Capa
Especialista em Estudos Linguísticos e Ensino de Línguas pela UNESP; Graduada em Letras pela FAI.
1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados........................................................... 1 2 Reconhecimento de tipos e gêneros textuais .................................................................................. 13 3 Domínio da ortografia oficial............................................................................................................ 14 3.1 Emprego das letras ...................................................................................................................... 14 3.2 Emprego da acentuação gráfica................................................................................................... 14 4 Domínio dos mecanismos de coesão textual .................................................................................. 34 4.1 Emprego/correlação de tempos e modos verbais ........................................................................ 34 5 Domínio da estrutura morfossintática do período ............................................................................ 65 5.1 Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração ............................................. 65 5.2 Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração ............................................ 65 5.3 Emprego dos sinais de pontuação ............................................................................................... 84 5.4 Concordância verbal e nominal .................................................................................................... 93 5.5 Emprego do sinal indicativo de crase ......................................................................................... 112 5.6 Colocação dos pronomes átonos ............................................................................................... 123 6 Reescritura de frases e parágrafos do texto.................................................................................. 131 6.1 Substituição de palavras ou de trechos de texto ........................................................................ 131 6.2 Retextualização de diferentes gêneros e níveis de formalidade ................................................. 131 7 Correspondência oficial (conforme Manual da Presidência da República e respectivas atualizações) ........................................................................................................................................ 139 7.1 Adequação da linguagem ao tipo de documento ........................................................................ 139 7.2 Adequação do formato do texto ao gênero ................................................................................ 139 8. Produção de Texto ....................................................................................................................... 154 Candidatos ao Concurso Público, O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail
[email protected] para dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho na prova. As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em contato, informe: - Apostila (concurso e cargo); - Disciplina (matéria); - Número da página onde se encontra a dúvida; e - Qual a dúvida.
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. Bons estudos!
1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados Prof.ª Zenaide Branco
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar). Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma informação que se liga com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial. Intertexto - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Interpretação de texto - o objetivo da interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias - ou fundamentações -, as argumentações - ou explicações -, que levam ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. Normalmente, numa prova, o candidato deve: 1- Identificar os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). 2- Comparar as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto. 3- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade. 4- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. 5- Parafrasear = reescrever o texto com outras palavras. Condições básicas para interpretar Fazem-se necessários: - Conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática; - Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico; Observação – na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros. - Capacidade de observação e de síntese; - Capacidade de raciocínio. Interpretar / Compreender Interpretar significa: - Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. - Através do texto, infere-se que... - É possível deduzir que... - O autor permite concluir que... 1
- Qual é a intenção do autor ao afirmar que... Compreender significa - entendimento, atenção ao que realmente está escrito. - o texto diz que... - é sugerido pelo autor que... - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação... - o narrador afirma... Erros de interpretação - Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. - Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o entendimento do tema desenvolvido . - Contradição = às vezes o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, consequentemente, errar a questão. Observação - Muitos pensam que existem a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso, o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais. Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. Observação – São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente. Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber: - que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, mas depende das condições da frase. - qual (neutro) idem ao anterior. - quem (pessoa) - cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o objeto possuído. - como (modo) - onde (lugar) - quando (tempo) - quanto (montante) Exemplo: Falou tudo QUANTO queria (correto) Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o demonstrativo O). Dicas para melhorar a interpretação de textos - Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candidatos na disputa, portanto, quanto mais informação você absorver com a leitura, mais chances terá de resolver as questões. - Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura. - Leia, leia bem, leia profundamente, ou seja, leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias. - Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma conclusão). 2
- Volte ao texto quantas vezes precisar. - Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as do autor. - Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor compreensão. - Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão. - O autor defende ideias e você deve percebê-las. - Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo geralmente mantém com outro uma relação de continuação, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem essas relações. - Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, a ideia mais importante. - Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da resposta – o que vale não somente para Interpretação de Texto, mas para todas as demais questões! - Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia principal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão. - Olhe com especial atenção os pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., chamados vocábulos relatores, porque remetem a outros vocábulos do texto. Observe uma questão aplicada pelo ENEM. NEM SEMPRE É O CRIMINOSO QUEM VAI PARAR ATRÁS DAS GRADES
(Com Ciência Ambiental, nº 10, abr./2007.) (ENEM/2007) Essa campanha publicitária relaciona-se diretamente com a seguinte afirmativa: (A) O comércio ilícito da fauna silvestre, atividade de grande impacto, é uma ameaça para a biodiversidade nacional. (B) A manutenção do mico-leão-dourado em jaula é a medida que garante a preservação dessa espécie animal. (C) O Brasil, primeiro país a eliminar o tráfico do mico-leão-dourado, garantiu a preservação dessa espécie. (D) O aumento da biodiversidade em outros países depende do comércio ilegal da fauna silvestre brasileira. (E) O tráfico de animais silvestres é benéfico para a preservação das espécies, pois garante-lhes a sobrevivência. Para realizar a interpretação textual da figura acima, que apresenta linguagem verbal e não verbal, é necessário observar informações internas e externas ao texto, as quais contribuirão para a compreensão do seu sentido e de sua função. Em primeiro lugar, o enunciado da questão afirma que o texto “faz parte de uma campanha publicitária‖, informação esta que nos possibilita saber que o texto cumpre uma finalidade própria das campanhas: conscientizar as pessoas e estimulá-las a aderir a uma causa (no caso, combater o tráfico de animais silvestres). Em segundo lugar, a fonte indica o veículo em 3
que o texto foi divulgado. O fato de saber que a publicação foi em uma revista com o nome Com Ciência (soa: “consciência) é uma dica de que se trata de uma revista lida por pessoas relacionadas com ciência e meio ambiente (público-alvo). Questões como esta requerem uma leitura, também, da imagem (linguagem não verbal), não só do texto. Fontes de pesquisa: http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/como-interpretar-textos http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-melhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-para-voce-interpretar-melhor-um.html http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/questao-117-portugues.htm Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010.
QUESTÕES (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 - ADAPTADO) Leia o texto, para responder à questão 1. Veja, aí estão eles, a bailar seu diabólico ―pas de deux‖ (*): sentado, ao fundo do restaurante, o cliente paulista acena, assovia, agita os braços num agônico polichinelo; encostado à parede, marmóreo e impassível, o garçom carioca o ignora com redobrada atenção. O paulista estrebucha: ―Amigô?!‖, ―Chefê?!‖, ―Parceirô?!‖; o garçom boceja, tira um fiapo do ombro, olha pro lustre. Eu disse ―cliente paulista‖, percebo a redundância: o paulista é sempre cliente. Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser cujas interações sociais terminam, 99% das vezes, diante da pergunta ―débito ou crédito?‖.[...] Como pode ele entender que o fato de estar pagando não garantirá a atenção do garçom carioca? Como pode o ignóbil paulista, nascido e criado na crua batalha entre burgueses e proletários, compreender o discreto charme da aristocracia? Sim, meu caro paulista: o garçom carioca é antes de tudo um nobre. Um antigo membro da corte que esconde, por trás da carapinha entediada, do descaso e da gravata borboleta, saudades do imperador. [...] Se deixou de bajular os príncipes e princesas do século 19, passou a servir reis e rainhas do 20: levou gim tônicas para Vinicius e caipirinhas para Sinatra, uísques para Tom e leites para Nelson, recebeu gordas gorjetas de Orson Welles e autógrafos de Rockfeller; ainda hoje fala de futebol com Roberto Carlos e ouve conselhos de João Gilberto. Continua tão nobre quanto sempre foi, seu orgulho permanece intacto. Até que chega esse paulista, esse homem bidimensional e sem poesia, de camisa polo, meia soquete e sapatênis, achando que o jacarezinho de sua Lacoste é um crachá universal, capaz de abrir todas as portas. Ah, paulishhhhta otááário, nenhum emblema preencherá o vazio que carregas no peito - pensa o garçom, antes de conduzi-lo à última mesa do restaurante, a caminho do banheiro, e ali esquecê-lo para todo o sempre. Veja, veja como ele se debate, como se debaterá amanhã, depois de amanhã e até a Quarta-Feira de Cinzas, maldizendo a Guanabara, saudoso das várzeas do Tietê, onde a desigualdade é tão mais organizada: ―Ô, companheirô, faz meia hora que eu cheguei, dava pra ver um cardápio?!‖. Acalme-se, conterrâneo. Acostume-se com sua existência plebeia. O garçom carioca não está aí para servi-lo, você é que foi ao restaurante para homenageá-lo. (Antonio Prata, Cliente paulista, garçom carioca. Folha de S.Paulo, 06.02.2013) (*) Um tipo de coreografia, de dança. 1. O contexto em que se encontra a passagem – Se deixou de bajular os príncipes e princesas do século 19, passou a servir reis e rainhas do 20 (2.º parágrafo) – leva a concluir, corretamente, que a menção a (A) príncipes e princesas constitui uma referência em sentido não literal. (B) reis e rainhas constitui uma referência em sentido não literal. (C) príncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma referência em sentido não literal. (D) príncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma referência em sentido literal. (E) reis e rainhas constitui uma referência em sentido literal.
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2. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ – ADMINISTRADOR - UFPR/2013) Assinale a alternativa que apresenta um dito popular que parafraseia o conteúdo expresso no excerto: “Se você está em casa, não pode sair. Se você está na rua, não pode entrar‖. (A) “Se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come”. (B) “Quando o gato sai, os ratos fazem a festa”. (C) “Um dia da caça, o outro do caçador”. (D) “Manda quem pode, obedece quem precisa”. (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014 - ADAPTADO) Atenção: Para responder à questão 3, considere o texto abaixo. O MAQUINISTA empurra a manopla do acelerador. O trem cargueiro começa a avançar pelos vastos e desertos prados do Cazaquistão, deixando para trás a fronteira com a China. O trem segue mais ou menos o mesmo percurso da lendária Rota da Seda, antigo caminho que ligava a China à Europa e era usado para o transporte de especiarias, pedras preciosas e, evidentemente, seda, até cair em desuso, seis séculos atrás. Hoje, a rota está sendo retomada para transportar uma carga igualmente preciosa: laptops e acessórios de informática fabricados na China e enviados por trem expresso para Londres, Paris, Berlim e Roma. A Rota da Seda nunca foi uma rota única, mas sim uma teia de caminhos trilhados por caravanas de camelos e cavalos a partir de 120 a.C., quando Xi'an − cidade do centro-oeste chinês, mais conhecida por seus guerreiros de terracota − era a capital da China. As caravanas começavam cruzando os desertos do oeste da China, viajavam por cordilheiras que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas e então percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central até o mar Cáspio e além. Esses caminhos floresceram durante os primórdios da Idade Média. Mas, à medida que a navegação marítima se expandiu e que o centro político da China se deslocou para Pequim, a atividade econômica do país migrou na direção da costa. Hoje, a geografia econômica está mudando outra vez. Os custos trabalhistas nas cidades do leste da China dispararam na última década. Por isso as indústrias estão transferindo sua produção para o interior do país. O envio de produtos por caminhão das fábricas do interior para os portos de Shenzhen ou Xangai − e de lá por navios que contornam a Índia e cruzam o canal de Suez – é algo que leva cinco semanas. O trem da Rota da Seda reduz esse tempo para três semanas. A rota marítima ainda é mais barata do que o trem, mas o custo do tempo agregado por mar é considerável. Inicialmente, a experiência foi realizada nos meses de verão, mas agora algumas empresas planejam usar o frete ferroviário no próximo inverno boreal. Para isso adotam complexas providências para proteger a carga das temperaturas que podem atingir 40 °C negativos. (Adaptado de: www1.folhauol.com.br/FSP/newyorktimes/122473) 3. (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) Depreende-se corretamente do texto: (A) A lendária Rota da Seda foi abandonada porque as caravanas de camelos e cavalos tinham dificuldade de enfrentar o frio extremo da região. (B) A expansão da navegação marítima colaborou para que, no passado, a atividade comercial da China migrasse na direção da costa. (C) O frete ferroviário deve ser substituído pelo transporte marítimo no inverno, já que a carga a ser transportada pode ser danificada pelas baixas temperaturas. (D) A partir da retomada da Rota da Seda, as fábricas chinesas voltaram a exportar quantidades significativas de especiarias. (E) A navegação chinesa se expandiu e o transporte marítimo atingiu o seu auge durante a época em que Xi‟an era a capital da China. (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) Leia o poema para responder à questão 4. DA DISCRIÇÃO Mário Quintana Não te abras com teu amigo Que ele um outro amigo tem. E o amigo do teu amigo 5
Possui amigos também... (http://pensador.uol.com.br/poemas_de_amizade) 4. De acordo com o poema, é correto afirmar que (A) não se deve ter amigos, pois criar laços de amizade é algo ruim. (B) amigo que não guarda segredos não merece respeito. (C) o melhor amigo é aquele que não possui outros amigos. (D) revelar segredos para o amigo pode ser arriscado. (E) entre amigos, não devem existir segredos. (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE PENITENCIÁRIO – VUNESP/2013) Leia o poema para responder às questões de números 5 e 6. Casamento Há mulheres que dizem: Meu marido, se quiser pescar, pesque, mas que limpe os peixes. Eu não. A qualquer hora da noite me levanto, ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar. É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha, de vez em quando os cotovelos se esbarram, ele fala coisas como ―este foi difícil‖ ―prateou no ar dando rabanadas‖ e faz o gesto com a mão. O silêncio de quando nos vimos a primeira vez atravessa a cozinha como um rio profundo. Por fim, os peixes na travessa, vamos dormir. Coisas prateadas espocam: somos noivo e noiva. (Adélia Prado, Poesia Reunida) 5. A ideia central do poema de Adélia Prado é mostrar que (A) as mulheres que amam valorizam o cotidiano e não gostam que os maridos frequentem pescarias, pois acham difícil limpar os peixes. (B) o eu lírico do poema pertence ao grupo de mulheres que não gostam de limpar os peixes, embora valorizem os esbarrões de cotovelos na cozinha. (C) há mulheres casadas que não gostam de ficar sozinhas com seus maridos na cozinha, enquanto limpam os peixes. (D) as mulheres que amam valorizam os momentos mais simples do cotidiano vividos com a pessoa amada. (E) o casamento exige levantar a qualquer hora da noite, para limpar, abrir e salgar o peixe. 6. As aspas empregadas nos versos 8.º e 9.º servem para (A) indicar uma citação do autor. (B) explicar uma expressão. (C) salientar expressão de outra língua. (D) isolar falas de personagem do restante do texto. (E) intercalar ideia complementar ao texto.
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(SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à questão 7, considere o texto abaixo. A marca da solidão Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de penumbra na tarde quente. Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, dentro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando pequenas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta. (SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47) 7. No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo reduzido no qual o menino detém sua atenção é (A) fresta. (B) marca. (C) alma. (D) solidão. (E) penumbra. (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGENHEIRO – ÁREA CIVIL – VUNESP/2011 ADAPTADA) Leia o texto para responder à questão 8. Bolsa rosa, contas no vermelho Não fosse por um detalhe crucial – de onde tirar o dinheiro –, a criação de um regime de aposentadoria para milhões de donas de casa brasileiras de baixa renda até poderia fazer sentido. Há diversos projetos de lei em tramitação na Câmara para reconhecer os direitos das mulheres dedicadas integralmente às tarefas domésticas. Mas eles ignoram o impacto econômico que isso teria nas contas públicas. A deputada Alice Portugal (PT-SC), defensora da criação dessa espécie de bolsa-cor-de-rosa, afirma que ―muitas vezes, após 35 anos de casamento, o marido vai embora, e ela (a mulher), que prestou serviços a vida inteira, não tem amparo‖. Caso a bondade seja aprovada, haverá custo adicional de 5,4 bilhões de reais por ano. (Exame, edição 988, ano 45, n.º 5, 23.03.2011) 8. O tema desse texto é (A) o uso de bolsas cor-de-rosa pelas donas de casa brasileiras. (B) o desamparo das mulheres abandonadas pelos maridos. (C) a falta de dinheiro para pagar salários a mulheres de baixa renda no Brasil. (D) o alto custo das contas públicas brasileiras. (E) o impacto econômico da aposentadoria de donas de casa nas contas públicas. (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP – GUARDA MUNICIPAL – VUNESP/2011 ADAPTADA) Leia o texto para responder à questão 9. Desde o dia do ataque, agentes da guarda municipal fazem vigília na porta do colégio. Como o matador Wellington de Oliveira era ex-aluno, passou à vontade pelo portão. Mas o debate sobre como garantir a segurança nas escolas públicas permanece aceso. Nas escolas da rede municipal do Rio, funcionários encarregados da merenda e de outras funções eram também incumbidos de zelar pela portaria. A ideia agora é dotar as escolas de porteiros responsáveis pela entrada e saída de visitantes devidamente identificados. Também haverá mais inspetores, de modo que cada colégio conte com um deles por andar. O mais difícil será amenizar a sensação de insegurança que restou. Recentemente, ao ouvirem a movimentação de estudantes no corredor, os alunos de uma das turmas da Tasso de Oliveira saíram correndo, no meio da aula, aos berros. ―Aquele dia marcou nossa vida para sempre‖, afirma Luís Marduk, diretor da escola. (Veja, 25.05.2011) 9. De acordo com o texto, o ataque de Wellington de Oliveira (A) foi rapidamente esquecido pelos alunos da escola. (B) foi facilitado pelos funcionários da escola. 7
(C) se deu mesmo com vigília da guarda municipal. (D) alterou a rotina da escola Tasso da Silveira. (E) tem reforçado a sensação de segurança. (CREFITO/SP – OPERADOR DE VÍDEO – VUNESP/2012 - ADAPTADA) Leia o poema de Carlos Drummond de Andrade para responder à questão 10. Quero me casar Quero me casar na noite na rua no mar ou no céu quero me casar. Procuro uma noiva loura morena preta ou azul uma noiva verde uma noiva no ar como um passarinho. Depressa, que o amor não pode esperar. 10. No poema, revelam-se os seguintes sentidos: (A) solidão, irritação e angústia. (B) vontade, medo e tranquilidade. (C) descaso, imprudência e agitação. (D) autoridade, investigação e impaciência. (E) desejo, busca e pressa. 11. (TRF – 4ª REGIÃO – TAQUIGRAFIA – FCC/2010) Considere: Chama-se "situação de discurso" o conjunto das circunstâncias no meio das quais se desenrola um ato de enunciação (seja ele escrito ou oral). É preciso entender com isso ao mesmo tempo o ambiente físico e social em que este ato se dá, a imagem que dele têm os interlocutores, a identidade desses, a ideia que cada um faz do outro (inclusive a representação que cada um possui daquilo que o outro pensa sobre ele), os acontecimentos que precederam o ato de enunciação (especialmente as relações que tiveram antes os interlocutores, e principalmente as trocas de palavras em que se insere a enunciação em questão). (Ducrot, O.; Todorov, T. Dicionário enciclopédico das ciências da linguagem. São Paulo: Perspectiva, 2001, p. 297-8) Segundo o texto, é correto afirmar: (A) A análise discursiva deve se ater ao estudo dos enunciados. (B) Os enunciados produzem a enunciação. (C) A descrição da enunciação é determinada pela identidade dos interlocutores. (D) Dados exteriores aos enunciados são apendiculares à compreensão. (E) O conceito de situação de discurso engloba a enunciação e seu entorno. (MPE/AM – AGENTE TÉCNICO COMUNICÓLOGO – FCC/2013 - ADAPTADA) Atenção: Considere o poema abaixo para responder à questão 12. O rio Ser como o rio que deflui Silencioso dentro da noite. Não temer as trevas da noite. Se há estrelas nos céus, refleti-las. E se os céus se pejam de nuvens, Como o rio as nuvens são água, Refleti-las também sem mágoa Nas profundidades tranquilas. (Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro. Nova Aguilar: 1993. p. 285) 8
12. O poeta (A) considera a participação dos seres humanos na natureza, por estarem submetidos a uma série ininterrupta de acontecimentos rotineiros. (B) se volta para o necessário respeito aos elementos da natureza, como garantia de uma vida tranquila, sem sobressaltos inesperados. (C) demonstra desencanto em relação aos problemas cotidianos, por sua habitual ocorrência a exemplo da natureza, sem qualquer solução possível. (D) alude à fatalidade do destino humano sujeito a contínuas alterações, semelhantes às impostas pela natureza a um rio, que flui incessantemente. (E) propõe adaptação às circunstâncias da vida, sejam elas favoráveis ou não, as quais devem ser analisadas e, principalmente, aceitas. 13. (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) Um carteiro chega ao portão do hospício e grita: — Carta para o 9.326!! Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está em branco, e um outro pergunta: — Quem te mandou essa carta? — Minha irmã. — Mas por que não está escrito nada? — Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando! Internet:
(com adaptações). O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto acima decorre A) da identificação numérica atribuída ao louco. B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a carta no hospício. C) do fato de outro louco querer saber quem enviou a carta. D) da explicação dada pelo louco para a carta em branco. E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele. 14. (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) Um homem se dirige à recepcionista de uma clínica: — Por favor, quero falar com o dr. Pedro. — O senhor tem hora? O sujeito olha para o relógio e diz: — Sim. São duas e meia. — Não, não... Eu quero saber se o senhor é paciente. — O que a senhora acha? Faz seis meses que ele não me paga o aluguel do consultório... Internet: (com adaptações). No texto acima, a recepcionista dirige-se duas vezes ao homem para saber se ele (A) verificou o horário de chegada e está sob os cuidados do dr. Pedro. (B) pode indicar-lhe as horas e decidiu esperar o pagamento do aluguel. (C) tem relógio e sabe esperar. (D) marcou consulta e está calmo. (E) marcou consulta para aquele dia e está sob os cuidados do dr. Pedro. 15. (DETRAN/RN – VISTORIADOR/EMPLACADOR – FGV PROJETOS/2010) Painel do leitor (Carta do leitor) Resgate no Chile Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de salvamento de vidas, após 69 dias de permanência no fundo de uma mina de cobre e ouro no Chile. Um a um os mineiros soterrados foram içados com sucesso, mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cumprimentando seus companheiros de trabalho. Não se pode esquecer a ajuda técnica e material que os Estados Unidos, Canadá e China ofereceram à equipe chilena de salvamento, num gesto humanitário que só enobrece esses países. E, também, dos dois médicos e dois ―socorristas‖ que, demonstrando coragem e desprendimento, desceram na mina para ajudar no salvamento. 9
(Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – painel do leitor – 17/10/2010) Considerando o tipo textual apresentado, algumas expressões demonstram o posicionamento pessoal do leitor diante do fato por ele narrado. Tais marcas textuais podem ser encontradas nos trechos a seguir, EXCETO: (A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...” (B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma mina de cobre e ouro no Chile.” (C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...” (D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.” (E) “... demonstrando coragem e desprendimento, desceram na mina...” (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO – VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder às questões de números 16 a 18. Férias na Ilha do Nanja Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as malas nos seus carros, olhando o céu para verem que tempo faz, pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas, fissuras* – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre as fissuras, as pedras soltas e as barreiras... Meus amigos partem para as suas férias, cansados de tanto trabalho; de tanta luta com os motoristas da contramão; enfim, cansados, cansados de serem obrigados a viver numa grande cidade, isto que já está sendo a negação da própria vida. E eu vou para a Ilha do Nanja. Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio cresce como um bosque. Nem preciso fechar os olhos: já estou vendo os pescadores com suas barcas de sardinha, e a moça à janela a namorar um moço na outra janela de outra ilha. (Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende. Adaptado) *fissuras: fendas, rachaduras 16. No primeiro parágrafo, ao descrever a maneira como se preparam para suas férias, a autora mostra que seus amigos estão (A) serenos. (B) descuidados. (C) apreensivos. (D) indiferentes. (E) relaxados. 17. De acordo com o texto, pode-se afirmar que, assim como seus amigos, a autora viaja para (A) visitar um lugar totalmente desconhecido. (B) escapar do lugar em que está. (C) reencontrar familiares queridos. (D) praticar esportes radicais. (E) dedicar-se ao trabalho. 18. Ao descrever a Ilha do Nanja como um lugar onde, “à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio cresce como um bosque‖ (último parágrafo), a autora sugere que viajará para um lugar (A) repulsivo e populoso. (B) sombrio e desabitado. (C) comercial e movimentado. (D) bucólico e sossegado. (E) opressivo e agitado.
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19. (GOVERNO DO MARANHÃO – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – FGV PROJETOS/2012) Observe a charge a seguir.
Assinale a alternativa inadequada em relação aos elementos da charge acima. (A) A noção de insegurança é dada, entre outras coisas, pelo arame farpado sobre os muros. (B) A fala do personagem indica, também, a falta de coleta normal de lixo. (C) O tamanho das casas indica local de poucas possibilidades econômicas. (D) As reticências após “segurança pública” indicam reflexão sobre o tema. (E) Os termos do personagem indicam vocabulário militar. 20. (DECEA – CONTROLADOR DE TRÁFEGO AÉREO – CESGRANRIO/2012
Disponível em: Acesso em: 3 ago. 2012. Nos dois primeiros quadros do Texto III, as respostas do piloto produzem humor na tirinha. Esse humor é baseado em uma atitude repetida pelo piloto, o qual (A) simula desconfiar de orientações externas. (B) mostra ignorar procedimentos de aviação. (C) revela negligenciar a segurança do voo. (D) busca compreender linguagem técnica. (E) finge desconhecer o objetivo do pedido. RESPOSTAS 1. RESPOSTA: “B”. Pela leitura do texto infere-se que os “reis e rainhas” do século 20 são as personalidades da mídia, os “famosos” e “famosas”. Quanto a príncipes e princesas do século 19, esses eram da corte, literalmente. 2. RESPOSTA: “A”. Dentre as alternativas apresentadas, a que reafirma a ideia do excerto (não há muita saída, não há escolhas) é: “Se você está em casa, não pode sair. Se você está na rua, não pode entrar”.
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3. RESPOSTA: “B”. Interpretação que requer, apenas, uma leitura atenciosa do texto para que se chegue à resposta correta: A expansão da navegação marítima colaborou para que, no passado, a atividade comercial da China migrasse na direção da costa. 4. RESPOSTA: “D”. Pela leitura do poema identifica-se, apenas, a informação contida na alternativa: revelar segredos para o amigo pode ser arriscado. 5. RESPOSTA: “D”. Pela leitura do texto percebe-se, claramente, que a autora narra um momento simples, mas que é prazeroso ao casal. 6. RESPOSTA: “D”. Através da leitura do poema percebemos o porquê das aspas: servem para indicar as falas da personagem. 7. RESPOSTA: “A”. Com palavras do próprio texto responderemos: o mundo cabe numa fresta. 8. RESPOSTA: “E”. Pela leitura do texto, fica evidente que ele aponta o impacto econômico que o pagamento de aposentadoria às donas de casa causará às contas públicas. 9. RESPOSTA: “D”. Utilizando trechos do texto: Desde o dia do ataque, agentes da guarda municipal fazem vigília na porta do colégio... “Aquele dia marcou nossa vida para sempre”... 10. RESPOSTA: “E”. Quero = desejo / Procuro = busca / Depressa = pressa 11. RESPOSTA: “E”. Utilizemos trechos do texto para que consigamos responder à questão (não se esqueça: você pode – deve – fazer isso em seu concurso também!): ...conjunto das circunstâncias no meio das quais se desenrola um ato de enunciação (...). É preciso entender com isso ao mesmo tempo o ambiente físico e social em que este ato se dá. = enunciação e seu contexto, ambiente no qual a situação de discurso ocorre. 12. RESPOSTA: “E”. Com palavras do texto podemos responder à questão: Ser como o rio... Não temer as trevas da noite ... Refleti-las também sem mágoa. 13. RESPOSTA: “D”. Geralmente o efeito de humor desses gêneros textuais aparece no desfecho da história, ao final, como nesse: “Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando”. 14. RESPOSTA: “E”. “O senhor tem hora? (...) Não, não... Eu quero saber se o senhor é paciente” = a recepcionista quer saber se ele marcou horário e se é paciente do Dr. Pedro. 15. RESPOSTA: “B”. Em todas as alternativas há expressões que representam a opinião do autor: Assisti ao maior espetáculo da Terra / Não se pode esquecer / gesto humanitário que só enobrece / demonstrando coragem e desprendimento. 16. RESPOSTA: “C”. “pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas, fissuras – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...” = pensar nessas coisas, certamente, deixa-os apreensivos. 12
17. RESPOSTA: “B”. Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = resposta da própria autora! 18. RESPOSTA: “D”. Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de ruim. 19. RESPOSTA: “B”. Dentre as alternativas apresentadas, a única que está inadequada quanto ao tema abordado pela charge é “a falta de coleta de lixo”. 20. RESPOSTA: “E”. O humor é produzido através da fala do piloto, que leva os pedidos ao pé da letra: “Diga: sua altitude” (como ele a interpreta).
2 Reconhecimento de tipos e gêneros textuais Prof.ª Zenaide Branco
A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um texto escrito. É de fundamental importância sabermos classificar os textos com os quais travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais e gêneros textuais. Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto, descrevemos algum lugar que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nessas situações corriqueiras que classificamos os nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dissertação. As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspectos de ordem linguística Os tipos textuais designam uma sequência definida pela natureza linguística de sua composição. São observados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações logicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argumentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo. - Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação demarcados no tempo do universo narrado, como também de advérbios, como é o caso de antes, agora, depois, entre outros: Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. Depois de muita conversa, resolveram... - Textos descritivos – como o próprio nome indica, descrevem características tanto físicas quanto psicológicas acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito imperfeito: ―Tinha os cabelos mais negros como a asa da graúna...‖ - Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um assunto ou uma determinada situação que se almeje desenvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela acontecer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02 de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o benefício. 13
- Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma modalidade na qual as ações são prescritas de forma sequencial, utilizando-se de verbos expressos no imperativo, infinitivo ou futuro do presente. Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador até criar uma massa homogênea. - Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam-se pelo predomínio de operadores argumentativos, revelados por uma carga ideológica constituída de argumentos e contra-argumentos que justificam a posição assumida acerca de um determinado assunto. A mulher do mundo contemporâneo luta cada vez mais para conquistar seu espaço no mercado de trabalho, o que significa que os gêneros estão em complementação, não em disputa. Gêneros Textuais São os textos materializados que encontramos em nosso cotidiano; tais textos apresentam características sócio-comunicativas definidas por seu estilo, função, composição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc. A escolha de um determinado gênero discursivo depende, em grande parte, da situação de produção, ou seja, a finalidade do texto a ser produzido, quem são os locutores e os interlocutores, o meio disponível para veicular o texto, etc. Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a esferas de circulação. Assim, na esfera jornalística, por exemplo, são comuns gêneros como notícias, reportagens, editoriais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação científica são comuns gêneros como verbete de dicionário ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência. Fontes de pesquisa: http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-textual.htm Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010. Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
3 Domínio da ortografia oficial. 3.1 Emprego das letras. 3.2 Emprego da acentuação gráfica Prof.ª Zenaide Branco
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são grafados segundo acordos ortográficos. A maneira mais simples, prática e objetiva de aprender ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e, em alguns casos, há necessidade de conhecimento de etimologia (origem da palavra).
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Regras ortográficas O fonema s Escreve-se com S e não com C/Ç palavras substantivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender pretensão / expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir - aspersão / submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / consentir – consensual. Escreve-se com SS e não com C e Ç nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou -meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer compromisso / submeter – submissão. *quando o prefixo termina com vogal que se junta com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimétrico / re + surgir – ressurgir. *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exemplos: ficasse, falasse. Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar. *os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Juçara, caçula, cachaça, cacique. *os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, esperança, carapuça, dentuço. *nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / deter - detenção / ater - atenção / reter – retenção. *após ditongos: foice, coice, traição. *palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r): marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção. O fonema z Escreve-se com S e não com Z *os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é substantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa. *os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamorfose. *as formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, quiseste. *nomes derivados de verbos com radicais terminados em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - empresa / difundir – difusão. *os diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho. *após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa. *em verbos derivados de nomes cujo radical termina com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar – pesquisar. Escreve-se com Z e não com S *os sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo: macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza. *os sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de origem não termine com s): final - finalizar / concreto – concretizar. *como consoante de ligação se o radical não terminar com “s”: pé + inho - pezinho / café + al cafezal
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Exceção: lápis + inho – lapisinho. O fonema j Escreve-se com G e não com J *as palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, gesso. *estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. *as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. Exceção: pajem. *as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, litígio, relógio, refúgio. *os verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, mugir. *depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, surgir. *depois da letra “a”, desde que não seja radical terminado com j: ágil, agente. Escreve-se com J e não com G *as palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. *as palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, manjerona. *as palavras terminada com aje: ultraje. O fonema ch Escreve-se com X e não com CH *as palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, xucro. *as palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, lagartixa. *depois de ditongo: frouxo, feixe. *depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval. Exceção: quando a palavra de origem não derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente) Escreve-se com CH e não com X *as palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha. As letras “e” e “i” *os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com “i”, só o ditongo interno cãibra. *os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui, contribui.
Atenção para as palavras que mudam de sentido quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (superfície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que anda a pé), pião (brinquedo).
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Dica: - Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à ortografia de uma palavra, há a possibilidade de consultar o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), elaborado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de referência até mesmo para a criação de dicionários, pois traz a grafia atualizada das palavras (sem o significado). Na Internet, o endereço é www.academia.org.br. Informações importantes - Formas variantes são formas duplas ou múltiplas, equivalentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/relampar/relampadar. - Os símbolos das unidades de medida são escritos sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plural, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km, 120km/h. Exceção para litro (L): 2 L, 150 L. - Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min, 14h23‟34‟‟(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e quatro segundos). - O símbolo do real antecede o número sem espaço: R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra vertical ($).
Fontes de pesquisa: http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/ortografia SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Questões sobre Ortografia 01. (ESCREVENTE TJ SP – VUNESP/2013) Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho a seguir, de acordo com a norma-padrão. Além disso, ___certamente ____entre nós ____do fenômeno da corrupção e das fraudes. (A) a … concenso … acerca (B) há … consenso … acerca (C) a … concenso … a cerca (D) a … consenso … há cerca (E) há … consenço … a cerca 02. (ESCREVENTE TJ SP – VUNESP/2013). Assinale a alternativa cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo com a norma-padrão. (A) Os tabeliãos devem preparar o documento. (B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. (C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. (D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos. (E) Cuidado com os degrais, que são perigosos! 03. (AGENTE DE VIGILÂNCIA E RECEPÇÃO – VUNESP – 2013). Suponha-se que o cartaz a seguir seja utilizado para informar os usuários sobre o festival Sounderground. Prezado Usuário 17
________ de oferecer lazer e cultura aos passageiros do metrô, ________ desta segunda-feira (25/02), ________ 17h30, começa o Sounderground, festival internacional que prestigia os músicos que tocam em estações do metrô. Confira o dia e a estação em que os artistas se apresentarão e divirta-se! Para que o texto atenda à norma-padrão, devem-se preencher as lacunas, correta e respectivamente, com as expressões (A) A fim ...a partir ... as (B) A fim ...à partir ... às (C) A fim ...a partir ... às (D) Afim ...a partir ... às (E) Afim ...à partir ... as 04. (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) Entre as frases que seguem, a única correta é: (A) Ele se esqueceu de que? (B) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distribui-lo entre os presentes. (C) Embora devessemos, não fomos excessivos nas críticas. (D) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações dos funcionários. (E) Não sei por que ele mereceria minha consideração. 05. (TRF - 1ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2011) As palavras estão corretamente grafadas na seguinte frase: (A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de passageiros nos aeroportos. (B) Comete muitos deslises, talvez por sua espontaneidade, mas nada que ponha em cheque sua reputação de pessoa cortês. (C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de descançar após o almoço sob a frondoza árvore do pátio. (D) Não sei se isso influe, mas a persistência dessa mágoa pode estar sendo o grande impecilho na superação dessa sua crise. (E) O diretor exitou ao aprovar a retenção dessa alta quantia, mas não quiz ser taxado de conivente na concessão de privilégios ilegítimos. 06. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO – ADVOGADO - VUNESP/2013) Analise a propaganda do programa 5inco Minutos.
