As Casas dos Deuses no Grímnismál e o Zodíaco por Marcio A. Moreira
As Casas dos Deuses no Grímnismál e o Zodíaco
As Casas dos Deuses no Grímnismál e o Zodíaco por Marcio A. Moreira As Casas dos Deuses no Grímnismál e o Zodíaco
“Alguns sacrificavam para a Sól (o Sol). Alguns para Máni (a Lua). Alguns para as Stjörnur (as Estrelas). Alguns para Eldr (o Fogo). Alguns para Vatn (a Água). Alguns para Jörð (a Terra). Eles sacrificavam para ela (Jörð) porque ela alimentava alimentava todas as coisas, à Vatn para que todos que morressem não tivessem abrigo nisso, à Eldr porque ele esquentava os que se sentam perto, para Sól e os Himintungl (Corpos celestes) porque deles vinham toda a luz desse mundo.” mundo.” Hauksbók , séc. 14.
Alguns anos atrás eu escrevi um artigo sobre a possível conexão das casas dos Deuses descritas no poema Grímnismál com o Zodíaco no falecido Orkut (parte deste estudo se encontra aqui). Porém, a minha “correspondência zodiacal” não é a mesma que foi apresentada muito tempo atrás por Finn Magnusen, Rudolf Keyser e outros. É sabido que o Zodíaco era conhecido pelos Caldeus, Egípcios, Gregos, Romanos... Embora quase não exista evidência concreta de que os Escandinavos pré-cristãos conheciam o Zodíaco, Jordanes relatou em sua Getica XI 67 (em 551), que os Godos aprenderam os doze sinais do Zodíaco e o curso dos planetas através deles por Deceneus ou Dicineus no reinado de Buruista ou Burebista (82-44 a.C.). Uma teoria da arqueóloga sueca Birgit Arrhenius clama que os Godos mantiveram contato com o sul da Suécia durante as migrações. Será que os Godos teriam levado o Zodíaco para a Escandinávia?
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No século 4 os dias da semana foram traduzidos pela Interpretação Germânica com o nome dos Deuses nórdicos a partir dos deuses greco-romanos (e esses últimos dos deuses babilônicos). Veja tabela abaixo: Dia da Semana
Babilônia
Grécia & Roma
Escandinávia
Atribuição
Domingo Segunda-feira
Shamash Sin
Sunna / Sól Máni
Deus/a do Sol Deus/a da Lua
Terça-feira Quarta-feira
Nergal Nabu
Hélios / Sol ou Apolo Selene / Luna ou Ártemis / Diana Ares / Marte Hermes / Mercúrio
Týr Óðinn
Quinta-feira
Marduk
Zeus / Júpiter
Þórr
Sexta-feira
Ishtar
Afrodite / Vênus
Freyja
Sábado
Ninib/Ninurta
Cronos / Saturno
Dia do Banho; Njörðr?
Deus da guerra Deus da sabedoria e das artes Deus do trovão e senhor dos raios Deusa do amor e fertilidade Deus da agricultura
Os dias da semana greco-romana tinham relação com a astrologia e Zodíaco na antiguidade, já que os sete planetas regiam cada dia da semana e influenciavam no destino da humanidade (assim como os babilônicos). Além disso, cada planeta regia um signo do Zodíaco. Será que os antigos povos germânicos pensavam assim quando traduziram os dias da semana? Ou será que os povos germânicos apenas traduziram os nomes dos dias da semana? Se os germânicos traduziram os sete dias da semana por que eles não teriam assimilado tudo isso (as doze casas regidas pelos sete planetas)? Será os escandinavos tinham um Zodíaco próprio? Neste estudo tentaremos encontrar as respostas para estas questões. Havia na Islândia uma superstição (que pode ter surgido por influência clássica ou não) registrada em 1.866: “Isso é dito, que qualquer um que nasça no Domingo, nasceu para vencer; na Segunda-feira para causar problemas; na Terça-feira para prosperar; na Quarta-feira para criar; na Quinta-feira para a glória; na Sexta-feira para abundância; no Sábado para a sorte”. Podemos notar que este relato folclórico está de acordo com as características dos Deuses nórdicos ligados aos dias da semana: a Sól é a representação da vitória da luz, pois diariamente ela corria para trazer claridade para Miðgarðr; Máni provavelmente representava as emoções trazidas pelas fases da lua e por isso quem nasceu no seu dia era inconstante como a lua e um incomodo para os outros; Týr representa a coragem para lutar por seus objetivos e por isso podia fazer os nascidos em seu dia prosperar; Óðinn é o senhor das artes e por isso fazia os nascidos em seu dia serem artistas das mais diversas áreas; Þórr é o mais celebrado dos Deuses e podia fazer os nascidos no seu dia serem glorificados por qualquer tipo de ato heróico, físico ou esportivo; e Freyja podia doar a abundância aos nascidos no seu dia. O Sábado não é nomeado depois de um Deus nórdico, mas o Prólogo da Edda em Prosa identifica Saturno com Njörðr, e esse Deus podia dar prosperidade aos homens e também podia ver o futuro por isso ele poderia estar ligado à sorte (os Vanir podiam ver o futuro através do seiðr segundo a Ynglinga Saga 4 e 7; e segundo o Þrymskviða 15 os Vanir podiam enxergar adiante).
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O número doze é relacionado com os Deuses nórdicos nas fontes primárias: Óðinn é dito ter doze nomes na antiga Ásgarðr (Gylfaginning cap. 3), são doze os grandes Deuses juízes (Gylfaginning cap. 14, Skáldskaparmál cap. 1, Ynglinga Saga cap. 2 e 7 e Gautreks Saga), são doze os Deuses descritos por Hárr (Gylfaginning cap. 20). Uma estela de Bro Kyrka, Götland, datada do século 4-7 parece indicar que o número doze tinha algum tipo de significado simbólico ou religioso, pois no centro dela podemos ver uma “roda em movimento” com doze partes.
Estela de Götland, Suécia ((http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bildstein-Bro_kyrka_01.jpg http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bildstein-Bro_kyrka_01.jpg ).
Essa roda poderia representar o movimento do sol nas doze casas Zodiacais e/ou meses do ano. Nessa mesma estela podemos ver mais dois discos menores ao lado girando: um tem seis “pernas” em espiral com uma suástica dentro e o outro tem sete “pernas”. É muito provável que esse monumento seja um calendário antigo. O disco menor de seis pernas pode representar que o ano era dividido em duas partes de seis meses (indicando Inverno e Verão) onde a Sól percorre (simbolizada pela suástica no centro). O disco menor de sete pernas pode representar os sete dias da semana. O barco na imagem pode indicar que isso era usado na navegação para contar o tempo em viagens (ou talvez fosse um barco sepulcro). É interessante notar que *Jera (j) é a decima segunda runa do segundo ættir do antigo Fuþark e simboliza o ciclo, a estação e o ano. No jovem Fuþark a decima segunda runa é Týr, ela está localizada no terceiro ættir e representa os Tívar que são os Deuses e o número doze. Há outros exemplos que mostram que o número doze era bem conhecido
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na Escandinávia: Argrimr era pai de doze Berserkir e Westmar tinha doze filhos (segundo Saxo Grammmaticus); doze Deuses eram sacerdotes de seus templos, o rei Haki tinha doze campeões, o rei Ingjald tinha matado doze reis (esses exemplos são encontrados na Ynglinga Saga) e foram doze representantes do povo Frísio até Carlos Magno para relatar suas leis (segundo a lenda dos Frísios). Esses exemplos foram listados aqui apenas para mostrar que o número doze era bem difundido. Outra estela de Visby, Götland, parece revelar mais sobre esse provável calendário: na estela podemos ver outra “roda em movimento” de oito pernas em espiral, que
Estela de Götland, Suécia. (http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Fornsalen_-_Bildstein_-_Spirale,_Ornamente_und_Schiff.jpg ).
provavelmente representa oito partes de um círculo (do horizonte), que os escandinavos chamavam de “eykt” (“oitavo” ou “octeto”). O “eykt” representava as oito partes do tempo do dia no horizonte para os antigos escandinavos. Essa estela de Götland também é datada entre o século 4-7. É interessante notar que o eykt lembra muito a runa *Hagalaz do jovem Fuþark (h), contudo essa runa representa o número sete e não oito (e ainda faltam mais duas pontas
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para dar o número oito, contudo voltaremos a falar sobre essa mesma runa mais adiante). Veja a tabela abaixo referente ao eykt: Hora Local Solar
Termo Escandinavo
Tradução
Hora do Dia
Termo Escandinavo
Tradução
24:00 3:00
Miðnætti (Norte) Ótta
12:00 3:00
Hádegi (Sul) Undorn
Alto do Dia Meio da Tarde
6:00
Miðrmorgun (Leste) Dagmál
Meia Noite Última Parte da Noite (mas também significa oito) Meio da Manhã
6:00
Miðaptann (Oeste)
Refeição do Dia
9:00
Náttmál
Meio do Entardecer Refeição da Noite
9:00
Os dois círculos menores dessa segunda estela de Götland podem representar essas oito divisões do dia e da noite vistas do mar (em forma de espiral) e da terra (com nove pontos) que somados as oito partes do céu dão o total de 24 horas (3 x 8 = 24 que lembra muito as divisões dos três ættir das runas). Nessa estela ainda podemos ver uma árvore que pode representar a Yggdrasill e a serpente que envolve os dois círculos menores seria uma representação de Jörmungandr (alguns escaldos se referem a essa serpente como “Cinto, Peixe ou Aquele que liga todas as Terras”). O segundo círculo menor ainda mostra algo fascinante: nele podemos ver os nove mundos com Miðgarðr ao centro. O barco pode representar que isso eram cálculos usados para navegação. A Grænlendinga Saga ainda conta: “Nesse país (Vínland) à noite e o dia eram mais compridos que na Groelândia e Islândia. O sol (Sól) passava nos pontos do “eykt” e na “marca do dia” no período dos dias mais curtos”. Há ainda outra estela encontrada na igreja de Bro, Götland, que mostra outro círculo de doze partes, mas está muito danificado. Porém o significado pode ser o mesmo: o sol passando pelo Zodíaco e/ou meses do ano. Duas serpentes podem ser vistas no lado direito (Jörmungandr nas duas faces?). Essa estela também é datada entre o século 4-7.
Estela de Götland, Suécia ((http://www.runesnruins.com/stone_struck/got_bro_church2.htm http://www.runesnruins.com/stone_struck/got_bro_church2.htm ).
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No século 11 Ælfric de Eynsham contou que os pagãos veneravam os planetas e que Júpiter era chamado Þórr pelos Dinamarqueses, Mercúrio era Óðinn e Vênus era Frigg, porque eles acreditavam que isso os ajudava. Ælfric ainda conta que o povo acreditava que os Deuses eram donos desses corpos celestes. Provavelmente por isso os astros tinham o nome dos Deuses. Ælfric de Eynsham ainda cita mais divindades, porém não nos dá seu nome equivalente em dinamarquês: Saturno, Minerva, Juno e Marte (o candidato aqui provavelmente é Týr). Ari hinn Fróði relatou na Íslendingabók cap. 4 do início do séc. 12 (ao redor de 1.125) que originalmente o antigo calendário islandês tinha 12 meses de 30 dias cada e que consistia de 364 dias (52 semanas) sem intercalação, mais com adição de 4 dias extras. Esse calendário citado por Ari hinn Fróði era dividido em dois “misseri” (“estações”, Inverno e Verão, dois “misseri” eram equivalentes há um ano) e ele existia antes de 955, mas foi reformulado ao redor de 955-960 porque era impreciso. O homem chamado Þorsteinn Surtr que se afogou em 960 foi quem sugeriu reformular o calendário adicionando uma semana intercalada (sumarauki) a cada sete anos para o ano ficar com 365 dias. Após o ano 1.000 o sumarauki foi feito para conciliar com o calendário Juliano (provavelmente para que as datas dos dois calendários ficassem próximas já que a igreja usava o calendário Juliano). Por fim o calendário Juliano foi substituído pelo calendário Gregoriano em 1.700 e o sumarauki foi conciliado com este calendário. O Bókarbót do séc. 12 também cita doze meses do ano e os dias da semana em que eles começam (mas alguns meses de Verão são enumerados em vezes de nomeados). Snorri Sturluson cita o nome dos doze meses do ano na sua Edda em Prosa. Embora os nomes dos meses islandeses fossem registrados no século 12 e 13 alguns desses nomes são muito mais antigos e de origem pagã. A palavra anglo-saxã “ærra Geola” (“Primeiro Mês de Jól/Yule”) corresponde ao Jól/Yule e é citada por Bede no século 8. Os Godos tinham “fruma Jiuleis” (“Primeiro Mês de Jól/Yule”) que é citada no século 4. Þorri e Gói são descendentes de Jötnar que deram nomes correspondentes aos meses de Janeiro/Fevereiro e Fevereiro/Março. Ýlir pode estar relacionado etimologicamente com a palavra Jól. Há outra coisa que fala a favor dos nomes dos meses serem genuinamente pagãos, porque senão eles deveriam ter nomes latinos (Janeiro, Fevereiro, etc.). Isso porque na Islândia os nomes dos Deuses foram retirados da semana e substituídos no século 12 pelo bispo Jón Ögmundsson de Hólar. Mas ao que parece os nomes dos meses não foram alterados (provavelmente porque era amplamente conhecido pelo povo, mas alguns meses possuem mais de um nome). O tratado Rím I ou Rímbegla foi escrito no século 12 (os seus manuscritos mais importantes são o AM 625 4to escrito ao redor de 1.300-1.470 e o GKS 1812 4to escrito ao redor de 1.192) e contém material com uma detalhada contagem do tempo islandês, mas essa obra parece ser destinada a sacerdotes cristãos (que conheciam muito bem a cultura clássica). Contudo o Rím I cita todos os signos do Zodíaco e ainda relata: “Os homens pagãos davam nomes aos sinais zodiacais segundo porque eles pensavam que isso movia o tempo (clima) e colheita de cada mês”. Será que os escandinavos précristãos estavam incluídos entre esses homens pagãos? Veja tabela abaixo:
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Denominações no Rím I
Comentários e curiosidades
Aries
Hrúts Merki (“Sinal do Carneiro”)
Touro
Uxa Merki (“Sinal do Touro”)
Gêmeos
Tveggja Bræðra Merki (“Sinal dos Gêmeos”)
Câncer Leão Virgem
Krabba Merki (“Sinal do Caranguejo”) Léo Merki (“Sinal do Leão”) Meyjar Merki (“Sinal da Virgem”)
Libra
Skála Merki (“Sinal da Balança”)
Escorpião
Sporðdreki Merki (“Sinal do Dragão com Cauda”)
Sagitário
Bogmanns Merki (“Sinal do Arqueiro”)
Capricórnio
Steingeitar Merki (“Sinal do Bode Selvagem”)
Aquário Peixes
Vatnbera Merki (“Sinal do Aguadeiro”) Fiska Merki (“Sinal de Peixes”)
É interessante notar que a palavra islandesa “hrútr” (“carneiro”) era associada com os carneiros e talvez também com os bodes. O sinal zodiacal de Aries foi traduzido como Hrútr, mas o mês de Capricórnio (simbolizado pelo Bode ou Cabra que é o regente desse mês) era chamado de Hrútmánuðr na Islândia que significa “Mês do Carneiro” (ou seria Mês do Bode?). Porque os islandeses não usaram as palavras “Hafr” ou “Geit” (ambas as palavras significam “Bode”) para identificar esse mês relacionado com Capricórnio que corresponde a Dezembro/Janeiro? O gado era muito importante para os povos germânicos. Os extintos Auroques também eram que até deram nome a segunda runa do Antigo Fuþark, *Uruz. A Deusa germânica Nerthuz era associada com vacas. A Deusa Gefjon era associada com bois. O manuscrito do séc. 1214 conhecido como GKS 1812 4to chama o sinal de Touro de Griðungr e esse nome aparece na Edda em Prosa como denominação para boi (kenningr). Pode ser tradução vinda do latim. Contudo o manuscrito GKS 1812 4to relata: “...Gêmeos, que nos chamamos de Sinal dos Irmãos”. Isso pode ser uma referência aos olhos de Þjazi ou mesmo os seus dois irmãos: Iði e Gangr. Ou seja: o Sinal dos Irmãos Iði e Gangr era os olhos de Þjazi. Pode ser tradução vinda do latim. Pode ser tradução vinda do latim. A palavra islandesa “mær” além de significar “virgem”, pode significar também “moça”, “donzela”, “moça solteira” ou “filha”. A palavra islandesa “skála” significa “balança” e era usada para pesar ouro e prata. Esse sinal possui uma curiosidade: “sporðdreki” em islandês significa originalmente “dragão com cauda”, mas foi usado para traduzir o sinal de Escorpião. Dreki (“Dragão”) é uma palavra antiga (provavelmente (provavelmente estrangeira), mas muito comum na poesia nórdica do século 10 e 11. Isso é muito estranho porque tanto os babilônicos quanto os gregos viam essa constelação como um escorpião. Isso seria uma evidência de que essa constelação era conhecida pelos nórdicos como “Dragão com Cauda” antes do contato com a cultura clássica? Outra identificação estranha feita pelos islandeses. Essa constelação era um centauro para os gregos (Quíron) e para os babilônicos (Nergal?). A criatura nórdica semelhante a um centauro é o Finngálkn (criatura meio homem meio animal), mas essa identificação não foi usada. Em vez disso essa constelação foi t raduzida como Arqueiro (Bogmann). Contudo o manuscrito GKS 1812 4to identifica o Finngálkn com Sagitário (o Centauro). É curioso que os escandinavos identificaram Capricórnio (“Cabra com Chifres”) com o Steingeitar que é um bode selvagem. Mas o mês islandês correspondente a Dezembro e Janeiro representado pela Cabra/Bode (simbolizando Capricórnio) foi chamado de Hrútmánuðr que significa “Mês do Carneiro”. Pode ser tradução vinda do latim. Pode ser tradução vinda do latim.
O Rím I explica os dias da semana escandinava brevemente (provavelmente no período cristão): o Sol era Sól (1º dia da semana), a Lua Máni (2º), Marte Týr (3º), Mercúrio Óðinn (4º), Jove (Júpiter) Þórr (5º), Vênus Freyja (6º) e Saturno o Dia do Banho (7º). O tratado Rím II foi escrito ao redor de 1.275-1.300 (os seus manuscritos mais importantes são o AM 624 4to escrito entre 1.490-1.510, e alguns fragmentos mais antigos como o AM 415 4to escrito entre 1.310, GKS 1812 4to escrito ao redor de 1.300-1.400 e os AM 732 4to e AM 736 I 4to escritos entre 1.300-1.325) e também cita
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o Zodíaco, os cinco planetas, o sol e a lua, e alguns conhecimentos astronômicos. O Rím II cita uma passagem interessante semelhante ao do Rím I: “Os homens pagãos davam nomes a esses sinais, que tinha dividido a faixa do Zodíaco sobre o céu em 12 partes. Esses sinais os latinos chamavam: Á(ries), T(ouro), G(êmeos), C(âncer), L(eão), Vir(gem), L(ibra), Esc(orpião), S(agitário), C(apricórnio), A(quário), P(eixes), e por causa de mais, como era o clima ou as colheitas no mar e na terra”. O autor cita vagamente homens pagãos que pode incluir os escandinavos pré-cristãos ou não, mas ele dá os nomes latinos dos sinais zodiacais. O manuscrito GKS 1812 4to é dividido em 4 partes: a primeira parte contém um glossário em latim, cálculos eclesiásticos e cronológicos, incluindo o Rímbegla, a história de Þorsteinn Surtr, e Oddatala (datado de 1.192); a segunda parte também contém cronologia, e calendários (1.225-1.250); a terceira parte e a quarta parte contém o Algorismus que também se encontra no Hauksbók e fragmentos do Rím II (datados de 1.300-1.400). Assim o manuscrito GKS 1812 4to é um tratado que contém aritmética, calendários e astronomia. O autor do Rím I do GKS 1812 4to usou várias fontes para a sua compilação incluindo fontes islandesas, árabes e latinas. É interessante notar que esse manuscrito contém nomes de constelações de origem nórdica indicando que os islandeses conheciam o zodíaco (isso será abordado ao longo desse estudo).
GKS 1812 4to manuscrito datado de entre 1.182-1.400 com ilustrações do Zodíaco clássico. (http://handrit.is/is/manuscript/imaging/is/GKS04-1812#0000r-FB ).
No séc. 16 Olaus Magnus relatou que Þórr era representado com doze estrelas na cabeça (representando uma constelação? ou simbolizando as doze constelações?) e que o mês de Janeiro era dedicado a ele assim como a Quinta-feira. Mas infelizmente Olaus Magnus escreveu isso em latim e ele não nos deu o nome do mês na sua língua materna (que era sueco). Nas duas representações artísticas de Þórr de Olaus Magnus numa o Deus tem 12 estrelas na cabeça e noutra tem 7 estrelas. Será que essa representação era apenas para simbolizar que Þórr era o senhor dos céus e das estrelas?
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Jakob Grimm menciona uma Antiga Crônica Sueca (Prosaiska Krönikan) onde Þórr é descrito com sua carruagem (Karlavagn, o Grande Carro da Ursa Maior) e segurava sete estrelas na mão (“Thor se senta nu como uma criança, com sete estrelas na mão e Karlavagn”). O sueco Ericus Olai (no século 15) também menciona sete estrelas na mão de Þórr. Peter A. Munch acreditava que as sete estrelas na mão de Þórr poderia ser uma má tradução do texto de Adam de Bremen (“Thor autem cum sceptro Iovem (Júpiter) simulare videtur”, “Iovem” foi entendido posteriormente segundo ele como “juvenem” (jovem ou criança) e “sceptro” (cetro) como “Septentrio” (sete), que foi identificado com as sete estrelas da Ursa Maior e/ou talvez as Plêiades). Contudo Þórr era associado com estrelas nas Eddas: Aurvandilstá (Skáldskaparmál) e Þjaza Augu (Hárbarðsljóð), assim a representação dessas estrelas sobre Þórr pode ser eco de antigas tradições pagãs. Em alguns templos Þórr era representado em sua carruagem segundo o Flateyjarbók e a Saga Ólafs Tryggvasonar. O próprio Þórr andava na sua carruagem puxada por bodes. O deus finlandês Jumala também era representado com uma coroa com 12 gemas o qual Johannes Schefferus apontou semelhanças com Þórr no século 17. Johannes Messenius no século 17 também relata que Þórr era representado com coroa, cetro e 12 estrelas. O poema Grímnismál conta que Óðinn após ser torturado por Geirröðr e ser ajudado por Agnarr (Grímnismál 1-3) ele resolve revelar sua verdadeira identidade. Então ele descreve as moradas divinas para Agnarr. Óðinn descreve o lar de Þórr, Ullr e Freyr, Óðinn, Sága, Skaði, Baldr, Heimdallr, Freyja, Forseti, Njörðr e Víðarr (Grímnismál 417). Óðinn é relacionado com três casas. O Deus narra fatos sobre o Valhöll, seus animais e os Einherjar (Grímnismál 18-22); dá mais alguns detalhes do Valhöll e de Þrúðheimr (Grímnismál 23-24); cita os animais que ficam em Yggdrasill (Grímnismál 25-26); os rios que correm pelo universo (Grímnismál 27-29); os cavalos dos Deuses (Grímnismál 30); as três fontes e outros animais (Grímnimál 31-35); as Valkyrjur (Grímnismál 36); a Sól e Máni (Grímnismál 37-39); a Terra (Grímnismál 40-41); os filhos dos Ívaldi e as coisas mais importantes de vários tipos (Grímnismál 42-44); o despertar dos Deuses (Grímnismál 45); por fim Óðinn se revela e decreta o destino de Geirröðr (Grímnismál 46-54). O Grímnismál é datado da primeira metade do século 10 (segundo Henry Adams Bellows) e isso parece coincidir com o calendário da Islândia existente antes de 955 de doze meses. Se esse calendário já existia na Islândia então o número 12 pode não ser influência clássica ou cristã como muitos pensam. Os Anglosaxões tinham um calendário de doze meses (e tinham um décimo terceiro mês quase do mesmo modo que os islandeses adicionavam dias extras pra acertar seu calendário). A runa *Jera (j) do antigo Fuþark representava o número 12 e um dos seus significados é “ano” (seria isso uma evidência de que todos os povos germânicos tinham um calendário de doze meses?). A Islândia segundo o Landnámabók foi colonizada a partir de 874 e segundo Ari hinn Fróði o calendário foi alterado ao redor de 955-960. Esse antigo calendário islandês tinha apenas duas estações Verão e Inverno, que é típico dos países nórdicos (confirmando assim sua possível origem escandinava). Contudo o calendário islandês foi alterado na segunda metade do século 10. Há outras evidências que apontam isso. O rei Hákon góði (“o bom”) havia alterado a data do Jól/Yule por decreto para coincidir com o natal cristão na segunda metade do século 10. No século
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12 o antigo calendário islandês começava o mês sempre num dia específico da semana, exemplo: o mês Þorri sempre começava na sexta-feira entre 9-16 de Janeiro no antigo estilo (e na sexta-feira entre 19-26 de Janeiro no novo estilo), ou seja, sempre tinha que cair na sexta-feira entre esses dias e assim por diante. Veja tabela abaixo: Estações
Os nomes dos meses no Bókarbót (século 12) e Rím II (século 13)
Os nomes dos meses segundo Snorri Sturluson, Edda em Prosa (século 13)
Moderno Islandês (século 15 em diante)
Início do Mês
Calendário Juliano Antigo Estilo (do século 11 ou 12 até o século 17)
Calendário Gregoriano Novo Estilo (do século 17 até o presente)
1º Mês de Inverno
Gormánuðr (“Derramamento de Sangue”) Ýlir (“Yule?”)
Gormánuðr
Gormánuður
11-18 de Outubro
21-28 de Outubro
Frermánuðr (“Mês da Geada”)
Ýlir
10-17 de Novembro
20-27 de Novembro
Jólmánuðr (“Mês do Jól/Yule”) ou Mörsugr (“Sugar a Medula”) Þorri (“Árido?”)
Hrútmánuðr (“Mês do Carneiro”)
Mörsugur
Sábado (dia do banho, Njörðr?) Segundafeira (dia de Máni) Quarta-feira (dia de Óðinn)
10-17 de Dezembro
20-27 de Dezembro
Þorri
Þorri
9-16 de Janeiro
19-26 de Janeiro
Gói (“Neve Fina?” ou “Aurora?”) Einmánuðr (“Único Mês”) Sumar (“Verão”)
Gói
Góa
Sexta-feira (dia de Freyja) Domingo (dia da Sól)
8-15 de Fevereiro
18-25 de Fevereiro
Einmánuðr
Einmánuður
Gaukmánuðr (“Mês do Cuco”), Sáðtíð (“Época de Semeadura”) Eggtíð (“Época do Ovo”), Stekktíð (“Época do Recinto do Cordeiro”) Sólmánuðr (“Mês da Sól”), Selmánuðr (“Mês da Pastagem”) Heyannir (“Tempo da Ceifa”) Kornskurðarmánuðr (“Mês do Corte do Cereal”) Haustmánuðr (“Mês de outono”)
Harpa (“Harpa?” ou “Concha?”)
