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W J Apostila
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Serigrafa
Curso de Design - UFSC Produção Gráfca I
Coordenação e revisão: Berenice Santos Gonçalves Editoraçãoo e diagramação: Raael de Queiroz Oliveira Editoraçã Colaboradores: Priscila Lopes Raael de Queiroz Olveira
Ano: 2006
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Apostila de Serigrafa
O que é Serigrafa? A serigraa é um processo de impressão que utiliza como matriz uma malha na esticada numa moldura (quadro), cujos poros são vedados nas áreas chamadas de “não impressão” e deixados abertos nas partes em que deverá haver passagem de tinta - as áreas de impressão. É uma técnica de base simples, porém com evolução e aplicações muito complexas. A serigraa é geralmente utilizada em layouts a traço¹. Entretanto, a reprodução de policromias² com meios-tons³ é possível, porém com qualidade satisfatória apenas com a utilização de equipamentos automáticos para a impressão em altas tiragens. Em qualquer dos dois processos, cada cor no layout signica uma nova impressão, e, conseqüentemente, tinta e tela diferentes. A versatilidade é um dos pontos positivos do processo serigráco. É possível imprimir sobre substrato de qualquer forma, tamanho, cor e material, como, por exemplo: tecido, madeira, vidro, metal, plásticos, papéis etc. Também existem tipos variados de tintas que possibilitam diferentes acabamentos. A serigraa é um processo relativamente barato, adequado para tiragens pequenas ou médias sobre papel. Já no caso do uso de tecidos, é o processo disponível que oferece melhor relação custo x benecio para altas tiragens: ele é largamente utilizado para a produção de camisetas, bonés e uniformes em grande escala.
Histórico
1 - layout a traço: basea-se
em vetores para a criação de artes ou manchas grácas. Ideal para imagens com cores chapadas. 2 - policromia: basea-se na justaposição de pontos das cores primárias do sistema de impressão (pigmento transparente) para a criação de uma gama de cores maior. 3 - meio-tons: é o termo utilizado quando ocorre variações de valor (acrescentando mais preto ou branco) em uma imagem. 4 - Stencil: molde de papel ou outro material em que se recortam e eliminam as áreas onde se deseja imprimir. O resto do stencil impedirá a passagem de tinta. 5 - organdi: tecido armado, muito leve e transparente. 6 - chita: tecido ordinário, de algodão, estampado a cores.
Já nas cavernas dos Pirineus, foram encontrados sinais de expressão gráca usados como reprodução, constituindo-se em um marco inicial da história da gravura, dentro da qual, inserese a serigraa. São mãos impressas em ocre, vermelho e preto. O processo usado é semelhante ao da serigraa, uma vez que, para a impressão foi usado um bloqueio – no caso, as mãos. A imagem impressa apresenta-se em negativo, pois jatos de terra colorida eram lançados sobre as mãos, cando somente a tinta (terra) onde não havia bloqueio. Também os egípcios usaram máscaras vazadas em papiro para ornamentar seus ambientes, bem como para comunicação ligada à imagem. Quanto à estamparia, nas ilhas Fidji, os tecidos eram impressos utilizando-se stencil de folhas de plátano ou bananeira, impressos com tintas vegetais. Na Europa, durante a idade média, usava-se o stencil de uma forma rústica, aliado à xilogravura, para imprimir naipes e estampas religiosas. Durante as cruzadas, esse método era utilizado para a impressão da cruz vermelha em escudos e uniformes. Mais tarde, passou-se a usar crinas de cavalo para evitar o uso de pontes. No Japão, no século XVIII, utilizou-se cabelo humano ou os de seda para unir os bordos de dois papéis quando um deles era usado como uma ilha. A cor passava através dos os sendo aplicada com um pincel, eliminando, assim, o uso de pontes. Cento e cinqüenta anos mais tarde, passou-se a utilizar um tecido de seda. Para a maior parte dos pesquisadores, o processo atual de serigraa é produto do nosso século. Francis Willete usou organdi5 sobre armação de madeira e um