Em norma-padrão da língua portuguesa, a frase da propaganda, adaptada, assume a seguinte redação: (A) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não matem-na porisso. (B) 5INCO MINUTOS: as vezes, dura mais, mas não matem-na por isso. (C) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não a matem por isso. (D) 5INCO MINUTOS: as vezes, dura mais, mas não lhe matem por isso. (E) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não a matem porisso. 07. (MPE/RJ – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FUJB/2011) Assinale a alternativa em que a frase NÃO contraria a norma culta: 18
(A) Entre eu e a vida sempre houve muitos infortúnios, por isso posso me queixar com razão. (B) Sempre houveram várias formas eficazes para ultrapassarmos os infortúnios da vida. (C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes que vermos a pobreza e a miséria fazerem parte de nossa vida. (D) É difícil entender o por quê de tanto sofrimento, principalmente daqueles que procuram viver com dignidade e simplicidade. (E) As dificuldades por que passamos certamente nos fazem mais fortes e preparados para os infortúnios da vida. 08. (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA/RR – JORNALISTA – FUNCAB/2013 - ADAPTADA) Grafam-se, respectivamente, com “ss” e com “ç” como os sufixos dos substantivos destacados em “[...] gerou diversas DISCUSSÕES éticas sobre as PERCEPÇÕES biossociais [...]” – os sufixos de: (A) conten__ão (de gastos) – remi __ ão (da pena). (B) conce__ão (de privilégios) – ascen__ão (ao poder). (C) ce__ ão (de direitos) – extin__ão (do cargo). (D) apreen__ão (da carteira) – reten__ão (do veículo). (E) mo__ão (de apoio) – admi__ão (de funcionário). 09. (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS – TÉCNICO FORENSE - CESPE/2013 - adaptada) Uma variante igualmente correta do termo “autópsia” é autopsia. ( ) Certo ( ) Errado 10. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO – ADVOGADO - VUNESP/2013) A Polícia Militar prendeu, nesta semana, um homem de 37 anos, acusado de ____________ de drogas e ____________ à avó de 74 anos de idade. Ele foi preso em __________ com uma pequena quantidade de drogas no bairro Irapuá II, em Floriano, após várias denúncias de vizinhos. De acordo com o Comandante do 3.º BPM, o acusado era conhecido na região pela atuação no crime. (www.cidadeverde.com/floriano. Acesso em 23.06.2013. Adaptado) De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com: (A) tráfico … mal-tratos … flagrante (B) tráfego … maltratos … fragrante (C) tráfego … maus-trato … flagrante (D) tráfico … maus-tratos … flagrante (E) tráfico … mau-trato … fragrante RESPOSTAS 1. RESPOSTA “B” O exercício quer a alternativa que apresenta correção ortográfica. Na primeira lacuna utilizaremos “há”, já que está empregado no sentido de “existir”; na segunda, “consenso” com “s”; na terceira, “acerca” significa “a respeito de”, o que se encaixa perfeitamente no contexto. “Há cerca” = tem cerca (de arame, cerca viva, enfim...); “a cerca” = a cerca está destruída (arame, madeira...) 2. RESPOSTA “D” (A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = tabeliães (B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. = cidadãos (C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. = certidões (E) Cuidado com os degrais, que são perigosos = degraus 3. RESPOSTA “C” Prezado Usuário A fim de oferecer lazer e cultura aos passageiros do metrô, a partir desta segunda-feira (25/02), às 17h30, começa o Sounderground, festival internacional que prestigia os músicos que tocam em estações do metrô. Confira o dia e a estação em que os artistas se apresentarão e divirta-se! A fim = indica finalidade; a partir: sempre separado; antes de horas: há crase 19
4. RESPOSTA “E” (A) Ele se esqueceu de que? = quê? (B) Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu para distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes. (C) Embora devêssemos (devêssemos) , não fomos excessivos nas críticas. (D) O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às reivindicações dos funcionários. (E) Não sei por que ele mereceria minha consideração. 5. RESPOSTA “A” Fiz a correção entre parênteses: (A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de passageiros nos aeroportos. (B) Comete muitos deslises (deslizes), talvez por sua espontaneidade, mas nada que ponha em cheque (xeque) sua reputação de pessoa cortês. (C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de descançar (descansar) após o almoço sob a frondoza (frondosa) árvore do pátio. (D) Não sei se isso influe (influi), mas a persistência dessa mágoa pode estar sendo o grande impecilho (empecilho) na superação dessa sua crise. (E) O diretor exitou (hesitou) ao aprovar a retenção dessa alta quantia, mas não quiz (quis) ser taxado de conivente na concessão de privilégios ilegítimos. 6. RESPOSTA “C” A questão envolve colocação pronominal e ortografia. Comecemos pela mais fácil: ortografia! A palavra “por isso” é escrita separadamente. Assim, já descartamos duas alternativas (“A” e “E”). Quanto à colocação pronominal, temos a presença do advérbio “não”, que sabemos ser um “ímã” para o pronome oblíquo, fazendo-nos aplicar a regra da próclise (pronome antes do verbo). Então, a forma correta é “mas não A matem” (por que A e não LHE? Porque quem mata, mata algo ou alguém, objeto direto. O “lhe” é usado para objeto indireto. Se não tivéssemos a conjunção “mas” nem o advérbio “não”, a forma “matem-na” estaria correta, já que, após vírgula, o ideal é que utilizemos ênclise – pronome oblíquo após o verbo). 7. RESPOSTA “E” Fiz as correções entre parênteses: (A) Entre eu (mim) e a vida sempre houve muitos infortúnios, por isso posso me queixar com razão. (B) Sempre houveram (houve) várias formas eficazes para ultrapassarmos os infortúnios da vida. (C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes que vermos (virmos) a pobreza e a miséria fazerem parte de nossa vida. (D) É difícil entender o por quê (o porquê) de tanto sofrimento, principalmente daqueles que procuram viver com dignidade e simplicidade. (E) As dificuldades por que (= pelas quais; correto) passamos certamente nos fazem mais fortes e preparados para os infortúnios da vida. 8. RESPOSTA “C” (A) contenção (de gastos) – remissão (da pena). (B) concessão (de privilégios) – ascensão (ao poder). (C) cessão (de direitos) – extinção (do cargo). (D) apreensão (da carteira) – retenção (do veículo). (E) moção (de apoio) – admissão (de funcionário). 9. RESPOSTA “CERTO”. autopsia s.f., autópsia s.f.; cf. autopsia (fonte: http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23) 10. RESPOSTA “D” Questão de ortografia. Vamos às exclusões: Polícia trabalha com criminosos pegos em “flagrante”, no “flagra”; “fragrante” relaciona-se a aroma, fragrância. Assim, já descartamos os itens “B” e “E”. “Tráfego” tem relação com trânsito, transitar, trafegar. “Tráfico” é o que consideramos ilegal, praticado por traficante. Descartamos o item “C” também. Sobrou-nos “Maus-tratos”/mal-tratos. O tratamento dado à avó foi ruim, mau (adjetivo). Sendo assim, o correto é “maus-tratos”. 20
Hífen O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presidente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos (ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, separar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro). Uso do hífen que continua depois da Reforma Ortográfica: 1. Em palavras compostas por justaposição que formam uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem para formam um novo significado: tio-avô, porto-alegrense, luso-brasileiro, tenentecoronel, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, azul-escuro. 2. Em palavras compostas por espécies botânicas e zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora-menina, erva-doce, feijão-verde. 3. Nos compostos com elementos além, aquém, recém e sem: além-mar, recém-nascido, semnúmero, recém-casado. 4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algumas exceções continuam por já estarem consagradas pelo uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de-meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará. 5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, etc. 6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super- quando associados com outro termo que é iniciado por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc. 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito. 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pósgraduação, etc. 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abraça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. 10. Nas formações em que o prefixo tem como segundo termo uma palavra iniciada por “h”: subhepático, geo-história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, super-homem. 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc. Obs: O hífen é suprimido quando para formar outros termos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
Lembrete da Zê! Ao separar palavras na translineação (mudança de linha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti-inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima linha escreverei: ―-inflamatório” (hífen em ambas as linhas).
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Não se emprega o hífen: 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antirreligioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia, microrradiografia, etc. 2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o segundo termo iniciase com vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoestrada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoescola, infraestrutura, etc. 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” inicial: desumano, inábil, desabilitar, etc. 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobrigação, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc. 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedista, etc. 6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfeito, benquerer, benquerido, etc.
Para enriquecimento
- Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas correspondentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte, não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado, pressuposto, propor. - Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccioso, auto-observação, contra-ataque, semiinterno, sobre-humano, super-realista, alto-mar. - Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma, antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante, ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus, autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi. Fontes de pesquisa: http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/ortografia SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Questões sobre Hífen 01. Assinale a alternativa em que o hífen, conforme o novo Acordo, está sendo usado corretamente: (A) Ele fez sua auto-crítica ontem. (B) Ela é muito mal-educada. (C) Ele tomou um belo ponta-pé. (D) Fui ao super-mercado, mas não entrei. (E) Os raios infra-vermelhos ajudam em lesões. 02. Assinale a alternativa incorreta quanto ao emprego do hífen, respeitando-se o novo Acordo. (A) O semi-analfabeto desenhou um semicírculo. (B) O meia-direita fez um gol de sem-pulo na semifinal do campeonato. (C) Era um sem-vergonha, pois andava seminu. (D) O recém-chegado veio de além-mar. (E) O vice-reitor está em estado pós-operatório. 03. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente: (A) autocrítica, contramestre, extra-oficial 22
(B) infra-assinado, infra-vermelho, infra-som (C) semi-círculo, semi-humano, semi-internato (D) supervida, superelegante, supermoda (E) sobre-saia, mini-saia, superssaia 04. Assinale o item em que o uso do hífen está incorreto. (A) infraestrutura / super-homem / autoeducação (B) bem-vindo / antessala /contra-regra (C) contramestre / infravermelho / autoescola (D) neoescolástico / ultrassom / pseudo-herói (E) extraoficial / infra-hepático /semirreta 05. Assinale a alternativa em que ocorre erro quanto ao emprego do hífen. (A) Foi iniciada a campanha pró-leite. (B) O ex-aluno fez a sua autodefesa. (C) O contrarregra comeu um contra-filé. (D) Sua vida é um verdadeiro contrassenso. (E) O meia-direita deu início ao contra-ataque. RESPOSTAS 1. RESPOSTA “B” A) autocrítica C) pontapé D) supermercado E) infravermelhos 2. RESPOSTA “A” A) O semianalfabeto desenhou um semicírculo. 3. RESPOSTA “D” A) autocrítica, contramestre, extraoficial B) infra-assinado, infravermelho, infrassom C) semicírculo, semi-humano, semi-internato D) supervida, superelegante, supermoda = corretas E) sobressaia, minissaia, supersaia 4. RESPOSTA “B” B) bem-vindo / antessala / contrarregra 5. RESPOSTA “C” C) O contrarregra comeu um contrafilé. A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”). Significa literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que estuda os sons da língua quanto à sua função no sistema de comunicação linguística, quanto à sua organização e classificação. Cuida, também, de aspectos relacionados à divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da forma correta de pronunciar certas palavras. Lembrando que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar estes sons no ato da fala. Particularidades na pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética. Na língua falada, as palavras se constituem de fonemas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas por meio de símbolos gráficos, chamados de letras ou grafemas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de estabelecer uma distinção de significado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção entre os pares de palavras: amor – ator / morro – corro / vento - cento
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Cada segmento sonoro refere-se a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que você, como falante de português, guarda de cada um deles. É essa imagem acústica, esse referencial de padrão sonoro, que constitui o fonema. Os fonemas formam os significantes dos signos linguísticos. Geralmente, aparecem representados entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc. Fonema e Letra - O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê). - Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento, exílio. - Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar: - o fonema /sê/: texto - o fonema /zê/: exibir - o fonema /che/: enxame - o grupo de sons /ks/: táxi - O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas. Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o 1234567 12 3 45 6 Galho = fonemas:
/g/a/lh/o/ 12 3 4
letras:
ga lho 12345
- As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta. Nestas palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema; dança: o “n” não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”. - A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema. Hoje = fonemas: ho / j / e / letras: hoje 1 2 3 1234 Classificação dos Fonemas Os fonemas da língua portuguesa são classificados em: 1) Vogais As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua, desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso significa que em toda sílaba há necessariamente uma única vogal. Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entreaberta. As vogais podem ser: - Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/. - Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais. /ã/: fã, canto, tampa / ẽ /: dente, tempero / ĩ/: lindo, mim /õ/: bonde, tombo / ũ /: nunca, algum - Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até, bola.
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- Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, bola. Quanto ao timbre, as vogais podem ser: - Abertas: pé, lata, pó - Fechadas: mês, luta, amor - Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das palavras: dedo (―dedu‖), ave (―avi‖), gente (―genti‖). Quanto à zona de articulação: - Anteriores ou Palatais - A língua eleva-se em direção ao palato duro (céu da boca): é, ê, i - Posteriores ou Velares - A língua eleva-se em direção ao palato mole (véu palatino): ó, ô, u - Médias - A língua fica baixa, quase em repouso: a 2) Semivogais Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas são chamados de semivogais. A diferença fundamental entre vogais e semivogais está no fato de que estas não desempenham o papel de núcleo silábico. Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade, história, série. 3) Consoantes Para a produção das consoantes, a corrente de ar expirada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela cavidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam verdadeiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos. Seu nome provém justamente desse fato, pois, em português, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos: /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc. Encontros Vocálicos Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o tritongo e o hiato. 1) Ditongo É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba. Pode ser: - Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal: sé-rie (i = semivogal, e = vogal) - Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal: pai (a = vogal, i = semivogal) - Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai - Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais: mãe 2) Tritongo É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba. Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tritongo nasal. 3) Hiato É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia (po-e-si-a). Encontros Consonantais O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vogal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal. Existem basicamente dois tipos:
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1. os que resultam do contato consoante + “l” ou “r” e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pedra, pla-no, a-tle-ta, cri-se. 2. os que resultam do contato de duas consoantes pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta. Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo, psi-có-lo-go. Dígrafos De maneira geral, cada fonema é representado, na escrita, por apenas uma letra. lixo - Possui quatro fonemas e quatro letras. Há, no entanto, fonemas que são representados, na escrita, por duas letras. bicho - Possui quatro fonemas e cinco letras. Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ foram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”. Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas para representar um único fonema (di = dois + grafo = letra). Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos: consonantais e vocálicos. Dígrafos Consonantais Letras lh nh ch rr ss qu gu sc sç xc
Fonemas /lhe/ /nhe/ /xe/ /re/ (no interior da palavra) /se/ (no interior da palavra) /k/ (qu seguido de e e i) /g/ ( gu seguido de e e i) /se/ /se/ /se/
Exemplos telhado marinheiro chave carro passo queijo, quiabo guerra, guia crescer desço exceção
Dígrafos Vocálicos Registram-se na representação das vogais nasais: Fonemas Letras Exemplos /ã/ am tampa an canto /ẽ/ em templo en lenda /ĩ/ im limpo in lindo õ/ om tombo on tonto /ũ/ um chumbo un corcunda
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Observação: “gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/: guitarra, aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” representa um fonema - semivogal ou vogal (aguentar, linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também não há dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, averiguo) – (Conseguimos ouvir o som da letra ―u‖ também, por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos: Água = /agua/ nós pronunciamos a letra ―u‖, ou então teríamos /aga/. Temos, em ―água‖, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ - não pronunciamos o ―u‖, então temos dígrafo [aliás, dois dígrafos: ―gu‖ e ―rr‖]. Portanto: 8 letras e 6 fonemas).
Dífonos Assim como existem duas letras que representam um só fonema (os dígrafos!), exite letra que representa dois fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o “x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são exemplos de dífonos. Quando uma letra representa dois fonemas temos um caso de dífono. Fontes de pesquisa: http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono1.php SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010.
Questões sobre Letra e Fonema 01. Assinale a alternativa errada a respeito da palavra “churrasqueira”. (A) apresenta 13 letras e 10 fonemas (B) apresenta 3 dígrafos :ch, rr, qu (C) divisão silábica: chur-ras-quei-ra (D) é paroxítona e polissílaba (E) apresenta o tritongo: uei 02. Todas as palavras abaixo possuem um encontro vocálico e um encontro consonantal, exceto: (A) destruir. (B) magnésio. (C) adstringente. (D) pneu. (E) autóctone. 03. A série em que todas as palavras apresentam dígrafo é. (A) assinar / bocadinho / arredores. (B) residência / pingue-pongue / dicionário. (C) digno / decifrar / dissesse. (D) dizer / holandês / groenlandeses. (E) futebolísticos / diligentes / comparecimento. 04. Indique a palavra que tem 5 fonemas: (A) ficha. (B) molhado. (C) guerra. 27
(D) fixo. (E) hulha. 05. Há relação INCORRETA de letras e fonemas em: (A) Pássaro (7 Letras / 6 Fonemas); (B) Comovente (9 Letras / 8 Fonemas); (C) Molhada (7 Letras / 6 Fonemas); (D) Plástica (8 Letras / 8 Fonemas); (E) Aquilo (6 Letras / 6 Fonemas). 06. Assinale a alternativa em que a letra “x” da palavra não possui a pronúncia de /ks/: (A) tóxico (B) léxico (C) máximo (D) prolixo RESPOSTA 1. RESPOSTA “E” apresenta o tritongo: uei Não ouço o som do “u”. Há um dígrafo (qu = duas letras e um fonema). O „qu” tem o som de /k/. 2. RESPOSTA “C” c) adstringente. = há encontro consonantal (tr), mas não há vocálico. 3. RESPOSTA “A” a) assinar / bocadinho / arredores. b) residência / pingue-pongue / dicionário. c) digno / decifrar / dissesse. d) dizer / holandês / groenlandeses. e) futebolísticos / diligentes / comparecimento. 4. RESPOSTA “D” a) ficha = 4 b) molhado = 6 c) guerra = d) fixo = 5 /f i k s o/ e) hulha = 3 5. RESPOSTA “E” Aquilo (6 Letras / 5 Fonemas = /akilo/ ) 6. RESPOSTA “C” máximo = /s/ Acentuação Quanto à acentuação, observamos que algumas palavras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por isso, vamos às regras! Regras básicas – Acentuação tônica A acentuação tônica está relacionada à intensidade com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas de átonas. De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas como: Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última sílaba. Ex.: café – coração – Belém – atum – caju – papel
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Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – sapato – passível Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus Há vocábulos que possuem mais de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente: são os chamados monossílabos. Os acentos acento agudo – )´( Colocado sobre as letras “a” e “i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras representam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público. Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto. Ex.: herói – médico – céu (ditongos abertos). acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: Ex.: tâmara – Atlântico – pêsames – supôs . acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles trema – ) ¨ ( De acordo com a nova regra, foi totalmente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.: mülleriano (de Müller) til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais nasais. Ex.: oração – melão – órgão – ímã Regras fundamentais Palavras oxítonas: Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) – Belém. Esta regra também é aplicada aos seguintes casos: Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, seguidas de lo, la, los, las. Ex. respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo Paroxítonas: Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: - i, is: táxi – lápis – júri - us, um, uns: vírus – álbuns – fórum - l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps - ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos -ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Repare que esta palavra apresenta as terminações das paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
Regras especiais: Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas.
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Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são acentuados. Ex.: dói, escarcéu.
Antes assembléia idéia geléia jibóia apóia (verbo apoiar) paranóico
Agora assembleia ideia geleia jiboia apoia paranoico
Acento Diferencial Representam os acentos gráficos que, pelas regras de acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para diferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras e/ou tempos verbais. Por exemplo: Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito de Indicativo do verbo ―poder‖) X pode (presente do Indicativo do mesmo verbo). Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas: terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada, mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se, para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição. Os demais casos de acento diferencial não são mais utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substantivo), pelo (preposição). Seus significados e classes gramaticais são definidos pelo contexto. Polícia para o trânsito para realizar blitz. = o primeiro “para” é verbo; o segundo, preposição (com relação de finalidade).
Quando, na frase, der para substituir o “por” por “colocar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto: “pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: Faço isso por você. / Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Regra do Hiato: Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, for a segunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, vento-i-nha. Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-racu-u-ba
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Observação importante:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas): Ex.: Antes bocaiúva feiúra Sauípe
Agora bocaiuva feiura Sauipe
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido. Ex.: Antes crêem lêem vôo enjôo
Agora creem leem voo enjoo
Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. Repare: 1. O menino crê em você. / Os meninos creem em você. 2. Elza lê bem! / Todas leem bem! 3. Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que os garotos deem o recado! 4. Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à tarde! As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” não serão mais acentuadas. Ex.: Antes apazigúe (apaziguar) averigúe (averiguar) argúi (arguir)
Depois apazigue averigue argui
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo vir) A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm. Fontes de pesquisa: http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao.htm SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010.
Questões sobre Acentuação Gráfica 01. (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a mesma regra que distribuídos. (A) sócio (B) sofrê-lo 31
(C) lúcidos (D) constituí (E) órfãos 02. (MAPA – ANALISTA DE SISTEMAS – FUNDAÇÃO DOM CINTRA/2010) Se os vocábulos POSSÍVEL, ATRAVÉS e VÍRUS recebem acento gráfico, também serão acentuados pelas mesmas regras, respectivamente, os vocábulos relacionados em: (A) fóssil / mês / álbuns; (B) réptil / compôs / júri; (C) amável / português / táxi; (D) fácil / até / húmus; (E) bílis / café / ônus. 03.(MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA – IBFC/2013) Assinale a alternativa em que a palavra deve ser, obrigatoriamente, acentuada. (A) Pratica. (B) Negocio. (C) Traido. (D) Critica. (E) Capitulo. 04. (RIOPREVIDÊNCIA/RJ – ESPECIALISTA EM PREVIDÊNCIA SOCIAL – CEPERJ/2014) A palavra “conteúdo” recebe acentuação pela mesma razão de: (A) juízo (B) espírito (C) jornalístico (D) mínimo (E) disponíveis 05. (PREFEITURA DE BELO HORIZONTE/MG – TÉCNICO NÍVEL SUPERIOR – INFORMÁTICA – FUMARC/2014) Na frase “Pelo menos 4,7 milhões de aposentados e pensionistas têm pouco mais de um mês para recadastrar a senha bancária”, o acento gráfico do verbo “ter” se justifica pela seguinte regra: (A) Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo “ter”. (B) O verbo “ter”, no presente do subjuntivo, assume a forma “têm” (com acento) na terceira pessoa do plural. (C) O acento circunflexo é empregado para marcar a oposição entre a 3ª pessoa do singular e a 2ª pessoa do plural. (D) Todas as palavras oxítonas são acentuadas quando empregadas na terceira pessoa do plural. 06. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRABALHO – CESPE/2014) O emprego do acento gráfico em “incluíram” e “número” justifica-se com base na mesma regra de acentuação. (...) CERTO ( ) ERRADO 07. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Seguem a mesma regra de acentuação gráfica relativa às palavras paroxítonas: (A) probatório; condenatório; crédito. (B) máquina; denúncia; ilícita. (C) denúncia; funcionário; improcedência. (D) máquina; improcedência; probatório. (E) condenatório; funcionário; frágil. 08. (FUNASA – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA ESPECIALIDADES 1 E 2 – CESPE/2013) O emprego do acento em “Uberlândia” e “água” justifica-se com base na mesma regra ortográfica. (...) CERTO ( ) ERRADO
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RESPOSTAS 1. RESPOSTA “D” Distribuímos = regra do hiato (A) sócio = paroxítona terminada em ditongo (B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome oblíquo. Nunca!) (C) lúcidos = proparoxítona (D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui” – oxítona: cons-ti-tui) (E) órfãos = paroxítona terminada em “ão” 2. RESPOSTA “D” Possível = paroxítona terminada em “l”; através = oxítona terminada em “e + s”; vírus = paroxítona terminada em “u + s” (A) fóssil / mês / álbuns; fóssil = paroxítona terminada em “l”; mês = monossílaba terminada em “e + s”; álbuns = paroxítona terminada em “uns” (B) réptil / compôs / júri; réptil = paroxítona terminada em “l”; compôs = oxítona terminada em “o + s”; júri = paroxítona terminada em „i” (C) amável / português / táxi; amável = paroxítona terminada em “l”; português = oxítona terminada em “e + s”; táxi = paroxítona terminada em „i” (D) fácil / até / húmus; fácil = paroxítona terminada em “l”; até = oxítona terminada em “e”; húmus = paroxítona terminada em “u + s” (E) bílis / café / ônus. Bílis = paroxítona terminada em “i + s”; café = oxítona terminada em “e”; ônus = paroxítona terminada em “u + s” 3. RESPOSTA “C” (A) Pratica = verbo (prática = adjetivo ou substantivo) (B) Negocio = verbo (negócio = substantivo) (C) Traido = traído (adjetivo) (D) Critica = verbo (crítica = adjetivo ou substantivo) (E) Capitulo = verbo (capítulo = substantivo) 4. RESPOSTA “A” Conteúdo = regra do hiato (A) juízo = regra do hiato (B) espírito = proparoxítona (C) jornalístico = proparoxítona (D) mínimo = proparoxítona (E) disponíveis = paroxítona terminada em ditongo 5. RESPOSTA “A” (A) Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo “ter”. (B) O verbo “ter”, no presente do subjuntivo, assume a forma “têm” (com acento) na terceira pessoa do plural. (que eles tenham) (C) O acento circunflexo é empregado para marcar a oposição entre a 3ª pessoa do singular e a 2ª pessoa do plural. 3ª pessoa do singular = ele tem / 2ª pessoa do plural = vós tendes (D) Todas as palavras oxítonas são acentuadas quando empregadas na terceira pessoa do plural. “Tem” não é oxítona, mas sim, monossílaba. As palavras oxítonas recebem acento apenas quando terminadas em “a”, “e” ou “o”, seguidas ou não de “s”. 6. RESPOSTA “ERRADO”. Incluíram = regra do hiato / número = proparoxítona
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7. RESPOSTA “C” Vamos a elas: (A) probatório = paroxítona terminada em ditongo; condenatório = paroxítona terminada em ditongo; crédito = proparoxítona. (B) máquina = proparoxítona; denúncia = paroxítona terminada em ditongo; ilícita = proparoxítona. (C) Denúncia = paroxítona terminada em ditongo; funcionário = paroxítona terminada em ditongo; improcedência = paroxítona terminada em ditongo (D) máquina; improcedência; probatório = classificações apresentadas acima (E) condenatório; funcionário = classificações apresentadas acima / Frágil = paroxítona terminada em “l” 8. RESPOSTA “CERTO”. Uberlândia = paroxítona terminada em ditongo / água = paroxítona terminada em ditongo
4 Domínio dos mecanismos de coesão textual. 4.1 Emprego/correlação de tempos e modos verbais Prof.ª Zenaide Branco
Coesão e Coerência Textual Na construção de um texto, assim como na fala, usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão do que é dito, ou lido. Estes mecanismos linguísticos que estabelecem a coesão e retomada do que foi escrito - ou falado - são os referentes textuais, que buscam garantir a coesão textual para que haja coerência, não só entre os elementos que compõem a oração, como também entre a sequência de orações dentro do texto. Essa coesão também pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado em conhecimentos anteriores que os participantes do processo têm com o tema. Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha imaginária - composta de termos e expressões que une os diversos elementos do texto e busca estabelecer relações de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substituição, associação), sejam gramaticais (emprego de pronomes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases, orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decorre daí a coerência textual. Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoerência é resultado do mau uso dos elementos de coesão textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto. Construído com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal. Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, ―o enunciado não se constrói com um amontoado de palavras e orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência e independência sintática e semântica, recobertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios‖. Não se deve escrever frases ou textos desconexos – é imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as frases estejam coesas e coerentes formando o texto. Relembre-se de que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre os elementos que compõem a estrutura textual. Formas de se garantir a coesão entre os elementos de uma frase ou de um texto: 1. Substituição de palavras com o emprego de sinônimos - palavras ou expressões do mesmo campo associativo. 2. Nominalização – emprego alternativo entre um verbo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar / desgaste / desgastante). 34
3. Emprego adequado de tempos e modos verbais: Embora não gostassem de estudar, participaram da aula. 4. Emprego adequado de pronomes, conjunções, preposições, artigos: O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira, Sua Santidade participou de uma reunião com a Presidente Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumprimentava as pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele guarda respeito por elas. 5. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com base na maior especificidade do significado de um deles. Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais genérico). 6. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais específico. Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com gato. 7. Substitutos universais, como os verbos vicários.
(Ajuda da Zê: verbo vicário é aquele que substitui um outro já utilizado no período, evitando repetições. Geralmente é o verbo fazer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. Faço porque preciso. O “faço” foi empregado no lugar de “estudo”, evitando repetição desnecessária).
A coesão apoiada na gramática se dá no uso de conectivos, como pronomes, advérbios e expressões adverbiais, conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quando, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a relação entre as duas orações). Dêiticos são elementos linguísticos que têm a propriedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de progressão textual, dada sua característica: são elementos que não significam, apenas indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa. Já os componentes concentram em si a significação. Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito: “Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios de tempo, referenciam o momento da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro).‖ A coerência de um texto está ligada: - à sua organização como um todo, em que devem estar assegurados o início, o meio e o fim; - à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um texto técnico, por exemplo, tem a sua coerência fundamentada em comprovações, apresentação de estatísticas, relato de experiências; um texto informativo apresenta coerência se trabalhar com linguagem objetiva, denotativa; textos poéticos, por outro lado, trabalham com a linguagem figurada, livre associação de ideias, palavras conotativas. Fontes de pesquisa: http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/Paacutegina1.html Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
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Questões 1. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) Na passagem – Nesse contexto, governos e empresas estão fechando o cerco contra a corrupção e a fraude, valendo-se dos mais variados mecanismos... – a oração destacada expressa, em relação à anterior, sentido que responde à pergunta: (A) “Quando?” (B) “Por quê?” (C) “Como?” (D) “Para quê?” (E) “Onde?” (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP – GUARDA MUNICIPAL – VUNESP/2011 ADAPTADA) Leia o texto para responder à questão 2. Desde o dia do ataque, agentes da guarda municipal fazem vigília na porta do colégio. Como o matador Wellington de Oliveira era ex-aluno, passou à vontade pelo portão. Mas o debate sobre como garantir a segurança nas escolas públicas permanece aceso. Nas escolas da rede municipal do Rio, funcionários encarregados da merenda e de outras funções eram também incumbidos de zelar pela portaria. A ideia agora é dotar as escolas de porteiros responsáveis pela entrada e saída de visitantes devidamente identificados. Também haverá mais inspetores, de modo que cada colégio conte com um deles por andar. O mais difícil será amenizar a sensação de insegurança que restou. Recentemente, ao ouvirem a movimentação de estudantes no corredor, os alunos de uma das turmas da Tasso de Oliveira saíram correndo, no meio da aula, aos berros. ―Aquele dia marcou nossa vida para sempre‖, afirma Luís Marduk, diretor da escola. (Veja, 25.05.2011) 2. A frase – Como o matador Wellington de Oliveira era ex-aluno, passou à vontade pelo portão. – equivale a: (A) O matador Wellington de Oliveira passou à vontade pelo portão, portanto era ex-aluno. (B) O matador Wellington de Oliveira passou à vontade pelo portão, mas era ex-aluno. (C) O matador Wellington de Oliveira passou à vontade pelo portão, porque era ex-aluno. (D) O matador Wellington de Oliveira passou à vontade pelo portão, conforme era ex-aluno. (E) O matador Wellington de Oliveira passou à vontade pelo portão, apesar de ser ex-aluno. 3. (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2012) O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a totalidade do universo, toda a sociedade, a história, a concepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que se estende a todas as coisas e à qual nada escapa. É, de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, em todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do mundo. Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: Hucitec, 1987, p. 73 (com adaptações). Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente textual “O riso”. ( ) Certo ( ) Errado 4. (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – AOCP/2010) “A carga foi desviada e a viatura, com os vigilantes, abandonada em Pirituba, na zona norte de São Paulo.‖ Pela leitura do fragmento acima, é correto afirmar que, em sua estrutura sintática, houve supressão da expressão (A) vigilantes. (B) carga. (C) viatura. (D) foi. (E) desviada. (METRÔ/SP – TÉCNICO SEGURANÇA DO TRABALHO – FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão 5. O criador da mais conhecida e celebrada canção sertaneja, Tristeza do Jeca (1918), não era, como se poderia esperar, um sofredor habitante do campo, mas o dentista, escrivão de polícia e dono de loja 36
Angelino Oliveira. Gravada por ―caipiras‖ e ―sertanejos‖, nos ―bons tempos do cururu autêntico‖, assim como nos ―tempos modernos da música ‗americanizada‘ dos rodeios‖, Tristeza do Jeca é o grande exemplo da notável, embora pouco conhecida, fluidez que marca a transição entre os meios rural e urbano, pelo menos em termos de música brasileira. Num tempo em que homem só cantava em tom maior e voz grave, o Jeca surge humilde e sem vergonha alguma da sua ―falta de masculinidade‖, choroso, melancólico, lamentando não poder voltar ao passado e, assim, ―cada toada representa uma saudade‖. O Jeca de Oliveira não se interessa pelo meio rural da miséria, das catástrofes naturais, mas pelo íntimo e sentimental, e foi nesse seu tom que a música, caipira ou sertaneja, ganhou forma. ―A canção popular conserva profunda nostalgia da roça. Moderna, sofisticada e citadina, essa música foi e é igualmente roceira, matuta, acanhada, rústica e sem trato com a área urbana, de tal forma que, em todas essas composições, haja sempre a voz exemplar do migrante, a qual se faz ouvir para registrar uma situação de desenraizamento, de dependência e falta‖, analisa a cientista política Heloísa Starling. Acrescenta o antropólogo Allan de Paula Oliveira: ―foi entre 1902 e 1960 que a música sertaneja surgiu como um campo específico no interior da MPB. Mas, se num período inicial, até 1930, ‗sertanejo‘ indicava indistintamente as músicas produzidas no interior do país, tendo como referência o Nordeste, a partir dos anos de 1930, 'sertanejo' passou a significar o caipira do Centro-Sul. E, pouco mais tarde, de São Paulo. Assim, se Jararaca e Ratinho, ícones da passagem do sertanejo nordestino para o ‗caipira‘, trabalhavam no Rio, as duplas dos anos 1940, como Tonico e Tinoco, trabalhariam em São Paulo‖. (Adaptado de: HAAG, Carlos. “Saudades do Jeca no século XXI”. In: Revista Fapesp, outubro de 2009, p. 80-5.) 5. Os pronomes “que” (1º parágrafo), “sua” (2º parágrafo) e “a qual” (3º parágrafo), referem-se, respectivamente, a: (A) exemplo − Jeca − composições (B) fluidez − Jeca − voz exemplar do migrante (C) Tristeza do Jeca − homem − canção popular (D) exemplo − homem − voz exemplar do migrante (E) fluidez − homem − canção popular 6. (MPE/RO – ANALISTA – AUDITORIA – FUNCAB/2012 - ADAPTADA) (...) As pesquisas indicam, em essência, um caminho: graças à vontade política dos governantes locais, em nenhum outro lugar da Índia se investiu tanto na educação das mulheres. Uma ação que enfrentou a rotina da marginalização. Na Índia, por questões culturais, se propagou o infanticídio contra meninas, praticado pelos próprios pais.(...) A que se refere a expressão UMA AÇÃO? (A) vontade política. (B) governantes locais. (C) pesquisas feitas em Kerala. (D) investimento na educação das mulheres. (E) o infanticídio contra meninas. 7. (CONDER/BA – JORNALISTA – FGV PROJETOS/2013) "Agora compreendo o entusiasmo de gente como Millôr Fernandes e Fernando Sabino, que dividem a sua vida profissional em antes dele e depois dele". Nesse segmento, cinco termos estabelecem a coesão textual. Assinale a alternativa em que a referência coesiva é adequada. (A) "Gente" se refere a termos futuros da progressão textual. (B) O pronome relativo "que" se refere a Fernando Sabino. (C) O possessivo "sua" se refere a "Fernando Sabino". (D) Os dois pronomes "ele" não se referem ao mesmo antecedente. (E) Todos os termos coesivos se referem a termos anteriormente expressos. 8. (POLÍCIA MILITAR/TO – SOLDADO – CONSULPLAN/2013) Em “O criminoso encontra uma forma de entrar, mas precisa de um ambiente favorável.” há uma relação estabelecida no período de (A) restrição. (B) conclusão. (C) acréscimo. (D) explicação. 37
9. (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA DE CLASSE I – VUNESP/2013 - adaptada) Leia a passagem: Cheguei à conclusão, então, de que não é o dinheiro o vilão da história. O problema está em nós mesmos, que, insatisfeitos com aquilo que já temos, criamos novas necessidades a todo o tempo e, a fim de supri-las, consumimos de forma desenfreada e irresponsável. Movidos por desejos que parecem não ter fim, compramos coisas das quais não precisamos, com o dinheiro que muitas vezes não temos. O pronome las, em supri-las, refere-se a (A) história. (B) coisas. (C) nós mesmos. (D) conclusão. (E) novas necessidades. 10. (GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ – ESCRIVÃO E INVESTIGADOR DE POLÍCIA CIVIL – SEAD/2013) No trecho: Quantas vezes ao acordar pela manhã e bater o dedo na beira da cama já não saiu esbravejando e dizendo que o dia começou ruim? A repetição do conectivo “e” tem efeito de marcar uma: (A) sequência cronológica dos fatos. (B) repetição dos acontecimentos. (C) descontinuidade de fatos. (D) implicação natural de consequência dos fatos. (E) coordenação entre as ideias do período. 11. (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – BNDES/2012) As orações abaixo, separadas por vírgula, podem ter a relação entre elas explicitada por meio de uma expressão. “Algumas precisam beber mais água, outras precisam de isotônico.” A expressão que mantém o sentido original está empregada em: (A) Algumas precisam beber mais água, a fim de que outras precisem de isotônico. (B) Algumas precisam beber mais água, ao passo que outras precisam de isotônico. (C) Já que algumas precisam beber mais água, outras precisam de isotônico. (D) Por mais que algumas precisem beber mais água, outras precisam de isotônico. (E) Contanto que algumas precisem beber mais água, outras precisam de isotônico. 12. (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013) Grandes metrópoles em diversos países já aderiram. E o Brasil já está falando sobre isso. O pedágio urbano divide opiniões e gera debates acalorados. Mas, afinal, o que é mais justo? O que fazer para desafogar a cidade de tantos carros? Prepare-se para o debate que está apenas começando. (Adaptado de Superinteressante, dezembro2012, p.34) Marque N(não) para os argumentos contra o pedágio urbano; marque S(sim) para os argumentos a favor do pedágio urbano. ( ) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o transporte público e estender as ciclovias. ( ) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas cidades, que não resolveu os problemas do trânsito. ( ) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mundo vai ter que pensar bem antes de comprar um carro. ( ) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacionamento, revisão....e agora mais o pedágio? ( ) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é investido no transporte público. ( ) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pague pelo privilégio! ( ) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio urbano melhorou. A ordem obtida é: (A) (S) (N) (N) (S) (S) (S) (N) (B) (S) (N) (S) (N) (N) (S) (S) (C) (N) (S) (S) (N) (S) (N) (S) (D) (S) (S) (N) (S) (N) (S) (N) (E) (N) (N) (S) (S) (N) (S) (N)
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RESPOSTAS 1. RESPOSTA: “C”. Questão que envolve conhecimento de coesão e coerência. Se perguntássemos à primeira oração “COMO o governo está fechando o cerco contra a corrupção?”, obteríamos a resposta apresentada pela oração em destaque. 2. RESPOSTA: “C”. A alternativa que apresenta coerência com o enunciado é a que tem a presença da conjunção explicativa – “porque”. 3. RESPOSTA: “CERTO”. Vamos ao texto: O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a totalidade do universo (...). Os termos relacionam-se. O pronome “ele” retoma o sujeito “riso”. 4. RESPOSTA: “D”. “A carga foi desviada e a viatura, com os vigilantes, abandonada em Pirituba, na zona norte de São Paulo.” Trata-se da figura de linguagem (de construção ou sintaxe) “zeugma”, que consiste na omissão de um termo já citado anteriormente (diferente da elipse, que o termo não é citado, mas facilmente identificado). No enunciado temos a narração de que a carga foi desviada e de que a viatura foi abandonada. 5. RESPOSTA: “B”. Recorramos ao texto: “que” (1º parágrafo) = fluidez que marca / “sua” (2º parágrafo) = o Jeca surge humilde e sem vergonha alguma da sua “falta de masculinidade” / “a qual” (3º parágrafo) = haja sempre a voz exemplar do migrante, a qual se faz ouvir. Obtivemos: fluidez / Jeca / a voz exemplar do migrante. 6. RESPOSTA: “D”. Recorramos ao texto: em nenhum outro lugar da Índia se investiu tanto na educação das mulheres. Uma ação que... O termo retoma “investiu tanto na educação das mulheres”. 7. RESPOSTA: “A”. (A) "Gente" se refere a termos futuros da progressão textual. (B) O pronome relativo "que" se refere a Fernando Sabino. = (a Fernando Sabino e a Millôr) (C) O possessivo "sua" se refere a "Fernando Sabino" = (a Fernando Sabino e a Millôr) (D) Os dois pronomes "ele" não se referem ao mesmo antecedente. (E) Todos os termos coesivos se referem a termos anteriormente expressos. (vide a alternativa A, por exemplo) 8. RESPOSTA: “A”. O criminoso encontra uma forma de entrar, mas precisa de um ambiente favorável = a palavra destacada é uma conjunção adversativa, estabelecendo entre as orações ligadas por ela uma ideia de oposição, adversidade. 9. RESPOSTA: “E”. Recorramos ao texto: criamos novas necessidades a todo o tempo e, a fim de supri-las = suprir as novas necessidades. 10. RESPOSTA: “E”. Se retirarmos o conectivo “e” (conjunção aditiva), o período não perderá o sentido, ou seja, as orações são independentes entre si. Coordenadas. 11. RESPOSTA: “B”. O sentido exposto no período é de que, enquanto umas algumas precisam beber água, outras precisam de isotônico. Analisando as opções apresentadas, a única coerente com o que foi relatado é a “ao passo que”. 39
12. RESPOSTA: “B”. (S) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o transporte público e estender as ciclovias. (N) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas cidades, que não resolveu os problemas do trânsito. (S) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mundo vai ter que pensar bem antes de comprar um carro. (N) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacionamento, revisão... e agora mais o pedágio? (N) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é investido no transporte público. (S) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pague pelo privilégio! (S) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio urbano melhorou. S - N - S - N - N - S - S Verbo Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, número, tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o nome de conjugação (por isso também se diz que verbo é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno (choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer). Estrutura das Formas Verbais Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar os seguintes elementos: - Radical: é a parte invariável, que expressa o significado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; falava; fal-am. (radical fal. - Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r. São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (falar), 2ª - Vogal Temática - E - (vender), 3ª - Vogal Temática - I - (partir). - Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo: falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo) / falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo) - Desinência número-pessoal: é o elemento que designa a pessoa do discurso (1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural): falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) / falavam (indica a 3ª pessoa do plural.) Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados (compor, repor, depor), pertencem à 2ª conjugação, pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc. Formas Rizotônicas e Arrizotônicas Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos verbos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim na terminação verbal (fora do radical): opinei, aprenderão, amaríamos. Classificação dos Verbos Classificam-se em: - Regulares: são aqueles que apresentam o radical inalterado durante a conjugação e desinências idênticas às de todos os verbos regulares da mesma conjugação. Por exemplo: comparemos os verbos “cantar” e “falar”, conjugados no presente do Modo Indicativo: Canto Cantas Canta Cantamos
falo falas falas falamos
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Cantais Cantam
falais falam
Observe que, retirando os radicais, as desinências modo-temporal e número-pessoal mantiveram-se idênticas. Tente fazer com outro verbo e perceberá que se repetirá o fato (desde que o verbo seja da primeira conjugação e regular!). Faça com o verbo “andar”, por exemplo. Substitua o radical “cant” e coloque o “and” (radical do verbo andar). Viu? Fácil! - Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse. Observação: alguns verbos sofrem alteração no radical apenas para que seja mantida a sonoridade. É o caso de: corrigir/corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo. Tais alterações não caracterizam irregularidade, porque o fonema permanece inalterado. - Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa. Os principais são adequar, precaver, computar, reaver, abolir, falir. - Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os principais verbos impessoais são: * haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações temporais). Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = Existiam) Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram) Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão) Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz) * fazer, ser e estar (quando indicam tempo) Faz invernos rigorosos na Europa. Era primavera quando o conheci. Estava frio naquele dia. * Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado. Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá conjugação completa. Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu) Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos) Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu) * São impessoais, ainda: - o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis. - os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição “de”, indicando suficiência: Basta de tolices. Chega de promessas. - os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal‖, sem referência a sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos, pessoais. - o verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo: Não deu para chegar mais cedo. Dá para me arrumar uma apostila? - Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. São unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar, miar, latir, piar).
