AKADEMIA INDÚSTRIA KRIATIVA timor-leste
A I M E AK AD INDÚSTRIA O N E ART
A V I T A I KR
011 2 Leste Timor-
Akademia Nasionál Arte no Indústria Kriativa hanesan fini ida, ne’ebé tinan ba tinan, sei sai ai boot koñesimentu nian. A Academia Nacional de Artes e Indústrias Criativas deverá ser pensada como uma semente, da qual, com o tempo, crescerá uma grande árvore de conhecimento. The National Academy of Creative Industries needs to be thought of like a seed from which, in time, a huge tree of knowledge can grow.
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Konteúdo conteúdo content INtrodusaun Introdução Introduction Objetivu husi eventu O objectivo do evento The aim of the event programa programa program mapa mapa map INdústria Kriativa Indústrias Criativas Creative industries A BA Z hosi partisipante A A Z dos participantes A TO Z of Participants Kréditu sira créditos credits
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INTRODUSAUN Xanana Gusmão, Virgílio Simith no Tony Fry
Eventu ne’e hanesan aprezentasaun no selebrasaun ba servisu ne’ebé ema kreativu kapa ‘as halo – artista, designer, artezaun, múziku, eskritór, fotógrafu, realizadór no pensador sira – husi Timor-Leste no husi mundu tomak. Inklui grupu ida husi Universidade Griffith, husi Colégio de Artes de Queensland, iha Brisbane, ne’ebé hanesan parseiru ba dezenvolvimentu ba Indústria Kriativa iha Timor-Leste. Eventu ne’e hatudu ba komunidade Timor oan nia selesaun husi buat di’ak liu ne’ebé iha iha Timor laran kona ba múzika tradisionál no modernu, kona ba arte, kona ba artezanatu, kona ba fotografia, kona ba literatura no selu seluk tan. Maibé fo mós ba komunidade oportunidade ida hodi haree no hetan esperiénsia kona ba oin foun ba produsaun kriativa husi artista sira, husi designer sira, no husi múziku internasionál sira. To’o agora buat ne’e nunka akontese iha Timor. Tenke ser tuir duni hodi haree!
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Introdução
Xanana Gusmão, Virgílio Simith e Tony Fry Este evento é um mostruário e uma celebração do trabalho the pessoas criativas excepcionais – artistas, designers, artesãos, músicos, escritores, fotógrafos, realizadores e pensadores – de Timor-Leste e do mundo inteiro. Inclui um grupo da Universidade de Griffith, do Colégio de Artes de Queensland, em Brisbane, que são nossos parceiros no desenvolvimento das Indústrias Criativas em Timor-Leste. Apresenta à comunidade timorense uma selecção do melhor que na nação existe em termos de música tradicional e moderna, arte, artesanato, fotografia, literatura e mais. Mas oferece igualmente à comunidade a oportunidade de ver e experimentar novas e entusiasmantes formas de produção criativa de artistas, designers e músicos aclamados internacionalmente. Nunca houve nada assim antes em Timor-Leste. Não deve perder-se!
Introduction Xanana Gusmão, Virgílio Simith and Tony Fry
This event is a showcase and celebration of the work of outstanding creative people – artists, designers, craftspeople, musicians, writers, photographers, film-makers and thinkers – from Timor-Leste and around the world. It includes a group from Griffith University, Queensland College of Art, Brisbane who are our partner in the development of Creative Industry in Timor-Leste. It presents to the Timorese community a selection from the best of the nation’s traditional and modern music, art, craft, photography, writing and more. But it also gives the community the opportunity to see and experience new and exciting forms of creative production from globally acclaimed artists, designers and musicians. There has been nothing like this ever before in Timor-Leste. It is not to be missed!
Objetivu husi eventu
O objectivo do evento
The aim of the event
Aprezentasaun ne’e buka hodi hatudu ba públiku Timor oan kona ba saida mak bele tama iha Akademia Nasionál ba Artes no Indústria Kriativa, iha Dili. Atu harii instituisaun ba edukasaun ne’e sei fo benefísiu oin oin ba nasaun. Ida ne’e bele fo ba joven no adultu sira sira, feto no mane husi distritu hotu hotu, oportunidade hodi hetan koñesimentu no kapasidade, hodi bele hetan servisu iha área kriativa no hodi hahú negósiu foun; no mós hadi’a kapasidade ba negósiu ne’ebé iha ona, no loke dalan ba hanorin arte iha eskola primária no sekundária iha rai tomak.
Esta mostra procura apresentar ao público timorense o tipo de coisas que poderá fazer parte de uma Academia Nacional de Artes e Indústrias Criativas, em Dili. O estabelecimento deste tipo de instituição educacional proporcionaria muitos benefícios à nação. Forneceria a jovens adultos timorenses, homens e mulheres de todos os distritos, oportunidades para adquirir conhecimento e capacidades, de forma a obter emprego em áreas criativas e começar novos negócios; melhoraria igualmente a capacidade dos negócios existentes, bem como avançaria o ensino das artes e do design nas escolas primárias e secundárias do país.
This showcase event sets out to show Timorese people the kinds of things that can be part of a National Academy of Creative Industries in Dili. Establishing this kind of educational institution would deliver many benefits to the nation at large. It would provide young adult Timorese men and women, drawn from all Districts, with opportunities to acquire knowledge and skills to gain creative employment and start new businesses; it would also enhance the ability of existing businesses, as well as advancing the teaching of art and design in the nation’s primary and secondary school.
Iha tinan hirak oin mai, atividade ne’e bele hahú ‘klase kriativa’ ida. Ema husi klase ne’e sei bele fo kontribuisaun maka’as ba ekonomia lokál, nudar lider ba Indústria Kriativa ne’ebé bazeia iha Timor-Leste, ne’ebé bele fo kontribuisaun ba dezenvolvimentu ba nasaun. Bele mós fo ajuda hodi fo protesaun ba patrimóniu kulturál husi nasaun, bele fo perfíl global ba kultura Timor nian, no bele aumenta oportunidade atu hetan servisui, bele apoiu ba dezenvolvimentu husi indústria (inklui setor servisu husi turizmu no fábrika ki’ik ne’ebé prodús buat kriativu) no bele ajuda hodi harii merkadu esportasaun ba produtu kriativu sira. Akademia Nasionál hanesan fini ida, ne’ebé tinan ba tinan, sei sai ai boot koñesimentu nian. Nune’e, eventu ne’e hanesan hatudu tempu halimar, hanorin buat foun no hatudu futuru hosi kultura TimorLeste nian.
Dentro de alguns anos, esta actividade proporcionaria a existência de uma designada ‘classe criativa’. As pessoas desta classe poderão fornecer um importante contributo à economia local, como líderes de uma Indústria Criativa baseada em Timor-Leste, capaz de contribuir de várias formas para o desenvolvimento da nação. Poderá, por exemplo, ajudar a proteger o património cultural da nação, fornecer um pefil global à cultura timorense, aumentar oportunidades de emprego diversas, apoiar o desenvolvimento da indústria (incluindo o sector de serviços do turismo e manofacturas de pequena escala, assentes na produção de produtos criativos), e ajudar na criação de um mercado de exportações de bens e produtos criativos. A Academia Nacional deverá ser pensada como uma semente, da qual, com o tempo, crescerá uma grande árvore de conhecimento.
Within a few years this activity would bring into being what is called a ‘creative class’. The people of this class would make a significant contribution to the local economy as leaders of a Timor-Leste based Creative Industry able contribute many things to the nation’s development. For example, it would help protect the nation’s cultural heritage, give Timorese culture a global profile, increase diverse employment opportunities, support industry development (including the tourist service sector and small scale manufacturing based on the production of creative products) and assist in building an export market in creative goods and services. The National Academy needs to be thought of like a seed from which, in time, a huge tree of knowledge can grow. So, what the event offers is a mixture of pleasure, learning something new, and a taste of the future for the culture of Timor-Leste.
Desta forma, o que o evento oferece é um misto de prazer, aprendizagem de algo novo, e uma prova do futuro para a cultura de Timor-Leste.
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CENTRO conferências DILI
PROGRAMA PROGRAM ------------ QUINTA FEIRA, 14 JULHO Thursday, 14 July 19:30 Concerto de APertura (PALCO) Opening concert (STAGE) Presenter: Anito Matos Dança Lensu Mutin, Hamulak, Poema Apertura, Babadok Matai, Fai Akar, Dança Manatuto, Nelson Turquel, Abe Barreto, Coro San Antonio, Amitu Freitas, Coro Motael, Colleen Coy, Bso’ot, Enderikus Fahi, Clemente Borges, Ignacio Cabeças, Marçal de Jesus, Cidália, Jah Era & The View from Madeleine’s Couch. ------------ sexta FEIRA, 15 JULHO friday, 15 July conferência Internacional (Sala principal) International conference (Main room) 08:00 Inscrição Register 09:15 Academia Indústria criativa de Timor-Leste Creative Industries Academy in Timor-Leste Moderator: Dulce Turquel Abertura Oficial Official Opening – Kay Rala Xanana Gusmão 09:30 Introdução e breve história do projecto Brief History of the Project – Tony Fry, QCA Apresentação QCA QCA Snapshot Fotografia Documental e Contadores de Histórias Documentary Photography and Storytelling – Kelly Hussey-Smith, QCA 09:45 10:00 Design, Cultura e Espaço Design, Culture and Place – Sam de Mauro, QCA Fazer da Cultura uma Marca Branding Culture – Rick Shearman, QCA 10:15 10:30 A Função do Uso Wearing Meaning – Liz Shaw, QCA 10:45 Trabalho Completamente Explorado Fully Exploited Labour – Pat Hoffie, QCA Projecto-Estudo: Timor-Leste Student Project: Timor-Leste – Petra Periolini, QCA 11:00 Educação de Artes: Licções de um projecto na Indonésia Education in the Arts: Lessons from an Indonesian project – Phillip Yamplosky, Etnomusicologist 11:15 A História do Cão, do Tigre e do Macaco The Story of the Dog, the Tiger and the Monkey – João Ferro, IDA 11:30 11:45 P&R Q&A 12:30 Almoço Lunch (copyhouse) Artes Visuais (Sala principal) VISUAL ARTS (MAIN ROOM) A Galeria NacionaL THE NATIONAL GALLERY Moderator: Maria Madeira 14:00 Arte Rupestre de Tutuala: uma perspectiva da comunidade e científica Rock Art in Tutuala: a community and scientific approach Rafael Guimarães, Comunidade Tutuala Tutuala Community Representative Costódio Guimarães, Comunidade Tutuala Tutuala Community Representative António Pacheco, Chefe Suco Tutuala Tutuala Suco Chief Abílio dos Santos, DGC Lautém DGC Lautem Nuno Vasco Oliveira, Arqueólogo SEC Archeologist SEC Colecção de Jóias do MNE – MNE Jewelry Collection Sofia Miranda, Researcher 14:30 14:45 Imaginar Timor-Leste Picturing Timor-Leste (Debate) Maria Madeira, Artista Artist Bosco, Pintor Painter Sebastião da Silva, Pintor Painter Abel Jupiter, Pintor Painter Iliwatu Danabere, Director Arte Moris Arte Moris Director 16:00 Repensar a História Re-Thinking History – Estudio Cadonga (Portugal) & Gembel 16:15 Como ensinar programação, arte, design e interacção How to teach programming, art, design and interaction – Matt Ditton, QCA DILIWOO DILIWOOD Moderator: José Valverde A Guerra da Beatriz Beatriz’s War – Bety Reis & Jose Da Costa, Dili Film Works 16:30 16:45 Animação Animation – Amelia Hapsari, Director CPA 17:00 Conteúdos para Televisão TV Content – José Valverde, ValSa Produções 17:15 Uma Lulik Sacred House – Victor de Sousa, Director DOCTV CPLP 2010, IDA 17:30 Arte, Indústria e Cultura: Escola de Cinema de Griffith Art, Industry and Culture: Griffith Film School – Pat Laughren, QCA 17:45 P&R Q&A 18:15 Jantar Snack (copyhouse) 19:30 20:30
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desfile de moda (PALCO) FaShion Show (STAGE) Presenter: Anitu Matos Tais Feto/Mane, Rui Carvalho, Bonecas de Ataúro Tebe Tecno Tebe Trance Tebe (DJ)
------------ SÁBADO, 16 JULHO Saturday, 16 July Conferência Internacional (cont.) International Conference (CONT.) Arquitectura (Sala principal) Architecture (MAIN ROOM) Moderator: Alberto Fidalgo A Arquitectura do Sagrado Architecture of the Sacred (DEBATE) 09:00 Eugénio Sarmento, Lian Nain, SEC Keeper of the Word, SEC José Barreto, Lian Nain Keeper of the Word, Sacred House Dato Muras Haimolin, Laktos, Fohorem Sr Jacinto, Carpinteiro Carpenter, Sacred House Dato Muras Haimolin, Laktos, Fohorem Rui Amaral, DGC Covalima DGC Covalima 10:00 O significado de Lulik The concept of Lulik – Josh Trindade, Independent Analyst and Researcher 10:15 Dois remates de telhado de uma casa sagrada de Lautém Two architectural finials from a Lautem Uma Lulik – Joanna Barrkmann, MAGNT 10:30 Um encontro de cosmologias: a ilha de Ataúro An encounter of cosmologies: Atauro Island – Alessandro Boarccaech, Psychologist & Anthropologist 10:45 Taksu & Arquitectura Contemporânea Balinesa Taksu & Balinese Contemporary Architecture – Yoka Sara, Arquitect Bali 11:00 Arquitectura para além do desenho Architecture beyond design – Tania Correia, Arquitect AMRT 11:15 Arquitectura de um Trabalhos de Arte Social Architecture of a Social Artwork – Project Morrinho (Brazil) & Sanggar Masin 11:30 P&R Q&A 12:15 Almoço Lunch (copyhouse) Língua e Literatura (Sala principal) LANGUAGE & LITERATURE (MAIN ROOM) Moderator: JP Esperança 14:00 Língua materna Mother Tongue – Kirty Gusmão, President National Commission for UNESCO 15:15 Literatura infantil traduzida em Timor-Leste Children’s Literature in translation in East Timor – JP Esperança, Writer & Translator 14:30 Escritores timorenses East Timorese Writers (DEBATE) Abe Barreto, Escritor Writer Filomena Reis, Escritor Writer Naldo Rei, Escritor Writer Música e Músicos (Sala Principal) MUSIC & MUSICIANS (MAIN ROOM) Moderator: José Amaral 15:30 Cultura: identificação da diáspora timorense Culture: identifying the Timorese Diaspora – José Amaral, Culture, Embassy Timor-Leste in Lisbon 15:45 Música tradicional em Timor, Este e Oeste Traditional music in Timor, East and West – Phillip Yamplosky, Etnomusicologist Prácticas juvenis actuais em dança e música Current youth practices in dance and music – Amitu Freitas & Anna Wahyu, Composer & Choreographer 16:00 16:15 Música do Mundo World Music – Kim and Anje Ambrose (The View from Madeleine’s Couch) 16:30 P&R Q&A 17:15 Encerramento da Conferência Conference Closing – Kay Rala Xanana Gusmão, Virgílio Simith, Tony Fry 18:00 Jantar Snack (copyhouse) 19:30 Concerto de Encerramento CLOSING CONCERT Presenter: Anito Matos Hohula, Rai Nain, Estrela do Mar, Tony Pereira, Grupo Lahane, Cinco do Oriente, Fitun Salurik & Galaxy ------------- sÁBADO, 16 JULHO SATURDAY, 16 JULY (sessão por convite) (Session with INVITE) Academia de Artes e Indústrias Criativas: um Sonho por Cumprir (Sala de imprensa) Academy of arts and creative industries: THE dream to realise (PRESS CONFRENCE ROOM) Moderator: Rui Pinto 14:00 Resumo do Evento Event Feedback – Tony Fry 14:15 Sugestões para o futuro Sugestions for the future – Kay Rala Xanana Gusmão, Ágio Pereira & Virgílio Simith 14:45 Partes interessadas (Governo, doadores, académicos, estudantes, ONG’s) Interested parties (Government, donors, academics, students, ONG’s) 15:30 Comissão de Gestão da futura Academia Steering Committee for the future Academy – Tony Fry & Virgílio Simith 16:00 Conclusões Conclusions – Kay Rala Xanana Gusmão, Tony Fry
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MAPA MAPA MAP 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
INStalasaun INSTALAção INStalation Maria Madeira TAPETE Tapeçeria Tapestry BONECAS Kuarto Boot Sala principal Main Room expozisaun indústria kriativa exposição das indústrias criativas creative industries exhibition INStalasaun INSTALAção INStalation estudio candonga & gembel INStalasaun INSTALAção INStalation DINO SOARES Loja loja shops Hahán Restauração Catering Kuarto Filmi CINEMATECA MEDIA ROOM INStalasaun INSTALAção INStalation Project Morrinho & Sanggar masin PALCO PALCO STAGE
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INdústria Kriativa Indústrias Criativas Creative industries
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PHOTO: ELENA tognoli
Saida mak Indústria Kriativa? Indústria Kriativa hanesan industria nebe’é prodús rezultadu artistiku no kriativu nebe’é tanjivel no intanjivel, no iha poténsial atu hamosu rikusoin no rendimentu, liu husi esplorasaun bens kultural, no produsaun husi bens no servisu ba koñesimentu baziku (karákter tradisional no kontemporáneu). Industria Kriativa reprezenta ohin loron 7% husi total produsaun mundial nian,.
Indústria Kriativa no Governu Influénsia husi Indústria Kriativa abranje kuaze orgaun governamentál hotu-hotu, inklui: dezenvolvimentu ekonómiku, indústria no komérsiu, turizmu, edukasaun, kultura, direitu (propriedade intelektuál). Hodi ida ne’é, atu habelar kontribuisaun husi Indústria Kriativa ba nasaun, importante atu promove dezenvolvimentu polítika integral ida.
O que são as Indústrias Criativas? As Indústrias Criativas produzem resultados artísticos e criativos tangíveis e intangíveis, e que contêm um potencial de criação de riqueza e rendimentos através da exploração de benefícios culturais e de bens e serviços de conhecimento base (de carácter tradicionais e contemporâneos). As Indústrias Criativas representam nos dias de hoje 7% do grosso da produção mundial.
Indústrias Criativas e Governo A influência das Indústrias Criativas abrange quase todos os órgãos de governo, incluindo: o desenvolvimento económico, indústria e comércio, turismo, educação, cultura, direito (propriedade intelectual). Desta forma, a fim de expandir a contribuição das Indústrias Criativas para a nação, é importante promover o desenvolvimento de uma política integral.
What are the Creative Industries? The Creative Industries produce tangible or intangible artistic and creative outputs, and have a potential for wealth creation and income generation through the exploitation of cultural assets and the production of knowledge-based goods and services (both traditional and contemporary). These industries currently represent more than 7% of gross world product,.
Creative Industries and Government The activities of the Creative Industries spans almost the whole of government, including: economic development, industry and trade, tourism, education, culture, law (intellectual property). As such, to maximise the contribution of Creative Industries to the nation it is best advanced by an integrated policy.
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PHOTO: aldo bottoli (Fête des Lumières, Lyon, France 2010)
Importánsia husi Industria Kriativa iha kontestu internasionál hasoru dezenvolvimentu ekonómiku no sosiál? Komérsiu global nebe’é bazeia ba bens no servisu kriativu sai to’o US$445.2 biliaun iha 2005 kontra US$234.8 biliaun iha 1996. Komérsiu ida ne’é sae tuir média nebe’é nunka hetan hanesan husi 8.8% tinan-tinan, husi 2000 to’o 2005. Ita bele hetan Indústria Kriativa iha setór emerjente hirak nebe’é dinámiku nia laran husi komérsiu mundial nian. Iha Austrália, Indústria Kriativa sai fonte nebe’é lais liu atu hakiak servisu iha tinan 10 ikus liu mai, no hakaat ida lalais ho 74% aas liu media kona ba industria hotu-hotu. Ekonomia Kriativa reprezenta 3.6% husi forsa servisu nasaun nian no 3.4% husi PIB (nebe’é hanesan rendimentu biliaun $31). Sétor ida ne’é hetan projesaun atu sai to’o 5.8%. Ekonomia Kriativa abranje setór ida nebe’é iha prosesu kreximentu iha nasaun hirak nebe’é iha prosesu dezenvolvimentu. Ekonomia Kriativa Méxiku nian mak 4.77% husi PIB no mós mantein nafatin 11.01% husi Merkadu Servisu nian. Filipinas iha senáriu ida atu hanesan husi 4.92% no 11.1%. Peru iha nafatin nia tatuir valor PIB nian (3.6% maibé ho persentajem kiik tuir servisu nian (2.52%). Jamaika, ho 4.8% no 3.03%, iha rezultadu atu hanesan Peru.
A importância das Indústrias Criativas no contexto internacional face ao desenvolvimento económico e social? O comércio global baseado em bens criativos e serviços escalou ao valor de US$445.2 biliões em 2005 contra US$234.8 biliões em 1996. Este comércio cresceu a uma média sem precedentes de 8.8 por cento ao ano de 2000 a 2005. As indústrias Criativas estão entre os mais dinâmicos sectores emergentes do comércio mundial. Na Austrália, as Indústrias Criativas têm sido a mais rápida fonte de geração de emprego nos últimos 10 anos, aumentando a uma velocidade de 74% acima da média em relação a todas as indústrias do país. A Economia Criativa representa 3.6% da força laboral do país e 3.4% do PIB (o qual iguala um rendimento de $31 biliões). O sector tem como projecção um crescimento até 5.8%. A Economia Criativa abrange um sector crescente em vias de desenvolvimento. A Economia Criativa Mexicana foi de 4.77% do PIB, mantendo ao mesmo tempo 11.01% do Mercado laboral. As Filipinas tiveran um cenário similar de 4.92% e 11.1%. O Peru esteve na mesma ordem de valores do PIB (3.6%) mas com uma percentagem baixa em termos de emprego (2.51%). A Jamaica, a 4.8% e 3.03% teve resultados similares ao Peru.
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How significant are the Creative Industries internationally in terms of economic and cultural development? Global trade in creative goods and services surged to US$445.2 billion in 2005 from US$234.8 billion in 1996. Such trade grew at an unprecedented average rate of 8.8 percent a year from 2000 to 2005. The Creative Industries are among the most dynamic emerging sectors in world trade. In Australia, the Creative Industries have been the fastest growing source of employment over the past 10 years, increasing at a rate of 74% higher than the average for all industries. The Creative Economy represent 3.6 of the national workforce and 3.4% of GNP (which is equal to an income of $31 billion). The sector is projected to grow to 5.8%. The Creative Economy comprises an increasingly important sector in developing nations. Mexico’s Creative Economy was 4.77% of GNP while being 11.O1% of the labour market. The Philippines was very similar at 4.92% and 11.1%. Peru has the same order in terms of GNP (3.6%) but with a lower percentage in terms of employment (2.51%). Jamaica, at 4.8% and 3.03% has figures much like Peru’s.
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Senáriu iha TimorLeste mak ida nebe’é? Revisaun badak Iha revizaun badak kona ba área-xave intervensaun ba industria kriativa sei bele sai maneira ida ba apresiasaun Timor-Leste nian nudar fonte rekursu kultural importante nebe’é konvida ba halo’ot no hafoun, liu tan ida ne’é, sei bele fó valor ba pratika kriativa barbarak nebe’é iha no sira seluk nebe’é hein atu dezenvolve liu tan.
Qual é o cenário em Timor-Leste? Uma breve revisão
What is the picture in Timor-Leste? A brief review
Numa breve revisão de áreas chave de intervenção as Indústrias Criativas poderão ser uma forma de apreciação de Timor-Leste como uma importante fonte de recursos culturais que convida à conservação e inovação, além do mais poderá ser apreciada a existência de muitas mais práticas criativas à espera de serem desenvolvidas.
In briefly reviewing key areas that make-up the Creative Industries it will be seen that the Nation has a major cultural resource that invites both conservation and innovation, plus it can be seen that there are many other creative practices begging to be developed.
Artes Visuais
Visual arts
painting, drawing, printmaking, film, video, television and photography
pintura, desenho, impressão, filme, vídeo, televisão e fotografia
Desenho
PHOTO: david palazón (ataúro)
artwork: maria madeira
arquitectura, desenho de interiores, desenho de exposições, desenho gráfico, desenho industrial, desenho de moda e desenho de tecnologias digitais (suporte web)
Artes Hareen
pintura, dezeñu, impresaun, filme, vídeo, televizaun no fotografia
Dezenhu
Design
arkitetura, dezenhu interiór, dezenhu ba esposizaun, dezenhu gráfiku, dezenhu industriál, dezenhu moda nian, dezenhu ba teknolojia no dijitál (suporte web)
architecture, interior design, exhibition design, graphic design, product design, fashion design and digital media design (web based)
Artezanatu
soru (tais), serámika, ourivezaria, lohun, marsenaria, badain besi no badain kulit
PHOTO: david palazón (ainaro)
Artesanato
Craft
weaving (tais), ceramics, jewellery, basketry, woodcarving, metalwork AND leatherwork
tecelagem (tais), cerâmica, bijuteria, cestaria, marcenaria, trabalho em metais e trabalho em pele
Música
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Dança
Tradicional e moderna
Teatro
Ao Vivo, em Digressão e de Rua
PHOTO: elena tognoli (suai loro)
PHOTO: elena tognoli (suai loro)
Tradicional e Moderna, erudita e Popular, Gravada, Concertos e outras Performances ao vivo
Music
traditional and modern, serious and popular, recorded, concerts and other live performances
Turismo PHOTO: elena tognoli (manatuto)
Turismo Cultural, Eco-turismo E Lazer
Dance
traditional and modern
Theatre
live, touring and street.
Muzika
PHOTO: david palazón (ILIMANO)
tradisional no moderna, solene no popular, gravada, konsertu no aprezentasaun moris
Dansa
tradisionál no moderna
Teatru
aprezentasaun moris, haleu no iha dalan nian
PHOTO: david palazón (DILI)
Publicidade
Cartazes, material promocional, de impressão e electrónica
Escrita e Indústria Editora
PHOTO: david palazón (VENILALE)
Literatura, Poesia, Jornalismo, Jornais, Revistas e Livros
Tourism
cultural tourism, ecotourism and general leisure
Advertising
posters, promotional materials, print and electronic
Writing & Publishing
literature, poetry, journalism, newspapers, magazines and books
Museums, Libraries and Galleries
Turizmu
national and regional
turizmu kultural, eko-turizmu no dulur
Publisidade
kartaz, material ba promosaun, husi impresaun no eletrónika PHOTO: david palazón (rock art exhibition oct’09)
literatura, poezia, jornalizmu, jornál, revista no livru
Muzeu, Biblioteka no Galeria nasionál no rejionál
Museus, Bibliotecas e Galerias Nacional e Regional
PHOTO: MNE COLLECTION
Hakerek no Industria Editora
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Saida mak Indústria Kriativa bele fó ba Timor-Leste? 1. Servisu 2. Dezenvolvimentu husi propriedade intelektuál no hamoris klase kriativu 3. Kriasaun produtiva no dezenvolvimentu Empreza Ki’ik no Média 4. Dezenvolvimentu infraestrutura 5. Atrasaun turístika 6. Dezenvolvimentu Identidade Nasionál, Konstrusaun Nasionál no Orgullu Nasionál
Oinsá potensial ida ne’é bele realiza? Bainhira Indústria Kriativa sai elementu-xave estratéjiku setor ekonómiku husi nasaun dezenvolvidu barak, governu husi nasaun sira ne’é la’o iha prosesu elaborasaun politika apoiu integral no metin ba dezenvolvimentu no haluan setór kultural. Nudar parte husi esforsu ida ne’é, governu barbarak hahú ona planu ba impaktu ekonómiku, sosiál industria kultural nian. (UNESCO,2006). ‘Creative Industries Development & Timor-Leste project’ harii ona husi Griffith University/AusAID, hamutuk ho Sekretaria Estadu Kultura, hahú ona prosesu ida ne’é. Atu hatan ba hahusuk ‘oinsá bele realiza potensiál ida ne’é? Dezafiu ha’at nebe’é aprezenta momo’os iha relatóriu ekonomia kriativa UUNEP/ UNCTAD 2008 presiza resposta ida. 1. Nasaun barbarak presiza estrutura ba entendimentu no analize Ekonomia Kriativa nudar baze ba politika intervensaun informada ida, no ho provas. Peskiza nebe’é halo iha Griffith University/ AusAid liu husi ‘Creative Industries Development & Timor-Leste project’, hamutuk ho Sekretaria Estadu Kultura, fó materiál ba ‘polítika intervensaun nian nebe’é bazeia ba provas nebe’é iha’. Sentrál iha peskiza ne’é mak harii baze-dadus ba Indústria Kriativa Nasionál liu. Parseria ida ne’é sei formaliza tiha ona liu husi Memorando Entendimentu entre Sekretaria Estadu Kultura no Griffith University iha fulan Abril 2010.
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O que podem as Indústrias Criativas oferecer a Timor-Leste?
What can a Creative industries deliver to Timor-Leste?
1. Emprego
2. Intellectual property development and the rise of a creative class
2. Desenvolvimento de Propriedade Intelectual e o surgimento de uma classe criativa 3. Criação produtiva e desenvolvimento de PMEs 4. Desenvolvimento de infraestruturas 5. Atracções turísticas
1. Employment
3. SME creative production and development 4. Infrastructure development 5. Tourist attractions 6. Development of National Identity, Nation Building and National Pride
6. Desenvolvimento da Identidade Nacional, Construção Nacional e Orgulho Nacional
Como poderá este potencial ser realizado? Com o tornar das Indústrias Criativas num elemento estratégico do sector económico da maioria dos países desenvolvidos, os governos desses países estão num processo de elaboração de políticas integrais e coesivas de apoio ao desenvolvimento e expansão do sector cultural. Como parte deste esforço, inúmeros governos começaram já a planificar os impactos económicos e sociais das indústrias culturais. (UNESCO, 2006) A ‘Creative Industries Development & Timor-Leste project’ fundada pela Griffith University/AusAid, e em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura, já deu inicio a este processo. Em resposta a questão de ‘como poderá este potencial ser realizado?’ claramente os quatro desafios apresentados pelo Relatório de Economia Criativa UNEP/UNCTAD 2008 necessita de uma resposta.
How can the potential be realised? As the Creative industries become a key strategic economic sector in the most developed economies, the governments of these countries are in the process of designing integrated and cohesive policies to support the development and expansion of the cultural sector. As part of this effort, some governments have begun to map the economic and social impacts of cultural industries. (UNESCO, 2006) The Griffith University/AusAid funded ‘Creative Industries Development & Timor-Leste project’, in partnership with the Secretaria de Estado da Cultura, has commenced this process. In answering the question ‘how can the potential be realised?’ clearly the four listed challenges posed by the UNEP/UNCTAD Creative Economy Report 2008 beg a response.
1. A maioria das nações carece de estruturas para entendimento e análise da Economia Criativa como base para uma política de intervenção informada, e de provas dadas.
1. Most nations lack a clear framework for understanding and analyzing the Creative Economy as a basis for informed, evidence-based policy-making.
Pesquisa efectuada pela Griffith University/ AusAid através da ‘Creative Industries Development & Timor-Leste project’, e em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura, proporciona o material para uma ‘política de intervenção baseada em provas dadas’. Esta parceria foi formalizada através de um Memorando de Entendimento entre a Secretaria de Estado da Cultura e a Griffith University, em Abril de 2010.
Research undertaken by the Griffith University/ AusAid funded ‘Creative Industries Development & Timor-Leste project’, in partnership with the Secretaria de Estado da Cultura, provides the material for ‘evidence based policy-making’. Central to this research has been the creation of a National Creative Industries data-base. This Partnership was formalized by an MoU between the Secretaria de Estado da Cultura and Griffith University in April 2010.
2. Karakterístika organizativa ba Ekonomia Kriativa husu polítika espesifika ba nasaun no la’os politika jenérika. Husi koñesimentu setor kriativu Timor-Leste nian manan liu husi peskiza, nesesidade politika integrada ida momo’os entre departamentu governu ketketak iha ligasaun diak ho planu dezenvolvimentu nasionál. 3. Iha falla ida iha kbiit institusional atu suporta dezenvolvimentu Indústria Kriativa iha klibur nasaun iha prosesu dezenvolvimentu, liuliu iha protesaun no aplikasaun direitu propriedade intelektual nian.
2. As características organizativas da Economia Criativa requerem políticas específicas ao país ao invés de políticas genéricas. Do conhecimento do sector criativo de TimorLeste ganho através de pesquisa, é clara a necessidade de numa política integrada entre os diferentes departamentos do governo com boas ligações com o plano de desenvolvimento nacional. 3. Existe uma falha na capacidade institucional de suportar o desenvolvimento de Indústrias Criativas no grupo de países em desenvolvimento, em particular na protecção e aplicação de direitos de propriedade intelectual.
2. The organisational characteristics of the Creative Economy requires countryspecific rather than generic policies. From a knowledge of the creative sector in Timor-Leste gained via research, it is clear that what is needed in an integrated policy across government departments that is well connected with national development planning. 3. There is a lack of institutional capacity to support development of the Creative Industries in the developing world, particularly in the protection and enforcement of intellectual property rights.
Iha ona resposta rua prontu atu hasoru liuliu dezafiu ida ne’é: dahuluk mak servisu nebe’é halao tiha ona husi ‘Creative Industries Development & Timor-Leste Project’ atu hatu’ur kurrikulu ida ba ‘Akademia Indústria Kriativa’. Hakii Akademia ida ne’é mak bele fó diak liu tan meius atu hasai dezenvolvimentu Ekonomia Kriativa Nasionál ida. Daruak mak dezenvolvimentu kódigu étika internasionál ida ba prátika arte no artezanatu.
Existem duas respostas já disponíveis para fazer face a este desafio em particular: primeiro é o trabalho efectuado pela ‘Creative Industries Development & Timor-Leste project’ a fim de estabelecer o curriculum para um ‘Academia de Industrias Criativas’. A criação desta academia poderá fornecer em grande forma os meios para o avanço do desenvolvimento de uma Economia Criativa nacional. Em segundo é o desenvolvimento de um código de ética internacional para as práticas de arte e artesanato.
4. Ita bele fihir katak mundu nebe’é dezenvolvidu iha vantajem bo’ot ba kampu kriatividade bens no servisu nian, no kompetisaun produtus husi nasaun iha prosesu dezenvolvimentu sai difisil liu tan iha merkadu globál.
4. A constatação de que o mundo desenvolvido tem enormes vantagens no campo da criatividade de bens e serviços, tornando difícil a competição de produtos de países em desenvolvimento nos mercados globais.
4. The fact that the developed world has enormous advantages in the field of creative goods and services, makes it difficult for developing countries to compete in global markets for these products.
Envezde koko kompete iha merkadu globál ho produtu hirak nebe’é hanesan ho sira nebe’é prodús tiha ona, intensaun mak, liu husi rekursu kultural lubuk ida prontu iha baze dadus foun, uza prátika arte no artezanatu indijena Timor-Leste nian nudar baze ba inovasaun ba dezenvolvimentu produtu nebe’é bele hakiak diferensa iha merkadu.
Em vez de se tentar competir no mercado global com produtos similares aos já produzidos, a intenção é, através do conjunto de recursos culturais disponíveis na recente criada base de dados, ser feito uso das práticas de arte e artesanato indígenas de Timor-Leste como base para a inovação e desenvolvimento de produtos capazes de criar a diferenciação de mercado.
Rather than trying to compete in the global marketplace with products similar to those already being produced, the intent, via the assembled cultural resources held in the data-base, would be to use the indigenous art and craft practices of Timor-Leste as a basis of product innovation and development able to create market differentiation.
