ABC do Budismo Por
Michael Beisert Respostas a algumas das dúvidas mais freqüentes sobre o Budismo
Índice: O que é o Budismo? Therav ravada ada ) acreditam? No que os Budist Bu distas as ( The
Os Budistas Acreditam em Deus? O Budismo e a Reencarnação O Budismo tem uma visão negativa da vida? O Budismo é niilista? O Budismo e a homossexualidade No Budismo todo deseo é ruim? !orque devo meditar? !osso con"iar nos #uttas?
O que o Budismo! $% O que é o Budismo? A palavra Budismo é derivada da palavra ‘bodhi ’ que significa ‘despertar’, portanto o Budismo é a filosofia do despertar ou iluminação. Essa filosofia teve origem na experincia de um !omem c!amado "idd!ata #otama, con!ecido como o Buda, que reali$ou a iluminação por si pr%prio com &' anos de idade. ( Budismo existe fa$ ).*++ anos e tem cerca de &++ mil!es de adeptos no mundo todo. Até meados do séc. -- o Budismo era um filosofia com predomin/ncia na 0sia mas desde então se expandiu para todo o mundo. &% 'ntão o Budismo é aenas uma "iloso"ia? A palavra filosofia provém de duas palavras, ‘filo’ que significa ‘amor’ e ‘sofia’ que significa ‘sa1edoria’. ‘sa1edoria’. Então filosofia é o amor amor pela sa1edoria ou ou amor e sa1edoria, am1os significados descrevem o Budismo com perfeição. ( Budismo ensina que devemos tentar desenvolver desenvolver todo o potencial da nossa capacidade mental de modo que possamos alcançar o claro entendimento da realidade. ( Budismo tam1ém prega o desenvolvimento do amor e 1ondade de modo que possamos expressar verdadeira ami$ade por todos os seres.
% *uem "oi o Buda? 2o ano *'+ antes de 3risto um 1e1 nasceu numa fam4lia real no norte da 5ndia. Ele cresceu rodeado pela rique$a e pelo luxo mas aca1ou se dando conta de que o conforto e a segurança mundanas não asseguram a felicidade. Profundamente comovido pelo sofrimento que viu ao seu redor, ele decidiu tentar encontrar o camin!o para a felicidade !umana. 3om )6 anos de idade ele a1andonou a vida de pr4ncipe e saiu em 1usca da solução para os pro1lemas !umanos. Ele estudou e praticou com mestres distintos mas nen!um deles na verdade sa1ia a causa do sofrimento !umano e como super78lo. Por fim, depois de seis anos de estudos e experimentos com todos os tipos de pr7ticas ascéticas e meditativas, ele reali$ou o fim da ignor/ncia e compreendeu a origem e a cessação do sofrimento. A partir dessa data ele passou a ser o Buda, o luminado. Ele viveu por mais 9* anos durante os quais via:ou pelo norte da 5ndia e ensinou a todos que quisessem ouvir aquilo que ele !avia desco1erto. A sua pacincia e compaixão eram legend7rias e mil!ares de pessoas se tornaram seus disc4pulos. 3om oitenta anos ele faleceu. +% Não "oi um ato irresons,vel do Buda a-andonar a "am.lia? 2ão deve ter sido uma decisão f7cil para "idd!ata #otama a1andonar a fam4lia em 1usca de algo completamente descon!ecido. descon!ecido. ;urante muito tempo ele deve ter sofrido com a ang, =arada>, desco1riu a eletricidade e :7 morreu fa$ muito tempo, mas a sua desco1erta ainda nos 1eneficia !o:e. ?ouis Pasteur desco1riu a cura para muitas doenças e tam1ém :7 morreu fa$ muito tempo, mas as suas desco1ertas médicas ainda salvam vidas. ?eonardo da @inci, que criou o1ras de arte, tam1ém est7 morto, mas aquilo que ele criou ainda é capa$ de causar elação e alegria. omens no1res e !er%is podem ter morrido fa$ séculos mas ainda podemos o1ter inspiração ao ler so1re as suas reali$açes. ;e fato, o Buda est7 morto, mas ).*++ anos depois, os seus ensinamentos ainda a:udam as pessoas, o seu exemplo ainda inspira as pessoas, as suas palavras ainda mudam vidas. Apenas um Buda é capa$ de ter tal poder séculos depois da sua morte. 2% O Buda era um Deus? 2ão, o Buda não era um ;eus. Ele nunca fe$ esse tipo de afirmação, af irmação, nem de que ele era o fil!o de algum a lgum ;eus ou mesmo o mensageiro de algum ;eus. Ele era um ser !umano comum que aperfeiçoou a si mesmo e ensinou que se seguirmos o seu exemplo tam1ém poderemos nos aperfeiçoar. 3% #e o Buda não é um Deus1 então orque as essoas o veneram? 7 diferentes tipos de veneração. uando as pessoas veneram um ;eus, elas o !onram e glorificam, fa$em oferendas e pedem favores, acreditando que o ;eus ir7 ouvir os seus louvores, rece1er as oferendas e atender as oraçes. ( outro tipo de veneração é quando demonstramos respeito por alguém ou alguma coisa que admiramos. uando um professor entra na sala de aula ficamos em pé, quando somos apresentados a algum dignit7rio o
cumprimentamos, quando ouvimos o !ino nacional assumimos um postura respeitosa. Esses são todos gestos de respeito e veneração e indicam a nossa admiração por pessoas ou coisas. Esse é o tipo de veneração praticado pelos Budistas. Cma est7tua do Buda com as mãos gentilmente repousadas so1re o colo e com um sorriso compassivo nos l71ios nos recorda do esforço para desenvolver a pa$ e o amor dentro de n%s mesmos. ( perfume do incenso nos recorda da penetrante influncia da virtude, as velas nos recordam da lu$ do con!ecimento e as flores que, em 1reve irão murc!ar e morrer, nos recordam da impermanncia. uando nos curvamos expressamos nossa gratidão ao Buda por tudo aquilo que nos foi proporcionado pelos seus ensinamentos. Essa é a nature$a da veneração Budista. 4% 5as eu ouvi as essoas di0erem que os Budistas veneram .dolos% Esse tipo de afirmação é um mal8entendido. A definição do dicion7rio para a palavra 4dolo é Dest7tua ou simples o1:eto cultuado como deus ou deusa. 3omo vimos, os Budistas não acreditam que o Buda era um ;eus, então como poderiam acreditar que um pedaço de madeira ou pedra possa ser um ;eusF Godas as religies empregam s4m1olos para expressar v7rios conceitos. 2o Gao4smo, o >ing8>ang é usado para sim1oli$ar a !armonia entre os opostos. 2o "iH!ismo, a espada é usada para sim1oli$ar a 1usca espiritual. 2o 3ristianismo, o peixe é usado para sim1oli$ar a presença de 3risto e a cru$ é usada para sim1oli$ar o seu sacrif4cio. 2o Budismo, a est7tua do Buda é usada para sim1oli$ar a perfeição !umana. A est7tua do Buda tam1ém serve para nos recordar da dimensão !umana dos ensinamentos do Buda, e que precisamos ol!ar para o nosso 4ntimo e não para o exterior para encontrarmos a perfeição e a sa1edoria. ;i$er que os Budistas veneram 4dolos é incorreto. 6% !orque as essoas "a0em todo o tio de coisas estranhas nos temlos Budistas? Iuitas coisas podem parecer estran!as quando não as compreendemos. Ao invés de descartar essas coisas como esquisitas, dever4amos tentar entender o seu significado. 2o entanto, é verdade que algumas das pr7ticas Budistas tm as suas origens nas superstiçes e mal8entendidos populares ao invés dos ensinamentos do Buda. E esse tipo de mal8entendido não é encontrado apenas no Budismo, mas aparece em todas as religies de tempos em tempos. ( Buda ensinou de forma clara e detal!ada e se alguém é incapa$ de compreender aquilo que foi ensinado, o Buda não pode ser censurado por isso. 7 um ditoJ Se alguém enfermo não busca tratamento mesmo na presença de um médico, isso não é culpa do médico. Da mesma forma, se alguém está oprimido e atormentado pela enfermidade das contaminações mentais, mas não busca a ajuda do Buda, isso não é culpa do Buda.
