COLEC COLECIONAN ONANDO DO ARTE E CULTU CULTURA RA James ames Cli Cliff fford ord
Este est estudo compõecompõe-sse de quatro quatro partes part es interl nterliigadas, adas, ocupando-se cada uma delas do dest destino dos artefat artefatos os tribais ribai s e das prátic práti cascul culturais á medida que eles eles est est ão sendo sendo reloc rel ocados ados em museus museus ocident ocidentais, ais, si sistema de troca, troca, arquivos arquivos discipl disciplinare inaress e tradi tradiçções discursivas discursivas.. James Clifford esboça o “ sistema de arte-cultura” como um sistema ideológico e instituc instit ucional ional e apresenta a hist historicidade dest dest as cate categ gorias cult culturais urais e artís artí sticas. C. B. B. Macph M acpherson erson fez uma análise cl cláss ássica do do “individual “individualismo ismo poss possessivo” ocide ocident ntal( al(1962 1962)) que traça o surgiment surgimento o no no século XVII XVII de um eu ideal como poss possuidor: o indivíduo indivíduo cercado pela pela propriedade propri edade e pelos bens bens acumulados. acumulados. O mesmo mesmo ideal ideal pode servir para as col coleti etividades à medida que fazem fazem e refazem seus ““eus eus”” cult culturai uraiss. ( pág. pág. 70) Richard Handler (1985) analisa o fazer de um “patrimônio” cultural québecois recorrendo a Macphers Macpherson on para desenrendar as suposições uposições e paradoxos paradoxos que est estão envolvidos envolvidos em “ter “t er uma cultura”, ultura”, selecionar selecionar e desej desejar ar uma “propriedade” colet coletiva iva autêntica. autênt ica. A análise de Handler sugere que essa identidade, seja cultural ou pessoal, pressupõe os atos de cole coleccionar, ionar, de reunir reunir poss posses em siste sistemas mas arbit arbitrário rárioss de val valor e si signif gnificado. icado. Esses sistemas istemas,, sempre poderosos poderosos e governados governados pelas pelas normas, mudam historicament historicamente. e. (pág (pág.. 71) Na discus discussão são de Handler a cole coleção ção e preservação preservação de um domínio domínio de de identi ident idade autêntico autênt ico não pode ser natural ou inocente. Está ligada à política da nação, à lei restritiva, e aos códigos contesta ont estados dos do passado passado e do futur uturo. o. È poss possível que um certo ert o “ajunt “ajuntament amento o “ em torno do eu e do grupo grupo -- a reunião de um “mundo” “mundo” material, materi al, a demarcação demarcação de de um domí domínio subjet subjetivo ivo que não não seja eja o “out “outro” ro” – sej sejaa univers universal. Todas essas essas coleções coleções incluem ncluem hier hierarqui arquias as de valor, exclusões exclusões e terr territitóri órios os govern governados ados por regras regras do eu. M as a noção noção de que essa essa reunião reunião envolve envolve a acumulação de poss posses, es, a idéia de que a identidade ident idade é uma espéc espécie ie de riqueza ( de objet objetos os,, conhecimento, memórias, experiência), por certo não é universal.( pág. 71) A acumulação acumulação individuali individualissta dos dos “grandes homens” homens” melanési melanésios não é poss possessiva no sentido entido de MacP MacPherson, herson, pois na Mel Melanés anésiia acumula acumula-se -se não para para manter mant er os objetos objet os como bens privados mas para dá-los, para redistribuir. redistri buir. No Ocident Ocidente, e, entretant entret anto, o, colecionar tem sido há muito muit o uma est estratégia ratégia para a dist distribuiç ribuição de um eu, uma uma cul cultura e uma autentic autenti cidade. idade. (pág. (pág. 71). 71) . As inclusões em todas as coleções coleções refle ref lettem reg regras cult culturai uraiss mais amplas amplas – de taxonomia racional, racional, de gênero , de estética. estét ica. Uma necess necessidade idade excess excessiva de ter
transforma-se em desejo governado por regras, significativo. Assim o eu que deve possuir mas não pode ter tudo aprende a selecionar, ordenar, classificar em hierarquias - para fazer “boas” coleções. (pág 71)
Susan Stewart, traça uma “estrutura do desejo” cuja tarefa é aquela, repetitiva e impossível, de preencher a lacuna que separa a linguagem da experiência que a linguagem codifica. Seu estudo mostra como ascoleções, mais especialmente os museus, criam a ilusão da representação adequada de um mundo, em primeiro lugar, recortando os objetos de contextos específicos (quer culturais, históricos, quer intersubjetivos) e fazendo com que “representem” todos abstratos, por exemplo : uma “ máscara bambara” , torna-se uma metonímia etnográfica para a cultura bambara. Em seguida, elaboram um esquema de classificação para guardar ou expor o objeto de modo que a realidade da própria coleção, sua ordem coerente, suprima as histórias