Estrutura husi ‘Lei Orgánika foun ba Diresaun Jerál Kultura’, nebe’é foin aprova dadaun, fó banati ida maka’as no momo’os ba dezenvolvimentu no kordenasaun ba asaun indústria kriativa nian. Nia mós fó pontu atu tama nebe’é diak ba governu ba atuál, no futuru potensiál, contribuisaun husi Griffith University ba dezenvolvimentu husi area ida ne’é.
A estrutura da ‘Nova Orgânica da Direcção Geral da Cultura’, recentemente aprovada, oferece um forte e claro modelo para o desenvolvimento e coordenação da acção da indústria criativa. Oferece, da mesma forma, um ponto de entrada adequado para o governo para o actual, e potencial futuro, contributo da Griffith University no desenvolvimento desta área.
The recently approved structure of the ‘New Organic of the General Directorate of Culture’ clearly provides a sound and clear model for the development and coordination of creative industry action. Likewise it provides an appropriate point of entry to government for the current, and potentially future, Griffith University contribution to the development of the area.
There are two responses in place to be able to deal with this particular challenge: first is work done by the ‘Creative Industries Development & Timor-Leste project’ to establish the curriculum for an ‘Academy of Creative Industries’. The creation of this academy would provide a major means to advance the development of a national Creative Economy. Second is the development of an international code of ethics for art and craft practices.
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Quem somos nós e o que já fez o nosso projecto?
Baze dadus projetu ne’é hakiak durante tinan rua halao prosesu investigasaun iha rejiaun Timor-Leste hotu-hotu. Uza fotografia no vídeo mak bele rejista artefatus, arkitetura, serimónia, dansa, musika no husi arte espesifika no badain artezanatu nian ida-idak. Aleinde hirak ne’é, iha mós material istóriku no rejistu harén husi material Timor-Leste nian nebe’é hetan iha rai seluk. Servisu balun mós halo tiha ona iha Brisbane, liuliu iha dezenvolvimentu perfil internasionál kona ba Kultura Timor nian no iha inovasaun dezenhu nebe’é bazeia ba artefaktu indijena. Tatalin servisu nian no diálogu sei estabelese ona ho organizasaun oin-oin iha Timor-Leste. Projetu mós partisipa tiha ona, no fó apoiu, ba projetu kulturál sira seluk iha tinan rua ikus liu mai. Liu-liu, iha Kolókiu Internasionál kona ba Patrimóniu no Kultura Timor-Leste nian, iha Díli, iha fulan Outubru tinan 2009, no iha Festival Kultura iha Palásiu Presidensiál iha Díli, husi loron 25 to’o 28 fulan Novembru tinan 2010. Liu ne’é, konsertu ida – Scope of Hope – ho nia intensaun atu hatudu perfil ba kultura kontemporánea Timor nian, nebe’é hola fatin iha Brisbane iha fulan Outubru tinan 2010.
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A base de dados do projecto foi criada em dois anos de viagens de investigação por todas as regiões de Timor-Leste. Usando fotografia e vídeo foi possível registar artefactos, arquitectura, cerimonias, dança, música e detalhes de artes específicas e artesãos. Além do mais, também contém material histórico e registos visuais de material de Timor-Leste que se encontra pelo resto do mundo. Algum trabalho foi também feito em Brisbane, especificamente no desenvolvimento de um perfil internacional da cultura Timorense e na inovação de desenho baseado em artefactos indígenas.
PHOTO: david palazón
‘Creative Industries Development & Timor-Leste project’ nebe’é Griffith University/AusAID harii tiha ona iha nia baze iha Díli no iha Brisbane. Profesór Tony Fry husi Griffith University mak dirije projetu ida ne’é hamutuk ho ekipa local ida nebe’é fó oin ba projetu ‘Tatoli ba Kultura’ – Señor David Palazón mak jere ekipa ida ne’é.
O ‘Creative Industries Development & Timor-Leste project’ fundado pela Griffith University/AusAid está baseado em Díli e em Brisbane. O projecto é dirigido pelo Professor Tony Fry da Griffith University com uma equipa local que dá a cara ao projecto ‘Tatoli ba Kultura’ – a equipa é gerida pelo senhor David Palazón.
Relações de trabalho e diálogo têm sido estabelecidas com diversas organizações em Timor-Leste. O projecto também participou, e deu apoio, a outros projectos culturais nos últimos dois anos. Nomeadamente, o Colóquio Internacional de Património e Cultura de TimorLeste em Díli em Outubro de 2009 e o Festival Cultura no Palácio Presidencial em Díli de 25 a 28 de Novembro de 2010. Além do mais, um concerto – Scope of Hope – com o intuito de dar perfil a cultura contemporânea Timorense teve lugar em Brisbane em Outubro de 2010.
PHOTO: Gibrael carocho
Sé mak ita no saida mak ita nia projetu halo tiha ona?
Who are we and what has our project done? The Griffith University/AusAid funded ‘Creative Industries Development & Timor-Leste project’ is based both in Dili and Brisbane. The project is directed by Professor Tony Fry of Griffith University with the local team and face of the project ‘Tatoli ba Kultura’ – the team is managed by Mr David Palazón.
PHOTO: tatoli ba kultura’s archives and online resources
The project data-base has been created from two years of fieldwork across all the regions of Timor-Leste. By photography and video it has recorded artifacts, architecture, ceremonies, dance, music and details of specific arts and crafts people. Additionally, it also contains historical material and visual records of collections of material from Timor-Leste from around the world. Work has also been carried out in Brisbane, specifically on the development of the profile of Timorese culture internationally and on design innovation based on indigenous artifacts.
Working relations and dialogue has also been established with many other organizations in Timor-Leste. The project has also participated in, and supported, other cultural projects over the past two years. These include the Colóquio Internacional de Património e Cultura de Timor-Leste in Dili October 2009 and the Festival Cultura at the President’s Palace in Dili during 25-28 November 2010. In addition, a major concert – Scope of Hope - to give profile to contemporary Timorese culture was held in Brisbane in October 2010.
PHOTO: GRIFfITH UNIVERSITY
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PHOTO: ELENA tognoli
TATOLI BA KULTURA Tatoli ba Kultura katak projetu peskiza ida ne’ebé mak foka liu atu hetan materiál barak no presiza matenek ne’ebé iha atu estabelese Akademia Indústria Kriativa ninia iha Timor-Leste. Peskiza ne’e identifika produtu no matenek, material istóriku, artefaktu, kultura tanjivel ka intanjivel (bele kaer ou la bele kaer) liu husi servisu peskiza ninia no asesu ba koleksaun internasionál no baze-dadus oin oin. Peskiza ne’e sei fornese baze atu dezenvolve kurikulu bazeia ba realidade lokál no sei fo apoiu ba instituisaun edukasionál ne’ebé sentraliza iha konservasaun no inovasaun. Ekipa ne’e hala’o husi Prof Tony Fry husi QCA, Universidade Griffith iha Brisbane. Projetu ne’e koordena iha Dili husi David Palazón (Dezeñadór & Realizadór Filme), membru ekipa sira seluk inklui: Maria Madeira (Pintór & Edukadór), Elena Tognoli (Ilustradór & Edukadór), Gibrael Carocho (Artista Vizuál), Nelson Turquel (Fotografia no Múziku), Victor de Sousa (Realizadór Filme) no Jen Shyu (Múziku Jazz) hanesan mós bainaka ba peskiza. Projetu ne’e hatuur iha kolaborasaun ho Sekretaria Estadu Kultura no Diretór Jerál Kultura iha Timor-Leste no fundu husi AusAid. Webside mós hanesan ho mapa media ne’ebé ho laran luak suporta husi Embaisada EUA iha Dili. Ami mós agradese tebetebes ba IDA ba suporta kontinuasaun ne’ebé mak fó.
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www.tatolibakultura.org
TATOLI BA KULTURA Tatoli ba Kultura é um projecto de investigação direccionado para o ganho material e de conhecimento necessários para o estabelecimento da futura Academia de Indústrias Criativas em Timor-Leste. Esta investigação identifica produtos e perícia, material histórico e artefactos, cultura de carácter tangível ou não, através da pesquisa em trabalho de campo e no acesso a colecções e bases de dados internacionais. Esta pesquisa irá oferecer a base para o desenvolvimento de um curriculum de inspiração local e de suporte a uma instituição educacional centrada nos ramos da conservação e inovação. Esta equipa é liderada pelo Professor Tony Fry da QCA, Universidade de Griffith em Brisbane. O projecto é coordenado em Díli por David Palazón (Designer e Produtor de Filmes), e outros membros da equipa incluem: Maria Madeira (Pintura e Educação), Elena Tognoli (Ilustração e Educação), Gibrael Carocho (Artista Visual), Nelson Turquel (Fotografia e Musica), Victor de Sousa (Produtor de Filmes) e Jen Shyu (Musica Jazz) como investigador convidado. O projecto é criado em colaboração com a Secretaria de Estado da Cultura e com o Director Geral da Cultura em Timor-Leste e patrocinada pela AusAid. A página de Internet e o mediamap é amavelmente suportado pela Embaixada dos Estados Unidos em Díli. Estamos também extremamente gratos à IDA pelo seu contínuo apoio.
TATOLI BA KULTURA Tatoli ba Kultura is a research project that aims to gain the materials and knowledge necessary to establish the future Academy of Creative Industries in Timor-Leste. The research identifies products and skills, historic materials and artefacts, tangible and intangible culture through fieldwork research and access to inter/national collections and databases. The research will provide the basis to develop a locally focused curriculum for an educational institution that would centre on conservation and innovation. The team is lead by Prof Tony Fry from QCA, Griffith University in Brisbane. The project is coordinated in Dili by David Palazón (Designer & Filmmaker), other team members include: Maria Madeira (Painter & Educator), Elena Tognoli (Illustrator & Educator), Gibrael Carocho (Visual Artist), Nelson Turquel (Photographer & Musician), Victor de Sousa (Filmmaker) and Jen Shyu (Jazz musician) as guest researcher. The project is set in collaboration with the Secretary of State of Culture and the Director General of Culture in Timor-Leste and funded by AusAid. The website as well as the mediamap is kindly supported by the US Embassy in Dili. We are also extremely thankful to IDA for its ongoing support.
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A z ba A TO
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ABÉ BARRETO SOARES Hakerek-na’in Escritor Writer
Ha’u moris iha ha’u-nia inan nia knua, Fohorém, Timor-Leste iha tinan 1966.Ha’u boot iha ha’u-nia aman nia knua, Manatuto no sidade kapitál, Dili durante Indonézia nia ukun hosi tinan 1975 to’o tinan 1985. Ha’u hahú hakerek poezia bainhira ha’u iha tinan 16.Iha ha’u-nia tempu sira inisiál hakerek poezia nian, ha’u-nia poezia barak sira-ne’e ko’alia kona-ba beleza natureza nian no kona-ba domin. Ha’u arranka ba sidade, Yogyakarta, Indonézia, iha tinan 1985 hafoin tiha ha’u remata ha’u-nia eskola sekundária iha Dili. Ha’u foti estudu literatura Inglés iha Universidade Gadjah Mada, nudar universidade antigu ida iha Indonézia. Hanesan estudante Departamentu Inglés nian ida, ha’u gosta tebes atu apresia literatura Indonézia, Inglés no Amérika nian. Iha Yogyakarta maka ha’u deskobre obra sira matebian poeta Timor-Leste nian, Francisco Borja da Costa, ne’ebé ema oho iha fulan-Dezembru iha tinan 1975. Ha’u hetan inspirasaun maka’as hosi nia atu hakerek poezia polítika sira kona-ba Timor-Leste nia luta ba pás no liberdade. Tanba de’it ha’u-nia poezia sira-nia ne’e iha natureza polítika, entaun ha’u la-barani atu publika poezia sira-ne’e bainhira ha’u sei hela iha Yogyakarta. Ha’u arranka ba Kanada atu partisipa iha programa inter-kámbiu kulturál nian ida iha fulan-Setembru, tinan 1991. Bainhira ha’u atu halo hotu daudaun ha’u-nia programa kulturál ne’e, masakre Santa Cruz mós akontese. Masakre ne’e muda ha’u-nia moris tomak. Ha’u mós deside atu hela iha Kanada tamba ha’u preokupa kona-ba ha’u-nia seguransa se karik ha’u fila fali duni ba Indonézia. Iha tinan 1995 ha’u-nia livru kolesaun poezia ba dahuluk ho títulu “Menari Mengelilingi Planet Bumi” (Dansa Hadulas Planeta Rai) publika iha Olanda. Iha tinan 1996 ha’u-nia livru kolesaun poezia ba daruak ho títulu “Come With Me, Singing in A Choir” (Mai Hamutuk ho Ha’u, Hananu iha Koru) publika iha Sydney, Australia. Ha’u mai fali Timor iha Jullu 2000. Há’u hahú kedas servisu iha misaun Nasoins Unidas nian, nudar asistente ba informasaun to’o Maiu 2002. Tuir mai ha’u servisu nudar interprete no tradutór iha misaun tuir tuir malu husi Nasoins Unidas.
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Nasci na aldeia natal da minha mãe, em Fohorem, Timor-Leste, em 1996. Cresci na aldeia natal do meu pai, Manatuto, e em Dili, a capital, durante a ocupação indonésia, de 1975 a 1985. Comecei a escrever poesia quando tinha 16 anos. Na minha juventude, a maior parte dos poemas que compunha era sobre a beleza natural e o amor.
I was born in my mother’s hometown, Fohorem, Timor-Leste, in 1966. I grew up in my father’s hometown, Manatuto, and in Dili, the capital during the Indonesian rule, from 1975 until 1985. I started writing poetry when I was 16 years old. In my early years most of the poems I composed were about natural beauty and love.
Saí para Jojakarta, Java, Indonésia, em 1985, após terminar o liceu em Dili. Graduei-me em ingles na Universidade de Gadjah Mada, uma das mais antigas universidades na Indonésia. Como estudante do Departamento de Inglês, gostava muito de literature indonésia, inglesa e americana. Foi em Jojakarta que descobri o trabalho de Francisco Borja da Costa, o falecido poeta timorense morto em Dezembro de 1975. Fui muito inspirado por ele ao escrever poesia política sobre a luta timorense pela independência. Devido à sua natureza política, não me atrevi a publicá-la enquanto estava em Jojakarta.
I left for Yogyakarta, Java, Indonesia in 1985, after finishing my high school in Dili. I took English as my major at Gadjah Mada University, one of the oldest universities in Indonesia. As an English Department student; I was very fond of Indonesian, English and American literature. It was in Yogyakarta that I discovered the work of Francisco Borja da Costa, the late Timorese poet killed in December 1975. I was very much inspired by him to write political poetry on the Timorese struggle for freedom. Due to its political nature, I did not dare to publish them while I was in Yogyakarta.
No final de 1991, fui para o Canadá participar num programa de intercâmbio cultural. Quando estava quase a terminar o programa, deu-se o Massacre de Santa Cruz.Mudou toda a minha vida. Decidi ficar no Canadá, pois estava preocupado com a minha própria segurança se voltasse à Indonésia. O ano de 1995 viu a primeira colecção da minha poesia ser publicada na Indonésia, entitulada “Menari Menggelilingi Planet Bumi” (Dançando à Volta do Planeta Terra). Foi publicada na Holanda. Em 1996, o meu segundo livro de poesia, entitulado “Come With Me Singing in A Choir” (Vem Comigo Cantar Num Coro), foi publicado em Sydney, na Austrália. Voltei a Timor-Leste em Julho de 2000. Comecei imediatamente a trabalhar com a missão de paz das Nações Unidas, como assistente de informação, até Maio de 2002. Desde essa altura, tenho trabalhado como intérprete e tradutor em sucessivas missões de paz das Nações Unidas.
I left for Canada to participate in a cultural exchange program in late 1991. When I was about to finish my program, the Santa Cruz Massacre took place. It changed my whole life. I decided to stay in Canada for I was concerned with my own safety if I did come back to Indonesia. The year 1995 saw the first collection of my poetry published in Indonesian, entitled ‘Menari Menggelilingi Planet Bumi’ (Dancing Around the Planet Earth). It was published in Holland. In 1996, my second book of poetry entitled ‘Come With Me Singing in A Choir’ was published in Sydney, Australia. I came back to Timor-Leste in July 2000. I immediately started working with the UN peacekeeping mission as an information assistant,until May 2002. Since then, I have been working with successive UN peacekeeping missions as an interpreter and a translator.
ABEL JÚPITER
pinta-na’in Pintor Painter
Abel moris iha Baucau no nia hela iha Timor iha tempu okupasaun Indonézia nia laran. Bainhira nia tinan 19 nia sai husi Timor ba Jakarta, nia hela iha ne’eba fulan 5 no tuir nia halai ba Macau.
Natural de Baucau, Abel viveu toda a sua infância em Timor durante a ocupação indonésia. Aos 19 anos, deixou Timor com destino a Jacarta, onde permaneceu durante 5 meses, seguindo depois clandestinamente para Macau.
Born in Baucau, Abel lived all his childhood in Timor, during the Indonesian occupation. At the age of 19, he left Timor to Jakarta, where he stayed for five months, and then left clandestine to Macau.
Iha Macau, nia estuda no servisu to’o Agostu 1998, momentu nia sai fali ba Portugal. Nia tuir kursu Siénsia Polítika no relasaun Internasionál sira iha Fakuldade Siénsia Sosiál no Umanu husi Universidade Nova Lisboa.
Em Macau, estudou e trabalhou até Agosto de 1998, ano em que veio para Portugal. Licenciouse em Ciência Política e Relações Internacionais pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
In Macau, he studied and worked until August 1998, when he came to Portugal. He graduated in Political Sciences and International Relations from the Faculty of Social Sciences and the Humanities of Lisbon University.
Desde nia kiikoan nia hatudu katak nia gosta tebes pinta. Iha Timor, tamba situasaun nia nunka hetan oportunidade atu pinta maski nia sempre hanoin pintura no aprende uitoan no pinta nafatin. Nia ba vizita muzeun, ba haree pintura tuan, foun, aprende saida mak nia hetan asesu ba.
O seu gosto pela pintura manifestou-se desde pequeno. Em Timor, dada a situação vivida, nunca teve oportunidade de pintar seriamente mas também nunca deixou de se interessar pela pintura, procurando sempre aprender, pintando tela a tela sempre que possível. Visitar museus, ver obras antigas, modernas, tomar conhecimento de tudo, dentro do possível.
His interest in painting manifested from a young age. In Timor, due to living conditions, he never had the opportunity to paint seriously. But he never lost interest in painting, always seeking to learning and painting from canvas to canvas every time he could. Visiting museums, seeing old and new paintings, getting acquainted with as much as possible.
Quando pinta, é fiel a si mesmo, deixa que as coisas aconteçam, pois acredita que cada pintor tem dentro de si algo que funciona de acordo com as suas necessidades. Na sua pintura, procura retratar pessoas simples do campo pelas quais tem uma grande admiração e respeito, combinando-os com os espaços rurais onde passou a sua infância.
When he paints, he is true to himself, letting things happening, because he believes that each painter has inside something that works according to his or her needs. In his painting, he seeks to depict simple farming people for whom he has great admiration and respect, combining them with the rural spaces where he spent his childhood.
Bainhira pinta, nia tuir nia na no hein to’o buat mosu, tamba nia fiar katak pintor ida idak iha buatruma iha laran ne’ebé mosu tuir nesesidade. Iha nia pintura nia gosta pinta ema ne’ebé simples husi foho, ema ne’ebé nia admira no respeitu, no dezeñu ema ne’ebé iha área rural uluk nia moris.
artwork: ABEL JÚPITER
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Alberto Fidalgo Castro
Doutorandu iha Antropolojia husi Universidade Koruña (UDC), España Doutorando em Antropologia da Universidade da Coruña (UDC), Espanha Ph.D. student in Anthropology at the University of Coruña (UDC), Spain
Alberto halo hela peskiza iha Timor-Leste ba ninia teze dotoramentu ne’ebé estuda relasaun ekonomia kulturál ho prátika ritual. Nudar membru ba Asosiasaun Luso-Galega ba Antropolojia Aplikada (ALGA) nia interesa liu ba antropolojia dezenvolvimentu nian, patrimóniu kulturál ho estudu kona-ba to’os-na’in sira. Nia halo parte ba ekipa UDC/ALGA ne’ebé halo projetu peskiza iha Timo-Leste hahú husi tinan 2007 mai to’o agora. Nia hakerek hamutuk ho ema seluk livru ida naran As uma lulik do distrito de Ainaro (sei publika). Nia hetan tulun hodi hala’o nia peskiza husi programa bolsa-estudu Ajénsia Española nian ba Kooperasaun Internasionál Dezenvolvimentu nian (MAE-AECID).
Alberto is currently conducting fieldwork research in Timor-Leste for his Ph.D., which is primarily focused on the cultural economy embedded in ritual practices. As a member of the Luso-Galician Association for Applied Anthropology (ALGA) his interests are on anthropology for development, cultural heritage and peasant studies. He has been involved in several research projects in Timor-Leste since 2007 by the UDC/ALGA team. He has co-authored the book As uma lulik do distrito de Ainaro (The sacred houses of the Ainaro district), in press. His research is funded by the Spanish Agency for International Development Cooperation’s scholarships program (MAE-AECID).
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photo: david palazón (HIUT LEL, MAUBISSE)
Alberto está actualmente a desenvolver trabalho de campo em Timor-Leste para o seu Doutoramento, que se centra na economia cultural integrada em prácticas culturais. Como membro da Associação Luso-Galega de Antropologia Aplicada (ALGA), os seus interesses principais são a antropologia para o desenvolvimento, o património cultural e os estudos camponeses. Desde 2007, tem estado envolvido em vários projetos de investigação em Timo-Leste com a equipa da UDC/ALGA. É co-autor do livro As uma lulik do distrito de Ainaro, no prelo. A sua pesquisa é financiada pelo programa de bolsas de estudos da Agência Espanhola de Cooperação para o Desenvolvimento (MAE-AECID).
ALESSANDRO BOARCCAECH
Psikólogu no Antropólogu Psicólogo e Antropólogo Psychologist & Anthropologist
Soru mutu istoria rai nain lalehan no rai sira nian: rai ketan Atauro Um encontro de cosmologias: ilha de Ataúro An encounter of cosmologies: Atauro Island
Kristianizmu katóliku tama iha Timor Lorosae iha sékulu XVI hamutuk ho mariñeiru portugés sira. Ho istória naruk be iha rai Timor fo folin boot ba Igreja Katólika ne’ebé ikus mai sai instituisaun ida ne’ebé tuan no metin liu iha rai nee. Maibé, ketak ituan ho rai Timor, katolisizmu foin hahú tama iha rai ketan Atauro iha sékulu XX nia klaran. Ho tempu mamuk ne’ebé misionáriu katóliku sira husik leet hela, fo biban kristianizmu protestante sira tama. Se iha Timor Lorosae, dala barak liu, katolisizmu hanesan relijiaun ne’ebé populasaun besik 96% mak fiar, iha Atauro 20% deit hosi ema rai na’in rihun sanulu (10 mil). Maski Atauro oan hotu-hotu tama ona Igreja Katólika no Asembleia de Deus, maibé sei la’o nafatin fiar ba pratika no símbolu hosi espíritu bei ala no rai sira nian to’o ohin loron. Objetivu ne’ebé ha’u hakarak hato’o mak hanoin kle’an kona ba oinsá mak fukun sira ka’it malu hosi istória oin-oin rai na’in lalehan no rai nian ne’ebé moris ohin loron iha rai ketan Atauro no hetan konsekuénsia pratika no simbólika hosi soru mutu ne’e iha komunidade neba.
O cristianismo católico chegou a Timor-Leste no século XVI, junto com os primeiros navegadores portugueses. A longa história em território timorense contribuiu para que a Igreja Católica se tornasse uma das mais antigas e sólidas instituições do país. No entanto, ao contrário do restante Timor, o catolicismo estabeleceu-se mais efetivamente na ilha de Ataúro somente em meados do século XX. Esta ausência prolongada dos missionários católicos favoreceu a inserção do cristianismo protestante. Se em Timor-Leste, em geral, o catolicismo é a religião professada por aproximadamente 96% da população, em Ataúro ela corresponde a apenas 20% dos quase 10 mil habitantes locais. Embora todas as pessoas da ilha de Ataúro integrem a Igreja Católica ou Assembleia de Deus, algumas práticas e símbolos que evocam os espíritos dos antepassados e da natureza ainda permanecem nos dias de hoje. Esta comunicação tem como objetivo refletir sobre como ocorre a inter-relação entre as diversas cosmologias que convivem actualmente em Ataúro, e quais as repercussões práticas e simbólicas deste contacto em algumas das comunidades locais.
Catholicism arrived in Timor-Leste during the 16th century, along with the first Portuguese sailors. The Catholic Church became one of the oldest and most solid institutions in the country due to its long history in Timorese territory. However, and contrary to the rest of Timor, Catholicism was more effectively established in Ataúro Island only in the middle of 20th century. This prolonged absence of catholic missionaries worked to the advantage of Protestantism. If generally in Timor-Leste Catholicism is the religion practiced by approximately 96% of the population, in Ataúro it only relates to 20% of almost 10 thousand of its inhabitants. Although everyone in the island is part of the Catholic Church or the “Assembleia de Deus’” (God’s Assembly), some practices and symbols that invoke the spirits of the ancestors and nature still remain unchanged nowadays. The goal of this communication is to consider how interrelations between the diverse cosmologies that live together in Ataúro occur, and which practical and symbolic repercussions take place from this contact in some local communities.
photo: ALESSANDRO BOARCCAECH (makili)
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Fundasaun Alola harii iha 2001 no rejista iha Forum ONG Timor-Leste nian nudar ONG ba feto lokál. Fundasaun Alola hanesan organizasaun ne’ebé dedika an hodi hametin no hakbiit feto sira no dezenvolve programa sira ba feto no labarik. Organizasaun nia motu makn Feto Forte, Nasaun Forte. Alola halo dezenvolvimentu ba projetu sira iha setor haat: Advokasia, Dezenvolvimentu Ekonómiku, Edukasaun ba Inan no Saúde ba Labarik. Programa Dezenvolvimentu Ekonómiku/Programa ba Artezanato Loja Artezanatu Alola ninia buka hodi dezenvolve merkadu sira ba Tais (Hena tradisionál Timor nian) ho kualidade aas, ne’ebé tuir téknika tradisionál suru Tais no futus uza fiu algodaun liu husi tear tradisionál ne’ebé kesi iha kotuk. Ida ne’e nudar promosaun ba atividade ekonómika ho baze osan ne’ebé bele ajuda haktuir nesesidade sira husi família no uma laran. Liu husi programa ne’e, ami buka hodi haktuir nesesidade sira ne’ebé feto sira iha no dezenvolve programa sira ne’ebé bele fo apoiu no formasaun ba sira no programa kona ba produsaun hodi sira bele halo produtu ne’ebé ho kualidade di’ak ho folin ne’ebé justu, ne’ebé bele mós fo sustentu ba sira. Primeiru programa ne’e fo apoiu ba grupu husi tesedeira sira kona ba nusa halo promosaun no fa’an sira nia produtu sira. Objetivu tan mak hadia kualidade no padraun produsaun ba Tais, iha uma ka iha komunidade, no hatama esperiénsia no matenek husi espesialista sira no fahe ba sira ne’ebé foin hah’u hodi bele tuir sira nia nesesidade no aumenta sira nia bein estar.
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A Fundação Alola foi estabelecida em 2001, e registada no Fórum de ONGs de TimorLeste como uma ONG de mulheres locais. A Fundação Alola é uma organização dedicada ao fortalecimento das mulheres, e desenvolve programas para mulheres e crianças. O moto da organização é Feto Forte, Nasaun Forte – Mulheres Fortes, Nação Forte. A Alola desenvolve projectos em quarto sectores: Advocacia, Desenvolvimento Económico, Educação Materna e Saúde Infantil. Programa de Desenvolvimento Económico/ Programa de Artesanato A Loja de Artesanato da Alola procura promover e desenvolver mercados para Tais (tecidos feitos à mão) de alta qualidade, utilizando técnicas tradicionais de tecelagem e tintagem de algodão, transformando-os em Tais usando teares de correias de costas. Isto promove uma das poucas actividades económicas de base monetária e pode, deste modo, acomodar as necessidades da família e do lar. Através deste programa, procuramos suprir as necessidades das tecedoras e, com elas, desenvolver um conjunto de programas que possam assegurar que elas recebem o apoio necessário em formação e programas de produção, de forma a produzirem bens de qualidade com um preço ajustado, que lhes forneçam um retorno económico adequado. O trabalho preliminar irá apoiar grupos de tecedeiras na promoção e marketing dos seus produtos. Objectivos adicionais irão incluir a melhoria da qualidade e padrão da produção de Tais, em casa e na comunidade, introduzir a experiência e o conhecimento de tecedeiras especializadas a jovens tecedeiras, e melhorar a saúde e o bem-estar de tecedeiras e costureiras.
PHOTO: alola archives
ALOLA FOUNDATION
Alola Foundation was established in 2001, registered under Forum NGO Timor-Leste as a local women’s NGO. Alola Foundation is an organization dedicated to the empowerment of women, and runs programs for women and children. The slogan of the organization is Feto Forte, NasaunForte – Strong Women, Strong Nation. Alola runs programs in four sectors: Advocacy, Economic Development, Education & Maternal, and Child Health. Economic Development Program/Handcrafts program Alola Handcraft Shop seeks to promote and develop markets for high quality Tais (handwoven cloths),using traditional techniques of spinning and dyeing cotton, and weaving them into Tais on backstrap looms. This promotes one of the few cash-based economic activities that many women can engage in, as Tais weaving is traditionally a home-based activity and can therefore accommodate the needs of family and household. Through this program, we seek to provide for the needs of weavers and with them develop a set of programs that can ensure they receive the support they need in training and production programs,in order to produce properly priced quality goods that provide them an adequate economic return. The preliminary work will set to support weavers’ groups in promoting and marketing their products. Further goals will include improving the quality and standards of Tais production, at home and in the community, to introduce younger weavers to the experience and teaching of expert weavers, and to improve the health and the wellbeing of weavers and sewers.
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PHOTO: david palazón (ESTADO, ERMERA)
ANNA WAHYU P. FREITAS Koreógrafa coreógrafa CHoreographer
Anna Wahyu P. hasai nia kursu iha Institut Seni Indonesia (ISI) iha Yogyakarta, Indonézia, no ni tuir programa kona ba dansa husi tinan 2004 to’o tinan 2009. Nia mós aprende kona ba koreografia (kona ba sekuénsia movimentu dansa tuir múzika), aprende kona ba dansa kreativu no dansa tradisionál. Anna WP hetan esperiénsia barak bainhira nia halo koreografia iha eventu Jog ja Java Carnival, Pekan Olahraga Pelajar Nasional (POPNAS), Gema Khatulistiwa, Indonesia menari no iha eventu boot seluk - seluk tan iha Timor mak hanesan Festival Kultura Ramelau, Festival Nacional do Desporto, Congresso Partido CNRT, Foin lalais ne’e, nia sai treinadór ba grupo Le-siaval, no Timor-Leste Maritim College. Nia sai nudar ezemplu di’ak ba Timor oan tomak hodi iha konxiénsia atu sai artista dansa hodi haburas kultura no bele hatudu ba povu tomak oinsá haburas ema nia kontatu ho arte liu-liu iha parte dansa.
Anna Wahyu P. iniciou o curso em 2004 no Institut Seni Indonesia (ISI), em Yogyakarta na Indonésia, na área da dança, tendo terminado os seus estudos em 2009. Inserido no curso estudou áreas como a coreografia, a dança criativa e a dança tradicional. Teve várias experiências como coreógrafa nomeadamente nos festivais Jog ja Java Carnival, Pekan Olahraga Pelajar Nasional (POPNAS), Gema Khatulistiwa, Indonesia menari, ainda em Yogyakarta, e também em Timor-Leste no Festival de Cultura do Ramelau, no Festival Nacional do Desporto, e no Congresso do Partido CNRT, sendo agora professora do Grupo Le-siaval e no Timor-Leste Maritim College. Anna é um exemplo para todos os timorenses terem consciência da importância de, como bailarinos, deverem participar no desenvolvimento da cultura e mostrarem a todos a sua arte, como forma de aumentar a apreciação pela dança.
Anna Wahu P. begun a degree in dance in 2004, at Indonesia Seni Institute (ISI), in Yogyakarta, Indonesia, and completed it in 2009. Within the degree program she studied subjects such as coreography, creative dance and traditional dance. She has had several experiences as a coreographer, including in the festivals Jog ja Java Carnival, Pekan Olahraga Pelajar Nasional (POPNAS), Gema Khatulistiwa, Indonesia menari, in Yogyakarta, as well as in Timor-Leste in the Culture Festival of Ramelau, National Sports Festival and the Congress of CNRT Party. She now teaches the group Le-siaval and the Timor-Leste Maritime College. She is an example to all Timorese to gain awareness of the importance for them, as dancers, to participate in the development of culture and to show their art to everyone, so that appreciation for dancing increases.
Antero Lopes
OURIVES ourives GOLDSMITH
Ourives mak badain ne’ebé nakfilak osan mean no mutin sai jóia hodi hafutar an ba serimónia ritual ruma no simu bainaka iha festa tradisionál sira. Jóia sira ne´e mak hanesan kaebauk, belak, buti liman, keke, ulusuku, alfinete, brinkus, korrente no sst. Ba daudaun ne’e Sr. Antero Lopes husi aldeia Quesa Mau Casa, Ainaro, ne’ebé hala´o knar ne´e hahú husi tinan 1964, no mos Sr. Francisco C. Araújo husi aldeia Cartolu Horaiquic, Maubisse,ne’ebé hala´o tiha ona knar ne´e iha 1967.Ho matenek ne’ebé iha, sira bele nakfilak jóia sira ne´e hodi hatutan sira nia moris.
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O ourives é o artesão que transforma ouro e prata em jóias para serem usadas em cerimónias religiosas e nas festas tradicionais. Estas jóias incluem o kaibauk (adorno de cabeça), o belak (adorno e peito em forma de sol), butiliman, keke (pulseiras), ulusuku (gancho do cabelo), alfinete, brincos, jóais, etc.
Goldsmith are craftsmen that transform gold and silver into jewelry to be used in religious ceremonies and in traditional parties. These jewels include the kaibauk (headdress), the belak (a chest medallion shaped like the sun), butiliman, keke (arm bracelets), ulusuku (hairpin), hearings, jewels, etc.
O Sr. Antero Lopes, da aldeia Mau Casa,Ainaro, desenvolve esta actividade desde 1964, e o Sr. Francisco C. Araújo, da aldeia Cartolu Horaiquic, Maubisse, trabalha nesta área desde 1967. Com a capacidade e criatividade que têm, eles sustentam-se a si e às suas famílias.
Mr. Antero Lopes, from Mau Casa village, in Ainaro, has been developing this activity since 1964, and Mr. Francisco C. Araújo, from Cartolu Horaiquic, in Maubisse, has worked in this area since 1967. With their skills and creativity, they sustain themselves and their families.
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PHOTO: almeida ganefabra (DGC ARCHIVES)
BABADOK ILIMANO Januário da Cunha
Babadok mak instrumentu uniku ho nia boot hanesan tambór ki’ik, hodi haklilik wainhira inan feto sira baku, tuir melodia iha grupu laran. Babadok halo ho materiál lokál hanesan ai-teka, ai-ná, ai-sária no bibi kulit. Babadok nia funsaun, baku wainhira hala’o rituál no serimónia no simu bainaka ho tebedai. Iha aldeia Ilomano ne´e, mak sr. Januário da Cunha ho ninia maun alin sira halo babadok no gong hodi fa´an ba territóriu tomak. Sentru ne´e halo babadok 10-12 iha semana ida nia laran, hahú husi tinan 2001 to´o ohin loron. Sira hetan mos apoiu husi NGO internasionál husi Canada iha Timor-Leste, ba formasaun no hodi sosa materiál lokál hodi bele halo babadok.