Gampouco deve o Budismo, ou qualquer religião, ser :ulgado por aqueles que não o praticam da forma apropriada. "e alguém quiser con!ecer os verdadeiros ensinamentos Budistas, deve ler as palavras do Buda ou 1uscar os ensinamentos através daqueles que os entendem da forma correta. $7% !orque h, tantos tios distintos de Budismo? 7 muitos diferentes tipos de aç
Ken, Gerra Pura e @a:ra>ana, mas todos são Budismo e todos tm o mesmo sa1or L o sa1or da li1erdade. ( Budismo evoluiu para formatos distintos para ser relevante para as distintas culturas nas quais ele se esta1eleceu. ( Budismo foi re8interpretado ao longo dos séculos para continuar relevante para as novas geraçes. Externamente, os distintos tipos de Budismo podem parecer muito diferentes, mas no n
ten!a signific/ncia. ( Budismo preenc!e essa descrição. "e !ouver alguma religião que este:a O altura das necessidades cient4ficas modernas, essa religião é o Budismo. NotaJ Estas perguntas e respostas foram tradu$idas do livro D#ood
uestion, #ood AnsSer escrito pelo @en.
Shravasti Dhammika.
"o que os Budistas #Theravada$ acreditam!
9omando como re"er8ncia os suttas em ali dos nikayas odemos di0er que os Budistas acreditam no seguinte1 rocurando exress,: lo da "orma mais resumida e comacta (se houver d;vidas : investigue1 ergunte)< ( Buda de fato existiu, era uma pessoa como todos n%s exceto por uma série de qualidades que fi$eram dele uma pessoa extraordin7ria. A mente vem primeiro, a mente determina a nossa qualidade de vida. A vida nos oferece muitas alegrias, pra$eres e felicidade. 2a mesma medida, a vida tam1ém nos oferece muitas triste$as, dores e sofrimento. A generosidade, compaixão, 1enevolncia, 1oa vontade, diligncia, atenção, são qualidades 1enéficas que devem ser cultivadas. A co1iça, avare$a, crueldade, m78vontade, raiva, negligncia, são qualidades pre:udiciais que devem ser evitadas. ( renascimento ocorre. Esta não é a
Godo !arma, ou ação intencional, produ$ frutos, ou "ipa!a. (s frutos podem ser col!idos de imediato, mais tarde nesta vida, ou em alguma outra vida. (s frutos de !arma, ou "ipa!a, em grande parte determinam as nossas experincias de vida, as sensaçes que marcam essas experincias. arma tam1ém determina o renascimentoJ em qual mundo e em quais
condiçes ocorrer7 o renascimento. ( n
2ão !7 nada que se:a permanente. Godos fenUmenos mentais e materiais são impermanentes, incertos, inst7veis. ( surgimento e desaparecimento dos fenUmenos ocorre devido a condiçes. Por exemplo, o envel!ecimento e a morte s% ocorrem se !7 nascimento. Portanto o nascimento é uma condição para o envel!ecimento e a morte. "e não !ouver nascimento, não !7 envel!ecimento e morte. A impermanncia e a condicionalidade dos fenUmenos são elementos essenciais dos ensinamentos do Buda, estando inseridas na segunda e na terceira 2o1res @erdades.
Os Budistas Acreditam em %eus!
