idas. %astava tudo o /ue tin#a, seguro de /ue, uma vez /ue precisasse novamente de din#eiro, escreveria um ou diversos livros e conseguiria ento a soma de /ue precisava. Sua o$ra é descomunal, porém c#eia de erros, desatençIes, por l#e faltar o senso do gosto e da medida. &á muita coisa de terrvel mau gosto em 1alzac, ao mesmo tempo /ue é um escritor exu$erante. Sua o$ra ! @omédia &umana, comporta dezenas de ttulos, nos /uais os mesmos personagens reaparecem. Am personagem, às vezes central numa #istória, reaparece como secundário numa outra, de forma /ue aos poucos isso foi formando uma rede /ue mostra toda a sociedade #umana. Ele teve idéia de fazer uma o$ra nestes moldes de repente, de man#, /uando estava na rua. @#egou em casa e disse3 G@umprimente-me. Estou em vias de me tornar um g;nioH, o /ue é próprio de um primário. Temos no 1rasil um colérico ilustre3 ário >erreira dos Santos, filósofo. Am dia, deu-l#e na ca$eça e ele foi para casa e passou a escrever uma o$ra entitulada Enciclopédia das @i;ncias >ilosóficas, /ue tin#a 8 volumes, todos escritos num prazo de 4: anos, o /ue significa mais de L volumes por ano. ário comia muito, falava muito, agia muito, sempre animado e alegre, confiante na inesgota$ilidade das suas forças, e sem se preocupar com o aman#. Us vezes tin#a explosIes de raiva, /ue logo passava. Tanto no caso de 1alzac /uanto no caso de >erreira, no foi algo longamente deli$erado foi um s<$ito impulso de vontade /ue durou vários anos. Bor outro lado, o passional no age inconse/Oentemente. Ele tam$ém é emotivo. Sente as coisas profundamente, as coisas o a$alam. E, sendo ativo, estas emoçIes /ue o a$alam tendem a ser tra$al#adas e a transformar-se em açIes, em decisIesF tendem a ser coordenadas num es/uema de idéias, valores e planos. as, ao contrário do colérico, cua emoço trans$orda em aço imediatamente, #averá um intervalo entre a emoço e aço de maneira /ue as causas /ue desencadeiam a aço do passional no sero to claras para o o$servador do momento /uanto a/uelas /ue pIem colérico em aço. Bortanto, ele parecerá desde logo muito mais misterioso /ue o colérico. !o contrário de colérico, /ue tende a ser generoso e cordial, portanto simpático, a no ser /uanto à sua grosseria, o
passional tenderá a ser simpático ou antipático conforme l#e interesse. = passional tam$ém tem o poder da vontade, porém, ao contrário da vontade do colérico, /ue é uma vontade fácil e moment2nea, será uma vontade dolorosa, por/ue ele formulará um o$etivo e tenderá a pMr a serviço dela toda a personalidade3 as forças /ue so propcias e as /ue so antagMnicas. = passional se caracterizará principalmente por isso3 por um esforço de coordenaço de toda a personalidadeF ele $uscará todos os deseos, impulsos, mesmo /ue seam antagMnicos entre si. "o colérico a multiplicidade interna aparecerá so$ a forma de açIes incoerentes3 ele fará uma coisa com convicço e fará uma outra, igualmente com convicço, porém /ue é o contrário da /ue aca$ou de fazer. Esta incoer;ncia do colérico era $em visvel em 1alzac. P um tipo incoerente por excesso, por/ue tem a força para fazer algo e o contrário deste algo, igualmente com convicço. !o passo /ue o passional tenderá a comprimir os dois lados da personalidade para o$ter uma sntese em vista de uma finalidade