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Observação: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada: Teu irmão amadureceu bastante. O que é que aquela garota está cacarejando? Principais verbos unipessoais: 1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário): Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bastante) Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover) É preciso que chova. (Sujeito: que chova) 2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que. Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa) Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo) Observação: todos os sujeitos apontados são oracionais. - Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular). O particípio regular (terminado em “–do‖) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é empregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe: Infinitivo Aceitar Acender Anexar Benzer Corrigir Dispersar Eleger Envolver Imprimir Inserir Limpar Matar Misturar Morrer Murchar Pegar Romper Soltar Suspender Tingir Vagar
Particípio Regular Aceitado Acendido Anexado Benzido Corrigido Dispersado Elegido Envolvido Imprimido Inserido Limpado Matado Misturado Morrido Murchado Pegado Rompido Soltado Suspendido Tingido Vagado
Particípio Irregular Aceito Aceso Anexo Bento Correto Disperso Eleito Envolto Impresso Inserto Limpo Morto Misto Morto Murcho Pego Roto Solto Suspenso Tinto Vago
Importante: - estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escrever/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo. - Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui) e ir (fui, ia, vades). - Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal (aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
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Vou (verbo auxiliar)
espantar todos! (verbo principal no infinitivo)
Está (verbo auxiliar)
chegando a (verbo principal no gerúndio)
hora!
Observação: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver. Conjugação dos Verbos Auxiliares SER - Modo Indicativo Presente
Pret. Perfeito
Pret. Imp.
sou és é somos sois são
fui foste foi fomos fostes foram
era eras era éramos éreis eram
Pret.maisque-perf. fora foras fora fôramos fôreis foram
Fut.do Pres. serei serás será seremos sereis serão
Fut. Do Pretérito seria serias seria seríamos seríeis seriam
SER - Modo Subjuntivo Presente que eu seja que tu sejas que ele seja que nós sejamos que vós sejais que eles sejam
Pretérito Imperfeito se eu fosse se tu fosses se ele fosse se nós fôssemos se vós fôsseis se eles fossem
Futuro quando eu for quando tu fores quando ele for quando nós formos quando vós fordes quando eles forem
SER - Modo Imperativo Afirmativo Negativo sê tu não sejas tu seja você não seja você sejamos nós não sejamos nós sede vós não sejais vós sejam vocês não sejam vocês SER - Formas Nominais Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio ser ser eu sendo sido seres tu ser ele sermos nós serdes vós serem eles ESTAR - Modo Indicativo Presente
Pret. perf.
Pret. Imp.
estou estás está
estive estiveste esteve
estava estavas estava
Pret.maisq-perf. estivera estiveras estivera
Fut.doPres. estarei estarás estará
Fut.do Preté. estaria estarias estaria
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estamos estais estão
estivemos estivestes estiveram
estávamos estáveis estavam
estivéramos estivéreis estiveram
estaremos estareis estarão
estaríamos estaríeis estariam
ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo Presente
Pretérito Imperfeito estivesse estivesses estivesse estivéssemos estivésseis estivessem
esteja estejas esteja estejamos estejais estejam
Futuro
Afirmativo
Negativo
estiver estiveres estiver estivermos estiverdes estiverem
está esteja estejamos estai estejam
estejas esteja estejamos estejais estejam
ESTAR - Formas Nominais Infinitivo Impessoal estar
Infinitivo Pessoal estar estares estar estarmos estardes estarem
Gerúndio
Particípio
estando
estado
HAVER - Modo Indicativo Presente
Pret. Perf.
Pret. Imp.
hei hás há havemos haveis hão
houve houveste houve houvemos houvestes houveram
havia havias havia havíamos havíeis haviam
Pret.MaisQ-Perf. houvera houveras houvera houvéramos houvéreis houveram
Fut.do Pres. haverei haverás haverá haveremos havereis haverão
Fut.doPreté. haveria haverias haveria haveríamos haveríeis haveriam
HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo Presente ja hajas haja hajamos hajais hajam
Pretérito Imperfeito houvesse houvesses houvesse houvéssemos houvésseis houvessem
Futuro
Afirmativo
Negativo
houver houveres houver houvermos houverdes houverem
há haja hajamos havei hajam
hajas haja hajamos hajais hajam
HAVER - Formas Nominais Infinitivo Impessoal haver
Infinitivo Pessoal haver haveres haver havermos haverdes
Gerúndio havendo
Particípio havido
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haverem TER - Modo Indicativo Presente
Pret. Perf.
Pret. Imp.
tenho tens tem temos tendes têm
tive tiveste teve tivemos tivestes tiveram
tinha tinhas tinha tínhamos tínheis tinham
Preté.mais-qperf. tivera tiveras tivera tivéramos tivéreis tiveram
Fut. Do Pres.
Fut. Do Preté.
terei terás terá teremos tereis terão
teria terias teria teríamos teríeis teriam
TER - Modo Subjuntivo e Imperativo Presente tenha tenhas tenha tenhamos tenhais tenham
Pretérito Imperfeito tivesse tivesses tivesse tivéssemos tivésseis tivessem
Futuro
Afirmativo
Negativo
tiver tiveres tiver tivermos tiverdes tiverem
tem tenha tenhamos tende tenham
tenhas tenha tenhamos tenhais tenham
- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja: 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá. A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo. Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes): Eu me arrependo Tu te arrependes Ele se arrepende Nós nos arrependemos Vós vos arrependeis Eles se arrependem 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto representado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava. A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: A garota penteou-me. Observações: - Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função sintática. - Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pronominais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo: 45
Eu me feri. = Eu (sujeito) - 1ª pessoa do singular; me (objeto direto) - 1ª pessoa do singular Modos Verbais Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. Existem três modos: Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso. Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã. Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega! Formas Nominais Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe: 1. Infinitivo 1.1. Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substantivo. Por exemplo: Viver é lutar. (= vida é luta) É indispensável combater a corrupção. (= combate à) O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo: É preciso ler este livro. Era preciso ter lido este livro. 1.2. Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira: 2ª pessoa do singular: Radical + ES = teres(tu) 1ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós) 2ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós) 3ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles) Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação. 2. Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo: Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio) Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo) Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída: Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro. Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro. * Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio: 1- Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol. 2 – Sim, senhora! Vou estar verificando! Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento, exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”. 3. Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos saíram.
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Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.
(Ziraldo) Tempos Verbais Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos. 1. Tempos do Modo Indicativo - Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio. - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido. - Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele estudou as lições ontem à noite. - Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (forma simples). - Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele estudará as lições amanhã. - Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele pudesse, estudaria um pouco mais. 2. Tempos do Modo Subjuntivo - Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame. - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo. Observação: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato. - Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier à loja, levará as encomendas. Observação: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à loja, levará as encomendas. * Observação: Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro. Exemplos: Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil. descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu) No próximo final de semana, faço a prova! faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)
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Modo Indicativo Presente do Indicativo 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal CANTAR VENDER PARTIR cantO vendO partO O cantaS vendeS parteS S canta vende parte cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS cantaIS vendeIS partIS IS cantaM vendeM parteM M Pretérito Perfeito do Indicativo 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal CANTAR VENDER PARTIR canteI vendI partI I cantaSTE vendeSTE partISTE STE cantoU vendeU partiU U cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS cantaSTES vendeSTES partISTES STES cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM Pretérito mais-que-perfeito 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. Temporal Desinência pessoal 1ª/2ª e 3ª conj. CANTAR VENDER PARTIR cantaRA vendeRA partiRA RA Ø cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S cantaRA vendeRA partiRA RA Ø cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M Pretérito Imperfeito do Indicativo 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação CANTAR VENDER PARTIR cantAVA vendIA partIA cantAVAS vendIAS partAS CantAVA vendIA partIA cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS cantAVAM vendIAM partIAM Futuro do Presente do Indicativo 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação CANTAR VENDER PARTIR cantar ei vender ei partir ei cantar ás vender ás partir ás cantar á vender á partir á cantar emos vender emos partir emos cantar eis vender eis partir eis cantar ão vender ão partir ão
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Futuro do Pretérito do Indicativo 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação CANTAR VENDER PARTIR cantarIA venderIA partirIA cantarIAS venderIAS partirIAS cantarIA venderIA partirIA cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS cantarIAM venderIAM partirIAM Presente do Subjuntivo Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação). 1ª conjugação 2ª conjugação CANTAR cantE cantES cantE cantEMOS cantEIS cantEM
VENDER vendA vendAS vendA vendAMOS vendAIS vendAM
3ª conjugação Desinên. pessoal 1ª conj. Desinência pessoal Des.temporal 2ª/3ª conj. PARTIR partA E A Ø partAS E A S partA E A Ø partAMOS E A MOS partAIS E A IS partAM E A M Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número e pessoa correspondente. 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. Temporal Desinência pessoal 1ª/2ª e 3ª conj. CANTAR VENDER PARTIR cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M Futuro do Subjuntivo Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa correspondente. 1ª conjugação 2ª conjugação CANTAR cantaR cantaRES cantaR cantaRMOS cantaRDES cantaREM
VENDER vendeR vendeRES vendeR vendeRMOS vendeRDES vendeREM
3ª conjugação 1ª/2ª e 3ª conj. Des. Temporal Desinência pessoal PARTIR partiR Ø partiRES R ES partiR R Ø partiRMOS R MOS partiRDES R DES partiREM R EM
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Modo Imperativo Imperativo Afirmativo Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja: Presente do Indicativo Eu canto Tu cantas Ele canta Nós cantamos Vós cantais Eles cantam
Imperativo Afirmativo --CantA tu Cante você Cantemos nós CantAI vós Cantem vocês
Presente do Subjuntivo Que eu cante Que tu cantes Que ele cante Que nós cantemos Que vós canteis Que eles cantem
Imperativo Negativo Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo. Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo Que eu cante Que tu cantes Que ele cante Que nós cantemos Que vós canteis Que eles cantem
--Não cantes tu Não cante você Não cantemos nós Não canteis vós Não cantem eles
Observações: - No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês. - O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós). Infinitivo Pessoal 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação CANTAR VENDER PARTIR cantar vender partir cantarES venderES partirES cantar vender partir cantarMOS venderMOS partirMOS cantarDES venderDES partirDES cantarEM venderEM partirEM Observações: - o verbo parecer admite duas construções: Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal) Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você). - o verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular): Elvis tinha pegado minhas apostilas. Minhas apostilas foram pegas.
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fontes de pesquisa: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.php SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Questões sobre Verbo 1. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO VUNESP/2012) Assinale a alternativa em que todos os verbos estão conjugados segundo a normapadrão. (A) Absteu-se do álcool durante anos; agora, voltou ao vício. (B) Perderam seus documentos durante a viagem, mas já os reaveram. (C) Avisem-me, se vocês verem que estão ocorrendo conflitos. (D) Só haverá acordo se nós propormos uma boa indenização. (E) Antes do jantar, a criançada se entretinha com jogos eletrônicos. 2. (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) Está corretamente empregada a palavra destacada na frase (A) Constitue uma grande tarefa transportar todo aquele material. (B) As pessoas mais conscientes requereram anulação daquele privilégio. (C) Os fiscais reteram o material dos artistas. (D) Quando ele vir até aqui, trataremos do assunto. (E) Se eles porem as pastas na caixa ainda hoje, pode despachá-la imediatamente. 3. (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) ... e então percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central até o mar Cáspio e além. O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está em: (A) ... e de lá por navios que contornam a Índia... (B) ... era a capital da China. (C) A Rota da Seda nunca foi uma rota única... (D) ... dispararam na última década. (E) ... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas... 4. (TRF - 2ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2012) O emprego, a grafia e a flexão dos verbos estão corretos em: (A) A revalorização e a nova proeminência de Paraty não prescindiram e não requiseram mais do que o esquecimento e a passagem do tempo. (B) Quando se imaginou que Paraty havia sido para sempre renegada a um segundo plano, eis que ela imerge do esquecimento, em 1974. (C) A cada novo ciclo econômico retificava-se a importância estratégica de Paraty, até que, a partir de 1855, sobreviram longos anos de esquecimento. (D) A Casa Azul envidará todos os esforços, refreando as ações predatórias, para que a cidade não sucumba aos atropelos do turismo selvagem. (E) Paraty imbuiu da sorte e do destino os meios para que obtesse, agora em definitivo, o prestígio de um polo turístico de inegável valor histórico. 5. (TRF - 3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) Tinham seus prediletos ... (4º parágrafo). O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está em: (A) Dumas consentiu. (B) ... levaram com eles a instituição do “lector”. (C) ... enquanto uma fileira de trabalhadores enrolam charutos... (D) Despontava a nova capital mundial do Havana. (E) ... que cedesse o nome de seu herói... 6. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) Os verbos empregados nos mesmos tempo e modo estão agrupados em: (A) foi - estava - adquiriu 51
(B) viviam - estava - torna (C) pode - vivem - torna (D) adquiriu - foi - pode (E) apareceu - pode – eram 7. (TRF - 5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012) Ou pretendia. O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está em: (A) ... ao que der ... (B) ... virava a palavra pelo avesso ... (C) Não teria graça ... (D) ... um conto que sai de um palíndromo ... (E) ... como decidiu o seu destino de escritor. 8. (COPERGÁS - TÉCNICO OPERACIONAL MECÂNICO - FCC/2011 - ADAPTADA) ... para desovar e criar seus filhotes até que sejam capazes de seguir para o oceano. O verbo que se encontra conjugado nos mesmos tempo e modo que o grifado na frase acima está em: (A) ... espaços que misturam água do mar e de rios em meio a árvores de raízes expostas. (B) ... que ela prejudique ainda mais a vida dos peixes e das pessoas. (C) ... Mario Barletta, que, com seu grupo, percorre os estuários da América do Sul. (D) ... que várias espécies de peixes precisam de redutos distintos no mangue ... (E) ... uma equipe da Universidade Federal de Pernambuco verificou que várias espécies de peixes ... 9. (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) É importante que a inserção da perspectiva da sustentabilidade na cultura empresarial, por meio das ações e projetos de Educação Ambiental, esteja alinhada a esses conceitos. O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o verbo grifado na frase acima está em: (A) ... a Empresa desenvolve todas as suas ações, políticas... (B) ... as definições de Educação Ambiental são abrangentes... (C) ... também se associa o Desenvolvimento Sustentável... (D) ... e incorporou [...] também aspectos de desenvolvimento humano. (E)... e reforce a identidade das comunidades. 10. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) ... o aparelho de tevê era um móvel exclusivo da sala de estar ... A frase cujo verbo está flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado na frase acima é: (A) ... adultos que passaram a maior parte de sua infância e adolescência ... (B) ... com que aumentasse a exposição aos meios eletrônicos. (C) ... que não roubavam muito tempo dos estudos e das brincadeiras com amigos. (D) ... a tevê ganhou tempo de programação, variedade de canais e cores... (E) O leitor com 50 anos talvez resgate na memória uma época... 11. (TRF - 4ª REGIÃO – ENFERMAGEM – FCC/2010) Não é raro que a escola esteja completamente desvinculada das atividades culturais .... O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se encontra o grifado acima está na frase: (A) Mas raramente há referência ao analfabetismo funcional daquela larga parcela da população... (B) ...porque está aquém do manejo minimamente competente da informação cultural ... (C) ...ainda que saiba ler e escrever ... (D) ... que se esmeram em falar o "computacionês" incompreensível. (E) ... e permitem a qualquer semialfabetizado ... 12. (METRÔ/SP – AGENTE DE ESTAÇÃO – FCC/2010 - ADAPTADA) ... estima-se que sejam 20 línguas. O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está na frase: (A) ... cada um dos homens começou a falar uma língua diferente... (B) Se na Bíblia a pluralidade linguística era uma condenação... 52
(C) ... guardam a alma de um povo, sua história, seus costumes e conhecimentos... (D) Por isso, caíram em desuso. (E) ... que um idioma mais forte (...) sufoque um mais fraco. 13. (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGENHEIRO – ÁREA CIVIL – VUNESP/2011) Considere as frases: I. Há diversos projetos de lei em tramitação na Câmara. II. Caso a bondade seja aprovada, haverá custo adicional de 5,4 bilhões de reais por ano. Assinale a alternativa que, respectivamente, substitui o verbo haver pelo verbo existir, conservando o tempo e o modo. (A) Existe – existe (B) Existem – existirão (C) Existirão – existirá (D) Existem – existirá (E) Existiriam – existiria 14. (COREN/SP – TELEFONISTA – VUNESP/2013) A forma verbal está de acordo com a normapadrão da língua portuguesa em: (A) Ambientalistas interviram para defender seu ponto de vista perante o Conama. (B) Se os órgãos ambientais detessem os projetos poluentes, a qualidade de vida da população melhoraria. (C) Se o abaixo-assinado online obtiver o alcance desejado, os ambientalistas ficarão satisfeitos. (D) Quando o governo propor multas pesadas aos poluidores, diminuirão as infrações. (E) Se o Conama ver a proposta do Proam, talvez a aceite. 15. (DCTA – TECNOLOGISTA JÚNIOR [AERONÁUTICA] – VUNESP/2013) Considerando-se o emprego do pronome você, as formas verbais em – Vai, meu irmão/Pega esse avião – estariam em conformidade com a modalidade-padrão em (A) Vá/Pegue (B) Vão/Peguem (C) Vá/Pegam (D) Vão/Pegue (E) Vão/Pegam 16. (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESGRANRIO/2013) Que forma verbal está empregada no mesmo tempo e modo que pudemos? (A) Forem (B) Cresceu (C) Será (D) Deixem (E) Indicam 17. (CÂMARA MUNICIPAL DE JUIZ DE FORA/MG – ASSISTENTE LEGISLATIVO – FUMARC/2012) Os verbos destacados estão flexionados no pretérito imperfeito do indicativo, exceto em (A) “Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno...” (B) Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo [...]” (C) “Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral [...]” (D) “[...] mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente.” 18. (MPE/AM – MOTORISTA SEGURANÇA – FCC/2013) Leia o texto a seguir. Para a próxima década, os Estados Unidos... um excelente orçamento de exportações. Para os otimistas, 10%... uma meta possível. Por outro lado, cerca de 20 milhões de norte-americanos não... que essa realidade seja possível. Preenchem corretamente as lacunas do texto acima, na ordem dada: (A) prometem – parecem – acreditam (B) promete – parecem – acredita (C) prometem – parece – acreditam 53
(D) promete – parece – acredita (E) prometem – parece – acredita 19. (BNDES – PROFISSIONAL BÁSICO (FORMAÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO) – CESGRANRIO/2011 - ADAPTADA) A transformação da oração “[...] e quando veio a noite [...]” de afirmativa para hipótese faz com que o verbo destacado se escreva como (A) vir (B) vier (C) vem (D) vêm (E) vim 20. (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE MINAS GERAIS – FUMARC/2014) Em “Talvez seja necessário que famílias e escolas revejam a parte que lhes cabe nesse processo.”, os verbos destacados estão flexionados no (A) imperativo afirmativo – imperativo afirmativo (B) presente do indicativo – presente do subjuntivo (C) presente do subjuntivo – imperativo afirmativo (D) presente do subjuntivo – presente do subjuntivo 21. (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIOTECONOMIA – FGV PROJETOS /2014) Na frase ―se você quiser ir mais longe‖, a forma verbal empregada tem sua forma corretamente conjugada. A frase abaixo em que a forma verbal está ERRADA é (A) se você se opuser a esse desejo. (B) se você requerer este documento. (C) se você ver esse quadro. (D) se você provier da China. (E) se você se entretiver com o jogo. 22. (DETRAN/SE – VISTORIADOR DE TRÂNSITO – FUNCAB/2010) Nos trechos abaixo, as duas ocorrências do verbo encontram-se flexionadas, respectivamente, nos modos: ―Sejamos sensatos, leitor, tem cabimento ingerir uma droga que altera os reflexos motores...‖ ―Ainda que você não seja ridículo a ponto de afirmar que dirige melhor quando bebe...‖ (A) indicativo e subjuntivo. (B) subjuntivo e imperativo. (C) indicativo e imperativo. (D) imperativo e subjuntivo. (E) imperativo e indicativo. 23. (PREFEITURA DE BELO HORIZONTE/MG – TÉCNICO NÍVEL SUPERIOR – INFORMÁTICA – FUMARC/2014) Na frase ―Pelo menos 4,7 milhões de aposentados e pensionistas têm pouco mais de um mês para recadastrar a senha bancária”, o acento gráfico do verbo “ter” se justifica pela seguinte regra: (A) Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo “ter”. (B) O verbo "ter", no presente do subjuntivo, assume a forma "têm" (com acento) na terceira pessoa do plural. (C) O acento circunflexo é empregado para marcar a oposição entre a 3ª pessoa do singular e a 2ª pessoa do plural. (D) Todas as palavras oxítonas são acentuadas quando empregadas na terceira pessoa do plural. 24. (DECEA – CONTROLADOR DE TRÁFEGO AÉREO – CESGRANRIO/2012 - ADAPTADA) O trecho ―Atenção, passageiro: voe tranquilo.” realiza uma paródia das chamadas, comuns em aeroportos, feitas para orientar os passageiros. Por se tratar de uma orientação ou pedido, o verbo voar encontra-se flexionado no (A) modo indicativo (B) modo imperativo (C) modo subjuntivo (D) infinitivo impessoal 54
(E) particípio passado RESPOSTAS 1. RESPOSTA: “E”. Correção à frente: (A) Absteu-se = absteve-se (B) mas já os reaveram = reouveram (C) se vocês verem = virem (D) Só haverá acordo se nós propormos = propusermos (E) Antes do jantar, a criançada se entretinha com jogos eletrônicos. 2. RESPOSTA: “B”. (A) Constitue (constitui) uma grande tarefa transportar todo aquele material. (B) As pessoas mais conscientes requereram anulação daquele privilégio. (C) Os fiscais reteram (retiveram) o material dos artistas. (D) Quando ele vir (vier) até aqui, trataremos do assunto. (E) Se eles porem (puserem) as pastas na caixa ainda hoje, pode despachá-la imediatamente. 3. RESPOSTA: “B”. Percorriam = Pretérito Imperfeito do Indicativo A = contornam – presente do Indicativo B = era = pretérito imperfeito do Indicativo C = foi = pretérito perfeito do Indicativo D = dispararam = pretérito mais-que-perfeito do Indicativo E = acompanham = presente do Indicativo 4. RESPOSTA: “D”. Acrescentei as formas verbais adequadas nas orações analisadas: (A) A revalorização e a nova proeminência de Paraty não prescindiram e não requiseram (requereram) mais do que o esquecimento e a passagem do tempo. (B) Quando se imaginou que Paraty havia sido para sempre renegada a um segundo plano, eis que ela imerge (emerge) do esquecimento, em 1974. (C) A cada novo ciclo econômico retificava-se a importância estratégica de Paraty, até que, a partir de 1855, sobreviram (sobrevieram) longos anos de esquecimento. (D) A Casa Azul envidará todos os esforços, refreando as ações predatórias, para que a cidade não sucumba aos atropelos do turismo selvagem. (E) Paraty imbuiu da sorte e do destino os meios para que obtesse, (obtivesse) agora em definitivo, o prestígio de um polo turístico de inegável valor histórico. 5. RESPOSTA: “D”. Tinham = pretérito imperfeito do Indicativo. Vamos às alternativas: Consentiu = pretérito perfeito / levaram = pretérito perfeito (e mais-que-perfeito) do Indicativo Despontava = pretérito imperfeito do Indicativo Cedesse = pretérito do Subjuntivo 6. RESPOSTA: “C”. A = foi – pretérito perfeito do Indicativo / estava – pretérito imperfeito do Indicativo / adquiriu – pretérito perfeito do Indicativo; B = viviam e estava – pretérito imperfeito do Indicativo / torna – presente do Indicativo; C = os três estão no presente do Indicativo; D = adquiriu e foi – pretérito perfeito do Indicativo / pode – presente do Indicativo; E = apareceu – pretérito perfeito do Indicativo / pode – presente do Indicativo / eram – pretérito imperfeito do Indicativo. (lembrando que “pôde” é o verbo “poder” no pretérito perfeito do Indicativo). 7. RESPOSTA: “B”. Pretendia = pretérito imperfeito do Indicativo (A) ... ao que der ... = futuro do Subjuntivo 55
(B) ... virava = pretérito imperfeito do Indicativo (C) Não teria = futuro do pretérito do Indicativo (D) ... um conto que sai = presente do Indicativo (E) ... como decidiu = pretérito perfeito do Indicativo 8. RESPOSTA: “B”. “Sejam” está no presente do Subjuntivo. (A) ... espaços que misturam = presente do Indicativo (B) ... que ela prejudique = presente do Subjuntivo (C) ... Mario Barletta, que, com seu grupo, percorre = presente do Indicativo (D) ... que várias espécies de peixes precisam = presente do Indicativo (E) ... uma equipe da Universidade Federal de Pernambuco verificou = pretérito perfeito do Indicativo 9. RESPOSTA: “E”. O verbo “esteja” está no presente do Subjuntivo. (A) ... a Empresa desenvolve = presente do Indicativo (B) ... as definições de Educação Ambiental são = presente do Indicativo (C) ... também se associa o Desenvolvimento Sustentável... = presente do Indicativo (D) ... e incorporou [...] = pretérito perfeito do Indicativo (E)... e reforce a identidade das comunidades. = presente do Subjuntivo. 10. RESPOSTA: “C”. Era = pretérito imperfeito do Indicativo (A) ... adultos que passaram = pretérito mais-que-perfeito do Indicativo (B) ... com que aumentasse = pretérito do Subjuntivo (C) ... que não roubavam pretérito imperfeito do Indicativo (D) ... a tevê ganhou = pretérito perfeito do Indicativo (E) O leitor com 50 anos talvez resgate = presente do Subjuntivo 11. RESPOSTA: “C”. Esteja = presente do Subjuntivo (A) Mas raramente há = presente do Indicativo (B) ... porque está = presente do Indicativo (C) ... ainda que saiba = presente do Subjuntivo (D) ... que se esmeram = presente do Indicativo (E) ... e permitem = presente do Indicativo 12. RESPOSTA: “E”. “Sejam” – presente do Subjuntivo. (A) ... cada um dos homens começou = pretérito perfeito do Indicativo (B) Se na Bíblia a pluralidade linguística era = pretérito imperfeito do Indicativo (C) ... guardam a alma = presente do Indicativo (D) Por isso, caíram em desuso. = pretérito mais-que-perfeito do Indicativo (E) ... que um idioma mais forte (...) sufoque um mais fraco. = presente do Subjuntivo 13. RESPOSTA: “D”. Há = presente do Indicativo / haverá = futuro do presente do indicativo. Ao substituirmos pelo verbo “existir”, lembremo-nos de que esse sofrerá flexão de número (irá para o plural, caso seja necessário): I. Existem diversos projetos de lei em tramitação na Câmara. II. Caso a bondade seja aprovada, existirá custo adicional de 5,4 bilhões de reais por ano. Existem / existirá. 14. RESPOSTA: “C”. (A) Ambientalistas interviram (intervieram) para defender seu ponto de vista perante o Conama. (B) Se os órgãos ambientais detessem (detivessem) os projetos poluentes, a qualidade de vida da população melhoraria. (C) Se o abaixo-assinado online obtiver o alcance desejado, os ambientalistas ficarão satisfeitos. (D) Quando o governo propor (propuser) multas pesadas aos poluidores, diminuirão as infrações. 56
(E) Se o Conama ver (vir) a proposta do Proam, talvez a aceite. 15. RESPOSTA: “A”. O pronome de tratamento “você” corresponde, para conjugarmos os verbos, à terceira pessoa do singular. Para conjugar no Modo Imperativo Afirmativo, basta “copiarmos”, literalmente, do presente do Subjuntivo. Veja: Que eu vá, que tu vás, que ele vá = Vá (você). Já para o verbo “pegar”, temos: que eu pegue, que tu pegues, que ele pegue = Pegue (você) Vá / pegue. 16. RESPOSTA: “B”. Pudemos = pretérito perfeito do Indicativo (A) Forem = futuro do Subjuntivo (B) Cresceu = pretérito perfeito do Indicativo (C) Será = futuro do presente do Indicativo (D) Deixem = presente do Subjuntivo (e Imperativo Afirmativo) (E) Indicam = presente do Indicativo 17. RESPOSTA: “A”. “Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno...” = “se sentirá” - futuro do presente do Indicativo. 18. RESPOSTA: “A”. Para a próxima década, os Estados Unidos prometem um excelente orçamento de exportações. Para os otimistas, 10% parecem uma meta possível. Por outro lado, cerca de 20 milhões de norteamericanos não acreditam que essa realidade seja possível. *Dica: como não há determinante na porcentagem para que façamos a concordância verbal (por exemplo: 40% das pessoas acreditam, 15% da renda foi encaminhada), devemos considerar o numeral, no caso, 10 = que é plural. Por isso o verbo será “parecem”. Se fosse 1%, a forma verbal seria “parece”. Prometem / parecem / acreditam. 19. RESPOSTA: “B”. Os verbos que representam hipótese pertencem ao Modo Subjuntivo. “e quando vier a noite...”. 20. RESPOSTA: “D”. Se você começar a conjugar o verbo “ser” no presente do Subjuntivo, verificará que se trata da alternativa apresentada: “que eu seja, que tu sejas...” Observação: lembre-se de que não existe a forma “seje”. Agora conjuguemos o verbo “rever” – “que eu reveja, que tu revejas...”. 21. RESPOSTA: “C”. (A) se você se opuser a esse desejo. (B) se você requerer este documento. (C) se você ver esse quadro.= se você vir (D) se você provier da China. (E) se você se entretiver com o jogo. 22. RESPOSTA: “D”. No primeiro período há um conselho (ou uma ordem), portanto, modo Imperativo; no segundo, há uma hipótese = modo Subjuntivo (que eu seja, que tu sejas, que ele seja...). 23. RESPOSTA: “A”. (A) Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo “ter”. (B) O verbo "ter", no presente do subjuntivo, assume a forma "têm" (com acento) na terceira pessoa do plural. (que eles tenham) (C) O acento circunflexo é empregado para marcar a oposição entre a 3ª pessoa do singular e a 2ª pessoa do plural. 3ª pessoa do singular = ele tem / 2ª pessoa do plural = vós tendes (D) Todas as palavras oxítonas são acentuadas quando empregadas na terceira pessoa do plural. 57
“Tem” não é oxítona, mas sim, monossílaba. As palavras oxítonas recebem acento apenas quando terminadas em “a”, “e” ou “o”, seguidas ou não de “s”. 24. RESPOSTA: “B”. O modo verbal utilizado em conselhos, pedidos, ordens é o Imperativo. Vozes do Verbo Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três as vozes verbais: - Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo: Ele sujeito agente
fez ação
o trabalho. objeto (paciente)
- Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo: O trabalho sujeito paciente
foi feito ação
por ele. agente da passiva
- Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação: O menino feriu-se. Observação: não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade: Os lutadores feriram-se. (um ao outro) Nós nos amamos. (um ama o outro) Formação da Voz Passiva A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético. 1- Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo: A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os alunos pintarão a escola) O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho) Observação: o agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada de soldados. - Pode acontecer de o agente da passiva não estar explícito na frase: A exposição será aberta amanhã. - A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a transformação das frases seguintes: a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo) O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito perfeito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz ativa) b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indicativo) c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) 58
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. Observe a transformação da frase seguinte: O vento ia levando as folhas. (gerúndio) As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) 2- Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou pronominal - constrói-se com o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador “se”. Por exemplo: Abriram-se as inscrições para o concurso. Destruiu-se o velho prédio da escola. Observação: o agente não costuma vir expresso na voz passiva sintética. Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido da frase. O concurseiro Sujeito da Ativa
comprou a apostila. (Voz Ativa) objeto Direto
A apostila Sujeito da Passiva
foi comprada pelo concurseiro. (Voz Passiva) Agente da Passiva
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; o sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. Observe: - Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos. Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos mestres. - Eu o acompanharei. Ele será acompanhado por mim. Observação: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
Saiba que: - com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir, acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva, porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente ou agentepaciente.
Fontes de pesquisa: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.php SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Questões sobre Vozes Verbais 1. (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) ... valores e princípios que sejam percebidos pela sociedade como tais. Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo passará a ser, corretamente, (A) perceba. 59
(B) foi percebido. (C) tenham percebido. (D) devam perceber. (E) estava percebendo. 2. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO – ADVOGADO - VUNESP/2013) A oração – … nunca os encontro.– assume, em voz passiva, a seguinte redação: (A) … eu nunca encontro eles. (B) … eles nunca têm sido encontrados por mim. (C) … nunca se encontram eles. (D) … eu nunca os tenho encontrado. (E) … eles nunca são encontrados por mim. 3. (TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) ... a Coreia do Norte interrompeu comunicações com o vizinho ... Transpondo a frase acima para a voz passiva, a forma verbal corretamente obtida é: (A) tinha interrompido. (B) foram interrompidas. (C) fora interrompido. (D) haviam sido interrompidas. (E) haveriam de ser interrompidas. 4. (TRF - 5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012) Para o Brasil, o fundamental é que, ao exercer a responsabilidade de proteger pela via militar, a comunidade internacional [...] observe outro preceito ... Transpondo-se o segmento grifado acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será: (A) é observado. (B) seja observado. (C) ser observado. (D) é observada. (E) for observado. 5. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) O engajamento moral e político não chegou a constituir um deslocamento da atenção intelectual de Said ... Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante é: (A) se constituiu. (B) chegou a ser constituído. (C) teria chegado a constituir. (D) chega a se constituir. (E) chegaria a ser constituído. 6. (SEE/SP – PROFESSOR EDUCAÇÃO BÁSICA II E PROFESSOR II – LÍNGUA PORTUGUESA FCC/2011) ...permite que os criadores tomem atitudes quando a proliferação de algas tóxicas ameaça os peixes. A transposição para a voz passiva da oração grifada acima teria, de acordo com a norma culta, como forma verbal resultante: (A) ameaçavam. (B) foram ameaçadas. (C) ameaçarem. (D) estiver sendo ameaçada. (E) forem ameaçados. 7. (TRF – 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2011) Assim como os antigos moralistas escreviam máximas, deu-me vontade de escrever o que se poderia chamar de mínimas, ou seja, alguma coisa que, ajustada às limitações do meu engenho, traduzisse um tipo de experiência vivida, que não chega a alcançar a sabedoria mas que, de qualquer modo, é resultado de viver. Andei reunindo pedacinhos de papel em que estas anotações vadias foram feitas e ofereço-as ao leitor, sem que pretenda convencê-lo do que penso nem convidá-lo a repensar suas ideias. São palavras que, de modo canhestro, aspiram a enveredar pelo avesso das coisas, 60
admitindo-se que elas tenham um avesso, nem sempre perceptível, mas às vezes curioso ou surpreendente. (Carlos Drummond de Andrade. O avesso das coisas [aforismos]. 5.ed. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 3) ...em que estas anotações vadias foram feitas... Observando o contexto em que a frase acima foi empregada, a sua transposição para a voz ativa produz corretamente a seguinte forma verbal: (A) fizeram-se. (B) tinha feito. (C) fiz. (D) faziam. (E) poderia fazer. 8. (INFRAERO – ENGENHEIRO SANITARISTA – FCC/2011) Transpondo-se para a voz passiva a frase Um figurante pode obscurecer a atuação de um protagonista, a forma verbal obtida será: (A) pode ser obscurecido. (B) obscurecerá. (C) pode ter obscurecido. (D) pode ser obscurecida. (E) será obscurecida. 9. (GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – PROCON – ADVOGADO – CEPERJ/2012) “todos que são impactados pelas mídias de massa‖ O fragmento transcrito acima apresenta uma construção na voz passiva do verbo. Outro exemplo de voz passiva encontra-se em: (A) “As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões de compra de uma família” (B) “A publicidade na TV é a principal ferramenta do mercado para a persuasão do público infantil” (C) “evidenciaram outros fatores que influenciam as crianças brasileiras nas práticas de consumo.” (D) “Elas são assediadas pelo mercado” (E) “valores distorcidos são de fato um problema de ordem ética” 10. (TJ/RJ – TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA SEM ESPECIALIDADE – FCC/2012) As ruas estavam ocupadas pela multidão... A forma verbal resultante da transposição da frase acima para a voz ativa é: (A) ocupava-se. (B) ocupavam. (C) ocupou. (D) ocupa. (E) ocupava. 11. (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – AOCP/2010) Em “Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Sou da Paz.”, a expressão destacada é (A) adjunto adnominal. (B) sujeito paciente. (C) objeto indireto. (D) complemento nominal. (E) agente da passiva. 12. (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – CASA CIVIL – EXECUTIVO PÚBLICO – FCC/2010) Transpondo a frase o diretor estava promovendo seu filme para a voz passiva, obtém-se corretamente o seguinte segmento: (A) tinha recebido promoção. (B) estaria sendo promovido. (C) fizera a promoção. (D) estava sendo promovido. (E) havia sido promovido.