Terça-feira (dia de Týr) Quinta-feira (dia de Þórr)
10-16 de Março 9-15 de Abril
20-26 de Março 19-25 de Abril
Skerpla (“Afiada?” ou “Casca?”)
Sábado (dia do banho, Njörðr?)
9-15 de Maio
19-25 de Maio
Sólmánuður
Segundafeira (dia de Máni)
8-14 de Junho
18-24 de Junho
Heyannir
Domingo (dia da Sól) Terça-feira (dia de Týr)
13-20 de Julho
23-30 de Julho
12-19 de Agosto
22-29 de Agosto
Quinta-feira (dia de Þórr)
11-18 de Setembro
21-28 de Setembro
2º Mês de Inverno 3º Mês de Inverno 4º Mês de Inverno 5º Mês de Inverno 6º Mês de Inverno 1º Mês de Verão 2º Mês de Verão
Annar Mánuðr (“Segundo Mês”)
3º Mês de Verão
Þriði Mánuðr (“Terceiro Mês”)
4º Mês de Verão 5º Mês de Verão
Fjórði Mánuðr (“Quarto Mês”) Tvímánuðr (“Mês Duplo”)
6º Mês de Verão
Sétti Mánuðr (“Sexto Mês”)
Tvímánuður Haustmánuður
O sol e a lua sempre tiveram grande importância para os povos do passado e esses astros eram usados na criação de calendários (para navegação, colheita, contagem do tempo, etc.). O Verão sempre começava na quinta-feira (dia de Þórr) e o Inverno sempre no sábado (dia do banho). Mas há uma versão onde o Inverno começava na sexta-feira. A diferença da data do início do Inverno é devido à imprecisão desse calendário. As semanas eram numeradas a partir da primeira semana de uma das duas estações (misseri) de 1 a 26 (27 em ano bissexto). Não se sabe ao certo se esses dias na qual a semana islandesa começava era a mesma usada na era viking, mas pode ser que sim. Porque a semana intercalada servia para preencher os dias que faltavam no calendário islandês para corresponder com o calendário Juliano (usado pela igreja). Contudo o
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antigo calendário norueguês e sueco começava o Inverno no dia 14 de Outubro e o Verão no dia 14 de Abril (esses calendários eram fixados nessas datas e não num dia da semana). No século 8 Bede mencionou os nomes dos meses do calendário Anglo-saxão e seus nomes romanos correspondentes. Esse calendário tinha doze meses, mas em alguns anos se adicionava o Þriliða (“Terceiro Liða”), provavelmente para acertar o calendário. Nome dos Meses Anglo-saxão
Nome Romano Correspondente
Æfterra Geola (“Depois do Yule”) Solmonað (“Mês do Sol?”) Hreðmonað (“Mês de Hreð”) Eostermonað (“Mês de Eostre”) Þrimilcemonað (“Mês das Três Ordenhas”) Ærra Liða (“Antes do Meio do Verão”) Æftera Liða (“Mês Depois do Meio do Verão”) Weodmonað (“Mês de Plantar”) Haligmonað (“Mês Sagrado”) Winterfylleð (“Lua Cheia do Inverno”) Blotmonað (“Mês do Sacrifício”) Æerra Geola (“Antes do Yule”)
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
No século 9 Einhard relatou que Carlos Magno manteve os nomes dos meses na sua própria língua em vez de usar os nomes romanos. Nota-se que são doze meses. Nome dos Meses Francos
Nome Romano Correspondente
Wintarmanoth (“Mês de Inverno”) Hornung (“Perda dos chifres?”) Lentzinmanoth (“Mês da Primavera”) Ostarmanoth (“Mês de Eostre”) Winnemanoth (“Mês da Alegria”) Brachmanoth (“Mês da Floração”) Heuvimanoth (“Mês da Ceifa”) Aranmanoth (“Mês da Coleta”) Witumanoth (“Mês da Madeira”) Windumemanoth Windumemanoth (“Mês do Vinho”) Herbistmanoth (“Mês da Colheita”) Heilagmanoth (“Mês Sagrado”)
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Esses exemplos de calendários apenas reforça a ideia de que os povos germânicos tinham um calendário muito parecido determinado provavelmente pela lua e pelo sol. A palavra “mês” (mánuðr no islandês, monað no inglês arcaico, manoth no alto-antigo alemão) nas línguas germânicas era relacionada com a lua (o Deus Máni). O Vafþrúðnismál 23 relata que Sól e Máni viajam pelo céu todos os dias para contar o tempo para os homens. Esse mesmo poema ainda conta que as fases de Máni eram usadas para contar o tempo para os homens. A Völuspá 6 conta que os Deuses deram nome para Noite (Nótt), as fases lunares (nið), manhã (morginn), meio dia (miðdegi), entardecer (undorn) e anoitecer (aptan) para contar os anos. Nota-se que essas passagens da Völuspá dizem que o tempo corre apenas para os homens. Depois de conhecer um pouco os calendários germânicos, iremos agora estudar as descrições do poema Grímnimál que se parecem incrivelmente com o Zodíaco e as semelhanças podem ser vistas:
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04-“Sagrada é a terra que eu vejo estendida perto dos Æsir e dos Álfar (Elfos); em Þrúðheimr Þórr habitará até a ruína dos Regin (Deuses).” Þrúðheimr (ou Þrúðvangr) é a casa de Þórr e seu símbolo é o bode, então certamente corresponde ao sinal de Capricórnio. Þrúðheimr é o “Mundo do Poder” e seu salão Bilskírnir é o “Brilho Momentâneo”, ambas fazendo alusão ao trovão e ao raio. O salão Bilskírnir possui 540 quartos e é a maior residência conhecido pelo homem. Þórr andava pelos céus em sua carruagem puxada por dois bodes, Tanngnjóstr e Tanngrisnir, e trazia as chuvas, o relâmpago, o trovão, o granizo e tempestades. O bode é um antigo símbolo do Jól/Yule (Dezembro) na Escandinávia. O mês islandês Hrútmánuðr, citado na Edda de Snorri, significa “Mês do Carneiro”, e corresponde aos meses de Dezembro/Janeiro, o mês de Capricórnio. Será que foi isso que Olaus Magnus quis dizer sobre Janeiro ser dedicado à Þórr? O outro nome desse mês em islandês era Mörsugr que significa “Sugar a Medula” e isso nos faz lembrar Þjálfi quebrando o osso do bode de Þórr. Conta-se que um dos bodes de Þórr ficou manco da perna traseira por culpa de Loki (Hymiskviða 37) que aconselhou Þjálfi a quebrar o osso do animal para extrair o tutano (Gylfaginning 44) e o sinal de Capricórnio possui as patas traseiras na forma de peixe. Existe a cabra Amaltéia na religião grega, que alimentou Zeus/Júpiter na infância e que quebrou um dos chifres, essa história possui muitas semelhanças com o relato de Þórr matar seus bodes e come-los e o osso quebrado do bode. Contudo os gregos identificavam a cabra Amaltéia com a estrela Capella de Auriga, mas a constelação de Capricórnio possui conexões com Zeus. É dito que Zeus atirou o animal ao céu após ele tê-lo ajudado na guerra contra os Titãs. O calendário islandês era muito parecido com o calendário Juliano (mas não igual) pelo qual foi substituído, e isso pode indicar que o ano islandês começava no fim de Dezembro. Como o Jól/Yule é a maior festividade nórdica então eu usei isso para marcar como primeiro mês (Þórr era adorado durante o Jól/Yule, Fornmanna Sögur 10, 178). Bede contou que o calendário Anglosaxão começava no fim de Dezembro (no dia 25 de Dezembro). O outro nome desse mês islandês também era Jólmánuðr (“Mês do Jól/Yule”) e os sacrifícios realizados nessa época era o Jólablót (“Sacrifício do Jól/Yule”). Thietmar de Merseburg contou que o povo de Lejre sacrificava para os Deuses no mês de Janeiro a cada 9 anos. Eu resolvi identificar a casa de Þórr, Þrúðheimr, com Capricórnio por razões obvias: o Bode e o Carneiro. Mas também por que Olaus Magnus havia dito que Þórr era venerado no primeiro mês do ano que é Janeiro. Vigfússon Gudbrand também informa que o antigo calendário islandês começava na véspera do Jól/Yule. Outra coisa que fala a favor disso é o fato de Dezembro e Janeiro serem os meses mais rigorosos no Inverno e Þórr é o inimigo dos Gigantes e é ele que faz o gelo retroceder. A Grettis Saga, a Eyrbyggja Saga e a Flóamanna Saga dão a entender que os fantasmas e Trolls ganham mais força no tempo do Jól/Yule. Snorri havia dito que Þórr era temido por todos os espíritos malignos e seria natural colocar Þórr como o protetor desse sinal porque ele afastava tais criaturas. Veja figura abaixo:
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Frigg, Þórr e Óðinn, Olaus Magnus, séc. 16 (as estrelas na cabeça de Þórr quando invertidas lembra muito a constelação de Capricórnio e Olaus associa o Deus com Janeiro o mês de Capricórnio).
05-“Ýdalir se chama onde Ullr tem um salão construído; os Tívar (Deuses), no início dos tempos, deram Álfheimr para Freyr, como dádiva do dente.” Ýdalir (“Vale dos Teixos”) é a casa de Ullr e corresponde ao sinal de Aquário (Janeiro/Fevereiro) e Ullr, segundo Saxo Grammaticus, andava sobre o mar em ossos encantados. Ullr também tinha conexão com a neve, que no norte nessa época do ano era comum e o Aquário se encaixa perfeitamente nesse sentido. Olaus Magnus também contou que Ullr atravessava o mar num osso encantado. O mês islandês correspondente é Þorri (“Árido?”) e os sacrifícios nesse mês eram o Þorrablót (“Sacrifício de Þorri”). Na mesma estrofe Álfheimr é citado como morada de Freyr e nisso somos levados a crer que isso desqualifica um “Zodíaco Nórdico” porque seria treze casas em vez de doze; porém, Álfheimr é um dos nove mundos e não poderia fazer parte desse esquema a não ser que Ýdalir ficasse perto ou mesmo em Álfheimr (da mesma forma que Þrymheimr fica em Jötunheimr). Além disso, a estrofe 4 parece fazer essa associação: “Sagrada é a terra que eu vejo estendida perto dos Æsir (referência à casa de Ullr?) e dos Álfar (referência à casa de Freyr?); em Þrúðheimr Þórr habitará...”. Então é provável que Ýdalir se situasse perto ou em Álfheimr por isso foram colocados juntos na mesma estrofe. Desse modo originalmente seriam doze casas e não treze. Völundr que era chamado de “Senhor dos Álfar (Elfos)” era um grande arqueiro, será que por isso o arqueiro Ullr e Ýdalir era associado com Freyr e Álfheimr? É interessante notar que Olaus Magnus representou Ullr com uma vara ou bolsa nos ombros que produzia o vento. Freyr também é associado à chuva (Gylfaginning 24) e vento (Hallfreðar Saga Vandræðaskálds II). A Gísla saga Súrssonar conta que os homens pagãos acreditavam que Freyr havia protegido a sepultura de Þorgrímr, seu fiel adorador, não permitindo que a neve a cobrisse ou a danificasse. Veja figura abaixo:
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Ullr produzindo vento com uma vara e/ou bolsa segundo Olaus Magnus, séc. 16 (essa descrição lembra a representação da constelação de Aquário, que segura uma urna ou vaso onde despeja água).
06-“A habitação que se encontra em terceiro, pelos alegres Regin, com salão de tetos de prata, é chamado Valaskjálf; e foi fundado pelo Áss (Deus Óðinn) no início dos tempos.” Valaskjálf (“Assento dos Mortos”), o salão de Óðinn, corresponde ao sinal de Peixes (Fevereiro/Março). Óðinn mandou Loki roubar o colar de Freyja e Heimdallr lutou com ele, ambos em formas de focas, pela posse da joia e deve ser isso a explicação para esse sinal. O mês islandês correspondente é Gói (“Neve Fina?” ou “Aurora?”) e os sacrifícios nessa data eram chamados de Góiblót (“Sacrifício de Gói”). Gói era filha de Þorri e este era filho de Snær e este último de Fornjótr. A numeração começa aqui como “terceira” casa. Os tetos de prata do Valaskjálf podem ser uma alusão à neve. 07-“Sökkvabekkr é chamado o quarto, onde passam frescas ondas rugindo; ali Óðinn e Sága bebem todos os dias, alegremente, em recipientes dourados.” Sökkvabekkr (“Correnteza Profunda” ou “Bancos Afundados”), a casa de Sága e Óðinn, corresponde ao sinal de Áries (Março/Abril). Snorri no Gylfaginning conta que apenas Sága reside em Sökkvabekkr, que é um grande domicílio. Sökkvabekkr tem ondas frescas possivelmente anunciando a chegada do verão que corresponde ao mês de Março/Abril. A cabra Heiðrún pode ser a representante desse sinal já que é dito no Grímnismál e Gylfaginning que ela fica na árvore Læraðr (Yggdrasill) no Valhöll mordendo as folhas e gerando abundante hidromel. Seria essa bebida tomada por Sága e Óðinn todos os dias? O mês islandês correspondente é Einmánuðr que significa “Único Mês”. Será que Sága teria alguma relação com a Deusa anglo-saxã Eostre/Ostara (“Leste”)? O mês de Abril era chamado de Eosturmonath (“Mês de Eostre”) pelos Anglo-saxões segundo Bede. Alguns pesquisadores associam Sága com Frigg devido à similaridade do lar de ambas e por elas serem associadas com Óðinn. Contudo Frigg é
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conhecida por não revelar eventos futuros (Lokasenna 25 e 29) e o nome de Sága significa “Narrar” ou “Contar”. Isso faz uma distinção entre essas duas Deusas e fala contra essa identificação. Contudo deve ser lembrado que Paulo Diácono relatou que Frea (Frigg) enganou Godan (Óðinn) virando a cama do Deus para leste para que ele desse a vitória aos Winniles (que depois se transformaram em Longobardos). Mas se a casa de Sága corresponder à Áries então fica obvio haver alguma distinção entre ela e Frigg, porque a mãe de Baldr era associada com o cinto da constelação de Órion (Roca de Frigg) que fica ao lado oposto de Áries (Sökkvabekkr) e com Touro (Glaðsheimr) no meio. Será que o cinto da constelação de Órion era associado com a casa de Frigg em tempos pagãos? Será que foi por isso que a casa de Frigg ficou de fora das doze casas divinas? 08-“Glaðsheimr é chamado o quinto, onde o brilho do ouro do vasto Valhöll se encontra; e lá Hroptr (Óðinn) escolhe todos os dias os homens que morrem pelas armas.” 09-“Muito é reconhecido por aqueles que chegam à Óðinn, ao ver o salão: com lanças o teto é sustentado, com escudos o salão é coberto, cotas de malhas estão espalhadas pelos bancos.” 10-“Muito é reconhecido por aqueles que chegam à Óðinn, ao ver o salão: um lobo fica atento perante a porta oeste e uma águia paira acima.” Glaðsheimr (“Terra da Alegria”) deve ser o sinal de Touro (Abril/Maio), o Skáldskaparmál conta que Óðinn com Hænir e Loki não conseguiam cozinhar um boi que haviam encontrado e foram trapaceados por Þjazi e deve ser essa a explicação para esse sinal. Outra possível explicação desse sinal é de que poderia representar um Auroque para os antigos Germânicos ou talvez o boi Himinhrjóðr que Þórr havia matado e usado sua cabeça como isca para poder pescar a Serpente Miðgarðr. A vaca Auðhumbla também pode estar associada com esse sinal. Óðinn pode ser associado duplamente com esse sinal: ele havia esvaziado os recipientes de Hidromel (chifres?) de Gunnlöð e seus guerreiros ficavam fortes como touros (ou ursos) quando entravam em fúria Berserkir. Também é dito que os Berserkir ficavam furiosos como lobos. O Vafþrúðnismál 18 conta que o campo Vígríðr (que está localizado no Valhöll) está a 100 léguas em todas as direções. A estrofe 23 do Grímnismál conta que oitocentos Einherjar saem das quinhentas e quarenta portas do Valhöll (800 x 540 = 432.000) para combater Fenrir no Ragnarökr. Esse número na antiguidade tinha simbolismo religioso
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e astronômico e/ou astrológico e era relacionado com o fim de ciclo, na Índia era chamado Kali Yuga e os babilônicos tinham 432.000 anos de governo atribuídos a 10 reis segundo Berossus. O fim de ciclo escandinavo pode não ter nada a ver com o fim do mundo ou o Ragnarökr descrito nas duas Eddas, mas sim o tempo que Óðinn recolhe os seus (últimos?) escolhidos e eles devem passar por um rio tumultuoso onde Fenrir parece estar localizado (Grímnismál 21). Fenrir poderia tentar devora-los durante o percurso depois de se livrar da espada em sua boca e seriam salvos por Víðarr. Depois desse ciclo tudo recomeçava. Combater ou encarar o lobo seria uma alusão a vencer o último obstáculo da morte, onde os heróis provariam o extremo da coragem. O Gylfaginning conta que Fenrir tentava morder os Deuses mesmo depois de preso até que eles jogaram uma espada na boca do monstro e isso era a mordaça dele. Alguns povos germânicos incluindo os escandinavos tinham o costume de jogar espadas e armas em pântanos, será que isso era uma espécie de ajuda aos guerreiros que partiram? Ou era uma homenagem aos Deuses pelo fato deles terem derrotado Fenrir? Ou era uma maneira de impedir de Fenrir se livrar da espada em sua boca acumulando a mandíbula do monstro com estas armas? Fenrir significa “Aquele que Habita o Pântano”. Uma coincidência incrível pode ser notada: a constelação de Touro fica próxima à constelação de Auriga, que no GKS 1812 4to é chamado de Ásar Bardagi, ou seja, “Campo de Batalha dos Æsir”. Esse mesmo manuscrito diz que onde a constelação de Andrômeda se senta era chamada de Úlfs Kjöptr, ou seja, “Mandíbula do Lobo” (“Andrômeda filha de Cefeu, esposa de Perseu, se senta na Via Láctea, onde nós chamamos Úlfs Kjöptr, entre Peixes e Cassiopeia e Áries e Þríhyrningr...”) pelos escandinavos. O poema Eiríksmál informa que o lobo cinzento vigia a casa dos Deuses. Será que o Glaðsheimr era simbolizado pela constelação de Touro e o Valhöll pela constelação de Auriga (já que a estrofe 8 do Grímnismál afirma que o Valhöll está situado dentro do Glaðsheimr) e Andrômeda era Fenrir? O mês islandês correspondente é Harpa e o primeiro dia de Harpa é o primeiro dia de Verão. O sacrifício Sigrblót (ou Sumarmál) era realizado nessa época em honra de Óðinn para comemorar a vitória do Verão. Óðinn é associado ao símbolo Þríhyrndr (“Três Chifres”) e com o Valknútr (“Nó dos Mortos”) e perto da constelação de Touro fica a constelação de Triângulo que era chamado de Þríhyrningr (“Triângulo”) no manuscrito GKS 1812 4to. A constelação de Triângulo era relacionada com Hermes pelos gregos que era o senhor da escrita a quem Óðinn foi identificado. 11-“Þrymheimr é chamado o sexto, onde habitava o terrível Jötunn Þjazi; agora Skaði, a brilhante noiva dos Deuses, vive no antigo lar de seu pai.” Þrymheimr (“Lar do Estrondo”), o lar de Skaði, seria o sinal de Gêmeos (Maio/Junho) e Skaði (no Skírnismál, Edda Poética) é dito ser a mãe de Freyr e consequentemente de Freyja; mas sua verdadeira conexão com esse sinal é o fato dos olhos de seu pai Þjazi terem se transformado em estrelas conhecidas como “Olhos de Þjazi” (Þjaza Augu)
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graças à Þórr ou Óðinn. Þrymheimr fica em Jötunheimr (tal como Ýdalir parece estar situado perto de Álfheimr). Freyr e Freyja eram filhos de Njörðr e uma Deusa não nomeada, Skaði é dito ser mãe dele(s) no sentido de afeto maternal e consideração. O mês correspondente islandês é Skerpla. É de se notar que Þrymheimr (Gêmeos) fica em Jötunheimr, que está localizado no leste (de onde a Sól se levanta) e isso explicaria porque esse domicílio está na estação do Verão. Enquanto Nóatún (Escorpião) está localizado na estação de Inverno. Seria isso uma referência ao casamento de Njörðr e Skaði onde eles passaram 9 noites em cada uma dessas casas (Gylfaginning 23)? Porém, deve ser dito que esse casamento não vingou. Skaði que é uma divindade ligada ao gelo e inverno está na estação de calor enquanto Njörðr que é um Deus ligado à fertilidade, as colheitas e ao calor está na estação de frio. Será que tudo isso era para manter um equilíbrio entre essas duas forças opostas? O Skáldskaparmál diz que quando Skaði escolheu os pés do seu futuro marido ela pensou que eles pertenciam à Baldr, mas será que isso não era uma referência a casa de Baldr que ficava logo após a dela (Þrymheimr - Breiðablik)? 12-“Breiðablik é o sétimo, onde Baldr tinha edificado um salão para ele, e nessa terra, que eu sei, poucos males existem.” Breiðablik (“Amplo Brilho”) possivelmente seria o sinal de Câncer (Junho/Julho) e Baldr era celebrado no Miðsumarr (“Meio do Verão”) no período do mês de Junho segundo Jakob Grimm. É possível que esse sinal seja uma representação do navio de Baldr, Hringhorn, o “Proa Encurvado”, com seus remos estendidos. Baldr vivia em Breiðablik e ele possui conexões solares e sua casa cai no mês Sólmánuður (“Mês da Sól (do Sol)”). Será que o grande brilho do lar de Baldr seria uma alusão ao brilho do sol? O outro nome desse mês islandês era Selmánuðr e significa “Mês da Pastagem” e isso sugere o caráter agrário de Baldr. O outro nome de Baldr é Phol e significa “Pleno” ou “Abundancia” (que é associada com a palavra “full” em inglês e “voll” em alemão com o mesmo significado). Baldr é associado com a flor Baldrsbrá. Olaus Magnus conta que o povo acendia fogueiras no Miðsumarr e elas podem ter conexões com Baldr já que ele foi queimado em seu navio. Câncer é associado à água e Baldr segundo Saxo havia feito jorrar água da terra para saciar seus guerreiros e segundo Snorri Baldr foi queimado a beira mar dentro do seu navio. 13-“Himinbjörg é o oitavo, onde Heimdallr, dizem, governa o templo; ali o guardião dos Deuses bebe no tranquilo salão, feliz, o bom hidromel.” Himinbjörg (“Montanha Celeste”), o lar de Heimdallr, seria o sinal de Leão (Julho/Agosto). Os sentidos de Heimdallr são sinais solares, ou seja, o sol tudo ouve e
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tudo vê (embora o sol seja feminino no norte, Heimdallr também possui características solares, assim como Freyr, Baldr e Þórr). Um dos gatos de Freyja poderia ser o símbolo desse sinal ou então o lobo com rédeas de víboras da Giganta Hyrrokkin. Contudo é mais provável que seja a representação do cavalo do Deus, Gulltoppr (“Franjas de Ouro”) ou talvez o galo Gullinkambi (“Crista de Ouro”). O mês islandês correspondente é Heyannir (“Tempo da Ceifa”). A ponte do arco-íris Bifröst está localizada neste salão e a cor vermelha arde em fogo, tanto o arco-íris quanto o fogo lembram o sol, que rege esse signo (o fogo sempre foi associado ao sol no passado e o arco-íris surge depois que o sol brilha nas gotas de chuva no ar). 14-“Fólkvangr é o nono, onde Freyja nomeia assentos em seu salão; metade dos mortos ela escolhe todos os dias e Óðinn tem a outra metade.” Fólkvangr (“Campo do Povo” ou “Campo dos Guerreiros”) seria o sinal de Virgem (Agosto/Setembro) e Freyja seria a representação da mulher nessa constelação. Embora muitos possam discordar dessa associação, Freyja era vista como uma mulher muito digna, as esposas e mulheres de grande destaque eram chamadas de Frú (“Dama” ou “Senhora”) em homenagem à Freyja. Ou talvez a representação desse sinal seja de uma Valkyrja. Freyja era relacionada com as Valkyrjur (na Sörla Þáttr Freyja ordena a Valkyrja Göndul que faça guerra entre dois reis). Essa constelação para os gregos e babilônicos era associada com a fertilidade já que essa Virgem segurava um ramo de trigo ou cevada (gregos e babilônicos respectivamente). Freyja era a Deusa da fertilidade e quando Hrungnir estava em Ásgarðr apenas Freyja ousou servi-lhe bebida. Outra semelhança entre Freyja e Virgem pode ser notada: Freyja usava um casado de penas de falcão e Virgem era representava com asas nas costas na arte greco-romana. O mês islandês correspondente é Tvímánuðr que significa “Mês duplo”. Seria esse mês uma alusão aos gêmeos Freyja e Freyr? 15-“Glitnir é o décimo, ele tem pilares de ouro e o telhado é coberto com prata; onde Forseti habita a maior parte do dia e aquieta todas as brigas.” Glitnir (“Brilhante”) é o local onde Forseti acaba com as disputas e discórdias e seria o sinal de Libra (Setembro/Outubro), a Balança. Forseti é o Deus da justiça e da paz. Forseti é identificado com o frísio Fosite que também é um Deus da justiça e das leis. Conta-se que Carlos Magnus desejava coletar leis para todos os povos subjugados por ele e havia convocado 12 representantes do povo Frísio, os Asegas (“Falantes da Lei”) para relata-las. Mas eles não conseguiram faze-lo então o rei permitiu-lhes escolher sua pena: morrer, tornar-se escravo ou ser colocada a deriva no mar num barco sem leme. Eles escolheram a última opção e então oraram por socorro, nesse momento apareceu
