ÍNDICE CAPA FOLHA FOL HA DE ROSTO ÍNDICE FICHA CATALOGRÁFICA APRESENTAÇÃO APRESE NTAÇÃO Conteúdo da obra Conteúdo obra Forma de d e uso Trê rêss capítulos de teoria Testes de autoa Testes autoavaliação valiação Treinamento Exercícios Exe rcícios Trabalhos complementares
A MENTE E SEUS PR PROCESSOS OCESSOS Os cinco sentidos O sistema nervoso
PENSAMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO Conhecimento físico
Pensamento lógico-matemático Treinamento lógico-matemático Exercícios Soluções
A MEMÓRIA E A ATENÇÃO Características da memória Funcionamento básico da memória Diferentes tipos de memória A atenção Treinamento de memória e atenção Exercícios Soluções
CRIATIVIDADE E PENSAMENTO LATERAL Em que consiste a criatividade? O pensamento lateral Treinamento de criatividade e pensamento lateral Soluções
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E COMUNICAÇÃO A comunicação Treinamento da inteligência emocional e comunicação Exercícios
Soluções
CAPACIDADE DE PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIA A arte de planejar Estratégia Treinamento de capacidade de planejamento e estratégia Exercícios Soluções
ALIMENTAÇÃO E SONO Alimentação O descanso Estilo de vida
TESTES DE AUTOAVALIAÇÃO RESULTADO DOS TESTES
Título original: Potencia tu Capacidad Mental Autora: Lucrecia Pérsico © Editorial LIBSA. Madrid Copyright da Tradução: © 2014 by Ediouro Publicações Ltda. Coordenação Editorial: Daniel Stycer Edição: Renata Meirelles Direção de Arte: Leo Fróes Tradução: Tradutorium Centro de Traduções e Intérpretes Capa: Raquel Soares Diagramação: Pauline Requier Produção de ebook: S2 Books Todas as marcas contidas nesta publicação bem como os direitos autorais incidentes são reservados e protegidos pelas Leis n.º 9.279/96 e n.º 9.610/98. É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização prévia, por escrito, da editora. Ediouro Publicações Ltda. Rua Nova Jerusalém, 345 – CEP 21042-235 Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 3882-8200 | Fax: (21) 2290-7185 e-mail:
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Esta obra tem como finalidade desenvolver as diferentes capacidades da mente. Os capítulos que compõem o livro explicam as múltiplas habilidades que as formam e, além da teoria, são oferecidos exercícios especialmente indicados para elas. Vivemos numa época na qual, a cada geração, há grandes mudanças tecnológicas que implicam, por sua vez, profundas mudanças sociais. Em meados dos anos 1950, pouquíssimas famílias podiam dispor de uma televisão; hoje, a maioria das famílias de países industrializados tem um computador para se comunicar a hora que quiserem com pessoas ou situações de qualquer lugar do planeta, obter todo tipo de dados e realizar uma grande quantidade de tarefas de modo fácil e efetivo. Com o desenvolvimento das ciências e das engenharias, as máquinas fazem muito do trabalho que o homem realizava manualmente em épocas anteriores, razão pela qual uma grande parte do desempenho laboral exige agora mais o uso das capacidades mentais que da força física. Para ser competitivos, no mercado de trabalho é preciso dominar certas habilidades. A rápida e contínua transformação do meio faz necessária a constante tomada de decisões. Para isso, é imprescindível ter bom nível de pensamento lógico-matemático e grande criatividade. Visto que a maior parte da população vive em centros urbanos densamente
populosos, a inteligência emo- cional é fundamental para lidar com isso de maneira adequada e efetiva. A rápida transformação de tudo o que vemos e ouvimos exige uma memória ágil e treinada.
Em outras palavras, da mesma maneira que se presta atenção ao corpo para mantê-lo são, ágil e eficaz, também é preciso treinar o cérebro não apenas com a finalidade de responder às necessidades atuais, mas também para evitar a deterioração numa idade mais avançada. O objetivo desta obra é proporcionar ao leitor uma série de exercícios divertidos com a finalidade de treinar as diferentes habilidades da mente.
Atualmente, grande parte do trabalho realizado desde criança exige mais a utilização das capacidades mentais do que a força física. Assim, desenvolvê-las a partir da atividade constante deve ser nosso objetivo. ▲
Conteúdo da obra Este livro compõe-se de cinco capítulos, divididos e hierarquizados pela cor correspondente, ainda que seu uso não seja exclusivo. Isso porque os exercícios podem ser também utilizados no treino ou no exercício de outras habilidades que não sejam do referido capítulo. O livro divide-se em três partes: teoria, testes de autoavaliação e prática das diferentes habilidades. Os capítulos teóricos contêm exercícios que se agrupam nos cinco temas de potencialização mental: pensamento lógico-matemático; memória; criatividade e pensamento lateral; planejamento e estratégia; e inteligência emocional. Há, além desta apresentação, dois capítulos sem exercícios: o primeiro, no qual se explica o funcionamento do sistema nervoso, e o último, em que se analisa o modo de manter a mente ágil por meio da alimentação, do sono e do estilo de vida. Entretanto, cada leitor pode abordar o livro à sua maneira. O recomendável, porém, é que o faça conforme o propósito para o qual foi delineado.
Forma de uso Ao nascer, todos temos potencialmente a capacidade de desenvolver as habilidades próprias do cérebro. À medida que vamos crescendo, as exigências do meio e a educação que recebemos fazem com que adquiramos mais destreza em umas que em outras. Seguramente, uma criança criada em um ambiente de músicos, por exemplo, terá um talento muito mais desenvolvido nessa área que outra que tenha crescido em um local
desprovido de música. Considerando que as diferentes habilidades mentais não operam sozinhas nem isoladamente, e sim em conjunto, o mais adequado é desenvolver primeiro aquelas em que se está menos capacitado. O esquema a seguir mostra o método de trabalho.
Três capítulos de teoria Em primeiro lugar, convém ler com atenção os capítulos 1, 2 e 8, que, como já se apontou na página anterior, não contêm exercícios, mas tratam dos seguintes temas: Apresentação. Explica o objetivo do livro. A mente e seus processos. É um capítulo sobre fisiologia que explica como funciona o sistema nervoso em geral e o cérebro em particular. Alimentação e sono. Trata sobre a maneira de contribuir com o desenvolvimento mental mediante o cuidado físico com o corpo.
Testes de autoavaliação Uma vez lidos os três capítulos mencionados, deverão ser respondidas as perguntas do primeiro teste. A escala de pontuação adquirida serve para
avaliar quais as capacidades mais e menos desenvolvidas, com a finalidade de começar o treinamento mental adequado que estimule seu desenvolvimento e depois consultar as tabelas ao final do livro. Obviamente, todas as perguntas devem ser respondidas com a máxima sinceridade e, no caso de não se encontrar a resposta adequada, é conveniente, ao menos, escolher intuitivamente uma das opções.
Quando o treinamento de uma habilidade tiver sido finalizado, deverão ser respondidas as perguntas do segundo teste. Se a pontuação mais baixa corresponde à capacidade sobre a qual se trabalhou, se deixará passar pelo menos uma semana de descanso antes de se ler novamente o capítulo e realizar os exercícios de treinamento outra vez, e resolver os problemas que incidem sobre a habilidade menos desenvolvida. Depois se trabalhará sobre outra das habilidades de baixa pontuação, lendo-se o capítulo que a descreve e fazendo-se os exercícios correspondentes para enfrentar-se o
conteúdo que ajudará em seu autodesenvolvimento.
Treinamento Cada uma das capacidades está formada por diversas habilidades ou por diferentes cores. No caso da memória, por exemplo, podemos distinguir entre memória imediata, de curto prazo, de longo prazo, visual etc. Os primeiros exercícios de treinamento que fecham cada capítulo possibilitam praticar essas cores específicas; os últimos apontam para o desenvolvimento global da habilidade. Uma vez que se realizem todas as propostas, deverão ser feitos os exercícios mencionados em outros capítulos, para completar o plano de exercício mental proposto. Alguns exercícios podem ser feitos no momento; outros, ao contrário, requerem vários dias até sua solução.
Exercícios Os exercícios propostos ao longo do livro foram elaborados cuidadosamente para que reforcem cada uma das capacidades mentais do capítulo. Há exercícios que são de livre interpretação (como é o caso do que se propõe
no capítulo “Criatividade e pensamento lateral”); outros, ao contrário, têm uma única solução e não cabe outra interpretação além da proposta. À medida que as habilidades mentais vão se desenvolvendo, muitos dos exercícios podem continuar sendo feitos até que sejam dominados. Se um dos problemas destinados a estimular a concentração pede que esta se centralize nos objetos vermelhos que se encontram no ambiente, por exemplo, um passo seguinte pode ser centrado nos verdes. Na hora de fazer os exercícios, é necessário levar em conta certas considerações: Evitar fazer os exercícios quando se sentir cansado ou com algum outro mal-estar. Ler atentamente o texto que aparece em cada exercício e fazer uma imagem global do problema proposto. Traçar um plano de ação mental. Sintetizar os passos necessários para se encontrar a solução, propondo-se objetivos parciais. Podem-se modificar os objetivos se encontrarem dados que impulsionem isso. Se não puder resolver o problema, é necessária uma nova perspectiva. Se ainda assim não conseguir encontrar a solução, tem de relaxar e fazer outra atividade, e assim voltar a vê-lo com outros olhos. Ter paciência e não pretender resolvê-los todos rapidamente. Alguns podem parecer muito simples, se tem alguma das habilidades mais desenvolvida, mas outros podem ser muito mais complicados.
Trabalhos complementares
Ainda que este livro ofereça exercícios suficientes para desenvolver as diversas capacidades do cérebro, ele não é inesgotável; por essa razão, recomenda-se que o trabalho feito com ele seja complementado com outras atividades que também potencializem a capacidade da mente. Em revistas, jornais e internet, há enigmas de todo tipo; desde simples adivinhações até complicados sudokus ou hieróglifos que contribuem para desenvolver as habilidades mentais. Os jogos de estratégia, sejam de tabuleiro ou de console, também representam desafios nos quais a mente deve trabalhar de maneira ativa. O mesmo pode-se dizer dos solitários com cartas ou as partidas de jogos com naipes. Está na habilidade do leitor escolher aqueles de que mais necessite. Uma pessoa com escassa inteligência emocional, por exemplo, pouco aproveitará de um solitário, mas poderá usufruir de uma partida de buraco, bridge, pifepafe ou qualquer outro jogo de cartas para aprender a detectar suas próprias emoções e as de seus companheiros.
Em última instância, o importante é manter o cérebro ativo e isso se alcança por diferentes vias, como leitura, vida social, trabalho, jogo e o cuidado com o corpo. Nossa proposta é o início de um trabalho muito mais complexo. ▲
Este livro deve ser complementado com outros exercícios, ao mesmo tempo, para manter a mente ativa.
Entende-se por mente o conjunto de atividades ou processos psíquicos, conscientes e inconscientes. Graças a estas funções do sistema nervoso, o homem é dono de uma ferramenta que lhe distingue do resto dos animais: a capacidade de pensar. Desde diferentes disciplinas e ao longo da História, tem havido uma grande preocupação em se descobrir em qual lugar do corpo ou fora dele se encontrava a sede dos pensamentos, o lugar ou o órgão no qual se geravam as ideias e a consciência que o homem tem de si mesmo e de sua existência. Filósofos, teólogos e cientistas de distintos ramos definiram a mente de muitas maneiras que, sem chegar a ser opostas entre si, deram uma versão particular dela. Mesmo hoje, apesar dos grandes avanços experimentados nos campos da Neurologia e da Psicologia, assim como do desenvolvimento de ferramentas que possibilitam explorar o cérebro em pleno funcionamento, não há uma definição única e precisa para a mente. Prova disso é que, segundo dicionários, a mente é uma “potência intelectual da alma”, definição próxima à Teologia, tanto que, na terceira acepção da Psicologia, designa o “conjunto de atividades e processos psíquicos conscientes e inconscientes, especialmente de caráter cognitivo”.
Tomando esta última acepção como ponto de partida, é possível afirmar que a função da mente é adquirir, armazenar, estruturar e utilizar conhecimentos, tanto internos quanto externos, bem como conscientes e inconscientes. Graças às pesquisas realizadas em Neurologia sabe-se que é o sistema nervoso que se encarrega de realizar estas complexas tarefas; especialmente seu órgão central, o cérebro, que se ocupa em arquivar e processar todos os dados que chegam do exterior ou do seu interior e de elaborar as respostas adequadas para relacionar-se com o ambiente à sua volta.
OS CINCO SENTIDOS Ainda que não sejamos conscientes disso, nosso cérebro recolhe constantemente uma quantidade imensa de informações por meio dos sentidos. O tato informa-lhe acerca da temperatura e da textura dos elementos que entram em contato com a pele; o olfato, das partículas de cheiro que há no ar; o paladar reage frente a qualquer mudança que se experimente na cavidade bucal e os olhos e ouvidos captam formas, cores, movimentos e sons do meio ambiente. Se estivesse passando
permanentemente à consciência tal quantidade de dados, a mente, sem dúvida, colapsaria, já que não poderia processá-los eficientemente. Por sorte, somente chegam a ela depois de serem filtrados pelo cérebro seguindo os assuntos de nossos interesses.
Os órgãos dos sentidos e as terminações nervosas do organismo transmitem constantemente informações ao cérebro. Este processa e guarda na memória ou apresenta na consciência dados como temperatura, sabores, texturas, sensações de dor etc. ◄▲
Um exemplo claro para ilustrar essa afirmação é a resposta que podem dar três pessoas com diferentes profissões ao presenciar o choque de dois veículos: certamente o médico perceberá o estado dos feridos; o advogado centrará sua atenção na responsabilidade de cada condutor e o mecânico observará o estado em que ficaram os veículos. Cada profissão ou ocupação desenvolve o que na Medicina se denomina “olho clínico”, que é a capacidade de deixar passar à consciência detalhes que concernem a seu trabalho e que, para o resto das pessoas, passam completamente despercebidos. Os bons médicos, por exemplo, com uma só olhada no paciente, podem deduzir uma infinidade de situações que, para o restante, são imperceptíveis.
Talvez não saibam dizer por que supõem instantaneamente o que causa esta ou aquela doença, mas seus sentidos lhe informam em um instante detalhes como a cor da pele, a temperatura das mãos ao cumprimentar-se, a postura corporal, o brilho ou a opacidade do cabelo etc. FILTRO DE DADOS
Quando se concentra a atenção em uma tarefa, que pode ser a leitura, a escrita ou qualquer outra atividade que desperte nosso interesse, os dados que os sentidos recebem do ambiente não entram na consciência ou, se o fazem, é de maneira muito fraca. É importante levar em conta que os olhos não apenas captam aquilo que olhamos voluntariamente. Graças à visão periférica, percebem outros elementos que cercam o objeto, ainda que não nos demos conta disso. Essa visão periférica pode ser desenvolvida. Assim as pessoas que praticam esportes de equipe, como futebol ou basquete, recebem em sua consciência não somente a posição da bola, que é o elemento que centra
sua atenção, mas simultaneamente captam também a de todos os companheiros e adversários.
1. Quadro amarelo com cena real. 2. O olho abrange totalmente a imagem como se fosse uma lanterna. 3. Do olho, parte a imagem até o cérebro, no qual fica registrada. 4. O cérebro é o encarregado de interpretar tal imagem para dar-lhe um significado e um sentido. 5. Depois de passar por dois filtros, o cérebro toma suas próprias conclusões e se concentra em algo concreto. Esses dados são analisados inconscientemente em um processo intuitivo e, depois dele, a mente dá como resposta o nome da doença.
Os sentidos são as vias de captação de dados; para a mente se manter ativa, estes têm de funcionar o melhor possível. Se uma pessoa padece de uma leve surdez ou não vê bem, é essencial que use dispositivos de correção (aparelhos auditivos, óculos), já que, sem eles, sua mente terá menos capacidade para tirar conclusões, aprender e conhecer o que lhe cerca.
O SISTEMA NERVOSO É o único organizador e regulador de todas as atividades conscientes do organismo e, junto com o sistema endócrino, também das inconscientes, ou seja, do funcionamento dos diferentes órgãos. É um sistema complexo capaz de interpretar as ordens recebidas de diversos órgãos. Compõe-se de um sistema nervoso central (SNC) e de um sistema nervoso periférico (SNP). O primeiro é constituído pelo encéfalo, alojado na cavidade craniana e composto por cérebro, cerebelo, bulbo raquidiano e outras estruturas menores, além da medula espinal, alojada no interior da coluna vertebral. Este sistema realiza três tarefas importantíssimas: a) Detecta os estímulos. b) Transmite, processa e armazena a informação. c) Coordena os demais órgãos e sistemas. O SNP é todo o conjunto de nervos cuja função é levar informação de qualquer ponto do organismo até o SNC (e vice-versa). Pode-se comparar com uma extensa rede de cabos que se conectam com uma central (o cérebro), ao qual enviam informação e do qual também a recebem.
Os neurônios Os neurônios são células altamente especializadas que constituem o elemento básico de ambos os sistemas nervosos. Ocupam-se em transmitir impulsos nervosos que podem ser comparados com pequenos pacotes de dados. Têm forma estrelada e se compõem basicamente de três partes: um corpo, chamado soma, do qual nasce um prolongamento comprido e pouco ramificado, conhecido como axônio, e um ou vários prolongamentos bastante ramificados que recebem o nome de dendritos. Conforme a posição que ocupam dentro da rede neural, a estrutura pode variar no número de dendritos e na forma do soma.
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A partir de impulsos nervosos, os neurônios transmitem os dados ao cérebro, o qual os distribui em partes
específicas. O cérebro humano pode ser comparado com um computador central capaz de receber e interpretar informações quase de maneira imediata.
A COMUNICAÇÃO ENTRE NEURÔNIOS
No organismo existe uma complexa rede de tecido nervoso na qual alguns neurônios se comunicam com outros mediante um contato chamado sinapse. O axônio de uma célula transmite a informação que é recolhida, por sua vez, pelos dendritos de outra célula que está a seu lado. Na maioria dos casos, essa transmissão é do tipo químico: o neurônio que emite desprende algumas moléculas, chamadas neurotransmissores, os quais são recolhidos pelo neurônio que recebe tais dados. Quando chegam, o soma os integra e, assim, transmite o resultado a um novo neurônio. Ao longo da vida, o sistema nervoso remodela os contatos da rede neural, criando novos caminhos pelos quais viajam os dados.
A rede neural Depois do nascimento, e ao longo da vida, à medida que aprendemos e ganhamos experiência, estabelecem-se novas conexões ou sinapses, mas também se perdem cerca de 100.000 neurônios diariamente. Durante séculos tinha-se certeza de que os neurônios não se regeneravam; entretanto, atualmente, sabe-se que em uma região do encéfalo chamada hipocampo há células-mãe que, no caso de o cérebro sofrer algum dano, elas irão se transformar em neurônios que substituirão as células que morreram. Isso foi descoberto ao observar-se que em algumas zonas de cérebros danificados, em vez de encontrar-se tecido necrosado, foram encontrados neurônios em
funcionamento.
Entretanto, em comparação com outros tecidos, a regeneração neural é escassa, porque as células-mãe que se encontram no hipocampo são muito poucas. Se imaginarmos o tecido nervoso como uma rede de comunicações telefônicas ou de internet, ou como uma rede de estradas pelas quais viaja a informação, será fácil compreender a importância do número de vias, assim como a distribuição das conexões que há entre os diferentes centros. O funcionamento de um país com muitos povos isolados, mas muito poucas estradas, evidentemente é menos eficiente que o de outro com menos centros urbanos, porém bem conectados entre si. Isso porque neste último caso a distribuição de mercadorias e de informações viaja com maior fluidez. O mesmo pode-se dizer a respeito do funcionamento da rede neural: quanto mais rotas estabelecemos e quanto melhor sua organização, maior será o rendimento de nossa mente.
Os neurônios regeneram-se em uma porcentagem mínima, e não como consequência da aquisição de experiência. O importante mesmo é que se constroem novos caminhos na rede neural ou novas conexões. ▲
É fundamental levar em conta que as conexões se estabelecem quando, pela via dos sentidos, há algum estímulo (um problema a resolver, por mais simples que seja; um objeto novo, desconhecido, que necessite ser classificado ou compreendido; a descoberta de alguma característica de nosso próprio mundo interior; um novo dado ou aprendizado etc.). A partir daí, pode-se dizer que aquelas pessoas que têm uma vida sedentária, rotineira e na qual tudo é previsível, e com um escasso mundo interior, estabelecem menos conexões que aquelas que enfrentam constantemente novos desafios. Com relação ao desenvolvimento das faculdades mentais, vale lembrar que as conexões neurais continuam estabelecendo-se dia a dia, à medida que se adquirem conhecimentos. Um bom exemplo disso é o que nos ensinam as pessoas que perdem um sentido tão importante como a visão. Mediante um treinamento apropriado, acostumam-se em saber o que há em seu redor com a ajuda de tato, ouvido e olfato. Isso porque, graças ao treinamento, traçam novas tramas na rede que forma seu sistema nervoso para poder responder às necessidades e aos desafios.
O cérebro É o órgão mais importante do encéfalo. Sua superfície, formada por substância cinzenta, tem circunvoluções, que são pregas cuja profundidade, segundo as descobertas realizadas nas últimas décadas, têm uma relação direta com a inteligência. Nele se processam a informação que chega dos sentidos por via nervosa e o comportamento, assim como o controle e a coordenação do movimento. Tem sob sua responsabilidade a consciência, a linguagem, o conhecimento, a memória, a vontade, as emoções e a aprendizagem; ou seja, tudo aquilo que chamamos “vida interior” e que nos distingue do restante dos animais. A capacidade de processamento de um cérebro normal é tão grande que supera à de qualquer computador, por mais moderno que este seja. Em cada milésimo de segundo, o cérebro humano realiza funções extremamente complexas, já que não atende apenas àquilo que centra sua atenção. Ele também se ocupa do desenvolvimento de muitas funções vitais e interpreta uma infinidade de dados que recebe por meio dos sentidos, que nem chegamos a perceber.
Os primeiros estudos sobre o cérebro foram realizados mediante a observação das consequências derivadas dos diferentes danos que o órgão poderia sofrer. Os médicos observaram que, de acordo com o local da cabeça em que se produziam os danos, o paciente perdia a capacidade de falar, a visão, a mobilidade ou a sensibilidade em alguma parte do corpo etc. Mais tarde, as diferentes técnicas cirúrgicas, a dissecação de cadáveres e, em menor grau, o uso dos raios X foram completando os conhecimentos a respeito do cérebro. Entretanto, ainda que se pudesse observar seu estado, o que ainda permanecia invisível era, quase em sua totalidade, seu funcionamento. O surgimento de novas ferramentas de diagnóstico, dentre elas a ressonância magnética e a tomografia computadorizada, tornou possível a observação do cérebro ativo, sem necessidade de se abrir o crânio. Graças a isso, nas últimas décadas foram feitos grandes avanços.
Hemisfério direito e hemisfério esquerdo O cérebro está claramente dividido em duas grandes massas que, dentro da cabeça, se situam à esquerda e à direita: os hemisférios. Estas duas partes
encontram-se unidas por uma estrutura formada por fibras nervosas, denominada corpo caloso, cuja função é comunicar ambos os hemisférios para passar constantemente informações de um para o outro.
Em certas ocasiões, seja por acidente ou razões médicas, o corpo caloso rompe-se ou deve ser seccionado, o que deixa isolados ambos os hemisférios. Quando isso ocorre, ainda que o paciente possa levar uma vida normal, produzem-se curiosos efeitos secundários que confirmam a especificidade de tarefas nas duas grandes massas que compõem este órgão. Se for mostrado um objeto que somente seja “visto” pelo hemisfério
cerebral direito (por exemplo, uma chave) e a seguir se pede que o nomeie, não se poderá fazê-lo já que é o hemisfério esquerdo que se ocupa da linguagem verbal e, para ele, a imagem do objeto não chegou. Entretanto, se é solicitado que escolha entre vários objetos um que se relacione com o que viu, não terá problemas em pegar com a mão esquerda (controlada pelo hemisfério direito) o que lhe esteja mais próximo (por exemplo, um cadeado). A capacidade do cérebro humano supera a de qualquer computador. Um dano pode afetar as habilidades sensoriais do indivíduo, que somente serão recuperáveis mediante terapia e reabilitação que recomponham as conexões danificadas. ◄ ▲
FUNÇÕES DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS
Durante muitos anos, pensou-se que o hemisfério esquerdo era mais ativo e importante que o direito, mas esta opinião está atualmente descartada, já que ambos processam a informação de maneira diferente, ainda que complementar. Grosso modo, o hemisfério esquerdo é o encarregado da análise, das matemáticas e do raciocínio lógico; processa a parte consciente da linguagem. Ao contrário, o direito processa as imagens, a linguagem nãoverbal, a intuição e os símbolos. Daí que, simplificando, se considere o hemisfério esquerdo lógico e o direito, criativo. No esquema mostrado a seguir, observam-se as principais funções de cada hemisfério:
Secção da massa calosa do cérebro, que mostra claramente os dois hemisférios e suas funções principais.
Os lóbulos cerebrais Além de estar constituído por dois hemisférios, o cérebro subdivide-se em quatro lóbulos que recebem o nome do osso cranial mais próximo:
Lóbulo frontal. Está na parte anterior do cérebro, junto ao osso do mesmo nome. Ocupa-se fundamentalmente das funções mais intelectuais, como o autocontrole, a criação de estratégias e o planejamento, ainda que também controle algumas áreas da linguagem. Lóbulos temporais. São dois, e se situam em ambos os lados do crânio, adjacentes ao osso temporal. Ocupam-se do controle do ouvido e do olfato, assim como de algumas tarefas relacionadas com a linguagem. Quando essa região sofre algum dano, é frequente o paciente escutar vozes em sua cabeça. Lóbulos parietais. Estão situados sobre os lóbulos temporais, junto aos ossos que levam o mesmo nome, e chegam até a metade superior do crânio. Constituem a maior área sensorial do córtex cerebral, à qual chegam as sensações de todo o corpo. Lóbulo occipital. Está na zona posterior do crânio, junto ao osso occipital, e se relaciona, principalmente, com a visão.
Cérebro feminino e cérebro masculino Acreditava-se que o cérebro feminino, por ser menos volumoso e menor que o masculino, era menos eficiente no que diz respeito à capacidade cognitiva. Em outras palavras, supunha-se que os homens eram mais inteligentes que
as mulheres. Entretanto, atualmente continua-se dando importância ao tamanho do cérebro, mas sempre com relação ao resto do corpo. As mulheres têm, em geral, um volume corporal menor que o dos homens; portanto, é lógico que o cérebro delas também apresentará essa diferença.