rodo de tábua revestido de chita . O processo espalhou-se primeiro pela Europa e depois pela Ásia. O fato é contestado por alguns historiadores que armam que, em 1907, Samuel Simon registrou patente sob o título de “Melhoramentos em/ou referentes a stencis”, em que usava uma escova em lugar do rodo. Nos Estados Unidos, a serigraa teve muito uso no início do século XX. Em 1914, Jonh Pilsworth inventou um método para imprimir várias cores, no qual a cada nova cor bloqueava-se mais um pouco a matriz. Esse processo foi empregado em larga escala durante a Primeira Guerra Mundial, época em que iniciou o processo de película fotográca. A partir desse momento, começa o emprego desenfreado da serigraa no comércio ascendente americano, porém sem a nitidez e a qualidade da tipograa e da litograa. 4
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A medida em que foi criada a película de recorte por Luis d’Autremont, logo superada pelo Nulm de Joe Ulano, a serigraa cresceu assustadoramente, inclusive passando a contar com uma produção de tintas especiais para ela. Artisticamente, tornou-se popular nos anos 30, graças à depressão, pois era adquirida por preços módicos, facilitando assim o seu comércio. Tornou-se verdadeiramente aceita nos anos 50. Sua ampla utilização ocorreu durante a pop art, onde era normal usá-la na representação da cultura urbana – irresistível para artistas como Andy Warhol e Roy Lichtenstein. Por sua versatilidade a serigraa tornou-se a mais popular forma de expressão da segunda metade do século XX, e uma ampla fonte de novas experiências artísticas.
Materiais Tipos de Quadro
O quadro de madeira é o mais usado em serigraa artesanal, pois apresenta baixo custo. Deve ser impermeabilizado com laca especial porque o uso constante de líquidos altera as características da madeira, que absorve muita água, que a torna empenada e frágil, provocando instabilidade dimensional. Já o quadro de alumínio possui ótima precisão – pela estabilidade dimensional – e resistência a produtos químicos. Usa-se cola para o tensionamento da tela. O preço elevado é compensado pela sua leveza e pelo ótimo resultado. Existe também o quadro de ferro, que possui excelente estabilidade dimensional devido ao grande peso. Apresenta custo elevado e precisa de pintura para aumentar a resistência a produtos químicos e oxidação.
Tipos de Malha
Seda: Possui boa resistência aos solventes, menos à soda cáustica e à água acima de 60°C.
Além disso, tem baixa resistência à tensão. Nylon: É o tecido mais usado. Possui boa resistência aos solventes e à abrasão mecânica, bem como, à tensão e à umidade. Poliéster: Possui características parecidas ao nylon, apesar de apresentar melhor estabilidade dimensional e melhor resistência à tensão e umidade, pois não absorve a água como o nylon. Os importados propiciam uma melhor qualidade nos resultados impressos, sendo as melhores marcas de origem suíça. Metálica: São confeccionadas com os de aço e inox, ou liga de fósforo e bronze. Usada para impressões industriais à quente, nas quais a tela deve ser mantida aquecida durante a impressão. Também é usada na impressão de circuitos impressos. A limpeza é feita com soda cáustica. Quanto aos tipos de o, a malha pode ser: S – o no: Proporciona menor descarga de tinta, porém maior denição. Fio de baixa resistência, muito usado em casos de quadricromia ou impressos com alta denição. T – o médio: A malha com esse tipo de o é a que tem maior uso na serigraa em geral, já que apresenta uma descarga ideal de tinta e boa denição. HD – o grosso: Proporciona maior descarga de tinta, porém menor denição. Fio de grande resistência.
Lineatura
O termo lineatura, no âmbito da serigraa, signica o número de os por cm² para nylon ou poliéster. 34 a 49T: Tecidos grossos 49 a 77 T: Superfícies grossas e absorventes, madeira, bandeiras etc. 77 a 100T: Letras grandes, tintas com pigmentos grossos. 100 a 120T: Retículas até 20 linhas, letras nas, detalhes. 120 a 200T: Retículas nas, impressão detalhada, depósito reduzido de tinta.