2a cosmologia do Budismo G!eravada !7 $ mundos de exist8ncia dos quais )' são !a1itados por divindades, ou devasQ. (s * mundos restantes correspondem ao inferno, mundo animal, fantasmas famintos, titãs e seres !umanos. ( nascimento nesses &T mundos é tempor7rio e não !7 nen!um mundo onde a existncia se:a permanente ou eterna. Godos os seres em todos os mundos estão su:eitos ao falecimento e ao renascimento no mesmo mundo ou em algum outro. (s seres renascem em cada um desses mundos de acordo com o seu Harma. As divindades que renascem nos )' mundos de existncia possuem distintas caracter4sticas de refinamento ou pure$a, por exemplo, os primeiros ' mundos de divindades, depois do mundo !umano, ainda fa$em parte da esfera sensual, ou se:a, são divindades que ainda desfrutam do pra$er dos sentidos. A diferença em relação ao mundo !umano é que essas divindades desfrutam mais pra$eres do que os !umanos, cu:a experincia é uma com1inação de pra$er e dor. V7 nos mundos seguintes as divindades apresentam gradualmente qualidades cada ve$ mais refinadas e purificadas, que correspondem aos estados mentais experimentados nos :!anas, que são estados mentais puros acompan!ados de profunda concentração e a1sorção mental. Portanto, o que caracteri$a as divindades de um determinado mundo são as qualidades mentais desenvolvidas e presentes na mente daquele ser. Essas qualidades mentais são provenientes da pr7tica de açes merit%rias ou da pr7tica de desenvolvimento da mente através da meditação. Agora, através da pr7tica dos hanas, é poss4vel que alguns seres desenvolvam poderes extraordin7rios, os poderes supra8!umanos descritos em v7rios suttas ve:a a descrição completa dos oderes sura:humanosQ. (s poderes supra8!umanos descritos nos suttas não incluem a oniscincia. A oniscincia do Buda é um aspecto controverso no 3/none. Em geral o 3/none retrata o Buda so1 uma perspectiva !umanista, ele é um ser !umano comum, igual a qualquer outro, que através do seu pr%prio esforço aca1ou desco1rindo a realidade da vida. Essa desco1erta, em muitos suttas, é descrita como a reali$ação dos trs con!ecimentos verdadeirosJ o con!ecimento das vidas passadas, o con!ecimento so1re como o Harma determina o processo de renascimento e o con!ecimento da destruição das impure$as mentais. Este
escola G!eravada atri1uem um certo grau de oniscincia ao Buda. A posição ‘oficial’ da escola G!eravada, é que o Buda era onisciente mas apenas em relação Oquilo para o qual ele dirigia a sua mente, ou se:a, o Buda não era capa$ de sa1er tudo de forma simult/nea e precisava dar atenção para aquilo que ele queria sa1er para mais detal!es ve:a o 5N 3$ e o 5N $&Q. Essa interpretação sofreu uma profunda transformação no Budismo, especialmente com o desenvolvimento do Ia!a>ana, que atri1ui ao Buda um car7ter totalmente transcendental, um car7ter divino, distante do ideal !umanista presente no 3/none. ( cap4tulo a seguir 8 DIultiplicação de Budas e Bodisatvas 8 foi tradu$ido de um ensaio de autoria do renomado estudioso do Budismo L Etienne ?amotte. Ele foi pu1licado no livro #he $orld of Buddhism e descreve resumidamente o desenvolvimento deste tema no Budismo Ia!a>ana. 5ultilicação de Budas e Bodisatvas WIesmo recon!ecendo no Buda uma série de poderes e prerrogativas, os sa"a!as, palavra usada para descrever os disc4pulos do Buda e o G!eravadaQ, durante muito tempo mantiveram8no no plano !umano. Eles afirmavam que ele era Dconsumado no verdadeiro con!ecimento e conduta, 1em8aventurado, con!ecedor dos mundos, um l4der insuper7vel de pessoas preparadas para serem treinadas, mestre de devas e !umanos, mas não ignoravam o fato de que, uma ve$ morto, ele estaria invis4vel para devas e !umanos, e não poderia fa$er mais nada por eles a1andonado8os O sua pr%pria sorte, deixando, assim, o ;!amma como ana :7 tin!am dado o seu suporte para esse processo de su1limaçãoJ os "arvastivadas estofando a lenda de "aH>amuni com milagres, os Ia!asang!iHas colocando a sua carreira !ist%rica no campo dos fenUmenos fict4cios. 3omo a necessidade de protetores efica$es !avia se tornado mais urgente, os sa"a!as :7 tin!am conce1ido ao lado do Buda !ist%rico, um Iessias compassivo, o futuro Buda Iaitre>a e alguns ara!ants imortali$ados em 1enef4cio da causa, os quais estariam sempre dispostos a vir para a:udar os fiéis. Esses desenvolvimentos permaneceram como casos isolados no "avaHa>ana, mas os seguidores do Ia!a>ana não tiveram nen!uma !esitação em aumentar infinitamente o nana conce1eu no coração do cosmo um consider7vel n
"aH>amuni, cu:a existncia !ist%rica não pode ser duvidada, em pouco tempo veria um infinito nana mencionam muitos Budas e Bodisatvas até então descon!ecidos. ;entre esses Budas, são dignos de notaJ Amita1!a ou Amita>us, luminoso e com tempo de vida infinito, regente de "uH!avati, o Para4so do (cidenteN AHso1!>a, o imut7vel, locali$ado no leste, no universo A1!iratiN B!aisa:>aguru, o mestre médico, que tam1ém !a1ita o leste. (s mais famosos Bodisatvas sãoJ Iaitre>a, aguardando no para4so de Gusita para suceder a "aH>amuniN AvaloHitesvara, que !a1itou o Ionte PotalaHa antes de manifestar8se na 3!ina so1 a forma da divindade feminina Muan8>inN Ian:usri, de uma doce ma:estade, o Bodisatva da sa1edoria.W =onclusão< R poss4vel afirmar que, para aquelas pessoas com um entendimento mais profundo ou sofisticado dos ensinamentos Budistas, essa multitude de Budas e Bodisatvas são apenas manifestaçes da sa1edoria e compaixão do Buda. 2o entanto, parece imposs4vel evitar que na cultura popular, menos esclarecida, os Budas e Bodisatvas aca1em assumindo uma dimensão divina, que aca1a caracteri$ando8os como ;euses Godo Poderosos, atri1uindo a eles um car7ter semel!ante ao das religies te4stas.
O Budismo e a Reencarna&'o
$% O Budismo acredita na reencarnação? ( Budismo não ensina a reencarnação, o Budismo acredita no renascimento. &% *ual é a di"erença entre reencarnação e renascimento? A reencarnação é a idéia da existncia de um esp4rito separado do corpoN com a morte do corpo esse mesmo esp4rito reassume uma outra forma material e segue evoluindo. ( renascimento na concepção Budista não é a transmigração de um esp4rito, de uma identidade su1stancial, mas a continuidade de um processo, um fluxo do devir, no qual vidas sucessivas estão conectadas umas Os outras através de causas e condiçes. Esse processo ou fluxo não ocorre apenas com a morte mas est7 presente constantemente nas nossas vidas. 2%s estamos em constante mudança, com cada momento nas nossas vidas surgindo na dependncia do momento anterior, que deixou de existir. R um pouco parecido com a corrente$a de um rio, a corrente$a fluindo continuamente sem cessar. 2ão é poss4vel entrar no mesmo rio duas ve$es. Podemos ilustrar o renascimento com um s4mile, é como se a c!ama de uma vela fosse empregada para acender uma outra vela e nesse processo a primeira vela fosse apagada. A c!ama da segunda vela surgiu na dependncia da primeira vela, ou se:a, tem uma conexão com ela, mas a c!ama da segunda vela não é idntica O primeira. Então, as duas c!amas possuem uma ligação mas não são idnticas.