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13. (METRÔ/SP – TÉCNICO SISTEMAS METROVIÁRIOS CIVIL – FCC/2014 - ADAPTADA) ...'sertanejo' indicava indistintamente as músicas produzidas no interior do país... Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será: (A) vinham indicadas. (B) era indicado. (C) eram indicadas. (D) tinha indicado. (E) foi indicada. 14. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011 - ADAPTADA) ... ele empreende, de maneira quase clandestina, a série Mulheres. Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será: (A) foi empreendida. (B) são empreendidos. (C) foi empreendido. (D) é empreendida. (E) são empreendidas. 15. (METRÔ/SP –SECRETÁRIA PLENO – FCC/2010) Transpondo-se para a voz passiva a construção Mais tarde vim a entender a tradução completa, a forma verbal resultante será: (A) veio a ser entendida. (B) teria entendido. (C) fora entendida. (D) terá sido entendida. (E) tê-la-ia entendido. 16. (MPE/PE – ANALISTA MINISTERIAL – FCC/2012) Da sede do poder no Brasil holandês, Marcgrave acompanhou e anotou, sempre sozinho, alguns fenômenos celestes, sobretudo eclipses lunares e solares. Ao transpor-se a frase acima para a voz passiva, as formas verbais resultantes serão: (A) eram anotados e acompanhados. (B) fora anotado e acompanhado. (C) foram anotados e acompanhados. (D) anota-se e acompanha-se. (E) foi anotado e acompanhado. 17. (DETRAN – AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO – VUNESP/2013) Considere as frases do texto, em que as formas verbais destacadas estão na voz ativa: • A maior parte dos motoristas de carros, ônibus, motocicletas e caminhões desconhece as leis que abrangem os direitos dos ciclistas. • Mas muitos ciclistas também ignoram seus direitos e deveres. Em seguida, considere a reescrita das frases, empregando-se a voz passiva, e assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas, seguindo a concordância padrão da língua portuguesa. • As leis que abrangem os direitos dos ciclistas ___________ pela maior parte dos motoristas de carros, ônibus, motocicletas e caminhões. • Mas seus direitos e deveres também _________ por muitos ciclistas. (A) são desconhecidos ... são ignorados (B) são desconhecida ... é ignorado (C) são desconhecido ... são ignorado (D) são desconhecidos ... são ignorado (E) são desconhecidas ... são ignorados 18. (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IADES/2014 - ADAPTADA) Conforme a norma-padrão, a oração “As obras foram iniciadas em janeiro de 1992” poderia ser reescrita da seguinte maneira: (A) Iniciou-se as obras em janeiro de 1992. (B) Se iniciou as obras em janeiro de 1992. 62
(C) Iniciaram-se as obras em janeiro de 1992. (D) Teve início as obras em janeiro de 1992. (E) Deu-se início as obras em janeiro de 1992. 19. (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – POLÍCIA CIVIL – ASSISTENTE SOCIAL – FUNCAB/2013) Como ficaria o verbo da frase “[...] a própria noite aguçou seus ouvidos”, flexionado na voz passiva analítica? (A) são aguçados. (B) seriam aguçados. (C) fossem aguçados. (D) foram aguçados. (E) aguçou-se. 20. (TRT/PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2012) ... mas exige em troca um punhado de moedas de ouro. Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será: (A) são exigidos. (B) é exigida. (C) é exigido. (D) foi exigido. (E) foram exigidas. 21. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2012) ... se negligenciarmos as habilidades do jogo interior. Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será: (A) forem negligenciadas. (B) fosse negligenciado. (C) sejam negligenciadas. (D) for negligenciado. (E) serem negligenciadas. RESPOSTAS 1. RESPOSTA: “A” ... valores e princípios que sejam percebidos pela sociedade como tais = dois verbos na voz passiva, então teremos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e princípios... 2. RESPOSTA: “E”. “Traduzindo” a oração destacada: “eu nunca encontro eles” (Observação: colocação pronominal feita dessa forma apenas para esclarecer a voz verbal!). Ao passarmos da voz ativa para a voz passiva, teremos a seguinte construção: “eles nunca são encontrados por mim”. 3. RESPOSTA: “B”. ... a Coreia do Norte interrompeu comunicações com o vizinho = voz ativa com um verbo, então a passiva terá dois: comunicações com o vizinho foram interrompidas pela Coreia... 4. RESPOSTA: “B”. a comunidade internacional [...] observe outro preceito = se na voz ativa temos um verbo, na passiva teremos dois: outro preceito seja observado. 5. RESPOSTA: “B”. O engajamento moral e político não chegou a constituir um deslocamento da atenção intelectual de Said = dois verbos na voz ativa, mas com presença de preposição e, um deles, no infinitivo, então o verbo auxiliar “ser” ficará no infinitivo (na voz passiva) e o verbo principal (constituir) ficará no particípio: Um deslocamento da atenção intelectual de Said não chegou a ser constituído pelo engajamento... 6. RESPOSTA: “E”. Quando a proliferação ameaça os peixes = voz ativa Quando os peixes forem ameaçados pela proliferação... = voz passiva 63
7. RESPOSTA: “C”. ... em que estas anotações vadias foram feitas = dois verbos na voz passiva, então teremos um na ativa: caderninho em que fiz anotações vadias... 8. RESPOSTA: “D”. Um figurante pode obscurecer a atuação de um protagonista. Se na voz ativa temos um verbo, na passiva teremos dois; se na ativa temos dois, na passiva teremos três. Então: A atuação de um protagonista pode ser obscurecida por um figurante. 9. RESPOSTA: “D”. “As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões de compra de uma família” = voz ativa b) “A publicidade na TV é a principal ferramenta do mercado para a persuasão do público infantil” = ativa (verbo de ligação); não dá para passar para a passiva c) “evidenciaram outros fatores que influenciam as crianças brasileiras nas práticas de consumo.” = ativa d) “Elas são assediadas pelo mercado” = voz passiva e) “valores distorcidos são de fato um problema de ordem ética” = ativa (verbo de ligação); não dá para passar para a passiva 10. RESPOSTA: “E”. As ruas estavam ocupadas pela multidão = dois verbos na passiva, um verbo na ativa: A multidão ocupava as ruas. 11. RESPOSTA: “E”. No enunciado temos uma oração com a voz passiva do verbo. Transformando-a em ativa, teremos: “O Instituto Sou da Paz divulgou dados”. Nessa, “Instituto Sou da Paz” funciona como sujeito da oração, ou seja, na passiva sua função é a de agente da passiva. O sujeito paciente é “os dados”. 12. RESPOSTA: “D”. o diretor estava promovendo seu filme = dois verbos na voz ativa, três na passiva: seu filme estava sendo produzido. 13. RESPOSTA: “C”. 'sertanejo' indicava indistintamente as músicas produzidas no interior do país. As música produzidas no país eram indicadas pelo sertanejo, indistintamente. 14. RESPOSTA: “D”. ele empreende, de maneira quase clandestina, a série Mulheres. A série de mulheres é empreendida por ele, de maneira quase clandestina 15. RESPOSTA: “A”. Mais tarde vim a entender a tradução completa... A tradução completa veio a ser entendida por mim. 16. RESPOSTA: “C”. Marcgrave acompanhou e anotou alguns fenômenos celestes = voz ativa com um verbo (sem auxiliar!), então na passiva teremos dois: alguns fenômenos foram acompanhados e anotados por Marcgrave. 17. RESPOSTA: “E”. • A maior parte dos motoristas desconhece as leis As leis são desconhecidas pela maior parte • Mas muitos ciclistas também ignoram seus direitos e deveres. Direitos e deveres são ignorados por muitos ciclistas
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18. RESPOSTA: “C”. Podemos ir por eliminação: em “A”, o correto seria “iniciaram-se”; em “B”, não podemos iniciar um período com pronome (iniciou-se, ou melhor, iniciaram-se – como em “A”); em “D”: tiveram início; “E”: deu-se início às obras. Portanto, chegamos à resposta correta – pelo caminho mais longo. O caminho mais curto é transformar a voz passiva analítica – a do enunciado – em sintética: Iniciaram-se as obras. *Dica: a passiva sintética tem o “se” (pronome apassivador). Sintética = Se (memorize!) 19. RESPOSTA: “D”. a própria noite aguçou seus ouvidos = voz ativa Se na voz ativa temos um verbo, na passiva teremos dois: Seus ouvidos foram aguçados pela própria noite. 20. RESPOSTA: “C”. exige em troca um punhado de moedas de ouro = voz ativa Se na voz ativa temos um verbo, na passiva teremos dois: Um punhado de moedas de ouro é exigido... 21. RESPOSTA: “A”. se negligenciarmos as habilidades do jogo interior = voz ativa Na voz passiva teremos dois verbos: Se as habilidades do jogo interior forem negligenciadas por nós.
5 Domínio da estrutura morfossintática do período. 5.1 Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. 5.2 Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração Prof.ª Zenaide Branco
Frase, oração e período Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer comunicação. Normalmente é composta por dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obrigatoriamente, pois há orações ou frases sem sujeito: Trovejou muito ontem à noite. Quanto aos tipos de frases, além da classificação em verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nominais (sem a presença de verbos), feita a partir de seus elementos constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu sentido global: - frases interrogativas = o emissor da mensagem formula uma pergunta: Que dia é hoje? - frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou faz um pedido: Dê-me uma luz! - frases exclamativas = o emissor exterioriza um estado afetivo: Que dia abençoado! - frases declarativas = o emissor constata um fato: A prova será amanhã. Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais: sujeito e predicado. O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o tema do que se vai comunicar”; o predicado é a parte da frase que contém “a informação nova para o ouvinte”, é o que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. Quando o núcleo da declaração está no verbo (que indique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo significativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver em um nome (geralmente um adjetivo), teremos um predicado nominal (os verbos deste tipo de predicado são os que indicam estado, conhecidos como verbos de ligação): 65
O menino limpou a sala. = ―limpou” é verbo de ação (predicado verbal) A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o núcleo é “fácil” (predicado nominal) Quanto ao período, ele denomina a frase constituída por uma ou mais orações, formando um todo, com sentido completo. O período pode ser simples ou composto. Período simples é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o nome de oração absoluta. Chove. A existência é frágil. Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso. Período composto é aquele constituído por duas ou mais orações: Cantei, dancei e depois dormi. Quero que você estude mais. Termos essenciais da oração O sujeito e o predicado são considerados termos essenciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis para a formação das orações. No entanto, existem orações formadas exclusivamente pelo predicado. O que define a oração é a presença do verbo .O sujeito é o termo que estabelece concordância com o verbo. O candidato está preparado. Os candidatos estão preparados. Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candidato” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, denominada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo, estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo no singular: candidato = está). A função do sujeito é basicamente desempenhada por substantivos, o que a torna uma função substantiva da oração. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras palavras substantivadas (derivação imprópria) também podem exercer a função de sujeito. Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, substantivo) Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exemplo: substantivo) Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do sujeito. Um sujeito é determinado quando é facilmente identificado pela concordância verbal. O sujeito determinado pode ser simples ou composto. A indeterminação do sujeito ocorre quando não é possível identificar claramente a que se refere a concordância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não interessa indicar precisamente o sujeito de uma oração. Estão gritando seu nome lá fora. Trabalha-se demais neste lugar. O sujeito simples é o sujeito determinado que apresenta um único núcleo, que pode estar no singular ou no plural; pode também ser um pronome indefinido. Abaixo, sublinhei os núcleos dos sujeitos: Nós estudaremso juntos. A humanidade é frágil. Ninguém se move. O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma derivação imprópria, tranformando-o em substantivo) As crianças precisam de alimentos saudáveis. O sujeito composto é o sujeito determinado que apresenta mais de um núcleo. Alimentos e roupas custam caro. Ela e eu sabemos o conteúdo. O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.
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Além desses dois sujeitos determinados, é comum a referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o “antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo do sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela desinência verbal ou pelo contexto. Abolimos todas as regras. = (nós) Falaste o recado à sala? = (tu) * Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na primeira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na segunda do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os pronomes não estejam explícitos. Veja: Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito na desinência verbal ―-mos‖ Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na desinência verbal ―-ais‖
Mas: Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós Vós cantais bem! = sujeito simples: vós
O sujeito indeterminado surge quando não se quer - ou não se pode - identificar a que o predicado da oração refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso contrário, teríamos uma oração sem sujeito. Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indeterminado de duas maneiras: 1. com verbo na terceira pessoa do plural, desde que o sujeito não tenha sido identificado anteriormente: Bateram à porta; Andam espalhando boatos a respeito da queda do ministro. * Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples ou composto: Os meninos bateram à porta. (simples) Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto) 2. com o verbo na terceira pessoa do singular, acrescido do pronome “se”. Esta é uma construção típica dos verbos que não apresentam complemento direto: Precisa-se de mentes criativas. Vivia-se bem naqueles tempos. Trata-se de casos delicados. Sempre se está sujeito a erros. O pronome “se‖, nestes casos, funciona como índice de indeterminação do sujeito. As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predicado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A mensagem está centrada no processo verbal. Os principais casos de orações sem sujeito com: 1. os verbos que indicam fenômenos da natureza: Amanheceu. Está trovejando. 2. os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo em geral: Está tarde. Ainda é cedo. Já são dez horas. Faz frio nesta época do ano. Há muitos concursos com inscrições abertas. Faz anos que não nos vemos.
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Predicado é o conjunto de enunciados que contém a informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado é aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com exceção do vocativo, que é um termo à parte, tudo o que difere do sujeito numa oração é o seu predicado. Chove muito nesta época do ano. Houve problemas na reunião. * Em ambas as orações não há sujeito, apenas predicado. As questões estavam fáceis! Sujeito simples = as questões Predicado = estavam fáceis Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento. Sujeito = uma ideia estranha Predicado = passou-me pelo pensamento Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo é um nome (então teremos um predicado nominal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se considerar também se as palavras que formam o predicado referem-se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opinião. Predicado O predicado acima apresenta apenas uma palavra que se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se direta ou indiretamente ao verbo. A cidade está deserta. O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-se ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como elemento de ligação (por isso verbo de ligação) entre o sujeito e a palavra a ele relacionada (no caso: deserta = predicativo do sujeito). O predicado verbal é aquele que tem como núcleo significativo um verbo: Chove muito nesta época do ano. Estudei muito hoje! Compraste a apostila? Os verbos acima são significativos, isto é, não servem apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam processos. O predicado nominal é aquele que tem como núcleo significativo um nome; este atribui uma qualidade ou estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujeito. O predicativo é um nome que se liga a outro nome da oração por meio de um verbo (o verbo de ligação). Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, isto é, não indica um processo. O verbo une o sujeito ao predicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do sujeito: Os dados parecem corretos. Na frase acima o verbo parecer poderia ser substituído por estar, andar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como elemento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele relacionadas. A função de predicativo é exercida, normalmente, por um adjetivo ou substantivo. O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No predicado verbo-nominal, o predicativo pode referir-se ao sujeito ou ao complemento verbal (objeto). O verbo do predicado verbo-nominal é sempre significativo, indicando processos. É também sempre por intermédio do verbo que o predicativo se relaciona com o termo a que se refere. 1- O dia amanheceu ensolarado; 2- As mulheres julgam os homens inconstantes.
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No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de ligação. Este predicado poderia ser desdobrado em dois: um verbal e outro nominal. O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado. No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona o complemento homens com o predicativo “inconstantes”. Termos integrantes da oração Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o complemento nominal são chamados termos integrantes da oração. Os complementos verbais integram o sentido dos verbos transitivos, com eles formando unidades significativas. Estes verbos podem se relacionar com seus complementos diretamente, sem a presença de preposição, ou indiretamente, por intermédio de preposição. O objeto direto é o complemento que se liga diretamente ao verbo. Houve muita confusão na partida final. Queremos sua ajuda. O objeto direto preposicionado ocorre principalmente: - com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns referentes a pessoas: Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais. (o objeto é direto, mas como há preposição, denomina-se: objeto direto preposicionado) - com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero cansar a Vossa Senhoria. - para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise. (sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica a crise) O objeto indireto é o complemento que se liga indiretamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição. Gosto de música popular brasileira. Necessito de ajuda. O termo que integra o sentido de um nome chama-se complemento nominal, que se liga ao nome que completa por intermédio de preposição: A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a palavra “necessária” Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo” Termos acessórios da oração e vocativo Os termos acessórios recebem este nome por serem explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o adjunto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o vocativo – este, sem relação sintática com outros temos da oração. O adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma circunstância do processo verbal ou intensifica o sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais exercerem o papel de adjunto adverbial. Amanhã voltarei a pé àquela velha praça. As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto adverbial são: - assunto: Falavam sobre futebol. - causa: As folhas caíram com o vento. - companhia: Ficarei com meus pais. - concessão: Apesar de você, serei feliz. - conformidade: Fez tudo conforme o combinado. - dúvida: Talvez ainda chova. - fim: Estudou para o exame. - instrumento: Fez o corte com a faca. 69
- intensidade: Falava bastante. - lugar: Vou à cidade. - matéria: Este prato é feito de porcelana. - meio: Viajarei de trem. - modo: Foram recrutados a dedo. - negação: Não há ninguém que mereça. - tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo. O adjunto adnominal é o termo acessório que determina, especifica ou explica um substantivo. É uma função adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Também atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais e os pronomes adjetivos. O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo de infância. O adjunto adnominal liga-se diretamente ao substantivo a que se refere, sem participação do verbo. Já o predicativo do objeto liga-se ao objeto por meio de um verbo. O poeta português deixou uma obra originalíssima. O poeta deixou-a. (originalíssima não precisou ser repetida, portanto: adjunto adnominal) O poeta português deixou uma obra inacabada. O poeta deixou-a inacabada. (inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do objeto) Enquanto o complemento nominal relaciona-se a um substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto nominal relaciona-se apenas ao substantivo. O aposto é um termo acessório que permite ampliar, explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um termo que exerça qualquer função sintática. Ontem, segunda-feira, passei o dia mal-humorado. Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo “ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao termo que se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira passei o dia mal-humorado. O aposto pode ser classificado, de acordo com seu valor na oração, em: a) explicativo: A linguística, ciência das línguas humanas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com o mundo. b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas coisas: amor, arte, ação. c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho, tudo forma o carnaval. d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se por muito tempo na baía anoitecida. O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não mantendo relação sintática com outro termo da oração. A função de vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes substantivos, numerais e palavras substantivadas esse papel na linguagem. João, venha comigo! Traga-me doces, minha menina! Período Composto por Coordenação O período composto caracteriza-se por possuir mais de uma oração em sua composição. Sendo assim: - Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma oração) - Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas orações) - Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um protetor solar. (Período Composto = três verbos, três orações). Há dois tipos de relações que podem se estabelecer entre as orações de um período composto: uma relação de coordenação ou uma relação de subordinação. 70
Duas orações são coordenadas quando estão juntas em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de informações, marcado pela pontuação final), mas têm, ambas, estruturas individuais, como é o exemplo de: Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. (Período Composto) Podemos dizer: 1. Estou comprando um protetor solar. 2. Irei à praia. Separando as duas, vemos que elas são independentes. Tal período é classificado como Período Composto por Coordenação. Quanto à classificação das orações coordenadas, temos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Sindéticas. Coordenadas Assindéticas São orações coordenadas entre si e que não são ligadas através de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas. Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci. Coordenadas Sindéticas Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coordenativa, que dará à oração uma classificação. As orações coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas principais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não só... como, assim... como. Não só cantei como também dancei. Nem comprei o protetor solar nem fui à praia. Comprei o protetor solar e fui à praia. Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretanto, porém, no entanto, ainda, assim, senão. Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante. Li tudo, porém não entendi! Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer; seja...seja. Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador. Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carreiras diferentes. Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por conseguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo). Passei no concurso, portanto comemorarei! Conclui o meu projeto, logo, posso descansar. Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada. A situação é delicada; devemos, pois, agir.
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Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verdade, pois (anteposto ao verbo). Não fui à praia, pois queria descansar durante o Domingo. Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
Período Composto Por Subordinação Quero Oração principal
que você seja aprovado! oração subordinada
Observe que na oração subordinada temos o verbo “seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por conjunção. As orações subordinadas que apresentam verbo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas por conjunção, chamam-se orações desenvolvidas ou explícitas. Podemos modificar o período acima. Veja: Quero Oração Principal
ser aprovado. Oração Subordinada
A análise das orações continua sendo a mesma: “Quero” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração subordinada “ser aprovado”. Observe que a oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além disso, a conjunção “que”, conectivo que unia as duas orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) chamamos orações reduzidas ou implícitas. Observação: as orações reduzidas não são introduzidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventualmente, introduzidas por preposição.
1. Orações Subordinadas Substantivas A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção integrante (que, se). Não sei
se sairemos hoje. Oração Subordinada Substantiva Temos medo de que não sejamos aprovados. Oração Subordinada Substantiva Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também introduzem as orações subordinadas substantivas, bem como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, como). Veja os exemplos: O garoto perguntou
Não sabemos
qual seu nome. Oração Subordinada Substantiva quando ele virá. Oração Subordinada Substantiva Classificação das Orações Subordinadas Substantivas
Conforme a função que exerce no período, a oração subordinada substantiva pode ser: a) Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do verbo da oração principal: É fundamental
o seu comparecimento à reunião. Sujeito
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É fundamental Oração Principal
que você compareça à reunião. Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
Atenção: Observe que a oração subordinada substantiva pode ser substituída pelo pronome “isso”. Assim, temos um período simples: É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Desta forma, a oração correspondente a “isso” exercerá a função de sujeito. Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração principal: - Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo Parece certo - É claro - Está evidente - Está comprovado É bom que você compareça à minha festa. - Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-se, Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anunciado, Ficou provado. Sabe-se que Aline não gosta de Pedro. - Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - importar - ocorrer - acontecer Convém que não se atrase na entrevista. Observação: quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, o verbo da oração principal está sempre na 3ª pessoa do singular. b) Objetiva Direta = exerce função de objeto direto do verbo da oração principal: Todos querem
sua aprovação no concurso. Objeto Direto
Todos querem Oração Principal
que você seja aprovado. (Todos querem isso) oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta
As orações subordinadas substantivas objetivas diretas (desenvolvidas) são iniciadas por: - Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e “se”: A professora verificou se os alunos estavam presentes. - Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O pessoal queria saber quem era o dono do carro importado. - Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu não sei por que ela fez isso. c) Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do verbo da oração principal. Vem precedida de preposição. Meu pai insiste
em meu estudo. Objeto Indireto
Meu pai insiste
em que eu estude. (Meu pai insiste nisso) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
Observação: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na oração. Marta não gosta
(de) que a chamem de senhora. 73
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta d) Completiva Nominal = completa um nome que pertence à oração principal e também vem marcada por preposição. Sentimos orgulho
Sentimos orgulho
de seu comportamento. Complemento Nominal de que você se comportou. (Sentimos orgulho disso.) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas objetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto que orações subordinadas substantivas completivas nominais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma da outra, é necessário levar em conta o termo complementado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e o complemento nominal: o primeiro complementa um verbo; o segundo, um nome. e) Predicativa = exerce papel de predicativo do sujeito do verbo da oração principal e vem sempre depois do verbo ser. Nosso desejo
era sua desistência. Predicativo do Sujeito
Nosso desejo era
que ele desistisse. (Nosso desejo era isso) Oração Subordinada Substantiva Predicativa
Observação: em certos casos, usa-se a preposição expletiva “de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de que não fui bem na prova. f) Apositiva = exerce função de aposto de algum termo da oração principal. Fernanda tinha um grande sonho:
a felicidade! Aposto
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! Oração subordinada substantiva apositiva reduzida de infinitivo (Fernanda tinha um grande sonho: isso)
Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! (:)
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2. Orações Subordinadas Adjetivas Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto adnominal do antecedente. Observe o exemplo: Esta foi uma redação Substantivo
bem-sucedida. Adjetivo (Adjunto Adnominal)
O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel. Veja: Esta foi uma redação Oração Principal
que fez sucesso. Oração Subordinada Adjetiva
Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha uma função sintática na oração subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso, “redação” é sujeito, então o “que” também funciona como sujeito). Observação: para que dois períodos se unam num período composto, altera-se o modo verbal da segunda oração.
Atenção: Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual estuda.
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio). Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. Ele foi o primeiro aluno a se apresentar. No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está no infinitivo. Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especificam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o. Nestas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o antecedente, que já se encontra suficientemente definido. Estas orações denominam-se subordinadas adjetivas explicativas. Exemplo 1: Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que passava naquele momento. Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
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No período acima, observe que a oração em destaque restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: trata-se de um homem específico, único. A oração limita o universo de homens, isto é, não se refere a todos os homens, mas sim àquele que estava passando naquele momento. Exemplo 2: O homem, que se considera racional, muitas vezes age animalescamente. Oração Subordinada Adjetiva Explicativa Agora, a oração em destaque não tem sentido restritivo em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas explicita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de “homem”.
Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicativa é separada da oração principal por uma pausa que, na escrita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação seja indicada como forma de diferenciar as orações explicativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não.
3. Orações Subordinadas Adverbiais Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Assim, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem introduzida por uma das conjunções subordinativas (com exclusão das integrantes, que introduzem orações subordinadas substantivas). Classifica-se de acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz (assim como acontece com as coordenadas sindéticas). Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. Oração Subordinada Adverbial A oração em destaque agrega uma circunstância de tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios que indicam uma circunstância referente, via de regra, a um verbo. A classificação do adjunto adverbial depende da exata compreensão da circunstância que exprime. Naquele momento, senti uma das maiores emoções de minha vida. Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de minha vida. No primeiro período, “naquele momento” é um adjunto adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “senti”. No segundo período, este papel é exercido pela oração “Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração subordinada adverbial temporal. Esta oração é desenvolvida, pois é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando) e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la, obtendo-se: Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de minha vida. A oração em destaque é reduzida, apresentando uma das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma preposição (“a”, combinada com o artigo “o”). Observação: a classificação das orações subordinadas adverbiais é feita do mesmo modo que a classificação dos adjuntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela oração.
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Orações Subordinadas Adverbiais a) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do que se declara na oração principal. Principal conjunção subordinativa causal: porque. Outras conjunções e locuções causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à oração principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto que. As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte. Como ninguém se interessou pelo projeto, ele foi cancelado. Já que você não vai, eu também não vou. A diferença entre a subordinada adverbial causal e a sindética explicativa é que esta “explica” o fato que aconteceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apresenta a “causa” do acontecimento expresso na oração à qual ela se subordina. Repare: 1. Faltei à aula porque estava doente. 2. Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos. Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro que o fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato de estar doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a oração sublinhada relata um fato que aconteceu depois, já que primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram vermelhos. b) Consecutiva = exprime um fato que é consequência, é efeito do que se declara na oração principal. São introduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que. Principal conjunção subordinativa consecutiva: que (precedido de tal, tanto, tão, tamanho) É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa dor.) Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou concretizando-os. Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida de Infinitivo) c) Condicional = Condição é aquilo que se impõe como necessário para a realização ou não de um fato. As orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer para que se realize - ou deixe de se realizar - o fato expresso na oração principal. Principal conjunção subordinativa condicional: se. Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, certamente o melhor time será campeão. Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o contrato. Caso você saia, convide-me. d) Concessiva = indica concessão às ações do verbo da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente ligada ao contraste, à quebra de expectativa. Principal conjunção subordinativa concessiva: embora. Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que. Só irei se ele for. A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita. Compare agora com: Irei mesmo que ele não vá. A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial concessiva. Observe outros exemplos: Embora fizesse calor, levei agasalho. Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / embora não estudasse). (reduzida de infinitivo)
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e) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais comparativas estabelecem uma comparação com a ação indicada pelo verbo da oração principal. Principal conjunção subordinativa comparativa: como. Ele dorme como um urso. (como um urso dorme) Você age como criança. (age como uma criança age) *geralmente há omissão do verbo. f) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou seja, apresenta uma regra, um modelo adotado para a execução do que se declara na oração principal. Principal conjunção subordinativa conformativa: conforme. Outras conjunções conformativas: como, consoante e segundo (todas com o mesmo valor de conforme). Fiz o bolo conforme ensina a receita. Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm direitos iguais. g) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que se declara na oração principal. Principal conjunção subordinativa final: a fim de. Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a locução conjuntiva para que. Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas. Estudarei muito para que eu me saia bem na prova. h) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal. Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: à proporção que. Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...(maior), quanto maior...(menor), quanto menor...(maior), quanto menor...(menor), quanto mais...(mais), quanto mais...(menos), quanto menos...(mais), quanto menos...(menos). À proporção que estudávamos mais questões acertávamos. À medida que lia mais culto ficava. Quanto maior for a altura maior será o tombo. i) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato expresso na oração principal, podendo exprimir noções de simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principal conjunção subordinativa temporal: quando. Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto, mal e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde que, etc. Quando você foi embora, chegaram outros convidados. Sempre que ele vem, ocorrem problemas. Assim que Paulo chegou, a reunião acabou. Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando terminou a festa) (Oração Reduzida de Particípio) Fontes de pesquisa: http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/frase-periodo-e-oracao SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Questões sobre Orações Coordenadas 01. “Estudamos, logo deveremos passar nos exames”. A oração em destaque é: (A) coordenada explicativa (B) coordenada adversativa (C) coordenada aditiva (D) coordenada conclusiva (E) coordenada assindética 02. (AGENTE EDUCACIONAL – VUNESP – 2013-ADAP.) Releia o seguinte trecho: Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. Sem que haja alteração de sentido, e de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, ao se substituir o termo em destaque, o trecho estará corretamente reescrito em: (A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
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(B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. (C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. (D) Joyce e Mozart são ótimos, todavia eles, como quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. (E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. 03. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – VUNESP – 2013-ADAP.) Em – ...fruto não só do novo acesso da população ao automóvel mas também da necessidade de maior número de viagens... –, os termos em destaque estabelecem relação de (A) explicação. (B) oposição. (C) alternância. (D) conclusão. (E) adição. 04. A frase abaixo em que o conectivo E tem valor adversativo é: (A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”. (B)“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”. (C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa de pedir esmola”. (D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manutenção da miséria E prejudica o desenvolvimento da sociedade”. (E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de dinheiro, de moradia digna, emprego, segurança, lazer, cultura, acesso à saúde E à educação”. 05. Analise sintaticamente as duas orações destacadas no texto “O assaltante pulou o muro, mas não penetrou na casa, nem assustou seus habitantes.” A seguir, classifique-as, respectivamente, como coordenadas: (A) adversativa e aditiva. (B) explicativa e aditiva. (C) adversativa e alternativa. (D) aditiva e alternativa. RESPOSTAS 1. RESPOSTA “E” Estudamos, logo deveremos passar nos exames = a oração em destaque não é introduzida por conjunção, então: coordenada assindética 2. RESPOSTA “D” Joyce e Mozart são ótimos, mas eles... = conjunção (e ideia) adversativa A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como quase toda a cultura humanística, têm relevância para nossa vida prática. = conclusiva B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como quase toda a cultura humanística, têm relevância para nossa vida prática. = conformativa C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase toda a cultura humanística, têm relevância para nossa vida prática. = conclusiva E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase toda a cultura humanística, têm relevância para nossa vida prática. = explicativa
pouca pouca pouca pouca
Dica: conjunção pois como explicativa = dá para eu substituir por porque; como conclusiva: substituo por portanto. 3. RESPOSTA “E” fruto não só do novo acesso da população ao automóvel mas também da necessidade de maior número de viagens... estabelecem relação de adição de ideias, de fatos
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4. RESPOSTA “A” A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”. = mas não ajuda (ideia contrária) B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”. = adição C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa de pedir esmola”. = adição D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manutenção da miséria E prejudica o desenvolvimento da sociedade”. = adição E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de dinheiro, de moradia digna, emprego, segurança, lazer, cultura, acesso à saúde E à educação”. = adição 5. RESPOSTA “A” - mas não penetrou na casa = conjunção adversativa - nem assustou seus habitantes = conjunção aditiva Questões sobre Orações Subordinadas 1. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) Assinale a alternativa em que a oração destacada expressa finalidade, em relação à outra que compõe o período. (A) Se deixou de bajular os príncipes e princesas do século 19, passou a servir reis e rainhas do 20... (B) Pensa o garçom, antes de conduzi-lo à última mesa do restaurante... (C) Você é que foi ao restaurante para homenageá-lo. (D) ... nenhum emblema preencherá o vazio que carregas no peito ... (E) O garçom boceja, tira um fiapo do ombro... 2. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012 - ADAPTADA) “É justo RECONHECER que medidas vêm sendo tomadas no sentido de reverter o quadro atual.‖ A oração destacada exerce, em relação à primeira, a função de: (A) sujeito. (B) objeto direto. (C) objeto indireto. (D) aposto. (E) predicativo. 3. (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2010) Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge uma explicação oficial satisfatória para o corte abrupto e generalizado de energia no final de 2009. Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa estatal Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de 900 km que separam Itaipu de São Paulo. Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de investimentos e também erros operacionais conspiraram para produzir a mais séria falha do sistema de geração e distribuição de energia do país desde o traumático racionamento de 2001. Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações). Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas do texto acima apresentado, julgue os próximos itens. A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país” tem, nesse contexto, valor restritivo. ( ) Certo ( ) Errado 4. (CÂMARA MUNICIPAL DE JUIZ DE FORA/MG – ASSISTENTE LEGISLATIVO – FUMARC/2012) Em “É curioso: a maioria dos shopping centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas [...]”, a oração destacada tem a função de (A) sujeito da 1ª oração. (B) aposto da 1ª oração. (C) predicativo da 1ª oração. (E) objeto direto da 1ª oração. 80
5. (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – AOCP/2010) Em “Outra sugere que os seguranças podem estar sendo procurados...”, a oração destacada é (A) subordinada substantiva objetiva indireta. (B) subordinada substantiva subjetiva. (C) subordinada substantiva objetiva direta. (D) subordinada substantiva predicativa. (E) subordinada substantiva completiva nominal. 6. (METRÔ/SP – ENGENHEIRO JÚNIOR CIVIL – FCC/2012) Sobre a frase “As minhocas, que não conhecem civilização, queixam-se quando as arrancamos da terra‖ é correto afirmar que (A) a supressão das vírgulas alteraria o sentido do que se diz, restringindo o alcance do termo minhocas. (B) o pronome “as” deverá ser substituído por lhes, caso venhamos a empregar desenterramos, em vez de arrancamos da terra. (C) o segmento que não conhecem civilização expressa um efeito da ação indicada em quando as arrancamos da terra. (D) a construção quando as arrancamos resultará, na transposição para a voz passiva, em quando as temos arrancado. (E) As minhocas (...) queixam-se é construção que exemplifica um caso de voz passiva, equivalente a Vendem-se casas. 7. (MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA – IBFC/2013) Considere os períodos abaixo e assinale a alternativa correta. I. Os manifestantes, que praticaram atos de vandalismo, foram detidos. II. Os manifestantes que praticaram atos de vandalismo foram detidos. (A) A pontuação está correta apenas em I. (B) A pontuação está correta apenas em II, pois não se pode separar o sujeito do verbo. (C) A pontuação está correta em I e II, que têm o mesmo sentido, sendo o uso das vírgulas uma questão estilística. (D) A pontuação está correta em I e II, mas, no segundo, indica-se que todos os manifestantes praticaram atos de vandalismo. (E) A pontuação está correta em I e II, mas, no primeiro, indica-se que todos os manifestantes praticaram atos de vandalismo. 8. (MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA – IBFC/2013) Considere o período e as afirmações abaixo. Os jovens, que são contestadores, não acham válido, muitas vezes, a opinião dos mais velhos. I. Se as vírgulas que intercalam a oração adjetiva (“que são contestadores”) fossem retiradas, não haveria qualquer alteração de sentido. II. Há um problema de concordância nominal. III. A pontuação não está correta. Está correto o que se afirma somente em: (A) Apenas I (B) Apenas II (C) Apenas III (D) Apenas I e III (E) Apenas II e III 9. (MPE/RO – ANALISTA – AUDITORIA – FUNCAB/2012) Em “(...) Garanto: naquela região se operam, de fato, milagres QUE SALVAM VIDAS DIARIAMENTE.(...)”, a oração em destaque classificase como: (A) subordinada substantiva subjetiva. (B) subordinada substantiva predicativa. (C) coordenada sindética explicativa. (D) subordinada adjetiva restritiva. (E) subordinada adjetiva explicativa. 81
10. (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – OFICIAL DE CARTÓRIO – IBFC/2013) Fé - Esperança - Caridade (Sérgio Milliet) É preciso ter fé nesse Brasil nesse pau-brasil nessas matas despovoadas nessas praias sem pescadores É preciso ter fé Nesse norte de secas e de literatura A esperança vem do sul Vem de mansinho contagiosa e sutil vem no café que produzimos vem nas indústrias que criamos A esperança vem do sul do coração calmo de São Paulo É preciso ter caridade e ter carinho perdoar o ódio que nos cerca que nos veste e trabalhar para os irmãos pobres... (Poetas do Modernismo. INL-MEC, Rio de Janeiro, 1972) É recorrente, no poema, a construção “É preciso”, sempre relacionada a uma outra oração. Sobre essa outra oração, é correto afirmar que se trata de: (A) uma oração subordinada adverbial. (B) uma oração coordenada assindética. (C) uma oração subordinada substantiva. (D) uma oração coordenada sindética. (E) uma oração subordinada adjetiva. 11. (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – POLÍCIA CIVIL – ASSISTENTE SOCIAL – FUNCAB/2013) A oração destacada em “Ela quer QUE EU A ESCUTE!” está corretamente classificada em: (A) subordinada adverbial consecutiva. (B) subordinada substantiva predicativa. (C) subordinada substantiva objetiva direta. (D) coordenada sindética explicativa. (E) subordinada adjetiva restritiva. 12. (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE/2013 - ADAPTADA) Jogadores de futebol de diversos times entraram em campo em prol do programa ―Pai Presente‖, nos jogos do Campeonato Nacional em apoio à campanha que visa 4 reduzir o número de pessoas que não possuem o nome do pai em sua certidão de nascimento. (...) A oração subordinada “que não possuem o nome do pai em sua certidão de nascimento” não é antecedida por vírgula porque tem natureza restritiva. ( ) Certo ( ) Errado RESPOSTAS 1. RESPOSTA: “C”. Vamos às análises: A - Se deixou de bajular os príncipes e princesas do século 19 = a conjunção inicial é condicional. B - antes de conduzi-lo à última mesa do restaurante = conjunção temporal (dá-nos noção de tempo) C - para homenageá-lo = nessa oração temos a noção do motivo (qual a finalidade) da ação de “ter ido ao restaurante”, segundo o texto 82
D - que carregas no peito – o “que” funciona como pronome relativo (podemos substituí-lo por “o qual” carregas no peito) E - tira um fiapo do ombro – temos aqui uma oração assindética (sem conjunção “final”) 2. RESPOSTA: “A”. Se substituirmos a oração “reconhecer” pelo pronome “isso” teremos: É justo isso, ou, ISSO é justo. Temos um exemplo de oração subordinada substantiva subjetiva - reduzida de infinitivo (função de sujeito da oração principal). 3. RESPOSTA: “CERTO’. Voltemos ao texto: “depois do apagão que atingiu pelo menos 1.800 cidades”. O “que” pode ser substituído por “o qual”, portanto, trata-se de um pronome relativo (oração subordinada adjetiva). Quando há presença de vírgula, temos uma adjetiva explicativa (generaliza a informação da oração principal. A construção seria: “do apagão, que atingiu pelo menos 1800 cidades em 18 estados do país”); quando não há, temos uma adjetiva restritiva (restringe, delimita a informação – como no caso do exercício). 4. RESPOSTA: “B”. “É curioso: a maioria dos shopping centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas. A oração destacada pode ser substituída pelo pronome “isso”, portanto temos uma oração subordinada substantiva. Se não tivéssemos a presença dos dois-pontos, a classificação seria “subjetiva”, já que funcionaria como sujeito da oração principal (Isso é curioso). Como temos os dois-pontos, sua função é de “aposto” = apositiva. 5. RESPOSTA: “C”. Outra sugere que os seguranças podem estar sendo procurados = a oração destacada completa o verbo “sugere” – presente na oração principal. “Sugere” o quê? = pede objeto direto. Portanto, a função da oração destacada é de objeto direto da principal (subordinada substantiva objetiva direta). 6. RESPOSTA: “A”. “As minhocas, que não conhecem civilização, queixam-se quando as arrancamos da terra A oração destacada é adjetiva explicativa, ou seja, generaliza, explica que TODAS as minhocas não conhecem a civilização. Se retirarmos a vírgula, a oração passará a ser classificada como adjetiva restritiva, alterando, também, seu sentido, já que restringirá o “quadro” de minhocas que se queixam quando arrancadas da terra: “somente as que não conhecem a civilização”. 7. RESPOSTA: “E”. A questão envolve oração subordinada adjetiva. Quanto à classificação, basta encontrarmos a que tem vírgula para sabermos que se trata de uma adjetiva explicativa (generaliza a informação da oração principal); a que não tem vírgula é a restritiva (restringe a informação, especifica). Bem, o exercício requer uma análise além de simples classificação. Vamos a elas: quanto à pontuação, ambos os períodos estão corretos, já que apresentam informações “diferentes”. Descartamos os itens “A” e “B”. Na “C” diz que elas têm o mesmo sentido. Já vimos que não. Na “D” houve uma inversão, pois o período que generaliza (indica que “todos os manifestantes praticaram atos de vandalismo”) é o que possui vírgula (I). 8. RESPOSTA: “B”. Os jovens, que são contestadores, não acham válido, muitas vezes, a opinião dos mais velhos. I. Se as vírgulas que intercalam a oração adjetiva (“que são contestadores”) fossem retiradas, não haveria qualquer alteração de sentido. Haveria alteração, pois teríamos uma oração subordinada adjetiva restritiva, o que mudaria o sentido da frase, indicando que somente os jovens contestadores não acham válida a opinião dos mais velhos. Segundo o enunciado, todos os jovens pensam assim. II. Há um problema de concordância nominal. ... não acham válido (válida), muitas vezes, a opinião dos mais velhos. III. A pontuação não está correta. = está adequada à ideia que se quer transmitir.