específicas da produção e da apropriação do objeto( pág. 72) O fazer do significado na classificação e exposição no museu é mistificado enquanto, representação adequada. O tempo e a ordem da coleção apagam o labor social concreto do seu fazer. O trabalho de Stewart revela de forma penetrante o colecionar e o expor como processos cruciais de formação da identidade ocidental. Os artefatos reunidos – quer eles encontrem o caminho dos armários de curiosidades, das salas de estar privadas, dos museus de etnografias, folclore ou do museu de belas artes – funcionam num “sistema de objetos” capitalista de desenvolvimento. Em virtude desse sistema, cria-se um mundo de valor e mantém-se uma disposição e circulação significativas dosartefatos. (pág 72)
Uma história da antropologia e da arte moderna deve ver no colecionar tanto uma forma de subjetividade ocidental quanto um conjunto em mutação de práticas institucionais poderosas. A história das coleções é fundamental para uma compreensão da maneira como os grupos sociais que inventaram a antropologia e arte moderna apropriaram-se das coisas exóticas, dos fatos e significados. A história crítica do colecionar diz respeito aos que os grupos específicos e indivíduos decidem preservar, valorizar e trocar dentre o que há no mundo material. ( pág. 73)
Baudrillard, (1968) fornece uma estrutura inicial para a disposição dos objetos no mundo moderno capitalista ocidental. É axiomático em seu relato que todas as categorias de objetos significativos – incluindo aqueles demarcados como provas cientificas e como grande arte – funcionam dentro de um sistema ramificado de símbolos e valores. O sistema de valor encontra interesse e beleza intrínsecos em objetos de um tempo passado, e assume que colecionar objetos de uso diário pertencentes a civilizações antigas (
de preferências desaparecidas) será mais Recompensador do que colecionar, por exemplo, garrafas térmicas decoradas da China moderna ou camisetas personalizadas da Oceania. Os objetos antigos são dotados de um senso de “profundidade” por parte de seus colecionadores de mentalidade histórica. A temporalidade é reificada e resgatada enquanto origem, beleza e conhecimento. (pág. 74)
Este sistema de valor nem sempre dominou o colecionar do mundo ocidental: As curiosidades do Novo Mundo reunidas e apreciadas no século XVI não eram valorizadas como antiguidades, produtos de civilizações primitivas ou “passadas”. Elas frequentemente ocupavam uma categoria do maravilhoso, de uma “Idade do Ouro “ corrente. (pág 74). A partir da virada do século, os objetos coletados tem sido classificados em duas grandes categorias como artefatos culturais ( categoria cientifica) ou como obras de arte ( categoria estética). Outros itens coletáveis – bens produzidos em massa, “arte turística”, curiosidades etc. – tem sido valorizados menos sistematicamente; quando muito, encontram lugar em mostras de “tecnologia” ou “folclore”.(pág. 74) Contudo os sistemas de arte do objeto e a antropologia sejam institucionalizados e poderosos, eles não são imutáveis. As categorias do belo, do cultural e do autêntico mudaram e estão mudando. Desse modo, é importante resistir á tendência das coleções de serem auto-suficientes, de suprimirem seus próprios processos histórico, econômico e político de produção. Idealmente, a história da própria coleção e de sua exposição deve ser um aspecto visível de qualquer mostra. (pág. 77)
Tem havido tentativas recorrentes de definir cultura ou para distingui-la da estrutura social. É cada vez mais claro, entretanto, que a atividade concreta de representar uma cultura, uma subcultura, ou mesmo qualquer domínio coerente de atividade coletiva, é sempre estratégica e seletiva. As sociedades do mundo estão sistematicamente interligadas demais para permitir qualquer isolamento fácil de sistemas separados ou que funcionem de forma independente. O andamento crescente da mudança histórica, a recorrência habitual de stress nos sistemas que estão sendo estudados, força uma nova autoconsciência a respeito do modo como se constroem e se traduzem os todos e as fronteiras culturais. (pág 79). Ver a etnografia como uma forma de colecionar cultura realça os modos como dos diversos fatos e experiências são selecionados, reunidos, retirados de suas ocorrências temporais originais, e como ele recebem um valor duradouro num novo arranjo. Coletar – pelo menos no ocidente, onde geralmente se pensa o tempo como linear e irreversível – pressupõe resgatar fenômenos de decadência ou perda histórica inevitáveis.(pág. 79)
Toda apropriação de cultura, seja por nativos seja por forasteiros, pressupõe uma posição temporal e um forma de narrativa histórica específicas. Juntar, possuir. Classificar e avaliar não se restringem ao Ocidente; mas em qualquer outro lugar essas atividades não precisam estar associadas á acumulação ou á preservação. A prática ocidental de colecionar cultura tem sua própria genealogia local, intrincada em distintas noções européias de temporalidade e ordem. (pág. 80)