(e #umor variável, ele /uer assustar e atrair a atenço dos outros. P indiferente à o$etividade, tem necessidade de em$elezar a realidade. >az o /ue os americanos c#amam Wis#fult#inXing, pois pensa no conforme o /ue v; mas conforme o /ue desearia /ue fosse. Se no gosta da realidade, inventa outra . Tem o gosto pelo $izarro, pelo estran#o, pelo extravagante. Tem um ritmo irregular de tra$al#o e só tra$al#a no /ue l#e agrada. Sente necessidade de estmulos para fugir do tédio. P inconstante nas suas afeiçIes. Exemplos #istóricos3 1adelaire, Jerlaine, Stend#al. = tra$al#o do colérico e do nervoso é irregular, por motivos opostos. Tanto um /uadro outro pode tra$al#ar aos solavancos. = colérico por/ue tem multiplicidade de lin#as de aço /ue ele conduz paralelamente, de acordo com algo /ue pensou e com o$etivos /ue tem, por deciso própria. !o passo /ue o nervoso é pressa de tédio. Ele pára o tra$al#o no /uando decide, mas /uando no agOenta. ! curva do seu tra$al#o é curta, por/ue a coisa entendia. Ele cansa, é mais fatigável /ue o colérico. !demais, é movido pelo gosto. Se no gosta mais, torna-se simplesmente incapaz de fazer. Sa$endo disto, como é /ue ele fará para se adaptar à vida social, ao tra$al#o, ao mundo c#ato, tediosoY Terá de recorrer à fantasia, em$elezando as coisas artificialmente, se convencendo /ue a coisa /ue imaginou é mel#or do /ue na realidade é. Ser um emotivo no ativo, isto /uer dizer /ue ele é pertur$ado profundamente pelo /ue acontece, mas no consegue transformar as suas reaçIes em açIes voluntárias. Bodemos exemplificar essas diferenças assim3 supon#a /ue alguém ofenda um colérico. Ele revida com um tapa e a #istória aca$a a. @aso a ofensa se diria a um passional, ele irá medir para ver o /ue convém aos seus o$etivos, se a ofensa é ou no relevante e se é mel#or ou no esperar outra ocasio para revidar. Se a ofensa for dirigida a um nervoso, /ue é um primário, ele tenderá a uma reaço no momento mas no conseguirá fazer convergir toda a sua personalidade de maneira a reagir de forma /ue satisfaça a todo o seu ser. Vual/uer reaço /ue ten#a o deixará metade descontente3 se dá um tapa, se arrepende depoisF se no dá, se acusa de covarde. Vuando c#egar a $ater em alguém, $aterá demais, de forma desproporcional à deciso tomada. = /ue, em sentido caracterológico, no é aço, por no ter a/uela proporcionalidade com a deciso. = nervoso tem menos domnio, menos li$erdade de aço do /ue o colérico ou passional.
Estes agiro na medida exata do /ue decidem e com a personalidade inteira. = nervoso, por ser primário, tem de reagir no momentoF mas, por ser inativo, no age verdadeiramente. SE"T?E"T!+ ER ! - 60 Am am$icioso /ue permanece no estado da aspiraço. editativo, introvertido, es/uizotmico. >re/Oentemente melancólico e descontente consigo mesmo. Julnerável e escrupuloso. Tem dificuldade em entrar em relaço com os outros. *umina o passado, se auto-analisa. P resignado à derrota e aprecia a intimidade. Us vezes tem um vivo sentimento da natureza. Tal como o passional, o sentimental é am$icioso. Borém, tem dificuldade de c#egar a decisIes por/ue tem uma consci;ncia demasiado aguda dos aspectos contraditórios /ue se agitam dentro dele mesmo, e no c#ega a coeri-los para tomar decisIes. To logo decide, /uestiona a sua própria deciso. Bor isso se diz /ue é escrupuloso. Em latim, scrupulum /uer dizer Gpedrin#asH3 é um sueito /ue fica pesando pedrin#as e mais pedrin#as, levantando o$eçIes contra si mesmo e contra seus próprios proetos, no no sentido crtico de planear direito e criticar o plano com anteced;ncia para no dar errado, e sim por uma compulso. Tal como o nervoso, é um inativo, alguém cua aço no expressa a deciso, se é /ue #ouve deciso, mas /ue expressa uma reaço, às vezes indeseada, a um estmulo exterior ou interior /ual/uer. Vuando parece estar agindo, na verdade está reagindo. Borém o nervoso expressará isto numa contradiço imediata do comportamento3 ele faz e desfaz. = sentimental no faz nem desfaz3 fica pensando. Am exemplo3 ofende-se um nervoso e ele faz um estardal#aço. "o instante seguinte, ele está com um monte de pro$lemas, ac#ando /ue reagiu demais. (a telefona, desculpa-se, elogia /uem o ofendeu, #umil#a-se. = sentimental ficará, ao contrário, paralisado por escr