O Babadok (batuque) é um instrumento único, com o tamanho de um tambor pequeno, que é pendurado ao ombro das mulheres quando estas o batem ao ritmo da melodia tocado pelo grupo. É feito de materiais locais, tais como a teca, o pau-rosae a ai-saria, e pele de cabrito. Este instrumento é tocado em cerimónias rituais e religiosas e na recepção a convidados, acompanhando a dança tebedai.
Babadok is a unique instrument, the size of a small drum, which hangs from women’s shoulders when they play it to the rythmn of the melody played by the group. It is made of local materials such as teak, rosewood and ai-saria, and goat skin. This instrument is played in ritual and religious ceremonies and when welcoming guests, accompanied by the tebedai dance.
Na aldeia de Ilomano, o Senhor Januário da Cunha e os seus irmãos fazem babadok e gongs para serem vendidos em todo o território. Desde 2001 e até hoje, produzem-se neste centro cerca de 10 a 12 babadok semanalmente. O centro tem o apoio de uma ONG internacional do Canadá em Timor-Leste, para a formação e para a compra dos materiais locais para produzir os instrumentos.
In the village of Ilomano, Mr. Januário da Costa and his brothers make babadok and gongs that are sold all across the country. Since 2001 and till this date, ca. 10 to 12 babadok are produced every week. The centre has the support of an International Canadian NGO in Timor-Leste, which provides support to training and to buy local materials to produce the instruments.
BABADOK MATAI photo: S. Pereira (panoramio)
Dansa dança dance
Babadok Matai mai husi bei-ala sira. Lia fuan babadok mai husi tetum prasa maski iha tetum terik hanaran likurai. Likurai foti husi lian rua: liku katak: habadak an, kleuk; no rai katak: rai. Likurai katak: habadak an, kleuk no hadulas rai. Funsaun bidu likurai hanesan hodi hala’o serimónia rituál, hasai ho hatama sasán lulik husi uma lulik, simu ho hasoru dato sira no ba hafoti we lulik (we sadan) hodi hasa’e ba uma lulik, no halo festa hasoru liurai ho ukun na’in sira. Likurai halo husi ai-fau ho animal nia kulit mak hanesan (rusa, bibi, busa).
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O Babadok Matai (batuque) era feito pelos antepassados. O babadok é o nome pelo qual o instrumento é conhecido em tétum praça, em tétum terik é chamado likurai. O likurai deriva de duas palavras: liku, que quer dizer habadak an, kleuk no hadulas, baixar o corpo, inclinar e fazer um círculo; e rai, que quer dizer terra. A dança tradicional likurai tem como funcões ser praticada em cerimónias rituais ou religiosas, quando se colocam e retiram objectos sagrados da uma lulik (casa sagrada), na recepção a pessoas da realeza e na recolha de água sagrada (we sadan) para oferecer à casa sagrada, e nas recepções a líderes. O instrument que é tocado para dançar o likurai é feito de ai-fau e de peles de animais, tais como cabrito, veado e gato.
The Babadok Matai (drums) were made by the ancestors. Babadok is the name by which the instrument is called in Tetun Praça; in Tetun Terik, it is know as likurai. Likurai derives from two words: liku, which means to lean the body down and forward, making a circle (habadak an, kleuk no hadulas); and rai, which means land. The likurai traditional dance is practiced in ritual and religious ceremonies, when you place or take objects from the sacred house, in receptions to royal family members and when one collects sacred water (we sadan) to offer to the sacred house, and to welcome leaders. The instrument played to dance the likurai is made of ai-fau and animal skin (goat, deer and cat).
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PHOTO: bernardino soares
BERNARDINO SOARES FotógrafU Fotógrafo Photographer
Ne’e Haun nia Oin Esta é a minha FACE This is my face
“Ne’e mak ha’u nia Oin: nonok, inosente, beik, violénsia, ho ha’u nia forsa no ha’u nia frakeza tomak. Ne’e Ha’u nia Oin.”
“Estas são as minhas silenciosas, inocentes, estúpidas e violentas faces, com todas as minhas fraquezas e forças. Esta é a minha face.”
‘These are my silent, courageous, innocent, stupid and violent faces with all the weakness and strength of mine. This is my face.’
Bernardino Soares hanesan fotógrafu foun husi Dili. Desde uluk nia hetan paixaun maka’as ba fotografia. Iha 2004 nia hetan oportunidade atu ba estuda fotografia iha AKINDON (Akademia ba Komunikasaun iha Indonézia), iha Jojakarta. Nia halo ona espozisaun iha Dili iha 2008, iha FOTOFREO 09, iha Perth, iha Austrália, no nia hetan hilli atu hola para iha Jovem Fotógrafu Azia nian, iha Workshop Fotografia iha Angkor, iha Camboja, iha 2010. Daudaun nia servisu nudar fotógrafu ho UNMIT, iha Dili.
Bernardino Soares é um fotógrafo emergente de Dili. Tem estado apaixonado pela fotografia desde que era jovem. Em 2004, teve oportunidade de ir estudar fotografia na AKINDON (Acdemia de Comunicação Indonésia), em Jojakarta. Já fez exposições em Dili em 2008, na FOTOFREO 09, em Perth, na Austrália, e foi igualmente seleccionado para fazer parte dos Jovens Fotógrafos Asiáticos, no Workshop de Fotografia de Angkor, no Camboja, em 2010. Trabalha actualmente como fotógrafo para a UNMIT, em Dili.
Bernardino Soares is an emerging photographer from Dili. He has been passionate about photography since a very young age. In 2004, he had the opportunity to go study photography at AKINDON (Indonesian Academy of Communication), in Yogyakarta. He has had exhibitions in Dili in 2008, FOTOFREO 09 in Perth (Australia) and he was also selected to join the Young Asian Photographer at the Angkor Photo Workshop in Cambodia in 2010. He is currently working as a photographer for UNMIT, in Dili.
BIDU BSO’OT Dansa dança dance
Hori uluk, bso’ot nee so hala’o bainhira iha tempo funu atu hanoin vitória, ne’ebé asua’in sira manán funu. Molok atu hahú funu, huu karau dikur lian hodi bolu reinu sira katak iha sinál importante ruma kona ba funu atu mosu. Povu tomak halibur hamutuk iha liurai nia kadunan hodi kesi bibi fulun iha ain no buku-sbeta kesi iha liman hodi prepara atu halo funu. Funu hasoru grupu no asua’in hasoru asua’in, hafoin manán funu povu sira haksolok hodi bidu bso’ot ho hahi asua’in sira ne’ebé manán funu. Bidu bso’ot ikus mai sai hanesan tradisaun la’os atu selebra vitória hodi simu na’in ulun bainhira mai vizita sira nia knua.
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Antigamente, a dança tradicional bso’ot era apenas apresentada em tempo de guerra, para celebrar a vitória alcançada pelos guerreiros. Antes de comecar a lutar, o corno de búfalo era soprado em alto som para avisar que haveria uma guerra. Toda a comunidade, ao ouvir o som, concentrava-se no palácio do rei. Os homens começavam a atar pêlos de cabritos nos tornozelos e a colocar pulseiras (bukusbeta) nos braços para ir à guerra. As guerras aconteciam entre grupos e entre guerreiros. Os que ganhavam a guerra, celebravam-na com a dança bso’ot e os guerreiros vitoriosos eram adorados. Hoje emdia, a dança tradicional bso’ot é vista como uma dança para receber os líderes em visitas oficiais.
In the old days, the traditional dance bso’ot was only presented in times of war, to celebrate the victories achieved by warriors. Before they started fighting, a buffalo horn was blown strong to let people know there would be a war. When listening to that sound, the whole community would concentrate in the king’s palace. Men would then tie goat fur to their ankles and placing bracelets (buku-sbeta) in their arms, before they go to war. War took place between groups and warriors. Those who won would celebrate with the bso’ot dance, and victorious warriors were adored. These days, the bso’ot traditional dance is seen as a dance to welcome leaders in official visits.
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PHOTO: DGC Archives
Bidu Koba Dansa dança dance
Dansa Koba, dansa tradisional ida nebe’e mak pratika hodi simu lideres ou visitantes no pratika mós iha seremónia tradisional. Tuir lisan, dansa koba ou lensu mutin pratika hodi hamans biru nomós hodi hetan sortes.
O Bidu Koba é uma dança tradicional que se pratica para receber os líderes ou visitantes e igualmente em cerimónias tradicionais. Segundo a tradiçao, a dança koba ou lenso mutin (pano branco) é praticada para aquecer o amuleto e para obter sorte.
Bidu Koba is a traditional dance that is performed to welcome leaders or guests and also in traditional ceremonies. According to tradition, the koba dance, or lensu mutin (white scarf ) is performed to heat the amuleto and provide good luck.
Iha tempu atu baku bakar, bei ala konvida nian familia tomak hodi mai partisipa iha serimonia iha nia to’os. Tuir lisan/historia, dansa ida ne’e mosu husi feto nain hitu ,nebe’e mak dansa usa lensu mutin iha batar butuk nian leten hodi destroi batar ho movimento ular nian. Iha ikus mai feto nain hitu ne’e se sai ular ulun hitu.
Na época do bater do milho, os antepassados convidavam a família toda para vir participar na cerimónia no seu quintal. Segundo a tradição/ história, essa dança nasceu de sete mulheres que naquela altura dançavam usando panos brancos, movimentando-se em cima do milho, batendo e fazendo movimentos de cobra, para depois se transformarem numa cobra de sete cabeças.
During the time the corn his pounded, ancestors used to invite the whole family to the garden, to participate in the ceremony. According to tradition/history, that dance was born from seven women that danced with white scarfs, moving on top of the corn, pounding and moving as snakes, and then transformed into a snake of seven heads.
Wainhira dansa ne’e hotu tiha no feto hitu ne’e transforma tiha ba samea ulun hitu, bei ala hatete ba nian familia tomak atu labele tauk samea ne’e, tamba nian belun, no mai atu haksolok ho sira.
Quando dançavam e depois da transformação das sete mulheres numa cobra de sete cabeças, o antepassado dizia à família para não terem medo da cobra, porque ela era amiga e vinha divertir-se com eles.
While dancing, and after being transformed into a snake of seven heads, the ancestor would say to family that they should not fear the snake, as it was their friend and only came to have fun with them.
BILI BALA
sanan rai OLARIA pottery
Iha loron 11 Outubru 2002, NGO World Vision hala´o koordenasaun ho grupu feto (OMT) hodi harii grupu Bili Bala Olaria, USAid mos fo apoiu liu husi World Vision atu tuir formasaun kona ba filtru bee, jestaun, sekretariadu, tezouraria, marketing no apoiu materiál durante tinan ida. Iha loron 30 Dezembro 2003, World Vision husik liman no grupu Bili Bala Olaria hahú hamriik mesak ona.
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No dia 11 de Outubro de 2002, a ONG World Vision realizou um trabalho de coordenação com um grupo de mulheres (OMT) para a criação do grupo Bili Bala Olaria. Esse projecto teve igualmente apoio financeiro da USAid para formação sobre filtros de água, gestão, secretariado, tesouraria, marketing e apoio material durante um ano. A 30 de dezembro de 2003, a World Vision deixou de apoiar o grupo Bili Bala Olaria e, a partir daí, o grupo começou a desenvolver as suas actividades por conta própria.
On October 11, 2002, NGO World Vision coordinated with a group of women (OMT) to create the Bili Bala Olaria group. This project also received support from AusAID for training on water filters, management, secretariat, finance, marketing, and material support for one year. On December 30, 2003, World Vision finished supporting Bili Bala Olaria and since then the group has been developing its own activities.
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BIOJOIAS
O projecto Biojoias nasceu em Outubro de 2006, quando o artista brasileiro Carlos de Mata visitou Ataúro. O objectivo do projecto era melhrorar a qualidade de vida de um grupo de jovens mulheres surdas e mudas. As mulheres reciclam produtos naturais como sementes, conchas marinhas, raízes e vidro partido polido pelo mar. Este produtos encontrados são reciclados e transformados em novas peças de joalharia. As Biojoias de Ataúro vendem habitualmente os seus produtos em feiras nacionais, eventos e na sua oficina na vila de Maumeta, na ilha de Ataúro.
The Biojoias project was born in October 2006, when Brazilian artisan Carlos de Mata visited Ataúro. The objective of the project was to improved the quality of life of a group of hearing and vocally impaired young women. The women recycle natural products like seeds, seashells, roots and broken glass polished by the sea. These found products are recycled and assembled into new pieces of jewellery. Biojoias of Ataúro regularly sells their products in national fairs, events and from their workshop in the village of Maumeta, in Ataúro island.
PHOTO: bonecas de ataúro – david palazón
Projetu Biojoias hahú iha Outubru 2006, bainhira artista husi Brazil ho naran Carlos de Mata ba vizita Ataúro. Objectivu husi projetu mak hadi’a kualidade moris husi joven feto ne’ebé la bele rona no labele ko’alia. Feto sira uza produtu naturál sira hanesan fini, ramis, ai-abut no vidru ne’ebé tasi hamos ona. Sira hetan produtu sira ne’e no halo transformasaun hodi sai fali joallaria. Biojoias husi Ataúro fa’na ninia produtu sira iha feira nasionál, iha eventu no iha sira nia ofisina iha Maumeta, iha Ataúro.
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BONECAS DE ATAÚRO
Saida mak Boneka hosi Ataúro? O que é a Boneca de Ataúro? What is the Boneca of Ataúro?
Buat ne’e boneka hena ne’ebé moris iha illa eziliu nian; boneka ne’ebé hakur tasi no illa barak hodi la’o hadulas mundu.
É uma boneca de pano nascida na ilha do exílio, que atravessou o mar e muitas fronteiras para viajar por todo o mundo.
It is a rag doll born on the island of exile; a doll that crossed the sea and many borders to travel around the world.
Buat ne’e iha fatin májiku ida iha ne’ebé objetu folin boot ne’ebé ita hakarak moris ba.
É um lugar mágico, onde nascem preciosos objectos de desejo.
It is a magic place where precious objects of desire are born.
É um lugar onde as mulheres encontram o seu espaço, a sua dignidade, a sua independência económica.
It is a place where women find their space, their dignity and their economic independence.
Buat ne’e fatin ida iha ne’ebé feto sira hetan sira nia fatin, sira nia dignidade, no sira nia ekonomia ne’ebé independénsia. Buat ne’e hanesan marka, ne’ebé ema barak koñese iha oras ne’e daudaun. “Boneka” ne’e hanesan fábrika ida ba hafahe matenek: tékniku, kona ba relasaun umanu sira, komersiál; no koñesimentu ida kona ba mehi ne’ebé tuir ona no ba mehi ne’ebé seidauk. Ida ne’e fatin ba feto sira hosi kualkér otas. Feto ho idade boot fó protesaun, esperiénsia, pasiénsia; feto ho idade ki’ik fó alegria, no iha mehi ba futuru. Ida ne’e fatin iha ne’ebé feto analfabetu hetan sira nia fatin atu aprende; no iha ne’ebé hirak ne’ebé alfabetizadu hafahe sira nia koñesimentu ba sira hotu. “Boneka” ne’e hanesan kooperativa ida iha ne’ebé orgullu ba tusan kona ba hela ho ita boot nia liman rasik mak sei hakiak. “Boneka” ne’e hanesan faról ahi ba feto Ataúro sira seluk ne’ebé hakarak atu moris no servisu ho dignidade.
It is brand, quite renowned by now. É uma marca,actualmente muito conhecida.
A “Boneca” é uma fábrica de conhecimentos partilhados: técnicos, humanos, de relação, de comércio;conhecimento de sonhos cumpridos e sonhos por cumprir.
É um lugar para mulheres de qualquer idade. As mulheres mais velhas trazem prudência, experiência, paciência; as mais jovens trazem alegria e vontade de futuro. É um lugar onde mulheres analfabetas encontram um espaço de aprendizagem; e onde as que têm escolaridade partilham o seu conhecimento com a maioria. A “Boneca” é uma cooperativa onde o orgulho de ganhar a vida com as próprias mãos é alimentado.
The ‘Boneca’ is a factory of shared knowledge: technical, human, relational, commercial; a knowledge of fulfilled dreams and dreams to fulfil. It is a place for women of any age. Elderly women bring prudence, experience, patience; younger ones bring joy, and desire for the future. It is a place where illiterate women find a space to learn; and where literate ones share their knowledge with the most. The ‘Boneca’ is a cooperative where the pride of earning a living with your own hand is nurtured. The ‘Boneca’ is a beacon for other Ataúro women, who wish to grow and work with dignity.
A “Boneca” é um farol para outras mulheres de Ataúro, que querem crescer e trabalhar com dignidade.
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BOSCO
pinta-na’in Pintor Painter
Manuel Justino “Bosco” Alve do Rêgo moris iha Dili iha fulan Marsu loron 26, 1965. Nia estuda agrikultura iha sentru Java ,depois servisu nudar tékniku agrikultura nian iha seksaun veterinária iha Manatuto. Durante ninia komesa hanesan estudante nia manán tiha ona segundu lugar iha kompetisaun dezeñu nian ida. Ho sentimentu permanente kona ba dezeñu no pinta, Bosco uza ninia talentu hodi pinta banner no kartás ba demostrasaun hasoru okupasaun Indonézia iha 1991, ida ne’ebé ninia rezultadu iha masakre Santa Cruz.
Manuel Justino ‘Bosco’ Alves do Rêgo was born in Dili on March 26, 1965. He studied agriculture in Central Java, working afterwards as an agriculture technician in the veterinary section at the village of Manatuto. During his early student years he already won a 2nd prize in a design competition. With a permanent taste for design and painting, Bosco used his talent to paint the banners and posters for the demonstrations against the Indonesian occupation in 1991, of which it resulted in the Santa Cruz massacre.
Today, he conducts his artistic activities in Manatuto, where those who appreciate his artworks and techniques he uses, visit him on a daily basis. He has exhibited regularly since 2000 in individual and group shows, with special distinction to the exhibitions ‘Timor, Art in Canvas’, in 2003 sponsored by the Portuguese Embassy, ‘Art for Peace’, at Oriente Foundation in November 2006, and ‘Timor in Oil and Charcoal’, in May 2003 at Oriente Foundation and Hotel Timor.
Ohin loron, nia hala’o ninia aktividade artístiku iha Manatuto, iha ne’ebé loron di’ak ruma nia hetan vizita husi ema hirak ne’ebé apresia ninia servisu arte no téknika hirak ne’ebé nia uza. Baibain nia hala’o ona espozisaun desde 2000: amostra ho grupu no mós individual, no fo relevánsia ba nia espozisaun iha 2003: “Timor, arte iha Canvas” ne’ebé hetan patrosiniu husi Embaixada Portugeza, “Arte ba Dame” iha Fundasaun Oriente iha novembru 2006, no “Timor iha Óleu no Jís” iha Maiu 2003: iha Fundasaun Oriente no Ótel Timor. Manuel Justino “Bosco” Alves do Rêgo nasceu em Dili, a 26 de Março de 1965. Estudou Agricultura em Java Central, tendo sido depois colocado, como técnico agrícola, na secção da veterinária da Vila de Manatuto.Ainda como estudante, ganha o 2º prémio num concurso de desenho. Com um gusto permanente pelo desenho e pela pintura, utilizou os seu dotes para pintar faixas e cartazes para as manifestações contra a opressão indonésia em 1991, das quais resultou o massacre de Santa Cruz.
artwork: bosco
Actualmente, desenvolve a sua actividade artistíca em Manatuto, onde é diariamente visitados pelos interessados em apreciar os quadros que pinta e as técnicas que emprega. Expõere gularmente desde 2000 em mostras individuais e colectivas, com relevo para as exposições de 2003, “Timor: a Arte na Tela“, patrocinada pela Embaixada de Portugal, “Arte Ba Dame”, na fundação Oriente em Novembro de 2006 e “Timor a Óleo e Carvão”, em Maio de 2003 na Fundação Oriente e Hotel Timor.
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CIDALIA
kanta na’in cantora singer
Cidália, ou ADDHA, como é conhecida entre os amigos, é uma das poucas cantoras/ compositoras em Timor-Leste. Começou a sua carreira quando tinha 15 anos, como cantora em festas privadas em Dili. Em 2005, o seu talento levou-a a ganhar o primeiro prémio na televisão nacional e, subsequentemente, à gravação do seu primeiro álbum. Desde essa altura, tem actuado em todo o Timor-Leste e colaborado com outros artistas timorenses. O seu aparecimento no Conservatório de Queensland, em Brisbane, durante o concerto Scope for Hope, em 2010, representou a sua primeira actuação fora de Timor-Leste.
Cidalia, or ADDHA as her friends call her, is one of the few singer/songwriters from Timor-Leste. She started her career when she was 15 years old, as a singer in private parties around Dili. Her talent led her to win the first prize on national television in 2005, and subsequently led to the recording of her first album. Since then, she has performed all around Timor-Leste and has collaborated with other Timorese artists. Her appearance at the Queensland Conservatorium in Brisbane, during the Scope for Hope concert, in 2010, was her debut outside Timor-Leste.
PHOTO: gibrael carocho
Cidalia, ka tuir nia kolega sira bolu ADDHA, hanesan kantór ne’ebé mós hakerek kansaun iha Timor-leste. Nia komesa ninia knar wainhira nia halo tinan 15 nu’udar kantora ida iha festa privada iha Dili laran. Ho nia talentu nia manán primeiru lugar iha televizaun nasionál iha 2005 no depois halo gravasaun ba ninia album primeiru. Depois tiha ida ne’e nia hala’o konsertu iha Timor -Leste laran Tomak no halo kolaborasaun ho artista Timorense sira seluk. Ninia atuasaun iha salaun konsertu Queensland/ Queensland Conservatorium iha Brisbane durante hala’o konsertu Scope of Hope, iha 2010, ne’e sai nu’udar ninia primeiru konsertu iha rai li’ur.
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toka na’in (KAERKEIT) tocador de kaerkeit KAERKEIT player
Kaerkeit uza hodi haksolok ema liu-liu iha tempu kalan fulan naroman. Instrumentu ne’e uza wainhira to’os na’in servisu hotu ona, no hanesan meiu ida hodi hetan atensaun husi feto sira. Kaerkeit habit ho ibun kulit rua no kesi tali iha nia rohan hodi fokit ho liman halo lian sai. Nanal hodi atu afina lian no akompaña hois. Instrumentu ne’e halo husi besi ho au.
O karkeit é utilizado para animar as pessoas à noite, ao luar. Este instrumento é usado quando o agricultor finaliza o seu trabalho, e também como meio para atrair as mulheres. Para criar som, o karkeit é seguro pelos lábios e é atado na sua ponta um fio para depois ser tocado pelas mãos. A língua é usada para afinar as notas e é acompanhado pela respiração. Este instrumento é feito de ferro e de bambu.
Karkeit is used to cheer people at night, under the moonlight. This instrument is used when the farmer finishes his work, and also as a means to attract women. To make sound, the karkeit is held by the lips and in one of its extremities a thread is tied to be played with the hands. The tongue is used to tune the keys and it is accompanied by respiration. This instrument is made of iron and bamboo.
COLLEEN COY
bailarina profisionál no koreógrafa bailarina profissional E coreógrafa professional dancer & choreographer
Ne’e ga?
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Colleen Coy mak bailarina profisionál, koreógrafa, no instrutór Pilates nian. Nia iha Lisensiatura iha Siénsias Dansa nia husi Universidade Wisconsin, Stevens Point, Estadus Unidus Amérika nian. Nia dansa tiha ho kompañia sira balu iha EUA ne’e inklui Joffrey Ballet, Li Chiao-Ping Dance, Madison Opera, no seluk tan. Ne’e ga? mak Colleen nia primeira obra koreografia iha Timor-Leste liu tiha nia mai atu hela iha-ne’e iha fulan-Abríl tinan 2006.
Colleen Coy é bailarina profissional, coreógrafa, e instrutora de Pilates. Possui um Bacharelato de Ciências em Dança da Universidade de Wisconsin, Stevens Point, Estados Unidos da América. Colleen tem dançado com diversas companhias nos Estados Unidos, incluindo Joffrey Ballet, Li Chiao-Ping Dance, Madison Opera, entre outros. Ne’e ga? é o seu primeiro trabalho coreográfico desde que chegou a Timor-Leste, em Abril de 2006, onde fixou residência.
Colleen Coy is a professional dancer, choreographer, and Pilates instructor. She holds a Bachelors of Science degree in Dance from the University of Wisconsin Stevens Point, USA. She has danced with several companies in the USA including Joffrey Ballet, Li Chiao-Ping Dance, Madison Opera, and others. Ne’e ga? is Colleen’s first piece of choreography since arriving in Timor-Leste in April 2006 where she has resided since.
Koreografia hosi Colleen Coy, Múzika husi: ‘Set fire to Flames’ de Deja, comme des trous de vent, comme reproduit. Múzika iha palku husi: Bsóot (Oecusse). Dansa na’in sira: Kirsty Hilson, Amy Hunt, Leigh-Ashley Lipscomb, Helen Scott no Jennifer Braun.
Coreografia de Colleen Coy, Banda sonora: ‘Set Fire to Flames’ de Deja, comme des trous de vent, comme reproduit. Música ao vivo: Bsóot (Oecusse). Bailarinos: Kirsty Hilson, Amy Hunt, Leigh-Ashley Lipscomb, Helen Scott e Jennifer Braun.
Choreography by Colleen Coy. Music recording: ‘Set Fire to Flames’ from Deja, comme des trous de vent, comme reproduit. Life music: Bsóot (Oecusse). Dancers: Kirsty Hilson, Amy Hunt, Leigh-Ashley Lipscomb, Helen Scott and Jennifer Braun.
PHOTO: colleen coy
Clemente borges
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Casa de Produção Audiovisual (CPA)
Hafahe esperansa liu husi aik nanoik Partilhando esperança através da Narração Oral Sharing hope through storytelling
CPA establese iha 2002 husi padre Jesuita ida naran Ruedy Hoffman, SJ iha tempu ne’ebé wainhira Timor oan sira koko sai husi nasaun kolonializasaun sira, Violénsia, konflitu, no atrazadu. Ruedy Hoffman, SJ hatene importánsia husi ai-knanoik hodi tulun dezenvolve nasaun no dezenvolve dame. Nia halo selesaun ba jovenTimor oan hirak ne’ebé mak iha pasadu kona ba audio-vizuál nian no harii sira nia kapasidade nudar operadór ba kamera, animadór, editór, enjiñeiru son/lian no personalidade TV liu husi fo ba sira formasaun prátiku iha CPA no rai liur.
CPA was established in 2002 by a Jesuit priest Ruedy Hoffman, SJ at the time when Timorese were trying to raise up from centuries of colonization, violence, conflicts, and underdevelopment. Ruedy Hoffman, SJ realized the importance of storytelling for nation-building and peace-building. He selected several young Timorese who had no previous background in audiovisual and built their capacity as cameramen, animators, editors, sound engineers, and TV personalities by providing them hands-on trainings in CPA and abroad.
Em Fevereiro de 2004, Istória ba Futuru (História para o Futuro), a primeira produção do CPA, foi mostrada na televisão nacional Timorense, TVTL. Este programa de televisão, com duração de 30 minutos, conta histórias de lendas locais bem como eventos históricos ligados à formação da nação de Timor-Leste.A popularidade do programa tornou a CPA numa referência em Timor-Leste. Outros programas de televisão incluem: Povu Nia Matenek (Conhecimento do Povo) e Labarik Nia Mundu (O Mundo das Crianças).
In February 2004, Istória ba Futuru (History for the Future), the first production of CPA, was shown on Timorese national television, TVTL. The 30-minute TV program told the stories of folk legends as well as historical events that shaped Timor-Leste as a nation. The popularity of the show has made CPA a household name in Timor-Leste. Other TV Programs include: Povu Nia Matene (Knowledge of the People) and Labarik Nia Mundu (Children’s World).
artwork: CPA (konis santana animation)
Iha Fevereiru 2004, “Istória ba Futuru” produsaun dahuluk hosi CPA, komesa hatudu ona iha televizaun nasionál Timor ninian (TVTL) ho nia naruk minutu 30. Programa TV ne’e hato’o istória hosi lenda komúm no mós husi akontesimentu istóriku hirak ne’ebé hatuur Timor-Leste nudar nasaun ida. Popularidade hosi programa ne’e halo ona CPA sai hanesan referénsia kona ba área ne’e iha Timor-Leste. Programa TV seluk inklui: Povu Nia Matenek” no “Labarik Nia Mundu”.
A CPA foi estabelecida em 2005 pelo padre Jesuíta RuedyHoffman SJ numa altura em que Timor estava a tentar renascer de anos de colonização, violência, conflitos e subdesenvolvimento. Ruedy Hoffman SJ percebeu a importância da narração oral para a construção e pacificação da nação. Seleccionou vários jovens timorenses sem formação prévia em audiovisuais, e formou-os como operadores de câmara, animadores, editores, engenheiros de som, e personalidades de televisão, dando-lhes treino na CPA e no estrangeiro.
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Dansa Manatuto
Dansa Popular hosi Manatuto Danças Populares de Manatuto Popular Dances from Manatuto
photo: Prof António de almeida (danças de timor – 1954)
Dansa Eskuadrilla, Valsa no Suru boek mak dansa popular liu iha Distrito Manatuto mai hosi etnologia Rentau, ho etnolinguistika Galolen. Dansa Eskuadrilla mai husi tempu koloniál portugés iha sékulu 17 – 18 no hetan mos influensia hosi Indonézia liu liu hosi Amboina, Arkipelagu Molucas (iha aldeia Sarau, Suku Aiteas iha Uma lisan ida mai hosi Amboina naran Uma Ambo).
A Esquadrilha, a Valsa e o Suru boek (apanha do camarão) são mais conhecidas em Manatuto, sobretudo na etnia Rentau, na língua materna Galolen. A dança esquadrilha ja era praticada no tempo colonial português, no séculos XVII e XVIII, e teve tambem influência indonésia, nomeadamente de Amboina, do arquipélago das Molucas (na aldeia Sarau, povoação Aiteas, existe uma casa sagrada chamada Uma Ambo).
Dansa ida ne’e uza hodi simu bainaka, liu-liu ba Liurai ho ema boot sira no iha festa ba loron “Amu Deus Koronél Santo Antonio” bainhira loron 13 husi fulan Juñu. Dansa Eskuadrilla uza múzika ida deit maibé dansa iha oin 9: Dansa Valsa, Setis, Manu metan, Soe Aikan, Baku ain, Sentido, Marxa empat kali, Marxa dua kali no Obalai. Liu dansa sira ne’e iha mos dansa Suru boek.
Esta dança é praticada para a recepção dos convidados, especialmente os descendentes de reis e líderes,e é igualmente praticada em cerimónias tradicionais, por exemplo no dia de Santo António, no dia 13 de Junho. A dança esquadrilha tem uma música mas 9 coreografias diferentes: Dança Valsa, Setis, Manu Metan, Soe Aikan, Baku Ain, Sentido, Marcha empat kali, Marcha dua kali, Obalai. Para além dessas coreografias, há tambem o Suruboek.
Esquadrilha, Valse and Suruboek (catching shrimp) are better known in Manatuto, especially within the Rentau ethnic group, whose mother tongue is Galolen. The dance Esquadrilha was already practiced during Portuguese colonial times, in the 17th and 18th centuries, and also received influences from Indonesia, namely from Amboina, in the Molluco Archipelago (in the village of Sarau, in Aiteas, there is a sacred house named Uma Ambo). This dance is done for welcoming guests, especially those descending from kings and leaders, and is also performed during traditional ceremonies such as St. Anthony’s, on the 13th of June. The Esquadrilha has one music but 9 different coreographies: Dança Valsa, Setis, Manu Metan, Soe Aikan, Baku Ain, Sentido, Marcha empat kali, Marcha dua kali, and Obalai. Besides those coreographies, there is also the Suruboek.
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PHOTO: Japanese caves (Venilale) – david palazón
DAVID PALAZÓN
Artista Vizuál Artista Visual Visual Artist
David moris iha Barcelona iha 1972, iha ne’ebé nia estuda design gráfiku, molok muda ba Reinu Únidu atu kompleta ninia estudu iha London College of Communication no Royal College of Art. Nia servisu nudar profesór asistente iha University of the Arts iha London no halo jestaun ba programa Artepreneurs durante tinan tolu, bainhira hala’o servisu independente iha arte variedade, projetu design no dokumentáriu. Nia manán prémiu barak no hatudu ninia servisu internasionál inklui BBC Áfrika 05, Galeria 291 Londres, Expo Aichi Mundiál iha 2005. Nia mai Timor-Leste iha 2008 no servisu iha arte oioin, design no projetu filme, inklui mós espozisaun dezeñu CAVR iha 2008, no foin lalais ne’e produsaun ezekutivu ba dokumentáriu Uma Lulik CPLP DOCTV nian iha parseria ho diretór Timorense Vitor de Sousa no IDA, iha ne’ebé foin lalais ne’e nia mós servisu nudar diretór arte.
Veio para Timor-Leste em 2008 e trabalhou em diversos projectos de arte, design e filme, incluindo o design da exposição da CAVR, em 2008, e mais recentemente como produtor executivo do documentário Uma Lulik, em parceria com o director timorense Victor de Sousa e com a IDA, onde trabalha actualmente como director de arte. Desde 2009,David é coordenador em Dili do programa de investigação Tatoli ba Kultura, em colaboração com o Prof. Tony Fry, da Universidade de Griffith. Entre 2010 e 2011, tem vindo a trabalhar em conjunto com a Secretaria de Estado e com a Direcção-Geral da Cultura em diversos projectos: o mais recente, como curador da Academia de Indústrias Criativas.
photo: Keeping the world alive – DAVID PALAZón, Ghana 2003
Desde 2009, David mak koordenadór baze iha Dili kona ba projetu peskiza Tatoli ba Kultura iha kolaborasaun ho Prof Tony Fry husi Universidade Griffith. Entre 2010 no 2011, David hala’o servisu besik liu ho Sekretáriu Estadu no Diretór Jerál Kultura iha projetu oioin; ninia asaun dadauk ne’e sai nudar diretór artístiku ba eventu ida ne’e: Akademia Indústria Kriativa.
David nasceu em Barcelona em 1972, onde estudou Design Gráfico, antes de se mudar para o Reino Unido a fim de completar os seus estudos no London College of Communication e no Royal College of Art. Trabalhou como docente assistente na University of the Arts London, como coordenador do programa Artepreneurs durante 3 anos, ao mesmo tempo que trabalhava como freelancer numa variedade de projectos de arte, design e documentários. Recebeu vários prémios, tendo mostrado o seu trabalho internacionalmente, incluindo na pela BBC África 05, 291 Gallery em Londres, e na Exposição Mundial de Aichi, em 2005.
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David was born in Barcelona in 1972, where he studied graphic design, before moving to the UK to complete his studies at the London College of Communication and the Royal College of Art. He worked as an associate lecturer at the University of the Arts London managing the Artepreneurs programme for 3 years, while freelancing in a variety of art, design and documentary projects. He has won several awards and shown his work internationally including the BBC Africa 05, the 291 Gallery in London and the Aichi World Expo in 2005. He came to Timor-Leste in 2008 and worked in several art, design and film projects, including the CAVR exhibition design in 2008, and more recently as a executive producer for the CPLP DOCTV documentary Uma Lulik in partnership with Timorese director Victor de Sousa and IDA, where he currently also works as art director. Since 2009, David is the Dili based coordinator of the Tatoli ba Kultura research project in collaboration with Prof Tony Fry from Griffith University. Between 2010 and 2011, David has worked closely with by the Secretary of State and Director General for Culture in several projects; the most recent acting as a curator for the Academy of Creative Industries.