Ainda que na aparência os cérebros masculino e feminino sejam iguais, existem ligeiras diferenças que facilitarão determinadas tarefas a cada um. Sempre devem ser respeitadas as peculiaridades de cada pessoa, que será mais ou menos hábil em cada processo do pensamento. ▲
Os cientistas atribuem uma grande importância à profundidade dos sulcos cerebrais. Por exemplo, os animais menos evoluídos têm um cérebro mais liso que o homem e, ao que parece, estas características, sim, afetam a inteligência. Ainda assim, entre o cérebro feminino e o masculino, de fato, existem diferenças de constituição que valem a pena ser comentadas. O cérebro delas têm maior irrigação sanguínea que o dos homens e apresenta
outras diferenças que explicam certos comportamentos ou habilidades mais frequentes nas mulheres que nos homens: A conexão entre ambos os hemisférios, ou seja, o corpo caloso, no cérebro feminino costuma dispor de maior densidade de fibras, o que faz mais fluida a passagem de informação de um hemisfério para o outro. Por esta razão, as mulheres apresentam maior facilidade para exercer várias atividades ao mesmo tempo. Nas áreas vinculadas à memória também se observa maior quantidade de conexões no cérebro feminino que no masculino. A captação e a compreensão das emoções, assim como a capacidade verbal, são também maiores nas mulheres que nos homens. Entretanto, estes têm mais desenvolvida a visão espacial. Os homens também apresentam maior capacidade de concentração e, por essa razão, têm mais dificuldade na hora de realizar várias atividades, visto que sua atenção se concentra intensamente em uma só coisa em cada momento. É importante esclarecer que todas essas diferenças são mínimas. De fato, uma mulher pode ter melhor visão espacial que um homem e este, maior capacidade verbal que ela. O importante é que cada cérebro é único. Ainda que nele se destaquem algumas habilidades sobre outras, ele é capaz de adquirir novos conhecimentos e potencializar qualquer um dos talentos para os quais está dotado.
Desenvolvimento e envelhecimento do cérebro
Na 10ª semana gestacional, o embrião tem apenas uns 6cm de comprimento e, nesse diminuto corpo em formação, existe um órgão, o cérebro, que desde esse instante é incrivelmente mais eficiente que qualquer computador.
Segundo a Dra. Carla Shat, da Universidade de Berkeley, Califórnia, o cérebro embrionário dá ordens constantemente a cada uma das cem milhões de células que o compõem por meio de impulsos nervosos, fazendo com que cada uma delas se ocupe de uma tarefa específica. Graças a este ordenamento, quando a criança nascer, ela será capaz de ouvir, sentir frio ou calor, sugar o leite para alimentar-se, ter reflexos básicos, detectar a dor, fazer funcionar seus pulmões para respirar etc. A cada minuto nascem no embrião 250 mil novos neurônios que, ordenadamente, vão ocupando o lugar que lhes corresponde e que estabelecem, a partir de seus dendritos e seus axônios, conexões com os demais neurônios. Assim, cria-se uma rede cuja complexidade cresce a um ritmo espetacular. No nascimento, há mais neurônios que em qualquer outro momento da
vida, mas as conexões são extremamente escassas se comparadas com as que se observarão apenas um ano mais tarde, já que cada elemento novo que a criança perceba com qualquer dos sentidos marcará um novo traço na rede neural de seu cérebro.
A aquisição de habilidades A neuropsiquiatra Amanda Céspedes aponta cinco fases básicas no desenvolvimento do cérebro humano relacionadas com a inteligência ou a aquisição de diferentes habilidades: Primeira fase. Inicia-se na 16ª semana. Neste período, desenvolvem-se as áreas do cérebro que estão em relação direta com a capacidade de comunicar-se e de interagir com outras pessoas. Após o nascimento, a criança fará isso com sua mãe e esta experiência determinará, em grande parte, sua capacidade para confiar, aceitar ou rejeitar o resto das pessoas que vier a conhecer em sua vida. Por esse motivo, é algo tão importante. A interação da mãe com a criança (contato com sua pele, o som de sua voz etc.) estimulará a criação de diversas conexões entre os neurônios de seu cérebro,
especialmente nas áreas dedicadas aos vínculos sociais. Até os dois meses, o bebê dará seu primeiro sorriso social, que será o sinal de que o processo foi realizado.
Segunda fase. Começa aos seis meses e alcança seu ponto máximo por volta dos dois anos. Inicia-se com o desenvolvimento motor. É nessa etapa que, pouco a pouco, se aprende a caminhar e, com isso, a explorar seu entorno. Também nessa fase se inicia a descoberta da linguagem. Por isso, é tão importante manter intensa comunicação com as crianças, já que, quanto mais palavras aprenderem, mais eficiente será sua comunicação verbal no futuro. Terceira fase. Este período estende-se dos 5 aos 7 anos. A criança descobre os símbolos e a abstração. Aprende a ler e escrever e também a lidar com os números. Apoia-se ainda nas etapas anteriores, de modo que, quanto mais ricas, maior desenvolvimento pode alcançar. Quarta fase. Inicia-se entre os 11 e 14 anos. Nela, o adolescente aprende a exercer um controle emocional mais efetivo e a administrar
seus recursos intelectuais. Começa a formar conceitos, a deduzir e formular hipóteses e a usar seu raciocínio indutivo. Quinta fase. Inicia-se até o fim da adolescência e caracteriza-se pelo aproveitamento de tudo o que foi aprendido nas fases anteriores.
É importante destacar que as habilidades próprias de cada etapa podem se desenvolver em qualquer outro momento da vida, sempre e quando o
cérebro não tiver sofrido lesões que incapacitem as áreas destinadas ao controle das mesmas. Essa divisão somente responde ao momento mais apropriado para adquiri-las, no instante em que as zonas específicas têm uma atividade mais intensa que as demais. Exemplo disso é que qualquer pessoa pode aprender a ler e escrever quando adulta, mas, sem dúvida, isso será muito mais difícil que para uma criança entre 5-7 anos, que é a idade na qual o cérebro está mais preparado para realizar este tipo de aprendizagem. Ainda que nunca seja tarde para adquirir novas habilidades ou para melhorar as que já se adquiriu, é importante começar o quanto antes, pois as conexões neurais já estabelecidas facilitam a aquisição de novos conhecimentos. Por exemplo, as pessoas que falam vários idiomas aprendem um novo muito mais rápido que aquelas que somente conhecem a sua língua materna. Acontece igual com o resto do organismo: com o passar dos anos, o cérebro envelhece e sofre uma série de mudanças que incidem nas funções que realiza. É comprovado que, entre outras coisas, há uma redução das sinapses, razão pela qual a quantidade de conexões entre neurônios decresce paulatinamente e ocorre uma diminuição do fluxo sanguíneo, além de um menor aporte de oxigênio, combustível indispensável para seu bom funcionamento. Leva-se em conta que a maioria dos dados processados mentalmente chega ao cérebro pela via dos sentidos; a perda de acuidade visual, auditiva ou tátil incide direta e negativamente na quantidade de conhecimentos que se vai adquirir, já que a entrada de informação é menor. Por essa razão, é imprescindível corrigir essas deficiências sensoriais, seja com óculos ou com
aparelhos auditivos, a fim de exercitar o cérebro constantemente, durante toda a vida. Muitos especialistas concordam que o envelhecimento cerebral começa a partir dos 30 anos, mas a maneira e a rapidez com que é feito dependem de diversos outros fatores e não são as mesmas em todas as pessoas. Conforme ocorre com o resto dos órgãos, os hábitos saudáveis fazem com que a perda de faculdades seja mais lenta.
O pensamento lógico-matemático é um processo realizado pela mente humana cujo objetivo é elaborar, a partir de dados conhecidos, uma conclusão. Este é um novo dado, um conhecimento a mais que se tem sobre o objeto ou a situação que são guardados(as) na memória. Os conhecimentos que um ser humano pode adquirir, assim como o modo de apreendê-los, podem classificar-se de várias maneiras, e as diferentes correntes de pensamento que operam dentro do campo da Psicologia têm feito assim. Uma das mais importantes é a que encabeça o pedagogo francês Jean Piaget. Segundo suas pesquisas, existem três tipos de conhecimento: o físico, o lógico-matemático e o social.
CONHECIMENTO FÍSICO Pertence aos objetos que se pode observar ou manipular no mundo que rodeia o ser humano; ou seja, adquire-se ele por meio da experiência direta, da interação com o ambiente. Uma criança aprende a diferenciar os distintos objetos por forma, cor, tamanho, textura etc.
Quando vamos ao estúdio de um escultor ou de um ceramista e observamos os dois trabalhando, conhecemos novas ferramentas e o efeito que estas têm sobre a matéria com a qual o artista trabalha. Por exemplo, em um novo emprego, o primeiro que se costuma fazer é conhecer fisicamente os companheiros, aprender seus traços faciais, o lugar onde habitualmente se sentam etc.
PENSAMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO Diferentemente do conhecimento físico que, por assim dizer, parte dos objetos, já que são abstrações de alguma de suas qualidades, o conhecimento lógico-matemático não existe por si mesmo na realidade, nos objetos, a não ser na mente da pessoa que o constrói, a qual faz uma abstração reflexiva.
Há dois objetos, um branco e um preto – eles são as qualidades que se incorporam mentalmente. Partindo disso e da imagem mental feita deles, pode-se dizer que “são diferentes”. Convém recordar que é a mente (não os objetos em si) que os relaciona e elabora; a partir daí, surge uma nova concepção, um novo conhecimento.
Na vida cotidiana quase constantemente aplica-se o pensamento lógico-matemático, ainda que não seja de modo consciente. Cada opção, ou alternativa, provoca a relação do pensamento com a ação eleita ou a decisão tomada. ◄ ▲
Este tipo de pensamento deu lugar aos diferentes ramos da ciência e, ainda que não se tenha plena consciência disso, na vida cotidiana se utiliza constantemente para resolver uma enorme quantidade de incógnitas, para se escolher o caminho que mais benefícios nos traga. Reflexões como “Se colocar na panela o pacote inteiro de espaguete, vão me sobrar dois pratos”, “Melhor levar o guarda-chuva, porque disseram que vai chover” e “Ainda faltam dez minutos para que comece o filme. Então, tenho tempo de fazer um sanduíche”, são exemplos bem simples de pensamento lógico-matemático. O nexo entre filme, tempo e sanduíche não tem existência real (como o próprio sanduíche ou o filme). Outras características deste pensamento é que abarcam uma série de habilidades bem diferentes entre si que intervêm na hora de processar os dados recebidos do exterior ou guardados na memória, com o fim de se chegar a uma conclusão, de criar um novo conhecimento. Estas habilidades são: • Observar. • Analisar.
• Sintetizar. • Comparar e determinar o essencial. • Classificar. • Ordenar. • Relacionar. • Generalizar. • Raciocinar.
Algumas dessas habilidades, como a comparação, são adquiridas nos primeiros anos de vida. Outras, porém, são mais complexas e frequentemente dependem ou envolvem as mais simples, adquiridas mais tarde. Os diferentes exercícios propostos neste capítulo foram especialmente desenvolvidos para se adquirir um bom grau de inteligência lógicomatemática, além de incrementar globalmente o potencial de cada mente.
Não há uma única classificação dessas habilidades ou métodos. As diversas correntes da Filosofia ou da Psicologia foram divididas de vários modos. Ainda que em grande parte seja fácil saber intuitivamente quais são ou como funcionam, a explicação racional será útil na hora de aplicá-las corretamente.
Observar A observação consiste na percepção, pela via dos sentidos, das diversas qualidades e características de um objeto ou uma situação. A habilidade de ver, de olhar ou de ouvir, requer um plano prévio, uma ideia preconcebida. Alguém pode perceber, em um determinado momento, que às 16h soa um sino na vizinhança. No dia seguinte, nessa mesma hora, haverá uma especial atenção para se observar se o sino voltará a soar. Na primeira vez em que se escutou o sino, não havia um plano premeditado, mas, na segunda, sim.
Graças à observação, podem-se estudar as características particulares do objeto ou do fenômeno ao qual se dirige. Isso possibilita, posteriormente, o uso de outras habilidades da mente que levam à aquisição de novos conhecimentos. A observação pode ser visual, auditiva, tátil, olfativa etc. a) Escuta-se um sino. b) Escuta-se um sino na mesma hora. c) Todos os dias soa o sino e sai gente. d) Sai gente do trabalho ao soar o sino. As habilidades perceptivas, que podem ser visuais, auditivas, sensoriais ou de qualquer outro tipo, nos possibilitam estabelecer premissas com um motivo lógico que recaia em conclusões definitivas sobre um fato concreto, como o som habitual de um sino. ▲
Analisar A análise de uma situação ou de um objeto consiste em decompor o todo (ou seja, o objeto completo), em delimitar mentalmente cada uma de suas partes e estudá-las separadamente e de maneira detalhada.
É um trabalho subjetivo, portanto, o resultado da análise de um fato ou de um objeto pode diferir de uma pessoa para outra, já que os critérios de delimitação não são sempre os mesmos. Diante de certo objeto, por exemplo, de uma árvore do parque, serão realizadas diferentes análises conforme sejam feitas por um transeunte comum, um pintor ou um botânico. O primeiro provavelmente delimitará copa, tronco e raízes e, se quiser descansar sob sua sombra, notará com mais detalhes a copa levando em conta seu volume. Certamente, o botânico decomporá o objeto árvore em mais partes; para ele terão importância a casca, os ramos, as folhas e suas nervuras etc. O pintor, sobretudo se planeja levá-la para a tela, talvez decomponha o objeto em volumes de cor e forma: partes verdes e ocres das folhas vivas e das secas, tonalidades do tronco etc. Na hora de fazer uma análise, é fundamental estabelecer um critério útil de delimitação que torne possível obter uma conclusão proveitosa; ou seja, escolher-se o melhor caminho a seguir. Por exemplo, se é feita a análise de
um vestido, podem ser usados, entre outros, os seguintes critérios: a.) Manequim. b.) Composição do tecido com o qual foi confeccionado. c. ) Cor. d.) Tipo de estampa. e.) Época. f.) Modista que o fez. g.) Preço etc.
Sintetizar A síntese é a operação inversa da análise. Nela, unem-se mentalmente as partes e a combinação de qualidades, características e propriedades, dentre outros itens, chegando-se à conclusão de um todo. Ao se avistar um grupo de pessoas com roupas elegantes na porta de uma igreja, distingue-se entre todos uma mulher de vestido branco e longo com um véu na cabeça, carregando um ramo de flores na mão. Para transmitir o que se viu, não é preciso verificar a vestimenta de todos. Assim, será usada a síntese como método e se dirá “ na igreja havia um casamento “ ou algo assim. Graças à síntese, podem-se transmitir melhor as ideias e guardá-las na memória de uma maneira ordenada.
Comparar É outra das habilidades do pensamento lógico e consiste em estabelecer analogias e diferenças entre objetos e fenômenos, a fim de discernir qual é o principal e qual é o secundário. O modo de fazer isso é estabelecer linhas ou parâmetros de comparação. Uma vez analisada uma das linhas, obtém-se uma conclusão (síntese parcial) e passa-se à análise de outra. Finalmente, de todas as sínteses parciais tira-se uma conclusão geral.
Estes três objetos mostrados na ilustração poderiam encaixar-se em uma mesma categoria: calçados. Entretanto, estabelecendo diferentes linhas de comparação, pode-se observar que entre eles há grandes diferenças: Uma das linhas de comparação poderia ser o tipo de solado: o primeiro tem salto alto, enquanto os outros dois não. Outra linha de comparação poderia ser o uso ao qual estão destinados: o par à direita é para se ir vestido de modo elegante, enquanto o do centro é um calçado esportivo. Outra possível linha seria diferençar quais deles são calçados abertos e quais são os fechados; inclusive também se poderia comparar por cor, tamanho, número, época em que estiveram na moda etc. Podem-se estabelecer muitas linhas de comparação e o importante é escolher a mais adequada para se obter uma nova conclusão, a fim de
discernir nos objetos quais são os elementos principais e quais os secundários. Compare um debate e uma briga imaginários; busque os elementos que ambas as situações têm em comum e aqueles que as diferenciam. Para desenvolver esta habilidade, você pode também comparar objetos à sua volta, pessoas ou momentos que tenha vivenciado. Quanto mais similares forem os elementos que escolher, mais difícil será encontrar as diferenças.
Determinar o essencial Esta habilidade busca nos objetos ou nas situações a propriedade mais estável, a qual, se fosse mudada, daria lugar a um objeto diferente. O essencial em um garfo, por exemplo, são os dentes (sem eles, deixaria de sêlo); em um paletó, a ausência de mangas; em um casamento, os noivos e a pessoa que o oficie (seja um juiz, um sacerdote etc...).
Classificar Diante dessa habilidade, agrupam-se os elementos em diferentes classes ou tipos. Para isso, é necessário estabelecer previamente um critério de seleção. Na imagem a seguir, há seis objetos que se classificam de acordo com diferentes critérios:
a) Grandes e pequenos.
b) Por cor: amarelos, verdes etc. c) Pela presença ou pela ausência de, pelo menos, uma face triangular. d) Por sua forma. Obviamente, poderiam ser estipulados mais critérios de classificação: por posição no espaço, quantidade de vértices etc. Na hora de resolver muitos dos problemas que se apresentam a nós no dia a dia, usa-se a habilidade de classificar como parte da série de pensamentos que se entremeiam para se chegar a uma conclusão. É fundamental o critério usado, já que se depende dele em grande medida para que se alcance o objetivo proposto ou que definitivamente se fracasse na tentativa.
Quando é necessário comprar vários produtos em diferentes lojas, por exemplo, recorre-se a essa habilidade para se prever onde adquirir cada um, tratando de agrupá-los mentalmente para não ter de fazer tantas viagens e percursos.
Neste caso, o critério utilizado é “em qual estabelecimento se adquire cada objeto”. Se não consigo o dinheiro para adquirir tudo o que foi proposto, o mais comum é que os classifiquemos de acordo com a necessidade que se tenha deles.
Ordenar Consiste em organizar os elementos com os quais se vai trabalhar, utilizando um critério lógico ou cronológico. Para ordenar as seguintes figuras podemse utilizar, do mesmo modo que na classificação, vários critérios:
a.) Segundo a figura (peões, torres, cavalos, bispos, rainhas e reis). b.) Segundo a cor (peças claras e escuras). c.) Segundo o tipo de movimento que realizam (organiza-se, por exemplo, um grupo dos que podem se mover em diagonal; ou seja, bispos e rainhas) ou segundo a quantidade de casas pelas quais podem deslocarse. d.) Volume (peças pequenas, médias e grandes). e.) Pelo que representam (pessoas, objetos, animais). Estes não são os únicos critérios de ordenação que podem ser estabelecidos, mas, na hora de buscar uma solução, é muito importante escolher o mais adequado conforme o objetivo a que se quer alcançar.
Pretende-se organizar os empregados em uma planilha de acordo com seu rendimento. Por exemplo, estabelecer como critério a pontualidade não seria o melhor, já que poderia haver pessoas que chegam mais tarde, mas que fazem sua tarefa mais rapidamente que outras mais pontuais. Antes de ordenar os elementos, é necessário fazer uma classificação. Se todos pertencem a um mesmo grupo, pode-se realizar seu ordenamento. No entanto, em casos em que se tenham estabelecido dois ou mais grupos, é necessário ordenar primeiro seus elementos e, depois, os grupos. A seguinte série é um exemplo:
9 B 4 3 D 1 2 A 7 5 C 8 E 6 0 Classificam-se seus elementos, podendo se formar dois grupos: números e letras. Portanto, ficariam assim:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 A B C D E Feito isso, é necessário estipular uma ordem de grupos: ou os números em primeiro lugar e as letras em segundo (0123456789ABCDE), ou vice-versa (ABCDE0123456789). Dependendo de qual seja o objetivo, a ordem também pode ser estabelecida ao inverso:
9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 E D C B A
Relacionar Esta operação lógica consiste em descobrir as conexões existentes entre dois ou mais objetos ou situações. Podem-se estabelecer diferentes tipos de conexões, como, por exemplo, de determinação, de dependência, de coexistência ou de oposição: Nas conexões de determinação, um dos objetos ou situação determina o outro; por exemplo: “Abre a cortina” e “Início da peça”; “Lançamento de uma bomba” e “Explosão”; “Adubar uma planta” e “Crescimento”. As conexões de dependência ocorrem entre palavras que, juntas ou unidas gramaticalmente, dão lugar a outro objeto: bolha e ar se relacionam entre si formando “bolha de sabão”; pastel e queijo, em “pastel de queijo”; gorro e lã, em “gorro de lã”. Na coexistência, dois objetos se relacionam entre si porque têm elementos que fazem pertencer a uma mesma categoria; por exemplo, chupeta e bebê; flores e floreira; sopa e colher. Os nexos por oposição, como seu nome indica, vinculam os objetos por suas características contrárias: cachorros e gatos; úmido e seco; branco e preto.
O homem estabelece conexões entre quase todos os objetos que o cercam, ainda que não esteja consciente disso. Dependendo da relação gerada, elas se classificam como de dependência, coexistência ou oposição, mas todas ajudam a desenvolver um pensamento lógico. ▲
Generalizar A generalização é uma operação lógica utilizada para se determinar as características e propriedades comuns de vários objetos ou situações. Este processo serve para formular leis, princípios ou conceitos que englobem todos os itens. Um piano, uma guitarra, um trombone e um clarinete são instrumentos musicais. Pode-se fazer uma generalização dizendo que os instrumentos têm a capacidade de produzir diferentes sons. Em relação aos instrumentos de sopro, como o trombone e o clarinete, pode-se generalizar dizendo que o mecanismo que produz o som nos instrumentos de sopro é o ar.
Raciocinar Em termos gerais, entende-se raciocinar como a atividade intelectual que possibilita resolver problemas ou incógnitas e elaborar, a partir de dados
conhecidos, um novo conhecimento. Nele se faz uso do pensamento lógicomatemático. Por exemplo, sabe-se que nos desertos o clima é extremamente seco; e que, também os cogumelos crescem em lugares úmidos. Se processados adequadamente estes dois dados, chega-se a uma conclusão, que constitui um novo conhecimento: nos desertos, não há cogumelos. Este novo dado não provém da própria experiência; não foi lido em nenhum livro nem ouvido da boca de ninguém. Apenas surgiu como produto exclusivo da atividade mental, a partir de como o cérebro processou ambos os dados conhecidos. Por sua vez, este novo dado pode ser utilizado para chegar-se a uma nova conclusão: “Os pratos típicos dos povos que vivem no deserto não levam cogumelos”. Desse modo, relaciona-se com algo que já se sabe: as diferentes populações usam os alimentos de seu entorno para preparar seus pratos tradicionais. Como é óbvio, a quantidade de dados obtidos graças ao raciocínio armazenado na memória é enorme, já que se tiram conclusões acerca de todo o entorno (natureza, pessoas, objetos, instituições etc.), assim como de si mesmo. Cada vez que se deve tomar uma decisão, encadeiam-se os dados conhecidos para se obter outros novos que ajudem a perfilar a ação mais benéfica. Entretanto, e isso contempla a experiência, as conclusões nem sempre são acertadas. Por exemplo, uma criança pode pensar que qualquer um com o seu sobrenome pertença necessariamente à sua família e que seja, no mínimo, um primo ou um tio. Segundo sua experiência, o raciocínio é correto: a pessoa leva o sobrenome de seu pai, assim como seu irmão, mas não é o sobrenome, e sim os vínculos de sangue que definem se alguém pertence a uma mesma família.
O ponto de partida deste raciocínio está no fato criminoso do roubo: disfarçadamente, o encapuzado abrirá a porta, se apropriará do dinheiro e fugirá. ▲
Para estabelecer os diferentes raciocínios, usam-se as habilidades que foram mencionadas neste capítulo. Ordenam-se, classificam-se e extraem-se do objeto as qualidades essenciais, seguindo diferentes passos até chegar-se a uma conclusão final. Na hora de raciocinar, é fundamental esclarecer bem os critérios de partida, assim como todos os que devem ser considerados em cada uma das etapas, já que nelas vai-se estabelecendo ou confirmando um novo conhecimento. Supondo-se que houve um roubo e o detetive encarregado do caso se apresenta em cena, possivelmente, uma das coisas que se perguntam em primeiro lugar é se o roubo foi efetuado por uma pessoa da casa ou por um estranho. Isso o levará a buscar mais indícios de que alguém possa ter entrado no local. Encontrar o vidro da janela quebrado estabelecerá um novo critério de busca que lhe possibilite confirmar, pelo lugar no qual caíram os pedaços, se foi quebrado por fora ou por dentro. Cada passo até a solução do caso o obrigará a buscar novos critérios de ordem, classificação, análise etc.
Esses mesmos passos são os que se estabelecem na resolução de qualquer problema, de maneira que, se não forem observados os mais adequados, o resultado pode não ser o correto.
A polícia controlará a área de análise. Depois, buscará pegadas e, finalmente, com todos os indícios estudados, classificados e analisados, deterá o culpado. ▲
TREINAMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO Sob esta epígrafe englobam-se todos os elementos que possibilitarão desenvolver e melhorar as habilidades que complementam o pensamento lógico-matemático, desde a observação do entorno com uma resposta pessoal de cada leitor aos exercícios propostos tanto em testes de avaliação quanto os que se enumeram a seguir. Dessa maneira, o leitor poderá solucionar as deficiências encontradas na hora de resolver os testes gerais que se apresentam no livro.
Exercícios 1. Busque à sua volta diferentes objetos de estudo e dedique-se a observar suas particularidades: a maneira de se vestir de um companheiro de trabalho, o modo como caminha, a diferença entre as diversas mesas de trabalho no seu escritório, os detalhes das construções de seu bairro etc. É conveniente
que se trate de objetos, pessoas ou situações às quais previamente não se tenha prestado nenhuma atenção. 2. Analise os objetos ou os personagens que se mostram nas seguintes ilustrações, utilizando dois critérios diferentes em cada um.
3. Leia uma notícia no jornal, assista ao capítulo de uma novela ou traga à memória algum fato que tenha vivenciado durante a semana. Uma vez escolhida a opção, relate em voz alta a síntese da notícia, capítulo ou vivência, mas controlando o tempo que leva para isso. Na primeira vez, o relato não deve estender-se por mais de cinco minutos; na segunda, três minutos; na terceira, um minuto; e, na quarta, 30 segundos. Obviamente, o relato deve ter sentido e nele devem-se mencionar os detalhes mais importantes. Quem tem dificuldade para expressar-se com poucas palavras à noite deve, ainda que mentalmente, fazer uma síntese dos acontecimentos do dia. 4. Analise os quadrados da direita e compare-os com a imagem colorida da esquerda e descubra qual deles é o pedaço que falta no desenho. As amostras pequenas podem estar giradas ou invertidas.