escritos confessionais3 diários, memórias, /ue escreve para si mesmo porém na secreta esperança de algum dia tudo a/uilo sea lido por alguém /ue vai compreend;-lo totalmente. = sentimental tem um deseo imenso de ser compreendido e por isto mesmo aprecia a intimidade. Sendo um auto-analista, ele compreende facilmente o próximo e tem o dom psicológico, assim como o nervoso tem o dom da fantasia, Sentimental céle$re3 Nean N. *ousseau. Escreveu uma o$ra tpica de sentimental3 =s (evaneios do @amin#ante Solitário, livro onde se coloca como o #omem mais $ondoso da Europa, o de coraço mais puro, /ue a todos /ueria $em e a todos perdoava por no o entenderem. Am sentimental /ue no mentia e /ue tam$ém era g;nio nas letras foi !miel, filósofo suço /ue a vida toda tentou escrever alguma grande o$ra e no conseguia. Escrevia um diário no /ual registrava diariamente as dificuldades interiores /ue encontrava para realizar a sua o$ra. "o fim, o diário ficou sendo sua grande o$ra e virou um clássico da literatura. KierXegaard foi outro caso de indeciso, /ue durou uma vida inteira. !lfred de Jingn'3 fracassou em todos os seus proetos, recol#eu-se movido pelo senso de dignidade ofendida, passou o resto da vida curtindo essa amargura. Tin#a o inconveniente de estar sempre do lado errado3 tentou a carreira militar e se deu mal, tendo desco$erto /ue era monar/uista só após este regime ter cado. =fereceu generosamente o seu apoio à causa monar/uista para /ue o rei recuperasse o trono até desco$rir /ue o rei era salafrário, /ue estava passando muito $em em +ondres, gastando seus mil#Ies e /ue estava pouco ligando para recuperar a monar/uia. Jign' foi alguém /ue /uis fazer uma carreira #eróica mas desco$riu /ue a causa /ue escol#era era perdida. >icou o resto da vida curtindo essa amargura e escrevendo so$re a tragédia do poeta num mundo mau e est
Exemplo3 Joltaire, Talle'rand. Este +EA\T?@= E - !R 60 &omem de #á$itos, regras e princpios. Bontual e o$etivo, fidedigno, ponderado, de #umor constante, paciente e tenaz. oralista e, se religioso, entenderá a religio so$retudo no aspecto moral. !$stratista, senso de #umor muito vivo. !precia a norma e a +ei. Tanto o sentimental /uanto o fleumático so escrupulosos, porém por motivos totalmente diversos. = sentimental por/ue v; a sua contradiço e se analisa. = fleumático por/ue desea manter a coer;ncia entre o ato e o sistema a$strato ao /ual aderiu, um pro$lema o fleumático tentará resolv;-lo segundo a aplicaço dedutiva de uma norma e vai deduzindo até c#egar ao caso particular. Se é um caso para o /ual no #á norma, inventará uma norma geral, para os casos /ue ven#am a ser parecidos. Exemplo3 Kant. (izia3 G= céu estrelado acima de mim, a norma moral dentro de mimH. Era um #omem to apegado a regras /ue dizia o seguinte. G"o se deve mentir mesmo ao ladro /ue vem nos assaltar.H !=*>= E - ! - 40 (isponvel, conciliador, tolerante por indiferença finge /ue concorda para poder continuar tudo do mesmo eito0, !s pessoas ac#am /ue tem G$om caráterH. "egligente, indiferente, fre/Oentes aptidIes para a montaine. "este, nota-se uma mediço distante so$re o ser #umano, como se visse de muito longe. Brocura manter-se sempre dentro do a$solto e/uil$rio. !B\T?@= (istante de tudo por ser fec#ado, secreto, voltado para si, mas sem vida interior intensa. Escravo do #á$ito. @onservador no no sentido poltico0. Som$rio. Taciturno.
*ancoroso, difcil de reconciliar. &onesto. Jeraz. &onrado. P o menos tagarela dos #omens. !ma a tran/Oilidade. Exemplo3 +uiz ]J?. Só gostava de marcenaria. "o dia em /ue tomaram a 1astil#a, anotou num diário /ue mantin#a, no por motivos sentimentais mas como parte do ofcio de rei. G&oe, nadaH.