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9. RESPOSTA: “D”. ... milagres QUE SALVAM VIDAS DIARIAMENTE = o “que” pode ser substituído por “os quais”, portanto temos uma oração subordinada adjetiva. Como não há vírgula (que generalizaria), sobrou-nos a que especifica, delimita, restringe: restritiva. 10. RESPOSTA: “C”. É preciso ter fé nesse Brasil; É preciso ter fé; É preciso ter caridade. Se substituirmos as orações grifadas pelo pronome “isso”, veremos que não perderão o sentido, ou seja, estamos trabalhando com subordinadas substantivas. Geralmente quando a oração principal inicia-se com verbo de ligação é sinal de que a subordinada exercerá a função de sujeito da oração principal: Isso é preciso. Portanto, as orações que completam a construção “É preciso” funcionam como “sujeito” = subjetivas. 11. RESPOSTA: “C”. Ela quer “isso”. Se dá para substituirmos a oração subordinada pelo pronome “isso”, “disso”, teremos uma subordinada substantiva. Agora analisemos qual tipo: O verbo “querer” pede objeto direto (quer o quê? quer quem?). Então, a função da oração destacada é de objeto direto: oração subordinada substantiva objetiva direta. 12. RESPOSTA: “CERTO”. A oração restringe o grupo que participará da campanha (apenas os que não têm o nome do pai na certidão de nascimento). Se colocarmos uma vírgula, a oração tornar-se-á “explicativa”, generalizando a informação, o que dará a entender que TODAS as pessoas não têm o nome do pai na certidão.
5.3 Emprego dos sinais de pontuação Prof.ª Zenaide Branco
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem para compor a coesão e a coerência textual, além de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Um texto escrito adquire diferentes significados quando pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação depende, em certos momentos, da intenção do autor do discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente relacionados ao contexto e ao interlocutor. Principais funções dos sinais de pontuação Ponto 1- Indica o término do discurso ou de parte dele, encerrando o período. 2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Companhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de período, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto de abreviatura marca, também, o fim de período. Exemplo: Estudei português, matemárica, constitucional, etc. (e não “etc..) 3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do ponto, assim como após o nome do autor de uma citação: Haverá eleições em outubro O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão Mendes de Almeida) (ou: Almeida.)
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4- Os números que identificam o ano não utilizam ponto nem devem ter espaço a separá-los, bem como os números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250. Ponto e Vírgula ( ; ) 1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma importância. ―Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...‖ (VIEIRA) 2- Separa partes de frases que já estão separadas por vírgulas. Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, montanhas, frio e cobertor. 3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos, decreto de lei, etc. Ir ao supermercado; Pegar as crianças na escola; Caminhada na praia; Reunião com amigos. Dois pontos (:) 1- Antes de uma citação Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: 2- Antes de um aposto Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite. 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a rotina de sempre. 4- Em frases de estilo direto Maria perguntou: - Por que você não toma uma decisão? Ponto de Exclamação 1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto, súplica, etc. Sim! Claro que eu quero me casar com você! 2- Depois de interjeições ou vocativos Ai! Que susto! João! Há quanto tempo! Ponto de Interrogação Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. ―- Então? Que é isso? Desertaram ambos?‖ (Artur Azevedo) Reticências 1- Indica que palavras foram suprimidas. Comprei lápis, canetas, cadernos... 2- Indica interrupção violenta da frase. “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!” 3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida 85
Este mal... pega doutor? 4- Indica que o sentido vai além do que foi dito Deixa, depois, o coração falar... Vírgula Não se usa vírgula *separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se diretamente entre si: - entre sujeito e predicado: Todos os alunos da sala Sujeito
foram advertidos. predicado
- entre o verbo e seus objetos: O trabalho custou sacrifício V.T.D.I. O.D.
aos realizadores. O.I. Usa-se a vírgula:
- Para marcar intercalação: a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância, vem caindo de preço. b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos. c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir mão dos lucros altos. - Para marcar inversão: a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas. b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma. c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio de 1982. - Para separar entre si elementos coordenados (dispostos em enumeração): Era um garoto de 15 anos, alto, magro. A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais. - Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco. - Para isolar: - o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um trânsito caótico. - o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. Observações: - Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expressão latina et coetera, que significa “e outras coisas”, seria dispensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. predecido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer, etc. - As perguntas que denotam surpresa podem ter combinados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você falou isso para ela?! - Temos, ainda, este sinais distintivos: 86
1. a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), separação de siglas (IOF/UPC); 2. os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção aos parênteses, principalmente na matemática; 3. o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a uma nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um nome que não se quer mencionar. Fontes de pesquisa: http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/ http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgula.htm Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Questões sobre Pontuação 1. (COREN/SP – ADVOGADO – VUNESP/2013) Seguindo a norma-padrão da língua portuguesa, a frase – Um levantamento mostrou que os adolescentes americanos consomem em média 357 calorias diárias dessa fonte. – recebe o acréscimo correto das vírgulas em: (A) Um levantamento mostrou, que os adolescentes americanos consomem em média 357 calorias, diárias dessa fonte. (B) Um levantamento mostrou que, os adolescentes americanos consomem, em média 357 calorias diárias dessa fonte. (C) Um levantamento mostrou que os adolescentes americanos consomem, em média, 357 calorias diárias dessa fonte. (D) Um levantamento, mostrou que os adolescentes americanos, consomem em média 357 calorias diárias dessa fonte. (E) Um levantamento mostrou que os adolescentes americanos, consomem em média 357 calorias diárias, dessa fonte. 2. (PREFEITURA MUNICIPAL DE JAPERI/RJ - ORIENTADOR PEDAGÓGICO - FUNDAÇÃO BENJAMIN CONSTANT/2013) Assinale o item em que a vírgula foi usada para isolar o aposto. (A) Ele já morou em Natal, em Fortaleza, em São Paulo. (B) Os dois rapazes, Rodrigo e Paulo, eram primos. (C) Com muito cuidado, a advogada analisou o documento. (D) A igreja era pequena e pobre. Os altares, humildes. (E) Você ainda não sabe, mocinha vaidosa, que a vida é difícil. 3. (BANCO DO BRASIL – MÉDICO DO TRABALHO – FCC/2012) Atente para as seguintes frases: I. Quem nos ensina a olhar são os pintores e fotógrafos, que andam em volta dos objetos à procura de novos ângulos. II. Felizes as pessoas que, todos os dias, sabem encontrar companhia em tudo o que as cerca. III. Em silêncio, nos oferecerão sua muda companhia. A supressão da(s) vírgula(s) acarretará mudança de sentido para o que está APENAS em (A) I. (B) II. (C) II e III. (D) I e II. (E) III. 4. (IAMSPE/SP – ANALISTA ADMINISTRATIVO – VUNESP/2012) Assinale a alternativa em que a frase está pontuada corretamente, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. (A) A chegada maciça de haitianos ao Brasil, é uma ótima oportunidade para refletir sobre o que transforma, grupos de pessoas em povos. (B) A distinção, mais do que uma minudência jurídica traz consigo, duas visões de mundo antagônicas. (C) O que definia um povo para ele, era a vontade das pessoas de construir um futuro juntas. (D) Que quase todos os países do Novo Mundo, tenham adotado o jus soli, não é coincidência. 87
(E) Restringir, assim, a concessão de vistos a haitianos, como parece querer parte do governo, é uma ideia que vai contra o espírito que presidiu a criação do Brasil. 5. (POLÍCIA CIVIL/SP – INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VUNESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto à pontuação e à colocação pronominal. (A) Infelizmente, se transformou, o ímpeto de Hagar, num passo lento depois que casamos. (B) Depois que casamos, infelizmente se transformou, o ímpeto de Hagar num passo lento. (C) Infelizmente se transformou o ímpeto de Hagar num passo lento, depois que casamos. (D) Se transformou num passo lento, infelizmente, o ímpeto de Hagar depois que casamos. (E) Depois que casamos infelizmente transformou-se num passo lento o ímpeto de Hagar. (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2010 - ADAPTADA) LEIA O TEXTO PARA RESPONDER À QUESTÃO 6. Vão surgindo novos sinais do crescente otimismo da indústria com relação ao futuro próximo. Um deles refere-se às exportações. ―O comércio mundial já está voltando a se abrir para as empresas‖, diz o gerente executivo de pesquisas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, para explicar a melhora das expectativas dos industriais com relação ao mercado externo. Quanto ao mercado interno, as expectativas da indústria não se modificaram. Mas isso não é um mau sinal, pois elas já eram francamente otimistas. Há algum tempo, a pesquisa da CNI, realizada mensalmente a partir de 2010, registra grande otimismo da indústria com relação à demanda interna. Trata-se de um sentimento generalizado. Em todos os setores industriais, a expressiva maioria dos entrevistados acredita no aumento das vendas internas. O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações). 6. (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2010) O nome próprio “Renato da Fonseca” está entre vírgulas por tratar-se de um vocativo. ( ) Certo ( ) Errado 7. (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA – ASSISTENTE SOCIAL – FCC/2010) A pontuação está inteiramente correta em: (A) Quando prefeito de Palmeira dos Índios Graciliano, nem todos o sabem, escreveu a propósito de sua gestão, um relatório que se tornou memorável. (B) O autor do texto, até onde se pode avaliar não investe contra a linguagem técnica se esta é produtiva, mas contra excessos que a tornam ineficaz. (C) Ao caracterizar várias linguagens, correspondentes a vários ofícios, o autor não deixou de se valer da ironia, essa arma habitual dos céticos. (D) A ética rigorosa que Graciliano revela na escritura dos romances, está também nesse relatório de prefeito muito autocrítico e enxuto. (E) A retórica entendida como arte do discurso, pode ser eficaz ou inútil, dependendo dos propósitos e do talento, de quem a manipula. 8. (GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – PROCON – ADVOGADO – CEPERJ/2012 ADAPTADA) O emprego da vírgula marca anteposição de termos, com alteração da ordem direta da frase, no seguinte exemplo do texto: (A) “O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado que se tornou umas das características culturais mais marcantes da sociedade atual.” (B) “obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da agressividade e violência, entre outras.” (C) “Para o mercado, antes de tudo, a criança é um consumidor em formação” (D) “A publicidade na TV é a principal ferramenta do mercado para a persuasão do público infantil, que cada vez mais cedo é chamado a participar do universo adulto” (E) “salvo decisões relacionadas a planos de seguro, combustível e produtos de limpeza.” 9. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011) O período corretamente pontuado é: (A) Os filmes que, mostram a luta pela sobrevivência em condições hostis nem sempre conseguem agradar, aos espectadores. (B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes entre si, podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma história ficcional. 88
(C) A história de heroísmo e de determinação que nem sempre, é convincente, se passa em um cenário marcado, pelo frio. (D) Caminhar por um extenso território gelado, é correr riscos iminentes que comprometem, a sobrevivência. (E) Para os fugitivos que se propunham, a alcançar a liberdade, nada poderia parecer, realmente intransponível. 10. (DETRAN - OFICIAL ESTADUAL DE TRÂNSITO – VUNESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto ao uso da pontuação. (A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja aliviada. (B) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse, porque você está junto; com os outros motoristas cujos comportamentos, são desconhecidos. (C) Os motoristas, devem saber, que os carros podem ser uma extensão de nossa personalidade. (D) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; aumentar os níveis de estresse em alguns motoristas. (E) Os congestionamentos e o número de motoristas na rua, são as principais causas da ira de trânsito. 11. (ANS – ATIVIDADE TÉCNICA DE SUPORTE – DIREITO – FUNCAB/2013 - ADAPTADA) O segmento em destaque no período “Esse neurotransmissor age numa região do cérebro chamada mesolímbica, LIGADA AO PRAZER, à motivação e à gratificação.” está entre vírgulas para marcar: (A) a mudança de personagem. (B) uma citação. (C) um desvio do discurso. (D) a voz do protagonista. (E) uma explicação. 12. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRABALHO – CESPE/2014 - adaptada) A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns em todo o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula logo após a palavra “vinhos”. ( ) Certo ( ) Errado 13. (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO – VUNESP/2013) Assinale a alternativa em que a frase – O Alaga SP mostra os alagamentos ativos a partir de informações da prefeitura. – está corretamente reescrita, no que se refere às regras de pontuação do português padrão. (A) O Alaga SP mostra a partir de informações da prefeitura, os alagamentos ativos. (B) O Alaga SP mostra, a partir de informações da prefeitura os alagamentos ativos. (C) O Alaga SP a partir de informações da prefeitura, mostra os alagamentos ativos. (D) O Alaga SP, a partir de informações da prefeitura mostra os alagamentos ativos. (E) A partir de informações da prefeitura, o Alaga SP mostra os alagamentos ativos. 14. (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CIVIL - FUMARC/2013) “Paciência, minha filha, este é apenas um ciclo econômico e a nossa geração foi escolhida para este vexame, você aí desse tamanho pedindo esmola e eu aqui sem nada para te dizer, agora afasta que abriu o sinal.” No período acima, as vírgulas foram empregadas em “Paciência, minha filha, este é [...]‖, para separar (A) aposto. (B) vocativo. (C) adjunto adverbial. (D) expressão explicativa. 15. (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – BNDES/2012) Em que período a vírgula pode ser retirada, mantendo-se o sentido e a obediência à norma-padrão? (A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o treino. (B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos esportes? (C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se prepara para o evento. (D) Atualmente, várias áreas contribuem para o aprimoramento do desportista. 89
(E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda: judô, natação e canoagem. 16. (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013) Para que o fragmento abaixo seja coerente e gramaticalmente correto, é necessário inserir sinais de pontuação. Assinale a posição em que não deve ser usado o sinal de ponto, e sim a vírgula, para que sejam respeitadas as regras gramaticais. Desconsidere os ajustes nas letras iniciais minúsculas. O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas de bambu para 4600 alunos da rede pública de São Paulo(A) o programa desenvolve ainda oficinas e cursos para as crianças utilizarem a bicicleta de forma segura e correta(B) os alunos ajudam a traçar ciclorrotas e participam de atividades sobre cidadania e reciclagem(C) as escolas participantes se tornam também centros de descarte de garrafas PET(D) destinadas depois para reciclagem(E) o programa possibilitará o retorno das bicicletas pela saúde das crianças e transformação das comunidades em lugares melhores para se viver. (Adaptado de Vida Simples, abril de 2012, edição 117) (A) A (B) B (C) C (D) D (E) E RESPOSTAS 1. RESPOSTA: “C”. Assinalei com um “X” onde há pontuação inadequada ou faltante: (A) Um levantamento mostrou, (X) que os adolescentes americanos consomem (X) em média (X) 357 calorias, (X) diárias dessa fonte. (B) Um levantamento mostrou que, (X) os adolescentes americanos consomem, em média (X) 357 calorias diárias dessa fonte. (C) Um levantamento mostrou que os adolescentes americanos consomem, em média, 357 calorias diárias dessa fonte. (D) Um levantamento, (X) mostrou que os adolescentes americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias diárias dessa fonte. (E) Um levantamento mostrou que os adolescentes americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias diárias, (X) dessa fonte. 2. RESPOSTA: “B”. (A) Ele já morou em Natal, em Fortaleza, em São Paulo. = enumeração (B) Os dois rapazes, Rodrigo e Paulo, eram primos. = explicação de um termo anterior (aposto) (C) Com muito cuidado, a advogada analisou o documento. = advérbio (D) A igreja era pequena e pobre. Os altares, humildes. = zeugma (E) Você ainda não sabe, mocinha vaidosa, que a vida é difícil. = vocativo 3. RESPOSTA: “A”. I. Quem nos ensina a olhar são os pintores e fotógrafos que andam em volta dos objetos à procura de novos ângulos. = agora teremos uma restrição (adjetiva restritiva) II. Felizes as pessoas que todos os dias sabem encontrar companhia em tudo o que as cerca. = facultativo o uso da vírgula (advérbio) III. Em silêncio, nos oferecerão sua muda companhia. = facultativo o uso da vírgula (advérbio) 4. RESPOSTA: “E”. Assinalei com “X” as pontuações faltantes ou inadequadas: (A) A chegada maciça de haitianos ao Brasil, (X) é uma ótima oportunidade para refletir sobre o que transforma, (X) grupos de pessoas em povos. (B) A distinção, mais do que uma minudência jurídica (X) traz consigo, (X) duas visões de mundo antagônicas. (C) O que definia um povo (X) para ele, (X) era a vontade das pessoas de construir um futuro juntas. (D) Que quase todos os países do Novo Mundo, (X) tenham adotado o jus soli, não é coincidência. (E) Restringir, assim, a concessão de vistos a haitianos, como parece querer parte do governo, é uma ideia que vai contra o espírito que presidiu a criação do Brasil.
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5. RESPOSTA: “C”. Fiz as inclusões e assinalei (X) as exclusões de pontuação: (A) Infelizmente ,(X) se transformou (ou: Infelizmente, transformou-se) (B) Depois que casamos, infelizmente se transformou, (X) o ímpeto de Hagar num passo lento. (C) Infelizmente se transformou o ímpeto de Hagar num passo lento, depois que casamos. (D) Se transformou (transformou-se) num passo lento, infelizmente, o ímpeto de Hagar ( , ) depois que casamos. (E) Depois que casamos ( , ) infelizmente transformou-se (se transformou) num passo lento o ímpeto de Hagar. 6. RESPOSTA: “ERRADO”. Recorramos ao texto (lembre-se de fazer a mesma coisa no dia do seu concurso!): (...) diz o gerente executivo de pesquisas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, para explicar a melhora das expectativas. O termo em destaque não está exercendo a função de vocativo, já que não é utilizado para evocar, chamar o interlocutor do diálogo. Sua função é de aposto – explicar quem é o gerente executivo da CNI. 7. RESPOSTA: “C”. Fiz a marcação (X) onde deve haver uma pontuação (ou exclusão): (A) Quando prefeito de Palmeira dos Índios (X) Graciliano, nem todos o sabem, escreveu (X) a propósito de sua gestão, um relatório que se tornou memorável. (B) O autor do texto, até onde se pode avaliar (X) não investe contra a linguagem técnica se esta é produtiva, mas contra excessos que a tornam ineficaz. (C) Ao caracterizar várias linguagens, correspondentes a vários ofícios, o autor não deixou de se valer da ironia, essa arma habitual dos céticos. (D) A ética rigorosa que Graciliano revela na escritura dos romances, (X) está também nesse relatório de prefeito (X) muito autocrítico e enxuto. (E) A retórica entendida como arte do discurso, (X) pode ser eficaz ou inútil, dependendo dos propósitos e do talento, (X) de quem a manipula. 8. RESPOSTA: “C”. “Antes de tudo, a criança é um consumidor em formação para o mercado” = o termo foi anteposto ao sujeito da oração (a criança). Nas demais alternativas, há a ordem direta: sujeito + predicado, ou apenas enumeração de exemplos. 9. RESPOSTA: “B”. Fiz as marcações (X) onde as pontuações estão inadequadas ou faltantes: (A) Os filmes que,(X) mostram a luta pela sobrevivência em condições hostis nem sempre conseguem agradar, (X) aos espectadores. (B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes entre si, podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma história ficcional. (C) A história de heroísmo e de determinação (X) que nem sempre, (X) é convincente, se passa em um cenário marcado, (X) pelo frio. (D) Caminhar por um extenso território gelado, (X) é correr riscos iminentes (X) que comprometem, (X) a sobrevivência. (E) Para os fugitivos que se propunham, (X) a alcançar a liberdade, nada poderia parecer, (X) realmente intransponível. 10. RESPOSTA: “A”. Fiz as indicações (X) das pontuações inadequadas: (A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja aliviada. (B) Dirigir pode aumentar, (X) nosso nível de estresse, porque você está junto; (X) com os outros motoristas cujos comportamentos, (X) são desconhecidos. (C) Os motoristas, (X) devem saber, (X) que os carros podem ser uma extensão de nossa personalidade. (D) A ira de trânsito pode ocasionar, (X) acidentes e; (X) aumentar os níveis de estresse em alguns motoristas.
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(E) Os congestionamentos e o número de motoristas na rua, (X) são as principais causas da ira de trânsito. 11. RESPOSTA: “E”. Um aposto, uma explicação sobre o termo anteriormente citado. 12. RESPOSTA: “CERTO” Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predicado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separado entre pontuações. Exemplo: O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa! Os meninos, ansiosos (2), chegaram! 13. RESPOSTA: “E”. Apontei com (X) as inadequações (falta de pontuação ou lugar indevido): (A) O Alaga SP mostra (X) a partir de informações da prefeitura, os alagamentos ativos. (B) O Alaga SP mostra, a partir de informações da prefeitura (X) os alagamentos ativos. (C) O Alaga SP (X) a partir de informações da prefeitura, mostra os alagamentos ativos. (D) O Alaga SP, a partir de informações da prefeitura (X) mostra os alagamentos ativos. (E) A partir de informações da prefeitura, o Alaga SP mostra os alagamentos ativos 14. RESPOSTA: “B”. Paciência, minha filha, este é... = é o termo usado para se dirigir ao interlocutor, ou seja, é um vocativo. 15. RESPOSTA: “D”. (A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o treino. = mantê-la (termo deslocado) (B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos esportes? = mantê-la (vocativo) (C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se prepara para o evento. = mantê-la (explicação) (D) Atualmente, várias áreas contribuem para o aprimoramento do desportista. = pode retirá-la (advérbio de tempo) (E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda: judô, natação e canoagem. = mantê-la (enumeração) 16. RESPOSTA: “D”. O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas de bambu para 4600 alunos da rede pública de São Paulo(A). O programa desenvolve ainda oficinas e cursos para as crianças utilizarem a bicicleta de forma segura e correta(B). Os alunos ajudam a traçar ciclorrotas e participam de atividades sobre cidadania e reciclagem(C). As escolas participantes se tornam também centros de descarte de garrafas PET(D), destinadas depois para reciclagem(E). O programa possibilitará o retorno das bicicletas pela saúde das crianças e transformação das comunidades em lugares melhores para se viver. A vírgula deve ser colocada após a palavra “PET”, posição (D), pois antecipa um termo explicativo.
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5.4 Concordância verbal e nominal Prof.ª Zenaide Branco
Os concurseiros estão apreensivos. Concurseiros apreensivos. No primeiro exemplo, o verbo estar encontra-se na terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreensivos” está concordando em gênero (masculino) e número (plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gênero correspondem-se. A correspondência de flexão entre dois termos é a concordância, que pode ser verbal ou nominal. Concordância Verbal É a flexão que se faz para que o verbo concorde com seu sujeito. a) Sujeito Simples - Regra Geral O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo em número e pessoa. Veja os exemplos: A prova para ambos os cargos 3ª p. Singular Os candidatos à vaga 3ª p. Plural
será aplicada às 13h. 3ª p. Singular
chegarão às 12h. 3ª p. Plural Casos Particulares
1) Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural. Por Exemplo: A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram proposta. Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos dos coletivos, quando especificados: Um bando de vândalos destruiu / destruíram o monumento. Observação: nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque aos elementos que formam esse conjunto. 2) Quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o substantivo. Observe: Cerca de mil pessoas participaram do concurso. Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade. Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas Olimpíadas.
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Observação: quando a expressão "mais de um" associar-se a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: Mais de um colega se ofenderam na discussão. (ofenderam um ao outro) 3) Quando se trata de nomes que só existem no plural, a concordância deve ser feita levando-se em conta a ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve ficar no singular; com artigo no plural, o verbo deve ficar o plural. Os Estados Unidos possuem grandes universidades. Estados Unidos possui grandes universidades. Alagoas impressiona pela beleza das praias. As Minas Gerais são inesquecíveis. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira. 4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, quaisquer, vários) seguido por "de nós" ou "de vós", o verbo pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o pronome pessoal. Veja: Quais de nós são / somos capazes? Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? Vários de nós propuseram / propusemos sugestões inovadoras. Observação: veja que a opção por uma ou outra forma indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos", ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre ao dizer ou escrever "Alguns de nós sabiam de tudo e nada fizeram", frase que soa como uma denúncia. Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo ficará no singular. Qual de nós é capaz? Algum de vós fez isso. 5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o substantivo. 25% do orçamento do país será destinado à Educação. 85% dos entrevistados não aprovam a administração do prefeito. 1% do eleitorado aceita a mudança. 1% dos alunos faltaram à prova. Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o número. 25% querem a mudança. 1% conhece o assunto. Se o número percentual estiver determinado por artigo ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com eles: Os 30% da produção de soja serão exportados. Esses 2% da prova serão questionados. 6) O pronome “que” não interfere na concordância; já o “quem” exige que o verbo fique na 3ª pessoa do singular. Fui eu que paguei a conta. Fomos nós que pintamos o muro. És tu que me fazes ver o sentido da vida. Sou eu quem faz a prova. Não serão eles quem será aprovado. 7) Com a expressão "um dos que", o verbo deve assumir a forma plural. Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encantaram os poetas. Este candidato é um dos que mais estudaram! Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular: 94
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Nem uma das que me escreveram mora aqui. *Quando “um dos que” vem entremeada de substantivo, o verbo pode: a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio que faça o mesmo). b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão poluídos (noção de que existem outros rios na mesma condição). 8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural. Vossa Excelência está cansado? Vossas Excelências renunciarão? 9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de acordo com o numeral. Deu uma hora no relógio da sala. Deram cinco horas no relógio da sala. Soam dezenove horas no relógio da praça. Baterão doze horas daqui a pouco. Observação: caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito. O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas. Soa quinze horas o relógio da matriz. 10) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum sujeito, são usados sempre na 3ª pessoa do singular. São verbos impessoais: Haver no sentido de existir; Fazer indicando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da natureza. Exemplos: Havia muitas garotas na festa. Faz dois meses que não vejo meu pai. Chovia ontem à tarde. b) Sujeito Composto 1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, a concordância se faz no plural: Pai e filho conversavam longamente. Sujeito Pais e filhos devem conversar com frequência. Sujeito 2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gramaticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte maneira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece sobre a segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece sobre a terceira (eles). Veja: Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão. Primeira Pessoa do Plural (Nós) Tu e teus irmãos tomareis a decisão. Segunda Pessoa do Plural (Vós) Pais e filhos precisam respeitar-se. Terceira Pessoa do Plural (Eles) Observação: quando o sujeito é composto, formado por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira (ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural (eles): "Tu e teus irmãos tomarão a decisão." – no lugar de “tomaríeis”. 3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do sujeito mais próximo. 95
Faltaram coragem e competência. Faltou coragem e competência. Compareceram todos os candidatos e o banca. Compareceu o banca e todos os candidatos. 4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordância é feita no plural. Observe: Abraçaram-se vencedor e vencido. Ofenderam-se o jogador e o árbitro. Casos Particulares 1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular. Descaso e desprezo marca seu comportamento. A coragem e o destemor fez dele um herói. 2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos dispostos em gradação, verbo no singular: Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segundo me satisfaz. 3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por "ou" ou "nem", o verbo deverá ficar no plural, de acordo com o valor semântico das conjunções: Drummond ou Bandeira representam a essência da poesia brasileira. Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adição”. Já em: Juca ou Pedro será contratado. Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada. * Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no singular. 4) Com as expressões "um ou outro" e "nem um nem outro", a concordância costuma ser feita no singular. Um ou outro compareceu à festa. Nem um nem outro saiu do colégio. Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no singular: Um e outro farão/fará a prova. 5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com", o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um mesmo grau de importância e a palavra "com" tem sentido muito próximo ao de "e". O pai com o filho montaram o brinquedo. O governador com o secretariado traçaram os planos para o próximo semestre. O professor com o aluno questionaram as regras. Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a ideia é enfatizar o primeiro elemento. O pai com o filho montou o brinquedo. O governador com o secretariado traçou os planos para o próximo semestre. O professor com o aluno questionou as regras. Observação: com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez que as expressões "com o filho" e "com o secretariado" são adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se houvesse uma inversão da ordem. Veja: "O pai montou o brinquedo com o filho." "O governador traçou os planos para o próximo semestre com o secretariado." ―O professor questionou as regras com o aluno.‖ *Casos em que se usa o verbo no singular: Café com leite é uma delícia! O frango com quiabo foi receita da vovó. 96
6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões correlativas como: "não só...mas ainda", "não somente"..., "não apenas...mas também", "tanto...quanto", o verbo ficará no plural. Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o Nordeste. Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia. 7) Quando os elementos de um sujeito composto são resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é feita com esse termo resumidor. Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia. Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante na vida das pessoas. Outros Casos 1) O Verbo e a Palavra "SE" Dentre as diversas funções exercidas pelo "se", há duas de particular interesse para a concordância verbal: a) quando é índice de indeterminação do sujeito; b) quando é partícula apassivadora. Quando índice de indeterminação do sujeito, o "se" acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na terceira pessoa do singular. Exemplos: Precisa-se de funcionários. Confia-se em teses absurdas. Quando pronome apassivador, o "se" acompanha verbos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: Construiu-se um posto de saúde. Construíram-se novos postos de saúde. Aqui não se cometem equívocos Alugam-se casas. Para saber se o “se” é partícula apassivadora ou índice de indeterminação do sujeito, tente transformar a frase para a voz passiva. Se a frase construída for “compreensível”, estaremos diante de uma partícula apassivadora; se não, o “se” será índice de indeterminação. Veja: Precisa-se de funcionários qualificados. Tentemos a voz passiva: Funcionários qualificados são precisados (ou precisos)? Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de indeterminação do sujeito. Agora: Vendem-se casas. Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta! Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Percebeu semelhança? Agora é só memorizar!). 2) O Verbo "Ser" A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordância pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do sujeito. Quando o sujeito ou o predicativo for: a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER concorda com a pessoa gramatical: Ele é forte, mas não é dois. Fernando Pessoa era vários poetas. A esperança dos pais são eles, os filhos.
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b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o que estiver no plural: Os livros são minha paixão! Minha paixão são os livros! Quando o verbo SER indicar a)horas e distâncias, concordará com a expressão numérica: É uma hora. São quatro horas. Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilômetros. b)datas, concordará com a palavra dia(s), que pode estar expressa ou subentendida: Hoje é dia 26 de agosto. Hoje são 26 de agosto. c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito, menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular: Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso. Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido. Duas semanas de férias é muito para mim. d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o verbo. No meu setor, eu sou a única mulher. Aqui os adultos somos nós. Observação: sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo concorda com o pronome sujeito. Eu não sou ela. Ela não é eu. e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo SER concordará com o predicativo. A grande maioria no protesto eram jovens. O resto foram atitudes imaturas. 3) O Verbo "Parecer" O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias: a) Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona o infinitivo. Por Exemplo: As crianças parecem gostar do desenho. b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo sofre flexão: As crianças parece gostarem do desenho. (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho aas crianças)
Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARECER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração subordinada substantiva subjetiva).
Concordância Nominal A concordância nominal baseia-se na relação entre nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e
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particípios). Lembre-se: normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as seguintes regras gerais: 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando se refere a um único substantivo. Por Exemplo: As mãos trêmulas denunciavam o que sentia. 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a concordância pode variar. Podemos sistematizar essa flexão nos seguintes casos: a) Adjetivo anteposto aos substantivos: - O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo. Encontramos caídas as roupas e os prendedores. Encontramos caída a roupa e os prendedores. Encontramos caído o prendedor e a roupa. - Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. Encontrei os divertidos primos e primas na festa. b) Adjetivo posposto aos substantivos: - O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural se houver substantivo feminino e masculino). A indústria oferece localização e atendimento perfeito. A indústria oferece atendimento e localização perfeita. A indústria oferece localização e atendimento perfeitos. A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. Observação: os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no plural masculino, que é o gênero predominante quando há substantivos de gêneros diferentes. - Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o adjetivo fica no singular ou plural. A beleza e a inteligência feminina(s). O carro e o iate novo(s). 3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo não for acompanhado de nenhum modificador. Por Exemplo: Água é bom para saúde. b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for modificado por um artigo ou qualquer outro determinativo. Por Exemplo: Esta água é boa para saúde. 4) O adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais a que se refere. Por Exemplo: Juliana encontrou-as muito felizes. 5) Nas expressões formadas por pronome indefinido neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + adjetivo, este último geralmente é usado no masculino singular. Por Exemplo: Os jovens tinham algo de misterioso. 6) A palavra "só", quando equivale a "sozinho", tem função adjetiva e concorda normalmente com o nome a que se refere: Cristina saiu só. Cristina e Débora saíram sós. Observação: quando a palavra "só" equivale a "somente" ou "apenas", tem função adverbial, ficando, portanto, invariável. Por Exemplo: Eles só desejam ganhar presentes.
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Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de advérbio, portanto, invariável; se houver coerência com o segundo, função de adjetivo, então varia: Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo Ele está só descansando. (apenas descansando) - advérbio Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de “só”, haverá, novamente, um adjetivo: Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descansando) 7) Quando um único substantivo é modificado por dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as construções: a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o artigo antes do último adjetivo. Por Exemplo: Admiro a cultura espanhola e a portuguesa. b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo antes do adjetivo. Por Exemplo: Admiro as culturas espanhola e portuguesa.
Casos Particulares
É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É permitido a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo). É proibido entrada de crianças. Em certos momentos, é necessário atenção. No verão, melancia é bom. É preciso cidadania. Não é permitido saída pelas portas laterais. b) Quando o sujeito destas expressões estiver determinado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo como o adjetivo concordam com ele. É proibida a entrada de crianças. Esta salada é ótima. A educação é necessária. São precisas várias medidas na educação. Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Quite Estas palavras adjetivas concordam em gênero e número com o substantivo ou pronome a que se referem. Observe: Seguem anexas as documentações requeridas. A menina agradeceu: - Muito obrigada. Muito obrigadas, disseram as senhoras. Seguem inclusos os papéis solicitados. Estamos quites com nossos credores. Bastante - Caro - Barato - Longe Estas palavras são invariáveis quando funcionam como advérbios. Concordam com o nome a que se referem quando funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou numerais. As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) 100
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pronome adjetivo) Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) As casas estão caras. (adjetivo) Achei barato este casaco. (advérbio) Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) Meio - Meia a) A palavra "meio", quando empregada como adjetivo, concorda normalmente com o nome a que se refere. Por Exemplo: Pedi meia porção de polentas. b) Quando empregada como advérbio permanece invariável. Por Exemplo: A candidata está meio nervosa.
Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim saberei que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A candidata está um pouco nervosa”.
Alerta - Menos Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem sempre invariáveis. Os concurseiros estão sempre alerta. Não queira menos matéria! Tome nota! Não variam os substantivos que funcionam como adjetivos: Bomba – notícias bomba Chave – ―elementos chave Monstro – construções monstro Padrão – escola padrão Fontes de pesquisa: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49.php Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Questões sobre Concordância Nominal e Verbal 1. (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC/SP – ADMINISTRADOR - VUNESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto à concordância, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. (A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade social está no centro dos debates atuais. (B) Políticos, economistas e teóricos diverge em relação aos efeitos da desigualdade social. (C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos mais pobres é um fenômeno crescente. (D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criticado por alguns teóricos. (E) Os debates relacionado à distribuição de riquezas não são de exclusividade dos economistas.
