DÚVENDOR - UM TRIBUTO A TOLKIEN
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sobre sua cabeça, e olhando para cima viu três grandes pássaros brancos batendo suas asas vigorosamente ravina acima e proferindo gritos como aqueles que ouvira entre o crepúsculo. Aquelas eram as grandes grandes gaivotas, gaivotas, os os pássaros pássaros de Ossë. Ossë. Naquela parte do leito do rio havia ilhotas rochosas entre a corrente, e rochas caídas cobertas de areia branca ao pé da parede lateral da ravina, de tal forma que era difícil caminhar por ali; procurando por alguns instantes, Tuor finalmente encontrou um lugar por onde, com algum trabalho, ele podia escalar a parede da ravina. Então um vento fresco soprou contra o seu rosto, e ele disse: - Isto é bom como um gole de vinho! - mas ele não sabia que estava perto dos confins do Grande Mar. Conforme Tuor prosseguia acima das águas, as paredes do desfiladeiro aproximavam-se novamente e elevavam-se a uma altura maior, de forma que ele caminhava agora sobre o topo elevado de um precipício; e ele chegou a um estreitamento cheio de ruídos na ravina. Então Tuor olhando para baixo viu a maior das maravilhas, pois parecia que uma enchente de água furiosa subia o caminho estreito e fluía de volta contra a corrente do rio até a sua fonte, mas aquela água que descera do Mithrim distante ainda avançava, e uma parede de água levantou-se até perto do topo do precipício, coroada com espuma e deformada pelos ventos. Então as águas do Mithrim foram subvertidas e a inundação que se aproximava varreu o canal acima com um rugido e submergiu as ilhotas rochosas e varreu a areia branca, de forma que Tuor fugiu e ficou temeroso, pois não conhecia os movimentos do mar; mas os Ainur haviam posto em seu coração o desejo de escalar o canal naquele momento, do contrário teria sido afogado na maré que se aproximava; e aquela maré estava forte por causa de um vento do oeste. Então Tuor encontrou-se em uma terra rústica e despida de árvores, varrida por um vento vindo do pôr-do-sol, e todos os arbustos e moitas inclinavam-se para o alvorecer por causa daquele vento. E durante algum tempo vagou ali, até que chegasse aos negros precipícios junto ao mar e visse o oceano e suas ondas pela primeira vez, e àquela hora o sol mergulhava além da borda do mundo, e ele ficou ereto no topo do precipício com os braços abertos, e seu coração foi preenchido com um desejo de fato grande. Alguns dizem que ele foi f oi o primeiro primeiro dos Homens a chegar chegar ao Mar e conhecer conhecer o desejo desejo que este traz; mas não sei se o dizem acertadamente. Naquelas regiões ele montou sua habitação, morando em um esconderijo abrigado por grandes rochas negras, cujo chão era de areia branca, salvo onde a maré alta o cobria parcialmente com água azul; nem a espuma chegava lá salvo em ocasiões da tempestade mais forte. Lá por muito tempo permaneceu sozinho e vagou na beira da praia ou caminhou sobre as rochas à maré baixa, maravilhando-se com os lagos e as grandes algas, as cavernas gotejantes e a estranha ave do mar que viu e veio a conhecer; mas a subida e a vazante das águas e a voz das ondas sempre foram para ele a maior das maravilhas e sempre lhe pareciam uma coisa nova e inimaginável. Ora, nas águas quietas do Mithrim, sobre a qual a voz do pato selvagem ou do lagópode chegavam longe, ele viajara em um barco pequeno com a proa esculpida como o pescoço de um cisne, e este ele perdera no dia da descoberta do rio oculto. No mar não se aventurara ainda, embora seu coração estivesse sempre incitando-o com um desejo ardente por suas águas, e em noites tranqüilas quando o sol sumia além da extremidade do mar esse desejo crescia de forma voraz. Madeira ele possuía que chegava até ele descendo o rio oculto; uma boa madeira era esta, pois os Noldor a cortavam nas florestas de Dor-Lómin e mandavam-na para ele flutuando. Mas não construíra nada ainda salvo uma habitação em um lugar abrigado em seu esconderijo, cujos contos entre os Eldar desde então chamam Falasquil. Este, por trabalho lento, Tuor adornou com belas esculturas dos animais, árvores, flores e pássaros que conhecera perto das águas do Mithrim, e sempre entre estas estava o Cisne, o principal, pois Tuor amava este emblema, que tornou-se um símbolo para si mesmo, sua família e seu povo mais tarde. Lá passou um período muito longo até que a solidão do mar vazio entrasse em seu coração, e mesmo Tuor, o solitário, ansiou pela voz dos Homens. Com isto os Ainur tinham algo a haver; pois Ulmo amava Tuor.
A QUEDA DE GONDOLIN
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