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A regra geral referente à lineatura é a seguinte: Até 90 os: tecido Acima de 81: papel
Cor da Malha
Quanto à cor, as malhas dividem-se em brancas, amarelas, laranjas ou vermelhas. As malhas coloridas apresentam a vantagem de evitar reexão branca, provocando uma segunda exposição na emulsão. Com malhas coloridas, pode-se aumentar o tempo de exposição, sem com isso prejudicar a denição, o que permite matrizes mais denidas e resistentes. No entanto, seu uso é limitado pelo alto custo.
Tipos de Rodo (Puxador)
Rodo é o objeto usado para deslocar a tinta sobre a tela, disponível nos seguintes materiais: Poliuretano: Ótima resistência mecânica e química, Não precisa ser lixado. Possui custo elevado. Borracha Sintética: Resistência boa aos solventes. Assim mesmo, precisa ser lixado. Apresenta custo médio. Borracha Natural: Possui baixa resistência mecânica e aos solventes. Precisa ser lixado constantemente. Apresenta custo reduzido.
Tipos de ângulo:
Reto: Usado para impressões em papel, madeira, acetato, plásticos etc. Imprime-se
no ângulo de 45°.
Redondo: Usado na impressão de tecidos e materiais muito porosos. Força a passagem de uma maior cobertura de tinta. Chanfrado: Usado principalmente em superfícies irregulares.
Classifcação quanto à dureza do material do rodo:
Macio (60 a 75 Shore): Indicado para impressões serigrácas chapadas e superfícies vitricadas. Ex: vidros e cerâmicas. Médio (76 a 85 Shore): Indicado para a maioria das impressões manuais. Duro (86 a 95 Shore): Indicado para impressões com traços nos, malhas fechadas e camadas nas de tinta. Adequado para plastisóis.
O rodo, ao puxar a tinta, não deve exceder a inclinação de 50 graus para a frente. De forma alguma deve ser usado em ângulo reto ou maior. Deve ser puxado sempre com rmeza, exercendo-se certa pressão para baixo e no sentido do operador.
Emulsão
A emulsão fotográca é um produto especial de consistência viscosa, desenvolvida especialmente para gravar o desenho do diapositivo (fotolito) na matriz serigráca. Essa emulsão tem a característica de car insolúvel em água quando exposta à luz e de se manter solúvel em áreas não expostas. É isso que permite a gravação do desenho. Após ser exposta à luz, quando molhada, a emulsão se desprende da tela nos lugares onde se forma o desenho, possibilitando assim a reprodução da imagem. Existem dois tipos de emulsão: uma para trabalhos em que a tinta a ser utilizada é solúvel em água (como é o caso das tintas têxteis) e outra quando a tinta for solúvel em solvente. A emulsão, antes de aplicada na tela, deve ser preparada com um produto que lhe dará a sensibilidade à luz, chamado bicromato. Outro sensibilizante muito empregado na serigraa é o diazo. Comparado ao bicromato, o diazo apresenta algumas vanagens como: proporcionar maior denição e resistência, e ainda a possibilidade de armazenar (somente em ambiente escuro) a tela emulsionada por até três semanas antes de ser exposta. O bicromato deve ser misturado à emulsão nas quantidades estabelecidas pelo fabricante, que, na maioria dos casos, é de 9 partes de emulsão para 1 parte de sensibilizante (bicromato).
