1ª INSTRUÇÃO - 3º GRAU A LENDA DO TERCEIRO GRAU
Ir. Sérgio Roberto Cavalcante A história conta o assassinato de Hiram Abiff , Mestre Construtor do Templo do Rei Salomão, por três Companheiros que tentaram dele obter, à força, os segredos da qualidade de Mestre. Não conseguindo, mataram-no com três pancadas de diferentes instrumentos de trabalho, enterraramno, foram descobertos e executados. O corpo do Mestre, recuperado por Salomão, foi enterrado, condignamente, e as palavras pronunciadas quando o cadáver foi encontrado passaram a substituir as anteriores, para assim identificar os Mestres Maçons. A LENDA MAÇÔNICA
Os Ritos adotam versões diferenciadas da lenda do Terceiro Grau e, para o estudo comparativo organizado dessas versões, segundo os Ritos praticados no Brasil, foi adotada a seguinte divisão, em cinco seguimentos lógicos: O PERSONAGEM; A CONSPIRAÇÃO; O ATENTADO; A PUNIÇÃO DOS ASSASSINOS; O RESGATE DO CADÁVER. O PERSONAGEM
I - Os Ritos de Emulação (York), Escocês Antigo e Aceito, Moderno, Brasileiro e Schröeder têm como personagem central Hiran Abib, arquiteto do templo do Rei Salomão, enviado por Hiran, Rei de Tiro; II - O Rito Adonhiramita tem Adonhiran como figura principal da lenda, dando-o como arquiteto e construtor do templo de Salomão; III - O personagem que mais se aproxima deste perfil profissional é Hiran e não Adonhiran; assim, fica a possibilidade deste nome ser o resultado da contração de “Adom” (senhor) e “Hiram”, com o significado de “Senhor Hiram”, título respeitoso atribuído ao Mestre Construtor.
A CONSPIRAÇÃO
A conspiração está dividida em três partes, a saber: quando aconteceu; o número de conspiradores e o objetivo.
(QUANDO ACONTECEU) I - Os Ritos de Emulação (York), Escocês Antigo e Aceito, Adonhiramita e Brasileiro situam a conspiração na época em que a construção do templo estava em seu final; II - O Rito Adonhiramita especifica que as p ortas já haviam sido colocadas; III - O Rito de Emulação (York) informa que ocorria o ano de 3.000 da criação do mundo; IV - Os Ritos Moderno e Schröeder não cita a ocasião da conspiração.
(O NÚMERO DE CONSPIRADORES) I - Os Ritos de Emulação(York), Escocês Antigo e Aceito; Brasileiro e Schröeder consideram 15 conspiradores inicialmente, dos quais 12 retrocederam em seus propósitos, restando três que efetivamente se associaram para a tarefa fatal; II - Os Ritos Moderno e Adonhiramita citam três conspiradores desde o início da trama.
(O OBJETIVO) I - Os Ritos Escocês Antigo e Aceito; Brasileiro e Schröeder dão como objetivo mais especifico era obter maiores salários em outros países; II - Os Ritos Moderno e Adonhiramita citam a o btenção de Palavras, Toques e Sinal de Mestre; III - O Rito de Emulação (York) dá como objetivo a obtenção dos Sinais de Mestre.
O ATENTADO
O atentado está dividido em duas partes, a saber: quando ocorreu e onde ocorreu.
(QUANDO OCORREU) I - Os Ritos de Emulação (York), Escocês A ntigo e Aceito, Brasileiro e Schröeder indicam o meio-dia como horário do atentado; II - O Rito Adonhiramita conta que aconteceu à noite; III - O Rito Moderno indica a tarde, após a saída dos operários.
(ONDE OCORREU) I – O Rito de Emulação (York) cita as portas do Sul, Norte e Oriental; II - Os Ritos Escocês Antigo e Aceito, Brasileiro e Schröeder dão como locais das três agressões as portas Sul, Ocidental e Oriental do templo; III - O Rito Moderno dá como locais dos golpes, as portas: Ocidental, Norte e Oriental; IV - O Rito Adonhiramita informa as portas: Ocidental, Sul e Oriental.
OS ASSASSINOS I - Nos Ritos de Emulação (York), Escocês Antigo e Aceito, Moderno e Brasileiro, os Companheiros são: Jubelas, Jubelos e Jubelum, autores respectivamente, dos três golpes contra o Mestre Hiram; II - O Rito Brasileiro o autor do golpe fatal é Jubelum, é também chamado de Abibala, o “parricida”; III - Os demais Ritos não mencionam os assassinos.