% De onde então vem o homem e ara onde ele est, indo? 7 trs respostas poss4veis para esta questão. Aqueles que acreditam na existncia de um ;eus, em geral, postulam que antes da criação de um ser ele não existe, ele passa a existir pela vontade do ;eus criador. ;e acordo com o seu modo de vida, o seu destino ser7 o para4so ou o inferno eternos. 7 outros, !umanistas e cientistas, que postulam que um ser surge através da concepção 1aseada em causas naturais, nasce, e depois de viver algum tempo, morre deixando de existir por completo. ( Budismo não adota nen!uma dessas explicaçes. A primeira d7 origem a uma série de questes de ordem ética. R dif4cil explicar, se somos realmente criados por um ;eus, porque tantos seres nascem com deformidades terr4veis ou porque tantos fetos a1ortam por causas naturais ou são natimortos. Gam1ém parece um tanto in:usto que alguém este:a destinado ao sofrimento eterno no inferno ou O felicidade eterna no para4so tendo vivido apenas '+, Y+ ou Z+ anos. A segunda explicação é um pouco mel!or do que a primeira e est7 mais 1aseada em evidncias cient4ficas, mas ainda assim deixa muitas questes sem resposta. 3omo é poss4vel que um fenUmeno tão incr4vel como a conscincia possa se desenvolver do simples encontro entre o esperma e o %vuloF E agora que muitos fenUmenos paranormais são recon!ecidos como ramos da cincia, fenUmenos como a telepatia são cada ve$ mais dif4ceis de se encaixar num modelo puramente materialista. Para o Budismo, com a morte, a conscincia com todas as suas tendncias, preferncias, !a1ilidades e caracter4sticas que foram desenvolvidas e condicionadas nesta vida, se re8esta1elece no em1rião[feto. ;essa maneira, o ser cresce, nasce e desenvolve uma personalidade condicionada pelas caracter4sticas que foram tra$idas da vida passada e pelo novo am1iente, além de outros fatores condicionantes como a !ereditariedade, etc. Essa personalidade est7 su:eita a mudança e ser7 modificada através do esforço consciente por fatores condicionantes tais como a educação, a influncia dos pais e da sociedade, etc. (utra ve$, com a morte, essa conscincia ir7 se re8esta1elecer num novo em1rião[feto. Esse processo de renascimento ir7 continuar até que as condiçes que o causarem persistam. uando essas condiçes deixarem de existir, ao invés de renascer, a conscincia alcançar7 um estado que é c!amado nirvana, e esse é o o1:etivo
diferença entre o plano !umano e os outros planos é a qualidade da experincia mental. 2% *ual o "ator que decide onde um ser ir, renascer? ( fator mais importante que condiciona o renascimento é Harma. Marma quer di$er ação 1aseada na intenção e se refere ao con:unto de açes com a mente, corpo e linguagem que constituem no seu con:unto a 1agagem que carregamos conosco. Essas açes geram consequncias que são os frutos do Harma. (s frutos do Harma influenciam tanto a nossa experincia do mundo como o processo de renascimento por ocasião da morte. 3% 5as o que exatamente é >arma? Marma é uma palavra em "/nscrito, Mamma em PaliQ, que quer di$er ação 1aseada na intenção e essa intenção inclui volição, escol!a e decisão, o 4mpeto mental que condu$ O ação. A intenção é aquilo que incita e dirige todas as açes !umanas, am1as, criativas e destrutivas e por isso é a essncia de Harma. ntenção no contexto Budista tem um significado muito mais sutil do que o uso mais geral dessa palavra. Em geral tendemos a us78la quando queremos proporcionar um elo de ligação entre o pensamento interno e as suas açes externas resultantes. Por exemplo, podemos di$er, DEu não tin!a intenção de fa$er isso, DEu não tin!a intenção de di$er isso ou DEla fe$ isso de forma intencional. Ias, de acordo com os ensinamentos Budistas, todas as açes e linguagem, todos os pensamentos, não importa quão fuga$es se:am, e as respostas da mente a sensaçes rece1idas através dos %rgãos dos sentidos contm elementos de intenção. Assim, a intenção é a escol!a volitiva feita pela mente em relação aos o1:etos para os quais a atenção é dirigidaN é o fator que condu$ a mente a se inclinar ou a repelir os v7rios o1:etos da atenção, ou de prosseguir em uma certa direçãoN é o que guia ou governa como a mente responde aos est4mulosN é a força que plane:a e organi$a os movimentos da mente e no final das contas é aquilo que determina os estados experimentados pela mente. Marma opera no universo como uma cadeia cont4nua de causa e efeito. Essa cadeia não est7 s% confinada O causação no sentido f4sico, mas tam1ém tem implicaçes éticas e morais. DBoas açes tra$em 1ons resultados, m7s açes tra$em maus resultados, é um dito comum. 2esse sentido Harma é uma lei moral. (s seres !umanos estão constantemente emitindo energia f4sica e mental em todas as direçes. 2a f4sica aprendemos que não !7 perda de energia, ela s% muda de forma. Essa é a c!amada lei da conservação de energia. ;o mesmo modo, a energia mental nunca é perdida. Ela é transformada. Portanto, Harma é a lei da conservação da energia moral. Através das açes com a mente, corpo e linguagem os seres estão emitindo energia para o universo, e em contrapartida, eles são afetados pelas influncias que fluem na sua direção. (s seres portanto, enviam e rece1em todas essas influncias, encontrando8se num estado de interdependncia. ( Marma não deve ser confundido com destino, fatalidade. ;estino transmite a idéia de que a vida de alguém foi plane:ada de antemão por algum poder externo e que a pessoa não tem controle so1re o desenrolar dos eventos na sua vida.
2esse sentido é importante o1servar que Harma através dos seus frutos é um fator que influencia o futuro e não que determina o futuro, pois a cada momento os seres tm a oportunidade de agir no sentido de reforçar os frutos do Harma ou de minimi$78los. sso ocorre porque no Budismo Harma não é visto de uma forma a1solutamente linear. 7 um processo linear em operação através do qual experimentamos no presente os frutos de açes passadas mas tam1ém !7 um processo sincrUnico no qual o presente é influenciado pelo fruto das açes no presente. ;essa forma o Budismo recon!ece que !7 um certo espaço para o exerc4cio do livre ar14trio. ualquer ação desprovida de intenção não tem impacto na lei de Harma. Por exemplo, um 1arranco desmoronando, uma pedra caindo de uma montan!a, ou um gal!o morto caindo de uma 7rvore, não fa$ parte do escopo da lei de Harma, mas de alguma outra lei da nature$a.
O Budismo tem uma vis'o negativa da vida! O Budismo niilista!