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2. (TRT/RO E AC – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2011) Estão plenamente observadas as normas de concordância verbal na frase: (A) Destinam-se aos homens-placa um lugar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a visibilidade social. (B) As duas tábuas em que se comprimem o famigerado homem-placa carregam ditos que soam irônicos, como “compro ouro”. (C) Não se compara aos vexames dos homens-placa a exposição pública a que se submetem os guardadores de carros. (D) Ao se revogarem o emprego de carros-placa na propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma demonstração de mau gosto. (E) Não sensibilizavam aos possíveis interessados em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles velhos carros-placa. 3. (TRT/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012) A concordância verbal está plenamente observada na frase: (A) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e parlamentares acerca da educação religiosa nas escolas públicas. (B) Sempre deverão haver bons motivos, junto àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino religioso, para se reservar essa prática a setores da iniciativa privada. (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto, contra os que votam a favor do ensino religioso na escola pública, consistem nos altos custos econômicos que acarretarão tal medida. (D) O número de templos em atividade na cidade de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em proporção maior do que ocorrem com o número de escolas públicas. (E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como a regulação natural do mercado sinalizam para as inconveniências que adviriam da adoção do ensino religioso nas escolas públicas. 4. (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRATIVO - VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do texto: I. Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota negativa... II. ... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classificação do continente americano (2,0)... Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e II, a concordância segue as mesmas regras, na ordem dos exemplos, em: (A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o próximo ano. Será que alguém tem opinião diferente da maioria? (B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas. Vêm pessoas de muito longe para brincar de quadrilha. (C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase todos quiseram ficar até o nascer do sol na praia. (D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas também existem umas que não merecem nossa atenção. (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam. 5. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) Assinale a alternativa contendo frase com redação de acordo com a norma-padrão de concordância. (A) Pensava na necessidade de ser substituído de imediato os métodos existentes. (B) Substitui-se os métodos de recuperação de informações que se ligava especialmente à pesquisa acadêmica. (C) No hipertexto, a textualidade funciona por sequências fixas que se estabeleceram previamente. (D) O inventor pensava em textos que já deveria estar disponíveis em rede. (E) Era procurado por ele máquinas com as quais pudesse capturar o brilhantismo anárquico da imaginação humana. 6. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS FCC/2012) Com as alterações propostas entre parênteses para o segmento grifado nas frases abaixo, o verbo que se mantém corretamente no singular é: (A) a modernização do Rio se teria feito (as obras de modernização) (B) Mas nunca se esquece ele de que (esses autores) 102
(C) por que vem passando a mais bela das cidades do Brasil (as mais belas cidades do Brasil) (D) continua a haver um Rio de Janeiro do tempo dos Franceses (tradições no Rio de Janeiro) (E) do que a cidade parece ter de eterno (as belezas da cidade) 7. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO VUNESP/2012) Assinale a alternativa em que a concordância nominal está de acordo com a normapadrão. (A) Vê-se que ficou assegurado à família a guarda do menor. (B) Fica claro que o problema atinge os setores público e privado. (C) Ainda não identificada pela polícia, as pessoas responsáveis pelo assalto estão à solta. (D) Já foi divulgado na mídia alguma coisa a respeito do acidente? (E) Se foi incluso no contrato, a cláusula não pode ser desconsiderada. 8. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2011) Assinale a alternativa correta quanto à concordância verbal. (A) Começaram as investigações pelas ações do jovem soldado. (B) Um jovem soldado e a WikiLeaks divulgou informações secretas. (C) Mais de um relatório diplomático vazaram na internet. (D) Repartições, investimentos, pessoas, nada impediram o jovem soldado. (E) Os telegramas relacionados com o Brasil foi, para o ministro Jobim, muito negativos. 9. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2011) Assinale a alternativa em que a concordância verbal está correta. (A) Haviam cooperativas de catadores na cidade de São Paulo. (B) O lixo de casas e condomínios vão para aterros. (C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que 35% deles fosse despejado em aterros. (D) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão do lixo. (E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta de lixo. 10. (TRF - 3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) O verbo flexionado no plural que também estaria corretamente flexionado no singular, sem que nenhuma outra alteração fosse feita, encontra-se em: (A) Não é à toa que partiram daqui várias manifestações culturais... (B) Sempre me pareceram sem sentido as guerras... (C) São Paulo são muitas cidades em uma. (D) São Paulo não tem símbolos que deem conta de... (E) ... onde as informações diversas se misturam... 11. (TRF - 3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) As regras de concordância estão plenamente respeitadas em: (A) O crescimento indiscriminado que se observa na cidade de São Paulo fazem com que alguns de seus bairros sejam modificados em poucos anos. (B) Devem-se às múltiplas ofertas de lazer e cultura a atração que São Paulo exerce sobre alguns turistas. (C) Apesar de a cidade de São Paulo exibir belas alamedas arborizadas, deveriam haver mais áreas verdes na cidade. (D) O ruído dos carros, que entram pelas janelas dos apartamentos, perturbam boa parte dos paulistanos. (E) Na maioria dos bairros de São Paulo, encontram-se referências culinárias provenientes de diversas partes do planeta. 12. (TRF - 2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) O verbo que, dadas as alterações entre parênteses propostas para o segmento grifado, deverá ser colocado no plural, está em: (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) (B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do planeta) (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O consumo mundial de barris de petróleo) (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se no custo da matéria-prima... (Constantes aumentos)
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(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os esforços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças climáticas) 13. (CETESB/SP – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2013) Assinale a alternativa em que a concordância das formas verbais destacadas está de acordo com a norma-padrão da língua. (A) Fazem dez anos que deixei de trabalhar em higienização subterrânea. (B) Ainda existe muitas pessoas que discriminam os trabalhadores da área de limpeza. (C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos riscos de se contrair alguma doença. (D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era sete da manhã, eu já estava fazendo meu serviço. (E) As companhias de limpeza, apenas recentemente, começou a adotar medidas mais rigorosas para a proteção de seus funcionários. 14. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) Apenas uma das opções abaixo está correta quanto à concordância nominal. Aponte-a. A) O Brasil apresenta bastante problemas sociais. B) A situação ficou meia complicada depois das mudanças. C) É necessário segurança para se viver bem. D) Esses cidadãos estão quite com suas obrigações. E) Os soldados permaneceram alertas durante a manifestação. 15. (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) Considerada a substituição do segmento grifado pelo que está entre parênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá permanecer no singular está em: (A) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pesquisadores) (B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a ruína dessa sociedade... (as mudanças do clima) (C) No sistema havia também uma estação... (várias estações) (D) ... a civilização maia da América Central tinha um método sustentável de gerenciamento da água. (os povos que habitavam a América Central) (E) Um estudo publicado recentemente mostra que a civilização maia... (Estudos como o que acabou de ser publicado). 16. (IAMSPE/SP – ATENDENTE [PAJEM – CCI] – VUNESP/2011) Considerando a concordância das palavras, assinale a alternativa correta. (A) Muitas preocupações, naquela noite, tinha entristecido Joel. (B) Estava ali, na mesa, os papéis recebidos por Marta. (C) Já se conhece as causas da sua tristeza. (D) O relacionamento entre as pessoas não estavam agradável. (E) Nesta semana, houve alguns comentários sobre Joel e Marta. 17. (CREFITO/SP – OPERADOR DE VÍDEO – VUNESP/2012) Assinale a alternativa correta quanto à concordância. (A) As pessoas, então, não estavam adequadamente protegidas. (B) Nenhuma pessoa, então, estava adequadamente protegido. (C) Os envolvidos, então, não estavam adequadamente protegido. (D) Todas as pessoas, então, não estavam adequadamente protegido. (E) Os envolvidos, então, não estava adequadamente protegidos. 18. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2012) O verbo empregado no plural que também poderia ter sido flexionado no singular, sem prejuízo para a correção, está em: (A) Para o domínio desse jogo, especialistas dão instruções sobre ... (B) Todos os jogos se compõem de duas partes ... (C) As vitórias no jogo interior talvez não acrescentem novos troféus ... (D) Mas, por algum motivo, a maioria das pessoas têm mais facilidade para ... (E) ... todos os hábitos da mente que inibem a excelência do desempenho. 19. (ANTT – TODOS OS CARGOS – NÍVEL INTERMEDIÁRIO – CESPE/2013) Muitos são contra a privatização de rodovias e a cobrança de pedágio. Realmente, pode-se dizer que é pagar impostos duas vezes; no entanto, no Brasil, grande parte das rodovias que não são privatizadas 104
não possui boas condições de tráfego. Ou seja, pagamos apenas uma vez, mas não temos rodovias de qualidade. O governo federal e os governos estaduais nem sempre têm condições de manter as rodovias em perfeitas condições. A privatização surge como alternativa para resolver esse problema. Com o auxílio da iniciativa privada, o governo consegue fazer muito mais em pouco tempo. Internet: (com adaptações). A forma verbal “têm” está no plural porque concorda com “O governo federal e os governos estaduais”, que é sujeito composto. ( ) Certo ( ) Errado 20. (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP - AGENTE OPERACIONAL – VUNESP/2012) Leia as orações a seguir. I. É proibido o uso de aparelhos celulares em postos de gasolina. II. Bastantes pessoas fazem uso diário de telefones móveis em nossa sociedade. III. Os vigias de banco estão sempre alerta para evitar o uso de celulares em agências. A concordância nominal está correta em (A) I, apenas. (B) I e II, apenas. (C) II e III, apenas. (D) I, II e III. 21. (SABESP/SP – AGENTE DE SANEAMENTO AMBIENTAL 01 – FCC/2014) Até o século passado, as margens e várzeas do Tietê ...... pela população, ...... das enchentes e do risco de doenças que ...... depois delas. Os espaços da frase acima estarão corretamente preenchidos, na ordem dada, por: (A) eram evitadas − temerosa − apareciam (B) era evitadas − temerosa − aparecia (C) era evitado − temerosas − apareciam (D) era evitada − temeroso − aparecia (E) eram evitadas − temeroso – aparecia 22. (MPE/AM – AGENTE TÉCNICO COMUNICÓLOGO – FCC/2013) Substituindo-se o segmento grifado nas frases abaixo por outro, proposto entre parênteses ao final, o verbo que poderá permanecer corretamente no singular está em: (A) tem papel relevante o sentimento de justiça. (os sentimentos de justiça) (B) o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela justiça. (as normas do Direito) (C) que torna ainda mais problemático (as complexas funções de gestão) (D) A justiça é o tema dos temas (As vertentes da justiça) (E) Essa problematicidade não afasta a força (Esses dilemas da ordem jurídica) 23. (MPE/AM – MOTORISTA SEGURANÇA – FCC/2013) Leia o texto a seguir. Para a próxima década, os Estados Unidos ...... um excelente orçamento de exportações. Para os otimistas, 10% ...... uma meta possível. Por outro lado, cerca de 20 milhões de norte-americanos não ...... que essa realidade seja possível. Preenchem corretamente as lacunas do texto acima, na ordem dada: (A) prometem – parecem – acreditam (B) promete – parecem – acredita (C) prometem – parece – acreditam (D) promete – parece – acredita (E) prometem – parece – acredita 24. (CREFITO/RJ-ES – TERAPEUTA OCUPACIONAL – CEPUERJ/2013) No trecho “... A preocupação com a saúde e o bem-estar mantém aquecido o mercado para o fisioterapeuta...”, o emprego da forma verbal no singular se justifica pela concordância com o núcleo: (A) “saúde” (B) “bem-estar” (C) “preocupação” (D) “fisioterapeuta” 105
25. (DETRAN - OFICIAL ESTADUAL DE TRÂNSITO – VUNESP/2013) Quanto à concordância verbo-nominal e ao uso do acento indicativo da crase, assinale a alternativa correta. (A) Segundo alguns psicólogos, devem haver muitas causas para à ira no trânsito. (B) À partir de estudos da Psicologia, há menas pessoas predispostas a uma situação de ira no trânsito. (C) Precisam-se de mais pesquisas para descobrir o que causa ira as pessoas no trânsito. (D) Fazem muitos anos que os psicólogos tentam encontrar às causas da ira no trânsito. (E) Às vezes, a descarga de frustrações fica meio fora de controle. 26. (MPE/RJ – ANALISTA PROCESSUAL – FUJB/2011) “Se Governo e Sociedade __________ os projetos atuais e se __________ a criar mais programas para a erradicação do trabalho infantil, certamente __________ o resultado que pretendem”. As lacunas da frase podem ser preenchidas, correta e respectivamente, pela seguinte alternativa é: (A) mantiverem – dispuserem – obterão; (B) manterem – disporem – obterão; (C) manterem – disporem – obteram; (D) manter – dispor – obterão; (E) manter – dispor – obteram. 27. (ABIN - AGENTE TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – CESPE/2010 - ADAPTADA) (...) Da combinação entre velocidade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade surge a noção contemporânea de agilidade, transformada em principal característica de nosso tempo. A forma verbal “surge” poderia, sem prejuízo gramatical para o texto, ser flexionada no plural, para concordar com “velocidade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade”. ( ) Certo ( ) Errado 28. (CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – ESAF/2012 - ADAPTADA) Assinale a opção que fornece a correta justificativa para as relações de concordância no texto abaixo. O bom desempenho do lado real da economia proporcionou um período de vigoroso crescimento da arrecadação. A maior lucratividade das empresas foi decisiva para os resultados fiscais favoráveis. Elevaram-se, de forma significativa e em valores reais, deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as receitas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). O crescimento da massa de salários fez aumentar a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) e a receita de tributação sobre a folha da previdência social. Não menos relevantes foram os elevados ganhos de capital, responsáveis pelo aumento da arrecadação do IRPF. (Adaptado de http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/cartaconjuntura/ carta05/7, acesso em 29/4/2012) (A) Emprega-se o singular em “proporcionou” para respeitar as regras de concordância com “economia” (B) O uso do plural em “valores” é responsável pela flexão de plural em “deflacionados” (C) O plural em “resultados” é responsável pela flexão de plural em “Elevaram-se”. (D) O singular em “a arrecadação” é responsável pela flexão de singular em “fez aumentar”. (E) A flexão de plural em “foram” justifica-se pela concordância com “relevantes”. 29. (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA DE CLASSE I – VUNESP/2013) Assinale a alternativa em que a concordância se dá em conformidade com a norma-padrão. (A) Afinal, é com o dinheiro que os bens de consumo são adquirido. (B) Imaginei como reagiríamos se fôssemos surpreendido com a notícia da extinção do dinheiro. (C) Eu pensava que as folhas de cheque poderiam ser facilmente preenchida. (D) A maior parte de nossos anseios é concretizada com o auxílio do dinheiro. (E) Foi realizado uma pesquisa em treze países, inclusive o Brasil.
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30. (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013) Na transcrição do fragmento de texto abaixo, foram desrespeitadas regras gramaticais da língua portuguesa. Assinale a opção em que a grafia de palavra ou o uso de estrutura linguística está incorreto. A intensa migração, o encarecimento dos terrenos centrais, mais bem(A) situados, e demais fatores criaram incentivos para a configuração espacial das nossas metrópoles: as classes de menor poder aquisitivo acabam por se concentrar(B) nas periferias. Lá os preços dos terrenos são menores, compensando a baixa acessibilidade e a insuficiência(C) de infraestrutura. Ou seja, a classe com menores condições reside distante dos locais de emprego, consumo e entretenimento. Além disso, essa classe depende de transporte público pouco eficiente e de baixa qualidade, pois este não foi priorizado ao longo de décadas. Mais ainda, quando membros dessa classe conseguem obterem(D) crescimento de renda e acesso a(E) crédito, desprivilegiados que são em sua mobilidade, têm como principal impulso a aquisição de automóveis. Isso, por sua vez, somente agrava ainda mais o quadro de engarrafamentos em massa das metrópoles. (Adaptado de Vladimir Fernandes Maciel, Problemas e desafios do transporte público urbano. http://www.pucrs.br) (A) A (B) B (C) C (D) D (E) E RESPOSTAS 1. RESPOSTA: “C”. Realizei a correção nos itens: (A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade social está = estão (B) Políticos, economistas e teóricos diverge = divergem (C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos mais pobres é um fenômeno crescente. (D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criticado = criticada (E) Os debates relacionado = relacionados 2. RESPOSTA: “C”. Fiz as correções entre parênteses: (A) Destinam-se (destina-se) aos homens-placa um lugar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a visibilidade social. (B) As duas tábuas em que se comprimem (comprime) o famigerado homem-placa carregam ditos que soam irônicos, como “compro ouro”. (C) Não se compara aos vexames dos homens-placa a exposição pública a que se submetem os guardadores de carros. (D) Ao se revogarem (revogar) o emprego de carros-placa na propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma demonstração de mau gosto. (E) Não sensibilizavam (sensibilizava) aos possíveis interessados em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles velhos carros-placa. 3. RESPOSTA: “E”. (A) Provocam = provoca (o posicionamento) (B) Sempre deverão haver bons motivos = deverá haver (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto, contra os que votam a favor do ensino religioso na escola pública, consistem = consiste. (D) O número de templos em atividade na cidade de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em proporção maior do que ocorrem = ocorre (E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como a regulação natural do mercado sinalizam para as inconveniências que adviriam da adoção do ensino religioso nas escolas públicas. 4. RESPOSTA: “A”. Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos aos itens: (A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém tem (singular) (B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural) (C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quiseram (plural) 107
(D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem umas (plural) (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas as formas estão no plural) 5. RESPOSTA: “C”. Coloquei entre parênteses a correção: (A) Pensava na necessidade de ser substituído (serem substituídos) de imediato os métodos existentes. (B) Substitui-se (substituem-se) os métodos de recuperação de informações que se ligava (ligavam) especialmente à pesquisa acadêmica. (C) No hipertexto, a textualidade funciona por sequências fixas que se estabeleceram previamente. (D) O inventor pensava em textos que já deveria (deveriam) estar disponíveis em rede. (E) Era procurado (eram procuradas) por ele máquinas com as quais pudesse capturar o brilhantismo anárquico da imaginação humana. 6. RESPOSTA: “D”. Fiz as anotações ao lado: (A) a modernização do Rio se teria feito (as obras de modernização) = se teriam feito (B) Mas nunca se esquece ele de que (esses autores) = se esquecem (C) por que vem passando a mais bela das cidades do Brasil (as mais belas cidades do Brasil) = por que vêm passando (D) continua a haver um Rio de Janeiro do tempo dos Franceses (tradições no Rio de Janeiro) = continua a haver (E) do que a cidade parece ter de eterno (as belezas da cidade) = parecem ter 7. RESPOSTA: “B”. Fiz as correções entre parênteses: (A) Vê-se que ficou assegurado (assegurada) à família a guarda do menor. (B) Fica claro que o problema atinge os setores público e privado. (C) Ainda não identificada (identificadas) pela polícia, as pessoas responsáveis pelo assalto estão à solta. (D) Já foi divulgado (divulgada) na mídia alguma coisa a respeito do acidente? (E) Se foi incluso (inclusa - ou incluída, já que funciona como verbo) no contrato, a cláusula não pode ser desconsiderada. 8. RESPOSTA: “A”. Fiz as correções à frente: (A) Começaram as investigações pelas ações do jovem soldado. (B) Um jovem soldado e a WikiLeaks divulgou = divulgaram (C) Mais de um relatório diplomático vazaram = vazou (D) Repartições, investimentos, pessoas, nada impediram = impediu (E) Os telegramas relacionados com o Brasil foi = foram 9. RESPOSTA: “E”. Fiz as correções à frente: (A) Haviam cooperativas = havia (sentido de Existir) (B) O lixo de casas e condomínios vão = vai (C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que 35% deles fosse = fossem (D) Fazem dois anos = faz (sentido de tempo passado: singular) (E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta de lixo * outra forma correta seria: Somos nós que pagamos. 10. RESPOSTA: “C”. Vamos item a item: A = o verbo “partiram” não poderia ser utilizado no singular, já que está concordando com “várias manifestações”; B = “pareceram” concorda com “as guerras”, permanecendo no plural; C = o verbo “ser” pode concordar tanto com o sujeito (São Paulo) quanto com o predicativo “cidades” D = “deem” deve permanecer no plural, já que concorda com “símbolos” (lembrando: o verbo “deem” não é mais acentuado!) 108
E = “misturam” fica no plural, pois concorda com “informações”. 11. RESPOSTA: “E”. Corrigi os verbos em cada alternativa: A = fazem (faz) – concorda com “o crescimento” B = devem-se (deve-se) – concorda com “a atração” C = deveriam haver (deveria). O verbo “haver” é impessoal, não varia, portanto seu auxiliar também não. D = entram (entra) – concorda com “o ruído” E = correta (lembrando que, ao se utilizar a expressão “a maioria de”, o verbo pode estar no singular também: “a maioria dos bairros encontra-se”). 12. RESPOSTA: “D”. (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) = “há” permaneceria no singular (B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do planeta) = “sabe” permaneceria no singular (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O consumo mundial de barris de petróleo) = “dá” permaneceria no singular (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se no custo da matéria-prima... Constantes aumentos) = “reflete” passaria para “refletem-se” (E) o tema das mudanças climáticas pressiona os esforços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças climáticas) = “pressiona” permaneceria no singular 13. RESPOSTA: “C”. Fiz as correções: (A) Fazem dez anos = faz (sentido de tempo = singular) (B) Ainda existe muitas pessoas = existem (C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos riscos (D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era sete da manhã = eram (E) As companhias de limpeza, apenas recentemente, começou = começaram 14. RESPOSTA: “C”. Fiz as correções: (A) O Brasil apresenta bastante = bastantes. (B) A situação ficou meia = meio (C) É necessário segurança para se viver bem. (D) Esses cidadãos estão quite = quites (E) Os soldados permaneceram alertas = alerta 15. RESPOSTA: “C”. (A) ... disse (disseram) (os pesquisadores) (B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu (contribuíram) (as mudanças do clima) (C) No sistema havia (várias estações) = permanecerá no singular (D) ... a civilização maia da América Central tinha (tinham) (os povos que habitavam a América Central) (E) Um estudo publicado recentemente mostra (mostram) (Estudos como o que acabou de ser publicado). 16. RESPOSTA: “E”. (A) Muitas preocupações, naquela noite, tinha (tinham) entristecido Joel. (B) Estava (estavam) ali, na mesa, os papéis recebidos por Marta. (C) Já se conhece (conhecem) as causas da sua tristeza. (D) O relacionamento entre as pessoas não estavam (estava) agradável. (E) Nesta semana, houve alguns comentários sobre Joel e Marta. 17. RESPOSTA: “A”. (A) As pessoas, então, não estavam adequadamente protegidas. (B) Nenhuma pessoa, então, estava adequadamente protegido = protegida (C) Os envolvidos, então, não estavam adequadamente protegido = protegidos (D) Todas as pessoas, então, não estavam adequadamente protegido = protegidas 109
(E) Os envolvidos, então, não estava (estavam) adequadamente protegidos. 18. RESPOSTA: “D”. (A) Para o domínio desse jogo, especialistas dão instruções = somente no plural (B) Todos os jogos se compõem de duas partes = somente no plural (C) As vitórias no jogo interior talvez não acrescentem = somente no plural (D) Mas, por algum motivo, a maioria das pessoas têm = ou tem (concordar com “a maioria”) (E) ... todos os hábitos da mente que inibem = somente no plural 19. RESPOSTA: “CERTO”. Vamos ao nosso aliado! O governo federal e os governos estaduais nem sempre têm condições. Os termos relacionam-se (sujeito composto por dois núcleos: governo federal, governos estaduais). Justificativa correta. 20. RESPOSTA: “D”. I. É proibido o uso de aparelhos celulares em postos de gasolina. II. Bastantes pessoas fazem uso diário de telefones móveis em nossa sociedade. III. Os vigias de banco estão sempre alerta para evitar o uso de celulares em agências. *Observação: Na sua origem italiana, ‗alerta‘ é interjeição (Alerta!) que passa a ser também advérbio em português. Portanto, como todo advérbio, é palavra invariável, ou seja, não tem singular nem plural, nem flexiona no feminino. Assim consta nos dicionários de Cândido Figueiredo (1949), Antenor Nascentes e Francisco Fernandes, e nas gramáticas de Evanildo Bechara e Luiz Antonio Sacconi. Estes autores não mencionam ‗alerta‘ como adjetivo e exemplificam: Estejamos alerta / São pessoas alerta. (Fonte:http://www.vestibulandoweb.com.br/portugues/portugues-lerta.asp) 21. RESPOSTA: “A”. Destaquei os termos que se relacionam: Até o século passado, as margens e várzeas do Tietê eram evitadas pela população, temerosa das enchentes e do risco de DOENÇAS que APARECIAM depois delas. Eram evitadas / temerosa / apareciam. 22. RESPOSTA: “D”. (A) (os sentimentos de justiça)= têm (B) (as normas do Direito)= estejam permeadas e reguladas (C) (as complexas funções de gestão) = tornam (D) A justiça é o tema dos temas (As vertentes da justiça)= “são” ou “é” ( o verbo “ser” apresenta uma particularidade: pode concordar com o sujeito ou com o predicativo) (E) (Esses dilemas da ordem jurídica) = não afastam 23. RESPOSTA: “A”. Para a próxima década, os Estados Unidos prometem um excelente orçamento de exportações. Para os otimistas, 10% parecem uma meta possível. Por outro lado, cerca de 20 milhões de norteamericanos não acreditam que essa realidade seja possível. Dica: como não há determinante na porcentagem para que façamos a concordância verbal (por exemplo: 40% das pessoas acreditam, 15% da renda foi encaminhada), devemos considerar o numeral, no caso, 10 = que é plural. Por isso o verbo será “parecem”. Se fosse 1%, a forma verbal seria “parece”. Prometem / parecem / acreditam. 24. RESPOSTA: “C”. “A preocupação com a saúde e o bem-estar mantém aquecido o mercado para o fisioterapeuta” = os termos em destaque relacionam-se, por isso o uso do verbo no singular. 25. RESPOSTA: “E”. (A) Segundo alguns psicólogos, devem (deve) haver muitas causas para à ira no trânsito. (B) À partir de estudos da Psicologia, há menas (menos) pessoas predispostas a uma situação de ira no trânsito. 110
(C) Precisam-se (precisa-se) de mais pesquisas para descobrir o que causa ira as pessoas no trânsito. (D) Fazem (faz) muitos anos que os psicólogos tentam encontrar às causas da ira no trânsito. (E) Às vezes, a descarga de frustrações fica meio fora de controle. 26. RESPOSTA: “A”. Conjugaremos os verbos no modo Subjuntivo, já que o período inicia-se com “se” – conjunção condicional. Se Governo e Sociedade mantiverem os projetos atuais e se dispuserem a criar mais programas para a erradicação do trabalho infantil, certamente obterão o resultado que pretendem. 27. RESPOSTA: “ERRADO”. O verbo está concordando com o termo “combinação”, por isso deve ficar no singular. 28. RESPOSTA: “B”. (A) Emprega-se o singular em “proporcionou” para respeitar as regras de concordância com “economia” O bom desempenho do lado real da economia proporcionou = concorda com “o bom desempenho” (B) O uso do plural em “valores” é responsável pela flexão de plural em “deflacionados” (C) O plural em “resultados” é responsável pela flexão de plural em “Elevaram-se”. Elevaram-se, de forma significativa e em valores reais, deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as receitas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). (D) O singular em “a arrecadação” é responsável pela flexão de singular em “fez aumentar”. O crescimento da massa de salários fez aumentar a arrecadação do Imposto (E) A flexão de plural em “foram” justifica-se pela concordância com “relevantes”. Não menos relevantes foram os elevados ganhos de capital 29. RESPOSTA: “D”. (A) Afinal, é com o dinheiro que os bens de consumo são adquirido.(adquiridos) (B) Imaginei como reagiríamos se fôssemos surpreendido (surpreendidos) com a notícia da extinção do dinheiro. (C) Eu pensava que as folhas de cheque poderiam ser facilmente preenchida.(preenchidas) (D) A maior parte de nossos anseios é concretizada com o auxílio do dinheiro. (E) Foi realizado (realizada) uma pesquisa em treze países, inclusive o (no) Brasil. 30. RESPOSTA: “D”. A intensa migração, o encarecimento dos terrenos centrais, mais bem(A) situados as classes de menor poder aquisitivo acabam por se concentrar(B) nas periferias a baixa acessibilidade e a insuficiência(C) de infraestrutura quando membros dessa classe conseguem obterem(D) = obter crescimento de renda e acesso a(E) crédito
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5.5 Emprego do sinal indicativo de crase Prof.ª Zenaide Branco
A crase caracteriza-se como a fusão de duas vogais idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos pronomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais). Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às quais. O uso do acento indicativo de crase está condicionado aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e nominal, mais precisamente ao termo regente e termo regido. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que exige complemento regido pela preposição “a”, e o termo regido é aquele que completa o sentido do termo regente, admitindo a anteposição do artigo a(s). Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela contratada recentemente. Após a junção da preposição com o artigo (destacados entre parênteses), temos: Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada recentemente. O verbo referir, de acordo com sua transitividade, classifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referimos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome demonstrativo aquela (àquela). Observação importante: Alguns recursos servem de ajuda para que possamos confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns: a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a crase está confirmada. Os dados foram solicitados à diretora. Os dados foram solicitados ao diretor. b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expressão “voltar da”, há a confirmação da crase. Faremos uma visita à Bahia. Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) Não me esqueço da viagem a Roma. Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos jamais vividos. Atenção: Nas situações em que o nome geográfico apresentar-se modificado por um adjunto adnominal, a crase está confirmada. Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas praias.
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Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou A volto DE, crase PRA QUÊ?‖ Exemplo: Vou a Campinas. = Volto de Campinas. (crase pra quê?) Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá crase. Veja: Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” Irei à Salvador de Jorge Amado. * A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo regente exigir complemento regido da preposição “a”. Entregamos a encomenda àquela menina. (preposição + pronome demonstrativo) Iremos àquela reunião. (preposição + pronome demonstrativo) Sua história é semelhante às que eu ouvia quando criança. (àquelas que eu ouvia quando criança) (preposição + pronome demonstrativo) * A letra “a” que acompanha locuções femininas (adverbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave: - locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pressas, à vontade... - locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura de... - locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
Cuidado: quando as expressões acima não exercerem a função de locuções não ocorrerá crase. Repare: Eu adoro a noite! Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não preposição.
Casos passíveis de nota: *a crase é facultativa diante de nomes próprios femininos: Entreguei o caderno a (à) Eliza. *também é facultativa diante de pronomes possessivos femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa. *facultativa em locução prepositiva ―até a‖: A loja ficará aberta até as (às) dezoito horas. * Constata-se o uso da crase se as locuções prepositivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas, mesmo diante de nomes masculinos. Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV) * Não se efetiva o uso da crase diante da locução adverbial “a distância”. Na praia de Copacabana, observamos a queima de fogos a distância. Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase. O pedestre foi arremessado à distância de cem metros. - De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade -, faz-se necessário o emprego da crase. 113
Ensino à distância. Ensino a distância. * Em locuções adverbiais formadas por palavras repetidas, não há ocorrência da crase. Ela ficou frente a frente com o agressor. Eu o seguirei passo a passo. Casos em que não se admite o emprego da crase: * Antes de vocábulos masculinos. As produções escritas a lápis não serão corrigidas. Esta caneta pertence a Pedro. * Antes de verbos no infinitivo. Ele estava a cantar. Começou a chover. * Antes de numeral. O número de aprovados chegou a cem. Faremos uma visita a dez países. Observação: - Nos casos em que o numeral indicar horas – funcionando como uma locução adverbial feminina – ocorrerá crase. Os passageiros partirão às dezenove horas. - Diante de numerais ordinais femininos a crase está confirmada, visto que estes não podem ser empregados sem o artigo. As saudações foram direcionadas à primeira aluna da classe. - Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando essa não se apresentar determinada. Chegamos todos exaustos a casa. Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto adnominal, a crase estará confirmada. Chegamos todos exaustos à casa de Marcela. - não há crase antes da palavra “terra”, quando essa indicar chão firme. Quando os navegantes regressaram a terra, já era noite. Contudo, se o termo estiver precedido por um determinante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. Paulo viajou rumo à sua terra natal. O astronauta voltou à Terra. - não ocorre crase antes de pronomes que requerem o uso do artigo. Os livros foram entregues a mim. Dei a ela a merecida recompensa. Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede, no caso de o termo regente exigir a preposição. Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. *não ocorre crase antes de nome feminino utilizado em sentido genérico ou indeterminado: Estamos sujeitos a críticas. Refiro-me a conversas paralelas. Fontes de pesquisa: http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-.html SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010.
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Questões sobre Crase 1. (POLÍCIA CIVIL/SP – AGENTE POLICIAL - VUNESP/2013) De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o acento indicativo de crase está corretamente empregado em: (A) A população, de um modo geral, está à espera de que, com o novo texto, a lei seca possa coibir os acidentes. (B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensarem a sua postura. (C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à punições muito mais severas. (D) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a vida dos demais motoristas e de pedestres. (E) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento da nova lei para que ela possa funcionar. 2. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) Assinale a alternativa que completa as lacunas do trecho a seguir, empregando o sinal indicativo de crase de acordo com a norma-padrão. Não nos sujeitamos ____ corrupção; tampouco cederemos espaço ____ nenhuma ação que se proponha ____ prejudicar nossas instituições. (A) à … à … à (B) a … à … à (C) à … a … a (D) à … à … a (E) a … a … à 3. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS FCC/2012) ... e chegou à conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando café. Do mesmo modo que se justifica o sinal indicativo de crase em destaque na frase acima, está correto o seu emprego em: (A) e chegou à uma conclusão totalmente inesperada. (B) e chegou então à tirar conclusões precipitadas. (C) e chegou à tempo de ouvir as conclusões finais. (D) e chegou finalmente à inevitável conclusão. (E) e chegou à conclusões as mais disparatadas. 4. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) O detetive Gervase Fen, que apareceu em 1944, é um homem de face corada, muito afeito ...... frases inteligentes e citações dos clássicos; sua esposa, Dolly, uma dama meiga e sossegada, fica sentada tricotando tranquilamente, impassível ...... propensão de seu marido ...... investigar assassinatos. (Adaptado de P.D.James, op.cit.) Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada: (A) à - à - a (B) a - à - a (C) à - a - à (D) a - à - à (E) à - a – a 5. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) Em qual das opções abaixo o acento indicativo de crase foi corretamente indicado? (A) O dia fora quente, mas à noite estava fria e escura. (B) Ninguém se referira à essa ideia antes. (C) Esta era à medida certa do quarto. (D) Ela fechou a porta e saiu às pressas. (E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo. 6. (MPE/AM – AGENTE TÉCNICO JURÍDICO – FCC/2013) O sinal indicativo de crase deverá ser mantido se a palavra vida for substituída por: (A) toda circunstância que nos faça felizes. (B) muitas coisas boas que a vida nos oferece. (C) que seja possível a obtenção do sucesso. (D) contingência de viver que recebemos ao nascer. 115
(E) investir em nossa realização pessoal. 7. (IAMSPE/SP – ANALISTA ADMINISTRATIVO – VUNESP/2012) Assinale a alternativa correta quanto ao uso do acento indicativo de crase. (A) Seu povo lançou-se à diversas aventuras. (B) O mar se impõe à qualquer embarcação. (C) Depois de alguns meses, voltaremos à esta terra. (D) O medo de partir equipara-se à esperança de voltar. (E) O rei enviou-o à uma missão muito perigosa. 8. (COREN/SP – ASSISTENTE DE COMUNICAÇÃO – VUNESP/2013) Considerando o uso do acento indicativo de crase, assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas. • Todos os deputados mostraram-se favoráveis ____ redução da jornada de trabalho dos profissionais da saúde. • A última redação do projeto passou ____ incluir algumas reivindicações dos servidores que não faziam parte de sua primeira versão. • Agora o projeto de lei será submetido ______ uma análise criteriosa do governador e de seus assessores. (A) à … à … à (B) à … a … a (C) a … à … à (D) à … a … à (E) a … à … a 9. (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES – FCC/2014 - ADAPTADA) No trecho Refiro-me aos livros que foram escritos e publicados, mas estão – talvez para sempre – à espera de serem lidos, o uso do acento de crase obedece à mesma regra seguida em: (A) Acostumou-se àquela situação, já que não sabia como evitá-la. (B) Informou à paciente que os remédios haviam surtido efeito. (C) Vou ficar irritada se você não me deixar assistir à novela. (D) Acabou se confundindo, após usar à exaustão a velha fórmula. (E) Comunique às minhas alunas que as provas estão corrigidas. 10. (POLÍCIA MILITAR/SP – SOLDADO PM DE 2ª CLASSE – VUNESP/2013) Assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase está empregado corretamente. (A) O executivo passou à trabalhar mais depois que foi promovido. (B) A promoção não levou à um aumento significativo no salário. (C) Para melhorar sua renda, ele deverá dedicar-se à algumas horas-extras. (D) Seus esforços estão direcionados à quitação da dívida do MBA. (E) Ele espera chegar à qualquer posição de prestígio em alguns anos. 11. (COREN/SP – TELEFONISTA – VUNESP/2013) Quanto ao emprego ou não da crase, a frase está correta em: (A) Muitos casais ficavam na igreja a espera da bênção do padre. (B) O casamento cristão na Colônia obedecia às normas impostas pelo Arcebispado da Bahia. (C) Quem realizasse um casamento fora dos moldes cristãos era condenado à uma pena severa. (D) Nem todos os casais se obrigavam à buscar a bênção. (E) Mulheres brancas chegavam as terras brasileiras para se casar com os homens brancos. 12. (ANATEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2012) O acento grave, que é sinal indicativo de crase em “acesso à Internet”, justifica-se porque a regência do termo “acesso” exige complemento antecedido pela preposição a e a palavra “Internet” está antecedida por artigo definido feminino. ( ) Certo ( ) Errado 13. (PORTO DE SANTOS/SP – PROJETISTA – VUNESP/2011) Assinale a alternativa em que o acento indicador da crase está corretamente empregado. (A) Eles não conheciam à artimanha daquele pedinte. (B) De outubro à dezembro, ele conseguiu muito dinheiro. (C) Ele se dizia preso à cadeira de rodas há 10 anos. 116
(D) Vários mendigos estão nas ruas de segunda à domingo. (E) Há mulheres que usam à criança para causar piedade. 14. (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP - AGENTE OPERACIONAL – VUNESP/2012) O uso do acento indicativo da ocorrência de crase está de acordo com a norma-padrão em: (A) Naquele curso, os alunos assistem às aulas pela internet e começaram a estudar poesia. (B) Enviaremos a editora e à vossa senhoria os poemas reunidos para análise. (C) O escritor não dá ouvidos à reclamações que não tratem de seus textos. (D) No que se refere à esquema da métrica, os poetas clássicos são mais cuidadosos. 15. (BNDES – TÉCNICO DE ARQUIVO – CESGRANRIO/2011) Há omissão do sinal indicativo da crase em: (A) Os vizinhos tomaram providências a respeito dos latidos. (B) O autor se refere a dupla de artistas como adoráveis. (C) Agradeci a ele pelo magnífico presente. (D) Os cães continuaram a latir sem parar. (E) Ela visita a avó todos os domingos. 16. (MPE/AM – AGENTE TÉCNICO COMUNICÓLOGO – FCC/2013) Claro que não me estou referindo a essa vulgar comunicação festiva e efervescente. O vocábulo a deverá receber o sinal indicativo de crase se o segmento grifado for substituído por: (A) leitura apressada e sem profundidade. (B) cada um de nós neste formigueiro. (C) exemplo de obras publicadas recentemente. (D) uma comunicação festiva e virtual. (E) respeito de autores reconhecidos pelo público. 17. (CRECI/MG – PROFISSIONAL DE SUPORTE ADMINISTRATIVO – CETRO/2012) De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa, leia o trecho abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas. Estaremos ____ 7h15min na escola para assistir ____ aulas e fazer ____ prova final. (A) as/ às/ a (B) as/ as/ a (C) às/ às/ à (D) às/ às/ a 18. (CREF/SP – AGENTE ADMINISTRATIVO – CETRO/2013) De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e em relação às regras da ocorrência ou não de crase, assinale a alternativa correta. (A) O veleiro estava as margens do lago. (B) Enviei o convite àquele jornalista. (C) As vendedoras foram submetidas à um teste. (D) Sua aversão à cachorros não é normal. (E) A noite, reuniam-se e conversavam sobre os acontecimentos do dia. 19. (FNDE – TÉCNICO EM FINANCIAMENTO E EXECUÇÃO DE PROGRAMAS E PROJETOS EDUCACIONAIS – CESPE/2012) O emprego do sinal indicativo de crase em “adequando os objetivos às necessidades” justifica-se pela regência do verbo adequar, que exige complemento regido pela preposição “a”, e pela presença de artigo definido feminino antes de “necessidades”. ( ) Certo ( ) Errado 20. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – FCC/2012) Consta que, durante o verão, em meio ...... beleza das montanhas dos Alpes, Mahler buscava ...... inspiração necessária para compor sinfonias que, felizmente, foram legadas ...... gerações futuras. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada: (A) à - à - as (B) a - a - às (C) à - a - às (D) a - à - às (E) à - a – as 117
21. (MPE/PE – ANALISTA MINISTERIAL – FCC/2012) ... assim [ele] se via transportado de volta ―à glória que foi a Grécia e à grandeza que foi Roma”. Ambos os sinais indicativos de crase devem ser mantidos caso o segmento sublinhado seja substituído por: (A) enaltecia. (B) louvava. (C) aludia. (D) mencionava. (E) evocava. 22. (DETRAN – AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO – VUNESP/2013) Considerando as regras de uso do acento indicativo de crase, assinale a alternativa que completa corretamente a frase. Apesar disso, cada vez mais pessoas começam a acreditar que a bicicleta é, numa comparação entre todos os meios de transporte, um dos que oferecem mais vantagens (A) à esta comunidade. (B) àqueles que a utilizam. (C) à um grande número de usuários. (D) à toda a população. (E) à muitos indivíduos. 23. (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO – VUNESP/2014) A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de trabalho para proceder _____ medidas necessárias _____ exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exumação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente morreu de causas naturais, ou seja, devido ____ uma parada cardíaca – que tem sido a versão considerada oficial até hoje –, ou se sua morte se deve ______ envenenamento. (http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,governo-cria-grupo-exumar--restos-mortais-dejango,1094178,0.htm 07. 11.2013. Adaptado) Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas da frase devem ser completadas, correta e respectivamente, por (A) a ... à ... a ... a (B) as ... à ... a ... à (C) às ... a ... à ... a (D) à ... à ... à ... a (E) a ... a ... a ... à 24. (RIOPREVIDÊNCIA/RJ – ESPECIALISTA EM PREVIDÊNCIA SOCIAL – CEPERJ/2014) “Um dos pontos básicos do projeto – e o que mais está em risco – refere-se à neutralidade de rede”. A mesma regra para o emprego do acento grave é observada em: (A) O funcionário chegou às sete horas no trabalho. (B) A cliente pagou à vista por todas as encomendas. (C) Os alunos assistiram integralmente à aula inaugural. (D) O projeto de trabalho foi concluído à custa de muito esforço. (E) Um dos convidados saiu à francesa da festa. 25. (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA – ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO - CESPE/2013 ADAPTADA) O emprego do sinal indicativo de crase na expressão ― respeito ao controle e à vigilância dos comportamentos humanos‖ é facultativo. ( ) Certo ( ) Errado 26. (POLÍCIA MILITAR/TO – SOLDADO – CONSULPLAN/2013) No trecho: “Enquanto os bombeiros dão continuidade aos trabalhos de resgate, [...]” a ocorrência de crase ocorreria caso (A) “aos” fosse substituído por “a”. (B) “resgate” fosse substituído por “ajuda”. (C) “trabalhos” fosse substituído por “ações”. (D) “trabalhos” fosse substituído por “trabalho”.