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A emulsão deve ser preparada e deixada em repouso por algum tempo, para desaparecerem as bolhas provenientes da mistura. Sua aplicação na tela é feita por meio de calhas especiais, que permitem uma aplicação uniforme da camada de emulsão. Alguns detalhes devem ser levados em conta durante a aplicação da emulsão, pois a qualidade da superfície da matriz inuencia na qualidade do trabalho nal de serigraa: - Espessura uniforme: a espessura deve ser uniforme em toda a extensão da matriz, ou pelo menos na área da imagem, pois diferenças na espessura causam diferenças no depósito e na cobertura da tinta. Além disso, considerando que uma camada de emulsão mais espessa requer um tempo de exposição mais longo, pode-se concluir que uma camada de espessura variável sempre terá áreas subexpostas e superexpostas. - Superfície lisa: No lado da tela que entra em contato com o substrato a ser impresso, a camada de emulsão deve ser bem lisa. Os desníveis e irregularidades prejudicam a denição da imagem. - Consistência: A camada de emulsão tem que preencher totalmente as aberturas da malha. Eventuais bolsas de ar resultam em matrizes menos resistentes. Depois de aplicada, a emulsão deve secar sob um ventilador ou uma estufa aquecida no máximo a 40°C. É importante secar a matriz em temperatura controlada, pois quanto maior for a temperatura, menor será o tempo de secagem e vice-versa. Essa variação de temperatura e tempo de secagem poderá alterar o tempo de exposição.
Tintas
De forma geral, podemos dizer que as titnas a base de água são utilizadas sobre tecidos. Mesmo que não possamos considerar isto como uma regra denitiva, e sim como um referencial para o segmento de estamparia têxtil, trata-se de um tipo de tinta especíca, que não deve ser confundida. O fato de ser conhecida como tinta a base de água não signica que, em sua composição química, a base seja somente água. Por este motivo, não deve ser utilizada água sobre a tinta de qualquer fabricante, no sentido de deixá-la mais líquida. Neste caso, existem agentes químicos especícos, que também são reconhecidos como produtos auxiliares. Clear: Tinta à base d’água para tecidos claros com composição 100% algodão. Não
permite cobertura em tecidos escuros nem com repiques.O clear consiste em uma base incolor para pigmentação de no máximo 4% da tinta, pois excesso de pigmentação pode acarretar em desbotamento da estampa ou até descascar a tinta do tecido. Clear Cromia: Tinta usada para quadricromia, que consiste em quatro cores com uma seqüência universal de aplicação pela ordem amarelo, magenta, ciano e preto. Essas quatro cores irão resultar em todas as outras cores. Deve ser aplicada em tecido branco para obter o resultado. Quando aplicado em tecidos escuros é necessário estampar o fundo em branco, e depois as tintas de Cromia, com pigmentação de no máximo 3%. Mix: Tinta à base d’água para tecidos 100% algodão e mistos. Sua composição permite
uma cobertura razoável em tecidos escuros, com a necessidade de repiques. Por sua consistência é necessária uma porcentagem maior de pigmentação para atingir a cor desejada, de no máximo 8%.
Branco Super: Tinta pronta com alto poder de cobertura para tecidos escuros. Pode ser usada para dar fundos em estampas e rebaixar tons de outras cores através de mistura. Puff: Tinta expansiva através de aquecimento, formando impressão em alto relevo.
Pode ser aplicada em tecidos 100% algodão ou mistos, mas recomenda-se que nestes seja feito um teste prévio. A pigmentação do puff transparente deve ser de até 5%. Perolado: Tinta que tem como principal característica seu acabamento metalizado, disponível na cor ouro, prata e também incolor, possibilitando sua pigmentação para que se obtenham outras cores metalizadas. Pode ser usada em tecidos claros e escuros. Recomendase teste prévio em tecidos mistos ou sintéticos. Plastisol: Tinta derivada de resina PVC e plasticantes, isentos de solventes, água ou
outros produtos que evaporam. Possui aproximadamente 99% de partes não voláteis. Não seca
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à temperatura ambiente, por isso não é necessária a limpeza da matriz em horas paradas. A secagem da tinta deve ser feita primeiramente com Flash Cure ou outra fonte de calor. Em seguida, deve ser colocada em estufa à temperatura de 165 a 170° por 3 minutos. Pode ser aplicado úmido sobre úmido ou com secagens intermediares entre as cores. Pode ser aplicada em tecidos de algodão, sintéticos ou mistos. É fornecido em forma “Clear” para pigmentação (no máximo 12%) ou já pigmentado pronto para uso. Caso necessite diluição, é necessário o uso de um amaciante especíco. A gravação da matriz deve ser feita com emulsão à base d’água, e sua limpeza com solvente sintético ou lava quadro. Para a impressão, recomenda-se o uso de um rodo de poliuretano de maior dureza. Existem plastisóis de diversos tipos, que proporcionam diferentes acabamentos.