AS ARMAS UTILIZADAS I - Os Ritos Escocês Antigo e Aceito, Brasileiro e Schröeder as armas usadas são a Régua, o Esquadro e o Maço, nesta ordem; II - No Rito Moderno e Andohiramita as armas são a Régua, a Alavanca e o Maço, e o Rito Moderno especifica que a Régua era de ferro; III - No Rito de Emulação (York) as armas são o Prumo, o Nível e o Maço Pesado.
AS PARTES DO CORPO DE HIRAN QUE FORAM GOLPEADAS I - Nos Ritos Escocês Antigo e Aceito, Brasileiro e Schröeder os golpes atingiram, respectivamente, a garganta, o peito e a cabeça de Hiran; II - Os Ritos Escocês Antigo e Aceito e o Brasileiro citam especificamente a testa, e não a cabeça em geral, como local do golpe fatal;
III - O Rito Schröeder especifica o peito esquerdo como local do segundo golpe. IV - Nos Ritos Moderno e Adonhiramita os golpes atingem o ombro, a nuca e a testa, e o Rito Adonhiramita especifica o ombro direito; V - No Rito de Emulação(York) os locais atingidos são a fronte direita, a fronte esquerda e a testa.
A OCULTAÇÃO DO CADÁVER I - Nos Ritos Escocês Antigo e Aceito e Brasileiro o cadáver foi enterrado, pelos assassinos, numa montanha fora de Jerusalém; II - No Rito Moderno o corpo foi enterrado em um lugar afastado da cidade; No Rito Schröeder o cadáver foi ocultado sob um monte de entulho da obra, de onde foi retirada a meia-noite para ser sepultado ao lado de uma colina; III - O Rito Adonhiramita relata que o cadáver de Adoniram foi enterrado em lugar pouco distante da obra, sob um monte de ruínas, o qual foi colocado um ramo de acácia; IV – O Rito de Emulação(York) não faz referência à ocultação do cadáver.
A PUNIÇÃO DOS ASSASSINOS
(A BUSCA PARA PUNIR OS ASSASSINOS) I - Os Ritos Escocês Antigo e Aceito e Brasileiro, foram constituídos quatro grupos de três Companheiros, um grupo para cada ponto cardeal, para a busca dos assassinos; II - No Rito de Schröeder 12 Companheiros foram encarregados da busca dos culpados; III - O Rito de Emulação(York), consta de que foram constituídas três Lojas de Companheiros e partiram das três entradas do templo, em busca do Mestre; IV – Os Ritos Moderno e Adonhiramita, não mencionam nada a respeito.
A CAPTURA I - Os Ritos Escocês Antigo e Aceito e Brasileiro, um dos grupos, ao descer pelo rio Jopa, ouviu por uma fenda na rocha, os lamentos dos assassinos. O grupo prendeu os assassinos e levou a Salomão; II - No Rito de Schröeder, os Companheiros ouviram, partindo de uma gruta, as lamentações dos assassinos; III – O Rito de Emulação(York) informa que o terceiro dos grupos encarregados de procurar o cadáver (e não assassinos), na volta de Jopa a Jerusalém, não tendo êxito em sua missão,
encontrou acidentalmente, em uma caverna, os assassinos, após terem ouvido sons de lamentações. O grupo obteve a confissão dos assassinos e os levou a Salomão; IV - Os Ritos Moderno e Adonhiramita não mencionam a captura dos assassinos, no Grau de Mestre.
A EXECUÇÃO DOS CRIMINOSOS I - Nos Ritos Escocês Antigo e Aceito, Brasileiro e Schroeder, os assassinos tiveram a garganta cortada, o coração arrancado e o corpo dividido ao meio; II – O Rito de Emulação(York) apenas cita que os Companheiros criminosos foram executados; III - Os Ritos Adonhiramita e Moderno não noticiam a execução.