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DILI FILM WORKS
Dili Film Works (DFW) nudar ONG nasionál iha Timor-Leste. Ho ninia misaun atu kontribui ba estabelesimentu indústria filme no televizaun iha nasaun foun ida ne’e no fo korajem ba joven Timor oan sira hodi deskobre téknika konta istória ne’ebé buras husi sira nia esperiénsia no husi istória ne’ebé realidade iha Timor-Leste. Dili Film Works harii iha tinan 2010 ho apoiu husi FairTrade Films Australia. Fundadór husi Dili Film Works mak, Jose da Costa, Bety Reis no Gaspar Sarmento. Jose nudar atór Timor oan ida ne’ebé ema barak kuñese husi filme Answered by Fire no nia mak komadante Sabika iha filme Balibo Director husi FairTrade Films, Luigi Acquisto no Stella Zammataro, hanesan ko-fundadór, sai mos hanesan asesór ba Dili Film Works. Dili Film Works (DFW) hanesan sentru formasaun kona ba dokumentáriu no drama. Iha 2010 no 2011 hetan fundus husi International Documentary Film Festival Amsterdam no husi Rotterdam Film Festival hodi hala’o workshop kona ba halo filme. DFW prodús ona drama no dokumentáriu lima. Agora daudaun halo hela pre-produsaun ba dokumentáriu oras ida kona ba Presidente Jose Ramos-Horta no ba nia filme ba dauluk A Guerra Da Beatriz (Beatriz Nia Funu) ne’ebé fa’an tiha ona ba SBS, televizaun Austrália no World Movie Channel.
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O Dili Film Works (DFW) é uma ONG nacional com base em Timor-Leste. A sua missão é contribuir para o estabelecimento de uma indústria de filme e televisão sustentáveis na inexperiente nação, e encorajar jovens timorenses a descobrir técnicas de contar histórias que cresçam da sua própria experiência e das realidades históricas de Timor-Leste.
Dili Film Works (DFW) is a national NGO based in Timor-Leste. Its mission is to contribute to the establishment of a sustainable film and television industry in the fledgling nation and to encourage young East Timorese to discover storytelling techniques that grow from their own experience and from the historical realities of Timor-Leste.
O Dili Film Works foi criado em 2010 com o apoio do FairTrade Films, da Austrália. Os membros fundadores do DFW são José da Costa, Bety Reys e Gaspar Sarmento. José é o actor mais conhecido de Timor-Leste, tendo desempenhado um papel principal no filme Answered by Fire e o papel de Comandante Sabinka no filme Balibo. Os directores do FairTrade Films, Luigi Acquisto e Stella Zammataro, igualmente co-fundadores, actuam como conselheiros para o DFW.
Dili Film Works was formed in 2010 with the support of FairTrade Films, Australia. The founding members of Dili Film Works are José da Costa, Bety Reis, and Gaspar Sarmento. José is Timor-Leste’s best-known actor having played a lead role in Answered by Fire and the role of Commander Sabika in Balibo. The directors of FairTrade Films, Luigi Acquisto and Stella Zammataro, also co-founders, act as advisers for Dili Film Works.
O DFW é igualmente um centro de formação para documentários e drama. Em 2010 e 2011, realizou duas formações em produção de filmes históricos, financiadas pelo prestigiante Festival Internacional de Cinema Documental de Amesterdão e pelo Festival de Cinema de Roterdão.
Dili Film Works (DFW) is also a documentary and drama training facility. In 2010 and 2011 it ran two historic filmmaking workshops funded through the prestigious International Documentary Film Festival Amsterdam and the Rotterdam Film Festival.
O DFW produziu já cinco curtos dramas e documentários. Está em pré-produção de um documentário de uma hora sobre o Presidente José Ramos-Horta e do primeiro filme timorense, A Guerra da Beatriz (Beatriz Nia Funu), que foi vendido à Televisão SBS da Austrália e ao Canal World Movie.
DFW has produced five short dramas and documentaries. It is in pre-production on a one-hour documentary about President José Ramos-Horta and on Timor-Leste’s first feature film, A Guerra Da Beatriz (Beatriz Nia Funu), which has been sold to SBS Television Australia and the World Movie Channel.
photo: Leopoldo Assis in Asu – Dili film works, 2011
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DOMINGOS FLAVIANO B.C. FREITAS (MITO FREITAS) múziku músico musician
Mito Freitas tirou o curso de música no Institut Seni Indonesia (ISI) em Jojakarta, na Indonesia, tendo terminado os seus estudos em 2005. Obteve o diploma da Academia Anima Music Indonesia em 2004-2005 e continuou os estudos em Jojakarta de 2005 até 2009. Em conjunto com a coreógrafa Anna Wahyu P., iniciou o Grupo de Dança, Música e Teatro Santo António no dia 20 de Março de 2010. O Mito acredita que a arte em Timor ainda se vai desenvolver e que esse desenvolvimento irá acontecer com muita dedicação. A cultura de Timor é muito variada mas se não for desenvolvida, pode-se perder.
photo: J&SO jewellery and small objects. A student collective
Mito Freitas hasai nia kursu iha Institut Seni Indonesia (ISI) Yogyakarta, Indonézia, no nia tuir programa kona ba múzika iha tinan 2005. Nia hetan Diploma Seni husi Academia Anima Music Indonézia, iha 2004-2005, no kontinua estuda iha ISI Jog jakarta iha 2005 no remata iha 2009. Hamutuk ho koreógrafu Anna Wahyu P, nia harii Grupo Dansa, Múzika, Koru no Teatru Santo António iha loron 20 fulan Marsu tinan 2010. Nia fiar katak arte iha Timor sei buras no dezenvolvimentu kona ba arte sei sai di’ak ho servisu hamutuk ho domin ida deit. Timor iha kultura oin-oin maibé se ita la dezenvolve ne’e, kultura sei lakon.
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Mito Freitas gradutaed in music from Institut Seni Indonsia (ISI), in Yogyakarta Indonesia, having finished his studies in 2005. He obtained the diploma from Academia Anima Music Indonesia in 2004-2005 and continued his studies in Yogyakarta from 2005 to 2009. On the 20th of March 2010, together with coreographer Anna Wahyu P., he initiated the Group of Dance, Music and Theatre of Santo António. Mito believes that art in Timor will still develop and that such development will take place with much dedication. The culture of Timor is very diverse but if not developed, it may be lost.
ELISABETH SHAW
Profesór Joallaria no Objetu ki’ik sira, QCA, Universidade Griffith Docente em Joalharia e Pequenos Objectos, QCA, Universidade de Griffith Lecturer, Jewellery and Small Objects, QCA, Griffith University
Signifikadu ba Hatais Dar sentido ao uso Wearing Meaning
Elizabeth Shaw nudar ema joalleria/ makbahat (badain murak na’in nian) ida ne’ebé mak estabelese ninia estudiu iha Brisbane iha 1993 hodi kria joallaria, sasan ba dekorasaun, no eskultura ho preokupasaun makaas ba étika no ambiente. Ninia servisu haree ba aspetu oin oin kona ba valór sosio-kulturál no signifikadu ne’ebé iha relasaun ho objetu husi kultura materiál. Nia halo espozisaun bebeik no hetan ona bolsa no prémiu oin oin. Ita bele hetan ninia objetu iha kolesaun públika no privadu sira. Nia iha partisipasaun ativu iha komunidade ne’ebé halo design no nia partisipa beibeik iha konsellu estaduál no nasionál husi organizasaun artistika sira. Elizabeth mos Diretór husi kursu ba Joallaria no Objetu kiik iha Koléjiu Arte Queensland nia, husi Universidade Griffith. Iha tinan 5 liu ba nudar Diretór nia iha papél aktivu kona ba introdusaun ba programa públiku nian ba mestradu no simpóziu/konferénsia hodi harii kultura aprendizajen ne’ebé loke dalan ba partisipasaun ne’ebá ativu, ba partilla ba ideia sira no fo kontribuisaun ba formasaun husi komunidade ne’ebé iha prátika sustentável sira. Nia iha interese hodi hanopin fila fali kona ba funsaun husi produtór iha sosiedade nia laran, no haree fila fali metodolojia servisu no material sira ne’ebé bele hatán ba nesesidade sósiuambientál sira.
Elizabeth Shaw é uma designer de jóias e metais, que estabeleceu o seu estúdio em Brisbane em 1993, criando de jóias, peças decorativas e trabalhos de escultura, com preocupações de ética e ambiente centrais à sua práctica artística. O seu trabalho artístico investiga aspectos de valor socio-cultural e os significados associados aos objectos de cultura material. Expõe com regularidade e foi distinguida com bolsas e prémios. O seu trabalho está representado em colecções públicas e privadas. Está activamente envolvida na comunidade de prática do design e tem participado em conselhos estaduais e nacionais de organizações artísticas. Elizabeth é igualmente Directora do curso de Joalharia e Pequenos Objectos no Colégio de Arte de Queensland, Universidade de Griffith. Nos últimos 5 anos como Directora do curso, tem estado activamente envolvida na introdução de um programa público de classes de mestrado e simpósios com o objectivo de criar uma cultura de aprendizagem que encoraje a participação activa, a troca de ideias e contribua para a formação de uma comunidade de prácticas sustentáveis. Está interessada na repensar a função do produtor na sociedade, reconsiderando metodologias de trabalho e materiais que permitam responder a necessidades socio-ambientais.
Elizabeth Shaw is a jeweller and metalsmith who established her Brisbane studio in 1993 creating jewellery, tableware and sculptural works with ethical and environmental concerns central to her practice. Her artwork investigates aspects of societal and cultural values and the meanings associated with objects of material culture. She exhibits regularly and has been the recipient of grants and awards. Her work is represented in public and private collections. She is actively involved in the wider community of practice. She has served on the boards of state and national crafts organisations. Elizabeth is also Convenor of Jewellery and Small Objects at the Queensland College of Art Griffith University. Over the past 5 years in that role she has been active in introducing a public program of master classes and symposiums with an interest in creating a culture of learning that encourages active participation, exchange of ideas and contributes to building a sustainable community of practice. She is interested in rethinking the role of the maker within society, reconsidering working methodologies and materials to address societal and environmental needs.
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ENDRIKUS FAHIK múziku músico musician
Endrikus Fahik, mós koñese hanesan Endik, toukadór talentozu ida ne’ebé mak hela no servisu nu’udar to’os na’in no peskadór iha Suai Loro. Uluk nia kanta iha serimónia tradisionál durante okupasaun Indonézia, wainhira governu ofisiál hili nia no konvida nia atu hatudu ninia knananuk Helele hale’u provínsia hirak iha indonézia no aprezenta Timor Timur; iha okaziaun balu nia mós simu prémiu balu ba ninia talentu iha períodu ne’ebá. Desde TimorLeste nia independénsia iha 2002, nia toka iha eventu no konsertu nasionál barak, liu tan foin daudaun ne’e iha Festival Ramelau iha 2010, iha ne’ebé bele nota ninia lian furak ne’ebé sempre akompaña husi ninia bizol tuan ida. Gravasaun ida husi ninia kantiga sira interpreta hikas husi Topology (artista rezidente iha Powerhouse Brisbane) durante konsertu Scope for Hope iha Brisbane iha Outubru 2010.
Endrikus Fahik, também conhecido como Endik, é um músico talentoso que vive e trabalha como agricultor e pescador em Suai Loro. Endik já cantava em cerimónias tradicionais durante a ocupação indonésia, quando foi descoberto por oficiais do governo que o convidaram para tocar as suas canções Helele pelas províncias da Indonésia, representado Timor Oriental; durante esse período, recebeu igualmente vários prémios pelo seu talento. Desde a independência de Timor-Leste, em 2002, tocou em vários eventos nacionais e concertos, o mais recente dos quais o Festival Ramelau 2010, onde é habitualmente reconhecido pela sua bela voz, sempre acompanhada pelo seu antigo bizol. Uma gravação das suas cantigas foi re-interpretada pelo grupo Topology (artistas residentes no PowerHouse de Brisbane), durante o concerto Scope for Hope, realizado em Brisbane em Outubro de 2010.
Endrikus Fahik, also known as Endik, is a talented musician who lives and works as a farmer and fisherman in Suai Loro. He was already singing in traditional ceremonies during the Indonesian occupation, when he was spotted by government officials who invited to perform his Helele songs touring Indonesian provinces and representing Timor Timur; he also received several awards for his talent during that period. Since the independence of Timor-Leste, in 2002, he has played in several national events and concerts, more recently in the 2010 Ramelu Festival, where he is generally noticed for his beautiful voice always accompanied by his old bizol. A recording of one of his songs was re-interpreted by Topology (resident artists at Brisbane PowerHouse), during the Scope for Hope concert in Brisbane, in October 2010.
Estúdio Candonga Francisco Vidal no RitaGT
Estúdio Candonga - mensajen nº 3: husi Minho to’o Timor Estúdio Candonga - mensagem nº 3: do Minho a Timor Estúdio Candonga message nº 3: from Minho to Timor
Estudio Candonga hanesan naran ba arte koletiva ne’ebé kria husi artista portugés na’in rua: Francisco Vidal no Rita GT. Sira nia arte foka liu ba hanoin kle’an kona ba konseitu husi identidade, baliza, kolonializmu, no deskolonializasaun, no konseitu ba diferensa entre kultura, jéneru, no ba kestaun haree husi perspetiva osidentál no europeu kona ba istória arte no umanidade. Atu hato’o sira nia arte sira uza pintura, serigrafia, vídeo, instalasaun no aprezentasaun (performance). Sira interesse tebes iha hanoin hikas istória husi kultura ne’ebé nabeen ho eransa husi tempu kolonializmu no sira nia peskiza sai fali arte prátika ida ne’ebé integradu iha estudu pós-koloniál ninia.
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Estúdio Candonga é o nome do colectivo de arte criado pelos artistas portugueses Francisco Vidal e RitaGT. O trabalho que produzem é uma reflexão sobre noções de identidade, fronteira, colonialismo e descolonização, diferenças entre culturas, género; o questionamento do ponto de vista euro-centrado e ocidental da historia da arte e da humanidade. A sua linguagem usa a pintura, a serigrafia, o vídeo a instalação e a performance. O colectivo usa a história das fusões e dos contactos culturais, como matériaprima e traduz essa pesquisa numa prática artística que pode ser inserida no campo dos estudos pós-coloniais.
Estúdio Candonga is the name of the art collective created by the Portuguese artists Francisco Vidal e RitaGT. The essential aim of their work is to reflect on the notion of identity, boundaries, colonialism, decolonisation, and the differences between cultures, gender or the Eurocentric and Western definition of history of art and mankind. Their artistic work uses a contemporary language where painting, video, installation and performance co-exist. They are interested in re-thinking the history of the cultural fusions and the legacy of colonial times, and in translating that research into an art practice that can be integrated in post-colonial studies.
photo: sala do veado – estudio candonga
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Fai akar
Dansa dança dance
O sago é uma comida tradicional utilizada pela comunidade como forma de sustento, conhecida em todo o Timor-Leste. O sago é obtido das palmeiras ai-tali, ai-tua-na, tua metan e akadiru. Como é que se transforma a árvore para obter o sago, e porque é que a comunidade considera o sago como um alimento importante na sua vida? Esta é uma questão importante, principalmente os estrangeiros e para as novas gerações, aquelas que não dão muito valor à nossa riqueza natural e à nossa própria cultura. No distrito de Viqueque, macerar sago em dia de festa é feito por 12 a 16 pessoas vestidas de trajes tradicionais, cantando músicas que têm relação com o alu e lesun, ao ritmo da dança dahur.
Sagu is a traditional staple food used by communities as a means of life, known all over Timor-Leste. Sagu is obtained from plam trees, ai-tali or ai-tua-na, tua meta and akadiru. How do you transform the tree to obtain sagu, and why do communities consider sagu as such an important staple in their lives? This is a relevant question, especially for foreigners and the new generations, those who do not value our natural values and our own culture much. In the Viqueque district, crushing sagu with a pestle on a festive day is done by 12 to 16 people, all dressed in traditional clothes, and who sing songs related to alu and lesun, by the rythmn of dahur dance.
PHOTO: fai akar – vitorino dos santos (viqueque)
Akar hanesan hahán tradisionál ne’ebé komunidade utiliza hodi sustenta sira nia moris, akar ne’e koñesidu iha Timor laran tomak. Akar halo hosi ai-tali, ai-tua-na alias tua metan ho aikanria. Maibé oinsá atu prosesa hosi ai-hun ida sai fali ba akar no tan sa komunidade konsidera ai-han akar sai hanesan “ai-han karan” (hahán importante) ba komunidade nia moris sosiál? Ida ne sai hanesan buat ida ne’ebé interesa ba ita hotu liu-liu ba ema estranjeiru no jerasaun foun sira ne’ebé agora ladún fo ona valor ba ita nia rikeza naturál no kulturál rasik. Iha Distrito Viqueque, fai akar iha tempu festa halo hosi ema 12-16 no hatais roupa tradisionál hodi hananu múzika ne’ebé iha relasaun ho “alu” no “lesun”, tuir ritmu “dahur”nian.
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PHOTO: fai akar – david palazón (viqueque)
Filomena Barros Reis Hakerek-na’in Escritora Writer
Ha’u-nia naran kompletu maka Filomena Barros Reis.Ha’u koñesidu hanesan Mena Reis. Ha’u moris iha Ermera iha loron 4, fulan-Jullu, tinan 1964. Oras ne’e daudaun ha’u hela iha Farol, Motael, Dili, Ha’u nudar inan ida, ho oan na’in rua. Ha’u hahú matan monu ba poezia bainhira ha’u sei iha tempu eskola primária iha tinan 1960 nia laran. Durante períodu ne’e ,ha’u sempre resita poezia iha lia-Portugés iha atividade sira eskola nian. Durante períodu Indonézia iha tinan 1980 nia laran ha’u-nia aman-hakiak maka enkoraja tebes ha’u atu hakerek. Nia husu mai ha’u atu pratika hakerek diáriu. Hosi prátika hakerek ne’e maka ha’u, depois, hetan interese hodi hakerek poezia. Ha’u hanoin hikas katak ha’u-nia poezia ba dahuluk maka ha’u hakerek ho lian Indonézia ho títulu: Cintaku Seputih Merpati (Ha’u-nia Domin Mutin hanesan Manu Falur). Ha’u hahú hakerek poezia iha tinan1990 nia laran, foka ba iha luta ba libertasaun Timor-Leste nian. Dezde ida-ne’e, ha’u hakerek ona kona-ba tópiku oi-oin. Durante períodu Indonézia hosi tinan 1984 to’o tinan 1999 ha’u serbisu nudar funsionáriu estadu, toma konta kestaun administrativa nian. Ha’u konsidera ha’u-nia an hanesan ativista ida maka foka ba kestaun partikulár sira hanesan feto, pás no direitus umanus, etc. Ha’u serbisu tiha ona ba asuntu sira-ne’e dezde tinan 1997.Dezde tinan 1984 ha’u mós ativa tiha ona hanesan edukadora ida ba organizasaun juventude – lidera eskuteiru sira Timor-Leste nian. Ha’u fo formasaun kona-ba ambiente, saúde no harii pás ba foin-sa’e sira. Oras ne’e daudaun ha’u serbisu hanesan konsultora ida kona-ba harii pás no dezenvolvimentu programa ba ONG ida naran APSC-TL (Asia-Pacific Support Coalition-Timor-Leste) no ha’u sei kontinua hakerek poezia.
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O meu nome completo é Filomena Barros Reis. Sou habitualmente conhecida por Mena Reis. Nasci em Ermera, a 4 de Julho de 1964. Actualmente, vivo no Farol, Motael, em Dili. Sou mãe solteira, tenho dois filhos. Comecei a apaixonar-me por poesia quando ainda estava na escolar primária, no final dos anos 60. Durante esse periodo, recitava sempre poesia em português nas minhas actividades escolares. Durante o período indonésio, nos anos 80, foi o meu pai adoptivo quem realmente me encorajou a escrever. Encorajou-me a practicar, escrevendo um diário. A partir dessa práctica de escrita, ganhei maior interesse em escrever poesia. Lembro-me que escrevi o meu primeiro poema em indonésio, entitulado Cintaku Seputih Merpati (O Meu Amor é Branco como uma Pomba). Comecei a escrever poesia seriamente nos anos 90, focando na luta pela liberdade de Timor-Leste. Desde essa altura, tenho escrito sobre muitos assuntos. Durante o período indonésio, de 1984 a 1999, trabalhei como funcionária pública responsável por assuntos administrativos. Considero-me uma activista que se centra em assuntos particulares, tais como mulheres, paz e direitos humanos. Tenho trabalhado nesses assuntos desde 1997. Desde 1984, tenho também estado activa como educadora numa organização de juventude – liderando jovens escuteiros de Timor-Leste. Forneci formação sobre ambiente, saúde e construção de paz a jovens. Actualmente, trabalho como consultora de construção de paz e desenvolvimento de programas para uma ONG chamada APSC-TL (Coligação de Apoio Ásia-Pacífico – Timor-Leste), e continuo a escrever poesia.
My full name is Filomena Barros Reis. Usually, I am known by Mena Reis. I was born in Ermera on 4 July 1964. At the moment I live in Farol, Motael, Dili. I am a single mother, with two children. I began to feel in love with poetry when I was still in my primary school years, in the late 1960s. During that period, I always recited poetry in Portuguese in my school activities. During the Indonesian period, in the 1980s it was my adopted father who really encouraged me to write. He encouraged me to practice writing in a diary. From that practice of writing I then gained more interest in writing poetry. I recall that the first poem that I wrote was in Indonesian, entitled Cintaku Seputih Merpati (My Love is White as a Dove). I seriously began writing poetry in the 1990s, focusing on the struggle for freedom of TimorLeste. Since then, I have been writing on many topics. During the Indonesian period, from 1984 until 1999, I worked as a civil servant in charge of administrative issues. I consider myself as an activist focusing on particular issues such as women, peace and human rights. I have been working on those issues since 1997. Since 1984 I have been also active as an educator for the youth organization – leading boy-scouts of Timor-Leste. I provided training on environment, health and peace building to young people. Currently, I am working as a peace building and program development consultant for an NGO called APSC-TL (Asia-Pacific Support Coalition – Timor-Leste) and I still keep writing poetry.
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GEMBEL
koletivu arte colectivo de arte art collective
Gembel Art Collective harii iha 2000, ho inisiativa atu hasa’e kriatividade no talentu artístiku. Ami nia prátika kriativa inklui: pinta, artezanatu, linografia, estampajen, resiklajen ba surat tahan, teatru no múzika. Ami nia misaun mak atu sai nudar grupu ne’ebé tuir kompromisu atu fahe no servisu hamutuk iha kriasaun ho kriatividade, hodi halo espozisaun no hatudu talentu husi artista timór oan sira no hodi fahe ami nia kapasidade ho sira ne’ebé buka atu aprende. Ami halo ona servisu hamutuk ho CultureKitchen (Melbourne, Austrália), TaringPadi (Djog ja, Indonézia) no PLAN Internacional, CCF (Fundu Katóliku ba Labarik sira), Fundação Alola no Instituto Sahe ba Libertasaun Timor-Leste nian.
O Colectivo de Arte Gembel foi fundado em 2000, como uma iniciativa para aumentar a criatividade e o talento artísticos. As nossas prácticas criativas incluem a pintura, artes manuais, linografia, estampagem, reciclagem de papel, teatro e música. A nossa missão é ser um grupo consistente com o compromisso de partilhar e colaborar em esforços de cariz criativo, de expor o talento de artistas timorenses e de partilhar as nossas capacidades com aqueles que desejem aprender. Já fizemos trabalhos em colaboração com CultureKitchen (Melbourne, Austrália), Taring Padi (Djog ja, Indonésia) e a PLAN Internacional, CCF (Fundo Católico para as Crianças), Fundação Alola e Instituto Sahe para a Libertação em Timor-Leste.
Gembel Art Collective was founded in 2000, as an initiative to increase creative and artistic talent. Our creative practices includes: painting, handy-craft, linoprint, stencil art, paper recycling, theatre and music. Our Mission is to be a consistent group with a commitment to share and collaborate in creative endeavours, to show the talent of Timorese artists and share our skills with those who want to learn. We have done collaborative work with CultureKitchen (Melbourne, Australia), Taring Padi (Djog ja, Indonesia) and PLAN International, CCF (Catholic Children Fund), Alola Foundation and Sahe Institute for Liberation in Timor-Leste.
GIBRAEL CAROCHO
Artista Vizuál Artista Visual Visual Artist
Gibrael Carocho nu’udar artista Timor oan ida ne’ebé servisu ba halo pintura, ilustrasaun, fotografia no múzika. Nia estuda iha Arte Moris iha Dili, iha ISI Yogyakarta no iha Gordon Institute of Tafe iha Geelong (Austrália). Durante ne’e nia hato’o ona nia arte iha espozisaun koletivu iha Geelong Art Gallery, Hotel Timor no leilaun Arte iha Charles Darwin University, no seluk tan. Nia agora daudaun halo kolaborasaun ho projetu peskiza Tatoli ba Kultura husi Universidade Griffith (Austrália) hodi prepara dalan atu harii Akademia ba Artes no Indústria Kriativa Timor-leste nian. Nia mós servisu ilustradór no fotógrafu iha IDA iha Dili.
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Gibrael Carocho é um artista timorense que se dedica à pintura, ilustração, fotografia e música. A sua formação artística passou pela Arte Moris em Díli, ISI, em Yogyakarta, e pelo Instituto Tafe Gordon, em Geelong (Austrália). Participou em várias exposições colectivas na Galeria de Arte Geelong, no Hotel Timor, num leilão de arte na Charles Darwin University, e outras. Gibrael colabora com o projecto de investigação Tatoli ba Kultura da Griffith University (Austrália), com o objectivo de estabelecer a futura Academia de Artes e Indústrias Criativas de Timor-Leste. Trabalha igualmente como ilustrador e fotógrafo na IDA, em Díli.
Gibrael Carocho is a Timorese artist working in painting, illustration, photography and music. He studied in Arte Moris, in Dili, in ISI, in Yogyakarta, and at the Gordon Institute of Tafe, in Geelong (Australia). He has had several group exhibitions in Geelong Art Gallery, Hotel Timor, Art Auction, at Charles Darwin University, and more. He is currently collaborating with the Tatoli ba Kultura research project, from Griffith University (Australia), towards the establishment of the future Academy of Arts and Creative Industries of Timor-Leste. He also works as an illustrator and photographer at IDA, in Dili.
artwork: bidu ho haksolok – gibrael carocho, 2008
artwork: gembel
photo: gembel in santa cruz, nov ‘08 – david palazón
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Homan hedan, uza akadiru, no tali seluk hodi halo biti, kohe, luhu, tiuoan, mama fatin/lalok fatin no seluk-seluk tan. Homan mos bele halo ho naan kulit hanesan karau kulit, bibi kulit, rusa kulit hodi halo kuda sela, halo surik nia kanuan, katana nia kanuan no seluk-seluk tan.
A arte de fazer cestos, utilizando folhas de palmeira e outras plantas, inclui a produção de porta-moedas, malas, cestos e outros objectos. Esta arte pode igualmente ser desenvolvida com pele de búfalo, de cabrito e de veado, e ser utilizada para fazer selins, bolsas para espada, facas de mato, etc.
PHOTO: SR Ignacio Cabeças – Jen Shyu
HOMAN BOTE KESAK
The art of making baskets using leaves of palms and other plants includes the production of purses, bags, baskets and other objects. This art may also be developed with buffalo, goat and deer’s skin, and it be used to make saddles, bags for swords, hand-knifes, etc.
Ignacio Cabeças múziku músico musician
Iha tempo ne’eba ema usa instrumento rama hanesan, instrumento múzika tradisionál ida ne’ebe ema baku iha serimónia ritual ruma hodi ema bidu no tebe ka hanesan instrumentu ida ne’ebé mak ema uza hanesan instrumentu penghiburan. Por Ex. kalan nia tur mesak no hanoin buat ruma, sira foti rama no baku tuir rama kantiga nian.
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Antigamente o instrumento Rama era usado como instrumento de música tradicional que as pessoas usavam nas cerimónias rituais a acompanhar o ou bidu o ou tebe. Por exemplo, à noite quando se sentem sozinhos ou a pensar pegam na rama e tocam de acordo com cantigas antigas.
In the old days the instrument Rama was used by people in traditional ceremonies and rituals or to acompany the bidu and tebe. As an example, at night time, when people feel lonely and pensative, they play rama according to the old tunes.
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ARTWORK: JAH ERA
JAH ERA
GRUPU múzikA músicos musicians
Istória hahú iha1996, iha Perth, Austrália, wainhira Gil (Angelo) sai husi grupu ida naran Kumalá no hahú grupu foun ho ni kolega balu. Liu formasaun inisiál, grupu ne’e simu konvite husi Jane Hazelby, husi rádio ida ne’ebé toka múzika husi mundu tomak, hodi partisipa iha programa ne’e. Iha programa ne’e, sira halo entrevista e sira toka ‘live’ durante minutu 20. Ema barak husi festival múzika étniku nian, rona radio ne’e, e ne’e ajuda lansamentu ba grupu ne’e.
Tudo começou em 1996, em Perth, na Austrália, quando Gil (Angelo) Madeira saiu do grupo Kumalá e formou um novo grupo com alguns amigos. Depois da formação inicial, o grupo foi convidado por Jane Hazelby, duma rádio que passava música do mundo, para aparecer no programa, onde foram entrevistados e tocaram ao vivo durante 20 minutos. Essa rádio era ouvida por muitas pessoas dos festivais e da música étnica, e isso serviu de lançamento para o grupo.
Nudar rezultadu, banda ne’e hahú hakerek múzika original, no ho susesu, banda ne’e hahú toka iha bar, festival sira no iha rádio. Durante tempu ne’e mak Jah Era halo gravasaun ba CD Demo ida. Iha Fevereiru 1999, sira grava sira nia CD “O Herói” ne’ebé koñesidu iha Timor tomak, no múzika “China Mulata” sai susesu, ne’ebé ema hotu hotu identifika Jah Era hanesan “tokadór husi China Mulata”, no grupu ne’e kontinua ho nia naran Jah Era. Ohin ritmu Áfrika nian hanesan parte husi senáriu muzikál Timor-Leste nian.
Como resultado, a banda começou a escrever músicas originais. A banda era muito procurada e começou a tocar em bares, festivais e na rádio. Foi durante este período que produziram um CD de demonstração. Em Fevereiro de 1999, a banda gravou o seu primeiro CD: O Herói, que ficou famoso em Timor, e a cantiga China Mulata tornou-se um sucesso e toda a gente identificava os Jah Era como os músicos da China Mulata. Actualmente, o ritmo africano faz parte do cenário musical timorense.
Banda ne’e toka iha konsertu barak hanesan festival, festa Timor nian, festa privadu no eventu multi-kulturál sira. Ho repertóriu tuir múzika tradisionál Timor nian, Portugés, Inglés, no múzika ho influensia Áfrika no reggae, banda ne’e hetan susesu boot.
Desde o seu começo, a banda tem actuado em muitos festivais, festas timorenses, concertos e festas privadas e eventos multi-culturais. Com um repertório de músicas tradicionais timorenses, portuguesas, inglesas e músicas de influencia africana e do reggae, a banda tem tido enorme sucesso.
Agora daudaun, banda ne’e iha membru sira hitu: Angelo Jose Madeira (Gil) (Vocal no Viola Solo), Nidio Aspilqueta Da Costa Valadares (Viola Ritmu), Joao Francisco Carvalheira Soares (Vokal no Viola Baixo), Dennis Phillip Irwin (Phillip) (Bateria), Ivo Filipe (Betinho) (Vokal no Viola Ritmo), Jesuino Rafael Leong Pereira (Agano) (Perkusaun), Maria Imaculada Conceição DJ Madeira (São) (Vokal).
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Hoje em dia, a banda é composta por sete membros: Angelo Jose Madeira (Gil) (Voz e Viola Solo), Nidio Aspilqueta Da Costa Valadares (Viola Ritmo), Joao Francisco Carvalheira Soares (Voz e Viola Baixo), Dennis Phillip Irwin (Phillip) (Bateria), Ivo Filipe (Betinho) (Voz e Viola Ritmo), Jesuino Rafael Leong Pereira (Agano) (Percussão), Maria Imaculada Conceicao DJ Madeira (São) (Voz).
All started in 1996, in Perth, Australia, when Gil (Angelo) Madeira left the group Kumalá and started a new group with some friends. After the initial formation, the group was invited by Jane Hazelby, from a radio station that played world music, to appear in the programme where they were interviewed and played live for 20 minutes. This radio station was heard by many people from festivals and the ethnic music, and this established the launching for the band. As a result, they started to play and write original songs. The band was highly sought after and they started to play in pubs, festivals and on the radio. It was during this period that they produced a Demo CD. In February of 1999, the band recorded their first CD: O Herói, which became famous all over East Timor, and the song China Mulata became a mega-hit, and everyone identified Jah Era as the players of China Mulata. Today, the African music beat is a part of the Timorese musical scene. Since its beginning, the band has performed in many countless concerts such as festivals, Timorese parties, private concerts and parties and multi cultural events. With the repertoire of traditional Timorese music, Portuguese, English and music with African and reggae influence, the band has had enormous success. Currently the band is composed of the following seven members: Angelo Jose Madeira (Gil) (Vocals and Lead Guitar), Nidio Aspilqueta Da Costa Valadares (Rhythm Guitar), Joao Francisco Carvalheira Soares (Vocals and Bass Guitar), Dennis Phillip Irwin (Phillip) (Drums), Ivo Filipe (Betinho) (Vocals and Rhythm Guitar), Jesuino Rafael Leong Pereira (Agano) (Percussion), Maria Imaculada Conceicao DJ Madeira (São) (Backing Vocals).
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Joanna Barrkman
Kuradora, Arte no Kultura Materiál husi Sudeste Aziátiku, Muzeu no Galeria Arte husi Territóriu husi Norte Curadora, Arte e Cultura Material do Sudeste Asiático, Museu e Galeria de Arte do Território do Norte Curator, Southeast Asian Art and Material Culture, Museum and Art Gallery of the Northern Territory Signifikadu husi uma kakuluk sira, husi Uma Lulik husi Lautém O significado de um par de remates de telhado, de uma Casa Sagrada de Lautém The significance of a pair of architectural finials, from a Lautém Uma Lulik
Em 2010 o Museu e Galeria de Arte do Território do Norte, Austrália, adquiriu um raro par de remates de telhado de origem timorense. Esta aquisição foi feita com o aval da Secretaria de Estado da Cultura da República Democrática de Timor-Leste. O significado cultural destes remates de telhado está associado à sua função como parte mais alta do telhado de uma casa cerimonial. A apresentação de Joanna irá considerar alguns aspectos destes remates de telhado de madeira talhados à mão, presumivelmente datados do século XVIII. Esta apresentação iráigualmente explorar a importância da preservação destes remates de telhado num contexto de museu, e defender a necessidade de continuar a investigação sobre as suas história e proveniência exactas.