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um 13º homem com um machado dourado no ombro, que conduziu o barco com o machado até terra firme. Então ele atirou o machado ao chão onde jorrou uma fonte, dali ele os ensinou leis e então desapareceu, mas essa divindade e a fonte são identificadas com Fosite e Fositesland (Helgoland). O mês islandês correspondente é Haustmánuðr. Forseti era associado com o ouro e prata, pois sua casa tinha pilares de ouro e tetos de prata. A balança nórdica era usada para pesar prata e ouro. É provável que a constelação de Libra represente a balança de Forseti (isso é teoria, pois nenhuma fonte menciona uma balança em posse do Deus) ou talvez o seu machado. 16-“Nóatún é o décimo primeiro, onde Njörðr tinha edificado um salão para ele; o governante dos homens, sem crime preside o edificado altar.” Nóatún (“Recinto dos Navios” ou “Cidade dos Navios”), o lar de Njörðr, seria o sinal do Escorpião (Outubro/Novembro). A possível explicação desse sinal é de que seria uma representação de um kraken ou algum tipo de animal marinho. Saxo conta que Haddingr matou uma criatura marinha divina e para apaziguar os Deuses ele teve de sacrificar vitimas negras para Freyr e esse sacrifício ficou conhecido como “Frøblót” (“Sacrifício de Freyr”). Teria esse evento alguma relação com o sinal de Escorpião? Freyr e Njörðr quase sempre eram adorados juntos. O mês islandês correspondente é Gormánuðr que significa “Derramamento de Sangue”, mas nesse mês eram guardados animais mortos para os meses de inverno. Bede conta que os Anglo-saxões sacrificavam o gado aos Deuses no mês “Blotmonað” que corresponde a Novembro. O Vetrnætr (“Noites de Inverno”) marcava a chegado do Inverno e o Vetrnátta Blót (“Sacrifício das Noites de Inverno”) era a festa sacrifical realizada nos primeiros dias do mês Gormánuðr. A Ynglinga Saga cap. 8 também menciona sacrifícios no Inverno. A VígaGlúms Saga e a Hervarar Saga mencionam também que o Dísablót era realizado no outono nas Noites de Inverno que corresponde ao mês Gormnánuðr. O Álfablót (“Sacrifício aos Elfos”) parece estar associado com essa data. A Gísla Saga conta que Þorgrímr tinha feito um sacrifício para Freyr no Vetrnætr. A Völsa Þáttr também conta que o pênis de um cavalo era adorado nessa época e pode ter conexões com Freyr. Será que tudo isso teria algum tipo de conexão? Será que esses sacrifícios feitos nesse mês eram relacionados com a façanha de Haddingr matando o animal marinho onde o povo continuou fazendo sacrifícios para apaziguar os Deuses? 17-“A mata e a grama cresce em Víði, a terra de Víðarr; onde o filho deixará as costas de seu cavalo valentemente para vingar o pai.” Víði (“Floresta (de Salgueiro?)”), o lar de Víðarr, seria o sinal de Sagitário (Novembro/Dezembro) e Víðarr é dito esperar o fim dos tempos em seu cavalo para
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vingar seu pai e Sagitário representava um centauro (para os gregos e babilônicos). O arqueiro Váli também poderia ser a representação desse signo já que ele é mencionado junto com Víðarr (Gylfaginning (Gylfagin ning 53 e Vafþrúðnismál Vafþrúðnis mál 51). A arma de Víðarr segundo a Völuspá é uma espada, mas na cruz de Gosforth é uma lança (seus sapatos mágicos também são mencionados por Snorri). O signo de Sagitário é visto apenas parcialmente no norte bem abaixo do horizonte e o Grímnismál menciona que na casa de Víðarr cresce a vegetação e talvez seja uma alusão a isso. O mês islandês correspondente é Ýlir, cujo significado é debatido, mas acredita-se estar associado ao Jól/Yule. O salgueiro cresce principalmente em terrenos úmidos e frios. É interessante notar que as casas celestes começavam com Þórr e terminava com Víðarr que são respectivamente os dois mais fortes dos Deuses (juntamente com Magni). Segundo Snorri Víðarr ajudava os Deuses em momentos de dificuldades. Será que ele também afastava o gelo como Þórr fazia? A palavra nórdica correspondente a Zodíaco é Sólmarkahringr que significa “Marca do Círculo da Sól (Sol)”. Veja abaixo a tabela de como seria a Sólmarkahringr ou Zodíaco (Lembrando que é teoria): Sinal
Mês (Islandês Moderno)
Grímnismál
B Capricórnio
Dez./Jan. (Mörsugur)
Þrúðheimr
N Aquário
Jan./Fev. (Þorri)
Ýdalir (em Álfheimr)
M Peixes
Fev./Mar. (Góa)
Valaskjálf
x Áries
Mar./Abril (Einmánuður)
Sökkvabekkr
c Touro
Abril/Maio (Harpa)
Glaðsheimr
v Gêmeos
Maio/Jun. (Skerpla)
Þrymheimr (em Jötunheimr)
b Câncer
Jun./Jul. (Sólmánuður)
Breiðablik
n Leão
Jul./Ago. (Heyannir)
Himinbjörg
m Virgem
Ago./Set. (Tvímánuður)
Fólkvangr
X Libra
Set./Out. (Haustmánuður) (Haustmánuður)
Glitnir
C Escorpião
Out./Nov.(Gormánuður)
Nóatún
V Sagitário
Nov./Dez. (Ýlir)
Víði
O Grímnismál menciona o cozinheiro Andhrímnir, o javali Sæhrímnir e o caldeirão Eldhrímnir (estrofe 18) que podem ser a constelação de Centauro (parcial), Lobo e Altar respectivamente (o Centauro está matando o Lobo e perto deles está o Altar de fogo); Geri e Freki (estrofe 19 e também 10, o lobo guardião do Valhöll é um desses dois lobos, isso será explicado logo abaixo) talvez fossem às constelações de Lagartixa e Raposa; e Huginn e Muninn (estrofe 20) seriam as constelações de Águia e Corvo. Como tudo isso é associado à Óðinn então essas constelações devem estar perto umas das outras, mas eles são citados depois da casa de Víðarr (Sagitário) e isso talvez indique a localização delas. Sabemos que as constelações de Centauro, Lobo e Altar não são visíveis na Escandinavia, mas elas podem ter sido apresentadas aos Godos por Deceneus (ou Dicineus) já que ele ensinou o Zodíaco para esse povo segundo Jordanes e eles poderiam ter levado esse conhecimento para a Escandinávia. Contudo as
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constelações de Centauro, Lobo e Altar, eram vistas há 5.000 anos a.C. na Escandinávia (para essa visualização eu usei o programa Stellarium). Em 1.800 a.C. (idade do bronze) apenas Centauro e Lobo eram vistos na Escandinávia e ainda parcialmente, Altar já havia afundado no horizonte. Já no ano 500 d.C. na Escandinávia nenhuma dessas constelações podiam ser vistas, pois elas já tinham afundado no horizonte. Uma curiosidade deve ser contada sobre isso: no tempo que essas constelações eram vistas na Escandinávia há 1.800 anos a.C. Sagitário e Escorpião também eram totalmente visíveis. Deve ser lembrado que os povos escandinavos passavam quase tudo oralmente e provavelmente esses fatos foram transmitidos de geração em geração. Embora seja debatido se a religião da idade do bronze era a mesma da era viking, é inegável que ambas possuíam muitas similaridades (o Deus que porta um martelo/machado; o Deus que empunha uma lança; a Deusa com colar e olhos dourados; os Deuses irmãos; o Deus com uma mão e muito mais). É muito provável que originalmente era a mesma fé, mas que evoluiu com o passar do tempo através de novos conceitos e novos modos de enxergar as divindades. A constelação de Corvo que pode ser Muninn gira bem próximo ao horizonte e isso pode ser uma alusão ao temor de Óðinn dele não retorna-lo. Há outra possibilidade dessas constelações terem sido conhecidas na Escandinávia. Os Godos sairam da Scandza (geralmente identificada com regiões escandinavas tal como Suécia e Götland) segundo Jordanes, e eles se estabeleceram primeiramente na região do Vístula (atual Polônia) segundo Tácito, porém no século 2 os Godos migraram para as margens do Mar Negro (atual Ucrânia, Roménia e Moldávia). Na Ucrânia do século 2 era possível ver parcialmente Centauro e Lobo, enquanto Sagitário e Escorpião eram bem visíveis (usando o programa Stellarium). Se os Godos mantiveram contato com a Suécia no período das migrações é bem provável que tal conhecimento tivesse sido passado oralmente. Puppis também era visto parcialmente. Usando o programa Stellarium e colocando no ano 200 podemos ver que as constelações de Centauro e Lobo eram vistas parcialmente na Alemanha (Berlin). Escorpião, Sagitário são vistos quase que totalmente nessa mesma época na Alemanha, o casco de Puppis também é parcialmente visível. O Grímnismál conta que poucos sabem do que os Einherjar se alimentam e isso pode ser uma alusão ao “desaparecimento” dessas constelações no horizonte (Centauro, Lobo e Altar). O rio Þund mencionado na estrofe 21 do Grímnismál pode ser uma referência a Via Láctea e Þjóðvitnir uma referência à Fenrir e ele seria a Úlfs Kjöptr (“Mandíbula do Lobo”) que fica no lugar de Andrômeda. Snorri contou que Fenrir foi levado até o lago Ámsvartnir na ilha Lyngvi onde foi acorrentado. Os Deuses colocaram uma espada voltada para cima na boca do monstro e isso fazia Fenrir babar e desse modo surgiu o rio Ván. Outra coisa muito interessante é o fato da constelação de Peixes ficarem bem próximo à Andrômeda, se a constelação de Peixes for à representação de Valaskjálf então um dos Peixes seria aquele que nada nas ondas de Þjóðvitnir e Andrômeda seria realmente a representação de Fenrir. A multidão que atravessa as correntes do rio Þund, parece indicar que os mortos se dirigem para a Via Láctea, que era chamada de Vetrarbraut, o “Caminho do Inverno” (ou “Via Láctea”). Seria uma alusão à Niflheimr
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ou Hel? Porém, também sabemos que há muitos rios cósmicos que ligam a terra dos Deuses, dos Jötnar e a terra dos mortos e pode ser daqui da onde os Deuses retiram os seus escolhidos. A Águia do topo de Yggdrasill seria a constelação de Cisne, o dragão Niðhöggr seria a constelação de Dragão e Ratatoskr seria a constelação da Ursa Menor (mas essa constelação era também conhecida como “Carro da Mulher”). Eu os identifiquei com essas constelações porque a estrela polar troca de lugar com o tempo (devido à precessão de equinócios) e isso pode ser uma alusão à discórdia entre a Águia e o dragão Niðhöggr causadas pelo esquilo Ratatoskr. Essa “discórdia” seria a troca de lugar da estrela polar entre essas constelações. O manuscrito GKS 1812 4to conta que a constelação de Dragão era chamada de Ormr (“Serpente” ou “Dragão”) pelos escandinavos: “... que nós chamamos Vagn (“o Carro [da Ursa Maior]”) e Kvennavagn (“Carro da Mulher [Ursa Menor]”), e essa Ormr, que fica no meio deles e sobre eles o rio sinuoso (Via Láctea)”. Essas denominações da Ursa Maior e Menor (Carro do Homem e da Mulher) são tipicamente nórdicas então o mesmo pode ser dito de Dragão. Assim é muito provável que tanto os escandinavos quanto os greco-romanos viam essa constelação como um dragão provavelmente por causa de sua forma. As estrelas Thuban de Dragão, Polaris da Ursa Menor e Deneb de Cisne serão a estrela polar com o tempo (assim como a Gamma de Cefeu, Alderamin e Vega de Lira). A estrela polar a cerca de 3.000 anos a.C. era Thuban, atualmente é Polaris e em 10.000 d.C. será Deneb (Gamma de Cefeu será a estrela polar no ano 4.100 d.C., Alderamin será no ano 7.500 d.C. e no ano 14.000 d.C. será Vega). A constelação de Lira era às vezes representada como uma águia ou abutre carregando uma lira e isso lembra muito a descrição da águia de Yggdrasill que tinha o falcão Veðrfölnir sentado entre seus olhos (Gylfaginning 16). A constelação de Cisne tem a Lira perto da cabeça. O Grímnismál 10 ainda diz que um lobo guarda a porta oeste do Valhöll, Valgrindr, e uma águia paira acima, o lobo pode ser a constelação da Raposa, a porta do Valhöll seria a constelação de Cefeu e a águia a constelação de Cisne (que fica acima da Raposa). A águia de Yggdrasill pode ser a mesma águia que paira sobre o portão do Valhöll e seria Hræsvelgr. O Grímnismál 22 diz que poucos sabem como a porta sagrada, Valgrindr, está trancada. Essa porta da constelação de Cefeu (cuja própria constelação lembra uma porta) tem uma fechadura que pode ter conexão com a precessão de equinócios, já que duas estrelas de Cefeu se tornarão futuramente a estrela polar (a Gamma de Cefeu e Alderamin) como eu disse anteriormente. Talvez os escandinavos acreditassem que essa porta se abrisse a cada 25.920 anos para os Einherjar saírem para combater o lobo. Outra pista pode ser observada, o Vafþrúðnismál 18 conta que o campo onde os Deuses e Surtr se enfrentarão será Vígríðr e ele está a 100 léguas em todas as direções e a constelação de Cefeu (que é a porta do Valhöll) fica certa hora da noite no centro do céu em todas as direções na Escandinávia (no ano 5.000 a.C. ficava bem próxima ao centro no céu; no ano 1.800 a.C. ela ficava quase no centro e no ano 793 d.C. ficava bem no centro do céu). A era viking teve início em 793.
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Eu devo fazer mais alguns comentários acerca das constelações vizinhas: Corona Borealis, Hércules e o Carro da Ursa Maior. A constelação de Hércules poderia ser relacionada com Þórr já que Tácito parece identificar Þonar/Þunor/Þórr com o Hércules (provavelmente por causa da similaridade entre os dois: arma, função, etc.), pois ao seu lado vemos Corona Borealis que pode ser o “Dedo de Aurvadill” (Aurvandilstá). Além de tudo Hércules é vizinho da faixa da Via Láctea que pode estar relacionada com Jörmungandr (isso será abordado mais abaixo). Snorri conta que Þórr estava nadando ao norte de Élivágar onde ele tirou o dedo congelado de Aurvandill e o atirou para o céu transformando-o numa estrela. O dragão Niðhöggr vive em Hvergelmir no Niflheimr, que é o mundo localizado no norte. De Hvergelmir surgiram o Élivágar (Gylfaginning 5). Hræsvelgr pode ser a águia de Yggdrasill já que ele é dito ficar no fim do céu do norte. Niflheimr é o mundo da morte e Hræsvelgr significa “Devorador de Cadáver”. Perto da constelação de Hércules está à constelação da Ursa Maior que era relacionada com Þórr (e Óðinn), o Grande Carro. Juntando as peças podemos supor que Þórr (Hércules) havia deixado seu carro (Grande Carro) pra trás e estava perto de Élivágar (Via Láctea) onde ele jogou o dedo de Aurvandill (Corona Borealis) no céu. As Eddas mencionam vários rios cósmicos (Grímnismál 26-29, Vafþrúðnismál 16, Gylfaginning e Skáldskaparmál) e muitos deles parece ser uma alusão à Via Láctea ou uma parte disso tais como: Élivágar, Ífingr, Körmt e Örmt, os dois Kerlaugar e Vimur. Os veados Eikþyrnir, Dáinn, Dvalinn, Duneyr e Duraþrór seriam a constelação de Cassiopeia já que eles ficam no centro da Via Láctea, de onde Eikþyrnir enche os rios cósmicos e os outros quatro mordem os ramos de Yggdrasill. A constelação de Cassiopeia (que forma um W) para os Lapões era o chifre de uma rena ou alce; os Chukchis siberianos viam as cinco estrelas mais importante dessa constelação como cinco veados ou renas. O Grímnismál 29 informa que Þórr deve atravessar os rios Körmt e Örmt e os dois Kerlaugar quando vai julgar em Yggdrasill. Se Þórr representa a constelação de Hércules então ele deve atravessar simbolicamente os rios da Via Láctea para chegar até Yggdrasill (os dois Kerlaugar podem ser os dois braços da Via Láctea que fica perto da constelação de Hércules). As três raízes de Yggdrasill podem ficar ao redor das constelações de Dragão (Niðhöggr), de Girafa (que pode representar o chifre de Mímir) e talvez de Aquário. As fontes mencionam que a fonte Hvergelmir que está localizada no Niflheimr fica no norte; a fonte de Mímir (onde ficava o Ginnungagap) fica no leste e a fonte de Urðr no sul (segundo Eilífr Guðrúnarson). A constelação de Girafa lembra um chifre e fica perto da constelação de Perseu, que pode representar Óðinn e a cabeça de Mímir. A constelação de Girafa é separada da constelação de Perseu pela Via Láctea, onde nesse ponto pode representar a fonte de Mímir. O Gylfaginning 15 relata que Mímir era cheio de sabedoria e bebia no chifre Gjallarhorn onde Óðinn conseguiu beber pagando com um olho. A Völuspá 27-28 confirma tudo isso. A estrela Algol de Perseu (que era associada à morte) era chamado de Kyndilberi num manuscrito islandês e significa “Portador da Luz” (indicando conhecimento?). O Sigrdrífumál 14 descreve Mímir e Óðinn cuja representação se assemelha bastante com a de Perseu e a cabeça de Medusa (Óðinn é descrito usando elmo e espada e com a cabeça de Mímir). Esse poema conta que Óðinn gravou runas do fluido que pingava da
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cabeça de Heiðdraupnir (Mímir) e do chifre Hoddropnir (Gjallarhorn). O Grímnismál 25 conta que Heiðrún enche um caldeirão com hidromel e se a constelação de Áries representa-la então o recipiente que ela enche pode ser a cabeça de Cetus (Baleia) cuja forma lembra muito um caldeirão. A estrofe 36 do Grímnismál menciona Valkyrjur que levam cerveja para os Einherjar no Valhöll, e as estrofes 37-39 mencionam logo em seguida a passagem de Sól e Máni atravessando o céu e isso pode indicar que essas descrições do Grímnismál são astronômicas. 36-“Hrist e Mist eu desejo, que me tragam o chifre, Skeggjöld e Skögul, Hildr e Þrúðr, Hlökk e Herfjötur, Göll e Geirahöð, Randgríðr e Ráðgríðr e Reginleif; elas trazem cerveja para os Einherjar.” 37-“Árvakr e Alsviðr, eles devem dali subir para cima arduamente para puxar a Sól; abaixo de seus ombros ocultaram, os alegres Regin, os Æsir, o Ísarnkol (Ferro Gelado).” 38-“Ele se chama Svalinn, que fica na frente da Sól, o escudo, da Deusa brilhante; as montanhas e mar eu creio, que queimariam, se ele cair de lá.” 39-“Sköll se chama o lobo, quem segue o brilhante Deus até o abrigo no bosque; mas o segundo, Hati, ele é filho de Hróðvitnir, ele seguirá a brilhante noiva do céu.” Se essa interpretação estiver correta então isso seria uma indicação que ambos os astros passam pelas doze casas divinas começando por Sökkvabekkr (Áries); já que Perseu pode representar Óðinn e essa constelação fica acima de Áries e Touro (Glaðsheimr). Hrist e Mist servem o chifre para Óðinn e esse chifre como foi dito pode representar a constelação de Girafa. Depois que Óðinn cita essa passagem ele menciona o surgimento de Sól e Máni (talvez indicando de onde esses astros surjam). Embora isso possa parecer estranho já que o primeiro mês de Verão islandês é Gaukmánuðr ou Harpa que corresponde a meados de Abril e Maio. Deve ser lembrado que foi Óðinn e seus irmãos
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quem determinou o curso desses astros (Gylfaginning 8 e 9). Assim Sökkvabekkr (o signo de Áries) representa o início do tempo e Glaðsheimr (Touro) o surgimento dos astros no céu. Mas essas passagens são muito vagas. Sól e Máni são perseguidos até o abrigo no bosque pelos lobos Sköll e Hati (simbolizando a eclíptica desses corpos celestes). A frase “til varna viðar” do Grímnismál que se refere aos lobos perseguindo esses astros significa “até o abrigo no bosque” ou “até o por do sol”. A Völuspá 41 parece indicar que Máni e o lobo que o persegue passam pela casa dos Deuses (“Ele se alimenta da carne dos homens mortos, a casa dos Deuses se torna vermelho do sangue escarlate”, que é o céu onde ficam as constelações, mas isso parece ser uma alusão a um eclipse). As estrofes 40 e 41 do Grímnismál mencionam a criação da Terra indicando que é por onde os astros atravessam diariamente. As constelações de Pégaso e Equuleus (Cavalo Menor) podem ser os cavalos Árvakr e Alsviðr que puxam a Sól. Essas duas constelações ficam perto de Andrômeda que representa o lobo Þjóðvitnir ou Fenrir, e era conhecido como Úlfs Kjöptr ou “Mandíbula do Lobo”. O Vafþrúðnismál 46 e 47 confirma que Fenrir irá devorar Sól. Em certas épocas do ano na Escandinávia a Sól surge junto, perto ou ao lado da constelação de Pégaso (Janeiro/Maio), enquanto em outras épocas a Sól surge perto de Câncer (Junho/Julho), depois ela surge ainda mais distante (surge ao lado de Leão em Agosto, Virgem em Setembro, Libra em Outubro, Escorpião em Novembro e em Sagitário em Dezembro). Seria isso uma alusão ao fato de Sól estar perto de ser devorada pelo lobo? O poema Hrafnagalðr Óðins menciona que a provisão do lobo Fenrir (Sól) está cansada de correr e talvez seja uma alusão à Sól ficando mais lenta ao longo do ano deixando pra trás constelações de Pégaso e Equuleus. Se assim for então o Ragnarökr nada mais é do que eventos astronômicos (e/ou astrológicos, isso será abordado ao longo do estudo). O Gylfaginning 11 conta que dois foles chamados Ísarnkol foram colocados para refrescar os cavalos da Sól, e esses foles podem ser a constelação de Delfim já que sua representação lembra um fole. A constelação de Delfim fica abaixo da barriga de Pégaso e Equuleus. Veja tabela abaixo: Outras Descrições do Grímnismál (Possíveis Identificações)
Constelação e/ou Estrela
Comentários (Referente à segunda coluna)
Andhrímnir, Sæhrímnir e Eldhrímnir Lobo guardião do Valhöll Um dos Lobos de Óðinn Huginn e Muninn Þund Þjóðvitnir ou Fenrir (Úlfs Kjöptr) Águia de Yggdrasill e o falcão (Hræsvelgr e Veðrfölnir) Niðhöggr (Ormr) Ratatoskr Valgrindr (Porta Oeste do Valhöll) Eikþyrnir, Dáinn, Dvalinn, Duneyr e Duraþrór Þórr Caldeirão de Heiðrún Árvakr e Alsviðr Ísarnkol
Centauro, Lobo e Altar Raposa Lagartixa Águia e Corvo (parte da) Via Láctea Andrômeda Cisne e Lira
Conhecido desde a antiguidade. Conhecido a partir de 1.690. Conhecido a partir de 1.687. Conhecido desde a antiguidade. Conhecido desde a antiguidade. Conhecido desde a antiguidade. Conhecido desde a antiguidade.
Dragão Ursa Menor Cefeu Cassiopeia
Conhecido desde a antiguidade. Conhecido desde a antiguidade. Conhecido desde a antiguidade. Conhecido desde a antiguidade.
Hércules Cabeça de Cetus Pégaso e Equuleus Delfim
Conhecido desde a antiguidade. Conhecido desde a antiguidade. Conhecido desde a antiguidade. Conhecido desde a antiguidade.
Outras Descrições Eddicas (Possíveis Identificações)
Constelação e/ou Estrela
Comentários (Referente à segunda coluna)
Aurvandilstá Hoddropnir (Gjallarhorn) Óðinn e Mímir
Corona Borealis Girafa Perseu e Medusa
Conhecido desde a antiguidade. Conhecido a partir de 1.612 ou 1.613. Conhecido desde a antiguidade.
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O Gylfaginning faz clara distinção entre os planetas e as estrelas: “Eles (os filhos de Borr) deram os lugares para todos os fogos (estrelas), alguns fixados no céu, outros que tinham que andar livremente sobre os céus (planetas) estando agora designados seus lugares e direções em qual eles estavam viajando”. Essa passagem parece sugerir que Sól e Máni andavam entre as constelações. Veja a tabela abaixo de outras estrelas conhecidas na Escandinávia (registradas após a era viking, mas com possível origem pagã, embora seja incerto): Estrelas e Constelações Nórdicas (précristã?)
Constelação e/ou Estrela
Comentários (Referente à segunda coluna)
Ásar Bardagi (“Campo de Batalha dos Æsir”) Dagstjarna ou Vagnstjarna (“Estrela do Dia” ou “Estrela do Vagão”) Fiskikarlar (“Pescadores”) Friggerock (“Roca de Frigg”) Hundstjarna ou Lokabrenna (“Estrela do Cão” ou “Tocha de Loki”) Kvennavagn (“Carro da Mulher”) Karlavagn (“Carro do Homem”) Leiðarstjarna (“Estrela Guia”) Suðrstjarna (“Estrela do Sul”) Úlfs Kjöptr (“Mandíbula do Lobo”) Sjau Stjarni (“Sete Estrelas”) Vetrarbraut (“Caminho do Inverno” ou “Via Láctea”) Kyndilberi (“Portador da Luz ou Tocha”) Kyndilberi (“Portador da Luz ou Tocha”)
Auriga (Cocheiro)
Conhecido desde a antiguidade.
Arcturus (Alpha Boötis)
Conhecido desde a antiguidade.
Órion Cinto de Órion Sirius
Conhecido desde a antiguidade. Conhecido desde a antiguidade. Conhecido desde a antiguidade.
Ursa Menor Grande Carro [Ursa Maior] Polaris (Alpha Ursae Minoris) Vega (Alpha Lyrae) Híades Plêiades Via Láctea
Conhecido desde a antiguidade. Conhecido desde a antiguidade. Conhecido desde a antiguidade. Conhecido desde a antiguidade. Conhecido desde a antiguidade. Conhecido desde a antiguidade. Conhecido desde a antiguidade.
Algol (Beta Persei) Canicula
Conhecido desde a antiguidade. Conhecido desde a antiguidade.