O RESGATE DO CADÁVER
(A BUSCA DO CADÁVER) I - Os Ritos Escocês Antigo e Aceito e Brasileiro, 12 Companheiros foram inicialmente encarregados da busca, não tendo sucesso após cinco dias. Sucederam-lhe nove Mestres que, no segundo dia de buscas, encontraram o corpo no Monte Líbano; II - O Rito Moderno, um Mestre procurou pelo Norte e não teve sucesso; o segundo Mestre procurou pelo Sul e também nada encontrou; o terceiro Mestre descobriu a sepultura; III - O Rito Adonhiramita relata que três Mestres procuraram pelo Norte, nada encontrado. Três outros Mestres procuraram pelo Sul, Oriente e Ocidente, e encontraram o cadáver; IV - No Rito de Emulação(York) três grupos de Mestres foram formados, e procuraram pelo Sul, pelo Oriente, nada tendo descoberto, ao voltar a Jerusalém encontrou os assassinos. V - O Rito de Schröeder três Mestres procuraram o cadáver pelo Sul, pelo Ocidente, pelo Norte e pelo Oriente, e o encontraram.
OS INDICIOS DA SEPULTURA I - Nos Ritos Escocês Antigo e Aceito e Brasileiro, a terra recentemente revolvida e um ramo de acácia espetado no chão indicaram o local do sepultamento; II - No Rito Moderno a cova foi identificada por um ramo de acácia; III - No Rito Adonhiramita relata que ao amanhecer se desprendia do solo um vapor no local da cova e sobre ela havia um ramo de acácia; IV – O Rito de Emulação (York), um dos componentes do grupo de busca se apoiou em um arbusto, para se erguer, e este estava solto, pois havia sido colocado recentemente para identificar o local da sepultura.
A EXUMAÇÃO I - Nos Ritos Escocês Antigo e Aceito, Brasileiro, Adonhiramita e Schröeder, a primeira tentativa infrutífera, de retirar o cadáver da cova foi puxa-lo pelo dedo indicar da mão direita. A segunda tentativa também infrutífera foi pelo dedo médio da mesma mão. A terceira, bem sucedida, foi puxar o corpo pelo punho direito, colocando os lados internos do pé direito, e apoiando o ombro do cadáver com a mão esquerda; II - No Rito de Schroeder o Mestre passa o seu braço esquerdo em volta do pescoço do cadáver; III – No Rito de Emulação (York) as duas primeiras tentativas infrutíferas, foram retirar o cadáver da cova pelo Toque de Aprendiz e pelo Toque de Companheiro. A terceira tentativa, bem-sucedida, foi à aplicação dos Cinco Pontos de Contatos; IV - O Rito Moderno não se refere à exumação do cadáver de Hiram.
AS FRASES PROFERIDAS I - No Rito Escocês Antigo e Aceito a frase proferida na exumação do cadáver foi: “Moha Bom” “A carne se desprende dos ossos”; II – No Rito Brasileiro, a frase proferida na exumação do cadáver foi: “Moha Bom” “A carne se desprende dos ossos”; III – No Rito de Emulação (York) - a frase proferida foi: “MaughBim” ou seja, “A morte do Irmão” – e “MachoBim” ou seja, “ O corpo está morto”; IV - No Rito Moderno, a palavra foi: “Mac Benac” “Viver no filho”; V - No Rito de Schröeder, a frase foi: “MoaBom” “O filho do Mestre está morto”. VI – No Rito Adonhiramita – a palavra proferida foi “Mak Benak”, ou seja, “Está poder!.” “Podridão!”
O SEPULTAMENTO DEFINITIVO I – Nos Ritos de Emulação (York), Brasileiro e Escocês Antigo e Aceito não mencionam tal fato; II - No Rito Schröeder Hiram foi sepultado bem próximo ao Sanctum Sanctorum do templo; III - No Rito Adonhiramita o cadáver foi definitivamente sepultado no santuário do templo; IV - No Rito Moderno foi dada uma sepultura digna ao cadáver de Hiram, mesmo sem citar o local.
BIBLIOGRAFIA:
Temas para Reflexão do Mestre Maçom – Marcos Santiago Curso de Maçonaria Simbólica – Theobaldo Varolli Filho Liturgia e Ritualística do Grau de Mestre Maçom – José Castellani O Mestre Maçom – Francisco de Assis Carvalho{Chico Trolha} A Simbólica Maçônica – Jules Boucher Manual do Mestre Maçom – Manoel Gomes Bíblia Sagrada – Edição Missionária – SBB - Sociedade Bíblica do Brasil Portal Maçônico - Prancha “As Letras MB”