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27. (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – POLÍCIA CIVIL – DELEGADO DE POLÍCIA – FUNCAB/2013) Em: “dão satisfação À OPINIÃO PÚBLICA”, mantém-se o acento grave no “a” caso se faça a substituição do termo em destaque por: (A) a toda e qualquer opinião. (B) a uma opinião pública por vezes desorientada. (C) a ela, opinião pública internacional. (D) as opiniões públicas mais variadas. (E) a opiniões muitas vezes forjadas pela mídia. RESPOSTAS 1. RESPOSTA: “A”. (A) A população, de um modo geral, está à espera (dá para substituir por “esperando”) de que (B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensarem (antes de verbo) (C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à punições (generalizando, palavra no plural) (D) À ninguém (pronome indefinido) (E) Cabe à todos (pronome indefinido) 2. RESPOSTA: “C”. Vamos por partes! - Quem se sujeita, sujeita-se A algo ou A alguém, portanto: pede preposição; - quem cede, cede algo A alguém, então teremos objeto direto e indireto; - quem se propõe, propõe-se A alguma coisa. Vejamos: Não nos sujeitamos À corrupção; tampouco cederemos espaço A nenhuma ação que se proponha A prejudicar nossas instituições. * Sujeitar A + A corrupção; * ceder espaço (objeto direto) A nenhuma ação (objeto indireto. Não há acento indicativo de crase, pois “nenhuma” é pronome indefinido); * que se proponha A prejudicar (objeto indireto, no caso, oração subordinada com função de objeto indireto. Não há acento indicativo de crase porque temos um verbo no infinitivo – “prejudicar”). 3. RESPOSTA: “D”. Vamos por exclusão: (A) e chegou à uma = não há acento grave antes de artigo indefinido (B) e chegou então à tirar = não há acento grave antes de verbo no infinitivo (C) e chegou à tempo = não há acento grave antes de palavra masculina (D) e chegou finalmente à inevitável conclusão. (E) e chegou à conclusões = não há acento grave quando a preposição está no singular e a palavra que a acompanha não tem a presença do artigo definido (há generalização). Haveria acento se a construção fosse: “chegou às conclusões as mais disparatadas”. 4. RESPOSTA: “B”. Afeito a frases (generalizando, já que o “a” está no singular e “frases”, no plural) Impassível à propensão (regência nominal: pede preposição) A investigar (antes de verbo no infinitivo não há acento indicativo de crase) Sequência: a / à / a. 5. RESPOSTA: “D”. (A) O dia fora quente, mas à noite = mas a noite (artigo e substantivo. Diferente de: Estudo à noite = período do dia) (B) Ninguém se referira à essa ideia antes.= a essa (antes de pronome demonstrativo) (C) Esta era à medida certa do quarto. = a medida (artigo e substantivo, no caso. Diferente da conjunção proporcional: À medida que lia, mais aprendia) (D) Ela fechou a porta e saiu às pressas. = correta (advérbio de modo = apressadamente) (E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo. = palavra masculina
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6. RESPOSTA: “D”. dá sentido a toda / dá sentido a muitas coisas / dá sentido a que seja / dá sentido à contingência / dá sentido a investir 7. RESPOSTA: “D”. (A) Seu povo lançou-se à diversas aventuras = a diversas (B) O mar se impõe à qualquer embarcação.= a qualquer (C) Depois de alguns meses, voltaremos à esta terra. = a esta (D) O medo de partir equipara-se à esperança de voltar. (E) O rei enviou-o à uma missão muito perigosa. = a uma missão 8. RESPOSTA: “B”. Favoráveis a quê? = à redução Passou a incluir – verbo no infinitivo (sem acento indicativo de crase) Submetido a quê? = a uma (artigo indefinido) à/a/a= 9. RESPOSTA: “D”. Dica: Dá para substituirmos “à espera” por “esperando”. Se tem sentido, então o “a” tem acento grave. Diferente de: A espera deixou-me irritada! “Esperando deixou-me irritada... Nesse caso, não “deu”! Então o “a” não tem acento grave. As alternativas A, B, C e D apresentam “à” devido à regência dos verbos (acostumou-se à, informou algo a alguém, assistir à (sentido de ver) e comunicou algo a alguém). A única que não obedece à regência, mas que nos dá uma noção de advérbio de modo (exaustivamente) é a alternativa D. 10. RESPOSTA: “D”. (A) O executivo passou à (a) trabalhar = verbo no infinitivo (B) A promoção não levou à (a) um aumento = artigo indefinido (C) Para melhorar sua renda, ele deverá dedicar-se à (a) algumas = palavra no plural (generalizando) (D) Seus esforços estão direcionados à quitação (E) Ele espera chegar à (a) qualquer = pronome indefinido 11. RESPOSTA: “B”. (A) Muitos casais ficavam na igreja a espera (à espera) da bênção do padre. (B) O casamento cristão na Colônia obedecia às normas impostas pelo Arcebispado da Bahia. (C) Quem realizasse um casamento fora dos moldes cristãos era condenado à (a) uma pena severa. (D) Nem todos os casais se obrigavam à (a) buscar a bênção. (E) Mulheres brancas chegavam as (às) terras brasileiras para se casar com os homens brancos. 12. RESPOSTA: “CERTO”. Explicação correta para justificar a ocorrência do acento indicativo de crase na expressão “acesso à Internet”. 13. RESPOSTA: “C”. (A) Eles não conheciam à artimanha = a artimanha (objeto direto) (B) De outubro à dezembro, ele conseguiu muito dinheiro. = outubro a dezembro (C) Ele se dizia preso à cadeira de rodas há 10 anos. (D) Vários mendigos estão nas ruas de segunda à domingo.= segunda a domingo (E) Há mulheres que usam à criança para causar piedade. = a criança (objeto direto) 14. RESPOSTA: “A”. Fiz as correções entre parênteses: (A) Naquele curso, os alunos assistem às aulas pela internet e começaram a estudar poesia. (B) Enviaremos a (à) editora e à (a) vossa senhoria os poemas reunidos para análise. (C) O escritor não dá ouvidos à (a) reclamações que não tratem de seus textos. (D) No que se refere à (a) esquema da métrica, os poetas clássicos são mais cuidadosos.
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15. RESPOSTA: “B”. Fiz as indicações entre parênteses: (A) Os vizinhos tomaram providências a respeito (palavra masculina) dos latidos. (B) O autor se refere a dupla (refere-se a quê? a quem? verbo pede preposição = à dupla) de artistas como adoráveis. (C) Agradeci a ele (pronome pessoal) pelo magnífico presente. (D) Os cães continuaram a latir (verbo no infinitivo) sem parar. (E) Ela visita a avó (objeto direto) todos os domingos. 16. RESPOSTA: “A”. referindo a essa vulgar comunicação festiva e efervescente. Referindo à leitura apressada e sem profundidade. Referindo a cada um de nós neste formigueiro Referindo a exemplo de obras publicadas recentemente Referindo a uma comunicação festiva e virtual referindo a respeito de autores reconhecidos pelo público 17. RESPOSTA: “D”. Estaremos às 7h15min (antes de horas) na escola para assistir às aulas (verbo “assistir” empregado no sentido de “presenciar” pede preposição) e fazer a prova final. (objeto direto, sem preposição) 18. RESPOSTA: “B”. (A) O veleiro estava as margens = às margens (advérbio de lugar) (B) Enviei o convite àquele jornalista. = enviei o quê? – o convite (objeto direto) a quem? – a + aquele: àquele (objeto indireto) (C) As vendedoras foram submetidas à um = a um (artigo indefinido) (D) Sua aversão à cachorros = a cachorros (masculina) (E) A noite = à noite (advérbio de tempo)
19. RESPOSTA: “CERTO”. “Adequar o quê? – os objetivos (objeto direto) – adequar o quê a quê? – a + as (=às) necessidades – objeto indireto. A explicação do enunciado está correta. 20. RESPOSTA: “C”. Consta que, durante o verão, em meio .à . beleza das montanhas dos Alpes, Mahler buscava .a inspiração (objeto direto) necessária para compor sinfonias que, felizmente, foram legadas às gerações (complemento nominal) futuras. À / a / as 21. RESPOSTA: “C”. (A) enaltecia = verbo transitivo direto – pede objeto direto (sem preposição) enaltecia a glória e a grandeza (B) louvava = verbo transitivo direto – pede objeto direto (sem preposição) louvava a glória e a grandeza (C) aludia = verbo transitivo indireto – pede objeto indireto (com preposição) aludia à glória e à grandeza (D) mencionava = verbo transitivo direto – pede objeto direto (sem preposição) – mencionava a glória e a grandeza (E) evocava = verbo transitivo direto – pede objeto direto (sem preposição) evocava a glória e a grandeza 22. RESPOSTA: “B”. Oferece o quê? = vantagem (objeto direto) a quem? = ____ (objeto indireto) (A) à esta comunidade = a esta (B) àqueles que a utilizam (C) à um grande número de usuários = a um (D) à toda a população = a toda (E) à muitos indivíduos = a muitos 121
23. RESPOSTA: “A”. A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de trabalho para proceder a medidas (palavra no plural, generalizando) necessárias à (regência nominal pede preposição) exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exumação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente morreu de causas naturais, ou seja, devido a uma (artigo indefinido) parada cardíaca – que tem sido a versão considerada oficial até hoje –, ou se sua morte se deve a (regência verbal) envenenamento. A / à / a / a 24. RESPOSTA: “C”. refere-se à = regência verbal exige preposição. (A) O funcionário chegou às sete horas = locução adverbial de tempo (B) A cliente pagou à vista = locução adverbial de modo (C) Os alunos assistiram integralmente à aula = regência verbal exige preposição. (D) O projeto de trabalho foi concluído à custa = locução adverbial de modo (E) Um dos convidados saiu à francesa da festa. = locução adverbial de modo 25. RESPOSTA: “ERRADO”. A regência nominal de “respeito” exige complemento com preposição. Se retirarmos o acento grave, “a vigilância” passaria a exercer outra função sintática (sujeito, por exemplo). 26. RESPOSTA: “C”. Enquanto os bombeiros dão continuidade aos trabalhos de resgate (A) “aos” fosse substituído por “a”. = não ocorreria crase Enquanto os bombeiros dão continuidade a trabalhos = (palavra masculina, no plural) (B) “resgate” fosse substituído por “ajuda”. = não ocorreria crase Enquanto os bombeiros dão continuidade aos trabalhos de ajuda (a alteração não criou nenhuma regra que justifique crase) (C) “trabalhos” fosse substituído por “ações”. Enquanto os bombeiros dão continuidade às ações (a regência nominal de “continuidade” requer preposição + artigo do substantivo “ações”) (D) “trabalhos” fosse substituído por “trabalho”. = não ocorreria crase Enquanto os bombeiros dão continuidade a (ao) trabalho (palavra masculina) 27. RESPOSTA: “D”. (A) a toda = sem acento grave (pronome) (B) a uma opinião = sem acento grave (artigo indefinido) (C) a ela = sem acento grave (pronome) (D) as opiniões públicas = às opiniões (objeto indireto do verbo “dar”) (E) a opiniões = sem acento grave
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5.6 Colocação dos pronomes átonos Prof.ª Zenaide Branco
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos pronomes oblíquos átonos na frase.
Pronome Oblíquo é aquele que exerce a função de complemento verbal (objeto). Por isso, memorize: OBlíquo = OBjeto!
Embora na linguagem falada a colocação dos pronomes não seja rigorosamente seguida, algumas normas devem ser observadas na linguagem escrita. Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. A próclise é usada: 1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que atraem o pronome para antes do verbo. São elas: a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, jamais, etc. Não se desespere! b) Advérbios. Agora se negam a depor. c) Conjunções subordinativas. Espero que me expliquem tudo! d) Pronomes relativos. Venceu o concurseiro que se esforçou. e) Pronomes indefinidos. Poucos te deram a oportunidade. f) Pronomes demonstrativos. Isso me magoa muito. 2) Orações iniciadas por palavras interrogativas. Quem lhe disse isso? 3) Orações iniciadas por palavras exclamativas. Quanto se ofendem!
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4) Orações que exprimem desejo (orações optativas). Que Deus o ajude. 5) A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome reto ou sujeito expresso: Eu lhe entregarei o material amanhã. Tu sabes cantar? Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do verbo. A mesóclise é usada: 1) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito, contanto que esses verbos não estejam precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos: Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em prol da paz no mundo. Repare que o pronome está “no meio” do verbo “realizará”: realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma palavra que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria. Veja: Não se realizará... Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia nessa viagem. (com presença de palavra que justifique o uso de próclise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompanharia nessa viagem).
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem possíveis: 1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo. Quando eu avisar, silenciem-se todos. 2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal. Não era minha intenção machucá-la. 3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se inicia período com pronome oblíquo). Vou-me embora agora mesmo. Levanto-me às 6h. 4) Quando houver pausa antes do verbo. Se eu passo no concurso, mudo-me hoje mesmo! 5. Quando o verbo estiver no gerúndio. Recusou a proposta fazendo-se de desentendida. Colocação pronominal nas locuções verbais - após verbo no particípio: pronome depois do verbo auxiliar (e não depois do particípio): Tenho me deliciado com a leitura! Eu tenho me deliciado com a leitura! Eu me tenho deliciado com a leitura! - não convém usar hífen nos tempos compostos e nas locuções verbais: Vamos nos unir! Iremos nos manifestar. - quando há um fator para próclise nos tempos compostos ou locuções verbais: opção pelo uso do pronome oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos preocupar (e não: “não nos vamos preocupar‖). 124
Observações importantes:
Emprego de o, a, os, as 1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os pronomes: o, a, os, as não se alteram. Exemplos: Chame-o agora. Deixei-a mais tranquila. 2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos: (Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho. (Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa. 3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na, nos, nas. Exemplos: Chamem-no agora. Põe-na sobre a mesa.
Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que significa “antes”! Pronome antes do verbo! Ênclise – “en”... lembra, pelo “som”, /Ənd/ (and, em Inglês – que significa “fim, final!). Pronome depois do verbo! Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do verbo Pronome Oblíquo – função de objeto
Fontes de pesquisa: http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao-pronominal-.html SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010.
Questões sobre Colocação Pronominal 1. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO VUNESP/2012) Assinale a alternativa em que os pronomes estão empregados e colocados na frase de acordo com a norma-padrão. (A) Nos surpreende, a cada dia, constatar a invasão das milícias, que espalham-se pelas favelas, ditando-as suas leis. (B) Depois de invadir vários territórios da cidade, as milícias dominaram eles e ali instalaram-se. (C) Há candidatos que usam as gangues: as procuram movidos pelo interesse em ter elas como aliadas. (D) Quase nunca vê-se reação das comunidades diante do terror que as milícias as impõem. (E) Milicianos instalam-se nas comunidades e impõem seu poder; consolidam-no pela prática do terror. 2. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2011) Assinale a alternativa cujo emprego do pronome está em conformidade com a norma padrão da língua. 125
(A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilosos. (B) Nos falaram que a diplomacia americana está abalada. (C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks. (D) Conformado, se rendeu às punições. (E) Todos querem que combata-se a corrupção. 3. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2011) Em: – mamãe está recortando o jornal. – ao se substituir o jornal por um pronome, de acordo com a norma culta, tem-se: (A) recortando-lo. (B) recortando-o. (C) recortando-no. (D) recortando-lhe. (E) recortando ele. 4. (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) cruzando os desertos do oeste da China − que contornam a Índia − adotam complexas providências Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos grifados acima foram corretamente substituídos por um pronome, respectivamente, em: (A) os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as (B) cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam (C) cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes (D) cruzando-os - que a contornam - adotam-nas (E) lhes cruzando - que contornam-a - as adotam 5. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012 - ADAPTADO) O segmento grifado foi substituído por um pronome de modo INCORRETO em: (A) Quando publicou Um estudo em vermelho = o publicou (B) fazer as pessoas acreditarem = fazê-las acreditarem (C) resolveu tentar a sorte = resolveu tentá-la (D) citar os três detetives fictícios mais famosos = citar-lhes (E) tivera mais sucesso na medicina = tivera-o 6. (TRF - 5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012) Ao se substituir o elemento grifado em um segmento do texto, o pronome foi empregado de modo INCORRETO em: (A) Julio Cortázar tem um conto = Julio Cortázar tem-no (B) ele encontrou esta frase = ele encontrou-a (C) desarticular as palavras = desarticular-lhes (D) dava arroz à raposa = dava-lhe arroz (E) não só encantou o menino = não só o encantou 7. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) Apenas uma das frases abaixo foge à norma culta no que se refere à colocação pronominal. Aponte-a. (A) Enviar-lhe-ei por Sedex os documentos solicitados. (B) Quem se candidataria à prefeito nesse momento? (C) O jogo que realiza-se hoje contará com a presença de políticos eminentes. (D) Viu-se obrigado a tomar uma atitude que não desejava. (E) Realizar-se-á uma nova eleição. 8. (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) A substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente foi realizada de modo INCORRETO em: (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu (B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os (C) para fazer a dragagem = para fazê-la (D) que desviava a água = que lhe desviava (E) supriam a necessidade = supriam-na
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9. (SABESP – TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO - FCC/2014) Reconstroem o pátio da escola - entender essa estranha melancolia - restabelecer o elo Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos grifados acima foram corretamente substituídos por um pronome, na ordem dada, em: (A) Reconstroem-no - entendê-la - restabelecê-lo (B) Reconstroem-lhe - a entender - restabelecer-lhe (C) O reconstroem - entender-lhe - restabelecê-lo (D) Reconstroem-no - lhe entender - restabelecer-no (E) O reconstroem - entendê-la - restabelecer-lhe 10. (POLÍCIA MILITAR/SP – SOLDADO PM DE 2ª CLASSE – VUNESP/2013 - adaptada) Considere a passagem: O problema foi na hora em que meu cunhado tentou virar a chave. Nada. Nem um barulhinho sequer. A bateria entregava os pontos. Chamamos o guarda e comentamos que, se deixássemos o automóvel ali, dificilmente retornaríamos para resgatá-lo. A forma pronominal -lo, em destaque, refere-se a (A) automóvel. (B) cunhado. (C) barulhinho. (D) problema. (E) ali. 11. (COREN/SP – TELEFONISTA – VUNESP/2013 - ADAPTADA) Nos trechos a seguir, o pronome pessoal oblíquo substitui adequadamente o(s) termo(s) destacado(s) em: (A) Contrariando esses ideais…: Contrariando-nos… (B) … nem todos os casais buscavam a bênção…: buscavam-lhe… (C) … os noivos deveriam apresentar à autoridade…: apresentá-la… (D) … além de aguardar denúncias…: além de aguardar-lhes… (E) Para burlar essas normas…: Para burlá-las… 12. (PORTO DE SANTOS/SP – PROJETISTA – VUNESP/2011) Considere as frases: I. O mendigo não interessou-se pelo trabalho. II. Ele é o mesmo senhor que nos pediu dinheiro ontem. III. Me informaram que a idosa não era tão pobre. A colocação pronominal está de acordo com a norma culta apenas em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 13. (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP - AGENTE OPERACIONAL – VUNESP/2012) Leia as orações a seguir. I. Me diga se há amor nas ações humanas. II. Perdoei-lhe, mas não quero vê-la. III. Não procure-me amanhã. A colocação pronominal está de acordo com a norma-padrão apenas em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. 14. (GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – PROCON – ADVOGADO – CEPERJ/2012 ADAPTADA) Quanto à colocação pronominal, um fragmento que exemplifica um caso de próclise obrigatória, de acordo com a norma culta da língua, está em: (A) “Hoje, todos são estimulados a consumir de modo inconsequente.” (B) “todos voltam os olhares para a infância” 127
(C) “a publicidade não se dirige às crianças” (D) “esse mercado movimentou cerca de R$ 39 bilhões” (E) “Elas sentem-se mais atraídas por produtos e serviços” 15. (CREF/SP – AGENTE ADMINISTRATIVO – CETRO/2013) De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e em relação às regras de colocação pronominal, assinale a alternativa correta. (A) Não culpe-o por suas escolhas erradas. (B) Entregar-lhe-ei, pessoalmente, os documentos requisitados. (C) A pessoa que procurou-me não conhecia meu pai. (D) Tudo deixa-me feliz quando estou em paz. (E) Tornaria-se diretor da empresa. 16. (GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – PROCON – AGENTE ADMINISTRATIVO – CEPERJ/2012) A substituição da expressão grifada por um pronome pessoal está corretamente realizada em: (A) assina esta coluna – assina-lhe (B) formamos um grande grupo – formamo-nos (C) vamos tomar o poder – vamos tomá-lo (D) mudar o mundo – mudar-se (E) preparando a revolução – preparando-na 17. (MPE/RO – ANALISTA – AUDITORIA – FUNCAB/2012) De acordo com a norma culta da língua, assinale a opção correta quanto à colocação pronominal. (A) Esperemos, agora, que resolvam-se todos os problemas. (B) Ninguém preparou-se devidamente para aquela situação. (C) Perceber-se-ia uma nova atmosfera na sala de reuniões. (D) Nunca divulgou-se uma notícia como essa. (E) Não constituir-se-á advogado. 18. (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – PROCESSO DE SELEÇÃO PARA CURSO INTERNO – BIORIO CONCURSOS/2013 - adaptada) Ao declarar que “só deu para entrar e tirar ele”, a moradora cometeu um erro de língua portuguesa, já que a forma correta de “tirar ele” é: (A) tirá-lo; (B) tirar-lo; (C) tirar-lhe; (D) tirá-lhe; (E) tirar-o. RESPOSTAS 1. RESPOSTA: “E”. Fiz as correções: (A) que espalham-se = que se espalham (pronome relativo) (B) e ali instalaram-se = ali se instalaram (advérbio) (C) Há candidatos que usam as gangues: as procuram = procuram-nas (depois de pontuação) (D) Quase nunca vê-se = nunca se vê (advérbio) (E) Milicianos instalam-se... ;consolidam-no pela prática do terror 2. RESPOSTA: “C”. Fiz as correções à frente: (A) Não autorizam-nos = não nos autorizam (B) Nos falaram = falaram-nos (C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks. (D) Conformado, se rendeu = rendeu-se (E) Todos querem que combata-se = que se combata
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3. RESPOSTA: “B”. O verbo “recortar” pede objeto direto (recortar o quê?). Sabemos que “lhe” é para objeto indireto, então descartamos a alternativa “D”. O pronome “no” é usado quando o verbo termina em “m”: encontraram-no, amam-no. Então eliminamos mais uma, a “C”. O “lo” geralmente é empregado quando o verbo termina em sílaba tônica: amá-lo, aceitá-lo, incluí-lo. Chegamos, então, à resposta: recortandoo. 4. RESPOSTA: “D”. Não podemos utilizar “lhes”, que corresponde ao objeto indireto (verbo “cruzar” pede objeto direto: cruzar o quê?), portanto já desconsideramos as alternativas “B” e “D”. Ao iniciarmos um parágrafo (já que no enunciado temos uma oração assim) devemos usar ênclise: (cruzando-os); na segunda oração temos um pronome relativo (dá para substituirmos por “o qual”), o que nos obriga a usar a próclise (que a contorna); “adotam” exige objeto direto (adotam quem ou o quê?), chegando à resposta: adotam-nas (quando o verbo terminar em “m” e usarmos um pronome oblíquo direto, lembre-se do alfabeto: JKLM – N!). 5. RESPOSTA: “D”. A – está correta a próclise devido à presença do advérbio “quando” B – fazê-las = correto; C = tentá-la = correto; D = citá-los (objeto direto; lhes é para objeto indireto) E = tivera-o = correto 6. RESPOSTA: “C”. (A) Julio Cortázar tem um conto = Julio Cortázar tem-no (B) ele encontrou esta frase = ele encontrou-a (C) desarticular as palavras = desarticular-lhes = desarticulá-las (D) dava arroz à raposa = dava-lhe arroz (E) não só encantou o menino = não só o encantou 7. RESPOSTA: “C”. (A) Enviar-lhe-ei por Sedex os documentos solicitados. = correta (B) Quem se candidataria à prefeito nesse momento? = correta (C) O jogo que realiza-se = o jogo que se realiza (D) Viu-se obrigado a tomar uma atitude que não desejava. = correta (E) Realizar-se-á uma nova eleição. = correta 8. RESPOSTA: “D”. (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu = correta (B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os = correta (C) para fazer a dragagem = para fazê-la = correta (D) que desviava a água = que lhe desviava = que a desviava (E) supriam a necessidade = supriam-na = correta 9. RESPOSTA: “A”. O verbo “reconstruir” é transitivo direto. O objeto direto será “no”, sobrando-nos as alternativas A e D. “Entender” também requer objeto direto (em D, o “lhe” exerce a função de indireto). Então, temos: reconstroem-no / entendê-la / restabelecê-lo. 10. RESPOSTA: “A”. se deixássemos o automóvel ali, dificilmente retornaríamos para resgatá-lo. (= resgatar “ele”, o automóvel). 11. RESPOSTA: “E”. (A) Contrariando esses ideais…: Contrariando-os… (B) … nem todos os casais buscavam a bênção…: buscavam-na (lembre-se do alfabeto! J, K , L, M, N – para objetos diretos) (C) … os noivos deveriam apresentar à autoridade…: apresentar-lhe… (D) … além de aguardar denúncias…: além de aguardá-las… 129
(E) Para burlar essas normas…: Para burlá-las… 12. RESPOSTA: “B”. I. O mendigo não interessou-se = não se interessou (advérbio) II. Ele é o mesmo senhor que nos pediu dinheiro ontem. = (pronome) III. Me informaram que a idosa não era tão pobre. = Informaram-me (início de período) 13. RESPOSTA: “B”. I. Me diga se há amor nas ações humanas. = Diga-me (início de período) II. Perdoei-lhe, mas não quero vê-la. III. Não procure-me amanhã. = não me procure 14. RESPOSTA: “C”. A alternativa que apresenta uma obrigatoriedade do uso da próclise é a “C”, devido à presença do advérbio “não”. 15. RESPOSTA: “B”. (A) Não culpe-o = não o culpe (B) Entregar-lhe-ei, pessoalmente, os documentos requisitados. (C) A pessoa que procurou-me = que me procurou (D) Tudo deixa-me = tudo me deixa feliz (E) Tornaria-se = tornar-se-ia 16. RESPOSTA: “C”. (A) assina esta coluna – assina-lhe = assina-a (B) formamos um grande grupo – formamo-nos = formamo-lo (C) vamos tomar o poder – vamos tomá-lo (D) mudar o mundo – mudar-se = mudá-lo (E) preparando a revolução – preparando-na = preparando-a 17. RESPOSTA: “C”. (A) Esperemos, agora, que resolvam-se = que se resolvam (B) Ninguém preparou-se = ninguém se preparou (C) Perceber-se-ia uma nova atmosfera na sala de reuniões. = verbo no futuro do pretérito (D) Nunca divulgou-se = nunca se divulgou (E) Não constituir-se-á = não se constituirá (verbo no futuro do presente, mas como temos a presença de um advérbio (no caso, de negação), ele prevalece. 18. RESPOSTA: “A”. O verbo “tirar” pede objeto direto, por isso já descartamos o “lhe”. A construção pronominal com verbos oxítonos é “tirá-lo”.
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6 Reescritura de frases e parágrafos do texto. 6.1 Substituição de palavras ou de trechos de texto. 6.2 Retextualização de diferentes gêneros e níveis de formalidade Prof.ª Zenaide Branco
A Ordem dos Termos na Frase Observe a frase: A globalização está causando desemprego no Brasil e na América Latina. Ela é organizada de maneira clara para produzir sentido. Todavia, há diferentes maneiras de se organizar gramaticalmente tal frase, tudo depende da necessidade ou da vontade do redator em manter o sentido, ou mantê-lo, porém, acrescentado ênfase a algum dos seus termos. Significa dizer que, ao escrever, podemos fazer uma série de inversões e intercalações em nossas frases, conforme a nossa vontade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos transmitir uma ideia. Por exemplo, podemos expressar a mensagem da frase acima da seguinte maneira: No Brasil e na América Latina, a globalização está causando desemprego. Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma, apenas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase a alguns termos (No Brasil e na América Latina). Repare que, para obter a clareza, tivemos que fazer o uso de vírgulas. Dentre os sinais de pontuação, a vírgula é a mais usada e a que mais nos auxilia na organização de um período, pois facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula nos ajuda a não “embolar” o sentido quando produzimos frases complexas. Com isto, “entregamos” frases bem organizadas aos nossos leitores. O básico para a organização sintática das frases é a ordem direta dos termos da oração. Os gramáticos estruturam tal ordem da seguinte maneira:
SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO VERBAL+ CIRCUNSTÂNCIAS A globalização + está causando+ desemprego + no Brasil nos dias de hoje.
Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem contêm todos estes elementos, portanto cabem algumas observações: - As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.) normalmente são representadas por adjuntos adverbiais de tempo, lugar, etc. Note que, no mais das vezes, quando queremos recordar algo ou narrar uma história, existe a tendência a colocar os adjuntos nos começos das frases: “No Brasil e na América…‖ / ―Nos dias de hoje…‖ / ―Nas minhas férias…‖ / ―No Brasil…”, e, logo depois, os verbos e outros elementos: “Nas minhas férias fui…‖; ―No Brasil existe…‖
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Observações: - tais construções não estão erradas, mas rompem com a ordem direta; - é preciso notar que em Língua Portuguesa há muitas frases que não têm sujeito, somente predicado: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Friburgo. São quatro horas agora; - outras frases são construídas com verbos intransitivos, que não têm complemento: O menino morreu na Alemanha, (sujeito +verbo+ adjunto adverbial), A globalização nasceu no século XX. (idem) - há ainda frases nominais que não possuem verbos: Cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os termos existentes nelas.
Levando em consideração a ordem direta, podemos estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula: 1) Se os termos estão colocados na ordem direta não haverá a necessidade de vírgulas. A frase “A globalização está causando desemprego no Brasil e na América Latina” é um exemplo disto. Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração por três vezes ou mais, então é necessário usar vírgula, mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a regra básica nº1 para a colocação de tal pontuação. Veja: A globalização, a tecnologia e a ―ciranda financeira‖ causam desemprego… = (três núcleos do sujeito) A globalização causa desemprego no Brasil, na América Latina e na África. = (três adjuntos adverbiais) A globalização está causando desemprego, insatisfação e sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. = (três complementos verbais) 2) Em princípio, não devemos, na ordem direta, separar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu complemento, nem o complemento e as circunstâncias, ou seja, não devemos separar com vírgula os termos da oração. Veja exemplos de tal incorreção: O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego. Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é a regra básica nº2 para a colocação da vírgula. Ou seja: quando intercalamos expressões e frases (geralmente o aposto) entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos com vírgulas. Vejamos: A globalização, fenômeno econômico deste fim de século XX, causa desemprego no Brasil. Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o sujeito e o verbo. Outros exemplos: A globalização, que é um fenômeno econômico e cultural, está causando desemprego no Brasil e na América Latina. Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada. As orações adjetivas explicativas desempenham frequentemente um papel semelhante ao do aposto explicativo, por isto são também isoladas por vírgula. A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil… Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu complemento. A globalização causa desemprego, e isto é lamentável, no Brasil… Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não pertence ao assunto: tal oração é apenas um comentário à parte entre o complemento verbal e os adjuntos). 132
Observação: a simples negação em uma frase não exige vírgula: A globalização não causou desemprego no Brasil e na América Latina. 3) Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a, tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra nº3 da colocação da vírgula. No Brasil e na América Latina, a globalização está causando desemprego… No fim do século XX, a globalização causou desemprego no Brasil… Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente se dá com a colocação das circunstâncias antes do sujeito; é a ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramática, são representadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas vezes, elas são colocadas em orações chamadas adverbiais (subordinadas adverbiais), que têm uma função semelhante a dos adjuntos adverbiais, isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exemplos: Quando o século XX estava terminando, a globalização começou a causar desemprego. Enquanto os países portadores de alta tecnologia desenvolvem-se, a globalização causa desemprego nos países pobres. Durante o século XX, a Globalização causou desemprego no Brasil. Observações: - alguns gramáticos, Sacconi, por exemplo, consideram que as orações subordinadas adverbiais devem ser isoladas pela vírgula também quando colocadas após as suas orações principais, mas só quando a) a oração principal tiver uma extensão grande: A globalização causa…, enquanto os países; b) Se houver uma outra oração após a principal e antes da oração adverbial: A globalização causa desemprego no Brasil e as pessoas aqui estão morrendo de fome , enquanto nos países portadores de alta tecnologia… - quando os adjuntos adverbiais são mínimos, isto é, têm apenas uma ou duas palavras, não há necessidade do uso da vírgula: Hoje a globalização causa desemprego no Panamá. Ali a globalização também causou… A não ser que queiramos dar ênfase: Aqui, a globalização… - na língua escrita, normalmente, ao realizarmos a ordem inversa, damos ênfase aos termos que principiam as frases. Veja este exemplo de Rui Barbos destacado por Garcia: “A mim, na minha longa e aturada e continua prática do escrever, me tem sucedido inúmeras vezes, depois de considerar por muito tempo necessária e insuprível uma locução nova, encontrar vertida em expressões antigas mais clara, expressiva e elegante a mesma ideia.” Estas três regras básicas não solucionam todos os problemas de organização das frases, mas já dão um razoável suporte para que possamos começar a ordenar a expressão das nossas ideias. Em suma: o importante é não separar os termos básicos das orações, mas, se assim o fizermos, seja intercalando ou invertendo elementos, então devemos usar a vírgula. Fonte de pesquisa: https://www.facebook.com/MaterialDeApoioParaEstudante/posts/564884226939264
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- Quanto à equivalência e transformação de estruturas, outro exemplo muito comum cobrado em provas é o enunciado trazer uma frase no singular, por exemplo, e pedir que o aluno passe a frase para o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é o enunciado dar a frase em um tempo verbal, e pedir para que a passe para outro tempo verbal.
Paralelismo Em um texto, algumas palavras e expressões apresentam entre si relações de semelhança, que podem se dar sintaticamente (quando as construções das orações ou das frases são semelhantes) ou semanticamente (quando há correspondência de sentido). Tais relações são chamadas de paralelismos. Veja um exemplo de paralelismo no poema abaixo: TENHO VISTO O MARCENEIRO Tenho visto o marceneiro Da madeira aproveitar-se. Tenho visto o marceneiro Comparar diversas pranchas. Tenho visto o marceneiro A mais bela acarinhar. Tenho visto o marceneiro Avançar a sua plaina. Tenho visto o marceneiro Conseguir a forma justa. Tu cantavas, marceneiro, Os armários encaixando. Eu guardo com tua imagem O perfume da madeira. Eu, que as palavras combino, Faço um pouco a mesma coisa. (Tradução: Cláudio Veiga) No poema, há paralelismo sintático na repetição integral do 1º verso da 1ª estrofe nas estrofes 2, 3, 4, 5, 6 e 7. O paralelismo semântico está na correspondência entre o ofício do marceneiro e do poeta. Além destes paralelismos, é possível observar outros, referentes ao ritmo, à métrica e ao número de versos de cada estrofe. O paralelismo é um recurso de coesão textual, ou seja, promove a conexão das ideias, através de repetições planejadas, trazendo unidade a um texto. Veja o exemplo a seguir:
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDAR A DATA DO ENEM] E [MELHORIAS NO SISTEMA.] Há um desequilíbrio gramatical na frase acima. Para respeitarmos o paralelismo, poderíamos reescrevê-la das seguintes maneiras: 1. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDAR A DATA DO ENEM] E [MELHORAR O SISTEMA.] = utilização de verbos ou 2. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDANÇAS NA DATA DO ENEM] E [MELHORIAS NO SISTEMA.] = utilização de substantivos Veja que, na primeira reescrita, mantivemos verbos no infinitivo iniciando as orações – “mudar” e “melhorar”. Já na segunda, mantivemos bases nominais – substantivos – “mudanças” e “melhorias”. Desta forma, estabelecemos o paralelismo nas frases. “Mas como achar o tal do paralelismo?”. Uma dica boa é encontrar os conectivos na frase. Eles são importantes marcadores textuais, ajudando-nos a identificar as estruturas que devem permanecer em relação de equivalência. Exemplo: Queremos amor E ter paz. O verbo “querer‖ possui duas ideias que o complementam: “amor” E “ter paz”. O conectivo “e” marca o paralelismo. As estruturas por ele ligadas estão iguais gramaticalmente? Não. Uma é um substantivo e a outra uma oração. Para equilibrá-las, podemos reescrever, por exemplo, das seguintes formas: Queremos [amor] e [paz]. ou Queremos [ter amor] e [ter paz]. ou Queremos ter [amor] e [paz]. Observe os períodos a seguir: a) Trata-se de um ponto de vista importante e que merece respeito. b) Pensei estar, um dia, como aquele funcionário e que também conseguirei uma promoção. c) Lamentei não ter feito nada pelo rapaz e que ele saísse tão humilhado. d) Vi-o entristecer e que queria ajuda. Reescrevendo-os, utilizando o paralelismo, teremos: a) Trata-se de um ponto de vista importante e respeitável. b) Pensei estar, um dia, como aquele funcionário e também conseguir uma promoção. c) Lamentei que não tivesse feito nada pelo rapaz e que ele saísse tão humilhado. d) Vi-o entristecer e querer ajuda. Paralelismo Sintático (ou gramatical) É aquele em que se nota uma correlação sintática numa estrutura frasal a partir de termos ou orações semelhantes morfossintaticamente. Veja os exemplos a seguir: Exemplo 1: O condenado não só [roubou], mas também [é sequestrador]. Corrigindo, temos: Ele não só roubou, mas também sequestrou. Os termos “não só... mas também” estabelecem entre as orações coordenadas uma relação de equivalência sintática. Dessa forma, é preciso que as orações apresentem a mesma estrutura gramatical. Exemplo 2: O cidadão precisa [de educação], [respeito] e [solidariedade]. Corrigindo: O cidadão precisa [de educação], [de respeito] e [de solidariedade]. * os três complementos verbais devem vir preposicionados - encadeamento de funções sintáticas 135
Exemplo 3: [Gosto] e [compro] livros. Neste caso, temos um problema na construção. O verbo “gostar” é transitivo indireto, enquanto o verbo “comprar” é transitivo direto. A frase mostra-se incompleta sintaticamente, uma vez que só há um complemento verbal (“livros”). Corrigindo, temos: Gosto [de livros] e [os] compro. OI OD Exemplo 4: Quero [sua ajuda] e [que você venha]. Neste exemplo, o paralelismo foi quebrado, uma vez que os complementos do verbo “querer” têm “pesos sintáticos” diferentes: “sua ajuda” é um objeto direto “simples” e “que você venha” é um objeto direto oracional. Repare que os objetos estão ligados pelo conectivo “e”, devendo, portanto, haver uma equivalência entre eles. Corrigindo, temos: Quero [sua ajuda] e [sua vinda]. ou Quero [que você me ajude] e [que você venha]. Paralelismo Semântico É aquele em que se observa uma correlação de sentido entre as estruturas. Observe: ―Trocava [de namorada] como trocava [de blusa]‖. ―Marcela amou-me durante [quinze meses] e [onze contos de réis]‖ (Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas) Observe que, apesar de haver paralelismo gramatical ou sintático nas frases, não há uma correlação semântica. No primeiro caso, trocar “de namorada” não equivale a trocar “de blusa”; no segundo, amar “durante quinze meses” (tempo) não corresponde a amar “durante onze contos de réis”. São relações de sentido diferentes. Assim, podemos dizer que houve uma “quebra” do paralelismo semântico, pois é feita uma aproximação entre elementos de “carga significativa” diferente. Entretanto, tais construções foram intencionais e não devem ser vistas como uma falha de construção. Na maioria das vezes, este tipo de construção é proposital para trazer a um trecho determinado efeito de sentido a partir da ironia ou do humor, como nos exemplos acima. Paralelismo Rítmico O paralelismo rítmico é um recurso estilístico de grande efeito, do qual alguns autores se servem com o propósito de dar maior expressividade ao pensamento. Veja os exemplos a seguir, retirados do livro “Comunicação em prosa moderna”, de Othon Garcia: ―Se os olhos veem com amor, o corvo é branco; se com ódio, o cisne é negro; se com amor, o demônio é formoso; se com ódio, o anjo é feio; se com amor, o pigmeu é gigante‖. (“Sermão da quinta quarta-feira”, apud M. Gonçalves Viana, Sermões e lugares seletos, p. 214) ―Nenhum doutor as observou com maior escrúpulo, nem as esquadrinhou com maior estudo, nem as entendeu com maior propriedade, nem as proferiu com mais verdade, nem as explicou com maior clareza, nem as recapacitou com mais facilidade, nem as propugnou com maior valentia, nem as pregou e semeou com maior abundância‖. (M.Bernardes) Repare as repetições intencionais, enfáticas, presentes nas construções acima, caracterizando um paralelismo rítmico. Fontes de pesquisa: http://soumaisenem.com.br/portugues/coesao-e-coerencia/paralelismo-parte-01
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Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010.