Ásar Bardagi representa o campo do Valhöll, Vígríðr, que é Auriga. Dagstjarna também é chamada de Vagnstjarna porque está localizado próximo ao Grande Carro da Ursa Maior. Falando nisso a constelação de Boötes pode ser uma representação de Freyr ou Heimdallr. A constelação de Boötes é uma das mais brilhantes no céu noturno e poderia representar Heimdallr cujo nome pode significar “Brilho do Mundo”. Contudo essa mesma constelação também poderia representar Freyr já que fica perto de Virgem, cuja constelação pode representar Freyja. Fiskikarlar talvez se refira ao fato dos Deuses terem tentado pescar Loki (Gylfaginning 50) depois de ele ter fugido por ter matado Baldr. Loki havia se transformado em salmão e se escondeu na cachoeira Fránangrsfors. Os Deuses descobrem o seu paradeiro e tentam captura-lo com uma rede, mas ele consegue escapar. Então os Deuses se dividiram em duas companhias e Þórr ficou no meio do rio onde ele capturou Loki. O cinto de Órion era chamado de roca de Frigg e isso pode ter algum tipo de conexão com a morte de Baldr. No Egito Órion era associado com o deus da morte e do renascimento Osíris. O termo Lokabrenna aparece no século 19 e era associado com Sirius, mas essa estrela também era chamada de Hundstjarna. Kvennavagn era associado a um carro de mulher, mas como eu disse anteriormente essa constelação poderia representar o esquilo Ratatoskr. A Leiðarstjarna que corresponde a Polaris seria o rabo de Ratatoskr. Karlavagn era associado à Þórr numa antiga crônica sueca. Suðrstjarna seria a estrela que indica a direção do sul (Múspellsheimr?). A Úlfs Kjöptr das Híades seria o lobo Hati. Sjau Stjarni pode ser uma tradução do latim, porém poderia ser uma alusão aos sete Deuses que retornam após o Ragnarökr (Baldr e Höðr, Víðarr e Váli, Magni e Móði e Hænir) para habitar o
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salão de Óðinn, Glaðsheimr (Touro). Vetrarbraut era uma denominação para a Via Láctea. Há duas estrelas chamadas de Kyndilberi: uma é Algol e a outra Canicula. A Kyndilberi de Algol (Perseu) pode ser a representação da cabeça de Mímir e Perseu o próprio Óðinn como foi dito antes. As constelações de Perseu (Óðinn), Touro (Glaðsheimr) e Auriga (Valhöll, Vígríðr) são vizinhos. Algol era uma estrela associada à morte e Mímir estava morto, mas sua cabeça viva tal como a cabeça de Medusa da antiga religião grega. A Kyndilberi de Canicula só confirma que essa estrela era associada com o calor (e talvez representasse o lobo Mánagarmr que perseguem Máni já que está perto da eclíptica). Mundilfari (“Rotação (do Céu)”) que é o pai de Sól e Máni pode ser uma divindade ligada ao girar das estrelas ou do céu. A Ljósvetninga Saga do séc. 13 narra eventos ocorridos no séc. 10 e 11 onde Einarr saia à noite para estudar cuidadosamente os corpos celestes no céu noturno. No começo do séc. 12 Stjörnu-Oddi Helgason tinha criado o Oddatala (“Cálculos de Oddi”) com detalhados mapas do sol durante seu curso no céu. O Oddatala pode ser conhecimentos astronômicos islandeses de gerações passadas e aperfeiçoadas por Stjörnu-Oddi. A Rauðúlfs Þáttr do século 14 narra um fato curioso sobre o rei norueguês Ólafr helgi (“santo”) que morreu no século 11. Ólafr havia visitado um sábio e rico fazendeiro chamado Rauðúlfr e durante a noite Sigurðr que era filho deste último foi questionado sobre suas capacidades. Sigurðr respondeu que era mestre em uma perícia: “Que é discernir o movimento dos corpos celestes, aqueles que eu vejo, e conheço as estrelas que marcam as horas, assim eu sei a duração do tempo do dia e da noite embora eu não veja os corpos celestes, e ainda eu sei como discernir todas as horas ambos do dia e da noite”. O rei ficou impressionado e disse que isso era uma grande habilidade. Outras coisas aparecem “codificadas” nas casas divinas no Grímnismál: o salão de Þórr, Bilskírnir, que é citado na estrofe 24 do Grímnismál, que fica em Þrúðheimr, possui 540 quartos e a estrofe 4 do Grímnismál cita duas raças divinas (Æsir e Álfar = 2) associadas à Þórr, assim temos 540 x 2 = 1.080. Os 540 quartos do Bilskírnir somados com as 540 portas do Valhöll também dá um total de 1.080. 1.080 anos é 1/24 do ciclo de precessão de equinócios de 25.920 anos. Ou 1.080 x 24 (as horas do dia ou 24 runas do antigo Fuþark) também dá 25.920. 1.080 x 12 (número do Zodíaco) = 12.960. 25.920 x 1.080 = 2.592.000. Agora 2.592.000 x 5 (Glaðsheimr 5º casa) = 12.960.000. 25.920 x 5 (Glaðsheimr 5º casa) = 129.600 x 10 (Glitnir 10º casa) = 1.296.000, que é o número igual à Treta Yuga hindu de 1.296.000 anos (considerada a Idade da Prata). 12.960.000 x 24 (as horas do dia ou as 24 runas do antigo Fuþark) = 311.040.000 ou 12.960.000 x 2 (Æsir e Álfar) = 25.920.000 x 12 (número do Zodíaco) = 311.040.000. 25.920 x 2 (Æsir e Álfar) = 51.840 que é 2 vezes o tempo da processão de equinócio. A estrofe 5 do Grímnismál menciona Ullr e Freyr (dois Deuses na mesma direção) e 1.080 x 2 = 2.160. 2.160 anos é o tempo que o sol atravessa cada um dos 12 sinais zodiacais, ou seja, 2.160 x 12 = 25.920. Agora 2.160 x 3 (três primeiros Deuses citados no Grímnismál: Þórr, Ullr e Freyr ou a 3º casa Valaskjálf) = 6.480. A estrofe 7 do Grímnismál menciona Sökkvabekkr como a 4º casa relacionada com Sága e Óðinn (dois Deuses = 2), ou seja, 2 x 4 = 8. 2.160 x 8 = 17.280. Agora veja que espantoso: é
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dito na estrofe 14 do Grímnismál que Óðinn e Freyja dividem os mortos e Óðinn possui 432.000 guerreiros na estrofe 23 (800 x 540), então juntos eles possuem 864.000 guerreiros (432.000 x 2) e na estrofe 17 do Grímnismál é dito que Víðarr vingará Óðinn, assim temos 864.000 x 2 (dois Deuses = 2) = 1.728.000, que é igual à idade de Krita (ou Satya) Yuga hindu ou 1.728.000 (considerada Idade do Ouro). 6.480 x 4 (Sökkvabekkr é a 4º casa) = 25.920. A estrofe 23 do Grímnismál conta que o Valhöll citado na estrofe 8-10 tinha 540 portas por onde 800 Einherjar passarão para combater o lobo, ou seja, 800 x 540 = 432.000. E novamente vemos uma coisa assombrosa: 432.000 é a idade da Kali Yuga hindu (considerada a Idade do Ferro). 432.000 x 5 (Glaðsheimr é a 5º casa) = 2.160.000. A estrofe 14 do Grímnismál relata que a 9º casa, Fólkvangr, que pertence a Freyja, fica com metade dos mortos e Óðinn fica com a outra metade. Assim temos 432.000 x 2 = 864.000. O número 864.000 é igual à Dvapara Yuga hindu de 864.000 anos (considerada a Idade do Bronze). 432.000 x 432.000 = 186.624.000.000. 186.624.000.000 x 5 = 933.120.000.000. Agora 864.000 x 9 (casa de Freyja) = 7.776.000 e 432.000 x 9 = 3.888.000. 25.920 x 3 são igual a 77.760 que é três ciclos processional. 77.760 x 4 são iguais à 311.040. A soma de 1.728.000 + 1.296.000 + 864.000 + 432.000 = 4.320.000 (correspondem exatamente a todas as Yugas hindus juntas). Para maior entendimento enten dimento veja tabela abaixo: abai xo: Casas Divinas no Grímnismál
Números Relacionados
Múltiplos de 9
Correspondência com outras culturas antigas
Números no Universo (as percentagens de precisão são dadas entre parênteses)
B Þrúðheimr
540 x 2 ou 540 + 540 = 1.080 1.080 x 24 = 25.920 1.080 x 12 = 12.960 25.920 + 25.920 = 51.840 25.920 x 1.080 = 2.592.000 2.592.000 x 5 = 12.960.000 12.960.000 x 24 = 311.040.000 25.920 x 5 = 129.600 129.600 x 10 = 1.296.000
5+4+0=9 1+0+8+0=9 2 + 5 + 9 + 2 + 0 = 18 1+8=9 1 + 2 + 9 + 6 + 0 = 18 1 +8 = 9 5+1+8+4+0 = 18 1+8=9 2+5+9+2+0+0+0 = 18 1+8=9 1+2+9+6+0+0+0+0 = 18 1+8=9 3+1+1+0+4+0+0+0+0 =9 2 + 5 + 9 + 2 + 0 = 18 1+8=9 1+2+9+6+0+0 = 18 1 +8 = 9 1+2+9+6+0+0+0 = 18 1 +8 = 9
A Treta Yuga dura 1.296.000 anos ou 3.600 x 360 que é a Idade da Prata (ou do Ritual) Hindu. A Treta Yuga tem 1.080.000 anos solares onde os planetas retornam ao seu ponto de origem em Áries. 108 na Índia era a representação de 54 Devas e 54 Asuras que se uniram para encontrar o elixir da imortalidade, Amrita, no oceano de leite (Via Láctea). A Maha Yuga é de 4.320.000 que dividido por 4 = 1.080.000. 311.040.000.000.000 é o tempo de vida de Brahma (1 Kalpa). Os gregos tinham o calculo da precessão dos equinócios. Os babilônicos e os caldeus parecem ter
A velocidade da luz é 1.080 milhões de quilômetros por hora (1.08×109). O raio da Lua é 1.080 milhas (99.9%). O período orbital de Saturno é de 10.800 dias (99.6%). A velocidade orbital da Terra ao redor do sol é cerca de 108.000 km/h ou 2.592.000 quilometros por dia. 12.960 é a metade do ciclo de precessão de equinócio. 25.960 é o tempo total do ciclo de precessão de equinócios.
As Casas dos Deuses no Grímnismál e o Zodíaco por Marcio A. Moreira
N Ýdalir (Álfheimr)
1.080 x 2 ou 1.080 + 1.080 = 2.160 2.160 x 12 = 25.920 2.160 x 3 = 6.480
1+0+8+0=9 2+1+6+0=9 2 + 5 + 9 + 2 + 0 = 18 1+8=9 6 + 4 + 8 + 0 = 18 1+8=9
M Valaskjálf
2.160 x 3 = 6.480
x Sökkvabekkr
2x4=8 2.160 x 8 = 17.280 864.000 x 2 = 1.728.000
6 + 4 + 8 + 0 = 18 1+8=9 2+1+6+0=9 1 + 7 + 2 + 8 + 0 = 18 1+8=9 8+6+4+0+0+0 = 18 1+8=9 1+7+2+8+0+0+0 = 18 1+8=9
c Glaðsheimr
540 x 800 = 432.000 432.000 x 432.000 = 186.624.000.000
5+4+0=9 4+3+2+0+0+0 = 9 1+8+6+6+2+4+0+ 0+0+0+0+0 = 27 2+7=9
conhecido os ciclos de processão (embora isso seja incerto). A distância suméria da-na (30 léguas) equivale a 10.8 km. O tempo sumério equivalente há 30 dias (itud) era de 2.592.000 segundos. Os Romanos tinham unidades de medidas: 108 grãos (de massa) equivalem a 36 Sicilicus; 1.296 grãos (de massa) equivalem a 3 Quadrans; 2.592 grãos (de massa) equivalem a 6 Semis; 5.184 grãos (de massa) equivalem a 12 Libra. Os Romanos tinham unidades de medidas: 5 Quincunx equivalem a 2.160 grãos (de massa). A área suméria equivalente a 1.800 tenência (bur) é de 64.800m².
A Krita (ou Satya) Yuga dura 1.728.000 anos ou 4.800 x 360 que é a Idade do Ouro (ou da Sabedoria) Hindu. Os Romanos tinham unidades de medidas: 1.728 grãos (de massa) equivalem a 4 Triens. 432 é um número conhecido por várias culturas. A Kali Yuga dura 432.000 anos ou
O diâmetro da lua é de 2.160 milhas (99.9%). 2.160 anos é o tempo que o sol fica em cada uma das 12 constelações zodiacais. A circunferência da Terra entre o polo Sul e polo Norte é de 21.600 milhas náuticas (99.99%).
O planeta Júpiter tem o período orbital aproximadamente de 4.320 dias
As Casas dos Deuses no Grímnismál e o Zodíaco por Marcio A. Moreira 186.624. 000.000 x5= 933.120.000.000 432.000 x 5 = 2.160.000 2.592.000 x 5 = 12.960.000
9+3+3+1+2+0+0+ 0+0+0+0+0 = 18 1+8=9 2+1+6+0+0+0+0 = 9 2+5+9+2+0+0+0 = 18 1+8=9 1+2+9+6+0+0+0+0 = 18 1+8=9
432.000 x 6 = 2.592.000 432.000 x 7 = 3.024.000
4+3+2+0+0+0 = 9 2+5+9+2+0+0+0 = 9 4+3+2+0+0+0 = 9 3+0+2+4+0+0+0 = 9
n Himinbjörg
432.000 + 3.024.000 ou 432.000 x 8 = 3.456.000
3+4+5+6+0+0+0 = 18 1+8=9
m Fólkvangr
432.000 x 2 ou 432.000 + 432.000 = 864.000 864.000 x 9 = 7.776.000 432.000 x 432.000 = 186.624.000.000 432.000 x 9 = 3.888.000
4+3+2+0+0+0 = 9 8+6+4+0+0+0 = 18 1 +8 = 9 7 + 7 + 7 + 6 = 27 2+7=9 1+8+6+6+2+4+0+ 0+0+0+0+0 = 27 2+7=9 3+8+8+8+0+0+0 = 27 2+7=9
v Þrymheimr b Breiðablik
1.200 x 360 que é a Idade do Ferro (ou do Conflito) Hindu. Os Romanos tinham unidades de medidas: 10 Dextans equivalem a 4.320 grãos (de massa); 432 grãos (de massa) equivalem a 1 Uncia.
Os Romanos tinham unidades de medidas: 7 Septunx equivalem a 3.024 grãos (de massa). Os Romanos tinham unidades de medidas: 8 Bessis equivalem a 3.456 grãos (de massa). A Dvapara Yuga dura 864.000 anos ou 2.400 x 360 que é a Idade do Bronze (ou da Dúvida) Hindu. O tempo sumério de um dia (ud) equivale há 86.400 segundos. Os Romanos tinham unidades de medidas: 864 grãos (de massa) equivalem a 2 Sextans; 432 grãos (de massa) equivalem a 1 Uncia; 9 Dodrans equivalem a 3.888 grãos (de massa). Um talento de ouro na Pérsia era igual a 388.800 grãos.
(99.7%). 432.000 milhas é a metade do raio do Sol (99.4%). O raio solar é aproximadamente 432.450 milhas. 432 é a raiz quadrada da velocidade da luz. 186.624 milhas correspondem quase à velocidade da luz: 186.000 milhas por segundo (99.8%). O diâmetro do Sol é 93.312.000 milhas. 93.312.000 + 93.312.000 = 186.624.000 que é próximo à velocidade da luz.
O diâmetro do sol é de 864.000 milhas (2 x 432) (99.8%). Júpiter é 86.400 milhas de diâmetro (99.4%). O dia da terra tem 86.400 segundos (100%). A estrela Sirius está aproximadamente á 8.64 anos luz de distância da Terra.
As Casas dos Deuses no Grímnismál e o Zodíaco por Marcio A. Moreira X Glitnir
C Nóatún
V Víði
432.000 x 10 = 4.320.000 864.000 x 10 = 8.640.000 432.000 x 11 = 4.752.000 864.000 x 11 = 9.504.000
4+3+2+0+0+0+0 = 9 8+6+4+0+0+0+0 = 18 1+8=9
A Maha Yuga é de 4.320.000 anos.
4+7+5+2+0+0+0 = 18 1+8=9 9+5+0+4+0+0+0 = 18 1+8=9
Os Romanos tinham unidades de medidas: 11 Deunx equivalem a 4.752 grãos (de massa).
432.000 x 12 = 5.184.000 864.000 x 12 = 10.368.000
5+1+8+4+0+0+0 = 18 1+8=9 1+0+3+6+8+0+0+0 = 18 1+8=9
A distância entre o Sol e a Terra no seu apogeu em Julho é de aproximadamente 95.040.000 milhas (99.6%). O antigo valor da circunferência do meridiano da Terra era 24883.2 milhas (99.9%) que dividido por 24 (as horas do dia) é igual a 1036.8 milhas por hora.
Vale lembrar que os números que aparecem na 5º coluna acima variam um pouco atualmente. Esses números “codificados” no Grímnismál não podem ser coincidência, com certeza eles eram usados para contagem do tempo pelos escandinavos e quiçá pelos germânicos para determinar os solstícios e equinócios (e eventos astronômicos). E eram nessas datas que ocorriam os mais solenes festejos entre os escandinavos (exemplos: Jól/Yule e Miðsumarr). A Ágrip af Nóregskonungasögum conta que o rei Ólafr substituiu as festas pagãs por festas cristãs nas datas correspondentes ao Jól/Yule, Páscoa, Missa de São João (Miðsumarsblót) e Missa de São Miguel (Haustblót ou Vetrnátta Blót). Além de tudo 9 é o número mais sagrado dos escandinavos sendo seguido pelo número 3 (3 x 3 = 9). Veja exemplos nórdicos: Óðinn se sacrificou pra si mesmo na Yggdrasill por 9 noites; existem 9 mundos sustentados por Yggdrasill; Óðinn aprendeu 9 poderosas canções com o filho de Bölþorn; existem 9 céus; Ægir tem 9 filhas; Þórr era pai de 9 Nornir; Heimdallr tem 9 mães; Freyr espera 9 noites pra se casar com Gerðr; Hermóðr cavalga 9 noites atrás de Baldr; Gróa ensina 9 canções para Svipdagr; Menglöð tinha 9 companheiras; a cada 9 anos os Suecos iam a Uppsala festejar por 9 dias e sacrificavam 9 cabeças de várias espécies masculinas e os quais eram usados para aplacar os Deuses; Þórr irá dar 9 passos após matar Jörmungandr; a arma Lævateinn era fechada com 9 fechaduras; o anel Draupnir faz 8 cópias de si mesmo a cada 9 noites; o Jötunn Baugi tinha 9 servos; Njörðr ficou 9 noites em Þrymheimr; Skaði ficou 9 noites em Nóatún; Óðinn leva 9 noites pra se revelar para Geirröðr; o Mjöllnir ficou enterrado 9 pés abaixo da terra (Þrymlur); Þrívaldi tinha 9 cabeças; Mökkurkálfi tinha 9 milhas de altura; Njörðr tinha 9 filhas, Helgi Hjörvarðsson viu 9 Valkyrjur. A citação de Adam de Bremen sobre os Suecos pagãos de Uppsala deve ser contada mais um pouco. Ele disse que os Suecos festejavam e faziam sacrifícios a cada 9 anos e essas solenidades duravam 9 dias. O povo sacrificava 9 tipos de criaturas do sexo
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masculino e dos quais, junto com o sangue, era para apaziguar os Deuses. Uma testemunha contou a Adam que ele havia visto 72 criaturas mortas. Os homens eram pendurados nas árvores junto com cavalos e cães. É interessante notar que 9 (nove anos) x 3 (homens, cavalos e cães pendurados) = 27 que é o período orbital e dia sideral da Lua. Também deve ser dito que a precessão de equinócios traça um par de cones simultaneamente em seu ápice a cada 25.920 anos que equivale aproximadamente a 1º a cada 72 anos. Agora 25.920 ÷ 72 = 360. A testemunha de Adam contou 72 vítimas, então é provável que a conta de Adam representasse 9 (anos) x 8 (criaturas) = 72 (vítimas), senão a conta teria que dar 81 (9 x 9 = 81). Richard Cleasby e Gudbrand Vigfusson sugeriram que originalmente o ano islandês era de 360 dias (antes do séc. 10). Os 4 dias adicionais do calendário islandês lembra os 5 dias adicionais do calendário egípcio 4 dos quais eram de azar (ligados a Osíris, Hórus, Seth e Néftis). A runa *Hagalaz (h) do jovem Fuþark pode ser a chave para todos esses cálculos porque ligando os pontos dessa runa forma um Hexágono (e assim um círculo de 360º). O poema rúnico islandês chama *Hagalaz de “semente fria” e o poema rúnico norueguês a associa com a criação do mundo. Veja figura abaixo:
Runa *Hagalaz e o Hexágono.
Curiosamente um petróglifo da Suécia da idade do bronze mostra um barco com o desenho duma forma similar a runa *Hagalaz do jovem Fuþark. Veja figura abaixo:
Petróglifo da idade do bronze encontrado em Östra Eneby, Suécia. (http://xn--hllristningar-bfb.se/hallristning/dsc1076/ http://xn--hllristningar-bfb.se/hallristning/dsc1076/ ). ).
Embora isso possa soar estranho sabemos que a “Lögrétta” (“Corte Publica da Lei”) era mantida durante a Þing (“Assembleia”) e era associada com a forma de círculo chamada
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Vébönd (“Laços Sagrados”) segundo a Egils Saga. A corte de justiça humana pode ser inspirada na religião: os Deuses são mencionados se reunindo para resolver assuntos ligados à lei e justiça. A Þing era aberta no dia de Þórr (Quinta-feira). Einar Pálsson teorizou que o antigo ritual pagão de demarcação/consagração de terra (paisagem) tinha dimensões e medidas bem definidas.Ele definidas. Ele associou isso como uma imagem espelhada do céu e também como um sistema de contagem de tempo cuja forma era um círculo, que simbolizava o Zodíaco e o horizonte. Segundo Einar o círculo era formado por linhas definidas pelo movimento solar e duas das linhas correspondiam com as direções cardinais e outras duas como as linhas do solstício. As dimensões usadas eram medidas usadas pelos antigos há muito tempo atrás. Na Islândia a medida era 216.000 pés romanos (cerca de 64 km). Características de destaque, como colinas, pedras e bocas de rio, alinhando com os raios, foram usadas como pontos de referência para fixar o cosmograma em forma de roda com a paisagem. Nota-se que 2.160 anos equivale a uma era Zodiacal como dito acima (o tempo que o Sol fica em cada uma das 12 casas). Karl Gunnarsson (1995) e Einar Gunnar Birgisson (2004, principalmente na Suécia e Dinamarca) testaram a hipótese sobre as dimensões de uma colonização num ritual de demarcação de terra. A Arqueoastronomia recentemente tem sustentado as teorias de Pálsson. Adam de Bremen conta que o sacrifício de Uppsala acontecia no equinócio vernal e Thietmar menciona outro sacrifício ao redor do solstício de Inverno e assim indicando eventos astronômicos. Göran Henriksson notou que os três abrigos mortuários de Uppsala podem estar ligado a datas astronômicas. As fortalezas em forma de anel vikings conhecidas como Trelleborgs podem ter conexões astronômicas. Embora se acredite que essas fortalezas sejam inspiradas dos romanos (ou dos cristãos porque lembra uma cruz) devemos lembrar que essa forma já era conhecida desde a idade do bronze na escandinavia e tinha conexões com o sol. Veja as figuras abaixo:
Trelleborg de Slagelse na Dinamarca (http://en.wikipedia.org/wiki/File:Trelleborg_airphoto.JPG ).
Trelleborg de Aggersborg, Dinamarca (http://en.wikipedia.org/wiki/File:Aggersborg_Viking_Castle.jpg ).
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Desenho de uma Trelleborg, uma roda solar numa cadeira de madeira encontrada em Høstad na Bynæssetna, Noruega, e datada de 470 a. C. (a roda está associada ao cavalo, o símbolo solar), e petróglifos de Lille Strandbygård em Nylars na ilha de Bornholm. ( http://www.dandebat.dk/eng-dkhistorie9.htm). historie9.htm ).
Estela da tumba de kivik, província sueca de Skåne, S kåne, datada de 1.000 a.C.. (http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/83/06_Kungagraven_Kivik_%2816%29.JPG ).
Petróglifo de Bornholm, Dinamarca, idade do bronze. (http://donsmaps.com/bornholm.html ( http://donsmaps.com/bornholm.html). ).