E+EE"T=S 1\S?@=S (! @!*!@TE*=+=%?! >*!"@=-&=+!"(ES! Esta caracterologia é assim c#amada por ter sido iniciada por dois #olandeses - %. &e'mans e E. (. )iersma - e completada por dois franceses - *ené +e Senne e %aston 1erger. = teste /ue utilizamos foi extrado do livro de %aston 1erger. Traité Brati/ue dC!nal'se du @aractDre J. 1i$liografia0. =s elementos /ue forneceremos em seguida prov;m igualmente desse livro, do Tratado de @aracterologia de +e Senne, /ue é o grande clássico dessa escola, e de outras o$ras afins. Jamos inicialmente estudá-la tal como é em si mesma - em sua teoria e sua técnica - para somente depois es$oçarmos algumas comparaçIes com a astrologia. Vue é caráter G= vocá$ulo caráter prov;m do grego c#araXtér, /ue significa impresso, gravaço. G(esse primeiro sentido resultam3 a0 um aspecto originalF $0 um aspecto permanente praticamente indelével0.H *oger %aillat, @#aves da @aracterologia, p. 47 %aillat distingue entre um sentido amplo e um sentido estrito do termo caráter. Sentido amplo3 G= caráter é a/ui entendido como um feixe de traços ... /ue conferem a um indivduo uma originalidade natural. = termo englo$a, portanto, no só disposiçIes estáveis e inatas, mas tam$ém a maneira pela /ual o sueito explora essa $ase primitiva ao sa$or das situaçIes ... = caráter aparece como uma ^resultanteC ou, caso se prefira, o resultado de uma aço exterior so$re um dado suscetvel de evoluir.H?d., p. 4L0 Sentido estrito3 G= termo caráter diz respeito a/ui exclusivamente ao n
Asando o termo o sentido estrito, %aillat dá a seguinte definiço3 G= caráter é uma estrutura psicofisiológica, ao mesmo tempo organizadora e racional, /ue coloca o indivduo, de maneira original, em relaço constante e din2mica com o dado existencial.H Bonto de partida &e'mans e )iersma, partindo da análise de 7 mil /uestionários preenc#idos por médicos a respeito de seus pacientes, isolaram desde logo tr;s fatores cua maior ou menor intensidade num indivduo delinearia o perfil do seu caráter3 a0 Emotividade3 reaço emotiva aos estmulos externos. $0 !tividade3 $usca do esforço. c0 *esson2ncia3 efeito das impressIes, o /ual pode ser imediato e $reve primário0 ou retardado e duradouro secundário0. ! com$inaço dos tr;s fatores produzia, ento, oito caracteres mudei, para simplificá-lo, o sistema de a$reviaturas usado pelos autores03 40 Emotivo-!tivo-Brimário3 @=+P*?@= ER!R40 60 Emotivo-!tivo-Secundário3 B!SS?="!+ ER!R60 70 Emotivo-?nativo-Brimário3 "E*J=S= ER !-40 L0 Emotivo-?nativo-Secundário3 SE"T?E"T!+ ER!-60 80 "o-emotivo-!tivo-Brimário3 S!"%A["E= E-!R40 :0 "o-emotivo-!tivo-Secundário3 >+EA\T?@= E-!R60 _0 "o-emotivo-?nativo-Brimário3 !=*>= E-!-40 0 "o-emotivo-?nativo-Secundário3 !B\T?@= E-!-60 étodo da caracterologia de +e Senne ! contri$uiço de +e Senne constituiu, primeiro, em dar maior fundamento cientfico à caracterologia de &e'mans e )iersma, completando os resultados da o$servaçoinduço pela definiço mais rigorosa dos conceitos e pela formulaço de uma teoria mais a$rangenteF segundo, em ampliar o campo das diferenciaçIes individuais, introduzindo os fatores de tend;ncia, /ue se acrescentam aos caracteres de $ase, modulando-os e particularizando-os. = aporte de 1erger foi so$retudo de ordem técnica, aperfeiçoado e simplificando os /uestionários, /ue so o principal instrumento de pes/uisa desta caracterologia.