In 2010 the Museum and Art Gallery of the Northern Territory in Darwin, Australia, acquired a rare pair of architectural finials that originated from Timor-Leste. This acquisition was undertaken with the endorsement of The Secretary of State for Culture of the Democratic Republic of Timor-Leste. The cultural significance of these finials is associated with their role as the uppermost section of the roof of a ceremonial house. Joanna’s presentation will consider some aspects of these hand-carved wooden finials, presumed to date from the 18th century. The presentation will also explore the importance of the preservation of these finials in a museum context and argue the need for further research into their history and exact provenance to occur.
photo: Finials from an uma lulik in Venilale –David palazón
Iha 2010 Muzeu no Galeria Arte husi Territóriu Norte, Austrália nia, hola uma kakuluk sira husi Timor ne’ebé raru no susar atu hetan. Sira halo nune’e ho aprovasaun husi Sekretaria Estadu Kultura husi Repúblika Demokrátika Timor-Leste nian. Signifikadu kulturál husi objetu ne’e mak iha relasaun ho sira nia funsaun hanesan parte husi kakuluk ne’ebé aas liu husi uma lulik ida. Aprezentasaun ne’ebé Joanna hato’o sei ko’alia kona ba aspetu oin oin husi uma kakuluk ne’e, ne’ebé halo husi ai maizumenus iha sékulu XVIII. Aprezentasaun ne’e mós ko’alia kona ba importánsia hodi halo prezervasaun ba objetu sira ne’e iha muzeu no halo defeza kona ba nesesidade atu kontinua investigasaun kona ba istória no origem husi objetu sira ne’e.
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João Paulo Tavares Esperança
Hakerek-na’in no tradutór Escritor e tradutor Writer & TRANSlator
Literatura ba labarik ne’ebé tradús iha Timór Lorosa’e Literatura infantil traduzida em Timor-Leste Children’s Literature in translation in East Timor
Situasaun literatura labarik nian iha Timór Lorosa’e, liuliu literatura ne’ebé tradús tiha ona husi dalen seluseluk ba tetun. Tradusaun literária nia papél hodi promove no dezenvolve lian orijinál sira Timór nian. Knaar, dezafiu no dilema oioin ne’ebé tradutór hasoru. Promosaun leitura nu’udar kontribuisaun ba progresu, dezenvolvimentu no ksolok.
A situação da literatura infantil em Timor-Leste, com destaque para a literatura traduzida de outras línguas para tétum. O papel da tradução literária na promoção e desenvolvimento das línguas autóctones de Timor-Leste. As tarefas, desafios e dilemas do tradutor. A promoção da leitura como contribuição para o progresso, o desenvolvimento e a felicidade.
The situation of children’s literature in East Timor, especially literature that has been translated from other languages into Tetum. The role of literary translation in the promotion and development of the autochthonous languages of East Timor. The tasks, challenges and dilemmas of the translator. Promoting reading as a contribution for progress, development and happiness.
João Paulo Tavares Esperança moris iha Íllavu (Portugál), iha 10 Dezembru 1972. Nia uluk dosente iha Universidade Nacional de Timor Lorosa’e dezde 2001 to’o 2007, serbisu ba Instituto Camões no hafoin ba Fundação das Universidades Portuguesas, no iha-ne’ebá nia hanorin dixiplina oioin iha área hanesan Lian Portugés, Linguístika jerál, Linguístika Timór nian no Literatura Kona-ba Timór. Nia hakerek livru “Estudos de Linguística Timorense” (2001) no hakerek, iha kolaborasaun ho kolega seluseluk, livru bilinge “O que é a lusofonia/Saída maka luzofonia” (2005), ne’ebé Instituto Camões maka publika. Nia tradús tiha ona ba tetun, liu hosi serbisu lisuk ho kolega timoroan, livru “Le Petit Prince/Liurai-oan Ki’ik” husi Antoine de SaintExupéry, “Fada Oriana” husi Sofia de Melo Breyner Andresen, no mós istória-badak balu husi Arthur Conan Doyle (autór “Sherlock Holmes” nian).
João Paulo Tavares Esperança nasceu em Ílhavo (Portugal), em 10 de Dezembro de 1972. Foi docente na Universidade Nacional de Timor Lorosa’e desde 2001 até 2007, ao serviço, sucessivamente, do Instituto Camões e da Fundação das Universidades Portuguesas, e aí leccionou diversas disciplinas em áreas como a Língua Portuguesa, Linguística geral, Linguística timorense e Literatura timorense. É autor do livro “Estudos de Linguística Timorense” (2001) e co-autor da obra bilingue “O que é a lusofonia/ Saída maka luzofonia” (2005), publicada pelo Instituto Camões. Traduziu para tétum, em colaboração com colegas timorenses, “Le Petit Prince/O Principezinho” de Antoine de SaintExupéry, “A fada Oriana” de Sofia de Melo Breyner Andresen e contos de Arthur Conan Doyle (o autor de “Sherlock Holmes”).
João Paulo Tavares Esperança was born in Ílhavo (Portugal), on December 10, 1972. He was a lecturer at the Universidade Nacional de Timor Lorosa’e since 2001 until 2007, working both for Camões Institute and the Foundation of Portuguese Universities. He taught a number of subjects in areas such as Portuguese Language, General Linguistics, East Timorese Linguistics and East Timorese Literature. He is author of the book ‘Estudos de Linguística Timorense’ (2001) and co-author of the bilingual book ‘O que é a lusofonia/Saída maka luzofonia’ (2005), published by the Camões Institute. He translated to Tetun, in collaboration with East Timorese friends, The Little Prince, by Antoine de Saint-Exupéry, A fada Oriana, by Sofia de Melo Breyner Andresen, and short stories by Arthur Conan Doyle (the creator of ‘Sherlock Holmes’).
ANTOINE DE SAINT-EXUPERY
artwork: Liruai - oan ki’ik (The little prince) Published by Timor Aid, translated by J.P.Esperança
Liurai- Oan Ki’ik
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Fundadór no diretór husi atelier IDA – Imagem Design & Arquitectura, Lda. Fundador e director do atelier IDA – Imagem Design & Arquitectura, Lda. Founder and director of the IDA Studio – Image, Design & Architecture, Lda.
Istória ASU, Tigre no lekirauk A HISTÓRIA do cão, do tigre e do MACACO THE STORY OF THE DOg, THE tiger and the MONKEY
Designer Industriál, hahú iha Agostu 2000, nia servisu iha área design, arkitetura no komunikasaun. Fundadór no diretór husi atelier IDA – Imagem Design & Arquitectura, Lda., ne’ebé halo promosaun ba integrasaun husi ekipa multi dixiplinár sira husi joven designer, artistas, arkitetu no enjeñeiru, Timor oan no internasionál.
Arquitecto Designer, vive em Timor-Leste desde 2000. Trabalha na área do design, arquitectura e comunicação. Fundador e director do atelier IDA – Imagem Design & Arquitectura, Lda., investindo na integração de equipas multidisciplinares de jovens designers, artistas, arquitectos e engenheiros, timorenses e internacionais.
João Ferro is an Architect Designer. Living in Timor-Leste since August 2000, he works in design, architecture and communication. Founder and director of the studio IDA – Imagem, Design & Arquitectura, Lda., investing in multidisciplinary teams of young designers, artists, architects and engineers, Timorese and international.
Ideia ne’e Timor oan sira mós hatene tuir. Sira moris ho uitoan deit, ho susar, no hodi lori sira nia moris ba oin sira tenke iha kriatividade maka’as. Hodi manán luta hasoru adversáriu ne’ebé forte liu ita presiza kriatividade maka’as duni. Nune’e ami hato’o istória ki’ikoan ida kona ba podér husi kriatividade no barani no nusa mak ita sempre bele hetan solusaun ba problema sira ne’ebé boot, maski sei hasoru buat barak …
A Criatividade não é nada de estranho para os Timorenses, pelo contrário. Viver com muito pouco, como tantos timorenses vivem, requer muita criatividade. Lutar e vencer um adversário muito mais forte requer muita criatividade. Aqui fica uma pequena história sobre o poder da criatividade aliada à coragem e à inteligência, e de como se encontram sempre soluções para os problemas, mesmo quando as adversidades são grandes ...
The Timorese are no strangers to creativity, quite the contrary. To live with difficulty, as many Timorese do, requires a lot of creativity. To engage and overcome a much stronger opponent, that requires a lot of creativity. Here is a short story about the power of creativity and courage and about how there is always a solution to any given problem, even when the odds are against us ...
Asu oan ida, iha foho laran, hetan tigre ida ne’ebé halai mai hasoru nia. Nia hanoin lalais. Nia haree ruin balu soe iha rai no nia bosok han ruin sira ne’e. Bainhira tigre besik ona nia, asu oan hakilar: “Ah, tigre ne’ebé ha’u foin han gostu duni!”
Um cachorro, perdido na selva, vê um tigre a correr na sua direcção. Pensa rápido. Vê uns ossos no chão e põe-se a roê-los. Quando o tigre está quase a atacá-lo, o cachorrinho diz alto e a bom som: “Ah, que delicia este tigre que acabo de comer!”
Tigre pára derrepente no ta’uk uitoan, hanoin hikas no deside atu fila lalais molok asu haree nia. Iha dalan nia hanoin: “Asu fuik ne’e! Nia besik atu han ha’u hotu!” Maibé lekirauk ida ne’ebé haree ne’e hotu deside atu tuir tigre hodi konta ba nia nusa mak asu ne’e bosok nia. Tigre rona no hirus no hatete fali: “Asu beik-teen! Ha’u ba fali! Ha’u sei han nia!”
O tigre pára bruscamente e, receoso e na dúvida, decide retirar rapidamente antes que o cachorro o pudesse ver, e no caminho vai pensando: “Que cachorro selvagem! Por pouco ele não me come também!” Mas um macaco que viu toda a cena, vai atrás do tigre e conta-lhe como ele tinha sido enganado. O tigre, furioso, diz: “Cachorro maldito! Vai-me pagar! Vou fazê-lo num oito!”
Asu oan haree katak tigre mai fali. Nia haree katak lekirauk tuir tigre no tuur iha tigre nia kotuk. “Ah, lekirauk traidór! Saida mak ha’u bele halo agora? Ha’u tenke hanoin lalais!” En vez de hali nia nafatin bosok han ruin no bosok la hatene. Bainhira nia sente katak tigre besik ona nia asu oan hatete sai: “Ah lekirauk baruk-teen! Oras ida ona ha’u haruka nia atu ba foti tigre ida tan no to’o agora nia seidauk fila! Ha’u hamlaha nafatin!” Bainhira nia rona nune’e nia para de repente, hatun lekirauk husi nia kotuk no halai makaas la hateke ona.
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O cachorrinho apercebe-se que o tigre vem atrás dele outra vez. Desta vez traz o macaco sorridente montado em suas costas. “Ah, macaco traidor! O que faço agora? Tenho que pensar rápido.” Em vez de fugir a correr, fica de costas, roendo os ossos, como se não estivesse a ver nada. Quando o tigre está suficientemente perto para para o ouvir e pronto a atacá-lo de novo, o cachorrinho diz: “Ah aquele macaco preguiçoso! Há meia hora que o mandei trazer-me outro tigre e ele ainda não voltou! E eu continuo cheio de fome!” Ao ouvir isso o tigre pára de repente outra vez, sacode o macaco das costas e foge a correr sem olhar para trás.
One day, a dog, lost in the mountain, sees a tiger by the corner of his eye, running at him. He thinks quickly. He sees some bones laying on the ground and starts chewing on them. When the tiger is close enough to hear him, the dog says confidently: ‘Haa, this tiger was delicious, what a meal!’. The tiger stops in his tracks, confused and afraid, and decides to run away before the dog could notice him, all the while thinking: ‘What a wild mutt... a few more seconds and I could have been dog food!’ But a monkey that saw the whole scene from up in a tree, runs after the tiger and tells him how the little dog tricked him. Turning back, the tiger is furious now: ‘Dammed mutt! I am going to make you pay for this!’ The dog suddenly notices the tiger coming back, this time with the smiling monkey riding on his back. ‘Hoo, that traitor, he told the tiger...! What do I do now? I have to think quickly!’ So, instead of running off in a panic, the dog continues to calmly chew on his bones, his back to the tiger as if nothing was happening. When the tiger is near enough to hear him and ready to attack, the dog lifts his head to sky and says: ‘Haaa, that lazy monkey of mine! I sent him half an hour ago to go and get me another tiger and he’s still not back! And I’m still hungry!’ Hearing this, the tiger jumps back horrified, kicks off the monkey and runs away without looking back.
photo: event design and communication portuguese book fair 2010
JOÃO R.S. FERRO
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JOSÉ AMARAL
Responsável Cultural e Consular, Embaixada de Timor-Leste em Lisboa Culture and Consulate Coordinator, Timor-Leste Embassy in Lisbon Responsável Kultural no Konsular, Embaixada husi Timor-Leste iha Lisboa
CULTURA: Identificação da Diáspora Timorense CULTURE: Identification of the Timorese Diaspora KULTURA: Identifikasaun husi Diáspora Timor oan
José Amaral sai husi Timor-Leste iha 1975, bainhira nia tinan 11 no ba to’o iha Lisboa. Nia hahú kedas interese ba dansa no kansaun tradisionál sira. Nia hola parte iha grupu kulturál Timor nia oin oin iha Portugal nudar bailarinu, kantór no ikus mai nudar responsavel artiztiku. Nia hanesan katór, atór, hato’o poezia no konta istória husi Timor no agora José Amaral mak Responsável Kultural no Konsular husi Embaixada husi Timor-Leste iha Lisboa.
PHOTO: UMA LULIK FINIAL – JOSH TRINDADE
José Amaral deixou Timor-Leste em 1975, com 11 anos de idade, em direção a Lisboa. Logo começou a interessar-se pelas danças e cantares tradicionais. Integrou vários grupos culturais timorenses em Portugal como bailarino, intérprete e mais tarde responsável artístico. Cantor autodidacta, atcor, declamador de poesia e contador de histórias timorenses, José Amaral é actualmente Responsável Cultural e Consular da Embaixada de Timor-Leste em Lisboa.
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José Amaral left Timor-Leste to Lisbon in 1975, when he was 11 years old. Soon after, he got interested in traditional music and dances and joined several Timorese cultural groups based in Portugal, as a dancer, interpreter and later as an artistic director. A self-taught singer, actor, poet and Timorese storyteller, José Amaral is currently the Culture and Consulate Coordinator at the Timor-Leste Embassy in Lisbon.
Jose “Josh” Trindade
Analista no Investigadór Independente Analista e InvestigadorIndependente Independent Analyst and Researcher
Lulik: Esensia husi valór sira husi Timor oan Lulik: o Coração dos Valores Timorenses Lulik: The Core of Timorese Values
Lian fuan Lulik uza beibeik iha sosiedade timór nian. Lian fuan ne’e mai husi tetun no nia signifikadu mak “proibisaun/bandu” no “sagradu”. Lian fuan Lulik no nia signifikadu iha tradusaun ba lian Timor oin oin. Ida ne’e hanesan lian fuan májiku ida, ne’ebé timór oan barak konsidera katak iha podér makaas. Lulik ne’e fo influensia ba moris loroloron nia husi ema Timor maski to’o agora seidauk hetan investigasaun makaas kona ba influensia ne’e. Artigu ne’e halo analiza ba Lulik, saida mak Lulik no nusa mak Lulik fo influensia no impaktu ba vida sosiál, polítika no ritual husi loroloron ema timór nian. Artigu ko’alia mós kona ba fiar ba Lulik. Koalia mós kona ba sistema polítiku Lulik no nusa ema Timor haree ba nia an rasik tuir Lulik. Artigu ko’alia mós kona ba nusa mak Igreja no Administrasaun Koloniál halo tuir no absorve konseitu balu husi Lulik ba sira nia benefísiu rasik no sira mós halo kritika no estraga konseitu ne’e. Josh Trindade servisu kleur nudar analista no investigador independente iha projetu oin oin ne’ebé relasiona ho solidariedade nasionál, juventude, nasionalizmu, kultura no tradisaun Timor nia, teknolojia informasaun, rezolusaun ba konflitu, konstrusaun ba nasaun, ho asuntu seluk ne’ebé relasiona ho nia rai, Timor-Leste. Nia koalia makaas kona ba kestaun sira ne’ebé relasiona ho kultura, fiar no sistema tradisionál no nia relasaun ho nasionalizmu, solidariedade sosiál no estadu de direitu. Nia ko-autór husi artigu investigasaun ho naran “Re-thinking Timorese Identity as a Peace-Building Strategy: Lorosa’e – Loromonu Conflict from a Traditional Perspective”, relatóriu finál ba GTZ/IS. Nia artigu, ho naran “Reconciling Conflicting Paradigms: an East Timorese Vision of an Ideal State” (2008), hetan publikasaun husi Editora husi Universidade Charles Darwin. Nia Prezidente husi área Komunikasaun husi Komisaun Nasionál Edukasaun UNESCO nian, iha Timor-Leste.
O termo Lulik é utilizado de forma generalizada na sociedade timorense. A palavra em si teve origem na língua tétum e significa “proibição” e “sagrado”. A palavra Lulik e o seu significado traduzem-se para muitas línguas em TimorLeste. É uma palavra mágica e com muito poder para os timorenses. A ideia de Lulik influencia o dia-a-dia dos timorenses, no entanto esta noção tem sido pouco investigada e discutida.
The term Lulik is widely used within Timorese society. The word itself originated from Tetun language which means forbidden and holy/ sacred. Lulik and its notion translate into many different languages in Timor-Leste. This is a very powerful and magical word for the Timorese. The idea of Lulik has very much influence the daily life of the Timorese, yet this notion has been poorly investigated and discussed.
Este artigo irá analisar a noção de Lulik, o que constitui Lulik e como o Lulik influencia e impacta sobre a vida social, política e ritual do dia-a-dia dos timorenses. O artigo irá igualmente explorar a crença Lulik. Para além disso, o artigo irá abordar o sistema político Lulik e como os timorenses se governam a si mesmos com a noção de Lulik. O artigo irá finalmente discutir como a Igreja Católica e a Administração Colonial Portuguesa não apenas adoptaram e utilizaram alguns conceitos de Lulik para benefício próprio, mas criticaram e degradaram-no ao mesmo tempo.
This paper will analyze the notion of Lulik, what constitute Lulik and how lulik influences and impacts the social, political and ritual life of the Timorese on daily basis. The paper will also explore Lulik belief system. Furthermore, the paper will look at Lulik political system and how Timorese govern themselves with the notion of Lulik. The paper will further discuss about how the Catholic Church and the Portuguese Colonial Administration not only adopted and use some concept of Lulik for their own benefit, but also criticize and degraded it at the same time.
Josh Trindade tem trabalhado como analista e investigador independente em inúmeros projectos relacionados com solidariedade nacional, juventude, nacionalismo, cultura e tradições timorenses, tecnologia de informação, resolução de conflictos, construção da nação, e outros assuntos relacionados com a sua pátria, Timor-Leste. Tem sido uma voz activa na abordagem a questões fundamentais relacionadas com cultura, crenças e sistemas tradicionais, e o seu relacionamento com nacionalismo, solidariedade social e a o estado de direito. É co-autor de um artigo de investigação intitulado “Repensar a Identidade Timorense como Estratégia de Construção de Paz: o Conflicto Lorosa’e e Loromonu sobre uma Perspectiva Tradicional”, relatório final para a GTZ/IS. O seu segundo artigo, intitulado “Reconciliar Paradigmas em Conflicto: uma Visão Timorense de um Estado Ideal” (2008), foi publicado pela Editora da Universidade Charles Darwin. É Presidente da área de Comunicação da Comissão Nacional de Educação da UNESCO, em Timor-Leste.
Josh Trindade has worked as an independent analyst and researcher on numerous projects relating to national solidarity, youth, nationalism, Timorese culture and traditions, Information Technology, Conflict Resolution, Nation Building, and other issues related to his homeland Timor-Leste. He has been an active advocate addressing fundamental issues relating to culture, beliefs and traditional systems, and their relationship to nationalism, social solidarity and rule of law. He is co-author of a research paper entitled: “Re-thinking Timorese Identity as a Peace-Building Strategy: Lorosa’e – Loromonu Conflict from a Traditional Perspective”, final report for GTZ/IS. His second paper,entitled “Reconciling Conflicting Paradigms: an East Timorese Vision of an Ideal State” (2008), was published by Charles Darwin University Press. He is the Convener of Communication with the National Commission for Education for UNESCO Timor-Leste.
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KELLY HUSSEY-SMITH
Profesór ba Fotografia Dokumental, QCA, Griffith University Docente em Fotografia Documental, QCA, Universidade Griffith Lecturer Documentary Photography, QCA, Griffith University
Dokumentáriu Fotografia no Konta Istória Documentário Fotográfico e Narrativas Documentary Photography and Storytelling
Kelly Hussey-Smith hanesan realizadór ba dokumentáriu sira ne’ebé halo servisu iha área fotografia no foin lalais ne’e iha multimédia.
Kelly Hussey-Smith é uma realizadora de documentários que trabalha sobretudo em fotografia e mais recentemente em multi-média.
Kelly Hussey-Smith is a documentary practitioner who works mainly in photography and more recently multimedia.
Daudaun ne’e nia tuur iha PhD iha Universidade Griffith no hanorin iha area lisensiatura fotografia iha Koléjiu Arte Queensland ninia, liu liu kona ba Prátika Dokumentáriu. Uluk nia mós hanorin iha programa jornalizmu nian iha Universidade Queensland no Universidade Teknolojia Queensland.
Kelly está actualmente a fazer um doutoramento na Universidade de Griffith e lecciona no Bacharelado de Fotografia no Colégio de Arte de Queensland, especializando-se em Prácticas Documentárias. Tem igualmente ensinado em programas de jornalismo na Universidade de Queensland e na Universidade Técnica de Queensland.
She is currently undertaking a PhD at Griffith University and teaches into the Bachelor of Photography at the Queensland College of Art, specializing in Documentary Practice. She has also taught into journalism programs at the University of Queensland and Queensland University of Technology.
Iha 2008/09 nia mak halo edisaun ba Australian PhotoJournalist, publikasaun husi Universidade Griffith kona ba fotojornalizmu kona ba abuzu direitus umanus global nian. Iha 2009 nia ho pesoál sira seluk iha Koléjiu Arte Queensland nian harii Sentru Prátika ba Dokumentáriu, ida ne’ebé foka ba atu fasilitasaun ba diálogu ida entre realizadór ba dokumentáriu sira iha Austrália no iha tasi balun. Kelly nudar fotógrafu voluntáriu ida ho Operasaun Smile (Oin Midar), no uluk servisu ho ekipa Médiku Internasionál nian iha Índia, Sina, Timor-Leste, no Papua Giné Foun. Agora daudaun nia servisu iha projetu investigasaun tempu naruk kona ba oinsá ita uza animál nudar diversaun no dekorasaun iha ita nia moris loroloron. Nia manán prémiu barak ba ninia servisu hirak ne’ebé uluk nia halo, no hatudu ona, Caged, iha espozisaun iha Austrália, Xina no Bangladexe. Ninia peskiza inklui Polítika ba apresiasaun arte natureza nian no reprezentasaun, Étika Filozofia, Estudu Jéneru no Direitu ba Animál.
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Em 2008/09, editou a Australian PhotoJournalist, uma publicação da Universidade de Griffith que apresenta o trabalho de Foto-jornalistas que documentam abusos de direitos humanos num contexto global. Em 2009, em colaboração com outros membros docentes do Colégio de Arte de Queensland, estabeleceu o Centro de Práctica Documentária, que tem como objectivo facilitar o diálogo entre documentaristas na Austrália e no estrangeiro. Kelly é fotógrafa voluntária na Operação Sorriso, e tem trabalhado com equipas médicas internacionais na Índia, China, Timor-Leste e Papua Nova Guiné. Está actualmente a trabalhar num projecto de investigação de longa duração, sobre a forma como utilizamos os animais como entretenimento e decoração no nosso dia-a-dia. Ganhou inúmeros prémios pelo seu mais recente trabalho, Caged, e exibiu trabalhos na Austrália, China e Bangladesh. Os seus interesses de investigação incluem Políticas de Estética e Representação, Filosofia Moral, Estudos de Género e Direitos dos Animais.
In 2008/09 she edited the Australian PhotoJournalist, a Griffith University publication featuring work of Photojournalists reporting on global human rights abuses. In 2009 she and other staff at The Queensland College of Art established the Centre for Documentary Practice, which aims to facilitate a dialogue between documentary practitioners in Australia and abroad. Kelly is a volunteer photographer with Operation Smile, and has worked with International Medical teams in India, China, Timor-Leste, and Papua New Guinea. She is currently working on a long-term project investigating how we use animals as entertainment and decoration in our everyday lives. She has won numerous awards for her most recent work Caged, and has exhibited in Australia, China, and Bangladesh. Her research interests include the Politics of Aesthetics and Representation, Moral Philosophy, Gender Studies and Animal Rights.
PHOTO: OPERATION SMILE – Kelly Hussey-Smith
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PHOTO: Martine Peret
Kirsty Sword Gusmão
Prezidente, Fundasaun Alola, Komisaun Nasionál husi Timor-Leste ba UNESCO, Embaixatriz husi Boa Vontade ba Edukasaun Presidente, The Alola Foundation, Comissão Nacional de Timor-Leste para a UNESCO, Embaixatriz da Boa Vontade para a Educação Chair, the Alola Foundation, Chair, Timor-Leste National Commission for UNESCO, Goodwill Ambassador for Education
Lian Inan LÍngua materna mother tongue
Timor-Leste iha rekoñesimentu nudar rai ne’ebé iha diversidade kona ba kultura no lian. Iha maizumenus lian 30 ne’ebé uza iha uma nudar Lian Inan, iha rai tomak, iha ritual sira, no iha prátika kulturál husi katuas sira iha aldeia, no iha arte no múzika husi jerasaun foun husi kompozitór no poeta sira. Maski nune’e, lian sira ne’e hetan ameasa husi imperativu ekonomia no globalizasaun, karik ninia papél relasiona ho konstrusaun ba nasaun no promosaun ba identidade nasionál la adota husi kultura dominante.
Timor-Leste é conhecido pela sua rica diversidade cultural e linguística. Cerca de trinta línguas-mãe são usadas nas casas de famílias por todo o país, nos rituais e práticas culturais dos anciãos nas aldeias, e na arte e música da actual geração de compositores e poetas. Não obstante, os imperativos económicos e a onda emergente de globalização ameaçamestas línguas com a extinção,se o seu papel vital na construção da nação e na promoção da identidade nacional não for adoptado pela cultura dominante.
Timor-Leste is bestowed with rich cultural and linguistic diversity. Some thirty mother tongues are used in the homes of families across the country, in the rites and cultural practices of village elders and in the art and music of the current generation of song-writers and poets. Nevertheless, economic imperatives and the surging tide of globalisation threaten these languages with extinction if their vital role in nation-building and the fostering of national identity and peace is not embraced by mainstream culture.
Kestaun husi lian ne’ebé uza ba edukasaun formal sei nafatin dezafiu ne’ebé sensivel liu. Portugés no Tétum define duni nudar lian ofisiál husi Timor no uza nudar lian hanorin iha nivel eskolár hotu. Maski nune’e estudante no profesór barak mak sente katak fraku liu iha lian sira ne’e no ida ne’e bele halo katak aban bain rua sira sei hetan marjinalizasaun sósio-ekonómika.
A questão da língua utilizada na educação formal continua a ser altamente sensível e desafiante. O Português e o Tétum são definidas como as duas línguas oficiais do país, e ambas são utilizadas como línguas de instrução em todos os níveis escolares. Não obstante, um grande número de estudantes e professores possuem limitada fluência em qualquer destas línguas, facto que tem o potencialde levar a uma futura exclusão e marginalização sócioeconómicas.
The issue of language use in formal education remains highly sensitive and challenging. Portuguese and Tetun are defined as the two official languages of the country, and both languages are used as the languages of instruction across all levels of schooling. Nevertheless, large numbers of students and teachers have only limited fluency in either language, a fact which has the potential to lead to future socio-economic exclusion and marginalisation.
A Política Educativa da Língua-mãe de Base Multilinguística para Timor-Leste tem como objectivo apoiar crianças de todos os grupos etno-linguísticos a aceder aos benefícios da literacia e da educação, e apoiar o Governo de Timor-Leste a atingir os objectivos educacionais definidos no Plano Nacional Estratégico para a Educação e os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, bem como a preservar a diversidade cultural e linguística como meio de atingir unidade nacional, paz e um desenvolvimento equitativo
The Mother Tongue-Based Multilingual Education Policy for Timor-Leste aims to help children from all ethno-linguistic backgrounds to have access to the benefits of literacy and education, and assist the Government of Timor-Leste to meet the educational objectives defined in the National Education Strategic Plan and MDGs, as well as preserve the cultural and linguistic diversity as a means to achieving national unity, peace and equitable development.
PHOTO: LIAN INAN (FILM STILL)
Polítika Edukativa husi Lían-inan ho Baze Multi linguíztika ba Timor-Leste iha objetivu hodi fo apoiu ba labarik sira husi grupu tekno linguiztiku hotu hodi bele hetan asesu ba benefísiu husi literasia no husi edukasaun, no fo apoiu ba Governu Timor-Leste nian hodi atinje sira nia objetivu edukasionál ne’ebé define iha Planu Nasionál Estratéjiku ba Edukasaun no Meta Dezenvolvimentu Miléniu nia, no hodi proteje diversidade kulturál no husi lian nudar meiu hodi hetan unidade nasionál, pás no dezenvolvimentu hanesan ba ema hotu.
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Marçal de Jesus
Mestre Lakado’u Mestre Lakado’u Lakado’u Master
Hanesan instrumentu ida koñesidu liu iha área Mambae, lakado’u utiliza hodi akompaña Bidu Popular hodi simu Bainaka, haksolok an no mos hatudu espresaun ba ema seluk. Prosesu atu halo lian instrumentu ida ne’e sei toka husi ema na’in rua (feto ka mane) no akompaña ho hananu (khaur iha lian Mambae) no dadolin oin-oin.
Instrumento conhecido sobretudo na região Mambae, o lakado’u é tocado para acompanhar o Bidu Popular (dança tradicional), na recepção a convidados, e para alegrar as pessoas. Para criar o som, este instrumento é tocado por duas pessoas (um homen e uma mulher) e é acompanhado por canções (misturadas em Mambae) e por vários dadolin (poesias tradicionais).
An instrument especially known in the Mambai region, the lakado’u is played to accompany the Popular Bidu (a traditional dance) when welcoming guests, and to cheer people. To make sound, this instrument is played by two people (a man and a woman) and it is accompanied by songs (mixed in Mambae) and by several dadolin (traditional poems).
PHOTO: Marçal de Jesus & Domingos Salazar in Aileu – Jen Shyu
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maria madeira
Artista Pinta no Edukasaun Artes nian Pintora e Educadora de Arte Painter & Art Educator
Maria Madeira moris iha Gleno, iha rejiaun Ermera nian, iha Timor-Leste. Nia sai husi Timor bainhira situasaun polítika nian akontese iha 1975 no hetan evakuasaunhusi Forsa Aéria Portugeza iha 1976; Depois nia ba hela fali iha Austrália ho nia inan aman no maun alin sira, iha Agostu 1983. Durante tinan hirak ne’e, Maria hasai kursu tolu: Baxaleratu Belas Artes (Arte Plástika) iha Universidade Curtin nian iha 1991; Lisensiatura iha Edukasaun iha Universidade Curtin nian iha 1993; no Baxalerato iha Siénsia Polítika iha Universidade Murdoch nian iha 1996. Agora daudaun, Maria halo hela nia Doutoramentu iha Universidade Curtin nian, iha Austrália. Entre 1996 no 2000, Maria servisu iha Western Austrália nudar mestre arte nian iha eskola sekundária, no nudar artista vizual no konselleira kulturál iha instituisaun no organizasaun barak arte no kultura nian. Maria fila ba Timor Leste iha 2000-2004 atu koopera iha rekuperasaun, rekonstrusaun no dezenvolvimentu husi nasaun ne’ebé nia moris. To’o agora, Maria hala’o espozisaun 15 liu tan, mezak ka ho grupu, kona ba nia arte: pinturas, eskultura, dezeñu, kolajen no servisu ho instalasaun iha Austrália, Portugal no mos iha Timor-Leste. Maria nia objetivu agora nian mak hodi bele transmite ka fahe kultura no tradisaun TimorLeste nian ba jerasaun futuru nian. Nia fiar maka’as katak arte no kultura mak espíritu no klamar povu ida nian ... tamba arte mak testamentu rasik husi kultura povu ida nian.
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Maria Madeira nasceu na aldeia de Gleno, na região de Ermera, em Timor-Leste. Foi evacuada de Timor pela Força Aérea Portuguesa em 1976, durante a invasão indonésia, e emigrou para a Austrália em Agosto de 1983 com a sua família. Ao longo destes anos, Maria conseguiu obter três qualificações académicas: um Bachalerato em Belas Artes (Artes Plásticas) na Universidade de Curtin, em 1991; uma Licenciatura em Educação na Universidade de Curtin, em 1993; e um Bachalerato em Ciências Políticas na Universidade de Murdoch, em 1996. Maria está actualmente a completar o seu Grau de Doutoramento na Universidade de Curtin, Austrália. Entre 1996 e 2000, Maria trabalhou na Austrália Ocidental como professora de artes em escolas secundárias, como artista visual e como conselheira cultural em várias instituições e organizações de arte e cultura. Maria regressou à Timor Leste entre 2000-2004 para cooperar na recuperação, reconstrução e desenvolvimento da mais jovem nação do mundo. Até hoje, Maria fez já mais de 15 exposições a solo ou em grupo dos seus trabalhos, incluindo pintura, escultura, desenho, colagem e peças de instalações, na Austrália, em Portugal e em Timor-Leste. A sua maior preocupação como artista, professor e assessor cultural é tansmitir a cultura e as tradições de Timor-Leste a outras sociedades – e vice-versa. Acredita fortemente que a arte e cultura são o espírito e a alma de um povo ... pois a arte é o testamento próprio da cultura de um povo.
Maria Madeira was born in the village of Gleno in the Ermera region of Timor-Leste. She was evacuated from Timor by the Portuguese Air Force in 1976, during the Indonesian invasion, and she immigrated to Australia with her family, in August 1983. Over the years, Maria has gone on to complete three University qualifications: a B.A. Fine Arts (Visual Arts) Degree from Curtin University, in 1991; a Graduate Diploma of Education (Major in Art) from Curtin University; in 1993; and a B.A. in Political Science from Murdoch University, in 1996. She is currently completing her Doctor of Philosophy - Art at Curtin University, in Australia. Between 1996 and 2000, Maria worked in Western Australia as a high school art teacher, visual artist and cultural advisor for several arts and culture institutions and organisations. Maria returned to Timor-Leste between 2000-2004, to play her part in Timor-Leste’s recovery, rebuilding and development of the world’s newest nation. To date, Maria has held over fifteen solo or group exhibitions of her painting, sculpture, drawings, mixed media collages and installation pieces, across Australia, Portugal and Timor-Leste. Her main concern as an artist, teacher and cultural adviser is to convey Timor-Leste’s culture and traditions to other societies – and vice-versa. It is her strong belief that art and culture are the spirit and soul of a nation … because art is a people’s culture own testimony.
PHOTO: LAO rai (traveller) – Maria madeira
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MATT DITTON
Profesór Deseñu Jogo, Eskola Filme Universidade Griffith Coordenador de Design de Jogos, Escola de Cinema da Universidade de Griffith Convenor Games Design, Griffith University Film School Jogu Komputadór: Nusa hanorin programasaun, arte, design no integrasaun no haksolok iha dalan Jogos de Computador: Como ensinar programação, arte, design e interacção, e ter imenso gozo ao longo do percurso Computer Games: How to teach programming, art, design and interaction, and have a lot of fun along the way
Matt Ditton Coordenador do programa de Design de Jogos na Escola de Cinema de Griffith. Antes disso, Matt trabalhou uma década na comunidade de jogos australiana, em algumas das principais empresas de desenvolvimento no país. Durante esse período, Matt foi Modelador, Artista de Ambientes, Artista Técnico e Programador. O seu trabalho actual centra-se na forma de como usar jogos como meio de expressão e educação. Nos últimos 12 meses, Matt tem liderado uma equipa do projecto “Alternator” para a ABC. “Alternator” é um jogo sério que ensina e inspira as crianças sobre tecnologia e mudanças climáticas. É inclusive um jogo de corridas divertido.