A semelhança da forma entre a Trelleborg e a roda solar é notável. Assim podemos deduzir que a forma da Trelleborg é de origem pagã e não cópia dos romanos ou cristãos. O manuscrito Rím I conta que o Sol, a Lua e os planetas eram chamados de: Nomes Clássicos
Nomes no Rím I
Correspondência Nórdica
Sol Lua Marte Mercúrio Júpiter Vênus Saturno
Sól (“Sol”) Tungl (“Lua”) Þrekstjarna (“Estrela da Coragem”) Málsstjarna (“Estrela do Discurso”) Meginstjarna (“Estrela do Poder”) Blóðstjarna (“Estrela do Sangue”) Gnógleiksstjarna (“Estrela da Abundancia”)
Sól Máni Týr Óðinn Þórr Freyja Laugardagr
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A Clemens Saga diz que Vênus era chamada de Friggjar Stjarna. O planeta Saturno é chamado de “Estrela da Abundancia” no Rím I e isso reforça a ideia de que esse corpo celeste era associado à Njörðr. Como vimos nas paginas anteriores os signos poderiam seguir um padrão mitológico: Áries seria a cabra Heiðrún; Touro e Gêmeos eram relacionados com a história de Þjazi (o Boi que não cozinhava e os olhos do Gigante); Câncer seria alusão à morte de Baldr (o Navio onde o Deus foi queimado); Leão seria o cavalo de Heimdallr (ou o galo Gullinkambi); Virgem poderia ser uma referência à Freyja procurando por Óðr; Libra seria a corte de justiça de Forseti; Escorpião o animal marinho morto por Haddingr; Sagitário poderia ser a representação de Víðarr com sua lança apontada para cima (ou Váli o arqueiro); Capricórnio seria um dos bodes de Þórr (o que mancava por causa de Þjálfi e Loki); Aquário seria uma representação de Ullr ou Freyr; e Peixes seria uma alusão ao combate de Heimdallr e Loki em forma de focas. É interessante notar que os 108 deuses hindus que aparecem tentando puxar a serpente Vasuki como corda para encontrar o elixir da imortalidade (Amrita ou Soma) lembra muito a viagem de Þórr até Hymir onde o Deus pesca Jörmungandr e obtém o caldeirão desse Gigante para Ægir (“Oceano”) fermentar cerveja para os Deuses. Como foi dito antes Þórr seria representado pela constelação de Hércules e Jörmungandr seria a constelação da Hidra e a constelação de Touro pode ser a cabeça do boi Himinhrjóðr. Þórr tinha ido ao leste de Élivágar no fim do céu onde Hymir vivia, ele que possuía um caldeirão enorme de 1 milha de profundidade. A serpente hindu Vasuki foi transportada por Shiva do mar até o local que deveria ser agitado, a montanha Mandara (Garuda não conseguiu carregá-lo antes de Shiva). Vasuki foi enrolada na montanha Mandara. Essa montanha era muito pesada e depois de movida começou a afundar no mar então os dois grupos divinos chamaram Vishnu e este os ajudou sob a forma de Kurma, a tartaruga, sustentando o peso da montanha nas costas do casco. A serpente esguichava fogo e fumaça em todas as direções. Também esguichava veneno do oceano de leite e Shiva bebeu o liquido, mas Parvati parou o veneno na garganta de Shiva. Isso lembra Þórr puxando a serpente Jörmungandr do lugar (como Shiva que tirou Vasuki do lugar) e Þórr tocou os pés no fundo do mar para trazer o monstro para superfície mesmo depois de a serpente fazer força contrária (como Vishnu que suportou o peso da montanha Mandara). Jörmungandr ainda cuspiu veneno em Þórr e segundo alguns relatos (Húsdrápa, o escaldo Gamli, o Prólogo da Edda em Prosa, Gylfaginning 48) Þórr arrancou a cabeça de Jörmungandr com o martelo e a jogou no mar. Þórr então saia triunfante e ileso do épico combate. Para os gregos a constelação da Hidra era associada à constelação de Hércules e essa serpente era associada à água. Também é notável que acima da Hidra exista a constelação de Crater (Taça) e isso lembra o caldeirão que Þórr pegou de Hymir ou mesmo o cálice do Gigante que parecia inquebrável. A viagem de Þórr até Hymir descrita no Hymiskviða lembra muito uma viagem simbólica pelo Zodíaco: Élivágar seria a Via Láctea (estrofe 5); Hymir seria Órion (estrofe 5); Jörmungandr seria a Hidra (estrofes 22-25); o arqueiro Egill seria Sagitário (estrofe 7); um dos Bodes de Þórr seria Capricórnio (estrofe 7); Ægir seria Aquário (estrofe 10); as
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duas Baleias pescadas por Hymir seriam Peixes (estrofe 21); Týr seria a representação de Áries (estrofe 8) que é regido por Marte; o boi Himinhrjóðr seria Touro (estrofe 19); e os filhos de Egill, Þjálfi e Röskva, seriam Gêmeos (estrofe 38). A Via Láctea era chamada de Vetrarbraut (“Caminho do Inverno” ou “Via Láctea”) indicando que era da onde os escandinavos acreditavam que vinha o Inverno. Jörmungandr segundo o Gylfaginning 48 habitava as regiões mais frias. Þórr aqui tem papel similar ao Héracles grego, que segundo a religião grega combateu e venceu várias criaturas que foram colocadas no céu (transformadas em constelações zodiacais) por seu pai Zeus e com o Gilgamesh sumério que também tinha conexão com o Zodíaco. Segundo Porfírio de Tiro (entre os séc. 3 ou 4) havia dois portões cósmicos: um em Câncer e outro em Capricórnio, mas que Platão chamava de entradas. O portão norte era em Câncer e o portão sul era em Capricórnio. O portão norte (solstício de verão) pertence às almas que descem para terra e o portão sul (solstício de inverno) era para onde as almas ascendiam. Outras versões dizem que as almas dos homens podem ascender em ambos os portões. O portão de Câncer levava para o renascimento e para os ancestrais e o portão de Capricórnio levava para o convívio dos deuses e além do renascimento. É notável que o norte fosse associado ao mundo da morte assim como o renascimento, e tudo isso tem relação com Baldr cuja casa parece ser em Câncer (Breiðablik). Himinbjörg (Leão) é uma casa depois de Breiðablik e era onde ficava a ponte Bifröst, o portão dos Deuses. O mês de Dezembro que corresponde a Capricórnio também era visto como uma espécie de portal pelos escandinavos, já que eles acreditavam que os Trolls, fantasmas e monstros andavam livres durante o Jól/Yule. O poema Völuspá menciona que Baldr renascerá e Snorri conta que ele desceu ao norte do Hel depois de morto. Talvez toda a narração sobre a morte de Baldr e do Ragnarökr possam estar ligados a esses eventos astronômicos (mas diferente do que aparece nas Eddas). As Eddas contam que Loki fez Höðr matar Baldr e no Lokasenna Loki afirma que o fogo estava se jogando no salão de Ægir. Sirius era chamado de Hundstjarna no Rím II e significa “Estrela do Cão”. No séc. 19 Sirius era conhecido como Lokabrenna ou “Tocha de Loki”. Para os gregos Sirius era associado com os dias mais quentes de verão e com epidemias, e os egípcios também a associavam com epidemias. É dito também que Sirius anunciava as inundações do Nilo. É interessante notar que quando os Deuses estavam no salão de Ægir era tempo de Inverno (Hymiskviða 39) então a afirmação de Loki (Lokasenna 65) sobre o fogo se aproximando no salão de Ægir era a chegada do Verão que se aproximava e não o fim do mundo. Os Deuses costumavam beber no Jól ou Yule durante o Inverno. Então fica clara a conexão entre Sirius/Loki e Câncer/Baldr (Breiðablik). Isso seria a confirmação de que a morte de Baldr e o Ragnarökr eram eventos astronômicos distorcidos pela igreja. As inundações do Nilo lembram muito as lágrimas derramadas por todos os seres (tirando Loki) que queriam libertar Baldr do Hel. Baldr era associado com inundação: Saxo conta que o túmulo de Baldr quase foi profanado, mas uma torrente de água impediu isso e em outro trecho de Saxo, Baldr faz jorrar água para seus guerreiros sedentos. seden tos. Em Roma Capricórnio era regido pelo deus Saturno que era celebrado em Dezembro na Saturnalia durante o solstício de inverno. Saturno era então associado à Idade do Ouro. Durante a Saturnalia os amos serviam os seus escravos na mesa. Þórr também era associado aos escravos (Hárbarðsljóð 24) e no
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poema rúnico islandês a runa *Þurisaz (d) era relacionado com o planeta Saturno. Contudo Þórr geralmente era identificado com Júpiter (interpretação germânica) e Hércules (interpretação romana) e Þórr era relacionado com o leste onde ele matava Trolls. A identificação de *Þurisaz com Saturno se refere à runa e não à Þórr. Também é provável que os escandinavos tivessem as chamadas “eras da humanidade” (como os Gregos e Hindus) já que duas delas são mencionadas nas fontes: a Idade do Ouro onde os Deuses eram felizes e jogavam no campo e não sentiam a falta de ouro, e a segunda que é a chegada das três donzelas Þursar (Völuspá 8, Idade da Prata?). Na Idade do Ouro os Deuses trabalhavam em Metal, Pedra, Madeira e Ouro, todos os utensílios dos Deuses eram de ouro, até esse período ser destruído pela chegada das mulheres de Jötunheimr (Gylfaginning 14). A Völuspá 45 cita um trecho que poderia ser uma das idades do homem (a Idade do Ferro?): “tempo do machado, tempo da espada, escudos serão partidos, tempo do vento, tempo do lobo, antes do mundo cair; nenhum homem poupará outro”. Mas isso é incerto, pois pode ser influência cristã. O Rímbegla do século 12 menciona seis períodos da criação do mundo, mas essa citação é de origem cristã. Veja tabela abaixo sobre as possíveis eras da humanidade nórdica: Casa Relacionada (Signo)
Idade da Humanidade
Significado
Sökkvabekkr (Áries) - Sága e Óðinn
Idade do Ouro (Gullaldr)
Þrúðheimr (Capricórnio) - Þórr
Idade da Prata (Silfr Aldr)
Fólkvangr (Virgem) - Freyja
Idade do Bronze (Brons Aldr)
Glaðsheimr (Touro) - Óðinn
Idade do Ferro (Járn Aldr)
Tempo logo após a criação do universo. Todos os dias Sága e Óðinn bebiam em copos de ouro, Heiðrún libera hidromel de suas tetas. Era da inocência, paz, generosidade, abundância, conhecimento (os dois Deuses dessa casa são sábios) e equilíbrio (em todos os sentidos). Chegada das três donzelas Þursar. Gullveig vai até Ásgarðr. Primeira guerra do mundo. Baldr morre na Idade do Ouro. Em Jötunheimr são gerados os monstros que tentam destruir a criação, Þórr tem a missão de destruí-los. As pessoas não respeitam os Deuses: Þjálfi instigado por Loki quebra o osso da perna do bode de Þórr. Era do fim da hospitalidade e rituais sagrados. Þórr então recolhia as pessoas simples e comuns quando morriam, mas que se mantinham fiéis aos sagrados rituais e costumes. Freyja chora lágrimas de ouro vermelho a procura de Óðr. Freyja fica com metade dos mortos caídos em batalha em troca de seu colar Brísingamen. Era do fim do companheirismo, da lealdade e da confiança. Óðinn é o senhor da guerra e levava apenas os honrosos guerreiros mortos para o Valhöll, àqueles que eram fiéis aos Deuses. Era do fim da honra, da coragem e do heroísmo. Os que iam para Óðinn (e Freyja) eram imortalizados por sua coragem e se tornavam guerreiros e protetores de Ásgarðr (Einherjar).
Originalmente essas eras não tem nada haver com o Ragnarökr ou fim do mundo como será explicado agora. Essas Idades eram cíclicas retornavam de acordo com seu tempo: A Idade do Ouro começava em Áries e encerrava seu ciclo até Sagitário; a Idade da Prata começava em Capricórnio e encerrava seu ciclo até Leão; a Idade do Bronze
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começava em Virgem e encerrava seu ciclo até Áries; a Idade do Ferro começava em Touro e encerrava seu ciclo em sua própria casa para então retornar a Áries (como acertar um relógio e fazer os ponteiros voltar para trás para então recomeçar novamente da direção correta). O Hárbarðsljóð 24 conta que Óðinn fica com os Jarlar (“Nobres”) mortos e Þórr com os Þrælar (“Escravos”) mortos, embora o poema não esclareça se cada um dos dois Deuses tem a mesma quantidade de mortos. Contudo Þórr diz para Hárbarðr (que era Óðinn disfarçado): “Injustamente tu dividirias o povo com os Æsir, se tu tivesses muito poder”, talvez indicando que os dois Deuses levam para si a mesma quantidade de mortos. Então se multiplicarmos 432.000 por 4, representando as casas de Sökkvabekkr, Þrúðheimr, Glaðsheimr e Fólkvangr, então nós teremos 1.728.000, que é a Idade do Ouro (igual à Krita ou Satya Yuga). Ainda é possível que Sága levasse consigo uma parte dos mortos, talvez as pessoas cultas (ou hospitaleiras) que passavam adiante o conhecimento dos Deuses já que ela é uma Deusa do conhecimento e do saber. Outra hipótese é de que Sága e Óðinn brindavam aos 800 recém-chegados que atravessavam as 540 portas do Valhöll o que daria 432.000 mortos, mas isso é mera suposição (no início dos tempos 432.000 entravam sendo recebidos por Sága e Óðinn; e no fim do ciclo 432.000 iriam sair da casa de Óðinn). O lar de Sága, Sökkvabekkr, pode estar relacionado com um pântano ao julgar pelo nome e era em pântanos que muitos sacrifícios humanos eram realizados (isso parece confirmar que talvez Sága estivesse relacionada com os mortos). Agora veremos o simbolismo do número oito: o antigo Fuþark era divido em três famílias (ættir) de oito, talvez indicando um ciclo. O anel Draupnir se duplica a cada nove noites gerando oito anéis (simbolizando um ciclo de oito sempre reiniciados na nona noite). Sabemos pelas Eddas que Þórr, Óðinn e Freyja recebem os mortos e os dois últimos ficam com 432.000 mortos então se multiplicarmos por 3 (os 3 Deuses) então nós teremos o número 1.296.000, que é a Idade da Prata (igual à Treta Yuga). O Gríminismál conta que Óðinn e Freyja dividem os mortos em combate, ou seja, 432.000 x 2 = 864.000, que é a Idade do Bronze (igual à Dvapara Yuga). E por fim 432.000 guerreiros saíram para combater Fenrir no final dos tempos (originalmente significava fim de ciclo), que é o número da Idade do Ferro (igual à Kali Yuga). Assim é possível que cada um desses Deuses recolhesse 432.000 mortos em cada uma dessas eras. Somando todos os números dessas eras nós teremos 4.320.000 anos. Como vimos antes esses números eram também as eras da humanidade hindu. Seria isso uma herança indu-europeia? Veja tabela abaixo: Idade e/ou Era
Duração
Deus/a
Casa e/ou Domicílio
Gullaldr (“Idade do Ouro”)
1.728.000 (432.000 x 4)
Sága (e Óðinn), Þórr, Freyja e Óðinn
Silfr Aldr (“Idade da Prata”)
1.296.000 (432.000 x 3)
Þórr, Freyja e Óðinn
Brons Aldr (“Idade do Bronze”) Járn Aldr (“Idade do Ferro”)
864.000 (432.000 x 2)
Freyja e Óðinn
432.000 (432.000 x 1)
Óðinn
x (Sökkvabekkr em Áries), B (Þrúðheimr em Capricórnio), m Capricórnio), m (Fólkvangr em Virgem), c Virgem), c (Glaðsheimr em Touro) B (Þrúðheimr em Capricórnio), m Capricórnio), m (Fólkvangr em Virgem), c Virgem), c (Glaðsheimr em Touro) m (Fólkvangr em Virgem), c (Glaðsheimr em Touro) c (Glaðsheimr em Touro)
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É notável que Óðinn apareça em todas as eras da humanidade, talvez seja uma alusão ao fato dele representar o começo, o meio, o fim e o recomeço/renascimento (representando todos os ciclos do universo). Óðinn é o criador, ele vigia o universo do trono Hliðskjálf, ele é o senhor da morte e também do renascimento (uma das coisas prováveis que ele disse ao ouvido de Baldr na pira). Esses números da tabela acima parecem uma contagem regressiva em ordem decrescente (4, 3, 2, 1). É interessante lembrar que as runas *Ansuz (a), *Þurisaz (T), *Uruz (u) e *Fehu (f) representam os números 4, 3, 2 e 1 e simbolizam Óðinn (inspiração e espiritualidade), Þórr (força em momentos de dificuldade e superação), o Destino (coragem para encarar os desafios) e Freyr e Freyja (paz e plenitude, e nascimento e fertilidade). Será que todo o universo era regido por Óðinn, Þórr, a fonte de Urðr e Freyr/Freyja (o que traz a existência, o que protege a criação, o Destino, e vigor da vida e da fecundidade respectivamente)? Snorri mencionou no Skáldskaparmál que a palavra final na Þing que era composta dos doze maiores Deuses sobre assuntos divinos era decidida por Óðinn, Þórr e Freyr. O poema Völuspá mencionou que as três Nornir governam a vida dos homens. Assim temos três Deuses e três Deusas que governam os Destinos. Veja tabela abaixo: Os Três Deuses que Governam o Tribunal e assuntos Divinos
As Três Nornir que Governam a Vida dos Mortais
A Conexão entre os Deuses e as Nornir
Óðinn Þórr
Urðr Verðandi
Freyr
Skuld
Existência e Destino Poder Divino em Ação e Aquilo que Deve Ser Vida e Morte
Em outras palavras Óðinn cria e Urðr gera o Destino no mundo, Þórr é o poder que representa a vontade dos Deuses (trazendo ordem e continuidade) e Verðandi é a retribuição, Freyr mantém a vida através da procriação e Skuld traz a morte. É tudo uma questão de equilíbrio cósmico. Algo que venha a existir (pela vontade ou desejo de Óðinn) gera uma ação (por Urðr), essa ação move uma força em movimento (que é Þórr). Essa força em movimento move aquilo que está sendo determinado (por Verðandi), aquilo que está sendo determinado move a vida (controlada por Freyr) e a vida termina com a morte (decretada por Skuld) para então recomeçar. É claro que esses dois trios não se limitam só a isso, até porque Óðinn e Þórr podem alterar o Destino ao julgar pelo relato da d a Gautreks Saga (onde esses dois d ois Deuses decretam o Destino Des tino de Starkaðr). Þórr é chamado de “O Abatedor da Linha dos Deuses que Voam das Rochas (Gigantes)” no poema Þórsdrápa, indicando que ele tem o poder sobre o Destino dos Jötnar. O Hávamál 111 parece indicar que os Destinos humanos são decretados pelos Deuses e pelas Nornir. Já que a vida humana surgiu da morte (de Ymir) por Óðinn então essa dádiva dos homens deve retornar a seu estado original, que é espiritual, após perder a parte física que é o dom de Lóðurr. O primeiro casal humano foi criado de árvores encontradas a beira mar pelos filhos de Borr e as árvores foram criadas dos cabelos de Ymir por estes mesmos Deuses. Óðinn representa a mais alta consciência no homem (a espiritualidade ou inspiração divina), Hænir o entendimento e a escolha, e Loki o instinto; e as Nornir trabalham essas escolhas feitas pelos homens entre a espiritualidade e o instinto gerando a retribuição. O trio Óðinn, Þórr e Freyr representa o domínio do
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Céu, o domínio entre o Céu e a Terra e o domínio Terrestre (e ctônico) como foi contado acima (mas eles representam muito mais que isso). As esposas desses Deuses, Frigg, Sif e Gerðr representam um complemento do poder deles para a manutenção do universo. A união de Óðinn e Jörð representa não só o nascimento de Þórr (que é a combinação do poder de ambos o que o torna o mais forte de todos os Deuses), mas também de toda natureza que se encontra no universo. A Deusa Jörð foi criada no Ginnungagap já que foi onde os filhos de Borr jogaram a carcaça de Ymir e dali Óðinn a criou (Gylfaginning 8). Jörð é a potência primordial transformada em geradora prolífica da vida. Ymir surgiu no Ginnungagap (Gylfaginning 5) e lá foi jogado após a morte como que num sacrifício: a primeira forma de vida (bruta) depois de alimentada com o poder fecundador de Auðhumla é morta para que nova vida (e melhor) surja. E assim surgiram os Deuses (que provavelmente nasceram no Ginnungagap já que eles aparecem em suas cadeiras de julgamento logo após a criação (Völuspá 6) e antes das Nornir (que surgiram na Völuspá 8), os Æsir ainda são chamados de Ginnregin no poema Haustlöng e significa “Grandes Deuses” ou “Aqueles que Regem o Ginn (Poderes mágicos Ocultos do Ginnungagap)”) e outros seres. Óðinn pode ter gerado seus filhos no Ginnungagap unindo-se com as Gigantas descendentes de Bergelmir que sobreviveram ao dilúvio. Óðinn é chamado de Ginnir ou Ginnarr que significa “Poder Mágico (Fraudulento, Oculto)” e pode ter ralação com o Ginnungagap já que ele bebeu da fonte de Mímir onde uma vez ficava o Ginnungagap (Gylfaginning 15). A primeira fase cósmica representada por Ymir era caótica e então desaparece para dar lugar a uma nova ordem estabelecida por Óðinn e seus irmãos. Os Jötnar primordiais foram exterminados com o dilúvio do sangue de Ymir, exceto Bergelmir e sua esposa que sobreviveu dando continuidade a sua espécie (criando uma segunda geração). Após isso os filhos de Borr criam os homens no mundo terrestre já separado do Ginnungagap, e ai surge Urðr: toda ação tem uma reação (Urðr e suas irmãs surgem após a criação dos homens, Völuspá 18-20). Mas as Nornir parecem reger o Destino dos Dvergar (Reginsmál 2) já que o Dvergr Andvari culpa uma Norn por sua desgraça. A Valkyrja Brynhild depois de transformada em mortal por Óðinn clama que seu Destino foi determinado pelas Nornir (Sigurðarkviða hin skamma). O filho da mortal Gróa (Grógaldr 2), Svipdagr, clama que seu Destino foi decretado pelas Nornir (Fjölsvinnsmál 47). O fim da Idade do Ouro trazida pelas três Nornir representa a partilha do Destino dos homens até então dominado pelos Deuses. Com a chegada delas os Deuses passaram a partilhar tal poder gerando um equilíbrio. A mais jovem Norn cavalga entre as Valkyrjur e elas trabalham a mando de Óðinn (Gylfaginning 36). Voltaremos agora ao Zodíaco. O romano Censorinus do séc. 3 relatou em sua De Die Natali: “Essa diferença na duração do Grande Ano vem do fato que os astrólogos não concordavam se deveriam adicionar para 365 dias do ano solar, ou o que deveria ser tirado dos 30 dias do mês lunar. Por outro lado, os egípcios, na formação do Grande Ano deles, não tinham considerado a lua. Na Grécia o ano egípcio é chamado “canino” e em latim “canícula”, porque isso começava com o nascer da Canícula ou Estrela do Cão, para qual é fixado no primeiro dia do mês no qual os egípcios chamavam Thoth (Thot). O ano civil deles tinha, porém, 365 dias sem qualquer intercalação. Assim com
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os egípcios o espaço de 4 anos é mais curto por 1 dia a mais do que o espaço de quatro anos naturais (calendário Juliano), e um completo sincronismo é apenas estabelecido no fim de 1.461 anos. Os primeiros 1.461 anos por alguns são chamados de “a Hélice” e por outros de o “Ano do Deus (do Sol)”. Também existe um ano que Aristóteles chama de “Perfeito”, mais do que Grande, qual é formado pelo ciclo do sol, da lua e os cinco planetas, que todos eles chegam ao mesmo tempo no ponto celestial da qual eles tinham começado juntos. Esse ano tem um grande inverno chamado pelos gregos de “a Inundação” e pelos latinos de “o Dilúvio”; isso também tinha um verão que os gregos chamavam de “a Conflagração do Mundo”. O mundo é supostamente inundado ou incendiado por turnos em cada uma dessas épocas. Segundo a opinião de Aristarchus esse ano era composto de 2.484 anos solares; segundo Arestes de Dyrrachium, isso era 5.552 anos; segundo Heraclitus e Linus isso era 10.800; segundo Dion isso era 10.884; segundo Orfeu isso era 10.020 anos; e segundo Cassandrus isso era 3.600.000 anos. Outros têm pesando que isso (o mundo) era infinito; e que isso nunca aconteceria.” Segundo Sêneca (Naturales Quaestione) o sacerdote babilônico Berossus escreveu no séc. 3 a.C. que quando o sol, a lua, e os cinco planetas viessem a ficar todos juntos abaixo da linha do sinal de Câncer, o mundo seria queimado em chamas; e se eles alcançassem essa posição abaixo de Capricórnio o mundo seria inundado. O Timeu de Platão conta que Crítias relatou a história da Atlântida que foi recontada por Sólon que foi passada por um sacerdote egípcio sobre a destruição da terra pelo fogo e pela água e que essas catástrofes aconteciam de tempos em tempos provocadas pelos corpos celestes e pelos deuses. Mas sempre há sobreviventes. Lendo esse relato de Censorinus, Sêneca e Platão nós vemos incríveis semelhanças com a época final descrita nas Eddas sobre o Ragnarökr: o mundo sendo inundado por Jörmungandr e sendo queimado por Surtr. A religião grega explica que o mundo foi destruído (não totalmente) pelas águas na época de Deucalião (o Bergelmir deles) e também chegou perto da ruína quando Faetonte quase incendiou a terra com o carro do sol. Clemente de Alexandria contou na sua Stromata escrita entre 198-203: “... no tempo de Crotopus ocorreu o incêndio de Faetonte, e o dilúvio de Deucalião.” Contudo, esses eventos mencionados foram desencadeados ou resolvidos por Zeus: o dilúvio foi causado por Zeus (e Poseidon) para castigar os homens que não respeitavam os deuses e o calor abrasador causado por Faetonte (que queria provar ser filho do sol) terminou com a morte deste pelas mãos de Zeus que o fulminou com um raio. Pelas Eddas sabemos que a serpente espalhará as ondas inundando a terra, logo depois Jörmungandr enfrentará Þórr e ambos morreram (Völuspá estrofes 50, 56 e 57 respectivamente) e Surtr ateará fogo no mundo depois de matar Freyr (Gylfaginning 51). Como há evidência da era pagã de que Þórr matou Jörmungandr e ele sobreviveu triunfante e ileso (Húsdrápa de Úlfr Uggason do final do séc. 10) então é provável que ambas as histórias (a grega e a nórdica) fossem relatadas de alguma forma e que foi deturpada posteriormente pelos cristãos no séc. 13. A história original seria aquela onde Þórr pesca a serpente e termina por matá-la causando um dilúvio quando o corpo do monstro se choca com o fundo do oceano. A Völuspá 56 ainda conta que todos os homens deixarão
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seus lares depois de Þórr matar a serpente talvez para tentar sobreviver a esse dilúvio ou mais provável de que eles estariam partindo para o outro mundo (seriam esses mortos os escolhidos de Þórr?). O dilúvio causado pelo sangue de Ymir que foi morto por Óðinn e seus irmãos também pode estar relacionado já que apenas Bergelmir e sua esposa sobreviveram. O primeiro dilúvio teria ocorrido antes da criação com a morte de Ymir e o segundo depois da criação com a morte de Jörmungandr (os Deuses sempre venciam seus inimigos, os Jötnar, mas sempre novos monstros surgiam com as eras e isso era cíclico; a batalha entre eles ameaçavam a vida, mas terminava com a vitória dos Deuses e tudo recomeçava e o equilíbrio era restabelecido). O primeiro grande inimigo dos Deuses na era primordial foi Ymir e ele foi morto por Óðinn e seus irmãos antes da criação; na segunda era após a criação era Jörmungandr que ameaçava Miðgarðr e foi morto por Þórr; Surtr poderia ter sido o terceiro que combateu Freyr e foi morto por Þórr; por fim na última era o inimigo seria Fenrir. Nota-se que os inimigos dos Deuses: Ymir, Jörmungandr e Fenrir são associados à água e Surtr e Loki com o fogo; tal como nas descrições de quase fim de mundo de Censorinus, Sêneca e Platão. Sobre Fenrir é dito que ele criou o rio Ván com sua baba (Gylfaginning 34). Sobre a luta entre Surtr e Freyr pode ser que esse relato esteja relacionado com o relato dos gregos (sobre Faetonte) já que Surtr representa o fogo e Freyr especialmente a terra, sol e a chuva (água). Embora não haja detalhes sobre a rixa entre Freyr e Surtr é provável que Surtr que representa o fogo vulcânico entrasse em combate contra Freyr que representa o brilho do sol, então a fumaça negra escurecia o céu e Freyr nada podia fazer porque havia perdido sua espada (o brilho do sol?) para seu criado Skírnir como será explicado agora. O Skírnismál 4 menciona que Freyr sofria por amor (de Gerðr) enquanto a Sól (sol) brilhava todos os dias (sobre o mundo), mas não sobre ele, explicando assim sua infelicidade. O Gylfaginning 24 conta que Freyr governa a chuva e o brilho do sol. Talvez isso explique o conflito entre Freyr e Surtr: Freyr sofrendo de amor neglicência sua tarefa de controlar o caminho do sol fazendo o astro se aproximar da terra e isso faz a terra esquentar fazendo Surtr se enfurecer e lutar contra Freyr (expelindo fogo e fumaça ao céu), que sem sua espada e sofrendo de amor nada pode fazer (mas não por falta de poder e sim de ânimo); então seu mensageiro Skírnir retorna trazendo boas notícias de Gerðr e logo Freyr retoma sua incumbência trazendo equilíbrio ao curso do sol. O poema Þrymlur (Parte III, estrofes 6 e 24) menciona que Þórr matou Surtr, isso lembra Faetonte sendo fulminado por Zeus por haver ameaçado queimar a terra (embora as circunstâncias sejam diferentes já que Þórr havia se disfarçado de Freyja para recuperar seu martelo). Também deve ser dito que quando Skírnir viajou até Jötunheimr ele teve que atravessar um círculo de fogo mágico (vafrlogi) e que a terra tremeu. O fogo é domínio de Surtr e estava no mundo dos Jötnar e o fato da terra ter tremido pode confirmar o início da rixa entre Freyr e Surtr (mas isso é mera suposição). O fragmento de um poema do escaldo Eyvindr relaciona a terra dos Jötnar, Jötunheimr, com Surtr (quando Óðinn recuperou o hidromel dos poetas dos profundos vales de Surtr). Há uma grande conexão aqui já que a fonte de Mímir estava localizada em Jötunheimr onde uma vez estava o Ginnungagap e este local era circulado por Múspellsheimr (ao sul) e Niflheimr (ao norte).