! caracterologia franco-#olandesa no é somente uma técnica diagnóstica ou descritiva, mas uma ci;ncia completa do caráter, comportando princpios explcitos, conceitos rigorosos, crtica metodológicas e exigentes procedimentos de pes/uisa e verificaço. Eis como +e Senne define as exig;ncias da caracterologia3 GSe a caracterologia é um con#ecimento legtimo, deve permitir, de um lado, por meio de fatos comprovados e, tanto /uanto possvel, medidos, destacar por induço os traços constitutivos de um caráterF mas, por outro lado, deve permitir /ue se deduzam a partir desses traços, isto é, dos elementos da fórmula desse caráter, as propriedades /ue possam coincidir com as propriedades comprovadas. Esta$elecemos a realidade emprica de um caráter mediante a descriço estatstica ou $iográficaF mas devemos compreend;-lo por construço, tal como compreendemos a construço de uma esfera pela rotaço de uma circunst2ncias ao redor de seu di2metro,H Tratado de @aracterologia, p. 4450 =u sea3 a caracterologia atém-se à regra áurea do con#ecimento cientfico3 só #á ci;ncia /uando a/uilo /ue foi deduzido a partir de princpios coincide com a/uilo /ue foi induzido da o$servaço dos fatos. %uardem em este ponto, /ue ele nos será
atividade manifesta muito medocre ... Am dos traços do ativo é a facilidade com /ue ele recupera forças, após um tra$al#o esgotante ...H Secundariedade ou *esson2ncia R 0 - GTodas as nossas representaçIes exercem so$re nós uma aço imediata, a /ue podemos c#amar sua ^funço primáriaC. as, /uando desapareceram do campo de consci;ncia, continuam a ^repercutirC em nós e a influenciar nossa maneira de agir e pensar. Esta aço prolongada é sua ^funço secundáriaC. Bor extenso, c#amaremos ^primários aos indivduos em /ue as impressIes agem so$retudo pela sua funço primária, ^secundáriosC à/ueles em /uem as impressIes exercem uma ^funço secundáriaC importante.H =s oito caracteres de $ase 4. @olérico a0 >órmula3 Emotivo-!tivo-Brimário ER!R40 $0 Berfil. - %eneroso, cordial, c#eio de vitalidade e de exu$er2ncia. =timista, geralmente de $om #umor, falta-l#e com fre/O;ncia gosto e eleg2ncia. !tividade intensa e fe$ril. +der. c0 Jalor dominante3 a aço d0 @oléricos famosos. - 1alzac, @asanova, (anton, (iderot, Jictor &ugo, Saint- Simon, @#arles Bégu', %eorge Sand. e0 =$servaço de %aston 1erger. - G= colérico, sendo emotivo, ressente fortemente os conflitos. as, longe de a$at;-lo, eles l#e fornecem a ocasio de sentir sua própria força ... = colérico faz face, mas fre/Oentemente no escol#e. 1usca conservar am$os os partidos. Bouco se preocupa de ter uma vida coerente ... `as ` sua infidelidade no é es/uecidiça como a do nervoso3 é conservadora3 no sacrifica um amor a outro, acrescenta o segundo ao primeiro.HTraité, pp. L8- L:.0 6. Bassional a0 >órmula3 Emotivo-!tivo-Secundário ER!R60 $0 Berfil. - !m$icioso /ue realiza. Tenso externa de toda a personalidade. !tividade concentrada num fim