Iha kultura hotu jogu iha desde uluk avo sira nia tempu. Jogu ba komputadór mak foin hahú iha sekulu XXI. Jogu komputadór tau hamutuk Arte, Programasaun no Design, ho estrutura ne’ebé relasiona ho asaun ne’ebé jogadór halo iha mundu virtual nia laran. Jogu Komputadór modernu sira bele fo dalan únika hodi hanorin sistema ne’ebé kompleksu liu no problema ne’ebé susar atu aprende husi dalan seluk. Jogu sira ne’e fo sentidu ba informasaun no interasaun iha buat ne’ebé haleu ita no bele sai buat haksolok.
Os jogos existem em quase todas as culturas e são há muito conhecidos da história. Os Jogo de Computador são uma adição do século XXI a esta longa história. Os Jogos de Computador são uma fusão de Arte, Programação e Design, estruturados em torno das interacções de um Jogador dentro de um mundo virtual. Os Jogos de Computador modernos podem oferecer uma forma única de ensinar sistemas incrivelmente complexos e problemas que seriam frustrantes de aprender de outra forma qualquer. Estes jogos dão sentido à informação e interacções no mundo à nossa volta, e podem ser igualmente divertidos.
PHOTO: Tokyo Cycle paths from 955 people on Twitter
Matt Ditton nudar koordenadór husi programa kona ba Design ba Jogu iha Eskola Filme Griffith. Molok ne’e, Matt servisu durante tinan sanulu iha komunidade jogu Austrália nian, iha empreza ne’ebé boot kona ba dezenvolvimentu jogu iha rai Austrália. Iha períodu ne’e nia sai Modelador, Artista ba Ambiente, Artista Tékniku no Programador. Daudaun nia servisu kona ba nusa bele uza jogu nudar meiu ba edukasaun no espresaun. Iha fulan 12 ba kotuk nia sai lider ba ekipa husi projetu “Alternator” ba ABC. “Alternator” mak jogu ida ne’ebé sériu, ne’ebé hanorin labarik sira kona ba teknolojia no mudansa klima no nia mós jogu korrida ne’ebé sira bele halimar duni.
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Matt Ditton is the Convenor of the Games Design program at the Griffith Film School. Prior to this, Matt worked for a decade in the Australian game community at some of the leading development houses in country. In that time he was an Modeler, Environment Artist, Technical Artist and Programmer. Matt’s current work focuses on how to use games as a medium for expression and education. For the last 12 months he’s been heading a team for the ABC on their ‘Alternator’ project. ‘Alternator’ is a serious game that teaches and inspires kids about technology and climate change. It’s even a fun racing game at the same time. Games and play have existed in almost all cultures throughout recorded history. And Computer Games are the 21st Century addition to this long history. The Computer Game is a fusion of Art, Programming and Design all structured around the interactions of a Player within a constructed world. Modern Computer Games can offer a unique way to teach incredibly complex systems and problems that would be frustrating to learn any other way. They make sense of the data and interactions in the world around us and they can be a lot of fun too.
MOBILIARIU KESAK
Atividade mobiliáriu kesak, hanesan atividade simples ne’ebé hahú iha loron 7 Jullu 2008. Iha 2009, hetan suporte husi MTCI no Sekretaria Estadu ba Formasaun Profisionál no Empregu hodi fo formasaun ba joven 30 iha distritu Baucau, no iha 2010 nudar primeiru klasifikadu ba feira nasionál iha Kampu Demokrasia, iha Dili. O mobiliário em fibra de palmeira é uma actividade simples que teve início no dia 7 de Julho de 2008. Em 2009, recebeu apoio do MTCI e da Secretaria de Estado da Formação Profissional e Emprego para a formação de 30 jovens do distrito de Baucau. Em 2010, ficou em primeiro lugar na Feira Nacional que foi realizada no Campo da Democracia, em Dili.
PHOTO: Almeida ganefabra – DGC ARCHIVES
Furniture made of palm’s fiber is a simple activity that was initiated on July 7, 2008. In 2009, it received support from MTCI and the State Secretariat for Professional Training and Development, in training 30 youngsters from the district of Baucau. In 2010, it received the first prize in the National Fair that took place in Democracy Field, in Dili.
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MÓS BELE
PHOTOs: mós bele
CLUSTER HUSI KOOPERASAUN PORTUGEZA IHA TIMOR-LESTE CLUSTER DA COOPERAÇÃO PORTUGUESA EM TIMOR-LESTE CLUSTER OF PORTUGUESE COOPERATION IN TIMOR-LESTE
INOVASAUN: Artezanatu kualifikadu ho sertifikasaun kualidade ISO 9001 no neutralizasaun husi karbono
INOVAÇÃO: Artesanato qualificado com certificação de qualidade ISO 9001 e neutralização de carbono
Programa MósBele haktuir dezafiu husi intervensaun ne’ebé foun: “Cluster husi Kooperasaun”, no promove, iha Maubara, sentru ba dezxenvolvimentu rural integradu no sustentável, ne’ebé loke dalan ba kualidade moris nian no atu harii bein komún, liu husi hametin astór sosiál sira, liu husi inkluzaun sosiál, kapasitasaun no efisiénsia koletivu, kriasaun no diversifikasaun ba rendimentu, transformasaun no kualifikasaun husi oferta no asesu nafatin ba merkadu ne’ebé folin. Hahú iha 15 Setembru 2009, Programa MósBele hanesan primeiru projetu kooperasaun mundiál ne’ebé hetan sertifikasaun kualidade ISO 9001:2008.
O Programa MósBele assume o desafio de uma intervenção inovadora: “Cluster da Cooperação”, promovendo, em Maubara, um polo endógeno de desenvolvimento rural Integrado e sustentável, indutor de qualidade de vida e de criação de bem comum, através do fortalecimento dos actores sociais, inclusão social, capacitação e eficiência colectiva, criação e diversificação de rendimento, transformação e qualificação da oferta e acesso continuado a mercados de valor. Desde 15 de Setembro de 2009, o Programa MósBele é o primeiro projecto de cooperação mundial com uma certificação de qualidade ISO 9001:2008.
Iha nivel artezanatu, prosesu produsaun, industrializasaun, komérsiu (faan), no promosaun husi artezanatu husi Timor-Leste hetan avaliasaun pozitiva husi komunidade lokál sira, husi parseiru sira no husi Governu Timor nian, liu liu kona ba:
Ao nível do artesanato, o processo de sistematização da produção, industrialização, comércio e promoção do artesanato de Timor-Leste tem sido avaliada de forma muito positiva pelas comunidades locais, parceiros de actividade e pelo Governo timorense, salientando-se:
• Kapasitasaun no kualifikasaun ba artezanatu husi feto na’in 60 husi Maubara, ne’ebé hetan rekoñesimentu liu husi susesu husi “Produtos MósBele”, iha Timor-Leste, Austrália no Portugal, liu husi kriasaun no implementasaun, hamutuk ho Ministériu Turizmu, Komérsiu no Indústria husi Timor-Leste, husi prosesu kualifikasaun nudar “Produtu Ofisiál Timor-Leste nian”; • Kriasaun husi KIOSKE TIMOR / Artezanatu husi Maubara, ne’ebé fa’an hamutuk 26.000 USD, ba komunidade, iha tinan 2010 nia laran. Programa MósBele hanesan primeiru programa husi Kooperasaun Portugeza ne’e iha sistema atu sura, halo monitorizasaun no kompensasaun integrál husi karbono no Produtos MósBele ne’ebé fa’an iha Kioske Timor emission neutral certified®.
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• A capacitação e qualificação do trabalho de artesanato de 60 mulheres de Maubara, reconhecido através do sucesso dos “Produtos MósBele”, em Timor-Leste, Austrália e Portugal, com a criação e implementação, em parceria com o Ministério do Turismo, Comércio e Indústria de Timor-Leste, do processo de qualificação de “Produto Oficial de Timor-Leste”; • A criação do KIOSKE TIMOR / Artesanato de Maubara, com uma facturação de 26.000$00 USD, para a comunidade, durante 2010. O Programa MósBele é o primeiro programa da Cooperação Portuguesa com sistema de contabilização, monitorização e compensação integral de carbono, sendo os Produtos MósBele comercializados no Kioske Timor emission neutral certified®.
INNOVATION: Qualified handicrafts, with quality certification ISO 9001 and carbon neutralization. The MósBele Program assumes the challenge of innovative intervention: ‘Cluster of Cooperation’, promoting Maubara, an endogenous pole of integrated and sustainable rural development, inducing quality of life and the creation of common wealth, through strengthening of social actors, social inclusion, capacity building and collective efficiency, creation and diversification of income, transformation and qualification of supply, and continuous access of value markets. Since September 15, 2009, the MósBele Program is the first project of cooperation in the world obtaining a quality certificate ISO 9001:2008. Regarding handicrafts, the process of systematizing production, industrialization, trade and promotion of handicrafts in Timor-Leste has received a good evaluation by local communities, activity partners and the Timorese Government. It should be stressed: • Capacitation and qualification of the handicraft works of 60 women in Maubara, acknowledged through the success of “MósBele products” in Timor-Leste, Australia and Portugal, with the creation and implementation, in a partnership with the Minsitry of Tourism, Trade and Industry of Timor-Leste, of the qualification process ‘Official Product of Timor-Leste’. • Creation of KIOSKE TIMOR/Maubara handicrafts, with a community income of USD $ 26.000 during 2010. The MósBele Program is the first program within the Portuguese Cooperation with an integral system of counting, monitoring and compensating for carbon, with the products sold at Kioske Timor emission neutral certified®.
NALDO REI
Hakerek-na’in Escritor writer
Naldo Rei mak autór husi Resistance: A Childhood Fighting for East Timor. Naldo Rei iha Mestrado kona ba Artes, Komunikasaun Internasionál, husi Universidade Macquarie iha Sydney, iha Austrália. Bainhira Indonézia halo invazaun ba Timor iha Dezembru 1975, Naldo Rei iha fulan neen deit. Depois, iha tinan tolu nia laran, nia hela deit iha foho, iha fatin ne’ebé nia família halai tamba seguransa. Bainhira ema oho nia aman tamba nia servisu ba rezisténsia, Naldo tinan sai deit, tuir servisu ba rede klandestina no hahú nia viajen hodi luta hasoru libertasaun Timor-Leste nian. Bainhira nia foin sae, nia tama komarka beibeik no hetan tortura husi rejime Indonézia. Depois tamba perigu ne’ebé nia sente, nia halai ba iha Indonézia no tuir mai nia ba hela iha Austrália. Agora daudaun nia hela iha Timor-Leste ne’ebé independente no nia bele konta fali nia istória. Nia moris hanesan prova katak la iha perigu ne’ebé bele hamate espíritu umanu.
Naldo Rei é o autor de Resistance: A Childhood Fighting for East Timor (Resistência: uma Infância a Combater por Timor-Leste). Naldo Rei possui um Mestrado em Artes, Comunicações Internacionais, pela Universidade Macquarie em Sydney, na Austrália. Naldo Rei tinha apenas seis meses de idade quando a Indonésia invadiu Timor-Leste, em Dezembro de 1975. Passou os primeiros três anos de vida na selva, para onde a sua família tinha fugido por razões de segurança. Após o assassinato do seu pai por participar no movimento de resistência, Naldo, com nove anos de idade, foi recrutado pela rede clandestina e começou a sua extraordinária viagem a lutar pela libertação de Timor-Leste. Durante a sua adolescência, Naldo foi preso e torturado com regularidade pela sua resistência clandestina ao brutal regime indonésio. Eventualmente, devido ao imenso perigo que corria na sua pátria, escapou para a Indonésia e posteriormente para a Austrália por vários anos. Agora a viver num Timor-Leste independente, Naldo Rei pode contar a sua incrível história. A sua vida é a prova de que não existe perigo e perda capaz de esmagar o espírito humano.
Naldo Rei is author of Resistance: A Childhood Fighting for East Timor. Naldo Rei has a Master of Arts in International Communications from Macquarie University in Sydney, Australia. Naldo Rei was just six months old when Indonesia invaded Timor-Leste in December 1975. He spent the first three years of his life in the jungle, where his family had fled for safety. After his father was murdered for his work in the resistance movement, nine-year-old Naldo was recruited by the clandestine network and began his own extraordinary journey fighting for Timor-Leste’s freedom. Throughout his teenage years, Naldo was imprisoned and tortured regularly for his covert resistance to the brutal Indonesian regime. Eventually, in too much danger to remain in his homeland, he escaped to Indonesia and then Australia for several years. Now living in an independent Timor-Leste, NaldoRei can tell his incredible story. His life is proof that no amount of danger and loss can crush the human spirit.
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Múziku no Fotógrafu Músico e Fotógrafo Musician & Photographer
Nelson Turquel nudar baterista, perkursionista, kantor, kompozitór no fotógrafu ne’ebé hatudu talentu makaas. Bainhira nia hela iha Portugal, iha tinan 8 nia laran, nia hodi nia múzika nudar instrumentu hodi luta hasoru Indonézia, no nia uza ne’e hodi halo promosaun ba kestaun husi Rezisténsia Timor nian. Mesak ka hamutuk ho Laloran Timor no Loriku nia tau hamutuk som tradisionál sira ho múzika kontemporáneu. Sira halo atuasaun iha Portugal, España no Alemaña, iha fatin sira ne’ebé sira dezenvolve relasaun pesoál no muzikál ho ema oin oin. Ho nia projetu ida nia harii grupu peskiza kona ba som Djambé nia ho nia kolega balu husi rai Zimbabué no Jamaika. Nia projetu ida seluk mak mai husi nia kolaborasaun ho komunidade sigana, iha ne’ebé nia harii grupu peskiza ba guitarra. Nelson estuda mós tambor iha Indonézia iha 1994 no saxofone iha Orkestra Metropolitana husi Lisboa iha 1999. Nelson hela iha Díli hahú 2002, no nia dezenvolve nia interesse ba múzika tradisionál husi nia rai liu husi peskiza iha distritu hotu hotu Timor-leste nian, no nia aprende nusa mak toka instrumentu muzikál tradisionál Timor ninia. Nelson mak baterista husi grupu Rai Na’in, banda ne’ebé tau hamutuk jéneru muzikal tradisionál no rock. Nelson explora múzika ne’ebé iha valor multi-kulturál no pop-rock ho múziku no kompozitór lokál sira iha Timor-Leste.
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Nelson Turquel é baterista, percussionista, cantor, compositor e um talentoso fotógrafo. Durante a sua estadia de 8 anos em Portugal, usou a sua música como instrumento de luta contra a Indonésia, promovendo a causa da Resistência Timorense. Sozinho ou acompanhado por Laloran Timor e Loriku combinou sons tradicionais e música contemporânea. Eles actuaram por todo o Portugal, Espanha e Alemanha, forjando também inúmeras relações a nível musical e pessoal. Um dos seus projectos criou um grupo de pesquisa de som de Djambé com amigos do Zimbabué e Jamaica. Outro dos seus projectos foi fruto da colaboração com a comunidade cigana, com a formação de um grupo de pesquisa de guitarra. Nelson estudou tambor na Indonésia em 1994 e saxofone na Orquestra Metropolitana de Lisboa em 1999. Nelson reside em Díli desde 2002, onde tem desenvolvido o interesse pela música tradicional do seu país através do trabalho de pesquisa por todos os distritos de Timor-Leste, enquanto também aprende a tocar instrumentos musicais tradicionais. Nelson é baterista na Rai Na’in, uma banda que combina géneros musicais tradicionais e rock. Nelson explora música de valor multi-cultural e pop-rock com músicos e compositores locais em Timor-Leste.
Nelson Turquelis a drummer, percussionist, singer, composer and a talented photographer. During the 8 years he lived in Timor, he used his music as an instrument for fighting against Indonesia and to promote Timorese Resistance. Alone or with the Laloran Timor and Lorikugroups, he combined Timorese traditional sounds and contemporary music. They performed all over Portugal, Spain and Germany, forging many musical and personal relationships. One of his projects was a Djambé sound research group with friends from Zimbabwe and Jamaica. Another project was a guitar research group with the Gipsy community, creating a guitar research group. He studied drumming in Indonesia in 1994,and saxophone at the Lisbon Metropolitan Orchestra, in 1999. Nelson has been living in Díli since 2002, where he developed an interest for the traditional music of his country. He has done research in all districts of Timor-Leste and he is also learning to play traditional instruments. Heis a drummer with the Rai Na’in band, a group that combines traditional music with rock. Nelson explores multi-cultural and pop-rock music with local musicians and composers in Timor-Leste.
PHOTO: women fishing in Ataúro – NELSON TURQUEL
NELSON TUQUEL
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Nuno Vasco Oliveira
Arkiólogu, Asesór Sekretaria Estadu Kultura nian, Timor-Leste Arqueólogo, Assessor da Secretaria de Estado da Cultura, Timor‐Leste Archaeologist, Adviser to the State Secretary of Culture, Timor‐Leste
Timor-Leste hanesan rejiaun ida iha Sudeste Aziátiku tomak ne’ebé riku tebes ho pintura sira iha fatuk lolon husi tempu bei-ala sira nian, ne’ebé bele konta hamutuk fatin 30 resin ho pinturas, atus ba atus, ne’ebé mak koñesidu to’o ohin loron. Pintura iha fatuk lolon ne’e hotu barak liu mak hola fatin iha Parke Nasionál Nino Conis Santana, iha área Tutuala, ho tinan maizumenus 3000 to’o 2000, maibé iha arte sira ne’e balu mos mak bele antigu liu. Imajen sira iha espozisaun ne’e hatudu amostra ida husi investigasaun ne’ebé, Sue O’Connor husi Universidade Nasionál Australia nian, hala’o besik tinan 10 nia laran. Pintura sira iha fatuk lolon ne’e esensiál para atu komprende oinsá entre rejiaun Ázia, Austrália/Nova Giné nó Pasífiku bele halo transmisaun sira nia hanoin no ideias ba malu iha tempu ne’eba. Arte no fatin kulturál sira ne’ebé iha Parke nia laran iha signifikadu nasionál no internasionál ne’ebé boot no bele sai parte husi Patrimóniu Mundial tuir klasifikasaun UNESCO nian. Bainhira hotu nia douturamentu iha Universidade Nasionál Austrália nia kona ba prátika agrikultura subsisténsia iha Timor-Leste iha tempu pré-istória, nia mai iha Timor, no to’o agora, nia servisu nudar asesór ba jestaun ba patrimóniu kulturál iha Governu Timor-Leste.
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A arte ruprestre de Timor-Leste
Timor-Leste possui uma das mais ricas regiões com pinturas rupestres em todo o Sudeste Asiático Insular, com mais de 30 sítios e centenas de imagens conhecidas até à data. A maior parte da arte rupestre ocorre dentro do Parque Nacional Conis Santana, na região de Tutuala, e data de há cerca de 3000 a 2000 anos, embora alguma da arte possa ser muito mais antiga. As imagens em exposição representam uma amostra de quase 10 anos de investigação, conduzida por Sue O’Connor da Universidade Nacional da Austrália. A arte rupestre é crucial para compreender a colonização e difusão de ideias entre as regiões da Ásia, da Austrália/ Nova Guiné e do Pacífico. A arte e os sítios no Parque possuem significado nacional e internacional e podem eventualmente ser listados como Património Mundial da UNESCO. Após terminar o seu doutoramento na Universidade Nacional da Austrália sobre prácticas de agricultura de subsistência em Timor-Leste durante a pré-história, tem trabalhado como assessor para a gestão do património cultural com o Governo de TimorLeste, uma posição que actualmente ocupa.
Timor-Leste contains one of the richest regions of painted rock art in Island Southeast Asia, with more than 30 sites and hundreds of images known to date. Most of the rock art occurs within the Nino Conis Santana National Park, in the Tutuala region, and probably dates from ca. 3000 to 2000 years ago, although some of the art may be much older. The images displayed are a sample of nearly 10 years of investigation conducted by Sue O’Connor of the Australian National University. The rock art is critical for understanding the colonization and spread of ideas between Asia, Australia/New Guinea and the Pacific regions. The art and sites in the Park are of national and international significance and could eventually be listed as UNESCO World Heritage. Since finishing his post-graduate studies at ANU looking at subsistence agricultural practices in Timor-Leste during pre-historic times, in May 2008, Nuno has been acting as an adviser for cultural heritage management with the Timorese Government, a position he currently helds.
OTAS NURAK MOTAEL korál coral choir
O grupo coral Otas Nurak Motael, criado em 1998, foi fundado por jovens que, na altura, tinha grande vontade de desenvolver a música cultural de Timor. Durante muitos anos, os timorenses quase esqueceram a música tradicional. Devido às mudanças tecnológicas, muitos jovens esqueceram a sua própria cultura. É com esse pensamento que o grupo coral Otas Nurak Motael tem desenvolvido música em Timor-Leste.
The choir group of Otas Nurak Motael, born in 1998,was founded by youngsters, at that time with a strong will to develop cultural music of Timor. For many years, Timorese people had almost forgotten traditional music. Due to technological change, a lot of young people have forgotten their own culture. It is with such though that the choir group Otas Nurak Motael has been developing music in Timor-Leste.
PHOTOs: Hand stencil – Sue O’connor, ANU ARCHIVES
Grupu koru Otas Nurak Motael, harii iha tinan 1998 husi jovem ne’ebé iha kbiit makás atu desenvolve múzika kultura Timor nian. Tan durante tinan barak ona, ema Timor rasik barak mak atu haluha múzika tradisionál. Ho mudansa teknolojia, juventude barak mak haluha ona ninia kultura rasik. Ho hanoin ida ne’e mak grupu koru Otas Nurak Motael ho kbiit makás desenvolve múzika iha Timor-Leste.
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PAT HOFFIE
Diretór, SECAP (Ambiente Sustentável no Kultura, Ázia Pasífiku), QCA, Universidade Griffith Directora, SECAP (Cultura e Ambiente Sustentável, Ásia e Pacífico), QCA, Universidade de Griffith Director, SECAP (Sustainable Environment and Culture, Asia-Pacific), QCA, Griffith University
Pat Hoffle nudar Artista Vizuál ida ne’ebé servisu barak liu iha rejiaun Ázia Pásifiku iha dekada tolu liuba. Durante ne’e, ninia serie ho títulu Fully Exploited Labour, haree ba tema oin oin inklui oinsa kultura vizuál iha valór, iha kestaun kona ba justisa sosiál no direitu umanu, no entendimentu lian ne’ebé la loos entre kultura sira. Nia servisu iha media oin oin no ninia servisu inklui mós iha kolesaun públika sira no iha espozisaun kona ba Arte kontemporáneu iha Austrália no iha rai seluk. Ninia projetu prinsipál involve kolaborasaun internasionál ho artista sira husi rejiaun ásia pásifiku no inklui projetu peskiza hanesan (ho Carolina Turner) Art and Human Rights, QPACifika, The Peel Island Artists’ Residences, no Planet Ueno (Tóquio/Brisbane). Projetu kolaborasaun sira seluk molok ne’e foku ba aspetu hirak ne’ebé mai hosi istória lokál; buat hirak ne’e hotu inklui mós projetu BABEL projekt iha Woodford Folk Festival husi 2010/11, WindWells: channelling + divining iha Galeria husi Biblioteka Estatal Queensland nian, iha 2010, no Troopdrill iha Forte Lytton, Queensland, iha Novembru 2009. Ninia monografia Fully Exploited Labour (ed. Sally Butler), hetan publikasaun husi Galeria Arte husi Universidade Queensland nian, iha 2008. Nia fo kontribuisaun regular ba revista no jornál sira no nia daudaun mak Profesór no Diretór husi grupu peskiza SECAP (Ambiente Sustentável liu husi Kultura, Ázia no Pasífiku), iha Koléjiu Arte Queensland nia. Nia Prezidente ba Komunikasaun sira husi UNESCO Orbicom iha Universidade Griffith.
Pat Hoffie é uma artista gráfica que tem trabalhado extensamente nas regiões da Ásia e do Pacífico nas últimas três décadas. Durante esse tempo, as suas séries intituladas Fully Exploited Labour explorou um conjunto de temas, incluindo a forma como cultura visual é valorizada, assuntos relacionados com justiça social e direitos humanos, bem como desentendimentos linguísticos entre culturas. Pat trabalha com diversos suportes de media e o seu trabalho foi já incluído em diversas colecções públicas e exposições de arte australiana contemporânea, na Austrália e no estrangeiro. Os seus projectos como curadora envolveram colaborações internacionais com artistas das regiões da Ásia e do Pacíficoe incluem um conjunto de projectos de investigação, tais como (com Caroline Turner) Art and Human Rights, QPACifika, The Peel Island Artists’ Residences, e PlanetUeno (Tóquio/Brisbane). Outros projectos recentes em colaboração centram-se em aspectos da história local; estes incluem BABEL projekt no Woodford Folk Festival de 2010/11, WindWells: channelling + divining na Galeria da Biblioteca Estatal de Queensland, em 2010, e Troop drill no Forte Lytton, Queensland, em Novembro de 2009. Uma monografia do seu trabalho, Fully Exploited Labour (ed. Sally Butler), foi publicada pela Galeria de Arte da Universidade de Queensland, em 2008. Pat contribui regularmente para revistas e jornais e é actualmente Professora e Directora do grupo de pesquisa aplicada SECAP (Ambiente Sustentável através da Cultura, Ásia e Pacífico), no Colégio de Arte de Queensland. É Presidente de Comunicações da UNESCO Orbicom na Universidade de Griffith.
PHOTO: windwells#4 – PAT HOffie
Uza Ema ba Halo Servisu Barak Completa Exploração Laboral Fully Exploited Labour
Pat Hoffie is a visual artist who has worked extensively in the Asia-Pacific region for the past three decades. During this time, her series titled Fully Exploited Labour has explored a number of themes including the way visual culture is valued, issues concerning social justice and human rights, and cross-cultural mistranslations. She works in a range of media and her work has been included in a number of public collections and survey exhibitions of contemporary Australian art in Australia and overseas. Her curatorial projects have involved international collaborations with artists from the Asia-Pacific region and include a number of research projects including (with Caroline Turner) Art and Human Rights, QPACifika, The Peel Island Artists’ Residencies, and Planet Ueno (Tokyo/ Brisbane). Other recent collaborative projects focus on aspects of local history; these include BABEL projekt at the 2010/11 Woodford Folk Festival, WindWells: channelling + divining at the State Library of Queensland Gallery in 2010, and Troop drill at Queensland’s Fort Lytton in November 2009. A monograph on her work, Fully Exploited Labour (ed. Sally Butler), was published by the University of Queensland Art Gallery in 2008. She is a regular contributor to journals, magazines and newspapers and is currently a Professor and Director of the research focus group SECAP (Sustainable Environment through Culture, Asia Pacific) at Queensland College of Art. She currently holds the UNESCO Orbicom Chair in Communications at Griffith University.
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PAT LAUGHREN
Profesór asistente Eskola Filme Universidade Griffith Professor Assistente na Escola de Cinema da Universidade Griffith Associate Professor Griffith University Film School
Pat Laughren nudar Profesór asistente ida iha Eskola Filme Griffith, Koléjiu Arte Queensland, Universidade Griffith iha ne’ebé nia hanorin kona ba produsaun dokumentáriu no hakerek argumentu. Saida mak nia halo inklui dokumentáriu kona ba istória Red Ted and The Great Depression, The Legend of Fred Paterson, The Fair Go: Winning the 1967 Referendum no Stories from the Split.
Pat Laughren é Professor Associado na Escola de Cinema de Griffith, Colégio de Arte de Queensland, Universidade de Griffith, onde lecciona produção de documentários e guiões, e dirige o programa de pós-graduação. Os seus créditos incluem os documentários históricos Red Ted and The Great Depression, The Legend of Fred Paterson, The Fair Go: Winning the 1967 Referendum e Stories from the Split.
Pat komesa ninia karreira nudar ko-diretór ba Exist, filme kiik ida ne’ebé halo iha Novembru 11, 1975, bainhira Gough Whitlam sai. Nia mós uluk nudar editór ba dokumentáriu Ngukurr: Weya Wi Na, The Road: Voices From Prison, no Munda Nyringu. Pat manán prémiu konsellu peskiza Austrália ninian ba Visual/Written History Project’ no Stories from the Split: Memories, Confessions and Evaluations of a Political Struggle.
Pat iniciou a sua carreira com a co-direcção de Exits, uma curta-metragem de cariz experimental, a 11 de Novembro de 1975, no dia da demissão de Gough Whitlam. Foi também o editor dos documentários Ngukurr: Weya Wi Na, The Road: Voices From Prison, e Munda Nyringu. Pat recebeu bolsas do Conselho de Investigação Australiano (ARC) para os trabalhos Visual/Written History Project e Stories from the Split: Memories, Confessions and Evaluations of a Political Struggle.
Ho apoiu husi ARC, no iha kolaborasaun ho Filme Nasionál no arkivu Son, nia produz kompilasaun tolu kona ba istória Queensland ninian: Queensland’s First Films 1895-1910: Surprising Survivals from Colonial Queensland, Queensland’s Silent Films: the Newsreel Years 1910-1930 e Queensland Films 1930-1960: from Talkies to Television. Nia mos ko-autór husi Australian Documentary: History, Practices and Genres ne’ebé publika husi Editora husi Universidade husi Cambridge, iha 2011
Com o apoio da ARC, e em colaboração com o Arquivo Nacional de Filme e Som, produziu três compilações narradas em busca da história do cinema em Queensland: Queensland’s First Films 1895-1910: Surprising Survivals from Colonial Queensland, Queensland’s Silent Films: the Newsreel Years 1910-1930 e Queensland Films 1930-1960: from Talkies to Television. Pat é co-autor do Australian Documentary: History, Practices and Genres, publicado pela Editora da Universidade de Cambridge, em 2011.
PHOTO: the fair go (film still) – PAT laughren
Arte, Indústria no Kultura: Eskola Filme Griffith Arte, Indústria e Cultura: a Escola de Cinema de Griffith Art, Industry and Culture: Griffith Film School
Pat Laughren is an Associate Professor at the Griffith Film School, Queensland College of Art, Griffith University where he teaches documentary production and scriptwriting, and convenes the postgraduate program. His credits include the historical documentaries Red Ted and The Great Depression, The Legend of Fred Paterson, The Fair Go: Winning the 1967 Referendum and Stories from the Split. Pat began his career by co-directing Exits an experimental short feature set on November 11, 1975, the day of Gough Whitlam’s dismissal. He was also the editor of the documentaries Ngukurr: Weya Wi Na, The Road: Voices From Prison, and Munda Nyringu. Pat was awarded Australian Research Council grants for the Visual/Written History Project and Stories from the Split: Memories, Confessions and Evaluations of a Political Struggle. With the support of the ARC, and in collaboration with the National Film and Sound Archive, he has produced three narrated compilations tracing Queensland’s film history: Queensland’s First Films 1895-1910: Surprising Survivals from Colonial Queensland, Queensland’s Silent Films: the Newsreel Years 1910-1930 and Queensland Films 1930-1960: from Talkies to Television. Pat is the co-author of Australian Documentary: History, Practices and Genres published by Cambridge University Press in 2011.
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PETRA PEROLINI
Profesór ba Design Interiór, QCA, Universidade Griffith Docente Design de Interiores, QCA, Griffith University Lecturer Interior Design, QCA, Universidade Griffith
Projektu Estudante: Timor-Leste Projecto de Estudantes: Timor-Leste Student Project: Timor-Leste
Petra é docente em Design de Interiores no Colégio de Arte de Queensland, na Universidade de Griffith. Petra possui um bacharelato em Arquitectura de Interiores completado na Suíça, e um bacharelato em Artes Visuais (Design de Interiores) do Colégio de Arte de Queensland. Possui igualmente um mestrado em Planeamento Urbano e Regional pela Universidade de Queensland. As suas áreas de instrução estão todas ligadas aos anos de ensino de Design de Interiores e Designs Futuros. Lecciona cursos sobre trabalho em estúdio, perícia e teoria. A investigação centrase em pedagogia do design e novas prácticas, incluindo design interdisciplinar, com o objectivo de desenvolver a teoria do design para além das prácticas actuais. Petra faz também parte do Conselho Educacional do DIA de Queensland.
Petra is a lecturer in Interior Design and a studio course convenor at the Queensland College of Art, Griffith University. Petra has a Bachelor Degree in Interior Architecture from Switzerland, and a Bachelor Degree in Visual Arts (Interior Design) from the Queensland College of Art; she also has a Masters Degree of Urban and Regional Planning from the University of Queensland. Petra´s teaching areas are all in year levels of Interior Design and Design Futures. She teaches studio, skill and theory based courses. Petra’s research focuses on design pedagogy and new practice, encompassing interdisciplinary design to push design thinking beyond current practice. Petra is also on the Educational Council of the DIA Queensland.
PHOTO: student project: timor-leste
Petra nudar profesór ba Design ba Interiór iha Koléjiu Arte Queensland, universidade Griffith. Petra simu ona lisensiatura iha área Arkitektura ba Interiór husi Nova Zelándia, no Lisensiatura ida ba arte Plástika (Design ba Interior) husi Koléjiu Arte Queensland. Nia hetan mós mestradu iha Planeamentu Urbanu no Rejionál husi Universidade Queensland. Petra ninia área hanorin iha relasaun ba nível hotu husi Design ba Interiór no Design Futuru. Nia hanorin kursu kona ba halo servisu iha estudiu, kona ba matenek perisia no teoria. Petra ninia peskiza foku liu ba pedagojia ba design no prátika foun, inklui mós dezeñu inter-dixiplinár atu dezenvolve teoria husi design liu husi prátika baibain. Petra mós túr iha Konsellu Edukasionál ba DIA Queensland ninian.
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PHILIP YAMPOLSKY
Diretór, Centro Robert E. Brown kona ba Múzika Mundu nia, Universidade husi Illinois, UrbanaChampaign / Editór, Série Múzika husi Indonézia, Smithsonian Folkways Recordings Director, Centro Robert E. Brown para a Música do Mundo, Universidade de Illinois, Urbana-Champaign / Editor, Série Música da Indonésia, Smithsonian Folkways Recordings Director, Robert E. Brown Center for World Music, University of Illinois at Urbana-Champaign / Editor, Music of Indonesia series, Smithsonian Folkways Recordings Múzika Tradisionál iha Timor, Este no Oeste Música Tradicional em Timor, Este e Oeste Traditional music in Timor, East and West
Maski iha fronteira internasionál iha klaran, Timor hanesan illa tomak, no múzika tradisionál husi sorin rua iha buat balu ne’ebé hanesan. Múzika hotu mai husi família muzikál ida deit. Rejiaun tomak, husi Flores to’o Timor iha diferensa muzikál maka’as husi komunidade ida ba komunidade sorin. Aprezentasaun ne’e sei hatudu karaterístika ne’ebé prinsipál husi múzika tradisionál Timor-Leste nian, ho atensaun ba diversidade interna no ba ligasaun muzikál ba illa iha Oeste no iha Norte Philip Yampolsky nudar muzikólogu ne’ebé espesialista ba múzika husi Indonézia no husi Áfrika Osidentál. Durante tinan 10 hahú iha 1990 nia halo rekolla no análize ba Múzika husi Indonézia, peskiza ne’ebé halo gravasaun ba CD 20 ne’ebé hetan publikasaun husi Smithsonian Folkways Recordings. Série ne’e kompostu husi gravasaun ba m,úzika orijinál sira. Agora daudaun nia halo planu hodi halo peskiza hanesan iha Timor-Leste. Bainhira hotu peskiza ba série indonézia ne’e, husi 2000 to’o 2006 nia servisu nudar Diretór husi Programa ba Artes no Kultura husi Fundasaun Ford iha Jakarta, no nia projetu ne’ebé importante liu mak nia servisu hamutuk ho edukadór lokál sira hodi halo dezenvolvimentu ba kurikulu no testu apoiu ne’ebé bazeia ba Indonézia (la’ós ba Europa), ne’ebé husi nia gravasaun husi Smithsonian. Hahú iha 2007, nia Diretór ba Sentru Robert E. Brown ba Múzika Mundu, iha Eskola Múzika husi Universidade Illinois, iha Urbana-Champaign. Nia sei ativu kona ba investigasaun no gravasaun sira, no nia foin daudaun hakerek artigu ne’ebé importante kona ba kroncong (múzika popular indonézia nia) no kona ba indústria gravasaun iha Indonézia molok Funu Mundial Daruak, hamutuk ho CD foun ida ho gravasaun kona ba rejiaun Biboki, Iha Timor Osidentál.