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Os dois lobos que perseguem Sól e Máni pode ser a representação da eclíptica já que é onde os dois astros passam (e também dos eclipses). Também é nesse local que os antigos observavam e estudavam os eclipses. As duas Úlfs Kjöptar (um fica nas Híades e o outro em Andrômeda) representavam os dois lobos: Hati ou Mánagarmr e Sköll ou Fenrir que perseguem respectivamente Máni e a Sól. O Gylfaginning 51 conta que Fenrir estará ao lado de Jörmungandr no Ragnarökr no campo Vígríðr. O campo Vígríðr está a 100 léguas em todas as direções e está localizado no Valhöll. Então Fenrir seria representado pela Úlfs Kjöptr de Andrômeda e Jörmungandr pela constelação de Hidra que fica próximo à constelação de Touro (Glaðsheimr) e Auriga (Valhöll). Outra coisa muito impressionante é que Sirius (Lokabrenna) e a outra Úlfs Kjöptr (Híades) estão próximo dessas constelações (Touro, Híades, Auriga). Também é dito que Hrymr irá para Vígríðr. É possível que Hrymr seja uma corrupção de Hymir e Naglfar seria o navio usado pelo Gigante pescador. Fenrir é dito devorar Sól (Vafþrúðnismál 46) e o mesmo é dito e Sköll (Gylfaginning 12), talvez ambos fossem o mesmo lobo e na época pós-pagã os cristãos não souberam distingui-los e registraram os dois como lobos distintos (e para arrumar essa bagunça transformaram Sköll em filho de Fenrir). Mánagarmr parece ser outro nome de Hati (já que ambos irão devorar o Deus Máni, Gylfaginning 12). Contudo Mánagarmr podia ser a representação do Cão Menor (Procyon), já que essa constelação fica perto da eclíptica. Desse modo Hati seria distinto de Mánagarmr. É provável que os vários relatos fossem condensados em apenas um. A pesca de Þórr e Hymir, a perseguição dos astros solar e lunar, a morte de Baldr, o calor trazido por Loki e a batalha dos Einherjar contra Fenrir eram relatos separados que foram agrupados em um. Ainda é possível que cada um desses relatos tivesse ocorrido em suas devidas casas zodiacal ou perto: Þórr matou Jörmungandr perto de Capricórnio (o Hymiskviða relaciona a pesca da serpente e o osso do pé do bode de Þórr); os dois lobos tentavam pegar Sól e Máni na linha da eclíptica; Baldr morreu em Câncer onde foi queimado e direcionado ao Hel; e o calor trazido por Loki era o calor abrasador do Verão (o Lokasenna 65 dá entender isso já que os Deuses se reuniam com Ægir no Inverno no Hymiskviða 39) que era relacionado com Sirius; e Óðinn recolhia os Einherjar para combater o lobo na tentativa de impedi-lo de devorar o astro solar. A Sól (sol) era inimiga dos Jötnar cujo calor os afastava já que são criaturas do gelo e os lobos faziam de tudo para destruí-lá (assim como seu irmão Máni) para tentar trazer o velho caos novamente (mundo sem luz). O lobo simboliza o inverno. Sobre a perseguição solar e lunar é provável que quando chegasse o ponto zero, ou seja, onde os dois astros voltam ao seu ponto de origem depois de percorrer a Galáxia, Fenrir tentaria apanhar Sól e seria destruído por Víðarr. Na Índia o demônio Kali será morto e derrotado na Kali Yuga pelo avatar de Vishnu chamado Kalki e seus exércitos e isso lembra muito Fenrir enfrentando os guerreiros de Óðinn e Víðarr (Grímnismál 23 e Völuspá 55). Víðarr em sua casa Víði (Sagitário) parece acompanhar a Sól no céu durante alguns dias do ano (Dezembro) e aponta para o centro galáctico. A morte de Baldr (em Câncer) e o calor trazido por Loki (Lokabrenna, Sirius) podem estar relacionados. Após Baldr morrer, Loki trazia calor abrasador, mas ele era rechaçado por Heimdallr o guardião de Himinbjörg (Leão); que é a casa seguinte, já que ele também é um Deus solar restaurando assim o equilíbrio. A ponte Bifröst fica em Himinbjörg. Provavelmente essa
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era a origem do combate entre Heimdallr e Loki, não aquela apresentada nas Eddas onde os dois morrem no Ragnarökr (mas isso não deve ser confundido com a luta entre os dois pela posse do colar Brísingamen). Por isso o retorno de Baldr é essencial para a cosmologia nórdica, pois ele restaurava a verdadeira ordem com seu retorno depois da última era que é a Idade do Ferro (para ele então voltar junto com a nova Idade do Ouro representando justiça, paz, harmonia e equilíbrio). O poema Völuspá (estrofe 28) parece indicar que a Völva realizava a prática conhecida como Útiseta que significa “sentar-se lá fora” (técnica pagã usada pelo praticante para receber visões e profecias que era realizado a noite ao ar livre) e ela observava as estrelas, mas quando ela viu o dragão Niðhöggr (constelação de Dragão) ela afundou. Muito do relato do poema se assemelha com as constelações e/ou eventos naturais: a entrega de Freyja aos Jötnar (estrofe 25); Þórr combatendo sozinho quando ouve sobre isso (estrofe 26); o chifre de Heimdallr escondido (estrofe 27); a chegada de Óðinn até a Völva quando ela se sentava lá fora (estrofe 28); Baldr morto seria Câncer (estrofe 31); Loki acorrentado e libertado seria Sirius (estrofe 35 e 51); o rio Slíðr seria o rio Eridano (estrofe 36); o salão de Sindri no Niðavellir seria talvez a constelação de Escudo (estrofe 37); o salão com portas ao norte com serpentes seria Ofiúco; os rios selvagens onde atravessam os mortos seria a Via Láctea (estrofe 39); a velha que senta no Járnviðr seria a constelação de Unicórnio ou Monoceros (estrofe 40); Mánagarmr seria Cão Menor (estrofe 41 e 51); o pastor Eggþér seria Órion (estrofe 42); o galo Fjalarr seria a constelação de Lebre (estrofe 42); o galo dos Æsir Gullinkambi seria talvez Leão (estrofe 43); Garmr seria a constelação de Lobo (estrofe 44); Heimdallr seria representado pela constelação de Leão (estrofe 46); o Gjallarhorn seria Girafa (estrofe 46); Óðinn e a cabeça de Mímir seria Perseu segurando a cabeça de Medusa (estrofe 46); Fenrir seria Andromeda (estrofe 47); os Dvergar em seus portões de pedra pode ser Austri, Vestri, Norðri e Suðri (estrofe 48); Hrymr no navio Naglfar seria a constelação de Argo Navis (estrofe 50) também conhecida como Carina, Puppis e Vela; Jörmungandr seria Hidra (estrofe 50); a Águia pálida seria Cisne (estrofe 50); o povo do Múspell poderia ser as constelações de Fornalha e Cinzel (estrofe 51); Surtr seria Fenix (estrofe 52); o céu se partindo seria o plano galáctico (estrofe 52) que divide o céu ao meio; Óðinn combatendo Fenrir seria Perseu e Andrômeda (estrofe 53); Freyr combatendo Surtr seria Boötes e Fenix (estrofe 53); Víðarr combatendo Fenrir seria Sagitário vigiando Andrômeda (estrofe 55); Þórr combatendo Jörmungandr seria Hércules e Hidra (estrofe 56); a Sól se tornando negra seria um eclipse (estrofe 57); a Terra afundando no mar seria a oscilação do eixo do planeta (estrofe 57); os vapores ardentes seriam vulcões em erupção causados pelo deslocamento das placas tectônicas (estrofe 57); as estrelas mudando de lugar no céu seria o deslocamento dos corpos celestes através dos séculos (estrofe 57); a Terra emergindo do mar seria a restauração do equilíbrio do planeta (estrofe 59); o retorno de Baldr e Höðr, Hænir, Víðarr e Váli, e Magni e Móði pode ser as Plêiades (estrofe 60); e o retorno da Sól pode ser o fim de um eclipse (estrofe 64); e Niðhöggr seria a constelação de Dragão.
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Embora possa parecer estranho muito das descrições da Völuspá está de acordo com as constelações. Freyja sendo entregue aos Jötnar seria a constelação de Virgem (em Setembro que aparece junto com o sol) quando surge do leste e é salva por Þórr representado pela constelação de Hércules. O chifre de Heimdallr pode ser representado pela constelação de Girafa. A chegada de Óðinn até a Völva pode ser a vinda da constelação de Perseu sobre ela já que essa constelação surge no meio do céu em Setembro. Baldr e seu navio como já foi dito pode representar Câncer; Sirius era associado à Loki, sua prisão deve ser uma referência dele estar oculto no horizonte e livre porque ele surge do leste; o rio Slíðr é dito estar cheio de punhais e facas e deve ser a constelação de Eridano que para os gregos era o caminho das almas e de Faetonte; o salão com portas ao norte com serpentes seria Ofiúco já que sua aparência lembra uma casa e com serpentes; os rios selvagens é uma alusão a Via Láctea onde Niðhöggr (Dragão) suga os mortos e Fenrir (Andrômeda) rasga os mortos; a velha do Járnvið seria Unicórnio, pois lembra uma mulher de pernas abertas dando a luz e Mánagamr seria Cão Menor que fica em cima de Unicórnio (talvez uma alusão a Giganta dando a luz a esse lobo e a descendência de Fenrir) onde ele persegue Máni na eclíptica; o pastor Eggþér guarda essa Giganta e segura sua harpa então deve ser Órion e o galo Fjalarr a constelação de Lebre cuja forma lembra essa ave (os babilônicos também enxergavam Órion como um pastor); como eu disse antes o galo Gullinkambi poderia ser Leão; Garmr poderia ser a constelação de Lobo, pois fica próximo a Ofiúco que poderia representar o salão dos mortos e essa criatura guarda a entrada do mundo dos mortos; o chifre de Heimdallr pode representar Girafa, pois a forma da constelação de Girafa parece um chifre; os Dvergar em seus portões podem ser a representação dos pontos cardeais: Norte, Sul, Leste e Oeste, ou seja, os Dvergar que seguram o céu; Hrymr no navio Naglfar pode ser a representação do navio Argo, já que eles surgem no leste tal como a descrição da Völva; o povo de Múspell que vem sobre o mar pode ser o rio Eridano então eles devem ser as constelações de Fornalha e Cinzel já que surgem no sul; Surtr seria representado pela constelação de Fenix que representa o fogo e surge no sul; o céu se partindo é o plano galáctico que divide o firmamento; o combate entre Óðinn e Fenrir é uma alusão ao fato de Perseu (Óðinn) estar ao lado de Andrômeda (Fenrir); Freyr combatendo Surtr pode ser uma alusão ao combate entre Boötes e Fenix (já que Boötes fica certa hora no sul e Fenix surge no sul); o combate entre Víðarr e Fenrir se deve porque Sagitário (Víðarr) vigia Andrômeda (Fenrir) que segue Pégaso e Equuleus (Árvakr e Alsviðr) e Perseu (Óðinn); Þórr combatendo Jörmungandr é uma alusão a Hércules e Hidra (se bem que essa batalha entre os dois no Ragnarökr pode ser uma deturpação da pesca de Þórr). A constelação de Hércules era também chamada de “Aquele que se Ajoelha”, porque o herói havia pedido ajuda a Zeus de joelhos contra dois gigantes e isso lembra Þórr quando puxou Jörmungandr e os seus pés bateram no fundo do mar. É provável que o povo que habitava a Escandinávia na idade do bronze presenciou algum tipo de fenômeno astronômico ou natural e aprenderam como a identifica-lo estudando as estrelas e constelações que haviam visto nessa época, para isso associavam suas visões religiosas (os Deuses) com o céu. Deve ser dito que os monges cristãos que registraram os relatos dos Deuses podem ter alterado esses contos. Acredita-se que a Escandinávia já era habitava a mais de 12.000 anos a.C. (Suécia
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12.000 anos a.C.; Noruega 11.000 anos a.C., Dinamarca 12.500 anos a.C.). Já foi apontado que a Escandinávia era de um clima quente a cerca de 2.700 anos a.C. (4.700 anos atrás), mas começou a esfriar e ficar úmido entre 850-650 a.C. (2.850-2.650 anos atrás). O vulcão islandês Hekla 3 entrou em violenta erupção ao redor do ano 1.000 a.C (3.000 anos atrás) ajudando a esfriar as regiões nas partes nortes do globo nos anos seguintes. Em 2.700 anos a.C. as 12 constelações eram vistas na Noruega, Suécia e Dinamarca exceto Aquário que aparecia quase que completamente. De 850-650 a.C. Sagitário e Escorpião estavam mais próximos do horizonte (estavam mais baixo que nos anos anteriores). Este resfriamento nas partes nortes do globo pode ter sido a origem do Fimbulvetr (“Grande Inverno”), mas não como é descrito nas Eddas. A civilização da idade do bronze deve ter enfrentado um rigoroso inverno o qual permaneceu na memória desse povo que deve tê-lo passado adiante através da tradição oral. Nas Eddas esse inverno é o prenúncio do fim do mundo, mas possivelmente foi exagerado ou deturpado pelos copistas cristãos. O casal sobrevivente ao desastre universal, Líf e Lífþrasir, pode ser uma alusão a Adão e Eva (simbolizando o fim do mundo pagão entrando numa nova era, a cristã). Esses dois casais aparecem ao lado da árvore da vida. Curiosamente o dragão Níðhöggr é visto pela Völva após a sua descrição de fim de mundo, e isso nos faz lembrar-nos de satã. Nas fontes Eddicas nós podemos identificar: Hoddmímir Holt (Yggdrasill) com Líf e Lífþrasir e o dragão Níðhöggr voando (após o Ragnarökr); nas fontes cristãs nós podemos identificar: a árvore da vida, a árvore do conhecimento do bem e do mal e satã (na criação). Aquele que virá do alto, o poderoso, é uma referência clara ao deus cristão ou cristo (Völuspá 65). Essas descrições nas fontes Eddicas sobre um deus poderoso, um dragão e um casal humano na árvore que protege a vida após o Ragnarökr é uma clara alusão ao deus cristão, satã e Adão e Eva na árvore da vida do paraíso. Assim o fim dos Deuses representa o fim do velho mundo e o surgimento do poderoso representa o surgimento do cristianismo. A terra ressurgindo do mar (Völuspá 59) após o Ragnarökr lembra a parte do Gênesis que conta como deus separou as águas da terra (Gênesis 1.9 e 1.10). O campo não semeado (Völuspá 62) que surge após o Ragnarökr lembra a parte do Gênesis sobre a criação da vegetação sobre a terra (Gênesis 1.11 e 1.12). A sequência da Völuspá sobre esses eventos são os mesmos do Gênesis da Bíblia. O Vafþrúðnismál 45 conta que Líf e Lífþrasir serão alimentados com orvalho e o Gênesis 1.29 conta que deus deu autoridade para Adão e Eva comer dos frutos da terra. O retorno de alguns Deuses após o Ragnarökr se assemelha com o retorno dos escolhidos de cristo após o Apocalipse cristão ou mesmo os anjos criados por deus durante a criação. Algumas identificações das constelações possuem mais de uma representação, pois o cinto de Órion era chamado de Fiskikarlar e Friggerock. Por isso eu interpretei a Ursa Menor com o esquilo Ratatoskr, embora ela fosse chamada de Kvennavagn. Deve ser dito que provavelmente nem todos os antigos escandinavos enxergavam as mesmas figuras. Os gregos davam múltiplas versões para a origem de algumas constelações e o mesmo poderia ter acontecido com os nórdicos.
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Se esses dois relatos sobre a quase destruição do mundo pelo fogo e pela água (grego e escandinavo) forem de origem indu europeia então fica claro que os eventos descritos nas Eddas sobre a morte dos maiores Deuses é uma deturpação cristã, já que nenhum dos maiores deuses gregos envolvido com esses eventos morrem, apenas os homens mortais. Estrabo (que viveu entre 64/63 a.C.-24 d.C.) menciona que os Druidas e outros (os pitagóricos) acreditavam que a alma dos homens e o mundo (ou universo) eram idestrutíveis (ou imortais), porém um dia o fogo e a água iriam prevalecer. Essa citação de Estrabo se assemelha com a de Berossus, Censorinus, Sêneca e Platão (que segundo eles o mundo chegava perto da destruição total). Iremos agora falar um pouco sobre os calendários rúnicos. O calendário rúnico (Rúnastafr ou “Letras Rúnicas”) era usado pelos escandinavos e o mais antigo foi encontrado em Nyköping, Suécia, e é datado do século 13 (porém, as runas usadas nesse calendário rúnico sueco tem a forma similar das runas usadas no ano 1000). Olaus Magnus cita calendários rúnicos usados para contar o tempo, e para interpretar os sinais mensais das trovoadas. Os calendários rúnicos eram ensinados de pais para filhos. O folclore sueco ainda conta um fato interessante que pode estar ligado à origem desses calendários: um homem chamado Kettil Runske havia roubado três Runkavlar (“Varas de madeira com Runas”) de Óðinn com os quais ele ensinou os homens a usar as runas. Embora a história aqui apareça deturpada, sua origem pode ser pagã: Óðinn deu o alfabeto rúnico pra humanidade (e constantemente dava dádivas para seus favoritos). O número três talvez se refira aos três ættir rúnicos. Contudo isso poderia ser talvez um calendário rúnico (ou mesmo sua origem) criado por Óðinn e dado a Kettil. O bastão seria então um calendário rúnico de três partes (três linhas como é comum nesses calendários) dividido com quatro meses em cada um. A quarta runa *Ansuz (a) do primeiro ættir do Fuþark é o número de Óðinn e ele e seus irmãos criaram as estrelas e lhes determinou o curso da Sól (o Sol) e Máni (a Lua) dando assim a origem da contagem do tempo e dos anos (Völuspá 6, Vafþrúðnismál 23 e 25, Gylfaginning 8). Esse relato de Kettil Runske também é citado por Olaus Magnus. Deve ser lembrado que esse relato foi deturpado porque foi coletado por cristãos muito após a era pagã apenas para dizer que as divindades pagãs não ajudavam a humanidade, eram egoístas e que os Deuses sem suas armas mágicas eram impotentes e por isso Kettil roubou esse conhecimento. Mas isso contradiz com que é dito nas Eddas: Óðinn deu as runas para os homens, Óðinn oferecia o seu hidromel dos poetas aos seus escolhidos, Heimdallr ensinou aos homens a viver em sociedade, etc. A palavra sueca “runkavlar” corresponde à palavra islandesa “rúnakefli” com o mesmo significado (“Varas de madeira com Runas”). Na Noruega esse calendário era conhecido como Primstav e o mais velho existente encontrado até hoje é do século 15. Porém, há semelhanças e diferenças nesses calendários (sueco e norueguês). Alguns símbolos do Primstav são de origem pagã. Acredita-se que esses calendários foram criados porque a igreja não chegava às regiões mais distantes e de difícil acesso da Escandinávia. Contudo o Primstav pode ser parcialmente um calendário de origem pagã, mas com o tempo as datas cristãs
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substituíram as datas pagãs e novas comemorações foram incluídas. Talvez para distancia-los da sua origem pagã.
Um pai ensina seu filho e uma mãe ensina ensin a a filha a ler e a usar as runkavlar. Olaus Magnus, 1555. É notável que na figura apareçam três varas com runas run as aleatórias e diferentes em cada uma e o sol e a lua são representados nos dois cantos superiores indicando que essas varas eram usadas para contar o tempo.
O Computus Runicus é um calendário cristão do século 14 encontrado na Suécia que usava runas, Ole Worm publicou a transcrição desse texto em 1626. Era costume dos povos escandinavos (e germânicos) escrever em pedra, osso, armas e madeira. As runas eram usadas para finalidades mágicas, dedicatória funerária, maldições e etc. Existem alguns exemplos Eddicos que confirmam a existência de chapas de madeiras usadas para a escrita: a Völuspá 20 conta que as Nornir escreviam as leis e destinos dos homens em chapas de madeira; o Skírnismál 31 conta que Skírnir ameaçou usar o talismã mágico Gambanteinn em Gerðr caso ela se recusasse a se casar com Freyr e ele a compara com o cardo que é tirado no último período da colheita. Seria essa citação de Skírnir uma espécie de calendário usado para a colheita? Freyr era o Deus da fertilidade, colheita e tempo bom. O poema latino de Venantius Fortunatus do séc. 6 cita uma passagem curiosa: “a runa estrangeira pode ser pintada sobre tábuas de freixo, o que é feito por papiro, pode também ser feito sobre um liso pedaço de madeira”. Essa fonte confirma que o povo germânico usava as runas para escrita e em varas de madeira (essa citação de Venantius parece contrariar a opinião popular que se tem de que esses calendários rúnicos escandinavos são de origem cristã). Embora a citação de Venantius não mencione que essas varas eram usadas como calendário nós não podemos descartar essa hipótese. Infelizmente não temos certeza concreta se os escandinavos usavam calendários rúnicos em bastões de madeira antes do século 10 porque não foram achados artefatos que comprovassem isso. Assim temos três hipóteses: 1) Os calendários rúnicos em bastões de madeira anteriores ao século 10 não foram encontrados porque não resistiram ao tempo ou não foram ainda encontrados. 2) Os calendários rúnicos em bastões de madeira surgiram depois do século 13.
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3) Os calendários rúnicos em bastões de madeira não existiam antes do século10 e surgiu depois de uma mescla de conhecimentos pagãos, clássicos e cristãos. Mas deve ser lembrado que muito do que sabemos sobre os povos germânicos provém da cultura clássica e cristã isso porque estes povos passavam quase tudo oralmente. Porém, não há dúvida que os escandinavos conheciam um calendário pré-cristão, mas talvez não por todas as pessoas e sim apenas alguns mais instruídos. Usando o programa Stellarium constataremos, como já foi dito, que Escorpião e Sagitário são pouco visíveis na Escandinávia durante a era viking. Porém, a arqueoastronomia não prova que os escandinavos não conheciam o zodíaco só porque a visibilidade de Escorpião e Sagitário é limitada devido à latitude e longitude. Os escandinavos estiveram na Grécia e Itália (e algumas runestones comprovam essas viagens: G 216, U 922, U 104, U 1087, U 73, U 140, Ög 94, Ög 81 A e B, U 136, U 431, U 133, Sö 65, U 141, etc.) onde essas duas constelações podem ser vistas nitidamente. Além de tudo, Sagitário aponta para o centro da Via Láctea e essa constelação poderia ser conhecida por completo pelos escandinavos para poder chegar à Grécia e Itália (chamada de Terra dos Lombardos), assim como Escorpião que é conhecido pela estrela Antares que é muito brilhante. Conhecer essas duas constelações era essencial para saber se estavam chegando nestas terras já que eram constelações reconhecidas nessas regiões. Mas os escandinavos também poderiam usar outras estrelas para essa finalidade. Mesmo que Sagitário não seja visível na Islândia isso não significa que era desconhecido por todos, já que a ilha foi colonizada por noruegueses e suecos. Ingólfr Arnarson foi o primeiro norueguês a permanecer na ilha e Náttfari o primeiro sueco. Esses homens poderiam ter ensinado astronomia para as futuras gerações que nasceram na Islândia. Deve ser lembrado que a igreja sempre combateu práticas esotéricas pagãs e esse deve ser um dos motivos para quase não haver registros astronômicos ou mesmo calendários pré-cristãos. Outra coisa pode confirmar isso: os primeiros reis nórdicos cristãos destruíram muitas práticas e locais de cultos pagãos. Se não houvesse nenhum conhecimento em astronomia ou contagem do tempo entre os escandinavos os cristãos provavelmente exaltariam seu conhecimento para dizer que esse povo pagão era atrasado ou não tinha o verdadeiro conhecimento de deus. Além de tudo, é provável que nomes de constelações pré-cristãs fossem substituídos por nomes clássicos ainda mais se fossem relacionadas com os Deuses nórdicos (que eram insultados pelos recémconvertidos). Agora iremos tentar encontrar alguma relação dos calendários rúnicos com as runas e com o Zodíaco. Como já foi dito antes a prática Útiseta (“Sentar-se Lá Fora”) era feito durante a noite a céu aberto (na luz das estrelas) para poder receber visões ou profecias e é o que parece o que a Völva da Völupá faz. Isso poderia ser um modo de interpretar os astros e sabemos que os escandinavos pré-cristãos prestavam atenção à natureza a sua volta. Tácito contou que os povos germânicos prestavam bastante atenção ao canto e o vôo das aves e o relincho dos cavalos. Um dos metos de adivinhação germânica
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consistia em olhar para o céu e invocar dos Deuses jogando varetas com sinais num pano branco onde três delas eram retiradas para interpretação. Óðinn quando torturado por Geirröðr foi colocado entre duas fogueiras cuja fumaça obscureceu o céu então ele disse (Grímnismál 42): “Terá o favor de Ullr e todos os Deuses quem primeiro tocar o fogo; para os mundos serem abertos para os filhos dos Æsir, quando tirarem os caldeirões”. Depois disso Óðinn ainda completa (Grímnismál 45): “Agora eu olho para cima para os filhos dos Sigtívar, e com isso despertar-lhes a ajuda necessária; de todos os Æsir que chegam para o banco de Ægir, para o banquete de Ægir”. Essas passagens podem indicar que os Deuses habitam nos céus (nas constelações zodiacais) e descem para se banquetear quando descem ao horizonte onde vive Ægir (no Oceano). Óðinn dá a entender a Agnarr, ao julgar por essas passagens, que o céu deve estar aberto para poder entender e receber as visões divinas que foram ensinadas. O poema Grímnismál gira em torno da aposta entre Óðinn e Frigg para ver quem era melhor homem entre Geirröðr e Agnarr. Óðinn e Frigg são Deuses da sabedoria, conhecimento e ocultismo e relacionados com a soberania. Óðinn é chamado de Vagna runni (“Aquele que Move as Constelações”) no poema Sonatorrek; e Óðinn era associado à Grande Ursa que era chamada de Vagna Grímnir (“Vagão de Grímnir/Óðinn”). Mas o mais incrível é que Óðinn era chamado de Valdr Vagnbrautar que significa “Governante do Céu ou do Zodíaco ou das Constelações”. O céu era muito importante para os escandinavos ao julgar pelos kenningar kenni ngar relacionados a isso: i sso: veg Sólar (“o caminho da d a Sól”), ferli Mána (“o curso de Máni”), jaðri Sólar (“a fronteira da Sól”), salþak (“teto do salão (da terra))”, Ymis Haus (“Crânio de Ymir”), land himintungla (“terra dos corpos celestes”) e land vagna (“terra das constelações”). O outro nome de Óðinn, Kjalarr, pode estar ligado a constelações já que é dito que ele puxou trenó (Grímnismál 49) e isso pode ser um kenningr para constelação até porque os carros eram associados com constelações e/ou estrelas na poesia. Esse nome (Kjalarr, que pode significar “Condutor de Trenó”) pode estar ligado ao fato de Óðinn ter determinado o curso das estrelas durante a criação e isso explicaria o relato dele ter puxado o trenó. O rei na tradição nórdica deveria ser sábio e culto para poder entender os desígnios divinos (alguns deles agiam como reisacerdotes tal como Aun e presidiam os sacrifícios). O rei sueco Dómaldi foi morto por que falhou com seu povo em trazer boas colheitas que então resolveram sacrifica-lo e o mesmo aconteceu com o rei Óláfr trételgja. Como expliquei antes as casas dos Deuses no Grímnismál podem ser uma alusão ao Zodíaco. Também é dito que os doze grandes Deuses nórdicos sentavam em seus tronos para decidir o destino do mundo e esses tronos podem estar localizados nas suas respectivas constelações. Mas deve ser lembrado que não há uma lista oficial dos doze grandes Deuses, pois ela varia nas fontes. A palavra Áss (a) que significa “Deus” ou “um dos Æsir” termina com a runa *Sowilo (s) que é a “Sól (Sol)” ou “uma Estrela(s)”. Assim os Deuses possuem total conexão com as estrelas e planetas indicando que eles regem o universo e os corpos celestes. Também deve ser lembrado que isso não quer dizer que os Deuses eram estrelas ou constelações, mas é possível que os escandinavos as vissem como “casa” dos Deuses ou a direção onde às divindades habitavam.