d0 Bassionais famosos. - Santo !gostin#o, 1eet#oven, *acine, "ietzsc#e, Bascal, Tolstoi, iguel !ngelo, "apoleo, &itler, So 1ernardo, >ic#te, &egel, >lau$ert, @omte. e0 =$servaçIes de %aston 1erger. - G! paixo é a ordenaço da vida afetiva, su$metida a uma tend;ncia dominante ... &á dois meios de realizar o e/uil$rio sistemático das formas3 40 ! integraço consiste em fazer servirem à realizaço da o$ra as tend;ncias /ue, entregues a si mesmas, arriscariam desviar-se. 60 = sacrifcio3 a deli$eraço do passional é dramática, por/ue ele sofre na/uilo /ue negligencia e paga com sua felicidade o sucesso de sua empresa.HTraité, pp. L_-85.0 7. "ervoso a0 >órmula3 Emotivo-?nativo-Brimário ER!-40. $0 Berfil. - &umor variável. Vuer espantar, atrair a atenço al#eia. "ecessita em$elezar a realidade, o /ue vai da mentira à ficço poética. Tem um gosto pelo $izarro, às vezes pelo maca$ro. Tra$al#a irregularmente e só no /ue l#e agrada. Tem necessidade de excitaçIes /ue o tirem do tédio. ?nconstante nas afeiçIes. >ácil de consolar. c0 Jalor dominante3 o divertimento d0 "ervosos famosos. - 1audelaire, @#opin, Stend#al, (ostoievsXi, %auguin, &eine, Edgar BIe, *im$aud, =scar )ilde, Jerlaine, ozart, Sterne. e0 =$servaçIes de %aston 1erger. - GVuanto mais a emotividade aumenta, mais os conflitos so vivamente sentidos. !/ueles nos /uais a impresso é a mais forte so, sem d
patológicas de tipo mitomanaco. &á, enfim, o socorro dos excitantes, álcool e drogas.H Traité, pp. 7b-L4.0 L. Sentimental a0 >órmula3 Emotivo-?nativo-Secundário ER !- 60 $0 Berfil. - !m$icioso /ue permanece no nvel da aspiraço. editativo, introvertido, es/uizotmido. elancólico e descontente de si. Tmido, vulnerável, escrupuloso, alimenta a sua vida interior pela ruminaço do passado. !uto-analise. (ificuldade de relacionamento. *esignado a derrotas evitáveis. Jivo sentimento da natureza. c0 Jalor dominante3 a intimidade d0 Sentimentais famosos. - *usseau, !miel, Jign', @#opin. e0 =$servaçIes de %aston 1erger. - G= sentimental parece-se com o nervoso, mas a secundariedade su$stitui a graça pela profundidade e o ogo das imagens pela reflexoF ela torna-o prudente. = sentimental #esita tanto /ue ele deixa passar a ocasio e, no fundo, se reu$ila com isso, pois a aço o atemoriza ... decepcionado pelo mundo, ele no foge para a fantasia3 ele se fec#a em si. ! vida interior l#e permite triunfar à sua maneira. = instrumento de li$eraço /ue ela l#e oferece é o método reflexivo e a análise psicológica ... ele se tornará capaz de fazer por artifcio o /ue outros realizam naturalmente. P o /ue se c#ama ^mudar o caráterC. Ele é, de todos os #omens, o /ue mais exatamente con#ece suas fra/uezas, mas ele espera, graças à sua secundariedade, tirar a sua fraca atividade o mel#or rendimento ... a análise reflexiva auda-o a suportar o sofrimento ... ele é feliz na reflexo, na intimidade, no segredo. +onge dos ol#ares trocistas dos #omens superficiais, ele escreve para si mesmo, mas son#a encontrar o irmo ideal /ue seria capaz de compreend;-lo ... ele ustifica a inaço pela natureza de ideal ou pelo rigor da exig;ncia.H Traité, pp. L6-L80. 8. SangOneo a0 >órmula3 "o-emotivo-!tivo-Brimário @-!R40 $0 Berfil. - Extrovertido. Brático, polido, espirituoso, irMnico. Sa$e manear os #omens. Tem iniciativa e flexi$ilidade. =portunista. c0 Jalor dominante3 o sucesso. d0 SangOneo famosos. - ontes/uieu. Telle'rand, !natole >rance.