5. Determine o essencial no desenho do carrinho à esquerda e na árvore que está à direita. Lembre-se que o essencial é aquilo que, se você tirar ou se transformar substancialmente, faz com que o objeto passe a ser algo diferente.
6. Analise 6. Analise cada um dos elementos que aparecem nesta imagem e faça duas classificações, classificações, utilizando um critério diferente a cada vez.
Sintetize em menos de três palavras os tipos de elementos contidos em cada um dos grupos que você obteve.
7. Nesta 7. Nesta sequênc seq uência, ia, falta uma figura. figura. Descubra qual: TRIÂNGULO TRIÂNGULO – QUADRADO – – HEXÁGONO – HEPTÁGONO
8. 8. Relacione por pares as seguintes palavras, utilizando o critério de dependência e tendo em vista que cada uma delas pode formar apenas um par.
PELE MEDICINA OSSO LIVRO PÊSSEGO FRANGO ABA CHAPÉU
9. 9. Busque uma palavra ou uma frase que possa estabelecer uma relação com as seguintes, usando o critério de dependência. BADALADA CHUVA ACIDENTE MOROSIDADE BUSCA B 10. Analise 10. Analise a seguinte série de objetos e aponte qual deles não pertence a ela.
11. Que 11. Que generalizações generalizações você v ocê faria partindo destes seis itens?
12. Este 12. Este enigma ilustra uma cadeia de raciocínio que leva a uma conclusão verdadeira. Um condenado à morte é colocado em frente a três portas e dãolhe a possibilidade de ganhar a liberdade, desde que escolha a adequada. Conforme mostrado no desenho, cada porta tem uma inscrição, mas somente uma delas é verdadeira. Qual porta o prisioneiro deve escolher?
13. O Enigma de Einstein. Ainda que não seja totalmente certo que este enigma tenha sido inventado por Albert Einstein, como popularmente se afirma, ele é conhecido pelo seu nome. Para resolvê-lo, é necessário recorrer a muitas das habilidades tratadas neste capítulo. O enigma é proposto da seguinte maneira: Há cinco casas, de cinco cores diferentes e em cada uma delas mora uma pessoa de diferente nacionalidade. Cada um dos donos bebe um tipo específico específico de bebida, fuma determinada marca de cigarros e tem um diferente animal de estimação.
Dicas: . O britânico mora na casa vermelha. . O sueco tem um cachorro. . O dinamarquês bebe chá. . A casa verde está à esquerda da branca. . O dono da casa verde bebe café. . A pessoa que fuma Pall Mall tem um pássaro. . O dono da casa amarela fuma Dunhill. . O que mora na casa do meio bebe leite. . O norueguês mora na primeira casa. . A pessoa que fuma Brends mora junto à que tem um gato. . A pessoa que tem um cavalo mora junto à que fuma Dunhill. . O que fuma Bluemasters bebe cerveja. . O alemão fuma Prince. . O norueguês mora junto à casa azul. . O que fuma Brends tem um vizinho que bebe água. Por último, a pergunta é: Quem é o dono do peixe?
AMPLIAR O TREINAMENTO O treinamento mental relativo a esta capacidade do cérebro não se deve limitar a estes exercícios. Convém continuar praticando com as propostas oferecidas em revistas e jornais especializados. Além disso, qualquer cena reconhecível ou observável do ambiente oferecerá ao leitor a possibilidade de treinamento desenvolvida no capítulo correspondente.
Soluções
Exercício 1. Livre. Exercício 2. Entre os critérios possíveis de análise dos objetos do desenho à esquerda, podemos citar: tamanho, simplicidade ou complexidade de linhas, posição no espaço etc. Os outros dois personagens podem ser analisados, entre outras coisas, segundo sua vestimenta, os gestos que expressam seus rostos, tendo em vista a posição do corpo, as mãos e a cabeça etc. Exercício 3. Livre. Exercício 4. O pedaço que falta no desenho é o e). Exercício 5. O essencial no desenho do carrinho de bebê é o espaço para colocar a criança e as rodas; sem estes elementos, deixaria de ser um carrinho para bebê. O essencial na árvore são o tronco, as raízes e os ramos. Se omitimos esses elementos, o objeto árvore deixa de existir.
Exercício 6. Livre. Exercício 7. O elemento que falta é o pentágono, já que as figuras estão ordenadas conforme o seu número de lados.
Exercício 8. Neste exercício é necessário ter em vista que cada palavra pode vincular-se apenas a outra uma só vez. Assim, a solução é: Pele–Pêssego (pele de pêssego). Livro–Medicina (livro de medicina).
Osso–Frango (osso de frango). Chapéu–Aba (aba de chapéu). Exercício 9. Não há uma única relação possível; por exemplo, BADALADA pode-se associar a fim de ano, à saída de colégio, a sino de igreja etc. CHUVA, a guarda-chuva, à rua molhada, a ar limpo etc.; MOROSIDADE, à angústia, greve, juízo etc. Exercício 10. Ainda que todos os objetos mostrados sejam os utilizados em uma carpintaria, o elemento que não pertence à série são os pregos, já que, diferentemente dos demais, não são ferramentas.
Exercício 11. Partindo de que têm um sabor agradável e substâncias nutritivas e não são tóxicos, podem ser considerados alimentos. Por outro lado, todos pertencem ao reino vegetal. Portanto, vale lembrar que as ervilhas, as cenouras, as peras, os pepinos, as abóboras e as cerejas são alimentos vegetais.
Exercício 12. Mediante a análise, comprova-se que as portas 1 e 3 fazem as afirmações opostas entre si. Portanto, uma delas mente e uma diz a verdade. Como se sabe que somente em uma está escrita a verdade, o cartaz da porta 2 é falso; portanto, essa é a porta que o prisioneiro deve escolher para alcançar a liberdade.
Exercício 13. Fazendo uma tabela como a que está abaixo, é mais fácil e claro chegar à solução final. À medida que obtemos informações, vamos preenchendo a tabela. Por fim, o resultado é o seguinte:
Portanto, o dono do peixe é o alemão.
Entende-se por memória a capacidade que o cérebro tem de armazenar, reter e recordar informações. Esta faculdade, amplamente desenvolvida no homem, é fundamental na hora de estabelecer qualquer aprendizagem porque sem ela seria impossível adquirir e conservar novos conhecimentos. Nos seres humanos, a memória é uma função cerebral que se realiza graças às conexões que os neurônios estabelecem entre si no processo da sinapse. Graças a ela, pode-se armazenar o que se vê, o que se ouve, as experiências, a percepção dos estados internos e qualquer dado que chegue à consciência. Os cientistas asseguram que as recordações são geradas graças ao reforço das sinapses. Quando se vive um fato, quando se vê um objeto ou se ouve um ruído, por exemplo, os neurônios que intervêm em sua percepção e tomada de consciência criam um circuito fazendo sinapse entre elas. Se essas sinapses se reforçam, o dado que entrou na mente se converte em recordação.
Segundo o conhecido cientista Carl Sagan, a mente humana tem capacidade suficiente para armazenar dez bilhões de páginas de uma enciclopédia. Os cem trilhões de neurônios que possui geram uma quantidade enorme de sinapses, de conexões entre si que, ainda que seja impossível calcular o número exato, aproxima-se de cem bilhões.
CARACTERÍSTICAS DA MEMÓRIA Uma das perguntas feitas pelos cientistas de todos os tempos é onde se armazenam as recordações, em que região do cérebro. Hoje, devido às modernas técnicas de exploração e aos diversos instrumentos criados graças aos avanços tecnológicos, sabe-se que não existe um lugar físico e concreto no cérebro destinado a tal finalidade. Não há uma região da qual se possa dizer “este é o local da memória”; portanto, pode-se afirmar que está disseminada no tecido nervoso. Um desses lugares que intervêm no armazenamento das recordações é o lóbulo temporal, situado aproximadamente atrás das têmporas. Em algumas de suas regiões, armazenam-se as recordações da infância.
Desde a infância, nosso cérebro vai recolhendo dados que distribuirá em diferentes regiões, dependendo da natureza da informação registrada. A memória possibilita armazenar dados tanto de aprendizagem quanto de percepção para recuperá-los posteriormente. ▲
Entretanto, o significado das palavras é guardado na região central do hemisfério direito, enquanto os dados obtidos na aprendizagem estão em uma área intermediária entre os lóbulos parietal e temporal. Ao contrário, os lóbulos frontais estão dedicados a organizar os dados que percebemos e a estruturar o pensamento, funções que indiretamente também podem estar envolvidas no armazenamento de recordações; por exemplo, não é a mesma coisa recordar o número 1.527 como um todo, como uma unidade, que recordar isoladamente o 1, o 5, o 2 e o 7. Grande parte das descobertas acerca da memória foi realizada mediante o estudo de pacientes que, ao ter certas áreas do cérebro afetadas por alguma doença ou traumatismo, padeciam de diferentes tipos de amnésia. Alguns deles não recordavam nada relacionado com sua infância; outros esqueciam o significado das palavras.
Memória e aprendizagem A memória tem um papel fundamental na aprendizagem, já que nela usam-se as experiências vividas como elementos que ajudam a adotar condutas adequadas para adaptar-se ao meio. Sem a memória, seria impossível
aprender alguma coisa, já que não haveria recordação das experiências realizadas e, portanto, não existiria uma evolução no manejo de ferramentas, da linguagem, da compreensão do próprio corpo e da realidade que nos cerca. Sem memória, tudo seria constantemente novo, surpreendente e inexplicável. Também é a memória que contempla o sentido de continuidade, aquilo que nos faz retornar à própria infância ou aos momentos passados, que nos faz ter noção do passar do tempo, ou seja, o que liga cada instante ao passado. Ainda que não se esteja consciente disso, usam-se os diferentes tipos de memória constantemente: na hora de falar, ao escrever, ao realizar alguma tarefa específica etc. Como poderemos ver ao longo do capítulo, os diversos tipos de dados que se guardam na memória se armazenam e recuperam de maneira diferente.
FUNCIONAMENTO BÁSICO DA MEMÓRIA A memória opera com base em três processos bem definidos, os quais, ainda que muito diferentes entre si, estão intimamente relacionados. Estes processos são: • Registro. • Armazenamento. • Recuperação. Sem adentrar-se na complexidade dos órgãos e tecidos que os executam, nem nos fenômenos fisiológicos que operam cada um deles, oferecemos a seguir uma breve síntese de cada um.
Registro Para que um fato, a imagem de um objeto, um som ou qualquer sensação se armazene na memória, o que deve ocorrer primeiro é que seja registrada; isso significa ser percebida pelo cérebro.
Ao longo do dia, tanto os cinco sentidos quanto os sistemas encarregados de detectar o que ocorre dentro do próprio corpo (como, por exemplo, as dores) recolhem todos os dados enviados ao cérebro: frio, calor, formas, sons, texturas e cores dos objetos que se podem ver. Naturalmente, a maioria deles é absolutamente irrelevante. Não é importante que a consciência se ocupe em analisar uma pequena mudança na temperatura ambiente nem que entrem no campo da consciência os ruídos
da rua; por essa razão, produz-se uma filtragem de dados. Alguns se mantêm na mente por alguns instantes (memória imediata); uma vez que tenha sido utilizado, o dado é descartado. Qualquer pessoa recebe e percebe muitos estímulos, como as informações de relógios, cartazes ou publicidade, e os retêm momentaneamente em sua memória. ▲
Se você caminha pela rua e vê uma poça no chão, a mente registra este dado, o qual torna possível evitá-lo, mas a seguir é descartado. Ao contrário, se você vê um amigo que vive em outra cidade passar com o carro ao lado do seu, esta informação, por ser estranha, seguramente será guardada e posteriormente recuperada.
Armazenamento O processo de armazenamento é o que fixa na mente um dado para que posteriormente possa ser recuperado. Logicamente, para isso, primeiro deve ser percebido.
O período em que o dado permanece depende, em grande parte, de sua importância. Por exemplo, os fatos traumáticos ou aquilo que produz um forte impacto em geral se armazenam durante toda a vida.
Recuperação A recuperação é o que habitualmente se entende por recordar e é a fase que costuma apresentar mais problemas. De fato, percebe-se que a memória está falhando no momento em que não se podem recuperar os dados que se armazenaram. Não que seja a única fase em que pode deteriorar-se; existem pessoas que, por diversas doenças, lhes é impossível aprender algo novo porque os dados que recebem pela via dos sentidos não se armazenam.
O esquecimento ocorre quando alguma das fases não processou suficientemente a informação. Neste caso, o dado está na memória, mas não se pode acessá-lo.
DIFERENTES TIPOS DE MEMÓRIA Memória sensorial Entende-se por memória sensorial a capacidade de reter dados que chegam pela via dos sentidos, uma vez que o estímulo que os originou tenha terminado.
Os registros sensoriais têm uma grande capacidade de armazenamento de informação, mas os dados que neles se guardam se mantêm por muito pouco tempo: calcula-se que por cerca de 1s. O objetivo deste tipo de memória é identificar o que se percebeu e tornar possível a criação de uma representação permanente. Por exemplo, viajando em um trem de alta velocidade, pode-se ver, ao passar, um cartaz e este ficará na memória durante muito pouco tempo, a menos que se processe essa informação e ela se faça mais permanente. A memória sensorial subdivide-se em vários grupos, que dependerão do órgão sensorial que detecte o estímulo. Por sua vez, a memória icônica se refere àqueles dados que entram pela via visual e a onomatopeica chega ao cérebro pela audição. O experimento realizado em 1960 por George Sperling possibilita compreender claramente como opera este tipo de memória. Este pesquisador reuniu um grupo de pessoas a que mostrou em um tempo mínimo (50 milissegundos) três filas de quatro letras cada uma: • DHFG • VJSA • LKOP Antes de mostrar esse experimento a alguns participantes, ele disse que se lembrassem de tantas letras quanto pudessem e, aos outros, que somente tentassem recordar a fila que ele pedisse. Uma vez que o experimento foi realizado, foi possível comprovar que aqueles que haviam tentado reproduzir todas as letras acertaram uma média de quatro. No entanto, os que foram incitados a recordar uma fila, em sua
maioria, puderam recordá-la perfeitamente.
Painéis informativos transmitem informações genéricas que o indivíduo interpreta de imediato e logo a retira de seu cérebro. Dados prévios muito importantes se mantêm graças à memória icônica enquanto interessam; logo a mente não os processará. ▲
O surpreendente é que a fila completa podia ser recitada corretamente, inclusive quando lhes era solicitado que o fizessem algum tempo depois de ter-lhes mostrado o painel e não imediatamente. Isto indica que, durante um breve espaço de tempo, a fila esteve armazenada na memória e foi acessível para os participantes. Uma das características da memória sensorial é que ela opera fora do controle da consciência. Indo a um supermercado e olhando-se os preços dos diferentes produtos, essa informação visual (memória icônica) será guardada durante o tempo suficiente somente para saber se são caros ou baratos e, a menos que interessem e chamem a atenção, esses dados não se processarão. O mesmo ocorre se você está em uma sala de espera na qual os pacientes são chamados pelo sobrenome: serão ouvidos os nomes de outros (memória ecoica), mas essa informação logo desaparecerá da mente. Não se deve confundir a memória sensorial com a memória de curto prazo, já que na sensorial os dados permanecem por mais tempo. Porém, é necessário ter em vista que os elementos a que pessoa presta atenção serão transferidos à
memória de curto prazo.
Memória implícita Este tipo de memória, também conhecida como não declarativa ou memória de procedimento, abrange as recordações inconscientes, nas que se baseiam os hábitos, assim como a memória emocional. Por exemplo, se é preciso abrir uma garrafa com tampa de rosca, não é necessário nenhum esforço para recordar como se faz. Porém, para uma criança, é possível compreender que não é uma tarefa tão simples, já que supõe certos passos e técnica.
O conhecimento acerca de como fazer isso está na memória implícita. Quando se está na presença de outras pessoas, conhecidas ou
desconhecidas, realiza-se uma série de rituais sociais (apertar a mão, saudar com a cabeça os que estão longe, afastar-se para deixar a passagem para quem vem carregando um peso, não empurrar etc.). Aprende-se a fazer isso para adaptar-se ao ambiente. E, em alguns casos, pode-se ter consciência e decidir o modo de se comportar ante a um fato pontual. Na maioria das vezes, diz-se “desculpe” ao chocar-se com alguém na rua ou se aperta a mão de maneira automática ao se conhecer uma pessoa.
A memória implícita serve para aprender a andar de bicicleta (exercício que envolverá uma grande quantidade de músculos), tocar um instrumento ou digitar no computador. Em geral, ela é construída paulatinamente, ao longo de toda a vida, e outra de suas características é que cada espécie tem uma particular predisposição para adquiri-la. Os animais mais evoluídos (como os primatas e o homem) aprendem facilmente tudo aquilo que tenha relação com o meio social (recordam rostos, vozes, comportamentos socialmente aceitos etc.). Para os ratos, porém, é fácil recordar a disposição de um labirinto, aprendê-lo e gravá-lo em sua memória implícita.
Quanto mais rico for o entorno no qual alguém se move, mais dados serão armazenados no cérebro. Tarefas como tocar um instrumento, fazer tricô e jogar videogame utilizam e reforçam este tipo de memória.
Memória emocional Conforme já foi dito, ela faz parte da memória implícita e se relaciona, como seu nome indica, com as emoções. O medo, por exemplo, é uma resposta do organismo com base neste tipo de memória e, segundo postula a maioria dos autores, é totalmente independente da consciência.
Em 1900, Edouard Claparède relatou um caso que ilustra isso claramente. Havia uma paciente que havia sofrido uma lesão cerebral e, por isso, não podia aprender nada novo; o que lhe ocorria é que não tinha memória, razão pela qual, cada vez que a via, tinha de apresentar-se outra vez, já que não recordava de tê-lo visto antes. Certo dia, o psicólogo escondeu em sua mão uma tachinha e apertou a mão da mulher dando-lhe uma pequena espetada com o objeto. Na entrevista
seguinte, apresentou-se como de costume, já que não o reconhecia, mas, curiosamente, a paciente se negou a dar-lhe a mão sem oferecer-lhe nenhuma explicação a respeito. Este fato demonstra que em sua memória emocional a mulher havia arquivado a espetada recebida. Daí sua recusa em dar-lhe a mão, sem ter sequer a menor consciência disso.
É importante deixar claro que, se retirou a mão, não é porque sabe que seria perigoso dá-la, mas porque seu organismo, por meio da medula e baseando-se na recordação da experiência anterior, evita colocar-se em perigo. Como se verá mais à frente, no capítulo sobre a inteligência emocional, as recordações inconscientes contidas na memória emocional são as que nos levam a atos que, ao longo do tempo, podem ser altamente prejudiciais.
Memória explícita A memória explícita é o armazenamento das recordações conscientes, aquelas as quais se pode acessar voluntariamente. Neste tipo de memória, guardam-se as recordações autobiográficas, as que foram relatadas, o que
se leu etc. Em resumo, os dados que temos acerca do ambiente e de nós mesmos, sejam objetos ou situações. Em geral, os conhecimentos armazenados na memória explícita podem ser transmitidos facilmente de modo oral ou escrito; por isso, esta memória também recebe o nome de “memória declarativa”. Há um traço que a diferencia totalmente da me- mória implícita: esta se constrói pouco a pouco à medida que se tem contato com o meio; ao contrário, os dados da memória explícita ficam assentados com maior rapidez. Memorizar um número de telefone, os ingredientes necessários para fazer uma comida ou algumas frases em um idioma estrangeiro, por exemplo, é uma tarefa relativamente simples, enquanto aprender a andar de bicicleta, a patinar ou a tocar um instrumento, costuma implicar muito mais tempo.
Quando nos deparamos com esses aprendizados, usa-se a memória explícita para fazer cada movimento (por exemplo, deslocar com cuidado o pincel da direita para a esquerda ou vice-versa; equilibrar o corpo no selim da bicicleta, frequentemente lembrando as recomendações que foram feitas). Mas, uma vez que se aprende a fazer isso, é a memória implícita a que toma controle, de modo que se pode andar de bicicleta com a mesma naturalidade com a qual se caminha, sem tomar consciência de todos os músculos do corpo que se movem. A memória emocional é independente da consciência e nela se registram a dor e o medo, enquanto na explícita se mantêm as recordações e os dados registrados mediante a aprendizagem, como aprender a tocar um instrumento. ◄ ▲
À medida que se exercita, a memória explícita aumenta. A respeito disso, e como se verá mais adiante, há técnicas que possibilitam acessar mais facilmente as recordações ou fixá-las na memória em um tempo muito mais curto.
Memória de curto prazo Esta memória recebe também os nomes de MCP e de memória operacional, já que é um sistema em que se guarda a informação com a qual se interage com o entorno. Os dados recebidos são armazenados durante um breve espaço de tempo, que a maioria dos especialistas estima em menos de 1 min. Este armazém mental tem dois efeitos interessantes: a primazia e o recente.
Se tem de se memorizar algo, seja uma série de objetos ou uma lista de números ou palavras, recordam-se com maior facilidade os primeiros elementos que se ouviu ou visualizou (primazia) e os últimos (recente). Os intermediários são os mais difíceis de se recordar. O efeito de primazia é menor quanto mais longa é a lista. Do contrário, o efeito do recente se mantém estável, pois os últimos dados visualizados ou ouvidos permanecem na memória operacional. A quantidade de elementos que se podem armazenar na MCP oscila entre cinco e nove.
Memória de trabalho Dentro da memória de curto prazo, estabeleceu-se como subtipo a memória de trabalho. Nela armazenam-se durante pouquíssimo tempo os dados necessários para realizar ações imediatas. Na hora de cozinhar, por exemplo, a lembrança de já ter colocado ou não sal na comida. Ao longo do dia usa-se esta memória milhares de vezes sem estarmos conscientes disso. Utilizamo-la para aprender coisas novas, para realizar com eficácia as tarefas e para resolver certos problemas.
Nos últimos anos, um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Davis, conseguiu decifrar seu modo de funcionamento. Ao que parece, esta memória funciona como uma câmera fotográfica de alta resolução. Visualiza-se uma série de objetos e guardam-se nela imagens bem nítidas, mas não completas, já que somente aparecerão os detalhes que possibilitam relacioná-las entre si. O importante desse tipo de memória é que o acesso a seu conteúdo é muito mais rápido do que o da memória de longo prazo e, parece, tem um papel fundamental na hora de aprender um novo vocabulário. Quando se escuta uma palavra pela primeira vez, ela permanece ali armazenada até ser transferida para a memória de longo prazo.
Os dados de uma primeira leitura ou um estudo se armazenam na memória de curto prazo. Quando se volta a estudar, passam para a memória de longo prazo. Ainda que se tenha interrompido o processo, podem deixar de ser recordados e se convertem em dados transitórios. ▲►
Esta memória é frágil: se quando se executa uma tarefa, alguma interferência acontece, os dados armazenados nela se perdem (exemplo disso é o que ocorre enquanto se está fazendo uma soma e alguém fala exigindo uma resposta; o mais provável é que se tenha de começar a soma de novo).
Memória de longo prazo Também chamada MLP, é o que habitualmente se entende como memória. Nela armazena-se uma imensa variedade de dados: lugares visitados, situações vividas, vozes e sons, dados lidos etc. A maioria desses dados pode ser recuperada voluntariamente e outros deles, que se acreditavam perdidos para sempre, podem-se fazer conscientes, mediante o esforço ou realizando alguns exercícios que ampliam a capacidade de recordar. Não foi possível, ainda, calcular a quantidade de informação que se pode armazenar na memória de longo prazo; considera-se que é praticamente ilimitada. Na hora de estudar, os dados que se leem são retidos primeiramente na memória de curto prazo. Se esses dados são repetidos, relacionados com outros que já se têm na memória de longo prazo ou elaborados, fixam-se de modo permanente. Ainda que por diversas circunstâncias, como um estado emocional transitório, é provável que em determinado momento alguns dados não possam ser recordados.
Passou-se muito tempo desde que esse dado foi introduzido e já não se tem acesso a ele. Será muito mais fácil voltar a armazenar ou trazê-lo à mente se nos é apresentado o estímulo adequado que se o descobrimos pela primeira vez. É provável que não se lembre do nome de um vizinho da infância, mas bastará que saiba algum detalhe sobre ele para que volte a se recordar.
Memória visual e memória verbal Todo mundo é capaz de recordar imagens, sons, sensações táteis, olfativas ou gustativas. Estas três últimas são mais difíceis de explicar com palavras; por isso, nem sempre temos consciência dessas recordações. Sem dúvida, é mais complicado descrever o cheiro do café recém-passado, o gosto de uma bala de menta ou o tato da pele de um bebê, que descrever e representar algo percebido por meio da visão, para o qual se dispõe de mais recursos. O processamento de imagens é uma função realizada pelo hemisfério direito do cérebro.
Quando se vê um objeto, a mente recorre à memória para compará-lo com outros conhecidos que se encontram armazenados nela a fim de classificá-lo. E, para recordar algo, é feita uma imagem visual seja do objeto ou da pessoa, inclusive se o que se quer recordar é uma conversa telefônica. Caso se deseje uma situação vivida, realiza-se um “retorno” visual, como se fosse um filme, para trazê-la à mente. Está comprovado que, quando se usam vários sentidos na hora de armazenar uma informação, o registro se faz com maior eficiência. Tendo em vista que é no hemisfério cerebral direito onde se processam as imagens e que o esquerdo se ocupa dos dados verbais, associando a imagem à palavra, trabalhando-se com eles conjuntamente, o armazenamento se produz com maior facilidade.
Relação entre MLP e MCP A memória de curto prazo (MCP) não somente se alimenta dos dados que a memória sensorial recolhe do exterior, como também está em permanente relação com a memória de longo prazo (MLP) e opera com ela. Por exemplo,
estando-se em uma consulta médica e chamam outro paciente, em dois ou três segundos você consegue repetir seu sobrenome porque acabou de ouvir; entretanto, transcorridos mais de 45 segundos, é difícil recordar disso, porque foi eliminado da memória de curto prazo.
Os dados de uma primeira leitura ou um estudo se armazenam na memória de curto prazo. Quando se volta a estudar, passam para a memória de longo prazo. Ainda que se tenha interrompido o processo, podem deixar de ser recordados e se convertem em dados transitórios. ▲►
Mas se esse sobrenome chamou a atenção porque traz à mente o nome de um antigo companheiro de colégio, ou de uma vizinha, nesse caso as possibilidades de recuperá-lo aumentam porque a associação feita favorece sua retenção. E, se ao longo da manhã escuta-se chamar essa pessoa muito mais vezes, você aprenderá seu sobrenome e será possível recordá-lo. O seguinte esquema mostra a relação que existe entre os diferentes tipos de memória:
A ATENÇÃO A cada milissegundo entra na mente humana uma impressionante quantidade de dados que vêm do ambiente. Entretanto, somente se tem consciência de uma limitadíssima quantidade deles já que, de outro modo, o cérebro colapsaria. A maioria dos dados permanece na memória de curto prazo e somente alguns passam a fazer parte de um armazenamento mais estável e duradouro.