Apesar da fronteira internacional que percorre o centro, Timor é uma ilha, e há fortes semelhanças básicas entre a música tradicional do Timor indonésio e de Timor-Leste. É tudo uma família musical. Por outro lado, a um nível mais detalhado, a região inteira das Flores a Timor é caracterizada por diferenças musicais impressionantes de uma comunidade à próxima. Esta apresentação irá apresentar as principais características da música tradicional de Timor, com atenção dada à sua diversidade interna e às suas ligações musicais a ilhas a oeste e a norte.
Despite the international border running down the middle, Timor is one island, and there are strong basic similarities between the traditional music of Indonesian Timor and Timor-Leste. It’s all one musical family. On the other hand, at a more detailed level, the entire region from Flores to Timor is characterized by striking musical differences from one community to the next. This talk will lay out the main features of traditional music in Timor, with attention to its internal diversity and its musical links to islands to the west and northeast.
Philip Yampolsky é um musicólogo especializado na música da Indonésia e da África Ocidental. Passou toda a década de 90 recolhendo e anotando Música da Indonésia, uma pesquisa gravada de música indonésia em 20 CDs, publicada pela Smithsonian Folkways Recordings. A série consiste quase totalmente em gravações de campo originais. Uma pesquisa semelhante da música de Timor-Leste está agora em fase de planeamento. Após completar a série indonésia, Yampolsky trabalhou de 2000 a 2006 como Director de Programa de Artes e Cultura no escritório de Jakarta da Fundação Ford, onde o seu projecto mais importante foi trabalhar com educadores locais para desenvolver um currículo e textos de apoio centrados nas artes da Indonésia (em vez da Europa), assente em parte nas suas gravações da Smithsonian. Desde 2007, tem dirigido o Centro Robert E. Brown para a Música do Mundo, na Escola de Música da Universidade de Illinois, em Urbana-Champaign. Mantém-se activo em termos de investigação e gravações, tendo recentemente completado artigos substanciais sobre o kroncong (uma música popular indonésia) e a indústria de gravações na Indonésia antes da Segunda Guerra Mundial, juntamente com um novo CD de gravações de campo sobre a região de Biboki, no Timor indonésio.
Philip Yampolsky is a musicologist specializing in the music of Indonesia and West Africa. He spent the entire decade of the 1990s assembling and annotating Music of Indonesia, a 20-CD recorded survey of Indonesian music, published by Smithsonian Folkways Recordings. The series consists almost entirely of original field recordings. A similar survey of music in Timor-Leste is now in the planning stages. After finishing the Indonesia series, Yampolsky worked from 2000 to 2006 as Program Officer in Arts and Culture in the Jakarta office of the Ford Foundation, where his most important project was to work with local educators to develop a curriculum and textbooks focusing on Indonesian (rather than European) arts, drawing in part on his Smithsonian recordings. Since 2007 he has directed the Robert E. Brown Center for World Music in the School of Music of the University of Illinois at Urbana-Champaign. He remains active in research and recording and has recently completed substantial articles on kroncong (an Indonesian popular music) and the recording industry in Indonesia before World War Two, along with a new CD of field recordings from the Biboki region of Indonesian Timor.
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PHOTO: Project Morrinho
PROJETO MORRINHO
Arkitektura hosi servisu Arte Sosiál Arquitetura de uma obra de arte social Architecture of a social art work
Diretór husi 52a Bienal husi Veneza, Robert Storr halo deskrisaun ida ba Projetu Morrinho nudar “modelu autodeterminasaun, ezemplu hosi eskultura sosiál. Eskultura ida kona ba diresaun ba moris autór ida idak nian ne’ebé boot liu fali servisu ida nia sorin balu”. Buat ne’e foti sai husi testu ne’ebé públika tiha ona iha Bienal Veneza nia katálogu, hahú loloos hikas fali saida mak sai hanesan objetivu hosi projetu morrinho ninia ne’e iha tiha ona wainhira hahú halo ninia kriasaun no valór ne’ebé mak servisu ne’e realiza liu husi ninia partisipasaun iha espozisaun nasionál no internasionál. Hahú kedas husi 2001, waihira espozisaun ba daruak hala’o iha Espozisaun internasionál Arkitektura Rio , liu tan ba espozisaun hirak foin lalais ne’e; Londres (2010), Áustria (2008) no Veneza (2007), Morrinho nia estétika adapta ona ninia an ba ambiente no estrutura hirak ne’ebé diferente, hatama objetu no íkone hosi fatin ne’ebé fó karaterístika santu ninia iha ne’ebé buat ne’e mosu husi, kria signifikadu foun ba fatin hirak ne’e. Prosesu servisu kolaborasaun hirak ne’ebé mak iha inklui preparasaun hosi tijolu ba instalasaun arte uma. Konstrusaun Morrinho mós aprezenta transformasaun ba kontinuasaun iha moris ba kriadór sira nia an rasik, ida ne’ebé mak sei hela iha favela fatin ne’ebé mak sira boot ba. Arkitektura anárkiku Favela ninian fó inspirasaun beibeik ba sira. Situasaun ekonomia informál relasiona liu ho kondisaun servisu nian, ne’e sai hanesan parte realidade komunidade ninia hodi hetan lukru ne’ebé ki’ik tebes, ida ne’e atu oinsá mós hanesan ho arte vizuál no merkado audiuvizuál, kondisaun sosiál ne’ebé fó dalan ba Morrinho hodi moris nudar grupu ida ho aspirasaun atu troka hahalok sosiál ninian, buka étiku ne’ebé diferente no presepsaun ne’ebé furak tuir Favela husi Rio de Janeiro.
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O curador da 52a Bienal de Veneza, Robert Storr, descreveu o Morrinho em 2007 como “um paradigma de autodeterminação, um exemplo de escultura social. Uma escultura na qual as vidas re-direccionadas de seus autores são mais de metade do trabalho”. Este extracto do texto publicado no catálogo da Bienal de Veneza, resume de forma precisa o objectivo do Projecto Morrinho desde a sua origem, e é também esclarecedor sobre o valor que a obra tem conquistador nas suas diversas exposições coletivas, nacionais e internacionais. Desde 2001, quando teve lugar a sua primeira exposição na Mostra Internacional Rio Arquitetura, até às exposições mais recentes, emLondres (2010) e Viena (2008), a estética do Morrinho adaptou-se a diversas condições espaciais e estruturais, incorporando objectos e ícones do quotidiano dos lugares por onde passa, criando novos sentidos para estes espaços. Incluindo um processo colaborativo de trabalho, na preparação dos tijolos e pintura das casas para a instalação, a reconstrução do Morrinho representa também uma eterna transformação na vida dos seus criadores, que ainda vivem numa favela carioca, e cuja arquitetura anárquica os inspirou. A economia informal do mercado de trabalho que perpassa por toda a comunidade de baixo rendimento, é de certa maneira similar ao mercado das artes visuais, condições sociais que permitem que o Morrinho sobreviva como um coletivo com aspirações para mudanças sociais, procurando uma outra percepção ética e estética sobre as favelas cariocas.
The 52nd Venice Biennale’s curator, Robert Storr, described Morrinho as ‘a paradigm of selfdetermination, an example of a social sculpture. A sculpture in which the redirected lives of its authors are more than half of the work’. This extract from a text published in the Venice Biennale’s catalogue, resumes precisely what the objective of the Project Morrinho has been since its creation, and the value that the work has achieved through its participation in national and international collective exhibitions. Since 2001, when the first exhibition took place in the International Rio Architecture Exhibit, to more recent exhibitions – London (2010), Austria (2008) and Venice (2007) – Morrinho’s aesthetics has adapted itself to different spatial and structural conditions, incorporating objects and icons of the places where it exhibits, and thus creating new meanings for these places. Involving a collaborative working process in the preparation of bricks and painting of the houses for instalations, the reconstruction of Morrinho also represents an ongoing transformation in the lives of its creators, who still live in the favela they grew up in, and whose anarchic architecture inspired. The informal market economy that is part of every low-income community’s reality is somehow similar to the visual arts market. Such social conditions allow Morrinho to survive as a collective group that aspires for social changes, seeking another ethical and aesthetical perception for Rio de Janeiro’s favelas.
Prosesu Kriativu TV Morrinho nian
O processo criativo da TV Morrinho
TV Morrinho’s creative process
Iha 2001, bainhira sira filma dokumentáriu kona ba Morrinho iha komunidade Pereira da Silva, kriadór ne’e sai interesadu iha kriasaun filme; husi ne’ebá, mosu ideia atu dezenvolve inisiativa ida atu promove formasaun ba sira hodi dezenvolve sira nia matenek.
Em 2001, durante a gravação de um documentário sobre o Morrinho na comunidade Pereira da Silva, os seus criadores interessaramse pela filmagem, surgindo a ideia de desenvolver uma iniciativa que proporcionasse formação nessa actividade.
In 2001, during a documentary shooting on Morrinho in the Pereira da Silva community, its creators became interested in filming; from there, came the idea to develop an initiative to promote training in that area.
Produsaun audiuvizual TV Morrinho aprezenta, ho dalan loloos ida, kontinuasaun ba dokumentáriu ne’ebé hahú no halo ona iha 2001, no tinan hitu tuir mai ne’e prontu ona atu hatudu. Artista nia moris loroloron no sira nia moris hale’u ne’ebé mosu iha produsaun video hotu hotu halo husi sira rasik; husi animasaun kona ba rai seluk/ li’ur dokumentáriu kona ba komunidade, hanesan mós iha video Troca de Olhares produsaun husi Vídeo nas Aldeias, iha 2009; to’o ba video múzika ho naran Nomes de Favelas ne’ebé filma iha kampu desportu no iha estrada iha komunidade nian laran, fatin sira ne’ebé agora la hanesan ona. Prosesu konstrusaun ba Morrinho no mudansa ne’ebé halo ona grava tiha ona iha filme badak hanesan Inauguração da TV Morrinho ne’ebé grava iha 2002 no abertura iha sekuénsia animasaun ne’ebé mai hosi filme badak Morrinho, a história (2007).
Esta produção audiovisual da TV Morrinho representa, de uma certa maneira, uma continuação do documentário, iniciado em 2001 e finalizado 7 anos depois. O quotidiano dos artistas do Morrinho e da sua comunidade são temas recorrentes em tudo o que é produzido em vídeo, desde uma animação feita com bonecos de Lego até documentários de estrangeiros sobre a comunidade, como o vídeo Troca de Olhares, produzido pelo Vídeo nas Aldeias, em 2009. Um tele-disco produzido em 2007/2008, Nomes de Favelas, utiliza como localização o campo de desporto e a rua em frente ao ultimo barraco de madeira da comunidade, dois locais já totalmente modificados actualmente. O próprio processo de construção do Morrinho, e suas modificações são registados em curtas como Inauguração da TV Morrinho, gravado em 2002, e a abertura em animação da média-metragem Morrinho, a história (2007).
Filme badak ne’ebé prodús ba Nickelodeon kria atu atende ba nesesidade espesífika ne’ebé iha: kriasaun ba filme animasaun ba labarik no foin sa’e sira. Maski sira iha garantia kona ba transmisaun ba filme sira ne’e iha televizaun tamba sira ladún iha orsamentu atu halo ida ne’e, liu liu epizódiu Acadêmicos do Morrinho no O Saci no Morrinho, obriga sira atu “sai kriativu liu no uza prosesu asosiativu ba invensaun iha ne’ebé imajinasaun sai importante liu duke orsamentu” (termu ne’ebé mai husi sineasta Jairo Ferreira).
As curtas produzidas para a Nickelodeon foram criadas a partir de uma necessidade específica: a criação de animações para crianças e adolescentes. Apesar de ter garantida a sua veiculaçã ona TV, a ausência de orçamento para a realização destas curtas, que incluem os dois episódios de Acadêmicos do Morrinho e O Saci no Morrinho, acabou estimulando “um processo criativo de invenção, onde a imaginação era mais importante que o orçamento” (usando emprestado o termo do crítico e cineasta Jairo Ferreira).
In a certain way, this TV Morrinho’s audio-visual production representsa continuation of the documentary that was initiated in 2001, and finished seven years later. The everyday lives of Morrinho’s artists and its community are recurrent in all that is produced in video; from a Lego animation to foreign documentaries about the community, such as the video Troca de Olhares (Exchanging Points of View) produced by the project Vídeo nas Aldeias (Video in the Villages) in 2009; to the music video Nomes de Favelas (Favela Names) shot at the sports court and the street across the last wooden community shack, two places completely modified today. Morrinho’s own construction process and its changes are recorded in short films such as Inauguração da TV Morrinho’ (TV Morrinho’s Opening) shot in 2002 and the opening of the documentary animation Morrinho, a história (Morrinho, the story) in 2007. The short films produced for Nickelodeon were created from a specific need: the production of animated videos for children and teenagers. With the broadcasting on TV assured, but with the lack of budget to produce the videos, ‘an inventive creative process took place where imagination was more important than the budget’ (borrowing the term used by the filmmaker and critic Jairo Ferreira).
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Rafael Guimarães, Custódio Guimarães NO António Pacheco
Pintura sira iha fatuk lolon
ihaTutuala A Arte Rupestre de Tutuala The Rock Art of Tutuala
Tutuala apresenta muitas grutas e abrigos sob rocha com pinturas rupestres. Estas são parte integrante de práticas contemporâneas, e não apenas património cultural estático. Através de consultas adequadas com as comunidades e uma boa gestão, a arte rupestre poderá ser utilizada para ajudar à criação de economias sustentáveis em turismo cultural.
Rafael Guimarães, Custódio Guimarães no António Pacheco hanesan parte husi komunidade ne’ebé responsavel ba fatin ne’ebé arte rupestre iha. Iha aprezentasaun ida ne’e sira sei ko’alia kona ba importánsia husi fatin sira ne’e ba moris loroloron nian husi komunidade ne’ebé hela iha ne’eba.
Rafael Guimarães, Custódio Guimarães e António Pacheco fazem parte de uma das comunidades responsável por muitos sítios com arte rupestre. Nesta apresentação, farão uma breve exposição sobre a importância de tais sítios para o dia-adia das comunidades a quem pertencem.
Tutuala has many caves and rock shelters with rock paintings. They are an integral part of contemporary practice, not just static cultural heritage. With appropriate community consultation and good management, the rock art could be used to assist with the creation of sustainable economies in cultural tourism. Rafael Guimarães, Custódio Guimarães and António Pacheco are part of one of the communities responsible for many sites with rock art. In this paper, they will briefly introduce the importance of such sites for the daily lives of the communities they belong to.
PHOTOs: Sue O’connor, ANU ARCHIVES
Tutuala iha fatuk kuak no fatuk lolon barak ho pinturas. Pinturas ne’e parte ida ba hahalok ka prátika ohin loron nian, la’ós deit riku soin kultura ne’ebé estátiku. Liu husi konsulta ne’ebé di’ak ho komunidade sira no hatuur jestaun ida ne’ebé di’ak, pintura sira iha fatuk lolon ne’e bele ajuda hodi kria ekonomia ida ne’ebé sustentável liu husi turizmu kulturál.
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RICK SHEARMAN
Profesór Design, komunikasaun vizuál no Tipografia, QCA, University Griffith Docente em Design de Comunicação Visual e Tipografia, QCA, Universidade Griffith Lecturer Visual Communication Design and Typography, QCA, Griffith University
Modelu Kultura Cultura de Marca Branding Culture
Desde hetan graduasaun husi Koléjiu Arte Queensland ho lisensiatura kona ba Arte Vizuál (Dezeñu Gráfiku) iha 1997, Rick hetan konsulta no kontratu dala barak tiha ona hosi marka ne’ebé importante iha mundu no estudiu ho nível internasionál. Dadauk ne’e nia servisu hela iha ninia rain Austrália, iha Áustria, Kostarrika, Dinamarka, Alemaña no Itália. Nia mós servisu iha rai dook kona ba projetu ida iha Arjentina, Méxiku, Reinu Naklibur/UK(United Kingdom), no EUA. Nia nudar ema ne’ebé simu bolsa estudu atu ba iha fábrika - sentru peskiza husi benetton kona ba komunikasaun no design iha Treviso, Itália, iha ne’ebé nia servisu hamutuk ho Oliviero Toscani, ne’ebé hanesan mentor importante ba área ne’e.
Desde 2005, faz parte do grupo de docentes do Colégio de Arte de Queensland, onde lecciona em Design de Comunicação Visual e Tipografia, ensinado estes cursos também na Universidade Chinesa de Hong Kong, na China. Para além das suas actividades como docente, tem também estúdio próprio e é Director Criativo no Range Creative Studio, especializando-se na criação e gestão de marcas.
Since graduating from the Queensland College of Art with a Bachelor of Visual Arts (Graphic Design) in 1997, Rick has consulted and contracted to many of the world’s leading brands and studios internationally, having worked in his native Australia, Austria, Costa Rica, Denmark, Germany and Italy. He has worked remotely on projects in Argentina, Mexico, the UK, and the US. He is the recipient of a Fabrica scholarship - the Benetton funded research centre for communication and design in Treviso, Italy, where he worked under the legendary mentorship of Oliviero Toscani. Since 2005 he has been on the academic staff of the Queensland College of Art, where he lectures in Visual Communication Design and Typography, also delivering these courses at the Chinese University of Hong Kong, China. As well as his teaching activities he has a private arts practice and is creative director at Range Creative Studio, specializing in brand creation and management.
artwork:rick shearman
Desde 2005 nia sai nudar pesoál iha akademia iha Koléjiu Arte Queensland, iha ne’ebé nia hanorin kona ba Design, Komunikasaun vizuál no Tipografia, no mós fo kursu hirak ne’e ba iha Universidade Xinéz iha HonKóng, Xina. Hanesan mós ho ninia atividade hanorin, nia halo nia servisu privadu iha nia estúdiu no nia diretór kriativu husi Range Creative Studio, liu liu kona ba kriasaun no jestaun ba marka.
Desde que se graduou no Colégio de Arte de Queensland com um Bacharelato em Artes Visuais (Design Gráfico), em 1997, Rick tem trabalhado como consultor para muitas das mais conceituadas marcas mundiais e estúdios internacionais, tendo trabalhado na sua nativa Austrália, na Áustria, Costa Rica, Dinamarca, Alemanha e Itália. Trabalhou à distância em projectos na Argentina, México, Reino Unido e nos Estados Unidos da América. Rick recebeu uma bolsa da Fabrica – o centro de investigação para comunicação e design apoiado pela Benetton em Treviso, na Itália, onde trabalhou sobre a coordenação legendária de Oliviero Toscani.
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RODA SEMPRE
“Iha dezign, la lakon buatida, buat hotu bele transforma.”
“No design, nada se perde, tudo se transforma.”
‘In design, nothing gets lost, everything gets transformed.’
Atividade ne´e hahú husi tinan 2001 to´o ohin loron. Sr Duarte Soares hili atividade ida ne´e ho ideia ne’ebé di’ak, transforma fila fali lixu (roda) ba buat ruma ne’ebé bele uza loroloron nian, kazu ida nee, sandália.
Esta actividade teve início no ano de 2001 e continua actualmente. Sr Duarte Soares optou por esta actividade com a boa idéia de transformar o lixo (pneus) em algo que se possa utilizar diariamente, neste caso, sandálias.
This activity was initiated in 2001 and continues to this date. Mr Duarte Soares opted for this activity with the god idea of transforming garbage (tires) into something that can be used on a daily basis, in this case, sandals.
PHOTO: almeida ganefabra – DGC archive
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RUI CARVALHO
dezeñu na’in ropa designer moda fashion designer
Rui Carvalho, dezigner Timor-Oan nebe mak uza tais barak liu ba nia design. Talentu nebe mak Rui hetan hanesan talentu natureza, komesa sai nudar designer profisionál hahu iha tinan 2001. Maibe, iha fulan Setembru 2007, hetan oportunidade husi Ministerio Edukasaun nian servisu hamutuk ho Embaixada Indonézia, hetan bolsa de estudo iha Bandung, Indonézia. Nia foti tan nia kursu ba tinan ida, iha area dezign, handicraft no grafic dezign. Agora dadauk, Rui hanesan designer ba roupas no mos ba artezenatu nebe mak uza tais hanesan nia identidade ka identiko dezigner nebe mak uza tais. Roupas Rui dezign roupa ba festa, servisu, kostum ba carnaval, no seluk ba feto, mane no mos ho labarik nebe mak uza tais kahur ho hena. Rui nia kliente ema timor-oan no malai, inklui Presidente da Republica José Ramos Horta, Kirsty Gusmão, ministru balun no ema seluk tan. Hanesan dezigner roupas, Rui mos halao nia fashion show desde tinan 2001. Artezenatu Rui nia produtu dezign maioria barak mak hanesan: pasta, carteiras, kurtinas, gravata, brinkus tais, korenti tais, shumasu fronhas, no seluk tan. Maioria iha parte artezenato barak liu Rui design ba Fundasaun Alola. No mos Rui nia matenek barak liu nia fo ba grupos nebe mak hakarak atu aprende liu-liu grupos sira iha foho ka area rurais.
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Rui Carvalho, designer timorense que utiliza muito os tais no seu design. O Rui tem um talento natural, que fez com que começasse como designer profissional desde 2001. No entanto, em Setembro de 2007, teve a oportunidade de trabalhar em conjunto com o Ministério da Educação e a Embaixada da Indonésia, e recebeu uma bolsa para estudar em Bandung, na Indonésia. Frequentou um curso de um ano, no qual aprendeu design, artesanato e design gráfico. Actualmente, o Rui é designer de roupas e de artesanato, e utiliza tais como a sua identidade. Roupas o Rui desenha roupas para festas, trabalho, fantasias de carnaval e roupas para mulher, homem e criança. Os clientes do Rui são timorenses e estrangeiros, incluindo o Presidente da República José Ramos-Horta, Kirsty Gusmão, alguns ministros e outras pessoas. Para além do desenho de roupas, o Rui faz desfiles de moda desde 2001. Artesanato A maioria dos produtos desenhados pelo Rui são pastas, carteiras, cortinas, gravatas, brincos, colares, fronhas para almofadas e outros. A maior parte do artesanato que o Rui desenha é para a Fundação Alola. Para além disso, o Rui disponibiliza o seu conhecimento a grupos que pretendem aprender, especialmente grupos na montanha e em áreas rurais.
Rui Carvalho, Timorese designer that uses a lot tais in his design. Rui has a natural talent, which made him begin as a professional designer since 2001. However, in September 2007, Rui had the opportunity of working together with the Ministry of Education and the Indonesian Embassy, and he received a scholarship to study in Bandung, in Indonesia. He did a one-year course where he learnt design, handicraft and graphic design. Rui currently designs clothes and handicraft, and uses tais as his identity. Clothes Rui designs clothes for parties, work, carnival costums and clothes for women, men and children. Rui’s clients are both Timorese and foreigners, including President of the Republic José Ramos-Horta, Kirsty Gusmão, some ministers and other people. Besides designing clothes, Rui has been doing fashion shows since 2001. Handicraft The majority of products designed by Rui are bags, handbags, curtins, ties, earings, necklesses, pillow cases and other objects. The majority of handicraft designed by Rui is for Alola Foundation. Besides that, Rui makes his knowledge available to groups that want to learn, especially in the mountais and in rural areas.
sabaun timor
Grupu SABAUN TIMOR mak grupu husi feto sira ne’ebé tuir kursu iha Sentru Treino Integral no Dezenvolvimentu (CTID) Canossa Baucau, ne’ebé harii sira nia empregu rasik halo sabaun husi natureza. Liu husi produsaun sabaun sira bele ajuda sira nia an no sira nia família. Mina nuu mai husi toos na’in lokál husi Laho, iha Baucau. Uluk iha tempo Portugés nian, sabaun husi mina nuu halo tiha ona iha Baucau. SABAUN TIMOR tama mos iha Rede Produtu Timor ho Kualidade.
O grupo SABAUN TIMOR é composto por jovens mulheres graduadas do Centro de Treino Integral e Desenvolvimento (CTID) das Canossianas em Baucau, que criou o seu próprio negócio de sabão natural. Através da produção de sabão, elas podem sustentar-se a si e às suas famílias. O óleo de coco para o sabão é produzido por agricultores locais e vem de Laho, em Baucau. Durante o period Potuguês, sabão com óleo de coco era já produzido em Baucau. SABAUN TIMOR é membro da Rede de Produtos de Timor com Qualidade.
The group SABAUN TIMOR (“Soap Timor”) is composed by young women who graduated from the Integral Training and Development Centre (CTID) of the Canossians, in Baucau, who have started their own natural soap making business. Through soap production, they can sustain themselves and their families. The coconut oil used to make soap is produced by local farmers and it comes from Laho, in Baucau. During the Portuguese period, soap made with coconut oil was already produced in Baucau. SABAUN TIMOR is a member of the Timor Quality Product Network.
PHOTO: tatoli ba kultura archive
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SALVATORE DI MAURO
Profesór Sénior iha area Design, QCA, Universidade Griffith Docente Sénior em Design, QCA, Griffith University Senior Lecturer in Design, Griffith University
Dezeñu, Kultura no Fatin Design, Cultura e Lugar Design, Culture and Place
Salvatore Di Mauro é docente senior em Design na Universidade de Griffith. Ter nascido em Innisfail, a norte de Queensland (Austrália), no seio de uma família Italo-Australiana, foi um facto primordial no seu entendimento da importância do estabelecimento de fortes ligações culturais com a sua herança multicultural, e da necessidade da humanidade estar consciente desses importantes ícones culturais, que dão um sentido de lugar e ligação individual. A sua abordagem face à arte e ao design está baseada num processo de investigação, descoberta, análise e materialização de valores culturais, tendo como base uma forte orientação e afinidade históricas, a fim de apoiar um estilo de vida contemporâneo.
Hahu iha 1980, nia prátika arte no design hetan influénsia maka’as hosi relasaun entre kultura lian, objetu no ambiente. Hahú iha 1997, nia foku muda husi servisu hodi hatudu nia kreatividade iha galeria arte sira nian ba halo no dezenvolve servisu ho komunidade sira hodi halo dezenvolvimentu ba arte públika no design, tuir kondisionalismu istóriku no kulturál husi fatin ida idak. Nia hetan oportunidade atu servisu hamutuk ho komunidade lokál sira, ema ne’ebé ho hanoin kreativu/artista/artezaun/dezeñadór no indústria lokál, no ida ne’e sai esperiénsia no dezafiu ne’ebé boot. Sam agora daudaun hala’o hela investigasaun kona ba asuntu ne’ebé hadulas iha kultura nia laran ne’ebé rai hela hanoin no memória, no komunidade nia kompromisu liu husi arte kreativu no pratika design.
Desde a década de 80 que o seu exercício de arte e design tem sido influenciado pela relação entre cultura vernacular, objecto e ambiente. A partir de 1997, dá-se uma transição no foco do seu trabalho, até então dependente do context expositivo de galerias de arte, e é então direccionado para o trabalho com comunidades locais no desenvolvimento de arte pública e design, em resposta a condicionalismos históricos e culturais de lugar. Sam descobre então a oportunidade de trabalhar em colaboração com comunidades locais, pensadores/artistas/artesãos/designers e indústria local, tendo uma experiência tão desafiadora como gratificante. Sam está de momento ligado à investigação de aspectos relacionados com a cultura da recordação e memória, e no compromisso comunitário através das artes criativas e prática do design.
Salvatore Di Mauro is a Senior Lecturer in Design at Griffith University. Born in Innisfail, North Queensland Australia of Italian/Australian parents has helped him to realises the importance of establishing strong links with his multi cultural heritage, and the need for humankind to be aware of those important cultural icons, which establish a sense of place and belonging to the individual. His approach to art and design is one of investigating, discovering, analysing and materialising those cultural values, which are built on a strong sense of history and shaped to support a contemporary lifestyle. Since the 1980s’ his art and design practice has been informed by the relationship between vernacular culture, object and environment. Since 1997, he has focused less on the exhibition of his artwork in a gallery context and more in working with local communities to develop public art and design which responds to the history and culture of place. He finds the opportunity to work with/for local communities, creative thinkers/artists/crafts persons/ designers and local industry, both challenging and rewarding. Sam is currently investigating issues around the culture of remembering and memorialising, and community engagement in the creative art and design practice.
photo: Childers Backpacker Memorial
Salvatore Di Mauro, nudar Profesór senior iha área Design iha Universidade Griffith. Nia moris iha Innisfail, Queensland norte, iha Austrália. Husi família Italiana/Australiana no ida ne’e mak tulun nia hodi hetan konxiénsia kona ba importánsia atu harii ligasaun kulturál ne’ebé metin ho ninia eransa multi kulturál, no hodi hatene kona ba nesesidade umanu nia hodi hetan konxiénsia kona ba símbolu kulturál hirak ne’ebé importante, ne’ebé estabelese sentidu relasaun ho fatin no harii ligasaun individuál. Ninia hakbesik an ba arte no design bazeia ba prosesu investigasaun, hetan, analiza no hamosu kultura nia folin, ida ne’ebé harii husi orientasaun no ligasaun istóriku ne’ebé forte, hodi suporta estilu moris kontemporáneu ninia.
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SANGGAR MASIN
koletivu arte colectivo de arte art collective
Grupo Arte Sanggar Masin harii iha fulan maiu 2002. Objetivu husi Grupu SANGGAR MASIN mak atu halibur no habelar arte ba Juventude hotu iha Timor laran Tomak liu liu ba Joven ne’ebé iha talentu ka interese ba arte. Programa ne’ebé Sanggar Masin hala’o mak hanesan: pintura (dezeñu), batik, indústria, ilustrasaun, teatru, design gráfiku, fotografia no vídeo. Membru sira husi Sanggar Masin mak ho naran: Baltazar Almeda, Alberto Vitor, Martino M. da Cruz, Alsino Baptista, Francisco de Jesus, Mario Fernandes, Rivaldo Londan, Igidor da L. Amaral, Celestino Soares, no Manuel de Jesus.
O Grupo de Arte Sanggar Masin foi estabelecido em Maio de 2002. O objectivo deste grupo foi juntar jovens interessados em arte e espalhar uma cultura artística por Timor. Alguns dos programas de arte em que o nosso grupo tem trabalhado envolvem pintura, batik (um estilo indonésio de impressão em tecido), indústria, ilustração, teatro, design gráfico, fotografia e vídeo. Em 2011, os membros da Sanggar Masin são: Baltazar Almeda, Alberto Vitor, Martino M. da Cruz, Alsino Baptista, Francisco de Jesus, Mario Fernandes, Rivaldo Londan, Igidor da L. Amaral, Celestino Soares e Manuel de Jesus.
Art Group Sanggar Masin was founded in May 2002. The objective of this group was to assemble the youth who was interested in art and spread an art culture across Timor. Some of the art programs that our group has been working on involve paint, batik (an Indonesian style of printing on dressing cloth), industry, illustration, theatre, graphic design, photography and video. The members of Sanggar Masin in 2011 are: Baltazar Almeda, Alberto Vitor, Martino M. da Cruz, Alsino Baptista, Francisco de Jesus, Mario Fernandes, Rivaldo Londan, Igidor da L. Amaral, Celestino Soares and Manuel de Jesus.
photo: Sanggar Masin
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SEBASTIÃO SILVA Pinta na’in Pintor Painter
Sebastião moris iha Timor-Leste iha1963, no loroloron nia servisu dadersan iha to’os no lokraik ba eskola iha Externato S. José, iha Balide. Sira loke dalan ba nia talentu nudar pintór no pintura ne’ebé nia halo primeiru mak dezeñu uza oleo husi nia mentor Fr. Domingos da Cunha, iha maizumenus tinan 1981. Maski nia hetan elojiu makaas pintura sai nafatin espresaun pesoál la’ós nia karreira ka nia buka moris. Sebastião hanesan artista ne’ebé aprende mesak no nia karreira nudar pintór hahú iha 1992. Pintura barak ne’ebé nia halo nudar reprezentasaun husi buat ne’ebé nia hadomi, área rural sira no paizajen, no realidade husi Timor no nia ema. Ema hotu gosta haree nia pintuira sira bainhira nia halo espozisaun. Ninia pintura fahe hela iha mundu tomak, iha uma husi ema oin oin. Nia domin ba nia rai, ba nia ema, liu liu iha área rural, mak lori nia ba oin no sai hanesan inspirasaun ba arte ne’ebé nia halo. Sebastião hanoin katak halo pintura husi nia origem hanesan razaun ne’ebé sufisiente atu fahe ninia sentimentu ho ema hotu, iha Timor no iha liur. Sira ne’ebé luta nafatin hodi mantein tradisaun sira, hodi hetan direitu atu moris di’ak nudar EMA.
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Nascido em Timor-Leste em 1963, Sebastião passava as manhãs da sua juventude a trabalhar no campo e as tardes no Externato S. José, em Balide. O seu incessante talent para desenhar foi active e positivamente canalizado, e o primeiro fruto foi uma pintura a oleo do seu mentor, o Fr. Domingos da Cunha, no início dos anos 80. Apesar de elogios pródigos e encorajamento, a pintura continuou a ser uma forma de expressão pessoal, não uma profissão ou uma forma de ganhar dinheiro. Sebastião é um artista auto-didacta cuja carreira como pintor se tornou um esforço a tempo inteiro em 1992. A maior parte do seu trabalho retrata de forma vívida a representação rústica do que ele considera mais querido, as calmas cenas rurais e paisagens, e a realidade de contrastes vivos de Timor e do seu povo. Os seus trabalhos sempre foram e continuam a ser recebidos com grande aplauso quando são expostos. Os seus quadros estão espalhados por casas prestigiosas e humildes em todo o mundo. A afeição pelo seu amado país e as suas gentes, especialmente no campo, são a sua força-motriz e são evidentes na sua escolha de assuntos. Para Sebastião, pintar as suas origens é motive suficiente para partilhar os sentimentos interiors de fraternidade com todos aqueles dentro e for a de Timor-Leste. Aqueles que continuam a lutar pela sobrevivência das suas tradições e, acima de tudo, pelo direito de viver decentemente com um POVO.