e0 =$servaçIes de %aston 1erger. - G(ifcil de pertur$ar, ele no sente o conflito com o peso suficiente. Sua atividade permite-l#e dominar a situaço3 o conflito torna-se ogo. = sangOneo se diverte em vencer as resist;ncias. ! sociedade é o seu terreno. !s leis e costumes so apenas a regra do ogo. 1asta sa$er aplicá-las. = /ue entusiasma ou escandaliza os emotivos torna-se para o sangOneo um pretexto de reflexIes irMnicas.H Traité, pp. 7_-7.0 :. >leumático a0 >órmula3 "o-emotivo-!tivo-Secundário E-!R60 $0 Berfil. - &omem de #á$itos e princpios. Bontual, o$etivo, fidedigno, ponderado. (e #umor igual, geralmente impassvel, paciente, tenaz, sem afetaço. Us vezes, um vivo senso de #umor. !ma os sistemas a$stratos. c0 Jalor dominante3 a +ei. d0 >leumáticos >amosos. - Kant, )as#ington, >ranXlin, No#n Stuart ill, +ei$niz, (arWin, Noffre. e0 =$servaçIes de %aston 1erger. G! gravidade su$stitui a troça, e o conflito toma o aspecto de um pro$lema a ser considerado com o$etividade e do /ual se trata de desco$rir a soluço. =s fleumáticos t;m o eito para a exatido da o$servaço o$etiva.H Traité, pp. 7b.0 _. !morfo a0 >órmula3 "o-emotivo-"o-ativo-Brimário E- !- 40 $0 Berfil. - (isponvel, conciliador, tolerante por indiferença, mostra às vezes uma teimosia passiva muito tenaz, negligente, preguiçoso, indiferente. >re/uentes aptidIes para a montaine, +uiz ]J. e0 =$servaço de %aston 1erger. - G! constataço /ue está na $ase de todo conflito é vivida pela consci;ncia como emoço. = conflito será portanto atenuado e como /ue amortecido nos no-emotivos. =s no-emotivos inativos no t;m reaço pessoal. Seguem seus #á$itos ou o$edecem às circunst2ncias. = amorfo se a$andona, mas sua primariedade o torna móvel e ele cede a todos os impulsos. "ada o afeta profundamente3 uma decepço amorosa é logo apagada por uma nova aventura. "o amorfo a plasticidade
se revela como a verdadeira força3 ele parece ceder, mas deixa passar a tempestade e depois de reencontra tal como era na origem.H Traité, p. 7:0 . !pático a0 >órmula3 "o-emotivo-?nativo-Secundário E- !- 60 $0 Berfil. - >ec#ado, secreto, mas sem vida interior intensa. Som$rio e taciturno. Escravo dos seus #á$itos, conservador. Tenaz nas inimizades, difcil de reconciliar. = menos tagarela dos #omens. !ma a solido. &onesto, veraz, #onrado. c0 Jalor dominante3 a tran/Oilidade. d0 !páticos famosos3 +uiz ]?J, +uiz ]J?, ]avier do aistre. e0 =$servaçIes de %aston 1erger. - G! resist;ncia de seus #á$itos l#e dá independ;ncia em relaço ao meio. Sua maneira de se adaptar é ignorar, deixar passar, ^fazer-se de mortoC. Sua força é a inércia.H Traité, p. 7:0
@omentários aos oito caracteres de $ase = colérico é inconstante pois tem confiança em /ue possui forças de so$ra. Ná o passional economiza suas forças, a$stendo-se do /ue no concorra para sua metaF sa$e /ue suas forças esto a$aixo do /ue pretende realizar. Bor outro lado, o nervoso é inconstante como o colérico, mas por motivo diverso3 se para o colérico um canal de aço no l#e $asta, para o nervoso o tédio e a fra/ueza o o$riga a interromper o /ue começa. =s tipos irMnicos so tr;s3 o nervoso, o fleumática e o sangunio. = fleumático por/ue realmente v; as coisas de longe. = sangOneo por/ue no leva as coisas a sério. E o nervoso por/ue usa a ironia como uma arma com /ual se defineF se uma pessoa se comporta com ironia mas no fundo sofrendo, ento é do tipo nervoso. = passional é resignado à derrota, pois uma vez derrotado, pensar no assunto no irá contri$uir para a consecuço de seus planos. Ná o sentimental se resigna de antemo a uma derrota /ue poderia evitar. (iferente é o caso do amorfo, /ue tam$ém se resigna, mas por pura indiferença. = sentimental é psicólogo nato, por/ue desea con#ecer para dominar mel#or as tend;ncias /ue ele v; como incompatveis. "o conseguindo decidir, ele pelo menos procura, ao nvel das idéias, encontrar uma explicaço /ue l#e d; uma unidade, ao menos potencial. Em$ora ele no consiga realizar essa unidade, pelo menos pode o$ter uma imagem coerente de si mesmo. Sendo o signo do psicólogo, é o signo da reforma de si. Se l#e derem um $om consel#o, o sentimental fará tudo para segui-lo, pois tem consci;ncia de seus desfeitos e desea se superar. = nervoso, sendo primário, no refletirá como o sentimental, mas procurará na fantasia sua defesaF sendo /ue esta fantasia poderá se expressar como uma força na descriço artstica e poética, ou como uma simples fuga /ue se traduz na mitomania necessidade de GinventarH para confundir os outros0 ou, no caso extremo, pelo consumo de drogas. = sentimental ustifica sua inaço pela pureza do ideal ou pelo rigor da exig;ncia, en/uanto se esforça no sentido do autocon#ecimento. "o entanto, muitas vezes a ustificativa desvia-se para a autolisona, /uando ele alega /ue as oportunidades /ue perdeu no eram dignas de sua pessoa, pois ele no iria comprometer seu ideal puro