$% O Budismo é uma doutrina com uma visão negativa da vida? O Budismo é niilista? 2ão, o Budismo não tem uma visão negativa da vida e nem é niilista. Ias é uma realidade que no (cidente o Budismo tem sido rotulado como uma religião negativa que enfati$a o sofrimento e a negação da vida, que defende o niilismo. &% !orque o Budismo rece-eu esse rtulo negativo no Ocidente? Essa idéia surgiu entre fil%sofos europeus durante o século T6. 2a época, v7rios escritores influentes, 1aseados em leituras fal!as dos textos Budistas, rotularam o Budismo como uma forma perigosa de niilismo. Iais recentemente, esse tipo de idéia prevalece mesmo dentro da gre:a 3at%lica, como pode ser constatado no livro D3rossing t!e G!res!old of ope, escrito pelo Papa Voão Paulo . 2esse livro, o Papa afirma que a iluminação do Buda teve como 1ase a convicção de que o mundo representa o mal e é a fonte de sofrimento do !omem. ;essa forma, para se livrar do sofrimento é necess7rio se livrar do mundo. "eria necess7rio romper os v4nculos que nos atam O realidade externa. uanto mais nos li1ertarmos desses v4nculos mais nos li1ertaremos do sofrimento, isto é, do mal que provém do mundo. ( Buda nunca afirmou que o mundo é a fonte do mal e do sofrimento. A nfase do ensinamento Budista est7 na mente e não no mundo. ( mundo é neutro L é a mente do !omem que cria dificuldades no mundo. A fonte do sofrimento, de acordo com o ensinamento do Buda, é a co1iça e a raiva numa mente confusa. Essas caracter4sticas não são do mundo, mas do pr%prio !omem. % 5as o que é o niilismo? 2iilismo é uma designação atri1u4da a v7rias filosofias radicais que re:eitam todo e qualquer valor positivo e não acreditam em nada. (s niilistas adotam um visão materialista da vida e afirmam que depois da morte não
!7 nada. (u se:a, com a morte, esse tipo de doutrina considera que não s% o corpo é aniquilado, mas a mente tam1ém é completamente aniquilada. ( Budismo re:eita esse tipo de doutrina e afirma que ap%s a morte !7 a continuidade da conscincia. 2ão no sentido de uma entidade permanente, como por exemplo uma alma ou esp4rito, mas uma conscincia que est7 su:eita a um cont4nuo processo de vir a ser ou devir. Além disso, a doutrina de Harma, ou lei da nature$a relativa Os açes e suas conseqXncias, que fa$ parte dos ensinamentos centrais no Budismo, tam1ém é evidncia de que o Budismo não ensina a aniquilação completa com a morte. +% 5as o va0io ou vacuidade no Budismo não é uma a"irmação niilista? ( termo técnico Budista shun%ata em s/nscritoQ ou su&&ata em PaliQ tem dado origem a mal8entendidos no (cidente, onde esse termo é interpretado como o nada, a ausncia ou extinção da existncia. "!un>ata, ou vacuidade, é um sinUnimo para a origem dependente. A origem dependente é provavelmente o ensinamento Budista mais importante e em essncia afirma que todas as coisas, quer se:am materiais ou mentais, surgem, su1sistem e desaparecem de acordo com causas e condiçes. 2en!um tipo de coisa existe de forma autUnoma, independente de causas e condiçes. Essas causas e condiçes são internas e externas. Por exemplo, uma 7rvore depende para sua so1revivncia do seu tronco, ra4$es, gal!os e fol!as, que são as suas condiçes internas, mas tam1ém a 7rvore depende da terra, do sol, do a1astecimento de 7gua e das condiçes clim7ticas de uma forma geral para a sua so1revivncia, essas são as condiçes externas. "em estar suportada por essas condiçes a 7rvore não existe, o que leva O conclusão de que a 7rvore em si é va$ia. Cma outra forma de an7lise é o1servar que as condiçes internas na verdade são partes nas quais a 7rvore pode ser dividida e ao dividir a 7rvore em partes, não !7 nada nessas partes que conten!a em si a caracter4stica de 7rvore. A idéia da 7rvore é um conceito criado pela mente a partir da união daquelas partes e assim sendo a 7rvore em si é va$ia. Então, não é que o Budismo negue a existncia das coisas, mas o que é negado é que as coisas possuam algum tipo de existncia independente, autUnoma. "e as coisas tivessem uma existncia autUnoma então o mundo seria est7tico, permanente. R evidente que esse não é o caso. 3omo as coisas são desprovidas de uma existncia independente, autUnoma, e dependem de causas e condiçes para se manifestar, é dito que as coisas são va$ias, va$ias de uma existncia inerente. E :ustamente pelo fato das coisas serem va$ias que a mudança é poss4vel. As coisas mudam quando as condiçes das quais elas dependem mudam. Esse entendimento é o que via1ili$a toda a pr7tica Budista pois o camin!o Budista trata da mudança, da transformação dos estados mentais in71eis, ou pre:udiciais, em estados mentais !71eis, ou 1enéficos. /% O Budismo então tam-ém reeita a eternidade? A idéia de uma vida eterna ou de coisas que durem para sempre é re:eitada no Budismo. "e analisarmos as coisas neste mundo com atenção é poss4vel verificar que não !7 a1solutamente nada que se:a permanente. Godas as coisas, quer se:am na nossa mente e corpo ou no exterior, exi1em a mesma caracter4stica de impermanncia e insta1ilidade. As coisas surgem e desaparecem de acordo com causas e condiçes. 2% 5as e com relação ao so"rimento% !orque o Budismo coloca tanta 8n"ase no so"rimento?
A visão Budista do mundo pode ser descrita como realista. 2inguém pode negar que !7 sofrimento na vida. ( envel!ecimento, a enfermidade e a morte são causas de sofrimento para a maioria das pessoas. Gam1ém no dia a dia as pessoas estão su:eitas a todo tipo de desconfortos f4sicos e mentais que causam sofrimento e estresse em graus variados. 2a verdade, para a maioria das pessoas a vida contém momentos de alegria e felicidade mais ou menos na mesma proporção de momentos de triste$a e infelicidade. Poder4amos c!amar isso de padrão de uma vida normal e o Budismo simplesmente recon!ece isso e afirma que não !7 nada de errado nisso. "e as pessoas sofrem elas não precisam se culpar por isso, visto que sofrer fa$ parte da vida. Para curar um enfermo, a primeira coisa que um médico precisa fa$er é um diagn%stico preciso para então sa1er qual o tratamento a ser prescrito. ( Buda ao transmitir os seus ensinamentos agiu como um médico. ( diagn%stico da condição !umana é que o sofrimento é a experincia comum a todos os seres vivos, em forma de descontentamento, insatisfação ou triste$a. Em vista desse diagn%stico, o Buda prescreveu a maneira de dar um fim ao sofrimentoN e o tratamento para dar um fim ao sofrimento é o n
O Budismo e a homosse(ualidade
$% @, algum tio de r,tica sexual reeitada elo Budismo? Em primeiro lugar é necess7rio fa$er a distinção entre os praticantes Budistas que adotam o monasticismo e aqueles que seguem a vida leiga. ( c%digo de disciplina mon7stica prescreve o celi1ato para os monges e mon:as. Para os leigos !7 um con:unto de cinco preceitos éticos que devem ser o1servados, sendo que o terceiro preceito determina que a pessoa deve evitar o comportamento sexual impr%prio. Portanto, no caso dos monges asQ qualquer tipo de pr7tica sexual é proi1ida e estar7 su:eita a algum tipo de censura e punição que depende da gravidade do ato, sendo que os casos extremos resultam na expulsão da comunidade mon7stica. 2o caso dos leigos, determinar se o terceiro preceito est7 sendo o1servado ou não é uma situação um pouco mais complexa visto que depende da interpretação do que seria um comportamento sexual impr%prio. &% O que é um comortamento sexual imrrio? Para entender se um determinado comportamento sexual é impr%prio é necess7rio entender o critério empregado no Budismo para fa$er :ulgamentos éticos.