Born in Timor-Leste in 1963, Sebastião spent the mornings of his teenage years working in the fields and the afternoons at Externato S. José, in Balide. His incessant sketching talent was actively and positively channelled and the first fruit was an oil painting of his mentor, Fr. Domingos da Cunha, in the early 1980’s. Despite lavish praise and encouragement, painting remained a personal way of expressing himself, not a career or for commercial gains. Sebastião is a self-taught artist whose painting journey became a full time effort in 1992. Most of his work vividly depicts the rustic representation of what he holds most dear, the peaceful rural scenes and landscapes and the contrasting sharp reality of Timor and its people. His works have been, and continue to be met with great acclaim when they are exhibited. His paintings are scattered throughout prestigious and humble households around the world. The attachment for his beloved country and people, especially in the countryside, are his driving force and are evident in his choice of subjects. For Sebastião, to paint his origins is a motive enough to share the inner feelings of fraternity with all those inside and outside Timor-Leste. Those that continue the struggle for survival of their traditions and above all, their right to live decently as a PEOPLE.
ARTWORK: VIEW OF MOTAEL CHURCH, dili – SEBATIão silva
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SOFIA MIRANDA
Antropólogu/Peskizadór, kolaboradór hosi Muzeu Nasionál Etnolojia, Lisboa Antropóloga/ Investigadora, colaboradora do Museu Nacional de Etnologia, Lisboa Anthropologist/researcher, collaborator with the National Museum of Ethnology, Lisbon Kolesaun hosi Ornamentu Isin Lolon Timor nia husi Muzeu Nasionál Etnolojia, Lizboa A Colecção de Adornos Corporais Timorenses do Museu Nacional de Etnologia, Lisboa The Collection of Timorese Body Ornaments from the National Museum of Ethnology, Lisbon
Iha Timor-Leste, nudar mós parte seluk iha parte sudeste Ázia nian, enfeita hatais ne’ebé iha la’ós deit fó dekorasaun ba isin lolon, maibé buat hirak ne’e hotu liu fali kategoria, nakonu ho signifikadu iha área hanesan polítika, rituál, ai knanoik ka familiár, ikus liu, buat hirak ne’e hotu iha impaktu ba kompleksidade hosi planu konseitu ba kultura hirak ne’ebé sira produz tiha ona. Koñesimentu kona ba objetu hirak ne’e (kona ba nivel tékniku no kona ba signifikadu) liu tiha ona husi jerasaun ba jerasaun no, ohin loron, importante mak haree nusa bele mantein no fo hatene kona ba dalan hodi fahe informasaun hodi bele sai (no tenke sai) baze ba produsaun kontemporáneu.
Esta comunicação vem apresentar a colecção de adornos corporais timorenses do Museu Nacional de Etnologia em Lisboa. A maioria dos objectos que a compõe remonta ao período da presença colonial portuguesa na ilha e chegou ao Museu por diferentes vias. Em Timor-Leste e à semelhança do que se verifica no sudeste asiático, os adornos não se destinam apenas à decoração corporal, mas constituem uma categoria transversal, carregada de significados ao nível político, ritual, do mito e parentesco. Em última instância, reflectem a complexidade dos esquemas conceptuais das culturas onde foram produzidos. O conhecimento acerca destes objectos (quer ao nível da técnica, quer do seu significado) tem passado de geração em geração e, no contexto actual, é particularmente importante a preservação e divulgação dessa cadeia de transmissão, que pode (e deve) servir de base à produção contemporânea.
photo: MNE Archives
Komunikasaun ida ne’e atu aprezenta Kolesaun hosi Ornamentu Isin Lolon Timor nia husi Muzeu Nasionál Etnolojia iha Lisboa. Objetu sira hotu ne’ebé mak kompostu iha data ne’ebá hosi períodu koloniál Portugés nia prezensa iha illa ne’e no to’o ba iha Muzeu ho dalan ne’ebé diferente.
This communication presents the collection of Timorese body ornaments of the National Museum of Ethnology, in Lisbon. Most of these objects date from the period of Portuguese colonial presence on the Island, and it arrived to the Museum through different means. In Timor-Leste, as in other parts of Southeast Asia, adornments are used not only as body decoration but they are a cross-category, full of political, ritual, mythological and kinship meanings. Ultimately, they reflect the complexity of conceptual schemes of the cultures where they were produced. The knowledge about these objects (whether in terms of technique or meaning) has been passed from generation to generation and, nowadays, the preservation and dissemination of this transmission chain, which can (and should) serve as a basis to contemporary production, is particularly important.
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Tania Bettencourt Correia arkitekta arquitecta architect
arkitektura iha sorin bá deseñu Arquitectura para além do desenho Architecture beyond design
Parseira no xefe arkitekta iha IDA - Imagem, Design & Arkitektura, ho ninia sede-jerál iha Dili, desde 2008. Depois de títulu edifisiu lokál GERTil husi 2000 to’o 2003, unidade tékniku nian ida husi Tékniku Universidade Lisboa ninian servisu iha areas ba planu teritóriu no projetus rekonstrusaun, nia komesa servisu iha edifísiu Presidente República Xanana Gusmão nu’udar konselleria ida ba Planu no dezenvolvimentu Infraestrutura até mandatu nia rohan iha Maiu 2007.
Arquitecta, sócia e coordenadora do departamento de arquitectura da empresa IDA – Imagem, Design & Arquitectura, com sede em Díli, desde 2008. Na sequência de ter liderado o Gabinete Técnico local do GERTiL de 2000 a 2003 trabalhando nas áreas do Planeamento e Ordenamento do Território e da reconstrução, inicia funções no Gabinete do Presidente da República Xanana Gusmão como assessora, permanecendo até ao final do mandato em Maio de 2007.
Partner and chief architect at IDA – Imagem, Design & Arquitectura, with headquarters in Díli, since 2008. After heading the local office of GERTiL from 2000 to 2003, a technical support unit from the Technical University of Lisbon working in the areas of Territorial Planning and reconstruction projects, begins work in the Office of the President of the Republic Xanana Gusmão as an advisor for Planning and Infrastructure Development until the end of the mandate in May 2007.
Konselleria ba Arkivu & Muzeu Rezisténsia desde 2005. Autóra hosi númeru ida ba projetus arkitektura iha Timor-Leste desde 2000, ho foku espesiál ida no toma atensaun ba iha projetus rehabilitasaun ba uma hirak ne’ebé iha siknifika istóriku, liuliu husi tempu Administrasaun Portugês ninian. Projetu hanesan AMRT - Arkivu no Muzeu Rezisténsia Timorense (tribunál tuan Dili), Casa Europa (uluk uma fukun), eskola Venilale (Eskola Reinu Venilale), nia lori ona moris foun ba iha parte lembransa ninian hodi tau hamutuk valór hosi memória no istória ho balansiu liman fatin kontemporariu nian ida.
Conselheira do Arquivo e Museu da Resistência timorense desde 2005, é autora de um considerável número de projectos arquitectónicos em Timor-Leste desde 2000 até à data, dedicando uma atenção muito particular a alguns projectos de reabilitação emblemáticos para a preservação e revitalização do património histórico edificado no país, particularmente com edifícios do tempo da Administração Portuguesa. Projectos como a Escola do Reino de Venilale, primeira reabilitação da sua autoria em TimorLeste (2002), a Casa Europa (antes chamado Uma Fukum), ou o edifício sede do Arquivo & Museu da Resistência Timorense (situado no antigo Tribunal de Díli) trouxeram nova vida aos edifícios históricos, procurando sempre o equilíbrio certo entre memória, história e um toque de contemporaneidade.
Adviser to the Archive & Museum of the Resistance since 2005. Author of a number of architectural projects in Timor-Leste since 2000, with a special focus and attention on rehabilitation projects of historically significant buildings, mainly from the time of the Portuguese Administration. Projects like the AMRT – Archive and Museum of the Timorese Resistance (old Dili court), Casa Europa (former Uma Fukum), the School of Venilale (Escola do Reino de Venilale), have brought new life to the heritage sites bringing together the value of memory and history with a balanced contemporary touch.
Em tudo o que se faz, de um edifício a uma exposição a um simples postal, é importante meter um pouco (ou muito) de ternura. Mas em Timor, basta estar atento, ver e ouvir a as pessoas, e é inevitável a ternura, como inevitável é a admiração pela história, pela cultura, pela memória colectiva.
Everything that you do, from a building to an exhibition to a postcard, will be better with a little bit (or a lot) of tenderness. In Timor-Leste, you have only to pay attention, to see and listen to people, and this tenderness is unavoidable, just like the admiration for the history of the land, for its culture, for its collective memory.
photo: 3d image AMRT – IDA, Imagem, design, arquitectura
Buat hotu hotu ne’ebé ita boot halo, husi uma ida to’o espozisaun to’o ba postál, sei sai di’ak liu tan se ita boot fó uitoan deit ka barak hosi laran luak ne’ebé iha. Iha Timor-Leste, ita boot tenke fó atensaun maka’as, hodi haré no rona ema, no laran luak ida ne’e la sees, hanesan mós ho admirasaun ba itória rai ne’e nian, ba ninia kultura, ba ninia memória kolektiva.
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THE VIEW FROM MADELEINE’S COUCH ANJE WEST & KYM AMBROSE
Múzika Mundo nian Música do Mundo World Music
Tamba sira gosta liu múzika Brazíl nian, Anje no Kym sai hanesan fundadór ba sira nia banda iha 1998, halo múzika ho ninia fuan tuku iha Austrália no ninia klamar iha Brazil. Liu dékada ida sira nia múzika hahú rona ona iha Austrália laran, iha ne’ebé sira hela ho asaun múzika Brazíl nian ida ne’ebé ema apresia tebe tebes iha nasaun nia laran. Sira hela dala rua iha Brazíl hodi estuda no grava album tolu, no simu prémiu kona ba Múzika Mundu husi Tinan ka World Music Song of the Year iha Qld. Music award 2009.
Tendo uma forte paixão pela música brasileira, Anje e Kym fundaram a sua banda em 1998, criando música onde a batida (de coração) está na Austrália e a sua alma no Brasil. Durante mais de uma década, a sua música tem sido ouvida em toda a Austrália, onde têm mantido o estatuto de grupo de música brasileira mais aclamado do país. Ambos viveram no Brasil por duas vezes, com o intuito de estudar e compor, gravaram três álbuns e receberam o prémio “Canção do Ano de Música do Mundo”, nos Prémios de Música de Queensland, em 2009.
Sira hetan konvite atu halo hananu ba tinan kotuk ba ‘’Konsertu Esperansa ba Timor Leste’’ iha Brisbane, Anje no Kym halo ligasaun ho múziku lokál balun. Depois to’o loron hirak liu ba, sira servisu hamutuk tiha ona hodi ajuda kria aprezentasaun hamutuk kona ba múzika tradisionál no múzika kontemporáneu ne’ebé hanesan selebrasaun ba pasadu no futuru Timor Leste nian.
Após terem sido convidados para compor músicas no ano passado para o “Concerto de Esperança para Timor-Leste”, em Brisbane, Anje e Kym criaram uma ligação com alguns músicos locais fantásticos. Durante os últimos dias, têm trabalhado juntos para ajudar a criar uma performance colaborativa de música tradicional e contemporânea, que celebra o passado e o futuro de Timor-Leste.
ANJE WEST Anje ema kantór no perkusionista ne’ebé bazeia iha Brisbane, Austrália, ho esperiénsia servisu liu husi tinan 20, la’os deit ho ninia banda múzika ne’ebé la’o iha tinan 12 nia laran (The View From Madeleine’s Couch), maibé grupu koru nian, grupu teatru no banda koñesidu balun iha Brisbane. Ninia servisu ho organizasaun Múzika Moris iha Eskola, fo dalan ba nia hodi nia lemo rai iha Austrália laran tomak iha tinan ualu nia laran, no aprezenta konsertu iha eskola primária. To’o agora, Anje kanta ona iha eskola ba labarik sira liu husi 50,000, inklui labarik indíjena sira iha iha Arnhem Land no Austrália Osidentál. Ninia hadomi no nia hanoin, hela ho múzika Brazíl, no maski nia ladún koalia portugés diak nia kanta lian brazil ne’ebé furak tebes bainhira nia kanta múzika ho naran Tudo de bom!
ANJE WEST Anje é cantora e percussionista profissional, com base em Brisbane, na Austrália, com mais de 20 anos de experiência a trabalhar não apenas com a sua banda de há 12 anos (The View From Madeleine’s Couch), mas também em grupos corais, companhias de teatro de rua e outras bandas conhecidas em Brisbane. O seu trabalho com a organização nacional Música Viva nas Escolas, proporcionou-lhe viajar pela Austrália durante oito anos, actuando em concertos para escolas primárias. Até à presente data, Anje cantou para mais de 50,000 estudantes, incluindo crianças em comunidades indígenas em Arnhem Land e na Austrália Ocidental. A sua paixão, no entanto, continua ligada à música brasileira, e apesar do seu português falado não ser brilhante, a sua voz é verdadeiramente brasileira quando canta! Tudo de bom!
KYM AMBROSE Kym orijinalmente hetan treinu iha múzika Jazz no nia estuda iha Sydney iha Konservatóriu Múzika iha Sydney no durante ne’e toka múzika hodi sustenta moris liu husi tinan 30 nia laran. Ninia aventura muzikál lori ona nia ba festival iha Amérika, Inglaterra, Eskósia, no hala’o ona mós iha Brazíl, iha ne’ebé nia estuda kona ba arranju muzikál no kompozisaun iha Rio husi pianista di’ak ida naran Alberto Farah.
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KYM AMBROSE A formação artística de Kym teve origem em estudos de Jazz no Conservatório de Música de Sydney, e tem vindo a tocar música como forma de vida há mais de 30 anos. As suas aventuras musicais têm-no levado a festivais nos Estados Unidos da América, Inglaterra e Escócia, e mais recentemente ao Brasil, onde estudou arranjos musicais e composição no Rio de Janeiro, sob a tutela do grande pianista Alberto Farah.
With a great passion for Brazilian music, Anje and Kym co-founded their band in 1998, making music with its heartbeat in Australia and its soul in Brazil. For over a decade their music has been heard around Australia, where they have remained one of the most acclaimed Brazilian music acts in the country. They have twice lived in Brazil to study and compose, recorded three albums, and received the award for World Music Song of The Year at the Qld. Music Awards in 2009. After being commissioned to compose songs for last year’s Scope of Hope Concert for East Timor in Brisbane, Anje and Kym connected with some wonderful local musicians. Over the last few days, they have been working together to help create a collaborative performance of traditional and contemporary music that celebrates the past, and the future, of Timor-Leste. ANJE WEST Anje is a full-time singer and percussionist based in Brisbane, Australia, with over 20 years experience working not only with her band of the last 12 years (The View From Madeleine’s Couch), but in choral ensembles, street theatre troupes and other well-known Brisbane bands. Her work with the national organisation Musica Viva in Schools, has seen her travelling all over Australia for eight years, performing concerts in primary schools. To date, Anje has sung for over 50,000 school children, including kids in remote indigenous communities in Arnhem Land and Western Australia. Her passion though, remains with Brazilian music, and while her spoken Portuguese is not so brilliant, she sounds like a native when she sings! Tudo de bom! KYM AMBROSE Kym originally trained in Jazz studies at the Sydney Conservatorium of Music and has been playing music for a living for over 30 years. His musical adventures have taken him to festivals in the U.S.A, England and Scotland, and most recently to Brazil, where he studied arrangement and composition in Rio under the great pianist Alberto Farah.
TIMOR AID
Timor Aid envolve hela kona ba promosaun ba lian tetum husi tinan hirak ba kotuk to’o agora, inklui mós produsaun ba livru sira. Livru sira ne’e inklui livru sira ba labarik, livro tékniku sira, livru sira kona ba kultura Timor-Leste nian no publikasaun hamutuk ho Instituto Nacional de Linguistica ba Dicionáriu padraun husi lian tetum. Timor Aid kontinua nafatin servisu iha área ne’e ho publikasaun rua foun, inklui tradusaun ba Tetum husi Livru Liurai Kiik husi Antoine de Saint Exupery.
Timor Aid has been engaged for many years in the promotion of the Tetun language, including the production of books in Tetun. These books have included children’s books, technical books, books documenting the culture of Timor-Leste, and the publishing, in association with the National Institute of Linguistics of the standard dictionary of the Tetun language. Timor Aid continues to work in this area, with 2 new publications over the last two years: including the Tetun translation of The Little Prince by Antoine de Saint Exupery.
A Timor-Leste desempenha igualmente um papel de vanguarda na preservação e promoção da arte têxtil do país. A Timor Aid detém uma boa colecção de téxteis, representando a história e as técnicas deste ofício. Esta colecção foi sendo acumulada ao longo dos últimos dez anos, tendo começado logo após a libertação. A Timor Aid trabalha na investigação e documentação de aspectos da tradição.
Timor Aid also plays a leading role in the preservation and promotion of the textile art of the country. Timor Aid has a fine collection of textiles, representing the history and techniques of the craft. This collection has been accumulated over the last ten years, starting in the immediate aftermath of the liberation. Timor Aid works to research and document aspects of the tradition.
photo: suai tais – Timor aid archive
Timor Aid iha mós papél ne’ebé importante kona ba prezervasaun no promosaun ba arte teistil iha rai laran. Timor Aid iha kolesaun boot husi tais, ne’ebé reprezenta istória no téknika sira husi ofísiu ne’e. Kolesaun ne’e tau hamutuk iha tinan sanulu nia laran, hahú husi libertasaun. Timor Aid servisu hodi halo investigasaun no hodi buka halo dokumentasaun ba aspetu oin oin husi tradisaun.
A Timor Aid tem estado envolvida na promoção da língua tétum desde há muitos anos, incluindo a produção de livros. Entre estes, incluem-se livros para crianças, livros técnicos, livros que documentam a cultura de Timor-Leste e a publicação, em associação com o Instituto Nacional de Linguística, do dicionário-padrão da língua tétum. A Timor Aid continua a trabalhar nesta área com duas novas publicações ao longo dos últimos anos, incluindo a tradução para tétum do Principezinho, de Antoine de Saint Exupery.
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Tony Fry
Profesór Deseñu ba Futuru, QCA, Universidade Griffith Professor Desenho de Futuros, QCA, Universidade de Griffith Professor Design Futures, QCA, Griffith University
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Tony Fry, BA (Hons), MA, PhD, hanesan Profesór kona ba Design Futures iha Universidade Griffith, iha Koléjiu Arte Queensland nian, iha Brisbane. Iha tinan rua ho balu foin daudaun, Tony mak sai lider ba investigasaun no dezenvolvimentu ba Akademia ba Indústria Kriativa iha Timor-Leste, ho apoiu husi Universidade Griffith no Sekretaria Estadu Kultura huis Governu Timor-Leste, ho finansiamentu husi AusAid. Tony iha liu tinan 35 husi esperiénsia servisu kona ba área edukasaun, design no kultura.
Tony Fry, BA (Hons), MA, PhD, é Professor em Design Futures na Universidade de Griffith, no Colégio de Arte de Queensland, em Brisbane. Nos últimos dois anos e meio, Tony tem liderado a investigação e o desenvolvimento da Academia de Indústrias Criativas em Timor-Leste, com o apoio da Universidade de Griffith e da Secretaria de Estado da Cultura do Governo de Timor-Leste, e com financiamento da AusAid. Tony tem mais de 35 anos de experiência a trabalhar nas áreas da educação, design e cultura.
Liu knaar ne’ebé nia kaer iha Universidade Sydney no Universidade Griffith, Tony hanorin iha universidade balu iha Europa, iha Estadus Unidus Amérika no iha Ázia. Nia mós sai fundadór no eis-Diretór husi Fundasaun EcoDesign, iha Sydney, no bainhira haktuir knaar ne’e nia kaer projetu ne’ebé importante kona ba investigasaun no design no nia mós sai konsultór ba governu no ba setor privadu. Tony hola mós parte iha ekipa oin oin kona ba design, ne’ebé manan prémiu no sai komisáriu ba espozisaun balu. Tony Fry hetan publikasaun oin oin iha rai estranjeiru no nia hakerek ona livru sai. Nia hela iha Great Dividing Range, iha Sudeste husi Queensland, iha fatin ne’ebé nia ho nia fen AnneMarie iha kinta ida.
Para além das posiçõesque teve na Universidade de Sydney e Universidade de Griffith, Tony ensinou em universidades na Europa, nos Estados Unidos da América e na Ásia. Foi igualmente fundador e ex-Director da Fundação EcoDesign, em Sydney, e nesa posição geriu importantes projectos de investigação e design, e fez consultadoria para o governo e para o sector privado. Tony tem igualmente feito parte de várias equipas de design que ganharam prémios, e comissariou inúmeras exposições. Tony Fry está extensamente publicado no estrangeiro e é autor de nove livros. Vive no Great Dividing Range, no Sudeste de Queensland, onde em conjunto com a sua companheira Anne-Marie possuem uma pequena quinta.
Tony Fry, BA (Hons), MA, PhD, is Professor, Design Futures, Griffith University, Queensland College of Art, Brisbane. For the past two and a half years Tony has led the research and development of an Academy of Creative Industries in Timor-Leste with the support of Griffith University and the State Secretariat of Culture of the Government of Timor-Leste and with funding from AusAID. He has over 35 years experience working in the areas of education, design and culture.
Besides positions held at Sydney University and Griffith University, Tony has taught in universities in Europe, the USA, Asia. He was also the founding and former Director of the EcoDesign Foundation in Sydney, and as such managed major research and design projects, consulted for government as well as the corporate sector. Tony has also been a member of many award winning design teams, hand as curated numerous exhibition. Tony Fry is published widely internationally and is the author of nine books. He lives in the Great Dividing Range in South East Queensland, where he and his partner Anne-Marie have a small farm.
photo: Design futuring – tony fry
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Uma Lulik: Dato Muras Haimolin
José Barreto – Lian nain guardião da palavra keeper of the word
A Casa Sagrada Dato Muras haimolin situada no suco Laktos, subdistrito Fohorem (Covalima), foi reabilitada recentemente durante os últimos 3 anos. Esta casa é uma das maiores em Timor-Leste e a sua história conta que está directamente relacionada com o rei mais antigo quando Timor esteve dividido em 46 reinos durante o tempo colonial português.
Sr José Barreto, lian nain no responsável ba uma lulik ida ne’e, konta oin sa entre Sr Jacinto, hanesan liman loos no xefe carpinteiro, harii rohan ne be’e ho arkitektura furak tebtebes. Dala ruma sira sei explika iha tempu konferénsia nia laran.
Sr. José Barreto, o local lian nain (guardião da palavra) e da casa sagrada, explicou como, juntamente com o Sr. Jacinto, a sua mão direita e chefe de carpintaria, construiram esta bela peça de arquitectura. Felizmente, eles explicarão novamente durante a conferência.
The Sacred house of Dato Muras Haimolin situated in the suco of Lakots, subdistrict of Fohorem (Covalima), it has been recently rebuilt over a period of 3 years. This house is one of the largest in Timor-Leste, and the story tell us that it is directly linked to the lineage of the oldest king when Timor was divided into 46 kingdoms way back into Portuguese colonial times. Sr José Barreto, the local lian nain (keeper of the word) and keeper of the sacred house, explained how together with Sr Jacinto, his right hand and chief carpenter, built this beautiful piece of architecture. Hopefully, they will explain it again during the conference.
PHOTO: sr jacinto, chief carpenter of the uma lulik in laktos, fohorem. tatoli ba kultura archive
Uma Lulik Dato Muras Haimolin iha suco Laktos, subdistrito Fohorem, distrito Covalima, ho halo foun uma lulik ida ne’e durante tinan tolu nia laran. Uma lulik ida ne’e maka boot liu iha nasaun Timo-Leste, nune’e mos tuir istória husi liurai boot nia ukun, antes toó mai iha kolonizasaun Portuguesa hodi fahe ba liurai 46.
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VALSA PRODUÇÕES
Konteúdu ba TV Conteúdos para TV Contents for TV
ValSa Produções nudar empreza ida ne’ebé harii iha tinan 2003, husi grupu joven timor oan ne’ebé iha responsabilidade nó mós iha ninia vokasaun iha área entretenimentu nó mós iha área audiovisual hodi halo produsaun ba televizaun. Nudar empreza ida ne’ebé harii ho forsa atu serbisu iha área audiovisual.
A ValSa Produções é uma empresa criada em 2003, em Díli, por um grupo de entusiastas e responsáveis jovens de Timor-Leste, que nasceu vocacionada para a produção de ficção e entretenimento, com especial incidência na produção para televisão. É uma empresa que nasce cheia de força e apostada em se distinguir no meio audiovisual.
ValSa Productions is a company established in Dili in 2003, by a group of enthusiastic and responsible young Timorese people, which was created with the vocation of producing fiction and entertainment, with particular emphasis on television production. It is a company that was born full of energy and it is committed to make a difference in the audiovisual environment.
Iha tinan hitu ona mak ami hala´o knar iha merkadu audiovisual iha rai laran, ho ekipa ne’ebé iha formasaun no iha esperiénsia ne’ebé a’as halo ami orgullu tebes. Ida ne’e mak sai nudar faktor ida ne’ebé garante atu ami bele halo produsaun no serbisu ne’ebé iha kualidade di’ak.
Já com sete anos o mercado audiovisual timorense, orgulhamo-nos de ter uma equipa altamente experiente e motivada. É esse realmente o factor que nos permite produzir trabalhos de grande qualidade.
After seven years in the audiovisual Timorese market, we are proud of having a highly experienced and motivated team. This is the main factor that allows us producing high quality work.
Pretendemos inovar nos conteúdos, procurando melhorar a comunicabilidade com os públicos de televisão, investir nas novas tecnologias e na maior qualidade técnica disponível no mercado, com o objectivo de conceber e produzir conteúdos em vídeo que possam ser emitidos em broadcast ou difundidos em cassetes vídeo e/ou DVD, em sistemas particulares individuais ou comunitários.
Our intention is to create innovative content, trying to improve communication with television audiences, investing in new technologies and in the highest technical quality available in the market, with the objective of conceiving and producing video content that can be delivered in broadcast, or be broadcasted in video cassette and/or DVD, in particular, individual or community systems.
photo: VALSA PRODUÇÕES
Buka atu halo foun konteúdu nó mós hadi’a di’ak liu tan sistema komunikasaun ho públiku televizaun nian, halo investimentu iha teknolojia foun iha kualidade téknika ne’ebé iha asesu ba merkadu. Ho objetivu atu kria no prodús konteúdu iha vídeo ne’ebé bele sai iha broadcast ka iha kasete vídeo no DVD, iha asuntu partikulár indivíduu ka komunidade nian.
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PHOTO: uma lulik doctv cplp cover. Ida lda.
victor de sousa
Diretór Filme Director de Cinema filmmaker
Uma Lulik, Ko-produsaun DOCTV CPLP no IDA Uma Lulik, Co-produção DOCTV CPLP e IDA Uma Lulik, Co-production DOCTV CPLP & IDA
Filme ne’e la’o tuir konstrusaun hosi Uma Lulik. Filme ne’e hasai iha foho iha Timor Leste, iha rejiaun Venilale. Filme ne’e mos hato’o istória kona ba hatutan soi kultura no família boot ema Timor nian. Tuir tradisaun iha Timor Leste, Uma Lulik nudar sentru; iha sentru ne’e kesi metin entre pasadu no prezente. Ba hirak ne’ebe sei moris, ida ne’e knuuk ne’ebé seguru hosi memória pasadu nian no hosi matenek na’in sira. Ba hirak ne’ebé mate, ida ne’e sai fatin ne’ebé rohan laek, iha ne’ebé istória haseluk ba beibeik. Dokumentáriu ba dahuluk halo duni hosi realizador Timor oan foin-sa’e ida, Victor de Sousa, Timor oan ne’ebé iha fulan sia nia laran hela ho esperiénsia hosi tradisaun tuan ida iha Timor Leste, Nia sei lori ita ba tan nia bei ala sira, la iha pergunta bodik ba ida ne’e, prezente ne’ebé eziste iha momentu ida idak nian, ne’e kona ba objetu hotu mak moris husi rai no koletivu memória hosi ema Timor oan.
UMA LULIK fo hanoin ba ita katak konstrusaun husi identidade nasionál, liu liu bainhira Uma Lulik barak liu rahun durante tinan 24 hosi okupasaun Indonézia, ne’ebé agora knua hotu haktuir hikas, foho ne’ebé memória horik ba no lulik hotu muda a’an neneik fila hikas ba ninia fatin, bania uma. “Keta hanoin katak o hatene buat hotu”, avizu husi narradór. Segredu barak mak sei presiza deskobre. Ne’e mak segredu orijinál no buat hirak ne’e hosi koñesimentu tuan. Ita tenke hein ho pasiénsia liu dalan korta iha mundu ne’e. So buat ne’ebé los mak tempu, moris no domin ba rai mak deside. Nudar hakerek ona iha tradisaun, ho lia fuan ne’ebé hato’o hela tiha ona, hato’o husi aman sira ba oan, o sei hetan nia tatoli no soi ne’ebé hatutan hosi tuan, istória no futuru rai ne’e nian hosi loro matan sa’e.
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Este filme acompanha a construção de uma casa sagrada. Filmado inteiramente nas montanhas de Timor-Leste, na região de Venilale, o filme conta-nos igualmente uma história sobre a cultura herdada e sobre a grande família timorense. Tradicionalmente, em Timor-Leste, a Uma Lulik (Casa Sagrada) é o centro, o cordão umbilical entre passado e presente. Para os vivos, é um reservatório seguro de memórias e sabedoria passadas. Para os mortos, é um local sem tempo, onde a história constantemente se renova. Este é o primeiro documentário integralmente filmado por um jovem realizador timorense, Victor de Sousa, que ao longo de 9 meses viveu a experiência de uma das mais antigas tradições de Timor-Leste, transportando-nos para o universo dos seus antepassados, inquestionáveis e presentesem cada momento e em cada objecto nascido da terra e da memória colectiva dos timorenses.
UMA LULIK lembra-nos que a reconstrução da identidade nacional, sobretudo após a destruição da maior parte das Casas Sagradas durante 24 anos de ocupação Indonésia, passa agora pelas aldeias e pelas montanhas, onde as memóriase o sagrado voltam lentamente ao seu lugar, à sua casa. “Não penses que tudo sabes”, adverte o narrador. Muitos segredos ainda estão por descobrir. Essa é a natureza das coisas sagradas e do património do saber antigo. Temos que aguardar com paciência pela nossa vez, para aceder a esse conhecimento. Apenas o tempo, a vida e o amor pela terra determinam o momento certo. Instruídos pela tradição, através de palavras ditas, passadas de pais para filhos, irás encontrar a mensagem e a herança dos antigos, a história e o futuro para a terra do sol nascente.
This film follows the construction of a sacred house. Entirely filmed in the mountains of TimorLeste, in the region of Venilale, the film also tells us a story about inherited culture and the great Timorese family. Traditionally in Timor-Leste, the Uma Lulik (Sacred House) is the centre, the umbilical cord between the past and the present. For those alive, it is a secured reservoir of past memories and wisdom. For the dead, it’s a timeless place, where history is constantly renewed. This is the first documentary entirely filmed by a young Timorese filmmaker, Victor de Sousa, who over 9 months lived the experience of one of the oldest traditions in TimorLeste, transporting us to the universe of his forefathers, unquestionable and present in each moment and for every object born from the land and from the collective memory of the Timorese.
UMA LULIK remind us that the reconstruction of national identity, specially after the destruction of most of the Sacred Houses during 24 years of Indonesian occupation, is now passing through the villages and the mountains, where memories and the sacred are returning slowly to their place, returning home. ‘Don’t think you know it all’, warns the voiceover. Many secrets still have to be discovered. That is the nature of the sacred things and of the heritage of old knowledge. We must wait with patience our turn to carry that knowledge. Only time, life and the love of the land can determine the right moment. Instructed by tradition, with spoken words, passing from fathers to children, you will find the message and the legacy of the old, the history and the future for the land of the rising sun.
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PHOTO: Br. Gerenceng, bali – Yoko sara
A. A. Yoka Sara
arkitektu arquitecto architect
Taksu & Arkitetura Kontemporánia Balinéz Taksu & Arquitectura Contemporânea Balinesa Taksu & Balinese Contemporary Architecture
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Arte nu’udar esénsia ba moris. Sosiedade Balinéza fiar katak arte sai nudar sasukat ba moris espirituál. Ba ema Balinéz, produtu artístiku hotu iha karizma / enerjia boot bolu ho naran Taksu. Taksu defini nudar susesu artístiku ne’ebé ke aas ba artista ida hodi bele muda ema ba dalan ida ne’ebé loos. Taksu eziste iha arte hothotu, iha aprezentasaun no arkitetura. Iha arkitetura tradisionál Bali ninian Taksu bele sai hanesan kriasaun ida husi uma ida ninia modelu rasik, bazeia ba Asta Kosala Kosali (kódigu Arkitetura Bali ninian). Nia haforsa ideia hosi natureza: perfeisaun, proporsaun, eskala, dimensaun no espiritualidade hosi ambiente nudar aspetu prinsipál hosi umanidade. Elementu hirak ne’e sai hanesan instrumentu prinsipál hodi halo Taksu sai moris. Oinsa mós, regra hirak ne’e la kleur sei adapta ba kompleksidade iha moris ohin loron ninian, entaun ita presiza atu interpreta hikas fali buat ne’e.
A arte é a essência da vida. A sociedade balinesa acredita que a arte se transformou num meio que reflecte a sua vida spiritual. Para os balineses, todos os productos artísticos mantêm um certo carisma/enegia, chamado Taksu. Taksu define-se como o feito artístico mais alto que um artista pode atingir, de forma a movimentar as pessoas numa certa direcção. Taksu existe em todas as artes, performances e arquitectura. Na arquitectura tradicional balinesa, Taksu pode ser criado personalizando uma casa, assente na Asta Kosala Kosali (Código Arquitectónico Balinês). As ideias de natureza são enfatizadas: perfeição, proporção, escala, dimensão e a espiritualidade ambiental, como principais aspectos da humanidade. Estes elementos transformam-se nas principais ferramentas para fazer com que Taksu ganhe vida. No entanto, estas regras já não se adaptam às complexidades da vida actual, pelo que temos que re-interpretá-las.
Arkitetura kontemporánia Balinéz fó oportunidade kona ba kombinasaun genius loci ho moris modernu. Espiritualidade ne’e mak inspirasaun hodi halo transformasaun nian, buat ne’ebé la kleur sei defini arkitetura, maibe defini buat ne’e nudar kodifikadór ba mensajen espirituál. Ida ne’e mak halo Taksu foun sai moris, konseitu foun ida ba lian arkitetura nian.
A arquitectura balinesa contemorânea fornece a oportunidade de combiner o genius loci com a vida moderna. O espiritual é fundamentalmente a inspiração para fazer esa transformação, já não define a arquitectura fisicamente, mas define-a como um “codificador de mensagem espiritual”. Isto é o que faz com que o novo Taksu ganhe vida, uma nova abstração para a linguagem arquitectónica.
Art is the essence of life. Balinese society believes art became a medium to reflect their spiritual life. For Balinese people, every artistic product maintains a certain charisma/ energy called Taksu. Taksu is defined as the highest artistic achievement for an artist able to move people in a certain way. Taksu exists in all arts, perfomances and architecture. In Balinese traditional architecture, Taksu can be created by personalising a home, based on Asta Kosala Kosali (Balinese Architectural Code). He emphasizes ideas of nature: perfection, proportion, scale, dimension and the spirituality of environment as main aspects of humanity. These elements become the main tools to make Taksu come to life. However, these rules no longer adapt to the complexities of nowadays’ life, so we need to re- interpret it. Balinese contemporary architecture gives the opportunity of combining the genius loci with modern life. The spiritual is fundamentally the inspiration for making that transformation, it no longer defines architecture physically, but defines it as the ‘spiritual message encoder’. This is what makes the new Taksu come to life, a new abstraction for the achitectural language.
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kréditu sira créditos credits Organiza Organiza Organised by
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