suando as suas mos na sordidez do mundo. !penas a/ueles /ue no encontrem uma ustificaço para a fuga é /ue permanecero na auto-análise sincera. Am exemplo de sentimental na literatura $rasileira é o !manuense 1elmiro, de @'ro dos !nos. "o fundo o sentimental sa$e /uando está mentindo, mas ele só contará a verdade à Galma g;meaH /ue possa compreender suas $oas intençIes. (e fato o sentimental geralmente é pessoa de $oas intençIes, tem valor, mas no consegue agir à altura de suas aspiraçIes. Am outro exemplo de sentimental é !miel na o$ra (iário [ntimo - oito volumes, dos /uais uma seleço foi traduzida para o portugu;s por ário >erreira dos Santos. "esta o$ra podemos ver a sinceridade /uase perfeita de um #omem para consigo mesmo, e notamos /ue ele no era to incapaz /uanto ele mesmo se ulgavaF ele apenas se tornava incapaz na presença al#eia3 era um pensador profundo /ue no conseguiu en/uadrar seu talento dentro dos canais de aço /ue se l#e apresentavamF por outro lado, seu diário é uma o$ra prima da literatura, da filosofia, da teologia, e até da poesia. =utro sentimental é anuel 1andeira, cuo verso mais famoso é Ga vida inteira /ue poderia ter sido e /ue no foiH. "o entanto, /uando foi lançada sua o$ra completa, =tto aria @arpeaux disse3 G! vida inteira /ue poria ter sido ... e /ue está a/ui, perfeitamente realizada,H Tanto para o sentimental como para o nervoso, é normal /ue esteam em situaço social em$rul#ada. Se a situaço externa no for #ostil, ainda assim o nervoso, por sentir contradiçIes, e o sentimental, por dificuldades de se comunicar, am$os estaro fadados de uma certa dose de fracasso social. Em contraste, se um sangOneo estiver com dificuldades de adaptaço, ento é um estado anormal e até alarmante. ! diferença fundamental entre o emotivo e no-emotivo é /ue para o emotivo todo conflito dói e ele enxerga contradiçIes onde outros nada v;em. =s emotivos so seres dilacerados e enfrentam esta dilaceraço de maneiras diversas3 o colérico, lutando e tentando ser tudo ao mesmo tempoF o passional fazendo escol#as e sacrifcios dolorososF o nervoso, fugindo para o mundo dos son#osF e o sentimental tentando ac#ar uma fórmula teórica /ue expli/ue para si o /ue está acontecendo. "o entanto, toda essa pro$lemática dos /uatro emotivos está ausente nos no-emotivos por serem estes insensveis aos pontos /ue para os primeiros so dolorosos.
Vuando se fala em fleumático tem-se a impresso de um sueito frio perante as pessoas, formal, circunspecto, imagem /ue na verdade é a do apático. "a verdade, fleumático tem um vivo senso de #umor, o /ue é facilmente explicável3 é um tipo cere$ral, vive pelas idéias. En/uanto para outros as idéias so a$stratas, para ele so perfeitamente concretasF da /ue, experimentando coisas de longe, estas l#e parecem às vezes de maneira incongruentes ou cMmicas @ada um dos tipos no-emocionais escapa de perce$er a emoço e a contradiço de maneira diferente3 o fleumático por/ue racionaliza tudoF o sangOneo, por/ue no /uer /ue nada o atrapal#e - /uer vencer, e afasta tudo o /ue o incomodaria -F o amorfo escapa por indiferença, /uer ficar em um estado de $em-estar, mas neste caso o $em estar é interno, e no um $em-estar de desenvoltura social3 ele se fec#a nele mesmo por/ue no /uer ser incomodado. "o entanto, o amorfo, por ser um primário, é afetado pelos estmulos exteriores do momento, voltando ao estado original depois /ue tudo passaF cede por preguiça, parece mudar mas no muda. = apático no muda nem na apar;ncia, no é possvel influenciá-lo de maneira alguma. Se o amorfo parece mudar, o apático nem parece. En/uanto o amorfo é comparável à água, /ue muda de forma mas no perde o volume, o apático é comparável à pedra.