( Buda recomendou trs critérios ao fa$ermos :ulgamentos morais. ( primeiro podemos c!amar de princ4pio da universalidade L agir em relação aos outros do mesmo modo que gostar4amos que eles agissem conosco. ( segundo podemos c!amar de princ4pio conseqXencial L para determinar se um comportamento é 1enéfico ou pre:udicial é necess7rio avaliar as conseqXncias tanto no agente como no paciente, ou se:a, um comportamento que cause algum tipo de dano quer se:a no agente ou no paciente deve ser evitado. ( terceiro podemos c!amar de princ4pio instrumental L um comportamento é 1enéfico se ele nos condu$ para mais perto do o1:etivo ou pre:udicial, se nos afasta dele. ( o1:etivo
pa4ses sempre rece1eram pouca atenção e a cultura est7 enrai$ada na interpretação popular da ?ei de Marma que tende a ver Harma como um processo linear, pr%ximo do fatalismo. R comum os monges instru4rem os disc4pulos leigos a enxergar o mundo so1 uma %tica fatalista, isto é, que cada pessoa nasce para pagar os seus pecados. ;e acordo com essa interpretação a !omossexualidade, 1em como as demais pr7ticas sexuais consideradas como depravadas, tm origem no desrespeito ao terceiro preceito em vidas passadas e por isso as pessoas tm de pagar nesta vida por essas ofensas cometidas em vidas passadas. E sendo assim, elas merecem o tratamento que rece1em da sociedade. Esse tipo de crença gera um sistema de valores extremamente conservador. Algumas ve$es o Buda aconsel!ava evitar um certo tipo de comportamento não porque fosse in71il do ponto de vista ético mas porque colocaria a pessoa em divergncia com as normas sociais ou porque poderiam su:eit78 la a sançes legais. 2esses casos, o Buda di$ia que evitar esse tipo de comportamento livraria a pessoa da ansiedade e em1araço causado pela desaprovação social e o medo de açes punitivas. Em determinadas situaçes sociais, esse seria o caso em relação O !omossexualidade. 2esses casos, o !omossexual tem que decidir se ir7 se su1meter Oquilo que a sociedade espera ou se ir7 tentar mudar os valores sociais.
"o Budismo todo dese)o ruim!
( Buda disse que as pessoas não são feli$es devido ao dese:o e que o dese:o é a causa do sofrimento !umano. sso significa que no Budismo todo dese:o é considerado ruimF ( Buda recon!eceu que o dese:o é uma força poderosa nas nossas vidas e que a 1usca pelo pra$er est7 profundamente enrai$ada na nossa mente. ( Buda não negou isso, mas o que ele desco1riu é que existem distintos tipos de dese:o e distintos tipos de pra$er. Ele o1servou que não vale a pena 1uscar alguns tipos de pra$er, pois eles aca1am se revelando insatisfat%rios pelo fato de sempre terminarem. 3omo di$ o ditado, ‘tudo que é 1om dura pouco.’ E quando termina, a reação natural é 1uscar mais, e como esse novo pra$er tam1ém terminar7, então essa 1usca aca1a se tornando in
Esses tipos de pra$er são aqueles provenientes dos sentidos, os pra$eres sensuais na terminologia Budista. Ao notar as desvantagens dos pra$eres sensuais, o Buda se perguntou se !averia algum outro tipo de pra$er que não sofresse dos mesmos tipos de pro1lemas. Ele desco1riu duas coisas. Primeiro, !7 um outro tipo de pra$er que não é sensual e que produ$ uma satisfação muito superior Oquela dos pra$eres sensuais, mas que ainda assim é impermanente. R o pra$er dos hanas. (s :!anas são estados de a1sorção profunda que produ$em um intenso pra$er na mente. As vantagens desse tipo de pra$er em relação aos pra$eres dos sentidos é que ele est7 sempre acess4vel, não pode ser comprado, ninguém poder7 tir78lo de voc e que, portanto, não gera nen!um tipo de conflito. "egundo, além dos :!anas, o Buda desco1riu que !7 um pra$er ainda maior, e o mel!or de tudo é que ele não est7 su:eito O impermanncia. R o pra$er da li1ertação completa 8 ni--ana. 3om relação ao dese:o, o Buda identificou que !7 dois tipos de dese:o, os !71eis e os in71eis. A mel!or maneira de ilustrar a diferença entre esses dois é através de um s4mile empregado pelo pr%prio Buda. magine uma galin!a que est7 c!ocando os ovos. "e ela dese:ar que os pintin!os rompam as cascas e nasçam com sa
*orque devo meditar!