Esticagem de Telas
Processo Manual
A esticagem sem o auxílio de máquinas é muito usada nos pequenos ateliers pela sua simplicidade e pelo baixo custo dos materiais a serem empregados. É importante ressaltar que esse processo manual apresenta falhas na tensão, o que pode causar problemas no registro de cores. 4
Etapas
1 - Colocar a tela, que pode ser molhada, sobre o bastidor. Sobre ela é colocado um cadarço
que será grampeado posteriormente sobre o bastidor. Coloca-se o primeiro grampo.
2 - Esticar a tela para o lado menor do bastidor, puxar o cadarço sobre a tela e grampear,
sempre no ângulo de 45°. A tela deve estar muito bem esticada. 5
3 - Grampear todo o lado. 4 - Esticar o outro lado do ângulo e grampear a ponta. 5 - Grampear todo o lado. 6 - Puxar a tela em diagonal para o ângulo ainda não grampeado.
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7 - Com bastante força, puxar e grampear um dos lados. 8 - Fazendo forte tensão, puxar o lado restante e grampear.
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Uma vez acabado este processo, revestir todo o bastidor com ta gomada, por dentro e por fora, inclusive avançando 1 cm sobre a tela. Em seguida, cobrir com verniz marítimo. Esse processo não pode ser usado no caso de quadros de alumínio ou de ferro, quando se mostra necessário prender a tela por meio de cola. Processo Mecânico Os processos de esticagem à máquina, em equipamentos especiais, são mais seguros, garantindo melhor tensão na tela. No processo mecânico, são colocados sobre uma mesa um ou mais quadros. O tecido é tensionado através de barras e/ou garras que são acionadas mecanicamente. A vantagem deste sistema é a possibilidade de se esticar várias telas ao mesmo tempo. A principal desvantagem é que como os quadros estão independentes do tecido, após a colagem do tecido há uma perda de tensão, visto que o tecido tende a voltar ao seu estado natural e o quadro tende a vergar para dentro.
Processo Pneumático
Outro processo de esticagem à maquina é o pneumático, no qual os quadros são apoiados na base de pinças, que por sua vez prendem os tecidos. No momento do acionamento, ao mesmo
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tempo em que o tecido é “puxado” para trás as pinças “empurram” os quadros para a frente. Este movimento faz com que haja uma compensação e que a força que o tecido faz para voltar ao seu estado natural seja neutralizada pela força que o quadro também faz para voltar ao seu estado natural, resultando numa tensão menos sujeita a variação.
Desengraxe das Telas
Uma vez tensionadas as telas devem ser desengraxadas e limpas para eliminar qualquer poeira, sujeita contaminante e/ou oleosa, pois estes detritos prejudicam a aderência da emulsão na malha e diminuem o tempo de vida da matriz. Álcool ou solventes não servem para a limpeza das malhas, pois não retiram a poeira e apenas espalham a gordura de um lado para o outro. Sabões também não servem pois deixam a superfície da malha muito alcalina. Portanto, é recomendável o uso dos produtos desenvolvidos especicamente para a preparação de malhas serigrácas.
Principais Técnicas de Serigrafa Estêncil
Consiste em recortar um papel, deixando ilesas as partes que não serão impressas. Possui a característica de um molde vazado. Uma vez confeccionado, o estêncil é colocado sobre o substrato (papel, tecido etc) a ser impresso e sobre ele é colocada a tela na qual ele grudará no momento em que a tinta for puxada com o rodo. É uma das técnicas mais primitivas, proporcionando um trabalho rápido e de baixo padrão de qualidade, tiragem e acabamento.