A atenção é composta de uma série de funções que possibilitam selecionar
os estímulos, a fim de descartar aqueles que não sejam úteis. Por um lado, está ligada à percepção e, nesse sentido, a seleção que é feita de tudo o que se recebe do ambiente é em função das possíveis consequências que possam acarretar em situações que se vivenciam. Se alguém está atravessando a rua e um carro se aproxima de uma pessoa, de tudo o que há ao redor se selecionará em primeiro lugar esse dado para guardá-lo durante um instante na memória a fim de esquivar-se do veículo. As características das pessoas ou dos objetos que estão ao redor passarão despercebidos, a menos que sejam significativos (caso haja uma criança atravessando a rua ao mesmo tempo, por exemplo, com certeza também se perceberá que a mente interpreta que está em perigo).
Em contrapartida, a atenção intelectual está muito ligada à memória e à vontade; quando se estuda, a mente se concentra no objeto de estudo a fim de compreendê-lo e memorizá-lo. Portanto, a atenção é um mecanismo que controla os processos cognitivos.
Na construção do eu, de quem é cada um, faz um papel importantíssimo já que o mundo interior está formado por aqueles dados que não foram descartados e que, posteriormente, se fixaram na memória de longo prazo. O conhecimento da realidade que rodeia cada pessoa se faz, em grande parte, em função da atenção.
Tipos de atenção As diversas escolas ou correntes que operam dentro da Psicologia dividiram a atenção em diferentes tipos, utilizando para isso vários critérios. Uma das classificações a subdivide em dois grupos: o que a atenção suscita a partir de determinantes externos e aquele no qual intervém determinantes internos.
Os estímulos externos No ambiente, constantemente, estímulos são produzidos e a facilidade com a qual possam capturar a atenção depende de vários fatores:
Aparição e desaparição de objetos. Quando algo aparece repentinamente no campo perceptivo, o fato provoca nossa atenção. O mesmo ocorre quando desaparece. Mudança. As alterações do ambiente e a ruptura da estabilidade também atraem a atenção e, em geral, costumam fazer em maior grau
que no caso do tamanho. Movimento. Uma mosca é diminuta, mas, se entra pela janela e voa pela casa, sem dúvida atrairá a atenção, porque é uma mudança que altera a estabilidade do ambiente. Potencialização do estímulo. Quanto mais potente for o estímulo recebido, maior será a atenção que desperta. Por exemplo, de todos os personagens que aparecem em uma rua fotografada, o que está pintado de vermelho chamará mais a atenção que o resto, pois esse tom se destaca sobre as cores azul e preto de todo o conjunto. Repetição. Os estímulos de pouca potência, se repetidos constantemente, podem chegar a causar um forte impacto na atenção. A análise dos anúncios que se veem na televisão ou que se escutam pela rádio mostra que estes fatores são usados assiduamente para atrair o interesse da audiência. Tamanho. Na maioria dos casos, tem menor efeito que a potência do estímulo. Um objeto brilhante no chão talvez atraia mais o olhar que um grande, ainda que tudo dependa do ambiente.
Os determinantes internos A atenção não apenas pode ser dirigida voluntariamente até objetos, pessoas ou eventos, como também pode atuar por estímulos internos alheios à vontade. Entre os principais determinantes internos citam-se: • Condicionantes orgânicos. O organismo busca sua maior comodidade e bem-estar, de modo que a atenção será dirigida até os objetos ou situações que possam proporcioná-los. Por exemplo, em um dia de calor, a atenção será facilmente atraída por um ventilador ou um refresco; quando se tem fome, a comida (seja real ou representada em uma imagem) constituirá um
estímulo mais potente. • Discurso interior. Se está pensando em algo e existe à sua volta um objeto relacionado com isso, também atrairá a atenção. • Interesses. Tudo o que esteja ligado aos interesses próprios atrairá mais a atenção (ou seja, ingressará ao menos na memória de curto prazo) que os eventos, pessoas ou objetos alheios. • Emoção. Quanto maior for a emoção, positiva ou negativa, que provoque o estímulo, maior será a atenção nela.
A atenção ajuda a selecionar os dados que mais interessam, de maneira que alguns são selecionados para registrá-los e outros diretamente são descartados do cérebro. ▲
TREINAMENTO DE MEMÓRIA E ATENÇÃO Neste capítulo, o leitor encontrará exercícios específicos para desenvolver ao máximo a memória e a atenção. Se nos testes da avaliação descobrir certa deficiência em relação à memória e à atenção, é recomendável realizar todos estes exercícios para poder melhorar neste aspecto.
Exercícios 1. Escreva em um papel tudo o que vê através de cada uma das janelas de sua casa. Descreva-o da forma mais detalhada possível (formato, cor, tamanho etc.) e, se for mais fácil, alterne o texto com desenhos. 2. Leia o seguinte parágrafo:
4 L3I7URA D3S73 P4RÁGR4F0, C3R74M3N73, 4PR3S3N74RÁ MUITO P0UC4 D1F1CULD4D3 40 L31T0R JÁ QU3 5U4 M3N73 35TÁ PR3P4R4D4 P4R4 1N73RPR374R 0 516NIFIC4D0 D3 C4D4 P4L4VR4 M35M0 QU3 NÃ0 3S73JA COMPL374. Tal e qual nele se expressa, o mais provável é que você tenha conseguido compreender sem muita dificuldade o que se diz. Sua mente substituiu os números por letras, que dão sentido a cada uma das palavras e à frase completa. 3. Observe esta ilustração durante 30 segundos e, em seguida, responda às perguntas que se apresentam.
Quantos animais consegue ver no desenho? Que estampa tem e de que cor é o lenço que o cachorro tem no pescoço? De que cor é o laço que há na garrafa? Que tipo de fecho há na garrafa, na tampa ou na rolha? Uma vez respondidas as perguntas, volte a observar o desenho para comprovar o resultado. 4. Leia com atenção, procurando recordar os detalhes. Quando tiver a certeza de que memorizou, responda por escrito as perguntas a seguir e logo comprove os resultados: Amélia e suas quatro irmãs estudam cada uma um idioma (inglês e outros), tocam um instrumento distinto (uma delas, a harpa) e colecionam coisas diferentes (uma delas é filatelista). Baseando-se nas seguintes pistas, que idioma fala cada uma, que instrumento toca, o que coleciona e quem foi às compras? 1. A menina que estuda russo coleciona botões. 2. A que toca flauta estuda alemão. 3. Aurora coleciona moedas. 4. Amélia toca violino e não estuda francês. 5. Ângela e sua irmã, a que coleciona minerais, foram às compras; mas a que toca piano ficou praticando, junto com a que toca guitarra. A que estuda francês tinha tarefas a fazer. 6. A que coleciona mariposas toca piano. 7. Alícia estuda italiano.
Como se chama a menina que estuda italiano? O que coleciona a menina que toca piano? Há alguma menina que estuda português? Qual instrumento Amélia toca? Qual idioma estuda a menina que coleciona botões? Uma vez respondidas as perguntas, volte a observar o texto para certificar-
se do resultado. 5. Para treinar a memória de longo prazo e recuperar recordações esquecidas, escreva, durante uma semana, uma lista com 1.500 nomes de pessoas que você já conheceu. A melhor forma de fazê-lo é ordenadamente: destine uma folha (ou várias) para os nomes de pessoas que pertençam a sua família; outra para os colegas de colégio; uma terceira para seus vizinhos etc. Quando lembrar de um rosto, mas não o nome, anote uma referência (por exemplo, a mãe da Maria); o mais provável é que, antes de terminar a semana, consiga recordá-lo. Quando este exercício é feito por pessoas que tenham convivido, por exemplo dois irmãos, ao cotejar as listas, elas voltam a tirar da memória aqueles nomes que haviam esquecido. Recordar pessoas conhecidas possibilitará também trazer à memória muitas das situações vividas. 6. Este exercício tem as mesmas características que o anterior, porém em uma semana você tem que recordar 1.500 lugares. Estes não devem ser gerais (como, por exemplo, a casa de Marta), mas específicos (a cozinha da casa de Marta, o quintal etc.). É importante que visualize o lugar. Uma vez finalizada a semana e, independentemente de ter conseguido ou não os 1.500 lugares, faça uma lista com 1.500 objetos que tenha visto alguma vez. Pode ser desde um quadro que estava em seu colégio, até o monociclo que viu uma vez no circo durante sua infância.
7. Leia os seguintes números durante 30 segundos e escreva-os depois em um papel.
965 3254 6987 47295 33854 7763889 8. Saia na rua e dê a volta no quarteirão procurando observar e reter na memória tudo aquilo que seja de cor vermelha. Não preste atenção às pessoas, mas aos objetos. Pare nas vitrines, olhe até em cima para ver os tetos etc. De volta à sua casa, escreva em ordem tudo o que recordar. 9. Sente-se comodamente, com o corpo relaxado, e feche os olhos. Visualize, uma a uma, dez pessoas de sua família ou dez amigos. Quando tiver na mente seu rosto, tente recordar sua voz com a maior clareza possível. Associe a esta recordação o lugar onde tenha visto a pessoa pela última vez. 10. Observe este desenho durante um minuto. Feito isto, tape-o e faça uma lista com todos os objetos que recordar.
11. Quantas vezes aparece a letra F no seguinte quadro?
ETFELEELFELEFLEFLEEFLEFLEE ELEELFELEFLEFLEEFLEFLEEETF ETFELEELFELEFLEFLEEFLEFLEE ELFELFELEFLEFLEEFLEFLEEETF ETFELEELFELEFLEFLEEFLEFLEE ELEELFELEFLEFLEEFLEFLEEETF ETFELEELFELEFLEFLEEFLEFLEE ELFELFELEFLEFLEEFLEFLEEETF 12. Encontre a sílaba que completa as seguintes palavras:
Exemplo:
_____CA
______SA (a sílaba é RO e forma ROCA e ROSA)
____CAÇA ____DO ____GA ____BONO ____TEIRO ____DEAL ____TÃO ____TEL 13. Durante todo um dia, tome nota mental de todas as lâmpadas, focos ou tubos fluorescentes que vir acesos. Preste bastante atenção neles e, além disso, tente não esquecer os que já tenha contado.
AMPLIAR O TREINAMENTO O treinamento mental relativo a esta capacidade do cérebro não deve ser limitado a estes exercícios. Convém continuar praticando com as propostas oferecidas em jornais e revistas especializados.
Soluções Exercício 1. Livre. Exercício 2. O texto diz o seguinte: A LEITURA DESTE PÁRAGRAFO, CERTAMENTE, APRESENTARÁ MUITO POUCA DIFICULDADE AO LEITOR, JÁ QUE SUA MENTE ESTÁ PREPARADA PARA INTERPRETAR O SIGNIFICADO DE CADA PALAVRA, MESMO QUE NÃO ESTEJA COMPLETA.
Exercício 3. 1 Quadriculado vermelho
Marrom Rolha Exercício 4. Alícia Mariposa Não Violino Russo Exercício 5. Livre. Exercício 6. Livre. Exercício 7. Livre. Exercício 8. Livre ou o resultado pode ser comprovado, dando-se outra volta no quarteirão. Exercício 9. Livre. Exercício 10. Livre ou o resultado pode ser comprovado voltando-se a olhar para o desenho. Exercício 11. A letra F está repetida 50 vezes. Exercício 12. A sílaba que forma palavras com todos os itens é CAR.
Exercício 13. Livre.
O pensamento lateral, também conhecido como pensamento divergente, é um conjunto de técnicas destinadas a fomentar a criatividade. Consiste em mudar os conceitos e as percepções com o objetivo de ver uma situação de diferentes pontos, ainda que sejam absurdos ou impossíveis, com a finalidade de resolvê-la. No ano de 1967, o psicólogo e fisiólogo norte-americano Edward Bono publicou o livro “O Uso do Pensamento Lateral”. Tal obra provocou um grande impacto, especialmente em círculos profissionais que de alguma maneira estavam vinculados com a criatividade, como é o caso dos publicitários. Neste livro, Bono propôs uma série de técnicas de pensamento consideradas revolucionárias, já que, de certa maneira, atentavam contra os modos tradicionais de pensar. Atualmente, estamos familiarizados com algumas das ideias que ele expôs, sendo uma das mais conhecidas a de brainstorming, expressão que poderia traduzir-se por “tormenta cerebral” ou “tormenta de ideias”. Mas, para tirar maior proveito das descobertas realizadas por este psicólogo, convém compreender o que é o pensamento lateral, como se organiza e, especialmente, que diferenças apresenta em relação ao tradicional modo de pensar.
EM QUE CONSISTE A CRIATIVIDADE?
A criatividade, também chamada de imaginação construtiva, pensamento original e inventivo, é a faculdade de conceber novas ideias ou conceitos, assim como a habilidade para unir conceitos ou ideias já formuladas, mas de maneira que, ao expor-se, deem como resultado uma solução original.
É muito provável que, no momento em que se inventaram os teares, as pessoas começaram a cobrir a cabeça com pedaços de tela para resguardarse da chuva. Mas até que não tenha ocorrido a uma pessoa manter a tela estendida e presa por uma haste cravada em seu centro, o guarda-chuva não foi inventado. Havia à disposição todos os elementos para fabricá-lo: bastões, madeira e tecidos, mas não havia ocorrido a ninguém uni-los em uma só peça. É somente um exemplo que esclarece alguns aspectos da noção de criatividade. Obviamente, também pode-se criar algo do nada, partindo dos elementos que a natureza oferece. Seria esse o caso da invenção do papel, das flechas e de uma infinidade de objetos que nos cercam no presente ou que estiveram na vida de nossos antepassados.
Uma personalidade criativa como a do reconhecido pintor Vincent van Gogh, autor destes quadros, sofreu durante sua vida o desalento e a incompreensão em relação à sua obra. Somente após sua morte, foi reconhecida a genialidade de cada um de seus trabalhos. ▲
Mas a criatividade não serve apenas para fabricar coisas úteis. Também é importante na hora de resolver outros tipos de problemas, já que, por meio dela, podemos inventar soluções efetivas, às vezes melhores do que as já conhecidas.
A personalidade criativa Os psicólogos costumam referir-se, mais que à criatividade em si mesma, à personalidade criativa. Assim, o estudaram vários indivíduos, a fim de desvendar as qualidades que isso implica. Ainda que a maioria das pessoas acredite que criatividade e inteligência nascem com a pessoa, isso não é bem assim. Existem pessoas com uma capacidade lógica enorme, mas não são nada criativas e vice-versa. Entretanto, estudando esses dois tipos de personalidades, encontram-se algumas diferenças. Em geral, as pessoas criativas são introvertidas (o que não quer dizer que uma pessoa extrovertida não possa ser). Não costumam temer nem evitar a
solidão e, em muitos momentos, até necessitam dela. Também costumam ter menos habilidades sociais, já que fogem de relacionar-se com os demais. Outro dos traços que lhes distinguem é a intuição. Frequentemente, deixamse guiar por ela, em vez de fazer isso pela lógica racional. Também estão muito mais abertas às emoções e costumam ter uma alta capacidade crítica. Muitas vezes são inconformistas; não aceitam as leis e a realidade tal e como são apresentadas. Ao contrário, buscam sempre a maneira de melhorá-las, indo contra a corrente. Na literatura e nas artes em geral, há pessoas que entraram para a História pela grande criatividade e pelo talento, mas também por terem atitudes que as classificariam como excêntricas.
Habilidades do pensamento criativo Tal como pensamento lógico-matemático, este tipo de pensamento engloba uma série de processos diferentes e de habilidades que atuam conjuntamente no ato da criação. Entre eles, os mais importantes que podemos citar são: Observação. Análise. Síntese. Associação de ideias. Comparação. Ordenamento.
Algumas dessas habilidades são divididas, como é o caso da análise, da síntese e da comparação, com o pensamento lógico-matemático. Outras, como a associação livre de ideias, são mais próprias do pensamento criativo. A Fisiologia oferece algumas pistas a respeito da maneira como atua a criatividade, mas ainda há muito a se pesquisar. Sabe-se que nasce da imaginação e que não é exclusiva do homem, pois é observada também em alguns animais. O modo como certas aves fazem seus ninhos ou os elementos com os quais podem chegar a substituir os naturais, quando estes são escassos no ambiente, por exemplo, pode ser considerado ato criativo.
Os animais utilizam alguma habilidade do pensamento criativo para sobreviver na natureza. Seus refúgios ou ninhos são feitos com uma base comum, mas sua capacidade de improvisação possibilita a eles fazer isso com os materiais a seu alcance. ▲
O PENSAMENTO VERTICAL De acordo com Edward Bono, na hora de resolver um problema, quase sempre usamos a razão e o pensamento lógico; pela educação recebida, nosso cérebro está acostumado a fazer isso desse modo. Este tipo de raciocínio tem suas próprias características. Elas são as seguintes: a.) Move-se em uma direção definida. Sabe-se de antemão qual é o ponto ao qual se quer chegar. b.) Baseia-se na sequência de ideias e seu encadeamento lógico. c.) Não admite erros nos passos intermediários. d.) Não aceita os caminhos alternativos. e.) Utiliza caminhos evidentes e métodos previamente conhecidos. f.) Exige sentido comum. g.) Cria categorias fixas e imóveis. h.) Exclui tudo o que parece não estar relacionado com o tema.
Uma das características que mais se sobressaem em relação ao
pensamento lateral, do qual se falará mais adiante, é que trabalha sequencialmente, passo a passo e em linha reta. Como usa métodos conhecidos ou de sentido comum, geralmente não inventa nada novo, apenas aplica o que, tendo sido utilizado, demonstrou ser eficaz.
Ainda que o pensamento vertical não seja criativo, nem por isso deixa de ser importante, útil e eficaz. Sem ele, seria impossível o desenvolvimento das ciências. Ele é usado tanto nelas quanto em temas cotidianos ou frente a problemas pouco habituais. Ainda assim, é importante ter consciência de que, como se verá a seguir, não é a única maneira de pensar ou de fazer as coisas. Há situações que, mesmo com o pensamento vertical, parecem insolúveis, seja porque antes não se encontrou solução e não há fórmulas para aplicar ou porque requerem criatividade e inovação – itens para os quais o pensamento vertical não contribui.
O PENSAMENTO LATERAL É um conjunto de métodos que possibilita gerar novas ideias e encontrar diversas soluções para os problemas. É especialmente útil quando o
pensamento vertical falha ou chega à conclusão de que a resolução satisfatória é impossível ou inferior às expectativas almejadas. É possível que, a princípio, este tipo de pensamento pareça absurdo ou inútil, pois certamente se analisará a partir do pensamento vertical e se comparará com este, que é o que se aprendeu a utilizar e valorizar. No entanto, uma vez que se conheçam as técnicas que o compõem e, especialmente, depois de tê-lo praticado será possível compreender sua eficácia. Este tipo de pensamento está intimamente relacionado com a percepção e os conceitos, já que se baseia, em grande parte, na mudança de um ou de ambos. As principais características do pensamento lateral são as seguintes: a.) Dá mais importância ao resultado que ao processo em si. b.) É criativo. c.) Não se move em uma direção fixa, mas “perambula” explorando diferentes direções, a fim de construir um caminho. d.) Nele, todas as ideias valem e devem ser consideradas. e.) Não exige uma absoluta correção em todos os seus passos. f.) Admite a exploração do que é alheio ao tema. g.) Valem todas as ideias. h.) Pode dar saltos.
Como se pode observar, as diferenças entre o pensamento vertical e o pensamento lateral são evidentes. Com o primeiro, avança-se até uma solução segura, enquanto com o segundo se exploram as probabilidades para melhorar ou resolver a situação. O primeiro aplica métodos conhecidos e comprovados; o segundo busca, cria e inova formas e métodos.
Uma imagem de seca somente pode ser aliviada mentalmente e com um pensamento lateral sequenciando ideias refrescantes para solucionar o problema. Este tipo de pensamento explora diferentes probabilidades para melhorar ou resolver uma situação. ▲
Mudanças na percepção Com certeza, frente a objetos conhecidos e de uso cotidiano ou ante uma pessoa com a qual se tem trato habitual, já comentou-se: “Poxa!... Nunca tinha reparado nesse detalhe!”, enquanto se repara em algo muito evidente que passou despercebido (a cor dos olhos, as mãos excepcionalmente longas ou curtas, a forma de um objeto etc.). Precisamente, o pensamento lateral busca mudar a percepção do ambiente com a finalidade de descobrir outras propriedades, usos e qualidades que haviam passado despercebidos. Para alcançar esta mudança de percepção, com frequência usam-se estratégias que, vistas a partir do pensamento vertical, podem parecer absurdas. Entretanto, está comprovado que, a longo prazo, elas dão excelentes resultados.
É interessante observar as respostas que as crianças costumam dar e a lógica que utilizam. Como elas não têm ainda uma concepção definida de tudo o que lhes cerca, usam a máxima liberdade de associação, chegando a conclusões engenhosas que, sem serem necessariamente úteis ou verdadeiras, trazem um novo ângulo de perceber os elementos da realidade. Ao longo do capítulo, você verá algumas técnicas que ajudam a alcançar mudanças na percepção para encontrar soluções novas e criativas.
O mundo conhecido Os conhecimentos estão armazenados na mente como unidades de significado ou conceitos, normalmente associados a uma palavra que os define. À medida que a criança cresce, vai incorporando conceitos, definindo o conjunto de cores e formas dos elementos que a cerca têm um nome. Quando se pronuncia esse nome (por exemplo, “água”), há uma representação mental dele sem a necessidade de tê-lo presente. Os conceitos relacionam-se entre si para criar outros novos. Se associado o
conceito “água” com o conceito “sujo”, a imagem que se representa na mente não é a de um copo de água limpa, mas de algo diferente. Os conceitos englobam as principais características dos objetos, situações, sentimentos etc. Em relação ao exemplo dado, a palavra “água” dá a ideia de ser líquida, que molha, que não tem cheiro, e, muito provavelmente, será representada como uma substância contida em um recipiente ou como um jato. É muito mais difícil que esse termo, por si só, suscite a imagem das gotas que saem de um regador ou daqueles que o utilizam para molhar as plantas. Isso significa que os conceitos utilizados habitualmente não abrangem a totalidade das possibilidades, apenas aquelas que podem ser consideradas mais práticas ou mais frequentes. Para quem vive na margem de um rio, é mais provável que a palavra “água” leve a fazer uma representação mental do rio, em vez da de uma torneira ou um copo. Na construção dos conceitos, os meios social e cultural têm um peso enorme e determinam em grande parte os caminhos que tomará o pensamento racional em um dado momento.
Mudança de conceitos Uma das características do pensamento lateral é a mudança de conceitos ou o novo enfoque deles. Sabe-se que os sapatos são para abrigar e proteger os pés. Também se sabe que a publicidade é uma interrupção no meio de um filme ou de uma série e que o sabão serve para tirar a sujeira. Quando são mencionadas estas três palavras (sapatos, publicidade e sabão), imediatamente associa-se ao uso dado a elas e dificilmente podem ser imaginadas em outro contexto.
Entretanto, um sapato, por sua forma côncava e sua capacidade de abrigar algo em seu interior, normalmente um pé, é em si mesmo um recipiente e, conforme o caso, poderia ser utilizado como tal (por exemplo, como vaso). Tudo é questão de ver com novos olhos, objetivamente, esquecendo-nos de tudo o que é associado ao conceito sapato. Do mesmo modo, pode entender-se a publicidade como pequenos programas com os quais, por meio dos diferentes meios de comunicação, os fabricantes tentam convencer os espectadores para que comprem determinados produtos. Contudo, também, como diz Joan Torres i Prat em seu livro "Consumo, Logo Existo", a publicidade pode ser vista como: "Uma cadeia sem fim de anúncios idênticos interrompidos por breves pausas que
incorporam pequenas variações com o entretenimento imprescindível para manter os telespectadores disponíveis para os anunciantes". A publicidade admite uma mudança de conceitos que atribui novas qualidades a objetos de uso comum. A liberdade da mente captará qualquer ideia nova apresentada de outro ângulo, por mais irreconhecível que lhe pareça. ▲
Para se chegar à conclusão deste autor, é necessário observar o fenômeno como se fosse completamente desconhecido, para assim poder dar liberdade à mente com a finalidade de captá-lo a partir de outros ângulos. Em muitas ocasiões, os problemas que nos são apresentados requerem ser observados de um modo completamente novo e criativo, especialmente quando em ocasiões anteriores foram declarados sem solução.
A provocação como método As experiências que se vivenciam tendem a criar padrões; se uma abelha nos pica, criaremos o padrão "as abelhas picam". Na mente, guardam-se todos esses padrões que são criados para ajustar-nos a eles. Por essa razão, quanto mais acostumado se está a uma situação, menos estímulos recebe dela o cérebro, o qual se limitará a aplicar o padrão conhecido, surgido da experiência. Não se gera nenhuma ideia nova; aplica-se o que se sabe, seja para resolver um problema, para definir um objeto ou situação, para a relação com os demais... Neste sentido, pode-se dizer que há perdas.
Às vezes, os padrões são revisados e ajustados (Ele é pão-duro; entretanto, se alguém tem um problema grave, ele é capaz de emprestar dinheiro, tal como fez ontem com seu colega de trabalho). O interessante é que há situações nas quais um fato fortuito obriga a romper ou modificar substancialmente o padrão, abrindo espaço para a criatividade. O que diferencia uma ideia processada pelo pensamento lateral de uma representação criativa é o conceito inventivo. Atualmente, pensa-se em uma mochila para guardar coisas úteis durante uma caminhada. No entanto, quando alguém lhe dá um uso novo, gera o invento. ▲
Suponhamos que se esteja diante de uma criança pequena que, brincando, arrasta sua mochila dizendo que é um caminhão. Para o pensamento vertical, essa afirmação é um despropósito, mas não se rejeita a ideia. Assim, imaginando como poderia parecer-se mais com um caminhão, é possível que
surgisse algo novo, como são as mochilas ou malas com rodas. Neste caso, o que quebrou o esquema foi a imaginação da criança, mas também é possível quebrá-lo de propósito mediante o que Edward Bono chama de “operação provocativa” ou, por sua sigla, “op”. Esta técnica consiste em propor, em relação ao objeto ou situação, uma ideia absurda, como a da criança do exemplo, e, em vez de rejeitá-la, porque a razão diz que isso é impossível, aceita-se como elemento de trabalho e busca. Antes da invenção das cadeiras com rodas, tão comuns nos escritórios, não tinha ocorrido a ninguém pensar que as cadeiras poderiam “caminhar”. Uma vez introduzida a ideia que quebra o modelo, o que surgir disso pode ser, naturalmente, examinado pelo pensamento vertical. Mas logo que for feito, serão traçadas novas conexões neurológicas no cérebro que, sem dúvida, ampliam o campo de trabalho e possibilitam que se aflore a criatividade.