A resposta é simples, para desfrutar da verdadeira felicidade. Godos n%s sa1emos o que é sentir8se feli$. V7 sentimos isso v7rias ve$es. ( pro1lema é que invariavelmente esse sentimento de felicidade não dura, aca1a desaparecendo. uantas ve$es não dese:amos o1ter algo acreditando que aquilo traria a verdadeira felicidade. (1tendo aquilo que dese:amos, o sentimento de felicidade pode ser extremamente intenso e recompensador, mas passado algum tempo :7 não sentimos mais a mesma coisa e até começamos a ver defeitos naquilo que antes parecia completamente perfeito. A nossa reação, regra geral, é colocar defeito no
o1:eto. (u se:a, se aquilo que o1tivemos não trouxe a felicidade completa e duradoura é porque não encontramos a coisa certa e assim sa4mos em 1usca de alguma outra coisa que se:a perfeita e duradoura. E assim seguimos na nossa 1usca sem fim. Ias !7 uma felicidade que é perfeita e duradoura, que não desaparece e que não depende das circunst/ncias. A verdadeira felicidade est7 no interior, nas nossas pr%prias mentes, não pode ser encontrada no mundo, l7 fora. Essa felicidade não é ego4sta pois não precisa tomar nada de ninguém e não causa nen!um tipo de dano a ninguém, pois se a nossa felicidade tiver que depender de tomar algo de outras pessoas ou do sofrimento de outras pessoas, elas de alguma forma irão tentar dar um fim nisso. A felicidade que vem do interior não precisa ter um fim e não precisa tomar nada de ninguém, sendo portanto um ato de sa1edoria e um ato de compaixão. Para encontr78la, o
agora se essa pessoa tiver con!ecimentos de 1iologia, geologia ou ecologia, ela poder7 apreciar aquilo que est7 vendo num grau muito mais completo e profundo do que uma que não ten!a esse tipo de con!ecimento. ;e modo semel!ante com a meditação de insig!t, que possi1ilita ao meditador enxergar e entender completa e profundamente aquilo que est7 ocorrendo na sua mente. Ias isso tam1ém implica que !7 um certo referencial para a pr7tica da meditação de insig!t que são exatamente os ensinamentos do Buda so1re a realidade das coisas. Praticar a meditação de insig!t sem esse referencial é perda de tempo. Esse referencial pode ser o1tido através do estudo dos ensinamentos Budistas. !osso meditar so0inho? 2ão !7 nada que impeça alguém de começar a praticar meditação so$in!o. R necess7rio ter um con!ecimento ra$o7vel dos ensinamentos do Buda e com 1ase nos textos dispon4veis so1re meditação é poss4vel ter uma idéia geral so1re como funciona a pr7tica. avendo oportunidade é recomend7vel que o meditador ten!a o apoio de pessoas mais experientes e que participe de retiros de meditação para o1ter mais experincia e contar com o aux4lio de um professor. 2o entanto, !7 dois o1st7culos que são enfrentados por todos os meditadores. Primeiro é a motivação e segundo, como lidar com as dificuldades que surgem. A meditação como qualquer arte ou esporte requer continuidade na pr7tica. 3erto maestro de uma orquestra sinfUnica di$ia que se um m>a M!ema di$ia que as pessoas com tendncia para aversão são aquelas que são motivadas com mais facilidade para a pr7tica, porém são aquelas que provavelmente, pela pr%pria aversão, irão encontrar mais dificuldades. ( segundo aspecto é como lidar com as dificuldades. 2ão que a meditação se:a algo dif4cil. A meditação em si é muito f7cil. As dificuldades são em geral criadas por n%s mesmos devido aos !71itos mentais in71eis acumulados durante muito tempo. sso é o que cria as dificuldades na meditação. ualquer pr7tica de meditação ter7 mais c!ance de ser 1em sucedida se for acompan!ada por uma sensação de 1em8estar mental. sso não s% cria um fator de est4mulo para praticar a meditação, como é tam1ém a condição necess7ria para que a meditação transcorra com menos dificuldades. ( o1:eto de meditação mais recomendado é a respiração, que inclusive foi o que o pr%prio Buda empregou. A respiração tem a vantagem de ser algo neutro, mas ao mesmo tempo capa$ de condicionar a mente e o corpo. ;ependendo da forma como a respiração é o1servada, ou se:a, o tipo de
atenção e intenção na mente ao o1servar a respiração, com1inado com um ritmo de respiração que se:a confort7vel e agrad7vel, é poss4vel com facilidade criar essa sensação de 1em8estar no corpo e na mente. Esse ser7 um 1om ponto de partida, ao qual poderemos sempre recorrer. Além disso é importante, como 1ase para uma meditação 1em sucedida, que o meditador o1serve certas regras de conduta, cu:o conte
Para mais informaçes so1re como desenvolver a r,tica de meditação. @e:a tam1ém A 5editação e a =i8ncia. Artigos e not4cias so1re estudos cientif4cos dos efeitos da meditação.
*osso Confiar nos +uttas!
( registro dos ensinamentos do Buda podem ser encontrados nos "uttas que são discursos proferidos pelo pr%prio Buda, ou pelos seus disc4pulos mais pr%ximos. "ão cerca de TT.*++ discursos. ( naas em Pali e os Agamas em 3!ins. (s demais "uttas, principalmente aqueles que fa$em parte da tradição Ia!a>ana, são recon!ecidos por estudiosos e acadmicos como tendo sido compostos muito tempo depois do falecimento do Buda e portanto não fa$em parte do con:unto original de ensinamentos. A questão que pode surgir na mente das pessoas é se esses ensinamentos originais são de fato originais e se são confi7veis, no sentido de expressarem aquilo que de fato foi ensinado pelo Buda. 7 v7rios argumentos que respondem positivamente a essas questes, ou se:a, que de fato os "uttas originais são confi7veis e expressam aquilo que o Buda ensinou. (s principais argumentos são os seguintesJ $% O exemlo vivo da #angha Em geral os "uttas mencionam explicitamente que o texto foi dito pelo pr%prio Buda ou em outros casos pelos seus disc4pulos mais pr%ximos. Além dos "uttas o Buda tam1ém esta1eleceu o @ina>a que é o con:unto das regras mon7sticas. A#angha, ou a comunidade de monges e mon:as, é 1astante variada nos diversos pa4ses nos quais o Budismo é praticado. @ariada no sentido de adotar com mais rigor ou menos rigor as regras definidas no @ina>a. ( Buda não fe$ exceçes em termos de adoção ou não dessas regras. uem quer fa$er parte da "ang!a esta1elecida pelo Buda adota as regras do @ina>a integralmente. Ias a realidade é que existem muitas pessoas que se apresentam como monges[mon:as, vestem os mantos caracter4sticos, mas não seguem as regras com rigor. 2os pa4ses t4picos do Budismo G!eravada !7 monges que fa$em parte daquilo que é con!ecido como Wtradição das florestasW, que no geral seguem os ensinamentos dos "uttas e do @ina>a com rigor. 2o (cidente, 1em como na pr%pria Gail/ndia, é 1em con!ecida a tradição das florestas do falecido mestre Aaan =hah. 2essa tradição pode ser encontrado o exemplo vivo da "ang!a ou se:a monges que vivem e praticam de acordo com aquilo que foi ensinado pelo Buda !7 mais de ).*++ anos, de acordo com os "uttas e o @ina>a. 3on!ecendo e convivendo com os monges dessa tradição é poss4vel confirmar que os ensinamentos contidos nos "uttas e no