Emulsão Direta
Praticamente restrita à serigraa artística, é a técnica mais expressiva da serigraa. Proporciona o uso do gestual na técnica serigráca. Consiste em pincelar, respingar ou desenhar diretamente sobre a tela (lado externo). Camadas nas podem ser feitas pelo lado interno. Deve-se tomar cuidado na sua confecção, uma vez que a tinta passará onde não houver emulsão.
Filme de Recorte 7 - Fotolito: película trans-
É utilizado para obter-se um contorno nítido e perfeito. Constitui-se de uma base de acetato sobre a qual existe uma camada de goma laca. O desenho que será reproduzido não deve possuir muitos detalhes pois deverá ser cortado com estilete (o lme), impossibilitando assim um trabalho mais renado. Fixa-se o desenho sobre uma base plana, e em cima dele e prende-se o lme de recorte com o lado fosco para cima. O lme deve ser um pouco maior que o desenho. Com o estilete percorre-se todo o desenho, com pressão moderada para que a base de acetato não seja danicada. Feito isso, retira-se toda a laca das áreas a serem impressas. O lme de recorte é aplicado na parte exterior da tela, utilizando-se thinner especial. Coloca-se o lme sobre uma superfície lisa com o lado fosco para cima. Sobre ele é colocado o lado exterior da tela. A seguir, pegam-se dois pedaços de estopa, um seco e outro molhado em thinner. Com pedaço o molhado pressiona-se levemente, e com o seco pressiona-se até o thinner seque. Quando o lme cola (muda de cor), ou seja, penetra nas malhas da tela, apresenta uma cor laranja mais forte do que as regiões não coladas. Havendo falhas na aderência, podese repetir o processo, cuidando para que o thinner não desmanche o lme. Uma vez seco o lme, retira-se o acetato. As partes laterais da tela, bem como retoques, podem ser feitos com emulsão sem o uso de sensibilizante. O lme é removido com thinner forte e a emulsão com água.
parente coberta por emulsão fotossensível, onde se registra, por meios fotomecânicos, a imagem (texto, foto, etc.) que se deseja imprimir; lme (positivo ou negativo)ou jogo de lmes que reproduz textos e ilustrações e server de matriz para gravação de chapas para impressão offset e de telas para impressão em serigraa.Como método alternativo, pode ser impresso em jato de tinta ou desenhado com nanquim, preenchendo-se todas as áreas a serem impressas. É feito um fotolito para cada cor, sempre sobrepondo-se um pouco sobre o outro, para evitar riscos brancos ou falhas, caso ocorra um pequeno erro Para esse processo, é necessário que se tenha um fotolito 7 a ser reproduzido, que pode ser de registro.
Processo Fotográfco
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um fotolito normal em Kodalite ou preparado artesanalmente sobre acetato, papel vegetal ou poliéster. - Preparação da matriz: a emulsão a ser usada deve ser preparada na proporção de 9 partes para uma de sensibilizante. Esta mistura pode ser preservada por até 90 dias, numa temperatura de aproximadamente 15°C e longe da luz. É aplicada pelo lado externo da tela com uma régua ou calha completamente lisos e de tamanho inferior a um dos lados da tela, para que a emulsão percorra igualmente sobre a sua superfície. A tela deve ser seca (com um ventilador ou estufa) em câmara escura, suportando apenas lâmpada vermelha ou amarela. A lâmpada não pode permanecer ligada todo o tempo de secagem, pois pode criar luz branca ao reetir na parede branca. Quando a emulsão estiver seca, deve-se olhar contra a luz vermelha para ver se há alguma falha, ou seja, falta de emulsão. Para corrigir, passa-se outra camada de emulsão, cuidando para não amolecer a primeira camada. A segunda camada deve ser de uma passada precisa. Se o problema insistir, repete-se a operação. Deve ser vericado se o vidro da mesa de gravação está bem limpo, pois pontos de sujeira impedem a passagem da luz, fazendo a emulsão abrir onde não deve. Coloca-se o fotolito sobre a mesa na posição como irá ser impresso. Sobre