Análise morfológica A análise morfológica é uma técnica criada no ano de 1969 por Fritz Zwicky, astrônomo do Instituto de Tecnologia da Califórnia, usada para resolver problemas mediante a análise dos elementos que intervêm neles ou que os
compõem. Se analisada uma situação ou um objeto, podem-se isolar neles os diferentes elementos que compõem. Por exemplo, uma xícara tem uma parte côncava na qual se verte o líquido, além de uma asa que serve para sustentá-la, uma base e uma borda. Uma situação ou um processo, no mínimo, têm um princípio, um ponto central e um fim, além de outros elementos. O método consiste em trabalhar com os componentes da situação ou do objeto, fazendo uma lista de todas as alternativas possíveis em cada uma. Por exemplo, se queremos fazer uma análise morfológica de uma cadeira, leva-se em conta, entre outras coisas, a altura do assento, a cor, o material de que é feita, a quantidade de pés que pode ter e o tipo de encosto. Uma vez eleitos os componentes, confecciona-se uma tabela:
Partindo desta tabela, podem ser feitas todas as combinações possíveis. Por exemplo:
Cadeira branca de ferro, com o assento a 80 cm de altura, um pé central e de encosto baixo.
À primeira vista, pode parecer na tabela que uma cadeira de dois pés não se sustenta por si mesma; é como se houvesse sido incluída na lista uma provocação. Entretanto, se cada um dos pés é quadrado, largo e maciço, de fato poderia sustentar-se. O bom deste método é que fornece alternativas que, pensando no modo tradicional a respeito do que é uma cadeira, dificilmente vêm à mente. Em algumas ocasiões, usa-se o método para melhorar objetos já existentes.
Busca de alternativas Em geral, quando um problema se apresenta pela segunda ou pela terceira vez, para resolvê-lo usam-se as fórmulas que em outras ocasiões deram bom resultado. Não é frequente que se busquem novas alternativas ou formas distintas de abordá-lo. O mais comum é seguir o caminho previamente traçado. A criatividade, em todas as ordens, exige inovação. Se não forem traçados novos circuitos neurológicos, a mente empobrece e não se esforça.
Um exemplo excelente da busca de alternativas novas tem como protagonista o primeiro-ministro inglês, sir Winston Churchill. Segundo a História, em um banquete oficial celebrado na Inglaterra, ao qual compareceram personalidades de todo o mundo, o chefe de protocolo observou que um dos convidados havia guardado em seu bolso um valioso saleiro de ouro. Alarmado frente à situação e sendo responsável pela ordem do lugar, sem saber o que fazer, se dirigiu a Churchill e lhe contou o que havia visto. Este, sem se mover, tranquilizou-o dizendo que ele mesmo resolveria o problema. Feito isto, dirigiu-se a uma das mesas, colocou um dos saleiros em seu bolso e, apresentando-se diante do ladrão, disse-lhe ao mesmo tempo em que mostrava o conteúdo de seu bolso: “Acho que o chefe de protocolo nos viu pegar os saleiros. Então, acho melhor que, disfarçadamente, os devolvamos”. As personalidades mais engenhosas ou com capacidade de liderança encontram uma alternativa inovadora capaz de resolver as situações mais críticas de uma maneira que os demais nunca haveriam pensado. São pessoas socialmente mais hábeis. ▲
Método de fuga Este método consiste em identificar algo óbvio na situação que nos é apresentada e, em seguida, negá-lo.
Por exemplo, para o dono de um salão de beleza, a aplicação deste método pode consistir em alegar não ter pentes. Isso soa, a partir do ponto de vista comum, absurdo. Entretanto, partindo da supressão deste elemento, poderíamos encontrar formas novas e inovadoras de fazer o trabalho, como, por exemplo, pentear somente com as mãos ou buscar outros utensílios para arrumar os cabelos das clientes, criando desta maneira novas técnicas atrativas e que dão publicidade.
Método da inversão Grande parte do êxito na resolução de problemas baseia-se em fazer as perguntas adequadas. O método da inversão consiste em formular uma pergunta com a qual se possa obter um resultado oposto ao desejado. Se o dono de uma empresa deseja fidelizar seus clientes, a pergunta a se fazer seria: “O que posso fazer para perder clientes?”. Com este tipo de questão, coloca-se em evidência aquilo que pode dificultar alcançar os objetivos. No exemplo do empresário, a resposta poderia ser: “Demorar a entrega dos produtos”, “Subir os preços”, “Não oferecer serviço de pós-venda” etc. Assim, há possibilidade de observar o ponto em que está realizando uma gestão equivocada.
O humor Um dos traços da inteligência e da criatividade é, sem dúvida, o humor, algo que, segundo a maioria dos especialistas, é exclusivo do ser humano. Muitas vezes, diz-se algo como brincadeira, mas, pensando melhor, se chega à conclusão de que isso poderia servir para solucionar um problema. Quando nos deparamos com um bloqueio de criatividade, utilizar o humor e o absurdo pode servir para adotar pontos de vista diferentes que, passados pelo filtro do pensamento vertical, são úteis.
O realmente novo apenas tem lugar quando se deixa de utilizar o evidente (como o pente em um salão de beleza) e isso se converte no elemento diferenciador sobre o restante. ▲
Integração Como se explicou, o pensamento lateral busca novas alternativas e novos
pontos de vista que no pensamento vertical dificilmente levaríamos em consideração. A atitude mantida com ele abre perspectivas diferentes que podem não ser válidas. Nem tudo o que surge do pensamento lateral é aplicável ou resolve os problemas, mas abre vias de investigação que podem levar a alcançar os objetivos. As conclusões feitas pelo pensamento lateral devem ser analisadas a partir do pensamento vertical, porque o importante é trabalhar com ambos.
Atitude frente aos bloqueios mentais Há momentos em que, por mais que se esforce, não se encontra a solução de um problema. Em certas ocasiões, tal problema consiste em começar a fazer uma tarefa mais ou menos criativa (escrever, desenhar, fazer um relatório etc.). Mas, por razões que costumam ser de cunho emocional, ficamos incapazes de iniciá-la.
A maioria das pessoas que vive de sua criatividade, artistas ou não, acha que, para que as ideias surjam, é necessário um período de incubação. Este
consiste em dedicar-se a outras atividades, afastando completamente do tema da mente. É algo similar ao que ocorre quando se tem algo “na ponta da língua”. Basta que se relaxe e pense em outra coisa para lembrar-se do proposto. Na realidade, ainda que não se esteja processando conscientemente o problema ou buscando na memória a palavra desejada, os neurônios seguem trabalhando e, em um instante de inspiração e de modo totalmente espontâneo, surge a resposta que se buscava. O humor e o planejamento de situações absurdas mediante um exercício de imaginação são próprios do pensamento lateral humano com fim imprevisível. ▲
TREINAMENTO DE CRIATIVIDADE E PENSAMENTO LATERAL Os exercícios que se apresentam a seguir constituem um passo-chave para o treinamento da criatividade e do pensamento lateral. Na hora de fazê-los, é imprescindível utilizar os métodos descritos neste capítulo. O pensamento lateral pode continuar sendo desenvolvido com problemas similares aos propostos a seguir porque, com exceção dos enigmas, os elementos que os compõem podem ser facilmente substituídos por outros.
Exercícios 1. Estabeleça todas as comparações possíveis entre os membros dos seguintes pares de objetos:
CADEIRA – CACHORRO PONTEIRO – ESCADA TESOURAS – FRANGO
2. Neste desenho, observam-se seis copos. Os três primeiros contêm líquidos e os três restantes estão vazios. O que você pode fazer para que os copos cheios e vazios fiquem alternados movendo somente um deles?
3. A polícia sabe que, em um clube privado, estão sendo cometidos atos criminosos e decidiu infiltrar dois homens. Como a porta se abre somente após se dizer a senha, alguns agentes se escondem perto do lugar, esperando que cheguem membros do grupo e a digam em voz alta. Apresenta-se o primeiro, bate à porta e se ouve uma voz que vem de dentro e que diz: “oito”; o visitante responde “quatro” e a porta se abre. Chega um segundo membro e, após bater, lá de dentro dizem: “catorze”; o homem responde “sete” e a porta se abre.
Diante isso, o policial que dirige a operação diz a seus companheiros: “Está claro: de dentro, dão um número e a resposta é a metade; assim, não vamos perder tempo. Primeiro entrarei eu”. Bate na porta, de lá dentro dizem “seis” e o policial responde “três”. No entanto, em vez de a porta se abrir, ouve-se uma rajada da metralhadora e o policial cai morto. O que aconteceu de errado? 4. Leia atentamente a seguinte história e responda à pergunta: Um homem dirige seu carro com o filho pequeno sentado no banco de trás, quando vê que, em frente, há um grande caminhão que está ultrapassando outro e se aproxima em grande velocidade. Tenta esquivar-se, mas o acidente acontece. O homem morre e o menino está ferido, de modo que o condutor do caminhão chama uma ambulância.
A criança é levada ao hospital, onde é atendida pelos médicos de plantão, que fazem o possível para manter seus sinais vitais. Como o impacto provocou sérios danos à cabeça, a direção do hospital decide chamar um especialista para que o opere. Porém, quando vê a criança, diz: “Sinto muito, eu não posso operá-lo porque é meu filho”. O que ocorreu? 5. Descubra cinco novas aplicações para cada um dos seguintes elementos:
PELE DE FRANGO, SERRAGEM, ESPIRAL PARA ENCADERNAR, CAROÇOS DE PÊSSEGO, BOLSAS DE PLÁSTICO, CAIXAS DE SAPATOS, FÓSFOROS USADOS, CINZEIROS Pode-se combinar dois ou mais elementos em uma mesma aplicação. 6. Fazendo uma análise morfológica, encontre a maneira de melhorar os objetos que aparecem na lista. Não importa se o produto é possível ou rentável. O importante é “quebrar o molde” e fazer algo novo.
COLHER, COFRE, POLTRONA, BICICLETA, ALMOFADA, CARRINHO DE SUPERMERCADO, LIVRO, VENTILADOR
7. Busque as sete características mais óbvias de cada elemento da seguinte lista e substitua por outras formas ou objetos para que possam seguir cumprindo sua função.
CONTROLE REMOTO, SALEIRO, LAVABO, BOTÃO, ESCOVA DE UNHAS, CHUPETA Por exemplo: de um garfo, podem ser retirados os DENTES, os quais são substituídos por uma pinça acionada a partir do cabo. Se retiramos os DEGRAUS de uma ESCADA, ela se transforma em uma rampa que pode levar ao piso superior. 8. Uma criança conseguiu apagar a luz e ir para a cama antes que o quarto ficasse às escuras. Se entre o interruptor e a cama há quatro metros, como ela conseguiu?
9. Um homem entra em um bar, aproxima-se do balcão e pede ao garçom um copo de água.
O garçom agacha-se atrás do balcão e, ao levantar-se, aponta ao homem uma pistola. O cliente primeiro se surpreende; logo lhe agradece e vai embora sorrindo. O que ocorreu?
10. Uma garrafa está com vinho até a metade. O que pode ser feito para que se beba o vinho sem tirar a rolha nem quebrar a garrafa?
11. Você está hospedado em um hotel de um país estrangeiro cujo idioma não conhece e você quer tomar uma ducha. Como não conhece a língua, não sabe qual é a torneira da água quente, se a da direita ou a da esquerda e, como faz frio, não quer abrir primeiro a da fria. O que você faz para estar seguro de não abrir a torneira da água fria antes da de água quente?
12. Imagine um diálogo entre uma anciã que está sentada em uma poltrona lendo um livro, com um gato sobre seu colo, e uma jovem que poderia ser sua neta, de 18 anos. 13. Invente um relato policial com os seguintes protagonistas: um casal de anciãos e outro de meia-idade, sentados ao redor de uma mesa. O único dado do roteiro é que a anciã é a assassina. 14. À esquerda desta imagem, há um samovar despejando chá em uma xícara. Busque uma explicação que justifique a presença da bota que há sobre ele.
AMPLIAR O TREINAMENTO O treinamento mental relativo a esta capacidade do cérebro não se deve limitar a estes exercícios. Convém continuar praticando com as propostas oferecidas em revistas e jornais especializados. Além disso, qualquer cena reconhecível ou observável do ambiente dará ao leitor a possibilidade de treinamento.
Soluções Exercício 1. Livre. Exercício 2. Resolve-se o problema derramando o líquido do segundo copo no quinto e devolvendo-o a seu lugar. Deste modo, os copos ímpares estão cheios e os pares permanecem vazios.
Exercício 3. O que deve responder o visitante não é a metade do número que
ouviu, apenas deve-se levar em conta a quantidade de letras da palavra pronunciada. Oito tem quatro; catorze tem sete; e seis tem quatro – que é o que deveria ter respondido o policial. Exercício 4. A especialista é a mãe da criança. Exercício 5. Livre. Exercício 6. Livre. Exercício 7. Livre. Exercício 8. Há várias soluções possíveis. A mais comum é dizer que conseguiu isso desligando o interruptor com um estilingue. Também pode ser uma noite de Lua cheia.
Exercício 9. O cliente estava com soluço. Por isso, pediu água, e o que fez o garçom foi dar-lhe um susto para fazer parar o soluço. Exercício 10. O que se pode fazer é afundar a rolha.
Exercício 11. Abra as duas torneiras ao mesmo tempo. Exercício 12. Livre. Exercício 13. Livre. Exercício 14. Livre.
As emoções têm um papel importantíssimo em nossa vida porque, em grande parte, determinam nossa maneira de pensar e, especialmente, a de nos adaptarmos ao meio social no qual crescemos e nos desenvolvemos. Sem uma boa inteligência emocional, as probabilidades de êxito são muito escassas. Este capítulo tem como objetivo explicar como funciona o mundo das emoções e apresentar exercícios que ajudem a desenvolver a inteligência emocional. Há pessoas que têm um alto quociente intelectual, mas que, entretanto, fracassam em seus trabalhos ou são superadas por outras muito menos inteligentes às quais se costuma qualificar de “espertas”. As pessoas espertas não realizam profundas análises, comparações, raciocínios ou sínteses antes de atuar; movem-se como se tivessem a capacidade de captar o que se esconde sob as aparências, como se pudessem ver facilmente e de relance os detalhes apresentados em qualquer esquema ou situação. Na realidade, graças à sua capacidade lógico-matemática, essas pessoas utilizam uma ferramenta que foi ignorada durante séculos: a inteligência emocional.
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL No ano de 1995, o psicólogo Daniel Goleman publicou um livro intitulado
“Inteligência Emocional” que abriu um campo de trabalho e experimentação sumamente importante. Para este autor, a inteligência emocional (IE) é um conjunto de habilidades baseadas no reconhecimento das próprias emoções e das alheias que, interagindo com o pensamento racional, servem de guia para conseguir os objetivos propostos ou para compreender o mundo que nos cerca.
As pessoas com inteligência emocional alta não apenas são mais efetivas em seu trabalho como também se sentem mais felizes, são mais aceitas e queridas e têm menos problemas de saúde. De fato, está totalmente comprovado que a atitude emocional de um doente determina, de forma significativa, suas possibilidades de cura. As emoções atuam independentemente da consciência e da vontade diante de situações de perigo, como ao atravessar uma rua quando se aproxima um carro, para evitar o dano. Desde crianças, elas proporcionam bem-estar de maneira intuitiva. ▲
A inteligência não é somente a capacidade lógico-matemática. Ela também abrange outros tipos de habilidades para resolver diferentes problemas. No meio social, a inteligência emocional é fundamental para compreender o mundo que nos cerca. ▲
As emoções As emoções constituem um mecanismo de sobrevivência que atua quando nos encontramos em perigo ou quando é necessário resolver uma situação crítica ou que exige uma rápida resposta. Se uma pessoa atravessa uma rua, e um carro está a ponto de atropelá-la, o mais provável é que dê um salto, que grite ou que estenda impulsivamente as mãos à frente em instinto protetor. Tudo isso antes que se tenha realmente consciência do que esteve a ponto de acontecer. O corpo realizou todos esses movimentos sob o controle de uma emoção: o medo. Uma vez que se está fora de perigo, constata-se uma série de mudanças no organismo: o coração bate mais aceleradamente, tem-se uma sensação estranha (às vezes, tremedeira) em braços e pernas, além de outras mudanças mais sutis sobre as quais falaremos mais adiante. Desde o início da humanidade, a mente evoluiu em muitos aspectos; por exemplo, não faz muitos anos, as crianças, após nascerem, permaneciam com os olhos fechados durante alguns dias, já hoje é habitual que os abram desde o primeiro momento. Entretanto, as emoções apenas sofreram mudanças e, nesse sentido, o ser humano se comporta como seus mais remotos antepassados. Ante à ira, ao medo, à vergonha ou à tristeza, o corpo reage apresentando os mesmos sintomas que o homem de Neandertal.
O que se modificou ao longo das gerações foi o controle das emoções. Se alguém fica furioso diante da atitude de outra pessoa, ainda que lhe invada a ira, pode controlar o impulso de brigar que se apodera de seu corpo. É possível subir numa montanha-russa ou ver um filme de terror sem que o medo tome a pessoa.
Emoções básicas As correntes dentro da Psicologia fizeram diferentes classificações das emoções básicas; há aquelas que incluem neste grupo somente três (a ira, o medo e o desagrado). No entanto, outras incluem também a tristeza, o amor, a felicidade e a surpresa. Cada uma delas pode apresentar-se sob diferentes aspectos: a fúria não é o mesmo que a irritabilidade, ainda que ambas sejam diferentes formas de ira. O desagrado pode ser apresentado como arrepio, mas também como repulsa, asco ou menosprezo, entre outros. Em grande parte, o nome adotado se relaciona com o tipo de estímulo que as desencadeia. No seguinte quadro, podem se observar as sete emoções básicas com alguns de seus aspectos correspondentes:
Utilidade das emoções A sobrevivência pode ser ameaçada de múltiplas maneiras e cada uma das emoções serve para responder a um tipo de perigo. Quando este se apresenta, os estímulos irrelevantes que o cérebro possa estar recebendo se inibem e as ações se concentram em superar a ameaça. Não requer a mesma reação à presença de uma pessoa grosseira que nos dê um empurrão na fila do supermercado que a de um bandido que nos aborde em uma rua erma ou o desagradável cheiro que chega pela janela do carro ao passar perto de um caminhão de lixo. São ameaças de diferentes aspectos e, portanto, requerem respostas distintas para manter a sobrevivência ou, no mínimo, a comodidade e a estabilidade interior. O que têm em comum todas elas é que produzem uma descarga de hormônios e neurotransmissores na corrente sanguínea que aceleram ou modificam o funcionamento de certos órgãos e sistemas, preparando-os para enfrentar a situação. O cérebro emite uma ordem concreta em cada caso.
Os gestos externos da pessoa possibilitam analisar o estado das emoções que lhe afetam de uma maneira clara, ainda que a resposta de cada uma diante de um fato seja pessoal. ▲
A ira Apresenta-se sob uma situação de ameaça, preparando o organismo para a luta. Quando um sinal de perigo chega aos órgãos encarregados das emoções, eles enviam outro sinal às glândulas correspondentes para que liberem no sistema circulatório certos hormônios chamados catecolaminas, que são os encarregados de conseguir rapidamente a energia necessária para lutar. Também enviam um sinal às glândulas suprarrenais para que segreguem adrenalina, a fim de provocar um estado de alerta.
Diante do enfado, as narinas se dilatam para obter mais oxigênio e gerar energia. A respiração se acelera e, com ela, o ritmo cardíaco, a fim de enviar rapidamente oxigênio para todo o corpo. O sangue tende a fluir até as extremidades superiores para facilitar a defesa e efetuar um ataque mais efetivo.
O medo É similar à ira, já que também prepara o organismo para a fuga e, em certos casos, para a luta. Assim como os animais, os homens têm medos instintivos
(por exemplo, o medo das serpentes), mas também outros que não ameaçam sua sobrevivência e que paralisam sua ação. Em alguns casos, o medo paralisa a fim de que a energia seja concentrada e se possa encontrar uma melhor via de escape. Há quem sustente que esta postura de paralisia possa significar “fingir-se de morto”, tendo em vista que os predadores costumam atacar as presas vivas.
A tristeza Com esta emoção, diminui-se a atividade do metabolismo corporal. Provoca uma tendência ao enclausuramento e ao choro que, provavelmente, se devem à necessidade de evitar expor-se a perigos em circunstâncias contra as quais não se tem forças suficientes para lutar. Os atores representam o medo abrindo desproporcionalmente os olhos, conforme perceberam o que ocorre à maioria das pessoas diante de qualquer situação alarmante. ▲
A tristeza ocorre a partir de perdas importantes e é um período de quietude
no qual se pode avaliar sossegadamente como será a vida em um futuro próximo e quais são os melhores planos para enfrentá-la.
O desagrado Segundo o psicólogo Daniel Goleman, o desagrado ocorre quando algo é repulsivo para o gosto ou o olfato, literal ou metaforicamente. Em sua presença, o nariz se franze, fechando as narinas o máximo possível para que as desagradáveis partículas aromáticas que flutuam no ar não penetrem nelas. Sob esta emoção, também se costuma fazer um gesto característico com a boca que pode estar destinado a expulsar o alimento que provoca dita repulsa.
A felicidade Tem como função aumentar a zona cerebral que se encarrega de reprimir os sentimentos negativos e tudo aquilo que seja preocupante. Ainda que não se tenham observado sob este estado mudanças fisiológicas notáveis e típicas, mantém o organismo tranquilo e relaxado, o que serve para repor-se de outras emoções negativas e perturbadoras. Sob a felicidade, o estado de alerta se reduz ao mínimo.
O amor Os sentimentos que nos impulsam a aproximar-nos de outras pessoas e a manter um contato íntimo com elas, expressando ternura e afeto, não se ativam pelas mesmas vias que a ira e o medo, mas através do sistema nervoso parassimpático. Os efeitos que produzem são o relaxamento do corpo e a diminuição do estado de alerta, o que fomenta a convivência.
A surpresa Ocorre diante de um acontecimento inesperado e, com ela, há alguns instantes de quietude, necessários para avaliar corretamente a situação. Os efeitos fisiológicos são o aumento do campo visual e da qualidade auditiva, favorecidos pela quietude e pelo levantamento das sobrancelhas, que ampliam o cenário que pode ser percebido pelos olhos. Uma vez que se avaliou o acontecimento ou o objeto que a produziu, há espaço para outras emoções, que podem ser a alegria, o medo, a ira etc.
O ser humano é um potencial de emoções manifestadas no dia a dia e que podem ser provocadas por qualquer modificação do ambiente: a alegria, a ternura, a ira, a felicidade etc. Pode-se experimentar uma série delas em um só momento. ◄▲
O controle emocional Os órgãos que regulam as emoções são, em relação a outras partes da psique, bastante primitivos. Quando chega a eles a percepção de mudança no ambiente a sua volta, eles a avaliam e buscam na memória experiências anteriores similares e, em função delas, provocam a emoção adequada. O sistema que rege as emoções em uma pessoa que foi educada com excessiva rigidez, que esteve sob a autoridade de pais despóticos, entenderá que toda autoridade (por exemplo, o chefe) é perigosa. Assim tal indivíduo sentirá medo cada vez que este lhe chamar ou quando tiver que pedir-lhe algo. O mero fato de estar no mesmo lugar da autoridade lhe fará disparar os alarmes emocionais e experimentar os sintomas próprios do medo (suará nas mãos, secará a garganta, ficará pálido etc.), ainda que sua razão lhe diga aos gritos e lhe demonstre que não há perigo algum. O sistema emocional atua por sua conta, fazendo com que as glândulas segreguem os hormônios correspondentes para facilitar a fuga. Quanto maior for a carga emocional que acompanha um fato, mais vividamente ficará gravada na memória e com mais frequência servirá para
que sejam enviadas ao organismo os sinais de perigo. É possível adquirir um bom controle sobre as emoções, o que, sem dúvida, favorece enormemente a convivência. A inteligência emocional não serve apenas para ter um bom controle sobre as próprias emoções. Ela também serve para saber reconhecê-las nos outros, reagir adequadamente diante das pessoas que nos cercam e conseguir, assim, uma melhor integração no meio social.
O autocontrole A expressão das emoções negativas, como a ira ou o medo, costumam implicar em conflitos e problemas com as outras pessoas, já que, por sua vez, despertam diversas emoções nelas. Como não há uma regra fixa para o controle emocional, podem ser adotadas certas medidas que conduzem a um estado interior mais sossegado e que, ao mesmo tempo, evitam as repercussões destas nos demais. Algumas dessas medidas são: Se está aborrecido, deve-se evitar lidar com os demais assuntos nos quais não há acordo. Observar as pessoas ao redor e, quando falar com elas, procurar esquecer-se de si mesmo. Quando algo o preocupar, evitar pensar nas consequências da situação. Colocar-se no lugar dos demais e tentar compreender suas razões, mas a partir do ponto de vista alheio. Prestar atenção aos gestos e posturas.
A COMUNICAÇÃO
Quando se está diante de outras pessoas ou em um grupo, emite-se uma série de sinais que indica qual é o estado emocional. Alguns sinais são verbais, enquanto outros consistem em gestos, posturas e maneiras que se adotam ante os demais.
Se alguém está com a expressão fechada, as narinas dilatadas e os punhos cerrados, sabemos de imediato que a emoção que lhe incomoda é a ira. A análise dos gestos pode ajudar a compreender as outras pessoas ou a nós mesmos. A incorporação na mente de certos esquemas relacionados com eles pode facilitar a comunicação e aumenta o desenvolvimento da empatia.
Gestos, posturas e maneiras Expressam-se as emoções por meio de diferentes gestos faciais e corporais, necessários para mais tarde reconhecer nos outros. Em geral, esses gestos estão associados a outros determinados pela cultura na qual se vive. O conjunto de sinais e expressões que emitimos e podemos detectar nos
demais divide-se em várias categorias, conforme as regiões e os músculos do corpo em que estejam implicados. Gestos corporais. Realizam-se especialmente com as mãos, a cabeça, os ombros, os braços, os quadris, as pernas e os pés. Gestos faciais. São realizados principalmente com os olhos, as sobrancelhas, a testa, os lábios, a boca e, em menor medida, com o queixo, o nariz e as maçãs do rosto. Em geral, os gestos não se apresentam isolados nem efetuados com uma só parte do corpo, mas em conjunto com outros. As maneiras são movimentos corporais que expressam emoções, assim como os gestos. Por exemplo, uma pessoa ansiosa pode mover-se trocando alternativamente o peso do corpo de um pé a outro; uma pessoa triste, em geral, anda com lentidão, como se estivesse arrastando os pés; no entanto, quando se está alegre, o porte é mais altivo e vigoroso. As posturas são as formas estáticas que o corpo adota e que, sem dúvida, se comunicam tanto quanto os gestos e as maneiras.