@ina>a condu$em O reali$ação assegurada pelo Buda, expressa na completa li1ertação da mente. Esse exemplo vivo da "ang!a assegura que os ensinamentos aos quais temos acesso !o:e são autnticos pois cumprem o que prometem. Esse argumento por si s% :7 deveria ser suficiente para convencer qualquer um que os ensinamentos dos "uttas são confi7veis e funcionam. Ias como poucas pessoas terão a oportunidade de con!ecer e conviver com esses monges iluminados !7 outros argumentos que podem a:udar a depositar confiança nos "uttas. &% !rimeiro =onc.lio ;e acordo com os registros !ist%ricos, alguns meses ap%s a morte do Buda !ouve um primeiro conc4lio sangiti Q com a participação de *++ 1!iHH!us ara!ants no qual foram recitados e acordados os ensinamentos dos "uttas e as regras do @ina>a. Esse passou a ser o registro oficial dos ensinamentos do Buda. % 9radição Oral ;urante cerca de *++ anos os ensinamentos que foram acordados no primeiro conc4lio foram preservados apenas através da tradição oral. Esse é um ponto que levanta muitas suspeitas na mente de muitas pessoas quanto O autenticidade dos "uttas pois todos sa1em que a mem%ria est7 su:eita a fal!as, conforme :7 foi demonstrado em v7rios tipos de experimentos. 2o entanto, !7 argumentos em favor da fidelidade da transmissão oralJ 8 A 5ndia mantém até !o:e uma forte tradição oral que teve origem, muito antes da época do Buda, com a preservação dos ensinamentos dos @edas dos Br/manes. Portanto :7 na época do Buda a tradição da transmissão oral :7 existia com pessoas sendo treinadas nesse tipo de !a1ilidade. (s editais gravados em roc!a do imperador As!oHa indicam que existia a linguagem escrita, no entanto para a preservação de ensinamentos tão preciosos como os Cpanis!ads dos Br/manes e os "uttas do Buda, a tradição oral era considerada como mais confi7vel. 8 (s "uttas devem ter sido discursados e provavelmente foram editados de tal forma a facilitar a memori$ação. Por exemplo com o uso de sinUnimos, de s4miles, padroni$ação do voca1ul7rio e frases. A estrutura dos textos que para n%s !o:e é repetitiva e algumas ve$es enfadon!a, teve como prop%sito facilitar a memori$ação. R poss4vel supor que o Buda ten!a empregado recursos mnemUnicos nos seus discursos, mas tam1ém podemos imaginar que os editores dos "uttas, provavelmente na sequncia do primeiro conc4lio, ten!am adotado mais recursos, como por exemplo a padroni$ação de trec!os, tam1ém com o prop%sito de facilitar a memori$ação dos textos. 8 Em I>anmar na atualidade !7 monges capa$es de memori$ar e recitar todos os "uttas da completa coleção dos 2iHa>as provando que essa não é uma tarefa imposs4vel. 8 uem tiver a curiosidade de con!ecer um pouco mais so1re como expandir e dar mais confia1ilidade O capacidade de memori$ação recomendo ler os livros WIoonSalHing Sit! EinsteinW Vos!ua =oerQ e WG!e Iemor> BooHW arr> ?oraine \ Verr> ?ucasQ. +% Registros or 'scrito (s "uttas foram registrados na forma escrita pela primeira ve$ no "ri ?anHa antes do in4cio da era 3ristã. avia uma situação de conflitos e fome no
pa4s e um grande risco da perda dos ensinamentos. ;esde então am1os sistemas 8 o registro escrito e a tradição de memori$ação dos ensinamentos tm sido preservados. /% @armonia nterna Aqueles que :7 tiveram a oportunidade de ler muitos, ou mesmo poucos "uttas, devem ter notado a coerncia ou !armonia interna dos "uttas. Em outras palavras, que numa coleção tão vasta de ensinamentos as idéias apresentadas são a1solutamente coerentes entre si, sem contradiçes ou idéias conflitantes, que O primeira vista poderia ser esperado de um con:unto tão amplo. Essa !armonia interna dos "uttas é um forte ind4cio de que esses ensinamentos tiveram uma ana. 3% N>aas1 Agamas e Asho>a 2o 7pice do seu governo, por volta do ano )*+ antes da era 3ristã, o império de As!oHa se estendia pela quase totalidade do su18continente ndiano até Manda!ar no atual Afeganistão e o imalaia ao norte. As!oHa é creditado pela transformação do Budismo de mais uma das v7rias religies da 4ndia numa das principais religies mundiais. ( elemento mais importante com relação a As!oHa, para responder a questão da confia1ilidade dos suttas, é que ele patrocinou um 3onc4lio da "ang!a Budista na sua capital em Pataliputra por volta do ano )*+ antes da era 3ristã. A import/ncia desse 3onc4lio foi a unificação da "ang!a, com a exclusão de elementos que não se adequavam ao @ina>a e a unificação dos ensinamentos com a refutação das doutrinas conflitantes com os ensinamentos originais. 2a sequncia As!oHa enviou monges emiss7rios para distintas regies dentro e fora do seu império, destacando8se o "ri ?anHa, no qual Ia!inda, fil!o de As!oHa, transmitiu os ensinamentos do Buda ao rei Iogaliputta Gissa que aca1ou adotando o Budismo como religião oficial do estado, dando origem O tradição G!eravada que até !o:e continua florescendo no "ri ?anHa. Gam1ém foram enviados emiss7rios para o norte da 5ndia, na região da 3axemira, que mais tarde aca1ou sendo con!ecida como a tradição "arvastivada. (s ensinamentos da escola "arvastivada aca1aram encontrando o seu camin!o para a 3!ina, onde foram preservados tradu$idos para o 3!ins. Portanto, cerca de )*+ anos antes da era 3ristã, entre T*+ e )*+ anos depois da morte do Buda não !7 acordo com relação O data precisaQ, As!oHa enviou emiss7rios com os ensinamentos do Buda para uma região no extremo norte do su18continente ndiano e outra no extremo sul, na il!a do "ri ?anHa, cerca de &.+++ Hm de dist/ncia uma da outra. Esses ensinamentos foram preservados, estudados, praticados e transmitidos de forma isolada em cada região e aca1aram se convertendo no que !o:e con!ecemos como os 2iHa>as em Pali e os Agamas em 3!ins. ;esde meados do séc. --, e com maior intensidade nos
poss4vel afirmar que am1as coleçes, dada a sua !armonia em termos doutrin7rios, possuem uma origem comum que s% pode remontar ao pr%prio Buda. 'm resumo, o exemplo vivo da "ang!a com1inado com a !armonia doutrin7ria interna na coleção dos 2iHa>as e dos Agamas, 1em como nos estudos comparativos entre essas duas coleçes, deveria ser suficiente para que qualquer um deposite confiança nos ensinamentos contidos nos "uttas. (s questionamentos que existem !o:e em relação O confia1ilidade da mem%ria é um fenUmeno que provavelmente teve in4cio com a disponi1ilidade de livros impressos, O partir do séc. -@. Antes disso, todo con!ecimento que alguém dispun!a dependia da sua mem%ria e !avia métodos de treinamento para aumentar a capacidade de memori$ação e a sua confia1ilidade. uem estiver interessado numa an7lise mais profunda e extensa so1re a autenticidade dos ensinamentos originais do Buda, recomendo a leitura do livroJ #he )uthenticit% of the *arl% Buddhist #e+ts , escrito por B!iHH!u "u:ato e B!iHH!u Bra!amali. !ttpJ[[d!ammaloHa.org.au[files[pdf[aut!enticit>.pdfQ