ele, coloca-se a tela voltada com a face externa para baixo. Atrás da tela, coloca-se um papel preto, e sobre ele é posta uma camada de esponja. Em cima de tudo vai uma superfície regular de vidro ou madeira, sobreposta por pesos regulares para que o fotolito tenha perfeito contato com a tela. - Gravação: expõe-se à luz de lâmpada foto-ood ou ultravioleta, a uma distância de 50 cm. O tempo irá variar conforme o tipo de lâmpada, a distância da tela à fonte de luz, a espessura da camada de emulsão (quanto mais grossa, mais tempo de exposição), umidade atmosférica etc, mas, sobretudo, varia conforme o desenho a ser gravado – linhas mais nas devem car menos tempo em exposição; já as retículas conseguidas com o giz de cera no papel vegetal, devem car mais tempo na mesa de luz para que ocorra uma seleção de retículas, eliminando a possibilidade da tela car aberta nas partes de névoa escura que ca em volta das retículas. - Revelação: após a exposição à luz, coloca-se a tela sob um jato de água. A imagem gravada começará a aparecer no momento em que a emulsão começar a soltar, pois a emulsão só endurece nas partes que receberam luz, cando resistente à água. O desenho gravado cará todo aberto, o que possibilitará a passagem da tinta no momento da impressão. Os retoques podem ser feitos com emulsão com ou sem sensibilizante. Quando dois ou mais fotolitos forem gravados na mesma tela, deve-se deixar um espaço de 6 a 7 cm entre eles para facilitar a posterior impressão. Deve-se isolar com ta o desenho a ser impresso posteriormente. Para facilitar a impressão, deixa-se 5 cm de cada lado da tela.
Impressão Retoque da Matriz
Antes de se iniciar a impressão, é indispensável conferir as condições da matriz que será usada. Para retocar a matriz, o que quase sempre se faz necessário, utilize a própria emulsão sensibilizada e vede as falhas com um pincel. Deve-se vedar com te crepe as áreas próximas à moldura. Caso contrário, ocorrerá vazamento de tinta por estes locais. *Marcas de registro
**Marcas de corte
Registro
O registro pode ser denido como a coincidência de impressões sucessivas. No processo de serigraa, cada cor exige uma matriz especíca, logo a impressão de cada matriz deve estar alinhada à das outras. Para marcar o registro diretamente na tela, alinhando as matrizes pelo que foi impresso, adiciona-se, à cada uma delas, duas marcas de registro* ( ) - também conhecidas como cruz de registro ou mosca, acima e abaixo do grasmo a ser gravado, centralizando-os verticalmente. Insere-se também, para posterior rele, marcas de corte** ( ) , nos cantos da peça gráca, as quais denem a área de rele. O registro na estamparia têxtil é feito por meio de encosto dos parafusos no trilho.
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O quadro deve ser encostado e seguro para que, na estampagem, não aconteça o arraste, efeito provocado pelo movimento do quadro durante o processo. Normalmente, nos quadros de pequeno tamanho o estampador auxilia o registro com uma das mãos enquanto que, com a outra, ele estampa. Já nos quadros de formato grande, muitos utilizam recursos de auxílio de pressão por meio de bastão, exercendo pressão no quadro do outro lado da mesa. Nos casos de mesas térmicas ou mesas de berços, o registro é ajudado com o apoio do corpo do próprio estampador. Em qualquer caso é importante que o estampador mantenha o quadro no registro preciso durante a estampagem. Em mesas tradicionais, o registro é obtido por dois movimentos: o movimento de encosto do quadro no trilho e o movimento de encosto no morcete. Nas mesas de berços ou mesas térmicas o movimento é o mesmo, no entanto, no sentido contrário, pois os morcetes se encontram sobre trilhos do lado de cima da mesa. Em máquinas automáticas, os registros são obtidos nos “raports” após leitura feita pelas fotocélulas e transferidos eletricamente para o conjunto pneumático. Em seguida, inicia-se a escala industrial de produção.