Interpretação das posturas Recentemente, foram realizados experimentos que corroboram o fato de que, quando duas pessoas estão frente a frente, se estão de acordo, tendem a adotar as mesmas posturas. Se um toca o cabelo, por exemplo, o mais provável é que o outro também o faça. Ao que parece, são sinais inconscientes que reforçam os vínculos positivos. Ao contrário, quando não há acordo, tampouco há imitação.
O que se detecta mais claramente na postura alheia é a simpatia ou a rejeição. Uma aproximação com o corpo relaxado indica aceitação e simpatia; no entanto, jogar o corpo para trás mostra rejeição. Mas a aproximação do corpo, sobretudo se são mantidas as costas rígidas e a cabeça mais à frente que o corpo, também pode ser sinal de aborrecimento e constituir uma provocação. Os braços e pernas cruzados geralmente denotam impenetrabilidade e introversão. Porém, há ocasiões em que estão acompanhados por gestos faciais que podem significar satisfação ou autossuficiência.
A linguagem das mãos Com exceção do rosto, a parte do corpo mais expressiva são as mãos. Com elas se enfatiza, se nega, se mostram as diferentes emoções e também tem-se contato físico com as pessoas. A seguir, explica-se o significado de alguns dos gestos mais comuns. Não são os únicos possíveis, mas apenas os mais habituais. Os sinais verbais correspondem ao tom de voz, às palavras usadas e à fluidez da fala, entre outros itens, enquanto os não-verbais se concentram na postura. ◄ ▲
Passar a mão no queixo. É um gesto que se faz quando se está avaliando a decisão a ser tomada. Pôr as mãos à frente, com as palmas pra cima. Denota sinceridade. Apontar com o indicador. É um gesto de acusação. Entrelaçar os dedos. Durante uma conversa, denota autoridade, segurança no que se diz e, em algumas ocasiões, autossuficiência. Esfregar as palmas das mãos. Indica satisfação ou, em certas ocasiões, impaciência ou entusiasmo por começar uma nova tarefa. Esfregar o olho. Dúvidas, indecisão; sinal de que não se compreende bem o que está sendo dito. Tamborilar com os dedos. É um sintoma evidente de impaciência. Roer as unhas. É um gesto de insegurança ou nervosismo. Pôr as mãos nos quadris. Pode ser um gesto de desafio, mas também de satisfação. Punhos fechados. É um gesto de enfado. Tocar levemente com as mãos o braço do interlocutor. A menos que se trate de um gesto compassivo para tranquilizar o outro, isso é feito para requerer o máximo de atenção possível.
Tocar ou puxar o lóbulo da orelha. Denota insegurança. Tocar ligeiramente o nariz. Duvidar, mentir ou rejeitar algum argumento. Tocar os lábios ao falar. É sinal de que a pessoa está mentindo ou de que não está muito segura do que diz. Unir os dedos indicador e polegar ao falar. É um gesto de concretização que serve para enfatizar o que se está dizendo.
Gestos com a cabeça Na cabeça, encontram-se os órgãos dos sentidos que mais utilizamos: os olhos e os ouvidos. E muitos dos gestos feitos com ela respondem à necessidade de receber mais informação.
Por exemplo, quando alguém nos diz algo com o qual não estamos de acordo, pedimos que repita isso jogando a cabeça de lado, de modo à orelha ficar de frente para sua boca, dando a sensação de haver entendido mal. Ao contrário, se estamos de acordo, costumamos fazer pequenos assentimentos com a cabeça conforme o interlocutor expõe seus argumentos.
A seguir, os significados de alguns dos gestos mais comuns feitos com a cabeça para expressar algo: Junto aos gestos da face e a cabeça em geral, as mãos são uma das partes mais expressivas do corpo. São muitos os gestos que as mãos podem realizar para comunicar algo a outras pessoas. ◄▲
Jogar a cabeça à frente e baixar a voz. É um gesto que denota confidencialidade. Fazer um lento gesto de negação. Quando se gira a cabeça de um lado a outro lentamente, esse gesto indica que o que se está ouvindo é inacreditável, anormal, inesperado ou terrível. É como se dissesse “Não posso acreditar”. Inclinar a cabeça até embaixo. É sinal de que não se acredita no que o interlocutor diz, ainda que em algumas situações também possa significar vergonha ou submissão. Inclinar a cabeça até o ombro. Manter este gesto revela abatimento e tristeza. Olhar para cima. Quando se olha para cima, interrompendo o que se está dizendo, é sinal de que se está tentando recordar ou recriar interiormente uma cena ou que se busca uma solução, ou uma maneira melhor de explicar o que se fala. Mover a cabeça de um lado para o outro. Significa que se está parcialmente de acordo com o que diz o interlocutor, ainda que existam pontos nos quais não há consenso.
A expressão do rosto Sem dúvida, o rosto é a parte mais expressiva do corpo. Nele, há um grande número de músculos que, quando se contraem, isoladamente ou em grupo, mudam completamente sua superfície. As partes mais envolvidas na comunicação são a boca, as sobrancelhas e os olhos. É com eles que se faz a maioria dos gestos. Nos lábios, podem-se ler diferentes emoções:
Amor. Há muitos gestos que pode denotar amor; um dos mais habituais consiste em relaxar os lábios e levá-los até adiante, como se fosse dar um beijo. Desconfiança. Exerce-se uma tensão na mandíbula, de modo que o lábio inferior, sobretudo na linha de junção da boca, fica pressionado. Enfado. Lábios apertados e tensos. Em determinadas ocasiões, o lábio superior se retrai deixando os dentes à mostra. Felicidade. Os lábios se esticam formando um sorriso, que resulta num
ar muito plácido e relaxado. Impaciência. Um dos gestos típicos da impaciência consiste em inchar as bochechas e deixar escapar o ar pelos lábios, franzidos ou relaxados. Ironia. Expressa-se com um sorriso meio de lado no qual se estende somente uma das linhas de junção da boca. Medo. Os lábios se contraem para trás e ficam tensos. Resolução. Quando se toma uma decisão difícil, é habitual tensionar o lábio inferior sobre o superior em sinal de resolução. Surpresa. Os lábios se entreabrem. A abertura é proporcional ao quão surpresa esteja a pessoa. Em algumas ocasiões, os dentes superiores mordem o lábio inferior. Tristeza. As junções dos lábios traçam um arco para baixo.
O conjunto formado pelas sobrancelhas e pelos olhos não é menos eloquente na hora de transmitir as emoções experimentadas: Cumplicidade. O gesto mais comum de cumplicidade consiste em piscar o olho.
Desconfiança. Os olhos estão semicerrados e o cenho, levemente franzido. Este gesto também pode denotar dúvidas. Felicidade. Há várias expressões que denotam felicidade, mas uma das mais comuns é apresentar as sobrancelhas levemente arqueadas e os olhos ou muito abertos ou com as pálpebras relaxadas.
Ira. Olhos semicerrados, com as pálpebras tensas e o cenho franzido. Medo. Olhar fugidio, como que buscando esconder-se. Sobrancelhas que se aproximam no cenho e que ficam recaídas. Surpresa. Olhos bem abertos, com as sobrancelhas levantadas. Tristeza. As pálpebras estão caídas; o olhar, baixo; e as pontas exteriores das sobrancelhas estão em uma posição inferior às interiores. Ainda que menos expressivo que os olhos e a boca, o nariz também pode mostrar o estado interior: Aversão. As narinas se fecham e a nariz se enruga no típico gesto de asco. Desagrado. Enruga-se o nariz desde sua base até em cima. Este gesto também pode denotar desdém ou dúvida.
Enfado. As narinas estão tensas e abertas. Medo. Em geral, contraem-se as narinas. Se a situação for tão dramática a ponto de se experimentar pavor, mostram-se bem abertas.
De fora até dentro Os estados interiores manifestam-se de diferentes maneiras, gestos e posturas, mas também ocorre o inverso, já que é possível mudar o ânimo e o humor variando a postura ou a expressão. As pessoas que tendem a agoniarse facilmente deveriam prestar atenção às suas costas, já que se as mantiverem encurvadas, sua capacidade respiratória diminui e, com ela, as energias. Costas retas não apenas estimulam mais como também é muito mais saudável. Para o enfado, há duas soluções possíveis: fazer algum tipo de exercício (dançar, saltar, correr), uma caminhada vigorosa ou realizar algum tipo de relaxamento corporal procurando tirar momentaneamente da mente aquilo que desencadeou a ira.
Diante do medo, é aconselhável respirar fundo, oxigenar-se adequadamente e não perder a calma, porque a maioria das situações que nos estressam ou geram ansiedade não é propriamente perigosa ou ameaçadora. É a nossa mente que as interpreta de maneira errônea como tal.
Por outro lado, se se demonstra medo diante de uma pessoa despótica ou enraivecida, esta se encoraja e, ao longo do tempo, pode se tornar perigosa.
Ainda que as emoções gerem gestos, estes também podem propiciá-las. Uma postura cômoda ou praticar exercícios podem facilitar o desaparecimento de um aborrecimento. ◄ ▲
TREINAMENTO DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E COMUNICAÇÃO COMUNICAÇÃO Tal como a outros âmbitos da capacidade mental, a comunicação e a inteligência emocional podem ser praticadas com uma série de exercícios específicos.
Exercícios 1. 1. Eleja um programa de televisão, preferivelmente um debate, e observe com atenção as posturas que adotam as diversas pessoas que intervêm nele. Preste atenção ao momento em que toma a palavra um dos interlocutores, pois é muito provável que, nesse instante, mais de uma pessoa mude seu modo de sentar-se ou faça alguma expressão particular com o rosto ou as mãos, denotando o acordo ou o desacordo com o colega. Se não costuma
ver televisão, observe este tipo de gestos em um filme ou entre os clientes de uma cafeteria, apontando suas conclusões. 2. Analise 2. Analise as razões pelas quais você teve a última discussão e compare-a com eventos ocorridos anteriormente. Busque razões pelas quais esse tipo de situações o enfurece. enfurece. 3. Faça 3. Faça uma lista das situações ou pessoas que provocam medo em você ou lhe deixam nervoso. Com cada uma delas, faça uma outra lista com as possíveis consequências para você, ao não saber lidar corretamente com a situação. Trate Trate de buscar as razões r azões pelas quais q uais se sente intimidado. intimidado. 4. 4. Aponte as diferenças na postura e nos gestos, tanto faciais quanto corporais, corpor ais, das duas personagens da imagem à esquerda.
5. Durante 5. Durante uma semana, anote em uma caderneta todas as vezes em que se
sinta aborrecido, nervoso, ansioso, entediado ou triste, assim como os motivos que o levaram a experimentar essas emoções. Uma vez terminada esta parte do exercício e de saber qual é a emoção que predominou, recorde alguns episódios da infância nos quais ela tenha aparecido, tratando de compreender por que você é tão vulnerável a isso. Se você é consciente dos motivos subjacentes, será mais fácil controlar as emoções emoções a partir part ir de agora. 6. 6. Observe as duas faces e defina que sentimentos cada uma expressa. A seguir, seguir, aponte as diferenças e as similaridades similaridades entre ambas.
7. Observe 7. Observe com atenção o desenho. Como qualificaria a expressão do rosto da moça? Observa os pés de ambos os personagens e aponte as diferenças. Arrisque dizer intuitivamente intuitivamente o que simbolizam ambas as posições.
8. 8. O que denota o gesto do rosto da imagem à direita? Quais são os elementos que levaram você a essa dedução?
9. Busque 9. Busque uma revista que tenha muitas fotografias de pessoas e localize em cada imagem gestos ou posturas po sturas que denotem medo, incômodo, desdém. Rodeie as expressões expr essões de cada emoção com um círculo círculo de diferente cor. cor. 10. Analise 10. Analise a posição do corpo do homem que está em primeiro plano, no canto inferior direito. Que similaridades tem ele com o homem que está à esquerda, apoiado na grade?
11. Analise o gesto destes dois personagens e explique o que expressa cada um:
12. Durante uma semana, analise as emoções das pessoas com as quais convive e anote-as em uma caderneta. Se vive só, faça-o com seus companheiros de trabalho, os vizinhos ou seus amigos. Ao lado de cada emoção que detecte neles, descreva o que sente diante dela. Em caso de emoções negativas (ira, medo, ansiedade, preocupação), investigue o que impulsiona as pessoas a ter esses sentimentos, a fim de mudar essas emoções por outras mais positivas. 13. O que expressa este rosto e em que sinais você se baseia para chegar a
essa conclusão?
14. O que expressa este rosto e em que sinais você se baseia para chegar a essa conclusão?
AMPLIAR O TREINAMENTO O treinamento mental relativo a esta capacidade do cérebro não deve ser limitado a estes exercícios. Convém continuar praticando com as propostas oferecidas em revistas e jornais especializados. Além disso, qualquer cena reconhecível ou observável do ambiente oferecerá ao leitor a possibilidade de treinamento.
Soluções
Exercício 1. Livre. Exercício 2. Livre. Exercício 3. Livre. Exercício 4. A mulher da esquerda tem o tronco jogado para frente, enquanto a da direita o joga para trás.
A mão no quadril e o dedo indicador, somados à posição das sobrancelhas, indicam aborrecimento. No entanto, na figura da direita, os olhos e a boca muito abertos denotam mais surpresa que temor. As mãos da jovem da direita não estão em posição defensiva, de modo que, em sua expressão geral, não se observa temor. Exercício 5. Livre. Exercício 6. Os dois rostos têm os traços exatamente iguais, exceto as
sobrancelhas e a boca. Na figura da esquerda, a boca entreaberta e as sobrancelhas erguidas podem indicar surpresa ou temor, já que a junção da boca está para baixo.
A figura da direita tem as sobrancelhas levantadas fora, o cenho franzido e a boca com certa tensão. Em conjunto, sobretudo comparado-se com o rosto da esquerda, denota aborrecimento. Exercício 7. Ambos os personagens se veem felizes juntos; de fato, estão de mãos dadas. O rosto da moça mostra entusiasmo (sobrancelhas levantadas e um sorriso amplo). Em geral, as pessoas com as pontas dos pés pra fora costumam ser mais abertas e expansivas que as que os têm pra dentro. Exercício 8. O gesto denota, principalmente, desconfiança. A sobrancelha da esquerda está franzida no cenho e isso é sinal de dúvida; a boca tem a junção para abaixo, o que demonstra incômodo, e os olhos veem furtivamente.
Exercício 9. Livre. Exercício 10. Ambos têm o corpo jogado pra trás, mas não em sinal de rejeição ao restante das pessoas, mas de satisfação. A julgar pelo olhar, estão concentrados em seus próprios pensamentos, ausentes do que acontece ao redor. Exercício 11. Apesar de ambos os personagens estarem falando ao telefone, cada um deles mostra uma emoção bem distinta: enquanto o personagem da imagem situada à esquerda esboça um sorriso e tampa os olhos, o da direita está visivelmente irritado.
Exercício 12. Livre.
Exercício 13. Por um lado, as sobrancelhas têm uma curva descendente até o exterior, o que poderia indicar tristeza; entretanto, a boca esboça um sorriso. Esses dois elementos sugerem que o personagem está emocionado. De fato, quando é intensa, a felicidade pode gerar também choro.
Exercício 14. As sobrancelhas juntam-se ligeiramente franzindo o cenho e se curvam para baixo, o que indica desgosto e incômodo, sensações que fazem com que os olhos denotem um evidente sinal de abatimento; a boca também está curvada para baixo. O conjunto sugere um sentimento de decepção ou resignação.
A capacidade de planejamento é uma habilidade intelectual cuja função é fixar uma meta e estabelecer ordenadamente os passos que conduzem a ela. Na capacidade de planejamento, concorrem outras habilidades analisadas neste livro: pensamento lógico-matemático, memória, criatividade, inteligência emocional etc. É graças a ela que se organiza seu uso no tempo, com o fim de conseguir um propósito estabelecido.
A ARTE DE PLANEJAR A maioria dos objetivos traçados cotidianamente, desde os mais simples até os mais complexos, em geral não exige uma só ação, mas uma série de passos ordenados. O planejamento prévio ou simultâneo das tarefas possibilita não apenas a economia de tempo, mas também alcançar o objetivo fixado. Muitas pessoas têm uma grande capacidade criativa e, por sua vez, um pensamento lógico-matemático desenvolvido. Entretanto, pelas razões que sejam, não conseguem produzir tudo o que querem porque lhes falha a capacidade de planejamento. Esta habilidade requer não apenas o uso da lógica, mas também da memória e, quando no processo há outras pessoas envolvidas, também da inteligência emocional e das habilidades sociais.
No ano de 1982 o psiquiatra Tim Shallice, baseando-se no conhecido jogo Torre de Hanói, desenvolveu um teste para medir a capacidade de planejamento em pacientes que sofriam certos danos em seu cérebro. Tal teste, denominado Torre de Londres, consiste em apresentar ao sujeito uma superfície na qual se colocam três pinos de diferentes tamanhos, nos quais se inserem três bolas de diferentes cores, como mostra a Figura 1. A seguir, pede-se que consiga movê-las, a fim de que fiquem colocadas de uma forma determinada, como na Figura 2:
O alcance de um objetivo, como acertar a bola em um buraco durante um torneio de golfe, exige uma série de passos ordenados e uma capacidade de planejamento que requer não somente o uso da lógica, mas também da estratégia e da memória. ▲
A ordem é que somente pode-se mover uma só bola de cada vez e sempre a que se encontra sozinha na posição superior. No exemplo mostrado aqui, é evidente que os passos serão: 1) Mover a bola azul ao pino menor. 2) Mover a bola vermelha ao pino central. Para chegar a essa conclusão é necessário fazer um planejamento mínimo, mas o teste complica-se cada vez mais, exigindo mais passos para chegar ao resultado final. Há diversos tipos de planejamento estabelecidos de acordo com diferentes fatores: período de planejamento, direção, âmbitos que ocupa etc. Neste capítulo veremos alguns deles.
Análise sequencial do passado Este tipo de planejamento consiste em fazer uma análise do que ocorreu anteriormente, classificar os dados e projetá-los para o futuro. Ao longo da vida, há muitas experiências que se repetem e que são bem similares a outras do passado. Se diante delas se analisa o que ocorreu, tendo em vista os passos dados e o resultado conseguido, é possível criar uma estratégia mais adequada para o futuro. Por exemplo, diante de um problema, é necessário buscar primeiro sua origem e depois seguir mentalmente o desenvolvimento dos acontecimentos até o momento em que se apresenta o ponto crítico. Se analisadas as ações executadas em cada fase, na seguinte será possível descartar aquelas que podem produzir efeitos secundários não desejados.
O que há de se ter sempre em mente é que cada situação é única, ainda que se repita com o tempo, de modo que nem sempre é adequado aplicar fórmulas ou estratégias rígidas.
Planejamento para o futuro Na hora de estabelecer um planejamento, é importante levar em conta dois fatores muito diferentes que, com frequência, se confundem: urgência e importância.
Caso precise realizar várias tarefas, o melhor é classificá-las segundo tais fatores; deste modo se terá uma lista de coisas urgentes e importantes; outra, de urgentes, mas não importantes; e uma terceira, de importantes, mas não urgentes. Obviamente, o primeiro passo a se dar é realizar as que se classificaram como urgentes e importantes, já que, ainda que haja uma tarefa de máxima importância, se não é urgente pode esperar. Em resumo, no planejamento, as ações devem estar classificadas por urgência, em primeiro lugar, e por importância, em segundo. Porém se deve
ter a habilidade de saber sacrificar o urgente quando o importante não pode esperar demais. O planejamento será feito segundo a escala de valores; por exemplo, algumas pessoas podem conviver com suas dívidas sem que estas lhe tirem o sono. Por isso, talvez lhes pareça mais importante ou urgente comprar algo nas liquidações que pagar o dinheiro emprestado. Outras, ao contrário, terão urgência em pagar a dívida e sacrificarão a urgência de comprar roupas antes que acabem as liquidações em função da importância de viver sem afobações econômicas. O importante é classificar corretamente as tarefas que levam a um objetivo e utilizar, em cada um dos passos, a estratégia correspondente para resolver isso ou avançar.
Curto, médio e longo prazo Mediante o planejamento, organizam-se ações que se realizam sequencialmente, já que o tempo impõe a todas elas um papel muito importante. Há pessoas que preferem viver o presente dispostas a aceitar o que a vida lhes oferece e a solucionar os problemas à medida que vão aparecendo. Outras, ao contrário, fixam metas que somente poderão alcançar após muitos anos, criando outras intermediárias que levam a elas. Terminar uma carreira universitária é um plano a longo prazo que exige tanto o planejamento das matérias cursadas a cada ano quanto os planos diários de estudo.
Seguir estritamente o plano traçado nem sempre é o melhor, já que o meio muda constantemente, oferecendo novas possibilidades e somando dificuldades e travas que atrasam o alcance das metas estabelecidas. Por isso, é necessário ter certa flexibilidade para adaptar-se às novas circunstâncias, criando constantemente novas vias para alcançar os objetivos, mais de acordo com o momento que as traçadas previamente.
ESTRATÉGIA Define-se como estratégia o conjunto de métodos e ferramentas que se utilizam para realizar uma ação cujo fim é conseguir um objetivo previamente marcado. A palavra estratégia provém de dois vocábulos gregos, stratos e agein , que respectivamente significam “exército” e “guia”. Mas, ainda que tenha sido criada para fins militares, se aplica a diversos âmbitos: estratégia de marketing, estratégia empresarial etc. Em palavras mais coloquiais, a estratégia poderia ser definida como o processo pelo qual se espera alcançar um fim. Cada situação requer suas próprias ferramentas e métodos. Caso queira escrever uma carta à mão, você usará papel e algum elemento com o qual traçar as letras (lápis, caneta, marca-texto etc.). Também poderiam usar-se outras ferramentas (pedaço de tela, fio de bordar e agulha), mas, se o
objetivo é enviar notícias a outra pessoa, não seria uma boa estratégia utilizálos, já que se supõe uma perda de tempo. Como um planejamento a longo prazo requer muitos passos intermediários, pode-se traçar uma estratégia geral (por exemplo, “cercar o inimigo para deixa-lo sem provisões”) e estratégias parciais, como poderia ser a formação em que as tropas avançam para conseguir formar um cerco sólido e resistente. Ainda que se usem exemplos militares, que são mais fáceis de compreender intuitivamente, de modo permanente estratégias estão sendo traçadas usando-se a capacidade de planejamento. Por exemplo, na hora de arrumar um armário de modo que nele caiba tudo o que é necessário, decidese a disposição de cada tipo de objeto, mas também se leva em conta que a roupa da seguinte estação não precisa estar tão ao alcance da mão quanto a da atual.
Os órgãos dos sentidos e as terminações nervosas do organismo transmitem constantemente informações ao cérebro. O cérebro processa e guarda na memória ou apresenta na consciência dados como temperatura, sabores, texturas, sensações de dor etc. ◄▲
TREINAMENTO DE CAPACIDADE DE PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIA Nem todos os problemas e questões que se propõem na vida se resolvem com o conhecimento. Em muitas ocasiões, um bom planejamento e uma estratégia prévia são capazes de possibilitar a resolução de muitas questões.
Exercícios 1. Classifique as seguintes tarefas de acordo com a urgência ou importância que possam ter: Arrumar a torneira de água quente do lavabo, que está pingando. Limpar o espelho do banheiro. Vestir-se para sair à rua. Tirar dinheiro do caixa eletrônico para sair à noite.
2. Um granjeiro tem de levar à outra margem do rio uma alface, uma galinha e uma raposa, mas o barco não suporta o peso destes três elementos, razão pela qual deverá fazer várias viagens. Sabendo que se a galinha ficar sozinha com a alface, ela a come e, se a raposa fica a sozinha com a galinha, a mata, como se deve planejar o transporte? 3. Estabeleça os passos que devem ser seguidos no problema apresentado a seguir. Não se trata de realizar as operações matemáticas, mas de explicar verbalmente os passos que são necessários para se alcançar a solução.
Um agricultor tem 15 pereiras que dão um total de 2.000 peras em cada estação. Quantas pereiras a mais ele deve plantar para obter 5.000 peras por estação? 4. Para poder planejar de maneira efetiva, é importante ter sentido do tempo. Responda às seguintes perguntas: Quanto tempo demora para tomar banho?
Quanto tempo demora para tomar o café da manhã? Quanto demora para chegar à porta do supermercado onde faz compras habitualmente? Uma vez respondidas, comprove se o cálculo de tempo que você fez se aproxima ou não da realidade. 5. Você tem dez sacos e cada um contém 20 moedas de prata do mesmo valor. Mas um deles tem apenas moedas falsas que, à primeira vista, são impossíveis de se distinguir das outras.
Sabe-se que quem fez as moedas falsas não acertou seu peso, que houve um erro, razão pela qual todas pesam um grama a menos ou um grama a mais que as verdadeiras. Contando com uma balança e conhecendo o peso das moedas verdadeiras, qual é o número mínimo de pesadas que você terá de fazer para detectar o saco de moedas falsas? 6. Em que sequência você moveria os carros que estão estacionados para tirar do estacionamento o amarelo que está ao fundo?
7. Este jogo japonês chamado Torre de Hanói consiste em um tabuleiro com três pinos verticais, nos quais devem ser inseridos discos de diferentes tamanhos. O número de discos pode variar (neste caso, são três) e eles devem ser
passados do pino A ao pino C com o menor número de movimentos possível. O pino B serve como auxiliar. A única premissa estabelecida é que nenhum disco pode sobrepor-se a outro com um diâmetro inferior.
8. Imagine que você chegue a uma ilha deserta e tem somente um recipiente para a água, uma pá e 15 sementes de três tipos: o primeiro tipo dá dois frutos com dois dias; o segundo, três em quatro dias, e o terceiro, dez em seis dias. Se apenas podem ser plantadas seis sementes de cada vez, como você organizaria a plantação para não passar fome e, por vez, suprir todas as necessidades nutricionais de que precisa?
AMPLIAR O TREINAMENTO O treinamento mental relativo a esta capacidade do cérebro não deve ser limitado a estes exercícios. Convém continuar praticando com as propostas oferecidas em revistas e jornais especializados. Além disso, qualquer cena reconhecível ou observável do ambiente oferecerá ao leitor a possibilidade de treinamento.