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É interessante notar que as runas estão de acordo com o Zodíaco (as runas vão de *Fehu até *Jera e então recomeçam com *Eihwaz e vai até *Oþala). Veja abaixo: Signo
x Áries c Touro v Gêmeos b Câncer n Leão m Virgem X Libra C Escorpião V Sagitário B Capricórnio N Aquário M Peixes
Runas FI Up Tz as Rt Kb G e Wm Hl nN id Jo
Significado
Carneiro e Teixo Boi/Auroque e Pera? Gigante e Alcis? Deus e Sól Carro (Solar) e Týr Fogo e Bétula Dádiva e Cavalo Alegria e Homem Granizo e Lago Necessidade e Ing Gelo e Dia Ano e Propriedade
A religião grega contém alguns contos que se assemelham incrivelmente com os relatos das divindades nórdicas como será explicado agora. Primeiramente o símbolo de Áries se refere ao velocino de ouro que ficava sobre uma árvore segundo a religião grega e as duas runas arranjadas para Áries são *Fehu e *Eiwhaz. A runa *Fehu pode significar “carneiro” além de “riqueza” e “gado”. A runa *Eiwhaz significa “teixo” e é uma árvore. Assim podemos ver um carneiro ou cabra sobre uma árvore (seria uma alusão à cabra Heiðrún em Yggdrasill?). É muito possível que *Fehu representasse Heiðrún (que ficava nos galhos de Yggdrasill) e simbolizava Áries enquanto a runa *Eihwaz representava a árvore do mundo, que simboliza o eixo cósmico que separa o Zodíaco (por isso as runas vão de 1 a 12 e recomeçam de 13 a 24 no lugar de 1 a 12 nesse esquema). A *Fehu é a primeira runa e *Eihwaz e a décimaterceira. É surpreendente que quando Áries está entre o norte e o sul da abobada celeste a constelação de Dragão que representa Níðhöggr aparece ao norte onde a fonte de Hvergelmir está localizada e a constelação de Girafa que representa o chifre Gjallarhorn que está na fonte de Mímir fica ao leste tal como apresentadas nas fontes. A fonte de Urðr está localizada ao sul e deve ficar perto das constelações de Baleia e Eridano. O corpo da constelação de Baleia (tirando a cabeça) poderia ser o salão das Nornir. Assim as três fontes aparecem quase que na mesma linha do Meridiano e surgem perto de Áries representada por Heiðrún na Yggdrasill (f e I). As três fontes ficam perto das três raízes de Yggdrasill. O poema conhecido como Abecedarium Nordmannicum conta que a runa Ýr (R) suporta tudo e ela representa *Eihwaz, o Teixo (embora a forma da runa seja diferente entre o antigo e o jovem Fuþark o significado é o mesmo: teixo). Seria isso uma alusão à Yggdrasill? É possível que a antiga forma de *Eihwaz representasse o eixo da terra (inclinação axial ou talvez o Meridiano), mas a runa depois mudou de forma provavelmente para representar as três fontes: Hvergelmir, fonte de Mímir e a fonte de Urðr. O Touro segundo a religião grega era relacionado com Zeus (o touro que raptou Europa) e Héracles (o touro de Creta) e na religião nórdica o boi era associado com Óðinn (o boi de Þjazi) e Þórr (o boi Himinhrjóðr). As runas *Uruz e *Perth são
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arranjadas para esse sinal, porém como a runa *Perth é de etimologia incerta (talvez signifique “pera”), então fica difícil sua interpretação (alguns entendem o significado da runa como “vulva”, “copo de beber e/ou caldeirão”, “uma peça de xadrez (hnefatafl?)”, “pedra”, ou “copo de jogar dados”). O Skáldskaparmál conta que Þjazi disfarçado de águia ficava em cima de um carvalho enquanto os Deuses Óðinn, Hænir e Loki tentavam assar o boi que haviam encontrado e as runas para esse sinal poderia significar “o boi e a árvore (pereira)” e assim fazendo alusão a esse relato. Se a runa significar “pedra” então isso poderia ser uma alusão ao forno escavado na terra feito pelos três Deuses para assar o boi de Þjazi. Se a runa significar “peça de xadrez” ou “copo de jogar dados” então isso i sso seria uma referência referênci a ao Destino e é dito que os Deuses Deu ses possuem tabuletas de ouro que parecem ter poder sobre o Destino. Se a runa significar “copo de beber” então deve ser uma alusão aos chifres que os guerreiros de Óðinn tomam no Valhöll. Assim *Uruz e *Perth simbolizam o chifre (u) que é oferecido ao recémchegado (p), já que *Perth é associada à revelação e tudo isso tem conexão com Óðinn e seus guerreiros. O sinal de Gêmeos segundo a religião grega é a representação dos Dioskouroi e as runas arranjadas para esse signo são *Þurisaz e *Algiz. A runa *Þurisaz significa “Gigante” e é uma referência direta para Ymir no poema Þórsdrápa, mas pode significar qualquer Gigante. Ymir pode significar “Gêmeo” ou “Duplo”. A runa *Algiz é também de etimologia incerta, mas talvez signifique “Alce”, “Templo ou Santuário”, uma espécie da planta “Carex” ou os gêmeos “Alcis” venerados pelos Naarvalos. O provável significado rúnico para o sinal de Gêmeos talvez seja “Gigante (T) e Gêmeo (Z)”, que seria uma alusão aos olhos de Þjazi. Os Gêmeos aqui podem também representar os irmãos de Þjazi: Iði e Gangr, mas o mais provável significado é de que os dois olhos do Gigante Þjazi eram idênticos, iguais, gêmeos. Se o significado de z for Templo ou Santuário então isso é uma referência a Þjazi: Templo do Gigante, pois é dito que Skaði habita no antigo santuário de seu pai. Se o significado da runa for Carex então isso poderia ser um simbolismo da vara que Loki bateu em Þjazi. O poema rúnico Islandês associa a runa T com o planeta Saturno e esse deus foi identificado com Njörðr no Prólogo da Edda em Prosa. É interessante perceber que se Gêmeos representa o lar de Skaði (Þrymheimr) então a runa associada a sua casa era T que representa simbolicamente o seu marido Njörðr (Saturno). Tudo isso parece indicar o espisódio onde Þjazi é morto pelos Deuses, tem seus olhos jogados no céu e como reconciliação com os Deuses Skaði acabou ficando com Njörðr, mas por fim ela foi viver na terra de seu pai. O sinal de Câncer segundo a religião grega seria o Caranguejo que Hera enviou para matar Héracles, mas acabou sendo morto e colocado entre as estrelas pela deusa. As runas arranjadas para esse sinal são *Ansuz e *Sowilo e provavelmente é uma referência à Baldr como “Deus do Sol”. O mês hebreu Tammuz (derivado do deus Assírio-Babilônico Dumuzi/Tammuz) corresponde a meados Junho e Julho. Tammuz é muito semelhante à Baldr como veremos a seguir. O mês Tammuz (em honra do deus Tammuz), na Babilônia, durante o solstício de Verão era tempo de luto e tristeza,
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porque marcava o declínio das horas de luz do dia. Também era tempo da morte do calor do Verão e da seca com 6 dias de “funeral” para o deus. Dumuzi morre e retorna cada seis meses do ano. Dumuzi era consorte de Inanna e ela desce até o mundo da morte atrás dele. Dumuzi aparece como quinto rei antes do dilúvio. Baldr morre durante o Verão e os Deuses lhe fazem um esplendido funeral onde ele é lamentado por todos. Baldr era esposo de Nanna e ela morre logo depois dele de tristeza e acaba indo para o mundo da morte. Baldr aparece como um Deus que renasce após a morte (depois do Ragnarökr). Baldr também é citado como um antigo rei. Óðinn sussurrou palavras ao ouvido de Baldr na pira e as runas dessa casa são *Ansuz (a) e *Sowilo (s) que podem também representar esses dois Deuses. A runa a é associada com o planeta Júpiter no poema rúnico Islandês e relacionado à Óðinn. O Leão segundo a religião grega também é um dos trabalhos de Héracles. O herói grego matou o leão e Zeus o colocou entre as estrelas. As runas para esse sinal são *Raido e *Teiwaz que significam “caminho” e “Deus (simbolizando Heimdallr)” e talvez signifique “caminho em direção (r) ao Deus (t)”. O Deus Heimdallr é o guardião e porteiro de Ásgarðr e ele fica na entrada do mundo divino. Ele é o pai das classes sociais por isso todos os homens que adentram Ásgarðr após a morte passam por ele. Também pode ser que “o caminho para o Deus” aqui simbolize a ponte Bifröst que fica na residência de Heimdallr e liga Ásgarðr e Miðgarðr. A runa r é associada com viagens e jornadas e no poema Rígsþula é dito que Heimdallr (Rígr) passou por caminhos verdes, caminhando até chegar à Miðgarðr (associando esse Deus com viagens, jornadas). O poema rúnico Anglo-saxão associa a runa t com uma estrela que mantém a fé com os príncipes (os nobres são descendentes de Heimdallr). No poema rúnico Islandês a runa t é associado ao planeta Marte. O deus Marte na antiga religião romana era visto como protetor do povo romano e seus filhos, Rômulo e Remo, eram tidos como fundadores de Roma (assim como os filhos de Heimdallr que geraram a sociedade escandinava). O sinal de Virgem segundo a religião grega é uma representação da deusa Astreia ou de Perséfone ou de Demeter. Talvez Freyja seja a representação desse signo como foi dito antes e as runas para Virgem são *Kaunan e *Berkanan e significam “morte (c) e vida (b)” (que são características de Freyja como Deusa da fertilidade e da morte). Freyja recolhe metade dos mortos em batalha e ela ajudava as mulheres na hora do parto. É possível que essas duas runas simbolizem também a morte (c) da vegetação (b) e seria uma alusão ao fato de Freyja sair à procura de Óðr pelo mundo. O Gylfaginning conta que Freyja se deu vários nomes quando saiu à procura de Óðr e um desses nomes dela, Sýr, significa “javali”, indicando que a Deusa procura encontrar o marido no inverno (embaixo da terra?) tal como o javali que cava a terra para encontrar alimento no inverno. Freyja então representa a fertilidade da vegetação e o desaparecimento de seu marido representa a chegada do inverno. O poema rúnico Islandês e Norueguês associa a runa *Kaunan com a morte e o Anglo-saxão o relaciona com o fogo e a palidez que podem também estar relacionado (cremação de cadáver).
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O signo de Libra representava a justiça para os antigos e era a balança de Astreia. As runas para Libra são *Gebo e *Ehwaz. A interpretação talvez seja “retribuição ( )e cavalo (e)”, mas a última representando direção, simbolizando uma balança, já que *Gebo tem duas partes iguais e *Ehwaz representa um cavalo que segue seu curso, sua direção. Glitnir é a casa de Forseti e parece representar o sinal de Libra, Forseti era conhecido por resolver conflitos. Contudo é possível que represente as decisões de Forseti e e represente o próprio Deus (ele seria como um cavaleiro). Já foi sugerido que Forseti seria um empréstimo (linguístico) do Poseidon grego, e este deus grego era relacionado com o cavalo. Forseti significa “Presidente” e Poseidon “Senhor da Terra” (do grego “posis” = “senhor” + “da” do dórico = terra). O signo de Escorpião era relacionado à Orion, o caçador, que era associado à Ártemis segundo a religião grega. As runas arranjadas para esse sinal são *Wunjo e *Mannaz, que significam “alegria e homem”, e isso pode ser uma alusão a alguma festividade sagrada (Frøblót?). A forma da runa ! lembra a bandeira do corvo viking (hrafnsmerki) simbolizando assim um clã, então m deve ser a união de dois clãs. Seria isso uma alusão ao casamento de Njörðr e Skaði? Escorpião parece ser a representação de Nóatún, a casa de Njörðr, e Skaði (que é similar a Ártemis grega) era sua esposa. É interessante notar que tanto o sinal de Gêmeos quanto o Escorpião era associado com o casal Skaði e Njörðr. Veja a imagem da bandeira do corvo abaixo:
Bandeira viking da Tapeçaria de Bayeux (no centro parece haver uma ave talvez talvez um corvo). http://en.wikipedia.org/wiki/Raven_banner#/media/File:Raven_Banner_Bayeux_Tapestry.JPG .
O signo de Sagitário era associado ao centauro Quíron (mas há outras versões) na religião grega. As runas arranjadas para esse sinal são *Hagalaz e *Laguz, que significam “granizo (") e fluxo (l)” e pode ser uma alusão a Via Láctea. A Via Láctea era chamada de Vetrarbraut que significa “Caminho do Inverno” ou “Via Láctea”. O poema rúnico Islandês chama h de “semente fria”, o poema rúnico Anglo-saxão chama " de “a mais branca das sementes”, e o poema Norueguês associa h com a criação do mundo. Embora a forma da runa seja diferente entre o antigo e jovem Fuþark seu significado é o mesmo. A vida surgiu do gelo e do calor que se encontraram no Ginnungagap. O céu é chamado de Ginnunga Vé no poema Haustlöng e é associado ao granizo trazido por Þórr. É notável que o sinal de Sagitário seja representado por uma flecha e o granizo em kenningar (associados à guerra) significava “flecha” e era chamado de “Granizo da Corda dos Arcos (Hagli strengjar, Hagl strengs)”, “Granizo
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dos Arcos (Hagl bogna)”, e “Granizo das Feridas (Hagl benja)”. Laguz representa fluxo, líquido e o poema rúnico Islandês compara essa runa com um grande caldeirão e um redemoinho de fluxo. Seria isso uma alusão à flecha (") que aponta para a Via Láctea (l)? Víðarr é dito esperar o fim dos tempos em seu cavalo e pode ser a representação de Sagitário. A arma de Víðarr é dito ser uma espada ou lança (arma com ponta) como já foi dito antes. Talvez o motivo de Víðarr ficar esperando o fim dos tempos signifique que ele está lá porque é o último sinal do Zodíaco na Idade do Ouro (que vai de Áries até Sagitário simbolizando o início com Sága e Óðinn indo até o final em Víðarr). É possível que originalmente Víðarr fosse o Deus que colocou a espada na boca de Fenrir após ele decepar a mão de Týr e ser acorrentado pelos Deuses. Assim Fenrir termina preso no fim da Idade do Ouro com a espada na boca, mas ele seria morto pelo Deus no fim da Idade do Ferro quando tentaria se libertar para tentar engolir a Sól (Sol). O signo de Capricórnio era associado com o deus Pã segundo a religião grega. As runas arranjadas para esse sinal são *Nauþiz e *Ingwaz, que significam “necessidade (n) e Deus Ing (N)” e pode ser uma alusão a necessidade de fertilidade já que o mês de Capricórnio (Dezembro/Janeiro ou Jólmánuðr/Mörsugr) marcava o solstício de inverno. Outra possibilidade é de que a “necessidade” aqui represente os pobres ou escravos que eram os protegidos de Þórr cujo mês ele parece estar relacionado. A runa N também representa um herói divino e pode simbolizar Þórr como protetor dos Deuses e dos homens. O bode de Þórr pode ser a representação de Capricórnio principalmente o que mancava por causa de Loki e Þjálfi. Segundo o Gylfaginning 15 tanto Þórr quanto Baldr não andam a cavalo quando vão julgar assuntos divinos em Yggdrasill, embora todos os outros Æsir cavalgassem, porque Þórr anda na sua biga de bodes ou atravessa rios nadando e o cavalo de Baldr foi queimado junto com ele. Isso pode ser uma alusão a ambos os portões zodiacais que eles representam (Câncer e Capricórnio). Se o eixo da terra for representada por *Eihwaz (I) e simbolizar Yggdrasill então Þórr é simbolizado pela constelação de Hércules e os rios que ele nada representa os braços da Via Láctea que ficam perto dessa mesma constelação. O signo de Aquário era associado com Ganímedes e Deucalião segundo a religião grega. As runas arranjadas para esse sinal são *Isa (i) e *Dagaz (d), que significam “gelo e dia” e pode ser uma alusão que o tempo de frio está partindo já que no norte este é o quarto mês de inverno (Þorri); ou talvez simbolize que os dias são gelados nesse mês. Os Deuses associados com Aquário são Ullr e Freyr. Ullr é associado com o gelo e o inverno; e Freyr é associado à luz e o brilho do sol. Dagr é a divindade do dia e também pode simbolizar a runa d, ele era filho do Deus Dellingr (“Amanhecer”) e de Nótt (“Noite”), Dagr era belo e brilhante. É interessante notar que Dellingr, o pai de Dagr, é associado aos Æsir e aos Álfar no Hávamál 160. O signo de Peixes era associado com Afrodite e Eros segundo a religião grega e ambos eram ligados por um laço quando se transformam em peixes para escaparem de Tifão. As runas arranjadas para esse sinal são *Jera e *Oþala, que significam “ano (j) e herança o (o)” e pode ser uma alusão de que o tempo da colheita está chegando. Também
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é possível que *Jera represente o ano de 12 meses já que essa runa representa esse mesmo número, e corresponde a Peixes que é o último sinal do Zodíaco. Sabemos que Heimdallr e Loki lutaram em forma de foca pela posse do calor de Freyja e talvez seja uma alusão ao sinal de Peixes. Foi Óðinn quem mandou Loki roubar a joia e Valaskjálf é uma das casas de Óðinn e pode representar Peixes. Talvez o sinal de Peixes também represente Andvari e Loki, já que ambos se transformaram em salmão: Andvari para resgatar sua vida e Loki para escapar da vingança dos Deuses. Também é interessante notar que desenho da runa j lembra dois peixes e o mesmo acontece com o, porém lembra apenas um peixe. A runa *Oþala significa prosperidade, herança, patrimônio, riqueza e talvez seja uma alusão a alguma residência a beira mar onde os peixes eram abundantes. Como bem sabemos a palavra runa significa “mistério”, “segredo”, “conhecimento oculto” ou “sussurro” e talvez isso seja uma alusão a esse segredo, de que as runas representariam o Zodíaco ou suas posições no céu (poder de influência sobre o Destino das pessoas). Há um curioso manuscrito (MS Sloane 3854) que se encontra na Inglaterra que associa as runas com o Zodíaco. Esse manuscrito de origem italiana está escrito em latim e contém um tratado hermético arábico sobre mágica astral (chamado de os segredos de Hermes). O manuscrito é datado do século 14, mas o seu conteúdo é mais antigo, e isso é considerado um manual de mago. O autor italiano compilou magia árabe por intermédio de tradução. O autor conta que os planetas tinham forças espirituais que governavam as pessoas pertencentes ao seu planeta. Ele conta que os planetas influenciavam as pessoas através de seu curso pelo Zodíaco. O autor ensina como invocar essas forças espirituais através de um alfabeto secreto que ele chama “runae” (runas). Algumas dessas letras são semelhantes às runas escandinavas tanto na forma quanto no nome. Alguns nomes são semelhantes às denominações escandinavas e aparecem como: Kon (Kaun), Hagel (Hagall), Lag (Lögr), Rether (Reiðr) e Sol (Sól); e alguns nomes aparecem corrompidos: Ystingen significa Íss Stunginn (letra E), Bierbe Stuncken significa Bjarkan Stunginn (letra P). As runas começaram a ser “pontilhadas” a partir do fim do século 10 ou início do século 11 em diante para poder representar fonemas com mais precisão (i representava som de I, e representava E, b era B, p era P, t era T, d era D e etc). As runas usadas nesse tratado são do jovem Fuþark. O manuscrito combina runas com os doze sinais do Zodíaco para esse fim (duas para cada sinal). Não se tem conhecimento das runas nesse tipo de uso (runas sendo associadas diretamente ao Zodíaco nas fontes escandinavas que temos). A obra contém elementos árabes, escandinavos (runas), hebreu e até cristão. As runas nesse tratado têm qualidades elementais: fogo, ar, água e terra; e eram usadas no lugar das letras latinas. Contudo a correspondência feita pelo autor do manuscrito está em desacordo com o poder rúnico: Kaun (k) é associada com ebolição, calor, ou fervura e nesse manuscrito seu poder simboliza a terra. Íss (i) que represena o gelo no manuscrito simboliza o fogo. Isso nos faz pensar que o autor desse manuscrito pode ter interpretado as runas a seu bel prazer ou talvez por não as conhece-las a fundo (ele apenas identificou o “a” latim com a runa a que também representa “a”, e assim por diante). O autor usou vários conhecimentos mágicos para usar na sua compilação (“de antigos livros”) e alguns deles
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podem ter sido passados oralmente (que talvez seja o caso das runas). O autor então mistura elementos de algumas crenças provavelmente por ele acreditar na eficácia disso. Sabemos que os escandinavos mantiveram contato com os árabes (Ibn Fadlan, moedas encontradas na Escandinávia de origem árabe), o que talvez explique a mistura das runas com magia árabe. Talvez os árabes tivessem aprendido magia rúnica através do contato com os escandinavos e sabiam de sua conexão com o Zodíaco, mas não da forma apresentada no manuscrito MS Sloane 3854. O que mais dificulta é que esse manuscrito é muito tardio e foi complilado fora da Escandinávia e ainda por uma pessoa (ou pessoas) que misturava crenças e isso coloca a credibilidade da obra em dúvida. A pedra de kylver (G 88) é uma pedra rúnica que se encontra na Suécia e é datada ao redor de 400 d.C., e contém uma das mais antigas sequências rúnicas (a outra é o Vadstena bracteate datado ao redor do ano 500 d.C., que é importante, pois neste os três ættir aparecem separados). A sequência rúnica da pedra de Kylver e do Vadstena bracteate é levemente diferente (p e I aparecem com as posições trocadas e o mesmo acontece com as posições de d e o). A sequência da pedra de Kylver termina com o que se acredita ser uma runa amarrada (o que é muito possível), contudo sua forma lembra uma árvore tal como as árvores representadas na idade do bronze escandinavo. Se isso realmente representar uma árvore então isso confirma o relato de Óðinn de se sacrificar para si mesmo em Yggdrasill para resgatar as runas. E desse modo as runas poderiam representar as doze constelações do Zodíaco e suas posições no céu e/ou planeta regente e a árvore representaria o eixo cósmico entre Norte e Sul (que separa Áries e Peixes). O Hávamál 80 e 142 conta que as runas foram criadas pelos Ginnregin (que são identificados com os Æsir no poema Haustlöng) e pintadas por Óðinn, e o Grímnismál conta que os Deuses edificaram suas próprias casas (seria isso uma alusão aos Deuses terem edificado suas casas onde o poder deles sobre as runas emanava e estava nas casas zodiacais?). Óðinn se sacrificou em Yggdrasill e essa árvore pode representar o eixo cósmico entre Áries e Peixes simbolizando o começo e o fim. Mais incrível ainda é que acima de Áries fica a constelação de Perseu e Medusa que como eu disse antes pode representar Óðinn e a cabeça de Mímir. Adam de Bremen contou que os Suecos realizavam sacrifícios a cada nove anos e ofereciam espécies de machos que eram pendurados em árvores no equinócio da Primavera, especialmente cães e cavalos (teria o sacrifício de Óðinn em Yggdrasill sido feito no equinócio da Primavera? O número nove e a árvore eram relacionados a esse Deus assim como o cão e o cavalo). Adam ainda menciona que havia uma fonte perto da árvore do templo e Óðinn era associado à fonte de Mímir. Nesse esquema Perseu fica diante das quatro direções cósmicas no céu: Norte, Sul, Leste e Oeste; e isso lembra Óðinn e seus irmãos criando o céu e colocando os Dvergar Norðri, Suðri, Austri e Vestri para representar os pontos cardeais. Devo lembrar que a runa a é a runa de Óðinn e simboliza o número quatro. Faz muito sentido o sacrifício de Óðinn ter sido realizado no equinócio da Primavera, pois é o tempo em que o dia e a noite possui praticamente a mesma duração; e é dito que Óðinn colocou Dagr e Nótt no céu e lhes estabeleceu o período do dia e da noite. Veja abaixo as figuras (das árvores comparadas):
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Pedra de Kylver (https://en.wikipedia.org/wiki/Kylver_Stone#/media/File:Kylverstenen_futhark.jpg ( https://en.wikipedia.org/wiki/Kylver_Stone#/media/File:Kylverstenen_futhark.jpg ).
Solberg, Noruega (http://www.arild-hauge.com/arild-hauge/helleristning-solberg1.jpg (http://www.arild-hauge.com/arild-hauge/helleristning-solberg1.jpg ).
Óðinn é também o Deus da magia, do oculto, do xamanismo, e da profecia; ele mesmo ensinou as runas aos homens para que pudessem interpretar a vontade dos Deuses. O Zodíaco também era usado na antiguidade para interpretar o futuro. Se Óðinn é o criador do céu e das estrelas, então ele é o Deus da astronomia também. O motivo pelo qual Óðinn começa sua descrição das casas divinas primeiro com a habitação de Þórr (Þrúðheimr - Capricórnio) provavelmente se deve pelo fato de ser a constelação que estava sobre ele nesse momento; ou talvez por que já havia começado a Idade da Prata, que era a idade regida por Þórr. A Idade da Prata representa o fim da hospitalidade e Óðinn foi maltratado por Geirröðr. Na era viking as runas foram diminuídas de 24 para 16 runas, contudo ainda se podem ver semelhanças com o Zodíaco. De Áries até Virgem nada mudou, porém h substituiu , n substituiu !; i substituiu "; a substituiu n; s substituiu i e t substituiu j. A nova forma de *Hagalaz lembra uma balança. As runas *Nauþiz e *Wunjo significam estado de espírito: necessidade e alegria respectivamente. As runas *Isa e *Hagalaz representam frio e gelo. As runas Ár e *Nauþiz são estados opostos naturais: plenitude e escassez. As runas *Sowilo e *Isa representam os opostos: verão e inverno. As runas *Teiwaz e *Jera representam o ciclo divino: Deus e tempo. Nesse novo esquema apenas uma runa simboliza o Zodíaco: Áries (f), Touro (u), Gêmeos (d), Câncer (o), Leão (r), Virgem (k), Libra (h), Escorpião (n), Sagitário (i), Capricórnio (a), Aquário (s), Peixes (t); mas as seguintes runas indicam algo mais: b representa nascimento, m representa a humanidade, l representa líquido (as águas de Urðr ou das três fontes), e R representa o eixo cósmico: Yggdrasill. Isso pode simbolizar que o homem tem o nascimento determinado na fonte do Destino pelos Deuses de suas casas celestes (os Deuses se reúnem em Yggdrasill para julgar assuntos divinos). No norte em meados de Outubro (Libra) até meados de Dezembro (Sagitário) é inverno, contudo no final de Dezembro acontece o solstício de inverno (Capricórnio), que simboliza o regresso do sol e os
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meses seguintes o frio vai retrocedendo aos poucos (Aquário e Peixes). Veja abaixo a figura da inclinação axial da Terra:
Fonte: (https://en.wikipedia.org/wiki/Axial_tilt#/media/File:AxialTiltObliquity.png (https://en.wikipedia.org/wiki/Axial_tilt#/media/File:AxialTiltObliquity.png ).