Níveis de linguagem A língua é um código de que se serve o homem para elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basicamente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas funcionais: 1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta ou língua-padrão, que compreende a língua literária, tem por base a norma culta, forma linguística utilizada pelo segmento mais culto e influente de uma sociedade. Constitui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de comunicação de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem aliados da escola, prestando serviço à sociedade, colaborando na educação; 2) a língua funcional de modalidade popular, língua popular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais diversas, tem o seu limite na gíria e no calão. É mais espontânea e criativa, afigurando-se como mais dinâmica. Norma culta A norma culta, forma linguística que todo povo civilizado possui, é a que assegura a unidade da língua nacional. É justamente em nome desta unidade, tão importante do ponto de vista político-cultural, que é ensinada nas escolas e difundida nas gramáticas. Estou preocupado. (norma culta) Tô preocupado. (língua popular) Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua; é preciso conhecer a língua popular, captando-lhe a espontaneidade, expressividade e enorme criatividade (para viver); é preciso, também, conhecer a língua culta (para conviver). Assim, podemos definir gramática: é o estudo das normas da língua culta. O conceito de erro em língua Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos casos de ortografia. O que normalmente se comete são transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele falar‖, não comete propriamente erro; na verdade, transgride a norma culta. Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala, transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa praia, vestido de fraque e cartola. Releva considerar, assim, o momento do discurso, que pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre amigos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas perfeitamente normais construções do tipo: Eu não vi ela hoje. Ninguém deixou ele falar. Deixe eu ver isso! Eu te amo, sim, mas não abuse! Não assisti o filme nem vou assisti-lo. Neste momento, a informalidade prevalece sobre a norma culta, deixando mais livres os interlocutores. O momento neutro é o do uso da língua padrão, que é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se alteram: Eu não a vi hoje. Ninguém o deixou falar. Deixe-me ver isso! Eu te amo, sim, mas não abuses! Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
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Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista, etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgressões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas, quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço à causa do ensino. O momento solene, acessível a poucos, é o da arte poética, caracterizado por construções de rara beleza. Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume. Como tal, qualquer transgressão - ou chamado “erro” - deixa de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o comete, passando, assim, a constituir fato linguístico (registro de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda que não tenha amparo gramatical). Exemplos: Olha eu aqui! (Substituiu o: Olha-me aqui!) Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.) Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de sair daqui bem depressa.) O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no seu posto.) Em vista do exposto, deveriam ser eliminadas do vocabulário escolar palavras como corrigir e correto, quando nos referimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases da língua popular para a língua culta‖. Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada conforme as normas gramaticais; em suma, conforme a norma culta. Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem A língua escrita, estática, mais elaborada e menos econômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação (melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural, estando, por isso mesmo, mais sujeita a transformações e a evoluções. Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em importância. Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar a língua falada com base na língua escrita, considerada superior. Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mostrando as características e as vantagens de uma e outra, sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade ou inferioridade, que em verdade inexiste. Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na língua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de dialetos, consequência natural do enorme distanciamento entre uma modalidade e outra. A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-elaborada que a língua falada, porque é a modalidade que mantém a unidade linguística de um povo, além de ser a que faz o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Nenhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, processam-se lentamente e em número consideravelmente menor, quando cotejada com a modalidade falada. Importante é perceber que o nível da linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo com a situação em que se desenvolve o discurso. O ambiente sociocultural determina o nível da linguagem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia e até a entoação variam segundo este nível. Um padre não fala com uma criança como se estivesse em uma missa, assim como uma criança não fala como um adulto. Um engenheiro não usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível de fala, para colegas e para pedreiros, assim como nenhum professor utiliza o mesmo nível de fala no recesso do lar e na sala de aula. Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre estes, destacam-se em importância o culto e o cotidiano. FALA - não planejada - fragmentária - incompleta - pouco elaborada - predominância de frases curtas, simples ou coordenadas - pouco uso de passivas
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ESCRITA - planejada - não fragmentária - completa - elaborada - predominância de frases complexas, com subordinação abundante - emprego frequente de passiva Fontes de pesquisa: http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/niveis-de-linguagem SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010.
7 Correspondência oficial (conforme manual da presidência da república e respectivas atualizações). 7.1 Adequação da linguagem ao tipo de documento. 7.2 Adequação do formato do texto ao gênero Prof.ª Zenaide Branco
Pronomes de tratamento na redação oficial A redação oficial é a maneira utilizada pelo poder público para redigir atos normativos. Para redigilos, muitas regras fazem-se necessárias. Entre elas, escrever de forma clara, concisa, sem muito comprometimento, bem como um uso adequado das formas de tratamento. Tais regras, acompanhadas de uma boa redação, com um bom uso da linguagem, asseguram que os atos normativos sejam bem executados. No Poder Público, nós nos deparamos com situações em que precisamos escrever – ou falar – com pessoas com as quais não temos familiaridade. Nestes casos, os pronomes de tratamento assumem uma condição e precisam estar adequados à categoria hierárquica da pessoa a quem nos dirigimos. E mais, exige-se, em discurso falado ou escrito, uma homogeneidade na forma de tratamento, não só nos pronomes como também nos verbos .No entanto, as formas de tratamento não são do conhecimento de todos. Abaixo, seguem as discriminações de usos dos pronomes de tratamento, com base no Manual da Presidência da República. São de uso consagrado: Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: a) do Poder Executivo Presidente da República, Vice-Presidente da República, Ministro de Estado, Secretário-Geral da Presidência da República, Consultor-Geral da República, Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República, Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Secretários da Presidência da República, Procurador – Geral da República, Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal, Chefes de Estado – Maior das Três Armas, Oficiais Generais das Forças Armadas, Embaixadores, Secretário Executivo e Secretário Nacional de Ministérios, Secretários de Estado dos Governos Estaduais, Prefeitos Municipais.
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b) do Poder Legislativo: Presidente, Vice–Presidente e Membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Presidente e Membros do Tribunal de Contas da União, Presidente e Membros dos Tribunais de Contas Estaduais, Presidente e Membros das Assembleias Legislativas Estaduais, Presidente das Câmaras Municipais. c) do Poder Judiciário: Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal, Presidente e Membros do Superior Tribunal de Justiça, Presidente e Membros do Superior Tribunal Militar, Presidente e Membros do Tribunal Superior Eleitoral, Presidente e Membros do Tribunal Superior do Trabalho, Presidente e Membros dos Tribunais de Justiça, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Federais, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais do Trabalho, Juízes e Desembargadores, Auditores da Justiça Militar. O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes do Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República; Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional; Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. E mais: As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador, Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador. O Manual ainda preceitua que a forma de tratamento ―Digníssimo‖ fica abolida para as autoridades descritas acima, afinal, a dignidade é condição primordial para que tais cargos públicos sejam ocupados. Fica ainda dito que doutor não é forma de tratamento, mas titulação acadêmica de quem defende tese de doutorado. Portanto, é aconselhável que não se use discriminadamente tal termo.
As Comunicações Oficiais 1. Aspectos Gerais da Redação Oficial O que é Redação Oficial Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)‖. Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda administração pública, claro que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. Fica claro também que as comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois há sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público). A redação oficial não é necessariamente árida e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência particular, etc. Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada uma delas.
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A Impessoalidade A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a) alguém que comunique; b) algo a ser comunicado; c) alguém que receba essa comunicação. No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União. Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padronização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes setores da Administração guardem entre si certa uniformidade; b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal; c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo temático das comunicações oficiais restringe-se a questões que dizem respeito ao interesse público, é natural que não caiba qualquer tom particular ou pessoal. Desta forma, não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade que a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impessoalidade. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e objetividade. As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dúvida de que um texto marcado por expressões de circulação restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão dificultada. Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transformações, tem maior vocação para a permanência e vale-se apenas de si mesma para comunicar. Os textos oficiais, devido ao seu caráter impessoal e sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é aquele em que se observam as regras da gramática formal e se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos. Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios da língua literária. Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso
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não implica, necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam, evitando o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio à determinada área, são de difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos. Formalidade e Padronização As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível; mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação. A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é una, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão exige que se atente para todas as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padronização. Concisão e Clareza A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir o máximo de informações com um mínimo de palavras. Para que se redija com essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias de ideias. O esforço de sermos concisos atende, basicamente, ao princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve, de forma alguma, entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já foi dito. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto, a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais características da redação oficial. Para ela concorrem: - a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto; - o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão; - a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível uniformidade dos textos; - a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos que nada lhe acrescentam. É pela correta observação dessas características que se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém, principalmente, da falta da releitura que torna possível sua correção. A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão. ―Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados‖, diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir. Pronomes de Tratamento Concordância com os Pronomes de Tratamento Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira
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pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo sintático: ―Vossa Senhoria nomeará o substituto‖; ―Vossa Excelência conhece o assunto‖. Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: ―Vossa Senhoria nomeará seu substituto‖ (e não “Vossa... vosso...”). Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é ―Vossa Excelência está atarefado‖, ―Vossa Senhoria deve estar satisfeito‖; se for mulher, ―Vossa Excelência está atarefada‖, ―Vossa Senhoria deve estar satisfeita‖. No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma: A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Ministro de Estado da Justiça 70.064-900 – Brasília. DF A Sua Excelência o Senhor Senador Fulano de Tal Senado Federal 70.165-900 – Brasília. DF Senhor Ministro, Submeto a Vossa Excelência projeto (...) Fechos para Comunicações O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Portaria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial: a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República: Respeitosamente, b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior: Atenciosamente, Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores. Identificação do Signatário Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte: (espaço para assinatura) Nome Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República (espaço para assinatura) Nome Ministro de Estado da Justiça Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho. Forma de diagramação Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à seguinte forma de apresentação:
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- deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; - para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; - é obrigatório constar a partir da segunda página o número da página; - os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem espelho”); - o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3,0 cm de largura; - o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda; - o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; - deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em branco; - não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do documento; - a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações; - todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm; - deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos de texto; - dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos; - para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do documento + palavras-chaves do conteúdo Ex.: ―Of. 123 - relatório produtividade ano 2002‖ Aviso e Ofício Definição e Finalidade Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício, também com particulares. Forma e Estrutura Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário, seguido de vírgula. Exemplos: Excelentíssimo Senhor Presidente da República Senhora Ministra Senhor Chefe de Gabinete Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes informações do remetente: – nome do órgão ou setor; – endereço postal; – telefone e e-mail.
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Observação: Estas informações estão ausentes no memorando, pois se trata de comunicação interna - destinatário e remetente possuem o mesmo endereço. Se o Aviso é de um Ministério para outro Ministério, também não precisa especificar o endereço. O Ofício é enviado para outras instituições, logo, são necessárias as informações do remetente e o endereço do destinatário para que o ofício possa ser entregue e o remetente possa receber resposta. Memorando Definição e Finalidade O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por determinado setor do serviço público. Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação. Este procedimento permite formar uma espécie de processo simplificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no memorando. Forma e Estrutura Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Ex: Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos Exposição de Motivos Definição e Finalidade - Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente para: a) informá-lo de determinado assunto; b) propor alguma medida; ou c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo. Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial. Forma e Estrutura - Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do padrão ofício. A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou submeta projeto de ato normativo. No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República, sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício. Mensagem Definição e Finalidade - É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da Administração Pública, expor o plano de governo por ocasião da abertura de 145
sessão legislativa, submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas, apresentar veto, enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de interesse dos poderes públicos e da Nação. Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação final. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades: - encaminhamento de projeto de lei ordinária, complementar ou financeira; - encaminhamento de medida provisória; - indicação de autoridades; - pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presidente da República ausentarem-se do País por mais de 15 dias; - encaminhamento de atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e TV; - encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior; - mensagem de abertura da sessão legislativa; - comunicação de sanção (com restituição de autógrafos); - comunicação de veto; - outras mensagens. Forma e Estrutura - As mensagens contêm: a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizontalmente, no início da margem esquerda; b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda (Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal); c) o texto, iniciando a 2,0 cm do vocativo; d) o local e a data, verticalmente a 2,0 cm do final do texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita. A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu signatário. Telegrama Definição e Finalidade - Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização. Em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação deve pautar-se pela concisão. Forma e Estrutura - Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio na Internet. Fax Definição e Finalidade - O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é uma forma de comunicação que está sendo menos usada devido ao desenvolvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há premência, quando não há condições de envio do documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele segue posteriormente pela via e na forma de praxe. Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, deteriora-se rapidamente. Forma e Estrutura - Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes. É conveniente o envio, juntamente com o documento principal, de folha de rosto e de pequeno formulário com os dados de identificação da mensagem a ser enviada, conforme exemplo a seguir: [Órgão Expedidor] [setor do órgão expedidor] 146
[endereço do órgão expedidor] Destinatário:____________________________________ No do fax de destino:_______________ Data:___/___/___ Remetente: ____________________________________ Tel. p/ contato:____________ Fax/correio eletrônico:____ No de páginas: ________No do documento:____________ Observações:___________________________________ Correio Eletrônico Definição e finalidade - O correio eletrônico (―e-mail‖), por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal forma de comunicação para transmissão de documentos. Forma e Estrutura - Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial. O campo “assunto” do formulário de correio eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a organização documental tanto do destinatário quanto do remetente. Para os arquivos anexados à mensagem, deve ser utilizado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo. Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar na mensagem o pedido de confirmação de recebimento. Valor documental - Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor documental, e para que possa ser aceito como documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei. Elementos de Ortografia e Gramática Problemas de Construção de Frases A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas, principalmente, pela construção adequada da frase, ―a menor unidade autônoma da comunicação‖, na definição de Celso Pedro Luft. A função essencial da frase é desempenhada pelo predicado, que, para Adriano da Gama Kury, pode ser entendido como ―a enunciação pura de um fato qualquer‖. Sempre que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe o nome de período, que terá tantas orações quantos forem os verbos não auxiliares que o constituem. Outra função relevante é a do sujeito – mas não indispensável, pois há orações sem sujeito, ditas impessoais –, de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre um substantivo. Sempre que o verbo o exigir, teremos nas orações substantivos (nomes ou pronomes) que desempenham a função de complementos (objetos direto e indireto, predicativo e complemento adverbial). Função acessória desempenham os adjuntos adverbiais, que vêm geralmente ao final da oração, mas que podem ser ou intercalados aos elementos que desempenham as outras funções, ou deslocados para o início da oração. Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos elementos que compõem uma oração (Observação: os parênteses indicam os elementos que podem não ocorrer): (sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adverbial). Podem ser identificados seis padrões básicos para as orações pessoais (isto é, com sujeito) na língua portuguesa (a função que vem entre parênteses é facultativa e pode ocorrer em ordem diversa): 1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial) O Presidente - regressou - (ontem). 2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (adjunto adverbial) O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na manhã de terça-feira).
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3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto - (adjunto adverbial). O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os setores). 4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. direto - obj. indireto - (adj. Adv.) Os desempregados - entregaram - suas reivindicações - ao Deputado - (no Congresso). 5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento adverbial - (adjunto adverbial) A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Buenos Aires - (na próxima semana). O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira) 6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto adverbial) O problema - será - resolvido - prontamente. Estes seriam os padrões básicos para as orações, ou seja, as frases que possuem apenas um verbo conjugado. Na construção de períodos, as várias funções podem ocorrer em ordem inversa à mencionada, misturando-se e confundindo-se. Não interessa aqui análise exaustiva de todos os padrões existentes na língua portuguesa. O que importa é fixar a ordem normal dos elementos nesses seis padrões básicos. Acrescente-se que períodos mais complexos, compostos por duas ou mais orações, em geral podem ser reduzidos aos padrões básicos (de que derivam). Os problemas mais frequentemente encontrados na construção de frases dizem respeito à má pontuação, à ambiguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos paralelismos, erros de comparação, etc. Decorrem, em geral, do desconhecimento da ordem das palavras na frase. Indicamse, a seguir, alguns desses defeitos mais comuns e recorrentes na construção de frases, registrados em documentos oficiais. Sujeito Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que executa a ação enunciada na oração. Ele pode ter complemento, mas não ser complemento. Devem ser evitadas, portanto, construções como: Errado: É tempo do Congresso votar a emenda. Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda. Errado: Apesar das relações entre os países estarem cortadas, (...). Certo: Apesar de as relações entre os países estarem cortadas, (...). Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim. Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim. Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...). Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...). Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...). Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...). Frases Fragmentadas A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma oração subordinada ou uma simples locução como se fosse uma frase completa”. Decorre da pontuação errada de uma frase simples. Embora seja usada como recurso estilístico na literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão. Ex.: Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional. Depois de ser longamente debatido. Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional, depois de ser longamente debatido. Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional.
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Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente submetido ao Presidente da República, que o aprovou. Consultadas as áreas envolvidas na elaboração do texto legal. Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente submetido ao Presidente da República, que o aprovou, consultadas as áreas envolvidas na elaboração do texto legal. Erros de Paralelismo Uma das convenções estabelecidas na linguagem escrita “consiste em apresentar ideias similares numa forma gramatical idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos. Vejamos alguns exemplos: Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios economizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas. Na frase temos, nas duas orações subordinadas que completam o sentido da principal, duas estruturas diferentes para ideias equivalentes: a primeira oração (economizar energia) é reduzida de infinitivo, enquanto a segunda (que elaborassem planos de redução de despesas) é uma oração desenvolvida introduzida pela conjunção integrante que. Há mais de uma possibilidade de escrevê-la com clareza e correção; uma seria a de apresentar as duas orações subordinadas como desenvolvidas, introduzidas pela conjunção integrante que: Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios que economizassem energia e (que) elaborassem planos para redução de despesas. Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas como reduzidas de infinitivo: Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios economizar energia e elaborar planos para redução de despesas. Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na coordenação de orações subordinadas. Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita culta: Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não ser inseguro, inteligência e ter ambição. O problema aqui decorre de coordenar palavras (substantivos) com orações (reduzidas de infinitivo). Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou por transformá-la em frase simples, substituindo as orações reduzidas por substantivos: Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segurança, inteligência e ambição. Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso paralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente) a ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, de forma paralela, estruturas sintáticas distintas: Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa. Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades (Paris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibilidade de correção é transformá-la em duas frases simples, com o cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar): Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta última capital, encontrou-se com o Papa. Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado pelo uso inadequado da expressão “e que” num período que não contém nenhum ―que‖ anterior. Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que tem sólida formação acadêmica. Para corrigir a frase, suprimimos o pronome relativo: Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida formação acadêmica. Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”: Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas precipitadas, e que comprometam o andamento de todo o programa. Da mesma forma com que corrigimos o exemplo anterior, aqui podemos suprimir a conjunção:
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Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas precipitadas, que comprometam o andamento de todo o programa. Erros de Comparação A omissão de certos termos ao fazermos uma comparação, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na língua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre é possível identificar, pelo contexto, qual o termo omitido. A ausência indevida de um termo pode impossibilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma frase: Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um médico. A omissão de termos provocou uma comparação indevida: “o salário de um professor” com “um médico”. Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o salário de um médico. Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de um médico. Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria. Novamente, a não repetição dos termos comparados confunde. Alternativas para correção: Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Portaria. Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria. Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do que os Ministérios do Governo. No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou “demais”) acarretou imprecisão: Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do que os outros Ministérios do Governo. Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do que os demais Ministérios do Governo. Ambiguidade Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que possam gerar equívocos de compreensão. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de identificar a qual palavra se refere um pronome que possui mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode ocorrer com: - pronomes pessoais: Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que ele seria exonerado. Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu secretariado. Ou então, caso o entendimento seja outro: Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exoneração deste. - pronomes possessivos e pronomes oblíquos: Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da República, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Estado, mas isso não o surpreendeu. Observe a multiplicidade de ambiguidade no exemplo acima, a qual torna incompreensível o sentido da frase. Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente da República. - pronome relativo: Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu costumava trabalhar. Não fica claro se o pronome relativo da segunda oração faz referência “à mesa” ou “a gabinete”. Esta ambiguidade se deve ao pronome relativo “que”, sem marca de gênero. A solução é recorrer às formas o qual, a qual, os quais, as quais, que marcam gênero e número. Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costumava trabalhar. Se o entendimento é outro, então: Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costumava trabalhar. Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, que decorre da dúvida sobre a que se refere a oração reduzida: 150
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o funcionário. Para evitar o tipo de ambiguidade do exemplo acima, deve-se deixar claro qual o sujeito da oração reduzida. Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este indisciplinado. Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora chamou o médico. Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi chamado por uma senhora. Fontes de pesquisa: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_oficial_publicacoes_ver.php?id=2 http://portuguesxconcursos.blogspot.com.br/p/redacao-oficial-para-concursos.html
Questões 1. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE – TÉCNICO EM MICROINFORMÁTICA CESPE/2012) O correio eletrônico é uma forma de comunicação célere, na qual deve ser utilizada linguagem compatível com a comunicação oficial, embora não seja definida uma forma rígida para sua estrutura. ( ) Certo ( ) Errado 2. (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE ALAGOAS – AGENTE DE POLÍCIA – CESPE/2012) O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas ao chefe do Poder Executivo da República Federativa do Brasil é Excelentíssimo Senhor. ( ) Certo ( ) Errado 3. (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS – TÉCNICO FORENSE - CESPE/2013) A concisão, uma das qualidades essenciais ao texto oficial, para a qual concorrem o domínio do assunto tratado e a revisão textual, consiste em se transmitir, no texto escrito, o máximo de informações empregando-se um mínimo de palavras. ( ) Certo ( ) Errado 4. (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS – TÉCNICO FORENSE - CESPE/2013) Na parte superior do ofício, do aviso e do memorando, antes do assunto, devem constar o nome e o endereço da autoridade a quem é direcionada a comunicação. ( ) Certo ( ) Errado 5. (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar satisfeita com os resultados das negociações”, o adjetivo estará corretamente empregado se dirigido a ministro de Estado do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve concordar com a locução pronominal de tratamento “Vossa Excelência”. ( ) Certo ( ) Errado 6. (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CIVIL - FUMARC/2013) Sobre a Redação Oficial, NÃO é correto afirmar que (A) exige emprego do padrão formal de linguagem. (B) deve permitir uma única interpretação e ser estritamente impessoal. (C) sua finalidade básica é comunicar com impessoalidade e máxima clareza. (D) dispensa a formalidade de tratamento, uma vez que o comunicador e o receptor são o Serviço Público. 7. (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CIVIL - FUMARC/2013 - adaptada) “Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em decorrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos que não possam ser dispensados.” (Manual de Redação Oficial da Presidência da República. p. 14).
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Sobre a Redação Oficial, pode-se concluir que (A) a concisão de um texto está relacionada ao grau de especificação dos termos. (B) a padronização de termos e conceitos viabiliza a uniformidade dos documentos. (C) a revisão possibilita a substituição de termos, muitas vezes, desconhecidos pelo leitor. (D) claro é o texto que exige releituras mais aprofundadas. 8. (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE/2013) O expediente adequado para a comunicação entre ministros de Estado é a mensagem. ( ) Certo ( ) Errado 9. (ANP – CONHECIMENTO BÁSICO PARA TODOS OS CARGOS – CESPE/2013) Na redação de uma ata, devem-se relatar exaustivamente, com o máximo de detalhamento possível, incluindo-se os aspectos subjetivos, as discussões, as propostas, as resoluções e as deliberações ocorridas em reuniões e eventos que exigem registro. ( ) Certo ( ) Errado 10. (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) Segundo o Manual de Redação da Presidência da República, NÃO se deve usar Vossa Excelência para (A) embaixadores. (B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais. (C) prefeitos municipais. (D) presidentes das Câmaras de Vereadores. (E) vereadores. RESPOSTAS 1. RESPOSTA: “CERTO”. O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal forma de comunicação para transmissão de documentos. Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais). (Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm) 2. RESPOSTA: “CERTO”. (...) O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República (...) (Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm) 3. RESPOSTA: “CERTO”. É a qualidade esperada de um bom texto, assim ele não se torna prolixo: “fala, fala, mas não diz nada!”. 4. RESPOSTA: “ERRADO”. O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes partes: a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede: b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita: c) assunto: resumo do teor do documento d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o endereço. e) texto; f) fecho; g) assinatura do autor da comunicação; e h) identificação do signatário (Fonte:http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:omaLJnt2UtQJ:www.planalto.gov.br/ ccivil_03/manual/Manual_Rich_RedPR2aEd.rtf+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br) 152
5. RESPOSTA: “ERRADO”. Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo feminino (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O pronome de tratamento é apenas a maneira como tratar a autoridade, não regendo as demais concordâncias. 6. RESPOSTA: “D”. As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem a certas regras de forma: além das (...) exigências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível (...); mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação. (Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm_) 7. RESPOSTA: “C”. Através da leitura do excerto e das próprias alternativas, chegamos à conclusão de que um texto, principalmente oficial, deve priorizar a revisão. 8. RESPOSTA: “ERRADO”. Mensagem – é o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de interesse dos poderes públicos e da Nação. Aviso e Ofício - são modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício, também com particulares. (Fonte: http://www.fontedosaber.com/portugues/redacao-oficial-dicas-e-macetes.html) 9. RESPOSTA: “ERRADO”. Ata é um documento administrativo que tem a finalidade de registrar de modo sucinto a sequência de eventos de uma reunião ou assembleia de pessoas com um fim específico. É característica da Ata apresentar um resumo, cronologicamente disposto, de modo infalível, de todo o desenrolar da reunião. (Fonte: https://www.10emtudo.com.br/aula/ensino/a_redacao_oficial_ata/) 10. RESPOSTA: “E”. (...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria (abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o seu presidente, de acordo com o Manual de Redação da Presidência da República (1991). (Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece-detail.php?id=393)
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8. Produção de texto Prof.ª Zenaide Branco
Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a capacidade que temos de pensar. Por meio do pensamento, elaboramos todas as informações que recebemos e orientamos as ações que interferem na realidade e organização de nossos escritos. O que lemos é produto de um pensamento transformado em texto. Logo, como cada um de nós tem seu modo de pensar, quando escrevemos sempre procuramos uma maneira organizada do leitor compreender as nossas ideias. A finalidade da escrita é direcionar totalmente o que você quer dizer, por meio da comunicação. Para isso, os elementos que compõem o texto se subdividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. Todos eles devem ser organizados de maneira equilibrada. Introdução Caracterizada pela entrada no assunto e a argumentação inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa etapa. Essa apresentação deve ser direta, sem rodeios. O seu tamanho raramente excede a 1/5 de todo o texto. Porém, em textos mais curtos, essa proporção não é equivalente. Neles, a introdução pode ser o próprio título. Já nos textos mais longos, em que o assunto é exposto em várias páginas, ela pode ter o tamanho de um capítulo ou de uma parte precedida por subtítulo. Nessa situação, pode ter vários parágrafos. Em redações mais comuns, que em média têm de 25 a 80 linhas, a introdução será o primeiro parágrafo. Desenvolvimento A maior parte do texto está inserida no desenvolvimento, que é responsável por estabelecer uma ligação entre a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são elaboradas as ideias, os dados e os argumentos que sustentam e dão base às explicações e posições do autor. É caracterizado por uma “ponte” formada pela organização das ideias em uma sequência que permite formar uma relação equilibrada entre os dois lados. O autor do texto revela sua capacidade de discutir um determinado tema no desenvolvimento, e é através desse que o autor mostra sua capacidade de defender seus pontos de vista, além de dirigir a atenção do leitor para a conclusão. As conclusões são fundamentadas a partir daqui. Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o escritor já deve ter uma ideia clara de como será a conclusão. Daí a importância em planejar o texto. Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido em capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Apresentar-se-á no formato de parágrafos medianos e curtos. Os principais erros cometidos no desenvolvimento são o desvio e a desconexão da argumentação. O primeiro está relacionado ao autor tomar um argumento secundário que se distancia da discussão inicial, ou quando se concentra em apenas um aspecto do tema e esquece o seu todo. O segundo caso acontece quando quem redige tem muitas ideias ou informações sobre o que está sendo discutido, não conseguindo estruturá-las. Surge também a dificuldade de organizar seus pensamentos e definir uma linha lógica de raciocínio.
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Conclusão Considerada como a parte mais importante do texto, é o ponto de chegada de todas as argumentações elaboradas. As ideias e os dados utilizados convergem para essa parte, em que a exposição ou discussão se fecha. Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma brecha para uma possível continuidade do assunto; ou seja, possui atributos de síntese. A discussão não deve ser encerrada com argumentos repetitivos, como por exemplo: “Portanto, como já dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em conclusão...”. Sua proporção em relação à totalidade do texto deve ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das características de textos bem redigidos. Os seguintes erros aparecem quando as conclusões ficam muito longas: → O problema aparece quando não ocorre uma exploração devida do desenvolvimento, o que gera uma invasão das ideias de desenvolvimento na conclusão. → Outro fator consequente da insuficiência de fundamentação do desenvolvimento está na conclusão precisar de maiores explicações, ficando bastante vazia. → Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no texto em que o autor fica girando em torno de ideias redundantes ou paralelas. → Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeitamente dispensáveis. → Quando não tem clareza de qual é a melhor conclusão, o autor acaba se perdendo na argumentação final. Em relação à abertura para novas discussões, a conclusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguintes fatores: → Para não influenciar a conclusão do leitor sobre temas polêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto. → Para estimular o leitor a ler uma possível continuidade do texto, o autor não fecha a discussão de propósito. → Por apenas apresentar dados e informações sobre o tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o assunto. → Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o autor enumera algumas perguntas no final do texto. A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o autor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica é um roteiro, em que estão presentes os planejamentos. Naquele devem estar indicadas as melhores sequências a serem utilizadas na redação; ele deve ser o mais enxuto possível. Fonte de pesquisa: http://producao-de-textos.info/mos/view/Caracter%C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/
Redação (dicas) Uma boa redação é aquela que permite uma leitura prazerosa, natural, de fácil compreensão. Para fazer bons textos é fundamental ter o hábito de leitura, utilizar todas as regras da língua portuguesa e as técnicas de redação a seu favor. Estrutura da Redação Um texto é composto de três partes essenciais: introdução, desenvolvimento e conclusão. O correto é haver um elo entre as partes, como se formassem a costura do texto. Introdução = parte em que o tema abordado é apresentado. Não deve ser muito extensa, e aconselha-se que tenha apenas um parágrafo de quatro a seis linhas. Desenvolvimento = é o “corpo” do texto, a parte em que se expõe o ponto de vista, apresenta argumentação - de uma forma lógica para que o leitor acompanhe seu raciocínio. Nesta parte do texto faz-se uso de, no mínimo, dois parágrafos. Conclusão = é o fechamento. Mas é válido lembrar que a introdução, desenvolvimento e conclusão são ligados e dependentes entre si para que a coesão e coerência textual sejam mantidas e o texto faça sentido. 155
Introdução A introdução (dependendo do número máximo de linhas) deve ter argumentos, dos quais você falará no desenvolvimento. Então, deixe para explicar o assunto da introdução depois. Apenas coloque os argumentos de forma conexa e, o mais importante, apenas os coloque se tiver certeza de que falará sobre eles depois. Desenvolvimento O desenvolvimento (dependendo do número máximo de linhas) deve ter, no mínimo, dois parágrafos. Cada parágrafo deve ter entre 2 a 4 linhas. O ideal seria três linhas, pois quanto mais linhas tiver, maiores as chances de você escrever algo confuso. Os parágrafos devem tratar dos argumentos apresentados na introdução. Cada parágrafo, ao menos, referente a um deles. Conclusão A conclusão não traz nenhum argumento novo. Ela ressalta o que já foi dito, ou traz uma POSSÍVEL solução. Na dissertação NUNCA usamos - Eu, nós, temos, devemos, podemos, iremos, sei, sabemos, e palavras conjugadas da mesma forma. Isto porque ela deve ser escrita na 3ª pessoa do singular. O certo seria: sabe-se, deve-se, importante se faz, tem-se. - “Todo mundo‖, ―todo o planeta‖, ―todas as pessoas‖, ―todos‖: tais palavras devem ser evitadas, pois a dissertação não admite generalização. Devemos usar ―a maioria‖, ―grande parte‖, ―parcela da população‖, ―um significativo número‖, etc. - “Com certeza‖, ―obviamente‖, ―definitivamente‖: são palavras que também devem ser evitadas. A dissertação consiste numa argumentação, na qual se é exposto um pensamento, o qual poderá ser refutado por outro pensamento. Vamos a um exemplo. O texto abaixo trata sobre a redução da maioridade no Brasil. A introdução é a seguinte: Na sociedade atual, muitos crimes vêm sendo cometidos por infratores menores de dezoito anos. As penas a eles aplicadas são relativamente pequenas e não os inibem de praticar novos delitos. A maioria destes jovens, contudo, SÃO de regiões periféricas e não têm o devido acesso á educação. Lembra a regra dos assuntos (pelo menos três) da introdução? Vejamos quais serão os assuntos. Assunto 1: na sociedade atual, muitos crimes vêm sendo cometidos por infratores menores de dezoito anos Assunto 2: As penas a eles aplicadas são relativamente pequenas e não os inibe de praticar novos delitos Assunto 3: A maioria destes jovens, contudo, são de regiões periféricas e não têm o devido acesso á educação Agora, vamos construir o texto, abordando cada assunto em um parágrafo do desenvolvimento. Na sociedade atual, muitos crimes vêm sendo cometidos por infratores menores de dezoito anos. As penas a eles aplicadas são relativamente pequenas e não os inibem de praticar novos delitos. A maioria destes jovens, contudo, É de regiões periféricas e não TEM o devido acesso á educação. É de se notar que o crescente número de infrações realizadas por crianças e adolescentes, aparentemente, só tende a aumentar, tal como vem acontecendo. Crimes como roubo e tráfico se mostram cada vez mais presente nas ações destes jovens. (assunto 1) Se, por um lado, o número de crimes praticados por eles aumenta, por outro, diminui a severidade das medidas. O grande problema de medidas tão brandas consiste no fato de estas não cumprirem um de seus importantes deveres: o de inibir a ocorrência de novas infrações. (assunto 2) 156
A falta de estudo e de condições sociais favoráveis, certamente, é um ponto que fortalece o envolvimento com ações infratoras. Dispersos, tratados com descaso e sem perspectiva, muitos jovens veem no crime a possível solução para seus problemas. (assunto 3) A necessidade de se diminuir a maioridade penal, nas condições atuais, de fato, se mostra gritante. Contudo, no dia que o país investir em educação e não em formas de conter os efeitos gerados pela falta desta, talvez, sequer seja necessária qualquer pena. Planejando a Dissertação Veja a seguir outro tipo de roteiro: 1) Interrogue o tema; 2) Responda-o de acordo com a sua opinião; 3) Apresente um argumento básico; 4) Apresente argumentos auxiliares; 5) Apresente um fato-exemplo; 6) Conclua. Vamos supor que o tema de redação proposto seja: Nenhum homem vive sozinho. Tente seguir o roteiro: 1. Transforme o tema em uma pergunta: Nenhum homem vive sozinho? 2. Procure responder a essa pergunta de um modo simples e claro, concordando ou discordando (ou concordando em parte e discordando em parte): essa resposta é o seu ponto de vista. 3. Pergunte a você mesmo o porquê de sua resposta, uma causa, um motivo, uma razão para justificar sua posição: aí estará o seu argumento principal. 4. Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem a defender o seu ponto de vista, a fundamentar sua posição. Estes serão os argumentos auxiliares. 5. Em seguida, procure algum fato que sirva de exemplo para reforçar a sua posição. Este fato-exemplo pode vir de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do que você leu. Pode ser um fato da vida política, econômica, social, pode ser um fato histórico. Ele precisa ser bastante expressivo e coerente com o seu ponto de vista. O fato-exemplo geralmente dá força e clareza à argumentação. Além disso, pessoaliza o nosso texto, diferenciando-o dos demais. 6. A partir desses elementos, você terá o rascunho de sua redação. Principais dicas de redação - Organize seus argumentos sobre o tema proposto e os escreva de forma compreensível; organize-os em ordem crescente, ou seja, deixe o argumento mais forte para o final. - Nas dissertações em que é necessário defender algo, não fique “em cima do muro”. Coloque claramente sua posição, pois muitas vezes os corretores estão interessados em avaliar sua capacidade de opinar, refletir e argumentar. - Escreva com clareza. - Seja objetivo e fiel ao tema. - Escolha sempre a ordem direta das frases (sujeito + predicado + complementos). - Evite períodos e parágrafos muito longos. - Elimine expressões difíceis ou desnecessárias. - Não use termos chulos, gírias e regionalismos. - Esteja sempre atualizado (saiba o que acontece no mundo). - Leia muito. A leitura enriquece o vocabulário. Ao ler uma palavra você a envia para a sua memória e, automaticamente, memoriza a forma correta de escrevê-la. - Treine fazer redação com temas que poderão estar relacionados com as provas de concursos públicos, ou então faça com temas da atualidade e notícias constantes nos meios de comunicação. - Seja crítico de si mesmo, revise os textos de treino, retire os excessos, deixe seu texto “enxuto”. - Cronometre o tempo que é gasto nas suas redações de treino e tente sempre diminuir o tempo gasto na próxima redação que fizer. - Não ultrapasse as margens nem o limite de linhas estabelecido na prova. - Mantenha o mesmo padrão de letra do início ao fim do texto. Não inicie com letra legível e arredondada, por exemplo, e termine com ela ilegível e “apressada”, pois dará uma péssima impressão para o examinador da banca quando este for ler seu texto. - Faça as redações de provas anteriores do concurso que você prestará. 157
- Fique focado no enunciado que a banca está pedindo, não redija um texto lindo, mas que está totalmente fora do tema. Não fuja do tema proposto. - Use sinônimos, evitando repetição das mesmas palavras. - Tenha seus argumentos fundamentados. Seja coeso e coerente. - Além dessas dicas é preciso saber, principalmente, as regras de acentuação gráfica, pontuação, ortografia e concordância. Algo comum no mundo dos concurseiros é o grande temor pela redação nas provas. Muitas vezes o candidato prepara-se para a prova objetiva e deixa a redação de lado, perdendo grandes chances de passar. A única maneira eficaz de aprender a fazer uma boa redação é treinando. Faça redações sobre diversos temas, leia e releia quantas vezes precisar, e lembre-se: a prática pode levar à perfeição. Fontes de pesquisa: http://www.okconcursos.com.br/como-passar/dicas-para-concurso/330-como-fazer-uma-boa-redacao#.Upoqg9Kfsfh http://capaciteredacao.forum-livre.com/t5097-explicacao-como-fazer-uma-redacao http://www.soportugues.com.br/secoes/Redacao/Redacao2.php
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