Soluções Exercício 1. 1. Neste caso, o mais urgente é consertar a torneira de água quente, já que representa uma perda econômica. 2. A seguir, pode-se limpar o espelho do banheiro. 3. Em terceiro lugar, vestir-se para sair à rua (fazendo isso antes, corre-se o risco de manchar a roupa). 4. Uma vez na rua, saca-se dinheiro do caixa eletrônico para sair à noite. Exercício 2. Deverão ser feitas as seguintes viagens: 1. Passam da margem A à margem B a alface e a galinha, mas deixando só a alface. 2. Volta-se à margem A com a galinha, deixando-a ali e subindo no barco com a raposa. 3. Leva-se a raposa para a margem B e deixa-se junto com a alface. 4. Volta-se à A, recolhe-se a galinha e leva-se até B.
Exercício 3. Passos a seguir: 1. Averiguar quantas peras faltam para alcançar as 5.000 em cada estação. 2. Averiguar quantas peras dá cada pereira. 3. Sabendo quanto dá cada pereira, averiguar de quantas necessita para conseguir as peras que faltam.
Exercício 4. Livre. Exercício 5. Pode-se resolver o problema pesando-se só uma vez, colocando sobre o prato da balança uma moeda do saco 1; duas do saco 2; três do saco 3 e assim sucessivamente. O peso total das moedas deve ser o que tem uma moeda multiplicado por 55 (1 + 2 + 3... + 10). Se o peso real é 55 + 3, as moedas falsas são as do saco 3 e pesam um grama a mais. Se é 55 − 6, quer dizer que o erro consistiu em fazê-las com um grama a menos e o saco que as contém é o 6. Exercício 6. Deslocar o carro vermelho para trás; adiantar o caminhão; e passar para a direita os carros azul e verde. Isso deixará livre o caminho para o carro amarelo.
Exercício 7. O número mínimo de movimentos que requer a Torre de Hanói com três discos é sete. Para facilitar sua resolução, convém numerar mentalmente os discos conforme seu tamanho (1 para o menor, 3 para o maior) e fazer uma tabela conforme a seguinte:
Exercício 8. A maneira mais racional de fazê-lo é plantar uma semente do grupo 3, duas do grupo 2 e três do grupo 1.
O cérebro é um órgão delicado que necessita de atenções e cuidados específicos para poder desenvolver suas funções da melhor maneira possível. O estilo de vida, o sono e a alimentação incidem notoriamente no desenvolvimento das capacidades mentais. O cérebro é um órgão totalmente complexo cujo peso representa 2% de todo o corpo, aproximadamente. Entretanto, consome cerca de 20% da energia disponível no organismo; por isso, a alimentação é um fator importante para seu bom desempenho. Com o trabalho cotidiano, os músculos se cansam e é necessário relaxá-los para limitar seu desgaste e sua tensão. O organismo inteiro necessita recuperar energias. Por isso, o sono é tão importante para a manutenção da saúde. Para o cérebro, as horas diárias de descanso são fundamentais, já que ajudam a limpá-lo, de modo a poder serem estabelecidas novas conexões, empreender outras aprendizagens e realizar trabalhos relacionados à memória.
Quanto aos hábitos de vida, vale lembrar que os estímulos ajudam a fortalecer todas as capacidades. Além disso, deve-se recordar que a vida sedentária e rotineira é o maior inimigo do desenvolvimento mental, já que não traz novos desafios que gerem, ao resolvê-los, outros caminhos neurais. Ao longo deste capítulo, veremos detalhadamente estes três fatores: alimentação, descanso e estilo de vida, a fim de completar com eles o treinamento mental que constituem os exercícios.
ALIMENTAÇÃO O cérebro é um órgão essencialmente gorduroso cuja principal substância é a glicose (açúcares), que pode ser obtida consumindo-se alimentos ricos em carboidratos. As principais fontes destes elementos são: Cereais. Legumes. Frutas. Laticínios.
Tanto para o cérebro quanto para o organismo, o descanso é fundamental na hora de recuperar energias. A respeito da alimentação, a glicose e o resto de nutrientes constituirão a matéria-prima de que o cérebro necessita para sintetizar os neurotransmissores. ◄ ▲
Com estes nutrientes como base, o cérebro terá energia suficiente para funcionar adequadamente, mas, ainda assim, serão necessários outros elementos, como as vitaminas, os minerais, os ácidos graxos e as proteínas. Os neurônios comunicam-se entre si estabelecendo sinapses e, no processo, substâncias químicas intervêm nos chamados neurotransmissores, sem os quais a conexão seria impossível. Foram identificados cerca de 50 neurotransmissores no cérebro humano e cada um deles tem uma composição química específica. Por esta razão, para poder fabricá-los, o organismo necessita, além da glicose, outros nutrientes que são fundamentais para sintetizá-los. A composição química de cada um dos alimentos consumidos tem um efeito sobre nosso cérebro, já que estimula a produção de uns ou outros neurotransmissores. Isso faz com que o comportamento e o funcionamento da mente possa ser afetado em grande parte pela alimentação.
O triptofano Um dos neurotransmissores, a serotonina, está relacionada com a fome, o sono, o controle da temperatura corporal e as emoções. Para fabricá-la, o
cérebro necessita de um elemento chamado triptofano, que é um aminoácido. O triptofano está presente em diferentes alimentos. Entre eles, podemos citar ovos, peixes, carnes, legumes, frutas secas, abacaxi, abacate, banana, leite e queijos, além de estar na vitamina B6.
Um déficit na ingestão de triptofano e desta vitamina não apenas alteraria as funções fisiológicas ligadas à serotonina, como também provocaria apatia, falta de vontade, transtornos alimentares e de sono etc.
Vitaminas do grupo B Vitamina B1 ou tiamina Esta substância tem um papel essencial no metabolismo dos carboidratos. Como eles constituem a principal fonte de energia do cérebro, a falta de tiamina faz com que este órgão disponha de menos recursos energéticos. A excessiva ingestão de doces (bolos, chocolates, balas etc.) reduz substancialmente a tiamina disponível no organismo. Portanto, ainda que constituam fontes de energia para o cérebro, ao longo do tempo, seu excesso é contraproducente.
A escassez de vitamina B1 produz uma série de sintomas. Entre eles, podemos citar: dificuldades na concentração, falta de memória, irritabilidade, ansiedade e até depressão. As principais fontes das quais se obtêm são o gérmen de trigo, a soja fresca, os peixes e alguns frutos secos, como as nozes e as sementes de girassol. Entre os cereais, aquele que mais a contém é a aveia e, a respeito disso, é importante dizer que convém consumi-los integrais.
Vitamina B6 ou piridoxina É essencial a duas funções muito importantes: por um lado, intervém na síntese de diversos neurotransmissores, como, por exemplo, a serotonina; por outro, forma parte da bainha de mielina que protege os neurônios. Sua carência pode fazer com que, sem esta proteção, a transmissão de impulsos nervosos não seja tão eficaz quanto deveria, provocando no organismo diferentes transtornos, entre os quais, poderia citar-se excessiva irritação. Suas fontes principais são: gema de ovo, carnes, fígado, rins, peixes, laticínios, grãos integrais, leveduras e frutas secas. Esta vitamina é muito frágil em relação a sua conservação; nos congelados se perdem 40% e nos produtos em conserva, 45%. Por esta razão, convém que os alimentos que a
contêm sejam consumidos frescos.
A escassez de vitamina B1 ou tiamina e da B6, também chamada piridoxina, provoca irritabilidade. A ingestão de cereais integrais, carnes, peixes e outros produtos frescos favorece a proteção dos neurônios. ▲
Vitamina B12 ou cobalamina É a única vitamina que contém um oligoelemento: o cobalto. É essencial para diversas funções do sistema nervoso e da medula espinal. Por isso, sua carência pode produzir diversos transtornos (irritabilidade, apatia, nervosismo etc.). Encontra-se, principalmente, no fígado, nas carnes, nas vísceras de mamíferos, em peixes e ovos e, em menor quantidade, no leite e seus derivados.
Ácidos graxos essenciais Estes elementos não podem ser fabricados pelo corpo humano, de modo que é necessário ingerir alimentos que os contenham. Dois deles, o linoleico e o linolênico, são muito importantes para o funcionamento de todo o sistema nervoso, incluindo o cérebro, porque se encontram na membrana dos neurônios. Os azeites de sementes são uma boa fonte de ácidos graxos, assim como o
de abacate, de frutas secas, de óleo de fígado de bacalhau e de gérmen de trigo.
Ferro Este mineral intervém na produção de neurotransmissores. Por isso, a importância para o cérebro. O déficit em ferro pode produzir uma diminuição na capacidade de concentração e na atenção. Os alimentos que mais contêm ferro são os moluscos bivalves (ostras, mexilhões, berbigões...), as vísceras, os legumes integrais e as frutas secas.
Substâncias excitantes A atividade do sistema nervoso pode ser estimulada mediante algumas
substâncias que aceleram sua atividade. O café é uma das mais comuns e seus efeitos se devem à cafeína. O chá, que contém teína, também é excitante, assim como o chocolate, que contém teobromina. Todos os elementos que não podem ser fabricados pelo corpo humano devem ser obtidos pela ingestão de alimentos que os contenham, a fim de desenvolver e facilitar o funcionamento correto do sistema nervoso. ▲
Quando se ingerem estas substâncias, durante um breve período de tempo o cérebro se torna mais ativo, mais desperto; entretanto, deve-se ter em conta que não são substâncias nutritivas, apenas excitantes, razão pela qual não são tão benéficas para o funcionamento geral do sistema nervoso: somente o excitam. Seu uso contínuo ou excessivo pode levar ao desgaste nervoso.
Substâncias relaxantes Há muitas substâncias naturais que produzem um efeito relaxante sobre o sistema nervoso e podem ser usadas para combater alguns dos efeitos mais prejudiciais para o organismo provocados pelo estresse, como, por exemplo, a insônia. As mais populares são a valeriana e a tília, que podem ser tomadas em infusão. Outras que também produzem os mesmos efeitos são a flor de laranjeira, o espinho alvacento e a melissa.
O DESCANSO O homem passa, aproximadamente, um terço da vida dormindo, e o restante do tempo em um estado denominado vigília. A princípio, pode-se dizer que, enquanto enquanto está desperto, desper to, o homem se alimenta e se cuida. E, ao dormir, dormir, repõe sono é algo mais energias. Entretanto, sob o foco de recentes pesquisas, o sono é que um simples simples período per íodo de inatividade e economia energética. Durante as horas de sono, os músculos relaxam, a respiração se faz mais lenta, a temperatura corporal cai, mas as mudanças mais significativas se produzem no cérebro que, diferentemente dos músculos, que também podem relaxar rel axar durante a vigília, emite emite ondas distintas das que produz pro duz quando se está desperto. Os registros efetuados por meio de eletroencefalogramas
mostram que a atividade elétrica dos neurônios muda quando uma pessoa está dormindo, mas também se altera quando há privação do sono durante um período superior a 24 horas.
Sono REM Mediante a observação de seus pacientes, o psicólogo norte-americano William Charles Demment descobriu que, durante certos períodos (que correspondem a um quarto do sono), os pacientes começavam a mover rapidamente os olhos e que a pressão sanguínea, as pulsações e a respiração aumentavam até alcançar os níveis próprios da vigília. Porém o mais interessante é que, mediante diferentes experimentos que consistiram em despertar essas pessoas no início desta fase, observou-se que elas podiam recordar o que estavam sonhando e apresentavam certos transtornos psíquicos. De fato, se uma pessoa é privada desta fase do sono durante vários vá rios dias, termin ter minaa por po r enlouquec enlo uquecer er.. Esta fase do sono recebe o nome de sono REM (Movimento Rápido dos Olhos) ou também sono paradoxal. Observou-se que, durante o sono REM, as células nervosas do bulbo raquiano estão 40 vezes mais ativas e acreditase que sejam responsáveis pelo movimento rápido dos olhos e pelas imagens oníricas. oníricas. Segundo Segundo alguns autores, autor es, tais imagens imagens se produzem pro duzem porque o cérebro tenta ordenar e dar sentido, sem conseguir isso, aos sinais que recebe por meio dos do s olhos. ol hos. Por isso, muitas muitas vezes vez es parecem incoerentes. incoerentes. A partir das teorias teor ias de Sigmund Sigmund Freud, outros outro s autores postulam postula m que, quando dormimos, surgem as ideias e os sonhos reprimi repr imidos dos durante a vigília.
A função do sono Nos últimos anos, chegou-se à conclusão de que o sono (em especial, o REM) tem um efeito reparador sobre o sistema nervoso. É como se, nas horas que permanecemos dormindo, o cérebro arquivasse o que é útil e descartasse o inútil, deixando sua área de trabalho com a máxima eficiência para ser usada ao despertar. Este trabalho pode ser comparado à limpeza que se faz em uma escritório após a saída dos funcionários. funcionários. Uma das hipóteses que atualmente tem mais força é a de que o sono participa na consolidação da memória. De fato, em estudos realizados com animais, comprovou-se que estes têm mais dificuldades em recordar o aprendido se forem privados do sono REM.
O ótimo estado de nosso cérebro é alcançado após reparar o estresse produzido pela jornada diária, graças às horas de descanso. Um estado permanente de vigília pode levar à irritabilidade contínua e à loucura. ▲
Sono e estresse O estresse representa uma sobrecarga para o cérebro, porque se trata de uma situação que produz um estado de alarme no indivíduo que padece disso. A pessoa estressada vive como se tudo fosse urgente e experimenta ansiedade e temor por não poder resolver os assuntos pendentes. Em outras palavras: não dá descanso a seu sistema nervoso. Foi comprovado que aqueles que padecem de estresse aumentam consideravelmente suas fases de sono REM. Acredita-se que este aumento se deve à necessidade de ordenar dados e reparar a sobrecarga que sofre seu cérebro, a fim de que, durante a vigília, possa enfrentar seus problemas eficientemente. Em épocas de grandes esforços, é mais necessário do que nunca dormir as horas que o corpo e, sobretudo o cérebro, precisam; se não o fizer, se disporá de menos recursos intelectuais para poder atuar da melhor maneira possível. Há momentos em que o estresse produz insônia, sobretudo em pessoas que não sabem distanciar-se dos problemas. Isto supõe um aumento do estresse, já que não se dá trégua ao cérebro e, por isso mesmo, gera uma diminui diminuição ção da eficiênc eficiência ia com a qual se podem resolv r esolverer-se se os o s inconvenientes. inconvenientes.
Dormir de dia, dormir de noite Os especialistas especialistas concordam que não é a mesma coisa dormir de dia e dormir à noite. Algumas das razões são evidentes: à noite, o silêncio é maior,
portanto há menos possibilidades de ser acordado. A escuridão também ajuda a ter um sono profundo e reparador. Outras têm como base diferentes processos fisiológicos que o organismo realiza durante vários momentos do dia.
A atividade fisiológica de todos os organismos vivos varia periodicamente em ciclos que recebem o nome de circadianos e que estão associados ao amanhecer e ao pôr do sol. A interrupção destes ciclos, conforme ocorre no caso do jet lag, tem um efeito negativo sobre a saúde, porque altera o correto funcionamento interno do organismo. A produção hormonal não é regular ao longo do dia; está cientificamente comprovado que o cortisol, por exemplo, tem seu ponto máximo na madrugada e que os hormônios tireóideos também variam seus níveis conforme a hora do dia. Ainda que para a produção independa que o sujeito esteja dormido ou acordado, seu uso por parte do organismo não é o mesmo. Sempre que não existir uma causa de força maior, convém dormir à noite, já que com isso evitam-se muitos transtornos que, se não dependem diretamente deste fator, podem ver-se aumentados por ele (obesidade, déficit de atenção e desnutrição são somente alguns deles).
Em momentos de grandes esforços intelectuais, se fazem imprescindíveis as horas de sono para o cérebro. Algumas situações emocionais estressantes também provocam a sobrecarga mental que impedirá o enfrentamento eficientemente dos problemas. ◄ ▲
ESTILO DE VIDA À medida que passam os anos, a energia disponível para efetuar muitas das tarefas que se realizam cotidianamente diminui; os músculos têm menos potência e elasticidade; a fadiga se faz mais constante diante de esforços menores feitos em outras idades; as articulações com frequência se “queixam”... Isso leva muitas pessoas a limitar seus movimentos e sua ação por acreditar que desta maneira, economizando energia, cuidarão melhor de seu corpo. Entretanto, o que ocorre é o contrário, já que, quando um músculo não se exercita, perde pouco a pouco suas funções. Com o cérebro acontece o mesmo: se não há estímulos novos, leva-se uma vida sedentária e tomada pela rotina, começam a aparecer com maior frequência problemas de memória e concentração, além de sensação de abatimento e falta de vontade. Ainda que a partir de uma determinada idade comece o declive físico, mentalmente não se deixa de crescer até o dia da morte. Por essa razão, é fundamental manter o cérebro ativo, propor-se sempre novos desafios e deixar de lado os problemas que não têm solução. Como o alimento intelectual do cérebro chega pela via dos sentidos, é
muito importante cuidar da visão e da audição; caso não se possa remediar fisicamente, ao menos se deve usar óculos ou aparelhos auditivos que possibilitam seguir levando um contato melhor com o ambiente. O exercício físico deve ser executado diariamente, seja caminhando ou fazendo uma tabela de ginástica, porque o movimento vigoroso fornece ao organismo maiores doses de oxigênio, o que repercute na lucidez e na agilidade mentais. Os excitantes, como a cafeína, a teína e o tabaco, não são recomendáveis, porque alteram os neurônios, mas não os nutrem. Em vez de utilizar este tipo de substâncias, é preferível consumir alimentos que contenham aquilo de que o cérebro necessita. Por último, para desenvolver e cuidar da mente não há idade; começar cedo abre as possibilidades a uma velhice lúcida, ativa e muito mais interessante.
TESTE No 1 1. SE VOCÊ VIAJA ACOMPANHADO A UM PAÍS QUE USA UMA MOEDA DIFERENTE À DO SEU:
a) Faz a conversão mentalmente. b) Deixa essa tarefa nas mãos de seu acompanhante. 2. NA SÉRIE MOSTRADA ABAIXO, QUAL É O NÚMERO SEGUINTE?
1, 3, 7, 17... 3. QUANTOS NOMES DE PROFESSORES DA ESCOLA PRIMÁRIA VOCÊ É CAPAZ DE SE RECORDAR?
a) Quase todos.
b) A metade.
c) Menos de quatro.
4. QUANTAS VEZES TEVE DE VOLTAR PARA CASA POR TER ESQUECIDO ALGO NOS ÚLTIMOS DOIS MESES?
a) Várias.
b) Menos de três.
c) Nenhuma.
5. EM TRÊS MINUTOS, FAÇA UMA LISTA COM O USO QUE PODERIA DAR A UM TIJOLO, MAS QUE NÃO INCLUA SEU USO COMO PROJÉTIL. QUANTAS APLICAÇÕES VOCÊ DEU?
a) Mais de dez.
b) Mais de cinco.
c) Menos de seis.
6. DURANTE TRÊS MINUTOS, ESCREVA TODOS OS ELEMENTOS QUE SIRVAM PARA CONTER UM LÍQUIDO. QUANTOS OBJETOS FIGURAM NA SUA LISTA?
a) Menos de 10. b) Mais de 10 e menos de 18. c) Mais de 18. 7. SE VOCÊ INICIA UMA DISCUSSÃO COM OUTRA PESSOA:
a) Escuta atentamente seus argumentos para poder rebatê-los. b) Não perde tempo ouvindo o que diz, já que tem a absoluta certeza de não estar equivocado. c) Recusa-se a discutir, porque pensa que não leva a nada. 8. SE UMA PESSOA QUE VOCÊ ACREDITA GOSTAR DE VOCÊ LHE DIZ QUE ESTÁ ENTEDIADA E
NÃO TEM NADA MELHOR A FAZER E VAI DORMIR, COMO VOCÊ INTERPRETA?
a) Que está cansada. b) Que está aborrecida. c) Que espera que você lhe proponha um plano em comum. 9. SE VOCÊ COLOCAR A PALAVRA “PRAÇAS” EM FRENTE A UM ESPELHO, COMO IRÁ VÊ-LA?
a)
b)
c)
10. COMO VOCÊ SE COMPORTA EM RELAÇÃO A ENCONTROS?
a) Chega antes da hora marcada. b) Costuma ser impontual. c) Quase sempre chega na hora exata.
TESTE No 2 1. SEM AJUDA DE CALCULADORA, LÁPIS NEM PAPEL, DIGA QUANTOS OVOS HÁ EM 16 DÚZIAS. 2. UM CARACOL SOBE POR UMA PAREDE DE 10M DURANTE O DIA E AVANÇA 2M. SE PELA NOITE ESCORREGA 1M, EM QUANTOS DIAS CHEGARÁ AO T ETO?
a) 9 dias
b) 10 dias
c) 11 dias
3. OBSERVE A LISTA DE PALAVRAS DURANTE 30S. AFASTE-A DE SUA VISTA E ESCREVA EM UM PAPEL AS QUE RECORDAR. MECENAS
MITÔMANO
XALE
ARROXEADO
MORTIÇO
MALICIOSO
MORCELA
MENTA
MOSTRUÁRIO MALABARISTA
PONTEIRO MELENA
a) Você recordou mais de cinco e menos de oito palavras. b) Você recordou menos de cinco palavras. c) Você recordou mais de sete palavras. 4. FAÇA UMA LISTA DE TUDO O QUE CONTÉM NESTE MOMENTO A GELADEIRA DE SUA CASA SEM OLHAR DENTRO DELA.
a) Você recordou 90% dos alimentos. b) Você recordou a metade. c) Você recordou menos de 25% dos artigos. 5. DE QUE TEM DE SE ENCHER UM RECIPIENTE PARA QUE PESE MENOS DE QUE QUANDO
ESTÁ VAZIO? 6. EM TRÊS MINUTOS, ESCREVA UMA LISTA DE VERBOS QUE COMPLETEM ESTA ORAÇÃO DE MODO QUE SEMPRE TENHA SENTIDO.
Esse dia, a padeira................cinco tortas. QUANTAS ENCONTROU? a) 7 ou menos. b) Mais de 7 e menos de 12.
c) Mais de 12.
7. COM QUE FREQUÊNCIA SEUS AMIGOS BUSCAM SEU CONSELHO OU LHE FAZEM CONFIDÊNCIAS?
a) Muito poucas vezes. gostaria.
b) Quase sempre.
c) Menos do que eu
8. COM QUE FREQUÊNCIA VOCÊ SE MOSTRA IRRITÁVEL?
a) Raras vezes.
b) Com frequência.
c) Nunca.
9. EM 30S, PARTINDO DO MODELO DA ESQUERDA, MOVA AS BOLAS ATÉ CHEGAR AO DA DIREITA. VOCÊ DEVE UTILIZAR O NÚMERO MÍNIMO DE MOVIMENTOS.
Modelo inicial
Modelo final
10. VOCÊ DESCOBRIU UM VAZAMENTO EM UMA TUBULAÇÃO DE SUA CASA. O QUE DEVE FAZER PRIMEIRO?
a) Chamar um encanador. b) Procurar o lugar exato do estrago. c) Limpar a água que vazou.
TESTE No 3 1. CALCULE MENTALMENTE QUANTOS DIAS ÍMPARES HÁ NOS PRIMEIROS SEIS MESES DE UM ANO NÃO BISSEXTO:
a) Mais M ais de 85 e menos de 90. b) Mais Ma is de 90 e menos de 96. c) Menos de 85. 2. QUAL É O NÚMERO QUE CONTINUA ESTA SÉRIE? 106, 212, 318, 424, 530... 3. LEIA A SEGUINTE LISTA DURANTE 30S E DEPOIS ESCREVA TUDO O QUE RECORDAR DELA: Pedro 37 – Joaquim 22 – Susana 20 – Olga O lga 96 – Andrés 31 – Esther 7 – Mariana 15
a) Somente recordou nome e número corretos menos de três vezes. b) Você recordou nome e número número mais de três t rês e menos de cinco cinco vezes. vez es. c) Você Você recordou recordo u nome e número número mais de quatro vezes. 4. QUANTAS VEZES NECESSITA IR A UM LUGAR PARA VOLTAR A ELE SEM CONSULTAR UM MAPA MAPA OU UM PEDESTRE?
a) Em geral, ger al, uma.
b) Duas ou três.
c) Pelo menos, seis ou sete.
5. EM TRÊS MINUTOS, QUANTAS FRASES DIFERENTES CONSEGUE FAZER SUBSTITUINDO POR UM VERBO A LINHA DE PONTOS DA SEGUINTE ORAÇÃO? Pedro ................. o botão de sua jaqueta.
a) 7 ou menos. b) Mais Ma is de 7 e menos de 12. c) Mais de 12. 6. ENCONTRE UMA SÍLABA QUE, COLOCANDO-A NA FRENTE DAS SEGUINTES PALAVRAS, CRIE OUTRA COM SENTIDO: AÇÃO ALCE BANHO CINTO CÔNCAVO DOMA FERIDO 7. EM UMA REUNIÃO, HÁ VÁRIAS PESSOAS FALANDO DE UM TEMA CIENTÍFICO QUE VOCÊ DESCONHECE:
a) Presta atenção e aproveita qualquer oportunidade para pedir informação informação ou esclarecer suas dúvidas. d úvidas. b) Como não entende o que estão dizendo, d izendo, vai embora. c) Tenta Tenta amavelmente amavel mente e com tato mudar a conversa, porque por que o tema não lhe interessa. 8. SE SUAS IDEIAS SÃO CONTRÁRIAS ÀS DA PESSOA QUE ESTÁ FALANDO, O QUE VOCÊ FAZ?
a) Fica quieto quieto para par a evitar qualquer qualq uer enfrentamento. enfrentamento. b) Mostra Mo stra seus pontos ponto s de vista, procurando chegar a um consenso. consenso.
c) Diz Diz a ela de cara que está completamente compl etamente equivocada. 9. SE VOCÊ ESTÁ EM UMA REUNIÃO POUCO ANIMADA, COSTUMA PROPOR ATIVIDADES OU TEMAS DE CONVERSAÇÃO? CONVERSAÇÃO?
a) Jamais.
b) Raras vezes.
c) Quase sempre.
10. QUAL DESTAS TRÊS MEDIDAS PARECE A MAIS ADEQUADA PARA AUMENTAR AS VENDAS DE UMA PASTA DE DENTES?
a) Fazer uma campanha publicitária. publicitária. b) Aumentar seu preço para dar sensação de qualidade. c) Aumentar Aumentar o tamanho do buraco de saída da pasta. pasta .
TESTE No 4 1. COMPLETE A SEGUINTE SÉRIE: 77, SÉRIE: 77, 49, 36 ... 2. ESCREVA SEIS NÚMEROS 1 E TRÊS SINAIS DE SOMA (+) DISTRIBUÍDOS ENTRE ELES DE MODO QUE O RESULTADO SEJA 24. 3. OLHE DURANTE 30S OS SEGUINTES VALORES. PASSADO ESTE TEMPO, ESCREVA EM UM PAPEL OS QUE LEMBRAR.