Um aspecto crucial da história recente do conceito de cultura tem sido a aliança desta com a “arte”. Raymond Williams traçou um desenvolvimento paralelo no uso daspalavras arte e cultura, com as respostas complexas á industrialização, ao aspecto da “sociedade de massa”, ao conflito social e á mudança acelerados. Segundo Williams, no século XVIII, a palavra arte significava “habilidade”. Os marceneiros, os criminosos e os pintores eram engenhosos. Cultura designava uma tendência ao crescimento natural e seus usos predominantemente agrícolas e culturais: tanto as plantas quanto os indivíduos humanos podiam ser “cultivados”. Por volta do século XIX arte designava, um domínio especial de criatividade, esponteneidade e pureza, um reino de sensibilidade refinada e de gênio expressivo. O termo cultura veio a significar aquilo que era mais elevado, sensível , essencial e precioso na sociedade. Como a ARTE a CULTURA tornou-se uma categoria geral. No século XX as categorias passaram por uma série de outros desdobramentos. A definição plural, antropológica de cultura emergia como uma alternativa liberal a classificações racistas da diversidade humana. Era um meio sensível para compreender os “modos de vida na totalidade” num alto contexto colonial de interrelação global sem precedentes. A cultura em sua riqueza evolutiva integral e sua autenticidade, anteriormente reservadas para as melhores criações da Europa moderna, podiam agora estender –se a todas as populações do mundo. (pág. 81) No início do século XX, enquanto cultura de estendia a toda as socieadades em funcionamento no mundo, um número crescente de objetos exóticos, primitivos ou arcaicos começaram a ser vistos como “arte”. Eles se igualavam em valor estético e moral as maiores obras-primas ocidentais. Nos últimos anos do século XX, torna-se claro que os conceitos paralelos de arte e cultura de fato compreendem e incorporam com sucesso, uma pletora de artefatos e costumes não-ocidentais. Isto foi conseguido através de duas estratégias: Os objetos reclassificados como “arte primitiva” foram admitidos no museu imaginário da criatividade humana, nos museus de belas-artes, concretos, do Ocidente e o discurso e as instituições da antropologia moderna construíram imagens comparativas e sintéticas do Homem buscando imparcialmente por entre os modos de viver autênticos do mundo,conquanto estranhos na aparência ou obscuros na origem.(pág .82)
O arranjo discursivo bem-sucedido, a autenticidade do sistema arte-cultura articula domínios consideráveis de verdade e de progresso científico assim como também de controvérsias. Ao enfatizar a transitoriedade do sistema de que as classificações e apropriações das categorias ocidentais de arte e cultura são instáveis devido á crescente interrelação das populações do mundo e á contestação, desde os anos 50, do colonialismo e do eurocentrismo. (pág82). Colecionar arte e coletar cultura acontecem agora num mundo mutante de contradiscursos, sicretismos e reapropriações que tem origem tanto fora como dentro “ do Ocidente”. Clifford enfatiza que a moderna genealogia da cultura e da arte parece ser uma história local. “Cultura” e “arte” não podem mais simplesmente se estendidas a povos e coisas não-ocidentais. Elas podem na pior das hipóteses se impostas e traduzidas. (pág.83) Segundo James Clifford a realidade histórica e política da sobrevivência e do ressurgimento indígenas, colide com as coleções de arte e cultura ocidentais. O lugar “adequado” de muitos objetos que estão nos museus vem sendo agora objeto de controvérsias. Exemplo: Os “zuni” que evitaram o empréstimo do seu deus da guerra para o Museu de Arte Moderna estavam desafiando o sistema de arte-cultura dominante, pois na crença tradicional dos zuni as figuras do deus da guerra são sagradas e perigosas. Elas não são artefatos etnográficos, e certamente não são “arte”. As reivindicações dos zuni em relação a esses objetos especificamente rejeitam a promoção destes aos status de tesouros estéticosou científicos.( Pág.88) As comunidades indígenas ressurgentes influenciam a circulação das coleções dos museus. A situação atual questiona o próprio status dos museus enquanto teatros da memória histórico-culturais. (pág 89) As comunidades indígenas estabelecem seus próprios museus, buscam suas próprias concessões no Museu Nacional, instalam seus próprios curadores, contratam seus próprios antropólogos e pedem a repatriação de suas próprias coleções. (pág. 89) Enfim, os objetos tanto do ato de colecionar arte quanto o de colecionar cultura estão suscetíveis a outras apropriações. (pág.89)