Repique
O repique acontece quando, na estampagem de um artigo, dá-se a cobertura, e, após a secagem, repete-se a cobertura. É preciso esclarecer que isso é apenas um repique e não dois como se costuma indicar. Os mix e brancos são produtos que, para terem seu acabamento perfeito, necessitam de dois repiques.
Secagem
Devem-se observar as especicações de cada tipo de tinta. Mesmo as tintas que secam ao ar precisam de tempo para a cura completa, apesar de parecerem secas ao toque rapidamente. Por isso, é recomendável esperar cerca de 72 horas antes de lavar a estampa impressa.
Estuas
Têm circulação de ar quente, e o seu interior atinge as temperaturas e tempos de permanência do tecido estampado exigidos para cada tinta ou processo. Outros equipamentos são funcionais para alguns artigos estampados, como secadores, mas não como polimerizadores. Muitas estamparias costumam levantar o puff com secadores ou ferro de passar. O puff realmente levanta em temperaturas baixas, ou seja, 70 a 80°C, mas não xa sobre tecidos. A temperatura de xação é de, no mínimo 120°C, por dois minutos. Quando isso não ocorre, o produto esfarela, descasca, ou seja, não tem solidez.
Mesas Térmicas
Foram inicialmente desenvolvidas para aumentar a produção, principalmente onde são necessários os repiques. São de grande utilidade para diminuir os espaços ocupados pelas estamparias de mesas comuns. As mesas térmicas também ajudam bastante na aceleração do trabalho, pois o tecido após estampagem, não precisa car pendurado para secar, podendo ser empilhado.
O Processo de Quadricromia
A quadricromia consiste na técnica que permite a reprodução, com extrema delidade, de qualquer tipo de original, seja ele uma foto, um desenho, uma pintura etc, por meio de apenas quatro cores básicas: ciano, magenta, amarelo e preto (CMYK). Já o termo policromia signica a reprodução de qualquer original com mais de uma cor. Por isso, não se deve usar o termo policromia para a reprodução de quadricromia. Inclinação das Retículas Ao colocar um reticulado sobre o outro, dependendo da inclinação das retículas, pode-se obter o indesejado efeito de moirè, que pode ser evitado na quadricromia através das inclinações corretas para as retículas em serigraa, que são diferentes dos outros processos.
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Ciano: 105° Amarelo: 90° Magenta: 45° Preto: 75° Malha esticada: 90°.
O critério de impressão da quadricromia é mais apurado do que a impressão com cores aplicadas, pois, em se tratando de tintas transparentes, qualquer respingo, irregularidade na impressão ou mesmo na camada de tinta, proporciona diferença nas cores nais. Na impressão devem-se controlar alguns fatores fundamentais para a obtenção de bons resultados. Na impressão propriamente dita, deve-se controlar três aspectos de máxima importância com relação ao rodo: velocidade, inclinação e pressão. O uso de borrachas mais duras e precisas, como é o caso do poliuretano, apresenta melhores resultados.
Bibliografa Consultada: - PINTO, A. P. Apostila Abitser de Tecnologia Serigráfca. São Paulo. - BAER, Lorenzo. Produção Gráfca. Sâo Paulo: SENAC,1999. - CRAIG, James. Produção Gráfca. São Paulo: Nobel, 1997. - COLLARO, Antônio Celso. Produção Visual e Gráfca. São Paulo: Summus, 2005. - HORIE, Ricardo Minoru. Preparação e Fechamento e Arquivos para Birôs. São Paulo: Érica, 2003. - NETO, Mário Carramillo. Produção Gráfca I e II. Papel, tinta, impressão e acabamento. São Paulo: Global, 1997. - OLIVEIRA, Marina. Produção Gráfca para designers. Rio de Janeiro:2AB,2001. - ADG - Associação dos Designers Gráfcos. ABC da ADG. Glossário de termos e verbetes utilizados em design gráfco. São Paulo.
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