125739 515151
296999 561631
246833 321654
QUANTOS ESCREVEU CORRETAMENTE?
a) Um.
b) Mais Ma is de um e menos menos de quatro. quatr o.
c) Mais de três.
4. OLHE DURANTE 30S AS SEGUINTES SÉRIES DE LETRAS, TRATANDO DE MEMORIZÁ-LAS. PASSADO ESTE TEMPO, ESCREVA EM UM PAPEL AS QUE RECORDAR.
AZBC
TCMA
UDTN UDTN
OLMN
MCCX
DE QUANTAS CONSEGUIU RECORDAR?
a) Menos de duas. de três.
b) Mais M ais de uma e menos menos de quatro. quatr o.
c) Mais
5. QUE INSTRUMENTOS OU UTENSÍLIOS PODERIAM SER FABRICADOS COM UMA AGULHA DE COSTURA, UMA TOALHINHA E UMA ROLHA?
a) Conseguiu Conseguiu pensar em menos de cinco cinco objeto o bjetos. s.
b) Conseguiu inventar inventar mais de quatro e menos de oito objetos. obj etos. c) Criou mais mais de sete objetos. objet os. 6. DOIS PROFESSORES DE XADREZ JOGARAM CINCO PARTIDAS. CADA UM GANHOU E PERDEU O MESMO NÚMERO DE PARTIDAS, MAS NENHUMA TERMINOU EM EMPATE. COMO SE EXPLICA ISSO? 7. SE ESTIVER VIAJANDO COMO PASSAGEIRO EM UM CARRO CUJO CONDUTOR DIRIGE PERIGOSAMENTE:
a) Pede que, por favor, dimin diminua ua a velocidade vel ocidade porque sente medo. medo . b) Você se enfurece enfurece e diz que ele el e é um irresponsável. irresponsável . c) Espera que pare o veíc v eículo ulo para dizer-lhe dizer-lhe que está aborrecido. abor recido. 8. O QUE INCOMODA MAIS A VOCÊ?
a) Que critiquem critiquem seu trabalho. menosprezem você.
b) Que mintam.
c) Que
9. HÁ UM JANTAR NA SUA CASA E, NO ÚLTIMO MOMENTO, UMA AMIGA LHE AVISA INESPERADAMENTE QUE IRÁ ACOMPANHADA. FALTA UMA CADEIRA PARA ACOMODAR A PESSOA. O QUE VOCÊ FAZ?
a) Diz para a sua amiga que não não pode po de levar a pessoa. b) Organiza o jantar de d e modo informal, sem acomodar os convidados à mesa. c) Pede a uma pessoa de confiança confiança que empreste a você uma cadeira por um dia. 10. VOCÊ TEM DOIS BARRIS DE DEZ LITROS CADA UM; O PRIMEIRO CONTÉM ÁGUA E O SEGUNDO, VINHO. VOCÊ ENCHE UM COPO COM VINHO E O COLOCA NO DE ÁGUA; MISTURA E VOLTA VOLTA A ENCHER O COPO E O COLOCA NO BARRIL DE VINHO.
a) Terá mais vinho no barril bar ril de água á gua que água no barril bar ril de vinh v inho? o? b) Terá Terá menos vinh v inhoo no barril de água que água no barril de vinho? c) Terá Terá tanto vinho no barril de água ág ua quanto água no barril barr il de vinho?
TESTE No 5 1. QUAL É O ELEMENTO QUE NÃO CORRESPONDE À SÉRIE?
Nogueira
Cerejeira
Abeto
Pinheiro
Amendoeira
2. DOIS SENHORES CHEGAM A UM BAR E, LOGO DEPOIS, O GARÇOM LHES DIZ: “VOCÊS SÃO DA MESMA FAMÍLIA? SE PARECEM MUITÍSSIMO!”. UM DELES RESPONDE: “MINHA MÃE É A SOGRA DA MÃE DELE”. QUAL ERA A RELAÇÃO ENTRE AMBOS? 3. QUANTAS TOMADAS EXISTEM EM SUA CASA? CALCULE-AS MENTALMENTE E, EM SEGUIDA, COMPROVE O RESULTADO RESULTADO..
a) Lembrou Lembro u mais mais ou menos de 90% delas. b) Esqueceu E squeceu-se -se de mais da metade. metad e. c) Somente lembrou-se da metade. 4. QUANTAS GAVETAS HÁ NA COZINHA DE SUA CASA (GELADEIRA INCLUÍDA)? CALCULE-AS E COMPROVE O RESULTADO RESULTADO..
a) Somente lembrou-se da metade. b) Lembrou-se Lembro u-se de mais mais ou menos 90% delas. c) Esqueceu-se Esqueceu-se de mais da metade. met ade. 5. UM EXPLORADOR FOI APRISIONADO POR UMA TRIBO DE CANIBAIS E ESTES LHE PROPUSERAM UM TRATO: DEVIA PRONUNCIAR UMA FRASE; SE ESTA FOSSE CERTA, MORRERIA ENVENENADO; MAS, SE FOSSE FALSA, MORRERIA NA FOGUEIRA. O EXPLORADOR FAL FALOU OU E SE SALVOU. SALVOU. O QUE ELE DISSE? 6. O QUE É QUE, QUANTO MAIOR É, MENOS SUBSTÂNCIA TEM? 7. SE EM UMA REUNIÃO ALGUÉM CONTA UMA HISTÓRIA QUE VOCÊ SABE QUE É FALSA COM O INTUITO DE DAR-SE IMPORTÂNCIA, O QUE VOCÊ FAZ?
a) Finge acreditar. b) Expõe a pessoa publicamente. c) Espera estar sozinho com a pessoa para dizer-lhe que é alguém de muito muito valor valo r e não necessita mentir. mentir. 8. SE VOCÊ PRESENCIASSE UMA AGRESSÃO, O QUE FARIA EM PRIMEIRO LUGAR?
a) Passaria longe; o tema t ema não combina combina contigo. b) Evitaria que o agressor escapasse. c) Socorreria a vítima. 9. UMA GRANDE LOJA FAZ UMA LIQUIDAÇÃO E DECIDE OFERECER CALÇAS A 25 REAIS CADA UMA; CAMISETAS A 5 REAIS; E O PACOTE DE QUATRO LENÇOS A 1 REAL. OS ÚNICOS
REQUISITOS QUE PROPÕE AOS CLIENTES É QUE A SOMA TOTAL DA COMPRA SEJA DE 500 REAIS, QUE LEVEM 100 PEÇAS NO TOTAL E, PELO MENOS, UMA DE CADA TIPO. O QUE VOCÊ COMPRARIA? 10. O QUADRO DA DIREITA TEM DUAS CASAS MARCADAS COM DIFERENTES NÚMEROS. ESTES INDICAM AS CASAS QUE VOCÊ DEVE PERCORRER PARA ENCONTRAR A LINHA QUE PARTE DO OUTRO NÚMERO. VEJA O EXEMPLO, EM QUE A LINHA AZUL CRESCE TRÊS CASAS E A VERMELHA AVANÇA DUAS.
TESTE No 6 1. QUAL ELEMENTO NÃO PERTENCE À SÉRIE?
Safira
Diamante
Rubi
Pérola
Esmeralda
2. BUSQUE UMA SÍLABA QUE SIRVA PARA FORMAR EM CADA PAR DE PALAVRAS DOIS NOVOS VOCÁBULOS.
CASA --- MINA TELHA --- ENTE 3. DE QUE TEMA TRATA O ÚLTIMO CAPÍTULO DESTE LIVRO?
a) Inteligência emocional. b) Alimentação e sono. c) Planejamento e estratégia. 4. APÓS LER A SEGUINTE LISTA DURANTE UM MINUTO, ESCREVA OS DADOS EM UMA FOLHA. UMA VEZ FEITO ISTO, COMPROVE QUANTOS SÃO CORRETOS. OS CINCO RIOS MAIS COMPRIDOS DO MUNDO SÃO OS SEGUINTES:
Amazonas: 7.020 km. Nilo: 6.671 km. Yang-tsé: 6.380 km. Mississipi-Missouri: 6.270 km. Rio Amarelo: 5.464 km. DE QUANTOS RIOS, COM SEUS RESPECTIVOS QUILÔMETROS, VOCÊ SE RECORDOU?
a) Um.
b) Dois.
c) Três ou mais.
5. DURANTE UM MINUTO, FAÇA UMA LISTA COM NOVOS USOS QUE PODERIA DAR A UM ROLO DE MASSAS:
a) Escreveu mais de cinco. b) Escreveu mais de três e menos de seis. c) Escreveu menos de três. 6. QUANDO DEUS CRIOU ADÃO, ONDE LHE COLOCOU A MÃO? 7. QUANDO SOBE NO ELEVADOR COM UM VIZINHO OU CRUZA COM ELE PELA RUA:
a) Saúda o vizinho. b) Começa uma breve conversa. c) Faz de conta que não o viu. 8. SE APÓS FAZER UM TRABALHO QUE CONSIDERA IMPECÁVEL, UM COMPANHEIRO OU UM SUPERIOR CRITICA ALGUM DE SEUS ASPECTOS:
a) Você se aborrece e trata de fazê-lo se calar. b) Fica atento, mas não escuta o que diz. c) Tenta compreender qual é o problema que ele vê. 9. QUAL É A MENOR QUANTIDADE DE PEIXES QUE PODEM NADAR COM A SEGUINTE FORMAÇÃO: DOIS PEIXES NA FRENTE DE UM PEIXE, DOIS PEIXES ATRÁS DE UM PEIXE E UM PEIXE ENTRE DOIS PEIXES? 10. UM TREM ENTRA EM UM TÚNEL MUITO ESCURO. EM UM DOS VAGÕES, HÁ DOIS PASSAGEIROS SENTADOS UM FRENTE AO OUTRO. QUANDO O TREM SAI DO TÚNEL, UM DELES ESTÁ COM O ROSTO MANCHADO, MAS É O OUTRO QUEM VAI SE LAVAR. POR QUÊ?
TESTE No 7 1. ENCONTRE UM NÚMERO DE CINCO DÍGITOS QUE NÃO CONTENHA 0 NEM 1 E QUE CUMPRA AS SEGUINTES CONDIÇÕES:
O quarto dígito é um quarto da soma dos dígitos restantes. O segundo dígito é o dobro do primeiro. O terceiro dígito é o maior.
O último dígito é a soma dos dois primeiros. 2. O XAROPE ESTÁ PARA A TOSSE COMO:
a) O armistício está para a guerra b) O alimento está para o corpo. c) A agulha está para a seringa. 3. OBSERVE O DESENHO DURANTE 30S E DEPOIS MARQUE O QUE ACREDITE ESTAR CERTO (DUAS AFIRMAÇÕES SÃO FALSAS E UMA É VERDADEIRA):
a) O vestido da mulher da esquerda não tem botões no peito. b) A mulher do centro lê um livro e a da direita costura. c) O vestido da mulher da direita somente tem botões no pescoço e nas mangas.
4. OBSERVE, DURANTE UM MINUTO, OS VALORES MEMORIZANDO-OS. ESCREVA LOGO OS QUE RECORDAR E COMPROVE O RESULTADO.
535.048 819.324 551.163 212.252 392.463 112.511 a) Lembrou menos de dois valores. b) Lembrou mais de um e menos de quatro valores. c) Lembrou mais de três valores. 5. UM CAMINHÃO TEM DE CRUZAR UMA PONTE DE 3KM DE COMPRIMENTO QUE SUPORTA ATÉ 25 TONELADAS; UMA VEZ SUPERADO ESSE PESO, SE ROMPE. O VEÍCULO COM SUA CARGA PESAM 25 TONELADAS. O CONDUTOR INICIA A PASSAGEM DA PONTE E, AO CHEGAR À METADE, UMA FOLHA QUE FLUTUA NO AR E QUE PESA 1G SE DEPOSITA SOBRE A CARGA, MAS A PONTE NÃO SE ROMPE. POR QUÊ? 6. EM UMA LOJA DE PÁSSAROS UMA SENHORA PERGUNTA AS CARACTERÍSTICAS DE UM PAPAGAIO. “VAI REPETIR TUDO O QUE ESCUTAR”, COMENTA O VENDEDOR. ASSIM, A SENHORA PODE COMPRÁ-LO. DEPOIS DE UMA SEMANA, A MULHER VOLTA À LOJA COM O PAPAGAIO, QUEIXANDO-SE DE QUE A AVE NÃO DIZ UMA SÓ PALAVRA. ENTRETANTO, O VENDEDOR NÃO MENTIU. COMO SE EXPLICA ISSO?
7. QUANDO UM TRABALHO NÃO SAI COMO VOCÊ QUER:
a) Você se aborrece consigo mesmo. b) Desiste de voltar a tentar. c) Você o analisa com calma e tenta melhorá-lo em tudo o que puder. 8. NOS JOGOS DE MESA E NOS ESPORTES, VOCÊ SE IRRITA QUANDO PERDE?
a) Sim.
b) Não.
9. VOCÊ TEM QUATRO FICHAS. EM CADA UMA DE SUAS FACES, HÁ DESENHADO UM NÚMERO, DE 1 A 8. ESTES NÚMEROS NÃO SE REPETEM. LANÇANDO AS FICHAS, NAS FACES VISÍVEIS, SÃO OBTIDOS OS NÚMEROS 7, 2, 4 E 1. LANÇADAS UMA SEGUNDA VEZ, OBTÊM-SE 6, 4, 5 E 2. NA TERCEIRA VEZ, SAEM OS NÚMEROS 8, 2, 6 E 5 E EM UMA QUARTA VEZ OBTÊM-SE 7, 4, 3 E 5. QUE NÚMERO HÁ EM CADA UMA DAS FACES DAS QUATRO FICHAS? 10. AO PASSAR POR BAIXO DE UMA PONTE, UM CAMINHÃO FICA PRESO DEVIDO À ALTURA DE SUA CARGA. O QUE PODE FAZER O CONDUTOR PARA TIRÁ-LO SEM DESCARREGAR?
TESTE No 8 1. QUANTAS LINHAS DEVE TER O TRIÂNGULO INFERIOR DIREITO?
a) Uma. b) Duas. c) Três.
2. SUBSTITUA, NO SEGUINTE PRODUTO, CADA LETRA POR UM DÍGITO DIFERENTE:
A B C D E XF G G G G G G
3. LEIA COM ATENÇÃO, MAS UMA SÓ VEZ, A SEGUINTE LISTA DE PALAVRAS E DEPOIS ESCREVA EM UM PAPEL TODAS AS QUE RECORDAR: MANTEIGA AÇÚCAR FARINHA CARNE LENTILHAS SAL PIMENTÃO MACARRÃO
PEIXE CERVEJA FRANGO GRÃO-DE-BICO OVOS CAFÉ
a) Conseguiu recordar menos de oito. b) Conseguiu recordar mais de sete e menos de dez. c) Conseguiu recordar mais de nove. 4. OBSERVE AS SEGUINTES CARTAS DURANTE UM MINUTO E DEPOIS ESCREVA NO PAPEL AS QUE RECORDAR.
a) Lembrou menos de quatro. b) Lembrou menos de oito e mais de três. c) Lembrou mais de sete.
5. DOIS PAIS E DOIS FILHOS FORAM PESCAR. CONSEGUIRAM TRÊS PEIXES, DE MODO QUE FICOU UM PARA CADA UM. COMO EXPLICARIA ISSO? 6. VOCÊ ESTÁ NO COMEÇO DE UM LONGO CORREDOR, JUNTO A TRÊS INTERRUPTORES. UM DELES ACENDE A LUZ DA CASA FECHADA QUE ESTÁ NO OUTRO EXTREMO. O QUE VOCÊ PODE FAZER PARA SABER QUAL É O INTERRUPTOR QUE ACENDE A LUZ ANDANDO UMA SÓ VEZ PELO CORREDOR? 7. SE O GARÇOM SE EQUIVOCA E LHE TRAZ ALGO QUE VOCÊ NÃO P EDIU:
a) Exige o livro de reclamações porque pensa que pretendem vender-lhe
algo que não quer. b) Para não incomodar, aceita o prato sem esclarecer o mal-entendido. c) Explica amavelmente que não é o que queria e pede, por favor, que o troquem. 8. SE UMA AMIGA LHE PEDE A OPINIÃO SOBRE UM VESTIDO QUE ACABOU DE COMPRAR E QUE PARECE QUE NÃO FICOU BOM:
a) Diz sinceramente o que pensa. b) Como a vê muito entusiasmada, mente dizendo que ficou muito bom. c) Não lhe diz que não ficou bom, mas que, em sua opinião, há outro tipo de roupa que lhe favorece mais. 9. UM PEREGRINO CHEGA A UMA POUSADA COM A IDEIA DE FICAR UMA SEMANA, MAS NÃO TEM DINHEIRO PARA PAGAR SUA ESTADIA; SOMENTE POSSUI UMA CORRENTE DE OURO, DE MODO QUE A OFERECE AO DONO DA POUSADA PAGAR-LHE COM UM ELO A CADA DIA. O DONO LHE DIZ QUE PAGUE ADIANTADO E ELE RESPONDE QUE NÃO, QUE LHE DARÁ UM ELO A CADA DIA. APÓS PENSAR UM POUCO, O DONO LHE ESCLARECE QUE A CORRENTE LHE INTERESSA, MAS INTEIRA, QUE DESMONTADA PERDE O VALOR. O PEREGRINO SE OFERECE PARA PAGAR-LHE CADA DIA SEPARANDO SOMENTE UM ELO. COMO FAZ ISSO? 10. NESTE EXERCÍCIO, CONHECIDO COMO “A TAREFA DE WATSON”, HÁ QUATRO CARTAS COMO AS QUE SE MOSTRAM NO ESQUEMA. CADA UMA DELAS TEM UM NÚMERO EM UMA DE SUAS FACES E UMA LETRA NA OUTRA. A REGRA A SE CUMPRIR NO JOGO É A QUE AFIRMA QUE, SE HÁ UM “A” EM UMA DAS FACES DE UMA CARTA, NA OUTRA FACE HÁ UM 2. QUAL OU QUAIS DAS CARTAS DEVERIA LEVANTAR PARA SABER SE ESTA REGRA SE CUMPRE?
TESTE No 9 1. FAÇA UMA SOMA DE NÚMEROS QUE SOMENTE CONTENHA O 8, DE MODO QUE SEU
RESULTADO SEJA 1.000. 2. A MÃO ESTÁ PARA O BRAÇO COMO:
a) O joelho está para a perna. b) O bocal está para o telefone. c) As cerdas estão para o pincel. 3. LEIA COM ATENÇÃO E DE UMA SÓ VEZ O SEGUINTE TEXTO. DEPOIS RESPONDA ÀS PERGUNTAS.
Sérgio foi com seus dois irmãos, José e Aníbal, pescar trutas em um rio. No caminho, se encontraram com Pablo e Diego, que voltavam da comemoração do aniversário de Tomás. A mãe deste havia convidado José, que não pôde ir porque teve de trabalhar na fábrica até tarde. a) Como se chamam os três irmãos? b) Quem trabalha na fábrica? c) Quem foi convidado para o aniversário? 4. OBSERVE COM ATENÇÃO AS SEGUINTES COMBINAÇÕES DE NÚMEROS E LETRAS DURANTE 30S E DEPOIS ESCREVA-AS EM UM PAPEL:
9H7KJ 23M4P MRC32 OJ4312 50KK05 a) Lembrou-se de mais de três? b) Lembrou-se de duas ou três? c) Lembrou-se de menos de duas? 5. DURANTE 30S, ESCREVA TODOS OS USOS QUE POSSA DAR A UMA XÍCARA, EXCETO AQUELES COMO RECIPIENTE DE DIVERSOS LÍQUIDOS OU OBJETOS:
a) Conseguiu menos de seis. b) Conseguiu mais de cinco e menos de oito. c) Conseguiu mais de oito. 6. DURANTE UM MINUTO, DIGA QUE COISAS PODERIA CONSTRUIR COM UMA CAIXA DE SAPATOS, UM NOVELO DE LÃ, UMA COLA PLÁSTICA E UMA VARETA DE MADEIRA (SUPONDO QUE TENHA TODAS AS FERRAMENTAS NECESSÁRIAS).
a) Construiu mais de cinco objetos. b) Construiu mais de dois e menos de seis objetos. c) Construiu menos de dois objetos.
7. VOCÊ FOI CONVIDADO PARA UM JANTAR NO QUAL IRÁ UM(A) EX-NAMORADO(A) COM O(A) QUAL PREFERE NÃO SE ENCONTRAR:
a) Diz ao anfitrião que, se essa pessoa vai, você não irá. b) Dá uma desculpa para não ir. c) Explica brevemente ao anfitrião que não se dá muito bem com ela e lhe pede que não o acomode a seu lado. 8. VOCÊ SE SENTE ABATIDO, DESANIMADO OU PREOCUPADO:
a) Frequentemente. b) Algumas vezes. c) Nunca. 9. SEIS AMIGOS DECIDIRAM IR A UM LUGAR DE FÉRIAS, MAS NÃO ENTRAVAM EM ACORDO, JÁ QUE DOIS DELES TINHAM MEDO DE VIAJAR DE AVIÃO E OUTROS DOIS NÃO QUERIAM VIAJAR DE CARRO. AO FINAL, CONCORDARAM DE VIAJAR EM PARES E EM TRÊS MEIOS DE TRANSPORTE DIFERENTES: AVIÃO, CARRO E TREM. PEDRO NÃO VIAJOU DE CARRO, MAS ACOMPANHOU SANTIAGO, QUE NÃO IA DE AVIÃO. LUÍS VIAJOU DE AVIÃO. FERNANDO NÃO IA COM SÉRGIO, NEM VIAJOU DE AVIÃO. EM QUE MEIO DE TRANPORTE VIAJOU JÚLIO? 10. NA MARGEM DE UM RIO, HÁ TRÊS EXPLORADORES E TRÊS CANIBAIS DISPOSTOS A CRUZÁLO. HÁ UM BARCO QUE ADMITE SOMENTE DUAS PESSOAS E SE SABE QUE, EM NENHUM MOMENTO, PODE HAVER EM UMA MARGEM MAIS CANIBAIS QUE EXPLORADORES, PORQUE OS COMERIAM. COMO ORGANIZARIA AS VIAGENS?
TESTE No 10 1. EM UMA GAVETA, HÁ MEIAS DE DUAS CORES DIFERENTES. SE A LUZ ACABA E VOCÊ TEM DE GUARDAR UM PAR DE MEIAS EM UMA MALA, QUANTAS COLOCA PARA SE ASSEGURAR QUE, AO MENOS, DUAS SÃO DA MESMA COR? 2. SOMANDO APENAS NÚMEROS ÍMPARES, OBTENHA COMO RESULTADO 20. 3. OBSERVE O DESENHO DURANTE 30S E DEPOIS ESCREVA EM UM PAPEL TODOS OS OBJETOS DE QUE RECORDAR.
a) Lembrou mais de sete objetos. b) Lembrou mais de quatro e menos de oito objetos. c) Lembrou menos de cinco objetos. 4. DURANTE DOIS MINUTOS, ESCREVA OS NOMES DE TODAS AS PESSOAS QUE LEMBRAR E QUE FAÇA MAIS DE DEZ ANOS QUE NÃO VÊ (PODE INCLUIR NA LISTA PERSONAGENS PÚBLICOS QUE TENHA VISTO NA TELEVISÃO).
a) Lembrou mais de 12. b) Lembrou mais de sete e menos de 13. c) Lembrou menos de oito. 5. DURANTE UM MINUTO, FAÇA UMA LISTA COM ELEMENTOS QUE POSSAM SERVIR PARA ESCREVER.
a) Encontrou mais de nove. b) Encontrou mais de cinco e menos de dez. c) Encontrou menos de seis. 6. UM HOMEM SE ENCONTRA COM UM AMIGO E LHE DIZ QUE NÃO CONSEGUE DORMIR À NOITE: QUANDO ESTÁ NA CAMA PENSA QUE HÁ ALGUÉM EMBAIXO DELA E, QUANDO SE DEITA EMBAIXO, PARA VER SE PODE CONCILIAR O SONO, IMAGINA QUE HÁ ALGUÉM SOBRE O COLCHÃO. O AMIGO LHE DEU UMA SOLUÇÃO PARA DORMIR NA CAMA SEM PROBLEMAS. QUAL É? 7. VOCÊ ESTÁ EM UMA FESTA E VÊ QUE UMA PESSOA PAQUERA DESCARADAMENTE O SEU PAR:
a) Encara essa pessoa ou seu par, já que considera que estão ofendendo você. b) Não dá nenhuma importância porque você também está se divertindo. c) Presta atenção e se mostra agradável com ambos.
8. MUDAM-SE PARA A SUA RUA VIZINHOS MUITO BARULHENTOS QUE À NOITE NÃO DEIXAM VOCÊ DORMIR. O QUE FAZ?
a) Põe música no maior volume possível para que notem que as paredes são muito finas. b) Bate na porta deles, se apresenta e lhes explica que se ouve tudo e você não consegue dormir. c) Chama imediatamente a polícia. 9. O GUARDA NOTURNO DE UMA FÁBRICA ADVERTE A SEU DONO QUE NÃO PEGUE O ELEVADOR PORQUE NA NOITE ANTERIOR SONHOU QUE ELE CAÍA. O EMPRESÁRIO, SUPERSTICIOSO, OUVE O CONSELHO E POUCOS INSTANTES DEPOIS ESCUTA O BARULHO DO ELEVADOR CAINDO. DÁ UMA GENEROSA SOMA DE RECOMPENSA AO GUARDA E O DEMITE. POR QUÊ? 10. QUE PARENTESCO POSSO TER COM O IRMÃO DA FILHA DA VIÚVA DO MEU SOGRO?
RESULTADO DOS TESTES
Avaliação Os testes são compostos por perguntas que avaliam as diferentes capacidades mentais: capacidade lógico-matemática (perguntas 1 e 2); memória e atenção (perguntas 3 e 4); criatividade e pensamento lateral (perguntas 5 e 6); inteligência emocional (perguntas 7 e 8); e planejamento e estratégia (perguntas 9 e 10). A máxima pontuação que se pode tirar em cada grupo é de quatro pontos. Estes testes de autoavaliação são muito úteis para comprovar se todas as capacidades estão equilibradas ou, ao contrário, se há alguma que obtém muito pouca pontuação. Assim, o recomendável é dedicar mais tempo
aos exercícios propostos no capítulo correspondente. Após um constante treinamento e passado um tempo para poder assimilá-lo, o melhor é voltar a realizar os testes e comprovar se melhorou o resultado.