Agora veja a mesma figura combinada com a runa *Eihwaz (I):
A runa *Eihwaz (I) foi substituída pela Ýr (R) na era viking, mas significa a mesma coisa: Teixo. Veja na figura abaixo:
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Essa figura da runa Ýr (R) acima combinada com o eixo terrestre está de acordo com as três fontes: a de Mímir (direção leste onde fica Jötunheimr), a de Urðr (que fica no sul) e a de Hvergelmir (que fica no norte no Niflheimr). Agora iremos ver imagens tiradas do programa Stellarium para podermos entender melhor o Zodíaco e as casas celestes dos Deuses. A imagem a seguir representa o dia 21/03/794 d.C. (um ano após o início da era viking) visto de Oslo na Noruega. Áries (Sökkvabekkr) está no Meridiano na divisa do Zodíaco (Áries e Peixes).
Imagem do programa Stellarium. A linha verde verde representa representa o Meridiano, a linha branca é o plano galáctico, a linha azul azul é é o equador, e o vermelho vermelho o o eclíptico. N é Norte, E Leste, S Sul e O Oeste.
Perseu e a cabeça de Medusa (Óðinn e a cabeça de Mímir) estão acima de Áries que tem o Triângulo (Þríhyrningr) ao lado direito inferior e a Girafa (Gjallarhorn) no canto
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esquerdo superior. Auriga representa Ásar Bardagi ou “Campo de Batalha dos Æsir”. Auriga (Vígríðr) está ao lado de Perseu (Óðinn) e acima de Touro (Glaðsheimr). Ao lado de Perseu (Óðinn) está Andrômeda (Úlfs kjöptr ou Fenrir). Nota-se que Andrômeda (Fenrir) está acima do Triangulo (Þríhyrningr) e ao lado da Sól e seus cavalos Árvakr e Alsviðr (Sol, o clarão ao lado sul, ao lado de Pégaso e Equuleus) e Perseu (Óðinn) no fim do Zodíaco e isso pode ser uma alusão à captura do astro e de Óðinn por Fenrir (quando o monstro engole os dois). Delfim fica abaixo da barriga de Pégaso tal como os foles colocados abaixo dos cavalos da Sól. Veja a mesma imagem abaixo, porém a representação é noturna (com Máni, a lua, e seus cavalos):
Imagem do programa Stellarium. A linha verde verde representa representa o Meridiano, a linha branca é o plano galáctico, a linha azul azul é é o equador, e o vermelho vermelho o o eclíptico. N é Norte, E Leste, S Sul e O Oeste.
Pégaso (e/ou Equuleus) pode também simbolizar o cavalo de Máni (durante a noite); ou o cavalo Hrímfaxi de Nótt (durante a noite); e ou o cavalo Skinfaxi de Dagr (durante o dia); já que essas duas constelações estão perto da eclíptica e poderiam representar o nascer do sol e do dia ao amanhecer e a chegada da noite e da lua ao anoitecer. Existe uma grande semelhança da Sól (representada como a constelação de Pégaso e Equuleus e o sol) com o Carro de Trundholm. Veja figura abaixo:
Carro de Trundholm encontrado na Dinamarca e pertence à idade do bronze. Fonte: (https://en.wikipedia.org/wiki/Trundholm_sun_chariot (https://en.wikipedia.org/wiki/Trundholm_sun_chariot ). ).
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O Carro de Trundholm parece representar o dia ou o sol (o lado dourado) e a noite ou a lua (o lado escuro). Esse carro já foi associado com a metade do período sinódico. Na primeira figura acima da pagina anterior tirada do Stellarium podemos ver que a constelação de Unicórnio que tem o Cão Menor acima dele surge no leste; ambas lembram a Giganta (as linhas que formam a Giganta parece representa-la de pernas abertas) que vive em Járnviðr e gerou Mánagarmr, que tenta engolir Máni. Órion pode ser o guardião dessa Giganta, Eggþér, e a constelação de Lebre o galo que canta ao seu lado, Fjalarr. A imagem a seguir mostras as constelações que representam as casas divinas dos Deuses: Áries ou Sökvabekkr; Touro ou Glaðsheimr; Gêmeos ou Þrymheimr; Câncer ou Breiðablik; Leão ou Himinbjörg; e Virgem Fólkvangr.
Imagem do programa Stellarium. A linha verde verde representa representa o Meridiano, a linha branca é o plano galáctico, a linha azul azul é é o equador, e o vermelho vermelho o o eclíptico. N é Norte, E Leste, S Sul e O Oeste.
Nota-se na imagem acima que a constelação de Dragão representa Níðhöggr e está no norte (a fonte Hvergelmir deve ficar próxima a ele). A Ursa Menor representa o esquilo Ratatoskr. A Hidra representa Jörmungandr vindo do Jötunheimr que está no leste e Crater (Taça) que está acima dele representa o caldeirão de Hymir, o Gigante que havia desafiado Þórr. Boötes pode representar Heimdallr ou Freyr, Arcturus era chamado de Dagstjarna. Sirius era chamado de Hundstjarna. Vega era chamada de Suðrstjarna. As Híades estão na frente da cabeça de Touro e representa o lobo Hati, filho de Fenrir, que persegue Máni (as Híades foram um V representando a “Mandíbula do Lobo”). Sirius está à frente do navio Argo Navis que representa Loki conduzindo o navio Naglfar, mas apenas a proa do navio é visível. Cassiopeia representa os cinco veados que ficam na Yggdrasill: Eikþyrnir, Duneyr, Duraþrór, Dvalinn e Dáinn.
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A próxima imagem mostra as constelações seguintes: Libra ou Glitnir; Escorpião ou Nóatún; e Sagitário ou Víði.
Imagem do programa Stellarium. A linha verde verde representa representa o Meridiano, a linha branca é o plano galáctico, a linha azul azul é é o equador, e o vermelho vermelho o o eclíptico. N é Norte, E Leste, S Sul e O Oeste.
O Carro da Ursa Maior pode representar o Carro de Þórr, e Hércules representa Þórr firmando as pernas quando bateu os pés no fundo do oceano quando o Deus pescou Jörmungandr, pois a serpente fazia força contrária. O plano galáctico está próximo à constelação de Hércules. Ao lado dele está a Corona Borealis que representa o Dedo de Aurvandill. A imagem seguinte mostra o restante do Zodíaco: Capricórnio ou Þrúðheimr, Aquário ou Ýdalir e Peixes ou Valaskjálf.
Imagem do programa Stellarium. A linha verde verde representa representa o Meridiano, a linha branca é o plano galáctico, a linha azul azul é é o equador, e o vermelho vermelho o o eclíptico. N é Norte, E Leste, S Sul e O Oeste.
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Na figura acima podemos ver Capricórnio no sul enquanto no lado norte está à constelação de Câncer, porém oculta por causa da paisagem, onde poderiam representar os portões dos Deuses e dos mortos respectivamente. Talvez isso simbolizasse o ataque dos Gigantes vindos do leste, dos Gigantes de fogo vindos do sul e a volta dos mortos vindos do norte para atacar os Deuses no oeste. A porta do Valhöll é dita ficar no lado oeste (Grímnismál 10). Ainda é possível que a linha da eclíptica representasse o muro dos Æsir. Þjazi morreu perto do muro de Ásgarðr (Skáldskaparmál) e a casa de Skaði, Þrymheimr que representa o sinal de Gêmeos, onde seu pai habitava, fica na eclíptica. A constelação de Hércules que representa Þórr fica protegendo a direção oeste dos outros três lados: Leste, Norte e Sul. As constelações de Cisne e Lira representam a Águia de Yggdrasill (Hræsvelgr) e o falcão Veðrfölnir, que ficam perto de Níðhöggr (Dragão); a briga entre esses dois representa a troca da estrela polar. As constelações de Raposa e Lagartixa podem representar os lobos de Óðinn: Geri e Freki, pois um deles vigia a porta oeste do Valhöll. A constelação de Escudo pode representar o salão de Sindri no Niðavellir e a constelação de Águia pode representar um dos corvos de Óðinn: Huginn. A constelação de Ofiúco que segura serpentes pode representar o salão que fica situado ao norte com serpentes, pois sua forma se assemelha muito com isso. Na próxima imagem veremos a porta do Valhöll (Cefeu), Valgrindr, que fica em todas as direções.
Imagem do programa Stellarium. A linha verde verde representa representa o Meridiano, a linha branca é o plano galáctico, a linha azul azul é é o equador, e o vermelho vermelho o o eclíptico. N é Norte, E Leste, S Sul e O Oeste.
A constelação de Cefeu, que lembra uma porta e representa o portão Valgrindr, fica no centro do céu em todas as direções onde é dito que Surtr e os Deuses irão se enfrentar (talvez isso simbolize o calor vindo do sul que alcança a porta do Valhöll). A Ursa Menor também é chamada de Kvennavagn, o Dragão de Ormr (Níðhöggr), e o
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Vetrarbraut é a Via Láctea. As Plêiades em Touro eram também chamadas de Sjau Stjarni. O Carro da Ursa Maior era também chamado de Karlavagn. Eu devo agora fazer um comentário sobre o Hymiskviða e da pesca de Þórr da Edda em Prosa: quando Þórr fisgou a serpente, o monstro fez força contrária, então Þórr usa os pés para firmar-se. Então ele puxa a serpente para a superfície e nesse momento Hymir corta a linha com a cabeça de boi. Þórr então dispara seu martelo na cabeça da serpente quando ela afunda nas ondas. Essa descrição está de acordo com algumas constelações no céu: Hércules (Þórr), Órion (Hymir), Touro (o boi Himinhrjóðr), a linha do Meridiano (linha de Þórr), Argo Navis (barco de Hymir), Hidra (Jörmungandr), Eridano (água invadindo o barco de Hymir) e a Taça (caldeirão de Hymir). Na imagem a seguir podemos ver Þórr (Hércules) puxando a linha (Meridiano) com a cabeça de boi (Touro) enquanto Hymir (Órion) tenta cortar a linha. O barco (Argo Navis) de Hymir vai afundando e ele está com os pés no mar (Eridano).
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Após cortar a linha o Hymir é golpeado por Þórr e vai sumindo da visão, a serpente afunda no mar e Þórr atira o martelo no monstro e acerta-lhe na cabeça. Então Jörmungandr afunda e também vai sumindo da visão. Þórr pega o caldeirão de Hymir e o leva para Ægir fermentar cerveja para os Deuses (no oeste).
Após isso o sol começa a nascer e as estrelas vão aos poucos sumindo do céu devido à luminosidade e isso deve ser a origem da morte de Þórr que os cristãos registraram (ou inventaram) onde o Deus e o monstro morrem. Se minha associação estiver correta (constelações comparadas com o relato do Hymiskviða, Gylfaginning e Völuspá) então a morte dos Deuses é pura invenção cristã, pois as constelações retornam como estavam antes no próximo dia. Veja abaixo a constelação de Hércules ficando moribunda até sumir devido ao brilho do sol.
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Imagens do programa Stellarium. A linha verde verde representa representa o Meridiano, a linha branca é o plano galáctico, a linha azul azul é é o equador, e o vermelho vermelho o o eclíptico. N é Norte, E Leste, S Sul e O Oeste.
O desaparecimento de Jörmungandr (Hidra) também confirma a vitória de Þórr (Hércules) sobre o monstro. Esse era provavelmente o verdadeiro “crepúsculo dos Deuses” onde o céu era a casa e o campo de batalha constante dos Deuses contra os Gigantes, mas a igreja deturpou o significado original dando a entender que as divindades eram mortais provavelmente para poder introduzir a nova fé. Como eu disse antes as constelações representavam os Deuses, mas não eram os próprios Deuses. O combate entre Óðinn e Fenrir também pode ter sido deturpado, pois ambas as constelações que os representam são vizinhas (Perseu e Andrômeda). Na imagem a seguir vemos Óðinn (Perseu) no norte, que representa o mundo da morte, sendo perseguido por Fenrir (Andrômeda) enquanto Víðarr vigia o pai em Víði (Sagitário).
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O ofuscamento das constelações de Perseu, de Andrômeda e de Sagitário poderia representar “a morte” deles, mas apenas simbolicamente. Após Andrômeda (Fenrir) devorar Perseu (Óðinn) então Andrômeda é morta por Sagitário (Víðarr em Víði) para então todos desaparecer com o surgimento do brilho do sol. O nascer do sol poderia simbolizar o fogo de Surtr começando a queimar o mundo e os Deuses. Veja imagem abaixo do ocultamento dessas constelações pelo brilho do sol.
Imagens do programa Stellarium. A linha verde verde representa representa o Meridiano, a linha branca é o plano galáctico, a linha azul azul é é o equador, e o vermelho vermelho o o eclíptico. N é Norte, E Leste, S Sul e O Oeste.
Inicialmente é provável que Óðinn fosse atacado por Fenrir, porém ele seria salvo por seu filho Víðarr, mas a influência cristã fez com que Óðinn morresse e fosse vingado pelo filho. O combate entre Freyr e Surtr é interessante, pois tanto a estrela Vega, que era chamada de Suðrstjarna e representa o sul, quanto à estrela Arcturus, que está em Boötes, podem ter algum tipo de relação com esse embate. Veja imagem abaixo:
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Após as estrelas serem ofuscadas pelo brilho do sol, apenas essas duas estrelas continuam a brilhar ainda que fracamente por certo tempo. Veja imagem abaixo:
Talvez o brilho dessas duas estrelas indique a direção para a constelação de Fenix, que representa o fogo. Veja imagem abaixo (mas sem a superfície):
Imagens do programa Stellarium. A linha verde verde representa representa o Meridiano, a linha branca é o plano galáctico, a linha azul azul é é o equador, e o vermelho vermelho o o eclíptico. N é Norte, E Leste, S Sul e O Oeste.
O mais estranho é que a constelação de Fenix não é visível na Escandinávia, porém as constelações de Boötes e Lira apontam para o sul e para Fenix (em linha inclinada de Boötes indo a Lira e de Lira indo até Fenix). Então é provável que os escandinavos conhecessem e sabiam onde Fenix estava localizada. Isso pode comprovar que o que Jordanes escreveu em sua Getica sobre os Godos conhecerem o Zodíaco era verdade. Esse conhecimento poderia ter sido passado de tribo para tribo devido ao contato, cultura em comum e etc. Boötes pode ser a representação de Freyr e Fenix de Surtr.
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Quando Boötes chega bem ao norte, Fenix alcança o sul e isso poderia simbolizar a “morte” de Freyr pelas mãos de Surtr, já que o norte representa o mundo dos mortos. O confronto entre Heimdallr e Loki também pode ser visto na constelação de Leão (Himinbjörg, o lar do Deus) e a estrela Sirius (Lokabrenna), ambos ao nascer do sol, que aos poucos vão sumindo com o surgimento da luz solar, simbolizando assim a “morte” deles. O brilho do sol poderia indicar o fogo de Surtr queimando o mundo e os Deuses. Veja imagem abaixo:
Imagens do programa Stellarium. A linha verde verde representa representa o Meridiano, a linha branca é o plano galáctico, a linha azul azul é é o equador, e o vermelho vermelho o o eclíptico. N é Norte, E Leste, S Sul e O Oeste.
Sobre o combate de Víðarr e Fenrir eu expliquei anteriormente, contudo algo mais deve ser dito acerca disso. Nota-se que quando Óðinn (Perseu) está sendo perseguido por Fenrir (Andrômeda) ambos estão ao redor de Peixes que é o último sinal do Zodíaco, simbolizando o fim do tempo zodiacal, do ano. Víðarr em Víði (Sagitário) permanece
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antes do fim do Zodíaco (duas casas antes) e ele deve matar Fenrir (Andrômeda) para assegurar a continuidade do tempo, do ano, e assim fazendo a roda girar para a continuidade do ciclo. A constelação de Sagitta (Flecha) poderia representar a espada que mantém Fenrir (Andrômeda) com a boca aberta, mas a distância entre elas é considerável. A perna e a barriga de Andrômeda se assemelham a uma mandíbula aberta. Veja imagem abaixo:
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O confronto de Týr e Garmr pode ser uma reinterpretação das constelações de Centauro e Lobo, essas duas constelações poderiam também representar o cozinheiro Andhrímnir e o javali Sæhrímnir como eu havia dito antes. Em 1.600 a.C. Centauro e Lobo eram parcialmente visíveis na Escandinávia e talvez isso representasse a luta de Týr e Garmr, já que ambas giram juntas junt as no céu e quando chegavam chega vam ao norte eles “morriam” “morria m” juntos. Veja imagem abaixo:
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A figura de um lobo enfrentando um homem é muito antiga na Escandinávia. As constelações de Leão Menor, Lince, Cães de Caça e Cabeleira de Berenice poderiam representar as outras serpentes que ficam nas raízes de Yggdrasill. A pata traseira e a pata dianteira (indo até a cabeça) da Ursa Maior poderia também representar serpentes. O Grímnimál 34 menciona várias cobras roendo Yggdrasill (Góinn e Móinn eram filhos de Grafvitnir, Grábakr e Grafvölluðr, Ófnir e Sváfnir); todas estão ao lado de Níðhöggr. A Sólarljóð datada de 1.200 é um poema cristão com algumas referências pagãs e uma delas cita uma passagem interessante, pois nisso é dito que do oeste se via um dragão voando em Vánar (estrofe 54) e do sul o chifre do veado que tocava o céu (estrofe 55). A estrofe 60 desse mesmo poema cita homens indo abaixo da terra após a morte e algo impressionante é contado: “estrelas pagãs (heiðnar stjörnur) ficavam sobre suas cabeças, pintadas com runas malignas (fáðar feiknstöfum)”. O dragão citado voando no Sólarljóð pode ser uma referência à Ormr ou Níðhöggr que fica ao norte e o veado pode ser uma alusão à Cassiopeia, que representa Eikþyrnir e os quatro veados, cujos chifres tocam o meio do céu. Eikþyrnir enche os rios cósmicos com seus chifres e Cassiopeia fica no meio do céu por certo tempo durante a noite e no meio do plano galáctico. Vánar representa o rio Ván. Veja imagem abaixo:
Imagens do programa Stellarium. A linha verde verde representa representa o Meridiano, a linha branca é o plano galáctico, a linha azul azul é é o equador, e o vermelho vermelho o o eclíptico. N é Norte, E Leste, S Sul e O Oeste.
Embora o poema Sólarljóð seja cristão algumas alusões contidas nele são pagãs e provavelmente é o caso do dragão voando, o veado do céu, e as filhas de Njörðr. O mais notável é que esse poema ainda associa as estrelas com as runas. Não seria isso uma evidência de que as runas eram representações dos sinais do Zodíaco? As posições dessas constelações no céu se assemelham com as descrições Eddicas sobre o confronto dos Deuses no Ragnarökr, porém podemos ver a deturpação cristã por
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trás disso (onde os maiores Deuses morrem e não retornam). O ano de 12 meses era regido pelos 12 Deuses, que começava em Áries e terminava em Peixes e isso era o verdadeiro “Destino dos Deuses”, ou seja, os Deuses se reuniam em Yggdrasill para julgar assuntos divinos d ivinos e os Destinos. Áries representava rep resentava o início do d o tempo criado por Óðinn; Touro: a Guerra entre Æsir e Jötnar (Fenrir e Óðinn, trio Æsir e Þjazi); Gêmeos: a reconciliação entre Skaði e os Deuses; Câncer: a morte de Baldr; Leão: Heimdallr fundando a sociedade e guardando os Deuses; Virgem: Freyja a procura de Óðr; Libra: Forseti estabelecendo ordem e paz; Escorpião: Njörðr e os Vanir sendo apaziguados pelo sacrifício estabelecido por Haddingr; Sagitário: Víðarr protegendo Óðinn; Capricórnio: o bode manco de Þórr; Aquário: Ullr regendo o inverno (Ullr governou Ásgarðr no lugar de Óðinn por quase 10 anos); e Peixes: Óðinn mandando Loki roubar o colar Brísingamen. As histórias dos Deuses (os feitos) eram então associadas com as constelações e com as runas. O percurso dessas constelações no céu que representavam os Deuses era interpretado como profecia ao julgar pela visão da Völva da Völuspá (Útiseta); essas visões originalmente eram cíclicas e sempre retornavam, pois se tratavam da observação da trajetória dos corpos celestes durante o ano e que era vista como a casa dos Deuses. A “morte” dos Deuses era simbólica e representava a passagem das constelações pelo norte que personificava o mundo dos mortos durante o giro pelo céu, porém renasciam novamente. Contudo é provável que alguns cristãos soubessem disto e resolveram ocultar essa informação (já que alguns convertidos foram pagãos), pois se as constelações sempre retornam então os Deuses não morriam de verdade já que elas os representavam, e isso dificultaria o processo de conversão. Então eles registraram os poemas que chegaram até nós, porém adulterados. Na próxima imagem veremos a constelação de Corvo que pode representar Muninn (sobre o rabo da Hidra), e a estrela Polaris que fica no fim do rabo da Ursa Menor e ela era chamada de Leiðarstjarna.
Imagem do programa Stellarium. A linha verde verde representa representa o Meridiano, a linha branca é o plano galáctico, a linha azul azul é é o equador, e o vermelho vermelho o o eclíptico. N é Norte, E Leste, S Sul e O Oeste.
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Abaixo veremos a imagem tirada do programa Stellarium da Escandinávia há 5.000 anos a.C. de onde eram visíveis as constelações de Sagitário, Escorpião, Altar, Centauro e Lobo. Imagem vista da Noruega.
Imagem do programa Stellarium. A linha verde verde representa representa o Meridiano, a linha branca é o plano galáctico, a linha azul azul é é o equador, e o vermelho vermelho o o eclíptico. N é Norte, E Leste, S Sul e O Oeste.
Abaixo veremos a imagem tirada do programa Stellarium da Escandinávia há 1.800 anos a.C. de onde eram ainda visíveis as constelações de Sagitário, Escorpião, Centauro e Lobo, embora que parcialmente. Imagem vista da Noruega.
Imagem do programa Stellarium. A linha verde verde representa representa o Meridiano, a linha branca é o plano galáctico, a linha azul azul é é o equador, e o vermelho vermelho o o eclíptico. N é Norte, E Leste, S Sul e O Oeste.
Ainda há evidência, embora contestada, de que a astronomia era conhecida na Escandinávia há muito tempo ao julgar pelas “marcas de copos” encontradas na Dinamarca que se assemelham com constelações no céu. Veja figura abaixo:
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Fonte: (http://members.westnet.com.au/gary-david-thompson/page11-1.html (http://members.westnet.com.au/gary-david-thompson/page11-1.html ).
Existe outro amuleto da idade da pedra encontrado no norte da Europa que já foi interpretado como o Grande Carro da Ursa Maior. Veja figura abaixo:
Fonte: (http://members.westnet.com.au/gary-david-thompson/page11-2.html (http://members.westnet.com.au/gary-david-thompson/page11-2.html ).
As Casas dos Deuses no Grímnismál e o Zodíaco por Marcio A. Moreira
O petróglifo encontrado em Engelstrup na Dinamarca (datado entre 1.100-400 a.C.) parece representar um xamã ou feiticeira com máscara de ave dançando sobre o que parece ser uma “marca de copo” ou objeto fálico e observando a lua (ou o sol). Veja figura abaixo:
Petróglifo da Dinamarca (http://www.b.dk/kultur/stort-fund-af-helleristninger ( http://www.b.dk/kultur/stort-fund-af-helleristninger ). ).
Depois de ler esses fatos que foram apresentados nesse estudo somos levados a crer que os escandinavos pré-cristãos conheciam o ciclo da precessão de equinócios e Zodíaco, embora eles não deixassem isso registrado; porém as analogias entre as casas divinas e os sinais zodiacais sejam evidentes. Contudo, pistas codificadas podem ser vistas aqui e ali (que foram apresentadas nesse estudo), como um grande quebra cabeças cujas peças devem ser montadas. Os calendários rúnicos usavam as runas para marcar o tempo e as solenidades religiosas; as runas eram usadas também para representar números (ex: f = 1, u = 2, T = 3, etc). Se as runas representavam o Zodíaco então isso explica o porquê dos escandinavos nunca terem os representados na forma de desenhos como os gregos, os babilônicos e os egípcios fizeram. Esse talvez fosse o verdadeiro segredo. O Zodíaco era usado para prever o futuro por povos antigos e as runas também, pois tinha a mesma finalidade para os escandinavos.
Bibliografia:
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As Casas dos Deuses no Grímnismál e o Zodíaco por Marcio A. Moreira
Edda Poética - Parte 1 - Baladas Divinas, Anônimo/s tr. Marcio Alessandro Moreira Edda em Prosa - Prólogo e O Engano de Gylfi, Snorri Sturluson tr. Marcio Alessandro Moreira Edda em Prosa - Skáldskaparmál 01-43, Snorri Sturluson tr. Marcio Alessandro Moreira Egyptian Influence and Sacred Geometry in Ancient and Medieval Scandinavia, Einar Gunnar Birgisson Eyrbyggja Saga Flóamanna Saga Fornmanna Sögur 10 Geography, Strabo Germania, Tácito Gesta Danorum, Saxo Grammaticus Gesta Hammaburgensis ecclesiae pontificum, Adam de Bremen Getica, Jordanes Gods and Myths of Northern Europe, Hilda R. Ellis Davidson Grettis Saga Heimskringla (principalmente Ynglinga Saga), Snorri Sturluson Historia de Gentibus Septentrionalibus, Olaus Magnus Historia ecclesiastica gentis Anglorum, Bede Íslendingabók, Ari hinn Fróði Landnám í Húnaþingi, Karl Gunnarsson Landnámabók Lapponia, Johannes Schefferus Legends of Iceland, coletados por Jón. Arnason, tr. G. E. J. Powell e Eiríkr Magnússon Naturales Quaestione, Sêneca Poetic Edda, Anônimo tr. Henry Adams Bellows Prose Edda, Snorri Sturluson tr. Anthony Faulkes Rammislagur, Einar Pálsson
As Casas dos Deuses no Grímnismál e o Zodíaco por Marcio A. Moreira
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As Casas dos Deuses no Grímnismál e o Zodíaco por Marcio A. Moreira
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As Casas dos Deuses no Grímnismál e o Zodíaco por Marcio A. Moreira
An Ancient Zodiac from Arabia Discovered: http://leiden-islamblog.nl/articles/anancient-zodiac-from-arabia-discovered Ice-age star maps?: http://members.westnet.com.au/gary-david-thompson/page111.html Ice-age bear constellation?: http://members.westnet.com.au/gary-davidthompson/page11-2.html
Esse estudo foi feito por Marcio Alessandro Moreira (Vitki Þórsgoði). Tentei manterme fiel em preservar os nomes originais contidos nas fontes. ® 2015 E-mail:
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